Cocatrel mobiliza parceiros e constrói praça para comunidade
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Quando todos participam tudo se realiza Impresso Especial 9912246476/2009-DR/MG Cocatrel CORREIOS Órgão de divulgação da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas Ltda. ANO XXVII Nº 306 Agosto/2011 TRÊS PONTAS-MG Cocatrel mobiliza parceiros e constrói praça para comunidade No dia 3 de setembro as cooperativas mineiras realizaram, pelo terceiro ano consecutivo, o Dia de Cooperar, com ações de voluntariado em benefício das comunidades onde atuam. A Cocatrel se mobilizou com vários parceiros para dar continuidade no projeto do ano anterior e transformar uma área ociosa do bairro Jardim Boa Vista, em uma praça para diversão dos moradores desta comunidade. Página 7 Cocatrel em destaque Gente da Terra Comandando a boiada A edição especial da Revista Exame “Maiores e Melhores 2011” traz a relação das 1.000 maiores empresas do Brasil. A Cocatrel foi uma das organizações que se destacaram no setor Agronegócios, colocando-se entre as 181 maiores, no ano passado, a posição da cooperativa era a de 218. No setor Café, seu desempenho foi considerado o terceiro melhor entre todas as empresas do país. Aos 84 anos de idade, José Azarias Filho é um carreiro aposentado, porém apaixonado pelos carros de bois. Nesta sua longa jornada, guarda muitas histórias de vida e fé que o tornam referência para aqueles que ainda seguem esta tradição. Página 14 2 INFORMATIVO COCATREL Opinião AGOSTO/2011 CAFÉ: OIC vê alto preço do arábica em 2012; robusta recua Os preços do café robusta poderão cair no próximo ano por conta de seus amplos estoques, mesmo diante da expectativa de que as cotações do café arábica permaneçam firmes por sua oferta ajustada, disse o diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), José Sette. De modo geral, a oferta de café atenderá a demanda, mas a produção da nova safra pode variar muito entre os tipos de café, uma vez que o Brasil, líder na exportação, está em um ano de baixa do ciclo bianual, disse Sette à Reuters. "Eu acredito que nós estamos em um estado de aproximação no balanço entre oferta e demanda. Algumas variedades podem ficar ajustadas, mas eu estou falando de um cenário geral", disse Sette. A OIC estima a produção global de café em 130 milhões de sacas de 60 kg em 2011/12, abaixo da última colheita estimada em 133,31 milhões de sacas. Falando antes da conferência de café na capital da Nicarágua, Manágua, Sette disse: "Este é um movimento natural de alta e baixa, porque o Brasil tem um ciclo de alta e de baixa. (O ciclo) 2011/12 é um ano de baixa, então é natural que a safra seja menor". A produção menor que o normal na Colômbia, um líder mundial no segmento de arábica lavado, empurrou os preços para a máxima de 34 anos no início de maio. Mas a melhora da Colômbia está pressionando por um recuo. "Ainda é cedo para dizer o quanto, mas a Colômbia definitivamente está mostrando uma recuperação dos severos problemas que enfrentou nos últimos anos", disse ele. Os preços do contrato referência do café arábica em Nova York mais que dobraram ante o nível de dois anos atrás, mas ainda estão voláteis, caindo cerca de 20% desde o pico testado em maio. Apesar dos altos preços, a demanda por café é "saudável" na maior parte das nações consumidoras, incluindo a América do Norte, os países asiáticos e o norte da Europa. O consumo é mais lento em países como Espanha, Portugal e Grécia, onde os "problemas macroeconômicos" locais limitam os gastos de consumidores, disse Sette. Mesmo nos Estados Unidos, onde os consumidores estão optando por marcas mais baratas em meio à incerteza da economia, a demanda é prevista para permanecer estável no próximo ano, disse ele. Arábica firme; robusta tem ampla oferta A agência estatal do governo brasileiro, a Conab, estima a produção do País em 43,54 milhões de sacas, bem abaixo das 48,1 milhões de sacas de 2010/11. O diretor da OIC disse que vê sinais que sugerem uma fraca safra brasileira. "Alguns relatórios indicam que os grãos de café (do Brasil) não serão tão grandes como o normal, então a colheita é um pouco menor do que você poderia esperar", disse ele, sem dar uma estimativa para a safra brasileira. "Nos próximos meses - no próximo ano ou depois - os preços do arábica devem continuar firmes; o robusta não deve ficar tão firme porque há ampla oferta", disse Sette, acrescentando que os preços do robusta dependerão da próximas safras da Indonésia e do Vietnã. A América Central, cuja produção de arábica foi usada como opção para alguns compradores em meio às perdas do café colombiano, reagiu positivamente na última colheita diante dos altos preços, disse Sette, ressaltando que os produtores reforçaram os cuidados com os cafezais, ajudando a melhorar a qualidade e as exportações. "Nós tivemos exportações muito fortes da América Central nos últimos nove meses", disse Sette. "Eu não prevejo que isso possa ter o mesmo tipo de aumento no próximo ano." Fonte: Reuters Caminhões à venda A Cocatrel está disponibilizando para venda um caminhão Ford 4000, ano 93, com baú, sem refrigeração. Mais informações nos telefones (35) 32662177 ou 3266-2277. O "Informativo Cocatrel" é uma publicação mensal da Assessoria de Comunicação Social da Cocatrel dirigida a seus associados. Conselho de Administração: Adelino Junqueira Nogueira, Antônio Miranda Pereira, Aureliano Chaves Corrêa de Figueiredo, Francisco Miranda de Figueiredo Filho, Lucas Pimenta da Veiga, Luiz Antônio Vinhas Oliveira, Miguel Archanjo Figueiredo, Nivaldo Mello Tavares, Paulo Luis Rabello. Conselho Fiscal: Denísio Donizete Teodoro, Eduardo Barbosa de Mello, Fernando Rezende Reis, Flávio Oliveira Reis, Lea Aparecida de Figueiredo e Marcelo Costa Pereira. Administração: Rua Bento de Brito, 110 - Fone/Fax: (35) 3266-2277 CEP: 37190-000 - Três Pontas - MG Edição: Árvore Assessoria de Comunicação Ltda. - Fone: (35) 3265-4416 Editor e Jornalista Responsável: Marden da Veiga e Sousa MTb: 2830/MG Reporter: Ana Luisa Leite Fotos: Marden, Ana Luisa, Arquivo Cocatrel Revisão: Nivaldo Tavares. Diagramação/Impressão: Correio Trespontano / Telefax: (35) 3265-7922 Tiragem: 5000 exemplares Representantes: Agromídia: (11) 5092-3305 - Guerreiro Agro Marketing: (44) 3026-4457 Telefones Úteis: Administração: (035) 3266-2277 - Fax: 3266-2223 - Setor de Apoio e de Campo (Assistência Técnica): 3265-5175 - Setor de Fabricação (Laticínios): 3266-5094 - Laboratório de Análise de Solo: 3266-2323 Setor de Fertilizantes: 3266-2285 - Departamento de Café (Armazém): 3265-6684 - Loja Três Pontas: 3266-2272 - Filial Carmo da Cachoeira: 3225-1369 - Filial Coqueiral: 3855-1119 - Filial Nepomuceno: 3861-3590 - Armazém Nepomuceno: 3861-3438 - Filial Santana da Vargem: 3858-1299 - Filial São Paulo: (11) 3326-9868 - Filial Santos: (13) 3219-1272 / (13) 219-2736. Quadro Social (em 31/08/2011) 4.420 associados ativos Quadro de Pessoal (em 31/08/2011) 418 funcionários Cursos SENAR O Sindicato dos Produtores Rurais de Três Pontas e o Senar/Minas comunicam aos produtores e trabalhadores rurais que os cursos de colheitadora de café, derriçadora costal e o curso de qualidade de café (lavador, secador, despolpador e máquina de beneficiar / terrereiro) já estão sendo agendados. Para mais informações, procurar o Sindicato ou ligar para (35) 3265-1664/ 35 9939-3935. Falar com Antônio. Senar/Minas, formando e qualificando o homem do campo. Cafés personalizados Por sugestão aprovada pelo Conselho de Administração, a partir deste ano será cobrado um adicional