Instrumentação em Imagiologia Médica
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Instrumentação em Imagiologia Médica
Instrumentação em Imagiologia Médica Módulo 3. Imagiologia com Raios-X Parte I. Radiografia Leccionado por Vitaly Chepel, Departamento de Física, Universidade de Coimbra [email protected] Ano lectivo 2013-2014 1 Introdução Imagiologia com raios-X e com radioisótopos Radiações ionizantes e não ionizantes Raios-X versus raios gama 2 IIM 2013-2014 Imagiologia com Raios-X e com Radioisótopos Fonte externa A sua localização é conhecida Sinal: atenuação no corpo Fonte interna É preciso localizar a fonte Sinal: distribuição das fontes no corpo 3 IIM 2013-2014 Instrumentação em imagiologia com raios-X Geradores de raios-X Detectores de raios-X + electrónica associada Hardware do sistema, e.g. gantry, sistema de movimento, de alinhamento, sistemas de alimentação etc. (não vamos falar dessas) 4 IIM 2013-2014 Radiações ionizantes e não ionizantes Radiação ionizante – a que tem energia suficiente para ionizar o meio Escala de energias: >~10eV (por exemplo, 13.6 eV - potencial de ionização do átomo de hidrogénio) Raios-X e raios gama usados em imagiologia médica: E ~ 50 keV a 500 keV são radiações ionizantes Exemplos de radiações electromagnéticas não ionizantes: • Luz visível • Infravermelhos • Microondas • Ondas de rádio Os ultra-sons (ondas acústicas) e RMN (campo magnético) não produzem ionização 5 IIM 2013-2014 Ionização e excitação excitação ionização A + energia → A∗ I ex < I ion A + energia → A+ + e − Radiação ionizante também produz excitação 6 IIM 2013-2014 Raios-X e Raios γ Ambos são ondas electromagnéticas (fotões) A escala de energias: Raios-X: de ~1 keV até ~200 keV Raios γ: de ~100 keV até ~1 MeV (em medicina) ou até ∞ (em física) A diferênça não está na energia dos fotões mas sim nos processos físicos que dão origem a estes: Os raios X são de origem atómica; são emitidos: pelas partículas carregadas sujeitas a aceleração em resultado de transições entre os níveis de um átomo (em semelhança com transições ópticas, mas com energia muito superior) Os raios γ são de origem nuclear: são emitidas em resultado de transições entre diferentes níveis de energia de um núcleo – i.e. em resultado de um decaimento radioactivo 7 IIM 2013-2014 Descoberta dos raios-X Tubo de raios catódicos (electrões) Wilhelm Conrad Roentgen Wilhelm Conrad Roentgen em 1895 ao estudar os raios catódicos observou que existia uma luz fraca a ser emitida pela cartolina em que embrulhou a ampola. Isto levou a descoberta de: Raios-X Uma substância que emite luz visivel sob acção dos raios-X (i.e. ecrã fluorescente) 8 IIM 2013-2014 Produção dos Raios-X Dois mecanismos de produção de raios-X Ampola de raios-X Espectro de emissão de uma ampola 9 IIM 2013-2014 Dois mecanismos de produção de Raios-X Bremsstrahlung Emissor – partícula acelerada Em Alemão: bremsen - "to brake“ Strahlung - "radiation“ ≈ braking radiation, deceleration radiation, stopping radiation ≈ radiação devida a desaceleração (aceleração), radiação de travagem Transições atómicas (também: Raios-X Características) Kb Ka Emissor – átomo ionizado 10 IIM 2013-2014 Bremsstrahlung Electromagnetismo: uma carga acelerada emite ondas electromagnéticas electrão eelectrão fotão Aceleração: Fc 1 e ⋅ Z eff e a= = ⋅ m 4πε 0 mr 2 Átomo Fc – força de Coulomb e – carga elementar m - massa do electrão Zeffe – carga efectiva do átomo (i.e.a carga “vista” pelo electrão) 11 IIM 2013-2014 Bremsstrahlung - 2 Potência emitida por uma partícula de carga e a mover-se com uma aceleração a: µ0 2 2 6 P= eaγ 6π c onde γ= E mc 2 P ∝ m −6 O efeito é mais significativo para as partículas leves (electrões e positrões) Bremsstrahlung é radiação electromagnética (raios X) emitida no processo de interacção de electrões com os átomos do meio 12 IIM 2013-2014 Espectro de Bremsstrahlung Espectro de energia dos fotões emitidos neste processo: dn 1 ∝ , dE E 0 < E ≤ E0 (E0 – energia do electrão) dn dE e- E0 E1 E2 soma 0 Na medida que o electrão perde a energia o espectro de fotões torna-se mais “soft” E2 E1 E0 E 13 IIM 2013-2014 Raios-X característicos e Kb e Ka e Ionização Uma vacância livre Espectro de energia dos fotões Transição com emissão de um fotão Ka Kb Específico para um dado elemento químico ( potencial diagnóstico) IIM 2013-2014 E 14 Ampola de Raios-X Raios-X vácuo Água para arrefecer o ânodo (A) Aquecimento do cátodo (K) por efeito de Joule emissão térmica de electrões Potencial de aceleração de electrões Ua ≈ 10 – 200 kV Energia de electrões incidentes ao ânodo E = e×Ua (200 kV no ânodo 200 keV energia dos electrões) e = 1.602⋅10-19 C – carga elementar 1 eV = 1.602⋅10-19 J (a energia que adqira uma carga e ao atravessar uma differença de potencial de 1 V) 16 IIM 2013-2014 Definições kVp e mAs Potencial de aceleração de electrões Ua Energia dos electrões incidentes ao ânodo E = e×Ua (i.e. 200 kV no ânodo 200 keV energia dos electrões) Em radiologia costuma-se falar em kVp – “kiloVolt peak” – em vez de kV (embora seja a mesma coisa, i.e. a diferença de potencial entre o cátodo e o ânodo) para reflectir o facto que esta é a energia máxima dos raios-X que se pode obter com uma dada Ua. mAs – mA × s (milliAmpere × seconds) – intensidade de corrente × tempo (a corrente aqui é a dos electrões acelerados) – proporcional ao número de fotões emitidos durante um exame 17 IIM 2013-2014 Ampolas com ânodo rotativo Bremsstrahlung não é o único processo resultante da interacção de electrões com o ânodo. Outros processos no ânodo: ionização e exitação dos átomos pelos electrões absorção de raios-X no ânodo Calor (99% da energia dos electrões) Ânodo rotativo A temperatura do ânodo pode chegar a ~1000ºC Potência típica P ~ 10 – 100 kW IIM 2013-2014 Cátodo Raios X 18 Espectro real Ânodo de tungstâneo Ka Kb Espectro da bremsstrahlung E Raios-X característicos do tungstâneo Espectro real = Absorção no ânodo e na janela o contínuo de Bremsstrahlung + linhas dos raios-X característicos - absorção no ânodo e na janela 19 IIM 2013-2014 Interacção dos Raios-X com a materia Coeficiente de atenuação linear Coeficiente de atenuação mássico Sinal em radiologia 20 IIM 2013-2014 Exame radiológico O sinal = atenuação do fluxo de raios X, emitidos pela ampôla, no corpo do paciente Observação (detecção) do sinal = conversão de raios X que atravessaram o corpo ao luz visível (seja quais forem os passos intermédios, o resultado final é uma imagem visível) 21 IIM 2013-2014 Interacção dos raios X com a materia I ( x) = I 0 e − µ x I0 (número total de fotões, ou fluxo, ou densidade de fluxo etc.) µ – coeficiente linear de atenuação (cm-1) x µ é uma função de: 1) energia dos fotões E, 2) número atómico do elemento Z, 3) densidade do meio, ρ Z ρ µ(E,Z,ρ) Para desacoplar a dependência do µ da densidade, µ é frequentamente expresso em unidades de cm2/g e designado por µ´: µ = µ ′ρ em