controlando a dpoc… - ESE

Transcrição

controlando a dpoc… - ESE
CONTROLANDO A DPOC…
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÓNICA
2008
Tradução
Manuela Almendra – Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação; professora na Escola de
Enfermagem da Universidade do Minho.
Laurinda Miranda – Enfermeira Especialista em Médico-cirúrgica
Equipa de Enfermagem da Unidade de Cuidados de Medicina (2007) Hospital Sta Maria Maior – EPE Barcelos
Com autorização de SEPAR©
Área de Enfermería y Fisioterapia
Editor
Carme Hernandez
Autores:
J.Giner, R. Cabarcos, F. Burgos, M.Calpena, F. Morante, V.Macián, I.Andres, I. Martínez, M.Benito, G. Peces
Barba.
2
ÍNDICE
Pág.
A DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÓNICA --------------------------------
4
DEIXAR DE FUMAR -------------------------------------------------------------------------
5
AS BEBIDAS ALCOÓLICAS --------------------------------------------------------------
7
VACINAÇÃO------------------------------------------------------------------------------------ 7
TERAPIA MEDICAMENTOSA: INALADORES ---------------------------------------
8
SPRAY------------------------------------------------------------------------------------
9
CÂMARA DE INALAÇÃO -----------------------------------------------------------
10
PÓ -----------------------------------------------------------------------------------------
11
NEBULIZAÇÃO -----------------------------------------------------------------------
12
COMPRIMIDOS --------------------------------------------------------------------------
13
OXIGÉNIO NO DOMICÍLIO----------------------------------------------------------------- 14
MANTER UM PESO ADEQUADO--------------------------------------------------------
17
TERAPIA RESPIRATÓRIA ----------------------------------------------------------------
18
ELIMINAÇÃO DA EXPECTORAÇÃO----------------------------------------------------
19
MOVA-SE…NÃO PARE---------------------------------------------------------------------
20
SUBIR AS ESCADAS------------------------------------------------------------------------
20
SONO E REPOUSO--------------------------------------------------------------------------
21
SEXUALIDADE--------------------------------------------------------------------------------
21
CONSELHOS PRÁTICOS------------ -----------------------------------------------------
22
QUE CONTROLO DEVO FAZER PARA A VIGILÂNCIA DA MINHA
DOENÇA?---------------------------------------------------------------------------------------
24
QUAIS OS FACTORES QUE PODEM INFLUENCIAR NEGATIVAMENTE A
MINHA DOENÇA?----------------------------------------------------------------------------
26
COMO SEI QUE A MINHA DOENÇA ESTÁ AGRAVAR-SE? QUE DEVO
FAZER?------------------------------------------------------------------------------------------
27
QUANDO DEVO OCORRER AO SERVIÇO DE URGÊNCIA? QUE ME
FARÃO?-----------------------------------------------------------------------------------------
29
CUIDAR DO CUIDADOR-------------------------------------------------------------------- 30
RECOMENDAÇÕES EM CASO DE URGÊNCIA-------------------------------------
31
CONTACTOS DE INTERESSE------------------------------------------------------------ 32
NOTAS-------------------------------------------------------------------------------------------
3
34
A DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÓNICA (DPOC)
É provável que o seu médico já lhe tenha
dito que a sua doença respiratória se chama
DPOC
– Doença
Pulmonar Obstrutiva
Crónica
A DPOC é uma doença Crónica (não se vai embora), associada ao tabaco, à
exposição profissional a poeiras e ao fumo, à utilização de fogão a madeira e
carvão em recintos fechados, à exposição ao ar poluído. O factor genético também
está associado a esta doença.
Caracteriza-se por uma dificuldade da passagem de ar pelos brônquios
(Obstrutiva), provocando os seguintes SINTOMAS: sensação de falta de ar –
DISPNEIA, ao andar ou com a actividade, mais evidente com o avançar da idade;
tosse; expectoração. A Dispneia pode tê-la desde algum tempo, e em algumas
ocasiões pode aumentar como: ao andar, quando realiza um esforço, quando está
constipado ou tem uma infecção respiratória.
A finalidade a que nos propomos é:
1- Ajudar a conhecer melhor a sua doença
2- Ajudar a aliviar a falta de ar - dispneia
3- Prevenir o agravamento da doença
4- Poder melhorar a sua qualidade de vida
Em primeiro lugar vamos explicar-lhe como sabemos que você tem DPOC?
O médico e o enfermeiro vão examiná-lo e perguntar-lhe sobre o consumo do tabaco,
o seu trabalho, a sua casa, a dispneia, a tosse (sobretudo de manhã) e a
expectoração. O exame que confirma a doença é a espirometria. É um exame fácil e
sem dor, vai ter de respirar para um tubo que está ligado a uma máquina.
