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IMPRESSO Impresso fechado pode ser aberto pela ECT Regional São Paulo • Biênio 2006 - 2007 Boletim Informativo • No 71 • Setembro 2006 Indice Editorial IV Semana De Saúde V ascular: Vascular: Doença Carotídea pág. 02 Fique por Dentro Na noite do dia 31 de agosto tivemos uma reunião científica da SBA CV SBAC V-- SP com apresentação de excelentes trabalhos. pág. 06 XVII Fórum 28 de setembro, as 20 horas Tema: "Cirurgia Endovascular na Doença Obstrutiva Arterial Pe r i f é r i c a " . pág. 10 Página 02 Editorial Diretoria Biênio 2006-2007 IV SEMANA DE SAÚDE VASCULAR: DOENÇA CAROTÍDEA Dr alter Castelli Jr Dr.. V Valter Jr.. P residente da SBA CV SBACV CV-- SP Te m o s n ó s a n g i o l o g i s t a s e cirurgiões vasculares, a preocupação constante de bem atendermos nossos pacientes em qualquer ambiente, quer seja em nossos consultórios particulares, bem como a nível institucional como Hospitais - escolas, Hospitais com Serviço de Residência Médica ou outros. A imensa maioria de nossos pacientes nos procuram porque estão em fase evolutiva da doença vascular, apresentando sinais e sintomas da mesma, ou porque são encaminhados por outros especialistas que diagnosticaram problemas inerentes a nossa área de atuação. No entanto ainda estamos muito aquém do ideal, sobretudo quando se trata de atuação na área preventiva, onde dependemos do conhecimento da população em geral acerca de certas doenças vasculares, assim como dos médicos como um todo que deveriam deter conhecimentos específicos sobre as doenças obstrutivas vasculares e dos chamados "grupos de risco", sobretudo em relação a doença aterosclerótica. Em razão do exposto é que devemos e podemos expor na mídia a área de atuação do angiologista e cirurgião vascular. Dentro deste preceito e coordenado pela SBACV - Nacional é que ocorrerá pelo 4ºano consecutivo, a IV Semana Nacional de Saúde Vascular tendo como foco central de atuação a doença obstrutiva carotídea. Esta edição ocorrerá entre os dias 16 e 20 de outubro de 2006 e tem como proposta levar ao conhecimento do público - alvo os riscos inerentes à obstrução carotídea, oferecendo informações e possibilitando buscar o diagnóstico e tratamento. Também tem como finalidade orientar os médicos de outras especialidades que atendam as pessoas pertencentes aos grupos de riscos, no sentido de encaminhar os pacientes cujas queixas indiquem sintomas e sinais da doença. Este evento deverá ser propagado e divulgado pelas diversas Regionais da SBACV. Segundo a Nacional da SBACV, haverá campanha publicitária na grande mídia (TV, rádio e outdoor), além de exposição de banners educativos, folders e cartazes a serem fixados em diferentes pontos como Hospitais, Postos de Saúde e até mesmo consultórios médicos. Há a intenção de produção de um "Comercial para a televisão" chamando a atenção para a necessidade de preservação do fluxo carotídeo. Também deveremos contar com a confecção de "jalecos" e "bonés" alusivos à campanha com os dizeres "Olha as carótidas". Esperamos portanto que esta seja mais uma oportunidade de divulgarmos a nível nacional nossa especialidade médica. A Regional de São Paulo em reunião de Diretoria de Agosto de 2006, resolveu empreender esforços extendendo o benefício desta campanha para promover no Estado um rastreamento mais especifico dos doentes com obstrução carotídea. A exemplo de um "screening" bem conduzido em 2004 na Santa Casa de São Paulo sobre obstrução carotídea em pacientes pertencentes ao "grupo de risco", queremos a participação de outros centros de atendimento na cidade de São Paulo e no interior e litoral paulista. Devemos contar com um protocolo de atendimento clínico bastante prático e com exames de ecografia Doppler para o diagnóstico e quantificação das estenoses carotídeas. Tal empreendimento deverá ocorrer no dia 21 de Outubro (sábado) simultaneamente nestes centros interessados. Entraremos em contato em breve com a coletividade vascular para maior detalhamento do evento. Há a necessidade de participação de maior número possível de profissionais da área vascular, incluindo aqui estudantes (ligas de