Pedra Lisa (e escorregadia) Editorial da Presidência Deus
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Pedra Lisa (e escorregadia) Editorial da Presidência Deus
Guanabara a caminho da Pedra Lisa - Campos (Foto: Altair) Montanhismo - RJ Notícias CAE - Inscrições Abertas Artigos Editorial da Presidência Altair Trindade Júnior Pedra Lisa (e escorregadia) Fernanda Reis Deus caminhas pelas ruas (mas mora nas montanhas) Fernanda Reis Friends mais amigos Frederico Noritomi www.guanabara.org.br ANIVERSARIANTES DO MÊS PROGRAMAÇÃO DE MARÇO Diretoria do CEG 1 2 3 Dia Atividade/Local Classificação Guia 02 Paredão Olimpo/Agulhinha da Gávea Escalada 3º, III+ Lula 03 Heineken Escalada 2º Fred 03 Boêmia Gelada Escalada 2º Trindade 10 Pedra da Gávea Caminhada leve c/ lance 1º Fred 16 Pedra das Antas e Cabritos Caminhada pesada ETG Beto 5 6 7 8 11 12 16 Paredão Norma Almeida/Babilônia Escalada 3º Lula 13 23 Alto Mourão/Itacoatiara Caminhada leve Trindade 14 23 Paredão Itacoatiara/Tucum Escalada 2º, III Bomtempo 24 Jacuba/Petrópolis 29 30 Pedra Manuel de Moraes/ Santa Maria Madalena Pico do Desengano/ Santa Maria Madalena 31 Dubois/ Beto e Fred Caminhada semi-pesada c/ rappel Caminhada leve c/ escalada C 15 Mário e Beto Beto e Fred Caminhada pesada Beto e Fred Caminhada leve Beto e Fred 16 17 18 19 Os locais e horários de encontro são combinados nas quintas-feiras anteriores às excursões. Procure o guia responsável nas reuniões sociais, ou ligue para o clube quinta feira à noite - Tel. : 2232-0569. 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 2 Março de 2002 Ricardo Teixeira Linhares Oscar Barbosa de Sá Alzira do Carmo Nogueira Fernando José Macrini de Souza Sérgio Arouca Cláudia Maria Goulart dos Santos Milton Jacques Ferreira Moulin Everaldo Ferreira dos Santos Isis Moraes da Cunha Maria Helena Nabuco de Araújo Vinícius Pereira Bouzada Vera Conceição Viggiano Oscar Gonçalves Leite Ricardo Fernando Guaraná Eduardo Edison Mizutani Alceu Percy Mendel Jr. Marcelo Marques David Maria Mathilde Senra Cortes Renato da Silva Alves Mauro Monteiro Machado Wagner Ribeiro Drummond Agostinho Sequeira Lopes Teixeira Alberto Goldenberg Robson Richers Samara Regina S. Silveira Dirce Maria de º Rodrigues Castro Cesar Augusto Guimarães Arila Cláudia Vieira de Resende Sandra Paula Szapszewiz Irá de Souza Pinto Lélia Barreto Cesar Eliane de Araujo Torres Renato Pires dos Santos Gisela Elfriede Glimmann José Luiz de Azevedo Costa Amélia Maria dos Santos Ribeiro Tobias Schmitt Sergio Luiz Teixeira e Souza Antonio Pereira da Silva Mario Roberto de Macedo Ramalho Lenyr Costa de Menezes Dalva Gomes Pintos Neuza Gelly Theotônio da Silva Conceição Cecília Costa Bueno Moacyr Presidente Vice Presidente Tesoureira 1º Secretário 2º Secretário Dir. Técnico Dir. de Divulgação Dir. Social Dir. de Meio Ambiente Bibliotecário Altair Trindade Francino Bomtempo Samara Regina André Stellmann Luiz Bandeira Frederico Noritomi Rodolfo Campos Ingrid Carvalho Manuel Rosário Jr. Elisa Goldman Colaboraram nesta edição Textos: Altair Trindade, Fernanda Reis, Mario Senna e Frederico Noritomi Fotografias: Altair Trindade e Carla Vieira Revisão: Fernanda Reis Arte: Carla Vieira Reuniões Sociais do CEG Todas as quintas-feiras, a partir das 19:00. Caso queira contribuir com esse boletim, envie seus artigos, notícias, comentários e sugestões para Rua Washington Luiz, 9 - cobertura Rio de Janeiro - RJ - Cep 20230-020 ou por e-mail: [email protected] As matérias aqui publicadas não representam necessariamente a posição oficial do Centro Excursionista Guanabara. Ressaltamos que o