Setembro 2014 - Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira

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Setembro 2014 - Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira
Informativo da Produção de Leite
Edição 304 . Ano XXII . Setembro de 2014 . Viçosa - MG
XXV Torneio Leiteiro de Viçosa e Região
Laís Coletta Pereira
Estudante Comunicação Social
No dia 13 de setembro, aconteceu
no Sítio Aurora, em Teixeras, o XXV
Torneio Leiteiro de Viçosa e região.
O Torneio é organizado pelo Programa de Desenvolvimento da Pecuária
Leiteira (PDPL) e pelo Programa de
Capacitação de Especialistas em Pecuária Leiteira (PCEPL) em parceria
com a UFV, Itambé, Nestlé, DPA e
SEBRAE.
Este é o evento de maior abrangência e importância promovido pelo
PDPL/PCEPL, e tem o objetivo de homenagear o esforço e confiança dos
produtores leiteiros da região nos serviços do Programa.
O Torneio reuniu este ano, aproximadamente, 400 pessoas na premiação, entre eles, produtores, professores, universitários, técnicos e todos os
colaboradores do PDPL/PCEPL.
O primeiro Torneio Leiteiro foi realizado em 1998, e contou com a inscrição de apenas 4 produtores e 17 vacas participantes. Em 2014, foram 17
categorias com premiação para os 1º,
2º e 3º lugares em cada uma delas. Os
ganhadores receberam troféus, medalhas e presentes dos parceiros do Programa como reconhecimento.
O troféu que representou a maior
premiação do torneio foi o “Higino
Frederico”, que carrega esse nome
em homenagem ao produtor leiteiro,
de 89 anos, parceiro do PDPL/PCEPL. Higino se destacou no programa
pelas suas atitudes empreendedoras
e de responsabilidade social, com as
quais dedicou em sua propriedade
durante todos esses anos.
O ganhador deste troféu foi José
Afonso Frederico, filho do Sr. Higino,
que recebeu a homenagem bastante
emocionado e agradecido pelos serviços prestados pelo programa. A vaca
Hélia, 7/8HZ, consagrou-se campeã
produzindo na categoria 3 ordenhas
livre 82,20 Kg/dia, com o aumento da
produção em 4,5% em comparação a
última ganhadora.
José Afonso acredita que o PDPL
foi essencial para o desenvolvimento de sua propriedade, por meio da
transferência de aprendizagem e técnicas, tanto para o proprietário, como
para os funcionários da fazenda. Otimista, o produtor ainda afirma: “foi
muito difícil chegar até aqui, estamos
muitos emocionados com a homenagem e esta premiação é o maior incentivo para estabelecermos novas metas
e procurar vôos mais altos”.
Além de ser um momento de
confraternização e valorização dos
resultados obtidos pelos produtores
de leite de Viçosa e região, o Torneio
Leiteiro busca evidenciar importância da produção leiteira local e o seu
potencial de crescimento.
A partir da produtividade de cada
vaca, pode-se mensurar o desenvolvimento dos rebanhos. Estes resultados
a cada ano superam a expectativa até
mesmo dos realizadores do evento, e
são provenientes do aperfeiçoamento
de fatores como, alimentação, manejo,
melhoramento genético, reprodução e
sanidade, que são analisados de perto
pelos especialistas do Programa.
Segundo Adriano Provezano, coordenador geral do Programa, hoje, a
produtividade dos rebanhos e qualidade do leite dos produtores campeões de cada categoria, têm alcançado
níveis que se assemelham a padrões
de 1º mundo.
Dessa forma, os produtores homenageados de Viçosa e região, que
contam com o apoio do PDPL/PCEPL, tem a possibilidade de enxergar
maneiras de viabilizar suas pequenas
propriedades para que elas se tornem
sustentáveis não somente financeira,
mas também cultural, social e ambientalmente.
Adriano, coordenador do Programa juntamente com José Afonso Frederico, Higino Frederico e família
Funcionários, estagiários e técnicos do Programa
Troféus, medalhas e outras premiações doTorneio.
