Relatório Internacional de Tendências do Café
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Bureau de Inteligência Competitiva do Café Relatório Internacional de Tendências do Café Vol. 2 www.icafebr.com Nº. 5 06/junho/2013 www.icafebr.com Relatório Internacional de Tendências do Café Tanzânia lança Estratégia para dobrar produção até 2022. relogio Produção | 2 | illy lança programa ambiental para associar a marca ao conceito de sustentabilidade. relogio A Nestlé em parceria com o governo anunciou a construção do maior centro de café na China. Indústria | 4 | Nespresso perde mercado com aumento da concorrência. Os funcionários são apontados como o fator mais importante para o sucesso das cafeterias. Cafeterias | 9 | O café tem grandes chances de superar o consumo de chás na Grã Bretanha. Oito em cada dez britânicos bebem café diariamente. Consumo | 11 | Insights | 12 | 1. PRODUÇÃO Trigo As vendas de cafés certificados continuam a apresentar forte crescimento. Isso reflete um maior interesse dos grandes torrefadores pelo produto que é diferenciado e atende as novas demandas de parte da população. Em sintonia com essa tendência, o número de lavouras certificada também cresce a cada ano, integrando mais cafeicultores a esse mercado. Os governos das regiões afetadas pela ferrugem estão criando programas para ajudar financeiramente os cafeicultores a enfrentarem o problema. A grande preocupação é que a quebra na produção de café, decorrente da ferrugem, traga sérios problemas sociais. A bola da vez, sendo discutida em praticamente todos os países produtores, é a competitividade da cafeicultura. As iniciativas envolvem a adoção de novas tecnologias como a irrigação de ponta, uso de telefonia móvel para acompanhar as cotações do grão, investimentos em pesquisa e ampliação da malha ferroviária. 323 mil hectares, são certificadas pelo Rainforest Alliance. Com relação aos cafés certificados Fair Trade, houve aumento das importações pelos Estados Unidos e Canadá, totalizando 1,23 milhão de sacas, 18% a mais que em 2011. As importações pelos Estados Unidos do café Fair Trade equivaleram a US$ 32 milhões adicionais aos cafeicultores. A organização considera esses valores como “prêmios de desenvolvimento comunitário” obtido pelas comunidades agrícolas. O café certificado pelo Fair Trade atraiu 60 novos importadores e torrefadores no mesmo ano e 50 novos produtos foram lançados. A Rainforest Alliance atribuiu grande parte desse crescimento do café certificado às quantias compradas por grandes companhias, como McDonald’s nos Estados Unidos e no Canadá, Caribou Coffee Co., Second Cup, Green Mountain Coffee Roasters Inc. e Nespresso. Recentemente, o McDonald's USA começou a usar 100% de café certificado pela Rainforest nos seus espressos, movimentou aproximadamente US$ 15 bilhões, valor 8.9% superior ao ano anterior. Mundo Certificações Em 2012, a produção e a demanda de cafés certificados cresceram. Os cafés certificados com o selo Rainforest Alliance tiveram uma participação na produção mundial de 4,5%, ou 6,25 milhões de sacas, 3,3% a mais que em 2011. Atualmente, 118 mil propriedades cafeeiras, totalizando aproximadamente América do Sul Brasil O Governo Brasileiro via Câmara Brasileira de Comércio Exterior (Camex), oferece, há 8 anos, crédito a Cuba para a compra de gêneros Bureau de Inteligência Competitiva do Café Vol. 2, Nº 5 – 06/06/2013 Página | 2 www.icafebr.com Relatório Internacional de Tendências do Café alimentícios, em troca de exportações da empresa brasileira para o país. Contudo, apenas agora os países entraram em acordo. Com isso, os pequenos cafeicultores do Espírito Santo exportarão mais 20,5 mil sacas de café do tipo Conilon para Cuba. Cada saca foi negociada a R$ 275, valor R$ 7 acima do preço do mercado. Este acordo de exportação entre Brasil e Cuba, proporcionará uma transação correspondente a 10% da produção anual da Coopeavi (Cooperativa Agropecuária Centro Serrana). Anualmente, Cuba compra aproximadamente 9 mil toneladas de café brasileiro, equivalente a mais de US$ 23 milhões. Em 2011, o Brasil foi responsável por 93% do café importado por Cuba. O crédito oferecido à Cuba faz parte do Proex (Programa de Financiamento às Exportações), um projeto do governo federal de apoio às exportações brasileiras de bens e serviços, que viabiliza o financiamento em condições equivalentes às praticadas no mercado internacional. O valor negociado, US$ 3 milhões, será pago com aporte de 15% do governo de Cuba e 85% financiados pelo Proex. América Central A América Central possui cerca de 43 milhões de habitantes, desse total 2 milhões estão empregados no setor cafeeiro, de acordo com a OIC (Organização Internacional do Café). A organização também estima que 437 mil trabalhadores na América Central fiquem desempregados em 2013, após o surto de ferrugem do cafeeiro, e que muitos trabalhadores ainda serão afetados no próximo ano. Desde a Guatemala até o Panamá, os governos buscam ajuda para combater a doença e evitar que os trabalhadores migrem para outras cidades ou para o norte, em direção aos EUA. Para impedir que os trabalhadores da Guatemala saiam do campo, o governo anunciou em março de 2013 um plano de trabalho temporário, que oferece emprego nas áreas de manutenção de estradas e projetos de reflorestamento. Aqueles que aderirem ao programa receberão US$ 5,13 por dia em comparação com o salário agrícola mínimo de US$ 9,10. Em Honduras, o governo e o Ihcafé (Instituto Hondurenho do Café) estão empregando cerca de 100 mil desempregados por causa da ferrugem para reabilitar as propriedades, substituindo as plantas infectadas. O governo prometeu US$ 85 milhões para combater a doença. Colômbia O Departamento de Huila pretende melhorar a sua produção de café. Para isso, vai desenvolver um centro de pesquisa do café, por meio de um projeto apresentado à Colciencias e à Organização de Ciência, Tecnologia e Inovação. No mês de maio, o projeto será apresentado, revisado e analisado pelos membros da Ocad (Órganos Colegiados de Administración y Decisión). Caso seja aprovado, deverá ser executado em quatro anos. A ideia de criar um centro de pesquisa é o reflexo da queda na produção que o país tem relatado há alguns anos, resultado da variabilidade climática, que também favorece o aparecimento de enfermidades e pragas que reduzem a produtividade da zona cafeeira. Desse modo, a proposta é definir ações que buscam, através do projeto de pesquisa, adequar o sistema produtivo do café de acordo com as condições climáticas de cada uma das regiões produtoras do Departamento. Com os resultados obtidos nesse projeto de pesquisa, o país