Edição 124 - De Olhos e Ouvidos

Transcrição

Edição 124 - De Olhos e Ouvidos
ANO 12 - Nº 124
PORTO ALEGRE
AGOSTO/2009
DISTRIBUIÇÃO
GRATUITA
MEMÓRIA
O FIM DA PICANHA MARTIM ARANHA!
Por Cesar Tasca
Quando comecei a trabalhar na Churrascaria Barranco, como garção, nos idos de 70, constava no cardápio, entre outros itens, a picanha à Martim Aranha.
Costela era costela, chuleta era chuleta, coração de galinha era coração de galinha e assim por diante. Saliente-se que era e é ainda um serviço a la carte.
Havia os filés em combinações simples tipo filé
simples, tipo filé com fritas ou filé a pé. Nada de filé a
moscovita ou a molho de nata, por exemplo. Bem servidos, é claro, mas filés em seu estado puro. Lembro
até que uma cliente perguntou o que acompanhava o
filé simples. Respondi de pronto, que acompanhava...
uma folha de alface. Às vezes até ela se ausentava.
Bem e o que guarnecia a picanha a Martim Aranha? O vereador Martim Aranha, hoje nome de escola,
de rua, era muito amigo de Santo Tasca um dos fundadores do Barranco, e o espeto de picanha levava seu
nome como uma homenagem. Provavelmente tenha
sido isso.
Nessa época, a picanha, aquela parte bovina que
vem embaixo da alcatra era vendida como ela era em
si. Os bois de então não eram rastreados, neles não se
introduziam chips, e, depois de abatidos, seus cortes
eram processados como agora, em que o peso da
picanha, por exemplo, sua gordura, suas medidas, são
todos uniformes. Tipo exportação. A base da picanha,
quanto maior, era de consistência mais dura, e se denominava cabeça de picanha. Havia clientes que pediam, como Rafael Bandeira dos Santos, presidente do
Grêmio na época: “quero uma picanha acéfala”. Se a
picanha é um triângulo a ponta é a parte mais macia e
saborosa. Ah, a gordura não pode ser branca, tem que
ser amarelinha. Isto identifica os novilhos. Dá pra se
dizer que para escolher uma picanha que ia para o fogo,
tinha-se que ser um expert... em picanha. Depois de
um certo tempo, lógico, bastava um olhar para se saber se a picanha a ser servida era a ideal ou uma picanha
para “tigres”. Esclareça-se que “tigre” era aquele cliente que não costumava dar gorjeta para o garção e que
fazia jus a uma... cabeça de picanha. O contrário de
tigre é bagre, mas isso é linguagem de garção.
Talvez por haver filé a Osvaldo Aranha, ou outras
criações culinárias que homenageassem figuras notórias, é que vários clientes queriam saber o que era e o
que vinha com a picanha à Martim Aranha.
Não sei o que os outros garçãos alegavam, mas
eu me limitava a dizer que era uma picanha com gor-
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dura, a amarelinha, é claro. Acrescente-se que a picanha
tem relação com a gordura, quanto mais abundante,
mais tenra. Que mais eu poderia dizer? A picanha à
Martim Aranha, ou melhor, todas as picanhas do Barranco, era um espeto que continha mais ou menos 450
gramas de picanha. Fosse ela, quem fosse. E ponto.
Acompanhava o bom atendimento do garção.
Mas tinha lá seu charme. Afinal era o único item
do cardápio com uma referência a alguém, ou que sugerisse a elaboração de uma criação culinária. Era uma
picanha democrática com acesso a todos os partidos. A
picanha à Martim Aranha seria um nome de consenso
para disputar qualquer eleição. Sem prévias.
E a família de Martim Aranha, o vereador, era cliente assíduo da casa. Até quando substituíram o quadro que ornamentava o “salão velho”, até a foto ampliada do Banquete dos Mendigos dos Rolling Stones,
foi Zara Aranha a escolhida para expôr um quadro seu
no lugar vago. Era uma pintura onde estavam desenhados vários cavalos. Não sei que tipo de pintura era,
nem a raça dos cavalos, mas era um belo quadro onde
cavalos predominavam. Albino Tasca, outro dos fundadores do Barranco, ao se deparar com aquela pintura,
pintou a seguinte frase: “pra que tantos cavalos se aqui
já tem cavalo que chega”.
