Mariana Fayad Virgilio - Universidade Católica de Brasília
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Mariana Fayad Virgilio - Universidade Católica de Brasília
1 Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Lato Sensu em Arquitetura de Sistemas de Saúde Trabalho de Conclusão de Curso UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA E O ESPAÇO ARQUITETÔNICO Autor(a): Marina Fayad Virgilio Orientador: Prof. Flávio Bicalho e Prof. Ms. Márcio Oliveira Brasília - DF 2014 2 MARINA FAYAD VIRGILIO UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA E O ESPAÇO ARQUITETÔNICO Artigo apresentado ao Programa de Pós Graduação Latu Sensu em Arquitetura de Sistemas de Saúde da Universidade Católica de Brasília como requisito parcial para obtenção do certificado de especialista em Arquitetura de Sistemas de Saúde. Orientadores: Prof. Flávio Bicalho; Prof. Ms. Márcio Oliveira. Brasília - DF 2014 3 Artigo de autoria de Marina Fayad Virgilio, intitulado Unidades de Terapia Intensiva e o Espaço Arquiteônico, apresentada como requisito parcial para obtenção do certificado de Especialista em Arquitetura de Sistemas de Saúde da Universidade Católica de Brasília, em 30 de Outubro de 2014, defendido e/ou aprovado pela banca examinadora abaixo assinada: ______________________________ Prof. Flávio Bicalho Orientador Especialização em Arquitetura de Sistemas de Saúde – UCB _________________________________________________ Prof. Ms. Flávio Oliveira Orientador Especialização em Arquitetura de Sistemas de Saúde – UCB _________________________________________________ Prof. Dr. Antônio Pedro Alves de Carvalho Brasília - DF 2014 4 RESUMO O presente artigo trata sobre as unidades de terapia intensiva UTI e seu espaço arquitetônico, são unidades que oferecem tratamento de alta complexidade a pacientes com risco de vida. É um ambiente muito técnico, porém é ainda um ambiente que promove a vida, e deve ter como foco principal o paciente, para isso existem algumas medidas apresentadas nesse trabalho a serem adotadas, de forma a humanizar o ambiente. Além disso, o trabalho trás um breve histórico do surgimento das UTI, a situação atual, e as tendências futuras. E trata também sobre a configuração espacial das unidades, que estão diretamente relacionadas com o tipo de atendimento que será prestado, e sobre as especificações técnicas de acabamento. Por fim, é apresentada uma proposta de modelo de UTI, com todas as suas especificações técnicas e sobre o espaço. O objetivo do artigo é oferecer informações que possam colaborar com a criação de ambientes com mais estímulos positivos que ajudem a diminuir o estresse e a ansiedades de todos os seus usuários, além de contribuir com o tratamento, diminui as chances de erros por parte da equipe, o que nessa unidade tende a ser fatal. Palavras-chave: Unidade de terapia intensiva UTI; ambientes humanizados; materiais de acabamentos; arquitetura hospitalar. 5 1. INTRODUÇÃO A unidade de terapia intensiva UTI, tem como conceito prestar atendimento de alta complexidade à pacientes com risco de vida. É uma unidade de acesso restrito, e o conjunto de várias UTI, como coronariana, cirurgica, pediátrica, neonatal e etc, formam um Centro de Terapia Intensiva CTI. Deve estar em local estratégico dentro de um EAS, com aconselhável grau de proximidade com o centro cirúrgico e emergência, e acessibilidade facilitada ao centro de imagenologia e internação. No presente trabalho, será apresentado outros aspectos que são fundamentais na concepção de uma UTI, como seu histórico, momento atual e futuro, pois é conhecendo os motivos de sua formação que é possível prever as novas tendências. O design das unidades também é abordado, pois são muitos os layouts que podem ser adotados na atualidade, assim como os materiais de acabamentos. Outro fator importante abordado no trabalho são os ambientes terapêuticos, que são criados com a preocupação no bem estar dos usuários, com enfoque especial nos pacientes, de forma a criar um ambiente que impulsione o processo de cura. Por fim, com base nas diretrizes abordadas no trabalho, o ultimo capitulo apresenta uma proposta de UTI para um Hospital de Transplantes em Fortaleza – CE. Os pacientes transplantados ficam em média de 10 a 15 dias na unidade, e estão na maior parte do tempo conscientes, de forma que o ambiente precisa ser acolhedor sem que isso interfira na funcionalidade. 