universidade tecnológica federal do paraná câmpus pato

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universidade tecnológica federal do paraná câmpus pato
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
CÂMPUS PATO BRANCO
CURSO DE AGRONOMIA
DEIVERSON JOSÉ AGOSTINI
ASSISTÊNCIA TÉCNICA AS CULTURAS DO MILHO E DO TRIGO NO MUNICÍPIO
DE SÃO JORGE D’OESTE
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
PATO BRANCO
2011
DEIVERSON JOSÉ AGOSTINI
ASSISTÊNCIA TÉCNICA AS CULTURAS DO MILHO E DO TRIGO NO MUNICÍPIO
DE SÃO JORGE D’OESTE
Relatório, apresentado à disciplina de
Estágio Curricular Supervisionado, do
Curso
Superior
de
Agronomia
da
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná – UTFPR, como requisito parcial
para obtenção do título de Engenheiro
Agrônomo.
Orientador: Prof. Dr. Edson Roberto
Silveira
PATO BRANCO
2011
Sumário
1.
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 4
2.
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ..................................................................... 5
2.1.
100 horas........................................................................................................... 5
2.2.
200 horas........................................................................................................... 8
2.3.
300 horas......................................................................................................... 10
2.4.
400 Horas ........................................................................................................ 11
3.
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 13
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 14
4
1. INTRODUÇÃO
A Cooperativa Agroindustrial COASUL, foi fundada em junho de 1969, através
da união de 43 produtores do município de São João no Sudoeste do Estado do
Paraná. A falta de patrimônio e capital de giro fez com que os primeiros cooperados
penhorassem suas terras para garantir o funcionamento da cooperativa.
Atualmente a COASUL conta com mais de 5000 cooperados em 23
entrepostos distribuídos em 20 Municípios do Sudoeste do Paraná, além de três
Supermercados e uma Fábrica de Rações, presta serviços de assistência técnica,
venda de insumos produção de sementes e recebimento de grãos e mais
recentemente ingressou no ramo avícola com a integração com produtores
associados e com um novo e moderno abatedouro de aves.
A atividade de estágio esta sendo realizada no município de São Jorge
D’oeste onde está instalada uma das unidades da cooperativa (COASUL). Na
referida estão sendo desenvolvidas atividades de assistência técnica e manejo da
cultura do trigo.
O trigo (Triticum aestivum L.) no Brasil é o cereal de inverno mais importante
sendo
cultivado
principalmente
na
região
de
menores
temperaturas
que
correspondem aos estados do sul do país, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do
Sul.
A área de plantio deste cereal tem oscilado muito devido a politica econômica
adotada e as variações climáticas, sendo que a maior área já plantada da cultura
chegou a 3,9 milhões de hectares e área mínima 1,03 milhões de hectares. Na safra
2010/2011 a área cultivada de trigo foi de 2,1498 milhões de hectares e uma
produtividade de 2.736 kg.ha-1 e a produção nacional alcançou 5.881,6 milhões de
toneladas (CONAB, 2011).
A lavoura de trigo no Brasil é implantada com a utilização do plantio direto em
90% da área cultivada e nas regiões de cerrado como os Estados de Minas Gerais e
Goiás o cultivo e feito sob pivôs o que comprova a crescente evolução nas
tecnologias de cultivos e na pesquisa de cultivares adaptadas a estas regiões
proporcionando ganho de qualidade e de produtividade do trigo.
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A cultura do trigo requer uma variação de clima diferente das demais culturas
de grãos. No inicio de seu desenvolvimento, a exigência é por temperaturas baixas,
sendo que o cereal suporta bem as geadas moderadas, as quais favorecem o
fechamento do ciclo vegetativo. Na fase de floração e granação, baixa umidade e
temperaturas mais elevadas têm por conseqüência a diminuição do ataque de
doenças favorecendo a qualidade do grão.
2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
2.1.