boletim é um espaço aberto àqueles que queiram contribuir. Tabela de Preços Mensalidade: Matrícula ou Descongelamento: Curso Básico de Montanhismo: Curso Avançado de Escalada: R$ 10,00 R$ 30,00 R$ 300,00 R$ 120,00 Março de 2002 11 www.guanabara.org.br CARTA AOS SÓCIOS ACUMULADAS EDITORIAL “Ele” é um guia muito querido, mas anda meio esquecido ou protegido por esta seção, mas a última dele me inspirou a escrever uma série... - Passeia nas ruas do Grajaú com seu cachorro poodle que atende pelo singelo nome de Joquinha... - Gosta de encarnar nos gaúchos, principalmente os de Pelotas. Mas descobrimos que ele é gaúcho e nasceu em um município vizinho a Pelotas. - Andou viajando para Campinas, para fazer um concurso para Juiz. É o grande sonho da sua vida... Morar em Campinas!! - Até a Martha Romeiro já deu uma sacaneada nele, chamando-o de “Guia manco”. Só faltou definir com qual significado ela usou a palavra manco: (1) pessoa que não pode servir-se de um membro – (2) pessoa rude de inteligência, ignorante. - A última é demais: - a namorada, em recente viagem à Chapada Diamantina, obrigou-o a contratar um guia local, pois tinha medo de se perderem nas trilhas. E dizem que o tal guia contratado lavava, cozinhava e botava ele para Este é o primeiro Boletim do ano, devido a uma série de fatores não foi possível editar e imprimir os Boletins de janeiro e fevereiro. Peço desculpas aos sócios, ao mesmo tempo em que afirmo que aplicaremos todo o esforço necessário para que este fato não se repita. Vale lembrar que noventa por cento do conteúdo dos Boletins é proveniente de contribuições dos sócios - na forma de textos, mal da montanha, dicas, sugestões, curiosidades, artigos traduzidos, etc..., e sendo assim peço, mais uma vez, que contribuam. dormir... Agradeço a Diretoria de 2001, pelo belo trabalho realizado e pela amizade que ultrapassa as portas do CEG, e dou as boas-vindas à nova diretoria. Reconheço que o serviço voluntário não é tarefa fácil de se desenvolver, uma vez que precisamos "encaixá-lo" em nossa rotina, mas, por outro lado, bem sabemos o quanto é gratificante dar continuidade a um trabalho que começou há 43 anos... A diretoria deste ano pretende dar mais uma "lubrificada" nas engrenagens que movimentam o CEG, em continuação ao que já foi alavancado em 2001, na intenção de fazer com que o Clube atenda às necessidades que vêm surgindo a cada ano, porém, isso só será possível com a ajuda e participação de todos nós. Altair Emídio Trindade Júnior Presidente Presidência - Missão Cumprida 10 Março de 2002 Março de 2002 3 www.guanabara.org.br MATÉRIA DE CAPA leve náusea, e as outras pessoas, por um breve momento, passaram a fazer parte de uma realidade à parte, suas vozes estavam tão longe... Ao contrário do que alguns possam pensar, eu não desmaiei, não passei mal e nem tive um “troço”, ninguém nem mesmo percebeu minha silenciosa descoberta... Dei um discreto giro de 360 graus para olhar tudo à minha volta e respirei fundo sentindo o ar como se tivesse gosto. Dirigi-me para o espaço vazio ao meu lado, mal conseguindo disfarçar um sorrisinho de canto de boca e falei bem baixinho, quase sussurrando: - Então é aqui que você mora... Fernanda Reis CURSO ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA O CURSO AVANÇADO DE ESCALADA (CAE) DO CEG! JÁ ESTÃO O CAE é voltado tanto para as pessoas que se formaram no Curso Básico de Montanhismo e estão interessadas em começar a guiar, como para as que já guiam há algum tempo e desejam reciclar seus conhecimentos para escalar com mais segurança. O curso terá início em meados de março com fim previsto para o início de abril. Serão ministradas aulas teóricas e práticas sobre técnicas de primeiro de cordada, progressão em artificial fixa e escalada com proteção móvel. Garanta logo o seu lugar porque só há 8 vagas! 