ABACAXI on line - Embrapa Mandioca e Fruticultura

Transcrição

ABACAXI on line - Embrapa Mandioca e Fruticultura
Mandioca e Fruticultura Tropical
Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento
ABACAXI on line
Informativo Mensal da Equipe Técnica de Abacaxi – ETA
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical
http://www.cnpmf.embrapa.br – [email protected]
Volume 3, Número 2 – Maio a Agosto / 2005
Editor: Getúlio Augusto Pinto da Cunha
Pesquisador
AGRONEGÓCIO DE ABACAXI EM MINAS GERAIS – Valor Bruto da Produção
Com as sucessivas e fortes quedas na área produzida no Estado nos últimos três anos, o
abacaxi vem perdendo sua condição e reduzindo sua participação no valor bruto da produção
mineira. Em contraposição à redução de área, os preços médios da fruta aumentaram nesse
período, mas em proporção menor do que a queda de produção, não impedindo, porém, a
queda do seu VBP. A produção mineira de abacaxi caiu 21% em 2004, de 277 milhões para
219 milhões de frutos. Os preços médios reais subiram 11,5%, de R$ 0,71 para R$ 0,80 por
fruto. O valor bruto da produção, portanto, sofreu redução de 11,8%, caindo de R$ 198
milhões, em 2003, para R$ 175 milhões, em 2004. A exportação de frutas frescas de MG está
pautada, praticamente, em quatro produtos: abacaxi, banana, melancia e manga, que juntos
representaram, em 2004, 91% do volume (12,6 toneladas) e 77% da receita total (2,34 milhões
de dólares). O abacaxi parte do Triângulo Mineiro em direção aos países do MERCOSUL,
principalmente Argentina. (Fonte: Pierre Santos Vilela, Eng. Agr. – Departamento Técnico da FAEMG).
ABACAXI NO REINO DA SUAZILANDIA
As principais características da produção
nesse país, vizinho da África do Sul, são as
seguintes: clima subtropical, com períodos
de temperaturas abaixo de 12 °C no inverno
(junho/agosto); latitude 27°S, longitude 30°
L, altitude de 800 a 900 m; chuvas anuais
de cerca de 800 mm, com verão mais
chuvoso e inverno mais seco (irrigação só é
usada em casos emergenciais). Os solos
parecem com os latossolos brasileiros,
textura variável, com teores de argila de até
45%; topografia ondulada a meia-encosta,
plantio em curvas de nível com canais de
drenagem e faixas vegetadas para
contenção das águas; alto nível de
mecanização (preparo do solo, aplicação de
pesticidas, fertilizantes e indutores florais,
colheita manual a semi-mecanizada). O
preparo do solo é feito com subsolagens,
arações, gradagens e calagens (pH dos
solos está entre 3,8 e 4,5). A produção é de
25.000 t/ano, cerca de 65 a 75 t/ha em cada
ciclo, sendo um pouco menor para a soca.
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O primeiro ciclo varia de 20 a 24 meses (12
a 15 meses até a indução floral e mais 8 a 9
meses até a colheita), e de 16 a 19 meses
para a soca. Plantios com cerca de 50.000
a 55.000 plantas/ha, sistema de filas duplas
(1,00 x 0,50 x 0,24 a 0,27m), sobre
camalhões com 10 a 15 cm de altura. A
safra vai de agosto a abril. Os restos de
cultura são cortados, permanecem sobre a
superfície do solo por longo período para
decomposição, sendo finalmente triturados
e incorporados ao solo (descanso da área
por, pelo menos, 12 meses antes de novo
plantio). O material de plantio que
predomina é a coroa, que é destacada do
fruto na colheita e permanece no campo
para cura, seleção e plantio; a variedade é
a ‘Smooth Cayenne’, com os frutos
destinados
exclusivamente
ao
processamento industrial (sucos simples e
concentrado, rodelas, triângulos e pedaços
em calda, além de outros produtos). O
controle químico do mato é rigoroso,
aplicando-se em geral misturas de
herbicidas com os princípios ativos já
conhecidos (bromacil, diuron, triazinas),
além do fluazifop-p – com ação pósemergente
sobre
as
gramíneas
permanentes; Gallant é outro herbicida
usado com efeito em pós-emergência; em
geral, são três aplicações no primeiro ciclo
e duas na soca. A adubação é feita com
400 kg/ha de N no primeiro ciclo e mais 300
kg/ha na soca, cuja principal fonte é o
nitrato de amônio, além de quantidades
variáveis de potássio (sulfato), magnésio
(sulfato) e micronutrientes (sobretudo ferro
e zinco); os adubos são fornecidos em préplantio, juntamente com pesticidas, e em
oito pulverizações foliares e mais uma sob a
forma sólida aos seis meses, além de pelo
menos quatro adubações na soca.