A doença é classificada em LIGEIRA; MODERADA, GRAVE E MUITO GRAVE.
O que lhe vamos propor são conselhos práticos para que SE SINTA MELHOR…
4
DEIXAR DE FUMAR
FUMAR É EXTREMAMENTE PREJUDICIAL PARA SI!
Deixar de fumar é o melhor tratamento que pode fazer.
Deixar de fumar é difícil, mas não impossível. Pode ocorrer
que em certas ocasiões note um desejo irresistível de fumar,
irritabilidade, ansiedade, aumento do apetite.
Tranquilize-se, estes sintomas nunca devem ser uma desculpa para voltar a
fumar. Os benefícios de deixar de fumar são imediatos e podem apreciar-se
desde as primeiras horas. Para o conseguir recomendamos os seguintes
conselhos:
PREPARE-SE PARA DEIXAR DE FUMAR
1. Pense porque fuma cada vez que acende um cigarro; recorde que o
tabaco é a primeira causa de morte evitável nos países desenvolvidos.
2. Procure motivação, escreva uma lista com os motivos que o levam a
fumar; relembre sobre quando e quanto fuma. Crie uma folha de registo
diário:
Dia____Hora____Lugar/actividade______________________________
__________Motivo___________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
3. Evite as situações que associa com o hábito de fumar.
4. Este é o momento de tomar a decisão
de deixar de fumar; reveja a sua lista de
motivos para deixar de fumar, pense numa
data ao fim de um período de quatro
semanas. Marque o dia.
5
TOMOU UMA GRANDE DECISÃO
5. Comunique aos seus familiares, amigos e companheiros de trabalho. Calcule
o dinheiro que gasta em fumar, pense no que pode fazer com o que poupa.
Procure o apoio de algum familiar, amigo fumador para os dois deixarem ao
mesmo tempo. Elimine de sua casa todos os objectos relacionados com o
tabaco. A partir do dia assinalado para deixar de fumar, a sua vida ganhará em
qualidade.
ACTUE! QUE FAZER?
6. Levante-se um pouco mais cedo que o habitual, faça um pouco de exercício
físico, beba água e sumos em quantidades abundantes.
7. Mantenha-se activo durante todo o dia.
8. Tome a decisão de não fumar CADA DIA.
9. Faça uma dieta rica em frutas e verduras, tente não beber as bebidas que
costumava acompanhar com o tabaco, como por exemplo o café.
10. Se o desejo de fumar é muito forte, não se preocupe, relaxe…respire
profundamente, concentre-se no que está a fazer, recorde sempre que o desejo
de fumar só dura 2 minutos depois desaparece.
11. Existem chicletes e medicamentos que podem ajudá-lo, mas pense que o
sucesso depende do seu compromisso pessoal.
Consulte os profissionais de saúde, pois podem ajudá-lo
12. Não ceda por um só cigarro, o desejo de fumar diminui depois da
segunda ou terceira semana.
FELICITE-SE CADA DIA QUE PASSA SEM FUMAR
CORAGEM
CERTO DE QUE CONSEGUIRÁ
6
AS BEBIDAS ALCOÓLICAS
Beber álcool em excesso é prejudicial para diferentes partes do
organismo: fígado; coração, sistema nervoso e pulmões. Pois
reduz as defesas e piora a função respiratória.
Sempre que não está contra-indicado pode tomar um copo de vinho ou cerveja à
refeição, mas deve evitar beber à noite.
VACINAS
A gripe, é uma infecção que afecta o aparelho respiratório e pode ser grave nas
pessoas que como você, apresentam uma maior sensibilidade das vias aéreas, por
isso todos os anos deve vacinar-se contra a gripe.
A pneumonia (infecção que afecta os pulmões) pode agravar a sua doença
respiratória, para prevenir, e de acordo com o seu médico pode fazer a vacina anti
pneumónica uma vez a cada 5 anos, se tiver mais de 65 anos.
Não há problemas em administrá-las juntas. A equipa de saúde indicará quando
deve tomá-las.
