Página Aberta: uma publicação de alunos, pais e

Transcrição

Página Aberta: uma publicação de alunos, pais e
Cotia, 26 de
junho, 2009
Página Aberta: uma publicação de
alunos, pais e professores do Colégio Viver
editorial::2
michael phelps...::3
oficina de cadernos::4
viverzinho::6
paul mc cartney::7
pra começo de conversa::8
brisa campos::10
observação celeste::11
era pra ser engraçada?::12
gran torino::13
fases::14
humor::16
editorial: Marina você faça tudo
mas faça o favor ...
Michael Phelps e seu muy amigo
texto: Danielle
desenho: Ricardo
Véspera de férias no Viver, como sempre, me faz lembrar tudo o
que já acontenceu desde o primeiro dia de aula, provas, lições de casa, brigas,
relatórios, mas quando a gente menos espera sempre vem uma notícia bombástica. Esse semestre não foi diferente.
Era uma quarta feira à tarde, não lembro o dia exatamente só sei
que faz pouco tempo. A aula de desenho havia acabado, então desci as
escadas rumo ao pátio. O frio fazia com que nós, humanos passassemos a
imitar os pinguins e andar em grupos apertados, muitos andavam até com
cobertores.
Ao chegar no pátio estavam a professora “Marisa” (Marina)
e a Andressa. Fui junto à elas. Começamos a conversar sobre “beatniks” e piramos em assuntos impossivéis de serem descobertos, assim
como a misteriosa civilização azteca. Foi no meio dessa discussão
baseada em hipóteses tão pouco sustentavéis que fiquei sabendo
que a “Marisa” iria nos deixar. Na verdade deixar não, isso carrega
um peso muito forte. Ela iria partir numa aventura! Sim, rodar as
Américas por meses! A Andressa quase morreu quando soube que
ficaria boa parte sozinha em lugares desconhecidos.
Minha mãe chegou 10 minutos depois, entrei no carro
e começei a pensar, conheço a “Marisa” há muuito tempo. Lembro que SEMPRE tentava enrola- la nos projetos mas na última
hora ela me fazia terminar. Depois ela foi me dar aula de
oficina de escrita, garanto, sofri bastante pois odiei escrever.
E quem diria que EU, estaria escrevendo uma
“carta” em nome de todos para a nossa professora “Marisa”.
Ela sempre foi muito calma, deixando todos à
vontade para se expressar e defende seu ponto de vista de
tal forma que sempre nos motivava a contra-argumentar.
Com certeza, Marina, você vai fazer falta, não
importa se por uma semana, um mês, seis meses, um
ano, ou uma vida inteira, você fará falta, sempre.
Integrantes:
Vitor, em nome de toda a equipe “Página Aberta”
2
Vitor
Dani
Ricardo
Marina
Marjóri
Larissa
Richard
Raphael
Depois de derrubada a obrigatoriedade
do diploma para o exercício da profissão de
jornalista, enfim nossa divertida atividade
no Página Aberta torna-se mais consistente. Agora, me aproprio do título para
criticar os colegas (nós, os jornalistas) e a
opinião pública (nós, todos). E, ao
fazer isso, admito percorrer
terreno delicado: piso em
ovos, mas essa cena sempre
me pareceu interessante.
O caráter investigativo,
crítico e de denúncia é uma
das principais razões de se
fazer jornalismo. Contudo,
infelizmente, não é só isso
que faz jornal vender. Jornal
também faz muita fofoca. E isso,
sabemos, vende bastante.
Existe uma diferença sutil e embaçada
entre denúncia e fofoca. Acredito que a
denúncia venha envolvida em um comprometimento ético e um questionamento de
valores que suscitem debates saudáveis à
nossa sociedade. O jornal informa, nos faz
pensar e, muitas vezes, mudar de idéia. Já a
fofoca (que não é exclusividade de tablóide)
é melada. Fofoca é coisa viscosa e grudenta,
cheia de falsa moral, de julgamento hipócrita que caça um bode expiatório. “Expiatório”, no sentido de expiar (a culpa).
Agora, vamos pensar pelo outro lado:
ao invés de “por que jornalista publica
fofoca?”, lhe pergunto, “por que você
(ou melhor: nós) compra(mos) fofoca?”