de 0,4% sobre o valor de comercialização dos cafés especiais que forem depositados nos armazéns da Cocatrel. A medida visa cobrir as despesas de remoção desses cafés, que exigem uma operação diferenciada e mais trabalhosa. Venha conhecer as vantagens de se associar a uma cooperativa de crédito Home Page: www.cocatrel.com.br [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] Cooperativa de Crédito da Região de Três Pontas Ltda. Trës Pontas: Rua Américo Miari, 36 - Centro - Telefax: (35) 3265-1225 Nepomuceno: Rua Carolino Soares, 52 - Centro - Fone: (35) 3861-2360 Coqueiral: Rua Humberto de Campos, 83 - Centro - Fone: (35) 3855-1435 Santana da Vargem: Rua Padre João Maciel Neiva, 31 - Centro - Fone: (35) 3858-1696 AGOSTO/2011 INFORMATIVO COCATREL 3 Cocatrel realiza obras no armazém 35-3222-3727 O armazém número 5 da Cocatrel, em Três Pontas, foi construído com a estrutura adequada para receber equipamentos de rebenefício para cafés especiais. Por isso, este armazém está passando por obras para a instalação de um maquinário compacto, onde é possível rebeneficiar pequenos e grandes lotes de café. O equipamento já existente conseguia trabalhar apenas lotes maiores que mil sacos. Além disso, nas duas extremidades deste novo maquinário foram instalados equipamentos para o recebimento de cafés a granel, em bags ou sacarias. ciano 35-3222-3727-Antonildes/Leandro magenta amarelo preto Contato: 35-9989-5734 -35-9989-0517 -fibrasfkl.com CENTRO ADMINISTRATIVO: AV. RIO DAS VELHAS, 205 BAIRRO BEATRIZ - PABX: (34) 3242.3717 . www.tdimaquinas.com.br e-mail: [email protected] - ARAGUARÍ/MG FILIAL: ESTRADA MUNICIPAL CTP 050, 391 BAIRRO QUATIS - TEL: (35) 3265-2176 . www.tdimaquinas.com.br e-mail: [email protected] - TRÊS PONTAS/MG 4 INFORMATIVO COCATREL AGOSTO/2011 Gerais CNC define seu novo conselho diretor Primeiro trabalho foi a escolha de Maurício Miarelli, ex-presidente do CNC, para a função de coordenador; o nome do novo presidente executivo será apreciado e apresentado nos próximos 15 dias No último dia 15 de agosto, o Conselho Nacional do Café (CNC) realizou Assembleia Geral Extraordinária, na qual foram aprovadas as contas da gestão que encerra seu mandato neste mês, a reformulação do estatuto social da entidade e a definição das instituições que integrarão o conselho diretor. Ficou definido que este novo conselho será composto por: Cooxupé, Cooparaiso, Cocatrel, Minasul, Federação dos Cafeicultores do Cerrado e Coccamig, representando Minas Gerais; Cooabriel, pelo Estado do Espírito Santo; Cocapec, por São Paulo; Assocafé, pela Bahia; e Bancoob, representando os interesses dos agentes financeiros que trabalham com café. Há, ainda, duas vagas em aberto, uma das quais pertencerá ao Estado do Paraná. Produção de café é reduzida em algumas regiões de Minas Gerais Em fase final de colheita, produtores sentem a redução da safra devido a problemas climáticos A primeira ação dos novos conselheiros diretores ocorreu nesta terçafeira, 23 de agosto, em reunião realizada na cidade de Ribeirão Preto (SP). Conforme o novo modelo do estatuto social aprovado, o CNC passará a contar com um coordenador, cargo para o qual foi aprovado, por unanimidade, o nome do ex-presidente do Conselho Nacional do Café, Maurício Miarelli. O próximo trabalho do conselho diretor será a definição de quem assumirá a presidência executiva do CNC. Dentro de 15 dias, após análise da coordenação e dos conselheiros, será apresentado o nome do novo presidente, que, junto a eles, definirá as diretrizes de trabalho do Conselho Nacional do Café para o próximo biênio. Fonte: P1 Agência/ Asscom CNC/ Paulo André Colucci Kawasaki Projeto de Lei prevê regulamentação das condições de trabalho no campo Proposta obriga empregador rural a fornecer equipamento individual para proteger a integridade física do trabalhador e evitar acidentes A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 1216/11, do Senado, que prevê a adoção de medidas para garantir a segurança dos trabalhadores rurais. O projeto obriga o empregador rural a fornecer, gratuitamente e em perfeitas condições, equipamento individual para proteger a integridade física do trabalhador e evitar acidentes de trabalho. O equipamento obrigatório dependerá das peculiaridades de cada atividade. Poderá incluir, por exemplo, chapéu para proteção contra sol, óculos de segurança, luvas, calçados impermeáveis ou botas especiais. Caberá ao empregador rural instruir o trabalhador quanto ao uso adequado do equipamento e substituir imediatamente o equipamento danificado ou extraviado. O trabalhador rural será responsabilizado, no entanto, por dano causado pelo uso inadequado do equipamento ou por seu extravio. O empregador rural também será responsável por expedir e divulgar ordens de serviço sobre segurança e higiene do trabalho rural, levando em conta os riscos de cada atividade. Também deverá orientar os trabalhadores sobre técnicas de prevenção a acidentes do trabalho e doenças profissionais. A proposta altera a Lei 5.889/73, que estabelece normas regulamentadoras do trabalho rural. Essa lei atribuiu ao Ministério do Trabalho a adoção de regras sobre segurança dos trabalhadores rurais. Comissões de prevenção Segundo o projeto, as propriedades com mais de 20 trabalhadores rurais devem formar uma comissão interna de prevenção de acidentes do trabalho rural, a ser integrada por representantes dos empregadores e empregados. Os representantes dos trabalhadores na comissão não poderão sofrer "despedida arbitrária" (aquela que não tiver motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro). Nas propriedades com mais de cem trabalhadores, o projeto exige o funcionamento de um serviço especializado em prevenção de acidentes do trabalho rural. Esse serviço deverá ter a participação de médicos do trabalho e de engenheiros de segurança do trabalho, entre outros profissionais. A autora do projeto, senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), afirma que o objetivo é assegurar tratamento isonômico aos trabalhadores, sejam eles urbanos ou rurais. “A Constituição garante igualdade de direitos entre trabalhadores urbanos e rurais, mas a prática, em geral, revela um tratamento muito mais severo para os campesinos” – disse a senadora. Tramitação A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família, de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, de Trabalho, de Administração e Serviço Público e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Fonte: Canal Rural A última previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre a produção de café, o Brasil vai chegar a 43,5 milhões de sacas nesta safra. Mas as cooperativas e os produtores dizem que os números são outros, que não deve passar de 36 milhões. A safra 2010/2011 está no final, termina no dia 15 de setembro. Em algumas regiões de Minas Gerais, a produção foi menor por problemas climáticos, o que rendeu menos café pra ser ensacado depois. Na fase final da colheita de café da safra, é hora de peneirar os grãos que ficaram pelo chão. Neste momento, os números previstos são confrontados com a produção real. Na região de Araxá que pertence ao cerrado mineiro, a maior parte das lavouras é de sequeiro. Dentro da bi-anualidade, este ano a previsão era de safra 40% menor do que no ano passado. Mas a surpresa veio na hora de comercializar, os produtores estão fechando os cálculos e registram mais 20% de quebra por motivos climáticos. Dois fatores contribuíram para as perdas na produção esperada para este ano principalmente na região de