Do Brasil

Transcrição

Do Brasil
ConVisão
ANO 3 - NÚMERO 23
R$ 6,00
O que beber
Onde beber
Restaurantes selecionados
e classificados pela carta de vinhos
Vinhos que valem ouro!
nas prateleiras
dos supermercados
Onde comprar
Dicas das lojas para presentear os pais
Loja Le Cremier
no Rio de Janeiro
Brigadeiro de colher
com sorvete de chocolate
do restaurante Vira-Lata em São Paulo
Restaurante Cantaloup
em São Paulo
48 em São Paulo 40 no Rio de Janeiro
Nº 23
Jornal
Vinho & Cia
Vinho & Cia tem Onde Beber
Onde Beber tem Vinho & Cia
Certas coisas no eixo São Paulo - Rio têm lógica!
anúncio
onde beber
vira-lata
Restaurante Vira-Lata, em Higienópolis, São Paulo.
Um dos locais relacionados no guia Onde Beber
em que você encontra o Vinho & Cia.
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10%
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R. Minas Gerais, 112, (11) 3258-6093
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faça a sua assinatura
(11) 4192-2120
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NV-0052-07S-AN 24,5X28.5 6/20/07 8:54 AM Page 1
Jornal
Vinho & Cia
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Nº 23
4
Nº 23
Jornal
Vinho & Cia
Editorial
ANO 3 - Nº 23
Entenda melhor
o guia Onde Beber
EDITOR
Regis Gehlen Oliveira
PUBLICAÇÃO
Este número do Vinho & Cia está repleto de informações interessantes acerca do delicioso mundo do vinho.
O guia Onde Beber, presente em páginas mais à frente,
é uma inovação do Vinho & Cia e um dos grandes destaques desta e das últimas edições. É diferente de todas as
publicações de restaurantes existentes no país. O objetivo dele é permitir a escolha de um local principalmente
pela carta de vinhos. Apresenta restaurantes do eixo São
Paulo – Rio de Janeiro, organizados por bairros e classificados de acordo com a variedade, o número de rótulos
e os preços da carta, além das facilidades do serviço de
vinho. Todas as classificações são facilmente visualizáveis por meio de ícones. Entenda melhor abaixo.
ConVisão
Al. Araguaia, 933, 8o. andar
Alphaville
06455-000, Barueri - SP
+55 (11) 4196-3637
[email protected]
www.jornalvinhoecia.com.br
REDAÇÃO
Adriana Bonilha Oliveira
Beto Acherboim
Cesar Adames
Denise Cavalcante
Na primeira linha de ícones estão
as informações relacionadas com
o nível de serviço
3 “garrafinhas” significa
cotação máxima, grande quantidade de rótulos. A faixa varia de
1a3
A presença deste ícone significa que o local possui na carta
rótulos especiais ou raros
Indica que o restaurante é
bem equipado para o serviço de
vinhos com adega e taças adequadas
Informa que o restaurante tem
sommelier no local para orientação aos clientes
Didú Russo
AZAÏT
Euclides Penedo Borges
Fernando Quartim B. Figueiredo
Carta vasta, com vários rótulos de
importação própria. Novo Mundo
corresponde a 50%. Há inúmeros
ícones da França e Itália.
Misto de restaurante e boutique de
azeites e vinhos.
Cozinha mediterrânea e decoração
romântica com luzes de velas.
Rua Peixoto Gomide, 1532, Jardins,
3063-5799,
www.azait.com.br,
Fecha dom-jantar
Indica que há indicações no
cardápio de vinhos para combinar
com os pratos
Na segunda linha de ícones
estão as informações relacionadas com preços dos vinhos
2 “cifrões” significa margem intermediária de preços.
A faixa varia de 1 (mínima) a 3
(superior). É o overprice praticado pelo restaurante em cima dos
valores comuns de compra de
um vinho pelo consumidor nas
lojas. Não significa que o local
tenha vinhos de valor mais baixo
ou mais alto, apenas se refere à
margem.
Indica que a casa tem vinhos
em conta, ou seja, de valor mais
baixo, mas não significa que pratique margens de preço baixas
Fernando Godoy
Mediterrânea,
Romântico
Jaqueline Barroso
Jorge Monti de Valsassina
José Ivan Santos
Sérgio Inglez de Souza
Assine e aprecie sem moderação
O Jornal Vinho & Cia traz matérias e artigos
deliciosos sobre o fascinante mundo do vinho, além de
roteiros e dicas. Tudo de uma forma descomplicada e
irreverente pra você curtir ainda mais
o lado descontraído da vida…
Assinatura anual (10 edições) R$ 70,00
CARMINE
Pizzas/Massas, Informal
Carta ampla e bem montada, com
opções partindo de R$30. Bons
italianos, portugueses, chilenos,
argentinos (inlcuindo reservas).
Nero D´Avola Sicília I.G.T. - R$ 47.
Agradável pizzaria-cantina, com
massas de produção própria e risotos. Ambiente rústico.
Rua Mariz e Barros, 305, Niterói,
3602-4988, www.dacarmine.com.br
Fecha 2a.-almoço
Ligue (11) 4196-6 ou mande um e-mail
para [email protected]
Valfrido Rico (cartum)
Walter Tommasi
DESIGNER GRÁFICO
Aristides Neto
ASSINATURAS
(11) 4192-2120
[email protected]
Será enviado boleto bancário para pagamento.
IMPRESSÃO
Nome ou Razão Social
Endereço
Cidade
Fone ( )
e-mail
CPF ou CNPJ
CEP
UF
Al. Araguaia, 933, 8o. andar – Alphaville
06455-000, Barueri - SP
+55 (11) 4192-2120
O Jornal Vinho & Cia é uma publicação da
ConVisão dirigida ao segmento de enogastronomia. Circula principalmente na Grande
São Paulo e no Rio de Janeiro para público
leitor selecionado, determinado especificamente pelo interesse no assunto. Seu conteúdo é descontraído, abrangendo o mundo
do vinho e suas relações com o lado gostoso
da vida, por meio de linguagem fácil e inteligente, com textos únicos e compromissados
com o leitor e o segmento.
Os artigos e comentários assinados não refletem necessariamente a opinião do Jornal.
A menção de qualquer nome neste Jornal
não implica necessariamente em relação trabalhista ou vínculo contratual remunerado.
Jornal
Vinho & Cia
Nº 23
5
vinhos finos cantam de galo!
Por Sérgio Inglez de Souza
Quando um mágico malandro deixou, diante de atônita
platéia, o prefeito segurando o corpo e o delegado a
cabeça decepada de um galo, e saiu sorrateiramente à
guisa de buscar as poções milagrosas para colar e ressuscitar a pobre ave, nunca mais voltando, o episódio
tornou-se um sentimento negativo que afetava o brio
Adega-museu da PANIZZON.
dos florenses. Mais adiante as pessoas tiveram a compreensão de que o galo, pela sua figura de altivez e de
liderança no terreiro, seria a imagem mais adequada
para representar o laborioso e progressista povo da
cidade, e, assim, adotaram-no como símbolo. Fortes são
os fatos que apóiam esta atitude ligada à expressão da
vitivinicultura, da produção de alho, da indústria moveleira e assim por diante.
6
Nº 23
Jornal
Vinícolas e vinhos
Consistência
A evolução do concurso Os
Melhores Vinhos de Flores da
Cunha bem retrata as condições
de melhoria constante do município. Na sua sexta versão, de 3
a 7 de julho último, foram reunidos grandes e pequenos produtores que mostraram a visível
melhoria dos vinhos daquela
cidade, a maior produtora do
Brasil, por meio de suas 197
vinícolas. Foram avaliadas 97
amostras de vinhos finos, num
aumento de 55% em relação à
quantidade do ano anterior.
Mais do que quantidade, de
forma geral, pode ser observada
a consistência do nível de qualidade dos vinhos finos, surpreendendo aos jornalistas que estiveram testemunhando o evento.
A Vinícola Argenta, atual
proprietária dos emblemáticos
vinhedos Granja União, da extinta Cia Vinícola Riograndense,
está dando os primeiros passos no mercado, com rótulos
como os Reserva Cabernet
Sauvignon, Merlot, Assemblage
(CS+Merlot) e Chardonnay,
além dos espumantes Moscatel
e Brut. A proposta da vinícola
se prende a vinhos de padrão
mais elevado, como na série
Reserva o varietal Luiz Argenta
2004, Cabernet Sauvignon, 13%
de álcool, encorpado e complexo após seis meses em carvalho
francês de primeiro uso.
A Valdemiz já é uma velha
conhecida da vitivinicultura brasileira e dos consumidores de
bons vinhos. Desde as décadas
de 1970/80 oferecem vinhos
finos, como o Monte Reale Rosé
Riesling-Merlot, 1978, produzido pela antecessora Wizard.
No presente vem se destacando e confirmando a tradição de
bons vinhos, com os varietais
Cabernet Sauvignon, Merlot,
Tannat (um dos melhores brasileiros), Cabernet Franc, Touriga
Nacional (uma versão muito
interessante),
Chardonnay,
Malvasia e Moscato Giallo. Nos
assemblages oferece o Quarteto
(CS+CF+Merlot e Alicante
Bouchet) e o Dueto (Moscato
Giallo + Chardonnay). Os espumantes são apresentados como o
Moscatel e o Brut.
A Fante, empresa de expressão do setor de bebidas destiladas, vem crescendo no segmento do mercado de vinhos
finos com sua linha sob o rótulo
Oremus, destacando-se os varietais Merlot, Cabernet Sauvignon
e Chardonnay.
A Vinhos Fabian traz uma
filosofia francesa que é inovadora no setor vitivinícola brasileiro, focando os resultados
de cada safra para estabelecer
valores dos vinhos. Sua linha
de grande expressão, rotulada
Fabian, compreende os Reserva
Cabernet Sauvignon, Merlot,
Cabernet/Merlot, Chardonnay e
um Brut Champenoise. A linha
Intuição traz vinhos mais leves
e agradáveis para serem bebidos no dia-a-dia: Tinto, Rosé
e Moscatel Espumante. Dentro
da nova face do vinho brasileiro este rosé mostra qualidades
diferentes.
A Panizzon é uma das vinícolas mais dinâmicas da região,
com vinhedos em terroirs especiais, que vêm garantindo a
Vinho & Cia
Vinhedos da vinícola ARGENTA, que desenvolve trabalho
diferenciado no posicionamento de cada parcela das
suas vinhas, de modo a extrair o máximo do terroir.
elaboração de bons vinhos. A
conquista de muitas premiações
nacionais e internacionais comprova o acerto na elaboração de
seus vinhos. Tem o mérito adicional de apresentar ao grande
público brasileiro alguns lançamentos inéditos, como o frisante Lambrusco e os varietais de
Montepulciano e de Refosco.
Sua linha Reserva oferece o
premiado Cabernet Sauvignon,
o Merlot e o Chardonnay. O
assemblage Trio combina as
qualidades das uvas Cabernet
Sauvignon, Merlot e Ancelotta,
enquanto que os espumantes
distinguem-se com o Moscatel,
o Chardonnay Brut e o Prosecco
Brut. Está preparando o lançamento de um rosé muito interessante, cuja amostra submeti ao
meu grupo de degustadores, que
o classificou entre os melhores
brasileiros.
A adega Vinhos Viapiana,
estreante no mercado, produz
os varietais Cabernet Sauvignon
Jornal
Vinho & Cia
(medalha de ouro), Merlot,
Chardonnay e Moscato Giallo,
além dos espumantes Brut e
Moscatel. O Corte V2005 recebeu medalha de prata no evento
de Flores.
A Mioranza vem diversificando a sua grande produção, expandindo a participação
dos vinhos finos, com rótulos oriundos de seletividade
das uvas: Gran Reserva CS,
Reserva Cabernet Sauvignon,
Reserva Chardonnay, varietais
de Merlot, Ancelotta e Malvasia
de Cândia. Nos espumantes oferecem o Moscatel e o Brut.
A Terrasul Vinhos, também
proprietária dos vinhedos históricos de São Felício, da Cia
Vinicola Riograndense, tem
uma linha de produtos de destaque: Cabernet Sauvignon,
Merlot, Cabernet Franc (uma
das melhores versões da
casta), Chardonnay, Malvasia
de Cândia, Assemblage Tinto,
Assemblage Branco, Espumante
Mioscatel e Espumante Brut.
A Giacomin já é uma velha
conhecida nossa e que tem tradição com seus vinhos finos,
especialmente com os brancos Tradicional Moscato, o
Reserva Riesling, Gran Reserva
Moscato Giallo e o Reserva
Moscato Giallo. Entre os tintos sobressaem-se os da linha
Reserva, Merlot, Ancelotta e o
Cabernet Sauvignon, coroados
com o Gran Reserva Cabernet
Sauvignon.
A Cooperativa São Pedro,
fundada em 9 de março de 1930,
passou por muitos altos e baixos
que acometeram a vinicultura
brasileira até se firmar com seu
rótulo Trentino, nas versões
Reserva Cabernet Sauvignon,
Merlot, Alicante Bouchet e
Assemblage Branco.
A Sulvin, vinícola que está
instalada em Flores e produzindo vinhos há apenas três anos,
mostrou-se uma grande revelação na qualidade de seus produtos, especialmente na linha
Reserva Casa de Amaro, que
já está ultrapassando a casa
das vinte medalhas nos mais
importantes concursos nacionais e internacionais, e, inclusive, recebeu várias medalhas nas
degustações do Vinho & Cia.
Seus vinhos finos da rotulação
Reserva distribuem-se pelos
varietais Cabernet Sauvignon,
Nº 23
Adega da MIORANZA, que amplia a participação no
segmento de vinhos finos, com bons rótulos ainda em
barricas.
Adega da SULVIN, cujos vinhos Casa de Amaro já
receberam várias medalhas em concursos nacionais e
internacionais e do Vinho & Cia.
Restaurante da VALDEMIZ, que avança na ampliação do
conceito de enoturismo
Sala de enologia da ESCOLA DE GASTRONOMIA de
Flores da Cunha, uma das mais modernas da América
Latina.
Merlot, Carmenère, Sangiovese
e Chardonnay, além dos varietais
de Cabernet Sauvignon, Merlot
e Chardonnay. Os espumantes
Chardonnay Brut e o Moscatel e
o Colheita Tardia completam um
conjunto de muito bom padrão.
