Informativo – Notícia 2004-01-25 Brigada de Trânsito vai
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Informativo – Notícia 2004-01-25 Brigada de Trânsito vai
Informativo – Notícia 2004-01-25 Brigada de Trânsito vai investigar acidentes a partir de Junho – as equipas vão funcionar como as de investigação criminal da Polícia Judiciária "Trata-se de uma iniciativa inédita na investigação criminal de acidentes, dado que não existe nenhuma força policial com uma estrutura própria do género", diz fonte da BT, adiantando que, "nos tempos que vão correndo, somos o único país da Europa onde isso ainda acontece". Os números elevados da sinistralidade em Portugal, bastante acima da média da União Europeia, levaram a GNR a criar uma estrutura de investigação criminal que incida sobre os acidentes e todo o tipo de crimes cometidos em ambiente rodoviário que se situem dentro da esfera de competência da BT. Os alvos serão os acidentes com vítimas ou que envolvam veículos de transporte escolar, transporte público de passageiros ou de matérias perigosas. As equipas também deverão deslocar-se ao local da ocorrência quando o desastre tiver características estranhas ou peculiares. A estrutura terá dois tipos de órgãos: um destinado à elaboração e análise da informação e o outro designado para a investigação criminal, constituído por 21 núcleos. O número de militares em cada uma destas unidades - uma por cada um dos 21 destacamentos de trânsito da BT em Portugal continental - varia entre três e cinco elementos, em função do índice de sinistralidade na zona de actuação. Actualmente, os distritos com a taxa mais reduzida de acidentes mais graves situam-se na faixa interior do país, de Bragança a Portalegre. Na prática, as equipas vão funcionar como as de investigação criminal da Polícia Judiciária quando chegam ao local onde ocorreu um homicídio. Podem recolher informações tão específicas como a dos rastos de travagem ou a qualidade dos pneus dos carros envolvidos no acidente. Actualmente, segundo a BT, "não há um trabalho científico" nesta área. Quando os agentes são chamados ao local de um acidente recolhem elementos para o Boletim Estatístico de Acidentes de Viação e, no caso de haver mortos ou queixa por parte de feridos graves, elaboram um auto de notícia para o tribunal. Conhecer as causas Com a nova estrutura, a GNR pretende criar "um modelo de intervenção sistemático e integrado no sentido de permitir um melhor conhecimento do fenómeno e o estudo e preconização de novas medidas" para o seu controlo. "Para atacar os efeitos [da sinistralidade] é preciso saber quais as causas", explica a mesma fonte da BT, reconhecendo que, actualmente, "não chega dizer às pessoas que os acidentes acontecem por causa das asneiras dos condutores". Mesmo o conceito de "velocidade excessiva", uma das maiores causas apontadas para explicar os desastres, é "muito abrangente". O resultado do trabalho das equipas servirá para consumo interno mas também para alertar outras entidades, já que as causas dos acidentes podem tocar aspectos que escapam à actuação da BT - como os que têm a ver com o piso ou a sinalização da estrada. Nos próximos meses, vai haver três cursos sobre investigação de crimes em acidentes de viação, o primeiro dos quais destinado aos coordenadores dos núcleos. Estas acções serão ministradas por instrutores que receberam formação nesta área em Espanha, junto da Guardia Civil. Existe ainda a possibilidade de vir a recorrer aos conhecimentos das autoridades do Reino Unido ou até dos Estados Unidos, onde existe experiência de estudo da sinistralidade. A BT prevê que em Junho possa estar em condições de investigar todos os acidentes de viação mortais ocorridos na sua área de responsabilidade.