Curta metragem é gravado em SRL

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Curta metragem é gravado em SRL
ANO 1 - Nº 6 • Edição Mensal - Outubro/2013 • O Jornal de Santa Rosa de Lima
Curta metragem
é gravado em SRL
•
Distribuição gratuita. Venda Proibida.
Canal SRL em breve on line
www.canalsrl.com.br
SINTRAF - SRL
será mais um canal facilitador
de crédito do BB
Pág. 11
Os irmãos Gustavo e Ricardo
Hasse da comunidade do Rio do Meio
fizeram parte do elenco
do filme Nuvem.
Área de preservação que tem tudo
para ser parque
natural.
Pág. 12
Piso do magistério:
o impasse continua
Pág. 16
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Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
Reportagem ESPECIAL
Mariza Vandresen
Santa Rosa de Lima
e santarosalimenses
nas telas do cinema
O curta-metragem “Nuvem” é um projeto da estudante de
cinema, da Universidade Federal de Santa Catarina, Vanessa
Sandre. A produção recebeu estímulo do poder público estadual porque a proposta foi a vencedora da 12ª edição do
Prêmio Catarinense de Cinema, na categoria vídeo.
“Nuvem” terá uma duração de quinze minutos e a previsão
de estreia é para o primeiro semestre de 2014, quando será
realizada uma sessão em Santa Rosa de Lima.
Nem chuvas, nem tempestades
desanimaram a equipe de direção,
produção e gravação
As filmagens, finalizadas no último
dia 21 de setembro, duraram seis dias
e aconteceram em grande parte na
propriedade da Dona Irma Balmann,
no Rio Bravo Alto.
A escolha do interior de Santa Rosa
de Lima para a locação das gravações
se deu há mais de um ano. Ainda com
uma primeira versão do roteiro, com
um enredo que se passa no meio rural,
a equipe do filme veio visitar o município porque um professor da UFSC havia falado dos projetos locais de agroecologia e de agroturismo, além das
belas paisagens da Capital da Agroecologia. Contando com o a colaboração
da então vereadora Siuzete Vandresen
Baumann, buscou-se os locais que tivessem as características desejadas
para a ambientação do filme.
Gente da terra entre os “atores”
O elenco conta com a participação
dos irmãos Gustavo e Ricardo Hasse,
que são filhos de agricultores e moram
no Rio do Meio. Gustavo, que tem 14
anos, interpretou o irmão de Franciely,
Maicon. Já Ricardo, com doze anos, fez
o papel de Felipe, um primo “da cida-
de grande” que foi visitar a família no
interior.
Os irmãos Hasse nunca esperavam participar de um filme. “Elas viram
a gente lá no Rio do Meio e fizeram o
convite. Eu não sabia muito bem o que
era, mas aceitei. Eu pensei que ia ser
muito difícil. Imagina, participar de um
filme... Mas foi bem fácil. Achei muito
legal. Como eu fiz o papel de um menino de interior, eu até ajudei a Vanessa dando umas dicas de como a gente
fala por aqui”, conta Gustavo. Ricardo
afirma entusiasmado que gostou muito de fazer parte do filme: “Gravamos
três dias com eles lá no Rio Bravo. A
equipe de filmagem era muito legal. No
começo, foi um pouco estranho. Aquelas câmeras, um monte de gente desconhecida. Mas a gente se acostumou.
A Elianne, que era nossa preparadora,
tinha muita paciência e sempre nos ajudava em tudo. Depois, eles falaram que
gostaram muito de nós”.
Vanessa Sandre confirma que os
meninos tiveram um tempo para conhecer o set de filmagem e entender
como funcionavam as gravações, além
de uma boa conversa sobre seus personagens com a preparadora de elenco Elianne Carpes.
Gustavo e Ricardo dizem que foi
uma experiência única e que, se de-
Gustavo e Ricardo Hasse fizeram parte do elenco.
As cenas foram rodadas na comunidade de Rio Bravo Alto.
pendesse deles, atuariam de novo. “Eu
vi uma partezinha de uma cena que foi
gravada. Parecia aquele filme Dois filhos de Francisco”, diz o mais velho dos
irmãos, que confessam, juntos, estar
ansiosos para a estreia.
Entrevista com a
diretora de Nuvem
Canal SRL: Como foi para você a experiência de gravar em Santa Rosa
de Lima?
Vanessa Sandre: Foi algo muito inusitado. Às vezes eu até brinco que foi a
Santa Rosa de Lima que me escolheu e
não eu que a escolhi. Desde a primeira
vez que fui pra Santa Rosa, assim como
nas vezes seguintes, tudo foi se desdobrando para que o filme acontecesse
no município.
Canal SRL: Quais os maiores desafios
de gravar aqui?
Vanessa Sandre: A maior dificuldade que tive foi a de transportar toda a
equipe de Florianópolis até Santa Rosa
de Lima. Não pela distância, mas por fazer com que 21 profissionais ficassem
por sete dias longe das suas casas, trabalhando em tempo integral para realizar esse projeto. Isso gerou um custo bem alto para a produção do filme,
porque implicou em pagar alimentação
e estadia para toda a equipe por todo
esse tempo. Não é fácil trabalhar em
um município pequeno. Houve dificuldades de logística: o comércio fecha
cedo e a propriedade onde gravamos
era relativamente longe do centro. Em
Florianópolis, quando surge alguma
urgência, como por exemplo comprar
pilhas para algum equipamento, é só
correr para um shopping e está tudo
resolvido. Tivemos que tomar alguns
cuidados nesse sentido.
Canal SRL: E o que facilitou?
Vanessa Sandre: Felizmente, fui
muito bem recebida e consegui apoios
ou descontos. Tudo isso foi muito sig-
nificativo para a realização do “Nuvem”.
Independente de qualquer coisa, a
simpatia e acolhimento que tivemos
foi o mais importante para que o filme
se concretizasse. Não posso deixar de
fazer um agradecimento especial aos
que me ajudaram mais diretamente
nesse processo todo. Primeiro, à Dona
Irma, que nos cedeu sua casa para as
gravações. Em seguida, à Agreco. Finalmente, à Siuzete, que foi a minha ponte
principal com Santa Rosa de Lima.
Canal SRL: Como foi trabalhar com
“não-atores” de Santa Rosa de Lima,
como os irmãos Ricardo e Gustavo
Hasse?
Vanessa Sandre: Trabalhar com
crianças e adolescentes é sempre uma
experiência bacana, porque normalmente eles estão lá porque querem e
porque veem tudo como novidade. É
importante que a criança quando atua,
tendo ela experiência ou não, mantenha sempre a sua essência. Ao invés de
interpretar um personagem, é preciso
que ela traga o que há de mais natural
dela. Dizendo de outra forma, a criança
nunca deve imitar algo que não é natural dela. É claro que os impulsos e razões pelas quais os personagens estão
agindo são sempre estudados e nunca
se trata apenas de decorar a fala e entrar em cena. Mas o que importa, no
fim das contas, é que o jovem entenda
porque o seu personagem está agindo
daquela maneira e naquele momento.
E que interprete usando as ferramentas que tem, que são seu corpo e sua
voz, da forma mais natural possível. É
complicado falar de naturalidade quando se tem à frente uma câmera e mais
vinte pessoas atrás dela. Esse conjunto
esperando que o ator faça tudo certo
para não ter que repetir, fazer a cena
de novo. É por isso que o cinema é
tão desafiador. O Gustavo e o Ricardo
se saíram muito bem. Chegaram meio
tímidos, mas aos poucos foram se entrosando com a equipe. Foi ótimo trabalhar com os meninos. Eles foram
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EDITORIAL
muito responsáveis. O Gustavo até me deu dicas de
algumas expressões que são usadas no campo e que
acabaram entrando nas falas do personagem dele.
Isso é o mais legal de um set de filmagem. Toda essa
troca de experiências que acontece. Espero e acredito que a experiência para eles tenha sido tão especial
quanto foi para mim.
Canal SRL: Faria outras locações por aqui, em
projetos futuros?
Vanessa Sandre: Se eu fizer outro filme que se
passe no interior, com certeza farei novamente em
Santa Rosa de Lima. Mas não sei se eu darei tanta
sorte de novo, achando um lugar como o sítio da
Dona Irma. O município está cheia de lugares lindos,
mas filmar exige uma série de requisitos. O primeiro deles é que o proprietário ceda o espaço para as
filmagens. E isso implica em deixar que uma equipe
inteira mexa na sua casa e a habite por alguns dias,
o que não é muito confortável, principalmente se é
onde você mora.
Canal SRL: O que este trabalho significou pra
você?
Vanessa Sandre: Para mim, é mais do que um
trabalho. É a realização de um sonho. Cinema parece simples, mas é algo extremamente complicado.
Escrevi o roteiro do “Nuvem” há quase dois anos e,
desde então, tenho buscado formas de concretizar o
filme. Fizemos as filmagens, mas o esforço ainda não
acabou. Agora, existe toda a etapa de pós-produção,
que deve durar mais uns três meses. Apesar de ter
trabalhado em vários filmes durante a faculdade,
essa é a minha estreia na direção. Então toda essa
experiência está sendo muito valiosa e enriquecedora para mim. Estou bem contente com o resultado
obtido até agora. Sou grata a toda a minha equipe e,
claro, aos grandes amigos que fiz em Santa Rosa de
Lima. Todos me ajudaram a realizar esse sonho.
Um resumo do filme Nuvem
Anos 1990, em um ambiente
rural de uma cidade do interior
de Santa Catarina, vive Franciely com sua mãe Irene. Ela é
uma criança criativa, o oposto
de sua mãe, uma mulher solitária e amargurada, que não mais
se permite sonhar. Em uma visita, tia Rose, muito querida de
Franciely, anuncia que vai fazer
uma viagem de avião e pergunta à menina o que ela quer
de presente. Franciely, inocentemente, pede um pedaço de
nuvem. A criança sonha com a
sua nuvem até o regresso da
tia, que lhe traz o presente dos
sonhos. Esse gesto, além de
trazer alegria a Franciely, mostra a Irene, sua mãe, como é
importante sonhar.
Vanessa Sandre ao centro com a atriz mirim e toda a equipe de “Nuvem”.
Diretor: Sebastião Vanderlinde
Diretora: Mariza Vandresen
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Fundado em 10 de maio de 2013,
dia do 51º aniversário de Santa Rosa de Lima
Jornalista Responsável: Mariza Vandresen
Diretor-executivo (Circulação, Comercial, Financeiro, Publicidade e
Planejamento): Sebastião Vanderlinde
Publisher (voluntário): Wilson (Feijão) Schmidt.
O Canal SRL chega a sua sexta edição. Para comemorarmos com você
este primeiro ciclo,
avançamos
mais
uma etapa. A partir
de outubro, lançaremos nossa edição
on-line. O jornal de
Santa Rosa de Lima
e dos santariosalimenses estará, desta forma, disponível ao mundo, através do link
www.canalsrl.com.br.
Completar meio ano pode parecer pouco.
Mas é muito quando significa o sinal da consolidação de um novo veículo de comunicação
e quando se constata que, nesse período, ele
confirmou uma postura independente dos poderes políticos e econômicos e uma sintonia
com os interesses do público. É muito quando
se levou, a cada leitor, uma informação limpa
e isenta.
Nesse meio ano, foi especial para nós da
Editora O Ronco do Bugio ver, a cada edição,
o Canal SRL sendo aguardado e bem recebido
pelos santarosalimenses. Foi notável ter o jornal acolhido e lido nas casas de todos os moradores de Santa Rosa de Lima, informando,
esclarecendo e ajudando a formar opiniões.
Foi importante vermos empresários e empreendedores locais reconhecendo o poder de
comunicação do Canal SRL e nele anunciando. Foi fundamental contarmos com a colaboração de dezenas de “colunistas” voluntários,
que são os principais pilares do nosso Canal
SRL.
Reforçamos que nosso jornal tem o papel
de prestar um serviço público. Nosso compromisso é com a informação precisa e com o respeito aos nossos leitores e as nossas fontes.
Tudo o que consta em nossas páginas foi apurado de forma jornalística. Qualquer informação publicada foi, é e será sempre confirmada.
Para dar voz àquele que lê o jornal, criamos
desde a primeira edição o Canal do Sr. Leitor.
Ficou claro que esse é um espaço aberto a
qualquer manifestação, inclusive para o questionamento ou à contestação.
Como afirmamos em nossa primeira edição, chegamos pra ficar e manteremos nossa
independência como esteio de nossa credibilidade e de nossa respeitabilidade.
O Canal SRL é uma publicação mensal da Editora O ronco do
bugio. Só têm autorização para falar em nome do Canal SRL os
responsáveis pela Editora que constam deste expediente.
Diagramação e Arte: Qi NetCom - Anselmo Dandolini
Distribuição: Editora O ronco do bugio
Tiragem desta edição: 1000 exemplares
Circulação: Santa Rosa de Lima (entrega gratuita em domicílio).
Dirigida, também, a prefeituras, câmaras e veículos de comunicação do Território das Encostas da Serra Geral e a órgãos do
Executivo e Legislativo estadual e federal.
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Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
AGROECOLOGIA
COMUNIDADE
SANTA BÁRBARA
Igor Bonetti
E o frio ainda persiste
O inverno neste pé de serra foi muito rígido. Este ano,
as geadas foram constantes e fortes. E, já entrando outubro, o frio ainda teima em não ir embora. As temperaturas aumantaram um pouco, mas não o suficiente para
que as pastagens deixem de ser escassas. Como o consumo de silagem para alimetar os animais foi bem alto,
resta bem pouco do que foi armazenado. E, enquanto o
calor não chega e a grama não cresce, os animais não
têm muito alimento natural para comer. Só resta torcer:
que as temperaturas aumentem logo.
Primavera molhada
A primavera chegou com muita chuva, dificultando os
trabalhos de plantio. Nossos agricultores se preparam
para o novo período de trabalhos. A hora é de preparar a terra para o plantio de milho e de outras culturas.
Esse grão é muito importante para mantermos nossos
animais bem alimentados. E a planta é essencial também
para a produção de nova silagem. Já está na hora de tudo
brotar, para assim termos uma “renovação” na natureza.
Festa no interior
No último final de semana de setembro, uma festa
movimentou a nossa Santa Bárbara. Os anfitriões foram
Wilmar e Claudiane, que receberam dezenas de amigos
no sítio deles, aqui no pé do paredão das Encostas.
Era chuva que Deus mandava, mas ninguém desanimou. No sábado, logo pela manhã, uma ovelha e um costelão de boi foram colocado para assar. Segundo os presentes, o mais suculento churrasco já servido por aqui.
Talvez, o som do gaiteiro Michel Wiggers tenha contribuído para essa ideia. No domingo, o cardápio foi a famosa
feijoada preparada por Isaltino Bonetti, sua esposa Edite
e seus assistentes. Como sempre, regada com muita cerveja. E, desta vez, também com vinho.
Como se sabe, as opções de encontros nos finais de
semana por aqui são poucas. Há a celebração religiosa e
a cancha de bocha. Por isso, muitos moradores da comunidade participaram da festa no sítio. Que transformou
um final de semana com chuva e com frio, em um ótimo
momento.
Isaltino e sua famosa feijoada.
Agricultores da SRL participam de
seminário estadual de agroecologia
Seminário reuniu cerca de 600 participantes.
O Seminário Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica, realizado em Florianópolis,
nos dias 13 e 14 de setembro, reuniu cerca de 600 participantes. Santa Rosa de Lima esteve presente com uma comitiva formada por técnicos e agricultores. Além disso, uma parte
da alimentação ficou a cargo da Acolhida na Colônia, que serviu 1800 cafés coloniais aos
presentes.
O seminário foi uma iniciativa
de Frente Parlamentar Mista pelo
Desenvolvimento da Agroecologia
e Produção Orgânica, coordenada
pela deputada federal Luci Choinacki. O principal objetivo foi debater
a agroecologia e suas políticas de
incentivo no Brasil e no estado de
Santa Catarina. Estiveram presentes representantes do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário),
da Eletrobrás, da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento),
além de prefeitos, vereadores e
lideranças da sociedade civil organizada.
Foram debatidos temas como
os impactos da agricultura familiar
nas comunidades rurais; agroecologia e os desafios da assistência
técnica; e políticas públicas: Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE e Programa de Aquisição de Alimentos - PAA, e Política
Nacional de Agroecologia.
Além dos debates, foram realizadas oficinas de permacultura;
adubação verde e compostagem;
plantas medicinais; produção diversificada orgânica; árvore da
vida – moringa oleífera; criação de
abelhas nativas; a importância dos
alimentos para a saúde; agricultura
urbana; construção de bancos de
sementes; manejo de distúrbios
biológicos; circuitos curtos de comercialização de alimentos; e turis-
mo rural na agricultura familiar.
Volnei Luiz Heidemann, presidente da Agreco, relata que como
proposições do seminário ficaram
a disseminação do mesmo tipo de
evento nas regiões e municípios de
Santa Catarina e o fortalecimento
da Frente Parlamentar no estado. “Este seminário desencadeará
para o próximo ano catorze seminários regionais em Santa Catarina. E um deles deverá ocorrer na
Capital Catarinense da Agroecologia. A própria ministra Ideli Savati
assumiu a missão de levar todos
encaminhamentos à presidenta
Dilma Roussef”, conclui o representante da Agreco.
