Avaliaç˜ao de Desempenho da Técnica de Multiplex Espacial na
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Avaliaç˜ao de Desempenho da Técnica de Multiplex Espacial na
JUAN CARLOS MINANGO NEGRETE Avaliação de Desempenho da Técnica de Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal Campinas, SP 2014 i ii Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação Juan Carlos Minango Negrete Avaliação de Desempenho da Técnica de Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal Dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do tı́tulo de Mestre em Engenharia Elétrica. Área de concentração: Telecomunicações e Telemática. Orientador: Prof. Dr. Celso de Almeida Este exemplar corresponde à versão final da dissertação de mestrado defendida pelo aluno Juan Carlos Minango Negrete, e orientada pelo Prof. Dr. Celso de Almeida Campinas 2014 iii Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas Biblioteca da Área de Engenharia e Arquitetura Rose Meire da Silva - CRB 8/5974 M66a Minango Negrete, Juan Carlos, 1987MinAvaliação de desempenho da técnica de multiplex espacial na presença de interferência de co-canal / Juan Carlos Minango Negrete. – Campinas, SP : [s.n.], 2014. MinOrientador: Celso de Almeida. MinDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação. Min1. Comunicação móvel. 2. Multiplexação. 3. Rádio - Transmissores e transmissão - Desvanecimento. 4. Rádio - Interferência. 5. Modulação Digital. I. Almeida, Celso de,1957-. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação. III. Título. Informações para Biblioteca Digital Título em outro idioma: Performance evaluation of spatial multiplexing technique in the presence of co-channel interference Palavras-chave em inglês: Mobile communication Multiplexing Radio - Transmitters and transmission - Fading Radio - Interference Digital Modulation Área de concentração: Telecomunicações e Telemática Titulação: Mestre em Engenharia Elétrica Banca examinadora: Celso de Almeida [Orientador] Carlos Eduardo Camara Reginaldo Palazzo Júnior Data de defesa: 04-08-2014 Programa de Pós-Graduação: Engenharia Elétrica iv Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) v vi Resumo O uso da técnica de multiplex espacial, transmissão de feixes de sı́mbolos independentes usando múltiplas antenas de transmissão, tem sido proposta para atingir a exigência de taxas de dados maiores dos futuros sistemas de comunicações sem fio de banda larga. No entanto, quando a técnica de multiplex espacial é aplicada a uma rede celular, seu desempenho é afetado pela interferência de co-canal. Este trabalho avalia e compara os efeitos da interferência de co-canal na taxa de erro de bit média, BER, entre sistemas de transmissão digital com multiplex espacial e sistemas de transmissão digital com uma única antena de transmissão, onde os parâmetros da potência de transmissão e eficiência espectral são levados em consideração, a fim de se fazer comparações justas entre os dois sistemas. O enlace direto em um ambiente com desvanecimento plano e lento do tipo Rayleigh na presença de um interferente de co-canal dominante foi considerado. Além disso, o uso do detector ótimo, MV, no receptor e os esquemas de modulação BPSK, QPSK e M -QAM foram também considerados. Simulações de Monte Carlo foram feitas para a obtenção dos desempenhos em termos da BER como uma função da relação sinal-ruı́do por bit, Eb /N0 , e da relação sinal-interferência, SIR. Os resultados da avaliação e comparação de desempenho entre os sistemas com multiplex espacial e com uma única antena de transmissão apresentados neste trabalho, constituem uma ferramenta importante a fim de se conhecer os benefı́cios reais da técnica de multiplex espacial aplicada a uma rede celular, como por exemplo nos padrões WiMAX ou LTE. Palavras-chave: Multiplex Espacial, BER, Redes Celulares, Interferência de CoCanal, Desvanecimento Rayleigh, Detector Ótimo - Máxima Verossimilhança. vii Abstract Spatial multiplexing technique, consisting of independent symbol transmission on multiple transmission antennas, has been proposed to meet the requirement for higher data rates of future wireless broadband communication systems. However, when spatial multiplexing technique is applied to a cellular network, the performance is affected by co-channel interference. This work evaluates and compares the effects of co-channel interference on the mean bit error rate, BER, of spatial multiplexing systems and single transmission antenna systems, where transmit power and spectral efficiency parameters are taken into consideration, in order to make a fair comparison between both systems. The downlink of a cellular network in slowly-varying flat Rayleigh fading environment and in the presence of a dominant co-channel interferer is considered. Furthermore, the use of Optimum Detector on the receiver and BPSK, QPSK and M -QAM modulations is also considered. Monte Carlo simulations are realized for obtaining the performance in terms of the BER as a function of per-bit signal-to-noise ratio, Eb /N0 , and signal-to-interference ratio, SIR. The evaluation and comparison performance results between spatial multiplexing and a single transmission antenna systems presented in this work, are important tools in order to know the real benefits of spatial multiplexing technique applied to a cellular network, as the standards WiMAX or LTE. Keywords: Spatial Multiplexing, BER, Cellular Networks, Co-Channel Interference, Rayleigh Fading, Optimum Detector - Maximum Likelihood. viii Sumário Introdução Geral 1 1 Conceitos Básicos 1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.2 Redes Celulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.2.1 Interferência de Co-Canal . . . . . . . . 1.3 Modelo de Canal . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.3.1 Canal com Ruı́do AWGN . . . . . . . . 1.3.2 Canal com Desvanecimento . . . . . . . 1.4 Diversidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.4.1 Diversidade Temporal . . . . . . . . . . 1.4.2 Diversidade em Frequência . . . . . . . . 1.4.3 Diversidade Espacial . . . . . . . . . . . 1.5 Modulação Digital . . . . . . . . . . . . . . . . 1.5.1 Eficiência Espectral . . . . . . . . . . . . 1.5.2 Mapeamento de Gray . . . . . . . . . . . 1.5.3 Modulação BPSK . . . . . . . . . . . . . 1.5.4 Modulação QPSK . . . . . . . . . . . . . 1.5.5 Modulação M -PSK . . . . . . . . . . . . 1.5.6 Modulação M -QAM . . . . . . . . . . . 1.5.7 Figura de Mérito Distância-Energia . . . 1.6 Análise de Desempenho das Modulações Digitais 1.6.1 Probabilidade de Erro de Bit Média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . em . . 2 Desempenho de Sistema de Transmissão Digital um Canal com Desvanecimento 2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.2 Descrição do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3 Estrutura do Detector . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.1 Detectores Lineares . . . . . . . . . . . . . 2.3.2 Detector Ótimo - Máxima Verossimilhança 2.3.3 Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.4 Metodologia de Comparação Proposta . . . . . . 2.5 Resultados e Discussões . . . . . . . . . . . . . . ix 4 . . . . . . . . . . . . . . . . 4 . . . . . . . . . . . . . . . . 4 . . . . . . . . . . . . . . . . 5 . . . . . . . . . . . . . . . . 5 . . . . . . . . . . . . . . . . 5 . . . . . . . . . . . . . . . . 6 . . . . . . . . . . . . . . . . 8 . . . . . . . . . . . . . . . . 9 . . . . . . . . . . . . . . . . 9 . . . . . . . . . . . . . . . . 9 . . . . . . . . . . . . . . . . 10 . . . . . . . . . . . . . . . . 11 . . . . . . . . . . . . . . . . 11 . . . . . . . . . . . . . . . . 11 . . . . . . . . . . . . . . . . 13 . . . . . . . . . . . . . . . . 14 . . . . . . . . . . . . . . . . 15 . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Canais com Desvanecimento 18 . . . . . . . . . . . . . . . . 19 com Multiplex Espacial em . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 22 22 24 24 25 27 30 31 2.6 2.5.1 Desempenho 2.5.2 Desempenho 2.5.3 Desempenho Conclusões . . . . . do do do . . Sistema com Multiplex Sistema com Multiplex Sistema com Multiplex . . . . . . . . . . . . . Espacial Espacial Espacial . . . . . (2,1) (3,1) (4,1) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal 3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.2 Descrição do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.3 Probabilidade de Erro de Bit Média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.4 Resultados e Discussões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.4.1 Desempenho do Sistema com Multiplex Espacial (2,1) . . . . . . . . . . . 3.4.2 Desempenho do Sistema com Mutliplex Espacial (3,1) . . . . . . . . . . . 3.4.3 Desempenho do Sistema com Mutliplex Espacial (4,1) . . . . . . . . . . . 3.4.4 Desempenho do Sistema com Multiplex Espacial para Diferente Número de Antenas de Transmissão e de Recepção com Modulação QPSK . . . . 3.5 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 36 37 40 42 42 43 45 48 48 51 54 57 59 4 Conclusões Finais 4.1 Trabalhos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 62 Bibliografia 63 x Aos meus amados pais, Silvia e Marcelo e ao meu irmão, David, por serem meu suporte e fortaleza ao longo do caminho. xi xii Agradecimentos Agradeço, Em primeiro lugar a Deus e ao “Niñito Rey de Reyes”, pelas bençãos e cuidados dedicados durante este tempo no Brasil e por me permitir concluir uma etapa mais da minha vida. Aos meus pais, Silvia e Marcelo, e ao meu irmão, David, pelo amor e carinho dedicados a mim, sem pedir nada em troca, e por serem as pessoas mais importantes na minha vida e fonte de inspiração. Ao meu orientador, o Professor Celso de Almeida, pela oportunidade para realizar meus estudos de mestrado no Brasil, assim como a confiança, ajuda e a valiosa orientação durante o perı́odo do mestrado. Aos membros da banca examinadora Prof. Dr. Carlos Eduardo Câmara e Prof. Dr. Reginaldo Palazzo, pelos comentários, sugestões e contribuições, que ajudaram a melhorar a qualidade e a redação final deste trabalho. Aos colegas de trabalho e amigos mais próximos: Rodolpho, Lucas, Pâmela, Esdras, Lailson, Rodrigo, German, e Mirko pela convivência descontraı́da, ajuda mútua, trocas de experiências e amizade. Um agradecimento especial à Carito por seu carinho, paciência e apoio contı́nuo durante os últimos anos. A todos meus amigos equatorianos, colombianos, peruanos e brasileiros pelos momentos de alegria vividos. À vida por ter nascido no meu belo paı́s Equador e ser Pomasqueño Sangre de Campeones. Ao Brasil por ter-me acolhido neste tempo do mestrado. À FEEC/UNICAMP a ótima estrutura que oferece aos estudantes e pesquisadores. À SENESCYT pelo apoio financeiro. À CAPES pelo suporte. xiii xiv Lista de Figuras 1.1 1.2 1.3 Rede Celular. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Modelo de Canal Contı́nuo com Ruı́do AWGN. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Modelo de Canal Contı́nuo com Desvanecimento Plano e Lento do tipo Rayleigh e com Ruı́do AWGN. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.4 Diversidade Espacial em um Sistema de Comunicações Sem Fio com Múltiplas Antenas de Transmissão e de Recepção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.5 Diagrama de Constelação BPSK. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.6 Sistema de Transmissão Digital com Modulação BPSK. . . . . . . . . . . . . . . 1.7 Diagrama de Constelação QPSK. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.8 Diagrama de Constelação 8-PSK. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.9 Diagrama das Constelações M -QAM Quadradas 16-QAM e 64-QAM. . . . . . . 1.10 Probabilidade de Erro de Bit em Função da Relação Eb /N0 para as Modulações BPSK, QPSK e 16-QAM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1 2.2 Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial. . . . . . . . . . . . . . BER versus Eb /N0 para um Sistema com Multiplex Espacial, (Nt , Nr ) = (2, 2) Modulação BPSK e Diferentes Estruturas de Detecção. . . . . . . . . . . . . . . 2.3 BER versus Eb /N0 para um Sistema com Multiplex Espacial com Diferentes Números de Antenas para o Detector MV e Modulação BPSK. . . . . . . . . . . . 2.4 Sistema com Multiplex Espacial, (Nt , Nr ) = (2, 1), Modulação BPSK. . . . . . . 2.5 Sistema com Uma Única Antena de Transmissão, (Nt , Nr ) = (1, 1), Modulação QPSK. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.6 BER versus Eb /N0 para um Sistema (2, 1), Modulação BPSK comparado com um Sistema (1, 1), Modulação QPSK. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.7 BER versus Eb /N0 para um Sistema (2, 1), Modulação QPSK comparado com um Sistema (1, 1), Modulação 16-QAM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.8 BER versus Eb /N0 para um Sistema (2, 1), Modulação 16-QAM comparado com um Sistema (1, 1), Modulação 256-QAM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.9 BER versus Eb /N0 para um Sistema (3, 1), Modulação BPSK comparado com um Sistema (1, 1), Modulação 8-PSK. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.10 BER versus Eb /N0 para um Sistema (3, 1), Modulação QPSK comparado com um Sistema (1, 1), Modulação 64-QAM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xv 5 6 8 10 12 12 14 15 17 19 23 28 29 33 33 34 35 36 37 38 2.11 BER versus Eb /N0 para um Sistema (4, 1), Modulação BPSK comparado com um Sistema (1, 1), Modulação 16-QAM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.12 BER versus Eb /N0 para um Sistema (4, 1), Modulação QPSK comparado com um Sistema (1, 1), Modulação 256-QAM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6 3.7 3.8 3.9 3.10 3.11 3.12 3.13 3.14 3.15 Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de um Interferente de Co-Canal Dominante. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR para um Sistema (2,1) com Modulação BPSK, Comparando-se Simulação com Teoria. . . . . . . . . . . . . . . . . BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR para um Sistema (2,1) com Modulação QPSK, Comparando-se Simulação com Teoria. . . . . . . . . . . . . . . . . BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR para um Sistema (2, 1) com Modulação BPSK Comparado com um Sistema (1, 1) com Modulação QPSK. . . . . . BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR para um Sistema (2, 1) com Modulação QPSK Comparado com um Sistema (1, 1) com Modulação 16-QAM. . . . BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR para um Sistema (3, 1) com Modulação BPSK Comparado com um Sistema (1, 1) com Modulação 8-PSK. . . . . . BER em Função da Relação Eb /N0 para SIR = 24 dB para um Sistema (3, 1) com Modulação BPSK Comparado com um Sistema (1, 1) com Modulação 8-PSK. BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR para um Sistema (3, 1) com Modulação QPSK Comparado com um Sistema (1, 1) com Modulação 64-QAM. . . . BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR para um Sistema (4, 1) com Modulação BPSK Comparado com um Sistema (1, 1) com Modulação 16-QAM. . . . . BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR = 24 dB para um Sistema (4, 1) com Modulação BPSK Comparado com um Sistema (1, 1) com Modulação 16-QAM. BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR para um Sistema (4, 1) com Modulação QPSK Comparado com um Sistema (1, 1) com Modulação 256-QAM. . . . BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR = 24 dB para um Sistema com Multiplex Espacial, Nt = 2, com Modulação QPSK, onde Nr Varia de 1 até 3. . BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR = 24 dB para um Sistema com Multiplex Espacial, Nt = 3, com Modulação QPSK, onde Nr Varia de 1 até 3. . BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR = 24 dB para um Sistema com Multiplex Espacial, Nt = 4, com Modulação QPSK, onde Nr Varia de 1 até 3. . xvi 39 39 43 45 46 47 49 50 51 52 53 54 55 56 58 58 59 Lista de Tabelas 3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6 Patamares da Taxa de Erro de Bit Média do Sistema (2, 1) com Modulação BPSK e do Sistema (1, 1) com Modulação QPSK. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Patamares da Taxa de Erro de Bit Média do Sistema (2, 1) com Modulação QPSK e do Sistema (1, 1) com Modulação 16-QAM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Patamares da Taxa de Erro de Bit Média do Sistema (3, 1) com Modulação BPSK e do Sistema (1, 1) com Modulação 8-PSK. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Patamares da Taxa de Erro de Bit Média do Sistema (3, 1) com Modulação QPSK e do Sistema (1, 1) com Modulação 64-QAM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Patamares da Taxa de Erro de Bit Média do Sistema (4, 1) com Modulação BPSK e do Sistema (1, 1) com Modulação 16-QAM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Patamares da Taxa de Erro de Bit Média do Sistema (4, 1) com Modulação QPSK e do Sistema (1, 1) com Modulação 256-QAM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xvii 50 51 53 54 56 57 xviii Lista de Acrônimos ASK AWGN BER BPSK CCI EM ERB FDMA LTE MIMO MMSE M -PSK M -QAM MRC MV PDF QPSK SIR SM SNR TDMA WLAN WiMAX ZF Amplitude Shift Keying. Ruı́do Aditivo Gaussiano Branco (Additive White Gaussian Noise). Taxa de Erro de Bit (Bit Error Rate). Binary Phase Shift Keying. Interferência de Co-Canal (Co-Channel Interference). Estação Móvel. Estação Rádio Base. Frequency Division Multiple Access. Long Term Evolution. Multiple Input Multiple Output. Minimum Mean Squared Error. Multilevel Phase Shift Keying. Multilevel Quadrature Amplitude Modulation. Maximal Ratio Combining. Máxima Verossimilhança. Função Densidade de Probabilidade (Probability Density Function). Quadrature Phase Shift Keying. Relação Sinal-Interferência (Signal to Interference Ratio). Multiplex Espacial (Spatial Multiplexing). Relação Sinal-Ruı́do (Signal to Noise Ratio). Time Division Multiple Access. Rede de área local (Wireless Local Area Network ). Worldwide Interoperability for Microwave Access. Zero Forcing. xix xx Lista de Sı́mbolos f (x) µx σx2 s(t) A n(t) N0 r(t) α(t) M Ω fc θ τ B Bc Tc Ts Tb Rs Rb Es Eb F dmin Ps Pb Ps Pb função densidade de probabilidade da variável aleatória x. média da variável aleatória x. variância da variável aleatória x. sinal transmitido. amplitude do sinal transmitido. ruı́do gaussiano branco. densidade espectral de potência. sinal recebido. desvanecimento Rayleigh. número de sı́mbolos da constelação. amplitude de interferência relativa ao sinal transmitido. frequência de portadora. fase da portadora. dispersão temporal. largura de banda do sinal transmitido. largura de banda de coêrencia. tempo de coêrencia. perı́odo de sı́mbolo. perı́odo de bit. taxa de sı́mbolo. taxa de bit. energia por sı́mbolo. energia por bit. figura de mérito. distância mı́nima euclidiana. probabilidade de erro de sı́mbolo. probabilidade de erro de bit. probabilidade de erro de sı́mbolo média. probabilidade de erro de bit média. xxi Nt Nr hik yk y x H n b x ξ Pt Pti Eb /N0 γb γb número de antenas de transmissão. número de antenas de recepção. resposta do canal entre a i-ésima antena de transmissão e a k-ésima antena de recepção. amostra recebida na k-ésima antena de recepção. vetor de amostras recebidas. vetor de sı́mbolos transmitidos. matriz do canal. vetor de amostras devido ao ruı́do AWGN. estimativas do vetor de sı́mbolos transmitidos. eficiência espectral. potência de transmissão. potência de transmissão por antena. razão energia por bit - densidade espectral de potência. relação sinal-ruı́do por bit. relação sinal-ruı́do por bit média. xxii Introdução Geral A demanda crescente por serviços de multimı́dia e acesso à internet de banda larga a partir de laptops, tablets ou smartphones conectados às redes celulares, exige a transmissão de dados a taxas cada vez mais elevadas e com baixa probabilidade de erro. Duas soluções óbvias para aumentar a taxa de transmissão consistem no aumento da largura de banda e da potência de transmissão. Porém, aumentar a largura de banda não é tão simples, uma vez que o espectro de frequência é um recurso limitado e controlado. Por sua vez, aumentar a potência de transmissão, eleva os custos de implementação e operação do sistema e pode esbarrar em barreiras regulatórias que buscam limitar a interferência entre sistema e possı́veis danos à saúde. Uma solução promissora para o aumento da taxa de transmissão de dados, sem nenhuma expansão da largura de banda requerida, nem aumento da potência de transmissão do sistema, é a exploração da dimensão espacial através da utilização de um arranjo de antenas no transmissor, também conhecido como multiplex espacial (Andrews, Ghosh & Muhamed 2007). Basicamente, o multiplex espacial divide os dados de entrada em várias sequências paralelas, e as envia nas diferentes dimensões espaciais ou antenas de transmissão. A idéia do multiplex espacial surgiu como um dos avanços tecnológicos mais significativos nos atuais sistemas de comunicações sem fio (Kailath & Paulraj 1994). Estudos teóricos e protótipos iniciais de sistemas de transmissão digital que fazem uso da técnica de multiplex espacial, mostraram taxas de dados significativamente maiores em comparação com os sistemas de transmissão digital com uma única antena de transmissão, em uma comunicação ponto a ponto, onde os dois sistemas empregam a mesma ordem de modulação (Telatar 1999, Catreux, Driessen & Greenstein 2002, Tse, Chuah & Kahn 2000, Tulino, Verdu & Lozano 2003, Zheng & Tse 2003). Consequentemente, a técnica de multiplex espacial é considerada uma tecnologia chave para melhorar a vazão de dados, throughput, dos futuros sistemas de comunicações sem fio de banda larga. Por outro lado, a maioria das pesquisas acadêmicas e até mesmo indústriais da técnica de multiplex espacial, têm-se focado no modelo de comunicação ponto a ponto (Gesbert, Shafi, Shiu, Smith & Naguib 2003), o qual, ignora a presença da interferência de co-canal, ou seja, somente são considerados os efeitos do desvanecimento. Em uma rede celular, a interferência de 1 Introdução Geral 2 co-canal entre as células deteriora severamente o desempenho, e pode até interromper o serviço dos usuários. Portanto, é necessário o estudo e análise de desempenho da técnica de multiplex espacial em um ambiente celular, tendo em consideração o problema da interferência de co-canal. Além disso, comparações de desempenho entre sistemas de transmissão digital com multiplex espacial e sistemas de transmissão digital com uma única antena de transmissão são necessárias, a fim de se determinar as possı́veis diferenças de desempenho entre os dois sistemas. Para que as comparações sejam justas, devem ser levados em consideração a potência de transmissão e a eficiência espectral. Na grande maioria das pesquisas (Telatar 1999, Catreux et al. 2002, Tse et al. 2000), o parâmetro da eficiência espectral não é levado em consideração, o que acarreta em uma comparação injusta entre sistemas de transmissão digital com multiplex espacial e sistemas de transmissão digital com uma única antena de transmissão. É importante destacar que a técnica de multiplex espacial já se tornou parte de padrões de sistemas de comunicação sem fio. Neste sentido, podemos destacar os padrões 802.11n/WiFi para redes de área local, WLAN, (Gelal, Pelechrinis, Broustis, Krishnamurhty, Mohammed, Chockalingam & Kasera 2010), 802.16e/WiMAX para sistemas sem fio de banda larga (Andrews et al. 2007) e LTE (do inglês “Long Term Evolution”) para redes celulares (Lee, Chan-Byoung, Vishwanath & Heath 2009). Objetivo O objetivo desta dissertação é avaliar e comparar o desempenho em termos da taxa de erro de bit média entre sistemas de transmissão digital com multiplex espacial e sistemas de transmissão digital com uma única antena de transmissão considerando os efeitos do desvanecimento plano e lento do tipo Rayleigh e da interferência de co-canal no enlace direto, downlink, de uma rede celular. Para fazer comparações justas entre os dois sistemas, a potência de transmissão e a eficiência espectral não devem ser alteradas. Estrutura do Trabalho Os capı́tulos que compõem esta dissertação são descritos a seguir: • O capı́tulo 2 apresenta os conceitos básicos de um sistema de transmissão digital. Descreve o conceito de redes celulares e o problema da interferência de co-canal. Caracteriza os modelos de canal com ruı́do AWGN, e de canal com desvanecimento plano e lento do tipo Rayleigh. Além disso, descreve o conceito de diversidade. Finalmente, apresenta os esquemas de modulação BPSK, QPSK e M -QAM assim como seus desempenhos em ambos os canais. • O capı́tulo 3 descreve o sistema de transmissão digital com multiplex espacial em um ambiente com desvanecimento plano e lento do tipo Rayleigh. Além disso, é apresentada Introdução Geral 3 a metodologia de comparação proposta entre sistemas de transmissão digital com multiplex espacial e sistemas de transmissão digital com uma única antena de transmissão. Finalmente, baseados nesta metodologia, os desempenhos dos sistemas de transmissão digital com multiplex espacial e com uma única antena de transmissão são avaliados e comparados. • O capı́tulo 4 descreve o sistema de transmissão digital com multiplex espacial em um ambiente com desvanecimento plano e lento do tipo Rayleigh na presença de um interferente de co-canal dominante. Além disso, neste capı́tulo são avaliados e comparados os desempenhos entre sistemas de transmissão digital com multiplex espacial e sistemas de transmissão digital com uma única antena de transmissão considerando os efeitos do desvanecimento e da interferência de co-canal. • O capı́tulo 5 apresenta as conclusões desta dissertação, assim como propostas para trabalhos futuros. Capı́tulo 1 Conceitos Básicos 1.1 Introdução Neste capı́tulo, apresentaremos os conceitos básicos de sistemas de comunicações sem fio. Primeiramente, será feita uma introdução aos sistemas de comunicações sem fio em uma rede celular. A seguir, os diferentes tipos de modelos de canal serão descritos. Posteriormente, as técnicas de diversidade serão apresentadas. Finalmente, os esquemas de modulação digital e seus desempenhos serão descritos e analisados. 1.2 Redes Celulares O conceito de rede celular basicamente consiste da substituição de um único transmissor de elevada potência - que cobre uma grande célula - por muitos transmissores de baixa potência - que cobrem pequenas células - que consistem de uma pequena porção da área total que se deseja atender (Rappaport 2002). Cada célula possui uma estação rádio base, ERB, geralmente localizada no centro. Esta ERB se comunica simultaneamente com todas as estacões móveis, EMs, situadas dentro da célula de interesse. A Fig. 1.1 mostra uma rede celular modelada através de regiões hexagonais. Por outro lado, a cada célula é alocada uma porção do número total de canais disponı́veis na rede celular. Às células vizinhas são atribuı́das diferentes grupos de canais, a fim de que a interferência entre as estações rádio base e as estações móveis associadas a elas seja minimizada. Desta forma, os canais disponı́veis são distribuı́dos através da área total que se deseja dar cobertura. Além disso, estes canais podem ser reusados tantas vezes quanto for necessário, desde que a interferência entre canais seja mantida em nı́veis aceitáveis. O processo de selecionar e alocar grupos de canais para as células dentro de uma rede celular é chamado reuso ou planejamento de canais (Rappaport 2002). Em relação ao enlace sem fio, a transmissão que se dá de uma ERB até as EMs é chamada de enlace direto, downlink, e a transmissão que se dá na direção oposta, ou seja, da EM para a ERB, é denominada enlace reverso, uplink. 4 Capı́tulo 1. Conceitos Básicos 5 ERB 1 ERB 6 ERB 2 EM 1 ERB 0 EM 2 ERB 5 ERB 3 ERB 4 Figura 1.1: Rede Celular. 1.2.1 Interferência de Co-Canal O reuso de canais implica que, em uma dada área de cobertura haja várias células utilizando o mesmo conjunto de canais. Estas células são chamadas células co-canal e a interferência entre os sinais associados a estas células é chamada interferência de co-canal, ou CCI (do inglês “Co-Channel Interference”), e é o principal fator limitante do desempenho de redes celulares. A interferência de co-canal não pode ser combatida simplesmente aumentando a potência de transmissão da ERB, já que um aumento nela implicará em uma maior interferência nas células co-canais vizinhas. Os efeitos da interferência de co-canal são dimensionados através da relação entre o sinal desejado e os sinais interferentes, ou seja a SIR (do inglês “Signal-to-Interference Ratio”). 1.3 Modelo de Canal A transmissão de sinais ou mensagens através de canais sem fio tem como principal caracterı́stica a baixa confiabilidade inerente a estes tipos de canais. Os sinais que se propagam neste meio de transmissão sofrem adições, distorções e atenuações devido às peculiaridades deste ambiente, tais como ruı́do e desvanecimento. A seguir, descrevemos estes fatores de degradação do sinal. 1.3.1 Canal com Ruı́do AWGN O canal com ruı́do aditivo gaussiano branco (do inglês AWGN - “Additive White Gaussian Noise”) é um modelo básico e geralmente aceito para o ruı́do térmico e também para o ruı́do Capı́tulo 1. Conceitos Básicos 6 balı́stico em um canal de comunicações. Neste trabalho, será considerado a existência de ruı́do AWGN que está presente em toda a faixa de frequência com densidade espectral bilateral de potência N0 /2 [W/Hz ]. Este ruı́do é adicionado ao sinal e cujas amostras possuem uma PDF (do inglês “Probability Density Function”) gaussiana dada por (Papoulis 1991): f (n) = √ (n−µn )2 1 − e 2σn2 , 2πσn (1.1) onde µn é a média da variável aleatória n e σn2 é sua variância. A Fig. 1.2 apresenta o modelo de um canal contı́nuo com ruı́do AWGN. Assim, o sinal recebido é dado por: r(t) = s(t) + n(t), (1.2) onde s(t) é o sinal transmitido e n(t) é o ruı́do inserido pelo canal. n(t) s(t) r(t) Figura 1.2: Modelo de Canal Contı́nuo com Ruı́do AWGN. O ruı́do inserido em um sistema de transmissão digital é avaliado através da relação sinalruı́do, SNR (do inglês “Signal to Noise Ratio”), definida como a razão entre a potência do sinal desejado, s(t), e a potência do ruı́do, n(t). A SNR também pode ser expressa em termos da razão entre a energia por bit e a densidade espectral de potência, ou seja, Eb /N0 . 1.3.2 Canal com Desvanecimento O desvanecimento ou “fading” é causado pela recepção de múltiplas réplicas de um mesmo sinal. Cada uma destas réplicas sofre diferentes atenuações e atrasos durante o percurso entre o transmissor e o receptor de um sistema de comunicações sem fio. Dependendo da diferença de fase entre os sinais que chegam no receptor, a resultante deles denominada desvanecimento pode ser construtiva ou destrutiva, causando diferenças na amplitude do sinal recebido. A seguir, descreveremos as caracterı́sticas do desvanecimento em canais sem fio em relação à sua variabilidade temporal e ao espalhamento temporal do sinal transmitido. Desvanecimento Lento e Rápido Um parâmetro importante utilizado para medir a variabilidade temporal do canal é o seu intervalo de tempo de coerência, Tc . Este parâmetro é definido como o intervalo de tempo dentro do qual os sinais recebidos possuem correlação não nula de amplitude. A partir deste parâmetro podemos definir basicamente dois tipos de desvanecimento ligados à variabilidade temporal dos canais, o desvanecimento lento e o desvanecimento rápido (Proakis & Salehi 2007, Rappaport Capı́tulo 1. Conceitos Básicos 7 2002). O desvanecimento lento é caracterizado pelo intervalo de tempo de coerência do canal ser muito maior que a duração de um sı́mbolo, Ts , considerado no sistema de transmissão digital sem fio, ou seja, Tc >> Ts . Portanto, a amplitude e a fase do canal podem ser considerados aproximadamente constantes durante a transmissão de um sı́mbolo. Já o desvanecimento rápido ocorre quando o intervalo de tempo de coerência do canal é muito menor que a duração de um sı́mbolo, de tal forma que Tc << Ts . Assim, a amplitude e a fase do canal variam consideravelmente dentro de um sı́mbolo. Desvanecimento Plano e Seletivo em Frequência Outro parâmetro importante ligado aos canais sem fio é a dispersão temporal, τ , causada pela propagação multipercurso e que pode ser determinada a partir do perfil de dispersão de potência. O mesmo fornece o comportamento da potência recebida durante um certo intervalo de tempo, que corresponde à máxima dispersão do sinal recebido causado pelos multipercursos do canal (Proakis & Salehi 2007, Rappaport 2002). Dependendo da dispersão temporal, poderá haver uma alteração de amplitude das várias componentes do espectro do sinal transmitido. Esta alteração poderá ocorrer de maneira uniforme em toda a faixa de frequências do sinal, caracterizando o chamado desvanecimento plano, ou poderá afetar somente uma determinada faixa de frequências, caracterizando o chamado desvanecimento seletivo em frequência. A possibilidade de ocorrência do desvanecimento plano ou seletivo pode ser determinada através da comparação entre a largura da banda de coerência do canal, Bc , e a largura de banda do sinal transmitido, B. O parâmetro Bc é definido como a faixa de frequências dentro da qual as componentes espectrais do sinal recebido possuem correlação apreciável de amplitude. A largura da banda de coerência é inversamente proporcional à dispersão temporal do canal e seu valor exato depende da definição da correlação entre as amplitudes das componentes espectrais. Se a largura da banda de coerência for definida como a largura de banda sobre a qual a função de correlação em frequência está acima de 0, 5, então a largura da banda de coerência é calculada por Bc ≈ 5τ1 (Rappaport 2002). Assim, a partir da largura da banda de coerência, Bc , podemos dizer que os canais sem fio podem ser classificados como canais com desvanecimento plano ou canais com desvanecimento seletivo em frequência. Basicamente, os canais com desvanecimento plano, ou canais de banda estreita, são aqueles cuja banda de coerência, é maior que a largura de banda do sinal transmitido, ou seja, Bc > B. Nestes canais as componentes espectrais do sinal estão sujeitas, praticamente, à mesma magnitude de desvanecimento. Dessa forma, não há interferência inter-simbólica entre os sinais transmitidos consecutivamente. Capı́tulo 1. Conceitos Básicos 8 Já os canais cuja banda de coerência é menor que a largura de banda do sinal transmitido, isto é, Bc < B, são chamados de canais com desvanecimento seletivo em frequência, ou canais de banda larga. Neles, diferentes componentes espectrais do sinal são submetidas a diferentes magnitudes de desvanecimento causando distorção e, portanto, interferência inter-simbólica, pois o pulso associado a cada sı́mbolo é espalhado ao longo do tempo. Nesta dissertação, será considerado um canal com desvanecimento plano e lento, que será modelado como uma variável aleatória do tipo Rayleigh, cuja PDF é dada por (Rappaport 2002): ( f (α) = α2 2 α − 2σα , 2 e σα 0 α≥0 α<0 (1.3) onde α representa a variável aleatória e σα seu parâmetro. O modelo de desvanecimento Rayleigh é utilizado unicamente no caso onde não existe linha de visada direta entre o transmissor e o receptor. A Fig. 1.3 apresenta o modelo de um canal contı́nuo com desvanecimento plano e lento do tipo Rayleigh e com ruı́do AWGN, onde o sinal recebido é dado por: r(t) = α(t)s(t) + n(t). (1.4) Da expressão anterior podemos dizer que, o sinal transmitido s(t) é modificado pelo desvanecimento α(t) e pelo ruı́do n(t). Assim, o desvanecimento pode ser entendido como uma atenuação variante no tempo. α(t) s(t) n(t) r(t) Figura 1.3: Modelo de Canal Contı́nuo com Desvanecimento Plano e Lento do tipo Rayleigh e com Ruı́do AWGN. 1.4 Diversidade A demanda crescente de usuários de sistemas de comunicações sem fio que buscam a transmissão de dados em altas taxas com grande confiabilidade, e consequentemente baixas probabilidades de erros, motivou o estudo de diversas estratégias de diversidade a fim de combater a perda de desempenho em canais com desvanecimento (Proakis & Salehi 2007, Tse & Viswanath 2005, Barry, Lee & Messerschimitt 2003). Uma solução para combater o desvanecimento, e com isso melhorar o desempenho dos sistemas de comunicações sem fio, é aproveitar o fato de que os diferentes percursos entre as antenas Capı́tulo 1. Conceitos Básicos 9 transmissoras e receptoras podem estar sujeitos a diferentes amplitudes do desvanecimento e assim constituir eventos independentes. Assim, se uma informação é disponı́vel em dois ou mais percursos, desvanecimentos correlacionados nestes percursos são pouco prováveis de ocorrer. Existem vários métodos pelos quais a diversidade pode ser alcançada, os quais incluem: diversidade temporal, espacial ou em frequência. 