Paraná 2010 - COLÉGIO ESTADUAL SÃO BRAZ
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Paraná 2010 - COLÉGIO ESTADUAL SÃO BRAZ
COLÉGIO ESTADUAL SÃO BRAZ ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO Curitiba – Paraná 2010 SUM ÁRIO 1 – APRESENTAÇÃO..........................................................................................10 2 – INTRODUÇÃO..............................................................................................12 2.1- IDENTIFICAÇÃO.....................................................................................12 2.2-ASPECTOS HISTÓRICOS DA ESCOLA.......................................................12 2.2.1- HISTÓRICO......................................................................................12 2.2.2– ESPAÇO FÍSICO...............................................................................14 2.2.3– OFERTA DE CURSOS E TURMAS:.....................................................14 2.2.4– CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO:...............................................14 2.2.4.1 – PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS............................................14 2.2.4.2- EQUIPE GESTORA (DIRETORES E PEDAGOGOS).......................15 3 – OBJETIVOS..................................................................................................16 3.1- OBJETIVO GERAL...................................................................................16 3.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS:.....................................................................16 4. MARCO SITUACIONAL...................................................................................17 5. MARCO CONCEITUAL....................................................................................22 5.1 CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE.................................................................29 5.2 CONCEPÇÃO DE HOMEM........................................................................29 5.3 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO...................................................................30 5.4 CONCEPÇÃO DE ENSINO APRENDIZAGEM..............................................30 6. MARCO OPERACIONAL..................................................................................30 7. AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO........................................39 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................40 9. ARTES...........................................................................................................41 9.1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS: ......................................41 9.2 OBJETIVOS GERAIS: ...............................................................................41 9.3 CONTEÚDOS ..........................................................................................43 9.3.1 5ª SÉRIE: .........................................................................................43 9.3.2 6ª SÉRIE:..........................................................................................44 9.3.3 7ª SÉRIE:..........................................................................................45 9.3.4 8ª SÉRIE:..........................................................................................46 9.4 METODOLOGIA.......................................................................................48 9.5 AVALIAÇÃO.............................................................................................49 9.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................50 9.7. ARTE – ENSINO MÉDIO..............................................................................50 9.7.1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS.....................................50 9.7.2 OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA......................................................52 9.7.3 CONTEÚDOS........................................................................................53 9.7.3.1 1° ANO..........................................................................................55 9.7.3.2 2º ANO.........................................................................................57 9.7.4 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO..................................................57 9.7.5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA.....................62 9.7.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................63 10 BIOLOGIA.....................................................................................................64 10.1 FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS........................................64 10.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES.............................................................70 10.2.1 ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS.................................................73 10.2.2 MECANISMOS BIOLÓGICOS............................................................74 10.2.3 BIODIVERSIDADE...........................................................................76 10.2.3 MANIPULAÇÃO GENÉTICA..............................................................77 10.3 ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS...............................................80 10.3.1 ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS.................................................84 10.3.2 MECANISMOS BIOLÓGICOS............................................................84 10.3.3 BIODIVERSIDADE...........................................................................84 10.3.4 MANIPULAÇÃO GENÉTICA..............................................................85 10.4 AVALIAÇÃO...........................................................................................88 10.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................90 11 CIÊNCIAS.....................................................................................................94 11.1 FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS .......................................94 11.1.1 CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DOS MÉTODOS CIENTÍFICOS..........94 11.1.2 FORMAÇÃO DE CONCEITOS CIENTÍFICOS NA IDADE ESCOLAR......95 11.1.3 CONHECIMENTO CIENTÍFICO ESCOLAR..........................................98 11.1.4 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NO ENSINO DE CIÊNCIAS...........101 11.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES...........................................................103 11.2.1 ASTRONOMIA...............................................................................106 11.2.2 MATÉRIA......................................................................................106 11.2.3 SISTEMAS BIOLÓGICOS................................................................107 11.2.4 ENERGIA......................................................................................107 11.2.5 BIODIVERSIDADE.........................................................................108 11.3 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO.................................................109 11.3.1 ASPECTOS ESSENCIAIS PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS.................111 11.3.1.1 A HISTÓRIA DA CIÊNCIA........................................................111 11.3.1.2 A DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA...................................................112 11.3.1.3 AS ATIVIDADES EXPERIMENTAIS............................................113 11.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS ELEMENTOS DA PRÁTICA PEDAGÓGICA PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS.....................................................................117 11.4.1 A ABORDAGEM PROBLEMATIZADORA..........................................117 11.4.2 A RELAÇÃO CONTEXTUAL............................................................117 11.4.3 A RELAÇÃO INTERDISCIPLINAR....................................................118 11.4.4 A PESQUISA.................................................................................118 11.4.5 A LEITURA CIENTÍFICA..................................................................119 11.4.6 A ATIVIDADE EM GRUPO..............................................................119 11.4.7 O LÚDICO.....................................................................................119 11.5 AVALIAÇÃO.........................................................................................120 11.5.1 A OBSERVAÇÃO............................................................................121 11.5.2 A ATIVIDADE EXPERIMENTAL.......................................................121 11.5.3 OS RECURSOS INSTRUCIONAIS....................................................122 11.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................124 12. EDUCAÇÃO FÍSICA....................................................................................130 12.1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS: ..................................130 12.2 OBJETIVO GERAL.................................................................................130 12.3 CONTEÚDOS.......................................................................................131 12.3.1 5ª SÉRIE:......................................................................................131 12.3.2 6ª SÉRIE:......................................................................................134 12.3.3 7ª SÉRIE:......................................................................................138 12.3.4 8ª SÉRIE:......................................................................................141 12.4 METODOLOGIA...................................................................................145 12.5 AVALIAÇÃO.........................................................................................146 12.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................146 12.7 ENSINO MÉDIO...................................................................................148 12.7.1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS.............................148 12.7.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..............................................................148 12.7.3 CONTEÚDOS ...............................................................................149 12.7.3.1 1º ANO .................................................................................149 12.7.3.2 2º ANO .................................................................................150 12.7.3.3 3º ANO .................................................................................151 12.8 METODOLOGIA...................................................................................152 12.9 AVALIAÇÃO.........................................................................................152 12.10 DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORANEOS E A DIVERSIDADE...153 12.11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................153 13. ENSINO RELIGIOSO..................................................................................155 13.1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS: ..................................155 13.2 OBJETIVOS GERAIS:............................................................................158 13.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES...........................................................159 13.3.1.CONTEÚDOS BÁSICOS PARA AS 5ª SÉRIES:.................................159 13.3.2 CONTEÚDOS BÁSICOS PARA AS 6ª SÉRIES:.................................160 13.3.3 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:..........................................................162 13.4 METODOLOGIA...................................................................................164 13.5 AVALIAÇÃO.........................................................................................166 13.5.1CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO:........................................................167 13.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................168 14. FILOSOFIA.................................................................................................171 14.1 FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS......................................171 14. 2 OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA....................................................173 14.3 CONTEÚDOS POR SÉRIE/ANO.............................................................173 1º ANO....................................................................................................173 3º ANO....................................................................................................176 14.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA...........................................................179 14.5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA....................180 14.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..........................................................180 15. FÍSICA.......................................................................................................183 15.1 FUNDAMENTOS TEÓRICO METODOLÓGICOS......................................183 15.2 OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA.....................................................187 15.3 CONTEÚDOS POR SÉRIE/ANO.............................................................188 15.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA...........................................................189 15.5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA....................190 15.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..........................................................191 16. GEOGRAFIA..............................................................................................193 16.1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS: ..................................193 16.2 OBJETIVOS GERAIS:............................................................................194 16.3 CONTEÚDOS.......................................................................................195 16.3.1 5ª SÉRIE.......................................................................................195 16.3.1.1 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:............................................195 16.3.1.2 CONTEÚDOS BÁSICOS:.........................................................195 16.3.1.3 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:...................................................195 16.3.1.4.OBJETIVOS ESPECÍFICOS:......................................................196 16.3.2 6ª SÉRIE.......................................................................................196 16.3.2.1 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:............................................196 16.3.2.2 CONTEÚDOS BÁSICOS:.........................................................197 16.3.2.3 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:...................................................197 16.3.2.4.OBJETIVOS ESPECÍFICOS:......................................................198 16.3.3 7ª SÉRIE.......................................................................................198 16.3.3.1 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:............................................198 16.3.3.2 CONTEÚDOS BÁSICOS:.........................................................198 16.3.3.3 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:...................................................199 16.3.3.