Faça o dowload aqui - Revista Mineira de Educação Física
Transcrição
Faça o dowload aqui - Revista Mineira de Educação Física
ARTIGO A TERMOGÊNESE COMO RECURSO DE INTERVENÇÃO EFICIENTE PARA O COMBATE E CONTROLE DA OBESIDADE Carlos Alexandre Fett* Waléria Christiane Rezende** RESUMO A obesidade é um problema social em crescimento. O seu controle é muito difícil, devido a uma estrutura social que proporciona o sedentarismo e oferece uma dieta rica em calorias, associada a um organismo submetido a eras de carência nutricional e, portanto, adaptado à conservação de energia. O custo social da obesidade é de grandes proporções, afetando os aspectos econômicos, mentais e de saúde de seus portadores. A intervenção tradicional de reduzir calorias e fazer exercícios aeróbios sinaliza ao organismo uma reação a que ele se adaptou para as situações de carência, reduzindo o metabolismo, por meio da alteração hormonal, redução de tecido magro e conservação de gordura. A termogênese propõe o caminho inverso, ao aumentar um pouco a ingestão calórica e incluir exercícios para aumento de massa muscular e suplementos ergogênicos, com o intuito de maximizar a taxa metabólica de repouso. Vários estudos têm demonstrado que este procedimento aumenta os hormônios anabólicos e os mobilizadores de gordura. O assunto não é conclusivo, mas aponta na direção de uma intervenção mais eficiente e multidisciplinar, com vários resultados já comprovados. Palavras-chave: obesidade, termogênese, suplementos. Introdução A obesidade poderá se tornar o problema de saúde mais comum do século 21. Existem muitas oportunidades para ingerir grandes quantidades de alimentos: porções saborosas, variedade de comida e preços razoáveis estão disponíveis para a maioria. Além disso, nosso organismo é mais adaptado à conservação de energia do que ao gasto, refletindo maior facilidade de ganho * Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Mato Grosso e Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto. **Faculdade de Educação Física da Universidade Federal do Mato Grosso. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 83 de gordura do que perda, uma vez que, por milhares de anos, nossa espécie esteve envolvida com circunstâncias em que os nutrientes eram escassos. Todavia, as respostas ao ganho ou à perda de peso variam sobremaneira entre os indivíduos, dependendo de como ele trabalha o controle de peso de seu organismo (PALOU et al., 2000). A etiologia e o tratamento da obesidade têm sido fonte de vários desapontamentos vistos nas revisões da literatura, porque o mecanismo de controle homeostático do combustível metabólico e a adiposidade são incompletamente entendidos (MARTINEZ, 2000). Os problemas relacionados direta ou indiretamente à obesidade geram números assustadores de aumento de incidência de patologias correlatas (hipertensão e aumento do risco de congestão cerebral, doença renal, distúrbios da vesícula biliar, diabetes melito, doenças pulmonares, problemas anestésicos durante cirurgias, osteoartrite e gota, câncer mamário e endometrial, concentrações anormais de lipídios plasmáticos e lipoproteínas, diminuição da função cardíaca devido ao aumento do trabalho mecânico, irregularidades menstruais e toxemia gravídica - estado patológico que ocorre às vezes na segunda metade da gravidez e que se manifesta por sintomas de eclâmpsia convulsões ou acessos, elevação aguda da pressão, proteinúria, trauma psicológico, pé chato e dermatite intertriginosa, compressão dos órgãos, diminuição da tolerância ao calor, manifestações de doenças arteriocoronarianas (DACs) (POLLOCK et al., 1986), bem como números econômicos, ligados ao combate preventivo e tratamento da obesidade (CAREK e DICKERSON, 1999). Dados dos Estados Unidos dão-nos uma idéia da magnitude de tal mercado e da importância social da prevenção da problemática, uma vez que a obesidade pode ser considerada uma carência em meio à fartura (vários níveis de nutrientes encontram-se baixos nos obesos – KUNO et al., 1998), bem como uma demanda financeira que poderia se destinar a quem tem um problema oposto ao dos obesos: as pessoas que estão expostas a um déficit calórico. Os problemas associados à obesidade são consideráveis. Em 1973, estimou-se um investimento de U$ bilhões por ano na indústria dietética. Desse total, U$ 14,9 milhões foram para os vigilantes do peso internacional, U$ 220 milhões para clínicas de estética e emagrecimento, U$ 100 milhões para equipamentos de ginástica, U$ 54 milhões para o mercado ‘legal’ de pílulas dietéticas e U$ 1 bilhão para o mercado de alimentos dietéticos (ALLON, 1975). Além disso, é comum encontrar pelo menos um livro de dieta na lista dos 10 livros mais vendidos nos Estados Unidos. HANNON e LOHMAN (1978) avaliaram os custos da obesidade de uma maneira inteiramente diferente. 84 R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 Usando os dados do National Health Survey para as idades de 18 a 79 anos (STOUDT et al., 1965), nos quais estavam disponíveis os dados de dobras cutâneas, calcularam a composição corporal e o excesso de gordura para a população adulta dos Estados Unidos, a partir de dados baseados numa população de 146,8 milhões de pessoas em 1975. Calcularam o excesso de gordura nos homens em torno de 377 milhões de kg e 667 milhões de kg nas mulheres, para um excesso de gordura em adultos, nos Estados Unidos, de 1,044 bilhão de kg, ou 2,3 bilhões de libras. A energia economizada na dieta para atingir o peso desejado nesses indivíduos seria igual a 1,3 bilhão de galões de gasolina. As economias conseguidas no fato de que as pessoas comeriam menos para manter seu novo peso seriam iguais a 750 milhões de galões de gasolina por ano, o suficiente para abastecer 900 mil automóveis americanos, percorrendo em média 12.000 milhas por ano e fazendo 14 milhas por galão. Similarmente, tais economias seriam suficientes para suprir durante um ano as necessidades elétricas das cidades de Boston, Chicago, São Francisco e Washington D.C. As conseqüências econômicas da obesidade são verdadeiramente estarrecedoras (POLLOCK et al.,, 1986). Tendo em vista que a obesidade é uma doença que não regrediu em números percentuais, muito menos ainda em absolutos, espera-se um quadro atual da doença ainda mais acentuado do que os dados anteriormente citados, uma vez que a obesidade cresce tanto em valores absolutos quanto em percentuais da população. No futuro, diferentes elementos, especialmente a atenção à dieta e ao controle farmacológico da obesidade, poderão fornecer o conhecimento das respostas individuais do backgraund genético (PALOU et al., 2000). Os maiores fatores que envolvem a obesidade parecem ser os hábitos dietéticos e a atividade física. Ambos, atividade física e dieta, estimulam processos que, com o tempo, alteram a composição morfológica e a bioquímica funcional do organismo (MARTINEZ et al., 2000). O tipo, a intensidade e a duração do exercício causam modificações específicas, bem como alteram o combustível metabólico. Há grande interesse em conhecer como a dieta e suplementação alimentar podem incrementar o estímulo positivo para o maior consumo de gordura. A atividade física, além do consumo energético adicional para sua manutenção, envolve um aspecto de aumento da termogênese, tornando a máquina orgânica mais eficiente para a queima de gordura (BIANCO e SILVA, 1987). Parece, entretanto, que a atividade anaeróbia, que se relaciona a maior aumento de massa muscular, é a que estimula a maior termogênese. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 85 A obesidade pode ocorrer por causas genéticas, ou por modificações em três processos bioquímicos principais: a) controle da ingestão de alimentos, o qual determina a sensação de saciedade e apetite entre o início e o final do processo, que depende da interpretação de sinais internos (notavelmente a leptina - PALOU et al., 2000 - e níveis de glicose/glicogênio sangüíneos – GUYTON, 1981), e fatores ambientais; b) – eficiência energética, em particular a ativação dos mediadores de termogênese, as proteínas desligadas (UCPs – uncoupling proteins) e outros hormônios, como testosterona, GH, norepinefrina, epinefrina, T3 e T4 (BIANCO e SILVA, 1987; LEONARD et al., 1983; LEONARD, 1986), que permitem dissipar parte da energia contida nos alimentos em forma de calor, em vez de se acumular como gordura; e c) – adipogênesis, o processo pelo qual as células especializadas em estocar gordura (adipócitos) são formadas, que é controlado pela relação entre fatores de transcrição (PALOU et al., 2000). Estes fatores são afetados pela suscetibilidade de genes, que por sua vez podem afetar o gasto energético, o combustível metabólico, a função da fibra muscular e as preferências alimentares (MARTINEZ, 2000). O conhecimento de crescente número de genes e moléculas implicados nestes três processos e de sua relação metabólica será o primeiro passo no entendimento molecular do sistema orgânico de controle de peso e pavimentará o caminho para novos métodos de controle da obesidade, especialmente os nutricionais com intervenção farmacológica e possivelmente genética (PALOU et al., 2000; ROZHAVSKAYA-ARENA et al., 2000). No entanto, a dieta e o exercício devem ser o foco de qualquer programa de perda de peso. Eles são necessários para a segurança e efetividade dos agentes farmacoterapêuticos no tratamento da obesidade (CAREK e DICKERSON, 1999). Revisão de literatura Etiologia da obesidade Tecido adiposo É uma forma de tecido conjuntivo composto de células (adipócitos) que estão separadas umas das outras por uma matriz de fibras colágenas e elásticas. A função do tecido adiposo é armazenar triglicerídeos, para posteriormente fornecerem energia a outras partes do organismo, quando solicitado. 86 R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 Estas células adiposas são fibroblastos modificados e armazenam quantidades equivalentes a 80 a 95% do seu volume em gordura (POLLOCK et al., 1986). As gorduras depositadas são hidrolisadas somente no estado líquido. Depois de semanas de exposição ao frio, as cadeias de ácidos graxos ficam mais curtas ou menos saturadas, permitindo que seu ponto de fusão seja mais baixo, e as células adiposas ficam no estado líquido. Isto faz com que elas sejam mais facilmente metabolizadas, favorecendo o emagrecimento. O exercício no frio, e principalmente dentro da água, ainda mais quando associado com uma dieta termogênica, parece efetivar o emagrecimento (SATO et al., 1986). Desenvolvimento da obesidade Metabolicamente, o acúmulo de gordura dá-se quando de um balanço energético positivo, sendo o emagrecimento decorrente de um balanço energético negativo. Esse excesso calórico é necessário somente durante a fase de desenvolvimento da obesidade. Após essa fase não é necessária muita caloria para se manter o peso acima do normal. Pesquisas têm mostrado que os obesos não têm uma ingesta maior do que as pessoas normais e que seu peso gordo é mantido por causa de sua baixa atividade física, não sendo necessária muita caloria para manter a gordura em excesso. Outros fatores estão relacionados ao tipo de desenvolvimento nutricional ao longo da infância, a fatores genéticos, à atividade física atual e à escolha dos alimentos (POLLOCK et al., 1986). Sabe-se que a hiperplasia adipocitária dá-se principalmente na fase intrauterina, nos primeiros 9 meses de vida, até a idade de 7 anos e adolescência, tendendo a manter estável o seu número nos outros estágios da vida. Por volta de 20 anos de idade, estabelece-se o número de células da fase adulta (SJÖSTRÖM, 1980). Deve-se levar em conta esses anos de vida como preventivo da obesidade, pois, uma vez estabelecido o número de células gordurosas, elas provavelmente não se alterarão mais durante a vida e o obeso terá grande dificuldade de perder e manter o peso, como visto anteriormente. Estudos mostraram que bebês gordos geralmente chegavam à fase adulta obesos (POLLOCK et al.,1986). Entretanto, alguns estudos mostraram que parece haver um tamanho máximo para o desenvolvimento da célula gordurosa, a partir do qual ela se dividiria, mesmo na fase adulta (FAUST et al., 1978; POLLOCK et al., 1986). SJÖSTRÖM (1980) e colaboradores estudaram 16 crianças obesas e sadias do primeiro até o décimo oitavo mês de vida. Por meio de biópsias da R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 87 adiposidade glútea, observaram o comportamento do tamanho e número de adipócitos. Houve aumento de gordura de 0,7 a 2,8 kg nos primeiros 12 meses, com aumento no tamanho sem haver alteração no número de células. Em mais seis meses houve aumento superior a 0,5 kg, e o tamanho celular havia permanecido o mesmo, aumentando o número de células. Aos 12 meses de idade, as células haviam atingido o tamanho do adulto. Estes dados parecem ser fortes indícios de que as células atingem tamanho máximo e depois dividemse. Análises mostraram que o conteúdo gorduroso de cada célula adipocitária era cerca de 35% maior no obeso do que no não-obeso. Entretanto, o número de células adipocitárias chegou a ser três vezes maior. Como modelo de referência, os indivíduos não-obesos têm em média de 25 a 30 bilhões de células adiposas. Para os moderadamente obesos esse número aumenta em média de 60 a 100 bilhões, e, nos grandes obesos, pode ser superior a 200 bilhões. Conseqüentemente, o fator hiperplásico é preponderante