que µ ′ = f (Z ) - coeficiente de atenuação mássico Assim, IIM 2013-2014 I ( x) = I 0 e − µ ′ρ x 22 Interacção com a matéria: partículas carregadas vs fotões Número de partículas/fotões transmitidas através de um material de espessura x em função do x: Partículas carregadas N0 N(x) R – alcance (range) das partículas N(x) x < R – todas as partículas são transmitidas (embora com energia reduzida) N0 x > R – nenhuma das partículas passa x 0 R x Radiação electromagnética N(x) N0 x N(x) N0 0 N ( x) = N 0 e −µ x x Qualquer que seja x, há fotões que interagem com a folha e há os que passam sem interagir. Quando aumenta a espessura, mais fotões interagem e menos passam; N(x) → 0 só para x → ∞ 23 Absorção fotoeléctrica e dispersão de Compton Para as energias de fotões <1 MeV, dois processos dominam a atenuação: - absorção fotoeléctrica e - dispersão de Compton O facto de a atenuação ser um processo exponencial permite definir coeficientes de atenuação parciais: I ( x) = I 0 e − µ x = I 0 e − (τ +σ )x = I 0 ⋅ e −τ x ⋅ e −σ x µ =τ +σ O mesmo é válido para o coeficiente de atenuação mássica: (τ´)––descreve descreveatenuação atenuaçãopor por ττ (τ´) absorçãofotoeléctrica fotoeléctrica absorção σ´)––descreve descreveatenuação atenuaçãopor por σσ ((σ´) dispersãode deCompton Compton dispersão µ′ = τ ′ + σ ′ 24 IIM 2013-2014 Exemplo: atenuação em água µ´ 100 µ′ = τ ′ + σ ′ H2O 3 µ', cm /g (or µ, cm given that ρ =1 g/cm ) 1000 10 -1 1 Efeito fotoeléctrico domina para as energias <30 keV σ´ 0.1 τ´ 2 0.01 Scattering domina para >30 keV 0.001 1 10 100 1000 Gamma ray energy, keV 26 IIM 2013-2014 Exemplo: atenuação em Iódo Camada L 10000 µ′ = τ ′ + σ ′ Iodine 1000 Camada K 2 µ ', cm /g 100 µ´ 10 1 σ´ 0.1 τ´ 0.01 Efeito fotoeléctrico domina para as energias <300 keV Scattering domina para >300 keV 0.001 1 10 100 1000 Gamma ray energy, keV 27 IIM 2013-2014 O sinal em radiografia I(a) I0 detector a ( ∑ µi ∆xi ) I (a ) = I 0 ⋅ e − µ1∆x1 ⋅ e − µ 2 ∆x2 ⋅ ... = I 0 ⋅ exp − Mede-se I(a)/I0 temos acesso a ∑ µ ∆x i i a → ∫ µ ( x)dx 0 Como µ = f(ρ, Z), o sinal contém a informação sobre a densidade e o número atómico dos tecidos que o feixe de raios X atravessa, mas essa informação está na forma da soma (do integral) das contribuições das diferentes partes do objecto ao longo do feixe. 28 IIM 2013-2014 Detecção dos Raios-X Sistemas analógicos Sistemas semi-digitais Sistemas digitais 29 IIM 2013-2014 Detecção dos raios-X em radiologia - Ecrãs fluorescentes Métodos analógicos - Filme fotográfico - ecrã fluorescente + filme fotográfico - digitalização (scan) do filme a posteriori - Paineis fosforescentes fotoestimulados Métodos semi-digitais - Detectores digitais sinal eléctrico digitalizador RX Métodos digitais 30 IIM 2013-2014 Métodos analógicos: 1 Ecrãs fluorescentes 31 IIM 2013-2014 De onde vem a luz ? Energia depositada pela partícula = ionização + excitação + calor (movimento caótico dos átomos) eRX ionização dos átomos e moléculas do meio excitação de-excitação (simplificado – os processos envolvidos normalmente são muito mais complexos! ) fotões podem ser poucos ou fora da gama visível… Dependendo do meio, de-excitação também pode ocorrer sem emissão de fotões, por exemplo em collisões entre os átomos calor em vez da luz 32 IIM 2013-2014 Ecrãs fluorescente O papel usado pelo Roentgen estava coberto com platinocyanide de bário. Thomas Edison investigou a capacidade de materiais de emitirem a luz visível quando expostos