A União de Vinhos, no segmento de vinhos finos, capitaneada por Cristiane Passarin, vem
trabalhando com a linha Monarca
Cabernet Sauvignon, Merlot,
Cabernet Franc, Chardonnay e
o Espumante Moscatel.
A Vinícola Salvador está terminando a obra enoturística de
sua adega e de varejo, ensaiando para breve sua entrada no
mercado com vinhos finos das
variedades clássicas.
Modelo
Para completar, a Escola de
Gastronomia da Universidade
de Caxias do Sul, parceira do
Italian Culinary Institute for
Foreigners - ICIF, é uma das três
existentes no mundo e, talvez, a
mais bem aparelhada do Brasil.
Destacam-se modernos equipamentos de cozinha, restaurante de alto nível profissionalizante, laboratórios de degustação de
vinhos de padrão internacional e
sistema de áudio e vídeo que
garantem aulas participativas
e plena assistência aos alunos.
Está abastecendo com bons profissionais o segmento enogastronômico brasileiro.
Assim Flores da Cunha vai
se mostrando e se afirmando
neste amanhecer do vinho brasileiro de qualidade, e, para nossa
alegria, seu galo canta cada vez
mais forte!
Cozinha da ESCOLA DE GASTRONOMIA, altamente
equipada, com recursos como um monitor de TV para
cada aluno.
8
Nº 23
Jornal
O que beber
Para Iniciação
Vinho & Cia
Provamos antes para você beber melhor
Vinhos que valem ouro nas
Para bons momentos
Para momentos especiais
Para o dia-a-dia
Jornal
Vinho & Cia
item fornecedor
Nº 23
fone
produtor
origem
vinho
tipo
uva
safra R$
avaliação
Georges Aubert
Miolo
Salton
Sulvin
Real Cia Velha
Casa Perini
Casa Perini
Georges Aubert
Georges Aubert
Miolo
Pizzato
Pizzato
La Rosa
La Rosa
Miolo
Sulvin
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Portugal
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Chile
Chile
Brasil
Brasil
Prosecco Reserva Brut
Miolo Seleção
Salton Classic Cabernet
Casa de Amaro Merlot
Porca de Murça Tinto
Casa Perini Barbera
Casa Perini Merlot
Georges Aubert Brut
Georges Aubert Moscatel
Miolo Gamay
Fausto Cabernet
Fausto Merlot
La Palma Sauvignon Blanc
La Palma Cabernet
Terranova Shiraz
Casa de Amaro Chardonnay
Espumante Branco
Tinto
Tinto
Tinto
Tinto
Tinto
Tinto
Espumante Branco
Espumante Branco
Tinto
Tinto
Tinto
Branco
Tinto
Tinto
Branco
Prosecco
Várias
Cabernet Sauvignon
Merlot
Várias
Barbera
Merlot
Várias
Moscatel
Gamay
Cabernet Sauvignon
Merlot
Sauvignon Blanc
Cabernet Sauvignon
Shiraz
Chardonnay
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2005
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19
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14
Vale Ouro!
Vale Ouro!
Vale Ouro!
Vale Ouro!
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
-
Argentina
Portugal
Austrália
Portugal
Austrália
Argentina
Chile
Chile
Argentina
Argentina
Argentina
Chile
Portugal
Argentina
Chile
Brasil
Chile
Austrália
Argentina
Jean Bousquet Malbec
Nova Safra
Hardy´s Stamp of Australia
Grandjó Douro Branco
Wild Roo Shiraz
Nieto Senetiner Malbec
Santa Carolina Reserva Cabernet
PKNT Sauvignon Blanc
Finca El Retiro Bonarda
Jean Bousquet Chardonnay
Septima Malbec
Santa Helena Siglo de Oro Cabernet
Bridão Ribatejo
Patagón State Grad Reserve Cabernet
Casillero del Diablo
Salton Volpi Cabernet
Cono Sur Carmenère
Wild Roo Chardonnay
Mumm Cuvée Speciale Brut
Tinto
Tinto
Tinto
Branco
Tinto
Tinto
Tinto
Branco
Tinto
Branco
Tinto
Tinto
Tinto
Tinto
Tinto
Tinto
Tinto
Branco
Espumante Branco
Malbec
Várias
Cabernet, Merlot
Várias
Shiraz
Malbec
Cabernet Sauvignon
Sauvignon Blanc
Bonarda
Chardonnay
Malbec
Cabernet Sauvignon
Várias
Cabernet Sauvignon
Carmenère
Cabernet Sauvignon
Carmenère
Chardonnay
Chardonnay, Pinot Noir
2005
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25
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Vale Ouro!
Vale Ouro!
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
-
Argentina
Portugal
Chile
Argentina
Argentina
Chile
Chile
Portugal
Chile
Itália
Chile
Lorca Fantasia
Dom José Porto Ruby
Tamaya Reserva Carmenére
G Graffigna Syrah
Trivento Reserve
William Cole Columbine Reserve
Los Vascos Cabernet
Porto Messias Tawny
Tamaya Late Harvest
Valdo Prosecco Marca Oro
Surazo Reserva
Tinto
Fortificado
Tinto
Tinto
Tinto
Tinto
Tinto
Fortificado
Colheita Tardia
Espumante Branco
Tinto
Malbec, Syrah
Várias
Carmenère
Syrah
Syrah, Malbec
Carmenère
Cabernet Sauvignon
Várias
Muscat de Alexandria
Prosecco
Várias
2005
N/I
2005
2003
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2004
2005
N/I
2003
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2002
32
37
45
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35
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47
54
50
Vale Ouro!
Vale Ouro!
Vale Ouro!
Vale Ouro!
Vale Ouro!
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
Boa Compra
-
Chile
Chile
Portugal
Encierra Reserve
Finis Terrae
Bolonhês
Tinto
Tinto
Tinto
N/I
N/I
Várias
2003
2003
2003
93
Vale Ouro!
104 Vale Ouro!
90 Boa Compra
Itália
Brunello di Montalcino
Tinto
Brunello
2001
216 Boa Compra
Vinhos para Iniciação (até R$19)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
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15
16
Georges Aubert
Miolo
Salton
Sulvin
Barrinhas
Casa Perini
Casa Perini
Georges Aubert
Georges Aubert
Miolo
Pizzato
Pizzato
San Marinno
San Marinno
Miolo
Sulvin
(54) 3462-1106
(0800) 970-4165
(11) 6959-3144
(11) 3073-1330
(21) 2131-0021
(54) 3261-1695
(54) 3261-1695
(54) 3462-1106
(54) 3462-1106
(0800) 970-4165
(11) 5536-5265
(11) 5536-5265
(11) 6942-0681
(11) 6942-0681
(0800) 970-4165
(11) 3073-1330
��������
Vinhos para o Dia-a-Dia (de R$20 a R$30)
17
18
19
20
21
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24
25
26
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28
29
30
31
32
33
34
35
Hugo Belloc
Msé
Aurora Bebidas
Barrinhas
Best Wine
Casa Flora
Casa Flora
Global
Global
Hugo Belloc
Interfood
Interfood
Massimex
Palluani
Pernod Ricard
Salton
Wine Premium
Best Wine
Pernod Ricard
(11) 7821-4485
(11) 3773-1515
(11) 3048-2288
(21) 2131-0021
(11) 3722-2155
(11) 3327-5199
(11) 3327-5199
(11) 3389-0848
(11) 3389-0848
(11) 7821-4485
(11) 6602-7255
(11) 6602-7255
(11) 3562-8206
(11) 6194-4343
(11) 3026-3400
(11) 6959-3144
(11) 4613-4642
(11) 3722-2155
(11) 3026-3400
Jean Bousquet
Pinhal da Torre
Thomaz Hardy
Real Cia Velha
Andrew Peace
Nieto Senetiner
Santa Carolina
Terraustral
Bodega INV
Jean Bousquet
Codorniú
Santa Helena
Cooperativa do Cartaxo
Patagón
Concha y Toro
Salton
Cono Sur
Andrew Peace
Allied Domecq
Vinhos para Bons Momentos (de R$31 a R$70)
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
Ana Import
Barrinhas
Del Maipo
Pernod Ricard
Wine Premium
Ana Import
Aurora Bebidas
Casa Flora
Del Maipo
Santar
Massimex
(11) 5501-1900
(21) 2131-0021
(61) 3234-9973
(11) 3026-3400
(11) 4613-4642
(11) 5501-1900
(11) 3048-2288
(11) 3327-5199
(61) 3234-9973
(11) 3227-7355
(11) 3562-8206
Lorca
Real Cia Velha
Tamaya
Graffigna
Trivento
William Cole
Los Vascos
Messias
Tamaya
Valdo
Santa Monica
Vinhos para Momentos Especiais (de R$71 a R$200)
47
48
49
Ana Import
Santar
Global
(11) 5501-1900
(11) 3227-7355
(11) 3389-0848
Encierra
Cousiño-Macul
Monte Seis Reis
Vinhos para Celebração (Acima de R$200)
50
Santar
(11) 3227-7355
Fontevino
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10
Nº 23
Jornal
Vinho & Cia
O que beber
Da Itália
De Portalegre
O colunista Didú Russo provou os famosos espumantes italianos Berlucchi de
Franciacorta, que na Europa e nos EUA
vendem 4 milhões de garrafas por ano.
Chegam ao Brasil por iniciativa de Diego
Tomassini, em quatro versões: Cuvée
Imperiale Brut, Cellarius Brut, Cuvée
Imperiale Max Rosé e Cellarius Rosé.
De R$132 a R$175.
Arsvivendi: (11) 3061-2307
A importadora Decanter traz agora
para o Brasil os vinhos Altas Quintas,
elaborados no Alentejo pelo conceituado enólogo Paulo Laureano. São
quatro rótulos que procuram refletir
o terroir do distrito de Portalegre.
Um deles é o Crescendo Tinto 2005,
80% de uvas Aragonez e 20% de
Trincadeira. R$69.
Decanter: (11) 3074-5454
Do fim do mundo
De Estremoz
Antonio Franco, proprietário de
uma vinícola recente da região de
Estremoz, no Alentejo, Portugal,
sabe o que quer: elaborar vinhos
em pequena produção que se diferenciem dos grandes produtores. O
Herdade da Sobreira 04, de mesmo
nome da vinícola, é o primeiro
exemplar, um tinto de corte, que
Vinho & Cia provou e atestou a sua
boa relação custo-benefício. É ótima
companhia para um filet. R$65.
Interfood Classics: (0800) 770-1871
Da Austrália
Vinhos de pequena produção, vindos diretamente da Austrália, da
vinícola Mitolo, são a novidade da
Casa Flora. Vinho & Cia provou
vários exemplares da linha. O
destaque é o Mitolo Reiver Shiraz
05, do Barossa Valley, muito aromático e saboroso. Vale muito os
R$162 que pesa no bolso.
Casa Flora: (11) 3327-5199
De uma zona desértica, com clima muito seco, na Patagônia,
Argentina, vêm os vinhos da Bodega Del Fin Del Mundo.
A vinícola possui uma ampla linha, trazida ao Brasil
pela Reloco. Vinho & Cia destaca o Reserva Cabernet
Sauvignon 05, muito redondo e gostoso. R$45.
Reloco: (21) 2580-0350
Do Brasil
Com a presença do seu renomado consultor, o enólogo francês, Michel Rolland, a Miolo lançou simultaneamente 5 vinhos
de categoria superior: Lote 43 2004, Merlot Terroir 2005, RAR
2004, Gran Lovara 2005 e Quinta do Seival Cabernet Sauvignon
2005. Os preços vão até R$61 pelo site da empresa.
Miolo: (0800) 970-4165, www.miolo.com.br
De Valpolicella
A importadora Grand Cru
também avança agora em
vinhos italianos, além dos
seus já tradicionais rótulos argentinos e franceses.
Da região de Valpolicella,
apresenta a linha da vinícola Tenuta Sant’Antonio.
Ressaltamos o La Bandina 01
Valpolicella Superior DOC,
um vinhaço, muito intenso.
R$120.
Grand Cru: (11) 3062-6388
Jornal
Vinho & Cia
Nº 23
Mundo do vinho
Vinhos importados
Dados do consultor Adão
Morellatto apontam que o mercado de vinhos importados
ampliou muito no primeiro
semestre de 2007 em comparação com 2006. Em dólares o
crescimento foi de 30% e em
volume 21%.
Novo evento
Acontece em São Paulo nos
dias 27 e 28 de agosto (no Hotel
Gran Meliá Mofarrej) e no Rio
de janeiro no dia 29 (no Jockey
Clube) a primeira edição do
Vini Vinci. O evento da recente
importadora de Ciro Lilla, da
Mistral, prevê a possibilidade
de degustação de 150 rótulos de
25 vinícolas da África do Sul,
Argentina, Chile, Espanha, Itália
e Portugal. O preço é R$120 por
dia. (11) 6097-0000.
Aos 60
O grupo La Pastina completa
60 anos. Em grande festa comemora a sua evolução na área de
alimentos importados e vinhos,
inclusive com a criação há pouco
tempo da marca e da loja World
Wine. (11) 3383-7400.
Ampliada
A Vinea Store ampliou as
suas instalações no bairro do
Paraíso em São Paulo. Agora
há espaço para a realização de
eventos na loja, com cozinha de
apoio, e maior área para estoque dos vinhos importados com
exclusividade. (11) 3059-5200,
www.vineastore.com.br.
Destaque do Mundo do vinho
Rótulo da vez
Vinícola Cousiño-Macul
Produtora chilena bastante familiar
ao público brasileiro há anos. Produz cerca de 2,4 milhões de litros
por ano. A sua linha de produtos
abrange vinhos brancos e tintos, e
os rótulos mais conhecidos em nosso país são o Don Luís e o Antiguas
Reservas.
Novidades
em espanhol
O restaurante espanhol Toro
está com duas novidades para
os amantes do vinho. A primeira é combinações de tapas
e vinhos em formato de “menu
degustação”, como, por exemplo, Tapas Andaluzia (R$125)
com Garrafa de Jerez Fino Pale
Dry Barbadillo. A segunda é
uma degustação de quatro rótulos oferecidos a preço de importadora com a opção de acompanhamento agendado com o
sommelier da casa. Rua Joaquim
Antunes, 224, Jardim Paulistano,
(11) 3085-8485, São Paulo.
