Ecalado svra - Centro Excursionista Guanabara
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Ecalado svra - Centro Excursionista Guanabara
CEG IMPRESSO Mural CEG Maio e Junho /2010 - 100 exemplares - Boletim Informativo Caminhada ao Pico da Glória Pico da Glória Travessia Longitudina l das Agulhas Negras Família Ribeiro, em sua casa, no Grajaú. Sede do Clube por 10 anos se nsação de Êxta Xuxu na via Se E o d a r v a l sca ` M 2010 Veteranos na AT ´ ´ nquenta Anos Atrás CEG - Ci Leia nesta edição: Mitos Cariocas Finalmente o Escalavrado CBM no PNSO - Travessia www.guanabara.org.br MAIO E JUNHO DE 2010 programação MAIO Data Via / Local 1 Pipoca / PARNASO 8 Agulha do Diabo / PARNASO escalada 3° e cabo de aço 15 Mario Arnaud / Morro dos Cabritos / Vale dos Frades 15 Travessia Petropolis-Teresópolis / Serra dos Órgãos 29 Agulha do Diabo/Serra dos Órgãos com escalada artificial A0 Graduação Guia Caminhada pesada Boris Caminhada pesada com Boris Escalada 4° VI (A0) D3 Boris Caminhada pesada Caminhada semi-pesada Eliel e Francesco Eliel e Francesco JUNHO Data Via / Local 3 Escaladas e Caminhadas / Salinas Graduação Guia Caminhadas semi pesadas e escaladas 5º 12 Travessia Rebouças - Mauá / Itatiaia Caminhada pesada 19 Invasão no Dona Marta / Dona Marta Escalada de 3º e 4º 26 Garrafão - 2 dias c/bivaque - Lua Cheia /PARNASO 26 Travessia dos Olhos / Pedra da Gávea com Escalada 3º Xuxu Eliel e Francesco Xuxu Caminhada pesada com Ivan Azevedo Caminhada semi-pesada Eliel e Francesco Os locais e horários de encontro são combinados nas quintas-feiras anteriores às excursões. Procure o guia responsável nas reuniões sociais às quintas-feiras à noite. CURSO AVANÇADO DE ESCALADA 15/06 teórica de orientação 16/06 teórica de orientação 19/06 prática de orientação 22/06 teórica de planejamento 23/06 teórica de caminhada, acampamento e bivaque 26-27/06 prática caminhada de 2 dias 29/06 teórica de orientação 03/07 prática de orientação 06/07 manejo de trilha 10-11/07 prática caminhada de 2 dias Atenção aos alunos: o calendário do curso poderá sofrer algumas alterações. 2 aniversariantes de junho 1 2 3 3 3 3 4 5 6 6 6 6 7 7 9 9 10 11 11 11 12 12 12 13 14 15 17 17 18 18 18 20 20 20 22 22 22 23 23 24 25 26 26 27 27 28 28 28 29 Julieta Annete Nabuco de Araújo Maria Ângela Gouveia Pedrosa Conceição Rebello Nogueira Fátima Ignácio Idelzuith Santos Matos Murilo Cesar da Silva Amaral Lêda de Souza Lopes Nerine Lobão Alain Noel Helena Pereira de Magalhães Heloisa Casalino Pieri Jorge Ronaldo Teixeira Rita de Cássia Rinaldi Wagner Nuno campos Moraes Jorgina Rosa Teixeira Suely Magalhães Pereira e Souza Antônio Carlos Teixeira Freitas Luiz Pereira de Souza Paulo Martins Ribeiro Rosa Scuotto Martignoni Alváro André Braga Pereira Elias Pereira Marcos Antonio Coelho Francil Alves de Lima Mozart Hastenreiter Catão Leonardo Demer Rosati Frederico Mello S. Barbosa Jair Lourenço Luciano Perez Lopez Marly Assis Moreira Zindara Peres Malantrucco Adriana Tokumashi Kauati Hélio Stavale de Oliveira Simen Shi Koo Pan Eleonora Dias Camelo Elias Lins de Melo Leonardo Messias Zurita Ricardo Peixoto Penna Roberto Fernandes Bulhões João Vicente Quirino Barros Júnior Haroldo Ricardo Juvenal de Macedo Julio Cesar Stacchini de Souza Juratan Leite da Câmara Francisco Eduardo de A. Almeida Ramos Pedro Luiz da Silva Rodrigues Kenedy Pereira de Araujo Norma de Almeida Pedro Cardoso Antônio Casalino Pieri TABELA DE PREÇOS: Mensalidade*: Mensalidade - casal*: Matrícula ou Descongelamento: Curso Básico de Montanhismo: Curso Avançado de Escalada: R$ 20,00 R$ 33,00 R$ 60,00 