gastronomia, negócio de minas

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gastronomia, negócio de minas
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JORNAL MINAS MARCA • ANO IV • Nº41 • AGO/14
GASTRONOMIA,
NEGÓCIO DE MINAS
NOVOS EMPREENDIMENTOS, INCENTIVOS E CURSOS DE PROFISSIONALIZAÇÃO
ESTÃO SURGINDO NO MERCADO PARA APROVEITAR O POTENCIAL DA NOSSA COZINHA
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IPSOS MEDIACT: UM OLHAR ORIGINALMENTE NOVO.
ESTUDOS MARPLAN EGM: AGORA COM
MAIOR COBERTURA DO MERCADO NACIONAL.
MAIS DE 75 MILHÕES DE PESSOAS
MAIS DE 90% DOS INVESTIMENTOS PUBLICITÁRIOS
MAIOR REPRESENTATIVIDADE DO PIB
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EXPEDIENTE
EXPEDIENTE
Diretor Geral:
Guilherme Guerra
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Diretora Executiva:
Ana Laura Guimarães
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Gerência Comercial:
Marco Aurélio Vianini
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Edição:
Larissa Borges
Redação:
Renata Vaz e Larissa Borges
[email protected]
PAPAI, QUANDO
CRESCER QUERO
SER PUBLICITÁRIO
APP MINAS MARCA
Vocês se lembram que, quando crianças, sonhamos em ser
bombeiros, astronautas, jogadores de futebol, bailarinas e
até mesmo publicitários?
Como já é sabido por todos, o Minas Marca é uma empresa multiplataforma especializada em informação
sobre o mercado de comunicação e marketing de Minas Gerais, com foco nos eixos da economia criativa.
O problema é que, conforme o tempo vai passando, novas
experiências são adquiridas, novos conceitos são assimilados e, por incrível que pareça, aqueles que estavam do
nosso lado acabam inibindo nossos sonhos.
Nossos pais, tentando nos proteger, apontam caminhos
mais “seguros”, sugerindo profissões mais “rentáveis”. E as
escolas? As escolas matam nossa criatividade.
De acordo com Ken Robinson, especialista em educação e
professor emérito da Universidade de Warwick na Inglaterra, as escolas dedicam muito tempo à matemática, por
exemplo, mas muito pouco à arte, que é fundamental em
nossas vidas. As artes visuais e a dança são expressões dos
sentimentos humanos, da nossa cultura, mas nas escolas
são deixadas de lado, ou pior, até ignoradas. As escolas são
obcecadas com um tipo específico de talento e acabam
ignorando os outros.
Ainda segundo Robinson, se quisermos encorajar as pessoas
a serem criativas, temos que encorajá-las a serem aventureiras e a não terem medo de cometer erros. Ao longo
da vida, os indivíduos vão se tornando mais conscientes,
constrangidos e ficam até com medo porque passam por
situações em que dão respostas erradas. Assim, se sentem
estúpidos e não gostam deste sentimento. É preciso criar
uma atmosfera, tanto na escola, quanto no trabalho, em
que não há problema em estar errado.
Assim, depois de vários “estímulos” e com medo de errar,
trocamos a profissão dos nossos sonhos por aquela que
supostamente nos dará mais dinheiro.
Mas você já se perguntou porque existe um ditado que diz
que dinheiro não traz felicidade? Simplesmente porque ter
dinheiro não é sonho de criança.
Fotografia:
Mateus Baranowski
Impressão:
Pampulha Editora Gráfica
www.pampulhaeditora.com.br
Minas Marca Ltda - ME
CNPJ: 14.0184.88/0001-99
Rua Grão Mogol, 1255 - Sion
Belo Horizonte - MG
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Os meios que utilizamos para entregar nosso conteúdo e serviços podem ser o impresso, o digital ou
qualquer outro que venha a ser criado no futuro. Nos
propomos a estar sempre atentos às necessidades do
nosso público, utilizando os canais que possibilitem
fácil acesso e comodidade.
Em um cenário no qual o segmento de smartphones
e tablets cresce exponencialmente (em 2014 já se
contabiliza 47 milhões de smartphones e cerca de 18
milhões de tablets no Brasil) e tendo em vista que,
71% dos que possuem tablets e smartphones lêem
publicações digitais (Fontes: IDC, IVC, IBOPE); nos
vimos obrigados, por nossos próprios princípios, a
disponibilizar o Jornal Minas Marca para esses dispositivos móveis.
Acesse: www.minasmarca.com
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Twitter: @minasmarca
Publicação Mensal
Agosto de 2014
Edição 41
Tiragem: 10 mil exemplares
O Minas Marca não se responsabiliza pelos conceitos,
ideias e opiniões emitidos nos artigos assinados.
A partir desse mês de agosto, você poderá baixar o
app Jornal Minas Marca para leitura em dispositivos
IOS e Android, além da versão para computador,
disponível há mais de dois anos em nosso portal
(minasmarca.com), que será mantida.
Faça o download agora mesmo e desfrute.
Ana Laura Guimarães
DREAMSTIME
Nos primeiros anos de nossas infâncias, somos até estimulados pela família e pela escola e, sem medo de errar,
começamos a delinear o nosso projeto de vida, imaginando
como seremos quando crescermos.
Diagramação:
Gustavo Carneiro
De Fato Comunicação e Eventos
Guilherme Guerra
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AGOSTO 2014
FUTURO DA
ENTREVISTA
MODA
Texto: Renata Vaz | Fotos: Mateus Baranowski
Gilson Amaral Brito Júnior possui mais de trinta
anos de carreira na área empresarial, tendo
iniciado no segmento de indústrias alimentícias, distribuição e logística. O empresário vem
atuando fortemente na inteligência de mercado
do segmento de moda nos últimos 12 anos. Além
disso, dedica-se à presidência do Fashion City
Brasil, um empreendimento inovador, localizado
a 4 km do aeroporto internacional de Confins,
que ajudará o país a se reposicionar como um
player de destaque no cenário internacional da
moda.
Qual a proposta do Fashion City Brasil? Qual o
diferencial em relação a outros polos de moda
do Brasil?
O Fashion City Brasil nasce com a proposta de se
firmar como o maior complexo de moda de toda
América Latina, oferecendo um mix de produtos e
soluções eficientes aos lojistas varejistas de todo o
país. Todo o projeto foi concebido para proporcionar a integração do setor da moda nacionalmente
e inaugurar uma nova lógica de distribuição de
produtos e informação de moda. Os diferenciais
são vários, mas, principalmente, o conceito one-stop-shop, modelo em que o cliente que viaja para
efetuar suas compras desembarca praticamente
dentro do mall. O Fashion City Brasil está sendo
instalado a apenas cinco minutos do aeroporto
internacional de Confins, o que garante maior
rapidez, segurança, conforto e eficiência em todos
os processos.
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Quais são as empresas e entidades parceiras
que estão contribuindo para a viabilização do
complexo?
São vários os apoiadores e parceiros e, cada vez
mais, o Fashion City Brasil conquista a confiança
e aliança com outras organizações. Destacamos, porém, o Governo de Minas, Federação das
Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg),
Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais S. A.
(BDMG), Associação Brasileira da Indústria Têxtil
e de Confecção (Abit), Sindicato das Indústrias do
Vestuário no Estado de Minas Gerais (Sindivest-MG)
e Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas
Gerais (INDI).
Como a localização pode contribuir com o sucesso do negócio?
Estar instalado no Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, próximo ao aeroporto,
permite ao Fashion City Brasil ser um empreendimento one-stop-shop, pois teremos uma
infraestrutura que permite o deslocamento pelo
comprador com o máximo de conforto. Na região
está sendo consolidada uma Aerotrópole, modelo
de cidade construída ao redor de um aeroporto, e
a iniciativa pública está apostando nesse projeto.
O Fashion City Brasil é uma realidade da iniciativa
privada que também acredita nesse conceito e
desponta como pioneira.
Quem são os idealizadores do projeto?
Quais os arquitetos responsáveis pelo Fashion
City Brasil? Quais os principais méritos do projeto arquitetônico?
O projeto inicial foi idealizado por um grupo de
empresários do setor liderados por Omar Hamdam
e tomou forma ao ser viabilizado por um grupo
com larga experiência em negócios, composto por
Milton e Bruno Dias, da MVD Empreendimentos; os
sócios do Grupo Mega Polo Moda, líder nacional
nesse segmento; e eu, que há muitos anos atuo na
área de inteligência de distribuição para o setor
da moda por meio da Atitude Inteligência e Gestão
Estratégica.
Um dos grandes méritos do projeto arquitetônico
do Fashion City Brasil, assinado por Gustavo Penna
e André Sá, é ter em suas áreas comuns sistemas
de iluminação e ventilação naturais, reduzindo a
utilização de luz artificial e eliminando a necessidade de circulação mecânica de ar em quase todo
o centro de compras. Os arquitetos optaram por
construção totalmente horizontal, sem a necessidade de utilização de elevadores e escadas
rolantes, permitindo, assim, uma maior economia
de recursos, colocando o empreendimento como o
primeiro ecofashion do país. O conceito open mall é
outro ponto chave, uma vez que o boulevard central, com 16 metros de largura, permite a reprodução do microclima regional, possibilitando o plantio
de espécies nativas no interior da edificação.
O mix de lojas será composto por quantas lojas?
Além do mix de lojas, quais serão os atrativos e
serviços oferecidos pelo polo?
Serão cerca de 550 lojas. Ainda não divulgamos as
marcas para manter a tranquilidade nos trâmites,
mas podemos afirmar que contaremos com marcas
que são referência em suas regiões ofertando aos
varejistas que frequentarão o empreendimento um
mix bem diferenciado e qualificado, que contemple
a moda nacional. Vamos contar ainda com centro
de eventos, praças de alimentação, hotel com 150
apartamentos, jardins e outros atrativos.
O empreendimento tem foco no atacado. Haverá
também algum atrativo para o consumidor
final?
Só efetuarão compras no Fashion City Brasil lojistas
varejistas, com CNPJ e devidamente cadastrados,
ou seja, somos um equipamento exclusivamente
desenhado no conceito B2B fazendo a ligação entre
os fabricantes e os varejistas de moda. O consumidor final pode usufruir de áreas do empreendimento, como centro de eventos, por exemplo, porém
não consegue efetuar compras, exceto nas praças
de alimentação. Essa postura é importante para
mantermos a coerência do nosso negócio, que é
fortalecer o mercado de moda nacional em toda
sua cadeia. Quando um local comercializa atacado
e varejo ao mesmo tempo há danos, pois a grade
de produtos é quebrada e o varejo acaba prejudicando o atacado.
Qual o diferencial da experiência de compra no
Fashion City Brasil?