no desenvolvimento e na manutenção da obesidade (POLLOCK et al., 1986). FAUST et al. (1978), em estudo feito com filhotes de ratos, os dividiram em quatro grupos: a) filhotes de grande ninhada com alimentação comum; b) filhotes de grande ninhada com alimentação gordurosa; c) filhotes de pequena ninhada com alimentação gordurosa; e d) filhotes de pequena ninhada com alimentação comum. Os filhotes das pequenas ninhadas tinham maior número e um mesmo tamanho das células gordurosas da outra ninhada. A dieta rica em gordura resultou em aumentos tanto no número quanto no tamanho das células. Os autores ressaltaram a importância da nutrição inicial em estabelecer uma base para uma posterior obesidade durante a vida. Tamanho e número de células adiposas após a redução de peso A redução da gordura corporal em adultos e crianças é acompanhada de diminuição no tamanho das células gordurosas, mas não em seu número. Isto quer dizer que, mesmo tendo emagrecido, o indivíduo que era obeso continua um obeso em potencial. Há clara evidência de que esses indivíduos têm muita dificuldade em não engordar novamente. Sugere-se que esse grande número de células gordurosas no obeso tratado esteja ligado de alguma forma ao sistema nervoso, na parte do controle do apetite. Quando esse centro é estimulado, a pessoa implora por guloseimas, recuperando o peso perdido e entrando no ciclo popularmente conhecido como ioiô ou sanfona (POLLOCK et al., 1986). Estudos recentes têm mostrado que a única forma segura de perda e manutenção do peso é a criação de novos hábitos. SIMS (1979) conduziu vários 88 R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 estudos com universitários e prisioneiros estaduais. Os voluntários fizeram dieta para ganho de peso, e observou-se o seguinte: era difícil acrescentar mais de 10% de peso corporal quando a atividade não era restrita; aqueles que aumentaram 20% de peso corporal necessitavam de substancial aumento das calorias para mantê-lo (de 3.100 kcal para 5.100 kcal); e o ganho e a perda de peso ocorreram sem que houvesse mudança no número de células gordurosas. Troca de gordura entre o tecido adiposo e o sangue Devido às rápidas permutas dos ácidos graxos, os triglicerídeos das células adiposas são renovados aproximadamente uma vez a cada duas a três semanas, o que significa que a gordura depositada nos tecidos hoje não é a mesma que foi depositada há um mês (POLLOCK et al.,1986). Fatores endócrinos Três fatores de natureza endócrina podem produzir obesidade: administração de insulina, glicocorticóides e castração (Bray, 1974, citado por POLLOCK et al., 1986). Existem 12 substâncias que são ou agem como hormônio que estão envolvidas na lipogênese, e 9 outras estimulam a lipólise (FOX, 1974). Estes três fatores estão relacionados principalmente aos seguintes efeitos conhecidos: a insulina produz hiperfagia ou aumento do apetite; os glicocorticóides administrados em animais freqüentemente provocam o aumento de gordura corporal com pouco ou nenhum aumento do peso corporal, e isto ocorre provavelmente pela inibição via feed back da produção endógena; e a castração de animais resulta de redistribuição da gordura corporal, sem dúvida devido às alterações dos níveis de estrogênio e testosterona no plasma sanguíneo (Bray, 1974, citado por POLLOCK et al., 1986). Outras alterações hormonais têm sabidamente influência direta ou indireta no metabolismo de gordura, favorecendo ou combatendo a obesidade. Esses fatores, relacionados com a termogênese, serão abordados no tópico que trata deste assunto. Fatores hipotalâmicos Existem duas áreas hipotalâmicas associadas à regulação do apetite. O hipotálamo lateral foi associado como capaz, quando estimulado, de produzir comportamento de fome, e a região ventromedial, como responsável, quando estimulada, por interromper o apetite (POWERS, 1974). R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 89 Lesões no hipotálamo poderão estar relacionadas a uma das situações anteriormente descritas, embora seja extremamente raro ocorrer em seres humanos. Termogênese A energia pode ser gasta pela realização de trabalho ou produção de calor (termogênese). A termogênese adaptativa, ou a produção regular de calor, é influenciada pela temperatura ambiente e dieta. A mitocôndria é uma organela que converte os alimentos em dióxido de carbono, água e ATP, que são fundamentais na mediação da dissipação de energia (LOWELL e SPIEGELMAN, 2000). A termogênese pode ser aumentada por vários mecanismos, que envolvem dieta, atividade física, recursos ergogênicos, exposição ao frio, drogas simpatomiméticas, estimulando o sistema simpático. Hormônios O hormônio do crescimento (GH – Growth Hormone) é um polipeptídeo que consiste de 191 aminoácidos. Nos humanos, é produzido na hipófise e sua liberação responde a determinados estímulos (treinamento, sono, estresse, baixo nível de açúcar no sangue). O GH não tem efeito direto na hipertrofia muscular, mas sim estimula o fígado a produzir e liberar IGF-1 (Insulin Like Growth Factors - fatores de crescimento tipo insulina) (GRUNDING e BACHMANN, 1996). A ação metabólica do GH é, pois, em parte ou totalmente, secundária à produção de IGF-1. Todavia, o eixo GH-IGF está longe de ser compreendido. O aumento de GH tem grande influência no ganho de massa muscular, força e na queima de gordura, especialmente naqueles indivíduos deficientes e que recebem suplementação com GH. Em modelos animais e in vitro, o GH tem demonstrado aumentar as taxas de síntese protéica e, na maioria dos casos, diminuir o catabolismo muscular dos tecidos musculares. Os resultados são mais pronunciados em animais com deficiência do que nos normais (ROOYACKERS e NAIR, 1997). O GH responde positivamente, com aumentos significativos, em corredores que se exercitam continuamente, a partir de 20 minutos de atividade, promovendo mudanças no combustível metabólico dos carboidratos para o carreamento de gorduras. Há concomitante aumento na epinefrina, nesta circunstância, que também contribui com maior aumento no consumo lipídico 90 R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 (FERNÁNDEZ et al., 1999). Todavia, outro estudo encontrou elevações significativas no GH com apenas 10 minutos de atividade de alta intensidade, tanto no cicloergômetro como na esteira rolante (SAURO e KANALEY, 2000). A administração do hormônio de liberação do hormônio de crescimento (GH) demonstrou aumentar o GH e IGF-1 e, conseqüentemente, a função muscular, em idosos. Este tratamento deve aumentar a força muscular e altera a relação dos valores basais entre a força muscular e sua bioenergética, de maneira consistente com a redução da necessidade do metabolismo