Afinal, se nós fazemos porque vende, então há um público que
certamente compra.
Para ilustrar o ponto que quero chegar voltemos a uma foto
infeliz publicada em vários jornais do mundo em janeiro desse ano.
Na foto, o nadador norte americano Michael Phelps, 24, maior recordista olímpico de ouros numa olimpíada é flagrado numa atitude
ilícita e nada esportiva. Um retrato do meu (e de muitos) “SuperHerói” vivo, de carne e osso, fazendo o que não deve!
Ai que horror! Como pode? Uma imagem
terrível! Capaz de manchar sua capa,
seu S, suas medalhas, seus patrocínios e que lhe suspendeu de vários
campeonatos.
Mas... espere um pouco! Esse
sujeito, quando estava cometendo tal
ato, não estava só. Há outros ali com ele! E
de quem era esse celular cuja foto rendeu ao
dono alguns dólares? Será que fotógrafo, que
acompanhava a tudo não participou de nada?
Por que ninguém se pergunta essas coisas? Por
que não houve uma reportagem sobre essa celebridade anônima da
investigação jornalistico-desportiva? A manchete poderia ser “Muy
amigo: fotografou mas não tragou”.
Para acabar por aqui, sem que essa discussão caia no julgamento
do réu, mais perguntas: será que incentivamos nossos alunos ou
filhos a delatarem outros? Como saber o que aconteceu e (mais importante) o que fazer depois que sabemos? Contamos a outros?
Meus alunos já sabem como reajo àquele tom de fofoca ardilosa:
Não gosto e não quero saber o que fulano fez enquanto eu estava de costas.
Mas, ao encararmos de frente os fatos que consideramos “graves”
aqui no Viver, conversamos com os envolvidos (com quem fez, com
quem participou, com quem viu, com quem contou) e com seus pais.
Quando é necessário, adotamos punições (que, também recaem
sobre dedo-duros). Mas sempre mantemos o diálogo e desconversamos com quem não viu, para enterrar o assunto. Fofoca adora
uma “ressussitação”, pra ir ficando grande até virar monstro. E, de
monstros e super-heróis, sempre desconfio.
3
oficina de cadernos, 14/02
Ligia, professora de ciências do FII, nos
ensinou, na oficina, várias técnicas de fazer
cadernos, desde uma simples dobradura de
uma única folha, passando por alguns tipos
de costura das folhas e capa, até o conhecido
caderno espiral. Mostrou-nos vários tipos
de cadernos, com uma ou mais lombadas.
Todos os participantes levaram materiais:
vários tipos de papéis, para o miolo e as capas, tecidos e outros materiais, para decorar
as capas, fitas, barbantes e fibras naturais
para a costura. E a escola disponibilizou vários tipos de papéis - brancos, coloridos, reciclados, cartões, cartolinas - EVA, e outros
diversos materiais, além das ferramentas
mais pesadas como o furador para espiral e a
guilhotina. Eu achei que houve um pouco de
4
desperdício de materiais, muitos pegavam
os materiais novos e não se importando
em tentar racionalizar sua utilização, iam
cortando cartolinas novas, sendo que poderiam usar uma que já estivesse cortada; ou
preferiram usar somente folhas novas de
sulfite branco, desvirtuando o princípio
de reciclagem.
Eu já conhecia a técnica de costura tradicional de livros, e adorei a técnica de costura
japonesa, na qual você fura capa e miolo com
pregos e depois os costura com qualquer fio,
fita ou cordão. É extremamente simples,
rápida, não necessita de muitas ferramentas,
só pregos e martelo, podendo-se até cortar as folhas mesmo com uma tesoura, sem necessidade
de uma guilhotina. O resultado é lindo.
texto:
desenhos:
Cláudia Barreto,
Ligia
mãe de alunos
do Viver
Bartolomucci,
professora de
ciências do F2
Muitos pais e alunos vieram e todos
saíram contentes com seus cadernos novos
e exclusivos. Eu fui junto com minhas filhas
Joana e Júlia. A Jô fez um caderno no estilo
japonês para presentear uma amiga e a Jú,
com uma amiga, reciclaram folhas e capa
de cadernos velhos num novo com espiral.
