Do Brasil
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ConVisão ANO 3 - NÚMERO 23 R$ 6,00 O que beber Onde beber Restaurantes selecionados e classificados pela carta de vinhos Vinhos que valem ouro! nas prateleiras dos supermercados Onde comprar Dicas das lojas para presentear os pais Loja Le Cremier no Rio de Janeiro Brigadeiro de colher com sorvete de chocolate do restaurante Vira-Lata em São Paulo Restaurante Cantaloup em São Paulo 48 em São Paulo 40 no Rio de Janeiro Nº 23 Jornal Vinho & Cia Vinho & Cia tem Onde Beber Onde Beber tem Vinho & Cia Certas coisas no eixo São Paulo - Rio têm lógica! anúncio onde beber vira-lata Restaurante Vira-Lata, em Higienópolis, São Paulo. Um dos locais relacionados no guia Onde Beber em que você encontra o Vinho & Cia. Apresente este anúncio 10% e ganhe de desconto na conta R. Minas Gerais, 112, (11) 3258-6093 Para receber no conforto de casa ou escritório faça a sua assinatura (11) 4192-2120 [email protected] NV-0052-07S-AN 24,5X28.5 6/20/07 8:54 AM Page 1 Jornal Vinho & Cia C M Y CM MY CY CMY K Nº 23 4 Nº 23 Jornal Vinho & Cia Editorial ANO 3 - Nº 23 Entenda melhor o guia Onde Beber EDITOR Regis Gehlen Oliveira PUBLICAÇÃO Este número do Vinho & Cia está repleto de informações interessantes acerca do delicioso mundo do vinho. O guia Onde Beber, presente em páginas mais à frente, é uma inovação do Vinho & Cia e um dos grandes destaques desta e das últimas edições. É diferente de todas as publicações de restaurantes existentes no país. O objetivo dele é permitir a escolha de um local principalmente pela carta de vinhos. Apresenta restaurantes do eixo São Paulo – Rio de Janeiro, organizados por bairros e classificados de acordo com a variedade, o número de rótulos e os preços da carta, além das facilidades do serviço de vinho. Todas as classificações são facilmente visualizáveis por meio de ícones. Entenda melhor abaixo. ConVisão Al. Araguaia, 933, 8o. andar Alphaville 06455-000, Barueri - SP +55 (11) 4196-3637 [email protected] www.jornalvinhoecia.com.br REDAÇÃO Adriana Bonilha Oliveira Beto Acherboim Cesar Adames Denise Cavalcante Na primeira linha de ícones estão as informações relacionadas com o nível de serviço 3 “garrafinhas” significa cotação máxima, grande quantidade de rótulos. A faixa varia de 1a3 A presença deste ícone significa que o local possui na carta rótulos especiais ou raros Indica que o restaurante é bem equipado para o serviço de vinhos com adega e taças adequadas Informa que o restaurante tem sommelier no local para orientação aos clientes Didú Russo AZAÏT Euclides Penedo Borges Fernando Quartim B. Figueiredo Carta vasta, com vários rótulos de importação própria. Novo Mundo corresponde a 50%. Há inúmeros ícones da França e Itália. Misto de restaurante e boutique de azeites e vinhos. Cozinha mediterrânea e decoração romântica com luzes de velas. Rua Peixoto Gomide, 1532, Jardins, 3063-5799, www.azait.com.br, Fecha dom-jantar Indica que há indicações no cardápio de vinhos para combinar com os pratos Na segunda linha de ícones estão as informações relacionadas com preços dos vinhos 2 “cifrões” significa margem intermediária de preços. A faixa varia de 1 (mínima) a 3 (superior). É o overprice praticado pelo restaurante em cima dos valores comuns de compra de um vinho pelo consumidor nas lojas. Não significa que o local tenha vinhos de valor mais baixo ou mais alto, apenas se refere à margem. Indica que a casa tem vinhos em conta, ou seja, de valor mais baixo, mas não significa que pratique margens de preço baixas Fernando Godoy Mediterrânea, Romântico Jaqueline Barroso Jorge Monti de Valsassina José Ivan Santos Sérgio Inglez de Souza Assine e aprecie sem moderação O Jornal Vinho & Cia traz matérias e artigos deliciosos sobre o fascinante mundo do vinho, além de roteiros e dicas. Tudo de uma forma descomplicada e irreverente pra você curtir ainda mais o lado descontraído da vida… Assinatura anual (10 edições) R$ 70,00 CARMINE Pizzas/Massas, Informal Carta ampla e bem montada, com opções partindo de R$30. Bons italianos, portugueses, chilenos, argentinos (inlcuindo reservas). Nero D´Avola Sicília I.G.T. - R$ 47. Agradável pizzaria-cantina, com massas de produção própria e risotos. Ambiente rústico. Rua Mariz e Barros, 305, Niterói, 3602-4988, www.dacarmine.com.br Fecha 2a.-almoço Ligue (11) 4196-6 ou mande um e-mail para [email protected] Valfrido Rico (cartum) Walter Tommasi DESIGNER GRÁFICO Aristides Neto ASSINATURAS (11) 4192-2120 [email protected] Será enviado boleto bancário para pagamento. IMPRESSÃO Nome ou Razão Social Endereço Cidade Fone ( ) e-mail CPF ou CNPJ CEP UF Al. Araguaia, 933, 8o. andar – Alphaville 06455-000, Barueri - SP +55 (11) 4192-2120 O Jornal Vinho & Cia é uma publicação da ConVisão dirigida ao segmento de enogastronomia. Circula principalmente na Grande São Paulo e no Rio de Janeiro para público leitor selecionado, determinado especificamente pelo interesse no assunto. Seu conteúdo é descontraído, abrangendo o mundo do vinho e suas relações com o lado gostoso da vida, por meio de linguagem fácil e inteligente, com textos únicos e compromissados com o leitor e o segmento. Os artigos e comentários assinados não refletem necessariamente a opinião do Jornal. A menção de qualquer nome neste Jornal não implica necessariamente em relação trabalhista ou vínculo contratual remunerado. Jornal Vinho & Cia Nº 23 5 vinhos finos cantam de galo! Por Sérgio Inglez de Souza Quando um mágico malandro deixou, diante de atônita platéia, o prefeito segurando o corpo e o delegado a cabeça decepada de um galo, e saiu sorrateiramente à guisa de buscar as poções milagrosas para colar e ressuscitar a pobre ave, nunca mais voltando, o episódio tornou-se um sentimento negativo que afetava o brio Adega-museu da PANIZZON. dos florenses. Mais adiante as pessoas tiveram a compreensão de que o galo, pela sua figura de altivez e de liderança no terreiro, seria a imagem mais adequada para representar o laborioso e progressista povo da cidade, e, assim, adotaram-no como símbolo. Fortes são os fatos que apóiam esta atitude ligada à expressão da vitivinicultura, da produção de alho, da indústria moveleira e assim por diante. 6 Nº 23 Jornal Vinícolas e vinhos Consistência A evolução do concurso Os Melhores Vinhos de Flores da Cunha bem retrata as condições de melhoria constante do município. Na sua sexta versão, de 3 a 7 de julho último, foram reunidos grandes e pequenos produtores que mostraram a visível melhoria dos vinhos daquela cidade, a maior produtora do Brasil, por meio de suas 197 vinícolas. Foram avaliadas 97 amostras de vinhos finos, num aumento de 55% em relação à quantidade do ano anterior. Mais do que quantidade, de forma geral, pode ser observada a consistência do nível de qualidade dos vinhos finos, surpreendendo aos jornalistas que estiveram testemunhando o evento. A Vinícola Argenta, atual proprietária dos emblemáticos vinhedos Granja União, da extinta Cia Vinícola Riograndense, está dando os primeiros passos no mercado, com rótulos como os Reserva Cabernet Sauvignon, Merlot, Assemblage (CS+Merlot) e Chardonnay, além dos espumantes Moscatel e Brut. A proposta da vinícola se prende a vinhos de padrão mais elevado, como na série Reserva o varietal Luiz Argenta 2004, Cabernet Sauvignon, 13% de álcool, encorpado e complexo após seis meses em carvalho francês de primeiro uso. A Valdemiz já é uma velha conhecida da vitivinicultura brasileira e dos consumidores de bons vinhos. Desde as décadas de 1970/80 oferecem vinhos finos, como o Monte Reale Rosé Riesling-Merlot, 1978, produzido pela antecessora Wizard. No presente vem se destacando e confirmando a tradição de bons vinhos, com os varietais Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat (um dos melhores brasileiros), Cabernet Franc, Touriga Nacional (uma versão muito interessante), Chardonnay, Malvasia e Moscato Giallo. Nos assemblages oferece o Quarteto (CS+CF+Merlot e Alicante Bouchet) e o Dueto (Moscato Giallo + Chardonnay). Os espumantes são apresentados como o Moscatel e o Brut. A Fante, empresa de expressão do setor de bebidas destiladas, vem crescendo no segmento do mercado de vinhos finos com sua linha sob o rótulo Oremus, destacando-se os varietais Merlot, Cabernet Sauvignon e Chardonnay. A Vinhos Fabian traz uma filosofia francesa que é inovadora no setor vitivinícola brasileiro, focando os resultados de cada safra para estabelecer valores dos vinhos. Sua linha de grande expressão, rotulada Fabian, compreende os Reserva Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet/Merlot, Chardonnay e um Brut Champenoise. A linha Intuição traz vinhos mais leves e agradáveis para serem bebidos no dia-a-dia: Tinto, Rosé e Moscatel Espumante. Dentro da nova face do vinho brasileiro este rosé mostra qualidades diferentes. A Panizzon é uma das vinícolas mais dinâmicas da região, com vinhedos em terroirs especiais, que vêm garantindo a Vinho & Cia Vinhedos da vinícola ARGENTA, que desenvolve trabalho diferenciado no posicionamento de cada parcela das suas vinhas, de modo a extrair o máximo do terroir. elaboração de bons vinhos. A conquista de muitas premiações nacionais e internacionais comprova o acerto na elaboração de seus vinhos. Tem o mérito adicional de apresentar ao grande público brasileiro alguns lançamentos inéditos, como o frisante Lambrusco e os varietais de Montepulciano e de Refosco. Sua linha Reserva oferece o premiado Cabernet Sauvignon, o Merlot e o Chardonnay. O assemblage Trio combina as qualidades das uvas Cabernet Sauvignon, Merlot e Ancelotta, enquanto que os espumantes distinguem-se com o Moscatel, o Chardonnay Brut e o Prosecco Brut. Está preparando o lançamento de um rosé muito interessante, cuja amostra submeti ao meu grupo de degustadores, que o classificou entre os melhores brasileiros. A adega Vinhos Viapiana, estreante no mercado, produz os varietais Cabernet Sauvignon Jornal Vinho & Cia (medalha de ouro), Merlot, Chardonnay e Moscato Giallo, além dos espumantes Brut e Moscatel. O Corte V2005 recebeu medalha de prata no evento de Flores. A Mioranza vem diversificando a sua grande produção, expandindo a participação dos vinhos finos, com rótulos oriundos de seletividade das uvas: Gran Reserva CS, Reserva Cabernet Sauvignon, Reserva Chardonnay, varietais de Merlot, Ancelotta e Malvasia de Cândia. Nos espumantes oferecem o Moscatel e o Brut. A Terrasul Vinhos, também proprietária dos vinhedos históricos de São Felício, da Cia Vinicola Riograndense, tem uma linha de produtos de destaque: Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc (uma das melhores versões da casta), Chardonnay, Malvasia de Cândia, Assemblage Tinto, Assemblage Branco, Espumante Mioscatel e Espumante Brut. A Giacomin já é uma velha conhecida nossa e que tem tradição com seus vinhos finos, especialmente com os brancos Tradicional Moscato, o Reserva Riesling, Gran Reserva Moscato Giallo e o Reserva Moscato Giallo. Entre os tintos sobressaem-se os da linha Reserva, Merlot, Ancelotta e o Cabernet Sauvignon, coroados com o Gran Reserva Cabernet Sauvignon. A Cooperativa São Pedro, fundada em 9 de março de 1930, passou por muitos altos e baixos que acometeram a vinicultura brasileira até se firmar com seu rótulo Trentino, nas versões Reserva Cabernet Sauvignon, Merlot, Alicante Bouchet e Assemblage Branco. A Sulvin, vinícola que está instalada em Flores e produzindo vinhos há apenas três anos, mostrou-se uma grande revelação na qualidade de seus produtos, especialmente na linha Reserva Casa de Amaro, que já está ultrapassando a casa das vinte medalhas nos mais importantes concursos nacionais e internacionais, e, inclusive, recebeu várias medalhas nas degustações do Vinho & Cia. Seus vinhos finos da rotulação Reserva distribuem-se pelos varietais Cabernet Sauvignon, Nº 23 Adega da MIORANZA, que amplia a participação no segmento de vinhos finos, com bons rótulos ainda em barricas. Adega da SULVIN, cujos vinhos Casa de Amaro já receberam várias medalhas em concursos nacionais e internacionais e do Vinho & Cia. Restaurante da VALDEMIZ, que avança na ampliação do conceito de enoturismo Sala de enologia da ESCOLA DE GASTRONOMIA de Flores da Cunha, uma das mais modernas da América Latina. Merlot, Carmenère, Sangiovese e Chardonnay, além dos varietais de Cabernet Sauvignon, Merlot e Chardonnay. Os espumantes Chardonnay Brut e o Moscatel e o Colheita Tardia completam um conjunto de muito bom padrão. A União de Vinhos, no segmento de vinhos finos, capitaneada por Cristiane Passarin, vem trabalhando com a linha Monarca Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Chardonnay e o Espumante Moscatel. A Vinícola Salvador está terminando a obra enoturística de sua adega e de varejo, ensaiando para breve sua entrada no mercado com vinhos finos das variedades clássicas. Modelo Para completar, a Escola de Gastronomia da Universidade de Caxias do Sul, parceira do Italian Culinary Institute for Foreigners - ICIF, é uma das três existentes no mundo e, talvez, a mais bem aparelhada do Brasil. Destacam-se modernos equipamentos de cozinha, restaurante de alto nível profissionalizante, laboratórios de degustação de vinhos de padrão internacional e sistema de áudio e vídeo que garantem aulas participativas e plena assistência aos alunos. Está abastecendo com bons profissionais o segmento enogastronômico brasileiro. Assim Flores da Cunha vai se mostrando e se afirmando neste amanhecer do vinho brasileiro de qualidade, e, para nossa alegria, seu galo canta cada vez mais forte! Cozinha da ESCOLA DE GASTRONOMIA, altamente equipada, com recursos como um monitor de TV para cada aluno. 