GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE ATÉMOIA - Emater
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GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE ATÉMOIA - Emater
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE ATÉMOIA (A. cherimola Mill. X A. squamosa L.) SUBEMETIDASA MISTURAS DE ÁCIDO GIBERÉLICO (GA3) E ETHEPHON Marcos Campos de Oliveira¹ RESUMO O objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos do ácido giberélico (GA3), do ethephon e da interação de ambos os reguladores vegetais no processo germinativo de sementes de atemóia (Annona cherimola Mill. X Annona squamosa L.), cultivar ‘gefner”. Determinar as concentrações mais adequadas destes reguladores vegetais, visando à melhoria da velocidade e uniformidade de germinação de sementes. O experimento foi desenvolvido em 2003, no laboratório de Tecnologia de Sementes da Universidae Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, em Marechal Cândido Rondon-PR. Instalou-se em delineamento experimental inteiramente casualizado, em esquema fatorial 5² com os tratamentos constituídos pela combinação de cinco concentrações de GA3 (ácido giberélico) e cinco concentrações de Ethephon, resultando em 25 tratamentos com quatro repetições de 5 sementes por parcela. As concentrações de Ga, empregadas foram: 0,250, 500, 750, 1000 mg L-1 e de ethephon: 0,25, 50, 75 e 100 mg L¹:As sementes foram semeadas e levadas à câmara de germinação onde permaneceram no escuro, com temperatura alternada entre 20ºC por 8 horas e 30ºC por 16 horas. As características avaliadas foram percentagem de germinação, percentagem de plântulas normais, percentagem de plântulas anormais, percentagem de sementes dormente, percentagem de sementes mortas, percentagem de plântulas mortas, índice de velocidade de germinação, tempo e velocidade médios de germinação. Concluiu-se que a GA e o ethephon influenciam no processo germinativo de sementes de atemóia melhorando a percentagem, a velocidade e a uniformidade da germinação. Existe interação da ação dos reguladores vegetais estudados no processo germinativo de sementes de atemóia e as melhores concentrações foram de 600 à 1000 mg L-1 de GA3 e de 10 mg L-1 de ethephon. ABSTRACT The objective of this work went study the effects of the gibberellic acid (GA3), of the ethephon and of the interaction of both vegetable regulators in the process germinative of atemoya seeds ( Annona cherimola Mill. X Annona squamosa L.), to cultivate ‘gefner’. To determine the adapted concentrations of these vegetable regulators, seeking to improvement of speed and uniformity of germination of seeds. The experiment was developed in 2003, in the Laboratory of Technology of Seeds of the Universidade Estadual do oeste do Paraná – UNIOESTE, in Mareachal Cândido Rondon-PR. It settle experiment desing entirely randomized, in fatorial 5² whit the treatments constituted by the combination of five concentrations of GA3 (gibberellic acid) and five concentrations of Ethephon, resulting in 25 treatments, whit four repetitions of 25 seeds for potion. The GA3 maids’ concentrations were: 0, 250, 500, 750, 1000 mg L-1 and of ethephon: 0, 25, 50, 75 and 100 mg L-1: These seeds were sowed na taken to the germination camera whre it stayed in the darkeness, with alternate temperature established 20ºC for 8 hours and 30ºC for 16 hours. The appraised parameters were germination percentage, percentageg of normal seedlings, percentage of abnormal seddlings, percentage of sleeping seeds, percentage of dead seeds, percentage of dead seedlings, index of germination speed, time and average of germination speed. It was concluded tha GA3 and the ethephon influence in the process germinative of atemoya seeds improving the percentage, the