R$ 450,00 R$ 240,00 *Veja no clube, preços especiais para anuidade Expediente Diretoria Presidente Vice Presidente Tesoureiro Secretaria Geral Diretor Técnico Diretor Social Dir. Meio Ambiente Diretor Divulgação Flavio Peixoto Roberto Schmidt Luiz Alberto Correia Ana Lúcia Andrade Raphael Gouy Boris Flegr Dione Conde Nicole Ingouville Francisco Saraiva Carla Vieira Conselho Fiscal Efetivo Carlos Trindade José Emiliano Starosky José Ivan Azevedo Suplente Irini Petro Rodolfo Campos Colaboraram nesta edição: Textos: Carlos Arruzzo, Francisco Saraiva, Roberto Schmidt, Suelly Ribeiro, Victor Brandão e Waldecy Lucena Fotos: Carlos Arruzzo, Francisco Saraiva, Juliana Fell, Suelly Ribeiro, Victor Brandão e Waldecy Lucena Edição e Diagramação: Carla Vieira Reuniões Sociais do CEG Todas as quintas-feiras, a partir das 19h. Caso queira contribuir com esse boletim, envie seus artigos, notícias, comentários e sugestões para Rua Washington Luiz, 9 - cobertura Rio de Janeiro - RJ - Cep 20230-020 ou por e-mail: [email protected] As matérias aqui publicadas não representam necessariamente a posição oficial do Centro Excursionista Guanabara. Ressaltamos que o boletim é um espaço aberto àqueles que queiram contribuir. 11 www.guanabara.org.br é o purgatório. Apesar de não exigir grande esforço, esse trecho requer uma paciência de cágado para manter a sanidade. São três horas de passeio no bosque sem o visual maravilhoso que vínhamos admirando até então. E mais, com o sol perdendo força diante de uma mata mais abundante, se diminuíamos o ritmo ou parávamos dois minutos sequer, era o suficiente para que o MAIO E JUNHO DE 2010 vento úmido e gelado sacudisse as vértebras massacradas pelas mochilas. E assim foi até a represa, onde nos cumprimentamos e festejamos a conquista. Parabéns ao CBM 2010 e aos guias que nos orientaram (Flavio, Ivan e Batman). Mais uma vez trago lembranças inesquecíveis de uma aventura Guanabarense. Victor Brandão de volta ao passado CEG - Cinquenta anos atrás (21/04/1960) Subindo montanhas, “Lagartixas” Saudaram o Estado da Guanabara. ‘Os “lagartixas” que encontram nesta Cidade Maravilhosa um autêntico paraíso para as suas atividades, também se associaram às festividades do nascimento do Estado da Guanabara. Diversos foram os Clubes que programaram excursões e escaladas nos vários pontos montanhísticos cariocas, na passagem do dia 20 para 21 último. ‘O “Guanabara” subiu ao cume do “Perdido do Andaraí” para queimar fogos; o Clube dos “Peixinhos” promoveu uma excursão do “Alto da Boa Vista” à “Ponte de Táboas”; o “CEPI” galgou o “Paredão Amélia Porto”, em Jacarepaguá. Como estes, outros grupos e clubes se associaram às festividades da última semana: o “Light”, o “Morro Azul” e o “Rio de Janeiro”, realizando várias excursões pela Guanabara, subindo o “Corcovado” ou caminhando pela “Floresta” até às “Grutas da Tijuca”. Guanabara ao Guanabara ‘Belíssimo espetáculo pirotécnico proporcionou o “Centro Excursionista Guanabara”, no cume do “Perdido do Andaraí”, na passagem do dia 20 para o dia 21 de abril de1960, assinalando a criação do Estado da Guanabara. ‘Precisamente à zero hora, quando come10 çou o repique dos sinos da Igreja de Nª Srª do Perpétuo Socorro, do Grajaú, no alto da montanha também se iniciou a queima de fogos de artifício. A queima de fogos obedeceu a cuidados especiais para a proteção florestal. ‘O baile parou no “Grajaú Tênis Clube” para que os dançarinos pudessem apreciar o inédito espetáculo dos “lagartixas”. O excursionista Paulo Martins Ribeiro documentou fotograficamente a feérica exibição. ‘Atraídos