Veja também nesta edição
Dica do Zootecnista:
Tratamento de grãos de
milho armazenados
2
Momento do Produtor:
Conheça o Sitio Dona
Chiquinha, em Teixeiras
3
Criação de bezerras
em sistema de abrigo
contínuo
5
Qualidade do Leite:
Como evitar resíduo de
antibiótico no leite
6
Dica do Agrônomo
Organização no depósito de agrotóxicos
João Marcos S. Lima
Estudante de Agronomia
Para que possamos trabalhar
de maneira sustentável dentro
da fazenda é fundamental trabalhar seguindo as Boas Praticas na
Fazenda-BPF e sempre manter
a propriedade organizada, isso
proporciona um melhor ambiente de trabalho, que refletirá em
um uso mais eficiente dos insumos, redução de risco eaumento
da renda da atividade leiteira.
Um ponto agronômico dentro das BPF que vem chamando
a atenção, dos técnicos e estagiários, em grande maioria das
propriedades, são as poucas fazendas que seguem a norma regulamentadora 31(NR-31) para
armazenamento de produtos
químicos. Muitos produtores efetuam as compras dos agrotóxicos
no começo da safra e ao receber
os agroquímicos armazenam em
locais inadequados, em galpão
de máquinas, na farmácia junto
com os produtos veterinários e
Informativo da
Produção de Leite
até mesmo do galpão que fica estocado o milho e concentrado da
propriedade.
Vamos relembrar as orientações da NR-31, sobre Agrotóxicos:
* É proibido a aplicação de
agrotóxico que não são registrados, para a cultura, pelo órgão
governamental(MAPA);
* Somente maiores de 18 anos
podem trabalhar com agrotóxicos;
* É proibido o trabalho antes
do fim do período de reentrada(período que corresponde o
dia da ultima pulverização até a
permissão de entrada de pessoas
na área sem risco de ser contaminadas);
* Realizar as aplicações sempre com o uso de EPI(Equipamento de Proteção individual);
* O agrotóxico não pode ser
fracionado na embalagem original;
* O local de armazenamento
de agrotóxicos devem possuir paredes e cobertura, acesso restrito
aos trabalhadores, possuir placas
com símbolos de perigo;
* Distancia mínima de 30 m
de moradias, casa de máquinas e
currais;
* As embalagens devem ser
colocadas em estrados e afastadas das paredes;
Após o uso dos agrotóxicos:
* Imediatamente após o esvaziamento da embalagem (rígidas
e laváveis), realizar a tríplice lavagem, coloque um volume ate
¼ de água na embalagem, agite
bem e coloque a agua de lavagem
no tanque do pulverizador. Repita o processo por 3 vezes. Seguindo o processo você terá oportunidade para utilizar o liquido de
lavagem na pulverização;
* Inutilize a embalagem, perfurando o fundo na embalagem,
mantendo o rotulo e a tampa;
* As embalagens inutilizadas
poderão ser estocas temporariamente e posteriormente deverão
ser entregue nos postos de coleta
autorizados, no máximo um ano
após a compra;
Portanto devemos redobrar a
atenção na questão do armazenamento dos agroquímicos de
maneira correta e eficiente. Ao
fazermos isso evitamos a contaminação do meio ambiente,
redução dos riscos de contaminação, diminuímos a perda de
dinheiro por produtos vencidos
e otimizamos o tempo de serviço no momento da utilização dos
agroquímicos.
Obs: Na região de Viçosa a
unidade de recolhimento de
embalagem de agrotóxicos
já utilizada fica localizada no
trevo de Coimbra-MG
Armazenamento inadequado de agrotóxicos
Armazenamento correto após a organização dos agrotóxicos
Integração Milho-Brachiaria: Ferramenta de
melhoria das condições físicas e químicas do solo
Lucas Silva Marques
Estudante de Zootecnia
A integração lavoura pecuária consiste basicamente de
diferentes sistemas produtivos
de volumosos/grãos e pecuária,
implantados na mesma área, em
consorcio, rotação ou sucessão
de culturas. Na integração, normalmente é envolvido o plantio
de milho e a recuperação ou implantação de pastagens em áreas
degradadas ou em novas áreas.
Normalmente são utilizadas cultivares de brachiaria, que pode
ser realizada na linha do milho,
na entrelinha, ou em área total,
sendo que esta pode ser feita
através do uso de plantadeiras
de grãos com o plantio simultâneo de milho e brachiaria, uso
de plantadeiras de sementes em
linha (matracas), ou plantio manual a lanço.
Uma dúvida comum no meio
rural é o receio do milho ser afetado pela competição com a bra-
2
chiaria.Tal fato não acontece, pois
o milho apresenta um crescimento inicial superior ao da brachiaria. Caso a brachiaria inicie competição com milho, o produtor
tem como ferramenta a aplicação
de subdoses de herbicidas a base
de nicossulfuron, que apenas
retarda o desenvolvimento da
mesma, proporcionando o pleno
desenvolvimento do milho.