7
TERAPIA MEDICAMENTOSA: POR INALADOR
No caso das doenças respiratórias não só é importante tomar a medicação que está
prescrita mas também saber “para que serve” e “como tomá-la”
“PARA QUE SERVE”
1. Broncodilatadores: aumentam o diâmetro dos brônquios, quando estes
estão estreitos. Existem dois tipos:
Inaladores:
Acção
Spray curta – duração entre 4 a 6 horas
Câmara
de inalação
Acção
prolongada
– duração de 12 horas
Pó
2. Anticolinérgicos: actuam como os broncodilatadores
Nebulizadores
Comprimidos
3.Anti-inflamatórios:
Corticoídes: actuam desinflamando a mucosa brônquica. Com este tipo de
medicamento não se notará de imediato o seu efeito, só passados vários
dias e têm uma duração de 12 horas
A equipa de saúde que o atende vai ensinar-lhe sobre a terapêutica
e como a deve fazer.
“COMO TOMÁ-LA”
- Utilize-os na ordem adequada: primeiro os que têm efeito broncodilatador e
depois os que têm efeito anti-inflamatório.
- Horário: Tome como referência as horas das refeições (pela manhã utilize-os
antes do pequeno-almoço; ao meio-dia - antes ou se preferir depois das
refeições; à noite antes de jantar ou se preferir antes de se deitar).
- Cuidados: Para evitar os problemas orais (candidiase), é importante que lave a
boca e os dentes com pasta dentífrica, após administração dos inaladores.
Tome sempre os medicamentos na dose e horas determinadas.
DEVE TER SEMPRE À MÃO O INALADOR QUE FOI PRESCRITO PARA
QUANDO SE ENCONTRA MAL.
Na administração dos medicamentos por inalador é importante que realize a técnica
de forma correcta para que o tratamento seja efectivo. Assim, como deve ter
cuidados de manutenção e limpeza dos dispositivos. A equipa que o atende o
instruirá da técnica correcta.
8
SOLUÇÃO PRESSURIZADA
Destapar
Agitar
Expirar(soprar)
Colocar na boca
Carregar
Terminar de inspirar
Tapar
Começar a Inspirar( meter ar pela boca)
Aguentar a respiração
Enxaguar a boca
9
CÂMARA DE INALAÇÃO
Montar a câmara
Destapar
Agitar
Expirar (soprar)
Inspirar
(a meter ar pela boca)
Carregar
Aguentar a respiração
Enxaguar a boca
USO ALTERNATIVO DA CÂMARA DE INALAÇÃO
Carregar uma só vez
Respirar 4 ou 5 vezes
LAVAR A CÂMARA UMA VEZ POR SEMANA COM ÁGUA E SABÃO
10
PÓ SECO
Destapar
Carregar
Expirar (soprar)
Inspirar (a meter ar pela boca)
Aguentar a respiração
Enxaguar a boca
11
NEBULIZAÇÕES
Material necessário
. Nebulizador.
. Máscara ou boquilha.
. Medicamento a utilizar.
Procedimento
. Lavar as mãos.
. Preparar o medicamento como lhe indicaram.
. Introduzir o medicamento no nebulizador.
. Sentar-se correctamente.
. Colocar a máscara ou a boquilha.
. Se estiver indicado pode fazer a nebulização com o oxigénio ligado.
. Nebulizar o fármaco. Respirar lentamente até ao fim da medicação.
. Se depois da nebulização sentir: nervosismo; pulso rápido; náuseas; vómito,
comunique à equipa de saúde que cuida de si.
Considerações especiais
. Após a administração do fármaco, lave a boca.
. Deve lavar com água e sabão as peças do nebulizador, secar e guardar para
proteger do pó.
. Tempo de nebulização: 10-15 minutos.
. A empresa fornecedora do nebulizador dará a assistência necessária na
manutenção do aparelho e substituição de peças(1-3meses).
12
MEDICAMENTOS: Comprimidos
Existem os que actuam como anti-inflamatórios “a cortisona”, que desinflamam a
mucosa dos brônquios. Quando tiver que os tomar será sempre de uma forma
doseada, respeite as indicações e diminuía a dose tal como é indicado. É preferível
que a tome sempre de manhã.
Os antibióticos actuam sobre as infecções causadas por bactérias. Se há um
aumento da expectoração, alteração da sua cor passando a amarelo ou verde e há
febre DEVE ACTUAR DE IMEDIATO. Comunicar à equipa de saúde que cuida de si.
É fundamental que tome a medicação na hora e dose prescrita, assim como durante
todo o tempo que está indicado.
Os diuréticos devem tomar-se com cuidado. A sua acção consiste em eliminar
líquidos, quando há sobrecarga no coração, edemas (pés inchados…). Devem
realizar-se controlos analíticos e periódicos.
Devem tomar-se sempre em jejum.
Os expectorantes, ajudam a eliminar as secreções.
Outros medicamentos: antiácidos e protectores gástricos para prevenir os
problemas gástricos resultantes da medicação que toma.
