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issn 0004-2730
10o CONGRESSO PAULISTA DE
DIABETES E METABOLISMO
maio 2012
17 A 19 DE MAIO DE 2012
RIBEIRÃO PRETO, SP
56
suplemento 3
Assistente editorial e financeira: Roselaine Monteiro
Rua Botucatu, 572 – conjunto 83 – 04023-062 – São Paulo, SP
Telefax: (11) 5575-0311 / 5082-4788
[email protected]
Submissão on-line / Divulgação eletrônica
www.abem-sbem.org.br • www.scielo.br/abem
Rua Anseriz, 27, Campo Belo
04618-050 – São Paulo, SP. Fone: 11 3093-3300
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Diretor-geral: Idelcio D. Patricio Diretor executivo: Jorge Rangel Gerente financeira: Andréa Rangel Gerente comercial: Rodrigo Mourão Editorachefe: Daniela Barros MTb 39.311 Comunicações médicas: Cristiana Bravo Relações institucionais: Valeria Freitas Gerentes de negócios:
Claudia Serrano, Marcela Crespi, Philipp Santos e Valeria Freitas Coordenadora comercial: Andrea Figueiro Gerente editorial: Cristiane Mezzari
Coordenadora editorial: Sandra Regina Santana Designer: Flávio Santana Revisoras: Glair Picolo Coimbra e Sandra Gasques Produtor gráfico:
Fabio Rangel Cód. da publicação: 13472.5.12
Todos os anúncios devem respeitar rigorosamente o disposto na RDC nº96/08
Rua Alvorada, 631 – Vila Olímpia – 04550-003 – São Paulo – SP
Tel.: (11) 3849-0099/3044-1339
[email protected] • growup-eventos.com.br
Assessoria Comercial: Reginaldo Ramos
Tiragem desta edição: 2.800 exemplares
Preço da Assinatura: R$ 450,00/ano – Fascículo Avulso: R$ 55,00
Indexada por Biological Abstracts, Index Medicus, Latindex, Lilacs, MedLine, SciELO, Scopus, ISI-Web of Science
ARQUIVOS BRASILEIROS DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA.
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. – São Paulo, SP: Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, v. 5, 1955Nove edições/ano
Continuação de: Arquivos Brasileiros de Endocrinologia (v. 1-4), 1951-1955
Título em inglês: Brazilian Archives of Endocrinology and Metabolism
ISSN 0004-2730 (versões impressas)
ISSN 1677-9487 (versões on-line)
1. Endocrinologia – Periódicos 2. Metabolismo-Periódicos I. Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia II. Associação Médica Brasileira.
CDU 612.43 Endocrinologia
CDU 612.015.3 Metabolismo
Apoio:
Órgão oficial de divulgação
científica da SBEM – Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia (Departamento da
Associação Médica Brasileira), SBD
– Sociedade Brasileira de Diabetes,
ABESO – Associação Brasileira para o
Estudo da Obesidade e Síndrome
Metabólica e SOBEMOM –
Sociedade Brasileira de Estudos do
Metabolismo Ósseo e Mineral
2011-2012
EDITOR-CHEFE
Comissão Editorial Nacional
Luiz Armando de Marco (MG)
Sérgio Atala Dib (SP)
Ana Luiza Silva Maia (RS)
Luiz Augusto Casulari R. da Motta (DF)
André Fernandes Reis (SP)
Luis Eduardo Calliari (SP)
Antônio Carlos Pires (SP)
Madson Queiroz Almeida (SP)
Antônio Marcondes Lerário (SP)
Magnus R. Dias da Silva (SP)
Antônio Roberto Chacra (SP)
Manoel Ricardo Alves Martins (CE)
Ayrton Custódio Moreira (SP)
Márcio Faleiros Vendramini (SP)
Berenice B. Mendonça (SP)
Márcio Mancini (SP)
Carlos Alberto Longui (SP)
Margaret Cristina S. Boguszewski (PR)
Carmen C. Pazos de Moura (RJ)
Mario Vaisman (RJ)
Célia Regina Nogueira (SP)
Marise Lazaretti-Castro (SP)
César Luiz Boguszewski (PR)
Milton César Foss (SP)
EDITORES ASSOCIADOS
Claudio E. Kater (SP)
Mônica Andrade Lima Gabbay (SP)
Presidentes dos
departamentos da SBEM
Denise Pires de Carvalho (RJ)
Mônica Roberto Gadelha (RJ)
COEDITORES
Alexander A. L. Jorge (SP)
Bruno Geloneze Neto (SP)
Cynthia Brandão (SP)
Evandro S. Portes (SP)
Renan M. Montenegro Jr. (CE)
Editor associado
internacional
Antonio C. Bianco (EUA)
Adrenal e Hipertensão
Milena F. Caldato (PA)
Diabetes Melito
FUNDADOR
Waldemar Berardinelli (RJ)
EDITORES e CHEFES
DE REDAÇÃO*
1951-1955
Waldemar Berardinelli (RJ)
Thales Martins (RJ)
1957-1972
Clementino Fraga Filho (RJ)
1964-1966*
Luiz Carlos Lobo (RJ)
1966-1968*
Pedro Collett-Solberg (RJ)
1969-1972*
João Gabriel H. Cordeiro (RJ)
1978-1982
Armando de Aguiar Pupo (SP)
1983-1990
Antônio Roberto Chacra (SP)
1991-1994
Rui M. de Barros Maciel (SP)
1995-2006
Claudio Elias Kater (SP)
2007-2010
Edna T. Kimura (SP)
Eder Carlos R. Quintão (SP)
Edna Nakandakare (SP)
Edna T. Kimura (SP)
Saulo Cavalcanti da Silva (MG)
Eduardo Rochete Ropelle (SP)
Dislipidemia e Aterosclerose
Elaine Maria Frade Costa (SP)
Maria Teresa Zanella (SP)
Eliana Aparecida Silva (SP)
Endocrinologia Básica
Eliana Pereira de Araújo (SP)
Maria Teresa Nunes (SP)
Francisco Bandeira (PE)
EndoCRINOLOGIA Feminina e
Andrologia
Geraldo Medeiros-Neto (SP)
Alexandre Hohl (SC)
Endocrinologia Pediátrica
Gil Guerra-Júnior (SP)
Gisah M. do Amaral (PR)
Nina Rosa de Castro Musolino (SP)
Regina Célia S. Moisés (SP)
Ricardo M. R. Meirelles (RJ)
Rodrigo Oliveira Moreira (RJ)
Rui M. de Barros Maciel (SP)
Sandra R. G. Ferreira (SP)
Simão A. Lottemberg (SP)
Sonir Roberto Antonini (SP)
Suemi Marui (SP)
Tânia A. S. Bachega (SP)
Ubiratan Fabres Machado (SP)
Hans Graf (PR)
Comissão Editorial Internacional
Helena Maria Ximenes (SP)
Carol Fuzeti Elias (EUA)
João Lindolfo C. Borges (DF)
Henrique de Lacerda Suplicy (PR)
Charis Eng (EUA)
Neuroendocrinologia
Ileana G. S. Rubio (SP)
Décio Eizirik (Bélgica)
Janice Sepuvelda Reis (MG)
Efisio Puxeddu (Itália)
Angela Maria Spinola-Castro (SP)
Metabolismo Ósseo e Mineral
Manuel dos Santos Faria (MA)
Obesidade
Rosana Bento Radominski (PR)
João Roberto de Sá (SP)
Tireoide
Jorge Luiz Gross (RS)
Laura Sterian Ward (SP)
José Augusto Sgarbi (SP)
Representantes
das Sociedades Colaboradoras
José Gilberto H. Vieira (SP)
SBD
Josivan Gomes de Lima (RN)
Saulo Cavalcanti da Silva (MG)
ABESO
Leila Araujo (BA)
SOBEMOM
João Lindolfo C. Borges (DF)
Fernando Cassorla (Chile)
Franco Mantero (Itália)
Fredric E. Wondisford (EUA)
Gilberto Jorge da Paz Filho (Austrália)
Gilberto Velho (França)
James A. Fagin (EUA)
Laércio Joel Franco (SP)
John P. Bilezikian (EUA)
Léa Maria Zanini Maciel (SP)
Norisato Mitsutake (Japão)
Leandro Arthur Diehl (PR)
Patrice Rodien (França)
Luciano Giacáglia (SP)
Peter Kopp (EUA)
SBEM – Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia
Diretoria Nacional da SBEM 2011-2012
Presidente:
Airton Golbert
Vice-Presidente: Marise Lazaretti-Castro
Secretário Executivo: Josivan Gomes de Lima
Secretário Executivo Adjunto: Henrique de Lacerda Suplicy
Tesoureira Geral: Rosane Kupfer
Tesoureiro Geral Adjunto:
Luiz Henrique Maciel Griz
Rua Humaitá, 85, cj. 501
22261-000 – Rio de Janeiro, RJ
Fone/Fax: (21) 2579-0312/2266-0170
Secretária executiva: Julia Maria C. L. Gonçalves
www.sbem.org.br
[email protected]
Departamentos Científicos - 2011/2012
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Adrenal e Hipertensão
Diabetes Mellitus
Representante
Presidente
Milena Caldato
Tv. Nove de Janeiro, 456, Umarizal
66000-000 – Belém, PA
Fone: (91) 3246-3939
[email protected]
Saulo Cavalcanti da Silva
Vice-Presidente
Luiz Alberto Andreotti Turatti
Secretário
Antônio Carlos Pires
TesoureiroIvan dos Santos Ferraz
Diretores
Adriana Costa e Forti
Rodrigo Nunes Lamounier
Balduino Tschiedel
Suplentes
Sérgio Atala Dib
Hermelinda Pedrosa
Rua Tomé de Souza, 830, 10o andar, cj. 1005, Savassi
30140-131 – Belo Horizonte, MG
Fone: (31) 3261-2927
www.diabetes.org.br
[email protected]
Dislipidemia e Aterosclerose
Endocrinologia Básica
Presidente
Maria Teresa Zanella
Presidente
Maria Tereza Nunes
Vice-Presidente
Fernando Flexa Ribeiro Filho
Vice-Presidente
Magnus R. Dias da Silva
Secretária
Gláucia Carneiro
SecretáriaTânia Maria Ortiga Carvalho
Tesoureira
Lydia Mariosa
Diretores
Celso Rodrigues Franci
Diretores
Sandra Roberta Vivolo
Doris Rosenthal
Fernando Giuffrida
Adelina Reis
Rodrigo Moreira
Suplentes
Catarina Segreti Porto
Ubiratan Fabres Machado
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Rua Leandro Dupret, 365, Vila Clementino
04025-011 – São Paulo, SP
Fone: (11) 5904-0400/Fax: (11) 5904-0401
[email protected]
Alameda dos Anapurus, ap. 21
04087-022 – São Paulo, SP
Fones: (11) 3091-7431/30917645
www.fisio.icb.usp.br
[email protected]
Departamentos Científicos - 2011/2012
Endocrinologia Feminina e
Andrologia
Endocrinologia Pediátrica
Presidente
Alexandre Hohl
Vice-Presidente
Paulo César Alves da Silva
Vice-Presidente
Ricardo M. R. Meirelles
Diretores
Aline Mota da Rocha
Presidente
Angela Maria Spinola-Castro
Diretores
Amanda Valéria Luna de Athayde
Carlos Alberto Longui
Carmen Regina Leal de Assumpção
Julienne Ângela Ramires de Carvalho
Dolores Perovano Pardini
Maria Alice Neves Bordallo
Poli Mara Spritzer
Marília Martins Guimarães
Ruth Clapauch
Suplentes
Claudia Braga Abadesso Cardoso
Maria Tereza Matias Baptista
Rodovia SC 401, Km 4, nº 3854
88032-005 – Florianópolis, SC
Fone: (48) 3231-0336
www.feminina.org.br • www.andrologia.org.br
[email protected]
Rua Pedro de Toledo, 980, cj. 52, Vila Clementino
04039-002 – São Paulo, SP
Fone: (11) 5579-9409/8259-8277
[email protected]/[email protected]
Metabolismo Ósseo e Mineral
Neuroendocrinologia
Presidente
João Lindolfo C. Borges
Presidente
Vice-Presidente
Victória Zeghbi Cochenski Borba
Vice-Presidente
Antônio Ribeiro de Oliveira Junior
Diretores
Cynthia Maria Alvares Brandão
Diretores
César L. Boguszewski
Luiz Claudio G. de Castro
Lucio Vilar
Luiz Henrique de Gregório
Luiz Antônio de Araújo
Luiz Henrique Maciel Griz
Mônica Gadelha
Av. Angélica, 1757, cj. 103, Higienópolis
01227-200 – São Paulo. SP
Fones: (11) 3822-1965/3826-4677
[email protected]
www.sobemom.org.br
Obesidade
Manuel dos Santos Faria
Luciana Ansanelli Naves
Suplentes
Marcello Delano Bronstein
Leonardo Vieira Neto
Av. Colares Moreira, 555
65075-441 – São Luis, MA
Fone: (98) 3217-4410
[email protected]
Tireoide
Presidente
Rosana Radominski
PresidenteLaura Sterian Ward
Vice-Presidente
Leila Araujo
Vice-Presidente
Carmen Cabanelas Pazos de Moura
Primeiro Secretário
Alexandre Koglin Benchimol
Secretária
Gisah Amaral de Carvalho
Segunda Secretária
Mônica Beyruti
Diretores
Cleber Pinto Camacho
Tesoureira
Cláudia Cozer
Vânia Maria Corrêa da Costa
Representantes da SBEM
Josivan Gomes de Lima
Rosalinda Camargo
Marcio Mancini
José Augusto Sgarbi
Suplentes
Ana Luiza Silva Maia
Célia Regina Nogueira
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade
Rua Mato Grosso, 306, cj. 1711
01239-040 – São Paulo, SP
Fone: (11) 3079-2298/Fax: (11) 3079-1732
www.abeso.org.br
[email protected]
Rua Botucatu, 572, cj. 81, Vila Clementino
04023-061 – São Paulo, SP
Fone/Fax: (11) 5575-0311
www.tireoide.org.br
[email protected]
Comissões Permanentes - 2011/2012
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Acompanhamento do Planejamento
Estratégico
Internacional
Presidente
César Boguszewski
Presidente
Airton Golbert
[email protected]
Membros
Ricardo M. R. Meirelles, Ruy Lyra,
Marisa Coral, Valéria Guimarães
[email protected]
Membros Valéria Guimarães, Thomaz Cruz,
Amélio F. Godoy Matos, Marcelo Bronstein
Campanhas em Endocrinologia
Presidente
Adriana Costa e Forti
[email protected]
Membros
Luiz Antônio Araújo, Vívian Ellinger
Científica
NORMAS, QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO
Presidente
Ronaldo Neves
[email protected]
Vice-Presidente
Eduardo Dias
Membros
Diana Viegas,
Mauro A. Czepielewski,
Nilza Torres
Presidente
Marise Lazaretti-Castro
[email protected]
Membros Presidentes Regionais, Presidentes
dos Departamentos Científicos
Indicados pelas Diretorias
Ruy Lyra,
Doris Rosenthal,
Pedro Wesley,
Marcello Bertolucci
[email protected]
Comunicação Social
PESQUISAS
Presidente
Ricardo M. R. Meirelles
[email protected]
Editor ABEM
Sérgio Atala Dib
Membros
Marisa Helena César Coral,
Rosalvo Reis, Severino Farias
Educação Médica Continuada
Presidente Dalisbor Marcelo W. Silva
[email protected]
Membros
Laura Sterian Ward,
Luiz Susin,
Ruth Clapauch
Estatutos, Regimentos e Normas
Presidente Airton Golber
[email protected]
Membros
Gustavo Caldas,
Ronaldo Neves,
Alexandre Hohl,
Representante da Diretoria Nacional
Eduardo Pimentel
Ética e Defesa Profissional
Paritária – CAAEP
Presidente
Angela Maria Spinola-Castro
MembrosOsmar Monte, Maria Alice Neves Bordallo,
Gil Guerra Júnior, Luiz Claudio Castro,
Durval Damiani
Presidente Freddy Eliaschewitz
[email protected]
Membros Antônio Roberto Chacra,
Luiz Augusto Russo
Projeto Diretrizes
Coordenador
Luiz Claudio Castro
[email protected]
Adrenal e Hipertensão
Milena Caldato
Dislipidemia e Aterosclerose
Maria Tereza Zanella
Diabetes Mellitus
Saulo Cavalcanti da Silva
Endocrinologia Básica
Maria Tereza Nunes
Endocrinologia Feminina e Andrologia
Alexandre Hohl
Endocrinologia Pediátrica
Angela Maria Spinola-Castro
Metabolismo Ósseo e Mineral
João Lindolfo C. Borges
Neuroendocrinologia
Manuel dos Santos Faria
Obesidade
Rosana Radominski
Tireoide
Laura Sterian Ward
Título de Especialista em
Endocrinologia
e Metabologia
Corregedor
João Modesto
[email protected]
Vice-CorregedorItairan de Silva Terres
1º vogalTeiichi Oikawa
2º vogal
Ney Cavalcanti
3º vogal
Victor Gervásio e Silva
4º vogal
Neuton Dornellas
5º vogal
Maite Chimeno
[email protected]
História da Endocrinologia
Valorização de Novas Lideranças
Presidente
Luiz César Povoa
[email protected]
Membros
Adriana Costa e Forti, Thomaz Cruz
Presidente
Presidente: Francisco Bandeira
Vice-Presidente: Osmar Monte
Membros: Adelaide Rodrigues, César Boguszewski,
Lucio Vilar, Marisa Helena César Coral,
Marilia Guimarães
André Gustavo P. de Sousa
[email protected]
Vice-Presidente
Fernando Ghershman
Sociedades e Associações Brasileiras
na Área de Endocrinologia e Metabologia
SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes
Diretoria Nacional da SBD (2012/2013)
Presidente
Vice-Presidentes
1o Secretário
2a Secretária
1o Tesoureiro
2o Tesoureiro
Conselho Fiscal
Balduino Tschiedel
Hermelinda Cordeiro Pedrosa
Lenita Zajdenverg
Levimar Rocha Araújo
Luiz Alberto Andreotti Turatti
Reine Marie Chaves Fonseca
Domingos Augusto Malerbi
Cristina Figueiredo Sampaio Façanha
Antonio Carlos Lerário
João Eduardo Nunes Salles
Geísa Maria Campos de Macedo
Luiz Antonio de Araujo
Marcos Cauduro Troian
Silmara Oliveira Leite
Rua Afonso Brás, 579, cj. 72/74
04511-011– São Paulo, SP
Fone/Fax: (11) 3842-4931
[email protected]
www.diabetes.org.br
Secretária Executiva: Kariane Krinas Davison
Gerente Administrativa: Anna Maria Ferreira
ABESO – Associação Brasileira para o Estudo
da Obesidade e Síndrome Metabólica
Diretoria Nacional da ABESO (2010-2012)
Presidente
Vice-Presidente
1o Secretário Geral
2a Secretária Geral
Tesoureira
Rosana Radominski
Leila Araujo
Alexandre Koglin Benchimol
Mônica Beyruti
Cláudia Cozer
Rua Mato Grosso, 306, cj. 1711
01239-040 – São Paulo, SP
Fone: (11) 3079-2298/Fax: (11) 3079-1732
Secretária: Luciana Bastos
[email protected]
www.abeso.org.br
SOBEMOM – Sociedade Brasileira de Estudos
do Metabolismo Ósseo e Mineral
Diretoria Nacional da SOBEMOM (2011-2013)
Presidente
Vice-Presidente
Secretária Geral
2o Secretário
Tesoureiro Geral
2a Tesoureira
Conselho Fiscal
João Lindolfo C. Borges
Victória Zeghbi Cochenski Borba
Cynthia Maria Alvares Brandão
Nilson Roberto de Melo
Luiz Claudio Gonçalves de Castro
Ana Patricia de Paula
Marise Lazaretti-Castro,
Dalisbor Macerlo Weber Silva,
Francisco Alfredo Bandeira e Farias
Av. Angélica, 1757, cj. 103, Higienópolis
01227-200 – São Paulo. SP
Fones: (11) 3822-1965/3826-4677
[email protected]
www.sobemom.org.br
Organização
Apoio
Associação Brasileira para
o Estudo da Obesidade e da
Síndrome Metabólica
Agradecimentos
AstraZeneca
Boehringer Ingelheim
Medtronic Comercial Ltda.
Novartis
Novo Nordisk
Promed
Sanofi-Aventis
Servier
Tv Med
Secretaria
Eventus Planejamento e Organização
www.eventus.com.br
(11) 3361-3056
COMISSÃO EXECUTIVA/ORGANIZADORA
Milton Cesar Foss (FMRP-USP)
Maria Cristina Foss-Freitas (FMRP-USP)
Patricia Moreira Gomes (FMRP-USP)
Luiz Carlos C. Navegantes (FMRP-USP)
João Eduardo Nunes Salles (FM-Santa Casa SP)
COMISSÃO CIENTÍFICA
André Fernandes Reis (EPM-Unifesp)
Angelo R. Carpinelli (ICB-USP)
Antônio Carlos Boschero (IB-Unicamp)
Antônio Carlos Lerario (InCor-FMUSP)
Antonio Carlos Pires (FAMERP)
Carla Roberta de Oliveira Carvalho (ICB-USP)
Daniel Giannella Neto (FM-USP)
Isis do Carmo Kettelhut (FMRP-USP)
João Eduardo Nunes Salles (FM-Santa Casa SP)
João Roberto de Sá (EPM-Unifesp)
José Barreto Campello Carvalheira (FCM-Unicamp)
Laércio Joel Franco (FMRP-USP)
Lício A. Velloso (FCM-Unicamp)
Luiz Carlos C. Navegantes (FMRP-USP)
Maria Cristina Foss-Freitas (FMRP-USP)
Maria Lucia C. Correa Giannella (FM-USP)
Mario José Abdalla Saad (FCM-Unicamp)
Milton Cesar Foss (FMRP-USP)
Regina Célia Mello Santiago Moisés (EPM-Unifesp)
Sandra Roberta G. Ferreira Vivolo (FSP-USP)
Sergio Atala Dib (EPM-Unifesp)
Silvana A. Bordin (ICB-USP)
Ubiratan Fabres Machado (ICB-USP)
Prezados Colegas,
Gostaríamos de dar-lhes as boas-vindas ao 10º Congresso Paulista
de Diabetes e Metabolismo, desejando a todos os participantes uma
ótima estadia em Ribeirão Preto e excelente aproveitamento de todas
as nossas atividades.
A Comissão Executiva e Científica empenhou-se em organizar uma
programação de alto nível médico-científico, procurando dar maior ênfase na discussão de estudos e projetos que vêm sendo desenvolvidos
nos vários grupos de pesquisa do Estado de São Paulo, como também
no aprofundamento do debate de temas clínicos de diabetes e metabolismo, de grande interesse na prática profissional.
A sua participação ativa é muito importante para tornar essa troca de
ideias, dados e experiência mais proveitosa para todos.
Como se observa no programa a seguir, teremos uma ampla abordagem em mecanismos celulares da sinalização da insulina e suas alterações, a inflamação no diabetes e obesidade, o estresse oxidativo e do
retículo endoplasmático, a disfunção da célula beta, avanços clínicos
e terapêuticos para o diabetes e suas complicações agudas e de longo
prazo.
Sejam bem-vindos!
Milton Cesar Foss
Comissão Executiva/Científica
programação científica
programação
científica
programação científica
17 de maio – quinta-feira
Curso – Atualização Clínica em Diabetes
Coordenação-Geral: Maria Cristina Foss-Freitas (FMRP-USP) e João Eduardo N. Salles (FCM – Santa Casa/SP)
08:20-10:00 h Módulo I (Auditório Topázio)
Coordenadores: Ana Teresa Santomauro (FMABC) e Luiz Eduardo Calliari (FCM – Santa Casa)
08:20-08:40 h
Novos recursos no diagnóstico do diabetes mellitus
Patricia Moreira Gomes (FMRP-USP)
08:40-09:00 h
Manejo terapêutico da síndrome metabólica
Vivian Suen (FMRP-USP)
09:00-09:20 h
Controle glicêmico, memória metabólica e complicações crônicas do diabetes
Marcia Nery (HC-FMUSP)
09:20-09:40 h
MANEJO TERAPÊUTICO DO DIABETES GESTACIONAL
Carlos A. Gegrato (Bauru-SP)
09:40-10:00 h Discussão
10:00-10:30 h
Intervalo
10:30-12:10 h
Módulo II (Auditório Topázio)
Coordenadores: Rafael Liberatore (FMRP-USP) e Maria Cristina Foss-Freitas (FMRP-USP)
10:30-10:50 h
Avaliação crítica das novas drogas secretagogas no tratamento do diabetes mellitus
Renan M. Montenegro Junior (UFC)
10:50-11:10 h
Como tratar a resistência insulínica no paciente diabético
Antonio Carlos Pires (FAMERP)
11:10-11:30 h
Tratando a variabilidade glicêmica: novas insulinas e avanços tecnológicos
Walter Minicucci (Unicamp)
11:30-11:50 h
Tratamento intensivo e risco de hipoglicemia
Carla Bergamin (Unifesp)
11:50-12:10 h
Discussão
13:30-14:00 h
Sessão de Abertura (Auditório Rubi)
14:00-14:50 h
Conferência I (Auditório Rubi)
Coordenador: Milton C. Foss (FMRP-USP)
ER stress, beta cell dysfunction and apoptosis
Décio L. Eizirik (Bruxelas – Bélgica)
Palestras I e Ii
14:50-15:20 h
Palestra I (Auditório Topázio)
Coordenadores: Isis do Carmo Kettelhut (FMRP-USP) e Walter Minicucci (Unicamp)
O hipotálamo no centro de uma conspiração que envolve aumento da adiposidade, produção
hepática de glicose e distúrbio da secreção de insulina
Lício A. Velloso (Unicamp)
14:50-15:20 h Palestra II (Auditório Rubi)
Coordenadores: Patricia Moreira Gomes (FMRP-USP) e Milton C. Foss (FMRP-USP)
Atividade antitumoral da metformina: novas perspectivas para uma velha droga
José Barreto C. Carvalheira (Unicamp)
15:20-15:30 h
Intervalo
programação científica
Painéis de Pesquisa I e II
15:30-16:30 h
Painel de Pesquisa I (Auditório Topázio)
Coordenadores: Sandra R. G. F. Vívolo (FSP-USP) e Daniel Giannella Neto (FM-USP)
15:30-15:45 h
PP.01 – ANÁLISE DO PERFIL METABÓLICO E GENÉTICO NA POPULAÇÃO INDÍGENA XAVANTE
Kuhn PC1, Vieira Filho JPB1, Dal Fabbro AL2, Franco L1, Franco LJ2, Moises RS1
1
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Disciplina de Endocrinologia. 2 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo (FMRP-USP)
15:45-16:00 h
PP.02 – APTIDÃO FÍSICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL EM PACIENTES COM LIPODISTROFIA PARCIAL FAMILIAR TIPO
DUNNIGAN
Monteiro LZ1, Coeli FB, Foss-Freitas MC1, Castro M1, Montenegro Júnior RM2, Foss MC1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP). 2 Faculdade de Medicina da Universidade
Federal do Ceará (UFC)
1
16:00-16:15 h PP.03 – ANTIOXIDANT, ANTI-INFLAMMATORY AND PROLIFERATIVE EFFECTS OF PHENOLIC EXTRACTS FROM
BRAZILIAN FRUITS: BIOLOGICAL ACTIVITY IN PANCREATIC BETA CELL AND MACROPHAGE
Lellis-Santos C1, Gonçalves AESS2, Santos LRB, Garofolo IC3, Domiciano M, Gorjão R4, Festuccia WT, Genovese MI2, Lajolo FM2,
Bordin S1, Curi R1
1
University of São Paulo (USP), Institute of Biomedical Sciences. 2 USP, Faculty of Pharmaceutical Sciences. 3 Federal University of
São Paulo (Unifesp), Campus Diadema. 4 Cruzeiro do Sul University – Institute of Physical Activity Sciences and Sports
16:15-16:30 h
PP.04 – ADVANCED GLYCATED ALBUMIN PRIMES MACROPHAGES FOR AN INFLAMMATORY RESPONSE INDUCED
BY S100B OR LPS AND DISRUPT CHOLESTEROL EFFLUX AND HDL ANTI-INFLAMMATORY ACTIVITY
Okuda LS1, Castilho G1, Rocco DDFM1, Nakandakare ER1, Catanozi S1, Passarelli M1
University of São Paulo Medical School – Lipids Laboratory (LIM10)
1
15:30-16:30 h
Painel de Pesquisa II (Auditório Rubi)
Coordenadores: Carla R. O. Carvalho (ICB-USP) e Lício A. Velloso (Unicamp)
15:30-15:45 h
PP.05 – UMA ABORDAGEM DIETÉTICA MAIS PROMISSORA PARA REDUZIR O RISCO CARDIOMETABÓLICO: LIÇÕES
DE UM PROGRAMA DA REDE PÚBLICA DE SAÚDE
Barros CR1, Curti MLR1, Pires MM1, Folchetti LD1, Cezaretto A1, Siqueira-Catania A1, Ferreira SRG1
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) – Nutrição
1
15:45-16:00 h
PP.06 – MODULAÇÃO ANÔMALA DA AUTOFAGIA NO TECIDO ADIPOSO DE PACIENTES OBESOS
Araújo E1
1
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM/ Unicamp) – Enfermagem
16:00-16:15 h
PP.07 – VITAMIN D3 ASSOCIATED TO INSULIN THERAPY WAS RELATED TO PROTECTIVE IMMUNOLOGIC PROFILE
AND SLOW DECLINE OF RESIDUAL β-CELL FUNCTION IN NEW-ONSET TYPE 1 DIABETES
Gabbay M1, Sato MN2, Duarte AJS2, Dib AS2
1
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Centro de Diabetes. 2 Universidade de São Paulo (USP) – LIM56-Laboratory de
Imunologia
16:15-16:30 h
PP.08 – A ATIVIDADE DA GLICEROQUINASE INTERFERE NA MEDIDA DA ATIVIDADE LIPOLÍTICA DO TECIDO ADIPOSO
BRANCO
Rossi-Valentim R1, Frasson D2, Garófalo MA1, Navegantes LCC1, Kettelhut IC2
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Departamentos de Fisiologia. 2 FMRP-USP
– Departamento de Bioquímica e Imunologia
16:30-17:00 hIntervalo (café)
Simpósios I e II
17:00-18:40 h Simpósio I (Auditório Topázio)
Coordenadores: Maria Lúcia C. Giannella (FMUSP) e João Eduardo N. Salles (FCM – Santa Casa/SP)
17:00-17:20 h ENVOLVIMENTO DOS SENSORES DE NUTRIENTES mTOR e PPARγ NO CONTROLE DA HOMEOSTASE DA GLICOSE
William T. Festucia (ICB-USP)
17:20-7:40 hIMPLICAÇÕES DA FISIOPATOLOGIA DO DIABETES DO IDOSO NO TRATAMENTO
João Eduardo N. Salles (FCM – Santa Casa/SP)
17:40-18:00 h
CONTROLE HIPOTALÂMICO NA INGESTÃO ALIMENTAR: NOVAS PROTEÍNAS NO CIRCUITO
Patrícia Oliveira Prada (Unicamp)
18:00-18:20 hDIETA HIPERLIPÍDICA E CONTROLE CENTRAL DA INGESTÃO ALIMENTAR
Eliane B. Ribeiro (Unifesp)
18:20-18:40 h
Discussão
programação científica
17:00-18:40 h Simpósio II (Auditório Rubi)
Coordenadores: Maria Elizabeth Rossi Silva (FMUSP) e João Roberto Sá (Unifesp)
17:00-17:20 h
NOVOS MECANISMOS MOLECULARES DE AÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE O TECIDO HEPÁTICO PARA O
CONTROLE GLICÊMICO
José Rodrigo Pauli (Unicamp)
17:20-17:40 h
SAOS E RESISTÊNCIA À INSULINA
Maria Teresa Zanella (Unifesp)
17:40-18:00 h INVESTIGAÇÃO DA DOENÇA CORONARIANA NO DM2 ASSINTOMÁTICO
Roberto Betti (FMUSP)
18:00-18:20 h
PAPEL DA 11-BETA H - D1 NA OBESIDADE E RESISTÊNCIA À INSULINA: CUSHING INTRACELULAR?
Rosana Tieko Mori (ICB-USP)
18:20-18:40 h
Discussão
programação científica
18/maio – sexta-feira
08:10-08:40 h Palestras III e IV
Palestras III e IV
Palestra III (Auditório Topázio)
Coordenadores: Maria Teresa P. Torquato (MED-Fed. São Carlos) e André Reis (Unifesp)
COMO O SISTEMA NERVOSO CONTROLA O METABOLISMO PROTEICO DURANTE O JEJUM
Luiz Carlos Navegantes (FMRP-USP)
08:10-8:40 h Palestra IV (Auditório Rubi)
Coordenadores: Regina S. Moisés (Unifesp) e Ubiratan F. Machado (ICB-USP)
08:10-08:40 h
ESTRESSE DO RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO NA RESISTÊNCIA À INSULINA
Maria Cristina Foss-Freitas (FMRP-USP)
08:40-08:50 h Intervalo
Painéis de Pesquisa III e IV
08:50-09:50 h Painel de Pesquisa III (Auditório Topázio)
Coordenadores: Isis do Carmo Kettelhut (FMRP-USP) e Antonio Carlos Lerário (HC-FMUSP)
08:50-09:05 h – PP.09 – TENDÊNCIAS DA PRESENÇA DE DIABETES NOS PARTOS HOSPITALARES DE MULHERES RESIDENTES EM
RIBEIRÃO PRETO-SP, NO PERÍODO DE 1998-2007
Teixeira CRS1, Franco LF2, Monteiro RA2, Souza FG2
Universidade de São Paulo (USP) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. 2 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo (FMRP-USP)
1
09:05-09:20 h
PP.10 – A SINVASTATINA REDUZ A SECREÇÃO DE INSULINA ESTIMULADA POR GLICOSE EM CÉLULAS INS-1E POR
DIMINUIR A PRENILAÇÃO DE PROTEÍNAS E O CONTEÚDO INTRACELULAR DE COLESTEROL
Zúñiga JP1, Rebelato E1, Abdulkader F1
Universidade de São Paulo (USP) – Departamento de Fisiologia e Biofísica – Instituto de Ciências Biomédicas
1
09:20-09:35 h
PP.11 – RESPOSTA AO USO DE GLP-1 MIMÉTICO EM CARREADORES DE POLIMORFISMOS NO TCF7L2
Ferreira MC1,2, Fukui RT2, Arruda-Marques MC2, Correia MR2, Silva MER2, Rocha DM2, Santos RF2
1
Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECO) – Disciplina de Endocrinologia. 2 Hospital das Clínicas,
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – Laboratório de Carboidratos e Radioimunoensaio (LIM 18)
09:35-09:50 h
PP.12 – OBESIDADE INDUZIDA POR DIETA INDUZ INFLAMAÇÃO E PROMOVE CÂNCER PROSTÁTICO
Rocha GZ1, Dias MM1, Ropelle ER1, Caralheira JBC1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Clínica Médica
1
08:50-09:50 h Painel de pesquisa IV (Auditório Rubi)
Coordenadores: Silvana A. Bordin (ICB-USP) e Sergio A. Dib (Unifesp)
08:00-09:05 h
PP.13 – ASPECTOS PSICOLÓGICOS DAS INTERVENÇÕES PARA PREVENÇÃO DO DIABETES: RISCOS E BENEFÍCIOS
EXTRAMETABÓLICOS
Cezaretto A1, Barros CR2, Siqueira-Catania A2, Ferreira SRG2
1
Universidade de São Paulo (USP). 2 Faculdade de Saúde Pública, USP – Departamento de Nutrição
09:05-09:20 h
PP.14 – O FATOR CILIAR NEUROTRÓFICO (CNTF) PROTEGE CAMUNDONGOS CONTRA O DIABETES TIPO 1 POR MEIO
DA EXPRESSÃO DE SOCS3: O PAPEL DA RAZÃO STAT1/STAT3 NA MORTE DE CÉLULAS BETA
Rezende LF1, Santos GJ1, Carneiro EM1, Boschero AC1
1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Departamento de Biologia Estrutural e Funcional
09:20-09:35 h
PP.15 – DHEA INDUZ AUMENTO DA SECREÇÃO DE INSULINA EM ILHOTAS DE RATOS ENVELHECIDOS POR MEIO DO
AUMENTO DA OXIDAÇÃO DE SUBSTRATOS E REDUÇÃO DA TAXA APOPTÓTICA
Almeida FN1, Veras KM1, Camporez JP1, Ribeiro L1, Carvalho CRO1
1
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Fisiologia e Biofísica
09:35-09:50 h
PP.16 – PERFIL DE EXPRESSÃO E REDES GÊNICAS DE CÉLULAS TCD4+, TCD8+ E CD14+ EM PACIENTES COM DIABETES
MELLITUS TIPO 1 RECÉM-DIAGNOSTICADOS É INFLUENCIADO POR ALELOS MHC CLASSE II DE SUSCETIBILIDADE
OU PROTEÇÃO
Rassi DM1, Feijó AE2, Brum DG3, Foss-Freitas MC1, Foss MC1, Sakamoto-Hojo4, Passos GAS5, Donadi EA6
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica. 2 FMRP – Genética.
3
FMRP-USP – Neurociências e Ciências do Comportamento. 4 Faculdade de Genética – Faculdade de Genética. 5 USP – Genética.
6
FMRP-USP
1
programação científica
09:50-10:20 h
Intervalo (café)
Simpósios III e IV
10:20-12:00 h Simpósio III (Auditório Topázio)
Coordenadores: Margaret de Castro (FMRP-USP) e Renan M. Montenegro Jr. (UFC)
10:20-10:40 h
MECANISMOS INFLAMATÓRIOS NA RESISTÊNCIA À INSULINA: PAPEL DO NF-κB NA REGULAÇÃO DO GENE Slc2a4
Daniela T. Furuya (ICB-USP)
10:40-11:00 h
CONTROLE GLICÊMICO NAS DIFERENTES FASES DA DOENÇA RENAL CRÔNICA DIABÉTICA
João Roberto Sá (Unifesp)
11:00-11:20 h
EXPRESSÃO DA ENZIMA CATALASE E FUNÇÃO MITOCONDRIAL EM CÉLULAS MUSCULARES RESISTENTES À
INSULINA
Leonardo Reis Silveira (EEFERP e FMRP-USP)
11:20-11:40 h
EXERCÍCIO FÍSICO, ENVELHECIMENTO E RESISTÊNCIA À INSULINA: UMA VELHA TERAPIA SOB NOVA PERSPECTIVA
Eduardo Rochete Ropelle (Unicamp)
11:40-12:00 h
Discussão
10:20-12:00 h Simpósio IV (Auditório Rubi)
Coordenadores: Maria Teresa Zanella (Unifesp) e Antonio Carlos Pires (FAMERP)
10:20-10:40 h
REGULAÇÃO DIFERENCIAL DA ATIVAÇÃO DE NF-kB PELAS CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS IL-1b e TNF-α EM
CÉLULAS BETAPANCREÁTICAS
Fernanda Ortis (Unicamp)
10:40-11:00 h
ASPECTOS ATUAIS DO TRANSPORTE REVERSO DE COLESTEROL E RISCO CARDIOVASCULAR NO DIABETES
Marisa Passarelli (HC-FMUSP)
11:00-11:20 hVISITANDO OS FATORES DE RISCO DA DOENÇA CARDIOVASCULAR NO DIABETES MELLITUS TIPO 2
André Reis (Unifesp)
11:20-11:40 h
PAPEL DOS HORMÔNIOS HIPOTALÂMICOS NA HOMEOSTASE ENERGÉTICA DO ORGANISMO
Lucila L. K. Elias (FMRP-USP)
11:40-12:00 h
Discussão
12:00-13:00 hIntervalo (almoço)
Encontros com o Professor
13:00-13:50 h Encontros com Professor I (Auditório Topázio)
Coordenadores: Marcia Nery (HC-FMUSP) e Carlos A. Negrato (Bauru)
13:00-13:25 h
ANÁLISE CRÍTICA DOS ALGORITMOS DE TRATAMENTO DE DIABETES
Prof. Bernardo L. Wajchenberg (InCor-FMUSP)
13:25-13:50 h
HIPOGLICEMIA E SEU IMPACTO NO RISCO CARDIOVASCULAR
Prof. Marcos Tambascia (Unicamp)
13:00-13:50 h Encontros com Professor II (Auditório Rubi)
Coordenadores: Glória M. G. F. Pacolla (FM-Barão Mauá) e Domingos Malerbi (SP)
13:00-13:25 h
CONTROLE METABÓLICO DO DIABETES NO BRASIL
Prof. Antonio R. Chacra (Unifesp)
13:25-13:50 h OPÇÕES TERAPÊUTICAS PARA O DIABETES MELLITUS TIPO 2
Prof. Antonio Carlos Pires (FAMERP)
programação científica
Palestras V e VI
14:00-15:00 h Palestras V (Auditório Topázio)
Coordenadores: Patricia O. Prada (Unicamp) e Luiz Carlos Navegantes (FMRP-USP)
14:00-14:30 h LIÇÕES DO DIABETES NEONATAL COMO MODELO DE DIABETES MONOGÊNICO
Regina S. Moisés (Unifesp)
14:30-15:00 h
PRODUÇÃO DE ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO DURANTE O PROCESSO DE SECREÇÃO DE INSULINA
Angelo R. Carpinelli (ICB-USP)
14:00-15:00 h Palestras VI (Auditório Rubi)
Coordenadores: Maria Tereza Nunes (ICB-USP) e Luiz Carlos Fernandes Reis (SP)
14:00-14:30 hÉ POSSÍVEL IMPLANTAR PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE DIABETES NA POPULAÇÃO BRASILEIRA
Sandra R. G. F. Vívolo (FSP-USP)
14:30-15:00 hGLUT2 NA FISIOPATOLOGIA HEPÁTICA E RENAL DO DIABETES MELLITUS
Ubiratan Fabres Machado (ICB-USP)
15:00-15:10 h Intervalo
Painéis de Pesquisa V e VI
15:10-16:10 h Painel de pesquisa V (Auditório Topázio)
Coordenadores: Fernanda Ortis (Unicamp) e Eliane B. Ribeiro (Unifesp)
15:10-15:25 h
PP.17 EFEITO DA METFORMINA SOBRE O DESENVOLVIMENTO TUMORAL NA OBESIDADE (IN VIVO) E EM CÉLULAS
DO CÂNCER DE MAMA MCF-7 (IN VITRO)
Fonseca EAI1, Oliveira MA1, Dos Santos RA1, Akamine EH1, Carvalho MHC1, Barbosa AM2, Dekker RFH2, Khaper N3, Fortes ZB1
Departamento de Farmacologia, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo (USP). 2 Biorefining Research
Institute, Lakehead University, Thunder Bay, ON, Canada. 3Northern Ontario School of Medicine, Lakehead University, Thunder Bay,
ON, Canada
1
15:25-15:40 h PP.18 – MATERNAL HDL CHOLESTEROL IS RELATED TO OFFSPRING HDL CHOLESTEROL THAT IS A MARKER TO
PRECOCIOUS INCREASE IN CAROTID INTIMA-MEDIA THICKNESS IN TYPE 1 DIABETES
Stela Pinto C1
Universidade de São Paulo (USP)
1
15:40-15:55 h
PP.19 – A ADMINISTRAÇÃO CENTRAL DO C75, UM INIBIDOR DA ÁCIDO GRAXO SINTASE, PROMOVE ATIVAÇÃO DA
TERMOGÊNESE FACULTATIVA DO TECIDO ADIPOSO MARROM
Cassolla P1, Garófalo MAR1, Kettelhut IC2, Navegantes LCC1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Fisiologia. 2 FMRP-USP – Bioquímica e
Imunologia
15:55-16:10 h
PP.20 – PHYSICAL EXERCISE IMPROVES INFILTRATION AND POLARIZATION OF MACROPHAGE IN WHITE ADIPOSE
TISSUE OF DIET-INDUCED OBESITY RATS
Oliveira AG1, Araújo TG1, Rocha GZ1, Guadagnini D1, Bagarolli RA1, Carvalho BM1, Carvalheira JB1, Saad MJ1
1
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM/Unicamp)
15:10-16:10 h Painel de pesquisa VI (Auditório Rubi)
Coordenadores: Marisa Passarelli (HC-FMUSP) e Francisco José A. Paula (FMRP-USP)
15:10-15:25 h PP.21 – MODULAÇÃO DA FLORA INTESTINAL PROMOVE AUMENTO DA SENSIBILIDADE À INSULINA EM
CAMUNDONGOS ALIMENTADOS COM DIETA HIPERLIPÍDICA
Carvalho BM1, Guadagnini D1, Tsukumo DM1, Saad MJ1
1
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) – Clínica Médica
15:25-15:40 h
PP.22 – CARBOHYDRATE- AND LIPID- ENRICHED MEALS ACUTELY DISRUPT GLYCEMIC HOMEOSTASIS BY INDUCING
TRANSIENT INSULIN RESISTANCE IN RATS
Campello RS1, Alves-Wagner ABT1, Abdulkader F1, Mori RCT1, Machado UF1
1
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Fisiologia e Biofísica
15:40-15:55 h
PP.23 – NAMPT/VISFATIN AND ITS ROLE IN DIABETES CARDIOVASCULAR DISEASE
Saddi-Rosa P, Oliveira CSV1, Crispim F1, Giufrida FMA1, Velho G2, Reis AF1
1
Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM). 2 INSERM, Research Unit 695 – Paris, France
15:55-16:10 h
PP.24 – GLUTHATIONE-ETHYL-ESTER SUPPLEMENTATION DURING PANCREATIC ISLET ISOLATION IMPROVES
VIABILITY AND TRANSPLANT OUTCOMES IN A MURINE MARGINAL ISLET MASS MODEL
Raposo ASA1, Pawlick R2, Rodrigues E1, Costa F1, Galvao FHF3, Correa-Giannella ML1, Shapiro AMJ2
Universidade de São Paulo (USP) – Laboratório de Endocrinologia Celular e Molecular (LIM-25). 2 University of Alberta, Edmonton,
CA – Alberta Diabetes Institute, 3 Universidade de São Paulo – Unidade de Transplante e Cirurgia de Fígado (LIM37)
1
programação científica
16:10-16:40 h
Intervalo (café)
Simpósios V e VI
16:40-18:20 h Simpósio V (Auditório Topázio)
Coordenadores: Ana Emilia Pace (EERP-USP) e Marcio Alberto Torsoni (Unicamp)
16:40-17:00 hDIABETES HEPATOGÊNICO
Daniel Giannella-Neto (HC-FMUSP)
17:00-17:20 h
RITMOS CIRCADIANOS E A REGULAÇÃO DO METABOLISMO ENERGÉTICO
Silvana A. Bordin (ICB-USP)
17:20-17:40 hO AMBIENTE MATERNO-FETAL E A PROGRAMAÇÃO OBESOGÊNICA
Marcio Alberto Torsoni (Unicamp)
17:40-18:00 hDIETA E EXERCÍCIO NAS DOENÇAS METABÓLICAS – EFEITOS HORMONAIS E MOLECULARES
Maysa Vieira de Sousa (HC-FMUSP)
18:00-18:20 h
Discussão
16:40-18:20 h Simpósio VI (Auditório Rubi)
Coordenador: Marcos Tambascia (Unicamp)
16:40-17:00 h
SITUAÇÃO DA PESQUISA EM PÉ DIABÉTICO NO BRASIL
Candida Parisi (HC-FMUSP)
17:00-17:20 h CIRURGIA METABÓLICA COMO UM MODELO FISIOPATOLÓGICO E DE TRATAMENTO DO DM2
José Carlos Pareja (Unicamp)
17:20-17:40 h METAS DO TRATAMENTO E CUIDADOS ESPECÍFICOS DO PACIENTE DIABÉTICO IDOSO
Antonio Carlos Lerário (HC-FMUSP)
17:40-18:00 h
PARTICULARIDADES DA DOENÇA CORONARIANA NO DIABETES MELLITUS
Domingos A. Malerbi (São Paulo)
18:00-18:20 h Discussão
18:30-21:00 h SESSÃO DE PÔSTERES E COQUETEL
PT.01 – PT.152
programação científica
19/maio – Sábado
08:00-9:00 h
Conferência II (Auditório Rubi)
Coordenador: André Reis (Unifesp)
08:00-8:50 h
Rastreamento clínico dos diabetes monogênicos
Gilberto Velho (Paris – França)
08:50-09:00 h
Evolução da diabetology and metabolic syndrome
Daniel Giannella Neto (Editor)
09:00-09:10 h Intervalo
Palestras VII e VIII
09:10-09:40 h Palestra VII (Auditório Topázio)
Coordenadores: Maria Cristina Foss-Freitas (FMRP-USP) e José A. Sisson de Castro (FM-Barão Mauá)
As múltiplas faces da resistência à insulina
Mario J. Abdalla Saad (Unicamp)
09:10-09:40 h
Palestra VIII (Auditório Rubi)
Coordenadores: Regina S. Moisés (Unifesp) e Luiz Carlos Navegantes (FMRP-USP)
A influência da obesidade na história natural do DM tipo 1
Sérgio A. Dib (Unifesp)
09:40 – 09:50 h
Intervalo
Painéis de Pesquisa VII e VIII
09:50-10:35 h Painel de pesquisa VII (Auditório Topázio)
Coordenadores: Maria Lucia C. Giannella (HC-FMUSP) e José Barreto C. Carvalheira (Unicamp)
09:50-10:05 h
PP.25 – DIABETES LATENTE AUTOIMUNE E DIABETES MELLITUS TIPO 2 DE DIAGNÓSTICO RECENTE NO ADULTO:
SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS
Lana JM1
1
Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM) – Endocrinologia
10:05-10:20 h
PP.26 – SITAGLIPTIN MORE EFFECTIVELY IMPROVED LEFT VENTRICULAR DIASTOLIC FUNCTION COMPARED WITH
BEDTIME NPH INSULIN AS THIRD-LINE AGENT IN T2DM PATIENTS
Nogueira KC1, Fukui RT2, Correia MRS2, Rocha DM3, Santos RF4, Furtado M5, Andrade JL5, Silva MER1
1
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) e LIM 18 – Endocrinologia e
Metabologia. 2 FMUSP – Laboratório de Investigação Médica (LIM18). 3 FMUSP – Clínica Médica – Endocrinologia. 4 FMUSP –
Endocrinologia e Metabologia. 5 HC-FMUSP – Serviço de Ecocardiografia do InRad
10:20-10:35 h PP.27 – A IMPORTÂNCIA DO METABOLISMO DA GLICOSE NO CONTROLE DAS ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO EM
ILHOTAS PANCREÁTICAS
Rebelato E1
1
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Fisiologia e Biofísica
09:50-10:35 h Painel de pesquisa VIII (Auditório Rubi)
Coordenadores: Carla R. O. Carvalho (ICB-USP) e Lício A. Velloso (Unicamp)
09:50-10:05 h
PP.28 – PREVALÊNCIA DE DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA (DAC) AVALIADA PELA ANGIOTOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA MULTISLICE EM PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 2 ASSINTOMÁTICOS
Tavares CAF1, Lerario AC1, Rochitte CE1, Wajchenberg BL1
1
Universidade de São Paulo (USP)
10:05-10:20 h
PP.29 – PREVALÊNCIA DE DIABETES MELLITUS, OBESIDADE E HIPERTENSÃO ARTERIAL EM LUANDA (ANGOLA),
ÁFRICA
Evaristo Neto ADA1, Foss-Freitas MC1, Foss MC1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica
10:20-10:35 h PP.30 – COMPARAÇÃO DA VARIABILIDADE GLICÊMICA EM PACIENTES DM1 COM ESQUEMA BASAL-BÓLUS
UTILIZANDO INSULINAS HUMANAS OU ANÁLOGAS
Merçon FG1, Sepulcre DFN, Vieira EPG2, Kishi KS, Susuki MN, Gusmão RD2, Nakae TK, Scalissi NM1, Salles JEN1
1
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
(FCMSCSP) – Disciplina de Endocrinologia. 2 FCMSCSP – Disciplina de Endocrinologia
programação científica
10:35-11:00 h
Intervalo (café)
Simpósios VII e VIII
11:00-12:40 hSimpósio VII (Auditório Topázio)
Coordenadores: Candida Parisi (HC-FMUSP) e Mario J. A. Saad (Unicamp)
11:00-11:20 h A HbA1c no diagnóstico de diabetes mellitus
Laércio J. Franco (FMRP-USP)
11:20-11:40 h Hormônio tireoidiano: um importante coadjuvante no controle da homeostase glicêmica
Maria Tereza Nunes (ICB-USP)
11:40-12:00 h
Atualização do diagnóstico do diabetes gestacional
Carlos A. Negrato (Bauru-SP)
12:00-12:20 h
Imunoterapia/célula-tronco no diabetes mellitus do tipo 1 (FMRP-USP)
Julio Cesar Voltarelli (FMRP-USP)
12:20-12:40 h Discussão
11:00-12:20 h Simpósio VIII (Auditório Rubi)
Coordenadores: Silvana A. Bordin (ICB-USP) e Sérgio A. Dib (Unifesp)
11:00-11:20 h Doença óssea metabólica e diabetes
Francisco José A. de Paula (FMRP-USP)
11:20-11:40 h
Papel da via da akt e pka na resposta antiatrófica dos beta-2 agonistas em músculos desnervados
Dawit Albieiro Pinheiro Gonçalves (FMRP-USP)
11:40-12:00 h
Fisiopatologia das complicações crônicas do diabetes: da hiperglicemia à epigenética
Maria Lucia C. Giannella (HC-FMUSP)
12:00-12:20 h
Neuropatia autonômica cardiovascular: diagnóstico precoce e implicações no prognóstico
Luiz Clemente de Souza Pereira Rolim (Unifesp)
12:20-12:40 h
Discussão
Curso de Orientação Prática a Pacientes
Coordenadoras: Patricia Moreira Gomes (FMRP-USP) e Ana Emilia Pace (EERP-USP)
14:00-15:30 h Palestras I (Auditório Topázio)
14:00-14:20 h Importância do bom controle do diabetes. Orientação médica geral
Patrícia Moreira Gomes (FMRP-USP)
14:20-14:40 h Diabetes/Hipertensão – Orientação Nutricional
Anderson Marliere Navarro (FMRP-USP)
14:40-15:00 h
A importância da atividade física/Exercício
Luciana Zaranza Monteiro (FMRP-USP)
15:00-15:30 hIntervalo
15:30-17:00 h Palestras II (Auditório Topázio) – A Importância da medicação correta:
15:30-15:50 h Diabetes – Cuidados com os pés
Ana Emília Pace (EERP-USP)
15:50-16:10 h Automonitorização da glicemia
Maria Lúcia Zanetti (EERP-USP)
16:10-16:30 h Aplicação de insulina
Carla Regina de S. Teixeira (EERP-USP)
16:30-16:50 h
Sistema de dispensação de medicamentos e insumos para o tratamento do diabetes
Graziela Coelho Amato Spadão (Ribeirão Preto)
Resumo de palestras
Resumo
de palestras
programação científica
resumo de palestras
ER STRESS, BETA CELL DYSFUNCTION AND APOPTOSIS
Décio L. Eizirik (Bruxelas – Bélgica)
A reduction in beta cell mass, due to increased beta cell apoptosis, is central to the triggering and progression of diabetes. Beta
cell dysfunction and death is a rapidly advancing research field, where major findings have taken place in the last few years. We and
other groups have published a series of studies characterizing the role of endoplasmic reticulum (ER) stress for beta cell death in
animal models of diabetes and in histological material obtained from individuals with type 1 and 2 diabetes. The mechanism(s)
by which ER stress conveys “death signals” to the mitochondria in beta cells are rather unique, and different pro-inflammatory
cytokines and other stress signals activate diverse pro-apoptotic Bcl-2 proteins in the beta cells, indicating context-dependent
usage of these proteins.
References
Eizirik DL, Cardozo AK, Cnop M. The role for endoplasmic reticulum stress in diabetes. Endocrine Rev. 2008;29:42-61.
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mechanism for pancreatic β-cell apoptosis. Cell Death and Differentiation. 2009;16:1539-50.
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RASTREAMENTO CLÍNICO DOS DIABETES MONOGÊNICOS
Gilberto Velho (Paris – França)
The identification of several MODY genes (HNF4A, GCK, HNF1A, HNF1B) and other genes responsible for monogenic forms
of diabetes made possible to characterize specific subtypes of familial diabetes. Making a diagnosis of a monogenic diabetes is
important for appropriate patient care, as well as being of scientific interest. Patients with different types of monogenic diabetes
and patients with type 2 diabetes have different clinical courses, regarding the progression of hyperglycemia, treatment requirements, complication risk and pregnancy outcome. Molecular genetic testing for frequent forms of monogenic diabetes (MODY2/
glucokinase, MODY3/HNF1A, MODY5/HNF1B, MIDD) are now available as a routine diagnostic service in many countries.
Most centers use sequencing, which is very accurate but still expensive, and time consuming. Patients should be carefully selected
for testing as this can greatly increase the positive detection rate. In this presentation we will discuss the clinical criteria to guide
the molecular diagnosis of the most frequent monogenic forms of diabetes.
resumo de palestras
NOVOS RECURSOS NO DIAGNÓSTICO DO DIABETES MELLITUS
Patricia Moreira Gomes (FMRP-USP)
A hemoglobina glicada (HbA1c) vem sendo utilizada desde 1958 na avaliação dos pacientes com diabetes. Em 1993, os estudos
DCCT e UKPDS mostraram que pacientes com controle intensivo do diabetes e que mantinham HbA1c < 7% tinham menos
complicações microvasculares.
O processo de glicação de proteínas acontece devido a uma ligação não enzimática e permanente com açúcares redutores. A
HbA1c é a única fração que deve ser usada como índice de glicemia média e como medida de risco de complicação crônica.
A albumina glicada é um melhor marcador que a HbA1c, pois não é alterada pela sobrevida das hemácias. Sua principal indicação é para os pacientes em hemodiálise, porém ainda sem valores de referência estabelecidos. Recebe interferência nos casos de
proteinúria maciça, doença intestinal perdedora de proteína e em pacientes em diálise peritoneal.
A frutosamina é outro método de avaliação do controle glicêmico, originada da interação da glicose com a lisina presente na
albumina e outras proteínas. Seu principal uso é para situações nas quais o teste da HbA1c apresente algum problema. Também
sem estudos mostrando sua relação com complicações crônicas.
Os valores de HbA1c refletem a glicemia média estimada nos últimos meses antes da sua avaliação, e 50% do seu valor corresponde ao mês anterior à coleta, 25% ao segundo mês anterior e os demais 25% ao terceiro e quarto meses anteriores. Ela deve
ser estimada pelo menos duas vezes ao ano para todos os pacientes e três a quatro vezes para aqueles em que a terapêutica foi
modificada.
O método utilizado para avaliação da HbA1c é aquele padronizado no DCCT por cromatografia líquida de alta eficiência
(CLAE/HPLC). O National Glycohemoglobin Standardization Program (NGSP) realizou a padronização dos testes de HbA1c
em relação ao DCCT.
A glicemia de jejum é o método preferido para o diagnóstico de diabetes, por ser mais conveniente para os pacientes, ter menor
custo, necessitar de menor tempo para análise e ter a melhor reprodutibilidade.
A HbA1c pode ser utilizada para o diagnóstico de diabetes? Medidas laboratoriais que demonstrem a exposição crônica à hiperglicemia são um melhor marcador para avaliar a presença e a gravidade da doença. Estudos observacionais demonstraram que
HbA1c esteve fortemente correlacionada com a retinopatia, ao contrário da glicemia de jejum. Ela é praticamente estável após
coleta, apresenta menor variação intrapessoal (< 2% HbA1c x 12%-15% glicemia de jejum), pode ser avaliada a qualquer hora do dia
e é estável à temperatura ambiente. A glicemia de jejum tem grande labilidade após a sua coleta, apresenta 12% de erro diagnóstico
e muitos erros pré-analíticos. Valores de HbA1c > 6,5% fazem diagnóstico de diabetes mellitus.
As principais limitações para se utilizarem valores de HbA1c como diagnóstico de diabetes são:
• Custo: em regiões mais carentes devem-se manter medidas de glicemia, pois são mais baratas;
• Padronização dos métodos;
• Não deve ser utilizada em mulheres grávidas para diagnóstico;
• Hemoglobinopatias;
• Condições que alterem o turnover dos glóbulos vermelhos: anemia hemolítica, malária, hemorragias, transfusões;
• HbA1c parece se elevar com a idade;
• Diabetes tipo 1.
Para o diagnóstico de diabetes ainda não existe um teste de laboratório relacionado à hiperglicemia que possa ser considerado
“padrão-ouro”, além de estar bem relacionado com as complicações micro e macrovasculares. Exames que avaliam a exposição
crônica à glicose são mais informativos da presença do diabetes. A HbA1c permite uma medida confiável da glicemia crônica e está
correlacionada com o risco a longo prazo das complicações. Os ensaios de HbA1c têm maiores vantagens e menos interferências
de variáveis pré e pós-analíticas. Valores de HbA1c ≥ 6,5% (repetido) fazem diagnóstico de diabetes. Ainda é necessário utilizar os
outros critérios diagnósticos na presença de gestação, hemoglobinopatias ou alteração do número das hemácias.
resumo de palestras
TRATAMENTO INTENSIVO E RISCO DE HIPOGLICEMIAS
Carla Bergamin (Unifesp)
Tratar a hiperglicemia no paciente diabético com insulina exógena demanda um equilíbrio delicado. Enquanto o tratamento
inadequado permite a hiperglicemia crônica, principal responsável pelas complicações microvasculares, o excesso de insulina associada à perda de resposta do glucagon causa hipoglicemia, colocando em risco a vida desses pacientes, além de contribuir para a
baixa aderência à terapia.
Os estudos clínicos demonstram que a terapia insulínica intensiva busca uma reposição mais fisiológica da insulina basal (para
minimizar a variabilidade glicêmica) e a adequada aplicação das insulinas rápidas (de acordo com a ingestão alimentar), esta associada respectivamente a uma melhor glicemia de jejum e glicemia pós-prandial, colaborando para diminuir o risco das complicações vasculares. No entanto, a educação nesse modelo de terapia flexível é imprescindível, já que, como bem ilustra o DCCT
nos indivíduos com DM1 e o ACCORD nos indivíduos DM2, a terapia insulínica intensiva está associada a um maior risco de
hipoglicemia severa.
Desse modo, além de estar atentos a comorbidades que contribuem para aumentar o risco de hipoglicemia, tais como as endocrinopatias ou distúrbios que afetam o clearance da insulina ou a produção de glicose, devemos ensinar aos pacientes a relação
entre a insulina e as refeições, o exercício físico, a ingestão de álcool no contexto da rotina do seu dia a dia.
Nos últimos anos, foram lançados sistemas de infusão contínua de insulina, que permitem observar a tendência das glicemias
ao longo do dia, além de alarmes para hipoglicemia, sendo possível o desligamento automático da infusão de insulina ao atingir
determinado nadir glicêmico, predeterminado.
A prevenção de hipoglicemia grave, especialmente a noturna e na faixa etária pediátrica, permanece um dos desafios mais
importante do tratamento do DM1. A prevenção da hipoglicemia permitirá que mais indivíduos se beneficiem das vantagens da
terapia insulínica intensiva.
A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA/EXERCÍCIO
Luciana Zaranza Monteiro
Diabetes mellitus (DM) é a doença crônica que mais mata no mundo. Por ser inicialmente assintomática, é uma inimiga que
ataca em silêncio. Da parcela que está ameaçada pelo diabetes, metade não sabe; quando diagnosticada, cerca de 90% das células
que produzem insulina (células beta) já estão destruídas, processo esse que pode levar de 4 a 7 anos – por isso, é necessário fazer o
exame de glicemia anualmente para verificar se o indivíduo tem diabetes ou possui predisposição para ele. Portanto, a introdução
de um programa de atividades físicas no cotidiano do paciente diabético trará melhoras significativas no quadro da doença, pois
para os portadores de DM a prática de exercícios é parte fundamental do tratamento, assim como o uso de medicamentos e a dieta
alimentar.
DIABETES – IMPORTÂNCIA DA MEDICAÇÃO CORRETA: AUTOMONITORIZAÇÃO DA GLICEMIA
Maria Lúcia Zanetti
No Curso de Orientação Prática ao Paciente no 10º Congresso Paulista de Diabetes e Metabolismo, no dia 19/5/2012, das
14 às 17 horas, propomos o desenvolvimento de uma oficina de trabalho para abordar, com a utilização de estratégias motivadoras, a importância da automonitorização da glicemia capilar, bem como objetivos, indicações, habilidades necessárias para a sua
execução, insumos, frequência, construção do perfil glicêmico, metas terapêuticas e interpretação de resultados.
resumo de palestras
APLICAÇÃO DE INSULINA NO DOMICÍLIO: NOVAS RECOMENDAÇÕES DE INJEÇÕES NO
TECIDO SUBCUTÂNEO1
Carla Regina de Souza Teixeira (EERP-USP)
Estudos clássicos mostraram que, tanto para o diabetes mellitus tipo 1 (DM1) (DCCT, 1993) quanto para o diabetes mellitus
tipo 2 (DM2) (UKPDS, 1998), o controle metabólico em tratamento intensivo com insulina é capaz de reduzir significativamente
o desenvolvimento das complicações microangiopáticas. Atualmente, acreditamos que as recomendações relacionadas à administração de insulina devem constituir componente inevitável no tratamento do DM2 (Nathan et al., 2009).
O objetivo da terapêutica com insulina é aproximar ao máximo o paciente da condição anterior ao surgimento do diabetes, ou
seja, o perfil fisiológico da secreção pancreática da insulina normal. Dessa forma, múltiplas doses de insulina diárias no tecido subcutâneo são necessárias para otimizar o controle glicêmico, o qual tem sido demonstrado como condição essencial na prevenção
das complicações crônicas da doença (DCCT, 1993).
Mancini e Medeiros (2003) e Malerbi et al. (2006) relatam que, no Brasil e no mundo, muitos médicos postergam o início da
insulinoterapia por falta de conhecimento e dificuldades relacionadas à capacitação e orientação da pessoa com diabetes mellitus.
No entanto, para que o controle glicêmico seja efetivo com o tratamento insulinoterápico, é necessário o aprendizado de vários
aspectos sobre a administração da insulina exógena, pois sua ação está diretamente relacionada a fatores que envolvem desde sua
aquisição até a aplicação (SBD, 2007a), tais como: tipo de insulina, dose, concentração, técnica de mistura de insulinas, local de
aplicação e técnica de aplicação (Dittko, 1995).
Um dos temas que tem sido muito estudado na literatura é a farmacocinética e a farmacodinâmica das insulinas, principalmente
com a introdução dos mais novos análogos de insulina e agentes de GLP-1 (glucagon-like peptide-1). No entanto, sabe-se que a
técnica correta de administração do medicamento no subcutâneo é crucial para o controle do diabetes.
Na literatura, destaca-se o consenso Third Injection Technique Workshop in Athens (TITAN), produto de uma oficina que foi
realizada em Atenas em setembro de 2009, com 127 especialistas de vários países. Após uma revisão abrangente de todas as publicações desde 2000, os especialistas elaboraram novas recomendações sobre as injeções de insulina para os pacientes com diabetes.
Cabe lembrar que a primeira oficina em 1997 trouxe como resultado recomendações inovadoras sobre as melhores práticas, tais
como a realização da prega cutânea antes de injetar a insulina. Já a segunda oficina foi realizada em Barcelona no ano de 2000,
com um formato expandido, incluindo os profissionais enfermeiros e educadores em diabetes. Nessa oficina se disparou o estímulo
inicial para a utilização de agulhas com calibre menor para a aplicação dos medicamentos no tecido subcutâneo, prática realizada
até os dias de hoje (Frid et al., 2010).
Por outro lado, ainda existem várias controvérsias que são discutidas pelos especialistas na prática clínica, tais como a realização da prega cutânea, o rodízio nos locais de aplicação de insulina, a reutilização das seringas e agulhas, o tempo de espera para a
retirada da agulha após a aplicação da insulina, o ato de injetar ar dentro do frasco de insulina para facilitar a aspiração dela, até o
descarte apropriado das seringas e agulhas.
Um dos sérios problemas da insulinoterapia está relacionado à orientação e ao controle do medicamento que é realizado diariamente no domicílio, e em geral por familiares, à inconstância do horário dos medicamentos, à falta de seguimento da prescrição
médica e a erros na administração da dose insulínica. Muitas vezes, as pessoas que têm DM possuem a ideia errônea de que o uso
da insulina significa a falta de opção de tratamento e atribuem as complicações crônicas da doença aos efeitos colaterais da insulinoterapia, como também possuem medo do uso rotineiro de injeções subcutâneas e têm pouco conhecimento de como aplicar e
realizar o armazenamento da insulina (Peres, et al., 2008).
No Brasil, os estudos que investigaram as variáveis relacionadas ao uso da insulina demonstraram erros no processo de aplicação de insulina. Dentre eles, a reutilização de seringas descartáveis, o ângulo de aplicação, ausência de rodízio entre as aplicações
diárias de insulina, a delimitação da região de aplicação, a temperatura de armazenamento da insulina, entre outros (Bonfin, 1979;
Borges et al., 1978; Camata, 2003; Cândido et al., 2002; Castro; Grossi, 2007; Machado; Caron-Ruffino; Pupo, 1986; Mendes,
1975; Souza; Zanetti, 2001a; Stacciarini et al., 2008).
Também, outros estudos mostraram que as reações locais cutâneas decorrentes de técnica inadequada de administração de insulina são comuns em pacientes com diabetes mellitus (Camata, 2003; Cândido et al., 2002; Castro; Grossi, 2007; Souza; Zanetti,
2001b), sendo o hematoma a alteração mais frequente no local de aplicação (Camata, 2003; Stacciarini et al., 2008).
Conforme as novas recomendações de injetáveis para pacientes com diabetes, é fundamental que a pessoa aprenda a inspecionar seus locais de aplicação de insulina e a reconhecer lipodistrofia. E, quando presentes as áreas de lipodistrofia, os pacientes
devem ser orientados a evitar injeções nessas regiões e a não reutilizar seringas e agulhas. Devem realizar o rodízio de local em cada
aplicação de medicamentos, podendo utilizar maiores regiões nos locais de aplicação (Frid et al., 2010).
Atenta às questões relacionadas ao papel da enfermagem, em particular quanto à orientação do processo de aplicação de insulina pelo enfermeiro, também realizamos o estudo Processo de administração de insulina subcutânea em pacientes diabéticos hospitalizados, com o objetivo de identificar o conhecimento dos profissionais de enfermagem nesse processo. Esse estudo descreveu o
1
Texto extraído da tese de livre-docência “Atenção à saúde em diabetes mellitus: trajetória na pesquisa, assistência e ensino de
enfermagem”, defesa em 25 de novembro de 2011, de autoria da Profa. Dra. Carla Regina de Souza Teixeira.
resumo de palestras
processo de administração de insulina subcutânea, em pacientes com diabetes mellitus hospitalizados, em uma instituição hospitalar
do interior do estado de São Paulo, realizado com 41 profissionais de enfermagem (Bonifacio et al., 2008).
Esse estudo demonstrou que aspectos básicos, mas fundamentais, tais como o registro da data na abertura do frasco de insulina, desinfecção do frasco de insulina, introdução do ar no frasco de insulina para aspiração da dose, ajuste da dose correta, troca
da agulha após aspiração com seringas não conjugadas, higienização das mãos, seleção do local de aplicação, angulação inadequada
para introdução da agulha na pele e registro do local de aplicação ainda constituem erros que comprometem a segurança do paciente (Bonifacio et al., 2008).
Independentemente da fase em que acontecem os erros, prescrição, preparo, aplicação ou monitoramento durante o tratamento do paciente, o fato é que são considerados eventos evitáveis, e a enfermagem tem papel importante na sua prevenção, pois
é responsável pela distribuição dos horários, preparo e administração dos medicamentos.
Concomitantemente às investigações de questões relacionadas às variáveis que interferem no processo de administração de
insulina, outras questões foram surgindo, e a reutilização de seringas descartáveis de insulina realizada no domicílio se concretizou
como objeto da investigação intitulado “A prática de utilização de seringas descartáveis na administração de insulina no domicílio”, que identificou o comportamento das pessoas com diabetes em relação à utilização e/ou reutilização de seringas descartáveis.
Dos 112 participantes da pesquisa que utilizavam a seringa descartável, seis (5,4%) descartavam a seringa e agulha após o uso e
106 (94,6%) reutilizavam a seringa e agulha descartável após o primeiro uso (Souza; Zanetti, 2001b).
Outros estudos semelhantes foram realizados em diferentes populações como o de Castro e Grossi (2007) com pessoas com
DM tipo 1 e Stacciarini (2007) com pacientes atendidos pela Estratégia de Saúde da Família. Esses estudos também mostraram
uma prática habitual dos pacientes quanto à reutilização de agulhas descartáveis na aplicação da insulina. Castro et al. (2006) em
uma pesquisa bibliográfica sobre a reutilização de seringas descartáveis, complicações nos locais de aplicação de insulina e alterações microbiológicas nas seringas reutilizadas, encontrou que o maior número de publicações identificadas foi nos Estados Unidos
(46,3%), Inglaterra (19,5%) e Brasil (17%).
A prática da reutilização de materiais descartáveis no domicílio pelos usuários com diabetes mellitus é polêmica e controversa
no Brasil e no mundo, como demonstram alguns estudos sobre o reuso de seringas e agulhas na aplicação de insulina (ADA, 2001;
Alexander; Tattersall, 1988; Fisher, 1991; Fleming, 1999; Poteet et al., 1987). É importante ponderar que a Associação Americana de Diabetes e a Sociedade Brasileira de Diabetes aceitam a recomendação da reutilização de agulhas na aplicação da insulina pela
falta de riscos evidentes e pela presença de aditivos bacteriostáticos na insulina como o fenol e metacresol, que inibem o crescimento bacteriano. Porém, é necessário que o profissional de saúde avalie os usuários que optam pela reutilização da agulha de acordo
com as seguintes indicações: boa higiene corporal, acuidade visual preservada, destreza manual e ausência de tremores, capacidade
de receber orientações específicas sobre os possíveis benefícios e riscos e procedimentos para a reutilização (ADA, 2004).
Na literatura não existe consenso sobre a recomendação de reutilização de seringas e agulhas pelos pacientes com diabetes para
a administração de insulina. Destaca-se a importância de profissionais de saúde enfatizarem a orientação de não compartilhamento
das seringas de insulina para evitar a transmissão do vírus de hepatite, a necessidade da lavagem das mãos e o uso do algodão com
álcool a fim de evitar infecção nos locais de aplicação.
Outra questão que necessita ser investigada em relação a essa prática refere-se ao fornecimento de seringas pelos serviços de
saúde. No estudo intitulado “Reutilização de seringas descartáveis: frequência e custos para a administração de insulina no domicílio”, reconhece-se que, ao implementar um protocolo de fornecimento de seringas descartáveis para a administração de insulina,
é sempre necessário e crucial desenvolver um programa de educação continuada com os profissionais de saúde e pacientes com
diabetes (Souza; Zanetti, 2001b).
Esse estudo despertou nossa atenção para o ensino da reutilização das seringas descartáveis no domicílio às pessoas com diabetes mellitus e para a capacitação dos profissionais de saúde quanto a essa prática. Também constituiu os antecedentes para o desenvolvimento de estudos sobre os direitos dos usuários com DM e a necessidade de estabelecimento de protocolos de distribuição
de seringas descartáveis para utilização no domicílio.
A necessidade de elaboração de um protocolo de fornecimento de seringas pelos serviços de saúde surge como recomendação do estudo citado anteriormente, que evidenciou que o comportamento relacionado à reutilização ou não de seringas estava
vinculado à distribuição de seringas. Nesse estudo, os pacientes com diabetes referiram que adquiriam gratuitamente as seringas
na Unidade Básica de Saúde, em quantidade suficiente para o consumo mensal, mas as reutilizavam para garantir um estoque no
domicílio perante a descontinuidade de fornecimento dos insumos pelas instituições de saúde (Souza; Zanetti, 2001b).
Os achados desse estudo e o convite realizado pela Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto, em 1998, para integrar
um grupo de trabalho para aprofundar os estudos sobre essa temática, foram os precursores da elaboração do “Protocolo de distribuição das seringas de insulina e agulhas descartáveis no domicílio”, bem como as recomendações quanto a sua reutilização.
Esse Protocolo estabelece o fornecimento de oito seringas/mês para os pacientes com DM que realizam uma aplicação de
insulina diária e o dobro para os que aplicam o medicamento duas vezes ao dia. Outro ponto estabelecido no Protocolo refere-se à
compra de seringa e agulha conjugada, alicerçada em dados obtidos sobre o comportamento dos pacientes com DM no que tange
à lavagem das seringas com água para a eliminação de insulina retida no espaço morto. Como a Secretaria Municipal da Saúde de
Ribeirão Preto também fornece a insulina, esse Protocolo poderá a longo prazo levar à redução dos custos do medicamento, pois
a cada aplicação de insulina eram desprezadas cinco unidades pela pessoa com DM (Ribeirão Preto, 2011).
resumo de palestras
Portanto, se há segurança em reutilizar as seringas de insulina no domicílio, essa recomendação deveria ser normatizada pelo
Ministério da Saúde, órgão que se responsabiliza pela distribuição dos insumos para o tratamento e controle do diabetes mellitus.
Dessa maneira, essa recomendação permitiria que os profissionais de saúde orientassem os pacientes com diabetes quanto aos riscos
e benefícios dessa prática.
Nessa direção, em 29 de setembro de 2007, entrou em vigor a Lei Federal nº 11.347/2006, que dispõe sobre a distribuição
gratuita de medicamentos e insumos necessários à aplicação de insulina e à monitorização da glicemia capilar aos usuários com DM
inscritos em programas de educação em diabetes (Brasil, 2006). Essa lei tem como objetivo detalhar e regulamentar a distribuição
gratuita dos benefícios advindos da Lei Federal nº 11.347/2006, a Portaria nº 2.583/2007, que define o elenco de medicamentos e insumos que devem ser disponibilizados aos usuários com diabetes mellitus, no âmbito do SUS (Brasil, 2007).
Por outro lado, o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (COREn-SP), em seu parecer no dia 21 de janeiro de
2010, não recomenda essa prática, pois, embora existam estudos recentes na temática, os resultados não podem ser generalizados
pela amostra restrita, sugerindo maiores evidências científicas que alicercem essa prática. E recomenda que as instituições de saúde
procedam a uma criteriosa avaliação das características técnicas, de composição e qualidade dos materiais para a segurança do paciente e do profissional no procedimento (Coren, 2010).
Entretanto, para que sejam implementados os direitos do usuário com DM previstos na legislação, é necessário que estes sejam
divulgados, de modo a torná-los conhecidos da população e dos próprios profissionais de saúde.
A necessidade de prover informação adequada aos usuários dos serviços de saúde nos remete ao papel social da enfermagem.
A informação faz parte do cuidado ético do enfermeiro ao usuário, sendo uma atitude justa a orientação segura e correta para que
ele possa buscar os recursos que a sociedade coloca à sua disposição para o tratamento da doença (Selli, 2003).
Nessa vertente a capacitação por meio da educação permanente da equipe de enfermagem no processo de administração de
insulina, ainda, constitui um desafio. Segundo Castro e Grossi (2007) tornam-se fundamentais o desenvolvimento e o aprofundamento de pesquisas acerca de subsídios para o profissional que lida com pacientes com diabetes, possibilitando o direcionamento
das ações educativas. Nessa perspectiva, Souza e Zanetti (2001b) já afirmavam a necessidade de aprofundamento de estudos com
vistas ao aprimoramento dos programas de educação em diabetes.
Os tópicos essenciais incluem o esquema de injeções, a escolha e os cuidados com o instrumental utilizado, o autoexame dos
locais de aplicação de insulina, a técnica adequada de injeção no tecido subcutâneo, o reconhecimento das complicações de injeções, o uso do tamanho ideal de agulha e o descarte apropriado dos materiais perfurocortantes (Frid et al., 2010).
Considerando as novas recomendações de injeções no tecido subcutâneo para os pacientes com diabetes, algumas nos remetem
à urgente capacitação dos profissionais da saúde e enfermeiros nessa temática. Uma delas é que os medicamentos para o tratamento
em diabetes administrados por via subcutânea não são restritos apenas à insulina, temos os análogos à insulina e o GLP-1. Outra
mudança é que os adultos, inclusive os obesos, podem usar com segurança as agulhas de 4, 5 ou 6 mm, denominadas de agulhas
ultracurtas, sem, no entanto, realizar a prega na pele para aplicação. Já os adultos que usam a agulha maior que 8 mm devem realizar a prega na pele ou fazer a aplicação a um ângulo de 45º em relação à pele para evitar a administração no tecido intramuscular
(Frid; Lindén, 1986; Schwartz et al., 2004; Hirsch et al., 2010).
Dessa forma, há necessidade de os serviços reverem suas práticas, no sentido de capacitar adequadamente seus profissionais de
saúde para realizar uma avaliação periódica dessa prática. Torna-se necessário incrementar cursos de capacitação em educação em
diabetes para os profissionais de saúde e a avaliação de protocolos institucionais, com o objetivo de atender à complexidade do
cuidado aos usuários.
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resumo de palestras
OPÇÕES TERAPÊUTICAS PARA O DIABETES MELLITUS TIPO 2
Antonio Carlos Pires (FAMERP)
Atualmente, diante de uma população mundial de 7 bilhões de pessoas ,estima-se que 366 milhões são portadores de diabetes
mellitus. A expectativa para o ano 2030, com população projetada de 8,4 bilhões de habitantes, é de que tenhamos 552 milhões
de acordo com os dados recentes da International Diabetes Federation. Portanto, a sua crescente prevalência, a heterogeneidade
fisiopatológica, a história natural progressiva de falência de células beta e as complicações micro e macrovasculares de longo prazo
demandam a busca de novas opções terapêuticas para o diabetes mellitus tipo 2. Nessa apresentação, pretende-se discutir além de
opções consagradas e conhecidas de todos, tais como as sulfonilureias, as glinidas, os inibidores de alfaglicosidases, a metformina,
as glitazonas e a insulinoterapia por meio de seus análogos tanto de longa duração para o controle da glicemia basal como os de
efeito rápido para a redução de hiperglicemia pós-prandial. Como novas estratégias para o tratamento do diabetes tipo 2, se dará
ênfase e serão apresentadas de forma individual e comparativa as novas alternativas de tratamento, tais como os inibidores de
DPP-4, entre eles a sitaglipitina, a vildaglipitina, a saxaglipitina, a linagliptina e também a alogliptina, que ainda não está disponível no mercado brasileiro. Também, os agonistas de receptores de GLP-1, os inibidores de receptores de SGLT-2, que inibem a
reabsorção tubular de glicose, os inibidores de 11-beta-hidroxiesteroide desidrogenase tipo 1, que reduzem o cortisol intracelular,
principalmente, nos hepatócitos e nos adipócitos, e os antagonistas de receptores de glucagon. Em resumo, nessa apresentação,
pretende-se expor as opções terapêuticas utilizadas e consagradas na prática diária e também discutir as novas e as potenciais alternativas de tratamento de diabetes mellitus tipo 2.
PRODUÇÃO DE ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO DURANTE O PROCESSO DE SECREÇÃO DE
INSULINA
Angelo R. Carpinelli (ICB-USP)
Quando nos referimos ao processo de secreção de insulina, é clássica a colocação da glicose como o principal regulador da
funcionalidade das células betapancreáticas. É consenso que as moléculas de glicose são transportadas através da membrana plasmática pelo transportador de glicose do tipo 2 (GLUT2) a favor de um gradiente, sendo rapidamente fosforilada pela hexo e glicocinases, sendo esta última a mais importante em termos fisiológicos, dado o seu elevado Km. As reações que se seguem levam à
formação de ATP por meio, principalmente, da fosforilação oxidativa, aumentando a relação ATP/ADP, que leva à diminuição da
probabilidade de abertura dos canais para potássio sensíveis ao ATP (KATP), localizados na membrana plasmática, com consequente
despolarização desta. Essa variação na polaridade da membrana aumenta a probabilidade de abertura dos canais para cálcio sensíveis à voltagem (CCVS), aumentando a entrada desse cátion que é considerado o principal ativador dos mecanismos envolvidos na
exocitose dos grânulos de insulina. Vale a pena ressaltar que inúmeros outros fatores, tidos como amplificadores nesse processo,
são fundamentais para o bom funcionamento da maquinaria secretória. Como exemplo, podemos citar os produtos da ativação da
adenilatociclase, fosfolipase C, fosfolipase A2 além de inúmeros outros, que paulatinamente vêm sendo identificados com o avanço
da tecnologia investigativa. Por muitos anos, manteve-se a ideia de que, durante o processo secretório de insulina, a principal
fonte de espécies reativas de oxigênio (ROS) seria originada a partir da formação de superóxido oriundo da cadeia de transporte
de elétrons na mitocôndria. Nosso grupo demonstrou que as células beta das ilhotas pancreáticas expressam uma isoforma da
enzima NAD(P)H oxidase (Oliveira et al., 2003), a qual é responsável por mais de 50% da produção de superóxido durante o
processo de secreção de insulina estimulado pela glicose (Morgan et al., 2007 e 2009). Os ácidos palmítico e oleico e algumas
citocinas também aumentam, agudamente, a atividade da NAD(P)H oxidase e consequentemente a produção de ROS por ilhotas
isoladas (Morgan et al., 2009). Nossos trabalhos mais recentes deixaram claro que, em ilhotas isoladas, a diminuição da atividade
da NAD(P)H oxidase (e, portanto, diminuição do estado oxidativo da célula) compromete seriamente o metabolismo da glicose
e as oscilações do cálcio intracelular, bem como a secreção de insulina induzida pela glicose (Morgan et al., 2009). Por outro
lado, as alterações semelhantes são observadas quando elas são expostas a baixas concentrações de H2O2 no meio de incubação
(e, portanto, aumento do estado oxidado das células) (Rebelato et al., 2011). Cabe ainda lembrar que recentemente mostramos
(Santos et al., 2011) que o ácido oleico agudamente inibe a metabolização da glicose pelas células beta devido ao aumento da
produção de ROS oriundos da ativação da NAD(P)H oxidase por ativação da proteinocinase C. Dessa forma, tudo indica que a
produção de espécies reativas de oxigênio durante o processo de secreção de insulina desempenhe papel importante na regulação
fisiológica das células beta e a NAD(P)H oxidase contribua de forma expressiva para essa produção. Por outro lado, a ativação
crônica da NAD(P)H oxidase pode induzir estresse oxidativo nas células beta, levando à apoptose e morte celular, importantes na
fisiopatologia do diabetes mellitus. Apoio financeiro: FAPESP, CNPq, CAPES
resumo de palestras
O HIPOTÁLAMO NO CENTRO DE UMA CONSPIRAÇÃO QUE ENVOLVE AUMENTO DA
ADIPOSIDADE, PRODUÇÃO HEPÁTICA DE GLICOSE E DISTÚRBIO DA SECREÇÃO DE INSULINA
Lício A. Velloso (Unicamp)
Em modelos animais e em humanos, distúrbios funcionais do hipotálamo podem resultar na perda do controle coordenado
da ingestão alimentar e do gasto energético, levando à obesidade. Apesar de se constituir no principal fator de risco para o diabetes mellitus do tipo 2, nem todos os animais ou humanos obesos progridem para a perda da homeostase da glicose. Dois fatores
que desempenham papel relevante na progressão para o quadro de diabetes são os distúrbios no controle da produção hepática
de glicose e da secreção de insulina. Estudos recentes têm revelado que o mesmo mecanismo que promove o dano funcional do
hipotálamo na obesidade pode contribuir para o desenvolvimento da resistência à ação da insulina no fígado e, portanto, da produção hepática de glicose, assim como pode levar também a um distúrbio da secreção da insulina. Nesta palestra serão apresentados
os mecanismos que conectam a disfunção do hipotálamo na obesidade aos defeitos funcionais do fígado e da ilhota pancreática
presentes no diabetes. Será apresentada uma hipótese unificadora para os mecanismos que levam ao desenvolvimento do diabetes
mellitus do tipo 2 em obesos.
ATIVIDADE ANTITUMORAL DA METFORMINA: NOVAS PERSPECTIVAS PARA UMA VELHA
DROGA
José Barreto C. Carvalheira (Unicamp)
A terapia-alvo é uma nova arma para o tratamento do câncer. Atualmente, a metformina, o principal medicamento utilizado no
tratamento do diabetes tipo 2, é prescrita para aproximadamente 40 milhões de pessoas com diabetes. Nesta aula, apresentaremos
os resultados da combinação da metformina ao quimioterápico paclitaxel, droga utilizada principalmente em pacientes com câncer
de mama e pulmão. O tratamento combinado das duas drogas potencializa a ativação da AMPK e leva a uma redução drástica da
sinalização molecular por meio da mTOR, o que diminui a proliferação celular de linhagens de câncer de mama e pulmão. Nos
estudos realizados in vitro e em cobaias, houve inibição do crescimento do tumor. Essa associação demonstrou como diferentes
drogas podem amplificar os sinais que inibem o crescimento tumoral, representando um avanço na terapia-alvo. Atualmente,
após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, estamos recrutando pacientes para o tratamento com essa nova combinação de
medicamentos.
COMO O SISTEMA NERVOSO CONTROLA O METABOLISMO DE PROTEÍNAS DURANTE O
JEJUM
Luiz Carlos Navegantes (FMRP-USP)
O fato de o ser humano ser capaz de sobreviver por longos períodos sem a ingestão de alimentos ilustra claramente a precisa
e coordenada regulação do metabolismo intermediário, orquestrada pela participação sincronizada dos hormônios, metabólitos
e o sistema nervoso central. Nessa situação, é absolutamente necessária a preservação do tecido muscular, que realiza funções
vitais associadas ao processo de contração como, por exemplo, a respiração e o ritmo dos batimentos cardíacos. No entanto,
muito pouco se sabe acerca dos mecanismos de preservação da massa muscular esquelética e cardíaca em situações de demanda
energética como o jejum e doenças que levam à atrofia como o diabetes. Dentre os fatores que regulam o metabolismo de proteínas musculares em situações basais, sabe-se que o sistema nervoso central, via ativação do sistema nervoso simpático (SNS),
exerce um papel fisiológico importante. Estudos prévios de nosso laboratório demonstraram que as catecolaminas, por meio da
estimulação de adrenoceptores beta-2 e beta-3 e da cascata de sinalização do AMPc/PKA, exercem efeitos anabólicos na massa
muscular, estimulando a síntese de proteínas e inibindo as atividades da proteólise dependente de cálcio e ubiquitina-proteassoma.
Mais recentemente, estamos investigando os mecanismos moleculares e as vias de sinalização pelas quais as catecolaminas, e mais
precisamente a adrenalina, inibe a proteólise excessiva em uma situação de privação alimentar. Para tanto, o modelo experimental
utilizado foi o da adrenodemedulação, uma técnica cirúrgica de remoção da medula da adrenal que resulta na rápida depleção das
concentrações plasmáticas de adrenalina. Os dados mostram que a falta da adrenalina circulante amplifica os efeitos catabólicos
induzidos pelo jejum na ativação dos sistemas proteolíticos e na expressão dos genes relacionados à atrofia e autofagia em músculos
glicolíticos de ratos, sendo esse efeito provavelmente devido à inativação da via de sinalização da Akt/Foxo. Portanto, o sistema
nervoso, via secreção da adrenalina plasmática, exerce um importante papel protetor da perda de proteínas musculares durante
o jejum. A melhor compreensão desses processos regulatórios pode trazer novas perspectivas para o combate à atrofia muscular.
resumo de palestras
LIÇÕES DO DIABETES NEONATAL COMO MODELO DE DIABETES MONOGÊNICO
Regina S. Moisés (Unifesp)
Diabetes neonatal é uma forma relativamente rara de diabetes diagnosticado nos primeiros meses de vida. Apresenta incidência
estimada de 1:200.000 a 1:500.00 nascidos vivos. Pode ser permanente, requerendo tratamento por toda a vida, ou transitório
com um período de remissão. Na última década, nossos conhecimentos das causas moleculares dessa forma de diabetes aumentaram de maneira importante. Hoje, sabe-se que o diabetes neonatal não é uma doença autoimune, mas sim uma forma monogênica
de diabetes resultante de mutações em diferentes genes que codificam proteínas envolvidas na função da célula beta. A maioria
dos casos é resultante de mutações ativadoras nos genes que codificam as subunidades Kir6.2 e SUR1 do canal de potássio ATP-dependente (KCNJ11 e ABCC8). Aproximadamente, 30% dos pacientes com mutações no gene KCNJ11, além do diabetes, também apresentam alterações neurológicas. A identificação de mutações em genes que codificam as subunidades do canal de potássio
ATP-dependente teve grande impacto em sua terapia. As sulfonilureias ligam-se a subunidade SUR1 provocando o fechamento do
canal e secreção de insulina. Aproximadamente, 90% dos pacientes com mutações nos genes KCNJ11/ABCC8 podem ser transferidos de insulina para sulfonilureia e conseguir melhora em seu controle metabólico. Em 2007, identificaram-se mutações no
gene da insulina também como uma causa de diabetes neonatal. Mutações nesse gene são uma causa comum de diabetes neonatal,
mas também são associadas com diversos fenótipos tais como DM tipo 1B e MODY. O entendimento das causas genéticas dessa
doença apresenta implicações terapêuticas e fornece subsídios para o melhor entendimento da fisiologia da célula beta.
É POSSÍVEL IMPLANTAR PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE DIABETES NA POPULAÇÃO BRASILEIRA?
Sandra R. G. F. Vívolo (FSP-USP)
Hábitos de vida caracterizados por adequada ingestão alimentar, em termos quantitativos e qualitativos, e atividade física
regular são eficazes para prevenção e controle do diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Apesar de dispendiosos ensaios clínicos terem
comprovado tais benefícios em diferentes países (DPP, DPS, IDPP), a efetividade de intervenções não farmacológicas em sistemas
públicos de saúde, especialmente em países em desenvolvimento, foi raramente demonstrada. Mudanças sustentadas de comportamentos de risco estão entre os maiores desafios dos órgãos internacionais de saúde. Há iniciativas europeias para implementação
de programas de prevenção de DM (DE-Plan e IMAGE) para população geral. Interdisciplinaridade parece essencial para o enfrentamento de doenças como o DM2, cujo principal fator de risco é a obesidade.
O presente estudo avaliou os efeitos de intervenções não farmacológicas (tradicional e intensiva) em extrato de adultos de alto
risco cardiometabólico, acompanhados em um Centro de Saúde da rede pública de saúde de São Paulo. Estes foram examinados
no basal, aos 9 e 18 meses de seguimento por equipe interdisciplinar (médica, nutricionista, educador físico e psicóloga) quanto
ao perfil de risco cardiovascular (clássico e marcadores inflamatórios), sendo comparados a um grupo submetido exclusivamente
a consultas médicas a cada três meses (intervenção tradicional). Em adição às consultas médicas, a intervenção interdisciplinar
incluiu sessões psicoeducativas em grupo. Metas e adesão foram preestabelecidas. De 438 rastreados com questionário de risco
e, posteriormente, teste oral de tolerância à glicose, 224 eram elegíveis e 177 aceitaram participar do estudo. Houve mudanças
no consumo alimentar (recordatórios alimentares de 24h) em ambos os grupos, mas apenas na intervenção intensiva observou-se
maior consumo de fibras alimentares; no mesmo grupo um maior percentual de indivíduos atingiu a meta de 150 min/semana de
atividade física (IPAQ). Sintomas de compulsão alimentar atenuaram mais na intervenção intensiva que na tradicional. À medida
que aumentaram os tercis de atividade física, observou-se melhora de parâmetros lipídicos. Foram observadas melhora no IMC em
ambos os grupos, mas o delta da circunferência da cintura foi maior na intervenção intensiva. O aumento da adiponectina foi maior
na intervenção intensiva. Os valores de glicose plasmática e de TNF-α mostraram-se independentemente associados à deterioração
da categoria glicêmica, ajustados para o IMC. Os incrementos na concentração de TNF-α aumentaram o risco de piorar o status
glicêmico. Proteína C reativa e interleucina 6 não se mostraram preditivas. Maior número de domínios da qualidade de vida (SF36) melhorou na intervenção intensiva comparada à tradicional.
Outros estudos já mostraram papel preditivo de certos marcadores inflamatórios para incidência de DM. Interessantemente,
a intervenção tradicional, conduzida em centro de saúde da rede básica, também resultou em melhora de certas variáveis clínicas,
sugerindo que a consulta com endocrinologista já pode trazer benefícios metabólicos. Melhores efeitos clínicos e psicológicos são
obtidos com a abordagem multiprofissional e interdisciplinar. Tal intervenção se mostrou viável para a rede pública de São Paulo,
mas desconhece-se se os benefícios perdurarão em longo prazo.
resumo de palestras
GLUT2 NA FISIOPATOLOGIA HEPÁTICA E RENAL DO DIABETES MELLITUS
Ubiratan Fabres Machado (ICB-USP)
A homeostasia glicêmica requer uma estreita regulação quantitativa e temporal do fluxo de glicose em diferentes órgãos. A
glicose sanguínea é provida tanto pela absorção de glicose da dieta como pela produção hepática e renal de glicose. A participação
do fígado envolve o movimento da glicose para dentro (influxo, pós-prandial) ou para fora (efluxo, pós-absortivo) do hepatócito.
A contínua reabsorção de glicose no túbulo proximal renal e a gliconeogênese na célula tubular durante o jejum também participam da manutenção da homeostase glicêmica. Todos esses fluxos de glicose dependem de transportador específico, que nesses
territórios é a proteína GLUT2 (glucose transporter 2), codificada pelo gene SLC2A2 (solute carrier 2A2). Adicionalmente, no rim
há importante participação do transportador de glicose acoplada ao sódio 2 (SGLT2), codificado pelo gene SLC5A2.
Nossos estudos demonstram que o aumento da reabsorção tubular de glicose que ocorre no diabetes mellitus (DM) envolve
aumento na quantidade de RNAm e proteína GLUT2 e SGLT2, fenômeno que participa da etiopatogenia da nefropatia diabética. Também demonstramos um aumento na expressão do GLUT2 hepático no estado diabético. Ainda, a literatura mostra que
mutações no gene SLC2A2, prejudicando a capacidade funcional do GLUT2, são responsáveis pela síndrome de Fanconi-Bickel,
uma condição caracterizada por hipertrofia hepática e renal, com acúmulo de glicogênio.
É conhecido que mutações gênicas em fatores transcricionais da família dos HNFs (hepatocyte nuclear factors) estão relacionadas com alterações de expressão do SLC2A2, determinando, entre outras alterações, defeitos na secreção de insulina pela célula
beta (MODYs).
Nossos estudos mostraram, em rim de animais diabéticos, que os fatores transcricionais HNF-1a, HNF-3b e HNF-4α têm
aumento de expressão e da atividade de ligação na região promotora do gene SLC2A2, efeitos esses revertidos pelo tratamento
com insulina.
Semelhantemente, no fígado de animais diabéticos, o aumento da expressão do GLUT2 foi acompanhado por aumento da
expressão de HNF-1α, HNF-3 β e HNF-4α, assim como aumento da atividade de ligação desses fatores transcricionais no promotor do SLC2A2, o que também reverteu com tratamento com insulina. Esses resultados evidenciam os HNF-1α, 3 β e 4α como
reguladores da expressão do GLUT2 também em fígado de animais diabéticos. Semelhantemente ao observado no rim, a insulina
reverteu essas alterações aos quatro e seis dias de tratamento.
Em resumo, os resultados indicam que em rim e fígado, o diabetes mellitus induz aumento na expressão gênica do GLUT2, o
que envolve aumento da atividade transcricional dos HNF-1a, HNF-3b e HNF-4α. O tratamento com insulina reduz a atividade
desses fatores transcricionais, tanto em fígado como em rim, fazendo com que a expressão do GLUT2 retorne a níveis de animais
não diabéticos.
ENVOLVIMENTO DOS SENSORES DE NUTRIENTES mTOR e PPARγ NO CONTROLE DA
HOMEOSTASE DA GLICOSE
William T. Festucia (ICB-USP)
A ingestão excessiva de nutrientes está diretamente relacionada com o desenvolvimento da hiperglicemia, hiperinsulinemia
e hipertrigliceridemia, associadas a obesidade visceral e ao diabetes do tipo 2. Diversas evidências experimentais indicam que os
sensores de nutrientes mTOR (mammalian target of rapamycin) e PPAR (peroxisome proliferator activated receptor) γ participam
ativamente na determinação desses fenótipos. A obesidade e o diabetes do tipo 2, por exemplo, estão associados com a superativação da mTOR e sua proteína alvo p70 S6 quinase (S6K), que catalisa a fosforilação em resíduos de serina e a inibição do substrato
de receptor da insulina (IRS-1), induzindo, assim, resistência periférica à insulina. Além da S6K, ativação da mTOR está associada
com um aumento na atividade transcricional de PPARγ, um sensor de lipídios que controla a adipogênese e o metabolismo de
lipídios em adipócitos, cuja ativação farmacológica está associada a uma melhora na sensibilidade a insulina. Com o objetivo de entender as inter-relações entre mTOR e PPARγ no controle da homeostase da glicose, diversos estudos foram realizados avaliando
uma possível ação benéfica da inibição farmacológica da mTOR com rapamicina em conjunto ou não com um agonista de PPARγ
no tratamento da resistência à insulina e diabetes do tipo 2. Os resultados obtidos neste estudo e suas implicações na farmacologia
do tratamento da obesidade e diabetes tipo 2 serão apresentados e discutidos.
resumo de palestras
A influência da obesidade na história natural do DM tipo 1
Sérgio A. Dib (Unifesp)
As mudanças dos costumes e a evolução tecnológica têm sido acompanhadas de aumento do sedentarismo e da prevalência de
sobrepeso e obesidade em crianças, adolescentes e adultos jovens. Paralelamente, tem ocorrido também aumento na incidência de
casos de diabetes melito do tipo 1 (DM1), principalmente nas faixas etárias mais jovens.
Nas últimas décadas, os estudos demonstrando que o tratamento intensivo no DM1 é capaz de prevenir ou retardar as complicações micro e macrovasculares da doença têm levado ao aumento na frequência desse tipo de tratamento nesses pacientes. Em
alguns dos pacientes, esse tratamento se acompanha de ganho de peso. Essa alteração pode se iniciar na puberdade e persistir na
vida adulta, amplificando os outros fatores de risco cardiovasculares inerentes à doença.
Nesse sentido, o objetivo desta palestra é apresentar, analisar e discutir as repercussões da obesidade nas diferentes fases da
história natural do DM1, desde a sua etiopatogenia, fase pré-clínica, diagnóstico, evolução da função residual de insulina e complicações crônicas da doença.
Na fase pré-diabética, a hipótese aceleradora proposta por T. Wilkin há alguns anos será apresentada e discutida. As repercussões da obesidade e da resistência à ação da insulina na evolução da autoimunidade contra as células beta e na velocidade da
apoptose dessas células serão analisadas. Dentro desse contexto, a leptina, que é responsável, entre outras ações, por regular a
ingesta alimentar, também controla a resposta imune celular e está envolvida na patogênese das doenças autoimunes. Por outro
lado, a adiponectina, que está inversamente relacionada à resistência a insulina, pode diminuir o processo inflamatório sistêmico
e das ilhotas. Estudos de metanálise demonstram a obesidade como um dos fatores de risco para o desenvolvimento do DM1.
A presença de obesidade à primeira manifestação clínica do DM1 exige o diagnóstico diferencial com o diabetes mellitus do tipo
2 no jovem, em que o peptídeo-C de jejum, os valores de IGFBP-1 e da relação adiponectina/leptina, além dos autoanticorpos
anti-ilhotas, são importantes. Um novo subtipo de DM1 denominado de diabetes duplo é sugerido quando o indivíduo apresenta
marcadores de autoimunidade contra as células beta associada a alterações comuns no diabetes do tipo 2 (obesidade, hipertensão
arterial e dislipidemia). Na nossa experiência, o seguimento da função residual de células beta de um paciente com DM duplo tem
demonstrado que esta apresenta um decaimento mais lento do que a dos DM1 clássicos.
Os mecanismos relacionados ao ganho de peso após o diagnóstico do DM1 são alterações metabólicas, relação com períodos
de hipoglicemia, deficiência da ação da insulina no sistema nervoso central, substituição antifisiológica da insulina e, por último,
predisposição genética.
Drogas que potencialmente poderiam ser associadas ao tratamento com insulina no DM1 para reduzir a influência da obesidade no surgimento de outros fatores de risco cardiovasculares têm sido discutidas.
A prevalência de um conjunto de fatores de risco cardiovasculares (síndrome metabólica) pode estar presente em cerca de 13%
a 15% dos DM1 já nos primeiros dois anos de diagnóstico clinico. Por último, em indivíduos com DM1 de longa duração (> 30
anos), a obesidade e o sobrepeso estão relacionados com a evolução mais rápida do índice de cálcio coronariano em seis anos de
seguimento.
Em resumo, a obesidade pode tanto contribuir para o início como modificar o fenótipo do DM1 ao seu diagnóstico. Como
também esta pode surgir como consequência do tratamento intensivo com insulina em indivíduos predispostos e colaborar para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
EXERCÍCIO FÍSICO, ENVELHECIMENTO E RESISTÊNCIA À INSULINA: UMA VELHA TERAPIA SOB
NOVA PERSPECTIVA
Eduardo Rochete Ropelle (Unicamp)
O envelhecimento está associado ao declínio de diversas funções fisiológicas humanas. O aumento da idade geralmente é
acompanhado da diminuição da tolerância à glicose, resistência à insulina e aumento da incidência de diabetes do tipo 2. A resistência à insulina é um processo multifatorial, entretanto substanciais evidências demonstram que a inflamação subclínica é um fator
determinante no desencadeamento de diferentes mecanismos intracelulares de resistência à insulina durante o envelhecimento.
Por outro lado, o exercício físico é conhecido como uma importante estratégia para a prevenção e o tratamento do diabetes do
tipo 2. Nos últimos anos, diversos estudos passaram a elucidar os efeitos benéficos do exercício físico em estado de resistência à
insulina. Nesta apresentação, serão demonstrados os mais novos achados relacionados aos efeitos intracelulares do exercício físico
em situações de resistência à insulina induzida pelo envelhecimento.
resumo de palestras
HIGH-FAT DIET AND THE CENTRAL CONTROL OF FOOD INTAKE
Eliane Beraldi Ribeiro (Unifesp)
Both the amount and the type of dietary fat may be relevant factors in promoting obesity and its co-morbidities by interacting
with different homeosthatic and hedonic components of the central control of energy balance. We have studied in rodents the
effects of the long-term intake of different high-fat diets, enriched with saturated, trans, or polyunsaturated fats, in brain sites important to this control. Using microdialysis and proteomic analysis among other techniques, we have evaluated the consequences
of different fat diets on the serotonergic system, the nitric oxide system, glucose levels, insulin signaling, etc.
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Capítulos de livros
In Fisiologia Endócrina.1ª ed. Manole, 2011.
Telles et al. A unidade hipotálamo-hipófise. p. 1-32.
Ribeiro EB. Glândula tireoide. p. 51-75.
Ribeiro EB. Paratireoides e a homeostase do cálcio e fosfato. p. 77-104.
Albuquerque et al. Regulação central da ingestão alimentar. p. 289-309.
Watanabe et al. Dietary fish oil, the central control of food intake and obesity prevention In: Fish oil: production, consumption and health benefits.
1. ed. Hauppauge: Nova Science Publishers, Inc.; 2011. v.1, p. 1-12.