100 horas
Neste mês de julho tem inicio os financiamentos de custeio da safra de verão
de milho e soja, as instituições de credito exigem projeto deste custeio especificando
os gastos com insumos e o valor a ser financiado para que não ultrapasse um
determinado teto de custo por hectare. Para os bancos Sicredi e Banco do Brasil a
COASUL faz os projetos completos, enquanto que a CRESOL tem seus próprios
técnicos para este trabalho, também é exigida análise de solo, a amostragem pode
ser feita pelo produtor ou o técnico da COASUL vai até a propriedade e faz à coleta,
as áreas financiadas também são medidas e os mapas ou croquis das áreas são
feitos já que também faz parte das exigências dos bancos, as categorias de
financiamentos as quais se encaixam os produtores são PRONAF e PRONAMP
onde no Pronaf se encaixam pequenos produtores com renda bruta de até 110.000
reais e PRONAMP renda bruta superior, durante essas 100 horas de estágio tive a
oportunidade de auxiliar nesta tarefa fazendo alguns projetos. Todas as atividades
tiveram auxilio dos Técnicos Agrícolas Cleverson Dinis Tabolka, Claudir Perius e o
Engenheiro Agrônomo Erli Jacob Balbinot que também é o supervisor do estágio.
A primeira lavoura visitada se encontrava no estádio de inicio de
perfilhamento estádio ideal para aplicação de Nitrogênio (N). O nitrogênio influencia
o rendimento do trigo através do numero de espigas por metro quadrado, no
tamanho de espiga, no numero de grãos e no peso de grãos e a época de aplicação
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do nitrogênio vai determinar em qual componente vai se refletir o aumento na
produção de grãos (MUDSTOCK, 2005). Parte do N necessário é aplicada em
semeadura e o restante aplicado a lanço no inicio do perfilhamento até o final do
perfilhamento, a orientação dos técnicos da cooperativa é esta, mas pude observar
durante alguns acompanhamentos de lavouras que alguns produtores não fazem o
monitoramento de suas lavouras ou por estarem sobrecarregados pelas outras
atividades da propriedade acabam por não aplicar o a adubação nitrogenada no
estádio correto ou não aplicam, fazendo com que a produção seja afetada. A
aplicação de N no inicio do desenvolvimento da cultura do trigo ajuda a desenvolver
o 1º e 2º afilhos, pois os afilhos tardios não vão formar espigas, mas contribuem
para a nutrição das espigas dos afilhos férteis (MUDSTOCK, 2005) e colabora para
a consolidação do potencial produtivo da cultura.
Tenho observado que muitos produtores tem feito a semeadura do trigo sob
resteva de milho safrinha, isso ocorreu pelos bons preços do milho e pelo
financiamento com seguro que estimularam o plantio de milho safrinha, alguns
efetuaram plantio tardio da safrinha e o milho acabou sofrendo com geadas e aliado
a uma pequena seca ocorrida no pendoamento da cultura resultou no
prolongamento do ciclo e ocasionaram perdas. Desse modo o plantio de trigo em
resteva de milho deve receber maior adubação nitrogenada do que se cultivado em
sucessão a leguminosas.
“Em função da elevada relação C/N da palhada da
cultura do milho, esta mobiliza uma maior quantidade de
nitrogênio para a sua decomposição. Este é um problema
quando se cultiva em sucessão uma cultura também exigente
em adubação nitrogenada, tal qual a cultura do trigo.” (Viola
2011).
Um ponto importante no estabelecimento da lavoura de trigo é manter a
cultura livre da competição com ervas daninhas sendo o azevém e a aveia em
grande parte da região Sul as gramíneas que causam maior prejuízo à cultura. Para
seu controle vem sendo adotado o herbicida Hussar® (iodosulfurom-metílico)
eficiente no controle de folha estreita (gramíneas) e efetuado aplicação em plantas
jovens, com 2 a 4 folhas sendo utilizada a dose de 124g/ha (SEAB, 2011). Esta
dosagem está em conformidade com a indicação do fabricante. Aliado também ao
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controle de daninhas está sendo utilizado o herbicida Ally ® (Metsulfurom – metílico)
na dosagem de 5g/ha estando em conformidade com o recomendado que é de 3,3 a
6,6 g/há (SEAB, 2011). Quanto a pratica do controle de daninhas os produtores do
município de São Jorge D’oeste seguem corretamente as recomendações a eles
repassadas pelos técnicos e engenheiros agrônomos. A maioria das lavouras do
município se encontram na fase de emborrachamento e espigamento, as lavouras
em estádio inicial de desenvolvimento são a minoria.
