REVISÃO EMBRIOGÊNESE SOMÁTICA EM MILHO: TRAJETÓRIA E

Transcrição

REVISÃO EMBRIOGÊNESE SOMÁTICA EM MILHO: TRAJETÓRIA E
Embriogênese
somática em milho...
REVISÃO
33
EMBRIOGÊNESE SOMÁTICA EM MILHO:
TRAJETÓRIA E EFICIÊNCIA
SOMATIC EMBRYOGENESIS IN MAIZE: BACKGROUND AND EFFICIENCY
ANA LUISA MONEZI LUCENA1, IVONE BATISTA DE OLIVEIRA ELOI2, CLAUDETE APARECIDA
MANGOLIN3, MARIA DE FÁTIMA PIRES DA SILVA MACHADO4*
Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento, Universidade Estadual de Maringá, Avenida Colombo, 5790 –
87020-900 – Maringá, Pr – [email protected].
2
Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento, Universidade Estadual de Maringá, Avenida Colombo, 5790 –
87020-900 – Maringá, Pr – [email protected].
3
Departamento de Biotecnologia, Genética e Biologia Celular, Universidade Estadual de Maringá, Avenida Colombo, 5790 –
87020-900 – Maringá, Pr – [email protected] / [email protected]
*Autor para correspondência: [email protected]
1
RESUMO
Selecionar protocolos eficientes para promover a
embriogênese somática e regenerar plantas de milho (Zea mays L.),
é um alvo que deve contribuir para o melhoramento de milho no
Brasil. Esse processo deve favorecer a transferência de genes e o
desenvolvimento de variedades geneticamente modificadas. Na
presente revisão, os protocolos desenvolvidos para indução de
calos embriogênicos e regeneração de plantas foram organizados
no sentido de avaliar a eficiência desses protocolos. Um ou mais
protocolos promissores foram selecionados para investimentos
futuros, com genótipos de interesse para o melhoramento. As
investigações com genótipos diferentes de milho estão concentradas
em pouco mais de duas décadas (1989 a 2012), período em que
foram divulgados apenas 17 estudos, onde foram investigados
179 genótipos, dos quais 77% formaram calos embriogênicos e
somente 43,5% regeneraram plantas na ausência ou em presença de
aminoácidos e/ou de concentrações diversas de citocininas e auxinas.
O meio N6 foi mais utilizado para a indução de calos (89,47%
das investigações). A adição de L-prolina, caseína hidrolisada,
juntamente com o AgNO3, foi verificada em 84%, 56% e 60% dos
experimentos, respectivamente. O meio de cultura N6 contendo 2,0
mg L-1 de 2,4-D tem sido usado para analisar 46% dos genótipos.
Mediante esse processo a embriogênese somática ocorreu em
87,9% dos calos. Após mais de três décadas desde a divulgação do
primeiro regenerante de milho (1975), a competência para induzir
calos embriogênicos e regenerar plantas parece mais dependente do
genótipo do que dos suplementos adicionados ao meio de cultura.
Termos para indexação: embriogênese adventícia, regeneração
de plantas, cultura de calos.
ABSTRACT
The selection of efficient protocols to promote somatic
embryogenesis and plant regeneration of maize (Zea mays L.),
is a target that should contribute to the improvement of maize
in Brazil. This process should encourage the transfer of genes
and the development of genetically modified varieties. In the
present review, protocols have been organized and developed
for embryogenic callus induction and plant regeneration in
order to evaluate the efficiency of the protocols that were used.
One or more promising protocols for future investments was
selected with genotypes of interest for genetic improvement. The
investigations with different maize genotypes are concentrated in
just over two decades (1989-2012), when only 17 studies were
published and 179 genotypes were investigated, of which 77%
formed embryogenic callus and only 43.5% regenerated plants
in the absence or presence of amino acids and/or in different
concentration of cytokinins and auxins. The N6 medium was
the most used for callus induction (89.47% of investigations).
The addition of L-proline, hydrolyzed casein, along with
AgNO3 was detected in 84, 56, and 60% of the experiments,
respectively. N6 medium containing 2.0 mg L-1 2.4-D has been
used to analyze 46% of the genotypes. Through this process
somatic embryogenesis has been induced in 87.9% of these
cases. It has been three decades since the release of the first corn
regenerant (1975), the competence for somatic embryogenesis
and plant regeneration has been linked to being more dependent
on genotype than on added supplements to the culture medium.
Index terms: Adventitious embryogenesis, plant regeneration,
callus culture.
INTRODUÇÃO
O milho (Zea mays L.) é considerado uma das
principais matérias-primas na agricultura internacional, como
uma fonte de nutrientes para homens e animais (SHOHAEL et
al., 2003; PETRILLO et al., 2008). Além de sua importância
agronômica, o milho é um organismo modelo para pesquisas
básicas e aplicadas (STRABLE & SCANLON, 2009).
(Recebido em 28 de setembro de 2014 e aprovado em 24 de abril de 2015)
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 11, n. 2, p. 33-53, 2015
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LUCENA, A. L. M. et al.
Por muitos anos as pesquisas aplicadas no
melhoramento do milho foram direcionadas por métodos
agronômico. A suspeita inicial, e a posterior constatação de
convencionais. No entanto, o sucesso desta estratégia
somáticos que regeneram plantas é dependente do
foi se tornando limitado por baixas variações genéticas,
genótipo, determinou a necessidade de buscar protocolos
como resultado de domesticação, custos elevados,
adequados para cada genótipo de interesse (GREEN &
incompatibilidade sexual e longo tempo de geração para
PHILIPS, 1975; GREEN, 1982). As investigações vêm
produzir uma única seleção melhorada. A partir do século
sendo realizadas por vários grupos de pesquisadores e na
XXI, devido a avanços nos conhecimentos dos métodos
presente revisão de literatura, os protocolos desenvolvidos
de biologia celular e molecular, o milho tem sido alvo
foram organizados, no sentido de: a) registrar a evolução
de transformações genéticas diretas para a produção de
culturas transgênicas (ANAMI et al., 2010).