pelos primeiros estampidos e clarões no “Perdido do Andaraí”, dentro da noite escura, os moradores do bairro e de ruas próximas chegaram às janelas para apreciar a iniciativa dos “lagartixas”. Faróis de automóveis e buzinas saudaram o feito dos desportistas. ‘Finda a caminhada, e de volta à casa da Família Ribeiro (sede provisória do CEG), foi servido um lanche comemorando o novo Estado, já que o Clube tem o nome de “Guanabara”, há mais de um ano, em homenagem à criação do novo Estado ‘Dezessete pessoaas (cinco moças, onze rapazes e Márcio, de 10 anos) participaram da caminhada (à luz de lanternas), que durou cerca de 2 horas até o cume da montanha.’ Extraído da Coluna “Vida Excursionista”, Jornalista Idalicio Manoel de Oliveira Jornal “Correio da Manhã” – 29/04/1960. editorial A Temporada de Montanhismo de 2010 Ao final de abril foi dada a partida para a temporada de montanhismo de 2010, com a já tradicional festa da Abertura na Praça General Tibúrcio, na Praia Vermelha: multirões de conservação, escaladas, caminhadas foram realizadas na parte da manhã e durante a tarde ocorreram às comemorações nas barracas dos clubes, com muita confraternização entre os presentes. Já no mês de maio foram realizadas algumas atividades no PNSO como Pedra do Sino em um dia, Pico do Glória, Salinas, Travessia Petrô-Terê pelo CBM. Para junho estão programadas: Invasão de Salinas (PETP), Travessia RobouçasMauá (PNI), invasão do morro Dona Marta (escaladas), PNSO com ida ao Garrafão e Pedra da Gávea (PNT). Aproveitem pois o clima está ajudando. Boa temporada para todos. Roberto Schmidt artigo Finalmente o Escalavrado É isso. Mesmo antes de frequentar o Guanabara, eu já fazia algumas trilhas pelo Rio de Janeiro, e o Escalavrado sempre foi uma das montanhas que almejava. Em 2009, quando fiz o CBE, reparei que no programa do CBM, o Escalavrado era parte do curso. Imaginem minha frustração já que não faria o curso completo. Mas nem demorou tanto assim, virou o ano e aqui estou eu no CBM de 2010. 18 de abril - dia inesquecível no Parque Nacional da Serra dos Órgãos; clima perfeito. A princípio fiquei meio preocupado quando soube que teríamos que retornar de onde estivéssemos às 13 horas por segurança. Justo e indiscutível. Durante toda a subida o visual era maravilhoso e compensador, a cada passo ou escalaminhada rumo ao cume onde, por sinal, me deparei com mais dois objetivos: Dedo de Nossa Sra e Dedo de Deus. O grupo surpreendeu fazendo o cume às 11h30 daquela manhã ensolarada de domingo. “Estão todos de parabéns”, assim disse o nosso guia responsável pela excursão, Francisco Saraiva. Além do Francisco acho de extrema importância elogios, não só por mim, tenho certeza também por parte de todos no CBM, aos excepcionais montanhistas Ivan, Batman, Emiliano e PJ. Obrigado. E assim declaro imensa satisfação de ser parte desse grupo Guanabarense. Victor Brandão Nota de Agradecimento O CEG mais uma vez mostrou que o clube ultrapassa ao espírito festeiro de confraternizações. No período das enchentes, que amargurou a vida de cariocas e niteroienses, o Guanabara se mobilizou e participou com doações de roupas, materiais de limpeza, alimentos e outros pertences aos desabrigados de Niterói. Nosso agradecimento em especial ao Douglas Coelho pela bela iniciativa. 