O ônibus e a mobilidade Campanha para esclarecer o transporte

Edição 203 - 19 de novembro 2015
“Mobilidade inteligente se conquista com ônibus inteligente”
www.revistaautobus.com.br
O ônibus e a mobilidade
Mobilidade urbana não se conquista, se faz. Objeto de vários debates contemporâneos, a referida temática não parece se adequar a uma solução em meio ao
caos vivido no desordenamento das grandes cidades brasileiras e de países subdesenvolvidos.
Problemas como falta de projetos e investimentos contínuos e atitudes concretas que não se configuram apenas como discursos ideológicos, têm acompanhado
esse fundamental aspecto no desenvolvimento urbano. Dentre os modais de
transporte que são viáveis na resolução desse não evoluir dos deslocamentos de
pessoas e mercadorias, o ônibus continua subjulgado perante outros modelos
considerados mais modernos.
Apesar de ser o principal agente do transporte de massa nas grandes regiões
metropolitanas latino-americanas, o veículo e seus serviços ainda continuam sob
os humores das administrações públicas municipais, dependendo em muito de
uma revolução em sua imagem.
Bons sistemas existem e servem de exemplo para uma transformação no conceito. Porém, ainda são poucas as operações que podem chamar a atenção da
sociedade no sentido de se alcançar eficiência.
A pecha de transporte público sem atratividade precisa cair por terra para poder se igualar às qualificações de outros segmentos de maior proporção, como os
sistemas metroviários, tidos como soluções frente aos desafios da mobilidade.
Mas, é preciso lembrar que os recursos financeiros são curtos na maioria dos casos e o tempo de implantação atinge limites de longo prazo.
No caso do ônibus, fatores favoráveis a sua operação, como flexibilidade e o
baixo custo de implantação de corredores exclusivos e prioritários, revelam-se
pontos positivos. Há ainda muitas tecnologias ligadas ao modal, seja em acesso à
informações e comunicação sobre seus serviços, ou então na questão da sustentabilidade ambiental, pois o veículo pode ser equipado com propulsores que promovem baixo ou nenhum impacto negativo em relação a emissões poluentes.
Mobilidade precisa ser congruente ao que se quer de uma cidade. Se a proposta
é um ambiente urbano feito para o automóvel, algo que já nos acompanha há
muito tempo, deixemos como está por meio de um legado bem conhecido. Agora,
se queremos mesmo alterar esse cenário nada convidativo ao bem estar, vamos
ter que realizar certas revoluções para que o transporte público e outros modais
não poluentes (a pé e ciclomobilidade) conquistem maior espaço. As cidades de
pequeno porte ainda têm totais condições em planejar suas funções. Para aquelas de porte maior, é necessário rever suas estruturas, o que exigirá esforços em
termos de organização e disciplina.
O ônibus, quando bem utilizado, revela-se um contribuinte muito expressivo
quanto a um idealismo de uma cidade inteligente, conectada, integrada e com
caráter de sustentabilidade ambiental.
Foto - Jorge dos Santos (Fetranspor)
Prêmio por inovar
O Design Management Institute (DMI), de Boston, EUA, premiou a Volvo Bus
Latin America com o Design Value Awards, honra de inovação em negócios concedida a criação do Programa de Mobilidade Volvo (PMV), desenvolvido para
entender as necessidades das principais cidades latinoamericanas sobre
mobilidade urbana e oferecer soluções customizadas para cada uma delas.
Ayrton Amaral Filho, especialista em Mobilidade da Volvo Bus Latin America,
comentou sobre esse reconhecimento, dizendo que o trabalho desenvolvido por
meio do PMV representa uma nova maneira de pensar a mobilidade nas cidades,
e propor projetos e soluções customizados a cada uma delas.
A experiência da Volvo Bus Latin America dos últimos 35 anos em inovações e
soluções para mobilidade urbana em materiais, promove uma ferramenta para a
implementação de sistemas eficientes de transporte, com uma linguagem simples e acessível, como no caso, o Guia de Mobilidade Inteligente e os materiais
de apoio aos workshops.
O DMI foi criado por empresas como Apple, Google, Microsoft e GE para trocar
experiências e conhecimentos na gestão inovadora de negócios.
Iveco Bus apresenta novo negócio em micro-ônibus
A montadora Iveco Bus revelou um novo modelo de negócio para o seu segmento de micro-ônibus. Depois de uma bem sucedida parceria com a encarroçadora gaúcha Neobus, por meio de seu veículo CityClass, agora a empresa passa
a oferecer sua nova versão WayClass, com carroçaria da fabricante paranaense
Mascarello, com capacidade para até 29 passageiros.
De acordo com a direção da Iveco Bus no Brasil, esse novo momento representa não somente a soma de mais um produto ao mercado, mas também a inauguração de um modelo inovador de negócios, que, a partir de agora, passa também a comercializar seu chassi 70C17 separadamente da carroçaria. Tal veículo
conta com o propulsor FPT Industrial F1C de 3 litros (EGR), quatro cilindros em
linha e 16 válvulas, totalizando 170 cv de potência.
Em nota, a Iveco revela que a liberdade para escolher a carroçaria passa a ser
plena. Com isso, além de atender com maior competitividade as licitações, que
representam cerca de 60% dos negócios do setor, com as duas novidades a
montadora passa a oferecer novas alternativas de customização para as vendas
no varejo, que envolvem os outros 40% do mercado.
