Macadâmia - Publitec

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Macadâmia
A Macadâmia (Carya illinoiensis) é uma árvore longeva e rústica cuja grande capacidade de adaptação lhe
permite prosperar tanto em solos de boa qualidade como em outros mais pobres, ainda que neste
segundo caso com menores rendimentos. Alcança uma altura de 30 metros e pode viver por mais de um
século, produzindo em sua fase adulta mais de 100kg de nozes por planta. Não é um cultivo de produção
imediata: começa a dar frutos aos cinco anos depois de plantada, mas a primeira colheita
economicamente significativa se obtém a partir dos sete anos. Entre os 15 e 25 anos alcança seu máximo
rendimento. Desenvolve sua noz de novembro a janeiro e a amêndoa de janeiro até abril ou maio.
A Macadâmia ou Noz Pecan é originária da América do Norte e é considerada a espécie de noz mais valiosa do
subcontinente. Seu nome comum -“pecán” ou“pecana”- deriva do vocábulo indígena
algonquín “Pakan”, que alude ao fruto como “noz que requer uma pedra para ser
quebrada”. Faz muito tempo que México e Estados Unidos lideram a produção mundial, dado que geram
mais de 90% da oferta deste tipo de noz.
Estados Unidos é o principal produtor, exportador e consumidor desta noz, que se utiliza na elaboração de
sorvetes, bolachas e diferentes tipos de guloseimas. De acordo com o último dado disponível de USDA no ano de
2008 o consumo per capita do país foi de 216,43 gramas. Em 2010 sua produção alcançou um total de 118.000
toneladas, cifra 14% inferior à registrada no ano 2009 (137.282 toneladas). México, segundo produtor mundial,
obteve em 2010 um total de 80.334 toneladas, 30% menos que as 115.350 toneladas registradas no ano anterior.
Ainda que a produção mundial se encontre concentrada nestes dois países, Austrália, África do Sul, Israel, Brasil,
Argentina, Peru e Egito também contam com plantações, ainda que cubram uma menor extensão.
Colheita e seleção
A colheita e seleção, que constitui o passo mais importante na produção, pode ser manual ou mecânica. O
procedimento manual –utilizado na Argentina– requer golpear as ramas com uma vara rígida,
recolher as nozes derrubadas e colocá-las em sacos. Para evitar redução da qualidade, é de grande importância
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recolher os frutos de imediato. A colheita mecânica consiste em balançar as plantas com um sacudidor de árvores
para que as nozes caiam sobre um piso nivelado onde são recolhidas por um equipamento coletor.
A colheita manual é mais lenta e trabalhosa, mas tem várias vantagens importantes: não se recolhem partículas
nem fragmentos alheios à colheita; pode realizar-se em solos úmidos onde a máquina não tem acesso, e o coletor
seleciona as nozes por seu peso e detecta as que no tem conteúdo de amêndoa ou estão deterioradas, podendo
separá-las no momento.
Acondicionamento e armazenagem
Uma vez coletadas as nozes, é necessário reduzir sua umidade, seja mediante secagem natural ou com ar quente
forçado produzido por um equipamento específico. A secagem à temperatura ambiente requer por volta de duas a
três semanas. Se for realizada com equipamentos de secagem varia entre 12 e 40 horas. Em ambos os casos a
duração do processo guarda relação com o grau de umidade dos frutos. A macadâmia coletada tem entre 20% e
8% de umidade, de acordo com sua colheita, recente ou tardia. A porcentagem considerada ideal na umidade da
amêndoa é de 4%, já que se reduzida a 2,5% as amêndoas se tornam frágeis, e se contém 5% ou mais de
umidade tendem a ser esponjosas e muito suscetíveis ao desenvolvimento de fungos e podridão durante o
armazenamento. Afim de que mantenham todas as suas qualidades, depois de secas as nozes devem ser
armazenadas em câmaras a 2ºC abaixo de zero.
Despelagem e envasamento
Para a despelagem da noz são utilizados tanto descascadores manuais como equipamentos industriais que
permitem processar grandes quantidades. São utilizadas embalagens convencionais de diversos conteúdos, ainda
que existam estudos direcionados a prolongar a vida da noz realizando provas a vácuo e incorporando nitrogênio
em diferentes desenhos de embalagens.
A Macadâmia na Argentina
A Macadâmia chegou à Argentina no século XIX, introduzido por Domingo Faustino Sarmiento. Estima-se que
atualmente a Argentina produza umas 500 toneladas anuais. Existem mais de 6.000 hectares plantados, dos quais
perto de 70-80% têm poucos anos de idade. No território argentino, o habitat considerado ideal para a macadâmia
é no Delta do Paraná, onde se encontram as principais áreas de plantação, seguidas pelas de Entre Ríos, Buenos
Aires e Misiones, ainda que existam também explorações menores em outras províncias.