energético anaeróbio, durante o exercício (VITTONE et al., 1997). Ambos, GH e IGF-1, têm o potencial de aumentar a massa muscular e função em pacientes que são catabólicos em razão de um estado patológico severo e/ou deficiência de GH (CLEMMONS e UNDERWOOD, 1992; SARTORIO e NARICI, 1994; JOHANNSSON et al., 1997). No entanto, em outro estudo, não foi encontrada diferença em idosos (65 - 82 anos) que treinavam progressivamente com pesos, para o grupo que recebia GH humano recombinante, daquele que não recebia, relativo à força muscular (TAAFFE et al., 1994). Sabidamente, a testosterona tem influência positiva no ganho de massa e força muscular (URBAN et al., 1995); além disso, ela incrementa a formação de células vermelhas do sangue, uma regeneração mais rápida e um período mais curto de recuperação após lesões ou indisposição. O metabolismo é acelerado e uma ativação da queima de gordura branca acontece, além de ela ser responsável pelas características sexuais secundárias masculinas. Os hormônios androgênicos - hormônios sexuais masculinos - têm como representante principal a testosterona, que é produzida pelas células de Leydig, nos testículos, e utilizam o colesterol como base para a formação deste grupo de hormônios (GRUNDING e BACHMANN, 1996; DEVLIN, 1996). O aumento na intensidade do treinamento também influencia a maior liberação de testosterona sérica (HÄKKINEN e PAKARINEN, 1994). A administração de testosterona aumenta os níveis de IGF-1 em homens normais. Isto parece sugerir que a testosterona talvez tenha o seu efeito anabólico mediado via IGF-1, o qual aumenta a síntese protéica associada ao GH (ROOYACKERS e NAIR, 1997). A intensidade do treinamento parece afetar também os níveis de liberação de testosterona e cortisol. Em idosos que se exercitaram durante 12 semanas, foi encontrada correlação linear entre o aumento de força e a liberação de testosterona sérica e a taxa de testosterona/cortisol, durante as quatro últimas e mais intensas sessões de treinamento de força (HÄKKINEN e PAKARINEN, 1994). R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 91 O turnover dos androgênicos endógenos pode aumentar durante um treino progressivo e intenso, sem mudança na concentração da testosterona sérica total. O treino de força prolongado e intenso talvez leve a mudanças nas concentrações do cortisol sérico. Durante a fase de maior estresse do treinamento, as mudanças nas taxas de androgênico/cortisol sérico mostram ser altas e talvez correlatas com a mudança na força muscular (ALÉN et al., 1988). O cortisol é considerado um hormônio de adaptação ao estresse, tendo ação predominantemente catabólica sobre a musculatura e, portanto, efeito contrário ao da termogênese. Em uma situação estressante, como a atividade física exaustiva, aumenta-se a liberação do cortisol (McMURRAY et al., 1995; TABATA et al., 1991). O cortisol aumenta a elevação do glicogênio hepático de forma discreta e, em altas doses, provoca destruição de certas células T, elevação da pressão sangüínea e absorção de sódio no epitélio luminal (DEVLIN, 1996). Atividades máximas tendem a elevar o cortisol. Esquiadores submetidos a atividade extenuante demonstraram aumentos significativos tanto do GH como do cortisol (YAMADA et al., 2000). A epinefrina e norepinefrina aumentam rapidamente a quebra das gorduras, pois estes hormônios secretados pela glândula supra-renal ativam diretamente a enzima triglicerídio lipase hormônio-sensível. As atividades físicas, especialmente as de alta intensidade, aumentam consideravelmente a liberação destes hormônios; quando associado à exposição ao frio, há também maior liberação. A alimentação produz efeito de maior liberação de noerepinefrina, estimulando a ação do tecido adiposo marrom (GLICK e RAUM, 1986). Os hormônios da tireóide, tiroxina (T4) e triiodotiroxina (T3) e o hormônio tireotrófico (TSH) aumentam o metabolismo energético de todas as células do organismo; isto faz com que haja mobilização das gorduras de forma mais rápida e efetiva. Estes hormônios aumentam também a sua liberação durante a exposição ao frio e a função do tecido adiposo marrom (BIANCO e SILVA, 1987; LEONARD et al., 1983; LEONARD, 1986). Leptina A leptina é um hormônio intimamente ligado ao desenvolvimento da obesidade. Ele tem efeito termogênico e anorético (SHEK e SCARPACE, 2000). 92 R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 A resistência à leptina parece aumentar com a idade. A comparação entre ratos jovens (6 meses) e idosos (24 meses) que receberam injeção de leptina demonstrou que o efeito de diminuição da ingestão de alimentos foi muito mais pronunciado nos jovens (- 42 +/- 5%) do que nos idosos (- 23 +/4%). Similarmente, o tratamento central com leptina teve grande efeito em suprimir o efeito de expressão hipotalâmica do neuropeptídio Y (NPY), mais nos jovens (- 23 +/- 4%) do que nos idosos (- 8 +/- 4%). O NPY é expresso pelos neurônios do núcleo arcuate hipotalâmico, sendo importante no controle do apetite; é o mais poderoso indutor do apetite e supressor de termogênese que se conhece, e repetidas administrações levam rapidamente à obesidade. Os NPYs são estimulados pela falta de alimentos e mediados pela queda na circulação de leptina (WILLIAMS et al., 2000). Achados de outros estudos demonstraram que ratos obesos tinham resistência periférica à administração da leptina. A resistência à leptina talvez seja devido tanto à obesidade quanto ao aumento da leptina sérica com a idade, ou devido a ambos. O desenvolvimento de resistência à leptina com a idade talvez contribua para hiperfagia, hiperleptinemia e desbalanço energético (SHEK e SCARPACE, 2000). Acredita-se primariamente que a leptina previne a obesidade, devido à regulação da ingesta de alimentos e termogênese (WATSON et al., 2000) e à sua ação nos centros hipotalâmicos (UNGER, 2000). Neste estudo, observouse a relação da leptina com: a) a via fisiológica alternativa, chamada atividade antiestática, na qual o acúmulo excessivo de gordura em tecido não-adiposo é prevenido pela mediação da leptina na regulação da betaoxidação; b) a hipótese de que a leptina age exclusivamente no hipotálamo, o que é confirmado por animais magros, com concentração abaixo de 5 ng/ml; e a sua correlação com o fluido cérebro-espinhal suporta o conceito clássico da leptina como mediadora da regulação do hipotálamo quanto à ingestão de alimentos. No entanto, quando uma hiperliptinemia crônica excede 15 ng/ml, como na obesidade, não há relação com a concentração cérebro-espinhal da leptina, ou diferença na ingestão dos alimentos. Todavia, a ação antiesteatótica periférica da leptina persiste, sugerindo que a hiperliptinemia age primariamente nos tecidos periféricos e que a sua ação hipotalâmica reage a um platô (UNGER, 2000). Recursos ergogênicos Várias substâncias têm sido utilizadas na tentativa de causar efeito termogênico para aumento do metabolismo das gorduras. Muitas delas têm-se mostrado promissoras quando associadas a dieta e protocolo de atividade física específicos. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 93 Há substâncias que têm a propriedade de acelerar o metabolismo e a melhoria do desempenho, como efedrina e cafeína (GILL et al., 2000; KALMAN et al., 2000); o aumento do consumo das gorduras e, portanto, a melhora da performance, como o piruvato (STANKO e ARCH, 1996); e a melhora da performance aeróbia, da capacidade de trabalho e do alerta mental, como o Ginseng Siberiano (BUCCI, 1989). Em se tratando da melhora do desempenho sexual e queima de gordura, a Yohimbina (WALUGA et al., 1998), quando associada a uma dieta de baixa caloria, induz maior perda de gordura em relação ao placebo (KUCIO et al., 1991). Todavia, existem estudos conflitantes, em que não foram encontradas melhoras na performance ou no metabolismo das gorduras com vários desses recursos ergogênicos. CLARKSON e THOMPSON (1997) afirmam que não é encontrado efeito de melhora da performance com o uso da efedrina. Em outra observação, foi afirmado que a efedrina, por si só, não produz efeito ergogênico e somente melhora a performance quando associada à cafeína (BUCCI, 1989). Outro estudo concluiu que uma dose única de pseudo-efedrina (120 mg), uma hora antes da atividade, não possui ergogênese de melhora da performance (GILLIES et al., 1996). Outros estudos, por sua vez, observaram melhoras na performance com o uso da efedrina e cafeína (BELL et al., 1998), pseudo-efedrina (GILL et al., 2000) e efedrina, sinefredina, cafeína e salicina (KALMAN et al., 2000). Mesmo em doses reduzidas, a combinação de cafeína e efedrina tem mostrado eficiência como ergogênico. BELL et al. (2000) compararam uma suplementação com alta dosagem de efedrina (1 mg/kg de peso) (E) e cafeína (5 mg/kg de peso) (C), em que foi observada melhora na performance na atividade de alta intensidade aeróbia, mas 25% dos sujeitos tiveram vômitos e náusea; com uma suplementação de baixa concentração - efedrina (0,8 mg/kg de peso) e cafeína (4 mg/kg de peso) - foi observado efeito ergogênico similar ao conseguido com as altas doses, porém sem a incidência dos efeitos colaterais. Estudo combinando erva-de-são-joão (900 mg/d), cafeína (528 mg/d) e extrato de aurantium (975 mg/d), comparado com um grupo placebo que recebeu maltodextrina, durante seis semanas, e uma dieta de 1.800 kcal/d da Associação Americana do Coração, associado a um treinamento em circuito a 70% da FCmáx, três dias na semana, encontrou os seguintes resultados: o grupo suplementado apresentou maior redução na gordura corporal, sem alterações no estado de humor, na pressão arterial, no eletrocardiograma e nos indicadores metabólicos, concluindo os autores que esta combinação de ergogênicos é efetiva para redução de gordura e segura para a saúde (COLKER, 1999). 94 R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 A cafeína demonstrou ainda ter efeito anorético em modelo animal. Os efeitos da cafeína no envolvimento dos liberadores dos hormônios corticotróficos e no sistema simpato-adrenal, sobre a ingestão de alimentos e o peso corporal, foi investigado em ratos. Depois de 4 e até 24 horas após a injeção com cafeína, a ingestão espontânea de alimentos era significantemente (P<0,01) menor do que nos ratos que recebiam solução salina. Nos ratos que recebiam dieta de privação, o efeito anorético apresentou-se de forma bifásica, sendo significante de meia a uma hora após a aplicação de cafeína, desaparecendo três horas após e tornando-se novamente significante depois de seis horas da administração da cafeína. Em ambos, tanto nos animais de alimentação livre como nos de dieta de privação, a cafeína reduziu o ganho de peso, mensurado ao final de 12 e 24 horas após a sua injeção. Os autores concluíram que a cafeína tem efeito anorético no sistema nervoso e que leva a uma redução de peso corporal (RACCOTA et al., 1994). O piruvato estimula tanto a síntese de oxalacetato (OAA), que carreia as gorduras para betaoxidação, como acelera os processos de produção de energia (STANKO et al. 1983; GOHEEN et al., 1981). Uma dieta de baixa caloria e a atividade física diminuem a produção de piruvato e OAA, dificultando a queima de gordura (STANKO et al., 1992). A produção de piruvato é aumentada juntamente com o acréscimo calórico na dieta, especialmente açúcar (KALMAN et al., 1999), o que é contraproducente para dietas de perda de peso. Entretanto, quando suplementado e associado a uma dieta de baixa caloria, o piruvato acelera a quebra de gordura (STANKO et al., 1983; GOHEEN et al., 1981; KALMAN et al., 1999) e reduz o ganho de gordura quando de uma dieta de incremento calórico (STANKO e ARCH, 1996). Antioxidantes e obesidade A atividade física aumenta o estresse oxidativo, especialmente quando há aumento do metabolismo das gorduras, em função da peroxidação lipídica (COOPER, 1994; Youngston, 1995, citado por FETT, 2000; KARLSSON, 1997). O uso de uma suplementação antioxidante, especialmente de vitamina C (PETERS, 1997), betacaroteno, vitamina E e W-3 (GOGOS et al., 1998), zinco (GARLAND e HAGMEYER, 1998; MARSHAL. 1998) e selênio e whey protein (COLKER et al., 1998), parece melhorar o sistema imunológico e diminuir o estresse oxidativo (Cooper, 1994, citado por FETT, 2000), entre várias outras substâncias imunizantes, como aminoácidos, bioflavonóides e polifenóis, etc. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 95 Os obesos parecem ter déficit de nutrientes, o que os exporia ainda mais ao processo de estresse oxidativo. KUNO et al. (1998) pesquisaram crianças obesas quanto aos níveis plasmáticos de betacaroteno, alfatocoferol e lipoproteínas de baixa densidade (LDL), relacionadas ao estresse oxidativo. Eles observaram que os níveis plasmáticos dessas vitaminas eram relativamente baixos nas garotas obesas, quando comparados com os do controle. No entanto, quando era feita a relação alfatocoferol/lipídios e betacaroteno/lipídios plasmáticos, as obesas tinham níveis significantemente mais baixos que os do controle. Os autores concluíram que as garotas obesas apresentavam suscetibilidade de estresse oxidativo do LDL significantemente mais alta que a do controle, potencializando o desenvolvimento de aterosclerose no decorrer da vida. Efeito da temperatura na termogênese Em geral, sabe-se que a exposição ao frio causa efeito termogênico, devido a maior liberação de T3 e T4 e produção aumentada dos