Capítulo 4 Oxigenoterapia

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Capítulo 4 Oxigenoterapia
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Capítulo 4
Oxigenoterapia
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1. Objetivos
No final desta unidade modular, os formandos deverão ser capazes de:
•
Listar e descrever as indicações para oxigenoterapia;
•
Listar os débitos de oxigénio protocolados;
•
Listar e descrever as precauções a ter aquando do manuseamento e administração de oxigénio;
•
Listar e descrever indicações e características dos equipamentos em uso para oxigenoterapia;
•
Descrever a fórmula de cálculo da capacidade das garrafas de oxigénio.
Capítulo 4. Oxigenoterapia
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2. Introdução
Todas as células do corpo humano necessitam, para viver, de várias substâncias químicas, entre
as quais o oxigénio.
O aparelho respiratório é responsável pela captação desse oxigénio do ar e o seu transporte até ao
sangue. Por sua vez, o sangue será o grande responsável, através do aparelho circulatório, pela chegada do
oxigénio a todas as células que compõem o organismo humano.
Por outro lado, é também do nosso conhecimento que o ar é composto por vários tipos de gases,
ocupando o oxigénio apenas cerca de 21 % da sua totalidade. Desta percentagem que atinge os alvéolos
pulmonares, só parte passará à rede sanguínea, dependendo para isso de todo um conjunto de
necessidades orgânicas existentes na altura. Mas há situações em que o indivíduo não consegue captar
quantidades suficientes de oxigénio, pondo por vezes em risco a sua própria vida. Será importante nestas
situações administrá-lo e, sobretudo saber como fazê-lo. E isto porque, tal como a administração de qualquer
medicamento, a oxigenoterapia (ou seja, a administração de oxigénio) requer cuidados especiais.
3. Princípios Fundamentais na Administração de Oxigénio
O estímulo respiratório é desencadeado pelo aumento de CO2 no sangue e pela diminuição de
oxigénio. Quando uma vítima apresenta uma frequência respiratória normal (12 a 20 ciclos por minuto),
esta não deve ser entendida de imediato como indicador de que tudo se encontra bem. No entretanto, uma
frequência respiratória alta indica que não há um suficiente aporte de oxigénio aos tecidos, desencadeando
nestes casos um mecanismo anaeróbio. Este, apesar de ser eficaz é de curta duração e em que os subprodutos
(ácido potássico) resultantes são nocivos para o organismo e se não for rapidamente combatido, através da
oxigenação correta dos tecidos, leva à morte celular.
Perante esta acidose metabólica, o sistema de bloqueio do organismo muda para CO2 e H2O em que
o sistema de deteção ao identificar o aumento do CO2 dá indicações ao centro respiratório que aumente a
frequência respiratória para diminuir o excesso de CO2. No entanto, este aumento da frequência respiratória
vai fazer com que o CO2 aumente, criando-se um círculo vicioso entre o aumento da frequência respiratória e
o aumento do CO2.
Assim, a equipa de emergência na abordagem de uma vítima deve obter resposta às seguintes
questões:
•
Quando administrar oxigénio à vítima?
•
Como administrar oxigénio à vítima?
•
Que quantidade de oxigénio deverá administrar?
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•
Que cuidados ter com a vítima durante a administração de oxigénio?
•
Para quanto tempo tem oxigénio?
QUANDO ADMINISTRAR OXIGÉNIO
A administração de oxigénio está indicada nas seguintes situações:
Alterações do estado de consciência. Quando o cérebro não é oxigenado corretamente, vão
surgir alterações do estado de consciência, podendo a vítima apresentar-se confusa, desorientada
ou mesmo inconsciente.
Alterações de ventilação. Ventilação rápida e superficial ou difícil. Uma ventilação deste tipo não
permite que as trocas gasosas se processem de forma eficaz.