aos raios-X e descobriu que o tungstanato de cálcio (CaWO4) é o mais eficáz CaWO4 utiliza-se ainda hoje (mas há também outras substâncias com ainda maior eficiência) Etsrutura de um ecrã fluorescente: Filme protector Material fluorescente gránulas de 4-8 µm embebidas num matriz, plástico, por exemplo 50 – 300 µm Camada reflectora Suporte Röntgen examines a patient. From a German popular scientific book of 1896. Mary Evans Picture Library 33 IIM 2013-2014 Materiais para ecrãs fluorescente (fósforos - phosphors) CaWO4 , Gd2SO2:Tb , LaOBr:Tm, YTaO4:Tm , YTaO4:Nb (elementos do grupo de terras raras) Alguns características (para 60 keV) Eficiência da absorção dos RX 13 51 Eficiência da conversão da energia dos RX em luz: ε= Eout Ein onde e Ein = E RX Eout = N ph E ph E ph - energia dos fotões visíveis O número de fotões visíveis emitidos na seguência de absorção de um RX: N ph = IIM 2013-2014 ε E RX E ph Por exemplo, em CaWO4 1 fotão de 60 keV produz Nph ≈ 1000 fotões visíveis 34 Coeficientes de atenuação de alguns materiais usados em ecrãs fluorescentes Para Z ≥ 60 attenuação é dominada pelo efeito fotoeléctrico La Gd Ta La, Gd – têm maior eficiência de absorção dos raios-X na gama de energias < 70 keV W CaWO4 , Gd2SO2:Tb , LaOBr:Tm, YTaO4:Tm Z=74 BK= 69.5 keV IIM 2013-2014 Z=64 BK= 50.2 keV Z=57 BK= 38.9 keV Z=73 BK= 67.4 keV 35 Métodos analógicos: 2 Filme radiográfico 36 IIM 2013-2014 Filme radiológico Camada protectora Emulsão sensível aos raios-X Camada adesiva (AgBr + gelatina), ~20 µm Base ~200 µm Substância activa - AgBr (Z= 47, 35); gránulas de ~1 µm Hoje, o filme não se utiliza para detectar os raios X directamente devido à baixa eficiência de absorção desses (~2 a 6%) mas em cassetes, conjunto com um ecrâ fluorescente 37 IIM 2013-2014 Métodos analógicos: 3 Ecrã fluorescente + Filme radiográfico 38 IIM 2013-2014 Filme radiológico com ecrã fluorescente Camada reflectora Filme Material fluorescente Uma cassette RX Probabilidade de interacção para RX No filme ~2% No ecrã fluorscente ~50% O ecrã absorve os raios X e emite luz com λ ≈ 400-500 nm; O filme absorve essa luz, cria-se uma imagem latente que se torna visível após revelação química (a semelhança com o filme fotográfico) 39 IIM 2013-2014 Métodos analógicos: 4 Ecrã fluorescente + Intensificador da imagem 40 IIM 2013-2014 Intensificador da imagem (image intensifier) O princípio de funcionamento: ecrã fluorescente ecrã fluorescente fotocátodo luz intensa eluz fraca E 1 electrão Efeito fotoeléctrico: Q fotoelectrões 1 fotão Q < 1 – eficiência quântica do fotocátodo (tipicamente Q ~ 0.1 - 0.2) fotão 11fotão ~102 - 103 fotões Fotoelectrões acelerados no campo eléctrico até as energias ~100 keV Te=e∆V ~1022fotões fotões ~10 Introduzidos pela Philips em 1955 IIM 2013-2014 41 Intensificadores da imagem A imagem observa-se visualmente Sinal electrónico Um sistema de RX com intensificador de imagem electrónico 42 IIM 2013-2014 Métodos semi-digitais 43 IIM 2013-2014 Métodos semi-digitais Fazer scan do filme já revelado: adqirir a imagem num filme fotográfico e fazer um scan a posteriori com um scanner, semelhante a um scanner comum, para processamento digital Um digitalizador para filme radiológico “Revelar” imagem latente num material especial por fotoestimulação: usar um painel fosforescente em que se forme uma imagem latente que pode ser revelada por estimulação com um feixe fino de laser medindo simultaneamente a fosforescência em