Magazine

Transcrição

Magazine
magazinephilos
a
nº
48
dezembro / december
2013
ANO / YEAR XII
www.philos.pt
bilingual edition
ISSN 2182-1550
edição bilingue
© philos - comunicação global, lda 2009
Questões da qualidade
Quality issues
Crónica de Carlos Castilho Pais
Chronicle by Carlos Castilho Pais
Passatempo
For fun
Tradumática
Tradumatics
Impressões de viagem
Travel musings
Índice
a Contents
3
Contra a Corrente a Against the Current
Os melhores votos para 2014
Best wishes for 2014
4
Questões da Qualidade a Quality Issues
Em jeito de balanço
Weighing up our work
5
“... da Ocidental praia lusitana” a “... from the Western lusitanian shore”
Lagoa dos Salgados
6
Em português a In portuguese
Crónica de Carlos Castilho Pais / Chronicle by Carlos Castilho Pais
7
Gosta de flores? a Are you a flower fan?
Loendro / Oleander
8
Passatempo a For Fun
9
Crónica das Leiras a Leiras’ farm chronicle
Carta ao Pai… Natal
Letter to Father… Christmas
10
An Englishman in Lisbon a Um inglês em Lisboa
11
Biblioteca a Library
(Re)leituras :: (Re)reading
Poemas de Vida :: Lifetime Poems
12
Daqui houve nome Portugal a From here Portugal got its name
Banda sonora de um até já...
The soundtrack to “see you soon”
13
Tradumática a Tradumatics
Acesso remoto e Suporte via Internet / Remote Access and Support via Internet
14
Artes a Arts
15
Impressões de Viagem a Travel Musings
JAPÃO — à espera de um novo dia repleto de emoções III
JAPAN – ready for another day packed with excitement (Part III)
| dezembro
2013 december
|
magazinephilos
a
Contra a Corrente
3
a Against the Current
4
1
5
2
Os melhores votos para 2014
Best wishes for 2014
2
1, 4 & 5 - Quioto :: Kyoto; 2 & 3 - Lagoa dos Salgados
Como todos sabemos, 2013 não foi um ano fácil.
Nada é como dantes e a adaptação a uma nova realidade revela-se, para todos, dura e penosa. O
mercado, de uma forma transversal, transfigurou-se, e o foco de decisão deslocou-se para um
único fator: preço. Poderia ser uma fórmula simples, mas não o é. Se, aquando da decisão, esta
é tomada pelo fator dominante, a fórmula exigida na prestação do serviço é bem mais complexa:
mais qualidade, mais rapidez, preço mais baixo.
Desde sempre a philos trilhou o caminho da exigência, do rigor e da ética e, mesmo nestes tempos
conturbados em que tudo parece resumir-se a um fator, a philos não deixa de prosseguir aquele que
tem sido o seu caminho: trabalhar para responder aos anseios dos seus clientes e exceder as suas
expectativas, garantindo o cumprimento de todos os processos que levam à prestação de serviços
de elevada qualidade.
Em julho passado, após auditoria independente da entidade certificadora, a philos obteve, mais
uma vez, a concessão dos Certificados de Conformidade ISO 9001 e EN 15038, para a prestação
de serviços de tradução.
A todos os colaboradores, clientes e fornecedores o nosso agradecimento.
“Depois de escalar uma grande montanha, só se pensa
que há muitas outras montanhas para escalar”
- É com esta frase de Nelson Mandela que desejamos encerrar este ano de 2013, deixando a todos os
nossos melhores votos para 2014.
magazinephilos
a
Editores :: Editors
Margarida Fonseca e Silva
Sílvio Oliveira
Textos :: Texts
philos
Colaboração especial :: Special collaboration
Carlos Castilho Pais
Versão inglesa :: English version
Thomas Kundert
Design
Vitor Silva
Fotografia :: Photos
philos
Publicação :: Publisher
philos - comunicação global, lda
www.philos.pt
As we all know, 2013 was a far from easy year.
Nothing is like before and a new, tough and painful reality has hit home for everybody. The market,
across the board, has reduced its decision-making process to one factor alone: price. It may seem
a simple formula, but it is not. While the decision may be made based on the dominant factor, the
formula required for service provision is much more complex: more quality, faster, cheaper.
philos has always prided itself on making high standards, thoroughness and ethics absolute
priorities, and even in these difficult times when everything seems to boil down to one factor,
philos remains firm on its path. We aim to respond to our customers’ concerns and exceed their
expectations, making sure no short cuts are taken to guarantee the highest quality of service.
Last July, after an independent audit from the certifying entity, philos was again granted the ISO
9001 and EN 15038 Conformity Certificates for provision of translation services.
To all our staff, customers and suppliers, we say thank you.
“After climbing a great hill, one only finds that there are many more hills to climb”
- It is with this sentence uttered by Nelson Mandela that we would like to close this year of 2013,
wishing everybody the best for 2014.n
ISSN - 2182-1550
Esta publicação bilingue, de distribuição gratuita, é
exclusivamente eletrónica e destinada ao universo dos nossos
parceiros comerciais.
This bilingual publication is delivered free, by electronic means only
Sílvio Oliveira
and to our business partners.
| dezembro
2013 december |
Sócio Gerente :: General Manager
3
Questões da Qualidade
a Quality Issues
Em jeito de balanço
Weighing up our work
a
Necessidade de adequação da tradução ao objetivo da comunicação.
Esta é uma questão central que o tradutor deve ter em mente. O tradutor
não se pode limitar a transpor o texto original para a língua de chegada.
Deve adaptá-lo aos diferentes contextos, por exemplo para fins de
marketing, texto jurídico, texto destinado aos mais jovens…
O tradutor deve ter uma boa capacidade de interpretação e recriação
(evitar as traduções demasiado literais). Deve conhecer bem a língua de
partida e melhor ainda a língua de chegada (em termos de redação, a nível
gramatical, lexical, etc.), e sem esquecer as pesquisas.
Saber onde e como pesquisar é hoje em dia um verdadeiro desafio, pois
nunca antes houve tantas referências disponíveis. Mas será que todas são
fiáveis?
Gostaria mais uma vez de mencionar a importância das Fichas de
Controlo da Qualidade (FCQ) e feedbacks enviados pelo cliente,
bem como reforçar a importância que estas duas “ferramentas” têm na
evolução e formação dos nossos recursos.