Como nos últimos dias o tempo tem se apresentado favorável à incidência de
doenças como ferrugem e oídio, torna-se necessário o constante monitoramento das
lavouras. No município de São Jorge D’oeste as cultivares mais plantadas são o CD
104 muito sensível às doenças, BRS Pardela que é uma novidade para os
produtores e é mais rustico, portanto mais resistente às doenças, CD 108 e CD 150
também resistentes. As aplicações de fungicidas são recomendas quando as
condições para desenvolvimento das doenças principalmente ferrugem e oídio são
propicias e no aparecimento das primeiras pústulas e de acordo com a incidência, se
incidência for baixa recomenda-se o monitoramento da doença e das condições
climáticas evitando-se entrada desnecessária na lavoura, também para efeito
preventivo com fungicidas sistêmicos e de poder residual de mais ou menos 15 dias
dependo das condições climáticas, recomenda-se aplicações no emborrachamento
e com 70% do florescimento totalizando duas aplicações e nas cultivares mais
suscetíveis são feitos até três tratamentos se necessário, em alguns casos os
produtores possuem áreas distantes de sua sede e com necessidades de aplicação
ou não dos tratamentos, mas como se torna dificultoso aplicar em uma parte da área
e ter que retornar outro dia para fazer o restante eles acabam por aplicar na área
toda. Na literatura consta que a aplicação deve ser feita com base no parâmetro do
Limiar do Dano Econômico (LDE) para definir o momento mais apropriado para a
aplicação de fungicidas, o LDE em diferentes estádios fenológicos serve de critério
indicativo para o controle químico econômico, deve ser calculado em função do
potencial de rendimento da lavoura, do custo de controle, do valor do preço do trigo,
do coeficiente de dano causado individualmente por doença e da eficiência do
fungicida utilizado (BARCELLOS, 2009). Os fungicidas aplicados são Nativo
(Trifloxistrobina + Tebuconazol), Priori Xtra (Azoxistrobina + ciproconazol), ocorrem
alguns casos em que se tornou necessário um reforço do triazól reforçando o poder
curativo, pois a pressão de inoculo era maior.
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Os pulgões são vetores de virose no trigo sendo a principal o nanismo
amarelo da cevada, a virose do nanismo amarelo da cevada é considerada a virose
mais importante em cereais de inverno devido a sua ocorrência frequente, estando
presente em todos os locais onde são cultivados (REIS et al., 2010). O seu controle
é feito juntamente com a aplicação do fungicida em mistura de tanque quando
necessário, se não se constatar a presença de pulgões no trigo não se faz
necessário à aplicação de inseticida para controle, o inseticida utilizado para controle
é o EngeoTM Pleno (Tiametoxam + Lambda-Cialotrina) (SEAB, 2011).
2.2.
200 horas
Nesta segunda etapa do estagio praticamente foram realizadas as mesmas
tarefas no acompanhamento da cultura do trigo que agora se encontra na fase de
florescimento estádio Z6. 5 na escala de Zadocks onde as anteras estão visíveis em
50 % das espigas. Este estádio é critico para entrada de giberela (Gibberella zeae
(Schw.). Petch) se ocorrem chuvas durante este período e este molhamento chegar
a 72 horas (KIMATI et al., 1997).
Para evitar os danos causados por este patógeno esta se recomendando
aplicação preventiva de fungicida Trifloxistrobina + Tebuconazol (Nativo) na dose de
620 ml/ha, está aplicação é feita quando ha possibilidade de chuvas neste estádio
para isso é verificado a previsão meteorológica diariamente instruindo o produtor a
aplicar antes da chuva. Juntamente com a aplicação de fungicida ainda se faz
necessário o controle de pulgão que ainda está presente na cultura podendo assim
transmitir ainda o vírus do nanismo amarelo da cevada (Barley Yellow Dwarf Virus –
BYDV ou VNAC) seu controle é feito utilizando em mistura com o fungicida o
inseticida Tiametoxam + Lambda-Cialotrina (Engeo Pleno) que também auxilia no
controle de eventuais percevejos que estejam presentes na cultura a espera da
formação de grão para sugá-los e da residual de aproximadamente 9 dias
(EMBRAPA 2006).
