USP testa técnica contra diabetes

Transcrição

USP testa técnica contra diabetes
PIMUD
Programa de Informações Médicas UD
Esta é uma cortesia, cópia de matéria publicada no jornal
“Folha de S. Paulo”.
USP testa técnica contra diabetes
Método que melhora resultado de transplante de células do pâncreas
pode livrar pacientes de injeções de insulina
Cientistas propõem proteger as células transplantadas que
produzem insulina em uma cápsula de alga
Pesquisadores da USP estão testando uma nova estratégia para livrar os portadores de
diabetes tipo 1 das injeções diárias de insulina.
O objetivo da técnica é aumentar a segurança e a eficácia do transplante de ilhotas de
Langerhans, conglomerado de células do pâncreas responsável pela produção de insulina.
O transplante, em si, não é novidade e data da década de 70. No Brasil, cinco pacientes já
foram submetidos à técnica entre 2002 e 2006.
Mas a cirurgia ainda tem problemas sérios, como a exigência de que o paciente passe a
tomar remédios imunossupressores para evitar a rejeição às células transplantadas. Essas
drogas baixam as defesas do corpo. Outra dificuldade é manter as ilhotas produzindo insulina a
longo prazo.
Estudos de um grupo canadense mostram que, depois de cinco anos, apenas 10% dos
pacientes transplantados estavam livres das injeções do hormônio.
INOVAÇÃO
Para sanar esses problemas, pesquisadores do Nucel (Núcleo de Terapia Celular e
Molecular), sob a coordenação da bióloga Mari Sogayar, professora titular do Departamento de
Bioquímica do Instituto de Química da USP, criaram uma cápsula que envolve as ilhotas.
A cápsula é feita de um material, patenteado como BioProtect, feito de alginato, extraído
de algas marrons. A estrutura tem ainda substâncias que melhoram a função e a longevidade das
ilhotas.
Segundo o médico Thiago Rennó dos Mares Guia, coordenador do grupo de
microencapsulamento do Nucel, a composição da cápsula permite a entrada de oxigênio nas
células e a saída de insulina. Ao mesmo tempo, a barreira impede que células do sistema
imunológico destruam as ilhotas.
O material que envolve as células foi desenvolvido em parceria do Nucel com a CellProtect
Biotechnology, empresa criada em incubadora da USP para criar substâncias usadas em terapia
celular.
A cápsula já foi testada em camundongos diabéticos, com sucesso o material provou sua
capacidade de diminuir a rejeição ao transplante de ilhotas, que produziram insulina por mais
tempo.
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O próximo passo, segundo Sogayar, é testar em animais maiores e em seres humanos.
Mares Guia acredita que, se tudo correr bem, esses testes podem começar dentro de um ou dois
anos.
O que está mais perto de acontecer é a retomada dos transplantes de ilhotas, ainda sem
as cápsulas, no Hospital das Clínicas da USP.
"De 2007 para cá ficamos sem recursos. Já temos a aprovação do Hospital das Clínicas.
Faltam mais dinheiro e o recrutamento de pacientes", diz Sogayar.
Para serem submetidos à técnica experimental, os pacientes devem ter grandes variações
de glicemia e episódios frequentes de hipoglicemia sem o aparecimento de sintomas.
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