FM-Arabia Saudita _Outubro 2011
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FM-Arabia Saudita _Outubro 2011
Mercados informação global Arábia Saudita Ficha de Mercado Outubro 2011 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) Índice 1. País em Ficha 3 2. Economia 4 2.1. Situação Económica e Perspectivas 4 2.2. Comércio Internacional 6 2.3. Investimento 9 2.4. Turismo 3. Relações Económicas com Portugal 10 11 3.1. Comércio 11 3.2 Serviços 16 3.3. Investimento 17 3.4. Turismo 18 4. Relações Internacionais e Regionais 19 5. Condições Legais de Acesso ao Mercado 20 5.1. Regime Geral de Importação 20 5.2. Regime de Investimento Estrangeiro 22 5.3. Quadro Legal 24 6. Informações Úteis 25 7. Endereços Diversos 27 8. Fontes de Informação 29 8.1. Informação Online aicep Portugal Global 29 8.2. Endereços de Internet 31 2 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) 1. País em Ficha 2 Área: 2,15 milhões km População: 27,1 milhões de habitantes (2010, Central Department of Statistics) Densidade populacional: 14 hab./km (2010, Central Department of Statistics) Designação oficial: Reino da Arábia Saudita Chefe do Estado: Rei Abdullah bin Abdel-Aziz al-Saud (ascendeu ao trono em Agosto de 2005) Primeiro-Ministro Rei Abdullah Bin Abdel-Aziz al-Saud. O Rei é simultaneamente Chefe de 2 Estado e Primeiro-Ministro e lidera o Conselho de Ministros que exerce o poder executivo e legislativo Data da actual constituição: Os princípios orientadores estão na Lei Básica de 1992, tendo por base a lei islâmica (Sharia) Principais partidos políticos: Não são permitidos partidos políticos Capital: Riyadh (4.730 mil habitantes - Censo de 2004) Outras cidades importantes: Jeddah; Makkah (Meca); Al-Madinah (Medina); Dammam; At-Ta’if (Taif) Religião: A religião oficial é o islamismo, de que praticamente toda a população é aderente, sendo cerca de 85% seguidores do Islão sunita e os restantes 15% do Islão xiita (principalmente no leste do país) Língua: A língua oficial é o árabe Unidade monetária: Rial da Arábia Saudita (SAR), indexado ao dólar dos EUA (USD) 1 EUR = 7,4473 (preço médio no ano de 2010) Risco de crédito: 2 (1 = risco menor; 7 = risco maior) Ranking” em negócios: Risco político B (AAA = risco menor; D = risco maior) Risco de estrutura económica BBB “Ranking” em negócios: Índice 6,47 (10 = máximo) “Ranking” geral 46 (entre 82 países) Grau da abertura e dimensão relativa do mercado (2010): Exp. + Imp.(bens+serviços) / PIB = 97,4% Imp. (bens+serviços) / PIB = 38,4% Imp. / Imp. Mundial = 0, 7% Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU) - Country Profile 2008; Country Report September 2010; ViewsWire September 22th 2010 The World Trade Organization (WTO) ; Central Department Of Statistics & Information of The Kingdom Saudi Arabia;Banco de Portugal; COSEC – Companhia de Seguros de Crédito 3 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) 2. Economia 2.1. Situação Económica e Perspectivas A Arábia Saudita tem uma economia baseada no petróleo e num forte controlo estatal das mais importantes actividades económicas. É o 1.º produtor mundial de petróleo bruto (cerca de 10,5 milhões 1 de barris/dia em 2010 ), o maior exportador mundial e possui as maiores reservas mundiais de petróleo (20%. do total a nível mundial). Para a economia da Arábia Saudita, as actividades relacionadas com o petróleo representam cerca de 80% das receitas fiscais, 45% do PIB, e 90% das exportações, revelando um grau de abertura ao exterior muito elevado (97 %). 2 O crescimento médio anual da economia da Arábia Saudita foi de 6,2% entre 2003 e 2005 e de 3,1% nos três anos seguintes, quase estagnado em 2009 (+0,1%), reflexo do impacto da crise financeira iniciada na segunda metade de 2008. Principais Indicadores Macroeconómicos Unidade 2008 a 2009 a 2010 a 2011 c 2012 c 2013 c 25,5 26,3 27,1 b 28,0 28,9 29,8 9 1.786 1.413 1.679 2.211 2.192 2.265 10 USD 9 476,3 376,7 447,8 589,5 584,4 604,1 USD 18.680 14.320 b 21.050 20.220 20.250 % 4,2 0,1 4,1 6,7 5,3 4,9 Consumo privado Var. % 3,5 4,1 b 3,5 b 6,6 5,9 5,2 Consumo público Var. % 6,0 5,5 b 5,5 b 10,2 8,6 5,8 Formação bruta de capital fixo Var. % 12,6 6,0 b 4,0 b 6,2 6,5 6,4 % 9,9 5,1 5,4 5,6 4,3 3,4 22,4 16,6 b 9,7 11,6 12,4 -6,1 6,8 b 13,4 3,6 -1,4 b 18,1 b 17,1 20,4 22,0 População Milhões PIB a preços de mercado 10 SAR PIB a preços de mercado PIB per capita Crescimento real do PIB Taxa de inflação Dívida Pública % do PIB 18,6 Saldo do sector público % do PIB Dívida externa % do PIB Balança corrente 10 USD 132,3 21,4 69,7 147,0 97,3 75,6 Balança corrente % do PIB 27,8 5,7 15,6 24,9 16,7 12,5 1 USD=x SAR 3,75 3,75 3,75 3,75 3,75 3,75 Taxa de câmbio – média 9 32,5 16.500 16,6 b 19,2 th Fonte: The Economist Intelligence Unit (ViewsWire September 22 2011) Notas: (a) Valores efectivos; (b) Estimativas; (c) Previsões; SAR- Rial da Arábia Saudita 1 2 Estimativa para 2010 – The world Factbook – CIA – Central Intelligence Agency FMI – International Monetary Fund | Worled Economic Outlook - September 2011 4 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) 3 A composição do PIB da Arábia Saudita, em 2010 , era de 3% proveniente da Agricultura, 60% da indústria e os serviços com 36%. Os principais sectores da indústria da Arábia Saudita são: produção de crude; refinação de petróleo; petroquímica básica; cimentos; fertilizantes; plásticos; metais e reparação naval. De acordo com os dados recentemente publicados pela Organização Mundial do Comércio, as exportações da Arábia Saudita em 2010 colocaram este país como o 17º exportador mundial, registando nos últimos cincos anos, uma taxa média de cobertura que rondou os 257%, sendo ainda de salientar que as exportações e as importações bens da Arábia Saudita cresceram entre 2006 e 2010, 20% e 46%, respectivamente, embora tenha sido assinalado uma quebra, mais acentuada em relação à exportações, em ambos os fluxos em 2009 (-39% e -17%, respectivamente). Segundo a Central Department Of Statistics & Information, em 2010 a população estimada era de aproximadamente 27 milhões de habitantes. Em 2009 a população activa era cerca de 8 milhões e 53% desta força laboral não eram nacionais. A distribuição da população activa por sectores actividade era a seguinte: 4% trabalhavam na agricultura, 7% na Industria, 12% no sector da construção, 20% no comércio e hotelaria e os restantes estavam-se empregados noutros serviços, dos quais 15% trabalhavam em actividades relacionados com o governo. Dos principais objectivos/preocupações da recente política económica do governo da Arábia Saudita, destaca-se: a aposta na diversificação das actividades económicas (diminuir a dependência do recurso petróleo, apostando em sectores como, a energia, as telecomunicações, o gás natural e a petroquímica); aumentar o envolvimento do sector privado, nomeadamente através do investimento estrangeiro; diminuir o desemprego jovem, aumentando as qualificações, e ainda o desenvolvimento de infraestruturas, destacando-se a área das telecomunicações e a criação das cidades económicas (projecto de 6 cidades em diferentes regiões para promover o desenvolvimento económico industrial). Em relação às perspectivas da economia deste país, e segundo os dados disponibilizados pelo EIU (Economist Intelligence Unit) destaca-se o seguinte: • Um crescimento previsto de 6,7% do PIB em 2011 e uma média de 5% nos dois seguintes anos, um pouco acima da média prevista para a zona do Norte de África e Médio Oriente. As previsões do FMI em relação ao crescimento deste país são um pouco mais baixas (6,5% em 2011, 3,6% em 2012 e 4 4,2% em 2016 ,). • O consumo privado e público deverão registar variações positivas em 2011 (6,6% e 10,2%, respectivamente), apresentada uma tendência de crescimento menos elevado para os dois anos seguintes, com taxas em média rondaram os 5,6% e 7,2%, respectivamente. 3 4 Estimativa do EIU - Country Report September FMI – International Monetary Fund | Worled Economic Outlook - September 2011 5 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) • O PIB per capita esperado para 2013 deverá ser mais baixo do que o previsto para 2011, mas superior ao registado entre 2006 e 2009. • Tendência decrescente da taxa de inflação que atingirá os 3,4% em 2013 (face a 9,9% em 2006). • As importações de bens e serviços, a preços correntes, deverão crescer no corrente ano 17,5% e nos próximos dois anos, em média cerca de 5,6%. • A previsão aponta para uma diminuição do preço do petróleo de 17,1% entre 2011 e 2013. 