Alterações do pulso. O coração efetua o “bombeamento” contínuo do sangue para todas as
partes do corpo. No entanto, se o coração apresentar alguma alteração, o sangue pode não chegar
aos vários órgãos em quantidade suficiente para garantir um fornecimento de oxigénio adequado.
Quando do aparecimento de cianose. Este sinal traduz a existência de um défice de oxigénio no
sangue.
Dor torácica. A dor pode aparecer por diversos motivos (enfarte, distensão muscular, etc..) mas,
só por si, pode impedir a vítima de respirar livremente.
Quando a vítima apresente sinais de choque.
Politraumatizados.
Hemorragias. Uma vez que o oxigénio é transportado pelo sangue, a perda deste leva,
inevitavelmente, à diminuição do oxigénio nos órgãos.
Paragem ventialtória.
Paragem cardiorrespiratória.
Intoxicações.
De acordo com a legislação em vigor, a ambulância deve estar equipada com sistemas e
equipamentos de oxigenoterapia, devendo existir um fixo (Fig. 4.1) e um portátil (Fig. 4.2).
O equipamento fixo destina-se a ser utilizado durante o transporte da vítima para a unidade de saúde.
O equipamento portátil destina-se a ser utilizado essencialmente no local, durante o transporte
do local para a ambulância e da ambulância para a unidade de saúde.
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Fig. 4.1. Equipamento fixo de oxigénio.
Fig. 4.2. Equipamento portátil de oxigénio.
COMO ADMINISTRAR OXIGÉNIO
Para se administrar oxigénio existem dois métodos disponíveis:
•
Por inalação;
•
Por ventilação artificial ou insuflação.
POR INALAÇÃO
Este método permite administrar oxigénio apenas quando o indivíduo ventila espontaneamente, pois
é necessária a inspiração do indivíduo para que o ar enriquecido com oxigénio chegue aos pulmões.
A administração de oxigénio por inalação pode ser feita utilizando quatro recursos:
•
Cânula nasal ou óculos nasais;
•
Máscaras de oxigénio simples;
•
Máscara de oxigénio de alta concentração.
Qualquer um destes recursos apresenta vantagens e desvantagens, pelo que destacamos alguns
princípios a reter:
As concentrações de oxigénio obtidas através da utilização de cânula nasal são inferiores às obtidas
por máscara simples;
Com a máscara simples se o doente vomitar corre o risco de fazer aspiração de vómito (passagem de
vómito para a árvore pulmonar);
A máscara de alta concentração permite fornecer ao doente uma percentagem de O2 muito próxima
dos 100%.
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Cânula Nasal (óculos nasais)
Também conhecida por óculos nasais, devido à sua forma de colocação, é o método de administração
de oxigénio, baixas concentrações, mais utilizado em situações de emergência por não possuir os
inconvenientes das sondas nasais. A sua colocação é de extrema facilidade e de maior comodidade para a
vítima.
Durante a sua colocação deve:
1. Acalmar a vítima e pedir a sua colaboração;
2. Explicar o que se vai fazer;
3. Introduzir cada uma das extremidades dos óculos em cada narina (Fig. 4.3).
Fig. 4.3. Colocação da cânula nasal nas narinas.
4. Passar cada um dos ramos dos óculos por detrás dos pavilhões auriculares da vítima (Fig. 4.4).
Fig. 4.4. Colocação dos ramos da cânula nasal por trás dos pavilhões auriculares.
5. Ajustar os óculos à região submandibular (Fig. 4.5).
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Fig. 4.5.Ajuste da cânula nasal.
Máscara Simples
Composta por uma entrada direta do tubo proveniente da fonte de oxigénio e orifícios de escape dos
gases expirados (em alguns tipos de máscaras existem válvulas de escape). A máscara simples permite uma
inalação eficaz de oxigénio, tanto pelo nariz como pela boca, pois ela abrange estas duas zonas da face.
Normalmente é feita de plástico transparente para possibilitar a verificação de indícios de cianose nos
lábios e a possível existência de vómito ou secreções na boca da vítima.