Pensando na importância da
cobertura do solo após a destinação de 3,0 hectares de um antigo cafezal, foi implementado
no Sítio Aurora, de propriedade
dos irmãos Alvimar e Paulo, localizado no município de Teixeiras, o sistema lavoura pecuária
na safra 2013/2014. Na safra em
questão, foi utilizado a Brachiaria brizantha cv.Marandú. Foram
notórios os benefícios do sistema
na nova área de plantio, através
da grande produção de forragem, diminuição considerável da
compactação, cobertura do solo
após o corte do milho, mantendo
o solo protegido e auxiliando no
controle de plantas daninhas e
formação de banco de sementes
de brachiaria.
O plantio consorciado de milho com brachiaria tem influenciado diretamente na fertilidade
do solo, onde pode ser observado
após análise de solo comparativa
do ano de 2013 e 2014, aumento
significativo de potássio (K) de
27 mg/dm para 48 mg/dm, aumento na saturação de bases de
(V %) e expressiva redução na
saturação de alumínio, elemento
altamente tóxico ás planta, de 93
% para 33%.
Portanto, além da produção
de milho para forragem, o produtor passa a constar com um pasto
como reserva estratégica de volumoso, que no caso da propriedade, por não haver necessidade
de uso, foi destinado a produção
de palhada para o plantio direto
que será realizado na safra 14/15,
preservando assim com todos os
benefícios acima descritos.
Pastagem formada após integração
Olá! Eu sou o Tobias, esse mês fui conhecer a propriedade do senhor Rogério Barbosa Moreira, o Sitio Dona Chiquinha,
localizado no município de Teixeiras. A propriedade conta com uma área total de 22,05 ha, onde 12,05 ha são voltados para a
atividade leiteira e os outros 10 ha são de reservas.
No ano de 1997, o senhor
Rogério Barbosa assumiu a
administração da propriedade
que antes era comandada
pelo seu pai, e a partir de
então começou a conciliar
sua profissão de dentista com
a de produtor. Aos poucos
foi se interessando pela
atividade e investindo mais
na propriedade.
Produtor Rogério Barbosa
Cana-de-açúcar com piquetes
de Mombaça ao fundo
Desde o inicio de sua administração o Sr. Rogério
procurou novas tecnologias que poderiam auxiliar no
desenvolvimento, com isso entrou para a Associação de
leite Vau leite, que orientava os produtores da região. A
partir de então o produtor inseriu o uso de inseminação
artificial, fornecimento de cana corrigindo com ureia,
controle financeiro e um forte controle zootécnico,
com informações de todos os animais.
Em 2011 o produtor iniciou a parceria com o PDPL/
PCEPL, onde em pouco tempo alcançou grandes
resultados. Quando ingressou no programa, a
fazenda tinha uma produção total de 170 litros
diários e hoje já passa dos 400 litros diários.
Visão panorâmica da fazenda
Na fazenda o manejo utilizado é bastante comum entre os produtores, que se baseia na utilização de pasto no período das águas, com um
suporte de volumoso no cocho e no período da seca toda a dieta é fornecida no cocho. Após a parceria iniciada com o PDPL/PCEPL, realizou
em 2011/2012 o seu primeiro plantio de milho para silagem, em apenas 3,23 ha. O sucesso da silagem fez com que o produtor na safra
2013/2014 aumentasse a área para 5 ha. Com o melhor desempenho do rebanho e a facilidade do manejo alimentar, faz com que o produtor
pense em futuramente eliminar o seu canavial e plantar milho para silagem nessa área.
3
A propriedade também se destaca pela qualidade do
leite, com níveis de CCS (contagem de células somáticas)
de 191 mil/ml e de CBT (contagem bacteriana total) de
11 mil/ml, que se encaixam plenamente na normativa
IN 62 que está em vigor. Nas características do leite
também se destaca a quantidade de sólidos totais, que
advém bastante da genética dos seus animais. Desde
o inicio o Sr. Rogério apostou na raça Jersey, que trás
dentro das características da raça o elevado nível de
sólidos no leite. Além da raça Jersey é utilizado nas
inseminações touros da raça Holandesa e Girolando,
tendo variados graus de sangue.