2.2. Comércio Internacional A Arábia Saudita apresenta uma balança comercial que lhe é favorável, sendo que o saldo da mesma, ao longo dos últimos cinco anos, apresentou um superavit, assinalando consequentemente taxas de cobertura elevadas. Em 2010 a Arábia Saudita, como exportador, situou-se no 17º lugar do ranking mundial, segundo o publicado pela Organização Mundial de Comércio, posição que variou entre 15ª (em 2008) e 18ª (em 2007 e 2009) nos últimos cinco anos. Como importador, a sua posição variou entre a 31ª (em 2010) e a 35ª posição obtida em 2006. A participação deste país no comércio externo em 2010 representou 1,7% e 0,7%, respectivamente das exportações e importações mundiais. Evolução da Balança Comercial 9 (10 USD) 2006 2007 2008 2009 2010 Exportação fob a 211,3 233,3 313,5 192,3 254,0 Importação fob a 69,8 90,2 115,1 95,6 102,0 141,5 143,1 198,3 96,7 152,0 302,7 258,6 272,3 201,2 249,0 Como exportador 17ª 18ª 15ª 18ª 17ª Como importador 35ª 33ª 31ª 30ª 31ª Saldo Coeficiente de cobertura (%) Posição no ranking mundial Fonte: b World Trade Organization (WTO) Entre 2006 e 2010, as exportações cresceram, em média, a um ritmo inferior ao das importações, sendo que as taxas médias de crescimento foram de 9,6% e de 11,6%, respectivamente. Apesar desta situação, convém realçar, por um lado, a quebra de ambos os fluxos em 2009, mais acentuada principalmente em relação às exportações (-38,7%), enquanto as importações decresceram 16,9% face a 2008, e, por outro, o forte crescimento das importações entre 2006 e 2008 (média anual de 28,4%), enquanto as exportações aumentaram em média 22,4%. Em 2010, as exportações tornaram a subir (+32,1% face a 2009) de forma mais acelerada que as importações (+ 6,7%). 6 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) Para 2011, as previsões do EIU apontam para um crescimento das exportações e importações de bens, na ordem dos 46% e 21%, respectivamente. Para os dois anos seguintes a previsão aponta para uma diminuição gradual das exportações face a 2011 e um aumento das importações (+7% em 2012 e 5,1%em 2013). Os principais clientes da Arábia Saudita, nos últimos três anos, foram o Japão, a China e os EUA que absorveram 42% das exportações efectuadas por este país em 2010. A Coreia do Sul e a Índia foram igualmente importantes clientes, comprando cerca de 17% do total exportado pela a Arábia Saudita em 2010. Estes cinco maiores clientes já mencionados, em conjunto, representaram 58% do total vendido por este país, em mercados externos. Principais Clientes 2008 2009 2010 Mercado Quota (%) Posição Quota (%) Posição Quota (%) Posição Japão 16,3 2ª 15,7 1ª 14,7 1ª China 10,0 3ª 10,0 4ª 13,5 2ª E.U.A. 18,3 1ª 12,5 2ª 13,4 3ª Coreia do Sul 8,9 4ª 12,2 3ª 8,7 4ª* Índia n.d n.d 6,8 5ª 8,0 5ª Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU – Country Report September 2011, December 2010 e 2009) Nota: n.d. – não disponível Em termos de evolução, destaca-se, por um lado, a importância do mercado da China enquanto cliente, que passou de 4º em 2009 para 2º cliente em 2010, absorvendo 14% do total das exportações da Arábia Saudita, e, por outro, a perda de importância do mercado dos EUA a partir de 2008 (1º cliente em 2008, representava 18,3% do total), face ao peso das compras efectuadas em 2010 (quota de 13,4%). No âmbito global dos clientes da Arábia Saudita, Portugal revela pouca importância sendo a sua quota diminuta (0,26% em 2008). No entanto, é de realçar o crescimento na ordem dos 206%, verificado entre 1997 e 2007, segundo os dados estatísticos mais recentes publicados Central Department of Statistics & Information (CDSI). De acordo com os dados do World Trade Atlas, em 2010, as compras efectuadas pela EU27 a este país representaram cerca de 1,1% do total importado pela União Europeia (21,4 mil milhões de USD), tendo sido registado um aumento face ao ano anterior, mas menor quando comparado com o verificado em 2008. Os principais fornecedores da Arábia Saudita, em 2010, foram os EUA e a China que forneceram 24% do total comprado por este país. 7 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) A Alemanha, o Japão e a França, que foram responsáveis por 20% das importações totais efectuadas. Estes cinco principais fornecedores vendaram 44% do total importado pela Arábia Saudita em 2010. É de salientar a importância ganha pelo mercado da China, enquanto fornecedor da Arábia Saudita, que em 2010 se situou na 2ª posição (1ª posição em 2009), sendo que em 2006 posicionava-se como o 4º fornecedor. Principais Fornecedores 2008 2009 2010 Mercado Quota (%) Posição Quota (%) Posição Quota (%) Posição EUA 12,3 1ª 12,0 2ª 12,6 1ª China 10,5 2ª 12,3 1ª 11,2 2ª Alemanha 7,5 4ª 7,5 3ª 7,2 3ª Japão 7,8 3ª 6,0 4ª 7,0 4ª França n.d n.d n.d n.d 6,1 5ª Coreia do Sul 5,0 5ª 5,6 5ª n.d n.d Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU – Country Report September 2011, December 2010 e 2009) Nota: n.d. – não disponível Os principais grupos de produtos exportados pela Arábia Saudita em 2010 foram os combustíveis minerais que representaram quase 87%, seguido pelos produtos químicos e dos plásticos, cujo peso sobre o total exportado de 5,1% e 4,9%, respectivamente. Principais Grupos de Produtos Transaccionados – 2010 Exportações / Sector % Combustíveis minerais 86,9 Importações / Sector % Veículos automóveis, tractores, ciclos e outros veículos, suas partes e acessórios 15,9 Produtos quimicos orgânicos 5,1 Máquinas, aparelhos e material eléctrico 15,1 Plásticos e suas obras 4,9 Máquinas, aparelhos e material mecânico 8,4 Fertelizantes 0,5 Aeronaves e aparelhos especiais 5,4 Feltros, falsos tecidos, fios, cordeis 0,3 Ferro fundido, ferro e aço 3,8 Fonte: ITC – International Trade Center - Data based on the partner reported data (Mirror data) - Outubro de 2011. Em relação às importações efectuadas pela Arábia Saudita em 2010 destacam-se os seguintes grupos de produtos; os veículos automóveis, as máquinas e aparelhos mecânicos e eléctricos, que totalizaram 39% do total das importações. A EU27, no seu conjunto, exportou 29,5 mil milhões USD e importou 21,4 milhões USD no relacionamento comercial com a Arábia Saudita em 2010. As vendas corresponderam a 1,7% do total exportado por este espaço geográfico, tendo fornecido principalmente máquinas e aparelhos mecânicos 8 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) (21% do total), máquinas e aparelhos eléctricos (10%), veículos automóveis (7%) e produtos farmacêuticos (7%). Em relação às importações, os principais grupos de produtos comprados pelo EU27 a este país foram os combustíveis minerais (77%), os plásticos (10%) e os produtos químicos orgânicos (8%), de acordo com os dados publicados pelo World Trade Atlas. 2.3. Investimento A Arábia Saudita foi o 13º maior receptor de investimento estrangeiro em 2010, segundo o ranking publicado pela UNCTAD, tendo este representado 2,3% do investimento mundial. Entre 2004 e 2010 este país passou 47ª posição para a 13ª tendo demonstrado uma grande capacidade de atracção de investimento estrangeiro. O investimento estrangeiro na Arábia Saudita cresceu de forma acentuada entre 2004 e 2008, sendo que foi a partir de 2005 que se registaram os valores mais elevados. Entre 2005 e 2008 o investimento estrangeiro registou um aumento na ordem dos 215%. Investimento Directo 6 (10 USD) 2006 Investimento estrangeiro na Arábia Saudita 2007 2008 2009 2010 17.140 22.821 38.151 32.100 28.105 - 39 - 135 3 498 2 177 3 907 Como receptor 22ª 25ª 14ª 11ª 13ª Como emissor 178ª 183ª 41ª 43ª 38ª Investimento da Arábia Saudita no estrangeiro Posição no ranking mundial Fonte: UNCTAD - World Investment Report 2011 Este facto revela a abertura que este mercado tem vindo a fazer para potenciar o investimento, por um lado, com a reforma da economia e, por outro, com um programa de investimento paralelo em infraestruturas para que seja possível, em algumas cidades, parcerias público-privadas que sejam atractivas para as empresas estrangeiras. A Arábia Saudita quer transformar-se numa das 10 economias mundiais mais competitivas, num local bastante lucrativo para o investimento estratégico, apresentando indicadores muito favoráveis na maioria das edições publicadas anualmente por várias entidades internacionais, entre as quais o Banco Mundial (Doing Business Índex). Os seus “trunfos” principais são a segurança e a estabilidade do país, o custo da energia, a mão-de-obra jovem disponível e com formação, ser uma plataforma para os mercados vizinhos e do médio Oriente e ainda possuir infra-estruturas modernas e um ambiente industrial favorável. 