PIMENTaO - departamento de produção vegetal - esalq

Transcrição

PIMENTaO - departamento de produção vegetal - esalq
Cultivo do pimentão
Profa. Simone da Costa Mello
ESALQ/USP
Origem e Classificação
•
•
•
•
Origem: México e America Central
Família: Solanaceae
Gênero: Capsicum
Espécie: Capsicum annuum
Capsicum annuum
Pimenta-doce, Jalapeño (C. annuum)
Pimentão (C. annuum)
Tipos varietais
Fruto semi-cônico: tipo Casca Dura
- Polpa fina
- Resistência ao potyvirus
Fruto retangular
Campo
Cultivo Protegido
Polpa espessa
Fruto quadrado: tipo Blocky
Brasil
• Primeiras variedades: origem
espanhola
• Variedades brasileiras: seleções
feitas em populações dos materiais
de origem espanhola (cv. Ikeda).
Cultivares de pimentão
Cultivar
Cor
Tamanho
Peso em g
Resistência
Amanda
Verde/amarelo
16-18 cm
8-10 cm
240-280
-
Ivory
Verde
limão/amarelo
11 cm
9 cm
200-220
TMV; Stip
Lilac
Roxo
10 cm
9 cm
200-220
TMV; Stip
Magali
Verde/vermelho
16-18 cm
8-9 cm
220-240
ToMV
Magali R
Verde/vermelho
16-18 cm
6-8 cm
220-240
PVY e ToMV
Mandarin
Verde/laranja
13-15 cm
8-10 cm
220-250
TMV; Stip
Rubia R
Verde/vermelho
-
260-280
PVY
ToMV vírus do mosaico do tomateiro; PVY – vírus Y da Batata;
TMV – vírus do mosaico do fumo; Stip – tolerância a mancha negra
Tipos varietais
Padrão semi-cônico
Padrão retangular
Padrão quadrado
Cor: amarelo, creme, laranja, preto,
roxo, verde, vermelho
Colheita
• Frutos imaturos: verde, roxo, chocolate,
creme
• Frutos maduros: creme, amarelo, laranja,
vermelho, roxo, marrom e preto
Sistemas de cultivo
• Campo:
• crescimento e produção livre
• Colheita no estádio imaturo ou maduro dos
frutos: vermelho, verde.
• Ambiente protegido
• Condução das plantas com 1, 2, 3 ou 4
hastes (desbrota)
• Colheita geralmente no estádio maduro
Colheita dos frutos
• Início: 90 a 100 DAS – frutos verdes
120 a 130 DAS – frutos maduros
Duração da colheita
Campo: 50 a 60 dias
Ambiente protegido: até 270 dias
Propriedade flavorizante
Capsaicinóides (Capsaicina):
pungência (C18H27O3N)
Composição
Compostos
Unidade
Pimentão vermelho
crú
Pimentão verde crú
K
mg/100 g 193
175
Vitamina C
mg/100 g 162,8
80,4
β-caroteno
ug/100 g
1570
208
α-caroteno
ug/100 g
96
21
β-criptoxantina
ug/100 g
77
7
Vitamina A
IU/100 g
2760
370
Licopeno
ug/100 g
484
0
Luteína +
zeaxantina
ug/100g
106
341
Produção de pimentão no Estado de São Paulo
Apiai
2008
AREA ANUAL EM PROD.
100 ha
200000
cx.K 12kg
Capao Bonito
2008
AREA ANUAL EM PROD.
30
39000
cx.K 12kg
Coroados
2008
AREA ANUAL EM PROD.
40
120000
cx.K 12kg
Elias Fausto
2008
AREA ANUAL EM PROD.
400
246000
cx.K 12kg
Guapiara
2008
AREA ANUAL EM PROD.
90
135000
cx.K 12kg
Ibiuna
2008
AREA ANUAL EM PROD.
64
96000
cx.K 12kg
Indaiatuba
2008
AREA ANUAL EM PROD.