Acolhida na Colônia serviu 1800 cafés.
De Santa Rosa de Lima, além de
Volnei participaram Vitória Wiemes
Heidemann, Luiz (Loi) Schmidt, Jackson Baumann, Rafael Avelino e
Sebastião Vanderlinde. Rosângela,
Neiva, Dida, Leda, Salete, Cleuza,
Edite e Lucilene, responsáveis pelos cafés, também participaram
dos debates nas horas de intervalo.
O evento foi encerrado com a
participação da Ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti,
seguido do plantio pelos participantes uma muda de “moringa
oleífera”, considerada a árvore da
vida.
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
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Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
ZELAR
COMUNIDADE
NOVA ESPERANÇA
Jaqueline Tonn
Agricultura dos velhos tempos
A economia de nossa comunidade está, há
muito tempo, baseada na agricultura. Podemos
dizer que, antigamente, produzir e vender eram,
sempre, feitos com muitas dificuldades. Aliás, sem
transporte até uma vila ou pequena cidade, não
tinha muito o que se fazer. E era uma agricultura
na base da queimada. Era queimar e logo ir plantando. Depois, se desse tudo certo, colher. Para
o próprio sustento e, se sobrasse alguma coisa,
para a venda.
Com o passar do tempo, tudo aqui cresceu e
se tornou mais amplo. Tudo foi se tornando mais
fácil. As pessoas tiveram mais acesso a informações, fossem elas boas ou ruins. Nesse processo,
por volta da década de 1970 vieram para estas paragens os agrotóxicos, para combater as pragas,
as doenças e, depois, os inços. Muitos agricultores
foram ficando dependentes destes “venenos”, afinal, eles ajudavam muito a poupar mão de obra.
Àquela época, a maioria das famílias eram produtoras de fumo e não se dava opções para se
fazer diferente. Os agricultores foram percebendo que, ao mesmo tempo em que o agrotóxico
era uma solução, era também uma destruição da
própria vida deles e de suas famílias. Além disso,
a cada safra, os investimentos altos se combinavam com os riscos dessa cultura. Tendo realizado
financiamentos significativos, muitos produtores
acabaram se endividando em bancos.
Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente de SRL
Bullying... O que é isso? O que
fazer?
Bullying (do inglês bully, que significa valentão) caracteriza atos de
violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados
por um indivíduo ou por grupos
causando dor e angústia, sendo
executadas dentro de uma relação
desigual de poder. Hoje o Bullying
é reconhecido como problema
crônico nas escolas, e com consequências sérias, tanto para vítimas,
quanto para agressores.
As formas de agressão entre
alunos são as mais diversas, como
empurrões, pontapés, insultos,
espalhar histórias humilhantes ou
mentiras para implicar a vítima em
situações vexatórias, inventar apelidos que ferem a dignidade, captar
e difundir imagens, inclusive pela
internet, ameaçar por mensagens
e, de forma geral, criar exclusão.
Entre os meninos, os tipos de danos são mais de cunho físico. Os
agressores costumam ameaçar,
meter medo em suas vítimas. Já
as meninas agressoras costumam
É igual a orgulho
Por tudo isso, sentimos orgulho de nossa comunidade. Temos empreendimentos e conhecimentos que vêm de décadas e garantem o futuro das famílias que aqui moram. Queremos,
cada vez mais, gerar benefícios para Santa Rosa
de Lima. Desejamos fazer a diferença e ajudar a
construir o futuro.
A responsabilidade dos pais
Se os pais permitem ou reforçam abertamente a agressão, é
possível que as crianças se comportem agressivamente em casa
e, por generalização, em outros
lugares em que sintam ser os ataques, provocações ou hostilidades
permitidos, esperados ou, até, encorajados. A presença de um adulto permissivo favorece a expressão
do comportamento agressivo. A
família ideal seria aquela na qual
predominassem o amor, o carinho,
a afeição e o respeito. Mas nem
sempre isso acontece. Nesses casos, muitas crianças e jovens se
desvirtuam e passam a reproduzir
o que aprendem com seus familiares.
O papel dos professores
Os educadores devem estar
atentos. É possível observar com
atenção o comportamento dos
alunos, dentro e fora de sala de
aula. E se pode perceber se há
quedas bruscas no rendimento escolar. Outro papel importante é incentivar a solidariedade, a generosidade e o respeito às diferenças,
através de conversas, trabalhos
didáticos e até de campanhas de
incentivo à paz e à tolerância. É indispensável que dentro da sala de
aulas reine um ambiente favorável
à comunicação entre os estudantes. Caso alguma criança ou adolescente reclamar ou denunciar o
bullying, o professor deve imediatamente comunicar à direção da
escola.
Rede AGRECO
Mais agricultura dos novos tempos
Com a chegada da produção orgânica na comunidade de Nova Esperança, muitas famílias
que usavam insumos químicos de síntese acabaram tendo a oportunidade de uma vida melhor
na produção agrícola. A agricultura familiar orgânica transformou a comunidade de forma geral,
ajudando-a a crescer cada dia mais. Hoje, podemos dizer que evoluímos muito devido ao sistema
orgânico de produção e que ele foi além de uma
forma de avanço, um alivio para os trabalhadores
rurais. Poder deixar de lado os venenos e investir
no que traz bons ganhos foi muito bom.
Mais o fortalecimento da diversificação de
atividades
Não podemos deixar de lado outras fontes de
renda que estavam presentes na comunidade e
que se transformaram. São exemplos a madeira e
a cerâmica de tijolos. Na cerâmica, antes, era tudo
braçal, ao mesmo tempo em que a atenção e a
habilidade da família eram determinantes para o
sucesso do empreendimento. Por isso, toda família de Valdemar Erico Tonn se dedicava ao máximo
para que tudo ocorresse “nos conformes”. O tempo foi passando e houve ampliação e modernização da atividade, que se tornou a principal renda
da família. Com esse crescimento, a cerâmica se
tornou muito importante tanto para a comunidade quanto para o município de Santa Rosa de
Lima.
espalhar rumores mentirosos ou
segredos para causar mal-estar,
como também ameaçar. Tanto
para os rapazes quanto para as
garotas, as ameaças podem vir
acompanhadas de chantagem
para obter dinheiro.
As vítimas e os agressores podem sofrer consequências psicológicas desta situação de abuso.
Normalmente, o que acontece é
que todas as atenções dos responsáveis se voltam para o agressor,
visto como um marginal em potencial. A vítima, em geral, é esquecida.
Volnei Luiz Heidemann | Adilson Maia Lunardi
Cooperagreco reorganiza calendário de produção
em função da Copa 2014.
A Copa do Mundo de Futebol
de 2014 deve alterar o calendário de férias no Brasil. A previsão
é de que escolas e universidades
retornem mais cedo às aulas para
aumentar o período de recesso
durante os jogos. Este fato gera
a necessidade de reorganizar o
calendário de produção dos associados, assim como a estratégia
de comercialização da Cooperagreco.
No período mais quente do
verão, entre dezembro e fevereiro, os plantios eram restritos para
evitar perdas com o calor excessivo. Como nesta época, tradicionalmente, não tem aulas, os produtos para alimentação escolar
eram planejados para entregas
somente a partir de março.
Buscando preparar-se para
o ano da copa, a Cooperagreco
lançou uma linha institucional
de produtos orgânicos que será
ofertada em restaurantes no litoral catarinense. O objetivo é conquistar novos clientes e manter
o atendimento regular durante
o verão, quando é grande a presença de turistas nas praias de
Santa Catarina. Este movimento
compensará as férias escolares
e poderá manter a estrutura de
produção mobilizada para o início
das aulas ainda no início de fevereiro.
O desafio é grande. Será necessário planejar a produção em
áreas com irrigação, sombreamento ou situadas em comunidades mais “altas” e com clima
mais ameno. Neste último caso,
abre-se uma nova janela de oportunidades para os associados que
têm suas propriedades mais próximas do “paredão” das Encostas
da Serra Geral.
A boa nova é que clientes já
demonstraram interesse e devem
iniciar as compras em breve.
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
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EDUCAÇÃO
COMUNIDADE
MATA VERDE
Ações educativas para o trânsito
A Semana Nacional do Trânsito foi referenciada em Santa Rosa de Lima com ações
de educação e conscientização. A programação foi realizada com a colaboração do
Conselho de Segurança Comunitário (Conseg) Polícia Militar de Santa Rosa de Lima, 5º
Batalhão da Polícia Militar de Tubarão e escolas municipal e estadual foram realizadas
palestras e distribuição de materiais impressos sobre educação no trânsito.
Devido ao grande número de
acidentes graves causados pelo
uso de álcool pelos motoristas, neste ano o tema da Semana foi “Álcool, outras drogas e a segurança no
trânsito: efeitos, responsabilidades
e escolhas”. O vereador e membro
do Conseg, Salésio Wiemes destaca
a importância do tema e a participação dos envolvidos. “É importan-
te parabenizar o trabalho realizado
pelos alunos do Aldo Câmara que
fizeram uma “blitz de conscientização”, entregando panfletos educativos aos motoristas que trafegavam
na Germano Hermesmeyer, também o apoio dos policiais militares
e principalmente o trabalho e a
dedicação do policial Maxwel do 5º
Batalhão, que com suas palestras,
prendia a atenção de todos, desde
crianças até adolescentes”. A Semana Nacional do Trânsito é uma
comemoração anual que ocorre
sempre entre os dias 18 e 25 de setembro. Estabelecido pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran),
o evento tem o objetivo de mobilizar o Brasil para as causas ligadas
ao trânsito.
OBITUÁRIO
Voz suave e doces conselhos que
deixam saudades
Dona Hilda do seu Daniel Schulz; assim essa senhora mais que simpática era conhecida por todos. Hilda Fermino nasceu em 22 de setembro de
1923, em Braço do Norte. Filha de Afonso João Fermino e Luiza de Jesus foi
adotada, ainda pequena, pela família de Seu João e Dona Diba Bianchini.
Casou-se com seu Daniel lá mesmo, em Braço do Norte. Depois do matrimônio, viveram pouco tempo no bairro Corujas. Logo, ainda bem jovens,
vieram morar em Santa Rosa de Lima, que os acolheu como se fossem filhos desta terra. Aqui, prosperaram com um comércio e beneficiamento de
madeiras. Da união dos dois, nasceram onze filhos: Djalma, Dailson, Dalcio,
Augusto, Silvio, Carlos, Afonso, José, Teresinha, Valter e Edson.
Em 2005, o casal deixou nosso município, para residir com o filho
Djalma, em Rio Fortuna. Sempre que podia Dona Hilda voltava. E
dizia que a mudança tinha sido boa. Mas as amigas podiam perceber, naqueles olhos negros, réstias de saudades de seu lar santarosalimense. Ficou viúva e viveu seus últimos tempos na casa da
filha Teresinha, em Leoberto Leal.
O maior desejo de Dona Hilda era comemorar mais uma grande festa com todos os amigos e familiares aqui em Santa Rosa de
Lima, como fez em suas Bodas de Ouro. Exatamente no dia do
nonagésimo aniversário, durante uma comemoração reservada
com seus parentes, Dona Hilda despediu-se de seus amigos e
familiares. Faleceu a mãe zelosa e a mulher carinhosa e mui-
to religiosa. Foi uma guerreira, pois em nenhum momento
de sua vida fraquejou, superou com força, determinação,
honestidade e coragem todos os obstáculos que a vida lhe
proporcionou e nunca se entregou. Ficam para sempre a
amizade e os conselhos que distribuiu com generosidade.
Kátia Vandresen | Ronaldo Michels
Apostando em alternativas rentáveis e sustentáveis
A Comunidade da Mata Verde tem sido um polo de
apoio para o desenvolvimento de projetos que visam
à sustentabilidade da natureza. O Curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
em parceria com a Universidade de São Paulo (USP)
e a instituição alemã Silvinet, desenvolvem, em algumas propriedades do município, três projetos pilotos:
“Cerca de palanque vivo”; “Silvi pastoril” e “Agroecologia e Pagamento de serviços ecossistêmicos”. Coordenados pelos professores da UFSC Abdon Schmidt e
Celso Fantini são participam destes projetos, Andréia
Castelo Branco, aluna de Doutorado na USP, Darci Piton Filho, engenheiro agrônomo, Bruna Vandresen,
Luiz Fernando Battisti e Juliano Gelsleuchter Lohn,
alunos do curso de agronomia da UFSC. Como colaborador local, atua aqui no município o técnico em
agropecuária Bertilo Vandresen (Tilico).
Cerca de palanque vivo
Tem como base a reprodução de espécies de árvores nativas a partir de galhos de plantas já adultas
(Aroeira, Tucaneira, Pau Jacaré). Estas árvores serão
posteriormente utilizadas como mourões vivos na
construção das cercas para o piqueteamento das
pastagens em propriedades produtoras de leite. A
derrama (poda) do palanque vivo gera material para
a produção legal e sustentável de carvão vegetal, garantindo assim mais uma fonte de renda para os agricultores.
Silvi Patoril
Com o objetivo de proporcionar sombra para os
animais e garantir o bem estar deles, faz-se a plantação de espécies de árvores nativas em pastagens
de propriedades produtoras de leite. Mais uma vez, a
derrama (poda) é permitida para a produção de carvão. Entre as espécies plantadas está a palmeira nativa Jussara. Com os frutos dela é possível produzir um
suco que tem características muito próximas daquele
obtido do primo-irmão mais famoso, o Açaí. Essa matéria prima tem, por isso, boa aceitação no mercado.
Projeto Agroecologia e Pagamento de Serviços
Ecossistêmicos
De autoria da estudante de doutorado da USP,
Andréia Castelo Branco, este projeto se integra aos
anteriores ao incluir a perspectiva de remuneração
com foco no “sequestro de gás carbônico da atmosfera”. Dizendo de outra forma, como há, hoje, uma
preocupação com o excesso de gás carbônico no ar,
porque gera o aquecimento do planeta pelo aumento do “efeito estufa”, se considera importante favorecer oportunidades de renda que contribuam para a
absorção de grandes quantidades desse gás (CO2).
Como uma das boas formas de fazer isso é plantando
árvores e preservando a natureza, fica fácil entender
como esta inciativa completa as duas primeiras.
Plantio de cerca viva.
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Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
ENERGIA ELÉTRICA
Tensão fora da praça
A empresa Linhas de Transmissão do Vale continua a instalação da nova rede de transmissão de energia elétrica em Santa
Rosa de Lima. Faz isso juntamente com a PCH Santa Rosa e
com o acompanhamento da Cooperativa de eletrificação rural –
Ceral. No coração central da Germano Hermesmeyer, o embargo
realizado pela prefeita municipal sobre a passagem da rede por
ali ainda vigora. Os envolvidos aguardam que o Ministério Público
apresente um Termo de Ajuste de Conduta – TAC.
Munido de um projeto elaborado
na gestão anterior, o secretário de
obras Bertilo Heideman esclarece que
para a retirada do embargo é necessário que a empresa faça melhorias na
acessibilidade e segurança nas áreas à
frente do Centro Educacional de SRL
e do Salão Velho. “Em breve devemos
entregar um projeto à empresa e esperamos que ela o execute. Vamos
aproveitar um projeto que já existia
do governo Celso. A Amurel deve fazer
alguns ajustes e adequá-lo às exigências da legislação sobre passagens da
rede”, concluiu o gestor municipal.
O projeto mencionado remodela o
espaço que compreende a frente do
Centro Educacional e parte da frente
do centro de convivência do idoso (Salão Velho) e prevê o recuo do muro,
um abrigo para os estudantes e uma
passarela coberta até a entrada da escola. Na frente do salão, a calçada será
removida e substituída por rampas de
acesso. Segundo o secretário, essa
melhorias facilitarão a acessibilidade
e são indispensáveis à passagem da
nova rede.
Alternativa ou complemento?
Com relação à passagem da rede
por “fora da praça”, com obras na estrada que leva ao Rio do Meio, a Ceral
explicou que isso já estava previsto
anteriormente. “A rede na estrada geral do Rio do Meio precisava ser feita,
tanto para os associados que moram
no trajeto, quanto para todos os outros moradores, pois ela também servirá, caso a nova rede seja instalada
no percurso pretendido, para que não
ocorra o desligamento geral na linha
de transmissão até Anitápolis”, informa o engenheiro Ralf Ballmann. Que
completa: “Caso o embargo seja retirado, a rede deve passar mesmo pela
praça. No quadro atual, ela se projeta
pela estrada geral Rio do Meio e na altura da ponte, no sentido sul, avança
pela Germano Hermesmeyer”.
A Ceral acompanha as negociações
com todos os seus associados e moradores na faixa por onde passam essas
duas redes. “Todos os postes que ainda não foram colocados na faixa domínio já foram negociados com os moradores”. Em caso de desacordos, estão
sendo feitas alterações de locais. “É o
caso do poste fixado no terreno do
senhor João Heidemann. Como ele julgou uma imprudência fixar o poste no
local anteriormente escolhido, promoveu-se o reposicionamento”.