Entretanto o sucesso na transformação estável de
culturas de milho é dependente de um protocolo capaz de
regenerar plantas completas. A técnica de cultura de tecido,
a partir de células embriogênicas para formar calos com
competência para regenerar plantas, tem sido um dos prérequisitos para a obtenção de plantas de milho geneticamente
modificadas. Isto porque, muitos genótipos de milho
são extremamente recalcitrantes (resistente sob qualquer
condição imposta) a resposta in vitro (AHMADABADI
et al., 2007; ZHONG et al., 2011). Para obter plantas
transgênicas, o gene é introduzido em células totipotentes
(por exemplo, culturas de calos), e a regeneração quando
que a indução de calos com potencial para formar embriões
dos procedimentos empíricos que têm sido adotados
para induzir embriogênese somática e regenerar plantas
in vitro de genótipos promissores para o melhoramento,
b) avaliar a eficiência dos protocolos que foram usados,
e c) selecionar um ou mais protocolos promissores para
investimentos futuros, com genótipos de interesse para
o melhoramento. Selecionar um ou alguns protocolos
mais eficientes para promover a embriogênese somática e
regenerar plantas de milho, é um alvo que deve contribuir
para o melhoramento de milho no Brasil, favorecendo a
transferência de genes e o desenvolvimento de variedades
geneticamente modificadas de milho.
HISTÓRICO
ocorre é intermediada por essas células. A embriogênese
O sucesso relativo da cultura de tecidos para
indireta tem sido o processo morfogenético de preferência na
regeneração de plantas monocotiledôneas, a exemplo
regeneração de plantas transgênicas (FRAME et al., 2002,
do milho, foi possível somente a partir do uso de tecidos
2006, 2011; HUANG & WEI, 2004; ISHIDA et al., 2007;
meristemáticos e embriogênicos como explantes (GREEN
VEGA et al., 2008; ZHONG et al., 2011).
Segundo González et al. (2012), há mais de 20
anos a embriogênese somática in vitro que envolve o
estabelecimento de um explante na cultura, proliferação
de calos e iniciação da formação de embriões somáticos,
tem sido o método mais adequado para a cultura de tecido,
regeneração e transformação de milho. A propagação de
culturas de células embriogênicas ou meristemática a partir
de embriões imaturos de milho permitiram a resposta in
vitro antes considerada não possível. Desde a década
de 80 do século passado, vários protocolos vêm sendo
desenvolvidos para estabelecer a embriogênese somática
em genótipos de milho com características de interesse
& PHILLIPS, 1975; ARMSTRONG & GREEN, 1985;
DUNCAN et al., 1985; SONGSTAD et al., 1992). A partir
de então tem se buscado constantemente avanços na área
da cultura de tecido em milho, onde o alvo principal de
muitos pesquisadores é regenerar plantas dessa espécie in
vitro. A Tabela 1 contém a relação de autores que utilizaram
diferentes tipos de meios de cultura para induzir, cultivar
calos, e regenerar plantas de vários genótipos de milho.
Os trabalhos iniciais de regeneração em milho
foram realizados por Green & Phillips (1975); esses
autores utilizaram o embrião imaturo da linhagem
americana A188 e desenvolveram uma planta adulta. Esse
resultado, entretanto foi restrito, pois poucos genótipos
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 11, n. 2, p. 33-53, 2015
Embriogênese somática em milho...
considerados linhagens elite, respondem às mesmas
condições experimentais utilizadas na propagação da
linhagem A188, considerada de pouco valor agronômico,
mas com alta capacidade de regeneração. Estas evidências
indicaram que o potencial para regenerar plantas de milho
era dependente do genótipo.
A identificação de genótipos de milho com
capacidade de regeneração de plantas e que respondem
favoravelmente as condições dos meios de cultura,
somente tornou-se possível com a utilização de explantes
responsivos para iniciação de calos. Os primeiros e mais
apropriados explantes em milho, com essa finalidade,
foram os embriões imaturos. Dentre outros explantes
empregados, sem sucesso, encontram-se: embriões
maduros (HUANG & WEI, 2004; JIA et al., 2009; ABEBE
et al., 2008), regiões nodais (VLADIMIR et al., 2006),
tecidos foliares (CONGER et al., 1987; ZHANG et al.,
1996; AHMADABADI et al., 2007), anteras (TING
et al., 1981; BARLOY & BECKERT, 1993; HE et al.,
2006), pendão (ZHONG et al., 1992; GRANDO et al.,
2013) protoplastos (MOROCZ et al., 1990) e brotos
meristemáticos (SAIRAM et al., 2003; LI et al., 2004;
CHEN et al., 2006). Assim, os embriões imaturos ainda
continuam sendo considerados os mais eficientes explantes
dentre os demais explantes testados, para a formação de
35
calos embriogênicos e regenerantes em milho (RAKSHIT
et al., 2010).
Ao se inocular embriões imaturos de milho em
meio de cultura, há a possibilidade de se formar dois
tipos de calos embriogênicos: o tipo I, compacto, e o tipo
II, friável de rápido crescimento e com alta capacidade
para regeneração. A frequência de indução do calo tipo
II é baixa, sendo genótipo específica e dependendo da
composição do meio de cultura (EL-ITRIBY et al., 2003).
Também, a formação de calos tipo II tem sido atribuída
a influência da orientação dos embriões imaturos no meio de
cultura. Comumente é adotada por diversos autores a técnica
de colocar o embrião com o eixo embrionário em contato com
o meio de cultura, desta forma os calos embriogênicos são
efetivamente formados a partir do escutelo (BOHOROVA
et al., 1995; CARVALHO et al., 1997; SANTOS-SEREJO
& AGUIAR PERECIN, 2000; FRAME et al., 2002; ELITRIBY et al., 2003; HUANG & WEI, 2004; JEDIDAH
et al., 2006; DANSON et al., 2006; ODUOR et al., 2006;
BINOTT et al., 2008; OMBORI et al., 2008; ANAMI et al.,
2010; GONZÁLEZ et al., 2012). Segundo registros de Prioli
& Silva (1989), os calos embriogênicos iniciados a partir do
escutelo, são caracterizados por apresentar inúmeros próembriões ou embriões somáticos na superfície do calo que
tendem a ter alta capacidade para regeneração.
TABELA 1 – Relação de autores que utilizaram diferentes tipos de meios de cultura para induzir, cultivar calos, e
regenerar plantas de vários genótipos de milho.
MS
Bedada et al. (2011)
Gorji et al. (2011)
Jia et al. (2009)
N6
Fernandes et al. (2008)
Zhong et al. (2011)
N6/MS
LS/MS
N6/B5
Prioli & Silva (1989)
Anami et al. (2010)
Huang & Wei
Carvalho et al. (1997)
Abebe et al. (2008)
(2004)
Santos-Serejo & Aguiar Perecin
(2000)
El-Itriby et al. (2003)
Danson et al. (2006)
Ortiz et al. (2007)
Ombori et al. (2008)
Petrillo et al. (2008)
Binott et al. (2008)
Vasconcelos et al. (2009)
Manivannan et al. (2010)
Rakshit et al. (2010)
Oneto et al. (2011)
González et al. (2012)
MS: Murashige & Skoog (1962); N6: Chu et al. (1975); LS: Linsmaier & Skoog (1965); B5: Gamborg et al. (1968).