41
38096
cx.K 12kg
Itapetininga
2008
AREA ANUAL EM PROD.
50
300000
cx.K 12kg
Itatiba
2008
AREA ANUAL EM PROD.
50
150000
cx.K 12kg
Jarinu
2008
AREA ANUAL EM PROD.
50
165000
cx.K 12kg
Jundiai
2008
AREA ANUAL EM PROD.
30,9
18540
cx.K 12kg
Mogi das Cruzes
2008
AREA ANUAL EM PROD.
150
285000
cx.K 12kg
Monte Mor
2008
AREA ANUAL EM PROD.
50
140000
cx.K 12kg
Ribeirao Branco
2008
AREA ANUAL EM PROD.
200
264000
cx.K 12kg
Salesopolis
2008
AREA ANUAL EM PROD.
60
120000
cx.K 12kg
Sao Jose do Rio Pardo
2008
AREA ANUAL EM PROD.
70
126000
cx.K 12kg
Sao Miguel Arcanjo
2008
AREA ANUAL EM PROD.
150
375000
cx.K 12kg
Suzano
2008
AREA ANUAL EM PROD.
523
183050
cx.K 12kg
IEA, 2009
Pimentão
• Espécie perene
• Hábito de crescimento: indeterminado
e dicotômico (bifurcação dos ramos)
• Produção em camadas
Pimentão
Material genético
• Cultivares destinadas ao cultivo
protegido:
Pimentão: 6 a 10 kg por planta
• Cultivares destinadas ao cultivo em
campo:
Pimentão: 3 a 6 kg por planta
Sistema de cultivo
• Ambiente: campo e cultivo protegido
Sistemas de cultivo
Ambiente Protegido
Sistemas de cultivo
Campo
Sistemas de cultivo
• Exigências nutricionais diferentes:
cultivares
• Ciclos de produção
• Campo: 6 meses
• Ambiente protegido: 1 a 1,3 anos
Estádio fenológico do pimentão
0 DAT
90-110 DAT
Transplante das
mudas (35- 60 dias)
1ª colheita
150-540 DAT
Colheita final
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS
Estádio de
desenvolvimento
Temperatura em °C
Germinação
Mínima
13
Germinação
Ótima
25
Germinação
Máxima
40
Desenvolvimento ótimo
Diurna
20-25
Desenvolvimento ótimo
Noturna
16-18
Floração
Mínima
18-20
Floração
Ótima
25
Floração
Máxima
35
Desenvolvimento deficiente
15
Paralisação do
desenvolvimento
10
Congelamento da planta
1
Cermeño (1977)
Morfologia e fisiologia da planta
Florescimento
Taxa de cruzamento natural: 5 a 30%
Flor hemafrodita
1 estigma 5 anteras
PRODUÇÃO DE MUDAS
Bandejas: 200 células
Período de produção: 35-40 dias (verão)
60 dias (inverno)
Enxertia
Fatores a serem considerados para o
sucesso da enxertia
• Compatibilidade entre cavalo e enxerto
• Íntimo contato da região cambial de ambas as partes
enxertadas
•Temperatura e umidade
• Diâmetro do hipocótilo do enxerto e do porta-enxerto
• Remoção das folhas cotiledonares
• Ângulo de sobreposição das folhas cotiledonares
Enxertia por garfagem
¾ do Ø do caule
1,0 cm
Enxerto
Fenda
Retirada do
meristema
apical
Corte em bisel
Porta-enxerto
Vantagens da enxertia
• Controle da murcha do pimentão
causada pelo fungo Phytophthora capsici
• Controle de nematóides
MULCHING
VANTAGENS
• Conservação da umidade do solo
• Aumento da temperatura do solo
• Menor lixiviação de nutrientes
• Controle da erosão
• Controle de plantas daninhas
• Frutos mais limpos
• Aumento da precocidade e da produtividade
• Menor compactação do solo
DESVANTAGENS
• Aumento do custo de produção
• Descarte do material
Colocação do filme
•
•
•
