novembro 2013

Transcrição

novembro 2013
204
novembro 2013
Jornal da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e Seus Sucedâneos
2
FOOTure 2020
Calçado apresenta
novo plano estratégico
5
eNTreVISTA
Ministro da Economia
em discurso direto
7
expOrTAçõeS
Calçado cresce 7%
até novembro
12
eurOpA
Calçado vence
champanhe francês
novembro 2013
2
Calçado português
quer liderança
mundial
“Ser a referência internacional
da indústria de calçado, pela
sofisticação e pela criatividade, reforçando as exportações
portuguesas alicerçadas numa
base produtiva nacional,
sustentável e altamente competitiva, fundada no conhecimento e na inovação”. Esta é
a ambição do setor de calçado para os próximos anos,
expressa no Plano Estratégico do Cluster do Calçado –
FOOTure 2020.
A apresentação do novo
documento estratégico – uma
tradição do setor desde 1978
– ocorreu na Alfândega do
Porto, numa cerimónia presidida por Pires de Lima. Para o
Ministro da Economia “o calçado, através da APICCAPS,
pensa de forma estruturada
desde 1978 e é uma referência
para o outros setores”. “É um
excelente trabalho de coordenação e de equipa”.
Para Alberto de Castro, Diretor da Universidade Católica
do Porto, que coordenou a
criação deste documento, “até
ao final da década pretende-se
conseguir um salto qualitativo
no processo de afirmação internacional do calçado portu-
guês, estabelecendo-o como
uma referência fundamental
da indústria a nível mundial”.
Ser lider implicará ultrapassar
a Itália (cujo preço médio, em
2012, foi de 33,7 euros; o português estava nos 22,7 euros).
O Presidente da APICCAPS
sublinha que “não deve haver
limite para os sonhos e ambições”, que têm um efeito
mobilizador. Mais do que
transformar a meta da liderança num desígnio, a indústria
está apostada “em percorrer
o caminho que aponta nesse
sentido”. O plano estratégico
“é o mapa a seguir, com as encruzilhadas que nos esperam,
os desafios, os instrumentos
e as ferramentas que vamos
utilizar para lá”. Alberto de
Castro assume que a ambição
é a de liderar, “conscientes
ainda assim dos riscos que
essa ambição significa”. E
para que isso aconteça, a
aposta proceder-se-á em três
eixos nevrálgicos: Qualificar
e rejuvenescer; Inovar; Internacionalizar e comunicar - e
em quatro pilares: sofisticação
e criatividade, base produtiva
nacional, sustentabilidade e
responsabilidade e, por fim,
no conhecimento e inovação.
Desenvolver e implementar
Os riscOs
- Abrandamento económico nos países mais desenvolvidos, em particular na UE, onde a indústria vende 91% dos seus produtos, não permitem
esperar grande dinamismo da procura.
- Volatilidade do preço do couro, matéria-prima
fundamental de 88% do calçado exportado por
Portugal, e eventual aparecimento de alternativas
com melhores performances e menor custo.
- Os concorrentes não estão parados. Para ser
bem sucedida, a indústria tem de continuar a
evoluir mais do que as outras.
FO
3
OOTure 2020
um modelo de participação
da indústria na formação
dual, bem como um modelo
de formação para a gestão de
topo adaptada às características do setor, são algumas das
iniciativas previstas.
Na inovação, a prioridade
são os novos materiais e
componentes (o couro será,
crescentemente, escasso e
caro), o design (por exemplo,
no calçado de saúde e bem
estar, para responder ao envelhecimento da população),
e a integração de tendências
da responsabilidade social
ao nível do desenvolvimento
sustentável.
Na internacionalização, o objetivo é ajudar ao “upgrade da
sua imagem e reputação” das
empresas, ao mesmo tempo
que associam a imagem coletiva a pessoas e eventos de
grande prestígio.
Até ao final da década,
pretende-se conseguir um
salto qualitativo no processo
de afirmação internacional do calçado português,
estabelecendo-o como uma
referência fundamental da
indústria a nível mundial.
Este processo de afirmação
deve assentar na sofisticação
e na criatividade da oferta
portuguesa – dos seus produtos, dos seus processos
produtivos, dos seus modelos de negócio – para lhe
permitir continuar a apostar
em segmentos de mercado
em que a escolha se baseia
mais no bom gosto do que
no preço.
A manutenção de uma base
produtiva nacional é condição indispensável a um
posicionamento no mercado que faz da flexibilidade,
da rapidez de resposta e da
qualidade do produto os seus
argumentos competitivos,
assim se diferenciando da
concorrência com outras origens. Os elevados índices de
competitividade necessários
à manutenção dessa base
produtiva não podem pôr
em causa – pelo contrário,
têm até que se apoiar em –
padrões exigentes de sustentabilidade e responsabilidade
social. Para isso, o cluster
do calçado assume o conhecimento e inovação entre os
seus valores estruturantes.
Os desafiOs
- Atrair, formar e fixar protagonistas qualificados
para os diversos domínios funcionais e níveis
hierárquicos das empresas. É preciso pessoas
que assegurem a transição geracional, mas que
qualifiquem as próprias empresas.
- Procurar vantagens competitivas com base
na inovação nos equipamentos, nos materiais,
nos processos, nos produtos e nos modelos de
negócio.
- Continuar a diminuir o défice de imagem face
aos concorrentes internacionais de topo, elevando-a para níveis ainda mais exigentes.
carlOs cOsta:
“O calçadO é um
exemplO de sucessO
para a ecOnOmia”
Apesar de não poder estar presente na apresentação do FOOTure 2020, por estar a representar o Banco de Portugal em
Frankfurt, o Carlos Costa enviou
uma mensagem de elogio ao
papel do calçado no desenvolvimento da economia.
“O calçado é um exemplo de sucesso para a economia portuguesa, que desmitificou duas ideias
que são muitas vezes referidas
como entraves ao desenvolvimento”. Em primeiro lugar,
“demonstrou que não existe uma
dicotomia entre setores modernos e tradicionais”, já que foi
capaz de criar “novos processos
de produção, promovendo uma
forte ligação entre as empresas”, e demonstrou que “não só
é indispensável como é possível
melhorar o padrão de especialização”, apostando na melhoria
da qualidade e na antecipação
das tendências da procura nos
segmentos superiores de mercado, “passando da condição de
fornecedores de produtos para
a condição de produtores de
tendências de procura, isto é de
moda, e dos correspondentes
produtos”.
Para Carlos Costa, isto demonstra que “há futuro para as empresas dos setores tradicionais,
e que este futuro não depende
da persistência de um modelo
de competitividade baseada em
baixos salários, mas sim de uma
dinâmica consistente combinando capacidade de gestão, tecnologia, absorção de conhecimento,
conhecimento dos mercados e da
dinâmica da procura.”
