sONic blAsT
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1971 - 2014 QUINZENÁRIO | 18 DE ABRIL DE 2014 | Nº 1563 | ANO XLIII | DIRECTORA: ELSA GUERREIRO CEPA | WWW.JORNALC.PT | PREÇO ANUAL: 30€ 1€ FerNANdO TOrdO e UxíA dOis mOmeNTOs AlTOs dAs cOmemOrAções dOs 40 ANOs dO 25 de Abril em cAmiNhA PÁG. 2/3 mAiOr mesA de PáscOA dO PAís decOrre AmANhã em VilA PrAiA de ÂNcOrA cerimóNiAs dA semANA sANTA PrOssegUem cOm PrOcissãO dO “eNTerrO” PÁG. 7 bOmbeirOs VãO receber APOiO meNsAl de 1000 eUrOs PÁG. 14 “Ferry bOAT esTá A mOrrer” gArANTem AUTArcAs de cAmiNhA e A gUArdA PÁG. 10 PUB. PÁG. 12/13 sONic blAsT regressA A mOledO em AgOsTO em FOrmATO AlArgAdO JORNAL 40ANOSABRIL O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 Fernando Tordo e Uxía dois momentos altos das comemorações dos 40 anos do 25 de Abril em Caminha CAMINHA No próximo dia 25 de Abril Portugal comemora os 40 anos daquela que ficou conhecida para a história como a revolução dos cravos. O dia em que Portugal conquistou a liberdade, o dia em que Portugal voou, deixando para trás um país pequenino, cinzento, onde dizer o que se pensava era apanágio de alguns, muito poucos, onde a liberdade de expressão não existia, onde tudo era proibido. |2 Portugal vai no próximo dia 25 recordar este dia histórico através de inúmeros eventos que se vão replicar um pouco por todo o país. A data merece ser assinalada e revivida por todos, ou não fosse este, segundo os portugueses, o momento mais relevante da história recente do país. Por isso mesmo a câmara de Caminha tem preparado um programa comemorativo que engloba múltiplas atividades que vão desde a música ao teatro, passando pelas exposições e momentos mais protocolares. Segundo o presidente da Câmara, o socialista Miguel Alves, o objetivo é que a data seja assinalada com toda a dignidade e com a importância que o momento merece. “É importante que o município de Caminha possa assinalar os 40 anos da Revolução de Abril do modo que ela merece. Nós não estamos a falar de uma revolução que ficou lá atrás, há 40 anos. Estamos a falar de uma revolução que temos que fazer todos os dias, na medida em que todos os dias nós temos que lutar pela nossa liberdade. Liberdade de fazermos escolhas, de lutarmos por aquilo em que acreditamos, de podermos afirmar uma opinião e de podermos escolher o nosso caminho”, sublinha. Música, exposições e teatro marcam programação Para Miguel Alves este “é um combate diário”, só possível graças ao que aconteceu há 40 anos atrás, “quando um punhado de capitães imbuídos de um espírito, representativo de todo o país, quiseram fazer uma revolução que ficou conhecida como a revolução dos cravos. Foi essencialmente uma revolução de mentalidades”, considera. Assim, e para assinalar os 40 anos da revolução de Abril, a Câmara preparou um programa “exaustivo” que arranca no dia 21 de Abril com a apresentação do livro “Lembro-me” de João Pedro Mésseder, A apresentação está marcada para as 21.30 na Biblioteca Municipal e insere-se também na iniciativa “Abril… Livros 1000”. João Pedro Mésseder é o pseudónimo literário de José António Gomes. O escritor nasceu no Porto em 1957 e do seu currículo constam vários livros. “Em ‘Lembro-me’ “o autor remete-nos para um exercício de memória. A memória de alguém que, em 25 de Abril de 1974, tinha acabado de fazer 18 anos. Dirige-se, desta forma, a um público já nascido e crescido num país onde as liberdades democráticas são uma realidade - cada vez mais ameaçadas, é certo, apesar de duramente conquistadas pela luta do povo ao longo de quarenta e oito anos de ditadura salazarista e machista”. As comemorações dos 40 anos de Abril prosseguem no dia 22 de Abril, com a inauguração na Galeria de Arte Caminhense, de uma exposição sobre Imagens de Abril em Caminha. Trata-se de uma exposição organizada pela Câmara de Caminha e que reúne algumas dezenas de fotografias, propriedade de alguns caminhense que, 40 anos depois da revolução, se disponibilizaram para as mostrar ao público. “Através desta exposição fotográfica vamos poder perceber o que aconteceu no concelho por aqueles dias, como as ruas estavam tomadas, como as pessoas reagiram, como se vestiram, enfim um passar de olhos pela forma como os caminhenses viveram a revolução”, explica Miguel Alves. Mas será a partir de 24 de Abril que as comemorações assumem uma maior dinâmica, com a realização de um concerto intitulado “Cantar Liberdade”. Os alunos das escolas do Agrupamento vão juntarse no auditório da EB2,3/S de Caminha, durante a manhã, e interpretar músicas de Abril. “Estamos a falar de um concerto muito interessante que vai juntar os alunos dos dois vales”. Neste mesmo dia (24 de Abril) às 18 horas terá lugar a inauguração da exposição 40 artistas, 40 obras, 40 anos de Abril. “Uma exposição que pretende ser uma grande manifestação de liberdade de expressão”. A Câmara convidou 40 artistas e lançou-lhes o desafio: Apresentarem uma obra que representasse a sua visão pessoal daquilo que foi e representou para Portugal, a Revolução de Abril. Orfeão canta canções de Abril À noite haverá música no Auditório do Centro Cultural de Vila Praia de Âncora a cargo do Orfeão que irá interpretar músicas de Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira e Fernando Lopes Graça. Este é, segundo Miguel Alves, “o primeiro grande momento de participação massiva que irá acontecer pela mão de uma grande instituição como é o Orfeão de Vila JORNAL 40ANOSABRIL O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 Praia de Âncora”. Zeca Afonso Assembleia Municipal reúne em seSSão solene O programa do dia 25 termina com um “grande momento musical” que terá lugar na Praça Calouste Gulbenkian. Trata-se de um concerto a cargo da cantora galega Uxía, uma referência forte na Península Ibérica. “Não estamos a falar apenas de um grande momento musical mas também de um grande momento de exortação da liberdade. A Uxía é uma grande cantora galega, conhecida por ter atuado com grandes artistas internacionais e vai trazer a Caminha um espetáculo único, magnifíco, intitulado “Abril Sempre”. Num espetáculo que se pretende “memorável e inesquecível”, Uxía vai cantar com Carlos Blanco músicas de Zeca Afonso e outras do seu reportório. No dia 25 de Abril terão lugar as sessões solenes em Caminha e Vila Praia de Âncora, com o hastear da bandeira nacional. Será às 9.30 em Vila Praia de Âncora, com largada de pombos e às 10.30 em Caminha. A partir das 11 horas realiza-se uma sessão solene da Assembleia Municipal onde será dada a palavra a todos os partidos, independentemente de terem ou não representação na Assembleia Municipal. “Queremos que todos deem a sua opinião, mesmo que ela possa ser menos simpática para com aqueles que estão no poder ou para os restantes partidos. A Comissão organizadora da cerimónia, presidida pelo presidente da Assembleia Municipal, convidou também o Bloco de Esquerda a estar presente e a intervir”. Para Miguel Alves “isto também é democracia, podermos ouvir diferentes pontos de vista ainda que não concordemos”, sublinhou. “Queremos desta forma acabar com um modo unilateral de fazer as coisas, com um único discurso, um pensamento único ou mensagem única. Queremos que todos, 40 anos depois, deem a sua opinião”, acrescentou. Terminada a sessão solene será inaugurada a exposição “Jornais de Abril”, uma mostra que conta com a colaboração do Museu Nacional de Imprensa que, desta forma, se associa às comemorações dos 40 anos do 25 de Abril em Caminha. “Uma exposição que mostra as primeiras capas dos jornais, o sentimento que se viveu na altura, o olhar dos jornalistas naqueles momentos quentes”. As comemorações continuam durante a tarde com um atelier que vai ser instalado na Praça Conselheiro Silva Torres onde os visitantes terão oportunidade de dar asas à sua criatividade através da pintura. Às 17 horas, no Teatro Valadares, será exibido o documentário “Memórias do 25 de Abril, Portugal 1974 – 1975”, com comentário de Paulo Torres Bento e Joaquim Diabinho. Uxía canta tro Valadares, com a exibição do filme “A Sombra dos Abutres” de Leonel Vieira. Trata-se de uma evocação ao Portugal dos anos 60, em tempo de repressão política. “Em 1962 em Trás os Mon- tes, uma greve de mineiros começa por ser reprimida pela Guarda Nacional Republicana. Mais tarde a PIDE inicia investigações com o objetivo de deter o mais destacado elemento do movimento gre- vista, Daniel, um mineiro que apenas tentava lutar pela melhoria das vergonhosas condições de trabalho, mas que a polícia política de Salazar julga estar a ser manipulado e instrumentalizado por for- ças políticas contrárias ao regime. Daniel tenta, na companhia de um cunhado, fugir para França mas o cerco de uma implacável perseguição vai-se apertando de forma brutal, sob a férrea direção ...”. Tordo no Valadares Mas as comemorações dos 40 anos da revolução não se esgotam no dia 25, estemdemse pelo fim de semana, dias 26 e 27. “No sábado à noite teremos mais um momento alto com a atuação do músico português Fernando Tordo, que virá a Caminha num registo mais intimista. O concerto, que será pago, vai acontecer no Teatro Valadares no sábado à noite”. Fernando Tordo é considerado uma figura tutelar da música portuguesa pela extensão e originalidade da sua obra. No Valadares, Teatro Municipal, o músico, compositor e intérprete Fernando Tordo vai entoar clássicos de Abril. Os bilhetes custam 10 euros e já se encontram à venda na Câmara Municipal de Caminha e nos Postos de Turismo de Caminha e de Vila Praia de Âncora. As comemorações do 25 de Abril continuam no domingo (27 de Abril)) com um espetáculo de teatro e dança “Vejam Bem, Na Sala Há 5 Meninas” a cargo do Grupo de Teatro “O Fantocheiro”. O espetáculo terá lugar no Teatro Valadares a partir das 16 horas. Cinema encerra comemorações O encerramento das comemorações será no dia 30 de Abril, uma vez mais no Tea- |3 JORNAL 40ANOSABRIL O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 25 Abril, bAlANçO 40 aos depois da revolução de Abril, o Jornal C falou com algumas pessoas que, em Caminha, assistiram e viveram de perto o momento de vir memória. Caminha viveu intensamente e com enforia os acontecimentos do dia e dos dias seguintes. Passadas 4 décadas e apesar de alguns er algumas das conquistas de Abril e, por isso mesmo, mais do que nunca, continua a fazer sentido recordar a data. É que, mais uma vez, todos sã mANUel mArqUes (Psd) “PODER LOCAL, UMA DAS MAIORES CONQUISTAS DE ABRIL” Ligado ao poder local nas últimas décadas, durante as quais exerceu diversos cargos, quer de vereador quer de presidente de Junta de Freguesia, é com facilidade que Manuel Marques recua no tempo e recorda como era o concelho de Caminha há 40 anos atrás. Jovem, saído do Seminário e da Faculdades de Letras do Porto, foi precisamente há 40 anos que iniciou a sua atividade no concelho. “Ainda Jovem mandei fazer uma casa em Vila Praia de Âncora onde ainda hoje vivo e portanto a minha vida em Caminha tem tantos anos quantos a revolução de Abril”. Manuel Marques recorda que na altura “os problemas eram muitos e eram grandes” e o poder local era praticamente inexistente. “As Câmaras eram um meros apêndices e pouco ou nada podiam fazer pelas pessoas porque o poder estava todo centralizado em Lisboa”. O poder local foi portanto uma das grandes conquistas do 25 de Abril, e Manuel Marques não hesita em considera-lo mesmo “o grande pilar da democracia”. “Se recuarmos 40 anos no tempo, rapidamente percebemos que as juntas de freguesia e as câmaras praticamente não existiam e se existiam estavam esvaziadas de poder. Tudo estava centralizado em Lisboa e a maioria das pessoas nem se apercebia que podia e devia ter um papel mais |4 ativo no desenvolvimento do país”. Democratizar, desenvolver e descolonizar foram, segundo o autarca, os “princípios chave” que marcaram a revolução de 25 de Abril. Uma guerra colonial que durava há demasiado tempo e que roubou a vida a tantos jovens portugueses, foi a gota de água que fez transbordar um copo que há muito estava cheio. “A falta de liberdade e democracia, aliada a uma guerra que já durava há demasiado tempo, levaram a que os militares, que sentiam na pele os efeitos da guerra, avançassem para a revolução. Nós sabemos que quando Salazar mandou, em força, os portugueses salvarem as colónias, não foi ele nem os ministros dele que foram para lá, foram os jovens portugueses. Quando começaram a ter que lutar contra outros seres humanos as coisas complicaram-se. Matar não é uma coisa muito agradável e aliado a este sentimento temos ainda as dificuldades vividas e a ausência da pátria e da família. Ainda me lembro das pessoas viverem agarradas ao rádio para escutarem mensagens e notícias de África, não foram tempos fáceis”. Mas as dificuldades não se faziam sentir apenas pelo lado humano, económica e politicamente, Portugal era um país “orgulhosamente só” numa Europa que olhava de lado para um país onde tudo faltava, principalmente a liberdade. “As portas estavam fechadas não só de Portugal para fora, mas também de fora para Portugal. O desenvolvimento não acontecia porque estávamos de costas voltadas para o mundo”. E como está Portugal ao fim de 40 anos? Houve desenvolvimento? Houve crescimento? Há democracia? Há liberdade? Manuel Marques diz que nem se compara. “Mudou muito este país e só quem não viveu esse período é que pode dizer o contrário”. Apesar das conquistas, e foram muitas, o autarca diz que não podemos adormecer e pensar que tudo está conquistado. “É por isso que eu digo que faz todo o sentido dizer 25 de Abril sempre, na medida em que os ideais de Abril têm que continuar presentes em todos nós. Estamos melhor é um facto, mas este é um processo que se renova”, adianta Manuel Marques. “Como está Portugal e o concelho 40 anos depois de Abril? Eu diria que tanto o país como o próprio concelho, viraram ao contrário. Ganhámos muito, quer ao nível social, quer da saúde, quer da educação. O desenvolvimento que nós temos hoje, apesar das muitas carências que ainda se fazem sentir, não tem nada a ver. Não estamos bem, mas estamos muito melhor. A verdade é que os ideias de Abril ainda não se cumpriram na totalidade e por isso esta é uma luta diária. Não podemos desanimar”. AlberTO mAgAlhães (Psd) “SOUBE DA REVOLUÇÃO EM MOÇAMBIQUE” Alberto Magalhães soube da Revolução de Abril em Moçambique, onde se encontrava a cumprir serviço militar desde 1972. Incorporado na Polícia Militar, o jovem, natural de Guimarães, seguiu para Moçambique com a missão de escoltar a chamada “carga critica” destinada à construção da barragem de Cabora Baça, a maior barragem construída por portugueses no rio Zambeze. “ A nossa missão era escoltar essa carga que vinha da Europa e era desembarcada no porto da Beira e seguia depois até Cabora Baça por ca- JORNAL 40ANOSABRIL O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 O 40 ANOs dePOis ragem. Autarcas, ex-autarcas, ex-combatentes e dirigentes partidários recordaram momentos únicos que para sempre vão ficar registados na rros as opiniões coincidem: Portugal em geral e Caminha em particular está diferente. A crise que o país atravessa parece estar a pôr em causa ão unanimes ao afirmar: Nem tudo está conquistado e nem tudo é garantido. “Democracia é isso mesmo, lutar sempre por mais e melhor…”. minho de ferro ou por estrada”. O perigo de uma emboscada por parte das forças inimigas obrigava a uma vigilância apertada que para Alberto Magalhães durou cerca de oito meses. Para além de vigiar a carga crítica, outras das missões da companhia em que estava integrado era patrulhar a cidade. Para Alberto Magalhães este foi um período muito interessante da sua vida “porque tive o privilégio e oportunidade de ver uma cidade ser construída de raiz, de contatar com gente de todo o mundo, engenheiros, arquitetos, e muitas outras pessoas ligadas à construção daquele empreendimento”. Episódios de perigo existiram bastantes e o ex-combatente viu, infelizmente, alguns companheiros perderam a vida em combate. “Os ataques da Frelimo – Frente de Libertação de Moçambique eram constantes. Lembro-me que um dia íamos numa viatura e sofremos uma emboscada, um colega que ia ao lado caiu abaixo da viatura e acabou por não resistir aos ferimentos”, recorda. A parte mais dura das emboscadas eram sempre dirigidas aos aquartelamentos, a Polícia Militar andava mais na retaguarda mas mesmo assim o perigo estava sempre à espreita. “Lembro-me de um episódio de um comboio civil que no regresso à cidade da Beira foi emboscado. Foi impressionante o nível de destruição, provocaram uma cratera tal, que as pessoas que iam na frente da composição, nomeadamente maquinista e revisores, não sobreviveram. Foi uma emboscada muito dura num dia de chuva intensa e num morro. A Frelimo, estrategicamente, fazia esse tipo de ataques e isso de facto foi o que mais me marcou pela negativa, claro”. Quando soube que tinha que seguir para Moçambique, o agora deputado da Assembleia Municipal de Caminha tinha pouco mais de 20 anos. A notícia teve impacto e causou aquilo que causava a todos os jovens na altura: medo. “Os jovens viviam amedrontados com a possibilidade de irem para o ultramar e preparados ou não, tínhamos que ir. Eu estava destinado a seguir para Macau mas acabei por ter que ir para Moçambique”. A verdade é que os que partiam não tinham a certeza se voltariam ou não e isso, admite Alberto Magalhães, acabava por influenciar psicologicamente aqueles que eram obrigados a ir. “Não era uma escolha, era uma imposição”. “Tive sorte, correu bem, conheci muitas pessoas interessantes”. De regresso a Portugal e depois de casar com a mulher que acabou por conhecer em Moçambique, Alberto Magalhães vem trabalhar para Viana do Castelo. Há 38 anos a viver em Vila Praia de Âncora, acompanhou de perto o crescimento da vila e do concelho em geral. “A evolução, na minha perspectiva, foi bastante grande. Vila Praia de Âncora era uma terra de pescadores, com muitas carências que ao longo dos últimos 40 anos foram sendo colmatadas, principalmente nos últimos 12 anos”. 