Livro organizado
1. Ribeiro EB. Fisiologia endócrina. São Paulo: Manole, 2011. v. 1, p. 320.
resumo de palestras
NOVOS MECANISMOS MOLECULARES DE AÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE O TECIDO
HEPÁTICO PARA O CONTROLE GLICÊMICO
José Rodrigo Pauli (Unicamp)
Os efeitos do exercício físico não acontecem apenas no músculo esquelético, tecido diretamente envolvido com o esforço físico, mas também no tecido hepático. A prova disso é que o fígado trabalha intensamente durante e após o exercício físico para a
manutenção da homeostase glicêmica. Após o exercício, para o retorno da homeostase e para adaptação ao estresse sofrido, o organismo se dispõe de diversos mecanismos: a captação de glicose continua aumentada tanto nas células musculares como hepáticas;
há aumento da fosforilação e inativação da enzima glicogênio sintase quinase beta (GSK3 β). A menor disponibilidade da GSK3
β promove menor fosforilação da enzima glicogênio sintase (GS) e, assim, o aumento da sua atividade, o que resulta em maior
síntese de glicogênio no fígado, isso permite que os estoques de glicogênio sejam restaurados e até mesmo aumentados em relação ao conteúdo existente pré-exercício; e, por fim, ocorre uma diminuição da gliconeogênese, principalmente após se alimentar,
devido ao aumento da fosforilação e extrusão nuclear do fator transcricional Foxo1 (Forkhead box-containing gene, O subfamily),
redução da atividade da PGC-1α (coativador-1α do receptor ativado por proliferador do peroxissoma) e de HNF-4α (fator nuclear de hepatócito 4α), como também das enzimas gliconeogênicas fosfoenolpiruvato carboxiquinase (PEPCK) e glicose-6-fosfatase
(G6Pase). Essas etapas moleculares acontecem tanto em humanos saudáveis e diabéticos como em modelos animais de obesidade
e diabetes em resposta ao exercício físico. Tais adaptações sobre as reservas glicídicas são consideradas fundamentais para o desempenho físico. Ademais, em organismos com resistência à insulina, a inibição da gliconeogênese e o estímulo à glicogênese após o
exercício físico se tornam relevantes no controle da glicemia. Mais recentemente, foi identificado que há o aumento da expressão
da proteína TRB3 (tribbles-related protein 3), induzida pela obesidade ou pelo estado de resistência à insulina, e essa condição
promove um decréscimo da fosforilação da Akt e da Foxo1, o que permite a permanência de Foxo1 no núcleo celular, iniciando
o programa de gliconeogênese hepática. Como consequência, observa-se aumento das enzimas gliconeogênicas como a PEPCK
e G6Pase e maior produção hepática de glicose. Por outro lado, o treinamento físico marcadamente reduz a expressão da TRB3,
aumentando a sensibilidade hepática à insulina e reduzindo o quadro hiperglicêmico via maior ativação da Akt e fosforilação da
Foxo1 e menor interação Foxo1/PGC-1α e Foxo1/HNF-4α. Destaca-se que esses efeitos do treinamento físico são observados
independentemente da redução da massa corporal total e adiposa, demonstrando que os organismos obesos resistentes à insulina podem se beneficiar da prática regular de exercícios físicos, reduzindo o risco em desenvolver diabetes. Esses novos achados
permite melhor compreender os efeitos moleculares do exercício físico no fígado e seu efeito favorável no controle da glicemia e,
portanto, no diabetes.
SAOS E RESISTÊNCIA À INSULINA
Maria Teresa Zanella (Unifesp)
A apneia obstrutiva do sono (AOS) é caracterizada por episódios recorrentes de cessação total (apneia) ou redução substancial (hipopneia) do fluxo de ar, levando à fragmentação do sono e à hipoxemia. A polissonografia é o teste padrão-ouro para o
diagnóstico, determinando o índice de apneia/hipopneia (IAH), que é o número total de episódios de apneia e hipopneia por
hora no sono. Existem evidências de que pacientes portadores de AOS apresentam maior risco cardiovascular. Nossos estudos têm
demonstrado que a AOS está independentemente associada à resistência à insulina, o que poderia ser o fator de ligação entre AOS
e risco cardiovascular. Pacientes com AOS apresentam níveis significativamente maiores de glicemia de jejum e maior resistência
à insulina, comparados com indivíduos sem AOS, independentemente do grau de obesidade. Isso se verifica também em pacientes não obesos. Pudemos demonstrar correlações significativas entre valores do IAH com índices de adiposidade, intolerância à
glicose e resistência à insulina. Essas associações podem ser explicadas pelo fato de a AOS contribuir para a obesidade visceral por
atuar como um fator de estresse, provocando liberação de hormônios, como cortisol e catecolaminas. Quando em excesso, esses
hormônios promovem centralização de gordura, alterações da glicemia e do perfil de lípides do plasma, além de elevação da pressão arterial, condições que sabidamente aumentam o risco cardiovascular. A sequência de eventos da AOS – parada na respiração,
hipóxia noturna, despertares curtos e contínuos, fragmentação do sono – pode ativar tanto o sistema simpático e adrenomedular
quanto o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (EHHA). Nossos dados têm demonstrado que em pacientes obesos com AOS, ocorre
uma ativação noturna do EHHA, que é revertida pelo tratamento com CPAP.
Na maioria dos protocolos planejados para estudar os efeitos metabólicos da AOS, apenas homens têm sido incluídos. Nossos
estudos já mostraram que existem diferenças entre homens e mulheres no que diz respeito a prevalência, gravidade, características
polissonográficas e alterações metabólicas associadas à AOS. Mais recentemente, pudemos averiguar que pacientes com a síndrome
dos ovários policísticos (SOP) apresentam maior prevalência de AOS, o que se associa a maiores graus de resistência à insulina.
Além disso, pudemos demonstrar que pacientes com SOP e AOS apresentam também alta prevalência de esteatose hepática não
alcoólica (NASH). Nossos próximos passos serão os de investigar os fatores que predispõem à AOS em pacientes com SOP e o
impacto do tratamento da AOS sobre a gravidade da NASH.
resumo de palestras
INVESTIGAÇÃO DA DOENÇA CORONARIANA NO DM2 ASSINTOMÁTICO
Roberto Betti (FMUSP)
A maior causa de mortalidade no diabetes do tipo 2 (DM2) é a doença arterial coronária (DAC). A detecção precoce da aterosclerose, principalmente a subclínica, é de suma importância, pois temos condutas que podem alterar o curso da doença.
A presença da síndrome metabólica (SM) piora os efeitos da glicemia sobre os vasos sanguíneos. Outros fatores agravantes são
a duração do diabetes, o mau controle e a presença de nefropatia e retinopatia.
Na avaliação dos pacientes, levamos em consideração os escores clínicos como o de Framinghan, UKPDS e a medida da microalbuminúria. Quanto aos métodos de imagem para a avaliação da DAC, não existe ainda um consenso, porém, para a detecção da
aterosclerose subclínica, usamos o escore de cálcio e, para a detecção de isquemia, a cintilografia miocárdica.
PAPEL DA 11-BETA HSD1 NA OBESIDADE E RESISTÊNCIA À INSULINA: CUSHING
INTRACELULAR?
Rosana Tieko Mori (ICB-USP)
Os glicocorticoides, hormônios produzidos pelo córtex da glândula adrenal, sob controle do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal,
têm papel importante no metabolismo energético. O excesso desses hormônios é caracterísco da síndrome de Cushing, em que é
comum a presença de hipertensão, obesidade central e intolerância à glicose.
A enzima 11 β-HSD1 ativa glicocorticoides a partir de sua forma inativa, sendo fator determinante da ação local desse hormônio.
Existem duas isoformas da 11 β-HSD, 11 β-HSD1 e 11 β-HSD2, que fazem ativação e inativação dos glicocorticoides, respectivamente. A 11 β-HSD1 é a isoforma expressa no tecido adiposo e, em pacientes obesos, já foi descrito aumento da expressão de
seu mRNA, tanto em tecido adiposo visceral quanto subcutâneo. Além disso, camundongos que superexpressam 11 β-HSD1 sob
controle de promotor específico de adipócito (aP2) desenvolvem obesidade central.
Na resistência periférica à insulina, que é característica comum a doenças graves como a hipertensão, dislipidemias, doença
cardiovascular aterosclerótica, obesidade e diabetes mellitus tipo 2, há redução da capacidade de captação de glicose pelos tecidos
adiposos e músculos esqueléticos. Nesses tecidos, expressa-se grande quantidade do transportador de glicose GLUT4, essencial
para a homeostasia glicêmica, principalmente no período pós-prandial. Os glicocorticoides diminuem a captação periférica de
glicose e, particularmente no tecido adiposo, sua ação é complexa, pois, se por um lado é essencial para que hormônios lipolíticos
como a adrenalina e o hormônio do crescimento estimulem a hidrólise dos triglicerídios, por outro lado também é capaz de induzir
a diferenciação dos pré-adipócitos a adipócitos, além de favorecer a lipogênese, aumentando a atividade da glicose-6-fosfato-desidrogenase, resultando no efeito clássico do excesso de glicocorticorticoides, que é o aumento de deposição de gordura, principalmente em tronco e abdômen. Nesse contexto, o GLUT4, sendo fator determinante da captação de glicose nesse tecido, pode ser
uma proteína-chave regulada pelos glicocorticoides, participando inclusive na resistência à insulina presente no hipercortisolismo.
In vivo, demonstra-se que a expressão de GLUT4 no tecido adiposo varia paralelamente com a insulina, diminuindo em estados de deficiência insulínica. Porém, muitos estudos in vitro falharam em demonstrar os efeitos estimulatórios da insulina sobre
a expressão do GLUT4, o que pode estar relacionado à insuficiência de glicocorticoides in vitro, uma vez que, em adipócitos de
ratos, demonstrou-se que a dexametasona associada à insulina intensifica a expressão tanto do mRNA quanto da proteína GLUT4.
Estudos em nosso laboratório utilizando ratos obesos MSG (glutamato monossódico), que são resistentes à insulina e hipercorticosteronêmicos, sugerem que os glicocorticoides participem de forma importante na regulação da expressão gênica do GLUT4,
pois as alterações na expressão desse gene, de fato, se acompanharam de alterações na expressão da 11 β-HSD1.
Interessantemente, há relatos de que pacientes portadores da síndrome de Cushing não apresentam níveis alterados de 11
β-HSD1 na gordura visceral, o que pode funcionar como um mecanismo local parcialmente protetor contra os elevados níveis de
cortisol circulante, embora haja, nessa doença, acúmulo de gordura abdominal. Portanto, os efeitos intracelulares dos glicocorticoides dependem não apenas dos níveis circulantes, mas também de um metabolismo intracelular pré-receptor, realizado pelas
enzimas 11 β-HSD, que determinam a disponibilidade local da forma ativa do hormônio, determinando, assim, sua ação biológica
local.
Na obesidade, e resitência à insulina, a maior expressão de 11 β-HSD1 no tecido adiposo pode gerar um estado de hipercortisolismo intracelular, alterando a expressão de genes como a do GLUT4, de modo a favorecer a deposição de gordura, contribuindo
para o estabelecimento e manutenção do excesso de deposição de gordura.
resumo de palestras
MECANISMOS INFLAMATÓRIOS NA RESISTÊNCIA À INSULINA: PAPEL DO NF-kappaB NA
REGULAÇÃO DO GENE Slc2a4
Daniela T. Furuya (ICB-USP)
A obesidade é uma doença crônica multifacetada e de genética complexa, que, associada às suas comorbidades, se acompanha
de elevada morbidade e mortalidade. A obesidade é um estado inflamatório crônico, no qual a atividade secretória pró-inflamatória
do adipócito se encontra elevada. Como consequência disso, ocorre aumento da ativação da via IKK, que pode conduzir não
apenas à ativação de NF-kappaB, mas também à fosforilação de IRS-1 em serina, resultando em inibição da sinalização da insulina
por esse mecanismo. Adicionalmente, alguns estudos fortemente sugerem que o fator transcricional NF-kappaB seja um repressor
do gene Slc2a4, que codifica a proteína transportadora de glicose GLUT4. No entanto, não se conhece a localização dos sítios de
ligação de NF-kappa (sítios kappaB) à região promotora do gene Slc2a4. Dessa maneira, um estudo foi conduzido com o objetivo
de demonstrar os sítios kappa B na região 5’-flanqueadora desse gene. Foram encontradas duas sequências altamente homólogas
ao sítio kappaB consenso localizadas nas regiões -134/-113 bp e -83/-62 bp, que foram respectivamente denominadas de Slc2a4NF-κB (-134) e Slc2a4-NF-κB (-83). O ensaio de mobilidade eletroforética demonstrou em tecido adiposo adipócitos 3T3-L1
e células musculares L6 que NF-kappaB p50 e p65 se ligam a ambos os oligonucleotídeos Slc2a4-NF-κB (-134) e Slc2a4-NF-κB
(-83). Esses dados foram confirmados por ensaio de imunoprecipitação de cromatina, que verificou em DNA extraído de adipóctos 3T3-L1 a ligação de NF-kappaB especificamente ao promotor de Slc2a4. Por fim, estudos de transfecção usando plasmídeos
recombinantes contendo diferentes segmentos da região 5’-flanqueadora do gene Slc2a4 revelaram que a ligação de NF-kappaB
ao sítio kappaB localizado entre - 128/-119 bp resulta em um efeito inibitório sobre a transcrição de Slc2a4. O mesmo não pode
ser observado na região kappaB situada entre -78/-69 bp, porque a exclusão dessa região resultou em ausência de transcrição, o
que sugere que esta região esteja envolvida na iniciação da transcrição do gene Slc2a4; porém, não se pode descartar a hipótese
de que NF-kappaB se ligue à essa região e que potencialmente tenha ação inibitória sobre a transcrição gênica de Slc2a4. Em
conclusão, a ligação de NF-kappaB ocorre especificamente na região entre -128/-119 bp da sequência 5’-flanqueadora do gene
Slc2a4, onde exerce uma modulação inibitória sobre a expressão do gene Slc2a4. Esse dado confirma que a expressão de GLUT4
é negativamente modulada por NF- kappaB, o que estabelece uma importante ligação entre resistência à insulina e inflamação.
FAPESP 07/050554-1 e 08/09194-9.
CATALASE OVEREXPRESSION AND MITOCHONDRIAL FUNCTION IN INSULIN RESISTANT
MUSCLE CELLS
Leonardo R. Silveira, Marina R. Barbosa, Igor H. Sampaio, Luciane C. Alberici, Isis C. Kettelhut, Everardo M.
Carneiro, Rui Curi (ICB-USP)
We examined whether the reduction of mitochondrial capacity and insulin response imposed by the high availability of fatty
acids are associated with an increase of intracellular hydrogen peroxide (H2O2). We investigated whether the oxidative stress induced by excess fatty acids can be reversed with improved antioxidant capacity through overexpression of catalase. The catalase
gene was successfully transfected in skeletal muscle cells through pcDNA3 plamid as indicated by catalase mRNA and content (p
< 0.05). The H2O2 production was increased after palmitic acid treatment. This effect markedly reduced the citrate sintase activity
as well as the mRNA levels of PGC1α (p < 0.05). This effect was accompanied by a significantly reduction of p-AKt which further
was demonstrated to down regulate p-CREB and PPAR-β. In addition, oxygen consumption and uptake glucose were markedly
reduced in the presence of palmitic acid (p < 0.05). However, the catalase transfection was observed to prevent reduction of p-AKt
level which further was demonstrated to up regulate p-CREB and PPAR-β (p < 0.05). Our results showed that fatty acid reduced
the p-AKt level. This effect was associated with a low p-CREB level and consequently PGC1-α transcription. The reduced mitochondrial oxygen consumption favored ROS production and insulin resistance. The catalase- induced effect on p-AKt increased
the oxygen consumption and glucose and fatty acid metabolism suggesting that mitochondrial biogenesis might be regulated by
phosphorylated level of AKt.
resumo de palestras
REGULAÇÃO DIFERENCIAL DA ATIVAÇÃO DE NF-kB PELAS CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS
IL-1b E TNF-a EM CÉLULAS BETAPANCREÁTICAS
Fernanda Ortis (Unicamp)
Diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença autoimune caracterizada pela destruição seletiva das células betapancreáticas
produtoras de insulina. Um melhor entendimento dos mecanismos moleculares que regulam a apoptose das células beta pode abrir
novas possibilidades para o tratamento preventivo ou precoce dessa doença devastadora. Citocinas pró-inflamatórias, como interleucina (IL)-1b e fator de necrose tumoral (TNF)-a, contribuem para a morte de células betapancreáticas no DM1. O bloqueio
da atividade do fator de transcrição NF-kB previne a apoptose induzida por citocinas em células beta. Esse é um achado surpreendente, pois NF-kB tem preferencialmente um efeito antiapoptótico em outros tipos celulares. Devido ao importante papel de
NF-kB em diferentes respostas celulares a diferentes estímulos, é de vital importância um melhor entendimento das características
específicas que produzem seu caráter pró-apoptótico em células beta. Desse modo, um bloqueio específico poderia ser utilizado
em terapias para a prevenção da destruição das células beta após ataque imune, sem intervenção na homeostase celular. Mostramos
previamente que a ativação de NF-kB induzida por citocinas pró-inflamatórias em células beta difere de outros tipos celulares pela
intensidade e duração e que sua indução por IL-1b tem um papel pró-apoptótico mais importante que por TNF-a. Mostramos,
ainda, que as diferenças entre IL-1b e TNF-a parecem estar relacionadas a uma intensidade maior na ativação (induzida por IL-1b)
de quinases que modulam NF-kB, o que leva a uma expressão diferencial de genes putativamente envolvidos em disfunção e morte
da célula beta. Nossos novos dados mostram que o complexo quinásico IKK, importante para ativação de NF-kB, é modulado
diferencialmente por IL-1b e TNF-a, tanto quantitativamente como qualitativamente, com uma utilização diferencial dos membros desse complexo por IL-1b. Especificamente em células beta, IL-1b induz degradação de IKKb, via proteassoma, levando a
uma utilização preferencial de complexos IKK que contenham a subunidade IKKa. Essa degradação é dependente da presença da
subunidade IKKg e da ativação da via de sinalização de TRAF6. A ativação de JNK via TAK1 está também envolvida na degradação
de IKKb induzida por IL-1b, sugerindo novo papel dessa quinase, a qual tem um conhecido papel na apoptose de células beta
induzida por citocinas pró-inflamatórias.
Diferentes citocinas pró-inflamatórias podem contribuir para a insulite e apoptose de células beta durante o desenvolvimento
do DM1, sendo NF-kB um fator de transcrição chave nessa regulação. Nossos resultados mostram que IL-1b e TNF-a utilizam
“estratégias” diferentes para ativar NF-kB em células betapancreáticas, incluindo a utilização diferencial de membros do complexo
IKK. Essa nova informação abre possibilidades interessantes para uma modulação contexto-dependente desse fator de transcrição
visando à proteção da célula beta contra um ataque autoimune.
ASPECTOS ATUAIS DO TRANSPORTE REVERSO DE COLESTEROL E RISCO CARDIOVASCULAR
NO DIABETES
Marisa Passarelli (HC-FMUSP)
No diabetes melittus, alterações no metabolismo de lípides, caracteristicamente, elevação de triglicérides, aumento de LDLs
pequenas e densas e redução do HDL-colesterol contribuem para a elevada incidência de aterosclerose. As HDLs são inversamente
correlacionadas com a doença macrovascular por mediarem o transporte reverso de colesterol. Por esse sistema, as HDLs removem
colesterol dos tecidos periféricos, incluindo a íntima arterial, e o transportam ao fígado, o que garante sua eliminação na bile e
excreção fecal. Na vigência de hiperglicemia, prevalece a formação de produtos de glicação avançada (AGE), que alteram irreversivelmente a estrutura de proteínas plasmáticas e teciduais. A albumina é a principal proteína modificada por glicação e, em macrófagos, aumenta a geração de espécies reativas de oxigênio, pela mitocôndria e sistema NADPH oxidase, e o estresse do retículo
endoplasmático. Essas condições associam-se à redução no conteúdo do receptor de HDL, ABCA-1, o que diminui o efluxo de
colesterol e favorece o acúmulo intracelular de lípides. Inibidores de glicação avançada, antioxidantes ou chaperona química que
alivia o estresse do retículo são capazes de restaurar o conteúdo de ABCA-1 e o efluxo de colesterol celular. Além do colesterol,
os AGEs favorecem o acúmulo de 7-cetocolesterol, óxido de colesterol que induz a resposta inflamatória e dispara vias morte por
apoptose em macrófagos. De fato, os AGEs aumentam a resposta inflamatória induzida por calgranulinas e lipopolissacarídeos e a
elevação de citocinas reduz o efluxo de colesterol celular para as HDLs. Independentemente de alteração na concentração de HDL,
os AGEs reduzem o transporte reverso de colesterol de macrófagos, o que agrava o risco de aterosclerose no diabetes mellitus.
resumo de palestras
VISITANDO OS FATORES DE RISCO DA DOENÇA CARDIOVASCULAR NO DIABETES MELLITUS
TIPO 2
André Fernandes Reis (EPM-Unifesp)
A formação da aterosclerose envolve um grande número de mecanismos fisiopatológicos. Sabemos da participação tanto de
fatores genéticos quanto ambientais que são continuamente identificados como marcadores de risco para desenvolver a doença e
atuam em conjunto no advento da formação e estabilidade da placa de ateroma. Ainda, estudos recentes sugerem que a aterosclerose seria uma doença inflamatória complexa na qual ocorreria a interação de fatores imunes e metabólicos, além dos genéticos
e ambientais já citados. O endotélio é responsável por grande parte dessas alterações, atuando por meio do desequilíbrio na produção de mediadores reguladores do tônus vascular (relaxamento dependente do endotélio), agregação plaquetária, coagulação e
fibrinólise. O diabetes mellitus pode estar implicado em boa parte desses fenômenos de forma direta e indireta.
Doença cardiovascular e diabetes
A doença arterial coronária (DAC) é duas a quatro vezes mais comum nos pacientes com diabetes tipo 2. Além disso, numerosos aspectos próprios da aterosclerose nesses pacientes fazem com que a DAC tenha comportamento clínico, resposta ao
tratamento e prognóstico piores do que em pacientes não diabéticos. Embora apenas 6% a 8% da população adulta dos Estados
Unidos seja diabética, 20% a 30% das síndromes coronárias agudas, com ou sem supradesnivelamento do segmento ST, ocorrem
em diabéticos, que, por sua vez, respondem por cerca de 50% de todos os óbitos cardiovasculares. Além disso, a despeito de terem
infarto do miocárdio de extensão similar, os pacientes diabéticos têm mortalidade duas a três vezes maior do que os não diabéticos.
Ainda, a DAC representa cerca de 75% das causas de morte nos portadores de diabetes tipo 2. Recentemente, surgiu o conceito
de que o diabetes seria um estado de equivalência de doença coronariana, o que estimula uma abordagem agressiva e empenho
em medidas preventivas objetivando a redução de eventos coronarianos nesses indivíduos.
Conhecemos os fatores de risco ditos clássicos para doença cardiovascular (DCV), que, apesar de serem mais frequentes nos
diabéticos, são os mesmos nos pacientes sem a hiperglicemia. Dentre eles, destacam-se a hipertensão arterial e a dislipidemia.
Além da participação desses fatores de risco clássicos, outros fatores ditos não clássicos também são propostos como implicados no
risco do desenvolvimento e progressão da DCV. Citam-se os distúrbios metabólicos como a formação de AGE, hiperinsulinemia,
disfunção endotelial, hipercoagulabilidade plaquetária, outras anormalidades de coagulação e inflamação crônica de baixo grau.
Mais recentementem estuda-se a alteração numérica e funcional das células endoteliais progenitoras, além do aumento do estresse
oxidativo observado na hiperglicemia. Ainda, acredita-se que na presença do diabetes tipo 2 algumas adipocitocinas podem ter
papel importante na associação com aterosclerose. Por exemplo, estudos epidemiológicos sugerem que a presença de níveis séricos diminuídos de adiponectina encontrada nos pacientes com diabetes e obesidade visceral seria uma das alterações metabólicas
sugeridas como potencialmente implicada na associação da obesidade, hiperglicemia e doença coronariana.
A identificação e a análise e a importância desses fatores de risco tanto clássicos quanto não clássicos se reveste de elevada
importância pelo impacto socioeconômico dessas patologias na população e nos sistemas de saúde. As estimativas epidemiológicas
apontam para um crescimento vertiginoso do número de indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 (incluindo em nosso meio) e
com a potencial elevação da DCV associada. Assim, a análise de fatores de risco bioquímicos e clínicos que possa estratificar os
indivíduos com diabetes tipo 2 e risco mais elevado de desenvolvimento de DCV pode propiciar medidas preventivas primárias
precoces e mais eficazes e permitir a redução da morbimortalidade associada.
Nesta palestra será discutido o papel dos fatores de risco clássicos e não clássicos para DCV e diabetes tipo 2, assim como as
evidências de outros fatores clínicos e laboratoriais que podem estar implicados nesse fenômeno.
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resumo de palestras
PARTICIPAÇÃO DE NEUROPEPTÍDEOS HIPOTALÂMICOS NA HOMEOSTASE ENERGÉTICA
Lucila Leico Kagohara Elias (FMRP-USP)
O SNC está envolvido na regulação da homeostase energética, controlando o comportamento alimentar e o gasto energético.
Esse processo é complexo e envolve a participação de várias regiões do cérebro, como o hipotálamo, que integra sinais do status
energético e da ingestão calórica, desencadeando respostas neuroendócrinas e autonômicas que modulam o apetite e o gasto energético. O SNC recebe informações indicadoras do estoque energético do organismo a partir da sinalização mediada por fatores
periféricos, como a leptina, por meio de sua ligação a receptores específicos localizados no núcleo arqueado do hipotálamo. Neurônios desse núcleo expressam POMC/CART e NPY/AgRP e se projetam para outras regiões do SNC envolvidas no controle da
homeostase energética, como o núcleo paraventricular e a área hipotalâmica lateral. Ainda neurônios hipotalâmicos ocitocinérgicos
apresentam projeções para o tronco cerebral e parecem participar no controle da ingestão alimentar. Utilizando modelo de endotoxemia, observamos que a hipofagia está associada à maior expressão hipotalâmica de CART e CRF. Por outro lado, no processo
de tolerância à endotoxina, a tolerância ao efeito hipofágico está associada à menor expressão hipotalâmica de CRF e CART e
também à resistência hipotalâmica à sinalização da leptina. Diferentes mecanismos moleculares estão envolvidos na redução dessa
sinalização, cuja investigação poderá contribuir para o melhor entendimento da resistência à leptina observada na obesidade.
CIRCADIAN RHYTHMS AND THE REGULATION OF ENERGY METABOLISM
Silvana A. Bordin (ICB-USP)
The widespread increase of obesity prevalence coincides with an expansion of the light exposition interval. The disruption of
circadian feed behavior and energy metabolism rhythmicity facilitates inflammatory processes and precedes the development of
an obese phenotype (Sutton et al. Endocrinology. 2010). Epidemiologic data confirm the common knowledge that night feeding
behavior facilitates body weight gain. In rodents, the reduction of melatonin, which is the hormone that transmits to the internal
milieu and changes in the light/dark cycle, increases visceral adiposity even with reduced food intake (Wideman & Murphy, Nutr
Neurosci. 2009). Moreover, chronic shift work was recently described to increase T2DM risk (Pan et al. PLoS Med. 2011), and to
display an inverse correlation with melatonin production due to night light exposure (Dumont et al. Chronobiol Int. 2012). We
have consistently investigated the role of melatonin on energy metabolism. Recently we have demonstrated that pinealectomized
rats (PINX) show night-time hepatic insulin resistance characterized by reduced insulin-stimulated AKT phosphorylation and
increased PEPCK expression. The regulatory mechanism suggests the participation of unfolded protein response, because PINX
induces night-time increase in ATF6 expression and prompts a circadian fashion of BiP, ATF4, and CHOP expression with Zenith
values at the dark period. Decreased insulin-induced AKT phosphorylation occurs due to upregulation of TRB3, a pseudo-kinase
inhibitor of AKT (Nogueira et al. Endocrinology. 2011). More recently, we have demonstrated that the absence of melatonin
during gestation and lactation imprints glucose intolerance in the offspring, mainly due to hepatic insulin resistance and decreased
insulin secretion. Based on large-scale expression approach, we found that the epigenetic alterations elicited by the absence of
maternal melatonin are likely to be related to differential microRNA expression.
O AMBIENTE MATERNO-FETAL E A PROGRAMAÇÃO OBESOGÊNICA
Marcio Alberto Torsoni (Unicamp)
A prevalência de obesidade e diabetes na população tem aumentado de maneira expressiva nas diferentes faixas etárias. Da mesma maneira, a prevalência de obesidade em mulheres na fase gestacional também tem acompanhado a tendência mundial dessas
patologias. É conhecido que o ambiente intrauterino contribui de maneira decisiva para o desenvolvimento de alterações moleculares que poderão levar ao desenvolvimento de patologias metabólicas na prole na fase adulta. Essas alterações metabólicas são
decorrentes da redução da sinalização hormonal em diferentes órgãos, entre eles o hipotálamo e o fígado. Distúrbios metabólicos,
tais como estresse de retículo endoplasmático e resistência à insulina, são observados logo após o desmame. Na fase adulta, os sinais
de saciedade e sinalização hormonal no hipotálamo, assim como a síntese de carboidratos e lipídeos no fígado, estão prejudicados,
conduzindo ao fenótipo obeso. Na origem desses distúrbios, a literatura tem apontado para vários fenômenos bioquímicos, mas as
alterações na atividade de metilases e acetilases e na expressão diferencial de microRNA que participam do controle da transcrição
de genes relacionadas ao metabolismo têm recebido grande atenção.
resumo de palestras
DIETA E EXERCÍCIO NAS DOENÇAS METABÓLICAS – EFEITOS HORMONAIS E MECANISMOS
MOLECULARES
Maysa Vieira de Sousa (HC-FMUSP)
O exercício representa um estresse físico que desafia a homeostase. Em resposta a esse estresse, o sistema nervoso autônomo e
o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal participam intensamente na manutenção da homeostase. Isso inclui a elevação dos glicocorticoides, das catecolaminas, das citocinas pró-inflamatórias, do DNA livre plasmático, que têm aumento exponencial com a carga de
treinamento, podendo resultar em maior inflamação e inibição da função gonadal, quando associada ao desequilíbrio de energia e
macronutrientes. É notório que a adequação alimentar e a prática de exercícios contínuos de natureza aeróbia, agudos ou crônicos,
podem ter efeitos benéficos na ação da insulina. No entanto, ainda pouco se sabe sobre os efeitos hormonais e mecanismos moleculares dos exercícios intermitentes de alta intensidade na resistência à insulina. Sabe-se que nos atletas o condicionamento físico
está associado à diminuição da resposta do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, melhorando os estoques energéticos e a recuperação
no pós-treino por causa da menor inflamação. O impacto dos exercícios intermitentes na resistência à insulina será abordado,
apresentando novos entendimentos em fisiologia do exercício sobre os mecanismos hormonais e moleculares na restauração da
sensibilidade à insulina, comparando indivíduos fisicamente ativos e portatores de doenças metabólicas.
SITUAÇÃO DA PESQUISA EM PÉ DIABÉTICO NO BRASIL
Candida Parisi (HC-FMUSP)
O pé diabético é, no quadro das complicações crônicas do diabetes, das mais devastadoras, mutilante e responsável pela maior
parte das internações de portadores de diabetes não somente no Brasil, como em todo o mundo. Sua presença implica redução
da expectativa de vida, em particular após a amputação do membro afetado. Ao mesmo tempo, apresenta significativo impacto
na qualidade de vida, redução da capacidade laborativa e impacto socioeconômico. Esse impacto não é apenas pertinente ao indivíduo, mas também ao erário público, que, em geral, suporta o ônus da maior parte das internações e intercorrências associadas.
A pesquisa em pé diabético no Brasil, apesar de incipiente, vem crescendo paulatinamente. Recentemente, publicações de dados
nacionais relativos ao tema mostram que, apesar de discutirmos úlceras, amputações, internações e desfechos, encontramos resultados distintos daqueles publicados em outros países, indicando particularidades clínicas e socioeconômicas que precisam ser
conhecidas e sistematizadas. Ressaltamos que há muito por ser feito, estudado e desenvolvido. Lembramos as dificuldades relacionadas às dimensões continentais do nosso país e às diferenças regionais socioeconômicas, que, em termos de construção de produção nacional robusta, não podem ser desprezadas, entretanto não são impeditivos para os vários projetos que estão em andamento.
MECANISMOS DE REVERSÃO DO DIABETES COM CIRURGIA BARIÁTRICA
José Carlos Pareja (Unicamp)
Bruno Geloneze
1. Impacto metabólico da cirurgia bariátrica no DM2
A prevenção melhora e mesmo a reversão do DM é observada nas diversas modalidades cirúrgicas bariátricas.
Uma das primeiras grandes séries de cirurgias em pacientes diabéticos é o estudo de Greenville (EUA), no qual 165 indivíduos
diabéticos foram operados pelo bypass gástrico e 83% permaneceram em remissão do DM em 14 anos de follow-up. Outro importante estudo é o Swedish Obesity Study (SOS), que compara um grupo de pacientes operados com outro de não operados(3). Os
dados do SOS indicam prevalência de DM, após dois anos de seguimento, de 8% no grupo controle e 1% no grupo operado, e
após dez anos, 24% no grupo controle e apenas 7% no operado.
Vários outros estudos demonstram remissão entre 70% e 90% dos casos, sendo evidentes as taxas menores nos pacientes usuá­
rios de insulina, nos quais a capacidade funcional da célula beta pode estar muito comprometida. Por outro lado, a totalidade
dos pacientes que utilizam hipoglicemiantes orais reverte o DM com a cirurgia. O problema desses estudos observacionais é que
nenhum deles foi planejado para verificar especificamente o efeito em indivíduos diabéticos(4).
Numa revisão de literatura sistemática, Buchwald et al. mostraram uma gradação dos efeitos da cirurgia bariátrica na resolução
do DM2 de 98,9% para as derivações biliopancreáticas e duodenal switch, de 83,7% para o bypass gastrojejunal, de 71,6% para a
gastroplastia e de 47,9% para a banda gástrica.
Não existem dados sobre o impacto da cirurgia nas complicações crônicas micro e macrovasculares do DM. Da mesma forma,
é ainda incerto se haverá aumento da longevidade nos pacientes operados. Novamente, o estudo SOS deverá fornecer as respostas
definitivas para essas questões.
resumo de palestras
A cirurgia bariátrica apresenta resultados favoráveis nos fatores de risco cardiovasculares. Há nítida melhora do perfil lipídico,
da hipertensão arterial, da apneia de sono, além de redução da hipertrofia ventricular esquerda e espessamento da camada íntima
média das carótidas após a cirurgia.
2. Mecanismos de ação das técnicas cirúrgicas sobre a fisiopatologia do diabetes
2.1 Cirurgias restritivas
As cirurgias puramente restritivas são representadas pela antiga gastroplastia vertical de Mason, uma técnica praticamente abandonada no Brasil devido ao reganho de peso e por sua inferioridade de resultados ponderais e metabólicos quando comparadas
ao bypass gástrico. A versão atual da técnica puramente restritiva é a banda gástrica. O mecanismo de ação dessa técnica sobre o
diabetes resume-se à redução da resistência à insulina decorrente da perda de peso em si. Embora existam trabalhos publicados
mostrando resultados positivos sobre a remissão do diabetes, isso não corresponde à prática encontrada no Brasil. Além disso, existe uma tendência natural a não divulgação/publicação dos resultados insatisfatórios sobre a perda de peso e inferiores na melhora
das comorbidades. O estudo SOS demonstra perdas ponderais de 25% do peso corporal após dez anos do bypass gástrico contra
13% na banda gástrica. A redução da insulinemia é de 54% e 25%, respectivamente, mais uma vez indicando a inferioridade das
técnicas puramente restritivas.
2.2 Cirurgias disabsortivas
Os procedimentos disabsortivos são eficazes na redução do peso e na melhora da sensibilidade à insulina. O primeiro procedimento bariátrico utilizado foi a derivação jejunoileal, iniciada em 1954 e caracterizada por perdas maciças de peso, mas associada
a altas taxas de complicações como desnutrição, litíase renal e insuficiência hepática. Essa técnica foi abandonada. A versão atual
e eficaz do método disabsortivo é representada pela cirurgia de derivação biliodigestiva, conhecida no Brasil como cirurgia de
Scopinaro, cuja perda de peso média é de 80% sobre o peso excessivo inicial, com reversão do diabetes em pelo menos 85% dos
casos. O sucesso dessa cirurgia em pacientes diabéticos é reflexo da disabsorção de lípides (provável redução da lipotoxicidade) e
da intensa melhora da sensibilidade à insulina. A comparação entre o bypass gástrico (cirurgia de Capella) e a cirurgia de Scopinaro
sobre a resistência à insulina foi feita em conjunto pelo grupo de cirurgia bariátrica da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e por um grupo italiano. Nesse trabalho foi demonstrado que a cirurgia de Scopinaro leva à melhora da sensibilidade à
insulina de forma mais intensa que a cirurgia de Capella. Isso, no entanto, não confere superioridade à cirurgia disabsortiva, pois
as complicações crônicas, em especial a desnutrição, são mais intensas nessa cirurgia. Além disso, as taxas de remissão do diabetes
parecem ser maiores na cirurgia de Capella.
2.3 Cirurgias hormonoincretínicas
A cirurgia de gastroplastia vertical com derivação jejunoileal é vista como uma evolução da gastroplastia vertical de Mason. Os
resultados superiores foram inicialmente atribuídos à característica restritiva da cirurgia associada a uma disabsorção imposta pela
derivação jejunoileal. Além disso, vários trabalhos de observação mostraram melhora do controle glicêmico poucos dias após a cirurgia, não podendo ser atribuído ao emagrecimento, tampouco à melhora da resistência à insulina. Na verdade, a intensa redução
da ingestão alimentar, acompanhada da paradoxal redução do apetite, é atribuída à diminuição da produção do hormônio grelina
(um orexígeno endógeno) pela exclusão do fundo gástrico do trânsito alimentar(7). A redução da grelina no seguimento de pacientes diabéticos foi demonstrada pela primeira vez no Brasil pelo nosso grupo. Essa redução deve ser importante na prevenção
do reganho de peso no longo prazo. A reversão do diabetes deve-se a um aumento da sensibilidade à insulina associado à melhora
da função da célula beta, incluindo a recuperação da primeira fase de secreção de insulina(9). Essa recuperação deve-se ao aumento
do hormônio gastrointestinal com ação incretínica, o glucagon like peptide 1 (GLP-1), secundário à derivação jejunoileal. Assim,
a cirurgia de Capella pode ser considerada um procedimento com resultados positivos decorrentes da modulação de hormônios e
incretinas e é a cirurgia padrão-ouro para o paciente obeso mórbido diabético.
Ao contrário do GLP-1, foi demonstrada queda do nível do GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) após
cirurgia bariátrica em três estudos e aumento dele em um estudo, logo ainda é incerta a participação desse hormônio na melhora
da resistência insulínica após cirurgia bariátrica.
Tentando esclarecer os mecanismos pelos quais ocorre a reversão do DM2 após a cirurgia, foi realizado estudo no qual foram
avaliados: peptídeo C, sensibilidade insulínica por meio do clamp euglicêmico hiperinsulinêmico e teste de tolerância oral à glicose (OGTT) com dosagem de incretinas e adipocitocinas em obesos mórbidos diabéticos, na primeira e quarta semanas após a
derivação biliopancreática tipo Scopinaro. O DM2 teve resolução após uma semana da cirurgia com normalização da sensibilidade
insulínica. Houve diminuição da secreção total e em jejum de insulina, com grande aumento da sensibilidade da célula beta, redução do GIP, aumento do GLP-1, redução dos níveis de leptina em jejum e após OGTT. As alterações observadas ocorreram entre
uma e quatro semanas antes da perda de peso significativa(11).
Estudo realizado com ratos diabéticos Goto-Kakizaki submetidos à exclusão duodenal, cirurgia que preserva o estômago e
exclui o intestino proximal, mostrou melhora do controle glicêmico nesses animais, sugerindo que o bypass do intestino proximal
pode ser uma opção de tratamento do DM2. Nesses animais, a resolução do DM2 foi independente dos mecanismos relacionados
à obesidade, já que os ratos não eram obesos e inclusive ganharam peso após a cirurgia(12).
Para testar essa hipótese, foi realizado estudo no LIMED/Unicamp, no qual foram submetidos à exclusão duodenal 12 indivíduos não obesos com DM2 há menos de 15 anos, sem evidência de autoimunidade (antiGAD negativo), com significante produção endógena de insulina (peptídeo C acima de 1 ng/ml), e em uso de insulina. Baixa morbidade perioperatória foi observada
resumo de palestras
como vômitos, constipação e náuseas. A reavaliação após 24 semanas da cirurgia demonstrou significativas quedas da glicemia de
jejum (14% vs. 7% no grupo controle), da hemoglobina glicada (de 8.78 para 7.84 no grupo de pacientes operados, p < 0.01 e
de 8.93 para 8.71 no grupo controle; p < 0.05 entre os grupos) e necessidade diária de insulina. Dez pacientes deixaram de usar
insulina, porém mantiveram uso de hipoglicemiantes orais. Nenhuma diferença em termos de IMC, percentual e distribuição de
gordura, pressão arterial e perfil lipídico foi observada entre os grupos. Esses achados sugerem um potencial papel do intestino
proximal na patogênese do DM2 e apresentam uma possibilidade de uma nova alternativa terapêutica no seu manejo.
3. Conclusões e recomendações
A obesidade deve ser considerada uma doença neuroquímica, crônica e recidivante.
Assim, o seu tratamento deve incluir abordagens de longo prazo. A aceitação do tratamento cirúrgico do paciente diabético
depende da percepção de médicos e pacientes, da influência da obesidade na fisiopatologia da doença e da possibilidade de intervenção duradoura sobre a obesidade. A cirurgia bariátrica, que promove prevenção e reversão de longo prazo da doença, pode
alterar essa percepção.
A redução de 5% a 10% do peso corporal tem sido apontada como eficaz em melhorar o controle do diabetes ou promover uma
reversão da doença nas suas fases iniciais. No entanto esses dados referem-se aos pacientes com sobrepeso ou obesidade grau I.
Nos casos de obesidade grau III e na superobesidade (IMC > 50 kg/m2), essa redução, embora útil, é muito modesta para atingir
os objetivos de tratamento do diabetes. Além disso, se considerarmos o diabetes uma doença relacionada a uma disfunção do eixo
enteroinsular, a redução de peso deixa de ser o foco único, sendo acrescida da modulação da produção prandial de insulina. Essa
modulação pode ser alcançada ao menos pela técnica de Capella. Da parte dos pacientes existem o medo e a ansiedade gerados
pela ideia de cirurgias chamadas de radicais.
Da parte dos diabetologistas, não há dúvidas de que o diabetes é uma doença crônica que deve ser radicalmente tratada a fim
de evitar suas complicações crônicas. Vários estudos indicam melhora geral da qualidade de vida mesmo diante de restrições dietéticas impostas pela cirurgia. A reversão ou melhora do diabetes e as alterações metabólicas associadas são acrescidas da melhora
da aparência física e das oportunidades sociais e econômicas.
Em resumo, a potencial reversão do diabetes nesses pacientes faz com a que a cirurgia bariátrica deva ser considerada uma
opção terapêutica em todos os pacientes obesos mórbidos diabéticos.
Referências
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resumo de palestras
METAS DO TRATAMENTO E CUIDADOS ESPECÍFICOS DO PACIENTE DIABÉTICO IDOSO
Antônio Carlos Lerario (InCor-FMUSP)
Nas últimas décadas, tem ocorrido, em praticamente todo o mundo, um expressivo aumento da expectativa de vida e envelhecimento da população. Uma das consequências resultantes do observado envelhecimento populacional tem sido o concomitante
aumento da prevalência de doenças crônicas, notadamente do diabetes tipo 2 (DM2), que constitui um importante fator de morbidade, mortalidade e de custos da assistência de saúde. Além de estarem mais sujeitos a desenvolver doenças crônicas, os indivíduos idosos apresentam uma condição particular de agravamento das condições de saúde, que é o desenvolvimento das síndromes
geriátricas (SG). São consideradas como componentes da SG: o maior risco à fraturas associadas a uma maior tendência a quedas
e a osteoporose, a incontinência e urgência urinárias, a depressão, à piora cognitiva, a incapacidade funcional para a realização de
exercícios físicos e mesmo para as atividades físicas diárias, que conjuntamente causam ao indivíduo idoso um estado de fragilidade
que o tornam muito mais suscetível a perder a sua capacidade física e ao desenvolvimento de outras enfermidades doenças.
O diabetes e as síndromes geriátricas
Em complementação aos cuidados preconizados para os demais pacientes diabéticos, algumas particularidades deverão ser
consideradas do tratamento do paciente idoso com diabetes, geralmente relacionadas à presença de algumas síndromes geriátricas:
– Alguns estudos transversais têm sistematicamente demonstrado que, quando comparado ao idoso não diabético, o paciente
com DM idoso apresenta maior risco de desenvolver capacidade funcional nas atividades diárias, convívio social, desempenhar
atividades profissionais e mesmo manter-se sem o auxílio de outra pessoa.
– Vários estudos epidemiológicos têm indicado que indivíduos diabéticos apresentam prevalência 10% a 30% maior de desenvolver um quadro depressivo, quando comparados aos não diabéticos e a presença de comorbidades.
– Pacientes idosos com DM apresentam maior urgência urinária e incontinência, que são geralmente associadas a neuropatia
moderada e severa e ao risco de infecções urinárias.
– Perda de peso que se relaciona à inapetência e ao aumento do catabolismo proteico, que podem estar relacionados a insuficiência renal, maior risco de infecções, deficiência de vitamina D e efeito de medicamentos.
– Por terem uma maior incidência de complicações macro e microvasculares, os pacientes com DM2 estão mais sujeitos a
quadros demenciais vasculares e degenerativas.
Controle glicêmico e SG
A hiperglicemia acentuada pode contribuir para o desenvolvimento ou o agravamento de síndromes geriátricas por causa das
alterações fisiopatológicas a ela ligadas. Entretanto, a manutenção de controle glicêmico rigoroso persistente em níveis próximos
aos fisiológicos (A1c+ 6,5-7,0), obtido pelo tratamento intensivo, recomendado para a população diabética em geral, tem sido
questionada, assim como em relação a idosos diabéticos, mas faltam dados para que se estabeleça o que seria um bom controle
glicêmico em idosos.
Com base em dados de estudos clínicos randomizados e de elevada casuística que indicam que, em pacientes diabéticos
tratados com controle glicêmico rigoroso, ocorre um aumento que a maior prevalência de hipoglicemias se associa a um maior
risco de quedas e de mortalidade por todas as causas, o Grupo de Trabalho Europeu de Diabetes para Pessoas Idosas (European
Diabetes Working Party for Older People) preconiza em suas recomendações os seguintes alvos de tratamento para o tratamento
de indivíduos diabéticos idosos: HA1c ≤ 7,0 pacientes idosos com bom estado funcional e níveis de HbA1c ≤ 8,0 % em pacientes
com fragilidade ou doença avançada.
Como intervir na SG
A estratégia na prevenção e redução do agravamento da SG se baseia em:
Cuidados gerais: Exercício muscular aeróbio e treinamento físico podem retardar ou diminuir a incapacidade física. A alimentação adequada para o estilo de vida do paciente pode evitar a desnutrição, a obesidade e a grande variabilidade glicêmica, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar.
Tratamento farmacológico do diabetes: O tratamento medicamentoso do controle glicêmico se assemelha ao preconizado para
a população diabética não idosa, levando em consideração os seus efeitos adversos e facilidade posológica e as condições clínicas
individuais de cada paciente.
Conclusão
O acompanhamento médico do indivíduo diabético idoso apresenta algumas particularidades específicas em relação aos demais
pacientes diabéticos, em consequência ao agravamento de suas condições clínicas associadas ao envelhecimento. Portanto, a maior
efetividade da abordagem terapêutica do diabético idoso deverá incluir estratégias validadas para o tratamento de pacientes idosos.
resumo de palestras
Referências
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PARTICULARIDADES DA DOENÇA CORONÁRIA NO DIABETES MELLITUS TIPO 2
Domingos A. Malerbi (São Paulo)
Exposição das diferenças patológicas, fisiopatológicas, clínicas e terapêuticas da coronariopatia em pacientes diabéticos e não
diabéticos. A presença da microangiopatia na placa aterosclerótica, da neuropatia autonômica, dos produtos avançados da glicação
não enzimática na placa aterosclerótica e outras características modificam a epidemiologia, a apresentação clínica e o prognóstico
da doença coronariana em pacientes diabéticos. Do ponto de vista terapêutico, também há diferenças, com ênfase na prevenção
secundária agressiva nas fases iniciais do diabetes e preferência por determinadas intervenções sobre outras nas fases avançadas.
A HbA1c no diagnóstico de diabetes mellitus
Laércio J. Franco (FMRP-USP)
A hemoglobina glicada (HbA1c) é largamente usada como um indicador da média glicêmica em diabéticos, como medida do
risco de desenvolvimento de complicações diabéticas e como um indicador da qualidade dos serviços. Em 2010, a Associação Americana de Diabetes (ADA) e, em 2011, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendaram que os níveis de HbA1c, quando
dosados por métodos certificados pelo National Glycohemoglobin Standardization Program, podem ser usados para o diagnóstico
de diabetes. O valor de HbA1c ≥ 6,5% foi recomendado como ponto de corte para o diagnóstico de diabetes. Segundo a OMS, um
valor inferior a 6,5% não exclui o diagnóstico de diabetes e a interpretação de valores de HbA1c inferiores a 6,5% ainda necessita
mais evidências. O diagnóstico de diabetes em pessoas assintomáticas não deve se basear em apenas uma única dosagem alterada de
HbA1c; necessita de uma dosagem adicional alterada de HbA1c ou de glicemia. A ADA recomenda que valores entre 5,7% e 6,4%
sejam utilizados para o diagnóstico de pré-diabetes. Embora o uso da HbA1c para o diagnóstico de diabetes tenha diversas vantagens em relação aos critérios tradicionais baseados na glicemia, existe um número importante de desvantagens. Hemoglobinopatias, síndromes talassêmicas, fatores que afetam a sobrevivência e a idade das hemácias, uremia, hiperbilirrubinemia e deficiência de
ferro podem influenciar as dosagens de HbA1c. Recentemente, diferenças raciais e étnicas na relação entre HbA1c e glicemia têm
sidos descritas. Embora as razões para essas diferenças ainda permaneçam desconhecidas, alguns fatores têm sido explorados, como
diferenças na sobrevida das hemácias, balanço glicêmico intra e extracelular e determinantes genéticos não glicêmicos da HbA1c.
Até que as razões para essas diferenças sejam conhecidas, basear-se apenas na dosagem da HbA1c para o diagnóstico de diabetes
cria um potencial para erro sistemático ou erro na classificação da condição glicêmica.
resumo de palestras
ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DO DIABETES GESTACIONAL
Carlos A. Negrato (Bauru-SP)
1. Manejo terapêutico do diabetes gestacional
Deve-se esclarecer às pacientes com DMG sobre os riscos de sua patologia e que um bom controle glicêmico durante toda a
gravidez reduzirá as chances de ocorrência de macrossomia fetal, tocotraumatismos (para as mães e para os recém-nascidos), parto
induzido ou cesariana, hipoglicemia neonatal e mortalidade perinatal. Também se deve instruí-las sobre a frequência e as técnicas
corretas da automonitorização de sua glicemia capilar. Evidências sugerem que a intervenção em gestantes com DMG pode diminuir a ocorrência de eventos adversos da gravidez,
inclusive em pacientes portadoras de disglicemias menos severas que as diagnósticas de DMG. O tratamento inicial do DMG consiste em orientação alimentar que permita ganho de peso adequado e normalização da glicemia. A prática de atividade física deve
fazer parte do tratamento do DMG, respeitando-se as possíveis contraindicações obstétricas.
Após duas semanas de dieta, se os níveis glicêmicos permanecerem elevados (jejum ≥ 95 mg/dl e uma hora pós-prandial ≥ 140
mg/dl), recomenda-se iniciar o tratamento farmacológico. O controle glicêmico deve ser feito por meio da automonitorização
domiciliar. Esta deve ser realizada antes e uma hora após as principais refeições, em especial nas gestantes que usam insulina.
As doses iniciais de insulina variam de 0,6 a 1,0 U/kg dependendo do período da gestação. A combinação de preparações
de insulina de ação intermediária ou prolongada com as de ação rápida ou ultrarrápida são eficientes para se alcançarem os alvos
glicêmicos e melhorar os resultados perinatais. Atualmente, tem havido alguns estudos mostrando bons resultados no tratamento
do DMG com o uso de antidiabéticos orais (metformina e/ou glibenclamida), assim como o uso de análogos de insulina de ação
lenta e/ou ultrarrápida. O uso da insulina e dos antidiabéticos orais é frequentemente interrompido após o parto. É necessário
avaliar os níveis de glicemia materna após o parto para saber se a paciente permaneceu com diabetes e, nesse caso, identificar o tipo
de diabetes para programar o tratamento adequado.
2. Atualização do diagnóstico do diabetes gestacional
O DMG é definido como a intolerância à glicose, de qualquer grau, diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez, que
pode ou não persistir após o parto. A importância do diagnóstico do diabetes durante a gravidez foi sugerida por relatos de maior
frequência de abortamentos, macrossomia e mortalidade perinatal em filhos de mulheres que desenvolveram DMG, em comparação às do grupo-controle.
Na maior parte das vezes, representa o aparecimento do DM2 durante a gravidez e apresenta fatores de risco tais como: idade
avançada (geralmente ≥ 25 anos), sobrepeso, obesidade (IMC ≥ 25) antes da gravidez ou no primeiro trimestre, ou ainda, ganho
excessivo de peso na gravidez atual, história familiar de diabetes em parentes de primeiro grau, crescimento fetal excessivo (macrossomia ou fetos GIG), polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual, antecedentes obstétricos de abortos de
repetição, de malformações fetais, de morte fetal ou neonatal, de macrossomia ou de DMG e síndrome de ovários policísticos.
Sempre existiu grande controvérsia sobre a indicação do rastreamento do DMG na literatura. A maior parte das recomendações
advinha de consensos de especialistas.
Recentemente, a International Association of Diabetes in Pregnancy Study Groups (IADPSG) sugeriu que os critérios diagnósticos para diabetes gestacional deveriam ser baseados nos achados do estudo HAPO, um estudo observacional que tinha como meta
encontrar o exato ponto de corte que liga a hiperglicemia materna com eventos perinatais adversos. Foram sugeridos então novos
pontos de corte para o jejum, uma e duas horas, que são ≥ 92 mg/dl, ≥ 180 mg/dl e ≥ 153 mg/dl, respectivamente. Somente um
valor anormal já leva ao diagnóstico de DMG. Aquelas pacientes que apresentarem glicemia em jejum ≥ 126 mg/dl e/ou HbA1c ≥
6,5% e/ou glicemia feita ao acaso ≥ 200 mg/dl, na primeira consulta pré-natal, seriam diagnosticadas como tendo diabetes clínico
pré-gestacional. Tal critério tem sido adotado por diversas sociedades médicas mundiais, porém tem sido bastante criticado, pois
levaria a um aumento drástico no número de pacientes que teriam o diagnóstico de diabetes gestacional (17,8%), o que causaria
sobrecarga muito grande para os serviços que prestam atendimento a tais pacientes.
É importante que os testes sejam realizados após três dias de dieta sem restrições (150 g de carboidratos), com 75 g de glicose,
que a paciente não fume e que permaneça sentada ou deitada durante eles.
O ponto de corte de 100 mg/dl considerado para glicemia de jejum de adultos normais não está validado para aplicação na
gravidez. Não se deve fazer o diagnóstico com exame de glicemia feito ao acaso, com teste de sobrecarga com 50 gramas de glicose
e glicosúria.
resumo de palestras
DOENÇA ÓSSEA METABÓLICA E DIABETES
Francisco José A. de Paula (FMRP-USP)
O diabetes mellitus tipo 2 (DM 2) é uma doença crônico-degenerativa, com aumento considerável na prevalência mundial nos
últimos anos, sendo um grande fator de risco de morte e de numerosas complicações não fatais1.
Estudos epidemiológicos demonstram um aumento consistente da incidência e prevalência de diabetes no idoso. A prevalência
de DM 2 na população dos Estados Unidos da América com mais de 75 anos é de 20%, na população brasileira é de 7,4%, entretanto na faixa etária entre 60 e 69 anos é de 17,4%, cerca de seis vezes mais do que a prevalência na população entre 30 e 39 anos2.
No processo de envelhecimento normal, contribuem para um prejuízo no metabolismo da glicose: menor secreção de insulina
mediada pela glicose, déficit na supressão da produção hepática de glicose e menor captação da glicose pelo músculo esquelético
e tecido adiposo, mediado pela insulina3.
Indivíduos idosos têm maior intolerância à glicose e resistência insulínica que indivíduos jovens, e muitos deles desenvolvem
DM 2. Existe, contudo, uma controvérsia se seria por causa de uma disfunção da célula beta por consequência “biológica da idade” da deposição de substância beta-amiloide, porém certamente no paciente idoso ocorre menor secreção de incretinas e maior
atividade do glucagon, prejudicando a secreção de insulina2.
Outros fatores como aumento da adiposidade e alteração na sua distribuição, diminuição de massa magra e composição muscular anormal e inatividade física contribuiriam para diminuir a sensibilidade à insulina. No músculo estão presentes receptores de
glicose, denominados GLUTs, que carreiam a glicose do sangue para dentro da célula e mantêm a glicemia normal. Porém, para
que isso ocorra e esse receptor seja expresso para fora da célula, há necessidade da ação da insulina. A sarcopenia presente do idoso,
isto é, a diminuição de massa muscular diminui o número de GLUTs. O aumento da glicose também é responsável por levar a
resistência da ação dos receptores de insulina e consequentemente diminuir a expressão dos GLUTs. Estudos comprovam que a
atividade física aumenta a massa muscular, diminui a resistência insulínica e melhora a captação muscular de glicose. O DM 2 em
idosos também está associado à maior ingestão de carboidratos e uso de drogas diabetogênicas3,4.
Tratamento
No paciente idoso portador de diabetes, o controle passa a ser menos rigoroso que no adulto. As metas estipuladas são mais
flexíveis, e a Academia europeia aceita níveis de hemoglobina glicada entre 7,5% e 8,5% para idosos fragilizados ou idosos com mais
de 80 anos e a americana, níveis entre 7% e 8%.
Alguns pontos são importantes, como: identificar o tempo de diabetes (anos de doença ou recém-diagnosticado) e quem é
esse idoso (fragilizado, com incapacidade funcional, com perda cognitiva); orientar cuidador e familiar sobre reconhecimento de
sintomas, tratamento e monitorização por meio de programas de educação; participação de uma equipe interdisciplinar como enfermeira, nutricionista, psicóloga entre outros; necessidade de acompanhamento regular e adesão ao tratamento e, como em todo
tratamento de doença crônica, a necessidade de mudanças de estilo de vida.
A escolha do tratamento do diabetes no idoso deve ser baseada em evitar ao máximo a hipoglicemia. Devemos seguir, em
princípio, o algoritmo de tratamento da Sociedade Brasileira de Diabetes, em que a primeira opção terapêutica é a associação da
mudança de estilo de vida e a prescrição da metformina5. Apesar da produção hepática de glicose no idoso não estar aumentada,
ainda é uma opção barata, efetiva e com baixo risco de hipoglicemia. Devemos atentar para o fato de a metformina favorecer a
perda de peso, e no idoso o emagrecimento pode ser fator de risco de fragilidade.
Neste ponto, devemos ressaltar a importância dos inibidores da DPP 4 no tratamento do diabetes do idoso, pois apresentam
incidência bem menor de hipoglicemia quando comparados com as sulfonilureias ou glinidas. Dentre os medicamentos dessa
classe, a Vildagliptina foi a primeira a ser estudada nessa população de forma intensiva nos últimos anos. Quando comparados a
metformina, apresentam eficácia semelhante, podendo ser uma opção em monoterapia6 no paciente idoso que apresenta efeitos
colaterais, como gastrointestinais ou perda de peso.
Nos estudos que comparam Vildagliptina a outros antidiabéticos orais, o efeito de redução na A1c também é melhor no
subgrupo com faixa etária > 65 anos. Em um estudo comparando Vildagliptina em adição a metformina ou placebo em adição a
metformina, a resposta na faixa etária idosa foi significamente melhor7. Já a comparação entre Vildagliptina e Glimepirida em associação com a metformina, mostrou redução da A1c semelhante entre os grupos, e nos pacientes idosos do grupo de Vildagliptina
houve melhor resposta de redução na A1c. A incidência de hipoglicemia foi extremamente mais frequente quando comparado ao
grupo que uso Vildagliptina, como também o ganho de peso8.
Porém, nos idosos com perda de peso, fragilidade e descontrole metabólico importante, o uso de insulina deve ser considerado. A maneira mais eficaz de estabelecer um regime de insulinização seria em um primeiro momento controlar a glicemia de jejum
por meio do uso de insulina NPH 0,2 UI/kg, titulando a dose de insulina NPH até atingir glicemia de jejum em torno de 110
mg/dl. Caso a glicemia pré-jantar esteja elevada, acima de 140 mg/dl, inicia-se com dose fracionada de NPH 0,3 UI/kg, 50%
pela manhã e 50% ao deitar, mantendo a dose dos antidiabéticos orais. Caso não se obtenha controle adequado no pós-prandial, o
uso de insulina regular deverá ser considerado, iniciando com 10% da dose total da NPH em cada refeição. A Vildagliptina também
foi estudada em pacientes usuários de insulina. Os pacientes eram randomizados entre Vildagliptina e placebo, mantendo-se a
resumo de palestras
dose da insulina. Como resultado, os pacientes do grupo Vildagliptina apresentaram maior redução da A1c e menor incidência de
hipoglicemia, mesmo sem diferença na dose de insulina entre os grupos9. Neste estudo novamente se observou maior redução da
A1c no grupo de idosos. Essa melhor resposta de Vildagliptina entre os idosos pode ser explicada pela maior secreção de glucagon
nessa população, como demonstrado em estudo puplicado por Basu e cols.4.
Portanto, a Vildagliptina foi a primeiro fármaco dessa classe a ser estudado na população idosa, com resultados melhores
quando comparados à faixa etária mais jovem. Apresenta segurança no paciente portador de insuficiência cardíaca e renal, além da
osteoporose. Porém, a maior qualidade foi alcançar o objetivo primário no tratamento do diabetes do idoso, que é a prevenção
da hipoglicemia.
Referências
1. Lindstrom J, Tuomilehto J. The diabetes risk score: a practical tool to predict type 2 diabetes risk. Diabetes Care. 2003;26:725-31.
2. Malerbi DA, Franco LJ. Multicenter study of the prevalence of diabetes mellitus and impaired glucose tolerance in the urban Brazilian population
aged 30-69 yr. The Brazilian Cooperative Group on the Study of Diabetes Prevalence. Diabetes Care. 1992;15(11):1509-16.
3. Scheen AJ. Diabetes mellitus en the elderly: insulin resistance and or impaired insulin secretion? Diabetes Metab. 2005;31(2):5527-34.
4. Basu R, Breda E, Oberg AL, Powell CC. Mechanisms of the age-associated deterioration in glucose tolerance: contribution of alterations in insulin secretion, action, and clearance. Diabetes. 2003;52(7):1738-48.
5. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes – 2009. Disponível em: www.diabetes.org.br. Acesso em: 21/5/2010.
6. Schweizer A, Dejager S, Bosi E. Comparison of vildagliptin and metformin monotherapy in elderly patients with type 2 diabetes: a 24-week,
doubleblind, randomized trial. Diabetes Obes Metab. 2009;11:804-12.
7. Goodman M, Thurston H, Penman J. Efficacy and tolerability of vildagliptin in patients with type 2 diabetes inadequately controlled with metformin monotherapy. Horm Metab Res. 2009;41:368-73.
8. Ferrannini E, Fonseca V, Zinman B, et al. Fifty-two-week efficacy and safety of vildagliptin vs. glimepiride in patients with type 2 diabetes mellitus
inadequately controlled on metformin monotherapy. Diabetes Obes Metab. 2009;11:157-66.
9. Fonseca V, Schweizer A, Albrecht D, et al. Addition of vildagliptin to insulin improves glycaemic control in type 2 diabetes. Diabetologia.
2007;50:1148-55.
PAPEL DAS VIAS DE SINALIZAÇÃO DA AKT E PKA NA RESPOSTA ANTI-ATRÓFICA DE AGONISTA
BETA-2 EM MÚSCULOS OXIDATIVOS DESNERVADOS
Gonçalves DAP, Silveira WA, Lira EC, Graça FA, Paula-Gomes S, Zanon NM, Medeiros A, Brum PC, Kettelhut IC,
Navegantes LCC (FMRP-USP)
Embora o efeito protetor do agonista adrenérgico b2 clenbuterol (CB) em músculo esquelético submetido à desnervação motora (DEN) seja bem conhecido, o mecanismo molecular envolvido nesse efeito não está completamente definido. Observou-se
neste trabalho que o tratamento in vivo com CB (3 mg.kg-1, s.c.) por três dias induz efeitos antiproteolíticos em músculos sóleos
de ratos normais e desnervados por meio de mecanismos distintos. Em sóleo normal, o CB estimula a síntese proteica, inibe a
proteólise dependente de Ca2+ e aumenta os níveis de calpastatina. Por outro lado, a administração de CB aos ratos desnervados
ameniza a perda de massa muscular, estimula a síntese proteica, atenua a hiperativação da proteólise lisossomal e proteassomal e
suprime a transcrição da protease lisossomal catepsina L e da atrogin-1/MAFbx e MuRF1, duas ubiquitina (Ub)-ligases envolvidas na atrofia muscular. Esses efeitos não foram associados com alterações no conteúdo de IGF-1 ou nos níveis de fosforilação
da Akt. Em músculos isolados, CB (10-6 M) in vitro reduziu significativamente a proteólise total e a estimulação do RNAm das
Ub-ligases induzidas pela DEN; respostas similares foram observadas em músculos desnervados expostos ao 6-BNZ-cAMP (500
mM), um ativador da PKA. A incubação in vitro de triciribina (10 mM), um inibidor seletivo da Akt, não bloqueou os efeitos inibitórios do CB na proteólise e nos níveis de RNAm das Ub-ligases. Esses dados indicam que o tratamento com CB a curto prazo
ameniza a atrofia do sóleo induzida pela DEN por meio da estimulação da síntese proteica, supressão da expressão da catepsina
L e das Ub-ligases e consequente inibição da atividade proteolítica lisossomal e proteassomal. Ressalta-se, ainda, que esses efeitos
são independentes da Akt e possivelmente mediados pela via de sinalização do AMPc/PKA. Apoio financeiro: CNPq, FAPESP
(08/06694-6, 09/07584-2).
resumo de palestras
FISIOPATOLOGIA DAS COMPLICAÇÕES CRÔNICAS DO DIABETES: DA HIPERGLICEMIA À
EPIGENÉTICA
Maria Lúcia C. Giannella (FMUSP)
Existe uma predisposição genética para o desenvolvimento da nefropatia diabética (ND), e vários genes relacionados aos mecanismos fisiopatológicos até o momento conhecidos já foram estudados (receptores de produtos finais de glicação avançada, aldose
redutase, enzima conversora da angiotensina etc.). O papel do estresse oxidativo na patogênese das complicações crônicas do DM
está estabelecido, e genes que codificam proteínas de sistemas oxidantes e antioxidantes são candidatos a conferir suscetibilidade
para a ND. A glutationa (GSH) é um dos antioxidantes mais importantes e sua síntese depende da enzima g-glutamilcisteína sintetase, cuja subunidade catalítica é codificada pelo gene GCLC. A GSH é usada pelas glutationas peroxidases, enzimas que catalisam
a inativação do oxigênio reativo e espécies de nitrogênio. Na direção oposta, o sistema NADPH oxidase gera espécies reativas de
oxigênio e maior expressão das proteínas NOX-1, NOX-2 (codificada pelo gene CYBB), NOX-4 e p22phox (codificada pelo gene
CYBA) já foi demonstrada na ND. Em trabalho multicêntrico realizado com portadores de DM1 de São Paulo e do Rio Grande
do Sul, identificamos polimorfismos de um único nucleotídeo (SNPs) nos genes GCLC, GPX4, CYBA e CYBB como moduladores
da suscetibilidade à nefropatia diabética franca (macroalbuminúria ou proteinúria) ou à taxa de filtração glomerular (TFG) < 60
ml/min/1,73 m2. Além da genética, fenômenos epigenéticos também têm sido implicados no desenvolvimento das complicações
crônicas do diabetes, como as modificações na cauda de histona da cromatina e do padrão de metilação de genes induzidos pela
hiperglicemia crônica, que são a base fisiopatológica da assim chamada “memória metabólica”.
Cardiovascular Autonomic Neuropathy (CAN): early detection and prognosis
Luiz Clemente de Souza Pereira Rolim (Unifesp)
Cardiovascular autonomic neuropathy (CAN) is one of the most clinically significant complications of diabetes mellitus (DM),
but one of the least frequently diagnosed. It is important to point out that CAN is currently known as an early complication of
type 2 DM, and seems to be more prevalent in DM2 than DM1 patients, appearing earlier and causing higher mortality rates. By
the other side, most of DM1 patients with CAN remain asymptomatic for years and, when the symptoms appear, CAN is usually
in advanced and irreversible stages.
The progression of CAN, both insidious and silent, is associated with considerable morbidity and mortality, as well as with
serious impairment of the quality of life of diabetic individuals. In its initial stages (early and intermediate), CAN may be diagnosed
and treated. However, in advanced cases (severe stage), the only treatment that remains is a symptomatic one.
Objective detection of CAN in its early stages (incipient and intermediate forms) via cardiovascular tests (Ewing’s tests) and
computerized systems (spectral analysis of heart rate variability) is both feasible and recommended by the American Diabetes Association and the American Academy of Neurology. In this lecture, we will discuss the natural history of autonomic neuropathy and
its impact on cardiovascular disease in DM, as well as the tests for the early diagnosis and staging of CAN in the clinical practice.
resumo de palestras
Análise crítica dos algoritmos de tratamento do diabetes do tipo 2
Bernardo Léo Wajchenberg (InCor-FMUSP)
A ADA e a EASD publicaram em 2009 uma declaração de consenso para o controle médico da hiperglicemia em pacientes
com diabetes do tipo 2 (T2DM). Os AA sugeriram tratamento inicial com metformina e mudança do estilo de vida, seguidos da
adição de insulina basal ou uma sulfonilureia (SU) se o alvo glicêmico não fosse atingido (degrau 1). Todas as outras terapêuticas
hipoglicemiantes eram relegadas a um status secundário (degrau 2) e somente recomendadas para uma situação clínica determinada. De acordo com a opinião da maioria dos diabetólogos, esse algoritmo não oferece aos médicos e pacientes a seleção apropriada
de opções para individualizar e otimizar o tratamento com a intenção de manter o controle glicêmico e reduzir as complicações
diabéticas e o risco cardiovascular. A metformina e as SU, sem dúvida alguma, melhoram o controle glicêmico a curto ou médio
prazo, mas as SU em particular (não considerando a gliclazida) estão associadas com falência progressiva do tratamento. Por outro
lado, as tiazolidinedionas e os tratamentos baseados em incretinas têm um efeito mais favorável na função das células beta, mas
estudos suficientemente de longo prazo ainda não estão disponíveis.
A conduta de adicionar (ou mesmo iniciar) terapêutica insulínica ainda não é muito clara e não deve ser restrita somente considerando apenas a terapêutica insulínica basal.
Pode-se dizer que o algoritmo do tratamento de 2009 não é de fato baseado em evidência.
Nessa mesma ocasião, a Associação Americana de Endocrinologistas e o Colégio Americano de Endocrinologia (AACE/ACE)
apresentaram um algoritmo para o tratamento de glicemia em pacientes com diabetes do tipo 2 e compararam com o algoritmo da
ADA/EASD, indicando que no primeiro degrau do algoritmo ADA/EASD estavam envolvidos quatro regimes (com três medicamentos), enquanto no segundo degrau foram incluídos mais três regimes (com mais dois medicamentos novos). Em contraste,
no algoritmo AACE/ACE, foram incluídas nove classes de medicamentos, em mais de 20 combinações de mono-, dupla- e tripla-terapia, e combinações adicionais com insulina. O algoritmo AACE/ACE deu ênfase a terapias baseadas em incretinas (inibidores
do DPP-4 e agonistas do GLP-1) e o uso de SU foi considerado de baixa prioridade (pelo risco de hipoglicemia e ganho de peso).
Do mesmo modo, as tiazolinedionas também foram consideradas de baixa prioridade em virtude dos seus efeitos adversos. A escolha da terapêutica no algoritmo AACE/ACE foi estratificada pela HbA1c. Do mesmo modo que no algoritmo da ADA/EASD,
embora desejável em princípio, nem sempre foi baseado em evidência.
Apesar de o algoritmo da AACE/ACE ser excelente, é complexo, sendo provavelmente pouco utilizado para rápida referência
pelo médico responsável. Essa é talvez uma das razões por que as diretrizes (guidelines) são raramente utilizadas na consulta pelo
diabetólogo. Algoritmos devem ser baseados em diretrizes e sintetizadas pelo consenso e experts com experiência clínica extensa
e apropriada.
As novas diretrizes ADA/EASD serão apresentadas na próxima reunião da ADA, em junho deste ano, com ênfase nas seguintes
indicações terapêuticas:
Ao diagnóstico: metformina + estilo de vida.
T2DM ao diagnóstico acentuadamente sintomático ou também com glicemias ou HbA1c bastante elevados: terapêutica insulínica +/- agentes adicionais.
Caso a monoterapia não insulínica em doses máximas não alcance ou mantenha o alvo da HbA1c em 3 a 6 meses, deve-se
adicionar um segundo agente oral, ou agonista do GLP-1 ou insulina.
Existem outros algoritmos como da International Diabetes Federation.
Em 2011, foi proposta a atualização do algoritmo SBD para tratamento do T2DM:
1ª. etapa: conduta inicial conforme a condição clínica atual:
a) Manifestações leves (glicemia < 200 mg/dl e sintomas leves): Mudança do estilo de vida e, se após 4 a 6 semanas A1c > 7%,
associar drogas que agem na glicemia pós-prandial (acarbose, glinidas ou gliptinas);
b) Manifestações moderadas (glicemias entre 200 e 300 mg/dl): Mudanças do estilo de vida + metformina (500 mg a 2.000
mg/dia) + outros antidiabéticos orais (2ª. etapa);
c) Manifestações severas ou glicemias acima de 300 mg/dl: Iniciar insulinoterapia e reavaliar condição clínica para eventual
introdução de terapia oral;
d) Hospitalização se a glicemia > 300 mg/dl, na presença de cetoacidose diabética ou doença grave intercorrente ou comorbidade.
resumo de palestras
Insulinoterapia
2ª. etapa: adicionar ou modificar segundo agente conforme o nível de A1c.
a) A1c: 7%-8,5%: SU, inibidores de DPP-4, pioglitazona, glinidas, acarbose, análogos do GLP-1;
b) A1c: 8,5%-10%: SU, inibidores do DPP-4, pioglitazona, insulina basal, análogos do GLP-1;
c) A1c: > 10%: insulinoterapia com ou sem: metformina, SU, inbidores do DPP-4.
3ª. etapa: adicionar um terceiro agente oral ou intensificar o tratamento insulínico (após 2 meses de tratamento sem atingir
as metas):
a) Adicionar um terceiro agente oral com diferente mecanismo de ação. Se necessário, iniciar a insulinização;
b) Intensificar a insulinização para atingir as metas.
Na nossa experiência, embora não haja consenso entre os especialistas, fazemos uma abordagem farmacológica mais intensiva,
dupla, ao diagnóstico do diabetes. A metformina continua sendo um componente essencial da terapia dupla, juntamente com um
segundo fármaco, mais frequentemente um inibidor do DDP-4, em que os dois fármacos costumam estar associados.