cada ponto – as vezes chama-se Computed Radiography (CR) 44 IIM 2013-2014 Métodos semi-digitais: 2 Paineis fosforescentes fotoestimulados 45 IIM 2013-2014 Fluorescência vs fosforescência Fotoluminescência - luminescência resultante da absorção de fotões. A luz re-emitida tem comprimento de onda diferente da luz absorvida hv1 hv1 > hv2 λ1 < λ2 excitação E3 E3 E3 E2 E2 E2 E1 E1 E1 0 0 0 relaxação com emissão de um fotão infravermelho ou transferência da energia à rede cristalina (vibração) hv2 emissão Fotoluminescência Fluorescência – re-emissão “instantânea” Fosforescência – re-emissão lenta, prolongada no tempo; resulta da inibição de transição no sistema quântico por regras de selecção 46 IIM 2013-2014 Estimulação da fosforescência com luz (fotoestimulação) E3 E3 E2 E2 E1 X 0 Imagem latente: átomos excitados num estado metaestável (i.e. com o tempo de vida longo) E1 0 Transição inibida Estado excitado existente (devido a absorção dos RX, por exemplo) Laser E3 E3 E2 E2 E1 E1 0 0 Detector Absorção do fotão emitido pelo laser Emissão Transição E2 (transição para o estado fundamental) E3 47 IIM 2013-2014 Painel fosforescente fotoestimulado Um painel com material fosforescente (normalmente BaFBr:Eu3+) é exposto aos Raios X num procedimento habitual A absorção dos Raios X resulta em formação da imagem latente (centros de excitação cuja transição para os níveis de energia mais baixa – de-excitação – são inibidos) O painel é transportada para um scanner de laser infravermelho (He-Ne normalmente) com um feixe muito fino – de 50 µm a 200 µm. Ao fazer o scan, a luz do laser estimula localmente a emissão da luz do material fosforescente nas zonas onde existem centros de excitação latentes. Esta luz, na zona do visível, é detectada por um fotomultiplicador A correlação do sinal do fotomultiplicador com o varrimento do feixe do laser permite reconstruir a imagem fosforescência laser laser fotomultiplicador 49 IIM 2013-2014 Paineis fosforescentes fotoestimulados (optically stimulated phosphors) Vantagens: - Uma substituião fácil para o filme (mesmo tamanho, mesma cassette) - resolução comparáveil com a do filme - gama dinâmica mais alargada - corrente de escuro virtualmente ausente Tornam-se possíveis os estudos com exposições longas e fluxo de Raios-X muito reduzido Desvantagens: - precisam manuseamento (tal como o filme) - continuam precisar revelação da imagem tempo de espera - impossível efectuar os estudos dinâmicos 50 IIM 2013-2014 Métodos digitais 51 IIM 2013-2014 Detectores de raios-X digitais Lembrete: Imagiologia “Semi-digital” adqirir a imagem num filme fotográfico e fazer um scan a posteriori ou usar um painel fosforescente com imagem latente e visulaliza-lo (digitalizar) por fotoestimulação Imagiologia Digital usar um detector que converte a energia dos raios-X em sinal eléctrico Dois tipos de detectores conversão directa conversão indirecta RX RX IIM 2013-2014 luz visível/UV carga detector de fotões digitalizador carga digitalizador scintilador 52 Métodos digitais: 1 Conversão directa 53 IIM 2013-2014 Detectores de conversão directa RX metal -V e0 Si ou Se amorfo - semicondutor puro não há (lê poucas) cargas livres (amorfo para conseguir grandes dimensões a um preço razoável; também pode ser policristalino ou monocristalino (muito melhor!) mas é caro e difícil de fazer) electrões lacunas Pixeis (pads), em que a carga é recolhida, com leitura individual Em princípio, pode funcionar no modo