um caso de acidose láctica associada à metformina

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um caso de acidose láctica associada à metformina
Resumo
UM CASO DE ACIDOSE LÁCTICA ASSOCIADA À METFORMINA
Autores: Carolina Rocha, Nuno Sequeira, A. Maia Gonçalves, Luís Lencastre - Serviço de Cuidados
Intensivos Cirúrgicos, Hospital Pedro Hispano, Matosinhos
Introdução e objectivo: acidose láctica associada à metformina (ALAM) é controversa. A incidência é 29 por 100000 doentes/ano. A maioria dos diabéticos sob metformina apresenta factores de risco para AL,
pelo que a literatura não relaciona ALAM naqueles sem factores de risco1. Não é consensual o seu
desenvolvimento no peri-operatório e o tempo de suspensão da metformina previamente à cirurgia. A
mortalidade é 50% e a clínica é inespecífica. O diagnóstico é suspeito pela clínica, gasimetria arterial
(GSA) e níveis sanguíneos de lactato2. Os autores descrevem um caso de uma diabética submetida a
duodenopancreatectomia parcial (DPP), medicada com metformina, que manteve na véspera da cirurgia,
e que desenvolveu AL no peri e pós-operatório de difícil correcção, provavelmente por ALAM.
Material e métodos: sexo feminino, 44 anos, história de DPCO ligeira, DMNIT e dislipidemia. Hábitos
alcoólicos marcados. Medicação habitual: metformina 1000mg/dia, sinvastatina e pancreatina. Proposta
para DPP por pancreatite crónica, manteve a metformina na manhã do dia prévio à cirurgia. Durante o
intra-operatório, as GSA evidenciaram acidose metabólica (pH=7.24, pCO2=42, pO2=180, HCO3-=18.4,
BE=-8.8, SatO2=99%). À entrada nos CI, a GSA mostrou AL: pH=7.18, pCO2=39, pO2=207, HCO3-=14.9,
BE=-13, Lactato=5 e SatO2=98%. Iniciou bicarbonato e fluidoterapia.
Resultados: Apesar da dificuldade no controlo da acidemia (conseguido ao fim 12 horas) e com a
suspeita de ALAM, a evolução foi favorável.
Discussão: a hipovolémia, a hipoxemia e o stress cirúrgico são causas e agravantes de AL, em doentes
predispostos, e estavam presentes neste caso. O tratamento é de suporte e em casos de maior
gravidade a hemodiálise poderá ser necessária. A controvérsia em relação ao tempo de suspensão da
metformina previamente à cirurgia e a sua relação com AL mantém-se3. Nesta doente, com factores risco
para o desenvolvimento de AL, a metformina foi mantida na véspera de uma cirurgia major.
Conclusão: Deve suspeitar-se de AL num diabético sob terapêutica com metformina embora ALAM em
doente sem predisposição, se mantenha controversa.
Bibliografia: 1.Cochrane Database Syst Review 2009; 2Critical Care 2008;12:R149; 3.Anesth Analg
2007;104:42-50.
Nome do apresentador – Ana Carolina dos Santos Silva Rocha ___________________________________________________________
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Nota: A Comissão de escolha dos trabalhos decidirá o formato do trabalho apresentado: Poster ou Comunicação Livre Oral