40 anos depois da revolução de Abril, e apesar de todos os erros cometidos, Portugal está efetivamente melhor. “O país evoluiu, os portugueses vivem melhor e independentemente de todos os defeitos, o balanço é positivo”. hUmberTO limA (Ps) “UM DIA IMPOSSÍVEL DE SE ESQUECER” Foi um dos fundadores do Partido Socialista em Caminha e, do antigo regime, garante que só tem más recordações. Humberto Lima, natural de Seixas, sofreu na pele os efeitos de um regime que perseguia quem se atrevia a pensar diferente. Antifascista convicto, recorda com alegria aquele dia em que, pela manhã, ficou a saber através da rádio que a revolução estava em marcha e tinha triunfado. “Lembro-me que estava em casa, em Seixas, e logo que soube vim para Caminha. No terreiro as pessoas já se encontravam na rua numa explosão de alegria espontânea”. Apesar da esperança que todos acalentavam que um dia as coisas iriam mudar, a verdade é que a notícia apanhou todos de surpresa. “Havia uma esperança muito grande que alguma coisa acontecesse e ainda bem que aconteceu. Eu, tal como muitos outros, fui apanhado de surpresa e logo que soube da noticia vim a correr para Caminha para festejar”. Humberto Lima, que viveu o 25 de Abril de uma maneira “muito própria”, considera que foi “algo de sensacional, extraordinário”. “Eu nasci, vivi e fui criado num ambiente fascista que era o que se vivia naquele tempo. Andei a estudar e embora nunca me tivesse metido na política, estava conotado como anti regime, talvez por causa do meu pai que sempre foi contra o fascismo”. Essa conotação acabou por lhe prejudicar a vida. “Andei muito tempo a tentar um emprego público mas foi-me sempre negado porque diziam que eu era contra o regime. Eles faziam o que queriam e as pessoas é que sofriam na pele”. Mas para Humberto Lima os problemas não terminaram com o 25 de Abril, já depois da revolução houve quem o denunciasse como sendo contra-revolucionário e chegou mesmo a ser chamado pelo COPCOM, órgão executivo do Movimento das Forças Armadas, para prestar declarações em Viana. “É claro que aquilo não deu em nada porque eles sabiam bem que eu era um antifascista, mas havia um certo receio das pessoas em terem que responder junto do COPCOM com medo de serem saneadas. Também se cometeram alguns excessos e algumas injustiças”, recorda. Logo após a revolução, Humberto Lima e um grupo de amigos “imbuídos do mesmo espírito” decidiram avançar com a criação do Partido Socialista no concelho. “Foi logo a seguir à revolução que nós montámos a primeira sede que ficava situada junto aos Bombeiros numa casa que era de um alfaiate. Lembrome que na altura o Alfredo Sá nos ofereceu uma secretaria e era ali que reuníamos”. Passado algum tempo e porque os militantes foram aumentando, a sede começou a ser muito pequena e tiveram que procurar um local maior. “Por sugestão do doutor Damião Cunha mudamo-nos para a Rua Barão de São Roque, para um edifício a que chamavam a fábrica, onde mais tarde construíram o Centro Comercial “Atlântic”. O José Araújo; o Manuel Segadães; mais conhecido por Néné; o José Verde; o Domingos Terra; Damião Cunha; Carlos Brito; a Maria das Dores e o marido; o Jofre e o João Pinto; o Guardão de Moledo, foram alguns dos caminhenses que, com Humberto Lima, ajudaram a fundar em 1974 o Partido Socialista em Caminha. “Foram ativistas muito importantes que ajudaram a formar o Secretariado e mais tarde a secção em Vila Praia de Âncora”. Nas reuniões discutia-se fundamentalmente o perigo da revolução não vingar e a possibilidade do antigo regime voltar. “Lembro-me dos boatos que de vez em quando circulavam de possíveis ataques de outros partidos e éramos obrigados a montar guarda para proteger a sede. Outra altura lembro-me de ter ido para o Camarido fazer vigilância com uma patrulha da Guarda Fiscal aos carros que passavam porque diziam que ia haver uma contra revolução. Outra vez fui fazer guarda ao posto da televisão a Seixas porque se diziam que iam destruir a antena, muitos episódios verdadeiramente hilariantes. Outra altura lembro-me que estava um frio de rachar, nevoeiro por todo o lado e tivemos uma informação que se preparava um desembarque de armas na praia de Moledo. Lá fomos nós e no fim houve desembarque nenhum. Foi um período engraçado que eu recordo com saudade e ao mesmo tempo com muita alegria”. O medo de voltar ao passado era uma constante e obrigava a cuidados redobrados. “Olhos bem atentos e sentidos bem alerta”. Humberto Lima considera-se um felizardo por ter tido oportunidade de assistir a tudo isto mas lembra que na altura, ser socialista, não era fácil. “Perdi alguns clientes por isso e lembro-me que uma altura fui visitar um que me obrigou a tirar o emblema do PS que eu levava na lapela. Nunca mais me esqueço que me proibiu de entrar se eu não o tirasse. Foi uma humilhação tremenda por parte de uma pessoa que eu até pensava que era amiga”, recorda. Passados 40 anos Humberto Lima não tem dúvidas que o 25 de Abril mudou a vida das pessoas para melhor . “A sociedade, as mentalidades e a forma de ver e sentir as coisas é diferente. O 25 de Abril só me trouxe coisas boas e é por isso que nunca vou esquecer aqueles momentos únicos. Não é possível…”. |5 JORNAL 40ANOSABRIL O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 JOFRE PINTO (PS) “CAMINHA ERA CONHECIDA COMO A VILA VERMELHA” Enganado, desmotivado e triste é como Jofre Pinto, um dos fundadores do Partido Socialista de Caminha, se sente 40 anos depois da revolução de Abril. “Os ideias e as conquistas da revolução dos cravos estão-se a perder”, alerta o socialista que defende um segundo 25 de Abril “já hoje”. Jofre Pinto recorda o dia 25 de Abril de 1974 como um dos mais felizes da sua vida. “Na altura tinha 20 anos e posso lhe dizer que não estava nada à espera que a ditadura tivesse os dias contados”. Oriundo de uma família antifascista, Jofre Pinto recorda a alegria que foi lá em casa quando se soube do fim da ditadura. “O meu pai era anti-salazarista e claro o resto da família também era. Posso-lhe dizer que tivemos muitos problemas por causa disso. Tivemos casos de perseguições da PIDE na nossa família e isso era muito complicado”, recorda. Com o 25 de Abril Jofre Pinto explica que tudo isso ficou para trás, no entanto este militante socialista alerta para novos perigos que parecem querer vingar. “Eu acho que neste momento o povo está a precisar de um novo 25 de Abril, talvez noutros moldes. Estamos a sofrer na pele aquilo que talvez já não pensávamos que fosse possível voltar. Mas a verdade é que as coisas não estão bem e as pessoas estão a ficar revoltadas”. Euforia foi o que as pessoas experimentaram há 40 anos atrás quando souberam da queda do regime. “Eu era um jovem mas lembro-me bem que as pessoas se comoveram, algumas choraram e outras nem queriam acreditar no que estava a acontecer. As pessoas perceberam que afinal já podiam dizer o que lhes ia na alma, algo que até ali era impossível, pois quem abrisse um bocadinho mais a boca já sabia que ia levar uns agrafos”, conta. |6 Conquistada a tão ansiada liberdade, os tempos que se seguiram foram de grande agitação e participação política. Em colaboração com alguns “camaradas de luta” caminhenses, entre eles o José Verde, o José Araújo, Domingos Terra, Humberto Lima, Nené Segadães, entre outros, Jofre Pinto ajuda a fundar o Partido Socialista em Caminha. “Foi uma grande luta, fizeram-se muitas reuniões, passamos muitas noites em claro. Fizemos muitas fronteiras a controlar os carros que passavam para Espanha e que se dizia que levavam as pratas e as coisas de valor para fora do país. Fizemos piquetes de intervenção nas estradas, enfim foi o despertar de uma causa morta dentro das pessoas”. Filho de Maria Alice, Jofre sente orgulho quando revela que a sua mãe foi a primeira mulher socialista do concelho de Caminha. “Como lhe disse em casa do Maruga, apesar de não haver ditadura, eram todos antifascistas. Todos comungavam da mesma opinião e a minha mãe também”, lembra. Com os companheiros de partido, Jofre Pinto viveu verdadeiras aventuras, histórias incríveis, numa vila que no pós 25 de Abril era conhecida como a “Vila Vermelha”. “Vila Vermelha porquê? Porque pura e simplesmente a direita não tinha guarida em Caminha. É evidente que depois as coisas mudaram e ainda bem porque eu acho que em democracia todas as pessoas têm direito à sua opinião, mas a verdade é que no período pós revolução quem mandava era a esquerda”. Na altura das colagens dos cartazes eram noites inteiras a trabalhar e o espaço era todo ocupado pela esquerda. “Nós colávamos por exemplo 10 cartazes, deixávamos espaço para o PCP também colar 2 ou 3 mas a direita nada”. Jofre Pinto recorda a propósito um episódio onde chegou a haver ameaça com arma de fogo. “Uma altura vieram umas raparigas de Viana acompanhadas por um homem que, segundo se constou na altura, vinha armado. Vieram cá porque queriam colar uns cartazes do PPD e ele vinha armado pensando que nós lhe tínhamos medo. Aquilo correu-lhes de tal forma mal que não só não colaram os cartazes do PPD, como ainda tiveram que colar os nossos do PS. Gastaram a cola deles e no final como já não havia espaço para os deles tiveram que os destruir. O sujeito que as acompanhava ainda ameaçou de pistola mas não lhe valeu de nada porque os nossos, fingindo que também estavam armados, foram mais rápidos na ameaça. Com as mãos nos bolsos pegaram nos isqueiros bic e fingindo tratar-se de pistolas toca de ameaçar também. Eles não tiveram outro remédio senão bater em retirada. Foi uma boa noite porque tivemos gente de Viana a trabalhar para nós”, recorda divertido. O 12 de Abril de 1975 é outro episódio que Jofre Pinto faz questão de recordar como um que irá ficar na memória dos caminhenses. “Foi quando o Galvão de Melo foi dizer para a televisão que Caminha era uma vila vermelha onde ele ia impôr a ordem. Bem tentou, até trouxe as chaimites e tudo, mas não lhe valeram de nada porque teve que sair com o rabinho entre as pernas, foi corrido”, recorda. Jofre Pinto conta que “a intenção deles era impôr o poder pela força mas Caminha soube resistir. Na altura não entrava aqui ninguém”. “Eram outros tempos, tempos em que as pessoas acreditavam nas suas convicções. Hoje já não é nada assim. As pessoas estão desmotivadas, desacreditadas e é por isso que eu digo que estamos a precisar de outro 25 de Abril”, defende. CARLOS ALVES (CDU) “O DESPERTAR DE UMA NOITE ESCURA” Emigrou para França para fugir à guerra do Ultramar mas, o receio de nunca mais poder voltar ao país, levou-o a regressar. De volta a Portugal ingressou no serviço militar, obrigação que se encontrava a cumprir quando se deu o 25 de Abril. Não participou na ação porque se encontrava deslocado, mas acabou por viver intensamente todo o processo revolucionário dentro do próprio exército. “Tive o prazer de conviver com o prestigiado Capitão de Abril Dinis de Almeida, um grande revolucionário, de quem tenho ainda hoje gratas recordações de liderança”. Depois de ter estado emigrado em França e de ter contatado com um regime democrático, Carlos Alves não via com bons olhos o que se passava em Portugal em termos políticos. Assim, o 25 de Abril surge para ele como o “despertar de uma noite escura”. Por esta altura vivia-se muito mal em Portugal e foram muitos os que emigraram, sem autorização do Governo, à procura de uma vida melhor. “Havia miséria, fome e as pessoas viviam mal, com muitas dificuldades. Não se conseguia ganhar para comer” recorda. Natural de Vilar de Mouros, Carlos Alves lembra-se muito bem como era o concelho de Caminha antes do 25 de Abril. Havia muito pouco. Passados 40 anos, e com todos os erros que possam ter sido cometidos, o autarca não tem dúvidas que o concelho está diferente. “Eu acho que no nosso concelho, comparado com outros, as coisas não correram lá muito bem. Julgo que ao longo dos anos não temos tido sorte com os executivos que nos têm governado. Ainda assim é lógico que temos hoje um concelho muito diferente. Já temos saneamento básico em muitas freguesias, abastecimento de água em todas, já temos uma rede viária muitíssimo diferente daquela que existia, para além de muitos outros equipamentos e infraestruturas que naquela altura eram impensáveis”. Carlos Alves recorda que há 40 anos atrás não eram todas as casas que tinham eletricidade e abastecimento de água não havia. “Eu participei, após o 25 de Abril, numa comissão de moradores que existiu aqui em Vilar de Mouros, criada precisamente para construir fontanários porque não existia abastecimento de água”. Segundo o autarca de Vilar de Mouros a primeira grande conquista do 25 de Abril foi o fim da guerra colonial. “Essa foi, para mim e para muitos portugueses, a grande conquista do momento. Estamos a falar de uma guerra injusta, fratricida, que não resolvia problema nenhum nem ao povo português nem ao povo das colónias. Uma guerra que sacrificou muitos jovens portugueses, alguns deles marcados para toda a vida e outros que até perderam a vida”. Mas as conquistas não se ficaram pelo fim da guerra colonial. Carlos Alves aponta outras também muito importantes como por exemplo a saúde, a educação e ação social. “Em matéria de oportunidades e de participação cívica muito se alterou. Ao nível do poder autárquico, por exemplo, até ao 25 de Abril as juntas de freguesia eram nomeadas, passando depois a ser eleitas. Foi uma conquista enorme porque as pessoas passaram a poder escolher os seus representantes através do voto”. A possibilidade das pessoa poderem escolher os seus re- presentantes foi para Carlos Alves outras das grandes conquistas de Abril. “É um grande exemplo de democracia. Repare que as pessoas antes do 25 de Abril tinham que se sujeitar a ter nas suas freguesias as pessoas que eram da confiança do Governo. Como e que essas pessoas podiam defender a população?”. Relativamente à conjuntura atual e às dificuldades que os portugueses têm que enfrentar no seu dia a dia, Carlos Alves lembra que a culpa não é do 25 de Abril. “É preciso que se diga que a culpa é dos monopólios, do sistema capitalista que levou o país a esta degradação que hoje se conhece e que tem levado a que muitos portugueses vivam com muitas dificuldades”. Foram os sucessivos governos que nos levaram a esta situação e não o 25 de Abril”, afirma Por tudo isto Carlos Alves considera que continua a fazer sentido lembrar Abril, até porque, como refere, “não está nem nunca estará tudo conquistado. As populações nunca se podem sentir satisfeitas nem seguras porque muito do que hoje esta a suceder, também é culpa de algum acomodamento de muitos trabalhadores e da população que pensou que estava tudo resolvido. O facto de terem havido melhorias significativas não significava que tudo estava seguro e isso está bem evidente. Basta ver como estamos hoje 40 anos depois. Estamos a perder muita coisa. É certo que na história das populações há avanços e recuos , neste momento estamos a recuar mas temos que lutar para reverter a situação. Julgo que os trabalhadores e o povo saberão dar a volta e encontrar um novo caminho de futuro melhor para todos”. JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 Cerimónias da Semana Santa prosseguem com Procissão do “Enterro” Maior Mesa de Páscoa do País decorre amanhã em Vila Praia de Âncora MANUEL AFONSO (CDU) “FOI UM DELÍRIO COLETIVO, UMA GRANDE EUFORIA” Natural de Viana do Castelo, Manuel Afonso chegou ao concelho de Caminha por volta do ano de 1968 para exercer sacerdócio nas paróquias de Venade e Azevedo. Com a Igreja comprometida com o regime da altura, Manuel Afonso lembra que é a partir dos anos 70 que se começam a fazer ouvir, dentro da igreja, algumas vozes contra o regime vigente, principalmente contra a guerra colonial, mas também contra a situação em geral. “Foi bem clara na altura a posição do bispo do Porto que, por dizer o que pensava e se manifestar contra o regime, se viu obrigado a abandonar o país, só podendo regressar após o 25 de Abril. Outro exemplo foi o padre Felicidade Alves, figura destacada da Igreja em Lisboa que escreveu ao próprio presidente do Conselho e tomou inúmeras posições públicas contra aquilo que se estava a passar na altura, todas as injustiças”. Manuel Afonso lembra que estava em curso, desde 1965, o Concílio Vaticano II o que permitiu que “toda a doutrina social da igreja, que nessa altura emergiu, começasse a ser assumida pelas paróquias a nível do episcopado.”. Em Caminha não foi diferente apesar do compromisso existente entre a Igreja e o Estado Novo e o medo às retaliações. Progressista convicto e com acesso privilegiado a um tipo de literatura diferente que vinha do país vizinho, Manuel Afonso interrogava-se muitas vezes sobre o que se passava na sociedade portuguesa. Como nunca se identificou com o regime, o 25 de Abril não lhe mudou a postura para com as pessoas com que trabalhava diariamente. Assistiu à fuga de muitos jovens para o estrangeiro à procura de uma vida melhor, “porque em Portugal vivia-se muito mal”. Jovens que eram obrigados a fugir do país porque o regime não os deixava sair livremente. “O regime precisava deles para a guerra da qual esses jovens fugiam a todo o custo”, recorda. Manuel Afonso tomou conhecimento da ação militar do 25 de Abril por volta das 10 horas da manhã, antes de se dirigir para a Escola Sidónio Pais onde dava aulas. “Lembro-me que me levantei, tratei do meu serviço paroquial e dirigi-me depois para a escola. Tal como era hábito fui tomar o meu café antes, ao Café Central em Caminha, e foi lá que tomei conhecimento que não havia rádio nem comunicações, e que estava em curso, um golpe de estado”. Manuel Afonso recorda que durante essa manhã existiam ainda muitas dúvidas sobre o que realmente se estava a passar. “Começou por se pensar que seria um golpe da direita e por isso não se viam grande manifestações porque as pessoas estavam com algum medo” Só ao final do dia, é que as pessoas se inteiraram do que se estava realmente a passar, que o golpe não era da direita mas sim uma ação militar cujo objetivo era abrir um processo democrático no país. “Quando as pessoas realmente se aperceberam da realidade, foi um delírio coletivo. Eu nunca vi o povo de Caminha e do resto do país, tão feliz como naquele dia. Foi uma grande festa, uma grande euforia. As pessoas estavam verdadeiramente motivadas e interessadas em ajudar a criar uma sociedade melhor”. Exemplo disso mesmo foram, segundo Manuel Afonso, as muitas comissões nascidas logo após o 25 de Abril. “Comissões locais de trabalho comunitário que mais tarde regrediram mas que na altura trouxeram uma grande esperança às populações”. Manuel Afonso lamenta que essa esperança, com o passar dos anos, se tenha perdido e considera mesmo que muitas das conquistas de Abril se estão a perder. “Muitas das conquistas alcançadas com o 25 de Abril estão neste momento a perder-se. A primeira é, desde logo a questão do salário mínimo nacional, uma grande conquista de Abril. Depois muitas outras se seguiram como é o caso da saúde, da educação, entre outras. O problema é que muitas dessas conquistas estão a ser postas em causa. Não quero dizer que o sistema de saúde, por exemplo, se vá destruir definitivamente, mas a verdade é que ele se está a degradar e têm sido retirados benefícios às pessoas. O mesmo acontece com a justiça. Eu pergunto que democracia é esta, em que temos uma justiça que por meio da prescrição absolve como inocentes todos aqueles que fizeram o que fizeram no BPN? Estamos todos a pagar e a verdade é que ninguém é responsável. Isto é muito negativo e revolta as pessoas”. Passados 40 anos Manuel Afonso considera que o balanço podia e devia ser “mais positivo”. “Tínhamos essa obrigação mas a verdade é que houve muita vicissitude ao longo dos últimos 40 anos. Governos que têm sido muito idênticos na sua política, política essa que não estão ao serviço do povo mas sim de quem explora, dos grandes grupos”. Apesar de tudo “o balanço não é totalmente negativo. Temos o poder local que ainda subsiste e que dá a possibilidade às pessoas de escolherem os seus representantes. Mas não temos muito mais. A desmobilização cada vez maior das pessoas em relação às votações, mais uma conquista de Abril, deve ser motivo de reflexão de todos nós”. A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia promove, por estes dias, as habituais cerimónias da Semana Santa no concelho de Caminha. Depois da procissão do Ecce Homo que se realizou ontem à noite (quinta-feira), as cerimónias prosseguem hoje, sexta-feira, com a Adoração da Cruz na Igreja Matriz de Caminha às 15 horas e mais tarde, também na Igreja Matriz, tem lugar a Missa da Ceia do Senhor, seguida de Lava Pés. À noite sai à rua a procissão do Enterro do Senhor, acompanhada da Irmandade que enverga as opas negras. A procissão percorre as principais artérias do centro histórico da vila de Caminha. No sábado terá lugar a Vigília Pascal na Igreja Matriz. Tudo a postos para a Maior Mesa de Páscoa do País No sábado (19 de Abril), das 9 da manhã às 19 horas, Vila Praia de Âncora recebe o evento “A Maior Mesa de Páscoa do País”, que este ano quer bater um novo recorde. Segundo as estimativas da organização, Movimento de Empresários do Concelho de Caminha, a mesa poderá este ano chegar aos 500 metros, aumentando também o número de expositores. Luísa Villas Boas, porta-voz do movimento, adiantou ao Jornal C alguns pormenores do evento, que este ano espera a visita de milhares de visitantes. “Na primeira edição conseguimos 350 metros, na segunda já atingimos os 400 e este ano o objetivo são os 500 metros de mesa. Este evento pretende divulgar Vila Praia de Âncora e os produtos locais. Vamos ter bastantes expositores que vêm precisamente para dar a conhecer os seus produtos ligados a esta quadra como seja a doçaria, os vinhos, etc. Mas temos mais, vamos poder contar com as decorações pascais, enfim tudo o que possa dar a conhecer as potencialidades do concelho”, revela. A animação vai ser uma constante nesta Mesa de Páscoa que conta com a presença de Quim Barreiros, artista natural de Vila Praia de Âncora. “O Quim Barreiros vai andar pelo evento a conversas com as pessoas e, embora não esteja prevista nenhuma atuação, quem sabe se não haverá alguma surpresa “, adianta Luisa Vilas Boas. O evento vai contar com a atuação de diversos grupos locais que durante o dia estarão a animar as ruas 5 de Outubro, Praça da República e Rua 31 de Janeiro, as artérias que acolhem a Maior Mesa de Páscoa do País. Com tudo a postos, a terceira edição do evento promete fazer história tanto no número de participantes como de visitantes. De A Guarda virá também uma representação que irá mostrar o seu artesanato e alguns costumes relacionados com a quadra festiva. No domingo, também organizado pelo Movimento, terá lugar na Praça da República em Vila Praia de Âncora uma representação do Compasso Pascal, tradição que se realiza em todas as aldeias do concelho. “Será a partir das 12.15 e teremos na Praça uma mesa com toda a doçaria tradicional, como é o caso dos bolos, rebuçados, vinho do porto, enfim todos os produtos que fazem parte da tradição minhota”. Nesta cerimónia não vai faltar a cruz que será dada a beijar, como manda a tradição, a todos quantos ali se deslocarem no domingo. A Páscoa em Caminha prolonga-se até segunda-feira, feriado municipal, com o tradicional Compasso Pascal nas aldeias concelhias. Amigos, familiares e vizinhos reúnem-se à volta da tradição e visitam as casas uns dos outros, partilhando momentos de fé, mas também de alegria e boa disposição. |7 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 FOTOS : ANTÓNIO GARRIDO Vila Praia de Âncora em Flor aposta em cartaz forte CAMINHA Caminhadas, serenatas, exposições, workshops, ateliers de maias e espetáculos musicais, são alguns dos momentos de animação que irão acompanhar mais uma edição do Vila Praia de Âncora em Flor, evento que este realiza de 31 de Abril a 4 de Maio naquela vila. O certame insere-se na tradi- |8 ção das Maias, um culto bem patente na cultura das gentes do Alto Minho, que todos os anos enfeitam as portas e janelas das casas das vilas e aldeias da região. Diz a tradição nortenha que, na noite de 30 de Abril para 1 de Maio, todas as entradas das habitações devem ser protegi- das das “entidades malignas” com um