5
entrevista
antóniO pires de lima
Calçado é exemplo da reindustrialização
que deve ser feita em Portugal
Na apresentação do documento
mais importante do setor do calçado
em Portugal – Plano Estratégico
Footure 2020 – o ministro Pires de
Lima falou à APICCAPS sobre
a importância da inovação e do
planeamento estratégico nos setores
tradicionais.
Senhor Ministro, o setor do
calçado assume a missão de ser a
grande referência internacional.
Acredita nesta visão?
Acredito, até porque ela já corresponde à realidade. O setor do
calçado é um exemplo emblemático de como a globalização em
setores tradicionais pode representar uma oportunidade para as
empresas portuguesas. Foi um
setor que soube pensar estrategicamente e de forma coesa
desde 1978, que estabeleceu uma
ligação com a Academia e com a
universidade, que o tem ajudado
a planificar as próprias prioridades estratégicas do setor.
Além disso, é um setor que tem
tido uma evolução absolutamente
extraordinária no desenvolvimento de determinadas competências
que são fundamentais para qualificar a indústria portuguesa.
É uma referência a seguir para os
outros setores?
É, nomeadamente na forma
como explora a moda, o design e
a inovação. Ainda agora o setor
ganhou um prémio muito especial
com um projeto que se intitula
“The sexiest industry in europe”.
Este título quer dizer tudo.
É um setor que tem o consumidor como primeira preocupação
e nesse sentido soube desenvolver
marcas, soube ter uma presença
maciça nos canais de comercialização, nas feiras, nas exposições,
soube juntar-se para ganhar escala. E hoje pratica o segundo preço
mais elevado do mundo.
Acho que a ambição deve ser
chegar ao primeiro lugar, mas
já está em segundo lugar. Isto
acrescenta muito valor. Exportou
mais de 1600 milhões de euros no
ano passado, e nos primeiros nove
meses deste ano cresceu 7%.
Portanto, é uma referência para a
reindustrialização que queremos
fazer em Portugal.
Referia-se há pouco à distinção
que foi entregue pela Comissão
Europeia. Que importância tem
para Portugal este tipo de distinções?
Tem muita importância, até
porque já é o segundo ano consecutivo que obtemos esta distinção. No ano passado foi outra
indústria tradicional do Norte,
o vinho, através do Douro Boys.
Mais uma vez, um exemplo
de conjugação de esforços de
diferentes produtores. Que é o
exemplo que o setor do calçado
dá desde 1978: juntar esforços no
sentido de ganhar sinergias, aproveitar as sinergias, na exploração
de marcas, nos canais de comercialização, em todas as ações de
promoção internacionais.
Um exemplo extraordinário: o
setor do calçado tem centros
aplicados de tecnologia e de
inovação; centros de formação
próprios que servem toda a
indústria.
Estes prémios não acontecem
por acaso, assim como não é por
acaso que o setor tem os segundos preços mais elevados de todo
o mundo. São consequência de
um excelente trabalho de planificação, de equipa, de todos os
empresários, gestores e trabalhadores deste setor. Tenho um
enorme gosto em aproveitar este
momento para dar os parabéns à
APICCAPS.
Que futuro está reservado na economia portuguesa aos setores dito
tradicionais, como o calçado?
Se tiverem talento, é o mesmo
futuro que o setor do calçado
está a palmilhar.
É preciso uma estratégia bem
definida?
Nós estamos a ver não só se-
tores tecnologicamente novos,
mas setores antigos - que se modernizaram - a ganharem espaço
na nossa agenda de exportações.
O calçado é um excelente exemplo, mas temos outros: o têxtil,
o mobiliário, setores ligados à
agroindústria, que estão a fazer
um caminho muito importante
de grande sucesso na agenda
exportadora.
Acho que o calçado – como é
próprio do calçado- vai à frente,
mas está a servir de referência e
de exemplo para muitos outros
setores tradicionais, que se
apostarem no desenvolvimento
das competências que hoje tem
o setor do calçado, seguramente podem vingar nos mercados
internacionais.
Agora, a resposta não vem do
Estado; o Estado atua como
parceiro. O principal agente
de crescimento e de desenvolvimento do setor do calçado
são os próprios empresários do
setor.
Não têm que se apoiar no governo?
Não, porque quem faz as empresas, quem cria emprego,
quem faz riqueza não é o Governo. O paradigma que nós estamos agora a viver é que são, de
facto, as empresas que estão a
puxar pela economia. O governo
tem obrigação, e está a procurar
fazer tudo aquilo que está ao seu
alcance para facilitar a vida das
empresas; para fazer de Portugal
um destino atrativo do ponto de
vista do investimento.
Este é o trabalho que o governo
pode fazer: estar ao lado dos
empresários e das empresas.
Mas no final, quem faz a economia de um país são as empresas,
são os empresários, são os gestores e são os trabalhadores.
Quero, neste sentido dar os
parabéns às empresas do setor
porque têm feito a diferença e
mostrado o caminho a toda a
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7
Nos primeiros 9 meses
de 2013, as importações
portuguesas provenientes
da China diminuíram 13%
em quantidade. Portugal
importou 10 milhões de
pares, menos um milhão
e meio do que no mesmo
período de 2012.
As importações do
Velho Continente apresentaram, neste período
pOrtugal impOrta menOs calçadO da china
um valor mais baixo, um
decréscimo de 2 %, que
coloca o preço médio
do calçado importado
a rondar os 10 euros na
Europa.
Destaque ainda para os
Países Baixos, que duplicaram a sua preponderância para o mercado de
importações portuguesas.
Entre janeiro e setembro,
Portugal importou mais
48 % de calçado da Holanda. No entanto, o preço médio foi mais baixo
neste período, uma baixa
na ordem dos 18 %.
mercados
Calçado cresce mais de 7%
nos primeiros nove meses do ano
As exportações portuguesas de calçado
continuam a crescer
em 2013. Nos primeiros nove meses
do ano, Portugal
vendeu para o exterior 56 milhões de
pares, no valor de
1.336 milhões de euros, o que representa
um acréscimo de
7,2% relativamente
ao mesmo período
do ano anterior.
O calçado português está a crescer
mais do que a média
nacional (de 4%) e
mantém uma tendência clara de afirmação nos mercados
externos. Trata-se
do 3.º ano consecutivo de crescimento
das exportações
(desde 2010 as vendas para o exterior já
aumentaram mais de
25%), não obstante
o clima de abrandamento económico à
escala internacional.
(mais 96% para 42
milhões de euros),
Angola (mais 102%
9% para 18 milhões
de euros), Canadá
(mais 28% para 14
Numa análise mais
fina, é percetível
que a aposta das
empresas em novos
mercados ou, pelo
menos, em mercados
de maior potencial
de crescimento
imediato começa
a dar frutos. Em
termos práticos, são
as vendas em países
extracomunitários –
crescimento de 53%
de janeiro a setembro - que sustentam
a atual trajetória de
ascensão.