Araxá. Primeiro, o retorno das chuvas no ano passado aconteceu somente no dia 16 de outubro atrasando a florada em 30 dias. Depois em janeiro deste ano um veranico que durou 33 dias em pleno enchimento dos grãos. O prejuízo está no rendimento na hora de beneficiar o café. O cafeicultor Romero de Melo Rezende tem 20 hectares e já fechou a produção deste ano contabilizando a queda na produtividade. “Aqui tem uma bi-anualidade acentuada. Este ano nós esperávamos uma produção entre 18 e 20 sacas por hectare. Estamos colhendo e fechando com apenas 15 sacas”, relata. Na fazenda do produtor Lazaro Tomé de Rezende, que acompanhou o momento da florada no ano passado, que veio única e intensa, o visual enganou as previsões e desequilibrou o orçamento do cafeicultor. “Quando nós tivemos a florada, com a assessoria dos agrônomos, nós estimamos uma safra muito boa. Com a colheita nós ficamos decepcionados. Houve uma queda acentuada. Nós vamos custar para honrar nossos compromissos com esta quebra na nossa safra, mesmo com os preços excelentes e satisfatórios”, lamenta. Os grãos estão cascudos, como dizem os produtores. Estão miúdos. Normalmente oito sacas de café que chegam para o beneficiamento rendem uma saca limpa. Desta vez o cafeicultor precisa de 10,5 sacas pra fazer uma. O resultado pode mexer com o mercado. “Nós já estávamos com os estoques baixos, estoques mundiais baixos. Esperávamos uma produção que não vai se concretizar. Lei da oferta e da procura. Vai ter uma falta mais acentuada do que se esperava. Não estou dizendo que o preço vai subir, não sei. Mas os estoques estão baixos”, relata o gerente da Cooperativa Agropecuária de Araxá-MG, Marcelo Marques Ribeiro. Usando da experiência de 18 anos na produção de café o produtor Lázaro Rezende já está preocupado com a próxima safra. “Eu tenho notado que a temperatura está acima da média e as lavouras estão murchando. Eu não tenho dúvidas, mesmo não sendo agrônomo, que a próxima safra já está comprometida”, relata o cafeicultor. Fonte: Canal Rural AGOSTO/2011 INFORMATIVO COCATREL Entrevista: Berenice Pieve Brito Para cumprir a exigência da emissão de Nota Fiscal Eletrônica foi necessário implantar na Cocatrel um complexo sistema, com reflexos em todos os procedimentos contábeis e fiscais da cooperativa. Com o objetivo de trazer esclarecimentos sobre este assunto, o Informativo Cocatrel entrevista a coordenadora de Informática, Berenice Pieve Brito. 1. Quando e por que foi implantado o Sistema de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e)? - O processo de implantação da NF-e na Cocatrel foi gradativo, iniciando-se em 01/09/2009 para atender às exigências legais e fiscais da Secretaria Estadual da Fazenda. As primeiras unidades da Cocatrel a emitirem NFe foram os armazéns, a comercialização de café, o Depto. de Laticínios e a filial de distribuição de laticínios em São Paulo. Em setembro de 2010 todas as unidades já estavam emitindo NF-e. 2. O que foi necessário para implantar o sistema? - Conscientização, treinamento e colaboração dos funcionários envolvidos no processo; atualização dos dados cadastrais; troca e aquisição de equipamentos com configuração adequada para atender às necessidades; melhoria na comunicação de internet das filiais com a Secretaria Estadual da Fazenda (SEFAZ- MG); contratação de sistema específico para emissão de NF-e; aquisição de certificados digitais compatíveis com a empresa para comunicação e envio das NF-e à SEFAZ-MG. 3. Que vantagens ele traz? - A vantagem maior que percebemos foi para o Fisco, que pode ter um controle melhor de todas as cargas tributárias geradas pela emissão da NF-e de cada contribuinte, provendo aumento da arrecadação de tributos e combatendo a sonegação. Na verdade, encontramos poucas vantagens para a empresa e muito menos para nossos associados, clientes e fornecedores. Poderíamos citar a diminuição no volume de papel, uma vez que agora a NF é eletrônica e a emissão impressa é apenas do DANFE (Documento Auxiliar de Nota Fiscal Eletrônica) que é obrigatório no acompanhamento da mercadoria. E também o fato de o cooperado poder receber em sua casa a NF-e via e-mail. 4. Quais as principais dificuldades encontradas? - Conscientização de fornecedores e clientes em entender que o processo de emissão de NFe não depende exclusivamente dos recursos da Cocatrel, mas depende principalmente da disponibilidade e agilidade da SEFAZ-MG em aprovar a emissão da NF-e. Ainda hoje, após todo este tempo de implantação da NF-e, a SEFAZ-MG também tem problemas em seus sistemas e isto prejudica a emissão de NF-e de todos os contribuintes, não apenas da Cocatrel. Muitas informações são validadas na emissão da NF-e junto à SEFAZ-MG e se essas informações cadastrais não estiverem corretas a nota fiscal eletrônica não é liberada. 5. Que problemas têm sido verificados após a implantação? - A SEFAZ-MG realiza algumas manutenções e nem sempre os serviços de contingência estão a contento para atendimento ao nosso cooperado. Notamos que quando o serviço da SEFAZ-MG está respondendo adequadamente, o processo de NF-e transcorre normalmente. 6. Que outros esclarecimentos você gostaria de trazer aos cooperados? - Antes as notas fiscais da Cocatrel já exigiam muitas informações, como dados dos todos os 5 cooperados, IE da fazenda atualizada, condições de pagamento, financiamentos, produtos agrotóxicos que exigem receituário agronômico, etc. Entretanto, estas informações eram apenas verificadas e gravadas nos nossos servidores, atualizando todas ás áreas de informações contidas na nota (fiscal/contábil/financeiro/ estoque/agronômico, etc.). Com a NF-e além de continuar verificando todos os itens já mencionados, estes mesmos dados são enviados à SEFAZ-MG que vai analisar e validar as informações devolvendo uma chave de acesso para então ser gravado a NF-e e impresso o DANFE (Documento Auxiliar de Nota Fiscal Eletrônica). Isso tornou, sem dúvida, o processo ainda mais complexo e lento. Quero esclarecer aos cooperados e clientes que a Cocatrel tem feito todos os esforços necessários para tornar o processo de emissão de NF-e o mais rápido e tranquilo possível. No entanto, é necessário salientar que infelizmente este processo não depende apenas dos esforços da Cocatrel, pois se o serviço da SEFAZ-MG estiver indisponível, o processo passa a ser operado em modo contingência que pode causar algum transtorno temporário. As mudanças estão sempre acontecendo e as adaptações são necessárias. Muitas vezes não nos agradam, mas temos que cumprir as exigências legais dos processos num todo. Para maiores esclarecimentos, recomendo que acessem também os sites da SEFAZ-MG onde podem encontrar maiores detalhes sobre o assunto, que é bastante abrangente. http://portalnfe.fazenda.mg.gov.br http://portalnfe.fazenda.mg.gov.br/ perguntas.html 6 INFORMATIVO COCATREL AGOSTO/2011 Dia Nacional do Campo Limpo é comemorado em Três Pontas Pelo sétimo ano consecutivo o Dia Nacional do Campo Limpo é comemorado na Central de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos de Três Pontas, gerenciada pela Associação de Revendedores de Insumos Agropecuários do Sul de Minas (ADRISUL) e pela Associação Regional dos Engenheiros Agrônomos (AREA). O dia oficial do Campo Limpo é comemorado em todo o Brasil no dia 18 de agosto e entrou para o calendário oficial brasileiro em 2008 e já pode ser considerado como a principal ação do sistema de destinação de embalagens vazias em prol da conscientização pela preservação do meio ambiente e pelo desenvolvimento sustentável da agricultura. A