Teremos várias maneiras de garantir o conforto e bem-estar do comprador, começando pelo
DIVULGAÇÃO
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GILSON AMARAL BRITO JÚNIOR, PRESIDENTE DO FASHION CITY BRASIL
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ENTREVISTA
AGOSTO 2014
receptivo em uma área vip do aeroporto de
Confins. A curta distância, a possibilidade de se
hospedar onde está fazendo as compras, usufruir
de informação de moda e estar conectado às tendências por meio da vitrine virtual também serão
diferenciais. Tudo será tranquilo e bem planejado,
eficiente, com segurança e sem dor de cabeça para
o comprador.
Assim, temos utilizado nosso site como uma grande fonte de divulgação, apoiado pelas mídias nas
redes sociais, nas quais marcamos presença com
regularidade. Ocasionalmente, temos anunciado
em publicações anuais, sempre alinhados com
eventos específicos, como o Minas Trend Preview,
no qual instalamos um estande com a exposição
da maquete física do empreendimento.
Como a inovação está presente no complexo?
Quais são as empresas parceiras na prestação
de serviços de comunicação e marketing?
Em tudo e, principalmente, na própria concepção
do complexo de moda. Pensar nesse setor com
o grau de planejamento que estamos fazendo é
algo muito inovador. É um projeto que percorreu
um trajeto de nove anos de amadurecimento e,
agora, está redondo e, acima de tudo, estratégico.
Mas, com absoluta certeza, nosso maior trunfo é
estarmos criando o primeiro complexo de moda
realmente integrado de todo o país, ligando importantes elos desta importante cadeia: estilistas
e criadores, indústrias, varejistas, estudantes,
vitrinistas, especialistas em marketing, logística,
gestão, enfim, tudo o que ajudará o setor a buscar
mais eficiência em detrimento apenas da eficácia.
Quais serviços serão prestados pela Central de
Comunicação?
Contaremos com uma das maiores verbas de
promoção do país, o que naturalmente nos tornará
um comunicador de peso, transformando-nos num
grande difusor. O departamento de marketing e
comunicação do Fashion City Brasil se dedicará
ao que chamamos de macro-marketing, voltado
para a comunicação do complexo como um todo,
o posicionando sempre como uma das melhores
referências e opções de compra. Além disso, todos
os nossos lojistas fabricantes contarão com um
apoio de uma empresa totalmente dedicada ao
que chamamos micro-marketing, ou seja, os interesses específicos de cada marca, alinhando suas
estratégias com a do complexo, otimizando assim
o capital investido. Isso manterá o empreendimento sempre fortalecido na mente dos empresários
de moda de todo o país.
Quais as principais estratégias de comunicação
e marketing adotadas para o relacionamento
com os stakeholders?
Temos como principal canal de comunicação o ambiente online, considerando sua agilidade e fluidez.
Atualmente, a comunicação do Fashion City Brasil
é gerida pela 2 Pontos Wide Business e a assessoria de imprensa fica a cargo da Benedita Comunicação. A 2 Clicks é nossa agência de inteligência
digital, que cuida de nossas estratégias na web.
Qual a previsão de investimento anual em
comunicação e marketing do estabelecimento
após o lançamento?
A verba de nosso fundo de promoção anual será
superior a 15 milhões de reais, verba esta que
será distribuída nos mais diversos tipos de ações
sempre direcionadas a geração e manutenção de
fluxo de clientes compradores, tais como desfiles,
promoções pontuais em datas comemorativas,
campanhas internas com viagens, programa de
fidelidade, anúncio em meios de comunicação especializados, enfim, todo o necessário para manter
o empreendimento bem comunicado e oxigenado.
Qual a data prevista para o lançamento? Qual a
expectativa de faturamento anual do Fashion
City Brasil? Quantos empregos serão gerados?
A previsão é de que o Fashion City Brasil comece a
funcionar no segundo semestre de 2015. Esperamos que o faturamento anual supere a casa de R$
1 bilhão e estimamos a geração de 1.500 empregos
diretos e cerca de 5 mil indiretos.
Como você avalia o mercado da moda em Minas
Gerais?
Minas Gerais ocupa uma posição de grande destaque junto ao empresário comprador de moda
no que se refere à imagem, pois é uma região
desenvolvedora de bons produtos. Porém, não é
reconhecida como uma região de bons negócios,
o que acaba gerando uma baixa frequência de
visitação. No entanto, se considerarmos que já
6EM OBRA: FASHION CITY TEM PREVISÃO DE LANÇAMENTO PARA O SEGUNDO SEMESTRE DE 2015
somos uma referência em bons produtos, que
somos o segundo maior mercado consumidor de
confecções, que contamos com um bom parque
fabril, operando em um Estado imenso com mais
de 850 municípios, o que resta a fazer é realmente implantarmos aqui, no entorno do aeroporto
internacional de Confins, o que será o maior “hub”
distribuidor de moda do Brasil, colocando assim
Minas Gerais no mapa físico de negócios do segmento varejista nacional.
Qual a importância para o Estado de sediar o
novo polo distribuidor de moda nacional?
Principalmente, a possibilidade de reposicionar o
Estado como referência, tanto no desenvolvimento
de produtos diferenciados e de qualidade, quanto
na geração efetiva e constante de negócios, o que
fará com que toda a região experimente uma nova
fase de prosperidade.
Você acredita que o Fashion City Brasil poderá
contribuir para maior internacionalização da
moda mineira? Por quê?
Com certeza, pois estamos posicionados no centro
do único projeto consistente de construção de uma
Aerotrópole na América Latina, o que, inevitavelmente, nos transformará em um foco de atenção
para compradores e fornecedores internacionais.
Como o Fashion City Brasil contribui com o crescimento econômico, desenvolvimento socioambiental e cultural do Estado?
Como um forte polo difusor de informação, um eficiente gerador de negócios polarizando interesses,
seja do turismo de negócios e serviços, ou mesmo
no turismo de lazer, já que o empreendimento
trará com regularidade mensal mais de 15 mil
empresários formadores de opinião de todo Brasil.
O Fashion City Brasil ainda apoia ações sociais
junto à comunidade local e vive efetivamente o
cotidiano da região, acompanhando de perto tudo
o que ocorre ao seu redor. Temos um programa
de capacitação acontecendo, em parceria com a
Fundação Pedro Leopoldo, para qualificar a mão
de obra local para atividades comerciais na região.
Pretendemos capacitar cerca de 2.500 pessoas ao
total. É desta maneira que queremos dar à população local o sentimento de posse, apropriando-se
de todos os benefícios que serão gerados pelo
nosso empreendimento.
PROJETO SERÁ PRIMEIRA AEROTRÓPOLE DA AMÉRICA LATINA
DIVULGAÇÃO/SINAPRO - MG
PIDI-
NHAS
RA-
RAPIDINHAS
Texto: Cefas Alves Meira
PRÊMIO OCTO 2014
O Prêmio Octo voltou e as inscrições já estão abertas.
As empresas interessadas devem enviar o seu case até
o dia 15 de setembro por meio do site premioocto.com.
br. As inscrições são gratuitas para todas as categorias.
O prêmio é uma iniciativa do Grupo Minas Marca e tem
como objetivo valorizar as ações estratégicas desenvolvidas por empresas mineiras que atuam no segmento
da Indústria, do Comércio, de Serviços (público e
privado), e ainda prestigiar as estratégias das micro e
pequenas empresas e ONGs/associações que compõem
o mercado.
A entrega dos troféus e certificados aos ganhadores
será em novembro de 2014 durante uma cerimônia de
premiação. Para saber mais informações, consultar o
regulamento e se inscrever, acesse: premioocto.com.br.
E-BOOK
Empreender é tarefa que exige coragem e conhecimento. Para facilitar a vida dos empreendedores, a
Endeavor vem produzindo uma série de e-Books gratuitos, que mesclam suporte técnico e visão prática. O
lançamento mais recente é o título: “Branding - Qual a
alma da sua empresa?” e tem como objetivo apresentar as tendências e ensinar como definir uma estratégia de marca capaz de reforçar a reputação, aumentar
o valor da marca e criar proposta de valor. Para fazer
o download gratuito do e-Book sobre o tema, acesse:
info.endeavor.org.br/ebook-branding.
POLÍTICA
Todos os candidatos à Presidência da República visitando BH e outras capitais. Até o do Partido Verde, Eduardo
Jorge, que fez, inclusive, uma caminhada pela região
central da capital mineira.
Só que nenhum deles toca no assunto, e nem mesmo coloca em seu programa de governo, defender a
indústria da comunicação mineira. Minas já atendeu
contas importantes na área federal, como Banco do
Brasil, Caixa Econômica Federal, ministérios da Saúde,
8
Educação, Trabalho. Correios etc. Hoje, nosso Estado
está à míngua de contas federais e, até mesmo, de
contas privadas de relevância.
Não seria o caso desses presidenciáveis saírem em
defesa da comunicação mineira? Ou há outros interesses em jogo?
RENATINHO
Muito sentido pelo mercado mineiro o falecimento do
publicitário Renato Neves (foto), diretor presidente da
Esplêndida Comunicação. Antes de fundar sua própria
empresa, teve passagens pelos principais veículos e
agências do nosso mercado. Foi sepultado no último
dia 5 de agosto.
CRESCENDO
A casasanto, agência mineira com apenas três anos
de mercado, foi a 2ª agência com mais peças selecionadas no Prêmio Minas de Comunicação 2013, e neste
ano, conquistou um Grand Prix e diversas medalhas
na mesma premiação. A empresa já ostenta um
portfólio diversificado e de marcas fortes. Estão
na carteira de clientes da casasanto, entre outros,
a Gerdau, Instituto Mário Penna, Cia Athletica, Nike
Store, Diamond Mall, Prefeitura de Montes Claros, CEI
(Companhia Energética Integrada), PróCriar Medicina
Reprodutiva, entre outras.
SEM ROSTOS
Para divulgar a tradicional liquidação do Minas
Shopping - a Liquidays—, foi desenvolvida uma
campanha especial, com o tema “A liquidação que é
a sua cara”. As peças destacam splashs de preços e
produtos em substituição aos rostos das pessoas. “A
ideia foi criar uma campanha inusitada e bem humorada. Buscamos representar nos anúncios todos os
públicos, desde a criança que quer um brinquedo, um
homem que pretende comprar um relógio, até a mulher que deseja uma bolsa. Também utilizamos cores
vivas, aquecendo as peças e deixando a comunicação
alegre, assim como a Liquidays”, explica Frederico
Bandeira, diretor de criação da Jbis, agência que criou
a campanha.
PRÊMIO ABAP DE SUSTENTABILIDADE
A Associação Brasileira de Agências de Publicidade,
estadual Minas Gerais (Abap-MG) realiza, pelo sexto
ano consecutivo, o Prêmio Abap de Sustentabilidade,
criado em 2009 com o objetivo de ampliar a visibilidade das organizações e dos profissionais que melhor
têm conseguido comunicar práticas corporativas sustentáveis. As inscrições para a edição 2014 do Prêmio
Abap já estão abertas e podem ser feitas até o dia 5
de setembro pelo site da Abap-MG (abap-mg.com.br).