O Rodrigo não foi - eu não ia dar conta,
mas muitos pequenos do 1º ano vieram e
produziram junto com seus pais, ou melhor,
mães. No site do colégio, aqueles que não
foram podem ver as fotos dos cadernos
feitos na oficina.
Esses momentos de produção conjunta
me lembram muito dos almoços de domingo
na casa de minha mãe, onde depois de
comer, íamos à cozinha, continuar o papo
ao som da água da pia. Acho que todos, além
de produzir, poderiam também ajudar na
arrumação da bagunça final, não apenas ir
embora como se não fossem responsáveis
por ela. Vocês já pensaram para quem fica
a arrumação? Enfim, foi uma experiência
gostosa, é muito bom aprender a fazer algo
com as próprias mãos, coisa tão prazerosa
e difícil neste mundo de consumo “fastfood”, reciclar folhas não usadas e capas
de cadernos velhos, e sempre mais uma
oportunidade de rever amigos e conhecer
novos pais, estar junto com os professores e
nossos filhos. Parabéns!
5
::Discoteca Básica::
A riqueza da experiência...
texto: Maity
Desenho: Vitor
texto: Cassiano
N
o começo do ano um
aluno de cinco anos foi
fazer uma viagem de duas
semanas com seus pais
pela Europa. À princípio
pensei que talvez ele
fosse muito pequeno para
aproveitar uma viagem
dessas, ainda por cima no
inverno.
Mas como subestimamos as crianças...
Qual foi a minha surpresa
quando ele voltou e logo
começou a compartilhar
suas andanças por lá:
estávamos brincando de
fazer barquinhos de papel
para colocar nas poças
de água, e ele dizia que
estava navegando o Rio
Sena. Depois os barquinhos começaram a afundar
e as crianças foram pendurando todos os “barcos
morridos” em um varal,
como se fosse um “museu
de barcos naufragados”,
comentei. Foi então que
ele começou a contar
sobre o Museu Naval que
havia visitado, onde tinha
visto muitas pinturas de
barcos, canhões e navios
de guerra.
6
The Fireman - Electric Arguments (2008)
A partir desta
conversa surgiram idéias
para muitas brincadeiras,
histórias e atividades. A
escola ganhou até uma
jangada. E foram muito
gostosas as idas até o
laguinho para soltar diferentes tipos de barquinhos...
Até hoje escutamos relatos de sua
viagem, em diferentes
momentos, desde o
lanche, onde conta sobre
algumas comidas que experimentou, até na oficina
de artes, onde disse que
sua pintura parecia com
a do Picasso ( e de fato
parecia! ).
Estes são apenas
trechos que ilustram
como as crianças são
capazes de se interessar
por coisas que às vezes
podem parecer distantes
de seu mundo infantil,
mas que, se são vividas
em um contexto especial,
passam a ter sentido para
elas.
Há muito tempo existe uma briga para
decidir qual é a melhor banda de todos os
tempos: os Beatles ou os Rolling Stones.
Entre os fãs dos Beatles há uma divisão entre
aqueles que preferem o John Lennon, os
que preferem o Paul McCartney, o George
Harrison (meu caso) e até o Ringo Starr.
Eu sempre nutri certa antipatia por Sir McCartney. O considerava o “Sr. Certinho”, o
Beatle careta, aquele que não fala de política
e faz música para tocar no rádio. Isso tudo
até ouvir o último disco do velhinho de 66
anos em parceria com Youth, o baixista de
uma importante banda do pós-punk inglês,
o Killing Joke.
Desde que inventou a Sgt. Peppers
Lonely Hearts Club Band, Paul McCartney
descobriu a importância de usar nomes
falsos para ter mais liberdade criativa, ele
se registrava em hotéis com o nome Paul
Ramone para não ser reconhecido e é daí
que a primeira banda punk tirou seu nome:
os Ramones.
The Fireman é o nome desta banda de
dois homens só, que lançou o disco Electric
Arguments em 2008 que, para quem tinha
preconceito com o Macca, foi o maior “calaboca” da história. Mas como dois baixistas
formam uma banda? Simples: eles fazem
música eletrônica. Paul McCartney fazendo
música eletrônica?! Pois é, desde os Beatles
ele faz experimentos com seqüenciadores e
o que mais tarde ia se chamar samples. Já em
1980 ele lançou McCartney II, um disco que dá
para tocar em pistas de dança até hoje.