pretende, no médio prazo, desenvolver uma cafeicultura mais competitiva e adaptada às condições de mudança climática. Costa Rica De acordo com o relatório do ICAFE (Instituto do Café da Costa Rica), as importações de café destinadas ao consumo doméstico caíram 74% entre 2011 e 2012, o que representa cerca de 118 mil sacas de café de 60 kg. O principal motivo dessa redução é a cobrança de uma tarifa de 15% na importação. Outro fator que tem contribuído para a queda nas importações é a campanha de marketing desenvolvida pela ICAFE para que os costa riquenhos consumam o café nacional. Alguns produtos já possuem selos que indicam que o produto possui como base os grãos originados da Costa Rica. Dados do Instituto indicam que a porcentagem de produção nacional destinada ao consumo doméstico se mantem perto de 15%. O parque cafeeiro do país possui 93 mil hectares. Desse total, a ferrugem afetou 65%, sendo que 15 mil hectares apresentam danos graves. Devido a isso, as autoridades do país distribuíram fungicidas para que os produtores possam combater o fungo causador da doença. Bureau de Inteligência Competitiva do Café Vol. 2, Nº 5 – 06/06/2013 Página | 3 www.icafebr.com Relatório Internacional de Tendências do Café O governo da Costa Rica decretou situação de emergência ao ataque da ferrugem, que também tem afetado seriamente outros países da América Central. No decreto, as autoridades criaram um fundo com US$ 4 milhões para um plano que incluía a compra de agroquímicos e a instrução de boas práticas agrícolas aos produtores de café. Estas ações favorecerão os pequenos agricultores, que representam 81% dos 52 mil produtores de café do país. A cafeicultura familiar é responsável por aproximadamente 25% da safra da Costa Rica. Robusta vietnamita no mundo. Um dos trabalhos da organização é melhorar a qualidade dos grãos, trabalhando com os agricultores para introduzir a irrigação de alta tecnologia, reduzir o uso de agroquímicos e aumentar a renda dos cafeicultores. África Etiópia Na tentativa de aumentar as exportações de café do país, a antiga ferrovia francesa que ligava Addis Ababa ao porto Djibuti no Mar Vermelho, está sendo substituída por uma ferrovia elétrica. A construção da estrada de ferro é um componente chave do GTP (Plano de Crescimento e Transformação): uma série de oito corredores ferroviários, totalizando 4.744 km, que criará uma série de rotas comerciais importantes para os países vizinhos (Quênia, Sudão do Sul, Sudão) e para o porto de Djibouti. Honduras O setor cafeeiro do país terá apoio do Governo dos Estados Unidos. A maior economia do mundo ofereceu um empréstimo no valor de US$ 12 milhões para os produtores de café afetados pela ferrugem. O dirigente da Central de Cooperativas Cafeeiras de Honduras (CCCH) disse que o dinheiro se destinará a criação de um fundo de garantia de acesso a todos os pequenos produtores de café. A quantia logo estará disponível e servirá para a renovação do parque cafeeiro do país, como umas das medidas no combate à ferrugem. Este empréstimo dos Estados Unidos não é o único valor disponível às ações de combate à ferrugem. O banco privado nacional colocou à disposição US$ 45,47 milhões, o banco nacional US$ 15,15 milhões, o orçamento do Ihcafé (Instituto Hondurenho do Café) US$ 3,78 milhões, além de outros fundos outorgados pelo Governo do Canadá. Tanzânia O governo da Tanzânia lançou o programa intitulado “Estratégia para o Desenvolvimento da Indústria do Café na Tanzânia: 2012 – 2022”, que tem como objetivo principal o aumento da produção, da produtividade e da qualidade do produto. No âmbito da estratégia, é esperada a ampliação da produção de café das atuais 50 mil toneladas para 100 mil toneladas até 2022, bem como melhorar a sua qualidade, a fim de torná-la competitiva no mercado mundial. Para se alcançar os objetivos, o governo disponibilizará primariamente assistência técnica e materiais genéticos necessários. Voltar Menu Ásia Vietnã Os cafeicultores do Vietnã passam por um processo de adoção de tecnologias. Atualmente a cafeicultura do país utiliza desde celulares, para atualizações do preço diário do café Robusta e Arábica, até sistemas de alta tecnologia de irrigação israelense. O consumo de café na Ásia está em ascensão e as torrefadoras internacionais estão cada vez mais interessadas em comprar o café Robusta do país, devido ao baixo custo, já que não existe impostos sobre as exportações do produto. O fundador da empresa Trung Nguyen, que possui mais de 55 lojas no Vietnã e cinco em Cingapura, tem contribuído para posicionar o café 2. INDÚSTRIA Devido a grande oferta do grão e a consequente queda dos preços, a indústria cafeeira passou a empregar a sobra de seu capital na diversificação dos produtos e na expansão de operações em novos países. Desse modo, pode-se observar o investimento de altos montantes em infraestrutura, sobretudo nos países produtores e nos potenciais consumidores de café, como a China e Índia. Dentre os principais investimentos estão a construção de centros de tecnologia, novas plantas industriais e unidades de auxílio aos produtores nos Bureau de Inteligência Competitiva do Café Vol. 2, Nº 5 – 06/06/2013 Página | 4 www.icafebr.com países assistidos pelas companhias. Essas últimas visam o estreitamento da relação entre os produtores e as torrefadoras a fim de construir um sistema logístico integrado, reduzindo os custos de intermediações e oferecendo um serviço de melhor qualidade para os consumidores. Em se tratando dos consumidores, observa-se que eles estão cada vez mais exigentes quanto ao impacto ambiental e social de seu consumo. Assim começam a emergir diversos programas de caráter sustentável promovidos pelas torrefadoras. Os principais objetivos desses projetos são a adaptação dos produtos a essa nova ideologia e a realização do marketing dessas boas práticas visando associar a marca ao novo valor. Em relação às linhas de produtos, a palavra de ordem é diversificação. As companhias estão investindo altos montantes em seus departamentos de P&D, a fim de gerar novas tecnologias e implementálas em seus produtos. Como consequência desse movimento, diversos produtos novos são lançados diariamente no mercado. Um dos segmentos mais beneficiados por essas inovações é o de monodoses. Com o aperfeiçoamento da tecnologia utilizada nesses sistemas, a combinação entre cápsulas e máquinas se torna cada vez mais popular. As novas máquinas já são capazes de preparar em um mesmo sistema bebidas quentes e frias, além de oferecer um alto grau de customização ao cliente. Dentre as principais vantagens oferecidas pelos sistemas está a qualidade, a facilidade