iniciativa une escolas, agricultores, distribuidores, indústrias e autoridades para levar as comunidades do entorno das unidades de recebimento de embalagens à reflexão, conscientização e participação em atividades relacionadas à preservação do meio ambiente. Hoje 104 municípios de 21 Estados do país também comemoram o Dia Nacional do Campo Limpo com atividades educativas dirigidas à população em geral e a mais de 1.000 escolas. O Dia Nacional do Campo Limpo já pode ser considerado a data mais significativa para as ações educativas do sistema Campo Limpo como se chama o programa de logística reversa das embalagens vazias de agrotóxicos – e também celebra os resultados do modelo de gestão de resíduos sólidos em prática há 10 anos e que é referência no Brasil e exemplo para o mundo. Graças ao trabalho realizado por todos os integrantes da cadeia produtiva agrícola, 94% das embalagens plásticas de defensivos agrícolas comercializadas anualmente são destinadas corretamente. Fonte: AREA Dr. Fábio, cafeicultor cooperado da Cocatrel, recebe homenagem Durante a cerimônia em comemoração ao Dia do Campo Limpo, a Central de Recebimento de Embalagens Vazias e a AREA prestaram homenagem ao Dr. Fábio Araújo Reis, produtor de café de Três Pontas, que recebeu das mão do diretor da Cocatrel, Nivaldo Mello Tavares, o cartão de prata em reconhecimento pelo seu comprometimento para o desenvolvimento sustentável da produção de café, através da devolução correta das embalagens vazias de agrotóxico AGOSTO/2011 INFORMATIVO COCATREL 7 No Dia de Cooperar, Cocatrel mobiliza comunidade para criar praça No dia 3 de setembro as cooperativas mineiras realizaram, nos municípios onde atuam, as mais diversas ações de voluntariado, praticando a essência do cooperativismo em benefício da coletividade. Foi o Dia de Cooperar 2011. Em Três Pontas, a Cocatrel desenvolveu um projeto que está transformando uma área ociosa do bairro Jardim Boa Vista numa bela praça. Para isso, contou com apoio da prefeitura municipal, da comunidade local e vários parceiros e fornecedores da cooperativa. A idéia começou a ser colocada em prática no ano passado, no Dia de Cooperar 2010, quando foi realizada a limpeza do terreno, contorno dos canteiros, preparação da terra, plantio de grama e mudas de palmeiras. Também foi construída a base de um parquinho, utilizando eucalipto roliço. Agora, com ativo envolvimento da prefeitura, através da Secretaria de Meio Ambiente, foi finalizada a construção dos passeios e piso do interior da pracinha, plantio de novas mudas de árvores, colocação de lixeiras, bancos e finalização do play-ground. A atuação da Cocatrel se concentrou numa área de 600 metros quadrados do terreno original. O Dia de Cooperar 2011 reuniu, na manhã de sábado, diretores, gerentes e funcionários da Cocatrel, representantes de entidades locais, secretários municipais, vereadores e a prefeita Luciana Mendonça. Uma programação especial foi preparada para as crianças, que puderam se divertir nos brinquedos instalados na pracinha. Houve distribuição de pipoca e algodão doce, música, grupo de teatro monitorando atividades, tatuagem com hena e cama elástica. Na ocasião, o presidente da Cocatrel, Francisco Miranda, explicou aos participantes o objetivo daquela ação e o significado do Dia de Cooperar, que é justamente o de mostrar o poder de realização quando todos se unem em benefício da coletividade. Agradeceu os colaboradores e parceiros e ressaltou a importância do comprometimento dos moradores vizinhos à praça, para cuidarem com carinho daquele espaço que a comunidade estava recebendo. A prefeita Luciana Mendonça elogiou a iniciativa da Cocatrel e se comprometeu em dar prosseguimento à obra em toda a área, complementando a iluminação, os jardins e um galpão para atividades comunitárias. A Cocatrel agradece a todos que colaboraram para realizar o projeto: Prefeitura Municipal de Três Pontas, Secretaria do Meio Ambiente e Secretaria de Obras, Clube da Casa Miari e Nova Era, Mundial, Tresmacol, Mosaico, Farmácia Brasil, Metal Lagos, WR, Belô Gráfica, Assotrel, SAAE, José de Arimatéia Rezende (Pantera), Mil Tatoo, Associação de Moradores do Bairro Boa Vista, Unimed, Melo Machado Construtora, todos os funcionários da Cocatrel e voluntários que fizeram com que este projeto pudesse tornar-se realidade. 8 INFORMATIVO COCATREL AGOSTO/2011 Nobel de Medicina diz que resistência aos transgênicos é política Suíço Werner Arber esteve no Brasil para o Congresso Brasileiro de Genética. Para ele, engenharia genética será arma contra fome e desnutrição O uso da engenharia genética para criar culturas agrícolas mais eficientes é um dos temas mais polêmicos da ciência contemporânea. Mas para Werner Arber, microbiólogo suíço que levou o prêmio Nobel de Medicina de 1978, um dos nomes mais respeitados da genética mundial, não há nada a temer nos transgênicos. “Eu acho que é uma informação com motivação política, sem nenhum bom embasamento científico”, disse o cientista, que veio ao Brasil para participar do 57º Congresso Brasileiro de Genética, em Águas de Lindoia (SP). Para ele, o medo que muitos têm da novidade é gerado e explorado de forma oportunista. “Políticos sempre propagam coisas esperando conseguir eleitores, e eles escolheram a engenharia genética como alvo”, completou. “Onde moro, na Suíça, uma professora de biologia foi uma opositora ferrenha da engenharia genética por 10 ou 20 anos. Ela é inteligente, às vezes eu converso com ela. Um dia, ela me pediu alguns artigos sobre a evolução biológica, ela sabia que eu trabalho com isso, que publico. Desde que dei os artigos para ela ler, ela ficou quieta, não propagou mais ideias contra a engenharia genética, compreendeu que estava errada. Não me disse que estava errada, mas fiquei orgulhoso por ensiná-la”, contou Arber, rindo. “É só transferir um gene” Para o cientista, o ser humano não comete nenhum exagero quando, por exemplo, coloca no milho material genético de uma determinada bactéria para torná-lo mais resistente às pragas. “Isso é só transferir um gene, o que talvez pudesse acontecer na natureza. A chance é muito pequena, mas isso pode acontecer”, lembrou. “De acordo com a seleção natural darwiniana, se o híbrido ou o resultado dessa troca, seja ela natural ou fruto da engenharia genética, não for viável, não se propagará. Se for uma vantagem, vai se manter com o tempo. É assim que eu vejo a evolução”, opinou Arber. Prioridades Na visão do cientista, é preciso fazer com que as lavouras fiquem mais fortes, pois expandir as áreas plantadas não é uma opção. Isso implicaria desmatamento, que afetaria ainda mais a biodiversidade. Para ele, a principal contribuição que a engenharia genética pode trazer à humanidade diz respeito às lavouras geneticamente modificadas, para melhorar a alimentação. Ele dá o exemplo do arroz enriquecido com vitamina A, que já foi feito com sucesso por cientistas. A técnica poderia se tornar corriqueira para combater a cegueira noturna, assim como o acréscimo de iodo ao sal reduziu os casos de bócio no passado. “Na Europa, ninguém precisa disso, mas há lugares com grandes populações e pouca variedade de alimentos”, destacou. Além disso, a ciência pode deixar as plantações mais resistentes, tanto antes da colheita quanto no armazenamento. “Na minha opinião, dentro de duas ou três gerações humanas será possível usar a engenharia genética nas lavouras mais importantes”, acrescentou. “Processo contínuo” Mesmo sendo protestante, Arber ocupa o cargo de presidente da Pontifícia Academia das Ciências, que assessora o