VISITA AO GOOGLE
A analista de mídia da agência de Comunicação Plan
B, Fabiana Amaral, 22 anos, faz parte do grupo de
cinco profissionais do Brasil que venceram um concurso do Google de ativação de cupons Google Adwords.
O grupo embarca no final desse mês para o encontro
global de agências do Google Partners, na sede do
Google em Mountain View, na Califórnia (EUA), onde
ficarão durante cinco dias. Eles vão fazer um tour
pela empresa e participar de palestras com todas as
despesas pagas pelo Google.
MINAS GERAIS BUSINESS GUIDE 2014
Desde o julho desse ano, já está disponível para
o mercado mineiro o Minas Gerais Business Guide
2014. Elaborado pela ACMinas, o guia é destinado a
empresários que atuam no mercado internacional e
que tenham interesse em investir em Minas Gerais.
Publicado anualmente, o guia traz inúmeros dados
sobre o Estado, desde o seu ambiente de negócios,
extremamente propício, até as condições de infraestrutura e a diversidade econômica existentes. Com
tiragem de 3.500 exemplares, o Minas Gerais Business
Guide 2014, publicado em inglês e espanhol, circulará
em embaixadas e consulados estrangeiros, bancos e
demais instituições que trabalham com comércio exterior. Sua versão online está disponível em arquivo
PDF no Portal ACMinas (acminas.com.br).
WWW.MINASMARCA.COM
Quando começamos a pensar nos desafios para a gestão da
marca e em seus impactos para a reputação e para os negócios de uma organização, é impossível deixar de mencionar
Majken Shultz, da Copenhagen Business School, autora de um
dos clássicos da área, Taking Brand Initiative (2008). Ela ensina
que o maior desafio das empresas é conseguir colocar a marca
por trás de todas as práticas existentes, o que significa utilizar
os valores e os atributos que sustentam a marca para conferir
à empresa credibilidade, justificando as decisões tomadas pela
organização.
DIVULGAÇÃO
A coerência entre discurso e prática, portanto, é um ponto fundamental que volta sempre à pauta e um aspecto sobre o qual
ninguém discorda. No entanto, são frequentes os exemplos em
que uma empresa negligencia a forma como dá visibilidade às
suas promessas – traduzidas em mensagens diversas e que
nem sempre podem ser comprovadas na realidade. A exigência
social para que as empresas se declarem sustentáveis tem provocado uma abordagem muito parecida pelas organizações,
mesmo em setores bem distintos. Basta fazer uma pesquisa
rápida em sites de empresas – do setor financeiro ao de cosméticos, passando pela indústria automobilística ou o varejo:
todos os portais têm uma aba sobre sustentabilidade que
explora praticamente os mesmos temas e da mesma forma.
O esperado é que as empresas baseassem seu discurso sobre
o tema em reflexões internas, em valores e crenças comungados pelos dirigentes e que todas as palavras se provassem
por meio de projetos e programas reais. As promessas das
empresas, nesses casos, não têm contribuição relevante para a
construção de sua marca, não colaboram sequer para reforçar
ARTIGO
SUSTENTABILIDADE E A
JORNADA DA REPUTAÇÃO CORPORATIVA
uma imagem positiva, não são capazes de se transformar em
pontos de prova para explicar a sua reputação.
Há aqui um aprendizado importante: algumas características
e competências são cruciais para que uma empresa faça uma
boa gestão da sua marca e, consistentemente, possa garantir
a diferenciação e os comportamentos necessários para ter
uma boa reputação. A primeira delas é saber “quem é” a
empresa, mantendo o foco na ideia central por trás de todas
as ações e na comunicação. Outro aspecto é a capacidade de
“ouvir” os públicos, pois as expectativas e as opiniões expressas são a fonte principal de informação para a orientação
estratégica. Sem abrir mão da essência, mas sendo permeável
às mudanças de mercado e da sociedade, uma empresa têm
uma base bastante sólida para enfrentar todos os demais
desafios e particularidades dos negócios.
Essa “Jornada da Reputação” é longa e inclui uma série de
passos planejados, desde a criação de processos estruturados
de diagnóstico sobre diversos stakeholders, até a total integração do tema à estratégia de longo prazo de uma organização.
Nesse mundo novo, da Reputation Economy, em que todas as
vozes se levantam e em que as empresas estão expostas ao
máximo, é preciso que cada organização diga a que veio, mas
sempre assumindo responsabilidade e sendo capaz de garantir
a verdade por trás das suas próprias palavras.
Ana Luisa Almeida, diretora executiva do Reputation Institute Brasil e professora dos programas de pós-graduação e
mestrado da PUC-Minas e da Fundação Dom Cabral.
UM LUGAR PARA QUEM ACREDITA
NO VALOR DAS IDEIAS.
PROGRAMAÇÃO AGOSTO 2014
AGOSTO
A Casa da Economia Criativa promove a geração de novas
ideias entre profissionais e empresários da indústria criativa,
oferecendo cursos, palestras e outras atividades.
Faça sua inscrição pelo: 31 3285 2622.
CURSO: MARKETING CULTURAL
DIAS: 7 E 8 - DAS 9H ÀS 18H
CURSO: PATROCÍNIO, MARCA E REPUTAÇÃO
DIAS: 13 E 14 - DAS 9H ÀS 18H
CURSO: CAPTAÇÃO DE RECURSOS
DIAS: 21 E 22 - DAS 9H ÀS 18H
CURSO: PRESTAÇÃO DE CONTAS
DIAS: 28 E 29 - DAS 9H ÀS 18H
Rua Santa Rita Durão, 1.275 - Funcionários - Belo Horizonte MG | Funcionamento: das 9h às 18h
fb.com/sebraemg
twitter.com/sebrae_mg
sebraemgcomvoce.com.br
0800 570 0800 | www.sebrae.com.br/minasgerais
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AGOSTO 2014
ARTIGO
OS DESAFIOS DO MARKETING
DIGITAL PARA AS EMPRESAS
Mates Baranowski
O Google vem revolucionando a nossa vida, isso não é novidade para ninguém. O que muita gente não sabe é como
todas essas mudanças repercutirão em empresas e setores
aparentemente não relacionados com o comércio eletrônico.
Alguns profissionais, por atuarem em serviços que fazem
pouco uso da web, não compreendem com clareza o impacto do marketing digital.
A integração entre os serviços prestados pelo Google fará
com que empresas, que não possuem estratégias de marketing digital, sejam afetadas em suas atividades, mesmo que
de forma indireta. A integração de serviços como Google
Mapas, Google Places e Google Plus gera possibilidades de
interação entre usuários e empresas, mesmo que elas não
possuam página na web. Atualmente, qualquer instituição
que tenha um perfil no Google Plus pode anunciar pelo
serviço de anúncios do Adwords e, com isso, pode ser encontrada nos serviços de mapas. A partir daí, o processo de
interatividade está aberto, pois qualquer um pode comentar
sobre os serviços prestados pela empresa. As pessoas conseguem, apenas fazendo login no Gmail, avaliar os serviços
em uma escala de 1 a 5 pontos e deixar seus comentários.
Até aqui não é possível imaginar como isso poderia
impactar de forma tão relevante uma empresa, afinal,
é necessário fazer login e buscar a empresa para que se
possa comentar e avaliar. Muitos dirão: “Eu não teria este
trabalho”. Pois é, mas muitos terão e, além disso, o retorno
das buscas poderá estar baseado nas notas dadas pelos
usuários. Acrescente a isso o potencial dos assistentes de
voz como o Google Now, a Siri e a Cortana (da Microsoft)
e imagine que, de agora em diante, as pessoas poderão
pedir para o Waze levá-las a uma pizzaria que recebeu nota
acima de 4 estrelas, em um raio de até 10 quilômetros. Aí as
coisas começam a mudar, não é?
Considere que as ferramentas de buscas ainda estão no seu
estágio inicial e que a busca, assim como a interação do
usuário com a informação disponível, aumentará consideravelmente nos próximos anos. Aliado a isso, os serviços
de georreferenciamento sofrerão significativa melhoria
na medida em que a interação usuário-dispositivos será
aprimorada com a chegada das televisões inteligentes, dispositivos vestíveis, carros com sistema operacional, dentre
outras tecnologias que inauguram uma nova fase de algo
que poderia ser chamado de i-life.
A transparência e o acesso às informações estão alterando
drasticamente o relacionamento entre empresas e clientes e esse caminho não tem volta. As empresas, cada vez
mais, deverão garantir a consistência dos seus produtos ou
serviços, sob pena de verem suas dificuldades expostas em
uma grande e inconveniente vitrine chamada web. Aquelas
que menosprezarem isso podem não ter tempo para se
arrepender.
Alexandre Aquino, coordenador de projetos da Inteligência
de Mercado Consultoria.
A corrida já começou!
Prepare sua inscrição ou
faça sua indicação até
05 de setembro de 2014
*Outras categorias, acesse o
regulamento no site do Prêmio.
Quanto vale a sombra
de um buriti?
www.premiohugowerneck.com.br
WWW.MINASMARCA.COM
O termo globalização pode ser considerado lugar-comum.
Seus efeitos não. Na Idade Média, os turcos fecharam
o caminho marítimo para as Índias às potências navais
europeias. Dessa forma, novas rotas marítimas tiveram
que ser descobertas, visando o comércio com o oriente. Por
isso, as grandes potências navais da época, que detinham
a tecnologia de navegação entre continentes, aumentaram sua presença física no mundo através de uma onda
globalizante.
JAQUELINE SOARES
Sob a perspectiva atual, um dos principais efeitos da onda
de globalização digital, foi a criação de grandes fluxos de
bens, serviços e informações ao redor do planeta, fazendo surgir questionamentos do tipo: “Como uma empresa
precisa aparecer no cenário mundial? Como aproveita as
oportunidades ao redor do mundo? Como se mantém competitiva?”.
E, a exemplo das navegações, o que separa globalizadores
de globalizados é o domínio das tecnologias que formam a
onda de globalização. Por isso, a aproximação de empresas brasileiras com os principais centros de TI no mundo é
urgente e imperativo.
Essa aproximação deve ser realizada por modelos que
realmente podem fazer diferença, pois requerem a captação
do conhecimento original das tecnologias dominantes, ou
seja, beber nas mesmas fontes de inspiração das grandes
empresas globais de tecnologia.
Nesse contexto, o Silicon Valley (Estados Unidos) é o ícone
do setor. Todavia, não se trata de simplesmente copiar o
ARTIGO
GLOBALIZAÇÃO: DAS NAVEGAÇÕES
MARÍTIMAS ÀS NAVEGAÇÕES DIGITAIS
que fazem por lá, até porque não é possível reproduzir o
seu ecossistema em nenhum outro lugar do mundo, mas
trata-se de entender e aplicar o que faz suas engrenagens
se moverem de forma tão primorosa.