Electric Arguments é um disco experimental, que não liga a mínima para a MTV
ou para as paradas de sucesso. Abre com
um blues pesadão e barulhento com o Paul
gritando com sua voz “Lady Madonna”; passa
por uma balada beatlesca até no nome,
chamada “Two Magpies”; tem uma que até
lembra aquele Paul que eu não curto muito,
e é a única candidata a rádio, chamada “Sun
Is Shining”; tem a emocionada “Dance ‘Til
We’re High” e a musica de pista “Lovers in
a Dream”. São 13 faixas muito diferentes
umas das outras, mas por isso mesmo um
belíssimo disco que, como quase todos no
mundo, não adianta descrever, tem que
escutar... alto.
Paul McCartney já passou dos 64, idade
em que ele tinha medo que não gostassem mais
dele. Eu gosto, Macca, mais do que nunca.
7
texto: Maria Amélia
desenho: Cassiano
8
Nessa edição do jornal, me despeço de
Princesa Fiona e sua coluna, que morre por
falta de perguntas. A julgar pela receptividade das meninas às conversas sobre a
adolescência e suas questões, dentro e fora
e fora da optativa assim denominada, não
é por falta de dúvidas ou por desinteresse.
Acho que escrever uma questão e receber
sua resposta através do jornal é muito
impessoal para questões tão pessoais. A
conversa, em grupo ou individual,
funciona muito melhor.
Então resolvi dirigir minha “coluna”
aos pais e mães, e assim tratar de
algumas reflexões que me vem à cabeça
a partir do meu contato diário com os
adolescentes.
Acho que este é um momento
particularmente confuso para ser
adolescente e pais de adolescente.
Por um lado, estão eles sujeitos a uma
enorme quantidade de informações das
mais diversas sobre temas polêmicos
e adultos, sem que de fato consigam
muitas vezes processá-los de forma
eficaz na sua cabeça. Por outro lado,
às vezes me assusto com o grau de
desinformação deles sobre coisas mais
próximas ao seu universo e idade – por
exemplo, as meninas sabem pouco
sobre ciclos menstruais, conhecem
muito pouco sobre o desenvolvimento
da puberdade nos meninos, e, mais que
tudo, não parecem dispostas a mostrar
para o mundo esse desconhecimento,
perguntando a alguém que lhes possa
informar. Mas acima do conhecimento
informativo puro e simples, é realmente incrível como eles precisam conversar com alguém mais velho para poder
ir construindo uma espécie de ética
em relação a certos assuntos: relação a
dois, sexualidade, amizade. E o que eu
tenho sentido é que faltam situações
na vida deles em que a conversa sobre
assuntos aconteça naturalmente, não
como um interrogatório ou entrevista,
mas a partir de algum acontecimento,
de algum filme ou livro, e que na análise
do outro eles possam aos poucos ir se
colocando nas suas angústias, sem se
sentir pressionados.
E como não se sentir pressionado se
a premissa de muitos de nós, adultos, é
de que as coisas estão descontroladas,
que eles estão indo rápido demais, que
nós precisamos freá-los?
Não acredito que qualquer “freio”
externo possa funcionar perfeitamente.
Não estamos o dia todo com eles (ainda
bem para ambos). Mas é possível sim
fazê-los parar e pensar, repensar uma
atitude, e agir diferentemente na próxima vez. Adolescentes e adultos erram, e
aprendem através do erro, muitas vezes
com alguma dose de sofrimento sim –
um preço razoável a pagar pelo aperfeiçoamento de caráter. Ao meu ver, meu
papel como mãe é estar atenta a riscos
realmente grandes (sem paranóia materna), estar ali do lado quando alguma
coisa der errado, tanto para dar colo,
como para analisar com eles o que aconteceu, evitando é claro a famosa frase
“eu disse que isso ia acontecer”, “eu não
falei” e similares, por mais que ela seja
cabível. E é um pouco isso que nós aqui
na escola temos feito também com os
seus filhos, usando todas as oportunidades de erros para conversar, crescermos
todos, e aprendermos com elas.