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:......................................................200 16.3.4 8ª SÉRIE.......................................................................................200 16.3.4.1 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:............................................200 16.3.4.2 CONTEÚDOS BÁSICOS:.........................................................200 16.3.4.3 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:...................................................201 16.3.4.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:......................................................202 16.4 METODOLOGIA:..................................................................................202 16.5 AVALIAÇÃO:........................................................................................202 16.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................203 16.7 ENSINO MÉDIO.......................................................................................204 16.7.1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓCOS....................................204 16.7.2 OBJETIVOS GERAIS.......................................................................204 16.7.3 CONTEÚDOS................................................................................205 16.7.3.1 1º ANO .................................................................................205 16.7.3.1.1 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES: ....................................205 16.7.3.1.2 CONTEÚDOS BÁSICOS: -................................................205 16.7.3.1.3 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:............................................206 16.7.3.1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:...............................................207 16.7.3.2 2º ANO .................................................................................207 16.7.3.2.1 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES: ....................................207 16.7.3.2.2 CONTEÚDOS BÁSICOS: ..................................................207 16.7.3.2.3 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:............................................207 16.7.3.2.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:...............................................208 16.7.3.3 3º ANO .................................................................................209 16.7.3.3.1 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES: ....................................209 16.7.3.3.2 CONTEÚDOS BÁSICOS: ..................................................209 16.7.3.3.3 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:............................................209 16.7.3.3.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:...............................................210 16.8 METODOLOGIA...................................................................................210 16.9 AVALIAÇÃO ........................................................................................213 16.10 LEGISLAÇÃO:....................................................................................215 16.11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:.......................................................215 17. HISTÓRIA..................................................................................................217 17.1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS: ..................................217 17.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:..........................................................218 17.2.1 5ª SÉRIE:......................................................................................219 17.2.1.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:...................................................219 17.2.1.2 CONTEÚDOS COMPLEMENTARES:.........................................220 17.2.1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:......................................................221 17.2.2 6ª SÉRIE:......................................................................................221 17.2.2.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:...................................................221 17.2.2.2 CONTEÚDOS COMPLEMENTARES:.........................................223 17.2.2.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:......................................................223 17.2.3 7ª SÉRIE:......................................................................................224 17.2.3.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:...................................................224 17.2.3.2 CONTEÚDOS COMPLEMENTARES:.........................................225 17.2.3.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:......................................................225 17.2.4 8ª SÉRIE:......................................................................................226 17.2.4.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:...................................................226 17.2.4.2 CONTEÚDOS COMPLEMENTARES:.........................................228 17.2.4.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:......................................................229 17.3.ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS.............................................229 17.4 METODOLOGIA...................................................................................234 17.5 AVALIAÇÃO.........................................................................................234 17.6 ENSINO MÉDIO.......................................................................................237 17.6.1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS: ...........................237 17.6.2 METODOLOGIA:............................................................................240 17.6.3 AVALIAÇÃO:..................................................................................245 17.6.4 CONTEÚDOS:...............................................................................247 17.6.4.1 1º ANO..................................................................................247 17.6.4.2 2º ANO..................................................................................248 17.6.4.3 3º ANO..................................................................................249 17.6.5 METODOLOGIA.............................................................................250 17.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................251 18. LÍNGUA PORTUGUESA .............................................................................255 18.1 FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS:.....................................255 18.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DA DISCIPLINA PARA TODAS AS SÉRIES DA EDUCAÇAO BÁSICA...............................................................................255 18.3 CONTEÚDOS BÁSICOS PARA TODAS AS SÉRIES..................................256 18.4 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS PARA TODAS AS SÉRIES...........................256 18.5 OBJETIVOS GERAIS:............................................................................256 18.6 OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA TODAS AS SÉRIES..............................257 18.7 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS – SEPARADOS POR SÉRIES.......................258 18.7.1 5ª SÉRIE:......................................................................................258 18.7.2 DESDOBRAMENTOS (CONTEÚDOS ESPECÍFICOS)........................258 18.7.3 OBJETIVOS (Discurso)..................................................................259 18.7.4 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO..........................................260 18.7.5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO...........................................................260 18.7.6 INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO.....................................................261 18.8 6ª SÉRIE:............................................................................................261 18.8.1 CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO (oralidade, leitura e escrita)...................................................................................................261 18.8.2 DESDOBRAMENTOS (CONTEÚDOS ESPECÍFICOS)........................262 18.8.3 OBJETIVOS (Discurso)..................................................................262 18.8.4 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO..........................................263 18.8.5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO...........................................................263 18.8.6 INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO.....................................................264 18.9 7ª SÉRIE:............................................................................................264 18.9.1 CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO (oralidade, leitura e escrita)...................................................................................................264 18.9.2 DESDOBRAMENTOS (CONTEÚDOS ESPECÍFICOS)........................265 18.9.3 OBJETIVOS (Discurso)..................................................................266 18.9.4 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO..........................................266 18.9.5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO...........................................................267 18.9.6 INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO.....................................................268 18.10 8ª SÉRIE:..........................................................................................268 18.10.1 CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO (oralidade, leitura e escrita)...................................................................................................268 18.10.2 DESDOBRAMENTOS (CONTEÚDOS ESPECÍFICOS)......................268 18.10.3 OBJETIVOS (Discurso)................................................................269 18.10.4 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO........................................270 18.10.5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO.........................................................270 18.10.6 INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO...................................................270 18.11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................271 18.12 ENSINO MÉDIO.....................................................................................272 18.12.1 FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS.................................272 18.12.2 OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA ...........................................275 18.12.3 CONTEÚDOS .............................................................................276 18.12.4 1º ANO.......................................................................................276 18.12.4.1 CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO (oralidade, leitura e escrita)................................................................................................276 18.12.4.2 DESDOBRAMENTOS ( CONTEÚDOS ESPECÍFICOS)..............278 18.12.4.3 OBJETIVOS (Discurso).........................................................278 18.12.4.4 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO..................................279 18.12.4.5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO...................................................279 18.12.4.6 INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO............................................280 18.12.5 2º ANO.......................................................................................280 18.12.5.1 CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO (oralidade, leitura e escrita)................................................................................................280 18.12.5.2 DESDOBRAMENTOS (CONTEÚDOS ESPECÍFICOS)...............281 18.12.5.3 OBJETIVOS (Discurso).........................................................282 18.12.5.4 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO..................................282 18.12.5.5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO...................................................283 18.12.5.6 INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO............................................283 18.13 3º ANO..............................................................................................283 18.13.1 CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO (oralidade, leitura e escrita)...................................................................................................283 18.13.2 DESDOBRAMENTOS (CONTEÚDOS ESPECÍFICOS)......................284 18.13.3 OBJETIVOS (Discurso)................................................................285 18.13.4 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO........................................286 18.13.5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO.........................................................286 18.13.6 INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO...................................................286 18.14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................287 19. MATEMÁTICA............................................................................................288 19.1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS: ..................................288 19.2 OBJETIVOS GERAIS:............................................................................291 19.3 CONTEÚDOS.......................................................................................293 19.3.1 ENSINO FUNDAMENTAL...............................................................293 19.3.1.1 5ª SÉRIE:...............................................................................293 19.3.1.2 6ª SÉRIE:...............................................................................295 19.3.1.3 7ª SÉRIE:...............................................................................297 19.3.1.4 8ª SÉRIE:...............................................................................299 19.4 ENSINO MÉDIO...................................................................................302 19.4.1 1º ANO.........................................................................................302 19.4.2 2º ANO.........................................................................................304 19.4.3 3º ANO.........................................................................................307 19.5 METODOLOGIA...................................................................................309 19.6 AVALIAÇÃO.........................................................................................313 19.