1.4.1 Diversidade Temporal A diversidade temporal pode ser obtida transmitindo um mesmo sinal mais de uma vez por um canal de comunicações, em diferentes instantes de tempo, sendo que a separação entre os intervalos de transmissão de cada sinal deve ser maior que o intervalo de tempo de coerência do canal para se obter sinais descorrelacionadas no receptor. O uso de códigos corretores de erros conjuntamente com entrelaçadores, a fim de recuperar as informações perdidas devido aos efeitos do desvanecimento, é um bom exemplo do uso da diversidade temporal (Proakis & Salehi 2007, Tse & Viswanath 2005, Barry et al. 2003, Paulraj, Nabar & Gore 2008). 1.4.2 Diversidade em Frequência Neste tipo de diversidade, a informação é transmitida em portadoras de diferentes faixas de frequências disponı́veis no canal. Cada uma destas faixas de frequências pode ser vista como um subcanal virtual. A separação entre as frequências das portadoras utilizadas na transmissão deve ser maior que a largura da banda de coerência do canal, a fim de assegurar que o desvanecimento produzido em subcanais virtuais diferentes são independentes, gerando assim diversidade. 1.4.3 Diversidade Espacial No caso da diversidade espacial, o espaço é utilizado como um recurso que proporciona eficientemente diversidade aos sistemas de comunicações sem fio, quando este está equipado com múltiplas antenas no transmissor e/ou no receptor suficientemente espaçadas uma das outras, de forma que os sinais transmitidos/recebidos por diferentes antenas sejam submetidos a diferentes desvanecimentos. Os sistemas que empregam múltiplas antenas transmissoras e múltiplas antenas receptoras são chamados na literatura de sistemas MIMO (do inglês “Multiple-Input Multiple-Output”) (Tse & Viswanath 2005, Barry et al. 2003, Andrews et al. 2007). Um sistema de comunicações sem fio com múltiplas antenas de transmissão e recepção é mostrado na Fig. 1.4. A separação necessária entre as antenas transmissoras e/ou receptoras, para que o desvanecimento de cada enlace seja independente, depende do ambiente de propagação e da frequência da portadora, fc , do sinal, podendo ter metade do comprimento de onda em ambientes ricos em desvanecimento (ex., desvanecimentos do tipo Rayleigh) ou muitos comprimentos de onda para Capı́tulo 1. Conceitos Básicos Transmissor 10 . . . . . . Receptor Figura 1.4: Diversidade Espacial em um Sistema de Comunicações Sem Fio com Múltiplas Antenas de Transmissão e de Recepção. casos com linha de visada (ex., desvanecimentos do tipo Rice) (Rappaport 2002). Por outro lado, os sistemas de comunicações sem fio com múltiplas antenas de transmissão, além de proporcionarem diversidade, proporcionam graus de liberdade para a transmissão de sinais independentes, levando ao chamado ganho de multiplex espacial (Andrews et al. 2007), foco principal desta dissertação e que será discutido no capı́tulo 3. A diversidade espacial em comparação com às diversidades temporal e em frequência, tem a vantagem de poder ser obtida sem o atraso do entrelaçamento ou sem o aumento da banda do sinal transmitido com o uso da codificação (Paulraj et al. 2008). 1.5 Modulação Digital O termo modulação significa a translação do espectro do sinal para uma frequência de portadora diferente de zero, ou seja, fc 6= 0. Assim, a modulação digital de um sinal aparece justamente da necessidade de se transmitir um sinal digital por um canal que apresenta resposta em frequência no entorno de uma frequência de portadora (De Almeida n.d.). A modulação digital basicamente é o processo de mapear um ou vários bits de informação em um único sı́mbolo, que faz parte de um conjunto de formas de onda. As formas de ondas, em geral, são representadas graficamente através de um diagrama de constelação (Barry et al. 2003). A distância entre dois sı́mbolos quaisquer da constelação, determina a probabilidade de um deles ser confundido com um outro, esta distância é denominada de euclidiana. Por outro lado, dois sı́mbolos têm maior probabilidade de serem confundidos um com o outro, se eles estiverem mais próximos do que se eles estiverem mais afastados. A distância mı́nima euclidiana ou dmin é a menor distância entre dois sı́mbolos da constelação. A probabilidade de erro de bit é uma medida de desempenho utilizada em sistemas de comunicações que empregam modulações digitais. Estes sistemas são geralmente chamados Capı́tulo 1. Conceitos Básicos 11 sistemas de transmissão digital. Por sua vez, a probabilidade de erro de bit é definida como a razão de bits recebidos com erro em relação ao número de bits enviados. Nas seções seguintes, as expressões da probabilidade de erro de bit para modulações do tipo BPSK (do inglês “Binary Phase-Shift Keying”), QPSK (do inglês “Quadrature Phase-Shift Keying”), M 1 -PSK (do inglês “Phase-Shift Keying”) e M -QAM (do inglês “Quadrature Amplitude Modulation”), serão obtidas levando em consideração um canal AWGN. 1.5.1 Eficiência Espectral A eficiência espectral, ξ, refere-se à taxa de informação que pode ser transmitida através de uma dada largura de banda de um sistema de comunicação especı́fico (Barry et al. 2003). Assim, a eficiência espectral é definida como a razão entre a taxa de bits transmitidos, Rb , e a largura de banda do canal, B, que tem como unidades bits/s/Hz , ou seja: ξ= 1.5.2 Rb . B (1.5) Mapeamento de Gray A codificação de Gray basicamente mapeia os bits em sı́mbolos de forma que entre os sı́mbolos mais próximos exista apenas um bit de diferença, assim um erro de sı́mbolo corresponde exatamente a um erro de bit, permitindo minimizar a probabilidade de erro de bit. 1.5.3 Modulação BPSK A modulação BPSK, também conhecida como 2-PSK, é uma modulação binária, onde cada sı́mbolo corresponde a um bit. Assim, a taxa de sı́mbolo, Rs , e a taxa de bit, Rb , são as mesmas, ou seja, Rs = Rb . A Fig. 1.5 mostra o diagrama de constelação da modulação BPSK. Os possı́veis sinais transmitidos para os bits 0 e 1, respectivamente, são dados por: s0 (t) = −Ag(t)cos(2πfc t), s1 (t) = Ag(t)cos(2πfc t), (1.6) onde A é a amplitude do sinal, fc é a frequência da portadora e g(t) é o formato do pulso, que é assumido retangular e que deve cumprir as seguintes condições: 1 t=0 g(t) = (1.7) 0 t = ±Tb , ±2Tb , · · · Considerando o sistema de transmissão digital com modulação BPSK apresentado na Fig. 1.6 e supondo que foi transmitida a forma de onda correspondente ao bit 1, s1 (t), por um canal que adiciona ruı́do branco. O sinal recebido no intervalo de tempo 0 ≤ t ≤ Tb é dado por: r(t) = Ag(t)cos(2πfc t + θ) + n(t), (1.8) Capı́tulo 1. Conceitos Básicos 12 A -A Figura 1.5: Diagrama de Constelação BPSK. Bits Entrada Mapeador Bits Estimados g(t) TRANSMISSOR RECEPTOR Figura 1.6: Sistema de Transmissão Digital com Modulação BPSK. onde θ é a fase da portadora recebida e n(t) é o ruı́do aditivo gaussiano branco com densidade espectral bilateral de potência N0 /2 definido na seção 2.3.1. No receptor, o sinal r(t) dado em (1.8), após ser multiplicado novamente pela cossenoide, a fim de realizar a demodulação, é multiplicado por g(t) que é utilizada para fazer a filtragem casada em banda-base (De Almeida n.d.). Assim, supondo estimação perfeita da fase do sinal recebido r(t), a amostra na saı́da do correlator é dada por: 1 y(Tb ) = Tb Z Tb r(t)g(t)cos(2πfc t + θ)dt. (1.9) 0 Substituindo (1.8) em (1.9), temos que a amostra na saı́da do correlator é dada por: Z Z 1 Tb 2 1 Tb 2 y(Tb ) = Ag (t)cos (2πfc t + θ)dt + n(t)g(t)cos(2πfc t + θ)dt, Tb 0 Tb 0 Z A 1 Tb = + n(t)g(t)cos(2πfc t + θ)dt, 2 Tb 0 (1.10) (1.11) onde g(t) é um pulso retangular com amplitude unitária de acordo com (1.7), e portanto R Tb 2 g (t)cos2 (2πfc t + θ)dt = T2b . 0 A potência do ruı́do na saı́da do filtro correlator é obtida calculando-se a variância do segundo 1 M representa a ordem de modulação empregada. Capı́tulo 1. Conceitos Básicos 13 termo de (1.11), que é dada por: Z Tb Z Tb 1 2 2 n = σn = n(t)n(t0 )g(t)g(t0 )cos(2πfc t)cos(2πfc t0 )dtdt0 , Tb2 0 0 Z Tb N0 = cos2 (2πfc t)dt, 2Tb2 0 N0 , = 4Tb onde usamos que a função de autocorrelação do ruı́do AWGN é dada por n(t)n(t0 ) = (1.12) N0 δ(t − t0 ). 2 Supondo que os bits 0 e 1 são equiprováveis, P (b = 0) = P (b = 1) = 1/2, a energia por bit, Eb , para a modulação BPSK é dada por: Z Z 1 Tb 2 1 Tb 2 Eb = s (t)dt + s (t)dt, 2 0 0 2 0 1 Z Tb 1 2 2 2 A g (t)cos (2πfc t) , = 2 0 A2 Tb = . (1.13) 2 Por outro lado, a probabilidade de erro de bit, Pb , é dado por (De Almeida n.d.): A Pb = Q , 2σn onde Q(·) é a função definida como (Papoulis 1991): Z ∞ 1 2 Q(x) = √ e−t /2 dt. 2π x (1.14) (1.15) Sendo assim, utilizando (1.12) e (1.13) em (1.14), temos que a probabilidade de erro de bit para a modulação BPSK é igual a: ! r 2Eb . (1.16) Pb = Q N0 1.5.4 Modulação QPSK A modulação QPSK sem dúvida alguma é a mais importante das modulações de fase (De Almeida n.d.). A modulação QPSK é equivalente a duas modulações BPSK, uma sendo transmitida em fase e a outra em quadratura. Assim, o sinal transmitido no intervalo de tempo 0 ≤ t ≤ Ts é dado por: s(t) = ag(t)cos(2πfc t) − bg(t)sin(2πfc t), (1.17) onde a e b podem assumir os valores ±A. A Fig. 1.7 mostra o diagrama de constelação da modulação QPSK. Capı́tulo 1. Conceitos Básicos 14 A -A A -A Figura 1.7: Diagrama de Constelação QPSK. Ao considerar o fato de que a modulação QPSK é composta por duas modulações BPSK, e o fato dos sı́mbolos vizinhos serem diferenciados por apenas 1 bit, mapeamento de Gray, a probabilidade de se errar um sı́mbolo QPSK, é igual à probabilidade de errarmos pelo menos um bit da modulação BPSK (De Almeida n.d.). Assim, a probabilidade de erro de sı́mbolo para a modulação QPSK é dada por: Ps = 1 − (1 − p)2 , = 2p(1 − p) + p2 , (1.18) onde p é igual de se errar o bit da componente em fase ou em quadratura, ou qà probabilidade 2Eb seja, p = Q . N0 Para se obter a probabilidade de erro de bit, podemos observar que o termo p(1 − p) significa que erramos um bit de cada dois transmitidos. Por sua vez, o termo p2 implica que erramos ambos os bits transmitidos. Portanto, a probabilidade de erro de bit para a modulação QPSK é dada por (De Almeida n.d.): 1 2 2p(1 − p) + p2 , 2 2! r 2Eb = p=Q . N0 Pb = (1.19) A expressão (1.19) quer dizer que, a probabilidade de erro de bit da modulação QPSK é exatamente a mesma que a probabilidade de erro de bit da modulação BPSK, dada por (1.16). Enfatizando que a modulação QPSK apresenta o dobro da eficiência espectral que a modulação BPSK, com mesma probabilidade de erro de bit. 1.5.5 Modulação M -PSK De forma geral, um sinal M -PSK no intervalo de tempo 0 ≤ t ≤ Ts pode ser expresso por: s(t) = Ag(t)cos(2πfc t + φ), (1.20) onde φ = 2πb/M , para b = 0, 1, · · · , (M − 1) representa a fase da portadora que depende do sı́mbolo transmitido. A Fig 1.8 mostra o diagrama de constelação para a modulação 8-PSK. Capı́tulo 1. Conceitos Básicos 15 -A 0 A Figura 1.8: Diagrama de Constelação 8-PSK. Por outro lado, a energia por sı́mbolo para a modulação M -PSK é dada por: Z Ts A2 g 2 (t)cos2 (2πfc t + φ)dt. Es = (1.21) 0 Considerando formato de pulso unitário retangular, a energia por sı́mbolo pode ser escrita por (De Almeida n.d.): A2 Ts Es = . (1.22) 2 Observe-se que para a modulação M -PSK a informação transmitida está na fase e não na amplitude, e por tal motivo, a energia por sı́mbolo não depende de M . A expressão (1.20) pode ser também escrita em termos das componentes em fase e em quadratura da seguinte maneira: s(t) = Ag(t)cos(φ)cos(2πfc t) − Ag(t)sin(φ)sin(2πfc t). (1.23) Com relação ao desempenho da modulação M -PSK, em (De Almeida n.d.) pode-se encontrar o procedimento para a obtenção do limitante superior da probabilidade de erro de bit, o qual é dado por: ! r π E 2 b log2 M Pb ≈ Q 2sin2 . (1.24) log2 M M N0 Note que uma expressão exata de probabilidade de erro de bit para a modulação M -PSK existe apenas para os casos 2 e 4-PSK, ou seja para BPSK e QPSK, como foi apresentado anteriormente. 1.5.6 Modulação M -QAM Na modulação M -QAM, os bits de informação são mapeados tanto na amplitude como na fase da portadora do sinal transmitido. Assim, o sinal transmitido no intervalo de tempo Capı́tulo 1. Conceitos Básicos 16 0 ≤ t ≤ Ts é dado por: s(t) = ag(t)cos(2πfc t) − bg(t)sin(2πfc t), (1.25) onde a e b são variáveis aleatórias de amplitude independentes que podem assumir os valores √ ±A, ±3A, · · · , ±( M − 1)A e g(t) é o formato do pulso. Por sua vez, a energia por sı́mbolo para a modulação M -QAM expressa em (1.25) é dada por: Z Ts Z Ts 2 2 Es = a2 g (t)cos (2πfc t)dt + b2 g 2 (t)sin2 (2πfc t)dt. (1.26) 0 0 Assumindo g(t) com formato de pulso unitário retangular, a energia por sı́mbolo para a modulação M -QAM pode ser escrita como: Es = (M − 1)A2 Ts , 3 (1.27) RT onde usamos que 0 s sin2 (2πfc t)dt = T2s . Além √ disso, foi considerado que as variáveis de amplitude, a e b para a modulação M -QAM têm M nı́veis. A Fig. 1.9 apresenta o diagrama das constelações para as modulações quadradas 16-QAM e 64-QAM, respectivamente. O desempenho das modulações M -QAM que apresentam constelações de forma quadrada podem ser facilmente calculadas, se interpretarmos uma constelação quadrada, como sendo √ o produto cartesiano de duas constelações ASK (do inglês “Amplitude Shift Keying”) com M formas de onda cada uma. Portanto, a probabilidade de erro de sı́mbolo de uma modulação M -QAM com constelação √ quadrada pode ser obtida através da probabilidade de erro de sı́mbolo de duas constelações M -ASK, como mostrado em (Proakis & Salehi 2007), ou seja: Ps = 1 − (1 − p)2 , = 2p − p2 , (1.28) onde p é a probabilidade de erro de sı́mbolo da modulação ASK dada por (Proakis & Salehi 2007): s ! 2(M − 1) 6 Es p= Q . (1.29) M (M 2 − 1) N0 √ Supondo que p 1, então Ps ≈ 2p. Com isso, usando (1.27) e substituindo M por M em (1.29), temos que a probabilidade de erro de bit para a modulação M -QAM quadrada é aproximadamente igual a: ! √ r 4 M −1 3 log2 M Eb √ Pb ≈ Q . (1.30) log2 M M − 1 N0 M 1.5.7 Figura de Mérito Distância-Energia Uma forma de avaliar comparativamente as diferentes modulações é através da figura de mérito, dada por (De Almeida n.d.): F= d2min Ts . 4Eb (1.31) Capı́tulo 1. Conceitos Básicos 17 3A A -A -3A 3A A -3A -A (a) Diagrama de Constelação 16-QAM. 7A 5A 3A A -A -3A -5A -7A -7A -5A -3A -A A 3A 5A 7A (b) Diagrama de Constelação 64-QAM. Figura 1.9: Diagrama das Constelações M -QAM Quadradas 16-QAM e 64-QAM. onde para modulações binárias (ex. BPSK) usamos Tb no lugar de Ts . A figura de mérito pode ser interpretada para uma mesma energia por bit, Eb , quanto maior a distância mı́nima entre as formas de onda, maior será a imunidade em relação ao ruı́do e em consequência melhor o desempenho. Para o caso da modulações M -QAM, ao calcular a energia por sı́mbolo como em (1.27) e tendo em consideração que a distancia mı́nima quadrática em uma constelação quadrada é igual Capı́tulo 1. Conceitos Básicos 18 a d2min = 4A2 , a figura de mérito é dada por: FM −QAM = 3 log2 M, M −1 (1.32) que é o termo multiplicativo dentro da função Q em (1.30). Exemplo 1 Considerando a constelação BPSK da Fig. 1.5. A distância mı́nima quadrática entre as formas de onda é igual a d2min = 4A2 . A energia por bit é dada por (1.13) e é igual a Eb = A2 Tb /2, portanto a figura de mérito para a modulação BPSK dada por (1.31) é igual a: FBPSK = 2, (1.33) que é o termo multiplicativo em (1.16). Considerando agora, a constelação QPSK da Fig. 1.7. A distância mı́nima quadrática entre as formas de onda é dada por d2min = 2A2 , enquanto a energia por bit é igual a Eb = A2 Ts /4. Assim, a figura de mérito para a modulação QPSK utilizando (1.31) é igual a: FQPSK = 2. (1.34) Ao se comparar as duas modulações através das figuras de mérito, podemos concluir que a modulação BPSK e QPSK têm o mesmo desempenho, que pode ser conferido na Fig. 1.10. Por outro lado, considerando a constelação 16-QAM da Fig. 1.9a, a qual é quadrada, a figura de mérito pode ser calculada por (1.32) e é igual a: 4 F16−QAM = . 5 (1.35) Ao se comparar a modulação 16-QAM com as modulações BPSK e QPSK, podemos concluir que estas duas últimas modulações são aproximadamente 4 dB melhores que a modulação 16QAM. Este resultado pode também ser observado na Fig. 1.10. 