2. HISTÓRICO Com o objetivo de entender o surgimento das unidades de terapia intensiva, é preciso analisar o surgimento dos hospitais como são conhecidos atualmente, que se difere morfologicamente e funcionalmente dos primeiros hospitais da antiguidade e da idade média. O hospital na antiguidade e na idade média era considerado um ambiente para exclusão e para morte, tinha como objetivo dar abrigo aos pobres e enfermos, e procedimentos de cura raramente eram praticados, segundo Toledo (2006). Contudo, no século XVIII surge o conceito do Hospital Terapêutico descrito por Foucault (1979), e o hospital passa a ser reavaliado quanto a sua forma 6 espacial, quantidade e proximidade de enfermos, assim como os fluxos de materiais contaminados, e o hospital passa a ser considerado uma máquina de cura. Nesse contexto, em 1880 começa a surgir o conceito para a criação de uma unidade de terapia intensiva, pois o número de cirurgias realizadas aumentou consideravelmente por conta do avanço de novas técnicas de anestesia, assim como novos métodos cirúrgicos que passam a exigir mais cuidados no pós operatório. Florence Nightingale, foi uma importante enfermeira do século XIX, que muito contribuiu para o nascimento da UTI, pois durante a guerra da Criméia ela teve iniciativa de separar os doentes por tipo de enfermidades, assim como por grau de risco, colocando aqueles em estado mais critico próximo aos postos de enfermagem para serem melhor observados. Segundo Hamilton e Shepley (2010), durante as guerras muitas técnicas de salvamento e cura foram desenvolvidas e especificamente durante a segunda guerra mundial se desenvolveu o conceito de triagem. Nesse contexto, nasce a primeira UTI em 1923 no período entre guerras, quando o Doutor Walter Edward Dandy criou 3 leitos de UTI no hospital Johns Hopkins na cidade de Baltimore nos Estados Unidos. 3. NORMATIZAÇÃO São muitas as normas adotadas hoje no Brasil, que dão diretrizes para o projeto de um EAS e para aprovação de um projeto arquitetônico nos órgãos públicos. Assim como algumas Portarias, como a Portaria n3.432/GM de 12/08/1998 que trata da classificação de UTI e a Portaria n332 de 28/03/2000 Classificação de UTI que é mais atualizada. Também há resoluções específicas para a saúde, como a RDC 50 de 2002 da ANVISA, que regulamenta o projeto de EAS, inclusive as unidades de terapia intensiva. Ela da diretrizes sobre as atividades realizadas, sobre o aspecto funcional, e de instalações prediais. Nesse contexto, ainda existem outras resoluções, como RDC 306/2004 de resíduo, a RDC 358/2005 de resíduo do CONAMA, e a RDC Nº 7, DE 24 de Fevereiro de 2010 que dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e dá providências. 7 Além dessas, existem as Normas Brasilieras, que dispões sobre as instalações de elétrica com as NBR 13.534 e NBR 5410, de iluminação NBR 5413/92, da qualidade do ar NBR 7256/2005, de gases medicinais NBR 12188:2012 e referente a acessibilidade NBR 9050 que é fundamental para qualquer projeto. Ainda segundo a RDC 50, de 2002, ela indica que um EAS com leitos superiores a 100 leitos, é obrigatório ter UTI, e dentro dela deve ter lavatórios a cada 5 (cinco) leitos de não isolamento e no berçário 1 (um) lavatório a cada 4 (quatro) berços (intensivos ou não). Em relação a iluminação, de acordo com a RDC, são 4 tipos de iluminação para o quarto coletivo: iluminação geral em posição que não incomode o paciente deitado; na cabeceira do leito na parede (arandela); iluminação de exame no leito com lâmpada fluorescente no teto e/ou arandela; e iluminação de vigília nas paredes (a 50 cm do piso) inclusive banheiros. Os gases medicinais, na unidade de terapia intensiva, devem ser atendidos pela tubulação principal da rede de distribuição, devendo ser instalada uma válvula de seção à montante do painel de alarme de emergência específico de cada uma dessas unidades. A RDC exige que nas instalações elétricas, que é necessário 8 tomadas para equipamento biomédico por leito, berçário ou incubadora, além de acesso à tomada para aparelho transportável de raios X distante no máximo 15m de cada leito. Mas é sugerido por profissionais da área, que o ideal seriam 12 tomadas. E devem ter no padrão 110v e 220v, devidamente identificadas. Além disso, também deve estrutura nos postos de enfermagem para a sinalização dos equipamentos ligados ao paciente. 4. SITUAÇÃO ATUAL E FUTURA O design das unidades de terapia intensiva tem passado por constante alteração nos últimos anos, por influência dos novos equipamentos tecnológicos que evoluem muito rapidamente, assim como pelos avanços da medicina. Dessa maneira, é possível projetar unidades visando o futuro dessas unidades, agregando sempre novas tecnologias, oferecendo mais conforto aos usuários, assim como buscando mais qualidade no atendimento. 8 4.1. Aumento demográfico Segundo a Fundo de População das Nações Unidas UNFPA, a população mundial é estimada em 7,2 bilhões de pessoas, e com perspectiva de em 2025 ser de 8,1 bilhões. Esse crescimento populacional é avaliado entre a comparação entre o índice da natalidade e mortalidade. Nesse contexto, é possível avaliar o aumento da expectativa de vida, que é cada vez maior, e de acordo com o mapa abaixo é possível verificar que o a expectativa de vida está diretamente relacionada com o desenvolvimento de cada país. Dessa maneira, é cada vez mais necessários aumentar o número de leitos de UTI por região, pois a população está em crescimento, e com aumento da expectativa de vida, mais idosos vão requisitar leitos de terapia intensiva. 