Guia de Boas Práticas Portuárias - CIRPS
Transcrição
Guia de Boas Práticas Portuárias - CIRPS
Guia de Boas Práticas Portuárias Programa de Conformidade do Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos nos Portos Marítimos Brasileiros Por Guia de Boas 1 00 Práticas Portuárias Programa de Conformidade do Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos nos Portos Marítimos Brasileiros REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Presidente DILMA ROUSSEFF Reitor CARLOS ANTÔNIO LEVI DA CONCEIÇÃO Vice Presidente MICHEL TEMER SECRETARIA DE PORTOS Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia Ministro ANTONIO HENRIQUE PINHEIRO SILVEIRA Diretor LUIZ PINGUELLI ROSA SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO PORTUÁRIO IVIG Secretário ROGÉRIO DE ABREU MENESCAL 1 00 COPPE/UFRJ 1 DEPARTAMENTO DE REVITALIZAÇÃO E MODERNIZAÇÃO PORTUÁRIA Diretor ANTÔNIO MAURÍCIO FERREIRA NETTO COORDENAÇÃO GERAL DE GESTÃO AMBIENTAL, SAÚDE E SEGURANÇA Coordenador Geral ALBER FURTADO DE VASCONCELOS NETO SECRETARIA DE PORTOS Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais Av. Pedro Calmon s/no, Prédio Anexo ao Centro de TecnologiaIlha do Fundão, Cidade Universitária - Rio de Janeiro-RJ CEP: 21941-596 Coordenação Geral do Programa PROF. MARCOS AURÉLIO VASCONCELOS DE FREITAS Coordenação de Articulação Institucional PROF. MAURICIO CARDOSO AROUCA Coordenação Técnica-Executiva PROF. AURÉLIO LAMARE SOARES MURTA Coordenação Técnica-Executiva MÁRIO DO NASCIMENTO MORAES DEPARTAMENTO DE REVITALIZAÇÃO E MODERNIZAÇÃO PORTUÁRIA SCN Quadra 04, Bloco "B", Edifício Varig, Pétala "C", 13º andar, conjunto 1302 - Brasília/DF - CEP 70714-900 Telefone: (61) 3411-3750 FAX: (61) 3326-3025 ©SEP e UFRJ 2013. O material contido nesta publicação não pode ser reproduzido, guardado pelo sistema “retrieval” ou transmitido de qualquer modo ou por qualquer outro meio, seja eletrônico, mecânico, de fotocópia, de gravação ou outros, sem informar a fonte. © Os direitos autorais das fotografias contidas nesta publicação são de propriedade de seus fotógrafos. 00 Agradecimentos Zied Abdala Warrak (Diretor Técnico e Comercial) FOCCO - Desenvolvimento Ambiental Rubens Delliveneri (Gerente de Segurança, Saúde, Qualidade e Meio Ambiente) COMTROL - Comércio e Transporte de Óleos Ronaldo Silva Terra Mar Serviços Marítimos Ltda Agradecemos a espontânea colaboração, comprometimento e tempo dispensado, fundamentais para facilitação e execução dos levantamentos de dados e informações que subsidiaram a confecção deste Guia. Companhia Docas do Pará - CDP Empresa de Administração Portuária do Porto do Itaqui – EMAP Companhia Docas do Ceará - CDC Companhia Docas do Rio Grande do Norte - CODERN Companhia Docas da Paraíba - Docas – PB Porto do Recife S.A Márcio Krause (Gerente Comercial) ESSENCIS - Soluções Ambientais Bruno Nunes Lettieri e Marianne Van Lachmann SINDARIO – Sindicato dos Operadores Portuários do Rio de Janeiro Dr. Walter Van Mulders (Diretor de Desenvolvimento de Negócios) Porto de Antuérpia Peter Van Den Dries (Gerente Técnico em Meio Ambiente) Porto de Antuérpia Stefanie D’Herde (Coordenador de Marketing e Comunicação) Porto de Antuérpia Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros Companhia Docas do Estado da Bahia - CODEBA Guido Momerency (Gerente de Segurança, Saúde, Qualidade e Meio Ambiente) B.O.S – Belgian Oil Services – Porto de Antuérpia Companhia Docas do Espírito Santo - CODESA Companhia Docas do Rio de Janeiro - CDRJ Autoridade Portuária do Porto de São Sebastião Companhia Docas de São Paulo - CODESP Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina - APPA Autoridade Portuária do Porto de Itajaí Administração do Porto de São Francisco do Sul Companhia Docas de Imbituba - CDI Superintendência do Porto de Rio Grande – SUPRG Eunice Goedhart de Lima Ministério de Infraestrutura e Água - Porto de Roterdã Eric Nelisse Ministério de Infraestrutura e Água - Porto de Roterdã Ron Van Gelder Porto de Roterdã Henny Engelchor (Gerente comercial) Bek & Verburg.CO - Porto de Roterdã Apresentação A gestão dos resíduos sólidos e dos efluentes líquidos oriundos das atividades portuárias, bem como da fauna sinantrópica nociva à saúde pública, vêm sendo objeto de políticas públicas e iniciativas privadas em países com potencial econômico costeiro, como é o caso do Brasil. Composto por 34 (trinta e quatro) portos públicos e aproximadamente 120 (cento e vinte) terminais de uso privativo, distribuídos em uma costa de 8,5 (oito vírgula cinco) mil quilômetros de extensão, o setor portuário marítimo brasileiro é caracterizado, de um lado, por recentes resultados positivos na balança comercial do país e, de outro, pela incidência de impactos ambientais inexoravelmente consectários dessa realidade. É sob tal perspectiva que a Secretaria de Portos da Presidência da Presidência da República (SEP/PR) em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por intermédio do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (IVIG), apresentam o presente Guia de Boas Práticas Portuárias, sob o pálio do Programa de Conformidade do Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos nos Portos Marítimos Brasileiros, desenvolvido no âmbito do PAC II (Programa de Ace-leração do Crescimento – Fase II), cujo objetivo é o estabelecimento de diretrizes sustentáveis para o setor portuário no país. Como é supérflua toda previsão de uma finalidade sem que sejam disponibilizados os meios aptos para sua consecução, deflui desse Guia uma coleção de 22 (vinte e dois) Manuais de Boas Práticas Portuárias, cada qual direcionado à fisionomia específica dos portos brasileiros contemplados no Programa. A atual pretensão diretiva se destina, portanto, a gestores do setor portuário nacional, público e privado, no desenvolvimento e aplicação de instrumentos contemporâneos para uma infraestrutura portuária sustentável, por meio da indicação de soluções aos desafios impostos pela gestão de resíduos sólidos e efluentes líquidos potencialmente lesivos ao meio ambiente e ao manejo da fauna sinantrópica nociva à saúde pública. Prof. DSc. Marcos Aurélio Vasconcelos de Freitas Programa de Planejamento Energético Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais Universidade Federal do Rio de Janeiro PPE/IVIG/COPPE/UFRJ Dr. Antônio Maurício Ferreira Neto Departamento de Revitalização e Modernização Portuária Secretaria de Portos O CIRPS CENTRO INTERNACIONAL DE REFERÊNCIA EM PORTOS E SUSTENTABILIDADE - CIRPS A forma como o Programa de Conformidade do Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos nos Portos Marítimos Brasileiros foi executado, ou seja, por uma rede de universidades e centros de pesquisa imersos por mais de três anos no ambiente portuário, acabaram favorecendo a criação de um centro de excelência, denominado CIRPS - Centro Internacional de Referência em Portos e Sustentabilidade (www.cirps.coppe.ufrj.br). O Centro, o primeiro de referência internacional no país com a temática sustentabilidade dos portos e suas correlações com a sociedade, foi lançado em dezembro de 2013 no Palácio do Itamarati em Brasília, sendo este uma iniciativa conjunta do IVIG/COPPE/UFRJ, da SEP∕PR e da rede de 17 instituições brasileiras de ensino e pesquisa. Sua proposta está direcionada à geração, organização e disseminação de informação científica e tecnológica de qualidade, proveniente de diversas partes do Brasil e do mundo na área portuária. Espera-se que a integração ide esforços possa contribuir com a definição de novas estratégias públicas e privadas que visem à sustentabilidade e modernização dos portos, assim como a capacitação dos profissionais do setor. Sumário 1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................12 4 DIRETRIZES PARA O PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, EFLUENTES LÍQUIDOS E FAUNA SINANTRÓPICA NOCIVA................................42 2 VISÃO GLOBAL............................................................................................................................16 4.1 Diretrizes Integradas.............................................................................................................42 2.1 Relevância Ambiental...........................................................................................................16 4.2 Diretrizes Técnico-Operacionais..........................................................................................47 2.2 A Relação Porto-Cidade .......................................................................................................18 2.3 Certificações e Adesão às Iniciativas e Indicadores Internacionais ...............................19 2.4 Modelos Internacionais de Gestão Portuária.....................................................................22 5 BOAS PRÁTICAS RECOMENDADAS .........................................................................................68 6 PERSPECTIVAS FUTURAS ..........................................................................................................98 2.5 Cenário da Gestão Ambiental dos Portos Marítimos Brasileiros .................................26 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................................100 3 GESTÃO ATUAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS, EFLUENTES LÍQUIDOS E FAUNA SINANTRÓPICA NOCIVA NOS PORTOS MARÍTIMOS BRASILEIROS.................................................................28 3.1 Resíduos Sólidos....................................................................................................................28 3.2 Efluentes Líquidos.................................................................................................................33 3.3 Fauna Sinantrópica Nociva .................................................................................................37 1. 12 Introdução O grande objetivo deste Guia de Boas Práticas Portuárias é o estabelecimento de um novo paradigma para as relações entre a área de infraestrutura e o meio ambiente, que viabilize um elevado nível de proteção dos trabalhadores portuários, da comunidade e do meio ambiente, por meio da disseminação de informações e da adoção de planos de ação. O Guia fornece instrumentos aos portos brasileiros para promoção da gestão mais adequada dos resíduos sólidos e efluentes líquidos e controle da fauna sinantrópica nociva, contribuindo para a melhoria da eficiência ambiental das atividades portuárias. MOTIVAÇÃO O fator motivador é a necessidade de implantação de um sistema eficaz de controle ambiental nos portos brasileiros, por onde passam a maior parte das mercadorias que circulam no país. A concepção também foi motivada pelo desafio de adequar os portos organizados1 brasileiros às premissas internacionais de sustentabilidade ambiental e, no âmbito nacional, às determinações legais voltadas ao gerenciamento de resíduos sólidos e efluentes líquidos, nas esferas federal, estadual e municipal. 1 Porto Organizado é um conceito jurídico, definido na Lei nº 12.815/ 2013, como aquele “construído e aparelhado para atender às necessidades da navegação, da movimentação de passageiros ou de movimentação e armazenagem de mercadorias, concedido ou explorado pela União, cujo tráfego e operações portuárias estejam sob jurisdição de autoridade portuária”. OBJETIVO Este guia visa dar subsídio técnico aos gestores portuários para o gerenciamento integrado de resíduos sólidos, efluentes líquidos e o manejo da fauna sinantrópica nociva, a partir do levantamento sistemático e análise de dados em cada um dos temas, considerando suas correlações com as questões econômicas e tecnológicas que envolvem a gestão ambiental portuária. Para atingir tal objetivo foi necessária a realização de um diagnóstico do cenário dos portos no que concerne ao tratamento dos três temas supracitados. O trabalho foi desenvolvido com base no inventário da geração, tratamento, transporte e destinação de resíduos sólidos e efluentes líquidos, bem como das condições facilitadoras da própria presença de espécies da fauna sinantrópica nas instalações dos portos marítimos. Tal como acontece com outras questões ambientais significativas, o número e a variedade de atores com interesse ou preocupação com a gestão ambiental é ampla e diversificada. Dentro da área do porto, as autoridades públicas portuárias possuem suas obrigações e responsabilidades, em termos de execução e implementação de ações, que também envolvem os operadores portuários e as empresas arrendatárias. A abordagem utilizada na produção deste Guia de Boas Práticas Portuárias é essencialmente pragmática, na medida em que, embora seja baseado em pesquisa e desenvolvimento científico, ele reflete a realidade de lidar com a questão dos resíduos sólidos, efluentes líquidos e fauna sinantrópica nociva, na complexa dinâmica que é a zona portuária moderna. ABRANGÊNCIA Este Guia foi baseado no resultado da pesquisa que abrangeu 22 portos: Vila do Conde/PA, Belém/PA, Itaqui/MA, Fortaleza/CE, Natal/RN, Cabedelo/PB, Recife/PE, Suape/PE, Maceió/AL, Salvador/BA, Aratu-Candeias/BA, Ilhéus/BA, Vitória/ES, Rio de Janeiro/RJ, Itaguaí/RJ, São Sebastião/SP, Santos/SP, Paranaguá/PR, São Francisco do Sul/SC, Itajaí/SC, Imbituba/SC e Rio Grande/RS. A delimitação do objeto de estudo foi dada pelos conceitos de área do porto organizado e instalações portuárias, definidos pela Lei nº12.815/2013. 13 UFF Localização dos Portos Públicos Marítimos Brasileiros Banco de Dados e Modelo Estatístico REDE DE COMPETÊNCIAS UFRRJ 14 SEP / PR PPE / UFRJ Fauna Sinantrópica Rede Institucional A pesquisa que resultou neste Guia foi desenvolvida por uma Rede de Competências constituída por 16 Instituições, entre Universidades Federais e Estaduais, Institutos ou Centros de Pesquisa, localizados em 14 estados. Formada por mais de 240 pesquisadores, entre professores, doutores, mestres, graduados e estagiários, sob a coordenação geral e orientação técnica do IVIG/PPE/COPPE/UFRJ, a Rede possibilitou o desenvolvimento de trabalhos e linhas de pesquisa em temas de relevância e interesse estratégicos, como: legislação e regulação ambiental, gestão de resíduos, gestão ambiental, logística, energia, tecnologias verdes e gestão ambiental portuária. Instituições que compõem a Rede de Competências NORTE UFPA Vila do Conde Belém UFMA Itaqui UFC Fortaleza IFRN Natal IFPB Cabedelo UFPE Recife UFAL Maceió UFBA Aratu UFES Vitória UFRJ Rio de Janeiro Itaguaí UNIFESP Santos São Sebastião UNESPAR Paranaguá UFSC Itajaí FURG Rio Grande NORDESTE 15 Suape Ilhéus Salvador SUDESTE SUL São Francisco do Sul Imbituba 2. 16 Visão Global Um porto é um sistema altamente complexo, que está inserido em sistemas ambientais, sociais e econômicos ainda mais complexos. Para atingir a sustentabilidade do negócio portuário é preciso abordagens gerenciais em diferentes escalas, capazes de abranger todos os sistemas envolvidos, que estão profundamente integrados. É preciso ir da microescala (a gestão ambiental do porto), até a macroescala (a gestão da zona costeira). Isso significa que a gestão portuária, além de preocupar-se com problemas rotineiros (como resíduos sólidos e líquidos, emissões atmosféricas, cargas perigosas e tantos outros), deve planejar o desenvolvimento portuário no âmbito costeiro, integrando os seus interesses de expansão aos contextos socioambientais regionais e às políticas públicas que os norteiam (Kitzmann & Asmus, 2006). 2.1 RELEVÂNCIA AMBIENTAL Na busca da compreensão dos cenários internacionais da Gestão Ambiental Portuária, é de grande relevância compreender o que será definido como “a grande mudança” nos conceitos de regulamentação ambiental. Segundo Kitzmann & Asmus (2006), a introdução de referenciais ambientais é considerada um fator que afeta a competitividade das empresas e dos países (visão tradicional), assim como pode ser um fator que a impulsiona (abordagem revisionista). De acordo com a visão tradicional, que ainda prevalece em muitos setores, as medidas de controle ambiental são barreiras ao desenvolvimento, pois demandam custos elevados de adaptação, que se refletem nos preços dos produtos e serviços, reduzindo a competitividade das empresas. Já a abordagem revisionista, também denominada “hipótese de Porter”, considera que a imposição de padrões ambientais estimula a busca de inovações tecnológicas para melhor utilização (e reutilização) dos insumos (matérias-primas, energia e trabalho). Desta forma, reduziria os custos e compensaria os investimentos na adequação ambiental, melhorando a competitividade das empresas, num círculo virtuoso de “melhoria contínua” que, segundo Hart (2006), deve ser sucedido pela “destruição criativa”, conceito que indica o padrão dinâmico pelo qual empresas inovadoras desbancam as estabelecidas. Neste caso, seria a superação de um modelo cuja baixa eficiência desencadeia impactos ambientais negativos, por um modelo no qual o aumento da eficiência reduziria não apenas custos financeiros, mas também custos ambientais. Atualmente, segundo a Comissão Econômica para América Latina e Caribe - CEPAL, uma das cinco comissões econômicas regionais da Organização das Nações Unidas - ONU, o conceito de eficiência no ambiente portuário reside na exploração dos limites produtivos da planta e de seus equipamentos, ou seja, se um equipamento foi desenhado para movimentar 30 contêineres por hora, deve-se operar no limite de sua capacidade, demonstrando que a operação foi realizada com o máximo da eficiência possível. A variável com maior crescimento 00 18 nos novos conceitos de eficiência é a de Sustentabilidade Ambiental, que pode colaborar para a inserção de novos paradigmas na gestão dos portos, contribuindo inclusive para a redução dos custos operacionais. A partir dos conceitos de Porter (1995) e do relatório da CEPAL (1998), os referenciais de competitividade e eficiência apontam para a inevitável ampliação dos espaços dedicados aos temas ambientais nas tomadas de decisão das autoridades portuárias. Neste contexto, a variável ambiental passa a ganhar maior importância no planejamento estratégico e financeiro de entidades comerciais (como os portos marítimos) e empresas. A relação entre eficiência ambiental e desempenho financeiro pode se estabelecer em distintas situações. Um das possibilidades é pelo aumento da competitividade relativa decorrente da boa imagem de uma instituição, neste caso, de um porto, relacionada às boas práticas ambientais. Em regra, o “marketing verde” positivo se consolida pelo enquadramento ou certificação do porto em alguma organização internacionalmente reconhecida. A aquisição de um status positivo em relação aos aspectos ambientais pode conferir vantagem competitiva no cenário regional ou mesmo internacional. Esta é uma realidade mais consolidada no ambiente industrial, que já sofre pressão de mercados que exigem produtos ambientalmente certificados, mas também tem sido incorporada ao ambiente portuário, que representa um importante elo da cadeia produtiva e comercial. A conservação, redução de perda e melhor aproveitamento de recursos hídricos também são exemplos emblemáticos dos efeitos positivos do aumento da eficiência ambiental com reflexos econômicos diretos. Esta relação pode se estabelecer pelo viés da minimização dos impactos, como combate à poluição hídrica, seja com investimento em medidas estruturais para tratamento de efluentes, ou pela adoção de procedimentos adequados que impeça a contaminação dos efluentes. A relação também pode ser estabelecida pelo viés da redução do consumo e reuso de efluentes tratados. A relação entre o aumento da eficiência ambiental e os aspectos financeiros também pode se estabelecer pela geração de receita decorrente de práticas e serviços ambientais. No caso dos resíduos sólidos, três exemplos podem ser citados com destaque. Primeiro, as medidas de redução na geração de resíduos, que estão relacionadas à redução da demanda por insumos e materiais, apresentam reflexos diretos e notórios no balanço financeiro de empresas e instituições públicas ou privadas de todo porte. Segundo, a possibilidade de estabelecer taxas ou tarifas relacionadas aos serviços ambientais, como armazenamento, coleta e destinação de resíduos, sobretudo, aqueles oriundos de embarcações. E terceiro, a possibilidade de geração de receita através da venda de recicláveis. 2.2 A RELAÇÃO PORTO-CIDADE A história portuária brasileira se inicia com as instalações rudimentares, implantadas logo após o descobrimento até os grandes complexos portuários e terminais especializados hoje existentes ao longo de toda a sua costa. Essa evolução teve pontos de inflexão importantes em 1808, com a denominada “abertura dos portos às nações amigas”, empreendida por D. João VI; com as principais concessões para exploração dos “portos organizados” e das ferrovias que os acessam, no final do Século XIX; e mais tarde com a implantação de terminais especializados, necessários e compatíveis com a industrialização do pós-guerra, como instrumento da prioridade exportadora dos Planos Nacionais de Desenvolvimento (PNDs), nos governos da ditadura militar, destacando-se aí a atuação da Portobrás, até sua extinção nos anos 1990. Surge então uma nova legislação que desencadeou um processo de reformas, inicialmente balizadas apenas por algumas alterações pontuais, destinadas a romper antigas tradições consideradas limitantes ao modelo de desenvolvimento. Mas, estas demandas hoje estão contidas numa nova ordem dos espaços produtivos e o surgimento de dinâmicas comerciais específicas criou a necessidade de reorganização dos portos, o que inclui a adoção de novos métodos de movimentação de cargas, equipamentos com sofisticação tecnológica, mão de obra especializada e agilidade, além dos avanços da engenharia naval. Com o processo de globalização econômica, novas demandas foram dirigidas aos portos, destacando-se o seu papel de agente em projeto que envolve forças públicas e privadas na construção de comunidades portuárias, a exemplo do que já ocorre no norte da Europa (Antuérpia e Le Havre). A ampliação da complexidade da cadeia produtiva impõe às cidades portuárias enfrentamentos que vão desde questões estruturais até questões socioeconômicas e ambientais, que antes eram tratadas isoladamente e desconsideradas da cadeia produtiva, além da necessidade de definição de políticas e instrumentos aplicados à gestão do porto e da cidade. Nesse caso, parece oportuno discutir e recuperar aspectos da cultura e das cidades portuárias. Não se trata, porém, de uma operação simples, pois os interesses que envolvem estas iniciativas são muito fortes, implicando desafios físicos, financeiros e administrativos. Os diversos grupos sociais têm concepções diferentes sobre o destino a ser dado a estas áreas. Esse debate se faz urgente, principalmente nos centros que apresentam a tendência da exploração turística como opção econômica, dentro dos conceitos de desenvolvimento sustentável, em contraposição aos argumentos relacionados à ausência de competitividade dos portos brasileiros: • Inadequação da infraestrutura; • Exaustão do modelo público de exploração portuária; • Esgotamento da capacidade de investimentos pelo Estado; • Excesso de centralização das decisões, especialmente, pressões externas derivadas da inserção do país na economia mundial. 2.3 CERTIFICAÇÕES E ADESÃO A INICIATIVAS E INDICADORES INTERNACIONAIS A adoção do Sistema de Gestão Ambiental - SGA, em portos marítimos, visa aio enfrentamento dos complexos desafios ligados ao meio ambiente e às relações com seu entorno e seus stakeholders, sob o prisma da sustentabilidade. Esse sistema visa a auxiliar as autoridades portuárias na definição de áreas, práticas, procedimentos, regras, métodos de avaliação que tornem a gestão mais eficiente e que possam gerar um padrão comum para todos os portos brasileiros. Gestão Ambiental vem substituir o controle da poluição no final do processo da organização, para assegurar o controle e monitoramento, prevenção e avaliação, visando ao processo de melhoria contínua. Para atender à crescente exigência de transparência e para participar da construção de indicadores globalmente aceitos, os portos podem decidir voluntariamente aderir a iniciativas de credibilidade que atestem suas boas práticas. Há várias formas de se obter uma validação externa para os procedimentos e práticas adotadas pelos portos na gestão ambiental. Apontamos abaixo algumas delas, aquelas de maior credibilidade internacional. PRINCIPAIS CERTIFICAÇÕES ADOTADAS EM PORTOS A International Organization for Standardization - ISO é uma associação internacional que agrega representantes de 160 países. A ISO atua no desenvolvimento de padrões voltados para produtos, serviços e sistemas, além de credenciar as entidades aptas a realizar a certificação das empresas interessadas em obter o selo ISO. Embora a adesão às normas ISO seja voluntária, observa-se uma grande difusão desta iniciativa. 19 Isto se dá pelos benefícios esperados, tais como ganhos em eficiência, redução de custos, acesso a novos mercados, entre outros. As normas se dividem em séries temáticas, sendo a ISO 14.000 a que trata de aspectos ambientais. Nesta, há normas voltadas para assuntos específicos, tais como Sistemas de Gestão Ambiental, Avaliação de Ciclo de Vida e Gases de Efeito Estufa. Em alguns países, a série ISO 14.000 é utilizada como base técnica para governos e instituições estabelecerem regulações na área ambiental. Ao menos 28 portos europeus obtiveram o certificado ISO 14.001, referente ao Sistema de Gestão Ambiental destas instituições. Isto ratifica a viabilidade de utilização da ISO como ferramenta de gestão ambiental portuária. GRI A Global Reporting Initiative - GRI é uma organização sem fins lucrativos que desenvolveu um conjunto de indicadores adequados para aferir e comunicar o desempenho de uma empresa sob a ótica da sustentabilidade. São considerados indicadores sociais, ambientais, econômicos e de governança para a composição dos chamados relatórios de sustentabilidade (Sustainability Reporting). As empresas que elaboram seus relatórios nos moldes GRI o fazem por adesão voluntária e almejam demonstrar compromisso com a sustentabilidade, incrementar o valor de seus ativos intangíveis, como reputação, bem como instaurar ou melhorar a comunicação com stakeholders e partes interessadas. Buscam, ainda, avaliar-se segundo indicadores internacionais, comparando o seu desempenho com relação a eles, entre outros benefícios. Para o GRI, essa comparação em escala global permite o aprimoramento permanente das melhores práticas de sustentabilidade e, sobretudo, acelera sua proliferação. A publicação do relatório é feita pela própria empresa, havendo cursos certificados para capacitação de seus profissionais, inclusive no Brasil. É possível publicar o relatório em três níveis de detalhamento, A, B e C, de acordo com a realidade e os objetivos de cada organização. No ano de 2010, foram publicados oficialmente mais de 160 relatórios nos moldes GRI no país. Visando a aprimorar o modelo de relatório, desde 2006 está em desenvolvimento um conjunto de indicadores voltados para empresas de logística e transporte, disponível em versão piloto (GRI D). Os portos de Antuérpia (Bélgica) e de Roterdã (Holanda) são exemplos de portos que demonstraram seu desempenho pelos padrões GRI. SDM e PERS A Organização Europeia de Portos Marítimos - ESPO, associada com a rede EcoPorts Network, oferece um conjunto de ferramentas para gestão ambiental dos portos membros (ECOPORTS B), entre as quais destacam-se o Self Diagnosis Method - SDM e Port Environmental Review System - PERS. O SDM consiste em um checklist para ser aplicado pelos gestores dos portos. São tratados temas como política ambiental, treinamento, plano de emergência, entre outros aspectos. A submissão dos resultados no portal Ecoports é feita de forma anônima e gera como respostas: a projeção do porto em relação às boas práticas dos portos europeus; a diferença entre a organização atual e a necessária para obtenção de certificados como PERS e ISO 14.000; uma análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats); e recomendações de especialistas. Já o PERS é o único sistema voltado exclusivamente para a gestão ambiental portuária, sendo delineado como suporte para os portos atingirem suas metas relacionadas ao desenvolvimento sustentável. Consiste, inicialmente, na aplicação do SDM por parte da equipe de gestão ambiental do porto, e pode, ao final do processo, ser submetido à verificação externa, o que lhe confere certificação. O certificado PERS dá credibilidade aos portos europeus no que se refere ao seu compromisso com as questões ambientais. São somente seis passos a serem dados para obter a certificação, sendo todos assistidos pela ESPO. Os três primeiros passos dizem respeito ao cumprimento do SDM checklist e dão ao porto o status de “EcoPorts port”. Ao submeter à análise da ESPO seu checklist com todas as informações, o porto passa ao quarto passo. Feito isso, ele recebe as normas PERS e as implementa para, no passo seguinte, solicitar a certificação PERS, que é analisada por entidade independente. Atualmente, 18 portos europeus possuem o selo PERS. 21 2.4 MODELOS INTERNACIONAIS DE GESTÃO PORTUÁRIA A discussão de novos paradigmas em setores já desenvolvidos sempre preconizou a interlocução com organizações que concentram os principais agentes destes setores. Os desafios da implementação da Gestão Ambiental nos portos internacionais podem ser diferenciados de acordo com seu estágio de desenvolvimento. Metodologicamente, distinguiram-se três níveis: - Básicas: soluções de problemas operacionais e infraestruturas de base, herdados dos anos de ausência de investimentos e de modernização em portos públicos, e também na adoção e adaptação aos modelos de gestão de portos públicos por concessões e arrendamentos, cuja grande maioria dos problemas é procedimental e de pequenas adaptações estruturais; 22 - Intermediárias: soluções que necessitam de um volume maior de investimentos, que se diferenciam do agrupamento básico por não mais se focar nos procedimentos operacionais, e sim na implementação de soluções tecnológicas, sejam por meio da tecnologia da informação, ou por meio da adoção de modernas tecnologias para controle ambiental no tratamento de suas interações com o meio ambiente (efluentes, resíduos sólidos, vetores epidemiológicos, ruídos, odores e emissões atmosféricas). Nestas áreas certamente estarão concentrados os investimentos para que os portos sejam prestadores de serviços ambientais, em oposição à situação atual de geradores de impactos negativos; - Avançadas: soluções que, mesmo que ocorram paralelamente às soluções básicas ou intermediárias, preconizam que se tenha um ambiente minimamente organizado e com seus problemas, pelo menos, em vias de serem solucionados, para que se tenham os resultados esperados. Isso porque as soluções deste grupo são de caráter gerencial, buscando conciliar questões operacionais com a eficiência ambiental e sua relação com o entorno e com as exigências legais e ambientais. É neste grupo que se concentra a grande maioria dos projetos de sustentabilidade dos portos, como cogeração de energia, relações com as comunidades e outros projetos que, mesmo distantes do foco declarado das atividades portuárias, passam a ser importantes para sua manutenção. Mesmo que não sejam preconizados Modelos Regionais de Desenvolvimento Portuário, podemos agrupar as iniciativas e as formas de se tratar questões ambientais em dois principais Modelos, o Europeu é aquele representado pela ESPO, e o Panamericano é representado pela Associação Americana de Autoridades Portuárias - AAPA. As diretrizes técnicas e ambientais de organizações