x - wiki DPI

Transcrição

x - wiki DPI
Martin Handford, Where´s Wally?
CST 310: População, Espaço e Ambiente
Abordagens Espaciais em Estudos de População:
Métodos Analíticos e Técnicas de Representação
Conceitos Básicos e Medidas em Demografia
Mortalidade e Esperança de Vida
Antonio Miguel V. Monteiro
Silvana Amaral
{[email protected], [email protected]}
Mortalidade
Taxa Bruta de Mortalidade (TBM)
• Qual o risco de uma pessoa morrer em determinado ano????
– Relação entre o total de óbitos e a pop total daquele ano (j)
– TBM:
Pj = população no tempo j
Oj = n óbitos em j
• Mas qual população total considerar?
– JAN: não incluiria os nascimentos que ocorrerão, as pessoas que morrerão ao
longo do ano, não podem ter o mesmo peso das que sobreviverão;
– DEZ: não incluirá as pessoas que morreram ao longo do ano; os que nasceram
ao longo do ano não tiveram o mesmo risco de morte.
– IDEAL: “pessoas-ano”
• Indivíduo presente do início ao final do ano => integral
• Os que nasceram/morreram ao longo do ano => fração do ano vivido
Mortalidade
Taxa Bruta de Mortalidade (TBM)
•
Como nem sempre o IDEAL (“Pessoas-ano”) é factível...
•
adota-se a estimativa da população total no meio do ano, na suposição de que os
nascimentos e óbitos na população ocorram uniformemente no decorrer do ano
• Sendo um período curto (12 meses), tal suposição não introduz distorções
significativas.
• TBM – tb para qq conjunto de 12 meses consecutivos
Taxa Bruta de Mortalidade (TBM)
•
Expressa por #óbitos/1000 habitantes
•
TBM dependerá de:
– Intensidade com que se morre a cada idade
• Probabilidade varia com faixa etária: recém-nascidos e idosos são os de maior risco
– Distribuição etária proporcional da população
Mortalidade
Taxa Específica de Mortalidade (TEM)
•
Risco de morte em cada grupo etário
•
Quociente entre : total de óbitos/det ano em cada grupo etário e a pop no meio do
ano:
x = idade limite inferior do grupo etário;
n = amplitude do intervalo do grupo
j = ano em questão
Q x,j = População na faixa etária x, para o tempo j
•
Relação entre TBM e TEM:
Mortalidade
•
Total de óbitos no ano:
•
TBM:
•
Média ponderada das taxas específicas de mortalidade/fx etária, ou:
•
TBM depende da intensidade (nTEMx,j) e da distribuição etária proporcional
•
Populações com TEMs iguais podem gerar TBMs distintas, certo?
Mortalidade
Considere duas Populações :
B
vs
A
Se TEM (A) > TEM (B) para qq idade,
Então: nível de mortalidade de A é superior ao de B !
Mas dependendo das distribuições etárias proporcionais...
TBM (A) pode ser menor que TBM (B) !!!
CONCLUSÃO:
TBM não é bom indicador para analisar níveis de mortalidade entre
populações diferentes (a não ser que a estrutura etária seja similar)
Taxas específicas são mais interessantes, que podem ser estendidas para
outras var que influenciam no risco de morrer: sexo, estado conjugal, causas
de morte, grupos socioeconômicos, etc.
Mortalidade
Taxa da Mortalidade Infantil (TMI)
– Corresponde ao risco que um nascido vivo tem de vir a falecer antes de
completar um ano de idade.
– Está implícito neste conceito a ideia de probabilidade.
– Crianças nascidas durante um ano (j), só completarão um ano de idade no ano
seguinte, j + 1, a mortalidade infantil entre os nascidos em um ano-calendário
ocorrerá durante dois anos consecutivos, j e j + 1.
