encontro dos funcionários da usp

Transcrição

encontro dos funcionários da usp
JORNAL DO
Filiado a CONLUTAS
SINTUSP
Órgão informativo do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo
Gestão
Sempre na Luta
Piqueteiros e Lutadores
Encontro de Funcionários da USP
Agosto de 2007
O levante da
UNIVERSIDADE
Ulisses de Paula
A greve e a ocupação da Reitoria da USP, direcionam a luta em defesa
e educação pública no Brasil
Não há duvida que a luta contra intervenção
do Governo Serra e em defesa da reivindicação dos trabalhadores e estudantes entrou na
história dos movimentos sociais do país.
Jorge Maruta
A radicalidade e a força da nossa mobilização
em defesa da educação pública e contra os
projetos de sucateamento e privatização dos
governos federal e estaduais no país.
Leganda
A universidade vai às ruas
ESTE JORNAL É UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O ENCONTRO DOS
FUNCIONÁRIOS DA USP, DIAS 9 E 10/8, QUE DISCUTIRÁ O BALANÇO
DA GREVE E A CONTINUAÇÃO DA LUTA
Ocupação e barricada na Reitoria
Encontro de Funcionários da USP
2 – Jornal do SINTUSP
Agosto de 2007
A LUTA DOS FUNCIONÁRIOS
RETROSPECTIVA HISTÓRICA DOS
CONGRESSOS DA USP
Ulisses de Paula
Uma história de defesa da Universidade, por funcionários, estudantes e professores
A classe trabalhadora da USP combativa e politizada, resgata a sua história de luta. Ao pesquisarmos os documentos referentes aos Congressos da
USP, pouco encontramos, mas o necessário para o resgate da história, a fim
de traçarmos novas perspectivas de lutas conjuntas: funcionários, estudantes
e professores, que desde a época da
Ditadura Militar vem defendendo uma
Universidade autônoma, crítica e democrática .
I CONGRESSO DA USP
O I Congresso da USP foi realizado
em 1980, em várias unidades da universidade com um Ato Público no Palácio
dos Bandeirantes, pois ainda o governo
“mandava” na universidade.
Convocado pelas entidades:
ADUSP, DCE e ASUSP, após a primeira grande Greve do Funcionalismo
Público Paulista.
A abertura contou com a presença
de Lula (sim, o Lula, que hoje ataca a
classe trabalhadora), Dom Paulo
Evaristo Arns, Reitor da época, Ordem
dos Advogados do Brasil, ABI e outros.
O Temário foi: “O Poder na Universidade, Condições de Ensino e Trabalho,
Reajuste Semestral e Luta do Funcionalismo, Mercado de Trabalho, Crise de
Verbas na USP, Universidade para uma
Sociedade Democrática, Universidade e
Cultura e Ensino Público e Gratuito”.
Participaram debatedores “notáveis”, como: Darci Ribeiro, Paulo Freire,
Florestan Fernandes, Antonio Bozzi e
outros “menos notáveis”, como Julio
Mesquita, Franco Montoro, Ministro
Portella, A. Pastore e outros intelectuais da universidade.
A Comunidade Uspiana não deixando de olhar para a sociedade, que vivia
o “processo de abertura” e em luta contra a falta de Liberdade de Expressão e
Organização, interrompida pela Ditadura Militar, iniciou o debate sobre demo-
Plenária do 4º Congresso do Funcionários da USP, março de 2006
cratização na USP, discutindo: Órgãos
Colegiados, Regimento Interno e Liberdade de Organização. A gratuidade do
ensino, o currículo e pesquisa, o regime
de trabalho, Mais Verbas para a Universidade e o Hospital Universitário.
Não faltou a discussão do Funcionalismo Público pelo Reajuste Salarial
Semestral.
Este Congresso foi encerrado com
atividades culturais, como filmes, teatro
e futebol.
HOJE a insatisfatória presença da
universidade no cenário cultural e político do país, apesar de todo o seu potencial,
é
terrível.
QUEM
VIVENCIOU os cinquenta dias de
ocupação da reitoria, viu que não existem atividades culturais, com perspectivas de politização que transforme esta
universidade em uma universidade crítica e não em uma universidade empresarial.
II CONGRESSO DA USP
O II Congresso foi realizado em Outubro de 1984.
Neste ano, Florestan Fernandes,
num artigo escrito por ocasião dos
50 anos da universidade, foi contundente:
“Os velhos ideais de reforma universitária foram enterrados pela história e o que sobrou deles, na prática “autoritária” vigente, merece também a lata
de lixo. Começar de novo, superar os
enganos (e os acertos ocasionais) da
experiência acumulada, eis o busílis. A
nossa universidade concentrou-se econômica, social e racialmente de tal maneira, que ela não vale uma missa”
(1984, p.19).
O ideário defendido neste Congresso era as Comissões Paritárias, visando
a democratização da Estrutura de Poder, que foi enterrada na reforma uni-
versitária proposta pelo governo militar,
“segundo um figurino bicéfalo plasmado pela usaidização (um composto híbrido, MEC-USAID)”.
A discussão da Carreira Técnico
Funcional/Docentes entra em cena, junto com o Estatuto dos Servidores da
USP e o Estatuto da USP, elaborado
em 1970 e aprovado no Conselho Universitário (CO), uma semana após a
cassação dos direitos políticos do reitor Hélio Lourenço e dezenas de professores da universidade, denunciados
pelos conservadores, escoria até hoje
desta universidade. A Assistência Estudantil: moradia e bolsas de alimentação, também foi discutida. Inicia-se a
discussão sobre um projeto para o
CEPEUSP que é o “Projeto USP aberta”, visando “a utilização dos recursos
humanos e matérias da universidade.
A ecologia também era preocupação
da comunidade uspiana.
Agosto de 2007
Encontro de Funcionários da USP
Jornal do SINTUSP
–
3
Continuação da página 2
III CONGRESSO
DA USP
Foi discutido o RDIDP e
aprovado como o regime de
trabalho preferencial na universidade, assunto crucial na
academia, até os dias atuais.
IV CONGRESSO
Organizado pelas três entidades:
DA USP
ADUSP, ASUSP e DCE, ocorre entre
21 e 24 de outubro de 1987. Foi delibeEm Abril de 2001, após
rado uma proposta estatutária para a
USP e suas deliberações submetidas a a vitoriosa Greve de 2000, o
um Plebiscito. Mais tarde, em 1988, o IV Congresso da USP é
reitor, Prof. Goldemberg, propando no convocado pelas entidades:
CO a reforma do Estatuto, foram en- ADUSP, SINTUSP, DCE e
caminhadas á reitoria emendas provin- APG.
Foi o maior Congresso
das do resultado do plebiscito, sendo que
nenhuma delas, foram aprovadas pelo da história da USP.
Apesar das diferenças
CO. Numa destas votações, o CO é
que pesavam entre as três
ocupado pelos estudantes.
Os princípios gerais deste Congres- categorias , foi um debate
onde foi entendido, a necesso foram:
“Concebemos a Universidade Pú- sidade de construirmos uma
blica como uma das instâncias onde universidade realmente dedeve se dar, de forma integrada, a mocrática, pública, gratuita,
capacitação ao trabalho e à reflexão de excelente qualidade, à
crítica sobre a sociedade na qual está serviço da maioria da popuMesa do 3º Congresso dos Funcionários da USP, abril de 2004
inserida, assim como a produção do co- lação.
Sabíamos que construir
nhecimento, o desenvolvimento e a deesta universidade, era pública de boa qualidade. Apontado o pridas e trabalho realizado.
mocratização do
necessário percebe- não pagamento da dívida interna e exsaber crítico em
DEleição direta para reitor, com
la no contexto políti- terna, Reforma Agrária e o combate voto paritário. A paridade foi o mote de
todas as áreas da
Será com garra, luta
co-econômico inter- contra a miséria, o desemprego e a todas as propostas de votação para eleatividade humanacional, levando em fome.
na. São funções
ger todos os cargos e compor todos os
e muita persistência
considerações
a
políbásicas da Unicolegiados da universidade.Indicação de
A
necessidade
da
Unificação
de
Proque rumaremos ao
tica privativista do fessores, Funcionários e Estudantes foi que qualquer membro da comunidade
versidade o ensiCongresso
Banco Mundial e a deliberação mais importante, para as pode ser candidato a reitor.
no, a pesquisa e a
Estatuinte
da
USP
a
FMI, para as univer- Campanhas Salariais no Fórum das Seis
extensão à comuDCampanha por uma Estatuinte.
sidades, cujos gover- nos anos seguintes, para enfrentar a exnidade, desenvolser realizado em
nos as implementam ploração e um modelo de universidade
vidas de forma
RUMO AO CONGRESSO
2008, unificados com
sem nenhum escrú- mercantilista que tentam desde sempre
harmônica e inESTATUINTE
estudantes
e
profespulo, sendo inevitável nos impor.
terdisciplinar. Desores, em
aprovarmos: Fora
verá estar atenta
Questões fundamentais para a uniSerá com garra, luta e muita persisFHC e o FMI, contra versidade foram aprovadas:
busca da
aos anseios e netência que rumaremos ao Congresso
o ALCA e o Plano
cessidades da
D Fim do Vestibular
Estatuinte da USP a ser realizado em
Estatuinte, que deColômbia, combatenmaioria da popuDPolítica de permanência estudan- 2008, unificados com estudantes e promocratize a
do o neoliberalismo, til, como: moradia, bolsa de estudos, fessores, em busca da Estatuinte, que
lação, contribuinEstrutura de Poder
que aponta para a transporte, creches, etc...
do para a corredemocratize a Estrutura de Poder da unida universidade...
privatização da edução da imensa inDUma Carreira Única para os tra- versidade, fazendo com que ela seja crícação e da saúde, balhadores em Educação, docentes e téc- tica, livre e comprometida com a popujustiça social
como mercadorias.
que caracteriza a
nicos, sem contratos precários, demissões lação que a sustenta.