speed and the uniformity of the germination. Interaction of action of the vegetable regulators studied in the process germinative of atemoya seeds exits and the best concentrations went from 600 the to 1000 mg L-1 of GA3 and of 100 mg L-1 of ethephon. INTRODUÇÃO A atemóia é um híbrido resultante do cruzamento da Annona cherimola Mill. e Annona squamosa L, e reúne boa característica da A. cherimola Mill, principalmente quando a qualidade dos frutos (mais carnudos, com menor quantidade de sementes e mais saborosos), associadas a Annono squamosa L., que confere adaptabilidade às condições tropicais (Donadio, 1997). A atemóia é cultivada comercialmente no Paraná desde 1985, entretanto passou a despertar interesse maior por parte dos agricultores a partir de 1993 devido aos bons preços oferecidos pelo mercado (Stenzel, 1997). A propagação é realizada vegetativamente por enxertia utilizando-se da borbulhia e/ou garfagem e estaquia (Ferreira et al, 1997). Os porta-enxertos são propagados por via sexuada utilizando-se as sementes da própria atemóia (Sanewski, 1991; Stenzel, 1997). Quando são utilizados porta-enxertos de outras espécies normalmente ocorrem problema de incompatibilidade (Kavati, 1992). O primeiro aspecto que causa interesse na produção comercial de mudas refere-se à uniformidade e à percentagem de sementes germinadas (Leonel e Rodrigues, 1996). A produção de mudas de atemoeira via sexuada esbarra na dormência de sementes, cujo tegumento é resistente e de baixa permeabilidade (Svoma, 1998 e Smet et al., 1999. Hayat (1963, Sanewski (1991), e Gaswppd (1995) citados por Smet et al. (1999), afirmam que uma das características das sementes de anonáceas é a presença de um embrião rudimentar de desenvolvimento lento, que na maioria dos casos não está totalmente diferenciado, mesmo quando os frutos se encontram maduros. Esse estado do embrião permanece mesmo depois de coletadas as sementes. A germinação não ocorre antes da completa diferenciação do embrião. As sementes que não germinam sob condições normais (água, oxigênio e temperatura adequada para germinação) são chamadas de dormentes (Taiz e Zeiger, 2004; Carvalho e Nakagawa, 2000). Segundo os mesmo autores, a dormência pode ser quebrada e iniciada a germinação em algumas espécies com a utilização de reguladores vegetais. Os hormônios exercem um papel fundamental no processo germinativo de sementes e é objeto de estudo em anonáceas por diversos pesquisadores. Dentre os hormônios, as giberelinas, as citocininas e algumas vezes o etileno, funcionam normalmente como agentes promotores de germinação; e o ácido abscísico, como indutor de dormência. Taiz e Zeiger (2004) afirmam que o GA3 pode substituir a presença do embrião no estímulo da degradação do amido, Além das giberelinas, o etileno pode ser uma alternativa para acelerar a germinação e superar a dormência de sementes em várias espécies (Taiz e Zeiger, 2004), podendo levar a um incremento na produção de mudas. Prusinki e Khan (1990) relatam que a variabilidade genotípica da característica da testa poderia influenciar na produção de etileno e comportamento das sementes nas condições de estresse. A testa pode reduzir o crescimento do embrião por dois mecanismos sob condições de estresse, pode servir como uma barreira mecânica e, pode criar um ambiente anaeróbico desfavorável para conversão de 1aminociclopropano-1-ácido carboxílico (ACC) em etileno. O etileno atua tanto na respiração como na osmorregulação das sementes (Matoo e Suttle, 1991; Davies, 1995; Nascimento, 2000). Em certas instâncias, a aplicação de etileno pode aumentar ou inibir significamente a resposta dos tecidos as giberelinas exógenas. Estas interações têm sido observadas tanto em alongamento como em testes com alfa amilase. No