A FCQ, além de servir para avaliar e controlar a qualidade de um
determinado projeto, deverá ser, sobretudo, vista como uma ferramenta
de melhoria e de evolução. A sua função principal não é a de atribuir
uma avaliação positiva ou negativa, mas sim a de permitir acompanhar
o trabalho/evolução de um tradutor/revisor. A FCQ pode ser encarada
como uma ferramenta formativa, pois através dela é possível verificar
quais são as dificuldades de determinado tradutor, quais são os erros
recorrentes, e assim ir-lhe “chamando a atenção” para essas falhas, o que
permitirá que ele não as repita no futuro, e que evolua cada vez mais no
seu desempenho. O tradutor poderá utilizar a FCQ para determinar
quais as áreas em que pode melhorar, seja simplesmente através dos
erros registados, seja através dos comentários dos revisores ou mesmo da
própria DQ.
Como pode um tradutor saber se está a evoluir se não tem feedback do
trabalho?
Paula Pires
-Quality Manager-
The need to adapt the translation to the communication goal.
This is the overriding question that the translator must keep in mind.
Translators cannot limit themselves to transposing the source text into
the target language. They must adapt it to the different contexts. For
example, is it destined for marketing, is it a legal text, or is it aimed at
the young?
Translators must have a good capacity to interpret and recreate, avoiding
excessively literal translations. They must have a good grasp of the source
language, and an even better understanding of the target language (in
terms of writing, grammar, lexicon, etc.), not to mention research skills.
Knowing where and how to research properly is today an authentic
challenge, as there have never before been so many references available.
But are they all reliable?
I would again like to mention the importance of the Quality Assurance
File and feedback sent by the customer, as well as reinforcing the
importance that these two “tools” have as regards the evolution and
training of our human resources.
The QAF, as well as serving to assess and control the quality of a given
project, must above all be seen as a tool that leads to improvement
and evolution. Its main function is not to attribute a positive or
negative assessment, but rather to help monitor the work/evolution of
a translator/proof-reader. The QAF can be viewed as a training tool. It
enables the difficulties experienced by a given translator and his/her
repeated mistakes to be ascertained, and by drawing attention to these
faults, so that they are eliminated in the future, the translator will evolve
to a higher level. Translators can use the QAF to see what areas can
be improved upon by simply looking at the mistakes registered and by
reading the comments from the proof-readers or sent directly from the
Quality Department.
How can translators gauge if they are progressing if they receive no
feedback about their work?
É dessa forma que a philos encara também os feedbacks recebidos dos
clientes. Eles permitem-nos ir ao encontro das suas expectativas, no que
diz respeito a vocabulário preferencial, determinadas construções (voz
ativa versus voz passiva), os pontos que devemos melhorar, quais os erros
a evitar, entre outros.
This is the attitude that philos also adopts in relation to the feedback
received by its customers. The feedback allows us to meet the customers’
expectations as regards the preferred vocabulary, certain constructions
(active voice versus passive voice), areas where improvements can be made
and what mistakes to avoid, among other aspects.
Aqui deixamos os nossos votos de Boas Festas a todos os nossos
colaboradores.
We would like to send all our staff Best Wishes for the Christmas
Season.n
4
| dezembro
2013 december
|
magazinephilos
a
*
“... da Ocidental praia lusitana” a “... from the Western lusitanian shore”
Lagoa dos Salgados
Algarve não é apenas sinónimo de sol e mar. Dos
muitos encantos naturais, que amiúdes vezes
passam despercebidos ao visitante estival, a
Lagoa dos Salgados é uma das mais belas reservas
naturais do país, destacando-se como um local
de eleição para a prática de birdwatching.
Situada nos limites de Silves (oeste) e Albufeira
(este), esta zona húmida é albergue de mais de
cento e cinquenta espécies. Durante os períodos
migratórios são milhares de indivíduos, de
diferentes espécies, que por aqui passam,
revelando-se numa zona de especial valor para os
ciconiiformes (cegonhas, garças, flamingos,…).
Para os amantes da natureza e da fotografia, o
final da tarde é o momento de eleição para uma
visita. As condições de luminosidade e a garantia
de encontrar uma população heterogénea do
mundo ornitológico são atrativos, imperdíveis,
neste paraíso que nos aguarda.
Deixe-se levar pelo canto e encanto da natureza
e calcorreie os passadiços em busca da fotografia
perfeita. Temo, por experiência própria, que
não o vá conseguir, já que o único registo que
capta a beleza deste extraordinário local envolve
vários sentidos. E, por falar em sentidos, para
magazinephilos
a
os mais sensíveis ou distraídos, nunca esquecer
de contar com um protetor de pele e roupa
apropriada, porque os mosquitos e melgas,
sempre bem presentes nestas zonas húmidas,
fazem questão de dar as “boas-vindas” e fazer
um acompanhamento “personalizado” do nosso
passeio.
Algarve não é apenas sol e mar, é também
espaço de belezas naturais surpreendentes que
nos envolvem num manto mágico de cantos e
encantos da fauna e da flora.
(storks, herons, flamingos, etc.)
For photography enthusiasts, dusk is the perfect
moment to make a visit. The light at this time of
the day, along with the guarantee that you will
find a heterogeneous sample of birdlife, combine
to make it a not-to-be-missed attraction and a
small piece of paradise.
Let yourself be taken away by the chirping and
the charm of the nature and follow footprints in
search of the perfect photograph. I fear, through
my own experience, that you will not find it, as
the only record you are likely to capture of this
extraordinary place is the beauty that envelopes
The Algarve is more than merely sun and sea. your senses. And, speaking of senses, for the
Among the many natural wonders that often more sensitive or forgetful, do not forget to
go unnoticed by the summer visitor is Lagoa bring a skin protector and suitable clothing,
dos Salgados, one of Portugal’s most beautiful because the mosquitoes and bugs, always present
nature reserves and an ideal spot for bird in these damp zones, make a point of giving us a
watching.
“personal welcome” during our walk.
Located between Silves (to the west) and The Algarve is not only sun and sea; it is also
Albufeira (to the east), this damp zone is home a region of surprising natural beauty that
to more than one hundred and fifty species. immerses us in a magic cloak of nooks and
During the migratory periods, thousands of wonders of fauna and flora.n
birds of different species pass through the region,
which is especially suited for ciconiiformes
| dezembro
2013 december
|
5
Em português
In portuguese
Carlos Castilho Pais
[professor universitário :: university professor]
Parece que foi ontem, mas não: estas crónicas iniciaram-se em
2006, já lá vão oito anos. Durante oito anos, o Magazine Philos acolheuas, publicou-as e traduziu-as para inglês. Ao perfazer esta caminhada,
esta crónica agradece ao Magazine o acolhimento sem falhas destes oito
anos. E o agradecimento estende-se aos colaboradores da Philos, a quem
desejo as maiores felicidades pessoais e profissionais.