8 Março de 2002 PEDRA LISA (E ESCORREGADIA) No segundo fim de semana deste chuvoso janeiro de 2002, partiu, do CEG, a primeira excursão oficial rumo à Pedra Lisa – magnífica elevação rochosa, com 653m de altura, situada em zona rural do município de Campos – RJ. Guiados pelo Mario Senna e pelo Beto (leia-se “roubada”), os 10 participantes do Guanabara contavam ainda com mais dois guias: o simpático casal Egito e Sandra, do CEB, que, juntamente com Mario Senna, já haviam feito a escalaminhada há poucos meses, chegando ao cume. Partimos – Mario Senna, Beto, Egito, Sandra, Altair, Anderson, André, Carla, Elisa, Ingrid, Ligeirinho, Luciano, Malena e eu – no sábado, às sete e pouquinho, da Praça da Bandeira. No meio da tarde, quase chegando no distrito de Espírito Santo de Campos, após uma curva na estrada... lá estava ela!!... a Pedra Lisa!! Linda, majestosa, absoluta e íngreme... Era uma linda visão, dessas que falam por si e fazem a gente ficar sem assunto, ansioso para subir e ver o que Deus escondeu lá em cima. Como estava no script, um morador local (já conhecido do Egito, Mario Senna e Cia.), levou-nos a uma cachoeira que estava mais para um rio caudaloso. O banho foi ótimo, pena que durou pouco devido ao adiantado da hora. Após a rápida refrescada rumamos para o local onde iríamos pernoitar. Mais um pequeno percurso de carro e chegamos na casa que nos foi cedida mediante uma pequena contribuição. Começaram os preparativos para o dia seguinte: mochila de ataque, equipamento para escalada, bastante água (não tem no caminho), comida para um dia etc, etc, etc... Feito isso, e ainda cedo, fomos até um boteco local dar uma rápida molhadinha na goela, afinal de contas nós estávamos ali... e o boteco um pouquinho mais adiante... Dormimos cedo, como anjos na porta da igreja... (devo ser honesta e confessar que esta frase não é minha). O dia seguinte começou com o celular do Altair despertando meia hora mais cedo que o determinado pelos Guias e, confesso, tive pena da minha pobre sogra – o que aquela santa senhora tinha a ver com aquilo tudo??!! Como já haviam dito os conquistadores (CEB-1953), a Pedra lembra bastante o Escalavrado do PARNASO (mas com diferenças nada sutis...). Começamos com a travessia de um pasto, uma subida leve e de repente... Março de 2002 5 www.guanabara.org.br COMO ENLOUQUECER UM GUIA Esta brincadeira surgiu em 1994, durante uma excursão à Chapada Diamantina – BA, entre o guia e um grupo de clientes da Agência Free Way de São Paulo. As opções são intermináveis, aí estão somente dezenove, mas ela na verdade é infinita. Assim como a resistência do guia. 01. Quando fizer a inscrição para a viagem, pergunte quantos homens vão e quais serão os guias. 02.Nunca se apresente no horário marcado. Atrase sempre!!! 03. Se estiver tudo pronto antes do horário, enrole! 04. Quando lhe forem apresentadas várias opções, demore a decidir, escolha a opção mais difícil... Na última hora avise que mudou de idéia. 05. Na trilha, ande sempre na frente do guia. De preferência desapareça!!! 06. Se o guia mandar você ficar em um determinado lugar, vá dar umas voltinhas... e se perca. 07. Esqueça sempre o que mandarem você levar (capa de chuva, lanterna etc...). Quando necessitar, reclame que o guia não avisou. 08. Pergunte, a todo momento, se o caminho está certo e quanto falta para terminar. 