11
Valle del Maipo
Região demarcada no território
chileno. Os vinhedos da CousiñoMacul estão na pré-cordilheira dos
Andes, protegidos dos riscos de
geadas na primavera, o que garante
condições melhores para a colheita
das uvas. As videiras ocupam cerca
de 265 hectares de terras.
Finis Terrae 2003
Grande vinho tinto da Cousiño
Macul, posicionado em patamar
superior à linha Antiguas Reservas
e inferior ao ícone da vinícola, o
Lota. É elaborado com 40% de uvas
Merlot e 60% de uvas Cabernet
Sauvignon. Na degustação de vinhos
disponíveis em prateleiras de supermercados foi o único que recebeu
por unanimidade da equipe de Vinho
& Cia a avaliação “Vale Ouro!”. Em
função do preço médio nas lojas a
R$104 é recomendado para “Momentos Especiais”.
Santar
No rótulo do verso, observa-se a
distribuidora exclusiva do vinho no
país, a Santar, desde 1973 no mercado. Traz toda a linha Cousiño-Macul
entre outros produtos importados.
(11) 3227-7355
www.santar.com.br.
1
Nº 23
Jornal
Vinho & Comida
Novidades
Boutiques e vinhos de garagem
Por Denise Cavalcante
Jornalista
[email protected]
Atualmente escuta-se muito
no Brasil o termo “vinícola
boutique” para definição de
vinhos produzidos de forma
diferenciada, também chamados de “vinhos de garagem”.
São vinhos que valem quanto
pesam e são uma tendência na
produção de qualidade.
Define-se por “vinícola boutique” as com pequena produção, praticamente artesanais,
voltada para a qualidade e não
quantidade. Nos anos em que
a safra não atinge a qualidade
desejada, não são produzidos
vinhos, para não comprometer
o nome de vinícola. As colheitas são manuais e os cachos são
criteriosamente escolhidos para
que só os mais perfeitos entrem
na composição dos vinhos. Por
estes aspectos nunca são vinhos
baratos. Suas vendas são dirigidas a restaurantes e lojas especiais ou diretamente ao consumidor. Nada de supermercados
ou grandes redes. Em geral
as “vinícolas boutique” são
empresas novas e seus donos
se envolvem muito de perto
na produção dos vinhos, como
enólogos ou responsáveis pela
produção.
No Brasil surgiram algumas
destas vinícolas recentemente,
como a Lídio Carraro, da Serra
Gaúcha, que incluiu a expressão “boutique” ao nome da
vinícola para destacar o tipo de
trabalho que realiza. O seu lançamento foi com a safra 2002,
Vinho & Cia
com dois tintos. A média anual
do selo Lidio Carraro é de 40
a 50 mil garrafas. Seus vinhos
estão no mercado a preços por
volta de R$60. A Lidio Carraro
desenvolve um trabalho diferenciado que visa detalhar e
identificar os melhores microclimas para o cultivo de cada
variedade, além de controlar
e reduzir a produtividade nos
vinhedos, visando concentrar
nas uvas a sua máxima potencialidade.
Outro exemplo é a
Cordilheira de Sant`Ana,
de Santana do Livramento,
Campanha Gaúcha, que lançou
sua primeira safra, 2004, no
ano passado. São 24 hectares
de vinhedos novos plantados
por eles. Lançou inicialmente 4 vinhos, dois brancos e
dois tintos, todos com o selo
Reserva Especial, com produção muito pequena, que chegam ao mercado ao preço de
R$42. O compromisso que seus
proprietários, ambos enólogos,
Gladistão Omiozollo e Rosana
Wagner, assumiram é nunca
Salgado e tanino
ção de vinhos é extremamente
moderna, e conta com barris de
carvalho importado para eles.
A importadora Terramater,
do Rio de Janeiro, importa
do Chile vários exemplos de
vinícolas boutique. A empresa tem como objetivo trazer
uma vinícola diferenciada
que represente cada vale do
Chile. Um exemplo é a vinícola Von Sibenthal, do Vale
do Aconcagua. Pertence a um
suíço, amante do vinho, que se
aposentou e resolveu produzir
vinhos no Chile em 1998. O seu
vinho Montelig 2003, com produção limitada a 5700 garrafas
por ano, foi classificado como
o 8º. melhor vinho premium
do Chile pelo Guia de Vinhos
2007. O vinho é um corte de
65% Cabernet Sauvignon, 25%
Petit Verdot e 10% Carmenère,
e é comercializado no Brasil a
R$260. Do Vale do Cachapoal
a Terramater traz o Calyptra
Inédito 2002, ganhador de
medalha de prata no concurso Catad´Or do Hyatt Award
em 2006. O vinho tem uma
José Ivan Santos
Escritor e professor do Senac
[email protected]
Na edição anterior comentamos os sabores doce e
ácido, e aqui apresentamos
mais alguns critérios essenciais na combinação de vinho
e comida.
Salgado
O sal é um elemento marcante na comida a ser harmonizada e no vinho é pouco
presente. Mas na harmonização de vinho e comida ele
é importante e, assim como
para a saúde das pessoas, só é
necessário em pequenas quantidades. De maneira análoga à
dos médicos, que pedem para
se prestar atenção ao consumo
de sódio, na mesa você precisa estar atento à quantidade
de sal nos pratos e como isso
afetará a escolha do vinho.
Para melhor aproveitamento do vinho, o gosto salgado deve ser reduzido e não
ampliado.
Instalações de produção de “vinhos de garagem” da
vinícola Cordilheira de Sant’Ana.
produzir vinhos quando a safra
não for boa e jamais chaptalizar
(adicionar açúcar). Apesar de
pequena, a adega de produ-
produção de 9600 garrafas, e
é um corte de 85% Cabernet
Sauvignon e 15% Merlot,
comercializado por R$230.
O salgado é atenuado pela
acidez do vinho: Vinhos brancos e espumantes, como regra,
são naturalmente mais ácidos
e, portanto, combinam melhor
com pratos salgados do que
qualquer tinto. Por exemplo,
a acidez de um Pinot Grigio
jovem é um contraste refrescante para um peixe assado
em crosta de sal.
A percepção do sal é
aumentada pelo tanino: O
tanino é a substância que dá
o sabor amargo e a textura
adstringente ao tinto. O tanino
vai, normalmente, acentuar
o excesso de sal, resultando numa harmonização tão
charmosa quanto chupar uma
pedra de sal, especialmente
quando se está servindo um
vinho tinto encorpado e rico
em taninos.
O álcool é acentuado pelo
sal: A forte presença de sal na
comida fará o vinho parecer
ter mais teor alcoólico (ser
mais quente) do que na realidade. É importante tomar
conhecimento disso, pois
você não gostaria que o vinho
escolhido para harmonizar
com o prato se assemelhasse
a uma vodca. Grande quantidade de especiarias também
tornará o vinho mais quente;
beber um vinho tinto encorpado com um chilli é o caminho
certo para uma azia.
Pratos salgados podem ser
contrabalançados por vinhos
meio secos ou doces: O salgado e o doce juntos são como
mágica. Embora as pessoas
em geral não pensem desse
modo, há vários exemplos,
como torta de peixe tailandesa com molho agridoce apimentado, presunto com mostarda e “fast foods” salgados
com ketchu. Se, apesar dessas
sugestões, a combinação ficar
apagada com o vinho, tente
colocar uma pitada de sal no
prato. Ocasionalmente, essa
adição de sal poderá reavivar
a presença do vinho.
Tanino
Nos tintos, o tanino é associado ao sabor amargo e à
textura rugosa; é o mesmo
que se encontra no conhecido chá preto. Os taninos
Jornal
Vinho & Cia
Nº 23
1
Vinho & Estórias
Lendas e mistérios da Syrah
Euclides Penedo Borges
Escritor e presidente da ABS-Rio
[email protected]
TERRAZAS RESERVA MALBEC, produzido pela
Chandon, que recebeu medalha de ouro do Vinho & Cia
na combinação com TÁBUA DE QUEIJOS gouda, muzzarella de búfala, provolone e parmesão. Exemplo de harmonização em que se contrabalança taninos com gordura e
proteína, mas não com um vinho muito tânico, que poderia
produzir uma sensação metálica na combinação com os
aromas mais pungentes do parmesão.
no vinho podem vir da fruta,
originados a partir da casca da
uva e da madeira de que são
feitas as barricas de carvalho
onde os vinhos são envelhecidos. Uma longa maceração
ou um prolongado período
de envelhecimento, especialmente em carvalho novo,
acentuará também a presença
dos taninos.
Sirva pratos amargos com
vinhos tânicos: Alimentos
grelhados ou tostados são
excelentes para se ocultar o
amargor dos tintos e ingredientes naturalmente amargos
como rúcula, endívia e brócolis salteados também. Não
há nada melhor do que um
steak grelhado no carvão com
um robusto e tânico Cabernet
Sauvignon.
Contrabalance taninos com
gordura e proteína: É o jeito
formal de se dizer beba vinho
tinto com carne vermelha. Os
taninos duros e adstringentes
são domados por uma carne
mal passada, que é rica em
gordura e proteína, ou por
muitos queijos. Entretanto,
se o vinho for muito tânico,
esse elemento pode ainda se
mostrar. Alguns queijos duros
e mais pungentes em aroma,
como o parmesão, o queijo
de cabra ou um envelhecido
cheddar ou gouda, podem dar
a um tinto tânico um gosto
metálico. Se você servir um
vinho tânico com um prato
com pouca ou nenhuma proteína (por exemplo, uma entrada vegetariana), os taninos
podem reagir quimicamente
com a proteína disponível (na
sua língua e no interior da
bochecha) e dar a impressão
de ser ainda mais tânico.
Tanino e peixe oleoso normalmente não se harmonizam: Regra que não requer
nenhum paladar muito apurado. Basta comer um pedaço
de peixe oleoso com tinto
tânico para provocar a ingrata sensação de “lamber uma
moeda”. Vinhos tintos com
menos tanino e mais acidez,
como um Pinot Noir, ficam
muito melhor nessa ousada
harmonização de vinho e
comida.
Inclui-se, com razão, a
uva Syrah entre as viníferas mais nobres do mundo.
Isso se deve, em parte, à
longevidade e concentração
dos tintos do Rhône Norte
e à robustez e ao frutado
dos vinhos australianos que
origina.
na milenar, conhecida por
seus tapetes de lã, alguns
deles voadores, mausoléus,
mesquitas e jardins. Não é
fácil afirmar que tenha sido
rica em viníferas no passado longínquo. Se tem uvas
hoje, são de mesa.
supremos. Mas foi somente nos anos 1980, a partir
de avaliações positivas de
Robert Parker para vinhos
de Marcel Guigal, que os
tintos da Syrah passaram a
ocupar lugar destacado no
mercado internacional.
Mas a história é particularmente mal contada
quando se atribui ao cruzado Gaspar de Sterimberg a
façanha de ter trazido mudas
de tão longe. Pelo que sei,
ele nunca saiu da França e
a cruzada de que participou
foi contra os Albigenses, em
Toulouse.
Em comum, os Syrah
franceses e os Shiraz australianos nos apresentam toda
sorte de aromas de frutas
vermelhas escuras, amoras,
framboesa, ameixas, uma
nuance condimentada e os
toques da simbiose com o
carvalho: alcaçuz, canela,
chocolate.
Lembremos que os gregos foram os primeiros a
As diferenças não chegam a ser um mistério.
ocupar o Rhône depois de
afugentarem os primitivos celtas. Considero mais
plausível a hipótese de que
o nome Syrah seja uma
simplificação de Siracusa,
entreposto siciliano entre
a Grécia e o antigo porto
fenício de Massilia (hoje
Marselha).
Explicam-nas a diversidade
de climas, solos e inclinações dos terrenos. No Rhône
Norte, de terrenos fortemente inclinados e ensolarados,
com solos graníticos, Syrah
longevo, concentrado e complexo, alcatroado, com nuances de pimenta do reino. Na
Austrália, de verões quentes,
terrenos de pouca inclinação
e solos vermelhos, Shiraz
escuro, opulento, cálido,
porém mais jovem, com
notas mentoladas.
Com a flexibilidade que
seus vinhos exibem – alcatroados em certas áreas, frutados em outras, varietais
ou em cortes, etc. - era um
mistério que a Syrah não
fosse mais amplamente cultivada até os anos oitenta.
Isso mudou muito de lá para
cá e a variedade rodanense
tem tido sua área de cultivo
ampliada no Novo Mundo
e, em menor medida, no Sul
da França e em Portugal.
Curiosamente o vinho
português Incógnito, da
Syrah, ganhou tal nome porque na época de seu lançamento essa casta ainda não
era permitida em Portugal.
A Austrália, onde ela
encontrou novo habitat, rebatizou-a de Shiraz,
mais fácil de pronunciar
em inglês. Há quem diga
que isso se deve à lenda
de que ela teria sido trazida de Shiraz, na Pérsia.
Shiraz é uma cidade irania-
Se o Rhône Norte é o
habitat ancestral da Syrah,
Hermitage e Côte Rôtie são,
de muito, seus exemplares
14
Nº 23
Jornal
Vinho & Cia
Restaurantes
Belas adegas em restaurantes
Por Fernando Godoy
Vários restaurantes já tratam os vinhos e os enófilos com o respeito que merecem, e outros vão além: mais do que boa variedade de rótulos, serviço e estrutura de qualidade,
apostam em adegas imponentes, com muita tecnologia e apelo visual. Conheça quatro dessas obras de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo, que, além de lugares para manter
garrafas nas condições ideais enquanto não vão à mesa, são um convite irrecusável para pedir a carta.