N = número de nascidos vivos
1Oo
(nj)
= óbitos de crianças abaixo de um ano, nascidas no ano j;
j e j + 1 = ano de ocorrência dos eventos
•
Teria que esperar 2 anos para calcular a TMI dos nascidos vivos de j, dificuldade de
calcular óbitos/nascidos no ano:
Numerador = óbitos abaixo de 1 ano ocorridos no ano calendário
Denominador = # nascidos do mesmo ano
Mortalidade
Taxa da Mortalidade Infantil (TMI)
1Oo.j =
óbitos de crianças abaixo de um ano,
independentemente do ano de nascimento
-
Não havendo grande diferença no número de nascimentos e/ou grande mudança na
mortalidade de crianças abaixo de um ano entre dois anos consecutivos, esta é uma boa
medida de mortalidade infantil.
-
TMI pode estar sujeito a sub-registro, dependendo da qualidade do sistema de
estatísticas vitais da região em questão, e que correções podem ser necessárias para se
ter um indicador mais confiável
-
Pode-se tomá-la como uma medida de probabilidade.
TMI  0TEM.
-
Denominador de TMI = nascidos vivos no decorrer de um ano
-
Denominador de 0TEM = população abaixo de um ano de idade no
meio do ano
Mortalidade
Taxa da Mortalidade Infantil (TMI)
-
numerador = crianças < 1y
-
distribuição desigual dos óbitos neste intervalo:
-
Pop com baixa mortalidade infantil => óbitos
concentrados nas primeiras semanas de vida – por
causas genéticas e /ou ligadas ao parto
-
Pop com alta mortalidade infantil => óbitos menos
concentrados nas primeiras semanas de vida –
ligadas às condições ambientais como saneamento,
nutrição, etc.
-
Para diferenciar situações:
Mortalidade
Taxa da Mortalidade Infantil (TMI)
-
Para diferenciar situações:
-
Taxa de Mortalidade Neonatal (TMN)
- Razão entre os óbitos ocorridos nas 4 primeiras
semanas de vida (menos que 28 dias de idade) e
o número de nascimentos
-
Taxa de Mortalidade Pós-Neonatal (TMPN)
- Razão entre óbitos de crianças de 28 dias até um
ano de vida e o número de nascimentos.
Mortalidade
A estimativa da mortalidade infantil no Brasil, 2013,
15,0 mortes /1000 nascidos vivos, (IBGE PROJEÇÃO, 2013).
2000 era estimado em 29,0 mortes por 1000 nascidos vivos,
 queda de 48,2%.
Melhoria significativa neste indicador !
Entretanto, desigualdades regionais :
-
valores maiores ao da média nacional: Regiões Nordeste (19,4), Norte (19,2)
e Centro-Oeste (15,6);
-
valores inferiores: Sudeste (11,6) e Sul (10,4);
-
valores extremos: Maranhão (24,7) e em Santa Catarina (10,1)
Mortalidade
Esperança de vida em uma determinada idade (x)  e0x
•
indicador que têm a característica de ser uma medida resumo e que não sofre a influência da
estrutura etária da população ( != TBM, lembra??)
– número médio de anos que um indivíduo viverá a partir daquela idade, considerando o
nível e a estrutura de mortalidade por idade observados naquela população.
e0x = 50 viverás em média 50y
(se mantidos níveis de mortalidade/idade)
– Calculada a partir de tabela de sobrevivência,
ou tábua de mortalidade ou tábua de vida
()
Coorte = um conjunto de pessoas que tem em comum um evento que se deu num mesmo período. Ex: coorte de
pessoas que nasceram na copa de 1970, coorte de pessoas que ingressaram na 1a série na copa de 1992, coorte de mulheres
casadas na copa de 2002
População estacionária = população que apresenta em cada unidade de tempo, o número de nascimentos igual
ao número de óbitos
Mortalidade
Esperança de vida em uma determinada idade (x)  e0x
•
Para se obter a e0x
– tomar uma coorte de nascimentos num determinado ano,
– acompanhá-la até que ela se extinga, anotando-se o tempo vivido por cada
pessoa, e
– calcular a vida média dos indivíduos da coorte.
Neste caso, teríamos a tabela de sobrevivência de uma coorte ou geração real, para o que é
necessário que se tenham disponíveis longas séries de estatísticas de óbitos de boa qualidade,
como no caso de algumas populações europeias.