Vaticano cientificamente. Ele conta de que já conseguiu convencer vários bispos, principalmente os africanos, de que a engenharia genética pode ser decisiva na luta contra a fome. “A criação não é um evento único, é um processo contínuo”, argumentou o microbiólogo. “A esperança é que, por meio da Igreja, consigamos atingir um público maior”, disse o cientista, ressaltando a importância do trabalho nessa frente. Na lista de prioridades elaborada por Arber, a aplicação médica aparece em seguida, como uma função importante da engenharia genética. O combate à poluição – bactérias modificadas podem eliminar toxinas do meio ambiente, por exemplo – também é classificado como prioridade alta. Werner Arber ganhou o Nobel de Medicina pela descoberta das enzimas de restrição (Foto: Tadeu Meniconi / G1) Como baixa prioridade, o cientista cita o uso em plantações que não servem para nossa alimentação: produção de rações para animais, de commodities, como o algodão, e de biocombustíveis. Fonte: G1 (Globo) AGOSTO/2011 Artigo Técnico 9 INFORMATIVO COCATREL Podas no Cafeeiro Com o passar dos anos, o cafeeiro tende a diminuir sua produtividade, seja por envelhecimento, adubação desequilibrada, produções muito elevadas, espaçamentos reduzidos ou ataque de pragas e doenças. Uma prática utilizada para reduzir esse efeito é a poda, que consiste na eliminação total ou parcial da parte aérea da planta, que tem como objetivo: *Renovar pela indução de ramos produtivos plantas depauperadas pela idade ou manejo; *Recuperar cafeeiros que sofreram lesões na copa causadas por fenômenos climáticos; *Promover maior luminosidade e arejamento dos cafeeiros em lavouras com fechamento; *Melhorar a arquitetura das plantas renovando e ajustando a estrutura de sua copa; *Reduzir a altura e partes laterais das plantas para facilitar os tratos culturais e a colheita; *Inibir a incidência de pragas e doenças no cafezal, bem como facilitar seu controle; *Programar a condução e produção de cafeeiros em sistema de lavouras adensadas; *Aumentar a vida útil de produção do cafeeiro com melhor vigor e maior rendimento; Dentre os tipos de podas os principais são: Decote: Consiste na retirada da parte superior da planta (1,2 a 2 metros), reforçando os ramos da parte inferior, mantendo a planta com altura para a próxima colheita. Este tipo de poda causa menos dano na planta, sendo esta apta a produzir no próximo ano. Decote: Consiste na retirada da parte superior da planta (1,2 a 2 metros), reforçando os ramos da parte inferior, mantendo a planta com altura para a próxima colheita. Este tipo de poda causa menos dano na planta, sendo esta apta a produzir no próximo ano. Recepa: É o tipo de poda mais drástica, consiste na retirada de quase toda parte aérea da planta, deixando em torno de 50 cm do solo, renovando toda a planta, podendo ser feita com pulmão (deixando alguns ramos laterais com folhas) resultando em brotações mais rápidas, ou sem pulmão. A planta entra em produção em 2 ou 3 anos. Esqueletamento: Consiste na retirada de parte dos ramos laterais ( 20 a 30 cm) do tronco e também é feito o decote junto com o esqueletamento, este tipo de poda renova os ramos plagiotrópicos (laterais) da planta, que entra em produção no segundo ano após a poda. É sabido que quando é feita uma poda na parte aérea, o sistema radicular da planta fica comprometido, podendo perder mais de 80% de seu peso (ver tabela 1). Tabela 1 % de raízes vivas (em peso) Época de podar A época mais adequada para execução das podas deve ser logo após a colheita, iniciando no período de agosto indo até novembro no começo das chuvas, quando as plantas já tem suas reservas acumuladas de fotoassimilados recompostas e começam aumentar seu ritmo de crescimento. Após anos de alta produção, estando as plantas bastante esgotadas e sem reservas, seria bom podar em fins de novembro e início de dezembro, esperando uma elevação destas reservas e mesmo propiciando previamente o aumento destas, pela adubações e pulverizações, para se fazerem as podas a seguir. Alguns fatores vão influenciar na tomada de decisão sobre podar, são eles: fechamento na entrelinha, geadas ou chuvas de granizo, depauperamento, idade, altura das plantas e plantios adensados A poda realizada no café deve ser feita apenas quando for constatada a necessidade desta prática, devendo o produtor procurar um técnico da Cocatrel para fazer uma avaliação da lavoura e auxiliar na tomada de decisão. Fica aqui uma mensagem do professor Rubens: “ SÓ RESPONDE À PODA A LAVOURA QUE PRECISA DELA”. Gabriel José Mesquita Vieira - Tecnólogo em Cafeicultura Técnico Agrícola Cocatrel Filial Santana da Vargem 10 INFORMATIVO COCATREL AGOSTO/2011 Maior produtor de café dos Estados Unidos visita fazendas do Sul de Minas O estado do Havaí, nos Estados Unidos da América, é o único do país a produzir café. Como o Havaí é uma ilha, portanto um território pequeno, em 700 alqueires são produzidos os grãos. Desse total, 450 pertencem a John Parry, presidente da Gold Coffee Company, torrefação de café sediada na Flórida. Como a sua produção não atende a demanda da torrefação, Parry passou a comprar café do Brasil, principalmente do sul de Minas Gerais. Detalhe: ele produz apenas café especial e só compra a produção da mesma linha. Para conhecer de perto as fazendas do sul de Minas e fechar mais negócios, John Parry esteve no Brasil no final de agosto e visitou fazendas em Poços de Caldas e Boa Esperança. Parry gostou muito do que viu. “O Brasil está entre os mais sofisticados produtores de café do mundo. Fiquei impressionado com o nível de tecnologia, de trabalho para a melhoria de qualidade e o envolvimento e compromisso com as questões sociais e ambientais”, comentou. O produtor norte-americano enfatizou que a compra por mais café do Brasil é um fato. “Ainda existe um conceito de que a qualidade do café do Brasil é de média a inferior, ou seja, massificada. Mas as melhorias agronômica, social e ambiental, as certificações e as novas práticas cafeeiras irão levar ao mundo a mensagem de que o Brasil produz um café de qualidade e isso irá atrair mais compradores, inclusive eu”, diz Parry. Para ele, o nível de inteligência da indústria do café no Brasil, a tecnologia de ponta, o envolvimento do produtor com as questões social e ambiental e a forma como o produtor encara o presente e o futuro, irão levar o Brasil, nos próximos 10 anos, a ser o melhor produtor de café do mundo. Jack Robson da Silva, Juan Gimenes, Eduardo Chaves, Christian Wolthers, Jhon Perry e Luiz Fernando Entenda o que é o Georreferenciamento de Propriedades Rurais A partir de 2011 toda propriedade rural, independente do tamanho, precisará ter um certificado de georreferenciamento emitido pelo Incra, ou seja, uma medição realizada de acordo com técnicas mais modernas. A exigência está prevista na lei federal 10.267, de 2001, regulamentada pelos decretos 4.449, de 2003, e 5.570, de 2005. Essa lei já impede que os cartórios façam a documentação de áreas desmembradas, por exemplo, sem que tenha sido providenciado o georrefereciamento, um trabalho que utiliza técnicas de precisão, como o GPS, e é feito por empresas autorizadas pelo Incra. Antecipação – O engenheiro cartógrafo do Incra, José Antonio Teixeira Oliveira Filho, explica que o proprietário deve antecipar-se à lei e georreferenciar suas terras, “medida que irá até mesmo valorizar a propriedade”. O engenheiro assinalou que os documentos da grande maioria dos imóveis levam em conta, ainda, medições realizadas há décadas com técnicas ultrapassadas e