Se você sofre de outras doenças (hipertensão, cardíaca, próstata, cataratas,
nervosismo, ou depressões, etc…) e precisa de medicação siga as indicações que o
médico e enfermeiros lhe deram.
Se estas doenças não estiverem bem controladas podem causar-lhe sérios
problemas.
Não se automedique sem controlo da equipa de saúde que o atende
13
OXIGÉNIO NO DOMICÍLIO
Se tem prescrito oxigénio para fazer em casa, deve utilizá-lo no mínimo 15 horas dia
(sempre durante a noite, depois das refeições, antes de qualquer esforço e quando
está em casa).
Menos de 15 horas, não produz nenhum benefício terapêutico. Quando tem
mais dispneia – falta de ar, faça-o durante todo o dia.
O oxigénio está indicado porque está “baixo no sangue” (é determinado através de
uma análise ao sangue ou por um oxímetro) e não porque tenha fadiga.
O oxigénio não elimina a fadiga mas é uma parte importante no seu
tratamento!
O oxigénio apresenta-se sob várias formas: em garrafas contendo oxigénio gasoso
sob elevada pressão e alta pureza; o concentrador – capta e filtra altas
concentrações de oxigénio do ar ambiente; e o oxigénio liquido. Tanto a forma de
administração, o sistema a utilizar – sondas nasais ou máscara, como a quantidade
de oxigénio dependerá das suas necessidades e são indicadas pela equipa de
saúde.
Em nenhum caso se pode modificar a dosagem de oxigénio, pois pode causar danos
ao seu organismo, se não recebe a quantidade de oxigénio adequado
Precauções gerais:
1- Não colocar a fonte de oxigénio junto de fontes de calor – cozinha, fornos,
aquecedores, aparelhos eléctricos.
2- Não manipular os dispositivos.
3- Manter os dispositivos e seus acessórios em bom estado e substitui-los por
novos quando necessário.
4 - Mantenha sempre os orifícios nasais limpos e evite as erosões nasais.
14
O CONCENTRADOR DE OXIGÉNIO
O concentrador de oxigénio é o mais recomendado para o domicílio.
Saiba que ele extrai o oxigénio do ar e o concentra para que depois você o possa
fazer.
Este aparelho mede cerca de 60 cm de altura, dispõe de rodas e necessita de estar
ligado à corrente eléctrica para funcionar. Dispõe de um sistema de alarme e de um
contador de horas.
A empresa fornecedora desta terapêutica deve realizar a manutenção periódica do
sistema e proporcionará uma garrafa de oxigénio comprimido para situações de
emergência. O consumo de energia eléctrica deverá ser comparticipada.
PRECAUÇÕES COM O CONCENTRADOR
1. Colocar o concentrador pelo menos a 15 cm da parede ou de um móvel; É
aconselhável que não o coloque no local onde dorme;
2. Deve mover sempre o aparelho na vertical;
3. Deve esperar sempre entre 5 a 10 minutos, desde que liga o concentrador até à sua
utilização;
4. Sempre que não está ser utilizado deve estar desligado;
5. Pode colocar-se uma manta por baixo do aparelho, para amortizar o ruído. Não deve
tapar-se nunca o concentrador.
O filtro externo do concentrador deve ser retirado uma vez por semana para limpeza
(com água e sabão), colocá-lo quando está seco. Esta operação deve ser realizada com
o aparelho desligado.
15
OXIGÉNIO LÍQUIDO
Se você utiliza oxigénio líquido, saiba que este está armazenado num grande
cilindro.
Quando
o
sistema
é
accionado
o
oxigénio líquido
evapora-se
transformando-se em gasoso pronto a utilizar. Pesa 40Kg, dura mais que o oxigénio
comprimido, contudo também é muito mais caro. A parte portátil do sistema, uma
mochila, recarrega-se a partir da parte fixa, deve fazê-lo num local arejado e quando
o vai utilizar.
A sua duração varia segundo o fluxo utilizado, oscilando entre as 6 -7 horas a 2 litros
por minuto.
PRECAUÇÕES COM O OXIGÉNIO LÍQUIDO
- O oxigénio líquido, ao estar a baixas temperaturas, pode produzir queimaduras
em contacto com a pele. Se ocorrem fugas, há que procurar não tocar na zona e
avisar a empresa fornecedora.
Se você utiliza as GARRAFAS DE OXIGÉNIO, saiba que a sua duração depende
do seu tamanho e do fluxo de oxigénio que utiliza.