Aprovado a construção do Con- injustas e alienação do trabalho.
sociedade brasileira. Deverá orienO Encontro dos Funcionários da USP
tar-se por um plano periódico de gresso Nacional da Educação
DFim da terceirização.
a ser realizado nos dias 9 e 10 de agosto
prioridades em que serão contem- (CONED), apontando para a Greve
DConstruir um sistema de recursos de 2007, será um momento muito implados os problemas nacionais de Geral da Educação, com eixo no humanos que no seu bojo valoriza o tra- portante, para elaborarmos um plano de
relevância” (Jornal da Reestrutura- combate a privatização do ensino e a balho em equipe, com avaliação coleti- luta, para o próximo período e preparar
garantia de um sistema de educação va e objetivando analisar metas cum- o Congresso Estatuinte.
ção,p.2).
Ulisses de Paula
A LUTA DOS FUNCIONÁRIOS
4 – Jornal do SINTUSP
Encontro de Funcionários da USP
Agosto de 2007
9 E 10 DE AGOSTO DE 2007
ENCONTRO DOS FUNCIONÁRIOS DA USP
Francisco Emolo
Além do balanço da greve o nosso Encontro deverá planejar a luta
para o 2º semestre
Todo rumo do movimento é definido coletivamente
Será no Encontro dos Funcionários da
USP, que realizar-se-a nos dias 9 e 10 de
agosto de 2007, que faremos uma Avaliação da Campanha Salarial de 2007, onde
os funcionários e estudantes deram uma
demonstração de politização e coragem,
com ações radicais, que colocaram em
xeque, o Projeto de Universidade
mercantilista e elitista, voltada para o Capital, do Governo Serra e os burocratas
da academia que estão a serviço deles
próprios, como os “grupelhos” de vários
professores reacionários, que manobrou
a todo momento a reitora, inclusive se
manifestando publicamente a favor da
entrada da Tropa de Choque, para reprimir, estudantes e funcionários que ocupavam a reitoria.
É importante frisar, que este Encontro
deverá ter o mesmo nível de politização
que os funcionários tiveram durante a
GREVE, onde priorizaram a luta pela
Autonomia Universitária, não deixando de
lado a questão salarial e a política de per-
manência estudantil, conquista importante para os estudantes. Ligado a isto, traçar um Plano de Luta, para o próximo
período e iniciar a preparação do CONGRESSO ESTATUINTE DA USP, em
2008 é essencial para a luta.
Também a GREVE de 2007, não foi
tudo “rosas”, pois ao mesmo tempo em
que conseguíamos nos unificar com os
estudantes nas ações radicais, nos grandes ATOS e MARCHAS, tivemos dificuldades em consolidar um Comando
Unificado da GREVE e da OCUPAÇÃO, o que necessita de uma reflexão
maior, para que possamos avaliar e desta avaliação tirar lições com os acertos
e abolirmos os erros, em lutas futuras.
Para este Encontro dos Funcionários convidamos e estamos reafirmando
o convite a todos os funcionários, estudantes, professores, partidos políticos,
correntes políticas que participaram da
Ocupação e da GREVE e todas as entidades do Fórum das Seis.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO
DIA 09/08/07
7h30 – Café
8h Credenciamento e entrega de materiais
8h30 –AVALIAÇÃO DA GREVE NAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS PAULISTAS E
OCUPAÇÃO DA REITORIA
Debatedores: CONLUTE
ENTIDADES DO FÓRUM DAS SEIS
11h30 – JORNADA CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DO MOVIMENTO DOS
FUNCIONÁRIOS E ESTUDANTES ATÉ A REITORIA
12h30 – Almoço
13h30 – AVALIAÇÃO DA GREVE E OCUPAÇÃO
CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS
Debatedores: Profª Deulze dos Santos Laureano - Profa. de Direito Constitucional e
Agrário da PUC/BH e advogada da RENAP (Rede Nacional de Advogados Populares)
Dirceu Travesso - CONLUTAS
Prof. Luiz Renato Martins - Escola de Comunicação e Artes da USP
16h – PLANO DE LUTA
7h30 – Café
8h30 – ESTATUINTE E DEMOCRATIZAÇÃO DA USP
Debatedores: SINTUSP
Prof. Francisco Miraglia - Instituto de Matemática e Estatística da USP
CONLUTE
12h – Almoço
13h30 – PLENÁRIA PARA FECHAMENTO DAS PROPOSTAS E PLANO DE LUTA
16h30 – FECHAMENTO COM ATIVIDADE CULTURAL
Encontro de Funcionários da USP
Agosto de 2007
Jornal do SINTUSP
–
5
BALANÇO DA GREVE – DIRETORIA DO SINTUSP
Foi a nossa melhor luta. Enfrentamos
não apenas uma reitora subserviente e inábil e um CRUESP intransigente, mas um governo prepotente, com fama de inflexível e o
fizemos, como disse um companheiro:
“Ajoelhar” e publicar um novo decreto, livrando as Universidades de sua ingerência
financeira, do controle sobre o pessoal
(contratações e demissões, bem como, a sua
intenção de sucatear e privatizar, além da
ingerência no ensino e na pesquisa).
Faltou derrubar o item do decreto que
desvincula a “universidade” do Centro Paula
Souza, do ensino técnico e as FATECs.
A Ocupação da Reitoria da USP foi o
centro propulsor desta grande luta, fazendo expandir greves e ocupações não só na
USP, mas também na UNESP e na UNICAMP,
assim como, em todo país. Nossa luta derrubou um decreto semelhante ao do Serra,
no Paraná, fazendo com que o governador
Requião, em entrevista coletiva à imprensa,
anunciasse que estava retirando o Decreto,
“PARA EVITAR UMA USP NO PARANÁ”.
A OCUPAÇÃO, A FORÇA E A
RADICALIDADE DA GREVE NA USP, as
nossa resistência às ameaças de tropa de
choque e de punições após Greve, além dos
ataques dos setores mais retrógrados da
USP e da imprensa burguesa, assim como,
do governo, acabaram sendo um exemplo e
fzeram ressurgir o movimento estudantil em
todo país, por fora da UNE governista e impulsionou o Encontro Nacional, com mais
de 800 estudantes de vários Estados, na reitoria ocupada.
O Encontro decidiu reorganizar o movimento estudantil nacional e lutar contra a
Reforma Universitária do Governo Lula, por
democracia nas universidades e mais verbas para a educação, em todo país.
Nunca uma Greve das Universidades repercutiu tanto, durante mais de cinqüenta
dias, colocando para a população a questão
da educação pública, desmascarando o governo federal e estadual, colocando em xeque a estrutura de poder da Universidade.
A QUESTÃO SALARIAL
Na primeira reunião do CRUESP, dia 13
de maio, com o Fórum das Seis, nenhum reajuste foi apresentado.
Na segunda reunião, dia 24 de maio, com
9 dias de Greve e 22 de Ocupação, o CRUESP
concedeu 3,37% (Inflação FIPE dos últimos
doze meses), mas manteve a posição de que
reajuste fixo era impossível. Na terceira reunião, 1º de junho, após 17 dias de Greve e 30
Cecilia Bastos
Esta foi a melhor Greve que já fizemos
Derrotamos o Governo Serra
Neste dia “José” Serra editou o Decreto Declaratório
de Ocupação, admitiram um valor fixo, a ser
determinado em outubro, mas sem nenhum
parâmetro. Na quarta reunião, dia 6 de junho, com 22 dias de Greve e 35 de Ocupação, o CRUESP estabeleceu um parâmetro
baseado na arrecadação do ICMS, para determinar o valor fixo, a ser definido em reunião, em outubro.
Se o avanço não foi maior na negociação com o CRUESP é porque faltou o peso
de uma Greve forte de professores.
A força do movimento fez com que os
estudantes da USP, UNESP e UNICAMP
participassem integralmente das negociações entre o CRUESP e o Fórum das Seis, o
que antes era impedido pelo CRUESP.
O PAPEL DOS FUNCIONÁRIOS
DA USP E DO SINDICATO
NESTA LUTA
Desde fevereiro deste ano a diretoria
do SINTUSP, membros do CDB (Conselho Diretor de Base) e outros militantes
estudaram e discutiram as conseqüências dos decretos do Governo Serra, concluindo se tratar do maior ataque à autonomia da Universidade, desde a Ditadura Militar.
Com os decretos a intervenção se dava
na gestão financeira, com controle sobre
todas as destinações e movimentações da
USP, UNESP e UNICAMP, na gestão administrativa:contratações, demissões e
terceirizações, além de subordinar o ensino
e a pesquisa aos interesses do capital.
Concluímos que nossa Campanha Sala-
rial deste ano deveria estar subordinada a
uma luta maior para derrotar os objetivos
do Governo, que com seus decretos pretendia sucatear para depois privatizar as
universidades.
Priorizamos a luta pela Autonomia,
conscientes que esta deve vir com democracia e por isto defendemos a Estatuinte.