imprecisas, como teodolito e uso de corda. “É comum haver sobreposições de áreas e extensões que não correspondem à realidade.” Ele informa que os custos vão depender do tamanho de cada propriedade e das dificuldades para a sua elaboração, obedecendo a critérios das empresas. O georreferenciamento consiste na descrição do imóvel rural em suas características, limites e confrontações, realizando o levantamento das coordenadas dos vértices definidores dos imóveis rurais, georreferenciados ao sistema geodésico brasileiro, com precisão posicional fixada pelo INCRA. O trabalho de georreferenciamento envolve, além do levantamento de dados, cálculos, análises documentais, projetos e desenhos, em consonância com o disposto na legislação federal e na norma técnica do INCRA. O trabalho possui estreita relação com o processo gerencial da propriedade, pois é através deste que o proprietário atualiza a situação cartorial e cadastral da propriedade. Além disso, é com base nestes dados que o proprietário irá unificar e gerenciar de forma mais eficiente às informações da propriedade no que diz respeito INCRA, Receita Federal e cartório. Quem deve fazer o georreferenciamento rural? Os proprietários que detem o domínio direto e útil dos imóveis rurais, que desejarem realizar alterações cartoriais como desmembramento, parcelamento, remembramento, qualquer tipo de transferência ou em caso de utilização da propriedade para fins de financiamento e hipoteca. Em que implica a não realização do Georreferenciamento? Após o vencimento dos prazos ocorre o impedimento da efetivação, de qualquer transcrição na matricula. Os proprietários de imóveis rurais que não fizerem o Georreferenciamento, poderão, ter seus imóveis incluídos na lista de imóveis passiveis de incorporação para ações de reforma agrária.(Instrução Normativa do INCRA n°9 de 13/11/02, artigo 2°item1.) AGOSTO/2011 INFORMATIVO COCATREL Magenta 11 12 AGOSTO/2011 INFORMATIVO COCATREL Para refletir O café e o produtor A parábola da vaquinha Era uma vez, um sábio chinês e seu discípulo. Em suas andanças, avistaram um casebre de extrema pobreza onde vivia um homem, uma mulher, 3 filhos pequenos e uma vaquinha magra e cansada. Com fome e sede, o sábio e o discípulo, pediram abrigo e foram recebidos. O sábio perguntou como conseguiam sobreviver na pobreza e longe de tudo. - O senhor vê aquela vaca ? - disse o homem. Dela tiramos todo o sustento. Ela nos dá leite que bebemos e transformamos em queijo e coalhada. Quando sobra, vamos à cidade e trocamos por outros alimentos. É assim que vivemos. O sábio agradeceu e partiu com o discípulo. Nem bem fizeram a primeira curva, disse ao discípulo: - Volte lá, pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali em frente e atire-a lá em baixo. O discípulo não acreditou. - Não posso fazer isso, mestre! Como pode ser tão ingrato? A vaquinha é tudo o que eles têm. Se a vaca morrer, eles morrem! O sábio, como convém aos sábios chineses, apenas respirou fundo e repetiu a ordem: - Vá lá e empurre a vaquinha. Indignado porém resignado, o discípulo assim fez. A vaca, previsivelmente, estatelou-se lá embaixo. Alguns anos se passaram e o discípulo sempre com remorso. Num certo dia, moído pela culpa, abandonou o sábio e decidiu voltar àquele lugar. Queria ajudar a família, pedir desculpas. Ao fazer a curva da estrada, não acreditou no que seus olhos viram. No lugar do casebre desmazelado havia um sítio maravilhoso, com árvores, piscina, carro importando, antena parabólica. Perto da churrasqueira, adolescentes, lindos, robustos comemorando com os pais a conquista do primeiro milhão. O coração do discípulo gelou. Decerto, vencidos pela fome, foram obrigados a vender o terreno e ir embora. Devem estar mendigando na rua, pensou o discípulo. Aproximou-se do caseiro e perguntou se ele sabia o paradeiro da família que havia morado lá. Claro que sei. Você está olhando para ela. Incrédulo, o discípulo afastou o portão, deu alguns passos e reconheceu o mesmo homem de antes, só que mais forte, altivo, a mulher mais feliz e as crianças, jovens saudáveis. Espantado, dirigiu-se ao homem e disse : - Mas o que aconteceu? Estive aqui com meu mestre alguns anos atrás e era um lugar miserável, não havia nada. O que o senhor fez para melhorar de vida em tão pouco tempo? O homem olhou para o discípulo, sorriu e respondeu: - Nós tínhamos uma vaquinha, de onde tirávamos o nosso sustento. Era tudo o que possuíamos, mas um dia ela caiu no precipício e morreu. Para sobreviver, tivemos que fazer outras coisas, desenvolver habilidades que nem sabíamos que tínhamos. E foi assim, buscando novas soluções, que hoje estamos muito melhor que antes. Moral da história: às vezes é preciso perder para ganhar mais adiante. É com a adversidade que exercitamos nossa criatividade e criamos soluções para os problemas da vida. Muitas vezes é preciso sair da acomodação, criar novas idéias e trabalhar com amor e determinação. Em terras planas O café vamos plantar Mas primeiro bem devemos O terreno preparar Se já está bem preparado É só o buraco abrir Colocar nele a mudinha E com terra cobrir Cinco anos se passaram O cafeeiro já cresceu Vieram lindas flores E bons frutos lhe rendeu O fazendeiro prontamente à Cocatrel compareceu Atendido pelo Manoel bons conselhos ele deu Aguardou valorização E por um bom preço vendeu Agora bem contente é somente esperar Que no ano que vem Boa safra possa dar Manoel Rabelo Piedade Colaboração: Berenice Pieve O combate sonoro às cigarras Biologia da Cigarra O período de emergência da cigarra inicia nos meados de setembro prolongando-se até meados de outubro, sendo que o pico de saída de machos ocorre cerca de 10 dias antes das fêmeas. Após o acasalamento, as fêmeas colocam os ovos nos ramos secos, localizados preferencialmente no terço superior das plantas. Dos 300 ovos que cada fêmea possui, ela distribui em cada local, média de 12 ovos. Iniciadas as chuvas de verão os ramos secos caem ao solo. Uma vez os ramos imersos na água por minutos, as ninfas nascem e procuram por uma raiz para se alimentarem e vão se aprofundando no solo. O cafeeiro oferece condições ótimas para a sobrevivência dessas ninfas por apresentarem raízes abundantes e superficiais necessárias para as primeiras horas da vida dessas ninfas. Armadilha sonora para cigarras Por meio do estudo do som da espécie Quesada gigas foi possível desenvolver uma “isca sonora” que atrai uma grande quantidade dessas cigarras, tanto fêmea como macho. Como o canto do acasalamento é própria para cada espécie, a armadilha atrai somente as cigarras da espécie Quesada gigas não interferindo com nenhuma outra espécie de insetos. A armadilha emite o som que atrai centenas da cigarra, que ao irem em direção à fonte emissora do som (alto-falantes) recebem a pulverização de uma calda inseticida, que é coletada e redirecionada aos bicos de pulverização. Uma das grandes vantagens da armadilha está no aspecto ambiental, pois ela atua apenas sobre a espéciealvo e o inseticida não é aplicado no ambiente. A armadilha é deslocada em baixa velocidade, em uma carreta Como o som atrai as cigarras de até 80 metros, a passagem consecutiva da armadilha poderá estar distanciada em até 160 metros tratando mais de 100 hectares por dia. Essa operação deverá ser repetida todos os dias durante o período de emergência das ninfas. O uso da armadilha deve ser iniciado nos meados de setembro, quando a população é predominantemente de machos e ainda não se ouvem o canto das cigarras. Nessa época um grande número de machos já emergiu e estão à espera da