e a rapidez do preparo, fatores muito buscados pelos clientes atualmente. Para explorar esse novo mercado, as torrefadoras tem adotado diferentes estratégias. Algumas optam por produzir suas próprias máquinas e cápsulas, de modo que o sistema somente opere com as marcas compatíveis licenciadas pela empresa. Outras preferem entrar no mercado produzindo apenas cápsulas compatíveis com máquinas de outras marcas, correndo o risco de serem processadas judicialmente pela proprietária do sistema. Por fim, tem-se aquelas que se especializam somente na fabricação de cápsulas, deixando a produção das máquinas com parceiros que já possuam o devido know-how. Nestlé A Nestlé inaugurou em abril o seu novo Centro de Tecnologia Integrado na Suíça. A ideia da nova unidade é reunir em um só local todo o know how da Relatório Internacional de Tendências do Café companhia relacionado ao desenvolvimento de novos produtos. O centro contará com a mão-de-obra de cerca de 120 profissionais especializados em design industrial, tecnologia de máquinas, engenharia, embalagem, microeletrônica e robótica, que conjuntamente deverão desenvolver novas tecnologias para os produtos da marca. Desde a criação da Nespresso, em 1982, explorando o potencial das máquinas no mercado de café, até os mais modernos sistemas que permitem no mesmo equipamento o preparo de bebidas quentes e frias, a Nestlé tem mostrado um perfil amplamente direcionado à inovação. O centro atenderá a demanda de seis subsidiárias da Nestlé. São elas: Nespresso, Nescafé Dolce Gusto, Special.T, Nestlé Professional, Nescafé Barista and BabyNes. Ele será responsável pela realização de pesquisas e desenvolvimento dos negócios da companhia, bem como a identificação de novas oportunidades no mercado. Além desse novo centro, fazem parte do departamento de P&D da companhia, cerca de 34 Centros de Tecnologia de Produção espalhados pelo mundo e os núcleos de P&D internos às fábricas da companhia. Quanto a seus programas voltados ao estreitamento das relações com potenciais áreas produtoras de café, a companhia suíça em parceria com o governo chinês anunciou a construção do maior centro de café na China. O centro que será localizado em Pu´er, província de Yunnan, terá uma fazenda, armazéns e laboratórios. Dentre os serviços que a nova unidade prestará está o treinamento para 5000 agricultores, agrônomos e profissionais da área. O novo projeto ganhou destaque no país devido ao fato de ser o primeiro a prever expansão de áreas de plantio de café em terrenos tradicionalmente utilizados para o cultivo de chá. A Nestlé já desenvolve trabalhos na província de Yunnan há 25 anos. Nesse período, a companhia afirma ter atendido cerca de 8500 agricultores através de assessorias no campo e treinamentos em técnicas de cultivo. O resultado dessa parceria é visível quando analisado os dados de venda da produção. Nos últimos dois anos, a Nestlé adquiriu cerca de 22.000 toneladas de café da região, que se destaca por ser a maior produtora de café no país. Bureau de Inteligência Competitiva do Café Vol. 2, Nº 5 – 06/06/2013 Página | 5 www.icafebr.com Relatório Internacional de Tendências do Café Nespresso Embora seja a líder do mercado suíço de monodoses, a Nespresso começa a se preocupar com a intensificação da concorrência no país. Nos últimos 4 meses (Janeiro a Abril de 2013), a subsidiária da Nestlé registrou um aumento de vendas de aproximadamente 8%, uma das menores porcentagens de crescimento já anunciadas pela companhia. O principal motivo para o decréscimo desse número foi os consecutivos lançamentos de cápsulas de outras marcas compatíveis com as máquinas da Nespresso. Dentre essas, se destaca a fabricada pela Migros, a segunda maior rede de varejo no país. Oferecendo um preço mais baixo e um amplo canal de distribuição (a rede varejista possui 556 lojas espalhadas pelo país), a Migros tem se destacado entre os inúmeros concorrentes da Nespresso. A rede que possui um faturamento correspondente a 7% do total do da Nestlé, iniciou o lançamento de sua linha de cápsulas Café Royal em maio de 2012. O preço das cápsulas unitárias varia entre 38 centavos de Franco Suíços, enquanto que a cápsula mais barata da Nespresso equivale a 50 centavos de Franco Suíços. Apesar de o preço baixo causar certo sentimento de desconfiança quanto à qualidade da linha, observa-se que a maioria dos consumidores afirmou que as cápsulas da Migros se equiparam nesse quesito às da Nespresso, segundo uma entrevista realizada por um jornal nacional – o Kassensturz. Além da competição na Suíça, a Nespresso começa a ser pressionada também na Inglaterra. Em abril, a companhia suíça perdeu a audiência que disputava contra a Dualit, uma pequena fabricante britânica. Segundo o Supremo Tribunal de Justiça de Londres, a marca britânica não infringiu as regras do Instituto Europeu de Patentes ao fabricar e comercializar cápsulas compatíveis com as máquinas da Nespresso. A companhia suíça anunciou que irá recorrer à decisão. Temendo a perda de competitividade, a Nespresso iniciou uma série de medidas estratégicas que visam reforçar o posicionamento da marca no mercado. Uma delas consiste na expansão de suas lojas nos grandes centros comerciais dos principais países europeus, visando aumentar o contato entre a empresa e os clientes. Quanto a seus produtos, a Nespresso já lançou duas variedades em edição limitada e adicionou a nova linha Linizio ao seu portfólio. O objetivo da marca é retomar o crescimento e a importância do mesmo frente ao faturamento total da Nestlé. Em 2010, a marca foi uma das mais rentáveis, correspondendo a 15% do crescimento da companhia naquele ano. Este ano (2013), a marca deverá ser a décima mais rentável do total de faturamento da Nestlé. JAB O grupo de investimento alemão, Joh. A. Benckiser deu largos passos no objetivo de entrar definitivamente como grande concorrente no mercado de café mundial. Após as consecutivas aquisições de grandes torrefadoras no ano de 2012, como a Peet´s Coffee & Tea por 1 bilhão de dólares, a Caribou por 340 milhões de dólares e a participação de 15% nos ativos da Douwe Egberts, expandindo sua participação acionária na companhia holandesa. O acordo entre as duas prevê o controle acionário da torrefadora por um montante de 9,7 bilhões de dólares. O objetivo do grupo é fazer com que a Douwe Egberts passe de terceira maior torrefadora do mundo (com aproximadamente 4 bilhões de dólares em vendas anuais) para segunda, ultrapassando a Kraft (com aproximadamente 6 bilhões de dólares em vendas anuais). A líder do segmento é a Nestlé com um faturamento de 12 bilhões de dólares anuais. Atualmente, o