“Nossa adega compõe o ambiente do restaurante. Suas 830 garrafas são para atender
o giro do dia-a-dia. O estoque fica em outra. Acho difícil alguém vir para cá e não se
sentir seduzido a tomar um vinho”
Carlo Alberto Ribeiro, Restaurante Cantaloup, rua Manuel Guedes, 474,
www.cantaloup.com.br, (11) 3078-3445, São Paulo
“Se o cliente chega aqui pensando em tomar uma caipirinha, ao entrar e ver de perto
a nossa adega e a relação preço-qualidade da nossa carta, certamente ele vai reavaliar o que pedir. Nossa clientela leva muito em conta a qualidade do produto que vai
consumir, e nossa adega funciona como um atestado de boa qualidade”
Jandir Dalberto, Churrascaria Fogo de Chão, Av. dos Bandeirantes, 538,
Vila Olímpia, www.fogodechao.com.br, (11) 5505-7091, São Paulo
“Temos uma adega interativa, onde as pessoas podem entrar, passear e escolher
vinhos - o que considero nosso grande diferencial. Também é um lugar legal para
conhecer novos vinhos e levar um exemplar pra casa, já que vendemos para viagem,
com desconto. Seu impacto visual é bem forte. Pode ser vista de todos os cantos do
restaurante”
João Pedro Lamonica, Restaurante Garcia & Rodrigues, Rua Ataulfo de Paiva,
1251, Leblon, www.garciaerodrigues.com.br, (21) 3206-4100, Rio de Janeiro
“Desde que funcionava no antigo endereço (centro do Rio), a adega do Laguiole
sempre foi muito vistosa, a ponto de ter gente que se sentia constrangida de ir lá.
Hoje ela compõe, junto com as obras do MAM (Museu de Arte Moderna) um belo
conjunto, com forte apelo visual e excelente qualidade, lugar perfeito pra os homens
de negócios impressionarem seus clientes”
Jubervaldo Marques Lima, Restaurante Laguiole, no MAM, av. Infante Dom
Henrique, 85, Parque do Flamengo, (21) 2517-3129, Rio de Janeiro
Jornal
Vinho & Cia
Nº 23
Onde Beber em São Paulo
Por Fernando Godoy ([email protected])
Variedade da carta
Restaurantes pela carta de vinhos
Jardins
All Seasons
Variada, Informal
Esch Café
Carta oferece desde rótulos simples
até vinhos tops do Novo e Velho
Mundo. Predominam Chile, Argentina,
Portugal e Itália. Esporão Reserva R$90.
Bar/rest./tabacaria com ambiente
acolhedor, bela decoração e menu
autoral do chef Raphael Molina.
Alameda Lorena, 1899, Jardins
3062-2285, www.esch.com.br
Não fecha
Azäit
Fillipa
Mediterrânea, Informal
Carta vasta, com vários rótulos de
importação própria. Novo Mundo
corresponde a 50%. Há inúmeros
ícones da França e Itália.
Restaurante e butique de azeites e
vinhos. Cozinha mediterrânea e
decoração romântica.
Rua Peixoto Gomide, 1532, Jardins
3063-5799, www.azait.com.br
Fecha dom-jantar
Duplex
Contemporânea, Informal
Carta enxuta (apenas 13 vinhos),
mas de qualidade razoável. Um ou
dois vinhos de cada país. Preços a
partir de R$39,50 (Trivento Shiraz/
Malbec).
Cardápio autoral do chef Luiz
Guedes, com saladas, risotos e
gralhados, entre outros. Ambiente
moderno e clean.
Rua Melo Alves, 445, Jardins
www.duplexbistrot.com.br
3085-8853
Fecha 2a-jantar e dom-jantar
Emiliano
a
quantidade
bem equipado (adega, taças)
c/ vinhos especiais ou raros
orientado por sommellier
c/ vinhos em conta
pratos c/ indicação de vinhos
Cabana del Assado
Lellis
Italiana, Informal
Bons rótulos do Velho e Novo Mundo,
incluindo diversos vinhos ícones da
Europa. Destaque: Crianza Marques
Del Puerto (Esp.) - R$ 110 e Gran
Tarapacá Reserva Cab. Sauv. (Chile)
R$ 55.
Cozinha italiana clássica. Ambiente
com decoração típico das casas
italianas. Bela adega em destaque
na entrada do restaurante.
Alameda Campinas, 1615, 38852698, www.lellis.com.br, Não fecha
Argentina, Informal
Carta com preços partindo de R$26,
com rótulos simples e medianamente
elaborados. Predomínio de vinhos
argentinos. Trumpeter R$55.
Cortes argentinos assados na brasa
com acompanhamentos típicos.
Ambiente rústico. Mesa ganha vinho
no almoço do dia dos pais.
Av. Eliseu De Almeida, 1077, Morumbi
www.cabanadelasado.com.br,
3726-2908, Fecha dom. e 2a. Jantar
Casa da Fazenda
L’Osteria do Piero
Moema
Badejo
Pescados, Simples
Carta representa os principais
produtores, incluindo África do Sul
e Austrália. Predomínio de brancos
para acompanhar o cardápio. Los
Arbolitos Sauv. Blanc R$55
Ambiente simples, despretencioso.
Cardápio com pescados preparados
à moda capixaba. Destaque para as
muquecas.
Alameda dos Jurupis, 813, Moema,
www.badejosp.com.br , 5055-0238
Não fecha
Da Estação
Variada, Informal
Contemporânea, Informal
Italiana, Informal
Carta abrangente em termos de
países e uvas. Ênfase em tintos.
Alguns italianos interessantes:
Cantina Perlage Pinot Grigio IGT 2004
- R$ 62.
Cozinha contemporânea com ênfase
em peixes e influências orientais e
francesas. Decoração moderna com
elementos naturais.
Rua Joaquim Antunes, 260, Jardins,
www.fillipa.com.br, 3083-3868.
Não fecha
Carta tem todos os principais países
e preços que variam de R$27 a
R$133. Variam de simples a
medianamente sofisticados.
Típica cantina italiana, decorada com
camisas de times, garrafafas e fotos.
Massas e sobremesas próprias.
Alameda Franca, 1509, Jardins
www.losteriadopiero.com.br
3081-3161, Não fecha
La Table
Ráscal
Mediterrânea, Informal
Mediterrânea, Informal
Variada, Informal
Carta tem proposta de oferecer
vinhos feitos das principais uvas
viníferas. Rótulos do Mercosul em
maior número. Boa escolha: Aresti
Family Collection 99 (R$108).
Pratos internacionais com "pitada
italiana" e receitas típicas do campo.
Lançou novo cardápio. Construção
e ambientação em estilo colonial.
Avenida Morumbi, 5594, 3742-2810,
www.casadafazenda.com.br,
Fecha 2a e dom-jantar
Le Bistrô Marcel
Carta ampla, com exemplares para
todos os bolsos e gostos. Ótimos
franceses, chilenos e argentinos:
Catena Zapata Malbec - R$ 90.
Charmoso bistrô francês. Toques
rústicos e cardápio mediterrâneo.
Há menu degustação de tapas e
risotos.
Rua Bela Cintra, 2023, Jardins
www.latable-co.com.br, 3088-9008
Fecha dom-jantar
Principais países produtores bem
representados, com bons rótulos até
R$70. Renomados a ótimo custo.
Sugestão: Pizzato Merlot 2004 - R$
29.
Ambiente informal e convidativo
dentro de shopping, com
preparações mediterrâneas e
acento italiano.
Av. Brigadeiro Faria Lima, 2.232
(Shop. Iguatemi), 3816-3546,
www.rascal.com.br, Não fecha
La Tartine
Tatini
Italiana, Luxuoso
Vinhos jovens e ligeiros, próprios
para os petiscos e comidas de bar.
Vários opções a custo baixo do Chile
e Argentina: Angaro Malbec - R$ 28.
Bar/restaurante com cardápio
variado. Destaque são as pizzas e
calzones. Ambiente agradável e
rústico.
Avenida Jacutinga, 193, Moema,
www.daestacao.com.br, 5055-7077
Não fecha (só jantar)
Konstanz
Francesa, Luxuoso
Carta 95% Mistral, com vinhos dos
principais produtores, incluindo
alguns ícones. Destaque Carmen
Carmenère 2005 - R$ 64.
Ambie requintado e tradicional,
lembrando bistrô francês. Cardápio
francês clássico. Menu especial no
Dia dos Pais (R$60).
Rua Hans Oersted, 115, Brooklin
Novo, 5505-2438.
www.restaurantemarcel.com.br,
Fecha sáb-alm. e dom
Vicolo Nostro
Alemã, Informal
Carta Mistral, com 35 rótulos e 10
países representados, incluindo
Alemanha. Bons rótulos argentinos:
Alto Las Hormigas Malbec 2006 R$48,90.
Choperia/restaurante em estilo
alemão. Ambiente informal, simples.
Cardápio típico. Destaque é o joelho
de porco.
Avenida Aratãs, 713, Moema,
www.konstanz.com.br, 5543-4813
Fecha dom-jantar
Leona
Italiana, Informal
Francesa, Romântico
Carta ampla e rica, repleta de tops
do Velho Mundo. Destaque para
subregiões francesas da Borgonha
e Bordeaux. Macon Vieilles Vigne La
Roche 2002 - R$180.
Sofisticado restaurante dentro do
hotel homônimo. Cardápio contemporâneo com base na cozinha
italiana.
Oscar Freire, 384, Jardins
3068-4390, www.emiliano.com.br
Não fecha
Facilidades do serviço
Morumbi, Brooklin
Contemporânea, Informal
Carta ampla, com destaque para
bons rótulos do Chile, Argentina,
França e Itália (principais regiões).
No almoço no Dia dos Pais dá como
cortesia uma garrafa.
Cardápio variado, com influência da
culinária francesa e ingredientes de
várias origens. Ambiente requintado
e amplo.
Alameda Santos, 85, Jardins,
www.restauranteallseasons.com.br
3177-0436, Não fecha
15
Carta enxuta, média de 25 rótulos,
com preços partindo de R$29
(Alfredo Roca Malbec). Destaque
são vinhos chilenos. Botalcura
Reserve Cabernet - R$ 74.
Cardápio e ambiente de bistrô
francês, com espaços pequenos e
intimistras. Destaque é o quiche de
cabra.
Rua Fernando de Albuquerque, 267,
Jardins, 3259-2090, Fecha domingo
Pizzaria, Romântico
Boa variedade, com destaque para
italianos. Proprietário faz
pessoalmente a escolha das
melhores safras. Dolcetto D'Alba
Renato Ratti 2005 - R$100.
Tradicional comida italiana. Ambiente
informal, sem muita sofisticação.
Pratos típicos.
Rua Batatais, 558, Jardins, 38857601, www.tatini.com.br
Fecha 2a
Carta ampla e repleta de bons vinhos
italianos e franceses (predomínio de
Velho Mundo). Bons rótulos entre
R$100 e R$150. Luigi Bosca Malbec
2004 - R$ 102.
Cozinha iatliana com destaque para
polentas e massas. Ambiente
agradável e sofisticado. Uma das
salas tem lareira.
Rua Jataituba, no. 29, Brooklin,
www.vicolo.com.br, 5561-5287
Fecha dom-jantar
Carta com 75 opções, com diversos
Reserva e Gran Reserva. Maioria
dos vinhos entre R$50 e R$60.
Ambiente agradável, rústico e
acolhedor, com muita madeira e tijolos
à vista. Alguns sabores exóticos de
pizza.
Rua Constantino de Souza, 582,
Moema, www.leonapizzabar.com.br
5096-3000
Não fecha (só abre após 18h)
16
Nº 23
Jornal
Onde Beber em São Paulo
Vinho & Cia
Por Fernando Godoy ([email protected])
Rótulos da carta
Restaurantes pela carta de vinhos
Moema, Paraíso
algumas opções de rótulos
Preços da carta
margem mínima, ótimos preços
bom número de opções
margem intermediária
inúmeras opções
margem superior
Pinheiros, Vila Madalena, Perdizes
Chácara Santa Cecília
Aguzzo
Italiana, Refinado
Rosmarino
Italiana, Informal
Contemporânea, Informal
Carta bem elaborada, com bons
rótulos da Itália, Chile e Argentina.
Alguns tops. Amancaya Malbec/Cab
Sauv. 2005 - R$109. Opções em taça
e meia garrafa.
Ambiente reservado e refinado.
Cardápio oferece especialidades
italianas. Destaque para as massas
frescas, carnes e aves.
Rua Simão Álvares, 325, Pinheiros,
www.aguzzo.com.br, 3083-7363,
Fecha dom-jantar
Carta ampla e de qualidade. Boas
opções para todos os bolsos,
partindo de R$30. Destaque para
italianos. Montepulciano D’Abruzzo
DOC - Vini Farnese - R$ 42.
Bar/restaurante com mesas
espalhadas por amplos salões e
bosques. Cardápio com criações de
Tânia Novaes.
Rua Ferreira de Araújo, 601,
Pinheiros, 3034-6251, Não fecha,
www.chacarasantacecilia.com.br
O cardápio indica dois vinhos (para
bolsos diferentes) por prato. São
250 opções, muitas com preços
acessíveis. Cartagena Cab. Sauv.
2005 (Casa Marin, Ch) - R$ 84
Cozinha italiana bem desenvolvida
em espaço acolhedor. Menu
especial no Dia dos Pais.
Rua Henrique Monteiro, 44
Pinheiros, 3819-3897
www.rosmarino.com.br
Fecha 2a-jant. e dom-jant.
Astor
Consulado Mineiro
Spadaccino
Brasileira, Informal
Brasileira, Informal
Principais produtores representados
de maneira equilibrada. Preços
partem de R$35. Diversos bons
rótulos ente R$50 e R$80. Alto Las
Hormigas Malbec R$55
Ambiente retrô, inspirado na boemia
do década de 50. Cozinha típica de
bar, com petiscos e pratos
combinados.
Rua Delfina, 163, Pinheiros
3815-1364, Não fecha
Carta variada, com vinhos ligeiros e
jovens, com preços em conta. Boas
opções até R$35 (Uxmal Cab Sauv.
R$33; Alamos Malbec R$28,50)
Ambiente e cardápios típicos
mineiros. Pratos a la carte e
executivos no almoço.
Praça Benedito Calixto, 74, Pinheiros (+ 1 endereço no mesmo bairro),
www.consuladomineiro.com.br,
3088-6055, Fecha 2a-feira
Bugre
Don Curro
Variada, Simples
Vinhos simples, comuns em
supermercado, de valores baixos,
suficientes para acompanhar os
pratos. Preços a partir de R$21
(Almadén). Chianti Rufino - R$ 67.
Forte do cardápio são os empanados
à moda germânica (filets com catupiri são destaque). Ambiente simples, tradicional (foi inaugurado em
1950).
Rua Teodoro Sampaio, 334,
Pinheiros, 3085-6984, Não fecha
Cantina Gigio
Espanhola, Informal
Carta com 90% de rótulos
espanhóis, alguns ícones daquele
país, muitos de importação própria.