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 11, n. 2, p. 33-53, 2015
36
LUCENA, A. L. M. et al.
No período de 1982 a 1987, os trabalhos bem
sucedidos de indução de calos, friáveis e regeneráveis que
formavam embriões foram limitados à linhagem A188, e
aos híbridos provindos dela, tais como o híbrido comercial
Decalb XL82 (VASIL & VASIL, 1986) e o híbrido
B73 (WANG, 1987). Após este período, os trabalhos
subsequentes visavam a busca de novos genótipos com
tais características. Dentre esses destaca-se o de Prioli &
Silva (1989), que testaram a capacidade de formação de
calos tipo II, em 35 linhagens, sendo 11 provenientes do
germoplasma cateto (Cat) das quais 8 produziram calos
friáveis com capacidade regenerativa, e 14 linhagens
derivadas do genótipo Tuxpeño das quais apenas duas
apresentaram essas características (Tabela 2).
Desde então, com os avanços da pesquisa nessa
área tem-se identificado novos genótipos factíveis a
indução da embriogênese somática. Carvalho et al.
(1997) observaram que dentre 134 linhagens testadas,
apenas três do tipo Cateto, e duas da população BR105
e BR112, apresentaram um bom desempenho para a
formação de calos tipo II e subsequente regeneração
Alguns requisitos considerados essenciais para a
produção de calos embriogênicos, em especial calos do
tipo II, e maior potencial de obtenção de plantas foram
estabelecidos por Narayanaswamy (1959), Norstog (1961,
1970), Narayanaswamy & Norstog (1964), e Raghavan
(1976). Estes requisitos relacionam as características que
determinam a melhor resposta do embrião, tais como:
(a) o vigor e sanidade das plantas doadoras, o estágio
de desenvolvimento e condição fisiológica do embrião,
(b) o meio de cultura com alta concentração de sais,
nutrientes, reguladores de crescimento e aminoácidos
e (c) a importância da orientação física do embrião no
meio nutritivo (iniciação do calo a partir do escutelo
exposto) para o desenvolvimento de embriões somáticos.
A otimização dessas variáveis aliado ao estabelecimento de
protocolos eficientes de regeneração, têm sido o objetivo
de vários trabalhos de pesquisa. Assim, os protocolos
são adaptados continuamente procurando-se estabelecer
as condições adequadas, aliado à seleção de genótipos
adequados na iniciação de calos embriogênicos e produção
de regenerantes.
da planta de milho. Shohael et al. (2003), trabalharam
Explante para indução de calos embriogênicos
com três linhagens (CML-161, CML-326 e CML-327)
De acordo com Green & Philips (1975), o
explante mais apropriado para se iniciar culturas
regeneráveis de milho foi o embrião imaturo isolado de
sementes, em desenvolvimento, com 11 a 14 dias após a
polinização, com o comprimento variando de 1,0 a 2,0 mm.
Subsequentemente, vários autores (BRONSEMA et al.,
1997; SANTOS-SEREJO & AGUIAR PERECIN, 2000;
EL-ITRIBY et al., 2003; KRAKOWSKY et al., 2006;
VASCONCELOS et al., 2009; BINOTT et al., 2008;
RAKSHIT et al., 2010) foram adaptando seus protocolos,
com coleta dos embriões imaturos variando entre o mínimo
10 e máximo de 24 dias após a polinização (PRIOLI &
SILVA, 1989; KEMPER et al., 1996; CARVALHO et
al., 1997; SANTOS-SEREJO & AGUIAR PERECIN,
2000; ORTIZ-VALTEZ et al., 2007; OMBORI et al.,
2008; FERNANDES et al., 2008; RAKSHIT et al., 2010;
ANAMI et al., 2010; DÉCIMA et al., 2011; GONZÁLEZ
et al., 2012). Esses autores também constataram que
e obtiveram a maior taxa de calos embriogênicos e
regenerantes para uma delas (CML-161), e em menor
taxa para as demais linhagens. Da mesma forma ElItriby et al. (2003) analisaram cinco linhagens elite de
milho Egyptiano (Sd62, Gz21D, Sd7, Gz643 e Gz624)
e estabeleceram a capacidade de formar calos tipo II em
todas elas, mas a maior taxa foi detectada em Gz643
e a menor taxa em Sd7, as quais regeneraram 42,43%
e 5,62% respectivamente. Outro registro foi feito por
Bedada et al. (2011) com milhos tropicais da Etiópia;
os autores analisaram cinco linhagens e obtiveram
melhores resultados em relação à indução de calos tipo
II e regeneração para duas linhagens {Melkassa 6(Q) e
[CML 327 x CML176]-B-B-2-3-2-B (QPM)}. A Tabela 2
mostra a avaliação da indução de calos embriogênicos e
regeneração de plantas em diferentes genótipos estudados
por vários autores no período de 1989 a 2012.
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Embriogênese somática em milho...
a variação do período de dias em que os embriões são
coletados, após ocorrer polinização, depende da região
geográfica em que a planta doadora se desenvolve, do
seu vigor fenotípico, da época do ano em que se faz a
coleta, e dos ciclos das gerações que foram utilizadas no
experimento.
37
No que se refere ao tamanho dos embriões, Zhong
et al. (2011) mostraram que embriões de tamanhos menores
que 1,0 mm não respondem ou atrasam a indução de
calos, e que os embriões maiores que 2 a 3 mm os calos
gradualmente crescem mas, tornam-se moles, escuros e
morrem.
TABELA 2 – Avaliação da indução de calos embriogênicos e regeneração de plantas em diferentes genótipos estudados
por vários autores e os suplementares adicionais contidos nos meios de cultura (MC) utilizados.
Genótipos
MC
Cat 100-1
Cat 100-2
Cat100-3
Cat100-3
Cat100-4
Cat100-5
Cat100-6
Cat100-7
Cat100-8
Cat85-1
Cat 85-2
Cat 85-3
Eto-1
TuxTe 50-1
TuxTe 50-2
TuxTe 50-3
TuxTe 50-4
Ast-1
TuxPc-1
Tux Pc-1 suo 2
Cyd-1
Tux Mo-1
Tux 100- 1
Tux 100-2
Tux 100-3
Tux 100-4
Tux 100-5
Tux 100-6
Tux 100-7
Tux 100-8
Tux 100-9
Tux 100-10
Tux 100-11
Tux 100-12
Tux 100-13
N6
2,4-D
(mg L-1)
2,2
Dicamba
(mg L-1)
Indução
Regeneração
Referência
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
-
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
Prioli & Silva (1989)
Continua...
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38
LUCENA, A. L. M. et al.
TABELA 2 – Continuação...