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................314 20. QUÍMICA...................................................................................................317 20.1 FUNDAMENTOS TEÓRICO METODOLÓGICOS......................................317 20.2 OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA.....................................................319 20.3 CONTEÚDOS POR SÉRIE/ANO.............................................................319 20.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA ..........................................................321 20.5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA....................322 20.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................322 21. SOCIOLOGIA.............................................................................................324 21.1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS....................................324 21.2 OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA.....................................................328 21.3 CONTEÚDOS ......................................................................................328 21.3.1 2° ANO.........................................................................................328 21.3.2 3° ANO.........................................................................................331 21.4 METODOLOGIA...................................................................................333 21.5 AVALIAÇÃO.........................................................................................334 21.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................335 22. LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA............................................................337 22.1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS:...................................337 22.2 OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA:....................................................337 22.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES BÁSICOS DA DISCIPLINA....................337 22.3.1 5ª SÉRIE:......................................................................................338 22.3.2 6ª SÉRIE:......................................................................................338 22.3.3 7ª SÉRIE:......................................................................................339 22.3.4 8ª SÉRIE:......................................................................................340 22.4 METODOLOGIA...................................................................................340 22.5 AVALIAÇÃO.........................................................................................341 22.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................341 22.7 ENSINO MÉDIO...................................................................................343 22.7.1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS.............................343 22.8 OBJETIVOS GERAIS.............................................................................343 22.9 CONTEÚDOS:......................................................................................344 22.9.1 1º ANO.........................................................................................344 22.9.2 2º ANO.........................................................................................346 22.9.3 3º ANO.........................................................................................347 22.10 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO...............................................349 22.11 AVALIAÇÃO.......................................................................................350 22.12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................350 23. ESPANHOL – CELEM..................................................................................351 23.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA..........................................................351 23.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS....................................353 23.2 CONTEÚDOS.......................................................................................359 23.3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA...........................................................363 23.4 AVALIAÇÃO.........................................................................................365 23.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................368 10 1 – APRESENTAÇ ÃO Ao construir este Projeto, através de uma gestão democrática, estaremos nos lançando para o futuro, ou seja, estamos pensando em como melhorar o presente através de uma redação provisória de lei: provisória pelo fato desta proposta não ser estática, pois está em constante construção. O Projeto Político Pedagógico, pedagógico como um todo” construção sendo a “organização do trabalho (VEIGA, 1998: 11,15) esta em constante coletiva, e é por meio do qual se faz uma caracterização da identidade da escola, refletindo e discutindo sobre o homem, sociedade e os problemas existentes. O Projeto Político Pedagógico não deve conter somente conteúdos, metodologias e avaliações, mas a realidade da escola bem como os instrumentos necessários para a resolução de seus problemas, considerando o espaço na qual está inserida, uma vez que, o Projeto Político Pedagógico significa enfrentar o desafio da mudança e da transformação, tanto na forma como a escola organiza seu processo pedagógico, como na gestão, o que implica o repensar da estrutura de poder da escola. A partir dos pressupostos teóricos e metodológicos deverá ser discutida e/ou refletida a concepção de educação e sua relação, o homem a ser formado, a cidadania e a consciência crítica. Embora a Lei deixe clara a obrigatoriedade dos docentes participarem da elaboração do Projeto Político Pedagógico, mais importante que a imposição, é que a escola propicie situações ao professor que lhe permita “aprender a pensar e a realizar o fazer pedagógico de forma coerente”. (VEIGA, 1995:15) O Projeto Político Pedagógico deve ser orientado por marcos. Estes marcos são os situacionais, conceituais e operacionais baseados em princípios educacionais e administrativos, que são trazidos da sociedade para dentro da instituição. A avaliação do Projeto Político Pedagógico não é a finalização da 11 proposta, mas sim processo, pois deve ocorrer durante todos os momentos, para que se possa tomar decisão, corrigir e aprimorar seus rumos. 12 2 – INTRODUÇ ÃO 2.1- IDENTIFIC AÇ ÃO O Colégio Estadual São Braz – Ensino Fundamental e Médio está localizado na Avenida Vereador Toaldo Túlio, nº 2880, esquina com a Rua Ludovico Lucca – São Braz - CEP. 82300-000, no município de Curitiba – Estado do Paraná, com telefone (0XX41) 3372-1104. Está autorizado a funcionar pelo Decreto nº de 1595/76 DOE de 11/02/1976 e a Renovação de Reconhecimento Resolução nº 4602/2007 DOE de 19/02/2007 O horário de funcionamento do Colégio Estadual São Braz – Ensino Fundamental e Médio se divide em dois turnos: manhã (Ensino Fundamental – 5ª – 8ª e Médio) e tarde (Ensino Fundamental – 5ª - 8ª), sendo o primeiro das 7h30min às 11h50min, o segundo das 13h20min às 17h45min. Ao todo, a escola atende em torno de 700 (setecentos) alunos divididos nos turnos manhã e tarde . Concomitantemente ao Ensino regular, a escola oferta 08 (oito) horas de sala de apoio no período da manhã para os alunos de 5ª série; CELEM ESPANHOL para os alunos do Ensino Médio (08 horas) no período da tarde e a Sala de Recursos aguardando aprovação do MEC. 2.2-ASPECTOS HISTÓRICOS D A ESCOL A 2.2.1- HISTÓRICO A região, conhecida hoje como bairro São Braz, se iniciou em meados de 1830, com quatro chácaras, cujos proprietários eram imigrantes. Estes imigrantes eram muito religiosos, tanto que entre eles havia uma senhora, Maria do Pillar, que trouxera da Itália uma imagem do Santo São Braz. Quando foi construída a primeira capela do bairro, a imagem foi doada. E foi assim que, em função da religiosidade e do culto ao santo, o bairro teve este nome. Com o passar dos anos, novos moradores foram chegando e a população do bairro começou a crescer, surgindo então a necessidade da construção 13 de uma escola para atender as crianças em idade escolar, Apesar da insistência dos moradores, somente no ano de 1951, se iniciou a construção da primeira escola, que só veio a funcionar no dia 02 de fevereiro de 1952, com o nome de “Escola Isolada São Braz”. Nessa mesma época chegavam ao bairro o professor Boleslau Wojnarovicz e sua esposa, professora Filomena Wojnarovicz, que passaram a lecionar na escola, cuja primeira turma era composta por oito alunos. De ano para consequentemente ano de aumentava crianças em o número idade de escolar. moradores Surge então e a necessidade de ampliação do prédio, que passou a contar com 7 salas de aula, e a se chamar “Casa Escolar São Braz”, pelo Decreto nº 15437 de 13 de julho de 1964. A partir daí, a escola, administrada pelo professor Boleslau e pela professora Filomena, pode contar com novos professores e melhorar o atendimento às crianças. Dois anos se passaram e em 28 de novembro de 1966, pelo Decreto nº 3090, a escola foi elevada a “Grupo Escolar São Braz”. Durante mais de 22 anos, o bairro contou apenas com essa escola, pois só no ano de 1974 entra em funcionamento mais uma unidade escolar, atendendo alunos das primeiras e segundas séries. Como o bairro passou a se desenvolver rapidamente, nova ampliação do prédio escolar se fez necessária, que passou a contar com oito salas de aula e dependências administrativas. Em 06 de fevereiro de 1976, sob o Decreto nº 1595, passou a se denominar “Escola Estadual São Braz – Ensino de 1º Grau”, nome que permaneceu até o ano de 1997. Depois de muita insistência de professores, pais e comunidade em geral, a escola que até então era de madeira, foi reinaugurada em 1995, com um novo prédio, agora de alvenaria e com mais salas de aula. Em 1997, pela Resolução nº 187/97, a escola foi autorizada a ofertar o ensino de 5ª a 8ª séries, com implantação gradativa. Em 1998, pela Deliberação nº 003/98-CEE, em consonância à Lei de 14 Diretrizes e Bases nº 9394/96, passou a se denominar “Escola Estadual São Braz – Ensino Fundamental”. 2.2.2– ESP AÇO FÍSICO O espaço físico do Colégio Estadual São Braz conta com: 11 Salas de Aula,01 Laboratório de Informática, 01 Sala de Professores, 01 Sala de Direção, 01 Sala de Secretaria, 01 Sala da Equipe Pedagógica, 01 Biblioteca, 01 Cantina, 01 conjunto de Banheiros Masculinos e outro conjunto de Banheiros Femininos para o uso dos alunos, 01 Banheiro Masculino e outro Feminino para o uso dos Professores, 01 almoxarifado e 01 depósito. Todas as onze salas de aula estão sendo ocupadas no período da manhã e a tarde. 2.2.3– OFERTA DE CURSOS E TURM AS: O Colégio Estadual São Braz - Ensino Fundamental e Médio oferta atualmente Ensino Fundamental de 5ª à 8ª série e Ensino Médio com educação regular; assim distribuídas para o ano de 2010: no ensino Fundamental: três 5ª séries, cinco 6ª séries, quatro 7ª séries, três 8ª séries; no Ensino Médio Regular: duas 1ªséries e duas 2ª séries. 2.2.4– C AR ACTERIZ AÇ ÃO D A POPUL AÇ ÃO: 2.2.4.1 – PROFESSORES E FUNCION ÁRIOS O quadro de profissionais que atuam no Colégio é constituído por 29 professores, todos graduados, ou seja, contamos com 100% dos professores graduados. Todos os professores estão sempre realizando curso de atualização, capacitação e participando de congressos e seminários, além de estarem o tempo todo realizando leituras e participando de grupo de estudos quinzenais realizados no Colégio com as mais diversas temáticas ligadas a educação. Dos 29 professores mencionados, 20 pertencem ao Quadro Próprio do 15 Magistério e 09 pelo PSS. Como a preocupação com a educação é uma constante, os funcionários também estão dispendendo esforços para a formação acadêmica, atualmente o Colégio conta com quatro Assistentes Administrativos QFEB, dois cursando graduação e os dois com graduação completa e os seis funcionários em Serviços Gerais, uma funcionária QFEB com Ensino Médio completo, uma QPPE com fundamental completo, duas do Paraná Educação uma com o Ensino Médio Completo e outra concluindo o Fundamental e duas CLAD, uma concluindo o Ensino Médio e outra com o Fundamental Completo. 2.2.4.2- EQUIPE GESTOR A (DIRETORES E PED AGOGOS) Os profissionais que atuam na Direção e na Equipe Pedagógica, atualmente, são do Quadro Próprio do Magistério, todas se encontram lotadas no Colégio. A diretora do Colégio é graduada em Pedagogia, com 40 horas semanais; duas pedagogas tem 20 horas semanais e uma pedagoga com 40 horas semanais.. 16 3 – OBJETIVOS 3.1- OBJETIVO GER AL Proporcionar à comunidade escolar uma formação crítico participativa de qualidade, fornecendo condições necessárias para um ensino científico, ao conhecimento produzido historicamente pela humanidade e voltado a transformação social. 3.