•
Bom preparo do terreno
Verificar condições climáticas
Fixação do plástico
Perfurações
Antes do plantio
Filme de
polietileno
Após o plantio
Solo
Aplicações
Filme transparente
• Aquecimento do solo (solarização)
Filme negro:
• Menor custo
• Não transmite a radiação visível
Filme metalizado
• Absorve pouco calor
• Repele insetos sugadores
Filme vermelho
• Maior rendimento
Solarização
1 Filme com UV; 2 Filme com 50% UV; 3 Filme sem UV; 4 Sem filme
Barros et. al., 2004)
Manejo da cultura
SISTEMAS DE CONDUÇÃO
Sistema vertical ou espaldeira simples
Canteiros de 0,8 m de largura
Espaçamento entre canteiros: 0,7 m
Espaçamento entre plantas: 0,2 a 0,5 m
Condução com 4 hastes
Sistema vertical com 2 linhas ou
espaldeira dupla
Canteiros de 1,0 m de largura
Espaçamento entre canteiros: 0,70 - 0,80 m
Espaçamento entre plantas: 0,2 a 0,5 m
Espaçamento entre linhas: 0,5 m
1,0 m
0,5 m
0,2 a 0,5 m
Nutrição mineral
Tolerância relativa de algumas hortaliças à
salinidade do solo
Hortaliça
Limite máximo da
salinidade (dS/m)
Alface
1,3
Brócolos
2,8
Couve
1,8
Pepino
2,5
Pimentão
2,0
Tomate
2,5
Tolerância do pimentão à salinidade do solo (dS/m)
Inicial
0,8 - 1,0
Vegetativa
1,0 - 1,2
Floração
0,8 - 1,0
Frutificação
1,2 - 1,5
Maturação
1,5 - 2,0
Recomendação de nutrientes para o pimentão, conforme a
fase de desenvolvimento da cultura
Dias após o
plantio
Quantidade de nutrientes por dia
N
P2O5
K2 O
Ca
Mg
----------------------------Kgha-1-------------------------------1 a 35
0,05
0,01
0,08
0,03
0,04
36 a 55
0,35
0,06
0,78
0,23
0,14
56 a 70
1,16
0,24
2,24
0,69
0,50
71 a 85
1,32
0,22
2,60
0,67
0,70
86 a 100
2,63
0,77
4,80
1,93
1,05
101 a 120
2,73
0,60
5,50
0,80
0,75
121 a 140
3,75
1,10
4,85
1,00
0,72
141 a 180
2,00
0,90
3,60
1,20
0,90
Total
295
90
514
139
103
Basseto Junior (2003) citado por Trani & Carrijo (2004)
Aplicação diária de nutrientes no pimentão para uma densidade de
100.000 plantas/ha, produção de 75 t/ha, em Israel.
Dias após o
plantio
N
P2O5
K2O
------------------Kg/ha.dia--------------------
1-10
0,10
0,00
0,12
11-20
0,50
0,23
1,08
21-30
1,50
0,23
1,50
31-40
1,60
0,46
1,50
41-50
1,70
0,58
3,00
51-60
1,60
0,81
5,40
61-70
1,70
1,03
6,00
71-80
2,60
0,80
5,40
81-90
2,80
0,80
4,20
91-100
2,50
0,80
6,00
101-110
2,50
0,57
6,60
11-120
1,50
0,57
3,60
121-130
-
0,23
-
Total
205
71
444
Bar-Yosef (1991) citado por Trani & Carrijo (2004)
Quantidade de nutrientes necessária para a obtenção de
produção elevada de pimentão
Produtividade
estimada
N
P
K
Ca
Mg
100 tons/ hectare 500
105
664
100
54
120 tons/ hectare 570
114
772
110
60
Adubação orgânica
• Ciclo na estufa: 10-12 meses
• Benefícios: propriedades físicas,
químicas e biológicas
• Aquisição de materiais provenientes
de empresas registradas no Ministério
da Agricultura
Diagnose foliar
• Interpretação:
• Material genético
• Sistema de cultivo
• Estádio fenológico da planta
• Sistema de condução
• Idade e da posição da folha na planta
