Alabama centro cominho bessemer médica

Transcrição

Alabama centro cominho bessemer médica
sáé~ëë~å~======= kÉïëäÉííÉê=
Meditação Vipassana como ensinada por S.N. Goenka, na tradição de Sayagyi U Ba Khin
Vol. 34, No. 3 Agosto 2007
www.vnl.dhamma.org
Desde 1974
Words of Dhamma
Vivādaṃ bhayato disvā,
avivādaṃ ca khemato.
Samaggā sakhilā hotha,
esā buddhānusāsanī.
Ver perigo na disputa,
Segurança na concórdia,
Conviver em harmonia,
Este é o ensinamento dos Budas.
— Khuddaka-nikaya, Apadana 1.79
Dhamma Dhara, Massachusetts, EUA:
Os Primeiros 25 Anos
Vinte e cinco anos atrás, nessa mesma época do ano, a Roda
do Dhamma saltou meia volta em torno ao globo e acabou
por pousar no oeste de Massachusetts. Em agosto de 1982,
foi comprado um local para um centro de Vipassana perto
de Shelburne Falls, um vilarejo no sopé das colinas Berkshire. Esse foi o primeiro centro de Vipassana estabelecido
fora da Índia a operar sob a orientação de S.N. Goenka e o
primeiro do hemisfério oeste.
O conselho logo se pôs a trabalhar, procurando em diferentes cantos de Massachusetts por lugares que pudessem
servir. Eles examinaram dezenas de possibilidades e até
fizeram uma oferta, sem sucesso. Quando Goenkaji voltou
no mês de junho seguinte para conduzir um curso em
Sandwich, Cape Cod, ele insistiu com o conselho para que
continuasse a busca. Mas dessa vez houve a ajuda direta de
Goenkaji e Mataji, que incansavelmente visitaram a longa
lista de opções de propriedades. Entre as últimas que eles
viram estava a que foi eventualmente comprada.
O trabalho de base para a compra havia sido estruturado ao
longo dos anos. Alguns dos primeiros alunos ocidentais de
Goenkaji eram do nordeste dos Estados Unidos ou das
províncias canadenses ao norte. Em 1979, Montreal abrigou
o primeiro curso do Goenkaji na América do Norte. Ele
voltou lá em 1980 e também lecionou em Chicago e norte
da Califórnia. Em junho de 1981 ele deu um curso em
Goshen, Massachusetts. Depois desse curso, Goenkaji formou um conselho com o objetivo de estabelecer um centro
permanente para a prática de Vipassana.
Um aluno com Goenkaji naquela visita relembra:
Nós tínhamos procurado o dia inteiro. Eu estava com minha
filha, naquela época com 3 anos. Era minha família, Mataji,
Goenkaji e eu no carro. Paramos na propriedade que acabamos comprando e minha filha ficou animada porque o
lugar tinha uma piscina. Descobrimos que a construção
havia sido uma "estalagem da temperança” (um bar onde
nenhuma bebida alcoólica era servida) e Goenkaji gostou
disso. Ele decidiu que a não ser que achássemos algo
estupendo, aquele seria o lugar a ser comprado.
O anfitrião daquela primeira reunião do conselho se lembra
do dia:
Nós morávamos em um pequeno apartamento em Brookline,
Massachusetts. Ao fim do curso em Goshen, convidamos
Goenkaji e mais 15 a 20 pessoas ativas naquela época.
Comemos juntos e depois Goenkaji sentou-se em um sofá de
segunda mão. Quando ele se sentou, afundou até lá em
baixo e brincou sobre os "assentos draga". Aí todos nos
sentamos à sua volta no chão e em um tom muito sério ele
nos explicou sobre a importante responsabilidade que todos
nós tínhamos como membros do conselho para coordenar
os cursos no futuro centro.
Índice
Dhamma Dhara, Massachusetts, EUA: Os primeiros
25 anos...............................................................................1
Perguntas e Respostas com Goenkaji................................3
Notícias Internacionais......................................................4
Novas Nomeações e Responsabilidades............................8
1
A propriedade consistia em uma casa
espalhada de dois andares e três
hectares de terra, na maior parte pasto
aberto. Além da piscina havia uma
grande quadra de tênis asfaltada e um
estábulo.
grande reservatório de água. Em
quarto lugar, converteu-se a garagem para dois carros em uma
cozinha equipada para servir muita
gente. E por último, precisaram
obter autorização para operar como
uma colônia de férias, acomodando até 200 pessoas.
