Necessidades energéticas em gatos adultos.
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Necessidades energéticas em gatos adultos.
Revista Pet Food Brasil Ano 4 / Edição 22 / Set-Out de 2012 / www.editorastilo.com.br Palatabilizantes Editorial 2 Prezado Leitor Um setor dinâmico, vinculado às tendências do segmento de alimentação para os animais de companhia, que visa agregar atratividade ao pet food e está empenhado em apresentar constantes inovações. Estas são algumas das características que definem o mercado de palatabilizantes, um dos assuntos abordados neste mês na Revista Pet Food Brasil. O Brasil está totalmente alinhado com o mais alto nível mundial em termos de palatabilidade. O que já era esperado para quem ocupa atualmente o segundo maior mercado de pet food do mundo, sendo responsável por 9% da produção global. A indústria voltada para este segmento trabalha para superar limites da performance e neste sentido, alguns aspectos mostram-se mais evidentes como, por exemplo, a humanização, que promove a aproximação do pet food aos conceitos da alimentação humana e assim permite levar funcionalidades ao palatabilizante. Também contamos com soluções que possibilitam alcançar melhores resultados na aparência final de snacks e ossinhos, propiciando uma boa aceitação do produto. O uso de corantes na alimentação animal é outro destaque nesta edição. Considerados aditivos sensoriais, assim como os aromatizantes, palatabilizantes, f lavorizantes e pigmentantes, eles são usados na alimentação para melhorar ou modificar as características visuais dos alimentos ou as propriedades organolépticas (como a cor, o brilho, o paladar, o odor etc). Embora tenha um custo mais elevado, os corantes naturais vêm ganhando destaque, como observaram os executivos das empresas pesquisadas, Vogler e Doce Aroma. Médica veterinária e atual consultora nas áreas comercial e de marketing para empresas do setor pet, Mariana Galvão que contabiliza passagens em CAPA ed 22.pdf 1 04/10/12 12:19 Revista Pet Food Brasil importantes companhias como Kemin, Basf, Merial e Granfood é a nossa Ano 4 / Edição 22 / Set-Out de 2012 / www.editorastilo.com.br entrevistada do mês. A especialista expõe a sua opinião sobre o segmento de nutrição animal, aponta as tendências, enumera os gargalhos deste setor e C M Y destaca as particularidades do nosso mercado. CM MY CY CMY K Boa Leitura! Daniel Geraldes Edição 22 Setembro/Outubro 2012 Palatabilizantes 3 4 Sumário 5 06 Notícias 14 Caderno Científico 16 Capa Diretor Daniel Geraldes Editor Chefe Daniel Geraldes – MTB 41.523 [email protected] Jornalista Colaboradora Lia Freire - MTB 30222 Publicidade [email protected] 22 Entrevista 26 Informe Técnico 28 Em Foco 1 30 Em Foco 2 32 Em Foco Fontes Seção “Notícias” Anfal Pet, Pet Food Industry, Sindirações, Valor Econômico, Gazeta Mercantil, Agência Estadão, Cepea/Esalq, Engormix, CBNA 3 Impressão Intergraf Ind.Gráfica Ltda 36 Segurança Alimentar 42 Pet Food Online 44 Pet Market 46 Caderno Técnico 1 54 Caderno Técnico 2 60 Caderno Técnico 3 Direção de Arte e Produção Leonardo Piva Denise Ferreira [email protected] Conselho Editorial Aulus Carciofi Claudio Mathias Daniel Geraldes Everton Krabbe Flavia Saad José Roberto Sartori Vildes M. Scussel Distribuição ACF Alfonso Bovero Editora Stilo Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61 São Paulo (SP) - Cep: 04004-000 Fone: (11) 2384-0047 A Revista Pet Food Brasil é uma publicação bimestral da Editora Stilo que tem como público-alvo empresas dos seguintes mercados: Indústrias de Pet Food, Fábricas de Ração Animal, Fornecedores de Máquinas e Equipamentos, Fornecedores de Insumos e Matérias Primas, Frigoríficos, Graxarias, Palatabilizantes, Aditivos, Anti-Oxidante, Embalagens, Vitaminas, Minerais, Corantes, Veterinários e Zootecnistas, Farmacologia, Pet Shops, Distribuidores, Informática/Automação Industrial, Prestadores de Serviços, Equipamentos de Segurança, Entidades da cadeia produtiva, Câmaras de Comércio, Centros de Pesquisas e Universidades, Escolas Técnicas, com tiragem de 10.400 exemplares. Distribuída entre as empresas nos setores de engenharia, projetos, manutenção, compras, diretoria, gerentes. É enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Notícias 6 Formula Foods inicia produção com secador Manzoni msc-4000 A empresa Formula Foods, indústria de ração para cães e gatos e fabricante da marca registrada Premiatta, sediada em Campinas-SP, colocou em operação o secador Manzoni de 4 ton/h da linha MSC-4000. Visando atender as exigências de um processo rigoroso, a fim de manter um constante controle de qualidade na performance e rendimento dos produtos e sempre levando em conta a BPF (Boas Práticas de Fabricação), optaram pela Manzoni devido à confiabilidade, qualidade dos equipamentos, à estabilidade dada ao processo e um suporte técnico presente e disponível. “O secador permitiu um aproveitamento melhor da área produtiva, pois se trata de um equipamento vertical. A ração passou a ter uma maior uniformidade com a estabilidade da umidade, gerando um produto com uma qualidade superior. Além da facilidade de operação do secador através do monitor touch screen, o software de controle do equipamento facilitou o treinamento e operação por parte dos funcionários”, afirma Marcos Roberto Nicoletti, diretor da Premiatta. A Premiatta é uma empresa formada por ideias inovadoras que proporcionam aos clientes e parceiros vantagens visíveis. Compartilhando da mesma filosofia, de respeito ao cliente, a Manzoni Industrial consolida mais uma parceria e se fortalece como uma das principais fabricantes de máquinas para a indústria de ração do mercado brasileiro. Para contatar a Premiatta, acesse o site www.premiatta.com.br Biorigin apresenta resultados positivos sobre a inclusão de beta‐glucanos nas dietas de cães A Biorigin divulga novos estudos que comprovam os benefícios do MacroGard® - beta 1,3/1,6 glucanos purificados, na saúde de cães quando incluído na dieta. Felipe Horta, Especialista Técnico da Biorigin comenta: “Após comprovar eficácia do MacroGard® em minimizar sinais clínicos e a melhorar a qualidade de vida de cães acometidos por afecções crônicas como osteoartrite e atopia, também obtivemos excelentes resultados em gatos com doença periodontal, onde observou‐se redução de perda óssea e um melhor equilíbrio de citocinas em animais alimentados com o produto”. Buscando explicar as bases desses efeitos, em um primeiro estudo, notou-se uma maior atividade de neutrófilos em cães tratados com beta‐glucanos e, em um segundo estudo, um aumento da fagocitose de leucócitos e da produção de anticorpos em cães alimentados com MacroGard® ‐ mecanismos fundamentais para o suporte de cães acometidos mas também de susceptíveis a afecções semelhantes e para manutenção da resistência, saúde e bem estar a animais saudáveis em suas atividades diárias. A Biorigin, reforçando ainda mais os investimentos na geração de informações que possam beneficiar todo o mercado pet, está fortalecendo parcerias com importantes centros de referência em pesquisa clínica, nutrição pet e fisiologia, como a UNESP – Jaboticabal, a Universidade Livre de Berlim (Alemanha) e Universidade de Louisville (EUA). O principal foco dos investimentos é ampliar ainda mais os conhecimentos a respeito dos benefícios do uso de beta‐glucanos purificados – MacroGard® em cães. Segundo Lineu Padovese, Gerente de Produtos, “em breve traremos novidades sobre os benefícios do consumo de MacroGard® durante períodos pré e pós vacinal e na composição de dietas especiais e terapêuticas, entre outras situações, constituindo um novo e promissor horizonte para a saúde e bem estar dos animais de companhia”. MacroGard é composto por beta 1,3/1,6 glucanos purificados, produzidos a partir de uma cepa especialmente selecionada de Saccharomyces cerevisiae, sendo a fonte de beta‐glucanos mais estudada do mundo. Sobre a Biorigin Comprometida com o aumento do valor agregado dos produtos de seus clientes, a Biorigin desenvolve e produz, através de processos biotecnológicos, ingredientes 100% naturais para saúde e nutrição dos animais. Com Centro de Pesquisa e Desenvolvimento próprio e controle total da cadeia produtiva, a Biorigin garante a segurança e qualidade de seus produtos, através das certificações ISO 9001:2008, ISO 22000:2005, PDV, Kosher e Halal. 7 8 Notícias DSM vai adquirir a Tortuga para fortalecer o negócio de nutrição animal A Royal DSM, empresa global de Ciências da Vida e Ciências dos Materiais, anunciou hoje que celebrou um acordo definitivo para adquirir a Tortuga Companhia Zootécnica Agrária (Tortuga). Sujeita às condições usuais, a transação deverá ser concluída no 1º trimestre de 2013. A Tortuga, uma empresa privada brasileira, é líder em suplementos nutricionais com foco em ruminantes. A empresa tem sede em São Paulo, Brasil e cerca de 1.200 funcionários. A Tortuga tem três fábricas no Brasil. Fundamentação estratégica O gado de corte e de leite criado em pastagens passa uma parte significativa da vida se alimentando de vegetação natural, o que significa que, com frequência, carecem de minerais para compor uma boa dieta. Portanto, são necessários suplementos nutricionais para melhorar o desempenho zootécnico e a saúde do animal. O tamanho do mercado global de suplementos nutricionais para ruminantes está estimado em aproximadamente € 4 bilhões, crescendo cerca de 3% ao ano e com crescimento significativamente mais forte (7-10%) em minerais orgânicos (quelatos). A Tortuga é uma das líderes globais em minerais orgânicos (quelatos), apesar de até agora só operar ativamente na América Latina. A aquisição da Tortuga permite que a DSM agregue valor com a sua grande presença na cadeia de valor com um portfólio abrangente de ingredientes nutricionais para nutrição animal, aproveitando sua forte posição internacional. Mais especificamente, o valor será criado através das sinergias de receita, introduzindo os ingredientes da DSM nos produtos e premixes da Tortuga e em seus canais de distribuição para ruminantes, como também levando os produtos exclusivos da Tortuga, especialmente o portfólio completo de produtos com minerais orgânicos (quelatos), para clientes de nutrição animal da DSM do mundo inteiro. A aquisição também fortalecerá a capacidade da DSM para oferecer soluções nutricionais integradas, capturando valores crescentes a partir do conhecimento técnico e serviços de consultoria em nutrição animal. A aquisição da Tortuga ampliará o portfólio de ingredientes da DSM por incluir os minerais orgânicos (quelatos) e permitirá que a DSM se torne um completo provedor de soluções em nutrição animal. A Tortuga vai fortalecer a presença da DSM em suplementos nutricionais e aditivos para ruminantes e é esperada a aceleração do crescimento da receita, através da alavancagem do know-how e da forte posição da Tortuga na suplementação de ruminantes, em outros mercados na América Latina e no mundo. A DSM poderá também utilizar a forte posição da Tortuga em minerais orgânicos (quelatos) em outros segmentos do mercado global como solução nutricional para produtores de suínos e aves. A operação também fortalecerá a presença da DSM no Brasil, maior produtor e exportador global de carne bovina com um atrativo crescimento esperado, e disponibilizará à DSM canais de vendas adicionais no mercado brasileiro. A aquisição também é consistente com o foco global da DSM em economias de alto crescimento, um dos quatro pilares da estratégia de crescimento da DSM. A DSM espera que a transação gere imediato aumento do lucro por ação. Eficiências operacionais usuais também serão obtidas no processo de integração. A aquisição da Tortuga é a sétima aquisição na divisão de Nutrição desde que a DSM divulgou sua estratégia corporativa DSM in motion: driving focused growth (DSM em movimento: impulsionando o crescimento focado) em setembro de 2010. Essas aquisições são parte integrante da estratégia da DSM para sua divisão de Nutrição e contribuirão para o crescimento atual e futuro do atrativo portfólio da DSM em Saúde, Nutrição e Materiais. Feike Sijbesma, CEO e Presidente do Conselho de Administração da DSM, disse: “Com a aquisição da Tortuga, anunciamos € 2,2 bilhões em aquisições para reforço do nosso crescimento, dos quais € 1,8 bilhão na nossa divisão de Nutrição desde que iniciamos com o nosso atual plano estratégico, há menos de dois anos. Após a conclusão das aquisições anunciadas, a divisão de Nutrição da DSM deverá, em termos pro forma, superar € 4 bilhões em vendas líquidas anualmente, resultando em crescimento mais forte e estável, e maior lucratividade para a DSM como um todo. Esta aquisição se ajusta integralmente à estratégia da DSM à medida que continuamos a gerar valor para todas as partes interessadas, fornecendo soluções inovadoras e sustentáveis para os maiores desafios mundiais da atualidade e futuros.” Leendert Staal, Presidente e CEO da DSM Nutritional Products, comentou: “A aquisição da Tortuga é um marco muito importante para a DSM. Ela fortalecerá a nossa posição em suplementos e aditivos nutricionais para ruminantes e a nossa presença no Brasil, um dos maiores mercados para ruminantes no mundo. A Tortuga também amplia o nosso portfólio de ingredientes de nutrição animal com os minerais orgânicos e oferece muitas sinergias para geração de valor. Será um prazer receber na DSM a altamente qualificada equipe de funcionários da Tortuga.” Creuza Fabiani, presidente da Tortuga, comentou: “Após quase 60 anos de atividades, a Tortuga ainda apresenta um enorme potencial de crescimento e tem muito a oferecer para o setor de produção de proteínas animais. A DSM fará esse papel e dará continuidade ao que construímos até aqui. A DSM foi cuidadosamente escolhida por mim por ter uma operação que não conflita com a da Tortuga no mercado brasileiro e pelo grande sinergismo das duas empresas, que oferecerá oportunidade de crescimento a toda equipe da Tortuga”. Fonte: Assessoria de Imprensa DSM 9 10 11 Gatos patrocinados pela Royal Canin são favoritos na disputa pelo título mundial da FIFe World Cat Show 2012 A Royal Canin do Brasil, empresa especialista na alimentação de cães e gatos, levará 4 felinos para a disputa da próxima edição do FIFe World Cat Show, a maior competição de gatos de raça do mundo. O evento, que acontecerá nos dias 27 e 28 de outubro de 2012 na Croácia, reúne criadores de 32 países e é o mais conceituado do gênero, levando cerca de 1500 gatos anualmente. Nesta edição, gatis patrocinados pela Royal Canin representam o Brasil no mundial como a filhote persa Tequila, que busca seu primeiro título, e o gato persa Bon Jovi, vencedor do último mundial na categoria Melhor Macho Persa Adulto, do gatil Garfiel Cat Home. Além disso, a empresa está patrocinando a presença dos felinos Tigerlilly e Excalibur. Ambos são do Gatil Triunfo, criadores da Maine Coon Diana Ross, vencedora em 2011 na categoria Melhor Maine Coon Fêmea Neutra. Mariana Rocha, Gerente de Produtos para Criadores da Royal Canin do Brasil, afirma que a presença dos felinos no mundial representa o compromisso da empresa com os criadores de gatos no País. “A Royal Canin acredita no potencial dos criadores parceiros. Este público sempre colaborou com o desenvolvimento de alimentos para felinos e, para nós, é motivo de orgulho patrocinar gatos que são exemplos de beleza e, ainda mais importante, de saúde, mostrando a relevância de oferecer alimentos com alta precisão nutricional às suas criações”. Para os criadores, a parceria com a Royal Canin é de extrema importância para o crescimento da participação brasileira em campeonatos internacionais. “A vitória do Bon Jovi, como Melhor Macho Persa Adulto no mundial do ano passado, consagrou a primeira conquista de um título mundial por um país latino e, nesta edição, ele é um dos favoritos, o que lhe daria o bicampeonato. Isso mostra que criadores brasileiros de felinos são tão qualificados quanto os europeus e americanos, que têm mais tradição. Isso se deve, em grande parte, aos cuidados diários de alimentação e saúde que temos”, conta Dayan Pereira, do Gatil Garfiel Cat Home. Hugo Cavalheiro, do Gatil Triunfo, destaca a visibilidade trazida pelo evento para um número maior de raças. “A raça Maine Coon vem progredindo desde 2005, quando tínhamos apenas quatro gatos dessa espécie no Brasil. Hoje, já são mais de 60. Por causa da competição, os criadores estão mais antenados e buscam mais qualidade. Exemplo disso é que, ano passado, fomos vencedores na categoria Melhor Maine Coon Fêmea Neutra com a Diana Ross. Este ano, levaremos dois gatos da raça Maine Coon para o Mundial”, explica. O FIFe World Cat Show é realizado pela Federação Internacional de Felinos (Fédération Internationale Féline – FIFe). Neste ano, a Royal Canin estará presente nos dois dias de evento com um estande exclusivo, trazendo diversas informações sobre nutrição felina. Saiba mais sobre a competição pelo site www.worldcatshow2012.com. Fonte: Royal Canin | LVBA Comunicação Ferraz monta fábrica Evialis em Goiás A Ferraz Máquinas (www.ferrazmaquinas.com.br) foi responsável pela linha de montagem da fábrica da Evialis em Inhumas, Goiás. Segundo Angelo Vezzozo, do Departamento de Projetos da Ferraz, a nova linha de produção de rações extrusadas da Evialis tem capacidade de 10t/h, e será utilizada para produção de rações para peixes. O grupo Evialis, de origem francesa, é um dos maiores fabricantes de ração animal do mundo, com 9 fábricas no Brasil. A fábrica de Inhumas atenderá principalmente os estados da Região Centro Oeste e Nor deste. 12 Notícias Guabi marca presença na maior feira russa voltada para o segmento pet Centro de pesquisas em saúde animal WALTHAM® lança novo site O Grupo Guabi – um dos maiores produtores de rações e suplementos do país 13 O Centro de Pesquisas WALTHAM®, iniciativa da Mars, Incorporated que, há quase 50 anos, fornece suporte científico a marcas como PEDIGREE® estará presente em St. Petersburg (Rússia), entre os dias 11 e 13 de outubro, na e ROYAL CANIN®, lançou em 05 de setembro o seu novo site www.waltham.com, totalmente reformulado para atender ainda melhor à comunidade Zoosphere - maior feira do segmento pet do país. A Empresa levará ao cenário científica e veterinária. Entre os destaques, estão um tour virtual pelas instalações de WALTHAM® Centre for Pet Nutrition, que fica em Londres internacional seu portfólio de produtos voltados para cães e gatos: linhas Guabi (Inglaterra), uma seção de recursos em que é possível fazer download de publicações e pesquisas desenvolvidas por WALTHAM® e uma área dedicada Natural e Sabor & Vida. “É a quarta vez que a Guabi estará presente na Zoosphere às notícias e eventos mais recentes relacionados ao tema. para buscar novas oportunidades de negócios e consolidar a imagem da Empresa no ramo de nutrição animal. A Rússia é um importante mercado para as exportações e eventos, além de dados sobre a abordagem de ciência compassiva, subsídios e o financiamento à instituição, afirmando a liderança de WALTHAM® do Grupo e há uma demanda crescente por produtos premium e super premium”, no campo de cuidados e nutrição de animais de estimação. ressalta Robson Fonseca, gerente de comércio exterior da Guabi. Compatível com dispositivos móveis, como smartphones, o novo site de WALTHAM® oferece as informações mais atuais sobre pesquisas, conferências Para obter mais informações sobre o novo site de WALTHAM® acesse www.waltham.com A alimentação saudável é uma tendência mundial que tem sido transferida para os animais de estimação. Os produtos Guabi Natural possuem em sua composição ingredientes nobres (carne e fígado fresco de frango), conservantes naturais (extrato de alecrim, vitamina E Sobre o Centro de Pesquisas WALTHAM® e ácido cítrico), fontes de proteína e carboidratos integrais como o arroz. A esta formulação foram adicionados ingredientes funcionais O Centro de Pesquisas WALTHAM® é a Maior Autoridade Mundial no Cuidado e Nutrição dos Animais de Estimação e vem avançando as fronteiras da para oferecer mais benefícios aos pets. Para combater os radicais livres foram incluídos antioxidantes - beta caroteno, vitamina C e E e pesquisa científica sobre nutrição e saúde de animais de estimação há quase 50 anos. Localizado em Leicestershire, na Inglaterra, o renomado instituto taurina, já para a redução de odores foi adicionado o extrato de yucca. Para facilitar a eliminação das bolas de pelos dos gatos foram científico de última geração concentra seu foco nas necessidades nutricionais e comportamentais dos animais de estimação e em seus benefícios para acrescentados fibras especiais como polpa de beterraba e psyllium. A condroitina e glucosamina garantem articulações mais saudáveis, os humanos, o que permite o desenvolvimento de produtos inovadores que atendem de maneira prática a tais necessidades. WALTHAM® foi pioneiro enquanto o óleo de peixe, linhaça e canola, fontes de ômega 3 e 6 essenciais, proporcionam pelagem mais saudável e bonita. de muitos importantes progressos revolucionários em termos de nutrição de animais de estimação e, em colaboração com os institutos científicos mais proeminentes do mundo, oferece embasamento científico às principais marcas da Mars, como PEDIGREE®, WHISKAS® e ROYAL CANIN entre outras. A linha Guabi Natural foi desenvolvida em parceria com a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) de Jaboticabal, onde a Empresa mantém parceria desde 1999 para analisar a influência da nutrição como método