Edição 113 Novembro - Revista Canavieiros

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Edição 113 Novembro - Revista Canavieiros
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Revista Canavieiros - Novembro de 2015
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Revista Canavieiros - Novembro de 2015
Editorial
A
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Energias renováveis como
protagonista na COP21
21ª Conferência das Partes (COP21), que acontece em Paris, em dezembro, é a bola da vez e aponta
como uma excelente oportunidade para o Brasil mostrar as externalidades do setor sucroenergético.
Embora os recentes ataques islâmicos tenham provocado apreensão quanto à realização do encontro entre os chefes-de-estado de todo o planeta, o evento reunirá representantes de 195 países e mais de
25 mil integrantes. Durante a conferência será gerado um documento que irá ditar os próximos passos na
busca de um acordo universal em relação ao clima, para limitar o aquecimento global a, no máximo, 2°C
A matéria de capa mostra ainda que o Brasil segue a tendência e caminha cada vez mais na direção
de uma produção sustentável. Prova disso é que o país recebeu pela primeira vez a Bonsucro Week, um
encontro anual da maior certificadora do setor sucroenergético em relação a praticas sustentáveis, que
contou com a participação de profissionais de 25 países. Desde a liberação da primeira certificação, em
2011, até o momento, já são 47 usinas certificadas no planeta, sendo que 40 delas são do Brasil.
O evento anual do GATUA que debateu o papel da Tecnologia da Informação diante da crise no setor
canavieiro, e o simpósio sobre pragas daninhas realizado pela Unesp de Jaboticabal, também são destaques nesta revista.
A edição de novembro também traz uma matéria sobre o 1º Dia de Campo “Mais Cana”, que discutiu
e apresentou tecnologias para produção de MPBs.
Desta vez, temos entrevista com Márcio Fernando Meloni, diretor administrativo da Siccob Cocred.
Além da Coluna Caipirinha, assinada pelo Professor Marcos Fava Neves, opinam no “Ponto de Vista”
José Oswaldo Bozzo e Coriolano Xavier.
As notícias do Sistema mostram que a campanha de arrecadação de lacres da BioCoop Copercana
já foi revertida em 15 cadeiras de rodas doadas às entidades da área de cobertura do Sistema. Também
que empresários africanos visitaram as instalações da Copercana e Canaoeste e que o Sicoob Cocred
inaugurou Posto de Atendimento na cidade de Barrinha-SP. Também podem ser conferidos nesta edição
assuntos legais, informações setoriais, classificados e dicas de leitura e de português.
Boa leitura!
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Revisão: Lueli Vedovato
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ISSN: 1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente
aos cooperados, associados e fornecedores do
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Revista Canavieiros - Novembro de 2015
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Ano IX - Edição 113 - Novembro de 2015 - Circulação: Mensal
Índice:
Capa - 28
Energias renováveis como protagonistas na COP21
Conferência reunirá representantes de 195 países na busca de um
acordo universal em relação ao clima, para limitar o aquecimento global a, no máximo, 2°C
E mais:
Pontos de Vista:
Coriolano Xavier
.....................página 08
05 - Entrevista
Márcio Fernando Meloni
diretor administrativo financeiro da Sicoob Cocred
José Osvaldo Bozzo
.....................página 09
Coluna Caipirinha
.....................página 10
11 - Notícias Copercana
- Campanha de arrecadação de lacres da BioCoop doa 15 cadeiras de roda
- Copercana reinaugura loja de Ferragens e Magazine em Pontal-SP
19 - Notícias Canaoeste
- Canaoeste discute os novos critérios de exclusão administrativa para incêndios em
canaviais
- Delegação de Senegal visita instalações do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob
Cocred
- Biblioteca da Canaoeste promove curso de conservação de documentos e livros
24 - Notícias Sicoob Cocred
- Sicoob Cocred inaugura Posto de Atendimento na cidade de Barrinha-SP
- Balancete Mensal
Assuntos Legais
.....................página 27
Destaque:
1º Dia de Campo “Mais Cana” discute
e apresenta tecnologias para produção de MPBs
.....................página 40
GATUA debate papel da Tecnologia da
Informação diante da crise no setor
canavieiro
.....................página 44
Informações Setoriais
.....................página 46
48 - Pragas e Doenças
- Simpósio na Unesp de Jaboticabal discute controle de plantas daninhas na cana
Acompanhamento de Safra
.....................página 50
Classificados
.....................página 54
Cultura
....................página 58
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Entrevista I
“Onde tem uma cooperativa, a economia se
desenvolve de forma equilibrada”
Márcio Fernando Meloni
O diretor administrativo financeiro da Sicoob Cocred, Márcio
Fernando Meloni, é um entusiasta das cooperativas de crédito,
que, para ele, agem contra a má
distribuição de recursos financeiros, reduzindo, consequentemente, a exclusão social.
Aproveitando o Dia Internacional do Cooperativismo de
Crédito, comemorado sempre na
terceira quinta-feira de outubro
– em 2015, caiu no dia 15 -, ele
concedeu a seguinte entrevista
à Canavieiros, em que fala sobre
o crescimento das cooperativas,
sua importância para o cenário
mundial, o posicionamento do
Brasil e características específicas
da atuação da Sicoob Cocred.
Igor Savenhago
Revista Canavieiros: Qual a importância da atuação das cooperativas
de crédito diante da atual conjuntura
econômica e política do Brasil?
Márcio Meloni: As cooperativas
de crédito estão passando por um momento de grande expansão e vêm crescendo a cada ano graças ao reconhecimento da sociedade em relação aos
benefícios que ela traz, não só para
seus associados, mas também a toda
comunidade. Onde tem uma cooperativa, a economia se desenvolve de forma equilibrada, com uma distribuição
de recursos mais justa. Enquanto os
bancos refletem os efeitos das instabilidades econômicas e políticas, por
meio do aumento das taxas de juros e
redução da oferta de crédito, as cooperativas estendem a mão para que as
pessoas continuem a investir. Podemos
dizer seguramente que as cooperativas
são agentes de inclusão financeira, já
que elas possibilitam o acesso aos recursos de forma mais sustentável, pois
envolve uma relação de reciprocidade
entre a instituição e os cooperados. Enquanto os bancos visam exclusivamente à obtenção de lucro, as cooperativas
de crédito fomentam os negócios de
seus associados. Além disso, ao final
de cada exercício, os cooperados participam da distribuição dos resultados.
Revista Canavieiros: Quais são
as opções de produtos financeiros
que os associados encontram na Sicoob Cocred?
Márcio Meloni: Atualmente, a Sicoob Cocred oferece todas as opções
de produtos e serviços financeiros que
se pode encontrar em um banco, como
conta corrente, poupança, cartão de
crédito e de débito, linhas de crédito e
financiamento, consórcio de veículos,
imóveis e serviços, que é uma novidade,
e também aplicações para investidores
diferenciados, inclusive LCA. A diferença é que nosso atendimento privilegia sempre as necessidades de nossos
associados. Isso faz parte do conceito
de sustentabilidade de nossos negócios.
É diferente de um banco que, por exemplo, está focado em atingir metas e não
se interessa em conhecer a realidade de
um produtor rural ou de um empresário.
Nossa oferta de produtos financeiros se
baseia em atender a necessidade de nossos associados da melhor forma possível. Nossos gerentes trabalham como
consultores financeiros dos cooperados,
oferecendo produtos e serviços adequados às suas necessidades.
Revista Canavieiros: No que se refere a Crédito Rural, como a Sicoob
Cocred tem atuado?
Márcio Meloni: Apesar da crise
econômica, a Sicoob Cocred tem con-
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seguido atender o produtor rural em
todos os segmentos: cana, amendoim,
café, soja e pecuária de forma satisfatória. Nos municípios em que a Sicoob
Cocred está inserida, representamos
25% do crédito rural disponibilizado
e isso é muito relevante, sobretudo se
considerarmos que estamos em cidades
com grande movimento, como Franca,
Ribeirão Preto, Marília e Barretos. Em
algumas praças, a cooperativa é a maior
agência da cidade. De 2008 a 2014, foi
possível verificar um grande crescimento da carteira de crédito das cooperativas em relação aos bancos. Neste
período, enquanto os bancos cresceram
169%, as cooperativas tiveram um desempenho muito superior, registrando o
aumento de 212% em carteira de crédito. Na Sicoob Cocred, o incremento
no período foi ainda maior: 260%, um
crescimento 91% maior que o registrado pelos bancos.
Revista Canavieiros: Que fatores
contribuem para o crescimento do cooperativismo de crédito?
Márcio Meloni: Atribuo o crescimento do cooperativismo de crédito ao
próprio modelo de negócio que ele representa, que é sustentável e focado no
capital humano, mas podemos pontuar
também outros fatores que explicam
por que as pessoas estão preferindo
as cooperativas de crédito aos bancos
comerciais, o que, consequentemente, promove um salto na evolução do
SNCC (Sistema Nacional de Crédito
Cooperativo). O primeiro é, sem dúvida, o atendimento personalizado. As
pessoas gostam de saber que são importantes, que não são apenas um número,
que são consideradas pelo seu potencial
e pelas suas necessidades. E isso explica porque muitos dos nossos associados
estão concentrando a sua movimentação financeira na Sicoob Cocred. O segundo é o fato de que as cooperativas
de crédito investem nas regiões em que
estão envolvidas e isso gera benefícios
que são perceptíveis a toda a comunidade, como a geração de empregos e
renda, direta e indiretamente, e o desenvolvimento socioeconômico da região.
O terceiro é o acesso facilitado aos produtos e serviços financeiros, com taxas
de juros diferenciadas e competitivas,
bem abaixo das praticadas pelo mercado bancário. Tudo isso faz com que
as pessoas vejam nas cooperativas de
crédito um aliado para seus empreendimentos terem sucesso.
Revista Canavieiros: No mês de outubro, comemorou-se o Dia Internacio-
"Sem dúvida o
cooperativismo de
crédito tem uma
função primordial
na construção
de um mundo
mais justo"
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
nal do Cooperativismo de Crédito. Qual
o posicionamento do Brasil em relação
ao reconhecimento da importância do
movimento cooperativista?
Márcio Meloni: De acordo com informações do Banco Central do Brasil,
as cooperativas de crédito já estão presentes em 95% do território brasileiro
e, em 565 municípios, elas são as únicas instituições financeiras atuantes. O
último relatório do BC, com data base
de 2014, aponta o registro de 1.106
instituições cooperativas de crédito e
mais de 7,5 milhões de cooperados. A
meta do BC é chegar a 10 milhões de
associados. Eu acredito que, não só no
Brasil, mas no mundo todo, a sociedade
já está mais consciente da importância
do cooperativismo, pois a estimativa é
termos mais de um bilhão de pessoas
ligadas a ele, e se considerarmos também seus dependentes, numa média de
três pessoas, teremos quatro bilhões
que compartilham das benesses do cooperativismo, isto é, mais da metade da
população mundial.
Revista Canavieiros: É possível
construir um mundo mais justo por
meio do cooperativismo de crédito?
Márcio Meloni: Sem dúvida. O cooperativismo de crédito tem uma função
primordial na construção de um mundo mais justo, pois ele age contra a má
distribuição dos recursos financeiros e a
exclusão social. Como afirmei anteriormente, as comunidades que contam com
a presença de uma cooperativa sólida e
bem administrada se beneficiam direta e
indiretamente com a geração de renda e
emprego, o que colabora com o desenvolvimento socioeconômico local. RC
7
A primeira edição do “Desafio Canamáxima”, promovido pelo
CTC em parceria com a BASF, mobilizou dezenas de usinas.
E o momento mais aguardado está chegando: a revelação
dos ganhadores nas duas categorias que acontecerá no
evento “14° Produtividade e Redução de Custos” edição 2015.
Parabéns aos ganhadores e a todos os participantes. Pelos
resultados colhidos, o setor sucroenergético é o grande vencedor.
Realização:
39 participantes,
dois ganhadores
e um grande
vencedor: o setor
sucroenergético.
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Revista Canavieiros - Novembro de 2015
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Ponto de Vista I
Pé no chão, sim. Medo não.
Coriolano Xavier*
A
exportação de uma tonelada
de grãos gira em torno de US$
430, atualmente, enquanto o
embarque do mesmo volume de carne
representa mais de US$ 1,7 mil. Olhando para o futuro, essa relação de retorno já demonstra bem em que direção o
agronegócio brasileiro deve investir e
priorizar focos.
Isso não é uma projeção abstrata.
Segundo a FAO/OCDE (Organização
das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), por exemplo, até 2022 o consumo
mundial de carnes terá um crescimento
firme, sendo 13% para a carne suína,
14% para a bovina e 19% para a de
frango. E, se há um país que tem fortes
vantagens comparativas para aproveitar
oportunidades nesses mercados, esse
país é o Brasil. Tanto que, em setembro
último, assumiu a liderança no ranking
dos principais exportadores mundiais
de frango.
Para quem tem dúvidas, vamos pensar na crise que atravessamos no país
e vamos pensar na competitividade dos
produtores, individualmente. Toda crise, pelas dificuldades conjunturais que
traz, ressalta os pontos fortes e diferenciais competitivos de produtores e em-
presas que construíram vantagens sobre
seus concorrentes, de forma sustentável, ao longo no tempo.
Para essas organizações, o momento é para fazer valer essas vantagens
e investir para avançar no mercado,
conquistar novas áreas ou segmentos
e impactar o mercado com inovações.
A visão conservadora de ficar parado e
esperar o pior passar até pode nos poupar de stress econômico ou financeiro.
Mas, de outro lado, tende a não levar a
lugar nenhum. Se temos confiança em
nossos diferenciais competitivos – seja
pensando como país ou como empresários, temos que ir para cima da crise.
O suinocultor brasileiro, por exemplo,
é um dos melhores do mundo. O salto tecnológico que nossa suinocultura
deu em três décadas, saindo do porco
piau para a automação de granjas e
abrindo espaço no mercado internacional, bem mostram a capacidade empreendedora do setor. A nossa avicultura e
bovinocultura também não deixam por
menos e dão lições de competitividade
para o mundo.
O que não pode acontecer é todo
esse potencial realizador ficar entorpecido pelos ditames da crise, pela falta
de confiança, pelo temor da conjuntura.
Realismo e pé no chão sim. É saudá-
Coriolano Xavier
vel. Imobilismo e temor não, pois não é
assim que se superam situações e conquistam coisas. Aliás, a história das três
cadeias produtivas brasileiras de carne
é a melhor prova disso.
Sabemos que aumentar e dar estabilidade à produção de grãos, principal
insumo da indústria de carnes, é estratégico para a expansão competitiva
e de valor do agronegócio brasileiro.
Mas olhando para o futuro, o grande
desafio é agregar ainda mais valor,
transformando commodities em alimentos beneficiados – conquistando se
possível o consumidor final dos mercados do exterior e não apenas o importador de commodities.
Como fazer isso, não é um caminho
rápido, nem suave. Além de coragem
empreendedora, exige conhecimento,
gestão de precisão e um olhar constante sobre o consumidor, pois o consumo alimentar passa hoje por mudanças
radicais nas tendências de alimentação, em todo mundo, e aí certamente
estarão oportunidades para diferenciar
produtos e gerar valor percebido para
nossas ofertas.
*Por Coriolano Xavier, Vice-Presidente de Comunicação do CCAS
(Conselho Científico para Agricultura
Sustentável), Professor do Núcleo de
Estudos do Agronegócio da ESPM RC
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Ponto de Vista II
COP21: bom momento para renovar o setor
sucroenergético
José Osvaldo Bozzo*
E
nquanto lamentamos profundamente os tristes episódios da
sexta-feira, 13 de novembro,
quando mais de uma centena de pessoas foram mortas em ataques sincronizados de terroristas, a cidade de Paris e
a França mostram sua força de reação
ao terror e mantêm a realização para o
início de dezembro da COP21, conferência mundial sobre o clima promovida pela ONU - Organização das Nações
Unidas, que reunirá chefes de Estado
e de Governo de todo o mundo para
discutir ações conjuntas destinadas a
proteger nosso planeta das atividades
do próprio homem que têm provocado
mudanças climáticas.
Mas a questão mais importante que
fica para o setor sucroenergético neste
momento de discussão global do futuro
de planeta e das alternativas possíveis
para sua preservação é buscar soluções
para sua própria sustentabilidade, desenvolvimento e evolução, melhorando ainda mais resultados e o potencial de conservação ambiental que tem a oferecer.
Além das velhas discussões de um
setor assolado por anos de dificuldades, dívidas monstruosas e oprimido
por políticas energéticas equivocadas e
ineficientes, é preciso avançar na consolidação de caminhos que viabilizem
Nesse contexto, mais uma vez o
Brasil participará desse evento como
importante agente, com capacidade de
oferecer soluções eficazes para dirimir
os efeitos das ações danosas ao meio
ambiente e que têm alterado o equilíbrio de nosso planeta.
O ano de 2015 é especialmente marcante para um dos segmentos econômicos nacionais que mais têm a contribuir
com a preservação do meio ambiente.
Afinal, foram comemorados agora os
40 anos de criação do Pró-Álcool, programa que deu origem ao que hoje conhecemos como o mais bem-sucedido
projeto mundial de substituição do uso
de combustíveis fósseis não renováveis.
É, portanto, um momento marcante
para que o setor sucroenergético brasileiro reforce globalmente suas credenciais
ao oferecer alternativa viável e sustentável já testada e aprovada em soluções eficazes para todo o planeta. Sabemos que
representantes do segmento estarão presentes na COP21, especialmente a UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), que apresentará em um dos painéis
do evento em Paris um estudo de caso
sobre a experiência do Brasil na adoção
do etanol como combustível alternativo.
sua evolução. Para isso, torna-se necessário discutir alternativas que permitam transformar e melhorar ainda
mais os resultados do setor, envolvendo toda a sociedade em nível global,
especialmente os agentes que podem
fazer a diferença na proposição de soluções eficientes – como o mundo acadêmico; entidades de fomento à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação;
os governos, em todas suas instâncias
de poder; a indústria (especialmente a
automobilística); e o próprio setor produtivo sucroalcooleiro.
As bases para essas discussões estão
estabelecidas em alguns importantes
pilares: a necessidade de melhorar a
José Osvaldo Bozzo
eficiência do etanol em termos de consumo em relação à gasolina (aqui, é necessário que o programa Inovar-Auto,
do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio, dê mais atenção
à pesquisa em etanol); ampliar a produtividade, para que se possa produzir
mais em menores espaços físicos e em
menos tempo; viabilizar comercialmente a extração de etanol da celulose, fator
importante para aumentar a produtividade; e modernizar e reequipar todo o
setor produtivo.
A COP21 deverá ser um fórum
de transformação das perspectivas
de preservação de nosso planeta, e
o Brasil será chamado a tomar parte
decisiva nessa jornada. Não podemos
jogar fora 40 anos de desenvolvimento de um programa tão bem-sucedido
sem pensar em como melhorar ainda
mais sua eficácia, o que redunda em
garantir a própria sustentabilidade de
toda uma cadeia produtiva que gera
milhares de empregos.
*José Osvaldo Bozzo ([email protected]) é consultor tributarista e sócio da MJC Consultores. Formado
em Direito, iniciou carreira na PwC. Foi
também Sócio da BDO e da KPMG e
professor de Planejamento Tributário na
USP – MBA de Ribeirão Preto.
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Coluna Caipirinha
Caipirinha
A concorrente gasolina se... Atrapalha
O que acontece com nosso agro?
A mais recente estimativa da
FAO (Organização das Nações Unidas)
mostra que o mundo vai produzir 2,53
bilhões de toneladas de grãos na safra
2015/16. A FAO esperava quase 5 milhões de toneladas a mais na projeção
do mês passado. Esta produção será
28,8 milhões de toneladas (2%) mais
baixa que 2014/15, mostrando um novo
quadro com inversão no acúmulo de
estoques. O consumo de grãos será de
2,528 bilhões de toneladas (50% para
ração animal), sendo 29 milhões de toneladas (1,2%) acima do consumo de
2014/15. Os estoques são de 638 milhões de toneladas (25% do consumo
anual). A perspectiva então seria no mínimo de manter os preços atuais, que,
quando convertidos a real, estão bem
razoáveis. O índice de preços da FAO
subiu no período.
CONAB (Companhia Nacional
de Abastecimento) estima a safra brasileira de 2015/16 entre 208,6 a 212,9 milhões de toneladas. É esperado um crescimento de 2% em relação a 2014/15,
quando produzimos 208,53 milhões.
Soja deve crescer quase 7%, chegando
a 103 milhões de toneladas, e o milho
cair 2,3%, para perto de 82 milhões de
toneladas. Nossa capacidade de armazenagem é de 160 milhões de toneladas.
Vem coisa boa por aí!
As exportações do agro em outubro
(US$ 7,78 bilhões), se comparadas com o
mesmo período de 2014 (US$ 7,95 bi),
tiveram ligeira queda (2,1%), trazendo
um saldo agro na balança de US$ 6,73 bi
(3,4% maior, graças à grande queda nas
importações do agro). O valor exportado
acumulado no ano (US$ 74,7 bilhões)
apresentou queda de 10,9% quando com-
parado com o mesmo período de 2014
(US$ 83,9 bilhões). O saldo continua robusto neste período (US$ 63,6 bi), porém,
com queda de 8,9%. Neste mês, o agro se
beneficiou das retomadas nas exportações
de soja e milho, e também no crescimento
das importações da China. Por outro lado,
tivemos perdas importantes em produtos
como açúcares, carnes e couros. A perda
de volumes de exportação, mesmo com
um câmbio bem mais favorável, é algo
que tem me intrigado ao longo dos últimos meses.