supranacionais, como AAPA e ESPO, alcançaram um nível de maturidade tal que foram adotadas como referencial de desenvolvimento portuário em diversos portos, principalmente aqueles com grandes movimentações de cargas. Outra importante ação europeia foi a realização do Ecoports, um projeto de pesquisa da União Europeia com os objetivos de harmonizar a gestão ambiental entre os seus portos, trocar experiências e implementar as melhores práticas ambientais portuárias (Kitzmann & Asmus, 2006). O Ecoports envolveu pelo menos 150 portos e terminais europeus em uma rede ambiental, e seus principais produtos foram: • Metodologia de Autodiagnóstico (Self-Diagnosis Method — SDM), ferramenta de autoavaliação ambiental, com identificação de prioridades e do nível de resposta gerencial na área portuária e na cadeia logística; • Sistema de Revisão Ambiental Portuária (Port Environmental Review System — PERS), que ajudará os portos a executarem os primeiros passos de um Sistema de Gestão Ambiental (Environmental Management System — EMS) e certificações, como a ISO 14.000; • base de dados sobre boas práticas e estudos de caso exemplares; MODELO EUROPEU – ESPO Nos modelos europeus, as questões atualmente na linha de atuação estratégica, a partir da constatação da existência de infraestrutura mais próxima da ideal, são aquelas que se baseiam com forte concentração nas questões que conciliam a sustentabilidade ambiental com a eficiência global do porto. São questões com intensa preocupação com o desenvolvimento portuário no ambiente costeiro, valorizando os contextos socioambientais regionais e suas políticas públicas. Na Europa, a atuação da ESPO, criada em 1993, mas com raízes em 1974 no Grupo de Trabalho de Portos da Comissão Europeia, tornou-se referência na gestão de portos. Em 1994, a ESPO publicou o seu primeiro Código de Boas Práticas Ambientais. Este código foi revisado em 2003 e, em outubro de 2012, foi substituído pela publicação do Green Guide. Durante as últimas décadas, grande parte dos avanços portuários nas questões ambientais mundiais foi baseada no Código de Boas Práticas Ambientais da ESPO. O Green Guide, além de reproduzir a essência do antigo Código, agora reafirma a posição da instituição como uma das principais referências das questões ambientais. • Programa de Treinamento, com cursos adaptados às perspectivas locais e nacionais quanto à legislação e condições operacionais, cujos instrutores são profissionais portuários e especialistas acadêmicos certificados; • workshops, organizados para a troca de experiências e melhores práticas ambientais; • em pesquisa, a formação de uma rede de universidades e consultores para prestar serviços multidisciplinares de pesquisa e desenvolvimento de soluções ambientais. Outro ponto que merece atenção é a motivação econômica para a promoção de mudanças de hábitos, que sempre foi a alternativa mais segura para implementar inovações, com diminuição de custos como estímulo para atendimento da norma ambiental e melhorias voluntárias. Instrumentos econômicos de incentivo à diminuição de emissões pelos navios vêm sendo utilizados em alguns portos europeus, o que tem se demonstrado bastante eficiente. Pode-se citar: • menores taxas portuárias para as embarcações que disponham de tecnologias de redução de óxidos de nitrogênio (NOx); • menores taxas portuárias para as embarcações que utilizem combustível com baixo teor de enxofre; • “Green Award” que recompensa as baixas emissões atmosféricas (35 portos, com incentivos ao desempenho ambiental); • “Green Shipping Bonus” (Porto de Hamburgo, 2001) desconto sobre taxas portuárias, além da “diferenciação do imposto de tonelagem de acordo com critérios ambientais”, da Noruega. Quando se avaliam os portos membros da ESPO, observa-se que, em geral, os avanços ambientais estão diretamente relacionados ao papel das autoridades portuárias e na sua relação com os operadores privados. Nos portos europeus, muitos problemas comuns a portos brasileiros e sul-americanos sequer aparecem como itens de manutenção ou preocupação, pois já foram resolvidos há décadas, ou fazem parte de rotinas operacionais consagradas, como é o caso da destinação de resíduos sólidos portuários, que não é citada como problema pela autoridade portuária. Em linhas gerais, o modelo europeu de Gestão Ambiental tem uma ampla visão voltada a questões que extrapolam a gestão portuária stricto sensu, inserindo uma maior interação com as áreas de influência dos portos, que incluem desde indústrias a densas áreas povoadas, passando por áreas de proteção e alta sensibilidade ambiental. As prioridades dos desafios e intervenções nos portos europeus alternaram-se e, em alguns casos, foram substituídas por outras, nas últimas três décadas. O Green Guide desenvolvido pela ESPO ranqueou as 10 principais prioridades no campo da gestão ambiental portuária. Nota-se claramente que houve uma evolução na resolução de alguns desafios que, na década de 1990, apresentavam-se como prioritários e nas décadas seguintes foram suplantados ou tiveram sua importância reduzida em favor de novas demandas. No cenário apontado pelo Green Guide, o problema no gerenciamento dos resíduos portuários surge em meados da década de 2000 e se mantém nos anos seguintes entre os três principais desafios a serem superados em 122 portos europeus analisados na pesquisa da ESPO. 00 23 Prioridades ambientais nos portos europeus ao longo dos anos 24 São seis os elementos básicos do Green Port, cada um com um objetivo geral, expostos abaixo. Prioridade 1996 2004 2009 1 Desenvolvimento do Porto (Água) Resíduos Portuários Ruído Qualidade do Ar 2 Qualidade da Água Dragagens: Operações Qualidade do Ar Resíduos Portuários 3 Disposição de Dragagens Disposição de Dragagens Resíduos Portuários Consumo de Energia 4 5 6 Dragagens: Operações Poeira Dragagens: Operações Ruído Poeira Ruído Disposição de Dragagens Resíduos de Embarcação Desenvolvimento do Porto (Solo) Qualidade do Ar 7 Contaminação do Solo Cargas Perigosas Consumo de Energia Dragagens: Operações 8 Perda de Habitats e Degradação Abastecimento Poeira Poeira 9 Volume de Tráfico Desenvolvimento do Porto (Água) Desenvolvimento do Porto (Solo) 10 Efluentes Industriais Desenvolvimento do Porto (Solo) Qualidade da Água Relações com a Comunidade Local Relações com a Comunidade Local Desenvolvimento do Porto (Solo) Descarga de Navios O Green Port é um conjunto de iniciativas voluntárias implementadas para enfrentar os desafios ambientais de forma equilibrada com as demandas econômicas da indústria portuária. As iniciativas são divulgadas em um portal de abrangência global. Neste portal são apresentadas as melhores práticas ambientais, os avanços das políticas públicas, da legislação, as novidades em tecnologia e energia, as adesões dos portos ao redor do mundo e as responsabilidades corporativas, centradas em torno de portos e terminais marítimos, incluindo o transporte e logística. Está disponível em três formas, como revista mensal, por newsletter semanal e online no site greenport.com. Neste contexto, os portos têm o compromisso de formação e comunicação para garantir que essas práticas se estendam desde as atividades das comunidades com quem interagem diretamente até sua operação. Seja nas simples compras de materiais de escritório até no projeto de um terminal marítimo de milhões de dólares, o porto considera as alternativas que têm o menor impacto negativo na sociedade e no meio ambiente. 2013 A exemplo do Porto de Long Beach, Califórnia, cujo Conselho de Administração adotou a política do Green Port, sendo aprovada em janeiro de 2005, serve como um guia para a tomada de decisão e estabelece um quadro de operações portuárias ambientalmente amigáveis. A política possui cinco princípios orientadores: • Proteger a comunidade de impactos ambientais prejudiciais oriundos das operações portuárias; • Distinguir o porto como líder em gestão e conformidade ambiental; • Promover a sustentabilidade ambiental; • Empregar a melhor tecnologia disponível para evitar ou reduzir os impactos ambientais; • Envolver e conscientizar as comunidades do entorno. • Vida Animal: proteger, manter ou restaurar os ecossistemas aquáticos e habitats marinhos. • Ar: reduzir as emissões nocivas de atividades portuárias. • Água: Melhorar a qualidade do complexo portuário • Solos e sedimentos: remover, tratar, ou tornar apropriado para reutilização todos os tipos de solos e sedimentos contaminados no distrito portuário. • Envolvimento da Comunidade: interagir e conscientizar a comunidade sobre as operações portuárias e seus programas ambientais. • Sustentabilidade: implementar práticas sustentáveis de projetos, construção, operações e práticas administrativas em todo o porto. MODELO PANAMERICANO - AAPA A exemplo do que ocorre na Europa, no continente americano, uma entidade associativa congrega a maioria das autoridades portuárias da região. A Associação Americana de Autoridades Portuárias - AAPA, fundada em 1912, é uma associação que representa mais de 160 autoridades portuárias públicas e privadas nos Estados Unidos, Canadá, Caribe e América Latina. A AAPA foi criada para apoiar os portos públicos na melhoria da gestão portuária, com especial atenção às questões ambientais. O modelo da AAPA apresenta algumas semelhanças com o modelo europeu, entretanto, por ter entre seus membros portos de países pequenos e portos de diversos tamanhos e complexidade, dedica-se mais atentamente à resolução de problemas, considerados de base. Em geral, os problemas são originados pela ausência de estruturas, sejam equipamentos públicos, infraestrutura de acesso, suprimento energético ou de saneamento. As orientações contidas nas produções da AAPA podem ser analisadas como básicas e procedimentais, mas colaboram fortemente para a adequação dos portos membros. A partir da criação, em 1973, do Environmental Improvement Awards, pelo qual a AAPA reconhece e estimula as atividades que beneficiam o ambiente em seus portos, nas categorias de melhoria ambiental, mitigação, envolvimento comunitário e gerenciamento ambiental, foram produzidos vários estudos e pesquisas, assim como foram realizados diversos eventos para discutir as formas de implementação e adaptação das práticas de gestão ambiental no ambiente portuário. A evidente diferença entre os modelos de gestão pública de portos, suas políticas de concessão, a relação das autoridades portuárias com os problemas de infraestrutura e em relação ao enfrentamento das limitações estruturais dos portos congregados na AAPA, orientaram a instituição na publicação do Environmental Management Handbook (AAPA, 1998). Este se consolidou como um guia com ferramentas e práticas de gerenciamento das atividades portuárias voltadas à prevenção e remediação dos impactos ambientais do setor. Neste guia é possível identificar claramente a base utilizada para sua implementação, extraída da ISO 14.001 e do SGA, que se destacam em outros setores produtivos. Não obstante a existência de outras instituições internacionais que referenciem outras regiões no mundo, é justificada a opção pela análise e utilização de diretrizes da ESPO e AAPA, dada a farta literatura disponível e o grau de engajamento de seus membros, sejam eles portos, autoridades portuárias ou países. Como todo cenário organizativo, após um período de maturação, a organização dos portos proporcionou a segmentação de diversos serviços e produtos voltados àqueles portos que inseriram as questões ambientais em sua Gestão e enxergavam a inovação ambiental tecnológica como diferenciais para concorrência no mercado internacional. Como previamente mencionado, uma importante demonstração da capacidade de organização do setor é o Green Ports. 00 25 2.5 CENÁRIO DA GESTÃO AMBIENTAL DOS PORTOS MARÍTIMOS BRASILEIROS 26 Os portos brasileiros representam um elo fundamental da cadeia de transportes e econômica do País, pois nas instalações portuárias se desenvolvem interligações modais entre transporte terrestre e marítimo (Souza Junior, 2008) e se materializam as relações comerciais que inserem o Brasil no mercado globalizado. Neste cenário, as condições e práticas em cada porto podem comprometer as relações comerciais pelo não cumprimento às determinações legais da área ambiental ou de segurança. O ambiente portuário possui características ambientais e operacionais que representam risco potencial na geração de impactos ambientais negativos. Tal condição demanda a implantação de sistemas de gestão ambiental, medidas de controle e mitigação, além de uma fiscalização contínua dos aspectos operacionais e legais relacionados aos potenciais impactos negativos. Implantar sistemas de gestão ambiental no ambiente operacional portuário apresenta-se como um desafio. Kitzmann & Asmus (2013) afirmam que, mesmo adquirindo relevante importância e sendo um diferencial competitivo em vários setores da economia, a gestão ambiental ainda é pouco aplicada no setor portuário, pois sua implantação é associada a custos elevados e processos de licenciamento ambiental morosos. No setor portuário, as vantagens competitivas ainda estão fortemente ligadas aos aspectos da eficiência operacional, que incluem, sobretudo, aumento da segurança, redução do tempo, das perdas e dos custos. Contudo, há uma tendência de valorização das certificações e adoção de boas práticas ambientais como critério diferencial na competição entre portos e países que praticam o comércio marítimo. No Brasil, na década de 1990, a repaginação do setor portuário, deflagrada pela Lei de Modernização dos Portos (Lei nº 8.630/1993), que constituiu, à época, o chamado “novo modelo portuário brasileiro”, não contemplou de forma decisiva a questão ambiental. A despeito das regulamentações e pressões internacionais, os aspectos ambientais não foram considerados um elemento estratégico nas reformas pretendidas e a dimensão ambiental entrou no sistema, sobretudo, pela via judicial, geralmente resultante de demandas do Ministério Público (Kitzmann & Asmus, 2006). Entretanto, mediante as preocupações com os impactos que os portos provocam, em especial na linha de costa, foi criada a Agenda Ambiental Portuária em 1998, no âmbito do Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro. A Agenda representou um marco da área ambiental para o setor, ao buscar a promoção de um sistema de gestão ambiental portuário, de uma maneira mais ampla, para acompanhar o programa de modernização dos portos desenvolvido pelo Ministério dos Transportes. Em 2009, a Secretaria de Portos da Presidência da República - SEP/PR, por meio da Portaria nº 104/2009, remeteu aos portos e terminais marítimos a obrigação de possuir um Setor de Gestão Ambiental e de Segurança e Saúde no Trabalho e implantar um Sistema Integrado de Gestão Ambiental que inclua ações relativas à Proteção do Meio Ambiente, à Segurança e Saúde Ocupacional (ANTAQ, 2009). Em 2011, a Portaria Interministerial MMA/SEP/PR nº 425/2011, expedida pelo Ministério do Meio Ambiente em conjunto com a Secretaria de Portos da Presidência da República, instituiu o Programa Federal de Apoio à Regularização e Gestão Ambiental Portuária - PRGAP de portos e terminais portuários marítimos, inclusive os vinculados às Companhias Docas. Em paralelo às ações de regularização ambiental do setor, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários - ANTAQ realizou uma avaliação do panorama da conformidade ambiental dos portos organizados, onde foram analisadas as ações das autoridades portuárias e terminais privativos dos 30 principais portos nacionais (ANTAQ, 2004). Equalizar o aumento das eficiências operacionais e ambientais demanda um ajuste interinstitucional que abrange o setor público em seu papel de regulador do sistema portuário (o que inclui a regulação ambiental). Neste contexto, com o intuito de restaurar a capaci- dade de planejamento do setor e redefinir competências, a Lei nº12.815/2013 prevê a regulação da exploração, direta ou indiretamente, dos portos e instalações portuárias, e das atividades desempenhadas pelos operadores portuários. Esta lei atribui à Secretaria de Portos, a responsabili-dade de coordenar a atuação integrada dos órgãos e entidades públicos nos portos organizados e instalações portuárias e define a Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT e a ANTAQ, como entidades integrantes da administração federal indireta, submetidas ao regime autárquico especial e vinculadas, respectivamente, ao Ministério dos Transportes e à Secretaria de Portos. Apesar de citar somente o monitoramento ambiental relativo aos aspectos de dragagem, a lei em questão outorga atribuições à SEP que incluem assessorar a formulação de políticas e diretrizes para o setor portuário, promovendo a execução e a avaliação de medidas, programas e projetos de apoio ao desenvolvimento da infraestrutura e da superestrutura dos portos e instalações portuárias. Pode-se incluir nessas atribuições o fomento a políticas e programas ambientais de abordagem mais ampla, ou com enfoque específico, como o gerenciamento de resíduos sólidos, efluentes líquidos e manejo da fauna sinantrópica nociva. Ao conhecer a realidade dos portos marítimos brasileiros, observa-se que alguns processos ainda precisam e podem ser aperfeiçoados, em busca de maior eficiência e menor desperdício de recursos. Deste modo, parte das medidas iniciais de Gestão Ambiental pode trazer benesses aos portos. No entanto, possivelmente a maior motivação para a busca de certificados ou a publicação de indicadores ambientais é o marketing ambiental da instituição, enriquecendo de forma favorável a relação com os com clientes e investidores. Um cliente que aceita pagar mais por um produto de uma empresa comprometida por questões ambientais é um exemplo dos benefícios que a certificação ambiental traz a ela. Em todo caso, é de se esperar uma crescente preocupação ambiental, concomitante a regulações mais restritas por parte dos governos, incluindo a busca por certificados e o emprego de indicadores, que despontam como importantes medidas estratégicas. Os portos públicos brasileiros, em especial as áreas não arrendadas, ainda não obtiveram certificados ambientais. Uma vez que consigam cumprir a legislação ambiental vigente, em sua plenitude, estarão em condições de se planejar para buscar as certificações internacionais, cabendo ainda ajustes e aprimoramentos específicos para cada certificação almejada. Nesse contexto, este Guia foi concebido para a construção de um panorama atual das condições infraestruturais e procedimentais no tocante à geração, tratamento, destinação de manejo de resíduos sólidos, efluentes líquidos e fauna sinantrópica nociva nos portos marítimos brasileiros. A partir da identificação das potencialidades e principais desafios encontrados, orienta a adoção de boas práticas, pelas autoridades portuárias, empresas arrendatárias e prestadoras de serviços atuantes, visando à melhoria das condições ambientais no cenário portuário nacional. 27 3. Gestão Atual dos Resíduos Sólidos, Efluentes Líquidos e Fauna Sinantrópica Nociva nos Portos Marítimos Brasileiros 28 Desde os anos 1990, existe um movimento internacional de moCENÁRIO ATUAL dernização dos portos a fim de compatibilizá-los com a nova ordem econômica e com as diretrizes da política internacional. Os portos púPara apresentar um panorama geral dos resíduos nos portos públicos marítimos brasileiros, estimulados pelo acelerado incremento do blicos marítimos brasileiros, foi elaborada uma tabela com as grandes comércio internacional e pela demanda por ganhos contínuos e exponenciais na eficiência produtiva, também aderiram a esse movimento. categorias de resíduos. Esses dados são relativos ao ano de 2012. Nesse cenário de adequações e melhorias, torna-se necessário, Tabela com o quantitativo geral relativo ao ano de 2012 primeiramente, estabelecer o ponto de partida para a compreensão do panorama atual desses portos no tocante ao gerenciamento dos resípor categoria de resíduo duos sólidos, efluentes líquidos e fauna sinantrópica nociva. Categoria de Resíduo Mensurado em kg Mensurado em m³ Perigoso 18.121.407 3.622.865,74 Reciclável 1.672.444 3.494,29 Lixo Comum 2.793.084 157.237,06 Um dos grandes problemas a ser enfrentado atualmente por Orgânico 863.640 937,8 qualquer organização ou empresa é o gerenciamento de resíduos sóConstrução Civil 35.040.910 lidos. As garantias da limpeza e da saúde pública, além da preservação do meio ambiente, resultam de um sistema de gerenciamento de reOs dados da tabela demonstram que o quantitativo de resíduos, síduos que necessita de espaços adequados, equipamentos específicos e que envolvam pessoas em diversas atividades. Além dos aspectos principalmente os recicláveis, podem ser agregados aos negócios geraligados à saúde pública e à preservação ambiental, o gerenciamento dos a partir dos portos. Entretanto, o levantamento e tratamento de dos resíduos, quando bem estruturado, pode se tornar uma janela de dados apontou que existem temas relevantes para futuras proposições no tocante ao gerenciamento de resíduos sólidos, de modo a tornar oportunidade do ponto de vista financeiro. Essa nova realidade deve também fazer parte do cotidiano do esses negócios viáveis. São eles: os instrumentos de controle (vinculasetor portuário brasileiro. Para tanto, é necessário conhecer a situação dos à fiscalização e à obtenção de informações) e a coleta seletiva atreatual para determinar as diretrizes básicas e desencadear esse processo lada à caracterização dos resíduos (segregação, armazenagem e pesagem). nos portos públicos marítimos brasileiros. 3.1 RESÍDUOS SÓLIDOS INSTRUMENTOS DE CONTROLE Neste tópico foram identificadas situações que necessitam de reformulações para o bom desempenho no gerenciamento de resíduos sólidos, tanto de terra quanto de embarcação. São elas: • existência de instrumentos e regulamentações que dão as diretrizes para o gerenciamento dos resíduos sólidos em áreas portuárias que não são executadas na sua totalidade; • sobreposição de diretrizes de diferentes órgãos fiscalizadores no tocante à condução do gerenciamento de resíduos; • os inventários de retiradas e os manifestos de transporte de resíduos sólidos não possuem informações precisas. Entretanto, 59% dos portos geram algum documento de controle; 30 • não há uma padronização nos procedimentos de fiscalização por parte dos órgãos ambientais (federal, estadual e municipal), instâncias primeiras de controle das atividades de gerenciamento dos resíduos. Essa situação é refletida em 55% dos portos que não encaminham os documentos de controle para os órgãos competentes; • 64% dos portos estabelecem algum tipo de classificação. Entretanto, não existe orientação específica sobre qual normativa seguir para a classificação dos resíduos nas áreas portuárias. A classificação adequada é responsável pela destinação ambientalmente adequada, portanto, um ponto chave no processo de gestão dos resíduos sólidos; • apesar de 68% dos portos realizarem algum tipo de programa de redução da geração de resíduos, estes ainda são incipientes por necessitarem de parâmetros mais precisos de implantação, execução e monitoramento; • a legislação pertinente à esterilização de resíduos orgânicos em área primária necessita de revisão e adequação à realidade atual, pois os decretos datam de 1934 (Decreto nº 24.114/1934 e Decreto nº 24.548/1934). Tabela de Projeção Econômica de Material Reciclável COLETA SELETIVA E ARMAZENAMENTO A implantação de coleta seletiva hoje é um dos pontos-chaves para o cumprimento da Lei nº 12.305/2010 (PNRS). No caso dos portos, a efetiva implantação dessa prática pode agregar valor à imagem do porto e, em alguns casos, se transformar em possibilidade de negócio, como já foi dito anteriormente, e demonstrado na tabela a seguir, onde foram considerados apenas três tipos de recicláveis (aqueles que foram corretamente identificados e quantificados nos manifestos emitidos em 2012). A partir dessa informação, foi estimado o valor desse material no mercado no primeiro trimestre de 2013, estabelecendo-se uma média a partir da variação de preço, chegando-se a um valor estimado em R$ 15.272.686,77 (quinze milhões, duzentos e setenta e dois mil, seiscentos e oitenta e seis reais e setenta e sete centavos). Essa variação ocorre por três fatores principais: o estado de conservação do material, a região geográfica e a bolsa de valores. Vale ressaltar que nesse universo não estão computados os recicláveis em sua totalidade, por falta de segregação ou pela forma como o mesmo é destinado. O universo excluído dessa projeção pode aumentar esse valor em até 40%. Tipos Recicláveis Quantidade (ton) Variação de preço no mercado ton/R$ (1º trimeste 2013) Valor médio de mercado Receita para reciclagem Metal Papel limpo Plástico TOTAL ANO 50.865,24 2.807,12 450,15 150 - 400 140 - 530 450 - 1080 R$ 275,00 R$ 335,00 R$ 765,00 R$ 13.987.939,95 R$ 940.383,84 R$ 344.362,98 R$ 15.272.686,77 Para aumentar esse potencial econômico, será importante superar • inserção das cooperativas de catadores na cadeia do gerenciamento do os desafios atuais, tais como: resíduo, fazendo com que o porto desempenhe um papel de agente fomentador de política pública social e motivador de inclusão social. • A segregação dos resíduos na origem ainda é incipiente. Apenas 9% dos portos tem esse tipo de atividade para todos os resíduos; Para o último tópico, é importante considerar que para além de simplesmente doar os materiais recicláveis para as cooperativas a fim de • os programas de coleta seletiva necessitam de ajustes estruturais de cumprir o Decreto nº 5.940/2006, uma forma mais eficiente de estabelecer modo a serem implantados efetivamente, porque 91% dos portos não têm um programa de política pública de inclusão social através da coleta seesse tipo de programa; letiva nos portos é o estabelecimento de parcerias de contratação de serviço nas áreas de transbordo temporário para manipulação do material reci• as áreas de armazenamentos temporários e as centrais de resíduos já clável. É uma mão de obra capacitada para tal atividade e, assim deve ser existentes necessitam ser adequadas e 50% dos portos não possuem cen- reconhecida, e, da mesma forma, remunerada. Esse tipo de parceria tem trais de resíduos; crescido entre prefeituras e cooperativas e é um modelo mais justo de remuneração e de reconhecimento do trabalho, além do que é muito mais • 63% dos portos não fazem nenhum tipo de pesagem dos resíduos antes eficaz do que a mera doação dos materiais. da saída; • existem equipamentos que estão subutilizados como, por exemplo, balanças e autoclaves; 00 31 3.2 EFLUENTES LÍQUIDOS No contexto internacional da gestão de efluentes líquidos em portos, há maior controle e fiscalização, além de reuso mais efetivo da água e dos subprodutos oleosos. Nos portos europeus, o órgão ambiental local é responsável pela fiscalização do controle dos efluentes líquidos, provenientes de processos industriais e de refrigeração, da drenagem dos tanques de armazenamento e de edificações. O tratamento dos mesmos pode ser feito individualmente por cada arrendatária ou por meio de cooperação entre duas ou mais empresas, terceirizando e dividindo os custos do serviço entre as próprias empresas. O objetivo principal da gestão de efluentes líquidos nos terminais portuários é evitar a contaminação de corpos hídricos por descargas de águas residuárias originárias dos portos. Dessa forma, as boas práticas para gerenciamento dos efluentes líquidos se fundamentam nas infraestruturas terrestres e de atracação, que abrangem pátios, armazéns, edificações, instalações de apoio, vias de circulação interna, áreas para expansão, píeres e cais, que fazem parte do porto organizado e são administradas pela Autoridade Portuária (CPEA, 2011). LEGISLAÇÃO DE REFERÊNCIA A Resolução n° 430/2011 do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA define para todo o território nacional os padrões para lançamento de efluentes em cursos d’água. Adicionalmente, alguns estados possuem legislações próprias e específicas para controle da poluição por efluentes. Esse controle é baseado em limites permissíveis de diferentes parâmetros de qualidade de água e eficiência de remoção de poluentes que a unidade de tratamento deve minimamente apresentar. Cabe ressaltar que o não cumprimento ao disposto na Resolução n° 430/2011 e/ou o lançamento de efluentes em desacordo com os padrões estabelecidos sujeitam os infratores às sanções previstas na Lei nº 9.605/1998. 33 Padrões de lançamento de efluentes líquidos nos estados da federação dos portos marítimos e no Brasil UNIDADE FEDERATIVA NORMA DE REFERÊNCIA VALORES MÁXIMOS PERMISSÍVEIS PADRÕES DE LANÇAMENTO DQO(mg/L) DBO (mg/L) SST (mg/L) UNIÃO FEDERAL CONAMA nº 430/2011 CE Portaria nº 154/2002 PB EFICIÊNCIA DE REMOÇÃO (%) DBO SST Efluentes de qualquer fonte poluidora - - - 60 - Esgotos Sanitários - 120 - 60 - - - 100 - - - 60 - 80 - 360 180 40 NT 301/1988 C ≤ 2kqDBO/d CPRH nº 2002 2 < C ≤ 6 kgDBO/d 160 80 70 PE (Efluentes não industriais) 120 60 60 60 150 60 30 30 30 60 80 90 70 90 AL ES CPRH nº 2001 (Efluentes Industriais) Decreto Est. nº 6.200/1985 CERH 031/2012 DZ-215.R-4 (Efluentes Sanitários) 6 < C ≤ 50 kgDB)/d C > 50 kgDBO/d C < 100 kgDBO/d C ≥ 100 kgDBO/d 34 RJ DZ-205.R.-6 (Efluentes Industriais)2 SP PR4 Decreto nº 8.468/1976 Resolução 001/2007 SEMA SC Decreto Estadual nº 14.250/1981 RS5 C ≤ 25 kg/DBO/d 25 < C ≤ 80 kg/DBO/d C > 80 kg/DBO/d 2 < C ≤ 10 kg/DBO/d 10 < C ≤ 100 kg/DBO/d C > 100 kg/DBO/d Q < 20 m3/d 20 < Q < 200 m3/d 200 ≤ Q < 1000 m3/d Portaria nº 05/1989 - SSMA 1000 ≤ Q < 2000 m3/d Q ≥ 20003/d - - 100 60 40 - 100 a 5003 - - 225 - 60 90 60 - 450 450 360 240 200 150 120 80 200 150 120 80 200 60 70 60 65 80 85 40 70 90 80 80 65 80 85 - 1• Existe uma diferença em função da presença de cozinha no estabelecimento. Na norma, somente a fossa séptica não foi considerada como condição válida. 2• Considerando vazão > 3,5 m3/dia. 3• Faixa de limite máximo permissível de acordo com tipologia de indústria. 4• Referente aos efluentes de Estações de Tratamentos. 