Sabíamos que era fundamental nossa
aliança com os estudantes e professores,
tendo claro que com estes últimos, tem sido
muito difícil, pois muitos estão envolvidos
com cursos pagos, Fundações e outras
picaretagens.
Fomos a campo com todas as nossas
forças, conscientizar e discutir com os
companheiros funcionários, com os estudantes, nos somamos com o movimento estudantil e professores, participando
de inúmeros debates, seminários e reuniões conjuntas e por categoria nas unidades, cursos, ou mesmo debates gerais durante e após a calourada, além de discursos relâmpagos nos restaurantes, explicando os Decretos e chamando as paralisações e a GREVE, o que foi fundamental
para a grande mobilização na USP.
A OCUPAÇÃO E O PAPEL DOS
ESTUDANTES
No dia 3 de maio cerca de 400 estudantes da USP ocuparam a Reitoria após
aguardarem, em vão, a reitora ou um representante seu, para uma audiência pública,
confirmada por ela, sobre os Decretos.
Esta ocupação que acabou se manten-
do por 50 dias, tornou a luta das estaduais
paulistas e em especial da USP, o centro de
atenção da mídia nacional e internacional.
O papel dos estudantes que saíram à frente com esta ocupação, treze dias antes da
Greve dos funcionários, 16/05, quando também decidimos ocupar, foi decisivo para a
nossa vitória.
O movimento estudantil renasceu com
vigor impressionante após anos de “adormecimento”, realizou assembléias históricas
na USP, UNESP e UNICAMP, sendo que na
USP, algumas com mais de 2.000 participantes, além de passeatas memoráveis junto
com os funcionários, tais como a que foi
barrada rumo ao Palácio e a que saiu do vão
livre do MASP até a Secretária de Ensino
Superior.
Vários problemas foram vividos pelos
estudantes, fruto do elevado grau de espontaneidade do movimento e erros de avaliação de determinadas correntes, assim como,
a incapacidade de constituição de uma direção representativa, do conjunto, além da
discussão permanente sobre a manutenção
ou não da ocupação. Nada disto, entretanto, foi capaz de enfraquecer significativamente a nossa luta. Os estudantes na última
Assembléia, antes da desocupação, aceitaram um acordo apresentado pela reitoria,
condicionando sua saída á decisão dos funcionários em Assembléia no dia seguinte,
numa demonstração madura de solidariedade e companheirismo com os trabalhadores.
O PAPEL DOS PROFESSORES
Foram os últimos a entrar na greve e os
primeiros a sair, na USP e depois na
UNICAMP. Este foi o saldo ruim do nosso
movimento, apesar de que a força da luta
conjunta de estudantes e funcionários foi
suficiente para impor uma importante derrota ao Governo, assim como, conquistar itens
importantes, principalmente da Pauta Estudantil, enquanto que no caso dos funcionários, a Pauta Específica, ainda está sendo
discutida após a Greve.
Saímos todos muito fortalecidos e com
todas as condições de construir um grande Congresso Estatuinte, poderoso em
2008, capaz de enterrar de vez, este modelo
podre e arcaico de universidade anti democrática, racista e elitista, impondo um novo
modelo de universidade democrática e a
serviço dos trabalhadores e da maioria da
população.
Diretoria do SINTUSP
6 – Jornal do SINTUSP
Encontro de Funcionários da USP
Agosto de 2007
BALANÇO DA GREVE II
Universidade a serviço dos trabalhadores e do povo pobre
Por um Encontro Democrático e
Combativo
Companheiros, acabamos de organizar uma das greves mais fortes dos
últimos anos, nos enfrentamos politicamente com o governo sofrendo ameaças de repressão policial e de perseguição política. Por isso, neste Encontro têm que ser expressas as opiniões de
cada trabalhador que militou nesta luta e
que fortaleceu nosso sindicato contra a
Reitoria e o Governo. Durante o conflito
foram defendidas distintas posições políticas pelas organizações, trabalhadores
e estudantes, e assim é perfeitamente natural que existam distintas posições sobre o balanço da greve. Por isso, ao contrario de chamar para a mesa a Adusp
como se fossem piqueteiros, defendemos
que em todas as reuniões de unidade os
trabalhadores debatam amplamente suas
posições e elejam representantes que
apresentem no encontro as posições de
maioria e minoria, para que se expressem todas as posições dos que lutaram.
Não esquecemos que no processo de
luta é que se mostrou quem eram nossos aliados e quais eram os discursos
de dia de festa que na luta viva não
valem nada, além dos que
direitamente nos abandonaram.
Uma greve política, que rompeu a
normalidade. Ao voltarmos para o trabalho no dia 25 de junho, não voltamos de
cabeça baixa. Apesar do acordo de fim
de greve não marcar no papel a força que
tivemos nesta greve, voltamos ao trabalho sabendo que havíamos travado uma
luta importante. O governador, um candidato da burguesia para 2010, saiu
desgastado na classe média e nos trabalhadores, o que limita as suas margens de manobra para empreender
maiores ataques agora. A mobilização
rompeu toda a “normalidade” acadêmica e pôs em discussão a estrutura
de poder da universidade, o que pode
abrir processos posteriores mais profundos de mobilização que questionem
o caráter dessa universidade elitista
e racista. Podemos dizer que para o
movimento estudantil universitário nacional, que se resumia a pequenos espasmos depois de anos de paralisia, esta greve
e as lutas deste semestre podem ser a
base de novos processos de mobilização.
É verdade que os trabalhadores da USP
não tivemos maiores conquistas em nos-
Cecilia Bastos
Um balanço inicial e as primeiras lições
Rumo ao Palácio, na avenida Francisco Morato
sa pauta específica, porém esses elementos colocados acima só foram possíveis
de serem conquistados graças à nossa
combatividade e politização, que seguirão sendo chave nas próximas lutas.
Fizemos o governo recuar, mas não
foi possível derrotar Serra
Ainda que não tenhamos conseguido
derrotar completamente o governo, o fizemos recuar. O recuo do governo com
o decreto declaratório foi um triunfo parcial da greve das três categorias em luta.
Como era possível avançar? Como os
decretos do Serra também traziam
medidas contra os salários e os interesses dos funcionários públicos de
diversos órgãos estaduais, estavam
criadas as condições para unificar a
luta universitária com as principais categorias do funcionalismo paulista.
Com os professores da Apeoesp, os servidores da Saúde, do Metrô, da Sabesp,
todo o funcionalismo que é atacado pelo
governo, teríamos muito mais força para
aproveitar o recuo do governo e impor
uma derrota completa.
Porém, as direções sindicais se colocaram contra essa unificação. A CUT/
PT, que dirige a Apeoesp (sindicato dos
professores estaduais), desmarcou quatro vezes a greve em troca de uma negociação com Serra e o ministro da Previdência (Luiz Marinho) para retirar os professores do projeto de lei de reforma da
previdência estadual (SPPrev). Os demais
sindicatos dirigidos por essa central também boicotaram qualquer unidade na luta.
O PCdoB, que dirige os metroviários
paulistas, fez uma greve de algumas horas quando já havia feito acordo com o
governo Serra.
Nas universidades, o Fórum das Seis
falava em “unidade” mas na prática nada
fazia para que a força da greve universitária impusesse uma frente única com os
funcionários públicos. A direção do
Fórum das Seis estava nas mãos da
Adusp, que na greve da USP também
impedia a unidade com os estudantes e
funcionários, e com a Unesp e Unicamp.
Se nega, por exemplo, a aceitar e
implementar a proposta dos funcionários
da USP - aprovada em assembléias de
greve - de que o Fórum funcione por plenárias de delegados de base das 3 universidades e de todos os campi. Esta entidade apenas servia para marcar reuniões de
negociação com o Cruesp, deixando a
greve e a ocupação sem uma orientação
combativa e unitária. Além disso, no momento mais crítico da greve simplesmente
voltou ao trabalho, como se a reitoria não
continuasse cupada e a luta contra o governo já tivesse sido vitoriosa.
A Conlutas, da qual nós, trabalhadores da USP somos filiados, também
deixou a desejar. Seus dirigentes vinham
para fazer discursos, mas seus sindicatos não foram mobilizados para garantir
um Comitê de Solidariedade nacional à
ocupação e à greve nem para coordenar
a luta universitária com o funcionalismo
público nos sindicatos que dirige ou tem
oposições. A Intersindical, ligada ao
PSOL, sequer foi notada pelos funcionários e estudantes.
Lamentavelmente, longe do que a direção do Sintusp afirma em seu balanço “vitorioso”, sem a unificação entre os
três setores da universidade, e destes com
o funcionalismo estadual, apesar da força da greve e da ocupação, o resultado
foi que não derrotamos o governo Serra, e os ganhos políticos foram parciais. A Secretaria ainda existe e, ao não
derrotarmos os decretos, o governo Serra
conseguiu a desvinculação das Fatecs, que
agora ficam numa secretaria e as universidades em outra. A reitora Sueli, que chegou a declarar na mídia que não sabia se ia
continuar no cargo, segue em seu posto
negando as reivindicações e ameaçando
com punições.
Para nos unirmos com o resto do funcionalismo era necessário um comando
de greve unificado
Para concretizar uma greve unificada
com todo o funcionalismo, quem poderia unificar e representar os estudantes,
professores (minoria) e trabalhadores que
lutavam em uma Assembléia da Apeoesp,
por exemplo, propondo que os professores entrassem em greve junto com a gente
para derrotarmos os projetos do governo
para o serviço público? E como faríamos
para discutir com os estudantes que era
necessário unificarmos a luta das universidades com a luta dos demais trabalhadores? E depois que a Adusp saiu da greve, qual seria a melhor maneira que fortalecer a greve? A greve estava numa encruzilhada. Era necessário discutir democraticamente os passos a seguir, entre
todos os grevistas.