O que acontece com nossa cana?
Na mais recente previsão, a Datagro coloca 605,9 milhões de toneladas
no Centro-Sul, 4% a mais que a safra
14/15. O Nordeste deve produzir 52 milhões de toneladas, bem menos que as 59
milhões de 14/15. Já a FCStone (Consultoria em futuros e commodities) estima
o Nordeste perdendo 6 milhões de toneladas com a seca, caindo para 53,5 m.t.
Segundo a UNICA (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), até 31 de
outubro processamos 518,82 milhões
de toneladas, contra 515,32 m.t. na safra anterior.
Czarnikow lança uma plataforma
de sustentabilidade chamada de Thrive.
A trading comercializa 10% do açúcar
mundial e esta plataforma, em conjunto
com a certificadora AB Sustain, vai considerar todos os elos da cadeia produtiva,
produtores, indústrias, transportadores e
varejo. Está aí uma oportunidade de inserir o Consecana na plataforma.
A Biosev apresentou os resultados do trimestre, e estes corroboram a
análise que tenho feito neste ano. Operacionalmente, a empresa deu lucro de
R$ 344 milhões. E apenas de pagamentos de juros, empréstimos e financiamentos, desembolsou R$ 233 milhões.
Ou seja, é o endividamento corroendo
os ganhos operacionais, que envolvem
10% de redução de despesas fixas e
também 14,3% de crescimento na produtividade do canavial e ATR de 137,5
(recorde de 4 safras).
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
Marcos Fava Neves*
Na mesma linha, a São Martinho
viu seu endividamento crescer 28%
(R$ 663 milhões) desde março, fruto
da valorização do dólar. Apresentou resultado pior neste trimestre em relação
a 2014, pois teve a estratégia de reter
produtos esperando os melhores preços,
que a meu ver é acertada, portanto espera-se resultado muito bom no período
que se inicia.
O que acontece com nosso açúcar?
A OIA (Organização Internacional do Açúcar), em sua mais recente
estimativa, coloca um deficit de 3,5
milhões de toneladas no mercado mundial de açúcar em 2015/16. Interessante
é que em agosto a previsão de deficit
era de pouco menos de 2,5 milhões de
toneladas.
Com o maior uso da cana para
etanol, a produção de açúcar, segundo a
UNICA, no Centro-Sul (até 31/10) está
em 27,5 milhões de toneladas, cerca
de 2 milhões abaixo de 2014. Estima-se que o Brasil retirou com isto alguns
milhões de toneladas de açúcar do mercado mundial.
11
As chuvas no Centro-Sul, o maior
consumo de etanol e o provável déficit
de açúcar estão jogando os preços do
açúcar para cima. O açúcar cristal atingiu o valor de R$ 75/saca de 50 kg em
outubro e telas futuras podem chegar a
15 cents por libra/peso.
Estima-se que as usinas brasileiras
tenham vendido já quase 30% do açúcar
que será exportado em 2016/17. A média
neste momento do ano seria de 10%.
O que acontece com nosso etanol?
Em setembro consumimos 1,6
bilhão de litros (48,3% acima de 2014).
As vendas de gasolina em setembro caíram 12% e de diesel, 8%.
Em outubro, segundo a UNICA,
as vendas de etanol das usinas para as
distribuidoras chegaram a incrível 1,7
bilhão de litros, 37% acima de 2014.
Preços mais altos não frearam a demanda em outubro.
Ainda pela UNICA, esta safra (até
31 de outubro) já teve vendas de 17,77
bilhões de litros (16,54 para o mercado interno e 1,23 b.l. para exportação),
25,3% acima de 2014. O aumento no
consumo, na ponta final, de acordo com
a Datagro, está ao redor de 40%.
O hidratado chegou perto de R$
1,80/l. na usina e trata-se do maior preço
nominal já registrado pelo CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada - ESALQ/USP) em mais de 12
anos. O anidro atingiu R$ 1,90/l.
A Dupont inaugurou em Iowa a
maior fábrica de etanol celulósico do
mundo, e estima que este produto é
competitivo apenas com o petróleo custando ao redor de US$ 70 a 80 o barril.
A subida de preços do etanol aqui
no Brasil já começou a prejudicar as exportações aos EUA.
Pensando no futuro da gasolina,
que é a principal concorrente do etanol,
temos fatos interessantes para pensar. A
Petrobras vem seguidamente anunciando redução de investimentos futuros, a
capacidade de refino no Brasil é limitada, a venda de novos carros, mesmo
com a situação de crise, continua abrindo mais mercado o elevado endividamento da empresa impede com que esta
pratique preços não remuneradores na
gasolina e temos uma situação cambial
que dificulta a importação de gasolina...
Fora as questões ambientais.
Quem é o homenageado do mês?
Todo mês homenageamos um lutador da causa da cana, da causa do agro.
Nesta edição, minha homenagem vai ao
dr. Cícero Junqueira Franco, um dos pais
do nosso pró-álcool, desejando a este
grande homem rápida recuperação para
voltar a nos alegrar com suas histórias.
Participei neste mês de um interessante evento em Washington (EUA)
no WWF - World Wildlife Fund. cinquenta pessoas, entre cientistas, agentes
públicos e privados de mais de 10 países
que foram selecionadas para discutir, em
formato de um interessante jogo, as possíveis reações do agronegócio a futuras
crises mundiais, num modelo de simulação de crises e ações. Os resultados estão no site foodchainreaction.org para os
que tiverem interesse. Mas o fato é que
teremos um mundo absolutamente mais
complexo vindo pela frente, sendo nosso
papel acompanhar e tentar prever para
auxiliar na tomada de decisão. Na foto,
com os craques Xico Graziano e Geraldo
Martha, da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Haja Limão: o limão do mês vai
para a cara de pau de uma parte dos
nossos políticos. São desculpas completamente esfarrapadas para tentar
justificar depósitos que aparecem em
contas e inúmeras outras falcatruas.
Afloram acordos às escuras visando
à proteção de ações de corrupção que
cada vez mais rebaixam a nossa moral.
Até quando aguentaremos, é uma boa
pergunta. Nunca vi um lodaçal destes.
Marcos Fava Neves é Professor Titular
da FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto.
Em 2013 foi Professor Visitante
Internacional da Purdue University
(EUA) e desde 2006 é Professor Visitante Internacional da Universidade de
Buenos Aires. RC
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
12
Notícias Copercana
Campanha de
arrecadação
de lacres da
BioCoop doa
15 cadeiras
de roda
Só em outubro e novembro deste ano, projeto beneficiou quatro entidades assistenciais da
área de cobertura do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred
Igor Savenhago
M
ais de duas toneladas de lacres
de latas de alumínio. Essa
quantidade, que daria para encher cerca de 2.700 garrafas pet de dois
litros, foi arrecadada pela BioCoop – departamento responsável pela gestão dos
materiais recicláveis do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred – desde o início da campanha que troca esse
tipo de material por cadeiras de roda,
doadas a entidades assistenciais.
Nos meses de outubro e novembro,
mais quatro cadeiras foram entregues.
As instituições contempladas foram a
Casa Transitória André Luiz, em Barretos-SP, a Santa Casa de Cajobi-SP,
o Lar do Idoso de Bebedouro-SP e a
APAE (Associação de Pais e Amigos
dos Excepcionais) em Descalvado-SP.
Desde 2011, ano em que a ideia foi colocada em prática, já foram 15 as cadeiras
doadas. Elas são fornecidas pela empresa Sucatas São José, de Sertãozinho-SP.
Cada uma é trocada por 130 quilos de
lacre entregues pela BioCoop. Das 2,1
toneladas recolhidas até hoje, metade foi
apenas no decorrer deste ano – 1.010 kg
–, sinal de que a iniciativa vem crescendo
e se tornando cada vez mais conhecida.
“A campanha tem extrema importância ambiental, já que esse material
é retirado do ambiente, retornando ao
ciclo de produção por meio de reciclagem, e social, pois ajuda a despertar nas
pessoas o interesse por ações que visam
à preservação ambiental, já que elas
precisam retirar os lacres das latinhas.
Esse pode ser o primeiro passo para que
adquiram novos hábitos, como praticar
a coleta seletiva em casa”, diz a encarregada da BioCoop, Milena Talamoni.
Os interessados em colaborar devem
levar os lacres a qualquer unidade da
Copercana, da Canaoeste e do Sicoob
Cocred, como postos de combustíveis,
auto center, supermercados, lojas de
ferragens, magazines, agências bancárias, unidade de grãos, biblioteca, Cred
Clube e a própria BioCoop.
Milena Talamoni,
encarregada da BioCoop
Barretos
Quando a BioCoop consegue uma
nova cadeira, é sorteado um município onde exista uma ou mais filiais do
Sistema. A escolha da entidade fica sob
responsabilidade de gestores e colaboradores dessas próprias filiais.
Em Barretos, por exemplo, foi definida a Casa Transitória André Luiz, que
acolhe crianças, adultos e idosos com
deficiências múltiplas e que recebeu a
doação da cadeira no dia 19 de outubro.
Durante a entrega, a encarregada da BioCoop esteve acompanhada por Regina
Roxo Gouveia, gerente do PA (Posto de
Atendimento) da Sicoob Cocred na cidade, e pelo vendedor Werley Gomes da
Silva, que representou o gerente da Loja
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
de Ferragem e Magazine da Copercana,
Fernando Rodrigo Rocha.
Fundado em 1969, o lar conta com duas
alas: uma só para adultos homens, separados por independentes e acamados, e outra
para crianças, de ambos os sexos. Esta, que
recebeu o nome de Casa da Criança Dr.
Astolfo de Araújo, foi inaugurada dez anos
depois do surgimento da instituição. Hoje,
mantém convênio com a gestão estadual
do SUS (Sistema Único de Saúde). Já para
os adultos, parte da verba é destinada pela
Secretaria Municipal de Desenvolvimento
e Assistência Social.
A outra fatia dos recursos necessários
para tocar a entidade vem de eventos,
13
ceu a fundadora ainda num Centro Espírita e decidiu colaborar desde o início,
e da coordenadora, Milena Camolese
Rodrigues do Prado, que passou a integrar a equipe em 1979. “Pouco antes da
Lazinha morrer, no ano 2000, ela pediu
que o trabalho não parasse”, conta Arly.
Casa Transitória André Luiz, em Barretos-SP
como cavalgadas e almoços. Todo o esforço é para cuidar de 100 adultos e 40
crianças, capacidade máxima da Casa.
Para dar conta dos atendimentos, são 98
funcionários, entre médicos, psicólogos,
assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos,
farmacêuticos, enfermeiros, técnicos de
enfermagem, nutricionistas, musicoterapeutas e monitores de recreação.
A ONG foi montada por Lazinha
Pereira dos Santos, que destinou um
imóvel próprio, ao lado da casa onde
morava, para atender deficientes que
passavam por Barretos. Com o tempo, o
objetivo inicial, que era oferecer um lar
transitório, foi sendo adaptado. Hoje, a
Casa, que sempre funcionou no mesmo
local, recebe, em definitivo, pessoas
abandonadas, vítimas de maus-tratos
ou cujas famílias não têm estrutura nem
condições de garantir o bem-estar.
Lazinha era adepta do espiritismo,
mas não fazia restrições a praticantes de
outras doutrinas ou religiões. Ecumênica, a instituição sobrevive do trabalho
incansável de gente como o seu presidente, Arly Luiz de Castro, que conhe-
A Casa também recebe doações. “O
povo de Barretos é muito solidário”,
afirma a coordenadora. São aceitos artigos como móveis usados, alimentos,
roupas, produtos de higiene e limpeza, cadeiras de roda e recursos em dinheiro, que têm uma parte destinada
ao abastecimento da despensa. Por dia,
são consumidos 25 quilos de arroz, 15
de feijão, 30 de mistura, entre carnes,
verduras e legumes, e 72 litros de leite.
Quatro pacientes que se alimentam por
sonda ainda precisam de suplementos.
Com área de 7.400 metros quadrados, sendo pouco mais de 4 mil construídos, a Casa mantém, ainda, um
fraldário, onde são confeccionadas,
por voluntários, cerca de 1.800 peças
por semana.
A entidade fica localizada na Avenida 47, nº 814, no bairro Celina. O telefone é (17) 3322-8330.
Cajobi
Para Ernesto Alves de Oliveira Filho,
presidente da Santa Casa de Misericórdia de Cajobi, a doação, recebida no dia
29 de outubro, foi muito bem-vinda. “A
nossa entidade tem muita necessidade
de cadeiras de roda, já que temos uma
grande carência e sempre precisamos
emprestá-las às pessoas necessitadas.
Toda ajuda é sempre muito bem recebida, pois, apesar de termos convênios
municipais e estaduais, contamos com a
contribuição da comunidade para mantermos a qualidade dos nossos serviços”.
Para fazer a entrega, a encarregada BioCoop esteve acompanhada pela
gerente do PA (Posto de Atendimento)
da Sicoob Cocred no município, Priscila Shinyashiki.
A entidade, fundada em 1.982 sob
os valores da caridade, pelo Mon-
Santa Casa de Cajobi-SP
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
14
senhor José Maria Soares Bezerra,
conhecido como Padre Zezinho,
tem como principal objetivo prestar
atendimento hospitalar gratuito à
população de Cajobi e região. Para
isso, dispõe de 32 leitos e Pronto-Socorro 24 horas.
De acordo com o presidente, a Santa Casa realizou, em 2014, mais de 25
mil consultas, com 715 internações e
235 cirurgias. “Todos nós conhecemos
a difícil situação econômica pela qual
passam os hospitais de todo o Brasil,
Notícias Copercana
mas não podemos ficar lastimando a
situação de braços cruzados. Precisamos, diante do desafio, arregaçar as
mangas e fazer a nossa parte. Isso já
estamos fazendo há bastante tempo,
com o apoio da sociedade cajobiense,
por meio dos eventos que realizamos,
e, principalmente, de empresas, que
nos ajudam a continuar nossa missão.
Por isso, em nome de toda equipe da
Santa Casa, agradeço ao Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred
pela doação e, também, à BioCoop,
por esta iniciativa que ajuda pessoas
necessitadas de locomoção especial e
também ao meio ambiente”.
A repercussão da entrega da cadeira
foi tão positiva, que, em sinal de agradecimento, os funcionários do hospital
enviaram, no dia seguinte à doação, por
meio do PA da Sicoob Cocred, 30 garrafas pet de lacres à BioCoop.
Para os interessados em ajudar a
Santa Casa, o endereço da instituição
é Rua Adélio Rosa, 375, no Centro.
Fone: (17) 3563-9999.
Bebedouro
Quando alguém atravessa o portão
do Lar do Idoso em Bebedouro, logo
atrai olhares. Afinal, 80% dos moradores dali não têm atenção alguma da família. Uns se entregam a um demorado
abraço. E também querem – ou precisam – falar. Nem que seja para agradecer por mais uma doação recebida.
A cadeira de roda foi entregue no
dia 10 de novembro, pela encarregada
da BioCoop, Milena Talamoni, e pelo
agrônomo da Canaoeste na cidade, André Volpe. Eles foram recepcionados
por Melissa Duarte Zanim, assistente
administrativa, que está há 15 anos na
entidade e mostrou as instalações, além
de contar um pouco da história do local.
O lar foi construído pelo médico Ricardo Dias de Toledo, já falecido. Ele
confidenciou ao Monsenhor José Figols
– padre espanhol que reside em Bebedouro – que gostaria que um grupo religioso se responsabilizasse pela gestão dos
atendimentos. Hoje, a instituição é gerida
por três freiras da Congregação Servas do
Senhor, com sede em Botucatu-SP: a assistente social Lurdinha, a coordenadora
Cecília e a presidente Lidovina.
Lar do Idoso de Bebedouro-SP
Inaugurada em 1.989, presta assistência a 34 idosos, sendo 14 homens e
20 mulheres. A capacidade é para 38,
mas, segundo Melissa, algumas vagas
são reservadas a emergências. Vinte
funcionários se revezam nos cuidados, além de voluntários, como uma
podóloga e uma cabeleireira. Por meio
de uma parceria com a Unifafibe, um
centro universitário local, os moradores também recebem, de estudantes,
atenção fisioterápica e psicológica.
A manutenção do local é feita com
repasses públicos ou verbas arrecadadas em eventos, como a tradicional
Festa do Caminhoneiro, realizada todo
mês de setembro e que distribui recursos a quatro entidades, além de almoços e bazares.
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
O Lar do Idoso é um dos três asilos
de Bebedouro. Acolhe, em sua maioria, cadeirantes e acamados, geralmente com histórico de maus-tratos. São
pessoas de 60 a 90 anos, algumas com
doenças degenerativas, como o Mal de
Alzheimer. Apenas uma em cada cinco
conta com o apoio dos familiares. O
restante convive com o abandono.
Uma das exceções é “seo” Lídio Alves de Oliveira, de 81 anos. Ele diz ter
duas filhas, que sempre o visitam. E,
por isso, está no lar por opção. “Tenho
problemas de coração e próstata. Comecei a me tratar com um médico de
Catanduva, mas achei melhor vir para
cá. Queria ter uma atenção melhor para
a minha saúde. Aqui, tenho o amparo
dos profissionais todo o tempo. Vim
15
para passar só um período, mas gostei
tanto que decidi ficar”.
Quem também optou por ficar foi Sidinéia Cesário de Carvalho, de 60 anos.
Mas não pense que ela é moradora. É
a funcionária mais antiga da entidade.
Está lá desde o ano da fundação. Co-
meçou como auxiliar de serviços gerais
e, agora, trabalha na lavanderia. O ingresso foi meio por acaso. “Uma amiga
soube que estavam precisando de funcionários. Viemos e fomos contratadas
no mesmo dia. Essa minha amiga já
saiu e eu permaneci”. Quando alguém
pergunta o que mais aprendeu nesse
tempo todo, não hesita. “Respeito pelos
idosos. Eles precisam do nosso carinho
e da nossa atenção”.
Aos que quiserem fazer doações, o
endereço do lar é Alameda Corcovado,
222, Residencial Parati. Telefone: (17)
3342-5268.
Descalvado
Carinho e atenção também são necessidades constantes das crianças e
adultos atendidos pela APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), que foi a entidade escolhida
em Descalvado para receber a cadeira
de roda. Em 13 de novembro, a encarregada da BioCoop, acompanhada por
Breno Souza, agrônomo da Canaoeste
no município, e por Edvaldo Assoni,
gerente local da Loja de Ferragem e
Magazine da Copercana, fez a doação
à diretora pedagógica da instituição,
Maria Therezinha Lucarini, e à secretária, Andréia Simone Daniel Dutra. Em
troca, recebeu 37 garrafas pet cheias de
lacre para a continuidade da campanha,
totalizando 22 quilos.
A APAE de Descalvado tem 45
anos. Nasceu do sonho de dois amigos:
Percílio de Oliveira e Arlindo Zóia. O
primeiro morava em São Paulo e, uma
vez, quando passava férias no interior,
comentou com Arlindo que, na Capital,
havia uma escola especial voltada ao
atendimento a pessoas com deficiência.
Na época, o assunto ainda era tabu. O
preconceito era muito comum nas próprias famílias, que impediam os filhos
deficientes até de sair de casa. Para Oliveira, era preciso mudar esse cenário.
APAE em Descalvado-SP
De volta a São Paulo, ele conseguiu
duas vagas para treinamento de pessoal.
Duas mulheres se candidataram como
voluntárias: Maria Aparecida Fioroni
Kastein, conhecida como “Fi”, e Maria
Lúcia Zóia, a Mara, filha de Arlindo.
Com recursos próprios, elas fizeram o
curso e chegaram dispostas a aplicar
o conhecimento adquirido. Com isso,
em 15 de agosto de 1970, a APAE foi
fundada no município, tendo Arlindo
Zóia como primeiro presidente. Ele
concentrou o trabalho na legalização da
entidade, na elaboração do estatuto social e nos registros públicos nas esferas
federal, estadual e municipal, além da
obtenção de um local provisório para
funcionamento, reivindicando, ainda, a
doação de um terreno para a construção
das futuras instalações. Com essas conquistas, a instituição foi ampliando sua atuação. Hoje,
presidida por Geni Pressinoti Mayese,
oferece Educação Especial, nas modalidades de Ensino Infantil, Médio e
para Jovens e Adultos, a 68 pessoas,
sendo 17 com mais de 30 anos. Para
isso, mantém convênios com os poderes públicos, nas três esferas, e depende de doações, de qualquer tipo. Outra
parte dos recursos é garantida com a
realização de duas rifas anuais, cada
uma presenteando o ganhador com um
automóvel zero quilômetro.
O trabalho visa, também, ao desenvolvimento esportivo. Segundo a professora de Educação Física, Maria Cristina Criste Adorno, 2015 foi especial,
com destaque em duas competições: a
APAE de Descalvado classificou um
aluno para a fase nacional das Olimpíadas Especiais, realizadas a cada três
anos, e natação faturou o terceiro lugar
por equipes nos Jogos Regionais para
atletas com deficiência.