1.6 Análise de Desempenho das Modulações Digitais em Canais com Desvanecimento Na ausência de desvanecimento, a relação sinal-ruı́do por bit média de sistemas de transmissão digital é dada pela relação Eb /N0 . Na presença de desvanecimento, a relação sinal-ruı́do por bit instantânea é definida como (De Almeida n.d.): γb (t) = Eb 2 α (t). N0 (1.36) Como o desvanecimento, α(t), varia com o tempo, a relação sinal-ruı́do por bit e a probabilidade de erro de bit também variam. Assim, uma medida de desempenho de sistemas de transmissão digital em canais com desvanecimento é a probabilidade de erro de bit média, Pb . Capı́tulo 1. Conceitos Básicos 19 0 10 Modulação BPSK. Modulação QPSK. Modulação 16-QAM. −1 10 −2 10 −3 Pb 10 −4 10 −5 10 −6 10 −7 10 0 2 4 6 8 Eb /N0 [dB] 10 12 14 16 Figura 1.10: Probabilidade de Erro de Bit em Função da Relação Eb /N0 para as Modulações BPSK, QPSK e 16-QAM. 1.6.1 Probabilidade de Erro de Bit Média Considerando um sistema de transmissão digital com modulação arbitrária em um canal com desvanecimento, a probabilidade de erro de sı́mbolo média, Ps é dada por: Z ∞ Ps = Ps (γb )f (γb )dγb , (1.37) 0 onde Ps (γb ) é a probabilidade de erro de sı́mbolo em canais AWGN condicionada a um valor especı́fico da relação sinal-ruı́do por bit, γb . Note que γb é uma variável aleatória que representa a relação sinal-ruı́do por bit instantânea dada por (1.36), cuja PDF é f (γb ). Ao se modelar o desvanecimento, α, por uma variável aleatória Rayleigh com PDF dada em (1.3) e fazendo a transformação de variáveis apropriada dada por (1.36), é possı́vel mostrar que a PDF da variável aleatória γb é dada por (Proakis & Salehi 2007): f (γb ) = b 1 −γ e γb , γb (1.38) onde γb é a relação sinal-ruı́do por bit média, dada por: γb = 2σα2 Eb , N0 (1.39) onde usamos que o segundo momento de uma variável aleatória Rayleigh é dado por α2 = 2σα2 . Deste modo, usando (1.39) e a probabilidade de erro de sı́mbolo, Ps (γb ), de um certo esquema Capı́tulo 1. Conceitos Básicos 20 de modulação em canais AWGN obtidas na seção 2.5, a probabilidade de erro de sı́mbolo média em um canal com desvanecimento plano e lento do tipo Rayleigh pode ser avaliada e calculada por (1.37). Finalmente, considerando mapeamento de Gray, a probabilidade de erro de bit média, Pb pode ser expressa como: Ps , (1.40) Pb ≈ log2 M onde log2 M é o número de bits por sı́mbolo. Note que para modulações binárias (ex., modulação BPSK), a probabilidade de erro de sı́mbolo média torna-se a probabilidade de erro de bit média, ou seja, Ps = Pb . Modulação BPSK Para um dado valor de α e portanto para um dado valor de γb , a probabilidade de erro de bit condicional para a modulação BPSK pode ser obtida usando-se (1.16) e é igual a (De Almeida n.d.): p Pb (γb ) = Q 2γb (t) , (1.41) onde γb (t) é dada por (1.36). Usando (1.38) e (1.41) em (1.37), temos que probabilidade de erro de bit média para a modulação BPSK com desvanecimento Rayleigh é dada por: r γb 1 Pb = 1− , (1.42) 2 1 + γb onde γb é dada por (1.39). Para γb 1 a probabilidade de erro de bit média para a modulação BPSK apresenta uma boa aproximação, dada por: 1 Pb ≈ , (1.43) 4γb √ onde usamos que 1/(1 + ε) ≈ 1 − ε e que 1 + ε ≈ 1 + ε/2 para ε ≈ 0 (De Almeida n.d.). Modulação QPSK Para a modulação QPSK, a probabilidade de erro de sı́mbolo condicionada a um valor especı́fico de γb , pode ser obtida através de (1.19) e é dada por (Proakis & Salehi 2007): p Ps ≈ 2Q 2γb . (1.44) Capı́tulo 1. Conceitos Básicos 21 Portanto, a probabilidade de erro de bit média para a modulação QPSK com desvanecimento do tipo Rayleigh é dada por: r γb 1 Pb = 1− , 2 1 + γb 1 ≈ , (1.45) 4γb para γb 1. Note que a modulação QPSK tem um desempenho similar ao da modulação BPSK na presença de desvanecimento. Modulação M -QAM Para a modulação M -QAM, a probabilidade de erro de sı́mbolo condicionada a γb , pode ser obtida por (1.30) e é igual a: ! r log2 M Ps ≈ 4Q 3 γb . (1.46) M −1 Portanto, a probabilidade de erro de bit média é dada por: v u 3 log2 M u γ 2 −1 b Q 1 − t 2 M Pb ≈ , log M 3 log2 M 1 + 2 M2−1 γb (1.47) que pode ser aproximada por (De Almeida n.d.): Pb ≈ para γb 2 M −1 3 log2 M e que vale para M ≥ 16. 2 M −1 1 , 3 (log2 M )2 γb (1.48) Capı́tulo 2 Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 2.1 Introdução O uso de múltiplas antenas para transmissão e recepção em sistemas de comunicações sem fio ganhou grande interesse nos últimos anos, tanto no mundo acadêmico como industrial (Mietzner, Schober, Lampe, Gerstacker & Hoeher 2009). Múltiplas antenas podem ser utilizadas a fim de obter multiplex espacial ou diversidade espacial, aumentando assim, a taxa de bits transmitidos ou o desempenho de sistemas sem fio, respectivamente. Neste capı́tulo, em primeiro lugar será feita uma descrição de um sistema de transmissão digital que faz uso da técnica de multiplex espacial. Em seguida, as principais estruturas de detecção são descritas e seus desempenhos são comparados. Posteriormente, a metodologia de comparação proposta para sistemas com multiplex espacial e sistemas com uma única antena de transmissão é apresentada. Finalmente, baseados na metodologia de comparação proposta, serão avaliados e comparados os desempenhos de sistemas com multiplex espacial e sistemas com uma única antena de transmissão em canais com desvanecimento. 2.2 Descrição do Sistema O objetivo principal da técnica de multiplex espacial (SM do inglês “Spatial Multiplexing”) é transmitir sı́mbolos diferentes através de antenas diferentes ao mesmo tempo e na mesma banda de frequência, de tal modo a aumentar a taxa de bits. Considere o sistema de transmissão digital com multiplex espacial da Fig. 2.1, inserido em um ambiente com desvanecimento plano e lento, onde o transmissor e o receptor utilizam Nt e Nr antenas, respectivamente. No intervalo de tempo 0 ≤ t ≤ Ts , a envoltória complexa do sinal 22 Capı́tulo 2. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 23 c g(t) Transmissor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Detector . . . c g(t) Figura 2.1: Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial. recebido na k-ésima antena de recepção é dada por: rk (t) = Nt X hik Ai xi g(t) + nk (t), (2.1) i=1 onde Ai é a amplitude do sinal, xi é o sı́mbolo complexo enviado pela i-ésima antena de transmissão escolhido de uma modulação digital M -PSK ou M -QAM, g(t) é o formato do pulso que será suposto retangular de amplitude unitária. Além disso, hik = αik ejθik é a resposta do canal entre a i-ésima antena de transmissão e a k-ésima antena de recepção, αik é a amplitude do desvanecimento plano e lento com PDF Rayleigh dada em (1.3) e θik é a fase daquele enlace uniformemente distribuı́da no intervalo [0, 2π). Finalmente, nk (t) é o ruı́do aditivo gaussiano branco, AWGN, na k-ésima antena de recepção. Após a recepção, o sinal recebido rk (t) na k-ésima antena de recepção dado em (2.1) é multiplicado por g(t), a fim de fazer a filtragem casada em banda-base. Posteriormente, o sinal recebido rk (t) é submetido à operação de correlação dada por: 1 yk (Ts ) = Ts Z Ts rk (t)g(t)dt. (2.2) 0 Substituindo (2.1) em (2.2), temos que a amostra na k-ésima antena de recepção na saı́da do correlator é dada por: # Z " Nt 1 Ts X yk (Ts ) = hik Ai xi g(t) + nk (t) g(t)dt, Ts 0 i=1 Z Ts Z Nt 1 X 1 Ts 2 hik Ai xi g (t)dt + nk (t)gg(t)dt, = Ts i=1 Ts 0 0 = Nt 1 X hik Ai xi + nk , Ts i=1 (2.3) Capı́tulo 2. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 24 RT onde nk = T1s 0 s nk (t)g(t)dt. Considerando amplitudes unitárias em cada um dos Nt sinais transmitidos, ou seja, A1 = A2 = · · · = ANt = 1, podemos escrever a seguinte relação para um sistema com multiplex espacial: y1 h11 · · · h1Nt x1 n1 .. .. .. · .. + .. , ... (2.4) . = . . . . yNr xNt nNr hNr 1 · · · hNr Nt | {z } | {z } | {z } | {z } y H x n ou simplesmente através de notação matricial como: y = Hx + n, (2.5) onde y é o vetor de amostras na saı́da do correlator com dimensão Nr × 1, H é a matriz do canal com dimensão Nr × Nt , x é o vetor de sı́mbolos transmitidos com dimensão Nt × 1 e n é o vetor de amostras devido ao ruı́do com dimensão Nr × 1. 2.3 Estrutura do Detector Existem várias estruturas de detecção que podem ser implementadas no receptor, essas estruturas são caracterizadas principalmente pelo compromisso entre desempenho e complexidade (Barry et al. 2003). Nesta seção, as estruturas de detecção comumente utilizadas em sistemas de transmissão digital com multiplex espacial serão descritas e comparadas. Uma forma de comparar as diferentes estruturas de detecção é através do desempenho dado pela taxa de erro de bit média, BER (do inglés “Bit Error Rate”), a qual será escrita em função da relação Eb /N0 . 2.3.1 Detectores Lineares Uma opção de baixa complexidade é o uso de detectores lineares também conhecidos como sub-ótimos, os quais tentam eliminar a interferência entre os Nt sinais transmitidos através de operações lineares realizadas na recepção do sistema (Tse & Viswanath 2005). O detector linear mais simples é o descorrelacionador ou também conhecido como “zeroforcing”, ZF. Este detector cancela a interferência utilizando no receptor a inversa da matriz de canal, ou seja: Gzf = H−1 . (2.6) Existirá inversa quando a matriz de canal H for quadrada, ou seja quando Nt = Nr . Quando a matriz H não for quadrada, ou seja quando Nt < Nr , devemos usar a matriz pseudo-inversa, definida como: Gzf = (H∗ H)−1 H∗ , (2.7) onde ∗ representa o conjugado transposto de uma matriz. Capı́tulo 2. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 25 Assim, com o uso do descorrelacionador ZF, as estimativas do vetor de sı́mbolos transmitidos, b, são obtidas no receptor com o seguinte processamento: x b = Gzf y. x (2.8) Utilizando (2.5) e (2.6) em (2.8) para Nt = Nr , e (2.5) e (2.7) em (2.8) para Nt < Nr , temos b, respectivamente, é dada por: que x b = x + H−1 n x para Nt = Nr , b = x + (H∗ H)−1 H∗ n x para Nt < Nr . (2.9) Embora este detector consiga eliminar toda a interferência produzida pelos Nt sinais transmitidos, o preço a ser pago é pelo aumento do ruı́do. Isto é particularmente problemático em sistemas com multiplex espacial na presença de interferência de co-canal resultando em um desempenho tipicamente ruim (Andrews et al. 2007). Uma alternativa para o descorrelacionador linear é o detector de erro quadrático médio mı́nimo, MMSE (do inglês “Minimum-Mean-Squared-Error”), o qual tenta encontrar um equilı́brio entre a supressão da interferência produzida entre os Nt sinais transmitidos e o aumento de ruı́do. Portanto, de (Andrews et al. 2007) temos: Gmmse −1 σn2 ∗ H∗ , = H H+ I Pt (2.10) onde Pt é a potência total de transmissão pelo sistema com multiplex espacial e σn2 é a potência do ruı́do. De (2.10) pode-se observar que, para altos valores da relação sinal-ruı́do, o detector MMSE converge para o detector ZF, mas, para baixos valores da relação sinal-ruı́do, o detector MMSE evita um grande aumento do ruı́do. 2.3.2 Detector Ótimo - Máxima Verossimilhança O detector ótimo, ou seja, baseado no critério de máxima verossimilhança, MV, escolhe o b, que minimiza a seguinte expressão: vetor de sı́mbolos transmitidos, x min b∈{x1,··· , xL } x ky − Hb xk2 . (2.11) Portanto, para todas as combinações possı́veis de sı́mbolos transmitidos pelas Nt antenas de transmissão, aquela que apresentar menor distância em relação ao vetor de amostras na saı́da do correlator será a escolhida. Assim, é necessária uma procura exaustiva utilizando todos os possı́veis vetores de transmissão, cujo número é dado por: L = M Nt , (2.12) onde M é o número de sı́mbolos da constelação (ex., M = 2 para BPSK) e Nt é o número de antenas de transmissão. Assim, a complexidade deste detector cresce exponencialmente com Capı́tulo 2. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 26 o número de antenas de transmissão e com o número de sı́mbolos do esquema de modulação empregado. Isto se constitui na principal desvantagem deste detector, porém, para um pequeno número de antenas de transmissão, Nt < 5, e baixas ordens de modulação, ex., BPSK ou QPSK, a complexidade é comparável com outros detectores (Andrews et al. 2007). A principal vantagem do detector MV, é que ele atinja diversidade espacial completa em relação ao número de antenas na recepção, independentemente do número de antenas utilizadas na transmissão, assim, o uso de múltiplas antenas na recepção é opcional, pelo qual, não é necessário que Nt ≤ Nr . Análise Teórica de Desempenho do Detector MV O limitante superior da probabilidade de erro de bit para um sistema com Nt antenas de transmissão e modulação BPSK pode ser escrita como sendo (Pereira & De Almeida 2005): Nt p 1 X Pb ≤ Q 2γbi , Nt i=1 (2.13) onde γbi é a relação sinal-ruı́do da i-ésima antena de transmissão, definida como: γbi = Eb 2 α , N0 i (2.14) em que Eb = A2 Tb /2. A relação sinal-ruı́do total é dada pela soma das relações sinal-ruı́do em cada uma das Nt antenas de transmissão, isto é: γb = Nt X γbi . (2.15) i=1 Portanto, a probabilidade de erro de bit média é calculada como: Pb Nt p 1 X ≤ Q 2γbi | γbi Nt i=1 Nt Z ∞ p 1 X ≤ Q 2γbi f (γbi )dγbi , Nt i=1 0 (2.16) onde f (γbi ) é a PDF de γbi , que é uma variável aleatória exponencial negativa, dada por: f (γbi ) = 1 −γb /γb e i i, γbi (2.17) onde γbi é o valor médio da relação sinal-ruı́do da i-ésima antena de transmissão. Usando (2.17) em (2.16) e considerando que α2 = αi2 para i = 1, 2, · · · , Nt , temos que o limitante superior da probabilidade de erro de bit média para um sistema com múltiplas antenas de transmissão e modulação BPSK é dada por: r 1 γb 1− , (2.18) Pb ≤ 2 Nt + γb Capı́tulo 2. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 27 onde γb é a relação sinal-ruı́do média total. Substituindo (2.14) em (2.15) e como γb1 = γb2 = · · · = γbNt , temos que: Eb γb = Nt γbi = Nt α2 . (2.19) N0 Portanto, podemos reescrever o limitante superior da probabilidade de erro de bit média como: s ! 1 Eb /N0 1− . (2.20) Pb ≤ 2 1 + Eb /N0 Esta análise pode ser também estendida para sistemas com multiplex espacial que empregam modulações digitais PSK ou QAM de maior ordem. 2.3.3 Resultados Nesta seção, as taxas de erro de bit média para as diferentes estruturas de detecção apresentadas anteriormente, estão em função da relação Eb /N0 , que é definida como: Eb Pt Tb = , N0 N0 (2.21) onde Tb é o perı́odo de bit. A potência total de transmissão, Pt , é igual à soma das potências alocadas a cada uma das antenas de transmissão de um sistema com multiplex espacial. Na Fig. 2.2 são apresentadas as taxas de erro de bit média para os detectores ZF, MMSE e MV em função da relação Eb /N0 para um sistema com multiplex espacial que emprega (Nt , Nr ) = (2, 2). O esquema de modulação BPSK é utilizado. Da Fig. 2.2, podemos observar que o detector MV apresenta o melhor desempenho, já que possui uma ordem de diversidade1 igual a 2, enquanto que os detectores lineares ZF e MMSE, possuem uma ordem de diversidade que tende a 1. De acordo com (Barry et al. 2003), a ordem de diversidade do detector ZF para um sistema com (Nt , Nr ) = (2, 2) é igual a Nr − Nt + 1 = 1. Uma ordem de diversidade igual a 1 significa que a BER torna-se 10 vezes menor com um aumento de 10 dB na relação Eb /N0 . As curvas teóricas dos detetores ZF (veja o Anexo A) e MV são dadas por linhas tracejadas e mostram a precisão com as simulações. Na Fig. 2.2, comparando o desempenho dos detectores lineares ZF e MMSE, para uma BER igual a 10−3 , podemos observar que o detector MMSE apresenta uma vantagem de aproximadamente 3 dB em termos da Eb /N0 com respeito ao detector ZF. Embora, os detectores lineares sejam uma opção de baixa complexidade, eles apresentam um desempenho tipicamente ruim em comparação ao detector MV como é observado na Fig. 2.2. Além disso, a maior desvantagem dos detectores lineares é que requerem que o número de antenas de transmissão seja igual ou menor que o número de antenas de recepção, Nt ≤ Nr , caso contrário, o sistema com multiplex 1 Uma ordem de diversidade igual a d significa que a BER decresce 10d vezes quando a Eb /N0 aumenta em 10 dB. Capı́tulo 2. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 28 Desempenho para Diferentes Estruturas de Detecção 0 10 Detector Detector Detector Detector Detector −1 10 ZF - Teórico. ZF - Simulação. MMSE - Simulação. MV - Teórico. MV - Simulação. −2 BER 10 −3 10 Eb/N0 = 3 dB −4 10 0 5 10 15 Eb /N0 [dB] 20 25 30 Figura 2.2: BER versus Eb /N0 para um Sistema com Multiplex Espacial, (Nt , Nr ) = (2, 2) Modulação BPSK e Diferentes Estruturas de Detecção. espacial é inerentemente deficiente em posto (Andrews et al. 2007). Como altas taxas de dados são particularmente interessantes no enlace direto, downlink, de uma rede celular, podemos supor que o número de antenas de transmissão, Nt , seja maior do que o número de antenas de recepção, Nr , devido às restrições de espaço e custo da estação móvel. Motivo pelo qual o uso dos detectores lineares não é permitido, e que por sua vez o detector MV funciona mesmo quando Nt é maior que Nr , como será mostrado na Fig. 2.3. Além disso, o detector MV é capaz de simultaneamente mitigar a interferência de co-canal e combater o desvanecimento, que são as principais causas de degradação de desempenho em uma rede celular (Rappaport 2002), como será estudado no capı́tulo 3. Por tais motivos, apenas o detector MV será considerado doravante nesta dissertação. A fim de determinar o desempenho e a diversidade do detector MV, algumas simulações foram realizadas para diferentes números de antenas de transmissão e de recepção. Os resultados são mostrados na Fig. 2.3, onde observamos que a ordem de diversidade do detector MV é igual ao número de antenas receptoras empregadas. Assim, as ordens de diversidade das curvas a, b, c, d e e são, respectivamente, 1, 1, 2, 2 e 3. A conclusão mais interessante é que aumentando o número de antenas de transmissão e de recepção, a eficiência espectral e o desempenho também aumentam. Assim, vale a pena ressal- Capı́tulo 2. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 29 Desempenho para Diferentes Números de Antenas com Detector MV e Modulação BPSK 0 10 a) Sistema (Nt , Nr ) = (2, 1) - Simulação. b) Sistema (Nt , Nr ) = (1, 1) - Simulação. c) Sistema (Nt , Nr ) = (3, 2) - Simulação. d) Sistema (Nt , Nr ) = (2, 2) - Simulação. e) Sistema (Nt , Nr ) = (3, 3) - Simulação. Curvas Teóricas. −1 10 a b −2 BER 10 e −3 d c 10 Eb/N0 = 3 dB −4 10 0 5 10 15 20 25 30 Eb /N0 [dB] Figura 2.3: BER versus Eb /N0 para um Sistema com Multiplex Espacial com Diferentes Números de Antenas para o Detector MV e Modulação BPSK. tar que o desempenho de um sistema com multiplex espacial que faz uso do detector MV não perde sua ordem de diversidade se o número de antenas de transmissão é incrementado, mas o desempenho geral se deteriora (ex., as curvas a e c da Fig. 2.3 se deslocam para a direita quando mais antenas de transmissão são adicionadas). Podemos notar que em um sistema com multiplex espacial é sempre possı́vel aumentar a taxa de bits transmitidos, Rb , aumentando o número de antenas de transmissão, à custa de um aumento da relação sinal-ruı́do por bit, Eb /N0 , o qual pode ser observado entre as curvas a e b dos sistemas (Nt , Nr ) = (2, 1) e (Nt , Nr ) = (1, 1), respectivamente. Assim, a perda do sistema (2, 1) é de aproximadamente 3 dB com respeito ao sistema (1, 1), pelo fato de que com duas antenas de transmissão, a potência irradiada em cada uma delas deve ser a metade da potência total irradiada pelo sistema com apenas uma antena de transmissão (1, 1). O objetivo é de que os dois sistemas apresentem a mesma potência de transmissão. Porém, ao empregar o esquema de modulação BPSK, nos dois sistemas analisados, podemos observar que suas eficiências espectrais são diferentes. Assim, o sistema (1, 1) tem uma eficiência espectral igual a ξ = log2 M = 1 b/s/Hz , enquanto, o sistema (2, 1) apresenta uma eficiência espectral igual a ξ = log2 M · Nt = 2 b/s/Hz , já que cada antena de transmissão envia um sı́mbolo BPSK ao mesmo tempo, transportando assim, dois bits de informação. Como pode ser observado neste cenário, as comparações de desempenho entre sistemas com multiplex espacial Capı́tulo 2. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 30 e sistemas com uma única antena de transmissão só levam em consideração o parâmetro da potência de transmissão fazendo uma comparação injusta entre estes sistemas. É assim, na grande maioria das pesquisas, que os benefı́cios de multiplex espacial no referente ao aumento da transmissão de dados são apresentados (Telatar 1999, Catreux et al. 2002, Tse et al. 2000, Tulino et al. 2003, Zheng & Tse 2003). Neste sentido, a fim de fazer comparações de desempenho justas entre sistemas com multiplex espacial e sistemas com uma única antena de transmissão, os parâmetros relacionados com a potência de transmissão e a eficiência espectral devem ser levados em consideração, como será apresentado na seção 3.4. 2.4 Metodologia de Comparação Proposta Como foi apresentado em (Minango & De Almeida 2013), um sistema com multiplex espacial pode ser comparado com um sistema com uma única antena de transmissão desde que empreguem uma ordem de modulação superior ao utilizado pelo sistema com multiplex espacial, para que os dois sistemas apresentem a mesma eficiência espectral. Em um sistema com uma única antena de transmissão, cada sı́mbolo é enviado a uma taxa de sı́mbolos Rs , assim, a taxa de bits transmitidos é dada por: Rb = Rs log2 M, (2.22) onde M é a ordem de modulação do sistema considerado. De acordo com o critério de Nyquist, que estabelece que a largura de banda do sinal transmitido é igual à taxa de sı́mbolos, ou seja, B = Rs . Como consequência, a eficiência espectral é dada por: ξ= Rb Rs log2 M = = log2 M b/s/Hz . B Rs (2.23) Por outro lado, em um sistema com multiplex espacial, onde o transmissor possui Nt antenas transmissoras, cada qual enviando dados a uma taxa de sı́mbolos Rs0 . Desta forma, a cada instante de transmissão, Nt sı́mbolos são modulados utilizando uma constelação M 0 -PSK ou M 0 -QAM e transmitidos paralelamente através do canal de comunicações. Assim, a taxa de bits transmitidos é dada por: Rb = Nt Rs0 log2 M 0 , (2.24) onde Rs0 é a taxa de sı́mbolos por antena e M 0 é a ordem de modulação do sistema com multiplex espacial, a qual é necessariamente inferior à empregada no sistema com uma única antena de transmissão a fim de que ambos sistemas apresentem a mesma eficiência espectral. Por sua vez, a largura de banda do sistema com multiplex espacial de acordo ao critério de Nyquist é igual a B = Rs0 . Por tanto, a eficiência espectral para um sistema com multiplex espacial é dada por: ξ= Rb Nt Rs0 log2 M 0 = = Nt log2 M 0 b/s/Hz . B Rs0 (2.25) Capı́tulo 2. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 31 Por outro lado, a potência total irradiada do sistema com uma única antena de transmissão será constante e dada por Pt , enquanto, a potência de transmissão em cada uma das Nt antenas do sistema com multiplex espacial, Pti , será proporcional ao inverso do número de antenas transmissoras, de forma que Pti = Pt /Nt . Assim, os dois sistemas além de apresentarem a mesma eficiência espectral, terão a mesma potência de transmissão, a fim de fazer comparações justas entre os dois sistemas. Diante do exposto, formula-se uma pergunta interessante. Para uma dada taxa de bits, Rb , é melhor transmitir com uma baixa potência com múltiplas antenas de transmissão, multiplex espacial, ou com uma potência maior com apenas uma antena de transmissão usando alguma modulação de ordem superior, a fim de manter a mesma potência de transmissão e mesma eficiência espectral?. Na seção a seguir vamos responder esta pergunta. 2.5 Resultados e Discussões Nesta seção, apresentaremos e analisaremos as comparações de desempenho entre sistemas com multiplex espacial e sistemas com uma única antena de transmissão em canais com desvanecimento do tipo Rayleigh, onde, os parâmetros relacionados à potência de transmissão e eficiência espectral serão considerados com o objetivo de se fazer uma comparação justa entre os dois sistemas. Simulações de Monte-Carlo foram feitas para a obtenção da taxa de erro de bit média, BER, em função da relação Eb /N0 . Nas simulações realizadas, no caso de multiplex espacial, consideramos Nt canais, que transportam diferentes informações. Estes Nt canais apresentam desvanecimento lento que têm distribuição Rayleigh e apresentam comportamento não-seletivo. Além disso, os desvanecimentos dos Nt canais são estatisticamente independentes dois a dois e identicamente distribuı́dos, motivo pelo qual, as Nt antenas de transmissão devem estar suficientemente espaçadas umas das outras. O ruı́do que afeta as Nr antenas receptoras do sistema foi modelado como aditivo gaussiano e branco, com média nula e variância σn2 . Para as comparações de desempenho serão apresentados 3 tipos de cenários de sistemas com multiplex espacial, variando-se o número de antenas transmissoras. Utilizamos para isto, cenários com Nt = 2, Nt = 3 e Nt = 4 antenas, assumindo sempre que as informações transmitidas em cada antena transmissora são independentes das informações transmitidas pelas outras antenas. O número de antenas na recepção será assumido como Nr = 1. Doravante, usaremos a notação (Nt , Nr ), onde Nt e Nr representam o número de antenas transmissoras e receptoras, respectivamente, de um sistema de transmissão digital arbitrário. As curvas teóricas e simuladas dos cenários considerados são apresentadas sobrepostas. Capı́tulo 2. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 32 2.5.1 Desempenho do Sistema com Multiplex Espacial (2,1) Neste cenário, para o caso do sistema com multiplex espacial são consideradas as modulações BPSK, QPSK e 16-QAM, as quais são comparadas, respectivamente, com o sistema com uma única antena de transmissão que emprega as modulações QPSK, 16-QAM e 256-QAM. Sistema (2,1) com Modulação BPSK versus Sistema (1,1) com Modulação QPSK Vamos considerar o sistema com multiplex espacial, (2, 1), com modulação BSPK da Fig. 2.4, que será comparado com um sistema com uma única antena de transmissão, (1, 1), com modulação QPSK da Fig. 2.5. No caso do sistema (2, 1), cada antena de transmissão, envia sı́mbolos BPSK a uma taxa de bits igual a Rb0 . Assim, a taxa total de bits é igual a: Rb = 2Rb0 . (2.26) Além disso, de acordo ao critério de Nyquist, a largura de banda do sistema (2,1) é igual a taxa de bits por antena, ou seja: B = Rb0 . (2.27) Portanto, a eficiência espectral do sistema (2,1) com modulação BPSK é igual a: Rb 2Rb0 ξ= = 0 = 2 b/s/Hz . B Rb (2.28) Por outro lado, considerando o sistema (1, 1) com modulação QPSK e de acordo ao critério de Nyquist, a largura de banda deste sistema é igual a: B = Rs , (2.29) onde Rs é a taxa de sı́mbolos da modulação QPSK. Tendo em consideração que um sı́mbolo QPSK carrega dois bits de informação, Rs pode ser expressa por: Rs = Rb , 2 (2.30) onde Rb é a taxa total de bits. Note-se que as taxas totais de bits do sistema (2, 1) e do sistema (1, 1) devem ser as mesmas. Substituindo (2.30) em (2.29), a eficiência espectral do sistema (1, 1) com modulação QPSK é igual a: ξ= Rb Rb = Rb = 2 b/s/Hz . B 2 (2.31) Desta análise, podemos concluir que o sistema (2,1) com modulação BPSK e o sistema (1,1) com modulação QPSK, apresentam a mesma potência de transmissão, Pt , e a mesma eficiência espectral, ξ, igual a 2 b/s/Hz . Além disso, ambos sistemas transmitem à mesma taxa de bit, Rb , igual a 2 b/Tb , onde Tb é o perı́odo de bit. Capı́tulo 2. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 33 g(t) Bits Entrada Modulador BPSK Detector MV Demodulador BPSK Bits Estimados g(t) RECEPTOR TRANSMISSOR Figura 2.4: Sistema com Multiplex Espacial, (Nt , Nr ) = (2, 1), Modulação BPSK. Bits Entrada Modulador QPSK Detector MV g(t) Demodulador QPSK Bits Estimados TRANSMISSOR RECEPTOR Figura 2.5: Sistema com Uma Única Antena de Transmissão, (Nt , Nr ) = (1, 1), Modulação QPSK. Para avaliar comparativamente os dois sistemas, vamos considerar a figura de mérito, F, descrita na seção 2.5.7. Assim, ao considerar o sistema (2, 1) com modulação BPSK da Fig. 2.4, a amplitude das formas de onda é igual a ±A, tal que d2min = 4A2 . A energia por bit é igual a Eb = 2A2 Tb0 /2, pois existem duas antenas de transmissão, portanto a figura de mérito dada por (1.31), para o sistema (2, 1) com modulação BPSK é igual a: F(2,1)BPSK = d2min 0 4A2 Tb = 2A2 T 0 Tb0 = 1. 4Eb 4 2 b (2.32) No entanto, para o sistema (1, 1) com modulação QPSK da Fig. 2.5, a distância mı́nima quadrática entre as formas de onda é dada por d2min = 2A2 e a energia por bit é igual a Eb = A2 Ts /4, portanto de (1.31), a figura de mérito para este sistema é: F(1,1)QPSK = d2min 2A2 Ts = A2 Ts Ts = 2. 4Eb 4 4 (2.33) Comparando as figuras de mérito dos dois sistemas, observamos que o sistema (1, 1) com modulação QPSK apresenta um melhor desempenho, com uma vantagem de 3 dB em termos da relação Eb /N0 com respeito ao sistema (2, 1) com modulação BPSK. Isto se deve pelo fato de que com duas antenas de transmissão a potência irradiada em cada uma delas deve ser a metade da potência total irradiada no sistema com uma antena de transmissão. Além disso, como é conhecido na literatura (De Almeida n.d.), a modulação QPSK apresenta o mesmo desempenho que a modulação BPSK, tendo em consideração um sistema com uma antena de transmissão. Capı́tulo 2. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 34 Por tal motivo, é mais eficiente fazer uso do sistema (1, 1) com modulação QPSK em vez do sistema (2, 1) com modulação BPSK, uma vez que os dois sistemas apresentem a mesma potência de transmissão e a mesma eficiência espectral. Desempenho do Sistema (Nt , Nr ) = (2, 1) Modulação BPSK versus Sistema (Nt , Nr ) = (1, 1) Modulação QPSK 0 10 Sistema (Nt , Nr ) = (2, 1) Modulação BPSK - Simulação. Sistema (Nt , Nr ) = (2, 1) Modulação BPSK - Teórica. Sistema (Nt , Nr ) = (1, 1) Modulação QPSK - Simulação. Sistema (Nt , Nr ) = (1, 1) Modulação QPSK - Teórica. −1 BER 10 −2 10 −3 10 Eb/N0 = 3 dB −4 10 0 5 10 15 20 25 30 Eb /N0 [dB] Figura 2.6: BER versus Eb /N0 para um Sistema (2, 1), Modulação BPSK comparado com um Sistema (1, 1), Modulação QPSK. A Fig. 2.6 apresenta a BER em função da relação Eb /N0 para o sistema (2, 1) com modulação BPSK e o sistema (1, 1) com modulação QPSK. Nesta figura, ao se comparar os dois sistemas, podemos observar que para uma BER de 10−3 o sistema (1, 1) apresenta um ganho de 3 dB com respeito ao sistema (2, 1), como foi demostrado através da comparação das figuras de mérito dos dois sistemas. Sistema (2,1) com Modulação QPSK versus Sistema (1,1) com Modulação 16-QAM Um sistema com multiplex espacial, (2, 1), empregando modulação QPSK pode ser comparado com um sistema (1, 1) que faz uso da modulação 16-QAM. Nesta situação, os dois sistemas transmitem a uma taxa de bits igual a Rb = 4 b/Tb , e apresentam a mesma potência de transmissão e a mesma eficiência espectral de ξ = 4 b/s/Hz . A Fig. 2.7 mostra a taxa de erro de bit média, BER, em função da relação Eb /N0 para os sistemas (2, 1) com modulação QPSK e (1, 1) com modulação 16-QAM. Comparando o desempenho destes sistemas, podemos observar que o sistema (2, 1) apresenta uma vantagem de 1 dB com respeito ao sistema (1, 1). Capı́tulo 2. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 35 Desempenho do Sistema (Nt , Nr ) = (2, 1) Modulação QPSK versus Sistema (Nt , Nr ) = (1, 1) Modulação 16-QAM 0 10 Sistema Sistema Sistema Sistema (Nt , Nr ) (Nt , Nr ) (Nt , Nr ) (Nt , Nr ) = = = = (2, 1) (2, 1) (1, 1) (1, 1) Modulação Modulação Modulação Modulação QPSK - Simulação. QPSK - Teórica. 16-QAM - Simulação. 16-QAM - Teórica. −1 BER 10 −2 10 −3 10 Eb/N0 = 1 dB −4 10 0 5 10 15 Eb /N0 [dB] 20 25 30 Figura 2.7: BER versus Eb /N0 para um Sistema (2, 1), Modulação QPSK comparado com um Sistema (1, 1), Modulação 16-QAM. Vamos usar a figura de mérito em cada um dos sistemas considerados, a fim de avaliar comparativamente os resultados obtidos através das simulações. Assim, para o sistema (2, 1) com modulação QPSK a figura de mérito é igual a F(2,1)QPSK = 1/2, enquanto que para o sistema (1, 1) com modulação 16-QAM usando (1.32), temos que sua figura de mérito é igual a F(1,1)16−QAM = 4/5. E portanto, concluı́mos que o sistema (2, 1) com modulação QPSK é aproximadamente 1 dB melhor que o sistema (1, 1) com modulação 16-QAM. Nesta situação, é mais eficiente utilizar o sistema com multiplex espacial já que este apresenta um melhor desempenho, pelo fato de que a modulação QPSK é menos suscetı́vel ao desvanecimento. Sistema (2,1) com Modulação 16-QAM versus Sistema (1,1) com Modulação 256QAM A seguir um sistema com multiplex espacial, (2, 1), modulação 16-QAM é comparado com um sistema (1, 1), modulação 256-QAM. Os dois sistemas transmitem bits a uma taxa de Rb = 8 b/Tb . Além disso, têm a mesma potência de transmissão e a mesma eficiência espectral de ξ = 8 b/s/Hz . Na Fig. 2.8, podemos observar que o sistema (2, 1) com modulação 16-QAM apresenta um melhor desempenho, tendo uma vantagem de 6 dB em termos da relação Eb /N0 comparado com o sistema (1, 1) com modulação 256-QAM. A figura de mérito do sistema (2, 1) com modulação 16QAM é igual a F(2,1)16−QAM = 2/5 enquanto que para o sistema (1, 1) com modulação 256-QAM é igual a F(1,1)256−QAM = 8/85. Ao compará-las, obtemos uma vantagem de aproximadamente 6,28 Capı́tulo 2. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 36 Desempenho do Sistema (Nt , Nr ) = (2, 1) Modulação 16-QAM versus Sistema (Nt , Nr ) = (1, 1) Modulação 256-QAM 0 10 −1 BER 10 −2 10 Eb/N0 = 6 dB −3 10 Sistema Sistema Sistema Sistema (Nt , Nr ) (Nt , Nr ) (Nt , Nr ) (Nt , Nr ) = = = = (2, 1) (2, 1) (1, 1) (1, 1) Modulação Modulação Modulação Modulação 16-QAM - Simulação. 16-QAM - Teòrica. 256-QAM - Simulação. 256-QAM - Teòrica. −4 10 0 5 10 15 Eb /N0 [dB] 20 25 30 Figura 2.8: BER versus Eb /N0 para um Sistema (2, 1), Modulação 16-QAM comparado com um Sistema (1, 1), Modulação 256-QAM. dB do sistema (2, 1) com modulação 16-QAM com respeito ao sistema (1, 1) com modulação 256QAM, resultado bastante semelhante das simulações. Nesta situação, é mais eficiente utilizar a técnica de multiplex espacial pois possui uma vantagem em termos da relação Eb /N0 . 2.5.2 Desempenho do Sistema com Multiplex Espacial (3,1) Neste cenário, para o sistema com multiplex espacial são consideradas as modulações BPSK e QPSK, as quais são comparadas, respectivamente, com o sistema com uma única antena de transmissão que emprega as modulações 8-PSK e 64-QAM. Sistema (3,1) com Modulação BPSK versus Sistema (1,1) com Modulação 8-PSK O sistema com multiplex espacial, (3, 1), modulação BPSK é comparado com um sistema (1, 1), modulação 8-PSK. Para isto, os dois sistemas devem apresentar a mesma potência de transmissão. A eficiência espectral e a taxa de bits nos dois sistemas são, respectivamente, ξ = 3 b/s/Hz e Rb = 3 b/Tb . A Fig. 2.9 apresenta o desempenho dos dois sistemas considerados, onde notamos que o sistema (1, 1) com modulação 8-PSK é aproximadamente 0,5 dB melhor que o sistema (3, 1) com modulação BPSK. Por meio das figuras de mérito dos dois sistemas, a quais são dadas por F(3,1)BPSK = 2/3 e F(1,1)8−PSK = 3/4, conferimos o resultado obtido através das simulações. Neste caso, não se tem uma diferença significativa entre os dois sistemas. É importante ter em mente que o uso de mais antenas de transmissão incorre em custos de implementação adicionais. Capı́tulo 2. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 37 Desempenho do Sistema (Nt , Nr ) = (3, 1) Modulação BPSK versus Sistema (Nt , Nr ) = (1, 1) Modulação 8-PSK 0 10 −1 BER 10 −2 10 −3 10 Sistema Sistema Sistema Sistema (Nt , Nr ) (Nt , Nr ) (Nt , Nr ) (Nt , Nr ) = = = = (3, 1) (3, 1) (1, 1) (1, 1) Modulação Modulação Modulação Modulação BPSK - Simulação. BPSK - Teórica. 