Por isso, nós da LER-QI, junto com
os estudantes do Movimento A Plenos
Pulmões (APP) propusemos nas Assembléias dos funcionários e estudantes a organização de um Comando de
Greve Unificado, com representantes
eleitos em cada faculdade, em cada
lugar de trabalho. Infelizmente, apenas
o comando de greve dos funcionários
buscou funcionar dessa maneira, mesmo
com debilidades, enquanto que nas Assembléias dos estudantes, sempre que
propusemos isso as correntes de esquerda (PSTU, PSOL, PCO) e os governistas do DCE (PcdoB-PT-PMDB) se alinhavam contra.
Pablo e Marcello, trabalhadores da
Edusp, militantes da LER-QI e do MTC
(Movimento Trabalhadores Classistas)
Encontro de Funcionários da USP
Agosto de 2007
Jornal do SINTUSP
–
7
BALANÇO DA GREVE III
O Governo Serra começou o ano de
2007 promovendo um dos maiores ataques, às Universidades Estaduais
Paulistas USP, UNESP, UNICAMP e ao
Centro Técnico Paula Souza, publicando
um conjunto de decretos que acabavam
com a Autonomia Universitária. Vedavam
as contratações de professores e funcionários, fragmentava ainda a área educacional, desconhecendo a pesquisa básica
privilegiando a “operacional”, ignorando
o tripé que caracteriza as universidades Ensino/Pesquisa/Extensão, sequer previa
o financiamento das Universidades e nem
sua articulação com a Educação básica.
Os decretos não foram discutidos com
nenhum setor do funcionalismo, foram
apresentados de forma impositiva e autoritária. Os funcionários da USP, já vem
sofrendo com a crescente terceirização
e com os contratos de trabalho por tempo determinado. Com a falta de reposição das vagas, que gera os desvios de
função, a sobrecarga de trabalho, o assédio moral, a competição doentia no local de trabalho, afastamentos por motivos de doença, o aumento da carga horária e o não pagamento de horas extras.
Também a conseqüente piora no atendimento no Hospital Universitário, H.U. Os
decretos ameaçavam os benefícios como
auxilio creche e Vale Alimentação, que são
itens que além de complementar os salários motivam os funcionários no trabalho, portanto precisam ser mantidos.
No decorrer da Greve o Governador
recua!
A ocupação da reitoria pelos estudantes teve inicio no dia 03/05, que além de
um protesto pelo descaso da reitoria por
não estar presente no dia da audiência para
recebe-los para tratar da pauta do movimento estudantil, foi também um aviso à
comunidade, da falta de democracia e do
desgaste do sistema de poder dessa Universidade. Os funcionários decretaram a
greve a partir do dia 16/05/07. Os professores da USP entraram em greve somente
no dia 23/05/07. Após uma série de manifestações, atos conjuntos no MASP e passeatas, no dia 30/05/07, data marcada para
realização de passeata com Ato no Palácio
dos Bandeirantes, o Governador Serra,
recua e assina o decreto declaratório nº
1, alterando parte dos decretos publicados no inicio do ano e praticamente garantindo a Autonomia das Universidades.
Este recuo do Governador,nos permite
Marcelo Cardagi
A força dos funcionários, da Oposição Sindical, na Greve e na
Defesa da Autonomia das Universidades Estaduais paulistas
Passeata ao Palácio
avaliar que foi uma vitória do movimento
e da greve, claro que buscávamos o fim
da Secretaria de Ensino Superior, que depois do decreto declaratório não tem mais
nada de nível superior.
OPOSIÇÃO SINDICAL ATUOU NA
CONSTRUÇÃO DO MOVIMENTO.
Denunciar e combater os ataques do
Governo Serra, as Universidades, para a
comunidade universitária e a população,
foi à principal tarefa nossa e do movimento, pela derrubada dos decretos. Foi
o grande desafio que desencadeou a greve. Foram muitas reuniões para explicar
os cinco decretos. E foi neste item que
nós da Oposição Sindical de Esquerda dos
Trabalhadores da USP, atuamos antes e
durante a greve de 2007. Participamos
de muitas reuniões denunciando o descaso do governo Serra com a publicação
dos decretos e seus efeitos nefastos as
Estaduais Paulistas. Defendemos a greve como instrumento de defesa da universidade pública e da autonomia universitária. Fomos convidados para fazer parte de várias mesas de debates durante a
greve. Mesmo não fazendo parte da Direção do Sindicato, com pouca estrutura
e com nossos próprios recursos financeiros, realizamos reuniões em várias
unidades, extra campus e campis do interior, inclusive em unidades que solicitaram nossa ajuda, onde a direção do
SINTUSP não conseguiu organizar os
funcionários a entrarem em greve, nós
conseguimos. Acompanhamos as reuniões
do Fórum das Seis Entidades. Fomos eleitos em nossas unidades para o comando
de greve. Neste sentido o balanço da oposição sindical na atuação da greve é positivo, pois participamos e construímos o
movimento para sairmos vencedores.
OS CONFLITOS E AS
REIVINDICAÇÕES.ASPERSPECTIVAS?
O Movimento na USP começou a partir da ocupação dos Estudantes e depois
com os Funcionários e Professores em
greve. Parte do movimento defendia que a
ocupação deveria seguir separada da greve. Defendíamos que a ocupação deveria
se incorporar a greve e se alastrar pelas
universidades e pelo funcionalismo unificado num grande movimento contra o Governo Serra. O movimento começa nos
setores mais organizados, de forma consciente, mas a disputa política e a vaidade
pessoal de alguns grupos, secundarizou as
reivindicações, pondo em risco o movimento. Alguns diretores do Sintusp e a LER
calculando que ganhariam novos militantes, tentam assumir o comando do movimento estudantil mas não conseguem. Com
o isolamento, passam a atacar os partidos
PSOL e PSTU, onde surge um rancor por
parte dos estudantes independentes contra
os partidos políticos, o que perdurou até o
final da greve. A LER também acabou isolada pela maioria dos estudantes e quando
o movimento começa apresentar desgaste, PSOL, PSTU e também a LER, se unem,
onde conseguiu-se evitar, que o movimento entrasse em colapso e terminasse num
grande fracasso. A direção do Sintusp por
sua vez, priorizava a ocupação, deixando
de investir no crescimento e ampliação da
greve e até mesmo na sua manutenção.
No decorrer da greve, nas assembléias em
frente à reitoria, o quadro das unidades no
movimento era confuso e as informações
bastante desencontradas demonstrando
que a direção do sindicato perdeu o controle da organização. No dia 22/06, após a
assinatura dos acordos de fim de greve
com a reitoria, termina a Greve e a ocupação da reitoria. A assembléia dos funcionários que votou a suspensão da Greve
foi tensa e a votação pelos funcionários
foi bastante polêmica e dividida. Fica o reconhecimento pelo valor e determinação
dos funcionários, estudantes, professores
e todos aqueles que assumiram a defesa
da autonomia universitária e da educação pública. Fica também a dúvida no
retorno ao dia-a-dia, quanto as nossas
reivindicações salariais, as negociações
pendentes com reitoria da USP e com o
CRUESP. Fica a certeza que a tarefa que
temos pela frente é grande e difícil, que
somente com a participação dos funcionários conseguiremos garantir nossos
empregos, os benefícios, salários e carreira dignos. Somente com a intervenção e a união da nossa categoria, conseguiremos combater o autoritarismo dos
governos estadual e federal, o autoritarismo da reitoria e dos setores atrasados dessa universidade, que tentam
impor a força sua vontade através, do
cargo ou do poder. Finalizando vale ressaltar que esta e outras lutas, passam pela
questão de garantirmos a construção de
um sindicato amplo, democrático que
defenda os interesses e reivindicações da
nossa categoria. Não podemos permitir a
continuidade desta política, oportunista e
desgastada, instaurada no Sintusp, voltada apenas para os interesses dos diretores desta entidade. Precisamos de um sindicato verdadeiramente de luta, para que
o balanço dos próximos enfrentamentos
e greves, seja muito mais positivo, quanto à organização, a unificação e os ganhos políticos para todos.
Marcelo (IB), Vera (ICB), Helder
(IB), Luis (EP) – Coordenação da
Oposição Sindical de Esquerda dos
trabalhadores da USP
8 – Jornal do SINTUSP
Encontro de Funcionários da USP
Funcionários aprovam a Greve e a Ocupação, 16/5
Apu Gomes/Folha Imagem
Filipi Araújo/AE
Os estudantes ocupam a Reitoria, 3/5
Francisco Emolo
Jorge Maruta
MURAL DA GREVE 2007
a flor esperando a tropa de choque que não veio
Ulisses de Paula
Francisco Emolo
A Fúria e ...