5• Referentes às fontes poluidoras existentes. As atividades em terminais portuários geram uma grande quantidade de efluentes líquidos por meio de fontes pontuais (ex. efluente sanitário dos banheiros, restaurantes e cantinas; efluente oleoso de abastecimento de combustíveis, lavagem de veículos e oficina mecânica etc.) ou difusas (ex. drenagem de água pluvial potencialmente contaminada em pátios ou vias de circulação), além de efluente de atividades industriais. A definição destes efluentes líquidos encontra-se no Anexo II deste Guia “Conceitos e Termos Técnicos”. Consideram-se ainda outros efluentes, como: efluentes do tipo IMO (Organização Marítima Internacional), provenientes da drenagem das áreas destinadas à armazenagem de cargas IMO (cargas de produtos especiais); efluentes originados na lavagem de contêineres, principalmente com carga alimentícia; além dos efluentes gerados em vazamento de contêineres. Os diversos componentes presentes nos efluentes líquidos que alteram a sua qualidade podem ser retratados em termos de suas características físicas, químicas e biológicas, que podem ser traduzidas em parâmetros de qualidade da água, ou indicadores de poluição hídrica. As principais características são: DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio), DQO (Demanda Química de Oxigênio), pH (Potencial Hidrogeniônico) e Óleos e Graxas. A definição destes encontra-se no Anexo II “Conceitos e Termos Técnicos”. CENÁRIO ATUAL Nos portos marítimos brasileiros há geração de diversos tipos de efluentes líquidos, com variados fluxos, estruturas de tratamento e vulnerabilidades associadas à sua gestão. De uma maneira geral, o cenário atual apresenta falhas nos sistemas de gestão de efluentes líquidos nos ambientes portuários. Alguns terminais, em especial os arrendados, possuem sistemas de tratamento de efluentes sanitários e oleosos/industriais com razoáveis condições estruturais. Porém, grande parte dos terminais públicos não arrendados carece de sistemas de tratamento, havendo possibilidade de seus efluentes serem lançados diretamente nos corpos hídricos ou nas redes de drenagem pluvial; ou quando existem sistemas, estes não são satisfatórios, pois tratam apenas em nível primário. Há, então, uma falta de controle no gerenciamento de efluentes líquidos, com potencial poluição dos corpos hídricos receptores. Tal poluição pode ser devida ao lançamento de efluente sanitário in natura, pela poluição difusa decorrente da movimentação de granéis sólidos, além de impactos decorrentes de efluentes oleosos. Estes fatores modificam a qualidade dos corpos hídricos e podem, inclusive, comprometer sua classe de uso. Os efluentes oleosos gerados nas embarcações e recebidos nos portos são classificados como resíduos sólidos, de acordo com a NBR 10.004/2004, e, portanto, eles estão contemplados no universo de resíduos perigosos tratados em resíduos sólidos. Com relação aos efluentes sanitários oriundos de embarcações, não há evidências de estruturas para recepção destes nos portos públicos marítimos. CONSUMO DE ÁGUA De uma forma geral, os portos apresentam uma inadequada gestão no controle do consumo de água. Em diversos casos, as medições são realizadas em hidrômetros coletivos, que atendem a mais de um usuário e para diferentes fins. Isso dificulta o controle e a distribuição de custo. A maior incoerência identificada por hidrômetros sob a responsabilidade da autoridade/administradora portuária, estando associados a mais de um terminal ou áreas de operação foi em relação ao grande volume de 35 água consumido. Neste caso, é a autoridade portuária que define o valor que o arrendatário ou o operador deverá pagar, não avaliando o quantitativo de consumo e inviabilizando o usuário ter ciência do seu próprio consumo. Somente em alguns locais, principalmente em alguns terminais arrendados, são adotados hidrômetros próprios para cada usuário. EFLUENTES SANITÁRIOS 36 A geração de efluente sanitário está principalmente associada às áreas administrativas onde, de forma geral, concentram-se os trabalhadores. O tratamento efetivo e destinação final do efluente sanitário acontecem de forma muito incipiente. Nas áreas não arrendadas, apenas 4% dos portos apresentam estação de tratamento de efluentes sanitários e 14% do universo apresentam ligação parcial/total à rede pública de esgotamento sanitário. Assim sendo, em 82% dos portos, o efluente sanitário é direcionado diretamente para o corpo hídrico receptor ou para fossas sépticas, que não proporcionam o grau de tratamento requerido em consonância com normativas legais. Na maioria das edificações existentes nos portos foi identificada a utilização de fossas sépticas como tratamento para os efluentes sanitários. Porém, por suas estruturas serem antigas, não existirem cadastros e suas localizações estarem sob pavimentos (estruturas subterrâneas), a avaliação do dimensionamento e manutenção das fossas sépticas existentes torna-se inviável. Além disso, considerando os espaços em que as estruturas se encontram e os indícios existentes sobre a frequência de limpeza das unidades, pode-se inferir que existe uma grande defasagem no dimensionamento em relação à demanda atual. Algumas cidades possuem redes de esgotamento sanitário (muitas vezes sem tratamento), mas não implementaram o tronco coletor perto das zonas portuárias. Em outros casos, há rede pública e tronco coletor próximos ao porto, mas a autoridade portuária ou a arrendatária não fez a interligação com o coletor predial. Todavia, nestes casos, são cobradas taxas de efluentes sanitários, embora o serviço não esteja sendo utilizado pela ausência de conexão. Ressalta-se ainda que, pela Política Federal de Saneamento Básico, instituída pela Lei nº 11.445/2007, é obrigatória a ligação de toda edificação nas redes públicas de esgotamento sanitário disponíveis. A água consumida na preparação dos alimentos e na limpeza de equipamentos e utensílios nas cozinhas de restaurantes e cantinas apresenta óleos e gorduras emulsificadas e sólidos suspensos em grande quantidade, provocando entupimentos nas tubulações, caso não sejam retidos por estruturas específicas. As caixas de gordura que foram encontradas, em geral, apresentam condições estruturais e de limpeza inadequadas, excedendo o próprio volume útil de retenção da unidade e dificultando o tratamento posterior, ou impactando o ambiente com o lançamento direto. DRENAGEM PLUVIAL A avaliação dos atuais sistemas de drenagem pluvial indicou necessidade de medidas estruturais de base em maior ou menor escala em 86% dos portos estudados. Como exemplos podem ser citados: mudança do tipo de revestimento do piso, interligações entre sistemas, construção de redes de drenagem mais eficazes, entre outros. Os granéis sólidos respondem pela maior parte das cargas movimentadas no Brasil e, devido à natureza desses, há grande dispersão de material particulado, seja pelo transporte por caminhões, correias transportadoras, ou pelo próprio armazenamento. Apesar do paliativo procedimento de varrição para o controle de dispersos sobre o solo, este não é totalmente eficaz. Além disso, existem deficiências no transporte, como lonagem ineficiente dos equipamentos e armazenamento distante do local de carregamento e descarregamento dos navios. As frestas das carrocerias configuram o principal meio para derrame de granéis ao longo do percurso dos veículos dentro do porto. Em eventos de chuva, todo esse material que remanesce depositado no solo pode ser carreado, gerando efluentes contaminados com capacidade de atingir áreas sensíveis em seu entorno, além de poder ocasionar impacto sobre a saúde dos trabalhadores e moradores de comunidades vizinhas. Há terminais localizados nas proximidades de áreas urbanas, onde suas estruturas de drenagem pluvial se sobrepõem às estruturas públicas. Dessa forma, há geração de uma carga adicional relevante ocasionada, principalmente, por conexões clandestinas às redes e pela lavagem das ruas durante os eventos de chuva. Segundo Jordão (2011), essa carga contribui de forma não pontual para a poluição das águas e pode apresentar impacto significativo sobre o meio ambiente, contribuindo ainda para o assoreamento do corpo hídrico e para a consequente necessidade de dragagem de manutenção necessária para o efetivo funcionamento econômico dos portos. EFLUENTE OLEOSO/INDUSTRIAL Em áreas com oficinas descobertas, manutenção de máquinas, abastecimento, lavagem de equipamentos/veículos, entre outras, há potencial derramamento de produtos oleosos e de limpeza, e assim, as águas superficiais, oriundas de chuva ou lavagem de pátios, podem ser contaminadas e lançadas no corpo hídrico receptor. Esta problemática deve-se à inexistência de áreas destinadas a estas atividades com drenagem segregada e tratamento efetivo deste efluente. Na maioria dos terminais não arrendados onde há manuseio e armazenamento de efluentes oleosos, foi identificada gestão inadequada destes, sem drenagem oleosa segregada ou caixa separadora água e óleo para tratamento. Nos terminais arrendados a situação é, de uma forma geral, melhor, com considerável parte das oficinas, áreas de lavagem e abastecimento possuindo drenagem segregada e direcionamento para tratamento ou armazenamento, ainda que tenham sido constatadas irregularidades. Em poucos locais foi observada a geração de efluentes industriais, porém foi constatada uma maior preocupação com o adequado tratamento desses efluentes, e ainda com as ações de reuso no próprio processo. 3.3 FAUNA SINANTRÓPICA NOCIVA O termo “Fauna Sinantrópica Nociva” - FSN, segundo a Instrução Normativa 141/2006 do IBAMA, refere-se a animais que interagem de forma negativa com a população humana, causando-lhe transtornos significativos de ordem econômica ou ambiental, ou que representam riscos à saúde pública. O enquadramento de determinada fauna como sinantrópica nociva, porém, é subjetivo, pois dependerá do entendimento do pesquisador, uma vez que muitas espécies consideradas domésticas podem se comportar como vetores de doenças caso não recebam cuidados. O exemplo disto são portos onde cães e gatos são considerados FSN. De modo geral, o ambiente portuário apresenta vários fatores que facilitam a incidência de algum tipo de FSN: instalações antigas e mal conservadas; passivos como equipamentos obsoletos e cargas em perdimento; piso inadequado e sem drenagem apropriada gerando acúmulo de água e resíduos; excesso de resíduos dispersos pelo chão, principalmente orgânicos. Neste Guia foram contemplados seis tipos de fauna: pombos, roedores, baratas, mosquitos, moscas e escorpiões. Além disso, cães, gatos e cupins também foram levados em conta, uma vez que estão presentes em muitos portos. Entre estes, insetos, roedores e pombos merecem maior destaque. Estes grupos estão diretamente relacionados a eventos recorrentes nos terminais que praticam a movimentação e a armazenagem de grãos perecíveis. O número de pombos, assim como o de algumas espécies de moscas (Famílias Tephritidae, Cecidomyiidae e Muscidae), apresentase na escala de milhares e estas são as espécies que mais se destacam em ambientes portuários. No caso dos roedores, o pequeno número de indivíduos coletados não indica necessariamente baixos níveis de infestação, já que alguns portos, principalmente aqueles que movimentam grãos perecíveis, apresentam grandes populações. 37 POMBOS - AVIFAUNA Menos da metade dos portos públicos marítimos realiza o controle da avifauna. Os portos que apresentam os maiores problemas com altas populações de pombos são os que têm, entre seus terminais e arrendatários, atividades de movimentação e armazenamento de grãos, principalmente quando praticadas de forma inadequada. Mesmo nos portos onde há ou já houve algum programa específico para o controle de pombos, as dificuldades para a redução de sua população são persistentes. Diante deste fato, todo porto que apresentar populações de pombos deve implementar um programa de controle integrado voltado aos pombos, onde são aplicadas medidas corretivas e preventivas, assim como buscar uma atualização tecnológica em seus equipamentos e instalações para manuseio, transporte e armazenamento de grãos (ex.: silos, transportadores fechados, portalinos, entre outros). ROEDORES - MASTOFAUNA A grande maioria dos portos públicos marítimos do Brasil realiza a desratização. Porém, os roedores estão presentes em praticamente todos os portos, sendo representados pelas três espécies que ocorrem em áreas urbanas do território brasileiro (Rattus rattus, Rattus norvegicus, Mus musculus). A predominância de uma espécie ou outra depende da região onde está localizado o porto. Assim como ocorre com pombos, sua ocorrência tem íntima ligação com atividades de movimentação e armazenamento de grãos onde há ausência de boas práticas. Roedor (Rattus norvegicus) observado Pombos (Columba livia) observados 38 A espécie Rattus rattus, também conhecida como rato de telhado, é a mais presente, principalmente nos grandes exportadores de grãos. A ratazana (Rattus norvegicus) e o camundongo (Mus musculus) vêm em seguida, em números populacionais semelhantes no total, variando de porto a porto. CÃES E GATOS - MASTOFAUNA Muitos portos apresentam problemas com cães e gatos, que, apesar de serem considerados domésticos, podem veicular uma série de doenças ao trabalhador (raiva, sarna, micoses, leptospirose, leishmaniose, bicho geográfico, etc.), carrear parasitas como pulgas e carrapatos, além de causar possíveis danos físicos como mordidas e arranhaduras. Cabe ressaltar que é imprescindível para Autoridade Portuária ter um documento com normas que regulamente o assunto observando sempre as leis que protegem os animais domésticos de maus tratos, os preceitos da bioética e bem-estar animal e as resoluções sanitárias no trato da prevenção de zoonoses. O método proposto baseia-se no controle populacional pela castração sistemática seguida de soltura no mesmo local onde o animal foi capturado e não pela captura e eutanásia, já demonstrado como ineficiente e dispendioso para controle da população. Fonte: Equipe IVIG-PPE/COPPE/UFRJ Fonte: Equipe IVIG-PPE/COPPE/UFRJ Fonte: Equipe IVIG-PPE/COPPE/UFRJ Fonte: Equipe IVIG-PPE/COPPE/UFRJ MOSCAS - ENTOMOFAUNA 39 A maior ocorrência das moscas localiza-se nas áreas de compostagem de resíduos orgânicos dos terminais públicos e dos arrendatários e também nos setores onde refeitórios e restaurantes situados no interior dos portos depositam os restos das refeições servidas. Em ambos os locais, quando há o mau-acondicionamento destes resíduos, as moscas se mostram em maior número. As moscas que apresentam sinantropia nociva estão representadas por quatro famílias, sendo a Família Tephritidae a mais abundante. Este tipo de quadro gera preocupação, já que as moscas desta família (moscas-das-frutas) ocasionam perdas econômicas tanto por danos diretos aos frutos, quanto indiretos, agindo como um fator negativo no processo de exportação, principalmente para países livres destas pragas. Em seguida, aparece a Família Muscidae, principalmente o gênero Musca. Em contrapartida, ressalta-se o baixo percentual de ocorrência de exemplares da Família Calliphoridae (moscas varejeiras) e da Família Sarcophagidae. Cabe ressaltar que seus espécimes são vetores de muitos agentes patogênicos, tanto em animais quanto em humanos. MOSQUITOS - ENTOMOFAUNA 40 A maioria dos espaços internos dos portos apresentam falhas de drenagem de águas pluviais, como é o caso daqueles que têm terminais de contêineres e também daqueles que tem pisos irregulares de paralelepípedos. Estas falhas favorecem a formação de grandes poças, disponibilizando criadouros para a reprodução de mosquitos. Em 86% dos portos, é realizada a desinsetização de suas respectivas áreas públicas. Este controle implica o uso de defensivos químicos em locais estratégicos, porém não específicos para mosquitos e sim para outros insetos tais como baratas e cupins. Metade dos portos possui um programa voltado para o combate específico ao mosquito da dengue, feito geralmente em parceria com o órgão municipal local. Mosquitos dos gêneros Aedes e Culex ocorrem nos portos públicos marítimos do Brasil. As fêmeas das espécies Aedes aegypti, Aedes albopictus e Culex quinquefasciatus, hematófagas, são vetores de doenças. A prevalência de mosquitos dos portos públicos marítimos é do gênero Culex, sendo o somatório de machos e fêmeas 95,2% do total. O gênero Aedes, apesar de estar em número bem mais baixo quando comparado ao gênero Culex, tem uma quantidade de fêmeas equivalente ao dobro do número de machos. Tal fato merece atenção, pois a fêmea do Aedes aegypti é a transmissora do vírus da dengue. CUPINS - ENTOMOFAUNA Assim como a desinsetização, muitos portos realizam a descupinização em suas áreas públicas, porém com menor frequência. É recorrente a presença destes animais nas edificações portuárias, geralmente antigas e construídas com emprego de muita madeira. BARATAS - ENTOMOFAUNA A espécie Periplaneta americana é a mais abundante nos portos. Em metade dos portos, ocorre o monitoramento de baratas, entretanto, os programas de controle voltados para estes insetos não são os mais adequados, necessitando a tomada de medidas mais rígidas para a consecução desse objetivo. ARACNOFAUNA - ESCORPIÕES Dentre os portos brasileiros, 9% registram a existência de escorpiões. Estes animais estão presentes em portos situados em áreas rodeadas por vegetação, onde há acúmulo de entulho e pilhas de madeira, e com ocorrência de baratas (sua alimentação preferencial). Apesar da maioria dos portos desenvolverem programas de manejo e controle de Fauna Sinantrópica Nociva, estes programas não são plenamente efetivos, necessitando de ajustes e complementações, principalmente no que diz respeito ao monitoramento. Medidas adequadas de controle e manejo da FSN devem ser aplicadas em todos os portos para reduzir as populações destas espécies a níveis aceitáveis, de forma a não causar problemas ao ecossistema e às pessoas. O objetivo é garantir um ambiente de qualidade a todos os arrendatários e entes portuários e assegurar a preservação das cargas armazenadas, das edificações e do bem-estar daqueles que ali laboram. Tais medidas devem ser obrigatoriamente integradas às boas práticas de gerenciamento tanto de resíduos sólidos, especificamente cargas perecíveis, quanto dos efluentes líquidos. 36 4. Diretrizes para o Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, Efluentes Líquidos e Fauna Sinantrópica Nociva 42 A gestão e o gerenciamento integrado de resíduos no setor portuário devem ser duas ferramentas para alcançar a melhoria ou a manutenção do bem estar físico, social e mental das pessoas que, direta ou indiretamente, atuam nas áreas dos portos. Os termos gestão e gerenciamento têm conotações distintas, pois gestão é utilizada para definir decisões, ações e procedimentos adotados em nível estratégico, enquanto o gerenciamento visa à operação do sistema propriamente dito. Nesse sentido, o Guia traz diretrizes integradas que apresentam pontos relevantes para a gestão dos resíduos sólidos, efluentes líquidos e fauna sinantrópica nociva. Já as diretrizes técnico-operacionais apresentam medidas específicas para o gerenciamento de cada um dos temas tratados. 4.1 DIRETRIZES INTEGRADAS A RELAÇÃO PORTO-CIDADE Para atender às novas demandas internacionais e nacionais, a promoção de uma cooperação entre as administrações portuárias, locais, regionais e estatais e melhorar a integração dos portos com o seu enquadramento territorial, econômico, social, cultural e ambiental, faz-se necessária na lógica de uma organização que pretende replicar e potencializar as sinergias decorrentes de uma sociedade em rede, de forma a intensificar o ritmo e o alcance da troca de experiências e conhecimento. O desafio da governança portuária supõe também uma definição mais clara e inovadora das atribuições da autoridade portuária a respeito de algumas questões fundamentais. Em primeiro lugar, a gestão fundiária nas áreas portuárias parece decisiva na hora em que se multiplicam os conflitos em torno do destino e uso dos armazéns ociosos, por exemplo. O problema da reconversão desses espaços não pode se limitar à apresentação do porto como um espaço ocioso e indesejável, que convém ser eliminado pela promoção de novos usos exclusivamente destinados ao lazer ou à especulação imobiliária. Outro questionamento é relativo à capacidade do porto de ampliar o espaço de atuação a partir das instalações portuárias para investir no campo dos dispositivos logísticos terrestres, desenvolvendo, assim, papel mais ativo na composição de redes de transportes em escalas regional ou continental. A transformação da autoridade portuária em agente do planejamento e da gestão ambiental deveria também constituir uma prioridade. O desenvolvimento de ações conjuntas é a postura indicada para harmonizar a convivência entre os interesses dos cidadãos/cidades e das atividades portuárias. O processo de aproximação entre os portos e as cidades será beneficiado quando os portos adotarem modelos de administração em conformidade com as questões municipais e, em alguns casos, regionais. 00 44 Uma das funções da Associação Brasileira dos Municípios Portuários - ABMP é desenvolver políticas de convivência entre cidades e portos, nas quais o envolvimento dos municípios, da população e da administração portuária seja observado e planejado. As condições atuais e o futuro dos municípios estão diretamente relacionados ao desenvolvimento de boas práticas portuárias. Portanto, estabelecer preceitos básicos sobre os melhores procedimentos para incentivar e potencializar o relacionamento das cidades com seus portos é um objetivo a ser programado e perseguido. Ações integradoras e criação de redes de PPP (parcerias público privadas) aquecem o mercado e facilitam o preenchimento de novas vagas com profissionais qualificados. Na verdade, trata-se de um processo ainda em construção, que poderá resultar em um novo modelo de gestão conciliador, capaz de congregar os interesses privados aos do ambiente portuário e aos programas de desenvolvimento locais e regionais. A adoção do paradigma da cooperação, caracterizado pelo diálogo e pela interação entre os agentes sociais envolvidos no processo, é o fundamento para a construção de uma nova cultura portuária. Para tanto, recomenda-se: SAÚDE E SEGURANÇA DE TRABALHADORES PORTUÁRIOS RELACIONADOS A RESÍDUOS, EFLUENTES E FAUNA Considera-se saúde no trabalho um conjunto de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade laborativa do trabalhador. Nesse universo também existe a dimensão do gerenciamento de resíduos, porque a produção e a destinação do lixo, bem como o tratamento de efluentes líquidos inadequados podem conduzir a problemas como, por exemplo, contaminação do solo e dos corpos hídricos; aumento da população de ratos, baratas e moscas; aumento dos custos de produtos e serviços; entupimento das redes de drenagem das águas de chuva; assoreamento dos córregos e dos cursos d’água e doenças respiratórias, alergias. A gestão de resíduos sólidos, efluentes líquidos e monitoramento da fauna sinantrópica nociva pode evitar tais impactos, propiciando níveis crescentes de qualidade de vida, saúde pública e bem estar social, além de gerar uma redução das despesas de recuperação das áreas degradadas, da água e do ar, possibilitando a aplicação • projetos de reconversão em áreas ociosas para potencializar o rela- desses mesmos recursos (econômicos) em outras áreas de interesse dos portos, além de ser uma das maneiras mais diretas para minimizar os cionamento das cidades com seus portos; impactos ao meio ambiente. Por isso, recomenda-se: • programas integrados de Educação Ambiental que estabeleçam a relação do gerenciamento integrado dos resíduos sólidos, efluentes • estabelecimento de procedimentos detalhados sobre saúde; líquidos e fauna sinantrópica nociva com as comunidades da área de • palestras mensais sobre saúde para os trabalhadores portuários com entorno dos portos estabelecendo uma correlação com os temas: temas relevantes à realidade portuária; − água, ar e energia; • padronização de ambulatórios com duas salas: uma para atendi− não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e mento e outra para procedimentos; disposição final dos resíduos sólidos; • campanha de saúde; − fauna. • campanha de vacinação. CAPACITAÇÃO TÉCNICA DE TRABALHADORES PORTUÁRIOS Os Planos de Gerenciamento Integrado devem contemplar medidas de formação e capacitação dos trabalhadores portuários e colaboradores da atividade portuária, elevando o desempenho profissional em todos os níveis e, consequentemente, melhorando a eficiência e produtividade das operações. Os trabalhadores e colaboradores (OGMO, empresas arrendatárias, funcionários da administração portuária) devem receber capacitação continuada, com ênfase em segurança e meio ambiente, e com enfoque diferenciado de acordo com as atividades desenvolvidas. Deve haver equipes capacitadas e atuantes segundo áreas específicas, porém todas sob a coordenação direta ou indireta da gerência ou setor responsável pelo meio ambiente e segurança. Os temas abordados devem partir dos conhecimentos mais gerais relativos aos procedimentos e normas de referência aplicada à segurança do trabalho, redução de riscos, melhor conduta operacional e ambiental, com desdobramentos em temas específicos, de acordo com a área de atuação do profissional ou grupo em processo de capacitação. Os temas específicos devem abordar procedimentos relativos à gestão de resíduos sólidos, prevenção à poluição de águas pluviais e servidas, e minimização do consumo de água e energia, além do manejo e controle da fauna sinantrópica nociva. Para os trabalhadores envolvidos no manejo dos resíduos, deverão ser realizados cursos tanto presenciais como à distância, utilizando a tecnologia da sala de discussão já disponibilizada nos portos, de modo que as pessoas conheçam e apliquem a metodologia de gerenciamento de resíduos sólidos, distribuída nos temas: • histórico do PGRS; • descrição das ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos; • classificação dos resíduos; • saúde do trabalhador vinculada aos resíduos sólidos; • políticas de resíduos sólidos; • gestão integrada de resíduos sólidos, efluentes líquidos e fauna sinantrópica nociva; • passo a passo: revisão e/ou elaboração do PGRS do porto. A capacitação dos trabalhadores e colaboradores em gerenciamento de efluentes líquidos precede o treinamento para operação e manutenção das estações e estruturas de tratamento de efluentes, como caixas de gordura, caixas separadores de água e óleo, entre outras estruturas. O treinamento deve considerar os manuais de operação e instruções do fabricante de equipamentos e estruturas, serem realizados no formato presencial, abordando os temas: • a Importância da conservação da água; • impactos ambientais associados aos corpos hídricos; • abordagem de tratamento de efluentes; • parâmetros analíticos de qualidade dos efluentes para monitoramento; • padrões de lançamento de efluentes em corpos hídricos e legislação ambiental (CONAMA); • características químicas, físicas e biológicas das águas e efluentes; • medição de vazão; concentração/carga; • características básicas das unidades de tratamento e equipamentos; • parâmetros de controle de águas e efluentes; • procedimentos e controle operacionais; • técnicas de amostragem (sólidos sedimentáveis, pH, temperatura, O2); • registro e processamento de dados. Os trabalhadores devem receber capacitação em relação à resposta a emergências, que incluem os procedimentos para contenção de vazamentos de produtos perigosos, que devem ser realizadas de acordo com os planos de emergência individual e plano de contingência. Além disso, devem receber treinamento constante sobre os riscos da contaminação própria, dos produtos e do ambiente, na ocasião de eventuais procedimentos incorretos. 45 Para o manejo e controle da FSN, as equipes envolvidas devem ser capacitadas a fazer a identificação básica das espécies, conhecendo minimamente suas características comportamentais, potenciais riscos associados a cada uma espécie, as áreas de ocorrência recorrentes, bem como dominar as técnicas de instalação de artefatos de captura e controle, quando necessário. INSTRUMENTOS - CONTRATOS DE ARRENDAMENTO 46 O contrato de arrendamento legalmente concebido é um documento apropriado para assegurar à autoridade portuária que as exigências e as responsabilidades das empresas arrendatárias sejam cumpridas e não gerem ou minimizem possíveis impactos ambientais. O contrato de locação deve fornecer uma delimitação clara dos direitos e responsabilidades entre a autoridade portuária e os arrendatários e esclarecer a responsabilidade de cada um. Na gestão dos resíduos sólidos, efluentes líquidos e fauna sinantrópica nociva, recomendase incorporar disposições relativas a: • Adequação do Programa de Gerenciamento de Resíduos ao Plano de Gestão do Porto; • Compartilhamento da responsabilidade sobre a geração dos resíduos, sob a supervisão da autoridade portuária; • Obrigação do preenchimento adequado dos formulários com as informações de caracterização dos resíduos, de responsabilidade da autoridade portuária; • Obrigatoriedade da coleta seletiva, devidamente explicitada em contrato; • Os arrendatários devem, por força de contrato, implementar um programa integrado de controle/manejo de fauna sinantrópica nociva. As espécies serão identificadas por um profissional qualificado da área, tendo como premissa a expertise do terminal; • O contrato deve explicitar a responsabilidade do arrendatário quanto à geração de efluentes líquidos no terminal, para garantir que os efluentes sejam escoados em condições adequadas para que os efeitos de sua destinação não sejam percebidos pela comunidade do entorno, e não caracterizem qualquer forma de poluição; • Os arrendatários devem, por contrato, ter a responsabilidade de implementar um Programa de Controle de Efluentes, que deverá contemplar o monitoramento de efluentes, baseado em estudo prévio com a situação dos efluentes sanitários, oleosos, industriais, além das águas pluviais incidentes sobre a área portuária, com uma avaliação de impacto do entorno, para subsidiar as medidas de controle a serem implementadas, sob anuência do órgão ambiental licenciador; • A equipe técnica de execução do Programa de Controle de Efluentes deverá ser composta, no mínimo, pelos seguintes profissionais: Coordenador geral (profissional sênior com experiência em análises de dados ambientais e monitoramento de efluentes); especialistas (profissionais plenos com experiência na área); técnicos de campo (nível médio ou superior com experiência em coletas em campo); • Os resultados obtidos nas campanhas de monitoramento de efluentes e nas ações relacionadas ao controle da poluição por efluentes deverão ser compilados e interpretados com auxílio de gráficos e tabelas, comparando-os com os padrões de qualidade aplicáveis, fundamentando conclusões sobre a significância das alterações ao entorno e a necessidade de ações de controle ou modificação nas ações de monitoramento, em forma de relatório com cronograma de ações. A frequência de emissão do documento deve ser semestral, sob a responsabilidade de profissional competente e habilitado (formação adequada e devido registro em conselho de classe). • Revisão da Portaria SEP 104/2009, determinando, de acordo com o perfil do porto uma equipe mínima para a área específica de meio ambiente com formação apropriada. • Revisão da Portaria SEP 111/2013, estabelecendo entre os critérios e procedimentos para a pré-qualificação dos operadores portuários, parâmetros de limpeza dos resíduos dispersos gerados nas operações. Além dos principais pontos estarem explícitos no corpo do decreto é recomendável a inclusão de um anexo estabelecendo o procedimento de limpeza da área portuária após a operação. 