Com relação ao aguardado posicionamento do Ministério Público, a
reportagem do Canal SRL buscou contato com aquele órgão e foi informada que entrevistas e esclarecimentos
sobre a colocação dos postes da PCH
Santa Rosa só podem ser dados diretamente pela Promotora de Justiça titular Júlia Wendhausen Cavallazzi, que
está de férias e retorna no dia 8 de
outubro. A reportagem tentou, também sem sucesso, contatar o representante da PCH Santa Rosa, Luciano
Quadros.
Rede na estrada geral Rio do Meio.
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Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
Meine Meinung Minha Opinião
Wilson Feijão Schmidt
Há dez anos escolhi Santa Rosa de Lima para
morar. Município pequeno, tendo em conta o número de habitantes, mas maravilhoso e grande.
Por que digo isto? Bom, analisemos: temos um
balneário de águas termais excelente, nas nossas
torneiras corre água mineral, temos uma experiência de organização da agricultura familiar orgânica
(Agreco) que já acolheu estudantes e estagiários
de diversas partes do mundo (Canada, Estados
Unidos, França, Itália e vários países da América do
Sul), somos denominados de Capital da Agroecologia, existe uma associação de agroturismo modelo para o país: a Acolhida na Colônia. Funciona,
também, desde o ano passado, um curso superior
da UFSC, que permite uma ótima preparação para
nossos jovens.
Todas estas conquistas fazem de nossa Santa
Rosa de Lima um grande município. E isso nos enche de orgulho. Então, como entender o desprezo
da companhia TCL com o que deveria ser um serviço de ônibus? Como é sabido, há bastante tempo
ela suspendeu a linha Santa Rosa de Lima - Braço
do Norte, alegando que o número de passageiros
não era suficiente para mantê-la. Eu própria sou
testemunha de que esse argumento não é válido.
Viajei muitíssimas vezes nessa linha e constatei,
sempre, uma boa quantidade de passageiros.
Eu me pergunto: será que não existe um regulamento dentro da ANTT (Agência Nacional de
Transportes Terrestres) que nos ampare frente a
tal arbitrariedade? No caso da linha mencionada,
a que se considerar a facilidade que ofereceu o asfaltamento dos apenas 16 quilômetros até Rio Fortuna! E, agora, ainda estamos sendo indiretamente
ameaçados de perder a linha que nos une à capital
do estado.
Há alguns dias, solicitei às autoridades competentes que retomassem e refirmassem esta reivindicação em nome do nosso município. Confio
na competência e na dedicação delas e, desde já,
agradeço o esforço que, tenho certeza, elas farão.
De minha parte, me coloco pessoalmente à disposição para colaborações neste sentido.
Ana Reyes – Artista Plástica
A imprensa independente
e as pressões judiciais
No Brasil, a imprensa independente do interior tende a sofrer um novo tipo de
pressão. A “indústria de danos morais” aparece como uma ofensiva, pela via judicial, contra a liberdade de informação e opinião.
Quem paga o pacto?
Em pequenos municípios do
interior brasileiro, a relação poder
público-imprensa é muito pouco
democrática. Em geral, os donos
dos jornais são beneficiários dos
recursos públicos das prefeituras e
câmara de vereadores para a publicidade. Quase sempre, publicidade
de pessoas ou agremiações políticas e não efetivamente de temas de
interesse dos executivos ou legislativos municipais e, muito menos,
dos munícipes. Ao mesmo tempo,
os políticos estão sempre dispostos
a pagar por “notícia” positiva, desde
que usem, para os reembolsos, o
dinheiro público. Como os empresários da comunicação não julgam
suficientes os pequenos mercados
locais de anúncios e como a prioridade deles não é o interesse da
população mas os próprios lucros,
está dado o caldo de cultura para
um pacto que compromete a necessária e esperada independência
da imprensa. Basta uma “navegada”
nos sites de transparência e uma
olhada nos jornais de circulação
regional para confirmar a existência desse pacto e das “trocas” dele
resultantes.
Nanicos ou gigantes?
E o que acontece quando surgem algumas experiências independentes e que não desejam fazer
parte deste “esquema”? A primeira
tentativa é de desqualificá-las como
“imprensa nanica” ou a serviço “da
oposição” ou “de derrotados”. A
essa postura, contudo, pode se
contrapor uma publicação que
demonstra ser capaz de produzir
informação séria e de qualidade.
Um “canal” que ganha credibilidade e que se transforma em um
espaço respeitado para a veiculação de anúncios e propagandas do
comércio e da indústria locais, em
um volume suficiente para pagar
os custos de cada edição. Como o
objetivo desses editores independentes é prestar um serviço ao público e não ter lucro, tal equilíbrio é
julgado, por eles, suficiente. Então,
o ataque dos políticos ao exercício
livre do jornalismo e à liberdade de
opinião e informação entra em outro campo: o jurídico.
Judicialização da mídia
Começam as empreitadas ou as
escaramuças judiciais, realizadas
diretamente por políticos ou por
eles estimuladas, que têm como
objetivo final calar as publicações
que não se submetem a grupos
políticos ou de interesse. Como
nessas pressões judiciais em geral
é o dinheiro público que é utilizado, os poderosos esperam castigar ou, até, sufocar as publicações
independentes com o ônus financeiro da defesa. Ganha destaque,
nesse caso, a verdadeira “indústria
de danos morais”. Normalmente,
advogados que trabalham para as
prefeituras ou para as câmaras de
vereadores estruturam “linhas de
montagem” de processos de injúria,
calúnia e difamação. As ações judiciais são realizadas mesmo quando
os políticos e os advogados sabem
que as perderão, por serem casos
claros de crítica política e não de
delitos de opinião. Fazem isso porque a ação é um meio e não um
fim. Eles sabem que o simples fato
de ter que arcar com os custos da
defesa em processos judiciais já
representa um castigo severo para
quem vive exclusivamente de fontes lícitas de financiamento, como
a é o caso da imprensa independente. O que eles querem apenas
é criar embaraços.
Data Venia
Uso essa expressão latina muito ao gosto dos advogados – e que
quer dizer, simplesmente, “com a
devida licença” – para pedir permissão ao leitor para dizer que essa
pressão nem sempre “cola”. Primeiro, porque a justiça tem identificado a má fé presente em muitas dessas ações judiciais. Depois, porque
a inconsistência de algumas delas
só serve como ilustração da incompetência de quem as elabora. Finalmente, porque há gente disposta a
resistir a mais esse tipo de ataque
à democracia e à liberdade de expressão.
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Feira Multicultural no Aldo Câmara
As feiras de ciências sempre fizeram parte de uma programação especial nas escolas. Os
professores veem essas feiras como uma oportunidade para valorizar o saber científico e as formas de praticar ciência e produzir conhecimento. Ao mesmo tempo, os alunos despertam um
maior interesse por aquilo que é curioso, diferente. Afinal, experiências ganham vida e dão vida
à escola. Não foi diferente no dia 3 de setembro, na Escola de Educação Básica Professor Aldo
Câmara. A feira de ciências, este ano denominada de Multicultural, envolveu todos os professores e seus mais de 220 estudantes do ensino fundamental e médio.
Foram realizadas apresentações culturais, mostras
de trabalhos com material reciclável, hortas verticais,
produção de sabão, velas e papéis, entre tantas outras
experiências. Dois trabalhos foram selecionados por
uma comissão para representar a escola na Feira Regional de Ciências e Tecnologias Sustentáveis, que ocorreu
no dia 20 de setembro, em São Ludgero. Uma mini usina termoelétrica a vapor, projeto desenvolvido pela segunda série noturna do ensino médio, coordenado pela
professora e regente Neuza Loch Roecker, e o projeto
de Inclusão Social “Abraçando as diferenças”, apresenta-
do pela oitava série vespertina e coordenado pela professora Naiana Boeing.
O projeto de inclusão social teve como principal
objetivo sensibilizar a comunidade escolar para o reconhecimento e a aceitação das diferenças despertando
o compromisso de amar sem distinção. Para Naiana
Boeing, pedagoga com formação em educação especial
no ensino da Língua brasileira de sinais (libras), não é
difícil praticar a inclusão social na escola. “Hoje, contamos com muitos materiais didáticos e pedagógicos
adaptados para auxiliar a aprendizagem de alunos com
dificuldades especiais. É possível promover a acessibilidade, a inclusão digital, desenvolver as habilidades da
cada ser especial. Com isso, melhoramos a qualidade de
vida dele, a participação de todos é mais democrática.
E aumentamos as expectativas de vida, de renda e de
educação desses cidadãos. Com o nosso trabalho queremos promover os direitos humanos contribuindo para
um desenvolvimento mais sustentável”.
Para a diretora de escola Eliete May da Rosa, a feira
superou as expectativas. “Foi um estímulo aos estudantes. A inclusão e o envolvimento dos alunos nos surpreenderam bastante. Todos colaboraram e participaram
das atividades. Ficamos satisfeitos, também, com a comunidade que veio nos visitar. Os relatos e as próprias
expressões dos familiares demonstraram o quanto eles
gostaram do evento”.
Na Feira Regional, a exposição foi visitada por todos
os alunos do Aldo Câmara. E houve a apresentação dos
projetos selecionados na nossa escola de educação básica. Para Natália Schlickmann, “foi muito legal” participar
das feiras, tanto em Santa Rosa quanto em São Ludjero.
“Nós apresentamos o trabalho ‘Abraçando as diferenças’. Foi muito bom, pois na categoria Ensino Fundamental e Ensino Médio, conquistamos o quarto lugar geral”.
“Tomara que no ano que vem tenha de novo” concluiu a
estudante, com um ar animado e esperançoso.
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
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AGRICULTURA FAMILIA
Sintraf-SRL será habilitado
para ser “canal facilitador de
crédito” do Banco do Brasil
Reunião na agência BB define os últimos detalhes.
O agricultor familiar
que buscar financiamentos de custeio ou de investimentos poderá, em breve, fazer toda a operação
a partir do escritório do
Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar
(Sintraf) de Santa Rosa
de Lima. Esta facilidade é
fruto da iniciativa da Federação dos Trabalhadores
na Agricultura Familiar (Fetraf) que, conveniada com
o Instituto de Cooperação
da Agricultura Familiar
(ICAF), formalizou credenciamento junto ao Banco
do Brasil. Com esta parceria, o Sintraf-SRL será habilitado pelo BB para ser
um canal de financiamento de créditos nas linhas
do Programa Nacional de
Apoio à Agricultura Familiar (Pronaf) e Crédito fun-
diário. Na última semana
de setembro, estiveram
reunidos para acertar os
últimos detalhes o coordenador, Luiz (Loi) Schmidt, e o diretor financeiro,
Salésio Wiemes, do Sintraf-SRL, Marcel Schmidt, técnico habilitado pelo ICAF e
o gerente da agência local
do BB, Ivandro Lessa.
“É para facilitar o acesso ao crédito”
É Ivandro Lessa quem
explica o sistema: “o BB
arruma parceiros e os cadastra para que possam
ser canais de facilitação.
A finalidade é viabilizar o
acolhimento de propostas
de financiamentos rurais
nas dependências do Sintraf-SRL, que será nosso
parceiro”. O gerente ex-
plica ainda que conforme
a normativa do banco, o
objetivo do canal facilitador de crédito é agilizar
a aplicação de recursos,
atender as políticas governamentais,
conferir
modernização tecnológica
e segurança nos processos, além de possibilitar
acompanhamento
das
propostas de crédito pela
entidade. E concluiu: “É
vantagem para o agricultor, para a entidade e para
o banco”.
Luiz (Loi) Schmidt concorda e julga a parceria
muito vantajosa. “É algo
a mais que o sindicato
apresenta ao associado,
prestando mais um serviço para ele. Há maior
proximidade com o agricultor e podemos proporcionar um atendimento
com maior exclusividade”,
afirmou o coordenador do
Sintraf-SRL. Outra vantagem apontada é ter mais
um técnico no município
credenciado junto ao BB.
“Em Santa Rosa de Lima,
apenas a Epagri tinha técnico com essa credencial.
Ter mais um profissional
representa maior possibilidade para os agricultores
familiares”. O engenheiro
agrônomo Marcel Schmidt
será o técnico credenciado através do ICAF junto
ao BB. Ele estará habilitado, desta forma, a confeccionar os projetos de
crédito junto ao banco. As
operações de Pronaf custeio não precisam de projeto técnico, mas eles são
indispensáveis para todas
as operações de Pronaf
investimento.
O funcionamento
O Banco do Brasil instala um aplicativo no computador do Sintraf-SRL e,
nesta plataforma, o sindicato preenche as informações e os documentos
necessários. A proposta
segue para o BB que avalia
a documentação e a capacidade de pagamento do
proponente. “Se a operação estiver de acordo com
as regras de cada linha, o
crédito pode ser liberado
dentro de poucos dias. Só
haverá algum atraso caso
ocorra alguma divergência
que precise ser ajustada”,
esclarece o gerente Ivandro Lessa.
CAPACITAÇÃO
Registro Fotográfico
Colunistas do Canal SRL, agricultores e estudantes, literalmente tiraram os dias 28 e 29 de setembro
para fotos. Estavam, todos, em um curso de fotografia básica ministrado pelo fotógrafo profissional
Alessandro Gruetzmacher. A promoção foi da Associação Acolhida na Colônia, que está preocupada em
melhorar os registros e o banco de imagens sobre
o trabalho dela e dos agricultores associados. As
Pousadas Doce Encanto e Vitória foram os espaços
escolhidos para a realização do curso. História da
fotografia, câmera fotográfica, lentes, controle de exposição, tipos de luz, composição e enquadramento
foram alguns dos temas estudados. Além disso, foram realizadas diversas práticas com muitas dicas de
como tirar a melhor foto.
COMUNIDADE
NOVA FÁTIMA
Alexandre Oenning Bittencourt | Valesca Weber
Dona Elisa, a parteira de Santa Rosa de Lima
Como setembro foi um mês importante na
vida de Elisabeth Weber Oenning, ao término
dele, vamos homenagear esta mulher guerreira e especial. Mais do que ter uma história de
vida, ela teve uma vida que ficou na história do
nosso município.
Mais conhecida como
“Dona Elisa a parteira”,
ela era enfermeira obstetra formada em Florianópolis. É preciso pensar
o que isso significava há
mais de sessenta anos.
Com essa formação, ela
foi responsável por ajudar centenas de santarosalimenses a virem ao
mundo. Elisabeth nasceu
no dia nove de setembro
do ano de 1933. Vinte
e quatro anos depois
(1957), no dia 14 em um mês de setembro, ela se casou com Martinho Antônio Oenning. Sempre viveu na
comunidade de Nova Fátima e tiveram oito filhos.
Era realmente uma pessoa batalhadora, quando
era chamada para atender as mulheres, não pensava
duas vezes, fizesse sol ou chuva, calor ou frio, noite ou
dia. “É preciso ir” ela dizia. E encilhava um cavalo e partia. Dizia que precisava respeitar o juramento que havia
feito: “Juro [como enfermeira obstetra] ser polivalente
e jamais deixar morrer uma paciente por falta de atendimento”.
Aos jovens é preciso lembrar as condições de isolamento daquela época. E muitas gestantes viviam em
comunidades bem distantes. Por isso, era arriscado esperar em casa sem poder ter a parteira por perto. Além
disso, por vezes, duas ou três mulheres tinham seus
partos previstos para um mesmo período. Dona Elisa
as acolhia, então, em seu próprio lar, transformando
sua casa numa verdadeira maternidade.
De 1954 até por volta de 1970, praticamente todas
as crianças que nasceram de parto normal em Santa
Rosa de Lima vieram à luz pelas mãos de Dona Elisa.
A parteira sempre levava sua maletinha com os remédios, uma balança e suas cadernetinhas de anotações.
Nela, registrava os dados de cada criança nascida. Infelizmente, hoje, não é mais possível saber quantos
partos ela acompanhou. Das suas cadernetas, só sobraram três. As outras se perderam.
E voltamos a setembro. No dia 23, fez exatamente
um ano e seis meses que ela partiu, deixando seu esposo e quatro dos seus filhos. Saudades!
É festa no Interior
Venha prestigiar a Festa de Igreja em Nova Fátima
Dia 20 de Outubro
Programação: 12:00 horas - Almoço Dançante, com
comida típica colonial e tarde animada com Musical KD.
Valor do ingresso: R$ 45,00 para o casal.
A Comunidade espera por todos e, desde já, agradece as presenças.
Erramos
Na edição passada, cometemos um engano, ao
citar Henrique Becker como o fabriqueiro incumbido
pela comunidade de levar o pedido da construção da
igreja ao bispo, em Florianópolis. Nossas desculpas à
família do senhor Henrique Roecker, que foi o verdadeiro autor da proeza. Pedimos perdão, também, a
toda a comunidade e aos leitores desta coluna.
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Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
Patrimônio Santarosalimense
Natureza preservada
e proposta de parque natural
Santa Rosa de Lima tem o privilégio de abrigar
uma área particular fantástica. São mais de 800
hectares contínuos de um remanescente de mata
atlântica. A quase totalidade desse terreno é composta por floresta primária. Uma pequena parte,
por mata secundária, mas com mais de quarenta
anos de regeneração. E é também uma área com
muitas nascentes e fontes de água, além de cascatas muito bonitas.