TrabalhoS Científicos
Trabalhos
Científicos
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
A AVALIAÇÃO CIENTÍFICA DOS RESUMOS FOI REALIZADA PELA COMISSÃO CIENTÍFICA DESTE EVENTO.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA
PP.01 ANÁLISE DO PERFIL METABÓLICO E GENÉTICO NA POPULAÇÃO INDÍGENA XAVANTE......................................................................S97
Kuhn PC, Vieira Filho JPB, Dal Fabbro AL, Franco L, Franco LJ, Moises RS
PP.02 APTIDÃO FÍSICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL EM PACIENTES COM LIPODISTROFIA PARCIAL FAMILIAR TIPO DUNNIGAN................S97
Monteiro LZ, Coeli FB, Foss-Freitas MC, Castro M, Montenegro Júnior RM, Foss MC
PP.03 ANTIOXIDANT, ANTI-INFLAMMATORY AND PROLIFERATIVE EFFECTS OF PHENOLIC EXTRACTS FROM BRAZILIAN FRUITS: BIOLOGICAL
ACTIVITY IN PANCREATIC BETA CELL AND MACROPHAGE..................................................................................................................S97
Lellis-Santos C, Gonçalves AESS, Santos LRB, Garofolo IC, Domiciano M, Gorjão R, Festuccia WT, Genovese MI, Lajolo FM, Bordin S,
Curi R
PP.04 ADVANCED GLYCATED ALBUMIN PRIMES MACROPHAGES FOR AN INFLAMMATORY RESPONSE INDUCED BY S100B OR LPS AND
DISRUPT CHOLESTEROL EFFLUX AND HDL ANTI-INFLAMMATORY ACTIVITY...........................................................................................S98
Okuda LS, Castilho G, Rocco DDFM, Nakandakare ER, Catanozi S, Passarelli M
PP.05 UMA ABORDAGEM DIETÉTICA MAIS PROMISSORA PARA REDUZIR O RISCO CARDIOMETABÓLICO: LIÇÕES DE UM PROGRAMA DA
REDE PÚBLICA DE SAÚDE......................................................................................................................................................................S98
Barros CR, Curti MLR, Pires MM, Folchetti LD, Cezaretto A, Siqueira-Catania A, Ferreira SRG
PP.06 MODULAÇÃO ANÔMALA DA AUTOFAGIA NO TECIDO ADIPOSO DE PACIENTES OBESOS..................................................................S99
Araújo E
PP.07 VITAMIN D3 ASSOCIATED TO INSULIN THERAPY WAS RELATED TO PROTECTIVE IMMUNOLOGIC PROFILE AND SLOW DECLINE OF
RESIDUAL β-CELL FUNCTION IN NEW-ONSET TYPE 1 DIABETES..............................................................................................................S99
Gabbay M, Sato MN, Duarte AJS, Dib AS
PP.08 A ATIVIDADE DA GLICEROQUINASE INTERFERE NA MEDIDA DA ATIVIDADE LIPOLÍTICA DO TECIDO ADIPOSO BRANCO...................S99
Rossi-Valentim R, Frasson D, Garófalo MA, Navegantes LCC, Kettelhut IC
PP.09 TENDÊNCIAS DA PRESENÇA DE DIABETES NOS PARTOS HOSPITALARES DE MULHERES RESIDENTES EM RIBEIRÃO PRETO-SP, NO
PERÍODO DE 1998-2007........................................................................................................................................................................S99
Teixeira CRS, Franco LF, Monteiro RA, Souza FG
PP.10 A SINVASTATINA REDUZ A SECREÇÃO DE INSULINA ESTIMULADA POR GLICOSE EM CÉLULAS INS-1E POR DIMINUIR A
PRENILAÇÃO DE PROTEÍNAS E O CONTEÚDO INTRACELULAR DE COLESTEROL................................................................................S100
Zúñiga JP, Rebelato E, Abdulkader F
PP.11 RESPOSTA AO USO DE GLP-1 MIMÉTICO EM CARREADORES DE POLIMORFISMOS NO TCF7L2.......................................................S100
Ferreira MC, Fukui RT, Arruda-Marques MC, Correia MR, Silva MER, Rocha DM, Santos RF
PP.12 OBESIDADE INDUZIDA POR DIETA INDUZ INFLAMAÇÃO E PROMOVE CÂNCER PROSTÁTICO...........................................................S100
Rocha GZ, Dias MM, Ropelle ER, Caralheira JBC
PP.13 ASPECTOS PSICOLÓGICOS DAS INTERVENÇÕES PARA PREVENÇÃO DO DIABETES: RISCOS E BENEFÍCIOS
EXTRAMETABÓLICOS..........................................................................................................................................................................S101
Cezaretto A, Barros CR, Siqueira-Catania A, Ferreira SRG
PP.14 O FATOR CILIAR NEUROTRÓFICO (CNTF) PROTEGE CAMUNDONGOS CONTRA O DIABETES TIPO 1 POR MEIO DA EXPRESSÃO DE
SOCS3: O PAPEL DA RAZÃO STAT1/STAT3 NA MORTE DE CÉLULAS BETA...........................................................................................S101
Rezende LF, Santos GJ, Carneiro EM, Boschero AC
PP.15 DHEA INDUZ AUMENTO DA SECREÇÃO DE INSULINA EM ILHOTAS DE RATOS ENVELHECIDOS POR MEIO DO AUMENTO DA
OXIDAÇÃO DE SUBSTRATOS E REDUÇÃO DA TAXA APOPTÓTICA.......................................................................................................S101
Almeida FN, Veras KM, Camporez JP, Ribeiro L, Carvalho CRO
PP.16 PERFIL DE EXPRESSÃO E REDES GÊNICA DE CÉLULAS TCD4, TCD8 E CD14 EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 1
RECÉM-DIAGNOSTICADOS É INFLUENCIADO POR ALELOS MHC CLASSE II DE SUSCETIBILIDADE OU PROTEÇÃO...........................S102
Rassi DM, Feijó AE, Brum DG, Foss-Freitas MC, Foss MC, Sakamoto-Hojo, Passos GAS, Donadi EA
PP.17 EFEITO DA METFORMINA SOBRE O DESENVOLVIMENTO TUMORAL NA OBESIDADE (IN VIVO) E EM CÉLULAS DO CÂNCER DE MAMA
MCF-7 (IN VITRO)................................................................................................................................................................................S102
Fonseca EAI, Oliveira MA, Dos Santos RA, Akamine EH, Carvalho MHC, Barbosa AM, Dekker RFH, Khaper N, Fortes ZB
PP.18 MATERNAL HDL CHOLESTEROL IS RELATED TO OFFSPRING HDL CHOLESTEROL THAT IS A MARKER TO PRECOCIOUS INCREASE IN
CAROTID INTIMA-MEDIA THICKNESS IN TYPE 1 DIABETES...................................................................................................................S102
Stela Pinto C
PP.19 A ADMINISTRAÇÃO CENTRAL DO C75, UM INIBIDOR DA ÁCIDO GRAXO SINTASE, PROMOVE ATIVAÇÃO DA TERMOGÊNESE
FACULTATIVA DO TECIDO ADIPOSO MARROM...................................................................................................................................S103
Cassolla P, Garófalo MAR, Kettelhut IC, Navegantes LCC
PP.20 PHYSICAL EXERCISE IMPROVES INFILTRATION AND POLARIZATION OF MACROPHAGE IN WHITE ADIPOSE TISSUE OF DIET-INDUCED
OBESITY RATS......................................................................................................................................................................................S103
Oliveira AG, Araújo TG, Rocha GZ, Guadagnini D, Bagarolli RA, Carvalho BM, Carvalheira JB, Saad MJ
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
PP.21 MODULAÇÃO DA FLORA INTESTINAL PROMOVE AUMENTO DA SENSIBILIDADE À INSULINA EM CAMUNDONGOS ALIMENTADOS COM
DIETA HIPERLIPÍDICA............................................................................................................................................................................S103
Carvalho BM, Guadagnini D, Tsukumo DM, Saad MJ
PP.22 CARBOHYDRATE- AND LIPID- ENRICHED MEALS ACUTELY DISRUPT GLYCEMIC HOMEOSTASIS BY INDUCING TRANSIENT INSULIN
RESISTANCE IN RATS............................................................................................................................................................................S104
Campello RS, Alves-Wagner ABT, Abdulkader F, Mori RCT, Machado UF
PP.23 NAMPT/VISFATIN AND ITS ROLE IN DIABETES CARDIOVASCULAR DISEASE........................................................................................S104
Saddi-Rosa P, Oliveira CSV, Crispim F, Giufrida FMA, Velho G, Reis AF
PP.24 GLUTHATIONE-ETHYL-ESTER SUPPLEMENTATION DURING PANCREATIC ISLET ISOLATION IMPROVES VIABILITY AND TRANSPLANT
OUTCOMES IN A MURINE MARGINAL ISLET MASS MODEL................................................................................................................S104
Raposo ASA, Pawlick R, Rodrigues E, Costa F, Galvao FHF, Correa-Giannella ML, Shapiro AMJ
PP.25 DIABETES LATENTE AUTOIMUNE E DIABETES MELLITUS TIPO 2 DE DIAGNÓSTICO RECENTE NO ADULTO: SEMELHANÇAS E
DIFERENÇAS........................................................................................................................................................................................S104
Lana JM
PP.26 SITAGLIPTIN MORE EFFECTIVELY IMPROVED LEFT VENTRICULAR DIASTOLIC FUNCTION COMPARED WITH BEDTIME NPH INSULIN AS
THIRD-LINE AGENT IN T2DM PATIENTS..................................................................................................................................................S105
Nogueira KC, Fukui RT, Correia MRS, Rocha DM, Santos RF, Furtado M, Andrade JL, Silva MER
PP.27 A IMPORTÂNCIA DO METABOLISMO DA GLICOSE NO CONTROLE DAS ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO EM ILHOTAS
PANCREÁTICAS...................................................................................................................................................................................S105
Rebelato E
PP.28 PREVALÊNCIA DE DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA (DAC) AVALIADA PELA ANGIOTOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
MULTISLICE EM PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 2 ASSINTOMÁTICOS....................................................................................................S105
Tavares CAF, Lerario AC, Rochitte CE, Wajchenberg BL
PP.29 PREVALÊNCIA DE DIABETES MELLITUS, OBESIDADE E HIPERTENSÃO ARTERIAL EM LUANDA (ANGOLA)-ÁFRICA...............................S106
Evaristo Neto ADA, Foss-Freitas MC, Foss MC
PP.30 COMPARAÇÃO DA VARIABILIDADE GLICÊMICA EM PACIENTES DM1 COM ESQUEMA BASAL-BÓLUS UTILIZANDO INSULINAS
HUMANAS OU ANÁLOGAS.................................................................................................................................................................S106
Merçon FG, Sepulcre DFN, Vieira EPG, Kishi KS, Susuki MN, Gusmão RD, Nakae TK, Scalissi NM, Salles JEN
RESUMOS DE PÔSTERES
PT.001 ALTA PREVALÊNCIA DE HIPERGLICEMIA NÃO DIAGNOSTICADA EM PACIENTES SUBMETIDOS À
CINEANGIOCORONARIOGRAFIA......................................................................................................................................................S107
Piveta VM, Oliveira CSV, Bittencourt CS, Meira DM, Souza R, Saddi-Rosa P, Alves CMR, Reis AF
PT.002 MODELO ANIMAL APNEICO E SUA POSSÍVEL RELAÇÃO COM A RESISTÊNCIA À INSULINA..............................................................S107
Quadros CDM, Haidar AA, Nejm MN, Rocha MS, Carpinelli AR, Cravo SLD, Schoorlemmer GHM, Hirata AE
PT.003 EFEITO DO TRATAMENTO COM GLUTAMATO MONOSSÓDICO NA VIA DE SINALIZAÇÃO DA LEPTINA E INSULINA NO
HIPOTÁLAMO......................................................................................................................................................................................S107
Yamanaka KK, Suzuki C, Quadros CDM, Haidar AA, Nejm MN, Rocha MS, Carpinelli AR, Hirata AE
PT.004 ANÁLISE DA EXPRESSÃO PROTEICA DE FATORES PRÓ-INFLAMATÓRIOS EM HIPOTÁLAMO DE MODELO DE OBESIDADE EXPERIMENTAL
INDUZIDO POR GLUTAMATO MONOSSÓDICO...................................................................................................................................S108
Suzuki C, Yamanaka KK, Quadro, CDM, Haidar AA, Nejm MN, Rocha MS, Carpinelli AR, Hirata AE
PT.005 ENVELHECIMENTO E L-ARGININA CRONICAMENTE MODULAM A EXPRESSÃO DA BMP-9 EM TECIDO HEPÁTICO DE RATOS...........S108
Bispo MO, Menezes JGK, Sena CMS, Luiz RGS, Pantaleão LC 2, Schelles C, Castro-Barbosa T, Cogliati B, Dagli MLZ, Lellis-Santos C,
Nunes MT, Bordin S, Caperuto LC
PT.006 EFEITO DO CAROTENOIDE FUCOXANTINA ASSOCIADO À VITAMINA C NA FUNÇÃO DE NEUTRÓFILOS HUMANOS IN VITRO ........S109
Morandi AC, Molina N, Guerra BA, Bolin AP, Otton R
PT.007 EFEITO MODULADOR DA ASTAXANTINA EM NEUTRÓFILOS HUMANOS TRATADOS COM UMA MISTURA DE ÁCIDOS GRAXOS.......S109
Albuquerque KFFS, Oliveira FA, Campoio TR, Otton R
PT.008 IMPACTO DO CAROTENOIDE FUCOXANTINA ASSOCIADO À VITAMINA C NA FUNÇÃO DE LINFÓCITOS HUMANOS IN VITRO.......S109
Molina N, Otton R, Morandi AC, Bolin AP
PT.009 PRE-EMBRYO, EMBRYO AND FETAL VIABILITY IN STREPTOZOTOCIN-INDUCED MILD DIABETIC RATS...................................................S110
Damasceno DC, Sinzato YK, Dallaqua B, Saito FH, Bueno A, Iessi LI, Corvino SB, Netto AO1, Gallego FQ, Serrano RG, Volpato GT,
Calderon IMP, Rudge MVC
PT.010 URETHRAL STRIATED MUSCLE ATROPHY AND FIBROSIS INDUCED BY DIABETES IN ADULT FEMALE RATS............................................S110
Piculo F, Marini G, Santos SAA, Barbosa AMP, Matheus SMM, Felisbino SL, Calderon IMP, Rudge MVC, Damasceno DC
PT.011 HEAT SHOCK PROTEIN PRODUCTION AND ALTERED FETAL DEVELOPMENT IN DIABETIC PREGNANT RATS........................................S111
Sinzato YK, Saito FH, Dallaqua B, Rudge MV, Witkin SS, Linhares IM, Damasceno DC
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
PT.012 NF-KAPPAB AND SREBP-1 PARTICIPATES IN THE MODULATION OF Slc2a4 GENE BY CANNABINOID CB1 RECEPTOR IN 3T3-L1
ADIPOCYTES.......................................................................................................................................................................................S111
Furuya DT, Poletto AC, Freitas HS, Machado UF
PT.013 O RECEPTOR CANABINOIDE CB1 AUMENTA O CONTEÚDO DE mRNA E PROTEÍNA GLUT4 EM CÉLULAS MUSCULARES L6.............S111
Hinz LR, Machado UF, Furuya DT
PT.014 ASSOCIAÇÃO DE INSULINA COM AGONISTAS DE PPAR-GAMA E/OU ALFA MODULA A EXPRESSÃO DOS TRANSPORTADORES DE
GLICOSE E DAS ENZIMAS GLICONEOGÊNICAS EM CÓRTEX RENAL DE RATOS DIABÉTICOS INSULINOPÊNICOS.............................S111
Okamoto MM, David Silva A, Marques MFS, Sabino-Silva R, Freitas Ribeiro H, Machado UF
PT.015 VASCULOGÊNESE EM CONDIÇÕES FISIOLÓGICAS E NA HIPERGLICEMIA .......................................................................................S112
Vieira GT, Oliveira TT, Maldonado IRSC, Humberto JL
PT.016 ASPECTOS DA ANGIOGÊNESE NAS COMPLICAÇÕES DO DIABETES.................................................................................................S112
Vieira GT, Oliveira TT, Maldonado IRSC, Humberto JL
PT.017 O PAPEL DA ARTERIOGÊNESE NO DIABETES.......................................................................................................................................S113
Vieira GT, Maldonado IRSC, Oliveira TT, Humberto JL
PT.018 MODULAÇÃO ANÔMALA DA AUTOFAGIA NO TECIDO ADIPOSO DE PACIENTES OBESOS................................................................S113
Araujo EP
PT.019 AVALIAÇÃO DOS PACIENTES ATENDIDOS PELA ENFERMAGEM EM UM AMBULATÓRIO DE DIABETES...............................................S113
Olbrich SRLR, Mori NLR, Alves MVMFF, Luppi CHB, Trevizani Nitsche MJ
PT.020 INFLUÊNCIA DA PROTEÍNA F1 DO LÁTEX DA SERINGUEIRA HEVEA BRASILIENSIS NA SINALIZAÇÃO DA INSULINA EM
RATOS DIABÉTICOS.............................................................................................................................................................................S114
Andrade TAM, Caetano GF, Landim CAP, Coutinho-Netto J, Frade MAC
PT.021 ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS E DO ESTRESSE OXIDATIVO NA PELE DE RATOS COMPROMETIDOS PELO DIABETES MELLITUS ......S114
Andrade TAM, Malachias VAT, Caetano GF, Landim CAP, Jordão-Jr. AA, Frade MAC
PT.022 PROTEÍNA DO LÁTEX DA SERINGUEIRA HEVEA BRASILIENSIS ACELERA A CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERAS CUTÂNEAS EM RATOS
COMPROMETIDOS PELO DIABETES.....................................................................................................................................................S114
Andrade TAM, Caetano GF, Masson DS, Landim CAP, Coutinho-Netto J, Foss MC, Frade MAC
PT.023 A IGUALDADE NA DISTRIBUIÇÃO DO SNP rs7895833 NO GENE SIRT1 PODE ESTAR RELACIONADA COM O ALTO IMC EM UMA
AMOSTRA BRASILEIRA.........................................................................................................................................................................S115
Meneguette MVO, Oliveira CA, Lima MHM, Pina KN, Amaral MEC
PT.024 PARTICIPAÇÃO DOS GLICOCORTICOIDES NA REGULAÇÃO DA EXPRESSÃO DO GLUT4 EM TECIDOS ADIPOSOS DE RATOS OBESOS:
POSSÍVEL REGULAÇÃO TECIDO-ESPECÍFICA PELA 11b-HSD1.............................................................................................................S115
Mori RCT, Campello RS, Machado UF
PT.025 NECK AND SCAPULAR CIRCUMFERENCE AND THEIR RELATIONSHIP WITH CARDIOVASCULAR RISK IN NON-OBESE BRAZILIAN ADULT
POPULATION........................................................................................................................................................................................S115
Sales APAM, Gurgel MHC, Ponte CMM, Fernandes VO, Mendes PP, Montenegro APDR, Quidute ARP, Negrato CA,
Rodrigues Sobrinho CRM, Montenegro Jr RM
PT.026 INTERLEUKIN-23 (IL-23A) GENE VARIANT (rs2066880 G>A) IS ASSOCIATED WITH PREDISPOSITION TO
TYPE 1A DIABETES MELLITUS IN A BRAZILIAN COHORT......................................................................................................................S116
Nogueira KC, Costa VS, Santos AS, Mattana TCC, Fukui RT, Silva MER
PT.027 THE RS763361 VARIANT OF CD226 GENE INCREASES SUSCEPTIBILITY TO TYPE 1 DIABETES IN A POPULATION OF
SÃO PAULO, BRAZIL .............................................................................................................................................................................S116
Mattana TC, Santos AS, Matioli SR, Costa VS, Fukui RT, Nogueira KC, Siva MER
PT.028 ADVANCED GLYCATION IN MACROPHAGES DECREASES THE CONTENT OF THE HDL RECEPTOR – ABCA-1 AND ABCG-1 - AND
INDUCES INTRACELLULAR ACCUMULATION OF 7-KETOCHOLESTEROL..............................................................................................S116
Iborra RT, Machado-Lima A, Castilho G, Nunes VS, Nakandakare ER, Abdallah DP, Passarelli M
PT.029 AÇÕES DOS ÁCIDOS GRAXOS ω-3 E PALMITATO NA PRODUÇÃO DE SUPERÓXIDO EM CÉLULAS BETAPANCREÁTICAS..................S117
Graciano MFR, Carpinelli AR
PT.030S17b ESTRADIOL REGULA A EXPRESSÃO DO GENE Slc2a4 EM ADIPÓCITOS 3T3-L1 VIA ESR1 E ESR2: POSSÍVEL
ENVOLVIMENTO DO NF-kB..................................................................................................................................................................S117
Campello RS, Poletto AC, Furuya DT, Alves-Wagner ABT, Mori RCT, Machado UF
PT.031 Slc2a4 GENE EXPRESSION IS NOT REDUCED IN DIABETIC RATS WITH HIGH SYMPATHETIC ACTIVITY...............................................S117
Alves-Wagner AB, Sabino-Silva R, Campello RS, Mori RC, Machado UF
PT.032 EXPERIÊNCIA DA ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO AOS PACIENTES AMBULATORIAIS COM DIABETES..........................................S118
Trevizani Nitsche MJ, Olbrich SRLR, Mori NLR, Alves MVMFF, Luppi CHB
PT.033 IS BODY WEIGHT A RISK FACTOR FOR MORTALITY IN PATIENTS RECEIVING PERITONEAL DIALISIS?....................................................S118
Souza Lima T, Adler AI
PT.034 CONTROLE DIFERENCIADO DA ATIVIDADE SIMPÁTICA EM MÚSCULOS OXIDATIVOS E GLICOLÍTICOS DE RATOS DURANTE O JEJUM
PROLONGADO....................................................................................................................................................................................S118
Graça FA, Lustrino D, Garófalo MA, Kettelhut IC, Navegantes LCC
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
PT.035PPAR-a ANTAGONIST ABOLISHS THE LIPOLYSIS INDUCED BY PALMITOLEIC ACID (N-7) ON 3T3-L1 ADIPOCYTES...............................S119
Lopes AB, Festuccia W, Farias TSM, Torres Leal FL, Chimin P, Curi R, Lima FB, Alonso-Vale MIC
PT.036 A SUPLEMENTAÇÃO COM L-ALANINA AUMENTA A SECREÇÃO DE INSULINA E O FLUXO DE Ca EM ILHOTAS
DE CAMUNDONGOS..........................................................................................................................................................................S119
Araujo TR, Costa NB, Miranda HM, Santos-Silva JC, Vettorazzi JF, Boschero AC, Boschero AC, Carneiro EM, Ribeiro RA
PT.037 O HIPOTIREOIDISMO REDUZ A EXPRESSÃO GÊNICA E A SECREÇÃO DE INSULINA EM ILHOTAS PANCREÁTICAS DE RATOS.............S119
Francemilson Goulart-Silva, Caroline Serrano-Nascimento, Eduardo Rebelato, Laila R. B. Santos, Angelo R. Carpineli, Maria Tereza
Nunes
PT.038 EVALUATION AND PREVALENCE OF CARDIOVASCULAR RISK FACTORS IN JAPANESE-BRAZILIAN OF MOMBUCA, GUATAPARÁ, SP..S120
Gomes PM, Foss-Freitas MC, Foss MC
PT.039 PERFIL PERIODONTAL DE INDIVÍDUOS PORTADORES DE EXCESSO DE PESO E COMPONENTES DA SÍNDROME METABÓLICA.........S120
Santos YMM, Gaspar CDR, Rufino LC, Lima D, Guimarães AC, Silva MLLS, Ladeia AMT, Gnoato N, Tunes UR, Tunes RS
PT.040 IMPORTÂNCIA DO CIRURGIÃO DENTISTA NO DIAGNÓSTICO PRECOCE DO DIABETES MELLITUS – ESTUDO PILOTO.......................S120
Cardoso TC, Tunes RS, Tunes UR, Barbosa MDS
PT.041 APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE DE MULHERES COM LIPODISTROFIA PARCIAL FAMILIAR TIPO DUNNIGAN.......................S121
Monteiro LZ, Foss-Freitas MC, Crescêncio JC, Gallo Jr. L, Montenegro Jr. RM, Foss MC
PT.042 DISTRIBUIÇÃO DA GORDURA VISCERAL E SUBCUTÂNEA EM MULHERES COM LIPODISTROFIA TIPO DUNNIGAN..............................S121
Monteiro LZ, Foss-Freitas MC, Elias J Jr., Montenegro Jr. RM, Foss MC
PT.043 CORRELAÇÃO ENTRE PERFIL METABÓLICO E COMPOSIÇÃO CORPORAL EM MULHERES COM LIPODISTROFIA PARCIAL
FAMILIAR.............................................................................................................................................................................................S122
Monteiro LZ, Foss-Freitas MC, Pereira FA, Montenegro Jr RM, Foss MC
PT.044 NÍVEIS DE VITAMINA D E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA EM UM GRUPO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PORTADORES DE DIABETES
MELLITUS TIPO 1 .................................................................................................................................................................................S122
Savoldelli RD, Passone CGB, Oliveira LS, Manna TD, Menezes-Filho HC, Damiani D
PT.045 PARTICIPATION OF LIVER HNF-1α, -3β AND -4α AT SLC2A2 GENE UP-REGULATION IN DIABETES MELLITUS AND DOW-REGULATION IN
INSULIN TREATMENT.............................................................................................................................................................................S122
David-Silva A, Freitas HS, Furuya DT, Poletto AC, Okamoto MM, Poças-Silva T, Sabino-Silva R, Machado UF
PT.046 ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS OLEICO E LINOLEICO REDUZEM A EXPRESSÃO DO GLUT4 VIA NF-kB E SREBP-1 EM CÉLULAS
MUSCULARES L6..................................................................................................................................................................................S123
Poletto AC, Furuya DT, David-Silva A, Silva PE, Lellis-Santos C, Anhê GF, Bordin S, Machado UF
PT.047 REDUÇÃO NO CONTEÚDO DE COLESTEROL MELHORA A MOVIMENTAÇÃO DE CÁLCIO E A SECREÇÃO DE INSULINA ESTIMULADA
POR GLICOSE EM ILHOTAS DE CAMUNDONGOS KNOCKOUT PARA O RECEPTOR DE LDL (LDLR-/-)................................................S123
Souza JC, Vanzela EC, Ribeiro RA, Oliveira CAM, Carneiro EM, Oliveira HCF, Boschero AC
PT.048 SISTEMA UBIQUITINA-PROTEASSOMA E O CONTROLE HIPOTALÂMICO DO BALANÇO ENERGÉTICO: IMPLICAÇÕES NA
FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE........................................................................................................................................................S123
Ignacio-Souza LM, Bombassaro B, Razolli DS, Portovedo M, Pascoal LB, Coope A, Moura RF, Milanski M, Velloso LA
PT.049 T3 REDUZ A GLICEMIA E MELHORA A SENSIBILIDADE À INSULINA EM RATOS DIABÉTICOS................................................................S124
Teixeira SS, Panveloski-Costa AC, Goulart-Silva F, Poyares LL, Nunes MT
PT.050 ATIVAÇÃO DAS VIAS PROTEOLÍTICAS LISOSSOMAL E UBIQUITNA-PROTEASSOMA EM CORAÇÃO DE RATOS DIABÉTICOS E
CARDIOMIÓCITOS EM JEJUM............................................................................................................................................................S124
Paula-Gomes S, Zanon NM, Gonçalves DAP, Filippin EA, Navegantes LCC, Kettelhut IC
PT.051 AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DE RECEPTORES DE INCRETINAS E DO ÍNDICE DE APOPTOSE EM ILHOTAS DE RATO EXPOSTAS A
OLIGÔMEROS DE AMILINA HUMANA E À LIPOTOXOCIDADE.............................................................................................................S124
Oliveira ER, Costal FSL, Raposo ASA, Giannella-Neto D, Corrêa-Giannella MLC
PT.052 BENFOTIAMINA E MITO Q PROTEGEM ILHOTAS PANCREÁTICAS DE RATO EM CULTURA DOS EFEITOS PRÓ-APOPTÓTICOS DOS
PRODUTOS FINAIS DE GLICAÇÃO AVANÇADA (AGES)......................................................................................................................S125
Costal FSL, Oliveira ER, Raposo ASA, Machado-Lima A, Peixoto EBMI, Lopes Faria JB, Giannella-Neto D, Passarelli M, CorrêaGiannella MLC
PT.053 ENVOLVIMENTO DOS COMPLEXOS 1 E 2 DA mTOR NO PERFIL DE EXPRESSÃO GÊNICA DE CORREGULADORES DE RECEPTORES
NUCLEARES ASSOCIADOS COM A ATIVAÇÃO DE PPARγ EM 3T3-L1..................................................................................................S125
Magdalon J, Paschoal VA, Oliveira TB, Curi R, Festuccia W
PT.054 CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DO PACIENTE DIABÉTICO ATENDIDO NO HC-FMRP-USP......................................................S126
Holanda-Miranda WR, Britto CTF, Batista SL, Gomes PM, Foss MC, Foss-Freitas MC
PT.055 ADVANCED GLYCATED ALBUMIN FROM POORLY CONTROLLED DIABETES MELLITUS PATIENTS INDUCES ENDOPLASMIC RETICULUM
DYSFUNCTION AND IMPAIRS CHOLESTEROL EFFLUX FROM MACROPHAGES....................................................................................S126
Castilho G, Sartori CH, Okuda LS, Machado-Lima A, Nakandakare ER, Passarelli M
PT.056 A VIA PERK/EIF2-ALPHA PODE NÃO ESTAR RELACIONADA COM A RESISTÊNCIA À INSULINA PALMITATO-INDUZIDA EM CÉLULAS
MUSCULARES L6..................................................................................................................................................................................S126
Silva PE, Poletto AC, Anhê GF, David-Silva A, Okamoto MM, Machado UF
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
PT.057 DIABETES MELLITUS GESTACIONAL: COMPARAÇÃO ENTRE DOIS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS..........................................................S127
Matiello R, Lombardi E, Marchisotti FG, Denardin O, Franco LF
PT.058 METABOLISMO DE GLICOSE EM RATOS TREINADOS OU SEDENTÁRIOS DE DIFERENTES IDADES.......................................................S127
PT.059 EFEITOS POSITIVOS DO CAROTENOIDE ASTAXANTINA ASSOCIADO À VITAMINA C EM NEUTRÓFILOS HUMANOS TRATADOS COM ALTA
CONCENTRAÇÃO DE GLICOSE, METILGLIOXAL E GLICOLALDEÍDO..................................................................................................S127
Guerra BA, Bolin AP, Morandi AC, Otton R
PT.060 TREINAMENTO INTERMITENTE MELHORA A SENSIBILIDADE À INSULINA E REDUZ A EXPRESSÃO DE TNF-α EM MÚSCULO ESQUELÉTICO
DE RATOS OBESOS..............................................................................................................................................................................S128
Moreira RJ, Seraphim PM
PT.061 INFLUENCE OF HYPERGLYCEMIA AT DIFFERENT INTENSITIES ON THE DEVELOPMENTAL COMPETENCE OF EARLY EMBRYOS: IN VIVO
STUDY..................................................................................................................................................................................................S128
Bueno A, Sinzato YK, Sudano MJ, Landim-Alvarenga FC, Calderon IMP, Rudge MVC, Damasceno DC
PT.062 HEAT SHOCK PROTEIN (HSP): REPERCUSSIONS IN DIABETIC PREGNANT RATS..................................................................................S129
Dallaqua B, Saito FH, Linhares IM, Witkin SS, Calderon IMP, Rudge MVC, Damasceno DC
PT.063 NÍVEIS PLASMÁTICOS DE IL-1b E IL-6 EM GESTAÇÕES COMPLICADAS POR DIABETES OU HIPERGLICEMIA GESTACIONAL LEVE.....S129
Moreli JB, Damasceno DC, Morceli G, Corrêa-Silva S, De Rosa L, Rudge MVC, Calderon IMP
PT.064 AVALIAÇÃO DE DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA EM INDIVÍDUOS DIABÉTICOS E NÃO DIABÉTICOS SUBMETIDOS À
ANGIOPLASTIA CORONARIANA.........................................................................................................................................................S129
Lima RAO, Pacagnelli F, Pacheco FC, Toretto FMBV, Lopes GAP, Fernani DCGL, Cavalcante MA
PT.065 GENOTOXICITY EVALUATION IN PREGNANT WOMEN WITH DIABETES AND MILD GESTATIONAL HYPERGLYCEMIA...........................S130
Gelaleti RB, Damasceno DC, Lima PHO, Santos DP, Serrano RG, Calderon IMP, Rudge MVC
PT.066 GENDER-SPECIFIC ASSOCIATIONS OF TWO GENETIC VARIANTS IN THE REGULATORY REGIONS OF THE GENES ENCODING
GLUTHATIONE PEROXIDASE 4 (GPX4) AND NADPH OXIDASE-2 (CYBB) WITH RENAL DISEASE IN PATIENTS WITH TYPE 1 DIABETES
MELLITUS .............................................................................................................................................................................................S130
Monteiro MB, Vieira SM, Queiroz MS, Nery M, Admoni SN, Vendramini MF, Azevedo MJ, Canani LH, Parisi MC, Pavin EJ, Moura-Neto
A, Giannella-Neto D, Corrêa-Giannella ML
PT.067 SOMATOSTATIN, GLUCAGON AND INSULIN IN DIABETIC PREGNANT RATS AND THEIR OFFSPRING...................................................S131
Iessi IL, Sinzato YK, Calderon IMP, Rudge MVC, Damasceno DC
PT.068 SERUM ALBUMIN FROM CHRONIC KIDNEY DISEASE RATS REDUCES MACROPHAGE REVERSE CHOLESTEROL TRANSPORT.............S131
Machado JT, Pinto RS, Castilho G, Machado-Lima A, Okuda LS, Iborra RT, Rocha JC, Fusco FB, Carrerio AB, Shimizu MHM,
Nakandakare ER, Catanozi S, Passarelli M
PT.069 EVALUATION OF GENOTOXITY BY COMET ASSAY ON FROZEN TOTAL BLOOD IN RATS.......................................................................S131
Netto AO, Corvino SB, Serrano RG, Gelaleti RB, Calderon IMP, Rudge MVC, Damasceno DC
PT.070 INFLUENCE OF EXERCISE IN ADULT LIFE OF RATS BORN WITH INTRAUTERINE GROWTH RESTRICTION...............................................S132
Corvino BC, Campos KE, Volpato GT, Netto AO, Calderon IMP, Marilza MVC, Damasceno DC
PT.071 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM MELATONINA E DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO SOBRE O PERFIL METABÓLICO DE RATOS
DIABÉTICOS.........................................................................................................................................................................................S132
Melo RM, Garcia RAP, Cipolla-Neto J
PT.072 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM MELATONINA E DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO SOBRE O CONTEÚDO DE GLICOGÊNIO
MUSCULAR E HEPÁTICO DE RATOS DIABÉTICOS.................................................................................................................................S132
Melo RM, Junior JSS, Cipolla-Neto J
PT.073 ARHGAP21 PROMOTES APOPTOSIS IN NEONATAL MICE PANCREATIC ISLETS...................................................................................S133
Ferreira SM, Santos GJ, Rezende LF, Barbosa-Sampaio HC, Saad STO, Boschero AC
PT.074 MEMÓRIA METABÓLICA EM CÉLULAS MIN6: O PAPEL DA CamKII.....................................................................................................S133
Santos GJ, Rezende LF, Ferreira SM, Boschero AC
PT.075 NORADRENALINA E PKA EXERCEM EFEITOS INIBITÓRIOS SOBRE A ATIVIDADE DO SISTEMA UB-PROTEASSOMA EM MÚSCULOS
ESQUELÉTICOS DE RATOS...................................................................................................................................................................S134
Silveira WA, Gonçalves DAP, Graça FA, Zanon NM, Kettelhut IC, Navegantes LCC
PT.076 REGULAÇÃO DIFERENCIAL DA EXPRESSÃO DA PROTEÍNA A20 EM TECIDO ADIPOSO MARROM E BRANCO DE MODELOS ANIMAIS DE
OBESIDADE – POTENCIAL PARTICIPAÇÃO NA MODULAÇÃO DA ATIVIDADE DA PGC1α...................................................................S134
Bombassaro B, Ignacio-Souza LM, Nuñez CEC, Razolli DS, Coope A, Pedro RM, Velloso LA
PT.077 ANÁLISE TEMPORAL DA EXPRESSÃO DO GENE DE REGENERAÇÃO (REG1) EM ILHOTAS PANCREÁTICAS DE CAMUNDONGOS NOD
(NON-OBESE DIABETIC)......................................................................................................................................................................S134
Pedrosa D, Figueiredo D, Stivanin-Silva LG, Mariano LMR, Zollner RL
PT.078 EXPRESSÃO GÊNICA DE REG1 EM ILHOTAS PANCREÁTICAS DE CAMUNDONGOS NOD (NON-OBESE DIABETIC) TRATADOS COM
GANGLIOSÍDEOS................................................................................................................................................................................S135
Pedrosa D, Figueiredo D, Stivanin-Silva LG, Mariano LMR, Vilella CA, Zollner RL
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
PT.079 TRATAMENTO COM DEXAMETASONA INDUZ PROLIFERAÇÃO DE CÉLULAS β PANCREÁTICAS EM RATOS E CAMUNDONGOS........S135
Protzek AOP, Costa-Junior JM, Santos GJ, Gonçalves BF, Purificação TA, Santos-Silva JC, Rezende LF, Carneiro EM, Boschero AC,
Rafacho A
PT.080 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM TAURINA SOBRE A SECREÇÃO DE INSULINA E EXPRESSÃO GÊNICA EM ILHOTAS DE
CAMUNDONGOS DESNUTRIDOS SUBMETIDOS À DIETA HIPERLIPÍDICA.............................................................................................S135
Vettorazzi JF, Santos-Silva JC, Camargo, RL, Da Silva PMR, Ribeiro RA, Boschero AC, Carneiro EM
PT.081 ASTAXANTINA E VITAMINA C ATUAM POSITIVAMENTE NO SISTEMA REDOX DE LINFÓCITOS HUMANOS.........................................S136
Bolin AP, Guerra BA, Nascimento SJS, Morandi AC, Molina N, Otton R
PT.082 EFEITO DO TRATAMENTO COM L-ARGININA SOBRE A EXPRESSÃO DE FATORES PRÓ-INFLAMATÓRIOS EM PROLE DE
MÃES DIABÉTICAS...............................................................................................................................................................................S136
Diniz MM, Carvalho DS, Quadros CDM, Haidar AA, Carpinelli AR, Gil FZ, Hirata AE
PT.083 FREQUÊNCIA DE COMPLICAÇÕES CRÔNICAS EM PACIENTES DIABÉTICOS ATENDIDOS NO HC-FMRP-USP....................................S137
Batista SL, Britto CTF, Gomes PM, Foss MC, Foss-Freitas MC
PT.084 O CONSUMO MATERNO DE DIETA HIPERLIPÍDICA DURANTE A GESTAÇÃO E LACTAÇÃO ALTERAM A EXPRESSÃO HEPÁTICA DE
MICRORNAS E GENES RELACIONADOS AO METABOLISMO LIPÍDICO...............................................................................................S137
Benatti RO, Melo AM, Ashino NG, Santos GA, Souza LM, Velloso LA, Torsoni MA, Torsoni AS
PT.085 ATIVAÇÃO HIPOTALÂMICA E HEPÁTICA DE PROTEÍNAS DA UNFOLDED PROTEIN RESPONSE (UPR) EM PROLE DE MÃES ALIMENTADAS
COM DIETA HIPERLIPÍDICA DURANTE A GESTAÇÃO E LACTAÇÃO.....................................................................................................S137
Melo AM, Benatti RO, Ashino NG, Santos GA, Cursino J, Velloso LA, Torsoni AS, Torsoni MA
PT.086 EVOLUÇÃO DA GESTAÇÃO, PARTO E CARACTERÍSTICAS FETAIS DE GESTANTES COM DIAGNÓSTICO DE DIABETES MELLITUS
ACOMPANHADAS NO AMBULATÓRIO DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO (HC-FMRPUSP).....................................................................................................................................................................................................S138
Treml D, Gomes PM, Zordan A, Bessa DS, Moreira LA, Chaves MP, Foss MC, Foss-Freitas MC
PT.087 COMPOSIÇÃO CORPORAL DE PACIENTES SOROPOSITIVOS PARA HIV EM TERAPIA ANTIRRETROVIRAL AVALIADA POR MEIO DE
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS, BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA E ABSORCIOMETRIA DE DUPLO FÓTON................................................S138
Beraldo RA, Vassimon HS, Navarro AM, Foss-Freitas MC
PT.088 AVALIAÇÃO DO VALOR ENERGÉTICO TOTAL E MACRONUTRIENTES DE NADADORES E CORREDORES DE ALTO RENDIMENTO DA
CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO/SP.........................................................................................................................................................S138
Meliscki GA, Monteiro LZ, Buffi VB, Foss MC, Foss-Freitas MC
PT.089 ANÁLISE DO PERFIL BIOQUÍMICO DE NADADORES DE ALTO RENDIMENTO DA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO PRÉ
E PÓS-COMPETIÇÃO...........................................................................................................................................................................S139
Meliscki GA, Monteiro LZ, Vidal TR, Puggina EF, Foss MC, Foss-Freitas MC
PT.090 ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO DA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO/SP..........................S139
Meliscki GA, Monteiro LZ, Puggina EF, Pereira FA, Foss MC, Paula FJA, Foss-Freitas MC
PT.091 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E EVOLUÇÃO CLÍNICO-LABORATORIAL DE GESTANTES COM DIAGNÓSTICO DE DIABETES MELLITUS
ACOMPANHADAS NO AMBULATÓRIO DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO (HC-FMRPUSP).....................................................................................................................................................................................................S140
Zordan A, Gomes PM, Treml D, Bessa DS, Moreira LA, Chaves MP, Foss MC, Foss-Freitas MC
PT.092 RELAÇÃO ENTRE HIPOTIREOIDISMO E COLESTEROL TOTAL EM PACIENTES ATENDIDOS EM EVENTOS COMUNITÁRIOS REALIZADOS
PELO SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS..........................................................S140
Borges ALF, Rezende KN, Francescantonio ICM, Francescantonio ICCM, Miranda TMT
PT.093 RELAÇÃO ENTRE CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL E GLICEMIA CASUAL EM PACIENTES ATENDIDOS EM EVENTOS COMUNITÁRIOS
REALIZADOS PELO SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS.....................................S140
Rezende KN, Francescantonio ICM, Borges ALF, Francescantonio ICCM, Miranda TMT
PT.094 RELAÇÃO ENTRE CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL E HDL EM PACIENTES ATENDIDOS EM EVENTOS COMUNITÁRIOS REALIZADOS PELO
SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS...................................................................S141
Francescantonio ICM, Rezende KN, Borges ALF, Francescantonio ICCM, Miranda TMT
PT.095 INFLUÊNCIA DA PINEALECTOMIA NA FUNCIONALIDADE DAS ILHOTAS PANCREÁTICAS...................................................................S141
Simões D, Graciano MFR, Cipolla-Neto J, Carpinelli AR
PT.096 EDUCAÇÃO EM DIABETES...................................................................................................................................................................S142
Miranda SC, Soares Oliveira D
PT.097 OITO SEMANAS DE CORRIDA EM ESTEIRA ROLANTE AUMENTAM A EXPRESSÃO E A ATIVIDADE DE PROTEÍNAS ENVOLVIDAS NA
CAPTAÇÃO DE GLICOSE E BIOGÊNESE MITOCONDRIAL INDEPENDENTEMENTE DA INTENSIDADE NA MUSCULATURA GASTROCNÊMIO
DE RATOS OBESOS INDUZIDOS POR DIETA.........................................................................................................................................S142
Batista RO, Brandão BB, Souza LM, Trombetta BNO, Santos CL, Bordin S, Seraphim PM
PT.098 MELATONINA REVERTE RESISTÊNCIA À INSULINA EM CÉLULAS MUSCULARES MIOTUBOS DE L6.......................................................S142
Barbosa AP, Ferreira D, Kinote ABMP, Velloso L, Anhê GF
PT.099 MELATONIN-INDUCED STIMULATION OF HYPOTHALAMIC INSULIN SIGNALING SUPPRESSES HEPATIC GLUCONEOGENESIS ...........S143
De Almeida Faria J, Kinote APBM, Ignácio-Souza LM, Araujo TMF, Pascoal LADB, Velloso LA, Anhê GF
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
PT.100 INGESTÃO DE CAFEÍNA MODIFICA A DISPONIBILIDADE DA GLICOSE SANGUÍNEA DURANTE EXERCÍCIO PROLONGADO DE BAIXA
INTENSIDADE EM DIABÉTICOS TIPO 2.................................................................................................................................................S143
Silva LA, Pavlak JLL, Malfatti CRM
PT.101 O INTESTINO DELGADO E SUAS RELAÇÕES COM A OBESIDADE EM MODELO ANIMAL...................................................................S144
Lemos LC, Silva LA, Pavlak JLL, Pochapski JA, Raczenski A, Hocayen PAS, Malfatti
PT.102 FRUCTOSE-INDUCED AMPK ACTIVATION IN THE HYPOTHALAMUS CONTRIBUTES TO INCREASED GLUCONEOGENESIS AND HEPATIC
PEPCK EXPRESSION.............................................................................................................................................................................S144
Kinote APBM, De Almeida Faria J, De Araujo TM, Ignacio de Souza LM, Roman EA, Sollon C, Solon C, Velloso LA, Bordin S, Anhê GF
PT.103 PALMITATE-INDUCED TRANSITORY ACTIVATION OF mTORC2/AKT PATHWAY LEADS TO ER STRESS AND CELL DEATH INDEPENDENTLY OF
MTORC1..............................................................................................................................................................................................S144
De Araujo TM, Faria JA, Kinote AP, Barbosa AP, Velloso LA, Anhâ GF
PT.104 COMPARAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ATLETAS DE ELITE UTILIZANDO A EQUAÇÃO DE JACKSON E POLLOCK DE TRÊS E
SETE DOBRAS CUTÂNEAS....................................................................................................................................................................S145
Buffi VB, Meliscki GA, Monteiro LZ, Foss MC, Foss-Freitas MC
PT.105 ESTIMATIVA DE GORDURA CORPORAL DE ATLETAS DE ELITE POR MEIO DA MEDIÇÃO DE DOBRAS CUTÂNEAS E CIRCUNFERÊNCIAS
CORPORAIS........................................................................................................................................................................................S145
Buffi VB, Meliscki GA, Monteiro LZ, Foss MC, Foss-Freitas MC
PT.106 PERFIL ALIMENTAR E ANTROPOMÉTRICO DE PRATICANTES REGULARES DE ATIVIDADE FÍSICA..........................................................S145
Buffi VB, Meliscki GA, Monteiro LZ, Foss MC, Foss-Freiras MC
PT.107 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA-3 EM MODELO ANIMAL DE DIABETES MELLITUS................................S146
Vidal TR, Griffo TN, Polli GP, Alves TMMP, Costa MC, Foss MC, Foss-Freitas MC
PT.108 AVALIAÇÃO DOS EFEITOS METABÓLICOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA-3 EM RATOS OBESOS...................S146
Griffo TN, Gonçalves NB, Costa MC, Vidal TR, Foss MC, Foss-Freitas MC
PT.109 EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE PEIXE SOBRE A SECREÇÃO DE INSULINA E O CONTEÚDO DE
SUPERÓXIDO EM RATOS......................................................................................................................................................................S146
Lucena CF, Simões D, Graciano MFR, Carpinelli AR
PT.110 GENOTOXICITY EVALUATION IN NEWBORNS OF WOMEN WITH DIABETES AND MILD GESTATIONAL HYPERGLYCEMIA – PRELIMINARY
RESULTS...............................................................................................................................................................................................S147
Santos DP, Gelaleti RB, Damasceno DC, Calderon IMP, Rudge MVC
PT.111 EFEITO DO EXTRATO AQUOSO DA FOLHA DE PASSIFLORA ALATA CURTIS SOBRE A INCIDÊNCIA DO DIABETES EM CAMUNDONGOS
NOD....................................................................................................................................................................................................S147
Colomeu T, Cazarin CBB, Schumacher N, Figueiredo D, Vilella CA, Meletti LMM, Zollner RL
PT.112 ADMINISTRAÇÃO DE LPS MODULA A AMPK HIPOTALÂMICA E A HOMEOSTASE DA GLICOSE EM CAMUNDONGOS.......................S147
Santos G, Vitorino DC, Moura FM, Melo AM., Velloso LA, Torsoni AS, Torsoni MA
PT.113 O PAPEL DA ACETIL-COA CARBOXILASE HIPOTALÂMICA NA RESPOSTA CONTRARREGULATÓRIA HEPÁTICA DE RATOS...................S148
Pereira VD, Santos GA, Moura RF, Roman EA, Vitorino DC, Ignacio-Souza LM, Velloso LA, Torsoni AS, Torsoni MA
PT.114 O CLEMBUTEROL REVERTE A ATROFIA MUSCULAR INDUZIDA PELA SINVASTATINA EM RATOS...........................................................S148
Carvalho JER, Zanon NM, Gomes SP, Kettelhut IC, Navegantes LCC
PT.115 MELATONINA AUMENTA A EXPRESSÃO DE IRS1 E MELHORA A RESPOSTA À INSULINA DO TECIDO ADIPOSO PERIEPIDIDIMAL DE RATOS
DIABÉTICOS INDUZIDO POR ESTREPTOZOTOCINA..............................................................................................................................S149
Oliveira AC, Campana AB, Farias TSM, Proença ARG, Sertié RAL, Torres-Leal FL, Souza AH, Andreotti S, Lima FB
PT.116 SUPLEMENTAÇÃO COM LEUCINA AUMENTA A MASSA ADIPOSA QUE É ACOMPANHADA PELA AUSÊNCIA DE MUDANÇAS NA
HOMEOSTASE GLICÊMICA SISTÊMICA E NA CAPTAÇÃO DE GLICOSE EM ADIPÓCITOS ISOLADOS DE RATOS OBESOS..................S149
Torres-Leal FL, Oliveira AC, Farias TSM, Chimin P, Lopes AB, Souza AH, Caminhotto RO, Lima FB
PT.117 IMPACTO DAS CATEQUINAS DO CHÁ VERDE SOBRE AS CÉLULAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO.....................................................S149
Marinovic MP, Almeida E, Otton R
PT.118 IMPACTO DE UMA MISTURA DE CATEQUINAS DO CHÁ VERDE NA FUNÇÃO DE NEUTRÓFILOS HUMANOS IN VITRO ......................S150
Silvério R, Maia O, Marinovic MP, Morandi AC, Otton R
PT.119 INTER-RELATIONSHIPS AMONG INSULIN RESISTANCE, NONALCOHOLIC FATTY LIVER DISEASE AND OBSTRUCTIVE SLEEP APNEA IN
PATIENTS WITH POLYCYSTIC OVARY SYNDROME................................................................................................................................S150
Tock L, Carneiro G, Torgeiro SM, Hachul H, Tufik S, Pereira A, Zanella MT
PT.120 PSICOTERAPIA BREVE EM PACIENTES DIABÉTICOS DO TIPO 1 COM MÁ ADESÃO AO TRATAMENTO................................................S151
Zanini MH, Fávero SA
PT.121 FATORES RELACIONADOS COM MÁ ACEITAÇÃO DO TRATAMENTO EM PACIENTES DIABÉTICOS DO TIPO 1...................................S151
Zanini MH
PT.122 ABSENCE OF MATERNAL MELATONIN DURING GESTATION AND LACTATION CAUSES HEPATIC INSULIN RESISTANCE
IN THE OFFSPRING...............................................................................................................................................................................S151
Ferreira DS, Amaral FG, Mesquita CC, Lima AB, Lellis-Santos C, Turati A, Santos LRB, Gomes PRL, Sollon C, De Almeida Faria J, CipollaNeto J, Bordin S, Anhê GF
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
PT.123 CRITÉRIOS DA ADA OU IADPSG PARA O DIAGNÓSTICO DO DMG?.................................................................................................S152
Vernini JM, Saito FH, Moreli JB, Carmo GO, Morceli G, Dias A, Damasceno DC, Rudge MVC, Calderon IMPC
PT.125 PROTOCOLO DE ATENDIMENTO EM HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE RIBEIRÃO
PRETO/SP............................................................................................................................................................................................S152
Torquato MTCG, Santos AS, Zanetti ML, Teixeira CRS, Pace AE, Godoy S, Souza SMX, Vassimon CS
PT.126 O ACOMPANHAMENTO POR TELEFONE COMO ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM NO PROCESSO DE APLICAÇÃO DE
INSULINA NO DOMICÍLIO....................................................................................................................................................................S152
Teixeira CRS, Becker TAC, Zanetti ML
PT.127 APOPTOSE INDUZIDA POR PALMITATO EM CÉLULAS HepG2 DEPENDE DA PRODUÇÃO DE TNF-α .....................................................S153
Sollon CS, Barbosa AP, Solon C, Velloso LA, Anhê GF
PT.128 “AVALIAÇÃO DE UMA INTERVENÇÃO EM GRUPO EDUCATIVO PARA PACIENTES DIABÉTICOS”.........................................................S153
Borges AM, Gorayeb R, Foss-Freitas MC
PT.129 O EXTRATO FENÓLICO DO FRUTO ARAÇÁ (PSIDIUM CATTLEIANUM SABINE) PROTEGE CONTRA MORTE INDUZIDA POR ESTRESSE
OXIDATIVO EM CÉLULAS BETAPANCREÁTICAS: ESTUDO IN VITRO DO MECANISMO DE AÇÃO.........................................................S153
Garofolo IC, De Souza Schmidt Gonçalves AE, Santos LRB, Genovese MI, Bordin S, Curi R, Lellis-Santos C
PT.130 DESEMPENHO REPRODUTIVO MATERNO DE RATAS ORIUNDAS DE AMBIENTE INTRAUTERINO HIPERGLICÊMICO.............................S154
Gallego FQ, Corvino SB, Netto AO, Sinzato YK, Volpato GT, Campos KE, Calderon IMP, Rudge MVC, Damasceno DC
PT.131 CIRCADIAN VARIATIONS OF HYPOTHALAMIC UPR REVEALS A ROLE FOR ATF6 BRANCH IN THE CONTROL OF
FEEDING BEHAVIOR............................................................................................................................................................................S154
Mesquita CC, Ferreira DS, Lima APB, Sollon C, Kitone APBM, Ignacio-Souza L, Razolli DS, Morari J, Velloso LA, Anhê GF
PT.132 ATIVAÇÃO DE PPARγ REDUZ A EXPRESSÃO GÊNICA ADRENÉRGICA ESTIMULADA PELO FRIO AGUDO.............................................S154
Oliveira TB, Magdalon J, Paschoal VA, Curi R, Festuccia W
PT.133 PARTICIPAÇÃO DA ENZIMA NAD(P)H OXIDASE E DO RECEPTOR GPR-40 NO PROCESSO DE SECREÇÃO DE INSULINA NA LINHAGEM
CELULAR BRIN-BD11............................................................................................................................................................................S155
GN Marsiglio Librias, Boas EAV, Simões D
PT.134 EFEITO DA REVERSÃO DA DIETA CAFETERIA PARA RAÇÃO BALANCEADA E DA SUPLEMENTAÇÃO COM SUCO DE NONI NO TECIDO
ADIPOSO E NA HOMEOSTASE GLICÊMICA EM RATOS WISTAR..........................................................................................................S155
GN Marsiglio Librias, Carabelli B, Munhoz AC, Rocha CLMSC, Costa CEM
PT.135 MODULAÇÃO DA AUTOFAGIA EM NEURÔNIOS HIPOTALÂMICOS DE ANIMAIS COM OBESIDADE INDUZIDA POR DIETA..................S156
PT.136 ENVOLVIMENTO DOS COMPLEXOS 1 E 2 DA mTOR NAS ALTERAÇÕES DE EXPRESSÃO GÊNICA INDUZIDAS POR LPS EM
MACRÓFAGOS PERITONEAIS E CÉLULAS RAW 264.7 IN VITRO .........................................................................................................S156
Paschoal VA, Oliveira TB, Magdalon J, Curi R, Festuccia WT
PT.137 CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM DOENÇAS CRÔNICAS: VISÃO E VIVÊNCIAS........................................................S156
Funabashi CA, Cação RF, Câmara MLV
PT.138 ADESÃO DOS PACIENTES COM DOENÇAS CRÔNICAS AOS GRUPOS DE EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO............................................S157
Cação RF, Funabashi CA, Câmara MLV
PT.139 INTERVENÇÃO NUTRICIONAL EM LONGO PRAZO EM PACIENTES PORTADORAS DE SÍNDROME DE OVÁRIOS POLICÍSTICOS.........S157
Rodrigues AMS, Silva CRA, Andrade MAA, Franklin AMT, Martins LB, Cândido AL, Santos LC, Ferreira AVM
PT.140 EFETIVIDADE DA INTERVENÇÃO NUTRICIONAL EM CURTO PRAZO DE PACIENTES COM SÍNDROME DOS OVÁRIOS
POLICÍSTICOS......................................................................................................................................................................................S158
Rodrigues AMS, Andrade MA, Franklin AMT, Silva CRA, Calixto CFS, Martins LB, Paula TMD, Candido AL, Santos LC, Ferreira AVM
PT.141 EFEITO DA REALIMENTAÇÃO AD LIBITUM APÓS JEJUM DE 48H SOBRE A LIPOGÊNESE NO TECIDO ADIPOSO BRANCO DE RATOS
WISTAR................................................................................................................................................................................................S158
Castro NC, Andreotti S, Campaña AM, Proença ARG, Lima FB
PT.142 AÇÃO CATABÓLICA DA HIPÓXIA INTERMITENTE AGUDA NO METABOLISMO PROTEICO EM RATOS.................................................S158
Przygodda F, Manfredi L, Gonçalves DAP, Zanon NM, Garófalo MA, Bonagamba LGH, Machado BH, Kettelhut IC, Navegantes LCC
PT.143 INFLUÊNCIA DO USO DA METFORMINA NA PERDA DE PESO ASSOCIADA A DIETA HIPOCALÓRICA EM PACIENTES COM
DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME DE OVÁRIOS POLICÍSTICOS...............................................................................................................S159
Franklin AMT, Martins LB, Andrade MA, Silva CRA, Costa ABP, Rodrigues AMS, Cândido AL, Santos LC, Ferreira AVM
PT.144 CARACTERIZAÇÃO DE MODELO DE RESISTÊNCIA À INSULINA INDUZIDO POR RESTRIÇÃO DE NINHADA.........................................S159
Carvalho DS, Caren CDM, Haidar AA, Diniz MM, Carpinelli AR, Hirata AE
PT.145 EFEITOS AGUDOS E CRÔNICOS DOS ÁCIDOS PALMÍTICO E OLEICO NO CONTEÚDO DE SUPERÓXIDO DA LINHAGEM
BRIN-BD11...........................................................................................................................................................................................S160
Vilas Boas EA, Marsiglio-Librais GN, Graciano MF, Carpinelli AR
PT.146 PARTICIPAÇÃO DO RECEPTOR 1 DO TNF-α NA SENSIBILIDADE À INSULINA E TOLERÂNCIA À GLICOSE EM CAMUNDONGOS
ALIMENTADOS COM DIETA RICA EM CARBOIDRATO.........................................................................................................................S160
Garcia ZM, Lima RL, Arifa RD, Laís Bhering, Oliveira MC, Ferreira AVM, Teixeira MM, Souza DG, Vieira LQ
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
PT.147 REDUÇÃO DA EXPRESSÃO DE PPARγ ASSOCIADA À INFLAMAÇÃO DO TECIDO ADIPOSO EM CAMUNDONGOS ALIMENTADOS COM
DIETA NORMOCALÓRICA/RICA EM CARBOIDRATOS.........................................................................................................................S160
Oliveira MC, Menezes-Garcia Z, Soriani FM, Souza DG, Teixeira MM, Ferreira AVM
PT.148EFEITO IN VITRO DO PEPTÍDEO RELACIONADO AO GENE DA CALCITONINA NO METABOLISMO DE PROTEÍNAS EM MÚSCULOS
ESQUELÉTICOS DE RATOS NORMAIS E DESNERVADOS......................................................................................................................S161
Machado J, Mandredi LH, Zanon NM, Kettlhut IC, Navegantes LCC
PT.149 MODULAÇÃO DO METABOLISMO MUSCULAR EM CAMUNDONGOS EXERCITADOS E SUPLEMENTADOS COM LEUCINA..............S161
Costa JM, De Oliveira CAM, Silveira LR, Ptrotzek AO, Ferreira SM, Vanzela E, De Paula FMM, Carneiro EM
PT.150 MODULAÇÃO DA EXPRESSÃO DE NGN3 E PDX1 POR ADMINISTRAÇÃO EXÓGENA DE GANGLIOSÍDEOS EM CAMUNDONGOS
NOD E BALB/c....................................................................................................................................................................................S161
Stivanin-Silva LG, Pedrosa D, Figueiredo D, Mariano LMR, Vilella CA, Zollner RL
PT.151 DIMINUIÇÃO DA INCIDÊNCIA DE DIABETES MELLITUS TIPO 1 E AUMENTO DA EXPRESSÃO DE GLP1 EM CAMUNDONGOS
NOD E BALB/c TRATADOS COM ADMINISTRAÇÃO EXÓGENA DE GANGLIOSÍDEOS .......................................................................S162
Stivanin-Silva LG, Pedrosa D, Figueiredo D, Mariano LMR, Vilella CA, Zollner RL
PT.152 SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE PEIXE PREVINE A RESISTÊNCIA À INSULINA EM CAMUNDONGOS SUBMETIDOS À DIETA
HIPERLIPÍDICA......................................................................................................................................................................................S162
Martins AR, Masi LN, Amaral CL, Crisma AR, Curi R, Hirabara SM
Índice remissivo............................................................................................................................................................................................S163
RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA
PP.01 ANÁLISE DO PERFIL METABÓLICO E GENÉTICO NA
POPULAÇÃO INDÍGENA XAVANTE
Kuhn PC1, Vieira Filho JPB1, Dal Fabbro AL2, Franco L1, Franco LJ2,
Moises RS1
1
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Disciplina de Endocrinologia. 2 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP)
Introdução: Nos últimos anos, os índios Xavantes vêm passando por
um intenso processo de transição cultural. Acompanhado dessas mudanças, um aumento na prevalência de obesidade e diabetes tem sido
observado nessa população. Alguns grupos étnicos, em particular a
população indígena das Américas, apresentam maior suscetibilidade
para o desenvolvimento de diabetes. Na última década, houve grande
avanço sobre o entendimento do componente genético do diabetes
por meio de estudos de associação do genoma completo (Genome-Wide Association Studies – GWAS). As populações isoladas, por
apresentarem menor diversidade genética e um número de fatores de
vulnerabilidade genética e ambientais são interessantes para esse tipo
de estudo pela possibilidade de identificação de novos genes de suscetibilidade. Objetivo: Caracterizar o perfil metabólico na população
adulta Xavante e realizar GWAS na população indígena Xavante para
identificação de variantes genéticas associadas com intolerância à glicose. Métodos: Foram avaliados 935 índios Xavante sem miscigenação (481 do sexo feminino, Mi: 42 anos) que vivem em duas reservas
na região leste do estado de Mato Grosso. Realizamos avaliação clínica
incluindo dados antropométricos. Foram obtidas amostras de sangue
para dosagem de glicemia (jejum e 2 h após sobrecarga com 75 g de
glicose). Para a análise do GWAS, foram selecionados 300 indivíduos
(146 indivíduos do sexo feminino), sendo 175 indivíduos portadores
de intolerância à glicose (diabetes mellitus ou tolerância à glicose diminuída) e 150 portadores de tolerância à glicose normal (controles).
Resultados: a prevalência de diabetes mellitus foi de 24,5%, sendo
33,2% no sexo feminino e 15,1% no sexo masculino (p < 0,001). A
prevalência de tolerância à glicose diminuída foi de 34,2% na população geral, sendo 37,9% na faixa etária inferior a 20 anos e 35,1% na
faixa etária de 20 a 39 anos. A frequência de obesidade na população
xavante foi de 48,8% (51,1% no sexo feminino e 46,3% no sexo masculino) e sobrepeso de 34,3%. A análise da estrutura genética dessa população confirmou que se trata de uma população isolada, com baixo
nível de diversidade genética. Os 10 primeiros SNPs mais relacionados
à intolerância à glicose nessa população foram: rs712624, rs712623,
rs9322301, rs6923669, rs9397032, rs3849793, rs13311400,
rs2428427, rs11654661 e rs894976. Conclusão: Na população estudada verificamos alta frequência de intolerância à glicose e obesidade,
sendo o sexo feminino o mais afetado. Os SNPs relacionados à intolerância à glicose são diferentes dos descritos em outras populações,
principalmente nos caucasianos. As diferenças observadas podem ser
devidas a bakgrounds genéticos diferentes.
PP.02 APTIDÃO FÍSICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL EM
PACIENTES COM LIPODISTROFIA PARCIAL FAMILIAR TIPO
DUNNIGAN
Monteiro LZ1, Coeli FB, Foss-Freitas MC1, Castro M1, Montenegro Júnior
RM2, Foss MC1
1
2
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP).
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Introdução: A lipodistrofia parcial familiar tipo Dunnigan (LPFD)
é caracterizada pela diminuição progressiva do tecido adiposo nas
extremidades e tronco e acúmulo de gordura na cabeça, pescoço e
tecido adiposo visceral. Está associada com o diabetes, dislipidemia
e doenças cardiovasculares, compondo a síndrome metabólica (SM)
(Garg A. Am J Med. 2000;108:143). Estilo de vida sedentário está
entre os fatores de risco para as doenças. A aptidão física é conhecida por ser um poderoso preditor de morbidade e mortalidade de
doenças crônicas (Lynn M. Med Sci Sports Exerc. 2006;38: 1114).
Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a aptidão física e a composição corporal em pacientes com LPFD e comparar com mulheres
sadias (grupo controle). Métodos: Participaram 14 pacientes com
diagnóstico clínico e molecular de LPFD, acompanhadas na Clínica
de Diabetes/Metabolismo do HC-FMRP-USP. O grupo controle foi
constituído de 14 mulheres voluntárias, saudáveis, pareadas quanto à
idade, peso, altura e IMC em relação às pacientes com LPFD, em que
foram verificadas as variáveis antropométricas, composição corporal
[massa magra (MM), massa gorda (MG), porcentagem de gordura
por meio de DXA (Hologic 4500 W) e aptidão física (AF)]. Na AF,
flexibilidade (flexiteste), resistência muscular abdominal (teste de 1
min), força de preensão manual (dinamômetro manual) e capacidade cardiorrespiratória pelo teste cardiopulmonar máximo, em cicloergômetro, segundo um protocolo em rampa, onde foram obtidos
os valores de potência, VO2 e frequência cardíaca (FC) no limiar de
anaerobiose ventilatório (LAV) e no pico do esforço. Os dados foram
expressos em média ± DP e usamos o teste de Wilcoxon para comparar as variáveis entre os grupos. Foi utilizado o STATA versão 9.0
e adotado o nível de significância de 5%. Resultados: Mulheres com
LPFD (35,8 ± 13 anos, peso = 58,6 ± 5,9 kg, altura = 1,60 ± 0,07
m e IMC = 23 ± 2,1 kg/m2) vs. GC (idade = 35,9 ± 13 anos, peso
= 63,9 ± 6,7 kg, altura = 1,60 ± 0,06 m, IMC = 23,2 ± 2,4 kg/m2).
Como esperado, a % de gordura total (LPFD = 19,1 ± 4,2% vs. GC
= 34,8 ± 5%, p < 0,01), MM total (LPFD = 41,4 kg vs. GC = 34,1
kg, p < 0,01) e MG (LPFD = 41,4 kg vs. GC = 34,1 kg, p < 0,01)
foi significativamente diferente entre os grupos. As mulheres com
LPFD apresentaram aumento na flexibilidade da articulação do cotovelo (p = 0,03), diminuição na articulação do tornozelo (p = 0,04)
e diminuição na resistência muscular abdominal (p < 0,01) quando
comparado ao grupo controle. Não observamos diferença significativa nos valores de preensão manual. Na avaliação cardiorrespiratória,
as mulheres com LD tiveram diminuição da frequência cardíaca (p =
0,03) e da potência (p = 0,04) no pico de esforço. Discussão: Uma
diminuição dos componentes da aptidão física pode contribuir para
as lombalgias, enfermidade que causa limitações nas atividades do
cotidiano e decréscimo na qualidade de vida (Glaner MF. Rev Bras
Cineantropom Desempenho Hum. 2003;5:75). Portanto, acredita-se que a manutenção de níveis adequados de aptidão física pode
contribuir sobremaneira para o aumento da longevidade. Suporte
financeiro: FAPESP, CAPES, FAEPA-HC-FMRP-USP.
PP.03 ANTIOXIDANT, ANTI-INFLAMMATORY AND
PROLIFERATIVE EFFECTS OF PHENOLIC EXTRACTS FROM
BRAZILIAN FRUITS: BIOLOGICAL ACTIVITY IN PANCREATIC BETA
CELL AND MACROPHAGE
Lellis-Santos C1, Gonçalves AESS2, Santos LRB, Garofolo IC3, Domiciano
M, Gorjão R4, Festuccia WT, Genovese MI2, Lajolo FM2, Bordin S1, Curi R1
University of São Paulo (USP) – Institute of Biomedical Sciences. 2 USP – Faculty of
Pharmaceutical Sciences. 3 Federal University of São Paulo (Unifesp) – Campus
Diadema. 4 Cruzeiro do Sul University – Institute of Physical Activity Sciences and
Sports
1
Pancreatic beta cells failure and apoptosis are key events in the development and progression of diabetes mellitus (DM). During the
mentioned process, macrophages infiltration contributes to damage
pancreatic beta cell homeostasis. Many bioactive compounds from
natural sources have been described to delay or prevent DM through
inhibition of oxidative stress, inflammatory processes, and improvement of insulin secretion and sensitivity. Bioactive compounds of
some fruits possess a myriad of biological activities, including antifungal, antibacterial, antioxidant and anti-inflammatory properties. However, there is no data addressing the effects of phenolic
extracts from Brazilian fruits Cagaita (Eugenia dysenterica DC) and
Cambuci (Campomanesia phaea Berg) over pancreatic beta cell and
macrophage function and intracellular signaling activation. Pancreatic beta cell INS1e or macrophages J774.1 were acutely (1h) or
chronically (24h) treated with different concentrations (100, 500 or
1000 μg/ml) of phenolic extracts from Cagaita (Cag) or Cambuci
(Cbi). Membrane integrity and DNA fragmentation were analyzed
by flow cytometry to evaluate toxicity of extracts. Only 1000 μg/
ml of both extracts decreased cell viability in INS1 cells (P < 0.05),
and 500 μg/ml of both extracts were toxic for J774 cells. Seven and
S97
RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA
three different phenolic compounds were characterized using High
Efficiency – HPLC in Cag and Cbi extracts, respectively. ERK1/2
phosphorylation was significantly increased after treatment with 100
and 500 μg/ml of both extracts, but 1h incubation was higher than
24h. Incubation of INS cells with H2O2 (40 μM) for 1h increased
DNA fragmentation and decreased membrane integrity, the presence
of 100 μg/ml of Cag extract partially inhibited this effect (P < 0.05).
Both phenolic extracts promoted cell cycle progression and beta cell
proliferation, measured by flow cytometry and [3H]-thymidine incorporation, respectively. The effect of 100 was higher than 500 μg/
ml after 24h for both extracts. Cag extract increased by approximately 1.65-fold thymidine incorporation, while Cbi increased by
1.35-fold (P < 0,01). Treatment of INS cells with 100 μg/ml of
Cag extract for 24h increased gene expression of proliferating cell
markers (mcm7 and CDK4), and pre-incubation with ERK1/2 inhibitor UO126 for 1h abrogated the effect of Cag extract (P < 0.05).
Among the seven phenolic compounds of Cag extract, only equimolar dose of quercetin increased significantly the phosphorylation of
ERK1/2 and Akt at levels of Cag extract. In order to evaluate the
anti-inflammatory effects of Cag and Cbi extracts, macrophages were
stimulated with 1 μg/ml of lipopolysaccharide (LPS) in the presence
or absence of 100 μg/ml of both extracts for 24h. Both extracts
significantly reduced nitric oxide production, iNOS expression and
NFκB signaling in LPS-stimulated macrophages. These in vitro results showed antioxidant and anti-inflammatory activities of Cagaita
and Cambuci extracts. The extract of Cag was able to induced pancreatic beta cell proliferation through ERK1/2 activation. And the
extracts should be considered as new nutraceuticals to prevent or
manage DM. Financial support: FAPESP and CNPq.
PP.04 ADVANCED GLYCATED ALBUMIN PRIMES
MACROPHAGES FOR AN INFLAMMATORY RESPONSE INDUCED
BY S100B OR LPS AND DISRUPT CHOLESTEROL EFFLUX AND
HDL ANTI-INFLAMMATORY ACTIVITY
Okuda LS1, Castilho G1, Rocco DDFM1, Nakandakare ER1, Catanozi S1,
Passarelli M1
1
University of São Paulo Medical School – Lipids Laboratory (LIM10)
Introduction: Advanced glycation end products (AGE) are prevalent in diabetes mellitus and are associated with reduction in cholesterol efflux, although the role played by inflammation induced
by AGE is not clear. In this study, we evaluated if HDL is able to
prevent the release of inflammatory markers by macrophages treated
with advanced glycated albumin (AGE-albumin) and S100B or lypopolissacharides (LPS) and the effect of culture medium, isolated
from macrophages treated with AGE-albumin, on cholesterol efflux.
Methods: Mouse peritoneal macrophages were incubated with control (C) or AGE-albumin (2 mg/ml) in the presence or absence of
HDL (100 µg/ml), followed by incubations with S100B (20 µg/ml)
or LPS (1 µg/mL). This medium was then collected to measure the
cytokine release by ELISA. Also, culture medium obtained from cells
treated with C- or AGE-albumin, following S100B or LPS stimulation was utilized to treat naive macrophages in order to evaluate cholesterol efflux mediated by apoA-I (30 µg/ml; 8 h), HDL2 (50 µg/
ml; 5h) and HDL3 (50 µg/ml; 5h). Statistical analysis was performed
using Student t test. Results: In comparison with C-albumin, AGEalbumin, promoted a greater secretion of IL-6, TNF-a and MCP-1
after stimulation with S100B (2.9, 1.9, 1.6 fold higher, respectively)
and TNF-a was 1.3 fold higher after LPS stimulation. The S100B
-induced IL-6, TNF-a, MCP-1 and VCAM-1 secretion was reduced
by HDL in macrophages treated with C-albumin, in comparison to
the same incubations in the absence of HDL (72%, 57%, 50% and
41%, respectively). Similarly, in incubations with C-alb and LPS,
HDL promoted reduction of 58%, 54%, 42%, 74% and 45% in IL6, TNF-a, MCP-1, IL-1b and VCAM-1 secretion, respectively. In
treatments with AGE-albumin, HDL was unable to reduce cytokines
secretion and even worsened the secretion of IL-6 (54%) and MCP1(20%) in macrophages treated with AGE-albumin and S100B and
S98
of IL-6 (16%) and VCAM-1 (45%) in treatment with AGE-albumin
and LPS. Cytokine-enriched medium, drawn from incubations with
AGE-albumin and S100B or LPS impaired the cholesterol efflux mediated by apoA-I (23% and 37%, respectively), HDL2 (43% and 47%,
respectively) and HDL3 (20% and 8,5%, respectively). Conclusion:
AGE-albumin primes macrophages for an inflammatory response
impairing the macrophage reverse cholesterol transport and the antiinflammatory properties of HDL, which may aggravate the development of atherosclerosis in DM. Funding: FAPESP (Brazil).
PP.05 UMA ABORDAGEM DIETÉTICA MAIS PROMISSORA
PARA REDUZIR O RISCO CARDIOMETABÓLICO: LIÇÕES DE UM
PROGRAMA DA REDE PÚBLICA DE SAÚDE
Barros CR1, Curti MLR1, Pires MM1, Folchetti LD1, Cezaretto A1, SiqueiraCatania A1, Ferreira SRG1
1
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) – Nutrição
Introdução: Em razão do aumento da obesidade e doenças relacionadas em países desenvolvidos e em desenvolvimento, a implementação de intervenções no estilo de vida na rede pública de saúde é necessária. Nesse contexto, é conhecida a importância da orientação para
mudança de hábitos alimentares. Entretanto, o papel de nutrientes
específicos para a redução do risco cardiometabólico (RCM) é ainda
incerto. Objetivo: Examinar quais fatores dietéticos associaram-se à
diminuição do RCM após 18 meses de intervenção não farmacológica
para prevenção de diabetes mellitus tipo 2. Métodos: Foram incluídos
129 indivíduos (65,9% mulheres, 56,2 ± 11,6 anos, 30,3 ± 5,4 kg/
m²) com pré-diabetes ou síndrome metabólica sem diabetes. O programa de intervenção incluiu como metas: perda ≥ 5% do peso inicial,
consumo diário ≥ 20 g de fibras e ≤ 10% das calorias totais em ácidos
graxos saturados, além de ≥ 150 minutos semanais de atividade física.
Dados dietéticos (três recordatórios alimentares), de atividade física
(IPAQ) e clínico-laboratoriais foram coletados no momento basal e
ao final do seguimento. Modelos de regressão (linear e logística) foram utilizados a fim de identificar possíveis associações entre mudanças no consumo alimentar e diminuição no RCM. As análises foram
ajustadas por idade, sexo, mudanças na atividade física e no peso ou
circunferência da cintura. As variáveis dietéticas que apresentaram p <
0,20 nas análises univariadas foram selecionadas para as análises múltiplas. Resultados: No modelo final de regressão logística, a redução
do consumo de ácidos graxos saturados – mas não da gordura total
– apresentou associação com a melhora da categoria glicêmica após
os 18 meses de seguimento (OR = 3,729; p = 0,006). Os indivíduos
que diminuíram o consumo desse ácido graxo tiveram quase quatro
vezes mais chance de melhorar a categoria glicêmica, independentemente da mudança na ingestão de outros nutrientes, circunferência
da cintura e atividade física. As análises de regressão linear múltipla
mostraram que o aumento do consumo de fibras solúveis e de ácidos graxos monoinsaturados contribuíram para a redução da glicemia
aos 18 meses. Mudanças na ingestão de fibras solúveis associaram-se inversamente a mudanças na glicemia de jejum (β = -1,73; p =
0,024), enquanto alterações no consumo de gorduras monoinsaturadas apresentaram associação também inversa com mudanças, tanto
na glicemia de jejum (β = -1,50; p = 0,008) quanto pós-sobrecarga
(β = -3,44; p = 0,005). Tais associações permaneceram mesmo após
correção das análises pelo efeito do peso, sexo, idade, atividade física
e outros fatores dietéticos. Os benefícios do aumento da ingestão
de fibras e ácidos graxos monoinsaturados e da redução de ácidos
graxos saturados podem ser mediados pela atenuação da inflamação
subclínica e da resistência à insulina. Discussão: Os achados reforçam
as recomendações de estímulo da ingestão de fibras (especialmente
solúveis) e redução das gorduras saturadas e sugerem que as gorduras monoinsaturadas sejam uma importante estratégia para a proteção
do metabolismo glicêmico em indivíduos de RCM. Propõe-se que
intervenções no estilo de vida desenvolvidas na rede pública de saúde
tenham como foco da abordagem dietética a orientação quanto ao
consumo adequado desses nutrientes.
RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA
PP.06 MODULAÇÃO ANÔMALA DA AUTOFAGIA NO TECIDO
ADIPOSO DE PACIENTES OBESOS
PP.08 A ATIVIDADE DA GLICEROQUINASE INTERFERE NA MEDIDA
DA ATIVIDADE LIPOLÍTICA DO TECIDO ADIPOSO BRANCO
Araújo E1
Rossi-Valentim R1, Frasson D2, Garófalo MA1, Navegantes LCC1,
Kettelhut IC2
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas
(FCM-Unicamp) – Enfermagem
1
Autofagia é um mecanismo celular que tem por função disponibilizar nutrientes obtidos a partir da degradação de organelas e diversos
tipos de moléculas para prover energia para a célula. A restrição de
nutrientes para as células em cultura e a redução do aporte calórico
em organismos vivos ativa a autofagia. Estudos recentes revelaram que
existe uma grande interação entre inflamação e autofagia. O objetivo
do nosso estudo foi avaliar o impacto da perda de peso promovida pela
cirurgia bariátrica sobre a ativação de autofagia no tecido adiposo. Na
primeira parte do estudo, marcadores de autofagia e de estresse de retículo endoplasmático foram estudados em tecido adiposo de indivíduos
magros e obesos antes e após a cirurgia. Na segunda etapa, utilizamos
camundongos magros e obesos submetidos ou não a uma restrição
calórica correspondente a 30% do consumo ad libitum. Humanos e
camundongos magros apresentam baixa ativação dos marcadores de
estresse de retículo endoplasmático acompanhado de ativação de autofagia após restrição calórica. Por outro lado, humanos e camundongos obesos apresentam ativação de marcadores de estresse de retículo
endoplasmático e autofagia antes da restrição calórica, porém após a
restrição há reversão do estresse de retículo, mas não há modificação
dos marcadores de autofagia. Esses resultados sugerem que a obesidade constitui-se num estado de sensibilidade alterada à presença de
nutrientes, o que repercute na ativação anômala da autofagia.
PP.07 VITAMIN D3 ASSOCIATED TO INSULIN THERAPY WAS
RELATED TO PROTECTIVE IMMUNOLOGIC PROFILE AND SLOW
DECLINE OF RESIDUAL β-CELL FUNCTION IN NEW-ONSET TYPE 1
DIABETES
Gabbay M1, Sato MN2, Duarte AJS2, Dib AS2
1
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Centro de Diabetes. 2 Universidade de São Paulo (USP) – Laboratory de Imunologia (LIM56)
Background: Several studies associate vitamin D3 deficiency with type
1 diabetes. In addition, it has been shown that vitamin D3 inhibits
pro-inflammatory processes. Preservation of residual β-cell function
has become a new therapeutic goal in type 1 diabetes. Objective: To
evaluate the effect of vitamin D3 on peripheral cytokines levels, regulatory T cells and residual β-cell function decline when given as adjunctive therapy to insulin in new-onset type 1 diabetes. Design: Randomized double-blind placebo-controlled trial. Setting: São Paulo, Brazil
from March 2006 through October 2010. Participants: Thirty-eight
serum fasting C-peptide positive (> 0.6 ng/ml) new-onset type 1 diabetes patients were randomly assigned to daily oral 2000IU of vitamin
D3 or placebo for 18 months associated to insulin therapy. Main Outcome Measure: Between-group differences in peripheral sera levels of
pro- and anti-inflammatory cytokines, chemokines and regulatory T
cells (Tregs), BMI, HbA1c, insulin daily dose and C-peptide. Results:
CCL2 (monocyte chemoattractant protein-1(MCP-1) levels were
significantly higher (184.6 ± 101.1 pg/ml vs. 121.4 ± 55.8 pg/ml;
p = .04) at 12 months of follow-up as well as the increase of Tregs
percentage (4.55 ± 1.5% vs. 3.34 ± 1.8%; p = .04) in the vitamin D3
compared to the placebo group. The cumulative incidence of progression to undetectable (≤ 0,1 ng/ml) fasting serum C-peptide during
the 18 months of follow-up reached 18.7% in the vitamin D3 and
62.5% in placebo group (P = .012) while stimulated serum C-peptide
reached this level in 6.2% of the vitamin D3 and 37.5% of placebo
group (P = .047). BMI, HbA1c and insulin requirements were similar
between the two groups. Safety parameters showed normal values in
all patients. Conclusion: We showed that vitamin D3 (2000IU/day)
adjacent to insulin therapy was safe and it was related to protective
immunologic profile and slow decline of residual β-cell function in
new-onset T1D. Vitamin D3 may be an interesting adjuvant in type 1
diabetes prevention trials.
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Departamentos de Fisiologia. 2 FMRP-USP – Departamento de Bioquímica e
Imunologia
Introdução: O fornecimento de glicerol-3-fosfato (G3P) é determinante para a manutenção de estoques adequados de triacilglicerol
(TAG) no tecido adiposo branco (TAB). São conhecidas três vias de
geração de G3P: a via glicolítica, a gliceroneogênese e a via de fosforilação direta do glicerol pela enzima gliceroquinase (GK). Como
este último processo é usualmente considerado desprezível no TAB, a
velocidade de liberação de glicerol para o meio de incubação, in vitro,
é utilizada como índice da atividade lipolítica do TAB. Entretanto,
estudos de nosso laboratório têm demonstrado que a GK é modulada em diversas situações no TAB, sendo o sistema nervoso simpático
(SNS) um de seus principais reguladores. Portanto, nosso objetivo no
presente trabalho foi averiguar se a infusão de noradrenalina altera a
atividade da GK e se a modulação do nível de atividade dessa enzima
é capaz de interferir no metabolismo lipídico do TAB. Metodologia: Ratos Wistar machos (220-230 g) foram submetidos à infusão
de noradrenalina (40 µg . h-1) por 72 horas utilizando minibombas
de infusão osmótica (Alzet-1007D) com velocidade de infusão de 0,5
µl . h-1 (grupo Nor). Os animais do grupo controle foram submetidos à infusão de salina (grupo Controle). A atividade da GK foi
determinada nos TABs epididimal (EPI) e retroperitoneal (Retro).
Foram avaliadas também, in vitro, as velocidades de incorporação de
14
C-glicerol em glicerol de triacilglicerol e a liberação de glicerol e
ácidos graxos (AGs) para o meio de incubação por fragmentos de
EPI. Resultados: A infusão de noradrenalina aumentou em 7,5 vezes
os níveis plasmáticos dessa catecolamina, bem como elevou em 15%
a concentração de AMP cíclico no EPI. A atividade da GK foi 83%
maior no EPI e 55% no Retro dos animais NOR quando comparados
aos Controles. A atividade aumentada da GK provocou uma maior
contribuição do glicerol para a formação de TAG verificada pelo aumento da incorporação de glicerol em glicerol-TAG (20%) nos ratos
NOR. Quando fragmentos de EPI de ambos os grupos foram incubados em meio Krebs-Henseleit contendo noradrenalina (10-6 M),
os tecidos provenientes do grupo Nor apresentaram velocidades de
liberação de glicerol e de AGs cerca de 35% e 20% menores do que nos
animais Controles, respectivamente. Isso sugere que a intensificação
da formação do G3P, pela maior atividade da GK, e sua utilização para
a síntese de glicerol-TAG, aumenta a reesterificação do glicerol aos
AGs prevenindo que esses produtos da lipólise sejam liberados pelos
adipócitos. Conclusão: A atividade da GK é estimulada pelo SNS e
a modificação da atividade dessa enzima afeta o metabolismo lipídico
no TAB, modulando a liberação dos produtos da lipólise (glicerol e
AGL) independentemente da atividade lipolítica do tecido. Portanto,
a liberação de glicerol para o meio de incubação é um índice ideal da
atividade lipolítica do TAB, quando a atividade da GK é igual nas diferentes situações experimentais estudadas. Apoio financeiro: CAPES;
CNPq; FAPESP.
PP.09 TENDÊNCIAS DA PRESENÇA DE DIABETES NOS PARTOS
HOSPITALARES DE MULHERES RESIDENTES EM RIBEIRÃO PRETOSP, NO PERÍODO DE 1998-2007
Teixeira CRS1, Franco LF2, Monteiro RA2, Souza FG2
Universidade de São Paulo (USP) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. 2 USP
– Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
1
Introdução: Atualmente, observa-se um aumento na prevalência do
diabetes em quase todos os países, bem como uma tendência crescente
do diabetes mellitus pré-gestacional, o diabetes gestacional, ou ambos.
Objetivo: Esse estudo teve como objetivo analisar a tendência da presença de diabetes nos partos hospitalares de mulheres residentes em
Ribeirão Preto, no período 1998 a 2007, caracterizando a faixa etária,
o tipo de parto, a duração da internação e o tipo de financiamento.
S99
RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA
Material e métodos: Os dados de partos hospitalares de 1998 a 2007
foram obtidos por meio do Centro de Processamento de Dados Hospitalares (CPDH) do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Foram
selecionadas as internações referentes à categoria diabetes mellitus na
gravidez (O24), de acordo com a 10ª Classificação Internacional de
Doenças. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética do Centro de
Saúde Escola da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, sob protocolo nº 57/2011. Resultados: Os
resultados permitiram identificar aumento de 3,4 vezes da presença de
diabetes nas gestações ao longo do período. Em relação à faixa etária,
observou-se aumento da presença de diabetes em todas as idades, proporcionalmente mais acentuada nas mais jovens. Em relação ao tipo de
resolução do parto e o financiamento da assistência, na assistência SUS,
70% dos partos nas mulheres sem diabetes ocorreu pela via vaginal,
proporção que se manteve estável em todos os biênios. Nas mulheres
com diabetes, identifica-se uma discreta alteração a partir do biênio
2000-2001, quando começa a aumentar a proporção dos partos via vaginal, chegando a 50% no SUS. No financiamento não SUS, observa-se
nítido predomínio da resolução cirúrgica, que no período foi de 86,9%
nos partos de gestantes sem diabetes e de 93,2% nas com diabetes. A
média de permanência das internações por parto cirúrgico foi de 2,8
dias na assistência pelo SUS e de 1,9 dia na não SUS; nos partos vaginais, as médias de permanência foram de 1,9 e 1,2 dia, respectivamente.
Conclusão: Considerando-se os riscos de morbidade perinatal e materna associados ao diabetes, ressalta-se a importância crescente que o diabetes apresenta na gravidez e a necessidade não só de sua identificação
e tratamento, mas também de intervenções pré-gestacionais para tentar
reverter essa tendência de aumento de sua presença.
PP.10 A SINVASTATINA REDUZ A SECREÇÃO DE INSULINA
ESTIMULADA POR GLICOSE EM CÉLULAS INS-1E POR DIMINUIR
A PRENILAÇÃO DE PROTEÍNAS E O CONTEÚDO INTRACELULAR
DE COLESTEROL
Zúñiga JP1, Rebelato E1, Abdulkader F1
1
Universidade de São Paulo (USP), Departamento de Fisiologia e Biofísica, Instituto
de Ciências Biomédicas
Introdução: Estatinas são fármacos largamente empregados no
controle de dislipidemias e comumente fazem parte do arsenal terapêutico de pacientes DM2. As estatinas inibem o primeiro passo
da via de biossíntese de colesterol, o que também afeta a síntese
de intermediá­rios prenilo, importantes mediadores de modificações
pós-traducionais de proteínas. Sabe-se que regiões da membrana plasmática ricas em colesterol, lipid rafts, contêm parte da maquinaria de secreção de insulina em células betapancreáticas, bem
como que proteínas alvo de prenilação participam desse processo
secretório. Objetivos: O objetivo deste trabalho foi investigar se a
estatina sinvastatina afeta a função secretória de uma linhagem de
células secretoras de insulina (INS-1E) e o papel do colesterol e da
prenilação nesses efeitos. Resultados: Concentrações crescentes de
sinvastatina (0.01 e 1 µM) inibiram de forma concentração-dependente a secreção de insulina estimulada por glicose 16.7 mM tanto
em incubação por 2h quanto por 24h. Somente a inibição em 24h
foi acompanhada por redução no conteúdo celular de colesterol em
30%. Tratamento com ácido zaragózico (0.5 e 20 µM), um inibidor
da biossíntese de colesterol a jusante dos intermediários prenilo, somente inibiu a secreção de glicose em tratamento de 24h, o que foi
acompanhado por redução no conteúdo de colesterol. Tratamento
de 2h com inibidor de prenilação (GGTI) reproduziram o efeito da
sinvastatina nesse tempo. A preincubação por 24h com o intermediário prenilo GGPP impediu o efeito agudo da sinvastatina sobre a secreção de insulina em 2h. Conclusão: A sinvastatina inibe a secreção
de insulina estimulada pela glicose em células INS-1E por diferentes
mecanismos dependendo do tempo de incubação. Agudamente (2h)
a sinvastatina interfere com a prenilação de proteínas. Em incubação
de 24h, a sinvastatina parece agir por um mecanismo dependente do
conteúdo de colesterol dessas células.
S100
PP.11 RESPOSTA AO USO DE GLP-1 MIMÉTICO EM
CARREADORES DE POLIMORFISMOS NO TCF7L2
Ferreira MC1,2, Fukui RT2, Arruda-Marques MC2, Correia MR2, Silva MER2,
Rocha DM2, Santos RF2
1
Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECO) – Disciplina
de Endocrinologia. 2 Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – Laboratório de Carboidratos e Radioimunoensaio
– LIM 18
Introdução: O TCF7L2 (Transcription Factor 7-Like 2) é um fator de
transcrição da via Wnt de sinalização, e desempenha um papel importante
na proliferação das células beta e na secreção de insulina. Muitos estudos
têm demonstrado associação entre polimorfismos de nucleotídeo único
(SNPs) no gene TCF7L2 e diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Foi relatado também associação com redução da resposta ao GLP-1. Além disso,
os principais genes envolvidos no processamento da pró-insulina (PC1,
PC2) contêm sítios de ligação da família TCF em seus promotores, sugerindo que a presença do alelo de risco T no rs7903146 do TCF7L2 pode
predispor ao DM2 pelo prejuízo no processamento da pró-insulina. Portanto, o presente estudo tem objetivo de avaliar o efeito do Exenatide
(GLP-1 mimético) na resposta das células α e β durante um teste de
refeição mista, realizado em portadores dos genótipos CC e TT. Métodos: Foram genotipados 149 indivíduos (58 anos +/- 5, IMC 29 +/-3
kg/m2) com DM2 para o rs 7903146. Esses pacientes realizaram um
teste de refeição mista, antes e após o tratamento com Exenatida, sendo
utilizados 5 mg duas vezes ao dia, nos dias 1 a 30, e 10 mg duas vezes ao
dia, nos dias 31 a 60. Durante o teste, amostras de sangue foram obtidas
nos tempos 0,15, 30, 45, 60, 90, 120,180 e 240 minutos, para a glicose,
insulina, pró-insulina, peptídeo-c e glucagon. Os resultados apresentados
correspondem ao estudo de sete pacientes. Foram comparadas as curvas
antes e após o tratamento nos pacientes TT usando ANOVA com dois
fatores e medidas repetidas. Resultados: Na população estudada o subtipo selvagem (CC) esteve presente em 43%, e os genótipos de risco (CT
e TT) em 47,1% e 9,9% dos pacientes, respectivamente. A comparação
entre o teste da refeição mista, antes e após o tratamento mostrou que
a glicose (p = 0,005) e a pró-insulina (p < 0,001) apresentaram redução
nos pacientes tratados TT, com média de redução do nível da glicose
28,24 mg/dl e pró-insulina 36,18 pmol/l. Não houve diferenças entre
insulina (p = 0,057) glucagon (p = 0,206) e peptídeo-c (p = 0,097).
Discussão: Observamos neste estudo que os carreadores TT apresentaram queda da glicose e dos níveis de pró-insulina após dois meses de
tratamento com exenatida, sem alterações na insulina, peptídeo-C e nos
níveis de glucagon. Esses dados preliminares sugerem que os indivíduos
com DM2 portadores do genótipo TT no rs7903146 do TCF7L2 apresentam um melhor processamento da pró-insulina durante o tratamento
com exenatida. Apoio financeiro: FAPESP.
PP.12 OBESIDADE INDUZIDA POR DIETA INDUZ INFLAMAÇÃO E
PROMOVE CÂNCER PROSTÁTICO
Rocha GZ1, Dias MM1, Ropelle ER1, Caralheira JBC1
1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Clínica Médica
A obesidade é associada à maior predisposição a alguns tipos de câncer,
agressividade de outros, resistência à insulina e hiperinsulinemia, bem
como um estado de resposta inflamatória anormal. Estudos recentes
têm mostrado que a obesidade é um importante fator prognóstico adverso para o câncer de próstata. No entanto, os mecanismos moleculares envolvidos no aumento da agressividade do câncer de próstata
em indivíduos obesos ainda são desconhecidos. A fim de investigar os
efeitos da inflamação e hiperinsulinemia induzidas por dieta hiperlipídica (DH) no crescimento do tumor de próstata, camundongos SCID
alimentados com dieta-padrão ou DH durante oito semanas foram injetados subcutaneamente com células tumorais humanas com a presença da proteína PTEN (DU145) ou com a ausência da proteína PTEN
(PC-3). Neste trabalho, mostramos que camundongos obesos apresentaram maior crescimento do tumor de ambos xenoenxertos, DU145
e PC-3, em comparação com o grupo submetido a dieta controle. Xenoenxertos de camundongos alimentados com DH apresentaram au-
RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA
mento na atividade do complexo IKK e de c-Jun NH2 terminal, e essa
atividade foi reduzida por meio do bloqueio de TNF-α. Curiosamente,
o bloqueio farmacológico de TNF-α em camundongos submetidos a
DH foi eficaz em reduzir o crescimento do tumor induzido pela obesidade para os mesmos níveis encontrados nos camundongos submetidos a dieta controle para ambos os xenoenxertos de DU145 e PC-3.
Além disso, mostramos que DU145, quando crescidas como xenoenxertos em camundongos, são sensíveis à redução da hiperinsulinemia
encontrada na obesidade quando tratados com octreotídeo, enquanto
as células PC-3, que apresenta ativação constitutiva de PI3K, são resistentes à diminuição da quantidade de insulina. Assim, o presente
estudo evidencia que a resposta de baixo grau inflamatória observada
na obesidade, de maneira independente da sensibilidade à insulina, impulsiona o crescimento de xenoenxertos de câncer de próstata.
PP.13 ASPECTOS PSICOLÓGICOS DAS INTERVENÇÕES
PARA PREVENÇÃO DO DIABETES: RISCOS E BENEFÍCIOS
EXTRAMETABÓLICOS
Cezaretto A1, Barros CR2, Siqueira-Catania A2, Ferreira SRG2
Universidade de São Paulo (USP). 2 Faculdade de Saúde Pública, USP – Departamento de Nutrição
1
Doenças que compõem a SM são alvo de preocupação em saúde pública por causa das prevalências crescentes nas populações, em grande
parte decorrentes da epidemia de obesidade, principal fator de risco para o DM2 que se associa a debilitantes complicações crônicas
e compromete a qualidade de vida e a sobrevida. Muito tem sido
investido na prevenção do DM2, com eficácia demonstrada em estudos de intervenção no estilo de vida, mas permanecem as dificuldades
relacionadas à adesão do indivíduo aos programas preventivos. Tais
dificuldades podem decorrer, em parte, da coexistência de distúrbios
psicológicos como a depressão e transtornos alimentares, gerando
comportamentos não saudáveis e dificultando instituir as medidas de
prevenção. O trabalho psicoeducativo com grupos de pacientes, conduzido por profissionais capacitados, têm se mostrado estratégia terapêutica promissora para lidar com indivíduos de risco ou portadores
de afecções crônicas. Objetivos: Avaliar efeito de intervenção multiprofissional interdisciplinar (II) em dados psicológicos e de qualidade
de vida, comparado à intervenção tradicional (IT) e analisar associação
de mudanças no perfil metabólico, psicológico e de qualidade de vida.
Métodos: 183 indivíduos de alto risco para DM2 foram examinados
no basal, aos 9 e 18 meses de seguimento quanto a parâmetros clínicos e psicológicos. Receberam orientação para alimentação saudável,
atividade física e manejo do estresse e metas foram preestabelecidas.
Na IT, foram orientados por médico endocrinologista em consultas
trimestrais. Em adição a consultas individuais, a II incluiu sessões psicoeducativas com periodicidade variável. Depressão foi diagnosticada
pelo Inventário Beck de Depressão (escore ≥ 12) e compulsão alimentar pela escala de compulsão alimentar periódica (escore ≥ 18). QV
foi avaliada pelo SF-36. Em análise estatística foram utilizados teste
t de Student, qui-quadrado e correlação de Pearson para associações
entre depressão, compulsão, perfil metabólico e da QV e ANOVA foi
usada para avaliar os três momentos das intervenções. Resultados:
67% eram mulheres e a média de idade foi de 55,0 ± 12,3 anos. No
momento basal, indivíduos deprimidos (46,8%) apresentaram maior
IMC (32,4 ± 6,0 vs. 29,9 ± 5,1 kg/m²; p = 0,004) e circunferência
abdominal (104,1 ± 12,6 vs. 99,7 ± 11,8 cm; p = 0,02) e menor QV
(38,7 ± 11,8 vs. 49,9 ± 11,7, p < 0,001) que não deprimidos. Sintomas de depressão diminuíram com ambas as intervenções aos 9 e 18
meses (p = 0,001). Indivíduos da II diminuíram compulsão alimentar
e qualidade de vida, comparados a IT, aos 9 meses. Essa diferença entre grupos não foi observada aos 18 meses, contudo a diminuição no
escore de compulsão e de depressão aos 18 meses no II se correlacionou com melhora da QV. Conclusão: II obteve melhores resultados
de qualidade de vida e compulsão alimentar que a IT aos 9 meses de
intervenção. Aos 18 meses tal melhora foi mantida, porém sem diferença entre tipos de intervenção. Esse resultado pode ser atribuído ao
trabalho interdisciplinar com atenção especial aos distúrbios psicoló-
gicos para o alcance das metas. Porém, o seguimento trimestral com
endocrinologista também se mostrou suficiente para induzir melhora
do quadro metabólico. Apoio: FAPESP
PP.14 O FATOR CILIAR NEUROTRÓFICO (CNTF) PROTEGE
CAMUNDONGOS CONTRA O DIABETES TIPO 1 POR MEIO DA
EXPRESSÃO DE SOCS3: O PAPEL DA RAZÃO STAT1/STAT3 NA
MORTE DE CÉLULAS BETA
Rezende LF1, Santos GJ1, Carneiro EM1, Boschero AC1
1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Departamento de Biologia
Estrutural e Funcional
Backgrounds and aims: Ciliary Neurotrophic Factor (CNTF) protects pancreatic islets against cytokine-induced apoptosis and increases
SOCS3 expression. Type 1 Diabetes (DM1) is characterized by a
cytokine-dependent loss of pancreatic islet beta-cell mass with subsequent hyperglycaemia. Finally, beta-cell apoptosis seems to be induced
by STAT1 and inhibited by STAT3 activation. We evaluated if CNTF
protects mice against STZ-induced type 1 diabetes, if this protection is
dependent of SOCS3 expression and what the role of STAT1/STAT3
activation in CNTF effects on beta-cell apoptosis. Material and methods: For MLDS, 4-6 weeks-old mice for 5 days Citrate buffer (C),
40 mg/Kg of STZ (S), 0.1 mg/Kg of CNTF (N) or both (NS). We
developed SOCS3 Knockdown mice (SOCS3Kd) by Antisense technique. We assessed mice fed glycaemia in days 0, 1, 7, 14, 21, and 28
after first injection. DM1 considered as blood glycaemia > 250 mg/dl
for 2 days. We evaluated mice overall glycaemia and DM1 incidence.
Pancreatic islets were isolated by collagenase method, wild-type and
siRNA SOCS3kd MIN6 cells were cultured with only Citrate Buffer
(C), 10 ug/ml of IL1beta (I), 1 nM of CNTF (N) or both (NI). Protein expression and phosphorylation by Western-Blot. (n = 4-6) Data
= Mean ±SEM. P < 0.05. Results: CNTF reduced DM1 incidence by
90% in Wild-type mice but only by 10% in SOCS3kd mice. In Wildtype mice, CNTF increased STAT3 (210 ± 8%) and reduced STAT1
(57 ± 11%) phosphorylation, while in SOCS3kd mice CNTF further
increased STAT3 (321 ± 5%) but was unable to reduce STAT1 (119 ±
12%). STZ reduced STAT3 (39±8%) and increased STAT1 (199 ± 9%)
phosphorylation, while in SOCS3kd mice STZ was unable to reduce
STAT3 (101 ± 15%) but further increased STAT1 (286 ± 12%). This
was also observed in MIN6 cells. CNTF prevented STZ-induced pancreatic islets apoptosis and IL1beta-induced MIN6 cells apoptosis in
wild type mice and cells, but not in SOCS3kd mice and cells. Conclusion: CNTF protects mice against DM1 through increased survival of
pancreatic islets, and this protection is dependent of SOCS3 increased
expression. Finally, SOCS3 expression and beta-cell death are both
dependent of the balance between STAT1/STAT3 activation.
PP.15 DHEA INDUZ AUMENTO DA SECREÇÃO DE INSULINA EM
ILHOTAS DE RATOS ENVELHECIDOS POR MEIO DO AUMENTO
DA OXIDAÇÃO DE SUBSTRATOS E REDUÇÃO DA TAXA
APOPTÓTICA
Almeida FN1, Veras KM1, Camporez JP1, Ribeiro L1, Carvalho CRO1
1
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) –
Fisiologia e Biofísica
Há muito está estabelecido em humanos e em modelos experimentais
que com o envelhecimento ocorre prejuízo na capacidade secretora de
insulina. Essa modificação está associada com o aumento na adiposidade, resistência à insulina e diabetes tipo 2 (DM2). Em contrapartida, existem evidências associando o tratamento com um esteroide
adrenal, a dehidroepiandrosterona (DHEA), levando a melhorias na
sensibilidade à insulina, secreção de insulina estimulada por glicose e,
em alguns modelos animais, redução do peso e adiposidade. No presente trabalho, objetivamos identificar os efeitos celulares pelo qual o
DHEA melhora a função da célula betapancreática. Para tanto, ratos
Wistar com 12-14 meses de idade receberam uma única injeção subcutânea de DHEA (10 mg.kg-1) ou veículo em igual volume. Após uma
semana, ilhotas pancreáticas desses animais foram isoladas para realiS101
RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA
zação dos seguintes testes: secreção de insulina estimulada por diferentes secretagogos (glicose 5,6 e 16,7 mM, arginina 20 mM, leucina
10 mM, alfacetoisocaproato 10 mM, carbacol 100 µM e forskolin 10
µM), respiração mitocondrial, oxidação de glicose, atividade da citrato
sintase, fragmentação de DNA e expressão gênica do PCNA mRNA.
Apesar da ausência de efeitos sobre peso corporal, adiposidade e homeostase da glicose, o grupo tratado com DHEA apresentou melhoria
significativa na secreção de insulina estimulada por glicose, arginina,
leucina, carbacol e forskolin. Em adição, observamos aumento na oxidação da glicose, respiração mitocondrial, atividade da citrato sintase,
expressão do PCNA mRNA, seguido de reduzida apoptose. Dessa forma, podemos concluir que o DHEA é capaz de melhorar a funcionalidade metabólica e reduzir o índice de apoptose da ilhota pancreática.
Esses resultados também reforçam o papel da reduzida função metabólica nas ilhotas pancreáticas ocorrido com o envelhecimento como
um agente causador do aumento da prevalência de DM2.
PP.16 PERFIL DE EXPRESSÃO E REDES GÊNICA DE CÉLULAS
TCD4+, TCD8+ E CD14+ EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS
TIPO 1 RECÉM-DIAGNOSTICADOS É INFLUENCIADO POR
ALELOS MHC CLASSE II DE SUSCETIBILIDADE OU PROTEÇÃO
Rassi DM1, Feijó AE2, Brum DG3, Foss-Freitas MC1, Foss MC1, SakamotoHojo4, Passos GAS5, Donadi EA6
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica. 2 FMRP-USP – Genética. 3 FMRP-USP – Neurociências e Ciências
do Comportamento. 4 USP – Faculdade de Genética. 5 USP – Genética. 6 FMRP-USP
1
O diabetes mellitus do tipo 1 (DM-1) é uma doença autoimune órgão-específica causada pela destruição seletiva das células betapancreáticas, produtoras de insulina, por infiltração progressiva de células
inflamatórias, especialmente por linfócitos T citotóxicos autorreativos. Considerando que os pacientes recentemente diagnosticados
representem a fase final de destruição das células beta do pâncreas e
considerando que as moléculas HLA estejam altamente envolvidas na
suscetibilidade ao DM-1 e que os mecanismos patogênicos relacionados com a participação dessas moléculas ou a interação moléculas
MHC/peptídeos ainda não são bem compreendidos, propomos o estudo da expressão gênica diferencial em linfócitos T (CD4+ e CD8+)
e monócitos (CD14+) em um grupo de 20 pacientes com DM-1 e
20 controles. Os dados foram analisados utilizando o pacote Mev
(Multi Experiment Viewer), seguido pela construção de redes gênicas, utilizando o programa GeneNetwork. As redes transcricionais reconstruídas nos permitiu identificar as interações que ocorrem entre
os genes os seguintes genes: FAS (superfamília do receptor TNF),
INSR (receptor de insulina), GABRA (ácido gama-aminobutírico
GABA-receptor-A), IL1RAP (proteína acessória do receptor de interleucina-1), CD93 (receptor de C1q), ubitiquitin (UBC, UBE2Z,
UBR4, UBAP), BCAP29 (proteína associada ao receptor da célula B)
e citocina IK (regulador da molécula HLA classe II). Os resultados
apontaram vários genes cuja expressão foram moduladas diferentemente entre as subpopulações celulares, alguns já associados à doença
e outros nunca relacionados com diabetes, merecendo estudos mais
aprofundados. Além disso, metanálise do perfil de expressão gênica
exibiu dendogramas agrupados de acordo com alelos de suscetibilidade ou proteção independente do tipo celular, demonstrando que
alelos MHC de classe II interferem sobre o perfil de expressão de
células imune do sangue periférico de pacientes com DM-1, como
previamente exibido por nosso grupo (NYAS 1079: 305-309, 2006).
PP.17 EFEITO DA METFORMINA SOBRE O DESENVOLVIMENTO
TUMORAL NA OBESIDADE (IN VIVO) E EM CÉLULAS DO
CÂNCER DE MAMA MCF-7 (IN VITRO)
Fonseca EAI1, Oliveira MA1, Dos Santos RA1, Akamine EH1, Carvalho
MHC1, Barbosa AM2, Dekker RFH2, Khaper N3, Fortes ZB1
1
Departamento de Farmacologia, Instituto de Ciências Biomédicas, da Universidade de São Paulo (USP). 2 Biorefining Research Institute, Lakehead University, Thunder
Bay, ON, Canada. 3 Northern Ontario School of Medicine, Lakehead University,
Thunder Bay, ON, Canada.
S102
Introdução: Embora já esteja bem estabelecido que a obesidade aumente o risco de desenvolver vários tipos de câncer, como o de cólon,
reto, mama, pâncreas, próstata e endométrio, o mecanismo pelo qual
isso ocorre ainda não está completamente elucidado. Ainda, estudos
epidemiológicos têm mostrado que a metformina pode ser uma estratégia importante no controle do desenvolvimento tumoral em
condições de obesidade e resistência à insulina. Metformina atuando
de forma dependente ou independente da melhora da sensibilidade à
insulina poderia diminuir a proliferação celular e diminuir ou impedir
o desenvolvimento do tumor. Assim, o objetivo desse estudo foi investigar os mecanismos envolvidos no maior desenvolvimento de câncer
em ratos obesos-MSG e analisar os efeitos da metformina sobre o desenvolvimento tumoral na obesidade (in vivo) e em células do câncer
de mama MCF-7 (in vitro). Métodos: Para indução da obesidade,
ratos Wistar neonatos receberam glutamato monossódico (MSG, 4
g/kg) nos dias 2, 3, 4, 5 e 6 após o nascimento. Ratos controles
receberam o veículo do MSG. Após 16 semanas, 1 x 107 células provenientes do tumor de Walker-256 foram injetadas no flanco direito
desses animais e foi iniciado o tratamento com metformina (300 mg/
kg, por gavagem). Os ratos foram então divididos em quatro grupos: Controle tumor (CT), Controle tumor tratado com metformina
(CTM), Obeso tumor (OT) e Obeso tumor tratado com metformina
(OTM). Na 18ª semana, foram calculados o índice de Lee [peso corporal1/3 (g)/comprimento nasoanal (cm) x 100], o peso relativo das
gorduras periepididimal e retroperitoneal e o peso relativo da massa
magra dos ratos dos quatro grupos. O desenvolvimento tumoral foi
avaliado pelo peso relativo do tumor. A taxa de sobrevida foi avaliada
pelo método de Kaplan e Meyer e a análise da expressão de RNAm por
RT-PCR em tempo real. Nos estudos in vitro, células MCF-7 foram
tratadas com meformina por 24, 48 e 72 horas. A atividade antiproliferativa foi analisada pela técnica do MTT. O estresse oxidativo foi
medido pela técnica do CM-H2DCFDA. A apoptose e o ciclo celular
foram analisados pela citometria de fluxo. A expressão do RNAm foi
determinada por RT-PCR e a expressão proteica por Western Blot.
Resultados: Observamos que o desenvolvimento tumoral foi significativamente maior nos ratos OT quando comparados aos ratos CT e
que a metformina reduziu esse parâmetro. Além disso, a metformina
aumentou a expressão de RNAm das proteínas supressoras tumorais
pRb, p53 e p27 no tecido tumoral. Metformina também mostrou um
importante efeito antiproliferativo sobre as células MCF-7 de forma
dose- e tempo-dependente. Esse efeito foi associado com o bloqueio
do ciclo celular, estresse oxidativo e um aumento na apoptose e necrose celular. Ainda um aumento na atividade da AMPK e da FoxO3a foi
observado. Conclusão: Pode-se concluir que a obesidade tem papel
importante no desenvolvimento tumoral, aumentando significativamente o tamanho do tumor, e que a metformina é eficaz em reduzir
esse desenvolvimento tanto in vivo como in vitro. Conclui-se também
que o efeito da metformina reduzindo o desenvolvimento tumoral e
a proliferação das células dos câncer de mama (MCF-7) é mediado
pela pRb, p27, AMPK e FoxO3a. Apoio financeiro: CNPq/FAPESP
(Brasil), NSERC-RCD e NOSM (Canada).
PP.18 MATERNAL HDL CHOLESTEROL IS RELATED TO
OFFSPRING HDL CHOLESTEROL THAT IS A MARKER TO
PRECOCIOUS INCREASE IN CAROTID INTIMA-MEDIA
THICKNESS IN TYPE 1 DIABETES
Stela Pinto C1
1
Universidade de São Paulo (USP)
The mortality rate of T1DM is decreasing but, in relation to healthy
peers individuals still elevated mainly because cardiovascular complications. Carotid intima-media thickness (cIMT) is a noninvasive measure
of subclinical atherosclerosis. The cardiovascular risk factors (CVRF)
in T1DM looks like to be different from the general and T2DM population. The aim of this cross-sectional study was to verify the cIMT in
young T1DM and peers controls as well as the personal and familial
factors to it occurrence. Eight-three T1DM (age 19.5 ± 4 yrs and
disease’s duration of 9.8 ± 4.8 yrs) and 36 control subjects matched
RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA
for age, BMI and waist circumference (WC) were studied. Highresolution US scanner (GE –Voluson 730) was made use of. T1DM
parents (77 mothers and 54 fathers) were also evaluated. Statistical
analysis – Minitab 16 (p < 0.05). In the all group, by the multivariate
analysis, T1DM (p < 0.001) and weight (p = 0.003) were associated
with cIMT (R2 = 0.21) after adjustment for sex (Model 1). Excluding
the weight, only the presence of T1DM (p < 0.001) and WC (p =
0.015) remained associated with cIMT (R2 = 0.18) (Model 2). cIMT
was higher in T1DM (0.46 ± 0.09 vs. 0.39 ± 0.04 mm; p < 0.001) and
in this group it was negatively associated to HDL-C (p = 0.033) and
positively with disease’s duration (p = 0.025). Particularly HDL-C in
this T1DM group (A1c = 7.5 ± 0.7%) was positively associated with
WC (p = 0.028) and maternal HDL-C (p = 0.026) and negatively with
female sex (p = 0.007). Familial antecedents of T2DM, hypertension
and other dyslipidemia were not related to cIMT in T1DM. We conclude that T1DM is associated with precocious increase of cIMT and
this is related with disease’s duration and two traditional CVRF like
WC and HDL-C. An original and new find of this study was that, in
T1DM patients, HDL-C (marker of cIMT) was positively associated
with maternal HDL-C. This may reflect the importance of epigenetic
risk factors to atherosclerosis development in T1DM.
PP.19 A ADMINISTRAÇÃO CENTRAL DO C75, UM INIBIDOR
DA ÁCIDO GRAXO SINTASE, PROMOVE ATIVAÇÃO DA
TERMOGÊNESE FACULTATIVA DO TECIDO ADIPOSO MARROM
Cassolla P1, Garófalo MAR1, Kettelhut IC2, Navegantes LCC1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Fisiologia, 2 FMRP-USP – Bioquímica e Imunologia
Introdução: A administração central ou sistêmica de C75, um inibidor sintético da enzima ácido graxo sintase, induz anorexia e perda de
peso em roedores, porém os mecanismos desses efeitos permanecem
desconhecidos. Dessa maneira, nossa hipótese é que o tecido adiposo
marrom (TAM), um importante local para a termogênese, poderia estar envolvido nos efeitos mediados pelo C75. Métodos: Ratos Wistar
(~230 g) foram submetidos a estereotaxia e implante de sensores de
temperatura no abdômen (i.p.) ou sob o TAM, com subsequente (ou
não) desnervação simpática do TAM. Os animais foram divididos em
três grupos: controle, C75 e desnervado C75. Após sete dias, C75 (150
µg/7,5 ml) ou veículo (RPMI) foram administrados no ventrículo lateral direito (i.c.v.) de animais submetidos à privação alimentar de 24
h. Os dados são expressos como média ± epm, 5 ≤ n ≤ 10 (ANOVA
Two-Way ou One-Way, p < 0,05). Resultados: A administração i.c.v.
de C75 induziu um rápido aumento na temperatura corporal interna,
maior taxa de variação de calor de 30 min até 6 h da injeção e elevada
dissipação de calor (medida da temperatura da cauda) por 4 h. A desnervação simpática do TAM atenuou os efeitos termorregulatórios do C75.
Além disso, o C75 promoveu aumento na termogênese no TAM, a
qual foi evidenciada pelo aumento acentuado na temperatura do tecido
(até 8 h após a injeção), maior conteúdo de noradrenalina, aumento na
atividade da citocromo c oxidase e maior expressão do RNAm da UCP1. Todos esses efeitos foram prevenidos pela desnervação do TAM. A
atividade locomotora manteve-se inalterada nos três grupos estudados.
Conclusão: Nossos dados sugerem um papel importante do TAM no
aumento da temperatura corporal induzida pelo C75 e propõem um
novo mecanismo para explicar a perda de peso e a hipofagia induzidas
por esse composto. Apoio financeiro: FAPESP (08/06694-6).
PP.20 PHYSICAL EXERCISE IMPROVES INFILTRATION AND
POLARIZATION OF MACROPHAGE IN WHITE ADIPOSE TISSUE OF
DIET-INDUCED OBESITY RATS
Oliveira AG1, Araújo TG1, Rocha GZ1, Guadagnini D1, Bagarolli RA1,
Carvalho BM1, Carvalheira JB1, Saad MJ1
1
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp)
Macrophages infiltrated in white adipose tissue (WAT) have been
identified as an important source of inflammatory cytokine produc-
tion and a key component in the progression to insulin resistance in
a state of obesity. In obese animals, macrophages assume a proinflammatory classical activation profile also known as M1, in contrast to
lean conditions with an alternative activation state (M2) and production of immunosuppressive factors, such as IL-10. Although physical
exercise might decreases proinflammatory status in WAT, it remains
uncertain whether exercise affects the adipocytes or the infiltrated
macrophages. Thus the present study aimed to analyze the effects
of chronic and acute swimming exercise on the inflammatory status
and insulin signaling of the tissue fractions, stromal-vascular fraction
(SVF) and adipocytes. The effect of exercise was investigated on circulating IL-6, IL-10 and TNF-α levels by an enzyme-linked immunosorbent assay, insulin signaling proteins and cytokine production by
Western Blot analysis and RT-PCR, and also macrophage infiltration
and polarization in WAT fractions of diet-induced obesity (DIO). The
results showed that acute exercise reduced the proinflammatory status
mainly in SVF evidenced by reduced expression of MCP-1, TNF-α
and IL-1b, without changing WAT macrophage infiltration. In this
line, chronic exercise displayed the same results and also completely
reversed the macrophage infiltration into the WAT. In parallel it also
increases the IL-10 protein content. The exercise promotes reduction
only in circulating TNF-α levels. We also observed higher insulininduced phosphorylation of IR, IRS-1 and Akt in both fractions in
exercised animals. Our results show that physical exercise, in DIO
rats, induces not only an important suppression in proinflammatory
cytokines, but also increases anti-inflammatory cytokines secretion.
Taken together these alterations indicate that the exercise can induces
the phenotypic switching from M1 to M2 macrophages and that this
condition contributes to exercise-induced improved insulin signaling
in WAT of DIO rats. These data provide considerable progress in our
understanding of the molecular events that link physical exercise to an
improvement in inflammation and insulin resistance in WAT.
PP.21 MODULAÇÃO DA FLORA INTESTINAL PROMOVE
AUMENTO DA SENSIBILIDADE À INSULINA EM CAMUNDONGOS
ALIMENTADOS COM DIETA HIPERLIPÍDICA
Carvalho BM1, Guadagnini D1, Tsukumo DM1, Saad MJ1
1
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) – Clínica Médica
Introdução: A obesidade é uma condição inflamatória crônica que
culmina em resistência à insulina e a promoção de suas comorbidades
associadas. A flora intestinal tem sido reconhecida como um importante fator na obesidade, aumentando a extração de energia dos alimentos
ingeridos na dieta, bem como aumentando os níveis circulantes de
lipopolissacarídeos (LPS), que contribui para o estado inflamatório e
pode reduzir a sensibilidade à insulina em tecidos com importante
ação metabólica, mas essa relação ainda não está completamente estabelecida. Dessa forma, investigamos as consequências da modulação da flora intestinal na sensibilidade à insulina após tratamento com
antibióticos. Métodos: Camundongos Swiss machos com 6 semanas
de idade foram submetidos à dieta rica em gordura e tratamento com
antibióticos (ampicilina, neomicina e metronidazol – 1g/l) por oito
semanas. A avaliação do perfil de flora intestinal foi realizada por sequenciamento de DNA bacteriano das fezes dos animais e contagem
de colônias, seguido por avaliação de sensibilidade à insulina e LPS
circulante, bem como determinação dos níveis circulantes de citocinas
e acetato. As proteínas extraídas do fígado, músculo e tecido adiposo
foram avaliadas por Western Blotting além da análise de infiltração
de macrófagos no fígado e tecido adiposo por meio de técnicas de
histologia e marcação da proteína F4/80 por imunoistoquímica. Resultados: O perfil da flora intestinal e do conteúdo bacteriano das fezes dos camundongos foi profundamente modificado pelo tratamento
com antibiótico, o qual induziu grande redução nos níveis circulantes
de LPS e citocinas pró-inflamatórias, consequentemente reduzindo a
ativação de TLR4 e inflamação em fígado, músculo e tecido adiposo, a
qual induziu melhora na ação da insulina e aumento da sensibilidade a
este hormônio e dos níveis de acetato, o qual ativou a AMPK e a oxiS103
RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA
dação lipídica. Adicionalmente, a infiltração de macrófagos no fígado
e tecido adiposo foi praticamente abolida pelo tratamento com antibióticos. Discussão: Assim, nossos resultados sugerem que a modulação
da flora intestinal pode melhorar a resistência à insulina pela redução
nos níveis circulantes de LPS, ativação da AMPK induzida por acetato
e redução da infiltração de macrófagos em fígado e tecido adiposo de
camundongos alimentados com dieta hiperlipídica. Apoio financeiro.
FAPESP e INCT/CNPq.
PP.22 CARBOHYDRATE- AND LIPID- ENRICHED MEALS ACUTELY
DISRUPT GLYCEMIC HOMEOSTASIS BY INDUCING TRANSIENT
INSULIN RESISTANCE IN RATS
Campello RS1, Alves-Wagner ABT1, Abdulkader F1, Mori RCT1, Machado
UF1
1
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) –
Fisiologia e Biofísica
Introduction: Chronic intake of high carbohydrate or high lipid diets
is a well-known insulin resistance inducer. This study investigates the
immediate effect (1-6 hours) of a carbohydrate- or lipid-enriched meal
on insulin sensitivity. Methods: Fasted rats were refed with standard,
carbohydrate-enriched (C), or lipid-enriched (L) meal. Plasma insulin,
glucose and non-esterified fatty acids (NEFA) were measured at 1, 2,
4 and 6 hours of refeeding. Results: Glucose/insulin index showed
that either carbohydrates or lipids decreased insulin sensitivity at 2
hours of refeeding. At this time-point, insulin tolerance test (ITT)
and glucose tolerance test (GTT) detected insulin resistance in C rats,
while GTT confirmed it in L rats. Reduced glycogen and phosphorylated-AKT and -GSK3 content revealed hepatic insulin resistance in C
rats. Reduced glucose uptake in skeletal muscle subjected to the fatty
acid concentration that mimics the high NEFA level of L rats suggests
insulin resistance in these animals is mainly in muscle. Discussion:
In conclusion, carbohydrate- or lipid-enriched meals acutely disrupt
glycemic homeostasis, inducing a transient insulin resistance, which
seems to involve liver and skeletal muscle; respectively. Thus, the insulin resistance observed when those types of diets are chronically
consumed may be an evolution of repeated episodes of this transient
insulin resistance.
PP.23 NAMPT/VISFATIN AND ITS ROLE IN DIABETES
CARDIOVASCULAR DISEASE
Saddi-Rosa P, Oliveira CSV1, Crispim F1, Giufrida FMA1, Velho G2, Reis
AF1
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Escola Paulista de Medicina. 2
INSERM, Research Unit 695 – Paris, France
1
Background and aims: Allelic variations in the NAMPT gene encoding the enzyme nicotinamide phosphoribosyltransferase (Nampt
or Visfatin) were reported to be associated with several metabolic syndrome-related phenotypes (hyperglycaemia, obesity, dyslipidemia) as
well as with coronary artery disease (CAD). A variant in the promoter
of the NAMPT gene (rs9770242) was associated with the ratio of
visceral/subcutaneous Nampt mRNA expression, and with circulating levels of glucose and insulin. In the present study we investigated
associations of the rs9770242 SNP and Nampt/Visfatin levels with
hyperglycaemia/type 2 diabetes (T2DM), and with CAD in a cohort
of Brazilian individuals. Materials and methods: 582 individuals who
underwent a coronary angiography were stratified according to hyperglycaemia (H) and CAD status: H-CAD- (n = 59), H-CAD+ (n =
136), H+CAD- (n = 127) and H+CAD+ (n = 260). Hyperglycaemia
was defined as HbA1c >6% or a history of T2DM. CAD was defined
as stenosis >50% in at least one major vessel or branch. Nampt/Visfatin plasma levels were measured by ELISA. Comparisons of clinical
and biological parameters between groups were made by analyses of
covariance. Genotype associations with CAD or with hyperglycaemia/
T2DM were assessed by logistic regression analyses. Adjustments for
clinical and biological parameters were carried out by including these
parameters as covariables in the regressive models. Data were logS104
transformed for the analyses when adequate. Results: We observed an
association of the major T-allele of rs9770242 with CAD in a codominant model (OR 2.13, 95% CI 1.08-4.21, p = 0.03, adjusted for sex,
age, BMI, blood pressure and glycaemic status). No association with
hyperglycemia/T2DM was observed. No genotype-related differen­
ces in Nampt/Visfatin levels were observed. Nampt/Visfatin levels
were not significantly different in CAD+ and CAD- individuals (6.0 ±
0.2 vs. 5.7 ± 0.3 ng/ml, mean ± SEM, p = 0.12, adjusted for sex, age,
BMI and glycaemic status), nor in H+ and H- individuals (5.6 ± 0.2 vs.
6.0 ± 0.3 ng/ml, p = 0.11, adjusted for sex, age, BMI and CAD status). Nampt/Visfatin levels were inversely correlated with glucose (R2
= 0.03, p = 0.02) and insulin levels (R2 = 0.03, p = 0.04), HOMA-IR
(R2 = 0.06, p = 0.01) and the BMI (R2 = 0.02, p = 0.04; all correlations adjusted for sex and age). Conclusion: The common rs9770242
SNP in the promoter of the NAMPT gene was associated with CAD
in a cohort of Brazilian subjects who underwent coronary angiography. This association was independent from the glycaemic status of the
individuals, Nampt/visfatin circulating levels and from other known
cardiovascular risk factors.
PP.24 GLUTHATIONE-ETHYL-ESTER SUPPLEMENTATION DURING
PANCREATIC ISLET ISOLATION IMPROVES VIABILITY AND
TRANSPLANT OUTCOMES IN A MURINE MARGINAL ISLET MASS
MODEL
Raposo ASA1, Pawlick R2, Rodrigues E1, Costa F1, Galvao FHF3, CorreaGiannella ML1, Shapiro AMJ2
1
Universidade de São Paulo (USP) – Laboratório de Endocrinologia Celular e
Molecular (LIM-25). 2 University of Alberta, Edmonton, CA – Alberta Diabetes Institute.
3
USP – Unidade de Transplante e Cirurgia de Fígado (LIM37)
Background: The success of pancreatic islet transplantation still faces
many challenges, mainly related to cell damage during islet isolation and early post-transplant. The increased generation of reactive
oxygen species (ROS) during islet isolation and the consumption of
antioxidant defenses appear to be an important pathway related to
islet damage. Methods: In the present study we evaluated whether
supplementation of glutathione-ethyl-ester (GEE) during islet isolation could improve islet viability and transplant outcomes in a murine marginal islet mass model. Results: Supplementation of GEE
decreased the content of ROS in isolated islets, leading to a decrease
in apoptosis and maintenance of islet viability. A higher percentage of
mice transplanted with a marginal mass of GEE treated islets became
euglycemic after transplant. Conclusion: GEE supplementation was
able to decrease the apoptosis rate and intracellular content of ROS
in isolated islets and might be considered a potential intervention to
improve islet viability during the isolation process and maintenance in
culture before islet transplantation.
PP.25 DIABETES LATENTE AUTOIMUNE E DIABETES
MELLITUS TIPO 2 DE DIAGNÓSTICO RECENTE NO ADULTO:
SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS
Lana JM1
1
Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM)
– Endocrinologia
O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM) é uma patologia com herança multifatorial em que a resistência e a deficiência de insulina coexistem. Os
pacientes que apresentam autoimunidade pancreática sem necessidade
de terapia com insulina nos primeiros seis meses pós-diagnóstico são
classificados como portadores de LADA. Estudos epidemiológicos
evidenciam que o LADA corresponde a 10% dos pacientes classificados como DM2, porém poucos estudos avaliaram a presença de complicações crônicas ao diagnóstico nesse subgrupo. Isoma e cols. avaliaram a presença de complicações crônicas em pacientes com LADA
com tempo de evolução da doença em média de 10 anos. Naquela
amostra, não houve diferença em relação à presença de complicações
quando comparados aos pacientes com DM2 clássico. Chull-Hee-Kim
recentemente avaliou pacientes koreanos e evidenciou prevalência se-
RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA
melhante de complicações crônicas entre os pacientes com DM2 e
LADA com longa evolução da doença. Objetivo: Avaliar a prevalência
de pacientes com LADA em uma população adulta com diagnóstico
recente de DM e quais fatores diferenciam esses subgrupos. Metodologia: Foram estudados 201 pacientes com idade > 35 anos e diagnóstico recente de diabetes (média: 25 meses ± 18). Desses, 32 apresentaram anticorpos positivos-GAD, IA2 ou ambos, sendo classificados
como portadores de LADA e 169 sem anticorpos foram classificados
como pacientes com diabetes tipo 2 clássico. Resultados: Os pacientes com LADA eram mais jovens (p = 0, 035) e apresentaram menores
níveis de peptídeo C (p = 0,05), triglicerídeo (p = 0,04) e IMC (p <
0, 001) em relação aos pacientes com DM2, porém os grupos não
se diferenciaram em relação ao tempo de diagnóstico (p = 0, 086),
controle glicêmico (A1c média: 8,3 ± 2,1), HDL (HDL médio: 39,4
± 11 mg-dl) e LDL (LDL médio: 119 ± 40 mg-dl). A prevalência
de síndrome metabólica (78,6% vs. 40,6%) e HAS (63,5 vs. 21,4%)
foram menores entre os pacientes com LADA, porém a prevalência
de macroangiopatia (14,8% vs. 14,2%), nefropatia (29% vs. 17, 8%),
retinopatia (4,7% vs. 6,25%) e neuropatia (14,8% vs. 7%) não foram
diferentes entre os grupos. Conclusão: Nessa população os pacientes
com LADA apresentaram menor IMC, peptídeo C e triglicerídeos em
relação aos pacientes com DM tipo 2 clássico, porém as complicações
crônicas presentes ao diagnóstico foram semelhantes entre os grupos
e não permitiram diferenciar essa população.
PP.26 SITAGLIPTIN MORE EFFECTIVELY IMPROVED LEFT
VENTRICULAR DIASTOLIC FUNCTION COMPARED WITH
BEDTIME NPH INSULIN AS THIRD-LINE AGENT IN T2DM PATIENTS
Nogueira KC1, Fukui RT2, Correia MRS2, Rocha DM3, Santos RF4, Furtado
M5, Andrade JL5, Silva MER1
1
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(HC-FMUSP) – LIM18 – Endocrinologia e Metabologia. 2 FMUSP – Laboratório de Investigação Médica (LIM18). 3 FMUSP – Clínica Médica – Endocrinologia. 4 FMUSP –
Endocrinologia e Metabologia. 5HC-FMUSP – Serviço de Ecocardiografia do InRad
Introduction: The main goal of diabetes treatment is to obtain normal glucose levels to prevent the diabetic complications. Left ventricular diastolic dysfunction (LVDD), the pre-clinical signal of diabetic cardiomyopathy, is often observed in T2DM patients and tissue
Doppler echocardiography (TDE) is a sensitive method for its early
detection. Patients and methods: This 24-wk study compared the
effects of the dipeptidil-peptidase-4 inhibitor sitagliptin with bedtime
NPH insulin (NPH) on blood pressure (BP) and left ventricular (LV)
diastolic function in T2DM patients inadequately controlled with
metformin and glibenclamide. Thirty-five patients with similar age,
diabetes duration, BP, HbA1c and fasting glucose (FG) levels were
randomized to receive sitagliptin (SITA group, n = 18) or bedtime
NPH insulin (NPH group, n = 17) as additional treatment. Ambulatory BP monitoring and TDE were performed in 35 and 29 patients, respectively. Results: HbA1c and FG fell similarly in the SITA
group (HbA1c: 8.0 ± 0.6 to 7.3 ± 0.8%, p = 0.001/ FG:136.5 ± 30.0
to 125.6 ± 33.4 mg/dl, p = 0.037) and the NPH group (HbA1c:
8.1 ± 0.6 to 7.3 ± 0.7%, p = 0.001/ FG:159.2 ± 38.0 to 111.6 ±
30.4 mg/dl, p < 0.001). Systolic and diastolic BP did not change.
Systolic function was normal in all patients, however 53% of SITA
group and 64% of NPH group patients had LVDD. Sitagliptin promoted a greater improvement in LV diastolic function (40%) when
compared with NPH (7.1%) (p = 0.038, Χ2 test). Discussion: Our
study is the first to compare sitagliptin with bedtime NPH as a thirdline agent on metabolic control, BP and cardiovascular function of
T2DM patients. Sitagliptin and bedtime NPH were equally effective
on glucose control. However, improvement in LV diastolic function
was higher in the SITA group than in the NPH group, probably due
to the increase in GLP-1 levels, which have been associated to beneficial cardiac effects. Therefore, sitagliptin seems to be a promising
drug for the prevention of diabetic cardiomyopathy. References: 1.
Cosson S, et al. Diabetes Metab. 2003;29:455. 2. Boyer JK, et al. Am
Cardiol. 2004;93(7):870. 3. Fadini GP, et al. Vascular Pharmacology.
2011;55:10. 4. Read PA, et al. Circ Cardiovasc Imaging. 2010;3:195.
6. Lorenzo O, et al. Circulation. 2010;122:A10852. Supported by
FAPESP. Acknowledgement: Greci da Silva Paula.
PP.27 A IMPORTÂNCIA DO METABOLISMO DA GLICOSE NO
CONTROLE DAS ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO EM ILHOTAS
PANCREÁTICAS
Rebelato E1
1
Instituto de Ciências Biomédicas – Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Fisiologia e Biofísica
O aumento da glicólise nas células betapancreáticas é uma resposta
aguda e importante para o processo de secreção de insulina estimulada pela glicose (GSIS). Entretanto, em nosso estudo observamos
que ajustes no estado redox intracelular também se fazem necessários
durante esse processo, pois mesmo níveis intracelulares de peróxido
de hidrogênio atuam como inibidores do metabolismo da glicose em
ilhotas pancreáticas. Durante a exposição aguda à glicose, o aumento
na atividade da via metabólica das pentoses-fosfato (PPP), suporte antioxidante pela formação de NADPH, está associado ao controle dos
níveis das espécies reativas de oxigênio (EROS), o que favoreceria o
metabolismo da glicose e o processo de secreção de insulina. Dessa
forma, o aumento na atividade de vias de metabólicas acessórias, como
a PPP, contribui para glicólise e GSIS. Por outro lado, nos parece
que a atividade da enzima NAD(P)H oxidase também pode contribuir para o metabolismo da glicose, visto que a inibição dessa enzima
resulta no prejuízo da secreção de insulina atrelado à deficiência no
metabolismo da glicose, porém, como recentemente observamos, sem
afetar a maquinaria de exocitose em células beta, avaliado pela técnica
de patch-clamp. Apoio financeiro: FAPESP, CNPq e CAPES.