mercado mundial de café está avaliado em 75,8 bilhões de dólares. Tata Group O conglomerado indiano Tata Group planeja intensificar seu fluxo de negócios nos Estados Unidos. Atualmente, empregando mais de 24000 pessoas em 11 diferentes modelos de negócios no país, o grupo pretende fazer dos EUA o mercado mais rentável do mundo para a companhia. Para isso, a Tata procurará fortalecer suas marcas norte-americanas e estreitar seu relacionamento com o governo. O fortalecimento do processo de expansão da companhia indiana se deu a partir de 2000, ano em que aumentou consideravelmente seu fluxo de operações no continente americano. A internacionalização do grupo foi de fundamental importância para a Tata, que hoje atua em mais de 80 países obtendo desses mercados aproximadamente 58% de sua receita total. Nos EUA, a companhia Bureau de Inteligência Competitiva do Café Vol. 2, Nº 5 – 06/06/2013 Página | 6 www.icafebr.com Relatório Internacional de Tendências do Café faturou em 2011 cerca de 8 bilhões de dólares, quantia ainda pequena se comparada ao faturamento total. A primeira linha de produto da Tata a ser comercializado no varejo norte-americano foi o café Eight O´Clock, no ano de 1945. Desde então, a expansão da marca nesse mercado se tornou prioridade para a Tata. Atualmente, o blend da Eight O´Clock é amplamente disseminado em forma de kcups através da parceria com a Green Mountain. Além da Eight O´Clock, o grupo atua nos EUA através de diferentes frentes de negócios que vão desde a prestação de serviços como os de consultoria e hotelaria até o setor automobilístico. A decisão da Tata em ampliar os negócios no país norte-americano não constitui um fato isolado. Nos últimos anos (2006-2011), a relação entre os investimentos diretos realizados entre as duas nações cresceu consideravelmente. Segundo o Bureau de Análise Econômica dos Estados Unidos, a Índia é o quarto maior país alvo de investimentos da economia americana. Analogamente, se analisado o interesse dos investidores indianos pelo mercado norteamericano, observa-se que ele cresceu cerca de 40% de 2006 para 2011, sendo que neste último ano foram investidos aproximadamente 9.8 bilhões de dólares nos EUA. Blue Pode Coffee A fim de aproveitar o rápido crescimento e popularidade de suas cápsulas, a companhia australiana Blue Pod Coffee iniciou um estratégico modelo de expansão. Através da parceria com a Lavazza, a companhia australiana distribuirá gratuitamente as máquinas fabricadas pela empresa italiana, mediante um contrato com o consumidor, segundo o qual ele comprará apenas cápsulas da Blue Pod. A estratégia da marca é ampliar a base instalada de máquinas e auferir lucratividade com a venda das cápsulas. Esse modelo de negócio é conhecido no mercado como razor/razor blade fazendo menção à estratégia da Gillete em garantir seu lucro com a venda de lâminas para serem utilizadas em seus aparelhos de barbear. Diversas companhias torrefadoras fabricam suas máquinas de modo a garantir que somente sejam processadas nelas suas próprias cápsulas. No caso específico da Blue Pod observa-se que ela optou pela especificação na fabricação de cápsulas, deixando na responsabilidade de sua parceira a produção das máquinas. Tal estratégia garante um maior foco sobre a atividade principal, aumentando a qualidade do produto-chave. Lavazza Contrariando o movimento de expansão rumo à Índia e China, a Lavazza intensifica seus investimentos em mercados considerados maduros quanto ao consumo de café. Segundo a companhia, a decisão de se investir em mercados emergentes envolve altos riscos, que são minimizados quando a empresa possui uma posição consolidada nos principais países consumidores da bebida. Por esse motivo a torrefadora que faturou cerca de 1.2 bilhão de euros em 2011 tem a França, Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha e Austrália como maiores mercados. A Austrália se destaca pelo crescente aumento do consumo nos últimos anos. Em 2012, a Lavazza faturou 60 milhões de euros no país, valor que corresponde a um terço das vendas relativas ao café em todo o varejo australiano. E as estimativas são que esse montante duplique até 2016. Dentre os fatores chaves que levaram a Lavazza ao sucesso no mercado australiano pode-se citar a escolha do canal de distribuição e o crescimento do mercado de monodoses no país. Em relação ao primeiro fator, a torrefadora possui um estreito relacionamento com um famoso distribuidor local, a Valcorp. A rede que começou a distribuir a marca italiana no mercado australiano em 1979 é otimista quanto à estimativa de crescimento de consumo dos produtos da companhia. Segundo a Valcorp, a Lavazza é uma das principais marcas comercializadas no país, podendo em três anos controlar mais da metade do mercado nacional. O fato de ser uma marca italiana e possuir diversos programas visando a sustentabilidade faz com que os consumidores locais a enxergue com bons olhos, o que pode catalisar ainda mais essa expansão. Quanto ao mercado de monodoses, apesar do fato da Lavazza enfrentar forte concorrência, ele tem sido um segmento altamente rentável para a companhia na Austrália. A empresa possui uma excelente aceitação no mercado com a sua linha de cápsulas - A Modo Mio. O objetivo da marca é controlar cerca de 20% do acirrado segmento de monodoses no país, atualmente dominado pela Nespresso. Para atingir esse objetivo, a Lavazza Bureau de Inteligência Competitiva do Café Vol. 2, Nº 5 – 06/06/2013 Página | 7 www.icafebr.com Relatório Internacional de Tendências do Café pretende investir em linhas que atinjam o segmento voltado aos escritórios. segmento se deve, sobretudo, aos bons resultados obtidos pelas empresas já atuantes no mercado. A popularização do segmento veio em decorrência do sucesso das vendas das cápsulas kcups da Green Mountain. Esta, além de iniciar uma ruptura no mercado, uma vez que a ideia de se preparar uma xícara de café com extrema rapidez ainda não se encontrava popularizada, formou também uma grande base instalada de máquinas no país, fato que incentivou outras companhias a produzirem cápsulas licenciadas, promovendo ainda mais o segmento. Atualmente, as cápsulas representam cerca de 20% do total gasto com café no ambiente doméstico. Parte dessa porcentagem se deve ao alto valor de venda das cápsulas no varejo, sendo este o principal atrativo para as companhias entrantes, como a Community Coffee. Enquanto cerca de 10 xícaras preparadas a partir do café torrado e moído da marca custam cerca de 50 centavos de dólar, esse valor corresponde ao preço de apenas uma cápsula, o que torna o novo produto uma excelente oportunidade de alta