Relatório Internacional de Tendências do Café

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Relatório Internacional de Tendências do Café
Relatório Internacional de
Tendências do Café
Vol. 1
1.
PRODUÇÃO
Cresce o interesse dos países
produtores em agregar valor ao produto. Em
diversas localidades são observadas
atitudes como o aumento da produção de
grãos especiais, o incentivo às exportações
de grãos torrados e moídos, atividades
estratégicas para promover as marcas de
café de cada país e o turismo rural em áreas
cafeeiras. O estimulo ao consumo da bebida
em países produtores também é observado.
A Rainforest Alliance informou a
existência de uma demanda crescente por
cafés certificados e que, atualmente, o
benefício financeiro líquido para os
participantes de seu programa de
certificação é de US$ 6,60 adicionais por
saca de café.
O Fair Trade anunciou que dois grupos
de pequenos cafeicultores independentes
alcançaram a certificação do Comércio
Justo. Como parte da iniciativa “Fair Trade
para Todos”, este programa piloto fornecerá
para 800 pequenos agricultores, na Costa
Rica e na Colômbia, o acesso às
oportunidades e benefícios da certificação,
que incluem: preços justos, condições
seguras de trabalho, relações diretas com os
compradores e a possibilidade de ganhar
prêmios de desenvolvimento comunitário
para
capacitar
e
melhorar
suas
comunidades.
Antes, os pequenos cafeicultores
independentes eram impossibilitados de
obter a certificação, por não serem
organizados em cooperativas formais. No
setor cafeeiro, o Fair Trade é uma
certificação direcionada aos pequenos
agricultores organizados em cooperativas,
enquanto que em outras cadeias produtivas,
como
arroz
e
algodão,
pequenos
agricultores independentes podem se
adequar à certificação.
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05 de novembro de 2012
Para eliminar essa inconsistência, a
certificação lançou o projeto Independent
Smallholders Standard (ISS), que cria um
caminho para os pequenos agricultores
escolherem suas próprias formas de
organização, e com o tempo, organizaremse em estruturas mais avançadas, como as
cooperativas.
A empresa Green Mountain Coffee
Roasters (GMCR) continua a reforçar o seu
compromisso com o comércio justo, como
parte de sua estratégia para se abastecer de
café sustentável. A organização foi
novamente
identificada
como
maior
compradora mundial de café Fair Trade
Certified TM em 2011 pelo Fair Trade USA,
quando adquiriu mais de 833,3 mil sacas de
café certificado com o selo Fair Trade para
sua unidade de negócios de Cafés Especiais
nos EUA.
Desde o início do envolvimento da
GMCR com o comércio justo e com o Fair
Trade USA em 2000, a organização
repassou mais de US$ 13 milhões em fundos
comunitários de prêmio de desenvolvimento
para os produtores de café. Recentemente,
a GMCR fez uma doação de US$ 550 mil
para o Fair Trade USA com a finalidade de
apoiar vários programas que valorizam a
consciência sobre o programa Fair Trade
Certified TM.
Nos últimos anos, diversos países
apresentaram aumentos significativos em
suas safras, como a Etiópia, Honduras e
Peru. Além deles, vários países africanos
pretendem ampliar sua produção nos
próximos anos. Caso todas as metas sejam
alcançadas, podem ocorrer elevações
consideráveis na oferta mundial. Além disso,
o interesse de tantos países em ampliar a
oferta pode indicar que eles estão se
tornando mais competitivos na produção do
grão, o que pode ser uma ameaça para a
produção brasileira no longo prazo.
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PROJETOS DESENVOLVIDOS PELO
Bureau de Inteligência Competitiva do Café
(icafebr) - programa para criar inteligência
competitiva e impulsionar a transformação
do Brasil na mais dinâmica e sofisticada
nação do negócio café no mundo. Que tem
como objetivo a geração e difusão de
Campo Futuro - programa idealizado pela
informações e tecnologias - Socialização do
Confederação da Agricultura e Pecuária do
conhecimento; elaboração de indicadores
Brasil (CNA) e o Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (SENAR) e executado
pelo Centro de Inteligência em Mercados
relevantes ao Setor; e, estruturar Bancos de
(UFLA). Consiste na geração de informações
Dados
estratégicas para a administração de riscos
de preços, de custos e de produção para o
cafeeiro
e
especificamente
construção de cenários para a cadeia
produtiva do café; criação de estudos
(CIM) da Universidade Federal de Lavras
setor
econômicos e sociais que permitam a
na
–
usuários:
Bureau
(estudos
e
relatórios), Academia (pesquisas científicas)
e Iniciativa Privada (pesquisas).
propriedade rural.
Programa de Apoio à Gestão Estratégica
(GEA) - serviço que leva aos produtores o
conhecimento necessário dos seus negócios,
propiciando
melhores
alcançarem
a
condições
rentabilidade
SERVIÇOS PRESTADOS PELO CIM
para
e
a
Para Cafeterias e Torrefadoras - estratégia
sustentabilidade. E que adicionalmente cria
de
indicadores
mercado,
que
as
instituições
–
posicionamento,
estudos
mapeamento
de
sobre
o
tendências,
Cooperativas, Associações, Governo, etc -
prospecção de novos mercados, perfil do
podem
consumidor, estratégias para mídias sociais.
utilizar
como
instrumento
sem
precedente na construção de suas AÇÕES.
A proposta do GEA é trabalhar com grupos
Para as Empresas Rurais - treinamentos em
de produtores que possuam alguma forma
custos de produção, fluxo de caixa e
de centralização de dados.
mercado futuro; estratégias para agregação
de valor ao café: mercado de cafés
Modelo GEA
especiais, torrado e moído e cafeterias.
Para
as
Cooperativas,
Associações
e
Indústria – todos os serviços citados acima.
Contato: (35) 3829-1443
[email protected]
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AMÉRICA CENTRAL
rastreabilidade do produto. Como resultado
final, a empresa espera, considerando a
crescente demanda por cafés de qualidade,
melhorar a qualidade de seus produtos.
México
Através da certificação Fair Trade, os
produtores de café de Chiapas, que fazem
parte das cooperativas de café, têm sido
capazes de reduzir a pobreza. Para apoiar
ainda mais o desenvolvimento social,
ambiental e econômico dos pequenos
agricultores de café na região, o Fair Trade
tem colaborado com a Progreso, uma
organização
que
apoia
pequenos
agricultores no mundo todo, em um
programa para ajudar as cooperativas
locais.