9
Quem é Brisa?
Pagina aberta: Qual é o seu nome
completo?
Brisa: Brisa Bejarano Campos
PA: De onde vem esse nome? Por
que?
B: Essa é uma historia da minha vida: Meu
avô Roberto Bejarano nasceu em uma tribo
tupi-guarani no interior do Mato Grosso do
Sul, e logo quando criança foi adotado por
uma família de portugueses que o batizaram como Roberto. Quando se casou e teve
filhos, decidiu nomear um dos seus filhos
com nome de natureza para presentear
sua origem.Assim, chamou minha mãe de
Selva. Minha mãe quando casou com meu
pai (Mario) teve filhos e quis continuar essa
geração. Minha irmã chama-se Bartira, significa ramalhete de flores, eu Brisa (Vento
suave) e meu irmão mais novo que é filho do
meu pai com a Mônica chama-se Tiê, tiê é
um pássaro de barriga vermelha que habita
os arredores da mata atlântica, da Paraíba
à Santa Catarina. Ele também é conhecido
como tiê-fogo, tiê-vermelho, tiê – piranga,
Tapiranga e Sangue–de-Boi.
PA: Brisa você (brisa) muito?
B: Muito boa esta pergunta!!! Gente quando vocês me perguntam se eu “briso” muito,
entendo que querem saber se eu viajo na
facilidade que o vento voa. Digo que sou uma
pessoa bastante atenta com a vida, minha
vida com o que esta em volta. Acho que
poder voar com o vento é bom e se desligar
da rotina também. Eu sempre pratiquei Jazz
como dança, sempre foi um espaço importante para voar.
10
Uma noite de
observação celeste
texto: 6º ano
perguntas:
Nani e Richard
desenho:
Danielle
PA: Quantos anos você tem?
B: Tenho vinte e quatro anos. Faço vinte e cinco no dia nove de
setembro.
PA: Quanto você calça?
B: Eu calço uma numeração bem pequena... Mas sou fisicamente
pequena também. Meu número é 33/34.
PA: Você tem marido ou namora?
B: Eu namoro faz algum tempo com um homem que se chama
Plínio. Ele é psicólogo como eu ele mora perto do Colégio Viver.
PA: Você tem animais de estimação?
B: Tenho uma gata chamada “Minuit”, que significa meia noite em
francês porque ela é pretinha, sempre falamos em casa de gatos
pretos dão sorte!!! Ela atualmente mora na casa do meu pai, quando
mudei de casa não pude trazê-la comigo. Mas a vejo toda semana. Ela
já é uma jovem senhora gata com onze anos de idade.
PA: Quais são suas expectativas no Colégio Viver?
B: Tenho certeza que as melhores possíveis!!! Já me sinto parte
desta escola e pintando com todas as cores que ela tem!!!
PA: Qual parte do trabalho você acha mais interessante?
B: A parte mais interessante é a possibilidade de ver concretamente
os projetos pedagógicos dando certo. Acho que quando trabalhamos
em uma escola isto é o mais gratificante.
PA: Qual parte do trabalho você mais gosta de realizar
B: Meu trabalho, como vocês já puderam perceber é mais voltado
para os adultos do que para as crianças. Mas percebo que a parte que
mais gosto são as conversas que tenho com cada um que me procura.
Na terça-feira, dia 9 de junho de 2009, nós viemos à escola para fazer uma observação celeste.
O sexto e sétimo ano combinaram de trazer: telescópio,
binóculo, luneta, lanterna com um plástico vermelho para
não ofuscar as estrelas, relógio, carta celeste, bússola, papel
e lápis.
Todos do FII começaram a chegar e foram indo para biblioteca. Primeiramente a Ligia e Luísa falaram um pouco
sobre a observação celeste.
O sétimo ano começou a apresentação explicando sobre os tipos e telescópio, a Laura e a July falaram sobre a luneta que o sexto e sétimo anos construíram.
Às 18h30, a Ligia e a Luísa apresentaram pelo computador como ia ficar o
céu à noite.