lucratividade para a companhia. Embora as cápsulas da Community Coffee sejam compatíveis com as máquinas Keurig da Green Mountain, elas não possuem um contrato de licenciamento em vigor, o que pode vir a ocasionar alguns problemas legais para a torrefadora. A comercialização das cápsulas se dará primeiramente no sul da Louisiana e pelo website da companhia, sendo posteriormente estendida para todo o sudeste dos EUA. illy Preocupada em atender as atuais exigências dos clientes por sustentabilidade, a illy lançou seu novo programa de caráter ambiental, chamado de RENEW. A proposta da campanha é estender a vida útil dos componentes que compõem as cápsulas da marca. Para isso a illy firmou uma parceria com a Terracycle, companhia que ficou reconhecida por fabricar produtos de consumo a partir de resíduos. O programa consiste na coleta das cápsulas usadas depositadas nas lojas da illy e posterior transformação desse material em produtos úteis para a sociedade em geral, como bancos de praça, compostos para serem utilizados junto a madeira, entre outros. O principal objetivo da illy é associar a marca ao conceito de sustentabilidade, fazendo com que seus clientes ao refletirem sobre o impacto ambiental causado pelo consumo, optem por seus produtos. Thimothy’s A fim de se tornar cada vez mais presente para os consumidores, a Timothy´s World Coffee lançou sua primeira linha de café torrado e moído para o varejo. Segundo a companhia, a decisão de diversificar suas linhas de produtos está diretamente relacionada à expansão de seus canais de distribuição. Antes do lançamento, a marca apenas comercializava seus produtos através da sua rede de lojas ou nos pontos de distribuição das cáspulas k-cups da Green Mountain, torrefadora com a qual a companhia canadense possui uma parceria. A marca Timothy’s está entre as que mais crescem no Canadá. Dentre as principais características da marca estão a diferenciação e a qualidade de seus produtos, quesitos decorrentes da compra sistemática dos melhores grãos de café arábica e o processamento cuidadoso dos mesmos dentro de suas instalações. China Alvo de pesados investimentos das grandes torrefadoras, a China tem despertado a atenção do mercado mundial de café. Apesar do baixo consumo per capta, 5 xícaras por habitante por ano, o consumo total cresce a uma taxa de 30% a 40% por ano, média muito acima do crescimento mundial - de 2% a 3%. Visando explorar esse potencial consumo, uma vez que a China pode se tornar um dos cinco maiores países consumidores de café do mundo nos próximos anos, torrefadoras como Nestlé, Starbucks e illy investem na construção de infraestrutura local para atender essa futura demanda. Segundo os analistas, a indústria do café no país é jovem, mas promissora. Isso se deve ao fato de os chineses terem sido imersos no mundo do café Community Coffee Mais uma companhia norte-americana anunciou a entrada no crescente segmento de monodoses do país. A Community Coffee, maior torrefadora de controle familiar dos EUA, lançou no mercado sua nova linha de cápsulas. A decisão de investir no Bureau de Inteligência Competitiva do Café Vol. 2, Nº 5 – 06/06/2013 Página | 8 www.icafebr.com Relatório Internacional de Tendências do Café recentemente. Primeiramente, a Nestlé iniciou o processo comercializando sua linha de café instantâneo Nescafé. Diante da aceitação dos chineses, grandes companhias como Starbucks, Dunkin´ Donuts e Costa Coffee, começaram a implantar suas lojas nos grandes centros urbanos, fazendo com que a cultura ocidental entrasse cada vez mais na população local. Atualmente, essas redes, juntamente às grandes torrefadoras mundiais, visam alcançar os potenciais 300 milhões de chineses pertencentes à classe média no país. Voltar Menu 3. CAFETERIAS O hábito de consumir café se espalhou para todo o mundo e tende a aumentar consideravelmente nos próximos anos. Isso se deve ao aumento da qualidade dos grãos, novas bebidas e formas de preparo, à influência de tradições, descoberta de benefícios à saúde, entre outros fatores. Desta forma, grandes redes de cafeterias atuantes em mercados considerados maduros para o consumo da bebida investem fortemente no mercado externo, principalmente em países como Índia e China. Essa estratégia visa diminuir os riscos do negócio por meio da diversidade de operações, tornando as organizações mais resilientes a crises locais. Como a concorrência aumenta nestes novos mercados, as cafeterias adaptam seus cardápios à cultura local, para fixar as marcas nos países. Também desenvolvem seu relacionamento com os consumidores por meio de mídias sociais e mala direta, identificando o perfil de um grupo de pessoas e personalizando o conteúdo disponibilizado a eles. A população mundial está cada vez mais exigente em relação à qualidade e segurança do produto, e também ao ambiente e a higienização da loja. Desta forma, é tendência entre as cafeterias investir constantemente para atender todos os tipos de clientes e ganhar mais confiabilidade em sua marca. Starbucks A maior rede de cafeterias do mundo vê grandes oportunidades no mercado chinês, no qual planeja adicionar 300 lojas este ano. Recentemente a Starbucks abriu uma nova loja no Beijing's Oriental Plaza, para atender consumidores sofisticados, que trabalham nas proximidades da loja e gostariam de um almoço, chá da tarde ou apenas uma pausa para o café. No final de 2012, a Starbucks também abriu uma cafeteria em Pequim, com baristas que preparam manualmente bebidas a base de café, sendo este modelo de loja o primeiro da companhia na China. A empresa ainda tem planos para que, em 2015, tenha 1.500 lojas em mais de 70 cidades chinesas, tornando o país o seu segundo maior mercado. Para especialistas do mercado chinês, a companhia não precisa transformar toda a população do país em consumidores de café, mas deve investir no reconhecimento da marca. Segundo Paul French, a Starbucks não precisa focar seus investimentos na venda de café, mas sim na “comercialização” de um estilo de vida e status. Ele baseia esta afirmação no fato de que a maioria das bebidas disponibilizadas pela empresa no país possuem vários complementos, o que disfarça o gosto do café. Diferentemente dos norte-americanos, os chineses permanecem por mais tempo nestes estabelecimentos, seja para consumir os produtos, fazer reuniões de negócio ou com os amigos. Desta forma, as lojas precisam ser maiores e mais confortáveis, enquanto os produtos devem ser adaptados aos seus costumes. A Starbucks investe em diversos países, mesmo naqueles que não são seu foco de expansão, com o intuito de amenizar os riscos de negócio. Então, abriu