cirurgia vascular) e de médicos residentes. Há a perspectiva de que a analise do conteúdo destes protocolos se transforme num grande estudo clínico epidemiológico trazendo informações relevantes a comunidade científica médica. Desde já agradeço a cooperação de todos. Um abraço! Presidente - Valter Castelli Júnior 1° Vice-presidente - José Carlos Baptista Silva 2º Vice-presidente - Erasmo Simão da Silva Secretário-geral - Álvaro Razuk Filho 1º Secretário - Adilson Ferraz Paschôa 2º Secretário - José Dalmo de Araújo Filho Tesoureiro-geral - Candido Ferreira Fonseca 1º Tesoureiro - Carlos Eduardo Pereira 2º Tesoureiro - Marcelo Rodrigues Souza Moraes Diretores científicos - Calógero Presti Ivan Benaduce Casella Diretores de publicações - Alexandre Fioranelli Celso Ricardo B. Neves Diretores de eventos - Regina de Faria B. Costa Winston Bonetti Yoshida Diretores de defesa profissional - Rubem Rino João Antonio Corrêa Diretor de informática - Alberto Kupcinskas Jr. Diretores de patrimônio - Adnan Neser Nilo Mitsuru Izukawa DEPARTAMENTOS Arteriologia - Nelson Wolosker Flebologia - Rogério Abdo Neser Linfologia - Henrique Jorge Guedes Neto Angiorradiologia - Felipe Nasser Cirurgia Experimental - Ana Terezinha Guillaumon Cirurgia endovascular - André Echaime V. Estenssoro Ultrassonografia vascular - Robson B. Miranda Cateteres - Sérgio Kuzniec Acessos vasculares - Fabio Linardi Educação médica continuada - Vanessa Prado dos Santos Walkíria Ciappina Hueb SECCIONAIS ABC - Sidnei José Galego Campinas/Jundiaí - José Luiz Cataldo Ribeirão Preto - Luiz Cláudio Fontes Mega Santos/Guarujá - Rubens Palma Filho Taubaté - Ricardo Augusto de Paula Pinto Marília - Claudio Lança Fabron São José do Rio Preto - Alexandre Maieira Anacleto Sorocaba - Ovanil Furlani Jr. Botucatu/Bauru - Constantino José Sahade Presidente Prudente - Fernando José Fortunato CONSELHO CONSULTIVO Antonio Carlos Alves Simi Bonno Van Bellen Cid J. Sitrângulo Jr. Emil Burihan Fausto Miranda Júnior Francisco Humberto A. Maffei João Carlos Anacleto José Mario Marcondes dos Reis Pedro Puech Leão Roberto Sacilotto Wolfgang Zorn Diretor de arte - Maurício Gioia [email protected] Jornalista Responsável - Adriano Vanzini - MTb 31.126 Encaminhe suas sugestões, dúvidas, trabalhos científicos, eventos a serem divulgados para: e-mail: [email protected] Rua Estela, 515 - Bloco A - Cj.: 62 - Paraíso São Paulo - Sp - Brasil - CEP 04011-904 Tel./Fax.: (5511) 5087-4888 Site da Regional São Paulo: www.sbacv.org.br Dr. Alexandre Fioranelli Rua Hilário Furlan, 107/111 - Brooklin Novo CEP: 04571-180 Tel/Fax.: (5511) 5505-1915 e-mail: [email protected] Dr. Celso Ricardo Bregalda Neves Rua Barata Ribeiro, 490, cj. 113 - Cerqueira César CEP: 01308-000 Tel/Fax.: (5511) 3123-5606 / 3237-0715 Permite-se a reprodução de textos desde que citada a fonte. Acesse: www.sbacvsp.org.br Página 03 Diretoria de Defesa Profissional VAMOS ATUALIZAR O CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA? A palavra final está com o Conselho Federal de Medicina e os Conselhos Regionais de Medicina, por serem as únicas Entidades com autoridade para tal. Da parte das Entidades de Especialidades fica lançado o clamor para atualização, na esperança de que um dia se torne realidade esse desejo, polindo arestas, defendendo, ainda mais, a Moral da Medicina brasileira. É com freqüência que lemos publicidades médicas de várias especialidades, em revistas leigas, que acabam "fazendo" a cabeça do e da leitora leiga. Em relação à Angiologia e Cirurgia Vascular até que arrefeceu um pouco, mas, ainda deparamos com o marketing pessoal. Com a Medicina estética, que nem reconhecida é pelo CFM e CRMs, então, é assustador o número de propaganda acintosa. Diz o Código de Ética que divulgar esclarecimento genérico sobre uma patologia médica e os procedimentos para sua solução, mesmo em forma de entrevista de um Médico especialista, exposto em fotografia, com seu nome citado, não constitui transgressão ao Código. A exposição da foto e do nome do Médico, principalmente sendo repetitiva, numa e em várias revistas, constitui uma propaganda, sem dúvida alguma, em proveito próprio. Poderia