8 Nº 23 Jornal O que beber Para Iniciação Vinho & Cia Provamos antes para você beber melhor Vinhos que valem ouro nas Para bons momentos Para momentos especiais Para o dia-a-dia Jornal Vinho & Cia item fornecedor Nº 23 fone produtor origem vinho tipo uva safra R$ avaliação Georges Aubert Miolo Salton Sulvin Real Cia Velha Casa Perini Casa Perini Georges Aubert Georges Aubert Miolo Pizzato Pizzato La Rosa La Rosa Miolo Sulvin Brasil Brasil Brasil Brasil Portugal Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Chile Chile Brasil Brasil Prosecco Reserva Brut Miolo Seleção Salton Classic Cabernet Casa de Amaro Merlot Porca de Murça Tinto Casa Perini Barbera Casa Perini Merlot Georges Aubert Brut Georges Aubert Moscatel Miolo Gamay Fausto Cabernet Fausto Merlot La Palma Sauvignon Blanc La Palma Cabernet Terranova Shiraz Casa de Amaro Chardonnay Espumante Branco Tinto Tinto Tinto Tinto Tinto Tinto Espumante Branco Espumante Branco Tinto Tinto Tinto Branco Tinto Tinto Branco Prosecco Várias Cabernet Sauvignon Merlot Várias Barbera Merlot Várias Moscatel Gamay Cabernet Sauvignon Merlot Sauvignon Blanc Cabernet Sauvignon Shiraz Chardonnay N/I 2005 2005 2005 2004 2005 2005 N/I N/I 2007 2005 2005 2006 2005 2006 2006 19 14 12 14 17 15 17 19 19 14 19 19 19 19 12 14 Vale Ouro! Vale Ouro! Vale Ouro! Vale Ouro! Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra - Argentina Portugal Austrália Portugal Austrália Argentina Chile Chile Argentina Argentina Argentina Chile Portugal Argentina Chile Brasil Chile Austrália Argentina Jean Bousquet Malbec Nova Safra Hardy´s Stamp of Australia Grandjó Douro Branco Wild Roo Shiraz Nieto Senetiner Malbec Santa Carolina Reserva Cabernet PKNT Sauvignon Blanc Finca El Retiro Bonarda Jean Bousquet Chardonnay Septima Malbec Santa Helena Siglo de Oro Cabernet Bridão Ribatejo Patagón State Grad Reserve Cabernet Casillero del Diablo Salton Volpi Cabernet Cono Sur Carmenère Wild Roo Chardonnay Mumm Cuvée Speciale Brut Tinto Tinto Tinto Branco Tinto Tinto Tinto Branco Tinto Branco Tinto Tinto Tinto Tinto Tinto Tinto Tinto Branco Espumante Branco Malbec Várias Cabernet, Merlot Várias Shiraz Malbec Cabernet Sauvignon Sauvignon Blanc Bonarda Chardonnay Malbec Cabernet Sauvignon Várias Cabernet Sauvignon Carmenère Cabernet Sauvignon Carmenère Chardonnay Chardonnay, Pinot Noir 2005 2004 2006 2005 2005 2004 2004 N/I 2004 2005 2005 2006 2003 N/I 2005 2005 2005 2005 N/I 30 25 30 24 29 29 29 29 29 30 27 30 30 23 29 22 25 29 28 Vale Ouro! Vale Ouro! Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra - Argentina Portugal Chile Argentina Argentina Chile Chile Portugal Chile Itália Chile Lorca Fantasia Dom José Porto Ruby Tamaya Reserva Carmenére G Graffigna Syrah Trivento Reserve William Cole Columbine Reserve Los Vascos Cabernet Porto Messias Tawny Tamaya Late Harvest Valdo Prosecco Marca Oro Surazo Reserva Tinto Fortificado Tinto Tinto Tinto Tinto Tinto Fortificado Colheita Tardia Espumante Branco Tinto Malbec, Syrah Várias Carmenère Syrah Syrah, Malbec Carmenère Cabernet Sauvignon Várias Muscat de Alexandria Prosecco Várias 2005 N/I 2005 2003 2005 2004 2005 N/I 2003 N/I 2002 32 37 45 55 35 63 41 36 47 54 50 Vale Ouro! Vale Ouro! Vale Ouro! Vale Ouro! Vale Ouro! Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra Boa Compra - Chile Chile Portugal Encierra Reserve Finis Terrae Bolonhês Tinto Tinto Tinto N/I N/I Várias 2003 2003 2003 93 Vale Ouro! 104 Vale Ouro! 90 Boa Compra Itália Brunello di Montalcino Tinto Brunello 2001 216 Boa Compra Vinhos para Iniciação (até R$19) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Georges Aubert Miolo Salton Sulvin Barrinhas Casa Perini Casa Perini Georges Aubert Georges Aubert Miolo Pizzato Pizzato San Marinno San Marinno Miolo Sulvin (54) 3462-1106 (0800) 970-4165 (11) 6959-3144 (11) 3073-1330 (21) 2131-0021 (54) 3261-1695 (54) 3261-1695 (54) 3462-1106 (54) 3462-1106 (0800) 970-4165 (11) 5536-5265 (11) 5536-5265 (11) 6942-0681 (11) 6942-0681 (0800) 970-4165 (11) 3073-1330 �������� Vinhos para o Dia-a-Dia (de R$20 a R$30) 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 Hugo Belloc Msé Aurora Bebidas Barrinhas Best Wine Casa Flora Casa Flora Global Global Hugo Belloc Interfood Interfood Massimex Palluani Pernod Ricard Salton Wine Premium Best Wine Pernod Ricard (11) 7821-4485 (11) 3773-1515 (11) 3048-2288 (21) 2131-0021 (11) 3722-2155 (11) 3327-5199 (11) 3327-5199 (11) 3389-0848 (11) 3389-0848 (11) 7821-4485 (11) 6602-7255 (11) 6602-7255 (11) 3562-8206 (11) 6194-4343 (11) 3026-3400 (11) 6959-3144 (11) 4613-4642 (11) 3722-2155 (11) 3026-3400 Jean Bousquet Pinhal da Torre Thomaz Hardy Real Cia Velha Andrew Peace Nieto Senetiner Santa Carolina Terraustral Bodega INV Jean Bousquet Codorniú Santa Helena Cooperativa do Cartaxo Patagón Concha y Toro Salton Cono Sur Andrew Peace Allied Domecq Vinhos para Bons Momentos (de R$31 a R$70) 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 Ana Import Barrinhas Del Maipo Pernod Ricard Wine Premium Ana Import Aurora Bebidas Casa Flora Del Maipo Santar Massimex (11) 5501-1900 (21) 2131-0021 (61) 3234-9973 (11) 3026-3400 (11) 4613-4642 (11) 5501-1900 (11) 3048-2288 (11) 3327-5199 (61) 3234-9973 (11) 3227-7355 (11) 3562-8206 Lorca Real Cia Velha Tamaya Graffigna Trivento William Cole Los Vascos Messias Tamaya Valdo Santa Monica Vinhos para Momentos Especiais (de R$71 a R$200) 47 48 49 Ana Import Santar Global (11) 5501-1900 (11) 3227-7355 (11) 3389-0848 Encierra Cousiño-Macul Monte Seis Reis Vinhos para Celebração (Acima de R$200) 50 Santar (11) 3227-7355 Fontevino 9 10 Nº 23 Jornal Vinho & Cia O que beber Da Itália De Portalegre O colunista Didú Russo provou os famosos espumantes italianos Berlucchi de Franciacorta, que na Europa e nos EUA vendem 4 milhões de garrafas por ano. Chegam ao Brasil por iniciativa de Diego Tomassini, em quatro versões: Cuvée Imperiale Brut, Cellarius Brut, Cuvée Imperiale Max Rosé e Cellarius Rosé. De R$132 a R$175. Arsvivendi: (11) 3061-2307 A importadora Decanter traz agora para o Brasil os vinhos Altas Quintas, elaborados no Alentejo pelo conceituado enólogo Paulo Laureano. São quatro rótulos que procuram refletir o terroir do distrito de Portalegre. Um deles é o Crescendo Tinto 2005, 80% de uvas Aragonez e 20% de Trincadeira. R$69. Decanter: (11) 3074-5454 Do fim do mundo De Estremoz Antonio Franco, proprietário de uma vinícola recente da região de Estremoz, no Alentejo, Portugal, sabe o que quer: elaborar vinhos em pequena produção que se diferenciem dos grandes produtores. O Herdade da Sobreira 04, de mesmo nome da vinícola, é o primeiro exemplar, um tinto de corte, que Vinho & Cia provou e atestou a sua boa relação custo-benefício. É ótima companhia para um filet. R$65. Interfood Classics: (0800) 770-1871 Da Austrália Vinhos de pequena produção, vindos diretamente da Austrália, da vinícola Mitolo, são a novidade da Casa Flora. Vinho & Cia provou vários exemplares da linha. O destaque é o Mitolo Reiver Shiraz 05, do Barossa Valley, muito aromático e saboroso. Vale muito os R$162 que pesa no bolso. Casa Flora: (11) 3327-5199 De uma zona desértica, com clima muito seco, na Patagônia, Argentina, vêm os vinhos da Bodega Del Fin Del Mundo. A vinícola possui uma ampla linha, trazida ao Brasil pela Reloco. Vinho & Cia destaca o Reserva Cabernet Sauvignon 05, muito redondo e gostoso. R$45. Reloco: (21) 2580-0350 Do Brasil Com a presença do seu renomado consultor, o enólogo francês, Michel Rolland, a Miolo lançou simultaneamente 5 vinhos de categoria superior: Lote 43 2004, Merlot Terroir 2005, RAR 2004, Gran Lovara 2005 e Quinta do Seival Cabernet Sauvignon 2005. Os preços vão até R$61 pelo site da empresa. Miolo: (0800) 970-4165, www.miolo.com.br De Valpolicella A importadora Grand Cru também avança agora em vinhos italianos, além dos seus já tradicionais rótulos argentinos e franceses. Da região de Valpolicella, apresenta a linha da vinícola Tenuta Sant’Antonio. Ressaltamos o La Bandina 01 Valpolicella Superior DOC, um vinhaço, muito intenso. R$120. Grand Cru: (11) 3062-6388 Jornal Vinho & Cia Nº 23 Mundo do vinho Vinhos importados Dados do consultor Adão Morellatto apontam que o mercado de vinhos importados ampliou muito no primeiro semestre de 2007 em comparação com 2006. Em dólares o crescimento foi de 30% e em volume 21%. Novo evento Acontece em São Paulo nos dias 27 e 28 de agosto (no Hotel Gran Meliá Mofarrej) e no Rio de janeiro no dia 29 (no Jockey Clube) a primeira edição do Vini Vinci. O evento da recente importadora de Ciro Lilla, da Mistral, prevê a possibilidade de degustação de 150 rótulos de 25 vinícolas da África do Sul, Argentina, Chile, Espanha, Itália e Portugal. O preço é R$120 por dia. (11) 6097-0000. Aos 60 O grupo La Pastina completa 60 anos. Em grande festa comemora a sua evolução na área de alimentos importados e vinhos, inclusive com a criação há pouco tempo da marca e da loja World Wine. (11) 3383-7400. Ampliada A Vinea Store ampliou as suas instalações no bairro do Paraíso em São Paulo. Agora há espaço para a realização de eventos na loja, com cozinha de apoio, e maior área para estoque dos vinhos importados com exclusividade. (11) 3059-5200, www.vineastore.com.br. Destaque do Mundo do vinho Rótulo da vez Vinícola Cousiño-Macul Produtora chilena bastante familiar ao público brasileiro há anos. Produz cerca de 2,4 milhões de litros por ano. A sua linha de produtos abrange vinhos brancos e tintos, e os rótulos mais conhecidos em nosso país são o Don Luís e o Antiguas Reservas. Novidades em espanhol O restaurante espanhol Toro está com duas novidades para os amantes do vinho. A primeira é combinações de tapas e vinhos em formato de “menu degustação”, como, por exemplo, Tapas Andaluzia (R$125) com Garrafa de Jerez Fino Pale Dry Barbadillo. A segunda é uma degustação de quatro rótulos oferecidos a preço de importadora com a opção de acompanhamento agendado com o sommelier da casa. Rua Joaquim Antunes, 224, Jardim Paulistano, (11) 3085-8485, São Paulo. 11 Valle del Maipo Região demarcada no território chileno. Os vinhedos da CousiñoMacul estão na pré-cordilheira dos Andes, protegidos dos riscos de geadas na primavera, o que garante condições melhores para a colheita das uvas. As videiras ocupam cerca de 265 hectares de terras. Finis Terrae 2003 Grande vinho tinto da Cousiño Macul, posicionado em patamar superior à linha Antiguas Reservas e inferior ao ícone da vinícola, o Lota. É elaborado com 40% de uvas Merlot e 60% de uvas Cabernet Sauvignon. Na degustação de vinhos disponíveis em prateleiras de supermercados foi o único que recebeu por unanimidade da equipe de Vinho & Cia a avaliação “Vale Ouro!”