coadjuvante no tratamento de doenças. Através destes estudos foi possível chegar também a linhas que auxiliam no tratamento de diabetes e de obesidade em cães e gatos. A linha Sabor & Vida possui também ingredientes selecionados, ricos em proteína e fibras. Para garantir que o animal continue ativo e jovial as rações contêm vitamina C e E, zinco e selênio, que atuam como antioxidantes do organismo amenizando os efeitos dos radicais livres. Para os gatos, a fórmula balanceada dos nutrientes e minerais ajuda a formação de uma urina com o pH adequado para auxiliar na saúde do trato urinário. A versão Sabor & Vida Cães Sênior é indicada para animais a partir dos sete anos, com ingredientes equilibrados que mantêm a composição corporal e ajudam a aumentar a longevidade e a qualidade de vida. Com 38 anos no mercado, o Grupo Guabi é hoje um dos maiores produtores de rações e suplementos do país e conta com oito unidades fabris localizadas em Campinas (SP), Bastos (SP), Sales Oliveira (SP), Pará de Minas (MG), Anápolis (GO), Além Paraíba (MG), Goiana (PE) e São Gonçalo do Amarante (CE). Fonte: LN Comunicação Governo anunciará Plano Safra do Peixe Foi lançado pelo governo o plano safra para a área do pescado, que deverá destinar R$ 6 bilhões para estímulo à produção, capacitação e comercialização de peixes. O anúncio foi feito nesta segunda, dia 3, pelo ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella. O objetivo é que o Brasil deixe de ser importador de pescados para se tornar exportador. Segundo Crivella, nos países desenvolvidos o peixe é a carne mais consumida, enquanto que no Brasil está em último lugar. Acompanhado pelo governador Agnelo Queiroz, o ministro participou do lançamento da Semana do Peixe em Brasília, que, em sua nona edição, divulga o slogan “Pescado: dá água na boca e faz bem para a saúde”. O Distrito Federal é uma das unidades da federação onde mais se consome pescado no país, chegando a 12kg por pessoa ao ano, enquanto que a média nacional é de nove quilos no período. A Semana do Peixe é uma temporada de promoções para despertar o interesse da população pelo alimento. O ministro Marcelo Crivella destaca que a carne de peixe pode ser feita de diversas maneiras e tem a vantagem de apresentar baixo teor de gordura e contém ômega 3, que é muito bom para a saúde. Fonte: Agência Brasil 14 Caderno Científico 15 Necessidade energética em gatos adultos . Resumo: Uma meta-análise foi conduzida com o propósito de se estabelecer as necessidades energéticas de gatos adultos. Publicações nas quais foi identificado o peso corporal de gatos foram usadas para gerar relações alométricas entre necessidades energéticas e peso corporal em gatos adultos, usando regressão log-log linear. As necessidades energéticas foram expressas em kcal/kg de peso corporal para serem compatíveis com aquelas reportadas pelo NRC. A necessidade energética média de manutenção foi 55,1±1,2 kcal/kg (115 grupos de animais). Três equações alométricas foram identificadas para predizer as exigências energéticas para a manutenção do peso corporal em gatos: magros (53,7*peso1,061 kcal/dia); peso ideal (46,8*peso1,115 kcal/kg) e acima do peso (131,8*peso0,366). Quando expressa pela massa magra, a equação alométrica revelou uma necessidade de manutenção de 58,4*massa magra1,14 (36 estudos, R2= 0,697). A presente revisão sugere que equações de necessidade energética de manutenção somente baseadas no peso corporal podem não ser exatas na predição e informações mais detalhadas sobre sexo, idade, condição sexual, peso e composição corporal podem melhorar a habilidade destas equações em interpretar as necessidades energéticas de manutenção para gatos. Necessidades energéticas em gatos adultos O Por: Ricardo Souza Vasconcellos British Journal of Nutrition, 103(8): 1083-1093,2010. Autores: Emma N. Bermingham, David G. Thomas, Penelope J. Morris, Amanda J. Hawthorne. Energy requirement and food intake behaviour in young adult intact male cats with and without predisposition to overweight. Resumo: Obesidade é um problema comum em gatos. No Instituto de Nutrição Animal, a família de gatos epxperimentais apresenta um fenótipo magro e outro fenótipo de gatos com predisposição ao ganho de peso. O objetivo deste estudo foi investigar as necessidades energéticas e padrão de ingestão alimentar de gatos machos intactos de s valores de necessidade energética de uma diferença de acordo com o status sexual, em gatos diferentes fenótipos, seis gatos normais (GL) e seis gatos com sobrepeso (GO). No início manutenção para gatos descritos na literatura variam castrados (machos – 50,1 kcal/kg, n=4 e fêmeas – 49,6 do estudo todos os gatos tiveram o escore de condição corporal 5, considerado ideal. de 20-100 kcal de energia metabolizável por kilograma kcal/kg, n=3 estudos) e inteiros (machos – 56,2 kcal/kg, A necessidade energética dos gatos foi determinada usando a câmara respiratória, de peso corporal por dia (kcal/kg/dia). Esta ampla n=5 e fêmeas – 57,2 kcal/kg, n=4 estudos). Com relação na qual a quantidade e frequência da alimentação foi medida usando um sistema variação depende de fatores como castração, idade, sexo, ao sexo e outros fatores, estas diferenças ainda são pouco automático. A necessidade energética para manter o peso, baseando-se na massa condição corporal, atividade física, entre outros, além de estudadas, embora alguns estudos tenham sugeridos magra, foi significativamente menor (p=0,02) nos gatos com sobrepeso (162,6 kJ/kg fatores individuais. De acordo com as recomendações diferenças entre machos e fêmeas. No entanto, à do National Research Council (2006), atualmente semelhança de seres humanos, em gatos e cães, os fatores de massa magra/ dia) do que nos gatos magros (246 kJ/kg de massa magra/dia). Os são empregadas duas equações para necessidades sexuais, raciais, etários, entre outros, embora ainda energéticas de manutenção (NEM) para gatos adultos, pouco pesquisados, possivelmente serão considerado na sendo 100*peso0,67 kcal/dia para gatos com peso ideal elaboração de futuras equações de predição para estas ou abaixo do peso e 130*peso0,4 kcal/dia para gatos espécies, tornando-as cada vez mais exatas. acima do peso. Apesar da recomendação destas equações, Considerando a necessidade de pesquisas nesta considerando apenas a condição corporal, independente área, devido à literatura escassa sobre o assunto e a dos fatores inerentes ao sexo e condição sexual, pode- atualidade do tema, nesta edição foram selecionados se verificar no próprio NRC (2006) que parece haver dois artigos sobre NEM em gatos. gatos GO também apresentaram maior ingestão de alimentos (34,5 gramas de matéria seca/kg0,67) quando comparados aos gatos magros (24,0 gramas de matéria seca/ kg0,67). Como conclusão, foram encontradas diferenças quantificáveis na ingestão de alimentos e comportamento de gatos predispostos à obesidade quando comparados aos gatos magros. The scientific World Journal, 2012, p.2-8, 2012. Autores: Brigitta Wickert, Julia Trossen, Daniel Uebelhart, Marcel Wanner, Sonja Hartnack. 16 Capa O food através da solução que melhor se adequa à sua matriz, expectativa de performance, limitações de custo e recursos disponíveis para sua país desde 2003, segue as diretrizes do seu posicionamento global, aplicação industrial. O Brasil está totalmente alinhado com o mais alto ou seja, investir forte em alta tecnologia e performance de seus nível mundial em termos de palatabilidade. O que já era esperado para palatabilizantes. Aliado a isso, atender as necessidades específicas de quem ocupa atualmente o segundo maior mercado de pet food do mundo, cada cliente, desenvolvendo soluções personalizadas são prioridades sendo responsável por 9% da produção global. para a empresa, que contabiliza o ano de 2012 como muito bom para Palatabilizantes Agregando valor ao pet food Por: Lia Freire Um setor dinâmico, vinculado às tendências do mercado de alimentação pet e empenhado em apresentar constantes inovações 17 Tecnologia e alta performance conceito do palatabilizante é agregar atratividade ao pet No Brasil, a AFB International, companhia que está presente no A indústria voltada para este segmento trabalha para superar limites os seus negócios. “Embora tivéssemos que enfrentar as dificuldades de performance e acompanhar as tendências que são apontadas pelo setor do mercado, como por exemplo, o aumento dos preços das matérias- de alimentação animal. Neste sentido, algumas características mostram- primas, usamos a nosso favor todo o know how e tecnologia que se mais evidentes, como por exemplo, a humanização, que promove a dispomos para desenvolver novas matérias-primas, reações químicas aproximação do pet food aos conceitos da alimentação humana e assim e processos, resultando em novos palatabilizantes, competitivos permite levar funcionalidades ao palatabilizante. Também contamos com comercialmente. A partir desta nossa expertise as expectativas soluções que permitem alcançar melhores resultados na aparência final de negócios que projetamos para 2013 são bastante otimistas, de snacks e ossinhos, propiciando uma boa aceitação do produto, não só continuaremos investindo em tecnologia e conhecimento”, afirma por parte do animal de estimação, como também de seu proprietário. Marcelo Beraldo da Costa, gerente da operação no Brasil. Com a crescente demanda por produtos que beneficiem a saúde de O executivo da AFB afirma que ao longo dos anos o cães e gatos, a funcionalidade do pet food se tornou um importante fator conceito dos palatabilizantes não se alterou, mas a visão sobre a de sucesso na conquista do market share. Desta forma, apelos de claims palatabilidade sim. “Tenho notado que na busca por uma melhor voltados para a saúde e o bem-estar se tornaram valores importantes palatabilidade ou para manter uma determinada palatabilidade, as e defendidos pelos fabricantes de pet food. Marcas que são capazes de empresas de rações estão sendo muito mais rigorosas na escolha oferecer benefícios precisos, eficientes e compreensíveis para o pet e seu das matérias-primas, nos processos produtivos e ao adquirirem dono, acabam se sobressaindo neste mercado. equipamentos de melhor desempenho, resultando em produtos O Brasil tem sido o principal foco de crescimento para a Kemin, finais melhores. A palatabilidade de um alimento não diz respeito que continua a aumentar as suas vendas e presença no mercado de apenas ao palatabilizante, mas é um conjunto de fatores e os nossos palatabilizantes. “Desde que os animais domésticos se tornaram parte clientes perceberam isso e têm trabalhado muito forte os aspectos integrante das vidas das pessoas, o relacionamento entre animais e relacionados aos processos e aplicações”, opina Beraldo. seus donos agora cruza todas as fronteiras culturais e regionais. Como tal, o prazer que um animal tem com seu alimento é uma preocupação e a alta competitividade estão forçando as empresas do segmento primária para seus donos, fazendo com que a palatabilidade seja uma pet a discutirem sobre planejamento estratégico. “As companhias parte essencial do alimento”, observa Barb Howe, Ph.D.,P.A.S., gerente estão percebendo que aqueles que têm planejamento, compram comercial senior – América do Sul da Kemin. mercadorias de alta qualidade por um preço mais baixo ao longo As pesquisas conduzidas pela equipe da Kemin Research & do ano e com menos trabalho operacional e financeiro para atingir Development são lideradas pelo Dr. Gordon Hering, que passou a o objetivo definido. Tão importante quanto o planejamento é a integrar o time da companhia em maio de 2012. execução, pois implementar o que foi planejado é crucial para o Beraldo também comenta que o aumento das matérias-primas Sob o seu comando e guiado pelo seu próprio know how em técnicas sucesso financeiro. Particularmente, sou um grande crítico do de sabores, a Kemin está preparada para maximizar os sabores em excesso, seja de planejamento ou execução, porém na dose certa qualidade e desempenho, com novos produtos que conduzirão a indústria é uma ferramenta altamente lucrativa. Considero ainda não ser a novos conceitos em palatabilizantes. “Estes novos produtos trarão difícil verificar se uma reunião de planejamento foi excessiva ou soluções que resultarão não apenas em questão de palatabilidade, como não: os participantes têm que sair com tarefas bem definidas e também em funcionalidade”, destaca Barb. não com a sensação de que “graças a Deus” terminou. Correções A executiva lembra que neste ano, a crise global de proteínas de curso no planejamento central durante a execução são desafiou os produtores de alimentos para animais e os fornecedores necessárias, porém sem perder o foco no objetivo definido e de de ingredientes a atingirem altos quesitos de qualidade. “Este maneira ordenada, todos devem correr com a mesma magnitude desafio não atemorizou a Kemin, como tem demonstrado a e direção. Também não enxergo como algo negativo quando um competência de nossos cientistas e pesquisadores, entregando aos planejamento efetuado não atingiu plenamente seus objetivos, nossos clientes produtos da mais alta qualidade. As expectativas embora a execução tenha sido impecável. Muitas vezes, temos para 2013 são as melhores. Estamos preparados para expandir que fazer “mais com menos” para atingir o mesmo resultado e, parcerias na indústria de alimentos para animais domésticos, tanto acreditem; sem planejamento, trabalharíamos ainda mais ou o no Brasil como em todo o mundo.” resultado não seria satisfatório.” Capa 18 19 “Investimos forte em alta tecnologia e performance dos palatabilizantes, oferecendo soluções customizadas”, Marcelo Beraldo da Costa, da AFB International. “Desenvolvemos projetos inovadores que objetivam agregar valor e diferenciação ao fabricante de pet food”, George Ben Josef, do Grupo Diana. Ingrediente nobre e estratégico melhor a complexidade dessas interações. É por isso, que há mais De acordo com Charles Boisson, diretor da SPF do Brasil, de dez anos a SPF criou uma atividade de investigação e serviço A unidade de negócios do Grupo Diana, Vit2Be, através de uma profunda em Descalvado (SP) no ano de 2003 as suas atividades para disponibilizar análise e compreensão dos aspectos e funções fisiológicas de cães e aos clientes do mercado de pet food, de toda a América Latina, múltiplos gatos, desenvolve uma abordagem específica, por meio de ingredientes serviços relacionados à mensuração da palatabilidade, além de consultoria funcionais, para trazer aos fabricantes de pet food novos meios de em sua área de atuação. É estudado o comportamento alimentar de cães e diferenciar os seus produtos e deixá-los alinhados a tendência global. gatos, desde a atratividade do produto até sua taxa de consumo, passando Boisson, diretor da SPF do Brasil, destaca alguns dos aspectos por outras muitas variáveis que fazem parte da complexa metodologia responsáveis por tornar a empresa uma das principais a atuar neste ramo empregada no centro. Os canis e gatis do complexo são amplamente de negócios. “Primeiramente, graças a nossa presença mundial temos a utilizados por empresas do mercado de pet food, realizando testes possibilidade de compreender a competitividade global do segmento, que cegos com o propósito de manter-se isento da indústria e conservar sua varia em função das particularidades de cada mercado; segundo o nosso credibilidade. Com esta ferramenta, os fabricantes de alimentos para know how adquirido através de anos de pesquisa avançada e tecnologia animais de companhia podem atestar como os pets reagem às mudanças restrita a um seleto grupo de empresas nos permite disponibilizar aos de formulação, bem como, mensurar a atratividade dos palatabilizantes fabricantes de pet food produtos inovadores em termos tecnológicos e utilizados, garantindo uma boa aceitação dos produtos no mercado”, mercadológicos. Terceiro, o nosso profundo conhecimento dos clientes, destaca Juliana Werneck, responsável pelo Panelis América Latina. que chamamos de know how mercadológico, conquistado através da proximidade, constitui-se em outra força competitiva. Somos a única palatabilidade de produtos em desenvolvimento ou mesmo para empresa do mercado brasileiro que dispõe de um centro de provas o controle de diferentes variáveis de produtos em linha, como a de palatabilidade local, permitindo a consolidação do processo de repetibilidade da performance ou o contínuo monitoramento do desenvolvimento de nossos produtos, sem o qual seria praticamente desempenho dos seus produtos, por exemplo. “Não poderíamos deixar impossível desenvolvermos soluções locais de alto padrão.” de avaliar o comportamento alimentar de cães e gatos, buscando evidências que nos levem a entender e decifrar sinais subjetivos Panelis e a sua atuação no brasil empresa do Grupo francês Diana, uma das principais companhias a dedicado exclusivamente à orientação da aplicação do palatabilizante, o produzir palatabilizantes, a função deste ingrediente é aumentar a Aplicalis, que propõe às indústrias de pet food algumas ações dirigidas Comportamento Animal – Panelis, pertencente ao Grupo Diana, iniciou atratividade do alimento e o desejo nos animais em ingeri-lo. Assim, que têm se mostrado bastante eficientes ao longo dos anos, através de o ingrediente objetiva garantir a aceitação do pet food pelo animal uma oferta de múltiplos serviços: conferências e treinamentos técnicos, e, consequentemente, propiciar ao proprietário a satisfação perante auditorias, apoio operacional e ensaios feitos sob medida em parceria o produto adquirido. “Este vínculo entre a aceitação do alimento com os clientes, com o objetivo de aperfeiçoar o desempenho do produto pelo pet e a satisfação do proprietário faz do palatabilizante um adquirido, maximizar seu resultado, eliminar perdas e desperdícios e ingrediente nobre e estratégico. Podemos concluir desta forma que reduzir o impacto do palatabilizante no custo final do produto.” este ingrediente constitui-se um item de diferenciação para o mercado A “tropicalização” nas formulações pet food, permitindo ao fabricante utilizá-lo de forma estratégica na busca por uma maior participação em determinado segmento, ou mesmo, de forma defensiva, buscando manter sua atual posição através Descalvado (SP). Essa “tropicalização” nas formulações permite à SPF A SPF do Brasil conta com um centro de P&D em sua planta de deste diferencial. Trata-se, portanto, de um ingrediente de alto valor do Brasil atender as necessidades e expectativas do mercado brasileiro agregado uma vez que a palatabilidade está diretamente relacionada com soluções específicas. “Um entrosamento que só é conseguido pela com a percepção de valor do consumidor com relação ao produto e marca.” proximidade com o cliente, um dos pilares da empresa, juntamente com O gerente de marketing do Grupo Diana, George Ben Josef, o suporte da estrutura da matriz francesa, trabalhando para aumentar acrescenta que a palatabilidade não é alcançada exclusivamente com os conhecimentos da percepção olfativa e paladar de cães e gatos. a utilização de um intensificador de palatabilidade (ou palatabilizante). Essa proximidade com o cliente nos permite ter um conhecimento Pesquisas desenvolvidas pelos centros de P&D da SPF demonstram profundo do mercado e suas necessidades. Partindo desse conhecimento, que a melhor palatabilidade é alcançada através da sinergia de um desenvolvemos projetos inovadores que objetivam agregar valor e conjunto de fatores, que inclui o resultado de interações entre as diferenciação para o fabricante de pet food”, reforça o gerente, Josef. matérias-primas, variáveis no processo de fabricação, a estrutura do kibble (extrusado), o palatabilizante propriamente dito e, finalmente, linhas: D’Tech - destinada aos cães, atendendo as premissas de a sua correta utilização no processo produtivo. Além disso, outros competitividade e desempenho; C’sens - desenvolvida para as necessidades aspectos como diferentes inclusões de palatabilizantes ou mesmo de diferenciação do mercado de alimentos para gatos e a Delice criada a combinação correta entre as várias opções de produto podem para assegurar a melhor palatabilidade para os treats e medicamentos. melhorar significativamente a performance do pet food. “Dessa forma, Indicadas para biscoitos, snacks semiúmidos e extrusados, bebidas e concluímos que uma abordagem sistêmica nos permite entender molhos, além de produtos específicos para inclusão em comprimidos. Atualmente, a gama de produtos da SPF é dividida nas seguintes O Panelis fornece o suporte necessário na mensuração da emitidos pelos animais, demonstrando, por exemplo, sua satisfação O Centro de Pesquisas em Mensuração da Palatabilidade e Estudo do ao se alimentar. A interpretação dos resultados pode apresentarse de forma bastante complexa, sendo muitas vezes necessário um Capa 20 21 “Os testes realizados diariamente no Panelis são com alimentos secos, placebos e petiscos dos mais variados tipos”, Juliana Werneck, responsável pela Panelis América Latina. O Centro de Pesquisas Panelis, que pertence ao Grupo Diana, já realizou mais de 50 mil provas de palatabilidade. conhecimento estatístico para uma perfeita análise. Dessa forma, secos, placebos e petiscos dos mais variados tipos. Com os alimentos o Panelis contribui na interpretação dos resultados junto ao cliente, secos acontecem durante as refeições nas quais os cães ou gatos para que seu perfeito entendimento possa conduzi-lo à decisão mais sempre terão