Na avenida Vital Brazil, rumo ao Palácio do Governo
Negociação: CRUESP X Fórum das Seis
Agosto de 2007
Agosto de 2007
Encontro de Funcionários da USP
Jornal do SINTUSP
–
9
Ulisses de Paula
Francisco Emolo
MURAL DA GREVE 2007
Manifestação que fez a tropa recuar
Arrastão nas Unidades
Passeata rumo ao Palácio
Danilo Verpa/Folha Imagem
Francisco Emolo
Cecilia Bastos
Ulisses de Paula
Passeata do MASP à Secretaria de Ensino Superior
Choque barra passeata ao Palácio do Governo
Uma das Assembléias dos Estudantes da USP
10 – Jornal do SINTUSP
Encontro de Funcionários da USP
Agosto de 2007
CRIMINALIZAÇÃO
A ação dos estudantes e dos funcio- prática junto com a política de
nários da USP que ocuparam a reitoria na privatização, com convênios privados e
luta pela revogação dos decretos do Ser- apropriação indevida de recursos materira, pelo aumento das verbas da educação ais, financeiros e humanos para o funcipública e por reivindicações específicas onamento de diversas fundações (muitas
despertou o ódio do governo, da mídia, delas fundadas e organizadas por profesda burocracia acadêmica e até mesmo de sores da universidade).
Por isso, a burocracia acadêmica é
alguns professores que chegaram a encúmplice da política do Serra. Seja atratrar em greve.
O ódio do governo e da mídia contra vés da omissão sobre seu caráter
a ocupação tem motivos conhecidos por intervencionista, defendendo-os abertatodos. Há anos, os sucessivos governos mente ou criminalizando os estudantes e
vêm impondo uma política que combina funcionários que, em luta contra os decorte de verbas com extensão, obrigan- cretos, ocuparam a reitoria. Se os motido as universidades a buscarem mais re- vos do ódio do governo, da mídia e da
cursos financeiros na iniciativa privada burocracia acadêmica contra a ocupação
são claros, quais os
e, por essa via, tormotivos do ódio de
narem-se reféns de
Desde a edição do
uma parcela imporinteresses empresadecreto da autonomia, há
tante dos professoriais. Ao mesmo
dezoito anos, a burocracia
res que entraram em
tempo, impõe o
acadêmica da USP – que
greve contra as messucateamento das
em prol dos seus interesmas medidas que
áreas acadêmicas
ses particulares atua
haviam impulsionaque não tem capacicomo agente dos sucessido a ocupação? Esdade para atrair revos governos – permitiu a
ses
professores
cursos privados. Os
deteriorização das
acham
que
a ocupadecretos foram ediinstalações da universição
foi
um
ato viotados como instrudade; terceirizou e
lento
e
uma
agressão
mentos da intervenprecarizou mais de quatro
à comunidade acação do governo Sermil postos de trabalho,
dêmica.
ra nas universidaintroduzindo uma mão-deMas a verdade
des, para acelerar e
obra superexplorada por
não
é essa. De 1982
aprofundar esse proempresas que não
a
1987
o governo
cesso. Por isso, ao
cumprem obrigações
vinha
investindo
em
tornar-se uma barritrabalhistas
média 11,6% do
cada contra esse
ICM para as três uniprojeto e catalisar a
greve das estaduais paulistas e a luta de versidades. Já em 1989, quando o
outras universidades, a ocupação anga- Quércia edita o decreto que concede a
riou o ódio brutal e sincero do governo e autonomia financeira, o investimento passa para 8,4%. Mais de 1/4 deixou de ser
seus representantes.
Desde a edição do decreto da autono- repassado. Hoje as universidades recebem
mia, há dezoito anos, a burocracia aca- do Estado um orçamento de 9,57% do
dêmica da USP - que em prol dos seus ICMS, ou seja, 17,5% menos que em
interesses particulares atua como agente 1987. Esse sim é um verdadeiro ato de
responsável
pelo
dos sucessivos governos - permitiu a depredação,
deteriorização das instalações da univer- sucateamento das universidades, o défisidade; terceirizou e precarizou mais de cit de moradias e assistência estudantil, a
quatro mil postos de trabalho, introdu- terceirização e precarização dos postos
zindo uma mão-de-obra superexplorada de trabalho, a queda na renda dos trabapor empresas que não cumprem obriga- lhadores, a falta de professores e infrações trabalhistas e freqüentemente deixam estrutura.
Portanto, os verdadeiros inimigos das
de pagar até os míseros salários aos trabalhadores; deixou de preencher mais de universidades têm sido os governos e a
mil vagas de professores e acumulou um burocracia acadêmica, que têm perpetradéficit de moradia estudantil de mais de do uma violência permanente contra a
seiscentas vagas só no campus da capi- universidade, o povo e o futuro. A ocutal. Todo esse sucateamento é posto em pação foi uma forma legítima de combater essa violência.
Francisco Emolo
Invasão desperta ira e discrimina movimento
PM é obrigada a recuar após tentar impedir que a passeata saia da USP
JORNADA CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO
DO MOVIMENTO DOS FUNCIONÁRIOS
E ESTUDANTES
DIA 9/8/07, ÀS 11H30,
ATÉ À REITORIA
Durante o Encontro dos Funcionários será realizada uma Jornada com
todos os participantes do Encontro, até a reitoria, para nos manifestarmos
contra a Criminalização do Movimento dos Funcionários e Estudantes.
Participem !!!!
Encontro de Funcionários da USP
Agosto de 2007
Jornal do SINTUSP
–
11
ATAQUE À AUTONOMIA
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo
manda demitir trabalhadores...
O governo do PSDB (Alckmin e agora Serra) vem destruindo o serviço
público e mais uma vez atacando a autonomia universitária através do TCE
O governo do PSDB (Alckmin e agora
Serra) vem destruindo o serviço público e
mais uma vez atacando a autonomia universitária, através do TCE.
Tudo começou com o processo 32275/
026/01 do TCE x UNESP.
Desde 2004, o Tribunal de Contas do
Estado publicou uma “deliberação para esclarecer aos reitores que a autonomia universitária administrativa, prevista na Constituição, não os isentava de lei como os outros setores públicos, e que a partir daquela
publicação, novos casos não teriam seus
registros feitos”. Arbitrou para a USP, Unesp
e Unicamp que “só considerava válidas as
admissões feitas antes de 2004 ou, depois
disso, só para vagas aprovadas pela Assembléia Legislativa”.
As universidades estão recorrendo da
decisão do Tribunal de Contas, que menciona “a negativa do registro provoca a anulação dos contratos, e com isso, as univer-
sidades precisam rescindi-los sob o risco
de os responsáveis responderem a processo de improbabilidade administrativa na justiça e ainda, ter que devolver os valores
pagos indevidamente”.
São Centenas de processos que estão
sendo julgados todos os dias, com o mesmo resultado.
Encontramos no site do Tribunal de
Contas do Estado de São Paulo os seguintes processos: 32967/026/05; 32968/026/05;
32965/026/05; 32731/026/05; 32970/026/05;
31416/026/05; 32967/026/05; 32960/026/05;
32966/026/05; 32969/026/05; 32963/026/
05;32962/026/05; 32730/026/05; 31415/026/
05;31417/026/05;31418/026/05;32730/026/
05;32961/026/05;32964/026/05;35434/026/
05;16189/026/06;21171/026/06;21172/026/
06;21173/026/06;21174/026/06;21175/026/
06;28234/026/06;28235/026/06;28236/026/
06;29488/026/06;29489/026/06;29490/026/
06;30170/026/06;30171/026/06;30172/026/
06;34903/026/06;34904/026/06;34905/026/
06;34906/026/06;36334/026/06;36335/026/
06;38538/026/06.
UNIDADES AFETADAS
IEE, IGC, CCS, Instituto de Física, Instituto de Matemática e Estatística, Instituto de Química, Instituto de Psicologia CCE,
COSEAS, ECA, CEBIMAR, EDUSP, Escola de Enfermagem, Faculdade de Odontologia de Bauru, Prefeitura do Campus de
Ribeirão Preto, Prefeitura do Campus de São
Carlos, Instituto de Física de São Carlos,
Museu de Zoologia, Museu Paulista, Museu de Arte Contemporânea, ICB, IAG, Instituto de Biociências, Instituto de Estudos
Brasileiros, ICMC e Prefeitura do Campus
de Bauru
O SINTUSP está trabalhando em várias
frentes e pelo fato da questão atingir, funcionários e professores, na USP, UNESP e
UNICAMP, está sendo discutida no Fórum
das Seis, que deverá discutir com o
CRUESP.
Depois de realizarmos uma reunião
com a C.J. da USP, entregamos na reunião
de negociação entre o sindicato e a reitoria no dia 19/07/07, um documento o qual
solicitava o pronunciamento da reitoria, a
qual o fez, através de um comunicado do
Chefe de Gabinete e o Ofício C.J. Of. 173/
07-RUSP.
Realizamos reuniões nos Campi de Ribeirão Preto, Piracicaba, São Carlos e
estamos atentos à questão, junto com o
Departamento Jurídico do SINTUSP e no
FÓRUM DAS SEIS.
NOVA REUNIÃO PARA
CONTINUAR A DISCUTIR
NO DIA 20 DE AGOSTO DE 2007
ÀS 12H30, NO SINTUSP
Planejamento familiar, aborto e o trabalhador
Renata Piekarski,
trabalhadora da ECA/Conlutas
Pela lei1 cada pessoa tem direito ao
planejamento familiar, “é dever do governo garantir informações, meios, métodos
e técnicas para regulação da sua
fecundidade”2. Na prática, enfrentamos
uma situação precária na saúde no Brasil, e tapando o sol com a peneira, o governo lança um programa que coloca nas
“Farmácias Populares” anticoncepcionais
que são verdadeiras bombas hormonais,
e pílulas-do-dia-seguinte, que devem ser
adquiridas com receita médica -e com filas quilométricas nos hospitais, quem
consegue uma receita em 72 horas?