Sob essa perspectiva, um dos principais propulsores dessa
“máquina de TI” no Vale do Silício é o conhecimento. E aí, estamos falando da Universidade de Stanford, que consegue
traduzir conhecimento acadêmico e práticas de mercado
em empresas de tecnologia mundial, como Google, HP, Intel
e outras.
Por isso, que o MGTI e seus parceiros estão empenhando
todos os esforços para trazer para o Brasil (pela primeira
vez) um modelo de aquisição de conhecimento, com essa
universidade. Serão mais de 25 empresas beneficiadas apenas na primeira turma.
Todavia, para obter sucesso, é fundamental entender que
esse movimento não é simplesmente buscar lá fora algo
difícil, caro e parecido com o que temos aqui, mas é utilizar
a maior base de conhecimento mundial em empresas de
tecnologia em nosso favor. É algo que não temos similar por
aqui, como não havia similar, na época das grandes navegações, para a escola de Sagres.
Wilson Caldeira, sócio-diretor na Caldeira Marketing,
diretor da Fumsoft e vice-presidente da Assespro-MG.
APOIO:
Realização:
PATROCínio:
APOIO:
AUDITORIA INDEPENDENTE:
11
MATÉRIA DE CAPA
AGOSTO 2014
O ESTADO DA
GASTRONOMIA
MERCADO ESTÁ EM EXPANSÃO E GERANDO NEGÓCIOS
DIFERENCIADOS, SENDO RESPONSÁVEL POR 20% DO PIB MINEIRO
Texto: Larissa Borges e Renata Vaz
A gastronomia mineira vai muito além do pão de queijo, feijão tropeiro,
café, frango com quiabo e outras delícias. Segundo dados do Governo de Minas, 20% de tudo que o Estado produz está ligado à cadeia
produtiva da gastronomia, que envolve desde o pequeno produtor até
a indústria, passando pelo setor de alimentação fora do lar. “Especificamente sobre o PIB do turismo, o setor de alimentação fora do lar
corresponde a cerca de 40%, até mesmo pelo grande número de bares,
restaurantes e similares, única atividade presente em 100% dos 856
municípios de Minas Gerais”, analisa Lucas Pêgo, diretor executivo da
Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG).
Ainda de acordo com dados do governo mineiro, 22% dos gastos dos
turistas que visitam o Estado são para o consumo de itens da alimentação e 30% deles têm como referência de imagem do Estado, a gastronomia. Diante desses números, não há dúvidas. A gastronomia é um
dos principais negócios de Minas Gerais e, atualmente, está pujante.
Portanto, novos empreendimentos, incentivos e cursos de profissionalização estão surgindo para aproveitar o potencial da nossa cozinha.
GASTRONOMIA
Para entender todo o movimento e destaque da gastronomia mineira,
primeiro é importante saber o seu conceito. Edson Puiati, chef e coordenador do curso de gastronomia da Una, explica que a gastronomia
envolve toda a cadeia relacionada à alimentação. “A gastronomia não
se resume a bares, restaurantes, quitandas, padarias, mercados e supermercados, ela começa na agricultura, pecuária, passa pelos produtores, atravessadores, transportadores, beneficiamentos, distribuição até
chegar ao consumidor final ainda levando-se em conta o turismo, onde
ela se destaca como âncora”, frisa.
E, embora muito usado os termos alta e baixa gastronomia, o segmento
é muito mais complexo do que a simples divisão entre comida popular e
sofisticada. Hans Eberhard Aichinger, especialista educacional em gastronomia do Senac, acredita que esses conceitos são pejorativos e fruto
do próprio mercado de trabalho. “Gastronomia é uma área de trabalho
relativamente nova para o Brasil. A França, por exemplo, já trabalha
12
com o conceito desde o século XVII e nós começamos a entender de gastronomia na década de 80 do século passado. O brasileiro ainda está
engatinhando no setor. Mas, se você observar melhor, comida de boteco
e cachorro quente fazem parte da gastronomia. Tudo que é relacionado
à alimentação, que teve um cuidado na produção e transformação do
alimento, é gastronomia”, esclarece.
IMAGEM DE MINAS
Cada região tem um elemento que a resume. Quando falamos em
carnaval, a primeira cidade que nos vem em mente é o Rio de Janeiro. Já
em Minas Gerais, um dos elementos que compõem a nossa imagem é a
gastronomia.
Mas, nem sempre foi assim. Márcia Nunes, sócia-proprietária do restaurante Dona Lucinha, que existe há 24 anos e é um dos mais tradicionais
de Belo Horizonte, conta que antigamente as pessoas tinham vergonha
da comida típica mineira. “Quando minha mãe, a Dona Lucinha, saiu
para participar dos primeiros festivais de gastronomia, há aproximadamente 20 anos, as pessoas desacreditavam no seu projeto de valorizar
a comida típica mineira. Elas achavam que angu, canjiquinha, mandioca
cozida, não eram alimentos para mostrar aos outros. A cozinha mineira
passou por um período em que todo mundo se envergonhava. A cachaça, por exemplo, era uma bebida rejeitada”, lembra.
Hoje, o desprezo pelos alimentos típicos de Minas Gerais não existe
mais, tanto que a culinária mineira será tema do samba-enredo da
escola carioca Salgueiro, em 2015, graças ao livro “História da Arte da
Cozinha Mineira por Dona Lucinha”, escrito por Márcia Nunes junto com
sua mãe.
Um dos fatores que ajudou a valorizar a nossa culinária, segundo o
chef Edson Puiati, foi a qualidade nos alimentos produzidos no Estado.
“Estamos vivendo um momento de valorização de nossa culinária e do
nosso jeito de ser. Os produtores estão melhorando os processos de
fabricação, como já é notório no café, no queijo, entre outros. Eles estão
buscando uma certificação, se organizando em associações garantindo,
assim, um maior valor agregado aos produtos, melhorando o poder
MATÉRIA DE CAPA
WWW.MINASMARCA.COM
de negociação. Observamos também que os restaurantes e bares
estão buscando maior qualidade e melhor atendimento, os pratos
representam hoje muito mais a cultura mineira, sua autenticidade e
originalidade”, diz.
A participação de chefs mineiros em eventos internacionais também
contribuiu para colocar a comida mineira em destaque. O Estado
foi tema, em 2013, de um dos mais importantes eventos da área da
gastronomia, o Madrid Fusión. “Fomos muito bem vindos no cenário
internacional pela nossa diversidade de sabores, por nossa riqueza artesanal preservada, por nossa relação com as cozinhas e pelo
potencial criativo apresentado pelos nossos jovens chefs”, conta
Eduardo Avelar, chef, pesquisador e um dos participantes do evento.
Embora com todo esse reconhecimento, a gastronomia mineira pode
ser mais explorada, principalmente no interior, que tem uma diversidade de produtos e processos que podem ser resgatados e usados no
segmento. “Minas Gerais tem uma riqueza muito grande e é possível
hoje você criar roteiros ligados a vivência gastronômica, a pessoa
pode estar lado a lado com esses insumos e processos”, afirma Hans
Eberhard, do Senac
Para Edson Puiati, o mercado da alimentação é tão sazonal quanto
seus próprios insumos. Por isso, para fortalecer mais o setor é preciso
ser criativo, saber aproveitar as oportunidades que sempre serão
demandadas. “Falta para impulsionar mais o setor se organizar, os
restaurantes devem buscar suas características próprias e não uma
concorrência predatória. Com a profissionalização, a tendência é
realmente conquistar um sucesso maior no mercado gastronômico”,
salienta.
PROFISSIONALIZAÇÃO
O mercado gastronômico mineiro já está se movimentando para ser
mais qualificado e se consolidar como negócio. A profissionalização
das pessoas que atuam no setor é um desses indícios. “A gastronomia esta passando por um momento de muita visibilidade e profissionalização, as pessoas tem buscado uma formação acadêmica
para se alinhar as exigências de mercado. Não há mais espaço para
o amadorismo nesta profissão.”, frisa a professora e diretora da
Unatec- Instituto Tecnológico do Centro Universitário Una, Maria Alice
Hosken. A Una começou a oferecer o curso em gastronomia esse ano
e, no total, fechou quatro turmas.
Hans Eberhard, do Senac, afirma que vários motivos levam as
pessoas a procurarem o curso de gastronomia, como a vontade de
mudar de carreira e, com isso, começar a empreender um negócio no
segmento; reciclagem de profissionais que atuam na área ou apenas
por hobby.
E não falta opção para quem quer se especializar em gastronomia.
O Senac, por exemplo, oferece três cursos para o segmento: o curso
de cozinheiro, que é mais rápido, existe há 30 anos no mercado e
é voltado para o preparo dos alimentos; o curso de tecnologia em
gastronomia, que começou em 2013, dura um ano e é voltado para
formar gestores em gastronomia que conhecem a operação de uma
cozinha, mas também todo o sistema de um restaurante, passando
por marketing, gestão de pessoas, administração, economia, elaboração de layout e o curso de garçom.
Roseane Silva, coordenadora administrativa do Instituto IGA em Belo
Horizonte, conta que há dois tipos de cursos oferecidos pela empresa:
os gourmets, que são mais práticos e os cursos profissionalizantes
que abrangem a parte administrativa e operacional na cozinha. “A
demanda é favorável porque no cenário atual a gastronomia passou
a ser algo alcançável. No IGA, a procura aumentou nos últimos dois
anos, em 2013 foi de 8% e em 2014 foi de 14%”, enfatiza.
A formação acadêmica também é um dos aspectos que diferencia
um chef de um cozinheiro. ”O chef de cozinha é o profissional que
delega, coordena e administra a cozinha. Ele precisa ser capacitado
tanto na parte administrativa, quanto operacional. Já o cozinheiro é
responsável pela execução e produção, tem que ser capacitado e ter
habilidades com todas as técnicas gastronômicas, ter entendimento
suficiente sobre a demanda que a cozinha necessita e bom senso em
relação ao estoque de matéria-prima e desperdício. A denominação
13
MATÉRIA DE CAPA
DIVULGAÇÃO/UNA
AGOSTO 2014
MARCOS LEÃO
MARIA ALICE HOSKEN, DIRETORA DA UNATEC
FERNANDO MACHADO
FELIPE RAMEH E THIAGO GUERRA, SÓCIOS
DO ALMA CHEF
EDSON PUIATI, CHEF E COORDENADOR DO
CURSO DE GASTRONOMIA DA UNA
chef de cozinha é um título hierárquico que se tem no
mercado gastronômico, o cozinheiro para se transformar
em um chef precisa não somente ter habilidade técnicas,
mas também conhecer sobre montagem e equilíbrio de
pratos, gastronomia internacional e todo o fluxograma da
cozinha”, explica Roseane.
INCENTIVOS PARA O SEGMENTO
Além do setor acadêmico, entidades e associações estão
investindo mais no mercado gastronômico mineiro. A
Abrasel, por exemplo, representa e defende os interesses
do setor de alimentação fora do lar, juntos aos poderes
executivo e legislativo e principalmente junto à sociedade.