Lá existem doze cultivares inscritos no Registro Nacional de Cultivares, correspondentes às seguintes variedades:
Stuart, Desirable, Shoshoni, Success, Kernodle, Starkimg, Mahan, Harris Super, Mahan – Stuart, INTA
Delta I e INTA Delta II. As cinco primeiras variedades são as que melhor se comportam nos solos e climas daquele
país. Suas características e desempenho produtivo se resumem assim:
Stuart
Sua noz é de tamanho médio e a dureza da casca de média a dura com boas características de craqueado. Não é
um cultivo precoce ainda que na Argentina com bom manejo se registrem entradas em produção aos 6 -7 anos. A
longo prazo é o cultivo de maior rendimento registrado.
Desirable
Dá nozes grandes e com bom preenchimento que produzem excelentes amêndoas e obtém os melhores preços
do mercado. Talvez sua maior qualidade seja sua habilidade para produzir consistentemente colheitas de alta
qualidade ano após ano.
Shoshoni
Variedade de frutificação precoce e de alta produção, pelo que é ideal como árvore temporal. Sua noz amadurece
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cedo e é de boa qualidade. Seus frutos são grandes (110 nozes/kg – 9 g/noz).
Success
Oferece uma noz de tamanho grande, com um rendimento aproximado de 50%. É recomendada para a Região do
NEA.
Kernodle
Oferece uma noz das denominadas “extragrandes” (9,5 a 10 g/noz), com um bom rendimento de
amêndoa (53/55 %). Sua amêndoa é suave e atrativa, mas um pouco escura. A casca é relativamente fina e pode
ser utilizada para o mercado de nozes com casca.
Mercados, produção e expectativas
A produção nacional ainda se mostra insuficiente para abastecer o mercado interno Argentino e alimentar uma
corrente exportadora. Em 2010 foi realizada uma exportação de noz com casca ao EUA por um volume de 13,5
toneladas a um total de 40.905 US$ FOB. (Fonte: INDEC), mas isso não modifica substancialmente o panorama,
caracterizado por uma comercialização interna que mostra alto grau de dispersão e em muitos casos se escoa por
canais informais. Pese a isso que nos últimos anos tem-se incrementado os requerimentos de vários setores, tais
como os distribuidores de frutos secos, restaurantes, confeitarias, etc.
A demanda dos mercados externos (EUA, China, México, entre outros) cresce a cada ano, e a Argentina possui
excelentes condições agrícolas e ecológicas para produzir macadâmia de alta qualidade. A Argentina conta
também com a vantagem de oferecer fora de estação, o que permitirá em um futuro dar resposta à demanda dos
principais consumidores, situados todos no Hemisfério Norte. Alguns dos principais compradores mundiais
(Estados Unidos e México) tem manifestado seu interesse no produto argentino, por este motivo a expectativa é
grande, já que mantendo-se o atual ritmo de crescimento da produção, estima-se que para a próxima década se
contará com colheitas de 15.000 toneladas, volume que permitiria atender os pedidos externos.
Cada vez há maior interesse em diferentes regiões para incluir esta produção à sua economia, já que é um cultivo
de excelente adaptabilidade a diferentes regiões do país, de manejo simples, custos de implantação baixos e
gastos de manutenção mínimos em comparação com outras produções. Trata-se de um fruto não perecível, existe
uma demanda interna e externa insatisfeita e, portanto suas perspectivas de rentabilidade são animadoras.
Fontes consultadas
United States Department of Agriculture (USDA) – Propecán – El Cultivo del Nogal Pecán en la
Argentina, Ing. Agr. Ernesto Madero – La Nuez Pecán, Ing. Agr. Ernesto Madero – Cosecha,
Almacenamiento y Acondicionamiento de la Nuez Pecán, Ing. Agr.
Marcos Dabul – Consorcio Argentino de Productores de Pecán (CAPPecán) – Redalyc, Revista
Mexicana de Agronegocios – Secretaría de Agricultura, Ganadería, Desarrollo Rural, Pesca y Alimentación
de México (SAGARPA) – Información sobre Cultivares:
Ing. Agr. Ernesto Madero e Ing. Agr. Enrique Frusso. Agradecemos la colaboración del Ing. Agr. Ernesto Madero,
de la EEA INTA Delta del Paraná.
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