4.2. Monitoramento virtual O monitoramento do paciente é realizado pelos profissionais de saúde diretamente no leito, e através de equipamentos que conectam as funções vitais do paciente com o posto de enfermagem, porém, devido o aumento do número de leitos na UTI, alguns acabam por ficar distantes do posto e não permitem que sejam observados diretamente pelos profissionais que estão no posto. Portanto se faz necessário monitoramento através de câmeras de vídeo eficientes, que permitam visualizar o rosto do paciente assim como sua coloração. Mas o uso dessas câmeras ainda é questionável, por tirar a privacidade do paciente (HAMILTON E SHEPLEY, 2010). Nesse contexto, com o rápido desenvolvimento de novas tecnologias, é preciso que se faça um projeto de instalações elétricas que contemple os equipamentos já utilizados, assim como instalações sobressalentes para a instalação de novos equipamentos, de forma rápida e evitando maiores transtornos na unidade já em funcionamento. 4.3. Descentralização do posto de enfermagem A partir do uso de documentação eletrônica do paciente, é permitido descentralizar o posto de enfermagem, diminuindo as distâncias entre o posto e o leito. Porém a controvérsias quanto a descentralização, em relação à diminuição do contato entre diversos profissionais de saúde, como se vê na imagam 01 abaixo. 9 Assim como também ficam dúvidas em relação à localização dos medicamentos e equipamentos, que no caso de estarem distantes dos postos vão inviabilizar a descentralização. Portanto se faz necessário aproximar do leito um posto com profissionais e medicamentos, porém manter áreas comuns aos profissionais da saúde, de forma a incentivar a socialização (HAMILTON E SHEPLEY, 2010). Figura 01 – UTI com postos de enfermagem descentralizados Fonte: HAMILTON 4.4. E SHEPLEY, 2010, p.110. Miniaturização dos equipamentos A tendência da tecnologia é produzir equipamentos mais eficientes e cada vez menores, com estudos nas áreas de microtecnologia, nanotecnologia, sistemas microeletromecânicos, entre outros. É um desafio, pois os equipamentos médicohospitalares devem atender as normas de segurança, garantir sua funcionalidade, ser mais silencioso, além de apresentar um bom design. Como no caso do desfibrilador, figura 02 e 03, que evoluiu muito em técnica e design nos últimos anos. Dessa maneira, com a minituarização será possível aumentar o número de equipamentos de apoio aos leitos de UTI sem comprometer o espaço. Assim como permite que um maior número de equipamentos se tornem móveis, e possam ser transportados ao leito, de forma diminuir a movimentação do paciente internado em estado crítico. 10 Figura 02 – Desfibrilador antigo Fonte: www.heartsine.com 4.5. Figura 03 – Desfibrilador atual Fonte: www.heartrescue.com Presença da família A presença da família é de extrema importância na recuperação do paciente internado em estado crítico, segundo Carvalho (2014). Porém, o acompanhamento dos familiares deve ser feito de maneira à não interferir nas atividades da unidade, podendo assim diferenciar as circulações entre equipe e familiares. Dessa maneira, deve ser previsto espaço junto ao leito para os acompanhantes, assim como um ambiente de estar com banheiro, para que possam ficar mais a vontades para descansar. 4.6. Quarto universal e quarto adaptado ao nível de complexidade Existem muitas discussões no meio cientifico em relação as transferências dos pacientes pelas unidades dentro de um hospital. De maneira que o paciente, independente do nível de cuidados que necessite, permaneça no mesmo local, e seja acompanhado pela mesma equipe médica do inicio ao fim do tratamento. Nesse contexto, o quarto universal seria um quarto equipado com todos os equipamentos e instalações que uma UTI oferece, de forma que ali poderia ser internado pacientes de baixa e alta complexidade. Como o custo financeiro seria muito alto, a ideia seria padronizar esses quartos de forma a baixar o custo. Já os quartos adaptáveis de acordo com a complexidade, seriam quartos com apenas parte dos equipamentos e instalações que uma UTI oferece, e dependendo do cuidado que o paciente necessita, outros equipamentos são rapidamente instalados (EVANS, 2010, apud HAMILTON E SHEPLEY, 2010). . Ainda de acordo com Jennie Evans, esses conceitos foram aplicados em 5 hospitais dos Estados Unidos, e foram identificados alguns problemas. Entre eles, 11 problemas com a equipe, pois nem todos estavam preparados para atender alta complexidade, e os e profissionais intensivistas não queria cuidar de baixa complexidade. O acesso de visitantes é maior e a segurança dos pacientes mais graves fica comprometida. Outro problema identificado foi o alto custo das instalações e equipamentos, que por muitas vezes ficariam subutilizadas. 