Pouco depois, o conselho comprou a
propriedade por U$ 105.000. Dessa
quantia, doações cobriram US
$50.000 e uma hipoteca cobriu o
resto. Um novo centro havia nascido.
Tudo isso exigiu um esforço enome
e uma das pessoas envolvidas se
lembra de que somente no último
momento as coisas entraram nos
eixos:
Em poucos dias um pequeno grupo
de meditadores se juntou na proAntes de Goenkaji voltar para conpriedade para explorá-la e se maraviduzir seu primeiro curso de 10 dias
lhar com ela. Mas eles também estano centro em 1983, a única mavam lá para realizar uma importante
neira de fazer com que as autoritarefa: começar a meditar no novo
Goenkaji na primeira reunião
dades permitissem a realização de
centro. Eles metodicamente se sentado conselho em 1981
um grande curso era construir um
vam em cada cômodo da casa, medibanheiro e conseguir uma licença
tando por pelo menos uma hora,
de colônia de férias. Nós tínhamos apenas poucos meses
como Goenkaji os havia instruído. Eles também caminhapara conseguir isso e havia muitos atrasos e problemas só
ram pelos limites da propriedade, meditando e praticando
para começar esse grande projeto. O tempo continuou
metta. Esses foram os primeiros passos para estabelecer
passando e passando e vez por outra recebíamos uma
uma atmosfera meditativa que se tornaria mais e mais
carta de Goenkaji perguntando sobre o nosso progresso.
forte a cada meditação, curso a curso, ano após ano.
A um certo ponto, ao se referir a atrasos em um outro
Mais tarde naquele verão, Goenkaji voltou a Massachucentro, ele disse, "espero que isso não vá acontecer em
setts e conduziu um curso inaugural de três dias para aluVMC". Iniciamos a construção na hora! Aí tivemos pronos antigos no centro. Só oito meditadores puderam dorblemas para conseguir nossa licença. Não conseguíamos
mir lá por causa das restrições de segurança e precariedade
passar nos testes de saneamento por causa de vestígios de
das instalações. Outros dormiam fora e voltavam para
entulhos no novo tanque de concreto. Goenkaji chegou na
meditar durante o dia. Foi quando ele nomeou o novo
véspera do início do curso e ainda não tínhamos a
centro Dhamma Dhara, ou terra do Dhamma.
licença. No dia em que o curso deveria começar, os estudantes estavam chegando e todos nós estávamos lá fora
Depois disso o Professor teve que ir embora, mas a roda
na ladeira de entrada com Goenkaji e os inspetores quando Dhamma continuou a girar e cursos continuaram a
do o representante do Departamento de Saúde chegou e
acontecer. Esses eram ou auto-cursos ou cursos condupediu
U$10,00 de taxa pela licença, apenas algumas
zidos pelos primeiros professores assistentes, designados
horas antes do curso começar!
por Goenkaji poucos meses antes. Os primeiros cursos
eram organizados por poucos meditadores. Algumas vezes
um curso tinha apenas um servidor, que tocava o sino,
cozinhava, limpava e gerenciava. Apesar de poder ser bem
exaustivo, era também inspirador e dava muita alegria.
Assim, o centro continuou a funcionar durante o inverno;
a semente que havia sido plantada continuou a germinar.
A casa original do centro de Massachusets. A garagem na esquerda foi
convertida numa cozinha. O jardim na frente está no lugar onde havia
a piscina; embaixo há um reservatório de água.
Enquanto isso acontecia, o conselho começou a planejar
um grande curso a ser conduzido por Goenkaji no verão
de 1983. Mas a casa podia acomodar só um punhado de
gente e a procura seria muito grande. Como poderiam
expandir as instalações rapidamente?
Vários projetos rapidamente surgiram: Primeiro, alugaram
uma grande tenda para cobrir a antiga quadra de tênis; aí
200 pessoas poderiam se sentar. Depois, construiu-se um
banheiro com chuveiros e sanitários perto da casa que já
existia. Em terceiro lugar, a piscina foi substituída por um
2
A cozinha também foi uma grande empreitada, lembra um
estudante:
Eu sentei o primeiro curso de 30 dias em
Massachusets em 1991. Foi no meio do inverno e,
além de todas as suas outras tarefas, os
trabalhadores de dhamma tinham que tirar toda a
neve dos caminhos depois das nevascas. Os homens
todos dormiam juntos em um dormitório, só com
divisões entre as camas. Mas cada um de nós tinha
uma cela nova em folha para meditar e a quietude
era total. No escuro, com os olhos fechados, era
exatamente como estar meditando na Índia.