Quem quiser aventurar-se no balanço destes oito anos
de crónicas sobre a tradução há de constatar a diversidade temática,
motivada não só por questões que o quotidiano da tradução destes anos
colocava, mas também pela reflexão sobre os problemas constantes e
inerentes à prática milenar do traduzir.
Assim, após os agradecimentos, é matéria desta crónica um
tema pouco abordado nestes oito anos, se não me engano: o editor da
tradução. Refiro-me ao editor da tradução literária, figura recatada, mas
da máxima relevância no que diz respeito à decisão sobre a publicação
da tradução da obra literária. Não é fácil encontrar a palavra desta
figura a justificar o porquê da publicação de uma tradução da obra de
um escritor menos conhecido. E o mesmo poderia dizer-se quando se
trata da publicação da tradução de uma obra já traduzida para português.
Estratégia de marketing ou não, o anúncio público da decisão por parte
do editor é um acontecimento para quem se interessa pelo estudo do
fenómeno da tradução entre nós.
Neste final de ano, não pode passar despercebida a publicação
de uma nova tradução de Ulisses de James Joyce em Portugal. A obra de
Joyce ficou disponível ao leitor português pela publicação da tradução
do brasileiro Antônio Houaiss na editora Dífel em 1983, que contaria
também, a partir de 1989, publicada pela editora Livros do Brasil, com
a de João Palma-Ferreira. No Brasil, para além da tradução de Houaiss,
existem mais duas, sendo a mais recente a que foi publicada no ano de
2012.
A tradução que agora é notícia foi publicada pela editora
Relógio d’Água e é da autoria de Jorge Vaz de Carvalho. Não é a qualidade
da tradução que aqui está em causa. Por certo que as opiniões dos leitores
portugueses, se questionados, ficariam divididas pelas traduções acima
mencionadas, como acontece com os leitores brasileiros no que diz
respeito às traduções do Brasil. A aposta da editora Relógio d’Água na
tradução de toda a obra de Joyce é conhecida e parece que a publicação da
nova tradução de Ulisses teve que esperar que os direitos de autor da obra
entrassem no domínio público para que a publicação fosse possível.
Li, como também leu quem quis, as declarações à imprensa do
editor da Relógio d’Água a propósito da publicação de Ulisses na tradução
de Jorge Vaz de Carvalho. Que esta tradução é melhor do que as outras,
que esta tradução é a mais fiel em relação ao que efetivamente foi escrito
por Joyce - são afirmações que podem justificar o porquê da publicação e
que se compreendem. Revela-se desse modo uma decisão editorial. Seja
louvado o facto de se tornar pública essa decisão. O projeto da publicação
de uma nova tradução é também um projeto crítico. Neste caso, o projeto
crítico é assumido. Mas sabemos, nos Estudos de Tradução, que os
projetos críticos não são eternos e que podem não atingir os resultados
esperados em relação ao número de leitores pretendidos. Importa não
esquecer isso no final de ano, quando a efemeridade das coisas mais se
revela, inclusive as coisas da tradução.
6
| dezembro
It seems just yesterday, but it wasn’t. This column was first
written in 2006, and eight years have gone by. Over eight years the Philos
Magazine has accepted my musings, published them and translated them
into English. In travelling down this road, the author of this column
would like to thank the Magazine for including them, without fail, over
these eight years. And my gratitude extends to the Philos staff, to whom
I send my best wishes for personal and professional fulfilment.
In looking back over these eight years of writing about
translation, a wide range of subjects have been tackled, inspired not
only by everyday occurrences in today’s translation world, but also from
reflexion on the issues inherent to the age-old practice of translation.
After this “thank you”, it’s time to introduce the subject of
this edition’s column, which I believe I have not touched on over these
eight years: the translation publisher. I am referring to the publisher of
literary translation, a hidden figure, but one of the utmost importance as
regards the decision on publishing translations of literary works. It is not
easy to find the words from this figure to explain why a translation of a
book from a less well-known writer is justified. And the same can be said
about the publication of the translation of a work that has already been
translated into Portuguese. Whether or not it is a marketing strategy,
the public announcement of the decision by the publisher is an event
in itself for those among us interested in studying the phenomenon of
translation.
As the year draws to a close, it cannot have gone unnoticed
that a new translation of Ulisses by James Joyce is to be published in
Portugal. Joyce’s novel was made available to Portuguese readers through
the publication of the translation by the Brazilian Antônio Houaiss for
the publisher Dífel in 1983. In 1989, another version was published by
Livros do Brasil, translated by João Palma-Ferreira. In Brazil, as well as
the translation by Houaiss, two other versions are available, the most
recent of which was translated in 2012.
The translation that has now been announced was published
by Relógio d’Água and is the work of Jorge Vaz de Carvalho. It is not
the quality of the translation that is in question here. The opinions of
the Portuguese readers about the above-mentioned translations would
certainly be divided if asked to assess the merits of each one, as happens
with the Brazilian readers in relation to the translations available in
Brazil. The decision by Relógio d’Água to translate the complete works
of Joyce is well-known and it seems that the new translation of Ulisses
had to wait for the copyright to enter the public domain before it could
be published.
I read, as no doubt many others did, the declarations in the
press from Relógio d’Água about the publication of Ulisses as translated
by Jorge Vaz de Carvalho. Saying that this translation is better than the
others, that it is the most faithful in relation to what Joyce actually wrote,
are claims that can justify the publication and are understandable. They
reveal the decision that led to the publication. The fact this decision was
made public should be praised. The project to publish a new translation
is also a critical project. In this case, no secret is made of the fact it is
a critical project. But we know, in Translation Studies, that critical
projects are not eternal and may not achieve the expected results as
regards the desired number of readers. It is important not to forget
this at the end of the year, when the ephemeral nature of things is more
keenly felt, including things linked to translation.n
2013 december
|
magazinephilos
a
Gosta de flores?
a
Are you a flower fan?
De seu nome cientifico Nerium oleander L., pertence à família das apocináceas.
É originário do norte da África, do leste do Mediterrâneo e do sul da Ásia e é um arbusto que pode ultrapassar os 2 m de
altura. As folhas persistentes mantêm-se ao longo de todo o ano, são finas e alongadas, e as flores, de pétalas simples ou
dobradas, têm cores variadas, predominando as brancas, vermelhas e rosas. A floração é muito abundante e prolonga-se
da primavera até ao outono. Nenhuma parte desta planta é comestível, pelo contrário, é, tal como muitas outras plantas
dos nossos jardins, altamente tóxica para os humanos.