4.7. Design baseado em evidência - DBE O design baseado em evidências busca estudar e avaliar melhores soluções de projeto com base em evidências de estudos de casos. Ele busca induzir o usuário a tomar as atitudes corretas para alcançar os resultados desejados ao projetar o espaço. Um exemplo de DBE aplicado na arquitetura da UTI é a implantação dos quartos no mesmo sentido, e não espelhar os quartos. Pois há estudos ainda não finalizados que afirmam que dessa maneira os erros médicos são menores, além de facilitar o atendimento no caso de emergência, pois a equipe já sabe onde estão guardados os materiais e equipamento próximo ao leito (ROSALYN, 2009) Há, segundo Rosalyn (2009), quatro diretrizes que compõe o design baseado em evidência: 1-obter qualidade, 2-mapear estratégias, a cultura e os objetivos de pesquisa, 3-obter resultados de hipóteses e inovações e 4-Medir e compartilhar resultados. 5. ESPAÇO ARQUITETÔNICO 5.1. UTI com quarto coletivo O modelo de UTI que utiliza quartos coletivos foi o primeiro modelo adotado, e atualmente ainda é muito utilizado, principalmente no Brasil. Nesse modelo o posto de enfermagem tende a ficar centralizado, e os leitos podem ser dispostos em forma de U ao redor, dessa forma a equipe tem ampla visão dos pacientes (CARVALHO, 2014). Nesse contexto, as imagens 04 e 05 apresentam o modelo de planta em U ao redor do posto, e possui divisórias fixas entre os leitos, porém os pacientes apenas tem visão para o posto de enfermagem. Que é um lugar que precisa ter luzes acesas 24 horas e que produz muito ruído. 12 Figura 04 – Planta baixa de UTI com quarto coletivo Fonte: CARVALHO, 2014, p.98 Figura 05 – Planta baixa de UTI com quarto coletivo Fonte: CARVALHO, 2014, p.99. Nesse contexto, os leitos devem ter no mínimo 3x3m de acordo com a RDC 50 de 2002 da ANVISA, e devem possuir entre eles divisórias fixas ou flexíveis, para dar privacidade em momentos como emergências, higiene ou visitas. Mas a proposta também é de socializar o paciente com seu entorno, já que muitos se sentem sozinhos quando a UTI não permite que acompanhantes fiquem por 24hrs Outra característica dessa proposta é em relação ao espaço, pois um maior número de leitos pode ser disposto em um ambiente menor, comparado a uma UTI com quartos individuais. O espaço está diretamente relacionado ao custo, e esse muitas vezes esse é o fator preponderante. Como é o caso da UTI do hospital de Brasília, visitado em 2014, que apresenta tipologia em U e utiliza cortinas par separar os leitos, porém essa unidade não possuí abertura para o exterior, tornando os ambientes mal iluminados e totalmente dependentes de iluminação artificial. 13 Figura 06 – UTI coletiva Hospital de Brasília-DF Fonte: Elaborado pela autora (2014) 5.2. UTI com quartos individuais Há muitos pontos positivos em adotar unidades de terapia intensiva com quartos individuais, e são especialmente indicadas para unidades coronarianas, em que os pacientes em sua maioria se encontram conscientes. Na visita técnica realizada Hospital Sanátório Finochieto em Buenos Aires Argentina, a UTI adulta tem alguns leitos destinados a UTI coronariana, em que todos os quartos apresentam banheiros. Como a UTI está divida entre cirúrgica e coronariana, existem 2 postos de enfermagem localizados no centro, assim como os ambientes de apoio, como nas figuras 07, 08 e 09. Figura 07 – UTI coletiva Hospital Finochieto em Buenos Aires ARG Fonte: Site do autor do projeto 14 Figura 08 – UTI Coronariana Figura 09 – UTI Coronariana Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora O objetivo desse modelo é a privacidade, pois paciente e familiares podem ficar mais a vontade e confortáveis estando num quarto do que em um ambiente coletivo, além de que essa proposta preserva os usuários de presenciarem cenas que podem ser desagradáveis e que ocorrem normalmente em uma UTI, como situações de emergência e falecimentos. Porém esse modelo cria uma distância maior entre o leito e o posto de enfermagem, e é aconselhável a descentralização de posto, para o acompanhamento dos pacientes mais de perto através de visores na entrada do quarto. Ainda que essa descentralização crie alguns problemas, como diminuir o contato entre os profissionais da equipe, assim como aumentar a distância dos postos com os ambientes de apoio, como arsenal e farmácia (HAMILTON E SHEPLEY, 2010). Nese contexto, no Dartmouth-Hitchcock Medical Center há uma unidade de terapia intensiva que adotou várias diretrizes para oferecer maior conforto aos pacientes, como: quartos individuais com banheiros, posto de enfermagem descentralizado, iluminação natural nos quartos, assim como um estar para a família próximo a janela, como nas imagens 10, 11 e 12. 