MIOCARDIOPATIAS
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MIOCARDIOPATIAS
Eurival Soares Borges MIOCARDIOPATIAS I - DILATADA II - RESTRITIVA III - HIPERTRÓFICA - Sinais e Sintomas - ECG - Raio X de tórax - Ecocardiograma - Cateterismo - Considerações clínicas - Tratamento clínico - Tratamento cirúrgico I = Miorcardiopatia septal assimétrica, II - Miocardiopatia dilatada e marcapasso, III - Indicação de CDI na prevenção de morte súbita na insuficência cardíaca congestiva: IV - Diagnóstico diferencial ao ECO - Pericardite Constritiva (PC) e Miocardiopatia Restritiva (MR): V - Diagnóstico da displasia arritmogênica do ventrículo direito Eletrocardiograma e Ecocardiograma em: Miocardiopatia hipertrofica apical Miocardiopatia septal assimétrica com SAM Miocardiopatia dilatada Alterações diastólicas do VE tipo relaxamento Página 229 DILATADA RESTRITIVA HIPERTRÓFICA SINAIS E SINTOMAS - Insuficiência cardíaca esquerda - Fadiga, fraqueza, TEP - B3 - Sopro regurgitação - Insuficiência cardíaca direita - Sinais e sintomas de isquemia - B3 ou B4 - Dispnéia - Palpitações - Angina - B4 e ictus hipertrófico. - SS FM que aumenta com valsalva ECG - Taquicardia sinusal - Arritmias - Distúrbios na condução - Áreas inativas - Baixa voltagem - Sobrecarga Atrial - Distúrbios na condução - Sobrecarga atrial esquerda - HVE - Anormalidades: T, ST, Q - T gigante negativa - APICAL RX DE TORAX - Cardiomegalia – moderada a grave - Cadiomegalia discreta - Cardiomegalia discreta moderada ECOCARDIOGRAMA - Dilatação cavidade ventricular - Refluxo nas válvulas AV - F.E.- diminuida - Hipocontratilidade das paredes - Aumento de espessura e da massa ventricular. - Cavidade ventricular normal ou diminuída com átrios grandes. - Função sistólica normal - Obliteração de cavidade - Hipertrofia Assimétrica: septal, apical e basal. - Via de saída estreita - SAM com ou sem I.M. - Gradiente intraventricular obstrutiva ou não CATETERISMO - Dilat. vent. + hipocontratilidade - Redução enchimento diastólico - Pressões elevadas - Pressões elevada - Baixo débto - Contratilidade normal - PD2 elevada - Contração normal - Refluxo mitral - Gradiente intraventricular. CONSIDERAÇÕES CLINICAS -Sempre que possível devemos afastar: - ICO (viabilidade ?) - Taquicardiomiopatia - Hipertireoidismo Na estratificação de risco é importante: * morte súbita na família * Se necessário : Holter , ECO, Tálio, ECGAR e E.E.F. (nas arritmias) - Esclerodermia - Amiloidose - Sarcoidose - Síndrone Eosinofílica ENDOMICARDIOFIBROSE * requer mudanças no tratamento, 42% VD sendo umas das poucas causas 43% VD + VE de ICC passíveis de cura. 15% VE AMILOIDOSE simula HVE + ICC importante TRATAMENTO CLÍNICO TRATAMENTO CIRÚRGICO - Digital + Diurético - IECA: Captopril 50mg/dia ou Enalapril 20mg/dia - Espironolactona 25 mg/dia - Anti-arrítmicos: se necessário prefeir Amiodarona - Beta bloqueadores: Carvedilol Metoprolol - Vide insuficiência cardíaca congestiva. SINAIS DE GRAVIDADE: história familiar de óbito, TV, FA, Síncope, IM, obstrução importante. - Habitual, com pouca resposta na endomiocardiofibrose Isquemias Doses plenas de: - Beta Bloqueador OBs.: Amiloidose -alteração de - Verapamil medicina nuclear, biópsia padrão Arritmias- amiodarona em dose ouro, ECO refrigência de septo. plena, se necessário associar Prognóstico reservado, risco de com: disopiramida e intoxicação digitálica. beta bloqueador; ter cuidado com bradicardia acentuada. - Em casos de maior risco DI. - Retirada do endocárdio fibrótico da EMF obs.: baixa recidiva, porém existente Somente nos refratários e com gradiente > 30 mmhg: - Retirada de faixa fibrótica com recidiva importante. - Marcapasso DDD com boa melhora (aguardar 60 dias) - Obstrução da primeira septal septo>22 mm -evitar CIV SS FM = sopro sistólico no foco mitral, HVE = hipertrofia do ventrículo