recentemente sua 200ª loja nas Filipinas, onde tem planos para mais 100 lojas nos próximos quatro anos, segundo o presidente executivo Howard Schultz. Outro país que despertou interesse da companhia foi o México, onde a companhia assinou um acordo com o operador de franquias Alsea SABa que assumiu 100% das operações das cafeterias da Starbucks mexicana. Serão abertas 50 unidades da empresa a cada ano, nos próximos cinco anos, o que demostra confiança na capacidade do operador de restaurantes de replicar a cultura e filosofia da marca americana. A Starbucks também fornecerá seu café em todos os estabelecimentos da Emirates Golf Club e da Dubai Creek Golf and Yacht Club, os dois principais campos de golfe de Dubai, como estratégia de explorar novas oportunidades no Oriente Médio e Norte da África, disponibilizando seus produtos em diversas localidades. Bureau de Inteligência Competitiva do Café Vol. 2, Nº 5 – 06/06/2013 Página | 9 www.icafebr.com Relatório Internacional de Tendências do Café Cartão de Fidelidade e Inovações A Starbucks também obteve bons resultados com seu cartão fidelidade. Seus clientes carregaram cerca de US$ 1 bilhão no primeiro trimestre de 2013, um aumento de 25% em relação ao ano anterior. A fim de oferecer mais comodidade aos seus clientes, a tecnologia de pagamento móvel Square, é utilizada em 7.000 unidades da Starbucks. A companhia espera que 10% dos pagamentos em suas lojas sejam feitos através de smartphones ou ipad's até o final deste ano. Em uma parceria antiga com a Apple, são fornecidos nas lojas Starbucks conteúdos do iTunes gratuitamente. Além da música, hoje a promoção oferece livros e aplicativos da App Store, disponibilizando aos clientes um cartão "Pick of the Week" que permite baixar um aplicativo gratuito por semana. A Caribou deixará áreas como Ohio, Michigan, Pensilvânia e Washington DC, mas com a renovação da marca Peet’s, essas comunidades não deixarão de ser atendidas pela matriz. Dunkin’ Donuts Para conquistar o mercado indiano e competir com outras redes de cafeterias, como a Starbucks, a Dunkin’ Donuts disponibiliza em seu cardápio novos produtos para se adaptar a cultura local do país e agradar os clientes, mas ainda oferece produtos tradicionais. Estes novos itens incluem a nova bebida de café, Dunkaccino, batidas de frutas, chás e smoothies. Segundo Dev Amritesh, presidente e CEO da Dunkin’ Donuts Índia, há uma grande demanda pelo café da companhia. De acordo com a empresa de pesquisa de mercado Technopak, o consumo anual de café no país é de 100g por pessoa, em comparação com 4,5 kg nos EUA. Costa Coffee Caribou Coffee A Caribou Coffee, segunda maior empresa varejista de café espresso nos EUA, afirmou que está mudando suas estratégias de negócio, com base na avaliação do desempenho de mercado para tomar decisões, visando um crescimento em longo prazo. Será um reposicionamento em grande escala, onde 80 lojas serão fechadas em todo o país e outras 88 unidades serão convertidas em Peet’s Coffee & Tea. A empresa supostamente quer se concentrar mais no mercado da cidade de Minneapolis. As duas companhias pertencem ao grupo John. A. Benckiser, que as adquiriu recentemente visando grande atuação no mercado de café norte americano. Tim Hortons Assim como a Starbucks, a maior rede de restaurantes canadense lançou uma promoção durante o verão do Canadá, que irá disponibilizar em seus estabelecimentos três tipos de bebidas geladas por apenas US$ 1. As promoções e cardápios com edições limitadas de bebidas são estratégias das grandes redes de cafeterias para aumentar o tráfego de consumidores e o volume de vendas durante o verão. Dessa forma, a receita da companhia não experimenta grandes alterações em relação a períodos mais frios do ano, quando o consumo de bebidas quentes é maior. A rede britânica de hotéis e cafeterias Whitbread pretende investir no mercado parisiense, inserindo a crescente companhia Costa Coffee na França. A rede de cafeterias cresce intensamente na Grã-Bretanha, onde tem atualmente 1.500 lojas. A organização planeja um aumento mundial para 3.500 unidades até 2016, com meta de 500 unidades apenas na China. No entanto, alguns analistas de mercado afirmaram que a expansão na China por meio de joint ventures não deve render grandes lucros em tempo imediato, enquanto maior exposição aos mercados europeus desenvolvidos pode oferecer maiores recompensas. Além de utilizar a estratégia do cartão fidelidade, a empresa fez o uso inteligente de dados, buscando analisar e identificar por meio da mídia social, as opiniões, comentários e preferências dos clientes, bem como seu parecer em relação à companhia. A empresa também utilizou este e outros canais para informá-los sobre todas as novidades e ofertas da companhia. Desta forma, a empresa cria um vínculo maior com seus clientes, tornando-os mais fiéis a marca. Atualmente, cerca de 35% de todos os clientes que forneceram seus dados para receber e-mails com as novidades das lojas Costa Coffee acessam os mesmos constantemente. Destes, mais de 70% aceitaram e experimentaram as promoções propostas pela companhia. Bureau de Inteligência Competitiva do Café Vol. 2, Nº 5 – 06/06/2013 Página | 10 www.icafebr.com Relatório Internacional de Tendências do Café A Costa Coffee, que também trabalha com máquinas de venda automática de café, possui mais de 900 estabelecimentos no exterior, principalmente por meio de franquias, em cerca de 25 países como a Polónia, Índia e Arábia Saudita, sendo a China seu segundo maior mercado (25 pontos de venda). comprometidos com a marca varejista de cafés especiais. No ranking das sete melhores marcas, a Dutch Bros é a primeira em satisfação geral, e em segundo e terceiro lugares estão a Seattle’s Best Coffee e Starbucks, ambas superando a média da indústria. Voltar Menu Café Coffee Day A Café Coffee Day possui mais de dois milhões de fãs no Facebook, e utiliza essa rede social para a melhoria do relacionamento com clientes e divulgação de novas promoções, visando o aumento do volume de vendas. Desta forma, a empresa se comunica constantemente com seus fãs, podendo identificar os problemas e as falhas da empresa de maneira mais rápida, além de descobrirem desejos e necessidades de seus consumidores para inovar seus produtos e serviços de acordo com cada público alvo da companhia. A Café Coffee Day acredita que é necessário ter presença em todas as plataformas de mídia social popular, assim como aplicação no Facebook ou FourSquare. Desta forma, a marca estará aberta a qualquer tipo de público e a fazer análise do comportamento dos clientes e da aceitação das promoções da empresa. Com o objetivo de aumentar