“Apoiamos todas as ações estruturadas de valorização da
gastronomia, como os eventos gastronômicos do Estado e
realizamos os festivais Brasil Sabor, no primeiro semestre
e Bar em Bar no segundo semestre, ambos com abrangência nacional e expressivo número de estabelecimentos
participantes”, ressalta Lucas Pêgo, diretor da associação.
O diretor ainda destaca que a associação está presente
nos fóruns de debate do turismo, da cultura e da gastronomia garantindo que esta seja cada vez mais propagada
e estimada. “Um recente exemplo é a participação da
Abrasel na ‘Frente em Defesa da Gastronomia Mineira’,
que atua na Advocacy junto aos poderes constituídos e
ao mercado em prol da gastronomia mineira e na integração em rede de todas as iniciativas da gastronomia
realizadas por seus membros, de forma a potencializar os
resultados almejados e dar visibilidade para as ações”.
Outro projeto que contribui para o segmento é o Origem
Minas. Danielle Fantini, gestora do projeto explica que a
iniciativa tem como propósito fomentar o desenvolvimento, a competitividade e diferenciação de produtores e de
empresas de micro e pequeno porte do agronegócio de
Minas Gerais, através da participação em feiras, capacitações em gestão e tecnologia, boas práticas de fabricação,
design de embalagens, rótulos, logomarcas, dentre outras
ações. “Consumidores vivem hoje uma busca e valorização da autenticidade e querem cada vez mais saber o que
está por trás dos produtos que estão comprando. Querem
saber com veracidade e transparência, como e onde
estes produtos foram produzidos, quem é o produtor, a
sua história e a do produto. A gastronomia mineira está
conectada com essa tendência e tem valorizado, cada
vez mais, as origens produtoras, razão de ser do Projeto
Origem Minas”, destaca.
BIANCA AUN
O projeto Aproxima, idealizado por Eduardo Maya,
também segue a vertente de valorizar a cadeia produtiva mineira. “Ele tem como objetivo aproximar todo o
setor utilizando a própria cozinha como fio condutor. Nós
queremos ter orgulho da nossa mineiridade, dos nossos
produtos e poder divulgar isso para Minas”, explica.
MATEUS BARANOWSKI
AGENOR LEMOS JR E ARMANDO DE ANGELIS,
ORGANIZADORES DO FESTIVAL INTENACIONAL
DE CULTURA E GASTRONOMIA DE ARAXÁ
O circuito Aproxima, uma das ações do projeto, aconteceu
entre os dias 6 de junho e 10 de julho, com a participação
de 80 estabelecimentos, que foram divididos em quatro
regiões que representam Minas (Cerrado, Rios, Espinhaço
e Mantiqueira) e tiveram que criar um prato, bem como,
adotar o produtor mineiro que forneceu a matéria-prima
para esse prato, divulgando seus contatos. Todos esses
contatos entraram para um livreto do projeto, que foi
distribuído na cidade.
Além disso, desde o primeiro sábado de julho está sendo
realizada, no Mercado Distrital do Cruzeiro, a Feirinha
Aproxima, que reúne produtores, chefs, proprietários de
restaurantes e empresários para fazer negócios. A Feirinha do Aproxima será realizada todo o primeiro sábado
de cada mês. Já em julho de 2015, será feita a Estação
Aproxima, que vai ocupar 7 mil metros da Praça da
Estação e trazer profissionais do exterior para conhecer a
gastronomia mineira.
Além desses projetos, existe ainda o Dia da Gastronomia
Mineira, comemorado em 05 de julho e instituído pelo
artigo segundo da Lei 20.577/12. Lucas Pêgo, diretor da
Abrasel, avalia que esse dia passa a ser uma oportunida-
EDUARDO MAYA, GASTRÔNOMO E
IDEALIZADOR
14 DO PROJETO APROXIMA
de para a concentração de esforços e realização de ações
e eventos de diversos portes e características. “A ocasião
também deve ser aproveitada para reafirmar a identidade de Minas Gerais como o ‘Estado da Gastronomia’. A
data comemorativa tem grande importância na medida
em que as atenções são voltadas para a gastronomia
mineira, peculiar e singular manifestação da cultura do
nosso povo. De igual maneira, no contexto escolar/pedagógico, a data reforça com os alunos a relevância desta
temática”, destaca.
VISIBILIDADE PARA A GASTRONOMIA
Os festivais de gastronomia mineiros são grandes fomentadores do mercado e acompanham a evolução do
segmento. A organização do Festival Internacional de Cultura e Gastronomia de Araxá tem assinatura de Agenor
Lemos Jr., diretor de produção e gastronomia e Armando
de Angelis, diretor artístico, de marketing e comunicação.
Agenor Lemos Jr. observa que desde 2007, quando foi realizada a primeira edição do festival, é notável a percepção
de crescimento, tanto do evento, quanto da gastronomia
mineira. “De lá para cá pelo menos cinco novos festivais
de cidades diferentes foram realizados. Neste ano, só no
Festival de Araxá, recebemos visitas técnicas e propostas
para realizarmos consultoria gastronômica e planejamento de eventos em oito cidades de Minas Gerais, São Paulo
e Goiás”, revela.
O Festival Internacional de Cultura e Gastronomia de
Araxá aconteceu entre os dias 24 e 27 de julho e a grande
novidade deste ano foi a homenagem feita aos 90 anos
do Copacabana Palace e os 70 anos do Grande Hotel de
Araxá, dois ícones da hotelaria, que tanto contribuíram
com o desenvolvimento da cultura, especialmente a
musical e a gastronomia brasileira. “Por meio do Festival
de Araxá, a gastronomia das Gerais, tão rica em sabores
provenientes de ingredientes e temperos diferenciados,
tão bem elaborada por mãos talentosas, mais saborosa e
criativa, tem conquistado espaços nunca antes alcançados e ganhado alta visibilidade, contribuindo assim para
fomentar e divulgar ainda mais a gastronomia mineira”,
destaca Armando de Angelis.
Além dos já tradicionais eventos de gastronomia, este
ano Belo Horizonte terá a primeira edição do Festival
Fartura em setembro. O evento é realizado pela mesma
equipe do Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes, que levará para a capital mineira toda a sua experiência gastronômica de 17 anos.
Rafael Mantesso, coordenador de comunicação dos dois
festivais, explica que o Fartura BH nasceu a partir do
Festival de Tiradentes. “Já vínhamos amadurecendo essa
ideia há algum tempo, pois sempre tivemos pedidos para
fazer um festival semelhante em Belo Horizonte. Além
disso, o evento tem ficado cada vez mais democrático.
Então, juntamos as duas coisas para levar conhecimento
a um número maior de pessoas”.
O coordenador de comunicação diz que a expectativa
é que tenha a maior quantidade de pessoas possível
participando do evento, interagindo e descobrindo novos
produtos. “O Fartura BH será realizado na Praça José
Mendes Júnior, no Circuito Cultural Praça da Liberdade.
Como o próprio nome diz, haverá uma grande fartura
de atrações, dentre cursos, degustações e programação
artística. Serão vários espaços com chefs e produtores de
Norte a Sul do país, além de 17 opções de aulas. Também
haverá mercearia, biblioteca e espaço kids”, destaca
Rafael Mantesso.
Sobre o Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes, Rafael Mantesso, observa uma grande evolução em
termos de público. “Antes as pessoas iam para a festa por
causa da comida e hoje, já percebe um interesse real pela
origem, qualidade e histórias”, frisa.
Este ano, o Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes acontece entre os dias 22 a 31 de agosto. O
coordenador de comunicação do evento diz que a média
Com tantos festivais, ganha o público mineiro, mas também as marcas que se associam aos eventos. “Identificamos no Gastronomia na Praça uma oportunidade de
levar nossas marcas ao público participante do evento,
realizando assim uma ligação entre a nossa marca e a
alta gastronomia mineira”, destaca Luciano Sá, gerente
de publicidade, promoções e eventos da Coca-Cola FEMSA
Brasil.
Outra empresa que sempre apoia festivais e concursos
gastronômicos é a Cemig. Luiz Henrique Michalick, diretor
de relações institucionais e comunicação da empresa,
diz que Minas está consolidada como um dos principais
polos gastronômicos do Brasil e é importante manter
essa posição. “Para isso, precisamos de eventos que
mostram a inovação da nossa culinária. O Festival de
Tiradentes sempre esteve focado em buscar a experiência
de renomados chefes da gastronomia brasileira com o
objetivo de trabalhar com os ingredientes da gastronomia mineira”.
Outro empreendimento novo no mercado mineiro e com
proposta diferenciada é o Alma Chef, casa especializada
em conveniência e convergência gastronômica. Criada
por Felipe Rameh e Thiago Guerra, o espaço oferece
cursos, eventos e ainda é um empório e um restaurante.
“Foram mais de dois anos de projeto desde pesquisa até
análises de viabilidade econômica complexas para validar
a coexistência de quatro unidades de negócios em um
espaço único. A Alma Chef é um local onde se pode vir
fazer uma refeição e descobrir um conteúdo de aula que
te interesse, no caminho adquirir um ingrediente gourmet
recém descoberto nas aulas ou no salão e levar um pão
artesanal para o lanche da tarde”, explica o cozinheiro e
sócio do empreendimento, Thiago Guerra.
Além da convergência e conveniência, o Alma Chef
aposta na tendência de chef-service na hora do almoço,
no qual o cliente é servido diretamente pelos cozinheiros
a um preço único. “No jantar, o conceito de bistronomia
toma conta do salão com cardápio enxuto para um sistema descomplicado de cozinha, mantendo o máximo de
frescor do nosso estoque podendo explorar toda a nossa
criatividade”, afirma Guerra.
Com o mercado aquecido, se profissionalizando e aberto
para novidades, muitos empreendedores começaram
a ousar mais no ramo da gastronomia. Apostando na
vontade das pessoas em aprender a cozinhar e nas
dificuldades para sair de casa e reunir os ingredientes de
qualidade para um bom prato, Felipe Salgado, publicitário e especialista em marketing, juntamente com Vinícius
Viana, bacharel em redes e especialista em TI, tiveram a
ideia de criar algo para facilitar a vida da população e,
em abril desse ano, entrou no ar o site Agora Eu Cozinho.
A proposta do site é oferecer um serviço diferenciado,
no qual o cliente escolhe a receita e recebe em sua casa
um “Cook Kit” com todos os ingredientes necessários,
nas quantidades corretas para o número de pessoas
escolhido, separados, numerados, frescos e condicionados
de maneira adequada, além de uma receita impressa com
o passo-a-passo. Os pratos são variados, desde massas,
Novidades, incentivos, democratização. Vivemos um
momento em que a gastronomia ultrapassa sabores
e cheiros. Ela é tradição e inovação ao mesmo tempo.
É improviso e técnica. É hobby e negócio. É o cartão-postal para o crescimento de Minas Gerais em termos
turísticos, econômicos e culturais, tanto no Brasil, quando no mundo.