PP.28 PREVALÊNCIA DE DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA
(DAC) AVALIADA PELA ANGIOTOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA MULTISLICE EM PACIENTES DIABÉTICOS
TIPO 2 ASSINTOMÁTICOS
Tavares CAF1, Lerario AC1, Rochitte CE1, Wajchenberg BL1
1
Universidade de São Paulo (USP)
Introdução: Diabetes mellitus tipo 2 é uma doença crônica e sua prevalência aumenta continuamente em todo o mundo, atingindo proporções epidêmicas. A doença cardiovascular, especialmente DAC,
constitui-se na principal causa de mortalidade desse grupo, sendo
responsável por 75% dos óbitos. Além disso, nos diabéticos, DAC é
caracterizada por ser detectada em estágios avançados, permanecer
assintomática por longo período, desenvolver-se de forma mais precoce, acelerada e difusa do que na população geral. Objetivo: Avaliar
a prevalência de DAC em pacientes diabéticos tipo 2 assintomáticos
por meio da angiotomografia coronariana e as características das placas ateroscleróticas quanto ao grau de obstrução vascular, extensão,
morfologia, índice de Motoyama e escore de cálcio, correlacionando
esses resultados com grau de controle glicêmico desses pacientes por
meio da hemoglobina glicada. Métodos: Este estudo incluiu 54 pacientes diabéticos tipo 2 assintomáticos para DAC entre 40 e 65 anos
de idade, submetidos a anamnese e exame físico detalhados, exames
laboratoriais (glicemia de jejum, A1C, perfil lipídico e função renal),
teste ergométrico e angiotomografia coronária. Resultados: Dos 54
pacientes do estudo, n = 26 (48,2%) apresentaram DAC à angiotomografia coronária. Desse grupo com DAC, 10 (38,4%) pacientes tiveram obstrução coronariana significativa e 6 (23%) pacientes (23%)
tiveram obstrução severa. Não houve diferença significativa entre os
grupos com A1C < 7 e A1C >= 7. Foram analisados 934 segmentos coronarianos, 114 (12,2%) apresentavam placas coronarianas, das
quais 16 (14%) eram não calcificadas, 45 (39,4%) placas mistas e 53
(46,5%) placas calcificadas, sem diferença estatística entre os grupos
A1C. A distribuição do número de vasos acometidos no pacientes com
DAC foi: 1 vaso (6 casos – 23%), 2 vasos (10 casos – 38,5%), 3 vasos
(10 casos – 38,5%). Escore de cálcio (SC) = 0 foi observado em 32
S105
RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA
(59,2%) pacientes; SC entre 0,1-10 = 3 (5,5%) pacientes; SC entre
10,1-100 = 8 (14,8%); SC entre 100,1-400 = 7 (12,9%) e SC > 400
= 4 (7,4%). Índice de Motoyama com duas características positivas em
9 (16,7%) pacientes, com uma característica positiva em 12 (22,2%)
pacientes e sem nenhuma característica em 4 (7,4%) pacientes. Tabagismo, microalbuminúria + e antecedente precoce familiar para DAC
foram os fatores de risco com significância estatística entre o grupo
de pacientes com obstrução ≥ 50%. Conclusão: Grande parte dos pacientes diabéticos assintomáticos possui DAC, com maior gravidade
naqueles sem controle glicêmico. A angiotomografia, especialmente
com 320 colunas de detectores, desponta como um ótimo método de
sreening para DAC, não somente para diagnóstico da lesão mas também pela análise morfológica da placa, que nos fornece elementos de
prognóstico para eventos agudos. Esses achados indicam a necessidade
de intervenção terapêutica agressiva e precoce dos fatores de risco para
redução da morbimortalidade de DAC nos diabéticos.
PP.29 PREVALÊNCIA DE DIABETES MELLITUS, OBESIDADE E
HIPERTENSÃO ARTERIAL EM LUANDA (ANGOLA)-ÁFRICA
Evaristo Neto ADA1, Foss-Freitas MC1, Foss MC1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica
Com o objetivo de estudar a prevalência de diabetes mellitus, obesidade e hipertensão arterial numa amostra da população adulta da cidade
de Luanda – Angola, foi realizado um estudo transversal usando o
método de amostragem por conglomerados. O trabalho de campo
foi desenvolvido entre março de 2009 e abril de 2011. Foram selecionados aleatoriamente 709 indivíduos de uma área representativa
da cidade de Luanda, sendo 409 (58%) do sexo feminino. O índice de
resposta do grupo inicialmente selecionado foi de 71%. O inquérito
foi realizado em duas etapas. Na primeira etapa foi aplicado o questionário I que se destinava à coleta de informações clínicas, medição de
características antropométricas e determinação da glicemia após jejum
de, pelo menos, oito horas. Foi utilizado o método de determinação
da glicemia capilar com glicosímetro portátil. O resultado era considerado positivo se a glicemia capilar fosse ≥ 100 mg/dl (ponto de corte)
e negativo se a glicemia capilar fosse < 100 mg/dl. Os indivíduos com
diagnóstico prévio de diabetes e aqueles com glicemia capilar ≥ 200
mg/dl eram classificados como diabéticos e prescindiam da segunda
etapa. Todos os indivíduos com resultado positivo (glicemia capilar ≥
100 mg/dl, mas < 200 mg/dl) eram convocados para a segunda etapa
do inquérito (questionário II), que incluía a determinação da glicemia
capilar 2 h após ingestão de uma solução de 75 g de glicose anidra em
300 ml de água. Se a glicemia capilar pós-sobrecarga de glicose fosse <
140 mg/dl, o indivíduo era considerado normal (tolerância à glicose
normal), se ≥ 140 mg/dl e < 200 mg/dl era classificado como indivíduo com tolerância diminuída à glicose e se ≥ 200 mg/dl como indivíduo diabético. Cada sexto indivíduo com teste negativo também era
convocado para a segunda etapa. A prevalência de diabetes na amostra
estudada foi de 7,1%, e 12,9% apresentaram tolerância diminuída à
glicose. De um total de 50 diabéticos, em 32 deles (64%) o método
de diagnóstico foi por meio da glicemia em jejum e nos restantes 18
(36%) por meio do teste de tolerância oral à glicose. Vinte e três desses diabéticos (46%) eram previamente conhecidos. A frequência de
diabetes aumentou com a idade, e entre as mulheres houve um predomínio significativo da frequência na faixa 60 a 69 anos. Em ambos os
sexos, a frequência das alterações da homeostase glicêmica aumentou
com a idade. A prevalência de obesidade, sobrepeso e obesidade abdominal foi de 9,3%, 18,8% e 47,1%, respectivamente. Sobrepeso e
obesidade estão presentes na maioria do grupo de diabéticos (62%) e
dos indivíduos com tolerância diminuída à glicose (62%), assim como
a obesidade abdominal também está presente na maioria dos diabéticos (78%) e dos indivíduos com tolerância diminuída à glicose (85%).
A prevalência de hipertensão arterial foi de 21,2%. A frequência re-
S106
lativa de HAS foi maior nos diabéticos (48%) do que nos indivíduos
com tolerância diminuída à glicose (25%) e do que nos indivíduos sem
alterações da homeostase glicêmica (18%).
PP.30 COMPARAÇÃO DA VARIABILIDADE GLICÊMICA EM
PACIENTES DM1 COM ESQUEMA BASAL-BÓLUS UTILIZANDO
INSULINAS HUMANAS OU ANÁLOGAS
Merçon FG1, Sepulcre DFN, Vieira EPG2, Kishi KS, Susuki MN, Gusmão
RD2, Nakae TK, Scalissi NM1, Salles JEN1
1
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) – Disciplina de Endocrinologia. 2 FCMSCSP – Disciplina de Endocrinologia
Introdução: O controle adequado da glicemia está relacionado à diminuição de complicações crônicas no paciente com DM1, evidenciado pela hemoglobina A1c (HbA1c) inferior a 7%, menor quantidade
de hipoglicemias e menor variabilidade glicêmica. Objetivo: Comparar os pacientes com DM1 em uso de insulina humana e análogos de
insulina quanto as glicemias médias, HbA1c, risco de hipoglicemia
(por meio do LBGI – Low Blood Glucose Index) e hiperglicemia (por
meio do HBGI – Hight Blood Glucose Index) e variabilidade glicêmica
(por meio do desvio-padrão – SD. Cálculo do MAGE em andamento). Pacientes e métodos: Foram avaliados 24 pacientes com DM1
entre 2010 e 2011, orientados a realizar seis medidas de glicemia capilar diárias por um período de três semanas. Os valores de glicemia média, SD, LBGI e HBGI foram calculados pelo gerenciador de dados
Accu-Chek 360º® da Roche. Dados pessoais e de HbA1C foram coletados em prontuário médico. Utilizamos o teste de Mann-Whitney
para comparar os dados. Resultados: Os pacientes foram divididos em
dois grupos: insulina NPH basal (n = 9; idade média: 29,78 anos) x
Análogo de insulina basal (n = 15 – Detemir: 2 e Glargina: 13; idade
média: 33,27 anos). A HbA1c média do grupo NPH foi de 8,81% x
7,65% do grupo Análogo (p = 0,084). A glicemia média do grupo
NPH foi de 188,3 mg/dl x 161,5 mg/dl do grupo Análogo (p =
0,173). A média do SD do grupo NPH foi de 111,1 x 84,9 do grupo
Análogo (p = 0,031). O LBGI foi de 3,9 no grupo NPH x 2,6 no
grupo Análogo (p = 0,362). O HBGI foi de 15,2 no grupo NPH x
9,3 no grupo Análogo (p = 0,019). Discussão: O grupo NPH atingiu
uma média de HbA1c e glicemia média maior que o grupo Análogo,
porém sem significância estatística, o que pode significar que a obtenção desses parâmetros independe do esquema de insulina escolhido.
Por outro lado os valores do SD apontam favoravelmente para o grupo Análogo ao indicar menor variabilidade glicêmica. Os dados mais
atuais mostram que a variabilidade glicêmica pode implicar um risco
significante de complicações. A comparação do HBGI mostrou maior
risco de hiperglicemia no grupo em uso de NPH. O LBGI foi menor
no grupo Análogo, porém não se conseguiu mostrar superioridade de
nenhum dos tratamentos quanto ao risco de hipoglicemias. Conclusão: A análise dos dados sugere que os pacientes com DM1 tratados
com análogos de insulina basal podem apresentar menor variabilidade
glicêmica e, portanto, menor risco de complicações crônicas micro
e macrovasculares quando comparados àqueles em uso de insulina
NPH basal. Referências: 1) The Diabetes Control and Complications
Trial Research Group: The effect of intensive treatment of diabetes
on the development and progression of long term complications in
insulin-dependent diabetes mellitus. N Engl J Med. 1993;329:977-86.
2) Hirsch IB. Glycemic variability: it’s not just about A1C anymore!
Diabetes Technol Ther. 2005;7(5):780-3. 3) Risso A, Mercuri F,
Quagliaro L, Damante G, Ceriello A. Intermittent high glucose enhances apoptosis in human umbilical vein endothelial cells in culture.
Am J Physiol Endocrinol Metab. 2001;281:E924-30. 4) Kovatchev
BP, Cox DJ, Frederick LAG, Hyman DY, Schlundt D, Clarke W. Assesment of risk for severe hypoglicemia among adults with IDDM.
Diabetes Care. 1998;21(11):1870-5.
RESUMOS DE PÔSTERES
PT.001 ALTA PREVALÊNCIA DE HIPERGLICEMIA NÃO
DIAGNOSTICADA EM PACIENTES SUBMETIDOS À
CINEANGIOCORONARIOGRAFIA
Piveta VM1, Oliveira CSV1, Bittencourt CS1, Meira DM1, Souza R2, SaddiRosa P1, Alves CMR2, Reis AF1
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Centro de diabetes. 2 Unifesp –
Cardiologia
1
Introdução: A presença de hiperglicemia impacta negativamente na
prevalência e prognóstico da doença da artéria coronária (DAC). Porém, parte considerável dos pacientes, mesmo de alto risco coronariano, permanece subdiagnosticada em relação à hiperglicemia. Objetivo:
Investigar a prevalência de hiperglicemia em indivíduos submetidos à
cineangiografia. Métodos: Total de 603 indivíduos consecutivamente
submetidos à cinecoronariografia, classificados em relação à presença
de hiperglicemia: diabetes mellitus(DM)/pré-diabetes pelo antecedente conhecido da doença ou por um dos dois critérios: 1) HbA1c
(HPLC)- ≥ 5,7 e < 6,5% -pré-diabetes; ≥ 6,5%-DM; 2) glicemia de
jejum –normal até 99 mg/dl, pré-diabetes de 100 até 125 mg/dl e
DM ≥ 126 mg/dl (American Diabetes Association). Correlacionamos
o estado glicêmico (normoglicêmico, hiperglicemia atual, pregressa) e
presença de DAC (qualquer lesão visível ≥ 50% na cinecoronariografia). Excluímos da análise pacientes com insuficiência renal, doenças
inflamatórias, neoplasia conhecida ou disfunção tireoidiana. Resultados: No grupo a idade média foi de 60 + 10 anos, sexo masculino
57%. No grupo havia alta prevalência de fatores de risco cardiovascular
como dislipidemia em 93%, hipertensão arterial em 91%, sobrepeso ou
obesidade em 70%, com critérios de síndrome metabólica (IDF) em
72% dos indivíduos. Em relação à hiperglicemia: DM prévio foi observado em 40% (n = 243) e hiperglicemia recém-diagnosticada por A1c
> 5,7% em 253 indivíduos (~42% do total e em ~70% daqueles que
desconheciam o status glicêmico). Desses sem diagnóstico conhecido,
com emprego da dosagem de HbA1c encontramos pré-diabetes em
55% (n = 198) e DM em 15% (n = 55). Em relação ao diagnóstico de
DM (naqueles sem diagnóstico prévio) segundo a glicemia de jejum,
6% (n = 20) dos pacientes apresentavam níveis ≥ 126 mg/dl (sugerindo DM), 42% (n = 150) apresentavam glicemias 100-125 mg/dl (pré-diabetes) e 53% (n = 189) apresentavam glicemia de jejum normal.
DAC foi detectada em 383 (64%) do total de indivíduos. Dos pacientes com DM prévio, 67% com DAC diagnosticada, dos pacientes com
DM de diagnóstico recente ou pré-diabetes (por HbA1c), respectivamente 65% e 60% tinham DAC, e 59% dos normoglicêmicos com
DAC. Conclusões: Na população com alto risco cardiovascular encaminhada para cineangiocoronariografia, encontramos elevada prevalência de hiperglicemia (~80%) conhecida ou não. Nessa população
notamos alta prevalência de hiperglicemia não diagnosticada variando
de 47% a 70% (pré-diabetes e DM); desses, DM foi identificado em 6%
a 15 %, dependendo do critério diagnóstico empregado (glicemia de
jejum ou HbA1C respectivamente). Esse dado levanta a importância
de implementar um rastreamento sistemático para hiperglicemia nessa
população.
PT.002 MODELO ANIMAL APNEICO E SUA POSSÍVEL RELAÇÃO
COM A RESISTÊNCIA À INSULINA
Quadros CDM1, Haidar AA1, Nejm MN2, Rocha MS3, Carpinelli AR3,
Cravo SLD1, Schoorlemmer GHM1, Hirata AE1
1
Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM)
– Departamento de Fisiologia. 2 Unifesp-EPM – Departamento de Neurologia. 3
Instituto de Ciências Biomédicas – Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Departamento de Fisiologia e Biofísica
Introdução: A apneia do sono é uma cessação periódica da respiração
durante o sono e é causada pelo relaxamento da musculatura da faringe, levando ao colapso das vias aéreas. A apneia do sono obstrutiva
(ASO) está associada com obesidade, hipertensão e diabetes, os quais
são sinais de síndrome metabólica. Independente da obesidade, os
distúrbios respiratórios do sono (DRS) estão associados a deficiências
na sensibilidade à insulina, tolerância à glicose e função das células
betapancreáticas. Apesar de muitos estudos epidemiológicos mos-
trarem uma associação entre ASO e resistência à insulina, nenhuma
via foi estabelecida. Métodos: Foram utilizados ratos machos Wistar
pesando 300-500 g, os quais tiveram um cateter-balão de poliuretano implantado na traqueia e a veia femoral foi canulada. Ambos os
cateteres foram exteriorizados no dorso dos animais. Esses implantes
permitiram a indução de apneia intermitente e a remoção de amostras
de sangue em ratos conscientes. Os animais foram divididos em dois
grupos experimentais: controle (CTL) e apneico (AP). Os animais AP
foram submetidos a 8 h de apneia intermitente de 14 s a cada 2 min
e, durante o mesmo período, os ratos CTL (também com implante traqueal) estiveram sob as mesmas condições ambientais, porém
sem receber apneias. Trinta minutos após o período das apneias, os
grupos CTL e AP foram submetidos a testes de tolerância à glicose e
insulina (GTT e ITT, respectivamente) e foram coletadas amostras de
fígado, músculo e hipotálamo para avaliação fosforilação de moléculas
da via de sinalização da insulina por Western Blotting. O pâncreas foi
retirado para estudo da secreção estática de insulina e o sangue coletado para dosagem de insulina. Resultados: Na avaliação da glicemia
e insulina, obtivemos aumentos significativos (p < 0.05) no grupo AP
(CTL: 116.1 ± 1.56 e AP: 134.6 ± 6.71* N = 8/8) e (CTL: 0.643
± 0.067 AP: 1.192 ± 0.105 * N = 7/7), respectivamente. No GTT e
ITT não notamos diferença estatística na avaliação temporal da glicemia e na constante de decaimento da glicose (kITT), respectivamente,
entre os grupos CTL e AP, entretanto a insulinemia dos animais AP
foi significativamente maior. Na secreção de insulina foi observado
aumento significativo (~50%) somente na concentração 16,7 mM de
glicose. Avaliando as etapas iniciais da via de sinalização da insulina
(IR, IRS1, IRS2, PI3 e AKT), em todos os tecidos, não foi observada
diferença estatística entre os grupos, porém notamos uma tendência
à maior sensibilidade à insulina no grupo AP. Discussão: A apneia
obstrutiva, em um período de 8 h de exposição, parece induzir uma
resistência à insulina temporária, refletida pela insulinemia aumentada
nesse grupo. Possivelmente, esse aumento na insulinemia seja decorrente do aumento da glicemia no grupo AP. De fato, a secreção de insulina estimulada por alta concentração de glicose foi maior no grupo
AP quando comparado ao grupo CTL. Apesar dessas alterações, não
observamos alterações na ativação da via de sinalização de insulina.
Apoio financeiro: CAPES e FAPESP.
PT.003 EFEITO DO TRATAMENTO COM GLUTAMATO
MONOSSÓDICO NA VIA DE SINALIZAÇÃO DA LEPTINA E
INSULINA NO HIPOTÁLAMO
Yamanaka KK1, Suzuki C1, Quadros CDM1, Haidar AA1, Nejm MN2,
Rocha MS3, Carpinelli AR3, Hirata AE1
1
Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM)
– Departamento de Fisiologia. 2 Unifesp-EPM – Departamento de Neurologia. 3
Instituto de Ciências Biomédicas – Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Departamento de Fisiologia e Biofísica
Introdução: A obesidade, que é considerada um grande problema
de saúde pública e que atinge hoje proporções epidêmicas, favorece
o aparecimento de diversas doenças crônicas potencialmente letais.
Existem diversos fatores envolvidos no mecanismo dessa doença, podendo ser desde alterações genéticas, modificações de vias de regulação da ingesta alimentar até fatores externos, como a globalização do
mercado de alimentos. O presente estudo visa analisar os mecanismos hipotalâmicos envolvidos na obesidade de um modelo de animal
que são tratados no período neonatal com glutamato monossódico
(MSG). Métodos: O modelo de obesidade induzido pelo tratamento
com glutamato monossódico (MSG) foi obtido por meio da injeção
subcutânea de MSG (4 mg/g) no período neonatal. O grupo controle
(CTL) recebeu igual volume de solução fisiológica. Aos 3 meses de
idade dos animais, o modelo experimental foi caracterizado por meio
de medidas de consumo alimentar, peso corpóreo, glicemia, peso do
tecido adiposo epipidimal (g/100 g) e teste de tolerância à insulina/
ITT (%/min). Os animais foram sacrificados e o hipotálamo retirado
para avaliação da expressão proteica por Western blotting. Resultados: O tratamento neonatal com MSG foi eficaz para reproduzir o
S107
RESUMOS DE PÔSTERES
modelo de obesidade experimental em que os animais são normofágicos, apresentam peso corpóreo semelhante aos CTLs, normoglicêmicos, apresentam maior coxim adiposo (CTL: 1,45 ± 0,11 x MSG: 2,04
± 0,18; p < 0,02), bem como resistência insulínica (Kitt: CTL: 5,24 ±
0,44 X MSG: 2,88 ± 0,31 p < 0,05). Os animais MSG apresentaram
redução da expressão proteica do NPY em comparação com os CTL.
Por outro lado, a fosforilação do receptor da leptina e o conteúdo de
PI3-quinase apresentaram-se aumentados significativamente no grupo MSG, porém a fosforilação do IRS1 em serina e o conteúdo de
IKKbeta foram significativamente menores nesses animais. Discussão:
O modelo de obesidade induzido pelo tratamento com glutamato
monossódico apresenta diversas alterações metabólicas, entre elas o
aumento no mecanismo indutor de lipogênese e a resistência periférica à ação da insulina. Entretanto, mecanismos que determinam a
resistência hipotalâmica tanto à ação da leptina quanto à ação da insulina ainda não haviam sido investigados. Considerando os resultados
obtidos, observamos que os animais MSG não apresentam resistência
hipotalâmica a esses hormônios, apesar de apresentarem adiposidade
acentuada e resistência periférica à ação da insulina. Possivelmente,
a obesidade desse modelo não é decorrente de alterações centrais.
Apoio financeiro: CAPES e FAPESP.
PT.004 ANÁLISE DA EXPRESSÃO PROTEICA DE FATORES PRÓINFLAMATÓRIOS EM HIPOTÁLAMO DE MODELO DE OBESIDADE
EXPERIMENTAL INDUZIDO POR GLUTAMATO MONOSSÓDICO
Suzuki C1, Yamanaka KK1, Quadro, CDM, Haidar AA1, Nejm MN1,
Rocha MS, Carpinelli AR2, Hirata AE1
1
Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM) –
Departamento de Fisiologia. 2 Instituto de Ciências Biomédicas – Universidade de
São Paulo (ICB-USP) – Departamento de Fisiologia e Biofísica
Introdução: A obesidade é caracterizada pelo desequilíbrio do controle homeostático da ingestão alimentar, seja pelo excesso do consumo de calorias e/ou pela inatividade física, que compromete o individuo no âmbito psicológico e social. Sua alta relação com o aumento
da morbimortalidade, devido à associação com doenças que compõe a
síndrome metabólica e doenças cardiovasculares, faz com que ela seja
classificada como um grave problema de saúde pública. Além disso, a
obesidade promove aumento das concentrações circulantes de diversas
citocinas pró-inflamatórias. Essas ainda induzem a produção de EROS
via ativação da NAD(P)H oxidase e esta é capaz de ativar a transcrição
de diferentes genes pró-inflamatórios. Estudos têm demonstrado que
o estresse oxidativo é um elo importante entre obesidade, resistência
à insulina e alterações endoteliais, sendo responsável pela ativação da
via inflamatória. Métodos: O modelo de obesidade induzido pelo tratamento com glutamato monossódico (MSG) foi obtido por meio da
injeção subcutânea de MSG (4 mg/g) no período neonatal. O grupo
controle (CTL) recebeu igual volume de solução fisiológica. Aos 3
meses de idade dos animais, o modelo experimental foi caracterizado
por meio de medidas de consumo alimentar, peso corpóreo, glicemia,
peso do tecido adiposo epipidimal (g/100 g) e teste de tolerância à
insulina/ITT (%/min). Os animais foram sacrificados e o hipotálamo
retirado para avaliação da expressão proteica por Western blotting.
Resultados: O tratamento neonatal com MSG foi eficaz para reproduzir o modelo de obesidade experimental em que os animais são
normofágicos, apresentam peso corpóreo semelhante aos CTL, normoglicêmicos, apresentam maior coxim adiposo (CTL: 1,45 ± 0,11 x
MSG: 2,04 ± 0,18; p < 0,02), bem como resistência insulínica (Kitt:
CTL: 5,24 ± 0,44 x MSG: 2,88 ± 0,31 p < 0,05). Não houve diferenças significativas quanto à fosforilação da JNK e p38 MAPK ou
da expressão proteica da subunidade gp91phox da enzima NAD(P)H
oxidase. Discussão: Baseando-se nos resultados encontrados, podemos, até o momento, dizer que a obesidade induzida pelo MSG não
apresenta perfil inflamatório no hipotálamo, ao contrário de outros
modelos de obesidade experimental. É possível que nossa amostragem
ainda seja insuficiente, mas outros experimentos serão conduzidos a
fim de elucidar tal hipótese. Neste modelo, observamos a resistência
insulínica e a obesidade que não é decorrente de hiperfagia, caracterísS108
tica dos demais modelos de obesidade. É possível especular que os mecanismos hipotalâmicos de controle da homeostase dos animais MSG
ainda estejam preservados nessa fase de desenvolvimento da obesidade
e não estejam interferindo diretamente na resistência periférica encontrada nesses animais. Outras abordagens experimentais são necessárias
para o melhor entendimento do mecanismo pelo qual esse modelo
desenvolve aumento da adiposidade e resistência insulínica. Apoio financeiro: CAPES e FAPESP.
PT.005 ENVELHECIMENTO E L-ARGININA CRONICAMENTE
MODULAM A EXPRESSÃO DA BMP-9 EM TECIDO HEPÁTICO DE
RATOS
Bispo MO1, Menezes JGK1, Sena CMS1, Luiz RGS1, Pantaleão LC1,
Schelles C1, Castro-Barbosa T2, Cogliati B3, Dagli MLZ3, Lellis-Santos C2,
Nunes MT2, Bordin S2, Caperuto LC1
1
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Campus Diadema – Departamento de Ciências Biológicas. 2 Universidade de São Paulo (USP) – Departamento de
Fisiologia e Biofísica. 3 USP –Departamento de Patologia
Introdução: As proteínas BMPs são uma subclasse da superfamília
dos fatores de crescimento e transformação (TGF-beta), com papel
central na diferenciação e crescimento celular. A proteína BMP-9 foi
identificada como potencial alvo terapêutico para o Diabetes mellitus
tipo 2 (DM2), já que o tratamento in vivo com BMP-9 reduziu a
glicemia tanto de ratos normais quanto de ratos diabéticos. A proteína
BMP-9 é um fator produzido pelo fígado de mamíferos como um
pré-peptídeo (47kDa), com ação autócrina e endócrina após o processamento (13kDa). Nossos estudos de regulação da expressão da
BMP-9 mostram que esse hormônio é regulado em alguns modelos
de resistência à insulina. Arginina é um aminoácido condicionalmente essencial dos mais versáteis. Os efeitos da ingestão de L-arginina
são controversos com relação ao metabolismo glicêmico. Em ratos, a
suplementação crônica com 35 mg/dia de L-arginina leva ao desenvolvimento de resistência à insulina, hiperinsulinemia e aumentados
níveis de hormônio do crescimento (GH). UM modelo que cursa com
resistência à insulina e baixos níveis de GH é o envelhecimento. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a expressão da BMP-9 em
dois modelos de resistência à insulina com diferentes níveis de GH:
ratos envelhecidos e ratos suplementados com L-arginina. Métodos:
O metabolismo glicêmico foi avaliado pelo ITT em ratos Wistar machos envelhecidos (50 sem) e ratos Wistar machos (8 sem) suplementados cronicamente com diferentes doses de L-arginina: 35, 70 e 140
mg por dia por 30 dias. Foi avaliada a expressão gênica e proteica da
BMP-9 no fígado mediante RT-PCR e Western Blotting. Resultados:
Os animais suplementados não apresentaram variação no crescimento
após o tratamento, demonstrando que não houve desenvolvimento de
obesidade durante a suplementação. Os animais apresentaram resistência à insulina na dose de 35 mg (CTL = 4,04 ± 0,24; A35 = 2,47 ±
0,31; A70 = 3,45 ± 0,45; A140 = 3,11 ± 0,35; p > 0,05), assim como
o envelhecimento (CTL = 3,30 ± 0,11; 50 sem = 2,07 ± 0,05; p >
0,05). O modelo de suplementação com L-arginina não apresentou
diferença na expressão gênica da BMP-9 em nenhuma das doses, enquanto o modelo de envelhecimento apresentou diminuição (CTL =
1,74 ± 0,03; 50 sem = 1,12 ± 0,01; p > 0,05). A expressão da proteína
precursora ou não processada da BMP-9 encontra-se inalterada em
todas as doses de suplementação, enquanto o envelhecimento apresenta aumento significativo na expressão dessa proteína (CTL = 3085
± 557; 50 sem = 11064 ± 1624; p > 0,05). A proteína processada
ou madura, de 13 kDa e que é a forma ativa, apresenta aumento na
suplementação com 35 mg (CTL = 8207 ± 621; A35 = 11166 ± 723;
p > 0,05), assim como o envelhecimento (CTL = 1126 ± 105; 50 sem
= 2371 ± 68; p > 0,05). Discussão: A expressão gênica e proteica da
BMP-9 apresenta diferentes regulações em dois modelos de resistência
à insulina que cursam com diferentes níveis de GH. Essa modulação
da expressão dessa proteína pode participar na resistência à insulina
observada nos modelos. A atuação do GH de maneira importante
nesses processos é uma hipótese que será avaliada. Apoio financeiro:
FAPESP e CNPq.
RESUMOS DE PÔSTERES
PT.006 EFEITO DO CAROTENOIDE FUCOXANTINA ASSOCIADO
À VITAMINA C NA FUNÇÃO DE NEUTRÓFILOS HUMANOS IN
VITRO
Morandi AC1, Molina N1, Guerra BA1, Bolin AP1, Otton R1
1
Universidade Cruzeiro do Sul – Laboratório de Fisiologia Celular
Introdução/Objetivo: Os neutrófilos são células do sistema imune
inato que respondem rapidamente a estímulos inflamatórios. Essas
células possuem como função principal a defesa do organismo contra patógenos ou antígenos por meio da fagocitose e de processos
que envolvem a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs).
Quando a inflamação se torna persistente, como no diabetes, na arteriosclerose, na obesidade e nas doenças cardiovasculares, a ativação
dos neutrófilos e a produção de EROs se fazem constantes, o que
pode acarretar danos em biomoléculas, afetando a integridade celular
e tecidual. Assim, como uma alternativa de minimizar o efeito prejudicial de EROs a suplementação com antioxidantes exógenos pode
oferecer um suporte satisfatório ao sistema antioxidante endógeno.
A fucoxantina (FUCO) é um carotenoide presente em algas marrons que tem demonstrado exercer funções biológicas, em particular,
ações antioxidante e anti-inflamatória. A vitamina C atua como cofator em processos metabólicos e também exerce papel antioxidante.
Nosso estudo caracterizou in vitro as ações moduladoras da FUCO
isoladamente e associada à vitamina C sobre a função de neutrófilos
humanos. Métodos: Neutrófilos foram coletados do sangue periférico de indivíduos saudáveis e isolados utilizando-se um gradiente de
densidade (Histopaque 1.077), contados (câmara de Neubauer) e direcionados para tratamento agudo ou para cultura de 18h. Os ensaios
realizados foram: viabilidade celular (exclusão de tripan blue); fagocitose; produção de EROs por lucigenina/DHE (O2-.); DCFH-DA
(ERO-H2O2); mieloperoxidase (MPO); ácido hipocloroso (HOCl);
atividade da G6PDH e liberação de citocinas pró-inflamatórias por
ELISA (TNF-α; IL-6). As células foram estimuladas com PMA (20
ng/well) ou desafiadas com partículas de zimosan opsonizadas (5 x
106/well). As concentrações utilizadas foram 2 µM de FUCO e 100
µM de vitamina C. Resultados: As concentrações de 2 µM de FUCO
e 100 µM de vitamina C não alteraram significativamente a viabilidade dos neutrófilos. O escore de fagocitose aumentou nos grupos Fc
(34%); Vit.C (47%) e Fc + Vit.C (39%) em relação ao controle. Observamos que a produção de EROs foi diminuída significativamente
na presença da FUCO em relação ao controle estimulado nos ensaios
de DHE, lucigenina, DCFH-DA, MPO e HOCl, respectivamente em
20%, 57%, 34%, 46% e 29%. Essa redução se revelou, na maior parte
dos ensaios, mais intensa na associação desse carotenoide com vit. C,
quando comparada ao grupo controle estimulado em 65%, 54%, 59%,
77% e 26%, respectivamente. Houve um aumento significativo na atividade da G6PDH no grupo Fc (24%) e Fc + Vit.C (24%) em relação
ao controle e uma redução na liberação de TNF-α para os níveis basais
na presença de ambos antioxidantes. A IL-6 reduziu 37% no grupo Fc
e 47% no grupo Vit.C. Discussão: Apesar da presença da Fuco e de
sua associação com a vit.C reduzirem a produção de EROs, a capacidade fagocítica não foi prejudicada. A ação antioxidante da FUCO foi
acompanhada pelo aumento da atividade da G6PDH, o que indica
uma possível relação desse carotenoide com o aumento da produção
do cofator NADPH, que atua em processos de óxido-redução. Além
disso, a Fuco e a vit.C revelam possuir atividade anti-inflamatória pela
redução de TNF-α e IL-6. Esses resultados demonstram um papel
imunomodulatório da FUCO associada a vitamina C. Suporte financeiro: FAPESP 2011/00880-5; 2009/14382-7.
PT.007 EFEITO MODULADOR DA ASTAXANTINA EM
NEUTRÓFILOS HUMANOS TRATADOS COM UMA MISTURA DE
ÁCIDOS GRAXOS
Albuquerque KFFS1, Oliveira FA1, Campoio TR1, Otton R1
1
Universidade Cruzeiro do Sul – Laboratório de Fisiologia Celular
Introdução/Objetivo: O diabetes mellitus tipo II é caracterizado
pela resistência à insulina, que leva a um aumento na glicemia e na
concentração sérica de ácidos graxos livres. Os ácidos graxos (AG)
têm sido descritos como moduladores da resposta imune, prejudicando as funções celulares e, consequentemente, a resposta inflamatória
e imune. Neutrófilos são células do sistema imune inato, formando
a primeira linha de defesa do organismo contra patógenos. O déficit
nas funções dessas células pode contribuir para a piora do estado diabético, tendo em vista o aumento no número de infecções associadas.
A astaxantina (ASTA) é um carotenoide que mostra potentes propriedades farmacológicas, entre elas anti-inflamatória e antioxidante.
O estudo tem por objetivo avaliar in vitro as funções de neutrófilos
humanos tratados com uma mistura de AG e o possível efeito modulador da ASTA com o tratamento com AG. Métodos: Neutrófilos
foram obtidos do sangue periférico de indivíduos saudáveis. Após isolamento utilizando um gradiente de densidade (Histopaque 1.077),
os neutrófilos foram ressuspendidos em médio RPMI 1640. As células (1 x 106/ml) foram tratadas agudamente com AG (0,3 mM)
na presença ou ausência de 2 μM de ASTA solubilizada em DMSO.
Os grupos foram: controle (sem tratamento), AG, ASTA+AG, ASTA.
Os seguintes ensaios foram realizados: capacidade fagocítica de neutrófilos desafiados com partículas opsonizadas de zimosan, atividade
da enzima mieloperoxidase (MPO), atividade da enzima G6PDH,
produção de ácido hipocloroso (HOCl), produção de ânion superóxido (O2- – sonda fluorescente DHE), peróxido de hidrogênio (H2O2
– sonda fluorescente DCFH-DA), óxido nítrico (NO – reagente de
Griess), mobilização de Ca2+ intracelular ( sonda fluorescente Fura
2-AM) e liberação de IL-1β após 18h de cultura (método de ELISA).
Resultados: A mistura de AG causou um aumento significativo na
produção de O2-, óxido nítrico, na mobilização de Ca2+ intracelular e
na atividade da G6PDH. Promoveu uma redução significativa na produção de peróxido de hidrogênio, diminuindo a atividade da MPO, a
produção de HOCl, a liberação de IL-1β e a capacidade fagocítica de
neutrófilos quando comparado ao grupo controle. A adição de ASTA
(2 µM) reduziu significativamente a produção de ânion superóxido,
aumentou a produção de HOCl, restaurou a capacidade fagocitária
de células tratadas com AG​​, efeito esse independente da liberação de
cálcio. Não houve diferença significativa nos ensaios da atividade da
MPO, NO e Ca2+ intracelular entre os grupos AG e AG+ASTA. Discussão: Com base nesses resultados, pode-se concluir que a mistura
de AG induz um enorme estresse oxidativo em neutrófilos, o que
ocasionou uma alteração nas funções dessas células evidenciado pela
diminuição da capacidade fagocítica, microbicida (redução de HClO
e atividade da MPO) e pela liberação de IL-1β. Contudo a adição da
ASTA foi capaz de restaurar parcialmente as alterações observadas.
Apoio financeiro: FAPESP (2009/14382-7), CNPq, Universidade
Cruzeiro do Sul.
PT.008 IMPACTO DO CAROTENOIDE FUCOXANTINA
ASSOCIADO À VITAMINA C NA FUNÇÃO DE LINFÓCITOS
HUMANOS IN VITRO
Molina N1, Otton R1, Morandi AC1, Bolin AP1
1
Universidade Cruzeiro do Sul – Laboratório de Fisiologia Celular
Introdução: Indivíduos obesos apresentam risco significativo de
desenvolver diabetes, contudo a perda de peso pode diminuir a resistência insulínica e melhorar a resposta das células betapancreáticas
à glicose. Alterações metabólicas características da obesidade podem
acarretar a ativação de células de defesa de modo contínuo e desordenado, favorecendo uma maior produção de espécies reativas de oxigênio (ERO). De fato, estudos demonstram que os níveis de ERO
estão aumentados na obesidade e síndrome metabólica, e a redução
desses compostos foi observada com a perda de peso. A fucoxantina
(FUCO) é um carotenoide derivado de algas que tem sido amplamente estudado pela sua potente ação antioxidante, anticancerígena e
antiobesidade. Portanto, esse trabalho tem como objetivo compreender a ação específica da FUCO associada ou não à Vit.C na produção
de ERO em linfócitos de indivíduos saudáveis. Métodos: Os linfócitos foram obtidos do sangue periférico de indivíduos saudáveis. Após
isolamento, as células foram cultivadas (5 x 105) em meio de cultura
S109
RESUMOS DE PÔSTERES
RPMI 1640 na presença ou ausência de 2 μM de FUCO e 100 μM
de vitamina C por 24h. Os seguintes grupos foram formados: controle (sem tratamento), FUCO, FUCO+Vit.C e Vit.C. Os seguintes
ensaios foram realizados: avaliação dos danos oxidativos em proteínas
(carbonilas e grupos tióis proteicos), análise das respostas enzimáticas (glutationas peroxidade e redutase, SOD Mn e SOD total, catalase), produção de óxido nítrico (reagente de Greiss), peróxido de
hidrogênio (reagente fenol vermelho e sonda DCFH-DA) e ânion
superóxido (ensaio dihidroetidina), avaliação da capacidade proliferativa e da atividade da enzima G6PDH. Resultados: Na avaliação da
capacidade proliferativa de linfócitos, apenas o grupo FUCO+Vit.C
diminuiu a proliferação em relação ao controle. No ensaio da sonda DHE, os grupos Vit.C e FUCO+ Vit.C, ambos com PMA, diminuíram a produção desse radical em relação aos grupos controle
estimulado e FUCO, respectivamente. Na avaliação da produção de
H2O2, o grupo FUCO+Vit.C estimulado diminuiu a produção de
H2O2 em relação ao grupo controle estimulado, enquanto o grupo
FUCO aumentou a produção. A produção de NO foi aumentada nos
grupos FUCO e Vit.C estimulados, enquanto o grupo FUCO+Vit.C
diminuiu comparado ao grupo FUCO. Nos danos oxidativos (tióis e
carbonilas), nenhum dos grupos apresentou diferença significativa.
A atividade das enzimas glutationa peroxidase e redutase foi diminuída nos grupos FUCO e FUCO+Vit.C. A atividade da G6PDH
aumentou nos grupos Vit.C e FUCO+Vit.C em relação ao controle
e FUCO. A atividade da enzima SOD Mn foi aumentada no grupo
FUCO+Vit.C em relação aos outros grupos, enquanto a atividade
da enzima SOD total foi aumentada nos grupos FUCO e Vit.C em
relação ao controle. A associação de FUCO+Vit.C diminuiu significativamente a atividade da SOD total em relação ao grupo FUCO.
Discussão: De maneira geral, nossos resultados mostram que a associação de FUCO com Vit. C apresenta melhor efeito antioxidante sobre os linfócitos do que a FUCO ou a vitamina C isoladamente. Em
alguns experimentos, a FUCO parece apresentar efeito pró-oxidante
em vez de antioxidante. Isso demonstra que, mesmo sendo um carotenoide, a dose é importante para determinar uma ação antioxidante
do composto. Suporte financeiro: FAPESP 09/14382-7; Bolsa IC
CNPq:113440/2011-1.
PT.009 PRE-EMBRYO, EMBRYO AND FETAL VIABILITY IN
STREPTOZOTOCIN-INDUCED MILD DIABETIC RATS
Damasceno DC1, Sinzato YK1, Dallaqua B1, Saito FH1, Bueno A1, Iessi
LI1, Corvino SB1, Netto AO1, Gallego FQ1, Serrano RG1, Volpato GT1,
Calderon IMP1, Rudge MVC1
1
Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Programa de Pós-graduação em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia
Background: Maternal diabetes during pregnancy is known to increase the risk of reproductive anomalies, miscarriage, congenital
malformation, as well as fetal mortality and morbidity (Eriksson
et al. Congenital malformations in offspring of diabetic mothersanimal and human studies. Rev Endocr Metab Disord. 2003;4:79).
We aimed at evaluating the effects of maternal diabetic environment
on reproductive outcome, especially on pre-embryo, embryo and
fetal viability. Methods: Mild diabetes (MD – glycemia 120-300
mg/dl)) was induced at birth, in female newborns (NB) by 100
mg/kg streptozotocin) subcutaneous injection (Sinzato et al. Braz
J Med Biol Res. 2011;44:206). At adulthood, the rats were distributed into four experimental groups (12 rats each) according to time
of sacrifice: ND = non-diabetic killed at day 4 of pregnancy (ND4);
ND = non-diabetic killed at day 21 (ND21); D = diabetic killed
at day 4 (D4); D = diabetic killed at day 21 (D21). Glycemia was
measured at early and late pregnancy in all groups. In both ND4 and
D4, the uterus was removed and blastocysts were collected after sacrifice for embryo count in phase-contrast microscopy (Damasceno
et al. Rev Bras Toxicol. 1999;12:47). In ND21 and D21, uterus
weight was measured and live fetuses, implantation sites, resorption and corpora lutea were counted to investigate embryo and fetal
competence. Results/Discussion: Mean glycemia in diabetic rats
S110
was significantly higher than in nondiabetic rats (p < 0.05). On day
5 of pregnancy, the number of morulas and embryos classified as
non-viable was higher, whereas blastocyst percentage (17.1%) was
lower in D4 rats as compared with ND4 (59.0%) rats, indicating development delay. Moreover, as the number of embryos classified as
non-viable increased, embryonic viability dropped. Mean total cell
count in D4 was lower than in ND4 morulas. Studies have shown
that there is an inverse association between in vitro glucose levels
and the number of expanded/hatching blastocysts, suggesting that
hyperglycemia impairs early embryogenesis in the preimplantation
period resulting in embryonic loss (Moley et al. Semin Reprod Med.
1999;17:137; Fraser et al. Hum Reprod. 2007;22:3059). In D21
rats, there was significant reproductive outcome impairment, accompanied by a decrease (p < 0.05) in the numbers of implantations, live fetuses, as well as in fetal viability rate, while resorption
rate was higher than in ND21. Conclusion: In contrast to in vitro
models, in vivo experimentation allowed us to investigate the influence of maternal hyperglycemia on early embryo development
levels integrally. Our results showed that preimplantation embryo
development delay and increase in the number of non-viable preimplantation embryos are associated with diabetes, and that this early
damage affected embryo and fetal viability. Therefore, raising awareness concerning the importance of glycemic control since early pregnancy is of essence. Financial support: FAPESP/BRAZIL (Grant
number: 2009/14147-8).
PT.010 URETHRAL STRIATED MUSCLE ATROPHY AND FIBROSIS
INDUCED BY DIABETES IN ADULT FEMALE RATS
Piculo F1, Marini G1, Santos SAA2, Barbosa AMP1, Matheus SMM3,
Felisbino SL2, Calderon IMP1, Rudge MVC1, Damasceno DC1
1
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Laboratório Pesquisa Experimental de
Ginecologia e Obstetrícia – Programa de Pós-Graduação em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia. 2 Instituto de Biociências de Botucatu da UNESP – Departamento de Morfologia. 3 Instituto de Biociências de Botucatu, da UNESP – Departamento
de Anatomia
Introduction: Diabetes mellitus is associated with high levels of urinary incontinence and pelvic floor muscle dysfunction in women
(Holroyd-Leduc et al. JAMA. 2004;291:986). Therefore the aim
of this study was to assess morphological alterations of urethral striated muscle in diabetic rats, with emphasis on the urethral striated
muscle atrophy and collagen fibers deposition. Methods: Ten female 3-months-old Wistar rats were distributed in two experimental
groups (n = 5 animals/group): virgin (control) and diabetic virgin.
Diabetes was intravenously induced by streptozotocin (40 mg/kg)
to produce a permanent severe hyperglycemic state (more than 400
mg/dl) for 28 days. The rats were killed and the urethra and vagina
were removed as a unit. Urethras were processed for histology and
4-µm paraplast sections were stained by: picrosirius (for total collagen
fibers) and by Gomori’s reticulin (was used to stain type III collagen
fibers black (silver impregnated) and type I fibers yellow). Picrosiriusstained sections were used to assess collagen fiber area (%). Results:
Urethral striated muscle fiber diameter was reduced in diabetic rats
compared to controls. The average total collagen fiber area around
the urethral striated muscle was 19.2% in the virgin group and 29.5%
in the diabetic virgin group. Gomori’s reticulin analysis showed increased type I collagen fiber (yellow staining) area in diabetic rats.
Discussion: Our results were in agreement with several studies that
indicate that hyperglycemia impairs the structure at the urethral striated muscle and increases the deposition of collagen fibers around
this muscle (Falconer et al. Acta Obstet Gynecol Scand. 1998;77:95;
Mitrano et al. Int Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct. 2010;21:241;
Takano et al. Int Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct. 2010;21:705).
These changes may be associated with the high prevalence of urinary
incontinence and pelvic floor muscle dysfunction in women with diabetes. Financial support: FAPESP (Grant Number 2010/10740-3)
and CNPq (Projeto Universal).
RESUMOS DE PÔSTERES
PT.011 HEAT SHOCK PROTEIN PRODUCTION AND ALTERED
FETAL DEVELOPMENT IN DIABETIC PREGNANT RATS
Sinzato YK, Saito FH1, Dallaqua B1, Rudge MV1, Witkin SS2, Linhares IM3,
Damasceno DC1
1
Faculdade de Medicina de Botucatu Universidade Estadual Paulista (UNESP)
– Departamento de Ginecologia e Obstetrícia. 2 Division of Immunology and
Infectious Diseases – Weill Cornell Medical College – Department of Obstetrics and
Gynecology. 3 Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP)
– Departamento de Ginecologia
Introduction: Heat shock proteins (hsp) play a crucial role in embryofetal development and they are involved in the every stage of
the reproductive process (Luft and Dix. Cell Stress Chaperones.
1999;4:162; Neuer et al. Hum Reprod Update. 2000;6:149; Zhong
et al. Cell Stress Chaperones. 2011;15:335). In vitro studies showed
that introduction of antibodies anti-hsp60 and anti-hsp70 significantly inhibited further embryo development (Neuer et al. Hum Reprod.
1998;14:987; Matwee et al. Mol Hum Reprod. 2001;7:829). Besides,
there is increasing evidence that hsp70 and hsp60 expression is intimately involved with hyperglycemia and diabetes mellitus (Calabrese
et al. Cell Stress Chaperones. 2007;12:299; Chung et al. Proc Natl
Acad Sci USA. 2008;105:1739). In the present study, we evaluated an
association between the concentrations of heat shock proteins (hsp60
and hsp70) and their respective antibodies, alterations in maternal
reproductive performance and fetal malformations in pregnant rats
with hyperglycemia. Methods: Mild diabetes (MD) or severe diabetes (SD) was induced in Sprague-Dawley rats using beta-cytotoxic
agent (streptozotocin) prior to mating. The non-diabetic rats (ND
= control) given vehicle (citrate buffer). Glycemia levels were measured during pregnancy. On day 21 of pregnancy (at term), maternal
blood collected for determination of heat shock proteins and their
antibodies; and fetuses were weighed and analyzed for congenital malformations. Results and discussion: The blood glucose mean (mg/
dl) during pregnancy was higher in the mild diabetic rats (107.79 ±
23.95) and severe diabetic rats (469.92 ± 68.03) compared to the
control rats (89.33 ± 11.57, p < 0.05). Hsp and anti-hsp levels were
positively correlated with glycemic mean, suggesting that hsp60 and
hsp70 and their respective antibodies could be used as markers of hyperglycemia intensity. Considering the fetal development, there was a
positive correlation between hsp60 and hsp70 levels and total number
of malformations (R = 0.5908, P = 0.0024; R = 0.4877, P = 0.0134,
respectively) and number of malformations per fetus (R = 0.6103, P =
0.0015; R = 0.4875, P = 0.0134, respectively). However, anti-hsp60
concentration was positively correlated with the number of malformations per fetus (R = 0.3887, P = 0.0451) and anti-hsp70 level correlated with the total number of malformations (R = 0.3999, P = 0.0387).
Moreover, both hsp and anti-hsp showed negative correlations with
fetal weight. In conclusion, the results showed that hsp60 and hsp70
levels and their antibodies are associated with impaired fetal development and growth in pregnancies associated with diabetes. Acknowledgements: We are grateful to Dr. Maria Terezinha Serrão Peraçoli
for assistance and helpful discussions. The financial support of CAPES
(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) is
gratefully acknowledged.
PT.012 NF-KAPPAB AND SREBP-1 PARTICIPATES IN THE
MODULATION OF Slc2a4 GENE BY CANNABINOID CB1
RECEPTOR IN 3T3-L1 ADIPOCYTES
Furuya DT , Poletto AC , Freitas HS , Machado UF
1
1
1
1
1
Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica
Introduction: Evidences have suggested that the endocannabinoid
system is overactive in obesity, resulting in enhanced endocannabinoid levels in both circulation and visceral adipose tissue. The cannabinoid CB1 receptor is expressed in the adipose tissue besides the
brain. The blockade of cannabinoid receptor type 1 (CB1) has been
proposed for the treatment of obesity. Besides loss of weight, the CB1
antagonism improves insulin sensitivity, in which the glucose transporter GLUT4 plays a key role. The objective of the present study was
to investigate the CB1 receptor modulation on glucose transporter
GLUT4 expression, which is encoded by the Slc2a4 gene, and the
related transcriptional mechanisms. Methods: 3T3-L1 adipocytes
were incubated in the presence of a selective antagonist of CB1 receptor, AM251 [1-(2,4-Dichlorophenyl)-5-(4-iodophenyl)-4-methyl-N1-piperidinyl-1H-pyrazole-3-carboxamide]. After 4 or 24 hours, cells
were harvest to evaluate GLUT4 mRNA (Real Time PCR) or protein
(Western blotting), and NF-kappaB and SREBP-1 activation specifically on the promoter of Slc2a4 gene (EMSA). Results: It was found
that both acute and chronic treatment with AM251greatly increased
GLUT4 mRNA and protein content. Moreover, the activity of NFkB was significantly decreased by acute and chronic treatment with
AM251. On the other hand, the activity of SREPB-1was significantly
increased by chronic treatment with AM251. Discussion: The blockade of CB1 receptor results in upregulation of GLUT4 expression in
adipocytes. Considering that NF-kB represses the Slc2a4 gene, it is
reasonable that the blockade of the CB1 receptor should enhance the
Slc2a4 gene expression for decreasing the binding activity of NF-kB.
Inversely, the blockade of CB1 receptor increases the binding activity
of SREBP-1, a positive regulator of Slc2a4 gene expression, and consequently upregulating the expression of Slc2a4 gene. In conclusion,
both NF-kB and SREBP-1 participates in the modulation of Slc2a4
gene by CB1 receptor in adipocytes (08/09194-4 and 07/50554-1).
PT.013 O RECEPTOR CANABINOIDE CB1 AUMENTA O
CONTEÚDO DE mRNA E PROTEÍNA GLUT4 EM CÉLULAS
MUSCULARES L6
Hinz LR1, Machado UF1, Furuya DT1
1
Universidade de São Paulo (USP) ­– Fisiologia e Biofísica
Introdução: Na obesidade, o sistema endocanabinoide encontra-se
hiperativado, resultando em aumento dos níveis de endocanabinoides
circulantes. O receptor canabinoide CB1 parece estar envolvido na
captação de glicose, no entanto nada se sabe a respeito da possível
regulação em células musculares desse receptor sobre a expressão do
transportador de glicose GLUT4, que é codificado pelo gene Slc2a4.
O objetivo do presente trabalho foi investigar a modulação da expressão do gene Slc2a4 pelo receptor CB1 em células musculares. Métodos: Células musculares da linhagem L6 foram incubadas na presença
do agonista seletivo do receptor CB1 (ACEA, araquidonil-2-cloroetilamina) e/ou antagonista seletivo para o receptor CB1, AM251
[1-(2,4-diclorofenil)-5-(4-iodofenil)-4-metil-N-1-piperidinil-1H-pirazol-3-carboxamida]. Após quatro horas de tratamento, amostras
de células foram coletadas para a avaliação de mRNA do gene Slc2a4
(Real Time PCR) e proteína (Western blotting) GLUT4. Resultados:
O tratamento com o agonista ACEA, sem ou com a presença do antagonista AM251, não alterou o conteúdo do mRNA de Slc2a4 e nem
da proteína GLUT4. No entanto, o tratamento com somente AM251
aumentou expressivamente o conteúdo do mRNA de Slc2a4 e da proteína GLUT4. Discussão: O bloqueio do receptor canabinoide CB1
aumenta expressivamente a expressão do gene Slc2a4 em células musculares L6. Experimentos adicionais são necessários para desvendar
os mecanismos transcricionais envolvidos nessa modulação. FAPESP
(11/05715-2, 08/09194-4, 07/50554-1).
PT.014 ASSOCIAÇÃO DE INSULINA COM AGONISTAS
DE PPAR-GAMA E/OU ALFA MODULA A EXPRESSÃO
DOS TRANSPORTADORES DE GLICOSE E DAS ENZIMAS
GLICONEOGÊNICAS EM CÓRTEX RENAL DE RATOS
DIABÉTICOS INSULINOPÊNICOS
Okamoto MM1, David Silva A1, Marques MFS1, Sabino-Silva R2, Freitas
Ribeiro H1, Machado UF1
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP). 2
Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
1
Introdução: Estudos têm demonstrado que agonistas de PPAR-alfa e
gama desempenham papel relevante no tratamento da nefropatia diabética. Investigamos o efeito da pioglitazona (agonista PPAR-gama) e
S111
RESUMOS DE PÔSTERES
do fenofibrato (agonista PPAR-alfa), em associação com insulina, sobre a expressão de transportadores de glicose e das enzimas gliconeogênicas em córtex renal de ratos diabéticos insulinopênicos. Métodos:
Ratos machos Wistar receberam injeção endovenosa de aloxana aos 3
meses de idade e após três semanas, ratos diabéticos foram tratados
com salina (DS), insulin (DI- 4U/dia), insulina + pioglitazone (DIP
– 20 mg/kg pc), insulina + fenofibrato (DIF – 100 mg/kg pc) ou
insulin + pioglitazone + fenofibrate (DIPF) durante cinco semanas.
Pioglitazona e fenofibrato foram dissolvidos na água de beber. Grupo
de animais não diabéticos (ND) foi estudado como grupo controle.
Avaliamos nos diferentes grupos após tratamento: a) glicosúria, proteinúria, glicemia e colesterolemia; b) expressão das proteínas transportadoras de glicose SGLT2 e GLUT2; c) distribuição subcelular da
proteína Foxo-1 em citoplasma e núcleo; d) expressão gênica das enzimas gliconeogênicas fosfoenolpiruvato carboxiquinase (PEPCK) e glicose-6-fostatase (G6Pase). Resultados: Comparando-se com ND, DS
apresentou: a) hiperglicemia (~350%, P < 0,001), glicosúria, proteinúria e hipercolesterolemia (~150%; P < 0,001); b) aumento (P < 0,05)
das proteínas GLUT2 (~26%) e SGLT2 (~55%); c) aumento (~39%,
P < 0,01) do conteúdo da proteína Foxo-1 no núcleo; d) aumento
(~84%, P < 0,001) do conteúdo mRNA da PEPCK. Comparando-se com DS: a) DI, DIP, DIF e DIFP reduziram glicemia (DI ~69%,
DIP~82%, DIF~53%, DIPF~29%, P < 0.05), glicosúria (~80%, P <
0.01), proteinúria (~53%, P < 0.01) e colesterolemia (DI~31%; DIP,
DIF e DIPF ~57%; P < 0,01); b) DI e DIP reduziram expressão das
proteínas GLUT2 (~21%, P < 0.05) e SGLT2 (DI~52%, DIP~63%,
P < 0.01); DIF and DIPF aumentaram GLUT2 (~20%, P < 0,05),
mas somente DIF reduziu SGLT2 (~41%, P < 0.01); c) DI e DIP
reduziram conteúdo de Foxo-1 em núcleo (DI ~39%, DIP ~29%, P <
0,05); d) DI, DIP e DIF reduziram o conteúdo de mRNA da G6Pase
(~38%, P < 0,05); DI e DIP reduziram o conteúdo (~49%, P < 0,01)
do mRNA da PEPCK; DIPF aumentou o conteúdo de mRNA da
PEPCK (~45%) e G6Pase (~27%, P < 0,01). Discussão: Os resultados
demonstraram que em ratos diabéticos a associação de pioglitazona
com insulina promoveu: a) melhora sensibilidade insulínica; b) redução mais acentuada de glicemia paralelamente com diminuídas expressões das proteínas SGLT2 e GLUT2; c) menor conteúdo da proteína
Foxo-1 em núcleo, contribuindo para diminuída expressão dos genes
da PEPCK e G6Pase, contribuindo para redução da gliconeogênese
renal. Por outro lado, a associação de fenofibrato com insulina com
ou sem pioglitazona não proporcionou: a) melhora da sensibilidade
insulínica; b) redução das expressões de GLUT2 e SGLT2; c) redução do conteúdo de Foxo-1 em núcleo, o que pode ter contribuído
para manutenção no conteúdo do mRNA da PEPCK em DIF, assim
como aumento da expressão gênica da PEPCK e G6Pase em DIPF.
As modulações exercidas pela insulina em associação com agonistas de
PPAR sobre as expressões GLUT2 e SGLT2 corroboram a variação
glicêmica. FAPESP 07/50554.
PT.015 VASCULOGÊNESE EM CONDIÇÕES FISIOLÓGICAS E
NA HIPERGLICEMIA
Vieira GT1, Oliveira TT1, Maldonado IRSC2, Humberto JL3
Universidade Federal de Viçosa (UFV) – Departamento de Bioquímica. 2 UFV
– Departamento de Biologia Geral. 3 Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) –
Departamento de Química
1
Vasculogênese é um processo controlado por diversos genes, essencial
na vida embrionária, sendo responsável pela formação dos primeiros
vasos a partir de precursores não vasculares. Esse processo geralmente é sucedido pela angiogênese, mecanismo que forma as vênulas,
arteríolas e capilares. A vasculogênese, na vida embrionária, começa
pela migração de células mesodérmicas, que são estimuladas pelo fator de crescimento de fibroblastos (FCF) a expressarem o VEGFR2,
um dos receptores para o fator de crescimento endotelial vascular. A
fibronectina, laminina e outras moléculas da matriz extracelular (ME)
contribuem na adesão das células mesodérmicas, o que causa a formação de agregados celulares denominados ilhotas sanguíneas. Dentro
dessas estruturas, ocorre a diferenciação das células hematopoiéticas
S112
que formarão as primeiras células sanguíneas e os angioblastos, precursores das células endoteliais (CE)1. O VEGF é um fator determinante na proliferação e diferenciação das CE, enquanto angiopoietina-1(Ang-1) e seu receptor Tie2 promovem a interação entre as CE,
ME e células de suporte (CS) que correspondem a tipos celulares associados à parede dos vasos, entre eles os pericitos e fibroblastos. Essa
interação celular é importante para dimensionar e estabilizar o plexo
vascular primário. Após o estabelecimento desse plexo, a efrina-B2 sinaliza a formação de vasos arteriais, enquanto a efrina B-4 controla a
formação de vasos venosos. Defeitos genéticos que comprometam a
interação entre Ang-1 e seu receptor Tie2 prejudicam a formação e
estabilidade do plexo vascular, podendo levar à morte do embrião6.
Vasculopatia embrionária é uma das alterações observadas no diabetes
gestacional e que pode levar à morte do embrião. Embriões isolados
de camundongas não diabéticas e submetidos à condição hiperglicêmica durante 48h apresentaram interrupção da vasculogênese e formação de uma rede vascular desorganizada. Resultado similar foi observado no saco vitelino de embriões de camundongos com nove dias
de desenvolvimento embrionário, obtidos de mães com diabetes induzido pela estreptozotocina7, havendo indícios de que a hiperglicemia
determina níveis reduzidos de VEGF e de seu receptor no concepto8.
Embora a vasculogênese seja um processo regulado geneticamente,
fatores ambientais como a hiperglicemia podem afetar a formação normal dos vasos sanguíneos durante a vida embrionária. Referências: 1.
Risau W. Annu Rev Cell Dev Biol. 1995;11:73. 2. Semenza GL. Exp
Physiol. 2007;92:988. 3. Hänze J. Thromb Haemost. 2007;97:774.
4. Persson AB. Frontiers in Mol. Neuroscience. 2011;4:1. 5. Yancopoulos GD. Nature. 2000;407: 242. 6. Miquerol L. Development.
2000;127: 3941. 7. Pinter E. Am J Pathol. 1999;154:1367. 8. Pinter
E. Am J Pathol. 2001;158:1199.
PT.016 ASPECTOS DA ANGIOGÊNESE NAS COMPLICAÇÕES
DO DIABETES
Vieira GT1, Oliveira TT1, Maldonado IRSC2, Humberto JL3
Universidade Federal de Viçosa (UFV) – Departamento de Bioquímica. 2 UFV
– Departamento de Biologia Geral. 3 Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) –
Departamento de Química
1
A angiogênese compreende a formação de novos vasos por meio do
crescimento vascular por brotamento ou divisão de estruturas vasculares preexistentes. Em situações fisiológicas, a angiogênese é essencial
para o desenvolvimento de órgãos, enquanto em determinadas patologias, entre elas, câncer e diabetes, a angiogênese pode contribuir para
o agravamento dessas enfermidades1. A angiogênese tem início com
a degradação proteolítica da matriz extracelular (ME), acompanhada
pela migração quimiotática e proliferação das células endoteliais (CE),
além da formação do lúmen e maturação funcional do endotélio2.
Nos tecidos em que ocorrem redução na concentração de oxigênio,
são produzidos e liberados fatores induzidos por hipóxia (HIF-1) que
regulam angiopoietinas 1 e 2 (Ang1 e Ang2) e também induzem a
expressão de fator de crescimento endotelial vascular (VEGF)3. Este,
por sua vez, promove a vasodilatação e o aumento da permeabilidade
endotelial. Na fase de iniciação da angiogênese, Ang1 e Ang2 promovem a saída da quiescência das CE. Ang1 desestabiliza a ME, induzindo
a sua degradação e estimulando eventos quimiotáticos. Enquanto isso,
as metaloproteinases da matriz (MMP) degradam proteínas da parede
do vaso4. VEGF e o fator de crescimento de fibroblasto (FGF) dão
início ao brotamento e à proliferação das células epiteliais que formarão o endotélio. Na fase de resolução o fator de crescimento derivado
de plaquetas (PDGF), Ang e o fator de transformação de crescimento
beta (TGFβ1), recrutam e estabilizam tipos celulares que irão compor
a parede do novo vaso3. Várias complicações do diabetes são caracterizadas por vasculopatia associada à angiogênese. Na retinopatia e nefropatia, ocorre angiogênese e sua inibição resulta em má cicatrização,
comprometimento do desenvolvimento coronário lateral e rejeições
de transplantes. O excesso de angiogênese pode ser devido, em parte,
pela natureza lipolítica do estado diabético. O 1-butiril-glicerol, um
subproduto da degradação do triacilglicerol, em curto prazo promove
RESUMOS DE PÔSTERES
vasodilatação, mas em longo prazo dessensibiliza seu receptor, promovendo resistência à vasodilatação, e com isso ocorre redução de O2 devido à perfusão inadequada, estimulando a angiogênese. Na retina diabética ocorre destruição dos pericitos com hipóxia, gerando um quadro
de neovascularização anormal com formação de opacidade e catarata5.
Controlar o crescimento vascular é ainda um grande desafio. A inibição terapêutica do VEGF poderia bloquear o crescimento de tumores
e reduzir as complicações da retinopatia e nefropatia, mas ao mesmo
tempo aumentaria o risco de doenças cardíacas. Em outra situação, a
liberação de mais VEGF para estimular a formação de novos vasos em
um coração isquêmico poderia ser um risco se esse paciente também sofresse de câncer, pois VEGF contribuiria para a formação de mais vasos
no tumor. Estudos com anticorpo monoclonal antiVEGF denominado como Bevacizumab® é capaz de inibir sua ação angiogênica. Entretanto, mais estudos são necessários para estabelecer as terapias mais
adequadas para tratamento das complicações vasculares observadas no
paciente diabético. Referências: 1. Risau W. Nature. 1997;386:671. 2.
Chung AS. Nat Rev Cancer. 2010;10:505. 3. Persson AB. Frontiers
in Mol Neuroscience. 2011;4:1. 4. Fischer C. Handb Exp Pharmacol.
2006;176:157. 5. Martin A. Med Res. Rev. 2003;23:117.
PT.017 O PAPEL DA ARTERIOGÊNESE NO DIABETES
Vieira GT1, Maldonado IRSC1, Oliveira TT1, Humberto JL2
1
Universidade Federal de Viçosa (UFV) – Departamento de Bioquímica. 2 Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) – Departamento de Química
A arteriogênese consiste no desenvolvimento de circulação colateral,
tendo como elementos precursores as anastomoses vasculares preexistentes, que se desenvolveriam mediante estímulos de força de cisalhamento, citocinas, moléculas de adesão, entre outras1. Em geral,
diabéticos apresentam hipercolesterolemia, hipertensão e obesidade.
Diabéticos hiperlipidêmicos têm o excesso de colesterol depositado
principalmente nas artérias coronarianas, promovendo ao longo dos
anos o desenvolvimento da estenose. Com a oclusão de uma artéria,
o gradiente de pressão se desenvolve ao longo das arteríolas de interconexão entre as áreas pré e pós-oclusiva. O fluxo através desses vasos
colaterais aumenta e deforma as células endoteliais (CE), aumentando
a tensão de cisalhamento sobre o endotélio, formando um fenótipo
endotelial ativo. Esse fenótipo é caracterizado pela hipertrofia das CE,
correlacionado com o aumento do metabolismo celular, mudanças na
expressão de proteínas, e a ativação de canais de cátions, que afetam o
controle osmótico e o volume das CE. Numa situação crônica, ocorre
a proliferação de CE e tipos celulares associados à parede dos vasos,
levando ao crescimento colateral2. Com o cisalhamento ativado, CE
atraem células monucleadas pela expressão de MCP-1 e ICAM-1, que
invadem a parede dos vasos e facilitam a remodelação proteolítica. Essa
etapa pode ser considerada como uma inflamação local na parede do
vaso. Em feridas de camundongos diabéticos db/db tratados com anticorpos neutralizantes para MCP-1, ocorre diminuição do número de
neutrófilos e macrófagos, sugerindo o seu envolvimento direto na infiltração dessas células3. Complicações clínicas do diabetes podem ser
atribuídas a alterações na função e estrutura vascular. Nesses pacientes,
a doença macrovascular oclusiva envolve primariamente as artérias entre o joelho e o pé, levando a amputações dos membros inferiores.
Quando mal controlado, o diabetes apresenta picos de hipoglicemia.
Durante uma hipoglicemia grave, normalmente ocorre a liberação de
catecolaminas que promovem a vasoconstrição, a agregação plaquetária e, consequentemente, em coronariopatas, fenômenos isquêmicos.
A isquemia pode ocorrer seja por agravamento do grau de oclusão
arterial, seja por aumento da sua demanda, que pode ser desencadeado
por ferimento traumático. Dois focos terapêuticos têm emergido: o aumento de migração de monócitos e subsequente remodelação vascular
por meio da aplicação de fatores de crescimento, e a elevação sustentada da tensão de cisalhamento de fluido como o estímulo mecânico para
a indução do crescimento colateral4. As substâncias que apresentaram
ação pró-arteriogênica em estudos pré-clínicos foram: MCP-1, os fatores estimuladores de colônia de granulócitos e monócitos (GM-CSF
e G-CSF), TGFβ1, FGFs e em certos níveis o VEGF. GM-CSF pro-
move arteriogênese no cérebro, na vasculatura miocardial e periférica. G-CSF apresentou resultados promissores para coração e cérebro.
TGFβ1 aumenta o crescimento das colaterais em modelos animais com
doença arterial periférica e coronária estenose, mesmo quando aplicado
localmente. Referências: 1. Cameliet P. Nat Med. 2000;6:389. 2. Van
Royen N. J Am Coll Cardiol. 2010;55:17. 3. Cristopherson K. Stem
Cells. 2001;19: 388. 4. Persson AB. Frontiers in Mol Neuroscience.
2011;4:1. 5. Grundmann S. Am Coll Cardiol. 2007;50:351.
PT.018 MODULAÇÃO ANÔMALA DA AUTOFAGIA NO TECIDO
ADIPOSO DE PACIENTES OBESOS
Araujo EP
Autofagia é um mecanismo celular que tem por função disponibilizar
nutrientes obtidos a partir da degradação de organelas e diversos tipos
de moléculas para prover energia para a célula. A restrição de nutrientes para as células em cultura e a redução do aporte calórico em organismos vivos ativam a autofagia. Estudos recentes revelaram que existe
grande interação entre inflamação e autofagia. O objetivo do nosso
estudo foi avaliar o impacto da perda de peso promovida pela cirurgia
bariátrica sobre a ativação de autofagia no tecido adiposo. Na primeira
parte do estudo, marcadores de autofagia e de estresse de retículo
endoplasmático foram estudados em tecido adiposo de indivíduos magros e obesos antes e após a cirurgia. Na segunda etapa, utilizamos
camundongos magros e obesos submetidos ou não a uma restrição
calórica correspondente a 30% do consumo ad libitum. Humanos e
camundongos magros apresentam baixa ativação dos marcadores de
estresse de retículo endoplasmático acompanhado de ativação de autofagia após restrição calórica. Por outro lado, humanos e camundongos obesos apresentam ativação de marcadores de estresse de reticulo
endoplasmático e autofagia antes da restrição calórica, porém após a
restrição há reversão do estresse de retículo, mas não há modificação
dos marcadores de autofagia. Esses resultados sugerem que a obesidade constitui-se num estado de sensibilidade alterada à presença de
nutrientes, o que repercute na ativação anômala da autofagia.
PT.019 AVALIAÇÃO DOS PACIENTES ATENDIDOS PELA
ENFERMAGEM EM UM AMBULATÓRIO DE DIABETES
Olbrich SRLR1, Mori NLR1, Alves MVMFF1, Luppi CHB1, Trevizani Nitsche MJ1
1
Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Enfermagem
Introdução: Diabetes mellitus é uma doença metabólica caracterizada pelo aumento da taxa de glicose no sangue. Existem dois tipos
diferentes de diabetes, o diabetes tipo I e o tipo II. O tipo I aparece
quando o sistema imune do doente ataca as células beta do pâncreas.
O desenvolvimento do diabetes tipo 1 pode ocorrer de forma progressiva, principalmente, em crianças e adolescentes, ou lentamente
progressiva, em adultos. No tipo II ocorre o fenômeno de resistência
à insulina e desenvolve-se frequentemente em etapas adultas da vida e
é muito frequente a associação com a obesidade. Quando não tratada
adequadamente, a diabetes mellitus pode vir a trazer graves complicações como problemas de cicatrização, infarto, derrame cerebral, problemas de visão, entre outros. Mesmo com os avanços tecnológicos
em relação ao diagnóstico e ao tratamento, boa parte dos doentes não
adere ao tratamento prescrito ou o faz de forma incorreta. Objetivo: Proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes diabéticos
e seus familiares realizando orientações quanto ao tratamento, acompanhamento e avaliação da doença. Metodologia: Realizar reuniões
todas as terceiras quartas-feiras do mês durante os meses de fevereiro
a dezembro de 2011, no Ambulatório de Diabetes do HC da FMB-UNESP, onde serão abordados assuntos em relação ao autocuidado e
ao controle de glicemia. Esclarecer as dúvidas relativas à doença e distribuir cartilhas de assuntos relacionados ao diabetes. Resultados parciais: Foram avaliados até o momento 115 pacientes, com idade entre
19 e 77 anos. Em média há 7,1 anos em tratamento e diabéticos há
8,4 anos. Com relação aos fatores de risco, 78,9% apresentam alguma
S113
RESUMOS DE PÔSTERES
doença associada; a principal é a hipertensão arterial, 20% disfunções
tireoidianas, 20,8% doenças cardiovasculares, 20% dislipidemia, 12%
depressão, 12% identificaram-se como fumantes e 24% como ex-fumantes. O índice de massa corpórea, determinante do bom controle
da doença, teve nos pacientes a média de 23,5 kg/m2. Conclusão: Foi
detectado, por meio do projeto, um maior controle da comorbidade e
uma diminuição dos níveis glicêmicos dos pacientes. As atividades em
grupo apresentam momentos importantes de troca de apoio e experiências. A educação para o autocuidado não é fácil, pois depende não
só dos profissionais, mas também do interesse e vontade do paciente.
PT.020 INFLUÊNCIA DA PROTEÍNA F1 DO LÁTEX DA
SERINGUEIRA HEVEA BRASILIENSIS NA SINALIZAÇÃO DA
INSULINA EM RATOS DIABÉTICOS
Andrade TAM1, Caetano GF2, Landim CAP3, Coutinho-Netto J4, Frade MAC5
Universidade de São Paulo (USP). 2 USP – Biotecnologia, Instituto de Ciências Biomédicas IV. 3 USP – Enfermagem Geral e Especializada. 4 Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto (FMRP) da USP – Bioquímica e Imunologia. 5 FMRP-USP – Clínica
Médica (Divisão de Dermatologia)
1
Introdução: A ligação da insulina em seu receptor inicia uma cascata complexa de sinalização com fosforilação e desfosforilação proteica
(de IRS e SHC), culminando nos seus respectivos efeitos metabólicos
(pela ativação da PI-3 quinase e AKT) e mitogênicos (pela ativação
da via da ERK). No estado diabético, a expressão reduzida dessas
proteínas é principalmente relacionada à deficiência ou resistência à
insulina (Saltiel A. Nature. 2001;414:799). Diante da eficácia clínica
comprovada da proteína F1 do látex na cicatrização de úlceras cutâneas comprometidas pelo diabetes (Frade M. Med Cutan Iber Am.
2004;32:157), avaliou-se a influência da proteína F1 na sinalização
da insulina em ratos diabéticos. Métodos: Foram utilizados 80 ratos
Wistar, dos quais 40 foram induzidos ao diabetes melittus (DM) (por
streptozotocina 45 mg/kg) e 40 não diabéticos (N). Foram realizadas
duas úlceras dorsais usando punch histológico de 1,5 cm de diâmetro.
As úlceras foram tratadas diariamente com gel de carboximetil-celulose (CMC) a 4% (grupos DM sham e N sham) e CMC 4% + proteína
F1 a 0,01% (grupos DM F1 e N F1). No 2º, 7º, 14º e 21º dias
após a lesão, 10 animais/tempo/grupo foram sacrificados. Biópsias da
úlcera/cicatriz foram coletadas, submetidas ao processamento imunoistoquímico com marcação das proteínas da sinalização da insulina:
IRS, AKT, SHC e ERK. Em seguida, foi utilizado o software ImageJ
para quantificação da percentagem de área marcada pelas respectivas
proteínas. Resultados: No grupo DM F1 houve superior expressão
de IRS, AKT e ERK em relação ao DM sham (p = 0,0001) em todos
os tempos de seguimento, além de se apresentar semelhante ao grupo N sham. Além disso, no grupo DM F1 houve superior expressão
de SHC em relação ao DM sham (p = 0,0001) e semelhante ao N
sham somente no 2º dia de seguimento. Conclusão: A proteína F1
do látex em associação com o DM pareceu aumentar a expressão das
proteínas da sinalização da insulina, ativando os efeitos metabólicos e
mitogênicos outrora reduzidos, além de assemelhar-se ao estado não
diabético (grupo N sham). Financiamentos: CAPES, CNPq, FAEPA,
FAPESP. Agradecimentos: Aos técnicos de imunoistoquímica Kléber
Loureiro, Gilberto André e Edna Moraes da FORP-USP.
PT.021 ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS E DO ESTRESSE
OXIDATIVO NA PELE DE RATOS COMPROMETIDOS PELO
DIABETES MELLITUS
Andrade TAM1, Malachias VAT2, Caetano GF3, Landim CAP4, Jordão-Jr.
AA5, Frade MAC6
Universidade de São Paulo (USP). 2 Universidade Estadual de Londrina (UEL) –
Ciências Patológicas (Centro de Ciências Biomédicas). 3 USP – Biotecnologia,
Instituto de Ciências Biomédicas IV. 4 USP – Enfermagem Geral e Especializada.
5
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP – Clínica Médica
(Divisão de Nutrição e Metabolismo). 6 FMRP-USP – Clínica Médica (Divisão de
Dermatologia)
1
Introdução: Inúmeros são os estudos envolvendo diabetes mellitus e
úlceras cutâneas. Porém, poucos evidenciam a influência do diabetes
S114
quanto aos aspectos histopatológicos, estresse oxidativo e mecanismos
antioxidantes na pele de ratos comprometidos pelo diabetes. Avaliaram-se esses aspectos comparando-os à pele dos ratos não diabéticos.
Métodos: Foram utilizados 10 ratos Wistar, dos quais 5 foram induzidos ao diabetes (DM) (por streptozotocina 45 mg/kg) e 5 não
diabéticos (N-DM) (LO H, Life Sci, 78, 1957, 2006). Após a confirmação do estado diabético, todos os animais foram eutanasiados e
biopsiados no dorso com punch (diâmetro: 1,5 cm). Pela histologia
das biópsias (em HE), foram quantificadas células inflamatórias, vasos
sanguíneos, fibroblastos e colágeno (em percentagem de área corada
pelo tricrômio de Gomori). Além disso, foram dosados os marcadores
do estresse oxidativo (MDA – malondialdeído, NO – óxido nítrico,
FOX-H2O2, lipoperóxidos de membranas) e atividade antioxidante
(GSH – glutationa). Resultados: O estado diabético foi confirmado
pela hiperglicemia no grupo DM em relação ao N-DM (p = 0,0001).
A patologia do diabetes aumentou a quantidade de células inflamatórias na pele (p = 0,0001), a produção de NO (p = 0,0473) e lipoperóxidos de membranas, apesar de diminuir a produção de MDA
(p = 0,0001), FOX (p = 0,0001) e GSH (p = 0,0035). A quantidade de vasos também foi menor em relação ao grupo N-DM (p =
0,0001). A quantidade de fibroblastos e colágeno foi semelhante entre
ambos os grupos (p > 0,05). Discussão: É sabido que a patologia
do DM modula consideravelmente as fases da cicatrização (Falanga
V. Lancet. 2005;366:1736), além de aumentar o estresse oxidativo
principalmente por causa da hiperglicemia (Brem H. J Clin Invest.
2007;117:1219). Na pele dos ratos comprometidos pelo DM, houve maior recrutamento de células inflamatórias, o que proporcionou
maior dano oxidativo com aumento de lipoperóxidos de membranas
e NO, além dos baixos níveis de GSH. Esse estímulo atuou na fase
de proliferação tecidual, influenciando negativamente a angiogênese e não alterando significativamente a fibroplasia. Financiamentos:
CAPES, CNPq, FAEPA, FAPESP. Agradecimentos: Ao Prof. Dr.
Rubens Cecchini e à Profa. Dra. Alessandra Cecchini (Universidade
Estadual de Londrina) pela colaboração nas dosagens e ensinamentos
a respeito de estresse oxidativo.
PT.022 PROTEÍNA DO LÁTEX DA SERINGUEIRA HEVEA
BRASILIENSIS ACELERA A CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERAS
CUTÂNEAS EM RATOS COMPROMETIDOS PELO DIABETES
Andrade TAM1, Caetano GF2, Masson DS3, Landim CAP4, CoutinhoNetto J5, Foss MC6, Frade MAC3
Universidade de São Paulo (USP). 2 USP – Biotecnologia, Instituto de Ciências
Biomédicas IV. 3 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP – Clínica
Médica (Divisão de Dermatologia). 4 USP – Enfermagem Geral e Especializada.
5
FMRP-USP – Bioquímica e Imunologia. 6 FMRP-USP – Clínica Médica (Divisão de
Endocrinologia e Metabologia)
1
Introdução: Inúmeros trabalhos têm demonstrado clinicamente o
efeito cicatrizante do látex da seringueira Hevea brasiliensis (Frade M.
An Bras Dermatol. 2012;86:1103; Andrade T, Braz J. Med Biol Res.
2011;44:1036,) relacionado à sua fração proteica F1 (Mendonça R.
Phytother Res. 2010;24:764), principalmente em indivíduos com diabetes (Frade M. Med Cutan Iber Am. 2004;32:157). No entanto, o
real mecanismo de ação da proteína F1 ainda é desconhecido. Avaliou-se o mecanismo de ação da F1 na cicatrização de úlceras em ratos
diabéticos. Métodos: Foram utilizados 80 ratos Wistar, dos quais 40
foram induzidos ao diabetes melittus (DM) (por streptozotocina 45
mg/kg) e 40 não diabéticos (N). Foram realizadas duas úlceras dorsais
usando punch histológico de 1,5 cm de diâmetro. As úlceras foram tratadas diariamente com gel de carboximetil-celulose (CMC) a 4% (grupos DM sham e N sham) e CMC 4% + proteína F1 a 0,01% (grupos
DM F1 e N F1). No 2º, 7º, 14º e 21º dias após a lesão, 10 animais/
tempo/grupo foram sacrificados. Foi avaliada a reepitelização pelo
cálculo do índice de cicatrização. Biópsias da úlcera/cicatriz foram
coletadas, submetidas ao processamento histológico e, em seguida, à
análise histomorfométrica utilizando o software ImageJ: quantificação
de células inflamatórias, vasos sanguíneos, fibroblastos (pela coloração
HE) e percentagem da área de colágeno (pelo tricrômio de Gomori).
Resultados e discussão: O grupo DM F1 apresentou maior reepi-
RESUMOS DE PÔSTERES
telização que o grupo DM sham (p = 0,0026) com todas as úlceras
reepitelizadas já no 14º dia, diferente do N F1. Semelhantemente, o
DM F1 apresentou maior colagênese que DM sham (p = 0,0001),
diferente do N F1; a fibroplasia foi maior no DM F1 (p = 0,0001)
no 14º e 21º dia, fatores esses que também podem relacionar-se à
maior reepitelização das úlceras no DM F1. O estado metabólico do
diabetes induziu maior quimiotaxia de células inflamatórias nas úlceras
que aumentou com a injúria principalmente quando associado ao F1,
mantendo-se superior até o 7º dia (p = 0,0026). No grupo DM F1,
a formação de vasos foi mais pronunciada no 7º e 14°º dia. Enfim,
o processo inflamatório desencadeado pelo estresse metabólico do
diabetes pareceu se somar e interagir ao estímulo induzido por F1,
acelerando a cicatrização das úlceras cutâneas em relação aos não diabéticos. Financiamentos: CAPES, CNPq, FAEPA, FAPESP. Agradecimentos: Às técnicas em histologia Marilena, Rosângela e Auristela
pelo processamento histológico (HE e tricrômio de Gomori).
PT.023 A IGUALDADE NA DISTRIBUIÇÃO DO SNP rs7895833
NO GENE SIRT1 PODE ESTAR RELACIONADA COM O ALTO IMC
EM UMA AMOSTRA BRASILEIRA.
Meneguette MVO1, Oliveira CA1, Lima MHM2, Pina KN3, Amaral MEC
1
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biomédicas da Fundação Hermínio
Ometto – UNIARARAS. 2 Departamento de Enfermagem, Faculdade de Ciências
Médicas, Universidade de Campinas (Unicamp). 3 Graduação em Biomedicina,
Bolsista do Programa de Iniciação Científica (PIC) da Fundação Hermínio Ometto
– UNIARARAS
Introdução: A obesidade induz elevado IMC (índice de massa corpórea), hipertensão e diabetes caracterizando a síndrome metabólica
(SMet). O polimorfismo de base única (SNP) no gene SIRT1 está associado a um menor IMC, prevenindo a obesidade e efeitos metabólicos e endócrinos indesejáveis. Esta pesquisa visa à análise do IMC, dos
níveis séricos de insulina, T4L, GH e do SNP rs7895833 associado ao
gene SIRT1 em uma amostra da população brasileira. Métodos: Coletaram-se 243 indivíduos aleatoriamente, entre 30 e 70 anos. Foram
realizadas as dosagens bioquímicas (glicose, colesterol, HDL-c, LDL,
VLDL e triglicérides), hormonais (insulina, T4L e GH) e medidas
antropométricas (medida de cintura, quadril, IMC e pressão arterial).
A análise do SNP rs7895833 foi feita por ARMS-PCR (allele refractory mutation system). Resultados: Dos 243 adultos avaliados, 100
indivíduos foram identificados como não SMet (41,15%) e 143 como
SMet (58,85%) de acordo com o NCEP ATP III (Third report of the
National Cholesterol Education Program Expert Panel on Detection,
Evolution and Treatment of High Blood Cholesterol). Na população estudada, 111 indivíduos (45,67%) apresentaram o IMC de sobrepeso
(25 a 29,9 kg/m2). O grupo SMet apresentou valores elevados de
glicose (113 ± 3,3 mg/dl), colesterol (232 ± 4,2 mg/dl), triglicérides
(192 ± 10,9 mg/dl), VLDL (38,45 ± 2,18 mg/dl), LDL (150 ± 3,8
mg/dl), medida de cintura (mulheres 94,42 ± 1,07 e homens 102,3
± 1,65 cm2) e quadril (109,7 ± 0,9 cm2) e pressão arterial (sistólica
137,1,9 e diastólica 91,68 ± 1,19 mmHg) quando comparado ao não
SMet (glicose 83 ± 0,9; colesterol 184,8 ± 3,5; triglicérides 113 ± 2,9;
VLDL 22,6 ± 0,58; LDL 112,9 ± 3,5; cintura mulheres 85,50 ± 1,32
e homens 89,85 ± 1,65; quadril 97,68 ± 1,6; pressão sistólica 107,4
± 1,03 e diastólica 84,3 ± 1,8; p < 0,0001). Já os valores de HDL-c
foram maiores nos indivíduos não SMet versus SMet (50,27 ± 0,99
versus 45,36 ± 1,05 mg/dl). Os níveis de T4L, GH e insulina foram
menores, mas na faixa da normalidade, no grupo SMet (1,14 ± 0,068
ng/dl; 4,28 ± 0,32 ng/ml; 2,1 ± 0,19 U/ml) em relação ao não SMet
(2,8 ± 0,06 ng/dl; 6,7 ± 0,91 ng/ml; 9,4 ± 0,9 U/ml; p < 0,006,
respectivamente). Não houve diferença estatística do SNP rs7895833
entre os grupos. Discussão: As condições metabólicas dos indivíduos
portadores da SMet sugerem alterações bioquímicas, antropométricas, hormonais características de sobrepeso e obesidade. Nossos dados
sugerem que a igualdade na distribuição alélica e genotípica do SNP
rs7895833 no gene SIRT1 pode estar relacionada com o alto IMC
em ambos os grupos investigados. Apoio financeiro: PIC/FHO-UNIARARAS.
PT.024 PARTICIPAÇÃO DOS GLICOCORTICOIDES NA
REGULAÇÃO DA EXPRESSÃO DO GLUT4 EM TECIDOS
ADIPOSOS DE RATOS OBESOS: POSSÍVEL REGULAÇÃO TECIDOESPECÍFICA PELA 11b-HSD1
Mori RCT1, Campello RS1, Machado UF1
1
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)
Introdução: A sensibilidade à insulina está diretamente relacionada
à expressão do GLUT4, cuja inibição pelos glicocorticoides poderia
determinar a resistência à insulina associada ao hipercortisolismo.
Uma vez que a ação local dos glicocorticoides depende da 11β-HSD
(11β-hidroxi-esteroide-desidrogenase), a expressão dessa enzima também pode se alterar na resistência à insulina. Já foi demonstrado que a
carbenoxolona (Cbx), bloqueador inespecífico da 11β-HSD, aumenta
a sensibilidade hepática à insulina, mas seus efeitos sobre a sensibilidade periférica são desconhecidos. Objetivo: Avaliar o efeito da Cbx
sobre a sensibilidade à insulina e expressão de GLUT4 e 11β-HSD1
em tecidos adiposos de ratos obesos. Métodos: Ratos Wistar foram
tratados com glutamato monossódico (MSG) na fase neonatal para
indução da obesidade (O), caracterizada por hipercorticosteronemia,
hiperinsulinemia, resistência à insulina e alterações na expressão de
GLUT4. Esses animais foram tratados com Cbx (50 mg/kg/dia,
4 semanas) e submetidos a teste de tolerância à insulina, análise do
mRNA de GLUT4 e 11β-HSD1 no tecido adiposo visceral (TAV)
e tecido adiposo subcutâneo (TASC). Foram também avaliadas a expressão e a atividade de ligação do SREBP1c, um fator transcricional
estimulador da expressão do GLUT4. Resultados: A Cbx normalizou
a constante de decaimento da glicose no teste de tolerância à insulina
(O: 3,42%/min, p < 0.01 vs. Controle: 5,06%/min e OCbx: 4,68%/
min). O mRNA do GLUT4 aumentou 22% enquanto da 11β-HSD1
diminuiu no TASC dos ratos obesos (p < 0,05 vs. Controle). Nesse
tecido, a Cbx aumentou ainda mais o GLUT4 (24% > O) e restaurou
a 11β-HSD1 ao nível do grupo Controle. No TAV, ao contrário do
TASC, os obesos tiveram diminuição do mRNA do GLUT4 (20%) e
aumento da 11β-HSD1 (40%), e a Cbx não afetou a expressão desses
mRNAs (OCbx vs. O, p > 0.05). A atividade de ligação do SREBP-1c
aumentou no TASC do grupo Ocbx, enquanto sua expressão diminuiu no TAV dos obesos. Conclusão: Observamos que GLUT4 e
11β-HSD1 variaram de forma inversa nos dois tipos de tecidos adiposos estudados, sugerindo que o efeito inibitório dos glicocorticoides
sobre a expressão do GLUT4 pode ser determinado pela maior ou
menor expressão da 11β-HSD1. Esse efeito parece envolver regulação
em nível transcricional, pois o SREBP-1c, que estimula a transcrição
do gene do GLUT4, mostrou-se diminuído no TAV dos obesos, que
expressou menos GLUT4. Por outro lado, a maior capacidade do
SREBP-1c de se ligar ao DNA pode explicar o aumento de transcrição
do GLUT4 no TASC. Apoio financeiro: FAFESP-07/59722-4.
PT.025 NECK AND SCAPULAR CIRCUMFERENCE AND THEIR
RELATIONSHIP WITH CARDIOVASCULAR RISK IN NON-OBESE
BRAZILIAN ADULT POPULATION
Sales APAM1, Gurgel MHC2, Ponte CMM2, Fernandes VO1, Mendes PP1,
Montenegro APDR1, Quidute ARP3, Negrato CA, Rodrigues Sobrinho
CRM1, Montenegro Jr RM4
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC). 2 Faculdade
de Medicina da UFCE; LabPasteur/DASA. 3 Associação de Diabéticos de Bauru;
Sociedade Brasileira de Diabetes. 5 Universidade de São Paulo (USP)
1
Recent studies have suggested that upper body obesity would be related with major cardiovascular risk (CVR). This study aimed to evaluate neck circumference (NC) as an upper body obesity index, and its
relationship to CVR factors, considering that it would be a simple and
time-saving measure to identify overweight/obese. We evaluated 279
non obese Brazilian adults [86 men (♂), 193 women (♀)], who had
no known major medical conditions and were not receiving any medication living in Northeast of Brazil. Main anthropometric parameters
evaluated were: BMI (kg/m²): ♂-25.0 ± 2.8, ♀-24.9 ± 2.9; NC (cm):
♂-37,8 ± 2, ♀-33 ± 1,8; waist circumference (WC) (cm): ♂-89,5 ± 8,
♀-85,6 ± 8; scapular circumference (SC): ♂-95,1 ± 9,1, ♀-87,5 ± 5,2;
S115
RESUMOS DE PÔSTERES
systolic blood pressure (SBP) (mmHg): ♂-125,6 ± 14,8, ♀-118 ± 13,3;
diastolic blood pressure (DBP) (mmHg): ♂-81,8 ± 8,3, ♀-78,7 ± 8,3;
HDL-Chol (mg/dl): ♂-43,5 ± 11,7, ♀-53 ± 12,6; triglycerides (mg/
dl): ♂-130 ± 76,8, ♀-107 ± 52,2; fasting glucose (mg/dl): ♂-92,7 ±
10,7, ♀ - 91,4 ± 13,4; fasting insulin (uU/ml): ♂-7,2 ± 4,02, ♀-9,0 ±
7,5; total cholesterol (mg/dl): ♂-175,4 ± 37,4, ♀-182,7 ± 34,0; LDLChol (mg/dl): ♂-104,6 ± 30,7, ♀-107,8 ± 30,2; HOMA-IR: ♂-1,7 ±
1,01, ♀-2,05 ± 1,7. Pearson’s correlation coefficients indicated significant association (p < 0,05) between NC and: WC (r = 0,48), AC (r =
0,43), SC (r = 0,68), BMI (r = 0,35), SBP (r = 0,34), DBP (r = 0,27),
tryglicerides (r = 0,24), HDL-Chol (r = -0,35); and between SC and:
WC (r = 0,65), AC (r = 0,56), BMI (r = 0,59), SBP (r = 0,37), DBP (r
= 0,28), tryglicerides (r = 0,23), HOMA-IR (r = 0,13), HDL-Chol (r
= -0,31). These data suggest that NC and SC could have a great role in
the evaluation of adipose distribution in non-obese people, once they
are simple way with good correlation with CVR factors, BMI and WC.
Therefore, higher NC and SC are likely to predict overweight/obese
and to increase the risk of cardiovascular disease.
PT.026 INTERLEUKIN-23 (IL-23A) GENE VARIANT (rs2066880
G>A) IS ASSOCIATED WITH PREDISPOSITION TO TYPE 1A
DIABETES MELLITUS IN A BRAZILIAN COHORT
Nogueira KC1, Costa VS2, Santos AS2, Mattana TCC2, Fukui RT2, Silva MER2
Universidade de São Paulo (USP). 2 Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (FMUSP) – Laboratório de Investigação Médica (LIM 18).
1
Type 1A diabetes (T1D) is an autoimmune disease resulting from environmental and genetic factors. The humoral and cellular attacks to
beta-cells include the activation of Th1, Th2 and Th 17 cells, and the
liberation of several cytokines. Increased IL-17 expression, a highly
inflammatory cytokine, has been detected in target tissues of immunemediated diseases, including diabetes. The differentiation of Th 17
cells from naïve T cells is partially mediated by IL-23 that activates
Th 17 cells to promote inflammatory responses. Variants of IL-23A
gene and of its receptor have been related to autoimmune diseases
such as systemic sclerosis, Graves’ disease and autoimmune diabetes in
animals. Pancreatic islets of mice with autoimmune diabetes exhibited
high concentrations of IL-23. There is no study analyzing its involvement in T1AD in humans. This study was conducted to search for
mutations or new polymorphisms in the entire coding regions and
the boundary intron sequences of IL-23A gene in T1D patients and
compare with controls. Genomic DNA was extract from 374 Brazilian
patients with T1AD (22.3 ± 12.4 years; 229F/145M), treated with
2 or more insulin injections per day and 361 health controls (27.5 ±
12.8years; 162F/199 M). Direct sequencing of PCR-amplified products of IL-23A gene and proximal promoter region was performed
initially in a small cohort and revealed a new variant c.-403 (C>T) in
the 5’ proximal region of IL-23A gene, present in only one T1D patient, and a known variant in exon 3 (rs11171806-G>A) which genotype and allele frequencies were similar between patients and controls
(AA+AG genotypes: 6.4% x 3.8%; p = 0.16). We also analyzed the
rs2066880 (G>A) allelic variant in 3’ UTR region of IL-23A gene,
related to psoriasis. The A allele was more prevalent in patients with
T1D than controls (86,2% x 80.7%; p = 0,0053; OR 1.49, CI = 1.131.97) as well as the AA genotype (76.2% x 64.6%; p = 0.005; OR =
1.758; CI = 1.276-2.422). We showed for the first time that the A
allele of rs2066880 variant of IL-23A gene is associated with increased
predisposition to T1D in a Brazilian cohort. Supported by FAPESP.
PT.027 THE RS763361 VARIANT OF CD226 GENE INCREASES
SUSCEPTIBILITY TO TYPE 1 DIABETES IN A POPULATION OF SÃO
PAULO, BRAZIL
Mattana TC1, Santos AS1, Matioli SR1, Costa VS1, Fukui RT1, Nogueira
KC1, Siva MER1
1
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – Endocrinologia
Introduction: Recently genome-wide association studies provided statistical support for a new locus in CD226 gene (variant rs763361) as a
candidate for type 1 diabetes (T1D) susceptibility. The leukocyte adheS116
sion molecule CD226 is implicated in coestimulation and activation of
the immune cells, and intracellular signals transduction. Patients and
methods: In order to assess the association of CD226 gene and T1D
in patients of the city of São Paulo, Brazil, 491 T1D patients (mean
age 23.2 ± 12.8 years, 60.5% female, and 80.5% of European ancestry)
diagnosed according to the ADA criteria, and 513 controls (mean age
28.9 ± 12.1 years, 39.8% female, and 63.8% of European ancestry) were
enrolled. CD226 gene coding regions and boundaries were amplified
by polymerase chain reactions and submitted to sequencing analyses in
106 T1D and 102 controls. Results and discussion: Twelve variants already described in data base were identified. No new polymorphic variants were found. The analysis of estimated haplotypes, including those
8 variants with frequency above 5% (rs75418532A/G, rs1788101A/C,
rs62090790C/T, rs72481820G/A, rs72481819G/A, rs763362T/C,
rs763361A/G, and rs727088T/C) identified 3 haplotypes (AACAGTAC, ACCGGCAC and AACGGTAC,) and also the group of rare haplotypes, that were associated with susceptibility to T1D (P < 0.0001)
only in whites. In addition, two CD226 gene variants were genotyped
in a total of 480 T1D and in 480 controls – the rs727088 at the 3’
UTR region, involved with CD226 regulation, and the rs763361. The
CC genotype (P = 0.0366- OR = 1.357; 95% CI = 1.021-1.803) of
rs727088 and the AA genotype of rs763361 (P = 0.0045, OR = 1.503;
95% CI = 1.135-1.991) variants were associated with risk for T1D, but
only the last one persisted significant after correction of Bonferroni.
Furthermore, recent T1D patients (disease duration ≤ 2 years) with
the AA genotype of the rs763361 variant had lower C-peptide levels
when compared to those with the AG+GG genotypes (0.41 ± 0.30
ng/dl vs. 0.70 ± 0.53 ng/dl P = 0.0218). The current study suggests
that the rs763361 variant of CD226 gene (AA genotype) is associated
with susceptibility to T1D and a greater aggressiveness of the disease in
a Brazilian cohort. FAPESP.
PT.028 ADVANCED GLYCATION IN MACROPHAGES
DECREASES THE CONTENT OF THE HDL RECEPTOR – ABCA-1
AND ABCG-1 - AND INDUCES INTRACELLULAR ACCUMULATION
OF 7-KETOCHOLESTEROL
Iborra RT1, Machado-Lima A1, Castilho G1, Nunes VS1, Nakandakare
ER1, Abdallah DP2, Passarelli M1
1
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – Laboratório
de Lípides (LIM-10) – Endocrinologia. 2 Faculdade de Ciências Farmacêuticas da
USP – Análises Clínicas
Background: The aim of this study is determine the changes that
incubation of glycolaldehyde (advanced glycation inducer) causes in
macrophages enriched with oxidized LDL (amount of oxysterols and
the expression of ABCA-1 and ABCG-1) treated with HDL alone or
HDL in presence of T0901317. Methods: J774 macs were incubated
with oxidized LDL (50 µg/ml of DMEM) for 48h and then treated
with 0.25 mM glycolaldehyde (GAD-macrophages) or DMEM alone
(C-macrophages) for the last 5h, in the absence or presence of the
LXR-agonist, T0901317 (1 µM). Cells were carefully washed and incubated with 50 µg/ml of HDL (5 h) in the absence or presence of
T0901317. Oxysterols and total cholesterol were determined by gas
chromatography/mass spectrometry in cell lipid extracts by utilizing
5a-cholestane as internal standard. ABCA-1 and ABCG-1 protein
content was analyzed by western blot. Statistical analysis was done by
the Student t test or One-way ANOVA. Results: In C-macrophages,
incubation with HDL or HDL+T0901317 reduced the intracellular
content of total sterols (total cholesterol+oxysterols), cholesterol and
7-ketocholesterol, which was not observed in GAD-macrophages.
GAD-macrophages presented a 45% reduction in ABCA-1 protein level as compared to C-macrophages, even after the addition of HDL
or HDL+T0901317. The content of ABCG-1 was 36.6% reduced in
GAD-macrophages in the presence of HDL as compared to C cells.
Conclusion: In macrophages overloaded with oxidized LDL, glycolaldehyde treatment reduces the HDL-mediated cholesterol and 7-ketocholesterol efflux which is ascribed to the reduction in ABCA-1 and
ABCG-1 protein level. This may contribute to atherosclerosis in diabetes mellitus. Funding: FAPESP, Brazil.
RESUMOS DE PÔSTERES
PT.029 AÇÕES DOS ÁCIDOS GRAXOS ω-3 E PALMITATO NA
PRODUÇÃO DE SUPERÓXIDO EM CÉLULAS BETAPANCREÁTICAS
Graciano MFR1, Carpinelli AR1
1
Universidade de São Paulo (USP) ­– Fisiologia e Biofísica
Introdução: Os ácidos graxos (AG) ω-3 são derivados do ácido
α-linolênico, ácido graxo essencial precursor dos ácidos graxos eicosapentaenoico (EPA) e docosaexaenoico (DHA). Estudos em animais
demonstram que o óleo de peixe e os ácidos graxos ω-3 α-linolênico,
EPA e DHA, individualmente, previnem a resistência à insulina. Os
efeitos da suplementação dos ácidos graxos poli-insaturados na produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) e espécies reativas de
nitrogênio (ERNs) não são bem estabelecidos, havendo relatos de
aumento do estresse oxidativo ou sua não alteração. Foi observado
que a suplementação com ácidos graxos poli-insaturados em ratos
previne a indução de diabetes por aloxana, destacando a possível ação
antioxidante desses ácidos graxos. Os efeitos dos ácidos graxos EPA e
DHA nos mecanismos de secreção e ação de insulina precisam ainda
ser elucidados e profundamente avaliados, já que suas ações no melhoramento do processo de resistência insulínica poderiam também
englobar a função das células betapancreáticas. Métodos: A linhagem
de insulinoma de ratos INS-1E foi pré-incubada durante 30 minutos
em Krebs-Henseleit contendo 0,2% de albumina e 11,1 mM de glicose e incubadas durante 1 hora na presença de 2,8 e 16,7 mM de glicose com ou sem adição de concentrações crescentes de EPA, DHA e
palmitato para avaliação da produção de superóxido e secreção estática
de insulina. Avaliamos também, em incubações de 48h, a produção
de superóxido sob o estímulo de concentrações crescentes de AG e a
incubação concomitante entre palmitato, EPA e DHA em meio RPMI
com 1% de SFB e 1% de albumina livre de AG. Avaliamos o conteúdo
de ânions superóxido pelo método da oxidação do diidroetídeo por
meio de citometria de fluxo e a secreção de insulina por radioimunoensaio. Resultados: Após 1h de incubação em 16,7 mM de glicose,
o EPA reduziu o conteúdo de superóxido em concentrações de 50 a
200 µM, enquanto o DHA reduziu em concentrações de 75 a 200
µM. A secreção estática de insulina após tal estímulo não foi alterada
pelo EPA e DHA nas concentrações de 50 a 300 µM em comparação
a 16,7 mM de glicose. Após estímulo de 48 h em 11,1 mM de glicose,
o palmitato (50 a 400 µM) reduziu o conteúdo de superóxido, enquanto o EPA (25 a 100 µM) não alterou e o DHA reduziu apenas em
100 µM. A redução do conteúdo de superóxido pelo palmitato a 100
µM após 48h foi revertida pela incubação com 50 µM EPA, porém
não com 50 µM DHA. Discussão: Observamos que os AG ω-3 EPA
e DHA agudamente reduzem o conteúdo de superóxido das células
betapancreáticas e conseguem manter a produção basal de superóxido
em incubações crônicas. Já o palmitato, ao contrário do que se observa
agudamente, reduz o conteúdo de superóxido cronicamente, provavelmente por indução de ERNs e de outras EROs, o que foi revertido
pela incubação com EPA. São conhecidos os efeitos do palmitato na
indução de vias produtoras de EROs e de ERNs em ilhotas pancreáticas, bem como a ativação da NADPH oxidase, das isoformas induzível
e constitutiva da NO sintase, além da modulação de vias antioxidantes,
mecanismos essenciais para a manutenção do balanço redox celular e
que deverão ser futuramente avaliados para os AG ω-3. Apoio financeiro: FAPESP, CNPq, CAPES.
PT.03017b ESTRADIOL REGULA A EXPRESSÃO DO GENE
Slc2a4 EM ADIPÓCITOS 3T3-L1 VIA ESR1 E ESR2: POSSÍVEL
ENVOLVIMENTO DO NF-kB
Campello RS1, Poletto AC1, Furuya DT1, Alves-Wagner ABT1, Mori RCT1,
Machado UF1
1
Universidade de São Paulo (USP) ­– Fisiologia e Biofísica
Introdução: A resistência à insulina (RI) manifesta-se como uma reduzida capacidade dos tecidos sensíveis à insulina, no que diz respeito
à captação de glicose, responderem a níveis normais do hormônio.
Tais tecidos (muscular e adiposo) expressam a proteína transportadora
de glicose GLUT4, e redução na expressão gênica e/ou na densidade
de GLUT4 translocável para a membrana plasmática está relacionada
à diminuição da sensibilidade à insulina. Atualmente, sabe-se que o
estradiol (E2) está envolvido na regulação de genes bem como no
controle da homeostasia, e seu mecanismo clássico de ação envolve
a sua ligação aos seus receptores (ESR1 e ESR2). Após a ligação ao
hormônio, esses receptores modulam a expressão de genes, ligando-se
diretamente a regiões específicas do DNA, denominadas elementos
de resposta ao estrógeno ou interagindo com fatores transcricionais,
os quais se ligam diretamente ao DNA, aumentando ou diminuindo
a transcrição gênica. Entre esses fatores, está o NF-kB (nuclear factor
kappa B), sugerido como um regulador negativo do gene Slc2a4. Já
foi demonstrado que variações na concentração de E2 podem estar
relacionadas a RI e diminuição de GLUT4, entretanto o papel de cada
um dos receptores nesse mecanismo ainda não está completamente
elucidado. Portanto, o objetivo foi avaliar a participação de ESR1 e
ESR2 na expressão do gene Slc2a4 e da proteína GLUT4. Métodos:
Células adiposas da linhagem 3T3-L1 foram tratadas por 24 horas
com veículo ou antagonista seletivo de ESR1 (MPP, 10 nM) ou ESR2
(PHTPP, 100 nM), na ausência e presença de 17β-estradiol (0,1 nM
e 10 nM). Após esse período, avaliou-se a atividade de ligação de NF-kB por EMSA e o conteúdo do mRNA e da proteína GLUT4 por
Real time PCR e Western blotting, respectivamente. Resultados: Nas
células tratadas com MPP (com ou sem estradiol), não houve nenhuma alteração na atividade de ligação de NF-kB, quando comparado
ao tratamento com veículo. Nessas células também não houve alteração significativa do conteúdo de proteína ou mRNA do GLUT4.