esquerdo, SAM = movimento de anteriorização da mitral, IM = insuficiência mitral, ICO = insuficiência coronariana, VD = ventrículo direito, VE = ventrículo esquerdo, TV = taquicardia ventricular, FA = fibrilação atrial. Página 230 Algumas considerações: I = Miorcardiopatia septal assimétrica: Incidências (%): fibrilação atrial 10-20, morte súbita 2-4, mortalidade em pacientes com sintomas e com gradiente: criança/adolescente 6 e em adultos 3, evolução para ICC 3-25, embolias 2-15 (encefálicas 71%, pulmonares 19% e para MMII 9,5%), DAC 7-50 quando em menores de 18 anos de idade ponte miocárdica e espasmo, endocardite 0,5-4. Pacientes de maiores riscos: história familiar de morte súbita em menores de 30 anos, anormalidade genética, síncopes recorrentes, fibrilação atrial, TVNS ao holter, FV ou TV no estudo eletrofisiológico, espessura do septo > 30 mm. Tratamento não medicamentoso: marcapasso AV sequencial, CDI, miomectomia e embolia septal * Estudos com marcapasso: PIC (european heart journal - julho/99) e M-PATHY (circulation junho/99) PIC M-PATHY gradiente > 30% refratariedade ao ttmto. clínico n - dobro do M-PATHY 12 centros de estudos ídem ídem RESULTADO melhora: dispneia, palpitação MANUTENÇÃO DO TTMTO. CLÍNICO por todo período NS: classe funcional, qualidade de vida e VO2, porém diminuíu gradiente significativamente. somente nos primeiros 06 mêses CONCLUSÃO MP é uma opção terapêutica pouca invasiva e não exclui outras formas de tratamento. primeira intenção é cirúrgica, porém em idosos pode ser considerado MP ou embolização. INCLUSÃO ídem * Embolização septal: Diminui o gradiente, a morbidade e a espessura septal Limitação dada pela árvore coronariana e se o septo for < 22 mm maior risco de levar à CIV. Complicações: geração de IAM, uso de marcapasso temporário em 32% e definitivo em até 20%. Estratégia de tratamento da miocardiopatia hipertrófica assintomáticos sem obstrução com obstrução sem medicação betabloqueador risco de morte sintomáticos CDI betabloqueador verapamil disopiramida amiodarona boa resposta refratário c/obstrução s/obstrução marcapasso DDD oclusão septal miectomia septal transplante cardíaco Página 231 Tratamento medicamentoso que pode influenciar na história natutral da HSA: Losartana - ação na fibrose Sinvastatina - ação na fibrose e HVE Espirnolocatona - ação na fibrose II = Marcapasso na miocardiopatia dilatada - Terapia de Ressicronização: Tem como objetivo tratar pacientes em CF III/IV com estimulação biventricular, diminuindo e retardo natural do VE pelo BRE e com isto melhorando a assincronia de septo/parede posterior maior marcador prévio de benefício da ressincronização, melhora na insuficiência mitral e na fração de ejeção do VE, levando por sua vez à melhora na qualidade de vida no tempo de tolerância ao esfôrço fíisico e redução na mortalidade. INSYNC: prospectivo, multicêntrico não randomizado, passando 75% de CF III/IV para I/II e permanecendo 25% em III/IV, aumento de 100 m no teste de 6 min., melhora na qualidade de vida sem aumentar a FE significativamente. PATH-CHF: (circulation/99),randomizado, compararam estímulo uni e biventricular, QRS > 120 mseg, FE <35%, CF III/IV, programado intervalo AV ótimo, resultados positivos só nos com QRS > 150 mseg. MUSTIC: (março de 2000), multicêntrico, randomizado, único cego, resultados: caminhada aumentou de 23% teste de 6 min.,VO2 aumento de 8%, melhora qualidade de vida, interncção reduziu em 66%. MIRACLE: 6 mêses, resultados melhores quanto à qualidade de vida, teste da caminhada e da CF. COMPANION: ressincronizados com menos mortalidade em 1 ano principalmente quando associados a CDI CARE HF: estudo de maior impacto quanto ao quesíto mortalidade nos pacientes com FE < 35%, CF III, QRS >/= 150 ou com 120-150 porém com dessincronização ao eco tissular. Metanálise: 3380 pacientes terapia