Resultados de análises foliares feitas aos
seis meses após o plantio auxiliam os
ajustes do programa de adubação para o
restante do primeiro ciclo e a soca. O
controle de pragas e doenças consiste em
aplicações de nematicida e fungicida
(contra Phytophthora) no solo (camalhões)
em pré-plantio, de diazinon juntamente com
os adubos líquidos, de fungicida na época
do tratamento de indução floral, e
novamente de diazinon na soca. Não se
aplica coisa alguma no período entre a
indução floral e a colheita dos frutos. A
indução floral é feita com 1,5 l/ha de
ethephon mais N, misturados em 2.500
litros de água, sendo o tratamento repetido
quatro dias depois. Há problemas com
florações naturais durante o inverno; o
custo de produção está entre US$ 4.000 a
4.500/ha/primeiro ciclo mais soca. A fábrica
paga cerca de US$ 75 por tonelada para
frutos tipos 1 (acima de 1,4 kg) e 2 (entre
1,0 e 1,4 kg) e apenas cerca de US$ 21 por
tonelada para frutos menores. (Fonte:
Domingo
Haroldo
Embrapa/CNPMF).
Reinhardt
-
DESTAQUE NA PRODUÇÃO DE ABACAXI NO BRASIL
O município de Floresta do Araguaia, no sul do
com abacaxi saem da cidade por dia. Os frutos
Pará, é hoje o maior produtor nacional de
são levados para os Estados do Sul, Sudeste,
abacaxi. Atualmente, cerca de 1.200 produtores,
parte do Nordeste e para o Distrito Federal. O
entre pequenos, médios e grandes vivem da
Estado do Pará tem a maior produção de
cultura. São cerca de 15 mil hectares de área
abacaxis do país. A produtividade é de 25 mil
plantada e 16 milhões de frutos por safra, o que
frutos por hectare.
corresponde a 15% da produção nacional. O solo
Uma indústria da região – a maior de
com sua topografia plana é bastante favorável à
beneficiamento de abacaxi do Brasil – processa
cultura. O clima, com temperaturas em torno de
quatro mil toneladas de abacaxi por mês, para
28 e 30 graus, e uma precipitação bem
produção de suco concentrado, que é exportado
distribuída durante o ano também contribuem.
principalmente para países da União Européia,
No período da safra – de dezembro a junho –
Estados Unidos, Israel e Mercosul. (Fonte: Globo
cerca de trinta e cinco caminhões carregados
Rural – 12/06/05).
ABACAXI EM HONDURAS
A empresa Dole cultiva cerca de 2.000 ha com abacaxi irrigado, sobre plástico. A variedade
usada é a MG 3 (tipo Smooth Cayenne, frutos grandes, amarelos e doces), que substituiu a
‘Champaca’, que era plantada anteriormente. O rendimento varia de 48 a 55 t/há, com os frutos
pesando acima de 2,0 kg. Não foram observados problemas com Fusariose.
Um dos laboratórios de propagação comercial de plantas tem a capacidade de produzir cerca
de 20.000.000 de mudas de banana ou 40.000.000 de mudas de abacaxi por ano. (Fonte:
Sebastião de Oliveira e Silva – Embrapa/CNPMF).