Ênfase nas paellas e crustáceos.
Temporada da lagosta desde julho.
Menu com sugestões especiais no
Dia dos Pais.
Rua Alves Guimarães, 230
Pinheiros, 3062-4712
www.restaurantedoncurro.com.br
Fecha 2a. e dom-jantar.
Piccolo Bistrot
Contemporâneo, Romântico
Italiana, Romântico
Carta concentra vinhos entre R$40
e R$80. Vinhos mais caros a preços
de importadora. Orvieto D.O.C.
(R$52).
Cozinha de cantina, em ambiente
informal e agradável, com varanda.
Os nhoques são destaque.
Rua Mourato Coelho, 1267
Vila Madalena, 3032-8605
Fecha 2a-almoço e dom-jantar
Tanger
Marroquina, Informal
Carta enxuta (28 rótulos). Predomínio
de vinho ligeiros e jovens em torno
dos R$50. Alto Sur (Arg.) R$52.
Ambiente acolhedor e decoração
temática, com tendas, sofás e
almofadas. Cardápio marroquino/
mediterrâneo. Oferece almoço
executivo.
Rua Fradique Coutinho, 1664, Vila
Madalena, 3037-7223, Fecha domjan, www.restaurantetanger.com.br
Vinheria Percussi
Italiana, Infomal
Italiana, Informal
Carta despretenciosa, com vinhos
simples e jovens. Predomínio de
nacionais. Média de preço em torno
do R$45. Corvo R$56.
Ambiente simples e receptivo com
ares de restaurante italiano.
Cardápio típico, com massas, carnes
e frutos do mar.
Rua dos Pinheiros, 355, Pinheiros,
www.cantinagigio.com.br
3064-6823, Não fecha
Carta variada, partindo de R$28
(Salton Classic). Rótulos do Velho e
Novo Mundo entre R$50 e R$120.
Sassoalloro Biondi Santi - R$139.
Menu variado com base italiana,
incluindo fondues e racletes.
Ambiente romântico e aconchegante
de bistrot europeu.
Rua Tucuna, 689, Perdizes, 38721625, www.piccolobistrot.com.br
Fecha dom e 2a.
De 3a. a 6a. só serve jantar
Carta montada a dedo pelo
proprietário, com foco (30%) em
italianos. Ótimos rótulos, com
predomínio na faixa dos R$ 40 a R$
80. Barbera D'Asti Le Orme D.O.C.
2004 - R$ 69. Desconto de 20% para
viagem.
Cozinha autoral em base italiana.
Decoração informal chic.
Rua Cônego Eugênio Leite, 523,
Pinheiros, 3088-4920, Fecha 2a e
dom-jantar, www.percussi.com.br,
Jornal
Vinho & Cia
Nº 23
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18
Nº 23
Jornal
Onde Beber em São Paulo
Por Fernando Godoy ([email protected])
Variedade da carta
Restaurantes pela carta de vinhos
a
quantidade
O Espírito Santo está com adega nova. Implantada nos
fundos do salão principal, à vista de todos, pode funcionar
como estímulo ao consumo de vinhos no seu agradável e
charmoso ambiente de bar, onde ainda impera o chopp. A
carta tem 150 rótulos exclusivamente importados, exceção
feita aos espumantes Chandon. Os preços dos vinhos são
a partir de R$40, e os sobrepreços não são tão exagerados.
Cerca de 60% dos vinhos são portugueses, que é o foco da
cozinha, com pratos bem-elaborados, mas não sofisticados,
indo um pouco além do bom e tradicional bacalhau.
Av. Horácio Lafer, 634, Itaim Bibi, (11) 3078-7748,
São Paulo.
Cantaloup
bem equipado (adega, taças)
c/ vinhos especiais ou raros
orientado por sommellier
pratos c/ indicação de vinhos
Centro
Picchi
Contemporânea, Informal
Carta vasta, com vinhos de grandes
e pequenos produtores e diversos
tops de todos os países produtores.
Destaque: Château Puycarpin
(Boudeaux) 2004 - R$ 72
Criações do chef com destaque
para peixes e frutos do mar em
ambiente amplo, decoração
contemporânea. Belo living room.
Rua Manuel Guedes, 474, Itaim Bibi
www.cantaloup.com.br, 3078-3445,
Fecha dom-jantar
Facilidades do serviço
c/ vinhos em conta
Itaim Bibi, Vila Olímpia
Espírito novo
Vinho & Cia
Italiana, Informal
Boa carta, repleta de ótimas opções
da Itália (principais subregiões), Chile
e Argentina. Vários tops e rótulos
em torno dos R$50. Rosso
Sangervasio IGT R$82 .
Menu de especialidades italianas
com toques modernos. Ambiente
moderno e clean.
Rua Jerônimo da Veiga, 36, Itaim Bibi,
3078-9119, Fecha domingo
Ran
Freddy
Japonesa, Informal
Francesa, Luxuoso
Vinhos coloridos
Ancorado no shoppping Brascan Open Mall, o Floriano
tem ambientação moderna, com muitas cores e toques de arte.
Sua adega é um ponto de atração, posicionada num salãogazebo, em que durante o dia pode-se aproveitar a luz do dia e
à noite apreciar a iluminação colorida refletindo na área toda
envidraçada onde estão os vinhos. A carta com 90 rótulos foi
desenvolvida pelo sommelier Ramatis Russo, e está bem dividida, com opções variadas de diversos países e preços a partir
de R$30. O cardápio é de concepção de Hamílton Mellão Jr.
e abrange buffet executivo no almoço e pizzas à noite, além
de pratos convencionais.
R. Joaquim Floriano, 466, Itaim Bibi, (11) 3079-3500,
São Paulo.
Carta ampla com destaque para
franceses das principais regiões:
Médoc, St. Julien, St. Estèphe,
Pomerol, Pauillac, Margaux, St.
Emillon.
Tradicional bistrô paulistano com
pratos principais da cozinha francesa. Almoço especial no Dia dos
Pais (R$110). Em novo endereço.
Rua Pedroso Alvarenga, 1170
Itaim Bibi, 3167-0977
Fecha sáb-almoço e dom-jantar
La Tambouille
Carta enxuta, com vinhos da Wine
House. Predomínio de brancos do
Velho Mundo. Dois tintos e dois
brancos servidos em taça. Preços
partem de R$50.
Ambiente moderno com toques
rústicos. Cardápio com o tradicional
e novidades, como yakissoba de
cogumelos selvagens.
Rua Manuel Guedes, 436, Itaim Bibi
www.ranrestaurante.com.br,
3071-3020, Fecha 2a.a sáb/almoço
Rincón
Mexilhão
Argentina, Informal
Variada, Luxuoso
França e Itália bem representados
na carta, com ótimos exemplares
oscilando entre R$150 e R$300.
Destaque: Puycarpin 2004 Bordeaux
- R$101.
Cozinha franco-italiana, também com
pratos brasileiros. Ambiente
sofisticado e badalado.
Avenida Nove de Julho, 5925, 30796277, www.latambouille.com.br
Não fecha
Le Coq Hardy
Carta com 75% de argentinos,
incluindo alguns tops.
Destaque Gran Hacienda Riesling
2004 - R$46.
Ambiente aconchegante e informal,
com belo bar e adega. Cozinha
argentina com destaque para as
carnes na parrilla.
Rua Santa Justina, 99, Vila Olímpia
www.rincondebuenosaires.com.br
3849-0096, Fecha dom-jantar
Pescados, Informal
Carta ampla e variada, com principais
países presentes. Ótimos italianos,
franceses e chilenos, incluindo tops.
Pouilly Fume Lês Logères - Guy
Saget R$152.
Cardápio de frutos do mar.
Tradicionalismo no atendimento e nas
Supra
Vira Lata
Italiana, Infomal
Francesa, Luxuoso
Carta objetiva representar
diversidade de uvas e nacionalidades. Destaque para França,
melhores produtores. Château
Chenade 2002 Lalande de Pomerol R$180. Meu especial no Dia dos Pais.
Cozinha francesa tradicional com um
toque pessoal de Pascal Valero.
Ambiente sofisticado.
Rua Jerônimo da Veiga, 461, Fecha
sáb-almoço e dom-jantar, 3079-3344,
www.restaurantelecoqhardy.com.br
Metade da carta com rótulos dos
principais produtores italianos, com
ênfase em Piemonte e Puglia.
Primitivo I.G.T. Cantine due Palme
2004 (R$70). Alguns rótulos de
importação própria.
Pratos italianos bem trabalhados pelo
chef-proprietário Mauro Maia.
Ambiente sofisticado e moderno.
Menu fechado no Dia dos Pais.
Rua Araçari, 260, Itaim Bibi,
www.resupra.com.br, 3071-1818
Fecha 2a e dom-jantar
Contemp., Romântico
Carta com ênfase em Chile e
Argentina. Alguns vinhos Reserva.
Preços partem de R$26. Tabalí
Reserva Shiraz - R$64.
Rústico, com jardim e árvores.
Cozinha autoral, com ênfase em
ingredientes nacionais. Destaque
são as massas e risotos.
Rua Minas Gerais, 112, Higienópolis
www.restauranteviralata.com.br
3258-6093, Fecha 2a e dom-jantar
Jornal
Vinho & Cia
Nº 23
19
Onde Beber em São Paulo
Primeiro Grande Notável
O Cabernet Sauvignon Reserva 2004 Luiz
Argenta é o primeiro vinho produzido pela
vinícola Luiz Argenta Vinhos Finos, de Flores
da Cunha, na Serra gaúcha. Graças a técnicas
de cultivo e produção avançadas e à excelente
insolação nas áreas onde estão situados os
vinhedos próprios, foi obtida uma excelente
maturação. Além disso, o vinho permaneceu
durante seis meses em barris de carvalho.
A produção é controlada. Foram elaboradas
apenas 16 mil garrafas. Esse vinho tem
boa intensidade e estrutura, revelando-se
melhor ainda em boca. Uma homenagem
ao patriarca da família Argenta. Em uma
área de 142 hectares, seus filhos, remontam
a tradição e a modernidade num projeto de
personalização de vinhedos e vinhos.
Luiz Argenta Vinhos Finos
Avenida 25 de Julho, nº 700, Flores da Cunha - RS
[email protected]
Vinhos diferenciados, resultantes
da combinação de solo, clima e altitude
da Serra Catarinense.
20
Nº 23
Jornal
Circuito do Vinho
Nas Ondas do Rio
Mais que restaurante!
nenhum esnobismo, com elegância clássica!
Fernando Quartim
Barbosa Figueiredo
Diretor da SBAV-SP
[email protected]
Na parte tranqüila da
rua Sergipe, no bairro de
Higienópolis, um sobradão da
década de 30, com paredes
de tijolos à vista pintados de
branco, assoalho de tábuas,
pé-direito alto, mostrando,
despreocupadamente, vigas
de madeira e aço, resultado
da reforma para ampliação
de suas salas, grandes janelas
com veneziana em pares e
vidraças que se levantam em
guilhotina e ainda são travadas com aquelas famosas
borboletas, pois é, é aí mesmo
que Carla Pernambuco instalou o Carlota seu, ou melhor,
nosso restaurante descontraído, aconchegante, decorado
com objetos de culinária e
fotos em preto-e-branco tiradas por seu marido, que por
sinal é meu xará ou, tocaio,
se for tão gaúcho quanto sua
mulher!
Carla nos brinda com uma
cozinha de Autor e poliglota!
Parte dos pratos são asiáticos,
como os assíduos e famosos
rolinhos vietnamitas, ou as
cavaquinhas thai que minha
amiga e confreira Mariangela,
seguindo a receita, nos brindou num jantar de nossa confraria. Outros são mais ocidentais, mas todos mostram
muito bem a pesquisadora de
elementos em harmonização,
a altíssima qualidade, sem
Uma refeição no Carlota
encanta! Acho que por refletir
o espírito alegre e sorridente
de Carla, o ambiente já está
embebido por um clima que
exala romantismo! Segundo
seu depoimento, no restaurante já se fizeram apresentações
de casais que lá namoraram,
casaram-se e multiplicaramse! Como manda o figurino, e
estão felizes!
Pois é Ted, eu sei que você
está duvidando um pouco do
que estou falando, mas deixe
de ser só Bebedor e convide sua eleita a um aperitivo
no hall superior; sentem-se,
aconchegadamente, ao sofá e
depois... desçam para saborear
os quitutes da Chef Carolina
bons sobrepreços, e permite
uma escolha adequada para
uma grata harmonização.
Tem mais! Carla escreveu
livros divulgando suas belas
receitas, como as cavaquinhas
thai da amiga Mariangela e
inúmeras outras que até eu
já fiz! Escreveu também, um
livro de receitas para crianças!
Protagonizado por sua filha
Júlia. Presenteei minha neta
Bruna com um exemplar e
logo ela saiu frenética, à procura de morangos, amoras ou
framboesas, para preparar uma
apetitosa sobremesa! Aquele
“livrinho” é a coisa mais delicada que já vi em gastronomia!
Parabéns!
Cariocas, não vos desanimeis! Vocês poderão encontrar
tudo isso, aí no Rio, numa não
CARLOTA, em São Paulo. Rua Sergipe, 753, Higienópolis,
(11) 3661-8670. No Rio de Janeiro, rua Dias Ferreira, 64,
Leblon, (21) 2540-6821.
Brandão, peçam ao Benê uma
sugestão de vinho, saboreiem e
comentem, entre si, os aspectos sensoriais da harmonização
e... depois... me conte!
A Carta de vinhos, com
aproximadamente cem rótulos
(faltam uns gaúchos!), é bem
variada, sem sofisticação, com
Vinho & Cia
tão pacata rua Sergipe, mas
na agitadinha Dias Ferreira:
aproveitem!
O Carlota pode integrar o
Circuito do Vinho, onde encontramos um ótimo serviço em
ambiente bastante agradável,
em que o vinho, sempre presente, faz um final feliz!
Jaqueline Barroso
Enófila
barca), o Olimpo colocou na
carta (bastante diversificada)
sugestões de vinhos com preços
convidativos e preparou um cardápio (couvert, prato principal,
sobremesa, água e café) dos
deuses!