Assim como nas primeiras 100 horas de estágio também teve continuidade a
confecção de projetos para financiamento das culturas de verão milho e soja pelos
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mesmos agentes financeiros (Cresol, Sicredi e Banco do Brasil). A procura pelo
herbicida Roundup WG (glifosato) 1,5 kg/ha e seu similar Stinger (glifosato) 3 l/ha
para a dessecação da aveia que estava implantada como adubação verde e
cobertura de solo para plantio de milho também começa a se tornar mais intensa, já
que a dessecação da aveia deve ser feita no mínimo 30 dias antes do plantio devido
à lenta decomposição da palhada da aveia e para evitar a imobilização de N na fase
inicial de desenvolvimento do milho devido à alta relação C/N da aveia fazendo com
que o N do solo seja preferido pelos microrganismos, pois está mais facilmente
disponível que o da palhada da aveia (DIEKOW et al, 1990).
A cultivar CD 104 ainda é a mais problemática quanto a incidência de
ferrugem e oídio, necessitando na maioria das áreas três aplicações de fungicida
devido a grande vulnerabilidade as doenças. As manchas foliares não tem grande
incidência neste ano e quando aparecem são contidas pela triazól do fungicida,
somente em uma lavoura que se encontrava no estádio de enchimento de grãos e
cujo produtor atrasou na entrada na lavoura com fungicida se fez necessário reforçar
o triazól fazendo a mistura de tanque de Nativo 620 ml/ha (Trifloxistrobina +
Tebuconazol) + Tilt 1 l/ha (Propiconazol) sendo Tilt eficiente no controle das
manchas foliares (mancha marrom, mancha amarela, etc.) (SEAB 2011).
Em casos em que a ferrugem não foi controlada pela aplicação de Nativo
provavelmente pela grande pressão de inoculo da área devido ao cultivo sucessível
de trigo fez-se necessário à mistura para reforço do poder curativo do triazól com
Alto 100 500 ml/ha (Ciproconazol) eficiente para ferrugem como curativo.
Observamos também que em áreas onde se manteve cobertura durante o maior
tempo possível e houve rotação de culturas com o uso de diferentes herbicidas para
cada uma delas, praticamente não se fez necessário o uso de herbicidas para
realização do controle de daninhas principalmente azevém, mostrando assim a
eficiência da rotação de culturas para diminuição das aplicações de agrotóxicos, nos
casos em que se fez necessário o uso de Hussar (iodosulfuron-metílico) 124 g/ha
para azevém (folha estreita) e Ally (metsulfuron-metílico) 3,3 g/ha no controle de
dicotiledôneas (folha redonda) exerceram bom controle nos casos em que se perdeu
o “ponto” de realizar esta operação não se pode mais realizá-la devido ao
fechamento das entrelinhas, pois o herbicida não atingirá mais a planta daninha
devido ao efeito guarda-chuva da cultura. Neste período também foram feitos laudos
que são uma exigência dos agentes financeiros para relatório de desenvolvimento
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da cultura financiada no caso o trigo, são feitos três laudos emergência, floração e
colheita, também foi feito um laudo de perdas por geada para encaminhar ao agente
financeiro para pedir o Proagro (seguro agrícola).
2.3.