Para doações, o endereço da entidade é Rua Dr. Vitório Amadeu Casati,
26, Vila Municipal. Fones: (19) 35836911 / 3583-1744.
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
16
Notícias Copercana
Satisfação
Para a encarregada da BioCoop, doar quatro cadeiras de roda
em menos de um mês é gratificante. “É a certeza do comprometimento da sociedade com a campanha. Mesmo sendo um trabalho
de “formiguinha”, que exige empenho e perseverança, pois não
é fácil juntar tantos quilos de lacre, é extremamente prazeroso
saber que, com a ajuda de todos, o meio ambiente e as entidades
estão sendo beneficiados”, declara Milena.
Antes de se despedir de cada entidade, ela deixa uma garrafa
pet com rótulo alusivo à campanha. E pede ajuda para que, num
futuro breve, outras cadeiras sejam doadas.
Natal Socioambiental: 1º mês é sucesso
Imagem divulgação. Campanha válida apenas para funcionários do Sistema
CAMPANHA DE
ARRECADAÇÃO DE LACRES
Municípios já contemplados
com cadeiras de roda
Outra campanha já tradicional promovida pela BioCoop, o Natal Sociambiental, entrou em sua 5ª edição a todo
vapor. Iniciada em outubro, já pode ser
considerada um sucesso. Só no primeiro mês, foi arrecadada quase uma tonelada de recicláveis, mesma quantidade
de toda a campanha do ano passado.
veis enviadas à BioCoop, o colaborador
do Sistema ganha um cupom para concorrer a tablet, micro-ondas, lavadora
de alta pressão, vales-compra, malas e
bolsas de viagem, kits para churrasco
e cestas natalinas. É importante que as
embalagens estejam limpas para viabilizar o processo de reciclagem.
De acordo com a encarregada da
BioCoop, isso mostra quanto os colaboradores estão engajados e comprometidos. “Todos os anos, eles esperam para
poder participar e concorrer aos prêmios em dezembro, além de contribuir
com a preservação ambiental, que é a
parte mais importante. É fundamental o
envolvimento de todos para que o resultado seja alcançado, pois o que está em
jogo é a nossa qualidade de vida”.
Embalagens aceitas pela campanha:
- Sacos plásticos (arroz, feijão, açúcar, sal, sacolas, etc)
- Garrafas pet (refrigerante, suco,
óleo, etc)
- Embalagens plásticas (amaciante,
detergente, alvejante, água sanitária,
frascos de xampu, condicionador, hidratante, sabonete líquido, etc)
- Embalagens de papelão (caixas de
creme dental, ovos, sabonete, sapato e
sabão em pó, rolos de papel alumínio, de
plástico filme e de papel higiênico, etc)
- Embalagens de vidro (palmito,
A campanha funciona da seguinte
maneira: a cada 20 embalagens reciclá-
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
São Paulo:
Marília
Batatais
Ribeirão Preto
Viradouro
Pontal
Santa Rita do Passa Quatro
Ocauçu
Cajuru
Jaborandi
Santa Rosa do Viterbo
Barretos
Cajobi
Bebedouro
Descalvado
Minas Gerais:
Frutal
massa de tomate, azeitona, refrigerante,
suco, perfume, etc – todas inteiras)
- Enlatados (achocolatado, milho,
ervilha, massa de tomate, leite em pó)
- Caixas tetrapak (leite, creme de leite, suco)
Embalagens não aceitas:
- Copos descartáveis
- Isopor
- Sacos laminados (bolacha, café,
salgadinhos)
- Bandejas de bolo
- Papéis (revistas, jornais)
17
‘Seu reciclável vale muito’: expectativas superadas
A campanha de arrecadação de materiais
recicláveis anterior a de Natal, “Seu reciclável
vale muito”, também superou – e muito – os
números de 2014. Em nove meses de duração
(janeiro a setembro), foram recolhidas 4,5 toneladas, mais que o dobro em comparação com o
ano passado.
Nesta campanha, a cada 15 embalagens, o
colaborador do Sistema ganha um cupom para
concorrer a uma cesta básica e uma de higiene
pessoal. No total, foram 16 sorteados, com 32
cestas distribuídas. O encerramento foi feito no
dia 25 de setembro.
“Isso tudo não seria possível sem a participação dos nossos colaboradores, que aumenta a
cada ano. As premiações são apenas um incentivo para quem participa, buscando novos hábitos,
qualidade de vida e um planeta melhor. A BioCoop, em nome do Sistema, agradece a todos os
que destinaram seus materiais e parabeniza os
ganhadores. Esperamos, em 2016, arrecadar ainda mais embalagens”, conclui Milena.RC
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
18
Notícias Copercana
Copercana reinaugura loja de Ferragens e
Magazine em Pontal-SP
Além de um amplo mix de produtos, a nova estrutura vai oferecer mais
conforto e modernidade aos cooperados e clientes
Da redação
B
uscando sempre consolidar o
sistema cooperativista dentro
de sua comunidade, através
de melhores condições de preço e
atendimento, a Copercana fornece
todos os produtos necessários às atividades rurais.
E para proporcionar mais conforto e
modernidade aos cooperados e clientes
de Pontal, no dia 29 de outubro foi realizado um café da manhã especial para
reinaugurar a loja de Ferragens e Magazine, na cidade.
A nova estrutura possui 1.360m²,
área suficiente para facilitar a visibilidade de todos os produtos disponíveis
na loja e o acesso dos clientes. No espaço destinado às ferragens, os clientes
encontram produtos como sementes,
corretivos, fertilizantes, adubos foliares, ferragens, defensivos, selaria,
máquinas e implementos, além de produtos veterinários e uma equipe que
estará à disposição para atendê-los. Já
no espaço reservado ao magazine estão
expostos produtos para casa, eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos, artigos
A loja está localizada na Rua 7 de setembro, 164 - Centro - Telefone: (16) 3953-9201
para cama, mesa e banho, e uma linha
completa em presentes.
Ao todo, a Copercana conta com 19
lojas de Ferragens e Magazine no Es-
O diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti e o gerente comercial, Ricardo Meloni
acompanhados de supervisores e colaboradores
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
tado de São Paulo e duas lojas em Minas Gerais, oferecendo aos produtores
rurais todo o apoio de que necessitam
bem próximo a sua propriedade. RC
19
Notícias Canaoeste
Canaoeste discute os novos critérios de exclusão
administrativa para incêndios em canaviais
Da redação
Os novos critérios de exclusão administrativa em decorrência de incêndios
em canaviais foram discutidos pelo engenheiro agrônomo da Canaoeste Fábio
Soldera e pelo advogado da Associação
dr. Diego Rossaneis, em reunião realizada recentemente na filial de Viradouro.
Na oportunidade, os palestrantes
conscientizaram os participantes sobre os novos critérios e os procedimentos a serem adotados em caso de
fogo nas lavouras. Todos receberam
uma cartilha informativa que traz uma
tabela pela qual o associado consegue
simular quantos pontos atingiu para
exclusão de multas.
A cartilha se encontra à disposição
em todas as filiais da Canaoeste. Em
caso de incêndio, o associado deve procurar um engenheiro agrônomo mais
próximo, que irá auxiliá-lo.
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
20
Notícias Canaoeste
Delegação de Senegal visita instalações do
Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred
O grupo manifestou interesse na troca de informações e técnicas sobre as atividades da
cooperativa, principalmente, referentes à produção de amendoim
Andréia Vital
O
Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred recebeu
uma comitiva de empresários
com representantes de cooperativa
do Senegal (África), no dia 5 de novembro. Boubacar Cissé, diretor geral da UNCAS (União Nacional das
Cooperativas Agrícolas do Senegal)
e presidente da FIARA (Feira Internacional de Agricultura e Recursos
Animais) estava acompanhado pelo
secretário geral da Associação Senegalesa de São Paulo, Massar Sarr e
do cônsul honorário do Mali (África)
em São Paulo, Gérard Scerb e foram
recepcionados pelos presidentes das
entidades, Antonio Eduardo Tonielo e
Manoel Ortolan.
O grupo manifestou interesse na
troca de informações técnicas sobre a
cadeia de amendoim no Brasil, assim
como as atividades da cooperativa relacionadas à leguminosa.
Participaram do encontro também o
gerente da Uname (Unidade de Grãos
da Copercana), Augusto César Strini
Paixão; o gestor de Relacionamentos,
Recursos e Projetos da Canaoeste, Almir Torcato; o diretor de negócios da
Fertec - Indústria e Comércio de Fertilizantes, José Luiz Vinha; o diretor executivo da ABAG RP, Marcos Antonio
Matos e o diretor técnico e o gerente
executivo do CEISE Br, Paulo Gallo e
Sebastião Macedo.
“O Senegal é o maior produtor de
amendoim da África, mas nos sentimos prejudicados por não termos como
transformar a matéria-prima”, explicou
Cissé ao contar que a UNCAS abrange
13 mil vilarejos, com 850 mil pequenos
produtores inseridos em todos os segmentos da agricultura e pecuária, com
lavouras entre 5 a 10 hectares, totalizando mais de 3 milhões de hectares de
plantio. Mas enfrentam problemas de
financiamento de insumos e de equipamentos, então gostariam de selar uma
ponte de informação entre as cooperativas do Senegal com as cooperativas
brasileiras. “Queremos estabelecer uma
parceria respeitosa de colaboração com
a Copercana para criarmos modelos de
negócios, de transformação do amendoim”, afirmou Cissé.
Além dos escritórios da matriz, posto de gasolina, loja de conveniência e
supermercado, onde puderam apreciar
a refeição servida na rotisseria, os visitantes conheceram também a Uname,
acompanhados pelo gerente da unidade,
que explicou todo o processo executado ali, tais como descarregamento, pré-limpeza, secagem, armazenamento e
o controle de qualidade do amendoim
realizado pelo laboratório. De acordo
com Paixão, a produção no Brasil este
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
ano, que tem uma área plantada de 120
mil hectares, chegará a 450 mil toneladas. “A Uname recebe 60 mil toneladas
de amendoim com casca de 45 produtores, que plantam em 14 mil hectares e
têm um rendimento em torno de 4 mil
quilos por hectares”, explicou.
Já o processo de beneficiamento do
amendoim, com a retirada dos grãos das
vagens e o blancheamento (retirada da
película dos grãos), como também todo
o controle de qualidade aplicado durante a produção puderam ser conhecidos
durante a ida à CAP Agropecuária e Indústria LTDA, localizada em Dumont-SP. ‘’No Senegal a produção é de uma
tonelada por hectare e não temos essa
industrialização. Estamos bem longe
disso’’, disseram os estrangeiros admirados após a visita. RC
21
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
22
Notícias Canaoeste
Biblioteca da Canaoeste promove curso de
conservação de documentos e livros
Iniciativa faz parte de projeto da USP-Ribeirão em parceria com a associação e com o Museu
da Cana e visa oferecer a profissionais da área novos conceitos e técnicas
Igor Savenhago
B
isturi, luva cirúrgica, pinça. Os
materiais estão prontos, preparados para mais uma intervenção. Na mesa, pacientes debilitados.
Ao redor deles, uma equipe atenta,
com sete pessoas. Todas vestem jalecos
brancos.
Quem vê a cena poderia garantir que
estamos num hospital. Mas o cenário é
outro. Alguém apostaria que estamos
em uma biblioteca? Isso mesmo. É a
saúde dos livros que está em jogo.
Nesse ambiente, as técnicas médicas
podem ser misturar com conhecimentos
gastronômicos. Os “cirurgiões” também usam colheres e ouvem recomendações que poderiam ser dadas em uma
aula de culinária. “É igual cozinhar.
Nesse caso, vocês não precisam saber o
ponto da massa, da calda? Então, aqui é
bem parecido”.
As dicas são de Leila Heck, gerente do Museu da Cana, localizado na
Fazenda Vassoural, entre Pontal-SP e
Sertãozinho/SP. Foi ela quem ministrou o curso de Conservação de Documentos e Livros, oferecido no dia
27 de setembro na Biblioteca General
Álvaro Tavares Carmo, da Canaoeste,
em Sertãozinho. A iniciativa, que faz
parte de um projeto da USP de Ribei-
Alunos tiveram orientação de Haroldo Beraldo e Leila Heck (ao fundo)
rão Preto em parceria com a Canaoeste e com o museu, contou com seis
convidados: dois bolsistas da universidade, dois funcionários públicos
municipais, um funcionário do museu
e um cliente da biblioteca.
O projeto, chamado de “Sertãozinho: Cultura e História”, trabalha em
duas frentes: uma que busca doações de
histórias em quadrinhos e outra que fará
um repasse de revistas ao museu. A primeira consiste em arrecadar gibis que
ajudem a contar a história do Brasil e da
região e recuperar os mais antigos e deteriorados, que poderão servir de base
para pesquisas. “Este curso já vai ajudar na recuperação e conservação desse
material”, afirma o bibliotecário da Canaoeste, Haroldo Luís Beraldo. “Neste
ano, por exemplo, faz 70 anos do fim da
Segunda Guerra Mundial. E temos histórias em quadrinhos sobre isso. É um
acervo histórico importante”.
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
Já a segunda ação vai disponibilizar
ao Museu da Cana um conjunto de revistas “Brasil Açucareiro” publicadas
entre as décadas de 1950 e 1980. Os
exemplares foram cedidos à Biblioteca
da Canaoeste pela Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região
Centro-Sul). Agora, passarão por um
processo de higienização e ficarão à
disposição no Cedoc (Centro de Documentação) do museu para consulta.
Segundo Leila Heck, essas parcerias são fundamentais, considerando
que faltam políticas de conservação
de acervos bibliográficos no Brasil.
“É preciso entender os procedimentos
ideais para evitar que se chegue a esse
momento, a necessidade de uma intervenção. Desde impedir que os usuários
de uma biblioteca entrem com alimentos, líquidos ou que fumem, além de
controlar temperatura, umidade, escolher o mobiliário adequado, ter briga-
23
das de incêndio, manusear de forma
correta. São atitudes que, ao longo dos
anos, trazem bons resultados”.
O curso
Os convidados chegaram à Biblioteca da Canaoeste pela manhã e participaram do curso até o final da tarde.
Antes do almoço, assistiram a uma
abordagem teórica, em que foram discutidos conceitos e as etapas de recuperação e conservação de documentos
impressos em estágios iniciais de deterioração. À tarde, foi o momento da
prática. Hora de pôr a mão na massa.
Ou melhor, nos livros.
Com todo o cuidado exigido, escolheram títulos com capas e páginas ras-
gadas, folhas e remendos soltando, e,
orientados por Leila Heck, assumiram
o desafio de dar uma nova cara a eles.
Para isso, tiveram contato com técnicas antes desconhecidas, como a cola
de metil celulose, que serve tanto para
soltar fitas muito aderidas, usadas em
tentativas de recuperação anteriores,
quanto para fazer novas colagens. A
diferença está no tempo de exposição.
Para soltar, é preciso agir rápido. Passar
a cola e ir puxando a fita aos poucos.
Já para colar, é só aguardar mais uns
minutos, até secar. O produto, em pó, é
diluído em água. Curiosidade que a funcionária pública municipal Girleide dos
Santos, auxiliar de serviços gerais da
Biblioteca Dr. Antonio Furlan Júnior,
no centro de Sertãozinho, gostou de
ver. “Está sendo muito importante para
mim. Têm muitas coisas, por exemplo,
que eu não sabia, como usar bisturi. Eu
usava faca. E também a usar a dobradeira (acessório que ajuda a dobrar folhas recém-coladas)”.
Para o bibliotecário da Canaoeste,
além de promover um diálogo institucional, entre entidades públicas e privadas,
o curso abre um canal de crescimento
profissional. “São trabalhados conhecimentos numa área muita específica. Não
existe nada parecido na região”, diz Beraldo. Um sistema eficiente, de qualidade, que visa, além da saúde dos livros, o
bem-estar dos leitores.RC
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
24
Notícias Sicoob Cocred
Sicoob Cocred inaugura Posto de Atendimento
na cidade de Barrinha-SP
Paula Venturin – Assessoria de Imprensa da Sicoob Cocred
N
a manhã do dia 22 de outubro, dirigentes, autoridades, associados
e convidados compareceram à
inauguração do novo Posto de Atendimento Sicoob Cocred, na cidade de Barrinha.
Com local amplo e confortável, o
27º Posto de Atendimento da Sicoob
Cocred faz parte do projeto de expansão da cooperativa e levará a credibilidade e os benefícios do cooperativismo de crédito para o município. “Para
nós, inaugurar mais um Posto de Atendimento na cidade de Barrinha é uma
imensa alegria, pois sabemos que de
forma direta e indireta a Sicoob Cocred contribui com o desenvolvimento
social e econômico das regiões em que
está presente. Trabalhamos com muita
seriedade e com muita dedicação, pois
o nosso associado é mais que dono desta cooperativa, ele é nossa razão de ser
e por isso deve ser tratado com grande importância”, disse o presidente do
Conselho de Administração da Sicoob
Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, que
compareceu à inauguração ao lado do
diretor da Copercana, Pedro Esrael
Bighetti; do assessor da diretoria executiva, Manoel Sérgio Sicchieri; do di-
O Posto de Atendimento Sicoob Cocred de Barrinha fica na
rua Humberto Biancardi, 216, Centro, e funciona das 8hs30min às 15hs.
retor administrativo financeiro, Márcio
Fernando Meloni; do diretor de crédito,
Francisco César Urenha e do diretor de
negócios, Vinícius Grassi Pongitor.
Durante sua apresentação, os executivos Márcio Fernando Meloni e Vinícius
Grassi Pongitor, apresentaram informações sobre o desempenho e também os
produtos e serviços da Sicoob Cocred,
que vêm se destacando, cada vez mais,
como alternativa vantajosa a todos aque-
Antonio Eduardo Tonielo, presidente do
Conselho de Ad. da Sicoob Cocred
les que buscam taxas e condições melhores que as oferecidas no mercado.
Também compareceram as seguintes
autoridades: Mituo Takahashi, prefeito de Barrinha; Maria Emília Marcari
Muniz; os vereadores Evandro Cunha
Cardoso, Davi de Paula Dias e Ronaldo da Silva Alves; o superintendente da
cooperativa central Sicoob SP, Rodrigo
Mateus Silva de Moraes e o Padre João
Micácio, que realizou a benção do local.
Funcionários do Posto de Atendimento de Barrinha
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
Serviço:
O Posto de Atendimento Sicoob Cocred de Barrinha fica na rua Humberto
Biancardi, 216, Centro, e funciona das
8hs30min às 15hs. RC
25
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
26
Notícias Sicoob Cocred
Balancete Mensal - (prazos segregados)
Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do
Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados)
- Setembro/2015 - “valores em milhares de reais”
Sertãozinho/SP, 30 de setembro de 2015.
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
27
Assuntos Legais
SiCAR-SP sofre novas alterações para inscrição
do imóvel rural no CAR
O
portal da Secretaria de Meio
Ambiente do Estado de São
Paulo veiculou matéria no início de novembro de 2015 informando
que o SICAR-SP - sistema eletrônico
governamental que serve para se proceder as inscrições dos imóveis rurais paulistas no CAR (Cadastro Ambiental Rural) -, criado pelo novo Código Florestal
(Lei n. 12.651/2012), sofreu alterações
e que “as funcionalidades facilitarão o
cadastro de informações e também as
futuras análises pelo órgão ambiental”.
Continuando, dá destaque “as ferramentas de cálculo de distância e área na
aba “Mapa”, a possibilidade de fazer
download das camadas do mapa, a exibição de Reservas Legais nos arredores
da área que está sendo cadastrada e melhorias no resumo da inscrição”.
Cita também a criação de uma aba
denominada “Comunicações e pendências”, onde o proprietário rural deverá
informar basicamente se possui termo
de compromisso firmado anteriormente com o órgão ambiental ou, ainda, se
já sofreu autuação ambiental, o que, na
ótica da Secretaria do Meio Ambiente,
“permitirá ao usuário verificar com facilidade o histórico, em caso de análise
pelo órgão ambiental, exibirá as eventuais recomendações para correção e
registrará a comunicação entre o órgão
e o interessado”, pois “o declarante já
poderá associar ao seu cadastro compromissos anteriores relativos à adequação ambiental do imóvel, ou ainda
autos de infração lavrados que possam
eventualmente ter suas multas suspensas quando da adesão ao PRA - Programa de Regularização Ambiental.
Soa no mínimo estranha tal exigência, visto que que tais informações
estão também sob a posse da Secretaria do Meio Ambiente que poderia – e
deveria – disponibilizá-las automaticamente no sistema e não criar outra
demanda ao proprietário rural.
É certo que a finalização do processo de adequação ambiental do imóvel
rural somente estará disponível, segundo a própria Secretaria do Meio
Ambiente, quando o PRA for regulamentado no Estado, através de Decreto do Poder Executivo (Governador do
Estado), regulamento este que o setor
produtivo rural aguarda ansiosamente
há mais de um ano.
Na prática, tais alterações no SICAR-SP, feitas agora pela SMA durante o período de inscrição no CAR, que
se iniciou em maio de 2014 e se encerra em 05 de maio de 2016, é o mesmo
que mudar as regras de um jogo com
ele em andamento, o que certamente
não é a atitude mais inteligente e eficaz, além de significar um retrabalho
Juliano Bortoloti
Advogado da Canaoeste
enorme para quem já, diligentemente,
concluiu a sua inscrição.