Esse patrimônio ambiental inestimável pertence
à Madeireira São Joaquim Ltda, que hoje é representada por Darci Antônio de Palma e Gil Chiodelli.
Mais do que muitas árvores nativas e muitas nascentes, a área abriga ainda boas histórias ligadas
ao Senhor Favorino Chiodelli, a sua esposa Lídia
Maria, aos parentes e sócios deles e à comunidade de Santa Bárbara.
Nosso município deve uma reverência maior a
Seu Favorino ou “Seu Fauro”, como era mais conhecido, que soube ver longe no início da década
de 1990. Depois, pouco antes de seu falecimento em 1998, ele afirmaria a seus parceiros de empreendimento e familiares: “preservem essa área,
porque, no futuro, alguma coisa boa vocês vão
colher dela”.
Seu Favorino, o “Tio Fauro”.
No mês em que se comemora
o dia da natureza (4 de outubro),
o Canal SRL resolveu tratar desse
patrimônio santarosalimense. Primeiro, para informar nossos leitores sobre esse tesouro existente (e
resistente) no município. Depois,
para retomar e reforçar a ideia de
transformar essa área em um parque natural. Esse foi um sonho do
“Tio Fauro” e um desejo claro de
Dona Lídia. Essa é a vontade maior
dos atuais doze herdeiros da “Fazenda Santa Rosa de Lima”. Agora,
é preciso uma mobilização dos santarosalimenses e de autoridades
municipais, regionais e estaduais
para que essa proposta avance e
se consolide. Os primeiros passos
dessa empreitada são um estudo
para a constituição do parque e
um levantamento de fundos que
permitam proporcionar uma justa
indenização a quem soube resistir
a propostas de venda ou de explorações predatórias e clandestinas
da madeira nativa ou da argila existentes na área. A empreitada de levar à frente a proposta do parque
natural certamente vale e valerá
a pena. É preciso que lideranças
comprometidas com o futuro de
Santa Rosa de Lima e com as vocações do município empunhem essa
bandeira. Quem se habilita?
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
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Depoimentos
As dificuldades
A gente não tem conseguido ter uma colaboração
efetiva por parte da fiscalização ambiental na preservação da fauna. Os caçadores entram na área sem
autorização, invadem, e matam animais. Por conta disso, muitas aves que nós víamos antigamente
por lá já não vemos mais. E também outros animais,
como tatús. Ou seja, enquanto nós nos esforçamos
para preservar, os caçadores aceleram a extinção dos
animais. Nós sempre entamos evitar que se caçasse
na área. Mas nisso não obtivemos sucesso. Também
houve pressões para que vendêssemos porções do
terreno para exploração da argila. Nós nos posicionamos contra. Porque as áreas usadas para extração
de argila viram um caos. Esse tipo de exploração é
um absurdo.
Darci e Regina Chiodelli.
Nossas fontes
Para a realização dessa reportagem, a equipe do
Canal SRL recebeu em Santa Rosa de Lima um belo
casal de primos Chiodelli, que habita em Passo Fundo
e faz o circuito: local de moradia, São Joaquim, Santa
Bárbara. Darci e Regina são casados e parecem mais
jovens do que indicam as datas de nascimento deles.
Falam com emoção do “Tio Fauro”, de quem lembram
como “uma pessoa com um astral fora do comum”,
um “otimista”, “brincalhão” e que “sempre estava de
bem com todo mundo”. Lentamente, eles foram retecendo a história da “Fazenda Santa Rosa de Lima”.
Darci fala pausadamente, sempre mantendo um
olhar firme por trás dos óculos de grau. Conhece profundamente essa história por ter vivido diretamente
com o Tio Fauro, a partir de 1979, a gestão da fazenda. Regina, por sua vez, fala alegremente. E sorri até
com seus olhos castanhos quando relembra histórias
antigas sobre as vindas de boa parte da família para
passar períodos curtos em Santa Rosa de Lima.
Um pouco de história
A Madeireira São Joaquim foi constituída em 1952,
no município de mesmo nome, por um grupo de empreendedores vindos do Rio Grande do Sul. Na vanguarda estavam os irmãos Favorino e Plácido, mais o
cunhado Santo Palma (casado com outra irmã, Dona
Virginia, ainda viva com 86 anos). Vinte anos depois,
em 1973, a empresa resolveu investir todas as suas
economias aqui em Santa Rosa de Lima. Em uma sucessão de compras, adquiriu aproximadamente mil
hectares, a quase totalidade deles com alta densidade de matas nativas. Ela visava à retirada de madeiras
nobres com alto valor comercial. Na época, a empresa planejou a instalação de uma serraria e fábrica de
tacos, que seria implantada onde hoje está a prefeitura. O plano de corte para o imóvel foi apresentado
ao Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal
(IBDF), em 1979, para cumprir procedimentos técnicos e legais exigidos àquela época. Esse plano foi autorizado e o IBDF licenciou o corte de “40.520 árvores
de madeiras brancas e de lei, da bitola de 0,40 metros
e acima, equivalentes a 47.429,587 metros cúbicos
em toras de madeira”. Pouco depois, contudo, os sócios resolveram adiar a instalação da serraria-fábrica,
assim como o início do corte. A opção estratégica foi
por findar primeiro “o remanescente de matéria prima” que a empresa tinha na região de São Joaquim.
Em uma parte da área da Fazenda Santa Rosa de
Lima, coberta com pastagens ou antes cultivada com
culturas anuais, os sócios decidiram iniciar reflorestamentos “com pinus e alguma coisa de eucalipto” e,
até, com pinheiro brasileiro.
Nova fase, a década de 1990
No início dos anos noventa, o foco da Madeireira
São Joaquim se volta novamente para Santa Rosa de
Lima. Tanto que, em 1992, a empresa rejeita uma importante oferta de compra pela área. Menos de um
ano depois, entretanto, o governo federal editou o
Decreto 750/93 que vedou o corte de árvores nativas
em áreas de mata atlântica. A empresa considerou-se
impedida de promover o aproveitamento econômico
das árvores existentes na sua área. Julgava um grande risco trabalhar na ilegalidade, rejeitou propostas
de “parcerias” para a exploração clandestina e impediu a produção de carvão na área. Nesse contexto, a
partir de 1995, a Madeira São Joaquim viu-se forçada
a encerrar suas atividades industriais e comerciais,
com todos os prejuízos decorrentes. “A partir dali a
gente só foi mantendo e preservando a área, na expectativa de que algum dia viesse a ser possível aproveitar aquela madeira. Com o passar do tempo fomos
vendo e entendendo que se aquela nossa área fosse
mantida e preservada intacta ela passaria a ter um valor ambiental até difícil de estimar. Então a gente vem
resistindo a ideia de exploração econômica”.
Dona Lídia
Depois da morte do Seu Favorino, em 1998, Dona
Lídia começou a realizar as visitas à Fazenda Santa
Rosa de Lima. Foi ela que passou a acompanhar e
monitorar a área. Ela sabia quando o Darci vinha de
Passo Fundo e já estava com a bolsinha dela pronta
para vir para Santa Rosa. Ela gostava muito daqui. E
conhecia todo mundo. Ela faleceu em setembro 2012
e nos faz muita falta.
Dona Lídia, Seu Favorino e seu Neto.
segue
14
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
segue
Patrimônio Santarosalimense
A vida na sede da fazenda
O Tio Favorino não ficava mais de trinta dias sem
vir aqui em Santa Rosa de Lima. E quando a gente
vinha, nós íamos na sede da fazenda e aquilo parece
que atraía a vizinhança. Todos iam lá fazer uma visita. E ele estava sempre disposto. Ou ele oferecia um
chimarrão, ou ele oferecia uma caipira, uma cerveja.
Na época não tinha luz e eles chamavam gaiteiros e
improvisavam uns bailezinhos no galpão. Então todo
mundo gostava de ir ali. Os encontros eram sempre
rodeados de conversas, com estórias disso e daquilo,
sempre alegres. Não tinha conversa triste.
Sede da Fazenda.
As relações
No trajeto pela colônia, [Favorino e Lidia] não passavam sem comprar coisas. A Tia Lidia gostava de dizer, aqui é que se pega melancia. Aqui é o melhor
queijo. Aqui se compra ovos. Nos últimos tempos ela
já comentava: olha aqui morava o fulano. Aqui, o sicrano.
E a gente, hoje, já não é assim. Deve ser por causa
da “correria”. Antes, eles interagiam mais. O pessoal
mais antigo se aproximava muito mais. O ritmo e a
perspectiva eram outras.
O caminhão de pinhões
Em 1979, ele carregou um caminhão Chevrolet
com pinhão e trouxe pra cá. Junto, veio uma equipe
de homens da serraria e ele botou todo mundo a
plantar pinhão. E plantaram... Os pinheirinhos nasceram, mas não desenvolviam. Com o passar do tempo
Tio Favorino disse: é não tem jeito. Em alguns talhões
desenvolveu e eles estão lá. Mas onde eles não cresceram, se passou a plantar pinus. Mas ele dizia que
queria que a araucária se desenvolvesse aqui. Onde
o solo é mais arenoso e onde há menos umidade ele
veio. Mas onde era argila e úmido, ele não vai.
Contribuições ao município
Ele [Favorino Chiodelli] ajudou o município quando ele comprou a área. Como a empresa tinha tratores de esteira e a estrada que dava acesso à fazenda
era quase intransitável, ele abriu a estrada toda de
Santa Rosa até Santa Bárbara por conta da empresa.
Ele bancou tudo, porque a prefeitura, àquela época,
não tinha ainda uma estrutura. Ele ajudou e aquilo
facilitou a vida de muita gente.
Ele deu uma contribuição significativa para Santa
Rosa. E ele gostava muito daqui. Ele tinha, na verdade, uma adoração por aquela área. Ele vinha para ali,
fazia um churrasquinho e convidava a vizinhança. Ele
estava, de fato, envolvido com Santa Rosa.
A orientação à preservação
Em 1992 nós tivemos propostas de empresas aqui
da região interessadas em comprar a floresta. Mas o
Tio Favorino resistia. Dizia: “não isso aqui vai ser para
o futuro”. E não concordou. E aí, em 1993, veio o Decreto 750, que inviabilizou a exploração da madeira
nativa. Logo depois, ele nos falou: “olha, já que não
dá, vamos preservar. Vamos deixar a área intacta. Ou
nossa área valerá por um todo, ou não valerá nada”.
Porque surgiam propostas, na época, de pessoas que
se interessavam em fazer a extração clandestina e ilegal. E ele nunca concordou com isso. Além de não ver
sentido, ele julgava que o risco final de ser pego pela
fiscalização seria dele, como proprietário. Aí se manteve a área intocada, sempre levando a risca aquela
orientação que ele nos passou.
Mapa da área da reserva
Legenda:
área de mata nativa
área de reflorestamento
O sonho do parque
Passamos a entender que a preservação para fins
ambientais é mais interessante. Por isso, passamos a
almejar a criação de um parque ambiental pelo poder
público, na expectativa que aconteça o pagamento
de uma justa indenização por tudo o quanto investimos, seja na aquisição da área, seja nos melhoramentos e benfeitorias realizados, seja na manutenção do
terreno, seja na preservação da flora e da fauna. Evidentemente, para isso é necessário uma avaliação
independente.
Nós teríamos um gosto imenso de que houvesse
alguma coisa nesse sentido [do parque natural]. Porque a gente poderá, então, dizer: olha, aquilo ali foi
da Madeireira São Joaquim, que pertenceu aos nossos pais e, hoje, é uma reserva ambiental que serve a
toda a comunidade da região. Seria muito gratificante
ver aquela área aberta a visitas e a atividades ligadas ao conhecimento. Isso teria, para nós, um valor
muito grande. E isso era um sonho do Tio Fauro. E,
depois, Tia Lidia aderiu à ideia. Nosso objetivo não é
buscar vantagens pessoais. Seria a realização desse
sonho. É claro que, com a criação do parque, a justa
indenização à família é uma necessidade. Iniciativas e
conversas já foram feitas em anos anteriores com a
administração municipal, mas os esforços do pessoal
da prefeitura, em Florianópolis e em Brasília, esbarraram em alguma coisa. Não foram conseguidos os
recursos para fazer os estudos iniciais para que as
conversações pudessem prosseguir.
ANO 1 - Nº 6 • Edição Mensal - Outubro/2013 • Jornal da Criança de Santa Rosa de Lima
Distribuição gratuita. Venda Proibida.
CHEGAMOS EM OUTUBRO... PARABÉNS: DIA 12 É SEU DIA!
NO DIA 12 DE OUTUBRO COMEMORAMOS, NO BRASIL,
O DIA DAS CRIANÇAS. PARABÉNS PARA VOCÊ E TODAS AS
OUTRAS CRIANÇAS DO MUNDO. E OLHA QUE VOCÊS SÃO
MAIS DE DOIS BILHÕES!
VOCÊ SABIA QUE NOS OUTROS PAÍSES O DIA DAS
CRIANÇAS É COMEMORADO EM MOMENTOS E DE FORMAS
DIFERENTES?
EM GRANDE PARTE DO MUNDO, COMEMORA-SE O DIA
DAS CRIANÇAS EM 20 DE NOVEMBRO, DATA NA QUAL, NO
ANO DE 1959, FOI APROVADA A DECLARAÇÃO UNIVERSAL
DOS DIREITOS DA CRIANÇA, UM DOCUMENTO MUITO
IMPORTANTE QUE DIZ QUE TODA CRIANÇA TEM DIREITO À
EDUCAÇÃO, AO AMOR E AO AFETO, AO LAZER, A UMA BOA
ALIMENTAÇÃO E MORADIA, ENTRE OUTRAS COISAS QUE
SÃO TÃO IMPORTANTES PRA SER UMA CRIANÇA FELIZ E
SAUDÁVEL!
MAS EXISTEM OUTROS PAÍSES QUE TÊM SEU DIA PRÓPRIO:
NA ÍNDIA É EM 14 DE NOVEMBRO; EM PORTUGAL E
MOÇAMBIQUE, DIA 1° DE JUNHO. NA NOVA ZELÂNDIA, O DIA
NÃO É FIXO: É SEMPRE NO ÚLTIMO DOMINGO DE OUTUBRO.
NO JAPÃO, OS MENINOS TÊM UM DIA (05 DE MAIO), E AS
MENINAS, OUTRO (03 DE MARÇO).
NO BRASIL, QUEM ESCOLHEU O DIA 12 DE OUTUBRO
PARA SER DAS CRIANÇAS FOI UM POLÍTICO, UM DEPUTADO
CHAMADO GALDINO DO VALLE FILHO, QUASE CEM ANOS
ATRÁS: NA DÉCADA DE 1920.
A FORMA DE COMEMORAR O DIA DAS CRIANÇAS TAMBÉM
NÃO É A MESMA NO MUNDO TODO! NA NOVA ZELÂNDIA,
A CADA ANO AS CRIANÇAS ESCOLHEM UM ANIMAL NATIVO
PARA HOMENAGEAR. NO JAPÃO, NO DIA DOS MENINOS AS
FAMÍLIAS EXIBEM CAPACETES DE GUERRA TRADICIONAIS,
E COMEM BOLINHOS DE ARROZ ESPECIAIS. NO DIA DAS
MENINAS, SÃO ORGANIZADAS FESTAS E EXPOSIÇÕES DE
BONECAS. AQUI NO BRASIL MUITAS CRIANÇAS GANHAM
PRESENTES. ESSA FORMA DE COMEMORAÇÃO NÃO COMEÇOU
NA ÉPOCA DO DEPUTADO GALDINO, MAS QUARENTA ANOS
DEPOIS, NA DÉCADA DE 1960, DEPOIS QUE UMA FÁBRICA DE
BRINQUEDOS SE JUNTOU COM UMA MARCA DE PRODUTOS
PARA BEBÊS, E FIZERAM UMA GRANDE PROMOÇÃO PARA
ESTA ÉPOCA DO ANO, INCENTIVANDO QUE AS FAMÍLIAS
DESSEM PRESENTES.
POIS É, EXISTEM MUITOS DIAS E FORMAS PARA
COMEMORAR O DIA DAS CRIANÇAS NO MUNDO. TAMBÉM
EXISTEM MUITAS FORMAS DE SER CRIANÇA NO MUNDO. O
CRIANÇA SRL DESTE MÊS É UM CONVITE PARA VOCÊ PENSAR
SOBRE ISTO!
MESMO JÁ FAZENDO MAIS DE 50 ANOS QUE A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA
CRIANÇA FOI APROVADA, MUITAS CRIANÇAS AINDA NÃO TÊM SEUS DIREITOS GARANTIDOS. A
MAIORIA DESSAS CRIANÇAS É MUITO POBRE. E POBREZA, NESSE CASO, NÃO SIGNIFICA NÃO
PODER COMPRAR UM CELULAR OU UM TÊNIS MAIS MODERNO. NO MUNDO, DUAS DE CADA
DEZ PESSOAS VIVEM COM MENOS DE DOIS REAIS POR DIA. COM ISSO, NEM SEMPRE DÁ PARA
GARANTIR ÀS CRANÇAS UMA BOA COMIDA, UM LUGAR PARA MORAR, ÁGUA POTÁVEL...