o número de vendas, a companhia disponibiliza também cartões pré-pagos, chamados ‘Cafe Moments', os quais permitem que o cliente usufrua dos produtos da loja sem necessitar de dinheiro no ato da compra. Mercado de Cafeterias Segundo a J.D. Power Associates, dentre os itens citados como os mais importantes para o sucesso das cafeterias estão os funcionários, que representam 34% da satisfação geral dos clientes, as mercadorias (23%), os preços (18%), as instalações (14%) e promoções de vendas (11%). Desta forma, funcionários mais amigáveis e bem informados alcançam maior satisfação dos clientes. A satisfação global com unidades especializadas em café obteve uma média de 810 de 1000 pontos este ano, quatro pontos a mais em relação ao ano passado. Cerca de 50% dos clientes afirmam retornar à loja e recomendar a marca varejista de cafés especiais aos amigos e familiares. Além disso, 34% dos clientes altamente satisfeitos dizem estar 4. CONSUMO Reino Unido O chá é, tradicionalmente, a bebida favorita do Reino Unido. Contudo, o café também faz os gostos da população desta nação nos dias de hoje e tem grandes chances de superar o consumo de chás no país. cevada Oito em cada dez britânicos bebem café diariamente, com um consumo médio de 2,32 xicaras de café por dia. O gasto médio é de £ 2,88 por xícara, somando um total de £ 25 por semana, ou £ 1100 ao ano. Ainda, 2% das pessoas admitem beber seis ou mais xícaras diariamente, enquanto que seis em cada dez pessoas optam por café instantâneo em casa ou no trabalho. Outro terço prefere café moído e um em cada dez escolheu café em cápsulas. A bebida à base de café mais popular no país é o café com leite, preferida por 38% da população, seguida por cappuccinos, bebida escolhida por uma em cada quatro pessoas. Aproximadamente 18% preferem os cafés Americanos e 11% café espresso. Apenas 4% gostam mais de Mochaccino e 2% optam por beber um Macchiato. Em relação às cafeterias, a Costa Coffee é a preferida entre os britânicos por um em cada três consumidores. Em segundo lugar está a Starbucks, com quase um quarto de consumidores a classificando como favorita. Uma em cada dez pessoas escolheu a sua loja independente do local como seu estabelecimento favorito e 9 % escolheram a Caffé Nero. Cerca de 15% dos entrevistados disseram que a marca era irrelevante, selecionando a loja mais próxima devido à conveniência. Oriente Médio Segundo a Organização Internacional do Café (OIC), houve um aumento de 10% no consumo de café em países como China e Rússia no último ano. A demanda pela bebida em mercados emergentes é Bureau de Inteligência Competitiva do Café Vol. 2, Nº 5 – 06/06/2013 Página | 11 www.icafebr.com Relatório Internacional de Tendências do Café reflexo do crescimento das classes médias, da urbanização e do aumento da renda populacional. De acordo com a OIC, esse mercado consumiu 27,9 milhões sacas de 60 kg de café em 2012, em comparação com 25,4 milhões no ano anterior. O consumo em mercados tradicionais caiu de 71,2 milhões sacas para 70,6 milhões no mesmo período. Analistas acreditam que os mercados emergentes se tornem responsáveis por 50% do consumo global de café em 2020, com o café instantâneo induzindo a ascensão. eficiência em bebida com café cereja, e serviços que disponibilizam aplicativos para aparelhos móveis. Uma tendência muito importante em quesito mundial é a inclusão da sustentabilidade nas estratégias de negócios. Muito dos produtos serão vendidos em embalagens recicláveis e biodegradáveis. Austrália Como em muitos países, o consumo de café na Austrália também aumentou de forma significativa. Além disso, estudos recentes mostram que os consumidores do país estão cada vez mais exigentes quanto ao tipo de café que estão bebendo. Houve uma mudança na preferência de café instantâneo para cafés gourmet preparados por baristas. Mesmo que o café instantâneo seja tradicionalmente um fator de comodidade e facilidade de preparação, principalmente no ambiente de trabalho, um relatório mostrou que entre junho de 2006 e junho de 2011, o número de australianos que comprou café instantâneo em um período médio de quatro semanas, caiu de 47% para 43%. Em comparação, houve um aumento no consumo de café coado que passou de 24% para 26%. Este declínio é mais evidente no ambiente de trabalho, pois os funcionários tendem a sair do escritório para consumir cafés preparados por baristas em cafeterias próximas. Essa tendência é favorável ao mercado de cafeterias móveis, as quais podem instalar suas unidades em locais de maior movimento. Como exemplo, a Australian International Mobile, dona da franquia Cafe2U, está desfrutando de popularidade sem precedentes, produzindo mais de seis milhões de cafés para seus clientes australianos a cada ano. Produção Investir na diferenciação do produto é uma boa estratégia para agregar valor e competir em mercados de nicho. A indústria do café comprou esta ideia e está investindo cada vez mais nos cafés certificados, o que cria uma oportunidade para os produtores. No entanto, há muito tempo é dito que a certificação acabará por se tornar o “padrão” do mercado. Embora ainda seja cedo para aceitar isso como fato, o uso cada vez maior de grãos certificados pelos grandes torrefadores pode ser uma barreira para cafeicultores que ainda não possuem algum selo. Dessa forma, investir em lavouras certificadas é estratégico para o Brasil. O cenário para o mercado de cafés especiais é incerto. A Colômbia ainda não se recuperou das sucessivas quebras de produção e haverá redução no volume de café colhido na América Central, embora os números ainda não sejam conhecidos. Isso poderia criar uma nova oportunidade para o Cereja Descascado brasileiro. Embora o Brasil seja líder mundial em tecnologias para a cafeicultura, o avanço não pode parar. Outros países estão investindo em pesquisa e logística, interessados em resolver problemas em suas cadeias produtivas. Alguns dos principais desafios para uma maior competitividade da cafeicultura nacional envolvem a agregação de valor através da industrialização, aumento do consumo interno aliado a uma melhoria da qualidade do produto ofertado e investimentos na qualificação dos cafeicultores. Tendências Segundo os profissionais da Associação de Cafés Especiais, existem cinco principais tendências para 2013: a inovação na experiência do consumidor e no preparo da bebida em casa, projeção de novos equipamentos e tecnologias que facilitam o envolvimento do barista com o consumidor, maior Voltar Menu Prospecção 5. INSIGHTS Indústria Embora ruim para os produtores, os baixos preços pagos pelos grãos tem se mostrado vantajoso para a