Destaque para o
crescimento das
exportações em
países como Rússia
para 19 milhões de
euros), EUA (mais
milhões de euros) e
Austrália (mais 91%
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para 5 milhões de
euros). Realce ainda,
nomeadamente pelo
seu simbolismo para
os bons desempenhos nos Emiratos
Árabes Unidos (mais
24% para 3,5 milhões
de euros) e na China (mais 31% para 3
milhões de euros).
Na Europa, o desempenho do calçado português é
igualmente positivo
(mais 3% para 1.165
milhões de euros).
Para esse desfecho
foi fundamental o
comportamento do
calçado português
em França (mais 2%
para 337 milhões de
euros), Alemanha
(mais 5% para 1.248
milhões de euros),
Holanda (mais 15%
para 167 milhões
de euros) e Reino
Unido (mais 3,5%
para 89 milhões de
euros). Para Espanha
as vendas de calçado
português recuaram
ligeiramente (menos
0,8% para 12milhões
de euros).
O preço do calçado
português exportado
aumentou 5,2% e
situou-se, no primeiro semestre nos
23,69 €.
A outro nível, o
calçado voltou
a reforçar o seu
contributo para a
balança comercial
portuguesa (cerca
de 1.011milhões de
euros nos primeiros
meses do ano). De
janeiro a setembro,
as importações recuaram 3,5% para 326
milhões de euros.
9
pOrtugal refOrça presença em garda
Quarenta e oito empresas de
calçado, o valor mais elevado
de sempre, vão participar, de 11
a 14 de Janeiro, na Expo Riva
Schuh.
A feira do Norte de Itália é o
mais importante barómetro
a nível mundial. Para além do
contacto com importadores de
todo o mundo, permite avaliar
as coleções, e tomar o pulso ao
setor. Relativamente à edição
homóloga do ano anterior, há
a assinalar um crescimento de
14,3% da presença portuguesa.
mercados
Da China…à Colômbia
Ainda que a indústria
portuguesa de calçado
exporte a esmagadora
maioria da sua produção, a conquista de
novos mercados é, assumidamente, a principal
prioridade do setor para
os próximos anos.
A Europa mantém-se
como o principal destino
do calçado português. No
entanto, é fora do «Velho
Continente» que se prepara o futuro. Os países
asiáticos serão a principal
atração para a próxima
década. Antes disso, há
outras prioridades.
A APICCAPS em articulação com a AICEP,
e o apoio do Programa
Compete, está a preparar um conjunto de ações
em novos mercados. À
cabeça, surge a América
Latina, em especial a
Colômbia. Com efeito, o grande potencial
económico da Colômbia pode ser a resposta
para muitos empresários
europeus. Os bons resultados do país possibilitaram a sua integração na
economia global, através
de acordos comerciais
que possibilitaram aos
empresários colombianos aceder a um universo
que soma mais de 1.500
milhões de consumidores, possuindo uma
oferta exportável e com
recursos necessários para
competir nos diversos
mercados internacionais.
Paralelamente, o país
conta com uma posição
geográfica estratégica
como porta de entrada para os mercados
da América do Sul e
apresenta um mercado
interno dinâmico, sendo
a 13.ª maior população
do mundo e a 2.ª maior
de língua espanhola.
A Colômbia poderá ser
uma excelente porta
de entrada para outros
mercados emergentes da
América Latina como
Chile ou Peru. Para
Portugal, as oportuni-
dades de investimento
na Colômbia são muito
expressivas em vários
setores. Com necessidades ao nível de infraestruturas, os empresários
portugueses poderão
ainda encontrar potencial de negócio no setor
da energia, construção
e metalomecânica. A
partir de 2014, a Colômbia será uma das grandes
prioridades para o calçado português, estando
a ser preparadas várias
iniciativas sucessivas e
complementares.
China
com forte
expansão
Também a China é um
mercado de referência.
Estima-se que 5% da população tenha um poder
de compra elevado. Em
termos práticos, são 65
milhões de potenciais
consumidores de produtos de gama superior ou
de luxo. Um argumento
de peso que tem atraído empresas de todo o
mundo, principalmente
industriais portugueses.
Atualmente, Portugal
já é o 7.º fornecedor
de calçado do mercado chinês. Segundo a
alfândega chinesa nos
últimos quatro anos
deverão exceder os 30
milhões de dólares (mais
de 22 milhões de euros)
em 2013.
Atento à propensão deste
mercado, o setor do calçado promoveu em 2013 a
maior ofensiva de sempre
no país, com presença
em dezenas de certames.
O mesmo ocorrerá no
próximo ano.
Em 2014, a indústria
portuguesa de calçado
voltará a promover uma
volta ao mundo. São
mais de 70 ações num
espaço de 365 dias, em
mais de 15 países. «The
shoes must go on».
novembro 2013
10
Jovens licenciados no
calçado à procura de
oportunidades
Muito tem mudado a imagem da
indústria portuguesa de calçado.
Em Portugal e no mundo. De
setor tradicional, de mão-deobra intensiva, o calçado começa a perfilar-se, agora, como
uma perspetiva de carreira para
muitos jovens, inclusivamente
licenciados. No último ano,
dezenas de jovens com formação superior à procura de uma
oportunidade inscrevem-se na
Academia de Design e calçado.
Histórias de vida contadas na
primeira pessoa.
luísa silva
“Tenho a licenciatura em ensino
de Inglês e Alemão. Embora o
ensino seja uma das minhas paixões e vocações, felizmente não
é a única. Desde que terminei a
licenciatura que tive oportunidade de trabalhar naquilo que
me satisfazia, mas com o passar
do tempo, com a difícil situação
económica em que se encontra
o nosso país e com os enormes
cortes e mudanças que o ensino
português está a sofrer, achei
que estaria na altura certa para
mudar. Visto ser natural de S.
João da Madeira e ter família
ligada ao ramo do calçado, a
escolha era mais do que óbvia.
A Academia, mais conhecida na
minha família como o Centro,
era sem dúvida alguma o local
ideal para iniciar a minha formação.
Espero que este curso me abra as
portas para o mundo e a indústria do calçado. O meu objetivo
passa por receber todos os conhecimentos acerca do design de
calçado, do seu fabrico, dos seus
materiais e tornar-me representante de várias marcas portuguesas no mercado estrangeiro.