A MAIORIA DESSAS CRIANÇAS VIVE EM PAÍSES POBRES, SOBRETUDO NA ÁFRICA. MAS
HÁ TAMBÉM PAÍSES COMO O BRASIL, QUE NÃO SÃO TÃO POBRES, MAS ONDE HÁ MUITA
DESIGUALDADE: GENTE COM MUITO DINHEIRO E GENTE COM MUITO POUCO DINHEIRO.
HÁ TAMBÉM CRIANÇAS QUE NÃO TÊM SEUS DIREITOS GARANTIDOS POR VIVEREM EM LUGARES
ONDE ESTÃO ACONTECENDO GUERRAS, PRINCIPALMENTE NO ORIENTE MÉDIO...
México: esse é Abel
posando com todos
os seus brinquedos.
Ele mora em uma
pequena cidade
do México e gosta
muito de brincar de
carrinho.
Alaska: Esse é
Calum com seus
brinquedos
preferidos. Ele
tem quatro anos,
e vive no Alaska,
onde é muito frio
e há muita neve.
Haiti: essa é a
Bethsaida, ela mora
em Porto Príncipe,
no Haiti, e há dois
anos sua casa foi
destruída por um
grande terremoto.
Ela mora em um
abrigo e todos os
seus brinquedos
vieram de doações.
Bethsaida quer ser cabelereira e gostava de
treinar em sua boneca, mas seu irmão cortou os
cabelos desta.
Costa Rica: esse é
o Teynor. Ele mora
pertinho do mar,
na Costa Rica, e seu
pai é um apaixonado
por carrinhos miniatura, tem mais de 200. Teynor
acabou de começar sua própria coleção!
BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS PELO MUNDO
COMO FALAMOS ANTES, EXISTEM MUITAS FORMAS DE SER CRIANÇA NO MUNDO. ESSAS FORMAS
INCLUEM OS DIFERENTES IDIOMAS QUE SE FALA, OS JEITOS DE MORAR E SE VESTIR, A ALIMENTAÇÃO,
AS TRADIÇÕES... E TAMBÉM OS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS PREFERIDOS. VEJA ABAIXO UM GRANDE
MAPA DO MUNDO E UM POUCO DAS FORMAS DE BRINCAR DE CRIANÇAS DE DIFERENTES LUGARES! AS
FOTOS SÃO DE UM ARTISTA CHAMADO GABRIELE GALIMBERTI (LEIA O BOX!) E RETRATA AS CRIANÇAS
COM SEUS BRINQUEDOS PREFERIDOS.
Gabriele Galimberti
As fotos das crianças com seus brinquedos preferidos
fazem parte de um projeto chamado Toy Stories (Histórias
de Brinquedo, em inglês), do fotógrafo italiano Gabriele
Galimberti. Ele passou 18 meses (um ano e meio) viajando
pelo mundo para fotografar mais de 30 crianças de
diferentes países com seus brinquedos preferidos. O
fotógrafo disse que percebeu diferenças, e que os
brinquedos preferidos e a forma como se relaciona com
eles refletem muito o ambiente em que cada criança vive.
Mas também percebeu semelhanças, como por exemplo
um menino dos Estados Unidos e uma menina africana
que acreditavam que seus dinossauros de plástico os
protegem dos perigos.
Brasil:
você! Quais seus
brinquedos e
brincadeiras
preferidos?
Alemanha: uma brincadeira que é muito popular entre
as crianças alemãs parece-se com o nosso escondeesconde, mas ao avesso. Neste jogo, apenas uma criança
se esconde e todas as outras procuram. Quem encontra
a criança escondida fica junto com ela no esconderijo,
que vai se enchendo até sobrar uma só criança, que será
a próxima a se esconder.
Itália: Essa é Alessia. Ela cresceu em
uma fazenda no interior da Itália e
ama ajudar os avós trazendo comida
para as vacas com seus brinquedos
preferidos
Líbano: Esse é Taha, ele
nasceu na Palestina mas sua
família precisou se refugiar
no Líbano. Taha não teve
dúvidas para dizer qual seu
brinquedo preferido, porque
este carrinho é seu único
brinquedo.
Japão: o jô-quem-pô é
muito popular neste país.
As crianças brincam como
aqui, fazendo gestos que
representam papel, pedra ou
tesoura. A diferença é que
lá do outro lado do mundo
elas gritam “jan-ken-pon!”
China: Essa é Cun Zi Yi,
ela acabou de fazer três
anos e já ganhou muitos
brinquedos. Brinca com
todos e não sabe dizer qual
seu preferido.
Filipinas: Jaqueline tem muitos
brinquedos, e seu preferido
é uma boneca da Sininho que
ganhou de sua melhor amiga.
Seu pai é fotógrafo de moda e,
quando crescer, ela quer ser
modelo.
Índia: Shaira vive em
um apartamento no
18º andar, de onde
vê toda a cidade.
Seus brinquedos
preferidos são os
jogos de tabuleiro
Zambia: Essa é Maudy, ela nasceu em um pequeno vilarejo do
Zambia, onde não há nenhuma loja, restaurante ou hotel. Por isso,
as crianças não costumam ter brinquedos, e brincam na rua. Mas
Maudy e seus amigos tiveram a sorte de encontrar na rua uma caixa
cheia de óculos, que deve ter caído de um caminhão. Então, esse se
tornou o brinquedo deles!
Botsuana: essa é a Botlhe com seu
único brinquedo, o macaco. Ela mora
em uma comunidade em que há apenas
um banheiro para cada quatro famílias.
Botlhe tem muitos amigos e gosta
mesmo é de brincar na rua com eles!
Austrália: esse é o Lucas e
seu sonho é trabalhar no
metrô (um trem embaixo
da terra). Seus brinquedos
preferidos são os trens.
UM E SETE
(Conto de Gianni Rodari)
CONHECI UM MENINO QUE ERA SETE MENINOS.
SEU NOME ERA PAOLO, VIVIA EM ROMA E SEU PAI ERA CONDUTOR DE BONDE.
MAS TAMBÉM VIVIA EM PARIS E SE CHAMAVA JEAN E SEU PAI TRABALHAVA NUMA FÁBRICA DE AUTOMÓVEIS.
TAMBÉM VIVIA EM BERLIM E ALI SEU NOME ERA KURT E SEU PAI ERA PROFESSOR DE VIOLONCELO.
MAS ELE TAMBÉM VIVEU EM MOSCOU, SEU NOME ERA YURI COMO GAGARIN, E SEU PAI ERA PEDREIRO E ESTUDOU
MATEMÁTICA.
TAMBÉM VIVIA EM NOVA YORK, SE CHAMAVA JIMMY E SEU PAI ERA DONO DE UM POSTO DE GASOLINA.
QUANTOS FORAM? CINCO.
FALTAM DOIS. UM SE CHAMAVA CHU, VIVIA EM XANGAI E SEU PAI ERA PESCADOR.
E O ÚLTIMO SE CHAMAVA PABLO, MORAVA EM BUENOS AIRES E SEU PAI PINTAVA CASAS.
PAOLO, JEAN, KURT, YURI, JIMMY, CHU E PABLO ERAM SETE, MAS ERAM SEMPRE O MESMO MENINO. TINHA OITO
ANOS, SABIA LER E ESCREVER E JÁ SABIA COMO MONTAR A BICICLETA SEM SEGURAR O GUIDOM.
PAOLO TINHA CABELO CURTO, JEAN ERA LOIRO, KURT É CASTANHO, MAS ELES ERAM O MESMO MENINO.
YURI TINHA A PELE MUITO BRANCA, CHU TINHA PELE AMARELA, MAS ELES ERAM O MESMO MENINO.
OS FILMES QUE PABLO VIAM ERAM EM ESPANHOL, ENQUANTO JIMMY VIA EM INGLÊS, MAS ERAM O MESMO MENINO.
ELES RIAM NO MESMO IDIOMA.
AGORA OS SETE SÃO CRESCIDOS
E JÁ NÃO PODEM DECLARAR GUERRA
PORQUE OS SETE SÃO O MESMO HOMEM.
ROMA, PARIS, BERLIM,
MOSCOU, NOVA YORK,
XANGAI, BUENOS AIRES...
VOCÊ SABE EM QUE PAÍSES FICAM
AS CIDADES EM QUE OS MENINOS
MORAVAM?
ROMA É UMA CIDADE DA ITÁLIA;
PARIS FICA NA FRANÇA;
BERLIM, NA ALEMANHA;
MOSCOU, NA RÚSSIA.
ESSES QUATRO PAÍSES FAZEM PARTE
DO CONTINENTE EUROPEU.
NOVA YORK É UMA CIDADE DOS
ESTADOS UNIDOS, NA AMÉRICA DO
NORTE.
XANGAI FICA NA CHINA, NO
CONTINENTE ASIÁTICO.
BUENOS AIRES É A CAPITAL DA
ARGENTINA, AQUI BEM PERTINHO
DE NÓS, NA AMÉRICA DO SUL.
UFA, QUASE DEMOS A VOLTA AO
MUNDO!
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
15
Família SRL
Adolfo Wiemes
Educando em família
O dia 12 deste mês de outubro é o “dia das crianças”. Lamentavelmente, também essa data
acabou sendo transformada em
apenas mais oportunidade para a
indústria e o comércio venderem.
Você sabia que só no natal eles
vendem mais do que no dia das
crianças? Porque esse dia é visto,
pelos familiares, apenas como um
momento de dar brinquedos e
outros presentes. Quero, por isso,
lembrar que mais importante para
as crianças é ter o pai e/ou a mãe,
assim como a família, presentes
na educação delas. No dia a dia. A
cada dia. Vou contar alguns casos
e propor reflexões a partir deles.
Depois, apresento os dez mandamentos para a paz na família.
Caso 1: Aconteceu um fato
ruim com o filho. Na casa, de um
lado, gritos de irritação do pai. De
outro, lágrimas: – Eu estava prevendo esse fiasco... Mas é bom
que ele tenha levado na cabeça.
Meu filho que aprenda da vida!
Porque a vida, e mais ninguém,
é que deve educar meus filhos.
Como pai, apenas observo e registro os fatos. Não gosto de intervir.
A natureza vai achar o bom caminho, por si mesma. Não quero
me incomodar. Nem tenho tempo
para isso!
Caso 2: Uma mãe na sala da
direção da escola: – Senhora diretora, daqui por diante, as professoras é que vão educar essa garota. Eu já desisti. Não consigo nada.
Nem adianta mais dar conselhos.
Tudo o que as senhoras fizerem
aqui na escola estará bem.
Para refletir: “Os pais, que
transmitiram a vida aos filhos, têm
uma gravíssima obrigação de edu-
car a prole, e por isso, devem ser
reconhecidos como seus primeiros e principais educadores. Esta
função educativa é de tanto peso
que, onde não existir, dificilmente poderá ser suprida”. (Declaração “Gravissimum Educationis” do
Concílio Vaticano II, n.3).
Caso 3: O filho entrega um bilhete da professora. – De novo?
O que é esta criatura quer? Já faz
tempo que estou descontente
com essa escola. Os pais colocam
lá seus filhos para que aprendam
a ter modos e a ser responsáveis.
Até hoje não se viu melhora nenhuma dos nossos filhos. Nós não
podemos cuidar disso em casa.
Para refletir: “A família é a primeira escola das virtudes sociais
de que todas as sociedades têm
necessidade”. (Declaração “Gravissimum Educationis” do Concílio
Vaticano II, n.3)
Caso 4: Veio um convite para a
reunião de pais e mestres. – Essa
é boa... Eu ir à reunião de pais e
mestres! Para que? Se os professores não sabem educar, que fechem aquela espelunca! Eles lá,
nós aqui! Ou será que eles ainda
querem roubar as poucas horas livres que os pais tem para o justo e
merecido descanso no fim do dia?
Para refletir: “(A escola) constitui como que um centro em cuja
operosidade e progresso devem
tomar parte, juntamente, as famílias, os professores, os vários
agrupamentos humanos que promovem a vida cultural, cívica e religiosa, a sociedade civil e toda comunidade humana”. (Gravissimum
Educationis, n. 5).
Dez mandamentos para a
paz na família
I. Tenha fé e viva a Palavra de Deus, amando o próximo como a si mesmo.
II. Ame-se, confie em si
mesmo, em sua família e ajude
a criar um ambiente de amor e
paz ao seu redor.
III. Reserve
momentos
para brincar e se divertir com
sua família, pois a criança
aprende brincando e a diversão aproxima as pessoas.
IV. Eduque seu filho através de conversa, do carinho
e do apoio e tome cuidado:
quem bate para ensinar está
ensinando a bater.
V. Participe com sua família da vida da comunidade,
evitando as más companhias
e diversões que incentivam a
violência.
VI. Procure resolver os
problemas com calma e aprenda com as situações difíceis,
buscando em tudo o seu lado
positivo.
VII. Partilhe seus sentimentos com sinceridade, dizendo o que você pensa e
ouvindo o que os outros têm
para dizer.
VIII. Respeite as pessoas
que pensam diferente de você,
pois as diferenças são uma
verdadeira riqueza para cada
um e para o grupo.
IX. Dê bons exemplos,
pois a melhor palavra é o nosso jeito de ser.
X. Peça desculpas quando ofender alguém e perdoe
de coração quando se sentir
ofendido, pois o perdão é o
maior gesto de amor que podemos demonstrar.
COMUNIDADE
RIO SANTO ANTÔNIO
Mariléia Torquato | Carol Rodrigues
O Inverno vai embora...
Depois de nos ter proporcionado tão belas imagens, o
inverno se afasta. Leva consigo o frio e deixa conosco as lembranças de espetáculos jamais vistos em anos anteriores.
Por aqui, o inverno foi bem rigoroso e castigou nossos agricultores, nossa plantações e até elementos de nossa paisagem. Agora, é preciso renovar todo o plantio, pois o que estava vivo em um dia, no outro já estava destruído pela geada.
E assim segue, estação após estação, a vida dos agricultores:
plantar e correr o risco de não colher, devido as intempéries.
Fica a expectativa de saber se no próximo inverno a lida campeira será tão gelada como foi neste.
... E chega a Primavera...
A mãe natureza dá sinais de que é época de voltar ao
plantio. As árvores renovam suas folhas. Flores formam belos jardins. Brotos adormecidos ressurgem com todo vigor.
Agora, a “luta” do homem e da mulher do campo aumentam. Com muito amor e dedicação, eles e elas se dedicam ao
cuidado com a sua terra e com seus animais. É preciso não
só arar e plantar, mas também zelar com carinho e respeito
pelas plantas, pelo gado e pelo meio ambiente.
É hora de produzir bem. Nossa agricultura hoje está bem
diversificada. Além de todas as culturas de subsistência, algumas famílias ingressaram no mercado dos alimentos orgânicos. Com isso, Santo Antônio acompanha um grande desafio
para Santa Rosa de Lima e para o Brasil: produzir alimentos
de alta qualidade nutritiva e livres de agrotóxicos e fertilizantes de síntese.
Hoje, existem muitos insumos que levaram e levam os
agricultores a largarem a sua “fiel companheira enxada”. Muitos desses “mata-matos” põem em risco nossa humanidade
e nosso meio ambiente. Por aqui, graças a Deus, nossos colonos ainda resistem a estas técnicas e muitos deles realizam
as práticas tradicionais, herdadas dos nossos antepassados.
Espetáculo
Uma das tantas belezas que a natureza nos oferece nesta nova estação pode ser apreciada na propriedade de Seu
Valmor Torquato. Um pé de pera, com aproximadamente 25
anos, completamente florido. Porque é primavera!
16
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
EDUCAÇÃO
TRANSPARÊNCIA
Lei do Piso Salarial
Transferências para SRL
continuaram crescendo
Na edição de junho, o Canal SRL publicou uma
reportagem sobre a não efetivação da Lei do Piso
Salarial do Magistério em Santa Rosa de Lima. E
continuou acompanhando o assunto para bem informar o leitor.
Na edição de junho, a partir dos dados disponíveis no site na internet da Federação Catarinense de Municípios (http//receitas.fecam.org.br) já havíamos apontado
uma tendência de crescimento das transferências para o município de Santa Rosa
de Lima. Ganhavam destaque o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e o
ICMS (Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação)
com crescimentos respectivos de 5% e 7,9%. Naquele mês o município já havia recebido quase 240 mil a mais do que no mesmo período em 2012.
Executivo municipal não cumpre compromissos e professores
querem presença do sindicato
Setembro passou e não foi cumprido o compromisso do executivo
municipal com o atendimento da lei
do Piso Salarial do Magistério. Segundo informações prestadas em junho
pelos secretários municipais Rudinei
Pacheco (educação) e Edson Vandresen (finanças), a prefeitura não poderia repassar o reajuste determinado
pela lei para 2013 (7,97%), pois tal
incremento na folha de pagamento
dos professores faria com que a administração municipal ultrapassasse
o “limite prudencial” da lei de responsabilidade fiscal. Segundo os secretários, naquele mês a folha representaria 51.3%. Passados três meses, os
professores não receberam sequer
os 3% de reajuste prometidos pelo
executivo.