4.2 DIRETRIZES TÉCNICOOPERACIONAIS RESÍDUOS SÓLIDOS Como já exposto anteriormente, o debate para o estabelecimento das diretrizes que conciliam sustentabilidade ambiental e eficiência global nos portos europeus datam dos anos 1970. Esse processo de amadurecimento permitiu a esses portos criarem um modelo de gestão ambiental que, atualmente, é referência. Entretanto, esse debate nos portos públicos marítimos brasileiros ainda está no início e, neste momento, faz-se necessário que medidas mais pontuais sejam adotadas no sentido de que os mesmos melhorem seus processos internos de forma competitiva, garantindo o atendimento de padrões internacionais reconhecidos com responsabilidade. Assim como todas as normas de gestão são construídas sob o princípio comum do aperfeiçoamento contínuo, o programa de gerenciamento dos resíduos também deve se ater a esse princípio, tendo como meta atingir o modelo europeu de gestão, contudo, sem ignorar as peculiaridades da realidade local. Um ponto de distanciamento do modelo europeu para a realidade brasileira está no fato de que, atualmente, a gestão dos resíduos pode ser convertida em janela de oportunidade de negócios tanto pelo aspecto de melhoria da imagem, através de ações socioambientais, quanto pelas estratégias econômicas efetivas, por meio da valoração dos resíduos sólidos. As diretrizes apresentadas neste Guia pretendem atender a essa dupla finalidade. RESÍDUOS DE TERRA Será considerado resíduo de terra todo aquele gerado a partir das atividades de operação, manutenção e administrativa nos portos. Para tanto, recomenda-se aos atores portuários: Secretaria de Portos da Presidência da República • Normatização das informações para resíduos de terra e de embarcação, com a tipologia de resíduos, unidades de pesos e medidas e classificação (Anexo IV); • criação de um banco de dados com as informações disponibilizadas pelas autoridades portuárias. Autoridade Portuária • Ser responsável pela elaboração, implantação e coordenação das ações relativas ao gerenciamento dos resíduos, tanto de terra como de embarcações, dentro do modelo proposto de centralização dos resíduos seguindo o fluxograma (anexo V); • seguir os critérios de informação normatizados pela SEP para alimentar o banco de dados; • os portos deverão ter um programa de coleta seletiva para todos os tipos de resíduos, a partir da segregação dos materiais na origem da geração; • os portos devem estabelecer um plano que contemple a caracterização, armazenamento, pesagem, transporte e destinação dos resíduos; • a caracterização deverá seguir os critérios normativos estabelecidos pela SEP; • o armazenamento temporário dos resíduos deverá ser de responsabilidade da autoridade portuária, podendo ser executado de forma direta ou através da terceirização do serviço; • a pesagem dos resíduos deve ser realizada ainda na área do porto, adequando às condições de cada um, seja em uma balança digital na área de armazenamento ou em uma balança rodoviária; 47 • cabe à autoridade portuária estabelecer os critérios para o credenciamento das empresas transportadoras. Entretanto, é necessário que as mesmas sejam licenciadas para essa atividade; • a autoridade portuária deverá exigir o certificado de destinação final por tipo de resíduo para considerar um processo de retirada de resíduo encerrado. Empresas Arrendatárias • Seguir as diretivas estabelecidas pela autoridade portuária, de modo a estabelecer a responsabilidade compartilhada pelos resíduos sólidos. Empresa Terceirizada da Autoridade Portuária • Limpeza das instalações, coleta e transporte dos resíduos das instalações portuárias até à área de armazenamento temporário; 48 Para tanto, recomenda-se aos atores portuários: Autoridade Portuária • Controlar o gerenciamento dos resíduos de embarcação através das áreas de armazenamento temporário. Esse controle pode ser executado de forma direta ou através da terceirização da atividade. • os resíduos orgânicos que não passaram por nenhum processo físico-químico anterior ao desembarque deverão passar por um processo de esterilização; • adequar à realidade portuária atual as exigências sobre esterilização em área primária para todos os resíduos orgânicos constantes no Decreto nº 24.114/1934, que regulamenta o Serviço de Defesa Sanitária Vegetal e no Decreto nº 24.548/1934, que regulamenta o Serviço de Defesa Sanitária Animal, de modo que se limite ao processo de esterilização apenas os resíduos que não passaram por tratamento anterior; EFLUENTES LÍQUIDOS A expressiva atividade nos píeres, cais e nas embarcações, as amplas interfaces com o corpo hídrico e a forma de desenvolvimento e construção das estruturas tornam o controle dos aspectos relacionados aos efluentes líquidos nos terminais portuários bastante complexo. Atendendo as particularidades dos efluentes líquidos, a responsabilidade será sempre conjunta, excetuando nos casos em que a autoridade portuária prestará um serviço para as empresas arrendatárias. Em todas as situações, a autoridade portuária deverá ser responsável pela elaboração, implantação e coordenação de um plano de gerenciamento de efluentes líquidos, conforme explicitado no item ‘instrumentos - contratos de arrendamento’, e caberá às empresas arrendatárias seguirem as diretrizes estabelecidas por esse plano. As estruturas das unidades, sistemas ou estações de tratamento devem estar em perfeito estado de conservação, sem nenhum vazamento, rachadura ou ferrugem. Além disso, deve haver um controle de vazão do efluente em questão, com a utilização de dispositivos, como vertedores ou calhas, por exemplo. Os tratamentos dados aos efluentes podem ser classificados como preliminar (separação por gravidade), primário (separação física ou química), secundário (biológico), ou terciário (remoção de nutrientes) conforme esquema apresentado abaixo. Processos de Tratamento de Efluentes Pré Tratamento Gradeamento RESÍDUOS DE EMBARCAÇÃO Estão contemplados nessa categoria todos os resíduos gerados nas embarcações. A recepção de resíduos de embarcações diz respeito aos portos públicos marítimos brasileiros e a implementação do plano de recepção e gestão de resíduos dá cumprimento ao estabelecido na Resolução ANTAQ nº 2.190/2011, de modo a disciplinar a prestação de serviços de retirada de resíduos de embarcações em áreas sob a jurisdição de instalações portuárias brasileiras. • quando as estações de tratamento estiverem distantes, os resíduos que passarão por processo de esterilização devem ser acondicionados e transportados de modo ambientalmente adequados até o local da esterilização; • recomenda-se que, além da esterilização, os resíduos orgânicos passem também por um processo de descaracterização, garantindo que os mesmos não sejam reutilizados, reusados ou reciclados. Empresas Terceirizadas pelas Agências Marítimas • Coleta e transporte dos resíduos sólidos das embarcações a partir da Área de transbordo temporário do porto. Subprodutos Para questões específicas de boas práticas para resíduos sólidos recomenda-se a leitura das fichas 06, 07 e 08 (ítem 5 - Boas Práticas Recomendadas). Vale ressaltar que para se estabelecer um programa de boas práticas faz-se necessário aplicar o conjunto das dez fichas. • as estações de tratamento não precisam ficar localizadas necessariamente na área primária dos portos; Processos/Métodos • organização e gerenciamento da Área de Transbordo Temporário. Desarenação Tratamento Primário Físico Químico • Decantação • Coagulação • Remoção de O & G • Floculação • Flotação • Neutralização • Precipitação • Filtração Lodo Primário Tratamento Secundário Biológico Físico • Filtros • Decantação Biológicos • Lodo Ativado • Lagoas Aeradas • Lagoas de Estabilização • Digestão Anaeróbia Lodo Secundário Tratamento Terciário Biológico • Nitrificação Químico • Esterilização Químico/ FísicoQuímico • Denitrificação • Precipitação • Troca Iônica • Remoção • Ozonização • Adsorção em de Fósforo Carvão Ativo • Biorreator • Membranas de Membranas 00 49 As recomendações de boas práticas para prevenção da poluição estão dispostas a seguir, sendo aconselhada a consulta às fichas da seção de Boas Práticas Recomendadas, que apresentam recomendações específicas em relação a drenagem pluvial nas fichas 01, 02 e 03; e efluentes oleosos na ficha 04. CONSUMO DE ÁGUA Para a regularização dos consumos de água, adequação da distribuição de custos, utilização de outras fontes de captação para complementar os volumes de água utilizados, entre outras dificuldades, são recomendados: • captação de água subterrânea, por meio da construção de poços (NBR nº 12.244/1992), onde houver viabilidade técnica para isso (NBR nº 12.212/1992); 50 • estabelecer um plano de hidrometração, contemplando a implantação de medidores de vazão, possibilitando o gerenciamento e racionalização do consumo de água em geral, por meio da instalação de hidrômetros individuais para os operadores e arrendatários, pontos de consumo, na rede de abastecimento dos terminais e na rede de alimentação nos ramais principais de distribuição nos diversos níveis da edificação, facilitando, assim, as distribuições dos custos e redução das perdas (Ilha et al, 2010); • instalação de equipamentos mais econômicos quanto ao consumo de água nos banheiros, copas e áreas de operação, tais como: pias e torneiras com arejadores, bacias sanitárias com design que facilite o escoamento dos resíduos, entre outros (Gonçalves, 2006). EFLUENTE SANITÁRIO Nos portos localizados em municípios onde exista rede pública para coleta e tratamento de efluentes sanitários, a conexão com a rede é a melhor solução técnica para tratamento e disposição do efluente sanitário gerado nas edificações dos portos. Esta opção apresenta custo compatível com eventuais reformas de sistemas independentes, como fossas sépticas e filtros de porte significativo ou estações compactas de tratamento de efluentes sanitários. Deve ser verificada, junto às concessionárias de serviços públicos, a existência de sistema de tratamento de efluentes sanitários na ponta da rede, para viabilizar esta solução. No caso do município não possuir rede pública com coleta e tratamento, prioritariamente, recomenda-se que sejam instaladas redes internas direcionando os efluentes sanitários das edificações para uma estação compacta de tratamento de efluentes sanitários dentro da área portuária ou retro portuária, com nível secundário de tratamento. Em relação à demanda de sistemas portáteis, tais como banheiros para atender às necessidades de saúde de trabalhadores portuários, estas instalações sanitárias devem ser constituídas de lavatório e gabinete sanitário, e estarem localizadas à distância máxima de 200 m (duzentos metros) dos locais das operações portuárias, atendendo às condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho determinadas na Norma Regulamentadora 29 (NR-29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário do Ministério do Trabalho). Em casos extremos, por exemplo, durante a construção do conjunto de infraestruturas ou equipamentos do porto, ou quando uma embarcação não puder prover o atendimento de instalações sanitárias aos trabalhadores em operação de bordo, devem ser utilizadas unidades móveis de banheiro químico com condições similares. Segundo o Decreto nº 4.136/2002, os portos que, em instalações portuárias e dutos não associados à plataforma, realizarem a descarga de efluente sanitário e águas servidas em desacordo com os procedimentos aprovados pelo órgão ambiental competente estarão sujeitos a uma multa de até R$ 20 milhões. Além disso, cabe ao órgão ambiental competente autuar e multar os infratores. Recomendam-se, de forma geral, as seguintes diretrizes para as instalações destinadas aos efluentes sanitários: Onde não houver possibilidade de ligação com a rede pública para a instalação de uma rede interna de tubulações para o esgotamento sanitário, com estrutura adequada para suporte do tráfego de de esgotamento sanitário, recomenda-se, prioritariamente, a instalação veículos pesados, realizando os estudos necessários para sua concepção de estações de tratamento de efluentes sanitários, vislumbrando as (NBR nº 9.648/1986) e as normas para sua instalação (NBR nº 9.649/1986); soluções comerciais mais adequadas oferecidas no mercado e considerando que o tratamento deverá ter, necessariamente, nível se• realizar o esgotamento sanitário das edificações e áreas primárias através cundário, com etapa aeróbia para garantir o grau de remoção da carga de subcoletores e coletores, utilizando estações elevatórias quando orgânica requerido, além de buscar estações compactas frente à disponibilidade de espaço físico no porto. necessário, de acordo com o relevo do terreno (NBR nº 12.208/1992); Somente nos casos onde haja geração de efluentes sanitários • construir sistemas de tratamento de efluentes sanitários (NBR nº em pontos isolados e com baixa produção de carga orgânica por dia, 12.209/1992), no caso em que o escoamento para sistema público de indica-se a instalação de fossas sépticas seguidas de filtros anaeróbios. tratamento não for possível, ligando então as tubulações de esgota- A eficiência de remoção de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), neste caso, é aproximadamente 70% (Jordão, 2011). A instalação de mento sanitário do porto a esse sistema; fossas sépticas deve respeitar a normatização que apresenta critérios • construir/adequar os sistemas prediais de esgotamento sanitário em de dimensionamento conhecidos, segundo a NBR nº 7.229/1993, que consonância com a NBR nº 8.160/1999, de forma que os sanitários, dispõe sobre construção de fossas de câmara única. Caso a necessidade as caixas de gordura e as pias tenham o correto dimensionamento e seja para grandes vazões, adotar a versão da NBR de 1982, que prevê critérios para fossa de câmara sobreposta. direcionamento para o sistema de esgotamento sanitário. O tratamento de efluentes sanitários gera um material de alto teor de umidade, o lodo, que precisa ser tratado e destinado adequadaA instalação de caixas de gordura visa evitar obstrução dos coletores e a aderência de óleo nas peças das redes de efluentes sani- mente. Tendo em vista principalmente o transporte do lodo para o tários, além de minimizar aspectos desagradáveis nos corpos recep- local de destino final, é recomendável que seja realizada uma tores. A caixa de gordura é um dispositivo para remoção de gordura desidratação, visando a redução nos custos de transporte e destinação que recebe os efluentes sanitários de cozinhas, e fica situado na final do lodo, pois reduziria o volume para transporte e disposição em própria instalação predial de efluente sanitário (Jordão, 2011), tendo aterro sanitário. A técnica mais simples que remove a água livre, realizada por ação da gravidade ou por flotação, o adensamento, pode os seguintes pressupostos e características: resultar na redução do volume de lodo da ordem de 60% com relação • apresentar condições operacionais de escoamento lentas o suficiente ao volume original (Andreoli, 2006). Porém, apesar do adensamento diminuir o teor de água, o lodo ainda permanece suficientemente flupara permitir a flutuação do material; ido para ser bombeado para outra estrutura (Jordão, 2011). • considerar a extensão interna das áreas portuárias garantindo o atendimento de todos os pontos geradores da demanda por projeto • ter condições de vedação suficiente para evitar o contato com roedores, baratas e outras espécies da fauna sinantrópica nociva. • apresentar distância adequada entre entrada e saída para reter a gordura e evitar o arraste desse material com o efluente; 51 DRENAGEM PLUVIAL Armazenamento de Granel Líquido • Impermeabilizar áreas de tanques de estocagem; • instalar Caixa Separadora Água e Óleo (CSAO) nos locais em que os equipamentos associados à movimentação de carga demandam lavagem, com potencial geração de efluentes oleosos. Armazenamento de Contêiner e Carga Geral • instalar caixas de separação e canais no perímetro para segregar derrames das canaletas em pátios/áreas de armazenamento; • Destinar uma área com drenagem segregada para: contêiner em vazamento, contêineres da área IMO e lavagem de contêineres; • disponibilizar contenção secundária para casos de vazamentos; • direcionar a drenagem para um tanque de contenção para posterior recolhimento por empresa terceirizada licenciada ou tratamento físico ou químico no terminal; • possuir sistemas de retenção e recolha de granéis líquidos. Movimentação e Armazenamento de Granel Sólido • Instalar estruturas para contenção da dispersão de granel sólido (carvão, fertilizante, trigo, malte, etc.); • escolher áreas adequadas para a formação de pilhas de carvão ou outros minerais; • instalar CSAO nas áreas de movimentação de cargas supply boat, que atenda toda a área do terminal, além de áreas adjacentes de teste de tubos, fabricação, limpeza de máquinas e lavagem de tubos. • impermeabilizar áreas de armazenamento de carga; O efluente oleoso é proveniente de atividades como manutenção mecânica, lavagem de peças, equipamentos e veículos, e movimentação de abastecimento de combustíveis. A constituição do efluente é também variável, pois incorporará partículas de poeira e solo que constituem a sujeira a ser removida, mas também podem sofrer alteração por contato com partes lubrificadas e engraxadas, ou até mesmo em função de pequenos vazamentos/gotejamentos, e pela mistura com agentes de limpeza. Assim, as substâncias com maior probabilidade de entrar em contato com os efluentes, elevando seu potencial poluidor são: óleo diesel; óleo lubrificante; óleo hidráulico e outros óleos; óleo usado; produtos de limpeza/detergentes e sabões; poeira e partículas. • O local de abastecimento deve ser o mais afastado possível de bueiros e estruturas de drenagem pluvial, para evitar o acesso de líquidos às galerias durante o procedimento, sobretudo durante eventos de chuva; De forma geral, para as áreas de geração de efluentes oleosos, recomenda-se: • Realizar avaliação para adoção de um tratamento físico químico com adição de agentes coagulantes e floculantes, para se evitar o lançamento de efluentes nos quais tenham sido utilizados agentes de limpeza e detergentes. Estas substâncias geram uma emulsão oleosa solúvel em água, impactando negativamente a eficiência de separação do óleo; Armazenamento de Produtos Químicos e Perigosos • destinar uma área específica para este tipo de atividade, com piso impermeável (NBR nº 8.083/1983) e com inclinação direcionada a canaletas que conduzam o material ao sistema de tratamento adotado; • direcionar o efluente gerado para tratamento em uma CSAO por meio de drenagem segregada (NBR nº 14.605/2000). • pavimentar as vias; • recuperar material que cai durante a movimentação; • instalar canaletas de drenagem segregadas nos pátios de armazenamento, direcionadas para tanques de decantação e/ou tratamentos complementares antes do lançamento no corpo receptor; • instalar sistema de filtragem da água da drenagem dos pátios de armazenamento, antes do lançamento no corpo hídrico; • realizar o reuso de água para umectação, com captação de água de chuva no sistema; Operações de Abastecimento de Combustíveis • manter materiais de contenção de vazamentos e absorção de produto eventualmente liberado e, em caso de vazamentos, utilizar material absorvente para conter o produto. Em seguida, realizar a limpeza da área e remoção do material contaminado. Lavagem de Veículo e Equipamento • instalar pisos impermeáveis nas áreas de armazenagem; • realizar a lavagem com água em contêiner, após a varrição a seco dos resíduos contidos internamente; 52 EFLUENTE OLEOSO • Segregar os produtos químicos e perigosos nas áreas destinadas para o armazenamento; realizar impermeabilização do local e instalar um sistema de drenagem com pontos para coleta de amostras, permitindo a verificação da qualidade da água; • direcionar a drenagem para um tanque de contenção, para posterior recolhimento por empresa terceirizada licenciada, ou tratamento físico ou químico. Atividades de Manutenção • Conter os pequenos vazamentos de produtos líquidos ou pastosos com material absorvente, que devem ser limpos exclusivamente através de varrição, considerando que a lubrificação de peças é realizada com graxa; • manter uma estrutura adequada que permita a coleta de amostras para monitoramento periódico nos casos onde houver lançamento do efluente tratado por uma unidade de tratamento, exemplo, CSAO no corpo receptor. • minimizar o consumo de água através do reuso de efluentes, pela adoção de estações compactas que o viabilize, com etapas adicionais como coagulação, floculação, filtração, e desinfecção, lembrando sempre que a seleção de tecnologia depende de avaliação tecnicoeconômica; • instalar cobertura nestas áreas, evitando a incorporação de água da chuva ao sistema, que pode implicar perda de eficiência e carreamento de poluentes para além da instalação de tratamento, com risco de exceder as vazões de dimensionamento. GERAÇÃO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS Os efluentes industriais são gerados pela utilização de água para fins industriais, e apresentam características específicas em função das matérias primas processadas. Recomenda-se, para este tipo de efluente: 53 • Segregar este efluente de todos os demais para ter um tratamento diferenciado, uma vez que as características dos efluentes industriais são bem específicas, variando de acordo com o processamento de matérias primas e uso de água; • testes de viabilidade técnica e avaliação em escala piloto; • capacitação (processo, projeto, operação); • monitoramento contínuo para garantir o resultado final; • realizar análises e testes de tratabilidade destes efluentes para seleção dos processos de tratamento, além de analisar a aplicabilidade do processo proposto, e que, ainda, permita o reuso deste efluente no processo, ou seja, lançado no corpo hídrico receptor em conformidade com os padrões de lançamento de efluentes. CONTROLE DOS EFLUENTES O controle dos efluentes líquidos deve ser realizado através de: Classes de água de reuso para destinação de efluentes com características similares ao de origem sanitária Água de Reuso Coliformes Termotolerantes A minimização da geração de efluentes deve ser considerada a opção prioritária dentro de um porto. Para que a implementação desta opção seja possível, algumas ações devem ser tomadas de forma estruturada e sistemática: conscientização dos trabalhadores, em nível operacional, quanto à adoção das boas práticas; projetos para reuso de águas nas atividades portuárias; concepção para mudança de processos; e reuso efluente da ETE. < 200 NMP/100 mL Classe 1 • reutilização de efluente, sempre que possível; • implementação de sistemas de tratamento de efluente sanitário, efluentes oleosos/industriais e água pluvial contaminada; • controle da eficiência dos sistemas de tratamento de efluentes existentes; • limpeza periódica dos sistemas de tratamento de efluentes. O efetivo tratamento dos efluentes líquidos gerados pelos processos e operações deve seguir as seguintes medidas básicas para o controle da poluição: • diagnóstico hídrico: identificar a vazão de consumo de água do usuário e identificar, quantificar e qualificar o efluente gerado; • avaliação dos processos de tratamento e identificação e seleção de tecnologias; Classe 2 A aplicação do reuso de efluentes nos terminais pode ser definida como a utilização de efluentes gerados, após tratamento adequado, para a obtenção da qualidade mínima da água necessária para determinados usos pré-estabelecidos. O reuso local de efluentes deve ser planejado de modo a permitir seu uso seguro e racional para minimizar o custo de implantação e de operação. Para tanto, devem ser definidos: os usos previstos para efluente tratado, o volume de efluente a ser reutilizado, o grau de tratamento necessário, o sistema de acúmulo e de distribuição e o manual de operação e treinamento dos responsáveis. A NBR nº 13.696/1997, aborda o reuso de efluentes como uma opção à destinação de efluentes sanitários ou com características similares. Foram definidos na norma quatro classes de água de reuso e seus respectivos padrões de qualidade. As classes de interesse para atividades/operações portuárias são apresentadas na próxima tabela. Lavagem de veículos usos com contato direto com usuário Sólidos dissolvidos Totais < 200 mg/L pH entre 6 e 8 Cloro residual entre 0,5 mg/L a 1,5 mg/L REUSO DE EFLUENTES 54 Padrões de qualidade Turbidez < 5 uT • otimização dos investimentos. • uso eficiente da água; • aplicação de técnicas para minimização da geração e melhoria da qualidade de efluentes gerados; Aplicações Lavagem de pisos, Turbidez < 5 uT calçadas e irrigação de jardins, manutenção Coliformes Termotolerantes < 500 NMP/100 mL de canais paisagísticos Cloro residual entre 0,5 mg/L Classe 3 Descarga em vasos sanitários Turbidez < 10 uT Coliformes Termotolerantes < 500 NMP/100 mL • implementar sistemas de reuso de água de telhado e, dependendo do tratamento mais ou menos complexo, usar essa água para diferentes fins não potáveis (NBR nº 15.527/2007); • realizar a concepção do projeto do sistema de coleta de água de chuva, segundo a NBR nº 10.844/1989; • utilizar estas águas, após as etapas de tratamento, na lavagem de pisos, de equipamentos e de veículos, minimizando a demanda do consumo de água potável da concessionária de serviço público. EFLUENTES LÍQUIDOS DE EMBARCAÇÕES Efluentes oleosos Segundo a MARPOL (ANTAQ, 2004), uma grande gama de misturas de óleos pode ser esperada nas instalações para recepção portuária e, além disso, o óleo em geral está emulsificado, por conta dos agentes de limpeza presentes, dificultando seu tratamento/reaproveitamento. É recomendada a instalação de unidades de armazenamento temporário e/ou de tratamento quando há recebimento de grande quantidade de efluentes oleosos. Deve ser utilizado o Manual Detalhado desenvolvido pela IMO, e traduzido pela ANTAQ (2004). Efluentes sanitários APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA As águas pluviais são fontes alternativas importantes, devido ao fato de existirem grandes áreas de telhados e pátios disponíveis nas áreas portuárias, e de apresentarem qualidade superior aos efluentes considerados para reuso. O aproveitamento de águas pluviais demanda estudos para cada situação. As recomendações básicas são: De acordo com o Anexo IV da Convenção MARPOL 1973/1978, os efluentes sanitários gerados em embarcações não podem ser diretamente lançados no mar, exceto quando houver uma estação de tratamento em operação aprovada (com aprovação da IMO e Certificado de Prevenção da Poluição por Efluentes Sanitários válido), dentro do navio ou quando ele descarregar apenas efluente sanitário triturado e desinfetado, a uma distância maior que três milhas náuticas da terra mais próxima (aproximadamente 5,5 km), sendo que o efluente sanitário não triturado ou desinfetado, somente poderá ser descarregado a uma dis- 55 56 tância maior que 12 milhas náuticas da terra (aproximadamente 22 km). Esse anexo ainda contém regulamentos para equipamentos e facilidades para recepção de efluentes sanitários nos portos e terminais. A Lei nº 9.966/2000 determina que os portos organizados e instalações portuárias devam, obrigatoriamente, dispor de instalações ou meio adequados para recebimento e tratamento dos diversos tipos de resíduos e para o combate da poluição. Considerando o aumento na movimentação de passageiros na costa brasileira, e que um navio de cruzeiro médio com 3.000 passageiros, potencialmente gera cerca de 1.100 toneladas de efluentes sanitários diariamente (Fernandes, 2011), recomenda-se que os portos sejam providos de meios adequados para receber e tratar os efluentes sanitários das embarcações turísticas. Além disso, segundo o Decreto nº 4.136/2002, os navios que realizarem a descarga de efluentes sanitários e águas servidas, nas situações não previstas na MARPOL 1973/1978 ou em desacordo com procedimentos aprovados pelo órgão ambiental, estão sujeitos à penalidade de multa de até R$ 10 milhões, cabendo à autoridade marítima autuar e multar nesses casos. FAUNA SINANTRÓPICA NOCIVA Biosseguridade é um fator imprescindível nas atividades portuárias, que prima pela proteção dos seus produtos contra a presença de pragas sinantrópicas com potencial capacidade para a transmissão de agentes biológicos infecciosos ou não, tais como, bactérias, vírus, fungos, parasitas, protozoários e qualquer outro agente capaz de induzir doenças em seres humanos. Com relação à prática da biosseguridade, deve-se destacar à importância da identificação da origem ou reservatórios, e os possíveis vetores dos agentes infecciosos para que, a partir disso, se possa prevenir ou restringir o acesso destes agentes às áreas portuárias e/ou embarcações. Para solucionar ou reduzir as dificuldades decorrentes da presença de FSN nos portos, deve ser implementado um Programa de Controle e Manejo Integrado da Fauna Sinantrópica Nociva conforme o organograma apresentado a seguir. Organograma representando um Programa de Controle e Manejo Integrado de Fauna Sinantrópica Nociva Adaptado do modelo de Controle Integrado de Pragas Urbanas (Giordano, 2004), o Controle Integrado de Fauna Sinantrópica Nociva tem os seguintes requisitos para a sua implementação nos portos: I. conhecimento prévio das instalações portuárias; II. informação sobre as espécies de FSN; • remover equipamentos em desuso ou sucateados (ex.: guindastes e vagões abandonados), entulhos e outros materiais acumulados, reduzindo a oferta de abrigos à FSN; • corrigir falhas físicas e estruturais nas edificações administrativas (ex.: paredes, telhados e vidros quebrados), nos armazéns, silos e galpões, restringindo as possibilidades de instalação, construção de ninhos e possível reprodução das espécies nocivas; III. avaliação do ecossistema; IV. mapeamento das instalações por pontos críticos; V. avaliação do equilíbrio de riscos e benefícios do controle; VI. concepção de grupo para coordenação do programa; VII. determinação de equipe apta para o controle operacional; VIII. sistema adequado de monitoramento; O Programa de Controle Integrado de Pragas Sinantrópicas deve estar inserido no programa de biosseguridade das áreas portuárias. Por isso, toda a área portuária e os locais para armazenamentos, principalmente de alimentos, devem ser mantidos livres de pragas sinantrópicas, pois estas constituem uma das mais importantes fontes de transmissão de enfermidades. O Controle Integrado é um conjunto de ações de caráter preventivo e corretivo que - adotado em paralelo com medidas de eliminação física das pragas já infestantes - é capaz de reduzir os níveis de infestação de uma determinada praga, baixando-os a valores toleráveis ou aceitáveis. O conceito de Controle Integrado é tão abrangente que pode ser inteiramente adaptado (com muito sucesso) ao controle de qualquer tipo de praga, nas áreas portuárias. Este programa tem que congregar ações preventivas e corretivas, em conjunto com ações de controle químico, almejando evitar a entrada, o alojamento e a propagação destes animais, impedindo que haja danos significativos à economia portuária, à saúde dos trabalhadores e ao ambiente como um todo. Todos os terminais, arrendatários ou não, inclusive a autoridade portuária, devem constituir equipes multidisciplinares, abrangendo profissionais da Qualidade, Produção, Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Recursos Humanos. Junto a esta equipe, é importante que haja o apoio da alta gerência, tanto para a introdução quanto para a continuidade do programa. Como medidas de controle comuns para toda a Fauna Sinantrópica Nociva, apresentam-se: MEDIDAS DE CONTROLE GERAIS Medidas Preventivas • Realizar campanhas de educação e conscientização dos trabalhadores e demais entes portuários sobre a importância da colaboração de todos com as regras do programa integrado de controle de FSN; • retificar falhas de vedação e/ou drenagem nas tubulações, evitar ralos sem proteção; • isolar as linhas de esgoto e efluentes, afastando a oportunidade da presença de roedores e insetos; • evitar que terminais, em especial de movimentação e armazenamento de grãos perecíveis, tenham em suas imediações aterros sanitários, matadouros, pântanos, águas paradas, criadouros de porcos, lagoas de decantação com material orgânico decomposto, pois são habitat de diversas espécies de FSN; • projetar novas construções seguindo planejamento com normas visando ao impedimento da infestação de pragas e não somente questões estéticas; • substituir o piso de paralelepípedo por pavimentação de concreto nos setores onde há depósitos de contêineres, reduzindo irregularidades (depressões), onde ocorre o acúmulo de águas pluviais; • substituir o piso de paralelepípedo por pavimentação de concreto nos setores, onde há atividade de movimentação e armazenamento de grãos, reduzindo irregularidades (frestas e vãos) onde ocorre acúmulo de resíduos dispersos; • implementar boas práticas de movimentação, acondicionamento e armazenagem de cargas de granéis perecíveis (ex.: trigo, milho, soja, pellets para ração, açúcar); 57 • inspecionar veículos e embalagens recebidos para evitar a chegada de quaisquer formas de FSN invasora; • implementar programas de limpeza e higiene junto aos funcionários e comunidade no entorno dos portos; • construir lixeiras adequadas para vedar o acesso da FSN; • acondicionar o lixo doméstico em recipientes adequados e tampados, impedindo o acesso por pragas. No caso do uso de sacos plásticos, dispô-los sobre anteparos apropriados, longe do solo, em altura que permita recolhimento manual; • retirar o lixo com frequência, manipulando-o com cautela; Controle Químico • Introduzir serviços de controle químico apenas com produtos (princípios ativos) e equipamentos selecionados seguindo critérios rigorosos e de acordo com a legislação; • providenciar acompanhamento médico, treinamento constante e específico e conscientizar sobre os riscos da contaminação própria, dos produtos e do ambiente, na ocasião de eventuais procedimentos incorretos aos responsáveis pela aplicação dos produtos químicos. Além de todas as medidas gerais apresentadas acima, que farão parte do Controle Integrado da FSN, existem ainda diversas medidas de controle, específicas para cada tipo de fauna. • fazer monitoramento de higiene nos armazéns; 58 • providenciar para que todas as áreas sejam bem iluminadas. Nas áreas externas próximas às portas, optar por lâmpadas de sódio, se possível com filtro UV (ultravioleta), ao invés das fluorescentes de mercúrio, pois as de sódio atraem menos insetos (Barghini, 2008). Lâmpadas com luz de mercúrio poderão ser aproveitadas externamente, longe de portas, atuando como atrativas de insetos alados noturnos. Medidas Corretivas • Instalar barreiras físicas, impedindo o acesso e o abrigo das espécies nos prédios, armazéns e silos (ex.: telas, cortinas plásticas, cortinas de ar); • instalar armadilhas com o intuito de capturar e possibilitar identificação das espécies infestantes, direcionando a definição das estratégias de combate e controle/manejo da FSN; • selecionar criteriosamente as armadilhas a serem utilizadas e instalálas nos locais mais apropriados para que logrem êxito nas capturas. MEDIDAS DE CONTROLE ESPECÍFICAS 52 Roedores - Mastofauna O programa de controle de roedores deve ter como base o diagnóstico das espécies existentes, o grau de incidência de doenças por eles transmitidas, assim como as condições socioeconômicas e sanitárias do porto em questão. O objetivo primordial é a redução no número de agravos à saúde, bem como nos prejuízos econômicos que causam: contaminação de alimentos, danos às estruturas e materiais em virtude do hábito de roer, assim como altos custos médicos no tratamento de doentes, quando da ocorrência de doenças transmitidas pelos roedores. a. Equipamentos • Utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) específicos para o controle de roedores: máscara semifacial de pressão negativa com filtro contra partícula P3 (utilizada durante a colocação e retirada de armadilhas e de rodenticidas nos ambientes fechados), luvas de borracha ou PVC cano médio, além de todo o EPI obrigatório para áreas portuárias e terminais específicos. Exemplo de edificação à prova de roedores de captura. Atinge melhores resultados especialmente quando a infestação é inicial ou de grau leve a moderado; a. Controle Para que um plano de manejo/controle de pombos seja eficaz, - Aplicar processos químicos, empregando substâncias roden- deve ter medidas preventivas e corretivas, tais como: ticidas. O grupo químico mais utilizado são os anticoagulantes, muito eficazes a baixo custo, além de possuírem razoáveis margens de se- • diminuir áreas de abrigo através de correções físicas e estruturais gurança no uso e, acima de tudo, a existência de antídoto confiável. nas edificações administrativas, armazéns e galpões, de forma a evitar o pouso e a nidificação; b. Controle Químico • Avaliar tecnicamente qual o produto mais indicado para a área a ser tratada. Alguns desses produtos são anticoagulantes de dose única ou múltipla, pó de contato e iscas peletizadas ou granuladas; Cães e gatos - Mastofauna • reduzir a disponibilidade de alimento, principalmente grãos; • Deve haver um depósito específico para os raticidas, com estantes ou estrados, exaustor e livre de umidade (no caso de grandes estoques); ou armários com chave (para pequenas quantidades). As práticas adotadas aqui são referentes à ações já realizadas com sucesso no Porto de Santos. O método proposto baseia-se no controle populacional pela castração sistemática seguida de soltura no mesmo local onde o animal foi capturado e não pela captura e eutanásia, já demonstrado como ineficiente e dispendioso para controle da população. c. Manejo de roedores O manejo pressupõe uma série de fases, entre elas: inspeção, identificação, medidas corretivas e preventivas, desratização. 