O meu sonho, ao contrário do
de alguns dos meus colegas, não
é criar uma marca própria, mas
sim levar as marcas portuguesas
de calçado de excelência para o
mercado estrangeiro, em espe-
cial o mercado árabe e do médio
oriente”.
isabel canelas
ferreira
“Sempre fui fascinada com a
criatividade que os spots publicitários emanavam. Toda e
qualquer estratégia valia para
levar o consumidor a comprar
determinado serviço e produto
mesmo não precisando dele e
isso despertava-me uma certa
curiosidade. Assim, o meu primeiro trabalho do curso de marketing foi inventar um produto
que não existisse no mercado.
A minha primeira pequenagrande ideia foi desenvolver
um champô alisador que tirasse
o volume! Não passou de um
trabalho profético engraçado,
mas o que é certo é que passado
uns breves anos, aí estava ele no
mercado. Havia para todos os
gostos. Entretanto e no decorrer do curso, a oportunidade de
trabalhar surgiu e ingressando
no mercado de trabalho acabei
por não ter mais ter tempo para
terminar a Licenciatura ficando
apenas com o Bacharelato. Mas
não havia problema: queria dar
asas à minha criatividade. Fui
trabalhar para uma empresa de
importação e exportação de
calçado. A minha função era
fotografar o calçado, imprimir
catálogos personalizados. Senti
necessidade de fazer mais, de
sugerir, de propor mudanças.
Numa contínua vontade de crescer, fiquei a gerir a showroom,
propus desenvolver a imagem
institucional, criei logótipos,
criei marcas, linhas de produtos,
redesenhei modelos com introdução de novos logótipos, novas
paletes de cores, novas ilustrações, novos materiais, acabando
por desenvolver novas solas.
Ficaria mais tarde responsável
pelo desenvolvimento da coleção de calçado e acessórios de
bebé e criança e alguns artigos
de senhora. Com quase 1 milhão
de pares colocados no mercado
e vendidos, ao fim de quase 10
anos, sem qualquer formação na
área do calçado, percebi que já
tinha atingido grandes objetivos.
E foi então aí que decidi parar.
Precisava de respirar. Acabaria
por regressar a esta indústria em
expansão, mas desta vez com
formação profissional.
Pretendo completar a minha
experiência profissional tendo como grande meta “criar o
sapato.” Sinto que a indústria do
calçado precisa também de uma
lufada de ar fresco: um verdadeiro desafio à indústria tradicional.
Algo que “ainda” não consigo
exprimir por palavras. O meu
sonho é este. Este será o meu
objetivo na indústria do calçado, que terei que cumprir, pois
é o que o meu coração me dita.
Sigo sempre as suas instruções,
mesmo que tenha que superar
grandes obstáculos”.
fátima ferreira
“Concluí a licenciatura em
Direito, pela Universidade de
Coimbra, em 1994, tendo trabalho simultaneamente, durante 3
anos, no departamento comercial de uma das empresas do
Grupo Amorim. Realizei estágio
profissional durante 18 meses e
exerci a profissão de advogada
durante 7 anos, tendo decidido
suspender a minha inscrição
na Ordem dos Advogados em
2004, visto não conseguir viver
somente com os rendimentos
provenientes do exercício da
profissão. Entretanto, desde
1998, comecei a colaborar com
projetos de outro tipo: fui assistente de produção de cinema
(1998), diretora executiva/administrativa de uma Academia de
Música (2000 a 2003), trabalhei
como jurista e assistente de direção numa editora discográfica
e estúdio de gravação (onde me
mantive até Fevereiro de 2013).
A crise prolongada e drástica
no setor da cultura, levou-me ao
desemprego, situação na qual me
encontro agora.
Voltar à advocacia, nesta fase
e com as circunstâncias pessoais presentes, não é viável, por
vários motivos.
A partir do momento que fiquei
desempregada, tentei saber junto do IEFP quais os cursos que
existiam perto da minha zona
de residência, que me pudessem
proporcionar uma formação em
algo que fosse do meu agrado.
Soube do CET de design e ainda
fui a tempo de me inscrever no
curso de preparação ao CET.
A moda em geral sempre foi
do meu agrado e interesse, e
desde a juventude que tento
manter-me atualizada a nível de
tendências e novidades, através
de algumas das melhores revistas
sobre o assunto. Para além disso,
achei curioso lembrar-me de que,
na minha pré-adolescência, passei
um período de tempo a desenhar,
além de roupas para vestir bonecas de papel, sapatos ... muitos
sapatos. Também me lembro
de achar que aqueles desenhos
não tinham qualquer utilidade, e
decidi deixar de os fazer, apesar
de sentir prazer nesse processo.
Sempre precisei de ver utilidade
nas ações. Felizmente hoje não
sou tanto assim.
Tentei transformar a desvantagem
enorme que é estar numa situação
de desempregada, numa vantagem que é poder usufruir de uma
formação técnica especializada,
num setor em crescimento, relativamente perto de casa. O curso
(9.º CET Design de Calçado), está
a ser muito enriquecedor. Todas
as disciplinas têm conteúdos novos para mim e são muito interessantes, úteis e do meu agrado.
Em termos pessoais, desejo vir
a reunir condições para viajar
mais, com o objetivo de evoluir
como ser humano, educando-me
com as diferenças que existem
no mundo, fora de mim. Sinto
essa lacuna na minha vida.”
11
guava nOs finalistas dOs sOurce awards
A marca portuguesa Guava foi finalista dos prémios Source Awards,
que decorrem em Londres, a 3 de
dezembro. A disputar o prémio Designer Leader, área que reconhecia
alexandra leça
“Procuro um novo rumo profissional, eu sempre quis fazer
este curso e como não consegui
emprego na minha área (design
de equipamento) tornou-se na
oportunidade ideal para o fazer.
As minhas expectativas em relação ao curso é sair uma profissional capaz de desenvolver
qualquer tipo de calçado. Desde
a criação do design bem como
todo o seu processo de fabrico e
de resolver problemas que possam existir ao passar do design
para o produto final.
O meu sonho é ter um bom
futuro nesta área, lançar a minha
marca e ser reconhecida internacionalmente.
Inicialmente gostaria de trabalhar por conta de outrem até
adquirir competências na área e
como já disse, mais tarde ter a
minha marca”.
marisa cOsta
Houve uma necessidade da minha parte de traçar novos rumos
e desafios profissionais, visto
que a arquitetura em Portugal
está a passar por uma grande
crise. Toda a minha escolaridade
foi na área das artes, e juntamente com o facto de o meu pai ser
um empresário na área do calçado, recorri à Academia à procura
de um novo rumo profissional.
Aliando a minha paixão pela arte
ao setor do calçado, que sempre
esteve presente na minha vida,
decidi iniciar uma nova forma-
as marcas ou companhias capazes
de aliar os seus produtos a designs
alternativos, a Guava enfrentou a
Quazi Design, Made e Voz, que
acabou por ganhar o prémio.
Estes prémios elegem companhias
que desafiam as perceções habituais dos produtos, com a máxima
preocupação nos materiais sustentáveis.