hormônios adrenérgicos, e estimula a atividade do tecido adiposo marrom, aumentando a taxa metabólica de repouso (BIANCO e SILVA, 1987; LEONARD et al., 1983; LEONARD, 1986). O arrepio e a tremedeira (tetânia muscular), observados nas condições de exposição corporal ao frio, podem aumentar a taxa metabólica de repouso de 400 a 500% (YOUNG et al., 1989; ROTHWELL e STOCK, 1989). A combinação de efedrina e xantina demonstrou ser estes os melhores agentes farmacológicos para aumentar a termogênese induzida pelo frio, bem como para diminuir a hipotermia em humanos (VALLERAND, 1993). A exposição ao calor pode afetar a farmacocinética e farmacodinâmica da efedrina. Mulheres (6) que receberam uma dose de 50 mg de efedrina e 15 mg de midazolam, comparadas com o placebo em um estudo duplo-cego e expostas a sauna (3 x 10 minutos) à temperatura de 80-100º C, tiveram modificações de ambas as drogas: a absorção do midazolam foi retardada e a da efedrina acelerada, em relação à sessão de controle. A efedrina causou maior alerta mental nos sujeitos durante o tempo todo, sugerindo alterações metabólicas nas drogas, quando expostos ao calor (VANAKOSKI et al., 1993). A exposição ao calor também tende a uma maior demanda metabólica, para dissipação do calor através da pele, que, ao evaporar-se, rouba calor e resfria o sangue. No entanto, não é bem compreendida ainda a ação da exposição 96 R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 ao calor para perda de gordura; a maioria dos estudos concentra-se na tolerância à fadiga, em atividades desempenhadas em ambientes quentes (SJOGAARD, 1990). Atividade física e obesidade Vários aspectos envolvendo a atividade física enquanto promotora da diminuição da gordura corporal, por seus efeitos termogênicos, alterações no meio humoral e metabolismo das gorduras como fonte energética, já foram citados, acoplados aos tópicos discutidos até o momento. Há indícios de que a atividade física enquanto estilo de vida, bem como o controle do apetite, tenha papel preponderante no controle e na perda da gordura corporal. Esta relação de atividade física e controle do peso corporal já é há bastante tempo conhecida. MAYER (1959) observou que, na maioria das vezes, a obesidade resulta de atividade física muito pequena e não do excesso de comida. BRUCH (1940), num estudo feito com crianças, determinou que a inatividade física era característica dos obesos. Das cento e sessenta crianças obesas examinadas, 76% dos meninos e 88% das meninas estavam fisicamente inativos. Outros estudos encontram resultados semelhantes (RONY, 1940; BRONSTEIN et al., 1942; GRAHAM, 1947; TOLSTRUP, 1953; JUELNIELSEN, 1953). BRONSTEIN (1942) determinou que a maioria das crianças obesas por eles estudadas passava a maior parte do tempo de lazer em atividades sedentárias. O autor observou que as crianças obesas não apresentavam ingestões energéticas médias mais altas do que as crianças controle da mesma idade e altura (FRY, 1953). Outro fator correlato muito importante parece ser o do controle do apetite. MAYER et al. (1956 e 1967) pesquisaram a ingestão calórica total, o peso corporal e o trabalho físico num grupo de 213 trabalhadores em moinhos em Bengala, na Índia. O espectro de atividade física ia do sedentarismo ao trabalho muito pesado. Foi observado que os empregados sedentários ingeriam mais alimentos do que os que tinham atividade moderada. Nos de atividade média e muito pesada a ingestão calória aumentou na mesma proporção do dispêndio. Eles concluíram que uma quantidade mínima de atividade era necessária para adequar a ingestão de alimentos à energia despendida. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 97 Conclusão Enquanto outros recursos, como as intervenções genéticas, não podem ainda ser usados na intervenção da obesidade, busca-se uma combinação ideal entre dieta e exercícios para se proporcionar um balanço energético negativo e, com isso, a perda de gordura. No entanto, as intervenções tradicionais com dietas hipocalóricas e exercícios aeróbios têm demonstrado pouca eficiência, na perda e manutenção do peso, para a grande maioria dos obesos, devido ao fato de este tipo de intervenção reduzir o metabolismo, como uma reação de defesa orgânica, perdendo, assim, tecido magro e conservando a gordura. Existem muitas evidências de que o processo termogênico, por elevar o metabolismo basal, através de exercícios que proporcionem ganho de massa muscular, associado a suplementos ergogênicos, é mais efetivo para este propósito, por aumentar a queima calórica de repouso, que predominantemente metaboliza as gorduras. Este é um assunto polêmico e que se encontra em aberto. É importante que a discussão sobre este tópico proponha outras alternativas mais eficientes do que aquelas em geral utilizadas para este propósito. ABSTRACT The Thermogenesis As An Efficient Intervention Recourse Against Obesity And Its Control The obesity is a growth social problem. The control is very difficult, because the modern society proportioned a sedentary style of life and a big ingestion of caloric foods. The old human societies had a lack of foods adaptation to this situation, conservation the energy. The social price to obesity is high, affecting the economy, moods and healthy of obese people. The traditional intervention with a reduction of calories and aerobic exercises is ineffective, signalizing to the organism a reaction that the adaptation react reducing the energetic cost. The thermogenisis go to the inverse way, with a little augment caloric, including strength exercises and supplements ergogenics, to increment the metabolic rate. Many studies have demonstrated that this intervention augment the anabolic and lipolitic hormones. The discussion to be open, but conduced a way that had show a efficient progress in obesity intervention, with the multidisciplinary professionals. Key words: obesity, thermogenisis, supplements. 