16
MANTER UM PESO ADEQUADO
Tanto o excesso de peso como o peso baixo é prejudicial para si. Portanto, deve
manter uma dieta equilibrada para conseguir um peso óptimo. Para isso é
necessário uma dieta rica em frutas, verduras e proteínas. É importante ter em
atenção ao número de refeições e à quantidade.
Quando se encontra bem…
1. Dieta equilibrada 3-4 refeições por dia
2. Controlo periódico do peso
3. Evitar digestões pesadas
4. Evite a prisão de ventre
Quando se encontra mal…
1. Ingira comidas ligeiras, várias vezes ao dia e pouco abundantes
– 5 a 6 refeições ligeiras.
2. Evite digestões pesadas, alimentos flatulentos – couve-flor;
cebolas…, e a ingestão excessiva de hidratos de carbono – pão,
massas, batata, arroz…
3. É importante aumentar o aporte de cálcio, que se encontra no
leite e seus derivados, quando está a tomar “ cortisona”.
A MELHOR BEBIDA É A ÁGUA, recomenda-se que beba
diariamente 1,5 litros, pois ajudará a fluidificar as secreções.
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TERAPIA RESPIRATÓRIA
A respiração significa vida; mas quando temos um transtorno
respiratório, o que é natural e fácil torna-se difícil.
Para aliviar a dispneia, que você sente, ensinámo-lo a controlar a sua
respiração para que possa viver melhor.
Todos os exercícios que lhe vamos propor, devem ser acompanhados
por uma respiração adequada.
CONTROLO DA RESPIRAÇÃO
Começaremos com uns exercícios que você deve realizar deitado, para respirar
melhor e fazer com que a respiração seja mais lenta e tranquila possível. Se precisar
pode colocar almofadas na cabeça. Repita os exercícios várias vezes, e de modo a
sentir-se cómodo.
EXERCÍCIOS NA POSIÇÃO DE DEITADO
Deitado, coloque as mãos completamente relaxadas sobre o
abdómen. Inspire lenta e profundamente através do nariz,
vai sentir o abdómen a aumentar e as suas mãos a
moverem-se, mantenha o ar durante 1 ou 2 segundos,
seguidamente solte o ar lentamente com os lábios franzidos
até soltar todo o ar contido no abdómen.
Continue deitado, mas agora coloque as suas mãos
sobre as últimas costelas, próximas da cintura.
Inspire lenta
e profundamente
EXERCÍCIOS NA POSIÇÃO
DE SENTADO
através do nariz
sentindo que as costelas se movem, aumentando o
volume da caixa torácica inferior. Mantenha o ar
durante 1 ou 2 segundos, seguidamente solte o ar
lentamente com os lábios franzidos até soltar todo
o ar. Notará que o volume da caixa torácica diminui.
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EXERCÍCIOS NA POSIÇÃO DE SENTADO
Deve realizar estes exercícios sentado numa cadeira, com as costas direitas, as
pernas ligeiramente afastadas e os pés bem apoiados no chão.
Ponha as mãos cruzadas sobre os joelhos. Inspire pelo nariz, e ao mesmo tempo
eleve os braços formando um “V” com eles. Expire pela boca com os lábios franzidos
e baixe lentamente os braços, voltando a colocar as mãos cruzadas sobre os
joelhos. Repita várias vezes o exercício.
Ponha a mão direita sobre o ombro direito, dobrando o cotovelo. Deite o ar fora com
os lábios franzidos enquanto vai baixando o tronco até apoiar o cotovelo sobre o
joelho esquerdo. Seguidamente, inspire pelo nariz e eleve o cotovelo até ao ombro.
Repita várias vezes este exercício com o braço direito. Depois de um descanso
repita os exercícios com o braço esquerdo.
! ESTES EXERCÍCIOS DEVEM REALIZAR-SE DIARIAMENTE!
ELIMINAÇÃO DA
EXPECTORAÇÃO
Com a tosse, limpam-se as vias respiratórias, por isso
é importante e necessária. Para que a tosse seja
eficaz, deve inspirar (colher ar) fundo pelo nariz de
seguida soltar o ar com força e com a boca aberta.
Repetir este procedimento.
DEVE MANTER AS VIAS RESPIRATÓRIAS LIMPAS.
! BEBA 1,5 LITROS DE ÁGUA POR DIA
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MOVA-SE… NÃO PARE
A dispneia – falta de ar, fará com que você prefira estar sentado a mexer-se. Se
passar muitas horas sentado mais difícil será o movimento. Deve caminhar,
começando por pequenas distâncias e cada vez aguentará mais. Sentir “falta de
ar” com o exercício não é perigoso.
! CAMINHE TODOS AS DIAS!