Informe-se pelos telefones
(21) 2711-0554 – 2711.5041,
www.restauranteolimpo.com.br
[email protected]
Harmoniza
Rio 2007
Dia 21 de agosto acontece a 2º edição do Harmoniza
Rio. Evento imperdível de enogastronomia promovido pela
importadora Paralelo 35, que
no ano passado foi de extremo
bom gosto, com organização
impecável. Serão 13 restaurantes apresentando os seus pratos
e harmonizando com os vinhos
exclusivos da Paralelo 35. E tem
mais! Ainda haverá palestras
com José Henrique Fonseca,
da Conspiração Filmes, e
Marcelo Copello, falando da
relação da música e do cinema
com o vinho. Também será
lançado o livro Harmoniza Rio
2007. Simultaneamente haverá
fóruns, debates e etc. É ou não
é imperdível?!
Será no Palácio da Guanabara.
Informações e convites pelo
telefone (21) 2487-7633 ou
www.harmonizario.com.br
Perca o fôlego
e chegue até o
Olimpo!
Faça um passeio de Catamarã
Rio-Charitas (aos sábados e
domingos), perca o fôlego com
a deslumbrante paisagem da
Baía de Guanabara e chegue até
o restaurante Olimpo. As Barcas
S/A e o Olimpo oferecem pacote com passeio turístico ida e
volta e almoço a R$95. Para
nosso deleite (já que vamos de
Pablo Morandé
no Rio
O grande enólogo Pablo
Morandé esteve brevemente
no Rio apresentando para os
profissionais e clientes cariocas alguns de seus belíssimos
vinhos. A Carvalhido, que é a
importadora exclusiva da Viña
Morandé, organizou para apresentação um almoço e um jantar harmonizados. O Chile deve
a este grande enólogo a descoberta do Valle de Casablanca
para vitivinicultura. Há alguns
anos, depois de Pablo viajar
pelos Estados Unidos, chegou
à conclusão de que o clima de
Casablanca tinha muitas das
características dos vales do
Napa e do Sonoma. Em 1980,
plantou 20ha e provou que a
zona era ótima, principalmente
para os vinhos brancos.
Carvalhido: (21) 2584-1392,
www.carvalhido.com.br, ou
representante Sergio Murilo
(21) 7845-9896.
Jornal
Vinho & Cia
Nº 23
21
Por Jaqueline Barroso ([email protected] e Fernando Godoy ([email protected])
Onde Beber no Rio de Janeiro
Restaurantes pela carta de vinhos
Variedade da carta
a
quantidade
Portuguesa, Luxuoso
A carta é o orgulho da casa, oferece
raridades de produtores do Alentejo
e cobiçadas safras de Borgonha e
Bordeaux. Média de preços entre
R$150 e R$500. Ótimo serviço
especializado.
Típica cozinha portuguesa. Luxuoso.
Destaque para as obras de arte.
Rua Aristides Espínola, 19, Leblon,
(21) 2294-1049, Não fecha
www.antiquarius.com.br
Artigiano
Fratelli
Italiana, Informal
Mr. Lam
Chinesa, Sofisticada
c/ vinhos especiais ou raros
orientado por sommellier
pratos c/ indicação de vinhos
Centro
Porcão
Carnes, Informal
Uma das boas cartas de
restaurante, contendo 226 rótulos
de vários países, incluindo vinhos
ícones como Barca Velha 91, Quinta
do Crasto 03 e Solaia 00.
Culinária italiana original em ambiente
avarandado e bastante aconchegante.
Rua General San Martin, 983,
Leblon, (21) 2259-6699
www.fratellirestaurante.com.br
De 2a a 6a jantar.
Sábados e domingos almoço e jantar.
Carta ampla e variada. Possui 170
rótulos com foco na França. Alguns
vinhos especiais como Solaia 97,
Tignanello 97,Caballo Loco nº 4,
Mouton Rothschild 93. Maioria dos
preços entre R$ 80 e R$200.
Cozinha chinesa tradicional com
destaque para o Pato Laqueado de
Pequim. Decoração temática e
sofisticada.
Rua Maria Angélica, 21, Lagoa
www.mrlam.com.br
(21) 2286-6661. Fecha 2a.
Carta ampla e variada, com foco no
Novo Mundo, sendo destaques Chile
e Argentina. Alguns grandes rótulos
como Tignanello 01, Ch.Lafite 98 e
Échezeaux 01. Rodada dupla de
taça de espumante às 3as, das 18h
às 20h.
Cozinha especializada em carnes de
todos os tipos no sistema rodízio.
Amplo salão.
Rua Barão da Torre, 218, Ipanema
www.porcao.com.br
(21) 3389-8989. Não fecha
Garcia & Rodrigues
Pastaciutta
Quadrucci
Italiana, Informal
Um dos melhores lugares para se
beber. Enorme variedade e ótimos
preços, com predomínio de rótulos
italianos.
Cozinha italiana da Emilia-Romagna.
Massas, pães e sobremesas feitas
artesanalmente e pizzas. Ambiente
informal, com varanda agradável.
Av. Epitácio Pessoa, 204, Jardim de
Alah-Ipanema, (21) 2512-6107.
www.restauranteartigiano.com.br.
De 2a. a sábado fecha no almoço
Dell’Angolo
Ótima variedade de rótulos.
Destaque para Velho Mundo, sendo
a França a principal representatividade. Excelente lugar para bons
rótulos entre R$38 e R$80.
Cozinha francesa com toques
brasileiros. Variedades de pães
feitos na casa. Decoração de vários
estilos e ambiente sofisticado.
Rua Ataulfo de Paiva, 1251, Leblon
www.garciaerodrigues.com.br
(21) 3206-4100, Não fecha
Italiana, Informal
Esch Café
Italiana, Informal
Carta ampla e diversificada com
destaque para Itália e preços entre
R$40 a R$60. Rótulos famosos como
Barbaresco 00, Brunelo 98 e
Tignanello 98.
Cozinha italiana clássica incluindo
pizzas. Ambiente informal e
aconchegante de tijolos aparentes.
Rua Maria Quitéria, 136, Ipanema,
www.laforneria.com.br,
(21) 2287-0335. De 2a a sábado
jantar e domingo almoço e jantar.
Italiana, Informal
Variada, Informal
Bons rótulos do Velho e Novo Mundo,
com mais representatividade de
Chile, Argentina e Portugal. Brigada
bem-treinada.
Cozinha variada com influência
francesa, italiana e brasileira.
Massas de fabricação própria e boa
variedade de carnes.
Rua do Rosário, 98, sobrado, Centro
www.lasagradafamilia.com.br
(21) 2252-2240.
De 2a a 6a, apenas almoço.
Brasserie Rosário
Italiana, Informal
Carta objetiva, com várias
nacionalidades. Preços entre R$30
e R$60.
Cozinha italiana e ótima qualidade.
Ambiente descontraído.
Rua Marquês de São Vicente, 52,
térreo, Shopping da Gávea
(21) 2294-0298
Não fecha.
Carta com boas opções, com foco
em Chile, Argentina e Itália. Maioria
entre R$40 e R$80.
Cozinha italiana contemporânea com
toque brasileiro. Ambientação e
decoração clean e moderna.
Rua Dias Ferreira, 233, Leblon
www.quadrucci.com.br
(21) 2513-4551
Pecado
Stravaganze
Latina, Romântico
Boa variedade de rótulos,
oferecendo somente vinhos do Novo
Mundo. Brigada treinada inclusive
para sugerir harmonizações.
Único restaurante no Rio de cozinha
latina contemporânea. Ambiente
romântico com flores nas mesas e
luz de vela.
Rua Barão da Torre, 152, Ipanema
www.pecadosite.com.br
(21) 2522-5198 / 2513-3017
De 3a a domingo (somente jantar)
Photochart
La Cigale
Internacional, temático
Boa seleção de rótulos do Velho e
Novo Mundo, com preços entre R$50
e R$70.
Cozinha internacional, incluindo
pratos brasileiros. Ambiente temático
cubano. Tem bela tabacaria com
charututos importados.
Rua Dias Ferreira, 78, Leblon
(+ Rua do Rosário, 107, Centro)
(21) 2512-5651
www.esch.com.br. Não fecha.
La Sagrada Família
Francesa, Informal
Francesa, Sofisticado
La Forneria
Ótima variedade de rótulos com
representantes do mundo todo.
Carta bem dinâmica. Preços de R$80
a R$200. Rótulos especiais.
Culinária do norte da Itália, com
destaque para massas e peixes.
Ambiente em 2 andares informal.
Rua Paul Redfern, 40, Ipanema.
www.osteriadellangolo.com.br
(21) 2259-3148
Não fecha.
bem equipado (adega, taças)
c/ vinhos em conta
Ipanema, Leblon, Lagoa, Gávea
Antiquarius
Facilidades do serviço
Carta objetiva com 70 rótulos
variados, de Portugal, Chile e
Argentina. Preços entre R$35 e
R$70.
Gastronomia de brasserie. Menu
harmonizado em toda última semana
do mês. Casarão centenário com
paredes originais de pedra.
Rua do Rosário, 34, Centro
www.brasserierosario.com.br
(21) 2518-3533
Fecha dom. (só serve almoço)
Pampa Grill
Pizzaria Gourmet, Informal
Carta variada, com Velho e Novo
Mundo. Otimos rótulos com preços
entre R$ 42 e R$ 70, com destaque
para castas italianas.
Pizzas gourmet e algumas assinadas
por grandes chefs. Decoração
moderna com muita madeira e
serralheria.
Rua Maria Quitéria, 132, Ipanema,
www.stravaganze.com.br, (21)
2523-2391. Não fecha (só jantar)
Traitteurs de France
Francesa, Informal
Churrascaria, Informal.
Carta versátil e variada, com
destaque para os vinhos
portugueses, chilenos e argentinos.
Sistema de rodízio. Ambiente informal
e aconchegante. Espaço para
rodízio de carnes e bufê separado
do salão de almoço por quilo.
Av. Almirante Barroso, 90, Centro
www.pampagrillcentro.com.br
2524-1199. De 2a a 6a só almoço
Villarino
Bistrô, Chic
Temático, Chic
Bistrô, Informal
Carta enxuta, voltada para França,
mas também com rótulos de Portugal,
Chile e Argentina. Preços entre R$80
e R$120.
Cozinha tradicional francesa em
ambiente de bistrô.
Rua Aristides Espínola, 88, Leblon,
(21) 2279-4473.
Fecha domingo-jantar.
Carta com ótimos representantes do
Velho e Novo Mundo e bem variados.
Cozinha comtemporânea internacional bem elaborada. Ambiente
temático, ligado ao Jockey Club, com
vista para o charmoso desfile de
cavalos antes do páreo.
Pça. Santos Dumont, 31
Jockey Club, Gávea
www.photochart.com.br
(21) 2512-2247, Não fecha.
Carta enxuta, com representação de
Velho e Novo Mundo a preços
econômicos. A carta informa
principais castas tintas e brancas,
temperatura ideal, vinho e saúde e
harmonização.
Cozinha francesa de bistrô com
toques brasileiros. Ambiente
informal.
Av. Nossa Senhora de Copacabana,
386, Copacabana, (21) 2548-6440
Almoço todos os dias.
Espetacular carta de vinhos com
mais de 400 rótulos. Pode-se
escolher vinhos da sua loja e
consumir na mesa pelo mesmo
preço. Inova com 40 rótulos em taça,
incluindo champagne.
Cozinha de bistrô moderna e
elaborada. Ambiente em 2 andares
amplo e super bem-decorado.
Av. Rio Branco,180, Centro
(21) 2220-9571
Fecha sáb-dom.
22
Nº 23
Jornal
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Vinho & Cia
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PROSECCO VALDOBBIADENE DE LUCCA (ITALIA) R$ 22,00
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Jornal
Vinho & Cia
Onde Beber no Rio de Janeiro
Nº 23
23
24
Nº 23
Jornal
Vinho & Cia
Vinhos
com sobremesa de chocolate
Para muitos uma refeição só acaba mesmo com a
sobremesa. Doce, ela dá um
acabamento final no ritual
de comer, e pode ser ainda
melhor apreciada na companhia de um vinho adequado.
Várias pessoas acreditam
que chocolate e vinhos em
geral são elementos antagônicos, com raras possibilidades
de harmonização. Algumas
características, sim, limitam
a combinação. Para você
beber melhor e identificar
boas opções, Vinho & Cia
provou antes, às cegas (sem
conhecimento dos rótulos)
16 vinhos com uma sobremesa farta em chocolate: brigadeiro crocante de colher
com sorvete de chocolate e
calda de menta, preparada
pelo restaurante Vira Lata,
em São Paulo.
Na tabela ao lado, estão os
vinhos indicados por alguns
fornecedores para combinar
com a sobremesa e em destaque estão os que foram
avaliados como as melhores
companhias, que receberam
medalhas: uma de ouro, duas
de prata e três de bronze.
Confira!
O prato
Onde comer
O brigadeiro de colher, presente no cardápio de sobremesas do Vira Lata e tema
dessa harmonização, é criação do chef Eduardo Duo. É
feito da maneira tradicional:
leite condensado aquecido
ao fogo, acrescido de chocolate em pó. É finalizado
com chocolate granulado, o
que garante uma saborosa
crocância. Acompanha também uma bola de sorvete de
chocolate e uma leve calda
de menta, que pouco altera
a proeminência do chocolate. A sobremesa é bastante
doce e o chocolate dá as
características de amargor e
acidez, unindo três sabores
que dificultam a combinação
com vinhos.
O Vira Lata é um empreendimento que une restaurante, loja de design, vinhos
e wine bar, tudo dentro de
um belo casarão tombado
pelo patrimônio histórico
da cidade, a duas quadras
da Avenida Paulista. As
mesas ficam espalhadas
em um agradável jardim,
repleto de árvores frutíferas.
Contribuem para o clima
rústico e acolhedor da casa
as paredes de tijolos, o teto
de palha e a iluminação
discreta e suave. Na parte
mais baixa, em uma espécie
de porão, a loja de vinhos
e acessórios divide espaço
com o wine bar, cujas paredes de pedra fazem lembrar
uma velha adega.
No cardápio, as criações
fazem referências a pratos clássicos, mas sempre
privilegiando ingredientes
nacionais. Destaque para
as massas e risotos. A carta
e o serviço de vinhos são
comandados pela competente sommelier Flávia
Rodrigues.