A Guava é uma marca vanguardista no mercado do calçado
português, que alia a paixão pela
arquitetura e formas geométricas,
ao uso de materiais sustentáveis.
ção profissional, o Design de
Calçado.
Adquirir o máximo de conhecimentos durante o curso, conseguir arranjar emprego na área,
construindo uma carreira sólida
no setor do calçado.
Dar “vida” aos meus projetos,
concretizar as minhas ideias
expressas em papel. Criar uma
marca minha, ter a oportunidade
de a introduzir no mercado, conseguindo comercializá-la no meu
país e lá fora no estrangeiro. Até
hoje não tive essa oportunidade
na arquitetura, quem sabe neste
meu novo desafio.
Integrar-me numa equipa de
uma empresa, no setor de design
e criação, podendo livremente
desenvolver os projetos/coleções.
Mas como tenho uma enorme
ambição de criar uma marca própria, gostava de conseguir abrir
um atelier, onde possa desenvolver o meu projeto, numa fase
inicial e num futuro uma empresa da marca.
para me especializar na área do
calçado. Depois de uma longa
procura, encontrei a Academia de Design em São João da
Madeira e uma escola em Lisboa, a Lisbon School of Design.
Senti que eram quase nulas as
oportunidades que o nosso país
tem para quem quer singrar
nesta área tão bem conceituada.
Frequentei o Atelier de Design
de Calçado na LSD este ano,
em Lisboa, mas ficou aquém das
minhas expectativas e decidi
concorrer à Academia, visto ser
quase a minha única opção em
termos de formação nesta área.
As minhas expectativas são
altas, depois de ter conhecimento do planeamento do CET
de Design e Calçado. Tenho a
expectativa que serei capaz de
sair da Academia a saber fazer e
bem o meu trabalho enquanto
técnica.
O meu sonho era realmente conseguir evoluir para uma marca
de calçado e acessórios com o
meu nome. Imagino-me a gerir o
meu próprio negócio na área do
calçado, nacional e internacionalmente. Portugal tem muito
potencial nesta área bem como
novos designers capazes de conceber calçado com design.
Sei que, como em todas as profissões, é sempre bom partir do
zero e com trabalho e dedicação
tentar chegar ao topo. Gostaria,
inicialmente, de trabalhar numa
boa empresa para aprender e
saber lidar com problemas habituais que vão surgindo. Tenho a
certeza que um bom estágio ou
um bom início numa empresa já
constituída me dará uma melhor
visão do que é saber gerir toda
uma marca. Posteriormente,
pretendo arriscar em criar a minha própria marca de calçado”.
indústria
sara sOusa
“Sou licenciada em Design do
Produto pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo.
Encontrei no Design de Calçado
um gosto para a vida, daí, após
concluir a licenciatura, tentei
primeiramente procurar as
melhores escolas de calçado pela
Europa. Mas infelizmente (ou
não) não consegui esse objectivo.
Levantei a cabeça e procurei no
nosso país os melhores locais
inês gOnçalves
“Após a conclusão da licenciatura em Design de Moda e uma
análise do mercado, fez todo o
sentido apostar em Design de
Calçado, não só pelo crescente
da área mas também como complemento académico e futuro
profissional.
As minhas expectativas eram
aprender as várias etapas do
processo de fabrico, tais como
modelação básica como aprendi
na preparação para o CET de
Design, modelação avançada
seria uma peça fundamental para
o curso visto que um Designer
não tem só que ser criativo e
saber desenhar, mas também
tem que saber se os seus projetos
são exequíveis. Espero que este
curso me forneça as bases fundamentais para ser uma ótima
profissional.
Gostava de dar aulas de desenho e/ou geometria, queria criar
coleções de bebé e criança tanto
a nível de vestuário como de
calçado.
Eu gostava numa fase inicial de
poder aprender numa grande
empresa, conhecer todo o processo de fabrico, ajudar no Design e conhecer o mercado, para
que no futuro possa ter bases de
conhecimento para poder fazer
crescer um negócio familiar”.
novembro 2013
12
Calçado bate champanhe
e vence prémio europeu
O projeto da APICCAPS em parceria com a Academia de Design e
Calçado, “Portuguese Shoes: The
sexiest industry in Europe” foi distinguido pela Comissão Europeia
no âmbito dos Prémios Europeus
de Promoção Empresarial.
Centenas de entidades apresentaram as suas candidaturas a esta
iniciativa da Comissão Europeia,
que visa distinguir as melhores
práticas empresariais. Na categoria “Apoio à Internacionalização
das empresas”, a campanha de
promoção integrada do calçado
português nos mercados externos
disputou in-extrenis o primeiro
prémio com uma candidatura de
promoção do champanhe francês.
Portugal foi este ano o país que
apresentou o maior número de
projetos candidatos aos Prémios
Europeus de Promoção Empresarial (European Enterprise
Promotion Awards – EEPA), no
conjunto dos 32 países participantes. Com um total de 56 projetos
a concurso, Portugal, através do
IPAMEI, foi responsável pela
mobilização do maior número de
candidaturas à edição 2013 desta
iniciativa europeia, seguido do
Reino Unido, com 42 projetos, e
da Alemanha, com 37.
Na ótica do IAPMEI, que em
Portugal organiza esta iniciativa,
“este facto marca mais uma vez
o dinamismo dos nossos agentes
nacionais, regionais e locais, que
atuam na promoção do empreendedorismo, e revela o reconhecimento crescente de uma iniciativa
que pretende valorizar a partilha
de boas práticas no incentivo à
atividade empresarial na Europa”.
Alinhados com as prioridades da
estratégia Europa 2020, os Prémios distinguem projetos desenvolvidos nas áreas da promoção
do espírito empresarial, investimento em competências, desenvolvimento do ambiente empresarial, apoio à internacionalização
das empresas, apoio ao desenvolvimento de mercados ecológicos
e à eficiência dos recursos, e
promoção do empreendedorismo
responsável e inclusivo.
A indústria mais
sexy cresce nos
mercados externos
A APICCAPS candidatou-se com
o projeto “Portuguese Shoes: The
sexiest industry in Europe”, em
parceria com a Academia de Design e Calçado e o apoio do Programa Compete. Em traços gerais,
este projeto elenca o conjunto de
ações desenvolvidas no processo
de internacionalização do calçado
português nos últimos três anos.
Nesse período, foi desenvolvida
uma ofensiva promocional que visa
aumentar as exportações, diversificar os mercados de destino das
exportações, aumentar a reputação
do calçado português e colocar o
setor na agenda mediática internacional. Para além disso, reforçou
a ligação ao Centro de Formação
Profissional da Indústria de Calçado, agora Academia de Design e
Calçado, com vista à afirmação de
novos jovens talentos. Assim, para
além da participação, em média
anual, em mais de 70 certames
profissionais, a APICCAPS desenvolveu um conjunto de «ações de
charme» junto de potenciais clientes do setor, imprensa da especialidade e público em geral. Uma
campanha verdadeiramente integrada que tem permitido aumentar
o prestígio do calçado português
no mercado internacional.