de detecção de fotões um a um – o problema é ruído electrónico (100 keV ~30,000 e- ; o ruído de um amplificador símples > ~10,000 e-) Em radiologia o fluxo dos RX é muito elevado podemos acumular a carga criada por muitos fotões durante a exposição e depois ler tudo de uma só vez (sinal/ruído ↑) Leitura Tecnologia TFT (thin film transistor) 54 IIM 2013-2014 TFT – Thin Film Transistor technology Exemplo: TFT LCD (Thin Film Transistor Liquid Cristal Display) Glass base + thing film of silicon (amorphous, polycrystalline or crystalline) TFT Vdrain pixel TFT Vgate Liquid crystal cells Switch (FET - field effect tranistor) (a fotografia em baixo foi tirada com uma luz externa) 55 IIM 2013-2014 Leitura de um detector de raios-X digital RX Q detector i i exposição TFT FET leitura elemento sensível (pixel) Q V N ADC N ∝ Q ∝ ∑ E RX IIM 2013-2014 t 57 Métodos digitais: 2 Conversão indirecta 58 IIM 2013-2014 Detectores de conversão indirecta RX luz visível conversão ao sinal eléctrico por efeito fotoeléctrico RX Scintillator CsI(Tl) Si photodiode Cristais de CsI(Tl) Em comparação com os detectores com conversão directa: têm uma efficiência maior IIM 2013-2014 Detector de fotões 59 Exemplo: Detectores de Trixell (França) CsI (cintilador) Até 40x40 cm TRIXELL flat-panel detectors are based on proven core technologies : a cesium iodide scintillator (CsI) and an active amorphous silicon array, controlled by custom-designed, ultra-low noise electronics. http://www.trixell.com J.P.Moy, NIM A442(2000)26 60 IIM 2013-2014 Trixell Pixium 4600 digital detector 9·106 pixels 143 µm pixel size resolução (semelhante a do filme) gama dinâmica 14 bits (16,000 graduações na escala cinzenta) tempo de exposição típicamente 0,5 s (pode ser até 3,5 s, se necessário) tempo de leitura da imagem 1.25 s imagem disponível imediatamente usa-se com tensão na ampola entre 40 kV e 150 kV (determina a energia dos RX) 40x40 cm http://www.trixell.com 61 IIM 2013-2014 Outras vantagens da radiografia digital Eficiência quântica mais alta (~3x) aquisição mais curto a) menor dose ao paciente, b) tempo de Gama dinâmica até 14 bits (16,000 graduações na escala cinzenta) apenas com uma exposição podem ser visualizadas detalhes com o nível de contraste muito diferente (o contraste pode ser ajustado directamente na imagem) Imagem na forma digital facilidade de armazenamento, consulta remota, processamento digital da imagem Estudos dinâmicos tornam-se possíveis (até ~30 frames/s) 62 IIM 2013-2014 Detecção de raios-X: resumo Ecrãs fluorescentes: têm a vantagem de fornecer imagem em tempo real, com reposicionamento do paciente; usa-se cada vez menos devido à elevada dose ao paciente e ao médico Filme radiológico: alta resolução (~0.1 mm) mas baixa eficiência (~1%); gama dinâmica bastante estreita; a imagem é latente – precisa de ser revelada; usa-se principalmente em cassetes com paineis fluorescentes Paineis fluorescentes + filme radiológico: os paineis absorvem os raios-X com eficiência de ~20-50%; a imagem é registada no filme; existe sempre tempo de espera entre a exposição e obtenção da imagem; estudos dinâmicos não são possíveis Digitalização do filme a posteriori – tempo de espera, manuseamento Paineis fosforescentes fotoestimulados: reutilizáveis mas continuam ter tempo de espera, necessitam manuseamento Detectores digitais: é o futuro da radiologia, têm inúmeras vantagens (ver slides anteriores); o preço é elevado 63 IIM 2013-2014