9 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) Os sectores de oportunidades promovidos pela Saudi Arabian General Investment Authority (SAGIA) são a energia, o sector dos transportes e da logística, as TIC, o sector da saúde, a educação e as indústrias nas áreas das ciências da vida (farmacêuticas, dispositivos médicos e produção de agro-alimentares). Em termos de investimento directo da Arábia Saudita em mercados externos, verifica-se que no período de 2006 a 2010, passou de 178º para 38º investidor ao nível mundial, sendo que foi apenas a partir do ano de 2008 que este tipo de fluxo de investimento ganhou maior relevância. Para além destes últimos três anos (2008-2010), o investimento da Arábia Saudita no exterior apenas registou igual dimensão e importância nos anos de 2000 e 2001, quando analisamos os registos dos últimos dez anos. 2.4. Turismo A Arábia Saudita situa-se no território onde surgiu o islamismo, possui dois dos símbolos mais importantes do Islão: Meca e Medina. Estas cidades são os atractivos principais dos turistas e praticantes da peregrinação islâmica a Meca. Até 2006 praticamente só os muçulmanos podiam entrar no país, mas desde então tem sido facilitada a entrada de turistas em geral. Indicadores do Turismo 2006 3 2007 Turistas (10 ) 9.100 9 5,0 Receitas (10 USD) Fonte: OMT – Organização Mundial de Turismo Nota: (*) Estimativa 11.531 5,2 2008 2009 14.757 5,9 10.896 2010* 10.850 6,0 6,7 Entre 2006 e 2010, o número de turistas que visitaram a Arábia Saudita registou um aumento médio de cerca 7%, sendo de assinalar a subida acentuada verificada entre 2006 e 2008 (+62%) e ainda o decréscimo ocorrido nos últimos dois anos (-26,2% em 2009 face a 2008 e -0,4% entre 2009/2010). Em relação às receitas geradas com a actividade turística, verifica-se que entre 2006 e 2010 o crescimento médio foi de aproximadamente 8%, sendo que foram os anos de 2008 e de 2010 que mais contribuíram para este facto, registando variações positivas superiores à media mencionada. 5 De acordo com o relatório “Tourism Statistcs 2009” a maioria dos turistas (60%) que visitaram a Arábia Saudita em 2009, tiveram origem nos países do Golfo Pérsico (CCG), sendo de destacar o mercado do Koweit, dos EAU e do Qatar. Os turistas dos outros países do Médio Oriente representaram 19% das entradas e 4% foram provenientes da Europa. Deste último espaço geográfico destaca-se dois países emissores, o Reino Unido que representou 1,6% do total de turistas entrados neste país e a Turquia (1,4% do total). 5 Tourism Information and Research Centre - Kingdom of Saudi Arabia - http://www.mas.gov.sa/ 10 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) A motivação da maioria dos turistas (47%) foi por motivos religiosos e Novembro foi o mês que registou maior afluência. Em 2009 cerca de 49% dos turistas viajaram por avião, outros 49% por terra e cerca de 1% por mar. Em relação à saída de residentes para fora do país, destaca-se, do relatório acima mencionado, o seguinte: • Em 2009 foram cerca de 6 milhões, os que efecturam viagens de turismo fora do país. • 30% destes turistas deslocaram durante os meses de Verão (Julho a Setembro) • O mês que registou uma maior saída de residentes para fora do país foi Novembro (13%) • Os países do Médio Oriente mais visitados foram os EAU (16%), o Egipto (16%) e a Jordânia (14%). Os países do CCG, globalmente representaram 34% do total e os outros paises do Médio Oriente acolheram 48%. • O principal motivo destas viagens são o lazer (81%). 3. Relações Económicas com Portugal 3.1. Comércio O relacionamento comercial bilateral é relativamente pouco significativo, embora a Arábia Saudita seja um cliente da indústria portuguesa de rochas ornamentais e um dos fornecedores nacionais de petróleo. Em termos globais, em 2010 a Arábia Saudita posicionou-se como 42º cliente de Portugal, representando apenas 0,2% do total das exportações nacionais e como 18º fornecedor, com uma quota de 0,9 % das nossas importações. Importância da Arábia Saudita nos Fluxos Comerciais com Portugal 2005 2006 2007 2008 2009 Posição 42ª 47ª 34ª 38ª 42ª % 0,1 0,1 0,3 0,2 0,2 Posição 16ª 21ª 16ª 17ª 18ª % 1,0 0,7 1,1 0,8 0,9 Como cliente Como fornecedor Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE) Devido aos elevados valores da importação de óleos brutos de petróleo, tradicionalmente o saldo da balança comercial portuguesa com este mercado é negativo, observando-se coeficientes de cobertura 6 bastante baixos. A Arábia Saudita foi o 6 º fornecedor de Portugal em combustíveis minerais em 2010 , representado 6% do total importado deste grupo de produtos no passado ano e registando um aumento de 20% entre 2009 e 2010. 6 WTA – World Trade Atlas – Outubro de 2011 11 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) As exportações portuguesas para a Arábia Saudita, apresentaram um crescimento médio anual de cerca de 19% no período 2006 a 2010, sendo, no entanto, de realçar, por um lado, o ano de 2008 que mais contribui para esta média, registando um acréscimo das exportações na ordem dos 105%, e, por outro, a variação negativa acentuada ocorrida em 2009 (- 34% face a 2008). Evolução da Balança Comercial Bilateral a 3 (10 EUR) 2006 2007 2008 2009 2010 Var % 06/10 2010 2011 Jan./Julho Jan./ Julho Exportações 51.658 48.494 99.336 65.685 72.829 18,9 45.132 54.143 Importações 535.549 431.264 673.962 405.708 527.409 6,7 334.615 526.460 -483.891 -382.770 -574.626 -340.023 -454.580 -- -289.483 -472.317 16,2 13,8 -- 13,5 10,3 Saldo Coef. Cobertura (%) 9,6 11,2 14,7 Fonte: INE – Instituto Nacional de Estatística Nota: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2006-2010 Analisando os dados já disponíveis referentes aos primeiros sete meses de 2011, verifica-se que o valor exportado registado é superior ao obtido no período homólogo de 2010, havendo uma variação positiva na ordem dos 20%. Do lado das importações, o crescimento médio anual, no período referido, cifrou-se nos 7%, havendo, também grandes oscilações na evolução anual deste fluxo, tendo existido dois anos de grande crescimento, 2008 (+56%) e 2010 (+30%) e dois anos com um decréscimo acentuado, 2007 (-20%) e 2009 (-40%). Comparando o valor das importações efectuadas por Portugal entre Janeiro e Julho de 2011 com o registo do mesmo período no ano anterior, verifica-se um crescimento substancial (+ 57%). O valor das compras acumulado até Julho é quase idêntico ao valor total importado no ano de 2010 e superior (+30%) ao verificado em 2009 e consequentemente o saldo da balança comercial regista um deficit maior que ano anterior (+62,2%). Os grupos de produtos mais exportados por Portugal para Arábia Saudita estão concentrados em minerais e minérios (43% do total), pastas celulósicas e papel, máquinas e aparelhos e produtos químicos que conjuntamente representaram 75% do total exportado em 2010. Dentro do 1º grupo destacam-se os seguintes produtos mais exportados: pedras de cantaria/construção, com um peso de 40,5% sobre o total, ladrilhos e placas p/ pavimentação/revestimento, vidrados/esmaltados (1,1%) e mármores, travertinos, granitos (0,6%). Em termos de evolução, as exportações deste grupo registaram um aumento de 7% entre 2009/2010 e de apenas 4% entre 2006 e 2010. Os dados já disponíveis referentes ao 1º semestre de 2011, quando comparados com os do período homólogo de 2010, apontam para um crescimento das vendas deste grupo de produtos na ordem dos 2%. 