caso da síntese e secreção de alfa amilase, o efeito do etileno tem sido relatado tanto para inibir como para aumentar a síntese e secreção dessa enzima, medida pela giberelina (Mato e Suttle, 1991). Para Felippe (1979) o efeito promotor do etileno é o de aumentar a liberação e o movimento de enzimas cuja síntese é induzida por giberelinas. Deste modo objetivou-se, com esse trabalho, estudar os efeitos do ácido giberélico (GA3), do ethephon e da interação de ambos os reguladores vegetais no processo germinativo de sementes de atemóia (Annona cherimola Mill. X Annona squamosa L.), cultivar ‘gefner’. Determinar as concentrações mais adequadas destes reguladores vegetais, visando à melhoria da velocidade e uniformidade de germinação de smentes. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi desenvolvido de abril a agosto de 2003, no Laboratório de Tecnologia de sementes da Universidade Estadual do oeste do Paraná – UNIOESTE, em Marechal Cândido Rondon – PR. Os frutos de atemóia (Annona cherimola Mill. Annona squamosa L.), cultivar ‘Gefner’ forma escolhidos em abril de 2003. As sementes foram extraídas, seca á sombra e armazenada em câmara fria (4 – 5ºC) até a realização dos tratamentos. O experimento foi instalado em delineamento experimental inteiramente casualizado, em esquema fatorial 5² com os tratamentos pela combinação de cinco concentrações de GA3 (ácido giberélico) com cinco concentrações de Ethephon, resultando em 25 tratamentos, com quatro repetições de 25 sementes por parcela. As concentrações de GA3 empregadas foram: 0, 250, 500, 750, 1000 mg L-1 e de ethephon: 0, 25, 50, 75 e 100 mg L-1. As sementes foram submetidas aos tratamentos com os reguladores vegetais através de imersão nas soluções com diferentes concentrações de GA3 e ethephon, sob oxigenação constante (Ferreira, 1998), durante período de 36 horas (Richard et al., 2003). Os produtos comerciais utilizados foram: Ácido giberélico (GA3) – Nome comercial: Pro-Gibb, composto por 10% de ácido giberélico, na forma de pó solúvel, fabricado por Abbott Laboratórios do brasil Ltda – e Ácido 2cloroetil-fosfônico (ETHEPHON) – Nome comercial: Ethrel. Composto por 240 g L-1 de ácido 2 clorenil- fosfônico. Após os tratamentos procedeu-se desinfecção das sementes com hipoclorito de sódio a 2% por 3 minutos e lavagem em água corrente para evitar o desenvolvimento de pantógenos. Em seguida, semeadas em rolo de papel germitest utilizando folhas duplas. A quantidade de água destilada utilizada para umedecimento foi de 2,5 vezes massa do papel, conforme recomendção de Brasil (1992). O material foi acondicionado em sacos plásticos transparentes levados à câmara de germinação onde permanecem no escuro, com temperatura alternada entre 20ºC por 8 horas e 30ºC por 16 horas conforme Ferreira (2002). Durante o período germinativo empregou-se tratamento fúngico com solução de benlante na concentração 2g L-1 aplicada no substrato a cada 14 dias. As avaliações foram realizadas diariamente até o início da germinação e posteriormente a cada 7 dias até nenhuma semente apresentar mais emissão de raiz primária. As características avaliadas foram: Percentagem de germinação (% G ou sementes que emitiram radícula, sementes com radícula a partir de 2 mm) Percentagem de plântulas normais (PN); Percentagem de plântulas anormais (PA); Percentagem de sementes dormentes (SD); Percentagem de sementes mortas (SM); Percentagem de plântulas mortas (PM) (Brasil, 1992); Índice de velocidade de germinação (IVG) (Silva e Nakagawa, 1995); Tempo(T) e Velocidade(V) médios de germinação LABOURIAU (1983): Para efeito de análise estatística, os dados referentes à percentagem foram transformados em arco seno raiz quadrada da percentagem e os dados de índice de velocidade de germinação (IVG) em raiz quadrada. Os dados obtidos das transformações forma submetidos à análise de variância (teste F) e depois as médiaas foram analisadas por regressão polinominal (Gomes, 1990; Banzato, 1989). Para extração do ponto de máximo nas funções quadráticas calculou-se ponto que anula a derivado primeira de Y em relaçãoa X (Banzato, 1989). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados referentes à percentagem de germinação (%G) encontram-se na Tabela 1 e na Figura 1. Verifica-se que o efeito do GA3, independente da concentração de ethephon utilizada foi altamente significativo, indicando diferenças de resultados entra as concentrações de GA3. A curva de tendência (Figura 1) mostra um efeito quadrático significativo com R² = 80,17%. A curva atinge seu ponto máximo na concentração de 778 mg L-1 de GA3 com 82,56% de germinação. O efeito positivo do GA3 sobre a promoção da germinação de anonáceas está de acordo com o observado por diversos autores entre os quais Hernández, 1993; Valenzuela, 1998; Smet et al, 1999; Ferreira et al., 1999; Ferreira et al., 2000; Ferreira et al., 2002; Ferreira et al., 2003 e Stenzel, 2003. Os resultados de %G obtidos corroboram com os que foram observados por Smet et al. (1999) que estudaram a germinação de cherimóa, utilizando as concentrações de 500, 1000, 5000, 10.000 mg L-1 de GA3, e obtiveram germinação de 58,5; 65,5; 69,5; e 74,5% respectivamente. Houve diferenças significativas em relação à testemunha, entre concentrações não houve significância, entretanto, é possível observar nos resultados uma tendência de crescimento na percentagem de germinação à medida que aumenta a concentração de GA3. Os dados também estão de acordo com os de Ferreira et al. (2002b e 2002d) que avaliam as cultivares ‘Gefner’ e ‘Tompsom’ da atemóia, obtiveram diferenças significativas em relação à testemunha nas concentrações de 500, 750 e 1000 mg L-1 de GA3 para cultivar ‘Tompsom’ e 1.000 mg L-1 de GA3 para cultivar ‘Gefner’. Da mesma forma Stenzel et al. (2003), observaram diferenças significativas apenas em relação à testemunha, não houve diferenças entre as concentrações de GA3 (50 e 100 mg L1 ) utilizadas para as três cultivares de atemóia (‘Gefner’, ‘PR-1’ e ‘PR-3’). A cultivar ‘ Gefner’ germinou 67,5% e a cultivar ‘PR-3’ germinou 61,25%. Porém, Ferreira et al (2000a) não encontraram respostas significativas no estudo das interações entre o efeito das concentrações de 50, 100, 250, 500 e 1000 mg L-1 de GA3 e o armazenamento de sementes atemóia por 0, 30, 60, 120 e 150 dias. Os autores obtiveram respostas significativas apenas em relação ao tempo de armazenamento. Os pesquisadores trabalharam com 4 horas de embebidação das sementes nas soluções de GA3, neste experimento, utilizou-se 36 horas. Esta pode ser a explicação para a divergência dos resultados. Os resultados referentes ao índice de velocidade de germinação (IVG) encontram-se na Tabela 1 e nas figuras de 2 e 3. Estes resultados foram significativos com relação aos efeitos do GA3, do ethephon e da interação entre ambos, confirmando a dependência entre os fatores. É possível observar que a aplicação de diferentes concentrações de GA3 resultou em comportamento linear crescente significativo no IVG dentro das concentrações de 0, 75, e 100 mg L-1 de ethephon e comportamento quadrático significativo dentro da concentração de 50 mg L-1 de ethephon. Os aumentos no IVG para cada mg L-1 de GA3, acrescido nos tratamentos dentro das concentrações de 0, 75 e 100 mg L-1 de ethephon foram respectivamente de 0,0037; 0,0052 e os coeficientes de determinação (R²), 60,28%, 89,19% e 91,17% (Figura 2 ), a medida que aumenta a concentração de ethephon, aumenta a inclinação da reta e o R². Dentro da concentração de 50 mg L-1 de ethephon (Figura 2), a curva atingiria o máximo utilizando uma contração de 990 mg L-1 de GA3, conforme o estimado o ápice da curva. E dentro da concentração de 25 mg L-1 de ethephon os resultados não foram significativos. Os dados estão de acordo com os de Ferreira et al. (1999) que constatavam que o IVG foi significativamente maior, nas concentrações mais elevadas de GA3, os pesquisadores utilizaram concentrações de 50, 100, 250, 500 mg L-1 GA3 em Annona squamosa L. Da mesma forma, Stenzel et al. (2003) verificaram que o GA3 promove o aumento no IVG, os pesquisadores obtiveram IVG de 0,48 para cultivar ‘Gefner’ e IVG de 0,46 para cultivar ‘PR-3’. Analisando o efeito do ethphon dentro das concentrações de GA3 (Figura 3), observa-se que o ethephon foi eficiente no aumento do índice de velocidade de germinação com efeitos lineares crescentes e inclinação de reta semelhantes dentro das concentrações de 0, 750 e 1000 mg L-1 de GA3. Existe sinergismo entre os reguladores, pois a medida que aumentam a concentração de GA3 a reta do IVG sobre um patamar. Os resultados são divergentes dos obtidos por Ferreira et al. (2002c e 2002e) que testou o efeito do ethephon em sementes de atemóia, cultivares ‘Gefner’ e ‘Tompsom’ e verificam que não ocorreram diferenças significativas com relação à testemunha. As divergências nos resultados, possivelmente, podem ser atribuídas a tempo de embebidação. Ferreira et al. (2002c e 2002e) trabalharam com 12 horas de embebidação, enquanto neste trabalho, utilizou-se 36 horas de embebidação das sementes nas soluções. Os resultados referentes a plântulas normais encontram-se nas Tabelas 1 e nas figuras 4 e 5. Os efeitos dos tratamentos na percentagem de plântulas normais foram significativos para GA3, ethephon e para a interação GA3 X ethephon, ou seja, houve dependência entre os efeitos dos fatores. Dentro das concentrações de 0 e 75 mg L-1 de ethephon houve efeito crescente significativo do GA3 para percentagem de plântulas normais (Tabela 3 ). O efeito foi linear dentro das concentrações trabalhadas no experimento. Os coeficientes de determinação (R²) foram respectivamente de 87,96% e 80,94% e a inclinação da reta de 0,0288% e 0,0188% para cada mg L-1 que aumentou nas concentrações de GA3 (Figura 4) demonstrando que as sementes de atemóia respondem a utilização de GA3 na obtenção de plântulas normais. Dentro da concentração de 25 mg L-1 de ethephon (Figura 4) a resposta linear, embora significativa, apresentou um coeficiente de determinação menor (R² = 36,88%) e o desvio da regressão significativo. Não foram observadas respostas significativas para aplicação de GA3 dentro das concentrações de 50 e 100 mg L-1 de ethephon. O coeficiente de variação para a concentração de 50 mg L-1 foi de 20,5%. Este alto coeficiente de variação pode ser explicado pela incidência de fungos Phomopsis spp e Fusarium spp que ocorreu nas sementes durante o experimento. Conforme observado por Dias et al (2002), estes fungos são veiculados no tegumento da semente que é contaminada no final do ciclo de maturação. Quando as sementes são germinadas em rolo de papel, há um constante contato entre o tegumento contaminado, os cotilédones e o eixo embrionário, aumentando substancialmente as percentagens de semente e plântulas mortas em germinação de sementes de Annona aquamosa L. Provavelmente esta seja a explicação pela falta de um resultado significativo nestas duas concentrações, já que dentro das demais concentrações de ethephon observou-se diferenças significativas entre as médias de plântulas normais obtidas nos tratamento com GA3 para percentagem de plântulas normais, com coeficiente de determinação elevado (R² = 99,20%). Com relação à inclinação da reta (Figura 5) o ethephon na ausência de GA3 causou aumento