Ao aplicar a máscara simples deve:
1. Acalmar a vítima e pedir a sua colaboração.
2. Explicar à vítima o que vai fazer.
3. Colocar em primeiro lugar a parte mais estreita da máscara, na parte superior do nariz e, só
depois, adaptar a parte restante da máscara à face da vítima. A boca e nariz da vítima deverão
ficar totalmente cobertos pela máscara (Fig. 4.6).
Fig. 4.6. Ajuste da máscara à face da vítima.
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4. Ajustar o elástico de fixação e adaptar a máscara ao nariz do indivíduo de forma a evitar fugas
de oxigénio, nomeadamente para os olhos pois, existe o risco de provocar lesões dos mesmos (Fig.
4.7).
Fig. 4.7. Fixação da máscara à face da vítima.
Se a vítima não tolerar a máscara na cara pode em alternativa segurá-la junto da face. Esta técnica
utiliza-se mais frequentemente nas crianças devido às dimensões das máscaras.
Máscara de alta concentração
Este tipo de máscaras são semelhantes às máscaras simples, tendo no entanto um reservatório de
plástico que permite a obtenção de saturações de oxigénio mais altas (Fig. 4.8).
A sua aplicação segue os mesmos princípios que os adotados para a máscara simples.
Ter atenção ao usar a máscara, encher sempre primeiro o reservatório de O2 antes de aplicar a
máscara na vítima. Para tal, deve pressionar a válvula da máscara.
Fig. 4.8. Máscara de alta concentração.
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VENTILAÇÃO ARTIFICIAL OU INSUFLAÇÃO
Enquanto o método por inalação está indicado nas situações em que a vítima ventila
espontaneamente, a ventilação artificial constitui a medida de eleição nos casos em que esta não ventila,
ventila com uma frequência demasiado baixa ou ventila com uma frequência demasiado alta.
Este método permite oxigenar os pulmões a uma pressão ligeiramente superior à pressão atmosférica,
facilitando a entrada de ar nas vias aéreas.
Existem várias possibilidades de ventilação artificial:
•
BOCA - A – BOCA modalidade mais utilizada.
•
BOCA – NARIZ utilizado, por exemplo, quando há traumatismos na boca.
•
BOCA - NARIZ – BOCA utilizado em crianças pequenas ou lactentes.
•
BOCA – ESTOMA utilizado em doentes traqueostomizados.
•
BOCA – MÁSCARA através da máscara de bolso conectada a uma fonte de oxigénio.
•
INSUFLADOR MANUAL sempre associado a um tubo orofaríngeo e ligado a uma fonte de oxigénio.
QUE QUANTIDADE DE OXIGÉNIO A ADMINISTRAR
Já vimos que as concentrações de oxigénio a administrar a uma vítima, variam consoante o tipo de
método a utilizar. Os óculos e as sondas nasais estão indicados quando são necessárias baixas concentrações
de oxigénio enquanto que a máscara simples, a máscara de bolso e o insuflador manual estão indicadas
nas situações
que
exigem altas concentrações. Para além deste fator, outras regras existem na
oxigenoterapia como a existência de tabelas e regras protocolares para a administração de oxigénio a cada
caso.
Administrar 15 litros/minuto:
Situações de Paragem cardiorrespiratória;
Paragem respiratória;
Edema Agudo do Pulmão;
Asma grave com dificuldade respiratória;
Intoxicações graves com dificuldade respiratória (por organofosforados, monóxido de carbono e
fumos).
Administrar 10 litros/minuto:
Situações de origem cardíaca (ex. Enfarte Agudo do Miocárdio);
Situações que afetem o Aparelho Cardiovascular (ex. Politraumatizados em choque e/ou
com hemorragias graves).
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Administrar 3 litros/minuto:
Restantes situações.