Resultados
animadores
Em resultado destas ações, nos últimos três anos, as exportações de
calçado aumentaram 30%. Já em
2013, nos primeiros nove meses do
ano, há a assinalar um novo crescimento das vendas no exterior em
7,2%. Recorde-se que o calçado
português exporta atualmente 95%
da sua produção, para 132 países,
nos cinco continentes. Acresce
que o preço médio do calçado português aumentou 25% desde 2010.
Portugal superou mesmo a França
e apresenta atualmente o 2º maior
preço médio de exportação a nível
mundial (ficando apenas atrás de
Itália).
13
wOrld fOOtwear cOngress dedicadO à inOvaçãO
Keeping One Step Ahead: meeting the challenges of the footwear setor” é o tema anunciado
pela Confederação Europeia
da Indústria do Calçado (CEC)
para o próximo World Footwear
Congress.
O congresso terá lugar em Leon,
no México, em Novembro de
2014 e terá como principal en-
foque a discussão dos principais
fatores que afetam o crescimento
e a competitividade do setor do
calçado a nível mundial.
São esperados cerca de 600 líderes
de todo o mundo para participar.
Desde associações de calçados, fabricantes, fornecedores, vendedores, jornalistas, políticos, centros
educacionais, e líderes de opinião.
prémios
fOrtunatO fredericO na primeira pessOa
Qual a importância da atribuição deste Prémio para o setor?
Do meu ponto de vista, esta distinção é importante a três níveis. Desde
logo, porque a Comissão Europeia que pretende com esta iniciativa reconhecer as melhores práticas empresariais, atesta o acerto da estratégia
que a APICCAPS há mais de vinte anos desenvolve para o setor. Depois, porque estávamos, nesta fase final, a concorrer com o champanhe
francês, o que atesta o grau de notoriedade que já conquistamos. Por
fim, esta distinção só acontece porque o calçado português tem obtido
resultados muito incessantes nos últimos anos.
O que muda agora?
Na verdade, apenas a responsabilidade. Queremos fazer ainda mais e
melhor no futuro. Temos a ambição de ser líderes mundiais neste setor.
É isso que nos motiva todos os dias.
calçadO une gOvernO e OpOsiçãO
A conquista dos Prémios Europeus
de Promoção Empresarial conseguiu a unanimidade política. Várias
foram as entidades a felicitar a
APICCAPS e o setor do calçado
pela conquista desta importante
distinção da Comissão Europeia,
com a particularidade de Governo
e Oposição se unirem em prol do
setor do calçado.
Para Pires de Lima, Ministro da
Economia, “esta distinção, conferida e anunciada pela Comissão
Europeia é sem dúvida um coroar e
justa homenagem a todo um trabalho que a APICCAPS tem feito em
prol do desenvolvimento e internacionalização do setor do calçado
português, um setor tradicional
exemplo hoje de inovação, design e
valor acrescentado”. Já José António Seguro, Presidente do Partido
Socialista (PS) congratulou-se “com
a vitória do calçado português nos
Prémios Europeus de Promoção
Empresarial 2013 e com a ambição
expressa pelos representantes do
setor que disseram, e cito, “que-
remos que o calçado seja líder no
mundo. É isso que nos motiva”. E
lembrar que este setor dito tradicional esteve, por alguns, condenado ao fracasso. Pois aqui está um
exemplo concreto de uma visão
e de uma estratégia que transformou um setor da nossa indústria e
o coloca na principal montra dos
produtos europeus”.
Também a
Presidente da
Assembleia da
República, felicitou
a APICCAPS:
“Dou os meus parabéns à APICCAPS e à Academia de Design e
Calçado por terem concebido uma
campanha que, pela ousada assertividade e qualidade estética, deu
mais um passo para firmar a indústria do calçado e a qualidade do
trabalho português em couro como
vanguarda do design de moda
europeu e internacional. Estas
virtudes nunca estiveram em causa,
mas durante muito tempo ouvimos
falar do hiato existente entre a excelência da produção nacional e a
ausência do devido reconhecimento nos mercados internacionais. A
Campanha ‘The sexiest industry in
Europe’ veio demonstrar que esse
desequilíbrio já está largamente
ultrapassado – o calçado português
é hoje um dos mais reconhecidos a
nível mundial, constituindo o setor
industrial nacional de maior internacionalização, pautado por um
crescimento sustentado das exportações e uma progressiva diversificação de mercados.”. Para Maria
da Assunção Esteves “o Prémio
Europeu de Promoção Empresarial
representa uma justíssima homenagem ao arrojo e excelência quer
da campanha desenvolvida quer da
própria produção que se promove,
tornada num dos motores fundamentais da produção industrial
portuguesa”.
15
Procalçado, JJ Heitor, Liago,
I.C.C., e Soares e Fonseca foram
as cinco marcas distinguidas com
o prémio GAPI Inovação 2013,
iniciativa conjunta do Centro
Tecnológico e do INPI (Insti-
tuto Nacional da Propriedade
Industrial). Os prémios foram
entregues no decorrer da Jornada
ShoeInov2013, evento que reuniu
dezenas de empresários do setor.
JJ Heitor foi distinguido com o pré-
cincO marcas distinguidas cOm prémiOs gapi
mio Projeto de Investimento e de
Organização Empresarial, enquanto
a Procalçado venceu na categoria de
Materiais e Produtos. A distinção
para Segurança no Trabalho foi entregue à empresa Soares & Fonseca,
Lda, empresa de solas pré-fabricadas.
O prémio de produtos certificados
foi entregue à I.C.C. Indústria de
Comércio. Na área da multimédia, a
Liago arrecadou o prémio de Design
Web e Soluções TIC.
empresas
Programa Compete já apoiou seis mil empresas
O Programa Operacional
Fatores de Competitividade (Compete) apoiou,
entre 2007 e novembro
deste ano, perto de seis
mil empresas e investimentos na ordem dos
oito mil milhões de
euros. O balanço foi feito
pelo ministro da Economia, Pires de Lima, na
abertura da conferência
“Crescer & Competir
2020”, que ocorreu na
Alfândega do Porto.
António Pires de Lima
prometeu aos empresários que este continuará a
ser um “instrumento fundamental para as empresas e para a convergência
das regiões no próximo
quadro comunitário”.
“Num contexto económico difícil neste período
e em que as dificuldades
de acesso ao crédito
foram elevados, 41% dos
investimentos não ocorreriam se não existissem
os incentivos no contexto
do Compete”, adiantou
António Pires de Lima,
com base num estudo da
responsabilidade de Augusto Mateus & Associados e a PwC.