As pizzas chegaram e cada um
tinha direito a dois pedaços de pizza e refrigerante.
Depois de comermos, a Luísa e o
Mauricio montaram os telescópios refratores e observamos a lua, crateras da
lua, cruzeiro do sul e escorpião.
Observando a lua pelo binóculo deu
para ver a sua tridimensionalidade. O
ruim é que depois apareceram muitas
nuvens cobrindo as estrelas.
saiba mais no site do Viver:
www.colegioviver.com.br/
observacao-celeste
desenhos de Galileu Galilei para ilustrar as fases da lua
11
ERA PARA SER UMA CASA MUITO ENGRACADA?
texto: vitor
Desenho: Vitor
Sim, foi isso que me perguntei
ao inicio do ano, quando me deparei com
a nossa tão engenhosa façanha inacabada, que me fez lembrar obras geniosas
da prefeitura, que por motivos variados,
foi interditada.
Passei dias pensando se a
nossa tão ilustre capa da edição passada teria desmerecido-a e até mesmo
a contra capa não lhe cabia mais. Por
que penso, quem iria se orgulhar de um
trabalho inacabado? Ninguém, foi minha
resposta em imediato.
Mas, algumas semanas atrás,
eu me surpreendi: vi alunos, que guiados
pela prof.ª Ligia, tornaram a erguer as
tão avermelhadas paredes, me enchendo
de esperança e de um orgulho maior
ainda.
Não é de hoje que a escola abre
espaços para criarmos projetos como
este da casinha, que foi sugerido pelo
12
pessoal do 7º ano atual, no ano passado;
mas, também sabemos que não podemos perder todas as aulas de ciências para
finalizarmos este projeto, afinal existem
outras coisas que devem ser trabalhadas,
e é por isso, que pedimos a ajuda de
vocês, pais, alunos, funcionários, para
erguer nossa tão ilustre casa ecológica,
venha participar:
Dias: 18 & 25 de agosto
(terças)
Horário: 14:00 às 17:00
Já tinha escrito a crítica para esse número do jornal, sobre o
filme “O Leitor” (veja no blog), quando estreou mais um filme de
Clint Eastwood, Grand Torino. Não é o melhor dele – na minha opinião “Sobre meninos e lobos” vai mais fundo na crítica à hipocrisia.
Mas é sem dúvida muito bom.
Para mim, é sempre uma surpresa o quanto seus
filmes me estimulam. Apesar de crítico, ninguém é
mais americano do que Clint Eastwood em temas e
personagens: o lutador de boxe , o ex-combatente,
o cowboy, o jazzista. E exatamente por isso, é
capaz de instigar, de fazer pensar sobre a
sociedade americana a partir de dentro e
não como um olhar estrangeiro.
O diretor conduz nossas emoções
habilmente: nos primeiros minutos já suscita antipatias contra o
personagem central, Walt Kowalski, ex combatente da Coréia, velho
amargo e preconceituoso, brilhantemente interpretado por ele
mesmo. Seus filhos, netos e nora são retratados de uma forma tão
estereotipada que só pode ser intencional. O que ele quer com isso,
criticar a mediocridade da classe média americana? Se não for isso,
até que a carapuça serve.
Em contraste com essa caracterização estereotipada, os vizinhos
orientais de Walt Kowalski, vão saindo do clichê através da incrível
personagem da jovem Sue Lor, que ao mesmo tempo respeita as tradições do seu povo, os hmong, e encontra um espaço para cultivar
sua natural tendência a independência e autonomia. O velho ranzinza e cáustico e a jovem desaforada logo se reconhecem e travam
entre si um jogo de aproximação cheio de tensão e respeito, que
envolve uma lenta reavaliação dos preconceitos do ex-soldado americano (afinal, como sempre dissemos aqui na escola, a única forma
real de se quebrar preconceitos é estabelecer relações pessoais
com o grupo em questão). E mais, Sue o força a assumir um papel
de tutor de seu irmão, um jovem tímido e inadaptado à agressiva
sociedade americana, o que gera uma das cenas que irá certamente
agradar nossos alunos adolescentes (e alguns pais): Walt leva XXXX
ao seu barbeiro italiano para ensiná-lo “como falar como homem”,
ou seja, como manter uma amigável conversação cheia de insultos e
barbaridades. De fato, muito instrutiva.