O final que justifica o título destas linhas, isto é, o
fim da picanha à Martim Aranha, chegou com um dos
tantos planos mirabolantes que os governos apresentavam como salvação da lavoura, e no presente caso,
com o fim do pasto que alimentava os bois que originaram a picanha à Martim Aranha. Sarney decretou o congelamento dos preços. O empresário não podia aumentar os preços dos seus produtos, mas os fornecedores,
estamos no Brasil, subiam os preços no atacado. E como
subiam. E como estamos no Brasil, cometendo agora
uma redundância, todo mundo ou quase todo mundo
achou uma maneira de burlar as normas. E assim, a
picanha à Martim Aranha deu lugar a uma picanha à
Barranco, se não me engano, com o preço majorado.
Entenderam? Mudava o nome, mudava o preço. Pra
não dizer que era diferente, acho que acompanhava
uma porção de arroz. Até para respaldar a mudança.
Porção de arroz, normalmente recusada pelos clientes,
já que picanha à Martim Aranha ou à Barranco, cliente
que era cliente já sabia, o espeto de picanha no Barranco era um simplesmente um espeto de picanha. De
boa picanha.
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Foto: Cláudio Bergmann - TODT Comunicações
PUNTA BALLENA DOA ALFAJORES
A ALUNOS DO GE URUGUAI
O cônsul Uruguaio com diretores da Escola e da Empresa.
O transcurso da data da Independência do
Uruguai, na terça-feira (25 de agosto) foi assinalado
em Porto Alegre pela fabricante uruguaia de alfajores
Punta Ballena. A empresa procedeu à doação deste
produto típico da região do rio da Prata para os
alunos do Grupo Escolar Uruguai, localizado junto
ao Parcão. O evento, realizado às 9h45min, contou
com as presenças do cônsul do Uruguai, Pablo
Scheiner e da vice-diretora da escola, Margrid
Bencke, além da representante da Punta Ballena,
Maria José Vanzini.
EM: 26.8.09
Dr. Belmar Andrade
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Editor: Jorn. Olides Canton - Mtb 4959
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CEP 90460-040 - Porto Alegre/RS
Editoração Eletrônica: Rita Martins(9832.8385)
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Impressão: RM&L Gráfica (3347.6575)
Os artigos assinados são de responsabilidade dos
autores. Os colaboradores não têm vínculo
empregatício.
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A biblioteca do Dr. Lenna
Eleições municipais de 2008 (análise)
Parte III
Adeli Sell*
Na introdução do livro “A viagem”, o
escritor Julio Cortázar dizia sentir-se irmanado
àqueles que o leriam, pois ele o escrevera como
forma de estar em seu próprio mundo em uma
viagem de navio especialmente tediosa. Quando
lemos, criamos um mundo próprio, numa
trajetória pessoal em que se mescla a história
lida e a nossa própria vivência. Fazemos nosso
próprio mundo e abrimos as portas para que a
curiosidade nos leve adiante, em busca de novos
lugares, novas idéias, num aprendizado
constante.
Em Cunha Porã-SC, onde me criei, era
médico e depois virou prefeito o Dr. Cláudio
Benincá Lenna, que juntara um acervo
admirável. Fruto de muita garimpagem num
lugar onde não havia livrarias ou bibliotecas
públicas, disponibilizou tudo para a nossa
pequena cidade. Foi graças a ele que comecei a
amar os livros. Ele abria sua casa para os
possíveis leitores e foi responsável por me
ensinar o caminho para chegar às idéias e por
incitar a curiosidade de saber mais. Devo a ele,
em grande parte, ter optado por vir para Porto
Alegre, estudar Letras. Como livreiro, muitas
vezes voltei a encontrar livros que conhecera
na casa do Dr. Lenna , emocionado como quem
revê velhos amigos.