8-PSK - Simulação. 8-PSK - Teórica. Eb/N0 = 0,5 dB −4 10 0 5 10 15 Eb /N0 [dB] 20 25 30 Figura 2.9: BER versus Eb /N0 para um Sistema (3, 1), Modulação BPSK comparado com um Sistema (1, 1), Modulação 8-PSK. Sistema (3,1) com Modulação QPSK versus Sistema (1,1) com Modulação 64-QAM A Fig. 2.10 mostra o desempenho em termos da BER para um sistema com multiplex espacial, (3, 1), modulação QPSK, o qual é comparado com um sistema (1, 1), modulação 64-QAM. Os dois sistemas devem ter a mesma potência de transmissão, transmitem a uma taxa de bits de Rb = 6 b/Tb e apresentam a mesma eficiência espectral de ξ = 6 b/s/Hz . Da Fig. 2.10 observamos que o sistema (3, 1) com modulação QPSK apresenta um melhor desempenho com uma vantagem em termos da relação Eb /N0 de 4 dB com respeito ao sistema (1, 1) com modulação 64-QAM. Esta vantagem é também avaliada através da figura de mérito, que para o sistema (3, 1) com modulação QPSK é igual a F(3,1)QPSK = 2/3 e para o sistema (1, 1) com modulação 64-QAM é igual a F(1,1)64−QAM = 18/65, que resulta em uma vantagem de 3,8 dB do sistema (3, 1) com respeito ao sistema (1, 1). 2.5.3 Desempenho do Sistema com Multiplex Espacial (4,1) Neste cenário, para o sistema com multiplex espacial são consideradas as modulações BPSK e QPSK, as quais são comparadas, respectivamente, com o sistema de uma única antena de transmissão que emprega as modulações 16-QAM e 256-QAM. Capı́tulo 2. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 38 Desempenho do Sistema (Nt , Nr ) = (3, 1) Modulação QPSK versus Sistema (Nt , Nr ) = (1, 1) Modulação 64-QAM 0 10 −1 BER 10 −2 10 −3 10 Sistema Sistema Sistema Sistema (Nt , Nr ) (Nt , Nr ) (Nt , Nr ) (Nt , Nr ) = = = = (3, 1) (3, 1) (1, 1) (1, 1) Modulação Modulação Modulação Modulação QPSK - Simulação. QPSK - Teórica. 64-QAM - Simulação. 64-QAM - Teórica. Eb/N0 = 4 dB −4 10 0 5 10 15 Eb /N0 [dB] 20 25 30 Figura 2.10: BER versus Eb /N0 para um Sistema (3, 1), Modulação QPSK comparado com um Sistema (1, 1), Modulação 64-QAM. Sistema (4,1) com Modulação BPSK versus Sistema (1,1) com Modulação 16-QAM Um sistema com multiplex espacial, (4, 1), modulação BPSK é comparado com um sistema com uma única antena de transmissão, (1, 1), modulação 16-QAM. Para isto, os dois sistemas devem apresentar a mesma potência de transmissão e a mesma eficiência espectral que é de ξ = 4 b/s/Hz . A Fig. 2.11 mostra o desempenho em termos da BER para os dois sistemas em consideração, onde o sistema (1, 1) com modulação 16-QAM é 2 dB melhor em termos da relação Eb /N0 , com respeito ao sistema (4, 1) com modulação BPSK. A figura de mérito do sistema (1, 1) com modulação 16-QAM é igual a F(1,1)16−QAM = 4/5, enquanto que a do sistema (4, 1) com modulação BPSK é igual a F(4,1)BPSK = 1/2. Assim, comparando as duas figuras de mérito, temos que o sistema (1, 1) com modulação 16-QAM é 2 dB melhor que o sistema (4, 1) com modulação BPSK, validando assim, os resultados obtidos por meio das simulações. Sistema (4,1) com Modulação QPSK versus Sistema (1,1) com Modulação 256-QAM Na Fig. 2.12 é apresentada a BER em função da relação Eb /N0 para um sistema com multiplex espacial, (4, 1), modulação QPSK e para um sistema (1, 1), modulação 256-QAM. A eficiência espectral dos dois sistemas é igual a ξ = 8 b/s/Hz . Portanto, as taxas de bits são as mesmas em ambos os sistemas, assim como devem ser as mesmas suas potências de transmissão. Da Fig. 2.12, podemos observar que o sistema (4, 1) com modulação QPSK apresenta um Capı́tulo 2. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 39 Desempenho do Sistema (Nt , Nr ) = (4, 1) Modulação BPSK versus Sistema (Nt , Nr ) = (1, 1) Modulação 16-QAM 0 10 −1 BER 10 −2 10 −3 10 Sistema Sistema Sistema Sistema (Nt , Nr ) (Nt , Nr ) (Nt , Nr ) (Nt , Nr ) = = = = (4, 1) (4, 1) (1, 1) (1, 1) Modulação Modulação Modulação Modulação BPSK - Simulação. BPSK - Teòrica. 16-QAM - Simulação. 16-QAM - Teòrica. Eb/N0 = 2 dB −4 10 0 5 10 15 Eb /N0 [dB] 20 25 30 Figura 2.11: BER versus Eb /N0 para um Sistema (4, 1), Modulação BPSK comparado com um Sistema (1, 1), Modulação 16-QAM. Desempenho do Sistema (Nt , Nr ) = (4, 1) Modulação QPSK versus Sistema (Nt , Nr ) = (1, 1) Modulação 256-QAM 0 10 −1 BER 10 −2 10 −3 10 Sistema Sistema Sistema Sistema (Nt , Nr ) (Nt , Nr ) (Nt , Nr ) (Nt , Nr ) = = = = (4, 1) (1, 1) (1, 1) (1, 1) Modulação Modulação Modulação Modulação QPSK - Simulação. QPSK - Teórica. 256-QAM - Simulação. 256-QAM - Teórica. Eb/N0 = 7 dB −4 10 0 5 10 15 Eb /N0 [dB] 20 25 30 Figura 2.12: BER versus Eb /N0 para um Sistema (4, 1), Modulação QPSK comparado com um Sistema (1, 1), Modulação 256-QAM. melhor desempenho em termos da BER com uma vantagem de aproximadamente 7 dB com respeito ao sistema (1, 1) com modulação 256-QAM. Esta vantagem é facilmente demonstrável Capı́tulo 2. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 40 através da comparação das figuras de mérito dos dois sistemas. Assim, o sistema (4, 1) com modulação QPSK e o sistema (1, 1) com modulação 256-QAM apresentam figuras de mérito iguais a F(4,1)QPSK = 1/2 e F(1,1)256−QAM = 8/85, respectivamente, com o qual a vantagem de 7 dB do sistema (4, 1) em relação ao sistema (1, 1) é analiticamente conferida. 2.6 Conclusões Neste capı́tulo, foram apresentadas as principais estruturas de detecção de um sistema de transmissão digital que faz uso da técnica de multiplex espacial. Provamos que o detector MV apresenta o melhor desempenho em termos da BER em comparação aos detectores lineares ZF e MMSE. Além disso, o detector MV é o único capaz de trabalhar quando o número de antenas de transmissão é maior que o número de antenas de recepção, motivo adicional pelo qual foi o escolhido. Além disso, neste capı́tulo foi proposta uma metodologia de comparação que leva em consideração parâmetros relacionados, tais como a potência de transmissão e a eficiência espectral, a fim de se fazer comparações justas entre sistemas com multiplex espacial e sistemas com uma única antena de transmissão. Assim, segundo esta metodologia, foram analisados e comparados por meio de simulações e da figura de mérito cenários com diferentes números de antenas de transmissão e ordens de modulação. Dos resultados obtidos para cada um dos cenários estudados anteriormente, podemos concluir que: • O sistema com multiplex espacial e modulação BPSK apresenta desempenho inferior, independentemente do número de antenas de transmissão empregado, em comparação ao sistema com uma única antena de transmissão que utiliza modulação de ordem superior. Por tal motivo, nesta situação, é melhor usar sistemas com uma única antena de transmissão e modulações de ordem superior. • O sistema com multiplex espacial e modulação QPSK apresenta melhor desempenho em termos da BER do que um sistema com uma única antena de transmissão que emprega alguma modulação de ordem superior. Para que a comparação seja justa, os dois sistemas devem ter mesma potência de transmissão e mesma eficiência espectral. Nesta situação, o uso do sistema com multiplex espacial e modulação QPSK é justificável já que em todos os cenários apresenta uma vantagem em termos da relação Eb /N0 , sendo assim a melhor opção. Porém, temos que considerar que o aumento do número de antenas de transmissão em um sistema com multiplex espacial apresenta custos adicionais na sua implementação. A vantagem em termos da relação Eb /N0 do sistema com multiplex espacial e modulação QPSK com respeito ao sistema com uma única antena de transmissão e modulação de ordem superior é dada pelo fato de que a modulação QPSK é menos suscetı́vel aos efeitos do desvanecimento. Capı́tulo 2. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial em um Canal com Desvanecimento 41 Finalmente, as expressões analı́ticas das probabilidades de erro de bit média de um sistema com multiplex espacial com detector MV resultam em uma boa aproximação com as simulações, especialmente para valores altos da relação Eb /N0 , como foi observado nas figuras de desempenho em cada um dos cenários apresentados. Capı́tulo 3 Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal 3.1 Introdução Em uma rede celular, a transmissão em uma célula interfere nas co-células, portanto, seu desempenho é essencialmente limitada pela interferência de co-canal. Se não fosse assim, seria possı́vel aumentar a eficiência espectral reduzindo o reuso de canais ou aumentando a carga média por célula (Rappaport 2002). Enquanto o problema da interferência de co-canal é inerente aos sistemas celulares com uma única antena de transmissão, seu impacto sobre sistemas celulares com múltiplas antenas de transmissão, como é o caso do multiplex espacial é mais significativa, pois cada antena de transmissão da estação rádio base vizinha pode agir como uma fonte de interferência de co-canal única sobre a estação móvel alvo, como pode ser observado na Fig. 3.1. A escolha do enlace direto é pelo fato de que altas taxas de dados são particularmente interessantes neste enlace. Além disso, geralmente é mais viável e barato implementar múltiplas antenas de transmissão nas estações rádio base do que nas estações móveis devido as limitações de tamanho e custos destas últimas. Normalmente as estações móveis podem ter desde uma até três antenas (Andrews et al. 2007). Neste capı́tulo, apresentaremos os principais resultados da dissertação, onde avaliaremos e compararemos o desempenho entre sistemas de transmissão digital com multiplex espacial e sistemas de transmissão digital com uma única antena considerando os efeitos do desvanecimento e da interferência de co-canal, que são as principais causas de degradação do desempenho de uma rede celular. Nestas comparações, os parâmetros relacionados com a potência de transmissão e a eficiência espectral são levados em consideração, segundo a metodologia apresentada na seção 3.4, a fim de fazer uma comparação justa entre os sistemas considerados. Neste capı́tulo, primeiramente, faremos uma descrição do sistema de transmissão digital com multiplex espacial 42 Capı́tulo 3. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal 43 Antenas Transmissoras ... Estação Rádio Base Interferente Antenas Transmissoras ... Sinais Interferentes Estação Móvel Estação Rádio Base Central ... Sinais Desejados Estação Rádio Base Interferente Antenas Transmissoras Figura 3.1: Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal. em um ambiente com desvanecimento plano e lento do tipo Rayleigh e na presença de um interferente de co-canal dominante. Em seguida, baseados em (Altamirano & De Almeida 2011), expressões analı́ticas para avaliar o desempenho do sistema de transmissão digital com multiplex espacial na presença de um interferente de co-canal dominante serão apresentadas. Finalmente os resultados das comparações de desempenho entre os sistemas de transmissão digital com multiplex espacial e com uma única antena de transmissão tendo em consideração os efeitos do desvanecimento e da interferência de co-canal serão apresentados e discutidos. 3.2 Descrição do Sistema Alguns trabalhos que avaliam o desempenho em termos da taxa de erro de bit ou de sı́mbolo média de sistemas de transmissão digital com múltiplas antenas em um ambiente celular, fazem uma modelagem da CCI usando a aproximação gaussiana (Romero-Jerez, Pena-Martin, Aguilera & Goldsmith 2006, Basri 2010, Figueiredo, Lin & Sorensen 2007, Villier 1999). Embora em uma rede celular possam existir vários interferentes, geralmente um deles predomina sobre todos os outros (Altamirano & De Almeida 2010), de tal modo que a interferência de co-canal não é gaussiana. A hipótese de um interferente de co-canal dominante é razoável em redes celulares TDMA ou FDMA, especialmente quando a setorização é utilizada. Assim por exemplo, em uma rede celular com fator de reuso 3, 4 ou 7, e com setorização de 60 graus por célula, o número de interferentes de co-canal será reduzido para um (Rappaport 2002). Considere um sistema de transmissão digital com multiplex espacial em um ambiente celular no enlace direto, downlink, e na presença de um interferente de co-canal dominante como Capı́tulo 3. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal 44 mostrado na Fig. 3.2. A estação rádio base central, ERB0 , e a estação rádio base interferente, ERBCCI , estão conformadas pelo mesmo número de antenas de transmissão, Nt . Assim, existirão Nt sinais interferentes chegando nas Nr antenas receptoras da estação móvel. Por outro lado, considerando que os Nt sinais interferentes são sı́ncronos aos Nt sinais desejados, o qual representa o pior caso (Altamirano & De Almeida 2011), a amostra recebida na k-ésima antena receptora da estação móvel é dada por: yk = Nt X hik Ai xi + Ω hi0 k Ai0 xi0 + i0 =1 i=1 | Nt X {z } | Nt Sinais Desejados nk |{z} . (3.1) ruı́do AWGN {z } Nt Sinais Interferentes O primeiro termo de (3.1) representa os Nt sinais desejados transmitidos pela estação rádio base central, ERB0 , em que Ai é a amplitude e xi é o sı́mbolo complexo enviado pela i-ésima antena de transmissão, enquanto que hik é a resposta do canal entre a i-ésima antena transmissora e a k-ésima antena receptora. O segundo termo de (3.1) representa os Nt sinais interferentes transmitidos pela estação rádio base interferente, ERBCCI , onde Ai0 e a amplitude, xi0 é o sı́mbolo complexo enviado pela i0 -ésima antena de transmissão interferente, hi0 k é a resposta do canal entre a i0 -ésima antena de transmissão interferente e a k-ésima antena de recepção. Além disso, hik = αik ejθik e hi0 k = αi0 k ejθi0 k são consideradas variáveis aleatórias independentes. O parâmetro Ω é a amplitude da perda de propagação da interferência relativa ao sinal, o que nos permite variar a relação sinal-interferência, SIR. Finalmente, o terceiro termo de (3.1) é o ruı́do aditivo gaussiano branco na k-ésima antena de recepção. A relação sinal-interferência, SIR, do sinal recebido pode ser escrita como o quociente entre a potência média dos Nt sinais desejados, P0 , e a potência média dos Nt sinais interferentes, PCCI , ou seja: P0 SIR = . (3.2) PCCI Por outro lado, as potências médias dos Nt sinais desejados e dos Nt sinais interferentes são, respectivamente, dadas por: P0 = Nt X h2ik A2i x2i , (3.3) i=1 PCCI = Ω2 Nt X h2i0 k A2i0 x2i0 . (3.4) i0 =1 PNt 2 P t 2 PNt 2 2 Substituindo (3.3) e (3.4) em (3.2) e usando que N i=1 hik = i0 =1 hi0 k = i=1 αi = Nt α , P P Nt 2 2 t 2 2 onde α2 = αi2 para i = 1, 2, · · · , Nt , e que Px = N i=1 Ai xi = i0 =1 Ai0 xi0 é a potência média de transmissão da constelação. A SIR pode ser reescrita como: SIR = Nt α2 · Px 1 = 2. Ω Ω2 Nt α2 · Px (3.5) Capı́tulo 3. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal 45 Antenas Transmissoras ... Estação Rádio Base Interferente Antenas Transmissoras ... Sinais Interferentes Estação Móvel Antenas Receptoras Estação Rádio Base Central Sinais Desejados Figura 3.2: Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de um Interferente de Co-Canal Dominante. 3.3 Probabilidade de Erro de Bit Média Em um sistema de transmissão digital com multiplex espacial com Nt antenas transmissoras e na presença de um interferente de co-canal dominante com a mesma quantidade de antenas transmissoras, a potência total de transmissão do interferente será mantida constante, uma vez que a potência irradiada por antena interferente é também dividida por Nt . Assim, a potência transmitida total permanece constante e, portanto, podemos realizar comparações entre sistemas com número de antenas de transmissão diferentes. Deste modo, o limitante superior da probabilidade de erro de sı́mbolo média de um sistema com Nt antenas de transmissão com um esquema de modulação arbitrário, em um canal com desvanecimento plano e lento do tipo Rayleigh e na presença de um interferente de co-canal dominante com a mesma quantidade de antenas de transmissão, pode ser expressa por: Nt X Nt Z ∞ Z ∞ 1 X Ps ≤ Ps (γbi , γbi0 )f (γbi )f (γbi0 )dγbi dγbi0 , Nt i=1 i0 =1 0 0 (3.6) onde Ps γbi , γbi0 é a probabilidade de erro de sı́mbolo instantânea, em que γbi é a relação sinalruı́do para a i-ésima antena de transmissão e γbi0 é a relação sinal-ruı́do para a i0 -ésima antena de transmissão interferente. Por sua vez, f (γbi ) e f (γbi0 ) são as PDFs de γbi e γbi0 , respectivamente, dadas em (2.17). Note-se que (3.6) não tem uma forma fechada e as integrais devem ser avaliadas numericamente. Finalmente, considerando o mapeamento de Gray, a probabilidade de erro de Capı́tulo 3. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal 46 bit média pode ser expressa por: Ps , (3.7) log2 M onde M é a ordem de modulação empregada, e assim, log2 M representa o número de bits por sı́mbolo. Pb ≈ Modulação BPSK Em um sistema de transmissão digital com multiplex espacial empregando modulação BPSK e na presença de um interferente de co-canal dominante, a probabilidade de erro de bit instantânea pode ser expressa por (Altamirano & De Almeida 2011): 1 p p p 1 p Pb (γbi , γbi0 ) = Q 2γbi + Ω 2γbi0 + Q 2γbi − Ω 2γbi0 . (3.8) 2 2 A Fig. 3.3 mostra o desempenho tanto simulado como teórico de um sistema com multiplex espacial com duas antenas de transmissão e uma de recepção empregando modulação BPSK. Note-se que o desempenho está em função da relação Eb /N0 e da SIR. Da figura podemos observar que existe uma boa aproximação entre os resultados simulados e teóricos, especialmente para altas relações de Eb /N0 . Por exemplo, considerando que SIR = 12 dB e Eb /N0 é superior a 20 dB, observamos que os resultados simulados e teóricos se sobrepõem. Enquanto, para SIR = 12 dB e Eb /N0 inferior a 20 dB, a curva teórica resulta no limitante superior da probabilidade de erro de bit média do sistema. Desempenho do Sistema (Nt , Nr ) = (2, 1) Modulação BPSK 0 10 −1 10 −2 BER 10 −3 10 −4 10 0 SIR = 0 dB - Simulação. SIR = 12 dB - Simulação. SIR = 48 dB - Simulação. Teórico. 