síndrome do estress tibial medial(2)
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síndrome do estress tibial medial(2)
SÍNDROME DO ESTRESS TIBIAL MEDIAL (PERIOSTITE DA MARGEM MEDIAL DA TÍBIA OU CANELITE) Dores nos MMII em corredores podem ter várias causas: Musculares, tendinosas e ou ósseas. A síndrome do estresse tibial medial (SETM), popularmente conhecida como CANELITE, é uma queixa comum em atletas, principalmente aqueles que costumam correr médias e longas distâncias. Além da corrida essa síndrome pode estar presente em outros esportes que envolvam o ato de pular, sendo os pousos e decolagens em superfícies duras, a principal causa da dor. A dor é quase sempre difusa ao redor do aspecto postero medial da tíbia distalmente e tecidos moles adjacentes, a sensibilidade acontece na metade inferior do osso, inclusive podese sentir e ver certo grau de inchaço (edema). O quadro álgico cessa com o repouso e volta na retomada da atividade. Os músculos sóleo e o tibial posterior tem sido indicados como geradores de forças que podem estressar a fáscia e o periósteo dessa região. CAUSAS DA LESÃO Erros de treinamento: São causados pelo aumento excessivo no volume e/ou intensidade de treinamento, como também treinamento sem orientação de um profissional de educação física. Muscular: A fraqueza dos músculos dos MMII, como também a falta de alongamento do complexo gastrocnêmio-sóleo contribuem para o surgimento da lesão. Pisos duros: Pisos duros e compactados como concreto e asfalto devem ser evitados, dê preferência a grama ou pisos de terra, evite também terrenos acidentados. Estrutural: Hiperpronação, Hipersupinação da articulação subtalar. Tênis inadequado: Procure utilizar um tênis adequado para o seu tipo de pisada (algumas lojas especializadas já fazem o teste), vale lembrar que os movimentos de pronação e supinação são movimentos fisiológicos da articulação subtalar, esses movimentos servem para dissipar as forças de reação do solo durante a marcha, como também para proporcionar que o pé funcione como uma plataforma estável, a partir da qual será iniciado o movimento de propulsão. Durante a corrida, a magnitude dessas forças estará aumentada, portanto um tênis adequado ao seu tipo de pisada, como também um bom sistema de amortecimento é fundamental. FIGURA 1: Tênis com sistema de amortecimento. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL A visita ao médico é de fundamental importância, a fim de excluir a possibilidade de ser uma fratura por estresse. O relato da história clinica como também o exame físico é de fundamental importância para o diagnóstico. Caso o médico suspeite da fratura por estresse, a radiografia convencional é o primeiro exame a ser solicitado. No caso da (SETM) o resultado é absolutamente normal. Já a fratura por estresse só é diagnosticada pela radiografia convencional após aproximadamente 15 dias, quando aparecem as primeiras alterações radiológicas indicativas de fratura. Como o atleta não pode ficar por 15 dias esperando para ter um diagnóstico preciso da lesão, por conta dos efeitos do destreinamento, o médico poderá solicitar a cintilografia óssea ou a ressonância magnética, proporcionando assim o diagnóstico precoce de qual tipo de lesão acomete o atleta. FIGURA 3: Imagem de ressonância magnética demonstra a área de fratura por estresse na cortical da tíbia (seta), com formação de um calo ósseo de reparação. PREVENÇÃO Algumas medidas devem ser adotadas na prevenção da (SETM), sendo que a conscientização do atleta é de fundamental importância para o processo. Dentre elas podemos destacar: Aumento gradual no volume ou intensidade do treinamento (não aumentar mais que 10% à 15% semanalmente) Fortalecimento da musculatura dos MMII Utilização de calçado adequado Alternância entre os tipos de pisos durante as sessões de treinamento Alongamento da musculatura dos MMII, com ênfase ao tibial posterior e gastrocnêmio-sòleo Um bom aquecimento antes da prática esportiva FIGURA 2: O gramado é o terreno mais adequado para a prática da corrida. TRATAMENTO Afastada a possibilidade de ser uma fratura por estresse, dar-se-á inicio ao tratamento através de medidas que incluam: Correção de qualquer condição estrutural com o uso de calçados e caso necessário, palmilhas personalizadas para o pé. Modificação da atividade, evitando-se as corridas e os saltos por aproximadamente 10 dias. Durante esse período o condicionamento cardiorrespiratório deverá ser mantido através de exercícios na piscina com flutuador, como também no ciclo ergômetro. A CRIOTERAPIA (gelo) e o TENS (estimulação elétrica trans cutânea) podem ser usados objetivando a analgesia local. Exercícios de alongamento para musculatura posterior da perna (gastrocnêmio-sóleo). Com a regressão dos sintomas, devem-se iniciar de maneira progressiva, os exercícios de fortalecimento para toda musculatura que envolve a articulação do tornozelo (tibiais, fibulares e tríceps sural). Assim que o atleta estiver assintomático, pode-se iniciar o trote/corrida sobre a grama, por aproximadamente 20 minutos, com uma progressão de 10 a 15% semanalmente. É importante ressaltar que o mesmo já deverá estar adaptado ao tênis, caso seja portador de algum problema estrutural. O atleta como parte integrante do processo, deverá estar cooperativo, respeitando todas as fases da reabilitação, principalmente com relação à progressão a ser dada, evitando assim, a recorrência dos sintomas, como também o agravamento da lesão, que poderá evoluir para uma fratura por estresse. Bibliografias recomendadas: 1. Reabilitação Física das Lesões Desportivas. James R. Andrews; Gary L. Harrelson; Keven E. Wilk. Segunda edição. Editora Guanabara Koogan 2. Fisioterapia na Ortopedia e na Medicina do Esporte. James A. Gould. Segunda edição. Editora Manole 3. Técnicas de Reabilitação em Medicina Esportiva. William E. Prentice. Terceira edição. Editora Manole
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