Pela sua densa folhagem e fácil adaptação, é muito utilizada como arbusto ornamental em parques e jardins, para formar
vedações e como «corta-luz» nos separadores das auto-estradas.
The oleander, whose scientific name is Nerium oleander L, belongs to the Apocynaceae family.
Native to north Africa, the east of the Mediterranean and south Asia, this bush can reach two metres in height. The fine
and elongated leaves last all year long, and the flowers have single or double petals, which can be a variety of colours, with
white, red and pink most common. Its abundant flowers last from spring until autumn. No part of this plant is edible.
Indeed, quite the contrary. Like many plants in our gardens, it is highly poisonous for humans.
Owing to its dense foliage and easy adaptation, it is commonly used as an ornamental bush in parks and gardens, to act
as a fence or a “light-blocking curtain” in motorway lane separators.n
magazine philos - official sponsor
Loendro Oleander
http://www.facebook.com/xoqomaia
magazinephilos
a
| dezembro
2013 december
|
7
For FUN
Passatempo
Temos ofertas para as 3 primeiras respostas certas!
We have gifts for the first 3 people to send in correct answers!
Nota/Note:
A participação está vedada aos colaboradores internos da Philos e seus familiares.
Philos’ in-house team and their family members are not allowed to participate.
Sabe quem está imortalizado nesta estátua equestre e em que cidade
podemos encontrá-la?
Do you know who is immortalised in this equestrian statue and in what
city you can find it? n
Edição anterior Last Issue
Na última edição, apenas uma resposta correta: “Memorial do Holocausto, Miami”.
In the previous edition we received just one correct answer: “Holocaust Memorial, Miami”.n
8
| dezembro
2013 december
|
magazinephilos
a
Crónica das Leiras a Leiras’ farm chronicle*
Carta ao Pai… Natal
Letter to Father… Christmas
a
Dom Biralbo da Porta do Olival
Cheira-me (e se me cheira, é de certeza, porque o meu olfato apuradíssimo nunca me engana)
que esta privatização dos CTT já está a dar asneira. Então não é que a carta da minha filhota
ao Pai Natal veio parar à caixa de correio dos meus donos, que é como quem diz, da minha?
Diz a traquina:
Querido Pai Natal,
Este ano tenho-me portado muuuuuuuito bem! Não ladrei a mais que trinta pessoas
durante os meus passeios à beira-mar, só acordei os meus donos com latidos madrugadores
uma meia dúzia de ocasiões e só me descuidei dentro de casa umas cinco vezes. Para além
disso, tenho poupado bastante em brinquedos, porque me dedico a roer cabos de vassoura e
molas da roupa.
Por isso, acho que mereço uma prenda mesmo gira. Aquilo de que eu mais gostava era de poder ter
umas aulas de grupo. Diz o meu mano emprestado, o Jack, que os meus pais devem ter recebido
um cheque-ensino, porque ando a ter aulas particulares. Sou uma aluna excelente, desde que
haja salsichinhas para recompensa, claro... mas eu preferia ainda mais ter colegas de outras
raças - caniches, podengos, labradores, são bernardos, pastores alemães e belgas, rottweileres,
buldogues, cães d’ água e de terra, de caça ou companhia - e, sobretudo, amigos daqueles
a que chamam rafeiros, e que me parecem ser cães como todos nós. De certeza que eu
iria adorar uma turma assim!
Se não puder ser, então traz-me só uma daquelas mantas quentinhas, em
que eu tanto gosto de me enroscar...
Apesar de estares em serviço, Feliz Natal!
Anita
It smells to me (and if I can smell it, it’s a certainty because my finely tuned sense of smell never lets me down) that this privatisation of
the Portuguese Post Office is already causing mayhem. Would you believe that my daughter’s letter to Father Christmas ended up in my
masters’ letterbox, in other words, in mine? This is what the little tearaway had to say:
Dear Father Christmas,
This year I’ve behaved reeeeeeeeeeeally well! I growled at no more than thirty people on my seashore walk, I woke up my masters by barking at
dawn only half a dozen times and I only did my business in the house five times. Moreover, I’ve saved a lot of money on toys, because I prefer
to chew broom handles and clothes pegs.
So I think I deserve a really special present. What I’ d like more than anything would be to have some group lessons. My borrowed brother, Jack,
says my parents must have received an education subsidy, because I’m having private lessons. I’m an excellent student, as long as there are
sausages on offer as a reward, of course… but what I’ d really like is to have class-mates of other breeds – Poodles, Portuguese Podengos, Labradors,
Saint Bernards, German and Belgian Alsatians, Rottweilers, Bulldogs, Portuguese Water (and land) Dogs, hunting dogs or companionship
dogs, and above all else those that are called mongrels, and which look like dogs just like the rest of us to me. There’s no doubt I’ d love to be in a
class like that!
If it can’t be arranged, then bring me just one of those hot blankets that I love curling up in.
Despite being at work, Merry Christmas!
Anitan
magazinephilos
a
| dezembro
2013 december
|
9
An Englishman in Lisbon
Um inglês em Lisboa
Thomas Kundert
Dishonest advertising
Publicidade enganosa
I’ve often heard it said that a common failing in Portugal is a
collective neglect by tourist operators to properly market the
magnificent and largely hidden pearls the country has to offer.
One need only flick through previous editions of the philos
magazine and read over the “Lusitanian Shore” section to back
up this theory. Fascinating towns, villages, festivals, traditions
and places of outstanding natural beauty abound in Portugal,
just waiting to be discovered. Most of them are off the tourist
map.
But in one respect, Portugal’s ability to market itself has excelled
to a degree that can almost be considered “dishonest advertising”.
I refer to the weather. Or to be more precise, the common fallacy
of the Portuguese climate.
As I look out of my office window, as so often is the case in the
autumn and winter months, a storm is blowing. And I mean a
storm. Should I confront the horizontal rain to get to the café
just across the road, I am guaranteed to return sopping wet. And
if I was so foolish as to take an umbrella, it would soon be ripped
to shreds by the violent gusts of wind and transformed into a
dangerous projectile.
I am forever correcting a common misconception from my
compatriots that Portugal is a country with a near tropical
climate, where a day never passes without soaring temperatures
and the sun beating down on our backs. This is true for no more
than a relatively short period at the height of summer. For much
of the year it is cold and wet. And I am talking about Lisbon.