MAIS UM LIVRO SOBRE ABACAXI
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Agora está mais fácil tirar dúvidas sobre o
cultivo do abacaxizeiro. A Embrapa
Mandioca e Fruticultura Tropical acaba
de publicar o livro ‘ABACAXI’, da Coleção
“O Produtor Pergunta, A Embrapa
Responde”, com 500 Perguntas x 500
Respostas. Esse livro materializa mais um
compromisso
da
Embrapa
com
o
agronegócio de abacaxi, que constitui um
expressivo segmento da atividade agrícola
brasileira. E abrange também o que existe
de mais atual no manejo fitotécnico do
abacaxizeiro, em especial no tocante aos
aspectos climáticos, solos, adubação,
controle de mato, irrigação, melhoramento
genético e cultivares, controle de época de
floração/produção, fitossanidade, colheita e
pós-colheita, processamento industrial e
exploração da soca, finalizando com
informações
sobre
rendimento
e
comercialização. Tal publicação atende à
grande demanda por conhecimentos e
tecnologias, expressa cotidianamente por
experientes e novos agricultores envolvidos
e interessados no desenvolvimento do
agronegócio de abacaxi, com base nos
princípios de preservação ambiental e
sustentabilidade da atividade.
“RAPIDINHAS”
1. FRUTICULTURA EM ALTA!
A fruticultura brasileira passa pelo seu melhor momento histórico e é cada vez maior a competitividade
de frutas brasileiras como a maçã, morango, melão, uva, mamão, citros e abacaxi no mercado externo.
(Fonte: Circuito Agrícola/Boletim IBRAF, 36, 6, 2005).
2. PRODUÇÃO INTEGRADA DE ABACAXI
O Projeto de Produção Integrada de Abacaxi para a Bahia, Paraíba e Pernambuco continua desenvolvendo
suas atividades básicas. Já foram escolhidas as Comissões e Equipes Técnicas para os Estados da Bahia e
Paraíba. As Normas Técnicas Específicas também estão sendo ajustadas de acordo com as Normas Gerais
elaboradas pelo MAPA. As da Bahia também já foram aprovadas. Estudos estão sendo desenvolvidos
com vistas à expansão dos trabalhos para outras áreas produtoras da Bahia, além de Itaberaba, bem como
elaborado um cronograma de ações para até o final do corrente ano nos dois estados referidos. (Fonte:
Getúlio Pinto da Cunha – Coordenador do Projeto).
3. ABACAXI VS MÃO-DE-OBRA – Orçamento para um hectare de abacaxi, ciclo de 16 meses, na Paraíba
De modo resumido, durante o ciclo da cultura (16 meses) emprega-se 1,96 h/d, enquanto que 1,47 h/
ha/ano, que podem ser arredondados para 2,0 e 1,5, respectivamente. Na Paraíba, na prática, considerase um ciclo de 16 meses, porque o abacaxi para o mercado nacional é embarcado ainda com a casca
verde ou verdosa. No cálculo de empregos indiretos, costuma-se fazer a multiplicação dos diretos por
cinco. (Fonte: Leôncio Vilar – Agrônomo, EMATER/PB).
4. OUTRA BROMELIÁCEA NA ÁREA
O Caroá é uma bromeliácea de onde se extrai uma fibra de alta qualidade e muito apreciada no exterior.
No entanto a exploração puramente extrativista desse material está levando à sua extinção. Projetos
ligados ao MMA e à PETROBRAS vêm procurando sanar, dentre outros problemas ligados à Região, a
questão do Caroá, onde uma das metas é o estabelecimento de protocolos de multiplicação. (Fonte:
Fernanda Vidigal Souza – Embrapa/CNPMF).
5. CONHECENDO UM POUCO DO ABACAXICULTOR BRASILEIRO
Cerca de 80% dos produtores de abacaxi do Brasil cultivam de um a dez hectares arrendados em
latifúndios que são disponibilizados para tal finalidade. (Fonte: Leôncio Vilar – EMATER/PB).
6. QUER SABER MAIS SOBRE ABACAXI?
Consulte o novo site da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, nos links:
http://www.cnpmf.embrapa.br/abacaxi.htm
http://www.cnpmf.embrapa.br/abacaxi_produtor_pergunta.htm
http://www.cnpmf.embrapa.br/publicacoes.htm
onde você poderá obter inúmeras informações importantes a respeito do agronegócio de
Abacaxi.
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