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS: a) Incentivar a comunidade escolar a desenvolver um trabalho sério, voltado a qualidade do educar. b) Promover análise de todos os documentos provenientes dos órgãos superiores, desenvolvendo a autonomia escolar. c) Desenvolver um ambiente favorável ao desenvolvimento da consciência crítica, com agentes ativos preparados para a transformação social. d) Difundir os conhecimentos historicamente construídos, conhecimentos cotidianos bem como as discussões das DCE's, promovendo a autonomia crítica de nosso alunado, por meio do conhecimento sistematizado. e) Garantir aos alunos portadores de necessidades especiais condições de acesso aos diversos ambientes escolares com uma formação que leve em consideração suas dificuldades. f) Manter o corpo administrativo, funcionários, direção, docentes e equipe pedagógica unidos com objetivos comuns, mantendo mínimo o número de faltas. g) Desenvolver trabalhos e reflexões abordando os Desafios Educacionais Contemporâneos. h) Promover diversificados. o conhecimento da cultura Afro, em seus aspectos 17 4. M ARCO SITU ACION AL O Colégio Estadual São Braz se encontra organizado de forma a atender a maioria das ansiedades dos professores e demais profissionais deste meio, buscando diminuir suas aflições com relação a desorganização do trabalho pedagógico. A gestão democrática, não fixada ainda totalmente, nos possibilita a discussão e decisão de vários assuntos que envolvem desde a organização do espaço pedagógico, até questões relacionadas a tomada de decisões em assuntos diversos, desde que seja de interesse do coletivo escolar. A avaliação organizada em dois blocos foi um grande avanço conquistado nesta gestão, por possibilitar um melhor aproveitamento do tempo pelos alunos e professores, superando a antiga forma de avaliações e recuperações, onde se passava a todo tempo preocupando-se com a aplicação e correção de instrumentos. Contudo, ainda em 2009, nossa primeira experiência com o sistema de blocos, votado pela maioria dos docentes, tivemos alguns docentes que optaram por não seguir o Regimento Escolar, não adotando, portanto, tal sistema. Mesmo com todo este avanço, com avaliações diversificadas, o aproveitamento escolar de muitos alunos ainda é questionável, uma vez que dão maior relevância ao instrumento prova, desconsiderando pequenas atividades avaliativas. O processo, para os alunos, está centrado na recuperação e não na avaliação. Os alunos realizam as avaliações já questionando os professores permanece a maior nota, e sobre a recuperação, na qual sempre na realização desta não melhoram sua compreensão, pois algumas notas ou continuam iguais ou pior, diminuem. Com isso percebemos que a taxa de aprovação por conselho de classe ou reprovação, conforme observamos, é mais significativa, quanto maiores as dificuldades dos alunos e problemas de disciplina. Contudo, a quantidade de alunos por turma, não chega a influenciar drasticamente as taxas de aprovação e reprovação, de forma que em 2009, turmas com 37 (trinta e sete) alunos matriculados, 25 (vinte e cinco) foram aprovados e noutra com 18 36 (trinta e seis) alunos, dos quais 26 foram aprovados. Com a nova demanda educacional, com alunos com dificuldade de aprendizagem, defasagem, déficit de atenção, entre outros, a aprovação, reprovação ou aprovação por conselho, precisa ser bem analisada, juntamente com os critério fixados para a avaliação e as medidas tomadas ao longo do ano letivo. A sala de apoio a aprendizagem para os alunos de 5ª série é um dos nossos problemas, devido a falta de assiduidade e compromisso dos alunos participantes. Dos 23 (vinte e três) alunos do apoio de Português no turno da tarde, ou seja que estudavam de manhã, 12 (doze) reprovaram, 01 (um) foi remanejado, 03 (três) fora aprovados e 07 (sete ) aprovados por conselho. Já em Português, no turno da manhã, para os alunos que estudavam a tarde regularmente, dos 20 (vinte) alunos participantes, 07 (sete) reprovaram, 03 (três) aprovado e 09 (nove) aprovados por conselho de classe, 01 (um) reprovou , 01 (um) remanejado. Em matemática, no turno da tarde, dos 26 (vinte) alunos participantes, 12 (doze) reprovaram, 01 (um) aprovado e 12 (doze) aprovados por conselho de classe. No período da manhã tivemos 11 (onze) alunos reprovados, 01 (um) aluno aprovado e 13 (treze) alunos aprovados por conselho de classe, 01 (um) transferido e 001 (um) desistente, dos 27 (vinte e sete) alunos participantes. A constatação dos professores é de que tal oferta não dá conta do resgate dos conteúdos. Com isso, percebe-se que a taxa de aprovação direta é irrelevante se comparada às reprovações e aprovações por conselho de classe. Isso acontece basicamente pela falta de interesse e acompanhamento dos responsáveis e alunos participantes, além da falta de estímulos pelos docentes com a diversificação das aulas, muitas vezes devido a falta de instrumentos. Os critérios de avaliação ainda são um ponto confuso para os docentes, que o acabam confundindo com os objetivos e não expõem aos alunos em que aspectos estão sendo avaliados. Esse fator também é observado nos conselhos de classe, onde ressalta-se o replanejamento das aulas. A formação continuada, que todo ano conta com grande participação dos 19 professores QPM do colégio, neste ano letivo de 2010, no qual obtivemos a participação de 95% de professores, os critérios de avaliação, bem como o cumprimento do Regimento Escolar, ao tratar da avaliação, foram trabalhados, o que esperamos contribuir para uma melhor efetivação dos trabalhos, do Conselho de Classe e da Gestão Democrática. A participação dos professores em cursos de formação continuada e Semanas Pedagógicas é muito positiva, bem como na Hora atividade concentrada e simpósios. A Direção da escola, sempre com aviso prévio e organização do professor, libera os docentes para participar de eventos diversos. O trabalho da Equipe Pedagógica ainda em 2009, encontrava-se dissociado em dois turnos, manhã e tarde, um lado pela realidade da clientela de cada turno, de outro pela falta de entrosamento da própria equipe, que em poucos momentos sentaram para discutir alguns acordos que seriam necessários. Houve a falta de repasse aos professores dos problemas solucionados pela equipe, ou melhor, das providências tomadas frente aos problemas enumerados pelos professores. Com relação a nossa Secretaria, podemos dizer que o trabalho é muito efetivo e organizado, sempre havendo a cobrança de entrega de documento e materiais no prazo determinado. A taxa de abandono é quase inexistente em nossa realidade e quando detectada por meio de conversa com professores, a direção e equipe pedagógica entram imediatamente em contato com os responsáveis pelo aluno solicitando sua presença na escola, a fim de justificar a ausência do aluno. Caso o mesmo não retorne num curto espaço de tempo, a FICA (Ficha de Comunicação do Aluno Ausente) que já estava preenchida é enviada ao Conselho Tutelar. Raras são as ocasiões que se faz necessário o envio da FICA, pois na maioria dos casos conseguimos o retorno do aluno com o telefonema e conversa com o responsável. Nossa estrutura física é, de certa forma organizada. Temos salas claras e ventiladas, bem como pátio coberto, quadra de esporte, entre outros. 20 Contudo no ano de 2009 faltou-nos, no período da manhã um melhor espaço para a realização da sala de apoio, além de espaço para apresentação de eventos com um número maior de alunos, como um anfiteatro. A área externa, a qual não apresenta área verde, não atente satisfatoriamente as nossas necessidades, uma vez que não podemos deixar muitos alunos no pátio ao mesmo tempo. Esse espaço reduzido, impede, ao mesmo tempo, saídas desautorizadas de alunos e possibilita que sempre que um aluno esteja no pátio durante o período de aula possa ser identificado e conduzido novamente à sua sala. Desta forma o alunado é sempre atendido da melhor forma possível, impedindo, inclusive, que haja dispensa do aluno antes do horário, bem como em casos de ausência do professor, em casos extremos. Outro ponto que merece destaque é o Bulliyng (um distúrbio que se caracteriza por agressões físicas e morais repetitivas), que ocorre, em sua maioria, no horário do recreio escolar. A cada dia, as brincadeiras classificadas como de “mau gosto” tem aumentado. Em nossa escola não é diferente, embora haja um controle rígido. Os professores falam que os adeptos do Bulli yng transformam seus colegas em alunos inseguros e que isso traz prejuízos para a aprendizagem. Poucos são os pais que comparecem à escola ou ficam sabendo dos problemas enfrentados pela mesma. Alguns não questionam os professores mal preparados. Questionam os bons, por chamarem a atenção, se preocuparem diariamente com o aluno que não aprende, ou indisciplinado que atrapalha a turma, e ficarem, portanto, “perturbando” e tirando o pai do serviço para comparecer à escola. Geralmente os pais presentes, que estão sempre em contato com a escola, participando das reuniões e demais eventos são os pais dos alunos bons, que, participam inclusive, dos órgãos colegiados que são atuantes em nossa realidade. A presença do responsável na Instituição é muito importante, pois é por meio desta, que repassamos avanços e dificuldades dos alunos, possíveis convocações de acompanhamento especializado (psicológico, por exemplo), ou ainda para sala de apoio ou recurso. Sempre que um professor demora a chegar para assumir sua turma, a 21 equipe pedagógica, direção ou funcionárias, atendem a turma. Geralmente a equipe pedagógica ou direção o fazem por meio de atividades diversificadas que não influenciam na disciplina em questão. Quando o professor prevê sua falta, cobra-se que o mesmo organize atividades para que sejam aplicadas pela equipe pedagógica, que sempre que possível o realiza, a não ser, em dias muito agitados que os alunos precisam ser liberados ao pátio, mas nunca dispensados. A reincidência de atrasos ou faltas pelo coletivo escolar é sempre questionada pela direção, que toma as devidas providências, de modo a não atrapalhar o ano letivo dos alunos e o andamento da organização do trabalho na escola, uma vez que a falta de um companheiro (a) de trabalho sempre propicia tumultos e acumulo de funções. O uso da biblioteca ainda é pequeno se comparado a quantidade de exemplares disponíveis para pesquisa. Os alunos não tem o costume de emprestar livros, ou até mesmo, de frequentar a biblioteca para leitura, embora a mesma esteja organizada de forma a acolher os alunos e fornecer os materiais diversificados para os professores. Até o momento, por ainda contarmos com turmas recém abertas do Ensino Médio, o grêmio estudantil ainda não foi formado. Pensamos que para este próximo ano estaremos organizando os quesitos fundamentais para a sua composição. Os Desafios Educacionais Contemporâneos são trabalhados de forma eficiente em cada disciplina. Geralmente cada área do conhecimento tem um desafio que abrange mais. Contudo acaba contemplando, em textos, discussões, reflexões os demais assuntos, uma vez que estão inseridos e são parte integrante de nossa realidade. O quadro traçado sugere uma situação preocupante. Mas a escola tem uma função social que se for assumida poderá contribuir para a transformação, porque formará um aluno crítico, participativo, consciente de que a história da humanidade envolve a ação de todos os homens e não apenas a dos heróis, como alguns historiadores insistem em recapitular e sugerir. 22 5. M ARCO CONCEITU AL Atualmente vivemos em uma sociedade que, ao menos teoricamente, se configura como democrática; porque os governantes são eleitos pelo voto e esta é uma condição presente nas sociedades de governos representativos. Contudo, Inês B. de Oliveira (2005) considera que sociedade democrática envolve muito mais que o direito de escolher seus representantes. “Pressupõe a possibilidade de participação do conjunto da sociedade em todos os processos decisórios que dizem respeito à sua vida (em casa, na escola, no bairro, entre outros)”. Sabemos, por outro lado, que participar de decisões implica constituir-se primeiro em um ser histórico, capaz de interagir com seus pares sem autoritarismo, porque tem a consciência de que uma sociedade só é democrática se for justa socialmente e justiça social é disponibilizar para todos os homens os bens materiais e culturais dessa mesma sociedade. Atílio B yron (1986) aponta as distorções que a hegemonia ideológica do neoliberalismo trouxe: uma sociedade heterogênea e fragmentada, marcada por desigualdades de todos os tipos – classe, etnia, gênero, religião, ou seja, a chamada sociedade dos dois terços ou uma sociedade com duas velocidades, como costuma ser chamada na Europa, pois há um amplo setor social, um terço excluído, e portanto, condenado à marginalidade e que não pode ser “reconvertido” em termos laborais, nem inserir-se no mercado de trabalho formal desenvolvidos pela tecnologia. Não é essa sociedade que interessa a escola que assumir o compromisso de, cotidianamente preparar o aluno para que se torne capaz de fazer intervenções na sociedade, no sentido de superar as desigualdades sociais, assegurando qualidade de vida para todos. Em Chauí (1993), encontramos que a cultura tem inicialmente dois significados: 1º - O cultivo, a educação do espírito da criança para que esta se torne suficientemente virtuosa para poder conviver com outros membros de uma determinada sociedade. A virtuosidade seria uma consequência do aperfeiçoamento e refinamento de qualidades naturais (caráter, índole, 23 temperamento, por exemplo); 2º- A partir do século XVIII, cultura passa a significar os resultados da educação do homem, captados na sua atuação em todos os campos: artes, filosofia, religião, ciências experimentais. Neste momento, cultura transforma-se em sinônimo de civilização. No primeiro, cultura é uma extensão da natureza humana e, portanto não há oposição entre homem e universo. Seria a cultura uma forma de adaptar a natureza humana porque se deixada por conta própria agiria de forma agressiva, destrutiva e ignorante; tornando-se um entrave para a sociedade em que vive. No segundo segmento, tem início a separação entre natureza e cultura. O homem e a natureza passam a ter uma diferença essencial: a natureza agindo de forma determinista e o homem com discernimento porque livre para fazer escolhas de acordo com seus valores e fins. O 2º sentido da cultura vai gradativamente prevalecendo e simultaneamente ampliando o seu significado até significar a relação que os homens socialmente organizados, estabelecem entre si; e com o tempo e o espaço; e com a natureza. Cultura transforma-se, então, em produto coletivo da vida humana. Passa a referir-se ao conteúdo de cada cultura particular; produto da história de cada sociedade. Segundo José Luiz Santos, transforma-se num território bem atual das lutas sociais por um destino melhor. É uma realidade e uma concepção que precisam ser apropriadas em favor do progresso social e da liberdade, em favor da luta contra a exploração de uma parte da sociedade por outra, em favor da superação da opressão e da desigualdade. Compete à escola, enquanto instituição cultural, transmitir a seus alunos o conhecimento acumulado pela humanidade ao longo da história. Mas, para que os alunos se apropriem desse saber, faz-se necessária uma interação constante com os demais saberes, isto é, entre o que o aluno aprende na escola e o que ele traz para ela, num processo contínuo e permanente de saberes entrelaçados. É preciso pois, que a escola se enraíze na comunidade, envolvendo os pais e/ou outros responsáveis para caracterizar a sua comunidade escolar e traçar estratégias que ajudem o aluno a apropriar-se do saber sistematizado. Porque, embora 24 seja importante que a escola valorize o saber assistemático do aluno, é preciso que busque ultrapassá-lo, oportunizando às crianças e jovens pertencentes aos diferentes grupos sociais o acesso ao saber expresso nos conhecimentos socialmente relevantes da cultura brasileira no âmbito regional e nacional, e o conhecimento universal. A reflexão sobre o significado de ser professor na sociedade atual nos remete à constatação de que o exercício dessa profissão gerou uma crise de identidade. Essa crise tem causas diversas, tais como: dificuldades de estabelecer interação social; descontentamento na realização das tarefas decorrentes do exercício profissional; perda de auto-estima em função do desprestígio social da profissão; dificuldades para “dar conta do recado” em