Travel further north and the idea of Portugal as small piece of
equatorial Africa implanted in Europe becomes even more
ridiculous.
But tell that to any English holidaymaker who has spent a happy
fortnight in August roasting on an Algarve beach and he won’t
believe you. My advice to them? Go visit the endless magical
places described in “Lusitanian Shore”. Just don’t forget your
umbrella and a thick coat.
10
| dezembro
Já por inúmeras vezes ouvi queixarem-se de que uma das grandes
falhas portuguesas é a inaptidão, comum aos operadores
turísticos, para publicitar convenientemente os magníficos, e
quase sempre escondidos, tesouros que o país tem para oferecer.
Bastará a qualquer um percorrer as edições anteriores do
Magazine philos e (re)ler a secção “… da Ocidental praia lusitana”
para comprovar esta teoria. Encantadoras vilas, aldeias, festivais,
tradições, e locais de espantosa beleza natural que abundam em
Portugal, à espera de serem descobertos, continuam sem aparecer
nos mapas turísticos.
Porém, num aspecto particular, a capacidade portuguesa de
auto-promoção foi levada a um tal extremo que quase se poderia
falar de “publicidade enganosa”. Refiro-me ao tempo, ou, para ser
mais correto, à vulgar falácia do clima Português.
Olhando agora mesmo pela janela do escritório, e tal como
sucede na maioria dos dias de outono ou inverno, o que vejo
é uma tempestade. E quero de facto dizer uma tempestade. Se
decidir aventurar-me debaixo desta chuva horizontal para ir até
ao café, que fica do outro lado da rua, é garantido que regressarei
encharcado. E se cometer a loucura de levar um guarda-chuva,
ele será rapidamente feito em pedaços pelas violentas rajadas de
vento, e transformado num perigoso projéctil.
Estou permanentemente a tentar emendar um preconceito
comum dos meus compatriotas em relação a Portugal: o de
que é um país com um clima quase tropical, de temperaturas
escaldantes e sol ardente a queimar a pele, dia sim, dia sim. Isto
só é verdade para um relativamente curto período de tempo, no
pico do verão. No restante do ano, o tempo é frio e húmido. E
estou a falar de Lisboa. Viajemos mais para norte e a ideia de
Portugal enquanto pedaço da África equatorial transplantado
para a Europa torna-se ainda mais anedótica.
Mas se tentarem dizer isso a qualquer um dos turistas ingleses
que tenham passado uma agradável quinzena de Agosto a tostar
numa praia algarvia, é claro que ele não acreditará. O meu
conselho? Visitem um dos muitos locais mágicos descritos na
“Ocidental praia lusitana”. Não se esqueçam é de levar guardachuva e um casaco bem quentinho.n
2013 december
|
magazinephilos
a
BibliotecaLibrary
(Re)leituras a (Re)reading
a
Viagem à roda da Parvónia
A Journey around Idiotland
Nelson Loureiro
Para quê poetas em tempo de indigência
Levantar a gola do casaco,
esconder os punhos da camisa já puídos
e defender, com os dentes cerrados, as palavras:
mas quem aguenta mais este murmúrio vão,
que não colhe mais as flores do mal nem a luz
radiosa da própria miséria?
Resistir, como sempre fizeram os humilhados.
Decorar palavras antigas.
Repeti-las, para que não sejam esquecidas,
aos vindouros.
Um dos artifícios básicos para um autor se
precaver contra tentativas de apedrejamento
por parte dos seus conterrâneos patriotas
fanáticos é alterar o nome do país ficcionado.
Os leitores fazem por acreditar que aquela
não é a sua amada terra, moralizam com base
nos defeitos que se expõem diante dos seus
olhos, e continuam a agir exatamente como
até aí, mal se vira a derradeira página. Nem
sempre resulta, porém.
Inicialmente concebida enquanto peça de
teatro, Viagem à roda da Parvónia teve, em vida
dos autores, uma única representação pública,
marcada por uma monumental pateada,
desacatos na assistência, intervenção policial
e subsequente proibição. Comentou então
Antero de Quental: “O público protestou
contra a caricatura, provavelmente porque se
viu nela...”. No entanto, e visto que no século
XIX os autores ainda apreciavam uma bela
polémica em vez de se esquivarem para debaixo do resguardo do politicamente correto,
passou-se o texto a livro, com direito a prefácios e anotações de destacadas personalidades
da época.
Já este ano, a obra subiu novamente ao palco. Desconheço se terá havido pateada ou
ovação em pé. De qualquer modo, a força do teatro é, hoje, evidentemente menor; tal
como a força das palavras, da crítica, e sobretudo da autocrítica. Por outro lado, pouco
mudou nos meandros do poder. Como escreveu Guilherme de Azevedo no seu prefácio:
“[…] a Viagem à roda da Parvónia não é uma inspiração de Gil Vaz; é simplesmente
inspiração dum estado social e político reconhecido por todos.”
Why poets in times of poverty?
Raise the coat collar,
hide the sleeves of the now threadbare shirt
and defend, through gritted teeth, words:
but who can bare more of this vain murmuring,
that no longer gathers flowers of evil or the radiant
light of misery itself?
Resist, like the humble have always done.
Memorise old words.
Repeat them, so they may not be forgotten,
to the coming generations.n
* pseudónimo criado por Guilherme de Azevedo e Guerra Junqueiro para as crónicas humorísticas da
Gazeta do Dia, e que aqui reaproveitaram.
One of the basic tricks for an author to avoid attempted stoning by his compatriots of
a more fanatical persuasion is to change the name of the country he is writing about.
The readers can make believe that the description is not about their beloved country,
they can make judgements about the defects pointed out in front of their very eyes, and
continue to act in the exact same way, as soon as they turn over the last page. It does
not always work, however.
Initially written as a play, Viagem à roda da Parvónia had, in the lifetime of its
writers, a single public performance, which was greeted by a monumental round of
feet-stomping, disturbances in the audience, police intervention and subsequent
prohibition. Antero de Quental commented at the time: “The public protested against
the satire, probably because they recognised themselves in it…” Nevertheless, given
that in the 19th century authors still enjoyed a feisty controversy rather than hiding
behind the parapet of political correctness, the play was made into a book, including
prefaces and notes from well-known personalities of the epoch.