ramalhete de flores de Maio. Reza a lenda que esta tradição remonta ao tempo de Jesus, mais concretamente ao episódio da fuga para o Egito. Por esta altura, andavam os Judeus à sua procura para o matarem, quando um dia, ao cair da noite, o viram recolher numa casa humilde. Para o poderem prender na manhã seguinte bem cedo, apanhando-o desprevenido, penduraram um ramo de giestas no fecho da porta, a fim de não terem dificuldade em reconhecer a casa em que ele dormira. Mas, por milagre, ao amanhecer, todas as portas estavam enfeitadas com ramos de giestas. E assim os Judeus, desorientados, não puderam descobrir Jesus. Ainda hoje há o costume de no dia 1 de Maio se enfeitarem as casas com giestas a que também se dá o nome de maias por florirem em Maio. É com esta tradição que arranca mais uma edição do Vila Praia de Âncora em Flor, uma festa que envolve a comunidade local que há mais de um mês se reúne, quase diariamente, para confecionar as flores que irão decorar as ruas e praças da vila. Miguel Alves, Presidente da Câmara de Caminha, considera que esta é uma festividade que se tem vindo a afirmar nos últimos anos e que projeta Vila Praia de Âncora. “É um evento que se distingue pela mobilização de todos. As pessoas trabalham durante meses para que nesses dias Vila Praia de Âncora se apresente com todo o seu esplendor. É uma grande prova de amor à terra”. Nesse sentido, a autarquia aposta num programa que, como refere o presidente do executivo, não se esgota nas flores. “Temos para esta edição do Vila Praia em Flor uma programação muito forte que pretende qualificar o evento e trazer ao concelho mais visitantes”. O evento arranca no dia 30 de Abril com um atelier de Maias onde as pessoas são convidadas a fazer a sua própria Maia. “Traga flores e venha compor a sua própria Maia” é o desafio lançado pela organização. As Maias confecionadas no atelier, ficarão expostas na Praça da República para poderem ser apreciadas por todos. O Mercado da Flor é outras das iniciativas previstas no programas e irá decorrer todos os dias na Praça da República. “Neste mercado as pessoas vão poder comprar as mais variadas flores, plantas e produtos associados. Este ano vamos ter mais gente a vender e esperamos que mais gente a comprar”. Um espaço dedicado às coletividades para que ali se possam promover, é uma das novida- des deste ano. “Vamos criar um espaço na Avenida Dr. Ramos Pereira, junto à praia, onde as nossas coletividades, aquelas que assim o entenderem, vão poder estar com o seu espaço também ele florido”. Mas as surpresas não se ficam por aqui, o “Artesanato em Flor” é outra das novidades da edição deste ano. “Trata-se de uma feira de artesanato que vai ter lugar durante o fim-desemana (3 e 4 de Maio) junto ao Parque Dr. Ramos Pereira. A decoração da Praça da República é outro dos aspetos que Miguel Alves salienta. “Vamos ter uma atenção muito especial com a decoração da praça porque ela representa o coração daquela vila. Para além das flores artificiais, vamos apostar forte nas flores naturais. Temos apelado a toda a população para que participe connosco nesta grande festa. Estamos a pedir para que enfeitem as janelas, as varandas as portas com flores naturais. Vamos todos juntos fazer com que a Praça da República se transforme num grande jardim natural, num local agradável que mereça ser visitado por todos”, apela o autarca. A encenação do “Roubo das Maias”, com Serenata e Cantigas ao desafio pelo Grupo de Danças e Cantares do Orfeão no dia 30 de Abril e um Encontro de Folclore pelo Etnográfico de Vila Praia de Âncora e o Grupo de Gaitas e Baile Lusco ó Fusco de A Guarda, no dia1 de Maio, são algumas das propostas de animação para edição 2014 do Vila Praia de Âncora em Flor “Queremos que este encontro entre as duas culturas, que acabam por ser muito semelhantes uma vez que estamos a falar de duas zonas de pescadores e com fortes ligações ao mar, possa trazer a Vila Praia de Âncora os nossos amigos galegos. Julgo que vai ser um grande momento” A pensar no público infantil, terá lugar no Sábado à tarde, a partir das 15 horas na Av. Dr. Ramos Pereira, um espetáculo musical para crianças. “Queremos que as crianças venham ao Vila Praia em Flor, tragam os seus pais e se divirtam. Capicua, um espetáculo imperdível Mas o grande momento de animação do evento irá acontecer no dia 3 de Maio à noite, com a atuação de Capicua na Praça da República a partir das 21 horas. Capicua é Ana Matos Fernandes. Nasceu em 1982, na freguesia de Cedofeita, cidade do Porto. Com 15 anos descobre o Hip Hop, primeiro pelos desenhos nas paredes, depois pelas rimas em cassetes, até chegar aos microfones. Mc militante desde 2004, edita dois Ep’s em grupo (“Syzygy” em 2006 e “Mau Feitio” em 2007), até estar pronta para a primeira aventura solitária em 2008 com a aclamada mixtape “Capicua goes Preemo”. Em 2012, edita o seu primeiro álbum em nome próprio, com selo Optimus Discos e consegue atingir novos públicos, surpreender a crítica e ganhar destaque nas mais prestigiadas listas de melhores discos do ano. O segundo LP, “Sereia Louca”, saiu em março de 2014 pela Norte Sul. É um disco de Rap que nos diz coisas estranhas ao ouvido e que tal como as sereias tem duas metades. Uma que se faz com produções de D-One, Conductor, Ride, Stereossauro, Xeg e Serial e que conta com a voz cúmplice de Gisela João, Aline Frazão e M7. E outra que nasceu no palco e se enche de versões acústicas de músicas de trabalhos anteriores, feitas com Mistah Isaac e They’re Heading West.Capicua já alcançou vários reconhecimentos, entre eles: o vídeo “Medo do Medo” foi eleito o Melhor Vídeo Português do Ano, pelo canal 180; JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 Exposição de Maias uma tradição com quase 30 anos CAMINHA “Capicua” esteve na lista dos 10 melhores discos nacionais, pela Actual (Expresso) e na lista dos “melhores discos do ano”, “melhores canções do ano” e “melhor momento de 2012?, pela Bodyspace; esteve tam- Evento termina com camibém no Top 10 da Sapo Mú- nhada sica e Cotonete, entre outros. Capicua conseguiu ainda ven- O Vila Praia de Âncora em Flor cer na categoria de Música dos termina no domingo, 4 de Maio, Prémios Novos 2013. com uma “Caminhada em Flor” pelas principais artérias de Vila Praia de Âncora. Pelo caminho haverá muitas surpresas. À tarde, a partir das 15 horas, atuam as bandas Plágio e The Oafs na Av Dr. Ramos Pereira. Uma Festa da e para a comunidade… Numa loja situada na Praça da República, dezenas de ancorenses trabalham há mais de dois meses na confecção de flores que nos próximos dias irão enfeitar as principais artérias da vila em mais uma edição do Vila Praia de Âncora em flor. No atelier improvisado, respira-se bairrismo e uma vontade férrea de fazer mais e melhor pela terra que todos amam. Carlos Castro, presidente da Junta de Freguesia de Vila Paia de Âncora, é uma espécie de maestro a quem todos vão pedindo opinião, fazendo perguntas e tirando dúvidas. Começaram há mais de dois meses a preparar tudo. Fizeram milhares de flores que depois de concluídas foram colocadas, uma a uma, numa espécie de arcos que nos próximos dias irão enfeitar as ruas da vila. Um trabalho árduo, como explicou ao Jornal C Carlos Castro. “Foram dois meses árduos de trabalho tanto físico como psicológico mas, graças a Deus, temos tudo pronto. Neste momento já só nos falta colocar na rua as estruturas, um trabalho que não vai ser fácil pois estamos a falar de estruturas pesadas que exigem algum cuidado na colocação”, explica. Sem adiantar grandes pormenores “para não estragar a surpresa”, Carlos Castro garante que este ano Vila Praia de Âncora vai surpreender. “Este ano apostamos em algo diferente, mais tradicional, algo que tem mais a ver com a nossa zona e penso que resultou muito bem. Julgo que as pessoas vão gostar”. Tal como no ano passado, a comunidade respondeu ao apelo e as ajudas não faltaram. “As pessoas continuam a aderir e a aparecer quando isso lhes é pedido. Normalmente reunimo-nos depois do jantar e passamos aqui um bom bocado”. Sem a ajuda da comunidade Carlos Castro garante que seria impossível levar este projeto adiante. “Precisamos de toda a gente e a verdade é que conseguimos reunir aqui uma equipa fabulosa. Não estamos a falar de uma, duas ou três pessoas, somos uma equipa completa, com umas dezenas largas de pessoas a trabalhar. De outra forma também não seria possível”. O atelier abre depois do almoço e os que podem trabalham durante a tarde , outros vêm à noite. Uma coisa é certa, boa disposição é coisa que não falta no atelier e Carlos Castro diz inclusive que os serões têm dado para aprofundar os laços entre as pessoas. “Muitas pessoas que aqui estão só se conheciam de vista, cumprimentavam-se com um bom dia ou boa tarde e pouco mais. Neste momento já lhe posso garantir que somos uma família”, confessa. Das mãos dos artífices voluntários, saíram as mais de 25 mil flores necessárias para elaborar os enfeites. Uma operação que passa por diferentes processos, como explica Carlos Castro. “Está a ver estes rolos de plástico? Tivemos que cortar tudo à medida, formar as flores, apertá-las, separá-las por cor, muito trabalho…”, garante. Quanto ao programa que irá acompanhar o evento de 30 de Maio a 4 de Abril, Carlos Castro diz que “está muito bom”. “A Câmara apostou em artistas de renome e é o que faz falta para trazer mais gente a Vila Praia de Âncora. Queremos que venha muita gente não só do concelho, mas também de outros locais e até da Galiza. Queremos que os jovens também participem e sei que vão vir porque o programa também foi elaborado a pensar neles”. Para além dos milhares de flores manufaturados, o evento também vai apostar muito nas flores naturais. “As portas, janelas e varandas da Praça da República vão ser todas enfeitadas com flores naturais. Lançamos o desafio às pessoas e tenho a certeza que vãos ser todos surpreendidos e que a nossa sala de visitas vai parecer um jardim florido”, A Junta de Freguesia está a apoiar o evento quer logisticamente quer financeiramente, um apoio que Carlos Castro vê como um investimento com retorno direto nas pessoas, nos comerciantes e em toda a comunidade. O autarca conta inclusive uma história que aconteceu no ano passado e que prova que assim é. “No prédio do Café Central existia um apartamento à venda há mais de 15 anos. O seu proprietário não o conseguia vender e no ano passado vieram uns senhores de Braga que gostaram tanto da festa que decidiram comprar o tal apartamento. O proprietário ficou tão satisfeito que até nos veio aqui agradecer com bolos e champanhe. Mas isto é apenas um exemplo, posso dizer-lhe também que no ano passado os cafés, pastelarias e restaurantes trabalharam muito bem, alguns até tinham fila de espera. As floristas venderam muito bem, enfim o feedback não podia ser melhor, o Vila Praia de Âncora em Flor é uma aposta ganha”. Se o tempo ajudar estão reunidas todas condições para que o evento volte a ser um sucesso. Carlos Castro convida toda a gente a visitar Vila Praia de Âncora nos próximos dias. “Para além de uma vila muito bonita, vamos ter muita animação, muitas surpresas, enfim muitos argumentos para uma paragem obrigatória”. A Maia (Cytisus striatus – Portuguese broom) é originária do Norte de Portugal e segundo a crença ou cultura popular é tradição colocar um ramo de giesta antes do por do sol do dia 30 de abril para ser exibido no 1º de maio, alegadamente para proteção do demónio ou do mau olhado. Este rituais florais têm reminiscências gregas e romanas: das “Florales” celebradas em honra de Flora, deusa da Florescência e de Maia, deusa da Fecundidade e das Eleusímias da antiga Grécia em que os dendróforos erguiam triunfalmente arbustos e ramos floridos. Com o Cristianismo deu-se a estes rituais o sentido do triunfo da primavera, o rito da Fecundidade, um caráter religioso com ligação a festas, procissões, onde o elemento floral era importante, como “A Santa Cruz” ou “O Corpo de Deus”. A lenda que se conta e a mais habitual em todo o Alto Minho é a seguinte: “Herodes soube que a Sagrada Família na sua fuga para o Egito pernoitaria numa certa aldeia e estaria já disposto a mandar matas todas as crianças do sexo masculino. Perante tal morticínio, um outro Judas informa-o que tal não seria preciso. Também não lhe diria onde estava o Menino Jesus mas colocaria um ramo de giesta florida na casa onde pernoitasse, assim, bastaria à soldadesca procurar a tal casa. Porém, qual não foi e espanto dos legionários quando, na manhã seguinte, todas as casas da aldeia apareceram com o tal raminho de giesta florido”. Em Vila Praia de Âncora e um pouco por toda a região Norte de Portugal, antes do nascer do sol no 1º de maio, põemse raminhos de giestas em flor ou mesmo coroas de flores campestres nas portas e janelas. Mas a tradição manda também que não seja só nas casas e nas janelas. Campos, carros de bois, tratores, automóveis, autocarros, também se enramilhentam de flores e giestas. A “Exposição de Maias” insere-se no Programa do Vila Praia em Flor e esta é uma inciativa que arrancou pela mão da extinta RTAM – Região de Turismo do Alto Minho, há perto de 30 anos, como explicou ao Jornal C, Eugénia Sampaio funcionário no Posto de Turismo de Vila Praia de Âncora. “Estamos a falar de uma tradição com mais de 28 anos que foi lançada pela RTAM e depois continuada pelo Turismo do Porto e Norte. Todos os anos fazemos um concurso de Maias onde estão representadas mis de 60 Maias elaboradas pelas escolas, instituições e particulares que nos acompanham há 28 anos, data da primeira edição do concurso das Maias”. O evento Vila Praia de Âncora em Flor surge portanto desta tradição bastante enraizada em todo o Alto Minho. “É uma forma de homenagearmos as nossas flores do campo, as nossas cores que estão representadas inclusive nos traje no Minho. No fundo é toda a nossa etnografia”. A manutenção desta tradição ao longo dos anos prova ser ainda possível restituir a alma às coisas do antigamente e torná-las vivas. É a mensagem que se deve deixar aos jovens – para que inovem a tradição com mensagens de criatividade. É nesse sentido de sensibilização e de preservação da tradição que uma vez mais a Praça da República em Vila Praia de Âncora se vai florir com “Maias”. |9 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 Parte da dívida do ferry de novo em Tribunal CAMINHA “Ferry Boat está a morrer”, garantem autarcas de Caminha e A GuArda O Ferry Boat que diariamente faz a travessia entre Caminha e a localidade galega de A Guarda poderá ter os dias contados. O alerta foi deixado pelos presidentes das duas autarquias que na passada semana estiveram reunidos em A Guarda para o segundo encontro entre as duas comunidades, reunião que serviu para discutir “assuntos de interesse” para os dois municípios. Na agenda dos autarcas não poderia deixar de estar o eterno problema do ferry boat, embarcação que garante a única ligação direta entre os dois municípios e que, devido ao forte assoreamento do rio Minho, já se encontra neste momento a fazer menos de 50% das travessias regulares. José Manuel Freitas, alcaide da Guarda, admitiu mesmo que neste momento o ferry “está a prestar um péssimo serviço aos utentes” e pediu desculpa por isso mesmo. O autarca galego disse receber por dia muitas reclamações por causa do serviço deficiente mas também disse que neste momento já não está nas mãos de Caminha ou A Guarda resolverem a situação. Uma opinião corroborada pelo presidente da Câmara de Caminha, o socialista Miguel Alves, que anunciou que tal como o seu homólogo galego, também vai escrever uma carta ao Governo a solicitar uma intervenção urgente. “Nessa carta vamos dar conta da situação e vamos explicar o que está em causa quer para a economia local, quer para o próprio relacionamento entre as duas localidades”. Para Miguel Alves é urgente que tanto o estado português como o espanhol, “assumam que este é um investimento prioritário”. “Eu penso que este é o momento de falarmos claro com a população das duas margens |10 para dizermos claramente que se os Governos Centrais de Portugal e Espanha não atuarem, se não nos derem condições para que se façam as dragagens e assim manter o canal navegável, o ferry vai morrer”. Segundo o autarca de Caminha, é preciso que os comerciantes, as instituições e a população em geral saibam que nos últimos anos se tem feito um esforço muito grande para aguentar a manutenção do ferry. “Estamos disponíveis para continuar com esse esforço de manutenção e de recursos humanos, mas se não tivermos um apoio para fazermos as dragagens de forma continuada não vamos conseguir”. Miguel Alves considera que tal como está, o ferry está a tornar-se insustentável. “Neste momento temos mais de metade dos percursos suprimidos por causa da falta de condições do canal de navegação e se não nos ajudarem, o ferry, repito, vai morrer e vai acabar esta passagem para Espanha”, garante. Para o presidente da Câmara de Caminha é importante que os governos percebam o que está em causa, e o que está em causa, defende o autarca, “é não só a economia local, mas também o relacionamento entre as duas localidades. Precisamos que o Estado assuma que este é também um investimento prioritário”. Miguel Alves lembra que em relação ao ferry Caminha tem feito a sua parte. “Já fizemos saber junto da CIM do Alto Minho, no documento que preparamos para o Governo a propósito das infraestruturas no âmbito do próximo quadro comunitário de apoio, que a travessia do Rio Minho é fundamental para a nossa economia. Somos o único concelho que não tem ponte e, por isso, temos que salvaguardar pelo menos a travessia por barco”. Em conjunto com o seu homólogo de A Guarda, Miguel Alves fez saber que vai a Madrid e a Lisboa dizer que “o ferry corre sérios riscos de morrer”. Se os governos nada fizerem será o fim de uma embarcação que há quase 20 anos assegura a travessia entre as duas margens. O fim do caminho português da Costa Para o alcaide da Guarda o fim da travessia será também o fim do histórico caminho de Santiago pela Costa. “Eu não quero crer que se esta travessia morrer as pessoas que vão por Cerveira voltem para trás. O que vai acontecer é que a maioria dos peregrinos vão acabar por ir para Tui e fazer o outro caminho”. É por isso que o município de A Guarda pretende envolver também nesta luta o Xacobeo, bem como outras instituições. Sobre a Semana Santa que se aproxima e que costumava ser “uma das melhores em termos de receita do ferry”, o autarca lamenta não poder prestar um bom serviço às pessoas que por esta altura visitam a zona. “Aproveito para pedir desculpa a essas pessoas que vêm de fora e que gostavam de chegar aqui e poder fazer a travessia de barco”. José Manuel Freitas tem esperança que no Verão a situação possa estar resolvida, “pelo menos em parte. Não podemos passar mais um ano sem dragar porque isso será o fim”. E se o ferry morrer, a culpa será dos governos de Lisboa e Madrid, garantem os autarcas que alertam ainda para os postos de trabalho que se irão perder se o ferry acabar de vez. O encontro entre os dois executivos serviu também para tentar resolver problemas antigos, como é o da dívida de 2,6 milhões de euros que La Guardia tem com Caminha relativa aos custos de funcionamento, durante seis anos, do ferry-boat. Por agora, ficou acordado que já no final de Maio os galegos vão transferir mais de 47 mil euros para Caminha correspondentes à bilheteira, para começar a pagar dívida. E ainda este ano, La Guardia vai transferir também para Caminha toda a verba correspondente aos bilhetes cobrados em 2011. Miguel Alves diz ter sido “incompetência do passado” o que nos levou a esta situação. “Essa mesma incompetência fez com que durante sete anos, até 2006, não fosse cobrada nenhuma dívida. A incompetência de quem tinha que pagar que era A Guarda e a incompetência de quem tinha que cobrar que era Caminha, levou-nos a esta situação, a um processo judicial que confronta os dois municípios”. Recorde-se que quando tomou posse o presidente da Câmara decidiu suspender esse processo e tentar resolver a situação pela via do diálogo. “Nós suspendemos o processo e a verdade é que entretanto A Guarda já está a pagar uma parte da bilheteira que vinha recebendo. Hoje concordámos com o pagamento, já no próximo mês de Maio, do valor de mais de 47 mil euros, dinheiro que corresponde aos bilhetes cobrados por A Guarda do terceiro e quarto trimestre de 2013”. Mas segundo o presidente da Câmara os acordos em relação a esta matéria não se ficaram por aqui. “Ainda este ano, vamos também receber, todos os montantes arrecadados por A Guarda durante o ano de 2011. Miguel Alves considerou que estas eram “boas notícias” para as receitas da Câmara de Caminha. Relativamente à dívida anterior a 2006, não há acordo, pelo que o caso deverá voltar a tribunal para ser resolvido pelas instâncias judiciais. É o que diz agora o autarca de Caminha, Miguel Alves, tal como já defendia o anterior executivo camarário liderado pelo PSD e por Júlia Paula Costa, que pôs o caso na justiça e que o socialista Miguel Alves acabaria por retirar com fortes críticas à decisão dos anteriores autarcas. “Neste