09. Pergunte o roteiro do dia seguinte, nos mínimos detalhes. Uma hora depois, pergunte novamente. 4 Março de 2002 FRIENDS MAIS AMIGOS 10. Sempre ponha em dúvida as palavras do guia. 11. Tente dar soluções para os problemas que surgirem na trilha. Imponha a sua idéia. 12. Dê “bola” ao guia... faça gracinhas... quando ele se aproximar, dê-lhe um fora!!! 13. Se um guia estiver numa conversa interessante, interrompa. De preferência com perguntas cretinas, que não tenham nada a ver com o assunto. 14. Só faça perguntas ou pedidos ao guia quando ele estiver fazendo as refeições. Não o deixe comer sossegado... principalmente a sobremesa! 15. Faça companhia ao guia, especialmente se ele estiver cansado. E se cochilar, acorde-o perguntando se está com sono... A partir daí comece a conversar um outro assunto. 16. Deixe as contas (da lanchonete, restaurante, padaria etc...) para serem pagas na última hora, atrasando a saída. 17. Se, durante a viagem, o ônibus quebrar, fique histérico(a) e reclame. Pergunte a todo instante se o conserto vai demorar etc... 18. Se o gênero histérico(a) não funcionar, comece a dar palpites e sugestões. 19. Ao fim da excursão, quando se despedir, diga que gostou muito do guia e que irá a todas as excursões dele... Os friends, ou SLCDs (Spring Loaded Camming Devices), revolucionaram a história do montanhismo com a possibilidade de proteção com equipamento móvel em lugares antes considerados impossíveis, como fendas paralelas. Essas maravilhosas engenhocas autoexpansoras deram origem à chamada “escalada limpa” - a conquista e repetição de vias com a menor alteração possível da rocha. Isso significa menos marreta e mais cuca. Passaram-se décadas e os SLCDs diversificaram-se em inúmeros aspectos - há modelos feitos de metal mais duro, mais macio, de um eixo, de dois eixos, de corpo rígido, de corpo flexível, de um cabo, de dois cabos... Contudo, classificação mais importante sempre recaiu sobre a quantidade de cunhas de que eles dispõem para atritar com a rocha. Até os últimos anos, o universo dos SLCDs esteve dividido entre os 4cam (SLCDs de 4 cunhas) e os 3cam (SLCDs com 3 cunhas). Os primeiros têm uma maior área de contato com a rocha que lhes proporciona mais firmeza, mais estabilidade e menos propensão para deslizar para dentro da fenda. SLC com tecnologia cam Porém são equipamentos mais largos e não servem para a proteção de fendas rasas. Os 3cam, ao contrário, encaixam melhor em fendas mais rasas, mas são menos estáveis e têm a péssima tendência de mudar de posição com o movimento da corda, obrigando a utilização de longas fitas. No ano passado o mundo dos SLCDs mu- dou com a chegada ao mercado do EUA de equipamentos com a revolucionária tecnologia 2cam (figura 1), que proporciona ao escalador mais opções para proteção sem o sacrifício de segurança ou resistência. Os 2cam possuem perfil mais estreito do que qualquer outro SLCD graças ao design de cunhas diretamente opostas (figura 2). Ao contrário dos equipamentos tradicionais, que não são confiáveis com apenas duas cunhas inseridas em uma fenda, os 2cam conseguem manter estabilidade em fendas rasas e até mesmo em marcas de pitons. Essa nova tecnologia é produto do projeto 12345678797 2567 7622 6 75767326762367 6776732678677 de estudantes da CU-Boulder. Seth Murray, estudante de engenharia mecânica, teve a idéia do 2cam durante seus anos de experiência em escalada em rocha. A ele se juntaram os estudantes Greg Wolos, Tucker Southern e Shane Stamm, e, sob a supervisão do Professor Larry Carlson, desenvolveram o primeiro protótipo do 2cam. Baseados nos resultados da testagem