12 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) O segundo grupo de produtos mais exportados foi o das pastas celulósicas e papel que representou cerca de 12% do total exportado em 2010, registando um crescimento acima dos 300% face a 2009 e mais que duplicou em relação ao de 2006. Este grupo tem vindo a ganhar importância e os principais produtos exportados em 2010 foram o papel e cartão não revestido usado para escrita ou fins gráficos (8,5% do total exportado) e as pastas químicas de madeira (3,4%). Entre Janeiro e Julho do corrente ano as exportações deste grupo de produtos cresceram aproximadamente 64% face ao resultado do período homólogo de 2010. Exportações por Grupos de Produto 3 (10 EUR) 2006 Minerais e minérios % 2009 % 2010 % 29.962 58,0 29.393 44,7 31.295 43,0 Pastas celulósicas e papel 3.476 6,7 1.815 2,8 9.022 12,4 Máquinas e aparelhos 3.112 6,0 6.801 10,4 8.056 11,1 Produtos químicos 4.373 8,5 4.745 7,2 6.017 8,3 Metais comuns 2.302 4,5 3.173 4,8 3.525 4,8 Vestuário 2.009 3,9 2.267 3,5 1.857 2,5 Plásticos e borracha 453 0,9 643 1,0 1.598 2,2 Peles e couros 448 0,9 836 1,3 1.036 1,4 1.263 2,4 212 0,3 853 1,2 Madeira e cortiça 478 0,9 569 0,9 839 1,2 Calçado 381 0,7 603 0,9 689 0,9 0 0,0 439 0,7 457 0,6 614 1,2 654 1,0 174 0,2 63 0,1 65 0,1 145 0,2 195 0,4 281 0,4 72 0,1 Outros produtos 1.035 2,0 1.447 2,2 2.569 3,5 Valores confidenciais 1.495 2,9 11.742 17,9 4.625 6,3 51.658 100,0 65.685 100,0 72.829 100,0 Produtos alimentares Produtos agrícolas Matérias têxteis Instrumentos de óptica e precisão Veículos e outro material de transporte Total Fonte: INE – Instituto Nacional de Estatística O terceiro grupo de produtos mais exportados, o das máquinas e aparelhos representou cerca de 11% do total exportado em 2010 e registou um crescimento na ordem dos 19% face a 2009. Este grupo tem vindo a ganhar importância (+ 159% entre 2006 e 2010) e os principais produtos exportados em 2010 foram os aparelhos eléctricos para telefonia ou telegrafia por fios (2,5% do total exportado), e os transformadores eléctricos, conversores, bobinas reactância (1,9%). Entre Janeiro e Julho de 2011 este grupo de produtos registou uma ligeira diminuição (-1,6%) face ao mesmo período do ano anterior. 13 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) Analisando ainda os restantes grupos de produtos portugueses exportados destaca-se o seguinte: • Os produtos químicos que ganham novamente importância na estrutura das exportações portuguesas para a Arábia Saudita em 2010, registando um acréscimo de 27% face ao verificado em 2009 e representando cerca de 8% do total exportado. Os medicamentos foram os produtos mais representativos da exportação ocorrida neste grupo. • O grupo dos produtos dos metais comuns que regista em 2010 um acréscimo de 11% face a 2009 e de 53% quando comparado com o ano de 2006. • Os acréscimos acentuados verificados nos grupos dos plásticos e borracha (+148,4% em relação em 2009 e de 252,8% face a 2006), das peles e couros (+131,4% entre 2006 e 2010), do calçado (+80,8% entre 2006 e 2010) e da madeira e cortiça (+75,5% entre 2006 e 2010). • As quebras verificadas em 2010, nos grupos do vestuário (-18,1%) e das matérias têxteis (-73,4%). Os produtos alimentares embora tenham registado um aumento de valor entre 2009/2010 (+300,2%), assinalam um decréscimo entre 2006 e 2010 (-32,5%). Com excepção do calçado que regista um decréscimo (-32,2%), os restantes grupos de produtos, acima mencionados, assinalam aumentos nas exportações efectuadas nos primeiros sete meses de 2011 em relação ao verificado no mesmo período do ano anterior. 7 Segundo o GEE , cerca de 48% dos produtos industriais exportados, em 2010, continham um grau de intensidade tecnológica média-baixa, 29% baixa e 13% alta. Em termos de evolução, denota-se um crescimento na exportação de produtos com grau de intensidade tecnológica alta (em 2006 tinha um peso de 7,6%) e uma quebra nos produtos de média baixa (em 2006 representavam 61,7% do total de produtos industrializados exportados). De acordo com o INE – Instituto Nacional de Estatística, o número de empresas exportadoras a operar com o mercado da Arábia Saudita em 2010 foram 243, mais 9 do que em 2006. Em relação aos grupos de produtos que fazem parte das importações portuguesas provenientes da Arábia Saudita, verifica-se que as mesmas se encontram concentradas num só grupo, o dos combustíveis minerais, que representou 89% do total em 2010. Dentro deste grupo são os óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos os produtos mais representativos, com 87% do total, seguido dos óleos de petróleo ou minerais betuminosos (1,9%). 7 GEE – Gabinete de Estratégica e Estudos (MEE - Ministério da Economia e do Emprego). Convém referenciar que os produtos industriais transformados exportados para a Arábia Saudita representaram 98,7% do total em 2010. 14 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) Em termos de evolução, o grupo dos combustíveis regista oscilações nos últimos cinco anos, havendo uma diminuição da quantidade importada (-21% entre 2006 e 2010) e os valores assinalaram bastantes variações justificados pela instabilidade verificada com o preço dos combustíveis. O segundo grupo de produtos importados é o dos químicos que representaram 6% do total em 2010. Os produtos com maior valor registado neste grupo foram os éteres, peróxidos de álcoois, de éteres e de cetonas.Este grupo assinala, em relação ao ano anterior, um enorme crescimento, recuperando parte da importância que teve na estrutura das importações em 2005 (representava 10% do total). Outro grupo de produtos que vem ganhando relevância na estrutura de importações é os plásticos e borracha que representaram 4% do total importado em 2010 e que regista um forte crescimento desde 2005 (+122% entre 2009/2010). Importações por Grupos de Produtos 3 (10 EUR) 2006 Combustíveis minerais 491.397 91,8 366.752 90,4 469.247 89,0 41.987 7,8 25.408 6,3 31.029 5,9 Plásticos e borracha 724 0,1 9.835 2,4 21.840 4,1 Matérias têxteis 728 0,1 245 0,1 719 0,1 Peles e couros 245 0,0 88 0,0 503 0,1 Máquinas e aparelhos 175 0,0 513 0,1 111 0,0 Minerais e minérios 162 0,0 47 0,0 88 0,0 Vestuário 108 0,0 97 0,0 45 0,0 0 0,0 383 0,1 1 0,0 22 0,0 12 0,0 0 0 Outros produtos 1 0,0 0 0,0 0 0 Produtos confidenciais 1 0,0 2.330 0,6 3.823 0,7 535.549 100,0 405.708 100,0 527.409 100,0 Produtos químicos Metais comuns Veículos e outro material de transporte Total Fonte: % 2009 % 2010 % INE – Instituto Nacional de Estatística Os dados divulgados pelo INE, referente ao período entre Janeiro e Julho de 2011 assinalam uma subida nos valores dos produtos importados do grupo dos combustíveis minerais (+56,9%) e dos plásticos e borracha (+185,1%), enquanto que os produtos químicos registaram um decréscimo (-7,1%), quando comparados com os resultados no período homólogo de 2010. 8 Segundo o GEE cerca de 80% , dos produtos industriais oriundos da Arábia Saudita possuíam em 2010, um alto grau de intensidade tecnológica e 18% de média-alta. Em contraste, 99% dos produtos importados em 2006 continham um alto grau de intensidade tecnológica e 1% baixo. 8 GEE – Gabinete de Estratégica e Estudos (MEE- Ministério da Economia e Emprego). Convém referenciar que os produtos industriais 15 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) O INE registou 42 empresas importadoras em 2010, mais 10 do que no ano anterior. Em 2008 tinham sido registadas 44 empresas importadoras, o número mais elevado do período de 2006 a 2010. 3.2. Serviços A balança comercial de serviços com a Arábia Saudita, entre 2006 e 2010, apresentou-se favorável a Portugal, registando sempre saldos positivos e taxas de cobertura elevadas. No entanto, as exportações e importações de serviços com a Arábia Saudita têm tido pouco significado na estrutura do comércio externo português, representando cada um dos fluxos menos de 1% dos serviços exportados e dos importados. As exportações de serviços registaram um crescimento médio anual, no período considerado, de cerca de 48%, enquanto que as importações cresceram, em média, a um ritmo muito inferior (+10%). Realçase que as exportações de serviços 2009 quase duplicaram face a 2008 (+99%) e que em 2010 registaram outro substancial aumento (+48% face a 2009), justificando o superavit elevado da balança de serviços ainda mais favorável a Portugal em 2010. Em relação à evolução das importações salienta-se, por um lado, o crescimento verificado em 2008 (+42%) e o decréscimo em 2009 (-11%). Balança Comercial de Serviços a 3 (10 euros) 2006 2007 2008 2009 2010 Var % 06/10 2010 2011 Jan./Julho Jan./Julho Exportações 3.833 3.726 5.488 10.897 16.133 47,8 n.d. 4.374 Importações 2.603 2.796 3.982 3.552 3.523 9,6 n.d. 2.186 Saldo 1.230 930 1.506 7.345 12.610 -- -- 2.188 Coef. Cob. (%) 147,3 133,3 137,8 306,8 457,9 -- -- 200,1 b 0,03 0,02 0,03 0,07 0,09 -- -- 0,04 b 0,03 0,03 0,04 0,03 0,03 -- -- 0,03 % Export. Total % Import. Total Fonte: INE – Instituto Nacional de Estátistca; Banco de Portugal (BdP) 1547 Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2006-2010 (b) Qota de mercado nas exportações e importações totais de Portugal Com os dados disponíveis referentes ao período de Janeiro a Julho de 2011 apenas podemos assinalar que o valor das exportações de serviços representa apenas 27% do valor total do ano de 2010, enquanto que as importações provenientes da Arábia Saudita, no mesmo período de 2010, representaram já 62% do total importado em 2010. transformados importados da Arábia Saudita representaram apenas 12,9% do total em 2010. 