3 www.guanabara.org.br artigo MITOS CARIOCAS Desde que entrei no CEG, em 2003, sempre observei a formação dos mitos na escalada. Ainda no curso básico ouvia histórias assustadoras sobre vias que não conhecia e, com o tempo, essas foram se somando, como: - a queda no lance final do M2, que já havia machucado muitas pessoas... - o Coringa era um 3º grau mais difícil que muito 4º”... - o Buraco da Galinha, na Stop, que já havia entalado alguns montanhistas - desavisados... - o lance de 6º grau do Cisco Kid que havia quebrado os pés do nosso amigo Dolly... - o Cavalo Louco e sua passada aérea... - o Secundo com sua chaminé estreita e mortal... - Pássaros-de-Fogo, uma escalada de 7 º grau assombrada por marimbondos... - o Ás-de-Espada que alguns dizem ser o Italianos com agarras de cabeça para baixo... - a Galloti e sua múmia... Movido pela curiosidade, com o tempo fui levado a essas vias e pude tirar minhas próprias conclusões. Se por um lado não achei o Buraco da Galinha tão apertado, por outro já experimentei a fúria de alguns marimbondos. No meu universo de opções no Rio, havia uma via que me atraía mais do que todas: o Lagartão. Em janeiro de 2007, Boris Flegr e eu decidimos fazer uma tentativa. Alimentei-me bem na noite anterior, dormi cedo e na alvorada do dia seguinte já caminhávamos na pista Claudio Coutinho. Infelizmente, alguns minutos depois e ensopados na base do totem, sob o calor de 30 graus, observávamos desolados o sol acabar com nossas esperanças de sair do chão. Tentamos por mais duas vezes nos próximos dois anos, mas num dia começamos tarde demais e no outro fomos parados por uma 4 virada no tempo, que nos obrigou a descer. No final de 2009 tentei novamente com o Play (Francesco Castagnaro), e tivemos que descer exatamente do mesmo ponto em que havíamos descido nas duas vezes anteriores. Dessa vez simplesmente não conseguimos subir... Finalmente, em maio deste ano estávamos Boris e eu na Praia Vermelha tentando decidir por uma via, quando pergunto: – E aí General, qual vai ser? – E meu amigo, com o olhar perdido, me diz com confiança: –Vamos no Lagartão, fazer logo essa p.... – e, contaminado por esse sentimento, concordei. Começamos a escalada por volta das 10h30. O dia estava perfeito, ensolarado e frio. Seguimos pelas fendas revezando a guiada, e após uma bela ascensão em artificial de meu parceiro, em meio a marimbondos, me vi diante do lance no qual voltei das outras vezes. Mas dessa vez foi diferente, pois algum tempo depois estava de pé sobre a famosa sobrancelha. A sensação foi muito boa e após outro lance delicado, guiado pelo Boris, fomos escalando cada vez mais empolgados rumo ao cume. Chegamos ao cume às 16h, e mesmo sabendo que não foi uma subida das mais rápidas, estávamos satisfeitos e aliviados por finalmente ter vencido aquele mito que havíamos criado. Poucas vezes me senti assim após uma escalada e ao mesmo tempo em que esse sentimento responde à pergunta mais importante do montanhismo “por que escalar?” vem aquele vazio que buscar um próximo desafio. Fechamos aquele dia comemorando na Tia com cerveja e lá encontramos o Bernardo, Antonio Paulo e Daflon e me veio a pergunta: o que será um mito para eles? Deus me livre... Carlos Arruzzo (Xuxu) MAIO E JUNHO DE 2010 artigo CBM NO PNSO - TRAVESSIA Dia 15 de maio de 2010 – Onze integrantes encontravam-se na van a caminho do PNSO com o objetivo de realizar a famosa travessia Petrópolis-Teresopolis. Paramos em Correa para um café da manhã rápido e para pegar nosso 12º integrante, o Carlos (Gaúcho). Foi exatamente nesse momento que pudemos constatar que em Correa não existem gaúchos, mas em compensação a praça estava repleta de “Veadinhos”. (risos) Começamos nossa jornada às 10 horas guiados pelo Batman e, com ele, o pelotão de “elite”. Essa galerinha de 4 ou 5 estava frenética imprimindo um ritmo acelerado. Uns diziam que era