indústria. Com os custos de aquisição de matéria-prima reduzidos, as torrefadoras passam a Bureau de Inteligência Competitiva do Café Vol. 2, Nº 5 – 06/06/2013 Página | 12 www.icafebr.com Relatório Internacional de Tendências do Café investir em infraestrutura e diversificação de produtos. Tais investimentos podem, no longo prazo, serem vistos com bons olhos pelos países produtores, uma vez que alavancam a expansão da oferta de produtos no mercado. Com a valorização dos preços, a indústria terá que manter o mesmo nível de fornecimento, remunerando melhor o produtor. Nesse contexto, ressalta-se a importância de se estabelecer uma estreita relação entre a produção e a indústria. A aproximação entre os elos pode trazer vantagens como a redução de incertezas quanto aos preços, melhor simetria de informações entre vendedor e comprador, eliminação de gastos com intermediários, programas de auxílio ao produtor, entre outras. Com a diversificação de produtos, observa-se que as torrefadoras estão buscando oferecer blends de excelente qualidade no mercado. Muitos dos novos blends lançados pela indústria internacional têm sido compostos de grãos arábicas brasileiros. Essa é uma interessante maneira de realizar o marketing do café brasileiro no mercado mundial. Quanto aos segmentos de mercado, o de monodoses permanece como o mais atrativo. Com a elevação da renda e o tempo cada vez mais escasso, o consumidor brasileiro parece ter reconhecido o valor da praticidade e qualidade, estando dispostos a pagar um valor mais elevado por produtos que ofereçam esses valores. Embora algumas empresas brasileiras já tenham se inserido no setor observa-se ainda a necessidade de novas entrantes no mercado nacional. Desse modo, as torrefadoras brasileiras deveriam se espelhar nas principais estratégias das companhias estrangeiras como forma de reduzir a incerteza e os riscos inerentes à entrada no segmento. Cafeteria O numero de pessoas que têm o hábito de beber café está aumentando, assim como a exigência desses consumidores em relação ao produto e ao ambiente das lojas. A procura está voltada para a qualidade e a segurança dos produtos e também para o tipo e o ambiente da loja. Desta Forma, a localização da loja nem sempre é o fator mais importante. Deve-se ter bastante atenção nos tipos de produtos a que serão vendidos, buscar cafés de qualidade superior, certificados e produzidos de forma sustentável, bem como rastreáveis. Isto proporciona maior segurança para o cliente em relação ao que será consumido. É vantajoso para os empreendedores focar seu investimento nas vontades do público alvo da companhia. Desta forma, a empresa precisa sempre manter contato com seus clientes, seja por e-mail, Facebook ou por quaisquer mídias sociais, para descobrir as tendências para o consumo, e assim, poder acompanhar os gostos dos seus clientes e disponibilizar promoções personalizadas para cada tipo de publico, conquistando a fidelidade do cliente à marca. É importante que os varejistas deste segmento de mercado, no país e no mundo, ofereçam serviços adicionais em seus estabelecimentos, como televisão, jornais, música, pagamento e carregamento móvel e internet wi-fi gratuita. Isto traz conveniência para os consumidores, fator que pode até mesmo aumentar o número de vendas. Muitas empresas também adaptam seus cardápios constantemente com produtos que estarão disponíveis por períodos determinados, como por exemplo, bebidas geladas no verão e produtos de café da manhã, almoço, café da tarde e jantar. Esta é uma ótima estratégia para as empresas atraírem clientes mesmo em horários e épocas de pouco fluxo. Foi comprovado que o café proporciona maior eficiência nas atividades diárias, principalmente no trabalho. Assim, muitas empresas incluem mini lojas de café no próprio ambiente de trabalho, para trazer mais comodidade ao funcionário. Isto é também vantajoso para o proprietário, já que eles se tornam mais produtivos. Além disso, esse ambiente estimula a comunicação entre os próprios funcionários, podendo discutir e desenvolver novas ideias. As cafeterias móveis, devido à comodidade de ter uma loja mais próxima dos consumidores e de baixo investimento, pode ser uma ótima alternativa para aqueles que querem entrar no mercado de café. Bureau de Inteligência Competitiva do Café Voltar Menu Vol. 2, Nº 5 – 06/06/2013 Página | 13 www.icafebr.com Relatório Internacional de Tendências do Café SOBRE O BUREAU FONTES O Bureau de Inteligência Competitiva do Café é um programa desenvolvido no Centro de Inteligência em Mercados (CIM) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) que objetiva criar inteligência competitiva e impulsionar a transformação do Brasil na mais dinâmica e sofisticada nação do agronegócio café no mundo. Apoiadores: Fapemig, Sectes, Seapa, Pólo do Café, INCT-Café e Ufla. ABS CNB News.com, Ahram online, AMEinfo.com, Bdaily Business New,Business Line, Digital Journal, EATER, Fast co.Create, Financial Times, Food Product Design, Fox Busines, Franchising.com, Huff Post Business, Huff Post Chicago, Information Week, Interactive Investor, Pad Gedget, People's Daily Online, PR Newswire, scotsman.com, Seeking Alpha, Slate, The Fiji Times Online, The Financial, The Sacramento Bee, Thorne Fazette, What's On Xiamen, Brandchanel, The Republics, Packaging World, Canada Newswire, The Telegraph, Bloomberg, SBWire, EQUIPE treehuger, The New York Times, Packaging Digest, Breaking Business, Live Trading News, China Retail News, BRW, Coordenador do Centro de Inteligência em Mercados: Prof. Dr. Luiz Gonzaga de Castro Junior. Shangaiist, 4-traders, Independent.ie; The Stanly News and Press; PR Carbon; The Motley Fool; eufaulatribune.com; News Center Fox 23; Latinos Post; Chicago Business, Coordenador do Bureau: Ms. Eduardo Cesar Silva. Cafepoint, Coffeebreak, ConilonBrasil. Equipe de Analistas: Elisa Reis Guimarães, Érica Aline Ferreira Silva, Felipe Bastos Ribeiro, Giselle Figueiredo Abreu, Larissa Carolina da Silva Viana Gonçalves, Pedro Henrique Abreu Santos, Stéphanie Lima. CONTATO O Bureau de Inteligência Competitiva do Café está disponível aos interessados em conhecer melhor as atividades desenvolvidas. Os contatos podem ser feitos por telefone, e-mail, correspondência ou presencialmente (com agendamento de visita). Endereço: Centro de Inteligência em Mercados, Departamento de Administração e Economia, Universidade Federal de Lavras, Bloco I – Campus Universitário. CEP: 37200-000. Telefone: (35) 3829-1443 E-mail: [email protected] Bureau de Inteligência Competitiva do Café Vol. 2, Nº 5 – 06/06/2013 Página | 14
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