momento as posições ainda não são definitivas mas apontam para a existência de acordo em relação aos valores de 2007 para a frente, e que Caminha defende que devem ser assumidos por A Guarda e que A Guarda concorda. Nessa parte vamos desistir do processo”. Já no que toca à dívida anterior, ou seja entre 2000 e 2006, Miguel Alves diz existir divergência. “Caminha entende que A Guarda deve este dinheiro, A Guarda entende que não deve porque Caminha deixou prescrever. A posição de Caminha é defender os interesses de Caminha e portanto o que pode vir a acontecer, caso não haja acordo, não é nenhum perdão de dívida, mas sim que sejam os tribunais a resolver um problema que os políticos do passado criaram”. O Alcaide de A Guarda, José Manuel Freitas, explica que aquele município galego não pode, por enquanto, pagar qualquer dívida porque a autarquia está sem tesoureiro e, por isso, não pode fazer pagamentos. O alcaide galego espera que a situação esteja resolvida em finais de Abril através da nomeação de um tesoureiro que irá também analisar a dívida referente a 2000/2006. “Se se concluir que a mesma deverá ser paga, então pagaremos”, garante. De referir que pela lei espanhola as dívidas prescrevem numa prazo de 4 anos, enquanto que em Portugal o prazo é muito mais dilatado, cerca de 20 anos. José Cid, Xutos e Pontapés, Capitão Fausto e os Trabalhadores do Comércio, foram as primeiras bandas confirmadas para edição 2014 do Festival de Vilar de Mouros que se realiza de 31 de Julho a 2 de Agosto. O evento foi apresentado em Lisboa no passado dia 2 abril, numa conferência de imprensa que decorreu no Palácio Sousa Leal, antiga sede dos CTT, uma das empresas que se associou ao projeto. JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 Edição 2014 do Festival de Vilar de Mouros Um tributo à música portuguesa Álvaro Covões, diretor da Everyhting is New, empresa responsável pela organização do festival em colaboração com a AMA (Associação dos Amigos do Autismo), referiu que esta edição será uma tentativa de relembrar a história do Vilar de Mouros. “O que nós pensámos para a edição deste ano foi relembrar um pouco a história do festival ao longo destes anos todos. Quando o festival se iniciou, o mais importante para a época era a música portuguesa, apesar de na altura o festival já ter contado com a presença de alguns grupos estrangeiros. Por isso mesmo este ano optámos e achamos que faria todo o sentido, fazer o mesmo”. Assim o modelo a seguir este ano “será uma celebração à música portuguesa com convidados estrangeiros”, referiu. Álvaro Covões destacou ainda a presença do ministro da solidariedade do emprego e da segurança social, Pedro Mota Soares, referindo mesmo que esta deveria ser a primeira vez to do género. que um membro do Governo “Acho que é a primeira vez marcava presença num even- que estou numa apresentação de um festival com a presença de um ministro, o que significa que finalmente, no século XXI, a música está a assumir um lugar importante na nossa sociedade”, sublinhou. Um grande projeto social Pedro Mota Soares considerou o Vilar de Mouros muito mais do que um simples festival, “é um grande projeto social, um projeto inovador, representativo do que se pode fazer de novo na área da economia social, apelando aos vários setores, público e privado”. Dirigindo-se a Março Reis, diretor da AMA, instituição para a qual reverte a totalidade do proveito do festival, o ministro destacou a sua “resiliência” e “capacidade de contagiar um conjunto de entidades, parceiros e empresas para se associarem a esta causa. Até me conseguiu contagiar a mim””, disse o ministro. Mota Soares destacou ainda a “enorme fé” e “capacidade de realização” de Marco Reis, “um homem que acreditou que era possível fazer mais e melhor pelas famílias que vivem o problema do autismo”. Recorde-se que o proveito do festival será direcionado para a construção de um edifício multifuncional na área do autismo em Viana do Castelo. “Uma rede de apoio que é imprescindível e que vai certamente poder contar no futuro com o contributo de muitas mais pessoas”, sublinhou Mota Soares. O Ministro terminou fazendo referência “à capacidade que hoje a economia social tem de explorar novas frentes, com o objetivo de chegar a quem precisa e dar uma ajuda a quem menos tem”. UmA espécie de Festival Fénix Miguel Alves, presidente da Câmara de Caminha, considerou o Festival de Vilar de Mouros “uma espécie de festival fénix” que ao longo dos anos tem sabido renascer das cinzas, “e que renascendo vai voando, vai pairando e marcando aquilo que é o nosso imaginário, os legados e as histórias dos homens e das mulheres que ao longo dos anos passaram pelo Festival”. Miguel Alves fez questão de recordar “o punhado de loucos esclarecidos” que um dia acreditaram que era possível fazer um festival em Vilar de Mouros. “Eu queria aqui relembrar que o primeiro festival, em 1971, foi realizado em plena ditadura. Movimentaram-se milhares de pessoas para esse evento e nesse dia, percebeu-se que a música arrasta multidões, almas, pensamentos e sensações” Por tudo isto o presidente da Câmara considerou que este “não é apenas mais um festival, é um festival que diz respeito às pessoas”. Miguel Alves considerou que este é o primeiro momento do regresso de um grande Festival, “o regresso de um velho festival que quer ser novo”, rematou. Um festival com ADN Marco Reis, presidente da Fundação AMA, sublinhou que o evento quer chamar as famílias, “sem perder o ADN do festival”. Para o presidente da AMA a edição 2014 do Festival de Vilar de Mouros será “um dos maiores eventos de economia social, quer pela escala que tem, quer pelo que envolve e pelo seu fim”. Para Marco Reis o importante é que as famílias voltem a Vilar de Mouros, voltem a ouvir música e que se voltem a cruzar diferentes gerações. “Que todos, em conjunto, possamos contribuir para uma causa solidária. Penso que é uma equação fantástica”, sublinhou. Depois de um interregno de oito anos o Festival de Vilar de Mouros está de volta e espera-se que para ficar. Os bilhetes já estão à venda e custam 60 euros para os 4 dias. O primeiro dia, dia da receção, será gratuito. O bilhete diário vai custar no segundo dia 20 euros e no terceiro e quarto, 30 euros. |11 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 CAMINHA Sonic Blast regressa a Moledo em Agosto em formato alargado My Sleeping Karma |12 O Sonic Blast, festival de música rock que se realiza anualmente em Moledo, está de volta para mais uma edição que promete dar que falar. A organização tem vindo nos últimos dias a revelar algumas das bandas que vão marcar presença na 4ª edição e também algumas surpresas. Para já, a grande novidade é que o evento este ano alarga-se a dois dias, 15 e 16 de Agosto, e os festivaleiros terão à sua disposição campismo gratuito. Blue Pills, My Sleeping Karma, The Atomic Bitchwax, Black Bombaim, Guerrera e Prisma Circus, são as bandas já confirmadas para a edição deste ano. JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 Ricardo Rios, o grande mentor do projeto, recorda que a primeira edição (2011) foi uma espécie de ensaio que teve como objetivo “perceber como corriam as coisas e até que ponto as pessoas estavam receptivas a um evento desta natureza. “A primeira edição foi realmente um teste e depois, na segunda edição, já conseguimos trazer público de Espanha, de França e de todo o Portugal. Tivemos bandas internacionais como os Sumsara Blues Experiment ou os portugueses Kilimanjaro”. A aceitação do público foi muito grande, os incentivos para continuar também, e desde a primeira edição, o Sonic Blast tem vindo a crescer sendo considerado já uma referência no panorama dos festivais de verão em Portugal. No ano passado o evento esteve nomeado para os melhores festivais de Portugal, uma nomeação que deixou satisfeitos e ao mesmo tempo orgulhosos, os organizadores do evento. Em 2013 o Sonic Blast contou, pela primeira vez, com dois palcos, uma prova que o evento está realmente a crescer de ano para ano. “As bandas começam a ter um calibre maior e isso obriga a que as condições sejam também melhores”. Quanto ao estilo de música Ricardo Rios diz que houve também uma evolução desde a primeira edição, “está mais abrangente dentro daquilo que é o Rock”. O mesmo acontece com o público que cada vez mais se desloca do estrangeiro, principalmente de Espamha para vir assistir ao evento de Moledo. “Isso é bom porque traz mais pessoas ao concelho”. O Sonic Blast nasceu da vontade e de um sonho que Ricardo Rios acalentava desde miúdo. Este caminhense, que sempre gostou muito de música de vários estilos, decidiu um dia passar dos sonhos à prática e em- barcar na grande aventura de organizar um festival. “Acho que era um sonho que me vinha perseguindo desde miúdo. Eu sempre gostei muito de música rock, heavy metal e outros géneros musicais e o meu sonho era trazer para a minha terra, a terra onde nasci e cresci, um evento mais dedicado a essa sonoridades, um evento que fosse capaz ao mesmo tempo de quebrar um pouco com esta monotonia e marasmo relativamente a este tipo de eventos. A troca de experiências e a prática ganha com a organização de outros eventos, nomeadamente em Barroselas, deu a Ricardo Rios o impulso necessário para se aventurar na organização do Sonic Blast. “E a ideia foi para a frente”. Graças a muito trabalho, algumas ajudas e boa vontade, o evento tem vindo a crescer e a consolidar-se. Neste momento o grande objetivo da organização passa por conseguir um patrocinador oficial, algo que iria dar ao Sonic Blast ou- tra dimensão. Até ao momento isso ainda não foi conseguido, mas Ricardo Rios não perde a esperança. “Se conseguíssemos um patrocinador oficial era o ideal porque isso iria possibilitar a contratação de bandas mais fortes às quais neste momento ainda não conseguimos chegar. Essas bandas arrastariam de certeza mais público e isso era muito bom para a economia do concelho”. Ainda assim, Ricardo Rios não hesita em considerar que por Moledo já passaram, ao longo dos últimos 4 anos, bandas consideradas de culto a nível mundial no que diz respeito ao Stone Rock. A edição deste ano vai decorrer, pela primeira vez, em dois dias e neste momento já estão confirmados alguns nomes como revelou ao Jornal C, Ricardo Rios. “Já temos confirmada a presença dos americanos The Atomic Bitchwax, uma banda de referência mundial a tocar desde 1992; os Blue Pills, considerados uma revelação ao nível da música rock; temos os Prisma Circus e os Guerrera de Espanha e ainda os Black Bombaim”. Tal como nas edições anteriores o evento vai decorrer no recinto do Centro Cultural de Moledo e no parque adjacente. “Vamos ter dois palcos: o chamado palco solar junto à piscina onde as pessoas podem estar a ouvir música e ao mesmo tempo a divertirem-se na água, e o palco lunar onde irão decorrer os concertos da noite”. Os bilhetes para o Sonic Blast vão estar à venda a partir de Maio e a organização pretende manter o lema das edições anteriores: “uma boa relação preço qualidade”. A expetativa em relação à edição deste ano é grande, “são dois dias de música que certamente irão agradar ao público que gosta de vir com cal- ma, montar a sua tenda e ficar a disfrutar não só da boa música mas também deste concelho magnífico, com praias e paisagens maravilhosas para disfrutar”. No ano passado terão passa- do pelo Sonic Blast cerca de 2500 pessoas, número que a organização gostava de ver crescer este ano. “Se conseguirmos chegar às 3 mil pessoas será muito bom”, adianta Ricardo Rios. Câmara e funcionários preocupados com degradação do Canil/Gatil municipal O Centro de Acolhimento Canil-Gatil de Caminha foi tema de debate na última reunião do executivo camarário caminhense. O presidente da Câmara resolveu levar o assunto a discussão, na sequência do alerta de uma funcionária que trabalha naquele equipamento. Em causa está o estado de degradação de uma obra que custou aos cofres do município cerca de 800 mil euros e cuja gestão foi protocolada, em Junho do ano passado, com a associação Selva dos Animais Domésticos. O presidente da Câmara anunciou que vai ser feita uma avaliação “rigorosa” do que se gastou e porque se gastou no equipamento, comprometendo-se a realizar algumas obras urgentes ainda este mês. Ao Jornal C Karine Torres, uma das funcionárias municipais afetas ao Canil-Gatil, explicou que o estado de degradação do equipamento preocupa os funcionários. “O que nós queremos é que os animais que estão no abrigo estejam em segurança”. O Canil-Gatil de Caminha há muito que tem lotação esgotada, garante Karine Torres, que lembrou que o abrigo tem capacidade para albergar 200 cães mas neste momento alberga 270 mais 100 gatos. O problema do abandono dos animais continua a ser um flagelo difícil de combater, como refere a tratadora. “Por mais que lutemos e tentemos aplicar regras, chegamos à conclusão que não vale a pena porque as pessoas não respeitam. Apesar de toda a sensibilização as pessoas continuam a abandonar os animais, uns em muito bom estado, outros em estado deplorável e com grande sofrimento”. A não aplicação de regras como seja o registo obrigatório dos animais nas juntas de freguesias, colocação de microchip e vacinação, contribuem para um aumento de abandono. “Infelizmente ninguém é responsabilizado”, lamenta. Os problemas infra-estruturais agravaram-se com o Inverno passado, deixando os animais que se encontram no Canil-Gatil Municipal de Caminha numa situação precária. “Os principais problemas são materiais corroídos, construção mal feita, uma série de problemas que se agravaram com este forte inverno. Estamos a falar de portas frágeis que com a chuva e vento se deterioraram bastante”, explica Karine Torres. Para já a Câmara vai avançar com as intervenções mais urgentes, como garantiu o presidente da Câmara de Caminha. PUB. OCULISTA IDEAL DE CAMINHA José Augusto Fernandes Oliveira ( òptico desde 1967) metalocaminha Sócio Gerente Sergio Meira - Telf. 919 983 235 Distriâncora-Supermercados, lda tel 258959140-fax 258912955 TÉCNICA . PERFEIÇÃO . QUALIDADE A sua visita o comprovará AUTOMATISMOS | SERRALHARIA DE FERRO E INOX | MONTAGEM DE PORTAS SECCIONADAS |MOTORES DE TODO O TIPO | SERVIÇO DE CORTE E QUINAGEM DE CHAPA Superareosa-Supermercaods, lda tel 258808090-fax 258838534 C.C. Camicentro, Lj. 23 (ao lado dos Bombeiros) Rua Visconde Rego 4910-156 Caminha | Telf./ Fax: 258 721 028 Telf. 258 727 399 | Fax. 258 727 382 | E-mail: [email protected] web:www.metalocaminha.pt | Lugar do Couto | 4910-201 Lanhelas |Caminha |13 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 CAMINHA Flamiano Martins acusa executivo de estar a caluniar e difamar um autarca honesto A distribuição de porcos, galinhas e sementes pela população do concelho de Caminha, ao abrigo do projeto “Semear para Colher”, lançado pelo anterior executivo liderado pelo PSD no decorrer do último mandato, está a levantar dúvidas à atual liderança do PS que disse já ter aberto um inquérito para averiguar onde e como foram aplicados os quase 80 mil gastos neste projeto. A alegada distribuição destas espécies em vésperas de campanha eleitoral, uma situação considerada por Miguel Alves “um escândalo”, é outra das questões que o atual executivo quer ver esclarecida através do inquérito que está a decorrer. A notícia vinda a público no Jornal de Notícias, na qual Miguel Alves dá conta da abertura deste procedimento, foi vista por Flamiano Martins, líder da posição social democrata e grande mentor do projeto “Semear para Colher”, como uma forma de “caluniar, difamar, rebaixar e ofender um autarca honesto” A afirmação foi feita no período antes da ordem do dia da última reunião de câmara, no decorrer da qual o vereador social democrata fez questão de explicar que o projeto em causa fazia parte de um programa mais abrangente de apoio à agricultura e pesca, elencando de seguida outros projetos relacionados, tais como o Apoio técnico especializado, Semear para Colher, Bolsa de Terras, Linha de Crédito para Pescas e Agricultura, Isenção de Taxas aos produtores locais nas feiras, Feirões de Tradições, Projeto PROVE, Hortas Urbanas, Hortas Pedagógicas nos Jardins de Infância e Escolas do 1º Ciclo e apoio às Associações de Pescadores no programa PROMAR. Os projetos foram desenvolvidos ao longo de todo o último mandato e tinham como principal objetivo, explica o vereador social democrata, “revitalizar o setor primário”. “É minha convicção que temos que revitalizar a agricultura”, sustentou. Para Flamiano Martins o que “é escandaloso” não são programas destes, como afirmou ao JN Miguel Alves, “mas sim o facto de não conseguirmos produzir aquilo que consumimos”. “Mas entendo que o sr. Presidente não esteja sensibilizado para esta problemática. Tem uma mentalidade urbana e não consegue compreender os problemas das nossas aldeias rurais a ficarem sem população e que veem os campos abandonados e os jovens a nem saberem pegar numa enxada. Quan- do o sr. andava por Coimbra nos meandros das associações de estudantes e das juventudes partidárias, eu estava cá a lutar pelos agricultores que perderam o rendimento do leite quando a AGROS deixou de comprar o leite nos diferentes postos de recolha espalhados pelas freguesias do concelho”, lembrou. O vereador do PSD recordou que o “Semear para Colher” foi um projeto aprovado por unanimidade na reunião de Câmara de 20 de Fevereiro de 2013 e pretendia acima de tudo, “pro- Bombeiros vão receber apoio mensal de 1000 euros O executivo reconhece ainda que as Associações de Bombeiros do concelho desempenham um papel importante na sociedade e no serviço público que prestam junto das populações. “Este serviço público passa pelas atividades de Proteção Civil, transporte de doentes, fanfarras, sessões de mergulhos, sessões culturais e desportivas entre outras. Mediante o protocolo aprovado, as corporações de bombeiros vão passar a receber um incentivo mensal, no montante de mil euros, para manutenção das atividades dos respetivos Corpos de Bombeiros, nomeadamente na prestação do serviço à população e na Proteção Civil”. É de realçar que a proposta aprovada foi alterada por sugestão não só da maioria PSmas também dos vereadores do PSD. De facto, o protocolo inicial previa a atribuição de um incentivo periódico a conceder trimestralmente no mon- tante de mil euros e não mensalmente como foi aprovado. Conforme explicou Guilherme Lagido, “o executivo depois de reunir diversas vezes com as corporações de bombeiros, chegou à conclusão de que as duas corporações do concelho tem dificuldades efetivas de gestão corrente e que se deve, entre outros fatores, ao reduzido envolvimento da coletividade na gestão corrente das associações e à falta de apoio do município na gestão corrente das associações”. Assim, com o intuito de apoiar a gestão corrente, o executivo decidiu alterar a proposta e em vez de conceder um apoio trimestral passar a atribuir um apoio mensal. “Esta foi a forma transparente de ajudar a gestão corrente dos bombeiros. Gostaríamos muito que a Câmara Municipal pudesse aprovar este protocolo de colaboração com os bombeiros”, realçou o vice-presidente. Para além da mensalidade, o A Câmara de Caminha aprovou, por unanimidade, a atribuição de um subsídio às associações dos bombeiros do concelho. O valor a atribuir será de 1000 euros por mês, valor que se destina à comparticipação de serviços prestados, formação e promoção de elementos dos Corpos de Bombeiros. Anualmente, a Câmara vai atribuir às duas Corporações de Bombeiros a quantia fixa de 24 mil euros, isto é 12 mil euros para cada uma, a que se acrescem os subsídios e outros apoios. Para a Câmara de Caminha, |14 “as Associações Humanitárias dos Bombeiros, através dos seus Corpos de Bombeiros, para além das suas atribuições de proteção de pessoas e bens, dão um precioso apoio em diversas atividades e muitas vezes suportam todos os encargos sem qualquer compensação; constituem a principal força de atuação no terreno na área da Proteção Civil, prestando um serviço público importantíssimo e um valioso contributo para a promoção da segurança e saúde da população, e por isso a atribuição deste subsídio faz todo o sentido”. JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 mover a ocupação de terrenos não cultivados, a promoção da agricultura familiar e tradicional e ajudar a complementar o orçamento das famílias. Era um projeto desenvolvido em parceria com as Juntas de Freguesia que tinham a incumbência de comprovar que os agregados familiares candidatos tinham as condições exigidas nas normas aprovadas: terem condições para a criação das aves, possuírem terras para a horta ou cultivarem pelo menos 1000 metros quadrados de milho ou outros cereais”, explicou. Flamiano Martins lamentou que o atual executivo “por se achar mais inteligente”, tenha esquecido por completo este programa de apoio à agricultura e aconselhou a que se fizesse um estudo de impacto do programa junto dos agregados que beneficiaram deste programa. “O sr. declarou ao jornal que no concelho nada frutificou, que nenhum dos objetivos foi concretizado. Com que estudo é que afirma tal barbaridade? Foi avaliado o impacto do