constar no Código de Ética Médica que esse esclarecimento só poderia ser feito, de forma impessoal, pela Sociedade de Especialidade correspondente, quando publicado em revista leiga ou jornal. E quando fosse através do R á d i o e d a Te l e v i s ã o , a m a t é r i a esclarecedora, fornecida pela Sociedade, fosse lida, pelo Reporte, citando apenas o nome da Sociedade de Especialidade. Desta maneira evitar-se-ia a injustiça de poucos privilegiados levarem vantagem sobre a maioria dos especialistas, além do que, impediria informações distorcidas, ou inverídicas, sobre a patologia e os métodos de sua cura, que trazem grandes prejuízos às pessoas leigas, aos Médicos, e a Medicina acima de tudo. Um Código de Ética Médica, mais rigoroso, punitivo, abrandaria o trabalho dos Conselhos. Estamos cientes das dificuldades dos colegas Conselheiros dos CRMs das grandes cidades, principalmente de São Paulo, que ficam assoberbados de casos a julgar, levando até anos para concluir. Não foi levada em conta, na composição da Constituição do Brasil, a proporcionalidade do número de Conselheiros em relação à população de cada Estado da Federação. O Estado do Acre, com seus menos de um milhão de habitantes, tem o mesmo número de Conselheiros que o Estado de São Paulo. Isso é uma aberração própria da cabeça de políticos brasileiros, que aprovaram, por ocasião do regime militar, a despropor-cionalidade do número de Deputados representantes de cada Estado na Câmara Federal. Isso é uma agressão, uma afronta, um desrespeito, e sei lá mais o que, ao conceito democrático. A Associação Médica Brasileira, a Associação Paulista de Medicina, e demais Associações Médicas dos Estados, têm feito algum movimento para corrigir essa injustiça? É óbvio, que havendo um número de Conselheiros proporcional ao número de Médicos de cada Estado, a solução, os julgamentos, as resoluções seriam agilizadas, em benefício de todos. As Sociedades de Especialidades poderiam participar de um movimento nesse sentido, apoiando diretamente o CFM e os CRMs, para abreviar essa conquista, sem o que, continuaremos assistindo os desmandos de alguns Médicos, de intermediadores da assistência médica suplementar, de governantes, que agem livremente, até que mude esse status quó. Outra permissão vergonhosa do Governo é a da propaganda da venda de "remédios no Rádio, televisão, out door, táxis, etc ". A expressiva maioria dos Médicos, que exerce sua profissão com dignidade, está cansada, desiludida com a desfaçatez dos descumprimentos e falhas do Código de Ética Médica, e falta de Leis que proíbam os abusos como esses. Sabemos que uma reforma do Código de Ética Médica, envolve Câmara dos Deputados, Senado e Presidência da República, num trabalho insano, desgastante pela demora em convencer esses setores, quanto a grande importância da mesma. Nas próximas eleições, votem em colegas decentes, representando-nos no Congresso Nacional. Enquanto isso, o CREMESP luta: "Fóruns debatem publicidade médica", que são realizados em várias cidades do Estado de São Paulo. "O tema representa 10% do total de processos éticos iniciados pela CREMESP". Foi escrito um Manual de "Ética em Publicidade Médica", resultante de trabalho integrado de conselheiros do CREMESP, Ordem dos Advogados do Brasil, Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC), e outros organismos. "CRMs do Sul e do Sudeste debaterão estratégias para o movimento médico".Esse Manual pode ser adquirido através do e mail; [email protected]. "Conselhos iniciam campanha para retomada do movimento médico". "Regulamentação da profissão e formação médica estão entre as prioridades". "Algumas propostas para o Ensino Médico". "Ações para o setor de Saúde Suplementar". (Jornal do CREMESP: No 226, 06/06, e No 227, 07/06) Algum dia, essas propostas serão conquistadas. Então, preparemo-nos para iniciar esse embate, o mais breve, com uma estratégia, a mais inteligente possível, e chegar à vitória rapidamente, erradicando ou atenuando, consideravelmente, erros que estão se institucionalizando. A Classe Médica está carente de PAZ, para trabalhar. "Que Deus me dê: serenidade para aceitar as c o u