– Usual: submeter coorte hipotética de recém-nascidos à experiência de mortalidade
– (TEMs) de uma pop real de det ano e segui-la até a morte do último indivíduo.
OU considerar uma pop estacionária.
Mortalidade
Esperança de vida em uma determinada idade (x)  e0x
• Para se obter a e0x
submeter coorte hipotética de recém-nascidos à experiência de
mortalidade OU considerar uma pop estacionária.
– Das Tabelas de sobrevivência, ou Tabela de VIDA,
obtêm-se esperanças de vida, que permitem comparar níveis de
mortalidade entre populações diferentes.
– As esperanças de vida a e0x , ao contrário da TBM,
não dependem da estrutura etária das populações reais em estudo, mas
apenas de sua mortalidade.
Mortalidade
Tabela de Vida
n = amplitude do intervalo
de classe
Nq x =
Probabilidade de
morte do I de idade x
morrer antes de
completar x +n
Qual a probabilidade de
uma mulher de 30 anos
morrer antes de
completar 35 ???
R: 0.01010
qx = dx /Ix
N mortes x/pop idade x
Mortalidade
Tabela de Vida
I = sobreviventes
lx = Coorte Hipotética
Número de sobreviventes na idade
de x anos, de uma coorte inicial
(l0=100.000 nascimentos), se
depender de nqx da tabela.
Quantas mulheres da coorte inicial
(de 100.000 de mulheres)
sobreviverão (com esta tabela de
vida) na idade de 50 anos??
R: 87.026
lx = Pop estacionária:
N de pessoas que atinge a idade x a
cada ano
Quantas mulheres completam 10
anos a cada ano???
R: 94.506
Mortalidade
Tabela de Vida
d = n mortes
ndx =
Coorte Hipotética
Número de mortes entre as idades
x e x +n dos sobreviventes da
coorte de idade x.
Quantas mulheres sobreviventes
da idade de 15 anos morrerão
antes de completar 20 anos?
R: 306
ndx =
Pop estacionária:
N de mortes que se verifica todos
os anos de pessoas entre x e x+n
de idade.
Quantas mulheres entre 40 e 45
anos morrem a cada ano???
R: 1.679
Mortalidade
Tabela de Vida
L = “idade-tempo”
nLx =
Coorte Hipotética
Tempo a ser vivido pelos
sobreviventes da coorte na idade x,
entre esta idade e o início do
próximo grupo etário. É o n de
pessoas-ano entre as idades x e
x+n
As sobreviventes da idade de 15
anos juntas viverão 470.845 anos
nos próximos 5 anos
nLx =
Pop estacionária:
N de pessoas com idade x a x+n ou
a população do grupo etário em qq
momento
Em qq momento, o n de mulheres
de 40 a 45 anos é 451.283
Mortalidade
Tabela de Vida
L = “idade-tempo”
nLx =
n (lx+n + nax * ndx)
Neste caso:
5L15 =
nLx =
nax =
0.5 para x>=4 ...
5 (94016+ 0.5* 306)
n (lx+n + nax * ndx)
Para x<5, nax varia em função do
nível da mortalidade.
•
1a0
em populações com baixa
mortalidade, como no exemplo, é
estimado como 0.10. Em
populações sub–desenvolvidas 1a0
pode aumentar até 0.3;
•
4a1,
•
Para dados brasileiros dos anos 90,
é razoável utilizar 1a 0 = 0.2
•
No exemplo:
em geral, é estimado = 0.40.
1a0 =
0.19336
Mortalidade
Tabela de Vida
T = “idade-tempo para o fim”
ou
Tx = Coorte Hipotética
Tempo a ser vivido da coorte de
idade x até que esta coorte se
extinga.
As sobreviventes da idade de 15
anos juntas viverão 5.689.540 anos
até que a última tenha morrido.
lx = Pop estacionária:
N de pessoas com idade x ou mais.
Em qq momento, o n de mulheres
de mais de 40 anos é 3.361.904
Mortalidade
Tabela de Vida
ex0 = é a esperança de vida.