60 Fonte: Manual de Controle de Roedores, Ministério da Saúde, 2002 • Inspeção para buscar os focos (concentração, dispersão) no conjunto de ambientes, infestados ou não; • Identificação da(s) espécie(s) infestante(s) para apurar o planejamento das ações de combate e avaliação prévia da intensidade da infestação; • Medidas preventivas (antirratização) para impedir e/ou dificultar a implantação e expansão de novas colônias de roedores: - Examinar o ambiente e identificar a espécie, encontrando condições de apontar as razões da ocorrência da infestação: origem, raio de ação, fontes de alimentação, ninheira; - Evitar a penetração ou a presença de roedores na área, através da aplicação de barreiras nas estruturas de sustentação (pilotis, vigamento do telhado, etc.) e nas fiações aéreas que chegam à edificação, e da criação de obstáculos físicos nas galerias subterrâneas de água, efluentes, águas pluviais ou de cabeamento. • Medidas corretivas do meio ambiente, visando à retirada de condições que favoreçam a infestação dos roedores: - Acondicionar o lixo doméstico em contêineres com tampa; – Remover entulhos e materiais que sirvam de abrigo aos roedores; - Canalizar córregos a céu aberto, dificultando a instalação de ratazanas nas suas margens. • Desratização: método de combate que visa à diminuição rápida dos níveis de infestação encontrados numa área que enfrenta sérias dificuldades de controle: - Eliminar os roedores infestantes através de processos mecânicos ou físicos, como o emprego de ratoeiras, armadilhas e outros dispositivos • reduzir os nichos de atuação das aves na área portuária, almejando maior pressão ambiental sobre os pombos, aumento na competitividade e estresse, induzindo sua população ao desequilíbrio ecológico, diminuindo condições de sobrevivência e obrigando-as a buscar alimento, abrigo e água em outros locais; • limpar as fezes dos pombos (elementos de alta propagação de microorganismos patogênicos), umidificando-as com água, água sanitária Sua presença e propagação são sustentadas por diversas condições ou outro desinfetante, procedendo, então, a limpeza e descontamiencontradas nos portos. Em sua maioria, as áreas infestadas apresentam nação do local; algum tipo de suporte para a manutenção da vida destes animais. As áreas e equipamentos inativos oferecem abrigo para des- • usar máscara de pressão negativa P3 protegendo as vias respiratórias canso e nidificação. São observados pombos em vigas, cumeeiras, (boca e nariz), pois a inalação de partículas de fezes ressecadas pode tubulações, aparelhos de ar condicionado, lajes, beirais, estruturas induzir a ocorrência de doenças respiratórias. metálicas de galpões, equipamentos obsoletos, cordas das amarras de b. Controle Físico navios, calhas e dentro de edificações abandonadas. Nas áreas onde há equívocos nas práticas de movimentação (vazamentos nas esteiras utilizadas para o transporte e/ou tipo de grab • Desestabilizadores de Pouso empregado) e no armazenamento (galpões com falhas na vedação, - Instalar acessórios (espículas, molas ou fios de náilon) nas suportões permanentemente abertos) constituem oferta de alimento. A ausência de predadores diretos colabora com a multiplicação perfícies de pouso para causar instabilidade aos pombos, provocando dos pombos em ambientes urbanos, já que a predação por parte de seu afastamento. Pequenas áreas como parapeitos de janelas podem aves de rapina às populações de pombos em ambientes urbanos é in- ter as espículas substituídas pela planta conhecida como “Coroa de significante, sem surtir qualquer efeito relevante no tamanho das po- Cristo" (Euphorbia milii), afastando os pombos de modo similar. A fixação artesanal de pregos com as pontas voltadas para cima e próximos pulações de pombos. uns aos outros podem surtir o mesmo resultado em áreas limitadas. Pombos - Avifauna 61 Exemplos de desestabilizadores de pouso - Recobrir aparelhos de ar condicionado com redes de poliuretano/polietileno em sua parte externa, para evitar a nidificação de pombos nos vãos, ou recorrer à construção de estruturas chamadas “escorregadores de pombo”. Redes de proteção e escorregador de pombo (60° de inclinação) • Vedação de Espaços 62 Fonte: http://www.google.com.br/images - Vedar vãos de acesso em forros de telhado, saídas de tubulações de serviço e outros espaços com estruturas de tela, tapumes ou • Elementos de Repelência Física argamassa conforme a característica do local; Exemplo de vedação de telhas de amianto São indicados como medida de impacto, complementando uma estratégia de controle mais abrangente. - instalar réplicas de predadores (imitações de corujas, falcões e outros predadores naturais dos pombos) para desencorajar sua aproximação, funcionando como espantalhos; - instalar estruturas refletoras de luz solar, para provocar incômodo visual nos pombos, afastando-os dos locais; - empregar sons para afugentar os pombos (explosão de fogos de artifício, choque de estruturas metálicas ou sons miméticos de predadores), como uma medida de efeito transitório. Fonte: http://www.blogspot.com.br/2011_10_archive.html c. Controle Químico e. Controle Mecânico • Retirar ninhos e quebrar ovos postos nas estruturas onde ocorre a nidificação, tanto no cais quanto nos pombais instalados especificamente para esta finalidade, numa ação contínua e ininterrupta. - empregar substâncias atóxicas, sem praguicidas ou repelentes Em geral, não são indicadas como primeiras medidas para o químicos, que causam repelência por irritação de contato, inibindo o controle de pombos na área portuária: pouso dos pombos; - captura e soltura em local muito distante, pois estas aves - utilizar em parapeitos, vãos de acesso, locais de pouso em possuem grande capacidade de voo e senso de direção que a fazem fachadas de prédios, grades de aparelho de ar condicionado, estruturas voltar ao local dos ninhais; arquitetônicas de alto relevo de prédios de construção antiga, entre - captura e abate através de quaisquer metodologias outros, de forma a aumentar a área tratada e melhor impedir o pouso disponíveis (ex.: câmera de gás, choque elétrico), pois não é bem visto dos pombos. pela sociedade e envolve implicações técnicas, sociais e jurídicas. Devem ser respeitadas questões de bioética, evitadas intervenções e • Tinta Repelente à base de Óleo de Canela críticas da sociedade civil. • Desestabilização de Pouso por Substâncias Repelentes - aplicar nos locais de permanência e pouso dos pombos até a • Segundo interpretação da Instrução Normativa nº 141/2006 do completa eliminação da infestação; IBAMA, o abate dos pombos só pode ser executado quando todas as técnicas de controle/manejo previstas forem esgotadas e mesmo assim - não interfere visualmente na superfície aplicada, podendo ser persistir a infestação. utilizada no controle e na desinfestação de galpões, jardins, praças, armazéns, silos, hospitais e indústrias. Pode ser uma solução rápida e Entomofauna praticamente única para estruturas planas e extensas como lajes, telhados e marquises. As medidas de controle baseiam-se na biologia do inseto, nos d. Controle Biológico seus hábitos, nas suas características, na ecologia local, na conscientização e cooperação das populações frente aos problemas causados para a saúde humana e animais domésticos. Introduzir de forma estratégica, no ambiente portuário, aves de rapina (falcões) treinadas e advindas de criatórios certificados, para Moscas - Entomofauna a predação de pombos e ninhos. Pode ser uma solução viável e funcional em curto prazo, emConsiderações sobre as condições ambientais e estruturais, bora necessite de profissional extremamente experiente, estrutura para bem como o reconhecimento preciso das fontes geradoras das moscas monitoramento, alimentação e transporte, e pode ser bastante onerosa. e dos fatores responsáveis pela introdução de novas formas deste inseto são fundamentais para a determinação da metodologia mais adequada a ser implantada. Quanto maior for o número de medidas de combate adotadas, maior será a probabilidade de se obter o nível de 63 controle adequado. A seguir, principais medidas que devem ser adotadas para o controle das moscas: c. Controle Mecânico • Combater as moscas adultas, como medida complementar, através • instalar equipamentos para a ventilação (forçada se necessário) e de técnicas de captura: circulação de ar adequada para a secagem das áreas úmidas; - fitas pegajosas usadas para moscas, particularmente em in• estabelecer procedimentos de manutenção e prevenção permanente teriores de edificações; de vazamentos de água; • recolher e destinar os resíduos adequadamente; • fornecer um sistema permanente de drenagem; - alçapões que constam de uma “gaiola” feita com tela fina, utilizando iscas, para que as moscas sejam atraídas ao seu interior; • manter as lixeiras tampadas; - armadilhas com lâmpadas fluorescentes de “luz negra”. • envolver e conscientizar os servidores para refletir na melhoria das condições de limpeza e controle das moscas. Cupins - Entomofauna Existem dois principais grupos de cupins de importância econômica no Brasil: os cupins de madeira seca (Exemplo - Cryptoter• Combater as infestações já existentes, através de adulticidas fulminantes mes brevis) e os cupins subterrâneos. (Exemplo - Coptotermes gestroi e Heterotermes tenuis) Os cupins de madeira seca também são insetos nas instalações e de larvicidas seletivos em resíduos acumulados; sociais e a diferença básica entre as espécies é que as de cupins sub• evitar o uso de inseticidas comuns (adulticidas ou larvicidas) no terrâneos nidificam no solo e as de cupins de madeira seca o ninho e acúmulo de resíduos, porque isto extinguirá a fauna de inimigos na- toda a colônia se alojam na madeira. turais das larvas; Os métodos de controle de cupins de madeira seca consistem basicamente de: • a plicar a formulação granulada, disposta nas superfícies horizontais (parapeitos e pisos próximos às janelas), em refeitórios, vestiários e • remoção da madeira atacada; salas de administração, pois é a mais indicada para o controle de moscas nestes locais. • fumigação; a. Controle Químico 64 b. Controle Físico • tratamento da madeira. Quatro estratégias básicas devem ser consideradas para se con• Impedir o acesso aos setores de gêneros alimentícios e locais de tratrolar cupins subterrâneos: balho, instalando as seguintes barreiras físicas, como telas em portas e janelas nas áreas infestadas, portas duplas na entrada, e proteção • alterações Mecânicas direta dos alimentos. • tratamento do solo - uso de uma barreira química ao redor da estrutura e; fechada durante a entrada e saída de pessoas do ambiente, dificultando a passagem de mosquitos. - uso de iscas colocadas no solo. c. Controle Biológico • Tratamento da madeira (apenas de caráter paliativo) • Uso de iscas Mosquitos - Entomofauna a. Controle • Combater as larvas utilizando ovitrampas (recipientes contendo água, para atrair a postura das fêmeas), em seguida, durante monitoramento em campo, colocar larvicidas; • controle de adultos utilizando os equipamentos dos seguintes modelos: • Intervir nos fatores de riscos ambientais, para impedir ou minimizar a propagação do vetor, evitando ou destruindo os criadouros potenciais; - armadilhas luminosas de preferência com lâmpadas UV (mais atrativas aos mosquitos); • limpar os ambientes, aplicar boas práticas na gestão de resíduos sólidos, em especial com os materiais inservíveis, manter depósitos de água devidamente cobertos. Estas são ações devem ser desenvolvidas por todos. - armadilhas do tipo ovitrampa, contendo cartela adesiva e isca de trativo sintético no seu interior. Esta metodologia é mais voltada à captura de mosquitos adultos do gênero Aedes. b. Controle Físico • Drenagem ou enxugamento do solo - Estabelecer sistemas de drenagem e/ou remoção de coleções de água, para impossibilitar o desenvolvimento dos mosquitos, interferindo no seu ciclo biológico. É um dos principais métodos para o controle do mosquito. • Barreira física - Instalar telas com fios e malhas de forma quadrada em aberturas de instalações (janelas, por exemplo) evitando a entrada dos mosquitos; - instalar portas duplas (uma externa telada abrindo para fora, e outra interna abrindo para dentro) para sempre haver uma porta 65 Baratas - Entomofauna Para um bom controle integrado das baratas, devem ser eliminados os fatores que favorecem seu desenvolvimento. a. Medidas Preventivas • Adotar medidas de saneamento e aplicar inseticidas nas áreas de abrigo das baratas; • aplicar medidas eficientes e preventivas para o controle, como: - manter o ambiente sempre limpo e a vegetação, se existente, sempre capinada; - checar os locais com acúmulo de resíduos, recolhendo-o ou fechando os recipientes hermeticamente; - remover diariamente os resíduos, em sacos plásticos, principalmente restos alimentares; - limpar recorrentemente as lixeiras, mantendo-as secas e bem fechadas; - lavar periodicamente (quinzenal) as caixas de gordura, conservando-as sempre bem fechadas; - extinguir abrigos, rebocando ou vedando com silicone as fendas existentes; - assear diariamente bancadas de pias, fogões e debaixo de geladeiras. • Revisar as mercadorias e o descarte de todas as embalagens de papelão ou de madeira usadas para o transporte de alimentos (adultos ou ovos se disseminam desta maneira); b. Controle Químico Mesmo sabendo que o controle químico é prejudicado pela rápida aquisição de resistência nas baratas, recomenda-se a pulverização e/ou aplicação de inseticidas nas áreas externas, ralos, locais onde tenha foco de infestação. Como boas práticas em geral, recomenda-se: • manter bem justas as tampas, trocando os espelhos de tomadas ou interruptores quebrados; de se abrigar em frestas de paredes, sob caixas, papelões, pilhas de tijolos, telhas, madeiras, em fendas e rachaduras do solo, e permanecem meses sem se movimentar, impedindo o contato direto com o veneno, tornando o tratamento químico ineficaz; • utilizar os equipamentos de segurança (EPI) apropriados durante a busca, tais como bota ou sapato fechados, calça, camisa de manga longa com punho justo; • Não é indicada a aplicação de produtos químicos de higienização doméstica e de produtos utilizados como inseticidas, raticidas, matabaratas ou repelentes do grupo dos piretroides e organofosforados, pois desalojam os escorpiões para locais não expostos à ação desses produtos, aumentando o risco de acidentes. Além disso, cria a falsa sensação de proteção por parte dos habitantes e trabalhadores que acreditam que o problema foi resolvido, passando a negligenciar o trato com o ambiente. • Maior higienização da área do porto, principalmente nos locais próximos a lanchonetes e banheiros químicos, indo além da varrição e recolhimento dos resíduos orgânicos que porventura estejam acondicionados fora de seus coletores específicos; • verificar nos potenciais locais nas áreas internas, como assoalhos soltos, ralos e batentes de portas e de janelas, além de caixas de gordura, canalizações de água, caixas de efluente sanitário e de energia; • utilizar periodicamente produtos que esterilizem o ambiente. • realizar a modificação das condições do ambiente a fim de torná-lo desfavorável à ocorrência, permanência e proliferação destes animais: Escorpiões - Aracnofauna 66 • verificar/eliminar os locais de acesso, como: conduítes elétricos, canalizações de águas pluviais, interruptores de luz, saídas de telefones etc; • fazer o controle através do método por busca ativa em toda e qualquer localidade dentro do porto, visando à captura de exemplares, o conhecimento e manejo dos ambientes propícios à ocorrência e proliferação desses animais; Como erradicar escorpiões não é possível, torna-se necessário controlar suas populações, pois representam risco à saúde humana. Para evitar sua proliferação, medidas devem ser adotadas com ações de controle, captura e manejo ambiental. a. Atividades de controle • limpar recorrentemente os ralos da cozinha, área de serviço e banheiros. Estes devem ser do tipo abre e fecha, impedindo a passagem de insetos quando em desuso; • Saber a distribuição espacial das ocorrências, para planejar as intervenções, racionalizar custos, recursos humanos e tempo, e garantir maior eficácia nas ações de controle; • vedar com borracha todas as portas que dão acesso ao exterior das edificações; • intervir nas áreas de risco definidas por notificações de acidente e pela demanda espontânea dos trabalhadores portuários, e realizar ações de controle nas áreas portuárias; • construir edificações apropriadas, sem frestas e facilidades de abrigos. • identificar áreas prioritárias, por meio de levantamento, monitoramento e avaliação, mapeando áreas de maior concentração de ocorrência ou acidentes; - acondicionar lixo em recipientes apropriados e fechados; - limpar terrenos baldios situados a cerca de dois metros das redondezas; - eliminar fontes de alimento para os escorpiões (baratas, aranhas, grilos e outros pequenos invertebrados); - remover periodicamente materiais de construção e lenha armazenados, evitando o acúmulo exagerado; - preservar os predadores naturais dos escorpiões, especialmente aves de hábitos noturnos (corujas, joão-bobo, etc.), pequenos macacos, quati, lagartos, sapos e gansos (galinhas não são eficazes agentes controladores de escorpiões); - manter fossas sépticas bem vedadas para evitar a passagem de baratas e escorpiões. • O controle químico é contraindicado, pois escorpiões têm o hábito 82 67 5. 68 Boas Práticas Recomendadas As proposições operacionais listadas neste guia tomaram por base o modelo americano American Association of Port Authorities - AAPA e estão apresentadas de forma que sua aplicação possa contribuir na redução da geração de resíduos sólidos, na geração e melhor destinação dos efluentes líquidos e no controle da fauna sinantrópica nociva. Essas proposições estão denominadas como melhores práticas de gestão, muitas vezes exigem apenas bom senso, sendo raramente necessárias abordagens mais extremas nas atividades. Esse conjunto de ações, tanto no âmbito dos controles operacionais, como da adequação da infraestrutura, é o ponto de partida para os portos se tornarem eficientes no tocante aos impactos ambientais reais ou potenciais de uma operação portuária. A maior parte dos termos apresentados são aqueles usados na norma ISO 14.001 Sistema de Gestão Ambiental (SGA). O SGA é um conjunto de ferramentas de gerenciamento que pode ser usado por uma organização para alocar recursos, atribuir responsabilidades e avaliar continua- mente as práticas, procedimentos e processos necessários para integrar as preocupações ambientais em suas operações diárias. A implantação de um Sistema de Gestão Ambiental é de fundamental importância na vida administrativa de um porto. O modelo de fichas foi desenvolvido para auxiliar o porto na compreensão e execução da informação. Tais fichas estão montadas com informações precisas e objetivas. Cada uma das informações tem efeito direto ou indireto sobre a geração dos resíduos sólidos, sobre a geração e tratamento dos efluentes líquidos e também sobre o controle e monitoramento da fauna sinantrópica nociva. Os assuntos foram divididos em cinco subtemas para facilitar a manipulação das fichas de acordo com as necessidades específicas de cada porto: Descrição - Potenciais Impactos Ambientais – Melhores Práticas de Gestão – Normas Internacionais de Referência – Fontes de Informações de Boas Práticas Ambientais. 1 OPERAÇÃO, MANUSEIO E ARMAZENAMENTO DE GRANEL SÓLIDO • desvio de águas pluviais em torno da pilha com canais ou canaletas impermeáveis de perímetro ou com barreiras de contenções acima do terreno circundante; • construção de superfícies impermeáveis para armazenamento. Argila compactada é preferida sobre concreto ou asfalto, pois é menos provável de apresentar fissuras, que permitem a infiltração em águas subterrâneas; 1.1 DESCRIÇÃO Uma pilha de armazenamento é qualquer armazenamento externo (ar livre) ou interno (armazéns) de um produto cru, intermediário, final ou subproduto de um material. O local de armazenamento pode estar sujeito às legislações federal ou estadual de lançamento de efluentes em corpos hídricos. Partículas dispersas (particulados) podem ser geradas durante a manipulação ou pelo vento, fazendo com que a operação também seja objeto de normas de qualidade do ar. • dimensionar a bacia de contenção de escoamento com um tempo de retenção suficiente para permitir a sedimentação de poluentes, assim a concentração da descarga será abaixo da carga máxima de lançamento de efluentes; • instalar telas nos canais de drenagem para filtrar sólidos em suspensão e os potenciais metais pesados adsorvidos a estes. Limpar periodicamente as telas e descartar adequadamente os sedimentos; 1.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS • Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989 - Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. • Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 - Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. • localizar pilhas de armazenamento a uma distância da linha da costa para evitar a potencial contaminação pelo escoamento superficial. Onde a localização é atendida por correia transportadora ou outro equipamento de descarga, controlar com enclausuramento, canaletas impermeáveis, práticas de limpeza/varrição e definir que os locais de armazenamento sejam inclinados na direção contrária ao corpo hídrico; • Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010 - Regulamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. • manter a frente de trabalho da pilha no lado voltado para a costa, para assim aumentar continuamente a distância que o escoamento de água pluvial deve migrar para alcançar o corpo hídrico; • Resolução CONAMA nº 396, de 03 de abril de 2008 – Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências. • geração de resíduos dispersos durante operação (transporte); • inspeção de áreas de armazenamento após chuvas, para observar a migração de escoamento ou de águas pluviais e programar medidas preventivas, quando necessário. • atração de Fauna Sinantrópica Nociva, em virtude da disponibilidade de alimento no caso de grãos agrícolas (soja, milho, trigo, açúcar etc.). − Cobrir a pilha com uma lona impermeável, logo que possível, após a descarga e regular a cobertura na medida em que o material é removido da pilha, a fim de evitar o acesso da fauna sinantrópica e de água pluvial e a fim de reduzir a geração de resíduos dispersos no pátio; • Resolução CONAMA nº 430 de 13 de maio de 2011 Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. • Lixiviação e escoamento de contaminantes em águas pluviais; Alaor Filho 70 REQUISITOS NORMATIVOS: • o escoamento e a percolação de escoamento podem causar impactos ambientais adversos na superfície da área de armazenamento, terras adjacentes, águas superficiais e subterrâneas e contaminar sedimentos, causando problemas para uma futura dragagem; • geração de particulados pelo manuseio de materiais a granel sólido; 1.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS pontoaporto.blogspot.com.br Armazenamento − O tamanho e a forma da pilha de armazenamento irão ditar a quantidade de escoamento de água pluvial e a concentração resultante de poluentes. O tamanho e a forma da pilha devem ser ditados pelos controles de águas pluviais nos locais, tais como: − os armazéns que mantêm os granéis sólidos alimentícios devem ter sua estrutura física preservada e bem vedada para evitar acesso da fauna sinantrópica nociva e de águas pluviais; − os armazéns devem passar por um processo de limpeza periódica a fim de eliminar restos de granéis e diminuição da incidência de fauna sinantrópica nociva; − atualização estrutural das instalações de armazenamento de grãos (silos, armazéns, galpões, entre outros). • Resolução CONAMA nº 416, de 30 de setembro de 2009 - Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, e dá outras providências. • ABNT NBR 12.980/1993 - Coleta, varrição e acondicionamento de resíduos sólidos urbanos – Terminologia. • ABNT NBR 13.221/2010 - Transporte terrestre de resíduos. 71 2 ARMAZENAMENTO E MOVIMENTAÇÃO DE GRANEL LÍQUIDO Movimentação A movimentação de granéis sólidos pode acarretar na geração de resíduos e dispersão de particulados. Além disso, a movimentação de granéis sólidos alimentícios torna-se atrativa para fauna sinantrópica nociva na região portuária. Medidas que visam diminuir tais impactos envolvem: − atualização tecnológica dos equipamentos para manuseio e transporte de grãos (transportadores fechados, portalinos, entre outros); − encurtar o braço dos carregadores para reduzir o derramamento e geração de particulados; − minimizar a distância entre as faces de trabalho das pilhas e os caminhões/trens sendo carregados para reduzir a área que deve ser limpa; − suspender a descarga e manipulação de operações durante condições meteorológicas desfavoráveis (precipitação, vento) que poderiam aumentar a dispersão de particulados; 72 2.1 DESCRIÇÃO NORMAS INTERNACIONAIS DE REFERÊNCIA: • 15 CFR Part 923, Coastal Zone Management Program (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html). • 40 CFR 122.6 EPA, National Pollutant Discharge Elimination System [NPDES], Program Requirements for Storm Water Discharges (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html). • Ontario Water Resources Act, R.S.O. 1990, Chapter 0.40 (www.elaws.gov.on.ca/html/statutes/english/elaws_ statutes_90o40_e.htm). − realizar varrição periódica nas áreas de armazenamento e movimentação dos granéis. [Nota: para resíduos de granel sólido mineral, os materiais varridos podem ser devolvidos à pilha de armazenamento; em caso de granel sólido alimentício não contaminado, os resíduos de varreduras podem ser reaproveitados como subproduto para ração animal, enquanto que os resíduos contaminados (grãos que entraram em contato com água e outros grãos) devem ser removidos]; − lavar ou pulverizar a parte inferior e pneus de caminhões de transporte de material do tipo granel sólido sobre a via pública para reduzir a poeira e a formação de trilha. A lavagem dos pneus deve ser realizada numa área restrita e com sistema de reaproveitamento de água. 2.