salas de aula com número excessivo de alunos; ou turmas que muitos alunos mostram-se desinteressados e/ou indisciplinados. E mesmo que a formação inicial do professor envolva o domínio em sua área de conhecimento e competência profissional para ensinar, é evidente que ela precisa ser continuada. A formação continuada é, segundo HYPOLITT (2004) “uma tentativa de resgatar a figura do mestre, tão carente do respeito devido a sua profissão, tão desgastada em nossos dias. 'Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão da prática'. (HYPOLITT, p. 1, 2004). Só o estudo e pesquisa permanentes podem assegurar ao professor a apropriação do conhecimento atualizado, redefinido porque as verdades não são perenes e é este caráter provisório do conhecimento que exige profissionais em formação contínua. Mas, na maioria das vezes, a sobrecarga de trabalho e o baixo salário inviabilizam aquela necessidade. Então, a crise de identidade do professor se aprofunda. Por outro lado, educar exige também que o professor consiga estabelecer vínculo afetivo e emocional com o aluno. Quando isso não ocorre a relação torna-se estressante e a aprendizagem do aluno pode não 25 acontecer. Apesar de tudo, a crise contém em si elementos positivos. Leva o professor à reflexão de como se inscrever nesse espaço de luta e simultaneamente, exercer a sua função que é socializar o conhecimento historicamente produzido pela humanidade. Podendo acrescentar que professor é também, segundo Marilena Chauí, quem se põe diante do aluno no sentido de ensiná-lo, até o ponto em que este se sinta autônomo o suficiente para seguir com passos próprios. Desde 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96), assegura aos alunos com necessidades especiais o direito a currículo, métodos, recursos educativos e de organização específicos para atender às suas necessidades. Nos documentos da SEED, a inclusão do portador de necessidades educativas especiais tem que se dar de forma responsável. O desafio é enfrentado com uma nova forma de repensar e reestruturar políticas e estratégias educativas de maneira a não apenas criar oportunidades efetivas de necessidades educacionais acesso para especiais, crianças mas, e adolescentes com sobretudo, garantindo condições indispensáveis para que possam manter-se na escola e aprender. Entendemos que nesse momento de transição de paradigmas, as conquistas já consolidadas pelas pessoas com necessidades educacionais especiais e seus familiares, historicamente, não podem ser descartadas e as estruturas desmanteladas, como se não tivessem um valor histórico indiscutível na complexa rede de relações que constituem o sujeito social. Adotamos como um dos referenciais a afirmação de que, a inclusão educacional é mais que a presença física, é muito mais que acessibilidade arquitetônica, é muito mais que matricular alunos com deficiência nas salas de aula do ensino regular, é bem mais que um movimento da educação especial, pois se impõe como movimento responsável, que não pode abrir mão de uma rede de ajuda e apoio aos educadores, alunos e familiares (Euler Carvalho, 2004). É partindo desse princípio que entendemos que embora a escola regular seja o local preferencial para promoção da aprendizagem e inclusão de 26 alunos com necessidades educacionais especiais (e para isso estamos trabalhando), há uma parcela de crianças e adolescentes que, em função de seus graves comprometimentos ou necessidades de comunicação diferenciada, requerem atenção individualizada e adaptações curriculares significativas, os quais necessitam que seu atendimento seja, atualmente, realizado em classes ou escolas especiais (SEED, p. 6, 2006). A escola só é espaço democrático na medida em que inclui todos os alunos, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas, ou outras. Mesmo uma escola comum tem que se credenciar para a inclusão, especialmente aqueles que tem necessidades educativas especiais. Segundo educação BARBOZA, especial “Educar indivíduos significa negar-lhes o em segregadas salas de acesso à formas ricas e estimulante de socialização e aprendizagem que somente acontecem na sala de aula regular devido a diversidade presente neste ambiente. A pedagogia de inclusão baseia-se em dois importantes argumentos.” “Os currículos devem ser adaptados às necessidades dos alunos e não o inverso, as escolas devem oferecer oportunidades curriculares que se adaptem a alunos com diferentes interesses e capacidades”. “Os procedimentos avaliativos devem ser revistos”. “Devem ser oferecidas diferentes formas de apoio, desde uma ajuda mínima em classes comuns até programas adicionais de apoio à aprendizagem na escola, bem como a assistência de professores especialistas e de equipe de apoio externo”. (SEED, p. 6, 2006). Na escola, cabe ao gestor, essencialmente, criar condições para que desenvolvam ações que viabilizem o Projeto Político Pedagógico. Segundo LUCE e MEDEIROS (2003), “A gestão democrática da educação formal está associada ao estabelecimento de mecanismos legais e institucionais e à organização de ações que desencadeiem a participação social: na formulação de políticas educacionais; no planejamento; na tomada de decisões; na definição do uso de recursos e necessidades de investimento; na execução das deliberações coletivas; nos momentos de 27 avaliação da escola e da política educacional. Também a democratização do acesso e estratégias que garantam a permanência na escola, tendo como horizonte a universalização do ensino para toda a população, bem como o debate sobre a qualidade social dessa educação universalizada, são questões que estão relacionadas a esse debate. Esses processos devem garantir e mobilizar a presença dos diferentes atores envolvidos, que participam no nível dos sistemas de ensino e no nível da escola” (Medeiros, 2003). As ações pedagógicas voltadas à identidade, à avaliação, à função social, ao alunado, à organização curricular, à avaliação, bem como, aos resultados,e, portanto, à essência do Projeto Político Pedagógico da escola, tomadas na escola devem ser organizadas de forma que articulem a autonomia colegiada e participativa de todos os seus segmentos. Tendo a avaliação como uma prática diária do bom processo ensinoaprendizagem na escola o que inclui uma avaliação inicial (diagnóstica) para o planejamento do professor e uma ao final de cada etapa de trabalho, a avaliação deve ser um processo e acontecer durante todo o ano em vários momentos e de várias formas. MATTOS (2005), aponta a necessidade de estabelecer critérios de avaliação, a fim de suspender as avaliações subjetivas realizadas nos Conselhos de classe, buscando soluções para a melhoria do processo ensino-aprendizagem. Segundo a Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, que define o estágio como o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, visa à preparação para o trabalho produtivo do estudante. O preparando-o estágio para o integra processo o itinerário de formativo produção e de do educando, apropriação de conhecimento. Uma educação de qualidade preocupa-se também, com um ambiente físico escolar de qualidade onde os espaços educativos sejam suficientes para atender a demanda, limpos, arejados, agradáveis, cuidados com flores e árvores, equipados de materiais didáticos adequados a realidade da 28 escola com recursos que permitam qualidade aos alunos, aos pais e à comunidade, além de boas condições de trabalho para os professores, gestores e funcionários. Assim, a participação instituiu uma prática democrática. Exige mudanças no papel tradicional do gestor da escola. Precisa conjugar as decisões coletivas e a unidade de ação do projeto da escola, na perspectiva de conciliar as exigências democráticas administrativas, da função com a finalidade educativa da escola. É preciso eliminar a fragmentação, a exclusão, o cooperativismo, o autoritarismo de modelos em que não há lugar para a autonomia individual ou coletiva, espaços para liberdade, adversidade e a construção da própria entidade. Isto também implica na formulação e reformulação do Projeto Político Pedagógico, Regimento Escolar, cumprimento das normas internas da Escola, assim variadas como, formas, calendário, procurando horários uma e práticas melhoria do pedagógicas processo de ensino- aprendizagem, minimizando assim a repetência e evasão dos alunos. O trabalho e reflexões sobre a diversidade étnica e racial, como bem expressa a Lei nº 10.639, é indispensável para pleno entendimento da história da sociedade brasileira e da contribuição do povo negro na construção social, econômica e cultural do nosso país. Para tanto, deve constar no currículo o tema “História e Cultura AfroBrasileira”. Nesse sentido, torna-se importante entendermos a urgência de resgatar estes conteúdos A seriedade e respeito no cumprimento deste serão revertidos num exemplo de responsabilidade dos professores para com os alunos. A gestão democrática na escola é o canal para superar a ideia de que ninguém é bem sucedido sozinho, é necessário que todos os pais, alunos, agentes de apoio, professores, tenham direito a voz e a participar significativamente em todas as decisões da escola. Agindo assim, a escola estará politicamente comprometida com a transformação social da sociedade. A Equipe Administrativa tem a função de suporte ao funcionamento da 29 escola, sendo composta pelos funcionários Administrativos da secretaria e biblioteca e Auxiliar de Serviços Gerais. Os serviços documentação, da seja secretaria ela do abrangem aluno, dos toda a parte professores ou referente do à próprio estabelecimento, sendo feitos com dedicação e responsabilidade. Da mesma forma, o pessoal que atua na área de serviços gerais cuida da manutenção, limpeza e conservação da escola, do preparo da merenda, que é feita com qualidade e capricho, além de cumprir o papel de Inspetor de alunos, visto que em nosso estabelecimento não contamos com esse profissional. O papel do funcionário dentro da escola é desenvolvido através de ação conjunta, sendo que na falta de um outro assume a tarefa, dando continuidade ao trabalho sem atritos, porém, havendo necessidade, terá a mediação da Direção, para que o serviço seja realizado da melhor maneira possível. As decisões são tomadas em conjunto, respeitadas as opiniões e na medida do possível, aceitas pela Direção, pensadas na coletividade. 5.1 CONCEPÇ ÃO DE SOCIED ADE Pertencemos a uma sociedade capitalista, competitiva baseada nas ações e resultados, por isso faz-se necessário construir uma sociedade libertadora, crítica, reflexiva, igualitária, democrática e integradora, fruto das relações entre as pessoas, caracterizadas pela interação de diversas culturas em que cada cidadão/ã constrói a sua existência e a do coletivo. 5.2 CONCEPÇ ÃO DE HOMEM O ser humano, na atualidade, é competitivo e individualista, resultado das relações impostas pelo modelo de sociedade em vigor. No entanto, a luta deve ser por um homem social, voltado para o seu bem próprio mas, acima de tudo, para o bem estar do grupo do qual faz parte. O homem, que modifica a si mesmo pela apropriação dos conhecimentos, modifica também a sociedade por meio do movimento dialético “do social para o individual 30 para o social”. Destarte, torna-se sujeito da história. 5.3 CONCEPÇ ÃO DE EDUC AÇ ÃO O processo educacional deve contemplar um tipo de ensino e aprendizagem que ultrapasse a mera reprodução de saberes “cristalizados” e desemboque em um processo de produção e de apropriação de conhecimento e transformá-lo, possibilitando, assim, que o cidadão torne-se crítico e que exerça a sua cidadania, refletindo sobre as questões sociais e buscando alternativas de superação da realidade. 5.4 CONCEPÇ ÃO DE ENSINO APRENDIZ AGEM O professor é quem instrumentaliza o aluno para se tornar um agente ativo, um emancipador. Humanizar a sociedade implica, também, em socializar o saber, implica em elevar o nível cultural da maioria da população. Falar em qualidade de ensino, significa falar em mudança social, em socialização dos conhecimentos, em equiparação social por meio dos conhecimentos. 6. M ARCO OPER ACION AL Verifica-se a necessidade de mudanças na educação, as quais devem estar amparadas por uma melhor organização do Sistema de Educação. Enquanto isso, o que se pode fazer é buscar melhorar os pressupostos teórico-metodológicos da Colégio Estadual São Braz que visem uma formação voltada preservar a dignidade do ser humano, a igualdade de direitos, a solidariedade e o respeito. É preciso formar um cidadão responsável e consciente de seu estado nessa sociedade. O Marco Situacional servirá como base para as alterações almejadas pela comunidade escolar. Vários são os desafios à serem enfrentados daqui para frente, perpassando o aspecto pedagógico, gestacional e funcional da Escola. O currículo é um aspecto importante, tomado como carro chefe de toda ação educativa, precisa ser revisto a todo momento e 31 reformulado a nível do cotidiano escolar, adaptando-o as novas expectativas e mudanças. A avaliação é parte integrante do processo educativo. Por meio dela, o professor fica sabendo como está a aprendizagem dos alunos e pode melhorar a sua própria prática pedagógica. Um bom processo de ensinoaprendizagem na escola inclui uma avaliação inicial para o planejamento do professor e uma avaliação ao final de uma etapa de trabalho. Os professores devem utilizar diversos mecanismos de avaliação, desde que, o instrumento avaliativo seja sistematizado com critérios bem definidos e esclarecidos para todos os envolvidos neste processo. Portanto, é vedada à avaliação sob uma única forma de instrumento, bem como, em uma única oportunidade. Quanto a retenção, alguns professores a consideram como forma de fazer o aluno comprometer-se com os estudos do ano subsequente. Estes professores necessitam rever sua metodologia, pois, na maioria dos casos, o que verificamos na escola é que os alunos retidos ficam mais descomprometidos ainda ou até se evadem. Evidentemente há exceções. Alguns poucos alunos, ao fazerem a mesma série duas vezes, saem-se melhor. Mas, enfatize-se, não é a regra. Por outro lado, os professores que atribuem um sentido positivo a reprovação, acabam, ainda que digam o contrário, usando a avaliação numa perspectiva meramente classificatória, isto é, aquela que valoriza o aspecto quantitativo de aprendizagem. Simultaneamente, e por força até do tipo de avaliação que usam, defendem estes professores que a avaliação é uma prerrogativa unicamente de responsabilidade deles. Contudo, avaliar nunca é competência única do professor, mas sim, de todos os elementos integrantes do processo educacional (alunos, pais, diretores e pedagogos). Essa centralização no professor apenas consolida o modelo econômico mundial e suas relações de poder, plenamente exercida em nossas escolas. A avaliação envolve tarefas a serem desenvolvidas também fora da escola e, nesse caso, a contribuição dos pais pode ser decisiva para que a aprendizagem ocorra. 