s a s q u e n ã o p o s s o m u d a rr,, coragem para mudar as que posso e sabedoria para distinguir uma da outras." (Arnaldo Jabor) Dr ubem Rino Dr.. R Rubem Membro do Departamento de Defesa Profissional da SBACV-SP Página 04 Artigo Comentado PROTECTED CAROTID STENTING IN HIGH-SURGICAL-RISK PATIENTS: THE ARCHER RESULTS William A. Gray, L. Nelson Hopkins, Sanjay Yadav, Thomas Davis, Mark Wholey, Richard Atkinson, Alberto Cremonesi, Ronald Fairman, Gary Walker, Patrick Verta, Jeff Popma, Renu Virmani, and David J. Cohen. New York and Buffalo, NY; Cleveland, Ohio; Detroit, Mich; Pittsburgh and Philadelphia, Penn; Sacramento, Calif; Ravenna, Italy; Boston, Mass; and Bethesda, Md Introdução Introdução: A endarterectomia de carótida é o tratamento padrão para a maioria dos pacientes com doença aterosclerótica severa da bifurcação carotídea. Entretanto não são claras sua segurança e eficácia em pacientes com alto risco cirúrgico. O Estudo ARCHeR (ACCULINK for Revascularization of Carotids in High-Risk patients) foi feito para determinar se a angioplastia com stent na carótida, com uso de filtro para prevenir embolia, é uma alternativa segura e efetiva em pacientes de alto risco cirúrgico. Métodos Métodos: O ARCHeR é uma série de três estudos seqüenciais, multicêntricos, não randomizados e prospectivos. Quarenta e oito instituições arrolaram 581 pacientes de alto risco cirúrgico entre maio de 2000 e setembro de 2003. Pacientes com estenose J V asc Surg 2006;44:258-69 Va carotídea severa definida angiograficamente (sintomática maior que 50% ou assintomática maior que 80%) receberam um stent de nitinol ACCULINK. O filtro de proteção embólica ACCUNET foi adicionado ao procedimento nos dois últimos estudos (422 pacientes). A definição de eficácia primária foi baseada numa associação de morte, AVC e infarto do miocárdio nos primeiros 30 dias mais AVC ipsilateral entre os dias 31 e 365. Resultados Resultados: A taxa de 30 dias de morte, AVC e infarto do miocárdio foi 8,3%. A taxa de AVC e morte foi 6,9%. A maioria dos AVC (23/32) foi menor, sendo que destes mais da metade retornaram ao estado normal prévio dentro de 30 dias. A taxa de 30 dias de AVC maior ou fatal foi 1,5%. Não foram observados AVC hemorrágicos no estudo. AVC ipsilateral ocorreu em 1,3% dos pacientes entre 30 dias e 1 ano, dando um composto primário de eventos (morte, AVC e infarto do miocárdio em 30 dias mais AVC ipsilateral até 1 ano) de 9,6%, que é abaixo de 14,4% do controle histórico de comparação. Conclusão: Os resultados do estudo ARCHeR demonstraram que a angioplastia com implante de stent na carótida extracraniana, associada ao filtro de proteção embólica, não é inferior aos resultados históricos de endarterectomia e sugerem que é um procedimento seguro, durável e efetivo em pacientes de alto risco cirúrgico. Tradução do resumo: resumo Dr. Celso Ricardo Bregalda Neves COMENTÁRIOS: DR. NILO MITSURU IZUKAWA A eficácia da endarterectomia da artéria carótida foi bem demonstrada por estudos multicêntricos, prospectivos e randomizados, publicados na década de 90. Entre eles, destaque para os estudos ACAS e o N A S C E T. O s c r i t é r i o s c l í n i c o s e anatômicos, de exclusão destes estudos, ficaram conhecidos como critérios de definição para pacientes com alto risco cirúrgico. Algumas publicações contestam essa definição, apresentando resultados cirúrgicos não inferiores aos realizados em pacientes não considerados de alto risco. A angioplastia com stent está se mostrando um método seguro e eficaz para o tratamento da estenose carotídea. As primeiras publicações apresentaram taxas de AVC e complicações peri-operatórias altas, o que inibiu a aceitação deste método. Mas a comparação com os resultados em pacientes com alto risco cirúrgico (critérios de exclusão ACAS/NASCET), permitiu que as agências reguladoras de saúde permitissem o desenvolvimento de protocolos para a utilização da angioplastia no território carotídeo. O desenvolvimento tecnológico de todo o equipamento envolvido na angioplastia carotídea (fios guias, cateteres, stents, dispositivos de proteção cerebral), aliados à maior experiência dos