Genótipos
MC
13342/2
N6
13342/5
132331/1
13342/2 x 13342/5
13342/2 x 132331/1
132331/1 x 3342/5
CML-161
CML-323
CML-327
Sd62
G221D
Sd7
Gz643
Gz624
CML202
CML395
CML442
CML444
POOL A6-3
CMB7
CMB8
CMB9
CMB17
CMB19
CMB20
CMB21
CMB10
CMB11
JI15
CMB16
JI18
CMB5
CMB6
CMB12
CMB13
CMB14
LPC13
87014 x Z28-11
POP48SRS5-57
L3
L1345
TL08
TL09
TL18
TL19
2,4-D
(mg L-1)
1,0
N6/MS
1,0
N6
1,0/2,0
N6
N6
N6/MS
2,0
2,0
2,0
N6
N6
Dicamba
(mg L-1)
3,3
2,0
Indução
Regeneração
Referência
+
+
Santos-Serejo & AguiarPerecin (2000)
+
+
+
+
+
+/+
+/+
+/+
+
+
+
+
+
S/D
S/D
S/D
S/D
+
+
+
S/D
+
S/D
S/D
+
S/D
S/D
S/D
S/D
S/D
+
S/D
S/D
S/D
S/D
+ (*)
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
N/T
N/T
+
+
+
+
Shohael et al. (2003)
El-Itriby et al. (2003)
Danson et al. (2006)
Ortiz et al. (2007)
Usman et al. (2007)
Petrillo et al. (2008)
Binott et al. (2008)
Continua...
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 11, n. 2, p. 33-53, 2015
Embriogênese somática em milho...
39
TABELA 2 – Continuação...
Genótipos
TL20
TL21
TL22
TL23
TL24
TL25
TL26
TL27
TH24
TH25
TH26
TH27
TL18
TL27
MU25
CML216
CML78
CML331
CMS477BC4F2
HGZ-A04
HGZ-A05
HGZ-A08
HGZ-A09
HGZ-A10
HGZ-A15
HGZ-A17
HGZ-A18
CML216
CML244
TL26
CML216 X TL26
CML244 X TL26
CM111
CM117
CM124
CM125
CM300
HKI1105
HKI335
HK1126
LM5
CM300
LP236
LP214
LP2542
LP179
MC
N6
2,4-D
(mg L-1)
Dicamba
(mg L-1)
1,5
2,0
2,5
1,5
2,0
2,0
N6
3,3 / 6,6
LS/N6
1,0/1,5
MS/N6
1,0
N6
2,0
N6
2,0
2,0
Indução
Regeneração
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+/+
+/+
+/+
N/T
N/T
+/+
+/+
+/+
+/+
+/+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
-
Referência
Ombori et al. (2008)
Vasconcelos et al. (2009)
Anami et al. (2010)
Rakshit et al. (2010)
Manivannan et al. (2010)
González et al. (2011)
Continua...
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 11, n. 2, p. 33-53, 2015
40
LUCENA, A. L. M. et al.
TABELA 2 – Continuação...
Genótipos
LP1513
LP122-2
LP918
LP612
LP299-2
LP2
LP917
LP221
LP613
LP605
LP562
LP563
LP463
LP125-r
LP317
LP438
LP126
LP1411
LP4703
LP561
LP1512
LP509
LP1032
LP199
LP59
LP521
LP256-r
LP662
LP3830
LP579
LP5708
LP311
LP124
LP915
LPB1
LPB2
LP869
LP1044
LP197
LP13
LP147
BLS61
BLS91
Bl101
Melkassa-2
Melkassa-4
MC
MS
2,4-D
(mg L-1)
1,5
1,0
Dicamba
(mg L-1)
Indução
Regeneração
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 11, n. 2, p. 33-53, 2015
Referência
Bedada et al. (2011)
Embriogênese somática em milho...
41
TABELA 2 – Continuação...
Genótipos
MC
2,4-D
(mg L-1)
1,0
1,0
Dicamba
(mg L-1)
Indução
Regeneração
Referência
Melkassa-6Q
+
+
[CML312/CML206]
B-3-2-1-1-1
[CML387/CML176]2,5
+
+
B-B-2-3-2-B [QPM]
W21019
N6
3,0
+
+ (0,5 mg L-1 6-BA)
Zhong et al. (2011)
B7
2,0
+
+ (1 mg L-1 6-BA)
QCL5036
2,0
+
+ (1,5 mg L-1 6-BA)
B73
N6
2,0
+
Gorji et al. (2011)
Oh28
2,0
+
Va35
2,0
+
+
Gss0966
2,0
+
Vog134
1,0
+
+
Hi34
1,0
+
222F
MS
3,0
+
N/T
Omer et al. (2012)
Hudiba-1
1,5
+
N/T
441
2,5
+
N/T
Giza-2
2,5
+
N/T
PR5655
1,5
+
N/T
Mojitamma-45
1,5
+
N/T
N6: Meio formulado por Chu et al. (1975). MS: Meio formulado por Murashige and Skoog (1962). LS: Meio formulado por
Linsmaier e Skoog (1965); Indução de calos e regeneração de plantas (+); ausência de indução de calos e plantas regeneráveis (-).
S/D: Dados não mostrados na referência. N/T: não testados; 2,4-D: ácido 2,4-diclorofenoxiacético; Dicamba: 3,6-dicloro-2-ácido
metoxybenzoico; (*)(1,5 mg L-1 de AgNO3: Nitrato de prata; 6-BAP: 6- benziladenina.
Componentes do meio nutritivo
Os componentes do meio de cultura são fatores decisivos
para a obtenção de calos competentes para regeneração
(NEUMANN et al., 2009). Os componentes essenciais incluem
os sais inorgânicos, fonte de carbono e energia, vitaminas e
fitorreguladores. Demais componentes, tais como aminoácidos,
amidas, ácidos orgânicos e substâncias naturais complexas,
inibitores da biossíntese ou ação do etileno podem ser incluídas
no meio para otimizar determinada resposta.
Nutrição mineral
Zhong et al. (2011) relatam que em milho, para a
iniciação de calos e regeneração de plantas têm sido usadas
as formulações MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962), N6
(CHU et al., 1975), combinações de N6/B5 (DUNCAN
et al., 1985) e LS (LINSMAIER & SKOOG, 1965).
Embora não exista um padrão, as formulações N6 (CHU
et al., 1975) e MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962) com
algumas modificações, têm sido as recomendadas com
maior frequência para indução de calo, manutenção de
calo, indução de embriões e regeneração em genótipos
distintos de milho (Tabela 1).