programa? Sr. Presidente, avalie junto dos cerca de 1200 agregados abrangidos pelo projeto, dos vários estabelecimentos do concelho que forneceram as sementes e as aves se o programa é escandaloso. Tem recursos humanos bem capazes de avaliar o que fizemos pela agricultura e pela pesca”. Por último Flamiano Martins aconselhou o executivo a retirar os jovens a voltar à terra e proo projeto do site da câmara, “já duzir mais, foram cumpridos”. que o desprezam e classificam Miguel Alves diz que não, e como escandaloso”, sublinhou. considera mesmo que o “Semear para Colher” nem sequer conVereador confunde respon- seguiu animar a economia do sabilidade com calúnia concelho, “visto que os fornecedores não eram do concelho. Em resposta à intervenção do Os dois últimos dizem respeito líder da bancada social demo- a fornecedores de Valença e de crata, o presidente da Câmara Vila Verde”, avançou. de Caminha acusou Flamiano Flamiano Martins explicou que Martins de estar a confundir res- isso tinha acontecido porque no ponsabilidade de quem tem que concelho de Caminha não exisgerir dinheiros públicos, com tiam fornecedores de suínos. calúnia. Mas o presidente da Câma“Não houve nenhuma calú- ra aponta ainda “diversas disnia. A Câmara Municipal tem crepâncias” entre o número de o dever de avaliar cada um dos suínos pedidos e aquilo que é projetos e é isso que estamos a faturação. a fazer. Aqueles que são bons “Não bate certo o número de são para continuar, aqueles que pedidos de suínos com o númetêm um fim interessante mas ro de pagamentos; sabemos por cuja concretização não funcio- uma análise preliminar que há na, são para melhorar, e aque- agregados que receberam mais les que não cumprem os seus do que um porco e mais semenobjetivos são para terminar”, tes e aves do que aquelas a que explicou. tinham direito; sabemos que há Relativamente ao “Semear para agregados que não reuniam as Colher”, Miguel Alves referiu condições exigidas e que beneque foi um programa que ao ficiaram à mesma do programa longo dos meses que antecede- e sabemos que há relatos de disram a campanha eleitoral distri- tribuição porta a porta de vales buiu porcos, aves e sementes por com pessoas estranhas ao funtodo o concelho, cabendo agora cionamento da câmara”. ao executivo avaliar se foram Mas as dúvidas não se ficam ou não cumpridos os objetivos. por aqui. Miguel Alves apon“Foram distribuídos 1162 va- ta ainda a existência de relatos les de sementes, 1200 vales para por parte de fornecedores que aves de capoeira e 699 suínos. garantem não terem recebido o O que nós queremos perceber pagamento pelo fornecimento e avaliar é se os objetivos de le- dos suínos, bem como a distrivantar a agricultura, incentivar buição porta a porta destes pro- dutos pelo vereador e pessoas estranhas à Câmara Municipal, sem qualquer pedido prévio durante a campanha eleitoral. “Há relatos que dizem que muitas dessas pessoas que o acompanhavam eram candidatos a Juntas de Freguesia pelo PSD. A ser verdade é escandaloso”. Perante esta situação o presidente da câmara diz ser “obrigatório fazer um relatório verdadeiro que possa avaliar da continuidade ou não deste projeto, e perceber onde e como foram gastos quase 80 mil euros, dinheiro que é público”. Relativamente às declarações do vereador Flamiano Martins ao Jornal de Notícias, nas quais, segundo Miguel Alves, terá admitido que “foram distribuídos porcos em bairros sociais e que terá havido um grande descontrolo”, o chefe do executivo Caminhense considera “ser obrigatório abrir um inquérito e saber aquilo que se passou”. Flamiano Martins voltou a assumir a existência de alguns erros na implementação do programa, mas lembrou que o controle deveria ter começado pelas Juntas de Freguesia, “e em alguns casos isso não aconteceu”. Fazer uma avaliação e posteriormente decidir se vale a pena ou não continuar com o projeto é grande o objetivo do inquérito que está a ser realizado pelos serviços camarários. documento também estipula a comparticipação por serviços prestados, reforçando o princípio prestador-pagador. A partir de agora, mediante uma tabela de preços, os serviços de prevenção em eventos de natureza cultural; a prevenção em provas desportivas em recintos; a prevenção em provas despor- rão comparticipados. O município vai ainda apoiar o voluntariado, a formação e a promoção de elementos dos Corpos de Bombeiros. Outros assuntos: Na reunião de Câmara o vereador Flamiano Martins pediu ao executivo que fizesse o ponto da situação em relação à reposição do leito do rio Âncora, bem como do PIP para a instalação do Continente em Vila Praia de Âncora Relativamente à questão do rio Âncora e duna dos caldeirões, o executivo explicou que neste momento estão a decorrer os procedimentos burocrático administrativos relacionados com o processo. Segundo explicou Guilherme Lagido, trata-se de uma obra que vai obrigar a uma grande movimentação de inertes, sendo por isso uma obra cara que obriga a procedimentos burocráticos e concursais mais pesados. “Estamos a falar de uma intervenção que é da responsabilidade da APA e a função do município nesta matéria é de pressionar para que as coisas se façam no tempo certo”. Por outro lado existem questões de ordem ambiental que também têm que ser tidas em conta. “Tivemos no fim-de-semana passado as marés vivas de Março com ondas de 4 e 5 metros. Se nós por acaso tivéssemos feito a reposição do curso normal do rio, provavelmente teríamos tivas em vias ou percursos pedestres; a intervenção em meio aquático; o abastecimento de água ou rega; os exercícios e simulacros, entre outros, se- um novo assoreamento”, explicou. Segundo Guilherme Lagido se as condições de tempo estabilizarem, o mês de Abril e Maio será o ideal para avançar com a intervenção. Relativamente à questão do PIP para a instalação do Continente em Vila Praia de Âncora, Miguel Alves diz que neste momento está a aguarda um parecer da APA. “Os procedimentos têm sido todos seguidos com normalidade, se a APA der uma parecer favorável à implantação que está proposta no PIP, é uma questão de dias podermos chegar ao fim do processo” O plano de pagamento do município de A Guarda também não ficou esquecido, bem como a reunião anunciada para 19 de Março, entre o município de Caminha e a Guarda e na qual se iriam discutir, além de outros assuntos, a questão do assoreamento. Os vereadores do PSD pediram informação sobre essa reunião e perguntaram qual a solução encontrada para o facto de o Ferry já quase não navegar. Miguel Alves referiu que a reunião tinha sido adiada para dia 11 de Março e nesse encontro, para além da discussão da questão do assoreamento, também iriam abordar a questão da dívida do ferry e respetivo Plano de Pagamento. Caminha Doce visita A Guarda em finais de Maio Nem tudo foram problemas na reunião mantida entre Caminha e A Guarda. Para além da navegabilidade do ferry que está neste momento comprometida e da divida entre os dois municípios relacionada coma a embarcação, a reunião serviu também para anunciar que nos próximos dias 31 de Maio e 1 de Junho, o evento Caminha Doce vai visitar A Guarda. O certame vai decorrer na Alameda de A Guarda e vai reunir a doçaria das duas localidades. Entretanto foi também anunciado pelo Alcaide Manuel Freitas que La Guardia irá estar presente, no próximo fim de semana, na maior mesa de Páscoa do País que se realiza no sábado em Vila Praia de Âncora. “Vamos marcar presença com o nosso artesanato”, referiu. A presença de uma comitiva de A Guarda repete-se nas comemorações dos 40 anos da revolução de Abril que vão decorrer em Caminha. Por sua vez Caminha far-se-á representar na Festa do Corpo de Deus que decorre em A Guarda durante a manhã. Mas as parcerias não se ficam por aqui e foram também anunciadas algumas ao nível do desporto e da educação. Miguel Alves salientou o interesse por parte das escolas galegas em ensinar a língua portuguesa aos seus alunos e nesse sentido irão realizar-se alguns encontros e intercâmbios entre escolas de Caminha e A Guarda. Autarca de Seixas aposta em governação de proximidade É uma forma diferente de fazer política. O presidente da Junta de Freguesia de Seixas, o socialista Rui Ramalhosa, decidiu que as promessas não devem ser feitas apenas em período de campanha eleitoral, e por isso decidiu ouvir, porta a porta, a população da freguesia. O autarca de Seixas iniciou assim, recentemente, uma périplo pela freguesia para conhecer “in loco” as necessidades dos cerca de 1500 habitantes daquela freguesia. “Uma das promessas deste executivo foi que as visitas que realizamos durante a campanha eleitoral, casa a casa, se iriam manter durante os 4 anos de mandato. Durante o Inverno isso não foi possível fazer porque os dias são mais pequenos e é por isso que durante a Primavera e o Verão, queremos visitar um lugar da freguesia por mês”. Nestas visitas, o presidente da Junta quer ouvir da boca das pessoas quais as necessidades de cada lugar. Esta espécie de governo aberto arrancou no Lugar da Rabusca e de futuro seguir-se-ão outros. |15 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 A preservação da tradição das maias é o que une os “Amigos d’as maias”. Tratase de um grupo de pessoas que, de forma voluntária, trabalha para perpetuar esta tradição tão enraizada no norte do país e, em particular, no concelho de caminha. com todo o trabalho, dedicação e companheirismo, contribuíram para a concretização de importantes iniciativas como a realização da “maior maia do mundo” ou o desenvolvimento do certame Vila Praia em Flor, atualmente um evento que muitos visitantes atrai ao concelho. A constituição deste grupo surgiu, precisamente, da dedicação na elaboração das maias. em 1989, a região de Turismo do Alto minho, através do Posto de Turismo de Vila Praia de Âncora, criou o concurso d’as maias, onde participavam escolas, Associações e particulares. Na 4ª edição, surgiu um grupo, oriundo de vários lugares de Vila Praia de Âncora, que arrebatou o Júri devido à qualidade dos trabalhos apresentados e o “obrigou” a atribuir às maias concorrentes o 1º prémio ex aequo. estes trabalhos, executados conforme conta a história e manda a tradição, uniam a giesta às flores campestres, numa combinação de cores que espelhava os campos e a serra. de facto, as maias são uma tradição muito enraizada no concelho. segundo a crença popular, antes do pôr-do-sol do dia 30 de abril é colocado um ramo de giesta nas portas de casa ou em determinados pertences de forma a protegê-los do demónio ou do mauolhado. depois deste prémio que classificou todos com igual mérito, procedeu-se à alteração do concurso, como uma exposição anual de maias, o que levou |16 iNFOrmAçãO mUNiciPAl Esta página é da responsabilidade do Município de Caminha grUPO dOs AmigOs d’As mAiAs: UNiãO e cOmPANheirismO em PrOl dA PreserVAçãO e TrAdiçãO dAs mAiAs a uma maior motivação e assim, o núcleo do grupo “Amigos d’as maias”, então maioritariamente feminino, foi sendo reforçando com novos elementos. em 2010, é pedida a colaboração da câmara municipal de caminha e da Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora para a realização da “maior maia do mundo”. Tratava-se de uma coroa de flores campestres, com um diâmetro de 7 metros, que foi candidata a recorde no guinness World records -“The Widest suspended Wreath”, levando além-fronteiras esta tradição das maias. No ano seguinte, a Avenida dr. ramos Pereira, em Vila Praia de Âncora, acolhe uma exposição de 100 maias. é a partir de então, que surge a ideia de levar mais longe esta tradição e realizar uma festa em homenagem às flores do campo e da serra. surge assim, em 2012 a primeira edição da Vila Praia em Flor, que contou com 700 maias expostas pelas ruas da vila. em 2013, a iniciativa cresce e aliadas às maias surgem as flores artificiais. mais de 10 mil, elaboradas manualmente, ornamentaram as principais artérias da vila. O sucesso que se fez sentir na segunda edição, aumentou a vontade de fazer mais na seguinte. Assim, este ano, Vila Praia em Flor traz muitas novidades. 20 mil flores vão colorir Vila Praia de Âncora de 30 de abril a 4 de maio Na verdade, este ano foi lançado um desafio a todos para que, ao colocar o melhor vaso nas portas, janelas e varandas, se faça de Vila Praia de Âncora um grande jardim. Além disso, o número de flores artificiais que ornamentam as ruas da vila aumentou para 20 mil. são flores, que segundo a organização, vão fazer lembrar as cores do minho, do traje regional, dos campos, da filigrana e também da primavera. Trata-se de um trabalho minucioso que levou mais de dois meses a ficar concluído e que pretende fazer as delícias dos visitantes. Também este ano, será exposta uma maia gigante na Praça da república. entre as principais iniciativas de animação está a encenação do “roubo das maias” com serenata e cantigas ao desafio, pelo grupo de danças e cantares do Orfeão de Vila Praia de Âncora, o encontro de Folclore, a Noite de cantares Tradicionais ou o concerto de capicua, um dos nomes mais emblemáticos do hip hop nacional. mas há muito mais. entre ateliês, mercados e exposições, a programação é recheada e promete não desiludir. com o evoluir da iniciativa o grupo “Os Amigos d’as maias” dividiram o trabalho em duas fases: a elaboração das ornamentações e a exposição das maias. Ainda assim, todos trabalham afincadamente para que nada corra mal. desde a ida ao monte para colher a melhor giesta, urze, carqueja ou o apanhar das flores do campo, todos se empenham. quem faz parte do grupo destaca o convívio, a alegria e o companheirismo, durante todas as horas de trabalho conjunto. dizem que as gargalhadas fazem esquecer as horas de trabalho, a amizade ajuda a atenuar o cansaço e que os momentos que se vivem são únicos. é destacado um ambiente de respeito, de partilha de opiniões e de ideias, assim como de aceitação e divisão de tarefas. O grupo “Amigos d’as maias” encontrase aberto a toda a comunidade e deixa o convite a todos aqueles que queiram e possam partilhar um pouco do seu tempo disponível: “Todos são bemvindos! é importante dar continuidade a este trabalho de preservação e divulgação dos nossos costumes e, para tal, basta simplesmente comparecer!” JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 PUBLICIDADE PUB. |17 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 Junta de Freguesia de MOledo avança com pré-embargo judicial por causa da Construção de um Bar na Duna CAMINHA PSD: Manuel Marques substitui Mário pAtrício na vereação O vereador social democrata, Mário Patrício, renunciou ao cargo de vereador da Câmara de Caminha. A notícia foi avançada pela concelhia do PSD de Caminha justificando a decisão do vereador com motivos de ordem pessoal e profissional No entanto, Mário Patrício continua ativo na concelhia, trabalhando com a recente eleita lista, da qual faz parte. Em declarações ao Jornal C, Mário Patrício diz que não faz sentido continuar depois da derrota nas últimas eleições, e entende que é altura de dar lugar a outros. “As eleições foram ganhas pelo partido socialista, e eu entendi por bem não integrar mais nenhum executivo nos próximos anos e dedicar-me à mi- |18 nha carreira profissional no meu local de trabalho, que é a Câmara Municipal de Valença”. Mário Patrício considera que este era o “timing certo” para tomar a decisão e garante que ela não tem implícita qualquer problema ou divergência. “Isto foi tudo combinado e articulado com o partido e não há qualquer problema, atrito ou cisão. Foi uma decisão normal”, garante. Mário Patrício regressa agora à Câmara de Valença, onde tem um cargo. O lugar de Mário Patrício vai ser ocupado por Manuel Marques, como avançou ao Jornal C a líder da Concelhia do PSD Liliana Silva. “Foi uma decisão pessoal e profissional que a concelhia do PSD entende que deve ser respeitada e por isso apoiamos a 100 por cento. Apesar de deixar o cargo de vereador Mário Patrício não abandona o partido e vai continuar na concelhia. Em sua substituição vai assumir o professor Manuel Marques”. De referir que os três nomes seguintes na lista de candidatos do PSD, nomeadamente Pedro Fernandes, Vanda Pego e Paulo Pereira, não mostraram interesse em ocupar o lugar. Será Manuel Marques, ex-presidente da Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora e que no passado já foi vereador, que assumirá o cargo. Manuel Marques entra no executivo com um apelo à união entre o PS e o PSD. Para o autarca existem questões que são fundamentais como é o caso do emprego e ação social, que estão nos programas de trabalho dos dois partidos e que devem ser enfrentados em conjunto. “Não é com questões que eu considero de mínima importância, que nós faremos algo pelo nosso concelho. Temos que dar as mãos até porque as ideologias de uns e de outros, não diferem assim tanto, que nos impeçam de progredir no mesmo sentido”, considerou. A Junta de Freguesia de Moledo decidiu avançar com o embargo pré-judicial do apoio de praia que está a ser reconstruído na duna primária e que foi licenciado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Em declarações ao Jornal C, o presidente da Junta, Joaquim Guardão, explicou que em causa está a propriedade do terreno onde o bar está a ser construído, que será da autarquia, entidade que nunca foi tida nem achada durante todo o processo. “A Agência Portuguesa do Ambiente licenciou um apoio de praia simples no topo norte do paredão, num terreno que é pertença da Junta de Freguesia de Moledo”. Joaquim Guardão explica que aquele terreno foi adquirido à Câmara Municipal de Caminha em 1870, “está registado, está matriciado”. “Faz parte de uma série de terrenos que ao longo dos anos a Junta foi vendendo até que ficou esta tira até ao moinho que é também pertença da Junta de Freguesia”, explica. A reconstrução do apoio de praia em cima da duna primária de Moledo tem gerado a contestação de autarcas, ambientalistas e da população local que não entendem como é que as entidades tuteladas pelo Governo aprovaram aquela infra-estrutura naquele local quando o próprio Ministério do Ambiente anuncia que vai gastar mais de 16 milhões de euros na demolição de 835 casas afetadas pela subida do nível das águas do mar. Também o apoio de praia de Moledo foi destruído pelo mar no último Inverno, tendo, contudo, sido autorizada a sua reconstrução. “Como aquele bar foi licenciado e nós não fomos tidos nem achados, entendemos que não é muito normal alguém construir uma casa, um bar ou qualquer tipo de edificação, num terreno de outrém sem falar com o dono. Depois também não entendemos como é que o Ministério está a demolir moradias e a seguir deixa construir em cima de uma duna primária. Não se entende, tanto mais quando está prevista uma intervenção de consolidação da duna para aquela zona”. Pressionada pela população a Junta de Freguesia decidiu agir e avançar com um pré- embargo judicial. A acompanhar o processo esta também o presidente da Câmara de Caminha. Sem poder para agir, Miguel Alves diz-se preocupado com a situação. “Estou preocupado na medida em que estão prestes a começar obras na zona mais baixa daquele cordão dunar, umas obras que vão custar 300 mil euros, e agora vemos surgir aquela obra em cima”. Miguel Alves diz querer acreditar nos técnicos “são eles que percebem, são eles que têm uma visão mais alargada sobre esta matéria” e por isso está confiante de que as decisões técnicas foram preparadas e decididas com todos os fundamentos. No entanto o autarca está preocupado e considera até ambíguo o que está a acontecer. Miguel Alves diz estar a acompanhar o trabalho da Junta nesta matéria, “que pegou no caso do ponto de vista da propriedade do terreno onde está implantado o bar. Neste momento o que podemos fazer é acompanhar de perto esta questão”. Espanha não draga CAMINHA ASSUME MAIS UMA DRAGAGEM JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 “Rostos dos Estaleiros Navais” até 18 de Maio no Museu de Artes Decorativas de Viana do Castelo Junta de Vilar de Mouros reabilita fontanários com a ajuda da população Mais de duas dezenas de voluntários participaram no passado sábado, 12 de Abril, numa ação de voluntariado promovida pela Junta de Freguesia de Vilar de Mouros. Desta vez a tarefa dos voluntários foi reabilitar alguns fontanários espalhados pela freguesia que se encontravam sem funcionar e ainda o arranjo e limpeza de das valetas no caminho do Agrelo. Carlos Alves, presidente da Junta de Freguesia, explicou ao Jornal C que estas ações só são possíveis graças à criação de uma comissão de voluntariado. “A ideia surgiu há alguns meses, antes mesmo das eleições autárquicas. A Junta estava sempre a queixar-se que não tinha dinheiro para nada e então decidimos avançar com este modelo” A primeira ação de voluntariado, que envolveu uma plantação de árvores, teve lugar em Novembro e juntou cerca de 50 pessoas. “Estamos a ter um êxito muito grande. As pessoas têm partici- pado, gostam de se sentir envolvidas e sentem que a sua participação, em termos de cidadania, é importante”. “Uma experiência muito importante e que tem ajudado a Junta a superar algumas dificuldades”, é como Carlos Alves define estas ações de voluntariado. Para levar por diante a