Os principais problemas observados, e
que
serão
trabalhados,
são:
comercialização, melhoria da produtividade
e qualidade e acesso a financiamentos. O
projeto foi viabilizado com recursos da
Fundação DOEN, da Fundação WK
Kellogga e da Fundação Rabobank, e terá
duração de três a quatro anos.
Por enquanto, nove cooperativas de
café da região vão participar do programa.
O plano também ajudará pelo menos cinco
cooperativas a se adequarem para obterem
a certificação Fair Trade.
Indonésia
O Governo indonésio espera que os
cafeicultores em todo o país aumentem a
produção de café arábica para suprir a
crescente demanda mundial. O café robusta
representa 80% da produção de café da
Indonésia e é exportado para os EUA, Japão
e Alemanha. Uma vez que os grãos desta
espécie possuem menores preços no
mercado internacional, quando comparados
aos grãos da espécie arábica, o Governo
espera que 30% das exportações anuais de
café sejam da espécie arábica, cerca de
3,33 milhões de sacas, a partir de 2020.
Para atingir essa meta, a partir deste ano o
Governo
pretende:
a)
incentivar
financeiramente
os
cafeicultores
a
renovarem e melhorarem suas lavouras e a
aumentarem a qualidade do produto; b)
estimular a comercialização de café torrado,
moído e embalado, e; c) promover parcerias
entre os cafeicultores e as empresas do setor
cafeeiro.
Uma das medidas já anunciadas pelo
Governo do país será a distribuição de cerca
de 5 milhões de sementes de café, como
parte de seu Programa de Revitalização do
Café na província de Aceh, Sumatra do
Norte, Java Oriental, Bali e Papua. Desde
2002 o Governo tem ajudado os produtores
de café em todo o país na tentativa de
melhorar a qualidade de seus cafés e os
programas de marketing.
Além de exportar café de qualidade, o
país pretende explorar a oportunidade de
desenvolvimento do mercado interno de
café. A população da Indonésia possui mais
de 240 milhões de pessoas, o que significa
um enorme potencial para o aumento do
consumo doméstico. Embora não existam
dados oficiais, o consumo de café na
Indonésia é baixo, estima-se que seja de 1
kg per capita, enquanto a média mundial é
de 0,8 kg.
Outra oportunidade que o país tem
explorado é o turismo cafeeiro. Em
Honduras
O Ministério do Turismo e o Instituto do
Café de Honduras (IHCAFE) firmaram um
acordo para incentivar os hotéis e os
restaurantes do país a utilizarem apenas
cafés de alta qualidade. Com a parceria,
será oferecido aos turistas, nacionais e
estrangeiros, o mesmo café servido em
competições internacionais, a fim de
incentivar o consumo do café hondurenho.
ÁSIA
Vietnã
A Nestlé planeja aumentar suas
compras diretas de café dos agricultores
vietnamitas. A empresa pretende, em até
cinco anos, comprar cinco vezes mais café
diretamente do cafeicultor. A intenção é a
redução de intermediários, com a compra
direta dos cafeicultores, o que possibilitará o
aumento de suas rendas e também a
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Kintamani e outras áreas produtoras de café
em Bali, o agroturismo tem se desenvolvido.
O objetivo é apresentar aos turistas de
diversos países a cafeicultura local.
As regiões também têm reforçado a
necessidade de aumento na produção. O
objetivo é reforçar a meta que o país tem de
produzir 10 milhões de sacas de 60 quilos de
café, até 2015. Atualmente, o país produz
cerca de três milhões de sacas. Com isso, a
meta parece distante.
Índia
A falta de mão de obra para o setor
cafeeiro força a Índia a planejar o
investimento de cerca de US$ 185 milhões
nos próximos cinco anos para melhorar a
mecanização nas áreas cafeeiras.
A Associação de Agricultores de
Karnataka (KPA) enfatizou que a escassez e
o alto custo da mão de obra são os maiores
gargalos para o sucesso do 12º Plano
Quinquenal* (2012-2017), por isso a
mecanização das áreas cafeeiras é
prioridade para o setor cafeeiro. A KPA
solicitou ao Governo o aumento dos
subsídios e a criação de novos programas
para auxiliar os produtores, as cooperativas
e o setor corporativo.
*A economia indiana é baseada em planos
com duração de cinco anos.
ÁFRICA
Uganda
O país possui planos ambiciosos para
a produção de café. Nesse sentido, a ação
definida pela Uganda Coffee Development
Authority (UCDA) com a finalidade de
aumentar a produção de café é a
contratação de um produtor comercial que
viabilizará dois milhões de mudas de café
que serão distribuídas em regiões produtoras
em todo o país. As mudas serão obtidas a
partir de plantas de café resistentes a
doenças, como a murcha de café, uma das
maiores ameaças à produção em Uganda.
O presidente do país, com o intuito de
contribuir com o aumento na produção no
distrito de Kalungu, na Sub-região de
Masaka, prometeu uma doação de um
milhão de mudas de café. A doação foi
anunciada durante o lançamento da
Campanha para o Cultivo de Café e na
ocasião já foram distribuídas 10 mil mudas,
fornecidas
pela
Autoridade
de
Desenvolvimento do Café de Uganda para
os agricultores da região.
Tanzânia
O país espera gerar mais de US$ 200
milhões com as exportações de café nesta
safra. Isto se deve ao aumento na produção
que passou de 550 mil sacas de 60 quilos
no ano de 2011, para 916,6 mil sacas em
2012.
O aumento na produção pode ser
atribuído às condições climáticas favoráveis
que permitiram o bom desenvolvimento da
produção de café, em comparação ao ano
de 2011. A introdução de novas cultivares de
café em novas áreas de produção pelo
Tanzania Coffee Research Institute (TaCRI),
também
contribuiu
para
aumentar
significativamente a produção. Além do
amadurecimento
precoce
e
maior
produtividade, as novas variedades de café
também são resistentes a doenças, como a
Coffee Berry Disease (antracnose). Muitas
iniciativas estão sendo realizadas para
estimular e melhorar a atividade cafeeira do
país. Um exemplo disso é a ESSAB Tanzania
Limited, que pretende produzir e doar 100
mil mudas de café para centenas de
agricultores no Distrito de Tarime, na região
de Mara. As novas cultivares possuem
rendimentos superiores às tradicionalmente
usadas e são resistentes a doenças, como a
Coffee Berry Disease.