32 Mas, para que tudo isso seja compreendido e aceito pelo professor, precisamos rever os paradigmas da avaliação no desempenho escolar, bem como da educação como um todo. Só quando houver clareza por parte de todos os integrantes da escola, que esta deve girar em torno do eixo ensino-aprendizagem e não aprovação e reprovação, é que terá sentido falar em escola como espaço de socialização do saber historicamente acumulado pela sociedade. A sala de apoio também foi apontada como questão preocupante em função do número de alunos atendidos e os resultados atingidos. No entendimento dos Docentes, Equipe Pedagógica e Direção a Sala de Apoio precisa iniciar simultaneamente ao ensino regular. Isto porque há crianças que vão para a série seguinte com defasagem de conteúdos, seja em função da promoção automática ou aprovação por conselho de classe ou porque terão que cursar novamente a mesma série. Além disso, considerando-se que as turmas têm que ser formadas por um pequeno número de alunos (um critério adequado); é evidente que muitos não poderão ser incluídos nessas turmas. Por outro lado, a utilização do critério da substituição; isto é, a ideia de que sempre que um aluno da sala de apoio se aproprie dos conteúdos que estava defasado, dê lugar para outro. A participação dos pais na educação e na cobrança dos filhos pela frequência e rendimento não só na sala de apoio, mas na vida como um todo, está equivocada. Os pais mesmo sendo os maiores responsáveis pela educação do filho tem reagido com estranheza as mudanças cotidianas. Sabemos que nas famílias atuais a mãe e o pai têm que se empenhar por igual para lutar pelo sustento dos filhos. Por conseguinte não têm mais a mesma disponibilidade de atender aos reclamos da escola, como ocorreria na família patriarcal onde a mãe permanecia em casa. Não podemos pois, simplesmente taxá-los de irresponsáveis. O resultado é a superproteção dos filhos em vez do cultivo de suas aptidões. Isto é uma realidade da família atual, como os pais passam pouco tempo com os filhos a educação oferecida muitas vezes é repleta de proteção, e esta nova configuração de família acaba por atribuir à escola o papel de educar. Sendo que a 33 educação precisa acontecer no contexto familiar, é aí que os conceitos e valores são transmitidos de pais para filhos e ao contexto escolar cabe ampliar essas ações iniciadas na família. O fato é como trazer a família para a escola? Não é fácil, pois com o passar do tempo essa participação foi diminuindo drasticamente. Continuar com telefonemas, bilhetes, convocações, reuniões, são alguns exemplos, contudo sem muita eficácia. Já, quando contamos com o auxilio do Conselho Tutelar, a relação muda de foco, e os pais passam a cumprir seu papel. Mas por outro lado, sabemos também que muitos são os casos de insucesso do aluno que só são revertidos com a ajuda da família. Então, para que as famílias que não dispõem de tempo de compartilhar com o filho sua vida escolar possam fazê-lo, é preciso que a escola se transforme num espaço onde a comunidade escolar tenha voz e vez, isto é, participe dando sugestões, envolva-se nas atividades culturais, recreativas, desportivas, etc. As quais não precisam ser, obrigatoriamente, só nos períodos de aulas, isto é, podem ser à noite, ou nos sábados por exemplo. Evidentemente, a nossa reflexão não foi apenas em relação aos fatores técnicos administrativos. Os aspectos pedagógicos também foram focados. E concluímos que a recuperação paralela deve ser desenvolvida dentro de uma metodologia diferenciada daquela que o professor desenvolve na sala comum. Isto justifica-se porque nem todos aprendem da mesma forma. Outro argumento a favor da metodologia diferenciada vincula-se ao fato de que nem sempre o desenvolvimento cognitivo de uma criança corresponde a sua faixa etária. Há crianças que estão na adolescência e que ainda não conseguem abstrair; precisam de material concreto ou semi concreto (cartazes, material bidimensional) para apreender os conteúdos. Por outro lado, um outro ponto foi acrescentado às reflexões feitas em torno da recuperação paralela. Refere-se à resistência de alguns professores em desenvolver uma metodologia diferenciada. Estes alegam que o professor só não consegue recuperar o aluno com defasagem de conteúdos porque as turmas são numerosas, inviabilizando o atendimento individual. 34 Ninguém questiona o fato de que o número de alunos numa turma pode ser um complicador para o professor interessado em dar atendimento individualizado. Contudo, considerar que apenas diminuir aquele número seja suficiente para assegurar que o que se ensina seja aprendido, porque o professor terá condições de dar atendimento individualizado é, no mínimo, simplificar demais a questão da não-aprendizagem. Evidentemente, como até por dispositivos legais, as turmas da sala de apoio podem ter, no máximo, 15 alunos por turma, as condições de ensino melhoram e os alunos têm mais chances de recuperação. Mas não é tudo. Se não, bastava assegurar a frequência do aluno às aulas da sala de apoio e a aprendizagem estaria garantida. Ora, o que se vê, a todo momento, são professores alegando que, mesmo com aulas de recuperação, são muitos os alunos que não recuperam os conteúdos. Então, há outros fatores interferindo no processo de não-aprendizagem desses alunos. A pedagoga Elba Barreto, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas, e que já escreveu artigos sobre as experiências brasileiras de medidas de não-repetência, em entrevista à Revista Nova Escola, refere-se a recuperação como uma medida de repetência que, teoricamente, implica procedimentos inovadores. Contudo, acrescenta, há uma cultura da escola que emperra as mudanças. Então, “[...] a recuperação geralmente não passa de “mais do mesmo” sendo feita nas piores condições, muitas vezes com um professor pouco experiente, num horário inadequado [...] (Nova Escola, p. 23) Porém, observamos que mesmo quando os professores são mais experientes resistem a mudanças metodológicas. No processo de formação continuada precisamos ter momentos para focar a importância de se recorrer a metodologias diferenciadas, na recuperação paralela 1 para que o aluno tenha mais condições para se apropriar dos conteúdos. Esses momentos poderiam ser concretizados através de oficinas pedagógicas. Sondar as dificuldades dos docentes seus anseios, poderiam contribuir para que as formações continuadas tornassem mais atrativas. Procura-se soluções 1 e maneira de se trabalhar com os Recuperação paralela: de acordo com a LDB 9394/96 está fora dos 200 dias letivos e para além das 800 horas. problemas, novas formas de se ensinar, superação de 35 dúvidas, melhoramento da prática pedagógica, bem estar em seu ambiente escolar como coletivo. Tudo que fugir à estes anseios, sejam lugares de difícil acesso para a formação, textos que não despertam a curiosidade, palestrantes sem dinâmica, entre outros, desestimulará os ouvintes – docentes. As aulas devem dar abertura aos alunos de fazer perguntas, conversar sobre o tema apresentado, defender suas ideias e mudar opiniões, tendo assim, oportunidade de propor e de criar. O Bulli yng foi apontado pelos professores como uma prática que precisa ser eliminada ou, pelo menos, atenuada porque transforma suas vítimas em alunos inseguros, ansiosos e faltosos; acarretando prejuízos no processo de Ensino-Aprendizagem. Contudo, se os agredidos são prejudicados na aprendizagem; também os agressores o são, pois não apresentam rendimento escolar (salvo raras exceções). Então, ambos, agressores e agredidos, precisam de ajuda. Compete ao coletivo da escola estabelecer uma rede de comunicação com estes alunos baseada em valores como afetividade e respeito. Se tais alunos puderem olhar, principalmente para os professores, e ver neles aliados, possivelmente terão a coragem de confidenciar seus problemas e pedir ajuda para superá-los. Por outro lado, a escola pode e deve buscar ajuda dos pais no enfrentamento do fenômeno Bulli yng porque muitos dos seus participantes podem estar tendo problemas de relacionamento no meio familiar e usam a escola como canal de vasão para a angústia e revolta. A escola pode, também, investir na informação sobre o fenômeno Bulli yng para que o coletivo da escola e a comunidade escolar enfrentem o problema com racionalidade e planejamento. Em síntese, não podemos ignorar o Bulliyng, mas tampouco podemos ignorar que os principais envolvidos agressores e agredidos, precisam de ajuda. Sem esquecer de inscrever tal fenômeno como algo que surgiu na sociedade globalizada, que, sabemos, é organizada de forma a desumanizar 36 o homem; transformando-o em “coisa”. Referindo-se ao Conselho de Classe, os professores revelaram que há dificuldades de se chegar a um consenso entre eles relativamente à forma de usar tal instrumento quando se trata de decidir sobre o desempenho escolar de um aluno. Para muitos, trata-se de uma prática que possibilita elencar todos os alunos de uma turma que fracassaram porque não desenvolveram hábitos de estudo; não são assíduos, não realizam os trabalhos solicitados. Só uma minoria vê no conselho de classe uma oportunidade de se fazer uma reflexão sobre os motivos que levaram o aluno a não aprender; a uma revisão dos procedimentos metodológicos que poderia adotar para tentar fazer o aluno se apropriar dos conteúdos, a busca de alternativas para mudar o comportamento de alunos considerados difíceis, entre outras possibilidades. A percepção da equipe pedagógica é a de que enquanto o conselho de classe constituir-se numa forma de listar problemas para justificar o mau desempenho do aluno, não recuperaremos sua característica fundamental que a de diagnóstico e não de finalidade do processo educativo. É preciso que se supere a visão tradicional de que se trata de um acerto de conceitos ou notas. Até porque a avaliação não pode se ater apenas às questões relativas ao domínio do conhecimento. Um aluno não é um ser isolado do contexto coletivo que o produz e é por ele produzido. Ao analisá-lo nos vários aspectos de sua realidade, considerando que ele é simultaneamente estudante e pessoa, passo a ter uma visão global de cada caso e, então reúne, mais condições de julgar de forma adequada e justa. Contudo, em função da política educacional que está sendo implementada pelo atual governo, que aumentou, através de concursos públicos, o número de professores, pedagogos e funcionários, é possível que aquele problema não apareça como fator complicador para o funcionamento da escola nos próximos anos. Evidentemente, a eliminação ou diminuição da rotatividade dos professores, a números que não prejudiquem de forma significativa o funcionamento da escola, não depende exclusivamente de atitudes 37 governamentais. É preciso também que a direção e a equipe pedagógica atuem junto aos demais integrantes do coletivo da escola, particularmente dos professores, para que se crie a consciência de que aprender pressupõe vínculos afetivo e emocional do aluno com aquele que ensina e que esta relação não pode ser rompida de forma abrupta sem causar prejuízos. Trata-se de uma questão que não depende da direção da escola, pois esta só pode ajudar na resolução do problema agilizando a comunicação aos órgãos responsáveis pelo suprimento dos profissionais que a escola necessita. Contudo, se os diretores de um determinado setor estabelecessem uma rede de comunicação, informando quais professores estão disponíveis para uma eventual substituição ou mesmo um remanejamento, possivelmente haveria um aligeiramento nos processos de substituições e/ou preenchimento de vagas. Também aparece como problema pontual mas, capaz de interferir de forma negativa no cotidiano na escola, as faltas dos professores e funcionários e os atrasos sistemáticos. Evidentemente, quando as faltas forem apoiadas na Lei (caso dos atestados médicos), este dado constatará da folha do livro ponto. Mas, mesmo nesse caso, será solicitado ao professor que faça reposição de conteúdos, para que o aluno não seja prejudicado. As ações para que a comunidade escolar entenda qual a função da escola, serão as seguintes: •Encaminhar reuniões, debates e estudos periódicos com os funcionários, professores visando a participação efetiva destes na construção da Escola, como sujeitos e não apenas como agentes passivos das ações. •Garantir a integridade e o respeito para todos que participam da escola independente de sua função, sexo, raça, crenças religiosas e opções políticas. •Potencializar as reuniões da APMF, Conselho Escolar e Conselho de Classe nas tomadas de decisões, descentralizando de decisões e a melhoria da qualidade do ensino. as opiniões e tomadas 38 •Fazer sondagens juntamente com o setor pedagógico, entre os professores para descobrir seus anseios e necessidades, procurando respostas e/ou soluções, buscando para isso, as soluções com os próprios professores da escola. •Garantir que as reuniões pedagógicas, administrativas e os estudos, sejam registrados em ata, viabilizando assim a comprovação dos fatos e a continuidade do processo. •Fazer reuniões entre equipe pedagógica, professores, pais e alunos, sempre com registros, buscando maior cumplicidade e responsabilização dos pais, para com as dificuldades enfrentadas com os alunos e pelos alunos. •Acompanhar o planejamento e o cronograma das ações do setor pedagógico. •Realizar encontros periódicos envolvendo família e escola. •Realizar reuniões com os pais, Conselho Escolar, Patrulha, Direção, Professores e Equipe Pedagógica, quando reincidirem os problemas referentes aos alunos no que diz respeito a aprendizagem e a disciplina. •Construir coletivamente os princípios básicos da escola – Regimento. •Rever coletivamente, em períodos constantes ou quando necessário for, o Projeto Político Pedagógico da Escola. •Promover, durante hora atividade dos professores encontros com a equipe pedagógica, momentos nos quais haverá trocas de informações, resolução de problemas, entre outros. 39 7. AV ALI AÇ ÃO DO PROJETO POLÍTICO PED AGÓGICO O Projeto Político Pedagógico explicita a realidade do estabelecimento de ensino. A cada ano a realidade muda. Não é diferente no Colégio Estadual São Braz. Neste o Projeto Político Pedagógico será avaliado, além do que está previsto em lei, sempre que necessário, durante o ano letivo de 2010/2011, e de forma consecutiva, por todos os segmentos dessa escola. Será realimentado/revisto, portanto, anualmente para possíveis alterações de conceitos e analise dos resultados e condições da instituição em questão. Para tanto o coletivo escolar estará se reunindo para esta finalidade, visto que, Projeto Político Pedagógico não é finalizado na sua construção, por se remeter a algo que esta em constante transformação. É no cotidiano que vamos percebendo as mudanças, bem como se estão sendo cumpridos os objetos propostos. 40 8. REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFIC AS Gestão democrática escolar - *Maria Beatriz Luce**Isabel Letícia Pedroso de Medeiros http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/2666/gestaodemocratica-escolar MATTOS, Carmen Lúcia Guimarães. O Conselho de classe e a construção do fracasso escolar. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.1, n2, p. 215 – 228, maio/ago. http://www.defnet.org.br/heloiza.htm Heloisa Barboza 41 9. AR TES 9.1 FUND AMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS: A Arte é manifestação do poder criador e transformador do Homem. Ao criar, o sujeito amplia e enriquece a realidade. No ensino da arte, evidencia-se a possibilidade de resgatar o processo de criação, possibilitando que os alunos se reconheçam como agentes criadores e transformadores da sua identidade cultural individual e coletiva. Para compreender o ensino da arte é preciso conceituar a arte. Existem várias opções teóricas para sustentar propostas curriculares e metodológicas. Não nos atendendo a discuti-las, depreendemos os suportes dessas abordagens teóricas: 1 – Conhecimento estético: que se relaciona ao objeto artístico nos aspectos sensíveis e cognitivos; 2 – Conhecimento artístico: que se relaciona com o fazer e o processo criativo; 3 – Conhecimento contextualizado: que envolve o contexto — histórico dos objetos artísticos e contribui para a compreensão ampla dos seus conteúdos. A partir destes três pilares deve-se planejar e promover o ensino da arte. 9.2 OBJETIVOS GER AIS: -Domínio dos elementos básicos das linguagens artísticas: -Relacionar os elementos que fazem parte da composição plástica; Conteúdos: forma, cor, linha, ponto, luz, gravura; -Proporcionar a manipulação de objetos que retratem tanto a geometria quanto as linhas retas, paralelas, curvas, mistas, pontilhada, entre outras. Conteúdos: maquetes, elaboração de dobraduras envolvendo diferentes formas que fazem parte do contexto de cada educando. -Contextualizando formas que interagimos na composição geométrica. Utilizando elementos da natureza comparando-os à formas geométricas (paisagens). -Empregar a composição bidimensional e tridimensional 42 no desenvolvimento de obras visualizadas. Envolver recortes, colagem na montagem para produção de murais expressando datas comemorativas. -Valorizar a releitura de obras que retratem a modernidade. -Produção e manifestação artística: -Elaborar juntamente com os alunos, linhas que expressem traçados contextualizando a realidade que ambos estão inseridos. -Contextualização da história através de diálogos e dinâmicas realizadas com alunos. Ex.: folclore, hip-hop, grafite, arte africana e afro-brasileira, discutindo tradições e costumes por eles trazidos. -Envolver a cultura negra no desenvolvimento de atividades, tais como: dança, música e adereços que privilegiem a cultura e inclusão dos mesmos na sociedade atual. -Proporcionar aos alunos momentos de pesquisa, via internet, ou biblioteca pública, faróis do saber, valorizando autores contemporâneos e modernistas, verificando, através de releitura e referências bibliográficas, o que levou os mesmos a confeccionar obras artísticas. -Identificar elementos que fazem parte da música, tais como: ritmo, melodia e harmonia, através da audição de diferentes estilos musicais. -Observar a métrica e o verso, a rima, as estrofes, o arpejo, a harmonia e a linha melódica desenvolvida (paródia, bandinha rítmica, coral). -Valorizar a variação de movimentos que envolve um estilo musical (lenta, rápida, moderada). Tempos forte e fraco. -Compreender os diferentes estilos de produção teatral (dramatização, jogral, improvisação, poema, jogo dramático, fantoches, etc.) Apresentação de peças expressando o talento de cada individual, e valorizando a cultura brasileira. 10.Conhecer os elementos contextualizadores das diferentes linguagens artísticas. -Identificar associando à realidade do aluno diferentes estilos de composições artísticas, tais como: releitura das obras de Tarsila Amaral, 43 Alejadinho, Cândido Portinari. Valorizar aulas passeio, verificando em teatros, repartições públicas, parques, ruas, shopping e terminais, obras expostas observando quem a compôs e quais elementos utilizados para confecção das mesmas. -Construir, juntamente com os alunos, maquetes reaproveitando lixo reciclável e contribuindo com a preservação do meio ambiente, valorizando assim a criatividade dos mesmos, não esquecendo da contextualização da realidade que ambos se integram (papelão, garrafas pet, criando jogos interativos como: dominó, jogo da velha, dama, xadrez, boliche, quebracabeças, peteca, bilboque, etc.) -Proporcionar aos alunos a manipulação de aparelhos tecnológicos, observando a proposta visual, designer, logotipos, fotografias, imagens de vídeo, DVD e documentários. -Envolver os alunos para elaboração de documentários que valorizem a construção de televisão com sucata, retratando histórias, contos, documentários, fatos ocorridos ou propagandas comerciais. -Valorizar a pesquisa via Internet, percebendo os elementos que fazem parte de cada assunto pesquisado(expondo-os em murais ou construindo jornais ou história em quadrinhos, etc.) 9.3 CONTEÚDOS 9.3.1 5ª SÉRIE: Artes visuais •Ponto gráfico; •Linha / Formas; •Cores Primárias / Secundárias; •Cores Quentes / Frias; •Desenho; •Pintura; •Escultura; •Arte Indígena; Teatro 44 •Expressão Vocal; •Criação de Personagens; •Cenografia; •Enredo; •Representação Teatral Direta / Indireta; •Teatro de Fantoches, de Sombras e de Bonecos Música •Som: elementos formadores do som: altura, intensidade, duração, timbre, densidade. •Improvisações musicais. Dança •Dinâmicas / Ritmo; •Relacionamentos; •Composições Coreográficas; •Danças Folclóricas. 9.3.2 6ª SÉRIE: Artes Visuais •Cores Complementares; •Cores: mescla aditiva / mescla substrativa; •Figurativo; •Abstrato; •Luz / Sombra; •Desenho; •Pintura; •Escultura / Modelagem; •Arte: Rupestre / Egípcia / Greco-romana. Teatro •Expressão Corporal; •Expressão Vocal; 45 •Roteiro; •Improvisação Cênica; •Máscaras; Música Elementos formadores da música: •Harmonia – Melodia – Ritmo; •Improvisações Musicais; •Confecção de instrumentos musicais; •Percussão / Sopro Dança •Articulação de movimento corporal; •Composição coreográfica; •Improvisações coreográficas; 9.3.3 7ª SÉRIE: Artes Visuais •Perspectiva; •Espaço; •ponto; •Materiais; •Experimentações; •Imagens Bidimensionais: Desenho; Pintura; Gravura; •Imagens Tridimensionais: Escultura; Modelagem; •Imagens virtuais: Cinema; televisão •Elementos contextualizadores: Idade Média; Renascimento; Barroco; Dança •Espaço; •Movimento; •Dinâmicas / Ritmo; •Relacionamentos 46 •Composições Coreográficas; •Improvisações Coreográficas. •Contextualização Histórica; Música •Distribuição dos sons de maneira sucessiva: melodia e ritmo •Distribuição dos sons de maneira simultânea: harmonia •Qualidade do som: Intensidade, Duração, Altura, Timbre •Produções artísticas da música: composições musicais; improvisações musicais, interpretações musicais •Elementos Contextualizadores: contextualização histórica, autores / artistas, gêneros, estilos, técnicas, correntes artísticas, relações identitárias. Teatro •Personagem: expressão corporal, expressão gestual, expressão vocal, expressão facial, caracterização da personagem. •Espaço Cênico: cenografia, iluminação, sonoplastia •Ação Cênica: enredo, roteiro, texto. •Representação teatral direta e indireta •Improvisação cênica •Dramatização •Elementos Contextualizadores: Teatro Idade Média 9.3.4 8ª SÉRIE: Artes Visuais •Cor; •Luz; •Sombra; •Volume; •Perspectiva; •Espaço; •Materiais; 47 •Reutilização de materiais; •Experimentações. •Imagens Bidimensionais: desenho; pintura; gravura; publicidade •Imagens Tridimensionais: esculturas; •Imagens Virtuais: cinema; televisão; •Elementos Contextualizadores: Arte Moderna, Arte Contemporânea, Arte Brasileira, Arte Paranaense Dança •Espaço; •Ações; •Dinâmicas / Ritmo; •Relacionamentos •Composições Coreográficas; •Improvisações Coreográficas. •Dança Contemporânea; Música •Melodia •Ritmo •Harmonia •Composições Musicais •Interpretações Musicais •Música Contemporânea Teatro •Personagem; •Expressão Corporal, Expressão Gestual, Expressão Vocal, Expressão Facial •Cenografia •Sonoplastia •Enredo •Roteiro 48 •Texto dramático •Representação teatral direta e indireta •Improvisação cênica •Dramatização •Contextualização Histórica •Teatro Contemporâneo 9.4 METODOLOGI A O ensino de arte será abordado tendo como princípio a compreensão da arte como linguagem, no sentido mais amplo do termo, como sendo o estudo da geração, da organização e da interpretação de signos verbais e não-verbais. Toda linguagem propiciam artística comunicação e possui interação. uma organização Essa de organização é signos que estruturada segundo princípios que cada cultura constrói, expressos numa simbologia particular que expressividade é determinada histórica, artística manifestações/produções, é se utiliza política e socialmente. concretizada de sons, de Essa quando, formas visuais, nas de movimentos corporais e de representações cênicas, que são percebidos pelos sentidos humanos. Tal percepção possibilita leituras da realidade, permitindo uma reflexão mais ampla a respeito da sociedade em que o sujeito está inserido e de outras com as quais ele estabelece relações. Nessa perspectiva, quando a arte abre-se ao vigor da linguagem como fonte de potencialização de signos, considera a construção das subjetividades do sujeito enquanto autor/fruidor, pois quando se associa o ensino da arte a linguagem é possível perceber e interpretar os valores estéticos das sociedades, representados nos bens culturais materiais e imateriais. A partir do processo de significação e de sua condição polissêmica essa disciplina se envolve possibilitando a aproximação do aluno com o universo artístico. Assim, o ensino de arte ocupa uma posição privilegiada ao aprofundar a exploração das linguagens artísticas e ao reconhecer os 49 conceitos e elementos comuns, presentes nas diversas representações culturais, determinados pelos seus contextos. A seleção de conteúdos partirá dos repertórios dos alunos estabelecendo relações com os conteúdos presentes nas produções/manifestações locais/regionais/globais das diversas linguagens artísticas. Partindo da concepção adotada pelas Diretrizes Curriculares de Arte para o Ensino Fundamental, o tratamento dos conteúdos deverá atender: •As várias manifestações artísticas presentes na comunidade e na região, as várias dimensões de cultura, entendendo toda manifestação artística como produção cultural; •As peculiaridades de aprendizagem de cada aluno/escola como ponto de partida para a ampliação dos saberes da arte; •As situações de aprendizagem que possibilitem ao aluno a compreensão dos processos de criação e execução nas linguagens artísticas; •A experimentação como meio fundamental para a ressignificação do conteúdo dado, levando em conta que essa prática favorece o desenvolvimento e o reconhecimento da percepção por meio dos sentidos. 9.5 AV ALI AÇ ÃO A avaliação deve dimensionar o processo de ensino-aprendizagem refletindo a aquisição, o domínio e a elaboração dos conteúdos e dos contextos inseridos. Conhecer quais os instrumentos de avaliação: -Avaliação das produções dos alunos; -Trabalhos com diferentes materiais; -Releituras; -Trabalho individual; -Trabalho em grupo; -Observação contínua; -Análise comparativa e participação na realização de apresentações de: teatro, música, dança e artes visuais 50 9.6 REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFIC AS BARBOSA, A. M. A. Imagem no Ensino da Arte . São Paulo, 1991 COLL, CESAR- TEBEROSKY, ANA: Aprendendo Arte – Conteúdos essenciais para o Ensino Fundamental . São Paulo: Ática, 2000 BRONOWSKI, J. Ar te e Conhecimento: ver, imaginar, criar . São Paulo: Martins Fontes, 1983 FUZARI. M. F. R. Arte da Educação Escolar . São Paulo: Cortes, 1992. PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de artes para a Educação Básica . Curitiba: SEED/SEF, 2006. 9.7. AR TE – ENSINO MÉDIO 9.7.1 FUND AMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS A arte, desde os primeiros tempos da humanidade é uma atividade fundamental do ser humano, uma forma de trabalho criador, transformador da natureza e do próprio homem, que depois de imitar os objetos que via na natureza, passou a criar e humanizar através de um novo sistema de comunicação e expressão, numa forma de expressar o seu poder e o domínio sobre a natureza. Na história de todas as culturas podemos constatar a presença da arte em objetos, sons, símbolos, etc. exprimindo a visão do mundo de quem produz tais coisas. Nessa introdução dos fundamentos teórico-metodológicos serão abordadas as formas de como a arte é compreendida no cotidiano dos estabelecimentos de ensino e como as pessoas se defrontam com o problema de conceituar a arte, sendo que estes relacionam-se com os estudos dos conhecimentos da arte e da estética, ou seja, será buscada na 51 filosofia a compreensão dos assuntos do cotidiano. As diferentes formas de pensar o ensino da Arte são consequência do momento histórico no qual se desenvolveram, com suas relações socioculturais, econômicas e políticas. Da mesma forma o conceito de arte implícito ao ensino é também influenciado por essas relações, sendo fundamental que seja problematizado para a organização de uma proposta de diretrizes curriculares. Nas diversas teorias sobre a arte estão estabelecidas algumas referências sobre sua função, o que resulta também em diferentes posições: como a arte pode servir à ética, à política, à religião, à ideologia; ser utilitária ou mágica e transformar-se em mercadoria ou meramente proporcionar prazer. Da Antiguidade Clássica, passando pela Renascença, até o Século XIX, as teorias de arte eram baseadas na mimesis e na representação como teorias inquestionáveis, nas quais o valor da arte está na mensagem nela contida. Essa teoria ainda é referência no nosso cotidiano escolar que implica no senso de repetição da forma a partir de um modelo préestabelecido, aceito como referência formativa no ensino da arte, atribuem à Arte, funções meramente reprodutivista, seguindo formas padronizadas e mantendo o aluno no aperfeiçoamento da técnica, porém limitando sua identidade criadora. A arte começa a libertar-se dessas teorias com o Expressionismo, no final do século XVIII, em que o artista passa a ser considerado um criador e arte se torna sua evidência pessoal, como uma crítica social que representa os conflitos interno dos sujeitos, profundamente marcados por uma localização histórica em transformação. Essas ideias de arte também se fazem presentes na escola nova e na escola tecnicista que vê a arte como expressão e o aluno como o centro do processo educacional, cujo processo pedagógico prioriza o espontaneísmo e o fazer. O principal objetivo é o de assegurar o desenvolvimento da imaginação e a autonomia do mesmo. Na educação, o ensino da arte amplia o repertório cultural do aluno a 52 partir do conhecimento estético, artístico e contextualizado, aproximando-o do universo cultural da humanidade em suas diversas representações. A partir das concepções de arte e de seu ensino as diretrizes consideram alguns campos conceituais para reflexões a respeito do objeto de estudo dessa disciplina: •o conhecimento estético relacionado apreensão do objeto artístico em seus aspectos sensíveis e cognitivos, cujo pensamento, a sensibilidade e a percepção articulam-se numa organização que expressa esses pensamentos e sentimentos. •O conhecimento artístico, relacionado com o fazer e com o processo criativo, que considera desde o imaginário, a elaboração e a formalização do objeto artístico até o contato com o público, resultado das sínteses emocionais e cognitivas e da experienciação com materiais, técnicas e elementos formais das Artes Visuais, Dança, Música e Teatro. •O conhecimento contextualizado envolve o contexto histórico (político, econômico e sociocultural) dos objetos artísticos, contribuindo para a compreensão de seus conteúdos explícitos e implícitos, possibilitando um aprofundamento na investigação desse objeto. 