profissionais que a utilizam, possibilitaram a publicações de inúmeras séries demonstrando baixos de complicações. Para a aceitação das agências reguladoras de saúde, um método deve demonstrar sua não inferioridade ao método anteriormente aprovado. Neste contexto, desenvolvem-se os estudos multicêntricos comparando a angioplastia com stent com a endarterectomia carotídea. Este artigo apresenta um estudo multicêntrico, prospectivo e não randomizado, comparando os resultados da angioplastia carotídea com o stent ACCULINK e o filtro de proteção cerebral ACCUNET, ambos fabricados pela Guidant Corporation, com resultados da endarterectomia carotídea em pacientes com alto risco cirúrgicos. Os resultados da cirurgia, utilizados na comparação, foram compilados de uma série de artigos selecionados pelos autores, após uma extensa revisão de literatura. O objetivo primário deste estudo foi testar a hipótese da não inferioridade das taxas de complicações (IAM, AVC e óbito) em 30 dias associadas a taxa de AVC ipsilateral entre 31 e 365 dias, quando comparadas às mesmas taxas nos estudos históricos da endarterectomia carotídea. Esta publicação compreendeu a somatória de três estudos realizados separadamente (ARCHeR 1, ARCHeR 2 e ARCHeR 3), sendo utilizados dispositivos de proteção cerebral nos dois últimos. Foram envolvidos 581 pacientes com alto risco cirúrgicos (com critérios de inclusão e exclusão bem definidos) sintomáticos com estenose superior a 50% e assintomáticos com estenose superior a 80%. Destes, 24% eram sintomáticos. No detalhamento técnico dos resultados, descrevem a necessidade de pré dilatação em 23% dos procedimentos, 2,6% de hematomas significativos no local de punção, 57% de captura de debris no filtro de proteção cerebral e 5 complicações pela colocação do filtro, com resgate sem seqüela. A taxa de complicação em um ano conforme objetivo primário foi de 9,6%, sendo 13,1% nos pacientes sintomáticos e 6,8% nos assintomáticos, sendo a taxa de AVC, óbito e IAM peri-operatória de 8,3%. Entre 1 e 3 anos, apenas três pacientes apresentaram AVC ipsilateral. A taxa de reestenose > 70% em 1 ano foi de 5%. Os autores demonstram a não inferioridade do procedimento com os dispositivos utilizados em relação à endarterectomia, comparando a taxa de 9,6% com os 14,4% obtidos pelo levantamento de estudos realizados pelos autores. Este é um estudo prospectivo, multicêntrico, mas não randomizado, sendo a comparação dos resultados realizados por uma coletânea de resultados que podem conter alguns vícios de coleta. Na literatura encontramos muitos artigos que apresentam resultados muito mais favoráveis que os utilizados para a busca de uma taxa de complicação significativa para a endarterectomia da carótida. Também foram utilizados muitos estudos com revascularização miocárdica realizada conjuntamente com a endarterectomia, o que certamente criou uma tendência a resultados piores. Este estudo apresenta resultados que possibilitaram a aprovação destes dispositivos pelo FDA e, trouxe uma contribuição muito grande para demonstrar a segurança e eficácia da angioplastia carotídea com stent, mas não pode ser interpretada como demonstrativo seguro sobre a não inferioridade deste método sobre a endarterectomia carotídea. Somente um estudo prospectivo, multicêntrico e randomizado poderá estabelecer o final desta dúvida. As altas taxas de complicações, tanto cirúrgicas quanto através da angioplastia, ultrapassaram as taxas aceitáveis tradicionalmente recomendadas e aceitas (<3% assintomáticos e <6% nos sintomáticos). Isso traz certo questionamento sobre a inferioridade dos resultados com o tratamento clínico realizado de maneira adequada ("Best Medical Therapy") em pacientes com alto risco cirúrgico. Página 05 Espaço Científico METAS DO J VASCBRAS O J o r n a l Va s c u l a r Brasileiro vem se consolidando progressivamente como principal meio de divulgação cientifica vascular no Brasil. Ao longo do tempo foi amadurecendo e foi sendo cada vez mais respeitado no nosso meio, a ponto de ter conseguido no começo deste ano à indexação no SciElo. C o m e s t e i n d e x a d o r, passou a ser creditada como