Mesmo com a afirmação da SMA de
que os cadastros já finalizados continuam válidos, é certo que aqueles que
estão nesta condição terão que inserir
novos dados no sistema para poder ter
condições manifestar seu desejo de
aderir ao PRA.
Para maiores dúvidas, a SMA disponibiliza em www.ambiente.sp.gov.br/sicar,
junto com a nova versão do SiCAR, material de orientação e um novo manual de
inscrição explicando todas as situações que
podem ocorrer e como proceder.
Fonte: http://www.ambiente.sp.gov.
br/blog/2015/11/03/sicar-sp-lanca-novas-ferramentas/ RC
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
28
Energias renováveis como
protagonistas na COP21
Conferência reunirá representantes de 195 países na busca de um acordo universal em
relação ao clima, para limitar o aquecimento global a, no máximo, 2°C
Andréia Vital
A 21ª Conferência das Partes
(COP21), que acontece em Paris, em
dezembro, reunirá representantes de
195 países e deve receber mais de 25
mil integrantes das delegações oficiais
de todos os continentes, ONGs e organizações intergovernamentais. A reunião terá como pauta a busca de um
acordo universal em relação ao clima,
para limitar o aquecimento global a, no
máximo, 2°C.
Especialistas afirmam que a ocasião
é uma excelente oportunidade para mostrar as externalidades que o setor sucroenergético oferece. “Eu acho que se o
Brasil conseguir se posicionar adequadamente na COP21, vai poder reportar ao
mundo os grandes avanços que tem sido
obtido na área de combustíveis do Ciclo
Otto e Ciclo Diesel”, afirma o presidente
da DATAGRO, Plínio Nastari. Segundo
cálculos de sua consultoria, nos últimos
40 anos, foram economizados mais de
800 milhões de toneladas de CO2 equivalente o que significa uma contribuição
muito relevante.
“O Brasil tem condições de continuar desempenhando este papel não
só no país, mas servindo de exemplo
para outros países que também têm
este potencial”, ressaltou ele, alegando
que as discussões de biocombustíveis
no mundo são muito influenciadas pela
visão de países que estão limitados em
expansão de terras e não têm como
crescer na sua produção agrícola ou de
biocombustíveis.
De acordo com Nastari, neste sentido, existe um grande potencial na
América do Sul, na América Central, na
África e em alguns países do Sudeste
asiático para ampliação da produção
de biocombustíveis sem ter impacto
na produção de alimento, ao contrário,
contribuindo na forma de geração de
capitalização para a agricultura, e por
consequência, na ampliação da produção de alimentos.
“A gente observa que na região de
Ribeirão Preto - SP, maior polo de concentração de cana-de-açúcar, é onde a
agricultura de outras atividades se desenvolveu de forma mais expressiva
pela capitalização. Isso está ocorrendo
em outros polos regionais de desenvolvimento, como São José do Rio Preto
SP, Araçatuba-SP, Presidente Prudente - SP, Quirinópolis – GO e Sudeste
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
Plínio Nastari,
presidente da DATAGRO
do Mato Grosso do Sul”, elucidou o
consultor, concluindo que esta é uma
grande contribuição que o Brasil pode
levar para a COP21. “Eu espero que no
documento síntese da reunião, que será
utilizado como farol pelas instituições
de financiamento a nível mundial, se
insira de forma bastante contundente
o papel que os biocombustíveis desempenhem, não só para cogeração de
energia, mas como estratégia de desenvolvimento econômico”.
29
“O Brasil tem tido muito mais sorte do que juízo”
Para Mônika Bergamaschi, presidente do Ibisa (Instituto Brasileiro para Inovação e Sustentabilidade
no Agronegócio) e do Conselho da
ABAG-RP (Associação Brasileira do
Agronegócio de Ribeirão Preto), o
Brasil fará bonito na COP21 porque
tem condições para isso, “independente de Brasília, independente dos
governos, mas sem dúvida nenhuma,
se a história tivesse sido um pouquinho só diferente, a gente chegaria
para nadar de braçada agora em Paris”, alegou.
“A melhor maneira de você convencer alguém de alguma coisa é o teu
comportamento, a tua conduta, conseguir aliar a sua fala com aquilo que
você faz, então o grande problema que
nós temos hoje está centralizado em
governos que, infelizmente, não fazem aquilo que pregam”, queixou-se
ela, afirmando que existem sim grandes possibilidades de externalidade
expositivas no setor sucroenergético
brasileiro e que foram absolutamente
deixadas de lado pelo governo.
“Inclusive fez um dos maiores
absurdos do mundo, que foi zerar a
CIDE (Contribuições de Intervenção
no Domínio Econômico) na Rio +20.
Isso demonstra falta de planejamento, de visão, uma falta de reconhecimento e, inclusive falta de caráter,
porque incentivou muita gente, muitos investiram, depois deram com os
burros n´água e muitos não sobreviveram”, desabafou a ex-secretária de
Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
setor produtivo que contribue com os
resultados que o país possa levar para
as conferências.
De acordo com a executiva, o Brasil tem tido muito mais sorte do que
juízo devido a sua resiliência. “É um
país que sofre, mas segue em frente.
Então eu acho que o setor retoma e
espero que a gente tenha coisa muito melhor para levar nas próximas
COPs”, afirmou, lembrando que é
necessário ter responsabilidade ao
assumir compromissos, ainda que voluntários nas COPs, dando suporte ao
“Parece que agora outros países
começam a colocar mais o discurso
ambiental com a prática e, talvez,
não pelo protagonismo que poderia
ter, mas por arrasto o nosso governo
brasileiro entenda a necessidade que
terá, por exemplo, em trabalhar melhor a sua biomassa, o seu etanol de
primeira, de segunda geração e todos
os assuntos que estão em volta do
tema”, analisou.
Mônika Bergamaschi,
presidente do Ibisa
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
30
Reportagem de Capa
Participação do Brasil na COP21 foi
discutida no 5º Ethanol Summit
“O novo acordo a ser adotado na
COP21 exigirá a construção de políticas públicas que permitam ao Brasil
reduzir emissões e crescer, mas a cana-de-açúcar fará parte dessa estratégia de
desenvolvimento sustentável? Iremos
explorar isso em todo o seu potencial
ou somente um pouco?” questionou
Rodrigo Lima, diretor do Agroicone,
em painel sobre a participação do Brasil na COP21 durante o último Ethanol
Summit, realizado recentemente na Capital paulista.
Segundo ele, não há como negar o
potencial que as energias renováveis terão no pré e pós COP21, onde o etanol
pode ter um protagonismo muito forte,
principalmente nos países que tem este
combustível em sua matriz energética.
Mas alerta que é preciso que o setor receba uma atenção devida. “Sem políticas e marcos regulatórios definidos o,
Brasil vai perder a chance de usar esse
potencial enorme disponível, sem contar todos os outros benefícios, como a
saúde que é um ponto que precisa ser
cada vez mais visto”.
Durante sua explanação, e esboçou
dois cenários, um de retração outro de
expansão, no qual existam políticas que
permitam capturar o potencial que o
setor poderia alcançar, podendo chegar
Em destaque, Rachel Biderman, diretora para o Brasil da WRI
a 1.14 milhão de t CO2 de mitigação.
“Assumindo um preço de carbono de
US$ 39/t em 2015 a US$ 55/t em 2030,
essa redução adicional de 571 milhões
de toneladas geraria um benefício adicional de R$ 87,2 bilhões entre 2015
e 2030, representando R$ 0,60/litro de
etanol adicional produzido”, ressaltou.
Já o diretor do Departamento de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio
Ambiente, Adriano Santiago, esclareceu
na ocasião que as metas de redução de
emissões de gases do efeito estufa, a
serem assumidas pelos países durante
a COP21, devem ser ambiciosas e mas
justas, e que o Brasil tem feito esforço no
sentido de reduzir suas emissões.
“O Brasil conseguiu reduzir 41% suas
emissões, entre 2005 (eram mais de 2 bilhões de toneladas de CO2) e 2012, ou
seja, quatro vezes mais do que os EUA,
que chegaram a 10% de redução no mesmo período. Isso nos cacifa em chegar
bem na conferência em relação ao que nós
assumimos no Pré 2020”, afirmou ele, se
referindo à queda do desmatamento que
nos últimos 10 anos foi de mais de 83%
na Amazônia. “Saímos de 27 mil km2 em
2004, para algo em torno de 4,848 mil
km2 em 2014, o que ainda é muito, temos
que reduzir mais, mas mostra o esforço
neste sentido”, disse, lembrando que outras ações poderão contribuir mais para a
mitigação, citando a liberação da exportação de carne in natura brasileira para
os EUA, iniciativa que exigirá processos
mais sustentáveis dos produtores.
Santiago afirmou ainda que o etanol tem papel relevante para que o país
consiga chegar ao patamar imposto
pelo acordo bilateral com o EUA, que
prevê a participação de 28 a 33% de
renováveis na matriz energética, além
da hídrica. “É preciso lembrar que este
acordo será definido em 2015, mas sua
implantação acontece a partir de 2020.
Estamos lidando com esse GAP mas
pensando em Paris”, finalizou.
Rodrigo Lima,
diretor do Agroicone
Adriano Santiago, diretor do Dep. de Mudanças Climáticas do Min. do Meio Ambiente
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
Dever de casa incompleto
Para Rachel Biderman, diretora para
o Brasil da WRI – World Resources
Institute / Coalizão Brasil, o país fez
31
uma parte da lição de casa em relação
à questão climática. “Temos agora é um
tempo muito curto para fazer as tarefas
restantes e é aí que está o desafio. Até
metade do século zerar emissões de gás
efeito estufa não é trivial, muitos instrumentos e mecanismos vão ter que
ser colocados à disposição do mercado
e da cidadania para que possamos chegar neste número”, disse ela durante sua
participação no evento.
Rachel afirmou ainda que o etanol no
mix de energia nacional é fundamental
para a conclusão desta tarefa. “Teremos
talvez uma década e meia, para colocar
o pé no freio de uma forma como nunca
vimos antes e fazer a revolução energética numa rapidez tremenda”, ressaltou.
A boa notícia neste caso, é que o mundo
não está esperando o sinal que virá de
Paris. “As mudanças estão acontecendo
e os mecanismos estão colocados e, para
o Brasil ser competitivo neste resgate de
carbono, precisa de incentivos para que a
outra parte da lição, através dessa energia
renovável, realmente possa acontecer”.
Sustentabilidade na vitrine
Regulação ambiental cada vez mais
complexa, crescimento da legislação trabalhista, que ficou muito mais protetora
e o alto custo da mão-de-obra tornaram o
Brasil menos competitivo, alegou Marcelo Vieira, conselheiro da Adecoagro,
durante sua explanação na plenária.
“Isso somado à imagem de devastadora
da agricultura brasileira lá fora e à política de desincentivo ao etanol através
da regulamentação do preço da gasolina
contribuíram para a perda da competitividade”, disse ele, afirmando que há uma
oportunidade de reverter esta situação
dentro das negociações do clima.
“Com a implementação do código florestal, que a grande maioria dos
produtores brasileiros está buscando se
adequar, vamos ter a agricultura mais
sustentável do mundo e é preciso mostrar isso, não só durante a COP21, mas
em outras oportunidades também. Este
é o desafio da agricultura daqui para
frente”, alegou, afirmando que a capacidade de competição a partir daí não
Marcelo Vieira,
conselheiro da Adecoagro
deveria mais ser medida pelo quanto
custa o que produzir, mas sim pela sustentabilidade da maneira que o produz.
“Através do reposicionamento da agricultura brasileira de uma maneira séria
e estruturada levar o consumidor a valorizar o produto e pagar um prêmio por
ter um produto mais sustentável”
Agenda ambiciosa do Brasil para a COP21
A presidente Dilma Rousseff apresentou ao Secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC),
durante a Climate Week, realizada
em setembro, em Nova Iorque, a pretendida contribuição nacionalmente
determinada (INDC, na sigla em inglês) do Brasil para o novo acordo
climático global, que deverá ser adotado na COP21.
“Na Agenda 2030 constam 17 objetivos do Desenvolvimento Sustentável
reafirmando o preceito da Rio+20, que
é possível crescer, incluir, conservar e
proteger”, disse a presidente em seu discurso, afirmando que o Brasil tem feito
grande esforço para reduzir as emissões
de gases do efeito estufa (GEE) citando
investimentos na agricultura de baixo
carbono e a redução em 82% o desmatamento na Amazônia.
Na ocasião, Dilma anunciou que
será de 37%, até 2025, a contribuição
do Brasil para redução das emissões
de gases de efeito estufa. “Para 2030,
nossa ambição é chegar a uma redução
de 43%, lembrando que, em ambos os
casos, o ano-base é 2005”, frisou.
O documento aponta ainda que até
2030, o Brasil pretende, o que se refere
ao uso da terra e à agropecuária: o fim do
desmatamento ilegal no Brasil; a restauração e o reflorestamento de 12 milhões
de hectares; a recuperação de 15 milhões
de hectares de pastagens degradadas e a
integração de cinco milhões de hectares
de lavoura-pecuária-florestas.
Na área de energia, os objetivos
também são ambiciosos: primeiro, a
garantia de 45% de fontes renováveis
no total da matriz energética, enquanto
no mundo a média é de apenas 13%
dessa participação. E, na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico ou Econômico), de apenas 7%; segundo, a
participação de 66% da fonte hídrica
na geração de eletricidade; terceiro, a
participação de 23% das fontes renováveis – eólica, solar e biomassa - na
geração de energia elétrica; quarto, o
aumento de cerca de 10% na eficiência elétrica; quinto, a participação de
16% de etanol carburante e de demais
fontes derivadas da cana-de-açúcar no
total da matriz energética.
“O Brasil é um dos poucos países
em desenvolvimento a assumir uma
meta absoluta de redução de emissões.
Temos uma das maiores populações e
PIB do mundo e nossas metas são tão
ou mais ambiciosas que aquelas dos países desenvolvidos”, ressaltou a maior
mandatária do Brasil.
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
32
Reportagem de Capa
Certificadora internacional atesta a externalidade e a
sustentabilidade que vem dos canaviais
Bonsucro Week 2015 é realizada no Brasil pela primeira vez
Encontro anual da Bonsucro, principal certificadora de produção sustentável na cadeia
sucroenergética, reuniu representantes de 25 países
Andréia Vital
“Informe, Aprimore e Inspire Criando Valor Duradouro através da
Cana-de-Açúcar” foi o tema da Bonsucro Week 2015, um encontro anual
promovido pela Bonsucro (Better Sugarcane Initiative), uma organização
internacional que estabelece princípios e critérios socioambientais para
cultivo da cana em todo o mundo,
permitindo a certificação de seus produtos derivados.
A programação do evento, realizada entre os dias 26 a 29 de outubro,
em cidades do Estado de São Paulo,
contou com visitas à usina São Manoel
(São Manoel), à Assobari (Associação
dos Fornecedores de Cana da Região
de Bariri) e seus associados (Bariri),
e aos centros de pesquisa CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) e CTBE
(Centro Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol) (Campinas).
Além das visitas, aconteceu uma
conferência anual e jantar de confraternização com cerimônia de premiação em São Paulo, que contou com a
participação de produtores de cana de
25 países, entre eles, Argentina, Austrália, Colômbia, México, Índia e Reino Unido, como também, de lideran-
Selo de sustentabilidade
A certificação Bonsucro, que atesta práticas sustentáveis, permite a exportação de derivados da cana-de-açúcar para países da União Europeia e Ásia.
O certificado tem validade de três anos e, para conquistá-lo, as empresas são
avaliadas levando em conta cinco princípios, 18 critérios e 53 indicadores, que
visam reduzir impactos ambientais e sociais na produção de açúcar, etanol e
energia provenientes da cana. Eles vão desde a manutenção da biodiversidade
até o aperfeiçoamento contínuo do setor. Já o padrão para a cadeia de custódia,
que acabou de ser revisado e entra em vigor no dia 26/11/2015, tem 23 indicadores divididos em 6 critérios e em 5 princípios.
ças ligadas ao setor sucroenergético
brasileiro. Esta foi a primeira vez que
o Brasil recebeu o evento, que em ou-
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
tras edições foi realizado em New Orleans, nos EUA (2013), e em Manila,
nas Filipinas (2014).
33
Conferência anual debate temas ligados à
sustentabilidade do setor
Ao dar as boas-vindas aos participantes da conferência anual da entidade,
que aconteceu no Hotel Grand Mercure
Ibirapuera, na Capital paulista, no dia 29
de outubro, Michel Santos, presidente
do Conselho de Diretores da Bonsucro
e gerente de sustentabilidade da Bunge, contou que a primeira certificação
Bonsucro foi liberada em 2011 e até o
momento existem 47 usinas certificadas
no planeta, sendo que 40 delas são do
Brasil. “Essas usinas representam 4% da
área plantada no mundo”, afirmou ele,
destacando que a Índia acabou de ganhar
a sua primeira usina certificada.
Michel Santos
Elizabeth Farina, presidente da UNICA, e Plínio Nastari, presidente da DATAGRO, abriram os debates do dia durante o
painel "Informação - Líderes da mudança"
e destacaram as potencialidades e boas
práticas em relação à sustentabilidade implantadas pelo setor sucroenergético.
Elisabeth Farina
Ao discursar, a presidente da UNICA
lembrou que o fator econômico também
é fundamental para o tripé da sustentabilidade. “Este evento explorou um dos
principais atributos do segmento canavieiro, que é a sustentabilidade. Mas é
preciso lembrar que a responsabilidade
social, em conjunto com a ambiental, só
poderá ser preservada se houver viabilidade econômica. Ou seja, é necessário
um equilíbrio”, disse ela.
A executiva ressaltou ainda algumas iniciativas de sucesso associadas
à sustentabilidade experimentadas pela
indústria brasileira, tais como o zoneamento agroecológico, o qual proíbe o
cultivo da cana-de-açúcar em biomas
como Amazonas e o Pantanal, sendo
que existe uma regra pela qual linhas de
financiamento público são concedidas
somente se o zoneamento for respeitado. Citou o protocolo verde do estado
de São Paulo, que antecipou o fim da
queima da cana para colheita de 2021
para 2014. Como também o Projeto RenovAção, um programa de qualificação
de mão-de-obra implantado após a rápida mudança da mecanização nas lavouras canavieiras. “Este programa foi
reconhecido pela FAO (Organização
das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura) como exemplo de iniciativas que combinam energia renováveis
com inclusão social”, frisou.
Farina ainda lembrou que existem
deficiências de gestão, financeira e de
credibilidade a serem superadas, a fim
de que toda a cadeia produtiva da cana
possa adotar estratégias de práticas de
sustentabilidade. “É um grande desafio
a ser superado e eu acho muito difícil
o setor produtivo buscar um único líder
para o caminho da sustentabilidade. As
alianças são a resposta e a gente tem
que envolver parceiros da área governamental, de toda a cadeia produtiva e
das entidades não governamentais neste sentido”, disse ela, afirmando que a
Bonsucro é um excelente exemplo dessa parceira e de como isso é importante
para liderar. “Não por um, mas por uma
plataforma, uma parceria, incentivando
as ações dessas práticas de sustentabilidade para ganhar competitividade na
área de açúcar e na área de energia renovável”, concluiu.
Já Nastari destacou a importância
crescente da diversificação no setor,
a fim de aproveitar da melhor maneira
possível, a capacidade enorme que a cultura agrícola da cana-de-açúcar oferece
para a humanidade. “A diversificação
tem sido uma estratégia perseguida de
forma muito eficaz por indústrias canavieiras em vários países”, frisou ele,
lembrando que o Brasil caminhou neste
sentido, movimento que se intensificou
a partir de 1975 quando, reprimido por
uma situação de dependência aguda da
importação de petróleo, ampliou a utilização de etanol como combustível. “Naquele momento, o ATR (Açúcar Total
Recuperável) dedicado para etanol representava 13,2% do ATR total, e passou
a representar 60% naquela safra”.
Outro movimento de diversificação
que está em curso no Brasil é o da bioeletricidade, aproveitando melhor a energia
do bagaço e da palha. “Existe a oportunidade de se aproveitar a energia do biogás a
partir da biodigestão de resíduos da cana-de-açúcar também, que é uma coisa que
deve crescer bastante nos próximos anos,
mas a bioeletricidade é a segunda onda
de diversificação e além do Brasil temos
encontrado iniciativas bem-sucedidas em
outros países, como a Guatemala que iniciou cogeração de forma mais intensa que
o Brasil”, comentou o consultor.
Neste contexto, o presidente da DATAGRO ainda reforçou a importância
de se ter drive. “D de diversificação;
R de regulação, eficaz, enxuta mínima,
sem intervenção; o I de Inovação; o V
de valorização ao produtor e o E do
envolvimento, da educação dos consumidores, da população para entender a
importância que o setor sucroenergético
oferece para a sociedade”, ressaltou.
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
34
Reportagem de Capa
A sustentabilidade pela ótica do agricultor
No painel “Aperfeiçoar - Envolvendo agricultores e usinas nos esquemas
de aperfeiçoamento”, moderado por
Manuela Czinar, especialista em Cadeia
de Custódia da Bonsucro, programas
implantados no sentido de produções
mais sustentáveis foram apresentados
por produtores.