Por outro lado, quando as células foram tratadas apenas com PHTPP,
observou-se redução significativa na atividade de ligação do NF-kB,
quando comparado ao tratamento com veículo. Tal redução se tornou
ainda mais evidente quando o estradiol foi adicionado ao tratamento.
Ao avaliar o conteúdo de GLUT4, os resultados refletem as alterações
observadas na atividade de ligação de NF-kB, pois tanto o conteúdo
de mRNA quanto de proteína aumentaram significativamente após
tratamento com PHTPP, sendo esse aumento mais proeminente na
presença de ambas as concentrações de 17β-estradiol. Discussão: Tais
resultados demonstram o importante envolvimento de ambos os receptores de estradiol na regulação da expressão do gene Slc2a4 e da
proteína GLUT4 em adipócitos 3T3-L1, no qual a isoforma ESR1
parece atuar como estimuladora, enquanto a ESR2, como repressora. Além disso, a modulação da expressão do Slc2a4 pelos receptores
de E2 parece envolver a interação com o fator transcricional NF-kB.
Apoio financeiro: FAPESP (2009/02217-1).
PT.031 Slc2a4 GENE EXPRESSION IS NOT REDUCED IN
DIABETIC RATS WITH HIGH SYMPATHETIC ACTIVITY
Alves-Wagner AB1, Sabino-Silva R2, Campello RS1, Mori RC1, Machado
UF1
1
Universidade de São Paulo (USP). 2 Universidade de Federal de Alagoas (UFAL)
Slc2a4 gene, which encodes the GLUT4 protein, is expressed in
insulin-sensitive tissues, such as muscle cells and adipocytes. Altered
GLUT4 expression is directly correlated with alterations in glycemic
homeostasis. We have demonstrated that the b-adrenergic system
regulates GLUT4 expression during fasting; nevertheless its role in
diabetes is not clearly understood. Considering that diabetic subjects
can develop autonomic neuropathy, we hypothesize that changes in
b-adrenergic activity could modulate diabetes-induced regulation ofSlc2a4 expression. This study investigated the participation of sympathetic nervous system in the regulation of Slc2a4 expression in skeletal
muscle of diabetic-Wistar rats and diabetic-spontaneously hypertensive rats (SHR), the latter presenting high sympathetic activity in the
skeletal muscle. Firstly, animals (Wistar, Wistar-Kyoto and SHR), were
rendered diabetic by alloxan injection, and one month later the Slc2a4
mRNA and GLUT4 protein were analyzed in soleus (oxidative) and
extensor digitorum longus (EDL, glycolytic) skeletal muscle, comparing with respective non-diabetic animals. Diabetes significantly reduced Slc2a4 mRNA and GLUT4 protein in Wistar, as expected. That
was not observed in diabetics Wistar-Kyoto and SHR. Thus Wistar rats
S117
RESUMOS DE PÔSTERES
were chosen as a control for the next experiment. Diabetic-SHR and
diabetic-Wistar rats were treated with saline, insulin, propranolol and
insulin+propranolol for 1 week, after being kept diabetic for 1 month.
As expected, insulin treatment reduced glycemia, urinary volume and
glucose, and increased body weight in both SHR and Wistar (P < 0.01
to P < 0.001). Propranolol, in a dose enough to reduce arterial blood
pressure in hypertensive rats, did not alter the metabolic parameters.
Insulin increased Slc2a4 mRNA expression in soleus muscle of both
groups (P < 0.01); whereas propranolol reduced it only in Wistar rats
(P < 0.05). Conversely, in EDL muscle, insulin decreased (P < 0.01)
whereas propranolol increased (P < 0.05) the mRNA expression. The
association of insulin+propranolol showed that in soleus the effect of
insulin was preponderant, whereas in EDL propranolol attenuates the
effect of insulin. Importantly, despite the changes induced by treatments, Slc2a4 expression in both muscles was always higher in SHR
than in the respective Wistar group (P < 0.01). Finally, the GLUT4
protein expression was regulated similarly to the mRNA modulation,
despite some specific discrepancies, which indicate post-transcription
regulation. In conclusion, high sympathetic activity of SHR attenuated the diabetes-induced decrease of Slc2a4 expression in soleus and
EDL. Additionally, propranolol treatment reinforced the b-adrenergic
stimulating effect upon Slc2a4 in soleus, but not in EDL. Considering that GLUT4 content is important for glycemic homeostasis, the
present data suggest that autonomic neuropathy can worsen glycemic
homeostasis, by inducing further decrease in GLUT4 expression. Financial support: FAPESP (2007/54805-9).
PT.032 EXPERIÊNCIA DA ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO
AOS PACIENTES AMBULATORIAIS COM DIABETES
Trevizani Nitsche MJ1, Olbrich SRLR1, Mori NLR1, Alves MVMFF1, Luppi
CHB1
1
Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Enfermagem
Introdução: Proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes
diabéticos e seus familiares, realizando consulta de enfermagem com
orientações quanto ao tratamento, acompanhamento e avaliação da
doença. Métodos: Foram atendidos desde 1992 todos os pacientes
diabéticos e seus familiares acompanhados no Ambulatório de Diabetes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu
– UNESP, todas as quartas feiras, de fevereiro a dezembro, por meio
de consulta de enfermagem. A consulta de enfermagem visa direcionar
a população, identificando os grupos de risco e promovendo orientação individual e familiar. O enfoque principal é o conhecimento sobre
diabetes no processo de autocuidado, verificando: conhecimento sobre a doença, da condição crônica e incapacitante e principalmente
os cuidados com a alimentação, com o uso das medicações, cuidados
com os pés, necessidade de atividade física, entre outros. Resultados e
discussão: Aproximadamente 350 pacientes diabéticos e seus respectivos familiares são acompanhados em atendimento multiprofissional,
em que são abordados temas referentes à patologia, aspectos para melhoria da qualidade de vida, complicações da doença e do tratamento, bem como o autocuidado. Já foram elaborados cartilhas, banners,
realizadas visitas domiciliares, constatando melhora considerável no
controle do diabetes. Já foram publicados vários trabalhos científicos,
articulando ensino, pesquisa e extensão, além de proporcionar uma
oportunidade aos alunos bolsistas e voluntários, diferentes daquela que ocorre na graduação. No primeiro momento foram avaliados
102 pacientes, com idade entre 19 e 77 anos, 64% mulheres, 36%
procedentes de Botucatu e 64% de 15 outras cidades. Em média diabéticos há 11,4 anos e em tratamento no serviço há 7,1 anos. 64%
eram aposentados e 4%, desempregados. Em relação à renda familiar,
32% deles têm renda de cinco ou mais salários mínimos Apresentavam
alguma doença associada 84% dos pesquisados; 48% desses tinham
alguma complicação do diabetes. Quanto aos fatores de risco, 12%
identificaram-se como fumantes e 24% como ex-fumantes, 84% apresentavam alguma doença associada, sendo: 76,2% hipertensão arterial,
20% dislipidemia, 20% disfunções tireoidianas, 24% doenças cardiovasculares e 12% depressão. Conclusão: Alguns indivíduos apresentavam
S118
mais de um agravo e, por essa razão, o somatório dos indivíduos que
apresentavam alguma doença associada ultrapassou 100%. A média do
IMC dos pacientes foi de 28,5 kg/m2, valor esse fora do padrão de
normalidade, determinante do bom controle da doença. Em relação
ao tratamento, 60% estavam em uso exclusivo de insulina, 8% em uso
concomitante de insulina e hipoglicemiante oral e 8,32% em uso exclusivo de hipoglicemiantes orais; 56% fazem atividade física, sendo a
caminhada a principal.
PT.033 IS BODY WEIGHT A RISK FACTOR FOR MORTALITY IN
PATIENTS RECEIVING PERITONEAL DIALISIS?
Souza Lima T1, Adler AI1
1
Cambridge University – Wolfson Diabetes & Endocrine Clinic
Introduction: Obesity is a significant risk factor for cardiovascular
and renal diseases in the general population. Yet, a considerable number of studies has shown that increased body mass index (BMI) is negatively correlated with mortality in patients with established chronic
renal disease receiving haemodialysis. This apparent paradox is not
established in patients receiving peritoneal dialysis. The objective of
this work is to critically review the literature available on the association between BMI and mortality in patients receiving peritoneal dialysis. Methods: A systematic literature search was conducted using two
databases: Medline and Embase. The main search terms used were
BMI, risk factor, mortality and peritoneal dialysis. This search resulted
in a total of 335 articles, of which six studies met the inclusion criteria.
Two prospective cohorts, three retrospective cohorts, and a case cohort study were reviewed with a total of 29,699 participants. Results:
Based on the findings of six studies included in this review, only one
small prospective cohort reported that patients with higher BMI had
a longer survival time compared to those with normal BMI, one reported the opposite and four described no effect of BMI on mortality.
Discussion: In the reviewed literature, there is some evidence that
BMI has a neutral effect on mortality in patients receiving PD. For
this reason, there is some observational evidence to discourage weight
loss in the ESRD population receiving PD. More studies are needed
to clarify these findings.
PT.034 CONTROLE DIFERENCIADO DA ATIVIDADE SIMPÁTICA
EM MÚSCULOS OXIDATIVOS E GLICOLÍTICOS DE RATOS
DURANTE O JEJUM PROLONGADO
Graça FA1, Lustrino D1, Garófalo MA1, Kettelhut IC2, Navegantes LCC1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Fisiologia. 2 FMRP-USP – Bioquímica e Imunologia
Introdução: O sistema nervoso simpático (SNS) é constituído pela
inervação noradrenérgica tecidual, cujo neurotransmissor principal é a
noradrenalina, e pela porção medular da glândula adrenal, que sintetiza
e libera a adrenalina diretamente na circulação. Em estudos anteriores,
demonstramos que a remoção cirúrgica da medula da adrenal (adrenodemedulação; ADMX), após 10 dias, promove aumento adicional
na degradação de proteínas no músculo glicolítico EDL de ratos jejuados por 48h, sugerindo o papel antiproteolítico da adrenalina. O fato
de ele não ter sido observado em um músculo tipicamente oxidativo
como o Soleus nos levou a formular a hipótese acerca da existência de
um controle diferenciado da atividade simpática em músculos glicolíticos e oxidativos em situações de demanda energética. Materiais e métodos: Para testar essa hipótese, foram utilizados ratos jovens (~80g)
divididos em cinco grupos experimentais: 1 – Alimentado, 2 – ADMX
Alimentado, 3 – Jejum 48h, 4 – ADMX Jejum 48h e 5 – Jejum 14h.
Cada grupo foi subdivido em três subgrupos: 0h – grupo que não
recebeu injeções e logo após foi sacrificado; 6h – grupo que recebeu
uma única injeção de α-metil-tirosina e foi sacrificado após 6 h; e o
grupo 12h – que recebeu duas injeções, a primeira às 21h, a segunda
às 2h, sendo então sacrificado após 12 h da primeira injeção. Após
o sacrifício, os músculos EDL e soleus foram retirados para avaliar o
turnover de noradrenalina (NOR), por meio da inibição da biossíntese
RESUMOS DE PÔSTERES
de noradrenalina, pela α-metil-tirosina, e a concentração de NOR foi
quantificada por HPLC. Resultados: A ADMX aboliu a concentração
plasmática de adrenalina e reduziu em 60% a de noradrenalina tanto
em ratos alimentados como jejuados. O turnover de NOR, calculado
pelo produto da taxa do turnover fracional e o conteúdo endógeno
de NOR, foi reduzido em ambos os músculos estudados após 48h de
jejum. Essa redução foi 2x maior em músculos EDL do que em soleus.
Em ratos alimentos, a ADMX aumentou a atividade noradrenérgica
no músculo EDL e soleus. O jejum de 14h, assim como a ADMX em
ratos jejuados por 48h, não alterou o turnover de NOR em ambos
os músculos. Discussão e conclusão: Os presentes dados mostram
que a atividade simpática do músculo esquelético é reduzida em uma
situação de jejum prolongado, principalmente em músculos glicolíticos como o EDL. Esse efeito pode ser o responsável pelo aumento
exacerbado do catabolismo proteico observado nesse músculo após
a deprivação alimentar. O aumento fracional do turnover de NOR
muscular observado após a ADMX em ratos alimentados é um mecanismo compensatório em resposta à depleção da adrenalina circulante.
Suporte financeiro: FAPESP (Proc. 08/06694-6 e 2010/11015-0).
PT.035PPAR-a ANTAGONIST ABOLISHS THE LIPOLYSIS
INDUCED BY PALMITOLEIC ACID (N-7) ON 3T3-L1 ADIPOCYTES
Lopes AB1, Festuccia W1, Farias TSM1, Torres Leal FL, Chimin P1, Curi R1,
Lima FB1, Alonso-Vale MIC2
Universidade de São Paulo (USP) ­– Departamento de Fisiologia e Biofísica. 2 Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Departamento de Ciências Biológicas
1
Introduction: Palmitoleic acid (16:1,n-7), a fatty acid produced in
adipose tissue by de novo lipogenesis, was described as a “hormone”,
improving insulin sensibility on liver and muscle. However, effects on
adipose tissue were not investigated. Objectives: To evaluate the influence of palmitic and palmitoleic acids in the hidrolysis of triacylglycerides in adipocytes. Methods: 3T3-L1 preadipocytes were cultured
in DMEM until confluence. Differentiation was induced two days
post-confluence by adipogenic cocktail for 48h. Six days after differentiation, the cells were treated (or not) with n-7 200 µM or Pa 200
µM, for 24h. The rate of lipolysis were estimated. The mRNA content
of the lipolytic proteins (ATGL, HSL, MGL, CGI-58 and perilipin)
were estimated by real time PCR. PPAR-α (GW6741) and PPAR-γ
(GW9662) antagonists were associated to the treatment in order to
access the involvement of PPARs in the lipolytic response. Results: An
increased lipolysis by adipocytes in the presence of n-7 (245.3 ± 24.1)
compared to control (176.8 ± 15.37) and Pa group (172.2 ± 12.
nmol/mg), p < 0,05, was observed. The same occurred after stimulation with isoproterenol (Control: 567.8 ± 39.07; Pa: 599.8 ± 21.68;
n-7:776.5 ± 42.541 nmol/mg), p < 0,05. When PPAR-α antagonist
was associated, this effect was abolished. The mRNA ATGL enzyme
expression (1.63 ± 0.29) increased after treatment with n-7 compared
to control and Pa (0.99 ± 0.09 and 0.1 ± 0.05, respectively), p < 0.05.
However, there was no difference between the groups in relation to
HSL, MGL, CGI-58 and perilipin mRNA expression. Conclusion:
The palmitoleic (n-7) fatty acid increased the lipolytic activity of 3T3L1 adipocytes accompanied by increased of mRNA ATGL expression.
This effect seems to be mediated by PPAR-α pathway. Funding: This
research was supported by grants from FAPESP.
PT.036 A SUPLEMENTAÇÃO COM L-ALANINA AUMENTA A
SECREÇÃO DE INSULINA E O FLUXO DE Ca2+ EM ILHOTAS DE
CAMUNDONGOS
Araujo TR1, Costa NB1, Miranda HM1, Santos-Silva JC2, Vettorazzi JF2,
Boschero AC2, Boschero AC2, Carneiro EM2, Ribeiro RA1
1
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental, Macaé, RJ, Brasil. 2 Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) – Anatomia, Biologia Celular e Fisiologia e Biofísica
Introdução: O aminoácido (aa) L-arginina (Arg) tem demonstrado
potencial terapêutico para obesidade e diabetes do tipo 2. Normalmente, os estudos utilizam como base de comparação dos efeitos da
Arg um controle suplementar com outro aa que forneça o mesmo
pool de nitrogênio e, dessa forma, exclua que qualquer efeito da Arg
possa ocorrer pelo fornecimento de substrato energético adicional.
O controle isonitrogenado utilizado com frequência é a L-alanina
(Ala). Contudo, Arg e Ala em experimentos de cultura de células beta
demonstraram regular a secreção de insulina tanto por meio do seu
transporte eletrogênico quanto pelo seu metabolismo, que resulta na
formação de glutamato, que por sua vez gera ATP ou age diretamente sobre a exocitose. Portanto, nosso objetivo foi avaliar a tolerância à glicose, secreção de insulina e oscilações citoplasmáticas de íons
Ca2+ em ilhotas pancreáticas de camundongos suplementados com
Arg ou Ala. Métodos: Camundongos machos C57Bl/6J aos 30 de
vida foram distribuídos nos seguintes grupos: controle (CTL); suplementados com 2,55% de Ala (CAla); ou com 1,51% de Arg (CArg),
adicionados à água de beber. Aos 90 dias, os camundongos foram
pesados e submetidos ao teste de tolerância à glicose. Após, mortos
por decaptação, o sangue foi coletado e os órgãos e gorduras pesados.
As ilhotas pancreáticas foram isoladas para a avaliação da secreção de
insulina e oscilações de Ca2+. Resultados foram analisados por ANOVA de uma via seguida de Newman-Keuls, P < 0,05. Resultados e
discussão: Camundongos suplementados com Arg ou Ala não apresentaram alteração na tolerância à glicose (22170 ± 1670 vs. 23101
± 1369 mg/dl.min-1, respectivamente) quando comparados aos CTL
(21309 ± 1198 mg/dl.min-1). O peso corporal, peso de órgãos e de
gorduras, bem como os valores plasmáticos de glicose, insulina e triglicerídeos foram similares entre os grupos. Contudo, camundongos
CAla apresentaram menor colesterolemia no jejum (102 ± 3 mg/dl)
comparados aos CTL (139 ± 13 mg/dl). Ilhotas isoladas de camundongos CAla secretaram mais insulina (1,14 ± 0,11 ng/ilhota.h) em
resposta a 11,1 mM de glicose comparado às ilhotas CTL (0,82 ±
0,06 ng/ilhota.h). Porém, ilhotas CArg não apresentaram alteração
na secreção nessa condição (1,05 ± 0,09 ng/ilhota.h). Em resposta
a 22,2 mM de glicose, a secreção foi similar entre ilhotas CAla (2,67
± 0,34 ng/ilhota.h), CArg (3,10 ± 0,35 ng/ilhota.h) e CTL (2,41 ±
0,22 ng/ilhota.h). O total de Ca2+ mobilizado em resposta a 11,1 mM
de glicose foi maior nas ilhotas CAla (5,19 ± 0,55 F340/F380.min-1)
comparado às ilhotas CArg (3,48 ± 0,55 F340/F380.min-1) e CTL
(3,29 ± 0,27 F340/F380.min-1). Contudo, a amplitude e a frequência
das oscilações citoplasmáticas de Ca2+ não diferiram entre os grupos
(CAla 1,43 ± 0,04 e 37 ± 6; CArg 1,3 ± 0,03 e 27 ± 3; CTL 1,3 ±
0,04 e 32 ± 3; respectivamente). Portanto, a suplementação com Ala
melhora a resposta secretória da célula beta via aumento do influxo de
Ca2+. Sugerimos que a utilização desse aa como controle isonitrogenado possa mascarar as patologias e disfunções metabólicas dos modelos
experimentais em estudo, portanto a comparação dos efeitos da Arg
sobre o metabolismo e prevenção da obesidade devem ter como base
comparativa também animais controles sem nenhuma suplementação.
Apoio financeiro: CNPq, FAPESP, FAPERJ.
PT.037 O HIPOTIREOIDISMO REDUZ A EXPRESSÃO GÊNICA
E A SECREÇÃO DE INSULINA EM ILHOTAS PANCREÁTICAS DE
RATOS
Francemilson Goulart-Silva1, Caroline Serrano-Nascimento1, Eduardo
Rebelato1, Laila R. B. Santos1, Angelo R. Carpineli1, Maria Tereza Nunes1
1
Universidade de São Paulo (USP)
Introdução: Sabe-se que os hormônios tireoidianos (HTs) são essenciais para a manutenção da homeostase glicêmica e que a alteração da
função tireoidiana está associada à intolerância à glicose. Contudo, poucos estudos exploram o papel dos HTs sobre a célula beta e, no que
concerne a isso, os dados presentes na literatura ainda são conflitantes,
o que torna esse assunto um importante alvo para investigação. Dessa
forma, foi do nosso interesse avaliar a expressão de insulina e sua secreção, induzida por glicose, nas ilhotas pancreáticas de ratos após 40 dias
de tireoidectomia (Tx). Métodos: Ilhotas pancreáticas de ratos controle e Tx foram isoladas por digestão enzimática e, em seguida, foram
avaliados os seguintes parâmetros: expressão gênica da pró-insulina e
estabilidade do seu transcrito por PCR em tempo real e RACE-PAT,
S119
RESUMOS DE PÔSTERES
respectivamente; expressão da insulina por Western blotting; secreção
estática de insulina induzida por glicose e o citoesqueleto de actina por
fracionamento e immunoblotting. Resultados: A Tx reduziu tanto o
conteúdo do mRNA da pró-insulina quanto o conteúdo de insulina.
Em relação ao comprimento da cauda poli(A) desses transcritos, avaliados por RACE-PAT, nenhuma alteração foi observada entre os grupos
experimentais, o que nos permite dissociar a redução da expressão da
insulina com a estabilidade dos seus transcritos. Tanto a capacidade das
ilhotas em secretar insulina quanto o conteúdo desta no interior das células beta estão reduzidos no grupo Tx; entretanto, após normalização
do conteúdo secretado de insulina pelo presente na célula beta, nenhuma diferença na secreção foi observada, o que indica que a capacidade
de secreção está reduzida no Tx, porque há menos insulina na célula. O
conteúdo de actina monomérica (actina G) e filamentosa (actina F) está
reduzido nas ilhotas dos animais Tx; contudo, apesar dessa redução, a
razão entre actina G e actina F não indica desarranjo do citoesqueleto
das ilhotas dos ratos Tx em relação ao grupo controle. Conclusão:
Nossos dados nos permitem supor que o hipotireoidismo afeta a expressão da insulina, levando a uma redução do seu conteúdo na célula
beta. A secreção de insulina também está diminuída nas ilhotas dos ratos Tx; contudo, essa alteração não parece estar associada à desorganização do citoesqueleto, mas à menor expressão de insulina observada
após a tireoidectomia. Suporte financeiro: FAPESP – 2008/56446-9.
PT.038 EVALUATION AND PREVALENCE OF CARDIOVASCULAR
RISK FACTORS IN JAPANESE-BRAZILIAN OF MOMBUCA,
GUATAPARÁ, SP
Gomes PM1, Foss-Freitas MC1, Foss MC1
1
Universidade de São Paulo (USP) ­– Ribeirão Preto – Clínica Médica
The objectives of this study were to evaluate in a Japanese-Brazilian
community (Mombuca/Guatapará – Brazil), the prevalence of risk
factors for CVD and metabolic syndrome (MS). This is a transversal study with male and female Japanese-Brazilians aged greater than
or equal to 20 years. This study consisted of interviews with standard socio-cultural/health questionnaire, and clinical and laboratory
examination. From 131 participants (67% of the population), mean
age of 56.7 ± 15.9 years, 58% were women. In relation to risk factors for CVD, 76.3% had dyslipidemia, 24.4% pre-diabetes (PDM),
10.7% diabetes mellitus (DM), 46.6% hypertension, 52.7% abdominal
obesity (AO), and 35.8% SM by IDF/2009 criteria. In the comparison between male and female, the men presented significant higher
levels of abdominal circumference (AC), obesity and in systolic and
diastolic blood pressure, while the women showed higher blood levels
of LDL and triglycerides and low levels of HDL cholesterol. The ankle-brachial index (ABI) did not show correlation with changes in the
electrocardiogram (ECG). We observed significant correlations between HOMA-IR index and MS (IDF/2009) (p = 0,02 and < 0,001),
respectively) and also with obesity (p = 0,01) in the whole population. In the female group, HOMA-IR correlated with MS frequency
(p = 0,004 and < 0,001, respectively), while in the male group we
observed correlation between HOMA-IR and overweight status (p =
0,01). There was statistically correlation between HOMA-Beta index
and DM. In conclusion, ECG was not a good tool for identify subjects
under risk; ABI calculated from dorsalis pedis arteries was better than
tibial arteries and there was association between HOMA-IR and SM.
PT.039 PERFIL PERIODONTAL DE INDIVÍDUOS PORTADORES
DE EXCESSO DE PESO E COMPONENTES DA SÍNDROME
METABÓLICA
Santos YMM1, Gaspar CDR2, Rufino LC3, Lima D3, Guimarães AC4, Silva
MLLS4, Ladeia AMT4, Gnoato N3, Tunes UR3, Tunes RS3
Universidade Federal da Bahia (UFBA) – Curso de Odontologia. 2 Escola Bahiana
de Medicina e Saúde Pública (Bahiana) – Curso de Odontologia. 3 Bahiana –
Curso de Odontologia. 4 Bahiana – Curso de Medicina
1
Introdução: A síndrome metabólica (SM) é um conjunto de alterações sistêmicas (circunferência abdominal aumentada, dislipidemia,
S120
glicemia de jejum alterada e hipertensão) que são fatores de risco para
doenças cardiovasculares e diabetes mellitus tipo 2. Estudos têm demonstrado uma possível associação entre a SM e as doenças periodontais (DP). A condição inflamatória sistêmica subclínica, característica da SM, pode desequilibrar as interações entre as citocinas no
periodonto, aumentando a suscetibilidade ou mesmo agravando as
DPs. Da mesma forma, estas, relacionadas à alta produção de citocinas pró-inflamatórias, poderiam estar implicadas no aparecimento
ou agravamento de diversas condições metabólicas. O objetivo deste
trabalho foi avaliar, em pacientes portadores de excesso de peso, a
associação entre os componentes da SM e suas condições periodontais. Métodos: Foram avaliados 64 pacientes, entre 30 e 70 anos de
idade, do Ambulatório de Obesidade da Escola Bahiana de Medicina
e Saúde Pública. Após avaliação física e laboratorial de componentes da SM, estes tiveram sua condição periodontal triada pelo exame
periodontal simplificado (PSR), em que o enquadramento do perfil
periodontal dos indivíduos foi feito por meio dos códigos: 0, 1, 2, 3
e 4. Os pacientes com códigos 3 e 4 foram submetidos a um exame
periodontal completo, de modo que os sítios periodontais sondados
foram categorizados nos seguintes grupos: PS1: PS ≤ 3,5 mm; PS2:
PS > 3,5 mm e < 5,5 mm; PS3: PS ≥ 5,5 mm. Quando acompanhados
de sangramento à sondagem (SS), constituíram, respectivamente, os
grupos SS1, SS2 e SS3. A análise estatística, para as variáveis nominais,
foi realizada por meio dos testes Qui-Quadrado ou Exato de Fisher.
Para a análise das variáveis contínuas foram utilizados os testes Exato
de Mann-Whitney e o de Kruskall-Wallis, seguidos pelo teste a posteriori de Mann-Whitney com correção de Bonferroni, assumindo um
nível de significância de 5%. Resultados: Dos cinco componentes da
síndrome metabólica analisados, a alteração da pressão arterial foi o
único componente que mostrou ter associação estatisticamente significativa (p = 0,001) com os indivíduos que apresentaram pior condição
periodontal (PSR = 4). Indivíduos com alteração de glicemia tiveram
menor porcentagem de sítios na categoria de SS1 (p = 0,01) e maior
na de SS2 (p = 0,03) que indivíduos sem qualquer tipo de alteração
glicêmica. Conclusão: Dentre os componentes da SM, a alteração dos
níveis pressóricos e as alterações glicêmicas mostraram-se associadas a
uma pior condição periodontal, sugerindo serem as alterações glicêmicas o principal fator associado a parâmetros clínicos de inflamação
periodontal. Agradecimento ao Projeto PEPE sob coordenação de
Armênio Guimarães e apoio financeiro FAPESB.
PT.040 IMPORTÂNCIA DO CIRURGIÃO DENTISTA NO
DIAGNÓSTICO PRECOCE DO DIABETES MELLITUS – ESTUDO
PILOTO
Cardoso TC1, Tunes RS1, Tunes UR1, Barbosa MDS1
1
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (Bahiana) – Curso de Odontologia
Introdução: Diante da relação bidirecional entre o diabetes mellitus
(DM) e condições crônicas, sobretudo as doenças periodontais (DP),
a cavidade oral pode apresentar os primeiros sinais ou sintomas que
sugeririam o DM não diagnosticado ou mal controlado, apontando
para a participação do cirurgião dentista em equipe multidisciplinar.
Sabendo-se dessa inter-relação entre DM e cavidade oral, nota-se a
importância do cirurgião dentista no diagnóstico precoce do DM,
não só por meio do exame oral, mas também pela avaliação do relato e presença de sinais e sintomas na anamnese e exame físico geral
e oral, além da utilização de critérios para rastreamento do diabetes
em pacientes assintomáticos, definidos pela Associação Americana de
Diabetes (ADA). Para avaliar a glicemia em consultório, o cirurgião
dentista pode utilizar o glicosímetro portátil e indicar, quando preciso,
exames laboratoriais necessários à confirmação do diagnóstico. Assim,
esta pesquisa teve por objetivo realizar um estudo piloto para avaliar
se a glicemia casual, realizada no momento da consulta odontológica,
pode ser usada como fator preditivo para o diagnóstico do diabetes.
Métodos: Foi realizado um rastreamento de pacientes diabéticos e
pré-diabéticos entre indivíduos assintomáticos, segundo os critérios
estabelecidos pela Associação Americana de Diabetes (ADA), a partir
de uma consulta casual na Unidade de Triagem e Urgência do cur-
RESUMOS DE PÔSTERES
so de Odontologia da EBMSP, por meio de entrevistas, utilizando-se
formulários, além do exame físico geral, no qual foram mensurados
a pressão arterial, peso, altura (para cálculo do IMC). Os pacientes
selecionados foram submetidos ao teste de glicemia casual (medida
com o glicosímetro portátil, independente do horário da última refeição) e encaminhados para realizarem exame de glicemia em jejum
para a confirmação ou não do diagnóstico de diabetes, além daqueles
para avaliação do colesterol total, frações e triglicérides. Para avaliar
a relação linear entre a taxa de glicemia de jejum e a casual, foi utilizada a correlação de Spearman. Para a análise estatística das demais
variáveis contínuas, foram utilizados os testes Exato de Wilcoxon e
de Kruskal-Wallis, seguidos pelo teste a posteriori de Mann-Whitney
com correção de Bonferroni. Resultados: Foram entrevistados 85
pacientes assintomáticos com indicação de rastreamento para diabetes, que se submeteram ao exame de glicemia casual com o auxílio
do glicosímetro. Desses, 25 realizaram a glicemia em jejum, e dois
pacientes apresentaram glicemia casual > 200 mg/dl, acompanhada
de valores de glicemia em jejum compatíveis com diabetes, enquanto seis deles obtiveram o diagnóstico de glicemia de jejum alterada.
Houve diferenças estatisticamente significativas entre as glicemias casuais dos pacientes diabéticos comparadas com as dos não diabéticos
e pré-diabéticos (p = 0,038). Demonstrou-se ainda uma correlação
positiva e significativa entre a glicemia casual e de jejum nos pacientes
investigados (r = 0,472; p = 0,017). Conclusão: Este estudo piloto
sugere que a análise da glicemia casual feita em consulta odontológica
pode ser uma importante ferramenta no rastreamento bem como no
diagnóstico precoce de pacientes diabéticos assintomáticos.
PT.041 APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE DE
MULHERES COM LIPODISTROFIA PARCIAL FAMILIAR TIPO
DUNNIGAN
Monteiro LZ1, Foss-Freitas MC1, Crescêncio JC2, Gallo Jr. L3,
Montenegro Jr. RM4, Foss MC1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica. 2 FMRP-USP – Fisiologia do Exercício – Cardiologia. 3 Hospital
das Clínicas da FMRP-USP – Clínica Médica. 4 Hospital das Clínicas da Universidade
Federal do Ceará (UFC) – Endocrinologia e Metabologia
Introdução: A lipodistrofia tipo Dunnigan (LD) é caracterizada pela
diminuição progressiva do tecido adiposo nas extremidades e tronco
e acúmulo de gordura na cabeça, pescoço e tecido adiposo visceral.
Está associada com diabetes, dislipidemia e doenças cardiovasculares, compondo a síndrome metabólica (SM) (Garg A. Am J Med.
2000;108:143). Estilo de vida sedentário está entre os fatores de risco
para as doenças. A aptidão física é conhecida por ser um poderoso
preditor de morbidade e mortalidade de doenças crônicas (Lynn M.
Med Sci Sports Exerc. 2006;38:1114). Assim, o objetivo deste estudo
foi avaliar a aptidão física relacionada à saúde de mulheres com LD e
comparar com grupo de mulheres sadias sem LD (grupo controle).
Métodos: Participaram 14 pacientes com diagnóstico clínico e molecular de LD, acompanhadas na Clínica de Diabetes/Metabolismo do
HC-FMRP-USP. O grupo controle foi constituído de 14 mulheres
voluntárias, saudáveis, pareadas quanto à idade, peso, altura e IMC
em relação às pacientes com LD, em que foram verificadas as variáveis
antropométricas e a aptidão física (AF). Na AF avaliamos composição
corporal (DXA), flexibilidade (flexiteste), resistência muscular abdominal (teste de 1 min), força de preensão manual (dinamômetro manual) e capacidade cardiorrespiratória pelo teste cardiopulmonar máximo, em cicloergômetro, segundo um protocolo em rampa, em que
foram obtidos os valores de potência, VO2 e frequência cardíaca (FC)
no limiar de anaerobiose ventilatório (LAV) e no pico do esforço. Os
dados foram expressos em média ± DP e usamos o teste de Wilcoxon
para comparar as variáveis entre os grupos. Foi utilizado o STATA,
versão 9.0, e adotado o nível de significância de 5%. Resultados: As
mulheres com LD apresentaram idade = 35,8 ± 13 anos, peso = 58,6
± 5,9 kg, altura = 1,60 ± 0,07 m e IMC = 23 ± 2,1 kg/m2) vs. GC
(idade = 35,9 ± 13 anos, peso = 63,9 ± 6,7 kg, altura = 1,60 ± 0,06 m,
IMC = 23,2 ± 2,4 kg/m2. Como esperado, a % gordura total (LD =
19,1 ± 4,2% vs. GC = 34,8 ± 5% p < 0,01) e a massa magra total (LD
= 41,4 kg vs. GC = 34,1 kg p < 0,01) foram significativamente diferentes entre os grupos. As mulheres com LD apresentaram aumento
na flexibilidade da articulação do cotovelo (p = 0,03), diminuição na
articulação do tornozelo (p = 0,04) e diminuição na resistência muscular abdominal (p < 0,01) quando comparado ao grupo controle.
Não observamos diferença significativa nos valores de preensão manual. Na avaliação cardiorrespiratória, as mulheres com LD tiveram
diminuição da frequência cardíaca (p = 0,03) e da potência (p = 0,04)
no pico de esforço. Discussão: Uma diminuição dos componentes
da aptidão física podem contribuir para as lombalgias, enfermidade
que causa limitações nas atividades do cotidiano e um decréscimo na
qualidade de vida (Glaner MF. Rev Bras Cineantropom Desempenho
Hum. 2003;5:75). Portanto, acredita-se que a manutenção de níveis
adequados de aptidão física relacionada à saúde pode contribuir sobremaneira para o aumento da longevidade. Suporte financeiro: FAPESP, CAPES, FAEPA-HC-FMRP-USP.
PT.042 DISTRIBUIÇÃO DA GORDURA VISCERAL E SUBCUTÂNEA
EM MULHERES COM LIPODISTROFIA TIPO DUNNIGAN
Monteiro LZ1, Foss-Freitas MC1, Elias J Jr.1, Montenegro Jr. RM2, Foss MC1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica. 2 Hospital Universitário da Universidade Federal do Ceará
(UFC) – Endocrinologia e Metabologia
Introdução: As lipodistrofias fazem parte de um grupo clinicamente
heterogêneo de doenças hereditárias ou adquiridas caracterizadas pela
perda seletiva ou total de tecido adiposo. Alguns pacientes afetados
são predispostos tanto à resistência à insulina como ao desenvolvimento de doenças correlatas, como obesidade visceral, hipertensão
arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus tipo 2 (DM2), dislipidemia,
doença arterial coronariana (DAC), esteato-hepatite e síndrome dos
ovários policísticos (SOP) (Garg A. N Engl J Med. 2004;350:1220).
Em lipodistrofias familiares, a ressonância magnética nuclear (RMN)
tem sido comumente utilizada para avaliação de deposição de gordura
visceral intermuscular (Grundy SM. Arterioscler Thromb Vasc Biol.
2004;24:13). Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a distribuição da gordura visceral e subcutânea em mulheres com lipodistrofia
tipo Dunnigan (LD) e compará-las com mulheres sem LD (grupo
controle). Métodos: Participaram 13 pacientes com diagnóstico clínico e molecular de LD, acompanhadas na Clínica de Diabetes/Metabolismo do HC-FMRP-USP. O grupo controle foi constituído de
11 mulheres voluntárias, saudáveis, pareadas quanto a idade, peso,
altura e IMC em relação às pacientes com LD, sendo verificadas as
variáveis antropométricas, % de gordura pelo DXA e a distribuição
da gordura visceral (GV) e subcutânea (GS) pela técnica de RMN.
Os dados foram expressos em média ±DP e usamos o teste t-Student
para comparar entre os grupos. Foi utilizado o STATA, versão 9.0,
e adotado o nível de significância de 5%. Resultados: As mulheres
com LD apresentaram (idade = 36,4 ± 14 anos, peso = 58,2 ± 5,9 kg,
altura = 1,59 ± 0,07 m e IMC = 22,9 ± 2,2 kg/m2 e circunferência
abdominal = 77,08 ± 5,1 cm) vs. GC idade = 33,8 ± 13 anos, peso =
63,9 ± 4,7 kg, altura = 1,59 ± 0,07 m, IMC = 22,9 ± 2,0 kg/m2 circunferência abdominal = 73,5 ± 4,6 cm. Como esperado, as mulheres
com LD apresentaram uma diminuição da % de gordura (MMSS =
29,4 ± 10,7%, MMII = 26,9 ± 5,5%, tronco = 23,6 ± 5,1%, % total =
19,1 ± 4,2 p = <0,01 vs. GC: MMSS = 71,4 ± 16,6%, MMII = 77,5 ±
8,9%, tronco = 31,2 ± 6,3%, % Total = 34,8 ± 5,1) e aumento na GV
(8103,4 ± 3866,3 mm2 vs. GC = 5629,1 ± 4000,7 mm2 p = 0,23) e
GS (4139,7 ± 2978,2 mm2 vs. GC = 21726,2 ± 4712,7 mm2 p = <
0,01). Das 13 pacientes com LD, 9 (64,2%) apresentaram esteatose
hepática. Discussão: Nossos estudos estão em concordância com os
de Ludtke et al. (2005), em que os autores avaliaram 18 mulheres
com LD, pela técnica de RMN, e confirmaram a presença de esteatose hepática e síndrome metabólica. De acordo com esses autores,
a esteatose hepática é uma característica comum na LD causada pela
mutação no gene LMNA. Suporte financeiro: CAPES e FAEPA-HC-FMRP-USP.
S121
RESUMOS DE PÔSTERES
PT.043 CORRELAÇÃO ENTRE PERFIL METABÓLICO
E COMPOSIÇÃO CORPORAL EM MULHERES COM
LIPODISTROFIA PARCIAL FAMILIAR
Monteiro LZ1, Foss-Freitas MC1, Pereira FA1, Montenegro Jr RM2, Foss MC1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica. 2 Hospital Universitário da Universidade Federal do Ceará
(UFC) – Endocrinologia e Metabologia
Introdução: A lipodistrofia parcial familiar tipo Dunnigan (LPFD)
é uma doença rara caracterizada por hipertrigliceridemia e resistência
à insulina. Pacientes afetados geralmente apresentam perda regionais
de gordura corporal e hipertrofia muscular (Garg A. Bioch Biophys
Acta. 2009;1791:507). Assim, o objetivo foi verificar a correlação entre o perfil metabólico e composição corporal em mulheres com e
sem LPFD. Métodos: Estudo quantitativo, descritivo e transversal
conduzido em 14 mulheres diagnosticadas com LPFD, seguidas na
Clínica de Diabetes/Metabolismo do HC-FMRP-USP. O grupo controle foi constituído de 14 mulheres voluntárias, saudáveis, pareadas
quanto a idade, peso, altura e IMC em relação às pacientes com LD,
sendo verificadas as variáveis antropométricas e composição corporal (DXA). O sangue foi coletado após jejum de 12 h para análise
de glicemia, hemoglobina glicada (HbA1c), insulina, colesterol total
(CT), triglicérides (TG), HDL-colesterol e ácido úrico. Na análise
estatística, utilizamos o STATA, versão 9.0, o teste de Wilcoxon, para
comparação entre os grupos e para verificar a correlação entre as variáveis, utilizamos o coeficiente de correlação de Spearman (rs). O nível
de significância foi p < 0,05. Resultados: As mulheres com LPFD
apresentaram idade = 35,8 ± 13 anos, peso = 58,6 ± 5,9 kg, altura =
1,60 ± 0,07 m e IMC = 23 ± 2,1 kg/m2) vs. GC (idade = 35,9 ± 13
anos, peso = 63,9 ± 6,7 kg, altura = 1,60 ± 0,06 m, IMC = 23,2 ± 2,4
kg/m2. Como esperado, a % gordura total (LPFD = 19,1 ± 4,2% vs.
GC = 34,8 ± 5% p < 0,01) e massa magra total (LPFD = 41,4 kg vs.
GC = 34,1 kg p < 0,01) foram significativamente diferentes entre os
grupos. Verificamos correlações no grupo das mulheres com LPFD
entre: gordura total (%) e ácido úrico (rs = 0,77; p = 0,00), gordura
troncular (%) e ácido úrico (rs = 0,74; p = 0,00), gordura troncular (g)
e ácido úrico (rs = 0,59; p = 0,03), massa magra troncular (g) e ácido
úrico (rs = -0,59; p = 0,03), gordura troncular (g) e colesterol total (rs
= 0,54; p = 0,05), gordura de membros superiores (%) e ácido úrico
(rs = 0,52; p = 0,05), gordura de membros inferiores (%) e ácido úrico
(rs = 0,53; p = 0,05), massa magra total (g) e ácido úrico (rs = -0,57;
p = 0,03), massa gorda total (g) e ácido úrico (rs = 0,53; p = 0,05).
As análises de correlação da glicose de jejum, HbA1c, insulina, HDL-colesterol e triglicérides com as variáveis da composição corporal não
apresentaram resultado significativo. Discussão: Nossos resultados
concordam com os de Hartmut (2001), que avaliaram uma família
com LPFD e observaram que a maioria apresentava níveis séricos elevados do perfil metabólico, principalmente glicemia, insulina e triglicérides. A identificação precoce das pacientes com LPFD possibilita
intervenção mais efetiva no tratamento deles. A dislipidemia é uma
característica proeminente e precoce na LPFD. Suporte financeiro:
CAPES, FAEPA-HC-FMRP-USP.
PT.044 NÍVEIS DE VITAMINA D E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA
EM UM GRUPO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PORTADORES
DE DIABETES MELLITUS TIPO 1
Savoldelli RD1, Passone CGB1, Oliveira LS1, Manna TD1, Menezes-Filho
HC1, Damiani D1
1
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(FMUSP) – Unidade de Endocrinologia Pediátrica
Introdução: Portadores de diabetes mellitus tipo 1 (DM1) podem
apresentar alterações de densidade mineral óssea (DMO) e maior risco
e fraturas na vida adulta. Níveis insuficientes de vitamina D (VitD) e
osteopenia têm sido descritos em crianças e adolescentes diabéticos
(Hamed et al. Pediatric Diabetes. 2011;12(6):536). Os objetivos deste estudo foram determinar a prevalência da insuficiência em VitD e
avaliar a DMO em um grupo de crianças e adolescentes portadores de
S122
DM1 e as características clínicas associadas a elas. Métodos: Foram
avaliados 89 crianças e adolescentes (60 do sexo feminino), entre 5
e 17 anos de idade com diagnóstico de DM1. A população foi classificada como insuficiente e suficiente em vitD conforme os níveis de
25OHVitD < 30 e > 30 ng/ml, respectivamente. O z-score de DMO
de coluna lombar foi classificado como inadequado e adequado (<-2,0
e >-2,0, respectivamente) de acordo com o resultado da absorciometria de raios-x de dupla energia (DEXA), realizado em aparelho Hologic. Idade, tempo de doença, PTH sérico, calciúria e HbA1c foram
comparados por teste t não paramétrico e gênero pelo teste de Fisher
ou qui-quadrado. Foi considerado p significativo quando < 0,05. Resultados: Insuficiência em VitD foi encontrada em 77% dos pacientes.
O grupo insuficiente em vitD caracterizou-se por idade mais elevada
(11,0 ± 3,5 vs. 8,8 ± 2,8anos; p < 0,05) e maior tempo de doença
(6,2 ± 3,6 vs. 3,2 ± 2,5 anos; p < 0,01). O z-score de DMO lombar
foi inadequado (<-2,0) em 27% dos pacientes, no entanto não houve
correlação com o status de VitD. Não houve diferença significativa na
comparação das outras variáveis entre os grupos. Discussão: Nessa
população procedente de país tropical encontramos 77% de insuficiência em VitD, associada principalmente com idade mais avançada e
maior tempo de doença, porém não houve relação com o z-score de
DMO lombar.
PT.045 PARTICIPATION OF LIVER HNF-1α, -3β AND -4α AT
SLC2A2 GENE UP-REGULATION IN DIABETES MELLITUS AND
DOW-REGULATION IN INSULIN TREATMENT
David-Silva A1, Freitas HS1, Furuya DT1, Poletto AC1, Okamoto MM1,
Poças-Silva T1, Sabino-Silva R2, Machado UF1
1
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) Fisiologia e Biofísica. 2 Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade de
Federal de Alagoas (UFAL)
Introduction: In diabetes mellitus, increased expression of SLC2A2
(GLUT2 gene) may be associated with NASH (Nonalcoholic Steatohepatitis), determined by changes in transcriptional activity of HNF1α, HNF-3β and HNF-4α. Thus, it is expected that the regulation of
the expression of SLC2A2 in diabetes mellitus, may help to establish
preventive or therapeutic mechanisms of NASH, involving control
hepatic glucose flux in this disease. The aim of present study was to
investigate the role of HNFs (1α, 3β, 4α) at SLC2A2 in liver of diabetic and insulin treated diabetic rats. Methods: We studied 3 month
old Wistar rats, randomly allocated into non diabetic (C), diabetic
(D), diabetic treated with saline (DS) and insulin (I-1, 4 and 6 days
of treatment). The experimental protocols were submitted to the Ethics Committee for Experimentation with Laboratory Animals of the
ICB-USP (protocol 41/2009). Diabetes was induced by single endovenous dose of alloxan (38 mg/kg). The mRNA of SLC2A2, HNF1α, HNF-3β and HNF-4α was analyzed by RT-PCR. The HNF-1α,
HNF-3β and HNF-4α binding activity of nuclear protein into GLUT2
promoter was analyzed by Eletrophoretic Mobility Assay. Results: In
comparison to C, D rats showed: hyperglycemia, polyuria, glycosuria
without ketonuria, less gain of weight; increase of: I) SLC2A2 (P <
0,0001), HNF1α (P < 0,05), HNF3β (P < 0,01) and HNF4α (P <
0,05) mRNA expression, II) bindig activity of HNF1α (P < 0,05),
HNF3β (P < 0,01) and HNF4α (P < 0,05) into SLC2A2. In comparison to DS, DI rats showed: reduction of glycemia, increased of
body weight; decrease of: I) mRNA expression: GLUT2 after 4 and
6d (P < 0,001), HNF1α after 6d (P < 0,05), HNF3β after 4 and 6d
(P < 0,001) and HNF4α after 6d (P < 0,05), II) binding activity into
SLC2A2: HNF1α after 4 and 6d (P < 0,01), HNF3β after 1, 4 (P <
0,05) and 6d (P < 0,01) and HNF4α after 6d (P < 0,05). Conclusion: The SLC2A2 overexpression is related to expression and activity
of HNFs (1α, 3β, 4α). Furthermore, insulin therapy-induced regulation of SLC2A2 expression also involves HNFs. Considering the importance of the GLUT2, we hope that the knowledge of the SLC2A2
transcriptional regulation may contribute to control gene expression
in diabetes mellitus involving preventive mechanisms of NASH. Support: FAPESP 2009/0371-7.
RESUMOS DE PÔSTERES
PT.046 ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS OLEICO E LINOLEICO
REDUZEM A EXPRESSÃO DO GLUT4 VIA NF-kB E SREBP-1 EM
CÉLULAS MUSCULARES L6
Poletto AC1, Furuya DT1, David-Silva A1, Silva PE1, Lellis-Santos C1, Anhê
GF2, Bordin S1, Machado UF1
1
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Fisiologia e Biofísica. 2 Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) – Departamento de Farmacologia
Introdução: O aumento nos níveis circulantes de ácidos graxos insaturados (AGIs) e o acúmulo ectópico de gordura estão relacionados com
redução na sensibilidade à ação da insulina em músculo esquelético e
tecido adiposo. Ambos os tecidos supracitados expressam a isoforma
transportadora de glicose GLUT4 e, por causa desse aspecto, são considerados importantes sítios de captação de glicose em resposta ao estímulo insulínico. A diminuição na expressão e/ou na densidade desse transportador na superfície celular podem estar relacionados com o quadro de
resistência à insulina, comum na obesidade e no diabetes melito. Ácidos
graxos e/ou seus metabólitos bioativos podem controlar a expressão e a
atividade dos fatores transcricionais, PPARγ (do inglês, peroxisome proliferator-activated receptor γ), LXRα (do inglês, liver X receptor a), SREBP-1 (do inglês, sterol regulatory element binding protein 1), NF-κB (do
inglês, nuclear factor kappa B) e HIF-1α (do inglês, hypoxia inducible
factor – 1α), já descritos como reguladores do gene Slc2a4, que codifica
a proteína GLUT4. De acordo com esses aspectos, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito dos AGs insaturados oleico (OFA) (C18:1, n9)
e linoleico (C18:2, n6) (LFA), muito consumidos na dieta ocidental, na
regulação da expressão do gene Slc2a4 e a participação dos fatores transcricionais acima citados no controle desse mecanismo. Métodos: Células
musculares diferenciadas pertencentes à linhagem L6 foram mantidas em
meio DMEM/BSA1% e expostas a diferentes concentrações dos ácidos
graxos OFA (12.5-400 µM) e LFA (50-400 µM), por 16h. Após esse
período, foram coletadas amostras para avaliar a expressão proteica do
GLUT4 por Western blotting. Apenas três concentrações para OFA (25,
50 e 200 µM) e LFA (50, 200 e 300 µM) foram selecionadas para análise
do mRNA do GLUT4, NF-κB, SREBP-1c, PPARγ, HIF-1α e LXRα
por Real Time PCR e atividade de ligação de fatores transcricionais ao
gene Slc2a4 por EMSA (NF-κB, HIF-1α) e ChIP Assay (SREBP-1c,
PPARγ e LXRα). Resultados: Uma redução significativa no conteúdo
proteico GLUT4 foi observada na presença de OFA (50, 100, 200, 300
e 400 µM) e LFA (300 e 400 µM). Em todas as concentrações analisadas
dos ácidos graxos OFA (25, 50 e 200 µM) e LFA (50 200 e 300 µM),
foi verificada redução significativa na expressão do mRNA de GLUT4 e
SREBP-1c. Adicionalmente, ambos os tratamentos resultaram em um
aumento na expressão do mRNA de NF-κB (OFA – 200 µM; LFA –
200 e 300 µM), LXRα (OFA – 50 e 200 µM; LFA – 300 µM), HIF-1α
(OFA – 200 µM; LFA – 200 e 300 µM) e PPARγ (LFA – 300 µM). Em
relação à atividade de ligação ao gene Slc2a4, foi verificado aumento na
ligação de NF-κB (OFA – 50 e 200 µM; LFA – 200 e 300 µM) e diminuição de SREBP-1 (OFA – 25 e 200 µM; LFA – 50, 200 e 300 µM) e
PPARγ (LFA – 50, 200 e 300 µM). Nenhuma alteração quanto à ligação
de HIF-1α e LXRα ao gene Slc2a4 foi observada. Conclusão: Ambos os
ácidos graxos, oleico e linoleico reduzem cronicamente a expressão do
GLUT4. Esse efeito advém de um aumento e diminuição na ligação dos
fatores transcricionais NF-κB e SREBP-1 respectivamente, aos seus sítios
de ligação específicos localizados na região promotora do gene Slc2a4.
Apoio financeiro: FAPESP 07/56091-3.
PT.047 REDUÇÃO NO CONTEÚDO DE COLESTEROL MELHORA
A MOVIMENTAÇÃO DE CÁLCIO E A SECREÇÃO DE INSULINA
ESTIMULADA POR GLICOSE EM ILHOTAS DE CAMUNDONGOS
KNOCKOUT PARA O RECEPTOR DE LDL (LDLR-/-)
Souza JC1, Vanzela EC1, Ribeiro RA2, Oliveira CAM3, Carneiro EM1,
Oliveira HCF1, Boschero AC1
1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Biologia Estrutural e Funcional. 2 Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Núcleo em Ecologia e
Desenvolvimento Socioambiental de Macaé. 3 Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp) – Departamento de Biociências
Introdução: Mudanças nas concentrações celulares de colesterol podem contribuir para a disfunção das células beta. Ilhotas de camun-
dongos LDLR-/- apresentam maior conteúdo de colesterol e menor
secreção de insulina em relação a camundongos wild-type (WT). Nesse
estudo investigamos a associação entre conteúdo de colesterol, movimentação de cálcio intracelular e secreção de insulina em ilhotas de
camundongos LDLR-/-. Métodos: Ilhotas recém-isoladas foram utilizadas para os ensaios de: secreção de insulina (radioimunoensaio);
conteúdo de colesterol (ensaio fluorimétrico, Amplex Red®); movimentação de cálcio citosólico (Fura 2-AM) e conteúdo das proteínas
SNARE (VAMP-2, Sintaxin 1A, SNAP-25) (Western blot). A depleção
do conteúdo de colesterol foi realizada pela incubação das ilhotas com
diferentes concentrações de metil-beta-ciclodextrina (MbCD) (0-10
mmol/l) por 1 hora. Resultados: Ilhotas de camundongos LDLR/apresentaram redução na área sob a curva (AUC) das oscilações de
cálcio citoplasmático e menor liberação de insulina em ambas primeira
e segunda fases de secreção em comparação às ilhotas de camundongos WT. O conteúdo das proteínas VAMP-2 e SNAP-25 mostrou-se
reduzido em relação às ilhotas de camundongos WT. Após incubação
com 1 mmol/l de MbCD, o conteúdo de colesterol nas ilhotas dos camundongos LDLR-/- se assemelhou ao das ilhotas controle WT (sem
tratamento com MbCD). A AUC das oscilações de cálcio e a secreção
de insulina, estimuladas por glicose, foram progressivamente maiores
com o aumento nas concentrações de MbCD em ilhotas de camundongos LDLR-/-. A AUC das oscilações de cálcio e a secreção de insulina, estimuladas por glicose, em ilhotas tratadas com 1 mmol/l de
MbCD foram semelhantes às observados em ilhotas controle WT sem
tratamento com MbCD. Conclusão: Os resultados mostraram que o
excesso de colesterol nas ilhotas dos camundongos LDLR-/- prejudica
a movimentação de cálcio e consequentemente a secreção de insulina.
A redução do conteúdo de colesterol nessas ilhotas reverteu essas alterações, apesar das concentrações reduzidas das proteínas VAMP-2 e
SNAP-25. Suporte financeiro: FAPESP, CNPq e CAPES.
PT.048 SISTEMA UBIQUITINA-PROTEASSOMA E O CONTROLE
HIPOTALÂMICO DO BALANÇO ENERGÉTICO: IMPLICAÇÕES
NA FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE
Ignacio-Souza LM1, Bombassaro B1, Razolli DS1, Portovedo M1, Pascoal
LB1, Coope A1, Moura RF1, Milanski M1, Velloso LA1
1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Dentre os fatores ambientais que contribuem para o desenvolvimento de obesidade, os ácidos graxos saturados presentes na dieta levam
ao desenvolvimento de inflamação e resistência hipotalâmica à ação
dos hormônios leptina e insulina. Estudos recentes têm revelado que,
diante de situações que oferecem risco de dano celular, ativam-se, com
frequência, sistemas de homeostase proteica, como o sistema ubiquitina-proteassoma (UPS). Nesse sistema, a marcação de proteínas pela
ubiquitinação deve estar sincronizada com a degradação dos agregados
pelo proteassoma, a fim de manter a proteostase celular. Assim, nosso
objetivo foi investigar as modulações no sistema UPS em animais submetidos à dieta hiperlipídica (HFD). Camundongos Swiss, C57Bl/6,
C3HePass ou mutantes para TLR4 e TNFa foram submetidos a diferentes tempos de dieta hiperlipídica e/ou a injeções intracerebroventriculares (icv) com moduladores da via UPS. A análise em varredura por
Real Time-PCR de 84 genes envolvidos na via UPS revelou que, dos
7,1% dos genes modulados positivamente em animais alimentados com
dieta hiperlipídica, a maioria representa aqueles que codificam proteínas do tipo E3ligase, que promovem a ubiquitinação de substratos
celulares. Quando avaliamos o conteúdo proteico de alguns componentes da via em animais que são parcialmente protegidos da obesidade
induzida por dieta (mutantes de função de TLR4 e TNFa), verificamos
um aumento da expressão do proteassoma em animais TNFa independentemente da exposição à HFD (Two-way ANOVA, p < 0,05), bem
como aumento de proteassoma e da deubiquitinase A20 em animais
TLR4 (Two-way ANOVA, p < 0,05). Camundongos Swiss submetidos
a oito semanas de HFD exibem diminuição do conteúdo proteico de
ubiquitina (p < 0,05) e aumento de proteassoma e A20 (p < 0,05). Em
contrapartida, com 16 semanas de HFD, o perfil é oposto, com aumento também de outro marcador de agregado proteico, a proteína adapS123
RESUMOS DE PÔSTERES
tadora p62 (p < 0,05). Esses resultados foram confirmados por meio
das imagens de imunofluorescência em cortes hipotalâmicos marcados
com anticorpos contra ubiquitina, p62 e contracoloração com DAPI.
Ainda, as imagens revelaram marcações específicas no núcleo arqueado
do hipotálamo, que recebe as informações provenientes da periferia sinalizando para o controle do balanço energético. Corroborando isso, a
administração icv de um inibidor irreversível do proteassoma (lactacistina) diminui de maneira dose-dependente o conteúdo de ubiquitina e
p62 (p < 0,05), sugerindo uma ativação da via autofágica no clearance
de agregados proteicos, que, quando inibida por exposição à dieta hiperlipídica durante oito semanas, reverte esse perfil de expressão, bem
como a ingestão alimentar e o peso corporal. Assim, nossos resultados
sugerem um importante papel do sistema UPS durante o desenvolvimento da obesidade, indicando que, pelo menos em parte, a falha desse
sistema gera o acúmulo de agregados proteicos que podem contribuir
para a lesão hipotalâmica observada. Apoio: FAPESP.
PT.049 T3 REDUZ A GLICEMIA E MELHORA A SENSIBILIDADE À
INSULINA EM RATOS DIABÉTICOS
Teixeira SS1, Panveloski-Costa AC1, Goulart-Silva F1, Poyares LL1, Nunes MT1
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) –
Fisiologia e Biofísica
1
Introdução: O HT aumenta a expressão e atividade de enzimas das
vias glicolítica e oxidativa, acelerando o processo de metabolização da
glicose e reduzindo seu conteúdo intracelular, gerando um gradiente que favorece sua entrada nas células. Além disso, o HT aumenta
a expressão do GLUT4, principal transportador de glicose do tecido
muscular esquelético e adiposo. Essas ações demonstram o importante
papel fisiológico do HT na regulação da homeostase glicêmica. Contudo, no hipertireoidismo observa-se um aumento da glicogenólise e
gliconeogênese, com consequente desenvolvimento de um quadro de
intolerância à glicose. Todavia, o aumento da taxa metabólica observada no hipertireoidismo leva à perda de peso, condição conhecida por
melhorar a sensibilidade à insulina. O conjunto desses dados demonstra
que algumas ações do HT, se estimuladas, poderiam trazer contribuição importante para a manutenção da homeostase glicêmica, ao contrário de outras ações que a comprometem. Considerando o exposto acima, o presente trabalho teve o objetivo de avaliar, em ratos diabéticos,
o efeito do tratamento crônico com T3 sobre a homeostase glicêmica.
Para tal, avaliamos os seguintes parâmetros: teste de tolerância à insulina (ITT), níveis plasmáticos de glicose, conteúdo de GLUT-4 presente
na membrana plasmática, assim como a expressão renal da isoforma 2
do transportador de glicose acoplado ao Na+ (SGLT-2). Métodos: Ratos machos da cepa Wistar foram separados nos seguintes grupos experimentais: controle, diabético e diabético tratado com T3 (1,5 µg/100
g de PC) por quatro semanas. O diabetes foi induzido por uma única
administração intraperitoneal de 150 mg/kg de monohidrato de aloxana após 16 horas de jejum. Foram considerados diabéticos e aptos para
o tratamento com T3 somente os animais que apresentaram glicemia
superior a 250 mg/dl. Os animais foram sacrificados e os seguintes
tecidos removidos: rins para avaliar a expressão de SGLT-2 e soleus e
EDL para avaliar o conteúdo de GLUT-4 presente na membrana plasmática. Resultados: Os ratos diabéticos tratados com T3 apresentaram
redução da glicemia e melhora da sensibilidade à insulina em relação ao
grupo não tratado. O T3 aumentou o conteúdo de GLUT-4 presente
na membrana plasmática do músculo esquelético dos ratos diabéticos
e também reduziu o conteúdo de SGLT-2 no córtex renal. Discussão: Nossos dados sugerem que o T3 aumentou a captação de glicose
pelo músculo esquelético via maior conteúdo de GLUT-4 presente na
membrana plasmática dessas células, bem como reduziu a reabsorção
de glicose pelos rins, já que a expressão do SGLT2 apresentou-se reduzida pelo tratamento hormonal, mecanismos que, em conjunto, levam
à melhoria da glicemia dos animais diabéticos. Embora o uso do T3
como agente terapêutico seja inviável, é válido comentar que a elucidação dos mecanismos moleculares pelos quais ele age, melhorando a
glicemia e a sensibilidade à insulina, nos permite pensar na elaboração
de fármacos capazes de agir por meio dessa via para melhorar o quadro
de diabetes. FAPESP 2010/18151-7.
S124
PT.050 ATIVAÇÃO DAS VIAS PROTEOLÍTICAS LISOSSOMAL
E UBIQUITNA-PROTEASSOMA EM CORAÇÃO DE RATOS
DIABÉTICOS E CARDIOMIÓCITOS EM JEJUM
Paula-Gomes S1, Zanon NM2, Gonçalves DAP2, Filippin EA1,
Navegantes LCC2, Kettelhut IC1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Bioquímica e Imunologia. 2 FMRP-USP – Fisiologia
Introdução: Estudos prévios de nosso laboratório demonstraram
que a deficiência de insulina promoveu perda da massa muscular esquelética em ratos diabéticos por causa do aumento da atividade dos
processos proteolíticos dependente de Ca2+ e de ubiquitina-proteassoma (UPS), após um e Três dias à administração de estreptozotocina
(STZ). A importância da insulina no controle do metabolismo proteico em tecido cardíaco tem sido pouco estudada. Este trabalho teve
como objetivo investigar o controle da massa muscular cardíaca pela
insulina, avaliando o seu papel na atividade dos sistemas proteolíticos
lisossomal e UPS em ratos diabéticos e em cultura de cardiomiócitos,
bem como a participação das proteínas AKT/Foxo envolvidas na via
intracelular de sinalização da insulina. Métodos: Estudos in vivo: ratos
machos Wistar (70-80 g) divididos em três grupos: animais controle,
diabéticos (três dias após administração de STZ 135bmg/kg, i.v.) e
diabéticos tratados com insulina (4U de insulina por três dias, s.c.).
Foram analisados o conteúdo das proteínas autofágicas (Gabarapl e
LC3 II), bem como o estado de fosforilação das proteínas AKT/Foxo
por Western blotting e quantificada a expressão do RNAm dos genes atróficos Gabarapl, LC3, MuRF1, atrogina-1 e catepsina L por
RT-qPCR. Estudos in vitro: culturas primárias de cardiomiócitos de
ratos neonatos divididos em três grupos: controle, jejum (2 horas) e
jejum (2 horas) + insulina (1 hora). Foram quantificadas a expressão
do RNAm dos genes atróficos Gabarapl, LC3, MuRF1, atrogina-1 e
catepsina L por RT-qPCR e a fosforilação das proteínas AKT/Foxo
por Western blotting. Resultados: Os animais diabéticos apresentaram aumento no conteúdo proteico da LC3II (43%) e aumento na
expressão do RNAm dos genes autofágicos LC3 (2x), catepsina L
(2x) e Gabarap (7x) e das enzimas E3 ligases MuRF1 (5x) e atrogina-1 (7x), envolvidas na atividade UPS. O tratamento com insulina
foi capaz de bloquear todas as alterações observadas no coração de
ratos diabéticos. Foram observadas diminuição no conteúdo proteico
da Akt (22%) e nas fosforilações em seus resíduos de serina473 e treonina308 (43% e 41%, respectivamente) e na fosforilação de Foxo3a
(28%). A administração de insulina reestabeleceu o conteúdo proteico
e fosforilações da Akt e Foxo3a no coração desses animais. Em cardiomiócitos submetidos ao jejum por 2 horas foram observados: aumento da expressão do RNAm da Gabarap, LC3, catepsina L, MuRF1
e atrogina-1 e diminuição da fosforilação da Akt em seu resíduo de
serina473. A incubação dos cardiomiócitos em jejum com insulina reduziu o RNAm dos genes autofágicos e das E3-ligases e aumentou a
fosforilação da Akt. Discussão: Os resultados mostram que a ausência
de insulina promoveu a ativação das vias proteolíticas lisossomal e UPS
no coração e em cultura de cardiomiócitos de ratos. Esses achados sugerem que a insulina regula a atividade desses sistemas proteolíticos no
tecido cardíaco com a participação de Akt/Foxo, proteínas-chave de
sua via de sinalização. Apoio financeiro: CNPq, CAPES e FAPESP.
PT.051 AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DE RECEPTORES DE
INCRETINAS E DO ÍNDICE DE APOPTOSE EM ILHOTAS DE
RATO EXPOSTAS A OLIGÔMEROS DE AMILINA HUMANA E À
LIPOTOXOCIDADE
Oliveira ER1, Costal FSL1, Raposo ASA1, Giannella-Neto D2, CorrêaGiannella MLC1
1
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – Laboratório de
Endocrinologia Celular e Molecular (LIM 25). 2 FMUSP – Laboratório de Gastroenterologia Clínica e Experimental (LIM 7)
Introdução: Durante a progressão do diabetes mellitus tipo 2 (DM2),
observa-se uma perda da massa de células β por apoptose provocada por diversos fatores, entre eles o depósito amiloide, cujo principal
constituinte é a amilina. Ainda há dúvidas acerca dos mecanismos en-
RESUMOS DE PÔSTERES
volvidos na citotoxicidade provocada pela amilina sobre as células β e
sua interação com outros fatores presentes no DM, como a lipotoxicidade. O objetivo deste estudo é avaliar a expressão de receptores de
incretinas e o índice de apoptose em ilhotas pancreáticas expostas a
oligômeros de amilina humana e sua modulação pela lipotoxicidade.
Métodos: Ilhotas isoladas de ratos Wistar foram mantidas em cultura
e tratadas com oligômeros de amilina (10 mM) na presença ou não de
palmitato (0,5 mM). Após o tratamento, as ilhotas foram submetidas
à avaliação: (1) da expressão do mRNA de Gipr e Glp1r por RT-qPCR
após 4, 8, 24 e 48 h de tratamento, (2) da expressão das proteínas
GIPR e GLP1R por Western blot após 12 h de tratamento e (3) do índice de apoptose pela quantificação da atividade de caspase-3 após 48
h de exposição. Resultados: O tratamento das ilhotas com oligômeros de amilina não modulou a expressão do mRNA de Gipr e Glp1r,
após 4 h, mas reduziu a expressão do mRNA desses genes após 8 e
24 h e aumentou após 48 h. A adição de palmitato não modificou o
padrão de expressão do mRNA de Gipr e Glp1r em nenhum dos tempos estudados. A avaliação da expressão do GIPR e GLP1R por Western blot não revelou modulação dessas proteínas pelos oligômeros de
amilina após o tratamento por 12 h. A amilina aumentou o índice de
apoptose das ilhotas após 48 h de exposição e o palmitato não potencializou o efeito pró-apoptótico da amilina. Discussão: A modulação
negativa do mRNA do Gipr e Glp1r observada em 8 e 24 h poderia
ser um mecanismo adicional pelo qual o depósito amiloide exerce seus
efeitos deletérios sobre as células β, contribuindo para a diminuição do
efeito incretina observado em portadores de DM2, no entanto, essa
hipótese somente será confirmada pela diminuição da expressão dessas
proteínas, o que não foi observado no período de tempo avaliado. A
modulação na expressão do mRNA dos receptores de incretinas pela
amilina e seu efeito pró-apoptótico sobre as ilhotas não parecem ser
influenciados pela lipotoxicidade. FAPESP 2009/03775-8.
PT.052 BENFOTIAMINA E MITO Q PROTEGEM ILHOTAS
PANCREÁTICAS DE RATO EM CULTURA DOS EFEITOS PRÓAPOPTÓTICOS DOS PRODUTOS FINAIS DE GLICAÇÃO
AVANÇADA (AGES)
Costal FSL1, Oliveira ER1, Raposo ASA1, Machado-Lima A2, Peixoto
EBMI3, Lopes Faria JB3, Giannella-Neto D4, Passarelli M2, CorrêaGiannella MLC1
1
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – Laboratório de
Endocrinologia Celular e Molecular (LIM-25). 2 FMUSP – Laboratório de Lípides (LIM10). 3 Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas
(FCM-Unicamp) – Laboratório de Fisiopatologia Renal da Divisão de Nefrologia.
4
FMUSP – Laboratório de Gastroenterologia Clínica e Experimental (LIM-7)
Introdução: A perda da função das células beta acelera a deterioração
do controle metabólico em pessoas com diabetes tipo 2. Além da lipoe da glicotoxicidade, os AGEs parecem contribuir para esse processo,
promovendo a apoptose das ilhotas pancreáticas. Em outros tecidos,
os AGEs interagem com seu receptor específico (RAGE), produzindo
espécies reativas de oxigênio (ROS) e ativando o NF-kB. Métodos:
Para investigar o efeito temporal dos AGEs sobre a apoptose de ilhotas, bem como o potencial de compostos antioxidantes para diminuir
danos causados ​​pelos AGEs, ilhotas pancreáticas de ratos foram tratadas durante 24, 48, 72, 96 h com AGEs gerados a partir de coincubação de albumina de soro bovino (BSA) com D-gliceraldeído (GAD,
5 mg/ml) ou tampão fostato (controle). A apoptose foi avaliada pela
quantificação do DNA fragmentado (ELISA), atividade de caspase 3
e detecção da permeabilidade da membrana mitocondrial (MitoProbe
JC-1). O estresse oxidativo foi avaliado pela detecção de espécies de
oxigênio (Image-iT LIVE Green) e a atividade da NADPH oxidase foi
mensurada pelo método de quimioluminescência da lucigenina. A expressão dos genes Bax, Bcl2 e Nfkb1 foi avaliada por reação em cadeia
da polimerase quantitativa após transcrição reversa (RT-qPCR). Em
um dos tempos em que foi detectado o aumento da apoptose, o efeito de dois compostos antioxidantes foi avaliado: benfotiamina (350
µM), uma vitamina B1 lipossolúvel, e Mito Q (1 µM), um derivado
da ubiquinona com alvo seletivo para a mitocôndria. Resultados: Em
24 e 48 h, os AGES promoveram aumento do índice de apoptose em
relação ao controle, concomitantemente com o aumento na expressão
do gene Bcl2 (gene antiapoptótico) e uma redução na expressão do
gene Nfkb1. Em contraste, após 72 e 96 h, os AGEs promoveram
aumento do índice de apoptose em comparação com a condição de
controle, concomitantemente com uma diminuição na expressão do
gene Bcl2 e um aumento na expressão do gene Nfkb1. Em 24 h, os
AGEs promoveram uma diminuição do conteúdo de ROS nas ilhotas,
enquanto nos tempos de 48 e 72 h os AGEs promoveram um efeito
oposto. A benfotiamina e o Mito Q foram capazes de diminuir o índice de apoptose e o estresse oxidativo de ilhotas expostas aos AGEs por
72 h. Discussão: Os AGEs exerceram um duplo efeito em cultura de
ilhotas pancreáticas, sendo de proteção contra a apoptose após exposição curta, mas pró-apoptótica após exposição prolongada. O Mito
Q e e a benfotiamina merecem ser adicionalmente estudados como
drogas com o potencial de oferecer proteção às ilhotas pancreáticas em
condições de hiperglicemia crônica. FAPESP 07/53870-1.
PT.053 ENVOLVIMENTO DOS COMPLEXOS 1 E 2 DA mTOR
NO PERFIL DE EXPRESSÃO GÊNICA DE CORREGULADORES DE
RECEPTORES NUCLEARES ASSOCIADOS COM A ATIVAÇÃO DE
PPARγ EM 3T3-L1
Magdalon J1, Paschoal VA1, Oliveira TB1, Curi R1, Festuccia W1
1
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)
Introdução: Apesar de a ativação da mTOR ser essencial para a adipogênese e a manutenção dos adipócitos, a interação dessa via com os diversos receptores nucleares e seus correguladores ainda não foi investigada. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo principal
investigar o envolvimento dos complexos 1 e 2 da mTOR (mTORC1
e mTORC2) no controle da atividade transcricional de PPARγ. Métodos: 3T3-L1 diferenciados em adipócitos (oito dias após diferenciação) foram tratados com rosiglitazona (RSG – agonista de PPARγ)
associada ou não com rapamicina (RAPA – inibidor de mTORC1) ou
torina (inibidor de mTORC1 e mTORC2) por 72 horas e avaliados
para o conteúdo de RNAm de diferentes correguladores de PPARγ e
enzimas lipogênicas (qPCR) e o conteúdo proteico de Akt e S6 totais
e fosforiladas (Western Blot). Resultados: O tratamento com RSG
associada com RAPA reduziu o conteúdo de S6 fosforilada, que indica
a inibição de mTORC1. O tratamento com RSG associada com torina
reduziu o conteúdo de S6 e Akt (Ser473) fosforiladas, indicando a
inibição de mTORC1 e 2. O conteúdo total de Akt não foi alterado
por nenhum dos tratamentos, porém o tratamento com RSG associada com RAPA aumentou o conteúdo total de S6 em comparação
aos outros grupos. Em relação à expressão gênica, o tratamento com
RSG aumentou os níveis de RNAm de PEPCK e GyK, efeito esse exacerbado pela inibição de mTORC1 com RAPA e mTORC1 e 2 com
torina. O conteúdo de RNAm de LPL não foi alterado por nenhum
dos tratamentos. O tratamento com RSG associada ou não com RAPA
ou torina reduziu os níveis de RNAm de E4BP4, um fator regulatório
envolvido na oscilação circadiana da expressão de PPARγ. Quanto aos
coativadores de receptores nucleares, foi verificado que o tratamento
com RSG associada ou não com RAPA ou torina reduziu, de forma
geral, os níveis de RNAm de SRC1, SRC2, SRC3, SRC5 e GCN5. Já
entre os correpressores, o tratamento com as mesmas drogas reduziu os níveis de RNAm de HDAC1, HDAC3, HDAC4, Rb1 e SUV39H1. Entre eles, o tratamento com RAPA reverteu parcialmente os
efeitos da RSG na expressão de SRC5 e Rb1, enquanto o tratamento
com torina reverteu parcialmente as alterações de HDAC3, SRC3,
SRC5 e totalmente de HDAC1 e GCN5 induzidas por RSG. O conteúdo de RNAm dos coativadores p300, CBP e PCAF e do correpressor
SMRT não foi alterado por nenhum dos tratamentos. Diferente dos
outros genes, o nível de RNAm de NCoR1 não foi alterado pelo tratamento com RSG, porém foi reduzido pelo tratamento concomitante
com RAPA ou torina. Discussão: Os dados obtidos sugerem que a
ativação farmacológica de PPARγ é associada com uma importante
modulação da expressão gênica de diversas histonas deacetilases, que
podem estar envolvidas no aumento da atividade transcricional desse
receptor, mimetizando o que ocorre durante a diferenciação de préS125
RESUMOS DE PÔSTERES
-adipócitos em adipócitos maduros (adipogênese). Nossos dados também sugerem uma importante participação dos complexos 1 e 2 da
mTOR modulando os efeitos transcricionais da ativação de PPARγ.
Agência financiadora: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo (FAPESP – projeto 2011/03972-8).
PT.054 CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DO PACIENTE
DIABÉTICO ATENDIDO NO HC-FMRP-USP
Holanda-Miranda WR1, Britto CTF1, Batista SL1, Gomes PM1, Foss MC1,
Foss-Freitas MC1
1
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HC-FMRP-USP) – Divisão de Endocrinologia e Metabologia do
Departamento de Clínica Médica
Introdução: A prevalência de diabetes mellitus (DM) vem aumentando devido ao crescimento e envelhecimento populacional, maior urbanização, crescente prevalência da obesidade, sedentarismo e maior
sobrevida do paciente diabético. Descreveremos o perfil dos pacientes
atendidos no Ambulatório de Diabetes do HC-FMRP-USP (AEND)
no período de janeiro de 2008 a junho de 2011. Métodos: No período de janeiro de 2008 a junho de 2011, foram realizadas 10.355
consultas (435 casos novos), com média de 246,5 consultas/mês, sendo cada paciente avaliado cerca de três a quatro vezes ao ano. Foram
coletados dados durante os atendimentos em uma amostragem de 172
pacientes. Resultados: A média de idade foi de 52,8 ± 17,3 anos.
Quanto ao gênero, 58,1% eram do sexo feminino. Apresentavam, em
média, 14,9 ± 10,0 anos de diagnóstico. Do total de pacientes, 27,9%
apresentavam DM tipo 1, 64,0%, DM tipo 2, 7,0%, outros tipos de
DM e 1,1%, de tipo indeterminado. Quanto ao índice de massa corporal (IMC), 26,1% tinham sobrepeso (desses, 59,5% eram mulheres), 31,7% eram obesos (desses 55,6% eram mulheres) e 2,1% tinham
baixo peso (desses 66,7% eram mulheres). A média da circunferência
abdominal (CA) feminina foi de 98,8 cm, com 72% apresentando CA
> 80 cm e a média masculina foi de 97,2 cm, com 45,8% apresentando
CA > 94 cm. Apenas 36% dos pacientes referiam atividade física regular. Quanto às comorbidades, 61,9% apresentavam hipertensão arterial
sistêmica (HAS) (desses 56,2% eram mulheres) e 50,3% apresentavam
dislipidemia (desses 65,9% eram mulheres). Foi constatada, em 71,5%
dos pacientes, presença de história de DM, HAS ou dislipidemia em
parentes de primeiro grau. Discussão: A amostra avaliada é representativa do total de pacientes atendidos no AEND, predominando DM
tipo 2. Verifica-se uma discreta preponderância de pacientes do sexo
feminino. Nota-se uma prevalência de adultos de meia-idade, além de
associação de DM com outros componentes de síndrome metabólica, tais como obesidade abdominal e sedentarismo. Percebe-se, ainda,
uma forte associação com história familiar de DM, HAS e dislipidemia. Conclusão: É importante que cada serviço conheça o perfil do
paciente atendido para melhor abordagem do DM, suas complicações
e doenças associadas. Além disso, é imprescindível implantar e aprimorar programas de promoção à saúde, especificamente direcionados aos
fatores de risco para o DM.
PT.055 ADVANCED GLYCATED ALBUMIN FROM POORLY
CONTROLLED DIABETES MELLITUS PATIENTS INDUCES
ENDOPLASMIC RETICULUM DYSFUNCTION AND IMPAIRS
CHOLESTEROL EFFLUX FROM MACROPHAGES
Castilho G, Sartori CH, Okuda LS, Machado-Lima A, Nakandakare ER,
Passarelli M
Introduction: Advanced glycated albumin (AGE-albumin) produced in vitro induces oxidative and endoplasmic reticulum (ER)
stress in macrophages that are related to the reduction in the cell
ABCA-1 content and cholesterol efflux. We evaluated the effect of
AGE-albumin drawn from poorly controlled diabetes mellitus (DM)
patients’ serum on ER chaperones expression and on the cholesterol
efflux from macrophages. Methods: Serum albumin from control
(C; n = 12) and DM (n = 24) individuals was isolated by FPLC and
S126
purified by alcoholic extraction. In mouse peritoneal macrophages
treated for 18 h with C or DM-albumin (1 mg/ml) it was determined: the expression of Grp78, Grp94, protein disulfide isomerase
(PDI), calreticulin and ubiquitin by immunoblot, and 14C-cholesterol efflux mediated by apo A-I (8h). Carboxymethyllysine (CML) in
albumin (ng/mg of albumin) was determined by ELISA. Comparisons between groups were done by the Student´s t test. Results: As
compared to C (0.388 ± 0.14, n = 10), DM-albumin (0.654 ± 0.32,
n = 20) presented a higher amount of CML (p < 0.01). Increased expression of PDI (89%, p = 0.02; n = 4), calreticulin (240%, p = 0.01;
n = 6), ubiquitin (p = 0.02, n = 6) and Grp94 (60% p = 0.08, n = 4)
was found in macrophages treated with DM-albumin in comparison
to C-albumin. Grp78 expression was not modified by DM-albumin.
DM-albumin (n = 9) reduced 61% the apo A-I-mediated cholesterol efflux as compared to C-albumin (n = 5; p = 0.0007). Discussion: AGE-albumin from poorly controlled DM patients induces ER
dysfunction in macrophages which is related to the impairment of
the reverse cholesterol transport efficiency that may contribute to
atherogenesis in DM. Funding: FAPESP, Brazil (2010/50108-4;
09/53192-9).
PT.056 A VIA PERK/EIF2-ALPHA PODE NÃO ESTAR
RELACIONADA COM A RESISTÊNCIA À INSULINA PALMITATOINDUZIDA EM CÉLULAS MUSCULARES L6
Silva PE1, Poletto AC1, Anhê GF1, David-Silva A1, Okamoto MM1,
Machado UF1
1
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Departamento de Fisiologia e Biofísica
Introdução: O excesso de ácidos graxos não esterificados tem sido
relatado como uma condição que predispõe ao desencadeamento da
resistência à insulina (RI) e do diabetes mellitus do tipo 2 (DMT2).
Investigações recentes sugerem que o estresse de retículo endoplasmático (RE) desempenha papel importante na patogênese de doenças metabólicas devido a sua intersecção com vias inflamatórias. A
resposta mais imediata ao estresse de RE é a diminuição traducional
sinalizada pela proteína RNA-activated protein kinase-like ER kinase
(PERK), que fosforila o fator de iniciação eukaryotic translation initiation factor (eIF2-alpha). Nesse contexto, este trabalho quantificou
a fosforilação de PERK/eIF2-alpha e analisou o conteúdo proteico
do transportador de glicose GLUT4 em células musculares L6 tratadas com palmitato. Métodos: Células L6 diferenciadas foram tratadas
com 0,75 mM de palmitato na presença de 1% de albumina bovina
sérica (BSA) durante diferentes tempos. A quantificação das proteínas foi feita por Western Blotting-ECL e para a análise dos dados foi
utilizado o teste ANOVA com resultados apresentados como média
± EPM. Resultados: Os resultados mostraram uma significante redução de GLUT4 desde a segunda hora de tratamento com ácido
graxo (controle: 99,99 ± 4,3; 2 horas: 66,37 ± 7,2*; 4 horas: 65,03
± 8,0*, 6 horas: 67,16 ± 8,8*; 12 horas: 58,88 ± 5,5*, resultados
expressos em unidades arbitrárias, n = 4 a 8, *P < 0.05). A proteína
PERK apresentou aumento de fosforilação somente no período de
duas horas de tratamento com palmitato (Controle: 100,00 ± 0,00;
2H: 172,14 ± 35.67*; 4H: 124,02 ± 18,03; 6H: 106,07 ± 16,92;
12H: 106,69 ± 27,59; resultados expressos em unidades arbitrárias,
n = 9 a 10, *P < 0.05). Já o fator de iniciação eIF2-alpha apresentou
redução importante de fosforilação (Controle: 100,00 ± 0,00; 2H:
58,22 ± 7,02*; 4H: 45,63 ± 9,43*; 6H: 60,20 ± 8,37*; 12H: 66,78 ±
15,45, resultados expressos em unidades arbitrárias, n = 7, *P < 0.05).
Discussão: Pelos resultados obtidos, foi verificada uma importante
redução no conteúdo proteico de GLUT4, surgindo o pressuposto
de que o estresse de retículo induzido pelo palmitato possa ser a causa dessa redução. Contudo, houve significativa redução de p-eIF2α
e a proteína p-PERK apresentou aumento transitório (período de 2
horas) no tratamento com o ácido graxo, sugerindo, a princípio, que
essa via não tenha sido ativada. Entretanto, há relatos na literatura de
que a resposta da PERK é complexa e que as consequências à jusante de sua ativação possam diferir substancialmente, dependendo do
RESUMOS DE PÔSTERES
nível e duração de sua ativação, assim como da expressão de outros
fatores regulatórios que atuam sinergisticamente na adaptação metabólica. Por fim, outras vias do estresse de retículo precisam ser analisadas para elucidar os resultados obtidos. Suporte financeiro: FAPESP
2010/09984-5.
PT.057 DIABETES MELLITUS GESTACIONAL: COMPARAÇÃO
ENTRE DOIS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
Matiello R1, Lombardi E1, Marchisotti FG1, Denardin O1, Franco LF1
1
DASA
Introdução: Diabetes mellitus gestacional (DMG) é definido como
intolerância à glicose diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez e pode ou não persistir após o parto. O teste de rastreamento
para diabetes deve ser realizado na primeira consulta de pré-natal em
todas as gestantes, utilizando o critério-padrão para diagnóstico. Em
gestantes cuja presença do diabetes é desconhecida, o teste de rastreamento para o DMG deve ser realizado entre a 24ª e 28ª semana de
gestação, utilizando-se o teste oral de tolerância à glicose (TOTG)
com 75 gramas. Em 2010, a Associação Internacional de Diabetes
e Grupos de Estudos Gestantes (IADPSG) adotou novos critérios
para diagnosticar o DMG. O diagnóstico é confirmado quando um
ou mais dos valores de glicemia plasmática no TOTG atingir: jejum
≥ 92 mg/dl; 1 hora ≥ 180 mg/dl; ou 2 horas ≥ 153 mg/dl. No
Brasil, alguns serviços ainda utilizam o critério antigo proposto pela
Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) para diagnóstico de DMG
(glicemia de jejum ≥ 110 mg/dl ou 2 horas após sobrecarga com 75
gramas ≥ 140 mg/dl). Objetivo: Comparar os critérios diagnósticos
de DMG em mulheres atendidas em Laboratório de Análises Clínicas do Brasil, conforme os critérios estabelecidos pela IADPSG e o
antigo critério da SBD. Métodos: Foram avaliadas 1.154 mulheres
gestantes com idade média de 27 anos (variação: 14-44 anos) atendidas em um laboratório de análises clínicas, prestador de serviços para
um segmento do setor público no Brasil, durante o ano de 2011.
As pacientes foram submetidas ao teste de sobrecarga oral com 75
gramas de glicose (TTOG) nos tempos zero (jejum), uma hora (1-h)
e duas horas (2-h) pós-sobrecarga com 75 g de glicose, conforme
pedido médico, para diagnosticar DMG. A sobrecarga de 75 g de glicose utilizada é comercial (Glutol LaborClin ® – sabor limão, pronta
para uso). A glicose plasmática foi dosada pelo método Hexoquinase – Dimension® (Dade Behring – Siemens). Para avaliar o grau de
concordância entre os critérios diagnósticos, foi utilizado o método
de Kappa como análise estatística. Resultados: Utilizando os critérios da IADPSG, foram identificadas 94 (8,1%) pacientes com DMG
por meio da glicemia de jejum, 67 (5,8%) com o resultado 1-h após
sobrecarga e 113 (9,8%) quando avaliados os resultados de glicemia
após 2-h de sobrecarga. No total, foram diagnosticadas 189 (16,4%)
gestantes com DMG com um ou mais resultados de glicemia alterada.
Utilizando os antigos critérios da SBD, foram identificadas 8 (0,7%)
gestantes com DMG por meio da glicemia de jejum e 207 (17,9%)
com o resultado de glicemia 2-h após sobrecarga; no total, foram
identificadas 207 (17,9%) gestantes com DMG. A concordância interobservador para a comparação entre os dois critérios diagnósticos de
DMG foi baixa (kappa = 0,02). Discussão: Foi observada uma baixa
concordância entre o novo critério de DMG da IADPSG e o antigo
da SBD. Em 2011, a SBD adotou os critérios diagnósticos de DMG
propostos pela IADPSG, entretanto a baixa concordância encontrada
aponta para a necessidade de continuidade na avaliação desses critérios diagnósticos. O diagnóstico correto do DMG é importante, pois
por meio de uma intervenção precoce é possível prevenir ou diminuir a ocorrência de efeitos adversos da hiperglicemia na gravidez.
Referências: International Association of Diabetes and Pregnancy
Study Groups Recommendations on the Diagnosis and Classification
of Hyperglycemia in Pregnancy. Diabetes Care. 2010;33(3):676-82.
Sociedade Brasileira de Diabetes. Tratamento e acompanhamento do
diabetes mellitus: diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. São
Paulo: SBD; 2007.
PT.058 METABOLISMO DE GLICOSE EM RATOS TREINADOS OU
SEDENTÁRIOS DE DIFERENTES IDADES
Ghezzi AC, Cambri LT, Botezelli JD, Mello MAR
Introdução: Pesquisas demonstram associação entre hiperinsulinemia, intolerância à glicose, dislipidemia, hipertensão arterial e obesidade, quadro que é denominado de síndrome metabólica. Estudos
longitudinais em humanos apresentam limitações quanto ao caráter
invasivo de certas análises. Modelos animais são capazes de mimetizar
as respostas fisiológicas humanas, podendo auxiliar na investigação da
síndrome metabólica. Uma situação importante que conduz à manifestação de sinais da síndrome metabólica é o envelhecimento. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o metabolismo da glicose em
ratos da linhagem Wistar de diferentes idades, submetidos ou não ao
treinamento físico. Metodologia: Os ratos foram alimentados com
ração balanceada (Purina). Os animais foram avaliados aos 2 meses
(idade jovem – Grupo 1), 4 meses (idade adulto jovem – Grupo 2), 6
meses (idade adulta – Grupo 3) e 12 meses (maturidade – Grupo 4)
de idade. Adicionalmente, foram avaliados ratos submetidos ao treinamento físico iniciado na idade adulta jovem (4 meses de idade – Grupo
5), mantido até o final do estudo (12 meses de idade) e ratos submetidos ao treinamento físico iniciado na idade adulta jovem (4 meses de
idade – Grupo 6), com duração de quatro meses (interrompido aos 8
meses de idade) e avaliados aos 12 meses. O treinamento consistiu de
1 hora de natação com um peso atado ao tórax, cinco vezes na semana
na intensidade de 80% da máxima fase estável de lactato. Foi realizado
o teste de tolerância à glicose (GTT), assim como a glicose sérica em
estado alimentado foi dosada e a captação de glicose em fatias musculares longitudinais pesando em torno de 25-35 mg foram incubadas
em meio de Krebs-Ringer bicarbonato, enriquecido com glicose (5,5
mM), contendo [3H] 2-deoxiglicose (0,5 μCi/ml) [2-DG] e insulina (100 mU/ml), dentro de frascos de vidro por cerca de 1 hora e
meia e gaseamento contínuo com carbogênio O2/CO2 (95%/5%). Foi
avaliada a captação de glicose, utilizando-se a 2-DG como marcador
e medindo-se a radioatividade do [3H] com auxílio de contador de
partículas beta. Para comparação entre os grupos, utilizou-se ANOVA
Two-Way seguida de Post-Hoc de Newman-Keuls, quando necessário
(p < 0,05). Resultados: Glicose: Grupo I: 98 ± 14a; Grupo II: 109
± 8a; Grupo III: 119 ± 29a; Grupo IV: 152 ± 29b; Grupo V: 140 ±
24b; Grupo VI: 150 ± 18b. Área sob a curva de glicose: Grupo I: 9768
± 3326a,c; Grupo II: 10670 ± 2094a,b,c; Grupo III: 11205 ± 1004a,c;
Grupo IV: 12314 ± 1122b,c; Grupo V: 8428 ± 853a; Grupo VI: 9433
± 1200a,c. Captação de glicose pelo músculo sóleo: Grupo I: 1.40 ±
0.34; Grupo II: 2.10 ± 0.24; Grupo III: 2.50 ± 0.40; Grupo IV: 1.96
± 0.54; Grupo V: 2.43 ± 0.24; Grupo VI: 2.39 ± 0.50. Letras diferentes indicam diferença estatisticamente significativa (ANOVA two-way e
post-hoc de Newman-Keuls, P < 0.05). Conclusão: O envelhecimento
causou alterações na concentração de glicose sérica e na área sob a
curva de glicose, porém a captação de glicose pelo sóleo isolado não
foi alterada. O treinamento físico se mostrou eficiente no parâmetro
área sob a curva de glicose, pois os animais do grupo V não apresentaram intolerância à glicose como os animais do grupo IV. Portanto, o
envelhecimento traz sinais da síndrome metabólica, e o exercício físico
com intensidade controlada pode ser benéfico em alguns parâmetros
da síndrome.
PT.059 EFEITOS POSITIVOS DO CAROTENOIDE ASTAXANTINA
ASSOCIADO À VITAMINA C EM NEUTRÓFILOS HUMANOS
TRATADOS COM ALTA CONCENTRAÇÃO DE GLICOSE,
METILGLIOXAL E GLICOLALDEÍDO
Guerra BA1, Bolin AP1, Morandi AC1, Otton R1
1
Universidade Cruzeiro do Sul – Laboratório de Fisiologia Celular
Introdução: O metilglioxal e o glicolaldeído são metabólitos altamente reativos, oriundos da oxidação da glicose que estão presentes
em altas concentrações em diabéticos. Esses metabólitos na presença
de grupamentos amino podem gerar os produtos finais de glicação
avançada (AGEs), que estão envolvidos no surgimento das compliS127
RESUMOS DE PÔSTERES
cações diabéticas como a nefropatia, retinopatia, cardiopatia, entre
outras. Além disso, esses metabólitos podem dar origem às espécies
reativas de oxigênio/nitrogênio, favorecendo o estresse oxidativo. A
associação dos antioxidantes astaxantina e vitamina C mimetizam o
sistema de reciclagem da vitamina E, atuando de forma cooperativa
nas células. Neste trabalho, propomos que o metilglioxal e o glicolaldeído podem induzir alterações funcionais e oxidativas nos neutrófilos humanos e que o uso de antioxidantes pode reverter essas
alterações. Metodologia: Os neutrófilos humanos foram obtidos por
meio de punção venosa de voluntários de ambos os sexos de faixa etária (22 ± 5) após apresentarem conformidade em um checklist. Essas
células foram cultivadas (1 x 106/ml) em meio RPMI 1640 e tratadas
com metilglioxal (30 µM), glicose (20 mM) e glicolaldeído (1 mM),
acrescidos ou não de astaxantina (2 µM) e vitamina C (100 µM) por
até 24h. Avaliamos a viabilidade celular, a produção de espécies reativas de oxigênio/nitrogênio – superóxido (sonda dihidroetidina e
lucigenina), óxido nítrico (reagente de Griess), H2O2 (sonda DCFH-DA e fenol vermelho), produção de ácido hipocloroso, atividade das
enzimas antioxidantes (superóxido dismutase, catalase, glutationa
peroxidase e redutase), da mieloperoxidase, G6PDH (redução de
NADP+), capacidade fagocítica (zimosan opsonizado), mobilização
de cálcio intracelular (sonda FURA-2AM) e a liberação de IL-1β,
IL-6 e TNF-α (ELISA). Resultados e discussões: Não houve perda
da viabilidade celular com os tratamentos. O tratamento com glicose
e metilglioxal reduziu a capacidade fagocítica, a atividade da G6PDH,
da superóxido dismutase e da glutationa redutase e aumentou a atividade da mieloperoxidase, ácido hipocloroso, a atividade da catalase
e a produção da IL-6. O tratamento com glicolaldeído promoveu
redução acentuada na capacidade fagocítica, na mobilização de cálcio,
na atividade das enzimas antioxidantes, na atividade da G6PDH e
mieloperoxidase, na produção de ácido hipocloroso e liberação de
citocinas pró-inflamatórias IL-1β, IL-6 e TNF-α. Com a adição dos
antioxidantes, houve uma restauração parcial desses efeitos. Tomados em conjunto nossos resultados sugerem que a associação dos
antioxidantes melhorou o estado redox e a função de neutrófilos
humanos por meio de um efeito antioxidante, imunomodulador e
anti-inflamatório. Suporte financeiro: FAPESP (2009/17381-1 e
2009/14382-7).
PT.060 TREINAMENTO INTERMITENTE MELHORA A
SENSIBILIDADE À INSULINA E REDUZ A EXPRESSÃO DE TNF-α EM
MÚSCULO ESQUELÉTICO DE RATOS OBESOS
Moreira RJ1, Seraphim PM1
1
Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Departamento de Fisioterapia
Introdução: O quadro de inflamação subclínica característico da
obesidade é proporcionado pelo aumento da produção e liberação de
citocinas pró-inflamatórias, principalmente pelo tecido adiposo branco. Esse quadro tem mostrado participação importante no desenvolvimento da resistência à insulina. No entanto, além do tecido adiposo,
tem-se sugerido a função endócrina para músculo esquelético por causa de sua capacidade de produzir e liberar citocinas anti-inflamatórias
durante a contração muscular. Nesse contexto, a prática de atividade
física é considerada muito importante para a reversão da resistência
à insulina gerada pela obesidade. Objetivo: Avaliar a sensibilidade a
insulina e quantificar a expressão de RNAm de TNF-α no músculo
sóleo de ratos obesos submetidos a um programa de atividade física
intermitente. Métodos: Foram utilizados ratos machos Wistar distribuídos em quatro grupos: Controle Sedentário (CS); Controle Exercício Intermitente (CE); Obeso Sedentário (OS); Obeso Exercício
Intermitente (OE). Os animais dos grupos OS OE foram alimentados
com uma dieta hiperlipídica (dieta de cafeteria) a partir do segundo
mês de vida. O treinamento intermitente foi iniciado a partir do quarto mês de idade, sendo realizado 3x/semana, durante oito semanas;
seguindo o modelo de força do tipo jump squat. Para a avaliação do
grau de resistência à insulina dos animais, foi realizado um teste de
tolerância à insulina in vivo (ITT) com aplicação de insulina humana
regular (0,5 U/kg PC) e determinação da glicemia pelo glicosímetro
S128
(Biocheck, Brasil) nos tempos 0, 4, 8,12 e 16 min. Para a avaliação da
expressão dos genes do TNF-α no músculo sóleo, foi utilizada a técnica de RT-PCR. A avaliação estatística dos resultados foi feita por meio
da comparação das médias, utilizando o teste ANOVA, paramétrico,
com pós-teste quando necessário (Tukey ou Student-Newman-Keuls).
As diferenças entre os grupos foram consideradas significantes quando
o valor de P foi menor que 0,05. Resultados: A dieta hiperlipídica foi
eficaz no aumento do peso corpóreo e no peso do tecido adiposo (CS
10,6 ± 0,9110-3; CE 8,79 ± 0,6710-3; OS 20,83 ± 0,1710-3; OE 15,21 ±
0,7510-3). O ITT evidenciou uma redução na sensibilidade à insulina
dos animais que receberam a dieta, entretanto revertido com o protocolo de treinamento, quando observado no cálculo da constante
de decaimento da glicemia (kITT): CS 5,76 ± 0,36; CE 6,63 ± 0,45;
OS 3,60 ± 0,62*##; OE7,07 ± 0,47&& (P < 0,05 vs. CS; ##P < 0,01 vs.
CE, P < 0,001 vs. CE, &P < 0,05 vs. OS, &&P < 0,001 vs. OS). Os
grupos obesos apresentaram valores maiores na expressão de citocina
inflamatória TNF-α, porém revertidos com o treinamento: CS 0,63
± 0,02** UA, CE 0,68 ± 0,03** UA, OS 0,88 ± 0,03 UA, OE 0,59
± 0,03** UA, n = 6 (** P < 0,001 vs. OS). Discussão: Mediante
os resultados obtidos, pode-se afirmar que a dieta hiperlipídica causa
redução da sensibilidade à insulina, mediante aumento da expressão
do gene TNF-α em músculo esquelético, porém revertido com o treinamento intermitente. Assim, conclui-se que: 1) a dieta hiperlipídica
causa redução na sensibilidade à insulina e eleva os níveis de marcadores inflamatórios; 2) o treinamento intermitente é capaz de melhorar
a sensibilidade à insulina mediante redução de marcadores inflamatórios. Apoio financeiro: FAPESP 2010/17078-4.
PT.061 INFLUENCE OF HYPERGLYCEMIA AT DIFFERENT
INTENSITIES ON THE DEVELOPMENTAL COMPETENCE OF EARLY
EMBRYOS: IN VIVO STUDY
Bueno A1, Sinzato YK2, Sudano MJ3, Landim-Alvarenga FC3, Calderon
IMP1, Rudge MVC2, Damasceno DC4
1
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (UNESP)
– Ginecologia e Obstetrícia. 2 UNESP – Ginecologia e Obstetrícia. 3 Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia – Reprodução Animal e Radiologia Veterinária.
4
Faculdade de Medicina de Botucatu da UNESP – Programa de Pós-Graduação
em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia
Introduction: Experimental studies investigating the effects of maternal hyperglycemia at term pregnancy have shown increased rates
of embryonic losses and malformations (Damasceno et al. Diabetol
Metab Syndr. 2011;18:3). In vitro studies have shown that maternal
hyperglycemia insult impairs the early embryogenesis suggesting that
adverse outcomes are due a possible maternal hyperglycemia insult in
the zygote during preimplantation period (Wyman et al. Endocrinol.
2008;149:466). The purpose of this investigation was to evaluate the
influence of hyperglycemia in vivo at different intensities on the developmental competence of early embryos. Methods: Diabetes was
induced by streptozotocin at birth day (100 mg/kg – mild diabetes
group – MD) (Sinzato et al. Braz J Med Biol Res. 2011;44:206)
or in adulthood (50 mg/kg – severe diabetes group – SD) (Yalcin
et al. Pharm Biotechnol. 2007;21:366). On the day 5 of pregnancy
the maternal blood samples were collected for tumor necrosis factoralpha (TNF-α) measurement and the preimplantation embryos were
recovered for morphological analysis and apoptosis detection using
terminal dUTP nick end labeling (TUNEL) assays. Results and discussion: In this paper, we show that streptozotocin given at birth
day of life or in adulthood of rats caused hyperglycemic state. Regardless of hyperglycemic intensities (MD and SD), the embryos of
these dams presented development delay and decreased development
competence. In morulas from MD group we observed increase in
TUNEL-positive nuclei index (34.6%) compared with that of control
group (19.6%). Morulas from SD group showed TUNEL-positive
nuclei index approximately fourfold higher in relation to that of control group. This index was also statistically increased in the SD group
(77.6%) compared with that of MD group (34.6%). The TNF-α level
was increased in the SD group (4.7 pg/ml) compared with that of
control group (1.06 pg/ml). No change in TNF-α level was observed
RESUMOS DE PÔSTERES
between MD and control groups. TNF-α, a cytokine whose synthesis
is up-regulated in the diabetic uterus (Pampfer. J Reprod Fertil Suppl.
2000;55:129), did not alter the incidence of TUNEL-positive nuclei.
The glycemic intensity is related with the increased in the apoptosis
indexes in morulas. On the other hand, dams with hyperglycemia,
regardless of the glycemic intensity and of the TNF-α level presented
preimplantation embryos with development delay and increase of
non-viable preimplantation embryos, suggesting that the presence of
the hyperglycemia leads to a decreased competence development of
preimplantation embryos. This study was supported by grants from
FAPESP/Brazil (Fellowship Process Number 2009/13416-5) at
Aline Bueno.
PT.062 HEAT SHOCK PROTEIN (HSP): REPERCUSSIONS IN
DIABETIC PREGNANT RATS
Dallaqua B1, Saito FH1, Linhares IM2, Witkin SS3, Calderon IMP1, Rudge
MVC1, Damasceno DC1
1
Botucatu Medical School, Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Department
of Gynecology and Obstetrics. 2 Universidade de São Paulo (USP) – Department
of Gynecology. 3 Weill Cornell Medical College – Division of Immunology and
Infectious Diseases
Introduction: The association diabetes and pregnancy cause maternal
and fetal complications (Metzer et al. Diabetes Care. 2002;25:1185),
causing reproductive abnormalities and neonatal morbidity and mortality (Eriksson. Semin Fetal Neonatal Med. 2009;14:85). Heat shock
proteins (hsp) are proteins upregulated during stress responses and
present a crucial role in embryofetal development. This study aimed
to evaluate an association between concentrations of hsp60 and 70
and their respective antibodies and alterations in maternal reproductive performance in different models of diabetes. Methods: Newborn female Sprague-Dawley rats received subcutaneously a beta
(β)-cytotoxic agent (Streptozotocin, STZ - Sigma, 100 mg/kg) at
first day of life to induce mild diabetes (MD) (Sinzato et al. Braz J
Med Biol Res. 2011;44:206). For induction of the severe diabetes
(SD), adult rats received intravenously STZ (40 mg/kg) at day 90
of age (Damasceno et al. Diabetol Metab Syndr. 2011;3:20). Nondiabetic (ND) rats received the vehicle. At adult, the blood glucose
levels were measured at days 0, 7, 14 and 20 of pregnancy. On days 0
and 21 of pregnancy, rats were weighed. At end of pregnancy, all rats
were anesthetized and exsanguinated for analyses of hsp60 and 70
and their antibodies. The laparotomy was performed to remove the
uterine horns for litter weight and estimate of the ratio of fetal viability
(total number of live fetuses/implantation total number). The ovaries were also removed and the corpora lutea numbers were counted.
Results: At 0, 7 and 20 days of pregnancy, glycemias of MD (> 120
mg/dl) and SD (> 300 mg/dl) rats were higher compared to those
of ND (< 120 mg/dl) rats. The diabetic rats had reduced maternal
weight gain (40%-60%), litter weight, embryonic implantation sites,
live fetus number and fetal viability compared to those of ND rats. SD
rats presented increased concentrations of hsp60 and 70 and their respective antibodies compared to those of ND and MD groups. There
was a positive correlation among hsp60 and 70 and their respective
antibodies and the glycemia during pregnancy. Discussion: There are
studies involving different types of hsp and fetal development, but the
association among diabetic state and hsp levels and maternal organism
is poor. The maternal weight gain and litter weight were reduced as
blood glucose levels increased. If hsp70 and 27 play a role in protecting embryonic cells from the cytotoxic effects of heat and developmental toxicants (Hale et al. Eur J Biochem. 1996;236:1). Then,
hsp70 levels are, possibly, increased as form for protection against hyperglycemia state in severe diabetic rats. The higher serum hsp70 level
of in SD group corroborate with Fukushima et al. (2005;31:72), who
also observed higher levels of this hsp in pregnant women at a higher
risk for preterm delivery. There was association among hsp levels, hsp
antibodies and maternal damages induced by hyperglycemia, and hsp
serve as biomarker of the impaired reproductive outcome. Financial
support: CAPES/Brazil.