Na atividade de vereador, busco ser um
pouco o Dr. Lenna , trabalhando para que
escolas e comunidades conquistem espaços de
leitura, abrindo as portas para o mundo das
idéias e para outras realidades. Quem lê,
aprende sobre a diferença, aprende que não há
uma única realidade, que são muitos os mundos
e que eles podem coabitar; que as diferentes
formas de pensar não levam ao conflito, mas
ao enriquecimento. Para isso, através de meu
gabinete na Câmara, fomentamos uma
campanha permanente de arrecadação de livros
para repassar a bibliotecas de escolas e
comunitárias. Tenho a convicção que o ser
humano precisa bem mais que comida para
crescer e ser um cidadão de fato, precisa
aprender a se fazer respeitar e ouvir, interferir e
traçar seu próprio destino.
Quem doa livros não está se desfazendo
deles, está é lhe dando asas para criar novos
ninhos de saber.
5 - A disputa eleitoral de Porto Alegre, por sua importância e repercussão, foi a que concentrou nossas principais atenções e, seu resultado, aponta novas perspectivas para a ação
dos comunistas. Para tanto, faz-se necessário tirar
ensinamentos e adotar medidas que permitam colher os frutos desta importante batalha.
Fomos o fato novo da eleição. A liderança, em ascensão,
da camarada Manuela, que há apenas quatro anos se elegeu
vereadora na primeira disputa eleitoral de que participou, criou
grande expectativa e se constituiu na novidade da eleição.
Alicerçada numa política de esquerda, e com amplitude, conseguiu aglutinar o maior numero de partidos na disputa, dialogar com setores diversos da sociedade porto-alegrense e
construir, no debate com todos esses setores, um programa
avançado, que foi referência na disputa. Em decorrência disto, a preocupação principal das forças políticas no primeiro
turno passou a ser a potencialidade da candidatura da
Manuela, do PCdoB e da coligação Porto Alegre é Mais.
Durante a maior parte da campanha nossa candidatura
esteve em segundo lugar nas pesquisas e era muito presente
a possibilidade de se tornar vitoriosa na eleição. A não ida ao
segundo turno frustou esta expectativa. Decorreu do ambiente da campanha que permitiu a consolidação da
candidatura de Fogaça e pelo fato da candidatura da
Manuela ter se tornado o alvo central da disputa.
O processo eleitoral não transcorreu como se previa. A
polarização entre os dois campos políticos principais — o de
Fogaça que representava a situação e o do PT que havia
governado a capital por 16 anos — não ocorreu. O alvo normal da disputa, que deveria ser o questionamento da administração Fogaça, foi substituído pelo combate ao projeto novo
que Manuela representava. Todos os candidatos tentaram
demonstrar que seu projeto era o que reunia melhores condições de implementar o novo na prefeitura de Porto Alegre
com o flagrante propósito de despotencializar a mensagem
da Manuela; os concorrentes com mais chances chegaram a
sordidez da campanha preconceituosa para convencer o eleitorado de que não era a vez da nossa candidatura.
Preocupado em ficar fora do segundo turno e concentrando seu ataque à candidatura da Manuela - não apenas
com argumentos políticos mas principalmente com argumentos preconceituosos e sectários -, o PT permitiu que Fogaça
fizesse uma campanha de afirmação de seu governo através
da desconstituição dos governos petistas na capital.
Fogaça entrou na disputa muito questionado - era dos
prefeitos das capitais o que tinha o menor índice de aprovação -, contudo, a tática adotada pelo PT permitiu que ele
fosse se constituindo como candidato viável através de uma
campanha com duras críticas as administrações petistas,
reavivando assim, o “antipetismo” no eleitorado. Com uma
campanha bem posicionada, justificou sorrateiramente sua
inoperância administrativa com a “herança maldita” ou “casa
desarrumada” que encontrou em 2005, sem ser suficientemente contestado pelo PT e por sua candidata . Também
pesou na ascensão de Fogaça, o fato dessas eleições, nacionalmente, terem sido favoráveis à reeleição, por conta do
bom momento que vive o país.