Cláudio Borges Oliveira, diretor de
Relações Externas e Sustentabilidade,
da Raízen, explanou sobre o Programa
Elo, uma iniciativa desenvolvida em
parceria com a Solidaridad e o Imaflora (Instituto de Agricultura e Manejo
Florestal e Certificação). “O programa
foi concebido como uma solução para
a sustentabilidade de condução entre
os fornecedores de cana na Raízen e
para garantir o fornecimento sustentável desta matéria-prima”, disse ele,
contando que cerca de 50% dos 860 mil
hectares que a Raízen tem plantado, são
de produtores de cana parceiros da empresa. “É uma área imensa, são cerca de
3.300 fornecedores de cana engajados
na nossa produção, de altíssimo nível,
grandes e também pequenos, que precisavam de uma indicação para o desenvolvimento, assim nasceu o Programa
ELO, para levar àqueles que tinham
mais dificuldade de acesso aos processos, as melhores iniciativas para que
eles se desenvolvessem”, explicou.
ção para fornecedores para a obtenção
da certificação Bonsucro. “O ELO é
aplicável a 100 % dos fornecedores e
os classifica em quatro níveis de conformidade. A partir daí estabelecemos
planos de ação e no final fazemos uma
avaliação independente para ver se esse
plano de ação foi executado e emite
uma certificação de sua proteção ao seu
desempenho final”, concluiu.
da, migração da juventude para o setor
urbano e falta de habilidades de gestão
empresarial. Além das dificuldades ligadas diretamente à cadeia canavieira,
com quedas de preços de açúcar combinada com aumentos dos custos de
produção, alto custo de financiamento
devido ao risco percebido, conflitos de
terra sobre fronteiras e compreensão diferencial de direitos de propriedade.
O programa baseia-se numa melhoria contínua dos aspectos econômicos,
sociais e ambientais do fornecedor.
Assim como no processo de prepara-
Seguindo a programação, Mike Matsebula, CEO da SSA (Swaziland Sugar
Association, em português, Associação
de Açúcar de Suazilândia - África) destacou os desafios enfrentados naquele
país para que os produtores participem
dos processos de melhoria e as abordagens usadas para lidar com esses obstáculos. Também relatou problemas
enfrentados localmente, como falta de
saneamento básico, educação limita-
Já o diretor geral da Usina Azunosa, de Honduras, Miguel Angel Yagüe,
relatou as melhorias promovidas por
ações de sustentabilidade em um país
em desenvolvimento. “Honduras é o
terceiro país mais pobre da América
Central, enfrentamos muitos problemas, entre eles, o trabalho infantil. Na
usina conseguimos eliminar esta prática
com a implantação de uma escola com
a ajuda da Coca-Cola”, contou ele.
Cláudio Borges Oliveira
Mike Matsebula
Miguel Angel Yagüe
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
35
Yagüe explicou também que como
90% da colheita é manual, os esforços
foram na direção de buscar a proteção dos trabalhadores e muita melhoria foi conquistada após a certificação
da Bonsucro, em 2014, tais como 70%
de economia de água, 45% de redução
nos acidentes nos campos, o tempo de
ociosidade devido a problemas de equipamentos baixou de 90% para 2% e a
empresa passou a ser referência, recebendo visitas de representantes de outras
usinas. “Sustentabilidade não pode ser
somente um item de um check list, é preciso dar sustentabilidade para as pessoas
e as empresas ao nosso redor”, frisou.
Ao discursar, o presidente da CANAOESTE (Associação dos Plantadores de
Cana do Oeste do Estado de São Paulo) e
ORPLANA (Organização de Plantadores
de Cana da Região Centro-Sul do Brasil),
Manoel Ortolan, ressaltou a necessidade
de modernização das associações diante
da transformação que vem passando o setor sucroenergético, assegurando assim,
maior apoio ao produtor, e, por consequência, o suporte às ações de sustentabilidade da cadeia agrícola canavieira.
O executivo destacou o processo de
reestruturação da ORPLANA, resultado
do trabalho feito pela Markestrat (Centro
de Pesquisas e Projetos em Marketing e
Estratégia), com o projeto Caminhos da
Cana, que culminou em um plano estratégico com 19 projetos de melhoria a serem implantados nos próximos anos. A
ORPLANA tem 33 associações filiadas,
representando mais de 16 mil produtores
de cana e movimenta mais de 60 mil milhões de toneladas de cana.
Representantes de diversas associações participaram do evento
Ortolan frisou ainda a relevância da
certificação da Bonsucro para os fornecedores e da sinergia entre o Consecana- SP (Conselho dos Produtores de
Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do
Estado de S. Paulo) e o selo de sustentabilidade permitindo, assim, mais confiabilidade à lealdade do trato entre usinas
e fornecedores. “A certificação é muito
importante porque vai trazer melhoria
de qualidade para as pessoas, tanto para
o produtor e para o trabalhador, como
para a sociedade na medida em que
oferecemos produtos ambientalmente
mais corretos, produtos renováveis. O
setor contribui muito para isso e a gente
espera poder daqui para a frente, com
a ORPLANA, dar uma alavancada em
busca da certificação dos produtores”.
Sven Sielhorst, diretor do programa global da Solidaridad falou sobre o
suporte oferecido pela instituição, que
vai desde o diagnóstico sobre a condição da usina até a implantação de ações
de melhorias, as tornando mais eficaz.
Também ressaltou a necessidade de disseminar as experiências enriquecedoras
conquistadas até agora, a fim de inspirar e envolver pessoas e empresas neste
contexto.
A Solidaridad é uma organização internacional da sociedade civil com mais
de 45 anos de experiência global no
sentido de facilitar o desenvolvimento
social e ecológico responsável e tornar
as cadeias de fornecimento rentáveis.
A entidade funciona em 12 cadeias de
fornecimento e opera através de 10 escritórios regionais em 5 continentes.
No final deste painel, Simon Usher,
diretor executivo da Bonsucro, e Augusto Freire, presidente da Fundação
ProTerra, entregaram a certificação
Bonsucro para o fazendeiro australiano, produtor de cana-de-açúcar, Robert
Quirk, que foi o primeiro produtor a
receber o certificado internacional da
organização. “É importante reconhecer
o trabalho que os agricultores buscam
na sua jornada para a sustentabilidade.
Como também é importante que possam ter as ferramentas para evoluir e se
desenvolver”, afirmou Usher.
Augusto Freire, Robert Quirk
e Simon Usher
Manoel Ortolan
Sven Sielhorst
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
36
Reportagem de Capa
A cana-de-açúcar multiplicada em produtos
Na segunda parte da agenda, o tema
discutido foi “Inspirar - Fazendo progressos; Promovendo mudanças” e teve
como moderadora Diane Stevenson, diretora de Sustentabilidade da CSC Açúcar e integrante da diretoria do conselho
da Bonsucro.
Valéria Michel, gerente de Desenvolvimento Ambiental da Tetra Pack,
explicou que a consciência ambiental
faz parte da estratégia da empresa junto a itens como performance, inovação
e crescimento. “Meio ambiente deu
um grande peso nos projetos da empresa e além de estar incluído na estratégia global, este tema foi reforçado em
muitas pesquisas que fizemos e nos demostrou que o consumidor busca cada
vez mais produtos verdes, ambientalmente amigáveis, empresas com responsabilidade social, ambiental e isso
não é uma moda que vai passar. É uma
tendência forte e que cresce dia a dia”,
elucidou ela, reforçando que além da
reciclagem as pesquisas apontam para
a preferência por produtos feitos com
materiais de fontes renováveis, direcionando uma tendência que a empresa
tem que seguir.
“Começamos em 2011 com as tampinhas de plástico verde, no ano passado nós lançamos uma porcentagem de
plástico verde na nossa embalagem e no
mundo inteiro estamos fazendo desdobramento dessas inovações”, explicou
a profissional, relatando ainda o lançamento da campanha “Cana-de-Açúcar:
A Cultura da Inovação”, em parceria
com ONG Solidaridad, Socicana (Associação dos Fornecedores de Cana de
Guariba), Braskem e Tetra Pak e que
tem como objetivo promover a sustentabilidade e as inovações existentes na
cadeia da cana-de-açúcar.
“Temos uma meta de reduzir o impacto ambiental da cadeia de valor e desenvolver produtos sustentáveis”, disse
ela, frisando que o grande desafio a
superar é conseguir fazer a embalagem
de seus produtos, que é composta por
papel, plástico e alumínio, com 100%
de componentes renováveis.
A intenção de ter 100% das matérias-primas agrícolas sustentáveis também
faz parte da missão da Unilever, contou
Terence Baines, gerente de Fornecimento Sustentável da empresa, durante
sua palestra. Segundo ele, o plano de
sustentabilidade da Unilever foi lançado globalmente em 2010, quando 14%
das fontes eram renováveis, e tem prazo
para ser efetivada em 2020. “E estamos
falando de maionese Hellmann's, Ades,
Knorr, Kibon, entre outros, imaginem o
que tem em cada produto e é isso que
Valéria Michel
Terence Baines
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
nós temos que tornar sustentável até
2020”, salientou ele, contando que este
índice foi de 55% em 2014 e este ano
chegará a 60%.
O ano de 2020 também foi marcado
no calendário da Coca-Cola para que
seus insumos agrícolas sejam 100%
certificados. Segundo Luiz André Soares, gerente de Valor Compartilhado da
Coca-Cola Brasil, a empresa vem trabalhando neste sentido, desenvolvendo
uma cadeia de fornecedores sustentáveis. “O objetivo não é segregar quem
não tem condições de se certificar, mas
construir um canal de diálogo para a
melhoria contínua, tendo como base a
parceria entre todos os elos da cadeia de
produção”, argumentou.
O executivo explicou que a multinacional mira o Brasil em relação à cana-de-açúcar e a maneira sustentável de
sua produção e de seus derivados. No
país, a Coca-Cola compra açúcar de
31 usinas. Soares citou ainda algumas
ações da companhia na geração de valor compartilhado e plano de desenvolvimento comunitário.
Luiz André Soares
37
O futuro - Uma bioeconomia baseada na cana
A inspiração também foi tratada no
último painel da conferência. Sob o
comando de Alfred Szwarc, consultor
de Emissões e Tecnologia da UNICA,
Breno Brasil, responsável pela Cadeia
de Químicos Renováveis da Braskem e
Wildredo Linhares, gerente Geral da Salazyme do Brasil, explanaram sobre suas
ações e o futuro do setor sucroenergético
sob o prisma da sustentabilidade.
jam disponibilizados por fontes renováveis. A Braskem tem 36 unidades no
mundo e seus produtos estão presentes
em 70 países.
A primeira grande inovação aconteceu a partir de setembro de 2010 com
o Plástico Verde I'mgreenT, primeiro polietileno de origem renovável a
ser produzido em escala industrial no
mundo. Investimentos de US$ 290 milhões foram feitos para a produção da
resina fabricada a partir de etanol de
cana-de-açúcar
Por ser feito com uma matéria-prima
uma fonte renovável, o PE Verde ajuda
a capturar e fixar o CO2 da atmosfera,
o principal causador do efeito estufa,
representando, aproximadamente, 2,15
toneladas de gás carbônico para cada
tonelada de Plástico Verde produzido.
Alfred Szwarc
“Ao mesmo tempo em que o mundo
procura alternativas de baixo carbono,
e o setor sucroenergético tem produtos
para oferecer, são criadas barreiras comerciais e questionamentos demasiadamente negativos sobre os biocombustíveis”, afirmou Szwarc, ao enfatizar a
contradição existente na área energética
mundial na busca pela sustentabilidade.
De acordo com o representante da
Braskem, a empresa tem trabalhado
para que os produtos que oferecem se-
Breno Brasil
“Ao conhecer o plástico verde, o
consumidor os vê como uma ótima alternativa para os produtos plásticos e
espera que as marcas líderes sejam as
pioneiras em adotá-las”, afirmou Brasil. Atualmente, mais de 80 marcas, que
vão de embalagens de alimentos a produtos de higiene pessoal, ferramentas
de jardinagem e até de componentes de
carros utilizam a resina. Entre os clientes, estão Johnson & Johnson, Faber-Castell, Kimberly-Clark, Shiseido e
Tramontina, sendo que a Tetra Pak foi
o primeiro fornecedor de embalagens
de alimentos líquidos a utilizar Plástico
Verde em suas tampas e como componente das camadas de suas embalagens
produzidas no Brasil.
O executivo também citou os constantes investimentos em pesquisas
feitos pela companhia visando ao desenvolvimento de novas tecnologias
que permitam a produção de produtos sustentáveis. Uma das iniciativas neste sentido foi anunciada em
2014, quando a empresa juntou-se à
norte-americana Amyris e à francesa Michelin para o desenvolvimento
de tecnologia voltada à produção de
isopreno de fonte renovável, insumo
Wildredo Linhares
químico utilizado pela indústria de
pneus. As empresas trabalham para
acelerar os estudos bioquímicos que
utilizam açúcares oriundos da cana-de-açúcar e de insumos de celulose.
“A inovação pode ser uma solução
para muitos desafios que enfrentamos
hoje. A cana-de-açúcar tem o potencial
para criar uma nova classe de produtos
renováveis e sustentáveis”, afirmou Linhares da Solazyme Bunge ao falar sobre o processo utilizado pela empresa
para produzir produtos renováveis com
baixa pegada de carbono. A empresa é
uma Joint Venture formada pela Bunge
Brasil e a Solazyme, que tem uma fábrica de óleos renováveis e bio-produtos,
instalada ao lado da Usina Moema, em
Orindiúva-SP, com capacidade anual
100 mil toneladas de óleos.
“Nosso processo de produção de fermentação fechado utiliza microalgas
para converter o açúcar em quase todo
o tipo de óleo, ingredientes alimentares
e outros produtos”, explicou ele, contanto que atualmente, clientes como
Unilever, Basf e Natura utilizam em
seus produtos o óleo de microalgas produzidos pela empresa. E o desafio “O
próximo desafio é na área de alimentos,
vemos um mundo cada vez mais procurando por alimentos melhores, onde
os consumidores saibam a origem desses produtos e que a gente possa trazer
benefícios para eles”, disse concluindo
que não há mais como desassociar sustentabilidade de performance.
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
38
Reportagem de Capa
A primeira do Nordeste
O Grupo Serra Grande, formado pela
Usina Serra Grande, localizada em São
José da Laje (Alagoas) e pela Usina Trapiche, situada em Sirinhaém (Pernambuco), conhecido por conciliar atividade
agrícola com conservação da diversidade
biológica, principalmente pelo trabalho
de preservação da Mata Atlântica, caminha para ser a primeira empresa a ser certificada pela Bonsucro no Nordeste.
De acordo com a engenheira química e coordenadora de Qualidade da unidade Serra Grande, Mariângela Donata,
o processo de certificação começou em
2014, sendo que a pré-auditoria aconteceu em março deste ano, seguindo os
Dayse Goves (Bonsucro), Márcia Lessa, Simon Usher e Mariângela Donata
procedimentos da certificadora até o
momento. “Se conseguirmos vamos ser
a primeira do Nordeste com esse selo
de sustentabilidade internacional”, dis-
se ela que participou da Bonsucro Week
2015, ao lado da consultora de alimentos com padrões Bonsucro, Márcia Lessa, da Inprocess Consultoria.
Projeto RenovAção
O relatório de atividades desenvolvidas entre 2010 e 2015 do Projeto RenovAção, considerada uma das
iniciativas mais bem-sucedidas de
requalificação profissional na cadeia
produtiva da cana, foi apresentado
durante o evento. Coordenado pela
UNICA e pela FERAESP (Federação
dos Empregados Rurais Assalariados
do Estado de São Paulo), com parceria das multinacionais SYNGENTA,
FMC, JONH DERRE, CASE IH e
IVECO e que tem apoio de organizações internacionais como a Fundação Solidaridad e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento),
o programa capacitou ao todo 6.650
trabalhadores entre 2010 e 2015,
além de incentivar projetos de requalificação profissional nas próprias
empresas do setor, formando outros
20 mil pessoas.
Concebido em dois módulos, o programa oferece 30 cursos, sendo 16 direcionados à atividade agroindustrial
Maria Luiza Barbosa, Fátima Cristina Cardoso, Elizabeth Farina e Edgardo Legar
canavieira e 14 para o aumento de
renda, tendo aulas práticas e teóricas
oferecidas por 20 escolas do SENAI
(Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial) envolvendo milhares de
cortadores de cana nas cidades de Ribeirão Preto, Piracicaba, Bauru, Araçatuba, São José do Rio Preto e Presidente Prudente-SP.
Na ocasião, ao fazer seu pronunciamento, a presidente da UNICA, Elizabeth Farina, ressaltou a importância do
projeto devido as intensas mudanças
ocorridas na área de cana-de-açúcar
frisando que seria uma perda de oportunidade não ter um programa de requalificação como este. “Ações como
estas são primordiais no processo de
implantação de melhores práticas sociais e ambientais no setor. E isso só
foi possível porque envolveu diversos
agentes da cadeia produtiva”, afirmou
a executiva ao lado de Maria Luiza
Barbosa, consultora de Responsabilidade Social da UNICA, Fátima Cristina Cardoso, da Solidariedad e Edgardo
Legar, da CASE IH.
Premiação
O encerramento da Bonsucro Week
2015 aconteceu com uma cerimônia
de premiação por reconhecimento para
empresas e profissionais durante jantar
de confraternização. Divididos em qua-
tro categorias, os vencedores foram:
“Melhoria contínua em práticas de moagem: Mitr Phol Sugar Group”; “Melhoria contínua em práticas agrícolas:
Dr. Gopinathan Mambully”; “Compra-
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
dores em suporte à mudança transformacional: The Coca Cola Company”
e “Liderança: Miguel Angel Yagüe e
Ruth Ascencio Monrea da Azucarera
del Norte S.A. (AZUNOSA)”.
39
Entrevista Ulisses Fanton, diretor vice-presidente da ASSOBARI
ASSOBARI é pioneira em cana certificada
Andréia Vital
A Assobari (Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Bariri-SP) é a primeira entidade no mundo a
implantar um projeto de certificação na
produção de cana-de-açúcar. O trabalho
de melhoria contínua dos produtores
em busca da sustentabilidade se iniciou
em 2008, através de uma parceria da associação com a usina Della Coletta e o
SEBRAE, dando origem ao Protocolo
de Qualidade Agro Socioambiental.
“A certificação gera produtos com
mais qualidade e rastreabilidade em todo
o processo, possibilitando abertura de
novos mercados”, afirma Ulisses Fanton,
diretor vice-presidente da entidade. Atualmente, 65 de um total de 256 associados
da ASSOBARI possuem certificado, sendo que a norma de qualidade é renovada
anualmente mediante o cumprimento de
300 itens, que incluem ações de proteção
ambiental de APPs e APAs, solo e de reflorestamento, orientações e cuidados no
armazenamento de produtos químicos;
treinamento prévio de operação de agrotóxicos e equipamentos; assistência médica e hospitalar, entre outros.
O modelo de produção da associação
foi conhecido por representantes de 25 países durante a Bonsucro Week, realizada no
final de outubro, no Brasil, pela Bonsucro,
atualmente o modelo de certificação mais
usado no país no que se refere à avaliação
da sustentabilidade dos produtos fabricados a partir da cana-de-açúcar.
A visita faz parte do processo para a
ASSOBARI conseguir um selo de reconhecimento internacional, com a certificação Bonsucro, sendo que no momento, as práticas de sustentabilidade que
os fornecedores de cana da associação
estão implantando passam por análise
da certificadora.
Confira entrevista com Fanton e saiba mais sobre o assunto:
Revista Canavieiros: A ASSOBARI é a primeira associação a ter cana
certificada através de um Protocolo de
Qualidade Agro Sociambiental. Desde
quando são certificados? Quais foram
os desafios que enfrentaram até conseguirem a certificação?
Ulisses Fanton: O processo de certificação começou no ano de 2008, com o
lançamento da Norma pioneira mundialmente criada pela ASSOBARI, denominada Protocolo de Qualidade Agro Socioambiental. Em 2012, foi feita a integração
desta norma com a norma Bonsucro.
Os desafios foram muitos, mas podemos citar como primordial o pioneirismo, onde tivemos que elaborar
todos os requisitos da norma e depois a
conscientização do produtor em aderir
algo que ninguém havia feito e seguir
a norma com tudo o que ela traz de
exigência, tanto no campo, com os funcionários, saúde, bem-estar e também a
gestão administrativa da sua propriedade, fazê-lo entender que sua propriedade rural também é uma empresa.
Revista Canavieiros: Quantos
associados tem hoje a ASSOBARI?
Quantos já têm certificado? Quanto
produzem ao todo?
Ulisses Fanton: Atualmente a ASSOBARI conta com um quadro de 256
associados, onde 65 são certificados
pela nossa norma de qualidade. A certificação Bonsucro está em andamento,
sendo que está programada uma auditoria deles para o final deste ano.
Estima-se que para este ano, até o final da safra 2015/16, produziremos por
volta de 800.000,00 toneladas.
Revista Canavieiros: Esses produtores contam com parceria com alguma usina para a certificação?
Ulisses Fanton: Atualmente não. Na
Bonsucro existe a cadeia de custódia,
onde o fornecedor entrega a matéria-prima para a unidade industrial, e assim há o processo completo.
Revista Canavieiros: Existe processo em andamento para certificar
outros associados?
Ulisses Fanton: Sim. Estamos com o
projeto em andamento, buscando novas
parcerias, pois a nossa meta é que todos
os nossos associados sejam certificados.