Para aquele grande curso de 1983, começamos com uma
garagem para dois carros e adicionamos uma pia tripla e
um fogão que havia saído de um galinheiro por US$50,00.
Nós tínhamos 15 a 20 pessoas naquela cozinha e foi tão
legal! Cada pedaço daquela pia tinha uma pessoa, então
era como uma linha de montagem.
Com Goenkaji voltando e sendo esse o primeiro grande
curso de 10 dias nos Estados Unidos no primeiro centro foi tanto trabalho, mas também trouxe tanta alegria.
Desde o começo isso funcionou como um imã para muitas
pessoas virem aqui.
Um dia, na hora do almoço, eu saí da cela depois
que o sino tocou. Calcei meus sapatos e, quando
pisei lá fora, olhei ao redor, surpreso. E pensei
comigo mesmo, "Isso é estranho. Eu já vi todos os
tipos de clima em Dhamma Giri , mas nunca tinha
visto neve." Aí eu lembrei que não estava em
Dhamma Giri. Mas me senti como se estivesse.
Esse foi apenas o primeiro de muitos projetos que o centro
realizou com sucesso nesses anos. Muitos outros anos de
trabalho se seguiram para criar as instalações para um
centro de meditação ideal.
A tenda cobrindo a quadra de tênis funcionou bem - mas
não necessariamente com a chuva que arriscava cair a
qualquer hora na Nova Inglaterra. Para substituí-la, meditadores construíram um pavilhão de tela não insulada para
uso no verão. Mais tarde, foram construídos dois refeitórios perto da casa, mas primeiro um foi usado como sala
de meditação no inverno. Um pouco mais adiante o pavilhão de verão foi totalmente preparado para o inverno. Ele
é agora a sala de meditação permanente.
Construção do refeitório, 1987
O trabalho no complexo de celas começou no início dos
anos 90, sendo boa parte da construção feita por estudantes voluntários. Goenkaji comentou que era um lugar
tão bom para meditar, principalmente por ter sido construído por servidores de Dhamma que trabalharam altruisticamente. O primeiro curso de 30 dias aconteceu lá no
inverno de 1992. Mais recentemente, um projeto muito
grande foi a construção de novos alojamentos homens e
mulheres. Esses oferecem suítes privadas.
Vista aérea do centro hoje em dia.
O centro adquiriu terras adjacentes,
aumentando sua extensão para 44 hectares
Em 1989, um grupo de meditadores doou um terreno anexo de 24 hectares de terra. Alguns anos mais tarde, mais
12 hectares foram comprados. Hoje em dia o centro consiste de 48 hectares e um complex o inteiro de novos
edifícios.
Todo esse trabalho criou instalações extraordinárias. Junto
a isso, o trabalho de meditação continuou sem parar e a
atmosfera continuou a se desenvolver.
Goenkaji sempre frisava como a atmosfera era harmoniosa
no centro de Massachusetts. Claro que havia muitos problemas e discórdias, especialmente nos primeiros anos.
Mas um dos grandes sucessos de Massachusetts era que os
estudantes usavam sua prática de Vipassana para resolver
os problemas e trabalhar eficientemente. Eles desenvolveram um modelo que foi adotado por grande parte dos
outros conselhos de Vipassana.
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Quando esse centro surgiu nos Estados Unidos, muitos dos
primeiros estudantes do Goenkaji se mudaram para cá. O
lugar atraiu as pessoas muito rapidamente. Essa tem sido
sua força desde então. Uma comunidade se desenvolveu
desde o primeiro dia. Agora, tantas das pessoas que participaram do estabelecimento do centro ajudaram outros
centros a se estabelecerem. Agora o centro é capaz de
acomodar 50 mulheres e 44 homens, num total de 94 participantes durante o ano. Durante os meses de verão, a
capacidade total aumenta para 146 estudantes com o uso de
tendas e chalés
usso, farsi e outros. O centro também oferece cursos para
crianças e adolescentes, além de cursos longos de 20, 30 e
45 dias. Agora o centro está desenvolvendo planos para
comple-tar o piso superior das celas de meditação e a
construção de um telhado em estilo de pagoda.