. Em função do preço médio nas lojas a R$104 é recomendado para “Momentos Especiais”. Santar No rótulo do verso, observa-se a distribuidora exclusiva do vinho no país, a Santar, desde 1973 no mercado. Traz toda a linha Cousiño-Macul entre outros produtos importados. (11) 3227-7355 www.santar.com.br. 1 Nº 23 Jornal Vinho & Comida Novidades Boutiques e vinhos de garagem Por Denise Cavalcante Jornalista [email protected] Atualmente escuta-se muito no Brasil o termo “vinícola boutique” para definição de vinhos produzidos de forma diferenciada, também chamados de “vinhos de garagem”. São vinhos que valem quanto pesam e são uma tendência na produção de qualidade. Define-se por “vinícola boutique” as com pequena produção, praticamente artesanais, voltada para a qualidade e não quantidade. Nos anos em que a safra não atinge a qualidade desejada, não são produzidos vinhos, para não comprometer o nome de vinícola. As colheitas são manuais e os cachos são criteriosamente escolhidos para que só os mais perfeitos entrem na composição dos vinhos. Por estes aspectos nunca são vinhos baratos. Suas vendas são dirigidas a restaurantes e lojas especiais ou diretamente ao consumidor. Nada de supermercados ou grandes redes. Em geral as “vinícolas boutique” são empresas novas e seus donos se envolvem muito de perto na produção dos vinhos, como enólogos ou responsáveis pela produção. No Brasil surgiram algumas destas vinícolas recentemente, como a Lídio Carraro, da Serra Gaúcha, que incluiu a expressão “boutique” ao nome da vinícola para destacar o tipo de trabalho que realiza. O seu lançamento foi com a safra 2002, Vinho & Cia com dois tintos. A média anual do selo Lidio Carraro é de 40 a 50 mil garrafas. Seus vinhos estão no mercado a preços por volta de R$60. A Lidio Carraro desenvolve um trabalho diferenciado que visa detalhar e identificar os melhores microclimas para o cultivo de cada variedade, além de controlar e reduzir a produtividade nos vinhedos, visando concentrar nas uvas a sua máxima potencialidade. Outro exemplo é a Cordilheira de Sant`Ana, de Santana do Livramento, Campanha Gaúcha, que lançou sua primeira safra, 2004, no ano passado. São 24 hectares de vinhedos novos plantados por eles. Lançou inicialmente 4 vinhos, dois brancos e dois tintos, todos com o selo Reserva Especial, com produção muito pequena, que chegam ao mercado ao preço de R$42. O compromisso que seus proprietários, ambos enólogos, Gladistão Omiozollo e Rosana Wagner, assumiram é nunca Salgado e tanino ção de vinhos é extremamente moderna, e conta com barris de carvalho importado para eles. A importadora Terramater, do Rio de Janeiro, importa do Chile vários exemplos de vinícolas boutique. A empresa tem como objetivo trazer uma vinícola diferenciada que represente cada vale do Chile. Um exemplo é a vinícola Von Sibenthal, do Vale do Aconcagua. Pertence a um suíço, amante do vinho, que se aposentou e resolveu produzir vinhos no Chile em 1998. O seu vinho Montelig 2003, com produção limitada a 5700 garrafas por ano, foi classificado como o 8º. melhor vinho premium do Chile pelo Guia de Vinhos 2007. O vinho é um corte de 65% Cabernet Sauvignon, 25% Petit Verdot e 10% Carmenère, e é comercializado no Brasil a R$260. Do Vale do Cachapoal a Terramater traz o Calyptra Inédito 2002, ganhador de medalha de prata no concurso Catad´Or do Hyatt Award em 2006. O vinho tem uma José Ivan Santos Escritor e professor do Senac [email protected] Na edição anterior comentamos os sabores doce e ácido, e aqui apresentamos mais alguns critérios essenciais na combinação de vinho e comida. Salgado O sal é um elemento marcante na comida a ser harmonizada e no vinho é pouco presente. Mas na harmonização de vinho e comida ele é importante e, assim como para a saúde das pessoas, só é necessário em pequenas quantidades. De maneira análoga à dos médicos, que pedem para se prestar atenção ao consumo de sódio, na mesa você precisa estar atento à quantidade de sal nos pratos e como isso afetará a escolha do vinho. Para melhor aproveitamento do vinho, o gosto salgado deve ser reduzido e não ampliado. Instalações de produção de “vinhos de garagem” da vinícola Cordilheira de Sant’Ana. produzir vinhos quando a safra não for boa e jamais chaptalizar (adicionar açúcar). Apesar de pequena, a adega de produ- produção de 9600 garrafas, e é um corte de 85% Cabernet Sauvignon e 15% Merlot, comercializado por R$230. O salgado é atenuado pela acidez do vinho: Vinhos brancos e espumantes, como regra, são naturalmente mais ácidos e, portanto, combinam melhor com pratos salgados do que qualquer tinto. Por exemplo, a acidez de um Pinot Grigio jovem é um contraste refrescante para um peixe assado em crosta de sal. A percepção do sal é aumentada pelo tanino: O tanino é a substância que dá o sabor amargo e a textura adstringente ao tinto. O tanino vai, normalmente, acentuar o excesso de sal, resultando numa harmonização tão charmosa quanto chupar uma pedra de sal, especialmente quando se está servindo um vinho tinto encorpado e rico em taninos. O álcool é acentuado pelo sal: A forte presença de sal na comida fará o vinho parecer ter mais teor alcoólico (ser mais quente) do que na realidade. É importante tomar conhecimento disso, pois você não gostaria que o vinho escolhido para harmonizar com o prato se assemelhasse a uma vodca. Grande quantidade de especiarias também tornará o vinho mais quente; beber um vinho tinto encorpado com um chilli é o caminho certo para uma azia. Pratos salgados podem ser contrabalançados por vinhos meio secos ou doces: O salgado e o doce juntos são como mágica. Embora as pessoas em geral não pensem desse modo, há vários exemplos, como torta de peixe tailandesa com molho agridoce apimentado, presunto com mostarda e “fast foods” salgados com ketchu. Se, apesar dessas sugestões, a combinação ficar apagada com o vinho, tente colocar uma pitada de sal no prato. Ocasionalmente, essa adição de sal poderá reavivar a presença do vinho. Tanino Nos tintos, o tanino é associado ao sabor amargo e à textura rugosa; é o mesmo que se encontra no conhecido chá preto. Os taninos Jornal Vinho & Cia Nº 23 1 Vinho & Estórias Lendas e mistérios da Syrah Euclides Penedo Borges Escritor e presidente da ABS-Rio [email protected] TERRAZAS RESERVA MALBEC, produzido pela Chandon, que recebeu medalha de ouro do Vinho & Cia na combinação com TÁBUA DE QUEIJOS gouda, muzzarella de búfala, provolone e parmesão. Exemplo de harmonização em que se contrabalança taninos com gordura e proteína, mas não com um vinho muito tânico, que poderia produzir uma sensação metálica na combinação com os aromas mais pungentes do parmesão. no vinho podem vir da fruta, originados a partir da casca da uva e da madeira de que são feitas as barricas de carvalho onde os vinhos são envelhecidos. Uma longa maceração ou um prolongado período de envelhecimento, especialmente em carvalho novo, acentuará também a presença dos taninos. Sirva pratos amargos com vinhos tânicos: Alimentos grelhados ou tostados são excelentes para se ocultar o amargor dos tintos e ingredientes naturalmente amargos como rúcula, endívia e brócolis salteados também. Não há nada melhor do que um steak grelhado no carvão com um robusto e tânico Cabernet Sauvignon. Contrabalance taninos com gordura e proteína: É o jeito formal de se dizer beba vinho tinto com carne vermelha. Os taninos duros e adstringentes são domados por uma carne mal passada, que é rica em gordura e proteína, ou por muitos queijos. Entretanto, se o vinho for muito tânico, esse elemento pode ainda se mostrar. Alguns queijos duros e mais pungentes em aroma, como o parmesão, o queijo de cabra ou um envelhecido cheddar ou gouda, podem dar a um tinto tânico um gosto metálico. Se você servir um vinho tânico com um prato com pouca ou nenhuma proteína (por exemplo, uma entrada vegetariana), os taninos podem reagir quimicamente com a proteína disponível (na sua língua e no interior da bochecha) e dar a impressão de ser ainda mais tânico. Tanino e peixe oleoso normalmente não se harmonizam: Regra que não requer nenhum paladar muito apurado. Basta comer um pedaço de peixe oleoso com tinto tânico para provocar a ingrata sensação de “lamber uma moeda”. Vinhos tintos com menos tanino e mais acidez, como um Pinot Noir, ficam muito melhor nessa ousada harmonização de vinho e comida. Inclui-se, com razão, a uva Syrah entre as viníferas mais nobres do mundo. Isso se deve, em parte, à longevidade e concentração dos tintos do Rhône Norte e à robustez e ao frutado dos vinhos australianos que origina. na milenar, conhecida por seus tapetes de lã, alguns deles voadores, mausoléus, mesquitas e jardins. Não é fácil afirmar que tenha sido rica em viníferas no passado longínquo. Se tem uvas hoje, são de mesa. supremos. Mas foi somente nos anos 1980, a partir de avaliações positivas de Robert Parker para vinhos de Marcel Guigal, que os tintos da Syrah passaram a ocupar lugar destacado no mercado internacional. Mas a história é particularmente mal contada quando se atribui ao cruzado Gaspar de Sterimberg a façanha de ter trazido mudas de tão longe. Pelo que sei, ele nunca saiu da França e a cruzada de que participou foi contra os Albigenses, em Toulouse. Em comum, os Syrah franceses e os Shiraz australianos nos apresentam toda sorte de aromas de frutas vermelhas escuras, amoras, framboesa, ameixas, uma nuance condimentada e os toques da simbiose com o carvalho: alcaçuz, canela, chocolate. Lembremos que os gregos foram os primeiros a As diferenças não chegam a ser um mistério. ocupar o Rhône depois de afugentarem os primitivos celtas. Considero mais plausível a hipótese de que o nome Syrah seja uma simplificação de Siracusa, entreposto siciliano entre a Grécia e o antigo porto fenício de Massilia (hoje Marselha). Explicam-nas a diversidade de climas, solos e inclinações dos terrenos. No Rhône Norte, de terrenos fortemente inclinados e ensolarados, com solos graníticos, Syrah longevo, concentrado e complexo, alcatroado, com nuances de pimenta do reino. Na Austrália, de verões quentes, terrenos de pouca inclinação e solos vermelhos, Shiraz escuro, opulento, cálido, porém mais jovem, com notas mentoladas. Com a flexibilidade que seus vinhos exibem – alcatroados em certas áreas, frutados em outras, varietais ou em cortes, etc. - era um mistério que a Syrah não fosse mais amplamente cultivada até os anos oitenta. Isso mudou muito de lá para cá e a variedade rodanense tem tido sua área de cultivo ampliada no Novo Mundo e, em menor medida, no Sul da França e em Portugal. Curiosamente o vinho português Incógnito, da Syrah, ganhou tal nome porque na época de seu lançamento essa casta ainda não era permitida em Portugal. A Austrália, onde ela encontrou novo habitat, rebatizou-a de Shiraz, mais fácil de pronunciar em inglês. Há quem diga que isso se deve à lenda de que ela teria sido trazida de Shiraz, na Pérsia. Shiraz é uma cidade irania- Se o Rhône Norte é o habitat ancestral da Syrah, Hermitage e Côte Rôtie são, de muito, seus exemplares 14 Nº 23 Jornal Vinho & Cia Restaurantes Belas adegas em restaurantes Por Fernando Godoy Vários restaurantes já tratam os vinhos e os enófilos com o respeito que merecem, e outros vão além: mais do que boa variedade de rótulos, serviço e estrutura de qualidade, apostam em adegas imponentes, com muita tecnologia e apelo visual. Conheça quatro dessas obras de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo, que, além de lugares para manter garrafas nas condições ideais enquanto não vão à mesa, são um convite irrecusável para pedir a carta. “Nossa adega compõe o ambiente do restaurante. Suas 830 garrafas são para atender o giro do dia-a-dia. O estoque fica em outra. Acho difícil alguém vir para cá e não se sentir seduzido a tomar um vinho” Carlo Alberto Ribeiro, Restaurante Cantaloup, rua Manuel Guedes, 474, www.cantaloup.com.br, (11) 3078-3445, São Paulo “Se o cliente