Outra entidade que também contribuirá
para o desenvolvimento da cafeicultura do
país é a MARA Café Limited, na Região de
Mara, que para expandir o cultivo de café
na região distribuirá 150 mil mudas de café
para centenas de agricultores em Tarime, em
colaboração com o TaCRI. A empresa até
agora já doou cerca de dois milhões de
mudas de café aos agricultores, o que
proporcionou o aumento da produção de
café na região de 6,6 mil sacas de café em
1995 para 38,3 mil em 2012.
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Além das diversas iniciativas para o
aumento da produção, o estimulo ao
consumo de café no país, tem sido
observado. O Tanzânia Coffee Board (TCB)
tem
incentivado
os
tanzanianos
a
aumentarem o consumo de café, em uma
iniciativa para aumentar a taxa nacional de
consumo da bebida, que é atualmente de
7% da produção anual. A estratégia
utilizada pelo diretor-geral da TBC para
atingir este objetivo é a difusão do
conhecimento dos benefícios que a bebida
faz a saúde.
AMÉRICA DO SUL
Brasil
A busca pela qualidade do café e seus
benefícios é um mercado que cresce cada
dia mais no país, e tem potencial de
expansão. Segundo os dados da Associação
Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), a
quantidade de propriedades cafeeiras
certificadas no Brasil é superior a 35 mil, o
que representa 10% do total. Há 10 anos,
esse número era de apenas 400
propriedades. Esta mudança é importante
porque o processo de certificação inclui a
qualificação pessoal e profissional dos
envolvidos na cadeia produtiva do café,
além de incluir os produtores e os cafés
brasileiros em um nicho de mercado cada
vez maior e mais exigente.
O Conselho Nacional do Café (CNC),
ciente de que o avanço das certificações e a
melhoria da qualidade são tendências
irreversíveis por parte dos mercados
consumidores, inseriu em sua proposta de
orçamento a disponibilização de recursos
para desenvolver projetos e programas que
estimulem as certificações das propriedades
e dos cafés.
As cooperativas de café do Brasil
também têm focado no nicho de cafés com
qualidade superior. A Minasul criou em 2011
o seu Departamento de Cafés Especiais,
com potencial para trabalhar com 200 a
300 mil sacas de café ao ano.
As diversas ações para estimular a
produção de cafés de qualidade no Brasil
são reconhecidas em outros países. A
República de San Marino, através de seu
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Consulado Geral em São Paulo, atua
intensamente para divulgar os Cafés
Especiais do Brasil na Europa. Com apenas
25 mil habitantes, mas que recebe mais de 3
milhões de turistas por ano, apresenta a
terceira melhor renda per capita da Europa.
O Cônsul visitou o Brasil e conheceu
mais sobre a rastreabilidade dos cafés. Além
das certificações e da qualidade, a
rastreabilidade com código de barras e
código QR representa um diferencial que
interessa ao mercado internacional, e
especialmente ao projeto de Cafés Especiais
Sammarinese.
A
possibilidade
da
exportação direta para países da Europa é
para os pequenos e médios produtores uma
oportunidade de negócios. A República de
San Marino deseja ser um polo difusor da
excelência dos cafés especiais brasileiros.
Minas Gerais
O Fundo Multilateral de Investimento
(Fumin), do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID), e a Associação
Hanns Neumann Stiftung investirão US$ 4,2
milhões para apoiar a cafeicultura familiar
em 11 municípios do sul e do leste de Minas
Gerais. O total dos recursos investidos será
doado, sendo US$ 1,9 milhão do Fumin e
contrapartida de US$ 2,3 milhões da
Associação Hanns R. Neumann Stiftung.
Aproximadamente
quatro
mil
agricultores familiares serão beneficiados.
Eles
receberão
capacitação
para
implementar
melhores
práticas
no
processamento da colheita, pós-colheita,
controle da qualidade e identificação de
oportunidades de mercado.
Colômbia
Entre janeiro e agosto de 2012, o país
renovou 74.338 hectares de café, que
correspondem a uma área 1,8% maior do
que no mesmo período de 2011, segundo
dados da Federação Nacional dos
Cafeicultores da Colômbia (Federacafe). A
Federação prevê que, ao final de 2012, a
área renovada supere os 117 mil hectares de
café renovados em 2011.
Estima-se que o número total de mudas
de café plantadas em 2012 supere 401
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milhões,
dos
quais
379
milhões
correspondem a cultivares resistentes ao
fungo causador da ferrugem e com maior
capacidade de tolerar as adversidades
climáticas. O ciclo produtivo destas lavouras
se iniciará em 2014. Atualmente, o país
alcançou 50% de sua área produtiva com
cafezais resistentes à ferrugem, valor
superior ao dobro da área resistente ao
fungo em 2008.
O total das renovações é resultado do
programa PSF (Programa Permanência,
Sustentabilidade
e
Futuro)
e
dos
investimentos realizados pelos cafeicultores.
Aproximadamente 28% dos 74.338 hectares
renovados nos oito primeiros meses foram
beneficiadas pelo PSF.
Além do aumento do parque cafeeiro
resistente a ferrugem, também cresceu a
área com o cultivo de cafés destinados à
produção
de
grãos
especiais.
Aproximadamente 23% dos 563 mil
cafeicultores colombianos produzem grãos
categorizados como “especiais”. Hoje, dos
921 mil hectares plantados com café no país,
pelo menos 40% (370 mil hectares) estão
dedicados à produção de cafés especiais.
Espera-se que esse volume tenha um
incremento de mais de 100 mil hectares,
atingindo 50% da área cafeeira do país.
No mercado internacional, 71% das
exportações da Federação Nacional dos
Cafeicultores da Colômbia (Fedecafé) são
de cafés especiais, com alto valor agregado
(processados e industrializados), que
totalizam 1,6 milhão de sacas, do total de
2,3 milhões embarcadas pela Federação.
Contudo, a queda na produção de
café, que o país presencia há alguns anos,
criou um cenário oportuno para os países
produtores de café da América Central. A
produção de café da Colômbia, em 2011,
totalizou 7,8 milhões de sacas 60 kg em
comparação com 12,5 milhões em 2007. No
mesmo período, o Peru aumentou a sua
produção de café de qualidade superior em
80%, para 5,4 milhões de sacas, enquanto
Honduras registou um aumento de produção
em 18%, para 4,5 milhões de sacas.