do produto, desenvolveram a seguir mais três protótipos. A tecnologia 2cam também está sendo empregada em 4cam, garantindo-lhes grande estabilidade, maior versatilidade e segurança. Esses SLCDs já estão sendo comercializados por empresas como a Splitter Gear. Frederico Noritomi Março de 2002 9 www.guanabara.org.br DEUS CAMINHA PELAS RUAS... (MAS MORA NAS MONTANHAS) mata fechada. Munidos de facões, “pau para ir batendo o mato” e disposição (alguns com mais outros com menos), fomos avançando mato adentro. Muita urtiga (das brabas), muitos formigueiros (das formigas vermelhinhas) e pequenos trechos de pedra (costões). O “crux” da escalaminhada é, sem dúvida, uma parede de pedra, com aproximadamente 7m de altura, a meio caminho do cume. Neste ponto, para agilizar a subida e não atrasar a excursão, o Egito subiu e fixou uma “escadinha” de corda para que os outros subissem. Neste momento começaram os primeiros pingos da chuva que nos acompanharia até o final da excursão, tornando os trechos de pedra perigosamente escorregadios. O cume pode ser considerado hospitaleiro – comprido e fino, parece um corredor, calculo aproximadamente 2 a 3m de largura por uns 30 de comprimento, 6 Março de 2002 porém com muitas pedras e mato (sem árvores). A volta foi molhada. Choveu do meio da subida até o final. Não foi uma chuva pesada e torrencial, foi fraca, porém constante, e nos rendeu muitos escorregões (alguns bastante perigosos). Chegamos de volta ao Rio em torno de 1:30 da madrugada de segunda-feira. Foi um domingo exaustivo, mas compensador. E parafraseando o nosso simpático Egito: - É o tipo de montanha que se deve fazer uma vez... Fernanda Reis Confira as fotos no final deste boletim. Eventualmente ouço, ou digo, a seguinte frase: “Deus caminha pelas ruas...”. Dizemos isso para insinuar que Deus está presente no mundo, andando por aí nas ruas, nas praças, nas praias, nas casas etc... Vendo, observando e anotando tudo naquele grande livro do céu, onde constam todas as ações humanas. Quando era criança acreditava piamente neste provérbio, com tanta credulidade que quase podia Vê-lo, passando por mim na calçada, sentado ao meu lado na escola, olhando para o meu caderno e avaliando minha letra ou reprovando minhas distrações num momento que requeria concentração. Ao mesmo tempo em que sentia Seu olhar sobre mim, imaginava onde Ele iria à noite para descansar, afinal de contas Deus deveria ter dias exaustivos, tomando conta de tudo o que acontecia no mundo (“... não cai uma só folha das árvores sem o Seu consentimento...”), e viajar para o Céu todas as noites só para dormir me parecia inconcebível, era longe demais... E assim, ao mesmo tempo em que O temia, eu acalentava uma autêntica preocupação com o bem estar de Deus e uma curiosidade pueril sobre onde Ele dormia. O tempo passou, Ele parou de olhar para a minha letra, não mais passou por mim na calçada e não reprovou mais minhas divagações. Creio que parei de “Vêlo” no momento em que comecei a conversar com o meu “Anjo da Guarda”... Recentemente, fazendo uma caminhada pela Serra dos Órgãos, cansada, os pés doendo, a mochila pesando e após um vara-mato de acabar com qualquer bomhumor, vislumbrei um lugar único, de tirar o fôlego, e que transmitia um bem-estar desconcertante... as luzes do fim de tarde, o vento fresco, as flores, as montanhas ao longe, as nuvens abaixo... tudo compunha um cenário perfeito, quase irreal. Não sei se mais alguém experimentou a mesma sensação que eu, é o tipo de coisa que não se comenta. Senti uma Março de 2002 7
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