300 horas
Nestes últimos 15 dias devido as condições climáticas no município que foram de
muita chuva quase não foi possível sair a campo, durantes este período realizei
trabalhos internos que também vinham sendo feitos desde o começo do período do
estagio como elaboração de projetos de custeio das lavouras de verão, ou seja,
milho e soja. Nos dias que foi possível a saída para o campo continuamos a
acompanhar o desenvolvimento das lavouras de trigo que agora se encontram no
estádio de final de florescimento e enchimento de grãos, algumas poucas lavouras já
estão sendo colhidas, o estadio de florescimento principalmente devido as condições
climáticas vem sendo monitorado constantemente devido as condições de
desenvolvimento de giberela, continua-se recomendando a aplicação de fungicida
antes da ocorrência das chuvas utilizando-se o mesmo fungicida Nativo
(Trifloxistrobina + Tebuconazol) (SEAB, 2011).
O manejo de dessecação das áreas onde será implantada a cultura do milho vem
sendo feito pelos produtores. A dessecação ou manejo é uma pratica de importância
fundamental, para a implantação da lavoura. As áreas onde será implantada a
cultura do milho em sua maioria estão cobertas por aveia e azevém (Lolium
multiflorum) sendo este ultimo em algumas áreas de lavoura, uma planta indesejável
por isso seu controle deve ser antecipado em 20 a 30 dias, para que se evite a
competição interespecífica e os efeitos da alelopatia (ROHR, 2011). A dessecação
no município é feita com Roundup WG (glifosato), Roundup Transorb (glifosato),
Roundup Original (glifosato) e seus genéricos principalmente o herbicida Stinger
(glifosato) já que não se tem casos de azevém resistente no município (AGROFIT,
2011).
Neste ano foi introduzida no município a cultura da canola que se encontra
em fase final de ciclo quase pronta para colheita, como a cultura é nova poucos
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problemas ocorreram como ataque de Diabrotica speciosa (vaquinha) no inicio do
desenvolvimento mas que foi solucionado com até duas aplicações de inseticida, no
mais por ser nova no município não houve ocorrência de doenças não necessitando
de aplicação de fungicidas, alguns problemas ocorreram devido ao excesso de
velocidade no plantio pois, o produtor estava acostumado a cultivar soja, milho e
trigo e a canola necessita de uma velocidade de plantio menor do que estas culturas
devido ao menor tamanho da semente sendo necessários para o plantio de um
hectare de canola de 3 kg a 6 kg de semente.
A profundidade de semeadura não deve ultrapassar 2,0 a 3,0 cm, sendo que
semeaduras realizadas em menores profundidades podem dar bons resultados, se
as condições do leito de semeadura e de umidade do solo forem ótimas, ao contrário
de semeaduras mais profundas, que diminuem a percentagem de plântulas
emergidas. Sua semeadura pode ser realizada de 25 de abril a 20 de junho, sendo
mais indicado de 15 a 31 de maio (COEDEIRO, 1999).
2.4.
400 Horas
As primeiras lavouras de milho no município foram semeadas nos primeiros dias
de setembro, a área onde a cultura foi introduzida aumentou consideravelmente e
muito se deve a valorização do cereal. O milho segundo zoneamento publicado no
Diário Oficial da União pode ser semeado no município de São Jorge D’Oeste de 01
de setembro a 31 de dezembro, mas geralmente até meados de outubro a maior
parte das lavouras de milho já está semeada. Durante este período de plantio
percorremos as lavouras do município regulando as plantadeiras dos produtores,
ajustando a população de plantas por hectare de acordo com o hibrido a ser
plantado, a profundidade de semeadura, escolha do disco de distribuição de
sementes adequado a cada tipo de peneira e regulagem da adubação.
No munícipio a pratica do plantio com espaçamento reduzido não era feita, nesta
safra 2011/2012 ela começou a ser praticada. Segundo Balbinot Junior e Fleck
(2005) mantendo a mesma população de indivíduos e reduzindo o espaçamento
entre as fileiras, se obtêm uma melhor distribuição das mesmas, melhorando assim
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o arranjo de plantas e como por consequência uma melhor distribuição das folhas e
das raízes fazendo com a competição intraespecífica diminua consideravelmente e
aumenta o sombreamento sobre as plantas daninhas evitando também novos fluxos
germinativos das mesmas.
