Descobertas cartas íntimas de um dos mentores do

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Descobertas cartas íntimas de um dos mentores do
Disciplina - História -
Descobertas cartas íntimas
Holocausto
de um dos mentores do
História
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Postado em:07/02/2014
Cineasta israelita detém cartas, fotografias e diários da família de Heinrich Himmler a que um
semanário alemão teve acesso. Documentário sobre Himmler estreia-se a 9 de Fevereiro, na 64.ª
edição do Festival de Cinema de Berlim. Por: Nicolau Ferreira A vida privada de uma das figuras
de topo do regime nazi vai ser observada à lupa nas próximas semanas. Cartas, fotografias e diários
de Heinrich Himmler — um dos orquestradores do Holocausto, responsável pela morte de cerca de
seis milhões de judeus durante a II Guerra Mundial (1939-1945) — e da sua mulher, Margarete
Himmler, vieram a público. O comandante das SS vai ser revisto, a partir deste espólio, num
documentário israelita a estrear no Festival de Cinema de Berlim a 9 de Fevereiro. Um semanário
alemão começou neste domingo a lançar uma série de artigos sobre a figura histórica. A partir do
material, é possível conhecer detalhes da vida e do relacionamento entre Heinrich e Margarete
Himmler, os passeios ao campo que faziam já em plena guerra ou as opiniões anti-semitas que
partilhavam. “Estou a caminho de Auschwitz. Beijos do teu Heini”, lê-se numa das cartas, citada pelo
jornal britânico The Guardian. O tom cândido do excerto contrasta com os acontecimentos que
tiveram lugar no campo de concentração de Auschwitz, na Polónia, onde 1,1 milhões de pessoas
foram mortas, a maioria judeus, a maioria em câmaras de gás. Heinrich Himmler e Margarete
Boden conheceram-se em 1927, ano em que Himmler fazia 27 anos — Margarete era sete anos
mais velha. Em 1928 casaram-se. Quando se conheceram, Himmler já pertencia ao Partido Nazi
desde 1923. Em 1933, quando se iniciou o III Reich de Adolf Hitler, Himmler era comandante das
SS, a polícia política nazi, cargo que manteve até 1945, quando pediu a Hitler para se render. O
alemão acabou por se suicidar a 23 de Maio de 1945 em Luneburgo, na Alemanha, já depois de ter
sido capturado pelas forças britânicas. Quanto ao percurso das mais de 70 cartas, um diário,
fotografias, livros de receitas e outras notas agora conhecidas, sabe-se menos. Segundo o
semanário alemão Welt am Sonntag — que neste domingo publicou o primeiro de oito longos artigos
sobre Himmler e os novos documentos —, dois soldados norte-americanos encontraram o material
em Maio de 1945 na casa do comandante nazi na Baviera. Décadas depois, no início dos anos de
1980, o material surgiu nas mãos de Chaim Rosenthal, um sobrevivente do Holocausto que vivia em
Israel. Não se sabe como Rosenthal obteve este material. Mas a polémica que se instalou em 1983
devido à publicação de Os diários de Hitler pela revista alemã Stern e pelo jornal britânico The
Sunday Times — mais tarde soube-se que os diários eram falsos — ofuscou os documentos de
Himmler. Em 2007, o pai de Vanessa Lapa, uma cineasta israelita, comprou o material a Chaim
Rosenthal, oferecendo-o depois à filha. A cineasta produziu com este espólio um documentário que
vai ser estreado mundialmente na Berlinale, o festival de cinema de Berlim. Vanessa Lapa partilhou
ainda o material com o jornal alemão Welt am Sonntag, que confirmou a autenticidade dos
documentos, enviando-os para historiadores e especialistas alemães sobre o período nazi. Um
casal malvado A pilha de documentos está escondida num cofre de um banco em Telavive. Mas o
pouco que já se conhece do seu conteúdo ajuda a pintar o quadro de uma família anti-semita. “Todo
estes negócios dos judeus, quando é que esta gente se vai embora para que nós possamos
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apreciar as nossas vidas?”, lê-se no diário de Margarete Himmler, citado pelo The Guardian, numa
entrada em Novembro de 1938, um ano antes da guerra começar. “Minha pobre querida, que tem
de discutir com aqueles miseráveis judeus por causa de dinheiro”, escreve o marido, a 28 de Abril
de 1928, em plena República de Weimar, antes da Grande Depressão. “Odeio e irei sempre odiar o
sistema de Berlim, que nunca te irá estrangular, a ti, mulher pura e virtuosa”, escreveu Himmler em
Dezembro de 1927. “Berlim está contaminado. Toda a gente só fala de dinheiro”, escreveria a
mulher, um ano mais tarde. Nos documentos, Margarete descreveu o marido como “um homem
mau com um coração duro e rude”, mas que era “uma mulher de sorte por ter um bom homem tão
mau que ama tanto a sua malvada mulher como ela o ama a ele”, volta a citar o The Guardian.
“Esta colecção é importante porque a questão de como o Holocausto foi humanamente possível
continua no ar desde o final da guerra”, explica Haim Gertner à Associated Press. Gertner é director
da Divisão de Arquivos da Yad Vashem, que contém uma das maiores colecções de documentos
sobre o Holocausto. Apesar disso, para o especialista, nem os documentos privados de uma das
figuras mais importantes na hierarquia do Partido Nazi ajudariam a compreender completamente
aquele acontecimento. No entanto, para Haim Gardner estes documento privados ajudam a
comparar dois lados de Himmler: “Alguém que vive em privado uma vida aparentemente normal, ao
mesmo tempo que é o líder público de um assassinato em massa”. Esta notícia foi acessada em
07/02/2014 no site Cultura P. As informações contidas são de responsabilidade do autor.
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