MATÉRIA DE CAPA
MATÉRIA DE CAPA
LUCAS OGASAWARA
Há dois anos no mercado, os mineiros encontram na Salumeria Central, estabelecimento do cozinheiro italiano
Massimo Battaglini, produtos diferenciados, como salames, queijos artesanais, massas e risotos, que foram
selecionados durante viagens que ele fez pelo Brasil,
principalmente, no interior de Minas Gerais. O espaço
que contempla arte, gastronomia e diversão, foi feito
em parceria com os videoartistas Eder Santos e André
Hallak, e com o arquiteto Guilherme Resende. Para abrir
o espaço, Massimo revela que foram investidos
R$ 500 mil.
Apesar de ter uma proposta mais ousada, Massimo
Battaglini, conta que nunca foi de seguir tendências
do mercado e que sempre gostou da comida mais
tradicional, ou seja, com bons ingredientes, mas feita
com simplicidade. “No entanto, quando as tendências
se aproximam dos nossos valores é muito bom. Um
exemplo é a valorização de novos ingredientes brasileiros de cada região, que é algo muito legal porque está
mapeando um novo universo de ingredientes, e isso
também é de importância para o lado do desenvolvimento geográfico, econômico e sustentável. Na Salumeria Central, podemos ter mais flexibilidade para aderir a
essa tendência de valorizar ingredientes de Minas”, frisa
o empreendedor, que também é sócio na capital dos
restaurantes Osteria Casa Mattiazzi e Pecatore Banca
de Peixe.
NOVOS NEGÓCIOS
MÁRCIA NUNES, SÓCIA-PROPRIETÁRIA DO
RESTAURANTE DONA LUCINHA
CHRISTOPHER REHER
A sofisticação da gastronomia também não foi esquecida
pelo mercado mineiro e, desde 2013, acontece em Belo
Horizonte, o Gastronomia na Praça, idealizado pelos amigos e empreendedores Christiano Rocco, Jordane Macedo
e Marcelo Wanderley. Com o objetivo de levar a alta gastronomia para o alcance de todos, em especial às pessoas
que não têm acesso a restaurantes mais sofisticados,
o evento foi realizado entre os dias 14 e 15 de junho,
na Praça do Papa, atraindo cerca de 30 mil pessoas nos
dois dias. “O Gastronomia na Praça chegou para ficar,
acreditamos que a segunda edição foi fundamental para
a solidificação da marca, quando já recebemos inúmeros
convites para realizar o evento no Brasil e internacionalmente, e assim levamos em conjunto conosco a cultura
mineira”, destaca o empresário Marcelo Wanderley.
O investimento inicial do Agora Eu Cozinho foi cerca de
R$ 10 mil, contando que os dois sócios atuam ativamente
em suas áreas, ainda não foi necessário grande investimentos em mão-de-obra. “O fato de ser um negócio
online, também diminui bem os custos operacionais. Para
o final do ano, a nossa expectativa de faturamento é
de R$ 50 mil. Nossa ideia para o começo de 2015 é abrir
franquias e expandir o negócio. Já existem interessados”,
revela Felipe Salgado.
EDUARDO AVELAR, CHEF E PESQUISADOR
LUCAS PÊGO, DIRETOR EXECUTIVO DA
ABRASEL - MG
DIVULGAÇÃO
Conhecido por valorizar os botecos mineiros, o Concurso
Comida di Buteco, realizado há 15 anos em 16 cidades
brasileiras, é outro exemplo de como o mercado gastronômico se desenvolveu. De acordo com Maria Eulália
Araújo, organizadora do concurso, desde a sua estreia,
já foram 20 milhões de pessoas impactadas, mais de mil
novas receitas criadas, gerados R$ 350 milhões em cadeia
de valor e R$ 100 milhões em mídia espontânea. “Quando
se olha para um panorama como esse, temos um indicador da força propulsora do concurso para a gastronomia nas cidades onde ele acontece, contribuindo para
inserir o boteco em um lugar de destaque no cenário da
gastronomia nacional. E o mais importante: cada cidade,
cada região, mostrando seu sotaque e suas influências
por meio da cozinha de raiz, que se apresenta nesses
estabelecimentos”, salienta.
risotos, carnes diferenciadas, peixes até pratos especiais
para vegetarianos. Também é possível escolher entradas
e bebidas que harmonizam com os pratos principais, que
são enviadas junto com os outros ingredientes no “Cook
Kit”. “Enviamos um passo-a-passo didático e temos um
vídeo de cada receita no site. Seguindo um desses meios,
qualquer pessoa leiga na arte da cozinha, consegue fazer
pratos de alta gastronomia em minutos. Esse é o nosso
negócio: mostrar que você pode facilmente ser um chef,
mesmo que por um dia”, explica Vinícius Viana.
VINICIUS VIANA E FELIPE SALGADO, SÓCIOS
DO SITE AGORA EU COZINHO
GUSTAVO LOVALHO
de público é de 40 mil pessoas por fim de semana. “Uma
das novidades desse ano é que os tradicionais jantares,
passam a ser realizados em restaurantes do centro histórico, aumentando o número de opções para o público
e permitindo um intercâmbio maior com chefs de todo o
Brasil e do exterior”, revela Rafael Mantesso.
ANDRE BRANT
WWW.MINASMARCA.COM
15
MASSIMO BATTAGLINI, COZINHEIRO15
E
SÓCIO DO SALUMERIA CENTRAL
AGOSTO 2014
TENDÊNCIA
NEGÓCIO ITINERANTE
MICROEMPREENDEDORES INVESTEM EM MARCAS SOBRE RODAS E
CONQUISTAM PÚBLICOS DIVERSOS
Texto: Renata Vaz | Fotos: Mateus Baranowski
Em um cenário no qual, cada vez mais, aumenta o número de compras pela internet,
devido à comodidade, qual seria o local ideal para abrir um negócio fora do mundo
digital? Encontrar o lugar perfeito é um desafio. Então, alguns empresários decidiram por vários locais, ou seja, um negócio sobre rodas, que pode levar os produtos e
serviços para consumidores de diversas regiões.
franquia para a proposta de ter uma opção mais acessível para seu franqueado.
“Temos como cliente a rede de telefonia Claro (loja móvel), Porto Seguro (oficina
móvel), Temakeria Navan, restaurante mexicano La Buena Station, Hamburgueria
Jameson Food Truck, Arace embelezamento animal, pet shop móvel, Sadia, Odebrecht e outros”.
Essa nova forma de vender foi detectada pelo boletim de tendências trendwatching.
com, como uma tendência de varejo das América do Sul e Central denominada
“Marcas sobre rodas”. Segundo o estudo, os consumidores irão aderir a marcas que
estiverem à frente, criando combinações inesperadas entre transporte e varejo que
os ajudem a colocar fim em qualquer “tempo morto” do seu dia.
O especialista em trade marketing, Christian Manduca, acrescenta que, geralmente,
os investimentos em um negócio sobre rodas são feitos por empreendedores com
maior nível de formação, capital e algum conhecimento sobre negócio e que já foram
empregados e hoje estão em busca do próprio negócio.
O especialista em trade marketing, Christian Manduca, avalia que, quando é usado
um canal de vendas sobre rodas e que este tem a característica de ir ou estar
próximo do consumidor, existe a chance de capturar as compras por impulso. “Esse
tipo de compra não é programado, nem planejado, mas é estimulado quando os
produtos e marcas estão ao alcance da visão e tato”. Manduca acrescenta que essa
tendência ainda desperta o comportamento chamado on-the-go, o qual o consumidor, sem tempo, apressado, compra e consome andando nas ruas.
O MICROEMPREENDEDOR SOBRE RODAS
Ao comparar o empreendedor de um negócio sobre rodas e um autônomo, o consultor especialista em varejo, Fred Rocha, diz que o primeiro é menos acomodado e
acredita mais na sua força de trabalho porque vislumbra e investe em oportunidades que o empreendedor comum não vê.
Esse microempreendedor sobre rodas é formalizado, possui um CNPJ e, por isso,
têm benefícios que podem impulsionar o negócio, como financiamento em banco,
oferecer a opção de compra pelo cartão de crédito e preços mais competitivos com
grandes fornecedores do atacado.
Além de investir com a regularização para colocar o negócio itinerante nas ruas, é
necessário transformar os veículos utilitários em veículos especializados em gastronomia móvel, pet shop móvel, entre outros. A Fag Brasil Veículos Especiais é uma
empresa de São Paulo especializada em fazer esse tipo de adaptação. O valor desse
serviço pode variar entre R$ 12 mil e R$ 150 mil.
Gislene Gonçalves, diretora da Fag Brasil, diz que os clientes são empreendedores iniciantes que querem abrir um novo negócio; empresários que já possuem um negócio
fixo e querem ampliar para uma versão inovadora e, até mesmo, grandes redes de
16
NOVOS NEGÓCIOS
Em Minas, o negócio sobre rodas ainda é uma novidade. Mas já temos algumas
iniciativas espalhadas em Belo Horizonte.
Rodrigo Ayres Lanna criou há três anos e meio a Boate Itinerante. A boate funciona
dentro de um ônibus equipado com estrutura de luz, som e bar. “Realizo cerca de
seis festas por mês. O valor cobrado é por hora e inclui DJ, geladeira com gelo e um
garçom para servir a bebida. O trajeto é feito em ruas largas e avenidas, depende do
local de embarque e do tempo de aluguel contratado”, explica.
Há dois anos, Janaína Hanashiro comanda um pet shop móvel, o VipPets - Estética e
Boutique. A empresária revela que a ideia surgiu pela necessidade identificada em
um público carente de mobilidade, praticidade e atendimento diferenciado. Antes de
abrir o seu negócio, a sua aptidão com os pets era devido aos seus seis cachorros e
duas araras. A motivação pelo negócio sobre rodas foi a sua vontade por trabalhar
com algo que realmente gostasse, em um mercado em crescimento e com bom
retorno financeiro. A microempreendedora é cliente da Fag Brasil Veículos Especiais
e revela que investiu R$ 120 mil no projeto do pet shop móvel. Após dois anos, ela
afirma que está passando por um momento de recuperação do investimento inicial.
Outro segmento que está sendo muito atraído pelas marcas sobre rodas é a gastronomia. Populares em grandes metrópoles, como Nova York, Miami, Los Angeles,
Cidade do México, São Paulo e agora Belo Horizonte, os food trucks vendem comida
pelas ruas da cidade.
FOOD TRUCKS
A tendência, já consolidada no exterior, está fazendo sucesso em São Paulo e o
movimento está se expandindo pelo país. Esse cenário motivou as publicitárias
LUCIANO NERY CRIOU O CREPIOCA, FOOD TRUCK ESPECIALIZADO EM CREPES E TAPIOCAS
WWW.MINASMARCA.COM
O site “Food Truck nas Ruas” (foodtrucknasruas.com.br) já
dispõe de diversos endereços, espalhados pelas capitais brasileiras, onde apreciadores da gastronomia de rua podem encontrar veículos que comercializam as mais diversas culinárias,
desde o tradicional cachorro quente ao hambúrguer gourmet
ou, até mesmo, points que servem comida japonesa, mexicana,
massas, entre outros.