“A capacidade de interceptação de radiação solar e aproveitamento
de água e nutrientes pelo milho podem aumentar; com isso, há
elevação da capacidade fotossintética da cultura e aumento na
produtividade de grãos” (BALBINOT JUNIOR & FLECK, 2005).
As lavouras também foram acompanhadas para orientação do controle de
plantas daninhas. O controle inadequado das plantas daninhas é um dos principais
fatores relacionados ao baixo rendimento da cultura do milho, as perdas podem
variar entre 10 % e 80 % de acordo com a espécie daninha envolvida, numero de
plantas por área, período de competição, estádio de desenvolvimento da cultura e
condições de solo e clima (VARGAS et al, 2006). Os prejuízos maiores são
observados quando a competição ocorre entre 20 e 60 dias após a emergência, por
isso a importância de se manter a lavoura livre de plantas daninhas neste período. O
controle é feito basicamente com o uso de herbicidas contendo como principio ativo
a atrazina pura ou a mistura atrazina + simazina controlando monocotiledôneas e
dicotiledôneas anuais, em áreas com plantas daninhas difíceis de serem controladas
por estes herbicidas se utiliza juntamente nicosulfuron (Accent) ou mesotriona
(Callisto) sendo este ultimo utilizado quando há presença de milhã (Digitaria
saguinalis).
Para obter rendimentos elevados de milho também se torna necessário a
aplicação de fertilizante nitrogenado porque os solos não suprem a demanda da
cultura em relação ao nitrogênio. A aplicação de N é feita a lanço, podendo ser feita
de uma ou duas aplicações quando as plantas apresentam de 4 a 8 folhas
(PÖTTKER & WIETHÖLTER, 2004). As lavouras onde o plantio do milho foi
realizado nos primeiro dias de setembro chegaram ao estádio de aplicação de
nitrogênio enfrentando alguns dias sem chuva que atrapalharam esta prática, alguns
produtores que haviam planejado realizar duas aplicações de N acabaram fazendo
apenas uma.
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante esses três meses de estágio pude observar a diversidade entre os
produtores, há aqueles que procuram ter o máximo de informação possível sobre as
culturas, procuram por sementes de boa qualidade, fazem analise de solo para uma
correta adubação e correção dos níveis de nutrientes no solo, procuram
constantemente a assistência técnica aceitando as indicações repassadas pelo
técnico ou engenheiro agrônomo, mas há aqueles que não investem muito para
produzir, por estes motivos que o profissional de agronomia deve ter o conhecimento
e a flexibilidade para fazer com que mesmo que o produtor não tenha recursos
financeiros ele possa produzir bem.
As atividades realizadas junto aos profissionais da cooperativa possibilitaram
aprender e por em prática os conhecimentos adquiridos durante o curso. O local de
estágio apresentou infraestrutura e oportunidade para o aprendizado. O estágio
proporciona a integração e transmissão do conhecimento, de uma forma diferente do
que a repassada em sala de aula, e é muito válida esta experiência para a formação
do profissional.
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REFERÊNCIAS
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http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em 24
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BARCELLOS, Amarilis Labes. Dinâmica das epidemias. Revista Cultivar, out 2009.
COEDEIRO, L. A. M.; REIS, M. S.; AVARENGA, E. M. A Cultura da Canola.
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DIEKOW, Jeferson; CERETTA, Carlos Alberto; GONÇALVES, Cristiano Nunes;
MARCOLAN Alaerto Luiz. Influência da relação c/n de plantas de cobertura do
solo e adubação nitrogenada no rendimento de grãos de milho. Departamento
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PÖTTKER, Delmar; WIETHÖLTER, Sírio. Épocas e métodos de aplicação de
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15
ROHR, Mauro Roberto. Dessecação para Implantação da Cultura do Milho.
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http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/do/p_do61.htm
16
VIOLA, Ricardo. Efeito de espécies outonais cultivadas em sucessão ao milho
na produtividade do trigo, sob diferentes doses de adubação nitrogenada. 83 f.
Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Programa de Pós-Graduação em
Agronomia (Área de Concentração: Produção vegetal), Universidade Tecnológica
Federal do Paraná. Pato Branco, 2011.

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