Considerando-o “um
instrumento fundamental para as empresas e
para a convergência das
regiões”, o ministro da
Economia recordou que
o próximo quadro comunitário de apoio, que
ainda está a ser ultimado,
“valorizará a componente
da competitividade das
PME, da inovação, da
ligação entre as empresas
e as universidades e da
atração de investimento
estrangeiro”.
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novembro 2013
16
Países europeus lideram preços mais altos
Os países europeus lideraram
em 2012, uma vez mais, a lista
de maior valor em exportações,
com a Itália no topo. Seguemlhes os passos grande número de
países europeus como Alemanha, França, Portugal, Espanha,
Reino Unido, que fazem parte
dos 15 maiores exportadores
mundiais.
No ano em que a maioria dos
países exportadores reduziu o
seu preço médio, a Itália reforçou o seu estatuto de país com
o preço mais alto do mercado,
com o valor por par a atingir os
33 euros. Um pequeno crescimento face a 2011, que coloca
mais uma vez o calçado italiano
como o mais caro do mundo.
Portugal e França seguem de
perto a Itália no segmento alto.
Nos últimos dois anos, o preço
médio do calçado português aumentou e situou-se, no primeiro
semestre de 2013, nos 23,69 €.
Destaque para os Países Baixos,
que assumem em 2012 o quinto
preço médio mais alto, seguidos
pela Alemanha e Bélgica.
A China exporta, atualmente, 10
vezes mais barato do que a Itália
e é claramente o país com mais
baixo custo, com o valor por par
Nike volta a inovar
A Nike vai lançar, logo no
início de 2014, uma nova linha
de produtos que privilegiam a
utilização de tecidos tingidos
usando o novo processo ColorDry que elimina a água e reduz a
utilização de químicos.
A Nike descreve a nova unidade
como uma «revolução na produção» e afirma que as indicações
iniciais mostram que o processo
ColorDry é ao mesmo tempo
mais eficiente e mais consistente do que os métodos tradicionais de tingimento, que consomem muitos recursos.
“Vemos a sustentabilidade e o
crescimento do negócio como
complementar e a nossa estra-
tégia é dar prioridade a relações
com grupos de empresas que
demonstrem um desejo de investir em práticas e tecnologias
sustentáveis”, explicou o diretor
de operações, Eric Sprunk, que
descreveu a mais recente colaboração como «um marco importante no nosso caminho para
a inovação na produção”. Segundo Kuelin Ho, vice-presidente
executivo da FENC, “em comparação com os tradicionais métodos de tingimento, o processo
reduz o tempo de tingimento
em 40%, a utilização de energia
em cerca de 60% e a pegada da
fábrica em um quarto. É também a cor mais saturada, intensa
e consistente que já vimos”.
Mercado brasileiro “desperta”
para calçado importado
Ainda que seja um mercado relativamente conservador e mesmo
protecionista, o Brasil parece ter
descoberto as potencialidades
dos produtos importados. O coeficiente de penetração das importações cresceu pelo 14.º mês
consecutivo e ascende já a 21,8%
do consumo interno. “A expansão do indicador é explicada,
principalmente, por dificuldades
do lado da oferta, com a perda
de competitividade da indústria
brasileira”, sublinha um estudo
da Fundação Centro de Estudos
de Comércio Exterior (Funcex).
Ainda no domínio do comércio externo, outra dado está
no topo das preocupações das
empresas. Nos primeiros dez
meses de 2013, as exportações
brasileiras voltaram a recuar.
a rondar os 4 dólares. No entanto, 2012 foi um ano de contínua
afirmação para o país. Segundo o
World Footwear Yearbook 2013
a China reforçou o seu estatuto
de líder de exportação, somando
40% do total mundial.
Importações
Ao nível das importações, a China lidera a lista com o preço médio de importação a rondar os
21 dólares. A China é, por uma
margem muito ampla, o país
que paga o maior preço médio
entre os principais importadores
- acima de 21 euros. A Holanda
vem em segundo lugar, com um
preço médio ligeiramente superior a 12 €.
Pelo contrário o Japão paga o
preço médio mais baixo, inferior a seis euros. Os EUA e, em
menor quantidade, a Alemanha
permaneceram os dois maiores
importadores mundiais de calçado em quantidade, apesar da
descida dos preços. Áustria e Suíça perderam o lugar na lista de
preço médio de importação para
a Áustria e China, que continuam a reforçar a sua importância
como importadores de calçado.
17
timberland mais verde
Assumida como uma marca
ecológica, a Timberland anunciou os “muitos progressos notáveis” que tem vindo a realizar
para impulsionar ainda mais a
sustentabilidade do negócio.
Entre as medidas da empresa
está a utilização de matériasprimas recicladas e orgânicas
de forma a renovar as linhas de
vestuário e calçado.
Segundo a estratégia de responsabilidade social e corporativa
da marca, 39% dos materiais
utilizados provêm de fontes or-
gânicas, recicladas e renováveis.
Um crescimento substancial
face a 2011, altura em que esta
porção rondava os 25%.
world
footwear
Argentina barra entrada de
calçado brasileiro
O impasse com a Argentina
acumulou grandes prejuízos para
o setor do calçado brasileiro.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçado
(Abicalçados), numa semana os
argentinos impediram a importação de mais de 150 mil pares
de calçado brasileiro.
Contas feitas, foram ao todo
retidos mais de 700 mil pares
de sapatos nos últimos meses,
o equivalente a um prejuízo de
mais de 13 milhões de dólares. O
presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, divulgou
que em alguns casos o calçado
está retido há mais de cinco
meses.
Segundo o executivo, é “inacei-
tável que o Governo Federal do
Brasil aceite as restrições que
deterioram aquele que é o segundo mercado mais importante
para o calçado brasileiro. “Muitas empresas estão a desistir de
exportar para a Argentina o que
é de lamentar, pois existe uma
procura grande por calçado brasileiro no país. Estamos a assistir
à deterioração do nosso segundo
principal mercado além-fronteiras”, concluiu Klein.
O governo brasileiro manteve
negociações com a Argentina,
para que as divergências pudessem ser resolvidas. Após várias
semanas, o governo da Argentina comprometeu-se a estudar a
situação, libertando na alfândega
o calçado brasileiro retido.
Ficha Técnica
Propriedade
APICCAPS-AssociaçãodosIndustriaisdeCalçado,Componentes,Artigosde
PeleeSeusSucedâneos
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Director
FortunatoFrederico-PresidentedaAPICCAPS
Edição
GabinetedeImprensadaAPICCAPS|[email protected]
Fotografia capa
FredericoMartins
Conceção Gráfica
e Execução
Distribuição
saltoaltoelaborpress
GratuitaaosAssociados
Tiragem
2000exemplares
N.º DL:
366612/13
19
Após 36 anos no mercado da
marroquinaria, a marca portuguesa Elenco deu um salto qualitativo e pretende agora atingir novos
segmentos de mercado.