Foto - MPerez
Campanha para esclarecer o transporte
Como são compostas as tarifas de ônibus urbanos é o recém exercício promovido pela NTU (Associação Nacional das Empresas de Ônibus Urbanos) para o esclarecimento junto à sociedade e mídia sobre os custos envolvidos nos sistemas
de transporte.
De acordo com a entidade, a campanha "Tarifácil" aborda questões como o impacto das gratuidades na tarifa, os custos de operação das empresas de ônibus e
outros indicadores que compõem a tarifa. Suas publicações são direcionadas
às redes sociais e a ideia é que tenham maior alcance possível para que o assunto seja amplamente debatido.
Para Otávio Cunha, presidente executivo da NTU, a população precisa ser esclarecida sobre essa questão para compreender que a atividade empresarial na área
do transporte coletivo urbano funciona como qualquer outra. “Precisamos esclarecer que quando apenas a tarifa é usada para absorver todos os custos do
transporte, ele fica mais caro para o passageiro pagante. E quando existem outras fontes de recursos financeiros, na forma de subsídios, por exemplo, a tarifa
pode ser mais barata. Mas isso é definido pelo órgão gestor e não pelas empresas”, observou.
Nos sistemas de ônibus urbanos, tudo tem
seu custo, até as gratuidades. Sem fontes
de custeio, quem acaba sendo onerado é o
passageiro comum.
Brasília recebe novos ônibus Marcopolo
A carroçaria urbana Torino, produzida pela Marcopolo, foi a escolhida pela União de
Transportes de Brasília Ltda. (UTB), operadora do transporte urbano do Distrito Federal, que adquiriu 56 unidades do modelo.
De acordo com a direção da fabricante
gaúcha, seu modelo Torino apresenta diversas inovações tecnológicas que ampliarão o conforto dos passageiros, itens observados pela UTB na renovação de sua
frota de ônibus.
Os novos ônibus serão utilizados no entorno da capital federal, em linhas semiurbanas regidas pela ANTT.
Foto - Marina Bueno
São Paulo credencia empresa para avaliação
dos componentes de seu transporte por ônibus
Avaliar a conformidade dos componentes embarcados nos ônibus urbanos é a
função da TÜV Rheinland do Brasil, que passa ser credenciada pela SPTrans, órgão gestor dos serviços de transporte público paulistano. Além dos componentes, a empresa também está designada para avaliar o sistema que os integra, e para evidenciar a conectividade da solução com o Sistema Integrado de Monitoramento (SIM). Segundo ela, a conformidade dos equipamentos às exigências do gestor
municipal é primordial para as empresas de ônibus interessadas em participar das
três licitações abertas recentemente pela Prefeitura de São Paulo, para a prestação
e exploração do serviço de transporte coletivo público de passageiros na Capital.
“A certificação pretende garantir a qualidade e o funcionamento dos componentes
durante as viagens dos coletivos, evitando, dessa forma, possíveis manutenções
emergenciais ou mau funcionamento. Além disto, as instalações serão avaliadas pelos organismos de inspeção designados, não permitindo alterações na certificação
original do sistema”, explicou o analista comercial da TÜV Rheinland, Igor Garcez
Martins.
São funções da TÜV a avaliação dos componentes instalados no ônibus e no Centro
de Controle Operacional (CCO) das empresas, incluindo a unidade central de processamento, a antena do sistema de posicionamento global, o terminal de dados do
motorista, o botão de emergência, a telemetria, o circuito fechado de TV, os painéis
internos e externos de mensagens variáveis, os sistemas de rádio, o contador de
passageiros e o wi-fi aos usuários.
Imagens - Reprodução SPTrans
Expansão no mercado externo
A encarroçadora gaúcha Comil Ônibus tem se destacado no mercado
internacional de ônibus. O México
recebeu, há poucos dias, 10 novas
carroçarias Campione DD, fornecidas
para as operadoras Tornado (quatro
unidades) e Turismo em Omnibus
(seis unidades) com chassis Volvo.
Os veículos contam com acabamento
interno requintado, promovendo viagens agradáveis e bem confortáveis.
Para a empresa brasileira, o novo
negócio demonstra a expansão de
sua marca perante aos países da América do Norte.
No sul, seu mais recente negócio foi
com o Uruguai, por meio da transportadora UCOT, que adquiriu 33
carroçarias Svelto BRS sobre chassi
Agrale MT 17.0, com motorização
traseira e câmbio automatizado. Outro detalhe refere-se às poltronas do
condutor e também do cobrador, toda treliçada.
Fotos - Comil Ônibus
New Flyer adquire a montadora MCI
Com a estratégia de crescimento de mercado nos Estados Unidos e Canadá, a
maior fabricante de ônibus urbanos da América do Norte, New Flyer Industries
Inc., assinou acordo para a aquisição da Motor Coach Industries International, MCI, maior montadora norte-americano de ônibus rodoviários.
Segundo a direção da New Flyer, a junção da marca número 1 da América do
Norte em ônibus urbanos com a marca número 1 da América do Norte em ônibus rodoviários permitirá a satisfação dos clientes e na geração de valor para o
acionista, sendo um importante passo para a diversificação e o crescimento da
empresa em áreas como fornecimento, fabricação, distribuição de peças e experiência em serviços.
Lembrando que a encarroçadora brasileira Marcopolo possui uma participação
de cerca de 20% no controle acionário da New Flyer.
Foto - Divulgação/New Flyer
Imagem - Reprodução/MCI
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Editor - Antonio Ferro
Jornalista responsável - Luiz Neto - MTB 30420/134/59-SP
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