16 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) 3.3. Investimento Os fluxos de investimento entre os dois países têm sido praticamente inexistentes, com excepção dos anos de 2005 e 2008 onde houve registo de investimento directo de agentes económicos da Arábia Saudita em Portugal. Importância da Arábia Saudita nos Fluxos de Investimento para Portugal 2006 Posição a 2007 2008 2009 2010 31ª 46ª 26ª 45ª 26ª 0,00 0,00 0,03 0,00 0,01 0 49ª 49ª 38ª 44ª 0 0,00 0,00 0,00 0,00 Portugal como receptor (IDE) % b Posição a Portugal como emissor (IDPE) % Fonte: Banco de Portugal (BdP) Notas: (a) Com base no IDPE e IDE bruto b (b) Posição enquanto Origem do IDE bruto total e Destino do IDPE bruto total, num conjunto de 55 mercados O Investimento directo da Arábia Saudita em Portugal registou um valor histórico em 2008, rondando os 9,2 milhões de euros. Em termos de evolução podemos concluir que, até 2004, era praticamente inexistente qualquer fluxo de investimento directo deste mercado em Portugal, numa análise ao histórico registado entre 1996 e 2009. O primeiro registo com relevância foi em 2005 mas em 2006 verificou-se um decréscimo da ordem dos 44%. Investimento Directo da Arábia Saudita em Portugal a 3 (10 EUR) Investimento bruto 2006 2007 1.341 113 Desinvestimento 440 505 Investimento líquido 901 -392 2008 9.192 9.192 2009 2010 70 70 Fonte: Banco de Portugal (BdP) Nota: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2006-2010. 4.680 4.680 Var % 2010 2011 06/10 Jan./Julho Jan./Julho § n.d. § n.d. -- -- 990 990 Os dados já disponíveis referentes a 2011 (Janeiro a Julho) registaram um valor de investimento superior ao verificado nos anos de 2007 e 2009, tendo no entanto representando apenas 21% do total realizado no ano de 2010. Quanto ao investimento directo de Portugal naquele mercado, os valores são ainda bastante mais reduzidos, existindo apenas operações de investimento mais relevantes nos anos de 2009 e 2019. 17 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) Investimento Directo de Portugal na Arábia Saudita a 3 (10 EUR) 2006 Investimento bruto 2007 0 2008 66 2009 106 2010 377 Var % 06/10 312 Desinvestimento Investimento líquido 0 66 106 377 Fonte: Banco de Portugal (BdP) Nota: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2006-2010. 312 2010 2011 Jan./Julho Jan./Julho § n.d. § n.d. -- -- 990 990 3.4. Turismo As receitas geradas em Portugal por estrangeiros provenientes da Arábia Saudita, entre 2006 e 2010, cresceram em média cerca de 62%, mas continuam a ter pouco significado no âmbito global, pois as mesmas representaram menos de 0,1% do total das receitas geradas por estrangeiros em Portugal, situando-se no 52º lugar enquanto mercado emissor, num conjunto de 55 países. Turismo da Arábia Saudita em Portugal d 2006 a 3 Receitas (10 EUR) b % do total Posição 2007 2008 2009 2010 Var % 06/10 2010 2011 Jan/Julho Jan/Julho 672 902 1.875 1.305 3.062 61,6 n.d. 1.527 0,01 0,01 0,03 0,02 0,04 -- -- 0,04 52ª 52ª 52ª 52ª 45ª -- -- 47ª c Fontes: Banco de Portugal (BdP) Notas: (a) Inclui apenas a hotelaria global (b) Refere-se ao total da receita proveniente de estrangeiros (c) Posição enquanto mercado emissor, num conjunto de 55 mercados (d) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2006-2010. Não obstante este facto, é conveniente realçar o aumento das receitas geradas por estrangeiros provenientes da Arábia Saudita assinalados entre 2007 e 2010, sendo que o valor registado em 2010, foi mais do que o dobro face ao verificado no ano anterior e quase cinco vezes maior do que o obtido em 2006. Com os dados já disponibilizados pelo Banco de Portugal referentes às receitas geradas nos primeiros sete meses de 2011, verifica-se que o valor registado foi praticamente metade do que o obtido no ano de 2010. 18 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) 4. Relações Internacionais e Regionais A Arábia Saudita é membro, entre outras organizações, da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), do Banco Africano de Desenvolvimento (BAfD), do Banco Islâmico de Desenvolvimento (BID), do Fundo Monetário Árabe (FMA) e da Organização das Nações Unidas (ONU) e suas agências especializadas, de entre as quais se destacam o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Integra a Organização Mundial do Comércio (OMC) desde 11 de Dezembro de 2005. Ao nível regional, este país faz parte do Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico (Cooperation Council for the Arab States of the Gulf - CCGP), da Liga dos Estados Árabes (LEA), da Organização dos Países Árabes Exportadores de Petróleo (OPAEP) e do Acordo Pan-árabe de Livre Comércio (mais conhecido pela sigla em inglês - PAFTA - Pan Arab Free Trade Area). O Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico (CCGP), formado em 1981 pela Arábia Saudita, Bahrain, EAU, Kuwait, Qatar e Oman, tem como objectivos principais a promoção da segurança e da estabilidade na região, particularmente através da integração das políticas externas de segurança e a coordenação das políticas económicas, financeiras e monetárias. O Iraque tinha estatuto de associado, que perdeu no seguimento da invasão do Kuwait, o Iémen está presentemente em negociações, com vista à sua integração em 2016, a Jordânia apresentou em Maio de 2011 um pedido de adesão e Marrocos foi convidado a integrar o CCGP. Apesar das vicissitudes por que passou o CCGP, em Janeiro de 2003 foi estabelecida uma união aduaneira entre os seus membros, uma condição necessária para a implementação de um acordo de comércio livre com a União Europeia, em discussão há mais de uma década. Estava inicialmente prevista a criação de uma união monetária no seio do CCGP durante o ano de 2010, sendo que, por diversas dificuldades, o projecto se encontra ainda por concretizar. A Liga dos Estados Árabes, mais conhecida por Liga Árabe, foi instituída em 1945 com o objectivo de estreitar a cooperação no domínio económico, financeiro e comercial entre os países membros, conta, actualmente, com vinte e dois membros (e quatro observadores: Brasil; Eritreia; Índia; e Venezuela), tendo estatuto de observador na Assembleia-Geral das Nações Unidas. A OPAEP, criada em 1968, agrega onze países produtores de petróleo, quatro dos quais não fazem parte da OPEP (Bahrain, Egipto, Síria e Tunísia), e tem como finalidade coordenar as políticas relativas ao sector petrolífero dos seus membros, além de providenciar assistência técnica e apoiar projectos no sector. O PAFTA, criado em Fevereiro de 1997, pretende facilitar e desenvolver o comércio entre 17 países árabes, eliminando as barreiras aduaneiras e técnicas nas respectivas trocas (Arábia Saudita, Bahrein, Egipto, EAU, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Oman, Palestina, Qatar, Síria, Sudão, Tunísia e Iémen). 