A Organização Mundial de Saúde
constatou que 50% das gestações é
indesejada e 1 em 9 mulheres no mundo
recorre ao aborto. No país, o governo acredita estar “resolvendo o problema” dos
1,44 milhão de abortos ao ano. O procedimento posterior a um aborto que se realiza em sabe-se lá que condições de insalubridade e riscos chama-se curetagem.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2004,
243.988 mulheres foram internadas para
fazer curetagem. Os outros 1,2 milhão de
casos acabam em hemorragias, seqüelas
profundas e muitas vezes, em morte. Isso
porque apesar do que diz o papa, abstinência não é uma opção realista, e a legislação
não permite que a mulher exerça o direito de
decidir sob seu corpo em condições dignas
de segurança e higiene, enquanto a mulher
rica têm acesso à luxuosas clínicas clandestinas, fontes de lucro para a burguesia. Ao
invés de garantir esse acesso gratuito no
SUS, a resposta do governo é
medicamentos de baixa qualidade ou inacessíveis. E nós
mulheres trabalhadoras, pobres, mães solteiras, negras,
continuamos morrendo por decidir não levar nossa gravidez
até o fim.
É sob a mulher “que recaem todos os afazeres domésticos que são, na maioria dos
casos, os mais improdutivos, e
mais penosos”3, não bastando 25% das famílias hoje serem de responsabilidade financeira de mulheres4. Isso significa que ‘dupla jornada de trabalho’ só
aumenta, mesmo com as inovações modernas do capitalismo, que não vêm a serviço
do trabalhador. Ainda mais, a renda dessas
mulheres é 40% menor que a dos homens
na mesma posição. Obrigando a mulher a
ter mais filhos, ainda que não queira e não dor, enriquecendo os governos e patrões.
possa sustenta-los, diminui-se a possibili- Por isso dizia Lênin: nossa classe nunca
dade dessa mulher participar dignamente da atingirá a liberdade se não conquistar
economia coletiva, e em situação de extre- plena liberdade para a mulher!
ma necessidade, ela aceita os trabalhos mais
“Nessa batalha somos todos
precários e mal pagos.
companheiros
Assim o capitalismo, longe de uma deNão porque dividimos o
mocracia de fato, rebaixa o valor sobre tudo
mesmo teto e a mesma mesa
da mão-de-obra feminina para então
Mas porque dividimos a
pauperizar toda a classe, que
mesma espada sobre a cabeça
passa a ser contratada por um
Somos todos irmãos não
salário de miséria, já que existe
porque seja o mesmo o sangue
sempre alguém disposto a toque no corpo levamos
mar seu lugar, trabalhado mais,
O que é o mesmo, é o modo
ganhando menos. Chega de dicomo o derramamos”
vidir a miséria, os restos da
(Ferreira Gullar)
mesa dos ricos. Igualdade na
lei não basta, enquanto nossos
filhos morrem de fome! Chega
1
da mulher ser obrigada a sujeiLei Nº 9.263, de 1996, que assegura o
direito ao planejamento familiar
tar seu corpo em favor do capi2
Divulgado
emde
documento
federal em:
tal! Ocorreu
Não descansaremos
até que
dia 01/12/2006,
a Festa
Confraternihttp://portal.saude.gov.br/portal/saude
não exista a possibilidade de oprimir e exvisualizar_texto.cfm?idtxt=25328
zação
dos houver
Aposentados.
festa3 foi
bastante animada e
plorar!
Enquanto
latifundiários,A
doV.I. Lênin, em “As tarefas do movimento
nos
de fábricas
e deanossa
força de trabacontou
com
presença
de váriosoperário
aposentados
da USP
feminino na república
soviétilho, não existirá igualdade e liberdade nem
ca”, de O
1919.
Disponívelconvida
no livro “Soem
uma
Churrascaria
próxima
à
USP.
Sintusp
perante a lei, nem para as mulheres, nem para
bre a emancipação da mulher”, Ed. Alfaa classe
trabalhadora. A luta
mulheres é
os aposentados
adas
participarem
de
todas as atividades
Omega.
4
a luta do conjunto da classe, e a opressão
IBGE/2000
propostas pelo Departamento de Aposentados do Sindimachista garante a exploração do trabalha-
FESTA DE
CONFRATERNIZAÇÃO
DOS APOSENTADOS
cato.
12 – Jornal do SINTUSP
Encontro de Funcionários da USP
Agosto de 2007
PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE
A USP está sendo campeã em
terceirização nos diversos setores. Um
dos setores que está sendo terceirizado
aos poucos é o Hospital Universitário. Em
2000, a ex-superintende do HU terceirizou
a lavanderia do hospital, usando de uma
política inescrupulosa, pois as máquinas
estavam todas lá, os trabalhadores também, porém ela simplesmente passou a
pagar pela lavagem de roupas e, pasmem,
“beneficiando médicos que resolveram
ganhar mais dinheiro abrindo uma lavanderia hospitalar, privada”. E, como sempre, quem pagou o pato foram os trabalhadores e a população usuária do Hospital. Pois, os funcionários tiveram seus
contratos alterados unilateralmente, enquanto que a população teve de usar as
roupas de cama mal lavadas com odor
fétido, além das roupas que vinham rasgadas e tinham de ser substituídas pelo
próprio HU.”
A POLÍTICA DE DESTRUIÇÃO
DA SAÚDE PÚBLICA NO HU
CONTINUA
Mais um setor preparado para ser
terceirizado
E agora, como se não bastasse, o
Superintendente do Hospital Dr. Lotufo
está preparando para contratar outra
empresa, dessa vez para fazer limpeza.
Que aberração! No HU já existem trabalhadores que cumprem essa função,
e não há necessidade de gastar mais ver-
Edmo
Abaixo a terceirização no Hospital Universitário
terceirizar o serviço público é privatizar
Passeata em defesa da Saúde Pública
bas da instituição para agraciar as empresas privadas.
Segundo a assessoria do hospital os
trabalhadores não estão adequados para
fazer esse tipo de trabalho e que o número de trabalhadores não é o suficiente.
Quanta hipocrisia! Os trabalhadores
do serviço de higienização do HU sempre deram conta do recado e são adequados para fazer limpeza terminal e outros serviços inerentes às suas funções,
e agora após mais de 20 anos a superintendência do HU decidiu que os funcionários não são competentes para tais atividades?
Quanto à falta de trabalhadores, esse
é um problema que várias unidades da
USP estão enfrentando. Resta à reitora
contratar mais funcionários e repor todo
o quadro necessário.
Dr. Lotufo tem de se preocupar com
a reposição de funcionários e com política de saúde dos trabalhadores do HU, e
não presentear mais picaretas que sugam
verba pública e ainda escravizam os seus
funcionários deixando de pagar seus direitos.
UM CHAMADO AOS
TRABALHADORES
É necessário que todos se organizem
para barrar o processo de privatização do
HU, esse hospital sempre foi vítima dos
sucessivos superintendentes, que continuamente tentam fazer com que os
especuladores da saúde privada ganhem
uma fatia do filão.
Os funcionários do HU precisam estar atentos e se juntar à organização dos
outros trabalhadores da USP. No passado ocorreu a terceirização da vigilância
e nada foi feito, depois a limpeza externa e jardins, e nada foi feito, após foi a
lavanderia e ninguém se mexeu, e agora
está a caminho a terceirização do serviço de limpeza interna. Não se mexer agora é deixar com que matem todas as esperanças de ainda existir serviços públicos com qualidade e direitos, pois já
existem empresas especuladoras, privadas, de enfermagem, medicina, além dos
vários convênios privados que podem se
apoderar dos serviços públicos à custa
da população que paga impostos para
manter a saúde.
A história mostra que sem luta e união
nada se consegue, é importante que os
trabalhadores do HU se mobilizem e se
organizem em defesa do emprego, por
contratação de funcionários, e política
de saúde e respeito aos trabalhadores
ABAIXO A
TERCEIRIZAÇÃO!
FORA
ESPECULADORES
DA SAÚDE PÚBLICA!
ESPAÇO DO APOSENTADO
Em 27 de julho de 2004 enviamos
o ofício de nº. 255 no qual foi solicitado ‘a Reitoria que fosse estendido
aos Aposentados o AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO baseando nos princípios
de isonomia e paridade entre servidores Ativos e Aposentados e também
na Constituição Federal em seu artigo
40 parágrafo 8º e na Constituição Estadual em seu artigo 126 parágrafo 4º,
que citam “... sendo também estendidos aos aposentados e pensionistas
quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores
em atividade”.
A Comissão de Aposentados foi recebida pelo reitor, que nos comunicou, que
segundo parecer da CJ tal benefício não
poderia ser estendido aos aposentados,
por se tratar de um auxílio dado somente
aos servidores na ativa. Na mesma reunião foi dada uma sugestão, para que a
CJ fizesse um novo estudo com a possibilidade de mudar o nome do benefício
de Auxílio Alimentação para, por exemplo: Auxílio Farmácia ou outro nome qualquer possibilitasse tal extensão aos aposentados.
Acontece que até a data atual não recebemos resposta sobre tal negociação,
mas esperamos que tal solicitação, não tenha caído no esquecimento da Reitoria.