Vira-Lata
(food, wine, design)
Rua Minas Gerais, 112, Higienópolis, São Paulo
(11) 3258-6093 / 3257-5865
Jornal
Vinho & Cia
Nº 23
5
Os melhores na combinação
Alcyone
Tannat
Grandjó
Late
Harvest
Torres
Moscatel
Oro
Quinta do
Bucheiro
Porto LBV
Miolo
Terranova
Late Harvest
Kopke
Lágrima
Porto
O que combina
A união de grande doçura,
amargor e acidez da sobremesa em questão e o sabor peculiar do chocolate são fatores
de grande dificuldade para
a harmonização com vinhos.
Soma-se a isso a untuosidade da manteiga de cacau do
chocolate, que, como outros
tipos de gordura, forma uma
película na boca que altera a
sensibilidade gustativa.
adotada por nenhum dos fornecedores de vinhos.
A principal opção de tipo
de vinho para combinar com
sobremesas é o doce (fortificado ou de colheita tardia),
que foi a escolhida pelos fornecedores. Para algumas pessoas há possibilidades de harmonização com alguns tintos
secos, mas não foi a linha
O resultado da degustação
corroborou uma “regrinha”
de que para combinar bem o
vinho precisa ser mais doce
do que a sobremesa, de modo
a não produzir uma sensação
negativa. O vinho que recebeu
Medalha de Ouro, o Alcyone
Tannat, possui um sabor
peculiar que lembra muito
chocolate, e a sua harmonização é perfeita. Dois rótulos de
colheita tardia (Late Harvest)
combinam bem e alguns
Porto também têm potencial
de boa combinação, mas a
degustação provou que nem
todos desse tipo harmonizam
com essa sobremesa, em fun-
ção do sabor do chocolate,
do amargo e da acidez. A cor
do vinho (tinta ou branca),
não é fator necessariamente
influenciador. O que efetivamente não combinou, produzindo uma sensação unânime
muito ruim, foi o tinto do
tipo suave, que não pode ser
confundido com um vinho do
tipo doce, fortificado ou não.
Vinhos indicados pelos fornecedores
item fornecedor
fone
produtor
origem
safra
R$
medalha
1
Barrinhas
(21) 2131-0021
Real Cia. Velha
Portugal
Doce branco N/I
2005
113
Prata
2
Barrinhas
(21) 2131-0021
Real Cia. Velha
Portugal
Dom José Porto Tawny
Doce tinto
N/I
N/I
39
-
3
Casa Valduga
(11) 5044-7000
Casa Valduga
Brasil
Casa Valduga Licoroso
Doce tinto
N/I
1999
59
-
4
Casa Valduga
(11) 5044-7000
Casa Valduga
Brasil
Naturelle
Suave tinto
Cabernet Franc, Pinot Noir 2005
18
-
5
Decanter
(11) 3074-5454
Castellani Michele
Itália
Recioto della Valpolicella Monte Fasenara Doce tinto
N/I
2001
190
-
6
Dom Quirino
(11) 5181-3009
Viñedo de los Vientos
Uruguai
Alcyone
Doce tinto
Tannat
N/I
85
Ouro
7
Global
(11) 3389-0848
Kopke
Portugal
Lágrima Porto
Doce branco N/I
N/I
62
Bronze
8
Global
(11) 3389-0848
Kopke
Portugal
Porto 10 Anos
Doce tinto
N/I
115
-
9
La Vigne
(0800) 643-0777 Santa Mónica
Chile
De Solminhac Cosecha Tardia
Doce branco Semillon, Riesling
2002
36
-
10
Miolo
(0800) 970-4165 Miolo
Brasil
Terranova Late Harvest
Doce branco Moscatel
2003
20
Bronze
11
Miolo
(0800) 970-4165 Osborne
Portugal
Osborne Porto Fine Ruby
Doce tinto
N/I
N/I
57
-
12
Mistral
(11) 3372-3400
Antonopoulos
Grécia
Mavrodaphne of Patras
Doce tinto
Mavrodaphne
N/I
90
-
13
Reloco
(21) 2580-0350
Miguel Torres
Espanha
Torres Moscatel Oro
Doce branco Moscatel
N/I
58
Bronze
14
Terramater
(21) 3385-4675
Portal del Alto
Chile
Portal del Alto Syrah Tardio
Doce tinto
Syrah
2003
69
-
15
Terroir
(11) 3168-2200
Quinta do Noval
Portugal
Noval Porto Tawny
Doce tinto
N/I
N/I
73
-
16
Vinhas do Douro (11) 6842-0883
Quinta do Bucheiro
Portugal
Quinta do Bucheiro Porto LBV
Doce tinto
N/I
1997
75
Prata
��������
��������
�����
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��������
��������
��������
vinho
tipo
Grandjó Late Harvest
uva
N/I
26
Nº 23
Jornal
Alta Gastronomia
Vinho & Cia
Vinho no mundo dos negócios
Global Chefs América: O consultor de vinhos
um evento continental Com clientes, como escolher rótulos em restaurantes
Jorge Monti de Valsassina
Presidente da Abaga
[email protected]
Entre 20 e 21 de julho aconteceu nos EUA o concurso
Global Chefs das Américas,
onde o Brasil participou com
uma equipe liderada pelo
chefe João Leme (ganhador do Global Brasil) e sua
assistente Lívia Carvalho (do
Hotel Intercontinental de São
Paulo), sob a minha coordenação, como diretor continental da WACS da América,
responsável pelo evento.
No evento, participaram
8 países: EUA, Guatemala,
Bolívia, Uruguai, Brasil,
Canadá, Chile e Bahamas. O
concurso foi coordenado pelo
chef Reimund Pitz (presidente do Comitê Culinário de
WACS e jurado no evento). O
ganhador foi o chef dos EUA
Aidan Murphy; em segundo
lugar ficou o Canadá; em
terceiro as Bahamas; e em
quarto o Brasil. O concurso foi organizado na Escola
Cordon Bleu da cidade de
Orlando, com instalações de
primeiro mundo.
Em minha opinião o resultado não refletiu a realidade
dos concursantes, já que o
júri profissional era na maio-
ria dos EUA, o que deixou
dúvidas quanto à avaliação,
por observamos uma certa
tendência aos países da
América do Norte. Para o
futuro do concurso é necessário que cada país tenha um
jurado, para que seja mais
justo.
O concurso é muito técnico e de alta qualidade, mas
deveria premiar, além disso,
a criatividade e a apresentação, que não foram levadas em conta, assim como a
harmonização com bebidas,
como aconteceu no Brasil.
Chef JOÃO LEME,
representante do Brasil
no concurso
Nosso candidato realizou
um trabalho muito profissional. Ganhar ou perder é
conseqüência da participação, mas o importante foi
mostrar a nossa gastronomia.
A equipe do Brasil fez uma
apresentação de alta qualidade e deve sentir-se orgulhosa
de ter representado a Abaga
e o Brasil com muita dignidade.
Por Didú Russo
e Regis Gehlen Oliveira
Perto do final da manhã,
o diretor de uma importante unidade de negócios da
empresa liga pelo celular.
Paulo Silva atende, em meio
a uma reunião tensa, com
pauta de metas, recursos e
perspectivas de resultados,
e recebe um pedido. "Olha,
estou em viagem, preso no
aeroporto, com vôo atrasado
e não vou conseguir chegar
a tempo para o almoço com
aquele cliente que queremos
há tempo conquistar".... E
aí vem a frase: "Você precisa almoçar com ele". Antes
de qualquer exclamação, ele
emenda: "Te dou uma dica:
ele adora vinho". Rodeada
por uma discussão acalorada, nesse momento a cabeça
de Paulo começa a misturar
cash flow, funding e market
share com tinto ou branco,
Cabernet, Merlot ou Malbec
e outras variáveis mais.
Passado o impacto, ele
sabe, contudo, que vai gerenciar bem a situação, assim
como faz com as questões
administrativas e operacionais da empresa.
A primeira coisa que
Paulo faz é pesquisar num
guia especializado um restaurante com ambiente ade-
quado para negócios e ao
mesmo tempo com boa carta
de vinhos, onde é possível
conversar e beber adequadamente, além de aproveitar uma comida agradável.
O pensamento seguinte é a
escolha do vinho no restaurante. Paulo sabe que quem
vive no Brasil hoje tem à
disposição nas prateleiras
de supermercados, nas lojas
especializadas, nas importadoras e nos restaurantes
nada menos do que 15 mil
rótulos diferentes de vinhos!
Essa oferta é menor apenas
do que as do mercado norteamericano e inglês. Ele sabe
que num restaurante com
boa carta há muitas opções
de vinhos e a escolha pode
não ser simples...
No restaurante escolhido
Paulo chega tranquilo. A conversa com o cliente começa
e em seguida chega ao tema
vinho. Paulo adota na hora
um procedimento comum no
seu dia-a-dia de executivo:
para assuntos especializados
chama um consultor. Assim
ele chama o sommelier do
restaurante. Paulo não se
constrange com a presença
do profissional. Ele sabe que
o correto em um restaurante é chamar o sommelier,
informar-lhe o prato pedido e solicitar uma sugestão
de vinho adequado, dentro
de uma determinada faixa
de preço. Para não parecer
indelicado com o seu cliente
e não tocar diretamente na
palavra preço, Paulo dá uma
dica ao sommelier sobre
o grau de importância da
ocasião: “estamos aqui para
selar uma relação de muito
valor para nós!”. O sommelier nesse caso sabe que está
diante de um cliente que
sabe o que quer e lhe atende
com prazer e competência...
O celular toca. “E aí?
Como estão as coisas com
o cliente, Paulo?”. “Estamos
muito bem! Apreciando um
ótimo vinho!”.
Jornal
Vinho & Cia
Nº 23
27
Onde comprar
Dicas das lojas para presentear os pais
Por Fernando Godoy
Quem já presenteou amigos ou parentes com uma garrafa de vinho deve ter pensado um pouco para escolher o rótulo adequado. A recomendação é conhecer o gosto do
presenteado. Nesta época do dia dos pais, seguem algumas dicas de sommeliers e vendedores de lojas, levando em conta os diferentes níveis de conhecimento e de gosto.
Pais que gostam dos encorpados: “Vinhos feitos das uvas Cabernet Sauvignon,
Tannat, das italianas Corvina (a partir da qual se faz o famoso Amarone) e Nebbiolo,
e também da portuguesa Aragonês costumam dar vinhos encorpados. Quando passam por madeira, tendem a encorpar ainda mais e ganhar taninos ainda mais densos
– é o que acontece com vinhos Reserva e Gran Reserva. Quem quiser levar um
branco deve optar por vinhos da uva Chardonnay – a mais encorpada das brancas
– ou da uva Viognier com mais envelhecimento”
Dica de Domingos Ferreira, da Le Cremier, rua Voluntários da Pátria, 446, Botafogo,
(21) 2537-2701, Rio de Janeiro.
Pais iniciantes: “Não é preciso investir muito, já que ele não tem repertório para
apreciar um grande vinho. Recomendo vinhos jovens, leves e macios, com pouca
ou mesmo sem passagem por madeira, feitos das uvas Merlot, Syrah ou Carmenère.
Para evitar problema, o melhor é dar preferência às regiões produtoras mais tradicionais. Há muitos vinhos nessa categoria até R$20. Quem preferir levar brancos, os
Sauvignon Blancs são bem leves e fáceis de degustar, assim como os Chardonnays
jovens sem passagem por madeira, além dos feitos da uva francesa Viognier, que tem
sido cultivada na Argentina com sucesso”
Dica de Solange Moraes, Loja Casa dos Vinhos, rua Heitor Penteado, 553, Sumaré,
(11) 3864-3800, São Paulo.
Pais que preferem os mais leves: "Os vinhos elaborados com as uvas Pinot Noir
ou Gamay são leves, frutados e agradáveis, assim como os Malbec jovens, sem ou
com pouca passagem em carvalho. Os espanhóis conhecidos como Tempranillo
jovem, novo, sem carvalho, também têm esta característica (região de La Mancha,
Navarra). Da Itália temos os Valpolicellas, Bardolinos, Dolcettos, ou mesmo os feitos
com a Barbera, mas sem passagem pelo carvalho. Na França, há os elaborados com
a Cabernet Franc (Vale do Loire). Quanto aos nacionais, há bons rótulos feitos com
a Merlot, Pinot Noir e Gamay”
Dica de Jane Senna, da Toque de Vinho, rua João Moura, 531, Jardim América, (11)
3083-2669, São Paulo
Quem não conhece o gosto dos pais: “Indicaria vinhos jovens do Novo Mundo
(Chile e Argentina) com perfil elegante, com paladar agradável e que se possa
tomar junto com a família. Lembrando que as uvas do momento seriam a Malbec,
da Argentina, e a Carmenère, do Chile, com suas respectivas regiões de Mendoza e
Valle Central”
Dica de Valdomiro Cerqueria, do Pão de Açúcar, praça Panamericana, 217, Alto de
Pinheiros, (11) 3021-8632, São Paulo.
28
Nº 23
Jornal
Ocasião
Charutos
Cá estamos nós outra vez
em busca de MAIS frio!
Trinta anos
da Menendez & Amerino
mel num “pequeno castelo”. E, nesse
caso, falo do Château La Villette.
Adriana Bonilha Oliveira
Enófila
[email protected]
Estou de volta e como sempre
falando das formas de espantar este
frio que nos congela. Congela mãos
e corações, se não usufruirmos das
formas de nos acalentar!
Eu não sei a respeito de vocês, mas
eu adoro o frio! É hora de aproveitar
o calor dos amigos, dos vinhos, de
observar o fogo ardendo na lareira...
Ah! Não posso deixar de voltar
à Campos do Jordão. E espero não
estar sendo repetitiva (não tive a
oportunidade de ir à serra gaúcha e
nem carioca, rs). Como acabou julho,
e com ele as férias escolares, mas
não o inverno, para mim começa a
melhor época para aproveitar as cidades de serra. Frio e calmaria...
E já que as crianças voltaram às
aulas, que tal deixá-las em casa,
subir a serra e partir para uma lua-de-
Vinho & Cia
Não pense num castelo medieval,
mas sinta-se em casa, ou melhor na
casa dos sonhos. Onde cada canto
e recanto tem o seu detalhe e o seu
charme. Desde os requintes da sala
de estar, às cobertas e almofadas dos
apartamentos, aos detalhes dos jardins, aos mimos das proprietárias...