Os macro e micro nutrientes são essenciais para o
Shohael et al. (2003) e Rakshit et al. (2010)
crescimento e desenvolvimento da planta por terem função
avaliaram comparativamente dois meios (MS e N6)
importante na fisiologia, bioquímica e metabolismo,
quanto a capacidade de indução e formação de calos
devendo ser incluídos na composição dos meios de cultura
embriogênicos e regeneração de plantas de milho em três
(BEYL, 2004). São várias as formulações de sais minerais
linhagens (CML-161, CML- 323 e CML-327) e cinco
empregadas na propagação in vitro de plantas.
linhagens (CM111, CM117, CM124, CM125, CM300)
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 11, n. 2, p. 33-53, 2015
42
LUCENA, A. L. M. et al.
(Tabela 2). Nestes estudos os autores identificaram que
que 3% de sacarose foi a concentração mais adequada para
o meio N6 foi mais adequado na indução de calo para a
a manutenção destes calos após os primeiros subcultivos.
maioria dos genótipos. Para o genótipo CM125 de milho,
Por outro lado, para três das 34 linhagens tropicais
Rakshit et al. (2010) observaram que a indução e formação
avaliadas (Cat100-6, Cat100-8, e TuxMo-1) pelos referidos
de calo foi melhor em meio MS. Para a fase de regeneração
investigadores, a frequência de indução de calos friáveis
o meio MS foi o mais adequado para todos os genótipos
embriogênicos foi maior em meio contendo 3% de sacarose
investigados por esses autores (Tabela 2). Esses estudos
(PRIOLI & SILVA, 1989). Estes experimentos indicaram
evidenciam a dependência do genótipo na resposta aos
que a concentração de sacarose é um fator limitante para a
diferentes meios de cultura.
indução de calos e que pode ser diferente dependendo do
Nutrição orgânica
genótipo de milho avaliado. Em outras nove linhagens de
Dentre os compostos orgânicos importantes na
indução de calo embriogênico em milho destacam-se os
carboidratos, vitaminas, aminoácidos e amidas, hexitóis,
substâncias reguladoras do crescimento e substâncias
orgânicas complexas. As variações das concentrações
desses compostos têm mostrado suas influências nas
diferentes fases da embriogênese somática (KEMPER
et al., 1996). Por exemplo, na Tabela 3 são apresentados
alguns suplementos incluídos na formulação dos meios
milho tropical, Vasconcelos et al. (2009) utilizaram a mesma
concentração de sacarose (3%) para a indução e manutenção
dos calos, enquanto que para 11 outros genótipos (linhagens
e híbridos) a indução e manutenção de calos embriogênicos
em uma linhagem (LD82025) e em dois híbridos (CD308
e CML314) foi descrita em meio contendo apenas 2% de
sacarose (FERNADES et al., 2008). Para uma linhagem
elite de milho tropical, Gonçalves et al. (2010) usou 3% de
sacarose para indução e manutenção dos calos e duplicou
N6 e MS.
a concentração para a regeneração.
Carboidratos
Substâncias reguladoras de crescimento
A sacarose tem sido utilizada como fonte de
carboidratos no meio de cultivo, em razão de certas
características, como alta solubilidade e rápida metabolização
pela maioria das células vegetais (THORPE & BEAUDOINEAGAN, 1984). Além da importância como fonte de
glicose, a sua concentração efetiva tem grande influência
nos processos de cultivo in vitro. Na fase inicial da cultura
de calos em milho, as concentrações de sacarose empregadas
Com relação a inclusão no meio de substâncias
reguladoras de crescimento as mais utilizadas na indução
de calo embriogênico em milho são o 2,4-D (ácido 2,4
diclorofenoxiacético) e dicamba (3,6-dicloro-2-ácido
metoxybenzoico). Na maioria dos trabalhos de cultivo in
vitro é comum testar diferentes concentrações de 2,4-D
e dicamba para otimizar as concentrações na indução de
calos em um determinado genótipo (Tabela 4).
entre 2% e 3% são as mais efetivas para o desenvolvimento
Meio desprovido de auxina ou com alta
dos calos. Após 15 a 20 dias no meio de indução de calos, os
concentração prejudicam a iniciação do calo (SHOHAEL
calos são transferidos para o meio de manutenção, e nesta
et al., 2003; OMBORI et al., 2008; RAKSHIT et al.,
segunda fase a concentração de sacarose é duplicada na
2010; MANIVANNAN et al., 2010; BEDADA et al.,
maioria dos protocolos, passando de 3% para 6%.
2011; ZHONG et al., 2011; GORJI et al., 2011; OMER
Em contraste com estas indicações, os experimentos
et al., 2012). Concentrações de 1,0 a 3,0 mg L-1 de 2,4-D
de Prioli & Silva (1989) mostraram que a indução de calos
foram as mais adequadas para induzir calos em diferentes
opacos e friáveis embriogênicos em algumas linhagens de
genótipos de Zea mays (Tabela 5); concentrações menores
milho derivadas de germoplasma tropical foi maior (5% a
do que 1,0 e maiores que 5,0 mg L-1 de 2,4-D não foram
10% mais frequente) em meio contendo 6% de sacarose, e
efetivas para a indução de calos nos genótipos analisados.
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 11, n. 2, p. 33-53, 2015
Embriogênese somática em milho...
43
TABELA 3 – Suplementos adicionais nos meios de cultivo N6 e MS, para indução e manutenção de calos de Zea mays.
Suplemento
Concentração (mg L-1 ou g L-1)
Referência
Sacarose
20; 30 e 60 g L-1
L-Prolina
2,3 mg L-1 – 2,3 g L-1
Caseína Hidrolisada
100; 200 e 220 mg L-1
Nitrato de Prata
0,85 – 10, 15 e 20 mg L-1
Mio-inositol
MES
100 mg L-1
0,01 e 0,5 g L-1
Prioli e Silva, (1989)
Santos e Serejo et al. (2000)
El-Itriby et al. (2003)
Danson et al. (2006)
Usman et al. (2007)
Ortiz et al. (2007)
Petrillo et al. (2008)
Binott et al. (2008)
Ombori et al. (2008)
Vasconcelos et al. (2009); Anami et al. (2010)
Rakshit et al. (2010)
Manivannan et al. (2010)
González et al. (2011)
Zhong et al. (2011)
Gorji et al. (2011)
Bedada et al. (2011)
Omer Rasha et al. (2012)
Santos e Serejo et al. (2000); Shohael et al. (2003)
El-Itriby et al. (2003)
Danson et al. (2006)
Ortiz et al. (2007)
Ombori et al. (2008)
Vasconcelos et al. (2009)
Rakshit et al. (2010)
Anami et al. (2010)
Gorji et al. (2011)
González et al. (2011)
Bedada et al. (2011)
Zhong et al. (2011)
Omer Rasha et al. (2012)
Shohael et al. (2003)
Danson et al. (2006)
Ortiz et al. (2007)
Ombori et al. (2008)
Anami et al. (2010)
Rakshit et al. (2010)
Bedada et al. (2011)
González et al. (2011)
Zhong et al. (2011)
Gorji et al. (2011)
Omer Rasha et al. (2012)
El-Itriby et al. (2003)
Danson et al. (2006)
Ortiz-Valdez et al. (2007); Ombori et al. (2008)
Vasconcelos et al. (2009); Anami et al. (2010)
Rakshit et al. (2010)
Bedada et al. (2011
Zhong et al. (2011)
Gorji et al. (2011)
Omer et al. (2012)
González et al. (2012)
Zhong et al. (2011)
Vasconcelos et al. (2009)
Anami et al. (2010)
MES: Ácido 2-(N-morpholino) ethanesulfonic.