SUBIR ESCADAS
Deve fazê-lo, calmamente e com uma respiração correcta.
Seguidamente dizemos-lhe como fazer:
1- No primeiro degrau colha o ar pelo nariz – inspire
2- Suba os degraus que puder, 1,2,3, soprando –
expirando
3- Pare e tome ar pelo nariz
4- Siga subindo, 1, 2 ou 3 degraus e soprando
Depois destes exercícios continuaremos a ensinar-lhe uma série
de propostas que o podem ajudar como estratégias de enfrentar a
dispneia.
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SONO E REPOUSO
As pessoas que sofrem de DPOC, durante o sono têm uma redução do
oxigénio no sangue, uma diminuição do reflexo da tosse e por isso retêm as
secreções brônquicas.
Isto, junto com outros factores de risco (obesidade, hábito tabágicos…) podem
produzir o Síndrome de Apneia do Sono.
Se ocorrerem períodos de sono durante o dia deve comunicar ao
pneumologista, para este avaliar e efectuar provas específicas para avaliar a
qualidade do sono.
SEXUALIDADE
É possível que não se atreva a perguntar abertamente sobre se
é perigoso manter relações sexuais, ou como a sua doença
pode interferir sobre estas. A actividade sexual é importante.
É normal o aumento da frequência respiratória e cardíaca
durante a actividade sexual.
A fadiga, a dispneia, a baixa de oxigénio ou os efeitos produzidos pela medicação
podem reduzir o seu desejo sexual, mas estas circunstâncias não devem ser uma
limitação para a realização da sua sexualidade.
Por isso propomos:
1. A habitação deve ter uma temperatura adequada.
2. Evite relações sexuais após as refeições.
3. Planeie um período de descanso prévio – realize os exercícios de respiração;
relaxamento e higiene brônquica.
4. Adopte uma postura cómoda, evitando posições que suportam o peso, é
preferível a utilização de posições passivas (de lado, sentados cara a cara).
5. Se faz oxigénio pode utilizá-lo antes de relação. Também pode utilizar a
medicação inaladora, antes e depois da relação sexual.
21
CONSELHOS PRÁTICOS
1. Ambiente de casa:
Mantenha um ambiente húmido - a humidade óptima é de
45% e uma temperatura de 19/21 o C.
2. Clima:
O frio e as mudanças de temperatura são inimigos das
doenças respiratórias. Proteja-se e evite-os.
3. Viagens e férias:
Planeie as suas férias com antecedência, deve ter em conta a altitude do lugar
para onde vai, pois não deve exceder 1500 metros. Se pretende viajar de avião e
precisa de oxigénio, deve avisar com tempo suficiente a companhia aérea, assim
como deve fazer uma avaliação clínica prévia e ser dado aconselhamento sobre
a oxigenoterapia durante o voo. Pode ter que fazer um seguro de viagem.
4. Vestuário:
A roupa deve ser adequada à época do ano, sem exagerar na quantidade de
peças. A roupa deve ser folgada e de fácil colocação. Não utilizar cintos, fachas
ou cintas que comprimam o tórax.
5. Sono:
Estabeleça rotinas para dormir, levantar-se e descansar. Não durma sestas
superiores a 90 minutos. Evite ingerir cafeína e álcool.
6. Lazer:
Mantenha o interesse em realizar actividades sociais.
Utilize estratégias de distracção: técnicas de relaxamento;
ouvir música; jogos…
22
7. O Banho:
Se ao tomar banho tem falta de ar coloque um banco no poliban ou
na banheira, lave-se sentado.
Use uma esponja de cabo comprido para lavar as costas e os pé.
Peça ajuda para lavar as zonas que implicam mais esforço.
Não utilize toalha mas um roupão atoalhado para secar o corpo
sem esforço.
8. Poluição:
Evite o uso substâncias com cheiros fortes – lacas, tintas, ambientadores
insecticidas, etc. pois podem produzir irritação.
Cozinhe com as janelas abertas. Feche as janelas quando há muita poluição no ar
exterior. Não deixar fumar dentro de casa.
9. Grupos de apoio:
Relacione-se com pessoas que têm a mesma doença. Contacte as Associações de
pessoas com DPOC
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QUE CONTROLO DEVO FAZER PARA A VIGILÂNCIA DA
MINHA DOENÇA?
Não faltar às consultas periódicas do médico e/ou de
cinesiterapia respiratória.
Aí vai ser auscultado e questionado sobre o tratamento
que está a fazer – farmacológico e o programa de
reabilitação pulmonar.
Também serão realizadas sessões de educação para a
saúde para melhorar o tratamento e a sua qualidade de
vida.