revista Qualis A nacional pela CAPES, contando os seus artigos uma pontuação expressiva para os Cursos de Pós -graduação. Além disso, a indexação SciElo amplia o leque de leitores para outros países ligados ao projeto, como Cuba, Venezuela, Chile e Espanha. Evidentemente o acesso não fica restrito aos mesmos, pois o indexador SciElo vem ganhando respeitabilidade internacional, fazendo parte obrigatória da pesquisa de artigos de qualidade para Revisões Sistemáticas. Portanto, fazer parte da comunidade SciElo é motivo de orgulho para todos os associados da SBACV. No site www.scielo.org é possível acessar qualquer artigo publicado no JVascBras ou nas revistas indexadas e obter uma cópia em arquivo PDF do mesmo, em inglês ou na língua original . Além disso, é possível conhecer quantas vezes determinado artigo foi consultado na página da revista através do SciElo. Basta acessar a revista dentro do SciElo e consultar estatísticas em http:/ / w w w. s c i e l o . b r / s t a t _ b i b l i o / index.php?lang=en&issn =1677-5449 A indexação SciElo não é necessariamente permanente. É preciso manter a pontualidade, qualidade e 70% de artigos originais. No entanto, neste ano as duas primeiras edições saíram atrasadas. Os motivos do atraso foram basicamente à falta de artigos para análise, atraso nas revisões dos revisores e demora na resposta dos autores. A secretaria editorial e este editor tem trabalhado muito e feito grande empenho no sentido de manter a qualidade e pontualidade da revista. Neste momento estão apresentando projeto de financiamento pelo CNPq. Este órgão de fomento exige igualmente pontualidade e qualidade editorial, com 70 % de artigos originais. O auxílio do CNPq pode representar uma ajuda importante para o equilíbrio financeiro da revista, com maior independência em todos os sentidos. Finalmente, a grande e principal meta seria a indexação Medline. Não é difícil de se conseguir. Basta ter pontualidade, qualidade, 70% de artigos originais e apresentar um projeto justificando e solicitando a indexação. Portanto, o sucesso de todos os projetos futuros da revista não depende do editor e da secretaria editorial. Depende dos colegas enviarem seus artigos para a revista. Por conta de forte campanha desencadeada por este editor, houve um aumento discreto em relação ao ano anterior, mas ainda insuficiente para proporcionar equilíbrio e tranqüilidade. Em função disso, os projetos todos ficam de certa forma ameaçados de insucesso. Em resumo, a participação dos colegas enviando seus artigos é a única forma de manter a revista viva e atraente para comunidade local e internacional, além de alicerçar e alavancar o crescimento da mesma. Infelizmente ainda falta uma participação mais efetiva neste sentido. Sabemos que todos estão igualmente ocupados e com pouco tempo, mas é preciso buscar algum espaço desse tempo para escrever e enviar os artigos , para que esta revista sobreviva e se consolide. Dr W oshida Wii n s t o n B o n e t t i Y Yoshida Editor-Chefe do J VASBRAS Diretor de eventos da SBACV-SP Página 06 Fique por Dentro REUNIÃO CIENTÍFICA DE AGOSTO 2006 Na noite do dia 31 de agosto tivemos uma reunião científica da SBACV- SP com apresentação de excelentes trabalhos, no anfiteatro Prof. Dr. Emílio Athiê na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Dr. Celso Ricardo Bregalda Neves comenta trabalho do Dr. Emerson Ciorlin Dra. Ana Terezinha Guillaumon comenta trabalho do Ac. Rodrigo Gibin Jaldin A primeira apresentação "Análise da morfologia e das propriedades mecânicas da aorta torácica e abdominal de ratos expostos ao tabagismo" foi feita pelo acadêmico do 6º ano Rodrigo Gibin Jaldin, da Faculdade d e M e d i c i n a d a U N E S P, q u e constituía no seu projeto de iniciação científica. Mostrou um trabalho muito bem desenhado utilizando ratos Wistar submetidos a períodos de exposição de até 6 meses à fumaça de cigarros, na taxa de até 40 cigarros/dia, ao fim dos períodos sacrificando os animais e submetendo segmentos de aorta a provas mecânicas de rigidez, limite de elasticidade e força de rotura. Como resultado observou processo degenerativo da camada média com degradação