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 11, n. 2, p. 33-53, 2015
44
LUCENA, A. L. M. et al.
TABELA 4 – Relação de autores e concentrações de 2,4-D e Dicamba utilizadas na indução de calo em determinados
genótipos.
Referência
Concentrações de 2,4-D ou
Dicamba (mg L-1)
Prioli & Silva (1989)
0,5 e 2,2 ( 2,4 –D)
Santos-Serejo & Aguiar-Perecin et al. (2000)
1,0 e 0,5 (2,4-D)
Shohael et al. (2003)
1,0 (2,4-D)
El-Itriby et al. (2003)
1,0 e 2,0 (2,4-D)
Danson et al. (2006)
2,0 (Dicamba)
Ortiz et al. (2007)
2,0 (2,4-D)
Ombori et al. (2008)
0; 0,1; 0,3; 0,5; 0,7; 0,9; 1; 1,5; 2; 2,5; 5; 10; 15 e 20 (2,4-D)
Vasconcelos et al. (2009)
3,3 e 6,6 (Dicamba)
Anami et al. (2010)
2,0 e 1,5 (2,4-D)
Rakshit et al. (2010)
1,0; 2,0; 3,0; 4,0 (2,4-D em-MS)
1,0; 2,0; 3,0; 4,0 (Dicamba em N6)
Manivannan et al. (2010)
1,0; 2,0; 3,0 (2,4-D); 1,0; 2,0; 3,0 (Dicamba)
González et al. (2012)
2,0 (2,4-D)
Bedada et al. (2011)
1,0; 1,5 e 2,0 (2,4-D)
Zhong et al. (2011)
0; 1,0; 1,5; 2,0; 3,0 e 3,5 (2,4-D)
Gorji et al. (2011)
1,0; 2,0; 3,0; 4,0; 5,0 (2,4-D em MS)
1,0; 2,0; 3,0; 4,0; 5,0 (Dicamba em N6)
Omer et al. (2012)
0; 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5; 3,0; 3,5; 4,0; 10,0 (2,4-D)
2,4-D: ácido 2,4-diclorofenoxiacético; Dicamba: 3,6-dicloro-2-ácido metoxybenzoico.
TABELA 5 – Variações de concentração dos reguladores de crescimento (2,4-D ou Dicamba) que estimularam a indução
de calos embriogênicos em genótipos específicos.
Referência
Ombori et al. (2008)
Bedada et al. (2011)
Zhong et al. (2011)
Gorji et al. (2011)
Omer et al. (2012)
2,4-D (mg L-1)
1,5
2,0
2,5
1,5
2,0
1,5
1,0
1,0
3,0
2,0
2,0
2,0
2,0
Dicamba (mg L-1)
2,0
2,0
1,0
1,0
3,0
1,5
2,5
2,5
0,5; 1 e 1,5
1,5
2,4-D: ácido 2,4-diclorofenoxiacético; Dicamba: 3,6-dicloro-2-ácido metoxybenzoico.
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 11, n. 2, p. 33-53, 2015
Genótipos
TL18
TL27
MU25
CML216
CML78
Melkassa-2
Melkassa-4
Melkassa-6Q
W21019
B7
QCL5036
B73
Oh28
Va35
Gss0966
Vog134
Hi34
222F
Hudiba-1
441
Giza-2
PR5655
Mojitamma-45
Embriogênese somática em milho...
Aminoácidos e proteínas hidrolisadas
45
hidrolisada foram mais estáveis, correspondendo a 100,
Os aminoácidos têm importância na amplificação
das respostas morfogenéticas proporcionando maior
200, ou até 220 mg L-1 (Tabela 6).
Inibidores da ação de etileno
crescimento celular e facilitando sua diferenciação e
Em milho, a suplementação do meio de indução de
regeneração (GAMBORG, 1991). Dentre os aminoácidos
calo com o nitrato de prata (AgNO3) tem efeito benéfico na
utilizados na embriogênese somática em milho destacam-
embriogênese somática por estimular a formação de calo
se a L-prolina e caseína hidrolisada (fonte de aminoácidos)
tipo II. Esse composto atua na inibição da ação do etileno,
(Tabela 3).
hormônio produzido pela cultura in vitro, que prejudica
A L-prolina tem sido citada como um importante
diretamente a obtenção de culturas embriogênicas
indutor de culturas friáveis de calos tipo II (EL-
friáveis (VAIN et al., 1989a, b; SONGSTAD et al., 1991;
ITRIBY et al., 2003), enquanto que de acordo com
CARVALHO et al., 1997). As concentrações recomendadas
os relatos De Lucca (2003), a caseína hidrolisada tem
efeito benéfico na capacidade regenerativa na indução
e multiplicação de calos embriogênicos somáticos de
milho.
Concentrações baixas de L-prolina (2,3 mg L-1,
por exemplo) e concentrações muito mais elevadas (1000
vezes maior; 2,3 g L-1, por exemplo) estão relacionadas
como suplementos adicionais nos diversos experimentos
de nitrato de prata são apresentadas na Tabela 7. Huang &
Wei (2004) consideraram 10 mg L-1 a concentração mais
adequada de AgNO3 dentre seis concentrações testadas,
enquanto Ortiz-Valdez et al. (2007) recomendam a
concentração de 15 mg·L-1 como a mais significativa para
o aumento da embriogênese somática e produção de calos
tipo II (Tabela 7).
Condições de incubação
divulgados. Enquanto as concentrações de L-prolina se
Em geral, as culturas para a indução de calo devem
apresentam como marcadamente variáveis (alta ou baixa)
ser mantidas no escuro sob temperatura constante de 25 ±
nos diversos experimentos, as concentrações de caseína
2 ºC (Vasconcelos et al. (2009).
TABELA 6 – Relação de suplementos adicionais: caseína hidrolisada e L- prolina como fontes de nitrogênio.