duas opções de alimento para escolha. Os animais adequada. Por fim, entendemos que a disponibilização de informações são assistidos um a um durante as refeições para que um protocolo sobre palatabilidade e comportamento alimentar é uma de nossas pré-definido seja rigorosamente seguido. Observações como o atribuições. Dessa forma, buscamos sempre que possível, interagir comportamento do animal durante os testes são relatados, assim com o mercado através de publicações e artigos técnicos nos meios de como um conjunto de outras informações pertinentes são analisadas comunicação, além de palestras proferidas sobre o tema em reuniões, e consideradas nas interpretações de dados daquele animal. Para congressos e simpósios”, explica Juliana. os petiscos, são oferecidos dois tipos de testes, com a metodologia Monadic, na qual se avalia a aceitação do produto e o teste versus, Infraestrutura no qual ocorre a mensuração da palatabilidade de petisco. “O O Panelis América Latina está instalado em uma área de 37 tratamento estatístico aplicado aos resultados necessita contar com hectares, possui 10 parques arborizados com bebedouros automáticos um número mínimo de animais e, caso haja alguma demonstração de e brinquedos, onde os cães permanecem em grupos definidos de acordo inquietude ou incômodo por parte dos cães ou gatos, seus dados não com a melhor afinidade e porte dos animais. “Vale ressaltar que os são contabilizados para a interpretação dos resultados. As análises cães passam em média 6 horas por dia em passeios nos diferentes estatísticas bem feitas podem surpreender, apontando para direções locais do Panelis, como a trilha arborizada para passeios, uma pista imperceptíveis a uma análise realizada de forma amadora. O software ao ar livre ou na pista de agility. Na hora de dormir, permanecem em responsável por este tratamento estatístico, desenvolvido com casais da mesma raça em suas confortáveis baias. Animais mantidos em exclusividade pelo Panelis para atender às necessidades específicas condições de estresse apresentam comportamento alimentar alterado deste centro de palatabilidade nos garante uma análise detalhada e e os resultados dos testes não demonstram a repetibilidade necessária precisa dos dados obtidos”, afirma Juliana. que o tornam confiáveis, um dos motivos pelo qual esta grande estrutura foi criada”, afirma Juliana. provas de palatabilidade realizadas ao longo de sua história. Para O Panelis está respaldado por uma experiência de mais de 50 mil Com relação aos gatos, o Panelis conta com quatro parques, que se tenha uma ideia do volume de informações tratadas, para um onde os animais encontram fontes com pontos de água fresca, estudo conduzido com felinos, mais de 450.000 dados individuais redes e sombra em abundância. Também são mantidos em grupos de 2007 a 2011 foram coletados e organizados por critérios, tais separados por afinidade. Em ambiente interno permanecem em locais como, o tipo de revestimento de gordura ou a natureza e processo adequados ao seu descanso e distração, na companhia de funcionários de fabricação de aditivos palatabilizantes. Com essas características dedicados à socialização destes animais, como por exemplo, sua foram traçadas a experiência alimentar exata de cada gato. O grau escovação diária. O centro ainda conta com consultório veterinário, de exposição foi processado estatisticamente utilizando duas formas sala de banho e tosa com capacidade para três pessoas trabalharem de análises multivariadas de dados: ACP (análise de componentes ao mesmo tempo, além do prédio administrativo e operacional. principais) e AHCP (agrupamento hierárquico em componentes principais). “Ao realizar os testes no Panelis, o cliente terá condições Os Testes Os testes realizados diariamente no Panelis são com alimentos de avaliar o resultado final do trabalho”, conclui Josef, gerente de marketing do Grupo Diana. 22 Entrevista 23 Revista Pet Food Brasil - Qual é a análise atual sobre o mercado brasileiro de nutrição para animais de estimação? Marina Galvão - O mercado pet cresce de maneira constante aumentando a diversificação de produtos e serviços. O setor de nutrição para pequenos animais representa 64% do mercado PET e esse índice por si só já mostra a importância do segmento, que fatura em torno de 11 bilhões de reais por ano no Brasil. Outra informação relevante é que apesar do crescimento do mercado brasileiro, ainda temos mais de 50% dos animais de estimação não consumindo alimentos industrializados, o que demonstra o potencial deste setor. Revista Pet Food Brasil - Qual é a tendência de mercado quando focamos no setor de nutrição animal? Ou seja, o que o mercado está consumindo? “Destaco como as principais tendências do mercado, os ingredientes funcionais, naturais e antioxidantes.” Marina Galvão Por: Lia Freire Médica veterinária formada pela Universidade Paulista, com pós-graduação em marketing na ESPM e especialização em negócios pela FGV, Marina Galvão atua no ramo de Agronegócio há 16 anos, tendo passagens nos setores farmacêutico, alimentício e ingredientes para Pet food. Atualmente, por meio da sua empresa Mgalvão, presta serviços como consultora nas áreas comercial e marketing para empresas do setor PET. Seu foco está no desenvolvimento de produtos, negócios e de marketing. Marina contabiliza passagens em importantes companhias como Kemin, onde atuou como diretora comercial para a América Latina, além de Basf, Merial e Granfood, nestes como gerente de produtos e responsável comercial pelos negócios PET. Nossa entrevistada deste mês expõe a sua opinião sobre o setor de nutrição animal, aponta as tendências, enumera os gargalhos deste setor e destaca as particularidades do nosso mercado. ““Meus últimos trabalhos têm sido no segmento de aditivos e posso afirmar que vem aí uma nova geração de antioxidantes com efeitos inovadores que irão revolucionar o mercado.” Marina Galvão - Apesar de ainda 60% do mercado uma consumir alimentos standard, com o aumento superpremium, assim como mercados especializados, da renda média do brasileiro, a tendência para a como por exemplo, alimentos específicos para humanização dos animais e a posse responsável raças, obesidade, snacks, hipoalergênicos, alimentos contribuem para que haja, ainda que lentamente, funcionais etc. Automaticamente isso gera uma migração para mercados premium e 24 Entrevista 25 “Existem no Brasil excelentes faculdades de agronomia, veterinária e zootecnia e boa parte destas universidades têm enfatizado o estudo e pesquisas em nutrição animal.” esse é um foco da indústria, pois os centros de de negócios? de marketing das indústrias brasileiras que atuam pesquisa em universidades possuem filas de espera Marina Galvão - O principal motivador para o neste setor? O que poderia ser melhorado? para realizar testes e experimentos. Isso prova que as crescimento do mercado é o potencial existente Marina Galvão - Há um trabalho bem desenvolvido empresas PET têm trabalhado muito em Pesquisa e entre consome e estruturado pela indústria, porém nem sempre Desenvolvimento. alimento industrializado. Outro ponto importante essa mensagem é percebida pelo consumidor, pois a população que ainda não é a conscientização dos proprietários com relação há uma lacuna no ponto de venda. Isso ocorre em Revista Pet Food Brasil - Sobre o nível técnico- a uma boa nutrição e a praticidade dos alimentos virtude do posicionamento de alguns distribuidores científico dos profissionais brasileiros, qual é hoje industrializados, isso sem contar com a boa que não estão preparados para repassar a mensagem a situação? orientação vinda dos médicos veterinários. ao público-alvo, estando mais focados na venda Marina Galvão - Existem no Brasil excelentes imediata, ao invés de estabelecer a marca e o produto faculdades de agronomia, veterinária e zootecnia Revista Pet Food Brasil - Quais pontos você no ponto de venda. Não podemos generalizar esta e boa parte destas universidades têm enfatizado apontaria como os mais problemáticos no mercado situação, afinal há ótimos trabalhos desenvolvidos o estudo e pesquisas em nutrição animal, sendo brasileiro? pelos distribuidores, mas nesta relação comercial excelentes ainda encontramos muitos gargalhos. “fornecedores” de profissionais para o Marina Galvão - Sobre o alimento PET produzido mercado de trabalho. O crescimento e o destaque do no Brasil incide uma carga tributária em torno de mercado PET por sua vez também atraem o interesse 49%, enquanto na Europa essa carga é de 18% e Revista Pet Food Brasil - Como analisa o futuro e talentos para a área. nos EUA de 7%. Outro desafio da indústria é no deste mercado? desenvolvimento de fornecedores de ingredientes, Marina Galvão - O mercado brasileiro ainda está em Revista Pet Food Brasil - Você destacaria qual pois não é raro encontrar barreiras ao buscar crescimento e acompanha as tendências mundiais. O segmento como sendo a “bola da vez” dentro da empresas que atendam as especificações técnicas de futuro, sem dúvida, é a prevenção da saúde animal nutrição animal? Quais as razões para este cenário? alguns produtos. e o desenvolvimento de produtos segmentados, Marina Galvão - Sem sombra de dúvidas o de ingredientes funcionais, naturais e antioxidantes. Meus últimos trabalhos têm sido nesse segmento procura e um desenvolvimento no segmentos de de aditivos e posso afirmar que vem aí uma nova aditivos, embalagens e ingredientes. geração de antioxidantes com efeitos inovadores que irão revolucionar o mercado. Outro ponto de Revista Pet Food Brasil - Em termos de qualidade, destaque são alguns novos ingredientes funcionais variedade e inovação, qual é a sua opinião sobre o que vêm para atender o novo perfil de consumo do mercado brasileiro? mercado brasileiro e mundial de nutrição animal Marina Galvão - No passado, o mercado brasileiro com foco na prevenção da saúde animal. estava distante dos mercados americano, europeu e asiático. Hoje o cenário é outro. Gradativamente Revista Pet Food Brasil - Quais as particularidades evoluímos e sempre pautados na qualidade e da indústria brasileira de nutrição animal para variedade. Prova disso é a taxa de crescimento de animais de estimação? nossas exportações, assim como, o crescimento do Marina Galvão - O mercado brasileiro conta há mercado de snacks, enlatados e saches. Ainda não muitos anos com a presença de marcas e fábricas temos uma linha completa de produtos como, por globais que representam 50% do volume vendido de exemplo, alimentos veganos, 100% orgânicos e alimento PET. O restante da produção é atendido etc, mas ano a ano há um esforço da indústria no por empresas nacionais com alta capacidade de lançamento de novos produtos e é grande a aposta adaptação e flexibilidade no lançamento de produtos. na diversificação. Há uma concorrência forte em todos os segmentos, o que torna o mercado extremamente dinâmico e Revista Pet Food Brasil - O que tem a dizer a diversificado. Isso se reflete nas gôndolas onde é respeito das pesquisas, desenvolvimento de novas possível encontrar produtos e marcas conhecidos soluções e formulações? mundialmente até itens regionais, com variações de Marina Galvão - É difícil quantificar esses resultados, preço, apresentação e formulação. pois por questões estratégicas várias empresas mantêm os resultados de seus centros de pesquisa Revista Pet Food Brasil - Sob quais aspectos em confidencialidade, porém é correto afirmar que obtivemos importantes evoluções neste segmento sustentáveis e naturais, assim como, a migração para Revista Pet Food Brasil - Como está o trabalho produtos premium. Informe Técnico 26 27 Fibras insolúveis em alimentos para cães e gatos A fibra dietética pode ser definida como a soma dos rápida expansão, amparada pela forte tendência de consumo de polissacárides não amídicos, constituintes da parede celular vegetal produtos funcionais e fortificados. Segundo dados do GNPD, na mais a lignina, compostos indigeríveis pelas enzimas do trato América Latina aproximadamente 75% dos produtos lançados para digestório dos animais monogástricos. O conceito antigo de que cães e 90% para gatos possuem algum tipo de claim funcional ou fibras são desnecessárias para carnívoros e onívoros como o cão e são fortificados com vitaminas e minerais. o gato está ultrapassado, pois hoje é de domínio público que fibras Os números demonstram oportunidades neste mercado, são necessárias à sua saúde e digestão. corroborando com a forte tendência de humanização do segmento Por sua fermentabilidade desprezível, as fibras insolúveis pet. A busca por produtos diferenciados reforça o crescimento de podem ser usadas em concentrações elevadas sem ocasionar efeitos fatias de mercado como o terapêutico, por exemplo, que apresentou digestivos adversos. Fibras insolúveis apresentam uma série crescimento de aproximadamente 60% em seu faturamento nos de benefícios na nutrição de cães e gatos, podendo ser inclusive últimos três anos no mercado nacional (Euromonitor). consideradas como ingredientes funcionais, uma vez que podem colaborar na prevenção e/ou auxilio da obesidade, na manutenção da renda da população brasileira, impactando positivamente nos do escore fecal e na eliminação das bolas de pelos dos felinos. Além números dos mercados de bens de consumo, como o alimento pet. disso, são ingredientes que podem e devem ser contemplados no A busca por produtos de maior valor agregado pode ser observada tratamento de várias doenças gastrintestinais e metabólicas. nos quase 300 lançamentos de produtos com claims funcionais apontados pela Mintel entre 2009 e 2011. Atualmente, uma das principais utilizações das fibras insolúveis Outro ponto importante a ser considerado é o incremento é na luta contra a obesidade. A prevalência desta enfermidade em cães e gatos tem aumentado em proporções epidêmicas e a taxas soluções tecnicamente confiáveis aos seus clientes, o grupo Diana alarmantes. A fibra insolúvel é uma grande aliada para o controle apresentou ao mercado o Vit2Be Fiber que atualmente apresenta- de peso, agindo na redução da densidade energética do alimento e se como a melhor opção para o uso de fibras insolúveis na dieta de ao mesmo tempo mantendo níveis ótimos de escore fecal, bem como cães e gatos. Produzido nos padrões de segurança do alimento e ajudando a manter sob controle os níveis de glicemia e da lipidemia. qualidade assegurada do grupo Diana, o Vit2Be Fiber possui alta Outra questão de grande importância na nutrição de cães e concentração de fibras insolúveis. Clinicamente testado, possui boa gatos é a formação dos tricobenzoares, popularmente conhecidos aceitação pelos cães e gatos, sendo a sua utilização respaldada por como bolas de pelos em felinos. A eficiência de determinadas fontes trabalhos científicos que garantem sua eficiência e segurança. de fibras como, por exemplo, o Vit2Be Fiber na dissolução e/ou na prevenção da formação dos tricobenzoares é comprovada. Atualmente o mercado de produtos funcionais apresenta uma Sendo assim, e ciente de sua obrigação de implementar e oferecer Autor: André Buck, DVM, M.Sc – abuck@diana-petfood. com - Fone +55 (19) 3583-9404 28 Em Foco 1 29 D Por : Saul Jorge Zeuckner Bacharel em agronegócios e Diretor Comercial-Algomix Eleições urante esses últimos dias, tivemos algumas lições tapinha nas costas, somos atenciosos, nos preocupamos de vendas e atendimento relacionadas às eleições, aproveitei com eles, mas depois que vendemos, na grande maioria para observar como os seres humanos são capazes de dos casos, abandonamos nosso eleitor (nosso cliente). mudar, conforme sua necessidade e isso me fez lembrar as Vejam que nossa analogia, faz sentido: somos movidos por nossas profissões de vendas. necessidades, conseguimos nos adaptar conforme o que queremos, mas porque quando estamos vendendo bem, Os políticos ou candidatos a políticos, seriam , na sua grande maioria, bons vendedores, não que a profissão de mudamos nossa característica? vendas seja de pessoas falsas, não é isso que quero dizer, na Acredito que podemos manter esse mesmo nível verdade, estou tentando analisar a capacidade de se adaptar de atendimento o tempo todo. Isso seria o ideal, mas e às condições adversas e fazer um excelente atendimento, os políticos teriam capacidade e condições de fazer esse porque na verdade os políticos são em essência, vendedores, atendimento o tempo todo? Já imaginaram como seria? pois necessitam “vender suas ideias”, fazer as pessoas acreditarem que aquele “produto” que estão oferecendo, nos motivarmos, nos esforçarmos acima da média, é a melhor opção que o “cliente” tem. Como os políticos para que nosso atendimento seja melhorado a cada dia, conseguem tamanha melhoria na qualidade de seus como se estivéssemos em busca da reeleição, ou que o atendimentos, conseguem ser gentis, cativos, dedicados, período de eleições estivesse sempre próximo, para que atendem a todos, cumprimentam todos que encontram, fôssemos essa pessoa de atendimento especial em todos dão tapinhas nas costas, procuram se preocupar com os momentos em que estivermos com nossos clientes, os eleitores(clientes)! Isso facilmente podemos observar independente se já vendemos ou se vamos realizar durante as campanhas políticas, Porque após as eleições uma venda. Sempre teríamos que tratar nosso cliente esse atendimento ao cliente( eleitor), acaba? como um eleitor único, especial e decisivo para o nosso Isso ocorre conosco em nossa profissão de vendas, sucesso, seja em vendas , ou em eleições. quando precisamos de nosso cliente, damos atenção, Pensem nisso e boas vendas( boas eleições). Todos temos condições de nos adaptar, cabe a nós, Em Foco 2 30 31 Investimento, crescimento e reconhecimento. IMEVE S.A. está entre as 250 pequenas e médias empresas que mais crescem no país E m setembro passado, em São Paulo, aconteceu a “É um imenso orgulho ver nossa empresa crescendo e se apresentação do ranking das 250 Pequenas e Médias Empresas destacando no cenário nacional. Tivemos que preencher vários que mais crescem no país e a IMEVE S.A., indústria de requisitos, em meses de avaliação. Trabalhamos muito, nos medicamentos veterinários, ficou com a 106ª posição. esforçamos e conseguimos atingir este objetivo”, explica Daniel Nacata Garcia, diretor executivo da empresa. Segundo os organizadores, o ranking é baseado na expansão da receita líquida entre 2009 e 2011. Se inscreveram as companhias com faturamento entre R$ 3 e 300 milhões, com IMEVE S.A. tem um faturamento aproximado de R$ 6 milhões/ Com um crescimento de mais de 90% nos últimos dois anos, a sede no Brasil e que operaram ao longo dos últimos cinco anos. ano e tem investido pesado em pesquisa, desenvolvimento de Para participar, as empresas responderam a um questionário com novos produtos, contratação de profissionais e ampliação da dados atuais e planejamentos futuros, elaborado pela consultoria estrutura física. Deloitte e por Exame PME. “Com a entrada do fundo investidor, a empresa cresceu. Tivemos Apenas duas empresas do segmento de produtos veterinários injeção de recursos e com isso planejamos um crescimento agressivo, figuraram no ranking. Destas, a IMEVE foi a que teve melhor porém, consciente. Temos por meta crescer significativamente em, colocação, reforçando seu espírito empreendedor e mostrando no máximo, três anos. Em 2013, com certeza, estaremos melhor um novo posicionamento mercadológico. ranqueados na pesquisa”, conclui Nacata. Em Foco 3 3232 33 antibióticos, anticoccidianos, oligoelementos, emulsificantes, que se refere à formulação de novas tonalidades para atender aromatizantes, palatabilizantes e etc.” às novas tendências de mercado. A Doce Aroma possui três Visando garantir a cadeia produtiva e as autoridades de laboratórios sendo um deles voltado exclusivamente para fiscalização o efetivo controle sobre seu uso, os aditivos são aplicação e desenvolvimento dos corantes naturais e artificiais; classificados no Brasil (IN n° 13 de 30/11/2004, do MAPA, onde realiza todos os testes de aplicação antes dos lançamentos. seguindo as orientações do Codex Alimentarius) da seguinte forma: “Para meados de 2013 ampliaremos nossas instalações, com uma Aditivos nutricionais - vitaminas, provitaminas e substâncias nova planta, que já está em fase adiantada de construção. Esta quimicamente definidas de efeitos similares; oligoelementos unidade triplicará nossa capacidade produtiva e nos possibilitará ou compostos de oligoelementos (microminerais); aminoácidos, maior área de armazenagem, além de contarmos com novos seus sais e análogos; ureia pecuária e seus derivados. Aditivos laboratórios de pesquisa e desenvolvimento”, afirma Helo. tecnológicos - adsorventes; glomerantes; antiaglomerantes; Corantes As cores na nutrição animal Por: Lia Freire Neste complexo processo de humanização observado na relação entre os animais de estimação e os seus donos, os corantes ganham destaque na alimentação para pets C antioxidantes; antiumectantes; conservantes; emulsificantes; A DEMANDA PELOS CORANTES NATURAIS estabilizantes; espessantes; gelificantes; regulador da acidez e A Vogler dentro da divisão Vogler Systems desenvolve umectantes; e Aditivos sensoriais - corantes e pigmentantes; misturas de corantes de acordo com as necessidades do mercado e aromatizantes e palatabilizantes. das exigências de seus clientes. “Trabalhamos com os Innocolors Os corantes são substâncias que conferem ou intensificam de tonalidades marrom e verde. Também oferecemos opções a cor dos produtos destinados à