15 Figura 10 – Quarto Figura 11 – Posto descentralizado Fonte: Health Care Design Magazine Fonte: Health Care Design Magazine Figura 12 – Layout da UTI Fonte: Health Care Design Magazine Na figura 13, há um modelo de UTI com quartos individuais e que possui uma circulação externa para visitantes, para que a circulação dos mesmos não interfira nas atividades da unidade, porém, dessa forma os leitos ficam mais distantes das aberturas externas, assim como o posto está distante de todos os leitos. Outro modelo utilizado, é o radial, como mostra a figura 14, de uma UTI com planta circular que permite boa visualização dos leitos através de postos de enfermagem descentralizados localizados a cada 2 leitos. Os quartos precisam ter espaço suficiente para as ações da equipe quando em situações de emergência, além de que atualmente há uma tendência em criar uma área de estar para a família. Ele pode ser subdividido em zonas de uso, de acordo com a imagem 15. 16 Figura 13 – UTI com quartos individuais Fonte: Livro Design for Critical Care (2010) Figura 14 – UTI com quartos individuais Fonte: Escritório de Arquitetura Payette A RDC 50 de 2002 estabelece que um quarto de UTI deve ter no mínimo 1m livre ao lado de cada leito, e 1,2m livre na frente do leito, sendo então 3,0 x 3,2m no mínimo. E de acordo com Hamilton e Shepley, a área média para um quarto é de é de 4,75 x 5,95m², como na imagem 15, e não deve ter dimensão muito grande por conta das grandes distâncias com o posto, que podem inviabilizar o atendimento rápido, e também por conta dos equipamentos elétricos que precisam estar ligados a tomadas nas paredes sem fazer uso de cabos de extensão. Figura 15 – Modelo de quarto individual Fonte: Health Care Design Magazine 5.3. Banheiros na UTI Há muitas discussões sobre a necessidade de banheiros em quartos de UTI, contudo, nas unidades coronarianas é especialmente indicado que tenha 1 banheiro 17 para cada quarto, ou 1 para 2 dois quartos. Mas em unidades com outras especialidades, o paciente necessita estar conectado aos equipamentos, dificultando o acesso aos banheiros. Nesse caso, a comadre ainda é muito utilizada, assim como a cadeira higiênica, pois podem ser levadas próximas ao leito. A figura 16 apresenta um modelo de sanitário com lavatório na UTI do Hospital Albert Einstein na cidade de São Paulo. Figura 16 – Modelo de sanitário com lavatório Fonte: Site do Hospital Albert Einstein 5.4. Mobiliário de suporte a vida: estativas, painéis ou colunas O mobiliário de suporte a vida é capaz de agregar instalações elétricas e de gases medicinais em cada leito de UTI. São várias as opções de modelos presentes hoje no mercado, e a diferença entre elas está na flexibilidade oferecida e no elevado custo. O modelo mais tradicional é o painel medicinal horizontal que fica fixo na parede, como na figura 17), porém apresenta dificuldade de manutenção, assim como é muito inflexível em casos de mudança de layout. As colunas são mais recentes, são fixas no chão e no teto e não precisam estar próximas a paredes, melhorando o acesso dos profissionais de saúde á cabeça do paciente. Atualmente, as estativas possuem um sistema mais atual e flexível, figura 18, que permitem deixar livre um espaço maior ao redor do leito, além de facilitar na limpeza do local, por ser suspensa pelo teto, e possuir os fios embutidos. 18 Figura 17 – Painéis Horizontais Fonte: Site da empresa Xenon 6. Figura 18 – Estativa Fonte: Site da Johnson Medical MATERIAIS DE ACABAMENTOS Os materiais de acabamentos na UTI, que é considerada uma área crítica deve seguir as recomendações da RDC 50 (ANVISA, 2002), pois devem ser materiais resistentes a lavagens e uso de desinfetante, e priorizar os revestimentos monolíticos, diminuindo assim as frestas. No caso de fazer uso de materiais cerâmicos, esses e os rejuntes não devem possuir absorção de água maior que 4%, e o rejunte deve ter em sua composição epóxi. 6.1. Piso Para a UTI é indicado usar um piso sem frestas, como as mantas vinílicas, pisos vinílicos, ou até mesmo carpete. Pois são pisos que absorvem os ruídos, tem fácil aplicação e manutenção, além de permitir grande variedade de cores e formas. Mas pisos como porcelanatos também podem ser usados, contanto que seu rejunte seja estreito e contenha epóxi. A escolha do piso também está relacionada com a mão de obra local disponível para instalação e para realizar a manutenção periódica. 6.2. Paredes As paredes internas da UTI precisam ser lisas e uniformes, a estrutura não tem nenhuma especificidade, porém atualmente tem sido usado com frequência paredes de gesso acartonado. Por permitirem maior flexibilidade numa possível reforma e possuírem espaço interno livre para passagem de tubos de instalações. Contudo, precisa receber impermeabilização, assim como tratamento acústico em locais como banheiros e entre leitos, para garantir privacidade. 19 É preciso ter um acabamento liso que permitam lavagem com água e sabão, as paredes podem ser pintadas com tintas ou revestidas de laminado melaminico. E no caso de utilizar revestimentos cerâmicos, esse não devem possuir absorção maior que 4% e o rejunte deve conter epóxi (BICALHO E BARCELLOS, 2002). 6.3. Rodapé O rodapé precisa estar alinhado com a parede, para não ficar sobressalente e não deixar frestas que possam acumular sujeira. No caso do piso ser em manta vinílica, o rodapé é do mesmo material e pode ter um raio de apenas 1,5cm, confeccionado “in loco” (BICALHO E BARCELLOS, 2002). 