de ressincronização diminuiu mortalidade em 28%, diminuiu a taxa de hospitalização por ICC em 45%, melhora na qualidade de vida “QoL” (3 a 6 meses), NNT foi de 11 em 2,5 anos PROSPECT - Não conseguiu com Eco-tissular diferenciar os não responsivos dos responsivos à TRC. RETHINE - TRC em BRE < 120 mseg porém dissincrônicos, sem resposta favorável ao uso. Conclusão: - INDICAÇÃO 1 - Indicação ótima em: CF III com FE < 35%, DdVE > 60, QRS > 150 ou com 120-150 dessincronizado ao ECO tissular. (I, IIa) 2 - Podendo ser incluído os pacientes em CF IV com as carcterísticas anteriores de FE < 35%, DdVE > 60, QRS > 150 ou com 120-150 dessincronizado ao ECO tissular porém já dependente de marcapasso ou com indicação imprescindivel do mesmo. Também em fibrilação atrial de baixa resposta ventricular (IIb) Página 232 ESTUDO CRITÉRIOS GRUPOS DESFECHOS N MIRACLE CF III/IV DdVE > 55 FE < 35% QRS >/= 130 TRC X Não QoL, CF, Teste de 6 min 532 PATH-CHF CF II - IV QRS >/= 120 TRC X Não com cross-over cronico P-pulso-TRC X Não teste agudo P-pulso aórtico agudo Qol, CF, Teste 6 min 27 MUSTIC CF III TRC X Não QRS >/= 150 com cross-over FE < 35% DdVE > 60 teste 6 min < 450 QoL, CF, teste 6 min hospitalizações VO2 maximo 67 InSync III CF III/IV QRS >/= 130 FE < 35% DdVE > 60 TRC com intervalo VV ótimo X Não, com cross-over QoL, CF, teste 6 min 264 Contak-CD CF III/IV QRS >/= 130 FE < 35% DdVE > 60 TRC com intervalo VV ótimo X Não, com cross-over QoL, CF teste 6 min 581 COMPANION CF III/IV QRS >/= 130 FE < 35% DdVE > 60 TMO X TMO + TRC X TMO + TRC + CDI combinação de: 1520 mortalidade, internações por ICC, drogas vasoativas. CARE - HF CF III TRC X Não QRS >/= 150, com cross-over 120-150 ECOdessincronizado, FE < 35% DdVE > 60 mortalidade, QoL, 813 variáveis ao ECO, Avaliação neuro-humoral TRC - tearapia de ressicronização cardíaca biventricular, TMO - tratamento medicamentoso otimizado, CF classe funcional, FE fração de ejeção, QoL qualidade de vida. Página 233 III - Indicação de CDI na prevenção de morte súbita na insuficência cardíaca congestiva: Prevenção secundária: Vários estudos em pacientes com cardiopatia mostraram a efetividade do CDI na redução do risco de morte súbita em pacientes de alto risco (prevenção secundária), quando comparado ao uso de drogas antiarritmicas. Os quatros principais estudos de prevenção secundária analisaram 2500 pacientes, com redução de risco relativo de morte de 36% com custo efetividade aceitável. AVID, CASH, CIDS: (prevênção secundária), CDI foi melhor que amiodarona em pacientes piores, com pelo menos dois dos ítens: idade > 65, CF III, IV e FE de VE < 35%. CIDS: (n = 659) D.I. redução modesta mas não significativa na morte total, em relação a amiodarona empírica. NNT = 20:1 Portanto estaria nesta categoria de prevenção secundária de alto risco os pacientes classificados abaixo e que não tenham causa totalmente reversível. Conclusão: - INDICAÇÃO 1 - Pacientes com disfunção ventricular por cardiopatia isquêmica ou não isquêmica sobrevivente de parada cardíaca devido à fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia ventricular sustentada (TVS) com instabilidade hemodinâmica. 2 - Paciente com doença cardíaca estrutural com documentação de TVS espontânea estável ou instável. 3 - Síncope recorrente com indução de TVS instável ou FV no estudo EEF. 4 - Síncope recorrente de etiologia não explicada (IIb). Prevenção primária: A a maioria dos pacientes com disfunção ventricular não preenchem os critérios para prevenção secundária de morte súbita, portanto estudos randomizados tem trabalhado nesta questão da melhor indicação inclusive com análise da custo-efetividade do procedimento. MADIT II - 1232 pacientes com cardiomiopatia isquêmica, com FE < 35%, em período tardio pós IAM, e seguimento de 20 meses com 14,9% de óbitos no grupo CDI comparados