This year, the play again took to the stage. I do not know if there was feet-stomping
or a standing ovation. In any event, today the theatre’s influence is much diminished;
as is the strength of words, criticism, and above all self-criticism. On the other hand,
little has changed in the meanderings of power. As Guilherme de Azevedo wrote
in his preface: “[…] the Viagem à roda da Parvónia did not come about through the
inspiration of Gil Vaz; it was simply inspired by a social and political state of affairs
recognised by everybody.”n
Luís Filipe Castro Mendes *
*
Luís Filipe Castro Mendes (n. 1950), licenciado em Direito
1983, com
Recados. Desde então, a sua obra poética e ficcional tem-se fundado
pelas conjugações de opostos - o romântico vs. o clássico, o histórico
vs. o paródico, a sinceridade vs. o fingimento, a palavra vs. o silêncio.
e diplomata de carreira, estreou-se na publicação em
Luís Filipe Castro Mendes (born 1950), a Law graduate and
1983, called
Recados (Messages). Since then his poetic and fictional work
has morphed into opposing conjugations – romantic vs. classical,
historical vs. parody, sincerity vs. affectation, words vs. silence.
professional diplomat, released his first publication in
* pseudonym created by Guilherme de Azevedo and Guerra Junqueiro for the humorous columns of
the “Gazeta do Dia” (Daily Gazette), which they took advantage of here.
magazinephilos
a
| dezembro
2013 december
Poemas de Vida a Lifetime Poems
Gil Vaz*
|
11
Daqui houve nome Portugal a From here Portugal got its name
Banda sonora de um até já...
The soundtrack to “see you soon”
a
Nelson Loureiro
A cada cidade corresponderá o seu tom musical, bem como um sentimento subjacente à poética do que se canta. Tomemos como exemplo Coimbra,
cidade de estudantes, porto de abrigo mais temporário que definitivo e que, num relativamente curto espaço de tempo, marcará de forma indelével
a transição da juventude para a adultícia. Não admira, portanto, que tenha mais encanto numa putativa hora de despedida, a qual, para a larga
maioria, será mesmo mais que certa.
No caso do Porto, a música por ventura mais habitualmente associada à cidade (Porto Sentido - © Carlos Tê/Rui Veloso) faz o exacto percurso
inverso, isto é, é a banda sonora de um regresso. Regresso a uma cidade lítica, tortuosa, aparentemente sombria e fechada, mas que, depois de nos
envolver no seu abraço forte, nos transmite o conforto de uma terra-mãe.
Por isso, esta página não é uma verdadeira despedida, mas apenas uma pausa, porque nunca se deixa verdadeiramente o Porto, apenas se regressa
sem nunca de cá se ter saído.
Each city can be associated with a song, as well as a sentiment underpinning the poetry of the lyrics. We can take Portugal’s university town
Coimbra as an example, a temporary rather than definitive port of call, and which in a relatively short space of time will indelibly mark the
transition from youthfulness to adulthood. No surprise, therefore, that it holds more charm upon supposedly bidding the city farewell, which,
for the vast majority, will indeed be the final goodbye.
In the case of Porto, the song most commonly associated with the city (Porto Sentido - © Carlos Tê/Rui Veloso) journeys in the opposite direction.
It functions as a kind of backing track for a return. Return to a stone city, winding, apparently dark and closed, but which, subsequently embraces
us firmly, transmitting the comfort of a motherland.
Hence, this page is not a true goodbye, but rather just a pause, because you never truly leave Porto, you only return to it having never left.n
12
| dezembro
2013 december
|
magazinephilos
a
Tradumática
a Tradumatics
Acesso remoto e Suporte via Internet
Remote Access and Support via Internet
a
Em tempos o conceito de Acesso Remoto gerou muita polémica pela falta
de segurança que representava e as suas ligações desprotegidas, contudo,
nos últimos anos, é sem dúvida um dos âmbitos das tecnologias que mais
evoluiu. Nos dias que correm, podemos seguramente afirmar que o acesso
remoto é tão ou mais seguro que as ligações de uma rede doméstica, o que
possibilita usufruir de todas estas funcionalidades sem qualquer receio.
Quando surge a necessidade de aceder remotamente ao computador de
casa ou escritório por razões como: encontrar um ficheiro ou documento
que lá guardamos, aceder a uma determinada aplicação local, prestar
assistência técnica ou simplesmente partilhar uma sessão de trabalho, o
TeamViewer acaba por ser das ferramentas mais seguras e utilizadas para
este efeito, contando já com mais de 200.000.000 utilizadores, passando
assim a ser uma solução All-in-One de referência.
O Teamviewer destaca-se pela sua facilidade de utilização e,
fundamentalmente, por ser gratuito para utilização não comercial. É
precisamente aqui que destacamos esta aplicação; estando previamente
configurada, facilmente acedemos a computadores autorizados mesmo
que estes estejam por trás de uma complexa firewall. Como mais-valia,
existe ainda a aplicação para a grande maioria dos dispositivos móveis,
permitindo assim aceder através de um tablet ou smartphone a qualquer
computador da nossa lista de dispositivos autorizados.
A instalação é um processo simples em qualquer plataforma, primando
sempre por ser intuitiva e acessível.
Depois da instalação, é possível registar uma conta onde devemos guardar
os computadores autorizados aos quais temos acesso permanente.
É então possível, em qualquer altura que seja necessária, uma ligação a um
computador autorizado e configurado, estabelecer uma ligação segura e
trabalhar como se estivéssemos na frente do computador em questão.
magazinephilos
a
| dezembro
Ricardo Fernandes
In the past the concept of Remote Access was highly controversial because
of the lack of security and unprotected connections. However, in recent
years this has been one of the most quickly developing technological
fields. Today one can safely say that remote access is as or more secure as
connections from a domestic network, allowing all these functionalities
to be used without worry.
When the need arises to access your home or office computer in order
to find a file or document saved on it, access a local application, provide
technical assistance or simply share a work session, TeamViewer is one of
the most secure and widely used tools to do so. Over 200,000,000 users
now use this All-in-One benchmark solution.
The secrets of TeamViewer’s success are its user-friendly functions, and
above all the fact it is free of charge for non-commercial use. A huge
advantage of the application is that it is previously configured, making
it easy to access authorised computers, even if these are behind a complex
firewall. Another benefit is that an application is available for most
mobile devices, making it possible to gain access to any computer on our
list of authorised devices using a tablet or smartphone.
The installation process is simple on any platform, with a user-friendly
approach always a top priority.
After installing the program, one can register an account where we should
store the authorised computers to which we have permanent access.
As such, one can connect to an authorised and configured computer at
any time, establishing a secure connection and working as if you were in
sitting front of the computer in question.n
2013 december
|
13
ARTESARTS
a
Fernando Nogueira
One (Her)Man Show
A direção musical é do Maestro Pedro Duarte.