Do seu começo modesto, Dhamma Dhara cresceu e se
tornou um farol para a disseminação do Dhamma na
América do Norte e pelo mundo ocidental
O centro acolheu inúmeros seminários através dos anos,
incluindo conferências sobre saúde mental, psicoterapia,
tratamento de vícios, Vipassana em prisões e Vipassana e
ciência. Atraiu pessoas do mundo todo, e meditadores que
receberam seu treinamento em Massachusetts voltaram a
seus lares e usaram sua experiência para desenvolver
atividades de Dhamma na sua área. A roda que começou a
se mover em 1981 continua a girar constantemente e
continuará assim, trazendo paz e harmonia verdadeiras
para muita gente.
Aproximadamente 19 cursos de 10 dias são agendados no
centro a cada ano, com quase todos os cursos cheios. Aproximadamente 1275 estudantes do mundo inteiro completam
cursos em Dhamma Dhara anualmente. Não é incomum ter
vários idiomas em cada curso e o centro oferece palestras
em híndi, mandarim, cambojano, espanhol,
Para mais informações sobre Dhamma Dhara, visite
www.dhara.dhamma.org
Uma Pagoda em Andamento
A pagoda de Dhamma Dhara vai registrar nossa ligação
com a Índia e Myanmar e nossa profunda gratidão por eles
pelo Dhamma. Também representará nossa ligação com
Goenkaji e a linhagem de professores passados e santos,
chegando até o Buda.
CHEGOU A HORA PARA SE INCLUIR EM DHAMMA DHARA uma
das peças-chave de um centro de Vipassana: um telhado no
estilo tradicional dos pagodes para o nosso complexo de
celas de meditação.
Quando o prédio que abriga as celas tomou forma em 1991,
foi com um telhado reto. Mas o plano
foi sempre de substituí-lo por algum
tipo de domo, e todos preferiram uma
pagoda birmanesa tradicional —
como a construída em Dhamma Giri
na Índia ou no centro de Sayagyi U
Ba Khin em Myammar. Isso seria
uma forma de homenagear o país que
preservou a Vipassana pelos séculos,
nos possibilitando aprendê-la e praticá-la hoje.
Isso será uma inspiração para nós sempre que formos a
Dhamma Dhara. Nos lembrará
que sempre que nos sentamos para
meditar aqui, estamos nos
sentando em Dhamma Giri ou no
centro do Sayagyi. Estamos nos
sentando na frente de nosso
professor e todos os professores
passados. Estamos nos sentando
na frente do Buda.
Essa inspiração tem um efeito
muito prático em um meditador.
Como Goenkaji explica, gera um
sentimento de alegria transcendental que, por sua vez, dá lugar à
tranqüilidade.
O modelo para ambas as pagodas e
para incontáveis outras que pontilham
a paisagem da Myanmar, é Shwedagon. A fantástica estrutura domina a
linha do horizonte de Yangon e atrai
Tranqüilidade ajuda o meditador a
um fluxo contínuo de peregrinos, que
alcançar uma profunda concenModelo do projeto da pagoda
vêm para honrar o Buddha, o
tração. E com uma mente concenDhamma e a Sangha. A quilômetros
trada o meditador pode praticar
de distância — e diz-se que mesmo do espaço — a silhueta
Vipassana mais profundamente, indo mais além no
caminho da libertação.
se destaca, lembrando o que é realmente importante na vida.
A pagoda, assim, é uma ferramenta funcional, uma parte
essencial do organismo funcional de um centro de
Vipassana. Assim como há uma função para uma cozinha e
aloja-mentos privativos, para escritórios e acomodação
para servidores, existe o papel crucial de um complexo de
celas com um telhado em estilo de pagoda. Ele dá a
atmosfera ideal para nós e as gerações futuras podermos
trabalhar pelo objetivo de libertação de todo o sofrimento,
para o nosso bem e o bem de todos.
Cada parte do projeto de Shwedagon tem um significado —
do domo representando a tigela de esmolas de quem adotou
a vida espiritual, ao diamante no topo representando o
objetivo daquela vida, a iluminação. A pagoda então é a
expressão visível da nossa aspiração por coisas superiores. E
ao ascender por estágios progressivamente mais estreitos até
o pico de perfeição, sugere como podemos trabalhar rumo a
nossas aspirações pela prática da purificação mental.
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antigos serviram no curso (preparo das refeições, limpeza
e tarefas gerais) e um terceiro serviu como contato
externo. Ao todo, 26 presos participaram diretamente do
curso, ou sentando ou servindo.
Perguntas e Respostas com Goenkaji
1. Qual a relevância de Dhamma para uma pessoa na
rua, cujo estômago está vazio?