A Elenco Premium é uma nova
linha exclusiva que pretende
chegar a um nível de consumo
mais exigente e seletivo. Para
além das malas e cintos, a mar-
elencO parte para segmentO de luxO
ca lançou uma linha de calçado
para senhora.
A empresa de Vila Nova de
Gaia assume-se como embaixadora de qualidade e de criativi-
dade. Fundada por cinco irmãos
em 1977, os produtos Elenco
chegam atualmente a toda a
Europa.
empresas
“Grande aventura”
É assim que Sérgio
Cunha, responsável pela Nobrand
resume os últimos
25 anos. No ano em
que comemora um
quarto de século, a
marca portuguesa
recorda como começou esta jornada.
Desde 1988 no
mercado, a Nobrand
surgiu do sonho de
dois amigos, Sérgio
Cunha e Francisco
Lusquinos, com ambição de “fazer algo
de bom pelo setor
do calçado”. Sapa-
Nobrand: 25 anos
de conquistas
tos únicos pensados
inicialmente para
clientes exclusivos
foram o primeiro
passo.
Ao longo de mais
de duas décadas, a
Nobrand conseguiu
encontrar o rumo
e posicionar-se no
mercado. Seguiuse o investimento
no marketing, nas
infraestruturas, na
inovação e no design. A presença em
feiras internacionais,
o marketing direcionado e a escolha dos
agentes culminou no
início do reconhecimento internacional da marca. Para
Sérgio Cunha “uma
marca, para ter uma
imagem forte, não
pode disparar em
todos os sentidos. É
muito importante
saber quando arriscar.”
A Nobrand foi pensada para jovens urbanos, que procuram
sapatos diferentes,
sem serem extrava-
gantes. O styling,
e as cores são pensados ao pormenor
para cada modelo.
São os pormenores,
para Sérgio Cunha,
“que fazem a grande
diferença”.
A Nobrand planeia,
agora, a consolidação da marca, apontando para cresci-
mentos na ordem
dos 30% para os próximos anos. Novos
mercados estão na
mira, como a China
e a Rússia. A Europa
mantém-se como
um dos principais
focos de exportação,
uma “montra muito
visitada e desejada
pelos outros continentes”. A marca de
Felgueiras encontrase atualmente a operar em 16 mercados
em todo o mundo e
emprega 120 funcionários.
21
mOdalfa parte para O exteriOr
A Sonae iniciou a internacionalização da MO
(antiga Modalfa) com
a abertura de lojas em
Malta, e nas Canárias.
O objetivo passa pela
abertura de lojas nesta
região, no espaço de
um mês. A estratégia
integrada na expansão
da marca para mercados
além-fronteiras.
A marca portuguesa
conta com mais de cem
lojas distribuídas pelo
País. O design e os preços apelativos são uma
das grandes apostas da
marca. Espera-se que
internacionalização seja
um dos grandes pilares de crescimento da
marca.
nacional
Clarks regressa a Portugal
A marca de calçado
Clarks está de regresso a
Portugal, ainda que em
moldes distintos. Desde o início do ano que
a multinacional inglesa,
que chegou a ter fábricas
no Norte do país, tem
uma parceria com a empresa Distra para a distribuição de produtos. Em
Setembro último, alargou
a aposta no mercado nacional, abrindo a primeira
loja exclusiva Clarks, no
Forum Sintra.
“Em termos de sustentabilidade de um negócio,
os volumes são, numa
fase inicial, relativamente
baixos e é difícil aguentar
uma estrutura só com a
revenda. Por isso, a nossa
estratégia também passava por ter lojas próprias.
A ideia é abrir quatro
no espaço de um a dois
anos”, sublinhou ao SOL
o administrador da Distra, Alain Raoul.
Estar nos principais centros comerciais do país –
porque as rendas das lojas
de rua são “muito eleva-
das” – é uma das “prioridades a seguir”, refere
o empresário, indicando
que “há negociações em
curso” com o Almada
Forum para tentar abrir o
segundo ponto de venda.
Alain Raoul, que lançou
a Distra para trabalhar
com a Clarks e investiu
cem mil euros para ter a
primeira loja, assume que
investir num momento
de retracção do consumo
tem riscos. E não esconde que as vendas deste
espaço até estão “abaixo
das expectativas”, embora
não detalhe. Mas também assegura que lançar
lojas próprias é “muito
positivo” porque “dá uma
grande imagem da marca”. “
23
Como vem sendo hábito, o Projeto Rasgo voltou em 2013 a ajudar
uma instituição de solidariedade
social. A Fundação Portuguesa “A
Comunidade contra a Sida” foi a
instituição escolhida este ano para
ser apoiada pelo projeto.
Após o diagnóstico das principais
necessidades da casa, o Rasgo
procurou parceiros para se asso-
ciarem à causa e conseguiu, uma
vez mais, entregar os produtos
que mais falta fazem à instituição.
Promovido pela Itaflex - Fábrica
de Artigos par a Calçado, Lda, o
projeto foi criado em 2011 para
dar forma a um sonho: Rasgar
com o conformismo e a passividade e proporcionar um Natal.
solidário
“Vamos Calçar Portugal” –
campanha de Natal
Esta iniciativa, que nasceu no final de 2010 permitiu já a doação
de milhares de pares de calçado
integralmente novos a famílias
carenciadas. Será agora reforçada, face às dificuldades económicas atuais.
Aliar a competitividade à qualidade de vida e à responsabilidade social foi assumido como
o grande desafio da indústria
portuguesa de calçado para o século XXI. Em termos práticos,
no âmbito desta iniciativa, as
empresas de calçado, através da
APICCAPS, têm doado calçado
à Cáritas Diocesana do Porto
que, por sua vez o distribuirá
pelas famílias que habitualmente
recorrem aos seus serviços.
Está, por isso, de novo em curso
uma campanha de angariação
de calçado, tendo-se associado a
esta ação a Spedycargo. A empresa transitária está disponível
para, gratuitamente, deslocarse às empresas para recolher o
calçado e o entregar diretamente
na sede da Cáritas.
A APICCAPS pretende, assim, promover uma política de
responsabilidade social extensiva
a todo o setor, privilegiando o
desenvolvimento de respostas
que visem contribuir para uma
indústria mais solidária e encorajar o exercício de uma cidadania mais ativa e global.
A APICCAPS e a Cáritas Diocesana do Porto voltam a editar,
este ano, a iniciativa “Vamos
Calçar Portugal – Campanha de
Natal”.
prOjetO rasgO vOlta a ajudar

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