das fibras elásticas, atrofia da camada muscular e aumento da deposição de colágeno, proporcional em intensidade ao período de exposição tabágica. Observou também redução do limite de elasticidade na aorta torácica e do coeficiente de rigidez e força de rotura na aorta abdominal. A Dra. Ana Terezinha Guillaumon comentou que o trabalho mostrou um outro ponto de vista na pesquisa das doenças da aorta, apresentando informações muito importantes para o conhecimento do cirurgião vascular, sugerindo continuidade na linha de pesquisa. A segunda apresentação "Lesão de artéria ilíaca secundária a litotripsia extracorpórea - relato de caso" foi feita pelo Dr. Emerson Ciorlin, do Instituto de Moléstias Cardiovasculares de São José do Rio Preto, que mostrou um caso de claudicação de membro inferior direito por estenose de artérias ilíacas comum, interna e externa direitas após litotripsia de cálculo em pelve renal direita. Realizou extensa pesquisa da causa da lesão, com análise histopatológica e bioquímica, que direcionava para uma lesão endotelial primária. O Dr. Celso Ricardo Bregalda Neves comentou citando trabalhos clínicos e experimentais da literatura internacional, que em sua maioria mostram segurança neste tipo de procedimento inclusive em pacientes com doença aneurismática aórtica e renal além de, neste caso, haver uma distância relativamente grande entre o local alvo da litotripsia e a lesão arterial, pois a área de atuação das ondas de choque é pequena. Dr. Walter Karakhanian comenta trabalho da Ac. Grace Mulatti A terceira apresentação "Estudo de pacientes com oclusão ou pseudo-oclusão carotídea" foi feita pela acadêmica do 6º ano Grace Mulatti, da Faculdade de Medicina da USP. Relatou a experiência inicial do serviço na caracterização dos pacientes com este tipo de doença em relação a sexo, idade, raça, índice de massa corpórea, tipo e localização da oclusão, lado preferencial afetado, forma de apresentação clínica e novos sintomas, prevalência de fatores de risco, prevalência de doenças associadas e formas de tratamento utilizadas. Concluiu dizendo que estes pacientes necessitam análise minuciosa dos sintomas e confirmação do tipo de oclusão para tratamento adequado, com necessidade de acompanhamento clínico pois podem apresentar eventos isquêmicos futuros. O Dr. Wa l t e r Ka r a k h a n i a n c o m e n t o u citando as várias vias anatômicas possíveis para embolização distal a partir da carótida ocluída ou subocluída, além de citar dados da literatura internacional sobre este tipo de patologia. Platéia Ao fim dos trabalhos o Dr. Valter Castelli Jr., presidente da SBACV-SP, fez questão de ressaltar não só o nível de excelência das apresentações mas também o fato de duas das três terem sido feitas por acadêmicos de medicina, o que evidencia uma louvável iniciativa de estímulo à pesquisa desde os bancos das escolas, além de projetar uma geração promissora de novos cirurgiões vasculares. D rr.. Celso Ricardo B B.. Neves Diretor de Publicações da SBACV-SP Página 07 Fique por Dentro REUNIÃO CIENTÍFICA DA SECCIONAL DE BOTUCATU-BAURU Dr. Marconi L. Sobrera Como sempre fizemos a reunião da nossa Seccional na Primeira Quarta - Feira de cada mes na Casa do Médico em Bauru e o tema desse mes foi ANTICOAGULAÇÃO e DROGAS ANTICOAGULANTES apresentado pelo Dr MARCONI L. SOBRERA da Faculdade de Medicina de Botucatu estando presentes os colegas vasculares de Bauru , Botucatu , Avaré , Barra Bonita , Jaú , Lençois Paulista , com um grande debate após a palestra sobre novas drogas, dosagem de anticoagulantes em recén- nascido tornando nossa reunião das mais proveitosas para todos pela complexidade do tema. Também foram discutidos dois casos trazidos pelos Drs J o r g e d e Fr e i t a s d a B a r r a e Reinaldo Brandão de Avaré. Após a reunião como sempre fomos jantar sempre com o apoio da LIBBS que muito tem ajudado nossa Seccional. Abraço a todos! Dr Dr.. Constantino José Sahade Pres. da Seccional BatucatuBauru REUNIÃO CIENTÍFICA DA SECCIONAL DE SOROCABA Dia 07/08/06 recebemos em nossa reunião o professor José Luiz Cataldo da UNICAMP, que ministrou aula sobre Linfedemas, abordando a