alimentação, podendo ser: como os corantes amarelos (crepúsculo e tartrazina), vermelhos naturais, corante caramelo e artificiais. Segundo o artigo 10 do (amaranto, ponceau e alura), azul (indigotina e brilhante), Decreto n°55 871, de 26 de março de 1967 (BRASIL, 2002b), dióxido de titâneo, corantes lipossolúveis, corante caramelo, considera-se corante natural o pigmento ou corante inócuo clorofila, antocianina, betacaroteno, luteína, cantaxantina etc. extraído de substância vegetal ou animal. Corante caramelo é o Observamos uma procura crescente por corantes naturais. produto obtido a partir da reação de Maillard de açúcares. Já o Esta demanda deve-se, sobretudo, à tendência da população corante artificial é a substância obtida por processo de síntese por uma alimentação mais saudável o que ref lete de maneira (com composição química definida). Muito utilizados pelos seres direta no alimento dos animais de estimação, visto que estes são humanos, os corantes têm cada vez mais significativa presença na alimentação animal devido à forte tendência de humanização na relação entre os pets e os seus donos. Atenta à evolução e às tendências do segmento de nutrição A Doce Aroma produz e comercializa corantes artificiais e naturais. São eles: animal, que busca melhorar a aparência e qualidade dos produtos, a Doce Aroma Ind. E Com. Ltda atua misturando as cores Corantes Naturais primárias, buscando novas tonalidades e nuances que aproximam Urucum: possibilita uma variedade que vai do tom alaranjado ao ao máximo o alimento industrializado do alimento in natura. avermelhado “Para atingirmos este objetivo, disponibilizamos ao mercado Cúrcuma: tonalidade amarelada os corantes naturais que agregam maior valor nutricional e os Clorofila: tom esverdeado corantes sintéticos ou artificiais, que auferem uma coloração Carmim de cochonilha: tonalidade que vai do vermelho ao rosa mais intensa Caramelo: variação do marrom escuro ao caramelo claro e “viva” aos alimentos industrializados. Cada corante apresenta vantagens e desvantagens, portanto, um breve onsiderado um aditivo sensorial, assim como os Administration (FDA), órgão regulatório dos EUA, define estudo do processo de fabricação, bem como das características C orantes S intéticos aromatizantes, palatabilizantes, f lavorizantes e pigmentantes, os “aditivo é a substância adicionada ao alimento dos animais com a do item a ser fabricado, deve ser feito para verificar qual o melhor Amarelo crepúsculo corantes são usados na alimentação para melhorar ou modificar finalidade de melhorar seu desempenho, passível de ser utilizada tipo de corante a ser adicionado na formulação do alimento Amarelo tartrazina as características visuais dos alimentos ou as propriedades sob determinadas normas e desde que não deixem resíduo no industrializado a fim de obter o melhor resultado final. Observo Azul brilhante organolépticas (como a cor, o brilho, o paladar, o odor etc). produto de consumo humano”. Enquanto isso, a European Food que no caso dos corantes naturais, houve um considerável Azul indigotina ou A rtificiais Os aditivos podem ser classificados de diversas formas, de Safety Autorithy (EFSA), órgão de regulação de alimentos aprimoramento em termos de sua resistência e estabilidade Vermelho bordeaux ou amaranto acordo com os critérios estabelecidos por órgão reguladores de da Comissão Europeia, descreve “aditivos são substâncias ou durante o processo de industrialização do alimento. Dentro Vermelho eritrosina cada país. Por exemplo, o MAPA – Ministério da Agricultura, preparados dessas substâncias que, incorporados nos alimentos do contexto dos corantes naturais, o carmim de cochonilha é Vermelho ponceau 4R Pecuária e Abastecimento – diz que “aditivos são substâncias dos animais, são suscetíveis de inf luenciar as características um dos mais consumidos no mundo por sua versatilidade e boa Vermelho 40 ou que desses alimentos ou a produção animal”. Finalmente, a estabilidade ao calor, luz e oxidação”, esclarece Helo Blanco, Verde folha normalmente não se consomem como alimento, tenham ou Organização Mundial do Comércio (OMC), em texto aceito pela executiva da Doce Aroma. Marrom M não valor nutritivo, que afetem ou melhorem as características Receita Federal do Brasil, diz “aditivos são elementos nutritivos Para a produção dos corantes naturais, a empresa tem Roxo açaí e roxo uva do alimento ou dos produtos animais”. Já o Food and Drug funcionais, que incluem vitaminas ou provitaminas, aminoácidos, realizado micro-organismos adicionados intencionalmente, significativos investimentos, especialmente no 34 35 “A Doce Aroma tem realizado significativo investimento na produção dos corantes naturais, especialmente no que se refere à formulação de novas tonalidades”, Helo Blanco. “Observamos uma procura crescente por corantes naturais. Esta demanda deve-se, sobretudo, a tendência por uma alimentação mais saudável”, Tatiane Graciano Domingues, da Vogler. considerados membro da família. É importante salientar apenas segmento da Vogler. o alto custo para aplicação dos corantes naturais nos alimentos para animais de estimação. Estes corantes são extremamente se analisa a aplicação dos corantes na nutrição animal: primeiro sensíveis e o processo de extrusão é bastante agressivo, além de que nas linhas Premium e Super Premium, já não se utilizam terem o custo bem mais elevado quando comparado aos corantes mais corantes; segundo, nos alimentos econômicos e standard artificiais”, analisa Tatiane Graciano Domingues, gerente de têm tido um crescimento do uso de corantes, em busca de A Vogler comercializa as seguintes opções em corantes: Innocolors de tonalidades marrom e verde Amarelo crepúsculo Amarelo tartrazina Vermelho amaranto Vermelho ponceau Vermelho alura Azul indigotina Azul brilhante Dióxido de titâneo Corantes lipossolúveis Corante caramelo Clorofila Antocianina Betacaroteno Luteína Cantaxantina, entre outros. A gerente da Vogler acrescenta que há duas vertentes quando tonalidades mais fortes em relação ao que se utilizava no passado e, com isso, a inclusão de corantes por tonelada de alimento produzido aumentou consideravelmente. Os cuidados com a qualidade dos corantes oferecidos levou a Vogler à Índia para conferir pessoalmente os produtos da Roha, marca que representa atualmente. “Para homologar este fornecedor fomos conhecer a sua planta e ficamos atentos para verificar a concentração dos corantes e se havia a presença de impurezas. A Vogler exige teores de chumbo, arsênio e metais pesados inferiores aos da legislação brasileira vigente, sempre nos baseando nas leis mundiais mais restritas. Além disso, esporadicamente enviamos os corantes para análise em laboratórios, a fim de garantirmos e assegurarmos a qualidade dos produtos que fornecemos”, acrescenta Tatiane. Para o seu futuro neste segmento de corantes, a Vogler deseja crescer com responsabilidade, fornecendo ao mercado um produto que agregue qualidade e, sobretudo, que proporcione ao animal de estimação segurança ao consumi-lo. “Este é o grande diferencial da nossa empresa”, reforça Tatiane. Segurança Alimentar 36 37 Contaminação por metais pesados Chumbo 1. Metais Pesados Metais pesados são elementos químicos com pesos atômicos entre 63.6 a 207.9 e densidade >5.0 g/cm3 (Tabela 1). Entre os principais Tabela 1 – Exigência de vitaminas para cães por 1000 kcal de energia metabolizável metais pesados que podem contaminar os alimentos, a água e o meio ambiente (inclusive alimentos para pets, produzidos com ingredientes Tabela 2. Fontes Metais de contaminação e toxicidade de alguns metais pesados em alimentos pets Fontes Principais de contaminação sinais de intoxicação CHUMBO (Pb) Alimentos enlatados, vegetais tratados com agrotóxicos, fígado bovino, poluição do ar, utilização de agrotóxicos com residuos na pastagem, fertilizantes, tintas, combustíveis, gás contendo Pb, papel de jornal e anúncios coloridos. Danos ao sistema nervoso central, rins, fígado e sistema reprodutivo. Alterações dos processos celulares básicos e funções cerebrais. Podem provocar anemia, insônia, dor de cabeça, tontura, irritabilidade, fraqueza muscular, alucinação e danos renais (SALGADO, 1996). CÁDMIO (Cd) Alimentos, efluentes gasosos industriais, fertilizantes, agrotóxicos, frutos do mar, farinha de ossos, materiais cerâmicos, solda. Provoca elevação da pressão sanguínea e aumento de órgãos (coração e próstata). Redução da imunidade. Carcinogênico. Enfraquecimento ósseo, dores nas articulações, anemia, enfisema pulmonar, osteoporose e perda de olfato. Danos renais e em altos níveis é letal (NASEEM; TAHIR, 2001). MERCÚRIO (Hg) Açúcar, tomate e pescado contaminados, Termômetros, agrotóxicos, água, polidores, ceras, tintas, lâmpadas fluorescentes de Hg, derivados de petróleo. Causa danos no SNC, disfunção pulmonar e renal, dor torácica e dispneia (NAMASIVAYAM; KADIRVELU, 1999). COBRE (Cu) Indústria de refratários e química, efluentes gasosos industriais, pilhas de rejeito. Provoca vômitos, cólicas, convulsões e até a morte (PAULINO et al., 2006). CROMO (Cr) Efluentes gasosos industriais, curtume, indústria de refratários e química, soldagens, produção de ligas ferro-cromo, cromatos, dicromatos, pigmentos e vernizes. Causa acumulo na cadeia alimentar, provoca graves irritações na pele a carcinoma de pulmão (KHEZAMI; CAPART, 2005). contaminados) e causar sérios danos à saúde, estão o chumbo (Pb), arsênico (As), cádmio (Cd), mercúrio (Hg), cromo (Cr), cobre (Cu) e manganês (Mn). As principais fontes de exposição de animais e humanos a esses metais são os alimentos. Através deles os metais são absorvidos IUPAC, (2005) pelo organismo sendo difícil eliminá-los. Ao contrário dos contaminantes orgânicos, os metais pesados não são biodegradáveis e tendem a se acumular nos organismos vivos, sendo tóxicos e carcinogênicos quando encontrados em alimentos para pets. abordados separadamente na Coluna da presente Revista. O primeiro a ser abordado nessa edição será o Pb, seguido pelo Hg, Cd, Cu e Cr, nos Considerando que os metais pesados possuem características diferenciadas, bem como efeitos tóxicos variados (Tabela 2), serão em diferentes concentrações (Srivastava; Majumder, 2008). Os metais são considerados os agentes tóxicos mais antigos conhecidos pelo homem. Há aproximadamente 2000 a.C., grandes quantidades de Pb eram obtidas de minérios, como subproduto da fusão da prata e isso provavelmente tenha sido o início da utilização e causa de intoxicação por esse metal. Os metais pesados ocorrem naturalmente * ponto de fusão: 327°C IUPAC, (2005) * ponto de fusão: 327°C no ecossistema com grandes variações na concentração e diferem de 2. Metais Essenciais e Micro-contaminantes de Alimentos outros agentes tóxicos porque não são sintetizados nem destruídos. Sua presença pode estar associada à localização geográfica, nestes casos, a potássio, cálcio, ferro-Fe, Zn, Cu, níquel-Ni e Mg; (2) micro- contaminação pode ser controlada, limitando o uso de produtos agrícolas contaminantes ambientais (As, Pb, Cd, Hg, alumínio, titânio, estanho e proibindo a produção de alimentos em solos contaminados (Salgado, e tungstênio) e (3) elementos essenciais e simultaneamente micro- 1996; Salazar et. al., 2012). contaminantes (Cr, Zn, Fe, Co, Mg e Ni). Os metais contaminantes não Os metais são classificados em: (1) elementos essenciais (sódio, Portanto todas as formas de vida são afetadas pela presença de metais, são necessários para as atividades metabólicas normais e são tóxicos para dependendo da dose e da forma química. Alguns metais são essenciais para célula, mesmo em baixas concentrações. Esses metais são reconhecidos o crescimento dos seres vivos (cobalto-Co, Cu, Mg, molibdênio, vanádio, como os mais agressivos e são geralmente chamados de metais pesados. estrôncio e zinco-Zn) para a realização de suas funções vitais. Porém níveis excessivos desses elementos podem ser extremamente tóxicos. aguda são anúria e diarreia sanguinolenta, decorrentes da ingestão. Por outro lado, outros metais, denominados pesados (tais como: Hg, Pb Atualmente, ocorrências de intoxicação a médio e longo prazo com níveis e Cd) não possuem nenhuma função no organismo e a seu acúmulo pode menores do metal (intoxicação sub-aguda e crônica, respectivamente) provocar graves doenças, sobretudo nos mamíferos (pets, animais de têm sido as mais observadas e as relações causa-efeito podem ser pouco produção, humanos). Além disso, níveis elevados de metais pesados em evidentes e quase sempre sub-clínicas. Os efeitos são difíceis de serem resíduos do descarte de alimentos e outros dejetos eliminados no ambiente distinguidos, pois podem ser provocados por outras substâncias tóxicas (pilhas, lâmpadas, baterias, ligas metálicas) são pontos importantes na ou por interações entre agentes químicos. A manifestação dos efeitos poluição ambiental (Cayir; Coskun, 2010). Quando lançados através de tóxicos está associada à dose e pode distribuir-se por todo o organismo, resíduos industriais, na água, no solo ou no ar, esses elementos podem ser afetando vários órgãos, alterando os processos bioquímicos, organelas absorvidos pelos vegetais e animais das proximidades, provocando graves e membranas celulares (Fu; Wang, 2011). A Tabela 2 apresenta fontes intoxicações ao longo da cadeia alimentar (Tabela 2). de contaminação e toxicidade de alguns metais pesados que podem ser Os distúrbios causados por metais pesados (Hg) na intoxicação próximos números. Grupo BC Segurança Alimentar 38 Organizações Empresariais Baltazar de Castro 3. CHUMBO 39 O Pb tem largo uso industrial devido as suas características físico- químicas (ponto de fusão elevado, maleabilidade, altamente dielétrico, resistência a radiações ionizantes e formação de ligas com outros metais). Higiene e Limpeza Portanto muito utilizado na fabricação de pilhas, baterias, ligas metálicas, fertilizantes, alguns agrotoxicos, combustíveis, pigmentos cerâmicos, inclusive em papel de jornal e anúncios coloridos. Pode, portanto, chegar Produtos de Higiene e Limpeza Sabão e Derivados ao alimento animal e humano através da contaminação do ambiente em que (a) esse alimento (vegetal) é produzido e (b) animais de produção se alimentam de pastagens da região (Iupac, 2005; Reilly, 1991). É extremamente tóxico, acumula-se no organismo principalmente nos ossos e os compostos de Pb são igualmente nocivos aos animais. Desde 400 a.C., Hipócrates descreveu uma doença a qual chamou de saturnismo, com sintomas de cólica à paralisia, contraído por homens que Figura 2. Contaminação de rio por chumbo e cádmio próximo a fábrica de baterias com vazamento na província de Zhejiang, China. 3.1 Mecanismo de Ação do Chumbo trabalhavam com Pb (Reilly, 1991). O Pb é encontrado no meio ambiente como resultado da sua ocorrência natural e da sua utilização industrial, apesar de não ser um elemento comum nas águas naturais é facilmente em episódios isolados, acarreta em uma diversidade de prejuízos ao A intoxicação por Pb, tanto por exposições a longo prazo quanto introduzido no meio ambiente por uma série de processos e produtos organismo do animal. Devido a sua habilidade de inibir ou imitar minerais humanos como: plásticos, tintas, pigmentos, indústrias metalúrgicas, como o cálcio e o Zn (ambos importantes para a funcionalidade das incineradores e aditivos da gasolina. As Figuras 1 e 2 apresentam as células), altera os níveis desses elementos no organismo. Causa, portanto, vias de contaminação e caso especifico de rio contaminado por Pb e Cd distúrbios relacionados ao metabolismo celular afetando diversos órgãos C devido a vazamento de fábricas de baterias na China, respectivamente. e sistemas do organismo. A toxicidade do Pb resulta, principalmente, de M Mesmo em baixas concentrações pode comprometer o sistema sua interferência no funcionamento das membranas celulares e enzimas, nervoso, o sangue e os rins. Durante os últimos anos fontes de formando complexos estáveis com ligantes contendo enxofre, fósforo, contaminação ambiental por Pb têm diminuído tanto pela abolição do nitrogênio ou oxigênio (grupamentos -SH, -H2, PO3, -NH2 e -OH) que seu uso na gasolina, como também pelo fato de serem banidas as soldas funcionam como doadores de elétrons (Saryan; Zenz, 1994). em embalagens de alimentos e bebidas (Nascimento et al., 2006). Após absorvido, o Pb não é distribuído de forma homogênea no Alimentos tais como frutas, vegetais, carnes, visceras (figado), grãos, organismo. No sangue, esse contaminante está quase sempre associado aos frutos do mar, bebidas leves e vinhos podem conter Pb, originado da eritrócitos, sendo em seguida distribuído aos tecidos moles (fígado e rins) água de preparo ou plantas e animais criados em locais contaminados. A e aos minerais (ossos e dentes). As maiores concentrações são encontradas alimentação com estes contaminantes pode provocar o acúmulo na cadeia nos ossos, onde o metal fica estocado na forma de trifosfato, porém os alimentar por ingestão pelos animais e pelo homem. Muitos vegetais, efeitos de sua exposição têm maior impacto no sistema nervoso, medula grãos e carnes presentes nas rações para pets podem estar contaminados óssea e rins. A principal manifestação clínica do efeito da intoxicação no por este elemento químico e ocasionar graves problemas de saúde. sistema hematopoiético é a anemia, acarretada pela inibição da síntese da Gordura Animal Sebo Industrial Óleo de Frango e Óleo de Peixe Y CM MY CY CMY K Nutrição Animal Farinha de Carne Esterilizada Farinha de Sangue Farinha de Ossos Calcinado Farinha de Penas Farinha de Vísceras Farinha de Peixe BC Participações e Empreendimentos Goiânia (GO) - Administração Geral Fone: (62) 3243-5100 Transportadora Sta Edwiges Animais/Humanos Figura 1. Rota de contaminação pelo Pb na exposição animal e humana (IPCS, 1995). Reciclagem - Amiga da Natureza [email protected] [email protected] Repar [email protected] [email protected] ReBras - Reciclagem Brasileira de Resíduos Animais [email protected] [email protected] AR Nutrição Animal [email protected] [email protected] [email protected] Nordeste Industrial [email protected] Sabao Geo [email protected] Segurança Alimentar 40 hemoglobina e diminuição do tempo de vida dos eritrócitos circulantes, 41 assim a contaminar as rações ao se fortificar as mesmas. Outras fontes de testes rápidos e específicos (kits) baseados em métodos colorimétricos, 4. Referências (recomendação para leitura) Cayir, A; Coskun, M. The heavy metal content of wild edible mushroom samples collected in Canakkale Province, Turkey. Biological Trace Elemental Research, 134, 212-219, 2010. Fu, E; Wang, Q. Removal of heavy metal ions from wastewaters: A review. J. Environ. Management, 92, 407-418, 2011. Khezami, L; Capart, R. 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O diagnóstico definitivo deve prolongados (Mavropoulos, 1999). agrotóxicos e fertilizantes, além de poluição ambiental. Alguns alimentos ser confirmado através da determinação dos níveis deste elemento no destinados a gatos que contém ingredientes derivados de produtos do sangue ou vísceras do animal afetado. 3.2. Sinais Clínicos da Intoxicação por Chumbo em Pets mar, que são capazes de bioacumulação de metais pesados presentes em Sendo o Pb um elemento tóxico que acumula-se no organismo, sistemas aquáticos, podem apresentar também contaminação. deve ser considerada uma emergência que requer cuidados imediatos. dependendo do nível e duração da exposição pode afetar vários sistemas Fonte: o solo é considerado um dos depósitos principais de Pb, pois ao O tratamento para esse tipo de contaminação é pouco eficiente, mas orgânicos. Os sinais clínicos de envenenamento por Pb em pets, em sua alcançá-lo, este contaminante pode permanecer indefinidamente, sendo recomenda-se a administração intravenosa de agentes quelantes como maioria, estão relacionados com o sistema gastrointestinal e nervoso uma das fontes importantes de contaminação de pastagem e cultivares. O Pb o versenato de cálcio e edetato dissódico de cálcio. Outros tratamentos central e vai depender da intensidade e tempo de exposição ao metal: na (a) no solo pode estar sob diversas formas: (a) relativamente insolúvel (sulfato, incluem a penicilamina ou tiamina. Também pode ser realizada uma intoxicação crônica: alguns sinais gastrointestinais são perceptíveis devido carbonato ou óxido); (b) solúvel; (c) adsorvido; (d) adsorvido & precipitado lavagem gástrica para remover e limpar o conteúdo do estômago se o a constante exposição dos tecidos com baixas concentrações de Pb e na como sesquióxido; (e) adsorvido em matérias orgânicas coloidais ou ainda Pb foi ingerido dentro de pouco tempo (até 2 horas). Existem também (b) intoxicação aguda: os sinais nervosos se sobressaem e, portanto mais (f) complexado no solo (IPCS, 1995). O pH do solo influencia a mobilidade alguns medicamentos disponíveis que podem ajudar na redução da perceptíveis, principalmente em animais jovens. Os sinais clínicos mais do metal, que pode sofrer modificações, formar compostos menos solúveis carga corporal de Pb, especialmente nos casos em que as concentrações comuns durante contaminação aguda são vômitos, diarreia, letargia, falta de e tornar-se menos disponível. Em solos cultivados, os níveis de Pb podem de Pb no sangue são muito elevadas. Após o tratamento, novos testes apetite, dor abdominal, regurgitação, fraqueza, convulsões e cegueira. Deve variar de 20 a 80 mg/g (AAS, 1985). O regulamento da União Européia para laboratoriais sanguíneos devem ser realizados para verificar o nível de suspeitar-se de intoxicação por Pb em todos os casos nos quais se observam controle de Pb estabelece o limite máximo de 5 mg/kg de Pb em alimentos contaminação pelo agente em questão. sinais nervosos incluindo cegueira. Nestes casos é necessário procurar com teor de umidade de cerca 12%, sendo a mesma uma legislação bastante as fontes de intoxicação por Pb em que o animal se expos. Além do citado atualizada - de agosto de 2012 (EU, 2012). 