! DEVE LEVAR SEMPRE O TRATAMENTO QUE ESTÁ A FAZER!
Em algumas das consultas podem ser pedidos alguns exames complementares,
que são:
•
Análises de sangue: para controlo. Deve ir em jejum mas pode fazer os
seus medicamentos inaladores.
•
Espirometria: para controlar a evolução da
sua doença e a eficácia do tratamento
instaurado. Não precisa de jejum. Deverá
informar-se se pode tomar os medicamentos
ou não.
•
Gasimetria arterial: para conhecer o nível de
oxigénio e de anidrido carbónico que tem no
sangue. Não necessita de jejum. Pode tomar
os medicamentos. Se faz oxigénio em casa
deve comunicar à equipa de saúde.
Prova necessária para saber se você
necessita de oxigénio ou não.
24
•
Radiografia ao tórax
•
Prova da marcha de 6 minutos: pode tomar a medicação. Leve a
medicação como precaução. Leve sapatos e roupa cómoda.
•
Colheita de
expectoração: pode realizá-la em casa, levando-a
imediatamente para análise. Não tome antibióticos nas 48 horas
anteriores. Lave a boca. Deve ter um frasco estéril.
O melhor momento para colher a expectoração é de manhã em jejum.
Realize a técnica de drenagem de secreções e uma tosse dirigida
para conseguir colher um produto com qualidade.
•
Estudo do sono: pode tomar a medicação e levá-la para o hospital.
Comunique se utiliza medicação para dormir, e se faz oxigénio m casa ou
qualquer outro aparelho para tratamento respiratório domiciliário.
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QUE FACTORES PODEM INFLUENCIAR NEGATIVAMENTE
A MINHA DOENÇA?
1- Continuar a fumar
2- Não realizar o tratamento tal como está prescrito
3- Não realizar a técnica inalatória correctamente
4- Não controlar doenças associadas
5- Não cumprir as consultas programadas
6- Sinais de ansiedade e depressão, que são
frequentes nesta doença, mas para os quais se
deve procurar solução.
7- Problemas sociais e familiares
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COMO SEI QUE A MINHA DOENÇA ESTÁ AGRAVAR-SE?
QUE DEVO FAZER?
Por causa de uma infecção respiratória, ou por outros motivos o
funcionamento do aparelho respiratório pode descompensar. Por
isso você deve conhecer os
SINAIS DE ALARME
e as acções que deve tomar:
1. AUMENTO DA DISPNEIA (falta de ar), mais do que o habitual:
• Tome a medicação em SOS, sem ultrapassar a dose limite
• Fique tranquilo em casa, descansar na posição de “cocheiro”
(sente-se na cadeira com os pés separados e apoiados no
chão, incline-se para a frente). Também pode ficar de pé,
inclinado para a frente, apoiado numa mesa, ou inclinando-se
sobre ela.
•
Realize a respiração correcta – autocontrolo respiração
•
Se faz oxigénio, coloque-o na dose prescrita, NÃO A
AUMENTE.
•
Mova-se mais lentamente, de forma a conservar energia
! SE NÃO MELHORAR CONTACTE A EQUIPA DE SAÚDE QUE O
ATENDE!
2. AUMENTO DAS SECREÇÕES (expectoração)
Aumento do volume – mais do que o habitual, mudança na cor – mais amarelas ou
verdes, ou apresentam um aumento da consistência - mais espessas e com
dificuldade em expectorar.
27
•
Beba mais água.
•
Realize a auto drenagem de secreções, manobras de auto percussão e
solicite a tosse.
•
Coloque o termómetro avalie a febre.
•
Se o problema não se soluciona e a temperatura é superior a 38.º
recorrer ao médico de família/serviço de urgência.
3.
EDEMAS – PÉS E PERNAS INCHADAS
• Beba menos líquidos.
• Eleve os pés.
• Avalie a cor das pernas.
• Se a situação não melhorar deve recorrer ao serviço de urgência.
4.
DOR – COSTAL
Recorra ao seu médico e explique o tipo de dor, se não ficar controlada
recorra ao serviço de urgência
5.
SONOLÊNCIA DURANTE O DIA E PROBLEMAS EM DORMIR À NOITE
6.
DORES DE CABEÇA PELA MANHÃ
7.
ALTERAÇÕES DO ESTADO
CONFUSÃO MENTAL.
DE
28
CONSCIÊNCIA:
IRRITABILIDADE,
SE APESAR DE TUDO… TIVER QUE RECORRER AO
SERVIÇO DE URGÊNCIA …
O QUE ME FARÃO?