de 0,168% na percentagem de plântulas normais para cada mg L-1 de ethephon adicionado na solução, o que demonstra eficiência do efeito crescente do ethephon, na obtenção de plântulas normais. Como o efeito do ethephon foi linear dentro das concentrações utilizadas no experimento, sugere-se outros experimentos com concentrações maiores para descobrir a concentração de máxima eficiência. Os resultados referentes a sementes dormentes (SD) encontram-se na tabela 1 e nas figuras 6 e 7. As curvas de tendência para percentagens de sementes dormentes, conforme esperado, são inversas aos de germinação e os resultados de significância nos teste de regressão também são semelhantes. Calculando-se os pontos de mínimo das curvas na figura 6 é possível observar que ocorre menor percentagem de dormência na concentração de 699 mg L-1 de GA3 para concentração zero de ethephon, 710 mg L-1 de GA3 para concentração de 25 mg L-1 de ethephon, 672 mg L-1 de GA3 para concentração de 50 mg L-1 de ethephon, 781 mg L-1 de GA3 para concentração de 75 mg L-1 de ethephon e 616 mg L-1 de GA3 para concentração de 100 mg L-1 de ethephon. Ferreira (2002) observou as menores percentagens de germinação em fruta-do-conde nas concentrações de 250 e 750 mg L-1 de GA3 com percentagens de sementes dormentes de 21 a 26% respectivamente. Ao observar o ethephon isoladamente na concentração zero de GA3 verifica-se o efeito linear decrescente à medida que se aumenta a concentração de ethephon (Figura 7). Por outro lado, ocorre um efeito contrário quando o ethephon encontra-se dentro da concentração de 250 mg L-1 de GA3. A percentagem de sementes dormentes cresce linearmente com o aumento da concentração de ethephon. Este é um efeito difícil de explicar, pois dentro das demais concentrações de GA3 o efeito ethephon é desprezível, devido ao pronunciado efeito causado pelo GA3 na percentagem de sementes dormentes. Os resultados não foram significativos para plântulas anormais (PA), evidenciando que tanto o GA3, quanto o ethephon, não provocam anomalias nas plântulas, podendo ser utilizados nas concentrações do experimento (Tabela 1). Da mesma forma, o efeito sobre plântulas mortas foi significativo antes do desdobramento na aplicação do teste F, mas depois, ao desdobrar e aplicar o teste da regressão, não resultou em efeito significativo evidenciando também, que os reguladores não provocaram morte de plântulas. Ferreira (2002) também não obteve resposta significativas para estas características. Com relação à característica sementes mortas, verifica-se efeito significativo para o GA3 . Este fato pode ser parcialmente explicado pela contaminação de pantógenos veiculados pelo próprio tecido da semente visto que o coeficiente de determinação (R²) é de 48,02% conforme citado por Dias et al (2002). Por outro lado, Taiz e Zeiger (2004) afirmam que a giberelina do embrião induz a produção de α-amilase pela camada de aleurona. Durante a germinação e crescimento inicial da plântula, as reservas do endosperma – principalmente amido e proteína – são hidrolisadas por várias enzimas hidrolíticas e os açucares solubilizados, os amidos e outros produtos são transportados para o embrião em crescimento. A α-amilase é secretada no endosperma amiláceo das sementes tanto pelo escutelo quanto pela camada de aleuroma. O GA3 pode substituir a presença do embrião no estímulo da degradação do amido. Portanto, se o embrião estiver morto, a camada de aleuroma viva, para sintetizar α-amilase, e se esta síntese for estimulada pelo GA3 exógeno do tratamento, os endospermas das sementes serão hidrolisados e as sementes apodrecerão rapidamente. Como na testemunha não foi adicionado o GA3 o processo de degradação da semente pode ter sido mais lento, não sendo possível observar