3.5 Como Evitar e Reduzir a Contaminação de Alimentos para Pets com Chumbo acima, estudos demonstram que em animais o Pb produz tumores. 3.3 Resíduos de Chumbo em Alimentos para Pets Tratamento: com relação ao tratamento, a contaminação por Pb 3.4 Diagnóstico e Tratamento de Intoxicação por Chumbo Diagnóstico: o diagnóstico da intoxicação por Pb é baseado ingestão de água/alimentos, inalação do ar/fumaça e absorção pela pele Uma vez que o Pb pode ser introduzido nos tecidos vivos pela (a) Os níveis de Pb em alimentos, seja nos ingredientes e/ou no produto inicialmente, na anamnese (questionário) e exame físico realizado pelo [provenientes de descartes de resíduos industriais lançados na água/ar) final, destinados a pets, além de serem muito variáveis, podem ser clínico veterinário, onde o histórico de contato ou ingestão de produtos/ e (b) produção de alimentos para pets que utilizem ingredientes (origem parcialmente removidos por processos físicos antes de serem processados materiais/alimentos contendo Pb será averiguado, assim como início animal e vegetal) provenientes de áreas poluídas, há necessidade de quando de origem vegetal (lavagem ou descasque). Embora organizações do quadro sintomatológico e sinais observados. Testes laboratoriais estabelecer medidas de controle especificas e níveis máximos de resíduos internacionais propõem limite de tolerância para humanos (ingestão como hemograma completo, perfil bioquímico, e exame de urina para assegurar a saúde do consumidor (pets). semanal) de 3 mg de Pb para adultos (400 a 450 m g/dia), para animais, podem auxiliar no diagnóstico inicial. Exame de sangue pode revelar incluindo pets, ainda não há limite estabelecido. Os alimentos, tanto de células vermelhas de tamanho desigual (anisocitose), forma anormal ingredientes (animal/vegetal), bem como das matérias-primas/aditivos origem vegetal quanto animal (Figura 3), além da água, são as maiores (poiquilocitose), variações na coloração (policromasia, hipocromasia) e minerais utilizadas na produção de suplementos minerais inclusos nesses fontes de exposição animal e humana ao Pb. Importante salientar que aumento do número de neutrófilos (Fig. 4). Parte do Pb ingerido pode produtos. Existem certos órgãos que realizam fiscalização do uso somente animais e crianças podem ter exposição adicional vindas de solo e poeiras, ser excretado pelas fezes, quando transformado em sulfetos insolúveis no de matérias-primas minerais registradas, aplicação de Boas Práticas de já que entram em contato direto com essas fontes de contaminação. Pela trato gastrintestinal e parte pela urina. Apesar do nível de Pb na urina Fabricação e que apresentem garantia de rastreabilidade (Sindirações, via digestiva temos a maioria das intoxicações domésticas. ter sido um indicador de exposição ao metal, é importante ressaltar que 2010). Contudo é necessário que essa fiscalização seja periódica e efetiva. Medidas de controle de Pb em rações incluem a avaliação dos Os resíduos desse metal pesado podem estar presentes na dieta, além esta concentração não representa com fidelidade o grau de absorção, Visando à proteção da saúde animal e humana, órgãos da ingestão de alimentos contaminados, através da adição de auxiliares já que os rins excretam quantidades elevadas de Pb somente quando a ambientais e de saúde vêm realizando proposições de medidas de tecnologia e/ou minerais. Pesquisadores afirmam que os minerais concentração do metal no sangue for alta. Para pequenas concentrações direcionadas à redução e prevenção da exposição ao Pb, buscando essenciais e outros aditivos podem conter concentrações significativas de do metal, a determinação da concentração na urina será útil quando a diminuição do uso do metal e de seus compostos, além da metais pesados devido à presença dos mesmos, como impurezas, vindo acompanhada de outros parâmetros. Também como alternativa no redução das emissões de substâncias que o contenham. Por outro diagnóstico rápido de intoxicação por Pb, estão disponíveis no mercado lado, é importante a implantação de programas que promovam o entendimento e conscientização das indústrias quanto aos efeitos do Pb, extensivo aos outros metais pesados, na saúde de animais, os quais dependem/consomem raçoes diariamente. Inclusive, conscientização sobre os perigos da sua exposição e as formas de minimizar os efeitos do metal no organismo. Mais estudos são necessários para obter informações de intoxicações características Figura 3. Ingredientes de origem vegetal e animal utilizados, na íntegra ou seus resíduos na produção de ração para pets e que podem estar/ser contaminados por chumbo. (a) (b) Figura 4. (a) Glóbulos vermelhos do sangue susceptíveis a alterações por intoxicação devido a ingestão de alimentos contaminados com (b) chumbo. em pets e principalmente especificando suas diferentes raças e idades, os quais poderão servir como subsídios para estabelecimento de níveis tolerados. No próximo exemplar será abordado outro elemento do grupo dos metais pesados que pode contaminar pet food – o mercúrio. Profa. Vildes M Scussel, Med.Vet. Karina K de Souza, MSc Geovana D Savi, Menithen Bieber, Laura P Garcia, Vinícius Vitorino, Sheron Bitencourt, Kin A da Costa Laboratório de Micotoxicologia e Contaminantes Alimentares - LABMICO, www.labmico.ufsc.br Depto de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC – Brasil. 42 Pet Food Online 43 Normalmente, o grau de enchimento dentro de um condicionador é controlado pela configuração do batedor ou pás. Por exemplo, um maior grau de enchimento pode ser realizado no interior do condicionador através do aumento do número de batedores ou pás configuradas na posição inversa. Por outro lado, para diminuir o nível de um enchimento é necessário configurar o condicionador com os batedores ajustados para a posição positiva ou para frente. Para aumentar o nível de mistura, os batedores precisam estar na posição zero ou ponto morto. Para melhor qualidade no tempo de retenção de um condicionador é necessário seguir orientação do fabricante mas como orientação basica é ideial trabalhar com os condicionadores com o maior tempo de retenção possivel, pois quanto melhor for o processo do condicionamento melhor e mais vantagens haverá na extrusão. CLAUDIO MATHIAS ANDRITZ FEED & BIOFUEL EXTRUSION DIVISION [email protected] [email protected] Condicionamento de alimentos para animais de estimação e aquáticos D Como discutido, o tempo de retenção é um parâmetro crítico para o processo de extrusão. Isso impacta diretamente nas características do produto final, como a palatabilidade, e modo a calcular o tempo de permanência densidade e textura. Ele também pode variar de produto para médio dos condicionadores, há necessidade de obter produto. No passado, a fim de alterar o tempo de retenção conhecimento em duas variáveis: a massa ou o peso do de um produto diferente, seria preciso desligar e alterar a material no interior do condicionador e a taxa de fluxo configuração do batedor para optimizar o sistema. Como isso total através do condicionador ou seja qual a alimentação leva tempo e torna-se caro por causa do tempo de parada da de matéria prima estava sendo processada. Assumindo que residencia é principalmente uma função do rendimento linha de extrusão nos ultimos anos foi adotado padrãoes fixos o condicionador não está montado sobre células de carga, geral, logicamente que há outros fatores envolvidos, tais de tempo de retenção e não se altera as configurações mas o seguinte procedimento pode ser usado para calcular o como, forma e qualidade de fabricação do equipamento diante de tantas variedades de matéria prima e da necessidade tempo de retenção médio de um dado sistema. Primeiro, e etc, mas normalmente o grau de enchimento em um de novos produtos e juntando a isso os avanços tecnológicos deve-se operar o sistema em estado de equilíbrio e deve condicionador atmosférico operam normalmente com atualmente é possivel alterar o tempo de retenção e grau de medir ou calcular a taxa de fluxo total de alimentação. 40 a 50% do seu volume livre sendo preenchido pelo preenchimento com a linha em operação, sem ter que desligar Deve se parar o sistema cheio e fazer a retirada de todo material a ser condicionado. Conforme discutido por anos, e alterar as configurações dos batedores. Além disso, com os produto, inclusive raspando as paredes do condicionador e com o avanço da tecnologia, este grau de preenchimento atuais controles de tempo de retenção um condicionador pode assim obter o peso exato de todo produto. Assim tomamos pode ser elevado para 80% do volume livre de alguns utilizar de 20 a 80% do volume livre, enquanto que um típico o valor retido no condicionador dividido pelo fluxo total condicionadores. Sabemos que o tempo médio de retenção condicionador opera de 40 a 50% de enchimento. de alimentação do sistema, o qual é igual ao tempo médio é afetado pela alteração do grau de preenchimento e vazão de retenção no sistema. em um condicionador. O tempo médio de retenção diminui Tempo de permanência médio ou o tempo de com o aumento da taxa de transferência. Continuação sobre condicionadores na proxima edição.... 44 Pet Market 45 Meu cão sabe surfar H Limma Júnior Diretor da Nutridani Alimentos á alguns domingos, parei em frente a isopor. Estranho? Pode até ser, mas essa atividade televisão da minha sala para assistir ao jogo do esportiva existe e faz sucesso nos Estados Unidos. meu time de futebol. Como ainda faltavam alguns minutos para iniciar a partida, comecei a procurar que sem muita coisa para fazer em um dia de sol na em outros canais algum programa para me entreter. praia) resolveu colocar seus cães em pranchas de Demorei bastante e quando quase estava desistindo surfe e mandá-los para a água. O passatempo deu achei uma atração inusitada: surfe para cães. Sim, certo. Mais donos de cachorros resolveram testar as é isso mesmo. Cães de coletes e sobre pranchas de habilidades de seus animais nas ondas do mar e dessa Um grupo de americanos californianos (creio forma criaram um campeonato. Um dos últimos realizados nas areias de como os realizados nos Estados Unidos. Existem Califórnia reuniu 80 competidores de todas as raças algumas pessoas que levam seus cães para surfarem, e tamanhos e cerca de quatro mil espectadores. O mas fazem isso de forma isolada. Além da prática de evento arrecadou cerca de 100 mil dólares. Dinheiro surfe, já vi cães jogarem futebol, andarem de skate e que foi revertido para cuidados aos cães abandonados. acompanharem seus donos em corridas em parques. As cenas dos cães pegando ondas são hilárias. No Brasil, não há notícias de eventos parecidos Comentei sobre a prática de esportes (mesmo as Os seus donos os levam sobre a prancha até o local exóticas) porque essas atividades são importantes determinado no mar e os empurram no momento para certo para surfar as ondas. Os tombos são comuns, exercícios, além de unirem os donos e seus animais, mas uma equipe de salva-vidas monitora todo o ajudam os cães a praticarem exercício e saírem do andamento das provas para evitar acidentes com os sedentarismo. animais. o desenvolvimento dos animais. Esses Esse mal (preguiça) que af lige grande parte da Depois de ver bulldog , schnauzer e até um população também chega até os cães domésticos. pinscher pegando onda como seus donos, esqueci Cada vez mais acostumados a compartilharem do jogo do meu time (foi até bom porque o meu nossos hábitos e manias, eles sofrem com a falta de time perdeu). Além da prancha, todos usam coletes atividades físicas. para f lutuarem, caso caiam na água e os socorristas demorem a chegar. para manter o cão em forma. Existem pesquisas que Alguns animais levam jeito para o esporte. mostram que aproximadamente 30% da população Ficam concentrados sobre a prancha e chegam até o canina sofrem com o sobrepeso. Por conta disso, final da onda, como se fossem surfistas profissionais. além das atividades, deve-se, principalmente, cuidar Existem juízes que julgam a coragem diante do mar, da dieta, com alimentação saudável e indicada por tempo sobre a prancha e o estilo de pegar a onda. um médico veterinário. Apenas correr pelo quintal de casa não serve Caderno Técnico 1 46 47 Ingrediente Ativo Tabela 1 – Exigência de vitaminas para cães por 1000 kcal de energia metabolizável Mínimo Recomendado Vitaminas Unidade Adulto Crescimento¹ Máximo A UI 1250 1250 100.000 D UI 125 125 800 E UI 9,00 12,50 Tiamina mg 0,56 0,35 Riboflavina mg 1,50 1,31 Ácido Pantotênico mg 2,50 3,75 Piridoxina mg 0,38 0,38 B12 µg 5,50 8,75 Niacina mg 2,75 4,25 Ácido Fólico mg 45,0 67,5 Colina mg 300 425 ¹ Animais com idade igual ou superior a 14 semanasAdaptado de FEDIAF (2011) Nutrientes essenciais para cães e gatos Parte III – Vitaminas Bruna Ponciano Neto e Cláudio Scapinello Introdução ingestão de alimentos ricos em vitaminas ou suplementos As vitaminas são moléculas orgânicas, necessárias em vitamínicos (NRC, 2006). pequenas quantidades na dieta e desempenham diferentes funções Assim, nesta edição serão abordadas as exigências, funções, metabólicas. Ainda que sejam classificadas como moléculas metabolismo e sinais de deficiências das vitaminas, bem como aspectos orgânicas, as vitaminas, não são utilizadas como fonte energética práticos para a sua suplementação em dietas para cães e gatos. ou estrutural, porém são essenciais ao desenvolvimento normal Exigências de Vitaminas dos tecidos, ao crescimento, a manutenção e saúde dos cães e gatos (Lehninger, 2011). tabelas 1 e 2 respectivamente. Para o melhor entendimento das suas funções nutricionais e A exigência de vitaminas para cães e gatos encontram-se nas fisiológicas é interessante considerar as vitaminas como um grupo, Vitaminas lipossolúveis apesar de não estarem relacionadas quimicamente. As vitaminas são classificadas em dois grandes subgrupos de acordo com a sua solubilidade em lipossolúveis e hidrossolúveis. Entre as vitaminas juntamente com as micelas formadas pelos ácidos biliares e produtos da As vitaminas lipossolúveis são absorvidas no intestino delgado, lipossolúveis incluem-se as vitaminas A, D, E e K e entre as digestão lipídica e transportadas até o fígado, onde são armazenadas. hidrossolúveis as vitaminas do complexo B e vitamina C. Diferentemente das vitaminas hidrossolúveis, as vitaminas lipossolúveis Poucas destas substâncias podem ser sintetizadas pelo podem ser armazenadas em quantidades satisfatórias pelo organismo, organismo animal ou a sua síntese ocorre em níveis subótimos. deste modo os sinais de deficiência desenvolvem-se tardiamente. Desta forma, as vitaminas na sua forma ativa ou em alguns casos, As vitaminas lipossolúveis não assimiladas pelo organismo animal seus precursores devem ser fornecidos na dieta. ou os metabólitos destes componentes são excretadas nas fezes Quando ausentes na dieta, ou presentes em quantidades via bile. Ocorrendo falhas neste mecanismo, o acúmulo excessivo inferiores a exigência, produzem sinais de deficiência específicos (hipervitaminose) leva a sintomas de toxidez, principalmente para as (hipovitaminoses). Estas carências podem ser corrigidas pela vitaminas A e D (Combs, 1998). Vitamina A ocorrer por baixo aporte dietético desta vitamina ou por problemas na A vitamina A é o termo que denomina os compostos retinol, retinal e mobilização das reservas no fígado. Para a mobilização da vitamina A ácido retinóico; sendo que o retinol é a sua forma ativa. Est es compostos é necessária a proteína ligadora de retinol que apresenta o Zn como são essenciais para várias funções no organismo como: diferenciação cofator, portanto a deficiência de Zn pode acarretar em deficiência de celular, resposta imune, crescimento e visão. vitamina A concomitante e seu acúmulo no fígado. A deficiência desta vitamina pode resultar em dermatose, podendo Casos de deficiência da vitamina A são raros em cães, uma vez Caderno Técnico 1 48 49 que esta vitamina é adicionada no alimento via premix, em sua forma Vitamina E termoestável, garantindo a oferta mínima desta vitamina ao animal. A deficiência de vitamina A afeta principalmente a reprodução, visão como os tocoferóis e tocotrienóis, sendo o alfatocoferol a forma e o funcionamento do epitélio digestório, respiratório especialmente, mais ativa, capazes de participar de reações que envolvem trocas levando a um quadro conhecido por metaplasia escamosa. de elétrons. Assim, estes compostos são potentes antioxidantes principais quinonas são a K1 (filoquinona) e a K2 (metaquinona). A vitamina K atua como cofator principalmente as protegidas que garantem maior estabilidade após o processo de extrusão. A vitamina E é composta por um grupo de substâncias similares Vitamina K A vitamina K é constituída por um grupo de compostos químicos denominados quinonas. As A toxidade de vitamina A não é frequente, pois o precursor da celulares e combatem os radicais livres, produtos intermediários do para a enzima carboxilase, que atua sobre o ácido glutâmico para a formação de protrombina, vitamina é atóxico e a mucosa intestinal regula a hidrólise do betacaroteno metabolismo animal, transformando-os em compostos menos tóxicos essencial para a coagulação sanguínea. As principais fontes de vitamina K são de origem vegetal e a subsequente absorção como retinol. Como os gatos apresentam baixa ao organismo. Isto confere a vitamina E propriedades nutraceuticas como espinafre, porém, ingredientes utilizados em pet food como fígado, ovos e peixes são boas atividade da enzima dioxigenase, essenciais para o desdobramento dos e possibilidade de prevenção de doenças degenerativas, causadas pela fontes desta vitamina. A microbiota intestinal de cães e gatos é capaz de sintetizar parte ou a betacarotenos necessitam de vitamina A pré-formada (retinil palmitato ação dos radicais livres. totalidade da exigência vitamina K. A principal fonte sintética é a K3 (menadiona) que apresenta ou retinol livre) na dieta. A mucosa intestinal não é capaz de regular alta biodisponibilidade. a absorção destes componentes que, uma vez em excesso, na dieta ácidos graxos poliinsaturados (AGP), como os da série ômega três e seis. podem resultar em sinais de toxidez, que leva a alterações ósseas como a Estes ácidos graxos, quando oferecidos em grandes quantidades na dieta sanguínea e são raros em cães e gatos consumindo alimentos comerciais convencionais. espondilose cervical deformante. podem aumentar a necessidade nutricional de vitamina E pelo animal. Vitamina D Os compostos mais susceptíveis a ação dos radicais livres são os Os sinais de deficiência desta vitamina são, basicamente, transtornos ligados à coagulação Vitaminas hidrossolúveis A gordura dietética influencia na gordura corporal do animal. A camada basal da epiderme é constituída basicamente de lipídeos. A vitamina D é essencial ao metabolismo do cálcio e fósforo. A Em dietas contendo altos teores de AGPs e carentes em vitamina maioria dos casos, por transporte dependente de sódio ou difusão facilitada. Como são principal atuação da vitamina D é na correta calcificação e formação E ocorre o acúmulo de ceróide no tecido da hipoderme. O ceróide é hidrossolúveis, sua capacidade de retenção no organismo é baixa e pode levar a sinais de óssea. Sem essa vitamina, o organismo é incapaz de utilizar corretamente um produto formado durante a peroxidação lipídica e o seu acúmulo deficiência mais rapidamente, em comparação as vitaminas lipossolúveis. Os excessos de o cálcio e o fósforo. A vitamina modula a concentração de cálcio e fósforo leva a processos de necrose e inflamação tecidual resultando em vitaminas hidrossolúveis são excretados facilmente via urina, desde modo estas, em sua no organismo, atuando no intestino, rins e esqueleto. panesteatites, principal sintoma de deficiência severa da vitamina E. maioria, não são tóxicas aos animais (Lehninger, 2011). Pode ser produzida pelo organismo desde que haja incidência de luz As vitaminas do complexo B e vitamina C são absorvidas no intestino delgado, na Estudos têm demonstrado que a suplementação com doses supra Tiamina (B1) solar na pele, partindo-se de provitamina D encontrada no alimento. Sua fisiológicas de vitamina E aumentam o poder de fagocitose e a resposta carência leva a deformações ósseas e problemas reprodutivos. Gemas de imune humoral e celular dos animais. Este efeito é mais acentuado em ovos, óleos de fígado de peixes (em especial de bacalhau) são algumas populações de idosos. para as reações de descarboxilação e acetilação, principalmente no metabolismo dos fontes dessa vitamina. A adição de vitamina D em excesso nas dietas para As principais fontes de vitamina E são o gérmen de trigo, óleo de carboidratos para sua conversão em energia ou lipídeos. Também é importante no cães e gatos pode ser tóxica. O principal sinal de toxidez é a calcificação bacalhau, soja, algodão e girassol. As matérias-primas de origem animal metabolismo dos ácidos graxos, esteroides, ácidos nucleicos e certos aminoácidos. Devido excessiva dos tecidos