6.4. Forro O forro dentro das áreas críticas precisam ser lisos e pintados com tinta que permita lavagem e desinfecção, nas áreas de circulação eles devem ser do tipo removível para facilitar a manutenção. Portanto é indicado usar o forros em gesso acartonado com tratamento acústico, para diminuir o ruído na UTI. 6.5. Portas As portas na UTI podem ser em MDF revestidas por laminado melamínico, mas devem ser protegidas nos cantos por madeira maciça ou metal, para evitar danos. Assim como a parte inferior deve ser impermeabilizada para não absorver água (KARMAN, 1994 apud CARVALHO, 2012). As portas dos quartos devem ter visores, maçanetas de fácil manuseio, e estarem há uma distância de 3cm do solo. O acesso aos quartos de UTI podem ser feitos através de portas de correr, porém essas portas precisam ter um pivô para numa emergência permitir que todo vão fique livre. Além disso, a dimensão da porta principal da UTI deve ser no mínimo 1,50x2,10m e as demais portas que permitam a passagem de maca pelo menos 1,10m. 6.6. Janelas A UTI é um ambiente em que tem controle de ar feito pelo sistema de refrigeração, dessa maneira as janelas devem permitir a passagem da luz, porém isolar o ambiente para que não receba muito calor e nem deixe entrar ruídos externos. Uma boa opção é utilizar vidros duplos com persianas no interior que 20 filtram a luz natural para maior conforto dos usuários (HAMILTON E SHEPLEY, 2010). Ainda de acordo com Hamilton e Shepley (2010), as janelas não devem ser abertas, porém podem ter um dispositivo de abertura com chave especial para saída de fumaça em caso de incêndio, ou para limpeza. 7. AMBIENTES TERAPÊUTICOS Criar ambientes terapêuticos tem como objetivo ajudar no processo de cura dos pacientes, de forma a diminuir o estresse dos mesmos e da equipe de saúde. Sendo o estresse diretamente relacionado com o sistema imunológico, que é responsável pela defesa do organismo. Nesse contexto, Carvalho conceitualiza o papel da arquitetura no suporte a recuperação da saúde: A arquitetura participa de forma decisiva na humanização de qualquer unidade de permanência prolongada, mas no caso das UTI é um exemplo notável. Pequenos detalhes ambientais podem significar fatores de mudança de estado de animo, tanto de pacientes quanto acompanhantes e pessoal, implicado em influência importante na recuperação da saúde e bem-estar de todos envolvidos. (CARVALHO, 2014, p.100) 7.1. Controle Uma forma de oferecer conforto e sensação de independência ao paciente é dar a ele o controle do espaço em que está. Para isso, ele precisa ter dispositivos junto ao leito que possam interferir nas condições de temperatura, iluminação natural e artificial, sons e televisão. Além de que o paciente também pode ter acesso à telefones para se comunicarem com a equipe, assim como com amigos e familiares. 7.2. Privacidade A privacidade é importante em muitos momentos para o paciente, quando quer ficar sozinho, quando recebe visitas, e durante a higiene pessoal. Porém muitos estudiosos sustentam a ideia de que socializar também pode ser de grande ajuda na cura. Segundo Hamilton e Shepley (2010), socialização é o objetivo, e a arquitetura pode impedir ou encorajar essas oportunidades. 21 7.3. Artes e cores O uso da arte como forma de diminuir o estresse do paciente há muitos anos já vem sido estudado por Ulrich, e foi constatado através de pesquisa cientifica a preferência de alguns pacientes psiquiátricos por obras que remetem à natureza, ao invés de obras abstratas. Além disso, o mesmo autor acrescenta que, os elementos no ambiente que produzem sentimentos positivos, podem reduzir o estresse (ULRICH, 1981, p.169 apud HAMILTON E SHEPLEY, 2010). 7.4. Cores Da mesma maneira, as cores também podem interferir no ambiente de forma positiva, para isso a escolha da cor deve ser criteriosa, pois as cores também são associadas à percepção auditiva, textura, temperatura e segurança (FREITAS e FREITAS, 2011). As cores transmitem essas sensações de acordo com seu comprimento de onda, as cores mais escuras possuem comprimento de onda menor e portanto vibram com maior frequência, são estimulantes, e as cores mais claras possuem comprimento de onda maior, e vibram menos, passando a sensação de calma. Portanto é importante o equilíbrio ao fazer uso de cores nos ambientes de saúde. 7.5. Entretenimento (música e televisão) O objetivo ao se usar música ou televisão na UTI é de distrair o paciente, de forma a diminuir a ansiedade e ajuda-lo a lidar melhor com a dor. Além disso, a música e a TV tem outros benefícios, ajuda a passar o tempo e faz com que a experiência na UTI seja mais aprazível. Contudo, é preciso que a música e a TV sejam individualizadas, de forma que cada paciente controle o que quer ouvir ou assistir, e que o som não interfira no quarto ao lado. Também é preciso ter cuidado com o volume para não atrapalhar o staff de escutar os alarmes de emergência (HAMILTON E SHEPLEY, 2010). 