dentro do período em que foi realizado o experimento, a caracterização das sementes mortas. Observando os resultados de forma conjunta, verifica-se que a distribuição percentual da transformação de sementes germinadas em plântulas normais ou em plântulas anormais ou em plântulas mortas, não diferiu muito entre os tratamentos. Entretanto, o GA3 foi muito eficiente na redução da percentagem de sementes dormentes e na obtenção de plântulas normais. As respostas do ethephon, embora significativas, são menos expressivas comparadas com o GA3 . É possível observar também que o ethephon potencializou o efeito do GA3 na característica de IVG e imprimiu um efeito linear crescente, mostrando que as concentrações utilizadas no experimento podem ser aumentadas em outros experimentos para determinação de uma concentração ótima de ethephon. A morte de sementes e plântulas causada por agentes patogênicos, pode mascarar alguns resultados dificultando a análise. As sementes que desenvolvem o processo germinativo tornam-se mais susceptíveis a desenvolver a doença, visto que aumenta o contato das estruturas embrionárias com o pantógeno, que é veiculado pelo tegumento da própria semente. Como as sementes tratadas com reguladores vegetais têm sua percentagem de germinação aumentada, logo, aumenta-se também a percentagem de sementes e plântulas mortas pelo desenvolvimento de doença. A possibilidade de indicar uma concentração ótima para os reguladores, dentro das concentrações estudadas no experimento limitou-se, pois algumas características apresentaram efeito linear. Entretanto, os melhores resultados ocorreram com as concentrações de 600 a 1000 mg L-1 de GA3 e 100 mg L-1 de ethephon. CONCLUSÕES • O GA3 e o ethephon influenciam no processo de sementes de atemóia melhorando a percentagem, a velocidade e a uniformidade da geminação. • Existe interação da ação dos regulamentos vegetais estudados no processo germinativo de sementes de atemóia. • As melhores concentrações foram 600 a 1000 mg L-1 de GA3 e de 100 mg L-1 de ethephon. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BRASIL. Ministério da Agricultura. Regras para análise de sementes – (RAS). Brasilia, 1992. 176p. CARVALHO, N.M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 4 ed. Jaboticabal, Funep, 2000. 588p. DAVIES, P.J. Plant hormones. 2.ed. Netherlands: Kluwer Academic Publishers, 1995. 833p. DIAS, G.B.; FERREIRA, G.; DETONI, ªM.; TESSER, S.M.; SISTOLLI, L. Controle de fungos em sementes de fruta-do-conde (Annona squamosa L.) em teste de germinação. In: XVII CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 2002, Belém: Sociedade Brasileira de Fruticultura, 2002. DONADIO, L.C. 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FERREIRA, G.; RODRIGUES, J.D.; DIAS, G.B.; DETONI, A.M.; TESSAR, S.M. Empleo de etileno y condiciones de temperatura em la geriminación de semillas de atemya ( Annona cherimola Mill x Annona squamosa L.)cv. ‘Thompson’. In: III CONGRESSO INTERNACIONAL DE ANONÁCEAS, 3, Chile Quillota – Laserena, 2002. Memorias. Universidade Católicaa de Val Paraíso, 2002e.p17 (Resumo). FERREIRA, G.; RODRIGUES, J.D.; DIAS, G.B.; DETONI, A.M.; TESSAR, S.M. Semillas de atemoya ( Annona cherimola Mill x Annona squamosa L.)cv. ‘Thompson’ sometidas a temperaturas y concentraciones de ácido giberélico. In: III CONGRESSO INTERNACIONAL DE ANONÁCEAS, 3, Chile Quillota – Laserena, 2002. Memorias. Universidade Católicaa de Val Paraíso, 2002b.p16 (Resumo). FERREIRA, G.; TESSAR, S.M.; DTONI, A.M.; DIAS, G.B. Caracterización de los frutos de atemya ( Annona cherimola Mill x Annona squamosa L.)cv. ‘Thompson’ In: III CONGRESSO INTERNACIONAL DE ANONÁCEAS, 3, Chile Quillota – Laserena, 2002. Memorias. 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