Animal ½ sangue jersolando
Sempre atento às informações da atividade o Sr. Rogério viu que as fases de
cria e recria devem receber uma atenção maior, podendo assim alcançar uma
menor idade ao primeiro parto. Com isso adotou um manejo da cria em abrigos
individuais, com fornecimento diário de 6 litros de leite até os 30 dias e 4 litros
até os 60 dias, quando é realizado o desaleitamento. Durante a fase de cria, há o
fornecimento de ração concentrada a vontade, e quando desaleitados consomem
em média 800 gramas de concentrado por dia. Quando os animais entram na
fase de recria, são separados rigorosamente de acordo com suas condições físicas,
recebem uma dieta de capim-elefante in natura como volumoso e uma ração
concentrada com teor de 25% de proteína, atendendo a necessidades dos animais.
Espera-se que com esse manejo adotado a idade média ao primeiro parto que é de
29 meses, alcance valores próximos a 25 meses para as vacas de 1° cria.
Bezerra no abrigo individual
A propriedade conta com 5 ha de piquetes de brachiaria, o
que possibilita um pastejo rotacionado dos animais. Diante
de uma oportunidade de implantação de um sistema de
fertirrigação, pela proximidade a uma granja de suínos o
produtor formou uma parceria com o proprietário, que passou
a destinar os resíduos da granja para o Sítio Dona Chiquinha,
depois de passar por diversos processos de estabilização. Hoje
os piquetes estão sendo irrigados e já foram observados bons
resultados, mas o projeto ainda está em desenvolvimento.
Tanque de armazenamento do resíduo
Como planos futuros, pretende-se utilizar o sistema de
fertirrigação em todas as áreas cultivadas. A propriedade
apresenta uma quantidade de terra restrita (apenas 12 ha
utilizados para a atividade leiteira), procuram-se maneiras
para aumentar a produtividade, já que se torna inviável o
aumento do rebanho.
4
Período
2010/2011
2013/2014
Previsto 2015
Vacas em lactação
15
21
27
Total de vacas
18
24
30
Produtividade (L/vaca/dia)
14,66
16,66
18
Produção/MDO (L/dh)
110
236
286
Produção/área (L/ha/ano)
7400
12000
14784
Taxa de lotação (UA/ha)
1,38
1,9
2,5
Sistema de irrigação
O produtor Rogério Barbosa acompanha toda a atividade de
perto junto com o PDPL/PCEPL contribuindo para o crescimento
profissional dos estagiários. Obrigado por estar sempre de portas
abertas e nos mostrar um pouco mais de sua fazenda!
Criação de bezerras em sistema de
abrigo contínuo
Daniel Getulio Ferreira
Estudante de Zootecnia
Lorena Machado Pedrosa
Estudante de Agronomia
Dentro da atividade leiteira, fazer a cria adequada das fêmeas é o
passo inicial para se alcançar rentabilidade e, um dos fatores que favorecem o desenvolvimento dos bezerros, é o tipo de abrigo utilizado
para este fim.
Um bom abrigo para as crias deve
contar com área sombreada, porém
com incidência de raios solares em
parte do dia, para evitar umidade
no local e diminuir a incidência de
doenças. Também é importante estar localizado acima ou no mesmo
nível do abrigo dos animais adultos,
de modo a evitar transmissão de
patógenos de um local para o outro.
Deve-se atentar para o espaço adequado por animal e para a limpeza
do ambiente, os animais devem ter
contato com carrapatos nesta fase
para criar resistência imunológica
às doenças transmitidas por eles.
No sítio Água Limpa, situado
no município de Porto Firme, o Sr.
Geraldo Aleixo Gonçalves e seus
filhos, José Geraldo e Paulo Sérgio,
tem obtido sucesso na cria de suas
bezerras. Há dois meses, o produ-
tor implantou o sistema de abrigo
contínuo e substituiu o antigo sistema de abrigos individuais. O bezerreiro é constituído por 16 baias
individuais, cercadas com madeira,
que possuem cocho de alvenaria e
bebedouros automáticos sombreados. As baias são divididas em uma
pequena parte de alvenaria e uma
área de pastagem de tifton.
Um dos benefícios com a adoção
do novo sistema foi o aumento do
ganho de peso diário dos animais,
os quais passaram a consumir concentrado mais rapidamente, obtendo um melhor desenvolvimento do
rúmen. As bezerras que antes eram
desaleitadas com cerca de 100 dias
de vida, hoje já estão consumindo
concentrado o suficiente para saírem do aleitamento aos 60 dias de
idade. Além do ganho de peso, a
facilidade de manejo dos animais
neste sistema é outro ponto a se
destacar.