chega aqui pensando em tomar uma caipirinha, ao entrar e ver de perto a nossa adega e a relação preço-qualidade da nossa carta, certamente ele vai reavaliar o que pedir. Nossa clientela leva muito em conta a qualidade do produto que vai consumir, e nossa adega funciona como um atestado de boa qualidade” Jandir Dalberto, Churrascaria Fogo de Chão, Av. dos Bandeirantes, 538, Vila Olímpia, www.fogodechao.com.br, (11) 5505-7091, São Paulo “Temos uma adega interativa, onde as pessoas podem entrar, passear e escolher vinhos - o que considero nosso grande diferencial. Também é um lugar legal para conhecer novos vinhos e levar um exemplar pra casa, já que vendemos para viagem, com desconto. Seu impacto visual é bem forte. Pode ser vista de todos os cantos do restaurante” João Pedro Lamonica, Restaurante Garcia & Rodrigues, Rua Ataulfo de Paiva, 1251, Leblon, www.garciaerodrigues.com.br, (21) 3206-4100, Rio de Janeiro “Desde que funcionava no antigo endereço (centro do Rio), a adega do Laguiole sempre foi muito vistosa, a ponto de ter gente que se sentia constrangida de ir lá. Hoje ela compõe, junto com as obras do MAM (Museu de Arte Moderna) um belo conjunto, com forte apelo visual e excelente qualidade, lugar perfeito pra os homens de negócios impressionarem seus clientes” Jubervaldo Marques Lima, Restaurante Laguiole, no MAM, av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo, (21) 2517-3129, Rio de Janeiro Jornal Vinho & Cia Nº 23 Onde Beber em São Paulo Por Fernando Godoy ([email protected]) Variedade da carta Restaurantes pela carta de vinhos Jardins All Seasons Variada, Informal Esch Café Carta oferece desde rótulos simples até vinhos tops do Novo e Velho Mundo. Predominam Chile, Argentina, Portugal e Itália. Esporão Reserva R$90. Bar/rest./tabacaria com ambiente acolhedor, bela decoração e menu autoral do chef Raphael Molina. Alameda Lorena, 1899, Jardins 3062-2285, www.esch.com.br Não fecha Azäit Fillipa Mediterrânea, Informal Carta vasta, com vários rótulos de importação própria. Novo Mundo corresponde a 50%. Há inúmeros ícones da França e Itália. Restaurante e butique de azeites e vinhos. Cozinha mediterrânea e decoração romântica. Rua Peixoto Gomide, 1532, Jardins 3063-5799, www.azait.com.br Fecha dom-jantar Duplex Contemporânea, Informal Carta enxuta (apenas 13 vinhos), mas de qualidade razoável. Um ou dois vinhos de cada país. Preços a partir de R$39,50 (Trivento Shiraz/ Malbec). Cardápio autoral do chef Luiz Guedes, com saladas, risotos e gralhados, entre outros. Ambiente moderno e clean. Rua Melo Alves, 445, Jardins www.duplexbistrot.com.br 3085-8853 Fecha 2a-jantar e dom-jantar Emiliano a quantidade bem equipado (adega, taças) c/ vinhos especiais ou raros orientado por sommellier c/ vinhos em conta pratos c/ indicação de vinhos Cabana del Assado Lellis Italiana, Informal Bons rótulos do Velho e Novo Mundo, incluindo diversos vinhos ícones da Europa. Destaque: Crianza Marques Del Puerto (Esp.) - R$ 110 e Gran Tarapacá Reserva Cab. Sauv. (Chile) R$ 55. Cozinha italiana clássica. Ambiente com decoração típico das casas italianas. Bela adega em destaque na entrada do restaurante. Alameda Campinas, 1615, 38852698, www.lellis.com.br, Não fecha Argentina, Informal Carta com preços partindo de R$26, com rótulos simples e medianamente elaborados. Predomínio de vinhos argentinos. Trumpeter R$55. Cortes argentinos assados na brasa com acompanhamentos típicos. Ambiente rústico. Mesa ganha vinho no almoço do dia dos pais. Av. Eliseu De Almeida, 1077, Morumbi www.cabanadelasado.com.br, 3726-2908, Fecha dom. e 2a. Jantar Casa da Fazenda L’Osteria do Piero Moema Badejo Pescados, Simples Carta representa os principais produtores, incluindo África do Sul e Austrália. Predomínio de brancos para acompanhar o cardápio. Los Arbolitos Sauv. Blanc R$55 Ambiente simples, despretencioso. Cardápio com pescados preparados à moda capixaba. Destaque para as muquecas. Alameda dos Jurupis, 813, Moema, www.badejosp.com.br , 5055-0238 Não fecha Da Estação Variada, Informal Contemporânea, Informal Italiana, Informal Carta abrangente em termos de países e uvas. Ênfase em tintos. Alguns italianos interessantes: Cantina Perlage Pinot Grigio IGT 2004 - R$ 62. Cozinha contemporânea com ênfase em peixes e influências orientais e francesas. Decoração moderna com elementos naturais. Rua Joaquim Antunes, 260, Jardins, www.fillipa.com.br, 3083-3868. Não fecha Carta tem todos os principais países e preços que variam de R$27 a R$133. Variam de simples a medianamente sofisticados. Típica cantina italiana, decorada com camisas de times, garrafafas e fotos. Massas e sobremesas próprias. Alameda Franca, 1509, Jardins www.losteriadopiero.com.br 3081-3161, Não fecha La Table Ráscal Mediterrânea, Informal Mediterrânea, Informal Variada, Informal Carta tem proposta de oferecer vinhos feitos das principais uvas viníferas. Rótulos do Mercosul em maior número. Boa escolha: Aresti Family Collection 99 (R$108). Pratos internacionais com "pitada italiana" e receitas típicas do campo. Lançou novo cardápio. Construção e ambientação em estilo colonial. Avenida Morumbi, 5594, 3742-2810, www.casadafazenda.com.br, Fecha 2a e dom-jantar Le Bistrô Marcel Carta ampla, com exemplares para todos os bolsos e gostos. Ótimos franceses, chilenos e argentinos: Catena Zapata Malbec - R$ 90. Charmoso bistrô francês. Toques rústicos e cardápio mediterrâneo. Há menu degustação de tapas e risotos. Rua Bela Cintra, 2023, Jardins www.latable-co.com.br, 3088-9008 Fecha dom-jantar Principais países produtores bem representados, com bons rótulos até R$70. Renomados a ótimo custo. Sugestão: Pizzato Merlot 2004 - R$ 29. Ambiente informal e convidativo dentro de shopping, com preparações mediterrâneas e acento italiano. Av. Brigadeiro Faria Lima, 2.232 (Shop. Iguatemi), 3816-3546, www.rascal.com.br, Não fecha La Tartine Tatini Italiana, Luxuoso Vinhos jovens e ligeiros, próprios para os petiscos e comidas de bar. Vários opções a custo baixo do Chile e Argentina: Angaro Malbec - R$ 28. Bar/restaurante com cardápio variado. Destaque são as pizzas e calzones. Ambiente agradável e rústico. Avenida Jacutinga, 193, Moema, www.daestacao.com.br, 5055-7077 Não fecha (só jantar) Konstanz Francesa, Luxuoso Carta 95% Mistral, com vinhos dos principais produtores, incluindo alguns ícones. Destaque Carmen Carmenère 2005 - R$ 64. Ambie requintado e tradicional, lembrando bistrô francês. Cardápio francês clássico. Menu especial no Dia dos Pais (R$60). Rua Hans Oersted, 115, Brooklin Novo, 5505-2438. www.restaurantemarcel.com.br, Fecha sáb-alm. e dom Vicolo Nostro Alemã, Informal Carta Mistral, com 35 rótulos e 10 países representados, incluindo Alemanha. Bons rótulos argentinos: Alto Las Hormigas Malbec 2006 R$48,90. Choperia/restaurante em estilo alemão. Ambiente informal, simples. Cardápio típico. Destaque é o joelho de porco. Avenida Aratãs, 713, Moema, www.konstanz.com.br, 5543-4813 Fecha dom-jantar Leona Italiana, Informal Francesa, Romântico Carta ampla e rica, repleta de tops do Velho Mundo. Destaque para subregiões francesas da Borgonha e Bordeaux. Macon Vieilles Vigne La Roche 2002 - R$180. Sofisticado restaurante dentro do hotel homônimo. Cardápio contemporâneo com base na cozinha italiana. Oscar Freire, 384, Jardins 3068-4390, www.emiliano.com.br Não fecha Facilidades do serviço Morumbi, Brooklin Contemporânea, Informal Carta ampla, com destaque para bons rótulos do Chile, Argentina, França e Itália (principais regiões). No almoço no Dia dos Pais dá como cortesia uma garrafa. Cardápio variado, com influência da culinária francesa e ingredientes de várias origens. Ambiente requintado e amplo. Alameda Santos, 85, Jardins, www.restauranteallseasons.com.br 3177-0436, Não fecha 15 Carta enxuta, média de 25 rótulos, com preços partindo de R$29 (Alfredo Roca Malbec). Destaque são vinhos chilenos. Botalcura Reserve Cabernet - R$ 74. Cardápio e ambiente de bistrô francês, com espaços pequenos e intimistras. Destaque é o quiche de cabra. Rua Fernando de Albuquerque, 267, Jardins, 3259-2090, Fecha domingo Pizzaria, Romântico Boa variedade, com destaque para italianos. Proprietário faz pessoalmente a escolha das melhores safras. Dolcetto D'Alba Renato Ratti 2005 - R$100. Tradicional comida italiana. Ambiente informal, sem muita sofisticação. Pratos típicos. Rua Batatais, 558, Jardins, 38857601, www.tatini.com.br Fecha 2a Carta ampla e repleta de bons vinhos italianos e franceses (predomínio de Velho Mundo). Bons rótulos entre R$100 e R$150. Luigi Bosca Malbec 2004 - R$ 102. Cozinha iatliana com destaque para polentas e massas. Ambiente agradável e sofisticado. Uma das salas tem lareira. Rua Jataituba, no. 29, Brooklin, www.vicolo.com.br, 5561-5287 Fecha dom-jantar Carta com 75 opções, com diversos Reserva e Gran Reserva. Maioria dos vinhos entre R$50 e R$60. Ambiente agradável, rústico e acolhedor, com muita madeira e tijolos à vista. Alguns sabores exóticos de pizza. Rua Constantino de Souza, 582, Moema, www.leonapizzabar.com.br 5096-3000 Não fecha (só abre após 18h) 16 Nº 23 Jornal Onde Beber em São Paulo Vinho & Cia Por Fernando Godoy ([email protected]) Rótulos da carta Restaurantes pela carta de vinhos Moema, Paraíso algumas opções de rótulos Preços da carta margem mínima, ótimos preços bom número de opções margem intermediária inúmeras opções margem superior Pinheiros, Vila Madalena, Perdizes Chácara Santa Cecília Aguzzo Italiana, Refinado Rosmarino Italiana, Informal Contemporânea, Informal Carta bem elaborada, com bons rótulos da Itália, Chile e Argentina. Alguns tops. Amancaya Malbec/Cab Sauv. 2005 - R$109. Opções em taça e meia garrafa. Ambiente reservado e refinado. Cardápio oferece especialidades italianas. Destaque para as massas frescas, carnes e aves. Rua Simão Álvares, 325, Pinheiros, www.aguzzo.com.br, 3083-7363, Fecha dom-jantar Carta ampla e de qualidade. Boas opções para todos os bolsos, partindo de R$30. Destaque para italianos. Montepulciano D’Abruzzo DOC - Vini Farnese - R$ 42. Bar/restaurante com mesas espalhadas por amplos salões e bosques. Cardápio com criações de Tânia Novaes. Rua Ferreira de Araújo, 601, Pinheiros, 3034-6251, Não fecha, www.chacarasantacecilia.com.br O cardápio indica dois vinhos (para bolsos diferentes) por prato. São 250 opções, muitas com preços acessíveis. Cartagena Cab. Sauv. 2005 (Casa Marin, Ch) - R$ 84 Cozinha italiana bem desenvolvida em espaço acolhedor. Menu especial no Dia dos Pais. Rua Henrique Monteiro, 44 Pinheiros, 3819-3897 www.rosmarino.com.br Fecha 2a-jant. e dom-jant. Astor Consulado Mineiro Spadaccino Brasileira, Informal Brasileira, Informal Principais produtores representados de maneira equilibrada. Preços partem de R$35. Diversos bons rótulos ente R$50 e R$80. Alto Las Hormigas Malbec R$55 Ambiente retrô, inspirado na boemia do década de 50. Cozinha típica de bar, com petiscos e pratos combinados. Rua Delfina, 163, Pinheiros 3815-1364, Não fecha Carta variada, com vinhos ligeiros e jovens, com preços em conta. Boas opções até R$35 (Uxmal Cab Sauv. R$33; Alamos Malbec R$28,50) Ambiente e cardápios típicos mineiros. Pratos a la carte e executivos no almoço. Praça Benedito Calixto, 74, Pinheiros (+ 1 endereço no mesmo bairro), www.consuladomineiro.com.br, 3088-6055, Fecha 2a-feira Bugre Don Curro Variada, Simples Vinhos simples, comuns em supermercado, de valores baixos, suficientes para acompanhar os pratos. Preços a partir de R$21 (Almadén). Chianti Rufino - R$ 67. Forte do cardápio são os empanados à moda germânica (filets com catupiri são destaque). Ambiente simples, tradicional (foi inaugurado em 1950). Rua Teodoro Sampaio, 334, Pinheiros, 3085-6984, Não fecha Cantina Gigio Espanhola, Informal Carta com 90% de rótulos espanhóis, alguns ícones daquele país, muitos de importação própria. Ênfase nas paellas e crustáceos. Temporada da lagosta desde julho. Menu com sugestões especiais no Dia dos Pais. Rua Alves Guimarães, 230 Pinheiros, 3062-4712 www.restaurantedoncurro.com.br Fecha 2a. e dom-jantar. Piccolo Bistrot Contemporâneo, Romântico Italiana, Romântico