Atualmente defende-se que, tão importante como o débito a administrar, também é primordial a
percentagem de oxigénio que se administra. Para meios com oximetria de pulso disponível, administrar
oxigénio titulando o débito de acordo com os valores da oximetria (SpO2):
•
Garantir oximetria ≥95% (na vítima crítica grave estes objetivos nem sempre se conseguem
alcançar. Nestas condições o limite aceitável de oximetria de pulso é de 90% - 92%;
•
Se vítima crítica grávida: oximetria ≥ 97%;
•
Se DPOC: oximetria 88% - 92%.
NOTAS:
•
O débito de oxigénio poderá ser sempre alterado mediante indicação médica.
•
Não existe necessidade de humidificar o oxigénio na fase pré-hospitalar em virtude de ser uma
administração de curta duração.
•
Nunca se administra oxigénio nas intoxicações por Paraquat (Gramoxone).
Existem máscaras para administração de oxigénio nas quais é possível regular a FiO2 a administrar (Fig.
4.9 e 4.10), sendo a percentagem ajustada com base nos protocolos existentes ou com base na decisão de um
médico.
Fig. 4.9. Máscara com regulação de
FiO2 na conexão do tubo de oxigénio.
Fig. 4.10. Máscara com regulação de FiO2
por substituição da conexão ao tubo oxigénio.
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Existem outros tipos de máscaras em que permitem, por exemplo, a administração de fármacos em
conjunto com o oxigénio (Fig. 4.11). No entanto estas são pouco usadas no pré-hospitalar devido à sua
especificidade, estando o seu uso condicionado a critérios médicos.
Fig. 4.11. Máscara com nebulizador acoplado.
TABELA DE DÉBITOS E PERCENTAGENS DE OXIGÉNIO
Equipamento
Débito
aconselhado
FiO2
Cânula Nasal
1 a 6 Lt/min
< 44%
Máscara simples
6 a 10 Lt/min
35% a 60%
Máscara com
balonete
12 a 15 Lt/min
60% a 90%
Máscara com
regulação do FiO2
Em
conformidade
com a
saturação
pretendida
Em
conformidade
com a
saturação
pretendida
1 a 10 Lt/min
Depende
da
distância
da
face da criança
a
que
se
encontra
a
fonte de O2
Com
fonte
de
oxigénio afastada
da face
Considerações
- Indicada para baixos débitos de O2;
- Pouco aceite pelas crianças.
- Indicada para baixos débitos de O2;
- Pouco aceite nas crianças;
- Usar os tamanhos adequados.
- Tem indicação para altos débitos de O2;
- Usar em vítimas com um quadro clínico de
dificuldade respiratória grave;
- Verificar que quando da sua utilização que o
reservatório se encontra insuflado;
- Existe um tamanho pediátrico e adulto.
- Permite regulação do FiO2 através da relação
débito / saturação;
- Eficaz quando se permite administrar
oxigénio a um FiO2 específico;
- Pouco aceite nas crianças;
- Usar os tamanhos adequados.
- Indicado para recém-nascidos, lactentes, ou
para crianças que não toleram a máscara ou a
cânula nasal;
- Tolerado na maioria das situações;
- A concentração está dependente da distância
a que se encontra a face.
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CUIDADOS A TER NA ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÉNIO
Os cuidados a ter quando da administração de oxigénio a uma vítima, serão divididos em duas partes:
Em relação à vítima;
Em relação ao material.
Em relação à vítima:
Acalmar a vítima, explicando sempre o que irá fazer. A colaboração da vítima é muito
importante quando se está a administrar oxigénio, além dos outros cuidados necessários à sua
estabilização. Solicite, portanto, e sempre que possível, a sua colaboração;
Verificar se o sistema de oxigénio está preparado;
Adaptar cuidadosamente o material que irá utilizar para administração de oxigénio. Se necessário
solicite que a vítima o ajude;
Observar constantemente o sistema de administração de oxigénio bem como a sua eficácia;
Avaliar e registar os sinais vitais com frequência, e estar atento a alterações dos sinais e sintomas.