98 R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALÉN, M.; PAKARINEN, A.; HÄKKINEN, K.; KOMI, P. V. Responses of serum androgenic-anabolic and cataboic hormones to prolonged strength training. Int. J. Sports Med., v. 9, n. 3, p. 229-33, Jun. 1988. ALLON, N. The stigma of overweight in everyday life. In: BRAY, G. A., (Ed.): Obesity in Perspective. DHEW Pub. No. (NHI) 75-708. Washington, D.C:, U.S. Departament of Health, Education, and Welfare, 1975. BELL, D. G.; JACOBS, I.; ZAMECNICK, J. Effects of caffeine, ephedrine and their combination on time to exhaustion during high-intnesity exercise. Eur. J. Appl. Physiol. Occup. Physiol., v. 77, p. 427-433, Apr. 1998. BIANCO, A. C.; SILVA, J. E. Intracelular conversion thyroxine to triiodothyronine is required for the optimal thermogenic function of brown adipose tissue. J. Clin. Invest., v. 70, p. 295-300, 1987. BRAY, G. A. The varieties of obesity. In: BRAY, G. A.; BETHUNE, J. E., (Ed.) Treatment and manegement of obesity. New York: Harper and Row, 1974. BRONSTEIN, I. P.; WEXLER, S.; BROWN, A. W., HALPERN, L. J. Obesity in childhood. Psychologic studies. Am. J. Dis. Child., v. 63, p. 238-251, 1942. BRUCH, H. Obesity in childhood. IV. Energy expenditure of obese children. Am. J. Dis. Child., v. 60, p. 1082-1109, 1940. BUCCI, L. R. Selected herbals and human exercise performance. Am. J. Clin. Nutr., n. 139, 1989. CALLAWAY, C. W. et al. Skinfold thicknesses and measurements techniques. In: LOHMAN, T. G. et al. (Ed.) Anthropometric standarzing reference manual. Illinois: Human Kinetics, 1988. p. 39-54. CAREK, P. J.; DICKERSON, L. M. Current concepts in the pharmacological management of obesity. Drugs, v. 57, p. 883 - 904, Jun. 1999. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 99 CLARKSON, P. M.; THOMPSON, H. S. Drugs and sport – reserch findings and limitations. Sports Med., v.24, p. 366-384, Dec. 1997. CLEMMONS, D. R.; UNDERWOOD, L. E. Role of insulin-like growth factors and growth hormone in reversing catabolic states. Horm. Res., v.38, n. 2, p. 37-40, 1992. COLKER, C. M. et al. Immune status of elite athletes: role of whey protein concentrate. Med. Scien. Sport. Exerc., 1998. COLKER, C. M.; KALMAN, D. S.; TORINA, G. C.; PERLIS, T.; STREET, C. Effect of citrus aurantium extract, caffeine, and St. John’s Wort on body fat loss, lipid levels, and mood states in overweight healthy adults. Curr. Ther. Res. Clin. Exp., v. 60, p. 145-153, Mar. 1999. DEVLIN, T. M. Textbook of biochemistry - with clinical correlations. Fourth Edition, Wiley-Liss, Inc, 605 Third Avenue, GRUNDY, SM. Dietary Fat. In: ZIEGLER, E. E.; FILER, L. J. Present knowledge in nutrition. 7. ed. Washington: ILSI, 1996. cap. 6, p. 44-57. FAUST, I. M.; HOHNSON, P. R.; STERN, J. S.; HIRSCH, J. Diet-induced adipocyte number increase in adult rats. Am. J. Physiol., v. 235, p. E279E286, 1978. FETT, C. A. Ciência da suplementação alimentar. Rio de Janeiro: Sprint, 2000. FETT, C. A.; BURINI, R. C. et al. Composição corporal, ganho de força e resposta à exaustão, no treinamento hipertrófico, em presença da suplementação com ácidos graxos W-3 ou triglicerídios de cadeia média. 2000. Dissertação (Mestrado em Educação Física), UNESP, Rio Claro. FOX, F. W. The enigma of mass regulation. S. Afr. Med. J., v. 48, p. 287-301, 1974. FRY, P.C. A comparative study of “obese” children selected on the basis of fat pads. Am. J. Clin. Nutr., v. 1, p. 453-468, 1953. 100 R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 GARLAND, M.L.; HAGMEYER, K.O. The role of zinc lozengenes in the treatment of common cold. Annals of Pharmacotherapy, v. 32, p. 63-69, 1998. GILL, N.A.; SHIELD, A.; BLAZEVICH, A.J.; ZHOU, S.; WEATHERBY, R.P. Muscular and cardiorespiratory effects of pseudoephedrine in human athletes. Br. J. Clin. Pharmacol., v. 50, p. 205 – 213, 2000. GILLIES, H.; DERMAN, W.E.; NOAKES, T.D.; SMITH, P.; EVANS, A.; GABRIELS, G. Pseudoephedrine is without ergogenic effects during prolonged exercise. J. Appl. Physiol., v. 81, p. 2611-2617, Dec. 1996. GLIK, Z.; RAUM, W.J. Norepinephrine turnover in brown adipose tissue: thermic response increased by a single meal. Am. J. Physiol.., v. 251, p. R13R17, 1986. GOGOS, C.A. et al. Dietary omega-3 polyunsatured fatty acids plus vitamin E restore immunodeficienciy and prolong survival for severely ill patients with generalized malignancy: a randomized control trial. Cancer, v. 82, p. 395-402, 1998. GRAHM, H.B. Corpulence in childhood and adolescence: a clinical study. Med. J. Aust., v. 2, p. 649-658, 1947. GRUNDING, P.; BACHMANN, M. World anabolic review – 1996. USA: MB Muscle Books, 1996. GUYTON, W. Fisiologia médica. São Paulo: Atheneu, 1981. HÄKKINEN, K.; PAKARINEN, A. Serum hormones and strength development during strength trainining in midle-age elderly males and females. Acta Physiol. Scand., v. 150, n. 2, p. 211-9, Feb. 1994. HANNON, B.M.; LOHMAN, T.G. The energy cost of overweight in the United States. Am. J. Pub. Health, v. 68, p. 765-767, 1978. JOHANNSSON, G.; GRIMBY, G.; SUNNERHAGEN, K.S.; BENGTSSON, B.A. Two years of growth hormone (GH) treatment increase isometric and isocinetic muscle strength in GH-deficient adults. J. Clin. Endocrinol. Metab., v. 82, n. 9, p. 2877-84, Sep. 1997. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 101 JUEL-NIELSEN, N. On psychogenic obesity in children II. Acta Pediatr., v. 42, p. 130-145, 1953. KALMAN, D.; COLKER, C.M.; WILETS, I. et al. The effects of pyruvate supplementation on body composition in overweight individuals. Nutrition, v. 15, n. 5, p. 337-340, 1999. KALMAN, D. S.; COLKER, C.M.; SHI, Q. H.; SWAIN, M. A. Effects of a weight-loss aid in healthy overweight adults: double-blind, placebo-controlled clinical trial. v. 61, p. 199-205, Apr. 2000. KARLSSON, J. Antioxidants and exercise. Champaing: Human Kinetics Publishers, Monograph, 1997. KUCIO, C.; JONDERKO, K.; PISKORSKA, D. Does yohimbine act as a slimming drug. Isr. J. Med. Sci., v. 27, p. 550-556, Oct. 1991. KUNO, T.; HOZUMI, M.; MORINOBU, T.; MURATA, T.; MINGEI, Z.; TAMAI, H. Antioxidant vitamin levels in plasma and low density lipoprotein of obese girls. Free Radic. Res., v 28, n. 1, p. 81-6, Jan. 1998. LEONARD, J. L.; VISSER, T. J. Biochemistry of deiodination. In: HENNERMAN, G. (Ed.) Thyroid hormone metabolism. New York: Marcel Dekker, 1986, 189 p. LEONARD, J. L.; MELLEN, S. A.; LARSEN, P. R. Thyroxine 5’-deiodinase activity in brown adipose tissue. Endocrinology, v. 116, p. 1627-35, 1983. LOWELL, B. B.; SPIEGELMAN, B. M. Towards a molecular understanding of adaptative thermogenesis. Nature, v. 404, p. 652-660, Apr. 2000. MARSHALL, S. Zinc gluconate and the common cold. Review of randomized trials. Can. Family Phys. v. 44, p. 1037-1042, 1998. MARTINEZ, J. A. Body-weight regulation: causes of obesity. Proc. Nutr. Soc. v. 59, p. 337-345, Aug. 2000. MAYER, J.; ROY, P.; MITRA, K. P. Relation between caloric intake, body weight, and physical work: studies in an industrial male population in West Bengala. Am. J. Clin. Nutr. v. 4, p. 169-175, 1956. 102 R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 McARDLER, W. D. et al. Fisiologia do exercício – energia, nutrição e desempenho humano. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. McMURRAY R. G.; EUBANK T. K.; HACKNEY AC. Nocturnal hormonal responses to resistance exercise. Eur. J. Appl. Physiol. v. 72, n. 1-2, p. 1216, 1995. MEYER, J. Exercise and weight control. Postgrad. Med. v. 25, p. 325-332, 159. PALOU, A.; SERRA, F.; BONET, M.L.; PICO, C. Obesity: molecular bases of a multifactorial problem. Eur. J. Nutr. v. 39, p. 127-144, Aug. 2000. PETERS, E.M. Exercise, immunology and upper respiratory tract infections. Int. J. Sport. Med., o 18, suppl. 