- Projeto Bicho D`água
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REGISTROS DE PEQUENOS CETÁCEOS PELÁGICOS PARA A COSTA NORTE DO BRASIL, 2007-2012. A.F. Costa1,2 ; R. Emin-Lima2; J.S. Silva-Júnior2 & S. Siciliano3 1 Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aquática e Pesca, Universidade Federal do Pará. 2 Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos da Amazônia, Museu Paraense Emílio Goeldi, GEMAM/MPEG, Belém, Pará, Brasil. 3 ENSP/FIOCRUZ, Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil. INTRODUÇÃO Encalhes de cetáceos pelágicos são eventos que contribuem para ampliar as informações acerca da distribuição de espécies pouco conhecidas ou mesmo inéditas para uma determinada área. Nesse contexto, a costa norte do Brasil representava uma área pouco inventariada até recentemente (Siciliano et al., 2008), e contava com raras informações sobre cetáceos pelágicos, dentre eles: o golfinho-cabeça-de-melão (Peponocephala electra), o golfinho-de-Fraser (Lagenodelphis hosei), a falsa-orca (Pseudorca crasidens) e o golfinho-de-Risso (Grampus griseus). O objetivo deste trabalho é apresentar registros de pequenos cetáceos pelágicos na costa norte do Brasil. MATERIAIS E MÉTODOS Este levantamento reporta o encalhe de cinco exemplares de pequenos cetáceos pelágicos na Região Norte do Brasil: golfinho-cabeça-de-melão (n=2, Figura 1), golfinho-de-Fraser (n=1), golfinho-de-Risso (n=1) e falsaorca (n=1) (Figura 2), os quais constituem, em sua maioria, registros inéditos para a costa norte do Brasil. Os espécimes foram recolhidos durante monitoramentos de praia conduzidos no Pará, Maranhão e Piauí, mas também por atendimentos de chamados de encalhe, além de doação de moradores. Figura 1. Crânios de golfinho-cabeça-de-melão (Peponocephala electra) encalhados no Delta do Parnaíba (MA). O material osteológico encontra-se depositado na Coleção de Mastozoologia do Museu Paraense Emílio Goeldi - MPEG. RESULTADOS Os exemplares CEMA 01 e CEMA 05 foram identificados por meio de comparação osteológica e registro fotográfico (Figura 1) Figura 2. Falsa-orca (Pseudorca crasidens) encalhada no município de Marapanim, nordeste do Pará em 2012. O exemplar apresentava indícios de interação antrópica, ausência da nadadeira caudal e dentes. (Jefferson et al., 1993). O golfinho-de-Fraser (Lagenodelphis hosei) provavelmente encalhou vivo e foi consumido por moradores de comunidades do Delta do Parnaíba (02o42'52.7"S, O material osteológico destes exemplares encontra-se 042o00'38.5"W). depositado na coleção de Mastozoologia do Museu A identificação desta espécie foi feita por meio Paraense Emílio Goeldi. Destaca-se a relevância dos da observação de características conspícuas, como a coloração . monitoramentos de praia e redes de encalhe como (Jefferson & Leatherwood, 1994; Reeves et al., 2002), vista forma de ampliação das informações sobre cetáceos através de registro fotográfico. O golfinho-de-Risso (Grampus griseus) encalhou vivo no município de Marapanim Figura 3. Mapa evidenciando o local de encalhe de pequenos cetáceos pelágicos nos estados do Maranhão e Pará, costa Norte do Brasil. (00o34'07.6"S, 047o47'30.4"W) e foi identificado através de REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (00°37'21.8"S, Os dois exemplares de golfinho-cabeça-de-melão (CEMA 01/ 047°37'99.3"W) apresentou CT~330 cm, com evidências de MPEG 42067; CEMA 05/ MPEG 42069) e do golfinho-de-Fraser interação antrópica com nadadeira caudal e dentes removidos (CEMA 31/ MPEG 42080) encalharam no Maranhão em 2008 e (Figura 2). . 2009, respectivamente; o golfinho-de-Risso (GEMAM 070/ características específicas. A falsa-orca MPEG 38480) e a falsa-orca (GEMAM 363) encalharam no AGRADECIMENTOS Agradecemos o apoio dado pela Cetacean Society International para participação na 15ª Reunión de Trabajo de Expertos en Mamíferos Acuáticos de América del Sur-2012. O Projeto Bicho D’água: Conservação Socioambiental é patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental. APOIO REALIZAÇÃO pelágicos pouco conhecidos. litoral nordeste do Pará, na região conhecida como Zona do Salgado paraense, em 2007 e 2012, respectivamente (Figura 3). PATROCÍNIO • SICILIANO, S.; EMIN-LIMA, N. R.; COSTA, A. F. C.; RODRIGUES, A. L. F.; MAGALHÃES, F. A.; TOSI, C. H.; GARRI, R. G.; SILVA, C. G.; SILVA JUNIOR, J. S. Revisão do conhecimento sobre os mamíferos aquáticos da costa norte do Brasil. Arquivos do Museu Nacional, v. 66, n. 2, p. 381-401, 2008. • REVEES, R. R.; STEWART, B. S.; CLAPHAM, P. J.; POWELL, J. A. Guide to Marine Mammals of the World. 1st. New York: Alfred A. Knopf, Inc., 2002. • JEFFERSON, T.A., LEATHERWOOD, S., WEBBER MA. FAO Species identification guide. Marine mammals of the world. UNEP / FAO, Rome, 320 pp, 1993. • JEFFERSON TA AND LEATHERWOOD S. Lagenodelphis hosei. Mammalian Species, No. 470, pp. 1-5. The American Society of Mammalogists, 1994.