7.6. Natureza Existem muitos estudos que comprovam a eficácia no tratamento, quando os pacientes possuem vista para a natureza, mesmo que seja através de esquadrias de vidros ou mesmo como uma imagem num quadro.A natureza é um fator positivo que ajuda também na diminuição da ansiedade e do estresse. 22 Em um estudo feito por Ulrich (1986, p.168 apud HAMILTON E SHEPLEY, 2010) com pacientes que tiveram vista para a natureza apresentaram resposta melhor à dor, e fizeram menor uso de medicamentos, resposta contrária foi obtida com os pacientes que não tiveram interação com a natureza. 7.7. Iluminação natural Nesse mesmo contexto, temos a iluminação natural como outro fator positivo no tratamento de pacientes em estado crítico. A luz natural combinada com a luz artificial ajuda a diminuir os sintomas de depressão e mantém os paciente mais saudáveis. Em um estudo realizado, concluíram que a terapia da luz é tão eficiente quanto alguns medicamentos. (HAMILTON E SHEPLEY, 2010) 7.8. Menos ruídos Muitos estudos estão sendo realizados a partir de 1970 sobre os ruídos gerados numa UTI e seus impactos. Esses ruídos são gerados pelo sistema de refrigeração, instrumentos elétricos e pelas atividades dos funcionários. Há muitas organizações que avaliam os ruídos em ambientes hospitalares, como The International Noise Council e The World Health Organization e indicam o nível de ruído máximo que deve ser gerado em uma UTI, a média de ruído permitido durante o dia é de 30 à 40db, e de noite entre 20 e 30db (Hamilton e Shepley, 2010). Existem estratégias que podem ser tomadas para diminuir os ruídos, como manter as portas dos quartos fechadas, usar materiais que absorvam os ruídos, limitar o número de visitantes, manter o volume dos alarmes o mais baixo possível enquanto ainda é seguro, diminuir a intensidade da luz para incentivar conversas mais baixas. 8. PROPOSTA DE PROJETO PARA UMA UTI DO HOSPITAL DE TRANSPLANTES EM FORTALEZA – CE (4) 8.1 Estrutura física O projeto apresentado é de uma CTI para o Hospital de Transplantes da cidade de Fortaleza-CE. A CTI conta com duas UTI, uma adulta de 12 leitos e dois postos de enfermagem, e outra pediátrica com 7 leitos. Totalizando uma área de 1.177,50m². 23 As UTI pediatria e adulta possuem em comum os ambientes de apoio, que são eles: Arsenal, rouparia, depósito de equipamentos, sala e bho para acompanhantes, secretária, sala de espera, copa, repouso médico, vestiários funcionários e DML. O planejamento das UTI teve como ponto de partida privilegiar os pacientes, de forma que todos os leitos tenham visão para a área externa do edifício. E evitar o modelo tradicional de UTI em forma de U, em que o leito se encontra de costas para as janelas e o paciente tem apenas a visão do posto de enfermagem. De certa forma, esse layout contribui para o conforto do paciente transplantado, que passa muitos dias internados na UTI e como estão conscientes se recuperando precisam de estímulos para impulsionar o processo de cura, e evitar a ansiedade e a depressão. Por isso, os leitos também são equipados com televisão individual, sistema de som que pode ser usado ao conectar um fone de ouvido, e visão para imagens aplicadas sobre as janelas que remetem a ambientes naturais. Figura 19 – Proposta de UTI Fonte: Elaborado pela autora (2014) 24 Além disso, outro aspecto importante é em relação a privacidade, portanto os leitos são isolados uns dos outros por painéis fixos, como mostram as figuras 20 e 21, porém existe um vidro na divisória que pode ser aberto para a comunicação entre eles. E também esses leitos podem ser fechados por uma porta de correr com pivô de rotação, para permitir que o vão todo fique livre. Outra maneira encontrada para assegurar a privacidade dos pacientes, é o acesso dos visitantes aos leitos através de uma circulação por trás dos quartos. S Figura 20 – Modelo de quarto individual Fonte: Elaborado pela autora (20014) Figura 21 – Modelo de quarto individual Fonte: Elaborado pela autora (2014) Os vidros que servem de comunicação entre os leitos, possuem iluminação lateral de LED colorido, com a intenção de que o paciente escolha a cor que preferir como é observado na imagem 21. Existem muitos estudos sobre a importância da cromoterapia e sobre a influência que exerce no corpo humano. 25 A UTI é uma unidade com alto grau de complexidade nas instalações, segundo a RDC 50, é preciso prever o dobro de tomadas que uma internação comum e conectadas ao gerador e ao break, os gases também precisam ser duplos por uma maior segurança e é necessário inserir muitos lavatórios de mãos próximos ao leito e por toda UTI, de modo a incentivar os profissionais a lavarem as mãos sempre antes e depois de contato com os pacientes. 