ação de reabilitação dos fontanários a Junta precisaria de cerca de 10 mil euros, com a ajuda da população a Junta vai gastar pouco mais de mil euros. “Estamos a falar de uma intervenção que envolve bastante mão de obra. Só para ter uma ideia, enterramos cerca de mil e duzentos metros de tubo”, explica. Para além da reabilitação dos fontanários e porque havia pessoal disponível, a Junta aproveitou para limpar algumas valetas de alguns caminhos. Depois desta, a Junta está já a preparar outras ações de voluntariado. “Temos muitos projetos para levar a cabo e as pessoas estão muito motivadas para continuar. Estamos a pensar avançar com a limpeza do rio coura, com a reconstrução de um caminho pedonal ao longo do parque de merendas, com a reabilitação do centro da freguesia, enfim um conjunto muito grande de iniciativas que irão ser levadas a cabo pelos voluntários”. Consciente que os tempos que correm são difíceis em termos de recursos financeiros, a Junta de Freguesia de Vilar de Mouros lançou o desafio à população que prontamente se disponibilizou a ajudar. “Foi muito fácil conseguir envolver as pessoas neste projeto e não foi preciso andar a pedinchar. São as próprias pessoas que se vêm oferecer para nos ajudar”. Carlos Alves enaltece a sensibilidade da população que já permitiu fazer algumas obras na freguesia como é o caso de um muro no Largo do Casal, “que se tivesse sido feito a expensas da Junta, não estava lá de certeza”. No final houve um pequeno convívio no Largo do Casal onde não faltaram as concertinas e os cantares ao desafio. O ferry boat que liga Caminha a A Guarda, pelo rio Minho, está agora mais vezes parado do que em funcionamento. O assoreamento à saída do cais de Caminha impede a embarcação de navegar normalmente e de ligar diariamente as duas margens do rio internacional. O presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves, disse ao Jornal C que vai avançar com trabalhos de dragagem das areias no final deste mês, quando o ferry for para doca seca para inspeções. O autarca admite a importância, para Caminha, da embarcação funcionar normalmente todos os dias, sem falhar ligações e deixar os passageiros apeados. “A causal principal para que o ferry esteja neste momento mais vezes parado do que a navegar, tem a ver com um assoreamento na zona da saída do ferry em Caminha. Este assoreamento faz com que na baixa mar e até na meia maré, o ferry não consiga navegar”. Esta situação vai obrigar a uma atuação por parte da Câmara de Caminha que vai avançar com a limpeza daquela zona. “Vamos criar ali um canal, enfim uma zona onde possa haver algum acesso”. Mas Miguel Alves lembra que esta operação tem custos, e essa tem sido, segundo o autarca, a batalha mais difícil. “Eu já mobilizei todas as nossas forças para podermos encontrar uma solução, porque a alternativa é termos um ferry parado. Nós vamos ter que limpar toda aquela zona ali em frente “. No dia 28 e 29 de Abril, por imperativo regulamentar, o ferry vai ter que ser colocado em doca seca para ser vistoriado e é nessa altura que a câmara vai aproveitar para limpar a zona de entrada e saída do ferry. “Se nós conseguirmos resolver esta situação à saída, temos o ferry a funcionar regularmente”. O presidente da Câmara de Caminha admite que a responsabilidade de manter o canal do ferry boat navegável cabe aos espanhóis de A Guarda. Como os galegos não o fazem, Caminha vai avançar a expensas próprias com o desassoreamento dada a importância para a economia do concelho da manutenção de uma ligação diária e direta a Espanha. “Em vez de estarmos a dirimir culpas de quem deve ou não resolver a situação, embora eu reconheça que a responsabilidade é repartida a dois, eu vou já atuar. Temos que o fazer rapidamente e encontrar soluções. Aquilo que eu tenho O Museu de Artes Decorativas de Viana do Castelo tem patente até 18 de Maio a exposição “ENVC – Rostos dos Estaleiros Navais” de Egídio Santos. Trata-se de um conjunto de fotografias feitas em Viana do Castelo nos anos 90, a que se juntam uma reportagem durante as duas manifestações da empresa em Dezembro passado. A exposição, patente na galeria do Museu com entrada pela Rua General Luís do Rego, mostra o maior estaleiro naval de Portugal e um dos maiores da Europa Ocidental e os rostos, sonhos e lutas de quem passou pela empresa. A exposição é composta por trinta imagens que mostram momentos diversos de um dia de trabalho dos Estaleiros e ainda por imagens realizadas nas manifestações de 7 e 13 de Dezembro de 2013, que transmitem a tristeza e desilusão que assolou toda a comunidade de Viana do Castelo ao saber da decisão de fechar os ENVC, despedindo a totalidade dos trabalhadores. As fotografias são da autoria de Egídio Santos. Nascido no Porto em 1970, tirou o curso de Fotografia da Escola Superior Artística do Porto. Trabalhou em diversos jornais e publicações, com destaque para o Independente, o Jornal de Negócios e a Exame. Colabora atualmente com diversas entidades e instituições e tem trabalhos publicados em trinta livros, tendo participado em mais de vinte exposições individuais e coletivas. Está representado nas coleções do Centro Português de Fotografia e Museu do Douro. que fazer e que é meu dever, é fazer com que este equipamento, que é caro e tem as suas despesas de manutenção, pos- sa funcionar. Se isso não acontecer, não faz sentido nenhum estar ali o ferry”, refere Miguel Alves. |19 JORNAL DISTRITOBREVES O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 ARCOS DE VALDEVEZ CAMINHA PAREDES DE COURA PONTE DA BARCA objetivos claros como a estruturação do cluster das energias renováveis e da fileira da economia do mar, assim como outras fileiras. Isto porque, desde 2010, a Câmara Municipal tem vindo a implementar um conjunto de medidas, incentivos e programas como isenções e redições nas PONTE DE LIMA taxas de licenciamento, IMT e disponibilidade de crédito para propiciar a afirmação e consolidação empresarial do concelho médicOs de FAmíliA de ViANA dO cAsTelO VãO PrOmOVer PrOJeTOs de PrOmOçãO de VidA sAUdáVel miNisTrO dO AmbieNTe VisiTOU emPresA de ViANA dO cAsTelO O Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, esteve recentemente em Viana do Castelo para visitar a unidade de geradores e mecatrónica e a fábrica de pás de rotor da ENERCON. Na visita, o autarca José Maria Costa lembrou a importância da empresa e do porto de mar enquanto infraestrutura de apoio à exportação desta empresa. Na visita, José Maria Costa sublinhou que este é um projeto âncora regional e nacional que atraiu já novos investimentos e |20 novas empresas instaladas entretanto no Parque Empresarial de Lanheses. De acordo com o edil, neste momento a ENERCON é uma empresa exportadora de Viana do Castelo e recordou o Ministro do Ambiente da necessidade de melhorar os acessos ao porto de mar para facilitar as exportações desta unidade empresarial. De sublinhar que a ENERCON, uma das empresas que mais contribui para as exportações portuguesas, já investiu, desde 2006, em Viana do Castelo, mais de 120 milhões de euros, com a construção das três unidades industriais (a fábrica de pás de rotor, a fábrica de torres de betão e a fábrica de geradores e mecatrónica) e criou mais de 1.700 postos de trabalho diretos e gera cerca de 200 milhões de euros em atividade económica anual. Este investimento foi apoiado pela Câmara Municipal de Viana do Castelo no âmbito do programa de incentivos e isenção de taxas com vista à fixação de empresas e criação de postos de trabalho, uma política desenhada de forma a cumprir A vereadora com o pelouro da Saúde da Câmara Municipal de Viana do Castelo e a responsável pelo Gabinete Cidade Saudável reuniram com os médicos coordenadores e equipas das unidades de saúde com o objetivo de divulgar e promover três dos principais projetos do Gabinete Cidade Saudável, que visam a promoção de estilos de vida saudável. A reunião juntou à mesma mesa representantes das Unidades de Saúde Familiares Gil Eannes, Tiago de Almeida, Atlântico e Arquis Nova e das Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados de Viana do Castelo, Darque, Barroselas e Santa Marta e pretendeu dar a conhecer aos profissionais de saúde três grandes projetos do Gabinete Cidade Saudável e que agora serão divulgados junto dos utentes. Em causa estão os projetos ABC da Caminhada, que se traduz na disponibilização de um pedómetro de forma a permitir que as pessoas em idade adulta saibam se dão os dez mil passos diários necessários para atingir os parâmetros da OMS para se considerar ativo; o PAF 65, ou seja, o acesso de técnicos de reabilitação ao domicílio a pessoas com mais de 65 para as capacitar e dar competências que lhes permitam a autonomia nas atividades da vida diária (os técnicos são disponibilizados no âmbito do projeto de voluntariado empresarial com uma bolsa de horas atualmente a cargo do Hospital Particular de Viana e que se espera em breve vir a alargar a outras empresas); e o Programa de Treino Cognitivo, destinado a maiores de 55 anos sem défices cognitivos ou com défices muito ligeiros e que passa por dez sessões presenciais com um psicólogo onde são realizados exercícios para treino da mente e que permitem a manutenção da capacidade cognitiva. JORNAL DISTRITOBREVES O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 MELGAÇO MONÇÃO VALENÇA VIANA DO CASTELO VILA NOVA DE CERVEIRA Comunidade Portuária preocupada com ausência de identificação da acessibilidade rodoviária ao porto de mar de viana A Comunidade Portuária, a Administração Portuária e a Câmara Municipal de Viana do Castelo voltaram a reivindicar a importância dos acessos rodoviários ao porto de mar de Viana do Castelo junto ao Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações e do Presidente da CCDR-Norte. A posição foi tomada depois de conhecido o documento do governo sobre as prioridades das infraestruturas e dos transportes em Portugal. A reivindicação para que sejam considerados e priorizados os acessos rodoviários ao porto de Viana do Castelo surge depois de um encontro para analisar o documento aprovado pelo governo sobre as prioridades para os setores marítimos e portuários e tem em conta o facto de o porto comercial ser um porto exportador e ser estratégico para um crescente aumento das exportações na região do Minho. Lembre-se que esta infraestrutura marítimo-portuária tem uma capacidade instalada para movimentar cerca de 900.000 toneladas de carga por ano, é o elemento âncora para o desenvolvimento da região de Viana do Castelo e se assume como a plataforma de internacionalização do tecido económico desta região, sendo fator de atratividade de novas empresas e indústrias para o Alto Minho. Os acessos rodoviários são fundamentais para o reforço da capacidade operacional e para garantir o crescente aumento de movimento do porto comercial de Viana do Castelo, em especial nas exportações, derivado da dinâmica comercial da EUROPAC (fábrica de papel), ENERCON (fábrica de aerogeradores eólicos), da atividade da nova fábrica de cabos marítimos EURONET e ainda da carga e descarga de diversos graneis sólidos, lembram os responsáveis que agora reclamam junto dos governantes a ausência de qualquer investimento nos acesso rodoviários ao porto de mar. Projeto Voluntariado Empresarial junta 39 empresas no apoio a instituições sociais A Câmara Municipal de Viana do Castelo e 39 empresas de Viana do Castelo assinaram 111 protocolos no âmbito do projeto dedicado ao Voluntariado Empresarial sob o lema “Quem ama cuida”. O projeto, lançado em 2012, visa suprir as necessidades de instituições do concelho com os serviços prestados voluntariamente por empresas e tem vindo a crescer em número desde o seu lançamento. O projeto pretende ser um espaço de aproximação entre competências das empresas e as necessidades das instituições particulares de solidariedade social e associações do concelho onde foram detetadas diversas necessidades que vão do simples bolo de aniversário das crianças institucionalizadas ou do corte de cabelo à manutenção de viaturas ou de equipamento informático. Para suprir estas necessidades, várias empresas do concelho associaram-se ao projeto e estão a fornecer a sua boa vontade, mão-de-obra e conhecimentos neste voluntariado empresarial. No primeiro ano, foram 27 as empresas, mas agora são 39, incluindo inicialmente cabeleireiros, pastelarias, concessionários automóveis, ginásio, gabinetes de design, óticas, uma rádio, informática e uma empresa de ajudas técnicas, a que se juntam agora uma loja de roupa, uma loja de calçado, duas clínicas oftalmológicas, seis clínicas dentárias e duas farmácias. Na sessão de assinatura de protolocos, o Presidente da Câmara agradeceu às empresas pela sua atitude solidária e de coresponsabilidade social demonstrada no apoio às instituições. José Maria Costa referiu ainda estar muito sensibilizado com a iniciativa já que, apesar das dificuldades económicas que as empresas atravessam atualmente, não deixaram de dar resposta positiva e solidária às instituições que contribuem com o seu trabalho para construção de um mundo melhor para as crianças e jovens que estas instituições apoiam. Refira-se que esta iniciativa inovadora em Portugal permite também melhorar o conhecimento das instituições sociais e facilita outras formas de colaboração solidária, sendo que a autarquia desenvolveu, a este propósito, outra iniciativa de colaboração das empresas através de “outdoors solidários” em que empresas e colaboradores participaram, durante um dia, em trabalhos de beneficiação, pintura e decoração em instituições ligadas à infância e à juventude. Monção entre os melhores na taxa de abandono escolar e taxa de escolarização média Estudo “Atlas da Educação – Abandono Escolar em Portugal”, realizado pelo Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa com coordenação de David Justino, presidente do Conselho Nacional de Educação e antigo ministro da educação, foi apresentado recente- mente na Fundação Calouste Gulbenkian. O estudo “Atlas da Educação – Abandono Escolar em Portugal”, realizado com base nos dados obtidos nos censos de 1991, 2001 e 2011 e apresentado recentemente numa conferência realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, coloca Monção numa situação muito positiva em termos de taxa de abandono escolar e taxa de escolarização. Em dois itens deste estudo, realizado pelo Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa com coordenação de David Justino, presidente do Conselho Na- cional de Educação e antigo ministro da educação, Monção situa-se mesmo como um dos 25 municípios do país com melhores resultados. Na taxa de abandono escolar precoce (18-24 anos), o concelho de Monção encontra-se na 10ª posição com 18,20%. Em 1991, a taxa situava-se em 70,84% e em 2001 em 42,97 %. Assim, no prazo de uma década, assistiu-se a uma diminuição superior a 53%. Na taxa de escolarização média (25-44 anos), houve uma evolução favorável de 5,41%, em 1991, para 7,37%, em 2001, e 10,15%, em 2011. Em duas décadas, a taxa praticamente duplicou, ocupando o concelho de Monção a 19ª posição na tabela nacional. Este estudo, pedido pela EPIS – Empresários pela Inclusão Social, retrata a evolução do ensino em Portugal nos últimos vinte anos, revelando que o abandono escolar em Portugal caiu drasticamente nas duas últimas décadas e que a taxa de escolarização aumentou significativamente com maior peso na população feminina. |21 JORNAL DESPORTO O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 Juventude de Cerveira 9ª Regata Internaciona Vila Nova de Cerveira acolheu no passado domingo, 6 de abril, uma das regatas mais importantes do calendário Nacional da Federação Portuguesa de Remo, nos escalões de infantis, iniciados e juvenis, organizada pela Associação Desportiva e Cultural da Juventude de Cerveira (ADCJC). Trata-se da Regata Internacional Ponte da Amizade que, após 9 edições, se afirma como uma das provas mais importantes, a nível das camadas jovens, no panorama ibérico. No total, cruzaram as águas do Rio Minho 450 jovens remadores, em representação de 18 clubes (10 portugueses e 8 espanhóis) e mais de 200 tripulações. Durante a manhã decorreram as eliminatórias, ficando a tarde reservada para as finais. A equipa da casa (ADCJC) fez-se representar por 21 jovens remadores, entre os 9 e os 15 anos, que lograram a conquista de quatro lugares no pódio: - 1x Juvenil Masculino – André Marques – 2º lugar; - 4x Juvenil Masculino – David Cerqueira, Nuno Ferreira, João Carvalho e Nuno Gonçalves – 2º lugar; Atletas da Desnível Positivo concluíram com êxito participação na dura “Marathon des sables” Os atletas da equipa Caminhense Desnivel Positivo concluíram com êxito a mais dura prova do Mundo a pé a “Marathon des Sables” na distância de 250 km. Esta prova “extrema” decorreu no deserto do Sahara em Marrocos entre 4 e 14 de Abril, sendo que as etapas competitivas, num total de 5, decorreram entre 5 e 11 de Abril. Carlos Sá, 40 anos, profissional de Trail Running, qualificou-se no 4º lugar (1º não Afri- |22 cano), igualando o seu melhor registo na prova (em 2012), naquela que foi a sua 4ª participação. De registar que em todas as participações o atleta ficou sempre entre os 10 primeiros lugares. Pedro Gonçalves, 41 anos, bancário, ficou no 54º lugar naquela que foi a segunda participação nesta prova. A “Marathon des sables” é uma das provas mais importantes do circuito mundial, cha- mado “World Tour”, de trail em que os atletas tem de transportar consigo toda a logística necessária para sobreviver, comida, roupa, saco-cama, etc, enfrentando não só as areias do deserto como um clima hostil onde facilmente se encontram temperaturas na ordem dos 40/50 graus durante o dia e negativas à noite. Uma corrida extrema que contou com cerca de 1400 atletas à partida tendo terminado apenas 917. Segundo os entendidos foi a edição mais dura de sempre com cerca de 50% do percurso constituído por dunas. À chegada ao Porto os atletas tinham cerca de uma centena de apoiantes à sua espera no aeroporto, especialmente da parte dos colegas e companheiros da Desnível Positivo. A participação portuguesa ficou a cargo de 5 atletas sendo que 3 desses atletas ficaram nos 100 primeiros lugares, Carlos Sá, Pedro Gonçalves e João Colaço. - 1x Juvenil Feminino - Cláudia Figueiredo – 1º lugar; - 1x Iniciado Masculino - José Leal – 2º Lugar. Juniores do Ancorense são “Os reis da Taça” O Centro Cultural e Desportivo Ancorense, clube do concelho de Caminha, foi o grande vencedor da Taça de Juniores, organizada pela Associação de Futebol de Viana do Castelo. É a segunda vez que o clube Ancorense conquista esta taça, o que leva o coordenador geral do clube, Paulino Gomes, a classificar os jogadores como os “reis da taça”. “Na categoria de juniores conseguimos chegar à final que é no fundo a taça mais importante a nível distrital. Jogamos essa final em Valença e ganhamos por uma bola a zero frente ao Limiano. Esta já é a segunda taça que conquistamos, já tínhamos vencido a primeira edição, e voltamos a vencer agora o que faz de nós os reis da taça”. Paulino Gomes, coordenador geral do Ancorense, fala no resultado de um trabalho de vários anos que agora começa a dar frutos que se refletem nas conquistas alcançadas por todas as equipas do clube. “Estamos a falar de um trabalho muito rigoroso que já dura há dez anos e que tem apostado muito na formação dos atletas desde a idade de 4 anos. Também temos tido um cuidado muito especial da escolha dos técnicos e formadores o que nos tem trazido muito bons resultados”, refere. Para Paulino Gomes ter bons treinadores e bons formadores, faz com que as equipas tenham mais rigor, “e isso faz com que mais crianças procurem o nosso clu- be para aprenderam a jogar”. Os juniores são, refere Paulino Gomes, “uma consequência disso mesmo”. No que toca aos Juvenis, o coordenador Geral do Ancorense destaca os bons resultados. “Também em Juvenis conseguimos conquistar a final da taça que vamos disputar na sexta-feira santa frente ao Cerveira, no campo do Âncora Praia”. Relativamente aos iniciados, o Ancorense está muito perto de se classificar campeão distrital. “Se conseguirmos, para o ano já vamos jogar, pela pontuação que temos, com equipas como o Braga ou o Guimarães. Já atingimos um patamar de excelência na medida em que vamos jogar a nível nacional”. JORNAL DESPORTO O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 A cONqUisTA 4 PódiOs NA NAl “PONTe dA AmiZAde” Nas duas últimas provas do dia estiveram em disputa os Troféus para o 4x Juvenil Feminino e para o 8+ Juvenil Masculino, que foram criados para galardoar o clube que vença a respetiva pro- va por 3 vezes consecutivas ou por 5 vezes alternadas. O Clube Naval Infante D. Henrique (Valbom) venceu, assim, o 8+ masculino e o Viana Remadores do Lima (Viana do Caste- lo) o 4x Juvenil Feminino. Uma vez que nenhuma destas equipas o fez pela 3ª vez consecutiva, ou 5ª vez alternada, apenas nas próximas edições se poderá encontrar um vencedor. AdcJc cONqUisTA qUATrO lUgAres NO PódiO NO cAmPeONATO remO iNdOOr 2014 A Associação Desportiva e Cultural da Juventude de Cerveira (ADCJC) conquistou, no passado sábado, no Open