A política de alianças do PCdoB foi outro dos ataques políticos ardilosos do PT a nossa candidatura. O acordo político
do partido com o PPS, PSB, PR, PMN, PTdoB e PTN demonstrou uma grande capacidade de diálogo e aglutinação do nosso
partido. Conseguimos reunir forças de esquerda e de centro
em torno de um projeto avançado e de uma candidatura comunista.
Esta aliança proporcionou a realização de uma grande
campanha expressiva que se contrapôs as campanhas dos
grandes partidos, somou um bom tempo de rádio e TV e
continua pag 4
*ADELI SELL é vereador do PT, em Porto Alegre
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permitiu a ampliação da relação com diversos setores da sociedade. Seu ponto fraco foi a falta de maior estrutura dos
partidos que proporcionasse um vínculo mais concreto com o
eleitor. Contudo, as críticas incorrentes do PT acabaram influenciando parte da pequena burguesia. Mas também é de sublinhar o insuficiente combate que fizemos à esta conduta
incoerente - o PT no estado se coligou em 61 municípios com
o PPS, em vários dos quais venceu a eleição. Esse nosso deslize pode ter levado uma parcela do eleitorado anti-Fogaça a
optar pela candidatura do PT ou do PSol.
Na eleição proporcional, o PCdoB se apresentou para a
disputa com uma chapa composta de 24 candidatos, em coligação com o PPS, PR, PMN e PTdoB. A coligação elegeu três
vereadores. O Partido somou mais de 40mil votos e elegeu os
4 primeiros suplentes. Projetou inúmeras lideranças novas que
fizeram expressiva votação e que podem se consolidar como
importantes referências do partido.
A não eleição de nenhum candidato do partido para a
Câmara Municipal da capital significou uma perda importante. Decorreu de erros na condução da campanha e insuficiências partidárias que precisam ser melhor examinadas para
tirarmos ensinamentos. Entre os vários fatores destacam-se:
a insuficiente priorização e consequente concentração de algumas candidaturas com maior potencial eleitoral; as dificuldades de quadros e estrutura para dirigir a campanha proporcional, uma vez que o esforço principal foi voltado à disputa
majoritária; a construção de uma chapa com poucas lideranças com efetiva força eleitoral, em desarmonia com a dimensão do projeto do partido; e a débil estruturação do nosso
partido entre o povo. (Diretoria Municipal do PCdoB)
Para ler as partes I e II acesse:
www.deolhoseouvidos.com.br
Clínica Fisiorest
Fisioterapia
(RPG, pilates com aparelhos)
Psicologia
Nutrição
Psiquiatria
Rua Álvares Machado,30 - Petrópolis
Gente da noite( I)
Dono de restaurante de Porto Alegre, que passou a
empresário da área rural, com fazenda perto da BR290, está tendo problemas com o IBAMA. Ele cortou
maricás, logo aqueles que florescem na primavera...o
restaurante fica no Mercado Público.
Gente da noite (II)
Nova Schin andou propondo ao Barranco também a
troca de bandeira de chopp. Mas não levou....
Gente da noite ( III)
Gerente de uma casa aberta não faz muito teria
entrado em férias” forçadas”...
Gente da noite ( IV)
O Nono Ludovico ali na Lavras está bombando.
Aumentou muito o espaço,depois de uma reforma.
Comprou a casa do lado. Deve se expandir. Também
é dono do Marcellus, na Protásio.
Gente da noite ( V)
Tão logo o Nono Ludovico abriu, houve problemas
com seguranças da pizzaria e alguns vizinhos. Depois
tudo se acomodou...
Gente da noite (VI)
Sócio de uma churrascaria TRI conhecida, foi visitado
novamente pelos chamados “amigos do ALHEIO”
como diziam os repórteres policiais antigamente.
Levaram, 30 ou 35 mil reais... É o segundo assalto
em pouco menos de dois anos...
Gente da noite (VII)
Estive em S. Borja, dia 24 de agosto. César Pires
Machado, o que palestrou sobre Getúlio Vargas, na
Câmara Municipal, depois foi jantar “em el outro
lado, ou seja em Santo Thomé....Lá é assim, os de
Santo Thomé vem jantar no Porto de São Borja (bons
restaurantes) e os de São Borja vão pro lado dos
correntinos....
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