2. INDÚSTRIA E VAREJO
Indústria
A indústria do café tem se mostrado
cada vez mais importante para o mercado
global. Tal importância se deve a evolução
que os torrefadores tiveram ao longo dos
anos em produzir e vender café.
Para
que
essa
evolução
se
concretizasse, foram necessárias avaliações
sobre os desejos e as necessidades dos
consumidores. Há alguns anos, as pessoas
consumiam café apenas em cafeterias ou em
seus lares, limitando-se a sistemas de
preparo simples, mas com o aumento do
consumo do café, os torrefadores ampliaram
seu portfólio de produtos.
Com a chegada das máquinas de café
em dose única, a forma de se consumir café
mudou drasticamente. As novas máquinas
destinadas a escritórios e casas fizeram com
que empresas como a Green Mountain
Coffee Roaster se tornasse uma das mais
importantes torrefadoras dos Estados
Unidos, graças ao lançamento das cápsulas
K-cups. Ademais, com o mercado global do
café sofrendo constantes atualizações,
indústrias alimentícias e eletrônicas, como
Philips
e
Electrolux,
aderiram
às
torrefadoras, a fim de conquistar essa
crescente fatia do mercado, principalmente
no segmento de monodoses.
O mercado de monodoses está entre os
mais importantes para os torrefadores e
consumidores. A venda de cápsulas foi um
dos setores que mais cresceu nos últimos
anos. Tal fenômeno fez com que empresas
que até então não estavam presentes
diretamente nesse mercado, entrassem na
competição, como aconteceu com a
Starbucks com o lançamento da cafeteira
Verismo.
A popularidade do sistema de café em
dose única também está ganhando força em
países como o Brasil. O país pode se tornar
o maior consumidor de café do mundo, mas
apenas 5% dos consumidores possuem
máquina de espresso em casa. A expansão
do mercado de café em dose única no Brasil
pode estar prestes a se tornar realidade nos
próximos anos.
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Varejo
As grandes redes de cafeterias buscam
aumentar sua competitividade nos mercados
em que atuam, seja renovando seus
programas de fidelidade ou inaugurando
formatos de lojas inovadoras, como as popups, chamando a atenção dos consumidores
e diferenciando sua marca das concorrentes.
Espera-se um aumento de consumo de
café nos países em desenvolvimento com
elevado número populacional, crescimento
da classe média e poder aquisitivo da
população, além de maior aceitação de
hábitos de consumo ocidental, como a Índia
e a China. Estes e outros fatores tornam estes
países os principais destinos de expansão de
empresas atuantes no segmento de
cafeterias e varejo.
Apesar disto, pesquisas revelaram
certo pessimismo dos indianos em relação à
situação econômica do país, o que pode
afetar a inserção e o sucesso de diversas
companhias no país, uma vez que este
receio pode aumentar a tendência da
população em poupar dinheiro para se
proteger de crises financeiras.
Como os jovens são os principais
responsáveis pelo aumento do consumo da
bebida em todo o mundo, as principais
estratégias das redes de cafeterias são
voltadas para este público, incluindo a
utilização de redes sociais e fornecimento de
serviços adicionais como internet gratuita e
diferentes formas de pagamento. Para isso,
firmam parcerias com companhias de
expertise tecnológica.
É tendência também a oferta de
bebidas com adição de álcool nestes
estabelecimentos, já que se intenciona
aumentar o tráfego de consumidores em
horários tradicionalmente mais lentos, como
a tarde e a noite.
O consumidor torna-se cada vez mais
exigente quanto à qualidade e sabor do
produto consumido, mas também quanto aos
benefícios trazidos por este à sua saúde e
também à forma como foi produzido, se
envolveu
princípios
éticos
e
de
sustentabilidade. Por isto, produtores e
indústria buscam se adaptar a estas
tendências e fornecer produtos de acordo
com as novas exigências deste consumidor.
Cresce também a exigência em torno
de fatores como conveniência e praticidade,
motivo pelo qual diversas companhias
investem na instalação de máquinas de
venda automática de café gourmet. Estas
máquinas podem ser instaladas em locais
com elevado tráfego de consumidores, como
universidades,
centros
comerciais,
supermercados ou postos de gasolina,
auxiliando também na divulgação da marca.
Green Mountain
Indústria
A Green Mountain Coffee Roasters
(GMCR) anunciou uma nova tecnologia que
será implantada nas máquinas de café
Keurig Vue. O sistema permitirá ao usuário
controlar todo o processo de preparo do
café. A nova tecnologia proporciona o
manejo da pressão, da temperatura e da
quantidade de café na hora do preparo.
De acordo com a GMCR, a nova
tecnologia é um grande diferencial entre os
concorrentes, pois deixa o consumidor
preparar o próprio café, que de acordo com
as
diferentes
customizações,
poderá
apreciar uma nova experiência a cada
xícara.
Além disso, a GMCR entrou em acordo
com a rede de supermercados Supervalu
Inc, uma das marcas do grupo Jewel-Osco.
A rede varejista anunciou a fabricação de
suas próprias cápsulas compatíveis com as
máquinas da linha Keurig.
Mr Coffee
Indústria
A companhia Norte-Americana Mr.
Coffee anunciou o recall de mais de
600.000 cafeteiras, 520.000 unidades nos
Estados Unidos e 80.700 unidades no
Canadá. De acordo com os relatos dos
consumidores que sofreram queimaduras na
região do rosto, o recipiente que armazena
água quente, em razão da alta pressão,
estava espirrando café na pele das pessoas,
ocasionando queimaduras graves. A
companhia
Mr.
Coffee
alerta
aos
consumidores para a devolução do produto.
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Entretanto, devido às ocorrências com
as máquinas de café da companhia Mr.
Coffee, a Green Mountain Coffee anunciou
que as máquinas Keurig não estão
envolvidas
nos
incidentes.
O
pronunciamento se deve ao fato da empresa
Jarden Corporation (JCS), uma subsidiaria
da Green Mountain, fabricar as cafeteiras
da marca Mr. Coffee.
De acordo com a GMCR, as máquinas
Keurig não fazem parte da montadora JCS.
O envolvimento entre JCS e a GMCR
acabou ocasionado um mal entendido, que
poderia gerar dúvidas a respeito da
qualidade das máquinas Keurig. De acordo
com a Green Mountain, o recall das
cafeteiras da companhia Mr. Coffee não
interferirá nas vendas dos produtos Keurig.