8.2 Especificações técnicas O piso é em manta vinílica na cor branca, com listras coloridas, a escolha pela manta se deu por ela ser contínua e não apresentar frestas que acumulam sujeira. Além de ser um piso versátil em relação ao desenho e as cores. O fechamento ao redor do leito é feito por painéis fixos em MDF com base em madeira para aumentar a resistência, como nas figuras 22 e 23, e possuem um vidro no meio que pode ficar aberto ou fechado, e no caso de estar fechado, o paciente tem a opção de escolher a cor da iluminação de sua preferência. Figura 22 – Modelo de UTI com quarto individual Fonte: Elaborado pela autora, (2014) Figura 23 – Modelo de UTI com quarto individual Fonte: Elaborado pela autora, (2014) 26 As demais paredes são pintadas com tinta lavável na cor branco gelo. E o revestimento utilizado em área molhada é o porcelanato 80x80cm, que apresenta menos frestas quando aplicado. O forro na área dos leitos deve ser em gesso acartonado, pois apresenta boa resistência física, é liso e contínuo. E nas áreas de circulação o forro pode ser removível para facilitar a manutenção (BICALHO, 2010). As esquadrias utilizadas num ambiente como UTI, devem possuir bom isolamento térmico, para não absorver muito calor durante o dia, e isolamento acústico para que os ruídos externos da edificação não prejudiquem o trabalho na UTI e nem perturbe os pacientes. Por isso a esquadria deve ser com vidro duplo, e entre eles uma persiana que controla a entrada de luz, assim como na imagem 12. Foi especificado o uso de estativas suspensas, que permitem grande flexibilidade ao redor do leito e não deixam fios pelo chão que dificultam a limpeza. Ao lado de todos os leitos há uma poltrona para acompanhantes, por isso elas precisam ser reclináveis e apresentar um nível bom de conforto. 8.3 Sistema de refrigeração O sistema de refrigeração adotado pode ser o de água gelada ou o VRF, pois são sistemas que oferecem renovação do ar, e permitem controlar a temperatura do ambientes, assim como a umidade e a velocidade de ventilação. A renovação do ar é importante para controlar o nível de gás carbônico no ar, pois o excesso dessa substância causa alguns sintomas de mal estar nos usuários, como cansaço e sono. CONCLUSÃO O trabalho proposto trás informações atuais sobre vários aspectos de uma unidade de terapia intensiva, e pretende alcançar projetistas da área, para que as informações presentes sejam de fato aplicadas. Pois, propiciar ao paciente e a equipe de trabalho da UTI um ambiente mais agradável e confortável, é uma forma da arquitetura contribuir de forma positiva no processo de tratamento. O ambiente deve ser multissensorial, de forma que o paciente seja estimulado de diversas maneiras, visual ao olhar uma imagem, vegetação e luz natural, auditivo quando ele tem acesso a musica, emocional ao ter a possibilidade de se relacionar com outros pacientes na mesma situação. 27 E é papel do arquiteto identificar as necessidades do usuário de uma UTI, e propor um projeto que contemple os conceitos de ambientes terapêuticos, porém sem deixar de lado os conceitos de funcionalidade inerentes à uma UTI. Intensive Care Unit and the Environmental Architectural Abstract The present monograph discusses the intensive care unit ICU, which offers highly complex treatment for patients with life-death threatening. It is a very technical environment, however it is still an ambient that promotes life and should have the patient as its main focus, in order to properly do so, there are some measures presented in this research to be adopted that will contribute to humanize the environment to become less cold and more welcoming. In addition, the work also brings a brief history of the development of the ICU concept, the current situation and future trends. It also deals with the spatial configuration of the units, which are directly related to the type of care to be provided, and on the technical specifications of finishing. Finally, a proposal for an ICU model is presented, suggesting the technical and spatial specifications. The main objective of this monograph research is provide information that can assist in the creation of environments with more positive incentives to help decrease stress and anxieties of patients, and contribute to treatment, reduces the chances of errors by the medical team, which in this kind of unit tends to be fatal. Keywords: Intensive Care Unit - ICU; Humanized Environments; Finishing Materials; Hospital Architecture REFERÊNCIAS BICALHO, Flávio de Castro. A arquitetura e a engenharia no controle de infecções. Rio de Janeiro, Rio Books, 2010. BICALHO, Flávio de Castro; BARCELLOS, Regina Maria Gonçalves. Materiais de acabamento em estabelecimentos assistenciais de saúde. In: CARVALHO, 28 Antônio Pedro Alves de (Org.) Salvador: Temas de arquitetura de estabelecimentos de saúde, Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2002. BROTO, Carles. Hospitales Inovación y Diseño. Ed. 2014. Barcelona, Links Books, 2014. CARVALHO, Antônio Pedro Alves de. Introdução à Arquitetura Hospitalar. 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Brasília, 20 de mar. de 2002.
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