Número médio de anos de vida
esperado a partir da idade x.
ex 0 = T x / l x
A esperança de vida de
mulheres de 15 anos é de 60,32
anos
A esperança de vida de
mulheres de 40 anos é de 36.91
Mortalidade
Tabela de Vida
nPx+n =
Proporção de det grupo
etário que sobreviverá n anos
(Razão de Sobrevivência)
nPx+n = nLx+n / nLx
Ou
Probabilidade média das
pessoas no grupo x a x+n
sobreviver por mais n anos
A Prob média de uma mulher
entre 15 e 20 anos sobreviver
de 1985 até 1988 era de
0.99621
A P média de uma mulher entre
40 e 45 anos sobreviver de
1985 até 1988 era de 0.97745
(Dados os níveis de
mortalidade em BH – 1983)
Mortalidade
Esperança de vida por continente no Mundo (IBGE, 2014)
No contexto mundial,
(ONU) a esperança de
vida ao nascer é de
70,0 anos no período
2010/2015.
A esperança de vida
dos brasileiros (74,8
anos) foi bem próxima
da estimada para
América Latina e
Caribe (74,7 anos), e
substancialmente
acima da estimativa
do indicador para as
regiões menos
desenvolvidas (68,3
anos).
“A esperança de vida ao nascer é outro indicador de mortalidade, relacionado às condições de vida e de saúde
da população, e expressa o número médio de anos de vida que se espera que um recém-nascido viva, ao
manter o padrão de mortalidade observado no período.
Em 2000, a esperança de vida ao nascer para o brasileiro era de 69,8 anos de vida, passando a 74,8
anos em 2013.”
Mortalidade
Esperança de vida do Brasil / regiões (IBGE, 2009)
Mortalidade
Esperança de vida do Brasil / sexo / regiões (IBGE, 2009)
Discussão artigo
1. Síntese
2. Pontos importantes
3. Limitações
Population TFT (The Economist)
https://www.youtube.com/watch?v=0CNC_VJ11CM
Population x CC (The Gardian)
https://www.youtube.com/watch?v=SxbprYyjyyU
Para Próxima aula:
Torres et al 2010 (ABEP)
G1. Geoprocessamento para explorar as relações PEA a partir das condições
observadas/medidas de uso e cobertura da terra e os dados populacionais
• Visualização tomando os dados demográficos observados a partir de sua
unidade espacial referencial
Dagnino (2010) – malha censitária + dados Censo - população
Representações cartográficas de dados censitários. População residente (2000) em São Félix do Xingu e Altamira em mapa coroplético de
população total (a), mapa de pontos (b), e densidade demográfica do setor no mapa coroplético com símbolos (c).
Fonte: Dagnino (2010)
G1. Geoprocessamento para explorar as relações PEA a partir das condições
observadas/medidas de uso e cobertura da terra e os dados populacionais
• Visualização tomando os dados demográficos observados a partir de sua
unidade espacial referencial
Dagnino (2010) – malha censitária + dados Censo – variáveis censitárias
Mapas coropléticos de setores censitários (IBGE, Censo 2000) de São Félix do Xingu e Altamira representando: (a) taxa de alfabetização
da população com 10 anos ou mais; (b) rendimento nominal mensal por responsável do domicílio
Fonte: Dagnino (2010)
G1. Geoprocessamento para explorar as relações PEA a partir das condições
observadas/medidas de uso e cobertura da terra e os dados populacionais
• Visualização tomando os dados demográficos observados a partir de sua
unidade espacial referencial
Dagnino (2010) – malha censitária + dados Censo – variáveis censitárias
Espacialização – padrões de associação
Interpretação visual, intervalos de classificação e
legenda  direcionamento para a fase seguinte
de exploração dos dados espaciais!
Mapas coropléticos de setores censitários (IBGE, Censo 2000) de São Félix do Xingu e Altamira representando: (a) taxa de alfabetização
da população com 10 anos ou mais; (b) rendimento nominal mensal por responsável do domicílio
Fonte: Dagnino (2010)