Referências
Santos-Serejo & Aguiar-Perecin (2000)
Shohael et al. (2003)
El-Itriby et al. (2003)
Danson et al. (2006)
Ortiz et al. (2007)
Ombori et al. (2008)
Vasconcelos et al. (2009)
Caseína Hidrolisada
(mg L1)
____
200
____
200
200
100
____
Anami et al. (2010)
Rakshit et al. (2010)
González et al. (2012)
Bedada et al. (2011)
Zhong et al. (2011)
Gorji et al. (2011)
Omer et al. (2012)
____
200
100
100
100
220
100
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 11, n. 2, p. 33-53, 2015
L-Prolina
(g L-1)
1,38
2,3
2,88
2,3
0,230
0,285
0,288
0,690
2,878
0,7
2,303
2,9
2,875
0,690
0,230
2,875
46
LUCENA, A. L. M. et al.
Desenvolvimento dos embriões, conversão em
plantas e aclimatação
salina suplementado com concentração de sacarose
Após a formação dos calos embriogênicos, as fases
seguintes compreendem o desenvolvimento do embrião,
conversão em plantas e aclimatação. Inicialmente, as culturas
embriogênicas devem ser transferidas para meios desprovidos
de reguladores de crescimento ou com baixas concentrações
destes, suplementados com carboidratos, vitaminas e
aminoácidos. O 2,4-D e o Dicamba devem ser substituídos
por uma auxina de mais baixa atividade biológica tais como,
o ácido 3-indolilacético (AIA) e ácido 3-indolilbutírico
(AIB). A citocinina mais usada é a N6-benziladenina (6-BA).
Também, as culturas devem ser mantidas sob iluminação com
fotoperíodo de 16 horas e intensidade luminosa em torno de
36 mmoles m-2 s-1, até a formação das plantas e temperatura
de 25±2 ºC (VASCONCELOS et al., 2009). Desta maneira
os pró-embriões formados desenvolvem-se passado pelos
diferentes estádios da embriogênse levando à formação do
embrião.
As formulações salinas usadas para desenvolvimento
do embrião incluem a MS, MS diluída e N6. A Tabela 8
et al., 2009; OMBORI et al., 2008; HUANG & WEI
contém a relação de autores com as respectivas formulações
salinas utilizadas no desenvolvimento dos embriões.
Vários trabalhos relatam sobre a importância do
balanço entre citocinina e auxina, principalmente 6-BA
e AIA, no desenvolvimento dos embriões somáticos
e formação de propágulos (Tabela 9). Por exemplo, a
interação entre AIA e 6-BA, em doses diferenciadas,
foi considerada por Gorji et al. (2011) como um fator
determinante na indução de brotos em diferentes genótipos
tropicais de milho. A utilização desta combinação foi
descrita também nos trabalhos de Bohorova et al. (1995),
reduzida pela metade (Tabela 8); outros (VASCONCELOS
2004; PRIOLI, 1987) utilizam este meio após as plantas
atingirem aproximadamente 3 a 8 cm de altura, por até 15
dias ou então por apenas uma noite e sem sacarose, como
foi descrito por Rakshit et al. (2010), Manivannan et al.
(2010) e Gorji et al. (2011).
Além da redução pela metade da concentração salina
do meio MS (1/2MS) também tem sido testada a adição de
duas auxinas diferentes, AIB (ácido 3-indol-butírico) e
ANA (ácido α-naftaleno acético), descritas como eficientes
no processo de indução de raízes (Tabela 10). A eficiência
de AIB pode ser caracterizada no trabalho de Ombori et
al. (2008), que após realizarem testes com concentrações
de 0 a 1 mg L-1 de AIB, relataram a concentração de 0,8
mg L-1 como a mais adequada para a indução de raízes
em linhagens tropicais de milho. A utilização de ANA foi
considerada eficiente para indução de raízes em linhagens
de milho Indiano investigados por Rakshit et al. (2010)
e linhagens tropicais de milho analisadas por Gorji et al.
(2011); os autores testaram três concentrações de ANA
(0; 1,0; 2,0 mg L-1) e observaram que concentração de
2,0 mg · L-1 de ANA foi a mais adequada para a formação
de raízes. Além dos resultados descritos por Rakshit et al.
(2010) e Gorji et al. (2011), a concentração de 0,5 mg L-1
de AIB também foi considerada como efetiva por Shohael
et al. (2003) e Zhong et al. (2011) para o enraizamento,
enquanto que Vasconcelos et al. (2009) e Manivannan et
al. (2010) utilizaram 1,0 mg L-1 de ANA para indução das
raízes (Tabela 10).
Ortiz-Valdez et al. (2007), Manivannan et al. (2010) e
Aclimatação
Rakshit et al. (2010) (Tabela 9).
A última etapa e também de grande importância
para a obtenção de plantas de milho regeneradas, se refere a
aclimatação. Após o desenvolvimento das raízes as plantas
formadas são aclimatizadas em casa de vegetação; esta
fase é considerada crítica. De acordo com Santos-Serejo
& Aguiar-Perecin (2000) a planta ao ser transferida das
condições in vitro para in vivo é submetida a um estresse
Alguns investigadores consideram a etapa de
conversão dos embriões em propágulos como última etapa
antes da aclimatação. Outros dividem a regeneração em
duas etapas: formação de propágulos e a de enraizamento.
Alguns trabalhos recomendam para o enraizamento dos
propágulos o meio MS com metade da sua concentração
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 11, n. 2, p. 33-53, 2015
Embriogênese somática em milho...
47
fisiológico, devido às mudanças ambientais impostas na
Para completar os trabalhos de indução e
fase de aclimatação. Esses autores consideram que na
regeneração de plantas de milho, em geral, são finalizados
aclimatação em casa de vegetação devem ser consideradas
pelos autores através de uma síntese e análise da formação
as variáveis umidade, temperatura, época do ano e
de regenerantes por calos embriogênicos e sua relação com
intensidade de luz, que devem ser testadas visando a
a quantidade de brotos e raízes apropriadas, observando
obtenção de maior rendimento de regenerantes a partir
as plantas que toleraram a aclimatação e que foram
dos genótipos investigados.
verdadeiramente regeneradas.
TABELA 7 – Concentrações de nitrato de prata (AgNO3) utilizadas por diferentes autores nas fases iniciais de indução
e maturação de calos na cultura de tecidos de milho.