Este curso de 10 dias representou o retorno dos cursos
para a Donaldson e o Sistema Prisional do Alabama
depois de uma lacuna de cinco anos. Em janeiro de 2006
houve um mini-retiro de 3 dias para alunos antigos, o que
facilitou a retomada dos cursos de 10 dias. Mas mesmo
depois disso, a troca de funcionários em Donaldson
novamente atrasou por mais um ano o próximo curso
aberto a novos alunos.
Um grande número de pessoas que vive na pobreza vem
para os cursos de Vipassana e acham-na muito útil. Seus
estômagos estão vazios, mas suas mentes estão tão agitadas.
Com Vipassana elas aprendem como permanecer calmos e
equânimes. Assim elas podem enfrentar seus problemas.
Percebe-se que suas vidas melhoram. Elas conseguem
deixar o vício do álcool, do jogo, etc. Dhamma é bom para
todos, rico ou pobre.
Em alguns aspectos este curso mais recente foi mais fácil
do que os anteriores. O local para o curso já tinha sido
usado antes; os materiais necessários para transformar o
espaço de ginástica em uma sala de meditação já existiam
e tinham sido usados diversas vezes anteriormente; a
administração e os agentes penitenciários também já
tinham alguma familiaridade com a técnica de Vipassana e
com os servidores que foram levados para conduzir o
curso no presídio. Pela primeira vez a cozinha do presídio
aceitou cozinhar o menu vegetariano para o curso inteiro.
A existência de alunos antigos em Donaldson serviu como
um atrativo e fez aumentar a confiança daqueles que vieram participar de seu primeiro curso.
2. Você falou sobre não se apegar a coisas. E a pessoas?
Sim, pessoas também. Você sente amor verdadeiro por uma
pessoa, compaixão por uma pessoa, isto é totalmente
diferente. Mas quando você tem apego, então você não a
ama, você apenas ama a si próprio, porque tem expectativa
em relação a essa pessoa, seja material, emocional ou outro.
Com quem você tiver apego, você está esperando algo em
retorno. Quando começar a realmente amar essa pessoa,
então você apenas se doa; é um tráfego de uma mão. Você
não espera nada em retorno. Então o apego se vai. A tensão
se vai. Você é tão feliz.
3. Há forças de Dhamma que nos apóiam à medida que
nos desenvolvemos no Caminho?
O isolamento da área de ginástica é bastante apropriado
para o programa de Vipassana. Embora os sons do presídio geral penetrassem, as distrações foram mínimas. O
que limita o número de alunos é a escassez quanto ao
serviço de banheiros e chuveiros. Este curso teve cinco
internos a mais do que os cursos anteriores, o que representou 25% de aumento. Com um cronograma cuidadoso
de chuveiros, este número não sobrecarregou as limitações
do serviço. Os curtos intervalos entre as meditações, entretanto, algumas vezes demoraram mais tempo do que o
normal por causa da falta de serviço de banheiros.
Certamente — forças visíveis bem como invisíveis. Por
exemplo, as pessoas tendem a se associar com aqueles de
interesse, formação e caráter similares. Quando desenvolvemos em nós boas qualidades, naturalmente nos sentimos
atraídas por pessoas que possuem tais boas qualidades.
Quando entramos em contato com tais pessoas boas,
naturalmente obtemos apoio delas.
Se desenvolvermos amor, compaixão e bem estar, estaremos em sintonia com todas as pessoas, visíveis e invisíveis,
que possuem essas vibrações positivas, e começaremos a
obter apoio delas. É como se sintonizássemos um rádio para
receber ondas de certa banda de uma estação de transmissão
distante. De forma similar, entramos em sintonia com as
vibrações do tipo que geramos; e, por conseguinte,
recebemos o benefício dessas vibrações. Mas tudo isso
acontece somente se trabalharmos árdua e corretamente.
A presença dos alunos antigos e seu exemplo de seriedade
ajudaram a estabelecer o Nobre Silêncio e a meditação
disciplinada desde o início do curso. À medida que os dias
se passaram e como os alunos começaram a ir mais fundo,
houve algumas dificuldades. Entretanto todos os 23 alunos
que foram para o curso, conseguiram completá-lo.
No dia de Metta vimos mais uma vez o valor da influência
dos alunos antigos. Normalmente em cursos nos presídios,
e especialmente nos realizados em Donaldson no passado,
os alunos que estão completando o curso começam a sentir
ansiedade quanto ao retorno à convivência com a
população carcerária como um todo, após o final do curso.