Cafection Inc.
Indústria
A Cafection Inc. divulgou a primeira
cafeteira interativa, que funciona conectada
diretamente a internet. A nova máquina de
café apresenta alta tecnologia, que
proporciona um maior envolvimento com o
consumidor, além da praticidade. Tais
benefícios incluem a tela touchscreen que
proporciona melhores opções de escolhas e
customização no café. Além do mais, a nova
máquina é de alta eficiência, utilizando o
máximo da capacidade no preparo das
bebidas, evitando o desperdício de matériaprima.
A companhia Cafection Inc. é uma das
maiores fabricantes e fornecedoras de
máquinas de café dos Estados Unidos e
Canadá. Ademais, a Cafection é mais uma
empresa a aderir à sustentabilidade na
produção de suas máquinas, utilizando
matérias primas biodegradáveis.
...a tecnologia roast2cup, que
após a torrefação, mantém o
máximo de frescor dos grãos de
café dentro da embalagem.
Brooklyn Roaster
Indústria
A
companhia
Brooklyn
Roaster
anunciou, em parceria com a Green
Mountain Coffee, o lançamento de 12 novos
blends e cápsulas compatíveis com as
máquinas de café Keurig. Os novos produtos
contam com a tecnologia roast2cup, que
após a torrefação, mantém o máximo de
frescor dos grãos de café dentro da
embalagem. Os grãos utilizados são 100%
arábica.
A Brooklyn Roaster é originaria de
Nova Iorque e atua na região do Brooklyn.
Os grãos utilizados pela torrefadora
possuem padrões de qualidade Fair Trade,
Rainforest Alliance e o certificado orgânico
de sustentabilidade.
Eden Springs
Indústria
A companhia polonesa Eden Springs,
recentemente, anunciou a expansão do seu
portfólio de produtos à base de café. Em
parceria com a Lavazza, o café Edenissimo
será vendido em Luxemburgo e na Suíça. A
linha Edenissimo já tinha sido lançada em
maio de 2012 na Espanha e está disponível
nas opções de blends e cápsulas.
A companhia Eden Springs foi fundada
em 1982 na Polônia e está sediada na Suíça.
A Eden Springs se tornou conhecida e de
importante papel no mercado suíço de
águas
engarrafadas
e
máquinas
purificadoras para escritórios e casas. Em
2008, a companhia Eden Springs em
parceria com a Lavazza Coffee anunciou a
entrada no mercado de café com a linha de
produto Edenissimo.
Nestlé
Indústria
A Nestlé investiu na construção de um
novo centro de compras e uma unidade de
beneficiamento em Dak Lak, região de maior
produção de café do Vietnã. Além do mais,
uma nova planta industrial, capaz de
produzir café solúvel, será finalizada até o
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mês de novembro/2012 onde serão
investidos
aproximadamente
US$270
milhões. A segunda fase de ampliação da
fábrica ficará para o próximo ano, dando
continuidade
à
produção
de
café
... o objetivo é tornar o projeto de
reciclagem cada vez maior,
comum e de fácil acesso à
população, deixando-o tão
simples quanto consumir uma
cápsula de café com qualidade.
atua já possuem esse sistema. De acordo
com a Nestlé, além de reduzir os custos na
fabricação, o objetivo é tornar o projeto de
reciclagem cada vez maior, comum e de
fácil acesso à população, deixando-o tão
simples quanto consumir uma cápsula de
café com qualidade.
DE Master Blenders
descafeinado, que será destinado ao
mercado externo. Como resultado dos
investimentos e da ampliação das indústrias
no Vietnã, os grãos adquiridos dos
produtores
locais
poderão
ser
industrializados na própria região. Assim, a
companhia suíça teria um corte de gastos em
processos de manufatura e logística,
podendo repassar a diminuição do preço no
produto final, sem afetar a qualidade.
Além dos investimentos em países
asiáticos, a companhia suíça também se
compromete cada vez mais com a
sustentabilidade. Para isso, a Nestlé
implantará um novo sistema de reciclagem,
uma iniciativa junto às empresas que fazem
parte da International Union of Conservation
of Nature,
no congresso do World
Conservation, realizado em Jeju na Korea do
Sul.
De acordo com a Nestlé a utilização do
alumínio é fundamental na produção das
cápsulas na linha Nespresso. Para manter o
padrão de qualidade, a empresa encontrou
uma maneira onde será possível recuperar
75% das cápsulas utilizadas. A reciclagem
não é apenas um padrão adotado para
proteger o meio ambiente, mas também uma
maneira de reduzir os custos na fabricação
dos produtos, em razão dos altos gastos de
energia na produção do alumínio.
A Nestlé conta com o sistema de
reciclagem que teve início em 1991 na Suíça.
Atualmente, 20 países em que a torrefadora
Indústria
A DE Master Blenders desenvolveu uma
nova máquina de café. Há alguns anos a
então Sara Lee, em parceria com a Philips,
desenvolveu sua própria cafeteira, a Senseo.
Atualmente, a DE Master Blends lançou
novos modelos no mercado, de nome
Sarista, também produzidas pela Philips. O
nome Sarista foi selecionado a partir da
mistura entre as palavras barista e a marca
Senseo. As novas máquinas funcionam com
um novo tipo de refil de café, com grãos
torrados. São recipientes de vidro fechados
à vácuo e com os grãos torrados
acondicionados em seu interior. Ele é
encaixado na máquina, que mói e prepara
as bebidas na hora. A intenção é oferecer
praticidade e qualidade ao consumidor. O
preço das novas cafeteiras também será
atrativo, situando-se na média do mercado
europeu, aproximadamente US$ 320. Já o
valor de cada refil, será mais acessível, 24
centavos de euro contra 35 centavos de euro
das cápsulas Nespresso.
Imagem: Divulgação
De acordo com a companhia
holandesa, o objetivo é se tornar o segundo
maior torrefador do mundo, ultrapassando a
Kraft Foods. A diferença de mercado entre
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as duas companhias ainda é grande. A DE
Master Blenders conta com uma parcela de
5.9% do mercado global do café, enquanto
a Kraft mantém a segunda posição com 13%
e a Nestlé com a primeira colocação, 23%.