Carta concentra vinhos entre R$40 e R$80. Vinhos mais caros a preços de importadora. Orvieto D.O.C. (R$52). Cozinha de cantina, em ambiente informal e agradável, com varanda. Os nhoques são destaque. Rua Mourato Coelho, 1267 Vila Madalena, 3032-8605 Fecha 2a-almoço e dom-jantar Tanger Marroquina, Informal Carta enxuta (28 rótulos). Predomínio de vinho ligeiros e jovens em torno dos R$50. Alto Sur (Arg.) R$52. Ambiente acolhedor e decoração temática, com tendas, sofás e almofadas. Cardápio marroquino/ mediterrâneo. Oferece almoço executivo. Rua Fradique Coutinho, 1664, Vila Madalena, 3037-7223, Fecha domjan, www.restaurantetanger.com.br Vinheria Percussi Italiana, Infomal Italiana, Informal Carta despretenciosa, com vinhos simples e jovens. Predomínio de nacionais. Média de preço em torno do R$45. Corvo R$56. Ambiente simples e receptivo com ares de restaurante italiano. Cardápio típico, com massas, carnes e frutos do mar. Rua dos Pinheiros, 355, Pinheiros, www.cantinagigio.com.br 3064-6823, Não fecha Carta variada, partindo de R$28 (Salton Classic). Rótulos do Velho e Novo Mundo entre R$50 e R$120. Sassoalloro Biondi Santi - R$139. Menu variado com base italiana, incluindo fondues e racletes. Ambiente romântico e aconchegante de bistrot europeu. Rua Tucuna, 689, Perdizes, 38721625, www.piccolobistrot.com.br Fecha dom e 2a. De 3a. a 6a. só serve jantar Carta montada a dedo pelo proprietário, com foco (30%) em italianos. Ótimos rótulos, com predomínio na faixa dos R$ 40 a R$ 80. Barbera D'Asti Le Orme D.O.C. 2004 - R$ 69. Desconto de 20% para viagem. Cozinha autoral em base italiana. Decoração informal chic. Rua Cônego Eugênio Leite, 523, Pinheiros, 3088-4920, Fecha 2a e dom-jantar, www.percussi.com.br, Jornal Vinho & Cia Nº 23 17 18 Nº 23 Jornal Onde Beber em São Paulo Por Fernando Godoy ([email protected]) Variedade da carta Restaurantes pela carta de vinhos a quantidade O Espírito Santo está com adega nova. Implantada nos fundos do salão principal, à vista de todos, pode funcionar como estímulo ao consumo de vinhos no seu agradável e charmoso ambiente de bar, onde ainda impera o chopp. A carta tem 150 rótulos exclusivamente importados, exceção feita aos espumantes Chandon. Os preços dos vinhos são a partir de R$40, e os sobrepreços não são tão exagerados. Cerca de 60% dos vinhos são portugueses, que é o foco da cozinha, com pratos bem-elaborados, mas não sofisticados, indo um pouco além do bom e tradicional bacalhau. Av. Horácio Lafer, 634, Itaim Bibi, (11) 3078-7748, São Paulo. Cantaloup bem equipado (adega, taças) c/ vinhos especiais ou raros orientado por sommellier pratos c/ indicação de vinhos Centro Picchi Contemporânea, Informal Carta vasta, com vinhos de grandes e pequenos produtores e diversos tops de todos os países produtores. Destaque: Château Puycarpin (Boudeaux) 2004 - R$ 72 Criações do chef com destaque para peixes e frutos do mar em ambiente amplo, decoração contemporânea. Belo living room. Rua Manuel Guedes, 474, Itaim Bibi www.cantaloup.com.br, 3078-3445, Fecha dom-jantar Facilidades do serviço c/ vinhos em conta Itaim Bibi, Vila Olímpia Espírito novo Vinho & Cia Italiana, Informal Boa carta, repleta de ótimas opções da Itália (principais subregiões), Chile e Argentina. Vários tops e rótulos em torno dos R$50. Rosso Sangervasio IGT R$82 . Menu de especialidades italianas com toques modernos. Ambiente moderno e clean. Rua Jerônimo da Veiga, 36, Itaim Bibi, 3078-9119, Fecha domingo Ran Freddy Japonesa, Informal Francesa, Luxuoso Vinhos coloridos Ancorado no shoppping Brascan Open Mall, o Floriano tem ambientação moderna, com muitas cores e toques de arte. Sua adega é um ponto de atração, posicionada num salãogazebo, em que durante o dia pode-se aproveitar a luz do dia e à noite apreciar a iluminação colorida refletindo na área toda envidraçada onde estão os vinhos. A carta com 90 rótulos foi desenvolvida pelo sommelier Ramatis Russo, e está bem dividida, com opções variadas de diversos países e preços a partir de R$30. O cardápio é de concepção de Hamílton Mellão Jr. e abrange buffet executivo no almoço e pizzas à noite, além de pratos convencionais. R. Joaquim Floriano, 466, Itaim Bibi, (11) 3079-3500, São Paulo. Carta ampla com destaque para franceses das principais regiões: Médoc, St. Julien, St. Estèphe, Pomerol, Pauillac, Margaux, St. Emillon. Tradicional bistrô paulistano com pratos principais da cozinha francesa. Almoço especial no Dia dos Pais (R$110). Em novo endereço. Rua Pedroso Alvarenga, 1170 Itaim Bibi, 3167-0977 Fecha sáb-almoço e dom-jantar La Tambouille Carta enxuta, com vinhos da Wine House. Predomínio de brancos do Velho Mundo. Dois tintos e dois brancos servidos em taça. Preços partem de R$50. Ambiente moderno com toques rústicos. Cardápio com o tradicional e novidades, como yakissoba de cogumelos selvagens. Rua Manuel Guedes, 436, Itaim Bibi www.ranrestaurante.com.br, 3071-3020, Fecha 2a.a sáb/almoço Rincón Mexilhão Argentina, Informal Variada, Luxuoso França e Itália bem representados na carta, com ótimos exemplares oscilando entre R$150 e R$300. Destaque: Puycarpin 2004 Bordeaux - R$101. Cozinha franco-italiana, também com pratos brasileiros. Ambiente sofisticado e badalado. Avenida Nove de Julho, 5925, 30796277, www.latambouille.com.br Não fecha Le Coq Hardy Carta com 75% de argentinos, incluindo alguns tops. Destaque Gran Hacienda Riesling 2004 - R$46. Ambiente aconchegante e informal, com belo bar e adega. Cozinha argentina com destaque para as carnes na parrilla. Rua Santa Justina, 99, Vila Olímpia www.rincondebuenosaires.com.br 3849-0096, Fecha dom-jantar Pescados, Informal Carta ampla e variada, com principais países presentes. Ótimos italianos, franceses e chilenos, incluindo tops. Pouilly Fume Lês Logères - Guy Saget R$152. Cardápio de frutos do mar. Tradicionalismo no atendimento e nas Supra Vira Lata Italiana, Infomal Francesa, Luxuoso Carta objetiva representar diversidade de uvas e nacionalidades. Destaque para França, melhores produtores. Château Chenade 2002 Lalande de Pomerol R$180. Meu especial no Dia dos Pais. Cozinha francesa tradicional com um toque pessoal de Pascal Valero. Ambiente sofisticado. Rua Jerônimo da Veiga, 461, Fecha sáb-almoço e dom-jantar, 3079-3344, www.restaurantelecoqhardy.com.br Metade da carta com rótulos dos principais produtores italianos, com ênfase em Piemonte e Puglia. Primitivo I.G.T. Cantine due Palme 2004 (R$70). Alguns rótulos de importação própria. Pratos italianos bem trabalhados pelo chef-proprietário Mauro Maia. Ambiente sofisticado e moderno. Menu fechado no Dia dos Pais. Rua Araçari, 260, Itaim Bibi, www.resupra.com.br, 3071-1818 Fecha 2a e dom-jantar Contemp., Romântico Carta com ênfase em Chile e Argentina. Alguns vinhos Reserva. Preços partem de R$26. Tabalí Reserva Shiraz - R$64. Rústico, com jardim e árvores. Cozinha autoral, com ênfase em ingredientes nacionais. Destaque são as massas e risotos. Rua Minas Gerais, 112, Higienópolis www.restauranteviralata.com.br 3258-6093, Fecha 2a e dom-jantar Jornal Vinho & Cia Nº 23 19 Onde Beber em São Paulo Primeiro Grande Notável O Cabernet Sauvignon Reserva 2004 Luiz Argenta é o primeiro vinho produzido pela vinícola Luiz Argenta Vinhos Finos, de Flores da Cunha, na Serra gaúcha. Graças a técnicas de cultivo e produção avançadas e à excelente insolação nas áreas onde estão situados os vinhedos próprios, foi obtida uma excelente maturação. Além disso, o vinho permaneceu durante seis meses em barris de carvalho. A produção é controlada. Foram elaboradas apenas 16 mil garrafas. Esse vinho tem boa intensidade e estrutura, revelando-se melhor ainda em boca. Uma homenagem ao patriarca da família Argenta. Em uma área de 142 hectares, seus filhos, remontam a tradição e a modernidade num projeto de personalização de vinhedos e vinhos. Luiz Argenta Vinhos Finos Avenida 25 de Julho, nº 700, Flores da Cunha - RS [email protected] Vinhos diferenciados, resultantes da combinação de solo, clima e altitude da Serra Catarinense. 20 Nº 23 Jornal Circuito do Vinho Nas Ondas do Rio Mais que restaurante! nenhum esnobismo, com elegância clássica! Fernando Quartim Barbosa Figueiredo Diretor da SBAV-SP [email protected] Na parte tranqüila da rua Sergipe, no bairro de Higienópolis, um sobradão da década de 30, com paredes de tijolos à vista pintados de branco, assoalho de tábuas, pé-direito alto, mostrando, despreocupadamente, vigas de madeira e aço, resultado da reforma para ampliação de suas salas, grandes janelas com veneziana em pares e vidraças que se levantam em guilhotina e ainda são travadas com aquelas famosas borboletas, pois é, é aí mesmo que Carla Pernambuco instalou o Carlota seu, ou melhor, nosso restaurante descontraído, aconchegante, decorado com objetos de culinária e fotos em preto-e-branco tiradas por seu marido, que por sinal é meu xará ou, tocaio, se for tão gaúcho quanto sua mulher! Carla nos brinda com uma cozinha de Autor e poliglota! Parte dos pratos são asiáticos, como os assíduos e famosos rolinhos vietnamitas, ou as cavaquinhas thai que minha amiga e confreira Mariangela, seguindo a receita, nos brindou num jantar de nossa confraria. Outros são mais ocidentais, mas todos mostram muito bem a pesquisadora de elementos em harmonização, a altíssima qualidade, sem Uma refeição no Carlota encanta! Acho que por refletir o espírito alegre e sorridente de Carla, o ambiente já está embebido por um clima que exala romantismo! Segundo seu depoimento, no restaurante já se fizeram apresentações de casais que lá namoraram, casaram-se e multiplicaramse! Como manda o figurino, e estão felizes! Pois é Ted, eu sei que você está duvidando um pouco do que estou falando, mas deixe de ser só Bebedor e convide sua eleita a um aperitivo no hall superior; sentem-se, aconchegadamente, ao sofá e depois... desçam para saborear os quitutes da Chef Carolina bons sobrepreços, e permite uma escolha adequada para uma grata harmonização. Tem mais! Carla escreveu livros divulgando suas belas receitas, como as cavaquinhas thai da amiga Mariangela e inúmeras outras que até eu já fiz! Escreveu também, um livro de receitas para crianças! Protagonizado por sua filha Júlia. Presenteei minha neta Bruna com um exemplar e logo ela saiu frenética, à procura de morangos, amoras ou framboesas, para preparar uma apetitosa sobremesa! Aquele “livrinho” é a coisa mais delicada que já vi em gastronomia! Parabéns! Cariocas, não vos desanimeis! Vocês poderão encontrar tudo isso, aí no Rio, numa não CARLOTA, em São Paulo. Rua Sergipe, 753, Higienópolis, (11) 3661-8670. No Rio de Janeiro, rua Dias Ferreira, 64, Leblon, (21) 2540-6821. Brandão, peçam ao Benê uma sugestão de vinho, saboreiem e comentem, entre si, os aspectos sensoriais da harmonização e... depois... me conte! A Carta de vinhos, com aproximadamente cem rótulos (faltam uns gaúchos!), é bem variada, sem sofisticação, com Vinho & Cia tão pacata rua Sergipe, mas na agitadinha Dias Ferreira: aproveitem! O Carlota pode integrar o Circuito do Vinho, onde encontramos um ótimo serviço em ambiente bastante agradável, em que o vinho, sempre presente, faz um final feliz! Jaqueline Barroso Enófila barca), o Olimpo colocou na carta (bastante diversificada) sugestões de vinhos com preços convidativos e preparou um cardápio (couvert, prato principal, sobremesa, água e café) dos deuses! Informe-se pelos telefones (21) 2711-0554 – 2711.5041, www.restauranteolimpo.com.br [email protected] Harmoniza Rio 2007 Dia 21 de agosto acontece a 2º edição do Harmoniza Rio. Evento imperdível de enogastronomia promovido pela importadora Paralelo 35, que no ano passado foi de extremo bom gosto, com organização impecável. Serão 13 restaurantes apresentando os seus pratos e harmonizando com os vinhos exclusivos da Paralelo 35. E tem mais! Ainda haverá palestras com José Henrique Fonseca, da Conspiração Filmes, e Marcelo Copello, falando da relação da música e do cinema com o vinho. Também será lançado o livro Harmoniza Rio 2007. Simultaneamente haverá fóruns, debates e etc. É ou não é imperdível?! Será no Palácio