moles, anomalias esqueléticas, deformações nos fornecem quantidades limitadas de tocoferóis. As fontes sintéticas de à importância da tiamina no metabolismo dos carboidratos, sua exigência aumenta de dentes e mandíbula, além de prejudicar o crescimento de animais jovens. vitamina E são rotineiramente utilizadas em rações para cães e gatos, acordo com o nível de carboidratos na dieta. Ingrediente Ativo Tabela 2 - Exigência de vitaminas para gatos por 1000 kcal de energia metabolizável A tiamina é um componente da coenzima pirofosfato de tiamina, que é necessária As principais fontes de tiamina são fígado, gérmen de trigo e cereais integrais. Apesar da sua abundância em alimentos comumente utilizados em alimentos para cães e gatos, a tiamina é Mínimo Recomendado muito sensível ao aquecimento, e sofre perdas durante o processo de extrusão. Por este motivo é Vitaminas Unidade Adulto Crescimento¹ Máximo A UI 833 2250 100.000 afeta principalmente o sistema nervoso e esta relacionada com o consumo de peixes crus. Estes D UI 62,5 188 7500 alimentos apresentam a enzima tiaminase que degrada a tiamina, porém é um composto termo E UI 9,50 9,50 Tiamina mg 1,40 1,38 Riboflavina mg 1,00 1,00 Ácido Pantotênico mg 1,44 1,43 metabolismo intermediário. Faz parte de diversos sistemas enzimáticos que atuam Piridoxina mg 0,63 1,00 principalmente na cadeia respiratória nas formas FMN (flavina-mono-nucleotídeo) e B12 µg 5,63 5,00 Niacina mg 10,0 10,0 Ácido Fólico µg 200 200 altos teores de riboflavina, principalmente na córnea. Biotina µg 18,8 17,5 Colina mg 600 600 e são libertadas durante a digestão; no entanto, há casos em que as ligações são mais K µg 25,0 25,0 indicado a suplementação de tiamina na dieta, para assegurar que o produto final apresente uma concentração de tiamina suficiente para atender as exigências do animal. A deficiência de tiamina Adaptado de FEDIAF (2011) lábil e facilmente desnaturado em temperaturas normais de cozimento. Riboflafina (B2) A riboflavina exerce papel importante nas reações de redução e oxidação do FAD (flavina-adenina-dinucleotídeo), na transferência de átomos de hidrogênio. A riboflavina é distribuída uniformemente por todos os tecidos, armazenada em pequena quantidade e fixada principalmente sob a forma de flavoproteínas. No globo ocular são encontrados Nos alimentos, muitas flavinas estabelecem ligações não covalentes com proteínas fortes e não se verifica a sua ruptura completa como no caso de cereais que apresentam baixa biodisponibilidade desta vitamina. A farinha de vísceras apresenta-se como uma Caderno Técnico 1 50 51 boa fonte de riboflavina para cães e gatos e a síntese microbiana Cães e gatos apresentam uma baixa exigência de cobalamina, unidades simples de carbono é gerada, principalmente, durante são capazes de sintetizar biotina e a vitamina é absorvida no cólon. Esta também contribui com a demanda de riboflavina. A riboflavina é apresentam capacidade para armazenar uma pequena taxa desta o metabolismo de aminoácidos e são utilizadas na biossíntese fonte de biotina atende aos requerimentos dos cães e gatos não sendo relativamente estável ao processamento térmico, porém é muito vitamina no fígado, além de eficaz absorção através da circulação da purina e pirimidina, componentes de ácidos nucléicos que essencial sua suplementação rotineiramente. susceptível à luz e radiação. Sua deficiência resulta em crescimento entero-hepática. Desta forma, a deficiência de B12 não é comum em são necessários para divisão celular. O ácido fólico também é retardado, problemas reprodutivos, distúrbios no trato digestivo, cães e gatos, assim como outros animais domésticos. Entretanto, essencial para a síntese protética e participa da interconversão de pode induzir a carência de biotina por redução da sua produção dermatite seca e escamosa e visão danificada como cataratas e estudos indicam que cães Schnauzer gigantes apresentam um aminoácidos como a serina e glicina. A vitamina B12 é intimamente intestinal. Outro fator é o consumo de ovo “in natura”, como opacidade do cristalino. transtorno hereditário caracterizado por fraca absorção de B12 associada com a folacina. A vitamina B12 é necessária para a em sucedâneos caseiros fornecidos a filhotes. O ovo apresenta relacionados ao receptor do complexo B12-FI nos enterócitos (NRC, retenção do TFH no tecido. a avidina, substância que inibe a ação da biotina. Nestes casos a 2006). A deficiência acarreta em letargia, déficit de crescimento, suplementação oral de biotina é recomendada. Seu nome vem do grego “phantos” que significa “de todos os lugares”, anemia, queda da imunidade, principalmente em animais jovens. O é sintetizado pelas bactérias presentes no intestino grosso e, isso porque o ácido pantotênico está amplamente distribuído na natureza. tratamento consiste em administração intramuscular de cobalamina. segundo Case (1998), uma grande parte, ou senão a totalidade estão a alopecia, pelagem áspera, lesões nos coxins plantares, das exigências para cães e gatos pode ser supridas desta face e hiperceratose. Estes sintomas podem estar relacionados forma. Os sinais de deficiência incluem anemia, diminuição do com a síntese insuficiente de ácidos graxos para a manutenção crescimento e leucopenia. da sanidade da pele e pelagem, uma vez que, a biotina atua Ácido Pantotênico (B5) Após sua absorção, o ácido pantotênico é fosforilado e convertido em Niacina (B3) coenzima A, enzima essencial no processo de acetilação, principalmente A niacina também é conhecida como vitamina B3, vitamina PP A deficiência de folacina é rara, uma vez que, o ácido fólico Em casos específicos, como a administração de antibióticos, Dentre os sinais de deficiência de biotina em cães e gatos no ciclo do ácido cítrico. Assim, apresentam importante função no metabolismo energético, participando diretamente da conversão de ou ácido nicotínico. Após a sua absorção no intestino, é transformada carboidratos, proteínas e lipídeos em energia. É essencial também para a em nicotinamida, sua forma metabolicamente ativa. A nicotinamida formação de anticorpos e produção dos hormônios suprarrenais. é um dos constituintes da molécula do NAD (nicotinamida-adenina- Como o ácido pantotênico está amplamente distribuído nas dinucleotídeo) e NADP (nicotinamida-adenina-dinucleotídeo-fosfato). reações de carboxilação, participando da síntese de aminoácidos, purinas matérias-primas utilizadas para a produção de alimentos para cães Estas duas coenzimas são os mais importantes redutores biológicos e ácido graxos. Na síntese de ácidos graxos a biotina atua como cofator diversas rotas metabólicas; é precursor do neurotransmissor acetilcolina; e gatos, sinais da sua deficiência são raros. Segundo Combs (1998), que atuam nas mais diversas reações metabólicas, principalmente enzimático para a elongação da cadeia de ácidos graxos na mitocôndria. e é necessária para o transporte de ácidos graxos para o lúmen celular o ácido pantotênico, presente nos derivados de trigo e soja, são no metabolismo energético. O NAD e o NADP atuam transferindo (Bertechini, 2006). altamente disponíveis, em contrapartida o milho e o sorgo apresentam hidrogênio em várias vias enzimáticas que intervêm na utilização dos para cães como cereais, carne e derivados são pobres em biotina ou baixa biodisponibilidade. Isso porque somente o isômero D do ácido lipídeos, carboidratos e proteínas para a produção de energia no ciclo do apresentam baixa disponibilidade. Entretanto, as bactérias intestinais partir do aminoácido serina, com a presença do ácido fólico. A deficiência pantotênico é biologicamente ativo. O isômero D do pantotenato de ácido cítrico. cálcio apresenta 92% de atividade enquanto no DL-pantotenato de cálcio somente 46% de ácido pantotênico está disponível para o animal. nicotinamida dietética e também mediante o precursor triptofano. As necessidades de niacina podem ser supridas pelo consumo de Diferentes espécies animais, incluindo o cão, podem sintetizar niacina a Piridoxina (B6) partir do triptofano. A relação de transformação é de 50mg de triptofano Esta vitamina é formada por três compostos quimicamente similares: para 1mg de niacina (McDowell, 1989). Porém, os gatos apresentam a piridoxina, piridoxamina e piridoxal. O piridoxal é cofator enzimático da atividade da enzima picolinato descarboxilase 30 a 50 vezes superior enzima piridoxal-5-fosfato, que participa de reações de transaminação aos outros animais domésticos convertendo a rota do triptofano para a e deaminação no metabolismo dos aminoácidos e também participa em produção de energia e não niacina. menor grau no metabolismo da glicose e ácidos graxos (Case, 1998). De acordo com Case (1998), a incapacidade de conversão de A exigência de B6 pelo animal está relacionada com a ingestão triptofano em niacina pelos gatos tem pouca importância prática. Isto de proteínas. Como gatos exigem mais proteína na dieta e utilizam porque a nicotinamida está amplamente distribuída entre os ingredientes grande parte desta para a produção de energia, sua exigência de utilizados para a formulação de dietas para gatos. piridoxina é superior a dos cães. Sintomas de deficiência de piridoxina são raros em cães e gatos, devido a utilização de fontes sintéticas mais encontrada no organismo dos animais, enquanto o ácido nicotínico desta vitamina nas formulações. prevalece nos alimentos de origem vegetal. Leveduras e fontes proteicas Entretanto, Bertechini (2006), salienta que nicotinamida é a forma de origem vegetal e animal são ricas nesta vitamina, em contrapartida Cobalamina (B12) o milho é pobre em niacina. Cereais de forma geral apresentam baixos A cobalamina apresenta um mecanismo de absorção complexo. teores de niacina e com pequena biodisponibilidade. Deste modo, a Na grande maioria dos alimentos a vitamina B12 está conjugada as suplementação de niacina, deve ser indicada principalmente para dietas proteínas. Após sua ingestão, o pH ácido do estômago promove a de cães e gatos que apresentam elevada inclusão de cereais. liberação da vitamina, que por sua vez se ligam com as proteínas Ácido Fólico (B9) R, derivadas da saliva. O quimo, no intestino é hidrolisado pelas proteases pancreáticas e a cobalamina, na forma livre se liga ao O ácido fólico (folacina) é absorvido pela célula intestinal e fator intrínseco (FI) produzido pelas células parietais. O complexo reduzida a tetrahidrofolato (TFH). Este é liberado na corrente B12-FI é então reconhecido pelos transportadores da membrana sanguínea e está envolvido nas reações de transferência do epitelial e absorvido no íleo. grupo metil em numerosas reações metabólicas. Uma destas diretamente na síntese de ácidos graxos. Biotina (B7) Colina A biotina, também conhecida como vitamina H, é importante para as Os alimentos geralmente utilizados como ingredientes em rações A colina atua no organismo transportando grupamentos metil em A colina é biossintetizada normalmente no organismo dos animais a Caderno Técnico 1 52 53 de ácido fólico pode ocasionar em uma deficiência de colina, que acarreta (AAFCO, 2004). Semelhantemente, em dietas para perda de peso, na em distúrbios hepáticos (McDowell, 1989). De acordo com Case qual os animais serão submetidos à restrição energética, geralmente (1998), não é assegurado que os cães e gatos produzam colina em níveis de 40% em relação a manutenção é recomendado que sejam elevadas suficientes para atender suas exigências. as concentrações de vitaminas proporcionalmente, visando corrigir a ingestão das vitaminas em função da restrição calórica. Como a colina e a metionina apresentam funções semelhantes como doadores de grupamentos metil no organismo, a metionina pode Como compostos biologicamente ativos, as vitaminas são substituir parte da demanda de colina. As principais fontes são vísceras, bastante sensíveis e instáveis às alterações físico-químicas quando derivados do leite, cereais e gema de ovos. Os sinais de carência desta submetidas às condições impróprias durante seu armazenamento e vitamina não são comuns e por este fato pouco descritos na literatura. inclusão nas rações. A estabilidade de uma determinada vitamina presente em premixes vitamínicos pode ser comprometida devido Vitamina C a fatores desencadeados pela umidade, alta temperatura, reações de A vitamina C (ácido ascórbico) possui um grande potencial de oxidação e redução, luminosidade, pH, tempo de armazenamento, hidroxilação. Este fato confere a vitamina C um papel importante além de antagonismos recíprocos físico-químicos. O processamento como antioxidante natural e também no metabolismo do tecido de extrusão é fator adicional que compete para a perda da estabilidade conjuntivo ligado, principalmente, à síntese de colágeno. O colágeno das vitaminas. Alta pressão, fricção, calor e umidade, colaboram é o principal constituinte dos osteóides e da dentina e é produzido para a maior exposição das vitaminas à destruição química e perda em grande quantidade durante o crescimento. O colágeno também de sua qualidade nutritiva. confere elasticidade à pele. Normalmente é adicionada às rações uma quantidade de A carência de vitamina C leva a alterações no processo de vitaminas superior à exigência, considerando as eventuais perdas cicatrização, hemorragias, anemia e formação óssea anormal. Os cães durante o processamento e armazenamento das rações. Isto ocorre bem como os gatos podem sintetizar vitamina C no fígado a partir porque há necessidade de se garantir uma ingestão adequada em da glicose em quantidades suficientes para atender sua exigência. A vitaminas considerando as variações esperadas no consumo em suplementação de vitamina C não é feita rotineiramente em alimentos consequência do ambiente, energia da dieta, presença de alguma destinados para cães e gatos. O processo de produção das rações, em enfermidade subclínica, stress ou qualquer outro fator que venha sua maioria extrusadas, dificulta a inclusão do ácido ascórbico, uma comprometer a obtenção dos níveis mínimos exigidos pelos vez que, o composto é termo lábil e durante a extrusão o produto animais. Apesar disto, ainda são escassas as pesquisas acerca passa por diversas fases de exposição ao colar e umidade. destes nutrientes para cães e gatos e pouco se conhece sobre as concentrações ótimas vitamínicas nas dietas comerciais. A literatura relacionada à suplementação de vitamina C em cães é escassa, porém, alguns nutrólogos recomendam a suplementação de vitamina C para cães em fase de crescimento. Acredita-se que animais Referências neonatos e jovens não são capazes de produzir ácido ascórbico suficiente AAFCO. Association of American Feed Control Officials. Dog and cat food para atender suas exigências. A suplementação é indicada para cães de substantiation methods. Canada, 2004. 444 p. raças grandes e gigantes, que apresentam rápido crescimento. BERTECHINI, A.G. Nutrição de Monogástricos. Lavras: Editora UFLA. 2006. 301p. Considerações finais Devido à participação quantitativa bastante reduzida numa CASE, L. P.; CAREY, E. P.; HIRAKAWA, D.A. Nutrição canina e felina: manual para profissionais. Madrid: Harcourt Brece, 1998. 424p. ração, as vitaminas tem que ser muito bem diluídas para haver COMBS, G.F. The vitamins – Fundamental aspects in nutrition and health. distribuição uniforme em toda a mistura. Para que ocorra essa 2nd ed. New York/USA: Academic Press, 1998. 618p. distribuição uniforme na ração, diluentes ou veículos das vitaminas FEDIAF. European Pet Food Industry Federation. Nutritional guidelines for sintéticas devem ser utilizados e exemplos de veículos são: a casca complete and complementary pet food for cats and dogs. Belgica, 2011. 75p. de arroz, calcário, óleos, cascas de soja entre outros. Geralmente LENINGHER, A.L. Princípios de Bioquímica. 5.ed. São Paulo (SP): nas formulações ignoram-se os teores vitamínicos dos ingredientes Savier; 2011 e considera-se apenas as quantidades adicionadas nas rações pelo McDOWELL, L.R. Vitamins in animal nutrition – comparative aspects to premix vitamínico, adicionadas em sua forma protegida (beadlet, human nutrition.London:Academic Press, INC,1989.486p. cross-linked, entre outros). NRC - Nutrient Requirements of Dogs and Cats. National Research Council. The National Academy Press: Washington, D.C. 2006. 398p O teor de energia na ração é um fator determinante para o consumo de alimentos. Em dietas com altos teores energéticos Bruna Ponciano Neto – doutoranda do Programa de pós-graduação o consumo de alimento tende a reduzir e, consequentemente, o em zootecnia da Universidade Estadual de Maringá (PPZ/UEM) consumo de vitaminas. Assim em dietas com maior densidade calórica recomenda-se aumentar a concentração das vitaminas Ricardo Souza Vasconcellos – professor adjunto do Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá (DZO/UEM) 54 Caderno Técnico 2 55 Avaliação espermática (AXNÉR AND LINDE FORSBERG, 2007). Infertilidade do gato adulto Diversos agentes podem ser causadores de baixa fertilidade, entre os quais traumas físicos e químicos ou genéticos. Para casos não congênitos existem estudos avaliando alguns nutrientes como preservadores da função reprodutiva do macho, atuando principalmente na manutenção da espermiogênese e na qualidade seminal nos diversos parâmetros demonstrados na Tabela 1. Um gato pode ser considerado infértil por diversos motivos como problemas de desenvolvimento, baixa libido, degeneração testicular, hipoplasia testicular ou patologias associadas, outras características encontradas são a baixa concentração espermática, defeitos espermáticos dos mais variados (Figura 1) ou até azoospermia, que é a ausência de espermatozóides.Tanto a hipoplasia testicular quanto a sua degeneração são causas comuns de baixa qualidade seminal (AXNÉR AND LINDE FORSBERG, 2007). Tabela 1 – Parâmetros Nutrição e reprodução de gatos Fernanda Sayuri Ebina, Rosana Cláudio Silva Ogoshi e Flávia M. O. Borges Saad 1. Introdução A nutrição animal é uma ciência que vem sendo amplamente estudada por ser fator decisivo no bom desempenho de um animal nos diversos aspectos como o produtivo, de bem estar e reprodutivo. A reprodução assistida é a via utilizada para seleção de indivíduos geneticamente valiosos de populações específicas, como no caso de animais de conformação ou produção, animais com genética específica para trabalhos de pesquisa ou mesmo animais ameaçados de extinção. No caso de felídeos, essa última função tem grande importância, uma vez que, com o avanço da biotecnologia, tem-se enfatizado a preservação genética de espécies como o gato do mato, gato maracujá, suçuarana, jaguatirica, tigres, onças, linces e cheetas, espécimes classificadas como ameaçadas. Como a realização de estudos em animais selvagens é uma prática pouco viável, os felinos domésticos podem ser utilizados como modelos experimentais (LUVONI, 2003). No caso de raças domésticas de genética pura e de alto valor, algumas raças são mais predispostas aos problemas reprodutivos, dentre estas encontram-se os Persas e Himalaias (POVEY, 1978) A nutrição pode ser considerada uma maneira de assistência á reprodução uma vez que sua modulação pode alterar o desempenho reprodutivo. 2. Características reprodutivas de felinos machos Os felinos domésticos atingem sua maturidade sexual dos seis aos oito meses de idade, quando inicia a espermatogênese, desenvolvimento testicular e a produção de testosterona. Não se tem informações exatas sobre a sazonalidade desses animais, mas sugere-se maior porcentagem de espermatozoide em épocas de reprodução (AXNÉR AND LINDE FORSBERG, 2007). Assim como demonstrado por Blottner and Jewgenow (2007) que encontraram diferença na produção de testosterona e qualidade seminal entre as estações de primavera e outono. A taxa indicativa para teratozoospermia é a presença de <40% de espermatozoides normais (HOWARD et al. 1990). Além da porcentagem de espermatozoides normais, a proporção de defeitos é importante na fertilidade sendo que, normalmente, os defeitos de cabeça são subestimados em preparações úmidas, já em avaliação feitas com coloração ocorre subestimação na avaliação de gotas citoplasmáticas. A quantidade de defeitos de cauda e presença de gota pode variar muito entre coletas do mesmo animal no mesmo dia; já patologias de cabeça e defeitos de acrossoma e de peça intermediária não variam muito do sêmen encontrado nos testículos. Porém, devido a essa grande variação, é muito difícil ter um padrão para o controle e manejo da fertilidade de felinos Para determinar se um sêmen é de qualidade ou não existem alguns parâmetros que devem ser observados (Tabela 1), o conhecimento da qualidade do sêmen é fundamental nos casos de reprodução assistida, pois pode auxiliar na escolha do procedimento a ser realizado. O tipo da coleta ou de inseminação pode interferir muito no sucesso do trabalho e obtenção de maior número de crias ou maior qualidade de material para bancos de gametas. 