o café da manhã; outros, pura energia, mas há quem diga que esse pessoal estava mais leve. Intriga? Vai saber, né? Uma pequena pausa no Queijo para admirar a beleza do lugar e tirar algumas fotos. Depois paramos para almoçar e recarregar as energias no Ajax, pois iríamos enfrentar a famigerada Isabeloca. Particularmente não achei assim tão assustadora, mas com certeza não é de graça e pudemos comprovar, visto que teve até serviço de massagem para um dos integrantes do CBM que sofria de câimbras nas panturrilhas. Superadas as adversidades caminhamos até o Açu, onde acampamos. O Visual daquele lugar extraordinário misturado com uma galera de primeira e um jantar com uma mega variedade - entre pizzas, frios, sopas e até mesmo lasanha - proporcionou um ambiente confortável e descontraído, que foi interrompido apenas quando o sol foi se escondendo e dando lugar ao frio e ao vento cortante, que praticamente obrigou todos a se esconderem em suas barracas. Alguns dormiram logo, outros resolveram discutir assuntos como “colar velcro”, chapeuzinho vermelho e sabe-se lá o que mais que gerou quase uma hora e meia de gargalhadas ininterruptas. Não foi uma das melhores noites da minha vida, o vento castigando a barraca, os companheiros roncando numa sinfonia atordoante e meu nariz entupido me fizeram desistir da barraca e do sono às 4 horas da manhã. Estava escuro e frio demais, mas, em contrapartida, um céu maravilhoso. Como não tínhamos lua, o céu negro contrastava com o brilho de um número inestimável de estrelas, e ainda tive a sorte de ver três estrelas cadentes antes do primeiro celular despertar a galerinha às 5h15 da matina. Enquanto tomávamos café da manhã, o Sol vinha se apresentando aos poucos expulsando a nevoa e a friaca. Partimos para a segunda etapa de nossa caminhada por volta de 7h15 liderados pelo Flavinho. O grupo de “fracoletes” partiu na frente com a desculpa de que os “passos largos” logo os alcançariam. Não é que o cara tinha razão??? (risos). No Paraíso já estávamos todos reunidos. Parada para um lanche no Vale das Antas, abastecimento das garrafas e mais confraternização e planejamento. Nesse momento foi imposto pelo Flavinho a meta de atingir o Sino às 13h30 e, como essa galera não recua diante de desafios, fomos encarar a pedra da baleia, o Elevador e a escalaminhada do Sino, com determinação. Atingimos a meta de chegar ao abrigo 4 dentro do horário estipulado. Descansamos 15 minutos e partimos para a última e desgastante etapa da travessia. Não lembro bem quem comentou, mas estava certo, essa parte da caminhada 9 www.guanabara.org.br MAIO E JUNHO DE 2010 artigo TRAVESSIA LONGITUDINAL DAS AGULHAS NEGRAS Conquistada em 1938 pelo lendário escalador alemão Richard Brackmann, a “Longitudinal das Agulhas” é uma escalada que conta com poucas repetições devido a sua dificuldade de orientação e logística. Descobri que haveria uma excursão do Grupo Excursionista Agulhas Negras, o GEAN, para a Longitudinal... mais que rapidamente entrei em contato com meu amigo Igor Spanner, geanista de longas datas. Tudo certo. A travessia estava marcada para o dia 2 de maio. Ainda consegui encaixar na expedição meu grande amigo de roubadas, o JP. Com uma reserva para o Abrigo Rebouças, partimos na tarde do dia 1º de maio, sábado, rumo ao Planalto de Itatiaia. Entramos no Parque na hora limite, 17 horas, rumando direto pro Rebouças. Jantar regado a massas e vinho e, na sequência, cama! No domingo, nossos amigos geanistas chegaram ao Abrigo às 7h30 e, logo em seguida, partimos em direção às Agulhas. O começo da Longitudinal é o