Eastwood é sempre criticado por seu conservadorismo. Os valores que preza – família, honra, comunidade, coragem – parecem
::filme::
Gran torino
texto: Maria Amélia
desenho: Vitor
tirados de um velho manual de escoteiros.
Será??? Tudo depende de onde parte seu olhar.
Afinal, os laços familiares na América
do Norte parecem estar precisando mesmo
serem retomados, visto que os recentes
episódios de jovens assassinos nos deixam a
pensar como uma mãe não é capaz de perceber o nível de loucura de seu filho e a presença
de um arsenal na sua própria casa ?!?!?!
As vezes um diretor constrói todo um filme de forma competente e estraga no final.
Não é esse o caso. O final, ao mesmo tempo
triste e grandioso, é a única solução possível
daquela estória. Vá ver, vale o ingresso.
Alguns filmes
imperdíveis de Clint
Eastwood:
A Conquista da Honra e Cartas
de Iwo Jima (2006)
Menina de Ouro (2004)
Sobre Meninos e Lobos (2003)
As Pontes de Madison (1995)
Os Imperdoáveis (1992)
Bird (1988)
13
::Crônica::
Fases
texto: Ana Clara
desenho: Ricardo
Há algumas semanas eu estive elaborando
uma teoria de vida para nós humanos,
baseadas nas minhas ultimas experiências...
Temos várias fases em que passamos na
vida, perguntando o porquê das coisas, mas
nem tudo tem um porquê, por isso criei
minha teoria.
Quando nascemos, somos aquela coisa
pequenininha, que dá até medo de pegar,
porque não é a bonequinha que se cair no
chão tudo bem... Nós nem ao menos nos
expressamos, apenas através de berros,
gritos, uma febrinha, um gratificante sorriso
talvez. Por isso mamãe tem o pleno controle
das escolhas... Com um tempo, começamos
a engatinhar, o que todos acham liiindo! Ai
que bebê cuti cuti, que gracinha... Eu tenho
uma série de fotos de peito aberto engatinhando. Emoção.
Depois crescemos, e viramos crianças, a
melhor fase da vida, essa é a verdade, pois
não sabemos que o futuro ensino médio é
uma selva (risos a parte, porque eu tirei essa
frase de um filme barato de adolescentes
americanos, mas cada dia eu sinto que
é mais verdade). Pegamos em tudo, não
pensamos muito nas conseqüências, apenas
nos divertimos. Mas é nessa época que
criamos algumas paixões. Acho que a minha
primeira foi a pintura.
- O que você quer ser quando crescer, Aninha?alguém me perguntou um dia (alguém não, todos um dia perguntaram... Essa gente grande...)
14
- Eu quero ser pintora! Fazer desenho, arte, escultura... – Hum,
caretas.
Com um tempo comecei a analisar a cara das pessoas de interrogação. E eu perguntei pra minha mãe porque.
- Filha, é que sabe, ser pintora, não dá muito dinheiro... É apenas
um hobby para algumas pessoas... Você tem que ser muuuito boa.eu pensava que eu era muito boa, minha mãe me colocou no curso
de pintura para cultivar meu animo... –Na época eu pensava: “Eu
gosto! Eu sou boa! Dane-se o dinheiro! Eu vou viver da arte”. Ok,
talvez não tenha sido bem isso, mas foi quase.
E com um tempo, ainda criança, eu descobri que gostava de
escrever, houve várias tentativas de livros... Por isso, ser escritora
parecia demais. A arte dominava agora a literatura...
- Aninha! Que vestido lindo você está usando, você cresceu muito
desde a ultima vez que eu te vi – eu abria um sorriso pra quem
falasse que eu tinha crescido. -Então, o que você vai ser quando
crescer?- eu já tinha a resposta na ponta da língua.
- Eu quero ser pintora... E, além disso... Eu quero escrever... Eu vou
ser a J.K. Rowling!
- Esse é um belo plano.
Claro que eu queria ser muita coisa, veterinária... Quem não gosta
de cachorro? A Fátima Bernardes do JN, vulgo jornalista... (risos),
atriz por causa das peças da escola... Sim, eu queria muita coisa.