Revista Canavieiros: Em sua opinião, quais são os desafios que outras
associações no Brasil terão que vencer
para conseguir o selo da Bonsucro?
Ulisses Fanton,
diretor vice-presidente da Assobari
Ulisses Fanton: Acredito que é envolver a associação para cumprir todas as
exigências da norma Bonsucro. Para isso
deve haver um trabalho minucioso de
conscientização e prioridade, treinando
os funcionários para tal função, e acreditando que é possível. Complemento ainda que além de ser um desafio, enxergo
como benefício para associação, pois ela
cria vínculo maior com o produtor.
Revista Canavieiros: A lei trabalhista e ambiental no Brasil é mais rígida do que em outros países, isso pode
ser um obstáculo a mais a ser enfrentado, já que a certificação é baseada
nas leis de cada país?
Ulisses Fanton: Não, pois estamos
sempre em compromisso com as leis
vigentes brasileiras.
Revista Canavieiros: Poderia dizer
quais foram os ganhos conquistados
para a Assobari com a certificação?
Ulisses Fanton: Gestão de qualidade
interna, nas propriedades e documental;
maior produtividade na cana-de-açúcar
entregue pelos nossos associados certificados; maior quantidade em valor de
ATR (Açúcar Total Recuperável); menor
utilização de fertilizantes químicos e agroquímicos; controle de estoque de produtos
para lavoura canavieira e visão gerencial
global a longo prazo da propriedade.
Revista Canavieiros: De um modo
geral, a certificação para os produtores
de cana trará quais ganhos para o setor?
Ulisses Fanton: Sim, pois teremos
produtos com mais qualidade e rastreabilidade em todo o processo, possibilitando abertura de novos mercados. RC
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
40
Destaque I
1º Dia de Campo “Mais Cana” discute e
apresenta tecnologias para produção de MPBs
O presidente da Canaoeste e da Orplana, Manoel Ortolan, esteve presente e destacou o trabalho do
grupo organizador para estimular a participação dos produtores
Igor Savenhago
O
setor sucroenergético já não
é mais o mesmo. O 1º Dia de
Campo “MaisCana”, realizado
no dia 12 de novembro em Luiz Antônio-SP, deu mostras de que ele evoluiu
consideravelmente nos últimos anos. E
que as novas tecnologias poderão ser
um divisor de águas definitivo.
O evento, que teve a presença do secretário de Agricultura e Abastecimento
do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, é resultado de um trabalho feito
pela Coplana (Cooperativa Agroindustrial), pela Socicana (Associação dos
Fornecedores de Cana de Guariba) –
ambas em Guariba e que fazem parte do
mesmo Sistema – e pelo IAC (Instituto
Agronômico), e apresentou os avanços
na produção de MPBs (Mudas Pré Brotadas) para o plantio da cana-de-açúcar.
Por este novo método, são usadas cerca
de duas toneladas de cana por hectare,
contra 16 a 18 no tradicional. Economia
que permitirá aumentar a quantidade de
matéria-prima nas usinas.
Em março deste ano, essas entidades
haviam lançado, oficialmente, o Programa “Mais Cana”, visando aumentar
a produtividade das lavouras para, pelo
menos, 100 toneladas por hectare – as
atuais médias na Região Centro-Sul do
Rogério Consoni, produtor da
Fazenda Santa Maria
país tem se mantido em torno de 70.
No Dia de Campo, foram expostos os
resultados da primeira fase do projeto,
que consistiu na implementação de viveiros de mudas em oito propriedades
rurais, consideradas polos.
Uma delas foi a Fazenda Santa
Maria, do produtor Rogério Consoni, onde o evento foi realizado. Lá,
os participantes foram divididos em
grupos e visitaram cinco estações, que
corresponderam às etapas de produção
das MPBs: ambientes de produção,
matrizeiros (viveiros primários), irrigação, desenvolvimento de variedades
e transplantadoras.
Manoel Ortolan,
presidente da Canaoeste
A Canaoeste foi representada por
seu presidente, Manoel Ortolan, que
também comanda a Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região
Centro-Sul), pela gestora técnica e operacional, Alessandra Durigan, e pelos
agrônomos Daniela Aragão Santa Rosa,
da filial de Pontal-SP, Danilo Fonseca Mazone, de Cravinhos-SP, e Breno
Souza, de Descalvado-SP.
restante do país quando o assunto for a
implantação de canaviais sadios e produtivos. Isso porque, além de Rogério Consoni, mais sete produtores polos estão espalhados por várias regiões do Estado de
São Paulo e são membros de associações
atuantes no Centro-Sul. São eles: Francisco Antônio de Laurentis Filho (Guariba),
Luiz Lahr e Condomínio (Pindorama),
Manoel Carneiro (Dumont), Renato Trevisoli (Taquaritinga), Ricardo Bueno (Jaboticabal), Roberto Cestari (Palestina) e
Sérgio Pavani (José Bonifácio).
Os organizadores consideram que
o “Mais Cana” será referência para o
Tendas foram montadas na Fazenda
Santa Maria para receber os inscritos
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
41
Bruno Rangel Geraldo Martins,
presidente da Socicana
e para que empresas do ramo demonstrassem seus produtos e equipamentos.
Antes das visitas às estações, foi feita a
abertura oficial. As boas-vindas foram
dadas pelo presidente da Socicana, Bruno Rangel Geraldo Martins.
Na sequência, o diretor do Centro de
Cana do IAC, Marcos Landell, falou sobre a importância do “Mais Cana”. Na vi-
Marcos Landell,
diretor do Centro de Cana do IAC
são dele, as novas tecnologias precisam
gerar impacto no campo. “Não adiantam
novas descobertas, se não houver transferência de tecnologia. Esse é o sentido
de existir da nossa instituição”. Landell
afirmou, ainda, que existem muitos desafios envolvidos na produção e plantio
de MPBs e que eles só serão vencidos
com a união da cadeia produtiva. “Está
havendo um resgate da canavicultura. O
produtor, que havia deixado de investir e
de fazer o necessário para a lavoura, volta a planejar, inclusive na busca de variedades. Questões como essa estão sendo
fomentadas pelo ‘Mais Cana’, projeto
que não teria essa grandeza não fosse o
esforço de dezenas de pessoas”.
A preocupação com os rumos da
produção agrícola foi personificada,
ainda na abertura, em Rogério Consoni. Em 2013, interessado nas MPBs,
ele procurou o IAC e foi convidado a
integrar o programa. Começou com “50
copinhos” e não parou mais. “O ‘Mais
Cana’ é completo porque avalia as condições de solo, faz a adequação das
variedades e o plantio correto. Estou
aprendendo bastante”, disse, durante a
solenidade, em que contou a experiência com a nova tecnologia.
O presidente da Coplana, José Antonio de Souza Rossato Junior, declarou
que é “especial” ver a evolução de um
projeto como esse na entidade. Para ele,
os esforços, daqui para a frente, têm um
objetivo claro: aumentar a produtividade
dos canaviais, com consequente com-
José Antonio de Souza Rossato Junior,
presidente da Coplana
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
42
petividade, que permita ao produtor se
manter na atividade. “Há dois anos, tomamos um chacoalhão do nosso conselho consultivo, de que era necessário um
olhar diferenciado. Não estávamos colocando tanto foco na cana. Agora, precisamos estar preparados, porque, quando
você começa a colocar luz nas novas
tecnologias, os desafios não diminuem.
Pelo contrário. Temos o desafio da água,
muito importante para as MPBs, a produção das mudas propriamente ditas e
em melhorar as transplantadoras”.
Cinco estações
Divididos em grupos, os participantes
do Dia de Campo visitaram cinco estações, correspondentes às fases de produção das mudas pré-brotadas. Os grupos
foram divididos por cores. A reportagem
da Revista Canavieiros ficou no laranja,
cuja primeira parada foi nos experimentos de campo com os lançamentos mais
recentes em transplantadoras. Cinco novos equipamentos foram demonstrados,
entre eles um desenvolvido pela Sathya
Maquinários, que oferece dois sistemas
de distribuição – por copo e pinça – e
planta de 2500 a 5 mil mudas por hora
por linha. Outro, da Motoagro, uma
adaptação de uma plantadora de abacaxi,
tem um rendimento no plantio de cana
de quatro hectares por dia.
A próxima parada foi na estação de
ambientes de produção, onde especialistas alertaram para a importância de
definir o tipo de solo de uma propriedade antes de sistematizar o plantio. Também foram apresentadas tabelas com as
produtividades médias, para cada solo,
dos primeiros cinco cortes.
Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura de SP, e
Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste
Destaque I
Os agronomos da Canaoeste Danilo Mazoni, Alessandra Durigan, Daniela Aragão e
Breno Souza participaram do evento
Na terceira estação, o CTC (Centro
de Tecnologia Canavieira), a Ridesa
(Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético)
e o IAC colocaram à disposição agrônomos e materiais impressos para tirar
dúvidas sobre novas variedades desenvolvidas por esses institutos.
No quarto estande, a empresa israelense Netafim, com filiais em Ribeirão
Preto e Recife-PE, apresentou projetos
de irrigação voltados à cana-de-açúcar
e benefícios da adoção da prática. Foram mostrados exemplos em que a
produtividade dos canaviais superou as
expectativas. Em Juazeiro-BA, o Projeto Salitre, que utiliza tecnologia da Netafim, chegou à marca de 272 toneladas
por hectare. Já em Iturama-MG, numa
propriedade que tinha média de 84,7
ton/ha em mais de uma década, o número saltou para 99 ton/ha com a soma
da produtividade obtida só nos últimos
dois anos.
Na última estação, foram expostos
exemplares de MPB, além de técnicas
de produção e materiais necessários à
implantação de viveiros. O encontro
terminou com um almoço.
Antes, o presidente da Orplana e
da Canaoeste, Manoel Ortolan, e o secretário de Agricultura de SP, Arnaldo
Jardim, falaram ao público. Ortolan
lembrou que, em 2001, os grupos de
produtores que compõem a Coplana e
a Socicana propuseram mudanças nas
práticas do setor. “Agora, eles vêm com
esse novo trabalho. E não tenho problema em dizer: ‘O que é bom se copia’.
Estamos sempre em busca do interesse
dos produtores. E, nesse caso, eles estão
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
dando o exemplo. São juntos, ativos e,
por isso, ocorrem avanços”.
Entusiasmo
Jardim encerrou o evento. Primeiramente, disse ser um entusiasta do método
de propagação da cana por mudas pré-brotadas. Depois, apontou três vantagens
do sistema: o aumento da produtividade,
a possibilidade de repovoar falhas deixadas pelo plantio tradicional e a redução da
distância entre o desenvolvimento de novas cultivares e sua aplicação no campo,
que antes era mais demorada.
Ele também anunciou o reabastecimento da linha de financiamento do
Governo Estadual disponibilizada para
a formação de viveiros, que havia sido
anunciada durante a Fenasucro e cujos
recursos já haviam acabado. Os produtores podem, com isso, obter empréstimo de até R$ 200 mil, por meio do
FEAP (Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista), com prazo de pagamento de até seis anos e carência de até
dois. A taxa de juros é de 3% ano e o
bônus de adimplência, de 2,25%. Podem ser financiados todos os itens necessários para montar a estrutura, bem
como aquisição de mudas, desde que
façam parte do mesmo projeto.
Por fim, o secretário afirmou que a situação do setor “está melhor este ano”.
Reflexo da recuperação dos preços do
etanol. “Isso não resolve, no entanto, as
dívidas do passado nem as projeções de
futuro. Só no Estado de São Paulo, 32
usinas estão paradas e 34 em recuperação judicial. Queremos previsibilidade,
através da definição do papel do etanol
e da eletricidade de biomassa na matriz
energética brasileira”. RC
43
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
44
Destaque II
GATUA debate papel da Tecnologia da
Informação diante da crise no setor canavieiro
11ª edição do evento realizado pelo grupo, durante três dias em Ribeirão Preto-SP, contou,
pela primeira vez, com discussão de temas relacionados à área industrial
Igor Savenhago
Q
uase 250 inscritos para um
evento antenado com as mudanças em curso no setor sucroenergético. Vinte e três estandes, em
que foram expostos os mais recentes
avanços em TI (Tecnologia da Informação) para a cadeia produtiva da cana-de-açúcar. Três dias de palestras, com
assuntos abordados simultaneamente
em duas salas. Essa foi uma síntese do
11º Congresso GATUA, realizado no
Centro de Convenções Taiwan de 21 a
23 de outubro, em Ribeirão Preto/SP.
O GATUA (Grupo das Áreas de Tecnologia das Usinas de Açúcar, Álcool
e Energia) nasceu em março de 2014,
com o intuito de pensar em soluções e
compartilhá-las entre as empresas. É
presidido por Carlos Barros, o Bill. Segundo ele, o evento deste ano foi um retrato da necessidade de reagir à crise que
afeta o setor desde 2008. Por isso, trouxe
uma novidade. “Um dos pontos muito
comentados e elogiados foi a inclusão,
na grade do congresso, pela primeira
vez, de temas relacionados à indústria.
Nas edições anteriores, sempre tivemos
bastante conteúdo voltado às áreas agrícola, motomecanização, financeira, fiscal, tributária e Recursos Humanos. Mas
foi a primeira vez que tivemos palestras
Carlos Barros,
presidente do GATUA
e soluções para a área industrial. Isso é
muito bom, pois temos um evento do
qual todas as áreas das empresas podem
participar e fortalecer o seu netwoork,
com boas possibilidades de contato com
os fornecedores e suas novidades”.
Nos três dias de congresso, os inscritos tinham tarefas bem divididas: de
manhã, escolhiam as palestras de preferência, que eram realizadas simultaneamente em duas salas, e acompanhavam
mesas redondas – outra inovação deste
ano –, sobre diversos temas relacionados a TI. À tarde, visitavam a exposição, para conferir lançamentos e conhecer detalhes técnicos dos produtos. Um
dos estandes foi ocupado pela Revista
Canavieiros, que disponibilizou as edições mais recentes e cadastrou interessados em recebê-la em casa.
Todos os pontos debatidos apontaram para uma unanimidade: o reconhecimento de que os investimentos
em TI são um diferencial para as organizações enfrentarem o desafio de se
manter competitivas, principalmente
num cenário de instabilidades, como o
que enfrentam. Além do que é preciso
promover uma integração de todos os
setores de uma usina, desde o acompanhamento da matéria-prima no campo
até ponta final da produção na indústria.
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
Esses aspectos foram abordados em
três mesas redondas, cada uma fechando
o ciclo de palestras de um dia do evento.
No dia 21, foi pauta o papel do BackOffice – termo que se refere aos setores
administrativos de uma empresa, cuja
característica é ter pouco ou nenhum
contato com os clientes. No dia 22, a discussão foi para a indústria, sobre como
ampliar o contato entre as áreas TI e TA
(Tecnologia de Automação). E, no último dia, foi proposta uma reflexão sobre
automação no campo, suas limitações
e desafios. “Quando este evento começou, há 11 anos, o foco era puramente
técnico. Só participava o pessoal de TI.
Até que se descobriu que uma usina não
faz sistemas, não desenvolve softwares.
Por isso, é preciso haver integração entre diferentes setores. Hoje, o congresso
é reflexo das mudanças por que passa o
setor, recebendo gente de todas as áreas
das usinas”, afirmou Bill.
Para o presidente do GATUA, no
entanto, ainda existem paradigmas,
como a pouca participação da indústria
nos debates, o que justifica a inclusão
de temas relacionados só agora, mais
de uma década depois da realização do
primeiro congresso. “A participação do
pessoal da agricultura no GATUA já é
histórica. Já a indústria sempre foi um
pouco distante quando se fala em TI.
45
Cabe ao próprio pessoal da TI trazer
esse pessoal para cá”.
Olhar para o futuro
Entre as principais conclusões das
mesas redondas, houve o entendimento
de que é preciso enxergar a Tecnologia
da Informação como investimento e
não como gasto. Na visão dos especialistas, o BackOffice é fundamental para
garantir um melhor posicionamento de
uma empresa no mercado, mas pode
significar prejuízos se não for bem gerido. “Ter pessoal capacitado, munido
de informações, dando respostas rápidas quando solicitado, é um fator de
sustentabilidade, ou seja, sustentar a
qualidade que você conseguiu atingir”,
disse Bill.
Marcos Xavier, Samuel Silva e
Cláudio Policastro
Na mesa sobre a indústria, que contou com a participação de Marcos Xavier, da empresa Saveway, de Samuel
Silva, da Conceitto, e de Cláudio Policastro, da Pentagro, mediados por
Ogler do Vale, da Usina Santa Izabel, o
recado foi que a automação é muito importante para uma usina, principalmente no enfrentamento de um cenário de
crise, mas sua implantação precisa ser
altamente planejada. Nos últimos anos,
como os investimentos foram muito
centrados nos processos, o desafio agora é trabalhar fatores periféricos, por
exemplo o controle de estoque.
Vale questionou os convidados sobre
automações malfeitas, afirmando que não
é raro encontrar nas usinas apostas não
eficazes, o que denota desperdício de dinheiro. O consenso foi que isso acontece
quando os requisitos dos projetos de automação não são bem coletados, resultado
de decisões unilaterais, decorrentes justamente da falta de integração dos setores
operacionais com as áreas de TI.
Adriano Cantareiro, Fábio Turati e
Daniel Padrão
Na mesa sobre automação no campo,
Fábio Turati, da TOTVS, Daniel Padrão,
da Solinftec, e Adriano Cantareiro, da
Markanti, sob mediação de Bill, falaram
sobre a os desafios de entender as necessidades dos clientes. Para Cantareiro,
uma das barreiras desse processo está no
custo. “Apesar da tecnologia ter evoluído
bastante nos últimos anos, o custo ainda
trava os investimentos”. Segundo ele,
existe ainda uma desconfiança por parte
de alguns investidores na capacidade dos
operadores de novos equipamentos.
Na opinião de Padrão, é preciso que
haja uma maior aproximação dos diretores agrícolas em relação às áreas de
TI. “Isso tem avançado. Já há um entendimento de que as coisas estão diferentes. Existe muita gente de TI tra-
balhando no campo”. Já Turati acredita
que, frente às mudanças recentes do
setor, os gestores devem conhecer cada
vez mais seus negócios, de forma a se
preparar para eventuais correções rápidas de rumo. “Uma saída rápida para a
crise do setor é o etanol. Se houver, por
exemplo, uma mescla da produção com
etanol de milho, isso mudaria todo o
processo das usinas”.
Representantes de usinas de outros
países marcaram presença: um do Equador e outro da República Dominicana. O
congresso também contou com a SGSV,
empresa da Costa Rica especializada em
transportes e segurança no trânsito.
Para o próximo ano, conforme Bill, o
GATUA trabalha com a perspectiva de
recuperação do setor. Tanto que a 12ª
edição do congresso já está marcada:
19 a 21 de outubro de 2016. “Deveremos divulgar agora em novembro a pré-proposta para 2016, com as condições
de participação, e faremos também a
tradicional pesquisa e coletas de ideias
para que possamos melhorar sempre o
formato do evento. Temos que ouvir
tanto as usinas, como principais interessadas, quanto as empresas expositoras e
palestrantes”.
Palestra destaca Selo
GATUA de Qualidade
Numa das palestras do último dia do
evento, foi detalhado todo o Programa
“SGQ – Selo GATUA de Qualidade” –
conceito, princípios e metodologia de
trabalho. O projeto consiste em saber
opinião de quem já é cliente de um produto ou serviço de TI e disponibilizá-la
àqueles que precisam tomar a decisão
de compra ou contratação.
“Conseguimos elaborar uma metodologia que permite, através de um universo
de quesitos apresentados aos clientes de
um produto ou serviço, identificar todos
os pontos de melhoria possíveis e informá-los de forma estruturada também ao
fabricante, para que este promova ações
de melhoria contínua”, explica Bill.
As empresas certificadas pelo programa passam a contar com o apoio
do GATUA para qualquer ação que
queiram tomar, visando apresentar-se
como fornecedora para o setor sucroenergético. Em contrapartida, passa
também a ter o mesmo GATUA como
agente apurador do grau de satisfação
das usinas, com relação aos produtos e serviços ofertados pelo mercado de TI. “Já tivemos casos em que
uma parceria de longa data, entre uma
usina e um fornecedor, ficou bastante
abalada por um fato em que os dois
lados tinham seu grau de responsabilidade, porém um tentava jogar para o
outro. Após nossa atuação como mediadores, além de resolver o problema, a parceria foi recuperada e hoje,
tanto usina quanto fornecedor, vivem
em harmonia”. RC
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
46
Informações Setoriais
Chuvas de outubro & previsões climáticas
- novembro 2015 a janeiro de 2016
Quadro 1:- Chuvas observadas durante o mês de outubro de 2015.
Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Consultor
A média das chuvas de outubro de 2015
(91mm), foi inferior à da média histórica
(112mm), mas 2 vezes e meia superior à da média do mês de outubro de 2014 (39mm). Merece
destacar os menores volumes de chuvas, neste
mês de outubro, na UI Andrade, EEC-Bebedouro e na região das Unidades Guarani (Cruz Alta
e Severínia). Aos *26mm em São Simão, IAC-Ciiagro, não estão computadas as chuvas dos
dias 30 e 31 de outubro.