Em relação ao material:
Não deve fumar, ou fazer lume junto de qualquer fonte de oxigénio. O oxigénio é ALTAMENTE
EXPLOSIVO;
Não utilizar qualquer tipo de gordura, nem lubrificar o material, pois existe o risco de explosão;
Utilizar de preferência material esterilizado e manipula-lo com cuidado. No caso de não ser
possível, utilize material previamente lavado, desinfetado e seco;
Procurar manter o debitómetro de oxigénio e respetivo copo misturador (se existir) sempre limpos
e secos.
Antes de iniciar qualquer procedimento preparar o sistema de oxigénio, segundo a sequência
abaixo referida:
1. Abrir a torneira da garrafa;
2. Observar o manómetro de pressão;
3. Abrir a torneira do debitómetro durante algum tempo para purgar o sistema e fechá-la
novamente;
4. Fazer a conexão do método de administração de O2 à fonte e adapta-lo à vítima;
5. Abrir a torneira do debitómetro com suavidade até ao débito indicado para a situação (Fig. 4.12).
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Fig. 4.12. Debitómetro.
Depois de utilizar o sistema de oxigénio, inutilizar o tubo de conexão e o sistema de inalação e
proceda de acordo com as indicações que se seguem:
1. Fechar a torneira do debitómetro, e verificar qual a quantidade de oxigénio existente na garrafa;
2. Fechar a torneira da garrafa;
3. Abrir a torneira do debitómetro durante algum tempo, até sair completamente todo o
oxigénio existente na canalização.
REGRAS DE CÁLCULO DA CAPACIDADE DAS GARRAFAS DE OXIGÉNIO
Todas as garrafas de oxigénio têm inscrito na sua face superior, as indicações necessárias ao cálculo da
capacidade de oxigénio disponível em litros.
Para proceder ao cálculo da capacidade, é necessário identificar os seguintes parâmetros:
•
CAPACIDADE DA GARRAFA (em litros). Este dado encontra-se inscrito na garrafa;
•
PRESSÃO a que se encontra o oxigénio no momento de verificação da garrafa (em Bares).
•
O VOLUME DE OXIGÉNIO UTILIZÁVEL corresponde à quantidade de oxigénio existente dentro
da garrafa e é expresso pela fórmula seguinte:
VOLUME UTILIZÁVEL (litros) = CAPACIDADE DA GARRAFA (litros) x PRESSÂO DE OXIGÉNIO (bar)
Para calcular a duração de oxigénio existente, isto é, por quanto tempo dispõe de oxigénio,
empregando um determinado débito fixo regulado no debitómetro, teremos de efetuar a seguinte operação:
VOLUME UTILIZÁVEL
MINUTOS DISPONÍVEIS =
DÉBITO A ADMINISTRAR
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EXEMPLO:
Capacidade da garrafa (em litros) =15 litros
Pressão de oxigénio da garrafa (em bar) =200 bar
Débito de oxigénio pretendido = 15 litros/minuto
Cálculo da duração prevista da garrafa de oxigénio (minutos disponíveis):
Volume utilizável = Capacidade da garrafa x pressão de oxigénio = 3 000 litros
MINUTOS DISPONÍVEIS =
Volume utilizável
Débito a administrar
=
3 000 l
= 200 minutos (3h20min)
15 l/min
Na garrafa de oxigénio estão igualmente inscritas outras indicações importantes:
Data da realização da prova hidráulica (aferição da capacidade de enchimento da garrafa).
A pressão de enchimento a que a garrafa foi sujeita durante a prova hidráulica.
A pressão de enchimento de serviço.
AS GARRAFAS DE OXIGÉNIO DEVERÃO SER SUJEITAS A PROVA HIDRÁULICA DE 5 EM 5 ANOS, DE
ACORDO COM A LEGISLAÇÃO EM VIGOR.
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