Neste curso não foi diferente; nos dias 8 e 9, diversos
alunos novos manifestaram ao professor e aos gerentes
seus temores a respeito. Uma vez que o silêncio foi
quebrado no dia 10, os alunos antigos circularam pelas
áreas dos dormitórios e refeitórios, falando com cada um
dos alunos novos, cumprimentando-os como irmãos de
Notícias Internacionais
Vipassana Retorna à Prisão de Segurança
Máxima de Donaldson, Alabama
O terceiro curso de Vipassana realizado no Presídio de
Donaldson, em Bessemer, Alabama, foi muito bemsucedido e terminou em 20 de maio de 2007. Vinte e três
internos participaram do curso, incluindo seis antigos alunos
que fizeram o primeiro curso em 2002. Outros dois alunos
5
15 alunos. Mesmo os dois alunos que deixaram o curso
esperam retornar para um curso completo da próxima vez.
O psicólogo, um aluno antigo, estará realizando cinco meditações em grupo pela manhã com os alunos antigos
internos, toda semana, como apoio na seqüência do curso.
Dhamma, garantindo que poderiam contar com o seu apoio
e com a ajuda do grupo de meditação semanal para superar
a adaptação pós-curso.
Na tarde do dia de Metta, após a meditação da tarde e da
Prática de Metta, os meditadores viram um filme de 16
minutos em que Goenkaji se dirige aos alunos que
completaram o segundo curso de Vipassana em Donaldson,
quase que exatamente cinco anos antes nesse mesma sala de
ginástica-Dhamma. Isso foi bastante poderoso e muito bem
recebido. Muitos dos novos alunos comentaram mais tarde
que nunca teriam acreditado que o próprio Goenkaji tivesse
estado em Donaldson se eles não tivessem visto isso por
eles mesmos.
O Dhamma Brothers
O Dhamma Brothers (Irmãos em Dhamma) é um
documentário sobre os primeiros cursos de Vipassana
realizados no interior da prisão estatal de segurança
máxima do Alabama. A estréia foi no Festival de Filmes
Woods Hole, Massachusetts, na sexta-feira, 3 de agosto de
2007, às 19 horas.
Trailer: http://dhammabrothers.com/trailer.html
Uma história de um Servidor de Dhamma no curso
de Donaldson:
O Leste encontra o Oeste no Sul Profundo. Por detrás de
torres de alta segurança e de uma fileira dupla de cercas
eletrificadas e de arame farpado vive uma armada de
condenados que nunca irão ver a luz do dia. Mas, para
alguns desses homens, uma fagulha foi acesa, e uma
superlotada prisão de segurança máxima é modificada
para sempre pela influência de um antigo programa de
meditação.
Um aluno de 30 anos de idade, que cometeu duplo
assassinato, recolheu suas roupas e roupas de cama
imediatamente após as instruções de Vipassana e
dirigiu-se para a porta.
Um servidor de Dhamma interceptou-o no meio do
caminho e o fez parar. Disse-lhe, "Não, não, você não
pode sair agora. Isso é apenas uma tempestade que veio
à tona. Leve suas coisas de volta a sua cama e venha
tomar um pouco de chá. Você verá, isto mudará."
Para surpresa do servidor de Dhamma, o aluno fez exatamente o que lhe pedira: deu meia volta, colocou suas
coisas de volta no lugar, tomou uma xícara do chá e
retornou à sala para a meditação em grupo das 6 da
tarde.
O filme Dhamma Brothers narra uma dramática história
de potencial humano e transformação, ao documentar
minuciosamente os relatos de 36 prisioneiros que entram
em um árduo e intenso programa de Meditação Vipassana.
Desafia suposições sobre a natureza das prisões como
lugares de punição mais do que de reabilitação e levanta a
questão: é possível para esses homens, alguns dos quais
cometeram crimes horrendos, mudar?
Após o curso o aluno disse ao servidor, "Eu pensei que
eu fosse um cara bem durão, mas essa Vipassana
realmente me ensinou humildade."
Segundo Curso do Presídio para Mulheres
na Mongólia
O segundo curso de Vipassana em um presídio da
Mongólia foi realizado em maio, no Presídio 407, o único
presídio para mulheres do país. A instituição está localizada há aproximadamente 40 quilômetros a leste de
Ulaanbaatar, a capital.
Um total de 25 alunas completaram o curso; entre elas,
sete alunas antigas que tinham feito seu primeiro curso no
presídio há dois anos. Entre as alunas antigas havia profissionais assim como pessoas que vivem o estilo de vida
tradicional do campo.
As alunas antigas foram bons modelos. Seu exemplo ajudou as alunas novas, as quais também trabalharam com
bastante seriedade.
Como muitos cursos em presídios, houve algumas dificuldades no início. No dia 10 todas as alunas foram fechadas em seus dormitórios ao meio-dia, de modo que não
puderam vir às entrevistas do meio-dia. Houve parentes/
visitantes que sem aviso vieram ver as alunas em sua visita anual, vindos de lugares muito distantes; esses problemas (entre muitos outros) foram eventualmente resolvidos.
Primeiro Curso na Instituição Corretiva
Hamilton para Idosos e Enfermos, Alabama
A Instituição Corretiva Hamilton para Idosos e Enfermos,
uma prisão com nível 4 de segurança média localizada no
noroeste do Alabama realizou seu primeiro curso de
Vipassana com 10 alunos que iniciaram e 8 que completaram o curso em 2 de junho de 2007. O curso foi realizado
no interior de duas capelas que foram separadas da acomodação principal e incluía um pequeno quintal.
O diretor e o psicólogo pareceram satisfeitos com os resultados e esperam continuar com os planos para um segundo
curso em outubro ou novembro, desde que os internos
demonstrem mudanças nos meses que se seguem e que na
próxima vez a equipe de funcionários seja mais bem orientada quanto às necessidades do curso. O local do curso
provavelmente pode abrigar com conforto um máximo de
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As instalações no presídio eram muito básicas, mas limpas.
Havia eletricidade intermitente mas a água teve que ser
transportada e usada muito frugalmente. Não havia nenhum
banheiro do tipo ocidental mas somente latrinas primitivas.
Por outro lado a sala de meditação era grande e arejado. As
traduções do curso para o idioma da Mongólia funcionaram
bem. Alunas antigas de Ulaanbaatar providenciaram esteiras
para sentar, gravadores e roupa de cama para o pessoal. Elas
também montaram a sala de meditação. Todos os avisos
necessários estavam disponíveis no idioma da Mongólia.
Palavras dos participantes do curso na Mongólia:
"Eu estava confusa e extremamente infeliz por estar aqui.
estou sempre dizendo a todos que eu não cometi o crime
de que me acusam. Agora eu sei porque eu estou aqui para aprender e praticar Vipassana."
"É duro estar aqui, muito duro. Mas eu tenho esperança,
pela primeira vez."
"Eu tenho entrado e saído desta prisão desde minha
adolescência. Eu sei que eu tenho dado aos agentes
penitenciários e aos oficiais muito trabalho, e eu sei que
por isso eu tenho uma má reputação aqui. Eu peço
desculpas por todos os problemas que causei. Agora as
prisioneiras e os guardas verão a mudança em meu
comportamento. Assim vocês saberão que isso é verdadeiro."
A médica da prisão preparou comida vegetariana simples,
mas suficiente (batatas, talharim, arroz, cenduras, pão) em
uma pequena cozinha no hospital da prisão. Ela ainda não
tinha participado de um curso mas passou uma semana em
um curso de Vipassana na capital, aprendendo a cozinhar a
comida vegetariana que seria apropriada.
Tradicionalmente as pessoas da Mongólia são pastores e
caçadores. Por causa disso e do clima excessivamente frio
existe pouca lavoura, e conseqüentemente quase nenhuma
fruta e pouquíssimas verduras. Por séculos a população tem
sobrevivido da carne e produtos lácteos. De início, diversas
alunas queixaram-se de estar "doentes" pela falta de carne,
mas após alguns dias isto deixou de ser um problema.
"Minha mente estava sempre pesada; Eu estava doente de
preocupação com meus filhos. Agora eu posso incentiválos a fazer um curso de Vipassana em Ulaanbaatar. Eu
também posso amá-los sem ser vencida pela preocupação
e tristeza."
"Eu tenho estado tão deprimida e raivosa aqui por anos.
Eu só conseguia pensar em acusar, sem parar, as pessoas
que fizeram com que eu estivesse aqui. Eu agora assumo a
responsabilidade pelo erro que eu cometi. Eu cometi um
erro. É por isso que eu estou aqui. Agora eu tentarei usar
o tempo restante que eu tenho na prisão para me
aprimorar."
O curso terminou com um evento ao qual compareceram
representantes do Departamento de Justiça, alunas antigas,
funcionários da diretoria do presídio e por todas as
prisioneiras de penas mais longas.