mesmo da Chaminé dos Estudantes, passando logo em seguida pela Chaminé GEAN, via conquistada pelo Julio Spanner em 1967, um E4 nunca repetido! Fomos seguindo por blocos e mais blocos empilhados, fazendo pequenos lances de escalada, ganhando gradativamente altura. E eis que chega a primeira proteção fixa da escalada... o tal do parafuso do Brackman... um pare8 dão de quarto grau e com somente essa proteção... putz... um parafuso. O Tacio, escalador paulista, brilhantemente guiou o lance, show de bola. Mais algumas escaladinhas e chegamos à Pedra Isolada, ponto culminante das Agulhas, sem antes passar pelo final da via “Quietude”. Daí, fomos aos outros quatro cumes que compõem o maciço das Agulhas, um visual fantástico e às vezes, lembrando o solo lunar... espetáculo! O “escape” das Agulhas foi pela pouquíssima frequentada Chaminé XIV de Julho. Curioso foi como fizemos para chegar ao grampo da via: o Julio Spanner virou um “grampo humano”... essa seria a segurança para desescalar uma canaleta de uns 10 metros até chegar a um verdadeiro grampo. Surreal! Mas estamos falando de montanha.... Fizemos então todos os rapéis da via e logo estávamos já no caminho da Asa de Hermes e caminhando em direção ao Rebouças, sendo contemplados por um belíssimo por do sol pintando as Agulhas de um tom dourado indescritível. Diálogo que reinou na travessia e que ilustra o quão rústico é essa escalada: - Caramba, e agora? - Ah, vai em chaminé... - Caracas...tô na m... e agora? - Pula... Waldecy Lorena artigo SUBIDA AO ESCALAVRADO COM OS ALUNOS DO CBM DE 2010 No dia 18 de abril de 2010, fizemos a caminhada ao Escalavrado. Esta caminhada faz parte do treinamento dos alunos do CBM do primeiro semestre de 2010. Combinamos que com um grupo de 15 pessoas, o melhor seria alugarmos uma van que nos deixaria na entrada da trilha e depois nos pegaria de volta no mesmo lugar. Para me ajudar na caminhada, se apresentaram o Ivan, o Claudio (Batman) e o Emiliano (Gaúcho). Cheguei na Praça da Bandeira às 05h50 e a Maria Flavia já estava no local. Aos poucos foram chegando os demais participantes. Às 05h56 chegou o Gabriel da van. Pouco depois chegou o PJ, que havia trocado com a Kelly, que não se sentiu confortável em fazer a caminhada. O Ivan tinha me enviado uma mensagem informando da troca, mas eu não verifiquei o meu email depois das 22h. Como não tinha lugar na van, o Ivan seguiria de carro. Com a chegada do Emiliano, saímos da praça e fomos na direção da Leopoldina. O Emiliano e o PJ foram com o Ivan de carro. Conforme havíamos combinado, encontramos o Douglas na primeira passarela da Leopoldina e seguimos viagem. Paramos na entrada do Parque, em Guapimirim, no Km 98, para deixar o termo de responsabilidade, conforme havia combinado com o Marcus, do Parnaso. O funcionário me pediu para retornar depois da caminhada. A Helen me comunicou que ela e o Alessandro estavam sem equipamento individual. Como eles não fizeram a escalada no sábado, ficaram sem os equipamentos para a caminhada. Fizemos a parada no Posto Garrafão, para um lanche rápido e banheiro. Saímos do Posto Garrafão e seguimos para a entrada da trilha, que fica pouco antes do Km 92 (entre o 92 e o 93). Às 07h41 paramos na entrada da trilha e combinamos que eu seguiria na frente com o Cláudio, o Emiliano iria no meio e o Ivan faria o fechamento. Um rádio ficou comigo e o outro ficou com o Ivan. Avisei ao Gabriel que a nossa estimativa era chegar de volta, na estrada, depois das 17h. Eu e Ivan cedemos os nossos equipamentos individuais para a Helen e o Alessandro. Quando fosse necessário, usaríamos