Caso os Aposentados venham a ser atendidos em tal solicitação, que em nossa avaliação é muito JUSTA, a reitoria estaria
cumprindo os artigos e parágrafos das
constituições citadas acima. É bom lembrar que os atuais aposentados, na sua
grande maioria são os responsáveis pela
manutenção da família, por falta de emprego e os salários baixos que são pagos
aos trabalhadores. Achamos que tais motivos expostos são suficientes para que a
Reitoria, por intermédio de sua
Consultoria Jurídica, ATENDA seus aposentados.
FRANÇA – Diretor da Secretaria
de Aposentados.
Encontro de Funcionários da USP
Agosto de 2007
Jornal do SINTUSP
–
13
CARTA ABERTA
Autonomia universitária
é o princípio supremo da moralidade
A Autonomia é o princípio supremo da moralidade, diz Kant, em sua
Fundamentação da Metafísica dos
Costumes, sem saber, o filósofo, que
sua obra seria atirada ao lixo por
aqueles que pedantemente fazem
política como se o povo fosse uma
massa a ser modelada.
Mas, não são apenas motivos idealistas que impulsionam nossa luta pela
Autonomia. É fundamentalmente por
motivos políticos, legais e econômicos.
As universidades conquistaram
sua autonomia financeira através do
Decreto 29.589/89. Após uma greve
de 57 dias, Quércia estabeleceu que
receberiam mensalmente a quota
parte de 8,4% do ICM. Através do
decreto, se livrava das negociações
salariais e mantinha longe do Palácio as manifestações da comunidade Universitária, mas criava uma
condição favorável para o planejamento e o bom funcionamento das
universidades.
Em 1995, o percentual passou
para 9,57%. Tanto o decreto, quanto
o aumento não foram dádivas, mas
conquistas da luta, através de greves e mobilizações. Exemplos foram
2005/06: Graças à mobilização e ocupação da ALESP, pela nossa comunidade, conseguimos a aprovação do
aumento percentual de 10%, sistematicamente vetados por Alckmin/
Lembo, que usou seus últimos dias
de governo para um veto e uma desapropriação: vetar o acréscimo de
verba para a educação pública ao
mesmo tempo em que dava à Faculdade de Direito um edifício de dez
andares.
Na prática, uma das formas de
sucateamento é a expansão de vagas e cursos sem o acréscimo de
verbas. Novos cursos na Unesp, criação da USP Leste, sem verba para
sua manutenção. Mas, e a verba adequada?! Se há preocupação com a
responsabilidade fiscal, onde
está o interesse numa expansão
de vagas com qualidade?
A conquista da autonomia foi
diretamente atacada pelos decretos, que além de golpes diretos, também tentavam desarticular um dos setores que mais buscou os meios legais para aumento de verbas na LDO para a
educação: os funcionários, professores e estudantes pressionaram a ALESP encontrando vetos sistemáticos e intransigentes
do Executivo e até a repressão
da PM.
Teoricamente, o tema seria
de interesse direto dos reitores,
mas os movimentos explícitos de
defesa da autonomia universitária partiram de funcionários, estudantes e professores, como a
ocupação da reitoria da USP e
a greve nas Universidades. A
única (e pífia) manifestação dos
reitores acerca da autonomia só
viria após 11 dias de ocupação
da Reitoria. Além de representar um retrocesso para
toda sociedade, os decretos
apontam para seu sucateamento do ensino através da
intervenção didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial.
A defesa da autonomia não
se restringe à manutenção da
situação que tivemos até agora, mas de dar um passo
além, buscando também
transparência e democracia.
Queremos a democratização
da universidade, aprofundando e consolidando a participação efetiva dos três
segmentos – estudantes, funcionários e
professores - nos rumos da USP por
meio de eleições paritárias e sem a exigência de titulação para escolha de seus
dirigentes.
Não existe autonomia sem verba adequada para o ensino, pesquisa e extensão. O financiamento público deve garantir a autonomia com qualidade, por isso
defende-se o índice de 33% da receita
total de impostos para a educação pública, incluindo 11,6% do ICMS para as
universidades e 2,1% do ICMS para o
Centro Paula Souza. Essa batalha junto
a ALESP (re)começou, nas audiências
públicas da Comissão de Finanças e Orçamento.
Funcionários em greve
da FDUSP (22/6)
Encontro de Funcionários da USP
14 – Jornal do SINTUSP
Agosto de 2007
ESPORTES E CULTURA
O pontapé inicial do FAE, foi dado no
período de 8 de janeiro à 2 de fevereiro
de 2007, durante as férias escolares com
o projeto piloto “ Futebol nas Férias”, onde
foram atendidos 118 alunos desenvolvendo treinamentos (físicos, táticos e técnicos) diários em dois períodos.
O “Futebol nas Férias” surgiu através
da Secretaria de Cultura e Esportes do
Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da
Universidade de São Paulo) e contou com
o apoio da LAFUSP (Liga Atlética dos
Funcionários da Universidade de São Paulo), do COSEAS (Coordenadoria de Assistência Social) e do CEPEUSP (Centro
de Práticas Esportivas da Universidade de
São Paulo), onde as atividades são desenvolvidas.
Devido ao sucesso do “Futebol nas
Férias”, as diretorias do SINTUSP,
LAFUSP e CEPEUSP, em conjunto decidiram pela continuidade do projeto com
uma nomenclatura: FAE – Futuro Através do Esporte.
O FAE – Futuro Através do Esporte é
um projeto de futebol de campo que aten-
José Ferreira dos Santos Filho
Futuro Através do Esportes – FAE
O esporte é a melhor ferramenta para
tirar os jovens da rua e dar-lhes uma atividade constante e uma formação educacional.
Em muitos casos, o fruto de todo
esse esforço é a ascensão social do jovem, através da educação, mesmo que
ele não chegue a ser um atleta de alto
rendimento.
Tudo isso proporciona um ciclo que
leva ao desenvolvimento do país.
O FAE visa formar cidadãos
para a sociedade e atletas
para os gramados.
FAE: formando cidadãos para a sociedade e atletas para os gramados
de aproximadamente 160 jovens do sexo
masculino, com idades entre 10 e 18
anos, sendo esses dependentes de servidores, professores e alunos da USP e estendido à comunidade externa.
Os focos principais do FAE são pro-
mover a inclusão social a partir do esporte, complementar a educação pedagógica, além de detectar novos talentos,
projeta-los segundo sua capacidade individual e impedir que esses talentos sejam
desperdiçados por falta de incentivo.
Coordenadores do FAE: Benedito
Vitorino (CCS); Jaques Almeida de Carvalho (Faculdade de Direito); José
Ferreira dos Santos Filho (Museu de Arqueologia e Etnologia); Luiz Wilson
Ferreira (Faculdade de Ciências Farmacêuticas); Marcos Antonio Ferraz (Instituto de Psicologia); Zelito Souza Santos
(CEPEUSP); Givanildo Oliveira dos Santos (Sintusp)
CRÔNICA
Não faltou gente de todos os lados
naquele dia.
Parecia mais uma festa de rico, do
que um enterro de pobre. Era sexta,
que não era santa, talvez sábado, que
não era aleluia, sei não ao certo. Só sei
dizer que Zé Zuca, morreu naquele
dia. Parece que estava adivinhando a
hora. Pois um dia antes se despediu de
todos presentes a sua cabeceira. Foi
mais um alivio para aquela criatura caquética, há meses em cima de uma
cama.
Parece mesmo que ele morreu de
doença ruim. Dizem os médicos que
ele tinha câncer no estômago, e os
leigos, que foi feitiço. São muitos
os comentários; aqui por estas bandas. Só sei dizer que, além de magro, o homem estava coberto de feridas, e logo que morreu; as feridas
sararam, e os olhos pularam para
fora das órbitas, ficando apenas dois
buracos no rosto, que foram
enchido com algodão para não causar má impressão.
Na sentinela não faltou o café de
dona Alzira, torrado em casa e pilado
O FUNERAL
no pilão, mulher caprichosa como ela,
não existe mais. O café cheiroso que
sente-se a uma légua de distancia. Diz
ela que o segredo, esta na espécie, café
moquinha, tem melhor bebida, a secagem também tem um ritual; na hora de
colher, não pode derrubar o grão no chão
e depois rastelar. A colheita tem que ser
direto dos pés, para o bornal. Quanto
mais escura a torra, mais forte será o
café. Quanto mais clara a torra, mais
suave o café. A moagem deve ser média, nem muito grossa, e nem muito fina.
O aroma agradável, está no ponto de torra e moagem correto.
A cachaça veio da moenda do seu
“Quinca”. Ele diz – sou engenheiro sem
anel, pois sou dono de um engenho. Diz
ele que a pinga boa, tem que ser destilada
com bastante cuidado, e medido o grau
alcoólico. Depois de moída a cana; coloca-se a garapa em um recipiente para
fermentaços durante 24 horas, de maneira natural. A fervura é feita em quase cem
graus. Segundo seu Quinca, a pinga foi
descoberta pelos nativos. Colocaram a
garapa em uma panela para cozer, começou a cheira, fizeram uma cobertura de
sapê, ao bater o vapor na cobertura, esfriou e começou a pingar. Ai eles disseram – pinga! Neste momento estava feita a pinga, que chamamos hoje de cachaça.
A princípio houve muito choro, pois
criatura querida estava ali, digo isso,
não por que ele já morreu, não! Esta de
enaltecer os mortos não é comigo. Nos
como povo perdemos um militante, e
especificamente um companheiro com
firmeza ideológica – por que é muito
importante dentro de nossa luta, a firmeza e o companheirismo. Foram os
bons tempos e com ele os bons companheiros- antigamente quanto queríamos vê um cabra aperiado, era só
chamá-lo de comedor de carne seca
com farinha.