da Guanabara. Informações e convites pelo telefone (21) 2487-7633 ou www.harmonizario.com.br Perca o fôlego e chegue até o Olimpo! Faça um passeio de Catamarã Rio-Charitas (aos sábados e domingos), perca o fôlego com a deslumbrante paisagem da Baía de Guanabara e chegue até o restaurante Olimpo. As Barcas S/A e o Olimpo oferecem pacote com passeio turístico ida e volta e almoço a R$95. Para nosso deleite (já que vamos de Pablo Morandé no Rio O grande enólogo Pablo Morandé esteve brevemente no Rio apresentando para os profissionais e clientes cariocas alguns de seus belíssimos vinhos. A Carvalhido, que é a importadora exclusiva da Viña Morandé, organizou para apresentação um almoço e um jantar harmonizados. O Chile deve a este grande enólogo a descoberta do Valle de Casablanca para vitivinicultura. Há alguns anos, depois de Pablo viajar pelos Estados Unidos, chegou à conclusão de que o clima de Casablanca tinha muitas das características dos vales do Napa e do Sonoma. Em 1980, plantou 20ha e provou que a zona era ótima, principalmente para os vinhos brancos. Carvalhido: (21) 2584-1392, www.carvalhido.com.br, ou representante Sergio Murilo (21) 7845-9896. Jornal Vinho & Cia Nº 23 21 Por Jaqueline Barroso ([email protected] e Fernando Godoy ([email protected]) Onde Beber no Rio de Janeiro Restaurantes pela carta de vinhos Variedade da carta a quantidade Portuguesa, Luxuoso A carta é o orgulho da casa, oferece raridades de produtores do Alentejo e cobiçadas safras de Borgonha e Bordeaux. Média de preços entre R$150 e R$500. Ótimo serviço especializado. Típica cozinha portuguesa. Luxuoso. Destaque para as obras de arte. Rua Aristides Espínola, 19, Leblon, (21) 2294-1049, Não fecha www.antiquarius.com.br Artigiano Fratelli Italiana, Informal Mr. Lam Chinesa, Sofisticada c/ vinhos especiais ou raros orientado por sommellier pratos c/ indicação de vinhos Centro Porcão Carnes, Informal Uma das boas cartas de restaurante, contendo 226 rótulos de vários países, incluindo vinhos ícones como Barca Velha 91, Quinta do Crasto 03 e Solaia 00. Culinária italiana original em ambiente avarandado e bastante aconchegante. Rua General San Martin, 983, Leblon, (21) 2259-6699 www.fratellirestaurante.com.br De 2a a 6a jantar. Sábados e domingos almoço e jantar. Carta ampla e variada. Possui 170 rótulos com foco na França. Alguns vinhos especiais como Solaia 97, Tignanello 97,Caballo Loco nº 4, Mouton Rothschild 93. Maioria dos preços entre R$ 80 e R$200. Cozinha chinesa tradicional com destaque para o Pato Laqueado de Pequim. Decoração temática e sofisticada. Rua Maria Angélica, 21, Lagoa www.mrlam.com.br (21) 2286-6661. Fecha 2a. Carta ampla e variada, com foco no Novo Mundo, sendo destaques Chile e Argentina. Alguns grandes rótulos como Tignanello 01, Ch.Lafite 98 e Échezeaux 01. Rodada dupla de taça de espumante às 3as, das 18h às 20h. Cozinha especializada em carnes de todos os tipos no sistema rodízio. Amplo salão. Rua Barão da Torre, 218, Ipanema www.porcao.com.br (21) 3389-8989. Não fecha Garcia & Rodrigues Pastaciutta Quadrucci Italiana, Informal Um dos melhores lugares para se beber. Enorme variedade e ótimos preços, com predomínio de rótulos italianos. Cozinha italiana da Emilia-Romagna. Massas, pães e sobremesas feitas artesanalmente e pizzas. Ambiente informal, com varanda agradável. Av. Epitácio Pessoa, 204, Jardim de Alah-Ipanema, (21) 2512-6107. www.restauranteartigiano.com.br. De 2a. a sábado fecha no almoço Dell’Angolo Ótima variedade de rótulos. Destaque para Velho Mundo, sendo a França a principal representatividade. Excelente lugar para bons rótulos entre R$38 e R$80. Cozinha francesa com toques brasileiros. Variedades de pães feitos na casa. Decoração de vários estilos e ambiente sofisticado. Rua Ataulfo de Paiva, 1251, Leblon www.garciaerodrigues.com.br (21) 3206-4100, Não fecha Italiana, Informal Esch Café Italiana, Informal Carta ampla e diversificada com destaque para Itália e preços entre R$40 a R$60. Rótulos famosos como Barbaresco 00, Brunelo 98 e Tignanello 98. Cozinha italiana clássica incluindo pizzas. Ambiente informal e aconchegante de tijolos aparentes. Rua Maria Quitéria, 136, Ipanema, www.laforneria.com.br, (21) 2287-0335. De 2a a sábado jantar e domingo almoço e jantar. Italiana, Informal Variada, Informal Bons rótulos do Velho e Novo Mundo, com mais representatividade de Chile, Argentina e Portugal. Brigada bem-treinada. Cozinha variada com influência francesa, italiana e brasileira. Massas de fabricação própria e boa variedade de carnes. Rua do Rosário, 98, sobrado, Centro www.lasagradafamilia.com.br (21) 2252-2240. De 2a a 6a, apenas almoço. Brasserie Rosário Italiana, Informal Carta objetiva, com várias nacionalidades. Preços entre R$30 e R$60. Cozinha italiana e ótima qualidade. Ambiente descontraído. Rua Marquês de São Vicente, 52, térreo, Shopping da Gávea (21) 2294-0298 Não fecha. Carta com boas opções, com foco em Chile, Argentina e Itália. Maioria entre R$40 e R$80. Cozinha italiana contemporânea com toque brasileiro. Ambientação e decoração clean e moderna. Rua Dias Ferreira, 233, Leblon www.quadrucci.com.br (21) 2513-4551 Pecado Stravaganze Latina, Romântico Boa variedade de rótulos, oferecendo somente vinhos do Novo Mundo. Brigada treinada inclusive para sugerir harmonizações. Único restaurante no Rio de cozinha latina contemporânea. Ambiente romântico com flores nas mesas e luz de vela. Rua Barão da Torre, 152, Ipanema www.pecadosite.com.br (21) 2522-5198 / 2513-3017 De 3a a domingo (somente jantar) Photochart La Cigale Internacional, temático Boa seleção de rótulos do Velho e Novo Mundo, com preços entre R$50 e R$70. Cozinha internacional, incluindo pratos brasileiros. Ambiente temático cubano. Tem bela tabacaria com charututos importados. Rua Dias Ferreira, 78, Leblon (+ Rua do Rosário, 107, Centro) (21) 2512-5651 www.esch.com.br. Não fecha. La Sagrada Família Francesa, Informal Francesa, Sofisticado La Forneria Ótima variedade de rótulos com representantes do mundo todo. Carta bem dinâmica. Preços de R$80 a R$200. Rótulos especiais. Culinária do norte da Itália, com destaque para massas e peixes. Ambiente em 2 andares informal. Rua Paul Redfern, 40, Ipanema. www.osteriadellangolo.com.br (21) 2259-3148 Não fecha. bem equipado (adega, taças) c/ vinhos em conta Ipanema, Leblon, Lagoa, Gávea Antiquarius Facilidades do serviço Carta objetiva com 70 rótulos variados, de Portugal, Chile e Argentina. Preços entre R$35 e R$70. Gastronomia de brasserie. Menu harmonizado em toda última semana do mês. Casarão centenário com paredes originais de pedra. Rua do Rosário, 34, Centro www.brasserierosario.com.br (21) 2518-3533 Fecha dom. (só serve almoço) Pampa Grill Pizzaria Gourmet, Informal Carta variada, com Velho e Novo Mundo. Otimos rótulos com preços entre R$ 42 e R$ 70, com destaque para castas italianas. Pizzas gourmet e algumas assinadas por grandes chefs. Decoração moderna com muita madeira e serralheria. Rua Maria Quitéria, 132, Ipanema, www.stravaganze.com.br, (21) 2523-2391. Não fecha (só jantar) Traitteurs de France Francesa, Informal Churrascaria, Informal. Carta versátil e variada, com destaque para os vinhos portugueses, chilenos e argentinos. Sistema de rodízio. Ambiente informal e aconchegante. Espaço para rodízio de carnes e bufê separado do salão de almoço por quilo. Av. Almirante Barroso, 90, Centro www.pampagrillcentro.com.br 2524-1199. De 2a a 6a só almoço Villarino Bistrô, Chic Temático, Chic Bistrô, Informal Carta enxuta, voltada para França, mas também com rótulos de Portugal, Chile e Argentina. Preços entre R$80 e R$120. Cozinha tradicional francesa em ambiente de bistrô. Rua Aristides Espínola, 88, Leblon, (21) 2279-4473. Fecha domingo-jantar. Carta com ótimos representantes do Velho e Novo Mundo e bem variados. Cozinha comtemporânea internacional bem elaborada. Ambiente temático, ligado ao Jockey Club, com vista para o charmoso desfile de cavalos antes do páreo. Pça. Santos Dumont, 31 Jockey Club, Gávea www.photochart.com.br (21) 2512-2247, Não fecha. Carta enxuta, com representação de Velho e Novo Mundo a preços econômicos. A carta informa principais castas tintas e brancas, temperatura ideal, vinho e saúde e harmonização. Cozinha francesa de bistrô com toques brasileiros. Ambiente informal. Av. Nossa Senhora de Copacabana, 386, Copacabana, (21) 2548-6440 Almoço todos os dias. Espetacular carta de vinhos com mais de 400 rótulos. Pode-se escolher vinhos da sua loja e consumir na mesa pelo mesmo preço. Inova com 40 rótulos em taça, incluindo champagne. Cozinha de bistrô moderna e elaborada. Ambiente em 2 andares amplo e super bem-decorado. Av. Rio Branco,180, Centro (21) 2220-9571 Fecha sáb-dom. 22 Nº 23 Jornal +ÕiÃÊiÊÀà >V>ÃÊiÊ«ÀÌ>`à VÀiÃÊiÊiÃÌ>`à +ÕiÃÊ«>À>Ê,>ViÌi iÊ`Õi Vinho & Cia 6 à iÊ >«>}ià OFERTAS PROSECCO VALDOBBIADENE DE LUCCA (ITALIA) R$ 22,00 CÔTES DU RHÔNE CELLIER DES DAUPHINS 2002 (FRANÇA) R$ 23,50 CEPA NOBLE 2001 CARMENERE (CHILE) R$ 10,90 VIU MANENT VARIETAL (CHILE) R$39,00 DECANTER LUXO R$45,00 MAIS DE 1.000 RÓTULOS DE VINHOS DE TODO O MUNDO /À>«V iÊ,LiÊ>LiV ,fÊÎä]ää - /Ê -iiVVÊ`iÊÀiVÌÀ >LiÀiÌÊ->ÕÛ} ,fÊÎ]ää /,,<-Ê,-,6 >LiÀiÌ]Ê>LiVÊÕÊ-ÞÀ> ,fÊÈn]ääÊ«ÀÊÕ ACEITAMOS TODOS OS CARTÕES - ENTREGAS EM DOMICÍLIO Ê ,, ,Õ>Ê6ÕÌ?ÀÃÊ`>Ê*?ÌÀ>Ê{{ÈÊÉÊ°Ê£ÎÊÊ "Ê1/ /i°\ÊÓxÎÇÓÇä£ÊÉÊÓÓnÈÇnÈ "Ê"Ê+1" Û°Ê"i}?ÀÊ>ViÊx££ÊÉÊ°ÊÊÊ,,ÊÊ/1 /i°\ÊÓ{ÎnxäÊUÊÓ{nÈÎäÈÎ Jornal Vinho & Cia Onde Beber no Rio de Janeiro Nº 23 23 24 Nº 23 Jornal Vinho & Cia Vinhos com sobremesa de chocolate Para muitos uma refeição só acaba mesmo com a sobremesa. Doce, ela dá um acabamento final no ritual de comer, e pode ser ainda melhor apreciada na companhia de um vinho adequado. Várias pessoas acreditam que chocolate e vinhos em geral são elementos antagônicos, com raras possibilidades de harmonização. Algumas características, sim, limitam a combinação. Para você beber melhor e identificar boas opções, Vinho & Cia provou antes, às cegas (sem conhecimento dos rótulos) 16 vinhos com uma sobremesa farta em chocolate: brigadeiro crocante de colher com sorvete de chocolate e calda de menta, preparada pelo restaurante Vira Lata, em São Paulo. Na tabela ao lado, estão os vinhos indicados por alguns fornecedores para combinar com a sobremesa e em destaque estão os que foram avaliados como as melhores companhias, que receberam medalhas: uma de ouro, duas de prata e três de bronze. Confira! O prato Onde comer O brigadeiro de colher, presente no cardápio de sobremesas do Vira Lata e tema dessa harmonização, é criação do chef Eduardo Duo. É feito da maneira tradicional: leite condensado aquecido ao fogo, acrescido de chocolate em pó. É finalizado com chocolate granulado, o que garante uma saborosa crocância. Acompanha também uma bola de sorvete de chocolate e uma leve calda de menta, que pouco altera a proeminência do chocolate. A sobremesa é bastante doce e o chocolate dá as características de amargor e acidez, unindo três sabores que dificultam a combinação com vinhos. O Vira Lata é um empreendimento que une restaurante, loja de design, vinhos e wine bar, tudo dentro de um belo casarão tombado pelo patrimônio histórico da cidade, a duas quadras da Avenida Paulista. As mesas ficam espalhadas em um agradável jardim, repleto de árvores frutíferas. Contribuem para o clima rústico e acolhedor da casa as paredes de tijolos, o teto de palha e a iluminação discreta e suave. Na parte mais baixa, em uma espécie de porão, a loja de vinhos e acessórios divide espaço com o wine bar, cujas paredes de pedra fazem lembrar uma velha adega. No cardápio, as criações fazem referências a pratos clássicos, mas sempre privilegiando ingredientes nacionais. Destaque para as massas e risotos. A carta e o serviço de vinhos são comandados pela competente sommelier Flávia Rodrigues. Vira-Lata (food, wine, design) Rua Minas Gerais, 112, Higienópolis, São Paulo (11) 3258-6093 / 3257-5865 Jornal Vinho & Cia Nº 23 5 Os melhores na combinação Alcyone Tannat Grandjó Late Harvest Torres Moscatel Oro Quinta do Bucheiro Porto LBV Miolo Terranova Late Harvest Kopke Lágrima Porto O que