1, p. S69-S77, 1997. POLLOCK; MICHAEL L.; WILMORE; JACK, H. Exercícios na saúde e na doença – avaliação e prescrição para prevenção e reabilitação. 2. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1993. POWERS, P.S. Obesity: the regulation of weight. Baltimore: Williams & Wilkins, 1980. RACOTTA, I.S.; LEBLANC, J.; RICHARD, D. The effect of caffeine and food-intake in rats – involvement of corticotropin-releasing factor and the sympathoadrenal system. Pharmacol. Biochem. Behav. v. 48, p. 887-892, Aug. 1994. RONY, H.R. Obesity and leanness. Philadelphia: Lea & Febiger, 1940. ROOYACKERS, O.E.; NAIR, K.S. Hormonal regulation of human muscle protein metabolism. Annu Ver. Nutr., v. 17, p. 457-85, 1997. ROTHWELL, N. J.; STOCK, M. Influence of enviromental temperature and energy balance, diet-induced thermogenesis and brown fat activity in “cafeteria”fed rats. Br. J. Nutr., v. 56, p. 123-129, 1986. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 103 ROZHAVSKAYA-ARENA, M.; LEE, D.W.; LEINUNG, M.C.; GRASSO, P. Desing of a synthetic leptin agonist: Effects on energy balance, glucose homeostasis, and thermoregulation. Endocrinology, v. 141, p. 2501-2507, Jul. 2000. SARTORIO, A.; NARICI, M.V. Growth hormone (GH) treatment in GHdeficient adults: effects on muscle size, strength and neural activation. Clin. Physiol., v. 14, n. 5, p. 527-37, Sep. 1994. SATO, T.; IMURA, E.; MURATA, A.; IGARASHI, N. Thyroid hormone – catecholamine interrelationship during cold acclimatation in rats. Compensatory role of catecholamine for altered thyroid states. Acta Endocrinol (copehn), v. 113, p. 536-42, 1986. SAURO, L. Mode of exercise and duration on the growth hormone response to exercise. Med. Scien. Sport Exerc., v. 32, n 5, May 2000. SHEK, E.W.; SCARPACE, P.J. Resistance to the anorexic and thermogenic effects of centrally administrated leptin in obese aged rats. Regul. Pept. v. 92, p. 65-71, Aug. 2000. SIMS, E.A.H. Syndromes of obesity. In: DEGROOT, L. (Ed.). Endocrinology, v. 3, Baltimore: Williams & Wilkins, 1979. SJOGAARD, G. Exercise-induced muscle fatigue the significance of potassium. Acta Physiol. Scand., v. 593, p. 5-63, 1990. SJÖSTRÖM, L. Fat cells and body weight. In: STUNKARD, A.J. (Ed.) Obesity. Philadelphia: W.B. Saunders Co., 1980. STANKO, R.T.; ARCH, J.E. Inhibition of regain in body weight and fat with addition of 3-carbon compounds to the diet with hyperenergetic refeeding after weight redution. Int. J. Obesity Rel. Metab. Dis., v. 20, n. 10, p. 925-930, 1996. STANKO, R.T.; KING, D.; ADIBI, S.A. Inhibition of lipid synthesis and stimulation of energy expenditure by addition of pyruvate, dihydroxyacetone, and riboflavin to the diet. Clin. Res., v. 31, p. 526A, 1983. 104 R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 STANKO, R.T.; TIETZE, D.L.; ARCH, J.E. Body composition, energy utilization on nitrogen metabolism with a low energy diet supplementation with pyruvate. Am. J. Clin. Sport. Nutr., v. 56, n. 4, p. 630-635, 1992. STOUDT, H.W.; DAMON, A.; McFARLAND, R.; ROBERTS, J. Weight, height and selected body dimensions of adults. Washington D.C.: U.S. Government Printing Office, 1965. TAAFFE, D.R.; PRUITT, L.; REIM, J.; HINTZ, R.L.; BUTTERFIELD, G.; HOFFMAN, A.R.; MARCUS, R. Effect of recombinant human growth hormone on the muscle strength response to resistence exercise in elderly men. J. Clin. Endocrinol. Metab., v. 79, n. 5, p. 1361-6, Nov. 1994. TABATA, I.; OGITA, F.; MIYACHI, M.; SHIBAYAMA, H. Effect of low blood glucose on plasma CRF, ACTH, and cortisol during prolonged physical exercise. J. App. Physiol., v. 71, n. 5, p. 1807-12, Nov. 1991. TOLSTRUP, K. On psychogenic obesity in children IV. Acta Pediatr., v. 42, p. 289-303, 1953. UNGER, R.H. Leptin physiology: a second look. Regul. Pept.., v. 92, p. 8795, Aug. 2000. URBAN, R.J.; BODENBURG, Y,H.; GILKISON, C.; FOXWORTH, J.; COGGAN, A.R.; WOLFE, R.R.; FERRANDO, A. Testosterone administratiton to elderly men increases skeletal muscle strength and proteins synthesis. Am. J. Physiol., v. 269, n. 5 Pt 1, E820-6, Nov. 1995. URBAN, R.J.; BODENBURG, Y.,H.; GILKISON, C.; FOXWORTH, J.; COGGAN, A.R.; WOLFE, R.R.; FERRANDO, A. Testosterone administratiton to elderly men increases skeletal muscle strength and proteins synthesis. Am. J. Physiol.., v. 269, n. 5 Pt 1, E820-6, Nov. 1995. VALLERAND, A.L. Effects of ephedrine xanthines on thermogenesis and cold tolerance. Int. J. Obs. v. 17, p. S53-S56, Feb. 1993. VANAKOSKI, J.; STROMBERG, C.; SEPPALA, T. Effects of a sauna on the farmacokinetics and pharmacodynamics of midazolam and ephedrine in healthy-young women. Eur. J. Clin, Pharmacol., v. 45, p. 377-381, Nov. 1993. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001 105 VITTONE, J.; BLACKMAN, M.R.; BUSBY, W.J.; TSIAO, C.; STEWART, K.J.; TOBIN, J.; STEVENS, T.; BELLANTONI, M.F.; ROGERS, M.A.; BAUMANN, G.; ROTH, J.; HARMAN, S.M.; SPENCER, R.G. Effect of single nightly injections of growth hormone-releasing hormone (GHRH) 1-29) in healthy elderly men. Metabolism, v. 46, n. 1, p. 89-96, Jan. 1997. WALUGA, M.; JANUSZ, M.; KARPEL, E.; HARTLEB, M.; NOWAK, A. Cardiovascular effects of ephedrine, caffeine and yohimbine measured by thoracic eletrical bioimpedance in obese women. Clin. Physiol., v. 18, p. 6976, Jan. 1998. WATSON, P.M.; COMMINS, S.P.; BEILER, R.J.; HATCHER, H.C.; GETTYS, T.W. Differential regulation of leptin expression and function in A/J vs. C57BL/6J mice during diet-induced obesity. Am. J. Physiol.-Endocrinol. Metab., v. 279, p. E356-E365, Aug. 2000. WILLIAMS, G.; HARROLD, J.A.; CUTLER, D.J. The hypotalamus and the regulation of energy homeostasis: lifting the lid on a black box. Proc. Nutr. Soc., v. 59, p. 385-396, Aug. 2000. WILSON, N.L. (Ed.). Obesity. Philadelphia: F.A. Davis Co, 1969. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Physical status: the use and interpretation of anthropometric. Report of a WHO Expert Committee WHO Tech. Rep. Ser., nº. 854, p. 1-452, 1995. YAMADA, M.; SUZUKI, K.; KUDO, S.; TOTSUKA, M.; SIMOYAMA, T.; NAKAJI, S.; SUGAWARA, K. Effect of exhaustive exercise on human neutrophils in athletes. Luminescence-Chichester., v. 15, n. 1, p. 15-20, Jan. Feb. 2000. YOUNG, A.J.; SAWKA, M.N., NEUFER, P.D.; MUZA, S.R.; ASKEW, E.W.; PANDOLF, K.B. Thermoregulation during cold water immersion is unimpaired by low muscle glicogen levels. J. Appl. Physiol., v. 66, p. 1809-1816, 1989. 106 R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 1, p. 83 - 106, 2001