emergência das fêmeas e ainda não há “cantoria” das cigarras, mas o som da armadilha é capaz de atrair essas cigarras, poucas fêmeas e muitos machos. O uso sistemático da armadilha nessa época faz com que em torno do dia 20 de outubro já não encontre mais cigarras no cafezal, enquanto em outras lavouras é possível ver esses insetos até por volta de 10 de novembro ou até mais tarde. Em geral, os produtores que estão utilizando a armadilha se mostram muito satisfeitos. Há relatos de produtores que em apenas meia hora conseguiram coletar mais que 4.000 cigarras que caíram dentro da armadilha. Imaginando 50% de fêmeas, e que cada fêmea produz cerca de 300 ovos, seriam 600.000 ovos a menos, considerando somente as cigarras que morreram dentro da armadilha. Deve-se acrescentar ainda, as cigarras que morreram fora da armadilha, espalhados pelo cafezal, que são em quantidade ainda maior. Isso em meia hora! Em propriedades que utilizaram a armadilha por três anos consecutivos, o nível de infestação caiu bastante, a ponto de dispensar os tratamentos químicos convencionais. Comparado ao custo do método convencional de se utilizar inseticidas no solo, o uso da armadilha tem custo incomparavelmente mais baixo. Basta comparar o custo dos inseticidas em 100 hectares durante cinco anos (vida útil da armadilha sonora) contra o custo de aquisição de uma armadilha. O total de horas de serviço do trator para a operação da armadilha é muito próximo ao da aplicação do inseticida convencional, que deve ser aplicado “rua por rua”, ao passo que a armadilha passa a cada 160 metros. As vantagens associadas ao uso da armadilha sonora, quais sejam a incomparável economia, a seletividade absoluta, e a preservação do ambiente, credenciam esse método como um instrumento indispensável para a sustentabilidade da cafeicultura moderna. AGOSTO/2011 INFORMATIVO COCATREL 13 Oportunidades Para anunciar gratuitamente nesta coluna, basta entregar as informações para Carla, na Administração. Como se trata de uma prestação de serviço aos associados, não publicaremos anúncios de firmas ou pessoas não vinculadas à COCATREL. VENDE-SE - Carroceria semi-nova D 608 procurar Sebastião ou Glênio 35 9914 3039 ou 9968 4073 - Secador rotativo Pinhalense 5.000 Lts. Tratar 35 9858 1302 - Tanque de expansão (Japy) 850 lts. monofásico e 1 tanque de expansão (pakoplurinox)3.000 lts. trifásico. Contato com Júnior 35 9955 8079 - 2 salas comerciais no centro de Três Pontas ( perto da Pça. Da Fonte). Tratar 35 3265 3910 com Paulo - Propriedade no Município de Nepomuceno no lugar denominado Varginha ou Invernada do Anjo com a área de 60,00 há. Confrontando com terras de Danilo Mansur e Eduardo. Tratar pelos fones 35 3225 1365 ou 8883 5071 - Sítio localizado município de Campos Gerais, à 500 mts.da água de Furnas, terreiro de café, e água com queda natural. Tratar 35 9840 1808 ou 8706 5611 com Solope - Carreta de madeira para 70 medidas. 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Tratar com José Carlos, fone 9971 8205 - Trator cafeeiro para serviços de adubação foliar, aplicação de herbicida, roçadeira (1,5 m de corte), grade cafeeira, plantio de cereais, esparrama de palha e calcário. Tratar com Zezinho Vinhas. Fone: 9949 8531 - Máquina de esteira, carregadeira, caminhão basculante, Pá carregadeira e retro-escavadeira. Tratar com Paulinho - fone: 3265 5053 ou 9953 4870 - Trator de esteira. Tratar com Renato Sérgio Alves Castro, pelo fone: 9988 7530 - Trator com esqueletadeira e despontadeira de café. Tratar pelo 9959 2807 SERVIÇOS - Levantamentos topográficos; Topografia em geral; Partilhas; Terraplenagens; Loteamentos; Desmembramentos. Contato Gabriel Fonseca - Técnico Agrimensor 35 8849 6402 ou 35 3067 2209 - Aluga-se trator para aplicação de herbicidas, foliares e outros serviços para cultivo de milho e soja. Tratar com Arnaldo. Tel.: (35) 9916 0239 - RCastro Assessoria e Consultoria em Produção Industrial e Segurança do Trabalho. Tratar 35 8842 8183 com Rodrigo de Castro Carvalho - Assistência técnica em sítios e fazendas. Engenheiro Agrônomo José Corrêa Figueiredo Miranda. Tel (35) 8853 3476 ou (35) 3265 6910 - Presto serviço de administração rural, com amplo conhecimento na área. Tenho experiência como operador de colheitadeira de café, motorista autônomo de caminhão, manutenção e operação de tratores. Tratar com Jeremias, (35) 8803 1162 - Reforma de residências, sondagem de solo, piso polido e terreiro de café. Tratar com Danilo Gazola, 9971-5323. - Corta-se lavoura de café com motossera. Serviços grátis em troca de lenha. Tratar 8837 5767, com Carlos - Elaboramos projetos de engenharia e executamos obras em geral. Também prestamos serviços na área ambiental, tais como outorga de água, regularização e licenciamento ambiental. Falar com o engenheiro Antônio Garcia, fone 9808 6285 - Plantio de grama para campos, fazendas e residências, com manutenção e plantio de flores e mudas de árvores. Tratar (35) 3223 5015 ou 9925 4794, com Cláudio - Técnico agrícola oferece seus serviços para administrar fazenda ou outros serviços, tendo um amplo conhecimento na área da cafeicultura e pecuária leiteira. Especialista em classificação e degustação de café. Telefone para contato: (35) 9117 1973 - Montagem, manutenção e reforma de máquinas agrícolas (secador de café, lavador de café, beneficio de café). Contatos: Carlos M. Ferraz da Silva ou Leonardo H. Miranda. Tel. (35) 9105 6028 - Cadastramento, CPR e custeio agrícola para o Banco do Brasil. Pindorama Planejamento Agropecuário. Fone: 3265 2093 / 9971 5825 - Telefonia rural, alarmes, antenas, conserto de celular. Dixitel, rua Frei Caneca 98, fone 3265 1056 - Viveiro Luiz do Táxi. Mudas de café em geral, aceitam-se encomendas e pronta entrega. Tratar (35) 3265 6693 ou 9971 5245 ou à Rua Espírito Santo 1419, Santa Edwirges - Serviços de colheitadeiras de milho e máquinas volantes de beneficiar café. Contatos: (35) 9964 1080 e 3861 1563 - Perfuração de poços artesianos. Tratar com Célio, fone 9197 2192 - Galpões pré-fabricados em concreto armado. Entregamos montado. Tratar com Luiz Antônio. Fone (35) 9802 0042 - Serviços de topografia em geral e venda de máquinas agrícolas para café e cereais. Tratar com Marco Antônio Barbosa Miranda pelos fones 3265 6219 ou 9971 6960 - Serviços de trator de aluguel do preparo ao plantio, um trabalho sério, com racionalidade. Exclusividade: plantio direto (c/ 4 linhas p/ milho). Adauto/Arnaldo 9913 1772 - Serviço de motoserra, cisternas, construção civil em geral. Tratar com Gasolina pelo 3265-5366 ou 9967 5327 OPORTUNIDADE - Terra para plantar Café: de cultura alta, topografia plana e perto da cidade(6 Km.). Área : +- 8 (oito) alqueires, em duas parte, procuro Sócio para receber porcentagem da produção. Faço contrato de até 10(dez) anos. Preferência para quem é do ramo "ou seja pequeno produtor". Dario Corrêa, Rua 15 de Novembro 128 Três Pontas 35 3265 1155. DOA-SE Uma cadela fila de 1 ano de idade, castrada, vacinada e um cão vira lata também castrado, procurar Fone 35 9922 9298 (Catarina) Índice de Chuvas Dados comparativos (em mm³) Ano Jan Fev 2009 386 262,5 2010 252,5 96,5 2011 326 146 Dados pluviométricos de Três Pontas Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 237,5 109,5 32,5 58,5 35 35 177 143,5 75 517,5 108 20 20,5 12 15 0 67,5 68 255 173,5 273 49,5 2,5 41 12 Ano 2009 2010 2011 Dados pluviométricos de Nepomuceno Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 331 262,5 163,5 138,5 44 31 22,5 31 119 129,5 136 394 100,5 102 112 33,5 8,5 6,5 13 0 54 56 297 234 446 65 281 