combina A união de grande doçura, amargor e acidez da sobremesa em questão e o sabor peculiar do chocolate são fatores de grande dificuldade para a harmonização com vinhos. Soma-se a isso a untuosidade da manteiga de cacau do chocolate, que, como outros tipos de gordura, forma uma película na boca que altera a sensibilidade gustativa. adotada por nenhum dos fornecedores de vinhos. A principal opção de tipo de vinho para combinar com sobremesas é o doce (fortificado ou de colheita tardia), que foi a escolhida pelos fornecedores. Para algumas pessoas há possibilidades de harmonização com alguns tintos secos, mas não foi a linha O resultado da degustação corroborou uma “regrinha” de que para combinar bem o vinho precisa ser mais doce do que a sobremesa, de modo a não produzir uma sensação negativa. O vinho que recebeu Medalha de Ouro, o Alcyone Tannat, possui um sabor peculiar que lembra muito chocolate, e a sua harmonização é perfeita. Dois rótulos de colheita tardia (Late Harvest) combinam bem e alguns Porto também têm potencial de boa combinação, mas a degustação provou que nem todos desse tipo harmonizam com essa sobremesa, em fun- ção do sabor do chocolate, do amargo e da acidez. A cor do vinho (tinta ou branca), não é fator necessariamente influenciador. O que efetivamente não combinou, produzindo uma sensação unânime muito ruim, foi o tinto do tipo suave, que não pode ser confundido com um vinho do tipo doce, fortificado ou não. Vinhos indicados pelos fornecedores item fornecedor fone produtor origem safra R$ medalha 1 Barrinhas (21) 2131-0021 Real Cia. Velha Portugal Doce branco N/I 2005 113 Prata 2 Barrinhas (21) 2131-0021 Real Cia. Velha Portugal Dom José Porto Tawny Doce tinto N/I N/I 39 - 3 Casa Valduga (11) 5044-7000 Casa Valduga Brasil Casa Valduga Licoroso Doce tinto N/I 1999 59 - 4 Casa Valduga (11) 5044-7000 Casa Valduga Brasil Naturelle Suave tinto Cabernet Franc, Pinot Noir 2005 18 - 5 Decanter (11) 3074-5454 Castellani Michele Itália Recioto della Valpolicella Monte Fasenara Doce tinto N/I 2001 190 - 6 Dom Quirino (11) 5181-3009 Viñedo de los Vientos Uruguai Alcyone Doce tinto Tannat N/I 85 Ouro 7 Global (11) 3389-0848 Kopke Portugal Lágrima Porto Doce branco N/I N/I 62 Bronze 8 Global (11) 3389-0848 Kopke Portugal Porto 10 Anos Doce tinto N/I 115 - 9 La Vigne (0800) 643-0777 Santa Mónica Chile De Solminhac Cosecha Tardia Doce branco Semillon, Riesling 2002 36 - 10 Miolo (0800) 970-4165 Miolo Brasil Terranova Late Harvest Doce branco Moscatel 2003 20 Bronze 11 Miolo (0800) 970-4165 Osborne Portugal Osborne Porto Fine Ruby Doce tinto N/I N/I 57 - 12 Mistral (11) 3372-3400 Antonopoulos Grécia Mavrodaphne of Patras Doce tinto Mavrodaphne N/I 90 - 13 Reloco (21) 2580-0350 Miguel Torres Espanha Torres Moscatel Oro Doce branco Moscatel N/I 58 Bronze 14 Terramater (21) 3385-4675 Portal del Alto Chile Portal del Alto Syrah Tardio Doce tinto Syrah 2003 69 - 15 Terroir (11) 3168-2200 Quinta do Noval Portugal Noval Porto Tawny Doce tinto N/I N/I 73 - 16 Vinhas do Douro (11) 6842-0883 Quinta do Bucheiro Portugal Quinta do Bucheiro Porto LBV Doce tinto N/I 1997 75 Prata �������� �������� ����� �������� �������� �������� �������� �������� vinho tipo Grandjó Late Harvest uva N/I 26 Nº 23 Jornal Alta Gastronomia Vinho & Cia Vinho no mundo dos negócios Global Chefs América: O consultor de vinhos um evento continental Com clientes, como escolher rótulos em restaurantes Jorge Monti de Valsassina Presidente da Abaga [email protected] Entre 20 e 21 de julho aconteceu nos EUA o concurso Global Chefs das Américas, onde o Brasil participou com uma equipe liderada pelo chefe João Leme (ganhador do Global Brasil) e sua assistente Lívia Carvalho (do Hotel Intercontinental de São Paulo), sob a minha coordenação, como diretor continental da WACS da América, responsável pelo evento. No evento, participaram 8 países: EUA, Guatemala, Bolívia, Uruguai, Brasil, Canadá, Chile e Bahamas. O concurso foi coordenado pelo chef Reimund Pitz (presidente do Comitê Culinário de WACS e jurado no evento). O ganhador foi o chef dos EUA Aidan Murphy; em segundo lugar ficou o Canadá; em terceiro as Bahamas; e em quarto o Brasil. O concurso foi organizado na Escola Cordon Bleu da cidade de Orlando, com instalações de primeiro mundo. Em minha opinião o resultado não refletiu a realidade dos concursantes, já que o júri profissional era na maio- ria dos EUA, o que deixou dúvidas quanto à avaliação, por observamos uma certa tendência aos países da América do Norte. Para o futuro do concurso é necessário que cada país tenha um jurado, para que seja mais justo. O concurso é muito técnico e de alta qualidade, mas deveria premiar, além disso, a criatividade e a apresentação, que não foram levadas em conta, assim como a harmonização com bebidas, como aconteceu no Brasil. Chef JOÃO LEME, representante do Brasil no concurso Nosso candidato realizou um trabalho muito profissional. Ganhar ou perder é conseqüência da participação, mas o importante foi mostrar a nossa gastronomia. A equipe do Brasil fez uma apresentação de alta qualidade e deve sentir-se orgulhosa de ter representado a Abaga e o Brasil com muita dignidade. Por Didú Russo e Regis Gehlen Oliveira Perto do final da manhã, o diretor de uma importante unidade de negócios da empresa liga pelo celular. Paulo Silva atende, em meio a uma reunião tensa, com pauta de metas, recursos e perspectivas de resultados, e recebe um pedido. "Olha, estou em viagem, preso no aeroporto, com vôo atrasado e não vou conseguir chegar a tempo para o almoço com aquele cliente que queremos há tempo conquistar".... E aí vem a frase: "Você precisa almoçar com ele". Antes de qualquer exclamação, ele emenda: "Te dou uma dica: ele adora vinho". Rodeada por uma discussão acalorada, nesse momento a cabeça de Paulo começa a misturar cash flow, funding e market share com tinto ou branco, Cabernet, Merlot ou Malbec e outras variáveis mais. Passado o impacto, ele sabe, contudo, que vai gerenciar bem a situação, assim como faz com as questões administrativas e operacionais da empresa. A primeira coisa que Paulo faz é pesquisar num guia especializado um restaurante com ambiente ade- quado para negócios e ao mesmo tempo com boa carta de vinhos, onde é possível conversar e beber adequadamente, além de aproveitar uma comida agradável. O pensamento seguinte é a escolha do vinho no restaurante. Paulo sabe que quem vive no Brasil hoje tem à disposição nas prateleiras de supermercados, nas lojas especializadas, nas importadoras e nos restaurantes nada menos do que 15 mil rótulos diferentes de vinhos! Essa oferta é menor apenas do que as do mercado norteamericano e inglês. Ele sabe que num restaurante com boa carta há muitas opções de vinhos e a escolha pode não ser simples... No restaurante escolhido Paulo chega tranquilo. A conversa com o cliente começa e em seguida chega ao tema vinho. Paulo adota na hora um procedimento comum no seu dia-a-dia de executivo: para assuntos especializados chama um consultor. Assim ele chama o sommelier do restaurante. Paulo não se constrange com a presença do profissional. Ele sabe que o correto em um restaurante é chamar o sommelier, informar-lhe o prato pedido e solicitar uma sugestão de vinho adequado, dentro de uma determinada faixa de preço. Para não parecer indelicado com o seu cliente e não tocar diretamente na palavra preço, Paulo dá uma dica ao sommelier sobre o grau de importância da ocasião: “estamos aqui para selar uma relação de muito valor para nós!”. O sommelier nesse caso sabe que está diante de um cliente que sabe o que quer e lhe atende com prazer e competência... O celular toca. “E aí? Como estão as coisas com o cliente, Paulo?”. “Estamos muito bem! Apreciando um ótimo vinho!”. Jornal Vinho & Cia Nº 23 27 Onde comprar Dicas das lojas para presentear os pais Por Fernando Godoy Quem já presenteou amigos ou parentes com uma garrafa de vinho deve ter pensado um pouco para escolher o rótulo adequado. A recomendação é conhecer o gosto do presenteado. Nesta época do dia dos pais, seguem algumas dicas de sommeliers e vendedores de lojas, levando em conta os diferentes níveis de conhecimento e de gosto. Pais que gostam dos encorpados: “Vinhos feitos das uvas Cabernet Sauvignon, Tannat, das italianas Corvina (a partir da qual se faz o famoso Amarone) e Nebbiolo, e também da portuguesa Aragonês costumam dar vinhos encorpados. Quando passam por madeira, tendem a encorpar ainda mais e ganhar taninos ainda mais densos – é o que acontece com vinhos Reserva e Gran Reserva. Quem quiser levar um branco deve optar por vinhos da uva Chardonnay – a mais encorpada das brancas – ou da uva Viognier com mais envelhecimento” Dica de Domingos Ferreira, da Le Cremier, rua Voluntários da Pátria, 446, Botafogo, (21) 2537-2701, Rio de Janeiro. Pais iniciantes: “Não é preciso investir muito, já que ele não tem repertório para apreciar um grande vinho. Recomendo vinhos jovens, leves e macios, com pouca ou mesmo sem passagem por madeira, feitos das uvas Merlot, Syrah ou Carmenère. Para evitar problema, o melhor é dar preferência às regiões produtoras mais tradicionais. Há muitos vinhos nessa categoria até R$20. Quem preferir levar brancos, os Sauvignon Blancs são bem leves e fáceis de degustar, assim como os Chardonnays jovens sem passagem por madeira, além dos feitos da uva francesa Viognier, que tem sido cultivada na Argentina com sucesso” Dica de Solange Moraes, Loja Casa dos Vinhos, rua Heitor Penteado, 553, Sumaré, (11) 3864-3800, São Paulo. Pais que preferem os mais leves: "Os vinhos elaborados com as uvas Pinot Noir ou Gamay são leves, frutados e agradáveis, assim como os Malbec jovens, sem ou com pouca passagem em carvalho. Os espanhóis conhecidos como Tempranillo jovem, novo, sem carvalho, também têm esta característica (região de La Mancha, Navarra). Da Itália temos os Valpolicellas, Bardolinos, Dolcettos, ou mesmo os feitos com a Barbera, mas sem passagem pelo carvalho. Na França, há os elaborados com a Cabernet Franc (Vale do Loire). Quanto aos nacionais, há bons rótulos feitos com a Merlot, Pinot Noir e Gamay” Dica de Jane Senna, da Toque de Vinho, rua João Moura, 531, Jardim América, (11) 3083-2669, São Paulo Quem não conhece o gosto dos pais: “Indicaria vinhos jovens do Novo Mundo (Chile e Argentina) com perfil elegante, com paladar agradável e que se possa tomar junto com a família. Lembrando que as uvas do momento seriam a Malbec, da Argentina, e a Carmenère, do Chile, com suas respectivas regiões de Mendoza e Valle Central” Dica de Valdomiro Cerqueria, do Pão de Açúcar, praça Panamericana, 217, Alto de Pinheiros, (11) 3021-8632, São Paulo. 