PT.063 NÍVEIS PLASMÁTICOS DE IL-1b E IL-6 EM GESTAÇÕES
COMPLICADAS POR DIABETES OU HIPERGLICEMIA
GESTACIONAL LEVE
Moreli JB1, Damasceno DC1, Morceli G1, Corrêa-Silva S2, De Rosa L2,
Rudge MVC1, Calderon IMP1
1
Faculdade de Medicina de Botucatu – Universidade Estadual Paulista (UNESP)
– Programa de Pós-Graduação em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia. 2 Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP e Universidade de São Paulo (USP) –
Programa de Pós-Graduação em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia e Instituto
de Ciências Biomédicas
Introdução: As citocinas inflamatórias IL-1β e IL-6 estão associadas
com a resistência à insulina e o desenvolvimento do diabete (Mirza
S. Cytokine. 2012;57:136). Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os níveis de IL-1β e IL-6 no plasma de gestantes portadoras de
diabetes melito gestacional (DMG) ou tipo 2 (DM2) e hiperglicemia gestacional leve (HGL). Métodos: Estudo de corte transversal
incluiu 183 gestantes submetidas ao teste de tolerância à glicose de
100 g (TTG-100g) e perfil glicêmico (PG) entre a 24 e 28 semanas
de gestação. De acordo com os resultados dos dois testes, as gestantes foram classificadas nos grupos: não diabético [ND; TTG-100g e
PG normais; n = 65], HGL [TTG-100g normal e PG alterado; n =
44], DMG [TTG-100g e PG alterados na gestação; n = 56] e DM2
[TTG-100g alterado prévio à gestação; n = 18] (Rudge MV. Braz
J Med Biol Res. 1990;23:1079). O controle glicêmico materno foi
avaliado pelos níveis de HbA1c (cromatografia – HPLC) e a média
das glicemias (MG) realizadas no PG. A avaliação antropométrica foi
realizada pelo IMC do primeiro (IMC1) e terceiro (IMC2) trimestres
da gestação. Antes do trabalho de parto foram coletadas amostras de
sangue materno. Essas amostras foram randomizadas (10 gestantes de
cada grupo de estudo) para análise das concentrações de IL-1β e IL-6
(ELISA-MILLIPLEX®MAP). Para análise estatística, foram utilizados o modelo linear generalizado (GLM) e LSMeans Test (p < 0,05).
Resultados e discussão: O controle glicêmico foi menos rigoroso nas
gestantes dos grupos HGL, DMG e DM2. Esses grupos apresentaram
maior percentual de HbA1c e níveis de MG (respectivamente, HGL
= 5,69 ± 0,77%; 96,72 ± 7,30 mg/dl; DMG = 6,10 ± 0,70%; 107,20
± 13,26 mg/dl e DM2 = 6,49 ± 0,77%; 113,72 ± 19,61 mg/dl; p <
0,0001), confirmando a presença de hiperglicemia. O IMC1 foi maior
no grupo DMG (34,75 ± 7,49 kg/m2; p = 0,0122). Entretanto, as
gestantes dos grupos HGL, DMG e DM2 iniciaram a gestação com
IMC1 > 30 kg/m2 e, ao final da gestação, todas as mulheres avaliadas
apresentavam IMC2 > 30 kg/m2. Nesse contexto, os níveis de IL-1β
foram maiores no grupo DM2 (4,67 ± 11,72 pg/ml) quando comparados aos dos demais grupos (ND = 0,30 ± 0,16; HGL = 2,50 ± 5,67;
DMG = 3,42 ± 7,79 pg/ml); enquanto os níveis de IL-6 foram mais
elevados no grupo DMG (3,60 ± 4,66 pg/ml) e DM2 (2,96 ± 3,93
pg/ml) quando comparados aos dos demais grupos (ND = 0,99 ±
0,97; HGL = 0,69 ± 0,65 pg/ml). Esses achados preliminares corroboram os encontrados na literatura (Mirza S. Cytokine. 2012;57:136)
e confirmam que a produção de citocinas inflamatórias é proporcional
à gravidade do quadro clínico e correspondente intensidade da hiperglicemia materna (Moreli JB. J Clin Immunol. 2011;31). Agradecimentos: CAPES e FAPESP (Processo: 2007/00771-6).
PT.064 AVALIAÇÃO DE DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA
PERIFÉRICA EM INDIVÍDUOS DIABÉTICOS E NÃO DIABÉTICOS
SUBMETIDOS À ANGIOPLASTIA CORONARIANA
Lima RAO1,1, Pacagnelli F1, Pacheco FC2, Toretto FMBV2, Lopes GAP1,
Fernani DCGL1, Cavalcante MA2
1
Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) – Fisioterapia. 2 UNOESTE – Medicina
Introdução: O diabetes mellitus (DM) é uma doença metabólica
muito prevalente e fator de risco para o desenvolvimento de doenças
ateroscleróticas. A aterosclerose ocasiona lesões no endotélio vascular
com acúmulo de lípides, carboidratos complexos, o que gera diminuição do diâmetro arterial. Essa doença sistêmica pode gerar, entre
outras manifestações, as coronariopatias e as doenças arteriais obstrutivas periféricas (DAOP). Os pacientes coronariopatas submetidos à
S129
RESUMOS DE PÔSTERES
angioplastia apresentam per se risco de desenvolvimento de DAOP, e
esta é ainda mais acentuada na presença de DM. Por causa da coexistência de processos ateroscleróticos em diversos territórios vasculares,
tem sido utilizado o índice tornozelo-braço (ITB) como ferramenta
diagnóstica simples, não invasivo e custo-efetivo para detecção precoce da DAOP. O objetivo do estudo foi avaliar a prevalência de DAOP
em pacientes diabéticos e não diabéticos submetidos à angioplastia coronariana. Métodos: Estudo de caráter descritivo, previamente aprovado pelo Comitê de Ética Institucional (protocolo nº 194). Foram
convocados 50 pacientes diabéticos e 50 não diabéticos submetidos
à angioplastia coronariana no Hospital Regional de Presidente Prudente, no período de 2008 a 2009, escolhidos aleatoriamente para a
avaliação do ITB. O ITB foi avaliado por um detector de velocidade
Doppler e esfigmomanômetro. As pressões de ambas as pernas foram
medidas e o ITB foi calculado separadamente para cada perna. A verificação da pressão braquial, a técnica e os valores de normalidade
do ITB (acima de 0,90) seguiram as recomendações das Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão Arterial de 2010. Os dados foram expressos em média ± desvio-padrão e foi aplicado o teste t de Student,
sendo considerado significante o valor de p < 0,05. Resultados: Dos
pacientes selecionados, compareceram à avaliação 13 pacientes diabéticos (65,95 ± 6,99 anos, 8 do gênero feminino) – todos apresentaram
hipertensão arterial sistêmica (HAS) e 8, dislipidemia. Foram avaliados
28 pacientes não diabéticos (59,35 ± 8,0 anos, 8 do gênero feminino),
sendo 24 com HAS e 18 com dislipidemia. O valor médio do ITB
para os pacientes diabéticos foi de 0,94 ± 0,19 e para os pacientes não
diabéticos foi de 1,03 ± 0,13 (p = 0,017). Discussão: Hasimu et al.
(2006) demonstraram em seus estudos a influência do DM e fenômenos ateroscleróticos, nos leitos arteriais coronarianos e periféricos. No
nosso estudo, pacientes diabéticos submetidos à angioplastia coronariana não apresentaram DAOP. Esse resultado pode ser explicado pelo
número reduzido da amostra que foi submetida à avaliação do ITB,
entretanto o DM é um importante fator de risco para essas alterações
e necessita de avaliação periódica. O ITB como marcador de DAOP
assintomática fornece informações sobre aterosclerose subclínica, além
de constituir um importante preditor de eventos cardiovasculares, e
deve ser realizado como rotina de avaliação clínica visando ao diagnóstico precoce para que medidas profiláticas interdisciplinares sejam
instituídas (Abul-Khoudoud, 2006). Referências: 1. Abul-Khoudoud
O. J Endovasc Ther. 2006;13(Suppl 2):II-10-8. 2. Hasimu B, et al.
Hypertens Res. 2006;29(1):23-8.
PT.065 GENOTOXICITY EVALUATION IN PREGNANT WOMEN
WITH DIABETES AND MILD GESTATIONAL HYPERGLYCEMIA
Gelaleti RB1, Damasceno DC1, Lima PHO1, Santos DP1, Serrano RG1,
Calderon IMP1, Rudge MVC1
1
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (UNESP)
– Ginecologia e Obstetrícia
Introduction: Pregnant women with mild gestational hyperglycemia present high risk for hypertension, obesity and hyperglycemia,
and seem to reproduce the model of metabolic syndrome (MS) in
pregnancy with hyperinsulinemia and insulin resistance that persists six weeks postpartum (Negrato et al. Diabetes Metab Res Rev.
2008;24(4):324). Although not diagnosed with diabetes, mild gestational hyperglycemic women might show high levels of oxidative
DNA damage. The aim of this study was to evaluate genotoxicity
(basal and oxidative DNA damage levels) in lymphocyte samples from
pregnant women with diabetes and with mild gestational hyperglycemia. Research design and methods: This study included 113 pregnant women who were distributed into four groups based on oral
glucose tolerance test (OGTT) results and glycemic profiles (GP),
as follows: IA – Normal OGTT and GP (Non-diabetic group); IB
– Normal OGTT and abnormal GP (mild gestational hyperglycemic
group); IIA – Abnormal OGTT and normal GP (gestational diabetes
group); IIB – Abnormal OGTT and GP (gestational or overt diabetes group). Maternal blood samples (5 -10 mL) were collected and
processed for the determination of basal and oxidative DNA damage
S130
using Fpg and Endo III by comet assay (Gontijo e Tice. Mutagênese
Ambiental. 2003;173). Results and discussion: In groups IIA and
IIB analyzed together, there was a larger number of Fpg-sensitive sites
(tail moment: 181.1 ± 2.5 and tail intensity: 70.1 ± 0.6; p < 0.05).
Showing a higher level of oxidative DNA damage associated with hyperglycemia (Blasiak et al. Mutat Res. 2004;554:297). While in group
IB there was a greater numbers of Endo III-sensitive sites (tail moment: 144.5 ± 3.2 and tail intensity: 65.7 ± 0.8; p < 0.05) resulting
in a higher level of oxidative DNA damage, which might be derived
from the higher rate of obesity (BMI ≥ 30 kg/m2), morbid obesity
(Luperini BCO. Polmorfismos gênicos e danos no DNA em indivíduos com Obesidade Morbida; 2010) and insulin resistance (Negrato
et al. Diabetes Metab Res Rev. 2008;24(4):324) found in this group.
In conclusion, diabetic pregnant women (group IIA+IIB) showed
a higher level of oxidative DNA damage related to hyperglycemia,
whereas mild hyperglycemic pregnant women (IB) presented an oxidative DNA damage associated with oxidative stress due to obesity
and/or insulin resistance in these patients. This underscores the importance of adequate glycemic control and lifestyle (healthy diet and
regular physical exercises) during pregnancy in order to attenuate the
repercussions of diabetes and mild gestational hyperglycemia on the
maternal organism, embryofetal development and perinatal outcomes.
Financial support: FAPESP (Grant number 2008/06642-6).
PT.066 GENDER-SPECIFIC ASSOCIATIONS OF TWO GENETIC
VARIANTS IN THE REGULATORY REGIONS OF THE GENES
ENCODING GLUTHATIONE PEROXIDASE 4 (GPX4) AND NADPH
OXIDASE-2 (CYBB) WITH RENAL DISEASE IN PATIENTS WITH TYPE
1 DIABETES MELLITUS
Monteiro MB1, Vieira SM1, Queiroz MS2, Nery M2, Admoni SN2,
Vendramini MF3, Azevedo MJ4, Canani LH4, Parisi MC5, Pavin EJ5,
Moura-Neto A5, Giannella-Neto D6, Corrêa-Giannella ML1
1
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – Laboratório
de Endocrinologia Celular e Molecular (LIM-25). 2 Hospital das Clínicas (HC) da
FMUSP – Divisão de Endocrinologia. 3 Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE)
– Divisão de Endocrinologia. 4 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
– Divisão de Endocrinologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre. 5 Faculdade
de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Divisão de
Endocrinologia, Departamento de Clínica Médica. 6 FMUSP – Laboratório de Gastroenterologia Clínica e Experimental (LIM 7)
Aims: Because oxidative stress participates in the target tissue lesions
caused by chronic hyperglycemia, the aim of the present study was
to test whether single nucleotide polymorphisms (SNPs) in genes involved in the metabolism of the important endogenous antioxidant
glutathione (GPX4 +718 C/T [rs713041], a functional SNP located
in the 3’untranslated region) and in the NOX-2 dependent superoxide generation (CYBB -2810 A/G [rs6610650]) confer susceptibility
to renal disease in patients with type 1 diabetes. Methods: A total of
433 patients was sorted into two groups according to (1) the presence
(n = 110) or absence (n = 221) of overt diabetic nephropathy (DN)
and (2) the glomerular filtration rate (GFR) estimated by Modification of Diet in Renal Disease (MDRD) equation: ≥ 60 ml (n = 242)
or < 60 ml min−1 1.73 m−2 (n = 191) and were genotyped. Results:
The presence of at least one T allele of the GPX4 rs713041SNP was
an independent protective factor against overt DN (OR = 0.37; CI
95% 0.15-0.85; p = 0.021) in male patients. In the female patients,
the presence of at least one G allele of the CYBB rs6610650 SNP was
identified as an independent protective factor against a GFR < 60 ml/
min (OR = 0.35, CI 95% 0.13-0.93, p = 0.035). Conclusion: These
data suggest the possible involvement of the SNPs GPX4 rs713041
and CYBB rs6610650 in the predisposition to renal damage in the
studied population of patients with type 1 diabetes, namely proteinuria in males and decreased GFR in females, respectively, broadenin­g
the spectrum of candidate genes for DN related to cellular redox status. We thank to Fundação de Auxílio à Pesquisa do Estado de São
Paulo (FAPESP), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico (CNPq) and Fundo de Incentivo à Pesquisa e Eventos
do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (FIPE-HCPA) for the financial support.
RESUMOS DE PÔSTERES
PT.067 SOMATOSTATIN, GLUCAGON AND INSULIN IN DIABETIC
PREGNANT RATS AND THEIR OFFSPRING
Iessi IL1, Sinzato YK1, Calderon IMP1, Rudge MVC1, Damasceno DC1
Botucatu Medical School, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Program of
Graduate in Gynecology, Obstetrics and Mastology, Laboratory of Experimental
Research in Gynecology and Obstetrics, São Paulo State, Brazil
1
Background: We hypothesized that not only insulin is relevant for
embryofetal development and diabetes-derived alterations as well the
glucoregulatory hormones glucagon and somatostatin. To investigate
this possibility in rat pregnancy and in their offspring, we have compared glycemia, insulin, glucagon and somatostatin in late pregnancy
and postnatal period to associate with maternal reproductive outcomes
of diabetic rats. Methods: Wistar rats were randomly assigned into:
Non diabetic (C); Mild diabetes (MD); and Severe diabetes (SD). Diabetes was induced in rats by streptozotocin at day 0 of birth (MD)
(Sinzato et al. Braz J Med Biol Res. 2011;44:206) or at adulthood
(SD). (Damasceno et al., Phytomedicine. 2004;11:196). The adult
female rats were mated and two experiments to evaluate pancreatic
hormone were conducted: death of dams and their respective fetuses at
day 21 of pregnancy and at day 10 postpartum (newborn assessment).
Results/Discussion: In this study the SD and MD rats presented impaired reproductive performance confirmed by decreased embryofetal
viability (MD = 89% and SD = 90%) compared to group C (97%). The
number of live fetuses was smaller, and the rates of embryo loss before (22%) and after (35%) implantation were higher in the SD group.
Women with poorly controlled diabetes have a much higher incidence
of reproductive problems, and neonatal morbidity and mortality (Freinkel et al. Diabetes Care. 1980;3:399. Eriksson et al. Diabetes Res.
1984;1:57). High abortion rates are associated with the toxic effect
of high glucose levels on fetal viability (de Souza MS et al. Reprod
Biomed Online. 2009;18:562). The rats SD presented increased placental weight, which might be a compensatory mechanism to ensure
maternal-fetal exchange. However, this did not contribute to improve
fetal development. As a matter of fact, the fetuses from the group SD
showed intrauterine growth restriction, evidenced by the percentage
of fetuses classified as small for pregnancy age (SPA) (77%). The group
MD, presented no alteration in fetal and placental weight and in placental index, but the number of fetuses classified as SPA was increased
(17%). The present study showed the diabetes decreased embryofetal
competence, caused alterations in the glucoregulatory hormones (glucagon and somatostatin). Besides rats SD and their offspring showed
no relation between different alterations in the pancreatic hormone
levels in response to hyperglycemia. The offspring of rats MD presented similar metabolic response to those of their dams against maternal hyperglycemic insult. Ten days after birth, plasma somatostatin
levels remained reduced in the offspring of MD (1.57 ± 0.16) and SD
(1.47 ± 0.04) rats compared to group C (2.22 ± 0.21), showing that
somatostatin seemed be the hormone more susceptible to changes. In
conclusion, glucagon is a counterregulator hormone of the insulin action and somatostatin is indirectly involved in glycemia regulation by
allowing fine adjustments in the control of insulin and glucagon secretion. Therefore, further studies focusing on glucagon and somatostatin
are necessary as these hormones may be used as predictors of adverse
effects at adulthood. Financial support: CAPES/Brazil.
PT.068 SERUM ALBUMIN FROM CHRONIC KIDNEY DISEASE
RATS REDUCES MACROPHAGE REVERSE CHOLESTEROL
TRANSPORT
Machado JT1, Pinto RS, Castilho G, Machado-Lima A, Okuda LS, Iborra
RT, Rocha JC, Fusco FB, Carrerio AB, Shimizu MHM2, Nakandakare ER,
Catanozi S, Passarelli M
1
Universidade de São Paulo (USP). 2 LIM-12
Objectives: In chronic kidney disease (CKD) disturbance of the reverse cholesterol transport favors the development of atherosclerosis.
We analyzed the influence of CKD serum and albumin on macrophage cholesterol efflux and on the expression of ABCG-1. Methods: Urea, creatinine, total cholesterol and triglycerides and urinary
protein (UPE) excretion were determined before and 60 days after
5/6 nephrectomy in male Wistar rats (n = 37) and in sham-operated
animals (C; n = 22). Serum albumin was isolated by FPLC. 14Ccholesterol and acetylated LDL-overloaded J774 macrophages were
treated with C or CKD albumin (1 mg/ml; 18h). C, CKD albumin,
HDL2 or apo A-I were added to determine cell cholesterol efflux.
Cholesterol efflux mediated by 2% dialyzed (d) and non-dialyzed (nd)
C and CKD serum was also determined. ABCG-1 protein level was
assessed by immunoblot. Comparisons between groups were done by
Student’s t test. Results: Urea, creatinine total cholesterol, triglycerides and UPE increased after 60 days in CKD rats. Independently
of dialysis CKD serum removed more cell cholesterol than C serum
(CKDnd 9%; CDKd 7% vs. Cnd 4.6%; Cd 5%) as well as CKD-albumin by itself as compared to C-albumin (7% vs. 4%, respectively, p <
0.0242). Nonetheless, apo A-I and HDL2-mediated cholesterol efflux was 83% and 12% reduced in CKD-albumin-treated macrophages
in comparison to C-albumin-treated cells (p < 0.04). A 59% reduction
in ABCG-1 expression was found in CKD-albumin-treated cells (p
= 0.031). Conclusion: Despite of an enhanced cholesterol removal
induced by CKD serum and albumin, CKD-albumin impairs the specific cholesterol efflux mediated by apo A-I and HDL2, aggravating
atherosclerosis in CKD. Funding: FAPESP, Brazil.
PT.069 EVALUATION OF GENOTOXITY BY COMET ASSAY ON
FROZEN TOTAL BLOOD IN RATS
Netto AO1, Corvino SB1, Serrano RG1, Gelaleti RB1, Calderon IMP1,
Rudge MVC1, Damasceno DC1
1
Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Botucatu – Ginecologia e Obstetrícia
Introduction: The hyperglycemia causes exacerbation of oxidative stress (Amaral et al. Cur Diab Rev. 2008;4:46) and affects lipids, proteins and DNA. Studies show an increase in DNA damage
levels in diabetic humans lymphocytes (Lopes et al. Acta Med Port.
2008;21:293). The comet assay is a sensitive method for DNA damage
detection (Singh et al. Exp Cell Res. 1988,175:184), it is widely utilized in isolated lymphocytes (Betti et al. Mutat Res. 1994;307:323).
However, it involves extensive experiments and the samples should
be immediately processed after the collection. For to optimize the
time and to use the samples later moments, Hininger et al. (Mutat
Res. 2004;558:75) used frozen human total blood samples after some
months and analyzed the effects of freezing in DNA damage. Following this study, we aimed at using similar Hininger’s protocol and to
attempt others thawing methods to verify if these techniques are also
viable to study genotoxity in laboratory animals. Methods: After the
collection, blood samples of rats were stored according to Hininger’s
protocol. We tested six different experiments: Experiment 1: control
test following Lima et al. protocol (Mutat Res. 2008;653:44), without frozen lymphocytes. Experiment 2: according Hininger’s protocol. Experiment 3: similar to test 2 but RNA later Ice (ICE) was
added. Experiment 4: similar freezing to Hininger and ICE + refrigerator (4°C) was used in the thawing. Experiment 5: similar freezing
to Hininger, the samples returned to freezer (-20°C) for 24 hours
and were thawed in refrigerator. Experiment 6: similar to test 5 and
the samples were thawed with ICE + refrigerator. The slides were prepared with samples and low melting point (LMP) agarose, covered
with coverslip and put in the refrigerator for solidification of agarose.
The coverslips were removed and the slides were immerged in lyses
solution overnight. Subsequent to the electrophoresis, the slides were
neutralized and captured and analyzed by on image analysis system.
Differences between the groups were analyzed by Gamma distribution (p < 0.05). Results: The means of DNA damage levels (tail intensity) were presented as: test 1 (37.59 ± 6.77), 2 (37.08 ± 6.51),
3 (54.97 ± 2.42), 4 (38.04 ± 7.87), 5 (41.92 ± 10.26) e 6 (42.80 ±
5.47). There was no significant difference between the tests, except
the test 3, which presented higher DNA damage levels compared to
the others. Discussion: The test 3 presented high genotoxity due to
linking of the Hininger’s protocol and ICE. The test 2 showed that
Hininger‘s protocol utilized in humans did not differ in relation the
total blood of rats, contributing for the laboratories tests. ConcluS131
RESUMOS DE PÔSTERES
sion: It was confirmed that total frozen blood can be used for the
genotoxity evaluation to help the comet assay aiming at reduction of
the time of the test and the possibility to storage the samples for future
analysis without damages. Financial support: CAPES/Brazil.
PT.070 INFLUENCE OF EXERCISE IN ADULT LIFE OF RATS BORN
WITH INTRAUTERINE GROWTH RESTRICTION
Corvino BC1, Campos KE2, Volpato GT2, Netto AO1, Calderon IMP1,
Marilza MVC1, Damasceno DC1
Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Botucatu – Ginecologia e Obstetrícia. 2
Instituto de Biologia e Ciência da Saúde – Barra do Garça, Mato Grosso – Ciência
da Saúde
1
Introduction: It is recommended that women lead an “active lifestyle”
during pregnancy and participate in a moderate-intensity exercise program. The aim was to assess whether exercise can prevent the development of abnormalities in early adult rats exposed to a hyperglycemic
intrauterine environment. Thus, reproductive parameters, as well as
endocrine (female sex hormones) and biochemical (carbohydrate and
lipid profiles) factors were evaluated in order to determine potential
transgenerational effects. Methods: Rats with intrauterine growth restriction (IUGR) were obtained using the severe diabetes induction
model. Pregnant rats were randomly distributed, according to weight,
into four groups: non-exercising adequate for pregnancy age rats (NE
APA); exercising (swimming program) APA (E APA), non-exercising
small for pregnancy age rats (NE SPA); and, exercising SPA rats (E
SPA) (Volpato et al. Rev Bras Med Esp. 2006;12:229). Results/Discussion: The SPA rats began the experiment with lower body weights
and presented weight gain at term pregnancy similar to APA rats. SPA
and APA rats showed no hypoglycemia or hyperglycemia during pregnancy, corroborating with clinical study that showed gestational diabetic women submitted to walking (Davenport et al. Appl Physiol Nutr
Metab. 2008;33:511). The group E APA (72.38 ± 7.27) compared to
NE APA (80.63 ± 22.00) on day 14 of pregnancy and the group SPA
E (69.20 ± 0.41 – on day 14) compared to E SPA (73.80 ± 8.46 on
day zero of pregnancy) presented reduced triglyceride levels. Volpato
et al. (2006) also verified similar exercise applied to severe diabetic rats
was beneficial. The triglyceride maternal storage was used since day 14
of pregnancy (catabolic period), which are hydrolyzed by lipase lipoprotein and transported to the muscular and adipose tissues as energy
resource (Alvarez et al. J Lipid Res. 1996;37:299). In group E SPA,
the lower triglyceride levels on day 14 of pregnancy compared to day
zero might be associated to lipid mobilization for milk biochemical
synthesis (Birk et al. Br J Nutr. 2005;94:885). The blood lactate level
was used as an indirect marker of the oxygen maximum consumption.
The reduced lactate levels in the group E SPA after 14 days of swimming may be justified by a high anaerobic threshold because the rats
submitted to moderate intensity exercise were more adapted for this
situation leading to no increase in this parameter. At late pregnancy
and during lactation, the rats SPA presented no changes on the body
weight, glycemia, triglyceride, HDL-c, sex hormone, hepatic glycogen
concentrations compared to APA. SPA rats benefited from a delayed
catch up. Furthermore, physical exercise had no adverse effect on rats
with IUGR and improved triglyceride level during pregnancy. The fact
that IUGR animals showed no metabolic and hormonal abnormalities
during early adulthood does not rule out the possibility of developing
diseases in late adulthood because they were exposed to an adverse
intrauterine environment. Financial support: CAPES/Brazil.
PT.071 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM MELATONINA
E DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO SOBRE O PERFIL
METABÓLICO DE RATOS DIABÉTICOS
Melo RM1, Garcia RAP1, Cipolla-Neto J2
Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica. 2 Instituto de Ciências
Biomédicas, Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Departamento de Fisiologia e
Biofísica
1
Em todo o mundo, o diabetes mellitus é considerado um grande problema de saúde pública e está associado a diversas desordens como
S132
elevados níveis glicêmicos, dano e insuficiência de vários tecidos. A
glândula pineal, por meio da síntese e secreção de melatonina, desempenha uma importante função fisiológica e regulatória no metabolismo de carboidratos, influenciando a secreção e a ação da insulina, e
o animal pinealectomizado apresenta um quadro de resistência insulínica e diminuição na síntese de GLUT4. O exercício físico aeróbio
também exerce um papel fundamental no controle da glicemia, estimulando tanto a expressão de Glut4 quanto a captação de glicose por
meio da contração muscular, independentemente da ação da insulina.
A insulina e o exercício físico são considerados os estimuladores fisiologicamente mais relevantes do transporte de glicose no músculo
esquelético. Objetivos: Investigar os efeitos da suplementação com
melatonina e do treinamento físico aeróbio sobre o perfil metabólico de ratos diabéticos induzidos por estreptozotocina. Metodologia:
Para o presente projeto foram utilizados ratos albinos machos da linhagem Wistar, com aproximadamente 3 meses de idade, pesando de
200-250 g, subdivididos nos seguintes grupos: controles sedentários
– CS; controles treinados – CT; diabéticos sedentários – DS; diabéticos treinados – DT; diabéticos suplementados sedentários – DMS;
diabéticos suplementados treinados – DMT. O protocolo de treinamento físico dos animais teve a duração de cinco semanas (50%-60%
do consumo máximo de oxigênio). Ao final do protocolo, os ratos,
em jejum prévio de 12 horas, foram sacrificados às 12:00 h (ZT16)
por decapitação, seguida de coleta de sangue (aproximadamente 3 ml)
em tubos heparinizados para posterior análise bioquímica da glicose
e do hormônio insulina. Após a coleta de sangue, os tecidos foram
extraídos para estudos e testes biológicos. Foram retiradas amostras
do músculo sóleo, para posterior análise proteica (Glut4 e IRS-1) por
Western blot. Resultados: Ao final do protocolo, observamos uma redução nos níveis de secreção de insulina no grupo treinado em relação
ao seu grupo controle sedentário. Observamos também que tanto a
suplementação com melatonina quanto o treinamento físico foram eficazes em reduzir nesses grupos os níveis glicêmicos em relação ao seu
controle diabético sedentário. Nossa primeira análise com relação ao
conteúdo da proteína IRS-1 mostrou apenas um aumento no grupo
controle treinado em relação ao seu controle sedentário. Observamos
o efeito negativo do diabetes, reduzindo o conteúdo total de Glut4,
porém essa redução foi corrigida pela suplementação com melatonina.
Discussão: Em síntese, podemos sugerir até o presente momento que
a combinação dessas terapias não farmacológicas, representadas pela
suplementação com melatonina e pelo treinamento físico aeróbio, no
tratamento de ratos diabéticos induzidos por estreptozotocina, tem
apresentado um efeito positivo do ponto de vista metabólico, e contribuído de maneira surpreendente e eficaz para melhora do perfil
metabólico desses animais. Agradecimento: FAPESP 04/06767-2 e
09/52920-0 e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico –
CNPq.
PT.072 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM MELATONINA E
DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO SOBRE O CONTEÚDO DE
GLICOGÊNIO MUSCULAR E HEPÁTICO DE RATOS DIABÉTICOS
Melo RM1, Junior JSS2, Cipolla-Neto J3
Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica. 2 Faculdades Integradas
Stella Maris – Educação Física. 3 Institute of Biomedical Sciences, USP – Department
of Physiology and Biophysics
1
A humanidade vive atualmente duas grandes transformações, ambas
com profundas implicações para o setor da saúde. A primeira é caracterizada pelo aumento no percentual da população de idosos, e a
segunda diz respeito ao crescente predomínio das doenças crônicas
degenerativas não transmissíveis (hipertensão, obesidade, doença da
artéria coronária e diabetes mellitus). O diabetes mellitus é considerado em todo o mundo como um grande problema de saúde pública. Pesquisas indicam que o número de 150 milhões de diabéticos
no ano de 2000 dobrará nos próximos 25 anos. O exercício físico
aeróbio também exerce papel fundamental no controle da glicemia,
RESUMOS DE PÔSTERES
estimulando a captação de glicose por meio da contração muscular,
independentemente da ação da insulina. A glândula pineal, por meio
da síntese e secreção de melatonina, desempenha uma importante
função fisiológica e regulatória no metabolismo de carboidratos, influenciando a secreção e a ação da insulina. Os animais diabéticos
apresentam redução da síntese de melatonina, e essa é fundamental
para a adaptação bioquímica dos tecidos sensíveis à insulina ao treinamento físico aeróbio. Objetivo: O presente estudo teve por objetivo investigar os efeitos da suplementação com melatonina e do
treinamento físico aeróbio sobre o conteúdo de glicogênio muscular
e hepático em ratos diabéticos induzidos por estreptozotocina. Metodologia: Neste experimento, foram utilizados ratos albinos machos
da linhagem Wistar, que foram subdivididos em grupos controles e
diabéticos, na condição sedentários, treinados e suplementados com
melatonina, totalizando seis grupos distintos (controles sedentários
– CS; controles treinados – CT; diabéticos sedentários – DS; diabéticos treinados – DT; diabéticos com melatonina sedentários – DMS;
diabéticos com melatonina treinados – DMT). O protocolo de treinamento físico dos animais teve a duração de cinco semanas (50%-60%
do consumo máximo de oxigênio). As dosagens de glicogênio muscular e hepático foram determinadas a partir do método de Leveille e
Chakrabarty (1967). Resultados: Observamos ao final do protocolo
que todos os grupos submetidos ao treinamento físico tiveram um
ganho na sua capacidade física. Esses resultados foram corroborados
pelo aumento da atividade da citrato sintase verificada em todos os
grupos exercitados. Observamos também o efeito nocivo do diabetes,
reduzindo o conteúdo de glicogênio muscular e hepático, que foram
corrigidos de maneira eficaz tanto pela suplementação com melatonina quanto pelo treinamento físico em relação ao seu grupo controle
diabético sedentário. Discussão: Em síntese, podemos sugerir até o
presente momento que a combinação dessas terapias não farmacológicas, representadas pela suplementação com melatonina e pelo treinamento físico aeróbio, no tratamento de ratos diabéticos induzidos
por estreptozotocina, tem apresentado um efeito positivo do ponto
de vista metabólico e contribuído de maneira surpreendente e eficaz
para melhora na qualidade de vida desses animais. Agradecimento:
FAPESP 04/06767-2 e 09/52920-0 e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq).
PT.073 ARHGAP21 PROMOTES APOPTOSIS IN NEONATAL
MICE PANCREATIC ISLETS
Ferreira SM1, Santos GJ1, Rezende LF1, Barbosa-Sampaio HC1, Saad
STO2, Boschero AC1
1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Department of Structural e
Functional Biology/Institute of Biology. 2 Unicamp – Department of Internal Medicine/School of Medical Science
Background: ARHGAP21 is a Rho-Gap that controls expression
and function of proteins related to several cellular processes, including survival such as PKCζ and FAK. Given that ARHGAP21
is expressed in beta-cells and associates with the above mentioned
proteins, we assessed if ARHGAP21 controls apoptosis in pancreatic islets. Methods: Pancreatic islets were isolated from Control
or ARHGAP21-Knockdown (ARHGAP21kd) neonatal mice. Caspase-3, pSTAT3, BCL2 and BAX protein levels and DNA fragmentation were evaluated by Western-Blot and SYBR-Green methods,
respectively. Results: ARHGAP21kd islets showed decreased Caspase-3 cleavage (-60%) and DNA fragmentation (-50%), compared
with Control islets. In addition, ARHGAP21kd islets increased
STAT3 phosphorylation and BCL2 expression, as well as reduced
BAX expression, which resulted in an increased BCL2/BAX ratio.
Discussion: Reduction in Caspase-3 cleavage and DNA fragmentation in islets from ARHGAP21kd indicates a reduced apoptosis rate
in these islets. Thus, we conclude that ARHGAP21 promotes pancreatic islets apoptosis, from both extrinsic (STAT3, anti-apoptotic)
and Intrinsic (BCL2/BAX ratio) pathways, possibly contributing to
the loss of beta-cells mass during the onset and development of both
type 1 and type 2 diabetes. Financial support: FAPESP, CNPq and
INOD.
PT.074 MEMÓRIA METABÓLICA EM CÉLULAS MIN6: O PAPEL
DA CamKII
Santos GJ1, Rezende LF1, Ferreira SM1, Boschero AC1
1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Departamento de Biologia
Estrutural e Funcional
Introdução/Objetivos: A cálcio-calmodulina kinase II (CaMKII)
é uma enzima ativada pelo complexo Ca2+-calmodulina e tem papel
fundamental na propagação do sinal gerado pelo cálcio, importante segundo mensageiro em diversos processos celulares. Dentre as
muitas ações realizadas pela CaMKII, destaca-se a formação do potencial de longa duração em neurônios após estímulo intenso e/ou
duradouro, processo esse necessário para a formação da memória.
Além disso, a atividade da CaMKII é relacionada com processos secretórios, seja de neurotransmissores ou hormônios. A secreção de
insulina é constantemente modulada pelos nutrientes circulantes, em
especial a glicose. Durante a secreção de insulina estimulada por glicose (GSIS) ocorre a metabolização desse nutriente, que, no fim do
processo, eleva os níveis de Ca2+ intracelular, promovendo a extrusão
dos grânulos insulinares. Sabe-se que durante a GSIS ocorre aumento na atividade da CaMKIIe e que essa ativação é um dos processos
essenciais para a secreção de insulina. Sendo assim, nosso objetivo foi
verificar se as células MIN6 são capazes de responder à glicose e se
essa resposta é dependente de CaMKII. Além disso, investigamos se
células secretoras de insulina possuem a capacidade de armazenar informações (memória) após um período de intensa exposição à glicose
e se esse armazenamento é CaMKII-dependente. Métodos: Células
MIN6 foram incubadas com 3 mM de glicose durante 24 horas ou
receberam pulsos de 30 mM de glicose com duração de 1 hora e frequência de 7 horas. Depois de retirado o estímulo (3 ou pulsos de 30
mM de glicose), as células permaneceram em cultura por 24h. Após
isso, realizamos secreção estática de insulina com glicose basal (2.8
mM) ou estimulatória (16.7) durante 1h e, ao final dessa 1h, monitoramos a fosforilação da CaMKII e sua coimunoprecipitação com a
calmodulina. Realizamos esses experimentos em células expostas ou
não ao KN93, um inibidor farmacológico específico da CaMKII. Resultados: Nossos resultados mostraram que as células MIN6 utilizadas nesse trabalho secretam insulina em resposta à glicose, de maneira
dose-dependente (2.8, 5.6, 8.4, 11.2 e 16.7 mM). Além disso, essa
secreção se correlaciona de maneira positiva com a fosforilação da CaMKII e com a associação dessa enzima com a calmodulina. Durante a
secreção estática, as células expostas a pulsos de 30 mM apresentaram
maior fosforilação basal (2.8 mM) e estimulada (16.7 mM) de CaMKII. Além disso, esse tratamento induz uma fosforilação precoce
da CaMKII, que se manteve por mais tempo, mesmo após o estímulo
de 16.7 mM de glicose ser removido. Esses efeitos foram bloqueados
pelo KN93, um inibidor farmacológico específico para a CaMKII.
Discussão/Conclusão: Sabe-se que, em células nervosas, estímulos
intensos e/ou contínuos em locais específicos são necessários para
a formação da memória e que esse processo é dependente de CaMKII. Nosso trabalho mostra que células MIN6 têm a capacidade de
guardar informações ao longo do tempo e que esse processo, assim
como em neurônios, é dependente de CaMKII. As células que foram
estimuladas com pulsos de glicose tiveram a capacidade de, depois de
24h, ser mais responsiva à glicose, respondendo precocemente e por
mais tempo em relação às células que não receberam o pulso. Mostramos ainda que as células MIN6 respondem à glicose de maneira
dose-dependente e que existe correlação entre essa secreção e a fosforilação da CamKII e entre a associação dessa enzima e a calmodulina.
Com isso, podemos sugerir que processos como esse de aquisição,
armazenamento e evocação de informação mostrado em células beta
podem ser importantes no desenvolvimento do diabetes mellitus do
tipo 2, em que as ilhotas ficam expostas a grandes concentrações de
glicose graças a resistência à insulina. Apoio financeiro: FAPESP E
CNPq.
S133
RESUMOS DE PÔSTERES
PT.075 NORADRENALINA E PKA EXERCEM EFEITOS
INIBITÓRIOS SOBRE A ATIVIDADE DO SISTEMA UBPROTEASSOMA EM MÚSCULOS ESQUELÉTICOS DE RATOS
Silveira WA1, Gonçalves DAP1, Graça FA1, Zanon NM1, Kettelhut IC1,2,
Navegantes LCC1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HC-FMRP-USP) – Fisiologia. 2 FMRP-USP – Bioquímica/Imunologia
1
Introdução: Em estudos anteriores, demonstrou-se que as catecolaminas, por meio da ativação de receptores beta-2 adrenérgicos e do
segundo mensageiro AMPc, exercem ações antiproteolíticas e pró-sintéticas em músculos esqueléticos de roedores. Entretanto, os efeitos
da noradrenalina (NOR) e seus efetores (PKA e EPAC) sobre o sistema proteolítico dependente de ubiquitina (Ub)-proteassoma ainda
não estão bem estabelecidos. Objetivo: Investigar os efeitos da NOR
e da ativação específica de PKA e EPAC na degradação de proteínas
em músculos esqueléticos de ratos. Material e métodos: Músculos
soleus e extensor digitorum longus (EDL) de ratos Wistar normais (~75
g) foram incubados em meio apropriado com o objetivo de avaliar os
efeitos diretos da NOR e dos ativadores específicos de PKA (N6Bz-cAMP – 300 µM) e EPAC (8-pCPT-2’-O-Me-cAMP – 300 µM) na
atividade proteolítica e níveis de expressão de genes relacionados à
atrofia muscular. A proteólise total e a atividade do sistema Ub-proteassoma foram estimadas por meio da liberação de tirosina no meio de
incubação. A expressão gênica da Atrogin-1 e MuRF1 foi determinada
por RT-qPCR. Todos os protocolos foram aprovados pelo comitê de
ética em experimentação animal da FMRP-USP (083/2010). Resultados: Em músculos soleus e EDL, a adição de 10-4 M de NOR ao
meio de incubação resultou em redução na degradação total de proteínas (~12%-19%), na atividade do sistema Ub-proteassoma (~21%) e na
expressão gênica da Atrogin-1 (~60%-64%) e MuRF1 (43%). Dados
semelhantes na degradação de proteínas foram observados em músculos soleus (PKA ~20% – EPAC ~9%) e EDL (PKA e EPAC ~12%)
incubados na presença dos ativadores de PKA e EPAC. Além disso, o
ativador específico de PKA reduziu (~45%) a atividade do sistema Ub-proteassoma em músculos EDL de ratos normais. Conclusão: Os dados acima apresentados sugerem que a NOR possui efeitos inibitórios
no sistema proteolítico dependente de Ub-proteassoma em músculos
EDL de ratos normais, sendo esses efeitos provavelmente mediados
pela ativação da PKA. Apoio financeiro: CAPES, CNPq e FAPESP
(08/06694-6; 10/11083-6).
PT.076 REGULAÇÃO DIFERENCIAL DA EXPRESSÃO DA
PROTEÍNA A20 EM TECIDO ADIPOSO MARROM E BRANCO
DE MODELOS ANIMAIS DE OBESIDADE – POTENCIAL
PARTICIPAÇÃO NA MODULAÇÃO DA ATIVIDADE DA PGC1α
Bombassaro B1, Ignacio-Souza LM1, Nuñez CEC1, Razolli DS1, Coope
A1, Pedro RM1, Velloso LA1
1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Obesidade é o principal fator de risco para doenças metabólicas e cardiovasculares tais como diabetes, aterosclerose e hipertensão. A ativação de um processo inflamatório subclínico no tecido adiposo hipertrofiado de indivíduos obesos destaca-se como um dos mecanismos
responsáveis pela indução da resistência à insulina, que se constitui
no fenômeno comum a todas as doenças que compõem a síndrome
metabólica. Vias inflamatórias são reguladas por vários mecanismos, e
a degradação de proteínas de tais vias pode levar tanto à acentuação
como à inibição do processo inflamatório. Um dos mais importantes
mecanismos envolvidos com a degradação de proteínas inflamatórias é
a ubiquitinação, que pode direcionar proteínas-alvo ao proteossoma.
O objetivo do presente estudo foi avaliar a participação de uma proteí­
na com atividade deubiquitinase e ubiquitina ligase que está envolvida
na interrupção do sinal inflamatório por impedir a ativação de NFκB,
a A20, no controle do processo inflamatório em tecido adiposo de
animais submetidos à dieta rica em gordura. Foram utilizados o tecido
adiposo branco epididimal e o tecido adiposo marrom de camundongos Swiss machos submetidos a 4, 8 ou 16 semanas de dieta hiperliS134
pídica. Esses tecidos foram avaliados quanto ao conteúdo proteico e
expressão gênica da proteína A20 e sua associação com a PGC1α por
imunoprecipitação e imunofluorescência. Os resultados de expressão
gênica por RT-PCR mostram um aumento do mRNA da A20 em
tecido adiposo marrom com 8 e 16 semanas de dieta. Já no tecido
adiposo branco epididimal, observa-se um aumento de expressão com
4 semanas, sem mudanças com 8 semanas e uma diminuição com 16
semanas. Com relação ao conteúdo proteico, não foram observadas
diferenças significativas em nenhum dos tecidos, com exceção do tecido adiposo marrom com 8 semanas, no qual ocorre uma diminuição
dessa proteína. O aumento da expressão gênica da A20 no mesmo
tecido e tempo pode ocorrer em resposta à diminuição do conteúdo proteico total da A20 que observamos. Além disso, avaliando o
PGC1α, importante coativador de fatores de transcrição envolvidos
com o metabolismo energético, observamos um associação desta com
a A20, concomitante a uma diminuição da ubiquitinação do PGC1α.
A redução dessa proteína no tecido adiposo representa uma diminuição do metabolismo oxidativo e prejuízo da sensibilidade à insulina,
quadro característico da obesidade. Uma hipótese é a participação da
A20 sobre o controle da ubiquitinação, por sua ação de E3 ligase, ou
da deubiquitinação do PGC1α levando-o à degradação ou a demais
modificações durante o desenvolvimento da obesidade. Nossos resultados indicam que, no tecido adiposo, a A20 parece ter funções outras
que não somente o controle da inflamação via degradação do NFκB.
Pelo menos em parte, deve estar relacionada ao turnover de proteínas
importantes no controle do metabolismo energético, como a PGC1α.
Agência financiadora: FAPESP.
PT.077 ANÁLISE TEMPORAL DA EXPRESSÃO DO GENE DE
REGENERAÇÃO (REG1) EM ILHOTAS PANCREÁTICAS DE
CAMUNDONGOS NOD (NON-OBESE DIABETIC)
Pedrosa D1, Figueiredo D1, Stivanin-Silva LG1, Mariano LMR1, Zollner RL1
1
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) – Clínica Médica
Introdução: A regeneração de células β pancreáticas produtoras de
insulina é um fator importante para a prevenção do diabetes mellitus
(Akiyama. PNAS. 2001;98:48). O gene REG (regenerating gene) é
altamente expresso em ilhotas em processo de regeneração e não expresso em ilhotas normais, rins, fígado ou cérebro, sugerindo possíveis
papéis na replicação, crescimento e maturação de células β (Terazono,
et al. J Biol Chem. 1988;263:2111). Em camundongos, o gene REG1
codifica proteínas expressas no tecido exócrino pancreático e ilhotas
em regeneração (Okamoto, et al. J Hepatobiliary Pancreat Surg.
1999;6:254). No presente estudo, foi realizada análise temporal da
expressão gênica de REG1 em ilhotas isoladas de camundongos NOD
não diabéticos. Métodos: Eram mantidas em condições SPF 25 fêmeas da linhagem NOD, divididas em cinco grupos para análise temporal
com glicemia monitorada a partir da 10ª semana de vida. Animais
com dois valores glicêmicos semanais consecutivos ≥ 180 mg/dl eram
considerados diabéticos. O sacrifício era realizado ao término de 4,
8, 16 e 24 semanas de vida de cada grupo, ou no diagnóstico do
diabetes. Para expressão gênica do REG1, era realizada a técnica de
PCR Tempo Real por análise de dCt. Resultados: Houve diferença
significativa (p < 0.05) na expressão gênica de REG1 entre os períodos
analisados, e no período de 8 e 16 semanas de vida houve maior expressão em relação aos períodos de 4 e 24 semanas de vida. Discussão:
No camundongo NOD o início do diabetes ocorre tipicamente entre
12ª e a 24ª semana de vida, e aproximadamente na 4ª semana de
vida já é possível visualizar a presença de células imunes infiltradas nas
ilhotas (Makino et al. Jikken Dobutsu. 1980;29:1). No processo inflamatório, diversos fatores estão envolvidos como nicotinamida, glicocorticoides, IL-6, IL-8, e citocinas que regulam a expressão do gene
REG (Akiyama et al. PNAS. 2001;98:48). Dessa maneira, o estudo
da expressão proteica de REG1 e da análise morfológica das ilhotas
facilitará o entendimento da modulação da expressão gênica e proteica
do REG1 na linhagem NOD. Agradecimentos: À Fapesp e CAPES,
pelo apoio financeiro.
RESUMOS DE PÔSTERES
PT.078 EXPRESSÃO GÊNICA DE REG1 EM ILHOTAS
PANCREÁTICAS DE CAMUNDONGOS NOD (NON-OBESE
DIABETIC) TRATADOS COM GANGLIOSÍDEOS
Pedrosa D1, Figueiredo D1, Stivanin-Silva LG1, Mariano LMR1, Vilella CA1,
Zollner RL1
1
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) – Clínica Médica
Introdução: Estudos relacionam a diminuição da incidência do diabetes mellitus tipo 1 (DM1) nos camundongos NOD à administração
exógena de gangliosídeos (Wilbertz, et al. Diabetologia. 1988;31:855;
Vieira, et al. Cytokine. 2008;42:92). Há regeneração de células neurais
pela atuação do gangliosídeo GM1 (Neto, et al. Oral Maxillofac Surg.
2007;65:870). O gene de regeneração (REG1) é expresso especificamente em ilhotas pancreáticas em regeneração, auxiliando na diminuição da inflamação em ratos com pancreatite induzida (Terazono, et al.
J Biol Chem. 1988;263:2111; Viterbo, et al. JOP. 2009;10:15). Assim, é lícito sugerir que a modulação de sua expressão esteja associada
à regeneração de células β pancreáticas pela administração exógena de
gangliosídeos. Métodos: Eram mantidas em condições SPF, durante
o protocolo que se estendeu da 4ª a 28ª semana de vida, 105 fêmeas
da linhagem NOD, 35 animais/grupo: controle (salina), GM1 e GG
(GM1 21%, GD1a 40%, GD1b 16% e GT1b 19%). 10 animais de cada
um dos grupos NOD GM1 e GG tiveram glicemia monitorada até a
32ª semana, com tratamento cessado nesse período. Injeções diárias
eram administradas via intraperitoneal nas concentrações: 100 μl/dia
de solução salina (0,9%), GM1 100 mg/kg/dia e GGs 150 mg/kg/
dia. Animais com dois valores glicêmicos semanais e consecutivos ≥
180 mg/dl eram considerados diabéticos. O sacrifício era realizado ao
término do protocolo de 28 semanas ou no diagnóstico do DM1. A
análise do infiltrado nas ilhotas era avaliada por microscopia óptica. Os
níveis séricos de insulina eram determinados pela técnica de ELISA.
Para expressão gênica de insulina e REG1, era realizada a técnica de
PCR Tempo Real (análise por RQ). Resultados: Diabetes: 70% do
grupo controle, 38% do grupo GM1 e 0% do grupo GGs; animais
sacrificados na 32ª semana: 10% do grupo GM1 e 0% do grupo GG.
Houve diminuição de insulite, maior expressão gênica de insulina (p <
0.05) e aumento da produção de insulina sérica nos animais tratados
com GM1 em relação ao grupo controle. Notou-se diferença significativa (p < 0.05) na expressão gênica de REG no grupo controle em
relação a GM1. Discussão: Estudos sugerem relação entre o aumento
da expressão do gene REG e o aumento do processo inflamatório nas
ilhotas (Planas, et al. 2006;49:2379). A diminuição da insulite verificada em NOD tratados com gangliosídeos está relacionada à diminuição da expressão gênica de REG1, sugerindo ação anti-inflamatória
dos gangliosídeos exógenos. Financiamento: FAPESP e CNPq.
PT.079 TRATAMENTO COM DEXAMETASONA INDUZ
PROLIFERAÇÃO DE CÉLULAS β PANCREÁTICAS EM RATOS E
CAMUNDONGOS
Protzek AOP1, Costa-Junior JM1, Santos GJ1, Gonçalves BF2, Purificação
TA1, Santos-Silva JC1, Rezende LF1, Carneiro EM1, Boschero AC1,
Rafacho A3
1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Departamento de Biologia
Funcional e Estrutural, IB. 2 UNESP – Departamento de Biologia, IBILCE, São José do
Rio Preto. 3 Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Departamento de
Ciências Fisiológicas, CCB
Introdução: Os glicocorticoides (GC) são amplamente utilizados na
prática clínica por seu vasto efeito anti-inflamatório e/ou imunossupressor e, dependendo da dose e dp tempo de tratamento, podem
provocar redução da sensibilidade periférica à insulina (RI), que geralmente está acompanhada por hiperinsulinemia. O aumento da secreção de insulina em resposta à glicose já é bem conhecido, mas se
alterações estruturais acompanham a hipersecreção de insulina ainda
estão por ser esclarecidas. Ainda há controvérsias entre o padrão de
compensações pancreáticas desencadeadas entre ratos e camundongos
submetidos ao tratamento com GC. Dessa forma, nosso objetivo foi
avaliar se, a exemplo do que é observado em ratos, a hiperinsulinemia
entre os camundongos tratados com glicocorticoide está relacionada
com hiperplasia das células β. Métodos: Ratos Wistar e camundongos
Swiss adultos machos receberam injeção i.p. diária de dexametasona
(DEX) (1 mg/kg p.c.) por cinco dias consecutivos, enquanto animais
controle (CTL) receberam solução isotônica de NaCl. Insulinemia e
glicemia de jejum foram determinadas por RIA e glicosímetro digital.
Protocolos de secreção de insulina estimulada por diferentes concentrações de glicose (SIEG) foram realizados ex vivo em ilhotas isoladas.
Proliferação de células β (Ki-67) e morte celular foram realizados por
meio dos métodos de imunoperoxidase e clivagem de caspase-3 e fragmentação de DNA, respectivamente. Resultados: Ambos, ratos e camundongos DEX, apresentaram aumento de 9 e 0,9 vezes da insulina
sérica vs. respectivos grupos CTL (p < 0,05). Os valores de glicose sanguínea nos grupos DEX não foram superiores aos valores dos animais
DEX tanto para ratos quanto para camundongos. A SIEG em ilhotas
de ratos DEX foi maior em todas as condições avaliadas vs. grupo
CTL (p < 0,05). A secreção de insulina pelas ilhotas dos camundongos
DEX foram maiores apenas em resposta a 5,6 e 11,1 mM de glicose,
comparado ao grupo CTL (p < 0,05). A proliferação de células β foi 4
e 2 vezes maior em ilhotas de ratos e camundongos, respectivamente,
em relação aos seus respectivos grupos CTL (p < 0,001). O conteúdo
total da caspase-3 foi similar entre as ilhotas provenientes de ratos ou
camundongos DEX, comparado aos seus respectivos grupos CTL. No
mesmo sentido, foram observados valores de fragmentação de DNA
similares entre ilhotas de ratos ou camundongos DEX vs. seus respectivos CTL. Discussão e conclusão: As compensações pancreáticas em
resposta ao tratamento in vivo com dexametasona não haviam sido exploradas em camundongos até o momento. O aumento da responsividade à glicose e da proliferação de células β foi observado em ambas as
espécies de roedores e permitem que os níveis circulantes de insulina
correspondam à demanda requerida em resposta a RI, mantendo os
níveis glicêmicos dentro de valores fisiológicos. Essas respostas compensatórias foram de magnitude inferior nos camundongos em relação
aos ratos e podem significar que, diante de condições de tratamento
idênticas aos ratos, os camundongos adultos apresentam menor vulnerabilidade aos glicocorticoides.
PT.080 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM TAURINA SOBRE
A SECREÇÃO DE INSULINA E EXPRESSÃO GÊNICA EM ILHOTAS
DE CAMUNDONGOS DESNUTRIDOS SUBMETIDOS À DIETA
HIPERLIPÍDICA
Vettorazzi JF1, Santos-Silva JC1, Camargo, RL1, Da Silva PMR1, Ribeiro
RA2, Boschero AC1, Carneiro EM1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 2 Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ)
1
Introdução: Tanto a restrição proteica quanto a dieta hiperlipídica
(HFD) alteram o fluxo iônico nas células β, modificando o padrão
secretório da insulina. A taurina (TAU), além de regular o fluxo iônico
em diferentes tecidos, tem papel na melhora da função da célula β.
Neste estudo avaliamos a secreção de insulina, oscilações citoplasmáticas de Ca2+ e a expressão de genes envolvidos no acoplamento estímulo/secreção da insulina em ilhotas de camundongos desnutridos
submetidos à dieta HFD, suplementados com TAU. Métodos: Camundongos machos C57Bl/6J receberam dieta controle (14% de proteína-C) ou dieta hipoproteica (6% de proteína-R) por seis semanas.
Em sequência, metade desses grupos foi alimentada por oito semanas
com HFD sem (grupos CH e RH) ou com suplementação de 5% de
TAU na água de beber (CHT e RHT). Aos 105 dias, os camundongos
foram pesados, mortos por decaptação e gorduras foram retiradas e
pesadas. Ilhotas foram isoladas para secreção de insulina e oscilações
de Ca2+ na presença de 30 mM de K+, 10 mM de Arginina (Arg) ou
100 μM de tolbutamida (Tolb). A expressão gênica da pró-insulina,
da subunidade SUR1 do canal KATP, das subunidades α1.2 e β2 do
canal de Ca2+, da Ca2+ ATPase do retículo endoplasmático (SERCA)-3
e sinaptotagmina (SYP)-VII foi realizada por real-time PCR. Os resultados foram analisados por ANOVA de uma via seguida de Newman-Keuls, P < 0,05. Resultados e discussão: Camundongos R apresenS135
RESUMOS DE PÔSTERES
taram redução de peso corporal (PC) (20 ± 1 g) comparado aos C (27
± 1 g). A ingestão de HFD aumentou o PC nos grupos CH (35 ± 2 g)
e RH (31 ± 2 g) e os depósitos de gordura retroperitoneal (GR) (0,44
± 0,03 e 0,45 ± 0,07 g, respectivamente) e perigonadal (GP) (CH1,
55 ± 0,07 g, RH01, 45 ± 0,02 g) comparado ao C. A suplementação
com TAU preveniu a obesidade com 63% de redução do PC e 60%
na GR. Ilhotas de camundongos R secretaram menos insulina na presença de K+, Arg e Tolb (0,45 ± 0,06; 0,16 ± 0,03; 0,18 ± 0,04ng/
ilhota.h) comparadas às ilhotas C (1,1 ± 0,1; 0,39 ± 0,04; 0,42 ± 0,07
ng/ilhota.h, respectivamente). O influxo de Ca2+ em resposta à K+ e
Tolb foi similar entre ilhotas R e C, porém a frequência das oscilações
de Ca2+ com Tolb foi menor nas ilhotas R (5±0,3) em relação ao C
(10±1,5). A secreção e o influxo de Ca2+ nessas condições não diferiram entre as ilhotas CH e C. Ilhotas RH secretaram mais insulina em
resposta à Arg (0,3 ± 0,03). A TAU normalizou a resposta secretória no grupo RHT perante o K+ e Arg (0,97 ± 0,1; 0,32 ± 0,05ng/
ilhota.h) a valores do C. Ilhotas R apresentaram 45% menor conteúdo
de mRNA para a SERCA-3 comparado às C. A HFD não alterou a
expressão dos genes no grupo CH e RH. Por outro lado, ilhotas CHT
apresentaram maior conteúdo de mRNA da pró-insulina [(4,1 vezes
(x)], da SUR1 (3,1x), da subunidade β2 (2,8x) e α1.2 (2,6x), SERCA-3 (2,9x) e SYP-VII (2,8x) comparado às C, sem diferença entre o
grupo RHT e C. A TAU preveniu a obesidade tanto em camundongos
desnutridos quanto controles. A suplementação normalizou a resposta
secretória das células β aos agentes despolarizantes no grupo RHT,
sem alterar a expressão gênica. Porém, no grupo CHT, a TAU elevou
a expressão de vários genes, o que pode contribuir para prevenção da
falência das células β induzidas pela ingestão de HFD a longo prazo.
Apoio financeiro: FAPESP e CNPq.
PT.081 ASTAXANTINA E VITAMINA C ATUAM POSITIVAMENTE
NO SISTEMA REDOX DE LINFÓCITOS HUMANOS
Bolin AP1, Guerra BA1, Nascimento SJS1, Morandi AC1, Molina N1, Otton
R1
1
Universidade Cruzeiro do Sul – Laboratório de Fisiologia Celular
Introdução/Objetivo: A geração excessiva de espécies reativas de
oxigênio (ERO) e nitrogênio (ERN) durante o metabolismo é capaz de gerar diversos danos celulares. Intermediários dicarbonílicos
reativos como o metilglioxal (MGO) são potentes precursores da
formação de produtos finais de glicação avançada (AGEs) e levam à
produção exacerbada de ERO/ERN, além de estarem associados à
fisiopatologia do diabetes. A terapia nutricional com antioxidantes é
capaz de reduzir o risco de diabetes e/ou suas complicações modulando funções biológicas relacionadas ao estresse oxidativo. Este trabalho tem por objetivo avaliar o efeito do tratamento concomitante
dos antioxidantes astaxantina (ASTA) e vitamina C (Vit.C) diante do
possível estresse celular causado por glicose e MGO em linfócitos do
sangue periférico humano. Metodologia: Linfócitos foram obtidos
do sangue periférico total de indivíduos saudáveis por punção venosa
e foram isolados com a ajuda do gradiente de densidade Histopaque
1077. Após esse processo, as células foram lavadas com PBS, centrifugadas e ressuspendidas em meio de cultura RPMI 1640 (1 x 106/
ml) por até 24h. As células foram tratadas in vitro com glicose (20
mM) associada ao MGO (30 µM) adicionadas ou não de ASTA (2
µM) e vitamina C (100 µM). As avaliações realizadas até o momento
foram: viabilidade celular e fragmentação de DNA por citometria de
fluxo; produção de ERO/ERN pela avaliação da produção de ânion
superóxido, óxido nítrico e peróxido de hidrogênio, razão de glutationa reduzida e oxidade (GSH/GSS); atividade da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PDH); avaliação da atividade das enzimas
antioxidantes e danos em biomoléculas. Resultados: Os diferentes
tratamentos não causaram citotoxicidade em linfócitos, visto que não
houve alterações na viabilidade e na fragmentação dessas células. A
produção de ânion superóxido e peróxido de hidrogênio foi significativamente menor nos grupos contendo ASTA+Vit.C em relação
ao grupo controle e glicose+MGO. Diferentemente, a produção de
óxido nítrico apresentou-se elevada nos grupos contendo os antioS136
xidantes e diminuída na presença de glicose+MGO. Em relação às
enzimas antioxidantes, o tratamento com os antioxidantes foi capaz
de diminuir a atividade da enzima catalase e aumentar a atividade da
glutationa peroxidase e redutase. A atividade da enzima G6PDH foi
aumentada no grupo tratado com ASTA+Vit. C, assim como a razão
GSH/GSSG. Apesar de não significativa, a adição de astaxantina e
vitamina C demonstrou uma tendência em aumentar os níveis de tióis
livres. A adição de glicose+metilglioxal não foi capaz de incrementar
a quantidade de grupos carbonilas oxidados. Discussão/Conclusão:
A associação entre astaxantina e vitamina C se torna benéfica e com
potente ação antioxidante ao reduzir a produção de espécies reativas
de oxigênio. A adição desses antioxidantes fez com que o estado redox
intracelular se mantivesse em perfeito estado por alterar a atividade das
enzimas antioxidantes GPx e GR, assim como pela razão GSH/GSSG
e atividade da G6PDH. Esses achados comprovam, até o momento, o importante papel antioxidante da associação entre ASTA+Vit.C.
Com isso, novas terapias com antioxidantes podem auxiliar o sistema imune de pacientes com patologias que tenham como plano de
fundo a produção exacerbada de ERO. Suporte financeiro: FAPESP
(2009/14382-7; 2010/03304-2).
PT.082 EFEITO DO TRATAMENTO COM L-ARGININA SOBRE A
EXPRESSÃO DE FATORES PRÓ-INFLAMATÓRIOS EM PROLE DE
MÃES DIABÉTICAS
Diniz MM1, Carvalho DS1, Quadros CDM1, Haidar AA1, Carpinelli AR2,
Gil FZ1, Hirata AE1
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Departamento de Fisiologia. 2
Universidade de São Paulo (USP) – Departamento de Fisiologia
1
Introdução: Evidências mostram que constituintes da dieta podem
modular eventos que regem a expressão de genes, portanto alteram
aspectos específicos da função celular. Além disso, estudos vêm tentando elucidar os efeitos da ingestão aguda e crônica da L-Arginina (Arg)
sobre o metabolismo glicídico. Considerando que proles de mães
diabéticas são resistentes à insulina e possivelmente apresentam maior
ativação de vias de sinalização sensível ao stress, entre elas as ativadas
pela MAPK, o objetivo do nosso trabalho foi avaliar o efeito do tratamento com Arg em prole de mães diabéticas sobre a ativação da ERK
1/2, JNK, p38, IKKβ. Métodos: Para a indução do diabetes melittus,
utilizamos streptozotocina em dose única (60 mg/kg), via intraperitoneal, diluída em solução de tampão de citrato (0,1 M). Após a indução
do diabetes melittus, a glicemia foi determinada e foram consideradas
diabéticas as ratas cujos valores de glicemia foram iguais ou superiores
a 250 mg/dl. As fêmeas diabéticas foram colocadas para cruzamento e
as respectivas proles foram desmamadas ao 21º dia, quando se iniciou
o tratamento pelo período de um mês de acordo com os grupos experimentais: CS: filhos de mães controles que receberam sacarose 2%;
DS: filhos de mães diabéticas que receberam sacarose 2%; CA: filhos
de mães controles que receberam L-arginina 2%; DA: filhos de mães
diabéticas que receberam L-arginina 2%. Resultados: Pela análise da
insulinemia (ng/ml) por radioimunoensaio, não obtivemos diferenças
significativas: CS 1,07 ± 0,09 x DS 0,903 ± 0,11 x CA 0,91 ± 0,09 x
DA 0,9 6 ± 0,16, p < 0,05, n = 4. Por meio da análise da fosforilação
(UA) da ERK ½, não houve diferença significativa nos tecidos avaliados: fígado CS 0,75 ± 0,18 x DS 0,71 ± 0,13 CA 0,64 ± 0,07 x DA
0,76 ± 0,16; músculo esquelético CS 0,75 ± 0,18 x DS 0,71 ± 0,13
x CA 0,64 ± 0,07 x DA 0,76 ± 0,16; coração CS 0,64 ± 0,17 x DS
0,54 ± 0,16 x CA 0,59 ± 0,16 x DA 0,89 ± 0,27; tecido adiposo CS
0,27 ± 0,062 x DS 0,16 ± 0,11 x CA 0,26 ± 0,07 x DA 0,25 ± 0,21,
p < 0,05, n = 4. Discussão: Resultados prévios de nosso laboratório
demonstraram que proles de mães diabéticas apresentam resistência à
insulina e o tratamento com Arg reverte esse estado [Kitt (%/min) CS
5,52 ± 0,6 x DS 1,82 ± 0,16 x CA 5,72 ± 0,44 x DA 6,06 ± 0,45] sem
promover alterações na insulinemia. Nos tecidos avaliados, a ativação
da ERK 1/2 não apresentou alterações, indicando que ela não tem
uma função importante nesse modelo. Entretanto, estão sendo investigadas a ativação de outras quinases ativadas por estresse, tais como
JNK, p38, IKKβ. Apoio financeiro: CAPES, FAPESP.
RESUMOS DE PÔSTERES
PT.083 FREQUÊNCIA DE COMPLICAÇÕES CRÔNICAS EM
PACIENTES DIABÉTICOS ATENDIDOS NO HC-FMRP-USP
Batista SL1, Britto CTF1, Gomes PM1, Foss MC1, Foss-Freitas MC1
1
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Departamento de Clínica Médica
Introdução: O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica, e as
complicações decorrentes do diagnóstico tardio e do mau controle
glicêmico surgem e progridem com o passar do tempo, contribuindo
para a maior morbidade e mortalidade do paciente diabético. Dessa
forma, descreveremos as frequências de complicações crônicas encontradas em pacientes atendidos no Ambulatório de Diabetes do HC-FMRP-USP (AEND), no período de janeiro de 2008 a junho de
2011. Materiais e métodos: No período de janeiro de 2008 a junho
de 2011, foram realizadas 10.355 consultas (435 casos novos), com
média de 246,5 consultas/mês, sendo cada paciente avaliado cerca de
três a quatro vezes ao ano. Foram coletados dados em uma amostragem de 172 pacientes. Resultados: A média de idade foi de 52,8 ±
17,3 anos. Quanto ao gênero, 58,1% eram do sexo feminino. Apresentavam, em média, 14,9 ± 10,0 anos de diagnóstico. Do total de
pacientes, 27,9% apresentavam DM tipo 1 (dos quais 59% do sexo
feminino), 64,0%, DM tipo 2 (dos quais 57% do sexo feminino), 7,0%,
outros tipos de DM (dos quais 50% do sexo feminino) e 1,1%, de tipo
indeterminado (todos do sexo feminino). Retinopatia diabética estava
presente em 72,1% dos pacientes (dos quais 56% do sexo masculino,
28% com DM tipo 1 e 72% com DM tipo 2). Com relação ao acometimento renal, 20,4% apresentavam nefropatia instalada (dos quais
50% do sexo masculino, 21% com DM tipo 1 e 79% com DM tipo 2)
e 6,4%, nefropatia incipiente (dos quais 54% do sexo masculino, 36%
com DM tipo 1 e 54% com DM tipo 2), caracterizados por proteinúria
de 24h > 300 mg/dl e microalbuminúria positiva, respectivamente.
Foi relatado disautonomia em 37,8% dos pacientes (dos quais 59% do
sexo feminino, 20% com DM tipo 1 e 72% com DM tipo 2) e neuropatia periférica em 25% (dos quais 56% do sexo feminino, 15% com
DM tipo 1 e 78% com DM tipo 2). Complicações macrovasculares tais
como doença vascular cerebral, doença arterial coronariana e doença
arterial obstrutiva crônica periférica acometeram 20,9% dos pacientes
(dos quais 52% do sexo masculino, 5% com DM tipo 1 e 93% com DM
tipo 2). Discussão e conclusão: A amostra avaliada é representativa
do total de pacientes atendidos no AEND, predominando DM tipo
2. O tempo mediano de diagnóstico foi de 13 anos. Verifica-se uma
discreta preponderância de pacientes diabéticos do sexo feminino, entretanto as complicações foram algo mais prevalentes em pacientes do
sexo masculino, com exceção da disautonomia e neuropatia periférica.
Dentre as complicações crônicas relatadas, evidenciou-se alta prevalência de retinopatia diabética e modesta prevalência de nefropatia,
disautonomia, neuropatia periférica e complicações macrovasculares.
As complicações micro e macrovasculares do DM ocorrem tardiamente, quando as manobras terapêuticas são menos eficazes em preservar a
qualidade de vida e longevidade. Dessa forma, é de suma importância
o controle precoce e rígido do DM para evitar tais complicações.
PT.084 O CONSUMO MATERNO DE DIETA HIPERLIPÍDICA
DURANTE A GESTAÇÃO E LACTAÇÃO ALTERAM A EXPRESSÃO
HEPÁTICA DE MICRORNAS E GENES RELACIONADOS AO
METABOLISMO LIPÍDICO
Benatti RO1, Melo AM1, Ashino NG2, Santos GA3, Souza LM3, Velloso LA3,
Torsoni MA1, Torsoni AS1
1
Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (FCA-Unicamp). 2 Instituto de Biologia da Unicamp. 3 FCM-Unicamp
Introdução: A obesidade e o diabetes mellitus tipo II apresentam uma
resposta metabólica característica, que leva a alterações na síntese de
lipídeos e na homeostase da glicose. Filhos de mães que consomem
dieta hiperlipídica na gestação e lactação acumulam lipídeos no fígado
e ativam vias inflamatórias que culminam no desenvolvimento de resistência à insulina em vários tecidos. Estudos recentes usando o modelo
de obesidade induzida por dieta mostram um aumento na expressão
de microRNAs relacionados aos efeitos metabólicos observados. Os
microRNAs são pequenas moléculas de RNA não codificante que
participam da regulação da expressão gênica. É de grande interesse
entender se as condições de desenvolvimento do feto no útero de
mães obesas poderiam contribuir para a ativação de microRNAs que
promoveriam os danos metabólicos observados na prole adulta, entre
eles a ativação de proteínas envolvidas com a síntese de ácidos graxos
e colesterol. Metodologia: Para o presente estudo, foram utilizados
camundongos Swiss machos (28 dias), filhos de mães que consumiram
dieta controle (PC) e dieta hiperlipídica (PH) durante a gestação e
lactação. Após o desmame, as proles PC e PH foram alimentadas com
dieta controle. Fragmentos de fígado foram utilizados para avaliar a expressão por PCR em tempo real (RT-PCR) de microRNAs envolvidos
com metabolismo lipídico (miR-122 e 335) e de proteínas lipogênicas
(ACC, FASN, SCD-1, HMGCR) e lipolíticas (AMPK) por RT-PCR
e/ou Western Blotting (WB). Resultados: Os resultados obtidos até
o momento mostram que camundongos PH apresentam aumento nos
níveis de triglicérides hepáticos (35%) e intolerância à glicose. Além
disso, os resultados de WB e RT-PCR mostram um aumento concomitante na expressão de HMGCR (1,5 vez para WB – 587 vezes
para RT-PCR), SCD-1 (1,3 vez para WB – 708 vezes para RT-PCR),
FASN (1,4 vez para WB – 86 vezes para RT-PCR) e diminuição de
p-AMPK e p-ACC (40% e 38%, respectivamente para WB) no fígado
de animais do grupo PH em relação ao grupo PC. Esses dados corroboram o aumento observado no grupo PH na expressão de miR122 (cerca de 46 vezes em relação à PC) e miR-335 (superior a 700
vezes em relação à PC). Discussão: Experimentos realizados por Esau
et al. (2006) apontaram significante redução no desenvolvimento de
esteatose hepática e no nível de colesterol sérico em roedores obesos
tratados com antisense para miR-122. Esses dados evidenciam a importância desse microRNA, altamente expresso no fígado, no controle
da lipogênese. Os resultados obtidos no presente estudo mostram que
o consumo de dieta hiperlipídica durante a gestação e lactação culmina
no aumento da expressão de miR-122 e 335 na prole, concomitante
com a maior expressão de genes lipogênicos. Esse resultado pode estar associado ao desenvolvimento do fenótipo alterado, decorrente de
herança epigenética, em filhos de mães obesas, independentemente
da dieta escolhida por eles na idade adulta. Apoio: FAPESP, CAPES
e CNPq.
PT.085 ATIVAÇÃO HIPOTALÂMICA E HEPÁTICA DE PROTEÍNAS
DA UNFOLDED PROTEIN RESPONSE (UPR) EM PROLE DE
MÃES ALIMENTADAS COM DIETA HIPERLIPÍDICA DURANTE A
GESTAÇÃO E LACTAÇÃO
Melo AM1, Benatti RO1, Ashino NG2, Santos GA3, Cursino J1, Velloso LA3,
Torsoni AS1, Torsoni MA1
1
Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (FCA-Unicamp). 2 Instituto de Biologia da UNICAMP. 3 FCM-Unicamp
Introdução: A obesidade está relacionada ao aumento de citocinas
pró-inflamatórias e ativação de serinas quinases, como JNK e IKK, que
reduzem a sinalização celular da insulina. Indivíduos obesos também
apresentam proteínas do mecanismo chamado de “unfolded protein
response” (UPR) ativadas e são indicadores de stress de retículo endoplasmático, o qual resultará na ativação de JNK e IKK. A obesidade materna e o consumo de dieta rica em gordura (HF) durante
a gestação e a lactação têm sido relacionados a danos metabólicos na
prole. No entanto, a contribuição da UPR nos distúrbios metabólicos
de proles de mães alimentadas com dieta HF não é conhecida até o
momento. Métodos: Camundongos fêmeas (Swiss) foram alimentadas com dieta controle (C) ou hiperlipídica (HF) durante a gestação
e a lactação. Após o desmame, a prole de mãe que recebeu dieta C
(PC) e a prole de mãe que recebeu dieta HF (PH) foram mantidas
com dieta controle até o dia experimental. As análises foram realizadas
entre os dias d28 e d35 após o nascimento. Inicialmente, foram avaliados peso corpóreo, massa do adiposo epididimal, citocinas séricas
e teste de tolerância à glicose (GTTip). A fosforilação e a expressão
das proteínas PERK, JNK, EIF2α, IRE1α, ACC e AKT no fígado
S137
RESUMOS DE PÔSTERES
e hipotálamo foram avaliadas por Western blot. Resultados: Os animais do grupo PH apresentaram aumento no peso corpóreo (25%)
e massa tecido adiposo epididimal (40%) comparado ao grupo PC.
Tanto TNF-α como IL1β no soro estavam aumentados no grupo PH
comparado ao PC. A glicemia de jejum não foi diferente entre os grupos (PC vs. PH), e o grupo PH apresentou maior área sob a curva
(AUC) durante o GTT comparado ao PC (AUC: 28750 vs. 11500,
respectivamente). Em ambos os tecidos, os níveis de p.JNK, p.PERK,
p.EIF2α e IRE1α estavam aumentados no PH comparado ao PC. No
hipotálamo, o nível de p.ACC foi aumentado, enquanto a fosforilação
da AKT induzida por insulina foi reduzida no PH comparado ao PC.
Discussão: A ativação de proteínas relacionadas ao UPR em ambos os
tecidos no grupo PH sugere que a célula se encontra em situação de
estresse metabólico. Essa resposta celular pode estar relacionada com
a redução da ativação da AKT por insulina e o aumento da fosforilação
da ACC no hipotálamo, levando a danos no sinal de saciedade. Apoio:
FAPESP e FAEPEX.
PT.086 EVOLUÇÃO DA GESTAÇÃO, PARTO E
CARACTERÍSTICAS FETAIS DE GESTANTES COM DIAGNÓSTICO
DE DIABETES MELLITUS ACOMPANHADAS NO AMBULATÓRIO
DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE
RIBEIRÃO PRETO (HC-FMRP-USP)
Treml D1, Gomes PM1, Zordan A1, Bessa DS1, Moreira LA1, Chaves MP1,
Foss MC1, Foss-Freitas MC1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Divisão de Endocrinologia do Departamento de Clínica Médica
Introdução: O diabetes mellitus gestacional (DMG) traz riscos para
a mãe e o recém-nascido (RN). O objetivo deste trabalho foi avaliar
a evolução da gestação, parto e características fetais de pacientes grávidas com diagnóstico de diabetes mellitus (DM) em seguimento no
ambulatório de gestação de alto risco do HC-FMRP-USP, durante o
período de novembro de 2010 a agosto de 2011. Métodos: Foram
avaliados, retrospectivamente, mediante análise de prontuários médicos, os parâmetros previamente estabelecidos de uma amostra de 79
pacientes com diagnóstico de DM de um total de 366 pacientes em
acompanhamento nesse ambulatório. Resultados: Foram avaliadas
cerca de 22% da amostra de pacientes. Quanto às complicações gestacionais, 18,4% das pacientes apresentaram complicações infecciosas,
3,9%, trabalho de parto pré-termo, 6,4%, oligodrâmnio, 5,1%, corioamniorrexe prematura, 2,6%, pré-eclâmpsia. Na amostra avaliada,
uma paciente apresentou polidrâmnio e não houve relatos de cetose,
eclampsia ou hiperemese. Quanto à evolução do trabalho de parto,
a média de idade gestacional do dia do parto foi de 39,6 semanas de
gestação e, desses, 46,5% foram partos cesarianos e 53,5%, partos vaginais. Dentre essas pacientes, 39,4% estavam em uso de insulina com
dose total média do dia anterior ao parto de 55,3 UI. Apresentaram
hipoglicemia no dia do parto 9,8% das pacientes e, dessas, 57% estavam em insulinoterapia. A glicosimetria capilar média pré-parto foi de
101,5 mg% e pós-parto de 112,1 mg%. Em relação ao feto, em 94,1%
dos casos a apresentação era cefálica e em 5,9% pélvica. A média do
índice de Apgar foi de 8,6 e 9,7 no primeiro e quinto minutos, respectivamente. Quanto ao sexo, 52,5% dos fetos eram femininos e 47,5%
masculinos. A média de peso ao nascer foi de 3189 g, sendo 8,9%
dos RN PIG, 65,7% AIG e 25,7% GIG. Um óbito fetal foi relatado
em prontuário. Dez pacientes com DMG retornaram no pós-parto
para reavaliação e foram reclassificadas e, dessas, 70% apresentavam
pré-diabetes e 30% eram euglicêmicas. Discussão: Estudos epidemiológicos multicêntricos de larga escala como o Hyperglycemia and
Adverse Pregnancy Outcomes (HAPO) demonstraram que os riscos de
efeitos adversos maternos, fetais e desfechos neonatais desfavoráveis
aumentaram por causa da glicemia materna entre 24-28 semanas. De
acordo com a ADA, mulheres com história de DMG apresentam aumento considerável do risco de desenvolver diabetes e pré-diabetes
e, portanto, devem ser seguidas com rastreio subsequente para o seu
desenvolvimento. Na nossa casuística 34,6% das gestantes apresentaram complicações pré-natais e grande parte das pacientes reavaliadas
S138
apresentou pré-diabetes. Contudo, somente 17,8% das pacientes com
DMG retornaram ao ambulatório para acompanhamento. A literatura refere que a via de parto é uma decisão obstétrica, podendo se
aguardar a evolução espontânea para o parto até o termo desde que
a gestante esteja compensada, dados condizentes com os nossos, em
que a maioria das pacientes apresentou parto a termo e vaginal. Outro
parâmetro concordante com a literatura é que um quarto dos RN das
pacientes avaliadas era GIG.
PT.087 COMPOSIÇÃO CORPORAL DE PACIENTES
SOROPOSITIVOS PARA HIV EM TERAPIA ANTIRRETROVIRAL
AVALIADA POR MEIO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS,
BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA E ABSORCIOMETRIA DE DUPLO
FÓTON
Beraldo RA, Vassimon HS, Navarro AM, Foss-Freitas MC
Introdução: Atualmente, pacientes soropositivos para HIV em uso
de terapia antirretroviral de alta potência (TARV) apresentam alterações de composição corporal e metabólicas denominadas de síndrome
da lipodistrofia. O ponto central da síndrome são alterações da composição corporal que envolvem principalmente a perda de gordura
em membros e face (lipoatrofia) e/ou ganho de gordura na região
abdominal e dorso cervical (lipo-hipertrofia). Até o momento, nesse
grupo, a determinação de gordura por segmento corporal pode ser
obtida por métodos de imagem, mas não por medidas antropométricas, que seriam mais viáveis na prática clínica. Torna-se importante
acompanhar a quantidade de gordura por segmento utilizando métodos práticos e de baixo custo a fim de otimizar o tratamento desse
grupo. Objetivos: Comparar valores obtidos por medidas antropométricas e por bioimpedância elétrica (total e segmentar) de estimativa de
composição corporal com valores obtidos pelo padrão-ouro (DXA)
em pacientes soropositivos para HIV em TARV. Metodologia: Foram aferidas circunferências e pregas cutâneas e realizados exames de
BIA total e segmentar e DXA em pacientes soropositivos para HIV.
Foram aplicados testes de correlação e concordância entre os diferentes métodos. Resultados: O total de pacientes avaliados foi de 26
(20M e 6F) e a idade média foi de 48 ± 9 anos; 35% do grupo total
apresentavam sobrepeso e 65%, eutrofia; 42% dos pacientes apresentavam circunferência abdominal aumentada e 65,4% RCQ aumentada;
23% eram diabéticos, 96% dislipidêmicos e 38% hipertensos. Variáveis
antropométricas como a prega cutânea do tríceps, circunferência da
cintura e circunferência da coxa apresentaram correlação positiva com
a composição por segmento corporal obtida pelo DXA (p < 0,01). O
teste de concordância foi aplicado entre os métodos DXA e BIA. Esta
se mostrou baixa para as porcentagens de gordura do braço, perna e
troca (coeficiente St. Laurent: 0,32, 0,40 e 0,41) e maior para gordura corporal total (0,63). Discussão e conclusão: Os achados do
estudo estão em concordância com os da literatura, pois os pacientes
estudados apresentam parâmetros metabólicos alterados condizentes
com a síndrome da lipodistrofia. O método BIA se mostrou adequado
para estimar composição corporal total nesse grupo. Porém, torna-se
crucial a elaboração de equações preditivas específicas utilizando tanto
variáveis antropométricas quanto de BIA segmentar para a avaliação da
composição por segmento corporal de indivíduos soropositivos para
HIV que possuem alterações quanto ao tecido adiposo.
PT.088 AVALIAÇÃO DO VALOR ENERGÉTICO TOTAL E
MACRONUTRIENTES DE NADADORES E CORREDORES DE ALTO
RENDIMENTO DA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO/SP
Meliscki GA1, Monteiro LZ1, Buffi VB1, Foss MC1, Foss-Freitas MC1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica
Introdução: Atletas são indivíduos praticantes de atividades físicas diárias que determinam um elevado gasto calórico, necessitando, dessa
forma, maior ingestão de alimentos, podendo as alterações fisiológicas
RESUMOS DE PÔSTERES
e os desgastes nutricionais gerados pelo esforço físico conduzir o atleta
ao limiar da saúde e da doença se não houver compensação adequada
desses eventos (Nieman DC. J Appl Physiol. 2001;91:109). Entretanto, as necessidades energéticas de um esportista sofrem alterações de
acordo com a modalidade esportiva executada, individualidade biológica, nível de aptidão física, entre outros fatores que interferem nas
recomendações nutricionais e impedem uma exatidão na prescrição
(Lukaski HC. Nutr J. 2004;20:632). Assim, o objetivo deste estudo foi
avaliar o valor energético total (VET) e de macronutrientes de nadadores e corredores de alto rendimento da cidade de Ribeirão Preto/SP.
Métodos: Participaram 12 nadadores e 8 corredores, sendo verificadas
as variáveis antropométricas. Para avaliação do valor energético total e
macronutrientes, foi utilizado o registro alimentar de três dias não consecutivos. Os resultados foram expressos em média e desvio-padrão.
Resultados: Os nadadores apresentaram idade = 20 ± 1,8 anos, peso
= 76,9 ± 5,2 kg, altura = 1,79 ± 0,05 m, IMC = 24 ± 1,96 kg/m2, e
os corredores apresentaram idade = 23 ± 4,3 anos, peso = 76,3 ± 9,01
kg, altura = 1,85 ± 0,04 m, IMC = 22,3 ± 2,13 kg/m2). Em relação ao
VET e consumo de macronutrientes, os nadadores apresentaram energia = 3970,61 ± 955,78 kcal, carboidrato = 591,11 ± 178,91 g, proteína = 162,02 ± 35,87 g, lipídeo = 111,03 ± 37,56 g, e os corredores
apresentaram energia = 3050,16 ± 1031,98 kcal, carboidrato = 440,98
± 119,98 g, proteína = 142,23 ± 56,29 g, lipídeo = 85,57±45,35 g.
Observamos que os nadadores e os corredores apresentaram VET e
ingestão de lipídeos e carboidratos insuficiente de acordo com a American Dietetic Association. Apenas os corredores apresentaram valores
de proteína insuficiente. Discussão: Nosso estudo está de acordo com
outras pesquisas, como a de Sartori et al. (2002), em estudo com atletas de futsal do sexo masculino dos estados do Rio Grande do Sul e
Paraná, que também verificaram consumo calórico abaixo das recomendações diárias, assim como Prado et al. (2006) verificaram em atletas de elite do futebol brasileiro. Os atletas têm considerável aumento
da demanda calórica e proteica por causa do exercício físico. Para que
essa necessidade energética diária seja alcançada, deve haver equilíbrio
entre o consumo alimentar e o gasto energético. Uma dieta equilibrada
é aquela na qual o fornecimento de nutrientes é suficiente para a manutenção, crescimento e reparo dos tecidos, sem qualquer excesso de
energia (Vilardi TCC. Rev Nutri. 2001;14:61). Suporte financeiro:
CAPES e FAEPA/-HC-FMRP-USP.
PT.089 ANÁLISE DO PERFIL BIOQUÍMICO DE NADADORES DE
ALTO RENDIMENTO DA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO PRÉ E PÓSCOMPETIÇÃO
Meliscki GA1, Monteiro LZ1, Vidal TR1, Puggina EF2, Foss MC1, Foss-Freitas
MC1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica. 2 Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto
(EEFERP) da USP
Introdução: Com a evolução do esporte de alto rendimento, é crescente o interesse em associar índices fisiológicos e técnicos que possam
ser utilizados para verificar os efeitos do treinamento, predição da performance e prescrição adequada da intensidade do treinamento (Rietjens. Int J Sports Med. 2005;26:16). Além disso, a mensuração destas
variáveis possibilita também a prescrição mais individualizada do treinamento, já que alguns desses índices são de fácil mensuração, sendo
assim possível utilizá-los em um grande número de atletas. A avaliação
do perfil bioquímico pré e pós-competição pode ser um instrumento
importante para análise de estudos ligados ao metabolismo do esforço,
já que possibilita a identificação precoce de alterações que possam prejudicar os resultados, a performance física e a saúde dos atletas submetidos a estresse (Brancaccio. Clin Sports Med. 2008;7:1). Métodos:
Este estudo foi realizado com 23 atletas do sexo masculino, sendo 15
atletas da natação e 8 do atletismo, sendo verificadas as variáveis antropométricas (peso, altura e IMC). O sangue foi coletado nos períodos
pré-competição (P1) e pós-competição (P2), sendo realizadas análises
bioquímicas: creatinaquinase (CPK), ferro (Fe), transaminase glutâmico oxalacética (TGO) e transaminase glutâmico pirúvica (TGP). Para a
análise estatística, foram utilizados o software SAS versão 9.0 e análise
de variância (ANOVA). O nível de significância adotado foi p < 0,05.
Resultados: Os nadadores apresentaram idade = 20 ± 2,66 anos, peso
= 75,1 ± 4,72 kg, altura = 1,80 ± 0,05 m, IMC = 23,2 ± 1,52 kg/
m2, circunferência abdominal = 80,2 ± 3,9 cm, e os corredores apresentaram idade = 23 ± 4,34 anos, peso = 76,3 ± 9,01 kg, altura =
1,85 ± 0,04 m, IMC = 22,3 ± 2,13 kg/m2, circunferência abdominal
= 78,6 ± 3,5 cm. Em relação às análises realizadas nos períodos P1
e P2 nos nadadores, observamos diferenças significativas nos exames
de CPK (268,71-447,36), Fe (127,57-85,79) e TGO (26,14-31,79);
já os corredores apresentaram diferenças significativas em todos os
exames realizados: CPK (436,86-1538,8), Fe (130,63-103,3), TGO
(32,75-50,2) e TGP (25,5-26,5). Discussão: Assim como Wu (World
J Gastroenterol. 2004;10), também observamos grandes alterações
após uma competição em atletas de alto rendimento, porém os atletas
avaliados em nosso estudo realizaram provas de menor duração. Os
resultados encontrados no P1 mostram que a prática de atividade física
promove diversas adaptações benéficas ao organismo, porém, quando
a prática dessa atividade atinge os limites fisiológicos como no P2,
alterações relacionados a dano muscular e metabólico são encontradas,
levando a um prejuízo no condicionamento físico desses atletas. Sendo
assim, estratégias de recuperação devem ser adotadas pela comissão
técnica, a fim de diminuir os efeitos prejudiciais desses estímulos máximos. Apoio financeiro: CAPES, FAEPA HC-FMRP-USP.
PT.090 ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ATLETAS
DE ALTO RENDIMENTO DA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO/SP
Meliscki GA1, Monteiro LZ1, Puggina EF2, Pereira FA1, Foss MC1, Paula
FJA1, Foss-Freitas MC1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica. 2 Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto
(EEFERP) da USP
Introdução: A participação em modalidades esportivas tem sido associada com proporções corporais e composição corporal específica aos
seus praticantes. Existe, assim, interesse em identificar as características
físicas associadas com o sucesso em diversas modalidades (Prestes. Rev
Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2006;8(4):25). Nesse sentido, estimativas da composição corporal (CC) são amplamente utilizadas para alcance do peso desejado, melhora da performance e para avaliar os efeitos do treinamento (Silva. Eur J Clin Nutr. 2006;60:955).
Então, este trabalho teve como objetivo avaliar a distribuição e a composição corporal das equipes de natação, atletismo da cidade de Ribeirão Preto/SP, e compará-los com os indivíduos saudáveis fisicamente
ativos (grupo controle). Métodos: Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, descritivo e transversal, realizado com 23 atletas
do sexo masculino, sendo: 15 atletas da natação e 8 do atletismo e 15
homens controles praticantes de atividade física regular (GC). Foram
verificadas as variáveis antropométricas (peso, altura, IMC e circunferência abdominal). A distribuição da composição corporal foi avaliada
pelo DXA (Hologic 4500W, USA). Para a análise estatística, foram
utilizados o software SAS versão 9.0 e a análise de variância (ANOVA).
Resultados: Os nadadores apresentaram idade = 20 ± 2,66 anos, peso
= 75,1 ± 4,72 kg, altura = 1,80 ± 0,05 m, IMC = 23,2 ± 1,52 kg/m2,
circunferência abdominal = 80,2 ± 3,9 cm, e os corredores apresentaram idade = 23 ± 4,34 anos, peso = 76,3 ± 9,01 kg, altura = 1,85 ±
0,04 m, IMC = 22,3 ± 2,13 kg/m2, circunferência abdominal = 78,6 ±
3,5 cm, e o GC apresentou idade = 20 ± 3,56 anos, peso = 74,1 ± 9,68
kg, altura = 1,78 ± 0,06 m, IMC = 23,4 ± 2,61 kg/m2, circunferência
abdominal = 82,7 ± 6,06 cm. Em relação à distribuição corporal, os
dois esportes avaliados apresentaram diminuição da % e (g) de massa
gorda do braço e perna esquerdo, tronco e subtotal (p < 0,05) comparado ao GC. Os nadadores tiveram aumento da massa magra em todos
os segmentos avaliados (p < 0,05) quando comparados com o grupo
controle; já os corredores apresentaram aumento da massa magra na
perna esquerda e subtotal (p < 0,05). Discussão: Estudos evidenciaram que atletas apresentam aumento da massa magra e diminuição da
gordura corporal (Andreoli. Med Sci Sports Med. 2001;33(4):507).
S139
RESUMOS DE PÔSTERES
Este estudo pôde verificar que os nadadores apresentaram aumento
da massa magra em todos os segmentos avaliados, ao contrário dos
corredores. Isso pode ocorrer pelo fato de a natação utilizar todos
os segmentos do corpo durante o gesto esportivo, e um aumento somente em determinados segmentos pode acabar comprometendo a
performance desses atletas durante os treinos e competições, ou seja, a
característica corporal dos atletas, principalmente a massa magra, está
associado ao gesto esportivo. Os nadadores apresentam um aumento
da massa magra em todo o corpo, enquanto corredores apresentam
aumento principalmente nos membros inferiores, levando-os, assim,
a características corporais específicas, diferenciando-os de indivíduos
saudáveis fisicamente ativos. Apoio financeiro: CAPES, FAEPA HC-FMRP-USP.
PT.091 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E EVOLUÇÃO CLÍNICOLABORATORIAL DE GESTANTES COM DIAGNÓSTICO DE
DIABETES MELLITUS ACOMPANHADAS NO AMBULATÓRIO DO
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE
RIBEIRÃO PRETO (HC-FMRP-USP)
Zordan A1, Gomes PM1, Treml D1, Bessa DS1, Moreira LA1, Chaves MP1,
Foss MC1, Foss-Freitas MC1
1
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HC-FMRP-USP) – Divisão de Endocrinologia do Departamento
de Clínica Médica
Introdução: Aproximadamente, 7% das gestações são complicadas
por diabetes mellitus gestacional (DMG). O objetivo deste trabalho foi
avaliar o perfil demográfico e a evolução clínica e metabólica durante
o pré-natal de pacientes grávidas com diagnóstico de diabetes mellitus
(DM), em seguimento no ambulatório de gestação de alto risco do
HC-FMRP-USP. Métodos: Foram avaliados, retrospectivamente, por
meio de análise de prontuários médicos, os parâmetros previamente
estabelecidos de uma amostra de 79 pacientes com diagnóstico de DM
de um total de 366 pacientes em acompanhamento neste ambulatório,
durante o período de novembro de 2010 a agosto de 2011. Resultados: Foram avaliados cerca de 22% da amostra de pacientes. A média
de idade das pacientes foi de 31,7 + 6 anos. Cerca de 8% apresentavam
diagnóstico prévio de DM tipo 1, outros 22% tinham DM tipo 2 e
70% apresentavam o diagnóstico de DMG, feito em média com 24,8
semanas de idade gestacional (IG). A média do índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional era de 29,9 + 6,6 kg/m². As principais comorbidades encontradas foram hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e obesidade (16,7%, 21,8% e 38,5%, respectivamente). A média
de gestações prévias era de 3,2 por mulher e cerca de ¼ das pacientes
possuía antecedentes obstétricos de aborto e/ou óbito neonatal ou
fetal; cerca de 20% haviam tido DMG em gestação prévia e/ou fetos
macrossômicos. Quanto ao tratamento instituído, cerca de 90% receberam dietoterapia, sob orientação de nutricionista, sendo essa a única
intervenção utilizada em 50% das gestantes da amostra. O tratamento
com metformina foi instituído em cerca de 19% das pacientes. Insulina
NPH foi prescrita para 45% das pacientes (dose média inicial de 30
UI/dia) e insulina regular para cerca de 30% das pacientes (dose média inicial de 5,2 UI/dia). Não foram prescritos sulfonilureias, acarbose ou análogos de insulina, por conveniência. A avaliação metabólica
mostrou HbA1C média de 6,8% num total de 50 medidas. A média
da creatinina sérica foi de 0,57 + 0,15 mg/dl, e a média da proteinúria
de 24 horas foi de 166,9 + 124,5 mg. Os valores médios de colesterol
total, HDL-c e triglicérides foram de 209,3 + 48 mg/dl, 50,3 + 14
mg/dl e 212,5 + 90,3 mg/dl, respectivamente, e 2/14 apresentavam
retinopatia diabética, ambas com diagnóstico prévio à gestação. Discussão: A maioria das gestantes apresentava sobrepeso ou obesidade
previamente à gestação. A terapia dietética durante a gestação foi a
intervenção mais indicada e suficiente para controle glicêmico adequado na metade das pacientes da amostra estudada. No entanto, aproximadamente 1/5 das pacientes usou metformina e quase metade das
pacientes necessitou de doses de insulina para manutenção dos alvos
glicêmicos. Apesar de a função renal manter-se na faixa da normalidade, as gestantes apresentaram, em média, microalbuminúria, mostranS140
do o acometimento renal ocasionado pela hiperglicemia na gestação.
Além disso, as pacientes apresentaram níveis médios elevados de triglicérides, demonstrando os efeitos da resistência à insulina durante a
gravidez. Não houve casos de retinopatia associada ao DMG.
PT.092 RELAÇÃO ENTRE HIPOTIREOIDISMO E
COLESTEROL TOTAL EM PACIENTES ATENDIDOS EM
EVENTOS COMUNITÁRIOS REALIZADOS PELO SERVIÇO DE
ENDOCRINOLOGIA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA
DE GOIÁS
Borges ALF1, Rezende KN1, Francescantonio ICM1, Francescantonio
ICCM1, Miranda TMT1
1
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUCGO) – Medicina
Introdução: A deficiência de hormônios tireoidianos está relacionada
a inúmeras alterações orgânicas, entre elas as metabólicas e as hemodinâmicas, como a dislipidemia e a hipertensão. Estas podem colaborar
para a ocorrência de aterosclerose. A hipercolesterolemia é simultânea
ao hipotireoidismo clínico, de moderado a severo. Os níveis séricos
aumentados de colesterol total (CT) no hipotireoidismo clínico são
resultado, principalmente, de um aumento na lipoproteína de baixa
densidade (LDL-c) do colesterol, refletindo predominantemente uma
diminuição no clearance do LDL-c. Alterações nos níveis da lipoproteína de alta densidade (HDL-c) do colesterol são menos aparentes e
não comprovados. Há pequeno aumento dos triglicérides, associado
à redução da atividade da enzima lípase lipoproteica, presente nos capilares sanguíneos e responsável pela hidrólise dos quilomícrons e da
VLDL. No hipotireoidismo subclínico, os dados ainda são controversos, mas as concentrações de CT e LDL-c comumente estão normais.
Métodos: Após aprovação no comitê de ética, foi realizado um estudo
transversal com 2.170 pacientes, 71,3% mulheres e 28,7% homens,
com idades entre 18 e 93 anos. As variáveis mensuradas foram: sexo,
idade, dosagem de hormônio estimulante da tireoide (TSH) (valor de
referência: 0,27 a 4,2 µUI/m) e colesterol total (valor de referência:
considerado alto ≥ 240 mg/dl). Os dados foram tabulados em planilha do programa Microsoft® Excel 2007 e analisados por testes de
porcentagem. Resultados: Para as mulheres, observou-se que, dentre
aquelas com medidas de TSH > 4,2 µUI/m, 16% tiveram níveis de
colesterol total ≥ 240 mg/dl, enquanto das pacientes com TSH ≤
4,2 µUI/m, 10,8% tiveram níveis de colesterol total ≥ 240 mg/dl.
Para os homens com TSH acima de 4,2 µUI/m e abaixo ou igual a
4,2 µUI/m, verificou-se colesterol total ≥ 240 mg/dl em 11,5% no
primeiro grupo e 7,7% no segundo grupo. O intervalo de faixa etária
de mulheres com TSH aumentada e colesterol total ≥ 240 mg/dl foi
entre 19 e 72 anos, já para o sexo masculino foi de 42 a 69 anos. Discussão: Quando analisada a proporção de homens e mulheres com
TSH acima de 4,2 µUI/m e abaixo ou igual a 4,2 µUI/m com relação
a colesterol total ≥ 240 mg/dl, observou-se, em ambos os gêneros,
mais pacientes com colesterol total aumentado nos grupos de TSH
aumentado, sendo esse resultado mais acentuado no grupo feminino.
Sendo o risco de doença cardiovascular relacionado ao índice de níveis
lipídicos do sangue, conclui-se a importância da detecção precoce de
hipotireoidismo na população brasileira, a fim de evitar alterações no
nível de colesterol, prevenindo complicações cardiovasculares.
PT.093 RELAÇÃO ENTRE CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL
E GLICEMIA CASUAL EM PACIENTES ATENDIDOS EM
EVENTOS COMUNITÁRIOS REALIZADOS PELO SERVIÇO DE
ENDOCRINOLOGIA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA
DE GOIÁS
Rezende KN1, Francescantonio ICM1, Borges ALF1, Francescantonio
ICCM1, Miranda TMT1
1
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUCGO) – Medicina
Introdução: A presença de gordura visceral, avaliada pela medida da
circunferência abdominal (CA), está fortemente associada com as alterações metabólicas, incluindo dislipidemias, diabetes mellitus (DM)
tipo 2 e síndrome metabólica, que resultam no aumento do risco car-
RESUMOS DE PÔSTERES
diovascular. Atualmente, observam-se elevados índices de prevalência
de DM em todo o território nacional (9% a 10,3%), inclusive o índice no estado de Goiás (7%) (DATASUS, 2008). Considerando que a
obesidade abdominal é um fator predisponente para o diabetes mellitus
tipo 2, o presente estudo se propõe a investigar a associação entre a
medida da CA e a ocorrência de hiperglicemia em indivíduos residentes no município de Goiânia/GO, atendidos em eventos de extensão
da PUC-Goiás em 2011, considerando os diferentes gêneros e faixas
etárias. Métodos: Após aprovação no comitê de ética, foi realizado
um estudo transversal com 917 pacientes, 67,8% mulheres e 32,2%
homens, com idades entre 17 e 85 anos. As variáveis mensuradas foram: sexo, idade, CA e glicemia casual. Os dados foram tabulados em
planilha do programa Microsoft® Excel 2007 e analisados por testes
de porcentagem, com base nas recomendações da Associação Brasileira para o Estudo do Sobrepeso e Obesidade (ABESO). Resultados:
Para as mulheres, observou-se que, dentre aquelas com medidas de
CA normais (≤ 88 cm), 2% tiveram níveis de glicemia casual ≥ 200
mg/dl, enquanto nas pacientes com CA aumentadas (> 88 cm) esses
valores são 2,7%. Para os homens com CA normal (≤ 102 cm) e com
CA alterada (> 102 cm), verificou-se glicemia casual ≥ 200 mg/dl em
3,2% no primeiro grupo e em 8,8% no segundo grupo. O intervalo de
faixa etária de mulheres com CA aumentada e glicemia casual ≥ 200
mg/dl foi entre 40 e 75 anos, já para o sexo masculino, CA > 102 cm
e glicemia casual ≥ 200 mg/dl, foi de 44 a 70 anos. Discussão: Quando analisada a proporção de homens e mulheres com circunferência
abdominal normal e aumentada com relação a glicemia casual ≥ 200
mg/dl, observaram-se, em ambos os gêneros, mais pacientes com hiperglicemia casual nos grupos de circunferência abdominal aumentada,
sendo esse resultado mais acentuado no grupo masculino. Analisando
a faixa etária dos pacientes com circunferência abdominal e hiperglicemia aumentadas, percebeu-se que esta se limitava entre 40 e 75 anos,
compreendendo os adultos de meia-idade e os idosos. Considerando a
tendência crescente de obesidade abdominal na população brasileira e a
sua associação com a hiperglicemia, reforçada no estudo, intervenções
na população visando reduzir a gordura central são de extrema importância para a prevenção e o controle de doenças endócrino-metabólicas
e cardiovasculares, principalmente com o avançar da idade.
PT.094 RELAÇÃO ENTRE CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL E
HDL EM PACIENTES ATENDIDOS EM EVENTOS COMUNITÁRIOS
REALIZADOS PELO SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA DA
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
Francescantonio ICM1, Rezende KN1, Borges ALF1, Francescantonio
ICCM1, Miranda TMT1
1
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUCGO) – Medicina
Introdução: As partículas de HDL-c são formadas no fígado, no intestino e na circulação e transportam o colesterol até o fígado, onde
este é captado pelos receptores SR-B1, o que caracteriza o transporte
reverso do colesterol. Tal propriedade, assim como a remoção de lipídeos oxidados da LDL-c, a inibição da fixação de moléculas de adesão
e monócitos ao endotélio e a estimulação da liberação de óxido nítrico, é importante para diminuir o risco de aterosclerose. O aumento
da circunferência abdominal (CA) está relacionado com maior risco
de doença aterosclerótica e com uma concentração menor de HDL-c
por decilitro (dl). As duas variáveis então apresentadas geralmente têm
relação inversamente proporcional entre si. Métodos: Após aprovação no comitê de ética, foi realizado um estudo transversal com 515
pacientes, 66,4% mulheres e 33,6% homens, com idades entre 18 e
89 anos. As variáveis mensuradas foram: sexo, idade, CA e HDL-c.