classificação, quadro clinico diagnóstico e tratamento. Dr. José Luiz Cataldo Dr urlani Júnior Dr.. Ovanil FFurlani Pres. da Seccional Sorocaba Platéia XVII FÓRUM NACIONAL DA SBACV FCM DA SANTA CASA DE SÃO PAULO Auditório Emilio Atiê Santa Cecília Rua Dr. Cesário Mota Júnior, 112 SETEMBRO 28/09/2006 às 20h00 Página 08 Informes da Diretoria Informe I Página 09 Informes da Diretoria Informe II Página 10 Informes da Diretoria Informe III XVII FÓRUM NACIONAL DA SBACV No dia 28 de setembro realizaremos o XVII Fórum Nacional da SBACV com o tema "Cirurgia Endovascular na Doença Obstrutiva Arterial Periférica" no tradicional local das reuniões científicas, o anfiteatro Prof. Dr. Emílio Athiê n a Fa c u l d a d e d e C i ê n c i a s Médicas da Santa Casa de São Paulo, às 20h. Os fóruns de debates da SBACV integram o país de Norte a Sul e têm sido uma grande fonte de expressão do Angiologista e Cirurgião Vascular atuante. O tema escolhido ganha cada vez mais espaço na nossa prática diária, com aumento de cursos de formação e cada vez mais profissionais habilitados para a realização destes procedimentos. É um método em evolução, com o domínio da técnica e o desenvolvimento das próteses em crescimento acelerado. Representa um enorme avanço pela redução de extensão dos procedimentos e dos riscos c i r ú r g i c o s . Va m o s d i s c u t i r tópicos de interesse neste tema e conhecer um retrato desta atuação no momento em nosso país. Nos fóruns todos participam colocando sua experiência e debatendo as questões em suas regionais. A síntese final do fórum é um artigo científico que busca o consenso dos cirurgiões vasculares da SBACV. O III: Abaixo a bibliografia MÓDULO MÓDUL recomendada para discussão Faglia E., Dalla Paola L., n a s r e u n i õ e s , q u e e s t ã o à Clerici G., Clerissi J, Graziani disposição dos associados no L., Fusaro M., Gabrielli L., Losa site da SBACV. S., Stella A., Gargiulo M., Mantero M., Caminiti M., MÓDUL O I: MÓDULO N i n k o v i c S. , C u r c i V. a n d Kudo T, Chandra F, Ahn M o r a b i t o A. Pe r i p h e r a l S. Long term outcomes and Angioplasty as the First choice predictors of iliac angioplasty Revascularization Procedure in with selective stenting. J Vasc Diabetic Patients with Critical Surg 2005; 42:466 75 Limb Ischemia: Prospective Study Leville C, Kashyap V, Clair of 993 Consecutive Patients D, Bena J, Lyden S, Greenberg,a H o s p i t a l i z e d a n d Fo l l o w e d O'Hara , Sarac T; Kenneth Between 1999 and 2003. Eur J O u r i e l K . E n d o v a s c u l a r Vasc Endovasc Surg 2005; management of iliac artery 29:620 27. occlusions, extending treatment Fe i r i n g A., M D, to TransAtlantic Inter Society Wesolowski A., Lade S.. Primary class C and D patients. J Vasc Stent Supported Angioplasty for Surg 2006;43:32 9. Treatment of Below Knee Critical Limb Ischemia and Severe MÓDUL O lI: MÓDULO Claudication Early and One Year Haider S, Kavanagh G, Outcomes. J Am Coll Cardiol Forlee M, Colgan M, Madhavan 2004;44: 230714 © 2004 by P, Moore D , and Shanik G. Two t h e A m e r i c a n C o l l e g e o f year outcome with preferential Cardiology Foundation. use of infrainguinal angioplasty Kudo T., Chandra F., and for critical ischemia. J Vasc Surg Ahn S..The effectiveness of 2006;43:504 12. percutaneous transluminal Aquarius A, Denollet J, angioplasty for the treatment of Hamming J., Breek C., De Vries critical limb ischemia: A 10 year J. Impaired health status and e x p e r i e n c e . J Va s c S u r g invasive treatment in peripheral 2005;41:423 35. arterial disease: A prospective 1year follow up study. J Vasc Surg 2005;41:436 42. Black J, LaMuraglia G., Kwolek C., Brewster D.. Watkins M.,Cambria R.. Contemporary results of angioplasty based Dr.. Celso Ricardo B B.. Neves i n f r a i n g u i n a l p e r c u t a n e o u s Dr Diretor de Publicações da i n t e r v e n t i o n s . J Va s c S u r g SBACV-SP 2005;42:932 9. Página 11 Informes da Diretoria Informe IV Informe V SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANGIOLOGIA E CIRURGIA VASCULAR - SP R UA E STE LA, 5 1 5 - B LO C O A - C J . 6 2 - C E P 0 4 0 1 1 - 0 0 2 / S Ã O PAU LO - S P