19 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) No que respeita ao relacionamento bilateral Arábia Saudita / União Europeia, este tem lugar ao nível supranacional, isto é, o papel de interlocutor da UE é desempenhado pelo anteriormente mencionado Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico (CCGP), do qual a Arábia Saudita faz parte. Entre os dois blocos foi assinado em 1988 um Acordo de Cooperação (não preferencial), com os objectivos de fortalecimento da estabilidade na região e das relações políticas e económicas entre as partes, nomeadamente ao nível da tecnologia, energia, indústria, trocas comerciais (concessão mútua do tratamento da nação mais favorecida), serviços, agricultura, pescas, investimento, ciência e ambiente. Ficou também acordada a realização anual de uma cimeira ministerial entre as partes. O acordo de 1988 previa, igualmente, um compromisso entre o CCGP e a UE no sentido de iniciarem negociações com vista à conclusão de um Acordo de Comércio Livre, as quais, depois do seu início em 1990 e posteriores avanços e recuos, tiveram grande evolução durante 2007. Em 1 de Janeiro de 2007 entrou em vigor o chamado Financing instrument for cooperation with industrialised and other high-income countries and territories (ICI) que define o quadro regulador da cooperação financeira entre a UE e os países com “rendimentos elevados”, como é o caso dos que integram o CCGP. No que respeita ao relacionamento bilateral entre a UE/CCGP os interessados podem aceder a informação actualizada no Site da União Europeia, no tema – External Action – http://eeas.europa.eu/gulf_cooperation/index_en.htm 5. Condições Legais de Acesso ao Mercado 5.1. Regime Geral de Importação A Arábia Saudita não impõe a necessidade de obtenção de licenças de importação. Contudo, a entrada de certos produtos é proibida por razões sanitárias, religiosas ou de segurança. Nesse grupo de bens incluem-se o álcool e as drogas para fins não medicinais, bem como a maioria dos artigos religiosos nãoislâmicos, entre outros ofensivos dos princípios islâmicos. A importação de armas e equipamento electrónico é rigorosamente controlada. De referir que estão, também, proibidas todas as importações provenientes de Israel. Com o objectivo de proteger a saúde pública, salvaguardar a segurança nacional, proteger o ambiente e defender o consumidor, o Ministry of Commerce & Industry (MoCI) – http://www.mci.gov.sa/english/, através da Saudi Arabian Standards Organization (SASO), estabeleceu um programa de certificação de produtos (International Conformity Certification Programme – ICCP – http://www.export2saudi.com/) que abrange a maioria das mercadorias exportadas para este país. De acordo com os procedimentos exigidos, os produtos importados na Arábia Saudita deverão ser acompanhados de um Certificado de Conformidade, cuja emissão é da responsabilidade das empresas Intertek Testing Services-ITS e SGS, contratadas para o efeito, e a quem cabe realizar inspecções pré20 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) -embarque das mercadorias antes da partida do porto de exportação (através dos escritórios de representação que dispõem nos diferentes países do Mundo), assegurando, deste modo, que os produtos cumprem os requisitos previstos nas normas sauditas. Assim, as empresas exportadoras nacionais deverão contactar os serviços da Intertek e SGS em Portugal (http://www.caleb-brett.pt/Intertek/Pt/intertek-pt.html e http://www.pt.sgs.com/pt/home_pt_v2), solicitando a realização da inspecção e análise dos produtos a expedir. Caso os bens não satisfaçam as condições exigidas, será disponibilizado um relatório completo das deficiências verificadas, com vista à adopção das correcções necessárias. Os bens exportados para a Arábia Saudita estão sujeitos, obrigatoriamente, à apresentação na rotulagem da indicação da sua origem, no caso made in Portugal, e identificação do fabricante, sob pena de a mercadoria não ser desalfandegada e ser devolvida à procedência. Uma nota final para a denominada Certificação Halal (significa "permitido" ou "lícito" em árabe), a qual estabelece que nenhum produto alimentar pode contrariar os ditames e princípios da lei islâmica, de modo a ser aceite pelos consumidores sauditas. Em Portugal, cabe à Comunidade Islâmica de Lisboa – CIL – (http://www.comunidadeislamica.pt/09Contactos.php) emitir esta certificação, necessitando, para o efeito, de subcontratar os serviços da empresa MK4B que está encarregue de efectuar a inspecção e fiscalização dos bens alimentares a exportar pelos agentes económicos, a respectiva composição e o processo de fabrico, assim como a elaboração do dossier administrativo a apresentar à CIL. Deste modo, as empresas portuguesas, quando da exportação destes bens, deverão contactar com a empresa MK4B – Rua Acursio Pereira, n.º 20, r/c Dto., 1800-003 Lisboa, contacto: Sr. Paulo Vitorino; email: [email protected] (a utilizar de forma preferencial); Telemóvel: 933603015. A Pauta Aduaneira saudita segue o Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias (SH), sendo a maioria dos direitos alfandegários calculados numa base ad valorem sobre o valor CIF das mercadorias. Na sequência da implementação da união aduaneira entre os países membros do Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico, em Janeiro de 2003, as tarifas aduaneiras foram reduzidas na sua maioria de 12% para a taxa harmonizada de 5%, sendo que, porém, podem os países membros estabelecer excepções às taxas comuns, desde que devidamente aprovadas pelo CCGP. A Arábia Saudita é o país membro com mais excepções às taxas comuns (por exemplo: mobiliário, têxtil, água mineral; ou sal), com o objectivo de proteger a indústria local, aplicando taxas de 12% a 20%. Os bens alimentares, entre outros essenciais, tais como medicamentos e equipamentos destinados a projectos de desenvolvimento, podem, no entanto, ser importados livres de impostos aduaneiros. 21 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) De qualquer modo, alguns bens agrícolas estão sujeitos a tarifas mais elevadas durante a época das colheitas, sendo que aos cigarros e produtos derivados do tabaco é aplicada uma taxa agravada de 100%. Na Arábia Saudita todos os impostos são directos, não havendo lugar a impostos indirectos como, por exemplo, sobre o valor acrescentado e as vendas. As tarifas aplicáveis podem ser consultadas na página «Market Access Database», da responsabilidade da União Europeia – http://madb.europa.eu/mkaccdb2/indexPubli.htm (clicar em «Applied Tariffs Database»). 5.2. Regime de Investimento Estrangeiro O investimento estrangeiro na Arábia Saudita é regulado pelo Foreign Investment Act (FIA) – http://www.saudia-online.com/txtinvestment1.htm – que estabelece um enquadramento legal mais alargado face ao regime anterior, permitindo aos cidadãos e empresas não-sauditas investir no Reino, qualquer que seja a sua participação no capital envolvido no projecto, com excepção das telecomunicações (fixas ou móveis), em que o máximo da participação estrangeira será 70%, e da distribuição comercial, limitada a 49,9%. Ao investidor é também assegurada, entre outras garantias: a livre repatriação do capital investido; lucros e dividendos; a cessão de acções entre sócios; o acesso, em condições de igualdade com as empresas locais, a um conjunto significativo de incentivos; a aquisição de propriedade imobiliária para o desenvolvimento do projecto ou para fins habitacionais; e a protecção relativamente a eventuais expropriações (só possível mediante decisão judicial e com direito à respectiva indemnização). Ao promotor estrangeiro não é exigida a abertura de conta bancária local, podendo efectuar depósitos em qualquer instituição bancária no país, sendo-lhe entregue comprovativo dos mesmos. O regime legal dispõe que os promotores externos possam investir em todas as actividades económicas, com excepção das que constam de uma “lista negativa”, pelo que os projectos não podem estar enquadrados nos sectores de actividade proibidos, entre os quais se incluem a exploração e produção petrolíferas, a indústria do armamento, o investimento imobiliário em Meca e Medina, os serviços de investigação e segurança, alguma imprensa e serviços de comunicação e os transportes terrestres e aéreos. A responsabilidade de assessorar todas as propostas de investimento e emitir as necessárias licenças e permissões cabe à Saudi Arabian General Investment Authority (SAGIA) – http://www.sagia.gov.sa/. Para apoiar os eventuais investidores, as autoridades sauditas criaram, também, um one-stop shop, o chamado Investors Service Centre (ISC). 