3. Influência da nutrição sobre parâmetros reprodutivos de felinos Um dos principais focos da nutrição assistindo a reprodução é o combate a radicais livres que reduz drasticamente a produção de testosterona pelas células de Leydig. Alguns nutrientes utilizados como função antioxidante e promotoras da qualidade seminal não possuem um mecanismo de ação estabelecido e daí a necessidade de mais estudos na área. seminais de felinos obtidos por eletroejaculação. Média (90% faixa central) Variação Volume ( µl) 60 (20-150) <10-160 Motilidade (%) 60 (20-150) 0-95 Cabeça espermática anormal (%) 14,2 ((5,6-27,6) 5,2-41,6 Gota proximal (%) 5,0 (1,0-31,5) 0,5-59,0 Gota distal (%) 8,8 (0,5-57,5) 0-74,5 Cabeças soltas (%) 1,5 (0-17,5) 0-75,5 Defeito de acrossoma (%) 0,5 (0-8,5) 0-18,0 Acrossoma anormal (%) 1,0 (0-4,5) 0-6,0 Defeito em peça intermediária (%) 2,5 (0-18,0) 0-27,5 Defeito de cauda (%) 14,8 (3,5-48,0) 2,5-64,5 Normal (%) 44,0 (7,0-81,0) 1,0-91,0 Adaptado (AXNÉR, 2007) 56 Caderno Técnico 2 Omega 3, Omega 6 e Omega 9 Na nutrição pet óleos de peixe e de linhaça são fontes comuns de ômega 3, nutriente muito utilizado como suplemento alimentares no combate a inflamação, uma vez que inibe a ação enzimática do ácido araquidônico produzido naturalmente pelo metabolismo de ácidos graxos. A membrana espermática é composta por altas concentrações de ácidos graxos poliinsaturados (PUFA) dentre os quais o ácido docosahexanóico (DHA, 22:6 n-3), docosapentanóico (DPA, 22:5 n-6) e ácido araquidônico(C20:4n 6), a proporção dos AG é espécie específica sendo que não se sabe a proporção presente na membrana seminal de cães e gatos. Estes lipídeos de membrana são importante para a integridade e fluidez da mesma e os torna extremamente susceptível a peroxidação lipídica por espécies reativas ao oxigênio (ROS). Sua utilização sem apropriada associação com antioxidantes podem causar danos sérios a membrana e alterar a taxa antioxidante/pro-oxidante (GEE, 2010). O ácido araquidônico e seus metabólitos estão envolvidos na formação do AMPc que regula a liberação e produção do hormônio luteinizante (LH) que é responsável pelo funcionamento das células de Leydig. Sabe-se 57 que o bom funcionamento destas células, está diretamente correlacionado com a espermatogênese (MARINERO ET al. 1996) e com a produção de testosterona induzida pela elevação de concentrações plasmáticas de GnRH (DIX et al. 1984). A suplementação com os diversos ácidos graxos deve ser feita de maneira criteriosa já que , devido a diferença de composição da membrana espermática das diversas espécies a maior proporção de ômega 3 ou ômega 6 incorre em efeitos diferenciados. Em aves, as quais possuem maior proporção de Omega 6 na composição normal do espermatozoide, a suplementação com óleo de peixe fez com que aumentasse a concentração espermática de ácido docosahexanóico o que, no geral, produziu efeitos negativos na qualidade seminal apesar de melhorar sua motilidade (CERULINI, 2006). A suplementação com ácidos graxos da série 3 aumenta a produção de hormônios relacionados com a função testicular e melhora a qualidade seminal, aumentando a capacidade de produção de sêmen, a concentração de espermatozoides e reduzindo a taxa de defeitos morfológicos em cães (ROCHA, 2009). A linhaça é uma boa fonte desses ácidos graxos; ao utilizar uma dieta com 5% de linhaça extrusada com 56% de ácido alfa-linolênico, podese observar um aumento na concentração de DHA e ácido oleico na estrutura espermática de coelhos, tendo um bom efeito sobre a viabilidade e integridade de membrana (MOURVAKI, 2010). Em estudo com cães suplementados durante 60 dias com Omega 6 e Omega 3 na relação de 3,5:1, ácido oléico (10,1,g/kg) e vitamina E (1UI/ kg), com apenas 15 dias, observou-se melhora na qualidade do sêmem, com maior termoresistência e aumento no vigor e concentração espermática já no primeiro mês de suplementação (ROCHA, 2009) Vitamina E Tipos de espermatozoides: (a)normal; (b)macrocéfalo; (c)microcefalia com aplasia de bainha mitocondrial; (d)bicefálico; (e)tricefálico; (f)cauda enrolada; (g)peça intermediária dobrada com gota citoplasmática; (h) peça intermediária dobrada sem gota citoplasmática; (i)cauda dobrada com gota citoplasmática; (j) cauda dobrada sem gota citoplasmática; (k)gota citolasmática proximal; (l)gota citoplasmática distal. (HOWARD ET AL. 1990). Figura 1 – Morfologia espermática de sêmen obtido por eletroejaculação de felinos . Por ser lipossolúvel, a vitamina E, após sua absorção, é incorporada a quilomicrons, armazenada e carreada por lipoproteínas de baixa densidade. Assim, é na bicamada lipídica da membrana espermática que a vitamina está presente na proporção de 1 mol de vit. E/1000mol de fosfolipídeos, sendo que a suplementação via oral é mais efetiva que a adição do alfa-tocoferol á diluentes de sêmen devido a maior incorporação da molécula adquirida via dieta na membrana espermática. (SURAI, 1992 in CASTELLINI 2000). A vitamina E é um dos mais importantes antioxidantes de membrana que previne danos oxidativos causados por espécies reativas ao oxigênio (ROS). Esse micronutriente atua complexando-se a ácidos graxos poliinsaturados, mimetizando o efeito físico do colesterol na dupla camada lipídica e inibindo a fosfolipase A2 (CEROLINI, 2006). Ela é normalmente é suplementada junto com ácidos graxos e é uma vitamina com função antioxidante por inibir a peroxidação lipídica e, consequentemente, diminuir danos celulares. Com isso é capaz de manter viável as espermátides e permitir uma adequada diferenciação de células epiteliais do epidídimo (BENSOUSSAN et al., 1998), assim como a sua deficiência pode levar a danos degenerativos irreparáveis sendo que, mesmo com o retorno da sua suplementação, não é possível o reestabelecimento da normalidade morfológica dos espermatozoides (MARIN-GUZMAN et al., 2000). A deficiência também é capaz de inibir a conversão de ácido araquidônico á docosapentanóico modulando a composição da membrana espermática (BIERI, 1964). Em bovinos, aA suplementação com altas doses de vitamina foi capaz de reduzir a concentração de prostaglandina F2, prostática e da vesícula seminal (MARIN-GUZMAN et al, 2000). Estudos foram realizados provando a eficácia da suplementação dessa vitamina em parâmetros reprodutivos (300mg vE/kg) em aves (CERULINI, 2006), em coelhos (YOUSEF, 2003; CASTELLINI, 2000) e bovinos (MARIN-GUZMAN, 2000), contudo sempre associado á ácidos graxos poliinsaturados ou, no caso de Castellini (2000), com a vitamina C. Vitamina C Essa vitamina é associada á fertilidade há muitos anos (MILLAR, 1992) o que pode ser confirmado por Dawson et al. (1992) que encontrou maior viabiliadade e motilidade espermática, menor quantidade de anormalidades morfológicas, redução na aglutinação e maior quantidade de espermatozóides normais, em humanos. Em animais sadios a suplementação com vitamina C apresentou um efeito de redução da peroxidação lipídica seminal linear com a crescente dose de ácido ascórbico fornecida (SÖNMEZ et. al, 2005) e foi capaz de inibir a produção de ROS induzida pela intoxicação por cadmium (GUPTA, 2004), o que demonstra um efeito protetor sobre as células germinativas testiculares garantindo, assim, a espermatogênese normal. Além disso, pode-se obter melhores parâmetros seminais, enzimas antioxidantes, como a catalase e a superóxido dismutase dos testículos, que apresentaram melhores níveis com a administração oral de 4mg de ácido ascórbico/kg por 8 semanas em ratos com queimaduras de terceiro grau (JEWO, 2012). Porém a suplementação isolada pode decorrer em menor taxa de espermatozoides vivos quando comparado a suplementação conjunta de ácido ascórbico e vitamina E. Aliás, essa combinação é muito favorável, não apenas pela maior porcentagem de espermatozóides vivos, mas também por diversas outras vantagem sobre a suplementação isolada de vitamina C e E. O sinergismo dessas vitaminas melhorou a ação antioxidante e a motilidade espermática (CASTELLINNI, 2000). Zinco O zinco é um mineral que tem grande importância para diversas funções no organismo não sendo diferente para o sistema reprodutivo. Ele é essencial para síntese e secreção do hormônio luteinizante (LH) e folículo estimulante (FSH), para a diferenciação gonadal, crescimento testicular, formação e maturação espermática, estereidogênese testicular e fertilização. Além disso, os hormônios reprodutivos são zinco dependentes para atuação (SALGUEIRO, 2000). São encontradas altas concentrações de zinco na próstata e no sêmen (APGAR, 1985). Esse microelemento atua como cofator de mais de 80 metaloenzimas envolvidas na transcrição de DNA, expressão de receptores de esteroides e síntese proteica (HANDI, 1997 in WONG 2002). Homens subférteis suplementados com sulfato de zinco apresentaram melhor concentração espermática sendo que, associado ao ácido fólico, levou a um aumento de 74% de espermatozoides normais (WONG, 2002). Omu (1998) também encontrou resultados positivos em humanos com suplementação do zinco observando maior capacidade reprodutiva, melhor motilidade, redução do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) no sêmen e aumento de interleucina 4 (IL-4). O mineral efeito na estabilidade de membrana e em imunidade celular e humoral, já que também é capaz de inibir anticorpos antiespermatozoides, além de atuar como antibacteriano 58 Caderno Técnico 2 do plasma seminal. Envolvido com a produção de hormônios, a falta do zinco leva a baixa produção das gonadotrofinas e andrógenos (AGTE, 1994). Segundo Apgar (1985) a deficiência de zinco leva ao hipogonadismo. Ácido fólico Folatos são compostos que estão presentes em folhas verdes e por essa via podem ser suplementados. Eles fazem parte da síntese de proteínas, DNA e transferência de RNA, podendo ser importante para a espermatogênese. Quando utilizado em coelhos (8,5µg/kg) promoveu o aumento de peso testicular e epididimário, aumentou a concentração de enzimas antioxidantes (YOUSEF, 2006) e, quando associado ao zinco, o ácido fólico proporcionou aumento na concentração espermática, de espermatozoides normais e reduziu a porcentagem de anormais (WONG, 2002). O ácido fólico tem ação sinérgica com o zinco, porém sua atuação no trato reprodutivo ainda não é bem esclarecida; supõe-se que pode alterar parâmetros endócrinos ao estimular as células de Sertoli que irão proporcionar um desenvolvimento adequado das espermatogônias, porém essa hipótese ainda é questionável uma vez que, em um mesmo estudo, foi observado o aumento da concentração espermática em homens subférteis que recebiam a suplementação desse composto mas não apresentaram alterações de alguns hormônios envolvidos com a reprodução (EBISCH, 2005) . Taurina É um ácido beta aminosulfônico presente em maiores concentrações nos tecidos animais e apresenta várias funções biológicas tais como o controle da frequência cardíaca, excitabilidade neuronal, participação no metabolismo energético e osmorregulação (HUXTABLE, 1992) e também tem sido relatado comprometimento da reprodução na sua deficiência (NRC, 2006). Níveis significativos de taurina e hipotaurina foram encontrados no trato reprodutivo masculino como, por exemplo, em homens, hamster, rato, touro, javali (MARTINS-BESSA et al. 2007), gatos (BUFF et al., 2001) e cães (VAN DER HORST, 1966). Em gatos foi encontrada no plasma seminal e líquido de lavagem do epidídimo, no entanto não foi encontrada hipotaurina em amostras de soro, indicando que esta pode ser sintetizada em testículos ou epidídimos de gatos (BUFF et al., 2001). A função da taurina no trato reprodutivo de machos, embora não esteja clara, deve-se, provavelmente, as propriedades protetoras desta junto a hipotaurina que agem contra a peroxidação lipídica. A hipotaurina se liga avidamente ao íon hidroxil (HO-) e assim pode desempenhar papel de proteção já que a membrana lipídica dos espermatozóides possui alto teor de ácido graxo insaturados suscetível a peroxidação lipídica (HUXTABLE, 1992). Além disso, há uma provável ação da taurina no aumento da motilidade espermática. A suplementação de taurina tem demonstrado importante ação na regulação hormonal. Yang et al. (2010) observaram a inclusão de 1% de taurina em água para ratos machos de diferentes idades comparados ao tratamento controle, constituído de água com 1% de taurina + 1% de βalanina (inibidor de transportadores de taurina). Encontraram aumento nos níveis de testosterona e hormônio luteinizante (LH) nos animais que receberam a taurina. No entanto, os animais que ingeriram β- alanina 59 tiveram redução desses mesmos hormônios. Xiao et al. (1997) encontraram um efeito promotor no desenvolvimento de testículos de frangos, uma vez que esses órgãos apresentaram maior peso relativo, e também níveis de testosterona e LH. Há uma escassez de trabalhos que concerne nos efeitos da suplementação dietética de taurina na reprodução, entretanto, a partir dos indícios de sua importância, torna-se necessária a sua avaliação. Selênio É um mineral essencial na formação do espermatozoide uma vez que este é dependente do bom desenvolvimento das células de Sertoli, as quais são responsáveis pela produção de andrógenos ligados a proteínas, hormônios e carreamento de nutrientes para as espermatogônias, que irão determinar o número de células germinativas. Outras funções, de igual importância, é que estruturalmente participa na formação da peça intermediária do espermatozóide e da formação da enzima glutationa peroxidase (GSH-Px). Devido a estas funções, a deficiência deste nutriente, em bovinos, resultou em baixa maturidade de espermátides e da reserva espermática testicular, além da diminuição de espermatozoides normais e aumento de motilidade anormal, efeitos esses que podem ser revertidos com a suplementação do selênio (MARIN-GUZMAN 2000). A levedura rica em selênio é uma opção que pode ser explorada como fonte desse mineral antioxidante, pois tanto fontes inorgânicas (como o selenito) como orgânicas demonstraram-se eficientes na preservação de sêmen. Contudo fontes orgânicas são mais vantajosas, pois são mais absorvidas e retidas pelo organismo (ORTEMAN AND PEHRSON, 1997 in SHI, 2010) e se mostraram mais eficazes para essa função no sêmen a fresco, diluído em extensores comerciais ou mesmo amostras coletadas e processadas para fertilização in vitro (SPEIGHT, 2011), além de melhorar a espermatogênese produzindo um sêmen de melhor qualidade (BARBER, 2005) O selênio é outro elemento muito utilizado no combate aos radicais livres devido a sua atuação como cofator da GSH-Px que é responsável pela degradação de peróxidos. A glutationa é ativa em sêmen de diversas espécies promovendo maior estabilidade contra oxidação e melhorando as características seminais. Além disso, este é um mineral que compões a membrana mitocondrial afetando diretamente a estrutura do espermatozoide e suas funções (CASTELLINI, 2002) A utilização de fontes orgânicas tem se ampliado nas mais diversas espécies, principalmente devido ao uso pela ação antioxidante, entretanto, em felinos, não encontrou-se dados sobre a influência desse mineral em parâmetros reprodutivos. A deficiência desse mineral altera a absorção e metabolismo da vitamina B dietética (QUINN, 1990). Vitamina A A vitamina A também exerce importante papel na produção espermática, pois é fundamental para a proliferação e crescimento de epitélios (MEDEIROS & PAULINO,1999), sendo assim, a sua deficiência pode levar á inibição da espermatogênese e a presença de somente alguns tipos celulares no túbulo seminífero, como células de Sertoli, espermatogônia e alguns espermatócitos (UNNI et al., 1983 in MARTINS, 2009). L-carnitina A L-carnitina é importante na homeostase do organismo por estar envolvida no mecanismo de beta-oxidação. Os ácidos graxos, após ultrapassarem a membrana externa da mitocôndria, devem ser ativados e, para isso, devem se complexar com o grupamento acil, formando a acil-CoA. Contudo, nesse formato, os ácidos graxos não podem ultrapassar a membrana interna da mitocôndria sendo que para isso necessita de um transportador enzimático. O grupamento acil é carreado para o interior da organela na forma de acil-carnitina, sendo subsequentemente dissociados, ficando a carnitina livre para realizar novo transporte (FRENKEL AND GARRY, 1984). A carnitina pode ser armazenada na forma livre ou complexada (FRENKEL AND GARRY, 1984; PELUSO ET AL, 2000), atuando no DNA celular e membranas como antioxidante, prevenindo a oxidação proteica e lesões causadas pelo piruvato e lactato. A concentração de carnitina no sêmen é bastante alta, podendo ser explicado devido ao grande gasto de energia pelos espermatozoides durante o processo reprodutivo (LENZI, 2003). Como se sabe, a L-carnitina atua no metabolismo energético ao realizar o transporte transmembrana de ácidos graxos (GRANDJEAN, 2006), além disso possui ação antioxidante (RUIZ-PESINI, 2001). Na reprodução existe a suposição de que a suplementação dietética aumenta os níveis de carnitina intracelular não afetando a concentração dessa substância no sêmen (LENZI, 2003). Em humanos, Lenzi (2003), encontrou maior motilidade de espermatozoides de pacientes que recebiam a carnitina, obtendo um resultado bastante interessante já que a suplementação pareceu ser mais eficaz em pacientes que inicialmente apresentavam as mais baixas taxas de motilidade. Coenzima Q10 A coenzima Q10 é encontrada em altas concentrações nas mitocôndrias da peça intermediária dos espermatozoides, logo sua principal atividade é promover o fornecimento de energia para uma atuação espermática normal. Além disso, também é responsável pela reciclagem da vitamina E melhorando a ação antioxidante (THOMAS, 1996). Sua forma reduzida, o ubiquinol, também atua combatendo espécies reativas ao oxigênio como o peróxido de hidrogênio prevenindo a peroxidação lipídica (ALLEVA, 1997) . Com o uso de 400mg/dia via oral da coenzima por seis meses foi possível observar a melhora da motilidade espermática em homens inférteis (BALERCIA, 2004). Utilizando uma dose mais baixa (300mg/dia) por 26 semanas foi capaz de levar a melhora nos parâmetros de qualidade seminal, alterar a produção de hormônios, mas de maneira muito sutil, não apresentando diferença significativa. Contudo, os parâmetros de motilidade e densidade foram relevantes, acreditando-se que isso possa ter sido devido a uma possível ação antioxidante dessa coenzima (MOHAMMAD, 2009). 4.Outros Atualmente tem-se avaliado a utilização de novos compostos com função antioxidante. Em estudo com ratos onde foi induzida uma toxidade reprodutiva por cloreto de alumínio (AlCl¬3) e um o grupo tratado com própolis (50mg/kg de PV/ dia), conseguiu combater parte dos efeitos deletério causados pelo AlCl3, melhorando ação de enzimas antioxidantes e lesões do tecido testicular, produção de testosterona e qualidade de sêmen. Esses efeitos também puderam ser observados nos animais que não foram intoxicados e apenas receberam a suplementação de própolis (YOUSEF, 2009). Em contra partida, alguns componentes alimentares podem ser utilizados com a função inversa, a de contracepção. Atualmente são estudados meios menos invasivos de reduzir a taxa de fertilidade de cães buscando evitar ninhadas indesejáveis. O extrato de sementes de papaya é um exemplo, sua suplementação promoveu redução na motilidade e concentração espermática, porém não de forma permanente (ORTEGA-PACHECO, 2011). Considerações finais O manejo nutricional na reprodução é um tema que ainda requer muitos estudos, já que não existem níveis nutricionais estabelecidos para a ótima eficiência reprodutiva de várias espécies e muito menos de felinos. Fernanda Sayuri Ebina é Médica Veterinária e Mestranda em Nutrição de Não ruminantes pela Universidade Federal de Lavras(UFLA) Rosana Cláudio Silva Ogoshi é Zootecnista e Doutoranda em Nutrição de Não ruminantes pela Universidade Federal de Lavras(UFLA) Flávia M. O. Borges Saad é Professora Adjunta da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Caderno Técnico 3 60 61 e possuir papel imunomodulador e farmacológico. Ela está presente completo da arginina está ilustrado na Figura 2. no metabolismo do oxido nítrico, de poliaminas, da ornitina, da creatina, do glutamato, glutamina, prolina, além de ser componente fundamental do ciclo da uréia, realizar transaminação de proteínas e participar como substrato no balanço energético. Por isso, atribuise a ela grande importância sobre o paciente hospitalizado em estado crítico, que passa por perda de massa corpórea e caquexia. O aminoácido ainda tem papel na liberação de hormônio do crescimento, indução na liberação de insulina e IGF (Fator de Crescimento Insulina Símile), que tem importância na liberação de colágeno e fibroblasto (BARBUL, 1990; FAINTUCH, 1995; COHEN K, 1999 citado por PENAFORTE, 2002). Atualmente, torna-se mais evidente as funções e papéis endógenos desse nutriente no organismo de mamíferos, no entanto, para cães e gatos carecem ainda de mais estudos para que se tenha uma melhor visualização dos efeitos sobre a suplementação ou algum erro no metabolismo desse aminoácido. Diversos trabalhos estão elucidados * nesse artigo para mostrar a importância da arginina na manutenção Figura 2 – Metabolismo da arginina: indica inibição; indica estimulação. Abreviaturas: ADC, arginina descarboxilase; A:GAT, arginina:glicina aminotransferase; DAO, diamino oxidase; Glusintetase, GMT, guanidinoacetato-N-metiltransferase; NOS-1, óxido nítrico sintetase-1; NOS-2, óxido nítrico sintetase 2; NOS-3, óxido nítrico sintetase 3; OAT, ornitina aminotransferase; ODC, ornitina descarboxilase; P-5-C desidrogenase, pirrolina-5-carboxilase desidrogenase; P-5-C redutase, pirrolina-5-carboxilase redutase e TP, transportador de poliaminas. Fonte: NIEVES JR & LANGKAMP-HENKEN (2002) citado por QUIRINO (2006) da homeostase, principalmente em quadros de estresse. Na Figura 1 está ilustrada a estrutura química da arginina. Figura 1 – Estrutura química da arginina Fonte: TAPIERO et al., 2002 citado por VIANA, 2010. Arginina para cães e gatos: um aminoácido funcional André Pires de Lima Miranda, Rosana