fitas para a nossa segurança. Começamos a subida às 07h55 e vimos que a trilha havia sido limpa recentemente. O trecho inicial sempre é muito escorregadio, mas logo após este trecho, encontramos a pedra seca, nos permitindo subir sem maiores dificuldades. Após a diagonal que vai chegar nas bromélias, continuamos a subir num passo contínuo. Tentei comunicação pelo rádio, mas não consegui falar com o Ivan. Quem estava no meio desta subida me avisou que o grupo que estava no final estava subindo também sem dificuldades. Paramos por uns dois ou três minutos após as bromélias para beber água. Depois, continuamos a subir. Chegamos na parede da escaladinha às 08h37. O Ivan chegou e subiu com uma corda que fixou para subirmos. O Cláudio foi atrás e eu fiquei dando segurança. O Cláudio prendeu a corda em cada grampo com um fiel, de forma que a corda não seria muito esticada quando os alunos subissem. Quando cheguei ao final da escaladinha, o Cláudio estava montando a segurança para a Clarissa, a pedido do Ivan. Eu os deixei e continuei a subir com o Jano e a Maria Flavia. Num trecho 5 www.guanabara.org.br logo acima, o Jano viu que uma pedra de Continuamos a subir, mas agora era eu 1,5 m por 0,70 m se deslocou no momento que estava mais lento. Avisei ao grupo que de sua passagem. Ele me avisou do perigo e faria uma parada rápida. É incrível como avaliamos que a pedra não desceria mais, se respirar, pausada e profundamente, pelo ninguém pisasse nela. Pouco depois passa- nariz nos restabelece. Continuei depois de ram dois homens e uma moça, que informa- alguns segundos de parada para retomar ram que eram funcionários do Parque. Avi- o fôlego. samos a eles da pedra e eles disseram que Chegamos ao cume, eu, Victor, Hubert, depois avisariam ao Parque. Fizemos uma Jano, Carlos, Maria Flavia e PJ em seguida marcação de perigo e sinalizamos um desvio às 11h14, fazendo a subida em 3h19m. pouco abaixo desta pedra. Continuamos a Lá já estavam cerca de 10 pessoas que nos subir. O grupo ficou mais próximo. Passamos perguntaram pelos veteranos que estavam pela canaleta, onde o PJ puxou o grupo para pouco abaixo de nós. Chegaram o Leo e caminhar na crista. Pedi o Douglas e deque esperassem quando pois chegaram a chegassem na primeira Helen, Alessandro, rampa. Eduardo, Ivan, Chegamos na priEmiliano, Cláumeira rampa às 10h. O dio e Clarissa. Às grupo era formado por 11h38 todos estamim, PJ, Carlos, Victor, vam no cume. Nos Hubert, Douglas e Flacongratulamos e via. Em seguida, chegou abrimos o farnel. o Batman. Esperamos Tiramos fotos e filque um montanhista mamos alguns do Foto no Cume do Escalavrado que descia agachado grupo chegando na Pedra, chegasse até ao cume. Por volta onde estávamos. Pedi que o Batman fixas- das 12h fomos até a vista do Dedo de Nosse uma corda para subirmos esta rampa sa Senhora onde tiramos algumas fotos. que é mais inclinada e escorregadia que Combinei com o Ivan que eu comea segunda. Os alunos prendiam a solteira çaria a descida. Ele ficaria novamente no com o mosquetão na corda e a usavam fechamento. Às 12h13 começamos a desapenas como guia na subida. Subimos a cer rápido e sem sobressaltos. Nas rampas primeira rampa e depois continuamos até deixamos a corda fixa apenas para servir a segunda rampa, que é um pouco mais de corrimão. Os alunos prendiam o moslonga, mas menos inclinada. O Cláudio quetão na corda e desciam de forma contífixou outra corda e subimos. Nas rampas, nua. Na canaleta descemos na aderência. encontramos outros montanhistas. Parte Após este trecho, percebi que estava me era de funcionários