O alinhamento do álbum é o seguinte:
És Tão Boa ! | Saca o saca rolhas | Adeus vou
ali já venho | O meu automóvel | A cor do teu
baton | Humor de Perdição | Casino Royal |
a Kaleidoscope
Crime na Pensão Estrelinha | Hora H | Canção
do beijinho | A praia é linda | Devil may care |
Tony Silva canta música ró | My way | Serafim
Saudade | Bamos lá cambada | Amanhã faço
dieta | 40 anos, sempre a bombar
Encontra-se também editado em DVD.
This double CD is the recording of a Herman
José show at the Tivoli BBVA Theatre, in Lisbon.
Herman José needs no introduction and this album
is a great example of what one can listen to at the live
performances of this truly unique Artist, all over
Portugal and beyond its borders too. In addition
to well-known hits such as Saca o saca-rolhas or
Serafim Saudade, this CD includes some historical
TV show soundtracks such as Casino Royal or
Humor de Perdição, as well as some cover versions
of classics such as My Way or Devil May Care.
The album also includes a bonus track especially
prepared for this release to kick off the celebrations
marking 40 years of Herman José’s career.
The album track list is as follows:
És Tão Boa ! | Saca o saca rolhas | Adeus vou ali
já venho | O meu automóvel | A cor do teu baton
Humor de Perdição | Casino Royal | Crime na
Pensão Estrelinha | Hora H | Canção do beijinho
| A praia é linda | Devil may care | Tony Silva canta
música ró | My way | Serafim Saudade | Bamos lá
cambada | Amanhã faço dieta |
40 anos, sempre a bombar
Kaleidoscópio
Este CD duplo resulta da gravação de um
espetáculo de Herman José no Teatro Tivoli
BBVA, em Lisboa. Herman José dispensa
qualquer tipo de apresentação, sendo este álbum
um bom exemplo do que se pode ouvir nos
espetáculos que o Verdadeiro Artista apresenta
por todo o país e além-fronteiras. Para além
de êxitos mais conhecidos como o Saca o sacarolhas ou o Serafim Saudade, este disco inclui
alguns genéricos dos históricos programas de
televisão como, por exemplo, Casino Royal
ou Humor de Perdição, bem como algumas
interpretações de clássicos como My Way ou
Devil May Care. Inclui também um tema extra,
especialmente preparado para esta edição e para
dar início às comemorações que se adivinham
para celebrar os quarenta anos de carreira do
Humorista.
Also available on DVD.n
The Music Director is the Maestro Pedro Duarte.
Hannah Arendt
14
Hannah Arendt (1906-1975), a Jewish
philosopher and journalist, went into exile in
the U.S. in 1941, after escaping from the Gurs
concentration camp during the dark years
of World War II. In 1951, she obtained U.S.
citizenship and that same year her book “The
Origins of Totalitarianism” was published.
It became a classic within the intellectual
community and launched her career in the
United States. In 1961 Arendt moved to
Jerusalem to cover the trial of Nazi war criminal
Adolf Eichmann for the magazine “The New
Yorker” and her article, published in five parts,
had a huge media impact. Her ideas triggered
extremely violent criticism, both her description
of the Jewish councils and her analysis of
Eichmann’s personality. However, her next
book entitled “Eichmann in Jerusalem: A
Report on the Banality of Evil” has achieved
a place of prominence and great respect, albeit
always controversial, in most debates about the
Holocaust. This book is now considered one of
her most important works.
| dezembro
2013 december
|
a The voice of the moon
sobre o Holocausto de um modo absolutamente
inovador e que, mesmo sob duras críticas, se
manteve fiel às suas convicções.
This film, directed by Margarethe von Trotta
(“The Lost Honour of Katharina Blum”) is the
portrait of a misunderstood genius, someone
who dared to reflect on the Holocaust in
an absolutely innovative way and who, even
under harsh criticism, remained true to her
convictions.n
magazinephilos
a
A Voz da Lua
Hannah Arendt (1906-1975), filósofa e
jornalista judia, exilou-se nos EUA em 1941,
após a fuga do campo de concentração de Gurs,
durante os anos negros da Segunda Grande
Guerra. Em 1951, obteve cidadania norteamericana e nesse mesmo ano foi publicado o seu
livro “As Origens do Totalitarismo”. Esta obra
tornou-se um clássico dentro da comunidade
intelectual e lançou a sua carreira nos Estados
Unidos. Em 1961, deslocou-se a Jerusalém para
cobrir o julgamento do criminoso de guerra
nazi Adolf Eichmann para a revista “The New
Yorker” e o seu artigo, publicado em cinco
partes, teve um enorme impacto mediático. As
suas ideias foram alvo de críticas violentíssimas
quer pela descrição dos conselhos judaicos, quer
pela exposição da personalidade de Eichmann.
Porém, a obra seguinte, “Eichmann em
Jerusalém: Uma reportagem sobre a banalidade
do mal”, alcançou um lugar de destaque e grande
respeito, ainda que sempre controverso, na
maior parte dos debates acerca do Holocausto.
Esse livro é hoje tido como uma das suas obras
mais importantes.
Este filme, realizado por Margarethe von Trotta
(“A Honra Perdida de Katharina Blum”) é
o retrato de um génio incompreendido, de
alguém que se atreveu a fazer uma reflexão
Impressões de Viagem
a Travel Musings
JAPÃO - à espera de um novo dia repleto de emoções III
JAPAN - ready for another day packed with excitement III
a
De volta ao centro da cidade, depois de um
longo dia que ainda não terminou, espera-nos
um contacto com uma realidade distante da
experimentada na nossa “viagem no tempo”.
Logo ali, o enorme edifício, construído em
1997, que alberga a estação de caminhos-deferro — a segunda maior estação do Japão
— de onde parece chegar e partir o mundo
inteiro. Uma impressionante estrutura em
magazinephilos
a
constante movimento, milhares de pessoas
que aí circulam a cada minuto.
Depois da nossa visita a um calmo Japão
imperial, somos desafiados a lidar com o
bulício de uma cidade onde o comércio
fervilha a cada esquina e onde os passos
dos transeuntes são marcados ao ritmo dos
ponteiros do relógio.