Uma sequência de conversas e
promessas
No dia 4 de fevereiro, a prefeita
Dilcei Heidemann e o secretário de
educação Rudinei Pachedo estiveram
no Centro Educacional e, na presença
de diversos professores, garantiram
que o piso nacional seria pago à rede
municipal. Em maio, o mesmo compromisso foi assumido no gabinete da
prefeita. Na oportunidade, a chefe do
poder executivo afirmou que o valor
seria repassado em forma de abono.
Posteriormente, em uma reunião no
Centro de Convivência do Idoso (Salão
Velho), frente a uma comissão formada por representantes das três escolas, o executivo municipal anunciou
o repasse de 3%, parcelados em três
meses a partir de setembro. Consultados, professores afirmaram que, até
agora, nada disso foi cumprido e apresentaram como provas seus últimos
contracheques.
Mudança de cenário parece não
ser suficiente
Dados apresentados pela própria
administração municipal em audiência pública realizada no dia 30 de
setembro apontam que a folha de
pagamento atinge, hoje, um limite
inferior àquele de junho: 49.44%. Dados do Portal da Fecam apontam que
as transferências ao município em
2013 são mais de meio milhão de reais maiores, quando comparadas ao
mesmo período do ano anterior. Confrontada com estes dados e questionada sobre o cumprimento dos compromissos de reajuste salarial por ela
diretamente assumidos com os servidores municipais, a chefe do executivo tergiversou, afirmando que, como
tramita na justiça uma ação movida
pelo sindicato dos funcionários públicos, a prefeitura decidiu aguardar a
decisão do tribunal sobre o reajuste.
Neste contexto, os professores solicitam que o sindicato convoque, para
o dia 9 de outubro, uma reunião com
todo o quadro de funcionários.
Como mostram os dados de 2 de outubro, a situação só melhorou para o município. Do início do ano até agora, SRL recebeu 7% a mais do que havia recebido
no mesmo período do ano passado. Dizendo de outra forma, Santa Rosa de Lima
recebeu de transferências, nesse ano, aproximadamente 424 mil reais a mais do
que havia recebido em 2012. No caso do FPM a diferença positiva é de 7,4% e no
do ICMS, de 8,3%.
O mês de agosto merece ser ressaltado porque, nele, as transferências foram
praticamente 20% superiores, tendo o município recebido R$ 114 mil a mais do que
em 2012. Em julho a diferença foi de 38 mil reais (+7%) e em setembro os valores
foram praticamente os mesmos, com uma leve queda de 0,6%.
O que se pode concluir desses dados é que, se estiverem dadas as mesmas condições na administração municipal, quanto ao recebimento de recursos financeiros
a situação é bastante favorável para as realizações e o cumprimento de compromissos.
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
17
SRL: Eu conheço e Valorizo!
Maria Sarah Vidal - Engª Agrônoma.
Em meio a Serra Geral, o Rio
Braço do Norte e as pessoas
Contemplo Santa Rosa de Lima, entre um passado recente e o presente.
Lembro minha chegada ao município,
em maio de 1999, para ser parte de um
projeto desafiador. Tinha sido contratada, como agrônoma, pelo “Desenvolver”.
Uma ação de desenvolvimento concebida pela Agreco e pelo Cepagro (Centro
de Estudos e Promoção da Agricultura
de Grupo), que tinha a perspectiva de
levar em conta as características culturais e ambientais da região das Encostas
da Serra Geral, assim como a demanda
por produtos e serviços diferenciados
e inovadores. No caso da Agreco, produtos que tivessem valor cultural, social
e ambiental, por respeitar os princípios
agroecológicos.
Ao revisitar Santa Rosa de Lima catorze anos depois, em setembro de 2013,
já não encontro apenas uma pequena
cidade, mas sim a Capital da Agroecologia. Quantos valores e promessas este
reconhecimento carrega!
Constato que a dignidade e beleza
das pessoas ainda são traços marcantes
desse município que me encanta. A começar pelo caminho que a ele conduz,
em que, a cada curva, se desvendam
maravilhas, fazendo-nos reconhecer
que chegaremos ao paraíso. Deparo-me
com valores ambientais, humanos, sociais e econômicos e compromissos que
ilustram como é possível ter uma vida
digna e próspera sem o uso predatório
dos recursos naturais e sem relações
humanas que degradem. Encontro uma
Agreco que deu vida à Cooperagreco e à
Acolhida na Colônia, organização que se
consolida expandindo sua filosofia por
outras regiões do Estado.
Recordo-me que quando cheguei,
como pernambucana, estranhei o frio.
Mas, quase imediatamente, tive a certeza – que só foi crescendo – de fazer
parte de um projeto com desafios, aventuras e alegrias, que selariam a minha
vida com conhecimento. E fiquei certa
da escolha profissional que havia feito.
Rapidamente o frio que havia me rece-
bido foi amenizado com o acolhimento
desse povo, inicialmente desconfiado,
mas, que se torna tão amoroso quanto
o que havia deixado na minha terra, Pernambuco. Sem esquecer do fogão a lenha que, em cada casa, nos invade com
seu calor generoso e envolvente.
O que antes era sonho de pessoas,
como os Wilsons Schmidts, Thaise, Adilson, Leda, Valnério, Dida, Odair, agora
é realidade com uma nova geração: Lucilene, Valdecir, Paulinha, Jackson e tantos outros. Eles iniciaram, permanecem
e multiplicam a vontade de viver bem no
seu lugar.
Na produção, além dos alimentos
tradicionais resgatados e valorizados,
chegam, agora, as papinhas orgânicas
para crianças. E em breve as essências.
As hospedagens, que se iniciaram nas
residências dos agricultores, agora são
feitas em lindas pousadas. Que estão
em processo de ampliação para melhor
acolher os visitantes e cumprir uma das
suas missões que é mostrar como é importante e valiosa a vida dos agricultores e agricultoras.
O que mais me emocionou foi ver
os filhos e filhas, que saíram em busca
de outra forma de vida ou para estudar,
e que, agora, retornam e oxigenam as
tradições e se abrem para inovações.
Santa Rosa de Lima pode, por isso, ser
também uma referência de que é possível gerar novas oportunidades para
os jovens rurais. Sem esquecer o curso
Educação do Campo da UFSC que considero uma grande conquista para o processo de formação e consolidação da
agricultura familiar e da agroecologia de
Santa Rosa de Lima.
Por tudo isso, essa visita me deixou
com muito orgulho e felicidade. Sintome muito grata à vida por permitir que
eu seja parte de Santa Rosa de Lima,
dessa acolhedora família que me adotou, e pelas amizades que guardo no
coração. Enquanto o rio Braço do Norte
continua a passar...
18
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
Circuito CERAL
COMUNIDADE
RIO DOS ÍNDIOS
Laudir Coelho - Presidente
Kelin Dutra | Ivonete Walter Dutra | Milena Dutra
Agricultores de verdade
Com a chegada da estação de plantio, resolvemos dedicar nossa coluna à agricultura. Realizamos uma entrevista com o casal Roselia May
Oenning e Ivo Oenning, que são verdadeiros agricultores.
Idas e vindas, lidas e vidas
Os dois são filhos de agricultores. Suas origens vêm
da roça e da vida simples do campo. Ela morava no Rio
dos Índios e ele, no Rio do Meio. Quando se conheceram, ela tinha 18 e ele, 24 anos. Logo, começaram a namorar. Primeiro, os pais eram “um pouco contra”, mas,
depois, cederam ao amor do casal. Namoraram apenas
onze meses e se casaram. Isso foi há 22 anos.
Depois do matrimônio, foram morar no Rio do Meio
e tentaram, por cinco anos, a vida na lida do campo.
Passaram, então, muitas dificuldades. Uma proposta os
levou para Pinheiral (Braço do Norte). Na expectativa de
uma vida melhor, foram trabalhar de empregados em
uma propriedade com granja e vacas de leite. Ficaram
por lá um ano e oito meses e resolveram retornar as
suas origens. Voltaram, porque o trabalho que tinham lá
não lhes permitia folgas nos finais de semana, além de
outras restrições. “Era todos os dias trabalhando para
os outros. Para visitar a família, só a cada sessenta dias”,
eles contam.
Já faz treze anos que regressaram para Santa Rosa
de Lima, e vieram morar aqui no Rio dos Índios. Nesse
tempo, se dedicam ao cultivo da terra. A principal renda da família provém da fumicultura, que incrementam
com a produção de leite e de outras culturas de subsistência. Nos finais de semana, ironia ou não, não há
descanso. Eles cuidam do bar da igreja, principal ponto
de encontro da comunidade, depois das celebrações
dominicais. Para eles, contudo, este trabalho é feito com
prazer: “Estar em casa, entre amigos e parentes, cuidando do que é nosso e participando da comunidade é uma
grande satisfação”. O casal tem dois filhos, Ricardo, com
11 anos, e Jeferson com 21. E já são avós, pois Jeferson e
sua esposa Jaqueline Koch, os presentearam com o pequeno Pedro Henrique.
Produções e aspirações
O que eles consideram muito ruim é trabalhar com
o fumo: “Causa muitos danos à saúde. Além dos enjoos,
é um serviço muito penoso”. Por isso, o projeto para a
propriedade e para a família é investir mais na produção
de leite para, “um dia”, poder abandonar a fumicultura.
Hoje eles trabalham igualmente com o eucalipto e pretendem “fazer dinheiro” também com essa atividade.
A família produz ainda milho, amendoim, feijão, batata
doce, cana de açúcar, aipim, algumas verduras na horta
e pomar de frutas.
Roselia sempre guarda um sonho. “Às vezes”, pensa
em se mudar para cidade e realizar sua grande vontade que é ser cabeleira. Ela acha a vida no campo muito
dura e com muitas dificuldades. “Hoje em dia não está
fácil trabalhar na lida do campo, por causa do custo de
vida que está muito alto. E se você não investir muito
em sua propriedade, não terá retorno. Tudo é caro”. Ivo
tem conseguido convencê-la a permanecer. Mais do que
isso, tem grandes planos para que continuem na agricultura familiar e vivendo na comunidade. Fala com tanto
entusiasmo que, ao final, os dois afirmam em uma só
voz: “Vamos, sim, continuar no campo!”
Roselia e Ivo com o filho Ricardo
Instalações elétricas da
porta para dentro
Nossa cooperativa de distribuição de energia elétrica – CERAL tem algumas preocupações permanentes. A principal delas, certamente, é a de cumprir o dever diário de prover
uma energia de qualidade a todos e a cada
um dos seus associados e consumidores.
Outra, muito importante, diz respeito ao estado das instalações elétricas internas às propriedades, mesmo se tratando, como é sabido, de uma responsabilidade do consumidor.
É muito frequente os associados reclamarem da qualidade
da energia fornecida pela CERAL,
quando na verdade a causa dos
problemas que eles enfrentam
está nas suas próprias instalações elétricas. Pode ser pela
construção inadequada das redes internas; pode ser por falta
de manutenção delas; pode ser
por mau uso.
Há casos, por exemplo, em
que o consumidor tem ramal de
entrada em três circuitos (trifásico) e constrói internamente um
único circuito (monofásico). E no
monofásico é que ele conecta
toda a sua carga instalada, desde tomadas nas residências para
aparelhos eletrodomésticos, até
motores elétricos de galpões ou
oficinas. A consequência é a so-
brecarga dos condutores. Nesses casos, além da perda de qualidade da energia, ocorre uma
situação de risco. A “queima” e
a perda de equipamentos pode
ser o principal resultado indesejado.
Por isso, é necessário que, de
tempos em tempos, o próprio
associado tome a inciativa de
contratar um profissional habilitado (técnico eletricista) para
efetuar uma vistoria detalhada
nas instalações elétricas internas
aos domicílios ou propriedades e
elaborar um diagnóstico e recomendações.
Instalações antigas
Um problema comum é a
existência de instalações velhas,
subdimensionadas e fora dos
padrões normativos atuais. Com
o tempo e o uso permanente das
instalações há o recozimento e
a fadiga do material condutor
(fios). O mau estado de conservação dos materiais elétricos usados nas conexões, as tomadas
e os isolantes podem, também,
causar perda de qualidade na
energia. E, pior, aumentar muito
a possibilidade da ocorrência de
curto circuitos.
Preventivamente ou mesmo
diante de uma situação de problema existente, é importante se
fazer uma consulta ao responsável técnico da CERAL, para que
ele possa se cientificar do fato e
informar o associado ou cliente
sobre as soluções possíveis.
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
19
Espaço d’Acolhida
Romeu e Edite Assing
Chalé Assing
“Acreditamos que o mais importante e o que realmente vale a pena em fazer parte da Acolhida
na Colônia não é o retorno financeiro que os turistas nos trazem, mas sim as grandes amizades que
construímos com cada um dos nossos visitantes.”
Desde a criação da Associação dos Agricultores
Ecológicos das Encostas da Serra Geral (Agreco), em
1996, nossa família se identificou muito com as ideias
e os objetivos da organização. No ano de 1998, com o
Projeto de Agroindústrias Modelares em Rede, juntamente com a família do Valnério e da Leda, decidimos
nos associar à Agreco e construímos uma agroindús-
tria de processamento da cana de açúcar.
No ano seguinte, consolidada a produção orgânica na propriedade e apostando no sucesso do empreendimento, vimos surgir mais uma oportunidade
de complementação da renda da família: o projeto
da Acolhida na Colônia. Naquela época, as pessoas
vinham conhecer as iniciativas da Agreco e não havia
estrutura para pernoites. Resolvemos, então, abrir as
portas de nossa própria casa para acolher os visitantes. E foi assim, durante onze anos, que mantivemos
os Quartos Coloniais Assing.
Com o aumento da quantidade de turistas, decidimos, em 2010, construir o Chalé Assing. Buscamos
oferecer instalações de mais qualidade aos hóspedes, mantendo sempre nosso atendimento próximo
e atencioso. Hoje, nossa capacidade de hospedagem
é para quatro pessoas. Visando sempre atender melhor nossos hóspedes e visitantes, aderimos junto
com a Acolhida na Colônia a um projeto estruturante
do SC Rural. Com recursos desse programa, construímos um refeitório, com capacidade para atender até
32 pessoas. Nele, poderemos servir almoços, jantas e
cafés coloniais.
Além de apostarmos no agroturismo e seguindo
os princípios dele, mantemos uma propriedade bem
diversificada. Em nossa agroindústria, produzimos
melado, açúcar mascavo e cachaça, com cana produzida de forma orgânica na propriedade. Trabalhamos,
também, com piscicultura e gado de leite. Pretendemos desenvolver, ainda, através do Projeto Jovem
Empreendedor Rural, do Cedejor (Centro de Desenvolvimento do Jovem Rural), o turismo pedagógico.
Nosso filho Leandro elaborou esse projeto porque,
para ele, uma das melhores formas de transmitir o
conhecimento é por meio da prática.
Hoje, nosso turista além de poder participar do
dia a dia da propriedade, conhecendo e ajudando
nos afazeres agrícolas (inclusive, ele próprio, colher
na horta orgânica as verduras que comerá em seguida), pode visitar o engenho de cana, pescar, fazer trilhas ecológicas e tomar banhos de cachoeiras.
Informações: (48) 96576790
[email protected]
COMUNIDADE
RIO BRAVO
Karla Folster | Júnior Alberton | Ana Paula Vanderlinde
A volta de uma vida digna, de valores e princí-
pios...
Muitas famílias não conseguiram acompanhar as mudanças das técnicas na agricultura. O trabalho “a braço”
foi sendo substituído por máquinas e insumos químicos,
havendo uma desvalorização da agricultura familiar e do
seu saber. Parecia que só havia essa tendência e que os
pequenos agricultores iam se acabar. Entretanto, em vista
dos diversos problemas que a produção em grande escala e convencional tem causado ao meio ambiente e a
saúde de homens, mulheres, crianças e idosos, uma nova
realidade surge na agricultura brasileira.
E no Campo do Rio Bravo Alto, também
Marluce Israel Werner, 52 anos, representa muito bem
esta nova transformação no modo de produzir. Moradora
da comunidade do Campo do Rio Bravo Alto ela diz que
se sente parte do modelo de agricultura familiar orgânica.
Ela começou a plantar verduras de modo sustentável no
ano de 2011, incentivada por um agrônomo do município. Esse primeiro plantio tirou Dona Marluce de um serviço árduo. “Tive uma nova chance de fazer meus próprios
horários de trabalho e de garantir uma boa renda, além
de uma vida mais saudável”, relembra a agricultora.
Mais recentemente, cada vez apostando e acreditando mais na produção orgânica, Dona Marluce resolveu fazer uma nova experiência: produzir morangos. Ela
plantou mil pés e, segundo informações de técnicos que
a acompanham, toda a produção será bem vendida. E
se mais tivesse, ainda não daria conta de atender à demanda pelo produto. A plantação está muito viçosa mas
dona Marluce disse que de uns dias pra cá alguma coisa
vem comendo as folhas dos morangos: “Eu desconfio que
pode ser lebre”. Mas a produtora não se dá por vencida.
Vai colocar em todos os canteiros uma lona para proteção, o que também ajudará a melhorar a qualidade do
produto.
Todo o manejo é feito de forma orgânica. Realizando
um trabalho ecologicamente correto, ela garante a boa
qualidade das frutas, a satisfação dos clientes e o bem
estar da família. Assim como Dona Marluce, mais três famílias fazem o plantio de verduras orgânicas na comunidade do Campo do Rio Bravo Alto.