O Sr. Geraldo está satisfeito com
os resultados obtidos e espera alcançar índices ainda melhores com
o novo bezerreiro associado a um
correto manejo da cria e recria, reduzindo assim os custos de produção nessas fases e obtendo retorno
econômico sobre o investimento realizado.
Lucratividade: o que quer dizer?
Bruna Leonel
Estudante de Zootecnia
A lucratividade é um indicador de eficiência que
indica a capacidade da atividade transformar renda
em margem líquida, isto é, de toda a receita da atividade, quanto sobra no bolso do produtor. Muitas
vezes é confundida com outro indicador importante, a Taxa de Giro do capital, que aponta quanto do
estoque empatado na propriedade se transforma em
renda bruta.
Observe que juntos esses indicadores compoem a
Taxa de remuneração do capital (TRC), que representa a capacidade da atividade transformar patrimônio
em dinheiro:
Mas como podemos utilizar a lucratividade para
avaliar o negócio leite? É simples, a lucratividade
representa o fôlego que o produtor tem para operar
sem prejuízo mesmo com possível variação no preço do leite ou no volume de leite produzido. Quanto
menor a lucratividade, maior o risco da atividade.
Significa que o custo operacional total está muito
próximo do faturamento, ou seja, a margem líquida
está muito pequena. Essa análise é importante por-
que mostra que não basta ter receita, é preciso ter um
equilíbrio entre renda e custo.
A taxa de lucratividade mínima para a atividade
leiteira deve ser de 20% ao ano. Por exemplo, um
produtor que fatura um milhão de reais por ano
na atividade, com venda de leite, animais e esterco,
após pagar todas as despesas (concentrado, silagem,
funcionários, etc.), pagar as depreciações e a mão de
obra familiar, ainda deve sobrar no bolso, no mínimo
R$200.000,00.
O importante mesmo é trabalhar com eficiência!
Quanto maior o capital empatado na propriedade,
maior deve ser a produção de leite para compensar
o investimento. Trabalhar bem a escala de produção,
o custo operacional e investimentos equilibrados, garantem o sucesso da atividade, tornando-a lucrativa.
5
Qualidade do Leite
Como evitar resíduo de antibiótico no leite
Alex Marques Resende
Estudante de Zootecnia da UFRPE
Alimentos que contém resíduos de antibióticos
trazem grandes preocupações para os consumidores, indústria do leite e produtores. As consequências
dos antibióticos para os laticínios é que os fermentos usados para fabricação de iogurtes e queijos, por
exemplo, são culturas de bactérias lácteas que não se
desenvolvem bem na presença de antibióticos, reduzindo a qualidade desses produtos. Para os consumidores, a ingestão de leite com resíduos de antibióticos
pode provocar reações alérgicas como: dermatites,
urticárias, asma e rinite, além disso, estes resíduos
aumentam a resistência bacteriana aos antibióticos
que atuam em infecções da flora intestinal, podendo
trazer riscos para saúde humana.
Uma maneira de evitar resíduo de antibióticos no
leite é respeitar o período de carência que é o prazo
de eliminação do antibiótico no leite. Este período
varia de produto para produto e de acordo com a via
de aplicação (intramamária, intramuscular ou intravenosa). Sempre que um antibiótico é recomendado
para tratamento de vacas em lactação, deve-se estar
atento para o período de carência, como podemos observar o exemplo na tabela (1) a seguir. Isto significa
que neste período todo o leite da vaca tratada deve
ser retirado do tanque, seguindo o protocolo do medicamento com data de início e fim do tratamento. Os
cuidados com o rebanho podem ser simples, como
realizar anotações sobre animais que estão sendo tratados, registrar em quadros de aviso quais são esses
animais, marcá-los com fitas coloridas, colares, ou até
com tinta no lombo para que de alguma maneira sejam identificados – observa-se na figura 1 o exemplo
de uma vaca com colar vermelho indicando que está
sobre tratamento. Assim, o funcionário saberá qual o
animal está sendo tratado, registrar a ocorrência na
ficha do animal para criar um histórico da doença no
animal e no rebanho, sobre o uso correto do antibiótico.
Data
12/10/14
Animal Medicamento
312
Ciprofloxacina
Motivo
Fim do
trat.