Em menos de um mês do lançamento do guia, a empresa
conseguiu alcançar mais de 200 cadastros de pessoas interessadas em saber mais sobre o Food Truck nas Ruas. O guia
também está disponível para acesso mobile, em smartphones e tablets, basta baixar o aplicativo. Um mapa ajuda na
localização dos carros de comidas, que estão espalhados nas
capitais dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande
do Sul. Em breve, a ferramenta também atingirá Bahia, Minas
Gerais e Brasília.
“A tendência dos food trucks está conectada à nova cultura
gastronômica, que veio para dar um upgrade geral na visão de
comida de rua que são servidas em várias cidades brasileiras.
Os trucks que temos hoje oferecem mais sabor, mais sofisticação e estilo próprio, conectado a um cardápio mais gourmet”,
destaca Carla Somose, uma das idealizadoras do guia online de
Food Truck pelo Brasil.
Em São Paulo, as empresas de food truck já são uma realidade,
com vários eventos espalhados pela cidade. O sucesso é tão
grande que tem gerado parcerias com diversos estabelecimentos. Um deles é o bar Tio da Cerveja, que oferece mais de 150
rótulos da bebida. O sócio do bar, Leandro Mani, revela que a
ideia da parceria surgiu pelo fato de ser uma loja especializada
em cervejas especiais e não ter cozinha. “A parceria com os
food trucks é perfeita já que eles não podem comercializar
bebidas alcoólicas. Assim que os primeiros trucks surgiram,
entramos em contato para organizar eventos e tem sido um
sucesso. Já estacionaram aqui o Temaki Navan, Escondido na
Kombi, Fichips, Massa na Caveira, La Buena Station, Thatha
Burger, 4Brothers e o Ned Crepes. Pode-se dizer que os trucks
aumentam o movimento em pelo menos 30%”.
Já em Minas, ainda existem poucos food trucks. Um exemplo
é o Tácomtudo!, que está nas ruas de Belo Horizonte desde
julho de 2012. O negócio de comida mexicana é da empresária
mineira Letícia Alvim Guimarães, casada com um mexicano. Letícia conta que eles começaram servindo tacos para os amigos,
depois em uma barraca de feira, em seguida no trailer e, por
último, abriram uma taquería em um ponto fixo.
A empreendedora afirma que a taquería no ponto fixo e no
trailer possuem mercados diferentes. “O cliente do trailer, na
maioria das vezes, quer comer algo rápido e seguir o caminho.
Já na taquería as pessoas vão ao encontro de um contato
maior com a cultura mexicana, buscam outras coisas como, por
exemplo, bebida alcoólica. Seguramente, uma complementa a
outra”, afirma Letícia.
Outro food truck que vem fazendo sucesso na capital mineira
é o Crepioca, que tem como objetivo levar o crepe francês
artesanal e a tapioca para as ruas de BH. O dono do negócio,
Luciano Nery, conta que queria trabalhar com o que realmente
gosta, a gastronomia. Ele assume o operacional junto com um
estudante de gastronomia e a sua esposa, Débora Amaral,
responsável pela gestão financeira.
TENDÊNCIA
paulistas, Carla Somose e Kelly Ferreira, a desenvolverem o
primeiro guia de localização de food trucks do país.
O empreendedor e também cozinheiro conta que a ideia inicial
era o crepe, mas após a realização de alguns estudos, verificou
que cada cultura possui o seu crepe, sendo a tapioca, o crepe
brasileiro. Por isso, o food truck oferece as duas opções no
cardápio. O seu investimento inicial foi de R$ 80 mil e a sua expectativa é de um retorno em até 18 meses. “O lucro vem mais
rápido do que em uma lanchonete fixa, pois meu custo fixo é
mais baixo e tenho a facilidade de buscar novos públicos em
diversos pontos que vou descobrindo”, destaca Luciano Nery.
Além de estar pelas ruas da cidade, o Crepioca oferece outros
diferenciais para atrair o cliente, como ingredientes selecionados (queijo canastra, chocolate belga, cebola confitada),
pagamento com cartão, embalagem ecológica para viagem e
wi-fi. “O wi-fi é um conforto para os clientes e ainda contribui
para a interação com as nossas redes sociais, já que trabalhamos todo nosso marketing por lá. Postamos diariamente nosso
local e horário de trabalho, além de ter o roteiro da semana e
nosso cardápio”.
Letícia Guimarães, do Tácomtudo!, diz que os benefícios são
muitos, dentre eles a possibilidade de ir até o cliente, trocar os
pontos de venda, não pagar aluguel e não ter custos tão altos
como em um ponto fixo.
Já em relação aos desafios, Luciano Nery, do Crepioca, destaca
o espaço físico, pois existe um limite de estocagem; a exposição ao clima, já que a chuva e o frio dificultam a operação e
também a dificuldade de quebrar as barreiras dos conceitos de
comida de rua.
O Crepioca e o Tácomtudo! tem feito parcerias entre si e, em alguns dias da semana, os dois food trucks atendem no mesmo
local e horário. “Existe um mercado que espera inovações e valoriza um produto de qualidade, ainda que sobre rodas. Juntos,
atraímos esse público com mais força e, com isso, a visibilidade
de ambos aumenta”, avalia Letícia Guimarães, do Tácomtudo!.
Os food trucks são formalizados. É necessário o alvará da
prefeitura, que é anual e liberado somente após a inspeção
da vigilância sanitária, também regulamentações da BHTrans,
Inmetro e Detran. “Em Belo Horizonte, temos tramitando na
Câmara uma lei de regulamentação da atividade, similar a que
está vigente atualmente em São Paulo”, acrescenta Luciano
Nery, dono da Crepioca.
Fred Rocha acredita que a tendência das marcas sobre rodas
tem tudo para ser sucesso em Minas, como já é em grandes
metrópoles. “Qualquer negócio se bem estruturado e atrativo
sempre terá boas chances de dar certo em qualquer lugar do
mundo. O que todo cliente espera é satisfação em relação ao
produto que está comprando, além de bom atendimento. E
isso em qualquer plataforma ou setor”, conclui o consultor
especialista em varejo.
LETÍCIA ALVIM GUIMARÃES, DONA DO TÁCOMTUDO!, CIRCULA PELAS RUAS DE BH DESDE 2012
17
AGOSTO 2014
DESIGN
EXPLORANDO OS
SENTIDOS
DESIGN É UTILIZADO NA GASTRONOMIA PARA TORNAR OS RESTAURANTES UMA OPÇÃO DE
NEGÓCIO MAIS EFICIENTE E DESPERTAR EXPERIÊNCIAS POSITIVAS NO CONSUMIDOR
Texto: Larissa Borges
ESTÍMULO PARA OS NEGÓCIOS
Pode parecer estranho, mas design e gastronomia geram uma mistura homogênea.
“Tanto o design, quanto a gastronomia buscam soluções e traduzem conceitos através das formas, cores e composições. As duas áreas têm o poder de trabalhar todos os
cinco sentidos dentro de um projeto”, explica Luciano Ferreira, sócio-diretor do Estúdio
Triciclo.
Gustavo Greco, diretor de criação da Greco Design, define marca como tudo aquilo
que se forma na mente de cada consumidor a respeito de um produto, empresa ou
serviço. Como a base da marca é a confiança, o design é a ferramenta ideal para dar
apoio, expressão e comunicação às marcas. “É por meio de um projeto de design que
a percepção é engatilhada e associações a respeito da marca se desencadeiam. Tudo
isso se aplica a um projeto de gastronomia, mas de forma única, pois cada cliente terá
a sua história para ser contada”, analisa.
A aplicação do design na gastronomia denomina-se food design. Juliana Lopes,
sócia-diretora da Voglio Design, empresa mineira especializada nesse tipo de serviço,
afirma que o food design tem como proposta agregar valor a produtos alimentícios,
existindo diversas formas de aplicação, seja para grandes indústrias ou micro produtores locais.
CRIANDO EXPERIÊNCIAS
A gastronomia utiliza o design para levar experiências para as pessoas. Daniel Guimarães, sócio-diretor da 2DA Branding & Design, acredita que a disciplina tem um olhar
que vem para gerar coerência e traduzir, por todos os sentidos, os diversos segmentos
que envolvem a experiência em um estabelecimento gastronômico.
Sendo assim, a experiência de consumo gastronômico vai além do prato entregue
ao cliente final. Um exemplo que reúne design, ambiente diferenciado e proposta
inovadora é o restaurante Casa Amora. Leandro Ferreira, do Triciclo Estúdio, conta que
desenvolveu, junto com seu sócio Italo Bacci, o sistema de identidade visual completo
do empreendimento. “A casa tem uma proposta nova na cidade e o entendimento
dela foi primordial para o resultado final. O preço do prato é definido pelo número de
acompanhamentos e o tipo de carne escolhida. Sendo assim, buscamos trabalhar esse
conceito de seleção e a partir daí, brincamos com um ‘X’ que representasse isso, mas
construído a partir das iniciais do nome (CA) e nas variações de elementos da cozinha
saudável”, explica.
Patrícia Davis, sócia da Casa Amora, afirma que o trabalho realizado com a empresa
de design foi fundamental para dar corpo ao projeto e definir o rumo do estabelecimento. “A proposta do restaurante era trazer um conceito novo de serviço para o mercado, em um ambiente onde o cliente se sentisse acolhido. Para atingir esse objetivo,
sabíamos que teríamos que investir em um bom projeto de design”, enfatiza.
É o caso do Orizontino Bar. Bruno Lins, empresário e ex-sócio do estabelecimento,
que na época acompanhou o projeto desenvolvido pela 2DA, conta que o trabalho de
um designer faz toda a diferença no negócio. “Da mesma maneira que um grande
chef sabe combinar os sabores para deixar uma simples receita com personalidade
e qualidade, assim é com o profissional de design. A priori é fácil pensar que trata-se
de um trabalho simples e que basta ter bom gosto para realizá-lo. Contudo, o bom
profissional identificará e relacionará aspectos e elementos que facilmente passariam
alheios às pessoas de outras áreas”, destaca.
Outro exemplo no mercado mineiro que ressalta como a inserção do design impacta
positivamente na gestão da empresa é o restaurante Provincia di Salerno. Juliana
Lopes, da Voglio Design, conta que, a partir de uma demanda de criação de embalagens foi estruturado todo o posicionamento da empresa no mercado, sendo projetada
desde a identidade visual até produtos próprios do estabelecimento.
O chef do restaurante, Remo Peluso, afirma que o trabalho da Voglio agregou valor ao
negócio. “Tivemos bons resultados financeiros em consequência do aumento do número de clientes que vieram por indicações de pessoas que ficaram encantados com o
enorme salto de qualidade e sofisticação do nosso produto”, diz.