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS • Vazamento ou derramamento de granel líquido diretamente para um corpo hídrico ou para rede de drenagem de águas pluviais que escoam para o corpo hídrico produzirá poluição direta, contaminando o sedimento e podendo afetar a vida marinha e também a água potável para fins de abastecimento público; • Fugitive Dust Emissions are generally regulated by state authorities (326 IAC 6-4 - State of Indiana). Equipe IVIG - PPE/COPPE/UFRJ 73 • vazamentos ou derramamentos em terra causarão contaminação no solo e vegetação e poderão resultar em contaminação de águas subterrâneas; − promover a pulverização da pilha com água para o controle de poeira durante as operações de manipulação (é necessário cautela para evitar que ocorra escoamento); − usar, para supressão de particulados em silos de armazenamento, transportadores tipo parafuso e equipamentos de coleta a vácuo, a fim de tornar prático o manuseio de material fino, granulado ou pó; Em muitos portos nacionais, granéis líquidos são transferidos de/para navios, tanques fixos (estacionários), caminhões e vagões-tanque sobre trilhos. A transferência e armazenamento destes produtos são normatizados por regulações federais. FONTES DE INFORMAÇÕES DE BOAS PRÁTICAS: • Storage Pile Best Management Practices, Wisconsin Department of Natural Resources, Bureau of Watershed Management, Publication # WT-468-96, 1996. • compostos orgânicos voláteis (COV) e outros poluentes do ar podem ser liberados das emissões resultantes da transferência de granel líquido entre modais de transporte (navio para trilho, navio para caminhão, trilho para caminhão), ou na transferência para os tanques fixos de armazenamento; • California Stormwater BMP Handbook, California Stormwater Quality Association (January, 2003) (www.cabmphandbooks.com/Municipal.asp). • a estrutura física de armazenamento dos granéis líquidos devem ser vedadas e bem preservadas. • Salt Institute Voluntary Salt Storage Guidelines for Distribution Stockpiles: “Salt Stockpile Area Best Practice Evaluation” (January 3, 2003). 2.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS www.camarapuertos.com.ar/detalle de puertos.htm Armazenamento − Inspecionar regularmente tanques fixos e móveis, equipamentos de transferência e tubulações para identificação de vazamento, descoloração do tanque, poças de vazamento Movimentação (Transferência) líquido, poças de água com um brilho (indicando produto petrolífero), corrosão, vegetação morta localizada e manchas no chão, vazamentos/infiltrações das válvulas e selos, deformidades (por exemplo: protuberâncias, rachaduras, curvas) em tubulações e tanques; − Inspecionar controles de acionador de partida para as bombas dentro de contenção secundária para garantir que eles permanecerão bloqueados quando desligados e não operando; − inspecionar regularmente as estruturas de contenção secundária para identificação de rachaduras, manchas, corrosão, erosão (paredes internas e perímetro exterior), vazamentos, argamassa solta, selador, reboco usado para construir paredes, material derramado e/ou detritos dentro da área de confinamento e o estado operacional de válvulas de drenagem; − inspecionar se existem conexões de carregamento/descarregamento de gasodutos para garantir que eles sejam bem tampados ou flangeados quando fora de serviço; − inspecionar as válvulas e a operação de válvulas, tubulações, juntas de flange, juntas de expansão, suportes de tubulação e superfícies metálicas; − realizar periodicamente testes de integridade de tanques de armazenamento localizados acima do nível do solo e teste de vazamento de válvulas e tubulações; − certificar-se de que a contenção secundária mantém o volume do maior recipiente de armazenamento mais a borda livre suficiente para o volume de precipitação; Equipe IVIG - PPE/COPPE/UFRJ − certificar-se que a área de carga/descarga contemple uma bacia de captação ou outra estrutura similar de contenção; a capacidade da estrutura de contenção deve ser equivalente ao maior compartimento de um carro tanque ou caminhão carregado/descarregado; 74 − usar barreiras físicas, sinais de atenção, calços de rodas ou sistemas de bloqueio de freio do veículo para impedir a partida de carros/caminhões de tanque antes da completa desconexão de linhas de transferência; − inspecionar e registrar o escoamento de águas pluviais de qualquer sistema de drenagem na área de armazenamento do tanque de granel diretamente em corpo hídrico; − inspecionar as válvulas que permitem o fluxo para fora do tanque ou drenos das bacias de contenção para garantir que eles permanecerão fechados quando não estiverem em funcionamento; − inspecionar drenos e tomadas no tanque carros/caminhões antes do enchimento e partida e apertar, ajustar ou substituir, se necessário; − armazenar materiais de limpeza e equipamentos em locais conhecidos e adequados; − usar recipientes para evitar pingos/derrames quando instalar ou quebrar conexões com mangueiras, bicos e outros equipamentos de transferência; − após o uso de materiais de limpeza e equipamentos, armazenar adequadamente os resíduos contaminados com óleo e/ou produtos químicos na central de resíduos perigosos para posterior destinação adequada; − certificar-se que tubulações enterradas tenham revestimento ou invólucro protetor além de proteção catódica ou, caso contrário, atenda aos requisitos de proteção contra corrosão; − estruturas e edificações devem ser construídas de modo a evitar o acesso e abrigo de fauna, notadamente pombo, pois suas fezes são ácido-corrosivas e poderão danificar as estruturas e tubulações. www.adonaiquimica.com.br − certificar-se de que transferências sejam supervisionadas por funcionários de instalação que estão completamente familiarizados com os procedimentos de operações normais e de emergência. REQUISITOS NORMATIVOS: • Lei nº 9.966 de 28 de abril de 2000 Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências. • Decreto nº 4.136 de 20 de fevereiro de 2002 - Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às infrações às regras de prevenção, controle e fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional, prevista na lei nº 9.966, de 28 de abril de 2000, e dá outras providências. • Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005 Dispõe sobre a classificação dos corpos de agua e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e da outras providências. • Resolução CONAMA nº 398, de 11 de junho de 2008 – Dispõe sobre o conteúdo mínimo do Plano de Emergência Individual para incidentes de poluição por óleo em águas sob jurisdição nacional, portos organizados, instalações portuárias, terminais, dutos, sondas terrestres, plataformas e suas instalações de apoio, refinarias, estaleiros, marinas, clubes náuticos e instalações similares e orienta sua elaboração. • Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011 - Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente. • ABNT NBR 9.897/1987 - Planejamento de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores – Procedimento. • ABNT NBR 12.614/1992 Águas - Determinação da demanda bioquímica de oxigênio (DBO) - Método de incubação (20°C, cinco dias) - Método de ensaio. • ABNT NBR 13.402/1995 - Caracterização de cargas poluidoras em efluentes líquidos industriais e domésticos – Procedimento. • ABNT NBR 13.969/1997 - Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e operação. • ABNT NBR 17.505 - 2/2013 - Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis. Parte 2: Armazenamento em tanques, em vasos e em recipientes portáteis com capacidade superior a 3.000 L. 75 REQUISITOS NORMATIVOS: 3 MANUSEIO E ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS QUÍMICOS E PERIGOSOS 3.1 DESCRIÇÃO Tambores, sacos (big-bags) e vários recipientes de produtos químicos podem ser carregados/descarregados e armazenados na propriedade portuária. As legislações federal, estadual e municipal controlam estes procedimentos, contribuindo para um melhor manuseio dos recipientes que poderiam resultar em lançamentos ou derramamentos. • Um vazamento ou derramamento do produto diretamente para um corpo hídrico produzirá poluição direta e contaminará o sedimento; 76 www.casa2ponto0.com.br • solos e águas subterrâneas estão sujeitos à contaminação ocasionada por derramamentos/lançamentos, se não imediatamente recuperados. • se não for observada ou analisada qualquer contaminação, a água coletada poderá ser bombeada para o sistema de coleta de águas pluviais; • Lei nº 9.966 de 28 de abril de 2000 Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências. Gerais GEATA/UNIASSELVI • Resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001 - Código de cores a ser adotado na identificação de coletores e transportadores. • Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005 - Dispõe sobre a classificação dos corpos de agua e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e da outras providências. • Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011 - Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente. − erguer barreiras no perímetro das áreas de armazenamento para evitar colisões de veículos, mas que possibilitem/permitam o acesso de equipamentos de carga/descarga; • Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 72, de 29 de dezembro de 2009 - Dispõe sobre o Regulamento Técnico que visa à promoção da saúde nos portos de controle sanitário instalados em território nacional, e embarcações que por eles transitem. − empregados que manuseiem recipientes com produtos químicos devem se certificar de que os rótulos, cartazes ou outras identificações fixadas nos recipientes não sejam removidos ou apagados; − As áreas de armazenamento devem ser localizadas sobre superfícies impermeáveis sem qualquer ralo ou bueiro e dentro de bacias de contenção capazes de conter derramamentos/lançamentos; • Resolução CONAMA nº 001-A, de 23 de janeiro de 1986 Transporte de produtos perigosos. − Em áreas de armazenamento a céu aberto para os recipientes de produtos de petróleo, a água pluvial deve passar por um separador de água e óleo para possibilitar que a água possa ser descarregada na rede de drenagem pluvial [Nota: separadores de óleo e água não irão remover poluentes químicos de água]; − inspecionar frequentemente os equipamentos usados para descarregar/carregar recipientes de navios, trens e caminhões; 3.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS − zonas de armazenamento ao ar livre podem ser construídas com uma superfície ligeiramente inclinada para uma caixa seca, com objetivo de coletar as águas pluviais. As bombas de transferência devem ser operadas manualmente. Algumas precauções devem ser observadas: • Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997 - Institui a Política Nacional de recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. • se ficar evidenciada a contaminação, a água coletada deverá ser bombeada para um tambor ou outro recipiente e gerenciada como resíduo perigoso [Nota: o efluente coletado pode ser encaminhado para o local de tratamento de efluentes, se existir instalação portuária capacitada para tarefa]. 3.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS • derramamentos/lançamentos contidos nas áreas de confinamento podem se misturar com escoamento de águas pluviais e direcionar para corpos hídricos; • a água pluvial coletada deve ser atentamente examinada e testada, se necessário, para garantir que não há nenhuma contaminação do conteúdo dos tambores armazenados; − segregar os produtos químicos por compatibilidade; armazenar materiais inflamáveis em uma área separada e, geralmente, por códigos específicos, a uma distância maior da linha de divisa da propriedade; − não retirar o produto de recipientes na área de armazenamento. • Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n° 10, de 9 de fevereiro de 2012 - Altera a RDC nº 72 de 29 de dezembro de 2009, sobre o Regulamento Técnico que visa à promoção da saúde nos portos de controle sanitário instalados em território nacional, e embarcações que por eles transitem. • ABNT NBR 12.235/1992 - Armazenamento de resíduos sólidos perigosos – Procedimento. • ABNT NBR 14.064/2003 - Atendimento a emergência no transporte de produtos perigosos. • ABNT NBR 11.564/2002 - Embalagem de produtos perigosos - Classes 1, 3, 4, 5, 6, 8 e 9 - Requisitos e métodos de ensaio. • ABNT NBR 10.004/2004 - Resíduos sólidos – Classificação. • ABNT NBR 15.054/2004 - Contentores para produtos perigosos. • ABNT NBR 13.221/2010 - Transporte terrestre de resíduos. • ABNT NBR 7.501/2011 - Transporte terrestre de produtos perigosos — Terminologia. 77 NORMAS INTERNACIONAIS DE REFERÊNCIA: Tambores • 40 CFR Part 279, “Standards for the Management of Used Oil” (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html). − Armazenar tambores na posição vertical e não horizontalmente, em cima de estruturas tipo pallets, para evitar vazamentos e possível tombamento sobre a superfície da área de armazenamento; − empilhadeiras equipadas com pegadores de tambor devem ser usadas para mover tambores individualmente; pallets de tambores devem ser movidos somente quando os tambores estiverem firmemente unidos; − o armazenamento de sacos (big-bags) contaminados deve ser realizado de acordo com a NBR nº 12.235/1992 e o transporte de acordo com a NBR nº 13.221/2001. Sacos (Big-bags) 78 − Restringir o duplo empilhamento para embalagens plásticas com peso de 1 tonelada ou inferior; − operadores de empilhadeira necessitam de cuidado na elevação e movimentação de big-bags e estarem particularmente atentos à localização e configuração da boca de enchimento e (em alguns bags) de uma possível válvula de descarga na parte inferior; − inspecionar frequentemente as áreas de armazenamento de big-bags que possuam válvulas com vazamento (quando equipados com estas); − o armazenamento de sacos (big-bags) contaminados deve ser realizado de acordo com a NBR nº 12.235/1992 e o transporte de acordo com a NBR nº 13.221/2003. • 40 CFR Parts 122-124, “NPDES Regulations for Storm Water Discharges” (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve/html). • 40 CFR Parts 262, et seq., “Standards Applicable to Generators of Hazardous Waste” (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve/html). • Ontario Environmental Protection Act (1990), Regul a t i o n 3 4 7 “ G e n e r a l - Wa s t e M a n a g e m e n t ” (www.elaws.gov/on/ca/html/regs/english/elaws_regs_9 00347_e.htm). • 49 CFR Parts 171-173, “Hazardous Materials Regulations” (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html). FONTES DE INFORMAÇÕES DE BOAS PRÁTICAS: • American Association of Port Authorities (AAPA), “Environmental Management Handbook” (September 1998) (www.aapa-ports.org). 4 ABASTECIMENTO DE VEÍCULO E EQUIPAMENTO 4.1 DESCRIÇÃO As melhores práticas de gestão aqui citadas referem-se às operações de abastecimento de veículos e equipamentos na área portuária. Para abastecimento de navios devem ser seguidos procedimentos bastante detalhados pelos operadores. Os arrendatários e locatários envolvidos nas operações de abastecimento de navios devem estar conscientes de tais requisitos. 4.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS • Derramamentos/lançamentos de combustíveis derivados de petróleo poluem as águas e contaminam os sedimentos; • derramamentos em solo podem constituir uma ameaça para as águas subterrâneas; • compostos orgânicos voláteis, emitidos a partir de operações de abastecimento sem sistemas de recuperação de vapor ou de grandes derramamentos, terão impacto sobre a qualidade do ar. 4.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS REQUISITOS NORMATIVOS: • Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997 - Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. • Lei nº 9.966 de 28 de abril de 2000 - Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências. • Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 - Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. • Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010 - Regulamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. • Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008 - Vigência Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações, e dá outras providências. • Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005 Dispõe sobre a classificação dos corpos de agua e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e da outras providencias. • Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011- Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. • U.S. EPA Office of Compliance Sector Notebook Project, “Profile of the Water Transportation Industry” (September 1997). − Instalar dispositivos de proteção de transbordamento em sistemas de tanque para que avise ao operador para desligar as bombas de transferência ou desligue automaticamente; • California Stormwater Quality Association, “California Stormwater BMP Handbook” (January 2003) (www.cabmphandbooks.com). − restringir o abastecimento de veículos às áreas contidas, com o máximo de centralização possível, sem bueiros, superfícies impermeáveis e, de preferência, cobertas e localizadas distantes de corpos hídricos; • Resolução - RDC nº 72, de 29 de dezembro de 2009 Dispõe sobre o Regulamento Técnico que visa à promoção da saúde nos portos de controle sanitário instalados em território nacional, e embarcações que por eles transitem. − instalar dispositivos de fechamento automáticos no fornecimento de inflamáveis através de mangueiras para evitar o vazamento de combustível; • Resolução - RDC n° 10, de 9 de fevereiro de 2012 - Altera a RDC nº 72 de 29 de dezembro de 2009, sobre o Regu-lamento Técnico que visa à promoção da saúde nos portos de controle sanitário instalados em território nacional, e embarcações que por eles transitem. • Center for Watershed Protection, “Municipal Pollution Prevention/Good Housekeeping Practices, Manual 9” (September 2008) (www.cwp.org). •U.S. EPA, “Pollution Prevention/Good Housekeeping for Municipal Operations”. (http://cfpub.epa.gov/npdes/stormwater/menuofbmps/ index.cfm?action=min_measure&min_measure_id=6). − apresentar instruções claras e escritas para os operadores de veículos sobre os procedimentos corretos de descarregamento de combustível; •ABNT NBR 13.969/1997 - Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e operação. 79 − instalar tanques de armazenamento subterrâneo e tubulações projetadas com dispositivos adequados para proteção de derramamento e de transbordamento; 5 SUPERVISÃO PELA AUTORIDADE PORTUÁRIA DE ATIVIDADES DE CONTRATOS DE LOCAÇÃO/ARRENDAMENTO − instalar sistemas de proteção de corrosão e de lançamento, com monitoramento frequente destes sistemas devidamente registrados; NORMAS INTERNACIONAIS DE REFERÊNCIA: − localizar materiais de limpeza (almofadas absorventes e secagem do material, vassouras, sacos de plástico, etc.) para gotejamentos e derramamentos pequenos perto das bombas de combustível; • 40CFR Part 280 “Technical Standards and Corrective Action Requirements for Owners and Operators of Underground Storage Tanks” (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html). − os operadores de veículos devem saber como proceder diante de pequenos derramamentos; − instalar barreiras de aço, concreto ou outro material em torno das estações de abastecimento, para evitar danos ao veículo ou ao equipamento móvel; • “Storage Tank Systems for Petroleum Products and Allied Petroleum Products Regulations (SOR/2008197), pursuant to Section 209 of the Canadian Environmental Protection Act (1999). (http://laws.justice.gc.ca/en/ShowFullDoc/cr/SOR2008-197///en). 5.1 DESCRIÇÃO O contrato de arrendamento legalmente concebido é um documento apropriado para assegurar à autoridade portuária que as exigências e as responsabilidades das empresas arrendatárias sejam cumpridas e não gerem ou minimizem possíveis impactos ambientais. Esse instrumento deve fornecer uma delimitação clara dos direitos e responsabilidades entre a autoridade portuária e os arrendatários e esclarecer a responsabilidade de cada um. 5.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS 80 − localizar bandejas coletoras de gotejamento e vasos maiores de contenção, para acesso imediato, a serem colocados sob os tanques de combustível do veículo, para evitar derramamentos; − inspecionar diariamente bombas, mangueiras distribuidoras, acessórios e todos os equipamentos relacionados com a movimentação de combustíveis e situações que podem resultar em vazamentos; − após o uso de materiais e equipamentos de limpeza, armazenar adequadamente os resíduos contaminados com óleo na Central de Resíduos Perigosos para posterior destinação adequada; − restringir as operações de abastecimento com veículos móveis e sempre que possível exigir que veículos/equipamentos sejam abastecidos na estação fixa, que deve possuir piso impermeável e com drenagem segregada; onde não for possível (por exemplo, alimentação da grua fixa ou controlada), as operações de abastecimento móveis devem empregar todas as práticas de proteção ambiental/segurança, como descrito acima; − proibir qualquer operação de manutenção do veículo na área de abastecimento. FONTES DE INFORMAÇÕES DE BOAS PRÁTICAS: • U.S. EPA, “Preventing Underground Storage Tank Systems from Leaking” (www.epa.gov/OUST/prevleak.htm). • Canadian Council of Ministers of the Environment, “Environmental Code of Practice for Aboveground and Underground Storage Tank Systems Containing Petroleum and Allied Petroleum Products” (PN 1326) (2003) (www.ccme.ca/assets/pdf/pn_1326_eng.pdf). • “Industry Codes and Standards for UST Systems,” U.S. EPA (www.epa.gov/swerust1/cmplastc/standard.htm). • California Storm water Quality Association, “Municipal Handbook: SC-20: Vehicle and Equipment Fueling” (www.cabmphandbooks.com/Municipal.asp). • O não cumprimento das exigências constantes no contrato de arrendamento podem gerar impactos ambientais na área circundante ao porto e nos corpos hídricos adjacentes. 5.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS − Incorporar disposições relativas à proteção ambiental no contrato de arrendamento ou em contrato específico; − os contratos de arrendamento devem fazer referência às atividades permitidas aos arrendatários, citando todos os estatutos municipais/estaduais/federais pertinentes, bem como todas as outras atividades que o arrendatário poderia possivelmente realizar no âmbito do seu contrato (também citando estatutos relevantes) e impor proibições rigorosas em outras atividades; 81 www.portoitajai.com.br REQUISITOS NORMATIVOS: • Lei nº 12.815, de 05 de junho de 2013. Dispõe sobre a exploração direta e indireta pela União de portos e instalações portuárias e sobre as atividades desempenhadas pelos operadores portuários. − os contratos de arrendamento devem declarar se sublocações, contratos de aluguel de terras, disposição de espaço temporário (por exemplo, para os contratantes) e outros usos do espaço locado são permitidos. Em caso afirmativo, as disposições legais pertinentes e restrições devem estar explícitas; − a autoridade portuária deve ter o direito de entrar na área arrendada, mediante aviso prévio, para efeitos de realização de auditorias e inspeções ambientais; − as empresas arrendatárias devem informar e especificar à autoridade portuária as alterações nas áreas arrendadas, edifícios e equipamentos que não são permitidas sem a primeira realização de uma avaliação ambiental; Alaor Filho − citar as legislações federais e/ou regionais que contenham a definição adequada dos termos utilizados no contrato de arrendamento, de acordo com a operação realizada pelo arrendatário; 82 - exigir garantia financeira por um período definido para cobrir os custos de remediação ambiental, se necessária; − no contrato deve estar descrito o modo de disposição de substâncias químicas do arrendatário, incluindo o modo de produção, operação e armazenamento que podem afetar negativamente o ambiente, como por meio de derramamentos, vazamentos, descargas, emissões, eliminação etc.; − o contrato deve especificar o limite de responsabilidade civil e seguro de danos de propriedade, incluindo o seguro ambiental; − a autoridade portuária pode alterar ou revisar um contrato em andamento quando achar necessário a adoção de estratégias e/ou tecnologias para melhor proteção do ambiente (por exemplo, reduzir emissões de queima de óleo diesel, controlar o escoamento de águas pluviais etc.). − exigir dos arrendatários o encaminhamento de cópias de todas as notificações de violação e outras comunicações de entidades reguladoras referentes a questões de conformidade/cumprimento às normas ambientais; www.portosdoparana.pr.gov.br − a autoridade portuária deve ser comunicada e participar, caso considere conveniente, de qualquer acordo que envolva os arrendatários e outras partes, no que diz respeito aos impactos ambientais prováveis ou reais sobre a área arrendada, decorrentes de seu funcionamento; − certificar-se de que o arrendatário assuma a responsabilidade financeira pelos problemas ambientais descobertos após a expiração do contrato de locação, que pode ser atribuída à operação do arrendatário durante o período de locação; FONTES DE INFORMAÇÕES DE BOAS PRÁTICAS: • American Association of Port Authorities (AAPA), “Environmental Management Handbook” (September, 1998), pp. 4-3 – 4-5. (www.apa-ports.org). • Os contratos de locação fornecidos por autoridades portuárias visitadas durante este projeto foram uma fonte inestimável de informações. • Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011 - Conversão da Medida Provisória nº 527, de 2011 - Institui o Regime Diferenciado de Contratações Públicas - RDC; altera a Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, a legislação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a legislação da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO); cria a Secretaria de Aviação Civil, cargos de Ministro de Estado, cargos em comissão e cargos de Controlador de Tráfego Aéreo; autoriza a contratação de controladores de tráfego aéreo temporários; altera as Leis nº 11.182, de 27 de setembro de 2005, 5.862, de 12 de dezembro de 1972, 8.399, de 7 de janeiro de 1992, 11.526, de 4 de outubro de 2007, 11.458, de 19 de março de 2007, e 12.350, de 20 de dezembro de 2010, e a Medida Provisória nº 2.185-35, de 24 de agosto de 2001; e revoga dispositivos da Lei nº 9.649, de 27 de maio de 1998. • Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001 - Regulamento Dispõe sobre a reestruturação dos transportes aquaviário e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, e dá outras providências. • Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995 - Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras providências. • Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 - Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. 83 6 GESTÃO DE RESÍDUOS PERIGOSOS E NÃO PERIGOSOS GERADOS PELA AUTORIDADE PORTUÁRIA 6.1 DESCRIÇÃO 84 A maioria das atividades de manutenção e operações das autoridades portuárias e dos arrendatários, bem como algumas atividades de tratamento/armazenamento de carga, geram resíduos que precisam ser gerenciados em conformidade com as regulamentações federais e estaduais. Será considerada a classificação de resíduos de acordo com a NBR nº 10.004/2004. A título de exemplo, seguem algumas atividades que podem gerar resíduos perigosos na área portuária: manutenção de edificações/equipamento/veículos, troca de lâmpadas, atividades ambulatoriais e a mistura de resíduos classe I e II nos mesmos recipientes. Para resíduos não perigosos, pode-se mencionar atividades como: preparação de alimentos em cantinas e refeitórios, atividades de carregamento e descarregamento de cargas e atividades administrativas. 6.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS • Derramamentos, lançamentos e emissões de substâncias químicas, perigosas ou não, que podem causar poluição do ar, água, águas subterrâneas e solo; REQUISITOS NORMATIVOS: • Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 - Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. • Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010 - Regulamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. • Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008 - Vigência Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações, e dá outras providências. • Resolução CONAMA nº 401, de 4 de novembro de 2008 - Revoga a Resolução CONAMA nº 257/1999 - Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu gerenciamento ambientalmente adequado, e dá outras providências. 6.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS Resíduos Perigosos (Nota: A autoridade portuária deve examinar a legislação federal e estadual, para determinar como óleo, baterias/pilhas, lâmpadas fluorescentes/reatores, termostatos e interruptores contendo mercúrio, cartuchos/tonner devem ser dispostos). • Resolução CONAMA nº 313, de 29 de outubro de 2002 Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais. • Resolução ANTAQ nº 1.766, de 23 de julho de 2010 Aprova a Norma que estabelece as atividades executadas nos Portos e Terminais Aquaviários por Empresas Brasileiras de Navegação autorizadas a operar na Navegação de Apoio Portuário. • Resolução - RDC nº 17, de 12 de janeiro de 2001. • Resolução - RDC nº 217, de 21 de novembro de 2001. As áreas das centrais de resíduos destinadas aos resíduos perigosos devem seguir as seguintes orientações (NBR nº 12.235/1992): - áreas cobertas e bem ventiladas; - piso com base de concreto ou outro material que impeça a lixiviação e percolação de substâncias para o solo e águas subterrâneas; - sistemas de drenagem e captação de líquidos contaminados; • Resolução CONAMA nº 362, de 23 de junho de 2005 Dispõe sobre o recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado. • Resolução ANTAQ nº 1.812, de 2 de setembro de 2010 - Aprova a proposta de norma para disciplinar a prestação de serviços de retirada de resíduos de embarcações, a fim de submetê-la à audiência pública. - caixa de contenção para tratamento posterior; • Resolução - RDC nº 342, de 13 de dezembro de 2002. • Resolução - RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004 Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. • Resolução - RDC nº 56, de 6 de agosto de 2008 - Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas Sanitárias no Gerenciamento de Resíduos Sólidos nas áreas de Portos, Aeroportos, Passagens de Fronteiras e Recintos Alfandegados. • Resolução - RDC nº 72, de 29 de dezembro de 2009 Dispõe sobre o Regulamento Técnico que visa à promoção da saúde nos portos de controle sanitário instalados em território nacional, e embarcações que por eles transitem. E Resolução - RDC n° 10, de 9 de fevereiro de 2012. - identificação dos resíduos através de placas indicativas e/ou rótulos; • ABNT NBR 11.174/1990 – Armazenamento de resíduos de classes II – não inertes e III – inertes. - os resíduos devem ser segregados de forma a prevenir reações violentas por vazamento/corrosão de recipientes íntegros; • ABNT NBR 15.112/2004 - Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem Diretrizes para projeto, implantação e operação. • centrais de resíduos mal gerenciadas podem ocasionar riscos para a segurança e saúde de funcionários e visitantes; • Resolução CONAMA nº 416, de 30 de setembro de 2009 - Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, e dá outras providências. • centrais de resíduos inadequadas podem criar riscos de contaminação do solo e dos corpos hídricos; • Resolução CONAMA nº 8, de 19 de setembro de 1991 Dispõe sobre a vedação da entrada no país de materiais residuais destinados à disposição final e incineração no Brasil. • potencializa a presença de fauna sinantrópica nociva através do fornecimento de água, alimento e abrigo; • Resolução CONAMA nº 6, de 19 de setembro de 1991 Dispõe sobre o tratamento de resíduos sólidos provenientes de estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos. - em caso de armazenamento de resíduos perigosos a granel, os mesmos deverão estar cobertos adequadamente para evitar a dispersão pelo vento; • ABNT NBR 15.115/2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos. • Resolução ANTAQ nº 2.190, de 28 de julho de 2011 Aprova a norma para disciplinar a prestação de serviços de retirada de resíduos de embarcações. - somente pessoas autorizadas devem circular na área de armazenamento de resíduos perigosos. • ABNT NBR 15.116/2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos. • localização inadequada das centrais de resíduos ampliam as chances de ocorrência de impactos ambientais através da dispersão de resíduos ao longo da área portuária. - em caso de armazenamentos em tanques, não enterrar os resíduos a fim de facilitar a visualização em caso de vazamento e de prevenir a contaminação dos corpos hídricos, principalmente subterrâneos; • ABNT NBR 15.113/2004 - Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes - Aterros - Diretrizes para projeto, implantação e operação. • ABNT NBR 15.114/2004 - Resíduos sólidos da construção civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação. 85 NORMAS INTERNACIONAIS DE REFERÊNCIA: 86 Resíduos não perigosos • 40 CFR Part 279, “Standards for the Management of Used Oil” (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html). As áreas das centrais de resíduos destinadas aos resíduos não perigosos devem conter as seguintes características (NBR nº 11.174/1990): • 40 CFR Parts 262, et seq., “Standards Applicable to Generators of Hazardous Waste” (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html). − os resíduos não perigosos devem ser armazenados em separado dos perigosos, em face da possibilidade de contaminação; • Ontario Environmental Protection Act (1990), Regulation 347, “General-Waste Management” (www.elaws.gov.on.ca/html/regs/english/ elaws_regs_900347_e.html). − áreas cobertas e bem ventiladas; • 40 CFR Part 372, “Toxic Chemical Release Reporting: Community Right-to- Know” (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html). 