Diante disso, para tomar espaço entre
os concorrentes, a DE Master Blenders
inovará
o
portfólio
de
produtos,
principalmente em território europeu,
oferecendo grãos com maior qualidade e
frescor, como faz a americana Starbucks. A
companhia holandesa disponibilizará as
novas cafeteiras na Europa, em lojas de
eletrônicos e varejo.
Starbucks
Indústria
A Starbucks está em busca de novas
oportunidades e para isso a empresa
planeja ampliar o nicho de mercado em que
atua. Como parte do plano, a Starbucks irá
estender a implantação das suas vending
machines em aeroportos, escritórios e postos
de gasolina.
De acordo com a empresa, a qualidade
do café oferecido nas vendings machines
terá certificação Fair Trade, oferecendo
grãos com o máximo de frescor e com
processamento
instantâneo,
após
selecionado o pedido, mantendo o padrão
de qualidade próximo ao das cafeterias
Starbucks.
Pelo lado do single cup, a máquina
Verismo possui sistema patenteado, onde o
leite utilizado nas cápsulas é o mais fresco
possível, tendo similaridade ao das lojas.
Além da qualidade oferecida nas cápsulas,
a Starbucks irá disponibilizar a cafeteira nas
cores preta e vermelha e também com
preços similares aos concorrentes, variando
de US$ 199 para modelos mais simples a
US$ 399 para o modelo mais completo.
Assim, com as novas máquinas e o sistema
das cápsulas de leite, a Verismo intensificará
a concorrência entre os fabricantes de café
em dose única, devido à exclusividade da
tecnologia e do produto.
Com o lançamento da Verismo, a
Starbucks e a Green Mountain (GMCR)
podem ter problemas com as parcerias feitas
no passado, em razão de acordos entre os
dois torrefadores. Este ano a Starbucks
passou a fornecer maior quantidade de
grãos de cafés especiais e a fabricar as
cápsulas K-cups para as cafeteiras Keurig e
Vue da GMCR. Com a entrada da Verismo
no mercado global do café, a Green
Mountain já obteve queda nas ações e no
futuro também poderá perder grande
parcela do mercado, visto que a Starbucks é
um dos maiores torrefadores norte
americano.
Varejo
A companhia anunciou planos de
instalar milhares de máquinas de venda
automática de café (vending machines) no
Reino Unido, forma de concorrer com as
máquinas Costa Express de sua maior rival
no país, a Costa Coffee. Inicialmente as
unidades serão instaladas em lojas da
Sainsbury’s, terceira maior rede de
supermercados do país. Além das lojas da
Sainsbury’s, os postos de gasolina também
são locais visados pela companhia para
instalação destas máquinas, devido ao
intenso tráfego de consumidores.
As máquinas disponibilizarão 280
combinações de drinks, que serão
preparados em menos de um minuto. Os
designers da marca buscaram proporcionar
maior interatividade e diversão durante o
uso do serviço, utilizando gráficos atrativos e
tela “touch screen”, além de disponibilizar
um jogo para o cliente enquanto aguarda
sua bebida.
A empresa é criticada por sua lenta
expansão
no
continente
europeu,
responsável por parte significativa do
consumo mundial de café. Para corrigir esta
falha, lançou o programa “Starbucks
Renaissance Plan” (Plano de Renascimento
da Starbucks). Atualmente, a receita anual
da divisão europeia da Starbucks, que
também inclui a África e o Oriente Médio, é
de 8,5%. Com a expansão planejada,
espera-se que este percentual atinja os 12%.
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The Coffee Bean & Tea Leaf
Varejo
A rede de cafeterias americana The
Coffee Bean & Tea Leaf firmou parceria com
de bebidas a base de café e também a
lanches saudáveis como iogurtes, frutas e
barras de granola.
...o carregamento sem fio proporciona
grande conveniência ao consumidor, que não
precisará se preocupar com os baixos níveis
de bateria de seu smartphone.
a Nokia para disponibilizar recarga sem fio
para os celulares da marca em seus
estabelecimentos nos EUA. A Nokia instalará
placas de carregamento sem fio em
unidades espalhadas por todo o país,
especialmente em áreas metropolitanas.
Segundo Jo Harlow, “a parceria destaca o
compromisso da Nokia em fazer o
carregamento sem fio tão onipresente
quanto o Wi-Fi é hoje”.
O acordo também inclui o lançamento
conjunto de aplicativos compatíveis com os
smartphones
da
companhia
de
telecomunicações, incluindo localizador de
lojas da The Coffee Bean & Tea Leaf,
informações de contato, seleções de
bebidas e outros conteúdos interativos da
rede de cafeterias.
Como as cafeterias são locais com
elevado tráfego de consumidores, buscando
um ambiente para trabalho, lazer ou
descanso, são locais estratégicos para
instalação deste tipo de tecnologia. Assim
como a oferta de internet gratuita nas lojas,
o carregamento sem fio proporciona grande
conveniência ao consumidor, que não
precisará se preocupar com os baixos níveis
de bateria de seu smartphone.
Segundo a empresa, as máquinas são
próprias para instalação em locais como
escritórios, hospitais e parques empresariais,
e atendem à demanda por conveniência e
praticidade, fornecendo produtos de
qualidade, com rapidez e em locais
estratégicos para um grande número de
consumidores.
Fresh Healthy Vending
Varejo
A empresa líder em máquinas de venda
automática de produtos saudáveis nos EUA
lançou sua linha de máquinas de café
gourmet. Por meio dessas máquinas, o
consumidor terá acesso a grande variedade
Magnata Coffee Bar
Varejo
A primeira rede de cafeterias
inteiramente angolana, que opera seus
negócios por meio de franquias, investirá
US$ 43 milhões para atrair empresários que,
atualmente, atuam no setor informal. A
Tim Hortons
Varejo
Em pesquisa realizada com redes de
restaurantes e fast-food nos EUA pela
empresa de pesquisa Zagat, a Tim Hortons
foi considerada a quinta melhor empresa nos
quesitos “bebida rápida”, melhor decoração
e melhor serviço. A melhora em comparação
à mesma pesquisa realizada no ano anterior
foi significativa: na última edição, a
companhia ficou em 22º lugar.
A rede canadense, que possui 734
lojas nos EUA, ficou atrás apenas da
Culver’s, Peet’s Coffee & Tea, Rita’s Italian
Ice e da Caribou Coffee. A companhia
inaugura em média 69 novos restaurantes
em seu país de origem por ano, enquanto
nos EUA este número chega a 28
unidades/ano.
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intenção é fornecer recursos técnicos,
financeiros, materiais e humanos para o
desenvolvimento do país.
O Grupo Magnata pretende operar
600 quiosques no país, criando entre
16.000 e 20.000 empregos diretos e
indiretos. Para isto, cederá a utilização da
marca da companhia e suporte técnico,
recebendo em contrapartida um valor entre
US$ 35.000 e US$ 60.000 em cinco anos
de seus franqueados.
EUA
Varejo
Segundo pesquisa realizada pela
IBIsworld.com, o segmento de cafeterias nos
EUA deve gerar 27,8 bilhões de dólares em
receita no ano de 2012 e experimentar
crescimento em torno de 4% ao ano até
2017. Estes são dados animadores, tanto
para as grandes redes de cafeterias quanto
para pequenos proprietários, mas a
empresa de consultoria Wise Business
destaca a importância de três fatores para o
sucesso da cafeteria: ambiente, localização
e atendimento ao cliente.
Para a empresa, o café ou lanches
de qualidade não bastam para tornar o
cliente
frequentador
regular
do
estabelecimento: é importante fornecer um
ambiente acolhedor. A localização deve ser
estratégica, localizada em pontos com alto
tráfego de consumidores, já que o lucro
obtido neste tipo de negócio se deve
também ao elevado volume de vendas. O
bom atendimento ao consumidor não deve
nunca ser negligenciado, já que esse tem a
capacidade de fidelizar o cliente e pode ser
o ponto chave para o sucesso da empresa.
Como exemplo, tem-se a Suíça, país
onde a Nespresso é muito popular. Segundo
a Organização Internacional do Café (OIC),
o consumo per capita no país em 2011 foi de
8,2 kg, redução de 11% em comparação
com 2008, quando os valores eram de 9,2
kg/habitante.
Contudo, devido à praticidade e
conveniência deste formato, espera-se que
após esta fase inicial o formato proporcione
na verdade um aumento de demanda. Em
alguns países da Europa o consumo de
cápsulas cresce a taxas significativas, caso
da Alemanha, onde esta taxa superou os
30% ao ano nos últimos cinco anos.
Nos
Estados
Unidos,
pesquisa
realizada pela Harris Interactive revelou os
profissionais que mais consomem café,
sendo aqueles ligados à preparação de
alimentos os primeiros colocados, seguidos
pelos cientistas. O estudo revelou também
que dos 4.152 entrevistados, 63% afirmam
beber duas xícaras de café por dia,
enquanto 28% dizem consumir três
xícaras/dia.
Além
disto,
62% dos
entrevistados entre 18 e 24 anos afirmam se
sentir menos produtivos quando não
consomem a bebida, enquanto entre
aqueles de 25 a 34 anos esta taxa atinge
58%. Quando se leva em conta o gênero,
47% das mulheres fazem esta afirmação,
enquanto entre os homens esta taxa é de
40%.
Do ponto de vista geográfico, o CentroOeste e o Oeste do país ficaram em último
lugar quanto ao consumo da bebida, com
51% dos entrevistados consumindo pelo
menos uma xícara de café ao dia. A região
Norte foi a melhor colocada, com 64% dos
respondentes fazendo a mesma afirmação.
3. CONSUMO
Para especialistas da indústria do café,
a expansão da tecnologia de cápsulas e
doses únicas pode reduzir, em um primeiro
momento, a demanda por café arábica em
até 5%. Isto ocorreria porque este formato
reduz o desperdício da bebida, já que se
prepara efetivamente apenas o que será
consumido.
India
Na Índia, o consumo de café cresceu
3% no último ano, atingindo 1,76 milhão de
sacas de 60kg, em comparação a 2010, de
acordo com a Organização Internacional do
Café (OIC). Ainda segundo a OIC, o
consumo da bebida no país cresceu cerca
de 5,7% ao ano entre 2001 e 2011.
Segundo a OIC, além da Índia, outros
países com grandes populações e boa
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oportunidade de crescimento de consumo da
bebida são a Indonésia e o México.
China
Estatísticas da China Coffee Association
mostram que existem aproximadamente
13.600 cafeterias no país, além de 2.200
empresas relacionadas ao mercado de café,
empregando um total de 500.000
trabalhadores.
Ainda segundo a organização, o
consumo da bebida no país cresce a taxas
anuais de 10% a 15%, alcançando entre 500
e 600 mil sacas de 60 kg.
Reino Unido
Segundo a empresa de pesquisa
IBISWorld,
os
britânicos
consomem
aproximadamente 2,8 kg de café/habitante
por ano, número baixo em comparação a
outros países europeus. Contudo, são os
maiores consumidores de café solúvel do
continente.
Ainda de acordo com a companhia, a
crescente sofisticação do paladar do
consumidor levou ao aumento do consumo
de cafés especiais em ambiente doméstico e
em
cafeterias
independentes,
fato
impulsionado pela disponibilidade de
máquinas de café espresso mais baratas no
mercado.
O consumidor exige ainda maior ética e
sustentabilidade na produção, fazendo com
que a indústria e os produtores invistam em
novos processos e na transmissão de novas
mensagens por meio de estratégias de
marketing.
Para Steven Connell, analista da
IBISWorld, os consumidores deverão exigir
cada vez mais cafés de origem única e
movimentos como o do comércio justo (fair
trade) e o dos cafés orgânicos continuarão
inabaláveis, impulsionados por uma maior
sensibilização e iniciativas ligadas aos
produtores, como a Rainforest Alliance.
Rússia
Segundo a Rustea Coffee Association, a
demanda de café na Rússia desacelerou na
última década, representando atualmente
cerca de 5% do mercado global, cuja
demanda neste ano é estimada em 137,1
milhões de sacas de 60 kg.
O
país
experimentou
intenso
crescimento de demanda na década de
1990, entre 10% e 15%, mas nos últimos dez
anos o consumo da bebida no país
permaneceu quase estagnado.
Na Rússia, o café instantâneo
representava 69% do consumo da bebida
até o ano passado, queda de 3% em
comparação a 2010. Prevê-se uma redução
no consumo deste tipo de bebida nos
próximos cinco a sete anos e o aumento da
preferência do consumidor por outros tipos
de preparo.