102,5 17 35 21 Ano 2009 2010 2011 Dados pluviométricos de Santana da Vargem Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 366 229 160 245 29 29 21 64 231 150 163,5 393,5 185 119 101,5 37,5 2,5 10 10,5 0 62 76,5 269,5 210 362 105 289,5 27,5 17,5 35 7,5 Ano 2009 2010 2011 Dados pluviométricos de Coqueiral Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 365 270 217,5 227,5 40 17,5 32,5 20 170 97,5 122,5 365 115 167,5 172,5 62,5 7,5 3,5 35 0 57,5 82,5 202,5 272,5 522,5 65 320 115 30 46 15 Ano 2009 2010 2011 Jan 272 291,5 500,5 Dados pluviométricos de Carmo da Cachoeira Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 272 335,5 99 23,5 37,5 21 45 178,5 135,5 142,5 364 183 197 41 12,5 21,5 11,5 0 74,5 184,5 298 336,5 53 263 133 13 25 12 Fonte: Depto. de Assistência Técnica Cocatrel 14 Gente da Terra Ana Luísa Leite AGOSTO/2011 INFORMATIVO COCATREL Carreando através do tempo “Carro Velho esquecido no ranchão emudecido não tem voz no seu cocão. Quando o vejo, me aperta o coração, jamais vou rir, enquanto não ouvir seu cantar no estradão. No passado você teve aceitação. Tinha sucesso e valor para o seu patrão, mas no futuro apareceu a evolução. Com soberbia, tirou sua melodia que alegrava o meu sertão. Carro velho, você não fica triste não. Vou te contar o quanto sofre um cidadão, ganha o salário e só dá para comer o pão. É uma labuta e por mais que o pobre luta, não faz para a manutenção. Carro velho, quem te fez a ingratidão, por vaidade, abandonou a tradição. Envergonhado, quer voltar para o sertão, pois lá na praça, a cada dia que passa, aumenta a poluição”. Os versos acima, do trespontano Sérgio Moraes da Silva, refletem a paixão pelo carro de bois que viu abandonado na fazenda Missunga e ilustram a história de José Azarias Filho, um homem de 84 anos, que hoje aposentado, sente saudades do tempo em que carreava por estas longas estradas da vida. Vindo de uma família de nove irmãos, Zé Lázaro, como é conhecido, decidiu seguir a profissão de carreiro do pai. Carreiro é aquele que conduz e comanda os bois que puxam os carros. Quando criança, já seguia as boiadas na função de candeeiro, ajudante que vai à frente dos bois, fazendo com que eles trilhem o caminho certo. É ele o encarregado de abrir as porteiras por onde o carro deve passar. Ali, já sonhava com o dia em que finalmente se tornaria o mestre daqueles bois. Fato que se deu bem cedo em sua vida, aos treze anos, quando seu patrão, na época, o Sr. Diano Vilela, pediu que substituísse um carreiro que ficou doente e não podia trabalhar. “Dei conta do trabalho e fiquei na função por três meses. Só uma única vez que eu No ofício de sua profissão, Zé Lázaro comanda a boiada virei a boiada num rio”, conta. Com seu pai também aprendeu a construir o canzil, parte do carro que fica entre a cabeça dos bois. Aliás, o vocabulário do carreiro tem palavras interessantes para os acessórios da boiada e partes do carro: canga, tamoeiro, tiradeira, broxa, rabada, cocão, chumaço, fueiro, entre outras. Pouco depois desta experiência que teve, seu pai deixou a fazenda e foi trabalhar na Usina Boa Vista. Lá, Zé conseguiu emprego como carreiro também. Aos 15 anos, quando esteve pela primeira vez na escola, foi obrigado a abandonar os estudos poucas semanas depois, para trabalhar. “Um inspetor entrou na sala e disse para a professora que ele estava lá para fazer uma limpeza na classe. Ele disse que todos os alunos homens, com mais de 15 anos, deveriam deixar a escola para trabalhar na roça e as meninas, caso não conseguissem emprego tinham que ajudar as mães com os serviços de casa. Dezesseis pessoas tiveram que abandonar os estudos”. Zé não conseguiu aprender a ler e a escrever Junto ao grupo de Folia de Reis do qual participa até hoje cantando as cantigas folclóricas muito bem. Alguns anos se passaram e Zé Lázaro se casou com Lurdes. Eles receberam uma proposta de trabalho em uma fazenda de café no interior de São Paulo e decidiram se mudar com os três filhos, que já possuíam nesta época, para lá. “Casei e me mudei para o estado de São Paulo, só que lá trabalhava capinando café, porque naquela fazenda eles não possuíam boiada, mexiam só com carroção, e com burro eu não lido não. Eu tenho uma raiva de burro...” expressa. Depois de alguns anos decidiu voltar para Três Pontas com a família. Retomou a vida, alugou uma casinha e conseguiu emprego na Usina Boa Vista, onde ficou, ao todo, por 36 anos. Carreando durante todo esse tempo, Zé aprendeu a entender e a lidar cada vez mais com os bois. Um boi chega a valer até dois mil reais a mais que o seu preço para abate. As boiadas são compostas pelas juntas, ou pares de bois. A quantidade de juntas varia de acordo com o gosto do carreiro e No cantinho do quintal de sua casa, mostra o pequeno carro de boi que mantém guardado com o peso da mercadoria que está sendo transportada. Alguns carreiros, como o Zé Lázaro, dizem que o ideal são 12 bois, ou seis juntas. Outros preferem trabalhar com 5: a junta de guia, que determina a direção e obedece os comandos de andar e parar; a junta de coice, que fica atrás de todas e que segura o carro na descida; a junta do meio, que ajuda nas manobras; a junta de pé de coice, que ajuda a escorar o carro; e a junta de pé de guia, que faz menos força e é o lugar ideal para iniciar os garrotes. Estas juntas bem treinadas alcançam locais que nem o trator é capaz de chegar. Alguns acidentes também marcaram a vida de Zé. Em um deles quase perdeu o braço quando a roda do carro que estava guiando passou por cima de um cupim e fez com que a boiada perdesse o controle. Ele estava na parte de trás e tentou instintivamente segurar o carro, o que fez com que deslocasse seu braço direito. Muito católico e devoto de Nossa Senhora D'Aparecida ele garante que, antes de desmaiar, viu Nossa Senhora ao lado dele e, por isso, foi salvo. Em outro episódio, estava com um amigo levando uma carga pesada, com cerca de duas toneladas, quando a roda do carro quebrou. Seu amigo tentou consertar, mas o carro prensou dois de seus dedos. Quando estava prestes a cortar os dedos com um facão, Zé Lázaro pediu ajuda ao Padre Vitor. Segundo ele, nessa hora, e com muita facilidade, conseguiu levantar o carro e seu amigo conseguiu tirar seus dedos dali. Segundo Zé, para ser um bom carreiro, “primeiramente o homem precisa ter fé em Deus e saber conhecer a personalidade de cada boi da boiada que vai guiar”. O carro de bois merece o nosso respeito, pelo seu papel no desenvolvimento de nossas cidades, embora hoje ele tenha se tornado quase uma figura lendária, só retratada em canções dos profissionais da música popular brasileira ou utilizada como objeto de decoração. Sem trabalhar há apenas 3 anos, se emociona ao contar os casos ocorridos durante toda a sua vida e sente muita falta de não poder mais carrear. Ele explica que estava ficando muito cansado e por isso decidiu parar, aos 81 anos de idade. Outra grande paixão que possui é a Folia de Reis. Desde pequeno ele segue esta tradição folclórica. Antigamente gostava de vestir a “farda” de marungo, mas agora diz não ter mais energia e prefere apenas cantar com o grupo dos instrumentistas. Casado há 55 anos, pai de 11 filhos e avô de 29 netos e bisnetos, é freqüentador assíduo e apaixonado do Centro dos Idosos. As mãos calejadas e a feição cansada são marcas de uma vida de muito trabalho e entrega a esta profissão que, com muito orgulho o fez referência para todos aqueles que são carreiros ou simplesmente apaixonados pelos carros de bois.
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