com 19,8% no grupo tratamento clínico com uma redução de risco relativo de de morte de 31 % e absoluto de 6%. Análise do estudo mostra que foi realizado em período de pouca terapia de reperfusão, estatina não amplamente empregadas, aspirina e BB não otimizados e os pacientes com menos de 06 meses não beneficiaram da terapia com CDI. SCD-HeFT - 2521 pacientes, sendo 70 % em CF II e 30 % em CF III, FE < 35%, 52% com cardiopatia isquêmica e não isquêmica em 48%. Randomização: 847 mantiveram o tratamento convencional, 845 foi feito associação com amiodarona, e 829 associação com CDI com segmento médio de de 45 meses, objetivo principal avaliar morte por qualquer causa. Concluido que o grupo placebo e o da amiodarona não ofereceram diferenças estatísticas sendo respectivamente 29% e 28%, já no grupo com CDI os óbitos foram de 22%, com redução de risco relativo na ordem de 23%. CABG-Patch - implante rotineiro de CDI não dominui mortalidade. DINAMIT - implante precóce pós IAM não reduz mortes. AMIOVIRT, DEFINITE - CDI na cardiomiopatia dilatada não isquêmica não reduz morte. Conclusão: - INDICAÇÃO 1 - (I) - cardiomiopatia isquêmica com mais de 06 meses com FE < 35 %, CF II e III, com tratamento clínico otimizado, sem indicação de revascularização miocárdica e sem comorbidades importantes. 2 - (IIa) - nos não isquêmicos com as mesmas caracteristicas anteriores indicação (IIb). Página 234 IV - Diagnóstico diferencial ao ECO - Pericardite Constritiva (PC) e Miocardiopatia Restritiva (MR): Dados analisados MR PC AE VE refluxo/mitral respiração e mitral aumentado diminuido (+) diastólico sem alteração normal normal (+) diastólico inspir. < E / > TRIV expir. > E / < TRIV S=D pericárdio veia pulmonar paredes S<D abaulamento septo alteração de VD>VE V - Diagnóstico da displasia arritmogênica do ventrículo direito * Sociedade Européia de Cardiologia (02 maiores ou 01 maior e 02 menores ou 04 maiores) História Familiar maior confirmação por necropsia ou cirurgia menor morte súbita em familiares antes dos 35 anos com suspeita de DAVD ECG maior ondas epsilon ou aumento da duração do QRS > 110 ms nas precordiais direitas.V1-V3 menor ECGAR c/ potenciais tardios, inversão de T de V1-V3 em menores de 12 anos s/ BRD Arrtmias menor TVS ou não com padrão de BRE, EV frequente > 1000/24 h no holter Disfunção global ou regional maior dilatação acentauda e redução da FE do VD com pouco ou nenhum comprometimento do VE aneurisma de VD (áreas discinéticas ou acinéticas), dilatação grave do VD menor dilatação global moderada de VD ou diminuição da FE de VD com FE de VE normal dilatação segmentar moderada de VD, hipocinesia regional de VD Carcterísticas teciduais maior presença de tecido fibroadiposo no miocárdio visto na biópsia do endomiocárdio *Conduta: Expectante se não existir EV multifocal, potenciais tardios, história de síncope e ausência de ICD, CDI se TV prévia ou EV multifocais frequentes, Cirurgia Cavopulmonar se ICD acentuada e Transplante se ICC descompensada. Página 235 T gigante negativa – APICAL - Miocardiopatia hipertrofica apical ( ECG + ECO) Página 236 ECG na miocardiopatia apical assimétrica Miocardiopatia septal assimétrica com SAM: Página 237 Miocardiopatia dilatada. Alterações diastólicas do VE tipo relaxamento (relação E/A < 1,0) + sistólicas (aumento nos diâmetros do VE 6,9 e 5,7 cm com fração de ejeção de 38% e hipocinesia difusa) Miocardiopatia dilatada e derrame pericárdico. Alterações sistólicas do VE (aumento em seus diâmetros 7,6 e 6,3 cm com fração de ejeção de 34%) Página 238 Comparando as alterações diastólicas tipo relaxamento do VE com paciente normal; vide relação E/A: * alteração diastólica - relaxamento (E/A < 1,0) * normal Alterações segmentares da contratilidade do VE: ICO ? tripanossomiase ? Página 239
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