4. REDES SOCIAIS
Segundo pesquisa conduzida pela
agência de marketing Digital CoCo, a
Starbucks é a mais amada entre as 3.400
marcas de fast food e restaurantes
analisadas em 16 redes sociais, como
Facebook, Twitter e Instagram. Os
comentários observados são utilizados para
avaliar os alimentos, o serviço e a
experiência nas milhares de lojas das
companhias.
Para a empresa, o sucesso se deve à
sua capacidade de apelar para “super
influenciadores”, principalmente homens e
mulheres entre 18 e 49 anos de idade, que
realmente defendem a marca e demonstram
sua apreciação por ela.
A
ClickFox,
companhia
que
elaborou outra pesquisa de marketing na
qual a Starbucks também se destacou,
afirma que o segredo da rede se deve a
atenção individual que esta dá a uma
grande audiência. Segundo Jeff Grossman,
vice-presidente de gerenciamento de
produtos da ClickFox, a Starbucks “é capaz
de adaptar experiências de clientes e
produtos ao gosto exato de um cliente”.
No survey da Digital Coco, os
homens foram mais propensos a classificar
um estabelecimento pela qualidade dos
produtos oferecidos, enquanto as mulheres
deram mais ênfase ao atendimento e ao
estilo.
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5. Wi-Fi
Devido à dificuldade de manutenção e
resolução de problemas, além de baixos
retornos obtidos há algum tempo, não era
comum a oferta de internet sem fio gratuita
no interior de redes de cafeterias e
restaurantes. Contudo, com o surgimento de
empresas especializadas no assunto e a
exigência dos consumidores por mais
conveniência e praticidade, este serviço se
tornou comum.
A empresa considerada responsável
pela popularização da oferta deste serviço é
a Starbucks. Inicialmente, a companhia
cobrava pela utilização do serviço no interior
das suas lojas, mas em 2008 passou a
oferecer duas horas de acesso grátis a
clientes que possuíssem o cartão de
fidelidade da organização. Atualmente, o
serviço é disponibilizado gratuitamente pela
Starbucks a todos seus clientes no interior de
suas lojas.
Alguns estabelecimentos apresentaram
resistência na adoção deste serviço, com
receio de que os consumidores passassem
um longo tempo ocupando o espaço da loja
sem comprar novos produtos. Contudo,
segundo a National Restaurant Assossiation,
estas previsões são falsas, já que a
permanência do cliente da loja o estimula a
adquirir novos produtos.
Além disto, muitas companhias já
utilizam a internet sem fio para gerir seu
negócio, permitindo o acesso à internet para
que seus consumidores paguem por seus
produtos via smartphones ou tablets. Assim,
o fornecimento de acesso à internet sem fio
para seus clientes é uma sequência lógica e
não exige maiores esforços por parte da
organização.
A oferta deste serviço pode aumentar o
tráfego de consumidores em horários
tradicionalmente lentos. O fato foi
observado por funcionários da Krispy Kreme
que, apesar de não terem realizado nenhum
estudo específico, notaram que os
consumidores buscam na empresa uma
mudança de cenário, um local diferente de
suas casas ou escritórios onde possam
trabalhar ou se divertir.
O Wi-Fi pode ser utilizado também
para estimular o engajamento nas redes
sociais
da
empresa
enquanto
os
consumidores estão na loja. Uma estratégia
simples e com custo reduzido é a exibição
de mídia impressa sobre a mesa, sugerindo
ao consumidor que visite a página do
Facebook da companhia, “tweet” sua
localização ou entre no Foursquare para
ganhar pontos ou brindes. Outra ação
interessante é a adoção de uma página
padrão a ser aberta automaticamente toda
vez que um cliente acessar a internet da
companhia, que pode ser utilizada para
divulgar promoções ou novos produtos,
potencializando as ações de marketing da
organização.
SOBRE O BUREAU
O Bureau de Inteligência Competitiva
do Café é um programa desenvolvido no
Centro de Inteligência em Mercados (CIM)
da Universidade Federal de Lavras (UFLA)
que objetiva criar inteligência competitiva e
impulsionar a transformação do Brasil na
mais dinâmica e sofisticada nação do
agronegócio café no mundo. Apoiadores:
Fapemig, Sectes, Seapa, Pólo do Café,
INCT-Café e Ufla.
EQUIPE
Coordenador do Centro de Inteligência em
Mercados: Prof. Dr. Luiz Gonzaga de Castro
Junior.
Coordenador do Bureau: Eduardo Cesar
Silva.
Equipe de Analistas: Elisa Reis Guimarães,
Érica Aline Ferreira Silva, Felipe Bastos
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Relatório Internacional de Tendências do Café
Ribeiro, Giselle Figueiredo Abreu, Larissa
Carolina da Silva Viana Gonçalves, Marco
Túlio Dinali Viglioni, Pedro Henrique Abreu
Santos.
CONTATO
O Bureau de Inteligência Competitiva do
Café está disponível aos interessados em
conhecer
melhor
as
atividades
desenvolvidas. Os contatos podem ser feitos
por telefone, e-mail, correspondência ou
presencialmente (com agendamento de
visita).
Endereço: Centro de Inteligência em
Mercados, Departamento de Administração
e Economia, Universidade Federal de
Lavras, Bloco I – Campus Universitário. CEP:
37200-000.
Telefone: (35) 3829-1443
E-mail: [email protected]
REFERÊNCIAS
Relatório elaborado com informações dos
seguintes sites:
CVT News, 4 - traders, Bloomberg Businessweek,
FoodBev, PRWeb, Mail Online, Packaging Europe,
Heraldonline, Vending Marcketwatch, Chicago Tribune,
The New York Times, Vending Times, Delta Cafés,
Bloomberg, China Daily, Equities.com, Examiner.com,
Fast Casual, Financial Times, Franchise Herald, India
Real Time, Irish Central, Macauhub, Media Decoder,
MELODIKA.net, Mother Nature Network, PKKH.tv,
Reuters, SFGate, The Bottom Line, The Grocer, The
Himalayan Times, The Hindu Business Line, The
Malaysian Insider, TheCelebrityCafe.com, Times
Colonist, Wall St. Cheat Sheet, Warc.com, All Africa,
The Star, Infosun Roy, Costa Rica Star, New Vision,
Coast Week, Uganda Media Center, The News Cooperative, Colombia Reports, The Voice of Vietnam, The
Jakarta Post, Voa News, Economist, The Commodity
Note, UG Pluze, The Citizen, Financial Express, Daily
Finance, Expresso, CNC, Coffee Break, Café Point,
Conilon Brasil.
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