O
s mapas A1 e A2, a seguir
mostram os diferenciais de
distribuição das chuvas de outubro de 2014 e 2015 no Estado de São
Paulo. Em 2014 (mapa A1) as chuvas
(25 a 200mm) ocorreram em gradiente decrescente do Oeste e Leste para
a região Central do Estado. Enquanto
que, em outubro de 2015 (mapa A2),
as menores chuvas (25) 50mm ficaram
concentradas na área Central do Estado,
crescendo (100 a 200mm) em direção
ao Centro-Sul, Oeste e Sudoeste.
Estes dados são disponibilizados diariamente pelo site Canaoeste e, as suas
médias mensais e as normais climáticas, são também aqui apresentadas no
Quadro 2.
Os artigos mensais de Informações
Setoriais (Climáticas) contam com o
trabalho diário das anotações de chuvas
dos Escritórios Regionais e, neste mês,
sendo condensados em Morro Agudo.
Os dados do quadro 2 mostram, no
destaque do canto inferior direito, as
expressivas diferenças observadas entre
os totais dos meses de Janeiro a Outubro de 2015, 2014 e 2013. Observa-se
que o acumulado das médias mensais
das chuvas em 2015 está 150mm menor que a de 2013 (devendo-se às menores chuvas de janeiro), mas quase o
dobro das de 2014. As normais climáticas (1.111mm, em 2013; 1.020mm,
em 2014 e 1.006mm em 2015) se mostram diferentes face às ponderações das
Mapa A1 - outubro 2014
Mapa A2 - outubro 2015
médias históricas (normais climáticas)
destes três anos.
Para planejamentos próximo-futuros, a Canaoeste resume o prognóstico
de consenso entre o Instituto Nacional
de Meteorologia e o Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais para os meses
novembro, dezembro 2015 e janeiro
2016, como descrito a seguir e ilustrado
no Mapa 4, abaixo:
• Nestes meses, as temperaturas tendem também a serem próximas a acima
das respectivas normais climáticas para
toda Região Centro Sul do Brasil;
• Pelo consenso climático INMET-INPE, as chuvas poderão ocorrer com
iguais probabilidades para as três categorias (acima, próxima e abaixo das
normais climáticas) em todas as áreas
assinaladas em cinza; enquanto que,
poderão prevalecer previsões de chuvas
acima das respectivas normais climáticas na área verde do Mapa.
• Tendo-se como referência o Centro
de Cana-IAC, as médias históricas das
chuvas em Ribeirão Preto e municípios
vizinhos são de 170mm em novembro e
270mm em dezembro e em janeiro.
Nos mapas B1 e B2 são apresentados os comparativos de distribuição
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
47
Quadro 2:- Somas das chuvas mensais de janeiro a outubro de 2013, 2014 e 2015 anotadas
pelos Escritórios Regionais; bem como, as respectivas médias mensais e normais climáticas.
OBS:- Normais climáticas (ou médias históricas) correspondem as dos locais enumerados
de 1 a 10 e a do Centro de Cana IAC - Ribeirão Preto.
Mapa B1 - outubro 2014
Mapa B2 - outubro 2015
Mapa 4:- Elaboração Canaoeste do Prognóstico
de Consenso entre INMET-INPE para novembro
(final) - dezembro 2015 e janeiro 2016
áreas sucroenergéticas dos Estados das
Regiões Centro-Oeste e Sudeste do
Brasil e no Estado do Paraná, a soma
das chuvas poderá ser ligeiramente inferior às respectivas médias históricas,
porém bem mais chuvoso que janeiro
de 2014 e 2015.
A Canaoeste recomenda especial
atenção aos produtores de cana que,
pelas atuais previsões climáticas (maior
umidade do solo e do ar), as incidências de cigarrinha das raízes poderão
ser mais frequentes. Se deixarem remanescentes de cana para a próxima
safra, o monitoramento e controle desta
exigirão muita atenção. Caso contrário,
podem correr riscos de grandes perdas
em qualidade e produtividade para a
próxima colheita.
das chuvas entre estes dois anos. Em
outubro de 2014 (mapa B1) pode-se
notar as menores e desfavoráveis distribuições de chuvas em (quase) todos
os estados da região sucroenergética
do Centro-Sul do Brasil. Se bem que,
excetuando as áreas sucroalcooleiras
do Centro-Sul do Mato Grosso do
Sul, de todo Estado do Paraná e a faixa Sudoeste do Estado de São Paulo,
em outubro de 2015 não foi muito diferente de outubro de 2014.
A SOMAR Meteorologia, pelos
modelos climáticos que utiliza, prevê
para a Região Centro-Sul do Brasil,
mais detalhadamente, que: a) chuvas
neste meio de novembro serão de menores volumes, porém frequentes e,
durante a última semana deste mês,
poderá ser mais chuvoso; b) durante
o mês de dezembro prevê-se que, salvo alguns períodos mais chuvosos, as
chuvas tenderão ser de pancadas aos
finais dos dias; e, c) em janeiro, nas
A Canaoeste estará sempre atenta,
com previsões mais confiáveis possíveis e com as antecedências necessárias
aos planejamentos de plantio.
Estes prognósticos serão revisados
nas edições seguintes da Revista Canavieiros. Fatos climáticos relevantes serão noticiados em www.canaoeste.com.
br e www.revistacanavieros.com.br.
Persistindo dúvidas, consultem os
Técnicos mais próximos ou através do
Fale Conosco Canaoeste. RC
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
48
Pragas e Doenças
Simpósio na Unesp de Jaboticabal discute
controle de plantas daninhas na cana
Um dos destaques ficou por conta das MPBs (Mudas Pré-Brotadas), que precisam de manejo
específico para escapar de possível intoxicação provocada pelos herbicidas
Igor Savenhago
O
assunto do momento quando
se fala em produção canavieira
no Brasil não poderia ficar de
fora do VI Simpósio sobre Manejo de
Plantas Daninhas na Cultura da Cana-de-Açúcar, realizado na Unesp de Jaboticabal, nos dias 8 e 9 de outubro. As
MPBs (Mudas Pré-Brotadas) chamaram a atenção de quem esteve no Centro de Convenções Prof. Dr. Ivaldo Melito, na FCAV (Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias). Os debates
sobre a tecnologia, entre outros temas
que prometem revolucionar os sistemas
de plantio, atraíram mais de 100 produtores e pesquisadores.
As formas de controle de plantas que
podem comprometer o desenvolvimento das MPBs foram abordadas por Carlos Alberto Mathias Azani, do Centro
de Cana do IAC (Instituto Agronômico). Ele apresentou o que, segundo pesquisas, tem se mostrado, por enquanto,
o método mais eficaz de atuação. Isso
porque “não há um manejo ainda 100%
elucidado para mudas pré-brotadas”. É
preciso, diante disso, ir fazendo testes e
propondo ajustes.
Azani explicou que tem sido recomendado fazer a aplicação de herbicidas
entre 45 a 60 dias antes do plantio das
MPBs, esperar passar a fase de pegamento, mais sensível, e voltar a aplicar
em 45 a 50 dias após o plantio. Neste
caso, a dica é restringir o produto ao
solo, sem pegar as partes verdes da cana.
Segundo ele, o uso desses químicos durante o pegamento, período compreendido aproximadamente entre o 24º e o 40º
pós-plantio, pode provocar intoxicação
e a morte da MPB, já que os tecidos da
planta jovem ainda não têm a capacidade
de resistir ao produto. “A partir dos 45 a
50 dias após o plantio, a muda atinge um
desenvolvimento similar aos do tolete
do plantio tradicional. Neste caso, pode
existir intoxicação, mas é recuperável”.
O pesquisador alertou para o extremo cuidado com o manejo das MPBs,
já que este novo método “veio para ficar”. “Um dos principais benefícios é
reduzir custos. De antemão, as mudas
pré-brotadas garantem viveiros com
sanidade vegetal melhor, e disso dependem a longevidade do canavial e a
produtividade agrícola”.
e sua dinâmica na palha, inovações
tecnológicas na aplicação, uso de adjuvantes, controle de plantas daninhas
em usinas, importância do diagnóstico
para o estabelecimento de um bom método de controle, comportamento de
herbicidas na planta e mecanismos de
resistência, avanços na agricultura de
precisão e desafios para o controle de
plantas daninhas em sistema de preparo de solo reduzido.
Lupércio Garcia, da área de Desenvolvimento Técnico de Mercado da Syngenta, falou sobre o combate nos sistemas
oferecidos pela empresa, o Plene Evolve
e o Plene PB. A empresa que, na visão
dele, é reconhecida no mercado por ter
mudado a forma de pensar a cana-de-açúcar, trabalha com o conceito de que
mudas sadias são o ponto de partida para
obter maior produtividade. Ele afirmou,
no entanto, que, diferente dos produtores
de soja e de milho, que investem na quali-
A ocorrência de plantas daninhas no
canavial pode causar, conforme Azani,
perdas de até 85% na produção. “Daí
o custo benefício do uso de herbicida.
Mesmo que ele não garanta 100% de
eficácia, é favorável”.
Carlos Alberto Mathias Azania,
do Centro de Cana do IAC
O evento
Durante os dois dias de simpósio,
os participantes assistiram a um total
de dez palestras. Além do assunto discutido por Azani, estiveram na pauta o
comportamento de herbicidas no solo
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
Lupércio Garcia, da área de Des. Técnico
de Mercado da Syngenta
49
dade das sementes, os de cana, por questões econômicas, haviam abandonado os
investimentos nos viveiros de mudas, que
eram feitos num passado recente.
É preciso, então, resgatar o hábito, o
que permitiria não só explorar o máximo do potencial das variedades comerciais, mas antecipar a introdução de novas cultivares, evitar a disseminação de
pragas e doenças, almejar maiores taxas
de multiplicação e, com isso, aumentar
a rentabilidade do negócio.
Ao se referir às plantas daninhas
mais comuns, apresentou um esquema
em que elas são classificadas por grau
de agressividade: em primeiro, o capim
colonião, depois a braquiária, em terceiro a Ipomea, conhecida popularmente como corda-de-viola, e, por último, a
Digitalia – ou capim-colchão.
Garcia encerrou a palestra citando
herbicidas oferecidos pela Syngenta:
o Dual Gold, para aplicações em pré-emergência, e o Lumica, para pós-emergência.
Inovação
Se existem inovações no plantio, é
preciso estendê-las a outras áreas do
setor sucroenergético e também aos
métodos de combate aos inimigos da
cana. No entanto, faltam iniciativas que
visam realmente a um rompimento com
as práticas adotadas.
A opinião é do agrônomo Luís César
Pio, da Herbicat. Ele justifica dizendo
que a produtividade que a maioria dos
produtores de cana busca – de pelo menos 100 toneladas por hectare – já era
atingida há três décadas. De lá para cá,
houve regressão. “Hoje, quem tá bem
fala em 85”.
Ele avalia que isso ocorreu porque,
apesar do setor buscar aprimoramentos
constantes, pode-se falar em três tipos de
inovação. A primeira seria propor apenas
mudanças na composição de materiais já
existentes, como a descoberta de novas
substâncias para a fabricação de plásticos. A segunda consiste em acrescentar
uma tecnologia diferente a um determinado tipo de equipamento. Por exemplo,
Agrônomo Luís César Pio,
da Herbicat
um pulverizador, antes todo operado
manualmente, que passa a ter eletrônica
embarcada. Já o terceiro tipo de inovação é o que realmente rompe com técnicas e comportamentos vigentes e inauguram uma nova etapa.
É o caso das MPBs, que modificam o
plantio. Como elas, porém, existem poucas, segundo Pio. “Há muitas inovações
simples, mas poucas disruptivas, que mudam a forma de pensar e agir. Essas precisam ser buscadas com mais afinco”. RC
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
50
Safra
Acompanhamento da safra 2015/2016
S
ão apresentados a seguir os dados obtidos
até a segunda quinzena de outubro, referentes à safra 2015/2016, em comparação
com os da safra 2014/2015, no mesmo período.
Na Tabela 1, encontra-se o ATR médio acumula-
do (kg/tonelada) do início da safra até a segunda
quinzena de outubro desta safra em comparação
com o obtido na 2014/2015, sendo que o ATR da
safra 2015/2016 está 6,93 Kg abaixo do obtido na
2014/2015 no mesmo período.
Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelos
fornecedores de cana da Canaoeste das safras 2014/2015 e 2015/2016
Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores da Canaoeste, até a segunda
quinzena de outubro, da safra 2014/2015.
Thiago de Andrade Silva
Gerente de Planejamento, Controle,
Topografia e T.I. da Canaoeste
As tabelas 2 e 3 contêm detalhes da
qualidade tecnológica da matéria-prima
nas safras 2014/2015 e 2015/2016.
O gráfico 1 contém o comportamento do BRIX do caldo da safra 2015/2016
em comparação com a 2014/2015.
O BRIX do caldo da safra
2015/2016 ficou bem abaixo em relação ao da 2014/2015 durante todo
o período, com menor acentuação no
mês de agosto. Na média, o BRIX do
caldo obtido nesta safra está 5,1% inferior ao da 2014/2015.
Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores da Canaoeste, até a segunda
quinzena de outubro, da safra 2015/2016
O gráfico 2 contém o comportamento da POL do caldo na safra 2015/2016
em comparação com a 2014/2015.
Pode-se observar que a POL do
caldo apresentou o mesmo comportamento do BRIX do caldo, sendo que
na média, nesta safra de 2015/2016, a
POL do caldo está 5,3% inferior à da
2014/2015.
O gráfico 3 contém o comportamento
da Pureza do caldo na safra 2015/2016
em comparação com a 2014/2015.
A Pureza do caldo da safra
2015/2016 ficou muito abaixo da obtida na 2014/2015 durante todo o período, com acentuação na segunda
quinzena de abril, exceto a partir da
segunda quinzena de junho que ficou
equiparado.
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
51
Gráfico 1 – BRIX do caldo obtido nas safras 2015/2016 e 2014/2015
Gráfico 2 – POL do caldo obtida nas safras 2015/2016 e 2014/2015
O gráfico 4 contém o comportamento da Fibra da cana na safra 2015/2016
em comparação com a 2014/2015.
A Fibra da cana na safra 2015/2016
ficou muito abaixo daquela obtida na
2014/2015 no mês de abril e com menor acentuação na segunda quinzena de
julho, primeira quinzena de agosto, no
mês de setembro e no mês de outubro e
pouco abaixo no mês de maio, na segunda quinzena de junho, na primeira quinzena de julho e na segunda quinzena de
agosto, igualando na primeira quinzena
de junho, ficando na média 1% inferior
à observada na safra 2014/2015.
O gráfico 5 contém o comportamento da POL da cana na safra 2015/2016
em comparação com a 2014/2015.
A POL da cana na safra 2015/2016 ficou muito abaixo da obtida na 2014/2015
durante todo o período, ficando, nesta
safra, 5,1% inferior à da 2014/2015.
Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas safras 2015/2016 e 2014/2015
O gráfico 6 contém o comportamento do ATR na safra 2015/2016 em comparação com a 2014/2015.
O ATR, expresso em kg/t de cana na
safra 2015/2016, ficou muito abaixo do
obtido na safra 2014/2015, durante todo
o período apresentando, portanto, um
comportamento semelhante ao da POL
da cana, tendo em vista que a mesma
participa com 90% do ATR. Na média o
teor de ATR desta safra está 4,8% inferior ao da safra anterior.
Gráfico 4 – Comparativo da Fibra da cana
O gráfico 7 contém o comportamento do volume de precipitação pluviométrica registrado na safra 2015/2016 em
comparação com a 2014/2015.
A precipitação pluviométrica média
observada nos meses de fevereiro, março e maio de 2015 ficaram muito acima
da obtida em 2014, equiparada no mês
de janeiro, abaixo nos meses de abril e
julho e pouco acima no mês de junho,
agosto, setembro e outubro.
O gráfico 8 contém o comportamento
da precipitação pluviométrica acumulada por trimestre na safra 2015/2016 em
comparação com a 2014/2015.
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
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Safra
Gráfico 5 – POL da cana obtida nas safras 2015/2016 e 2014/2015
Gráfico 6 – ATR obtido nas safras 2015/2016 e 2014/2015
Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) registrada em2014 e 2015
Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) por trimestre, em 2014 e 2015
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
Em 2015, observa-se um volume
de chuva muito acima no primeiro trimestre e no segundo trimestre e pouco
acima no terceiro trimestre e no quarto
trimestre, se comparado aos volumes
médios de 2014.
Estamos na primeira quinzena do
mês de novembro, mesmo com o volume de mm de chuva de outubro houve
um grande período de estiagem. Na
primeira quinzena do mês de novembro ocorreram chuvas esporádicas características do período da primavera
próximo ao verão. Mesmo com a chuva não houve diminuição do risco de
incêndios e temperaturas altas. Com
isso, a produtividade continua equiparada a da safra passada na média e
o teor de ATR com valores inferiores,
porém com pequena recuperação da
qualidade. Continuamos com cenário
de déficit hídrico em relação à média
histórica. Levando em conta todo o cenário, o ATR médio ficou 6,93 kg abaixo do obtido na safra 2014/2015, até a
segunda quinzena de outubro. RC
53
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
54
PROCURAM-SE
Glebas de Cerrado em pé, no Estado
de São Paulo, para reposição ambiental. Não pode ser MATA. Área total da
procura: Cinco mil hectares, podendo
ser composta por várias áreas menores.
Documentação Atualíssima, com: CCIR/
CAR/Certificação de (Georreferenciamento) Georreferenciamento/mapa do
perímetro da área em KMZ e Autocad/
Bioma:/vegetação.
Valor por hectare, condição de pagamento e opção de venda.
Tratar com Ricardo Pereira pelo e-mail
e telefone – [email protected]
– (16) 9 8121-1298.
VENDEM-SE
- Fazenda no município de Buritizeiro, com área de 715 hectares, toda
cercada, 200 ha para desmate, 300 ha
formado, 2 córregos e 1 barragem, casa,
curral, energia elétrica a 400 metros
(aguardando instalação) propriedade a 6
km de Buritizeiro (Rio São Francisco),
valor R$ 2.500.000,00;
- Sítio em Buritizeiro com área de 76,68
hectares, formado, casa e curral, energia elétrica, cercada a 18 km de Buritizeiro (Rio
São Francisco), valor R$ 250.000,00.
Tratar com Sérgio pelos telefones
(16) 9 9323-9643 (Claro) e (38) 9 98493140 (Vivo).
VENDEM-SE
-Fazenda localizada no município de
São Roque de Minas, com área de 82,7
hectares, contendo: Casa antiga grande,
energia elétrica, queijeira, curral coberto,
aproximadamente 20.000 pés de café em
produção, água por gravidade, 3 cachoeiras dentro da propriedade, vista panorâmica do parque da serra da canastra.
- Eliminador de soqueira usado e em
bom estado. Tratar com: José Antônio
(16) 9 9177-0129
VENDEM-SE
- Palanques de Aroeira.
- Madeiramento, Vigas, Pranchas, Tábuas, Porteiras, Moirões e Costaneiras até 3m.
Tratar com Edvaldo pelos telefones
(16) 9 9172-4419 (16) 3954-5934 ou pelo
e-mail [email protected]
VENDEM-SE
-Kombi/09, branca, flex, STD, 9 passageiros, único dono, 135.000 km, perfeito estado de conservação.
-Camionete Silverado 97/98, prata,
banco de couro, diesel, único dono, bom
estado de conservação.
-F.4000 91/92, prata, segundo dono,
MWM, funilaria, pintura e carroceria reformadas, mecânica em ordem.
Tratar com Mauro Bueno pelos telefones (16) 3729-2790 ou (16) 9 8124-1333.
VENDE-SE
Resfriador de leite RF 2000, Tecnofrio, seminovo, encontra-se na Fazenda
em Sacramento –MG, encerramento da
atividade leiteira, pagamento facilitado.
Tratar com Álvaro pelos telefones,
(16) 9 9740-4316 ou (16) 3945-1780.
VENDE-SE
S-10, 2011/2011, cor branca, cabine
dupla, executiva, completa, 42.000 km
rodados, R$ 49.000,00, conservada.
Tratar com Anézio (Ducha) pelos telefones (16) 3945-4167 (16) 9 9627-2479.
VENDE-SE
Chácara com 2.242 m², na região de Ribeirão Preto, casa com 3 quartos, 1 sala de
estar e 1 sala de jantar, cozinha, 1 banheiro
interno e 1 externo, área externa com piscina, murada e com pomar.
Tratar com Alcides ou Patrícia pelos telefones (16) 9 9123-5702 ou 9 9631-8879.
VENDE-SE
Trator Valtra B.H 165 com cabine de
fábrica, ar-condicionado, ano de fabricação 2.009, com 630 horas.
Tratar com Neif pelo telefone (34)
8719- 9338.
VENDE-SE
Sítio em Cajuru, 3 alqueires formados
em pasto, 2 casas, represa e outras benfeitorias.
Tratar com Carlos pelo telefone
(16) 9 9264-4470.
VENDE-SE
Sítio com 13 alqueires, localizado na
Vicinal Vitor Gaia Puoli - Km 2, em Des-
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
calvado-SP, em área de expansão urbana,
com nascente, rio, energia elétrica, rede
de esgoto e asfalto.
Tratar com o proprietário - Gustavo
F. Mantovani, pelos telefones: (19) 35834173 e (19) 9 9767-3990.
VENDE-SE
Amarok, com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos, alarme,
trava elétrica 2012/2012, cor prata, cabine
dupla, 4 portas, diesel.