Referências
El-Itriby et al. (2003)
Danson et al. (2006)
Ortiz-Valdez et al. (2007)
Ombori et al. (2008)
Vasconcelos et al. (2009)
Anami et al. (2010)
Rakshit et al. (2010)
González et al. (2012)
Bedada et al. (2011)
Zhong et al. (2011)
Gorji et al. (2011)
Omer et al. (2012)
AgNO3 (mg L-1)
1,7
15
10
15
20
10
15
1,6
0,85
15
1,7
10
5
16
10
TABELA 8 – Tipos de meios de cultivo utilizados por diferentes autores nas fases de regeneração in vitro (brotamento/
enraizamento) de milho.
Referências
Meio usado para regeneração
Prioli & Silva (1989)
MS / 1/2MS
Santos-Serejo & Aguiar-Perecin (2000)
N6 / MS
Shohael et al. (2003)
El-Itriby et al. (2003)
MS
Danson et al. (2006)
MS
Ortiz et al. (2007)
MS
Ombori et al. (2008)
MS / 1/2MS
Vasconcelos et al. (2009)
MS / 1/2MS
Anami et al. (2010)
MS
Rakshit et al. (2010)
MS
Manivannan et al. (2010)
MS
González et al. (2012)
MS
Bedada et al. (2011)
MS
Zhong et al. (2011)
N6
Gorji et al. (2011)
MS / 1/2MS
Meio para regeneração de brotos / meio para formação de raiz. N6: meio formulado por Chu et al. 1975); MS: meio formulado por
Murashige and Skoog (1962); ½ MS: sais básicos utilizados em MS reduzidos a metade.
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 11, n. 2, p. 33-53, 2015
48
LUCENA, A. L. M. et al.
TABELA 9 – Reguladores de crescimento (AIA e 6-BA) utilizados de forma combinadas ou isolada, no processo de
indução de propágulos clorofilados na superfície dos calos de milho formados.
Referências
Shohael et al. (2003)
Danson et al. (2006)
Ortiz-Valdez et al. (2007)
Vasconcelos et al. (2009)
Rakshit et al. (2010)
Manivannan et al. (2010)
Zhong et al. (2011)
Gorji et al. (2011)
6-BA: 6-benziladenina; AIA: ácido 3-indolacético.
AIA (mg L-1)
0,1; 0,5 e 1,0
0,5
0,5
___
6-BA (mg L-1)
0; 0,5 e 1,0
1,0
1,0
0,25; 0,5 e 1,0
0,1 e 0,2
1,0
0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,5
0,1 e 2,0
0; 0,5 e 1,0
1,0 e 0,5
___
0; 0,5 e 1,0
TABELA 10 – Auxinas (AIB e ANA) utilizadas para estimular a formação de raízes.
Referências
AIB (mg L-1)
Ombori et al. (2008)
0,2; 0,4; 0,6; 0,8 e 1,0
Vasconcelos et al. (2009)
0,25 e 0,5
Rakshit et al. (2010)
___
Manivannan et al. (2010)
Zhong et al. (2011)
0,5
___
Gorji et al. (2011)
AIB: ácido indol 3-butírico acético; ANA: ácido α-naftaleno acético.
CONCLUSÕES
Considerando que foram transcorridos mais de três
décadas (37 anos) desde a divulgação do primeiro regenerante
de milho a partir da linhagem A188, poucos investimentos
foram feitos para assegurar um progresso efetivo de obtenção
de plantas de milho regeneradas in vitro. As investigações
com genótipos diferentes de milho estão concentradas em
pouco mais de duas décadas (23 anos: 1989 a 2012), período
em que foram divulgados apenas 17 estudos, onde foram
investigados 179 genótipos, dos quais 77% dos genótipos
formaram calos embriogênicos e somente 43,5% regeneraram
plantas. O meio de cultura N6 formulado por Chu et al.
(1975) foi mais utilizado para a indução de calos (89,47% das
ANA (mg L-1)
___
1,0
0; 0,5 e 1,0
1,0
___
1,0
Os investimentos subsequentes a partir do ano
2000 são marcados pela adição de suplementos adicionais
tais como L-prolina e caseína hidrolisada como fonte
suplementar de nitrogênio no meio de cultura, juntamente
com o nitrato de prata, atenuador de diferentes tipos de
estresse. A adição dos suplementos nos meios de cultura
parece ter sido uma estratégia interessante porque enquanto
nos em meio de cultura contendo apenas 2,4-D e sacarose,
sem o uso de suplementos adicionais, a proporção de
genótipos que formaram calos foi 57%, a indução de calos
ocorreu em 79% dos 48 genótipos investigados usando
meio de cultura contendo L-prolina, caseína hidrolisada
e AgNO3.
investigações). O meio de cultura N6 contendo 2,0 mg · L-1 de
De acordo com os registros na literatura
2,4-D foi usado para analisar 46% dos genótipos investigados
especializada, não encontramos um protocolo padrão
e induziu calos embriogênicos em 87,9% destes, mas somente
com maiores chances de garantia de sucesso, ou com maior
43,3% regeneraram plantas, indicando que a regeneração de
probabilidade de ser aplicado para garantir a indução de
plantas é uma etapa mais crítica do que a indução de calos
calos embriogênicos em genótipos diferentes de Zea mays.
embriogênicos, e que precisa de investimentos pontuais e
A dependência do genótipo pode ser considerada um fator
específicos.
limitante, que determina e orienta para uma necessidade
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 11, n. 2, p. 33-53, 2015
Embriogênese somática em milho...
de realizar experimentos testando protocolos e estratégias
diferentes, para garantir a embriogênese somática em
genótipos diferentes de milho.
A baixa taxa de regeneração encontrada nos
experimentos preliminares na ausência de 2,4-D
conduziram os investigadores a testar concentrações
diferentes do meio MS, testar o meio N6, concentrações
diferentes da fonte de carbono, e tipos e concentrações
diferentes de reguladores de crescimento, na ausência
ou na presença ou de concentrações reduzidas do 2,4-D.
Concentrações diferentes de reguladores de crescimento
(AIA, 6-BA, ANA, AIB, ABA), aminoácidos, e de
mio-inositol foram as variáveis adotadas para estimular
a formação de partes aéreas e de raízes nas plantas
produzidas in vitro. De 179 genótipos analisados,
apenas 43,5% regeneraram plantas na ausência ou em
presença de aminoácidos e/ou de concentrações diversas
de citocininas e auxinas. A competência para regenerar
parece intrinsecamente associada com o genótipo, mais
dependente deste do que dos suplementos adicionados ao
meio de cultura.
Experimentos adicionais com determinados
genótipos em meios de cultura contendo tipos e
concentrações diferentes de reguladores de crescimento
e/ou suplementos de outra natureza química, como
aminoácidos, por exemplo, são necessários para esclarecer
o quanto o potencial de regenerar plantas completas de
milho é de fato dependente dos genótipos e/ou dos meios
de cultura e/ou das condições da cultura in vitro.
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