Menina ambiciosa.
Na pré-adolescência, achamos que já crescemos o bastante, ser
criança é uma droga, porém ainda merecemos o presente do dia 12
de outubro. Achamos também que descobrimos o mundo, sabemos
o bastante para nos virar sozinhos. Mas depois, descobrimos novamente que era melhor ter ficado criança. (Eu
não precisava lavar louça até meus 10 anos de
pré-adolescência)
Bem, agora chega a adolescência, algo
que eu entendo (ou não)... Como eu disse,
vem o ensino médio, as coisas mais loucas te
acontecem, você se sente independente, realmente acha que sabe de tudo, começa a bater o
pé e questionar o que você acha que está errado,
descobre que o mundo realmente é injusto, e não,
nós não temos o controle (risos). Vêm de encontro
também as crises existenciais, quem sou eu?
O que eu quero pra mim? Quem são meus
amigos de verdade? Quem vai ser meu futuro
novo namorado? (risos).
Até um tempo atrás, eu continuava querendo ser a jornalista, agora, vulgo Fátima
Bernardes, havia desistido de ser escritora.
Com a descoberta da diagramação no
Página Aberta, eu ia seguir a concorrida
carreira de jornalista, independentemente
dos adversários... Mas com um tempo, decidi que português nãoera mais minha área, e
eu fiquei sem carreira por algum tempo.
- Ana, você quer seguir que carreira?
- Ah, acho que tipo que eu não sei ainda,
tipo que eu acho muito cedo. (repetição de
palavras proposital)
-Mas você está indo pra o ensino médio,
como não sabe? A FUVEST já está chegando... Três anos passam muito rápido
– Agora, futuro na minha escola tem até
nome. Fuvest. Unicamp. Unesp. Unifesp.
Mais alguns ai...
E há algum tempo, decidi que eu queria medicina, a concorridíssima medicina... Ser
médica. Não salvar vidas, mas melhorá-las.
Por crenças minhas, acredito
que todos têm a sua hora,
e prolongá-la é
apenas uma
fuga do destino. Escolhi por
razões racionais
(redundância proposital) que medicina
vai ser minha carreira daqui a três anos... Se eu não mudar de idéia
novamente. Ou, enquanto eu for bem em biologia (risos, é mentira)
-ANA! HÁ QUANTO TEMPO EU NÃO TE VEJO! Você era desse
tamanhinho quando eu ajudei sua mãe a trocar suas fraldas (sim,
gente grande- risos- ainda tenta nos envergonhar)... Você está tão
linda, cresceu tanto... - eles falam cresceu mesmo se você continua
baixinha e cresceu, basicamente para os lados. – Então, já decidiu
o que vai fazer da sua vida, de carreira? Tá namorando? Olha que o
pai ta do lado...!
- Medicina, eu vou ser dermatologista. E não, eu estou solteira.
- Nossa, vai ter que estudar muito pra passar, sabe que a média é de
três anos para as escolas publicas?- claro que eu sei, por favor, não
me desanime! (risos) É, e porque medicina, você sempre preferiu
as áreas de linguagem...
Se fosse a minha amiga que também opta por medicina, ela responderia o que me respondeu semana passada: Eu dizendo que queria
medicina porque gostaria de melhorar a vida das pessoas e ela me
disse: “Sabe porque eu quero medicina? Porque eu quero cortar
pessoas, adoro ver um cérebro pra fora.” Psicopata doente, claro,
mas cada um com seus objetivos. Ela decidiu ser cardiologista, eu
acho. Ela gostava de neurologia também. (risos)
-Não sei porque medicina. Tem coisas da vida que a gente realmente não sabe os porquês... Mas sim, eu vou ser dermatologista.
E a amiga da minha mãe já começa a fazer as contas pra daqui a
quantos anos ela vai precisar do “botox” pras rugas e vai ganhar um
desconto.
Agora a vida adulta? Eu não sei. Quem
vai saber...? Depois eu posso
terminar a crônica analisando a vida adulta,
talvez depois uma
parte III, com
a velhice.
Ah, fases.
15
sticker
Vitor e Ricardo
tirinha
Martin
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