Os dados foram tabulados em planilha do programa Microsoft® Excel
2007 e analisados por testes de porcentagem com base nos valores de
referência recomendados para CA preconizados pela Associação Brasileira para o Estudo do Sobrepeso e Obesidade (ABESO). Resultados:
Para as mulheres, observou-se que, dentre aquelas com medidas de
CA normais (≤ 88 cm), 16,9% tiveram níveis de HDL-c ≤ 40 mg/dl,
enquanto nas pacientes com CA aumentadas (> 88 cm) esses valores
são de 23,3%. Para os homens com CA normal (≤ 102 cm) e com CA
alterada (> 102 cm), verificou-se HDL-c ≤ 40 mg/dl em 34% no primeiro grupo e em 46,3% no segundo grupo. O intervalo de faixa etária
de mulheres com CA > 88 cm e HDL-c ≤ 40 mg/dl foi entre 18 e 78
anos, já para o sexo masculino, CA > 102 cm e HDL ≤ 40 mg/dl, foi
de 25 a 73 anos. Discussão: Quando analisada a proporção de homens
e mulheres com CA normal e aumentada com relação ao HDL-c ≤ 40
mg/dl, observamos, em ambos os gêneros, mais pacientes com HDL-c ≤ 40 mg/dl nos grupos de CA aumentada, sendo esse resultado mais
acentuado no grupo masculino. Considerando a tendência crescente
de obesidade abdominal na população brasileira e sua associação com a
diminuição do nível de HDL-c, reforçada no estudo, intervenções na
população visando reduzir a gordura central são de extrema importância para a prevenção e o controle de doenças cardiovasculares.
PT.095 INFLUÊNCIA DA PINEALECTOMIA NA
FUNCIONALIDADE DAS ILHOTAS PANCREÁTICAS
Simões D1, Graciano MFR2, Cipolla-Neto J2, Carpinelli AR2
Universidade de São Paulo (USP). 2 Instituto de Ciências Biomédicas da USP –
Fisiologia e Biofísica
1
Introdução: As ilhotas pancreáticas são constituídas principalmente por células β (70%-80%), secretoras de insulina, responsáveis pela
manutenção da homeostase glicêmica. A funcionalidade das células
β pancreáticas pode ser modulada pela a ativação da enzima NAD(P)
H oxidase, que é responsável pela produção do ânion superóxido.
As ilhotas pancreáticas perdem a capacidade de responder à glicose
quando estimuladas pela melatonina, hormônio que é secretado pela
glândula pineal. Entretanto, a pinealectomia, induz uma dessincronização do ritmo circadiano da secreção de insulina e do metabolismo
da glicose, mostrando um importante papel modulando a funcionalidade das ilhotas pancreáticas. Neste estudo, tivemos como objetivo
avaliar a relação melatonina/NAD(P)H oxidase no processo da secreção de insulina. Métodos: Foram utilizados ratos Wistar (± 200 g),
divididos em dois grupos: controle (CT) e pinealectomizados (PNX).
Os animais foram sacrificados por decapitação no ZT6 – Zeitgeber
Time, após um período de 45 dias pós-pinealectomia. Foram avaliados
a secreção de insulina, conteúdo de superóxido (02.-) e oxidação da
glicose na presença de 5,6 e 16,7 mM de glicose, imunoprecipitação
da NAD(P)H oxidase (IP-p47PHOX, IB-gp91PHOX) na presença de 5,6
mM de glicose e expressão gênica das subunidades da NAD(P)H oxidase. A expressão das proteínas foi verificada por Western Blotting, a
expressão gênica, por PCR em tempo real, a dosagem de insulina, por
radioimunoensaio e a oxidação da glicose, pela produção de 14CO2. O
conteúdo 02.- foi determinada por microscopia confocal utilizando o
método de fluorescência com di-hidroetídeo. Resultados: PINX em
relação ao controle: observamos aumento de 48% da secreção de insulina estimulada pela glicose na concentração de 16,7 mM; o metabolismo da glicose reduziu em 32,2% em 5,6 mM e aumentou de 49,8%
em 16,7 mM de glicose, o conteúdo de 02.- aumentou 56% em 5,6
mM de glicose; observamos aumento de 14,2% da expressão proteica
da subunidade gp91PHOX no imunoprecipitado em 5,6 mM do açúcar; verificamos aumento de 26,1% na expressão gênica na subunidade gp91PHOX e aumento de 21% na expressão da enzima glicoquinase
(GcK). Discussão: Considerando que o ritmo de secreção do hormônio da pineal é parcialmente responsável pela ritmicidade da secreção
de insulina e do metabolismo da glicose nas células β pancreáticas,
dispusemo-nos a verificar se esse controle exercido, fundamentalmente pela melatonina, tem ou não participação da NAD(P)H oxidase. A
ausência da melatonina e de suas propriedades antioxidantes aumenta
a atividade da NAD(P)H oxidase, com consequente aumento do conteúdo de 02.- em 5,6 mM de glicose. O 02.- produzido reduz o metabolismo da glicose em 5,6 mM, entretanto a expressão aumentada
GcK, que é fundamental para o fluxo glicolítico, induz aumento do
metabolismo da glicose em 16,7 mM do açúcar. A secreção de insulina
está aumentada por causa da atividade metabólica das ilhotas em 16,7
mM. Assim, a ausência da melatonina influencia na funcionalidade das
ilhotas pancreáticas por causa da elevação da atividade da NAD(P)H
oxidase. Financiamento: CAPES, CNPq, FAPESP.
S141
RESUMOS DE PÔSTERES
PT.096 EDUCAÇÃO EM DIABETES
Miranda SC1, Soares Oliveira D1
1
Faculdade Municipal Professor Franco Montoro
Introdução: O diabetes mellitus configura-se hoje como uma epidemia
mundial e um grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção
de estilos de vida pouco saudáveis como sedentarismo, dieta inadequada
e obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento da incidência
e prevalência do diabetes em todo o mundo. Segundo estimativas da
Organização Mundial de Saúde, o número de portadores da doença em
todo o mundo era de 177 milhões em 2000, com expectativa de alcançar 350 milhões de pessoas em 2025. Um indicador macroeconômico
a ser considerado é que o diabetes cresce mais rapidamente em países
pobres e em desenvolvimento, e isso impacta de forma muito negativa
por causa da morbimortalidade precoce que atinge pessoas ainda em
plena vida produtiva, onera a previdência social e contribui para a continuidade do ciclo vicioso da pobreza e da exclusão social (Montenegro,
2003). O diabetes pode ser ocasionado por carência de insulina, pela
resistência a esse hormônio ou pelas duas razões. No processo normal,
a refeição, usada pelo corpo como energia, é transformada em glicose,
que é uma fonte de combustível para o corpo e entra na circulação
sanguínea. A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas para
controlar a glicose sanguínea, ou seja, transporta a glicose da corrente
sanguínea até as células dos músculos, de gordura e do fígado, onde esse
açúcar é usado como combustível (Collet-Solberg, 2001). O diabetes
é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e
associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos,
especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos.
Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo
processos patogênicos específicos, por exemplo, destruição das células
beta do pâncreas (produtoras de insulina), resistência à ação da insulina,
distúrbios da secreção da insulina, entre outros (Kumar, 2008). O sucesso de tratamento e controle do diabetes caminha em conjunto com
uma educação para o diabetes. Dessa forma, torna-se fundamental fazer
uma breve reflexão sobre o comportamento alimentar e a assimilação
de informações pertinentes à patologia do diabetes. A educação é uma
forma de socialização, ou seja, uma ferramenta para incluir o indivíduo
na sociedade (Brandão, 2007). Métodos: A metodologia utilizada para
o desenvolvimento do trabalho foi uma revisão bibliográfica, em obras
de cunho acadêmico nacional e internacional. A pesquisa bibliográfica
é considerada o primeiro passo de toda a pesquisa científica (Lakatos,
1996). Para o desenvolvimento do presente trabalho, utilizamos o método acima citado compreendendo que ele contribuiria para evidenciar
a interface entre educação e diabetes. Resultados: É uma doença que
pode ser controlada com dieta e medicamentos específicos, porém,
quando não tratada, pode causar perda de visão, ulcerações na pele e
problemas cardíacos e renais. Os sintomas apresentados geralmente são
vontade frequente de urinar, sede exagerada, cansaço constante, infecções urinárias ou de pele, visão turva, coceira, perda de peso e eventuais
feridas que demoram a cicatrizar. Para evitar e reduzir as consequências
dessa patologia, informação a educação se fazem necessárias. Discussão:
De acordo com a importância da patologia diabetes, a educação e a
informação se fazem necessárias para evitar perdas da função biológica
e consequências econômicas. Educação em saúde possibilita capacitação e ações transformadoras que favorecem mudança de pensamentos e
ações, aplicando-se bem às doenças crônicas, dentre as quais se destaca
o diabetes. Referências: 1. Brandão CR. O que é Educação? São Paulo:
Brasilense; 2007. 2. Collet-Solberg PF. Cetoacidose diabética em crianças: revisão da fisiopatologia e tratamento com o uso do “método de
duas soluções salinas”. J Pediatr. 2001;77:9-16. 3. Kumar V, Abbas AK,
Fausto N, Mitchell RN. Robbins – Patologia Básica. Rio de Janeiro:
Elsevier; 2008. v. 8. 4. Lakatos EM, Marconi MA. Fundamentos da
metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas; 1996. 5. Montenegro Jr,
et al. Prevalence of diabetes mellitus and impaired glucose tolerance in
the urban population aged 30-69 years, in Ribeirão Preto (São Paulo),
Brazil. São Paulo Med J. 2003. Disponível em: <http://saude.ig.org.
br. Acesso em: 5 dez. 2011.
S142
PT.097 OITO SEMANAS DE CORRIDA EM ESTEIRA ROLANTE
AUMENTAM A EXPRESSÃO E A ATIVIDADE DE PROTEÍNAS
ENVOLVIDAS NA CAPTAÇÃO DE GLICOSE E BIOGÊNESE
MITOCONDRIAL INDEPENDENTEMENTE DA INTENSIDADE
NA MUSCULATURA GASTROCNÊMIO DE RATOS OBESOS
INDUZIDOS POR DIETA
Batista RO1, Brandão BB1, Souza LM2, Trombetta BNO2, Santos CL3,
Bordin S3, Seraphim PM1
1
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (FCT-UNESP) – Fisioterapia. 2 FCT-UNESP – Educação Física. 3 Universidade de São Paulo
(USP) – Fisiologia e Biofísica
Introdução: A prática regular de atividade física pode atuar como medida não farmacológica na prevenção e/ou tratamento das alterações
metabólicas causadas pela obesidade. Objetivo: Avaliar os efeitos de
dois protocolos de treino, contínuo ou intervalado, sobre a expressão
gênica e a atividade de proteínas envolvidas na captação de glicose e
biogênese mitocondrial em ratos com obesidade induzida. Metodologia: Ratos machos Wistar foram divididos em seis grupos: Controle Sedentário (CS), Controle Exercício Contínuo (CEC), Controle
Exercício Intervalado (CEI), Obeso Sedentário (OS), Obeso Exercício Contínuo (OEC) e Obeso Exercício Intervalado (OEI). Os animais controles foram alimentados com ração-padrão e água fornecida
ad libitum. Os grupos obesos foram alimentados com ração-padrão,
água e dieta hiperlipídica. Os grupos CEC e OEC treinaram 30 minutos por dia, 3x/semana, durante oito semanas. Os grupos CEI e OEI
executaram 11 estímulos com 2 minutos de duração e intervalo passivo de 1 minuto. Após oito semanas de treino, foi realizado o teste de
tolerância à insulina. A eutanásia foi realizada após uma hora da ultima
sessão de treinamento. Resultados: Os animais obesos apresentaram
redução na sensibilidade à insulina após oito semanas de dieta (CS =
2,156 ± 0,1187 e *OS = 1.742 ± 0.1551; *P < 0,05 vs. CS). Após
oito semanas de treinamento, essa alteração metabólica foi revertida
em todos os grupos exercitados (CS = 1,673 ± 0,150; CEC = 2,188 ±
0,198; CEI = 1,846 ± 0,158; *OS = 1,309 ± 0,137; ψOEC = 2,868 ±
0,314; ψOEI = 2,225 ± 0,226; *P < 0,05 vs. CS; ψP < 0,05 vs. OS; n =
6). A expressão de AMPKα2 (CS = 0,925 ± 0,0742; *CEC = 1,572 ±
0,192; *CEI = 1,595 ± 0,211; OS = 0,904 ± 0,044; ΩOEC = 1,586 ±
0,099; ΦOEI = 1,437 ± 0,152; *P < 0,05 vs. CS; ΩP < 0,01 vs. OS; ΦP
< 0,05 vs. OS; n = 6) e PCG1α (CS = 1,033 ± 0,079; *CEC = 1,677 ±
0,157; *CEI = 2,327 ± 0,285; OS = 0,963 ± 0,103; ΩOEC = 1,964 ±
0,142; ΦOEI = 2,426 ± 0,109; *P < 0,05 vs. CS; ΩP < 0,05 vs. OS; ΦP <
0,01 vs. OS; n = 6) estava aumentada em todos os grupos exercitados.
O conteúdo proteico de AMPKα2 estava aumentado no grupo CEC
e CEI (CS = 0,610 ± 0,064; *CEC = 0,900 ± 0,121; *CEI = 0,918
± 0,122; OS = 0,697 ± 0,058; OEC = 0,671 ± 0,050; OEI = 0,745 ±
0,026; *P < 0,05 vs. CS n = 6). Os animais do grupo OS apresentaram
redução de pAMPKAα2, contudo os animais do grupo OEC e OEI
apresentaram aumento na fosforilação da AMPKAα2 (CS = 0,777 ±
0,115; CEC = 0,727 ± 0,111; CEI = 0,659 ± 0,121; φOS = 0,629 ±
0,125; *OEC = 1,076 ± 0,205; *OEI = 0,841 ± 0,197; *P < 0,01 vs.
OS; φP < 0,05 vs. CS; n = 6 ). Discussão: A literatura atual aponta o
treinamento intervalado como sendo igual ou até mais eficiente para
melhorar a capacidade oxidativa e o perfil glicêmico quando comparado ao exercício contínuo. Em nosso estudo, tanto o treinamento
contínuo quanto o intervalado reverteram o quadro de resistência à
insulina e regularam positivamente a expressão gênica de proteínas
envolvidas no metabolismo glicídico e na biogênese mitocondrial independentemente da intensidade de treinamento. Apoio financeiro:
CAPES.
PT.098 MELATONINA REVERTE RESISTÊNCIA À INSULINA EM
CÉLULAS MUSCULARES MIOTUBOS DE L6
Barbosa AP1, Ferreira D1, Kinote ABMP1, Velloso L2, Anhê GF1
Universidade Estadual de Campinas (FCA-Unicamp) – Farmacologia. 2 Unicamp
– Clínica Médica
1
Introdução: A melatonina é um hormônio produzido pela glândula
pineal e está relacionada à regulação circadiana de diversos parâme-
RESUMOS DE PÔSTERES
tros fisiológicos em vertebrados. Estudos mostraram que esse hormônio tem ações que vão além do ritmo claro/escuro, como a diminuição da massa corporal e dos níveis plasmáticos de glicose e leptina1, o
aumento da sensibilidade à insulina e a melhora da tolerância à glicose e a resistência à insulina em roedores e em humanos2,3,4,5. Sabe-se
que a melatonina ativa a via de sinalização da insulina em tecidos
muscular e adiposo, levando a um aumento da captação de glicose6,7. De maneira concordante com isso, foi demonstrado que ratos
que recebem dieta hiperlipídica apresentam melhora na homeostasia
glicêmica quando tratados com melatonina8. Entretanto, não se sabe
se a melatonina consegue, de fato, reverter ações diabetogênicas dos
ácidos graxos saturados na musculatura esquelética, ou se esse efeito
é decorrente apenas da diminuição da adiposidade induzida por esse
hormônio. Assim, este trabalho tem como objetivo investigar o efeito
da melatonina sobre a reversão da resistência à insulina em células
musculares miotubos de L6 tratadas com palmitato, um ácido graxo
saturado que prejudica a ação da insulina por meio da ativação de serina/treonina cinases. Para tanto, foi utilizada como parâmetro a fosforilação da AKT/PKB (proteína quinase B), uma proteína envolvida
na translocação de GLUT4 e captação de glicose. Métodos: Culturas
de células musculares miotubos de L6 foram tratadas com diferentes
tempos e doses de palmitato para gerar a resistência à insulina. Em
seguida, foi feita curva de tempo- e dose-resposta para padronização do tratamento com melatonina. As alterações na fosforilação da
AKT/PKB foram observadas por meio da técnica de Western Blot e
as imagens obtidas foram quantificadas por meio de densitometria
óptica. Resultados: Resultados preliminares apontam para a recuperação da ação da insulina, mediante o aumento na fosforilação da
AKT/PKB (palm 500 μM vs. melatonina 500 nM + palm 500 μM:
recuperação de 36,1% ± 6,9%) e a diminuição da resistência à insulina nas células musculares miotubos de L6 quando tratadas com
palmitato (ctl vs. palm 500 μM: diminuição de 41,4% ± 2,7%; ctl vs.
melatonina 500 nM + palm 500 μM: recuperação de 91,7% ± 3,7%).
Discussão: Diante desses resultados, pode-se afirmar que a melatonina reverte a resistência à insulina em células miotubos de L6 quando
tratadas com palmitato, agindo sinergicamente com a insulina pela
via da AKT/PKB. Referências: 1) Wolden-Hanson T. Endocrinology. 2000;141:487. 2) Anhê GF. J Neurochemistry. 2004;90:559. 3)
Alonso-Vale MIC. Am J Physiol Endocrinol Metab. 2005;30:E805.
4) Frese T. Life Science. 2009;85:526. 5) Radziuk J, Pye S. Diabetologia. 2006;49:1619. 6) Ha E. J Pineal Res. 2006;41:67. 7)
Shieh JM. J Pineal Res. 2009;47:339. 8) Sartori C. Endocrinology.
2009;150:5311. Agradecimentos: À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e à Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp).
PT.099 MELATONIN-INDUCED STIMULATION OF
HYPOTHALAMIC INSULIN SIGNALING SUPPRESSES HEPATIC
GLUCONEOGENESIS
De Almeida Faria J1, Kinote APBM1, Ignácio-Souza LM2, Araujo TMF1,
Pascoal LADB2, Velloso LA3, Anhê GF1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Farmacologia. 2 Unicamp –
Fisiopatologia Médica. 3 Unicamp – Clínica Médica
1
Introduction: Melatonin, produced by the pineal gland in a circadian fashion peaking at the nighttime, is associated with the control
of several parameters of energetic metabolism such as gluconeogenesis, lypolisis and glucose uptake by adipose cells. In this sense,
melatonin was demonstrated to activate intracellular insulin signal
transmission within hypothalamic areas but the precise relevance for
this molecular mechanism has not been settled so far. Among several steps, melatonin was demonstrated to activate the PI3K/AKT
pathway. The present study aimed to demonstrate an importance
for melatonin-induced hypothalamic AKT activation for the regulation of hepatic gluconeogenesis. Methods and results: Adult male
Wistar rats (200-250 g) were used in all experiments in accordance
with the guidelines of the Brazilian College for Animal Experimentation (COBEA). The rats were subjected a surgical procedures for
cannula implantation into the lateral ventricle, as described by Paxinos and Watson (1986). Seven days after surgery rats were fasted
for 12h and received an intracerebroventricular (icv) injection of
melatonin and anaesthetized. Two hours after injection, the animals
were intraperitoneally challenged with pyruvate (Pyruvate Tolerance Test – PTT) in order to assess whole-body gluconeogenesis. An
independent set of rats were sacrificed and hypothalamus and liver
were removed for protein extraction and immunoblotting detection of phosphorylated AKT (hypothalamus) and PEPCK, G6Pase and phosphorylated STAT3 (Liver). Icv injection of melatonin
efficiently increased AKT phosphorylation in rats hypothalamus. In
parallel, this effect of melatonin was accompanied by reduction of
hepatic PEPCK and G6Pase. Concordantly, the phosphorylation of
STAT3, a repressor of these enzymes, was stimulated by melatonin.
These molecular alterations were paralleled by the ability of icv melatonin in reduced gluconeogenesis. In addition, both pharmacological inhibition of hypothalamic PI3K/AKT and subdiaphragmatic
vagotomy supressed the effect of icv melatonin on gluconeogenesis. Conclusion: The present data suggest a metabolic relevance
for melatonin-induced PI3k/AKT pathway activation within the
hypothalamus. This mechanism may lead to suppression of hepatic
PEPCK and G6Pase expression and, by extension, abrogate gluconeogenesis. Our data also evidences that this information is transmitted from the hypothalamus to the liver through the parasympathetic autonomic nervous system. These findings might underlie
hyperglycemia found in pinealectomized rats. Sources of research
support: FAPESP, CAPES.
PT.100 INGESTÃO DE CAFEÍNA MODIFICA A DISPONIBILIDADE
DA GLICOSE SANGUÍNEA DURANTE EXERCÍCIO PROLONGADO
DE BAIXA INTENSIDADE EM DIABÉTICOS TIPO 2
Silva LA1, Pavlak JLL1, Malfatti CRM2
1
Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF). 2 Unicentro – Departamento de
Educação Física (Deduf)
Introdução: O diabetes mellitus tipo 2 é uma doença crônica que afeta a população de forma crescente, tornando-se um sério problema de
saúde pública1. O exercício aumenta a absorção muscular de glicose
durante e no período pós-esforço, portanto é visto como uma parte
útil do tratamento para manter o controle da glicemia no diabético2.
Estudos mostram que o consumo de cafeína na dieta a longo prazo,
aumenta a concentração de Ca2+ nas células β pancreáticas, estando
envolvido na secreção de insulina, em ratos diabéticos3,4. Desse modo,
a associação da ação do exercício sobre a captação de glicose pelo
músculo e controle da glicemia pela liberação de insulina e aumento dos estoques hepáticos de glicogênio pela cafeína tem um papel
importante no controle da DMT2. O objetivo do presente estudo
consiste em verificar os efeitos da suplementação com cafeína associada ao exercício físico sobre as respostas glicêmicas em diabéticos
tipo 2. Métodos: Foram sujeitos do estudo 6 indivíduos voluntários
com diagnóstico de diabetes mellitus tipo 2, com idades de 51 ± 11,
estatura de 1,52 ± 0,08, peso corporal de 73 ± 14. De forma aguda,
o sujeito da pesquisa recebeu 1,5 mg de cafeína (CAF) ou placebo
(PLA). Os indivíduos permaneceram em jejum de 12 horas, com ingestão de líquidos à vontade. Após a ingestão do suplemento, houve
30 minutos de repouso até o início do exercício. A glicose sanguínea
foi medida por punção capilar por um glicosímetro portátil (ACCU-CHEK® Advantage System®), nas situações de jejum, pré-exercício,
10, 20, 30, 40 minutos do protocolo de exercício a 40% da FCmáx e
10 minutos após o exercício. Durante a realização do teste, foram
verificadas frequência cardíaca e pressão arterial sistólica e diastólica.
Resultados e discussão: A cafeína promoveu significativa redução
de ~75 mg/dl (~65%) na glicemia sanguínea, durante 40 minutos
do protocolo de exercício. Entretanto, não ocorreu diferença após
10 min do término do protocolo de exercício. No músculo, a cafeína
pode aumentar a expressão de GLUT4 por causa do aumento das
concentrações de Ca2+ intracelular e também ocorre maior expressão
S143
RESUMOS DE PÔSTERES
da enzima AMPK5,6. No presente estudo, a administração de 1,5 mg/
kg de cafeína durante 40 minutos de exercício contribui para manter
os níveis da glicose plasmática em ~140 mg/dl. Tem sido proposto
que durante o exercício pacientes diabéticos devem manter níveis glicêmicos aproximadamente a 100 mg/dl para evitar hipoglicemia2,7.
Em conclusão, os resultados mostram que a ingestão aguda de cafeína
com exercício de média intensidade pode aumentar a entrada de glicose periférica e seu consumo no músculo esquelético. Referências:
1) OMS. Diabetes. Nota descritiva 312; 2011. ADA. Diabetes Care.
2006;29:1433-38. 2) Park et al. Metab Clin Exp. 2007;56(5):599607. 3) Graham et al. Sports Med. 2001;31(11):785-807. 4) Park
et al. Am J Physiol Cell Physiol. 2009;296:C106-15. 5) Chu et al.
Food Chem. 2011;124:914-20. 6) ACMS. Med Sci Sport Exerc.
2010;42(12):2282-303.
PT.101 O INTESTINO DELGADO E SUAS RELAÇÕES COM A
OBESIDADE EM MODELO ANIMAL
Lemos LC1, Silva LA2, Pavlak JLL2, Pochapski JA1, Raczenski A1, Hocayen
PAS3, Malfatti1
1
Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) – Departamento de Educação Física. 2 UNICENTRO – Mestrado em Ciências Farmacêuticas. 3 UNICENTRO
– Mestrado em Biologia Evolutiva
Introdução: A obesidade é um dos principais fatores de risco para a
síndrome metabólica, a qual engloba um grupo de patologias como a
resistência à insulina, hipertensão e diabetes mellitus tipo 2 (Coll et al.,
2009; Vergara-Rodriguez et al., 2009). O tamanho do intestino pode
influenciar a etiologia da obesidade e da resistência à insulina, pois um
intestino menor tem melhor absorção de nutrientes e melhor processo metabólico, devido à quantidade de receptores nucleares que são
os responsáveis pela regulação na absorção (Wit et al., 2008; Kondo
et al., 2006). O intestino tem capacidade de modular a secreção de insulina pelo pâncreas por algumas substâncias secretadas. Esse estudo
tem como objetivo avaliar a relação entre parâmetros morfológicos
e metabólicos de ratos obesos e não obesos, utilizando o exercício
para verificar a resposta glicêmica entre os animais. Métodos: Foram mantidas 10 ratas Wistar fêmeas no Laboratório de Bioquímica
do Exercício (LABE/I), da Universidade Estadual do Centro-Oeste.
Recém-nascidos, formaram-se dois grupos, cinco animais receberam
4,0 mg/g de glutamato monossódico (MSG) durante cinco dias consecutivos, para indução da obesidade, e o grupo controle com cinco
animais recebeu solução salina. Após quatro meses, passaram sete dias
em gaiola metabólica para mensuração de volume urinário e de fezes. Após esse período, os animais realizaram um teste de natação em
um tanque com água aquecida. O teste teve duração de 60 minutos.
Ao final do exercício, os animais foram sacrificados com guilhotina e
analisados os parâmetros bioquímicos e de estruturas morfológicas
internas. Resultados e discussão: Entre a análise dos dados morfológicos dos grupos obesos (MSG) e não obesos (Controle), houve
diferença significativa entre o comprimento do intestino delgado. O
grupo MSG apresentou diminuição de 14% (13 cm) do intestino em
comparação com o grupo controle. A média de peso corporal do grupo obeso foi menor (~16%; 37 g), mas essa diferença não foi significativa. A adiposidade visceral apresentou-se mais elevada no grupo
MSG (42%; 8 g), mas não sendo significativa. Segundo Hermanussen
e Tresguerres (2003), a influência do MSG sobre a produção de GH
resulta na redução do tamanho do animal e de seus órgãos. A glicemia
sanguínea no repouso e no exercício não teve diferença significativa
entre o grupo controle e MSG. Em conclusão, os resultados mostram
que o modelo de obesidade por glutamato monossódico (MSG) interferiu no tamanho dos animais. A única diferença estatisticamente
significativa foi entre o comprimento do intestino de ratos normais
e ratos obesos. Referências: 1) Coll T, et al. Current Molecular
Pharmacol. 2009;2(1):46-55. 2) Hermanussen M, Tresguerres JAF.
J Perinat Med. 2003;31:489-95. 3) Kondo H, et al. Am J Physiol
Endocrinol Metab. 2006;291(5):E1092-9. 4) Vergara-Rodriguez P,
et al. Pharmacol Ther. 2009;124(3):269-78. 5) Wit NJW, et al. BMC
Medical Genomics. 2008;1:14.
S144
PT.102 FRUCTOSE-INDUCED AMPK ACTIVATION IN
THE HYPOTHALAMUS CONTRIBUTES TO INCREASED
GLUCONEOGENESIS AND HEPATIC PEPCK EXPRESSION
Kinote APBM, De Almeida Faria J1, De Araujo TM1, Ignacio de Souza
LM2, Roman EA2, Sollon C1, Solon C2, Velloso LA3, Bordin S4, Anhê GF1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Departamento de Farmacologia. 2 Unicamp – Fisiopatologia Médica. 3 Unicamp – Clínica Médica. 4 Universidade
de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica
1
Fructose enriched diets are known to cause glucose intolerance. In
addition, fructose-induced insulin resistance has been described to occur in the liver through mechanisms yet unsettled. Recently, it was
demonstrated that intracerebroventricular (ICV) fructose injections
activates AMPK and stimulates food intake. Former studies have demonstrated that hypothalamic AMPK activation increases hepatic gluconeogenesis through activation of an inter-organ communication.
The aim of the present investigation was to assess whether hypothalamic AMPK activation by fructose controls hepatic gluconeogenesis.
Treatments were performed through a cannula implanted in lateral
ventricle. Hypothalamus and liver were processed for Western Blot
analysis of pAMPK, pACC, PEPCK and G6P-ase. Pyruvate Tolerance
Test was performed to estimate gluconeogenesis. We have found the
intraperitoneal 5-day treatment with fructose (IP-Fructose) increased
gluconeogenesis and upregulated PEPCK expression in the liver. In
parallel, IP-Fructose stimulated hypothalamic but not hepatic AMPK
and ACC phosphorylation. ICV treatment for 5 days with fructose
mimicked the hypothalamic, hepatic and metabolic changes induced
by intraperitoneal treatment. Importantly, we have found that ICV
AICAR (activator of AMPK) treatment efficiently increased wholebody gluconeogenesis and PEPCK expression in the liver with parallel
activation of hypothalamic AMPK. In order to further strength the relationship between fructose-induced hypothalamic AMPK activation
and upregulation of gluconeogenesis we next adopted the following
protocol: Rats received IP-Fructose with or without ICV injections
of Compound C (an inhibitor of AMPK). We found that Compound
C suppressed IP-Fructose induced AMPK and ACC phosphorilation
in the hypothalamus. Moreover, our data demonstrated that increase
of gluconeogenesis and hepatic PEPCK expression was suppressed by
hypothalamic AMPK inhibition. The data presented herein demonstrate that hypothalamic activation of AMPK after short-term exposure to fructose is involved in hepatic upregulation of PEPCK and
increase of gluconeogenesis.
PT.103 PALMITATE-INDUCED TRANSITORY ACTIVATION OF
mTORC2/AKT PATHWAY LEADS TO ER STRESS AND CELL DEATH
INDEPENDENTLY OF MTORC1
De Araujo TM1, Faria JA1, Kinote AP1, Barbosa AP1, Velloso LA2, Anhâ GF1
1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Departamento de Farmacologia. 2 Unicamp – Departamento de Clínica Médica
Background and aims: AKT is a serine/threonine protein kinase that
is essential for regulating cell growth, proliferation, survival and the interaction with environmental stimuli. Classically, AKT is fully activated
by phosphoinositide-dependent kinase 1 (PDK1) and mammalian Target of Rapamycin (mTOR) complex 2, leading to inhibition of apoptosis. Alternatively, transitory AKT activation was demonstrated to cause
cell death through yet not described mechanisms. Excess of free-fatty
acids (FFA) are known to contribute to steatosis and cell death in hepatocytes due to activation of ER stress-related pathways. ER stress triggers the Unfolded Protein Response (UPR) that is comprised by three
independent branches; the PKR-like ER kinase (PERK), the activating
transcription factor (ATF)-6 and serine/threonine-protein kinase/endoribonuclease Ire1. The aim of this study is to demonstrate if shortterm AKT activation by palmitate is linked to ER stress and apoptosis
in HepG2 cells. Materials and methods: HepG2 cells were treated
with palmitate (0,5 mM) pre-conjugated with albumin, rapamycin
(500 nM) and/or wortmannin (1 nM). Cells were also transfected
with siRNA targeted to Raptor or a siRNA targeted to Rictor. A scram-
RESUMOS DE PÔSTERES
bled siRNA was used as control. mTORC2/AKT pathway and UPR
were assessed by Western blotting. Cell death was assessed by DNA
fragmentation. Results: Palmitate-induced apoptosis was maximal after 12h of treatment. CHOP, a marker of ER-stress-dependent apoptosis was also modulated by palmitate and peaked 12h after beginning
of treatment but was already enhanced as early as 6h after exposition to
palmitate. Processed ATF6 was upregulated 3h after palmitate exposition and these levels were sustained for 12h after treatment with FFA.
Palmitate also activated PERK and increased ATF4 expression (respectively after 6 and 12h of treatment). By inhibiting mTORC1/2 with
rapamycin we observed a suppression of palmitate-induced UPR activation and apoptosis. In contrast, Raptor knockdown had no effects
over palmitate-induced apoptosis. Rictor knockdown, instead, reduced
palmitate-induced apoptosis. Similarly, pre-treatment of HepG2 cells
with wortmannin reduced palmitate-induced apoptosis. Conclusion:
Our results demonstrated that palmitate induces a short-term and
transitory AKT activation that leads to long term activation of UPR
and apoptosis. This response is likely to be triggered by mTORC2
activation rather than mTORC1. Financing: FAPESP and CNPq.
PT.104 COMPARAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE
ATLETAS DE ELITE UTILIZANDO A EQUAÇÃO DE JACKSON E
POLLOCK DE TRÊS E SETE DOBRAS CUTÂNEAS
Buffi VB1, Meliscki GA1, Monteiro LZ1, Foss MC1, Foss-Freitas MC1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica
Introdução: O método de dobras cutâneas tem sido muito utilizado
para estimar a porcentagem de gordura corporal (%G) por causa de
sua fácil utilização e custo relativamente baixo, apesar de ser um método sujeito a grandes erros (Monteiro AB, Filho JF. Rev Bras Cineantropom Desempenho Humano. 2002;4:80). Este estudo objetivou
comparar a %G de atletas, obtida por meio de equações de Jackson e
Pollock (Jackson AS, Pollock ML, Ward A. Br J Nutr. 1978;40:497),
de 3 (3DC) e de 7 dobras cutâneas (7DC). Métodos: A amostra foi
composta por duas equipes esportivas de Ribeirão Preto/SP, sendo 12
nadadores e 5 corredores, do sexo masculino, com idade entre 19 e 30
anos. As variáveis coletadas foram idade e espessura das dobras cutâneas tricipital, subescapular, peitoral, axilar média, suprailíaca, abdominal
e da coxa, sendo as 7 DC aferidas três vezes cada, utilizando-se o
valor médio. Os resultados foram lançados nas equações de Jackson e
Pollock, e em seguida foi calculada a %G por meio da equação de Siri
(Brozek J, Henschel A. NAS. 1961:223). Os dados foram analisados
estatisticamente por meio do “teste t”, e os valores de p < 0,05 foram
considerados significativos. Resultados: A gordura corporal média
encontrada pela equação de 3DC entre os nadadores foi de 11,20 ±
3,36% e pela equação de 7DC foi de 14,46 ± 4,4%. Para os corredores, foi de 7,5 ± 3,55% e 10,92 ± 3,86%, respectivamente. Portanto,
quando comparadas as duas equações, pôde-se observar que a fórmula de 7DC mostrou maiores valores de %G e que houve diferença
significativa tanto nos nadadores (p = 0,002) quanto nos corredores
(p = 0,016). Discussão: A diferença de resultados entre as equações
foi grande e estatisticamente significativa, mostrando que a quantidade e o local de mensuração de DC possuem relevância nos atletas
estudados. Por meio do acompanhamento regular das modificações
ocorridas na %G, o indivíduo pode evitar a instalação de doenças e
melhorar sua qualidade de vida. Suporte financeiro: CAPES e FAEPA/HC-FMRP-USP.
PT.105 ESTIMATIVA DE GORDURA CORPORAL DE ATLETAS
DE ELITE POR MEIO DA MEDIÇÃO DE DOBRAS CUTÂNEAS E
CIRCUNFERÊNCIAS CORPORAIS
Buffi VB1, Meliscki GA, Monteiro LZ, Foss MC, Foss-Freitas MC
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica
Introdução: A avaliação da composição corporal para o atleta é de
grande importância e, como exemplo, valores acima ou abaixo da mé-
dia de gordura corporal representam uma diminuição do rendimento
(Parizková J. Guanabara Dois; 1982). Este estudo objetiva estimar a
porcentagem de gordura corporal (%G) de atletas, por meio da antropometria, utilizando diferentes equações propostas pela literatura.
Métodos: A amostra foi composta por duas equipes esportivas de Ribeirão Preto/SP, sendo 12 nadadores e 5 corredores, do sexo masculino, com idade entre 19 e 30 anos. As variáveis coletadas foram peso,
idade, espessura das dobras cutâneas (DC) tricipital, subescapular,
peitoral, axilar média, suprailíaca, abdominal e da coxa, sendo as 7DC
aferidas três vezes cada, utilizando-se o valor médio. Também foram
coletadas as circunferências: abdominal, do braço e antebraço. Os valores de DC foram lançados nas equações de: 3 e 7 DC de Jackson e
Pollock (Jackson AS, Pollock ML, Ward A. Br J Nutr. 1978;40:497)
e de Faulkner (MClinExPhys. 1968;415), enquanto os valores de circunferências foram lançados na equação de Marins e Giannichi (Guia
prático; 1996) e de Katch e McArdle (Human Biol. 1973;45:445).
Em seguida, foi calculada a %G por meio da equação de Siri (Brozek
J, Henschel A. NAS. 1961:223). Resultados: A %G média encontrada pela equação de 3DC, 7DC e Faulkner entre os nadadores foi,
respectivamente, de 11,20 ± 3,36%, 14,46 ± 4,4% e 8 ± 0,67%. Para
os corredores, foi de 7,5 ± 3,55%, 10,92 ± 3,86% e 7,45 ± 0,59. A
equação de Marins e Giannichi e a de Katch e McArdle apresentaram,
respectivamente, 28,16 ± 1,39% e 21,07 ± 3,00% para os nadadores
e 27,66 ± 1,06% e 18,77 ± 3,94% para os corredores. Discussão: Os
resultados apresentaram diferença entre si, e as equações de 3DC e
de Faulkner foram as que apresentaram resultados mais parecidos. As
equações que não utilizaram DC, mas sim circunferências corporais,
parecem superestimar a %G. Suporte financeiro: CAPES e FAEPA/
HC-FMRP-USP.
PT.106 PERFIL ALIMENTAR E ANTROPOMÉTRICO DE
PRATICANTES REGULARES DE ATIVIDADE FÍSICA
Buffi VB1, Meliscki GA, Monteiro LZ, Foss MC, Foss-Freiras MC
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica
Introdução: Uma nutrição adequada é essencial para um melhor desempenho físico, associado à melhora do rendimento e diminuição da
fadiga, e ainda evita a perda de massa magra. O elevado aumento do
esforço físico consequente do exercício diário e a inadequação dietética expõem os esportistas a diversos problemas orgânicos (Pimenta MG, Lopes AC. Rev Nutri. 2007;11:76). Este estudo objetivou
avaliar praticantes regulares de atividade física, no que diz respeito à
sua composição corporal e adequação da sua dieta às suas necessidades de energia e macronutrientes. Métodos: O estudo foi realizado
com praticantes regulares de atividade física, do sexo masculino, de
18 a 30 anos de idade. Foram realizadas medições de peso e altura,
para cálculo do índice de massa corpórea (IMC), e de dobras cutâneas
(tricipital, suprailíaca e abdominal), para cálculo da gordura corporal, com o auxílio da equação de Guedes (Guedes DP. Dissertação de
Mestrado; 1985) e de Siri (Brozek J, Henschel A. NAS. 1961:223). O
consumo alimentar foi determinado a partir do Registro Alimentar de
três dias, e a adequação do consumo de macronutrientes foi baseada
nas DRIs (Fisberg RM, Marchioni DML, Slater B. ILSI. 2001). Os
dados foram expressos em média, desvio-padrão e porcentagem. Resultados: O grupo estudado apresentou IMC médio de 24,27 kg/m2,
classificado como eutrofia, e média do percentual de gordura de 13,13
± 4,01%, considerada “boa” para tal gênero e faixa etária. Com relação
à alimentação, os indivíduos apresentaram consumo médio diário de
2703,56 ± 607,63 kcal, o que representa 85% do valor energético
(3186,30 kcal) e, portanto, encontra-se adequado. O consumo proteico encontrado (1,74 ± 0,62 g/kg/dia) é excessivo quando comparado à recomendação (0,8 g/kg/dia), e nenhum indivíduo apresentou consumo adequado. A recomendação diária de carboidrato, que
está em torno de 45% a 65% do VCT ou 130 g/dia, foi seguida por
oito indivíduos, e o consumo médio da amostra foi de 55% do VCT
ou 135 g. O consumo médio de lipídeo da amostra representou 28%
do VCT, e seis indivíduos apresentam consumo dentro da faixa recoS145
RESUMOS DE PÔSTERES
mendada (20% a 35%). A ingestão diária de fibras recomendada para
homens adultos saudáveis de 19 a 50 anos de idade é de 38 g. No presente estudo, foi encontrado consumo médio diário de 22 ± 6,93 g e,
além disso, nenhum indivíduo apresentou consumo ideal. Discussão:
Geralmente, praticantes de atividade física preocupam-se em aumentar
o consumo proteico, por meio do maior consumo de suplementos
alimentares ou carnes, e acabam se esquecendo da necessidade de consumo de frutas e hortaliças, caracterizando uma alimentação pobre em
fibras, como a encontrada neste estudo. O consumo de carboidratos
e lipídeos apresentou-se adequado neste estudo e está de acordo com
outro estudo realizado com frequentadores de uma academia de Santa
Catarina (Pulcenio DG. Trabalho de conclusão de curso; 2009). Portanto, observa-se a necessidade de intervenção nutricional para adequar o consumo proteico e de fibras de praticantes de atividade física,
a fim de melhorar o desempenho esportivo e oferecer os benefícios de
uma alimentação adequada. Suporte financeiro: CAPES e FAEPA/
HC-FMRP-USP.
PT.107 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS
ÔMEGA-3 EM MODELO ANIMAL DE DIABETES MELLITUS
Vidal TR1, Griffo TN1, Polli GP1, Alves TMMP1, Costa MC1, Foss MC1, FossFreitas MC1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica
Introdução: O diabetes mellitus, assim como outras patologias crônicas não transmissíveis, está associado a um processo inflamatório
crônico e subagudo. Os ácidos graxos poli-insaturado ômega-3 (ω3)
têm sido utilizado no controle do processo inflamatório, por meio
da regulação de fatores de transcrição como PPARs, que reduzem a
resposta inflamatória. Objetivos: Avaliar os efeitos metabólicos da suplementação de ω3 em modelos animais de diabetes mellitus pela dosagem sérica de glicemia, lipidograma e mensuração do peso, bem como
os possíveis efeitos anti-inflamatórios por meio da dosagem sérica de
citocinas como TNF-α, IL-6, INF-γ e MCP-1 e a expressão proteica
de IRS-1, IRS-2, IRβ, AKT, TNF-α, IL-6 e MCP-1 em tecido adiposo branco e fígado. Métodos: 40 animais foram separados em quatro
grupos: controle, controle + ω3, diabetes e diabetes + ω3. O estado
diabético foi induzido utilizando 45 mg/kg de streptozotocina. Os
grupos controle + ω3 e diabetes + ω3 receberam a suplementação de
3 g de ω3 diariamente durante o período de dois meses, enquanto
os grupos controle e diabetes receberam a dieta-padrão. O nível de
significância adotado foi de p < 0,05. Resultados: O grupo diabetes
+ ω3 apresentou menor peso hepático em relação ao grupo diabetes
(diabetes: 10,24 ± 1,29; diabetes + ω3: 7,78 ± 0,65*). Por outro lado,
apresentou maior peso do tecido adiposo retroperitoneal e epididimal
(retroperitoneal – diabetes: 0,41 ± 0,21; diabetes + ω3: 0,77 ± 0,41*/
epididimal – diabetes: 1,09 ± 0,34; diabetes + ω3: 1,53 ± 0,51*). Além
disso, entre os grupos diabetes + ω3 e diabetes, foi possível verificar
uma diminuição nos valores glicêmicos (diabetes – inicial: 471,70; final: 517,40*/diabetes + ω3 – inicial: 482,60; final: 431,40*), triglicérides (diabetes – inicial: 75,80; final: 216,80*/diabetes + ω3 – inicial:
71,90; final: 89,44**) e colesterol (diabetes – inicial: 74,70; final:
91,00*/diabetes + ω3 – inicial: 79,20; final: 91,00**); *p < 0,05; **
p > 0,05. Conclusão: A suplementação de ω3 foi capaz de diminuir
os níveis séricos de glicemia, triglicérides e colesterol total em animais
diabéticos. Apoio financeiro: CNPq e FAEPA.
PT.108 AVALIAÇÃO DOS EFEITOS METABÓLICOS DA
SUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA-3 EM RATOS
OBESOS
Griffo TN1, Gonçalves NB1, Costa MC1, Vidal TR1, Foss MC1, Foss-Freitas MC1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica
Introdução: Estudos recentes têm mostrado que a obesidade resulta
em um estado de inflamação crônica caracterizada por inflamação do
tecido adiposo, com grande infiltração de macrófagos produtores de
S146
citocinas pró-inflamatórias. Nutrientes com ação farmacológica têm
sido estudados como medida terapêutica no controle do processo inflamatório. Dentre eles, destacam-se os ácidos graxos poli-insaturados
ω3. Estudos de intervenção clínica têm mostrado os efeitos anti-inflamatórios do ω3 em patologias inflamatórias crônicas. Objetivo: Avaliar
os efeitos da suplementação de ω3 em modelos animais de resistência
insulínica pela dosagem sérica de glicemia, lipidograma e mensuração
do peso. Métodos: 40 animais foram separados em quatro grupos:
controle, controle + ω3, obesos e obesos + ω3. Por um período de
dois meses, os grupos de obesos receberam uma dieta hiperlipídica com
11,66% de gordura saturada e 13,58% de gordura insaturada, a fim de
gerar um quadro de obesidade, enquanto os grupos controle receberam dieta-padrão de biotério. Após esse período, os grupos controle
+ ω3 e obesos + ω3 receberam em suas dietas a suplementação de 3 g
de ω3 diariamente durante dois meses. Durante o experimento, foram
avaliados peso e glicemia, mensalmente. Ao fim do experimento, os
animais foram pesados e sacrificados. Foram coletados o sangue total
e os tecidos: fígado, pâncreas, músculo gastrocnêmio, tecido adiposo
epididimal e retroperitoneal. Resultados: As médias do peso corporal
dos grupos controle e controle + ω3 não apresentaram diferenças significativas tanto no início como no final do experimento (inicial – controle: 185,1 ± 12,47 e controle + ω3: 191,3 ± 28,70**; final – controle:
338,4 ± 15,18 e controle + ω3: 356,8 ± 24,88**). O mesmo resultado
foi constato em relação aos grupos obeso e obeso + ω3 (inicial – obeso:
179,7 ± 15,64 e obeso + ω3: 169,2 ± 11,06**; final – obeso: 656 ±
49,41 e obeso + ω3: 656 ± 67,83**). Os valores médios dos pesos dos
tecidos coletados (fígado, pâncreas, tecido adiposo retroperitoneal, tecido adiposo epididimal e músculo gastrocnêmio) não apresentaram diferença significativa entre os grupos controle e controle + ω3 e entre os
grupos obeso e obeso + ω3. Por outro lado, os grupos obeso e obeso
+ ω3 apresentaram maiores médias de peso dos tecidos em relação aos
grupos controle e controle + ω3. A suplementação com ω3 não alterou
a concentração sérica de glicemia em animais obesos ou controles. No
entanto, os animais obesos apresentaram níveis séricos de glicemia significativamente maiores que os controles ao final do estudo (controle:
100,33 ± 9,96 e controle + ω3: 92, 80 ± 6,39; obeso: 111,13 ± 10,83
e obeso + ω3: 108,00 ± 7,87). Ao término do experimento, os grupos
obeso e obeso + ω3 apresentaram diferença significativa nas dosagens
de triglicérides (obeso: 146,5 ± 32,76 e obeso + ω3: 91,25 ± 19,91*)
e colesterol (obeso: 76 ± 12,93 e obeso + ω3: 59,62 ± 6,54*). As
dosagens de HDL e LDL não apresentaram diferença significativa (*p
< 0,05; **p > 0,05). Conclusão: A suplementação de ω3 diminui os
valores de triglicérides e colesterol em animais obesos. O acréscimo
de ω3 na dieta não alterou o peso corporal dos animais, no entanto a
dieta hiperlipídica demonstrou ser eficiente para o modelo de animais
obesos. Agradecimentos: FAEPA.
PT.109 EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE PEIXE
SOBRE A SECREÇÃO DE INSULINA E O CONTEÚDO DE
SUPERÓXIDO EM RATOS
Lucena CF1, Simões D1, Graciano MFR1, Carpinelli AR1
1
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) –
Fisiologia e Biofísica
Introdução: A secreção de insulina é também regulada por ácidos graxos (AG) que atuam modulando a atividade de diversas enzimas. Os
AG poli-insaturados ω-3 interferem em diversos processos fisiológicos,
e sua ingestão tem efeitos sobre a composição e a função da membrana
plasmática. O metabolismo dos nutrientes é a maior fonte de espécies
reativas de oxigênio (EROs), e a produção excessiva pode alterar a integridade e a função de macromoléculas, contribuindo para a patogênese
de diversas doenças. As ilhotas pancreáticas apresentam atividade reduzida das enzimas antioxidantes, o que as torna mais sensíveis à lesão
por EROs. A exposição crônica a EROs está associada à disfunção e à
apoptose da célula β, porém, em pequenas concentrações, essas moléculas atuam como sinalizadores da secreção de insulina. Uma fonte
de EROs na ilhota é o sistema NAD(P)H oxidase, um complexo enzimático que, quando ativado, gera grandes quantidades de superóxido
RESUMOS DE PÔSTERES
(O2·), sendo sua atividade e expressão moduladas pela glicose e por
alguns AG. O palmitato e o oleato aumentam o conteúdo de O2· em
ilhotas pancreáticas, assim como a suplementação com óleo de peixe
induz a produção de O2· em macrófagos de ratos. O objetivo deste
trabalho foi verificar alterações da secreção de insulina e da atividade
da NAD(P)H oxidase em ilhotas pancreáticas de ratos suplementados
com óleo de peixe. Métodos: Foram utilizados ratos Wistar machos,
suplementados com óleo de peixe (1 g/kg de peso corpóreo) durante
60 dias. Resultados: Foram analisados: o ganho de peso, a distribuição do tecido adiposo, a glicemia e a insulinemia basais, a tolerância à
glicose e a tolerância à insulina, a secreção de insulina e o metabolismo
da glicose. Não foram detectadas alterações nesses parâmetros entre os
grupos. O conteúdo de O2· apresentou-se reduzido no grupo suplementado com óleo de peixe. Discussão: A não alteração dos parâmetros avaliados é condizente com os estudos em porcos e cães saudáveis
suplementados com óleo de peixe. O palmitato e o oleato aumentam o
conteúdo de O2· em ilhotas de ratos. Em macrófagos, ocorre aumento
de O2· em ratos suplementados com óleo de peixe. Em nosso estudo,
a alta concentração de glicose reduziu o conteúdo de O2· nas ilhotas
controle, sugerindo que a glicose por si só possa interferir na produção
de EROs. O grupo suplementado apresentou redução do conteúdo
de O2· na presença de 5.6 e 16.7 mM de glicose quando comparado
ao controle. O mecanismo envolvido nessa redução não está elucidado, porém pressupõe melhor regulação do estado redox da ilhota durante a secreção de insulina. Conclusão: Estudos têm mostrado que
a suplementação com óleo de peixe melhora a resistência periférica e
a secreção de insulina, associados à obesidade/diabetes. Em animais
saudáveis, a suplementação não alterou esses parâmetros. Foram observadas reduções no conteúdo de O2· no grupo suplementado, porém
o mecanismo responsável precisa ser esclarecido. Apoio financeiro:
CAPES, FAPESP e CNPq. Agradecimentos: Herbarium.
PT.110 GENOTOXICITY EVALUATION IN NEWBORNS
OF WOMEN WITH DIABETES AND MILD GESTATIONAL
HYPERGLYCEMIA – PRELIMINARY RESULTS
Santos DP1, Gelaleti RB1, Damasceno DC1, Calderon IMP1, Rudge
MVC1
1
Botucatu Medical School – Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Post-Graduate Program in Gynecology Obstetrics and Mastology, Laboratory of Experimental
Research in Gynecology and Obstetrics, São Paulo State, Brazil
Introduction: Newborns of women with mild gestational hyperglycemia present 53.8% of macrosomia and the attributable risk of
perinatal death of 4,2%, similar values to the overt and gestational
diabetes (Rudge et al. Endocr Pract. 2008;14:678) (Rudge et al. Rev
Bras Ginecol Obst. 2005;27:691).The hyperglycemia generates reactive oxygen species (ROS) exacerbating the oxidative stress state, this
fact can damage the biological macromolecules including proteins,
lipids and nucleic acids (Wright et al. Int J Clin Pract. 2006;60:308).
The aim of this study was to evaluate the genotoxicity (basal and oxidative DNA damage levels) in lymphocyte samples from newborns
of women with diabetes and mild gestational hyperglycemia. Methods: The newborn blood samples (5-10 ml) were collected from the
umbilical cord of patients previously separated into four groups. The
groups were based on oral glucose tolerance test (OGTT) and glycemic profiles (GP), as follows: IA – Normal OGTT and GP (Non-diabetic group); IB – Normal OGTT and abnormal GP (mild gestational
hyperglycemic group); IIA – Abnormal OGTT and normal GP (gestational diabetes group); IIB – Abnormal OGTT and GP (gestational
or overt diabetes group). In order to evaluate the genotoxicity, lymphocytes were isolated by centrifugation using Ficoll, according to the
protocol described by Collins et al. (Collins et al. Free Rad Biol Med.
1998;25:373) and immediately processed for determination of basal
and oxidative DNA damage using Fpg and Endo III by comet assay
(Gontijo AMMC. Mutagênese ambiental; 2003, 174). Results and
discussion: Newborns from patients of the groups IIA and IIB were
analyzed together (group IB: N = 05 and group IIA+IIB: N=23).
Newborns of women IIA+IIB showed a larger number of Fpg-sensitive sites for the variable tail moment (192.54 ± 23.26; p = 0.03)
compared to newborns of women from group IB (81.13 ± 24.92).
The mothers of group IIA+IIB present higher glycemic mean (111.59
± 17.60; p < 0.05) compared to group IB (97.92 ± 7.52). Newborns
of group IIA+IIB present a higher level of oxidative DNA damage,
showing this damage is associated with the maternal blood glucose
levels. This fact confirms the importance of adequate glycemic control
during pregnancy in order to attenuate the repercussions of diabetes
and mild gestational hyperglycemia on the newborns organism. Financial support: FAPESP (Grant number 2008/06642-6).
PT.111 EFEITO DO EXTRATO AQUOSO DA FOLHA DE
PASSIFLORA ALATA CURTIS SOBRE A INCIDÊNCIA DO DIABETES
EM CAMUNDONGOS NOD
Colomeu T1, Cazarin CBB2, Schumacher N3, Figueiredo D1, Vilella CA1,
Meletti LMM4, Zollner RL3
1
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas
(FCM-Unicamp). 2 Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp. 3
Unicamp. 4 IAC
Introdução: O Passiflora spp., conhecido popularmente como maracujá, possui aproximadamente 450 espécies (1). O Passiflora spp. é
usado há muitos anos no nordeste do Brasil como forma de sedativo
e algumas aplicações sobre o controle glicêmico (2). O modelo experimental NOD é um dos modelos animais utilizado para pesquisas
com diabetes mellitus (DM) tipo 1, pois ele apresenta a doença espontaneamente, semelhante ao encontrado em humanos (3). Vários são
os mecanismos propostos para a ruptura da tolerância imunológica no
DM, desde a predisposição genética até a dieta, que parecem favorecer
no desencadeamento dos mecanismos autoimune (4). Métodos: 40
NOD fêmeas com idade de 4 a 28 semanas foram divididos em dois
grupos. 20 animais do grupo controle receberam ração industrial +
água autoclavada e 20 animais do grupo extrato aquoso receberam
ração industrial + chá das folhas de P. alata, sendo preparado com 1,5
g/100 ml autoclavado por 20 minutos a 121°C. Os níveis de glicose
no sangue e o peso dos animais foram monitorados semanalmente
para verificação da incidência do DM. Os animais que apresentavam a
glicemia acima de 180 mg/dl eram sacrificados, retirando-se o sangue
para dosagem de insulina por meio da técnica ELISA e fígado e rins
para análise da glutationa reduzida – GSH. Resultados e discussão:
Os animais do grupo controle apresentaram maior incidência no desenvolvimento do diabetes quanto comparados ao do grupo extrato
aquoso. Cerca de 45% (9/20) dos animais tratados com o P. alata desenvolveram a doença e 60% (12/20) dos animais do grupo controle.
Na dosagem de insulina, verificamos que não ocorreu uma diferença
estatística significativa (p > 0,05) entre os animais. A glutationa é uma
enzima que possui ação antioxidante que combate os radicais livres e
consequentemente os processos inflamatórios presentes no organismo
(5). A glutationa reduzida – GSH presente no rins mostrou-se significantemente maior (p > 0,05). Já no fígado apresentou uma diferença
estatística entre os animais tratados com P.alata e o grupo controle.
Referências: 1) Zeraik ML. Res Bras Farmocognosia. 2010;20: 459.
2) Medeiros JS. RBAC. 2009;41:99. 3) Makino S. Jikken Dobutsu.
1980;29:1. 4) Kikutani H. Adv Immunol. 1992;51:285. 5) Rover LJ.
Quím Nova. 2001;24:112. Entidades financiadoras e agradecimentos: FAPESP; CAPES.
PT.112 ADMINISTRAÇÃO DE LPS MODULA A AMPK
HIPOTALÂMICA E A HOMEOSTASE DA GLICOSE EM
CAMUNDONGOS.
Santos G1, Vitorino DC2, Moura FM1, Melo AM.3, Velloso LA4, Torsoni AS3,
Torsoni MA1
1
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) – Clínica Médica. 2 Instituto de Biologia da Unicamp – Departamento
de Fisiologia. 3 Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp – Central de Saúde
e Bioquímica. 4 FCM- Unicamp – Departamento Interno de Medicina
Nos últimos anos, tem crescido a atenção para os processos inflamatórios e estudos visam compreender a relação entre a obesidade, o
S147
RESUMOS DE PÔSTERES
diabetes e a interação com a homeostase energética. O quadro clínico
inflamatório denominado septicemia ou sepse é caracterizado pela presença de patógenos no sangue como a endotoxina, lipopolissacarídeo
(LPS). A ligação do LPS ao seu receptor celular o TLR4 deflagra em
uma sinalização inflamatória que cursa com a hipoglicemia e outras
manifestações clássicas do quadro inflamatório que afetam diretamente
a homeostase energética. A AMPK hipotalâmica é uma proteína-chave
no controle da glicemia, e a sua função pode ser avaliada pela resposta contrarregulatória em condições de jejum e hipoglicemia. Danos
na capacidade da AMPK de ser modulada pela depleção de energia
podem resultar em menor capacidade do organismo em responder a
hipoglicemia desenvolvida como na evolução do quadro de septicemia. Objetivo: Nosso estudo tem o intuito de avaliar a participação da
AMPK hipotalâmica e a produção de glicose hepática durante a endotoxemia promovida pelo LPS. Metodologia: Foram utilizados camundongos (Swiss) machos com 6 semanas, tratados com LPS (1 mg/kg)
intraperitonealmente e, após os tempos preestabelecidos, os animais
foram sacrificados e um fragmento do fígado e do hipotálamo foi extraído. A análise da expressão e fosforilação das proteínas foi realizada
por meio de Western blot do extrato total dos tecidos obtidos (fígado e hipotálamo). Resultados: A administração de LPS (1 mg/Kg)
promoveu a desfosforilação da AMPK hipotalâmica (60%) e menor
fosforilação da ACC (70%), sua proteína alvo se comparado ao grupo
controle; desfosforilação da AMPK hepática (30%); aumento da fosforilação da STAT3 hipotalâmica (60%) e hepática (150%), se comparado
ao grupo controle; redução da ingestão alimentar (70%), redução da
glicemia basal e possível aumento na captação de glicose observada
pelo teste de tolerância à glicose (GTT) nos animais que receberam
LPS; aumento dos níveis séricos de insulina (230%), a ativação farmacológica da AMPK hipotalâmica reduziu o efeito hipoglicemiante do
LPS, levando a acreditar em um controle hipotalâmico por meio da
AMPK sobre a secreção de insulina. Conclusão: Até o momento, nossos resultados sugerem que a desfosforilação da AMPK hipotalâmica,
observada após o tratamento com LPS, interfere diretamente na homeostase energética, em que pode estar ocorrendo um desarranjo na
sinalização simpática em direção a importantes órgãos como pâncreas,
ocasionando o aumento dos níveis de insulina, e fígado, ocasionando a
inibição da produção de glicose. Apoio: CNPQ e FAPESP. Palavras-chave: AMPK, TLR4, fígado, endotoxemia, hipoglicemia.
PT.113 O PAPEL DA ACETIL-COA CARBOXILASE
HIPOTALÂMICA NA RESPOSTA CONTRARREGULATÓRIA
HEPÁTICA DE RATOS
Pereira VD1, Santos GA1, Moura RF1, Roman EA2, Vitorino DC2, IgnacioSouza LM3, Velloso LA4, Torsoni AS5, Torsoni MA5
1
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) – Clínica Médica. 2 Instituto de Biologia da Unicamp – Departamento
de Fisiologia. 3 Unicamp – Departamento de Fisiopatologia. 4 FCM-Unicamp – Departamento Interno de Medicina. 5 Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp
– Central de Saúde e Bioquímica
Introdução: A acetil-coa carboxilase (ACC) participa da síntese de ácidos graxos e desempenha importante função no controle hipotalâmico
da ingestão alimentar e do balanço energético. Entretanto, a função da
ACC hipotalâmica na resposta contrarregulatória hepática ainda não está
bem descrita. Objetivo central: Avaliar a modulação da expressão e atividade de enzimas hepáticas em animais com bloqueio da expressão da enzima acetil-CoA carboxilase (ACC) hipotalâmica. Materiais e métodos:
Para este estudo, foram utilizados ratos Wistar machos. Após a cirurgia
estereotáxica e vagotomia, os animais foram tratados intracebroventricular com oligonucleotídeo antisense (OAS) para ACC. A eficiência do
bloqueio da expressão da ACC no hipotálamo foi avaliado por Western
blot, assim como a quantidade das proteínas PEPCK, p-STAT3, p-GSK3
e no fígado, e a expressão gênica no hipotálamo e no fígado foi avaliada
por PCR em tempo real. Durante o tratamento com OAS, foram quantificados a ingestão alimentar e o peso do tecido adiposo epididimal. O
nível de glicogênio hepático foi avaliado por meio de espectrofotometria
e a produção de glicose por meio do teste de tolerância ao piruvato.
Resultados: Nossos estudos mostraram que o OAS foi eficiente na redução da quantidade de ACC no hipotálamo, e a ingestão alimentar foi
S148
significativamente maior nesse grupo se comparado ao grupo controle. A
expressão hipotalâmica do neuropeptídeo CRH aumentou 2x em relação
ao controle. A massa de tecido adiposo epididimal foi 50% menor, e o
nível de ácidos graxos livres foi 35% maior no grupo OAS se comparado
ao grupo controle. A quantidade da proteína e a expressão da PEPCK e
G6Pase foram maiores no grupo OAS, enquanto a fosforilação da GSK3
estava diminuída. A produção de glicose hepática estava aumentada e os
níveis de glicogênio hepático estavam diminuídos no grupo OAS em relação ao grupo controle (21,1 vs. 35 mg/g de tecido, respectivamente).
Conclusão: Os dados obtidos até o momento indicam que a modulação
da proteína ACC no hipotálamo participa da resposta contrarregulatória
hepática por meio do aumento da expressão da PEPCK e da produção de
glicose, além de estimular o catabolismo do glicogênio e triglicérides no
tecido adiposo branco. Assim acreditamos que a inibição da ACC a partir
da ativação da proteína AMPK é fundamental para a resposta contrarregulatória hepática em condição de jejum. Apoio: FAPESP e CNPq.
Palavras-chave: ACC hipotálamo, resposta contrarregulatória, fígado.
PT.114 O CLEMBUTEROL REVERTE A ATROFIA MUSCULAR
INDUZIDA PELA SINVASTATINA EM RATOS
Carvalho JER1, Zanon NM2, Gomes SP3, Kettelhut IC2, Navegantes
LCC2
1
Universidade de São Paulo (USP) – Departamento de Biologia da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP). 2 Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto (FMRP) da USP – Departamento de Fisiologia. 3 FMRP-USP – Bioquímica e Imunologia
Introdução: A sinvastatina é amplamente utilizada no tratamento de
pacientes com altos índices de colesterol sanguíneo, por inibir a síntese
de hidroximetilglutaril-CoA, que participa da via de síntese do colesterol. Essa inibição parece causar um efeito tóxico ainda incompreensível
no músculo, levando à interrupção do tratamento pelos pacientes. A
hipótese do presente trabalho é que o clembuterol, um agonista de
receptores β2 que possui efeitos antiatróficos bem conhecidos, possa ser útil na reversão do efeito miotóxico induzido pela sinvastatina
em ratos. Métodos/Procedimentos: Foram utilizados quatro grupos
(n = 6) de ratos machos Wistar (~170 g): Controle, Sinvastatina (80
mg/kg/dia; gavagem), Clembuterol (3 mg/kg/dia; sc) e Sinvastatina-Clembuterol, tratados por 12 dias. O grupo controle recebeu o
veículo de ambas as drogas (metilcelulose 0,5% e polissorbato 80 0,1%
para sinvastatina e salina para o clembuterol). Os animais foram sacrificados por decapitação no 13º dia e os músculos das patas posteriores
(soleus, EDL, tibial e gastrocnêmico) e o coração foram extraídos, pesados e imediatamente congelados em nitrogênio líquido. Foi analisada a expressão de genes relacionados à atrofia (MuRF1 e atrogina-1)
e autofagia (LC3, Gabarapl e Catepsina-L) por meio da técnica de
RT-PCR em tempo real no músculo tibial e no coração. Para análise
estatística, foi utilizado ANOVA two way para a massa corporal e teste
t para o restante (p < 0,05). Resultados: A sinvastatina induziu menor
velocidade de crescimento, perda de massa corporal (~11%) e perda
de massa dos músculos soleus (~9,2%), EDL (~4%), tibial (~3,3%) e
coração (~9,4%). Esses efeitos não foram associados a alterações da
ingestão alimentar ou hídrica. No músculo tibial, houve tendência ao
aumento da expressão dos genes responsáveis pela via atrófica dependente de ubiquitina-proteassoma (MuRF1 e atrogina-1) no grupo tratado com sinvastatina. O tratamento com clembuterol reverteu a perda de massa corporal e a atrofia muscular induzida pela sinvastatina em
todos os músculos analisados, enquanto no grupo controle induziu
hipertrofia muscular nos músculos EDL e tibial. O efeito antiatrófico
do clembuterol no grupo tratado com sinvastatina não foi associado
a alterações da expressão dos atrogenes e dos genes autofágicos. Discussão: O uso de agonistas β2 adrenérgicos pode ser uma boa estratégia terapêutica na reversão da atrofia muscular esquelética e cardíaca
induzida pela sinvastatina em ratos. Os mecanismos envolvidos com
essa reversão precisam ser mais bem investigados, mas podem estar
relacionados à estimulação da síntese proteica e/ou redução da degradação do sistema proteolítico dependente de ubiquitina-proteassoma.
Apoio financeiro: FAPESP (08/06694-6 e 11/08714-7).
RESUMOS DE PÔSTERES
PT.115 MELATONINA AUMENTA A EXPRESSÃO DE IRS1 E
MELHORA A RESPOSTA À INSULINA DO TECIDO ADIPOSO
PERIEPIDIDIMAL DE RATOS DIABÉTICOS INDUZIDO POR
ESTREPTOZOTOCINA
Oliveira AC1,2, Campana AB1, Farias TSM1, Proença ARG1, Sertié RAL,
Torres-Leal FL1, Souza AH1, Andreotti S1, Lima FB1
Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica. 2 Instituto Superior de
Ciências Biomédicas (ISCB) da Universidade Estadual do Ceará (UECE)
1
Introdução: O modelo de diabetes induzido no período neonatal
por estreptozotocina (STZ) promove redução da resposta à insulina
de adipócitos isolados. O objetivo deste trabalho foi investigar se a
suplementação com melatonina in vivo melhora a resposta à insulina
de adipócitos isolados e descrever um possível mecanismo de ação.
Métodos e resultados: Ratos machos receberam STZ (120 mg/kg,
i.p.) ou veículo (citrato de sódio 10 mM, i.p.) no 5º dia de vida. Após
o desmame, os animais foram divididos em três grupos: C – não diabéticos que receberam apenas veículo; D – animais diabéticos sem nenhum tratamento; e M – animais diabéticos que receberam suplementação com melatonina (1 mk/kg, dissolvida em etanol 0,1% na água
de beber) durante o ciclo escuro. Os animais foram sacrificados na 12ª
semana, o tecido adiposo periepididimal (PE) foi retirado e os adipócitos isolados para realização dos ensaios de captação de [3H]-2DG,
oxidação e incorporação de D-[U-14C]-glicose em triacilgliceróis, na
ausência (Bs) e na presença de insulina (Mx); além desses ensaios, também foi avaliada a expressão de IRS1. Os adipócitos PE do grupo controle aumentaram significativamente a captação de [3H]-2DG quando
estimulado pela insulina (Bs: 255,8 + 50,4 vs. Mx: 725,0 + 181,90
pmol/cm2; p < 0,05, n = 6), porém não houve aumento significativo
no grupo D (Bs: 279,6 + 65,0 vs. Mx: 474,4 + 92,7 pmol/cm2, n =
6) e a suplementação com melatonina recuperou a resposta à insulina
do grupo M (Bs: 483,6 + 97,9 vs. Mx: 777,9 + 185,0 pmol/cm2; p <
0,05, n = 6). Resposta semelhante foi observada na incorporação de
D-[U-14C]-glicose em lipídios [grupo C (Bs: 31,9 + 3,5 vs. Mx: 46,2
+ 7,2 nmol.10-6cels.h-1, p < 0,05), grupo D (Bs: 22,6 + 2,6 vs. Mx:
25,2 + 2,3 nmol.10-6cels.h-1, p > 0,05) e grupo M (Bs: 28,6 + 4,0 vs.
Max: 35,7 + 5,0 nmol.10-6cels.h-1, p < 0,05), n = 6] e na capacidade
de oxidação de D-[U-14C]-glicose em 14CO2 [grupo C (Bs: 27,5 + 2,6
vs. Mx: 37,9 + 4,5 nmol.10-6cels.h-1, p < 0,05), grupo D (Bs: 17,3 +
2,1 vs. Mx: 18,8 + 1,7 nmol.10-6cels.h-1, p > 0,05) e grupo M (Bs:
25,3 + 3,7 vs. Max: 33,7 + 4.3 nmol.10-6cels.h-1, p < 0,05), n = 6]. Em
relação à capacidade basal e máxima de captação de [3H]-2DG, não
houve diferenças estatísticas entres os grupos, porém o grupo D apresentou redução significativa na capacidade máxima de incorporação
em lipídios e oxidação da D-[U-14C]-glicose e a suplementação com
melatonina no grupo M recuperou essa capacidade. Os animais diabéticos apresentaram significativa redução (p < 0,05, n = 3) na expressão
de IRS1 no coxim PE e o tratamento com melatonina recuperou totalmente a expressão dessa proteína. Conclusão: A suplementação com
melatonina recuperou a sensibilidade à insulina em adipócitos do coxim PE de ratos diabéticos, pelo menos em parte devido a recuperação
dos níveis de IRS1 nesse coxim. Apoio financeiro: CNPq, FAPESP.
PT.116 SUPLEMENTAÇÃO COM LEUCINA AUMENTA A
MASSA ADIPOSA QUE É ACOMPANHADA PELA AUSÊNCIA DE
MUDANÇAS NA HOMEOSTASE GLICÊMICA SISTÊMICA E NA
CAPTAÇÃO DE GLICOSE EM ADIPÓCITOS ISOLADOS DE RATOS
OBESOS
Torres-Leal FL1, Oliveira AC1,2, Farias TSM1, Chimin P1, Lopes AB1, Souza
AH1, Caminhotto RO1, Lima FB1
Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica. 2 Instituto Superior de
Ciências Biomédicas (ISCB) da Universidade Estadual do Ceará (UECE)
1
Introdução: A manutenção glicêmica dentro de níveis fisiológicos
tem sido um dos principais objetivos e é um desafio especialmente em
diabetes mellitus e síndrome metabólica. Nesse sentido, estudos recentes sugerem a suplementação com leucina com potencial terapêutico
em recuperar a homeostase glicêmica. Assim, a presente pesquisa buscou avaliar o efeito da suplementação com leucina sobre a glicemia e
a capacidade de adipócitos subcutâneos e periepididimais em captar
[3H]-2-desoxi-D-glicose em ratos obesos por dieta hiperlipídica. Métodos: Ratos machos Wistar foram alimentados com dietas high-fat
[para indução da obesidade (HF, n = 10)] e controle (CON, n = 10)
por 10 semanas. Após esse período, foram distribuídos em quatro grupos (diferentes tratamentos) por mais seis semanas: i) CON (n = 5); ii)
CON + Leucina (CON + LEU, n = 5); iii) HF (n = 5) e iv) HF + LEU
(n = 5). Nessa segunda etapa (quinta semana de tratamento), foi realizado o teste de tolerância à insulina. Após a sexta semana, os animais
foram eutanasiados e as gorduras subcutânea (SC) e periepididimal
(PE) foram retiradas e pesadas e os adipócitos foram isolados para
determinação da capacidade dessas células em captar [3H]-2-desoxi-D-glicose. Resultados: Na soma dos pesos dos três coxins adiposos,
pode-se notar que a suplementação com Leu acentuou o grau de adiposidade de ratos HF, caracterizando significativa interação entre dieta e suplementação (P = 0,0040). Além disso, observamos que a taxa
de decaimento da glicemia pós-insulina (KITT) foi menos acentuada
em ratos HF vs. CON (P = 0,0002), indicando baixa responsividade
à ação da insulina na dieta HF. De forma contrária, não constatamos
diferença significativa com a suplementação com Leu (P = 0,4084) e na
sua interação com a dieta (P = 0,1020), para o KITT. Além disso, adipócitos isolados (PE e SC) de animais alimentados com HF apresentaram reduzida capacidade em transportar a [3H]-2DG (P = 0,0224,
para adipócitos PE, e P = 0,0136, para SC). A suplementação com
Leu não interferiu significativamente nessa resposta celular, independentemente do tratamento dietético utilizado. Conclusão: Leucina,
quando suplementada na condição de obesidade (aumenta significativamente a massa adiposa), interagiu com a dieta HF elevando o grau
de adiposidade quando comparado aos animais controles. Essa maior
adiposidade nos animais obesos e suplementados não apresentou efeitos sobre a homeostase glicêmica sistêmica e a captação de glicose de
adipócitos isolados. Apoio: FAPESP. Torres-Leal FL, et al. Nutr Metab. 2011;8:62. 2) Layman DK, et al. J Nutr. 2006;136:319S.
PT.117 IMPACTO DAS CATEQUINAS DO CHÁ VERDE SOBRE AS
CÉLULAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO
Marinovic MP1, Almeida E1, Otton R1
1
Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL) – Lab. de Fisiologia Celular
Introdução: O sistema imune tem a função de proteger o organismo
contra agentes infecciosos que estão presentes no meio ambiente, respondendo a milhões de antígenos por meio de duas linhas de defesa:
inata e adquirida. Isso só ocorre porque existem componentes imunológicos capazes de realizar tal função, conhecidos como leucócitos, células que se originam na medula óssea e são encontradas circulando na
corrente sanguínea. Na síndrome metabólica, tanto o diabetes quanto
a obesidade apresentam um estado subclínico inflamatório decorrente
de uma ativação basal das células do sistema imune. Recentemente,
muitos estudos têm avaliado os efeitos do chá verde em diversas patologias. Entre os constituintes do chá verde estão os compostos polifenólicos, que perfazem de 30% a 40% do extrato seco, em que há predomínio dos flavonoides. As quatro principais catequinas do chá verde
são epicatequina (EC), epicatequina galato (ECG), epigalocatequina
(EGC) e epigalocatequina galato (EGCG). O mecanismo de ação das
catequinas do chá verde indica um grande potencial antioxidante. O
objetivo deste projeto é caracterizar os efeitos de uma mistura de catequinas contendo as quatro principais catequinas do chá verde, sobre
alguns parâmetros funcionais dos leucócitos (neutrófilos e linfócitos)
humanos in vitro. Materiais e métodos: Os neutrófilos e linfócitos
foram obtidos do sangue periférico de indivíduos saudáveis. As células
foram isoladas do sangue total e utilizadas a fresco ou após cultura de
18h e 24h. As células foram cultivadas com a mistura de catequinas
contendo: 30 µM de EGCG, 3 µM de EGC, 2 µM de ECG e 1,4 µM
de EC. As seguintes avaliações foram realizadas: teste de citotoxicidade
de cada catequina e da mistura, produção de ânion superóxido pelas
sondas dehidroetidina (DHE) e lucigenina em neutrófilos e linfócitos;
produção de peróxido de hidrogênio pela sonda DCFH-DA e fenol
S149
RESUMOS DE PÔSTERES
vermelho e produção de óxido nítrico pelo método de Griess. Resultados: A mistura de catequinas utilizada neste projeto não ocasionou
citotoxicidade conforme verificado pelo método de Tripan Blue após
18 e 24 h em ambas as células. A mistura de catequinas não ocasionou diferenças significativas na produção de ânion superóxido (DHE)
nos neutrófilos, já nos linfócitos houve uma redução significativa de
75% entre o grupo mistura e controle estimulado com PMA. A avaliação de ânion superóxido por lucigenina mostrou que as catequinas
diminuíram a produção de superóxido tanto em relação ao controle
estimulado com PMA como estimulado com zimosan. A produção de
peróxido de hidrogênio extracelular (fenol vermelho) não apresentou
diferenças significativas em neutrófilos. No entanto, a produção de
peróxido de hidrogênio intracelular (DCFH-DA) apresentou-se diminuída (40%) no grupo tratado com catequinas em relação ao grupo
controle estimulado. O ensaio de óxido nítrico mostrou que o grupo
com a mistura estimulado com PMA diminuiu 25% em relação ao
grupo controle estimulado nos neutrófilos. Os linfócitos não apresentaram diferença significativa entre os grupos. Conclusão: Resultados
preliminares demonstram a capacidade antioxidante de uma mistura de catequinas evidenciada pela diminuição da produção de ânion
superóxido, peróxido de hidrogênio e óxido nítrico em neutrófilos
humanos. Os linfócitos também apresentaram atividade antioxidante
por diminuir a produção de ânion superóxido. Apoio financeiro: Bolsa PIBIC-CNPq: (1225343/2011-6); PIBIC UNICSUL; FAPESP
2011/19216-8.
PT.118 IMPACTO DE UMA MISTURA DE CATEQUINAS DO CHÁ
VERDE NA FUNÇÃO DE NEUTRÓFILOS HUMANOS IN VITRO
Silvério R1, Maia O1, Marinovic MP1, Morandi AC1, Otton R1
1
Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL) – Lab. de Fisiologia Celular
Introdução: O chá verde, obtido a partir das folhas da planta Camellia sinensis, é uma das bebidas naturais mais consumidas no mundo. Esse chá possui uma variedade de substâncias ativas, dentre as
quais destacamos as catequinas. As principais catequinas encontradas
no chá verde incluem a epigalocatequina 3 galato (EGCG), epigalocatequina (EGC), epicatequina galato (ECG) e epicatequina (EC), que
estão presentes em diferentes proporções. Entre todos os efeitos benéficos atribuídos ao contínuo consumo de chá verde, estão a redução
de doenças cardiovasculares e a melhoria das atividades antibacteriana,
antivirótica, antioxidante e anti-inflamatória. Os neutrófilos são células do sistema imune inato que participam ativamente no processo inflamatório. As principais funções dessas células na defesa do organismo
envolvem o processo de fagocitose, produção de espécies reativas de
oxigênio (EROs) e liberação de citocinas. Essas ações são de extrema
importância na proteção do organismo, mas a ativação contínua dos
neutrófilos pode acarretar danos em biomoléculas, colaborando, assim, para o comprometimento do processo inflamatório. Como uma
maneira de modular a produção de EROs, tem se abordado a utilização de antioxidantes obtidos por meio da dieta. Este estudo avaliou
in vitro as ações moduladoras de uma mistura contendo as quatro
principais catequinas sobre a função dos neutrófilos humanos. Métodos: Os neutrófilos foram coletados a partir do sangue periférico
de indivíduos saudáveis. As células foram isoladas utilizando-se um
gradiente de densidade (Histopaque 1.077 – Sigma), contadas (câmara de Neubauer) e direcionadas (1 x 106/ml) para tratamento agudo
ou para cultura de 18h em meio RPMI 1640. Os ensaios realizados
foram: viabilidade celular (exclusão de tripan blue); capacidade fagocítica de neutrófilos desafiados com partículas opsonizadas de zimosan; atividade da enzima mieloperoxidase (MPO) e liberação de ácido
hipocloroso (HOCl) em células estimuladas com PMA (20 ng/well).
Para a liberação das citocinas pró-inflamatórias TNF-α, IL-6 e IL-1β
(ELISA), as células foram estimuladas com lipopolissacarídeo (LPS 10
µl/ml) por 18h. A concentração de cada catequina presente na mistura foi: 30 µM de EGCG, 3 µM de ECG, 2 µM ECG, 1.4 µM EC.
Resultados: A mistura de catequinas não alterou significativamente a
viabilidade dos neutrófilos cultivados por 18h. O índice de fagocitose
S150
não foi alterado pela mistura de catequinas, entretanto a capacidade
fagocítica dos neutrófilos desafiados com partículas opsonizadas de
zimosan aumentou significativamente em 52% no grupo de células tratado com a mistura quando comparado ao grupo controle. A atividade
da MPO e a liberação de HOCl reduziu significativamente cerca de 51
e 63 vezes, respectivamente, em relação ao grupo controle estimulado
com PMA. A produção das interleucinas pró-inflamatórias também foi
reduzida significativamente, em média 30%, nas células tratadas com a
mistura de catequinas. Conclusão: A partir desses resultados constatamos que a mistura de catequinas apresenta ação imunomodulatória
importante sobre a função de neutrófilos humanos, sendo esa principalmente anti-inflamatória e antioxidante. Apoio financeiro: FAPESP
(2011/19216-8), CNPq e Universidade Cruzeiro do Sul.
PT.119 INTER-RELATIONSHIPS AMONG INSULIN RESISTANCE,
NONALCOHOLIC FATTY LIVER DISEASE AND OBSTRUCTIVE
SLEEP APNEA IN PATIENTS WITH POLYCYSTIC OVARY
SYNDROME
Tock L1, Carneiro G1, Torgeiro SM2, Hachul H2, Tufik S2, Pereira A1, Zanella
MT1
Federal University of São Paulo (Unifesp) – Department of Endocrinology. 2 Unifesp
– Department of Psychobiology
1
Introduction: Recently, numerous studies have shown higher prevalence of obstructive sleep apnea (OSA) and nonalcoholic fatty liver
disease (NAFLD) in patients with polycystic ovary syndrome (PCOS).
Considering that hyperandrogenemia and insulin resistance (IR) may
play a significant role in the pathogenesis of OSA and NAFLD, the objective of this study was to assess whether in PCOS subjects OSA predisposes to the development of NAFLD and to evaluate a possible role
of hyperandrogenemia in the development OSA in PCOS subjects.
Methods: Thirty-eight women with PCOS were evaluated with ultrasound for the presence of NAFLD and measurement of abdominal
fat compartments; polysomnography test, standard oral glucose tolerance test, androgen profile, serum lipids and liver enzymes dosages.
Results: The prevalence of OSA and NAFLD in PCOS subjects was
31.6% and 44.7% respectively. The prevalence of NAFLD was higher
in OSA patients compared with non-OSA patients (83.3% vs. 26.9%,
p < 0.001) and the mean apnea-hypopnea index (AHI) was higher
in NAFLD compared with non-NAFLD patients (p < 0.001). Those
with OSA had higher anthropometric and androgen levels and a worse
metabolic profile. On multivariate logistic regression, hyperandrogenemia was independently associated with OSA (OR = 8.18, p = 0.023).
When the main risk factors for the development of NAFLD (obesity,
IR and OSA) were analyzed, only OSA showed to be an independent
predictor of NAFLD (OR = 7.63, p = 0.044). Discussion: This study
demonstrates that women with PCOS have high prevalence of OSA
and NAFLD and the presence of these diseases is associated with a
worse metabolic profile and IR in this group of patients. Androgens
appear to contribute to the aggravation of OSA (1) and in our study
hyperandrogenemia was independently associated with OSA in PCOS
subjects, independent of the degree of adiposity. OSA contributes to
an unfavorable metabolic profile associated with IR (2) and studies
suggest that OSA may contribute to the development of NAFLD
(3,4). Parte superior do formulário. In our study, most patients with
OSA were also affected by NAFLD. There is clear association between
NAFLD and IR (5,6) and studies have demonstrated high prevalence
of NAFLD as its association with IR in PCOS subjects (7-8). Our
results are in agreement with these findings and beyond that “Parte
superior do formulário”. OSA showed to be an independent predictor of NAFLD in this group. In conclusion our data suggests that
hyperandrogenemia predisposes OSA in PCOS subjects. In turn, the
occurrence of OSA predisposes NAFLD independent of obesity and
IR. These data lead us to indicate polysomnography in PCOS subjects
affected by NAFLD. Sources of funding: AFIP (Associação Fundo
de Incentivo a Psicofarmacologia). Reference: 1) Behan M. Respir
Phisiol Neurobiol. 2008;164(1-2):213-21 . 2) Punjabi NM. Am J Epidemiol. 2004;160:521-30. 3) Mishra P. Liver Int. 2008;28(8):1080-
RESUMOS DE PÔSTERES
6. 4) Aron-Wisnewsky J. J Hepatol. 2011;56(1):225-33. 5) Farrell
CG. Hepatology. 2006;43:99-111. 6) Dâmaso AR. Dig Liver Dis.
2008;40(2):132-9. 7) Cerda C. J Hepatology. 2007;47:412-7. 8)
Vassilatou E. Hum Reproduction. 2010;25:212-20.
PT.120 PSICOTERAPIA BREVE EM PACIENTES DIABÉTICOS DO
TIPO 1 COM MÁ ADESÃO AO TRATAMENTO
Zanini MH1, Fávero SA1
1
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Centro de Diabetes – Departamento de Psiquiatria
Introdução: Pacientes com DM1 que apresentam má adesão ao tratamento e mantêm mau controle glicêmico contínuo e persistente
apresentam maior risco de desenvolver complicações da doença. É
imprescindível que a equipe de tratamento desenvolva estratégias de
ação que melhorem a adesão ao tratamento. A psicoterapia breve é
uma prática de tratamento que busca abordar a problemática psíquica
específica, em um limite de tempo, por meio da identificação de um
foco a ser trabalhado, que pode estar relacionado com sintomas, características de personalidade, dificuldades de adaptação, entre outros,
respeitando a singularidade de cada paciente. Métodos: Foram realizados dois atendimentos em psicoterapia breve como coadjuvantes no
tratamento de pacientes DM1 com mau controle glicêmico contínuo
e persistente do Centro de Diabetes da Unifesp. Resultados: Caso 1:
H., sexo feminino, 9 anos, início do diabetes há três anos, em tratamento no Centro de Diabetes há três meses. Tempo de tratamento:
três meses. Focos: ansiedade, fragilidade emocional e não aceitação
do DM1. Ela se achava diferente dos outros colegas da escola, saía
correndo e não aplicava insulinas. Por meio do acolhimento das expressões de angústia com desenhos e intervenções, o fortalecimento
de ego foi um ponto desenvolvido. H. evoluiu com maior segurança,
passou a realizar as tarefas relacionadas com o diabetes com maior naturalidade e está mais comunicativa com seus colegas na escola. Caso 2:
C., sexo masculino, 14 anos, início do diabetes há cinco anos, em tratamento no Centro de Diabetes há cinco anos. Tempo de tratamento:
seis meses. Focos: depressão, luto, desmotivação com o tratamento.
Paciente apresentava-se desmotivado com o tratamento sem, a princípio, relacionar esse sentimento com o fato de seu pai ter falecido por
diabetes por ocasião do surgimento de seu próprio diabetes. Foi realizada discriminação de fatores relacionados, ou seja, compreensão de
que o desfecho clínico de seu pai tinha sido diferente do que poderia
ser o dele, uma vez que seu pai não cuidava do diabetes e ele poderia
cuidar. Elaboração do luto. Paciente evoluiu com melhora dos sintomas depressivos, da motivação e da adesão ao tratamento. Discussão:
Relatamos dois casos de pacientes DM1 atendidos em psicoterapia
breve que obtiveram sucesso terapêutico com melhora da adesão ao
tratamento e dos sintomas psicológicos associados aos cuidados com
o diabetes. A psicoterapia breve pareceu ser útil como coadjuvante do
tratamento de pacientes DM1 na melhora da adesão ao tratamento. O
modelo proposto pode ser colocado à prova, com relação à sua aplicabilidade e eficácia, por meio de estudos clínicos controlados e randomizados. Por causa da complexidade dos fatores envolvidos na adesão
ao tratamento de pacientes com DM1, para que se possam abordar os
vários aspectos envolvidos, o trabalho em equipe interdisciplinar é de
fundamental importância.
PT.121 FATORES RELACIONADOS COM MÁ ACEITAÇÃO DO
TRATAMENTO EM PACIENTES DIABÉTICOS DO TIPO 1
Zanini MH1
1
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Centro de Diabetes – Departamento de Psiquiatria
Introdução: Dificuldades com a aceitação do tratamento podem estar
relacionadas com má adesão em pacientes DM1 com mau controle
glicêmico contínuo e persistente. A metodologia qualitativa de pesquisa permite a exploração de fatores desconhecidos a priori e pode
contemplar uma vasta gama de elementos em ação. Por meio da aná-
lise dos discursos, da comparação sistemática de temas emergentes e
da interpretação, a metodologia se fundamenta nos dados para o desenvolvimento da teoria explicativa. Métodos: O estudo foi realizado
no ambulatório de DM1 do Centro de Diabetes da Unifesp, com metodologia qualitativa, com o objetivo de ampliar o entendimento dos
mecanismos intrínsecos à má adesão ao tratamento. A pesquisadora
realizou observação participante com anotações de campo. Resultados: Os temas emergentes foram: “Eu me sinto cansada... Eu sei que
eu preciso fazer, mas não sinto vontade”; “Eu tenho tanta coisa pra
fazer que não sobra tempo pra eu me cuidar”; “Eu tenho um verdadeiro bloqueio. Eu quero, mas eu não consigo!”; “Eu não faço porque
eu não quero”; “Eu não tinha largado o tratamento, eu só não estava
fazendo os controles”; “Eu faço o mínimo e faço tudo como se eu
não tivesse problema nenhum”; “Desde que o diabetes apareceu, a
minha vida virou um inferno”; “Eu não queria ter esta doença e não
tem ninguém que vai fazer eu me cuidar”; “Não me conformo de ter
que fazer tudo isto e ver que ninguém mais faz”; “Eu sempre me achei
diferente dos outros e eu não queria fazer os controles na frente de
todo mundo”; “Agora eu não vou poder fazer um monte de coisa que
eu quero”; “Eu corria atrás da glicemia perfeita e quando eu via que
não dava certo, eu largava tudo e não fazia mais nada”; “Eu era muito
impaciente e não conseguia esperar o resultado com aquela dose de
insulina”; “Eu aplico insulina para queimar a glicose” (sem compreensão da função da insulina para aproveitamento da glicose). Discussão:
O conhecimento pelo paciente da importância dos cuidados com o
diabetes por vezes não é suficiente para garantir sua realização. Por
ser o DM1 uma patologia de longo prazo, a exaustão com as tarefas
ocorre com alguma frequência e pode surgir a qualquer momento.
O indivíduo com DM1 pode não se dar conta de que está sendo negligente com o seu tratamento. Como a hiperglicemia moderada em
geral não ocasiona sintomas em curto prazo, o indivíduo com DM1
pode ficar verdadeiramente distante dessa realidade e aplicar insulina
minimamente e deixar de aplicar as várias doses necessárias para um
bom controle das hiperglicemias. O simples controle de “taxas glicêmicas” pode parecer algo distante e de pouca aplicabilidade prática, a
“boa utilização da glicose” permite uma maior apropriação do tratamento pelos pacientes e uma atribuição de significado positivo à prática de aplicação de insulina. Se o paciente estiver compreendendo o
processo todo e estiver acompanhando o raciocínio clínico, poderá se
sentir motivado e ficar cooperante com o tratamento, caso não consiga
compreender ou não for devidamente esclarecido, pode ter dificuldades em obter bons resultados e perder a motivação. A conscientização
da necessidade do tratamento exige que sejam ultrapassadas barreiras
relacionadas com desconforto social, preconceito e constrangimento.
PT.122 ABSENCE OF MATERNAL MELATONIN DURING
GESTATION AND LACTATION CAUSES HEPATIC INSULIN
RESISTANCE IN THE OFFSPRING
Ferreira DS1, Amaral FG2, Mesquita CC1, Lima AB1, Lellis-Santos C2, Turati
A2, Santos LRB2, Gomes PRL2, Sollon C1, De Almeida Faria J1, CipollaNeto J2, Bordin S2, Anhê GF1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Farmacologia. 2 Universidade
de São Paulo (USP) – Fisiologia
1
Background: Phase shifts are known to decrease night time melatonin secretion and to elicit glucose intolerance in the offspring when
applied to gestating rats. In the adult rat, melatonin plays an important role in the circadian control of metabolism by timing insulin action and suppressing nocturnal gluconeogenesis. The present study
addresses, therefore, the importance of maternal melatonin for the
programing of the metabolic status of the offspring. Methodology/
Principal findings: We found that rats born from and breast-fed by
pinealectomized mothers (PINXoff) were glucose intolerant displaying hepatic insulin resistance and increased gluconeogenesis. No parallel changes in insulin signal transmission were detected in skeletal
muscle. Pancreatic islets isolated from PINXoff presented impaired
glucose-stimulated insulin secretion. Importantly, these alterations
were detected exclusively at the end of the light phase of the light/
S151
RESUMOS DE PÔSTERES
dark cycle, indicating that PINXoff rats exhibit time-dependent glucose intolerance. This metabolic status was detected in parallel to reduced corticosterone levels at the end of the light-phase and increased
melatonin levels at the end of dark-phase. This altered pattern of daily
energy metabolism was absent in the offspring of pinealectomized
mothers that received melatonin replacement during pregnancy and
lactation. Conclusion/Significance: The present results support the
novel concept that maternal melatonin is responsible for the programing of the daily pattern of energy metabolism in the offspring. Funding: FAPESP and CNPq.
PT.123 CRITÉRIOS DA ADA OU IADPSG PARA O
DIAGNÓSTICO DO DMG?
Vernini JM1, Saito FH1, Moreli JB1, Carmo GO1, Morceli G1, Dias A1,
Damasceno DC1, Rudge MVC1, Calderon IMPC1
1
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Introdução: De acordo com o IADPSG (International Association of
Diabetes and Pregnancy Study Groups. Diabetes Care. 2010;33:676),
os novos critérios recomendados deverão identificar um maior número de gestantes com hiperglicemia, que deve ser tratada. Objetivo:
Identificar o percentual de gestantes com valores normais (grupo
TTG-NL) e alterados (grupo TTG-ALT) com respostas ao TTG75g
por critérios IADPSG. Diabetes Care. 2010;33:676). Método: Um
total de 650 gestantes com TTG75g normal pelos critérios da ADA
(American Diabetes Association. Diabetes Care. 2009;32:62), que define como limites de normalidade glicemia de 95, 180, 155 e 140 mg/
dl, respectivamente para o jejum, 1, 2 e 3 horas após ingestão de 75 g
de glicose. Dois valores iguais ou superiores confirmarão o TTG75g
alterado. Essas pacientes foram reclassificadas, considerando os critérios do IADPSG (jejum = 92; 1h = 180 e 2h = 153 mg/dl/1 ou
mais amostras alteradas). Avaliou-se o percentual (%) de gestantes com
pelo menos uma amostra alterada no TTG75g e o percentual do peso
médio dos recém-nascidos (RN) com peso ≥ 4.000 g (macrossomia).
Para análise estatística, foram utilizados os testes do qui-quadrado
e Mann-Whitney (p < 0,05). Resultados: Do total de 650 gestantes, 479 (73,7%) mantiveram o resultado normal (TTG-NL) e 171
(26,3%) apresentaram pelo menos uma amostra alterada (TTG-ALT),
sendo reclassificadas como portadoras diabetes mellitus gestacional
(DMG). Os RN do grupo TTG-NL tinham peso médio de 3222,75
gramas e o peso médio do grupo TTG-ALT foi de 3275,88 gramas.
Essa diferença não foi significativa (p = 0,293), mas o percentual de
macrossomia foi diferente entre os grupos: 38 (7,9%) vs. 19 (11,11%),
respectivamente, nos grupos TTG-NL e TTG-ALT (p = 0,024). Conclusão: O critério do IADPSG identificou mais 25% de mulheres com
diabete gestacional e maior proporção de recém-nascidos macrossômicos, reforçando a validade do diagnóstico e tratamento precoce da
hiperglicemia materna.
PT.125 PROTOCOLO DE ATENDIMENTO EM HIPERTENSÃO
ARTERIAL E DIABETES MELLITUS DA SECRETARIA MUNICIPAL DE
SAÚDE DE RIBEIRÃO PRETO/SP
Torquato MTCG1, Santos AS1, Zanetti ML2, Teixeira CRS2, Pace AE2,
Godoy S2, Souza SMX1, Vassimon CS1
Programa de Aprimoramento em Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus – Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto. 2 Universidade de São Paulo (USP)
– Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
1
Introdução: O diabetes mellitus (DM) e a hipertensão arterial (HA)
são comorbidades e representam sério problema de saúde, acometendo, respectivamente, 12,1% e 40,5% da população adulta de Ribeirão
Preto. Para o atendimento multiprofissional adequado, é necessário
ampliar as estratégias de informação e atualização do conhecimento.
Objetivos: Elaborar um protocolo de atendimento multiprofissional
em HA e DM da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto/SP
(SMSRP), seguindo as diretrizes atuais e as especificidades do município. Metodologia: Um grupo interinstitucional, formado por profissionais de Programa de Aprimoramento Multiprofissional em HA e
S152
DM da SMSRP e da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP,
elaborou o protocolo de acordo as diretrizes atuais e a experiência
clínica das duas instituições, agregando dados dos instrumentos e recursos já utilizados pela SMSRP, contemplando os dados do HIPERDIA e os indicadores de desempenho de programas de atendimento
da Sociedade Brasileira de Diabetes. Contamos com a colaboração e
sugestões de experts da Faculdade Medicina de Ribeirão Preto/USP,
Centro Universitário Barão de Mauá e Universidade de Ribeirão Preto. Resultados: O protocolo contém 23 capítulos: Introdução, epidemiologia e objetivos, Conceito, etiologia e classificação, Fatores de
risco, Critérios diagnósticos, Fluxo de atendimento, Recursos humanos, Atribuições e competências da equipe, Rotina de atendimento
médico e de enfermagem, Pé diabético: Avaliação e cuidado, Rotina
de exames laboratoriais, Medicamentos padronizados, Fluxograma de
tratamento, Metas de tratamento, Complicações agudas e crônicas,
Protocolo de distribuição e reutilização na insulinoterapia domiciliar,
Monitorização da glicemia e da pressão arterial, Programa de Aprimoramento Multiprofissional em HA e DM, Conteúdo do programa
educativo em hipertensão e diabetes, Prevenção de doenças crônicas
não transmissíveis (Núcleo Passaporte para a Saúde), Definição de indicadores de desempenho de programas de atendimento a diabéticos/
hipertensos, Parcerias, Anexos e a Bibliografia consultada e recomendada. Esse material foi disponibilizado no Portal da Secretaria da Saúde – www.saude.ribeiraopreto.sp.gov.br – e impresso em 400 cópias,
distribuídas para as unidades de saúde e universidades parceiras. Conclusão: Disponibilizando o Protocolo na rede de saúde esperamos
otimizar o trabalho multiprofissional e o uso dos recursos disponíveis
para o atendimento ao hipertenso e diabético em nosso município.
PT.126 O ACOMPANHAMENTO POR TELEFONE COMO
ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM NO
PROCESSO DE APLICAÇÃO DE INSULINA NO DOMICÍLIO
Teixeira CRS1, Becker TAC1, Zanetti ML1
1
Universidade de São Paulo (USP) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
Trata-se de um estudo observacional, longitudinal, comparativo do
tipo antes e depois, com abordagem quantitativa, que teve como
objetivo analisar a competência da pessoa com diabetes mellitus para
realizar o processo de aplicação de insulina, antes e após o acompanhamento por telefone. O estudo foi realizado em um centro de saúde
escola do interior paulista. Participaram do estudo 26 pessoas com
diabetes mellitus cadastradas no programa de automonitorização da
glicemia capilar no domicílio. A coleta de dados ocorreu em três fases,
de janeiro a fevereiro de 2010, no período de 30 dias para cada pessoa,
por meio de entrevista semiestruturada, norteadas pelo instrumento
de coleta de dados e o manual de intervenção. Na primeira fase era
realizado o primeiro contato telefônico para a obtenção do consentimento do sujeito em participar do estudo, e em seguida a aplicação
do instrumento de coleta de dados para a avaliação da competência
inicial. Na segunda fase era realizada a abordagem educativa em duas
ligações telefônicas e na terceira fase foi realizada a avaliação da competência final. Na análise dos dados, utilizou-se o software Statistical
Analysis System SAS® 9.0, utilizando a PROC GLM, em que foi proposta a metodologia de análise da variância, com distribuição normal
com média 0 e variância constante e o teste de McNemar. O nível de
significância estatístico adotado foi de 5% (p < 0,05). Das 26 (100%)
pessoas entrevistadas, 80,7% eram do sexo feminino, 69,2% eram casadas, 23% tinham até o primeiro grau incompleto, 34,6% eram do lar e
65,3% encontravam-se na faixa etária entre 50 e 59 anos. Em relação
às variáveis clínicas: 12 (46,15%) pessoas apresentaram tempo de diagnóstico entre 11 a 20 anos e 11 (42,30%), tempo de uso de insulina ≤
5 anos. Com relação às variáveis antropométricas, para o peso, altura
e IMC, a média ± dp foi de 78,81 ± 16,17, 159,69 ± 7,92 e 30,62
± 7,88. Em relação à análise da competência da pessoa com DM, 38
(100%) questões eram referentes ao processo de aplicação de insulina.
Dessas, o acompanhamento por telefone demonstrou-se eficiente em
30 (78,9%) questões, pois em 19 (50%) questões a intervenção foi
estatisticamente significante (p < 0,05), em 11 (28,9%) não houve
RESUMOS DE PÔSTERES
erros nas respostas das pessoas com diabetes mellitus na competência
final e 7 (18,4%) não eram passíveis de intervenção. Conclui-se que o
acompanhamento por telefone foi efetivo como estratégia de intervenção de enfermagem no processo de aplicação de insulina no domicílio.
Nessa direção, apontamos para a necessidade do uso mais abrangente
dessa estratégia na atenção a pessoas com diabetes mellitus, bem como
estudos futuros utilizando-se dessa ferramenta no acompanhamento
de diversas condições crônicas.
PT.127 APOPTOSE INDUZIDA POR PALMITATO EM CÉLULAS
HepG2 DEPENDE DA PRODUÇÃO DE TNF-α
Sollon CS1, Barbosa AP1, Solon C2, Velloso LA2, Anhê GF1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Farmacologia. 2 Unicamp –
Fisiopatologia Médica
1
A obesidade vem aumentado dramaticamente nos últimos anos e está
intimamente ligada à resistência periférica à insulina (RI). Indiví­duos
obesos apresentam altos níveis de ácidos graxos saturados livres e adipocinas, que podem desempenhar um papel nessa alteração fiosiopatológica. Tanto ácidos graxos saturados como citocinas pró-inflamatórias induzem apoptose em vários tipos celulares tais como células
cardíacas, células betapancreáticas, hepatócitos, entre outras, gerando
complicações metabólicas que diminuem a expectativa de vida de indivíduos com RI. O mecanismo pelo qual palmitato induz a apoptose,
apesar de parcialmente esclarecido, tem mostrado ser dependente do
tipo de célula. Em linhagem celular de carcinoma hepatocelular humano (HepG2), o tratamento com palmitato não só medeia lipotoxicidade por meio do aumento de espécies reativas de oxigênio (ROS), tais
como o peróxido de hidrogênio (H2O2) e radicais hidroxila (OH *). Assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar qual a repercussão do
aumento da produção de TNF-α sobre a sobrevida de células HepG2
tratadas com palmitato. Após 6 horas de tratamento com palmitato
ocorre um aumento transitório da expressão do mRNA que codifica
o TNF-α. A partir de 12 horas e 24 horas de tratamento encontramos o aumento da atividade de proteínas intracelulares ativadas pelo
TNF-α tais como a IkappaK e a Ikappa-beta. Em paralelo, ensaios de
fragmentação de DNA mostraram que a apoptose aumentou 20% e
23% após 24 e 48 de tratamento com palmitato. Quando combinado a um anticorpo neutralizante antiTNF-α (infliximab), o palmitato
foi incapaz de estimular a apoptose. O infliximab também foi eficaz
em inibir o aumento da produção de ROS estimulada por palmitato.
Nosso estudo também demonstrou que o inibidor de síntese proteica ciclohexamida (CHX) bloqueia a apoptose e o aumento de ROS
estimulados por palmitato. De maneira concordante, tanto a CHX
quanto o infliximab bloqueiam a ativação da IkappaK e Ikappa-beta
estimulada pelo palmitato. Em conjunto, nossos dados demonstram
que a apoptose, bem como o aumento da produção de ROS, estimulada pelo palmitato em hepatócitos é secundária à produção e à ação
do TNF-α. Agradecimentos: FAPESP e CNPq pelo apoio financeiro.
PT.128 “AVALIAÇÃO DE UMA INTERVENÇÃO EM GRUPO
EDUCATIVO PARA PACIENTES DIABÉTICOS”
Borges AM1, Gorayeb R1, Foss-Freitas MC2
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HC-FMRP-USP) – Neurociências e Ciências do Comportamento. 2
HC-FMRP-USP Departamento de Clínica Médica
1
O diabetes mellitus (DM) exige do paciente comportamentos de autocuidado e mudanças em sua rotina, sendo a orientação parte essencial
do tratamento. O objetivo deste trabalho foi oferecer atendimento
psicoeducativo em grupo para pacientes diabéticos, favorecendo uma
melhor compreensão da doença, maior adesão, possibilidade de o paciente fazer escolhas mais saudáveis, com isso diminuindo as chances
de complicações da doença mal tratada. Foram incluídos 12 pacientes
(grupo intervenção = 7, grupo controle = 5) com DM, de ambos os
sexos, seguidos no ambulatório de Endocrinologia de um hospital público terciário, pareados quanto a idade, tipo de diabetes e complicações da doença. O grupo controle (GC) recebeu apenas o tratamento
médico ambulatorial rotineiro, enquanto o grupo intervenção (GI)
participou de uma ação psicoeducativa de nove semanas. No GI foram
utilizados como ferramenta de facilitação os mapas de conversação,
elaborados pela Healthy Interactions INC., que abordam temas relacionados ao diabetes. Além disso, os pacientes foram monitorados
pelo programa telemedicina MedLevensohn de gestão de diabetes e
receberam um kit para medir glicemia. Em cada encontro um tema foi
discutido pelo grupo, com a ajuda dos facilitadores (psicóloga, aprimorando de psicologia e residente médico). Foi solicitada dosagem de
HbA1c no início e ao final do período de avaliação em ambos os grupos, e os pacientes foram orientados a medir diariamente em suas casas
as taxas de glicemia de jejum e pós-prandial. As medidas registradas no
glicosímetro foram transmitidas por meio do procedimento de telemedicina a um prontuário eletrônico. A cada encontro foi entregue uma
folha com o registro das glicemias da última semana, com o objetivo
de visualizar e entender seu controle glicêmico e encorajar mudanças
de hábito que favoreçam um melhor controle. Resultados: Do total
da amostra, 57,1% eram mulheres; 57,1% eram casados; 71,4% tinham
cursado no máximo até a 4a série; 71,4% encontravam-se na faixa etária
de 40 a 60 anos; 71,4% tinham renda familiar de até três salários mínimos. Com relação à doença, 71,4% foram diagnosticados há mais de
10 anos, sendo 42,8% com diabetes tipo 2, 28,6% do tipo lada e 28,6%
do tipo 1 e 71,4% apresentavam diagnóstico da doença na família.