Dona Marluce em sua plantação de morangos.
20
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
GOVERNO
Foto: André Bianchini.
Michel Sombrio (a esquerda) apresentou no gabinete da prefeita relação de convênios.
Devolução de
convênios,
os fatos e as
versões
No mês de agosto (26), a Prefeitura
Municipal de Santa Rosa de Lima distribuiu
comunicado à imprensa regional e
publicou matéria em seu site em que tratou
da necessidade de “devolver valores ao
governo estadual”, referentes a convênios
firmados em 2011 e 2012. Em seguida,
em 2 de setembro, o executivo municipal
deu entrada na Câmara de Vereadores ao
projeto de lei 31/2013, pelo qual solicitou
autorização para “a devolução de saldo
de recursos de convênios do exercício
de 2012”. O Projeto foi apresentado
em regime de urgência urgentíssima. A
vereadora Edna Bonetti fez um pedido de
vistas, acatado pelo presidente Leonizio
Laurindo. Encaminhado às comissões
da Câmara, quinze dias depois retornou
com parecer favorável e foi aprovado por
unanimidade.
Impressionou em todo esse processo
a forma como a informação foi veiculada
e repercutida. Pareceu ter predominado
uma versão que levava a pensar que
se tratava de algo extraordinário e que
teria havido, pelo menos, erro da gestão
anterior. Para melhor esclarecer seus
leitores, o Canal SRL resolveu apurar o
caso.
As cooperações e os convênios
Grande parte dos recursos aplicados
pelas prefeituras é proveniente de
cooperações firmadas entre governos.
Segundo o portal de convênios do governo
federal, convênio é um acordo ou ajuste
que disciplina a transferência de recursos
financeiros e tem como participantes,
de um lado, órgão ou entidade da
administração pública federal, e, de outro,
órgão ou entidade da administração
pública estadual, distrital ou municipal. No
caso das prefeituras, o processo acontece
da seguinte maneira: os gestores que
têm interesse em firmar convênios com o
governo, seja ele federal ou estadual, fazem
a solicitação e, em seguida, o processo
de habilitação. Habilitados, os municípios
recebem a homologação e a assinatura do
convênio. Aprovada a mútua cooperação,
a prefeitura então licita a obra ou bem e,
conforme sua execução ou aquisição, o
governo realiza o repasse. Os recursos
são liberados conforme as medições e
informações repassadas. A prestação de
contas é o elemento principal para sua
realização e finalização.
Devolver valores é normal e
corriqueiro
Michel Sombrio, gerente de convênios
da Secretaria de Desenvolvimento
Regional de Braço do Norte (SDR-BN)
explica que ao se firmar um convênio se
faz uma estimativa de valores de acordo
com a proposta que a prefeitura envia.
A participação do governo estadual e
a contrapartida das prefeituras variam
conforme o Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) de cada município. No caso
de Santa Rosa de Lima, o Estado repassa
75% do valor total e o 25% restantes
serão provenientes de contrapartida da
prefeitura. Michel Sombrio destaca que
as devoluções de valores em convênios,
assim como a realização de aditivos,
são normais e corriqueiras. “Quando
as prefeituras realizam as licitações, é
comum que alguns valores sejam licitados
por preços menores que o estimado. O
percentual de cada um na contrapartida
continua o mesmo. Nesse caso, o valor
do repasse do governo estadual tem que
diminuir”.
O gerente de convênios da SDR-BN
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
diz que dos municípios que fazem parte
da região administrativa, as prefeituras de
Armazém e Rio Fortuna foram as únicas que
fecharam 2102 com todos os convênios em
dia. “Armazém prestou todas as contas e Rio
Fortuna não tinha nenhum convênio aberto.
No caso de Santa Rosa de Lima, alguns
convênios venciam no ano anterior, mas
foram prorrogados dentro do prazo legal
de mais 180 dias. Isso também é comum”. O
box deixa claro que a administração anterior
de Santa Rosa de Lima não descumpriu os
prazos para as prestações de conta.
Atualmente, Santa Rosa de Lima tem
dois convênios em aberto com o governo
estadual. São convênios de 2012 e que estão
sendo executados pela atual gestão. Um
deles é para a instalação de Academia ao
ar livre, no valor de R$ 32.500,00 e, outro,
para melhorias de estradas municipais, no
valor de R$ 180.000,00. A SDR-BN aguarda
a prestação de contas e medições para
executar os repasses.
Polêmica
Analisando o quadro, Michel Sombrio
avalia que a polêmica gerada junto à câmara
municipal foi desnecessária. “Não precisaria
ter passado pela câmara. Eu aconselhei a
chamar os vereadores e conversar. Este é
um ato do executivo”. Ao mesmo tempo, o
gerente de convênios da SDR-BN justifica
a cobrança por parte do governo estadual
da pronta regularização das possíveis
pendências pelas administrações municipais.
“Existem cerca de dois milhões de reais que
devem chegar aos municípios através do
Pacto por SC e não é por causa de cerca
de vinte mil reais que uma prefeitura vai
barrar todos estes recursos do governo”. A
propósito dos investimentos do Pacto por SC
na região, a SDR-BN informa que está tudo
diretamente ligado ao ritmo de implantação
do Fundam. “Era para o programa sair no
dia 12 de setembro. Mas até agora não saiu.
A previsão é que no início de outubro as
prefeituras já possam cadastrar propostas”,
estimou Sombrio.
Contratempos e mudanças
O governo estadual tomou medidas para
que essas devoluções corriqueiras deixem
de acontecer. Até agora ele repassava
antecipadamente o valor integral da
participação dele no convênio conforme o
estimado. “As prefeituras acabavam usando
o valor total do Estado, o que diminuía o valor
e participação da contrapartida. Mantida tal
situação se estaria descumprindo a lei que
determina os percentuais de cada um. As
prefeituras deveriam ter criado uma rotina de
devolver as diferenças logo após as licitações.
Mas isso praticamente nunca aconteceu”,
relata Michel Sombrio. O gerente esclarece,
ainda, que em alguns casos é possível fazer
aditivos para aplicar o valor dessas diferenças,
mas que devem estar contemplados já no
plano de trabalho. Senão, o dinheiro deve
sempre ser devolvido. Dos convênios com
Santa Rosa de Lima apenas um poderia ter
recebido esse tipo de aditivo.
Agora, há um novo sistema em
funcionamento: “[O sistema] mesmo cria
uma conta, não existe mais cheque, é tudo
realizado por transferência. A prefeitura
precisa gastar primeiro e só aí nós
repassamos o percentual referente ao
Estado”.
Relação de convênios via SDR
DATA DE
REPASSE
PRAZO
FINAL PARA
PRESTAÇÃO
DE CONTAS
VALORES
Uniformes típicos alemães
06/07/2012
02/01/2013
R$ 43.350.00
Publicação livro
06/07/2012
02/01/2013
R$ 37.500,00
Dois parques infantis
20/12/2013
19/06/2013
R$ 43.659,00
Dois parques infantis
20/12/2013
19/06/2013
R$ 4.851,00
Melhorias em rodovias
municipais
20/12/2013
19/06/2013
R$ 69.000,00
Recuperação vias municipais
20/12/2013
19/06/2013
R$20.000,00
Recuperação vias municipais
20/12/2013
19/06/2013
R$ 46.000,00
CONVÊNIOS
Relação de convênios em execução e/ou para serem executados com
os governos federal e estadual até dia 31/12/2012 (transição de gestão)
Melhoria de estradas municipais
Instalação de Academia Ar Livre
Quadra coberta Rio do Meio
Passarela Ponte
Aquisição de 2 ônibus e 1 micro ônibus
Aquisição trator agrícola
Veículo e equipamentos para saúde
Programa Segundo Tempo
Reforma Posto de Saúde
SC Rural
R$ 180.000,00
R$ 32.500,00
R$ 97.253,00
R$ 49.218,00
R$ 687.000,00
R$ 100.000,00
R$ 100.000,00
R$ 105.000,00
R$ 69.434,00
R$ 1.260.000,00
25
22
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
Promoção da SAÚDE
COMUNIDADE
RIO DO MEIO
Ana Beatriz Kulkamp | Diana Kulkamp | Karine Neckel
Oportunidades e apostas; o Rio do Meio torce pelo sucesso
Em breve um novo empreendimento deve movimentar a economia aqui do nosso Rio do Meio.
Maurino Manoel Felipe e sua esposa Daice Nack
estão prestes a iniciar um empreendimento para
a produção de móveis planejados e para a reforma
de móveis em geral. Maurino tem uma experiência
de vinte anos no ramo das madeiras e o casal aposta que constituirá uma boa clientela em Santa Rosa
de Lima. “Vimos que era chegada a hora de abrir
nossa própria empresa e este é um negócio que
está sendo cada vez mais procurado e valorizado
por aqui. Na Santa Rosa, não tem ninguém que trabalha com isso e as pessoas precisam ir atrás, em
outras cidades”, afirma o casal.
Maurino conta que já recebeu algumas propostas de emprego, mas não as aceitou porque acredita no seu sonho e, mais do que tudo, porque gosta
muito de trabalhar como marceneiro. “Se algum dia
eu tiver que trabalhar em outro ramo, nunca vou
abandonar esta profissão”, pondera.
A opção de realizar o investimento na comunidade do Rio Meio tem uma explicação clara: “gostamos de morar aqui, um lugar mais calmo e mais
perto da natureza”.
As máquinas ainda não estão todas instaladas,
mas eles já estão recebendo pedidos. O princípio
do mês de outubro deve marcar o início das atividades na empresa. As expectativas são grandes. Para
os dois e para nossa comunidade.
O casal com sua filha Milena na futura marcenaria.
Murilo Leandro Marcos
As bactérias são as melhores
amigas das crianças
O corpo humano é composto por cerca de 100.000.000.000.000 (100 trilhões)
de células. Dessas, 90% são microrganismos (principalmente bactérias) que
habitam nosso intestino, estômago, boca, nariz, garganta, aparelhos respiratório, genital e urinário. Se forem as espécies certas, em quantidades adequadas
e nos seus devidos locais, as bactérias tem a potencialidade de conviver harmonicamente com células do nosso corpo, regular processos metabólicos e
influenciar positivamente o sistema imunológico das crianças
O parto e o início da colonização
Durante a passagem pelo canal de parto, somos instantaneamente colonizados por famílias e
famílias de bactérias. Bebês que
nascem de parto normal começam a adquirir bactérias, ainda
durante o parto, de sua própria
mãe. Os nascidos de cesareana são colonizados inicialmente
por bactérias presentes no ambiente hospitalar, que podem
prejudicar o desenvolvimento
da microflora intestinal e levar
ao aparecimento de doenças.
O aleitamento materno complementa esse ciclo de proteção ao
transmitir anticorpos (células de
defesa) da mãe para o bebê, auxiliando no amadurecimento do
sistema imunológico do recémnascido. As “bactérias-amigas”
desempenham um importante
papel na saúde, ajudando-nos
a digerir os alimentos, regular
o movimento intestinal e nos
proteger de infecções. Desequilíbrios na composição dessas
bactérias estão associados a
doenças como alergias, câncer,
asma, entre outras.
A fase oral e a seleção das
bactérias
Os primeiros dois anos das
crianças são marcados, entre
tantas descobertas, pelo fato
de levarem praticamente tudo
à boca: comida, carrinho, tijolo,
chaveiro, boneca, pipoca, madeira, caneta... O mundo para
as crianças dessa idade é descoberto e saboreado pela boca.
Elas mordem, babam, lambem
e se deliciam com os objetos e
sabores mais inusitados. Alguns
pais e mães acham normal. Outros, moderados, criam algumas
restrições.
E há aqueles que evitam que
qualquer coisa chegue à boca de
seus pequenos. Esses últimos,
por melhores que sejam suas intenções, podem na verdade estar contribuindo negativamente
para a saúde dos filhos. Ao bloquear o contato das crianças
pequenas com quaisquer objetos, além de prejudicar a fase
do desenvolvimento em que a
criança tenta entender e elaborar o mundo através de suas
experiências com a boca, bloqueiam outro momento: aquele
em que diferentes bactérias são
incorporadas ao organismo da
criança.
Cada ação é uma experiência: se houver num brinquedo
uma “bactéria ruim”, a criança
poderá ter uma diarréia por 2 ou
3 dias. Se houver uma “bactéria
amiga”, o organismo da criança
ganha um aliado. Em ambos os
casos, a criança sai fortalecida.
A teoria da vitamina S
Cada vez mais a ciência tem
estudado o papel positivo que as
bactérias podem desempenhar
no nosso organismo. Tanto é
verdade que existe até um nome
para homenageá-las: a “vitamina
S” (o S é de sujeira). Recentemente, cientistas conseguiram evitar
o surgimento de doenças inflamatórias em ratos expondo-os a
certas bactérias quando filhotes.
Outros estudos mostram que
alguns pacientes conseguiram
controlar a doença de Crohn (inflamação intestinal crônica) com
a ingestão de uma preparação
de microorganismos. Pesquisas
experimentais na Europa têm relacionado desequilíbrios na flora
intestinal com piora do quadro
em pacientes com diabetes e
obesidade. A ideia de que as bactérias são perigosas e nocivas é
uma verdade médica aceita por
muito tempo. O mais interessante é que com todas essas descobertas esse princípio está caindo
por terra. A teoria que justificou
a invenção dos antibióticos pode
agora dar lugar a tratamentos
protagonizados por bactérias. A
cura para diversas doenças pode
estar numa melhor relação entre
nós e os microorganismos. Por
isso, neste dia das crianças, pense: qual a bactéria mais saudável
para meu filho?
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
23
Estudantina
Hédipo Leonardo da Silva
O TERÇO
Grande responsabilidade
para pouca idade
Sair do ensino médio já tendo que decidir o que vai se
fazer para o resto da vida é uma pressão e tanto. Principalmente para alguém que, na maioria dos casos, tem
menos de 20 anos de idade. E essa é a nossa realidade.
Quando saí do ensino médio estava convicto de
qual curso superior iria fazer: História. Para alguém
que, um ano antes, dizia aos quatro ventos que não
iria estudar além do terceirão, isso já era uma grande
coisa. Na vida, algumas coisas nem sempre são como
a gente imagina. Naquele momento, não havia curso
de História disponível na universidade mais próxima.
E, então, o que fazer? Pensei em outros cursos como
o de Direito. Cheguei até a prestar vestibular e a ser
aprovado. Eu ainda não tinha certeza, todavia, se era
isso o que eu queria mesmo. Tanto que passei também no vestibular para Ciências Biológicas. Mais uma
vez, aquela mesma dúvida me bateu e acabei por não
cursar.
Resolvi esperar um ano, para ver nesse período
abriria uma nova turma de História. Tal opção gerou
desconfiança por parte da família que, como na maioria dos casos, achou ruim que eu não entrasse imediatamente na universidade. Está aí uma bobagem
que a maioria das pessoas pensa. Ora, você não vai
ficar menos inteligente se não estudar durante um
ano. E esse um ano me fez tanto bem...
Naquele período, pude amadurecer e perceber
tantas coisas. Eu recomendo a todos aqueles que estão indecisos ou que não sabem o que cursar a parar
e pensar, ao invés de “jogar dinheiro fora”. É certo que
não basta ficar esperando um ano, sem analisar todos os prós e contras de sua decisão. A dica é pesquisar, ler, buscar informações. É importante que descubramos o que realmente queremos.
Anote aí
E é compreensível que, em alguns momentos, a
gente acabe ficando até mais indeciso. Comigo aconteceu isso. Creio que cursar por cursar, sem gostar
ou sem ter aptidões ou vocação não é legal. Ninguém
fica menos capaz por amadurecer uma decisão.
Enfim, passado o ano, História ainda não estava
disponível na Universidade que eu queria cursar. Acabei sucumbindo à pressão da família e resolvi arriscar.
Hoje, não me arrependo. Havia uma segunda opção e
resolvi cursá-la por um semestre para ver como era.
Atualmente, posso afirmar, com todas as letras, que
a minha escolha foi muito boa! Estar na universidade
é estar em outro mundo, com outras pessoas, com
outras culturas. Identifiquei-me desde o início com o
curso de Jornalismo e com as pessoas que lá estavam. Jornalismo não é difícil como pensei que seria.
Pelo menos, não pra mim. Desde que você goste de
ler e de escrever é um curso que encanta.
Na verdade, quando se quer alcançar um objetivo,
as coisas se tornam menos difíceis. No meu caso, a
segunda opção foi um “achado”. Quando não se tem
uma segunda opção ou não se quer arriscar, o bom
é estudar, pesquisar, procurar saber mais sobre o assunto. Refirmo que os jovens não devem ter medo
de dar um tempo na escolha do curso superior e, por
consequência, da profissão que vai exercer. Afinal é
melhor ter um pouco mais de certeza, do que, depois,
se arrepender e voltar a ter dúvidas sobre o que fazer
da vida.
!
E chega a nova temporada
A partir de 4 de outubro, o Balneário Para-
É festa no interior
A comunidade de Rio do Meio convida
você e sua família para a festa em honra
a Nossa Senhora Aparecida, no dia 12 de
outubro de 2013.