7 OPERAÇÕES GERAIS QUE PODEM GERAR IMPACTOS NAS ÁREAS VIZINHAS: PARTICULADOS, ODORES, ILUMINAÇÃO, RESÍDUOS E TRÁFEGO. 7.1 DESCRIÇÃO A localização de áreas residenciais e empresariais próximas a áreas portuárias exige que as autoridades portuárias e os arrendatários programem medidas para identificar e reduzir os impactos negativos das operações. 7.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS • Emissão de particulados provenientes de pilhas de armazenamento de granel sólido, operações de carregamento/descarregamento e manutenção/utilização das estradas de terra/cascalho nas propriedades da autoridade portuária e dos arrendatários; − o acesso é restrito a pessoas autorizadas; • 49 CFR Parts 171-173, “Hazardous Materials Regulations” (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html). − piso com base de concreto ou outro material que impeça a lixiviação e percolação de substâncias para o solo e águas subterrâneas; • 40 CFR Part 264-265, Subpart CC, “Tanks and Containers”. (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html) • emissão de odor pela combustão dos motores diesel realizada por equipamentos terrestres e navios e pelos vapores provenientes da transferência dos produtos de granéis líquidos; − sistemas de drenagem e captação de líquidos contaminados; • Center for Watershed Protection, “Municipal Pollution Prevention/Good Housekeeping Practices, Manual 9” (September 2008) (www.cwp.org). • ruído de equipamentos terrestres e navios; − caixa de contenção para tratamento posterior; − identificação dos resíduos através de placas indicativas e/ou rótulos; − o acesso às Centrais de resíduos deve ser projetado de maneira a permitir a sua utilização sob quaisquer condições climáticas; − as centrais de resíduos devem ser construídas de forma a minimizar a possibilidade de incêndios e também serem equipadas para o combate aos mesmos. • U.S. EPA, “Guidance specifying Management Measures for Sources of Non-point Pollution in Coastal Wa t e r s ” ( w w w. e p a . g o v / o w o w / n p s / M M G I ) • luz de equipamentos, operação de navios e pátios de estacionamentos, áreas de trabalho, edifícios e cais; • U.S. EPA, “Pollution Prevention/Good Housekeeping for Municipal Operations” (http://cfpub.epa.gov/npdes/stormwater/menuofbmps/ index.cfm?action=min_measure&min_measure_id=6). • resíduos de atividades depositados por visitantes fora da propriedade do porto/arrendatário, prestadores de serviços, funcionários e outros; • U.S. EPA, “Protocol for Conducting Environmental compliance Audits of Hazardous Waste Generators Under the Resource Conservation and Recovery Act” (1998) (http://nepis.epa.gov/Exe/ZyPURL.cgi?Dockey=50000 B9I.txt). • congestionamento de tráfego por enfileiramento de caminhões, verificações de segurança, serviço de entregas, etc. • U.S. EPA, “Understanding the Small Quantity Generator Hazardous Waste Rules: A Handbook for Small Business” (1987) (http://nepis.epa.gov/Exe/ZyPURL.cgi?Dockey=100018 QN.txt). 7.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS Gerais − Distribuir e anunciar informações de contato (números de telefone/fax, correio eletrônico, endereço postal e páginas WEB) da autoridade portuária, para incentivar 87 Alaor Filho 88 consultas e geração de relatórios de reclamações e atribuir a um funcionário da autoridade portuária como a pessoa de contato para receber/encaminhar inquéritos e reclamações; − avaliar a possibilidade de erguer barreiras acústicas para atenuação dos ruídos em áreas críticas; − participar ativamente em organizações de bairro, de comunidades e de negócios para promover melhores relações comunitárias; − alterar os horários das operações portuárias para evitar a poluição sonora durante as noites e fins de semana [Observar que esta ação, em conjunto com ações para redução de tráfego e poluição atmosférica, pode ter efeito compartilhado]. − desenvolver o relacionamento com a equipe de execução do código municipal para aprender sobre os códigos e o nível de conformidade esperada. Iluminação Particulados (Consulte as práticas indicadas na ficha 01) − Realizar estudo de distribuição de luz, incluindo locais fora do perímetro do porto/ arrendatário; − Implementar um programa de supressão de particulados para estradas não pavimentadas nas propriedades, incluindo a pulverização de água em intervalos frequentes durante o uso e manutenção das estradas (horas e tipos de veículos/equipamentos permitidos); − incorporar ao estudo uma avaliação de eficiência energética para reduzir/eliminar a iluminação desnecessária e mudar luminárias para menor custo e maior eficiência; − implementar política específica para restringir os navios, trens e caminhões de permanecerem plenamente iluminados fora do perímetro do porto ou arrendatário, quando eles não estiverem em movimento; − solicitar resultados de monitoramentos periódicos da qualidade do ar pelas agências locais ou estaduais, para avaliar a eficácia do programa de supressão de particulados. − alterar horários de operações para evitar a poluição por luz durante a noite. Isso pode ser complementar às ações implementadas para reduzir poluição e congestionamento do tráfego de caminhão e trens. Odores (Consulte as práticas indicadas nas fichas 02 e 10) Resíduos − Adotar política que requer que os funcionários dos portos e arrendatários sejam capacitados para identificar odores e realizar a comunicação à gerência responsável no porto; − Implantar PGRS - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. − investigar a aplicabilidade/eficácia de equipamentos de controle da poluição (ao exemplo de purificadores) para fontes fixas de emissões de odores. Tráfego − Programar os horários de acesso às portarias dos portos; Ruído − cooperar com as autoridades locais na preparação de planos para aliviar o congestionamento na área do porto; − reduzir decibéis através da realização de estudos para medir o ruído de fontes fixas e móveis no perímetro do porto/arrendatários; maps.google.com − políticas específicas para que a ativação de sirenes, buzinas, apitos de alerta de veículos e outras fontes de ruído sejam condicionadas à necessidade e exigibilidade; − certificar-se de que sinalização e controles de tráfego, pavimento e marcações em ruas/estradas perto do porto e em suas entradas estão em conformidade com os requisitos municipais, estaduais e federais. REQUISITOS NORMATIVOS: • Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 - Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. • Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010 - Regulamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. • Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006 - Institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, e dá outras providências. • Resolução CONAMA nº 316, de 29 de outubro de 2002 - Dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos. • Resolução nº 2190 - ANTAQ, de 28 de julho de 2011 - Aprova a norma para disciplinar a prestação de serviços de retirada de resíduos de embarcações. 89 8 ADEQUAÇÃO E MANUTENÇÃO DA INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA − a gestão de tintas à base de chumbo em superfícies a serem raspadas ou pintadas e estruturas a serem demolidas devem ser conduzidas por um profissional certificado de redução de chumbo; 8.1 DESCRIÇÃO O desempenho das atividades rotineiras de manutenção/reparação nas edificações e nos terrenos da área portuária podem produzir impactos não intencionais no meio ambiente. Os funcionários devem seguir as práticas de trabalho e observar controles operacionais para garantir que os impactos sejam minimizados. − pó, lascas de tinta e outros resíduos precisam ser controlados usando lonas e necessitam ser aspirados; − os resíduos devem ser coletados, armazenados em recipientes devidamente rotulados e gerenciados como resíduos perigosos. 8.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS • A aplicação de pesticidas, fertilizantes e herbicidas pode contaminar diretamente o solo, as águas superficiais e as subterrâneas através do escoamento e percolação de águas pluviais; Movimentação ou Remoção de Solo − Revisar o plano de prevenção de poluição de águas pluviais, se existir, relativo à erosão e controle de sedimentos e projetar as práticas estruturais e não estruturais aplicáveis; • remoção de pintura e o uso de solventes para limpeza de superfícies e equipamentos de aplicação de pintura podem se tornar fontes de poluição do ar e de águas pluviais; 90 • manutenção predial inadequada cria fluxos de resíduos perigosos que podem potencialmente poluir corpos hídricos. 91 − cobrir o solo alterado com cobertura natural, palha, pedra do rio ou material sintético que não exigirá gerenciamento com produto químico/mecânico; • atividades que envolvam a perturbação/remoção de solo (por exemplo, paisagismo, construção de estradas) podem causar erosão e sedimentação dos cursos d’água; • exposição de materiais de construção (madeira, chapas metálicas, concreto, cobertura de asfalto) à precipitação pode causar lixiviação de poluentes pelas águas pluviais; Equipe IVIG - PPE/COPPE/UFRJ Equipe IVIG - PPE/COPPE/UFRJ − projetar a construção e paisagismo em conformidade com as condições locais, tais como: declividade do terreno, tipo e cobertura do solo, profundidade do lençol freático, distância em relação aos corpos hídricos, área e cursos de drenagem de águas pluviais, etc.; − implantar controles simples de erosão durante a construção, tais como palha, barreiras vivas, taludes e cercas; 8.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS Remoção de Tintas e Pinturas − fornecer armazenamento adequado para pilhas de rejeitos (de preferência cobertos e cercados); − Substituir a pintura feita com produtos químicos perigosos (por exemplo, contendo cloreto de metileno) de descascamento para produtos à base de água; − o solo contaminado deve ser tratado antes de reusar ou ser corretamente armazenado e descartado de acordo com as regulamentações municipais, estaduais ou federais. − repintar superfícies com revestimentos livres de mercúrio e chumbo e usar tintas à base de água; Equipe IVIG - PPE/COPPE/UFRJ Resíduos de Construção e Demolição - RDC − Deve-se estipular uma comunicação entre os ocupantes do entorno e os responsáveis pelo local a ser demolido, informando sobre as ações que serão realizadas no local; • Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 - Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. − tais Resíduos devem ser classificados como: • Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007 - Estabelece diretrizes nacionais para o Saneamento Básico. • reutilizáveis ou recicláveis como agregados; • recicláveis para outras destinações; • sem destinação tecnológica ou economicamente viável; • perigosos oriundos do processo de construção. 92 REQUISITOS NORMATIVOS: • Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010 Regulamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. − Esses resíduos não poderão ser dispostos em aterros de resíduos sólidos urbanos, áreas de “bota-fora”, encostas, corpos hídricos, latifúndios e áreas protegidas por lei; • Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002 Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. − definir o Plano de Gerenciamento de Resíduos da construção civil. Observar leis e normas de acordo com a fase que a obra se encontra e definir alternativas de destinação de resíduos com base em melhores alternativas econômicas e ambientais (muitos resíduos podem ser reutilizados dentro da obra, como, por exemplo, a reutilização de agregado reciclado como base e sub-base de pavimentação ou comercializados); • Resolução CONAMA nº 348, de 16 de agosto de 2004 Altera a Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002, incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos. − cadastrar as empresas qualificadas para transporte e destinação final dos resíduos. Contratar empresas qualificadas exigindo licenças ambientais dos transportadores e dos locais de destino. Monitorar documentos, licenças e autorizações necessárias, elaborando fichas de controle de movimentação de resíduos, de preferência contendo a assinatura do transportador do destino final; − armazenar materiais que podem ser reciclados/reutilizados em local abrigado e protegido com superfície impermeável; − verificar se a Prefeitura da cidade do empreendimento possui sistema de recolhimento de RDC ou solicitar informações junto a este órgão, que é o mais adequado para informar sobre o melhor procedimento em relação ao manuseio e destino desses tipos de resíduos na sua região; • Resolução RDC nº 72, de 29 de dezembro de 2009 Dispõe sobre o Regulamento Técnico que visa à promoção da saúde nos portos de controle sanitário instalados em território nacional, e embarcações que por eles transitem. • Resolução RDC n° 10, de 9 de fevereiro de 2012 Altera a RDC nº 72 de 29 de dezembro de 2009, sobre o Regulamento Técnico que visa à promoção da saúde nos portos de controle sanitário instalados em território nacional, e embarcações que por eles transitem. • Resolução RDC nº 217/2001, alterada RDC nº 341/2002 - Aprova o Regulamento Técnico da vigilância sanitária nos Portos de Controle Sanitário, embarcações que operem transportes de cargas e/ou viajantes nesses locais, e da vigilância epidemiológica e do controle de vetores dessas áreas e dos meios de transporte que nelas circulam. • Resolução RDC nº 56, de 6 de agosto de 2008 - Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas Sanitárias no Gerenciamento de Resíduos Sólidos nas áreas de Portos, Aeroportos, Passagens de Fronteiras e Recintos Alfandegados. − material contendo ou empacotado com amianto deve ser removido/gerenciado apenas por pessoal treinado e certificado; • ABNT NBR 15.112/2004 - Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação. − armazenar o amianto em recipientes devidamente rotulados e gerenciar como resíduos perigosos; • ABNT NBR 15.113/2004 - Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes - Aterros - Diretrizes para projeto, implantação e operação. − resíduos contendo chumbo (por exemplo, a areia utilizada no jateamento de cais/equipamentos/edifícios) devem ser separados de outros resíduos e gerenciados como resíduos perigosos. Adequação de Edificações e Pavimentação - Corrigir falhas físicas e estruturais nas edificações administrativas, armazéns, silos e galpões, restringindo as possibilidades de acesso e instalação e reprodução de espécies da fauna sinantrópica nociva; - retificar falhas de vedação e ou drenagem nas tubulações para impedir acesso da fauna sinantrópica nociva; - novas construções devem ser projetadas com normas que visem impedir a infestação e pragas e não somente as questões estéticas; - linhas de esgoto e efluentes devem ser totalmente isoladas, afastando as chances da presença de roedores e insetos; - a pavimentação do pátio deve ser feita com material impermeável e sem irregularidades, de forma a impedir o acúmulo de resíduos dispersos e a formação de poças d’água evitando, por consequência, a atração da fauna sinantrópica nociva. • ABNT NBR 15.114/2004 - Resíduos sólidos da construção civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação. • ABNT NBR 15.115/2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos. • ABNT NBR 15.116:2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Utilização. NORMAS INTERNACIONAIS DE REFERÊNCIA: • 40 CFR Part 279, “Standards for the Management of Used Oil” (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html). • 40 CFR Parts 262, et seq., “Standards Applicable to Generators of Hazardous Waste”. (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html). • Ontario Environmental Protection Act (1990), Regulation 347, “General-Waste Management”. (www.elaws.gov.on.ca/html/regs/english/elaws_regs_9 00347_e.html). • 49 CFR Parts 171-173, “Hazardous Materials Regulations” (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html). • 40 CFR Part 152-180, “Pesticide Programs” ( w w w. g p o a c c e s s . g o v / c f r / r e t r i e v e . h t m l ) . Remoção de Equipamentos Obsoletos − Equipamentos em desuso ou sucateados devem ser removidos da área portuária, a fim de evitar a formação de poças d’água favorecendo a reprodução de mosquitos e a dessedentação de outras espécies de pragas, além de servirem como abrigo para pombos, roedores e escorpiões. • 40 CFR Part 125, “Criteria and Standards for the National Pollutant Discharge Elimination System”. ( w w w. g p o a c c e s s . g o v / c c f r / r e t r i e v e . h t m l ) . • Ontario Waste Diversion Act (2002): Regulation 84/03 (Used Tires) and 85/03 (Used Oil Material) (www.csr.org/archives/iwdo.html). 93 9 ARMAZENAMENTO E MANIPULAÇÃO DE PRODUTOS REFRIGERADOS 9.1 DESCRIÇÃO Armazenamento e manipulação de produtos orgânicos que são transportados em contêineres refrigerados. 9.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS • Geração de resíduos orgânicos; • os resíduos orgânicos em contato com corpo hídrico aumentam a demanda bioquímica de oxigênio do mesmo; • na refrigeração, pode haver liberação de CFC, impactando a camada de ozônio; • liberação de maus odores através da putrefação; • atração de pragas como aves, ratos e moscas. 94 9.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS − Manter os produtos orgânicos sempre em ambientes refrigerados e vedados para impedir a deterioração e a atração de espécies animais; − o ambiente no qual o produto será armazenado deve seguir normas sanitárias segundo a ANVISA; − assegurar o armazenamento e a destinação ambientalmente adequada dos resíduos orgânicos gerados; − criar estruturas de contenção para que os líquidos lixiviados dos resíduos orgânicos não atinjam os corpos hídricos; − agilidade na coleta de resíduos orgânicos quando a refrigeração não for possível, particularmente nos meses mais quentes; − reparar os equipamentos defeituosos de refrigeração; − minimizar a exalação de odores para evitar a atração de pragas; − realizar inspeção regular e frequente de pragas; − praticar controle adequado do efluente oriundo das áreas de processamento de pescado. REQUISITOS NORMATIVOS: • Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 - Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. • Decreto nº 32, de 16 de junho de 1992 - Aprova o texto das Emendas ao Protocolo de Montreal sobre Substâncias que destroem a Camada de Ozônio, adotadas em Londres, a 29 de junho de 1990. • Decreto nº 2.679, de 17 de julho de 1998 - Promulga as Emendas ao Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, assinadas em Copenhague, em 25 de novembro de 1992. • Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010 - Regulamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a implantação dos sistemas de logística reversa, e dá outras providências. • Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011 Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. • Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 217/2001, alterada RDC nº 341/2002 - Aprova o Regulamento Técnico da vigi-lância sanitária nos Portos de Controle Sanitário, embarcações que operem transportes de cargas e/ou viajantes nesses locais, e da vigilância epidemiológica e do controle de vetores dessas áreas e dos meios de transporte que nelas circulam. • Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 275/2002 Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados aos Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos e a Lista de Verificação das Boas Práticas de Fabricação em Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos. • Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 72/2009 - Dispõe sobre o Regulamento Técnico que visa à promoção da saúde nos portos de controle sanitário instalados em território nacional, e embarcações que por eles transitem. 10 EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS PORTUÁRIAS E VEÍCULOS COM MOTORES DIESEL 10.1 DESCRIÇÃO As melhores práticas de gestão aqui citadas são restritas às operações terrestres, incluindo a movimentação portuária em área pública ou arrendada, por equipamentos fixos e por locomotivas e caminhões pesados, operando dentro da área do porto. www.portoitajai.com.br 10.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS REQUISITOS NORMATIVOS: • Emissões provenientes da queima do óleo diesel contêm material particulado, óxidos de nitrogênio (NOx), óxidos de enxofre (SOx) e hidrocarbonetos que aumentam os níveis de ozônio, formam a chuva ácida e são potencialmente cancerígenos para os seres humanos, além de contribuírem para o efeito estufa; • smog e fumaça criada por emissões de diesel muitas vezes impactam áreas vizinhas e podem ser uma fonte de risco para pessoas com asma e outros problemas respiratórios; • emissões de diesel contribuem para o não atendimento aos padrões de qualidade do ar atmosférico para partículas finas (fuligem). 10.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS Práticas Tecnológicas • Resolução da Diretoria Colegiada RDC n° 10/2012 - Altera a RDC nº 72/2009, sobre o Regulamento Técnico que visa à promoção da saúde nos portos de controle sanitário instalados em território nacional, e embarcações que por eles transitem. - Sempre que possível, substituir equipamentos movidos a diesel por equipamentos elétricos; • ABNT NBR 12.614/1992 - Águas - Determinação da demanda bioquímica de oxigênio (DBO) - Método de incubação (20°C, cinco dias) - Método de ensaio. - para veículos, recomenda-se a mudança para combustível limpo, tais como diesel de baixo teor de enxofre (B5), diesel emulsionado, biodiesel, gás natural comprimido, gás natural, gás liquefeito de petróleo (propano, que exige um mecanismo dedicado) ou álcool (etanol); • ABNT NBR 15.773-1/2009 - Transporte refrigerado Dispositivos de refrigeração por armazenamento térmico Parte 1: Classificação e identificação. • Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009 - Institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima - PNMC e dá outras providências. • Lei nº 8.723, de 28 de outubro de 1993 - Dispõe sobre a redução de emissão de poluentes por veículos automotores e dá outras providências. 95 • Resolução CONAMA nº 432, de 13 de julho de 2011 - Complementa a Resolução nº 297, de 2002 - Estabelece novas fases de controle de emissões de gases poluentes por ciclomotores, motociclos e veículos similares novos, e dá outras providências. • Resolução CONAMA nº 373, de 9 de maio de 2006 - Define critérios de seleção de áreas para recebimento do Óleo Diesel com o Menor Teor de Enxofre - DMTE, e dá outras providências. • Resolução CONAMA nº 342, de 25 de setembro de 2003 - Complementa a Resolução no 297/02, estabelecendo limites para emissões de gases poluentes pelo escapamento para motociclos e veículos similares novos. Estabelece novos limites para emissões de gases poluentes por ciclomotores, motociclos e veículos similares novos, em observância à Resolução nº 297, de 26 de fevereiro de 2002, e dá outras providências. • ABNT NBR ISO 22.241-1/2011 - Motores diesel — Agente redutor líquido de NOx automotivo — ARLA 32 Parte 1: Requisitos de qualidade. - instalar dispositivos de pós-tratamento em equipamentos existentes, tais como filtros de partículas diesel, catalisadores de oxidação, ventilação fechada do cárter, redução catalítica seletiva, catalisador de NOx, recirculação dos gases de escape, dispositivos de redução de tempo parado; - retificar e manter corretamente os motores; - substituir motores por modelos mais modernos e eficientes, especialmente aqueles que usem combustíveis alternativos e/ou tenham sido fabricados para padrões mais rígidos de emissão; - substituir veículos ou equipamentos por modelos fabricados com padrões de emissões mais rigorosas. Práticas Operacionais 96 - Realizar um inventário de emissões para quantificar impactos da qualidade do ar nas operações atuais e avaliar os potenciais impactos da expansão do porto e/ou crescimento das atividades portuárias; - implementar uma política de redução de “marcha lenta” e disseminar informações para os arrendatários e provedores de transporte sobre tecnologias de redução de emissões; - implementar um programa educacional para os trabalhadores para informá-los sobre estratégias e opções de redução de emissões de diesel; - incluir incentivos para redução das emissões em locações e contratos com arrendatários, empreiteiros e prestadores de serviços de transporte; - expandir o horário de funcionamento para reduzir o congestionamento de caminhões em marcha lenta e tráfego pesado; - incentivar a navegação de cabotagem e aumentar o transporte ferroviário e barcaças de carga que normalmente iriam ser transportadas por caminhões, para reduzir as emissões e congestionamento de tráfego. NORMAS INTERNACIONAIS DE REFERÊNCIA: • 40 CFR Parts 60, 85, 89, 94, 1039, 1065 and 1068: EPA Standards of Performance for Stationary Compression Ignition Internal Combustion Engines [stationary diesel engines]. Federal Register: July 11, 2006 (Vol. 71, nº 132) (www.epa.gov/fedrgstr/EPA-AIR/2006/July/Day11/a5968.htm). • 40 CFR Parts 9, 69, 80, 86, 89, 94, 1039, 1048, 1051, 1065 and 1068: EPA Control of Emissions of Air Pollution from No road Diesel Engines and Fuel. Federal Register: June 29, 2004 (Vol. 69, nº 124) (www.epa.gov/fedrgstr/EPAAIR/ 2004/June/Day29/a11293a.htm) • Canadian Environmental Protection Act, 1999 regulations, including - Off-Road CompressionIgnition Engine Emission Regulations (SOR/2005-32); - On-Road Vehicle and Engine Emission Regulations (SOR/2003-2);- Ozone-Depleting Substances Regulations, 1998 (SOR/99-7);- Sulfur in Diesel Fuel Regulations (SOR/2002-254) (http://laws.justice.gc.ca/en/showtdm/cs/C15.31///en) FONTES DE INFORMAÇÕES DE BOAS PRÁTICAS (www.epa.gov/cleandiesel/ports/portauthorities.htm) • Clean Ports USA (www.epa.gov/diesel/ports): this is the main website for numerous links to other sites (including the two websites above) that are sources of information about reducing diesel emissions; • E PA S e c t o r S t r a t e g i e s P r o g r a m – P o r t s (www.epa.gov/ispd/ports): includes a description of the six themes of the strategy, including Clean Air and Affordable Energy. The website also includes cross-referenced links with those at the Clean Ports USA website (above) on the subjects of preparing port emissions inventories and emissions reduction incentives. 00 6. 98 Perspectivas Futuras O cenário da gestão ambiental em ambiente portuário no Brasil ainda apresenta grandes desafios, apesar dos avanços recentes e da mobilização do Governo Federal no sentido de ampliar a qualidade e a competitividade nos serviços e operações portuárias. Com a adoção de uma política de modernização do setor, que inclui grandes investimentos públicos nos próximos quatro anos, espera-se impulsionar a retomada da capacidade de planejamento no setor portuário, uma reorganização institucional do setor, a integração logística entre modais e melhorias concretas na qualidade ambiental nos espaços e serviços dos portos marítimos nacionais. Neste cenário que trará impactos positivos aos setores de importação e exportação, ambos fundamentais à manutenção do crescimento econômico do país, o novo papel da Secretaria de Portos na coordenação dos entes públicos intervenientes no setor, incluindo as autoridades portuárias locais e regionais, é fundamental para garantir um efetivo aumento da eficiência operacional e ambiental no setor. Este aumento de eficiência aproximará os portos marítimos brasileiros dos padrões internacionais de qualidade, o que deve habilitá-los a buscar o enquadramento nas classificações internacionais de qualidade ambiental, amplamente reconhecidas para o setor portuário. Entre os enquadramentos possíveis destacam-se os propostos por entidades como a AAPA, ESPO e a Green Port. Tais certificações não representam em si uma garantia direta de ganho de competividade no setor. Porém, o enquadramento em uma ou mais dessas organizações e classificações representa um indicador da qualidade ambiental do porto, o que lhe confere um status desejável no cenário regional e internacional, que pode indiretamente influenciar na escolha entre este ou aquele porto, uma vez que ambos apresentam o mesmo grau de eficiência operacional e logística e vantagens locacionais equivalentes. Além disso, o enquadramento no cenário de boas práticas ambientais acaba contribuindo para a troca de experiências e o fomento para adoção de práticas e soluções considerando também como parâmetro a eficiência ambiental e não apenas o econômico direto. O esforço para alcançar um dado status quo é quase sempre acompanhado pelo esforço de manutenção deste status, o que, no caso da melhoria da qualidade ambiental, cria um ciclo virtuoso que envolve a manutenção das boas práticas, resultados positivos e ganhos diretos e indiretos. Vislumbrando um cenário de mudanças progressivas e contínuas, a primeira etapa seria a superação dos desafios de base, que incluem infraestrutura ambiental básica, adequação de procedimentos e pleno atendimento à legislação ambiental vigente. O Programa de Conformidade do Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos nos Portos Marítimos Brasileiros foi concebido justamente para contribuir com as diretrizes e condições necessárias para atingir esta primeira etapa. Na sequência, uma vez que as condições primárias de qualidade ambiental se tornem uma realidade no setor portuário marítimo brasileiro e não apenas em um ou outro terminal ou porto específico, é possível vislumbrar o avanço para uma nova etapa. Na referida etapa, seria possível e indicado o enquadramento em organizações como a AAPA, por exemplo, que congrega autoridades portuárias no continente americano. Uma última etapa, para os portos em condições para enquadramento, ou já enquadrados, em organizações como a AAPA, seria a busca pela obtenção de selos e certificações como as das séries ISO 14.000 e similares. Deste modo, os portos brasileiros estarão em condições equivalentes aos portos internacionais que mais se destacam na gestão ambiental, proporcionando ganhos em gestão e em competitividade para o setor portuário nacional. Portanto, conclui-se que a migração do estado atual para o pretendido deve ser feita de forma gradual, dada a amplitude de modificações que se mostram necessárias. Deste modo, pode-se entender o Programa de Conformidade do Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos nos Portos Marítimos Brasileiros como um dos primeiros passos rumo à conjuntura desejada. 7. Referências Bibliográficas AAPA – American Association of Port Authorities – Environmental Management Handbook, USA, 1998. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 10.004 – Resíduos sólidos – Classificação, Rio de Janeiro, 2004. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR – 12.295 Armazenamento de resíduos sólidos perigosos, Rio de Janeiro, 1992. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10.844 – Instalações prediais de águas pluviais, Rio de Janeiro, 1989. 100 ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 11.174 - Armazenamento de resíduos classes II -não inertes e III – inertes, Rio de Janeiro, 1990. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12.208 – Projeto de estações elevatórias de esgoto sanitário, Rio de Janeiro, 1992. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12.209 – Projeto de estações de tratamento de esgoto sanitário, Rio de Janeiro, 1992. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12.212 – Projeto de poço para captação de água subterrânea, Rio de Janeiro, 1992. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12.244 – Construção de poço para captação de água subterrânea, Rio de Janeiro, 1992. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13.969 – Tanques sépticos – Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos – Projeto, construção e operação, Rio de Janeiro, 1997. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14.605 – Posto de serviço – Sistema de drenagem oleosa, Rio de Janeiro, 2000. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15.527 – Água de chuva – Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis – Requisitos, Rio de Janeiro, 2007. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7.229 – Projeto, Construção E Operação De Sistemas De Tanques Sépticos, Rio de Janeiro, 1993. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8.083 – Materiais e sistemas utilizados em impermeabilização, Rio de Janeiro, 1983. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8.160 – Sistemas prediais de esgoto sanitário - Projeto e execução, Rio de Janeiro, 1999. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9.648 - Estudo de concepção de sistemas de esgoto sanitário, Rio de Janeiro, 1986. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9.649 – Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário, Rio de Janeiro, 1986. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9.896 – Glossário de Poluição das Águas, Rio de Janeiro, 1993. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9.897 – Planejamento de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores, Rio de Janeiro, 1987. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9.898 – Preservação e técnicas de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores, Rio de Janeiro,1987. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR ISO 14.001. Sistemas da gestão ambiental – Requisitos com orientações para uso. 2 ed. de 31 de dezembro de 2004. Válida a partir de 31 de janeiro de 2005. 27 p. ABRANTES, J. Como o Programa dos Oito Sensos (8S) Pode Ajudar na Educação e Qualificação Profissional, Reduzindo Custos, Aumentando APA – Agência Portuguesa do Ambiente Sistema de gestão de Resíduos a Produtividade e Combatendo o Desemprego, 1998. Urbanos – Dados gerais, valorização e destino final, Portugal, 2009. ABRATEC - Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres de Uso APHA – American Public Health Association, AWWA – American Público. Manual de Gerenciamento de Riscos Ambientais em Terminais Water Works Association e WEF – Water Environment Federation, de Contêineres, Rio de Janeiro, 2010. Standard Methods for the Examination of Water and wastewater. 19th edition. Public Health Association Inc., New York, 1999. ABTP – Associação Brasileira de terminais Portuários – Relatório Anual, 2011. ATM - Afvalstoffen Terminal Moerdijk B.V. Moerdijk. The Netherlands. AFREDINI. P & ARASAKI. M. Obras e gestão de portos e costas: a técnica aliada ao enfoque logístico e ambiental. Editora Edgar Blucher, BARGHINI, A. Influência da Iluminação Artificial Sobre a Vida Silvestre: 2ºed. São Paulo. 2009. técnicas para minimizar os impactos, com especial enfoque sobre os insetos. Tese de doutorado, Instituto de Biociências/USP, São Paulo, 2008. ALMEIDA, N. C. V. Sistemas de gestão ambiental: um estudo dos terminais do porto de santos. (dissertação). Fundação Getúlio Vargas - BARRAGAN MUÑOZ; J. M. Puerto, Ciudad y Espacio Litoral en la Bahia Escola de Administração de Empresas de São Paulo. São Paulo. 2010. de Cádiz – Las Infraestructuras Portuarias en la Ordenación del Espacio Litoral de la bahia de Cádiz, Autoridad Portuaria de la Bahia de Cádiz, ANDREOLI, C. V. (coordenador). Alternativas de Uso de Resíduos do Salamanca,1995. Saneamento. ABES - Projeto Prosab, Rio de Janeiro, 2006. BITAR, O.Y. & ORTEGA, R.D. Gestão Ambiental. In: OLIVEIRA, A.M.S. & ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários, Superin- BRITO, S.N.A. (Eds.). Geologia de Engenharia. São Paulo: Associação tendência de Portos - Gerência de Estudos e Desempenho Portuário, Brasileira de Geologia de Engenharia (ABGE), cap. 32, p.499-508, 1998. Boletim Informativo Portuário, 1º Trimestre/2012. BRASIL. Controle de Vetores - Procedimento de Segurança, elaborado por ANTAQ - Agência Nacional de Transportes Aquaviários O Porto Verde: Eng. Paulo Cesar da Silva, Eng. Farnésio Luís Guimarães e Assistente SoModelo Ambiental Portuário, 2009. cial Raimunda Nonata Carlos Ferreira, 1ª edição – Brasília: Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde, 208 p. 2001. ANTAQ - Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Panorama geral da situação ambiental dos portos. Seminário EcoBrasil 2004. Re- BRASIL. Decreto nº 4.136, Dispõe sobre a especificação das sanções vista Portos & Navios, Rio de Janeiro, ago. 2004. aplicáveis às infrações às regras de prevenção, controle e fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias noANTAQ - Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Manual Detalhado de Instalações Portuárias para Recepção de Resíduos - IMO, civas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional, prevista na Lei nº 9.966, de 28 de abril de 2000, e dá outras providências. 2º ed., 143 p. 1999. ANTWERP PORT AUTHORITY, General Terms and Conditions for Con- BRASIL. Decreto nº 6.200, de 01 de março de 1985, estabelece medidas cessions in the Antwerp Port Area, July, 2011. Disponível em: de proteção ambiental na área de implantação do Pólo Cloroquímico http://www.portofantwerp.com/sites/portofantwerp/files/General%20C de Alagoas e dá outras providências, do Estado de Alagoas. onditions%20Concessions.pdf. Acesso em: 01/04/2013. BRASIL. Decreto nº 8.468, de 8 de setembro de 1976, que dispõe sobre a preANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia Sanitário venção e o controle da poluição do meio ambiente, do Estado de São Paulo. para Navios de Cruzeiro, Brasil, 2011. 101 102 BRASIL. Decreto nº 14.250, de 5 de junho de 1981, que regulamenta dis- BRASIL. Lei nº 12.815, de 05 de junho de 2013. Dispõe sobre a explopositivos da Lei nº 5.793, de 15 de outubro de 1980, referentes à Proteção ração direta e indireta pela União de portos e instalações portuárias e sobre as atividades desempenhadas pelos operadores portuários; altera e a Melhoria da Qualidade Ambiental, do Estado de Santa Catarina. as Leis nº 5.025, de 10 de junho de 1966, 10.233, de 5 de junho de BRASIL. Decreto nº 24.114 de 12 de abril de 1934. Prova o regula- 2001, 10.683, de 28 de maio de 2003, 9.719, de 27 de novembro de mento de defesa sanitária vegetal. 1998, e 8.213, de 24 de julho de 1991; revoga as Leis nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, e 11.610, de 12 de dezembro de 2007, e disposiBRASIL. Decreto nº 24.548 de 03 de julho de 1934. Aprova o Regulativos das Leis nº 11.314, de 3 de julho de 2006, e 11.518, de 5 de setemmento do Serviço de Defesa Sanitária Animal. bro de 2007; e dá outras providências. BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual de controle de roedores. BRASIL. Manual de controle de escorpiões / Ministério da Saúde, - Brasília: Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde, 2002. 132p. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância EpiBRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual de saneamento. 3. ed. demiológica. – Brasília: Ministério da Saúde, 72 p. 2009. rev. - Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2006. 408 p. BRASIL. Manual de controle de roedores - Brasília: Ministério da BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. De- Saúde, Fundação Nacional de Saúde, 132 p. 2002. partamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de controle de esBRASIL. Portaria n° 104, Secretaria Especial dos Portos, de 29 de abril corpiões. - Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 72p. : il. – (Série B. de 2009. Dispõe sobre a criação do setor de Gestão Ambiental e de SeTextos Básicos de Saúde). gurança e Saúde no Trabalho nos portos e terminais marítimos, bem como naqueles outorgados às Companhias Docas. Diário Oficial da BRASIL. Instrução Normativa IBAMA nº 141, de 19 de dezembro de União, Brasília, DF, 5 de mai de 2009. 2006 (D.O.U. de 20/12/06). Regulamenta o controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva. BRASIL. Resolução nº 2190 - ANTAQ, de 28 de julho de 2011, que BRASIL. Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993. Lei dos Portos. Revo- aprovou a norma para disciplinar a prestação de serviços de retirada de resíduos de embarcações. gada pela Lei 12.815/2013. BRASIL. Lei nº 9.966, de 28 de abril de 2000. Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substancias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências. CEMAFAUNA Caatinga. Monitoramento de Fauna. Pernambuco. Disponívelem:http://www.cemafauna.univasf.edu.br/pagina_simples.ph p?pagina=monitora&titulo=Monitoramento%20de%20Fauna>. Acesso em: 25 jan. 2012. BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993 e 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei nº 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. CEMBRA - Centro de Excelência Para o Mar Brasileiro, 2012. Disponível em: http://www.cembra.org.br/. Data de acesso: 10/01/2013 CEPAL - COMISIÓN ECONÓMICA PARA AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE. Modernización portuaria: una pirámide de desafíos entrelazados. Unidad de Transporte, División de Comercio Internacional, TransBRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Na- porte y Financiamiento, Espanha, 1998. cional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro CESAR, A. Gestão de Resíduos em Atividades Portuárias: um Estudo de 1998; e dá outras providências. das Oportunidades de Melhorias, Dissertação MSc. Centro Universitário duos Provenientes de Navios pelos Portos. Seminário de Gestão Am– SENAC, São Paulo, 2005. biental Portuária, Brasil, 2011. CIRM - COMISSÃO INTERMINISTERIAL PARA OS RECURSOS DO FERREIRA, J. J. Classificação de portos organizados: um estudo de MAR -Agenda ambiental portuária. Brasília, DF: Cirm, Gi-gerco e Sub- caso no Brasil, 2012. grupo Agenda Ambiental Portuária, 1998. FERREIRA, V. M. & CASTRO, A. Cidades de Água – a lenta “desCONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente n° 357, de 18 de março coberta” da frente marítima de Lisboa. In Ferreira, V. M. e Indovina, F. de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes am- (orgs.) A cidade da EXPO’ 98 – Uma reconversão da frente ribeirinha bientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e de Lisboa?, Lisboa, 1999. padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. GIORDANO, J. C. Controle Integrado de Pragas, Brasil, 2004. CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente nº 430. Dispõe sobre Disponível: http://www.ciencialivre.pro.br/media/8aab98309035f72ffff as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e 8235ffffd523.pdf. Acessado em 20/02/2013. altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho NaGLADWIN, T. N.; KENNELY, J. J. & KRAUSE, T. Shifting paradigms for cional do Meio Ambiente - CONAMA. sustainable development: implications for management theory and reCORSON, L. A. & FISHER, S. A. Manual of best management practices search. The Academy of Management Review, New York, 1995. for port operations and model environmental management. USA, 2008. GONÇALVES, R. F. Uso racional da água em edificações – Rede 5. Programa CPEA – Consultoria Planejamento e Estudos Ambientais. RIMA - Re- de Pesquisa em Saneamento Básico – PROSAB 4, capítulo 6, 2006. latório de Impacto Ambiental: Plano integrado Porto-Cidade – PIPC, HART, S. L. O capitalismo na encruzilhada. As inúmeras oportunidades São Sebastião/SP, 2011. de negócios na solução dos problemas mais difíceis do mundo, BookCUNHA, I. A. Fronteiras da Gestão: os conflitos ambientais das ativi- man, Porto Alegre, 2006. dades portuárias. Revista de Administração Pública – Porto e Meio HOPWOOD, B., MELLOR, M. & O’BRIEN, G. Sustainable Development: Ambiente, Rio de Janeiro, v. 40, 2006. mapping different approaches. Sustainable Development, 13(1), 38DARBRA, R. M.; PITTAM, N.; ROYSTON, K. A.; DARBRA J. P. & 52, 2005. JOURNEE, H. ESPO Environmental Survey. Review of European perILHA, M. S. O.; OLIVEIRA, L. H. & GONÇALVES, O. M. Sistemas de medição formance in port environmental management. 2005. individualizada de água: como determinar as vazões de projeto para a esDZ-215.R-4, Diretriz de Controle de Carga Orgânica Biodegradável em pecificação dos hidrômetros? Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 15 (2), Efluentes Líquidos de Origem Sanitária. Estado do Rio de Janeiro, 2007. 177 – 186 p, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/esa/v1 5n2/a10v15n2.pdf>. Acesso em: 20/02/2013. DZ-205.R-6. Diretriz de Controle de Carga Orgânica em Efluentes Líquidos de Origem Industrial. Estado do Rio de Janeiro, 2007. IMO. Marpol 1973/1978 Consolidated Edition. Londres: IMO Publications, 1997. EGRI, C. P. & PINFIELD, L. T., Ecologia e meio ambiente In: Clegg, S.T., Nord, W.R., Hardy, C. Handbook de estudos organizacionais. São Paulo, 2001. JORDÃO, E. P. & PESSÔA, C.A. Tratamento de Esgoto Doméstico. Editora: SEGRAC, Rio de Janeiro, 2011. FERNANDES, P. R. S., A., Importância da Recepção e Gestão de Resí- 103 KITZMANN.D & ASMUS.M. Gestão ambiental portuária: desafios e Norma Técnica NT 301, de 24 de fevereiro de 1988, da Superintendência possibilidades. RAP. Rio de Janeiro; 40 (6):1041 – 60, Nov/Dez. 2006. de Administração do Meio Ambiente– SUDEMA, que dispões de critérios e padrões de lançamento de efluentes líquidos, do Estado da Paraíba. KITZMANN. D & ASMUS. M, Portos e Gestão Ambiental. Intersindical da Orla Portuária. Disponível em: http://www.intersindicalportuaria- NORMA REGULAMENTADORA 29, Manual Técnico Segurança e Saúde es.org.br/portal/noticias/artigo.php?cod=51. Acessado em: 07/04/2013. no Trabalho Portuário, Fundacentro. 1ª Edição, Vitória, 2003. 104 MAIA, M. Sistema Integrado de Gestão Ambiental Portuário. COOPERA- OECD – Organization for Economic Co-operation and Development. PORTOS ANTAQ (AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES Sustainable development: critical issues, Paris, 2001. A Q U AV I Á R I O S ) . B R A S Í L I A 2 0 0 4 . D i s p o n í v e l e m : <http://www.antaq.gov.br/portal/pdf/palestras/MarcosMaiaPortoGes- OLIVEIRA, C. T., Modernização dos Portos, Lex Editora, São Paulo, 2006. taoAmbientalCOOPERAPORTOS04.pdf> Acessado em 08/04/2013. PERSU II – Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos 2007MCDOUGALL, F.; WHITE, P.R.; FRANK, M. & HINDLE, P. Integrated Solid 2016. Recuperado em: fevereiro de 2013. Waste Management: A Lifecycle Inventory. Blackwell Science, 2001. PINZON, P. W.; FISCHER, P. & NOSKOSKI, L. Análise de Perigos e PonMETA AMBIENTE. Levantamento de Fauna. São Paulo. Disponível em: tos Críticos de Controle (APPCC) – Revisão Bibliográfica. XVI Semi<http://www.metaambiente.com.br/index.php?option=com_content&v nário Institucional de Ensino Pesquisa e Extensão, 2011. iew=article&id=61:levantamento-de-fauna&catid=34:servicos-floPORTER, M. E. & LINDE, C. V. D. Verde e competitivo: acabar com o restais&Itemid=50>. Acesso em: 25 set. 2012. impasse, Harvard Business Review 73,5, 120-134, 1995. MEYER, H. City and Port – Transformation of Port Cities: London, PORTARIA nº 05 da SECRETARIA DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE Barcelona, New York, Rotterdam. Utrecht: International Books, 1999. – SSMA, de 16 de março de 1989, que dispõe sobre critérios e padrões de efluentes líquidos a serem observados por todas as fontes poluidoMMA - Ministério do Meio Ambiente Agenda Ambiental Portuária – AAP. ras que lancem seus efluentes nos corpos d’água interiores do Estado Disponível em <http://www.mma.gov.br/gestao-territorial/gerenciamentocosteiro/agenda-ambiental-portu%C3%A1ria>. Acessado em: 07/04/2013. do Rio Grande do Sul. NELISSE, E. Waste Water Port of Rotterdam, Rijkswaterstaat Minis- PORTARIA nº154, de 22 de Julho de 2002, Dispõe sobre padrões e condições para lançamento de efluentes líquidos gerados por fontes terie van Infrastructuur en Milieu, november, 2012. poluidora, do Estado do Ceará. NETO, A. B. S. & VENTILARI, P.S.X. O Trabalho Portuário e a ModerPORTO, M. M.; TEIXEIRA, S. G. Portos e meio ambiente, São Paulo, 2002. nização dos Portos, Juruá Editora, Curitiba, 2001. Norma Técnica nº 2.002, da Agência Estadual De Meio Ambiente – CPRH, que dispõe sobre critérios e padrões de lançamento para o controle de carga orgânica não industrial, do Estado de Pernambuco. Norma Técnica nº 2.001, da Agência Estadual de Meio Ambiente – CPRH, que dispõe sobre critérios e padrões de lançamento para o controle de carga orgânica em efluentes líquidos industriais, do Estado de Pernambuco. Atualizada em 03/11/03. Programa de Gerenciamento de Efluentes Líquidos, Companhia Municipal de Administração Portuária Porto do Forno Arraial do Cabo – RJ, 2010. PURSER, R. E.; PARK, C.; MONTUORI, A. Limits to anthropocentrism: toward an ecocentric organization paradigm? The Academy of Management Review, 20(4), 1053-1089, 1995. RAMOS, N. P.; JUNIOR, A. L. Monitoramento Ambiental. Disponível SCHUMPETER, J. A. Capitalismo, Socialismo y Democracia. Buenos em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/ar- Aires: Editorial Claridad, 1946. 431 p., 1942. vore/CONTAG01_73_711200516719.html. Acesso em: 25 set. 2012. SHRIVASTAVA, P. Ecocentric management for a risk society. The Academy of Management Review, 20(4), 118-137, 1995. RESOLUÇÃO nº 001 da Secretaria do Estado do Meio Ambiente – SEMA, de 11 de janeiro de 2007, que dispõe sobre licenciamento am- SILVEIRA, L. F.; BEISIEGEL, B. M.; CURCIO, F. F.; VALDUJO, P. H.; DIXO, biental, estabelece condições e padrões ambientais e dá outras M.; VERDADE, V. K.; MATTOX, G. M. T; CUNNINGHAM, P. T. M. What providências, para empreendimentos de saneamento, do Estado do Use Do Fauna Inventories Serve?. Estudos Avançados, São Paulo, v. 24, Paraná. n. 68, p. 173-207, 2010. RESOLUÇÃO nº 031, do Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH, de 29 de fevereiro de 2012, Estabelece critérios gerais complementares referentes à Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos para lançamento de efluentes provenientes dos sistemas de tratamento de esgoto sanitário, do Estado do Espirito Santo. SOUZA JUNIOR, S. N. Regulação portuária: a regulação jurídica dos serviços públicos de infraestrutura portuária no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2008. SÁ, M. E. M. Análise comparativa entre os portos do Recife e de Suape: desafios para a gestão ambiental. Dissertação (Mestrado em Gestão e Políticas Ambientais) – Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Recife. 2008. SYSTEMMEBRATU, D., Sustainability and sustainable development: historical and conceptual review. Environ Impact Asses Rev. nº18, 493– 520, 1998. SOUZA, N. A. Estudo de levantamento de fauna e respectivos métodos. Goiás: Universidade Estadual de Goiás, 2010. Disponível em: < http://br.monografias.com/trabalhos3/estudo-levantamento-fauna-respecRGSA - REVISTA DE GESTÃO SOCIAL E AMBIENTAL -, v. 6(1), p. 60- tivos-metodos/estudo-levantamento-fauna-respectivos-metodos.shtml>. 78, São Paulo, 2012. Acesso em: 25 set. 2012. TUCCI, C. E. M., Gestão de Águas Pluviais Urbanas, Ministério das Cidades, 2005. SÁ, M. E. M.; LEAL NETO, A. de C. & FLORENCIO, L. Síntese da Análise Comparativa entre os portos do Recife e de Suape: Desafios para a Gestão VON SPERLING, M. Introdução Á qualidade das águas e ao tratamento Ambiental, PE, 2011. Disponível em: http://www.ufpe.br/tropicaloceanog- de esgotos - volume 1 - 2ª edição. Belo Horizonte, Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental. 1996. raphy/completos/39_2011_2_1_sa.pdf. Data de acesso: 10/01/2013. SACHS, I. Estratégias de transição para o século XXI – desenvolvi- VON SPERLING, M. Princípios básicos do tratamento de esgotos volume 2. Belo Horizonte, Departamento de Engenharia Sanitária e mento e meio-ambiente, Studio Nobel/FUNDAP, São Paulo, 1993. Ambiental. 1996. SANTOS-SP. Diagnóstico e plano de controle sobre a infestação e proliferação de pombos no Porto de Santos. Relatório final - Rev. 2. 2010. WCED – World Commission on Environment and Development. Our common future. Oxford: Oxford University Press, 1987. LSI – Assessoria e Consultoria SANTOS, F. Implementação de Taxa de Resíduos Individual em Por- WORLD PORT SOURCE. Porto de Shekou, China. Disponível em: tugal - Caso de Óbidos,Território e Ambiente Urbano, Ed.: 43, 2010. <http://www.worldportsource.com/ports/CHN_Port_of_Shekou_412.ph p>. Data de acesso: 25/02/2013. 105 Corpo Técnico UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro Prof. Marcos Aurélio Vasconcelos de Freitas Coordenação Geral do Programa Prof. Mauricio Cardoso Arouca Coordenação de Articulação Institucional Equipe Administrativa Bianca Boechat da Silva Bianca de Lima da Silva Mônica Rodrigues Soares Marta Fabeliciano Cabreira Jane de Oliveira Constantino Valeria Damiana Sousa Santanta Prof. Aurélio Lamare Soares Murta 106 Coordenação Técnica-Executiva Mário do Nascimento Moraes CoordenaçãoTécnica-Executiva Graciela Diniz dos Santos Coordenação Técnica Fábio Giusti Azevedo de Britto Coordenação Técnica Renata Gomes da Silva Coordenação Administrativa e Financeira João Carlos Alves dos Santos Coordenação Administrativa e Financeira José Luiz Cardoso Moreira Gerência de Infraestrutura Equipe de Resíduos Sólidos Vânia Maria Lourenço Sanches (Gerência Técnica) Clarice Neffa Gobbi Gabriel Philippi Pereira Goulart Gisele Cardoso de Almeida Machado Julia Vicente M. Ribeiro Flavio da Silva Oliveira Marcelo de Souza da Silva Pedro Henrique Casimiro Ana Paula Pereira Gomes Raquel Gomes de Sousa Marcos de Moraes Ricardo Mariella Thales do Carmo Danielle Adalucia de Souza Lima Equipe de Efluentes Líquidos Equipe de Geoprocessamento Betina Maciel Versiani (Gerência Técnica) Agatha Nogueira dos Santos Ana Costa Marques Machado Bruna Guerreiro Tavares Gustavo Anhel Lessa João Miguel Faim Martins Vitor Guimarães da Silva Victor Cabral de Carvalho Alan Jeferson de Oliveira da Silva Amanda Figueira Gatto Antônio Carlos da S. Oscar Jr. Bárbara Cardoso Leite Cynara Alets Sthvasth de Melo França Kátia Regina Góes Souza Equipe de Fauna Sinantrópica Nociva Conrado Maciel Versiani (Gerência Técnica) Fernando Cruz Frickmann Thamires Henrique Teles da Silva Rachel Turba de Paula Camila Rivas Vargas Barroso Shênia Patrício Novo Alexandre Braz Martins Ferreira Junior Gabriel dos Santos Soares Equipe de Tecnologia da Informação Thiago Duarte Mota Eduardo Espírito Santo Costa Renato César Cordeiro Pinho Filho Pedro Rougemont Equipe de Treinamento Fernanda Vieira Santos (Gerência) Gabriel Camargo Kvassay Inácio da Silva Araújo Juliana Stavale dos Santos Núcleo de Apoio Técnico de Brasília Gustavo de Oliveira Lopes Guilherme Amatuzzi Teixeira Brunna Simões Ungarelli Mariana Abdalla Moraes Equipe de Design Gráfico Luciane Ribeiro Assessorias Técnicas Comunicação Claudia Moreira Janice Caetano Andrea Dunningham Baptista Efluentes Líquidos e Saneamento Jorge Henrique Alves Prodanoff Gestão Portuária Gilberto Olympio Mota Fialho 107 Boas Práticas e Tecnologias UFF - Universidade Federal Fluminense Alan Emanuel Duailibe Ribeiro Júlio César Bispo Marcelo Pompermayer Camilo Pinto de Souza Renata da Costa Barreto Prof. Aurélio Lamare Soares Murta Prof. Jony Arrais Pinto Junior Prof. Edgard Coelho de Andrade Regulação e Normas Alessandra Magrini Cristiane Jaccoud do Carmo Azevedo Lilian Bechara Elabras Veiga Cristina Kurtz Motta Instrumentos Econômicos Alexandre Louis de A. Davignon Marcio Giannini Pereira 108 Gerenciamento de Resíduos Sólidos Zilton José Sá da Fonseca UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Prof. Laerte Grisi Prof. Argemiro Sanavria Prof. Ildemar Ferreira Dalson Willian Chain Katherina Coumendouros José Carlos Pereira de Souza Fernando Carvalho Patrícia Giuponni Cardoso Lidiane Nogueira Érica Electo Hermes Ribeiro Lucyellen Rodrigues de Sousa Lanna Patrícia Torres Fonseca Simone Karla Lima e Silva Rennan de Faria Nonato UFC - Universidade Federal do Ceará UFPA - Universidade Federal do Pará Prof. Neyson Martins Mendonça Prof. André Luiz da S. Salgado Coelho Prof. Luiza Carla Girard Teixeira Prof. Marcos Pérsio Dantas Santos Profª. Simone Pereira Amanda Queiroz Mitoso Ana Claudia Queiroz Lima dos Santos Ana Paula Franco B. Araújo Anne Sanches de Castro Bruna Drielle de Sousa Silva Daniel Pinheiro Nogueira Davis Castro dos Santos Erica Karine Lourenço Mares Geiso Rafael Fonseca Oliveira Laila Rebeca da Silva Nunes Luma Daniele Maciel Rodrigues Rafaella Galvão Miranda Weligton Aood da Silva Yuri Bahia de Vasconcelos UFMA - Universidade Federal do Maranhão Prof. Marco Valério Jansen Cutrim Prof. Antônio Augusto Ferreira Rodrigues Oscar Adelino Costa Neto Hellon Cunha Viana Gabriel Silva dos Santos Ricardo Pereira da Silva Neto Aricelma Cristina Oliveira Bezerra Prof. Luis Parente Maia Profª. Maria Ozilea Bezerra de Menezes Prof. Ivan de Oliveira Anna Caroline Dantas Linos de Jesus Enzo Pinheiro Nadine Botelho de Andrade Furtado Gabriele dos Santos Silva Melissa Maciel Fernandes Pedro Henrique Lima Silva Morais Erika Maria Targino Mota IFPB – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Profª. Maria Margareth Rolim Martins Rocha Profª. Ariana Silva Guimarães Profª. Cristine Helena Limeira Pimentel Prof. Ricardo Luis Mendes de Oliveira Prof. Cláudio Dybas da Natividade Leonardo Pierrot Ademário José da Silva Júnior Flávia Raquel Xavier de Lucena Gustavo Felipe de Freitas Brito Maria Regilane dos Santos Wenderson de Figueiredo Gouveia UFPE - Universidade Federal de Pernambuco Prof. Gilson Lima Silva Profª. Maria Alice Gomes de Andrade Profª. Maria Cristina Moreira Alves Prof. Severino Mendes de Azevedo Júnior Profª. Simone Machado Santos Cecília Augusta Figueiredo da Rocha Davison José Bezerra de Oliveira Silva Fabiana Pinheiro Lopes Jessica Melo Galvão João Henrique dos Santos Mariana Miranda D`Assunção Paulo Correia da Silva Neto Raimundo Ageu Albuquerque Barros Rayssa de Barros Alves Roberta Costa Rodrigues Samuel de Moura Canuto Tiago de Souza Santana Francisco José Ferreira de Almeida IFRN – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte Prof. Renato Samuel Barbosa Araújo Profª. Régia Lúcia Lopes Prof. José Beldson Elias Ramos Bruna Lucena de Medeiros Luzimar Pereira da Costa Nathália Regina Sobral Paiva Maria Wagna Dantas de Araújo Edgar Gouveia Neto UFBA - Universidade Federal da Bahia Profª. Viviana Maria Zanta Profª. Rejâne Maria Lira da Silva Prof. Luciano Matos Queiroz Elisangela Jeanderry Andrade Figueiredo Ana Rosa Pinto Guedes André Henrique Pereira de Freitas Leal Beatriz Lima Vieira Gabriel Oliveira Garcia Passos Kátia Nubia Chaves Santana Manoel Joaquim Burgos de Paula Rodrigues de Miranda 109 Milena Santos Soeiro Renata de Miranda Meirelles Costa e Silva Renata Requião Holanda Diego Palma Rocha UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo 110 Prof. Rodrigo Brasil Choueri Prof. Augusto Cesar Prof. Camilo Dias Seabra Pereira Prof. Igor Dias Medeiros Prof. Ronaldo Adriano Christofoletti Adriano Rangel Liziero de Barros Alex Azevedo dos Santos Álvaro H. de Oliveira André Luiz Neumann Prado Andressa Damasceno Bittar Breno Willian Nascimento Bruna dos Santos Azevedo Bruno Alves Bruno Velasco Chain Christine Camargo Mendes Davi Goulart de Andrade Diego Igawa Martinez Fabio Henrique Fernandes Girardi Leite Fernando Sanzi Cortez Gloria dos Santos Minniti Jaqueline Cristiane Siquitelli Jhonatas Sirino Monteiro Larissa Ruy de Souza Barbosa Leila Hatai Manoel Rocha Marcos Vinícius Beltran de Campos Mariana Alice da Ferraz Marina Cunha Passarelli Marina Provetti Miranda Max Miller da Silva Natasha Rodrigues dos Santos Nathalia Pereira Ferraz Priscila dos Santos Sepúlveda Rael Jonas Santos de Moraes Samantha Fernandes Alberto Sérgio de Moraes Valéria Garcia Lopes Araújo Vinicius H. G. Reis UNESPAR - Universidade Estadual do Paraná Profª. Danyelle Stringari Prof. Rafael Metri Prof. Luiz Fernando Roveda Alexandre de Paula Gimenes Gil Daniel Neves Matheus Ellen Joana Nunes Santos Cunha Endrigo Giovanni Albini Comandulli Fernanda Enko dos Santos Fernando José Closs Kamyla de Souza de Castro Kassiely Zamarchi Kelly Cristine Fernandes Dias Lisboa Luiz Fernando Constantino Gabriel Maira Zacharias Milena Ariel Suba Nayla Karoliny Arantes da Conceição Rafaela Pereira Longares Sheila Karine Welter Thiago Vinícius Trento Occhi UFAL - Universidade Federal de Alagoas Prof. Roberto Augusto Caffaro Filho Prof. Eduardo Lucena Cavalcanti de Amorim Prof. Renato Gaban de Lima Inaê Alves Juliana Silva Martins Lucas Serafim da Silva Lins Pedro Herlleyson Gonçalves Cardoso Renata Campos Tauber Tainara Ramos João Ricardo Prochmann Laura Meloby Torres Bernaschina Matheus Willinghoefer Renato Campos Viera Renata da Rosa Maurício UFES – Universidade Federal do Espírito Santo FURG - Universidade Federal do Rio Grande Prof. Renato Ribeiro Siman Prof. Francisco Candido Cardoso Barreto Mariana Lacerda de Kopp Aline Goulart Starling Graciele Zavarize Belisário Gustavo Henrique Loureiro Ferreira João Depoli Barrozo de Souza Maisa Favoreto Henrique Marcus Camilo Dalvi Garcia Priscilla da Cruz Cosmo Thayná Vervloet Gomes Prof. Paulo Roberto Armanini Tagliani Prof. Leandro Bugoni Profª. Lúcia Anello Andréia Vigolo Lourenço Adriano Borowski de Miranda Francieli Alves Correa Marina Bastos Capua Priscilla Pinheiro Duarte Eduarda Bastos da Costa Ruan Paollo Rosa Rose Mary Madruga Machado da Silva UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina Prof. Ariovaldo Bolzan Manoel Inocencio Martins Neto André Luiz Vieira Correia Renata Ap. de Oliviera Barros Elpídio Manoel Correia Cecilia Elena Sánches Dalotto Claudiane Gouveia Julia de Araujo Pascal Augusto Francisco Medeiros Cláudia de Souza Aguiar Eduarda Piaia Daiane de Andrade Daniel Lopes Gonçalvez Fernanda Cecília Abesen da Silveira Jaqueline Carneiro Kerber Direção de arte e projeto gráfico LUCIANE RIBEIRO Fotos GETTY IMAGES (capa); JOSÉ RAMOS (pág. CIRPS e pág. 59) SAMANTHA FERNANDES (pág. 17 e 41); ALAOR FILHO (pág. 20, 43, 70-1, 82-1 e 87-1); THIAGO OCCHI (pág. 69) e Equipe IVIG - PPE/COPPE/UFRJ (demais fotos). Edição LUNETA COMUNICAÇÃO E EDITORA Rua da Lapa, 120 sl. 601 – Centro CEP: 20021-180 Tel./fax: 55 (21) 2242-5291 111 1 00 1 00