Retorno leite ao
tanque
Mastite
15/10/2014
17/10/2014
ser aplicada integralmente em um quarto mamário, e
não dividida para dois ou mais. Evitar o uso de mais
de um antibiótico diferente no mesmo tratamento.
Isto pode aumentar o período de excreção de resíduos e alterar o prazo de retirada do leite para consumo
No Brasil, o controle de medicamentos veterinários que reduzam os problemas causados por antibióticos em diversos tratamentos e resíduos do leite
não é muito eficaz, por isso, deve haver a conscientização por parte dos produtores e técnicos para fiscalização e controlar o uso destes produtos. Melhorar
a qualidade do nosso leite é algo que traz benefícios
para todos que trabalham com leite, bem como, a
saúde de quem consome.
Tabela 1. Tratamento de animais e período de descarte do leite.
Deve-se atentar para alguns outros cuidados com
o rebanho como separar os animais em lotes de vacas
em tratamento, identificando quais estão no início e
no final do tratamento, determinando os horários de
aplicação do medicamento e lembrando sempre de
descartar o leite com resíduos de antibióticos. Também é importante evitar aumentar ou reduzir a dosagem recomendada pela bula. Por exemplo, a bisnaga ou seringa para aplicação intramamária deve
Figura 1: Vaca com colar de identificação
Palestra: “Fatores para altas
produtividades na cultura do milho”
Rafael Moura
Estudante de Zootecnia
No dia 21 de agosto o engenheiro agrônomo
Dimas Cardoso, supervisor de desenvolvimento
de produtos da empresa Riber-KWS, ministrou a
palestra “Fatores para altas produtividades” para
os estagiários da 3ª fase do PDPL/PCEPL. Ele a
iniciou abordando os estádios fenológicos do milho.
Segundo Dimas, os cuidados básicos para se ter
sucesso na lavoura são: planejamento das atividades, correção e preparo do solo, época de plantio,
tratamento de sementes, precisão no plantio, escolha do híbrido, manejo correto de plantas daninhas, doenças e insetos. Se todos esses fatores
não forem utilizados de forma correta, eles irão
interferir negativamente na cultura.
O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é algo simples que engloba dentre outros, área de refúgio,
monitoramento pós-emergência do híbrido verificando ataques de lagartas, utilização de inseticidas seletivos para inimigos naturais, tecnologia
As 10 maiores produtividades do mês de Agosto de 2014
As 10 maiores produções do mês de Agosto de 2014
6
de aplicação e rotação dos ingredientes ativos dos
inseticidas. Entretanto esses princípios são pouco
usados pela maioria dos produtores brasileiros, o
que contribui para a perda de algumas tecnologias utilizadas nos híbridos contra pragas, como
ocorreu com a lagarta do cartucho.
Portanto, as empresas e técnicos devem trabalhar em proatividade com o produtor visando
o conjunto de um manejo adequado, a genética
utilizada no milho e o ambiente do plantio para
alcançar a produtividade desejada, sem provocar
resistência das pragas às novas tecnologias.
Ord
Produtor
Município
Produção
1
Antônio Maria
Cajuri
155.558
2
José Afonso Frederico
Coimbra
74283
3
Hermann Muller
Visconde do Rio Branco
57323
4
Marco Túlio Kfuri Araújo
Oratórios
52858
5
Juninho Cabral
Dores do Turvo
48267
6
Paulo Frederico
Araponga
42889
7
Paulo Cupertino
Coimbra
37872
8
Rafaela Araújo de Castro
Guaraciaba
33488
9
Cristiano José Lana
Piranga
10
Ozanan Moreira
Ubá
Produtividade por Produtividade
vaca em lactação por vaca total
Ord
Produtor
Município
1
Antônio Maria
Cajuri
27,7
24,8
2
Ozanan Moreira
Ubá
27,5
23,9
3
Davi C. F. de Carvalho
Senador Firmino
27,5
20,7
4
José Afonso Frederico
Coimbra
21,4
19,5
5
Áureo de Alcântara Ferreira
Guaraciaba
20,7
18,9
6
Rafaela Araújo de Castro
Guaraciaba
20,0
18,0
7
Rogério Barbosa
Teixeiras
16,9
15,4
8
Alaelson José
Ubá
17,1
14,7
30904
9
Paulo Cupertino
Coimbra
18,2
14,5
28937
10
José Maria de Barros
Presidente Bernardes
21,8
14,2

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