sistema eletrônico microcontrolado para otimizar a troca de marcha
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sistema eletrônico microcontrolado para otimizar a troca de marcha
SISTEMA ELETRÔNICO MICROCONTROLADO PARA OTIMIZAR A TROCA DE MARCHA EM AUTOMÓVEIS DE ALTO DESEMPENHO(1) Paulo Ricardo Fiuza Marques(2), Marcelo Belchior Snovarski Fonseca(3), Maurício Paz França(4) (1) Trabalho executado com recursos do Programa de Bolsas de Iniciação à Pesquisa da UNIPAMPA - PBIP. Acadêmico do curso de Engenharia Elétrica na Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA. Bolsista de Iniciação Científica do PBIP. Alegrete – RS. E-mail: [email protected] (3) Acadêmico do curso de Engenharia Mecânica na Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA. Bolsista de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq. Alegrete – RS. E-mail: [email protected] (4) Orientador, professor e coordenador de estágios da Engenharia Mecânica na Universidade Federal do Pampa UNIPAMPA. Alegrete – RS. E-mail: [email protected] (2) RESUMO: Este trabalho se trata de um sistema de otimização de caixas de câmbios sequenciais com acionamento manual das marchas, composto por um microcontrolador programável Arduino® que controla atuadores elétricos (relés), auxiliando o piloto nas trocas de marcha, melhorando o desempenho do conjunto mecânico do carro. O sistema verifica o estado da marcha e dos pedais (embreagem, freio e acelerador), através de sensores, e assim condiciona um caso acionando, ou não, os atuadores elétricos. Verifica em tempo real se o piloto está subindo ou descendo a marcha, operando de forma automática o acionamento do relé de ignição ou do solenóide, respectivamente. Obtendo-se um bom desempenho do sistema, tem-se então a redução para cerca de um quarto do tempo atual de execução de uma troca de marcha. Somando-se ao número de operações de trocas de marcha que um piloto realiza em uma prova, consegue-se portanto reduzir em cerca de 1 a 2 segundos do tempo por volta em uma corrida. Palavras-Chave: Microcontroladores, Controle Mecânico, Upshift, Downshift. INTRODUÇÃO Falar em carros de competição nos remete a um simples objetivo: potência e velocidade. Em geral, potência não é um problema, e sim como aproveitá-la. Muitas categorias exigem que o câmbio utilizado não seja caracterizado como automático, necessita-se que seu acionamento, a troca de marchas, seja manual e que exista um sistema de embreagem. Mesmo que nas normas a embreagem deva existir, o piloto consegue subir marchas sem usá-la, mas não consegue reduzir uma marcha sem ela (MILLIKEN; MILLIKEN, 1995). Para subir uma marcha, realiza-se o chamado UPSHIFT, o piloto retira o pé do acelerador por um tempo muito pequeno, e nesse tempo que o acelerador não é pressionado ele aciona uma alavanca subindo a marcha. Então o sistema proposto cria uma condição mecânica para que o piloto consiga fazer o upshift sem soltar o acelerador. Isso é possível realizando um desligamento, por tempo muito curto, da ignição (MILLIKEN; MILLIKEN, 1995). Na hora da redução de uma marcha, o chamado DOWNSHIFT, o risco de o erro humano causar um acidente é muito iminente principalmente em entradas de curva (onde ocorre o maior número de acidentes devido à perda de controle do veículo), pois o piloto precisa acionar o freio, a embreagem, e acelerar ao mesmo tempo em que faz a redução de marcha, ação conhecida como “punta-tacco”. Então o sistema proposto neste projeto cria uma condição que elimina a necessidade do piloto executar o “punta-tacco”, fazendo com que o sistema controle um solenóide ligado ao acionamento do acelerador, e com isso acelere o motor, fato necessário em cada redução de marcha (MILLIKEN; MILLIKEN, 1995). Nas duas situações, no upshift e no downshift, pode acontecer perdas de tração das rodas do veículo, e assim seu controle na pista. Nos upshift se o piloto voltar a acelerar prematuramente o carro perde a tração, e assim perde tempo. Nos downshift o piloto