22 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) O sucesso quanto à obtenção de uma licença depende, entre outros factores, do projecto se adequar aos planos oficiais de desenvolvimento económico. Como tal, os projectos que envolvam parcerias locais têm maior probabilidade de aprovação do que os detidos a 100% por estrangeiros. É permitida a actividade imobiliária por estrangeiros (excepto em Meca e Medina), desde que destinada à implementação das infra-estruturas associadas ao investimento, que a sua construção se inicie num prazo de cinco anos e que o investimento respeite os valores mínimos exigidos por lei. No caso da emissão de licença pela SAGIA, o investidor deverá obter, seguidamente, o respectivo registo comercial junto do Ministry of Commerce & Industry. A documentação necessária para as empresas que investem pela primeira vez na Arábia Saudita deve ser apresentada no Investors Service Centre, sendo que esses documentos constituem apenas o primeiro passo para a obtenção da licença de investimento e que, embora os centros tenham agilizado grandemente o processo, os procedimentos seguintes – obtenção de visto, permissão de residência, recrutamento e outros actos burocráticos – envolvem um período de tempo mais demorado do que a aprovação inicial. Em matéria de incentivos ao investimento, que são atribuídos quer para atrair investimento estrangeiro quer para o direccionar para determinados sectores prioritários, a Arábia Saudita dispõe de um conjunto de medidas de apoio para investimentos na indústria local e de desenvolvimento agrícola. A nível fiscal o país sofreu nos últimos anos alterações significativas no sentido de um desagravamento tributário, nomeadamente do Imposto sobre as Sociedades, cuja taxa foi reduzida, desde 2004, para 20%. Como regra, a aprovação de um projecto de investimento estrangeiro qualifica-o para beneficiar de incentivos, que vão desde empréstimos subsidiados, protecção face a importações concorrentes, isenções fiscais, empréstimos para formação profissional de colaboradores locais e arrendamento de terras a preços vantajosos em zonas industriais específicas. De um modo geral, todos os investidores estrangeiros licenciados podem recorrer ao Saudi Industrial Development Fund (SIDF) – http://www.sidf.gov.sa/En/Pages/default.aspx, que concede empréstimos de médio e longo prazos a projectos industriais até 50% do seu custo total. O período máximo de amortização é de 15 anos, com um período de carência de 2 anos a contar da data de início de produção. O SIDF poderá exigir, no entanto, que o investidor entre com uma percentagem mínima do capital total do projecto e, como segurança, requerer uma hipoteca sobre os bens financiados e garantias pessoais dos accionistas ou empresas envolvidas. 23 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) Parcerias industriais podem ainda obter isenções fiscais aduaneiras na importação de matérias-primas e equipamento, concessão de terras a rendas reduzidas em parques industriais do Governo, concessões para formação de colaboradores sauditas (se a empresa empregar mais de 100 trabalhadores sauditas), electricidade, água e combustíveis subsidiados. Para além do exposto, o Governo pode, igualmente, conceder subsídios financeiros a projectos agrícolas. Acresce, finalmente, que existem incentivos específicos de acordo com o sector de investimento e de natureza regional nomeadamente em zonas industriais, bem dotadas de ligações externas e com terrenos para arrendar a preços bastante reduzidos. De salientar que novos regulamentos relativos à implementação do Foreign Investment Act têm sido entretanto aprovados, pelo que é prudente o contacto do ISC, por parte de eventuais interessados no sentido de aferir dos incentivos disponíveis em cada momento. Em termos de contratação pública, matéria regulada pela Tenders Regulation (and its Implementing Rules), as aquisições de valor inferior a 1 milhão de SR poderão ser efectuadas por recurso a apenas um fornecedor, enquanto que se o valor for superior deverão ser consultados, pelos menos, 3 fornecedores (5 no caso do sector da construção). Os potenciais fornecedores/concorrentes deverão registar-se junto das diversas entidades públicas adjudicantes, bem como (se maioritariamente de capital estrangeiro) subcontratar 30% do valor do contrato a agentes económicos locais, salvo comprovação de que nenhum destes tem capacidade para fornecer os bens/serviços em causa. Quanto ao registo de marcas, este é efectuado junto do Ministério do Comércio e Indústria da Arábia Saudita – http://www.mci.gov.sa/english/moci.aspx?Type=8&PageObjectId=827. O Ministério não disponibiliza os formulários necessários online, podendo os respectivos serviços ser contactados para este efeito ou esclarecimento de quaisquer dúvidas ou outras informações. Entre Portugal e a Arábia Saudita não foram celebrados Acordos para evitar a dupla tributação e prevenir a evasão fiscal em matéria de impostos sobre o rendimento ou de promoção e protecção mútuas de investimento. 5.3. Quadro Legal Regime de Importação • Circular n.º 72/11/m, de 18 de Janeiro de 2009 – Estabelece a obrigatoriedade de indicação da origem de proveniência na etiquetagem de toda a mercadoria a importar. • Código Aduaneiro Comum do Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico – Aprovado em Novembro de 1999 (e em vigor desde 01.01.2003) – Dispõe sobre a estrutura tarifária. 24 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) Real Decreto n.º M/5-14, de 25 de Junho de 2002 – Aprova a Lei Comercial. • Os interessados podem consultar, na página da União Europeia, External Action, informação sobre o relacionamento bilateral entre a UE e o Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico (CCGP), de que a Arábia Saudita faz parte – http://ec.europa.eu/external_relations/gulf_cooperation/index_en.htm. Regime de Investimento Estrangeiro • Real Decreto n.º M/51, de 27 de Setembro de 2005 – Estabelece o regime jurídico das relações de trabalho (Código Laboral). • Real Decreto n.º M/1, de 6 de Abril de 2004 – Regulamenta o Imposto sobre o Rendimento. • Real Decreto n.º M/21, de 7 de Agosto de 2002 – Aprova a Lei das Marcas Comerciais. • Real Decreto n.º 11, de Abril de 2000 – Define o quadro legal aplicável ao Investimento Directo Estrangeiro. Outra legislação saudita pode ser consultada na página World Law Guide (Lexadin) – Legislation Saudi Arabia em: http://www.lexadin.nl/wlg/legis/nofr/oeur/lxwesau.htm. Acordo Relevante • Decreto n.º 9/2008, de 20 de Maio – Aprova o Acordo Geral de Cooperação entre Portugal e a Arábia Saudita. Para mais informação legislativa sobre mercados externos, consulte a página da aicep Portugal Global em: http://www.portugalglobal.pt/PT/Internacionalizar/SobreMercadosExternos/Paginas/SobreMercadosExternos.aspx 6. Informações Úteis Formalidades na Entrada É necessário ser portador de um visto de entrada, o qual deve ser emitido por uma Embaixada ou Consulado saudita. Recomenda-se a consulta do Portal das Comunidades Portuguesas, do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, nomeadamente para a leitura dos conselhos para os viajantes à Arábia Saudita, onde se poderá encontrar as recomendações sobre os costumes, saúde, segurança, etc. – http://www.secomunidades.pt/web/guest/listapaises/SA. Para obter os endereços das representações consulares portuguesas (postos e secções consulares) no estrangeiro, poderão consultar: http://www.secomunidades.pt/ e os endereços das representações estrangeiras (diplomáticas e consulares) em Portugal: http://www.min-nestrangeiros.pt/mne/missoes/ 25 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) Riscos de Crédito e Caução e do Investimento Nacional no Estrangeiro A COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, S.A. gere, por conta do Estado português, a garantia de cobertura de riscos de crédito e caução e do investimento nacional no estrangeiro, originados por factos de natureza política, monetária e catastrófica. No contexto das Políticas de Cobertura para Mercados de Destino das Exportações Portuguesas, apólice individual, a cobertura para o mercado da Arábia Saudita é a seguinte (Setembro 2011): Curto prazo: Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). Médio/Longo prazo: Caso a caso. Indicações mais pormenorizadas sobre políticas e condições de cobertura podem ser obtidas junto da Direcção Internacional da COSEC. Hora Local Corresponde ao UTC mais três horas. Horários de Funcionamento Serviços Públicos: Das 7h30 às 14h30 (sábado a quarta-feira) (das 10h00 às 15h00 durante o Ramadão) Bancos: Das 8h00/8h30 às 12h00 e das 16h00/16h30 às 19h30 (das 9h00 às 15h00 e das 21h00 às 24h00 durante o Ramadão) (de sábado a quarta-feira) Casas de câmbio poderão estar abertas até mais tarde. Comércio: Os estabelecimentos comerciais estão abertos das 10h00 às 12h00 e das 16h00 às 24h00, excepto no período das orações e durante o Ramadão. De preferência, recomenda-se a frequência dos centros comerciais. O horário no período do Ramadão é das 12h00 às 16h00 e das 20h00 às 2h00 da manhã. Algum comércio abre à sexta-feira à tarde. Normalmente as lojas fecham três vezes ao dia durante meia-hora para orações. Durante o mês lunar do Ramadão os Muçulmanos jejuam durante o dia, pelo que os horários de funcionamento são geralmente alterados. Muitos restaurantes fecham no período diurno e verificam-se restrições relativamente a beber, comer e fumar em público. Estas alterações poderão verificar-se, ainda, durante o Eid Al Fitr e o Eid Al Adha, que poderá durar de 3 a 10 dias, dependendo da região. 26 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) Feriados Feriados fixos: 1 Jan - Dia de Ano Novo 23 Set - Feriado Nacional Feriados móveis: 9 Eid al-Fitr (Final do Ramadão) - 3 a 10 dias 10 ( 30 de Agosto de 2011 e 19 de Agosto de 2012) Eid al-Adha (Festa do Sacrifício) - 4 a 10 dias ( 6 de Novembro de 2011 e 25 de Outubro de 2012) Corrente Eléctrica e uso de aparelhos electrónicos: 110/220 Volts AC 60Hz. Recomenda-se o uso de adaptadores (americano para 110 e inglês para 220). O uso da internet está sujeito a restrições (sites de conteúdo religioso e pornográficos são bloqueados). Pesos e Medidas: É utilizado o sistema métrico. 7. Endereços Diversos Em Portugal Embaixada da Arábia Saudita em Lisboa Av. do Restelo 42 1400-315 Lisboa Tel.: (+351) 21 304 17 50 | Fax: (+351) 21 301 42 77 E-mail: [email protected] aicep Portugal Global, Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, EPE O’ Porto Bessa Leite Complex Rua António Bessa Leite, 1430, 2.º 4150-074 Porto Tel.: (+351) 226 055 300 | Fax: (+351) 226 055 399 E-mail: [email protected] | http://www.portugalglobal.pt 9 O ano islâmico compreende 12 meses lunares e difere em cerca de 11 dias do ano gregoriano, não se encontrando fixo a este. O calendário lunar islâmico (Hijra) e as datas dos feriados religiosos dependem, assim, das fases da lua e da região. Estes são definidos de acordo com a visualização de várias fases da lua e as datas acima são aproximações. Durante o mês lunar do Ramadão os muçulmanos jejuam durante o dia e festejam à noite e os padrões normais de negócio podem ser interrompidos. Quando os peregrinos visitam Meca (durante o Hajj) todos os estabelecimentos governamentais estão fechados, assim como algumas empresas durante 10 a 14 dias. 10 O número de dias atribuídos ao sector governamental e ao sector privado é, habitualmente, diferente, pelo que se poderá verificar desfasamento nos horários de funcionamento. 27 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) aicep Portugal Global, Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, EPE Av. 5 de Outubro, 101 1050-051 Lisboa Tel.: (+351) 217 909 500 | Fax: (+351) 217 909 581 E-mail: [email protected] | http://www.portugalglobal.pt Câmara de Comércio e Indústria Árabe-Portuguesa (CCIAP) Av. Fontes Pereira de Melo 19-8º 1050-116 Lisboa Tel.: (+351) 21 3138100 | Fax: (+351) 21 3138109 E-mail: [email protected] | Web: www.cciap.pt COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, SA Direcção Internacional Av. da República, 58 1069-057 Lisboa Tel.: (+351) 217 913 821 | Fax: (+351) 217 913 839 E-mail: [email protected] | http://www.cosec.pt Comunidade Islâmica de Lisboa Av. José Malhoa (à Praça de Espanha) 1000 Lisboa - Portugal Tel.: 213 874 142 / 213 879 184 | Fax: 213 872 230 E-mail: [email protected]; [email protected] | http://www.comunidadeislamica Empresa MK4B (Certificação Halal) Rua Acúrsio Pereira, n.º 20, r/c Dto. 1800-003 Lisboa - Portugal E-mail: [email protected] Na Arábia Saudita Embaixada de Portugal em Riyadh Pension Public Agency Complex Office S-14 (ground Floor) Al-fazari Square Diplomatic Quarter P.O.Box 94328 Riyadh 11693 Tel.: (+966) 1 482 69 64/21 47 | Fax: (+966) 1 482 69 81 E-mail: [email protected] | [email protected] 28 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) Ministry of Foreign Affairs P.O.Box 55937 11544 Riyadh - Arábia Saudita Tel.: (+966) 1 405 50 00 / 406 77 77 | Fax: (+966) 1 403 06 45 Web: www.mofa.gov.sa Saudi Arabian Monetary Agency P.O.Box 2992 11169 Riyadh - Arábia Saudita Tel.: (+966) 1 463 30 00 | Fax: (+966) 1 466 29 36/466 29 66 Web: www.sama-ksa.org Minister of Economy & Planning Tel.: (+966) 1 404 92 12 | Fax: (+966) 1 405 20 51 E-mail: [email protected] | Web: http://www.mep.gov.sa Ministry of Commerce and Industry Riyadh 11162 E-mail: [email protected] | Web: http://www.commerce.gov.sa/english 8. Fontes de Informação 8.1. Informação Online aicep Portugal Global Documentos Específicos sobre a Arábia Saudita • Título: “Arábia Saudita – Relações Económicas Bilaterais com a Arábia Saudita 2006-2011 (Janeiro a Julho)” Edição: 09/2011 • Título: “Arábia Saudita – País em Síntese” Edição: 08/2011 • Título: “Arábia Saudita – Condições Legais de Acesso ao Mercado” Edição: 04/2010 • Título: “Arábia Saudita – Sites Seleccionados” Edição: 04/2010 29 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) • Título: “Arábia Saudita – Informações e Endereços Úteis” Edição: 04/2010 • Título: “Arábia Saudita – Acordo Geral de Cooperação (aprovação)” Edição: 08/2009 Documentos de Natureza Geral • Título: “Apoios Financeiros à Internacionalização – Guia Prático” Edição: 09/2010 • Título: “Acordos Bilaterais Celebrados por Portugal” Edição: 03/2010 • Título: “Aspectos a Acautelar num Processo de IDPE” Edição: 04/2009 • Título: “Marcas e Desenhos ou Modelos – Regimes de Protecção” Edição: 02/2009 • Título: “Normalização e Certificação” Edição: 11/2008 • Título: “Como Participar em Feiras nos Mercados Externos” Edição: 08/2008 • Título: “Seguros de Créditos à Exportação” Edição: 06/2008 • Título: “Seguro de Investimento Directo Português no Estrangeiro” Edição: 06/2008 • Título: “Guia do Exportador” Edição: 02/2008 • Título: “Contrato Internacional de Agência” Edição: 03/2005 Esta Informação On-line, entre outra, pode ser consultada no Site da aicep Portugal Global, na Livraria Digital em – http://www.portugalglobal.pt/PT/Biblioteca/Paginas/Homepage.aspx ou no tema “Mercados Externos” – Arábia Saudita: http://www.portugalglobal.pt/PT/Internacionalizar/Paginas/MercadosExternos.aspx?marketId=48. 30 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) 8.2. Endereços de Internet • Câmara de Comércio e Indústria Árabe-Portuguesa (CCIAP) – http://www.cciap.pt/index.php?option=com_content&view=section&id=6&Itemid=58 • Capital Market Authority – http://www.cma.org.sa/Ar/Pages/home.aspx • Central Department of Statistics & Information – http://www.cdsi.gov.sa/english • Comunidade Islâmica de Lisboa (CIL) – http://www.comunidadeislamica.pt/index.php • Cooperation Council for the Arab States of the Gulf (CCGP) – http://www.gccsg.org/eng/index.html • Council of Saudi Chambers – http://www.saudichambers.org.sa/index_en.htm • Department of Zakat and Income Tax – http://www.dzit.gov.sa/en/IncomeTax/incometax16.shtml • Doing Business in Saudi Arabia 2011 (World Bank Group) – http://www.doingbusiness.org/data/exploreeconomies/saudi-arabia/ / http://www.doingbusiness.org/~/media/fpdkm/doing%20business/documents/profiles/country/db1 1/sau.pdf • Intertek Testing Services (ITS) – http://www.intertek.com/testing/ • Law Library - Saudi Arabia - (World Bank Group) – http://www.doingbusiness.org/lawlibrary/saudi-arabia • Legislation Saudi Arab (Lexadin) – http://www.lexadin.nl/wlg/legis/nofr/oeur/lxwesau.htm • Ministry of Commerce & Industry (MoCI) – http://www.mci.gov.sa/english/ • Ministry of Economy and Planninig – http://www.mep.gov.sa/ • Ministry of Foreign Affairs – http://www.mofa.gov.sa/Pages/Default.aspx • Saudi Arabian Council of Competition Protection – http://www.ccp.org.sa/ar/ • Saudi Arabian General Investment Authority – http://sagia.gov.sa 31 aicep Portugal Global Arábia Saudita – Ficha de Mercado (Outubro 2011) • Saudi Arabian Market Information Resource (SAMIRAD) – http://www.saudinf.com/MAIN/z.htm • Saudi Arabian Monetary Agency – http://www.sama.gov.sa/sites/SAMAEN/Pages/Home.aspx • Saudi e-Government Portal – http://www.saudi.gov.sa/wps/portal/espp • Saudi Food & Drug Authority (SFDA) – http://www.sfda.gov.sa/En/Home/ • Saudi Gazette – http://www.saudigazette.com.sa/ • Saudi Industrial Development Fund (SIDF) – http://www.sidf.gov.sa/En/Pages/default.aspx • Saudi Standards, Metrology and Quality Organisation (SASO) – http://www.saso.org.sa/Arabic/Pages/default.aspx • SGS Group – http://www.sgs.com/conformity_assessment_for_exports_to_the_kingdom_of_saudi_arabia?view Id=741 • Supreme Economic Council – http://www.sec.gov.sa/?lang=en-US 32 Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. – Av. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LISBOA Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 [email protected] www.portugalglobal.pt Capital Social – 110 milhões de Euros • Matrícula CRC Porto Nº 1 • NIPC 506 320 120
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