1. Vão perguntar-lhe o motivo por o qual foi ao serviço
de urgência e os sintomas que está sentindo.
2. Podem realizar uma oximetria (colocação de um
sensor no dedo), ou uma gasimetria (para conhecerem
a quantidade de oxigénio no sangue).
3. Espirometria forçada.
4. Radiografia de Tórax.
5. Análise de sangue.
Após ser observado pela equipa de saúde, esta pode decidir, segundo os
dados obtidos nas provas realizadas e na resposta ao tratamento instaurado
no serviço de urgência: pode ocorrer…
1. Pode ir para casa com tratamento, e controlado pelo seu médico de
família.
2. Pode ir para casa com tratamento e ser visitado por equipas
multidisciplinares (médico, enfermeira, e outros) durante os primeiros dias.
3. Pode ter de ficar internado no hospital.
4. Pode ser transferido para outro hospital.
29
CUIDAR DO CUIDADOR
O cuidador é aquele que assiste na identificação, prevenção, ou tratamento da
doença ou incapacidade.
POR PARTE DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
1.
Educar/Instruir para a gestão da doença da pessoa que está ao seu cuidado.
2.
Dar
apoio
emocional
e
logístico,
facilitando
o
manuseamento
dos
instrumentos dentro do âmbito domiciliário.
3.
Facilitar o acesso a: associações das pessoas com DPOC, psicólogos,
assistentes sociais, e pessoal da saúde.
4.
Detectar problemas familiares/sociais e económicos que dificultam a boa
evolução do processo de adaptação.
POR PARTE DA PESSOA COM DPOC
1.
Auto – responsabilizar-se pela doença. Não utilizar o cuidador como o centro
da doença.
2.
Criar um bom clima familiar. Adaptar a nova situação à estrutura familiar,
evitando situações limites.
3.
Não fazer sentir o cuidador culpado pela sua situação.
30
RECOMENDAÇÕES EM CASO DE
URGÊNCIA
Sempre que tenha algum problema, você deve recorrer ao médico
do serviço de urgência ou de família.
Sobretudo recorde que você DEVE PEDIR AJUDA SEMPRE QUE
EXISTA:
1. Aumento da dispneia, mais do que o habitual e que não cede com as medidas
que anteriormente recomendamos (ficar tranquilo em casa, utilizar os
inaladores prescritos para situações de urgência.)
2. Aumento das secreções e alteração da cor (mais muco que o habitual e a cor
amarela ou esverdeada), apresenta também uma alteração da consistência
das secreções (muco mais espesso) incapaz de as expectorar.
3. Aparecimento de febre, medida com termómetro.
4. Pés inchados – edema.
5. Dor nas costas.
6. Sonolência – mais sono que o habitual, durante o dia e dificuldade em dormir
à noite.
7. Dores de cabeça pela manhã.
8. Alterações do estado de consciência: irritabilidade, confusão mental …
31
CONTACTOS DE INTERESSE
ENDEREÇOS DA INTERNET COM INTERESSE:
Palavra-chave: Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC); espanhol
(EPOC) e em Inglês (COPD)
RESPIRA – Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras
Doenças Respiratórias Crónicas
www.respira.pt
Presidente: Luísa Soares Branco
Contacto: Rua Ivone Silva, n.º 6 Esq.
1050-124 – Lisboa
Tel. 964926708; 914632239
Correio electrónico: [email protected]
.
www.paraquenaolhefalteoar.com
Este site contém informação sobre assuntos relacionados com a Asma e
a DPOC.
Direcção Geral da Saúde
www.dgsaude.pt
www.portaldasaude.pt
Consultas de cessação tabágica
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CONTACTOS DE INTERESSE
CENTRO DE SAÚDE ______________________________________________
___________________________________________________________________
MEMBROS DA EQUIPA DE SAÚDE RESPONSÁVEL________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
TELEFONE__________________________________________________________
HOSPITAL_________________________________________________________
___________________________________________________________________
MEMBROS DA EQUIPA DE SAÚDE RESPONSÁVEL_______________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
TELEFONE _________________________________________________________
TELEFONE GRATUITO DA EMPRESA FORNECEDORA DE TRATAMENTOS AO
DOMICÍLIO _________________________________________________________
TÉCNICO RESPONSÁVEL ____________________________________________
___________________________________________________________________
OUTROS
CONTACTOS:_______________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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NOTAS:
DATAS DAS PRÓXIMAS CONSULTAS:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
IDAS AO SERVIÇO DE URGÊNCIA:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
OUTROS REGISTOS DE INTERESSE: ___________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
DÚVIDAS A ESCLARECER:____________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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