Saídos da estação, e decididos a evitar os
| dezembro
2013 december
|
Vitor Silva
conselhos dos guias, avançamos cidade
adentro. Dois passos e ali mesmo à nossa
frente, a Torre de Quioto. Subimos até à
plataforma de observação, situada cem metros
acima do solo. A vista é soberba: impressiona
pela imensidão construtiva abraçada pelas
montanhas e leva-nos o olhar até Osaka.
Minutos depois, porque o tempo era escasso,
iniciámos o primeiro de muitos quilómetros >>
15
Impressões de Viagem
a Travel Musings
a pé. Aventurámo-nos por ruas e vielas que transmitem um contraste
sensorial. A escassos metros de avenidas com prédios altos, trânsito e
comércio de massas, encontramos locais que mantêm a traça típica das
construções, gente sem pressa e com trajes típicos, lojas e mercearias
familiares. Uns metros adiante e sentimos o conforto do silêncio, a
escassa distância do fervilhar de um movimento pendular cosmopolita,
só interrompido por umas dezenas de bicicletas que surgiram ao virar
duma esquina — quiçá, conhecem todos um atalho para escapar às
artérias mais movimentadas. Parecem mundos distantes mas não o são,
são um só e percebe-se bem essa comunhão.
16
| dezembro
Alguns quilómetros depois e após testemunharmos, ao longo do
caminho, os contrastes constantes, chegamos à zona de Pontocho. Esta
é uma das zonas mais conhecidas e visitadas de Quioto. Ruela estreita
(mesmo!), com construções tradicionais, alberga um aglomerado de
restaurantes e de bares, onde é possível assistir a cerimoniais das não
menos famosas gueixas — a maioria das que vemos na rua a interagir,
dizem, são falsas e para turista ver.
Mesmo ao lado, a grande zona comercial. Avenidas e ruas que se
cruzam num incessante grito mercantil, mas que aqui e ali convivem
com espaços tradicionais. Em todo o lado, somos confrontados com >>
2013 december
|
magazinephilos
a
Impressões de Viagem
a Travel Musings
a existência de santuários, mesmo até em espaços
comerciais. As mercearias e outras lojas de cariz
mais tradicional, com as suas cores e cheiros,
convidam-nos a entrar. Mesmo ao lado, somos
surpreendidos por uma megastore de guitarras,
seguida por um espaço de contemplação e oração.
Tudo parece diferente e inconciliável, mas tudo se
conjuga e complementa, afinal.
Assim é Quioto; assim é o Japão.
Já cansados, mas com a alma confortada, decidimos
que o regresso se faria por uma artéria que nos
levaria a uma estação de metro, onde tudo é
organizado e pontual. Foram mais dois ou três
quilómetros por entre néones e milhares de pessoas
que a noite, já nascida há algumas horas, teimava
em não mandar para casa.
O tal destino, tantas vezes imaginado inalcançável,
tinha-nos acolhido de braços abertos, deixandonos, em relevo, a memória de um dia repleto de
emoções.
Back in the city centre, at the end of a long day
that was not yet over, we came into contact
with something very different from anything
experienced so far on our “journey through time”.
We beheld a huge building, constructed in 1997,
which accommodated the second largest railway
station in Japan, and where it appears the whole
world is arriving and departing. An impressive
facility in constant movement, where thousands of
people circulate every passing minute.
After our visit to a calm imperial Japan, we are
challenged to deal with the hustle and bustle of
a city where commerce bubbles along in a lively
fashion on every corner and where the footsteps of
the passersby resemble the tick tock of a clock.
Leaving the station behind us, and set upon
ignoring the advice of the guides, we plunge
into the city. A few steps forwards and we are
confronted with Kyoto Tower. We go up to the
observation platform, one hundred metres above
the ground. The view is superb: we wonder at the
vastness of the city embraced by the mountains and
take our gaze to Osaka.
Minutes later, because time was running short, we
began the first of many kilometres on foot. We
ventured down streets and alleyways that transmit
a range of contrasting sensations. Just metres
away from avenues with tall buildings, traffic and
shops for the masses, we find places that maintain
a traditional appearance, unhurried people in
typical clothing, family shops and grocery stores. A
few metres ahead and we feel the comfort of silence.
It is just a stone’s throw from the commotion of
the constant cosmopolitan movement, yet here the
quiet is only interrupted by dozens of bicycles that
spring into view upon turning a corner, seemingly
all knowing a short cut to escape the busiest roads.
They appear to be different worlds but they are
not; they are one only, in a perfectly juxtaposed
communion.
A few kilometres more on foot is enough for us
to see further evidence of the constant contrasts,
as we arrive at the Pontocho zone. This is one
of the most well-known and commonly visited
zones of Kyoto. A narrow (in the extreme!) street,
containing traditional buildings is the setting for >>
magazinephilos
a
| dezembro
2013 december
|
17
Impressões de Viagem
a Travel Musings
a group of restaurants and bars, where we can witness the ceremonial
outfits of the no-less famous geishas. Most of the ones we see in the
street interacting are false, we are told, who are there for the tourists.
To one side, the large shopping zone. Avenues and streets that crisscross
in an incessant quest to sell, but which here and there are interspersed
with traditional spaces. Everywhere we go we see shrines, even in
shopping premises. The grocery stores and other more traditional shops
invite one to enter with their colours and smells. A little further on we
are surprised to see a guitar megastore and a space for contemplation
and prayer side by side. Everything seems different and unable to be
18
| dezembro
conciliated, only to magically conjugate and complement everything
else.
This is Kyoto; this is Japan.
Tired, but with a happy soul, we decide to return using a street that
takes us to a metro station, where everything is organised and punctual.
Another two or three kilometres through neon lights and thousands of
milling people that the night, which had fallen several hours ago, did
not send home.
The destination, so often imagined unreachable, had welcomed us with
open arms, having etched a day replete with emotions in our memory.n
2013 december
|
magazinephilos
a
a
magazinephilos
Esperamos que tenha gostado. Voltamos em março.
Hope you have enjoyed. We will be back in March.

Documentos relacionados

magazine 52

magazine 52 Another interesting example appears on page 30, with the following sentence: “Um tipo de Nova Iorque que não é capaz de distinguir o cu do cotovelo…” the translation of “A guy from New York who can...

Leia mais

Magazine

Magazine as the forward of Olhares sobre a Terra-Mãe, the beautiful book and work of art achieved by Luís Aguiar Branco, which will be published in July with the endorsement of philos. I would like to draw ...

Leia mais

magazine philos 41

magazine philos 41 Therefore, as we look back on 2011, we would like to thank all of our business partners for the trust they have placed in our services. On behalf of the entire philos team, thank you very much. n

Leia mais