• Condições climáticas
Idade e posição da folha na planta
• Folhas recém maduras: maior atividade
metabólica
• Posição: relação fonte/dreno
Diagnose foliar para pimentão
Época de coleta
Folha
Primeiros frutos
Pecíolo da
sexta-folha a
partir da ponta
Quinta folha a a
partir da ponta
excluindo o tufo
apical
Início do
florescimento
Número de
folhas ou
plantas
40 folhas/ha
20 plantas
Autor
Malavolta et
al. (1997)
Trani e Raij
(1996)
Folha a ser amostrada
Folha recém desenvolvida
Faixas de teores foliares de macronutrientes em
pimentão
Nutriente
Normal
N
P
K
Ca
Mg
40-50
3-7
45-55
20-40
10-17
Cadahia (1988)
Médio
g kg-1
30-39
2-3
35-45
5-19
5-9
Alto
51-60
7-8
56-60
41-50
18-25
Faixas de teores foliares de micronutrientes em
pimentão
Nutriente
Normal
Mn
Fe
Cu
B
Zn
90-200
80-200
10-20
20-60
25-60
Cadahia (1988)
Médio
mg kg-1
41-89
61-80
5-10
13-19
15-24
Alto
201-500
201-500
21-50
61-80
61-100
Irrigação
Tolerância do pimentão ao estresse hídrico
Distúrbios fisiológicos e Doenças
Distúrbios fisiológicos
Deficiência de B
Controle
• Pulverizações foliares
• Fórmulas enriquecidas com micronutrientes
ou uso de fertilizantes simples (solo ou
fertirrigação).
Deficiência de Ca
Controle
• Calagem
• Gessagem
• Fertilizantes como fonte de Ca (nitrato de
cálcio)
• Fertilizantes foliares
Queimadura
Controle
• Protetores solares - cera de carnaúba (Power
PS)
• Evitar poda excessiva
Temperaturas elevadas
Temperaturas elevadas
Controle
• Ventilação (janelas laterais, zenitais,
exaustores)
• Nebulização
• Telas termo-refletoras
Controle da temperatura
• Aberturas (Janelas zenitais, laterais e frontais)
Janelas frontais
Telas termo-refletoras
Salinidade
Doenças
Antracnose – Colletotrichum gloeosporioides
Oidiopsis – Oidiopsis sicula
Murcha do pimentãoPhytophthora capsici
Podridão de Sclerotinia –
Sclerotinia sclerotiorum
Mancha bacteriana –
Xanthomonas campestris pv. vesicatoria
Murcha bacteriana
Ralstonia solanacearum
Podridão mole
Erwinia carotovora subsp.
carotovora
Vira-cabeça - Tospovirus
Mosaico do pimentão PVY
Pulgões
Enxertia
Colheita
% da superfície com coloração: variável em função da
demanda (normalmente no mínimo com 70% de coloração)
INÍCIO DA COLHEITA
• verde: 90 a 100 dias após a semeadura
• maduro: 120 a 130 dias
DURAÇÃO DA COLHEITA
• campo: 50 a 60 dias (ciclo: cerca de 5 meses)
• estufa: até 9 meses (ciclo: até 13 meses)
PRODUTIVIDADE
• campo: 20 a 30 t/ha
• estufa: 3 a 4 kg/planta (80 a 110 t/ha)
Pimentão
• Frutos não climatéricos
• Produção de frutos no inverno: período
longo para a maturação dos frutos
• Produção de frutos em períodos quentes:
período mais curto para o desenvolvimento
da coloração.
PÓS-COLHEITA
• Maturação
Temperatura, O2 e etileno
Imersão dos frutos em ethefon: 1300 a 3500 ppm
por 3 minutos a 25-30˚C, com pH menor que 3,5.
Gás etileno
Estádio fisiológico para realizar os tratamentos:
quando os frutos iniciam a coloração