Claudio Silva Ogoshi, Flávia Maria de Oliveira Borges Saad 1. Introdução em citrulina (aminoácido precursor de arginina) ocorre pela ação da Arginina é um aminoácido essencial para cães e gatos, assim enzima ornitina – cabomoiltransferase(OCT). Em gatos, essa enzima como triptofano, lisina e histidina, de um total de 12 aminoácidos não está presente o que impossibilita a manutenção plasmática pela essenciais para o cão e 13 aminoácidos essenciais para o gatos. São falha na retroalimentação da arginina. Por outro lado, para cães, a considerados essenciais por não apresentarem síntese endógena OCT se faz presente e, em condições normais, o organismo é capaz que atenda as necessidades de manutenção da saúde do animal. Já o de prover suas necessidades de arginina. Entretanto, em casos de conceito “funcional” pode ser aplicado àquele nutriente que age além trauma e septicemia, faz-se necessária a suplementação em doses da sua essencialidade, gerando efeitos metabólicos e/ou fisiológicos elevadas desse aminoácido, pois atua como substrato para a correção e/ou benéficos à saúde quando suplementados acima das exigências das injurias. Assim, sem que haja suplementação na dieta ocorre um do animal. decréscimo de metade nos níveis séricos da arginina circulante. Para a maioria dos mamíferos, a conversão de aminoácido ornitina A função da arginina é variada por atuar em rotas metabólicas A arginina é um aminoácido de absorção íleo-jejunal e pequena absorção no cólon. Durante a absorção, as células da microvilosidades 2. METABOLISMO DA ARGININA intestinais utilizam-na, em nível de 40% da dieta, como fonte energética A síntese de arginina ocorre em muitos mamíferos em para os enterócitos, sendo o restante carreado pós-absorção para a quantidades suficientes para atender todas as necessidades desse circulação porta. Outra via de manutenção de arginina circulante é aminoácido; uma variedade de espécies incluindo humanos, por meio da citrulina, sua precursora. A citrulina é formada nas células ruminantes, ratos adultos e suínos (ROGERS, 1994 citado por intestinais a partir de aminoácidos dietéticos (prolina, glutamato e NRC, 2006). Entretanto tem mostrado ser essencial para cães e glutamina) e de glutamina circulante e é levada aos rins onde atuarão gatos em todas as fases da vida (CASE et al., 2011). O metabolismo as enzimas arginosuccinato sintetase e argininosuccinato liase (Figura Caderno Técnico 3 62 63 2). Sendo esta via a mais importante para a manutenção dos níveis envolvem as proteínas. Nessa situação, o cortisol (hormônio do uma baixa conversão de citrulina em arginina nos rins (Tabela 2). • NO do que as formas construtivas endotelial (eNOS) ou neuronal plasmáticos da arginina. estresse) e glucagon (hormônio do jejum) elevam sua concentração Este mecanismo pode ser devido ao processo evolutivo de adaptação (nNOS). A produção de • NO após a indução da iNOS em um fagócito Arginina pode originar creatina que é um composto de três plasmática, levando a um aumento na concentração de aminoácidos a um regime estritamente carnívoro, onde a arginina está presente ativo é limitada principalmente pela disponibilidade de arginina livre. aminoácidos presente nos músculos, o qual é responsável pelo carreamento no citosol celular. Estes serão destinados a produção de energia, em quantidades muito superiores às necessidades. Estas adaptações Portanto, qualquer aumento da arginina disponível irá aumentar o • NO de fosfato e regeneração da adenina trifosfato nos músculos. A creatina é para a manutenção da homeostasia, por meio da gliconeogênese, ou encontram-se também em outras espécies carnívoras, como em Visons e produzido por qualquer estímulo inflamatório (EISERICH et al., 1998). formada pela ação da enzima arginina-glicina aminotransferase. seja, produção de glicose a partir de substrato não carboidrato. Ferrets (BELL, 1999). Outro composto resultante do metabolismo da arginina são as A desaminação retira nitrogênio do aminoácido e fornece α-cetoácido poliaminas, como purrescina, espermidina e esperminas. Elas atuam no ao metabolismo energético. Esse metabólito nitrogenado é tóxico arginina; uma única refeição sem arginina pode causar o aparecimento transporte, crescimento, proliferação e diferenciação celular, no entanto, para as células de mamíferos, pois está na forma de amônia e deve de sinais clínicos ligados a uma intoxicação amoniacal: salivação, altos níveis dessas substâncias resultam em efeitos tóxicos. Por isso, ser excretado. Para que isso ocorra, haverá a eventual transferência vômitos, ataxia e, às vezes, coma e morte. Os primeiros sinais aparecem outro metabólito da arginina, proveniente da ação da enzima arginina do grupo amino (NH3) para a uréia. Como gatos têm uma intensa na primeira hora seguinte à ingestão do alimento e culminam 2 a 5 horas descarboxilase, a agmatina, regula a concentração intracelular de desaminação, o ciclo da uréia é extremamente ativo nestes animais depois. A ingestão de arginina diminui rapidamente a intensidade dos poliaminas. (YEH, 2004 citado por QUIRINO, 2006). (CASE et al., 2011; NRC, 2006; SAAD & FERREIRA, 2004). sintomas (SAAD & FERREIRA, 2004). No fígado haverá a maior formação da uréia por meio da detoxicação Além dos já citados metabólitos, pode-se mencionar também o oxido nítrico, que é um importante agente anti-microbiano, efetivo contra da amônia, através do denominado ciclo da uréia. antígenos intracelulares, parasitas e bactérias extracelulares, originado As etapas do ciclo da uréia estão resumidas na Tabela 1, bem como pelo catabolismo da arginina pela ação da enzima oxido nítrico sintetase, as enzimas envolvidas. Desta maneira, gatos são extremamente sensíveis à deficiência de Tabela 2 - Síntese de arginina com atenção para os gatos. Reação Maioria dos Gatos animais que é ativada pela ação de citocinas presente em quadro de septicemia, Glutamato+ prolina como INF-γ (interferon-γ) e TNF-α (fator de necrose tumoral-α). Ornitina (ZALOGA et. al., 2004 citado em QUIRINO, 2006). O óxido nítrico atua também como vasodilatador e neurotransmissor (NIEVES JR & LANGKAMP-HENKEN, 2002 citado por QUIRINO, 2006). As Normal Citrulina Normal argininosuccinato Ida da citrulina ao rim Ocorre Arginina + fumarato Citrulina Ocorre uréia + ornitina ornitina (intestino) citrulina (intestino) Arginina (rim) Adaptado (AXNÉR, 2007) funções do óxido nítrico encontram-se detalhadas no tópico 4 desta revisão enquanto que as vias e produtos do metabolismo da arginina As exigências de arginina preconizadas pelo NRC (2006) foram feitas pela capacidade da inclusão de arginina prevenir a acidúria orótica, sendo Figura 4 – Síntese de arginina. (1)Arginase, (2) ornitina – cabomoiltrnsferase, (3) argininosuccinato sintetase, (4) argininosuccicinase liase, (5) óxido nítrico sintetase, (6) ornitina descarboxilase, (7) ornitina transaminase, (8) glutamina sintetase e (9) glutaminase. Fonte: CYNOBER et al., 1995 citado em QUIRINO, 2006) Tabela 1 – Parâmetros seminais de felinos obtidos por eletroejaculação. Figura 3 – Vias e produtos da degradação da arginina Fonte: SUCHNER et al., 2002 citado por VIANA, 2010) No citosol dos hepatócitos ocorre a retirada do grupo guanidino gerando amônia, tóxica para mamíferos. Ela é produzida pela ação para o crescimento em cães é de cerca de 4 – 5,6g/Kg de dieta para uma dieta contendo cerca de 4,2 Kcal EM/g. As exigências mínimas de 6,3g/ Kg de dieta para filhotes de 4 a 12 semanas de idade e 5,3 para filhotes acima de 14 semanas são sugeridas. E devido a trabalhos mostrarem agravamento de sintomas quando ingerida uma dieta com baixa ou livre de arginina foi oferecida, é recomendado que 10mg de arginina sejam adicionadas para cada g de proteína bruta acima da exigência. Não há ETAPAS ENZIMAS PRODUTOS PRIMEIRA Ornitina-carbamoil tranferase Citrulina SEGUNDA Argininosuccinato sintetase argininosuccinato TERCEIRA Argininosuccinato liase Arginina + fumarato em uma dieta que contém 4,0 kcal/g e concentração de PB de 200 g/kg QUARTA arginase I uréia + ornitina é de 7,7 g/kg com aumento de 20 mg de arginina para cada kg de PB Adaptado (AXNÉR, 2007) limite máximo estabelecido. Já para gatos em crescimento é de cerca de 8-8,3 g/kg de dieta quando a dieta contém 4,7 kcal EM/g. Para adultos exigência mínima acima de 200 (NRC, 2006). Também não há limite máximo estabelecido. da enzima arginase I na detoxicação da amônia. Na mitocôndria 4. ARGININA, ÓXIDO NÍTRICO E RESPOSTA INFLAMATÓRIA de enterócitos e células renais a enzima arginase II está envolvida na síntese de ornitina, prolina e glutamato. Além disso, ela serve de cabamoil-fosfato, pela utilização de bicarbonato e NH4+, que irá de substrato para a síntese de proteínas, pela transaminação e ação reagir com a ornitina, formando citrulina. A arginina também é precursora do óxido nítrico (NO), um de uma cascata de enzimas para sintetizar prolina, glutamato e neurotransmissor envolvido em muitos sistemas, desde regulação da glutamina, como mostra a Figura 4. para o citosol, recebendo aspartato e formando arginossuccinato. pressão sanguínea via relaxamento dos vasos sanguíneos até participação A terceira etapa do ciclo é uma reação de quebra (liase) da na atividade dos macrófagos na destruição dos antígenos (por exemplo, argininosuccinato, liberando fumarato e formando arginina. bactérias e vírus) (NRC, 2006). 2.1. ARGININA E O CICLO DA URÉIA Quando a via catabólica ou de degradação está instalada no Existem 3 formas de NOS: 3. EXIGÊNCIAS DE ARGININA PARA CÃES E GATOS estão sintetizados na Figura 3. Figura 6 - Origem do oxido nítrico (NO): reação catalisada pela enzima óxido nítrico sintetase (NOS). Fonte: CAVE (2008) Na primeira etapa do ciclo, na mitocôndria dos hepatócitos á síntese Na segunda etapa do ciclo ocorre a saída da citrulina da mitocôndria Na quarta etapa ocorre a ação da arginase I, formando uréia pela A L-arginina é oxidada a L-citrulina + • NO pela óxido nítrico organismo, por uma situação qualquer que o organismo esteja adição de água e renovando a ornitina para que o ciclo ocorra novamente. sintetase (NOS) (CAVE, 2008) (Figura 2). A forma de NOS induzível passando, várias reações de lise estão ocorrendo, inclusive as que dentro de leucócitos (iNOS) produz quantidades muito superiores de Em gatos a capacidade de síntese de ornitina é limitada e existe • NOS endotelial: eNOS é requerida para manutenção do tônus muscular e como um mensageiro fisiológico • NOS neuronal (nNOS): eNOS e nNOS são formas construtivas e sempre produzidos em baixos níveis. • NOS induzível (iNOS); iNOS é induzida por uma variedade de mediadores inflamatórios incluindo a cistoquinina, fator necrose tumoral (TNF), e interleucina 1 (IL-1), e radicais livres. O óxido nítrico é um radical livre, no entanto, em comparação com outros tipos de radicais livres, em condições fisiológicas a molécula é relativamente estável, reagindo apenas com o oxigênio e seus derivados radical, metais de transição, e outros radicais. Esta baixa reatividade, combinada com a sua lipofilicidade, permite que a molécula possa se difundir atingindo grande distância de seu lugar de síntese, e funcione como uma molécula sinalizadora ao nível intracelular, intercelular e, talvez, sistêmico. O óxido nítrico é necessário para a maturação normal do epitélio intestinal. Pode ser o principio neurotransmissor inibitório da motilidade intestinal, e é essencial para a manutenção do fluxo sangüíneo normal da mucosa (CAVE, 2008). Além disso, • NO inibe a expressão celular de moléculas de adesão limitando a entrada de leucócitos desnecessários, principalmente para os tecidos da mucosa. O óxido nítrico inibe a proliferação excessiva de células T, diminui a ativação de NF-kB, e induz as vias de respostas locais Th-2. No entanto, em contraste com o paradigma de que o • NO inibe a chave de transcrição pró-inflamatória de fator NF-kB, alguns estudos têm sugerido que a inibição da iNOS pode aumentar produção de citocinas próinflamatórias (CAVE, 2008). O • NO pode também reagir com superóxido (O2 • -) para formar 64 Caderno Técnico 3 peroxinitrito (ONOO-) que não é um radical livre, mas é um oxidante poderoso e foi mostrado provocar uma ampla gama de efeitos tóxicos que vão desde a peroxidação lipídica, oxidação de proteínas levando à inativação de enzimas e canais iônicos, danos ao DNA e inibição da respiração mitocondrial (VIRAG et al., 2003). O efeito celular de oxidação por ONOO- é dependente da sua concentração, por exemplo, quando em concentrações muito baixas os efeitos serão reparados pelo turnover de proteínas e lipídeos e da capacidade de reparação do DNA, porém as concentrações mais elevadas podem induzir a apoptose, enquanto que concentrações muito elevadas induzem à necrose. Uma vez que ambos • NO e O2 • são produzidos nos locais de inflamação, é razoável propor que ONOO- pode-se envolver na patogênese de muitos casos (CAVE, 2008). A iNOS é capaz de gerar O2 • - quando L-arginina não está disponível. Isto tem sido demonstrado em macrófagos, onde limitando a disponibilidade de L-arginina resultou na produção simultânea de quantidades significativas de O2 • - e NO, e a formação imediata intracelular de ONOO- (XIA & ZWEIER, 1997). Assim, atualmente há um grande número de estudos conflitantes avaliando o papel do • NO na doença inflamatória, aonde há em uma polarização de pontos de vista entre aqueles que argumentam • NO é protetor, e aqueles que argumentam que contribui para a patogênese. Em casos de sepse grave (resposta inflamatória sistêmica), o aumento da produção de NO • pode ser prejudicial devido a seu efeito negativo no inotropismo (força de contração) e cronotropismo (freqüência) cardíaca, sua capacidade de inibir a coagulação e seu potente efeito dilatador venoso e arterial (SUCHNER et al., 2002). Desta maneira, pode haver casos em que a suplementação com arginina, além da fornecida por uma fonte de proteína convencional pode ser benéfica, enquanto em outros casos pode ser prejudicial. Em geral parece que a suplementação de arginina, seja administrada por via oral ou parenteral, aumenta a resposta do sistema imunológico dos indivíduos que sofrem de trauma, cirurgia, desnutrição ou infecção. Esta ação é presumivelmente através da sua capacidade para aumentar os neutrófilos e macrófagos (CAVE, 2008). A maioria das dietas enterais consideradas adequadas para alimentação de gatos internados contêm 1,5 a 2 vezes o requerimento mínimo de arginina para o crescimento (CAVE, 2008). A suplementação em dietas tem sido freqüentemente recomendada e amplamente utilizada na medicina humana e também veterinária para o aprimoramento do sistema imunológico em cuidados críticos. Assim os tópicos descritos a seguir serão baseados apenas nos efeitos benéficos encontrados para esse aminoácido. 5. ARGININA E OUTROS NUTRIENTES PARA ANIMAIS ENFERMOS Animais hospitalizados precisam ter um adequado suporte nutricional com intuito de evitar supressão do sistema imune, disfunção orgânica, fraqueza, promover redução de infecções e reduzir a mortalidade. Nutrientes específicos afetam a imunocompetência e alguns deles agem diretamente no sistema linfóide e nas funções imunes das células, alterando a resposta do hospedeiro à patogenos. Como exemplo, além da arginina, se encontram ácidos graxos n-3, glutamina e nucleotídeos dietéticos (SILVA JR et al., 2005). 65 Remillard et al. (2000) citam que a arginina é essencial a animais hospitalizados uma vez tem apresentado efeito imunopreservador frente a imunossupressão induzida por má nutrição protéica e câncer. Em pacientes recém operados, a suplementação com arginina têm aumentado a resposta dos linfócitos T e aumenta o numero de células de ajuda T quando comparado com um grupo controle. Ainda segundo Remillard et al. (2000), enriquecimento arginina estimula o sistema imunológico, melhora a cicatrização e diminui a morbidade e mortalidade em pacientes com queimaduras. Como exemplo, esses autores alegam que regime alimentar com arginina como 9% da fonte de proteína tem sido proposto e testado em pacientes com queimaduras, sendo que aqueles que receberam a dieta enriquecida com arginina tiveram uma redução significativa na incidência de infecção da ferida e menor tempo de internação. Bower et al. (1995) avaliaram os efeitos de uma dieta enteral para humanos enriquecida com arginina, ácido graxo n-3 e nucleotídeos sobre parâmetros imunológicos de pacientes submetidos a cirurgia abdominal de grande porte e encontrou que aqueles que receberam alimento enriquecido tinha imunocompetência maior e menos complicações infecciosas do que os pacientes de outros grupos. Outros estudos se centralizam no efeito imunoestimulador e antiinfeccioso da glutamina combinada com a arginina. A glutamina tem ação nutritiva no enterócito e é utilizado pelas células de rápida velocidade de troca, demonstrando um efeito específico estimulador sobre sínteses de DNA (PUPA, 2004 citados por SILVA JR et al., 2005). Assim, a glutamina exerce efeito benéfico ao sistema imunológico de diversos tipos de pacientes. O aumento dietético da ingestão de arginina, combinados com a ingestão dietética de acido graxo n-3, melhora os sinais clínicos, qualidade de vida e tempo de sobrevivência em cães com câncer. Por exemplo, um grupo de cães, recebendo quimioterapia devido a um linfoma, suplementados dieteticamente com arginina e acido graxo n-3, resultou em elevações nos níveis plasmáticos de arginina, acido eicosapentanóico (EPA) e acido docosahexaenóico (DHA), sendo este fato correlacionado positivamente ao tempo de sobrevivência desses animais. (OGILVIE & MARKS, 2000). A sobrevivência de pacientes com câncer pode ser atribuído ao fato da arginina inibir o crescimento tumoral e metastases (TACHIBANA et al., 1985). Pupa et al. (2004) citados por Silva Junior et al. (2005) relatam que um aumento no consumo de arginina e nucleotídeos aumentam a resposta imune, em particular, nos períodos de estresse. Na Figura 3 está um esquema de como a arginina, glutamina, nucleotídeos e ácidos graxos n-3 podem interferir no sistema imune. Para animais hepatopatas é recomendado o aumento nos níveis de arginina dietética de 1,2-2% de arginina (em base na matéria seca) para cães e 1,5-2% (em base na matéria seca) para gatos (ROUDEBUSH et al., 2000). É possível ainda que a arginina desempenhe importante função da redução de peso, se tornando um aliado para saúde de animais obesos. Com objetivo de avaliar essa hipótese, Fu et al. (2005) avaliaram ratos genéticamente selecionados para obesidade e diabetes mellitus do tipo II. Os tratamentos foram água potável com arginina-HCl (1,51%) ou o controle com alanina (2,55%) durante 10 semanas. Foram mensuradas as concentrações de arginina e NOx (oxidação de produtos de NO) e estes foram 261 e 70% maior, respectivamente, em ratos suplementados Figura 7 - Participação dos aminoácidos na resposta imune, GSH (glutationa), n-3 PUFAs (ácidos graxos poliinsaturados da série 3). Fonte: Adaptado de GRIMBLE, 2001. com arginina comparados aos animais do controle. O consumo de água, comida e energia não diferiu durante esse período, no entanto os pesos dos animais suplementados com arginina foram 6, 10 e 16% inferior na 4ª, 7ª e 10ª semanas. Foi encontrada também nesses animais uma redução serica também na glicose e triglicerídeos. Esses efeitos foram atribuídos ao fato do NO estimular um aumento global na oxidação de glicose e ácidos graxos, desta maneira diminuindo a deposição de gordura. cálcio-calmodulina que libera pequenas quantidades de óxido nítrico em resposta à estimulação de receptores (ALLEN et al., 2000). Ativação de células endoteliais por estímulos (fluxo, por exemplo, pulsátil e tensão de cisalhamento) parece manter o tônus vasodilatador dependente de óxido nítrico. A administração de arginina impede o desenvolvimento de hipertensão em animais de laboratório suscetíveis a essa patologia. A arginina também produz uma rápida diminuição da pressão arterial quando infundida em pessoas normais e pacientes com hipertensão essencial (CHEN & SANDERS, 1991). Alguns dos efeitos da enzima conversora de angiotensina (ECA) podem ser devido ao prolongamento da duração efetiva da bradicinina, o que estimula a liberação de óxido nítrico. Derivados de arginina que inibem a enzima óxido nítrico sintase se acumulam no plasma de pacientes com insuficiência renal e a inibição da enzima óxido nítrico sintase pode contribuir para a hipertensão em pacientes acometidos por essa enfermidade (ALLEN et al., 2000). 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Muitos efeitos benéficos da arginina já são conhecidos, entretanto o mecanismo exato desses efeitos ainda precisa ser avaliado e também são necessários mais estudos para determinação dos níveis mínimos eficazes para a resposta desejada em cães e gatos. 5.1 ARGININA NA INSUFICIÊNCIA RENAL O óxido nítrico produzido a partir da L-arginina pela ação da eNOS é responsável pelo tom de vasodilatador que é essencial para a regulação da pressão arterial. A eNOS é uma enzima é dependente André Pires de Lima Miranda é Graduando em Medicina Veterinária UFLA Rosana Claudio Silva Ogoshi é Doutoranda em Zootecnia UFLA Flávia Maria de Oliveira Borges Saad Professora Associada DZO/UFLA 66 Serviços 59 3ª Capa Aboissa (11) 3353-3000 [email protected] www.aboissa.com.br Informe Agro Business (11) 3853-4288 [email protected] www.agroinforme.com.br Você pode solicitar o recebimento da Pet Food Brasil. 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