28 Nº 23 Jornal Ocasião Charutos Cá estamos nós outra vez em busca de MAIS frio! Trinta anos da Menendez & Amerino mel num “pequeno castelo”. E, nesse caso, falo do Château La Villette. Adriana Bonilha Oliveira Enófila [email protected] Estou de volta e como sempre falando das formas de espantar este frio que nos congela. Congela mãos e corações, se não usufruirmos das formas de nos acalentar! Eu não sei a respeito de vocês, mas eu adoro o frio! É hora de aproveitar o calor dos amigos, dos vinhos, de observar o fogo ardendo na lareira... Ah! Não posso deixar de voltar à Campos do Jordão. E espero não estar sendo repetitiva (não tive a oportunidade de ir à serra gaúcha e nem carioca, rs). Como acabou julho, e com ele as férias escolares, mas não o inverno, para mim começa a melhor época para aproveitar as cidades de serra. Frio e calmaria... E já que as crianças voltaram às aulas, que tal deixá-las em casa, subir a serra e partir para uma lua-de- Vinho & Cia Não pense num castelo medieval, mas sinta-se em casa, ou melhor na casa dos sonhos. Onde cada canto e recanto tem o seu detalhe e o seu charme. Desde os requintes da sala de estar, às cobertas e almofadas dos apartamentos, aos detalhes dos jardins, aos mimos das proprietárias... Não dá para resistir?! Então não tente! E, no final do dia, não pense em sair. Não perca tempo pensando onde jantar. Fique lá mesmo, no seu lar, no Le Foyer. A Dulce Martinez com certeza irá recebê-los com várias opções para acalentar o frio do seu estômago. Das tradicionais fondues e racletes, aproximando o calor da lareira para o réchaud a seu lado, às trutas, aos salmões ou filets. começou a produzir charutos. A partir daí teve seu primeiro contato com o tabaco brasileiro, quando passou em 1961 a comprar fumo produzido na Bahia. Da convivência com Mário Portugal surgiu o convite para que em 1977 fosse criada a empresa Menendez & Amerino. Cesar Adames Consultor na área de tabaco adames@jornalvinhoecia.com.br Nos próximos meses a cidade de São Gonçalo dos Campos, no interior da Bahia, e os apreciadores dos charutos fabricados pela Menendez & Amerino vão ter o que comemorar, pois a marca faz 30 anos produzindo um dos melhores charutos do Brasil. Tudo começou com a união do baiano Mário Amerino Portugal e do cubano, Félix Menendez. Os dois começaram cedo no ramo. Mario com 18 anos já trabalhava com tabaco, tendo herdado a empresa de beneficiamento de fumo de seu pai. Félix, filho de Alonso Menendez Garcia, que era proprietário das marcas de charutos Montecristo e H.Upmann, teve que deixar Cuba por conta da estatização das fábricas da família pelo governo de Fidel Castro. A família mudouse para as Ilhas Canárias, onde logo Um dos primeiros produtos foi os charutos El Patio, referência à parte interna das casas espanholas. A linha de charutos cresceu com a entrada de Dona Flor, Amerino e Alonso Menendez. No final de 1999 a empresa se associou ao Grupo Multi, que lançou um charuto para comemorar o descobrimento do Brasil: a série limitada Brasil 500 anos. Logo em seguida, o relançamento da marca Dona Flor, com nova embalagem, revolucionou o mercado. A idéia foi apresentá-la em caixa com acabamento mais elaborado, diferente do padrão apagado das demais caixas de charutos nacionais. Após, surgiu uma nova marca, Aquarius, própria para quem começa a fumar. Para a comemoração dos 30 anos, a empresa, junto com Arturo Toraño, que é o master blender, responsável pelo plantio e blend, vai apresentar um charuto elaborado com sementes cubanas plantadas na Bahia. Com certeza este é o inicio dos preparativos para os próximos 30 anos. Chega de escrever, e você de ler... Aproveite, porque tudo isto tem de ser regado a uma companhia adicional para espantar o frio: o “nosso” vinho, bem escolhido e representado na carta do “pequeno castelo”! Chateau La Villette e Le Foyer (12) 3663-2767, www.lavillettepousada.com.br Campos do Jordão – SP FÉLIX MENENDEZ e ARTURO TORAÑO Jornal Vinho & Cia Nº 23 Vinho & Arte Vinho & Vida Oh my God art! Estações tos, morangos dançarinos com garrafas de champagne... Enfim, um trabalho diferenciado e primoroso, tanto no tema como nas técnicas de pintura. Walter Tommasi Enófilo e artista plástico tommasi@jornalvinhoecia.com.br Curtindo o verão da Califórnia, diretamente de Lake Tahoe, e no meio de um merecido descanso, escrevo estas linhas para vocês. O tema é Michael Godard, não, não se trata do Jean Luc, o cineasta francês. Michael e um artista plástico com cara e coração de roqueiro, amigo do velho Ozzie. Formado em fine arts pela Universidade de Nevada, foi por muito tempo ilustrador free lancer para a Coca Cola, Dodge e outras empresas, e hoje se tornou o maior vendedor de arte nos EUA. Tem uma cadeia de Galerias, a “Oh my God art”, e seu tema... Sim, vinho, champagne, martini, charutos, baralhos, etc! Seu trabalho é muito criativo e tem como marca registrada o humor. Uvas bêbadas ao lado de tacas de vinho, azeitonas gangsteres fumando charu- 29 Claro que aqui nos EUA o talento deve ser acompanhado por aquela pitadinha de sorte que ocorre quando um “megastar” compra o seu trabalho, e Godard tem uma longa lista, que se inicia com Ozzie Osbourne, passa pelo hoje governador Schwartzenneger, por Gloria Estefan e muitos outros. Assim, como o nosso Romero Brito, Michael Godard partiu para a popularização de seu trabalho, produzindo cópias (gicles) ao custo de 500 a mil dólares, contra seus originais que valem de 15 a 20 mil. Também faz guardapapos, caixas de charuto, baralhos, camisetas, bonés, porta copos, pad mouses e até tacos de bilhar! É mole?! Mais um ótimo exemplo de como se deve comercializar arte neste nosso mundo globalizado. Cheque o site do artista: www.michaelgodard.com. Bem, vou parando por aqui, pois preciso partir para o meu tour em Napa Valley, sem, entretanto, me esquecer de fazer uma visitinha a Sacramento! Quem sabe eu não vendo um quadrinho meu para o governador! Hehehe! Um abraço a todos, I”ll be back, Walter Tommasi e os Esquilos de Tahoe. Beto Acherboim Enófilo e são-paulino beto@jornalvinhoecia.com.br Antes do texto, queria fazer um minuto de silêncio e reflexão em respeito aos nossos amigos Caio Zanotto e Ivalino Bonato, da Aurora, que junto com outras quase 200 pessoas, foram vítimas de mais uma tragédia anunciada. Infelizmente, aqui no Brasil, providências só são tomadas após tristes eventos como estes. Prevenir é um termo de pouco uso. Que pena… ... Oficialmente já estamos no inverno há mais de um mês. Entretanto, como nosso país tem um clima tão estranho como nossos políticos, as temperaturas nunca estão de acordo com o esperado. Se você sai de casa com uma roupa mais pesada, lá vem o sol dar olá, com temperaturas que passam dos 23 graus. Já se sai de casa com uma roupa mais leve, olha lá o frio dobrando a esquina e chegando perto… Agora finalmente acho que vai. O inverno – aparentemente – chegou com tudo. Temperaturas de 10 graus em São Paulo, aquele ventão gelado, uma sensação de estar com dedos, nariz e orelhas congelados… Ah, que delícia! Pessoalmente, prefiro esta época do ano. Ponho minha roupa normal de trabalho, sem me preocupar com o suor marcando a camisa na hora daquela reunião… Acho até que pareço mais elegante (acredito que todos pensem da mesma forma). Mas o assunto aqui não é moda (até porque, se assim o fosse, aposto que eu não seria um dos colunistas). Então, falemos sobre vinho! Aparentemente no Brasil a venda de vinhos cresce vertiginosamente no inverno. As pessoas ligam o consumo – principalmente de vinhos tintos – à baixa temperatura. É o que me dizem produtores e importadores, sem deixar de “reclamar” do baixo movimento durante os meses mais quentes, quando o foco recai em espumantes. Caramba, que tolice (dos consumidores)! Tudo bem, inverno combina com vinho tinto. Nesta época de baixas temperaturas comemos comidas mais pesadas, densas, substanciosas, que combinam com vinhos mais encorpados. Mas existem também vinhos brancos encorpados. No verão é o inverso: as comidas são mais leves, então os vinhos também devem ser, por isso o aumento no consumo de brancos, espumantes… Mas existem também ótimos tintos para se beber no verão. Resumo da ópera: não importa o vinho que você beba, se branco, tinto, rosado, espumante, de sobremesa, fortificado, apenas beba! Mas cuidado com o excesso… Até a próxima! Ok vinho_magazine.qxd Nº 23 30 7/30/07 2:02 PM Page 2 Jornal Vinho & Cia Vinho é bem-estar Uma taça de vinho degustada moderadamente é um desses prazeres que sempre fazem bem à alma. Quem bebe vinho costuma ter prazer, com inteligência. Jornal Vinho & Cia Nº 23 Comportamento Beber vinhos melhores Por Didú Russo Escritor [email protected] Era 1973 e veio a notícia que o Château Mouton Rothschild fora guindado à posição máxima de Premier Grand Cru Classé. O top dos melhores. A imprensa na época inclusive referiu-se equivocadamente ao fato, dizendo tratar-se do “melhor” vinho do mundo. O dia-a-dia dos comuns mortais ficava nos vinhos muito mais simples, brasileiros mesmo, como o Velho do Museu, os chilenos Santa Helena, Ezaguirre (vinha envolto em aninhagem com o rótulo colado por cima da estopa) e Macul, e quando o jantar era “black tie” então compravam-se uns Bordeaux do Delor, havia os Saint Julian ou Saint Estèphe. Mas, como o Mouton havia sido considerado o melhor do mundo, pus na cabeça que tinha de comprar uma garrafa para saber do que se tratava. Soube que custaria uns 600 dólares, e então convenci dois amigos, pai e filho, Carlos Schimidt de Barros e Carlos Eduardo de Barros, dizendo que se dividíssemos direitinho daria uma taça e meia para cada um e que pelo menos uma vez na vida teríamos degustado o melhor vinho do planeta! Eles eram muito pão-duros, pãoduros famosos, então o Dom Barros – como costumava chamar o Dr. Carlos – se encarregou de encontrar uma garrafa. Dias depois ele aparece com a safra de 1970 com o quadro do Chagal. Inacreditável! Saboreamos a preciosidade com um cabrito ao forno. Nesse dia decidi que deveria beber vinhos melhores. O pão-duro Dom Barros acabou não cobrando de mim nem do filho, causando enorme surpresa. Depois de muita insistência arrancamos dele que a garrafa viera de presente lá da Pensão Humaitá, de seu elegante amigo Yan Almeida Prado... Poucos sabem, mas a porta da Pensão Humaitá enfeita a adega da loja Santa Maria, em São Paulo. Quando passar por lá faça uma reverência, pois ela testemunhou mais vinhos do que você possa imaginar. 31 Crônica Em meio ao caos aéreo, Ted Bebedor cansou Regis Gehlen Oliveira Editor deste jornal regis@jornalvinhoecia.com.br Belo sabadão de sol, após dias bem gelados de inverno. Dias também difíceis, chuva, caos aéreo, vai-e-vem nos aeroportos, manchetes nos jornais, notícias muito tristes, deu para cansar... Ah! Mas agora, em casa, o novo clima da luz do sol parece pedir novos ares! Pego um CD do Ney Matogrosso. Ponho “A cara do Brasil”, do Vicente Barreto e Celso Viáfora, e rumo para o lugar mais tranqüilo: a rede. “Eu estava esparramado na rede / Jeca urbanóide de papo pro ar / Me bateu a pergunta meio à esmo: / Na verdade, o Brasil o que será?” - Nada como um tema meio cabeça para um dia calmo como esse, né, Ted Bebedor? - Pois é, caro leitor, bom para depois da tempestade refletir e descansar. “O Brasil é o homem que tem sede / Ou o que vive na seca do sertão? / Ou será que o Brasil dos dois é o mesmo / O que vai é o que vem na contra mão?...” Hummm! Sede... Palavra mágica! Ao invés de ficar nessa dualidade barroca, na rede, que tal para descansar mesmo um... um... - Um vinhozinho, Ted? - Isso mesmo, caro leitor! Ahhhh! Pego da adeguinha um Salton Talento, ponho vagarosamente na taça de cristal... Ahhh! Que vinho! Que ares! Com tanto frio estava até difícil de sentir aromas nas taças. Mas agora, hummm! “O Brasil é o caboclo sem dinheiro / Procurando o doutor n'algum lugar / Ou será o professor Darcy Ribeiro / Que fugiu do hospital pra se tratar? / A gente é torto igual Garrincha e Aleijadinho / Ninguém precisa consertar / Se não der certo a gente se virar sozinho / Decerto então nunca vai dar...” - Ted, me diz uma coisa, você leu os jornais, né? O que falam? - Caro leitor, eles dizem que o pessoal cansou. - E você está cansado, Ted? - Estou. Muito cansado, muito... “O Brasil é o que tem talher de prata / Ou aquele que só come com a mão? / Ou será que o Brasil é o que não come / O Brasil gordo na contradição? / O Brasil que bate tambor de lata / Ou que bate carteira na estação? / O Brasil é o lixo que consome / Ou tem nele o maná da criação?...” - Ted, com o caos aéreo de repente apareceu um monte de idéias nos jornais, né? - É... Aeroporto novo, pistas novas, ranhuras, minhocão de escape, desapropriações, privatização dos terminais, movimento político... - Desastres e dinheiro público geram um monte de mobilizações, né, Ted? - Pois é, caro leitor. - Em meio à tristeza de muitos, alguns vêem oportunidades... - E alguns se cansam. “O Brasil é uma foto do Betinho / Ou um vidro da Favela Naval? / São os Trens da Alegria de Brasília? / Ou os trens de subúrbio da Central? / Brasil Globo de Roberto Marinho? / Brasil bairro Carlinhos Candeal? / Quem vê do Vidigal o mar e as ilhas / Ou quem das ilhas vê o Vidigal? / Brasil encharcado, palafita? / Seco, açude sangrado, chapadão? / Ou será que é uma Avenida Paulista? / Qual a cara da cara da nação?” - Mas, Ted, me diz outra coisa... Você está cansado de que? - Advinha, caro leitor, advinha... Os aromas exalam na taça de cristal...