de Portugal em Remo Indoor / Campeonato e Regata Nacional de Remo Indoor 2014, quatro lugares no pódio. A ADCJC participou, assim, com 21 atletas dos escalões infantil, iniciado e juvenil, destacando-se os seguintes resultados: * Categoria Open Infantil Masculino (5 mts.) – Tiago Fernandes – 3º lugar * Categoria Infantil Masculino (5 mts.) – Eduardo Pereira 5 minutos – 3º lugar * Categoria Iniciado Masculino (5 mts.) – Ruben Alves – 1º lugar * Categoria Juvenil Feminino (5 mts.) - Cláudia Figueiredo – 1º lugar No período da manhã disputaram-se as provas nas categorias de Promoção, Universitário, Masters e ainda de Atletas Portadores de Deficiência. No período da tarde, a partir das 14:00 horas foram disputadas as provas Jovens (Benjamins, Infantis, Iniciados e Juvenis), seguindo-se os Juniores e Seniores, sendo que o final do campeonato decorreu por volta das 17:30 horas. A iniciativa foi organizada pela Viana Remadores do Lima e pela Câmara Municipal de Viana do Castelo que juntou no Centro Cultural de Viana do Castelo cerca de quinhentos atletas, entre eles dois atletas olímpicos. Cursos de línguas: diurnos e nocturnos, em grupos e individuais, para adultos e estudantes, em: Inglês, Francês, Alemão, Espanhol, Italiano, Russo, Português (para estrangeiros) TRADUÇÕES: de toda a espécie, por tradutores ajuramentados! Informe-se: INSTITUTO DE LÍNGUAS EIRAS, LDA Rua de Santo António, 120-2º 4900-492 Viana do Castelo Tel. 258 826636 - Fax: 258 823093 e-mail:[email protected] www.linguaseiras.pt |23 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 Centenas de pessoas assistiram em vila prAia de Âncora à encenação da via sacra FOTOS : ANTÓNIO GARRIDO Centenas de pessoas acorreram no passado fim de semana à marginal de Vila Praia de Âncora, Avenida Ramos Pereira, para assistirem à Via Sacra encenada organizada pela Paróquia daquela freguesia. Mais de 60 figurantes, devidamente ensaiados e caracterizados, apresentaram à população as últimas horas que Jesus passou na terra até à sua crucifixão e morte. A última ceia, a apresentação de Jesus a Pilatos, o encontro com Verónica, foram algumas das cenas apresentadas. |24 A iniciativa foi organizada por um grupo de catequistas que há muito acalentava este sonho. Os ensaios decorreram durante semanas e o resultado não podia ter sido melhor, tal como testemunham as fotografias. O balanço foi muito positivo e por isso o grupo da catequese pensa já em novos projetos para desenvolver junto da comunidade. A Via Sacra apresentada no passado domingo contou com a participação das crianças da catequese e dos seus familia- res, bem como a restante co- “Julgamos que com esta re- sagem que a Bíblia pertende ria José que aproveitou para munidade que ajudou não só presentação as pessoas fica- transmitir”, referiu uma das or- agradecer a todos quantos coao nível da participação dos ram a perceber melhor a men- ganizadoras, a catequista Ma- laboraram nesta iniciativa. figurantes, mas também na escolha e construção de alguns dos adereços utilizados. Abrir as portas da catequese à comunidade foi um dos objetivos desta iniciativa, a que se junta também a possibilidade de uma maior reflexão individual e coletiva. Ao longo de 14 cenas acompanhadas com diversos cânticos, foi possível perceber o percurso efetuado por Jesus ao longo do calvário. JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 |25 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 PODER LO 16. SOLIDARIED Com 18 anos já aprendera com espíritos vivíssimos: o antigo reitor da Universidade de Coimbra e ex-Presidente da Academia de Ciências, professor Dr. Coelho de Carvalho (jovem de 80 anos). Entretanto, e com o que vai de obra, conseguia já a entrega de um quadro para o Museu Nacional do Rio de Janeiro. Outros “serviam” para lhe atestar o mérito: Fernando Pessoa, Afonso Lopes Vieira, Guilherme de Faria ou Adolfo Casais Monteiro, quem lhe dedica o poema “Europa”. Relacionouse com E. Cechi (biógrafo de Giotto) e com Mondrian (pai do abstracionismo); com Delaunay; Segall e o teórico Herbert Reed. Contará com as amizades de Norton de Matos, Paiva Couceiro ou de Marinetti e Mário de Andrade. Dos parceiros podem-se referir “o Azevedo, o Lemos e o Vespeira” que lhe dedicam uma exposição em 1952. Acrescentaria agora todo o ambiente das exposições que António Pedro realizou, bem como daquelas em que os seus trabalhos e apresentações se fizeram junto a outros artistas. Em Portugal: 1925 – caricaturas em Viana. Em 1936, na Casa Quintão: exposição dos Artistas Independentes; aqui aparecia junto a Sarah Afonso, Vieira da Silva, Semka, Szobel, Almada Negreiros e Arlindo Vicente. Antes, em 1935, experimentara já os “poemas dimensionais” no SALON DES SUPERINDEPENDANTS. Por esta iniciativa da Revista “Clima” partia para o Rio de Janeiro - está no Museu de Belas Artes onde durante 1941 trabalhou com brasileiros. Daqui sairá a sua aprsetação na Exposição Industrial de São Paulo em 1942. Noutra altura, em Londres pertence ao “Surrealist diversity” da ARCADE GALLERY, ponto de contato com a pesquisa estética do surreal. Aparecem na sua vida os grandes nomes: Planells, De Chirico, René Magrite, Giacometti, Mewillim. De referir outros como Picasso, Paul Klee, Delvaux e Miró. Entre 1946 e 1947 marcara um regresso a Portugal. Aqui também já tivera apresentações durante os anos 40: no Salão de Artes Plásticas (Lisboa) e na Exposição Surrealista de Lisboa. Será em 1953 que José Augusto França lhe marca uma “retrospectiva” da pintura na “Galeria de Março”. Neste mesmo ano, participa ainda na 2ª Bienal de São Paulo. Ainda se faz representar noutras exposições das quais existem possivelmente catálogos ou simples textos à maneira de um prestigioso espólio, ou pré-texto esparso de estudos. Pela zona onde viera viver impuseram-se-lhe as cerâmicas e os azulejos. Associou a escultu- CAMINHA PEDRO, Caminhou José Domingos Matos Araújo |26 ra aos conselhos do fogo moldando o barro e a cerâmica. Em 1954 pertenceu ao grupo “Ceramistas de Viana”, vindo ainda no mesmo ano a expor individualmente. Depois de uma digressão pelo país passa com aquele grupo por Cannes. Repartindo-se pelos anos, contaríamos já umas 30 exposições que bem expressam o nível e o ritmo da sua atividade. Passaríamos agora a outras atividades em que a nossa curiosidade lhe descobre como se “aguentou de dinheiro”. Fez: ilustrações, publicidade, litografia, decorações, figurinos, cenografia… Mas houve mais. Antes de passaraos “Livros de versos” ou outros possíveis pré-textos conviria parafrasear alguns temas como : Poesia Dimensional – Cansaço dos Sentidos; A Ate; Porque sou surrealista?; Abstração. Estes textos valem como chaves (as palavras) que abrem o labirinto da cultura que a história e as ideias exigem. Interessaria ainda repassar em escuta os olhos sobre outra obra: Prefácio para o Dicionário Prático, datado de Abril de 1952 e publicado inédito in “Comércio do Porto” de 120-967; os artigos para este dicionário encontram-se ainda na revista “Pentacórnio”, Lisboa, 31-12-956. Volteos agora aos “Livros de Versos” e, doutro modo ainda, considerarei outros géneros (na prosa). Dispersos e com diferentes datas salientaria as poesias como “Ledo Encanto” – 1927 – ou “Distância” – com 2 edições, a primeira de 1929. Depois, em 1931seguem-se Diário e Máquina de Vidro publicado em 1935. Em 1936 já atinge uma recolha num “I volume” de obras suas. Em Paris, 1935, António Pedro descobre os 15 Poèmes au Hasard. Em redundância com paisagens e povoamento darse-á, em 1938, a publicação de Casa de Campo. Em toda a poética, o autor reflete o gosto pelos “cantares” e pela poesia árabe e provençal. A Serra d’Arga que fica perto, inspira-lhe o Proto-Poema sa Serra d’Arga, com data de 1949. Passaremos agora aos outros textos (em prosa); podemos distinguir uma primeira tipologia de pendor ensaístico - em que descobrimos a colocação e direção em várias revistas: Variante; Mundo Literário; Horizonte; Pen Club Buletin e Freeunions. Ultimamente a Presença. Nos escritos de caráter ou pendor ensaístico são retomados com especial predileção o Teatro a Poesia, Literatura, a Arte. A vasta colaboração tornase já periódica e alcança mais publicações: Clima; Aventura, Lusíada e Cadernos de Poesia. Em todas elas se manifestou e declarou o pendor e a escolha pela literatura e artes com especial incidência nos temas ligados ao teatro, nas revistas literárias dirigidas por José Augusto França (Unicórnio, Bic ornio e Tricórnio). Os escritos vão acontecendo e ganham forma e maior alcance com um esnsaio de estética em 1948 e uma Introdução a uma História da Arte; a eleboração, não completada, do Dicionário Prático Ilustrado e a publicação em 1949 dos Cadernos surrealistas. da sua intensa ligação com a dramaturgia podem-se apontar os Cadernos dum Amador de Teatro ou o Teatro e a sua Verdade; O Teatro e a Técnica do Ator e O Teatro e a Liberdade do Ator. Nas prosas inlcuem-se, já noutras tipologias possíveis, a colaboração na imprensa periódica. Na activiadde jornalistica referem-se presenças no Diário de Lisboa, República, O Século Diário de Notícias, Comércio do Porto e Jornal de Noticias. Chegou a chefiar a redação do Diário Popular. Noutra “tipologia” das suas prosas estão as obras que traduziu, ou refundiu, de outras línguas para o “Português”. O bom funcionamento, na perspetiva multidimensional, de qualquer instituição, pública ou privada, depende de vários fatores, destacando-se, a título exemplificativo, o melhor relacionamento possível com e entre todos os agentes que direta e/ou indiretamente mantêm contactos, negócios, acordos e relações, ainda que informais, com a organização, revelando-se de importância fundamental as parcerias que, entretanto, se estabelecem, desenvolvem e frutificam. As Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia serão incluídas nesta última dimensão, a parceria que, natural e legalmente, podem (e devem) manter entre elas, independentemente de quaisquer posições pretensamente hierárquicas, preconceitos, orientações político-partidárias, princípios filosóficos e ideológicos. A razão essencial, supremamente válida e dignificante, prendese com, pelo menos três objetivos fundamentais: bem-estar; desenvolvimento sustentável e felicidade das populações, servidas por estas duas autarquias, sempre com esta convergência de finalidades. No atual quadro constitucional da organização político-administrativa de Portugal, o Poder Local Democrático, que integra Regiões Autónomas e Autarquias Locais, neste caso: Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia, tem-se revelado um poderoso instrumento, na resolução dos muitos problemas que envolvem as populações, principalmente nas pequenas localidades, dada a proximidade de um poder com rosto humano, oriundo (embora nem sempre assim aconteça) do próprio povo dessas mesmas localidades. Neste contexto, é óbvio que a conjugação de: esforços, recursos, solidariedade, lealdade e cooperação entre as duas autarquias – Câmara Municipal e Junta de Freguesia –, constitui uma das melhores fórmulas para o sucesso das intervenções que aquelas instituições realizam, bem como para o conforto das populações. O desentendimento entre estes dois tipos de autarquias, apenas serve o divisionismo, o exacerbar dos ânimos e o prejuízo, imediato e incalculável, para a comunidade, porque nem a Câmara por si só resolve todos os problemas, nem a Junta consegue realizar os projetos de desenvolvimento que se comprometeu executar, sem a colaboração, a todos os níveis, da respetiva Câmara Continua Municipal, da qual depende em JORNAL OPINIÃO O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 Diamantino Bártolo OCAL DEMOCRÁTICO RIEDADE PARA COM AS JUNTAS DE FREGUESIA variadíssimos aspectos. O bom relacionamento entre os autarcas destas duas instituições – Câmaras e Juntas – é a “Pedra Filosofal” para o sucesso do Poder Local Democrático, e a garantia para as populações de que as suas dificuldades, anseios e situações menos boas, terão maiores possibilidades de serem analisados e resolvidos. A fórmula para tal relacionamento é constituída por alguns valores de referência, essenciais, genuinamente humanos, exigíveis numa moderna comunidade, dos quais se destacam: lealdade, solidariedade, respeito, cooperação, tolerância e amizade, embora outros se possam adicionar como: a liberdade de expressão e de opinião; ainda que divergentes e quando manifestadas em local e tempo próprios, com deferência e humildade, flexibilidade e compreensão recíprocas. Eventualmente, poderá tratarse, à partida, de um problema de comunicação, talvez porque: «A comunicação é um processo complexo, porque envolve muitas formas de manifestação e de expressão, com diferentes finalidades. Ela é resultante da expressão do conhecimento, da inteligência e da emoção, e pode ser afetada por diversos fatores ambientais. A comunicação está presente em todas as situações da vida – na convivência familiar, no trabalho, na participação comunitária, no amor e na amizade, nos negócios e no lazer, no ensino – e, em cada uma delas, requer diferentes maneiras de expressão.» (RESENDE, 2000:85-86). Partindo da realidade existente e da análise efetuada, afigura-se pertinente avançar para medidas concretas ao nível da reorganização ou, caso já exista, do pelouro que contemple, de forma inequívoca e através de uma atuação eficaz, a parceria horizontal entre a Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia, que a ela estão ligadas, institucional e democraticamente, para cooperarem em benefício das respetivas populações. Nesse sentido a criação e funcionamento, a tempo inteiro, do Gabinete de Apoio e Solidariedade às Juntas de Freguesia, parecendo não ser nada de inovador, a verdade é que ele não existe em muitos municípios portugueses, admitindo-se que possa haver outras formas, eventualmente mais explícitas, porém com menos dignidade e consideração daquelas que são devidas às Juntas de Freguesia. Uma estrutura ao nível de Gabinete de Apoio às Juntas de Freguesia, seria suficiente para melhorar as intervenções das Câmaras Municipais e das próprias Juntas de Freguesia, desde que os técnicos das diversas áreas e os políticos – Presidente e Vereadores –, tivessem assento e, sempre que solicitados, emitissem os pareceres técnicos, necessários à tomada de decisão: quer por parte da Câmara; quer ao nível da Junta. O que habitualmente ocorre, em muitas vilas e aldeias, é que os membros da Junta, quantas vezes têm de saber sobre economia, gestão, engenharia, direito, administração, concursos diversos e tantas outras matérias, ou seja, têm de ser polivalentes, generalistas, e que apesar das melhorias nos sistemas: educativo e de formação profissional, ainda não é a realidade existente na constituição dos órgãos autárquicos, na maioria das freguesias portuguesas. Por outro lado, os problemas de natureza social, com toda a carga emotiva que por vezes os caracterizam, levam os membros das Juntas de Freguesia a não decidirem ou a decidirem inadequadamente e, nesta última hipótese, eles vão arcar com todas as críticas e violências diversas, desde as psicológicas às agressões físicas como já tem ocorrido. (há cerca de cinco anos, verificou-se o esfaqueamento de um Presidente de Junta de Freguesia - Fevereiro-2008). Também nestas circunstâncias, o Gabinete de Apoio e Solidariedade para com a Junta de Freguesia teria uma função importantíssima, até no desanuviar de tensões populares. No entanto, o que muito frequentemente ocorre é algum abandono da situação, deixando à sua sorte os membros da Junta de Freguesia, justamente por alguns titulares dos restantes órgãos dos diversos poderes, inclusivamente, por aqueles que são nomeados pelo Poder Político e nem sequer se submetem a eleições, não dando a cara em nome de coisa nenhuma. Urge, sem mais delongas nem preconceitos hierárquico-financeiros que as duas instituições – Câmara Municipal e Juntas de Freguesias, em cada Concelho, deem as mãos e, solidariamente, enfrentem as dificuldades da governação autárquica, porque também ocorrem atos em que as Juntas de Freguesia acusam a respetiva Câmara Municipal de certas situações menos boas, com a agravante de o fazerem em público, desencadeando-se, de- pois, inevitavelmente, uma troca de acusações que só conduz ao extremar de posições, com prejuízos diretos para o bem-estar e tranquilidade das populações. Cumpre aos responsáveis das instituições tudo fazer, para que problemas e situações resultantes das dificuldades de relacionamento sejam resolvidos no local próprio, com lealdade e respeito, porque, também aos autarcas, se exige o dever de reserva, a fim de se evitarem conflitos institucionais. Na verdade: «Fundar e manter a paz, equivale à criação e ao respeito de um mínimo de condições essenciais e favoráveis à coexistência das coletividades humanas, base do seu desenvolvimento individual próprio e de sua cooperação útil e fértil como resultante. Isto é, pois, uma das múltiplas evoluções da Humanidade que conduzem da sujeição e da força bruta, à convivência e tolerância mútuas; do egoísmo à solidariedade; (…) em resumo, da autoridade de direito, consagrada e perpetuada nas instituições, à liberdade vivida dentro do espírito e do coração dos homens, para que isto se torne a alma viva de todas as suas atividades.» (MAX NETLAU, 1929, in RODRIGUES, s.d.:165). Havendo um certo consenso, segundo o qual o poder local desenvolve-se no seio do povo, a responsabilidade dos autarcas é assim acrescida, porque eles, na grande parte das situações, são oriundos da comunidade local onde exercem as suas funções, por isso a sua influência sobre as populações é bem superior a qualquer outro nível do poder. O autarca vive com o seu povo, para o seu povo, sente e emociona-se com as dificuldades, com os sucessos e os fracassos. O povo, até haver motivos para o contrário, confia nos seus autarcas e, por isso mesmo, não pode haver disputas político-partidárias que conduzam à desestabilização da comunidade. Um esforço de contenção, nas palavras e nos atos, é o mínimo que se exige aos autarcas e candidatos aos diversos lugares das autarquias, bem como a todos quantos exercem funções públicas de responsabilidade, extensivamente ao setor privado que, naturalmente, continuará a ser um parceiro fundamental no desenvolvimento e progresso da sociedade, porque: «Sem a felicidade de todos ninguém pode ser feliz». (Ibid). Na verdade: «Este pregão dos redatores de “A Vida”, partin- do do Amor Fraterno e da liberdade consciente, do bem-estar coletivo, do respeito mútuo, era e será (se é que a humanidade quer realmente a paz) as ferramentas capazes de forjar e caldear os elementos humanitaristas que servirão de alicerces para um mundo novo sem vinganças, sem ódios e sem temores.» (Ibid). O Gabinete de Apoio e Solidariedade às Juntas e Freguesia, ou qualquer outro Departamento com designação diferente, pode constituir-se numa excelente ferramenta para: não só apaziguar certos comportamentos entre políticos, partidos, movimentos e instituições; como também para relançar a esperança, recuperar a imagem e a dignidade que são devidas a toda a pessoa humana em geral e, na circunstância, a alguns titulares de determinadas funções em particular. Deve-se compreender, com tolerância e consideração, que a fragilidade da condição humana conduz, frequentemente, ao erro, e que as probabilidades de falhar são muito maiores naqueles que têm de tomar decisões, naqueles que exercem uma atividade, porque quem nada faz, também acaba por errar: primeiro, porque tinha a obrigação de participar, colaborar, trabalhar, produzir; segundo, porque quem critica tem a obrigação éticomoral de apresentar melhores alternativas e soluções exequíveis, para as situações e pessoas criticadas. O exercício de boas-práticas de relações humanas, a partir da institucionalização de parcerias sólidas, leais e unidas, entre Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia, poderá ser parte da solução, para a maioria dos problemas e dificuldades. Numa postura ética e de total lealdade, nada justifica as “guerrilhas” que, por vezes, se leem e ouvem nos meios de Comunicação Social, entre autarcas, entre políticos de outros níveis do poder, entre pessoas que, na verdade e com sinceridade até desejam o melhor para as suas comunidades. No que às autarquias respeita, afigura-se, por conseguinte, da maior utilidade, o lançamento de um projeto de desenvolvimento de Relações Humanas, precisamente a partir do Gabinete de Apoio e Solidariedade às Juntas de Freguesia. Iniciado um tal projeto, este poderá ser sustentado, por exemplo, em ações de sensibilização a serem ministradas a todos os autarcas do Concelho – Executivo, Le- gislativo, Juntas, Assembleias de Freguesia –, bem como aos funcionários que, livremente, assim o desejem. A convivência sadia, entre autarcas, funcionários e comunidade, é o método correto para se obterem os melhores resultados, em todos os domínios da intervenção humana. Os legítimos e justos interesses das populações não são compatíveis com as frequentes quezílias entre políticos, independentemente das suas orientações ideológicas e filiação partidária. Consumada a