íso das Águas, estrutura que mais recebe visi-
Programação:
10:00 horas - Missa de Nossa Senhora
Aparecida.
12:00 horas - Feijoada com risoto e salada.
14:00 horas - Tarde recreativa com sorteio
de brindes e jogo de lata. O Grupo de Jovens Juventude Unida de Rio do Meio realizará o sorteio da rifa. A comissão organizadora agradece, desde já, a presença de
todos
nagem. Já no sábado, dia 5 de outubro, uma
tantes em SRL, reabrirá para nova temporada.
Durante o inverno, foi realizada uma ampla
reforma das instalações, com pintura, revestimento da piscina, embelezamento e jardiprimeira atração: a Opção Modas realizará um
desfile primavera/verão às 19 horas. Ao longo
da temporada, o Balneário estará aberto todos os dias, esperando você com aquela água
quentinha e terapêutica para o banho de piscina ou de banheira, além do restaurante com
petiscos, almoço e bebidas. Tudo feito com
muito cuidado e carinho.
Pe. Pedrinho
“Nós vamos pra Missão,
nós vamos trabalhar.
É Deus que nos envia, para
a vida transformar!”
Com esse refrão de uma das nossas canções
missionárias chegamos até você nesse mês dedicado às Missões.
Somos todos desafiados a sermos missionários e missionárias. Recordando que ser missionário ou missionária não significa ter que deixar a
terra natal e ir para terras distantes. Somos todos
desafiados a assumir nossa missão de batizados
onde quer que estejamos. Missão confiada a cada
um de nós. Ser presença de Jesus no trabalho,
no estudo, no lazer, em nosso lar. Se colocarmos
em prática as lições deixadas por Jesus de Nazaré transformaremos o mundo a partir de nossa
realidade.
Jamais poderemos esquecer de todos os que
se lançam como missionários em terra de missão.
Que deixando sua terra partem para outras com
o desejo de servir a outros irmãos e irmãs que
sentem a necessidade de auxílio. São muitos os
leigos e leigas, sacerdotes, religiosos e religiosas
que deixando suas famílias e suas cidades evangelizam em outras terras. Por esses devemos rezar pedindo a proteção do Senhor, pois em nome
da Igreja estão testemunhando a fé.
Cabe-nos pensar: “E eu que estou fazendo
para que Jesus Cristo seja mais conhecido e dessa
forma mais amado? Tenho assumido minha missão de ser discípulo de Jesus? Tenho praticado o
bem? Promovido a justiça? Acolhido a todos? Denunciado a maldade? A missão de todo batizado
não é apenas rezar ,mas colocar em prática o que
Jesus ensinou.
Santa Teresinha do Menino Jesus é a padroeira das missões, celebrada no dia 1º desse mês.
Mesmo sem sair do convento, tinha em seu coração ardente desejo de evangelizar e por isso é a
padroeira de todos os que se lançam na missão.
Que o amor dessa santa tão querida nos desperte para a missão. Nesse mês também celebraremos São Francisco de Assis, jovem corajoso que
abandonou todos os seus bens para servir os pobres vivendo como pobre, despertando a tantos
para amar e servir. Recordaremos com carinho a
Padroeira do Brasil, a Virgem Mãe Aparecida, imagem encontrada nas águas do Rio Paraíba. Aquela imagem de negra cor nos ensina que somos
irmãos e que não pode haver entre nós alguém
que ainda use de discriminação por causa da religião, raça ou cor. O sangue que corre em nossas
veias é da mesma cor, somos herdeiros do mesmo céu, filhos do mesmo Pai. Longe de nós esteja
todo racismo.
E mais uma vez nossos jovens demonstrarão
o seu vigor no Encontro de Jovens Cristãos: ENJOCRI, no dia 20 desse mês na Paróquia de Treze de
Maio. Todos os jovens são desafiados a participar.
E coroaremos esse mês com a Missa da Juventude na Matriz de Rio Fortuna dia 27 ás 19:30h.
Deus abençoe a todos!
24
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
Maratcha
Edésio Willemann
Dauri Vanderlinde completa mais um ano
de vida, no dia 14 de outubro. Parabéns e
muitos anos de vida, é o que desejam toda
sua família e seus amigos. E eles mandam
um recado: “E aí? Vai ter festa?”
M&M
A correspondente do Rio dos índios deste Canal SRL e também
princezíssima da Gemüse Fest, Kelin Dutra, completa mais um
aninho de vida em 25 de outubro. Toda a equipe do “O Ronco”
deseja muitas alegrias e vitórias. Seus familiares e em especial
seu namorado Alan, se juntam a nós nesses votos.
Mentira
Edson Baumann
A gatinha Luiza
Boeger completa
três aninhos no
dia 08 de outubro. Quem está
feliz da vida e babando é a mamãe
Denise e o papai
Dilnei. Felicidades
Luiza!
Jaime Eller completou
mais um ano de vida dia
16 de setembro. Tudo
de bom, muita saúde,
paz e felicidade é o que
desejam sua mãe, seus
irmãos, sobrinhos e amigos.
Alcione da Silva Vandresen comemorou
mais um ano de vida no mês de setembro. Seu marido Márcio e seus filhos Paola e Jean Marcelo mandam uma mensagem: “Perdoe-nos pelas vezes que
falamos sem pensar e te magoamos.
Pelas vezes que ao invés de lhe dar as
mãos, te viramos as costas. Pelos momentos que não fomos filhos e companheiros. Hoje, depois de tudo, percebemos o que ainda precisa mudar e que
você é uma pessoa essencial nas nossas
vidas. Obrigado pela dedicação a seus filhos e marido. Um Feliz aniversário”.
Gabriel
completou
seu primeiro aninho
no dia 5 de setembro.
Os avós, titios e titias
e, é claro, o papai Wilmar e a mamãe Luciana desejam toda a
felicidade, a paz e o
amor do mundo.
Parabéns a Karin Luciana. Dia 14 de outubro ela completa seus 22 anos. Seus familiares e em especial sua irmã desejam a
você muitos anos de vida.
Olha aí o nosso amigo
Dailson Schulz. Ele comemorou, no último dia 25,
seus 60 anos. E esbanjando saúde. Parabéns “Negão”, por esse dia especial.
Os votos de saúde e paz
são de todos seus amigos
e familiares.
Alexandre Schimdt estará comemorando mais um ano de
vida, no dia 6 de outubro. Feliz
aniversário!
Franciele e Vanderson Westphal
também sopram velinhas neste
mês de outubro. Parabéns aos
dois!
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
Maicon Claudino (Pimenta) soprou velinhas em
17 de setembro. Sua família, seus amigos e em
especial sua esposa Elisângela torcem pra que
tenha muita saúde, sorte e alegrias.
25
Jonas Machado (Nica), muita saúde, sucesso e
sorte! Sua família e seus amigos festejaram contigo o dia 25 de setembro e sua companheira
Taise faz uma homenagem especial.
Juliete Schmoelher soprou velinhas no dia
3 de outubro. Seu aluno José Luiz Roecker
Herdt é quem lhe deseja um feliz aniversário. “Que Deus te acompanhe sempre
e ilumine teus caminhos, para que prossigas nas trilhas do bem, que possas ser
feliz e que continues espalhando paz
alegria, amor e simpatia. Feliz aniversário
professora”.
O casal Leonado e Delicia comemoram seus
aniversários. Ela, no dia 27 de setembro. Ele,
em 8 de outubro. A homenagem é de seus
filhos Vladiomir, Adavilso, Raquel e Jaqueline.
As irmãs Joice (29 de outubro) e Jaíne Oenning (23 de outubro) comemoram mais um
aniversário. A homenagem é da família. Em
especial dos maridos. Muitas felicidades.
Valdecir Assing trocou de idade no dia 25
de setembro. Os votos de sucesso e felicidades são de seus familiares e amigos.
Jakson Westphal, no dia 6 de outubro troca de idade. Desejamos
a ele muita sorte e muitas alegrias.
Seu Willi e Dona Erna comemoram no mês de setembro grandes datas. Ela, no dia 02, completou 89
anos e ele, no dia 21, 97 anos. Juntos comemoram
67 anos de vida conjugal. Uma homenagem especial
de toda a equipe do Canal SRL e de todos seus amigos e familiares.
A comunidade do Rio Bravo agradece a todos pela presença
na Festa em Honra a Nossa Senhora da Piedade realizada
nos dias 14 e 15 de setembro.
26
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
Esporte Total
Ana Maria Vandresen
Tigrinhos de Santa Rosa de
Lima rugem no Majestoso
O cenário foi perfeito para dezoito atletas do Projeto Tigrinhos de
SRL. Com idade entre 13 e 14 anos, coube a eles realizar dois jogos
preliminares de uma partida do Campeonato Brasileiro da Série A, no
Estádio Heriberto Hulse. E justamente no dia 8 de setembro, quando o
Criciúma enfrentou um dos grandes do futebol brasileiro: o Botafogo.
Os garotos comandados pelo treinador John Warmling não perderam
a oportunidade. Venceram as duas partidas. Contra Ermo, por 3 X 0, e
contra Jacinto Machado, por 3 x 1.
7º Etapa da Copa Grilo Moto
de Motocross
Dudu e Germano honraram seus macacões e fizeram suas motos roncarem na cidade das colinas, no final de semana do dia 7 de setembro. Germano venceu as duas
baterias das quais participou, na MX1 e na MX2. Já Dudu fez uma ótima corrida na intermediaria e levantou o caneco do primeiro lugar. Na MX2, mesmo tendo cometido
um pequeno erro e caído, fez uma prova de recuperação e chegou em terceiro. Na
MX1, a disputa acirrada, do começo ao fim, foi com o próprio Germano. Dudu acabou
no segundo degrau do pódio. Nossa dupla de pilotos agradece a todos os patrocinadores e pela torcida de todos.
Lideres do Campeonato Veterano e feminino seguem com
100% de aproveitamento
Os campeonatos de futsal veterano e feminino seguem a todo vapor no Ginásio
Municipal. Em outubro, eles entram em suas quintas rodadas. As últimas da primeira
fase. Entre os veteranos, o grande destaque fica com a equipe do Fatinha, que não só
lidera o campeonato, como já está garantido para a próxima fase. Quatro times brigam pelas três vagas restantes: as equipes do Leke, do Valmir, do Murça e do Neco.
No feminino, a situação é parecida. Quem lidera e já assegurou sua vaga para as
semifinais foi a equipe do Paraiso das Aguas. Outra equipe já está garantida também:
a do Rio do Meio. Assim, a disputa vai ser grande entre três equipes para ver quem
fica com as duas vagas restantes. Estão na disputa Leko, Meninas CME e Bela Vista.
O Ginásio vai ficar ainda mais lotado e a torcida ainda maior.
Uma Homenagem ao nosso amigo e parceiro Mi (a direita),
capitão do jogo.
SRL na Adesc
As meninas das categorias sub 12 e sub 14 estão classificadas
para a segunda fase no campeonato regional da Adesc. O próximo
jogo está marcado para o dia 19 de outubro. Ainda não se sabe quem
serão as adversárias.
Já os meninos se despediram da competição com três “chocolates” amargos de Orleans. Na categoria sub 11, o placar foi de 7x0. Na
sub 13, de 16 x1. E, finalmente no sub 15, de 5 x 0.
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
CAMPEONATO VETERANO
E FUTSAL FEMININO SRL 2013
TABELA DE PONTUAÇÃO
VETERANO
EQUIPES DA CHAVE “A”
P
J
V
E
D
GC
GP
SG
1º FATINHA / EDUARDO MAY
12
04
04
00
00
04
11
+07
2º
LEKE / BUNECO
07
04
02
01
01
12
13
+01
3º
VALMIR R. / CHAVETA
06
04
02
00
02
17
15
-02
4º
MURÇA / ADEMARZINHO
06
04
02
00
02
08
15
+07
5º
NECO / ADAIR PETRY
03
04
01
00
03
12
08
-04
6º
TITO / ILSO BONETTI
01
04
00
01
03
20
11
-09
EQUIPES DA CHAVE “B”
P
J
V
E
D
GC
GP
SG
1º
PARAISO DAS AGUAS
09
03
03
00
00
04
22
+18
2º
RIO DO MEIO
09
04
03
00
01
08
14
+06
3º
MENINAS CME
03
03
01
00
02
16
10
-06
4º
LEKO
03
03
01
00
02
13
06
-07
5º
BELA VISTA
00
03
00
00
03
14
03
-11
FEMININO
Desfile 7 de Setembro
Pelotão da Comissão Municipal de Esporte presente no desfile.
27
28
Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL
ter no mínimo 18 anos (no dia da eleição). Seria importante que, no mínimo,
ele(a) conhecesse as principais funções
do vereador(a). Em linhas gerais, elas
são: criar leis para o dia-a-dia do município; fiscalizar os atos do prefeito e de
seus secretários; e encaminhar as reivindicações da população para a Prefeitura.
O tal de Portal
Apesar de não estar sempre atualizado, como deveria, e de não ser de uma
leitura fácil, o portal da transparência
virou uma importante ferramenta para
acompanhamento da gestão pública em
todas as esferas: municipal, estadual e
federal. Através do portal, o cidadão tem
acesso a todas as informações relevantes que dizem respeito a receitas e despesas públicas. É um dever de cidadania
acessá-lo e conferir o que é feito com
o dinheiro público. Engraçado é saber
que, recentemente, havia gente investigando para saber “quem passava tantas
informações para a oposição”. O “agente secreto” queria saber quem era esse
“tal” de Portal.
Ser vereador(a) é uma coisa...
Para ser candidato a vereador(a) é
preciso ser alfabetizado, ter nacionalidade brasileira, ter pleno exercício dos
direitos políticos, estar alistado eleitoralmente, ter domicílio eleitoral no município há pelo menos um ano, ser filiado há
mais de um ano a um partido político e
Ter capacidade para ser vereador(a), é outra...
Em recente sessão da Câmara Municipal, instaurou-se uma polêmica sobre
o uso (ou, o mau uso...) de veículos públicos municipais. O que mais chamou a
atenção do público foi o “desvio” a que
se levou a discussão. Após questionamento sobre o uso de veículos da saúde,
o vereador líder do governo listou situações supostamente idênticas na gestão
anterior. A ele, parece, um possível mau
uso anterior seria suficiente para justificar um mau uso atual. Causou mais surpresa ver o mesmo vereador jubilar-se
de que estava no seu terceiro mandato
e duvidar da capacidade de sua colega
vereadora. Mais do que isso, afirmou
que a colega vereadora ainda teria que
aprender.
Considerando que a Câmara é o
espaço em que devem se dar debates
sólidos e aprofundados sobre as questões de interesse público do município e
dos munícipes, soaram estranhos tanto
os argumentos rasos, quanto a agressividade e o ataque pessoal. Essa opção
demonstraria capacidade?
Capacitômetro
A dúvida do vereador líder de governo sobre a “capacidade de ser vereadora” da colega que é da oposição
e o fato do Canal SRL, com o objetivo
de bem informar os seus leitores, vir
acompanhando semanalmente todas
as sessões da Câmara, levaram este
Macau a propor um capacitômetro, ou
medidor de capacidades. Para isso, basta criar um “placar das capacidades” dos
vereadores ou suas bancadas. Para se
conseguir pontos é suficiente cumprir a
função: propor projetos de lei, levantar
temas importantes para debate, tratar
de questões de relevância para a população ou fiscalizar. Periodicamente,
serão apresentados os resultados parciais.
Primeira parcial: 4 x 0
Com os critérios acima apresentados, até esta edição da coluna, o capacitômetro indica quatro pontos para a
bancada de oposição e nenhum para a
bancada da situação. Confiram e reflitam:
1º ponto – Projeto de lei do lar legal,
que visa regularizar e escriturar os terrenos urbanos que não possuem escritura pública, apresentado pela bancada
de oposição.
2º ponto – Debate sobre a passagem
da rede da PCH Geracoop pelo centro
da cidade, levantado pelos vereadores
da oposição e que gerou conquistas.
3º ponto – Manifestação relativa à
fiscalização da qualidade estrutura da
obra da quadra poliesportiva do Rio
Bravo, que resultou, inclusive, em ação
do Ministério Público Federal (realizada
pelos vereadores Edna Bonetti e Luiz
Schmidt).
4º ponto – Manifestação relativa à fiscalização da Coleta dos resíduos sólidos
em SRL, em função do aumento exagerado dos custos na atual gestão. Ação
também de iniciativa dos vereadores de
oposição.
“Entulhos autoritários”
No lago da PCH da Eletrosul, na comunidade de Nova Fátima, foi colocada
uma linha de bóias transversal ao curso
do rio. Pelo que foi possível apurar, elas
serviriam para sinalizar a possíveis embarcações que não se pode seguir rio
abaixo porque a barragem está logo em
seguida. Nas últimas semanas, a chuva
forte fez acumular nessa linha muita
madeira e todo tipo de entulhos. É mais
um sinal do desrespeito das PCH com
o rio Braço do Norte, com a paisagem
e com toda a população local. Trata-se
de omissão? A Eletrosul não tem uma
equipe de engenharia? Será que essa
estatal quer fazer economias nas costas
dos santarosalimenses? Será que ela
não tem preocupações com o nosso rio
e com nossa paisagem? Respostas efetivas são indispensáveis.

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