5 10 15 20 Eb /N0 [dB] 25 30 35 40 Figura 3.3: BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR para um Sistema (2,1) com Modulação BPSK, Comparando-se Simulação com Teoria. Capı́tulo 3. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal 47 Modulação QPSK Empregando modulação QPSK em um sistema com multiplex espacial, e tendo em consideração que a modulação QPSK pode ser obtida a partir de duas modulações BPSK uma sendo transmitida em fase e a outra em quadratura, a probabilidade de erro de sı́mbolo instantânea é dada por: Ps (γbi , γbi0 ) = 1 − [1 − Pb (γbi , γbi0 )]2 , (3.9) onde Pb (γbi , γbi0 ) é a probabilidade de erro de bit instantânea da modulação BPSK dada em (3.8). A Fig. 3.4 apresenta o desempenho tanto simulado como teórico de um sistema com multiplex espacial com duas antenas de transmissão e uma de recepção empregando modulação QPSK. O desempenho está em função da relação Eb /N0 e da SIR. Os resultados obtidos neste caso, são análogos aos da Fig. 3.3. Assim, podemos concluir que as expressões teóricas apresentadas resultam em um ferramenta importante, especialmente para altas relações de Eb /N0 . Estas expressões serão utilizadas na próxima seção com o objetivo de determinar os patamares das taxas de erro de bit média dos sistemas a serem avaliados e comparados. Desempenho do Sistema (Nt , Nr ) = (2, 1) Modulação QPSK 0 10 −1 10 −2 BER 10 −3 10 −4 10 0 SIR = 0 dB - Simulação. SIR = 12 dB - Simulação. SIR = 48 dB - Simulação. Teórico. 5 10 15 20 Eb /N0 [dB] 25 30 35 40 Figura 3.4: BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR para um Sistema (2,1) com Modulação QPSK, Comparando-se Simulação com Teoria. Capı́tulo 3. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal 3.4 48 Resultados e Discussões Nesta seção, vamos avaliar e comparar através de simulações de Monte Carlo, os efeitos da interferência de co-canal no desempenho, através da taxa de erro de bit média de sistemas de transmissão digital que utilizam múltiplas antenas de transmissão, multiplex espacial, em relação a sistemas de transmissão digital com uma única antena de transmissão. A fim de fazer comparações justas entre os sistemas de transmissão digital considerados, a potência de transmissão e a eficiência espectral serão levados em consideração, tal como foi proposto na secção 3.4. Nas simulações realizadas, para os sistemas com multiplex espacial, assim como para os sistemas com uma única antena de transmissão, foi considerado o enlace direto de uma rede celular, inserido em um ambiente com desvanecimento plano e lento do tipo Rayleigh, e na presença de um interferente de co-canal dominante. Além disso, no sistema de transmissão digital com multiplex espacial, a estação rádio base central, ERB0 , e a estação rádio base interferente, ERBCCI , empregam o mesmo número de antenas de transmissão, Nt , e a mesma ordem de modulação. Similarmente, para o sistema de transmissão digital sem multiplex espacial, a ERB0 e a ERBCCI , empregam uma única antena de transmissão e a mesma ordem de modulação, a qual como foi discutido na secção 3.4, deve ser de ordem superior ao utilizado no sistema com multiplex espacial a fim de manter a mesma eficiência espectral, assim como deve ter mesma potência de transmissão. Analogamente à seção 3.5, serão considerados 3 tipos de cenários de sistemas com multiplex espacial, variando-se o número de antenas de transmissão desde 2 até 4, ou seja, Nt = 2, 3 e 4 antenas. Além disso, nos sistemas com multiplex espacial serão empregadas as modulações BPSK e QPSK para os diferentes cenários. A escolha destas modulações para a técnica de multiplex espacial em uma rede celular, é pelo fato de que permitem uma complexidade manejável ao utilizar-se o detector MV na recepção (Andrews et al. 2007). Além disso, é considerado que a estação móvel emprega uma só antena receptora. Tabelas que mostram um resumo dos valores dos patamares da taxa de erro de bit média, obtidas através das expressões da secção 4.3, serão apresentadas para cada um dos cenários. Finalmente, será avaliado o uso de múltiplas antenas receptoras na estação móvel como um método de combater o desvanecimento e mitigar a interferência de co-canal. 3.4.1 Desempenho do Sistema com Multiplex Espacial (2,1) Sistema (2,1) com Modulação BPSK versus Sistema (1,1) com Modulação QPSK Neste primeiro caso, o sistema com multiplex espacial, (2, 1), modulação BPSK é comparado com um sistema com uma única antena de transmissão, (1, 1), modulação QPSK. Os dois sistema apresentam mesma potência de transmissão e mesma eficiência espectral como foi analisado na secção 3.5.1. A Fig. 3.5 mostra a taxa de erro de bit média, em função da relação Eb /N0 para o sistema (2, 1) com modulação BPSK versus o sistema (1, 1) com modulação QPSK, para relações da Capı́tulo 3. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal 49 SIR = 0, 12, e 48 dB. Desempenho do Sistema (Nt , Nr ) = (2, 1) Modulação BPSK versus Sistema (Nt , Nr ) = (1, 1) Modulação QPSK 0 10 SIR = 0 dB −1 10 SIR = 12 dB −2 BER 10 −3 10 −4 BPSK (Nt = 2), SIR = 0 dB. QPSK (Nt = 1), SIR = 0 dB. SIR = 48 dB BPSK (Nt = 2), SIR = 12 dB. QPSK (Nt = 1), SIR = 12 dB. Eb/N0 = 3 dB 10 BPSK (Nt = 2), SIR = 48 dB. QPSK (Nt = 1), SIR = 48 dB. 0 5 10 15 20 Eb /N0 [dB] 25 30 35 40 Figura 3.5: BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR para um Sistema (2, 1) com Modulação BPSK Comparado com um Sistema (1, 1) com Modulação QPSK. Na Fig. 3.5 podemos observar que devido ao desvanecimento e à interferência de co-canal existem sempre patamares de taxa de erro de bit média. Para SIR igual a 0 dB a potência da interferência é igual à potência do sinal desejado nos dois sistemas, portanto, não existe nenhuma diferença significativa entre o sistema (2, 1) e o sistema (1, 1). Para SIR igual a 12 dB, observa-se uma melhoria na BER nos dois sistemas em relação ao caso SIR igual a 0 dB. Para SIR igual a 48 dB, temos praticamente apenas os efeitos do desvanecimento. Assim, para uma BER igual a 10−3 a vantagem de 3 dB em termos da relação Eb /N0 entre o sistema (1, 1) com modulação QPSK frente ao sistema (2, 1) com modulação BPSK, é mantida, como foi determinada na seção 3.5.1 (veja Fig. 2.6). Portanto, o sistema (1, 1) com modulação QPSK resulta novamente na melhor opção, pois para os valores da SIR analisados apresenta um melhor desempenho em comparação ao sistema (2, 1) com modulação BPSK. A Tab. 3.1 mostra um resumo dos valores dos patamares da taxa de erro de bit média para os dois sistemas referidos. Sistema (2,1) com Modulação QPSK versus Sistema (1,1) com Modulação 16-QAM Os resultados da taxa de erro de bit média em função da relação Eb /N0 , para valores da SIR = 0, 12, e 48 dB, para um sistema com multiplex espacial, (2, 1), modulação QPSK e para um Capı́tulo 3. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal Relação SIR [dB] SIR = 0 SIR = 12 Sistema (2,1) com Modulação BPSK 1, 7 × 10−1 1, 5 × 10−2 50 Sistema (1,1) com Modulação QPSK 1, 4 × 10−1 1 × 10−2 Tabela 3.1: Patamares da Taxa de Erro de Bit Média do Sistema (2, 1) com Modulação BPSK e do Sistema (1, 1) com Modulação QPSK. sistema com uma antena de transmissão, (1, 1), modulação 16-QAM, são apresentados na Fig. 3.6. Desempenho do Sistema (Nt , Nr ) = (2, 1) Modulação QPSK versus Sistema (Nt , Nr ) = (1, 1) Modulação 16-QAM 0 10 SIR = 0 dB −1 10 SIR = 12 dB −2 BER 10 −3 10 QPSK (Nt = 2), SIR = 0 dB. 16-QAM (Nt = 1), SIR = 0 dB. SIR = 48 dB QPSK (Nt = 2), SIR = 12 dB. 16-QAM (Nt = 1), SIR = 12 dB. Eb/N0 = 1 dB −4 10 QPSK (Nt = 2), SIR = 48 dB. 16-QAM (Nt = 1), SIR = 48 dB. 0 5 10 15 20 Eb /N0 [dB] 25 30 35 40 Figura 3.6: BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR para um Sistema (2, 1) com Modulação QPSK Comparado com um Sistema (1, 1) com Modulação 16-QAM. Na Fig. 3.6 podemos observar que o sistema (2, 1) com modulação QPSK sempre apresenta melhor desempenho que o sistema (1, 1) com modulação 16-QAM. Por outro lado, para uma SIR igual a 48 dB, a BER nos dois sistemas corresponde praticamente à BER sem considerar os efeitos da interferência de co-canal pois ainda não se chegou ao patamar. Assim, para uma BER de 10−3 a vantagem de 1 dB em termos da relação Eb /N0 entre o sistema (2, 1) frente ao sistema (1, 1) é mantida (veja Fig. 2.7). No entanto, para menores valores da SIR, a vantagem aumenta, pois a modulação 16-QAM é mais susceptı́vel à interferência de co-canal. Esta vantagem se apresenta na forma de patamares de taxa de erro de bit média inferiores. A Tab. 3.2 mostra um resumo dos valores dos patamares da taxa de erro de bit média para os dois sistemas referidos. Capı́tulo 3. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal Relação SIR [dB] SIR = 0 SIR = 12 Sistema (2,1) com Modulação QPSK 2, 5 × 10−1 2, 3 × 10−2 51 Sistema (1,1) com Modulação 16-QAM 2, 9 × 10−1 8, 4 × 10−2 Tabela 3.2: Patamares da Taxa de Erro de Bit Média do Sistema (2, 1) com Modulação QPSK e do Sistema (1, 1) com Modulação 16-QAM. 3.4.2 Desempenho do Sistema com Mutliplex Espacial (3,1) Sistema (3,1) com Modulação BPSK versus Sistema (1,1) com Modulação 8-PSK O sistema com multiplex espacial, (3, 1), modulação BPSK é comparado com um sistema com uma única antena de transmissão, (1, 1), modulação 8-PSK. Nos dois sistemas é considerado a presença de um interferente de co-canal dominante. Desempenho do Sistema (Nt , Nr ) = (3, 1) Modulação BPSK versus Sistema (Nt , Nr ) = (1, 1) Modulação 8-PSK 0 10 SIR = 0 dB −1 10 −2 BER 10 −3 SIR = 12 dB BPSK (Nt = 3), SIR = 0 dB. 8-PSK (Nt = 1), SIR = 0 dB. SIR = 48 dB 10 BPSK (Nt = 3), SIR = 12 dB. 8-PSK (Nt = 1), SIR = 12 dB. Eb/N0 = 0,5 dB −4 10 BPSK (Nt = 3), SIR = 48 dB. 8-PSK (Nt = 1), SIR = 48 dB. 0 5 10 15 20 Eb /N0 [dB] 25 30 35 40 Figura 3.7: BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR para um Sistema (3, 1) com Modulação BPSK Comparado com um Sistema (1, 1) com Modulação 8-PSK. A Fig. 3.7 mostra a BER em função da relação Eb /N0 para o sistema (3, 1) com modulação BPSK e para o sistema (1, 1) com modulação 8-PSK, para relações da SIR = 0, 12, e 48 dB. Na figura observamos que para uma SIR igual a 48 dB a vantagem de 0,5 dB em termos da relação Eb /N0 do sistema (1, 1) é mantida com respeito ao sistema (3, 1) (veja Fig. 2.9). No intervalo de SIR de 0 a 12 dB podemos observar que o sistema (3, 1) com modulação BPSK apresenta um melhor desempenho em comparação ao sistema (1, 1) com modulação 8- Capı́tulo 3. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal 52 PSK. Este melhor desempenho se apresenta na forma de patamares de taxa de erro de bit média inferiores no sistema (3, 1) com modulação BPSK. A Fig. 3.8 mostra a BER em função da Eb /N0 para uma SIR igual a 24 dB, para o sistema (3, 1) com modulação BPSK e para o sistema (1, 1) com modulação 8-PSK. Na figura podemos observar que para valores da Eb /N0 inferiores a 20 dB o sistema (1, 1) é 0,5 dB melhor que o sistema (3, 1), porém, ao aumentar a relação Eb /N0 notamos que a vantagem de 0,5 dB do sistema (1, 1) com respeito ao sistema (3, 1) vai diminuindo até um ponto de inflexão. A partir deste ponto, ou seja, para valores acima de Eb /N0 = 20 dB, os dois sistemas apresentam patamares na taxa de erro de bit média, salientando que o sistema (3, 1) com modulação BPSK apresenta uma menor degradação em termos da BER, pois a modulação BPSK é menos susceptı́vel aos efeitos da interferência de co-canal em relação à modulação 8-PSK. Desempenho do Sistema (Nt , Nr ) = (3, 1) Modulação BPSK versus Sistema (Nt , Nr ) = (1, 1) Modulação 8-PSK Para uma SIR = 24 dB 0 10 BPSK (Nt = 3). 8-PSK (Nt = 1). −1 10 Eb/N0 = 0,5 dB −2 BER 10 −3 10 −4 10 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Eb /N0 [dB] Figura 3.8: BER em Função da Relação Eb /N0 para SIR = 24 dB para um Sistema (3, 1) com Modulação BPSK Comparado com um Sistema (1, 1) com Modulação 8-PSK. A Tab. 3.3 mostra um resumo dos valores dos patamares da taxa de erro de bit média para os dois sistemas referidos. Sistema (3,1) com Modulação QPSK versus Sistema (1,1) com Modulação 64-QAM A Fig. 3.9 apresenta as curvas da BER em função da relação Eb /N0 para diferentes valores da SIR, correspondentes ao sistema com multiplex espacial, (3, 1), modulação QPSK comparado Capı́tulo 3. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal Relação SIR [dB] SIR = 0 SIR = 12 SIR = 24 Sistema (3,1) com Modulação BPSK 1, 2 × 10−1 1 × 10−2 6, 4 × 10−4 53 Sistema (1,1) com Modulação 8-PSK 2, 8 × 10−1 6, 1 × 10−2 4, 9 × 10−3 Tabela 3.3: Patamares da Taxa de Erro de Bit Média do Sistema (3, 1) com Modulação BPSK e do Sistema (1, 1) com Modulação 8-PSK. com um sistema com uma única antena de transmissão, (1, 1), modulação 64-QAM. Desempenho do Sistema (Nt , Nr ) = (3, 1) Modulação QPSK versus Sistema (Nt , Nr ) = (1, 1) Modulação 64-QAM 0 10 SIR = 0 dB −1 10 SIR = 12 dB −2 BER 10 −3 10 SIR = 48 dB QPSK (Nt = 3), SIR = 0 dB. 64-QAM (Nt = 1), SIR = 0 dB. QPSK (Nt = 3), SIR = 12 dB. 64-QAM (Nt = 1), SIR = 12 dB. Eb/N0 = 4 dB −4 10 QPSK (Nt = 3), SIR = 48 dB. 64-QAM (Nt = 1), SIR = 48 dB. 0 5 10 15 20 Eb /N0 [dB] 25 30 35 40 Figura 3.9: BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR para um Sistema (3, 1) com Modulação QPSK Comparado com um Sistema (1, 1) com Modulação 64-QAM. Esta figura mostra que no intervalo de 0 a 12 dB, a taxa de erro de bit média nos dois sistemas melhora com o incremento da SIR, até chegar a um ponto onde não pode ser melhorada, mesmo com o incremento da relação Eb /N0 . Vale a pena salientar que o sistema (3, 1) com modulação QPSK apresenta uma menor degradação da BER em comparação ao sistema (1, 1) com modulação 64-QAM. No entanto, para uma SIR igual a 48 dB, o desempenho dos dois sistemas é equivalente ao caso com apenas desvanecimento. Assim, o sistema (3, 1) mantém sua vantagem de 4 dB com respeito ao sistema (1, 1) (veja Fig. 2.7). A Tab. 3.4 mostra um resumo dos valores dos patamares da taxa de erro de bit média para os dois sistemas referidos. Capı́tulo 3. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal Relação SIR [dB] SIR = 0 SIR = 12 Sistema (3,1) com Modulação QPSK 2, 8 × 10−1 2, 3 × 10−2 54 Sistema (1,1) com Modulação 64-QAM 3, 5 × 10−1 1, 5 × 10−1 Tabela 3.4: Patamares da Taxa de Erro de Bit Média do Sistema (3, 1) com Modulação QPSK e do Sistema (1, 1) com Modulação 64-QAM. 3.4.3 Desempenho do Sistema com Mutliplex Espacial (4,1) Sistema (4,1) com Modulação BPSK versus Sistema (1,1) com Modulação 16-QAM O sistema com multiplex espacial, (4, 1), modulação BPSK é comparado com o sistema com uma única antena de transmissão, (1, 1), modulação 16-QAM. A Fig. 3.10 mostra o desempenho dos dois sistema para SIR = 0, 12, e 48 dB. Desempenho do Sistema (Nt , Nr ) = (4, 1) Modulação BPSK versus Sistema (Nt , Nr ) = (1, 1) Modulação 16-QAM 0 10 SIR = 0 dB −1 10 −2 BER 10 SIR = 12 dB BPSK (Nt = 4), SIR = 0 dB. 16-QAM (Nt = 1), SIR = 0 dB. SIR = 48 dB −3 10 BPSK (Nt = 4), SIR = 12 dB. 16-QAM (Nt = 1), SIR = 12 dB. Eb/N0 = 2 dB −4 10 BPSK (Nt = 4), SIR = 48 dB. 16-QAM (Nt = 1), SIR = 48 dB. 0 5 10 15 20 Eb /N0 [dB] 25 30 35 40 Figura 3.10: BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR para um Sistema (4, 1) com Modulação BPSK Comparado com um Sistema (1, 1) com Modulação 16-QAM. Na Fig. 3.10 observamos que o desempenho nos dois sistemas melhora conforme a SIR é aumentada. Por outro lado, para uma SIR igual a 48 dB o sistema (1, 1) com modulação 16-QAM é 2 dB melhor que o sistema (4, 1) com modulação BPSK, pois os dois sistemas não apresentam ainda as limitações da interferência de co-canal (veja Fig. 2.11). Por sua vez, no intervalo da SIR de 0 até 12 dB, o sistema (4, 1) com modulação BPSK apresenta uma menor degradação da BER em comparação ao sistema (1, 1) com modulação 16-QAM. Isto devido a modulação BPSK ser mais robusta aos efeitos da interferência de co-canal em comparação à modulação Capı́tulo 3. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal 55 16-QAM, como foi estudado em (Altamirano & De Almeida 2011), tornando-se, o sistema (4, 1) com modulação BPSK a melhor opção para as SIRs dentro deste intervalo de análises. Note também que para SIRs de 0 e 12 dB, as BERs dos dois sistemas apresentam patamares. A Fig. 3.11 mostra o desempenho em função da Eb /N0 para uma SIR igual a 24 dB para os dois sistemas analisados. Na figura podemos observar que o sistema (1, 1) apresenta melhor desempenho em comparação ao sistema (4, 1) na faixa de 0 até aproximadamente 16 dB da relação Eb /N0 . A partir de 16 dB, que representa o ponto de inflexão, o sistema (4, 1) mostra um melhor desempenho em comparação ao sistema (1, 1). Salientamos que a partir deste ponto de inflexão, os patamares nos dois sistemas são evidenciados. Desempenho do Sistema (Nt , Nr ) = (4, 1) Modulação BPSK versus Sistema (Nt , Nr ) = (1, 1) Modulação 16-QAM Para uma SIR = 24 dB 0 10 BPSK (Nt = 4). 16-QAM (Nt = 1). −1 10 Eb/N0 = 2 dB −2 BER 10 −3 10 −4 10 0 5 10 15 20 Eb /N0 [dB] 25 30 35 40 Figura 3.11: BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR = 24 dB para um Sistema (4, 1) com Modulação BPSK Comparado com um Sistema (1, 1) com Modulação 16-QAM. A Tab. 3.5 mostra um resumo dos valores dos patamares da taxa de erro de bit média para os dois sistemas referidos. Sistema (4,1) com Modulação QPSK versus Sistema (1,1) com Modulação 256-QAM A Fig. 3.12 apresenta a BER em função da relação Eb /N0 e da SIR para um sistema com multiplex espacial, (4, 1) com modulação QPSK e para um sistema com uma única antena de transmissão, (1, 1) com modulação 256-QAM. Capı́tulo 3. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal Relação SIR [dB] SIR = 0 SIR = 12 SIR = 24 Sistema (4,1) com Modulação BPSK 9, 9 × 10−2 7, 9 × 10−3 4, 8 × 10−4 56 Sistema (1,1) com Modulação 16-QAM 2, 9 × 10−1 8, 2 × 10−2 7, 4 × 10−3 Tabela 3.5: Patamares da Taxa de Erro de Bit Média do Sistema (4, 1) com Modulação BPSK e do Sistema (1, 1) com Modulação 16-QAM. Desempenho do Sistema (Nt , Nr ) = (4, 1) Modulação QPSK versus Sistema (Nt , Nr ) = (1, 1) Modulação 256-QAM 0 10 SIR = 0 dB −1 10 SIR = 12 dB −2 BER 10 SIR = 48 dB QPSK (Nt = 4), SIR = 0 dB. 256-QAM (Nt = 1), SIR = 0 dB. −3 10 QPSK (Nt = 4), SIR = 12 dB. 256-QAM (Nt = 1), SIR = 12 dB. Eb/N0 = 7 dB −4 10 QPSK (Nt = 4), SIR = 48 dB. 256-QAM (Nt = 1), SIR = 48 dB. 0 5 10 15 20 Eb /N0 [dB] 25 30 35 40 Figura 3.12: BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR para um Sistema (4, 1) com Modulação QPSK Comparado com um Sistema (1, 1) com Modulação 256-QAM. Na Fig. 3.12, o caso em que a SIR é igual a 48 dB corresponde praticamente à BER em um ambiente sem interferência, onde a vantagem de aproximadamente 7 dB do sistema (4, 1) com modulação QPSK é mantida com respeito ao sistema (1, 1) com modulação 256-QAM (veja Fig. 2.12). Entretanto, para valores da SIR no intervalo de 0 a 12 dB, observamos uma degradação de desempenho nos dois sistemas. Note ainda que neste intervalo, a BER dos dois sistemas é maior do que 10−3 , salientando que o sistema (4, 1) com modulação QPSK apresenta uma menor degradação da BER que o sistema (1, 1). A Tab. 3.6 mostra um resumo dos valores dos patamares da taxa de erro de bit média para os dois sistemas referidos. Capı́tulo 3. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal Relação SIR [dB] SIR = 0 SIR = 12 Sistema (4,1) com Modulação QPSK 3 × 10−1 2, 3 × 10−2 57 Sistema (1,1) com Modulação 256-QAM 3, 9 × 10−1 2, 2 × 10−1 Tabela 3.6: Patamares da Taxa de Erro de Bit Média do Sistema (4, 1) com Modulação QPSK e do Sistema (1, 1) com Modulação 256-QAM. 3.4.4 Desempenho do Sistema com Multiplex Espacial para Diferente Número de Antenas de Transmissão e de Recepção com Modulação QPSK O uso de múltiplas antenas na recepção em um sistema de transmissão digital com multiplex espacial e detetor MV em um ambiente celular, traz dois benefı́cios muito importantes, os quais são, combater o desvanecimento e mitigar a interferência de co-canal simultaneamente. A seguir, o sistema com multiplex espacial com diferente número de antenas de transmissão e de recepção empregando modulação QPSK é analisado. O motivo de apenas se considerar a modulação QPSK é pelo fato desta apresentar melhor desempenho em termos da BER na ausência ou presença de um interferente de co-canal dominante, como foi analisado anteriormente. A Fig. 3.13 mostra a BER em função da relação Eb /N0 , na presença de um interferente de co-canal dominante para uma SIR igual a 24 dB. Foi considerado o sistema com multiplex espacial com duas antenas de transmissão, Nt = 2, com modulação QPSK, e diferente número de antenas de recepção, Nr , variando-se desde uma até três, ou seja, 1 ≤ Nr ≤ 3. Nesta figura, podemos observar que ao se aumentar o número de antenas de recepção existe uma notável melhoria no desempenho em termos da BER. Assim, ao se utilizar uma só antena de recepção, que corresponde ao sistema (2, 1), resulta evidente a presença de um patamar na taxa de erro de bit média, enquanto, ao empregar-se duas antenas de recepção, sistema (2, 2), a presença do patamar aparece para BERs mais baixas. Assim, podemos observar que o sistema (2, 2), consegue atingir uma BER de 10−4 com Eb /N0 de 18 dB, o que não é possı́vel para o sistema (2, 1). Por outro lado, com três antenas de recepção, sistema (2, 3), os efeitos da interferência de co-canal são diminuı́dos significantemente, obtendo assim, um melhor desempenho em comparação com os dois sistemas antes referidos. Assim, uma BER de 10−4 é atingida com uma Eb /N0 de aproximadamente 11 dB. Note que com duas e três antenas de recepção, sistemas (2, 2) e (2, 3), é possı́vel obter taxas de erro de bit média menores a 10−4 , pois os patamares destes sistemas aparecem para baixos valores da BER, o qual não é possı́vel para o sistema (2, 1). As Fig. 3.14 e 3.15 apresentam as curvas correspondentes à taxa de erro de bit média, BER, para um sistema com três e quatro antenas de transmissão em função da relação Eb /N0 e do número de antenas de recepção, onde 1 ≤ Nr ≤ 3, para uma SIR igual a 24 dB. O comportamento das curvas e as conclusões são análogas ao sistema com duas antenas de transmissão e Capı́tulo 3. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal 58 modulação QPSK do caso anterior. Desempenho de um Sistema com Multiplex Espacial com Nt = 2 e Modulação QPSK para uma SIR = 24 dB 0 10 Sistema (Nt , Nr ) = (2, 1) - Simulação. Sistema (Nt , Nr ) = (2, 2) - Simulação. Sistema (Nt , Nr ) = (2, 3) - Simulação. −1 10 −2 BER 10 −3 10 −4 10 0 5 10 15 20 Eb /N0 [dB] 25 30 35 40 Figura 3.13: BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR = 24 dB para um Sistema com Multiplex Espacial, Nt = 2, com Modulação QPSK, onde Nr Varia de 1 até 3. Desempenho de um Sistema com Multiplex Espacial com Nt = 3 e Modulação QPSK para uma SIR = 24 dB 0 10 Sistema (Nt , Nr ) = (3, 1) - Simulação. Sistema (Nt , Nr ) = (3, 2) - Simulação. Sistema (Nt , Nr ) = (3, 3) - Simulação. −1 10 −2 BER 10 −3 10 −4 10 0 5 10 15 20 Eb /N0 [dB] 25 30 35 40 Figura 3.14: BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR = 24 dB para um Sistema com Multiplex Espacial, Nt = 3, com Modulação QPSK, onde Nr Varia de 1 até 3. Capı́tulo 3. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal 59 Desempenho de um Sistema com Multiplex Espacial com Nt = 4 e Modulação QPSK para uma SIR = 24 dB 0 10 Sistema (Nt , Nr ) = (4, 1) - Simulação. Sistema (Nt , Nr ) = (4, 2) - Simulação. Sistema (Nt , Nr ) = (4, 3) - Simulação. −1 10 −2 BER 10 −3 10 −4 10 0 5 10 15 20 Eb /N0 [dB] 25 30 35 40 Figura 3.15: BER em Função da Relação Eb /N0 e da SIR = 24 dB para um Sistema com Multiplex Espacial, Nt = 4, com Modulação QPSK, onde Nr Varia de 1 até 3. 3.5 Conclusões Neste capı́tulo, foram avaliados e comparados os desempenhos em termos da taxa de erro de bit média, de sistemas de transmissão digital com multiplex espacial e sistemas de transmissão digital com uma única antena de transmissão em canais com desvanecimento plano e lento do tipo Rayleigh e na presença de um interferente de co-canal dominante no enlace direto de uma rede celular. A fim de se fazer comparações justas entre os dois sistemas, a potência de transmissão e a eficiência espectral foram consideradas iguais. A interferência de co-canal, CCI, causa uma degradação notável no desempenho, apresentando patamares nas curvas das taxas de erro de bit média, tanto no sistema com multiplex espacial assim como no sistema com uma única antena de transmissão. Nestas circunstâncias, o desempenho dos dois sistemas não pode ser melhorado através de um aumento indefinido da relação Eb /N0 . Por outro lado, o desempenho dos dois sistemas melhora com o incremento da relação sinal-interferência. Assim, para valores muito altos, o desempenho nos dois sistemas corresponde praticamente à BER em um ambiente celular livre dos efeitos da interferência de co-canal pois o patamar ocorre em taxas de erro de bit média mais baixas. Dos resultados obtidos para cada um dos cenários estudados anteriormente, podemos concluir que: • O sistema com multiplex espacial com três ou quatro antenas de transmissão com modulação BPSK para baixos valores da SIR, apresenta uma menor degradação comparado com o sistema com uma única antena de transmissão e com modulação 8-PSK e 16-QAM, Capı́tulo 3. Desempenho de Sistema de Transmissão Digital com Multiplex Espacial na Presença de Interferência de Co-Canal 60 respectivamente. Isto ocorre pelo fato de que a modulação BPSK é mais robusta aos efeitos da interferência de co-canal. Nesta situação, é recomendável fazer uso da técnica do multiplex espacial. Porém, para altos valores da SIR, ou seja, considerando praticamente só os efeitos do desvanecimento, os sistemas com uma única antena de transmissão com modulação 8-PSK e 16-QAM apresentam a mesma vantagem determinada no capı́tulo anterior em comparação ao sistemas com multiplex espacial com três ou quatro antenas de transmissão e com modulação BPSK, respectivamente. Então, a escolha de um ou outro sistema, vai depender do grau de severidade da SIR. Por outro lado, o sistema com multiplex espacial com duas antenas de transmissão e modulação BPSK apresenta uma maior degradação em termos da BER em comparação ao sistema com uma única antena de transmissão e modulação QPSK, para todos os valores da SIR considerados, sendo este último sistema a melhor opção. • Os sistemas com multiplex espacial e modulação QPSK apresentam um melhor desempenho em termos da BER do que um sistema com uma única antena de transmissão empregando alguma modulação de ordem superior M -QAM, para todas as SIR consideradas. Portanto, a presença da interferência de co-canal causa uma menor degradação no desempenho dos sistemas com multiplex espacial empregando modulação QPSK. Isto pelo fato de que conforme se aumenta a ordem de modulação M -QAM o sistema com uma só antena de transmissão é mais suscetı́vel à interferência de co-canal, enquanto que modulações de baixa ordem, como a QPSK, são mais robustas aos efeitos da interferência de co-canal. Além disso, neste capı́tulo foi mostrado que o uso de múltiplas antenas na recepção junto com o detector de máxima verossimilhança, é uma boa alternativa para se combater os efeitos do desvanecimento e mitigar a interferência de co-canal, embora o uso de múltiplas antenas de recepção seja restrito pelo tamanho e custo da estação móvel. Finalmente, as expressões teóricas e as curvas da taxa de erro de bit média apresentadas neste capı́tulo, constituem-se em uma ferramenta de referência para se avaliar os efeitos da interferência de co-canal em um sistema de transmissão digital com multiplex espacial. Capı́tulo 4 Conclusões Finais Nesta dissertação, foram avaliados e comparados os efeitos do desvanecimento e da interferência de co-canal na taxa de erro de bit média de sistemas de transmissão digital com multiplex espacial e sistemas de transmissão digital com uma única antena de transmissão, tendo em consideração a potência de transmissão e eficiência espectral. Para este fim, no capı́tulo 3 foi apresentada uma metodologia de comparação que leva em consideração os parâmetros antes mencionados, ou seja, a potência de transmissão e a eficiência espectral, com a intenção de se fazer comparações justas entre ambos os sistemas de transmissão digital. Assim, partindo da metodologia proposta, foram apresentados e comparados os desempenhos em termos da taxa de erro de bit média dos dois sistemas antes referidos em um ambiente com desvanecimento plano e lento do tipo Rayleigh. Dos resultados obtidos concluı́mos que comparando o sistema com multiplex espacial e modulação BPSK com o sistema de transmissão digital com uma única antena de transmissão e ordem de modulação superior, este último mostra melhor desempenho. Por outro lado, o sistema de transmissão digital com multiplex espacial e modulação QPSK apresenta melhor desempenho em comparação ao sistema de transmissão digital com uma única antena de transmissão e ordem de modulação superior, independentemente do número de antenas de transmissão empregadas. Para se avaliar os efeitos da interferência de co-canal, no capı́tulo 4, primeiramente descrevemos um sistema de transmissão digital com multiplex espacial na presença de um interferente de co-canal dominante. Posteriormente, baseados na metologia de comparação proposta, foram apresentados e comparados os desempenhos de um sistema de transmissão digital com multiplex espacial e um sistema com uma única antena de transmissão considerando os efeitos da interferência de co-canal. Dos resultados obtidos, ao se comparar o sistema com multiplex espacial e modulação BPSK com o sistema com uma única antena de transmissão e ordem de modulação superior, este último mostra um melhor desempenho para altas relações sinal-interferência, enquanto, para baixas relações sinal-interferência o sistema de transmissão digital com multiplex espacial e modulação BPSK apresenta uma menor degradação em termos da BER com respeito ao sistema com uma única antena de transmissão. Por outro lado, o sistema com multiplex espacial e modulação QPSK em todos os casos da relação sinal-interferência, SIR, avaliados, 61 Capı́tulo 4. Conclusões Finais 62 mostra uma menor degradação da BER, ou seja, um melhor desempenho que o sistema com uma única antena de transmissão e modulação de ordem superior. Salientamos que a interferência de co-canal tem um grande impacto na BER apresentando patamares, tanto nos sistemas com multiplex espacial assim como nos sistemas com uma única antena de transmissão. Além disso, no capı́tulo 4, foi mostrado que um jeito de se combater o desvanecimento e mitigar a interferência de co-canal em um sistema de transmissão digital com multiplex espacial é o uso de múltiplas antenas de recepção junto ao detector MV. Finalmente, as expressões teóricas e as curvas de probabilidade de erro de bit média, assim como as comparações apresentadas nesta dissertação, se constituem em uma ferramenta de referência para se avaliar a efetividade real da técnica de multiplex espacial em canais com desvanecimento Rayleigh na presença de interferência de co-canal. 4.1 Trabalhos Futuros A seguir, são propostos alguns tópicos de pesquisa para trabalhos futuros. • Avaliar os efeitos da interferência de co-canal em um sistema com multiplex espacial em canais onde exista linha de visada direta entre o transmissor e o receptor, por exemplo, canais com desvanecimento Rice. Além disso, o impacto da correlação entre canais é algo interessante a ser avaliado. • Estudar e analisar a eficiência espectral média e a vazão de dados média da técnica de multiplex espacial em uma rede celular na presença de interferência de co-canal, nos enlaces direto e reverso, envolvendo parâmetros como o reuso de canais, setorização, perda de propagação exponencial, sombreamento e desvanecimento. • Uma outra proposta seria avaliar técnicas hı́bridas a fim de combater o desvanecimento e mitigar a interferência de co-canal, como por exemplo, o uso de esquemas de transceptores hı́bridos com múltiplas antenas de transmissão (HMTS do inglês “Hybrid Multiple-Input Multiple-Output Transceiver Scheme”), o qual combina os benefı́cios apresentados pela diversidade de transmissão e pelo multiplex espacial em um só sistema. • Outra técnica para combater o desvanecimento e mitigar a interferência de co-canal seria a utilização de códigos corretores de erro aplicados à técnica de multiplex espacial. • Outra proposta interessante é a análise da técnica de multiplex espacial em malha fechada, ou seja, o transmissor conhece a amplitude e a fase do desvanecimento nos enlaces entre cada antena transmissora e receptora. Assim, técnicas como alocação de potência não igualitária entre as antenas transmissoras e modulação adaptiva podem ser implementadas, com o objetivo de melhorar o desempenho e aumentar a vazão de dados média em uma rede celular. • Outra proposta seria a diminuição da complexidade do detetor MV pela utilização de algoritmos sub-ótimos. Bibliografia Altamirano, D. & De Almeida, C. (2010). Evaluation of the Effects of Co-Channel Interference on the Bit Error Rate of Cellular Systems for BPSK Modulation, Proc. 7th International Telecommunications Symposium, ITS 2010 . Manaus, Brasil. Altamirano, D. & De Almeida, C. (2011). Avaliação de Desempenho de Esquemas de Modulação e Codificação na Presença de Interferência de Co-Canal, Master’s thesis, UNICAMP. Andrews, J., Ghosh, A. & Muhamed, R. (2007). Fundamentals of WiMAX: Understanding Broadband Wireless Networking, 1 edn, Prentice Hall. Barry, J. R., Lee, E. A. & Messerschimitt, D. G. (2003). Digital Communication, 3 edn, Springer. 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Anexo A Análise Teórica de Desempenho do Detector ZF Em (Barry et al. 2003) foi mostrado que a ordem de diversidade de um sistema com multiplex espacial que emprega Nt e Nr antenas de transmissão e recepção, respectivamente, é igual à ordem de diversidade de um sistema de transmissão digital com combinador MRC (do inglês “Maximal Ratio Combining”), ou seja, uma única antena de transmissão e Nr −Nt +1 antenas de recepção. Portanto, de acordo com a análise de desempenho de um sistema de transmissão digital com combinador MRC com 1 antena de transmissão e L antenas de recepção e empregando modulação BPSK, desenvolvida em (Proakis & Salehi 2007), a probabilidade de erro de bit média pode ser expressa por: 1 (1 − µ) Pb = 2 L X k L−1 L−1+k 1 (1 + µ) , k 2 k=0 (A.1) em que µ é definido como: r µ= γc , 1 + γc (A.2) onde γc denota a SNR média por subcanal, ou seja, a SNR média do enlace criado entre uma antena de transmissão e uma antena de recepção. Quando γc satisfaz a condição γc 1, temos que 12 (1 + µ) ≈ 1 e 12 (1 − µ) ≈ 4γ1c . Em consequência, a Equação (A.1) pode ser aproximada por: L 1 2L − 1 Pb ≈ . (A.3) 4γc L Assim, a probabilidade de erro de bit média diminui inversamente com a L-ésima potência da SNR média por subcanal, γc . Finalmente, substituindo L = Nr − Nt + 1 em (A.3), obtemos a probabilidade de erro de bit média de um sistema com Nt e Nr antenas de transmissão e recepção, respectivamente, que emprega modulação BPSK e faz uso do detector ZF. Note que, se γb é a SNR média em cada antena de recepção, a SNR média por subcanal é igual a: γc = γb . Nt 66 (A.4)