Não dá para resistir?! Então não
tente!
E, no final do dia, não pense em
sair. Não perca tempo pensando onde
jantar. Fique lá mesmo, no seu lar, no
Le Foyer. A Dulce Martinez com certeza irá recebê-los com várias opções
para acalentar o frio do seu estômago.
Das tradicionais fondues e racletes,
aproximando o calor da lareira para
o réchaud a seu lado, às trutas, aos
salmões ou filets.
começou a produzir charutos. A partir
daí teve seu primeiro contato com o
tabaco brasileiro, quando passou em
1961 a comprar fumo produzido na
Bahia. Da convivência com Mário
Portugal surgiu o convite para que em
1977 fosse criada a empresa Menendez
& Amerino.
Cesar Adames
Consultor na área de tabaco
ada­mes@jor­nal­vi­nhoe­cia.com.br
Nos próximos meses a cidade de
São Gonçalo dos Campos, no interior da Bahia, e os apreciadores dos
charutos fabricados pela Menendez
& Amerino vão ter o que comemorar,
pois a marca faz 30 anos produzindo
um dos melhores charutos do Brasil.
Tudo começou com a união do
baiano Mário Amerino Portugal e
do cubano, Félix Menendez. Os dois
começaram cedo no ramo. Mario com
18 anos já trabalhava com tabaco,
tendo herdado a empresa de beneficiamento de fumo de seu pai. Félix, filho
de Alonso Menendez Garcia, que era
proprietário das marcas de charutos
Montecristo e H.Upmann, teve que
deixar Cuba por conta da estatização
das fábricas da família pelo governo
de Fidel Castro. A família mudouse para as Ilhas Canárias, onde logo
Um dos primeiros produtos foi os
charutos El Patio, referência à parte
interna das casas espanholas. A linha de
charutos cresceu com a entrada de Dona
Flor, Amerino e Alonso Menendez. No
final de 1999 a empresa se associou ao
Grupo Multi, que lançou um charuto
para comemorar o descobrimento do
Brasil: a série limitada Brasil 500 anos.
Logo em seguida, o relançamento da
marca Dona Flor, com nova embalagem, revolucionou o mercado. A idéia
foi apresentá-la em caixa com acabamento mais elaborado, diferente do
padrão apagado das demais caixas de
charutos nacionais. Após, surgiu uma
nova marca, Aquarius, própria para
quem começa a fumar.
Para a comemoração dos 30 anos,
a empresa, junto com Arturo Toraño,
que é o master blender, responsável
pelo plantio e blend, vai apresentar um
charuto elaborado com sementes cubanas plantadas na Bahia. Com certeza
este é o inicio dos preparativos para os
próximos 30 anos.
Chega de escrever, e você de ler...
Aproveite, porque tudo isto tem de
ser regado a uma companhia adicional para espantar o frio: o “nosso”
vinho, bem escolhido e representado
na carta do “pequeno castelo”!
Chateau La Villette e Le Foyer
(12) 3663-2767,
www.lavillettepousada.com.br
Campos do Jordão – SP
FÉLIX MENENDEZ e ARTURO TORAÑO
Jornal
Vinho & Cia
Nº 23
Vinho & Arte
Vinho & Vida
Oh my God art!
Estações
tos, morangos dançarinos com garrafas de champagne... Enfim, um trabalho diferenciado e primoroso, tanto no
tema como nas técnicas de pintura.
Wal­ter Tom­ma­si
Enófilo e artista plástico
tom­ma­si@jor­nal­vi­nhoe­cia.com.br
Curtindo o verão da Califórnia,
diretamente de Lake Tahoe, e no meio
de um merecido descanso, escrevo
estas linhas para vocês.
O tema é Michael Godard, não, não
se trata do Jean Luc, o cineasta francês. Michael e um artista plástico com
cara e coração de roqueiro, amigo do
velho Ozzie. Formado em fine arts
pela Universidade de Nevada, foi por
muito tempo ilustrador free lancer
para a Coca Cola, Dodge e outras
empresas, e hoje se tornou o maior
vendedor de arte nos EUA. Tem uma
cadeia de Galerias, a “Oh my God art”,
e seu tema... Sim, vinho, champagne,
martini, charutos, baralhos, etc!
Seu trabalho é muito criativo e tem
como marca registrada o humor. Uvas
bêbadas ao lado de tacas de vinho,
azeitonas gangsteres fumando charu-
29
Claro que aqui nos EUA o talento deve ser acompanhado por aquela
pitadinha de sorte que ocorre quando
um “megastar” compra o seu trabalho,
e Godard tem uma longa lista, que se
inicia com Ozzie Osbourne, passa pelo
hoje governador Schwartzenneger, por
Gloria Estefan e muitos outros. Assim,
como o nosso Romero Brito, Michael
Godard partiu para a popularização
de seu trabalho, produzindo cópias
(gicles) ao custo de 500 a mil dólares,
contra seus originais que valem de 15
a 20 mil. Também faz guardapapos,
caixas de charuto, baralhos, camisetas, bonés, porta copos, pad mouses
e até tacos de bilhar! É mole?! Mais
um ótimo exemplo de como se deve
comercializar arte neste nosso mundo
globalizado. Cheque o site do artista:
www.michaelgodard.com.
Bem, vou parando por aqui, pois
preciso partir para o meu tour em Napa
Valley, sem, entretanto, me esquecer
de fazer uma visitinha a Sacramento!
Quem sabe eu não vendo um quadrinho meu para o governador! Hehehe!
Um abraço a todos, I”ll be back,
Walter Tommasi e os Esquilos de
Tahoe.
Beto Acher­boim
Enófilo e são-paulino
beto@jor­nal­vi­nhoe­cia.com.br
Antes do texto, queria fazer um
minuto de silêncio e reflexão em
respeito aos nossos amigos Caio
Zanotto e Ivalino Bonato, da Aurora,
que junto com outras quase 200
pessoas, foram vítimas de mais uma
tragédia anunciada. Infelizmente,
aqui no Brasil, providências só são
tomadas após tristes eventos como
estes. Prevenir é um termo de pouco
uso. Que pena…
...
Oficialmente já estamos no inverno há mais de um mês. Entretanto,
como nosso país tem um clima tão
estranho como nossos políticos, as
temperaturas nunca estão de acordo
com o esperado. Se você sai de casa
com uma roupa mais pesada, lá vem
o sol dar olá, com temperaturas que
passam dos 23 graus. Já se sai de
casa com uma roupa mais leve, olha
lá o frio dobrando a esquina e chegando perto…
Agora finalmente acho que vai. O
inverno – aparentemente – chegou
com tudo. Temperaturas de 10 graus
em São Paulo, aquele ventão gelado,
uma sensação de estar com dedos,
nariz e orelhas congelados… Ah,
que delícia!
Pessoalmente, prefiro esta época
do ano. Ponho minha roupa normal
de trabalho, sem me preocupar com
o suor marcando a camisa na hora
daquela reunião… Acho até que
pareço mais elegante (acredito que
todos pensem da mesma forma).
Mas o assunto aqui não é moda
(até porque, se assim o fosse, aposto
que eu não seria um dos colunistas). Então, falemos sobre vinho!
Aparentemente no Brasil a venda de
vinhos cresce vertiginosamente no
inverno. As pessoas ligam o consumo – principalmente de vinhos tintos
– à baixa temperatura. É o que me
dizem produtores e importadores,
sem deixar de “reclamar” do baixo
movimento durante os meses mais
quentes, quando o foco recai em
espumantes.
Caramba, que tolice (dos consumidores)! Tudo bem, inverno combina com vinho tinto. Nesta época de
baixas temperaturas comemos comidas mais pesadas, densas, substanciosas, que combinam com vinhos
mais encorpados. Mas existem também vinhos brancos encorpados. No
verão é o inverso: as comidas são
mais leves, então os vinhos também
devem ser, por isso o aumento no
consumo de brancos, espumantes…
Mas existem também ótimos tintos
para se beber no verão.
Resumo da ópera: não importa
o vinho que você beba, se branco,
tinto, rosado, espumante, de sobremesa, fortificado, apenas beba! Mas
cuidado com o excesso…
Até a próxima!
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Nº 23
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Jornal
Vinho & Cia
Vinho é bem-estar
Uma taça de vinho degustada moderadamente é um
desses prazeres que sempre fazem bem à alma.
Quem bebe vinho costuma ter prazer, com inteligência.
Jornal
Vinho & Cia
Nº 23
Comportamento
Beber vinhos melhores
Por Didú Russo
Escritor
[email protected]
Era 1973 e veio a notícia que
o Château Mouton Rothschild fora
guindado à posição máxima de
Premier Grand Cru Classé. O top
dos melhores. A imprensa na época
inclusive referiu-se equivocadamente ao fato, dizendo tratar-se do
“melhor” vinho do mundo.
O dia-a-dia dos comuns mortais
ficava nos vinhos muito mais simples, brasileiros mesmo, como o
Velho do Museu, os chilenos Santa
Helena, Ezaguirre (vinha envolto em
aninhagem com o rótulo
colado por cima da estopa) e Macul, e quando
o jantar era “black tie”
então compravam-se
uns Bordeaux do Delor,
havia os Saint Julian ou
Saint Estèphe.
Mas, como o Mouton
havia sido considerado
o melhor do mundo, pus
na cabeça que tinha de
comprar uma garrafa
para saber do que se tratava. Soube que custaria
uns 600 dólares, e então
convenci dois amigos, pai e filho, Carlos
Schimidt de Barros e
Carlos Eduardo de
Barros, dizendo que se
dividíssemos direitinho
daria uma taça e meia
para cada um e que pelo
menos uma vez na vida teríamos
degustado o melhor vinho do planeta! Eles eram muito pão-duros, pãoduros famosos, então o Dom Barros
– como costumava chamar o Dr.
Carlos – se encarregou de encontrar
uma garrafa. Dias depois ele aparece
com a safra de 1970 com o quadro do
Chagal. Inacreditável!
Saboreamos a preciosidade com
um cabrito ao forno. Nesse dia decidi
que deveria beber vinhos melhores.
O pão-duro Dom Barros acabou não
cobrando de mim nem do filho, causando enorme surpresa. Depois de
muita insistência arrancamos dele
que a garrafa viera de presente lá
da Pensão Humaitá, de seu elegante
amigo Yan Almeida Prado...
Poucos sabem, mas a porta da
Pensão Humaitá enfeita a adega da
loja Santa Maria, em São Paulo.
Quando passar por lá faça uma reverência, pois ela testemunhou mais
vinhos do que você possa imaginar.
31
Crônica
Em meio ao caos aéreo,
Ted Bebedor cansou
Regis Gehlen Oliveira
Editor deste jornal
regis@jor­nal­vi­nhoe­cia.com.br
Belo sabadão de sol, após dias bem
gelados de inverno. Dias também difíceis, chuva, caos aéreo, vai-e-vem nos
aeroportos, manchetes nos jornais, notícias muito tristes, deu para cansar...
Ah! Mas agora, em casa, o novo clima
da luz do sol parece pedir novos ares!
Pego um CD do Ney Matogrosso. Ponho
“A cara do Brasil”, do Vicente Barreto e
Celso Viáfora, e rumo para o lugar mais
tranqüilo: a rede.
“Eu estava esparramado na rede / Jeca
urbanóide de papo pro ar / Me bateu a
pergunta meio à esmo: / Na verdade, o
Brasil o que será?”
- Nada como um tema meio cabeça
para um dia calmo como esse, né, Ted
Bebedor?
- Pois é, caro leitor, bom para depois
da tempestade refletir e descansar.
“O Brasil é o homem que tem sede /
Ou o que vive na seca do sertão? / Ou
será que o Brasil dos dois é o mesmo / O
que vai é o que vem na contra mão?...”
Hummm! Sede... Palavra mágica! Ao
invés de ficar nessa dualidade barroca,
na rede, que tal para descansar mesmo
um... um...
- Um vinhozinho, Ted?
- Isso mesmo, caro leitor!
Ahhhh! Pego da adeguinha um Salton
Talento, ponho vagarosamente na taça
de cristal... Ahhh! Que vinho! Que ares!
Com tanto frio estava até difícil de sentir
aromas nas taças. Mas agora, hummm!
“O Brasil é o caboclo sem dinheiro /
Procurando o doutor n'algum lugar / Ou
será o professor Darcy Ribeiro / Que
fugiu do hospital pra se tratar? / A gente
é torto igual Garrincha e Aleijadinho /
Ninguém precisa consertar / Se não der
certo a gente se virar sozinho / Decerto
então nunca vai dar...”
- Ted, me diz uma coisa, você leu os
jornais, né? O que falam?
- Caro leitor, eles dizem que o pessoal
cansou.
- E você está cansado, Ted?
- Estou. Muito cansado, muito...
“O Brasil é o que tem talher de prata /
Ou aquele que só come com a mão? / Ou
será que o Brasil é o que não come / O
Brasil gordo na contradição? / O Brasil
que bate tambor de lata / Ou que bate
carteira na estação? / O Brasil é o lixo
que consome / Ou tem nele o maná da
criação?...”
- Ted, com o caos aéreo de repente
apareceu um monte de idéias nos jornais,
né?
- É... Aeroporto novo, pistas novas,
ranhuras, minhocão de escape, desapropriações, privatização dos terminais,
movimento político...
- Desastres e dinheiro público geram
um monte de mobilizações, né, Ted?
- Pois é, caro leitor.
- Em meio à tristeza de muitos, alguns
vêem oportunidades...
- E alguns se cansam.
“O Brasil é uma foto do Betinho / Ou
um vidro da Favela Naval? / São os Trens
da Alegria de Brasília? / Ou os trens de
subúrbio da Central? / Brasil Globo
de Roberto Marinho? / Brasil bairro
Carlinhos Candeal? / Quem vê do Vidigal
o mar e as ilhas / Ou quem das ilhas vê
o Vidigal? / Brasil encharcado, palafita?
/ Seco, açude sangrado, chapadão? / Ou
será que é uma Avenida Paulista? / Qual
a cara da cara da nação?”
- Mas, Ted, me diz outra coisa... Você
está cansado de que?
- Advinha, caro leitor, advinha...
Os aromas exalam na taça de cristal...

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