Tratar com Fernando pelos telefones
(14) 9 9677-9396 ou (14) 3441-1722.
VENDEM-SE
-Micro-ônibus sem uso, Marco Polo
Volare V8 ON, capacidade para transporte de 27 passageiros, mais um auxiliar e
um motorista, totalizando 29 lugares,
ar-condicionado e direção hidráulica;
Km atual: 011.108km, seminovo, prata, 2012. Equipamentos de segurança
completos conforme determina o CONTRAN para veículos de passageiros.
Bancos e assoalho totalmente estofados,
preço de ocasião;
-Distribuidora Antoniosi GS 1102, 2014;
-Carroceria de ferro de 8 metros para
planta de cana;
-Carroceria de ferro de 8 metros para
plantio e transporte de cana inteira, marca
Galego, 2008;
-Bomba alta pressão 3”, saída de 2,
adaptada com carrinho e motor acoplado,
valor R$ 2.000,00;
-Carreta de 2 rodas R$ 1.500,00;
-2 rolos compactadores para adaptar em
escalificador (sem uso) R$ 1.000,00;
-1 conjunto para transporte de cana picada, sendo 1 carroceria e 2 julietas;
-Propriedade agrícola com 51 alqueires
paulista, com 48 alqueires plantados em
cana-de-açúcar, sendo a maioria de 2º corte, totalmente plaina, na melhor região de
Frutal, próximo a 2.000 metros do bim do
Cutrale e 11 km de asfalto e 2 km de terra
até a cidade de Frutal-MG, com as devidas
benfeitorias e distância de 29 km da Usina
Coruripe e 17 km até a Usina Frutal;
-Propriedade agrícola de 58 alqueires
paulista com 47 alqueires plantados em
cana-de-açúcar, sendo a maioria de 2º e
3º corte, a 2 km do asfalto, ótima loca-
55
lização e excelentes benfeitorias na região de Frutal-MG, com distância de 25
km da Usina Coruripe e 40 km da Usina
Cerradão. Ambas propriedades se aceita
permuta com áreas maiores ou menores.
Tratar com Marcus ou Nelson pelos
telefones (17) 3281-5120, (17) 9 81581010 ou (17) 9 8158-0999.
VENDEM-SE
-Carregadeira CMP 1.200 Master;
-BM 85 4X4, 2007, R$ 57.000,00.
Tratar com Cláudio pelo telefone (16)
9 9109-8693.
VENDEM-SE
-Caminhonete F 250 XLT, 2007, cor
preta, ar-condicionado, bancos de couro,
Airbag;
-Caminhonete D20 Custom de Luxe,
1995, cor verde;
-Caminhonete D20 Custom S, 1992,
cabine dupla, cor vinho;
-Caminhão Mercedes Benz 1418,
1990, caçamba basculante.
Tratar com João Pedro pelo telefone
(14) 9 9758-1249 - Tupã-SP.
VENDEM-SE
- S10 tornado, 2009, prata, cabine dupla, diesel 4x4;
- D20, 1992, vinho, turbo de fábrica;
- D20, 1987, branca e bege, motor com
1000 km;
- Montana Sport, 2012, prata;
- F250 XLT, 2003, preta;
- Uno 2012, Vivace, preto;
- F4000 1989, cinza, carroceria
madeira;
- Trator MF 50x1973, MB 1313, carroceria truck, 1979, vermelho, motor zerado;
- Saveiro 1991, álcool, prata, motor
com 1000 km;
- Gol 2000, álcool, prata.
Tratar com: Diogo (19) 9 9213-6928,
Daniel (19) 9 9208-3676 e Pedro (19) 9
9280-9392.
VENDEM-SE
-Caminhão VW 26310, ano 2004 - canavieiro 6x4, cana picada;
-Carreta de dois eixos, cana picada –
Rondon.
Tratar com João pelos telefones: (17)
3281-1359 ou (17) 9 9732-3118.
VENDEM-SE
- 02 bombas Jacto Condor, 2003, de
600 litros, R$ 7.000,00 cada bomba.
Tratar com Wilson pelo telefone (17) 9
9739-2000 – Viradouro-SP.
VENDE-SE
Área de mata fechada para reserva ambiental de 90 hectares, Guatapará/Pradópolis -SP, R$ 27.000,00 o hectare.
Tratar pelo telefone: (16) 9 9992-1910.
VENDE-SE
Gleba de terras sem benfeitorias
(30 alqueires), boas águas, arrendamento de cana com Usina ABENGOA
(Pirassununga). Localizada no município de Tambaú-SP (Fazenda família
Sobreira).
Tratar com proprietário, em Ribeirão
Preto, pelos telefones: (16) 3630-2281 ou
(16) 3635-5440.
VENDEM-SE
-Transformador trifásico de 15 KWA,
preço R$ 2.400,00;
-Transformador trifásico de 30 KWA,
preço R$ 2.600,00.
Tratar com Chico Rodrigues pelos telefones: (16) 9 9247-9056 ou (16) 39473725 ou (16) 3947-4414.
VENDEM-SE
-Sítio de 9 alqueires, sem mato ou
brejo (100% aproveitável) em Olímpia- SP, a 5 km Usina Cruz Alta, 10
minutos dos Thermas dos Laranjais,
25 minutos de Rio Preto, 35 minutos
de Barretos, plaino, na rodovia, sem
benfeitorias, mas com energia na propriedade;
-Sítio Arlindo - município de Olímpia, área de12 alqueires, casa de sede,
área de churrasco (100 m²), casa de
funcionário reformada, pomar e árvores
ao redor da sede, 4 alqueires de mata
nativa de médio/grande porte, terras
de "bacuri" (indicador de terras muito
férteis). Rede elétrica nova, divisa com
fazenda Baculerê, distância de 25 Km
de Olímpia.
Tratar com David pelo telefone:
(17) 9 8115-6239.
VENDEM-SE
LIQUIDAÇÃO GIROLANDO E GIR
PO
-4 touros GIR PO, 1 com 18 meses e 3
com 26 meses;
-11 novilhas girolando, grande sangue
3/4 e 5/8, todas de inseminação. Seis já
estão prenhas;
Obs.: Sítio localizado na cidade de
Santo Antônio da Alegria - SP, há 15 anos
trabalhando com inseminação.
Tratar com José Gonçalo pelo telefone
e/ou e-mail (16) 9 9996-7262 – [email protected].
VENDEM-SE
-Mudas de seringueira, Clone RRIM
600 com alta produção de látex. Viveiro credenciado no RENASEM Nº SP
14225/2013, localizado na Rodovia Vicinal Carlos Deliberto, a 2 Km da rotatória
que leva à Usina Moema, município de
Orindiúva-SP. Preço: R$ 4,50/muda;
-Fazenda com 48 alqueirões no município de Carneirinho-MG, localizada
próxima da rodovia asfaltada. Ótimo
aproveitamento para plantio de cana,
seringueira e/ou pastagens. Preço: R$
60.000,00/alqueirão;
-Imóvel sobradado em Ribeirão Preto - SP, localizado na Av. Plínio de Castro
Prado, com salão e WC privativos, sacada,
03 dormitórios, sendo 1 suíte, armários
embutidos, banheiro social, sala, sala de
jantar, jardim de inverno, cozinha com armários, área de serviço, quarto com estante
em alvenaria, WC, despensa, varanda coberta, ótima área externa. Excelente ponto
comercial. Área construída: 270 m².
Tratar com Marina e Ailton pelos telefones: (17) 9 9656-3637 e (16) 991348033 - Marina (17) 9 9656-2210 e (16) 9
9117-2210 – Ailton.
VENDE-SE
Destilaria completa com capacidade
para 150.000 litros de etanol hidratado
por dia. Composta por preparo de cana
com picador, nivelador, desfibrador, turbina e esteira de 48”; 4 ternos de moenda 20 x 36 com turbina e 2 planetários
TGM; caldeira; destilaria; trocadores
de calor; tratamento de caldo e Gerador
2000 KVA, enfim, Destilaria completa a
ser realocada. Na última safra obteve uma
moagem de aproximadamente 350.000
toneladas. Preço a combinar. Localizada
no município de Tambaú-SP.
Tratar com Edson pelos telefones e/ou
e-mail (19) 9 9381-3391 / 9 9381-3513 /
9 9219-4414,
Email: [email protected].
VENDEM-SE
-Motor de 75CV com bomba KSB
100/6 revisada e sem uso;
-Chave de partida ''a óleo";
-Transformador de 75 KVA;
-Postes duplos T de cimento;
-Chaves de alta, para raios, cabo e etc.
Tratar com Francisco pelo telefone
(17) 9 8145-5664.
VENDEM-SE
-Fazenda de 124 alqueires em Patrocínio Paulista, na beira do asfalto, sem
benfeitoria, terra vermelha, 2 matrículas,
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
56
54 e 70 alqueires;
-Sítio de 12 alqueires em Cássias dos
Coqueiros, casa simples, curral, estrutura
completa para pecuária. (Aceita imóvel
na negociação);
-Fazenda de 4.085 hectares em Tocantins, está aberta 90%, 100% plana, excelente logística, na beira do asfalto, faz
divisa com o rio Dueré, boa para gado,
plantio de feijão, arroz, melancia e outras
culturas, documentação Ok.
Tratar com Miguel pelo telefone (16)
9 9312-1441.
VENDE-SE
Ordenhadeira mecânica completa com
4 unidades, Usinox.
Obs: também funciona quando ligada
no trator.
Tratar com José Augusto pelo telefone
(16) 9 9996-2647.
VENDEM-SE
-Fazenda em Rancharia -SP, com 400
alqueires, em cana própria, às margens da
rodovia, 40 Km da Usina;
-Sítio de 2,7 alqueires, em Cajuru-SP,
R$ 220.000,00;
-Apartamento em lançamento, próximo à USP, com parcelas a partir de
R$ 505,00;
-Casa no condomínio Ipê Amarelo, em
Ribeirão Preto, nova, maravilhosa;
-Apartamento Jardim Botânico, 3 suítes, com armários, imóvel novo, próximo
ao Parque Carlos Raya;
-Sala comercial em Ribeirão Preto,
próximo ao Ribeirão Shopping;
-Terreno no condomínio Olhos D'Água
em Ribeirão Preto, prolongamento da
Avenida Prof. João Fiusa;
-Casa no Condomínio Quinta do Golfe, em Ribeirão Preto, armário e toda estrutura de lazer no condomínio.
WWW.SORDIEMPREENDIMENTOS.COM.BR.
Tratar com Paulo pelos telefones (16)
3911-9970 ou (16) 9 9290-0243.
VENDEM-SE
-Trator 292 MF, traçado, 2007;
-Caminhão Mercedes 1113 truck, todo
revisado, 73, vermelho.
Tratar com Saulo Gomes pelo telefone
(17) 9 9117-0767.
VENDEM-SE
-Duas casas, no mesmo terreno, com
três cômodos cada, localizada à Rua Pedro Biagi, 789, em Sertãozinho-SP. Valor:
R$ 220.000,00;
-1 estabelecimento comercial, mon-
tado com base para Academia, em um
terreno de 200m², contendo uma casa de
laje com dois quartos, sala, cozinha, copa
e banheiro e, ainda, uma sala comercial
para escritório. O estabelecimento fica localizado à Rua. Ângelo Pignata, 23, em
Sertãozinho-SP. Valor: R$ 220.000,00;
-1 casa de aproximadamente 500m²,
com seis cômodos e dois salões comerciais com banheiro, separados da casa,
localizada à Rua. Augusto Zanini, 1056,
Sertãozinho-SP. Preço a combinar.
Tratar com João Sacai Sato pelo telefone (16) 3610-1634.
VENDEM-SE
-Colheitadeira Case A7700, ano 2009,
7700, esteira, motor Cummins M11, Autotrac, máquina utilizada na última safra.
Valor: R$ 128.000,00;
-Colheitadeira Case A8800, ano 2011,
esteira, máquina na colheita de cana funcionando 100%, rolos preenchidos. Valor:
R$ 270.000,00;
-Colheitadeira Case A7700, ano 2007,
série 770678, motor Scania novo, máquina revisada e trabalhando. Valor: R$
118.000,00;
-Colheitadeira Case 8800, ano 2010,
motor refeito em julho de 2014, máquina
revisada e pronta para trabalhar. Valor: R$
250.000,00;
-Transbordo de 10 toneladas, 2006 e
2007, R$ 20.000,00;
-Transbordo de 8,5 toneladas, ano
2002, R$ 15.000,00.
Tratar com Marcelo pelos telefones
(16) 9 8104-8104 ou 9 9239-2664.
VENDEM-SE
-VW 17190 / 13 comboio;
-VW 31320 / 12 chassi;
-VW 31320 / 11 pipa bombeiro;
-VW 31320 / 10 pipa bombeiro;
-VW 26260/09 betoneira;
-VW 15180 / 09 comboio de lubrificação e abastecimento;
-VW 17180 / 08 munck 15 toneladas;
-VW 15180 / 07 pipa bombeiro;
-VW 12140 / 96 oficina móvel;
-MB 2318 / 94 pipa bombeiro;
-MB 2318 / 94 basculante;
-MB 2831 / 12 basculante;
-MB 1725 / 06 comboio;
-MB 2220 / 90 pipa bombeiro;
-MB 2013 / 81 munck 6 toneladas;
-MB 1513 / 75 toco chassi;
-MB 1725 / 06 guindaste oficina;
-MB 1113 / 69 toco chassi;
-F.Cargo 1719 / 13 toco chassi;
-F.Cargo 2628 / 07 basculante;
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
-F.Cargo 2626 / 05 pipa bombeiro;
-F12000 / 95 pipa bombeiro;
-F14000 / 90 pipa bombeiro;
-Prancha Facchini 2008 3 eixos;
-Carreta Tanque Fibra 16.000 litros;
-Tanque fibra 36.000 litros;
-Tanque fibra 16.000 litros;
-Tanque 14.000 litros pipa bombeiro;
-Comboio Gascom 2.000 litros;
-Comboio Gascom 4.000 litros;
-Basculante 14m³;
-Basculante 5m³;
-Munck Hincol H 43000;
-Munck Masal MS 12000;
-Munck Hincol H 4000;
-Munck 640-18;
-Baú 7.80;
-Carroceria de madeira, 8.20 metros;
-Carroceria de ferro, 4.30 metros;
-Borracharia móvel.
Tratar com Alexandre pelos telefones: (16) 3945-1250 / 9 9766-9243 Oi / 9
9240-2323 Claro, whatsApp / 78133866
id 96-81149 Nextel.
VENDEM-SE
-Grade niveladora de arrasto com 42
discos de 18 polegadas R$2.500,00;
-Bazuca com capacidade de 6.000 Kg
R$ 4.000,00;
-Pá-Carregadeira, modelo 938 GII,
ano 2006, série 0938 GERTB, em bom
estado de conservação. R$ 150.000,00;
-Conjunto de irrigação completo com
Ferti-Irrigação, filtro de areia e gotejador
Uniram Flex 2,31 x 0,70m com +\- 30 mil
metros, sem uso R$ 52.000,00;
-Trator modelo BH 205, gabinado
completo com ar-condicionado e hiflow, ano 2010 com 4.241,3 horas de uso
R$ 120.000,00;
-Trator modelo BH 205, gabinado
completo com ar-condicionado e hiflow, ano 2010 com 5.356,1 hora de uso
R$ 120.000,00;
-Compressor, modelo ACC115, motor 115 HP/84 KW, pressão de trabalho
06 BAR, Fad 350 pés cúbicos por minuto, peso 1950 kg, acoplado com carreta.
R$ 119.000,00.
Tratar com Furtunato pelos telefones
(16) 3242-8540 – 9 9703-3491 ou [email protected] - Prazo
a combinar.
VENDEM-SE
- Eliminador de Soqueira DMB, ano 2012;
- Grade Niveladora 20x20;
- Enlerador de Palha de cana-de-açúcar;
- Arado reversível, 4 disco, Santa Izabel, PSH 430, ano 2004;
57
- Pulverizador Jacto, PJ 500;
- Pulverizador Jacto Condor, 600 litros, com mexedor;
- Cobridor de cana;
- Carreta Basculante com desarme
manual;
- Subsolador de 5 astes, com controle
pneus, 1000x20;
- Sulcador com marcador de pistão
DMB;
- Grade Niveladora 40x20, mancal de
atrito;
- Caminhão Chevrolet D-60, Ano
1974, motor Perkins;
- Arado 3 bacias;
- Tratores à venda.
Tratar com Waldemar pelos telefones:
(16) 3042-2008/ 9 9326-0920.
VENDE-SE OU ALUGA-SE
Salão medindo 11,00 metros de
frente por 42,00 metros de fundo, 462
metros, possui cobertura metálica com
368,10 metros, localizado à Rua Carlos
Gomes, 1872, Centro, Sertãozinho-SP.
Preço a combinar.
Tratar com César pelo telefone (16) 9
9197-7086.
VENDEM-SE ou ARRENDAM-SE
-Destilaria de cachaça e álcool, completa, (10.000 litros de cachaça por dia);
-Esteira de cana inteira, picador com
22 facas, esteira de cana picada, dois
ternos 15x20, esteira de bagaço. Peneira
Johnson, cush-cush. Caldeira de 113 m²;
-Máquina a vapor de 220 HP (toca os
ternos e o picador);
-Seis dornas de fermentação de 10.000
litros cada;
-Destilaria de bandeja/calota A e B
de 600 mm de diâmetro com trocador
de calor;
-Dois tonéis de madeira amendoim
com capacidade de 50.000 litros cada;
Valor Total R$ 600.000,00. Estudo troca por imóvel.
Localização: Laranjal Paulista.
Tratar com Adriano pelos contatos:
[email protected] ou (15) 9 9705-9901.
Veja vídeo em: www.youtube.com/
watch?v=_mzWp3PCavA.
ALUGA-SE
Estrutura de confinamento com capacidade para 650 cabeças com: 1 vagão
forrageiro + 1 carreta 4 rodas + 1 carreta
2 rodas, 1 ensiladeira JF90, 1 trator 292
+ 1 trator Ford 5610, 1 misturador de ração, 3 silos trincheiras de porte médio,
sendo uma grande possibilidade de área
para produção de silagem com irrigação
ao redor de 30 ha, Jaboticabal–SP, a 2 km
da cidade.
Tratar com Luiz Hamilton Montans
pelo telefone (16) 9 8125-0184.
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exclusiva de cada anunciante. Cabe ao consumidor assegurar-se de que o negócio é idôneo antes de realizar qualquer transação.
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tratando-se de serviço exclusivamente de disponibilização de mídia para divulgação. A transação é feita diretamente entre as
partes interessadas.
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
58
Biblioteca “General Álvaro
Tavares Carmo”
Cooperativismo e
Empreendedorismo
Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer
algumas dúvidas a respeito do português.
"Que nada nos limite. Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que
a liberdade seja a nossa própria substância."
Simone de Beauvoir
Renata Sborgia
1) Depois de “ratificar” os livros, organizou a mesa.
Precisa retificar (endireitar) o Português corretamente!
O correto é: Depois de retificar os livros, organizou a mesa.
Dica fácil: ratificar = validar
Retificar = reparar
RATIFICAR: é validar algo, comprovar, reafirmar.
RETIFICAR: é reparar erros, corrigir, alinhar, endireitar.
2) Maria tinha “chego” atrasado no trabalho.
... e está atrasada com os estudos sobre a Língua Portuguesa!
O correto é: chegado
Regra fácil: O verbo chegar possui apenas a forma regular do particípio passado: chegado (o verbo chegar não é abundante, ou seja, não apresenta mais de uma
forma no particípio).
Obs.: Chego é o verbo chegar conjugado na 1ª pessoa do singular (eu) do presente do indicativo. Ex.: Eu chego ao trabalho às 7 horas.
3) Pedro pensou que tivesse “trazido” os documentos.
... pensou e escreveu de forma CORRETA!
“Este livro tem por objetivo demonstrar
a evolução do Cooperativismo desde a sua
criação até a atualidade e as vantagens aos
cooperados. Já o Empreendedorismo demonstra que, mesmo o pequeno empreendedor, poderá ter seu negócio com sucesso.”
Referência:
FIORINI, Carlos Gustavo. Cooperativismo e empreendedorismo / Carlos Gustavo
Fiorini, Antônio Carlos Zampar.
Carapicuiba, SP: Pandorga Editora e
Produtora, 2015.
Os interessados em conhecer as sugestões
de leitura da Revista Canavieiros podem
procurar a Biblioteca da Canaoeste.
[email protected]
www.facebook.com/BibliotecaCanaoeste
Fone: (16) 3524-2453
Rua Frederico Ozanan, nº842
Sertãozinho-SP
Regra fácil: o verbo trazer apresenta apenas a forma regular do particípio passado: trazido.
Não é abundante, ou seja, não apresenta mais de uma forma de particípio.
Obs.: 1) Trago é o verbo trazer conjugado na 1ª pessoa do singular (eu) do
presente do indicativo. Ex.: Deixe que eu trago os documentos para você.
2) Trago pode ser também o verbo tragar conjugado na 1ª pessoa do singular
(eu) do presente do indicativo. Ex.: Eu trago a fumaça desta cidade todos os dias.
PARA VOCÊ PENSAR:
Amor é um Fogo que Arde sem se Ver
Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"
Coluna mensal
* Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua
Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de
vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.
Revista Canavieiros - Novembro de 2015
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