Hoje, isso não é mais ofensa, pois o
salário encurtou e o emprego afugentou, carne seca hoje, é comida
de doutor. No enterro não faltou a
bandeira do Corinthians, dizem que
todos operários, alem de sofrer com
a exploração do patrão, sofre com a
alienação. O governo aproveita o
momento emocional do povo, em
uma copa estadual ou mundial, para
aumentar os preços de tudo que é
de necessidade social.
No enterro de Zé Zuca, não houve rajadas de tiros, pois não fora general, nem ramalhetes de flores, porque nunca defendeu o capital. Houve sim, milhares de punhados de terra em seu rosto. Em cada punhado
que caia, sorria para agradecer,
como querendo dizer: lutei por uma
mudança social, que a terra fosse de
quem nela cultivar, e a casa para
quem nela habitar.
Este é o recado que ele mandou
lhes dá. Já que tudo que plantou e forjou durante a vida não pode colher,
espera com o tempo semente ser.
Antônio Miranda dos Santos
Encontro de Funcionários da USP
Agosto de 2007
Jornal do SINTUSP
–
15
SALÁRIO E PAUTA ESPECÍFICA
Francisco Emolo
As negociações e a luta continuam
O CRUESP na 4ª Reunião de Negociação durante a Greve anunciou que
em outubro será definida a parcela fixa,
que será repassado aos salários, caso
seja atingido 43,25 bilhões de arrecadação do ICMS.
Neste caso o valor deste “fixo” vai
depender de quanto este patamar for
ultrapassado.
Não temos dúvidas que a pressão dos
trabalhadores será decisiva para conquistarmos este valor fixo, lembrando que
nossa reivindicação é de R$200,00, além
do percentual já conquistado a partir de
maio, que foi o Índice FIPE dos 12 meses anteriores, 3,37%.
AUXÍLIO
ALIMENTAÇÃO
Na negociação dos itens da Pauta
Específica destacados durante a Greve, apenas um foi respondido pela reitoria, o AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO,
que passou de R$182,00 para R$210,00
a partir de maio, quando nossa reivindicação é de R$250,00.
Esta posição de descaso com as reivindicações dos trabalhadores demonstra mais uma vez que só somos
atendidos, quando estamos em GREVE e radicalizamos a nossa luta.
Neste ENCONTRO DOS FUNCIONÁRIOS DA USP, dias 9 e 10 de
agosto, devemos discutir o que fazer
ainda neste segundo semestre, quando teremos novas negociações em outubro, para pressionar a reitoria e o
CRUESP.
A LUTA CONTINUA!
PAUTA
ESPECÍFICA
Pauta Específica dos Funcionários,
da qual foram destacados 8 itens, para
unificar com os estudantes.
1) Revogação dos Decretos.
2) Contratação de Funcionários e
Professores
Reunião de negociação com o CRUESP
3) Reforma dos prédios em péssimas condições, inclusive o Centro de
Saúde Escola do Butantã.
4) Incorporação pela Universidade de São Paulo do quadro em extinção dos funcionários e professores da
Escola de Engenharia de Lorena, antiga Faenquil.
5) Uma referência para todos na
Carreira dos Funcionários.
6) Aumento do auxílio-alimentação
de R$ 182,00 para R$ 250,00.
7) Readmissão dos demitidos políticos.
8) Nenhuma perseguição política
ou processo judicial e administrativo
contra os lutadores estudantes e funcionários
A Luta no 2ª semestre
Propostas aprovadas pelo CDB para serem apresentadas
no Encontro dos Funcionários
1) Levar ao Fórum das Seis, indicativo de paralisações, como advertência ao CRUESP para conceder a
parcela fixa de R$ 200,00, inclusive no dia da negociação, em outubro. Paralisação também deverá ser a forma
de pressionar a reitoria, para dar continuidade à negociação e conceder as reivindicações da nossa Pauta Específica. Se necessário a GREVE.
2) A realização de um SEMINÁRIO para amadurecer propostas e plano de luta para a ESTATUINTE, com a
proposta de um CONGRESSO DOS FUNCIONÁRIOS no início de 2008, preparando o CONGRESSO
ESTATUINTE DA USP. Tanto para o Seminário quanto para os Congressos, os delegados deverão ser eleitos em
reuniões de unidades.
3) Continuar trabalhando a unificação com os servidores públicos do Estado, com o movimento estudantil e todos
os trabalhadores das Universidades Federais, a caminho de uma GREVE GERAL DA EDUCAÇÃO.
Fora Wilson Teixeira da Estação Ciência! – FORA PM DO CAMPUS!
16 – Jornal do SINTUSP
Encontro de Funcionários da USP
Agosto de 2007
ESTATUINTE
O GRANDE SALDO DA GREVE E DA OCUPAÇÃO
DA REITORIA DA USP
Reprodução de fotomontagem de Alex Freitas/AE
CHEGOU A HORA DE MUDAR, DE SUPERAR O MODELO DE UNIVERSIDADE ARCAICO, ELITISTA E RACISTA E DE ELABORARMOS, TODOS JUNTOS, UM
ESTATUTO DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA, DEMOCRÁTICA, ABERTA E A SERVIÇO DA MAIORIA DA POPULAÇÃO: OS TRABALHADORES.
Na fotomensagem sobre a tela
de Rembrandt (1609-1669 ) o
grupo examina mistérios de um
corpo semvida.
Quando a reitora enfim ocupar o gabinete, os alunos voltarem à sala de
aula e os líderes sindicais baixarem o volume do alto-falante, há
que examinar o saldo da tormenta universitária deflagrada pelos
decretos do governador. “O modelo está em crise. É preciso saber
como e por que protestar”, diagnostica Gabriel Bolaffi da USP.
“Chega de energia perdida. Autonomia é exercício diário, e não estado
de exceção”. prescrevem Alcir Pécora e Francisco Foot Hardman
da Unicamp. Pior é o que está por vir após a desocupação”. avisa o
sociólogo José de Souza Martins
A greve e a ocupação da Reitoria da USP, em 2007, deixaram como principal legado para todos nós, a tarefa de construirmos um CONGRESSO
ESTATUINTE com a participação dos três segmentos, que constituem a
universidade, além da representação dos setores organizados da população.
Conseguimos colocar em Pauta a situação crítica da educação pública,
em especial da Universidade e a pretensão dos governos federal e estaduais, com seus projetos de intervenção, sucateamento e privatização, mas
também pusemos a nú o modelo autoritário e podre da universidade e nos
propusemos a sepultá-lo.
Não é a toa que tenhamos despertado a fúria da imprensa mais reacionária, como a revista Veja ou o Jornal Estado de São Paulo, este último
chegando anunciar que “o pior é que está por vir, após a desocupação” e
trazendo uma fotomontagem do quadro do pintor Rembrandt “Lição de
Anatomia transformado em Lição de Autonomia”, em que mudando os
personagens, apresenta o cadáver do atual modelo de USP e a “terrível
profecia” de uma revolução na USP.
Observação: É importante lembrar que, como Julio Mesquita foi um
dos fundadores da USP, o Estadão sente-se proprietário da USP e por
isto, sua indignação com a rebeldia e a perspectiva de transformação da
universidade.
Talvez, nós aqui na USP, não tenhamos nos dado conta da grandiosidade
da nossa tarefa em 2008.
Depois do levante dos estudantes, funcionários e alguns poucos, mas
valorosos professores, em 2007, a USP não poderá ser a mesma e é isto,
que aterroriza os donos do poder, a burocracia acadêmica e o governo e
dos demais pretensos “donos da universidade pública”.
O CONGRESSO ESTATUINTE com o qual a Reitora Suely Vilela se
comprometeu a bancar a estrutura necessária, deverá discutir e aprovar
temas como: Eleição Direta para Reitor, Diretores, Prefeitos, Coordenadores e Chefes.
O Direito de todos: professores, funcionários e estudantes serem candidatos. Criação de um Conselho Social composto por sindicatos e movimentos sociais em luta. Conselho Universitário Paritário: Professores,
Funcionários, Estudantes e Conselho Social, todos os órgãos colegiados
paritários e eleitos diretamente.
Assembléia ou Plenária
Universitária, como instância
Rembrandt revisitado
maior, deliberativa.
Democratização do acesso
à Universidade.
Estas e muitas outras propostas já foram discutidas e ou
aprovadas no IV Congresso
da USP e juntamente com outras, deverão fazer parte da
Pauta do Congresso Estatuinte
em 2008, cujas resoluções deNa montagem sobre a tela “ Lição de Anatomia”, de
verão compor o novo EstatuRembrandt. 1. Governador Serra; 2. Marcos Macari,
to da USP, este é o nosso comreitor da Unesp; 3. Suely Vilela, reitora da USP;
4.José Aristodemo Pinotti, secretário de Ensino Supromisso.
perior no governo paulista; 5. César Minto, repre“Democracia não se negosentante do docentes (Adusp) ; 6. Magno de Carvalho, representante dos funcionários (Sintusp); 7.
cia com ditadores, democracia
José Tadeu Jorge, reitor da Unicamp; 8. Carlos
se conquista na luta.” (CDB –
Gimenez, líder estudantil.
O corpo é o atual modelo de Universidade
Sintusp)

Documentos relacionados