do Parque e parte era distanciando do grupo maior. Aguardei a de paraquedistas (veteranos). Acima en- chegada de mais alguns alunos, porque contramos dois veteranos. Um deles estava só o Victor estava acompanhando. Ao ver cansado e parou. O outro nos avistou e a chegada do Emiliano, perguntei pelos sinalizou para o primeiro nos deixar passar. demais. Ele me avisou que estavam des6 MAIO E JUNHO DE 2010 cendo devagar, mas sem problemas. Não conseguia contato pelo rádio, mas visualmente vimos o grupo descendo mais atrás. Chegamos no trecho de escalada e começamos a montar o rapel. O grupo era formado pelo Victor, Jano e Maria Flavia. Pedi que o Victor checasse os equipamentos dos alunos e abri o rapel. Desci bem devagar, porque a corda de 60m estava “encocando” muito, mesmo no meu ATC. Quando cheguei embaixo, o Ivan se aproximou do grupo e montou outra corda para o rapel. Os alunos começaram a descer. Pedi ao PJ que ficasse dando segurança aos alunos e segui em frente para chegar cedo no trecho das bromélias, que era a minha preocupação de descida. Ao chegar no grampo, montei o rapel e o Emiliano desceu para orientar os alunos neste trecho inicial. O Victor desceu com outra corda. Pedi que o Emiliano descesse mais uma corda e deixasse a segurança da primeira corda com o Victor. Eu fiquei em cima orientando os alunos. O Ivan desceu sem corda e ficou no trecho abaixo da segunda corda. Pedi ao PJ que ficasse no meu lugar e desci. O Ivan me informou que o segundo rapel não seria necessário, visto que a pedra estava seca. Passamos a usar a segunda corda apenas como guia. Continuei a descer e cheguei na estrada às 15h23, onde já se encontravam o Emiliano, a Maria Flavia e o Douglas. Liguei para o Gabriel, avisando que estaríamos todos na estrada até às 16h30. Às 16h00 o Gabriel chegou e estacionou a van em frente à entrada da trilha. Às 16h31 chegaram o Ivan e a Clarissa, que fechou a descida dos alunos. Às 16h40 chegou o Batman fechando a caminhada, recolhendo as cordas e equipamentos finais. Combinamos com o Gabriel a subida até o Paraíso da Serra para a confraterni- zação do grupo. Um trecho de uns 200m de estrada entre a entrada da trilha e o Paraíso da Serra estava em pista única para reparos da estrada. No Paraíso da Serra, com o dinheiro que sobrou do rateio da van, abrimos uma comanda para as cervejas. Só deu Teresópolis. Depois de assistirmos ao jogo do Botafogo 2x1 Flamengo, descemos até o posto garrafão onde Ivan, PJ e Emiliano seguiram para o Rio no Carro do Ivan. Não conseguimos parar na entrada do Parque em Guapimirim. Mas, depois em casa, enviei uma mensagem comunicando a nossa saída sem problemas, para o Marcus do Parnaso, com quem havia conversado por email antes. A participação do Ivan e dos alunos do CAE: Claudio e Emiliano foi fundamental para a garantia da segurança e bom andamento da caminhada. Os alunos não se intimidaram e completaram a caminhada superando mais esta fase em seu treinamento. Enfim, todos estão de parabéns. Francisco Saraiva Nota de Agradecimento No início de junho, o clube ganhou um belo upgrade em seus computadores. Agradecemos mais uma vez ao Roberto Schmidt por essa contribuição. “Os sistemas foram melhorados e agora estão denominados Guanabara Balcão e Guanabara TV (os dois podem se comunicar e partilhar a impressora). A maior alteração foi feita no Guanabara TV, com um novo processador Intel e um HD particionado em três áreas (sistema, Fotos e Músicas). Agora temos espaço de sobra”, falou Schmidt. O CEG agradece... e muito! 7
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