Observou-se a concomitância de outras patologias como dislipidemia
(85,7%); obesidade ou sobrepeso (85,75); nefropatias (71,4%); hipertensão (57,1%); neuropatia (57,1%); depressão (42,9%) e transtorno
de ansiedade (14,2%). Com relação aos exames laboratoriais, o GI teve
uma diminuição de 4,5 pontos percentuais na HbA1c (de 9,76±2 para
X = 9,11 ± 1,45), enquanto no GC houve um aumento de 4,1 pontos
percentuais na HbA1c (de 7,98 ± 1,78 para 8,80 ± 1,69). No decorrer
das sessões os pacientes do GI adotaram uma postura mais ativa no
tratamento. Notou-se um mudança no discurso desses pacientes com
relação ao controle alimentar, que antes era visto apenas como privação, para necessidade de uma reeducação alimentar. Concluiu-se que a
educação em grupo mostrou ser um recurso eficiente no tratamento, e
a troca de experiências entre os pacientes favoreceu tanto o aprendizado quanto o processo de aceitação da doença e adaptação às mudanças
necessárias. Entidade financiadora: MedLevensohn.
PT.129 O EXTRATO FENÓLICO DO FRUTO ARAÇÁ (PSIDIUM
CATTLEIANUM SABINE) PROTEGE CONTRA MORTE INDUZIDA
POR ESTRESSE OXIDATIVO EM CÉLULAS BETAPANCREÁTICAS:
ESTUDO IN VITRO DO MECANISMO DE AÇÃO
Garofolo IC1, De Souza Schmidt Gonçalves AE2, Santos LRB1,
Genovese MI2, Bordin S1, Curi R1, Lellis-Santos C1
Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica. 2 USP – Alimentos e Nutrição Experimental
1
Introdução: O desenvolvimento e complicações do diabetes envolvem aumento do estresse oxidativo e atividade inflamatória nos tecidos, sobretudo em células betapancreáticas. Estudos têm demonstrado papel protetor dos compostos fenólicos, presentes na dieta, por
meio de mecanismos que modulam a sinalização inflamatória e atividade antioxidante. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito do extrato fenólico do fruto nativo brasileiro Araçá (Psidium cattleianum
Sabine) na toxicidade, ativação de vias de sinalização e estresse oxidativo em células betapancreáticas. Métodos: Os compostos fenólicos
de Araçá foram purificados em coluna de poliamida, liofilizados e ressuspendidos em água. Esse extrato foi utilizado para o tratamento de
células betapancreáticas INS1e nas doses de 100, 500 ou 1.000 µg/
ml por 1 ou 24h. Em seguida, determinamos a toxicidade do extrato
por citometria de fluxo, na presença ou ausência de H2O2 (40 µM),
reconhecido indutor de estresse oxidativo. Além disso, investigamos
vias de sinalização ativadas pelo extrato. Resultados: Os compostos
fenólicos determinados por cromatografia líquida de alta eficiência
(CLAE) do extrato de araçá foram catequina, rutina e ácido elágico.
Apenas a dose de 1.000 µg/ml promoveu aumento significativo da
fragmentação de DNA e diminuição da integridade de membrana.
S153
RESUMOS DE PÔSTERES
O tratamento na dose de 100 µg/ml por 1h aumentou significativamente a fosforilação de ERK1/2 e Akt em aproximadamente 72% e
119%, respectivamente. O tratamento promoveu diminuição significativa de 28% e 25% da expressão da proteína fosfatase de MAPK
1 (MKP1) nas doses de 100 e 500 µg/ml por 1h, respectivamente.
Além disso, o extrato diminuiu significativamente em 59% a fosforilação da AMPK após 1h de tratamento na dose de 100 µg/ml.
A incubação das células com H2O2 por 1 hora promoveu aumento
de 89,5% na fragmentação do DNA, a presença do extrato de araçá
(100 µg/ml) promoveu uma redução de 32,9% sobre esse dano. O
tratamento prévio por 24h com a mesma dose do extrato bloqueou
completamente o efeito do H2O2. Conclusão: O extrato de araçá
modula a via ERK1/2, Akt e AMPK em células betapancreáticas.
Os resultados demonstram um possível efeito protetor do extrato de
araçá contra o estresse oxidativo. Nossos estudos in vitro apontam o
araçá como um potencial alimento funcional ou extrato nutracêutico
para o tratamento e/ou prevenção de diabetes. Apoio financeiro:
FAPESP, CNPq/PIBIC.
PT.130 DESEMPENHO REPRODUTIVO MATERNO DE RATAS
ORIUNDAS DE AMBIENTE INTRAUTERINO HIPERGLICÊMICO
Gallego FQ1, Corvino SB1, Netto AO1, Sinzato YK1, Volpato GT2, Campos
KE2, Calderon IMP1, Rudge MVC1, Damasceno DC1
1
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (UNESP)
– Laboratório de Pesquisa Experimental em Ginecologia e Obstetrícia. 2 Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
Introdução: As condições de saúde apresentadas no transcorrer da
vida adulta de um indivíduo resultam da combinação de predisposições genéticas e influências do meio ambiente. Para compreender
os mecanismos fisiopatológicos decorrentes do ambiente intrauterino
desfavorável, modelos experimentais são desenvolvidos. Nosso grupo
de pesquisa demonstrou que ratas com diabetes induzido por droga
betacitotóxica (streptozotocin) durante a idade adulta mostraram glicemia superior a 300 mg/dl (diabetes grave) e seus recém-nascidos
(RN) apresentaram restrição de crescimento intrauterino (RCIU) e
nasceram com peso pequeno para a idade de prenhez (De Souza et
al. Reprod Biomed Online. 2009;18:562; Volpato et al. J Ethnopharmacol. 2008;116:131). Nossa hipótese é que, pelo fato de esses
animais se desenvolverem em meio intrauterino hiperglicêmico, eles
poderiam apresentar alterações quanto ao desempenho reprodutivo
na vida adulta. Objetivo: Avaliar o desempenho reprodutivo materno
de ratas que se desenvolveram durante a vida intrauterina em meio
hiperglicêmico. Materiais e métodos: O diabetes foi induzido em
ratas adultas e o grupo não diabético recebeu veículo. Todas as ratas
foram acasaladas e tiveram parto vaginal, seus recém-nascidos foram
pesados e, de acordo com os pesos corpóreos, foram classificados em
pequenos (PIP), adequados (AIP) e grandes (GIP) para idade de prenhez. O critério de inclusão foram ratas AIP advindas de mães não
diabéticas e de ratas PIP oriundas de mães diabéticas. Na fase adulta,
essas ratas também foram acasaladas e os índices de desempenho reprodutivo foram avaliados. Foi considerado valor de significância de p
< 0,05. Resultados e discussão: As ratas não diabéticas apresentaram
maior porcentagem de recém-nascidos (RN) AIP e menores taxas de
RN PIP e GIP. No grupo diabetes grave, foi observada alta porcentagem de RN PIP em relação aos que nasceram AIP e GIP. Esses
dados corroboram a Teoria de Pedersen (Pedersen. Acta Endocrinol.
1954;16:342), em que a hiperglicemia materna leva à hiperglicemia
fetal, que causa hiperplasia das células betapancreáticas fetais levando
à hiperinsulinemia. Por causa da constante hiperglicemia materna, as
células beta entram em exaustão, acarretando hipoinsulinemia fetal,
contribuindo para o quadro de RCIU, pois a insulina atua de forma
semelhante ao hormônio de crescimento. Das 31 ratas AIP acasaladas,
85,7% tiveram prenhez a termo com filhotes vivos e 14,3% apresentaram perdas embrionárias sem a presença de filhotes vivos. No grupo PIP, 55,6% das ratas tiveram filhotes e 44,4% delas apresentaram
perdas embrionárias. Conclusão: As ratas PIP apresentaram menor
número de prenhez a termo e maior número de perdas embrionárias,
S154
mostrando que ambiente intrauterino desfavorável, causado pela hiperglicemia, contribuiu para alterar o desempenho reprodutivo na fase
adulta inicial da vida dessas ratas. Isso demonstra que o meio intrauterino onde o feto se desenvolve atua na programação do indivíduo
ao longo de sua vida, a qual é modificada em relação à fisiologia e
metabolismo. Apoio financeiro: CAPES/Brasil.
PT.131 CIRCADIAN VARIATIONS OF HYPOTHALAMIC UPR
REVEALS A ROLE FOR ATF6 BRANCH IN THE CONTROL OF
FEEDING BEHAVIOR
Mesquita CC1, Ferreira DS1, Lima APB1, Sollon C1, Kitone APBM1,
Ignacio-Souza L2, Razolli DS2, Morari J2, Velloso LA2, Anhê GF1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Farmacologia. 2 Unicamp –
Fisiopatologia Médica
1
Background: Unfolded protein response is an adaptive cellular response that adjust protein translation rate to specific external stress.
This response has been demonstrated to mediate programmed cell
death and insulin resistance in pathophysiological conditions such as
diabetes. More recently, it has been demonstrated that the pharmacological activation of UPR in the hypothalamus is able to stimulate
food intake through mechanism not completely determined. Methodology/Principal findings: The present study aimed to verify the
circadian alterations in the UPR braches and their putative connections with the feeding behavior. Our data demonstrated that hypothalamus removed from ad libitum fed rats had increased PERK
phosphorylation and GCN2 expression during the day-time when
compared to night-time. We also detected a night-time increase in
eiF2alpha phosphorylation peaking at the transition from the light
to dark phase. ATF4 expression did not show a circadian pattern
of variation. CHOP and ATF6 expression exhibited an increase in
night time peaking at the transition from the light to dark phase. Six
meal regimen abrogated the circadian variations in PERK, eiF2alpha and GCN2 but had no effect over circadian variability of ATF6
and CHOP. Immunoprecipitation assay revealed increased binding
of ATF6 to CRTC2 in the hypothalamus of rats sacrificed during
the night. In parallel, CRTC2 association to the transcription factor
CREB1, was reduced during the night. Pharmacological inhibition
of ATF6, in turns, reduced night-time food intake. Conclusion/Significance: Altogether, our data demonstrated that a circadian variation of ATF6 expression with increased levels during the night is not
an immediate consequence of the feeding state, as it seems to be the
case for PERK and GCN2. Night time ATF6 increases binding to
CRTC2, a coactivator of CREB1, probably resulting in decreased activity of this transcription factor and increased food intake. Funding:
FAPESP and CNPq.
PT.132 ATIVAÇÃO DE PPARγ REDUZ A EXPRESSÃO GÊNICA
ADRENÉRGICA ESTIMULADA PELO FRIO AGUDO
Oliveira TB1, Magdalon J1, Paschoal VA1, Curi R1, Festuccia W1
1
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) –
Fisiologia e Biofísica
Introdução: Dados do nosso laboratório demonstraram que a ativação farmacológica de PPARγ com rosiglitasona (RSG) está associada com o recrutamento (aumento de massa e expressão de proteínas
termogênicas como a UCP1) do tecido adiposo marrom de ratos,
sendo esse recrutamento independente do fluxo simpático para esse
tecido. Neste estudo investigamos se a exposição aguda ao frio, que
sabidamente aumenta o fluxo simpático para o tecido adiposo marrom
(TAM), teria efeito sinérgico com a RSG no recrutamento e modulação da expressão gênica de proteínas termogênicas desse tecido. Métodos: Ratos Sprague-Dawley tratados ou não com RSG (15 mg.kg-1.
dia-1) durante uma semana foram expostos ao frio 5°C por 24 h, e o tecido adiposo marrom foi coletado para análise da massa, conteúdo de
noradrenalina (NE) (turnover de NE) e extração de RNA para medida
RESUMOS DE PÔSTERES
da expressão gênica por QPCR. O plasma desses animais foi avaliado
para os níveis de TSH, T3 e T4 totais e livres. Resultados: Como
esperado, o frio aumentou a atividade do sistema nervoso simpático,
evidenciado pelo aumento do turnover de NE tanto nos controles
quanto nos ratos tratados com RSG. Essa elevação do fluxo simpático
foi associada com o aumento da expressão de genes (UCP1, PGC1α
e D2) no tecido adiposo marrom e nos níveis circulantes de T3 e T4
totais e livres de ratos controles, mas não nos ratos tratados com RSG.
Da mesma forma, o tratamento com RSG reduziu significativamente a
expressão dos receptores de hormônios tireoidianos subunidades alfa e
beta. Discussão: Os dados obtidos sugerem que a ativação farmacológica de PPARγ, apesar de induzir o recrutamento do TAM, induz um
defeito na ativação da expressão dos genes regulados pelo simpático,
assim como diminui os níveis de hormônios tireoidianos. Conclui-se,
portanto, que a redução do status tireoidiano pode estar associada a
um defeito na transcrição adrenérgica. Suporte financeiro: FAPESP
– 2011/14172-2.
PT.133 PARTICIPAÇÃO DA ENZIMA NAD(P)H OXIDASE E DO
RECEPTOR GPR-40 NO PROCESSO DE SECREÇÃO DE INSULINA
NA LINHAGEM CELULAR BRIN-BD11
GN Marsiglio Librias1, Boas EAV1, Simões D1
1
Universidade de São Paulo (USP)
Introdução: As linhagens celulares secretoras de insulina, como a
BRIN-BD11, são utilizadas no estudo do mecanismo de secreção de
insulina por possuírem características de síntese e secreção de insulina
semelhantes às das células B das ilhotas pancreáticas, além de serem
responsivas a glicose, aminoácidos e ácidos graxos. Recentemente, demonstramos que essas células expressam a enzima NAD(P)H oxidase
e o GPR-40. A enzima NAD(P)H produz espécies reativas de oxigênio (EROs) e é modulada pela glicose, palmitato e interleucina 1β. O
GPR-40 pode estar relacionado à produção de EROs modulada por
ácidos graxos e agonistas seletivos para esse receptor, como o GW9508.
Considerando que as EROs podem agir como sinalizadores intracelulares e interferir na expressão gênica, na fosforilação de proteínas e
na concentração de cálcio intracelular, estudamos a participação da
NAD(P)H oxidase e sua possível regulação pelo GPR-40 no processo
de secreção de insulina da linhagem celular BRIN-BD11. Metodologia: As células foram mantidas em meio de cultura RPMI 1640 com
10% de soro fetal bovino, 0,1% de antibiótico (100 U/ml de penicilina e 0,1 mg/ml de estreptomicina), 11,1 mM de glicose em pH7,4,
a 37°C e em atmosfera de 5% CO2. Para realização dos experimentos,
as células foram incubadas em concentrações crescentes de glicose
(2,8, 5,6, 8,3, 11,1, 16,7 e 20,0 mM) na presença ou ausência de
GW9508 (20 µM) para dosagem de insulina por radioimunoensaio
e análise do conteúdo de EROs. A expressão proteica da subunidade
p22phox da enzima NADPH oxidase foi inibida utilizando-se da técnica de RNA de interferência (40 nM). Assim, foi analisado o conteúdo
de EROS nas células tratadas com RNAi para a p22phox na presença
ou ausência de GW9508. Resultados: A secreção de insulina aumenta na presença de GW9508 em altas concentrações de glicose (11,1,
16,7 e 20,0 mM). Na ausência de GW9508, as células apresentam
diminuição do conteúdo de EROS em resposta ao aumento da concentração de glicose no meio; e na presença do fármaco, o conteúdo
de EROS é mantido alto nas concentrações crescentes de glicose. No
entanto, esse aumento desaparece quando a NAD(P)H é inibida, ou
seja, o conteúdo de EROs diminui em alta concentração de glicose e não é revertido pela estimulação com GW9508. Discussão: O
GW9508 é potente secretagogo de insulina dependente da presença
de glicose, assim como outros fármacos agonistas e ligantes endógenos para o GPR-40. O conteúdo de EROs diminui em concentrações
crescentes de glicose em consequência da ativação dos mecanismos
de defesa antioxidante nessas condições. Exemplo disso é a superóxido dismutase, que está diretamente relacionada à concentração de
glicose no meio. Na presença de GW9508, o conteúdo de EROs é
mantido mais alto nas concentrações crescente de glicose, possivelmente por aumentar a atividade da NAD(P)H oxidase, uma vez que
o conteúdo de EROs, que normalmente diminui na presença de altas
concentrações de glicose, não é mais revertido pela estimulação com
GW9508 em células com a NADP(H) oxidase inibida. Agradecimentos: A linhagem celular BRIN-BD11 utilizada foi cedida pelo
professor Peter Flatt da Universidade de Ulster (Coleraine, UK).
Agradecimentos a Marlene Santos da Rocha pelo excelente suporte
técnico. Financiamento: FAPESP, CNPq, CAPES.
PT.134 EFEITO DA REVERSÃO DA DIETA CAFETERIA PARA
RAÇÃO BALANCEADA E DA SUPLEMENTAÇÃO COM SUCO DE
NONI NO TECIDO ADIPOSO E NA HOMEOSTASE GLICÊMICA
EM RATOS WISTAR
GN Marsiglio Librias1, Carabelli B2, Munhoz AC1, Rocha CLMSC2, Costa
CEM2
1
Universidade de São Paulo (USP). 2 Universidade Estadual de Maringá (UEM)
Introdução: As estimativas sugerem que cerca de 300 milhões sejam
obesas. Alterações genéticas para a obesidade não justificariam o aumento rápido nesses índices, de modo que a obesidade estaria mais associada aos fatores genéticos em interação a fatores ambientais, como
falta de exercícios físicos e consequência da dieta. Acredita-se que a má
alimentação seja um dos fatores ambientais relacionados à incidência
e severidade de doenças crônicas. Dietas balanceadas correspondem
à dieta que abastece o organismo de forma a satisfazer as exigências
nutricionais do organismo. Nessas dietas podem ser introduzidos alimentos com propriedades favoráveis à regulação das funções corporais
que auxiliam na proteção contra doenças. Compostos naturais têm
sido estudados como a Morinda citrifolia Linn, principalmente o seu
fruto, o noni, que além do valor nutricional elevado, possui capacidade de regular a função celular. Metodologia: Ratos Wistar foram alimentados com dieta-padrão balanceada (DPB) Nuvital® ou com dieta
cafeteria (DC), do desmame até 206 dias de idade. Um terceiro grupo
de animais recebeu DC até os 156 dias e, em seguida, dieta-padrão
balanceada até os 206 dias de idade (grupo reversão). Esses três grupos foram, ainda, subdivididos, aos 156 dias de idade, em animais
controle e animais que receberam suplementação com suco de noni da
Tahitian Noni® Juice por sonda esofágica (0,50 mk/kg). Foram avaliados: ingestão alimentar, absorção intestinal, o coeficiente de eficácia
alimentar (CEA), ganho de peso corporal, glicemia prandial, teste de
tolerância à glicose, teste de tolerância à insulina e curva glicêmica.
Aos 206 dias, os animais, em jejum, foram submetidos à coleta de
sangue, retirada e pesagem dos tecidos adiposos, para pesagem, isolamento e mensuração dos adipócitos. Foram realizadas as dosagens
plasmáticas da glicose, AST, colesterol HDL e leucócitos. Resultados:
A DC não alterou a ingestão alimentar, mas possibilitou uma ingestão
maior de lipídios, maior absorção intestinal de alimentos e maior CEA,
causando aumento no peso corporal e na adiposidade. Os animais reversão apresentaram peso corporal semelhante aos animais com DPB.
A DC causou hipertrofia e hiperplasia do tecido adiposo (a reversão da
dieta causou hipotrofia desse tecido), diminuiu a tolerância à glicose e
a sensibilidade à insulina e elevou a glicemia de jejum e pós-prandial,
parâmetros normalizados nos animais reversão. A DC também reduziu o número de leucócitos, HDL e AST. A reversão restabeleceu os
valores de AST e melhorou os valores de HDL, mas não interferiu
nos valores de leucócitos. Dos grupos experimentais que receberam o
suco de noni, os animais alimentados com DPB apresentaram maior
adiposidade. O suco de noni não causou outros efeitos. Discussão: A
DC causou alterações no peso, na adiposidade e na homeostase glicêmica dos animais, enquanto a reversão da dieta de cafeteria para ração
balanceada por um período de 50 dias foi eficiente em reduzir o peso
corporal e a adiposidade, em restabelecer a homeostase glicêmica e
melhorar os valores plasmáticos de HDL, sem alteração dos números
de leucócitos totais. A suplementação com suco de noni não causou
alterações fisiológicas significativas, exceto por causar aumento do tecido adiposo em ratos com dieta-padrão balanceada, provavelmente
por hiperplasia do tecido adiposo.
S155
RESUMOS DE PÔSTERES
PT.135 MODULAÇÃO DA AUTOFAGIA EM NEURÔNIOS
HIPOTALÂMICOS DE ANIMAIS COM OBESIDADE INDUZIDA POR
DIETA
Portovedo M1, Ignácio-Souza LM2, Razoli DS2, Coope A2, Velloso LA2, Milanski M1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Faculdade de
Ciên­cias Aplicadas. 2 Unicamp – Faculdade de Ciências Médicas
1
Introdução: A autofagia é um processo de degradação de proteínas
e organelas importante para a homeostase celular. Falhas no processo
autofágico no sistema nervoso central têm sido relacionadas com o
acúmulo de agregados proteicos e desenvolvimento de doenças neurodegenerativas. Estudos com manipulação genética da autofagia demonstram que esse processo é essencial para a manutenção da homeostase energética. O objetivo deste trabalho foi estudar a modulação
da autofagia em hipotálamo de animais com obesidade induzida por
dieta hiperlipídica. Métodos: Camundongos Swiss machos receberam
dieta hiperlipídica (59% de lipídeos em relação ao valor energético
total) por 16 semanas. Para o estudo da colocalização do marcador
de autofagia (LC3) e neurotransmissores hipotalâmicos envolvidos
na homeostase energética (NPY, AgRP, POMC, CART, α-MCH e
CRH), foi utilizada a técnica de imunofluorescência. Resultados: Foi
observado maior colocalização de LC3 com os neurotransmissores
POMC, CART, NPY, AgRP e MCH e menor colocalização de LC3
com CRH no hipotálamo de animais tratados com dieta hiperlipídica
quando comparados aos animas que receberam dieta normolipídica.
Discussão: A expressão de LC3-II (forma lipidada da LC3 presente
na membrana do aufagossomo) é o principal marcador de autofagia.
O acúmulo aparente de LC3 em animais tratados com dieta hiperlipídica pode refletir um aumento de autofagossomos e/ou uma falha
na degradação do conteúdo do autolisossomo e consequente diminuição do turnover dessa estrutura. Estudos recentes têm mostrado
que a perda da autofagia em neurônios POMC resulta no aumento
da adiposidade e intolerância à glicose em camundongos. Além disso,
roedores tratados com dieta hiperlipídica apresentam maior número
de autofagossomos em neurônios do tipo POMC. A falha da autofagia
em degradar proteínas malformadas e organelas disfuncionais em modelos animais de obesidade induzida por dieta pode ser um importante
mecanismo relacionado com a ativação crônica de estresse de retículo
endoplasmático e consequente apoptose de neurônios hipotalâmicos.
Concluímos, então, que o estudo desses mecanismos representa importante avanço no entendimento da fisiopatologia da obesidade. Este
trabalho foi financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e FAPESP.
PT.136 ENVOLVIMENTO DOS COMPLEXOS 1 E 2 DA mTOR
NAS ALTERAÇÕES DE EXPRESSÃO GÊNICA INDUZIDAS POR
LPS EM MACRÓFAGOS PERITONEAIS E CÉLULAS RAW 264.7 IN
VITRO
Paschoal VA1, Oliveira TB1, Magdalon J1, Curi R1, Festuccia WT1
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) – Departamento de Fisiologia e Biofísica
1
Introdução: Estudos anteriores encontraram um aumento na atividade do complexo 1 da mTOR (mTORC1) em alguns tipos celulares após tratamento com lipopolissacarídeos (LPS) e citocinas como
TNF-a e IL1b, efeito esse mediado pela fosforilação de TSC catalisada
por IKKb. Dessa forma, o presente estudo objetivou avaliar a contribuição do complexos 1 e 2 da mTOR nas alterações de transcrição
gênica induzidas pelo tratamento de macrófagos peritoneais e células RAW 264.7 (linhagem imortalizada de macrófagos). Materiais e
métodos: Macrófagos peritoneais de camundongos C57BL6 e células RAW 264.7 tratados com LPS (5 μg/ml) em associação ou não
com rapamicina (100 nM inibidor de mTORC1) e torina (250 nM
inibidor de mTORC1 e 2) durante 4 horas foram avaliados para os
níveis de mRNA de diversas proteínas por QPCR. Resultados: Em
macrófagos peritoneais, o tratamento com LPS aumentou significativamente os níveis de mRNA de COX2, IL1β, MCP1 e TNF-α e
S156
reduziu os de lipina. Os aumentos de MCP-1 e TNF-α induzidos por
LPS foram parcialmente ou completamente atenuados pela inibição
de mTORC1 com rapamicina, enquanto o de IL1β foi atenuado pela
inibição de mTORC1 e 2 por torina. Similarmente, o tratamento tanto com rapamicina quanto com torina bloqueou a redução dos níveis
de lipina induzidos por LPS. Em células RAW 264.7, o tratamento
com LPS aumentou significativamente os níveis de mRNA de COX2,
IP10, IL1β, MCP1 e TNF-α. Em contraste aos macrófagos peritoneais, entretanto, o tratamento com torina atenuou o aumento em
IL-1β induzido por LPS apenas. Discussão. Nossos dados sugerem
que os complexos 1 e 2 da mTOR parecem participar ativamente na
modulação da expressão gênica associada ao tratamento com LPS em
macrófagos peritoneais. Células RAW 264.7 respondem de maneira
diferente quando comparadas aos macrófagos peritoneais quanto ao
tratamento com rapamicina e torina. Suporte financeiro. FAPESP
(Projeto 2011/ 10783-7).
PT.137 CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM
DOENÇAS CRÔNICAS: VISÃO E VIVÊNCIAS
Funabashi CA1, Cação RF1, Câmara MLV1
1
Prefeitura Municipal da Estância Turística de Paraguaçu Paulista – Departamento
de Saúde
Introdução: O município de Paraguaçu Paulista, localizado na região
Sudeste do país, com aproximadamente 42 mil habitantes, economicamente caracterizado como região canavieira e suas particularidades,
preocupado com a qualidade de vida da população e dos usuários do
SUS, considerando o grande número de diabéticos, hipertensos e sedentários que frequentam as Unidades de Saúde da Rede Pública, vem
desenvolvendo atividades de educação e prevenção em saúde desde
2005, participando intensamente das comemorações do Dia Mundial
do Diabetes, sendo por meio dessas atividades que conseguimos sensibilizar gestor, profissionais de saúde e pacientes da importância deste
trabalho para a qualidade de vida de nossos usuários, minimizando
as consequências das doenças crônicas, a prevenção das complicações
agudas e crônicas e ainda a redução da mortalidade. Metodologia:
Todos os anos é programada uma série de eventos durante o mês de
novembro, quando se comemora o Dia Mundial do Diabetes, envolvendo pacientes, profissionais de saúde e sociedade civil. Entre as
atividades contempladas pelos grupos de educação, estão a monitoração da pressão arterial e glicêmica, redução do peso corporal, com a
introdução de plano alimentar, ressaltar a importância dos fármacos,
orientando quanto à dose, horários, formas de administração e efeitos
colaterais, promovendo adesão do paciente ao tratamento e incentivando a realização de atividade física regular, orientando a participar
dos grupos de atividades desenvolvidos pelas equipes das unidades de
saúde e educador físico. Também são realizadas apresentações com
vídeos e distribuição de material explicando mais sobre as doenças
crônicas e fomentando a troca de experiências. Resultados: Com a
padronização de condutas e manejo nos grupos de educação dos portadores de doenças crônicas, foram possíveis uma melhora na adesão
ao tratamento preconizado, reduções importantes das complicações e
consequente melhora da qualidade de vida dos pacientes, fazendo com
que os profissionais envolvidos com esse trabalho percebessem que
a educação em saúde exige conhecimento, dedicação e persistência,
sendo essa uma responsabilidade de todos os profissionais envolvidos.
Discussão e considerações finais: Tivemos a oportunidade de realizar um evento em que cada equipe envolvida com os grupos de educação em saúde pôde apresentar uma avaliação dos resultados obtidos
após a introdução das capacitações permanentes. Pudemos observar
que em todas as equipes houve aumento no número de pacientes participantes, melhora na adesão ao tratamento, maior compreensão das
doenças crônicas pelas pessoas acometidas; muitos apresentaram perda
de peso, controle da pressão arterial e glicêmica, melhora nas dislipidemias, melhora nos quadros depressivos, já que a frequência nos
grupos favoreceu as relações sociais e diminuição das medicações; os
insulinodependentes apresentaram melhor conhecimento sobre uso,
dose, automonitorização, rodízio no local de aplicações e descarte do
RESUMOS DE PÔSTERES
material. Assim, o controle intensivo das doenças crônicas por uma
equipe multiprofissional, com instrumentalização para realizar um
bom seguimento e apoio continuado aos pacientes, tem conseguido efetivamente reduzir as complicações agudas e crônicas, pois, por
meio de atividades educativas em grupo, as pessoas podem adquirir
conhecimentos e habilidades para cuidar de si mesmas. Portanto, mesmo com resistência, desafios e muitas dificuldades, as capacitações e o
envolvimento dos profissionais de saúde trouxeram grandes conquistas para o município e seus pacientes. Referência: 1) Sociedade Brasileira de Diabetes. Consenso brasileiro de conceitos e condutas para
diabetes mellitus recomendações da Sociedade Brasileira de Diabetes
para a prática de clínica. São Paulo; 1997. 2) Costa AA, Almeida Neto
JS. Manual de Diabetes. Alimentação, medicamentos e exercícios. 3.
ed. São Paulo: Sarvier; 1998. 3) Ministério da Saúde. Coordenação
de Doenças Crônico-Degenerativas. Orientações básicas para o diabético. 2. ed. Brasília; 1993. Entidade financiadora: Prefeitura Municipal da Estância Turística de Paraguaçu Paulista. Agradecimentos:
Agradecemos, pelo empenho, os profissionais envolvidos no planejamento e execução deste projeto; o Exmo. Sr. Prefeito Municipal, pelo
apoio incondicional da administração, e de nosso secretário de Saúde,
que não mede esforços para que projetos como este sejam viabilizados.
PT.138 ADESÃO DOS PACIENTES COM DOENÇAS CRÔNICAS
AOS GRUPOS DE EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO
Cação RF1, Funabashi CA1, Câmara MLV1
1
Prefeitura Municipal da Estância Turística de Paraguaçu Paulista – Departamento
de Saúde
Introdução e justificativa: A Prefeitura Municipal da Estância Turística de Paraguaçu Paulista, por meio do Departamento Municipal de
Saúde, localizado na região Sudeste do país, com aproximadamente
42 mil habitantes, economicamente caracterizado como região canavieira e suas particularidades, realiza um trabalho específico com os
portadores de doenças crônicas por meio de grupos educativos com
os pacientes, em que se contemplam muitos assuntos e atividades relativas às doenças e agravos à saúde. Em menos de 40 anos, o Brasil
passou de um perfil de mortalidade típico de uma população jovem
para um desenho caracterizado por enfermidades complexas e mais
onerosas, próprias das faixas etárias mais avançadas, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como obesidade, diabetes, HAS,
AVC, doenças coronarianas, câncer, cárie dentária e outras. Reconhecendo os benefícios que a educação e a integração entre os pacientes
podem trazer, observamos que esses grupos apresentam uma grande
adesão dos pacientes. Metodologia: A nossa experiência com grupos
de educação para pessoas portadoras de doenças crônicas, em grupos itinerantes de usuários das Unidades de Saúde do Município, tem
demonstrado, particularmente, que os participantes beneficiam-se da
interação com outras pessoas que enfrentam os mesmos problemas,
encontrando não só apoio emocional, mas também ideias e sugestões
para seu novo estilo de vida. Assim, trabalhar em grupo tem possibilitado o desenvolvimento de destrezas, aliviando as pressões e temores
da pessoa, economizado tempo e esforço do educador. Temos realizado grupos itinerantes em todas as unidades de saúde do município,
com uma equipe multiprofissional formada por uma farmacêutica,
uma psicóloga e uma nutricionista e toda a equipe de apoio do Departamento de Saúde e do Programa Saúde da Família, em que cada
profissional trabalha e realiza ações em grupos, dentro de sua área de
atuação. Nesses grupos são contemplados assuntos e atividades relativas à melhor qualidade de vida do paciente como dieta balanceada,
controle domiciliar por meio de utilização de materiais e aparelhos,
bem como o uso adequado de sapatos, apoio familiar, uso de aparelhos e incentivo e orientação sobre atividade física visando à redução
dos sintomas, à prevenção de complicações agudas, à redução de mortalidade e à melhora da qualidade de vida. Também realizamos grupos
comemorativos com esses pacientes, por exemplo, comemoração do
Dia Mundial do Diabetes, quando apresentamos um filme dobre o
diabetes mellitus no cinema municipal e logo após servimos um café da
tarde diet para esses pacientes, além de outras ações mais. Discussão
e resultados: O conjunto de ações realizadas nos grupos itinerantes
com pacientes portadores de doenças crônicas tem levado eles a um
melhor controle metabólico. Para isso, foi necessário que houvesse
fortalecimento e ampliação dos grupos de educação e integração em
doenças crônicas não transmissíveis, motivando o paciente e sua família a participarem efetivamente dele, por meio do qual podem elaborar
seus problemas. Quanto aos assuntos abordados e às atividades realizadas nos grupos, é de extrema importância considerar as dificuldades
no que se diz respeito ao tipo de doença, idade do paciente, grau de
controle metabólico, complicações crônicas, além de grau de instrução, estrutura familiar e outros dados sociodemográficos, de modo a
assegurarem que a pessoa possa adquirir conhecimentos e habilidades para cuidar de si mesma. Tais preocupações são importantes, pois
observa-se que a baixa escolaridade pode dificultar a aprendizagem e
que o apoio familiar representa um fator importante no cuidado da
pessoa portadora de doenças crônicas, pois, quando acompanhado e
apoiado, o paciente apresenta maior adesão ao tratamento e melhora
no controle metabólico. Referências: 1) Cazarini RP, Zanetti ML,
Ribeiro KP, et al. Adesão a um grupo educativo de pessoas portadoras
de diabetes mellitus: porcentagem e causas. Medicina, Ribeirão Preto.
2002;35:142-50. Entidade financiadora: Prefeitura Municipal da
Estância Turística de Paraguaçu Paulista. Agradecimentos: Agradecemos, pelo empenho, os profissionais envolvidos no planejamento
e execução deste projeto, o Exmo. Sr. Prefeito Municipal, pelo apoio
incondicional da administração, o nosso Secretário de Saúde, que não
mede esforços para que projetos como este sejam viabilizados.
PT.139 INTERVENÇÃO NUTRICIONAL EM LONGO PRAZO
EM PACIENTES PORTADORAS DE SÍNDROME DE OVÁRIOS
POLICÍSTICOS
Rodrigues AMS1, Silva CRA1, Andrade MAA1, Franklin AMT1, Martins LB1,
Cândido AL2, Santos LC3, Ferreira AVM3
1
3
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 2 UFMG – Faculdade de Medicina.
UFMG – Escola de Enfermagem
Introdução: A síndrome dos ovários policísticos (SOP), presente em
5% a 10% das mulheres em idade fértil1, é uma desordem endócrina heterogênea associada à ocorrência de resistência à insulina (RI),
diabetes mellitus tipo 2 (DM2), obesidade central e outros fatores
de risco para a o desenvolvimento de doença cardiovascular (DCV)2
e síndrome metabólica3. O tratamento inclui intervenção nutricional
e prática de atividade física regular2 a fim de minimizar a prevalência
de doenças e agravos não transmissíveis (DANT). Objetivo: Avaliar a
efetividade da intervenção nutricional, em longo prazo, sobre o estado nutricional e consumo alimentar de portadoras de SOP. Métodos:
Estudo de intervenção nutricional não controlado realizado com portadoras de SOP durante seis meses. Foram coletados dados referentes
ao perfil de saúde, antropometria e consumo alimentar. As pacientes
receberam plano alimentar hipocalórico (déficit 500 a 700 kcal/dia)
e orientações nutricionais individualizadas. Resultados: Participaram
do estudo 15 mulheres, com 33,87 ± 5,40 anos, 40% portadoras de
DANT associada à SOP com predomínio de DM2 (16,0%). Dessas,
95,7% apresentavam excesso de MCT e 89,9%, risco de DCV segundo
relação cintura/estatura (RCE). A MCT reduziu 6,44 ± 4,59 kg (p =
0,01), a circunferência da cintura (CC) e a RCE diminuíram 4,09 ±
4,15 cm (p = 0,003) e 3,57 ± 4,34 (p = 0,021), respectivamente, após
intervenção nutricional. Quanto ao consumo alimentar, verificou-se
melhora significativa do índice de qualidade da dieta revisado (71,82
± 9,61 vs. 55,15 ± 8,88), do consumo do componente gordura sólida,
álcool e açúcar de adição e dos grupos de frutas totais e frutas inteiras
(p < 0,05). Discussão: Os resultados da intervenção nutricional na
redução da MCT, CC e RCE são favoráveis, pois o declínio de 5% a
10% da MCT na SOP associa-se à melhora das funções reprodutivas
e metabólicas com possível efeito adicional da diminuição da gordura
abdominal na redução da RI, hiperinsulinemia e anovulação4. Além
disso, efeito protetor à saúde pode ocorrer pela melhora da qualidade da dieta consumida5 como menor risco para o desenvolvimento de
DM6 e menor mortalidade por DCV7. Conclusão: A intervenção nuS157
RESUMOS DE PÔSTERES
tricional, pautada em restrição calórica e orientações nutricionais individualizadas, foi efetiva em promover incremento da qualidade da
dieta e melhoria dos parâmetros antropométricos em longo prazo.
Referências: 1) Norman RJ, et al. Polycystic ovary syndrome. Lancet.
2007;370(9588):685. 2) Azevedo GD, et al. Modificações do estilo
de vida síndrome dos ovários nd policísticos: papel do exercício físico
e importância da abordagem multidisciplinar. Rev Bras Ginecol Obstet. 2008;30(5):261. 3) Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz
Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. Arq
Bras Cardiol. 2005;84(1):3. 4) Badawy A, et al. Treatment options
for polycystic ovary syndrome. Int J Womens Health. 2011;8(3):25.
5) Santos ALT, et al. Análise crítica das recomendações da Associação
Americana de Diabetes para doença cardiovascular no diabetes melito.
Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53(5):657. 6) Fung TT, et al. A
prospective study of overall diet quality and risk of type 2 diabetes in
women. Diabetes Care. 2007;30(7):1753. 7) Akbaraly TN, et al. Alternative Healthy Eating Index and mortality over 18 y of follow-up:
results from the Whitehall II cohort. Am J Clin Nutr. 2011;94(1):247.
et al. Polycystic ovary syndrome. Lancet. 2007;370(9588):685. 2)
Azevedo GD, et al. Modificações do estilo de vida síndrome dos ovários nd policísticos: papel do exercício físico e importância da abordagem multidisciplinar. Rev Bras Ginecol Obstet. 2008;30(5):261.
3) Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. Arq Bras Cardiol.
2005;84(1):3. 4) Badawy A, et al. Treatment options for polycystic
ovary syndrome. Int J Womens Health. 2011;8(3):25. 5) Santos ALT,
et al. Análise crítica das recomendações da Associação Americana de
Diabetes para doença cardiovascular no diabetes melito. Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53(5):657. 6) Fung TT, et al. A prospective
study of overall diet quality and risk of type 2 diabetes in women.
Diabetes Care. 2007;30(7):1753. 7) Akbaraly TN, et al. Alternative
Healthy Eating Index and mortality over 18 y of follow-up: results
from the Whitehall II cohort. Am J Clin Nutr. 2011;94(1):247.
PT.140 EFETIVIDADE DA INTERVENÇÃO NUTRICIONAL EM
CURTO PRAZO DE PACIENTES COM SÍNDROME DOS OVÁRIOS
POLICÍSTICOS
Castro NC1, Andreotti S2, Campaña AM1, Proença ARG1, Lima FB1
Rodrigues AMS1, Andrade MA2, Franklin AMT2, Silva CRA2, Calixto CFS3,
Martins LB2, Paula TMD3, Candido AL4, Santos LC5, Ferreira AVM5
1
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – Mestranda pela Escola de
Enfermagem. 2 UFMG – Graduanda em Nutrição. 3 Nutricionista. 4 UFMG – Docente
do Curso de Medicina. 5 UFMG – Docente do Curso de Nutrição
Introdução: A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é a desordem
endocrinológica mais frequente em mulheres na idade reprodutiva. O
excesso de massa corporal total (MCT) está presente em cerca de 40%
a 60% das pacientes e pelo menos 50% delas apresentam obesidade
central que pode agravar as alterações metabólicas intrínsecas da SOP.
Dentre as modificações metabólicas, destacam-se a presença de resistência à insulina (RI) e o elevado risco para o desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 e doença cardiovascular. A redução de 5% a 10%
da MCT auxilia na melhora dos sintomas, por reduzir a RI e restaurar
a função ovariana e metabólica de mulheres com SOP com sobrepeso
ou obesidade. Objetivo: Avaliar a efetividade da intervenção nutricional sobre o estado nutricional e consumo alimentar de portadoras
de SOP em curto prazo. Métodos: Estudo de intervenção nutricional não controlado em pacientes portadoras de SOP com duração de
30 dias. As pacientes receberam plano alimentar individualizado com
restrição calórica de 500 a 700 kcal/dia e orientações nutricionais.
Coletaram-se dados referentes ao perfil de saúde, antropometria e
consumo alimentar. Resultados: Participaram do estudo 50 mulheres
com idade média de 31,40 ± 5,5 anos, sendo 80,0% casadas e 86,0%
sem filhos. A obesidade e o risco de DCV, por meio da RCE, estavam
presentes em 72,0% e 90% da amostra, respectivamente. Redução significante da MCT (1,59 ± 2,21 kg), da circunferência de cintura (CC)
(1,40 ± 2,71 cm) e RCE (1,24 ± 2,79) foram observadas após 30 dias
de intervenção nutricional. O consumo energético total, de lipídios,
de ácidos graxos saturados e de sódio reduziu (p < 0,05), enquanto a
ingestão de proteínas aumentou (p < 0,05). Discussão: Intervenções
para promoção de modos saudáveis de vida são recomendadas como
primeira linha de tratamento para mulheres com SOP e excesso de
peso. A presente proposta nutricional promoveu declínio da MCT,
porém inferior ao descrito na literatura como eficaz para melhora dos
sintomas da síndrome. No entanto, a redução da gordura abdominal,
por meio da CC e RCE, e a melhora do consumo alimentar observadas podem conferir um efeito protetor da intervenção nutricional à
saúde das pacientes, reduzindo o risco de complicações metabólicas.
Conclusão: A intervenção nutricional, pautada em restrição calórica
e orientações nutricionais individualizadas, propiciou redução antropométrica e melhora do consumo alimentar, que estão associadas à
prevenção de doenças e agravos não transmissíveis. Palavras-chave:
Síndrome dos ovários policísticos, intervenção nutricional, antropometria, obesidade consumo alimentar. Referências: 1) Norman RJ,
S158
PT.141 EFEITO DA REALIMENTAÇÃO AD LIBITUM APÓS JEJUM
DE 48H SOBRE A LIPOGÊNESE NO TECIDO ADIPOSO BRANCO
DE RATOS WISTAR
1
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) – Departamento de Fisiologia e Biofísica. 2 USP – Departamento de Fisiologia e Biofísica
Introdução: O tecido adiposo (TA) exerce papel fundamental no
equilíbrio energético. Durante o jejum, o TA privilegia a lipólise à
lipogênese e, em paralelo, ocorrem regulações endócrinas que podem
estimular o apetite e a realimentação. Neste caso, a realimentação após
o jejum parece ser de maior volume se comparado ao que é observado em animais que não foram submetidos à restrição alimentar. No
entanto, ainda não se sabe se a capacidade lipogênica do adipócito aumenta na medida da ingestão alimentar. Materiais e métodos: Ratos
machos Wistar com 12 semanas foram divididos em três grupos: 1) jejum 48h (fasting) (Fa); 2) jejum 48h seguido de realimentação ad libitum (re-feeding) (rF); e 3) animais alimentados normalmente (normal
feeding) (nF). Após o sacrifício, foram coletadas amostras de sangue
(insulinemia) e de TA subcutâneo (SC). Em seguida, os adipócitos foram isolados e submetidos a ensaios ex vivo (testes biológicos de incorporação de D-[U-14C]-glicose em lipídios). Resultados: Comparado
com a ingestão de alimentos em 24h de ratos normalmente alimentados (nF) (± 25 g), os animais rF consumiram 8 g de alimentos nas
primeiras 2 horas após a realimentação, o que representou aumento
de 300% na ingestão alimentar por hora (n = 8). A insulina plasmática
dos animais (Fa) apresentou-se menor em relação aos animais (nF) [Fa
= 0,12 ± 0.09 ng/ml; nF = 137.84 ± 0.24 ng/ml; rF = 1,60 ± 0.60
ng/ml (N = 8, P < 0.05)] e Fa vs. rF (P > 0.05). A incorporação de
D-[U-14C]-glicose em lipídios espontânea (não estimulada) não apresentou diferenças entre os grupos (nF = 128.4 ± 17.46 µmol.10-6. cél;
Fa 77.4 ± 10.24 µmol.10-6. cél; rF 111.8 ± 14.47 µmol.10-6. cél; [N
= 8, p> 0.05]), mas após estimulo máximo por insulina, nF registrou
maior capacidade lipogênica que Fa e rF [nF = 490.7 ± EPM 93.01
µmol.10-6.cél; Fa = 257.8 ± 35.64 µmol.10-6.cél; rF = 220.1 ± 40.0
µmol.10-6.cél (N = 8, p < 0.05)]. Conclusão: A capacidade lipogênica
do TA de animais realimentados pós-jejum de 48h não é maior, ao
contrário, é mais reduzida que a de animais normalmente alimentados
não submetidos à restrição alimentar prévia de 48 h, embora esses
animais tenham apresentado maior ingestão alimentar. Referências:
1) Korbonits M. Eur J Endocrinol. 2007;157:157. 2) Zandian M.
Physiol Behav. 2011;103:530. Apoio: CAPES/CNPq.
PT.142 AÇÃO CATABÓLICA DA HIPÓXIA INTERMITENTE
AGUDA NO METABOLISMO PROTEICO EM RATOS
Przygodda F1, Manfredi L1, Gonçalves DAP1, Zanon NM1, Garófalo MA1,
Bonagamba LGH1, Machado BH1, Kettelhut IC2, Navegantes LCC1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Departamento de Fisiologia. 2 FMRP-USP – Departamento de Bioquímica e
Imunologia
Introdução: O processo adaptativo à hipóxia implica modificações
nas funções endócrinas e metabólicas. Embora seja bem estabelecido
RESUMOS DE PÔSTERES
que o metabolismo de carboidratos é profundamente alterado pela
hipóxia, muito pouco se sabe acerca dos efeitos in vivo do estresse hipóxico no metabolismo de proteínas na musculatura esquelética, assim
como os mecanismos intracelulares envolvidos na perda de massa muscular nessas condições. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos agudos da hipóxia intermitente no metabolismo
proteico em músculos esqueléticos de ratos. Métodos: Ratos machos
Wistar (~80g) foram expostos à hipóxia intermitente aguda (HIA) por
8 horas (6% O2 durante 40 segundos em intervalos de 9 minutos). Ao
final do ciclo, músculos soleus e EDL foram utilizados para a determinação in vitro da velocidade de síntese e degradação proteica e atividades das vias proteolíticas. Foram mensuradas também a expressão de
genes relacionados à atrofia (atrogina-1 e MuRF-1) e autofagia (LC3
e GABARAP) por RT-qPCR e o conteúdo proteico dos conjugados
de ubiquitina (Ub) e das calpaínas (m-calpaína e µ-calpaína) por Western Blotting. Foram também mensurados a glicemia, o glicogênio
(hepático e muscular) e o conteúdo de noradrenalina em diferentes
tecidos. A sensibilidade à insulina foi avaliada pelo teste de tolerância
à insulina (ITT) e teste de tolerância à glicose (GTT). Resultados: Os
resultados mostram que a HIA é uma situação catabólica que resulta
no aumento da glicemia (mg/dl) (Controle: 76 ± 1,9; HIA: 110 ±
3,7) e na redução do conteúdo do glicogênio hepático (97%), acompanhada por um aumento do conteúdo de noradrenalina no fígado,
sem alterações nos testes de sensibilidade à insulina. No metabolismo
proteico, os animais hipóxicos apresentaram aumento da proteólise
total acompanhada por hiperativação dos sistemas proteolíticos dependente de Ub-proteassoma e dependente de cálcio em músculos
soleus (17% e 58%, respectivamente) e EDL (40% e 48%), sem alterações na síntese proteica. Essa resposta foi associada ao maior conteúdo
de proteínas miofibrilares conjugadas à Ub e ativação das calpaínas,
corroborando os achados de que as atividades desses sistemas proteolíticos são estimuladas pela HIA. Adicionalmente, observou-se maior
transcrição do RNAm da atrogina-1, MuRF1, LC3 e GABARAP nos
dois tipos de músculos dos animais expostos à hipóxia. Conclusão:
Esses dados mostram que a HIA age como um gatilho catabólico no
processo de degradação de proteínas dependente de Ub-proteassoma
e cálcio. A ativação desses sistemas está associada à hiperexpressão de
genes relacionados à atrofia e autofagia. A ativação da proteólise pode
ser importante para a maior mobilização de aminoácidos do músculo
para o fígado, no sentido de favorecer a neoglicogênese e com isso
promover a manutenção da hiperglicemia. Suporte financeiro: CAPES e FAPESP (08/06694-6).
PT.143 INFLUÊNCIA DO USO DA METFORMINA NA
PERDA DE PESO ASSOCIADA A DIETA HIPOCALÓRICA EM
PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME DE OVÁRIOS
POLICÍSTICOS
Franklin AMT1, Martins LB1, Andrade MA1, Silva CRA1, Costa ABP2,
Rodrigues AMS2, Cândido AL3, Santos LC4, Ferreira AVM5
1
Escola Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (EE-UFMG) – Graduanda em Nutrição. 2 EE-UFMG – Mestranda do Programa de Pós-Graduação.
3
Faculdade de Medicina da UFMG – Docente do Departamento de Clínica
Médica. 4 EE-UFMG – Docente do Departamento de Enfermagem Materno Infantil
e Saúde Pública. 5 EE-UFMG – Docente do Departamento de Enfermagem Básica
Introdução: A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma endocrinopatia que afeta de 5% a 10% das mulheres em idade reprodutiva.
Cerca de 50% das portadoras de SOP são obesas, e a obesidade visceral
amplifica o grau de resistência insulínica (RI) encontrada. A redução
de 5% a 10% da massa corporal total (MCT) inicial pode melhorar as
funções reprodutivas e metabólicas. Adicionalmente, o uso da metformina para a melhora da RI na síndrome com efeito sobre a MCT tem
sido investigado, porém os dados são inconclusivos. Objetivo: Avaliar
a influência da utilização da metformina associada à dieta hipocalórica
na redução da MCT em portadoras de SOP. Métodos: Estudo de
intervenção nutricional não controlado realizado com mulheres portadoras de SOP com duração de seis meses. As pacientes receberam
plano alimentar individualizado com restrição calórica de 500 a 700
kcal/dia e orientações nutricionais. Coletaram-se dados antropométri-
cos, alimentares, informações referentes à realização de atividade física
e utilização da metformina. Resultados: Participaram do estudo 15
mulheres, com 33,87 ± 5,40 anos, MCT média de 84,16 ± 13,33 kg
e 73,3% classificadas como obesas. O uso de metformina foi relatado
por 40% da amostra, na dose de 1.500 mg/d. Intervenção nutricional
reduziu 6,44 ± 4,59 kg da MCT, 4,09 ± 4,15 cm da circunferência de
cintura (CC) e 3,57 ± 4,34 da relação cintura/estatura (RCE). Análise
de subgrupos evidenciou declínio significante (p < 0,05) da MCT no
grupo em tratamento com metformina -10,25 ± 2,39 kg vs. -3,90 ±
3,89 kg no grupo tratado sem o fármaco. Não foi observada diferença
entre os demais parâmetros antropométricos avaliados. O consumo
alimentar (energia e macronutrientes) foi similar entre os grupos.
Discussão: A intervenção nutricional foi efetiva em reduzir a MCT
conforme estudos na SOP. O efeito da metformina associado à restrição calórica para redução da MCT é controverso. Os dados encontrados neste estudo corroboram o descrito por Pasquali et al. (JCEM.
2000;85:2767), Gambineri et al. (Clin Endocrinol. 2004;60:241) e
Diamanti-Kandaris et al. (Eur J Endocrinol. 2010;162:193), que observaram efeito adicional do fármaco na redução da MCT por meio
da associação de metformina à modificação do estilo de vida – restrição calórica e exercício físico. No entanto, segundo Gambieri et al.
(JCEM. 2006;91:3970), Tang et al. (Hum Reprod. 2006:21:80) e
Ladson et al. (Fertil Steril. 2011;95:1059), a administração do fármaco produz declínio da MCT, porém sem diferença com o grupo
sem metformina. Dessa forma, a intervenção nutricional, pautada em
restrição calórica e orientações nutricionais individualizadas, foi efetiva
em promover melhoria dos parâmetros antropométricos e alimentares,
em curto e longo prazo, sendo a redução da MCT potencializada com
o uso de metformina. Financiadora: PROEX.
PT.144 CARACTERIZAÇÃO DE MODELO DE RESISTÊNCIA À
INSULINA INDUZIDO POR RESTRIÇÃO DE NINHADA
Carvalho DS1, Caren CDM1, Haidar AA1, Diniz MM1, Carpinelli AR1,
Hirata AE1
1
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Fisiologia
Introdução: Diversos estudos demonstram que o ambiente desfavorável, durante o período perinatal promove mudanças metabólicas
na fase adulta, tais como obesidade, hiperglicemia, hiperinsulinemia,
resistência à insulina, hiperleptinemia e hipertensão, bem como alterações hipotalâmicas relacionadas ao controle alimentar. Dessa forma, o
presente estudo teve como objetivo caracterizar um modelo de resistência à insulina induzida por restrição de ninhada. Métodos: Ao 3º
dia de vida, ninhadas foram formadas com três filhotes (REST) ou 10
animais (CLT) (n = 6). Ao desmame, ratos machos Wistar permaneceram em gaiolas com três indivíduos, formando dois grupos, controle
(CLT) e restrito (REST). Avaliaram-se peso, glicemia, gordura epididimal, insulina plasmática e teste de tolerância à insulina (Kitt). Resultados: Aos 30 dias e aos 90, o peso corporal (g) dos animais restritos
foi significativamente maior; 30 dias (CLT): 84 ± 1,6 X (REST): 105
± 6,3 p < 0,01 n(6) e 90 dias (CLT): 335 ± 13 X (REST): 388 ± 11 p
< 0,01 n(6). O peso do tecido adiposo epididimal (%) aos 3 meses não
é significativo, mas tem 36% de aumento no (REST). A glicemia (mg/
dl) não é significante nem em 30 dias e nem aos 90. O Kitt (%/min)
não é significativo aos 90 dias, mas é 32% menor no (REST). A insulinemia (ng/ml) foi maior e significativa no grupo (REST): C: 0,81 ±
0,06 R: 1,04 ± 0,13. Já aos 180 dias o Kitt foi significativo p < 0,01
(CLT): 5,14 ± 0,46 X (REST): 2,9 ± 0,66. Discussão: Um achado
interessante do estudo foi o aumento significativo no peso corpóreo
dos animais (REST), o que pode ser explicado pela maior oferta de
leite durante a lactação, justamente num período crítico em que não
há um mecanismo de controle da ingestão alimentar completamente
formado. O grupo (REST) apresentou maior insulinemia, o que pode
estar relacionado ao início da resistência à insulina e aos 180 dias já
apresentaram resistência à insulina refletida pelo teste de tolerância à
insulina.
S159
RESUMOS DE PÔSTERES
PT.145 EFEITOS AGUDOS E CRÔNICOS DOS ÁCIDOS
PALMÍTICO E OLEICO NO CONTEÚDO DE SUPERÓXIDO DA
LINHAGEM BRIN-BD11
Vilas Boas EA1, Marsiglio-Librais GN1, Graciano MF1, Carpinelli AR1
1
Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica
Introdução: Os mecanismos envolvidos na modulação da secreção de
insulina e da produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) por
ácidos graxos (AGs) ainda não são completamente elucidados. Assim,
os AGs agudamente estimulam a secreção de insulina e cronicamente
podem provocar dessensibilização e até morte celular. Por outro lado,
a produção de EROs por AGs tem sido relacionada ao estresse oxidativo, o qual leva à disfunção da célula beta e ao desenvolvimento de
diabetes tipo 2. O receptor de membrana GPR40 é altamente expresso em células betapancreáticas e apresenta grande afinidade por AGs
de cadeia longa, saturados ou insaturados. A expressão desse receptor
ainda não havia sido mostrada na linhagem BRIN-BD11, a qual possui características de síntese e secreção de insulina muito similares às
de uma célula betapancreática normal, além de sobreviver por mais
tempo em cultura. Além disso, dados preliminares de nosso laboratório sugerem uma importante correlação entre o GPR40 e a produção
de superóxido pela enzima NAD(P)H oxidase, encontrada nas células
beta das ilhotas pancreáticas. Métodos: Investigamos a expressão gênica e proteica do receptor GPR40 pela linhagem BRIN-BD11 por
PCR em tempo real e Western Blotting, respectivamente. As células
foram tratadas com 100, 150 ou 200 mM de ácido palmítico (AP) ou
oleico (AO) por 1, 24, 48 ou 72 horas. Foi avaliado o conteúdo total
de superóxido após incubação com o ácido graxo em 5,6 ou 16,7
mM de glicose, pelo método da hidroetidina por citometria de fluxo.
Resultados: Os experimentos realizados demonstraram que as células
BRIN-BD11 expressam o GPR40. A citometria de fluxo mostrou que
150 e 200 mM de AO aumentaram o superóxido total produzido pelas células BRIN-BD11 após exposição de 60 minutos na presença de
5,6 ou 16,7 mM de glicose. Dados preliminares sugerem que esse aumento é revertido após 48 horas de incubação. Em relação ao AP (150
e 200 mM), também foi verificado aumento no superóxido total após
exposição de 60 minutos, efeito esse revertido após 24 horas de incubação. Porém, após 48 horas de incubação com 100 mM de AP, foi
observado novamente um aumento de superóxido na presença de 5,6
mM de glicose. Esse aumento ocorre também em 16,7 mM somente
após 72 horas de incubação. Houve morte celular após 48 horas de
exposição a 150 e 200 μM de AP, mas não nas mesmas concentrações
de AO. Discussão: As células BRIN-BD11 apresentam diferentes respostas à exposição crônica aos ácidos palmítico e oleico. O aumento
no conteúdo de superóxido após 60 minutos de exposição ao AP é
revertido após 24 horas provavelmente por um aumento da atividade
do sistema de defesa antioxidante da célula e volta a aumentar após 48
horas, quando ocorreria a falência desse sistema. Como na presença
de 16,7 mM de glicose as defesas antioxidantes estão mais ativadas do
que em 5,6 mM, o aumento de superóxido é maior em baixa glicose
e só se torna mais evidente em alta glicose quando a célula é exposta
por 72 horas ao AG. A evidência da expressão do GPR40 pelas células BRIN-BD11 abre caminho para o estudo da participação desse
receptor na instalação do estresse oxidativo induzido pela exposição
crônica a ácidos graxos. Agradecimentos: Ao professor Peter Flatt da
Universidade de Ulster (Coleraine, UK), por doar a linhagem BRIN-BD11, e a Marlene Santos da Rocha, pelo excelente suporte técnico.
Financiamento: FAPESP, CNPq, CAPES.
PT.146 PARTICIPAÇÃO DO RECEPTOR 1 DO TNF-α NA
SENSIBILIDADE À INSULINA E TOLERÂNCIA À GLICOSE EM
CAMUNDONGOS ALIMENTADOS COM DIETA RICA EM
CARBOIDRATO
Garcia ZM1, Lima RL1, Arifa RD1, Laís Bhering2, Oliveira MC2, Ferreira
AVM2, Teixeira MM1, Souza DG1, Vieira LQ1
1
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – Departamento de Microbiologia,
Instituto de Ciências Biomédicas.2 UFMG – Departamento de Enfermagem Básica
Introdução: O aumento de adiposidade muitas vezes é acompanhado
por um estado de inflamação de baixa intensidade que pode estar enS160
volvido em disfunções metabólicas associadas. Dentre as citocinas pró-inflamatórias produzidas pelo tecido adiposo, cita-se o fator de necrose tumoral-α (TNF-α). O aumento da secreção de TNF-α pelo tecido
adiposo tem sido também relacionado à diminuição na sensibilidade
periférica à insulina e consequente comprometimento no metabolismo
da glicose (Volp A. et al. Arq Bras Endocrinol Metab. 2008;52:537).
Os objetivos do presente estudo visaram verificar se a deficiência do
receptor de TNF-α altera o ganho de peso corporal e o grau de adiposidade, assim como a sensibilidade periférica à insulina e metabolismo da glicose em animais alimentados com dieta isocalórica rica em
carboidrato (HC). Métodos: Camundongos com deleção genética do
receptor 1 de TNF-α (TNF-αR1-/-) e camundongos selvagens (WT)
foram divididos em grupos de acordo com a dieta que recebiam, dieta controle (C) ou isocalórica rica em carboidrato (HC), totalizando
quatro grupos (WT-C, WT-HC, TNF-αR1-/--C, TNF-αR1-/--HC). Os
animais foram alimentados por oito semanas e durante esse período
foi acompanhado o ganho de peso corporal. Ao final do tratamento
avaliou-se a glicemia de jejum dos animais e realizou-se teste de sensibilidade à insulina (TSI) (75 Ul/kg de peso corporal) e teste de tolerância oral à glicose (TTOG) (2 g de D-glicose/kg de peso corporal).
A glicemia foi mensurada aos 0, 15, 30, 60 e 90 minutos para ambos
os testes. Três dias após os testes, os animais foram sacrificados, o peso
dos tecidos adiposos epididimal, retroperitoneal e mesentérico mensurados e o índice de adiposidade determinado. Resultados e discussão:
Observou-se que os animais selvagens ou com TNF-αR1-/- alimentados
com dieta HC apresentaram maior índice de adiposidade. Não houve
diferença significativa entre os grupos quanto aos valores da glicemia de
jejum mensurados. Camundongos WT-HC apresentaram menor sensibilidade à insulina quando comparados ao WT-C e TNF-αR1-/--HC.
Animais selvagens alimentados com dieta HC apresentaram menor tolerância à glicose. Entretanto, animais TNF-αR1-/- alimentados com
a mesma dieta não apresentaram intolerância à glicose. Os resultados
demonstram que, apesar de a ausência de TNF-α não influenciar no
ganho de adiposidade dos animais, o mesmo pode estar relacionado
no desenvolvimento da resistência à insulina induzida por dieta rica em
carboidrato. Suporte financeiro: FAPEMIG, CAPES, CNPq.
PT.147 REDUÇÃO DA EXPRESSÃO DE PPARγ ASSOCIADA À
INFLAMAÇÃO DO TECIDO ADIPOSO EM CAMUNDONGOS
ALIMENTADOS COM DIETA NORMOCALÓRICA/RICA EM
CARBOIDRATOS
Oliveira MC1, Menezes-Garcia Z2, Soriani FM3, Souza DG2, Teixeira MM3,
Ferreira AVM1
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – Enfermagem Básica. 2 UFMG –
Microbiologia. 3 UFMG – Bioquímica e Imunologia
1
Introdução: PPARγ é um receptor nuclear envolvido no metabolismo lipídico associado à deposição de gordura e adipogênese. Altas
concentrações de citocinas pró-inflamatórias no tecido adiposo são capazes de inibir a lipogênese e estimular a lipólise, causando alterações
metabólicas, em parte devido à degradação do PPARγ (Guilherme A.
et al. Nat Rev Mol Cell Biol. 2008;9:367). Este trabalho objetivou
verificar alterações metabólicas e inflamatórias associadas ao aumento
da adiposidade, assim como a expressão temporal do PPARγ e enzimas
metabólicas-chave no tecido adiposo de camundongos alimentados
com dieta normocalórica/rica em carboidratos (HC) por diferentes
períodos. Métodos: Camundongos BALB/c foram alimentados com
dieta controle ou HC por 1 e 3 dias, 2, 8 e 12 semanas. Realizou-se
morfometria do tecido adiposo para avaliar a hipertrofia e hiperplasia
dos adipócitos. Avaliou-se a expressão gênica no tecido adiposo da
acetil-CoA carboxilase (ACC), lipase lipoproteica (LPL) e PPARγ ​​por
PCR em tempo real e concentrações de TNF-α e IL-6 por ELISA.
Nos tempos 8 e 12 semanas foram realizados os testes de sensibilidade à insulina (TSI) e tolerância oral à glicose (TTOG). Resultados:
Animais controles ou HC apresentaram similar ganho de peso corporal, assim como ingestão alimentar nos tempos avaliados. Contudo,
animais com dieta HC apresentaram aumento rápido (depois de 1
dia) na massa do tecido adiposo e hipertrofia dos adipócitos. Após
RESUMOS DE PÔSTERES
3 dias, 2, 8 e 12 semanas com dieta HC, os adipócitos se apresentaram hipertrofiados na mesma extensão, prevalecendo adipócitos de
maior extensão em relação aos animais controle. Animais alimentados
com dieta HC durante 1 dia apresentaram aumento nas expressões de
ACC, LPL e PPARγ em relação aos animais controles, Entretanto, a
expressão dos genes avaliados retornaram a níveis basais nos demais
tempos. O tecido adiposo de animais alimentados com dieta HC apresentou maiores concentrações de TNF-α e IL-6 1 dia de dieta HC e
manteve-se elevada até 12 semanas. Entretanto, o consumo crônico
da dieta HC promoveu níveis maiores de citocinas pró-inflamatórias
no tecido adiposo. No TSI e TTOG os animais alimentados com dieta
HC apresentaram-se menos sensíveis à insulina e tolerantes à glicose
quando comparados ao controles. Discussão: O aumento agudo do
tecido adiposo pela dieta HC poderia ser atribuído à indução rápida da
expressão de PPARγ e enzimas associadas ao aumento da expansão dos
sítios de gordura, como o ACC e LPL. Contudo, animais alimentados
cronicamente com dieta HC não apresentaram aumento adicional da
adiposidade, devido pelo menos em parte, aos altos níveis de citocinas
pró-inflamatórias no tecido adiposo, que podem inibir a expressão de
PPARγ, mas ainda sim causando alterações metabólicas. Suporte financeiro: FAPEMIG, CAPES, CNPq.
PT.148EFEITO IN VITRO DO PEPTÍDEO RELACIONADO AO
GENE DA CALCITONINA NO METABOLISMO DE PROTEÍNAS
EM MÚSCULOS ESQUELÉTICOS DE RATOS NORMAIS E
DESNERVADOS
Machado J1, Mandredi LH1, Zanon NM1, Kettlhut IC2, Navegantes LCC1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Fisiologia. 2 FMRP-USP – Bioquímica e Imunologia
Introdução: O peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP)
é um neuropeptídeo gerado por um processamento alternativo do
gene da calcitonina no sistema nervoso central e periférico. No entanto, até o presente momento, não se sabe qual o papel do CGRP
no metabolismo de proteínas em músculos esqueléticos. Diante
disso, o presente estudo teve como objetivo investigar o efeito in
vitro do CGRP na síntese e degradação de proteínas em músculos
esqueléticos de ratos normais e desnervados. Métodos: Músculos
soleus e extensor digitorum longus (EDL) de ratos jovens (75-85 g)
normais ou desnervados (secção bilateral do nervo isquiático por sete
dias) foram isolados e incubados na presença de diferentes concentrações de CGRP (10-6M-10-12M). A degradação e a síntese total de
proteínas foram estimadas por meio da liberação de tirosina para o
meio de incubação e da incorporação de C14-tirosina marcada em
proteínas, respectivamente. Resultados e discussão: A desnervação
reduziu a massa de músculos soleus e EDL em 45% e 28%, respectivamente. Esse efeito foi associado ao aumento da degradação total
de proteínas em ambos os músculos. Em soleus de animais normais,
o CGRP (10-6 e 10-8M), significativamente, reduziu a proteólise total em 28% e 25%, respectivamente. Em EDL de animais normais,
observou-se que o CGRP (10-6, 10-8 e 10-10M) reduziu a proteólise
total em 23%, 18% e 13%, respectivamente. Em soleus de animais
desnervados, o CGRP (10-6 e 10-8M) reduziu a proteólise total em
12% e 14%, respectivamente. Em EDL de animais desnervados, a
redução na proteólise induzida pelo CGRP (10-6, 10-8 e 10-10M) foi
de 20%, 23% e 17%, respectivamente. Observou-se que o CGRP, na
concentração 10-6M, não alterou a síntese proteica em músculos soleus e EDL de animais normais e desnervados. Contudo, verificou-se
que a desnervação em músculos soleus e EDL aumentou a síntese
total de proteínas em 31% e 47%, respectivamente, quando comparados aos animais normais. Conclusão: O presente estudo mostra pela
primeira vez que o CGRP exerce efeitos antiproteolíticos diretos em
músculos soleus e EDL de animais normais e desnervados, sendo os
músculos glicolíticos (EDL) mais responsivos a esse efeito, em ambas
as situações estudadas. Auxílio financeiro: FAPESP: 11/11003-5;
CNPq: 140235/2011-6.
PT.149 MODULAÇÃO DO METABOLISMO MUSCULAR EM
CAMUNDONGOS EXERCITADOS E SUPLEMENTADOS COM
LEUCINA
Costa JM1, De Oliveira CAM2, Silveira LR3, Ptrotzek AO1, Ferreira SM1,
Vanzela E1, De Paula FMM1, Carneiro EM1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Biologia Estrutural e Funcional.
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Santos. 3 Universidade de São
Paulo (USP) – Ribeirão Preto
1
2
Introdução: Sabe-se que o exercício físico é capaz de induzir alterações na homeostase glicêmica e turnover proteico, entretanto pouco
se conhece dos efeitos da interação do exercício e a suplementação
com leucina sobre esses parâmetros. Objetivos: Investigar os efeitos
do treinamento físico aeróbio de longa duração, associado ou não com
a suplementação de leucina, sobre o metabolismo proteico e glicídico
em músculo soleus de camundongos Swiss. Métodos: Parte dos camundongos (T) realizou protocolo de 12 semanas de exercício de natação,
com 1h de duração, 5 dias/semana, sem sobrecarga, e a outra parte
permaneceu sedentária (C). Metade dos animais dos grupos C e T foram suplementados com leucina (1,5%) na água para beber (grupos
CL e TL, respectivamente) ao longo do experimento. Os dados foram
analisados pela ANOVA Two-Way e o teste post hoc de Newman-Keus
foi empregado nos casos de interação das variáveis. Foi adotado um
valor de p < 0,05 como estatisticamente significativo. Resultados: A
área abaixo da curva glicêmica durante o teste de tolerância à glicose foi
maior nos grupos suplementados com leucina (CL e TL). Já a sensibilidade à insulina, estimada pelo kITT, foi maior por efeito do exercício. A
fosforilação da AS160, foi maior no grupo, provavelmente via AMPK,
cuja fosforilação foi maior no grupo T, mas diminuída por efeito da
suplementação com leucina. A fosforilação da Akt não foi afetada pelo
exercício, mas foi menor no grupo CL em relação aos demais. Apesar
do maior peso do músculo soleus por efeito do exercício, a síntese proteica não diferiu entre os grupos, mesmo com a maior fosforilação da
mTOR na condição basal no grupo CL, e a redução por efeito do exercício após estimulação com insulina. A degradação proteica no referido
músculo, contudo, foi reduzida por efeito do exercício. A expressão
gênica de isoformas específicas de E2 e E3 ligases, integrantes da via
proteolítica ubiquitina-proteossoma, também foi menor por efeito do
exercício. O treinamento induziu aumento no tempo até a exaustão em
teste de esforço, consumo máximo de oxigênio e atividade da enzima
citrato sintase. Alguns desses indicadores também sofreram interferência da suplementação. Discussão: A suplementação com leucina pode
prejudicar a homeostase glicêmica e reduzir os efeitos positivos do exercício sobre a sinalização insulínica. O exercício aumentou o peso do
músculo soleus ao diminuir a degradação proteica por inibição da via
proteolítica ubiquitina-proteassoma, enquanto a síntese proteica não foi
afetada por nenhum dos tratamentos. Diante do exposto, fica claro que
a suplementação com leucina é uma prática terapêutica que deve ser
cuidadosamente manipulada e que o emprego desse tipo de intervenção
em indivíduos sedentários de peso normal pode ser danoso à homeostase glicêmica e que, embora a suplementação com leucina possa gerar
benefícios no que diz respeito à performance física, alguns dos efeitos
deletérios sobre a homeostase glicêmica, que acometeram os animais
suplementados, também se manifestaram nos animais do grupo treinado que foram suplementados com o aminoácido (grupo TL).
PT.150 MODULAÇÃO DA EXPRESSÃO DE NGN3 E PDX1
POR ADMINISTRAÇÃO EXÓGENA DE GANGLIOSÍDEOS EM
CAMUNDONGOS NOD E BALB/c
Stivanin-Silva LG1, Pedrosa D1, Figueiredo D1, Mariano LMR1, Vilella CA1,
Zollner RL1
1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Departamento de Clínica
Médica
Introdução: A administração exógena de gangliosídeos está relacionada à diminuição da incidência do diabetes mellitus tipo 1 (DM1) na linhagem experimental NOD (Wilbertz S. Diabetologia. 1988;31:855;
Vieira KP. Cytokine. 2008;42:92). O gangliosídeo GM1 atua na regeneração de células neurais (Neto S. 2007;65:870). NOD tratados com
S161
RESUMOS DE PÔSTERES
GM1 aumentam a expressão de NGF em ilhotas pancreáticas atuando
na preservação das células de Schwann (similar no sistema nervoso) e
regeneração da ilhota (Winer S. Nat Med. 2003;9:198; Vieira et al.
Cytokine. 2008;42:92). Assim, é atrativa a hipótese da modulação de
fatores de regeneração pancreáticos (Pdx-1 e Ngn3) por gangliosídeos,
contribuindo, dessa maneira, na regeneração/transdiferenciação de células β. Métodos: 105 fêmeas de cada linhagem (BALB/c e NOD), 35
animais/grupo: controle (salina), GM1 e GGs (GM 121%, GD1a 40%,
GD1b 16% e GT1b 19%), todos mantidos em condições SPF durante
o protocolo da 4ª a 28ª semana de vida. O monitoramento glicêmico
de 10 animais de cada um dos grupos NOD GM1 e GGs foi estendido
até a 32ª semana, com tratamento cessado nesse período. Injeções diárias eram administradas via intraperitoneal nas concentrações: 100 μl/
dia de solução salina (0,9%) estéril, GM1 100 mg/kg/dia e GGs 150
mg/kg/dia. Camundongos diabéticos tinham dois valores glicêmicos
semanais e consecutivos iguais ou superiores a 180 mg/dl. O sacrifício
dos animais era realizado no diagnóstico do DM1, na 28ª e 32ª semana. A insulite era avaliada por meio de microscopia óptica. A análise de
insulina sérica era realizada pela técnica de ELISA. A expressão proteica
de Pdx-1 e Ngn3, pela técnica de imunofluorescência indireta e expressão gênica de Pdx-1 e Ngn3, por meio de PCR tempo real (análise
por RQ). Resultados: Diabéticos – 70% dos animais controle, 38%
do grupo GM1 e 0% do grupo GGs; para os grupos 32ª semana: 10%
do grupo GM1 e 0% do grupo GGs. Houve aumento da produção de
insulina sérica e diminuição da insulite nos grupos NOD tratados. Em
NOD e BALB, a expressão proteica de Pdx1 em ilhotas, ductos e espaço acinar foi superior (p < 0.05) nos grupos GM1 e GGs quando comparada ao grupo salina. A expressão proteica de Ngn3 em ilhotas foi
maior (p < 0.05) no grupo NOD GG em comparação ao grupo salina.
Por outro lado, a expressão proteica de Ngn3 em tecido acinar e ductos nos grupos GM1 e GGs estava aumentada (p < 0.05) em comparação aos grupos controles de BALB e NOD. Em ilhotas, a expressão
gênica de Pdx-1 foi maior (p < 0.05) nos grupos BALB GG e NOD
GM1 quando comparados aos respectivos grupos salina; a expressão de
Ngn3 foi maior (p < 0.05) nos grupos BALB GM1 e NOD GM1 em
comparação aos grupos salina. Discussão: Há formação de células β a
partir de células progenitoras de ductos com posterior migração para
o tecido acinar (Paris et al. Exp Diabesity Res. 2004;5:111). Pdx-1 e
Ngn3 estão envolvidos na neogênese de células β a partir de células dos
ductos; Pdx-1 é expresso em células-tronco e hepatócitos em transdiferenciação para células β (Nogushi et al. Diabetes. 2003;52:1732; Vijay
et al. Diabetes. 2008;57:757; Xu et al. Diabetes. 1999;48:2270). Os
dados sugerem que os fatores de regeneração sejam predominantes
extrailhotas. Financiamento: FAPESP e CNPq.
PT.151 DIMINUIÇÃO DA INCIDÊNCIA DE DIABETES
MELLITUS TIPO 1 E AUMENTO DA EXPRESSÃO DE GLP1
EM CAMUNDONGOS NOD E BALB/c TRATADOS COM
ADMINISTRAÇÃO EXÓGENA DE GANGLIOSÍDEOS
Stivanin-Silva LG, Pedrosa D1, Figueiredo D1, Mariano LMR1, Vilella CA1,
Zollner RL1
1
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Departamento de Clínica Médica
Introdução: O tratamento do diabetes mellitus tipo 1 (DM1) pela administração exógena de gangliosídeos, nos camundongos NOD, está
relacionado com a diminuição da incidência nessa doença, atuando também na preservação dos níveis glicêmicos nesta linhagem experimental (Wilbertz et al. Diabetologia. 1988;31:855; Vieira et al. Cytokine.
2008;42:92). Estudos mostram que o gangliosídeo GM1 atua na regeneração de neurônios (Neto et al. Oralmaxillofac Surg. 2007:65:870).
Vieira et al. mostram aumento da expressão de NGF em células de
Schwann presentes nas ilhotas pancreáticas, nos camundongos NOD
tratados com GM1, sugerindo proteção contra os processos inflamatórios que levam à destruição das ilhotas de Langerhans (Vieira et al.
Cytokine. 2008;42:92). Assim, é lícito sugerir que o tratamento com
gangliosídeos exógenos atue, também, na modulação da expressão de
fatores de regeneração de células β tais como o glucagon like-peptide 1
(GLP1). Métodos: 105 fêmeas de cada linhagem (35 animais/grupo)
eram mantidas em condições SPF durante o protocolo que se estenS162
deu da 4ª a 28ª semana de vida, sendo: controle (salina), GM1 e GGs
(GM1 21%, GD1a 40%, GD1b 16% e GT1b 19%). O monitoramento
glicêmico de 10 animais de cada um dos grupos NOD GM1 e GGs foi
estendido da 28ª a 32ª semana, com tratamento cessado nesse período.
Injeções diárias eram administradas via intraperitoneal nas concentrações: 100 μl/dia de solução salina (0,9%), GM1 100 mg/kg/dia e GGs
150 mg/kg/dia. Eram considerados diabéticos os camundongos com
dois valores glicêmicos semanais e consecutivos ≥ 180 mg/dl. Era realizado o sacrifício dos animais no diagnóstico do DM1 ou ao término
do protocolo de 28 semanas. Para avaliação do infiltrado, era realizada
a técnica de coloração com hematoxilina-eosina. Para análise dos níveis
séricos de insulina, era realizada a técnica de ELISA. A expressão proteica de GLP1 era realizada por imunofluorescência indireta, e a expressão
gênica de GLP1 e insulina, em ilhotas pancreáticas, eram avaliadas por
PCR tempo real (análise por RQ). Resultados: Os grupos tratados com
gangliosídeos apresentaram diminuição de insulite e aumento de insulina sérica. 70% dos animais controle, 38% do grupo GM1 e 0% do grupo
GGs adquiriram DM1. Dentre os animais com tratamento cessado, 10%
do grupo GM1 e 0% do grupo GGs foram diagnosticados com DM1.
Houve aumento (p < 0.05) da expressão gênica de GLP1 no grupo
BALB GM1 em comparação ao grupo BALB salina. Notou-se aumento
(p < 0.05) da expressão proteica de GLP1 em tecido acinar pancreático
nos grupos GM1 e GG de BALB e NOD. Houve aumento (p < 0.05)
da expressão gênica de insulina no grupo NOD GM1 quando comparado ao grupo NOD salina. Discussão: A administração de GLP1,
nos NOD, está relacionada à diminuição da insulite e da incidência do
DM1, atuando na indução à replicação, neogênese e transdiferenciação
de células β nessa linhagem (Zhang et al. Diabetologia. 2007;50:1900).
O aumento de células marcadas com GLP1 no tecido acinar e dutos dos
animais tratados com gangliosídeos, em comparação aos grupos salina
de ambas as linhagens, sugere que essas células tenham origem extrailhotas pancreáticas. Financiamento: FAPESP e CNPQ.
PT.152 SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE PEIXE PREVINE A
RESISTÊNCIA À INSULINA EM CAMUNDONGOS SUBMETIDOS À
DIETA HIPERLIPÍDICA
Martins AR1, Masi LN1, Amaral CL1, Crisma AR1, Curi R1, Hirabara SM2,1
1
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) –
Departamento de Fisiologia e Biofísica. 2 Instituto de Ciências da Atividade Física e
Esporte da Universidade Cruzeiro do Sul (ICAFE-UNICSUL)
A influência de dieta rica em ácidos graxos (AG) no desenvolvimento
da resistência à insulina tem sido tema de diversos estudos. Embora os
mecanismos envolvidos ainda não sejam completamente conhecidos,
de modo geral, esses estudos têm atribuído os AG saturados e alguns
monoinsaturados como principais fatores responsáveis pelo desenvolvimento da resistência à insulina, enquanto os AG poli-insaturados,
principalmente os AG ω-3, têm sido associados com aumento da sensibilidade a esse hormônio. Neste trabalho, foi avaliado se a resistência à
insulina induzida pela dieta hiperlipídica é prevenida pela suplementação com óleo de peixe, fonte rica em ácidos graxos ω-3. Foram analisados ganho de peso, ingestão alimentar e energética, eficiência alimentar
e energética, parâmetros bioquímicos, além de testes de tolerância à
glicose e à insulina e o metabolismo de glicose no músculo esquelético.
Os animais suplementados com óleo de peixe mostraram tendência a
ganhar menos peso, com diminuição do consumo alimentar e energético, de gorduras e proteínas, mas sem diferenças em relação à eficiência
alimentar e energética. Esses animais também apresentaram níveis mais
baixos de glicemia de jejum e colesterol total, com aumento de valores
de HDL. Os resultados encontrados a partir dos testes de tolerância
mostraram menor resistência à insulina nos animais suplementados. A
avaliação do metabolismo de glicose no músculo esquelético estimulado com insulina mostrou resistência a esse hormônio nos animais
que receberam dieta hiperlipídica e maior sensibilidade ao hormônio
nos animais suplementados com óleo de peixe. Dessa forma, pode-se
concluir que a resistência à insulina induzida pela dieta hiperlipídica
foi prevenida pela suplementação com AG poli-insaturados ω-3, sendo
esse efeito relacionado com redução no consumo alimentar, glicemia,
colesterolemia e aumento nos valores de HDL-colesterol.
Índice remissivo de autores
Abdallah DP
Abdulkader F
Adler AI
Admoni SN
Akamine EH
Albuquerque KFFS
Almeida E
Almeida FN
Alonso-Vale MIC
Alves CMR
Alves MVMFF
Alves TMMP
Alves-Wagner AB
Alves-Wagner ABT
Amaral CL
Amaral MEC
Amaral FG
Andrade JL
Andrade MA
Andrade TAM
Andreotti S
Anhê GF
Araújo E
Araujo EP
Araújo TG
Araujo TMF
Araujo TR
Arifa RD
Arruda-Marques MC
Ashino NG
Azevedo MJ
Bagarolli RA
Barbosa AM
Barbosa AMP
Barbosa AP
Barbosa MDS
Barbosa-Sampaio HC
Barros CR
Batista SL
Batista RO
Becker TAC
Benatti RO
Beraldo RA
Bessa DS
Bhering L
Bispo MO
PT.028
PP.10, PP.22
PT.033
PT.066
PP.17
PT.007
PT.117
PP.15
PT.035
PT.001
PT.019, PT.032
PT.107
PT.031
PP.22, PT.030
PT.152
PT.023
PT.122
PP.26
PT.139, PT.140, PT.143
PT.020, PT.021, PT.022
PT.115, PT.141
PT.103, PT.046, PT.056, PT.098, PT.099, PT.102, PT.122, PT.127, PT.131
PP.06
PT.018
PP.20
PT.099
PT.036
PT.146
PP.11
PT.084, PT.085
PT.066
PP.20
PP.17
PT.010
PT.098, PT.103, PT.127
PT.040
PT.073
PP.05, PP.13
PT.054, PT.083
PT.097
PT.126
PT.084, PT.085
PT.087
PT.086, PT.091
PT.146
PT.005
S163
Índice remissivo de autores
Bittencourt CS
Bolin AP
Bombassaro B
Bonagamba LGH
Bordin S
Borges ALF
Borges AM
Boschero AC
Botezelli JD
Brandão BB
Britto CTF
Brum DG
Bueno A
Buffi VB
Cação RF
Caetano GF
Calderon IMP
Calderon IMPC
Calixto CFS
Câmara MLV
Camargo RL
Cambri LT
Caminhotto RO
Campana AB
Campaña AM
Campello RS
Campoio TR
Camporez JP
Campos KE
Canani LH
Candido AL
Caperuto LC
Cardoso TC
Caren CDM
Carmo GO
Carneiro EM
Carneiro G
Carpinelli AR
Carrerio AB
Carvalheira JB
Carvalho BM
Carvalho CRO
Carvalho DS
Carvalho JER
Carvalho MHC
Cassolla P
Castilho G
Castro M
Castro NC
Castro-Barbosa T
Catanozi S
Cavalcante MA
S164
PT.001
PT.006, PT.008, PT.059, PT.081
PT.076
PT.142
PP.03, PT.005, PT.046, PT.097, PT.102, PT.122, PT.129
PT.092, PT.093, PT.094
PT.128
PP.14, PT.036, PT.036, PT.047, PT.073, PT.079, PT.074, PT.080
PT.058
PT.097
PT.054, PT.083
PP.16
PT.009, PT.061
PT.088, PT.104, PT.105, PT.106
PT.137, PT.138
PT.020, PT.021, PT.022
PT.009, PT.010, PT.061, PT.062, PT.063, PT.065, PT.067, PT.069, PT.070, PT.110, PT.130
PT.123
PT.140
PT.137, PT.138
PT.080
PT.058
PT.116
PT.115
PT.141
PP.22, PT.024, PT.031, PT.030
PT.007
PP.15
PT.070, PT.130
PT.066
PT.140, PT.139, PT.143
PT.005
PT.040
PT.144
PT.123
PP.14, PT.036, PT.047, PT.079, PT.149, PT.080
PT.119
PT.002, PT.003, PT.004, PT.029, PT.037, PT.082, PT.095, PT.109, PT.144, PT.145
PT.068
PP.20, PP.12
PP.20, PP.21
PP.15
PT.082, PT.144
PT.114
PP.17
PP.19
PP.04, PT.028, PT.055, PT.068
PP.02
PT.141
PT.005
PP.04, PT.068
PT.064
Índice remissivo de autores
Cazarin CBB
Cezaretto A
Chaves MP
Chimin P
Cipolla-Neto J
Cogliati B
Colomeu T
Coope A
Corrêa-Giannella MLC
Corrêa-Silva S
Correia MR
Correia MRS
Corvino BC
Corvino SB
Costa ABP
Costa F
Costa JM
Costa MC
Costa NB
Costa VS
Costa-Junior JM
Costal FSL
Coutinho-Netto J
Cravo SLD
Crescêncio C
Crisma AR
Crispim F
Curi R
Cursino J
Curti MLR
Da Silva PMR
Dagli MLZ
Dal Fabbro AL
Dallaqua B
Damasceno DC
Damiani D
David-Silva A.
De Almeida Faria J
De Araujo TM
De Oliveira CAM
De Paula FMM
De Rosa L
De Souza Schmidt Gonçalves AE
Dekker RFH
Denardin O
Dias A
Dias MM
Dib AS
Diniz MM
Domiciano M
PT.111
PP.05, PP.13
PT.086, PT.091
PT.035, PT.116
PT.071, PT.072, PT.095, PT.122
PT.005
PT.111
PT.135
PP.24, PT.051, PT.052, PT.066
PT.063
PP.11
PP.26
PT.070
PT.009, PT.069, PT.130
PT.143
PP.24
PT.149
PT.107, PT.108
PT.036
PT.026, PT.027
PT.079
PT.051, PT.052
PT.020, PT.022
PT.002
PT.041
PT.152
PP.23
PP.03, PP.03, PP.03, PT.035, PT.053, PT.129, PT.132, PT.136, PT.152
PT.085
PP.05
PT.080
PT.005
PP.01
PT.009, PT.011, PT.062
PT.009, PT.010, PT.011, PT.061, PT.062, PT.063, PT.065, PT.067, PT.069, PT.070, PT.110,
PT.123, PT.130
PT.044
PT.045, PT.046, PT.014, PT.056
PT.102 PT.099, PT.122
PT.102, PT.103
PT.149
PT.149
PT.063
PT.129
PP.17
PT.057
PT.123
PP.12
PP.07
PT.144, PT.082
PP.03
S165
Índice remissivo de autores
Donadi EA
Dos Santos RA
Duarte AJS
Eduardo Rebelato
Elias J Jr
Evaristo Neto ADA
Faria JA
Farias TSM
Fávero AS
Feijó AE
Felisbino SL
Fernani DCGL
Ferreira AVM
Ferreira D
Ferreira DS
Ferreira MC
Ferreira SM
Ferreira SRG
Festuccia W
Festuccia WT
Figueiredo D
Filippin EA
Folchetti LD
Fonseca EAI
Fortes ZB
Foss MC
Foss-Freitas MC
Frade MAC
Francescantonio ICCM
Franco L
Franco LF
Franco LJ
Franklin AMT
Frasson D
Freitas HS
Freitas Ribeiro H
Fukui RT
Funabashi CCA
Furtado M
Furuya DT
Fusco FB
Gabbay M
Gallego FQ
Gallo Jr. L
Galvao FHF
Garcia RAP
Garcia ZM
Garofolo IC
Garófalo MA
Garófalo MAR
S166
PP.16
PP.17
PP.07
PT.037
PT.042
PP.29
PT.103
PT.035, PT.115, PT.116
PT.120
PP.16
PT.010
PT.064
PT.139, PT.140, PT.143, PT.146, PT.147
PT.098
PT.122, PT.131
PP.11
PT.073, PT.149, PT.074
PP.05, PP.13
PT.035, PT.053, PT.132
PT.136 PP.03
PT.111 PT.150, PT.151 PT.077, PT.078
PT.050
PP.05
PP.17
PP.17
PP.02, PP.16, PP.29, PT.022, PT.038, PT.041, PT.042, PT.043, PT.054, PT.083, PT.086, PT.088,
PT.089, PT.090, PT.104, PT.105, PT.106, PT.107, PT.108 PT.091
PT.106, PP.29, PT.128, PP.02, PP.16, PT.038, PT.041, PT.042, PT.043, PT.054, PT.083, PT.086,
PT.087, PT.088, PT.089, PT.090, PT.104, PT.105, PT.107, PT.108, PT.091
PT.020, PT.021, PT.022
PT.092, PT.093, PT.094, PT.092, PT.093, PT.094
PP.01
PT.057, PP.09
PP.01
PT.139, PT.140, PT.143
PP.08
PT.012, PT.045
PT.014
PP.11, PP.26, PT.026, PT.027
PT.137, PT.138
PP.26
PT.012, PT.013, PT.045, PT.046, PT.030
PT.068
PP.07
PT.009, PT.130
PT.041
PP.24
PT.071
PT.146
PP.03, PT.129
PP.08, PT.034, PT.142
PP.19
Índice remissivo de autores
Gaspar CDR
Gelaleti RB
Genovese MI
Ghezzi AC
Giannella-Neto D
Gil FZ
Giufrida FMA
Gnoato N
Godoy S
Gomes PM
Gomes PRL
Gomes SP
Gonçalves AESS
Gonçalves BF
Gonçalves DAP
Gonçalves NB
Gorayeb R
Gorjão R
Goulart-Silva F
Graça FA
Graciano MF
Graciano MFR
Griffo TN
Guadagnini D
Guerra BA
Guimarães AC
Gusmão RD
Hachul H
Haidar AA
Hinz LR
Hirabara SM
Hirata AE
Hocayen PAS
Holanda-Miranda WR
Humberto JL
Iborra RT
Iessi LI
Ignacio de Souza LM
Ignacio-Souza L
Ignácio-Souza LM
Jordão Jr. AA
Junior JSS
Kettelhut IC
Khaper N
Kinote ABMP
Kinote AP
Kishi KS
Kitone APBM
Kuhn PC
Ladeia AMT
Lajolo FM
Lana JM
PT.039
PT.065, PT.069, PT.110
PP.03, PT.129
PT.058
PT.051, PT.066, PT.052
PT.082
PP.23
PT.039
PT.125
PT.038, PT.054, PT.083, PT.086, PT.091
PT.122
PT.114
PP.03
PT.079
PT.050, PT.075, PT.142
PT.108
PT.128
PP.03
PT.037, PT.049
PT.034, PT.075
PT.145
PT.109, PT.029, PT.095
PT.107, PT.108
PP.20, PP.21
PT.006, PT.059, PT.081
PT.039
PP.30
PT.119
PT.144, PT.082, PT.002, PT.003, PT.004
PT.013
PT.152
PT.002, PT.003, PT.004, PT.144, PT.082
PT.101
PT.054
PT.015, PT.016, PT.017
PT.028, PT.068
PT.009, PT.067
PT.102
PT.131
PT.135, PT.048, PT.113, PT.099
PT.021
PT.072
PP.08, PP.19, PT.034, PT.114, PT.142, PT.075, PT.050, PT.148
PP.17
PT.098, PT.099, PT.102
PT.103
PP.30
PT.131
PP.01
PT.039
PP.03
PP.25
S167
Índice remissivo de autores
Landim CAP
Landim-Alvarenga F da C
Lellis-Santos C
Lemos LC
Lerario AC
Lima AB
Lima APB
Lima D
Lima FB
Lima MH de M
Lima PHO
Lima RAO
Lima RL
Linhares IM
Lombardi E
Lopes AB
Lopes GAP
Lopes Faria JB
Lucena CF
Luiz RGS
Luppi CHB
Lustrino D
Machado BH
Machado J
Machado JT
Machado UF
Machado-Lima A
Magdalon J
Maia O
Malachias VAT
Maldonado IRSC
Malfatti CRM
Manfredi L
Mandredi LH
Manna TD
Marchisotti FG
Mariano LMR
Marilza MVC
Marini G
Marinovic MP
Marques MFS
Marsiglio Librias GN
Martins AR
Martins LB
Masi LN
Masson DS
Matheus SMM
Matiello R
Matioli SR
Mattana TC
Meira DM
Meleti LMM
S168
PT.020, PT.021, PT.022
PT.061
PP.03, PT.005, PT.046, PT.122, PT.129
PT.101
PP.28
PT.122
PT.131
PT.039
PT.035, PT.115, PT.116, PT.141
PT.023
PT.065
PT.064
PT.146
PT.011, PT.062
PT.057
PT.035, PT.116
PT.064
PT.052
PT.109
PT.005
PT.019, PT.032
PT.034
PT.142
PT.148
PT.068
PP.22, PT.012, PT.013, PT.014, PT.024, PT.031, PT.056, PT.045, PT.046, PT.030
PT.028, PT.068, PT.052, PT.055
PT.053, PT.132, PT.136
PT.118
PT.021
PT.015, PT.016, PT.017
PT.100, PT.101
PT.142
PT.148
PT.044
PT.057
PT.077, PT.078, PT.150, PT.151
PT.070
PT.010
PT.117, PT.118
PT.014
PT.133, PT.134, PT.145
PT.152
PT.139, PT.140, PT.143
PT.152
PT.022
PT.010
PT.057
PT.027
PT.027, PT.026
PT.001
PT.111
Índice remissivo de autores
Meliscki GA
Melo AM
Melo RM
Mello MAR
Meneguette MVO
Menezes JGK
Menezes-Filho HC
Menezes-Garcia Z
Merçon FG
Mesquita CC
Milanski M
Miranda HM
Miranda SC
Miranda TMT
Moises RS
Molina N
Monteiro LZ
Monteiro MB
Monteiro RA
Montenegro Jr RM
Morandi AC
Morari J
Morceli G
Moreira LA
Moreira RJ
Moreli JB
Mori NLR
Mori RC
Mori RCT
Moura FM
Moura RF
Moura-Neto A
Nakae TK
Nakandakare ER
Nascimento SJS
Navarro AM
Navegantes LCC
Nejm MN
Nery M
Netto AO
Nogueira KC
Nunes MT
Nunes VS
Okuda LS
Olamoto MM
Olbrich SRLR
Oliveira AC
Oliveira AG
Oliveira CA
Oliveira CAM
Oliveira CSV
Oliveira ER
PT.088, PT.089, PT.090, PT.104, PT.105, PT.106
PT.084, PT.085, PT.112
PT.071, PT.072
PT.058
PT.023
PT.005
PT.044
PT.147
PP.30
PT.122, PT.131
PT.135
PT.036
PT.096
PT.092, PT.093, PT.094
PP.01
PT.006, PT.008, PT.081
PP.02, PT.041, PT.042, PT.043, PT.088, PT.089, PT.090, PT.104, PT.105, PT.106
PT.066
PP.09
PT.025, PT.041, PT.042, PT.043, PP.02
PT.006, PT.008, PT.059, PT.081, PT.118
PT.131
PT.063, PT.123
PT.086, PT.091
PT.060
PT.063, PT.123
PT.019, PT.032
PT.031
PP.22, PT.024, PT.030
PT.112
PT.113
PT.066
PP.30
PP.04, PT.028, PT.068, PT.055
PT.081
PT.087
PP.08, PP.19, PT.034, PT.114, PT.142, PT.148, PT.075, PT.050
PT.002, PT.003, PT.004
PT.066
PT.009, PT.069, PT.070, PT.130
PP.26, PT.026, PT.027
PT.005, PT.037, PT.049
PT.028
PP.04, PT.055, PT.068
PT.014, PT.056, PT.045
PT.019, PT.032
PT.115, PT.116
PP.20
PT.023
PT.047
PP.23, PT.001
PT.052, PT.051
S169
Índice remissivo de autores
Oliveira FA
Oliveira HCF
Oliveira LS
Oliveira MA
Oliveira MC
Oliveira TB
Oliveira TT
Otton R
Pacagnelli F
Pace AE
Pacheco FC
Pantaleão LC
Panveloski-Costa AC
Parisi MC
Paschoal VA
Pascoal LADB
Passarelli M
Passone CGB
Passos GAS
Paula FJA
Paula TMD
Paula-Gomes S
Pavin EJ
Pavlak JLL
Pawlick R
Pedrosa D
Peixoto EBMI
Pereira A
Pereira FA
Pereira VD
Piculo F
Pina KN
Pinto RS
Pires MM
Piveta VM
Poças-Silva T
Pochapski JA
Poletto AC
Polli GP
Portovedo M
Poyares LL
Proença ARG
Protzek AOP
Przygodda F
Ptrotzek AO
Puggina EF
Purificação TA
Quadros CDM
Queiroz MS
Raczenski A
Rafacho A
Raposo ASA
S170
PT.007
PT.047
PT.044
PP.17
PT.146, PT.147
PT.132, PT.053, PT.136
PT.015, PT.016, PT.017
PT.006, PT.007, PT.008, PT.059, PT.081, PT.117, PT.118
PT.064
PT.125
PT.064
PT.005
PT.049
PT.066
PT.136, PT.053, PT.132
PT.099
PP.04, PT.028, PT.068, PT.052, PT.055
PT.044
PP.16
PT.090
PT.140
PT.050
PT.066
PT.100, PT.101
PP.24
PT.150, PT.151, PT.077, PT.078
PT.052
PT.119
PT.043, PT.090
PT.113
PT.010
PT.023
PT.068
PP.05
PT.001
PT.045
PT.101
PT.012, PT.045, PT.046, PT.056, PT.030
PT.107
PT.135
PT.049
PT.141, PT.115
PT.079
PT.142
PT.149
PT.089, PT.090
PT.079
PT.002, PT.003, PT.004, PT.082
PT.066
PT.101
PT.079
PP.24, PT.051, PT.052
Índice remissivo de autores
Rassi DM
Razoli DS
Rebelato E
Reis AF
Rezende KN
Rezende LF
Ribeiro L
Ribeiro RA
Rocco DDFM
Rocha DM
Rocha GZ
Rocha JC
Rocha MS
Rochitte CE
Rodrigues AMS
Rodrigues E
Roman EA
Ropelle ER
Rossi-Valentim R
Rudge MV
Rudge MVC
Rufino LC
Saad MJ
Saad STO
Sabino-Silva R
Saddi-Rosa P
Saito FH
Sakamoto-Hojo
Salles JEN
Santos AS
Santos CL
Santos DP
Santos G
Santos GA
Santos GJ
Santos LC
Santos LRB
Santos LRB
Santos RF
Santos SAA
Santos YMM
Santos-Silva JC
Sartori CH
Sato MN
Savoldelli RD
Scalissi NM
Schelles C
Schoorlemmer GHM
Schumacher N
Sena CMS
Sepulcre DFN
Seraphim PM
PP.16
PT.131, PT.135
PP.10, PP.27
PP.23, PT.001
PT.092, PT.093, PT.094
PT.074, PP.14, PT.073, PT.079
PP.15
PT.036, PT.047, PT.080
PP.04
PP.11, PP.26
PP.12, PP.20
PT.068
PT.002, PT.003, PT.004
PP.28
PT.139, PT.140, PT.143
PP.24
PT.102, PT.113
PP.12
PP.08
PT.011
PT.009, PT.010, PT.061, PT.062, PT.063, PT.065, PT.067, PT.069, PT.110, PT.123, PT.130
PT.039
PP.20, PP.21
PT.073
PT.014, PT.031, PT.045
PP.23, PT.001
PT.009, PT.011, PT.062, PT.123
PP.16
PP.30
PT.026, PT.027, PT.125
PT.097
PT.065, PT.110
PT.112
PT.084, PT.085, PT.113
PP.14, PT.073, PT.074, PT.079
PT.139, PT.140, PT.143
PP.03, PT.129, PT.037
PT.122
PP.11, PP.26
PT.010
PT.039
PT.036, PT.079, PT.080
PT.055
PP.07
PT.044
PP.30
PT.005
PT.002
PT.111
PT.005
PP.30
PT.060, PT.097
S171
Índice remissivo de autores
Serrano RG
Serrano-Nascimento C
Sertié RAL
Shapiro AMJ
Shimizu MHM
Silva CRA
Silva LA
Silva MER
Silva MLLS
Silva PE
Silveira LR
Silveira WA
Silvério R
SImões D
Sinzato YK
Siqueira-Catania A
Siva MER
Soares Oliveira D
Sollon C
Sollon CS
Soriani FM
Souza AH
Souza DG
Souza FG
Souza JC
Souza LM
Souza R
Souza Lima T
Stela Pinto C
Stivanin-Silva LG
Sudano MJ
Susuki MN
Suzuki C
Tavares CAF
Teixeira CRS
Teixeira MM
Teixeira SS
Tock L
Toretto FMBV
Torgeiro SM
Torquato MTCG
Torres Leal FL
Torsoni AS
Torsoni MA
Treml D
Trevizani Nitsche MJ
Trombetta BNO
Tsukumo DM
Tufik S
Tunes RS
Tunes UR
Turati A
S172
PT.009, PT.065, PT.069
PT.037
PT.115
PP.24
PT.068
PT.139, PT.140, PT.143
PT.100, PT.101
PP.11, PP.26, PT.026
PT.039
PT.046, PT.056
PT.149
PT.075
PT.118
PT.095, PT.109
PT.009, PT.011, PT.061, PT.067, PT.130
PP.05, PP.13
PT.027
PT.096
PT.102, PT.127, PT.102, PT.122, PT.131
PT.127
PT.147
PT.115, PT.116
PT.146, PT.147
PP.09
PT.047
PT.084, PT.097
PT.001
PT.033
PP.18
PT.077, PT.078, PT.150, PT.151
PT.061
PP.30
PT.003, PT.004
PP.28
PP.09, PT.125, PT.126
PT.146, PT.147
PT.049
PT.119
PT.064
PT.119
PT.125
PT.035, PT.115, PT.116
PT.084, PT.085, PT.112, PT.113
PT.084, PT.085, PT.112, PT.113
PT.086, PT.091
PT.019, PT.032
PT.097
PP.21
PT.119
PT.039, PT.040
PT.039, PT.040
PT.122
Índice remissivo de autores
Vanzela E
Vanzela EC
Vassimon CS
Vassimon HS
Velho G
Velloso LA
Vendramini MF
Veras KM
Vernini JM
Vettorazzi JF
Vidal TR
Vieira EPG
Vieira GT
Vieira LQ
Vieira SM
Vieira Filho JPB
Vilas Boas EA
Vilella CA
Vitorino DC
Volpato GT
Wajchenberg BL
Witkin SS
Yamanaka, KK
Zanella MT
Zanetti ML
Zanini MH
Zanon NM
Zollner, RL
Zordan A
PT.149
PT.047
PT.125
PT.087
PP.23
PT.084, PT.085, PT.098, PT.099, PT.102, PT.103, PT.112, PT.113, PT.127, PT.131, PT.135
PT.066
PP.15
PT.123
PT.036, PT.080
PT.089, PT.107, PT.108
PP.30
PT.015, PT.016, PT.017
PT.146
PT.066
PP.01
PT.145
PT.111, PT.150, PT.151, PT.078
PT.112, PT.113
PT.009, PT.070, PT.130
PP.28
PT.011, PT.062
PT.003, PT.004
PT.119
PT.125, PT.126
PT.120, PT.121
PT.050, PT.075, PT.114, PT.142, PT.148
PT.077, PT.078, PT.111, PT.150, PT.151
PT.086, PT.091
S173

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