eleição devem ser retirados dos escaparates da propaganda eleitoral todos os utensílios materiais e inscrições psico-ideológicas. O povo precisa de paz, de bem-estar, de ver os seus problemas resolvidos, com justiça, compreensão, tolerância e apoio amplo. O Gabinete de Apoio e Solidariedade às Juntas de Freguesia, ou qualquer outra estrutura similar, constituirá um instrumento de relações humanas de uma mais-valia incalculável, porque a ausência de diálogo, a inexistência de uma sã convivência, a carência de atitudes, comportamentos e acordos leais, entre outros aspectos, revela-se, certamente, um entrave nas boas relações que sempre devem orientar a sociedade. Afinal, quer se queira ou não: «O homem é um ser social que, em sua busca do significado e orientação na vida, inevitavelmente encontra os problemas de autorealização. Esta autorealização como um indivíduo não depende, como pode sugerir o termo, de uma autocontemplação solitária, mas basicamente de uma interação com outros indivíduos. Para conhecermos a nós mesmos e sermos nós mesmos, para pôr à prova e desenvolver nossos valores pessoais, precisamos viver e trabalhar com outras pessoas.» (WILLIAMS, 1978:11). Para além do objetivo primordial – desenvolver e consolidar boas relações pessoais e institucionais, entre os membros do executivo municipal e os autarcas das freguesias –, o Gabinete de Apoio e Solidariedade às Juntas, funcionaria, também, como o centro coordenador das atividades das freguesias, no qual se centralizariam planos de atividades, projetos, controle de despesas, encaminhamento de assuntos específicos para técnicos e entidades especializadas nos respetivos temas. Neste Gabinete de Apoio e Solidariedade às Juntas de Freguesia, conceber-se-ia toda a estratégia que conduzisse ao cumprimento dos respetivos manifestos eleitorais de cada Junta de Freguesia, independentemente da força política que tivesse ganho as eleições, o que iria contribuir para a dignificação dos políticos-autarcas, em particular, e a credibilização do Poder Local Democrático, em geral. É justo, e eticamente correto, que um Executivo Municipal apoie uma Junta de Freguesia do seu Concelho, mesmo que essa Junta tenha sido ganha, em eleições livres, justas e democráticas, por outra força política diferente. Numa perspectiva de maior democratização do Poder Local, tendo por objetivo fundamental o tratamento equitativamente proporcional para cada Junta de Freguesia, cujos critérios e delegação de competências, bem como as transferências das correspondentes verbas, serão estabelecidos entre, e com todos os interessados, o Gabinete de Apoio e Solidariedade às Juntas de Freguesia deve ser presidido, supervisionado e conetado à Presidência da Câmara Municipal, diretamente na pessoa do Presidente. Aos objetivos já mencionados alia-se, assim, o facto da importância e dignidade que devem merecer as Juntas de Freguesia e os legítimos titulares dos respetivos cargos, incluindo-se, aqui, os membros das Assembleias de Freguesia. Entre outros processos, este será um daqueles em que, inequivocamente, e de uma vez por todas, se reconhece, pública e legitimamente, os relevantes serviços que as Juntas de Freguesia prestam às populações do país, em geral, bem como às suas comunidades em particular, logo, toda a solidariedade que lhes seja manifestada nunca será de mais. Bibliografia BÁRTOLO, Diamantino Lourenço Rodrigues de, (2013). A Nobreza do Poder Local Democrático. Lisboa: Chiado Editora. RESENDE, Enio, (2000). O Livro das Competências. Desenvolvimento das Competências: A melhor Auto-Ajuda para Pessoas, Organizações e Sociedade. Rio de Janeiro: Qualitymark RODRIGUES, Edgar, (s.d.). Violência, Autoridade & Humanismo. Rio de Janeiro: Empresa Gráfica Carioca, S.A. WILLIAMS, Michael, (1978). Relações Humanas. Trad. Augusto Reis. São Paulo: Atlas Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo |27 JORNAL SAúDE O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 A dOeNçA de hUrler TecidO dO cOrdãO UmbilicAl AJUdA A TrATAr dOeNTes APós ATAqUes cArdíAcOs investigação garante que transplante com células mesenquimais tem risco de rejeição reduzido As conclusões de uma nova investigação portuguesa, que assegura que a terapia celular pode ajuda a tratar doentes após ataques cardíacos, abre novas perspetivas para um problema que mata anualmente 1.300 portugueses. A maioria dos ataques cardíacos são provocados por um coágulo que bloqueia uma das artérias coronárias. Essa situação impede o sangue e o oxigénio de chegar ao coração. Um grupo de especialistas da ECBio, empresa dedicada à investigação e desenvolvimento em biotecnologia, publicou nos primeiros meses de 2014 um artigo na revista científica internacional Stem Cell Research and Therapy, que sublinha o potencial terapêutico das células mesenquimais do tecido do cordão umbilical (UCX) no tratamento de doentes com enfarte agudo do miocárdio, vulgarmente conhecido por ataque cardíaco. ??O artigo descreve os resultados de estudos em animais, realizados em colaboração com o Instituto Nacional de Engenharia Biomédica (INEB), que demonstram como a terapia com estas células estaminais adultas pode melhorar a função cardíaca, atenuar a remodelação do ventrículo esquerdo e reduzir o tamanho do enfarte, que surge na sequência da chamada do- ença coronária, que se desenvolve devido à obstrução das artérias do coração. A precocidade de deteção dos sintomas pode ser fundamental para evitar a morte. Em entrevista à Prevenir, Hélder Cruz, investigador especializado em biotecnologia e director-geral da ECBio explica o que são este tipo de células, como atuam e que tipo de patologias ajudam a prevenir. «No futuro, a aplicação de células estaminais pode revolucionar ainda a terapêutica de várias patologias neuro degenerativas, como as doenças de Parkinson e Alzheimer», assegura o especialista. O que são células mesenquimais? As células estaminais mesenquimais são células que apresentam um elevado potencial de multiplicação e capacidade de diferenciação em vários tipos celulares, como pele, osso, músculo, cartilagem, tecido nervoso e gordura, o que as torna uma ferramenta muito útil na medicina regenerativa. Por serem muito imaturas imunologicamente, o risco de rejeição do transplante em familiares é muito reduzido. A investigação científica tem demonstrado um número crescente de potenciais aplicações terapêuticas destas células. Mais recentemente, o interesse pelas células estaminais mesenquimais tem-se centrado nas suas propriedades ?anti-inflamatórias, imunossupressoras e indutoras de regeneração endógena. É uma doença rara, de causa genética e transmissão hereditária de forma autosómica recessiva. Trata-se de uma das doenças do grupo das chamadas mucopolissacaridoses, que resultam da acumulação de mucopolissacáridos, ou glucosaminoglicanos, no sistema nervoso. Estes produtos são polímeros de açúcares dissacáridos, ou seja, derivados aminados da glucose ou da galactose, que, com a polimerização se tornam mucóides, como os componentes normais do tecido conjuntivo e cartilagíneo. A doença de Hurler, também denominada Gargoilismo ou Mucopolissacaridose do tipo I, da mesma forma que as outras mucopolissacaridoses (Doença de Hunter ou do tipo II e Doença de Sanfilipo ou dos tipos IIIA e IIIB) resultam da falência da degradação normal dos mucopolissacáridos, por ausência de uma certa enzima que seria necessária ao seu catabolismo, com a consequente deposição desses produtos nas células nervosas e em outros elementos celulares, como os das meninges, córnea ocular, fígado, vasos sanguíneos e válvulas do coração. Tal acumulação anómala causa graves deformações corporais, entre as quais o facies de gárgula, semelhante ao daqueles monstros que decoram as fachadas das construções em estilo românico, bem como deformações ósseas e espessamento das paredes dos vasos sanguíneos. Nos neurónios do sistema nervoso central acumulam-se além de mucopolissacáridos, também gangliósido GM2 em grande quantidade. Admite-se que a doença de Hurler seja devida ao défice congénito e hereditário da enzima alfa-L-iduronidase por uma mutação num gene situado no locus cromossómico 4p16.3. A doença tem uma incidência de 1 caso em 100 000 indivíduos e manifesta-se em idades precoces por atraso mental e do desenvolvimento, com nanismo, deformações ósseas dolorosas e face de gárgula, deterioração neurológica progressiva, aumento de volume do fígado, baço e coração, alterações gastro-intestinais e perda da visão, por opacidade da córnea e degenerescência da retina, défices esses que são mais evidentes pelo segundo ano de vida. Conduz habitualmente à morte na primeira década de vida, devida a complicações cárdio-respiratórias. O diagnóstico da afeção faz-se por observação clínica e confirma-se pela quantificação do excesso de glucosaminoglicanos na urina, por teste enzimático no sangue e na pele e também por identificação da mutação genética para a enzima alfa-L-iduronidase. Pode ser detetada ainda no feto por exame das vilosidades coriónicas e a única solução será então a interrupção da gravidez, pois trata-se de uma doença ainda sem cura. Atualmente estão a ser ensaiadas terapêuticas de reposição enzimática, que podem reduzir as queixas dolorosas ósseas e a progressão dos défices neurológicos, bem como a transplantação de medula óssea e de sangue do cordão umbilical. TerAPiA mUsicAl AJUdA A sUPerAr O cANcrO Estudo norte-americano atesta maior capacidade em lidar com a doença Uma equipa de investigadores da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos da América, concluiu que jovens submetidos a tratamento oncológico apresentaram maior capacidade em lidar com a doença, ao participarem num programa de terapia musical. O objetivos era ajudá-los a explorar e expressar pensamentos e emoções sobre a doença, através da escrita de canções e da produção de vídeos. A música influenciou a forma como encontraram esperança e a intensidade com que desejaram superar a doença. O recurso à música como terapia tem sido amplamente utilizado em várias partes do mundo. Nalguns hospitais britânicos, por exemplo, realizam-se regularmente espetáculos ao vivo, uma vez que as equipas médicas concluíram que os pacientes que assistem a este tipo de concertos tendem a necessitar de menos medicamentos e a recuperar mais depressa. Um estudo da Universidade de Queensland, na Austrália, sugere mesmo a utilização de música clássica durante a realização de cirurgias, dado que esta permite monitorizar melhor as funções vitais do doente. chOcOlATe NegrO FAZ mesmO bem à sAúde Fibras do cacau são importantes para o combate de doenças como o cancro do colón Muitos outros estudos já publicados mostravam os benefícios do chocolate negro, mas as razões continuavam por desvendar. Mas no encontro anual da American Chemical Society, em Dallas, John Finley, professor e investigador da Universidade do Estado do Louisiana, afirmou “que alguns dos componentes do cacau são muito bons para saúde”. Finley e Maria Moore, aluna e investigadora deste projeto, decidiram perceber de que forma as fibras não digeríveis do cacau, que vão directamente para o cólon, têm impacto no organismo. Desta forma, os investigadores recorreram a um modelo de sistema digestivo similar ao do humano e concluíram que as fibras do cacau, depois de fermentarem, transformavam-se em ácidos gordos de cadeia curta, “a comida preferida das células do cólon”, explicou Finley. “Existem dois tipos de bactérias no intestino, as boas e as más. As bactérias boas, tais como Bifidobacterium e a bactéria do ácido láctico, adoram chocolate. Quando comes chocolate preto, elas crescem e fermentam, produzindo componentes anti-inflamatórias”, explicou Moore no encontro. Finley e Moore concluiram que a combinação do teor de fibra do cacau com os ingredientes não digeridos dos alimentos pode contribuir para a saúde, criando maior resistência ao cancro do cólon e à doença inflamatória do intestino. PUB. R uI RAMALHOSA Economia - Gestão Contabilidade Fiscalidade Técnico Oficial de Contas Avª Manuel Xavier, 88 - C.C.Estação Lj BC 4910-105 Caminha Tlm 968 022 369 Email.: [email protected] |28 CMTS Clínica de Fisioterapia COM NOVAS ISTALAÇÕES EM CAMINHA Acordos com: Serviço Nacional de Saúde - Sams - CGD - IASFA - ADM - Multicare CENTRO COMERCIAL DA ESTAÇÃO - AV. MANUEL XAVIER, Nº 16 Telf. 918571617 - 968432863 HORÁRIO: 08H-19H (segunda a sexta ) JORNAL saúde O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 Publicado no Jornal O Caminhense de 18 de Abril de 2014 Publicado no Jornal “O Caminhense” de 18 de Bril de 2014 Drª Alexandra Patrícia Lima Arriscado EDITAL NOTÁRIA JOSÉ LUÍS DA FONTE LIMA, Presidente da Junta de Freguesia de Vile, torna public que se encontra aberto concurso para a concessão de um espaço no rés-do-chão do Centro Cultural de Vile, destinado a café, totalmente equipado, conforme relação de material a qual se encontra, para efeitos de consulta, na Junta de Freguesia de Vile, e cujas condições são as seguintes: Cartório Notarial em Paredes de Coura EXTRATO PARA PUBLICAÇÃO REVOGAÇÃO DE PROCURAÇÃO Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que, por instrumento outorgado hoje, neste Cartório Notarial em Paredes de Coura, sito no Largo Frei Redento da Cruz, número 99, na vila e concelho de Paredes de Coura, que se arquiva neste Cartório Notarial como Documento número três, a folhas quatro do Maço de Documentos Arquivados a Pedido das partes número Um, de dois e catorze, JOSÉ MANUEL GONÇALVES PEREIRA, e mulher MARIA DA CONCEIÇÃO DE SOUSA BARBOSA, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ela natural da freguesia de Rubiães, concelho de Paredes de Coura, ele natural da freguesia de S. Pedro da Torre, concelho de Valença, onde residem na Rua dos Crastos, número 85, declararam: Que revogam e consideram nulas e sem efeito, a partir desta data, todas e quaisquer procurações que tenham, em seu nome, passado a favor do procurador VICTOR MANUEL MONTEIRO FREITAS, solteiro, maior, natural da atual União das freguesias de Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela, anterior e extinta freguesia de Viana do Castelo (Monserrate), concelho de Viana do Castelo, residente no lugar de Tozende, na freguesia de Cunha, concelho de Paredes de Coura, nomeadamente revogam a procuração, que outorgaram, em 09 de Maio de dois mil e doze, com termo de autenticação lavrado por Maria Elisabete de Freitas Ribeiro, Solicitadora com escritório na Rua Conselheiro Miguel Dantas, nesta vila e concelho de Paredes de Coura. Está conforme o original na parte transcrita. Cartório Notarial de Paredes de Coura, aos quatro de Abril de dois mil e catorze. DESPORTO A Notária, (Alexandra Patrícia Lima Arriscado) 1- Prazo – 4 anos a partir da data em que for celebrado o contrato de cessão de exploração. 2- PROPOSTAS – As propostas devem mencionar o nome, morada e contacto telefónico do proponente e deverão ser entregues em carta registada via CTT ou entregues em mão no próprio dia do concurso em carta fechada, contendo no seu exterior a menção “Concurso Público Café do Centro Cultural de Vile”, entre as 19h00 e as 20h30, do dia 22 Abril de 2014, na sede da Junta de Freguesia de Vile, Rua da Tapada, 4910 Vile. As cartas serão abertas pelos membros da Junta de Freguesia, sendo que, no momento da abertura das propostas, estarão presentes, no mínimo, dois elementos da Assembleia de Freguesia. 3- Salvo menção expressa na proposta, os valores propostos não incluem o IVA à taxa legal em vigor à data. 4- ABERTURA DAS PROPOSTAS – A abertura das propostas será pública, e realizar-se-á no dia 22 de Abril de 2014, pelas 21h00, na sede da Junta de Freguesia de Vile. 5- VALOR MÍNIMO MENSAL – O valor base é de 245,00 Euros, acrescido de IVA à taxa legal em vigor à data. 6- ACTUALIZAÇÃO DAS RENDAS – A renda será actualizada anualmente em função do coeficiente de actualização das rendas a publicar pelo Governo. 7- CLAUSULAS ESPECIAIS – a) Em caso de empate entre duas ou mais propostas candidatas, abrir-se-á licitação entre elas, publicamente e logo após a sua abertura, tendo por valor base o oferecido pelos licitantes; b) A Junta de Freguesia de Vile reserva-se no direito de, caso nenhuma das propostas satisfazer os seus interesses, de não cessionar o espaço agora a concurso; c) O cessionário deverá, findo o contrato, restituir à cedente os móveis, máquinas e utensílios no estado em que os receberam, salvo o desgaste d) inerente ao decurso do tempo e decorrente de uma prudente utilização, devendo substituir tudo o que se inutilizar ou perder; e) Será da responsabilidade do cessionário, o pagamento de todos os impostos, taxas e licenças referentes ao estabelecimento, bem como quaisquer multas ou coimas a ele inerentes e a obtenção dos alvarás eventualmente necessários ao seu funcionamento; f) São também da sua responsabilidade, todas as despesas relacionadas com a sua exploração, designadamente água, luz e telefone; g) O cessionário obriga-se a constituir um seguro para o local e recheio, cobrindo o capital de 75.000 Euros; h) O estabelecimento será entregue sem qualquer trabalhador, devendo o cessionário restituí-lo dessa mesma forma; i) O cessionário não poderá ceder a sua posição, sob pena de resolução do contrato; j) Não poderão ser realizadas obras ou benfeitorias sem a formal autorização da Junta de Freguesia de Vile, e estas são da responsabilidade do cessionário, sendo que as que fizer, seja de que natureza forem, se integram no espaço concedido, não podendo por elas pedir indemnização ou alegar retenção; k) Os sanitários serão utilizados pelo público do café e pelos utentes do Centro Cultural de Vile, quando houver actividades nas respectivas instalações; l) O modelo de contrato a celebrar entre a Junta de Freguesia de Vile e o concorrente que apresente a melhor proposta poderá ser consultado na sede da Junta de Freguesia de Vile a partir do dia 1 de Abril de 2014. Junta de Freguesia de Vile, 25 de Março de 2014 Pel´A Junta de Freguesia de Vile O Presidente José Luís da Fonte Lima |29 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 INFO NECROLOGIA HOSPITAIS | CENTROS DE SAÚDE ENFERMAGEM Centro Hospitalar do Alto Minho Viana do Castelo | T. 258802100 Centro de Saúde de caminha Rua Eng.º Agostinho Perreira de Castro | T. 258719300 Centro de Saúde de Vila Praia de Âncora Av. Pontault Combault | T. 258 911318 PARTICIPAÇÃO DE FALECIMENTO LENINE GONÇALVES ROCHA MOLEDO Filhos, netos, bisnetos e demais família, cumprem o doloroso dever de comunicar o falecimento de Lenine Gonçalves Rocha, natural de Moledo do Minho. A Família agradece ainda as muitas provas de amizade manifestadas, bem como a todos aqueles que participaram no funeral. A Família POEMA INSPIRAÇÃO Encosto as coastas ao tempo Espraio longe o meu olhar Desdobro as asas do pensamento Sou gaivota livre a voar Meu corpo mastro desafia o firmamento De brisas me sinto embriagar Desfraldo as velas do sentimento Sou caravela no alto mar Crente, num horizonte mais bonito No meu silêncio rezo e grito Arrebento enleios, quebro algemas PUBLICIDADE Rasgo meu peito, abro o coração E meus dedos por encanto ou condão Trazem , á flor da vida os meus poemas. Paris 1996 BOMBEIROS Caminha Rua das Flores | T. 258719500(1) Vila Praia De Âncora Rua 5 de Outubro | T. 258 911125 GNR Caminha R. da Trincheira | T. 258719030 Vila Praia de Âncora Rua Miguel Bombarda | T. 258959260 CAPITANIA DO PORTO DE CAMINHA T. geral: 258719070 T. piquete da PM: 258719079 FARMÁCIAS Farmácia Torres Praça Conselheiro Silva Torres, Caminha | T. 258922104 Farmácia Beirão Rendeiro Rua da Corredoura, Caminha | T. 258722181 CÂMARA MUNICIPAL DE CAMINHA T. 258710300 BIBLIOTECA CAMINHA Rua Direita segunda a sexta: 10h00 às 18h30 sábado: 10h00 às 13h00 MUSEU CAMINHA terça a sexta: 10h00 às 19h30 / 14h30 às 18h00 sábado e domingo: 11h00 às 13h00 / 14h00 às 17h30 POSTOS DE TURISMO Caminha Rua Direita | T. 258921952 Moledo Av. da Praia (em época balnear) Vila Praia de Âncora Av. Ramos Pereira | T. 258911384 CENTRO CULTURAL VILA PRAIA DE ÂNCORA segunda a sexta: 10h00 às 12h30 / 13h30 às 18h30 sábado: 11h00 às 13h00 RESIDÊNCIA PAROQUIAL Largo. Dr. B. Coelho Rocha T. 258921413 PUBLICIDADE: 258 921 754 OU 258 922 754 |30 RUA ALMADA NEGREIROS 4910-458 VILA PRAIA DE ÂNCORA TEF.: 258 911 502 258 911 093 FAX: 258 911 082 E.mail: poliancora.saude@sapo:pt FEIRAS E MERCADOS Caminha Largo Pontault Combault semanal 4ª feira Vila Praia de Âncora Largo do Mercado semanal 5ª feira TAXIS Caminha Largo do Terreiro | T. 258921401 Vila Praia de Âncora Praça da República | T. 258911295 Venade TM. 965643481 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 18 de abril de 2014 Nome Morada Andar Nº / Lote Letra C. Postal Localidade Cupão Assinatura Rua da Corredoura nº117 4910-133 Caminha, Portugal Tel. 258 921 754 - Fax. 258 721 054 [email protected] País Telf. / Telm. Indica. Tel. Portugal - 30€ Pagamento: Resto do Mundo 65€ Email Europa 55€ Cheque N.º Cheque à ordem de Jornal “O Caminhense” 0018 0003 13172853020 13 Transf. Bancária - NIB: ................................................................... 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