As mulheres da Mongólia orgulham-se de serem estóicas,
contudo na cerimônia de conclusão havia lágrimas envergonhadas de alegria nos olhos de oficiais do governo bem
como da equipe de funcionários do presídio e de muitas das
alunas de Vipassana. Muitas alunas também manifestaram
seu pesar e assumiram a responsabilidade pelos crimes
cometidos, erros feitos, raiva e ressentimento de que tinham
sofrido com isso, algumas por muitos anos. Também manifestaram gratidão e esperança para o futuro.
O superintendente do presídio assegurou-as de que lhes
seria dada a possibilidade de meditarem pelo menos uma
vez por dia.
O Departamento de Justiça tem enviado representantes de
quatro presídios da Mongólia para homens para participarem de Cursos de Vipassana, e gostaria de realizar cursos
em cada uma dessas instituições o mais cedo possível.
"Ninguém em minha vida jamais foi tão amável e paciente
como vocês quatro (servidores, intérprete e o professor de
Dhamma)."
Planejado Curso no Egito
O primeiro curso no Egito será realizado de 16 a 27 de
novembro de 2007. O curso acontecerá no Al Fayoum, um
oásis situado aproximadamente a 100 km a sudoeste de Cairo.
O local pode acomodar aproximadamente 30 alunos e seis
servidores de Dhamma.
Para inscrições e informação, e-mail:
[email protected]
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Nomeações e Novas Responsabilidades
Responsabilidades Adicionais
Acaryas
Professores Assistentes Seniores
Dr. Hamir e Dr. (Sra.) Nirmala Ganla, Pune - para
prestarem assistência ao Prof. P. L. Dhar no treinamento
de AT
Sra. Mirjam Berns, Venezuela - para prestar assistência ao
professor da área em servir em Dhamma Veluvana,
Venezuela
Novas Responsabilidades
Acaryas:
Professores Assistentes Seniores:
Dr. N. P. Subramanyam, Secunderabad - para servir em
Dhammarama, Bhimavaram
Sr. Mohini Dalal, Mumbai, Índia, Índia - para espalhar
Dhamma
Sr. Sudha Dalal, Mumbai, Índia, Índia - para espalhar
Dhamma
Sr. Ashok & Sra. Vaishali Ghirnikar, Mumbai, Índia, Índia para espalhar Dhamma
Sr. Sudhir Pai, Mumbai, Índia, Índia- para espalhar Dhamma
Dr. Bandhuvarobhas Svetarundra, Tailândia - para espalhar
Dhamma
Sra Jittinun Jewcharoensakul, Tailândia - para servir em
Dhamma Abha
Dr. Boonchuey Sathaphatayavongs, Tailândia - para espalhar
Dhamma
Sr. Ittiporn & Sra. Monta Thong-Innate, Tailândia - para
servir em Dhamma Suvanna
Sra. Ladachat Saingam, Tailândia - para servir em Dhamma
Dhani
Sr. Tim & Sra. Karen Donovan, EUA- para espalhar
Dhamma na Bay Area, EUA
Sr. Arun Suryavanshi, Nashik, Índia - para prestar
assistência ao professor de área em Dhamma Sarovara,
Dhule, Índia
Sr. Carl Franz & Sra. Lorena Havens, EUA
Sr. Digambar Dhande, Mumbai, Índia
Sr. Rudra Datt Tiwari, Lucknow, Índia
Sr. Roger & Sra. Mersedeh Gosselin, Canadá
Sr. Pravinchandra N. Desai, Mumbai, Índia
Sr. Vinodchandra Parekh, Mumbai, Índia
Sr. Yogesh & Sra. Mayuri Shah, Mumbai, Índia
Sr. Kam-Ling Chiu, Hong Kong
Sr. Chalerm Munkongdee, Tailândia
Dr. Vichit Leenutapong, Tailândia - para prestar
assistência ao professor de área em servir em Dhamma
Kancana
Dr. (Sra.) Wilaiwan Seetasuwan, Tailândia - para
prestarem assistência aos professores de área em servir em
Dhamma Kamala
Novas Nomeações
Professores Assistentes:
Sra. Tamar Apel, Israel
Sr. John Geraets & Sra. Karen Weston, Nova Zelândia
Sr. Basant Kumar Tamang, Nepal
Sra. Andrea Gerber, Alemanha
Sr. Per & Sra. Diana Lustgarten, Suécia
Sra. Jennifer Lin, EUA
Sra. Charu Gupta, Delhi, Índia
Sr. Ran & Sra. Avital Mayroz, Israel
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