pode não manter a rotação na faixa de torque do motor, perdendo o poder de aceleração máxima do conjunto dinâmico do veículo (MILLIKEN; MILLIKEN, 1995). Não existe no mercado do automobilismo de performance um sistema que atue de tal maneira, tanto na redução como na subida de marcha de um carro de alto desempenho. Com a utilização do Arduino®, pode-se ter um sistema totalmente funcional e com um custo muito baixo. METODOLOGIA Para o controle do sistema utiliza-se o sistema embarcado microcontrolado Arduino®, através de sensores nos pedais o firmware projetado executará o processo de automatização da troca de marcha. O Arduino® é responsável pelo acionamento dos relés de controle do solenóide e ignição. Esse sistema embarcado é do tipo open source, possibilitando livre alteração do seu código fonte de programação, possuindo circuito eletrônico próprio e também shields que facilitam aplicações (DEITEL, 2011). Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa Um display LCD será utilizado como interface homem-máquina, viabilizando a personalização dos tempos de marcha de cada carro. Nos testes é utilizado simulação por software e também, bancada com LED´s e chaves que simulam relés e sensores, respectivamente (MCROBERTS, 2011). Para alimentar esses circuitos utiliza-se uma fonte de corrente acoplado a bateria do carro. Na qual suporta corrente de até 1A para o acionamento dos relés e 5V para o sistema embarcado (SADIKU; ALEXANDER, 2003). Os testes finais serão realizados nos motores que estão localizados no laboratório de SH&P da Unipampa - Campus Alegrete, e também em motores de motocicletas que possuem câmbios sequencias, podendo assim simular perfeitamente o uso real em veículos de competição. INÍCIO 2 Menu de ajuste dos tempos de troca de marcha Acrescenta aceleração através do acionamento do solenóide por tempo pré-definido 1 Atualiza marcha Mostra na tela marcha atual Está baixando a marcha? Retorna para 1 Sim 2 3 Não Está subindo a marcha? Não Não Acessar Menu? Sim 3 Retira aceleração através do corte da ignição por tempo pré-definido Atualiza marcha Sim Retorna INÍCIO Retorna para 1 Figura 1 – Fluxograma de operação. RESULTADOS E DISCUSSÃO Espera-se o desenvolvimento de um produto para o inteiro controle das trocas de marcha em carros de competição de alto desempenho. Possuindo interface de comunicação com o usuário e fonte de alimentação própria possibilitando aplicação no mercado do automobilismo. Podendo-se também aplicar em outros projetos da UNIPAMPA que envolvam a área do automobilismo. Participação em outros eventos para apresentação desse novo sistema de controle, e também para aperfeiçoamento do sistema com aplicação em outras áreas. Portanto espera-se fomentar a pesquisa e projeto de produtos na área de microcontroladores na região, com o intuito de maximizar o desempenho de máquinas e automatização de processos. CONCLUSÕES A utilização desse sistema otimiza e auxilia muito o trabalho de pilotos de alto desempenho, pois em uma competição executa-se inúmeras repetições da manobra “punta tacco”. E com o sistema extingue-se a necessidade dessa manobra, agregando não só na ergonomia da pilotagem como no desempenho, com a definição dos tempos de troca de marcha o carro opera no seu limite, minimizando as perdas por erro humano. Portanto com a utilização do sistema o piloto ganha um aliado na sua performance, que irá auxilialo no seu desempenho, informando os tempos precisos para troca de marcha, e controlando o acionamento dos relés. REFERÊNCIAS Livro: DEITEL, Paul. C: como programar. 6ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. MCROBERTS, Michael. Arduino básico. São Paulo: Novatec Editora, 2011. MILLIKEN, W. F.; MILLIKEN, D. L. Race Car Vehicle Dynamics. First. ed. Warrandale: Society of Automotive Engineers, v. I, 1995. SADIKU, Matthew N. O. ; ALEXANDER, Charles. Fundamentos de Circuitos Elétricos – 1. ed; Porto Alegre: Bookman, 2003. Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa