rota do pet no rio de janeiro: caminhos a serem
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rota do pet no rio de janeiro: caminhos a serem
O USO DE ESTRUTURAS DE REDES PARA PROPOSIÇÃO DE UMA NOVA LOGÍSTICA REVERSA PARA RECICLAGEM DO PET NO RIO DE JANEIRO Roberta D. P. da Conceição*1 e Elen B.A.V. Pacheco**1 1. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano, Centro de Tecnologia, Bloco J, Ilha do Fundão, CP 68.525, CEP 21.945-970, Rio de Janeiro, RJ – Brasil. *[email protected],**[email protected] Resumo: O presente artigo tem por finalidade propor uma nova forma de execução dos fluxos reversos para a reciclagem de poli(tereftalato de etileno), PET, no estado do Rio de Janeiro. Para tanto foi proposto à utilização de redes de integração por meio do estabelecimento de uma nova configuração dos fluxos comerciais existente. Para tanto foram feitas visitas e aplicados questionários para descrição do fluxo atual da logística e proposta uma nova configuração desta logística por meio do desenho de novas rotas. Como resultado foi possível observar que com a utilização destes novos fluxos proporcionará uma redução nas emissões e no número de caminhões utilizados permitindo uma otimização desta logística. Palavras-chave: Reciclagem, PET, Logística Reversa, redes de integração, Rio de Janeiro. Abstract: This article aims to propose a new way of implementing reverse flows for the recycling of poly (ethylene terephthalate), PET, in the state of Rio de Janeiro. Therefore, it was proposed to use networking integration through the establishment of a new configuration of existing trade flows. For both visits were made and questionnaires to describe the current flow of logistics and propose a new configuration of this logistics through the design of new routes. As a result it was observed that the use of these new flows will provide a reduction in emissions and the number of trucks used allowing an optimization of this logistics. Keywords: PET route, Reverse Logistic, Terminology, Rio de Janeiro. 1. Introdução A rede de distribuição reversa é conhecida como Logística Reversa. Ela auxilia na otimização do uso de produtos pós-consumo ou pós-industriais em seus processos de reintrodução à cadeia produtiva (ciclo de negócios ou produtivo) como a reciclagem, e, consequentemente, de atenuação da necessidade de extração dos novos recursos naturais. Poucos são os artigos que abordam a Logística Reversa mediante características como: a localização de produto, coleta de produtos usados e estruturação de redes de integração entre produtor e consumidor (POKHAREL e colaboradores, 2009). Embora Aquino e colaboradores (2009) afirmem que a criação de uma associação, em rede, pode agregar valor ao material coletado. Silva e Neto, 2011constatam que a aplicação da Logística Reversa é dificultada pela inexistência de programas de coleta seletiva (que poderiam viabilizar o fluxo de materiais dentro da rede comercial) Desta forma, o presente trabalho sugere uma nova configuração dos fluxos comerciais existente na cadeia de reciclagem de PET pós-consumo no estado do Rio de Janeiro. 2. Experimental O presente estudo foi dividido em 4 partes: 1) Identificação e mapeamento dos fluxos existentes, por meio do programa GeoMedia Viewer, envolvidas na cadeia da reciclagem de PET pós-consumo no Rio de Janeiro; 2) Aplicação de critérios para comparação dos fluxos existentes com a Logística Reversa Proposta; 3) Proposta de uma rede de uma nova logística reversa para reciclagem do PET no Rio de Janeiro; 4) Comparação entre o fluxo reverso existente e a proposta de novos fluxos reversos 3. Resultados A partir dos resultados obtidos pela aplicação das metodologias e do programa, foi possível identificar os fluxos atuais, que foram comparados com uma Logística Reversa proposta. Para obtenção dos fluxos atuais foram realizadas visitas e aplicado questionários. Identificação dos fluxos atuais Os fluxos atuais existentes foram identificados por meio do GeoMedia Viewer e estabelecidos individualmente em função da necessidade de entrega da carga de cada unidade produtiva reciclador-distribuidor (RD1) para reciclador-beneficiador (RB2). Os fluxos atuais existentes em função da necessidade de entrega da carga de cada unidade produtivas RB para RT são mostrados na Figura 1. Figura 1: Identificação dos fluxos atuais de PET pós-consumo do Rio de Janeiro Foi observado a partir das visitas, que não existe algum tipo de otimização do transporte do PET enfardado, que leva em consideração a subutilização da capacidade de carga do caminhão no Rio de Janeiro. Desta forma, foi possível verificar que cada reciclador-distribuidor utiliza seu próprio meio de transporte para enviar o PET até aos recicladores-beneficiadores. O material é transportado individualmente por cada unidade produtiva e não há qualquer tipo de ação para minimização da 1 RD são as grandes Cooperativas de catadores de materiais reciclável e os grandes Sucateiros quilometragem rodada pelos caminhões. Muitos RD, localizados na mesma região, encaminham para as mesmas unidades produtivas recicladoras-beneficiadoras. Proposta de novos fluxos reversos Após a identificação das distâncias, localização das recicladoras-distribuidoras e recicladoras-beneficiadoras, foram possíveis verificar e propor um novo desenho para os fluxos reversos. Os novos fluxos reversos são condicionados: a) à posição geográfica das unidades produtivas de forma a permitir o estabelecimento de rotas de abastecimento e de entrega do material; b) à rede comercial já formada entre as unidades produtivas; c) ao volume a ser transportado pelo caminhão dentro destas rotas. Sendo assim, foram identificadas as distâncias geográficas existentes, por meio do GeoMedia Viewer, entre as unidades produtivas: recicladores distribuidores-recicladores-beneficiadores e os recicladores-beneficiadores-recicladores-transformadores, individualmente. A partir das distâncias, podem-se construir novas sub-redes mediante a superposição das distâncias e do percurso percorrido. As redes de compartilhamento proposta de transporte permitirão a otimização do uso do caminhão pelas recicladoras-distribuidoras. Nesse caso, o caminhão poderá atingir sua capacidade máxima em todos os seus trajetos, com isso haverá redução do número de viagens de caminhões a serem utilizados por cada unidade produtiva individualmente. Outra proposta foi à utilização de caminhões de maior porte. A cada trecho do transporte, a proposta é substituir o caminhão de menor capacidade por um de maior capacidade de forma que a cada duas viagens de um caminhão maior são possíveis eliminar um caminhão de capacidade menor. Esta substituição permite a redução do número de caminhões associada à formação das subredes Esta nova configuração foi construída com base nas distâncias geográficas entre as unidades produtivas fornecedoras e clientes. Esta configuração foi estruturada com base nas relações comerciais, que atualmente conta com 12 subredes (Figura 1), as quais foram reavaliadas para incorporar o compartilhamento de transporte a ser utilizado pelas unidades produtivas. Sendo assim, a proposta reduziu as 12 subredes para 6 subredes, conforme Figura 2. 2 RB são empresas de beneficiamento Figura 2: Fluxos propostos para a cadeia de reciclagem de PET no Rio de Janeiro Comparação entre o fluxo reverso existente e a proposta de novos fluxos reversos Para efeito de comparação dos fluxos reversos atuais e os fluxos reversos propostos foram tomados como base os quilômetros rodados sob responsabilidade das unidades produtiva e os quilômetros a serem rodados por cada unidade produtiva dentro da proposta do novo fluxo reverso. Foi considerada a distância sob responsabilidade da unidade produtiva, alocando essa distância entre: a distância da unidade produtiva do reciclador-distribuidor até a unidade produtiva do reciclador-beneficiador e a distância entre a unidade produtiva do reciclador-beneficiador até a unidade produtiva do reciclador-transformador. Desta forma, foi feita uma estimativa utilizando a proporção de quilômetros rodados sob a responsabilidade das unidades produtivas e os quilômetros a serem rodados por cada unidade produtiva dentro da proposta do novo fluxo reverso. Calculou-se o percentual que representa a distância portão-portão entre o Fornecedor e o cliente. Posteriormente, esse percentual foi aplicado ao km rodado sob responsabilidade da unidade produtiva, resultando numa estimativa para o Km rodados sob responsabilidade da unidade produtiva. De posse dos dados acima foi feita uma comparação entre os fluxos reversos atuais e os fluxos reversos propostos, o que originou uma redução significativa da quilometragem rodada quando praticada as rotas das subredes propostas. Conclusões Foi possível constatar que o fornecimento do PET pós-consumo no Estado do Rio de Janeiro, na grande maioria, é oriundo do material da primeira e da segunda etapa da reciclagem (catação e enfardamento) e menos influenciado pelos fluxos da terceira etapa (beneficiamento). Uma vez que a localização da origem do material que é realizada pelos distribuidores e dos recicladores-distribuidores tem grande influência no fluxo do PET. A localização dos recicladores-beneficiadores está ligada ao escoamento da produção para os transformadores que são seus clientes. Desta forma, estes estão próximos a rodovias ou localizados em distritos industriais. Na qual os fluxos relacionados à quarta etapa (transformação) estão presentes, em relação a seus clientes, estão na sua quase totalidade fora do Estado. Mediante a comparação dos fluxos atuais e a proposta de uma nova Logística Reversa foi possível concluir que a superposição das redes possibilitou a redução da distância percorrida pelas unidades produtivas quando tomadas individualmente e a formação de redes. A proposta de novos fluxos reversos permitiu reduzir as 12 subredes para 6 subredes. Referências Bibliográficas AQUINO, I. F. de.; Junior, A. B. de C.; Pires, T. S. de L. A organização em rede dos catadores de materiais recicláveis na cadeia produtiva reversa de pós-consumo da região da grande Florianópolis: uma alternativa de agregação de valor. Revista Gestão da Produção, São Carlos, v. 16, n. 1, p. 15-24, jan-mar. 2009 GUERRINI, A F. M; VERGNA, J. R. G. Um modelo de atores e recursos para redes de cooperação entre empresas em obras de edificações. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/prod/2011nahead/AOP_T6_0008_0220.pdf> Acesso em: 01 set. 2011. POKHAREL, S.; Akshay, M. Perspectives in reverse logistics: A review. Resources, Conservation and Recycling, v. 53, n. 4, p. 175–182, 2009. Disponivel em: <www.elsevier.com/locate/resconrec>. Acesso em: 22 jan. 2012. Silva, E. A. da.; Neto, J. M. M. Logística Reversa nas indústrias de plásticos de Teresina – PI: Um estudo de viabilidade. Polímeros. v.21, n. 3, p. 246 – 251, 2011. SILVA, E. A. DA.; NETO, J. M. M. Logística Reversa nas indústrias de plásticos de Teresina – PI: Um estudo de viabilidade. Polímeros. v.21, n. 3, p. 246 – 251, 2011