anemia refractária no doente renal crónico terminal
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anemia refractária no doente renal crónico terminal
Abstract Nº PO-SA-16 ANEMIA REFRACTÁRIA NO DOENTE RENAL CRÓNICO TERMINAL Joana Coutinho ( 1 ); Filipe Teixeira ( 1 ); Ines Coelho ( 1 ); Catarina Santos ( 1 ); Rui Alves Filipe ( 1 ); Ernesto Rocha ( 1 ); Raquel Chorão ( 1 ); ( 1 ) - Hospital Amato Lusitano, ULS Castelo Branco, Nefrologia, Castelo Branco, Portugal; A anemia refratária a doses crescentes de ferro e epoietina (EPO) no doente em hemodiálise pode ter múltiplas causas etiológicas carecendo sempre uma investigação dirigida. Relatamos o caso de um doente de 49 anos induzido em hemodialisado por nefropatia diabética que durante os 6 primeiros meses de tratamento dialítico manteve sempre anemia normocitica, normocrómica, grave (Hb 5.5 - 7.2g/dL) refratária a terapêutica com ferro e epoietina. Doente apresentava queixas de cansaço fácil, astenia, anorexia assim como queixas álgicas dos membros inferiores tipo claudicação. O estudo inicial desta anemia revelou índices da cinética do ferro compatível com ferropenia (Saturação de transferrina de 3,5%), com taxa de reticulócitos de 6,3% e parâmetros inflamatórios aumentados (Proteína C reactiva 20mg/dL, Velocidade de sedimentação 100mm). Foi pedido estudo do tracto intestinal que excluiu qualquer alteração. Tomografia computurizada de corpo inteiro revelou formações ganglionares aumentadas, na região supraclavicular direita (maiores dimensões /- 2,6 cm), um conglomerado adenopático de /- 6,7 cm na região paratraqueal retrocava direita, adenomegalias na janela aortopulmonar e formações ganglionares aumentadas junto à emergência dos vasos renais (maiores dimensões /- 1,8 cm). Para esclarecimento destas adenopatias foi realizado medulograma que revelou apenas achados compatíveis com anemia reactiva a processo inflamatório ou infeccioso, múltiplas pesquisas de Bacilos Acido Alcool Resistentes (BAAR) no suco gástrico e na urina consecutivamente negativas e teste de libertação do interferão gama (IGRA) que foi positivo. Assim, o doente foi referenciado para biópsia de adenopatia paratraqueal via mediastinoscopia laparoscópica que confirmou a presença de bacilos de Koch no tecido biopsado permitindo fazer o diagnóstico de tuberculose activa ganglionar. O doente iniciou tratamento dirigido para tuberculose com melhoria significativa das queixas constitucionais assim como da anemia que actualmente se mantém em níveis alvo para o doente renal cronico terminal (DRCT) com doses estáveis de EPO. Apresenta-se o caso para realçar que a tuberculose tem maior prevalência no doente renal crónico terminal (DRCT) do que na população geral. O seu diagnóstico nesta população é frequentemente um desafio pela paucicidade de sintomas tipicamente atribuídos à tuberculose sendo mais comummente de localização extra-pulmonar. O IGRA é frequentemente o teste que aponta ao diagnóstico de tuberculose, no entanto, não existe actualmente uma linha de orientação própria destinada ao estudo da localização da tuberculose no DRCT.
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