Mas, ainda é preciso trabalhar a convergência entre design e gastronomia. Calebe
Bezerra, diretor de criação da Calebe Design, acredita que a maior parte do setor de
gastronomia ainda está na fase de descobrir o design como ferramenta de diferenciação, seja para sua marca, seu material interno ou seu ambiente. “O design pode oferecer muito mais. Ele traz uma vantagem competitiva nova e interfere positivamente na
lembrança gerada a cada contato. Isso passa pelo produto entregue, mas vai muito
além, exige atenção em cada detalhe”, conclui.
18
CONCEITO DE SELEÇÃO FOI TRABALHADO NA
IDENTIDADE DA CASA AMORA
DIVULGAÇÃO
* Esta matéria contou com a colaboração da Abedesign-MG.
DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO
Outro exemplo da aplicação do design na gastronomia envolve os livros. O chef Renato Quintino, autor da obra “A invasão dos incas venuzianos”, conta que, boa parte
da autoria de um livro de gastronomia está no projeto gráfico. “Um livro de receitas
deve ter, além do texto, ilustrações e uma concepção detalhada e minuciosa de cada
página, seja da fonte escolhida ao encadeamento das fotos. O design colocou a minha
letra com destaque configurando um toque pessoal e foi fundamental na contextualização dos pratos em cenários diversos”, analisa. O projeto gráfico do livro foi assinado
pela Greco Design.
Para Mariana Hardy, sócia e diretora de criação da Hardy Design, o design se torna
mais eficiente para as empresas quando trabalhado desde a concepção do negócio
e não apenas no final do processo. “O design é muito mais do que uma disciplina que
concebe soluções visuais, ele é uma ferramenta de negócios. No caso de um restaurante, é preciso ter um alinhamento conceitual e de soluções para que a experiência
gastronômica seja completa”, salienta.
PROJETO GRÁFICO VALORIZOU LIVRO DO CHEF
RENATO QUINTINO
DESIGN É USADO EM TODOS OS ELEMENTOS DO
PROVÍNCIA DI SALERNO
WWW.MINASMARCA.COM
19
AGOSTO 2014
MERCADO
COMUNICAÇÃO EFICIENTE
POR MEIO DA COMERCIALIZAÇÃO DE ANÚNCIOS, REVISTAS DE ENTIDADES FORTALECEM
SUA MARCA NO MERCADO E INCREMENTAM A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AOS ASSOCIADOS
Texto: Larissa Borges
DU TROPIA
Comodidade, conteúdo direcionado, de qualidade e a certeza de que o seu anúncio irá chegar às mãos do público que
está relacionado com a sua empresa. Com essas características e apostando na segmentação, a revista impressa
sobrevive ao mercado, sendo uma opção interessante para
as entidades que querem fortalecer sua marca e incrementar a prestação de serviços aos associados.
CANAL DE COMUNICAÇÃO
CARLOS GUIMARÃES JR.,
PRESIDENTE DO MINASPETRO
Muitas entidades e associações mineiras tem a revista
impressa como canal principal de comunicação com seus
associados e outros grupos que compõem o mercado no
qual estão inseridas. Um exemplo é o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas
Gerais (Minaspetro). “Compartilhamos da ideia de que, se
temos conhecimento do mercado que estamos inseridos
e dos outros mercados, temos argumentos para buscar
melhorias para o nosso segmento”, afirma o presidente do
sindicato, Carlos Guimarães Jr.
A Revista Minaspetro, lançada em 2008, é uma evolução
do Jornal Arrancada, o primeiro veículo de comunicação do
sindicato. A publicação atual, cujo conteúdo é produzido
pela Prefácio Comunicação, possui, em média, 28 páginas. “Temos uma tiragem mensal de 4.400 exemplares.
A publicação é composta por conteúdos informativos,
interpretativos e opinativos. O nosso objetivo é que ela
seja uma referência para o revendedor quando ele precisar
esclarecer dúvidas sobre a sua atividade, procurar serviços,
fornecedores e informações sobre o segmento e sobre as
atividades do Minaspetro”, explica Carlos Guimarães Jr.
A revista é distribuída gratuitamente aos mais de 4.100
donos de postos de combustíveis do Estado, empresas fornecedoras de produtos e serviços destinados ao segmento,
órgãos reguladores e fiscalizadores do setor de combustíveis, órgãos públicos, autoridades, demais sindicatos do
segmento em outros Estados e imprensa.
Carlos Guimarães Jr. revela que o meio revista foi escolhido
como canal de comunicação por oferecer facilidade na difusão das informações. “O público do sindicato ainda não é
muito engajado no meio digital, sendo assim, a publicação
impressa é a que melhor gera resultados. Recentemente
realizamos uma pesquisa de satisfação do veículo. Foram
entrevistados 198 associados, número que representa 5%
dos leitores da revista. Desse universo, quase 93% relatou
que recebe e lê a revista, ou seja, os dados mostram a
relevância do veículo para o público e a eficiência dele para
o sindicato”, salienta.
RELEVÂNCIA
A demanda pelo veículo impresso ainda continua alta.
Giovanni Peres, Gerente de Comunicação da Associação
Mineira de Supermercados (AMIS) e editor da Revista
Gôndola, publicação da entidade que completa 20 anos em
setembro deste ano, revela que há um volume constante
de pedidos de inclusão na lista de destinatários da publicação. “Estuda-se inclusive a ampliação da tiragem em pelo
20
menos mais 2.000 exemplares nas edições ordinárias. Pesquisa realizada em 2012 entre os associados da entidade
mostrou índice de leitura de 94% e credibilidade altíssima,
na faixa de 98%”, enfatiza.
Já para Eduardo Mineiro, assessor de comunicação do Minas Tênis Clube, que possui a publicação Revista do Minas,
o veículo é a primeira porta que se abre para potenciais
patrocinadores do portfólio de produtos e projetos do
clube. “A comercialização de espaços da revista também é
muito importante para tornar a publicação superavitária,
possibilitando ao clube direcionar os recursos previstos
em sua produção para outras áreas que possibilitem mais
serviços de qualidade ao associado”, acrescenta.
Entretanto, captar anúncios para as revistas de entidades
ainda é um desafio. “A revista segmentada não tem uma
audiência grande, mas qualificada e focada. O desafio
é conseguir mostrar valor com uma pequena tiragem”,
afirma Leonardo Bortoletto, vice-presidente executivo da
Sucesu Minas, que possui a Revista Inforuso.
RETORNO PARA AS ENTIDADES
O fato de oferecer espaços publicitários nas revistas geram
retornos positivos não só para as entidades, mas também
para os anunciantes. Carlos Guimarães Jr. conta que um
dos benefícios da comercialização de anúncios na revista
é que a presença de empresas relevantes do setor de combustíveis fortalece o trabalho do sindicato. “Vivemos uma
época dos nichos de mercado, está tudo cada vez mais
segmentado, sejam os serviços, os produtos ou as informações. O consumidor está mais exigente e sem tempo, ou
seja, ele procura aquilo que foi feito especificamente para
ele. Com a revista Minaspetro, os fornecedores conseguem
isso. O veículo é totalmente direcionado para o público que
realmente se interessa pelo que eles oferecem”, frisa.
O presidente ainda acrescenta que, 60% do custo de produção da revista é coberto pelos anúncios nela veiculados.
A LBC Sistemas é uma das empresas que enxergam
valor em anunciar na revista Minaspetro. Anunciante
da publicação há mais de 10 anos, a empresa também é
expositora nos congressos organizados pelo Minaspetro.
Cláudio Mariani, gerente geral da empresa, destaca entre
os fatores que tornaram interessante o anúncio na revista,
a divulgação de novos serviços e a prospecção de novos
clientes. “Além disso, temos como benefícios a visibilidade
e o direcionamento ao público-alvo”, ressalta.
Outra empresa que sempre está presente na revista é a
distribuidora Shell/ Raízen. “Os revendedores são nossos
principais parceiros comerciais e acreditamos que os
sindicatos da revenda representam um importante canal
de comunicação com a classe. Por esse motivo, anunciamos
na Revista do Minaspetro desde sua primeira edição, em
2008. Quanto ao retorno, ele se dá por meio do reconhecimento da marca e, principalmente, proximidade com
revendedores”, finaliza Fábio Americano, relações setoriais
da Raízen.
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AGOSTO 2014
INDICADORES
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GASTRONOMIA
EM
BELO
HORIZONTE
O mercado de alimentação fora do lar, também chamado de food service e seus
principais segmentos como restaurantes, padarias, refeições coletivas e fast foods,
representam, no Brasil, gasto obrigatório de boa parte das famílias brasileiras.
E a tendência é o setor crescer cada vez mais, já que a busca pela conveniência e
praticidade tem se tornado fator determinante nas decisões de consumo, sobretudo no que diz respeito à alimentação. Para 2020, conforme a Associação Brasileira
das Indústrias de Alimentação (Abia), a previsão é que 40% dos gastos de uma
família sejam referentes à alimentação fora do lar. O cenário, portanto, é totalmente favorável.
Pensando nisso, os Estudos Marplan EGM, que fornecem informações sobre hábitos
de mídia, consumo de produtos e serviços, comportamento e estilo de vida, posse
de bens, cestas de gastos e dados sociodemográficos, analisou o perfil dos consumidores mineiros, na Grande Belo Horizonte, entre abril 2013 e março de 2014 e descobriu coisas interessantes sobre os hábitos de consumo da população relacionados
ao mercado gastronômico.
Isso acontece porque vivemos de forma cada vez mais acelerada. As 24 horas do dia parecem não ser mais suficientes. Nas capitais e grandes cidades
brasileiras, como Belo Horizonte, o tempo destinado às atividades rotineiras
do lar, como cozinhar e fazer as refeições em casa, é significativamente
mais curto.
Além disso, a mobilidade urbana obriga muitos brasileiros a realizarem
atividades, como refeições, fora do lar. Nesse cenário, a tendência do mercado de food service é aumentar progressivamente, sem falar do crescente
número de opções para refeição.
Só na capital mineira, considerada a Capital Mundial dos Botecos, são milhares de restaurantes, bares, padarias e, obviamente, botecos que oferecem
desde comida regional (feijão tropeiro, tutu à mineira, frango com quiabo e
o tradicional pão de queijo), passando pelos globalizados fast foods até a
alimentação saudável para a população que opta ou precisa fazer as refeições fora do lar.
Fonte Ipsos: Estudos Marplan EGM – Abril 13 a Mar 14 – Grande Belo Horizonte- Filtro: Donas de
Casa - responsáveis pela compra do lar (universo: 1.501.000).
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Fonte Ipsos: Estudos Marplan EGM – Abril 13 a Mar 14 – Grande
Belo Horizonte- Filtro: 10+ ANOS (universo: 3.982.000).
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