9.7.2 OBJETIVOS GER AIS D A DISCIPLIN A •Identificar, investigar e organizar informações sobre a arte, reconhecendo e compreendendo a variedade de produtos artísticos e concepções estéticas presentes na história no decorrer da história. •Educar a sensibilidade artisticamente o aluno através do conhecimento dos estilos artísticos bem como fazer análise e interpretação pictórica. •Harmonizar o intelecto nas atividades artísticas, colaborando assim para o processo criativo. •Observar as relações entre arte e a realidade, refletindo, investigando, indagando, com interesse e curiosidade sobre a produção artística de diferentes povos. •Aguçar o senso de observação, imaginação, estética e criatividade do aluno. 53 •Ampliar no aluno o processo de linguagem artística, nas diversas formas, ritmos, cores e das organizações visuais na obra de arte. •Valorizar o pensar, o perceber e o sentir, fazendo com que o aluno trabalhe o processo criador, e a atividade artística, como elemento necessário para o equilíbrio entre o intelecto e as suas emoções. 9.7.3 CONTEÚDOS É consenso entre os professores de Arte do Ensino Médio, que o currículo deve ser organizado de forma a preservar o direito do aluno de ter acesso ao conhecimento sistematizado de arte. A proposta consiste em o professor trabalhar com os conhecimentos de sua formação (Artes Visuais, Teatro, Dança ou Música), ter a possibilidade de fazer relações com os conhecimentos das outras áreas de arte e proporcionar ao aluno uma compreensão da totalidade da mesma, numa perspectiva de abranger o conhecimento em arte produzido pela humanidade. Assim, foi elaborada uma organização de conteúdos denominada de conteúdos estruturantes, que constituem a identidade da disciplina de Arte e uma prática conhecimentos que de contemple maior as amplitude quatro que se áreas da constituem mesma. em São elemento fundamental de uma área, têm correspondência de importância nas outras áreas. Nesse sentido, foram definidos como conteúdos estruturantes os elementos formais, a composição, os movimentos e períodos e o tempo e o espaço. •Elementos formais: São elementos da cultura, que são observados nas produções humanas e na natureza, eles são a matéria-prima para a produção artística e o conhecimento em arte. Esses elementos são articuladores porque o aluno percebe como a área está que está sendo abordada se organiza e poderá compreender que as outras áreas têm suas próprias formas de organização. •Composição: É a produção artística que acontece por meio da organização e dos desdobramentos dos elementos formais. Ao participar de uma 54 composição, cada elemento visual configura o espaço de um modo diferente e, ao caracteriza-lo, os elementos também se caracterizam. •Movimentos e períodos: constituem-se no conteúdo da História que está relacionado com o conhecimento em arte e tem por objetivo revelar o conteúdo social da arte por meio dos fatos históricos, culturais e sociais, que alteram as relações internas ou externas de cada movimento artístico, cada um com suas especificidades, gêneros, • Estilos e correntes artísticas. Deve estar presente em vários momentos do ensino da arte para que o aluno tenha uma compreensão totalizante do conhecimento em arte. Quando possível o professor deverá mostrar as relações que cada movimento e período tem com os de outras áreas da arte, e como apresentam pontos em comum em determinados momentos. É importante ter em vista que os movimentos correspondem ao imaginário social, representando uma determinada consciência social. Nas quatro áreas de arte, às vezes, um determinado movimento artístico não corresponde ao mesmo período histórico na música, no teatro, dança ou artes visuais.. •Tempo e espaço: Este conteúdo tem dupla dimensão, é uma categoria articuladora da arte e tem um caráter social. Está presente em todas as áreas da disciplina, específico dos elementos formais, da composição e dos movimentos ou períodos. O caráter social é relevante pelo fato da arte alterar a noção de tempo e espaço do ser humano, em toda a história e particularmente a do jovem do século XXI, com as novas tecnologias dos meios de comunicação. Os conteúdos estruturantes, apesar de suas especificidades, são interdependentes e de mútua determinação. Nas aulas, o trabalho com esses conteúdos deve ser de forma simultânea, pois os elementos formais organizados através da técnica, do estilo e do conhecimento em arte constituirão a composição, que se materializa como obra de arte nos movimentos e períodos. Na elaboração das diretrizes curriculares de arte foi uma constante a preocupação com o resgate e a explicitação dos conteúdos escolares ou específicos da disciplina, que curriculares. 9.7.3.1 1° AN O AR TES VISU AIS ELEMENTOS FORMAIS - Ponto - Linha - Superfície - Textura - Volume - Luz - Cor COMPOSIÇÃO - Figurativa - Abstrata - Figura/fundo - Bidimensional/Tridimensional - Semelhanças - Contrastes - Ritmo visual - Gêneros - Técnicas MOVIMENTOS E PERÍODOS - Arte Pré-histórica - Arte no Egito - Arte Greco-Romana - Arte Pré-Colombiana nas Américas - Arte Oriental - Arte Africana - Arte Bizantina não estavam presentes 55 nas propostas 56 - Arte Medieval - Renascimento - Barroco - Neoclassicismo - Romantismo - Realismo - Impressionismo - Expressionismo - Fauvismo - Cubismo - Abstracionismo - Dadaísmo - Surrealismo - Op-Art - Pop-Art MÚSIC A ELEMENTOS FORMAIS - Altura - Duração - Timbre - Intensidade - Densidade COMPOSIÇÃO - Ritmo - Melodia - Harmonia - Intervalo melódico - Intervalo harmônico - Tonal - Modal - Gêneros - Técnicas 57 - Improvisação 9.7.3.2 2º AN O TE ATRO ELEMENTOS FORMAIS - Personagem: Expressões corporais, vocais, gestuais e faciais. - Ação - Espaço Cênico COMPOSIÇÃO - Representação - Sonoplastia/ iluminação/ cenografia/ figurino/ caracterização/maquiagem/ adereços - Jogos teatrais MOVIMENTOS E PERÍODOS - Teatro Pobre - Teatro do Oprimido - Música Serial - Música Eletrônica 9.7.4 ENC AMINH AMENTO METODOLÓGICO Na metodologia do ensino da arte há três momentos da organização pedagógica: •o sentir e perceber, que são formas de apreciação e apropriação; •o trabalho artístico, que é a prática criativa •o conhecimento, que fundamenta e possibilita ao aluno um sentir/perceber e um trabalho artístico mais sistematizado, direcionando o aluno a formação 58 de conceitos artísticos. Tendo em vista que os mesmos constituem-se numa totalidade, o trabalho em sala de aula poderá Iniciar por qualquer um deles ou pelos três simultaneamente. O importante é que no final das atividades, com o conteúdo desenvolvido, todos esses momentos tenham sido realizados pelos alunos. SENTIR E PERCEBER: É possibilitar aos alunos o acesso às obras artísticas de música, teatro, dança e artes visuais para que os mesmos possam familiarizar-se com as diversas formas de produção de arte. Este momento deve também, envolver a apreciação e a apropriação dos objetos da natureza e da cultura em uma dimensão estética que inicialmente se dão pelos sentidos, sendo que a fruição e a percepção serão superficiais ou mais aprofundadas, de acordo com as experiências e conhecimentos em Arte que o aluno tiver. O trabalho do professor é o de possibilitar o acesso e mediar essa apreciação e apropriação como o conhecimento sobre a arte, para que o aluno possa interpretar as obras e a realidade, transcendendo as aparências, apreendendo, através da arte, parte da totalidade, da realidade humano social. Analisando a obra deve-se perceber que o artista no processo de composição da sua obra identifica o seu momento histórico e outras determinações sociais. Além de o artista ser um sujeito histórico e social, é também singular em sua obra, apresentando uma nova realidade social. Para o trabalho com produtos da indústria cultural é importante perceber os mecanismos da padronização excessiva dos bens culturais, da homogenização do gosto e da ampliação do consumo. Chauí (2004, p191) apresenta alguns efeitos de massificação da indústria cultural que poderão ser uma referência para o trabalho neste momento. As produções artísticas correm o risco de perder sua força simbólica e, com ele, o de perder algumas de suas principais características: •de expressivas, tendem a tornar-se reprodutivas e repetitivas; •de trabalho da criação, tendem a tornar-se eventos para consumo; 59 •de experimentação e invenção do novo, tendem a tornar-se consagração pela moda e pelo consumo: •de duradouras, tendem a tornar-se parte do mercado da moda, passageiro, efêmero, sem passado e sem futuro; •de formas de conhecimento que desvendam a realidade e alcançam a verdade, tendem a tornar-se dissimulação da realidade, ilusão falsificadora, publicidade e propaganda. A humanização dos objetos e dos sentidos realiza-se tanto na apreciação dos objetos, quanto na percepção mediada pelo conhecimento em arte sistematizado. CONHECIMENTO EM ARTE É o momento privilegiado da cognição, onde a racionalidade opera para apreender o conhecimento historicamente produzido sobre a arte. Materializa-se no trabalho escolar com os conteúdos estruturantes da disciplina e como eles se constituem nas artes visuais, dança, música e teatro. O professor deve considerar a origem cultural e o grupo social dos alunos, trabalhando em suas aulas os conhecimentos produzidos na comunidade e as manifestações artísticas que produzem significado de vida para estes alunos, tanto na produção quanto na fruição. A abordagem dos conteúdos não deve ser somente teórica, mas estar contida no sentir e perceber e no trabalho artístico, pois o conhecimento em arte se efetiva somente quando esses três momentos são trabalhados. A arte é um campo do conhecimento humano que se transforma através do tempo, em função dos modos de produção, do trabalho de indivíduos, histórica e socialmente datados, onde cada conteúdo tem sua origem e história, que devem ser conhecidos para melhor compreensão por parte do aluno. TRABALHO ARTÍSTICO: A prática artística (trabalho criador) é a expressão privilegiada do aluno e o momento do exercício da imaginação e criação, num processo que ele interioriza e se familiariza com os processos artísticos e humaniza os 60 sentidos. Essa abordagem é essencial no processo ensino-aprendizagem da arte. O encaminhamento pode iniciar-se por qualquer desses momentos, mas o fundamental é que no processo o aluno tenha realizado trabalhos referentes ao sentir e perceber, ao conhecimento e ao trabalho artístico. No conjunto momentos destes foram trabalhos tratados da podemos seguinte perceber ordem que esses metodológica três (trabalho artístico, conhecimento em arte e sentir e perceber), mas em várias situações conteúdos eles são simultâneos. estruturantes, os Percebemos elementos também formais, a que todos os composição, os movimentos e períodos e o tempo e espaço foram tratados de uma forma orgânica. O currículo da escola ainda é organizado a partir da divisão do conhecimento sobre os princípios do Iluminismo que apontavam a razão como instrumento de libertação do ser o humano e o capitalismo como a sua expressão material. A especialização e fragmentação do conhecimento, a priorização pelas disciplinas centradas na razão e o pragmatismo são as formas como estes princípios se materializam na escola. Sendo assim, foram propostos trabalhos a partir de conceitos como interdisciplinaridade, multidisciplinaridade e transdisciplinaridade, pois a arte tem uma característica própria e peculiar em sua relação com as outras disciplinas e o conhecimento não é, em si mesmo, fragmentado para precisar ser unido. A arte é uma composição estética e instrumento de simbolização que necessita do trabalho material, o que a faz frequentemente intervir com a ciência (matemática, física, química, anatomia e outras ciências). A disciplina de artes diferencia-se por duas questões fundamentais: A arte comporta características abstratas e racionais, não separa e/ou prioriza a razão pelos sentidos e nem os sentidos pela razão. Como amálgama e essência do conhecimento humano, a arte é estruturada a partir de diversos campos do conhecimento. Outra forma de articular as áreas (artes visuais, música, dança, e teatro) 61 da disciplina de arte entre si e também com as outras disciplinas da matriz curricular, é por meio dos conhecimentos que se constituíram historicamente em conjunto entre a arte e as outras disciplinas. Os três mais importantes campos do conhecimento que são habitualmente trabalhados nas aulas de arte são: HISTÓRIA DA ARTE A história da arte faz parte, também, do trabalho do professor de arte. É uma das áreas de estudo da disciplina de História, tratada como fonte e documento histórico para pesquisa que está articulada com o conteúdo estruturante “movimentos e períodos”, que é objeto da história que está mais intimamente relacionada à disciplina de arte. Sua importância também é articuladora das áreas e são fundamentais para a compreensão da produção artística da humanidade, principalmente “permanências e mudanças” para se trabalhar a arte paranaense e brasileira. SEMIÓTICA É a ciência geral da representação, do signo ou a arte dos sinais. É originária de estudos teóricos do americano Charles S. Pierce, do italiano Umberto Eco e outros. Estuda conceitos como signo, veículo do signo, imagem (representação imagética), assim como, significação e referência, originária dos estudos de comunicação e linguística, é importante para análise de qualquer fenômeno relacionado à transmissão e retenção de informação na linguagem, na arte e em todas as formas de expressão. Em arte, a maioria dos estudos semióticos, estão direcionados à análise da imagem (pintura, fotografia, cinema e imagens do cotidiano) como signo, mas seus princípios também são aplicados na dança, na música e no teatro. ESTÉTICA É entendida como o estudo racional do belo, quer quanto à possibilidade da sua conceituação, quer quanto à diversidade de emoções e sentimentos que ele suscita no homem. Este conceito, que é o mais comum de estética, é fundamentado na arte clássica e de sua relação com a natureza, sinônimo de beleza, harmonia e equilíbrio. 62 O conceito contemporâneo, tendo em vista toda a produção posterior do romantismo ou do fim do século XIX até o século XXI, é o de estética como o estudo das condições e dos efeitos de criação artística, descentralizando, dessa forma, as reflexões sobre o belo em seus estudos. Como um campo de estudo e pesquisa da Filosofia, a estética constituise, também, como elemento no trabalho do cotidiano do professor de arte, tanto no aspecto teórico quanto na própria prática em sala de aula. É importante que o professor aprofunde seus conhecimentos neste campo a fim de enriquecer a sua própria prática. 9.7.5 CRITÉRIOS DE AV ALI AÇ ÃO ESPECÍFICOS D A DISCIPLIN A A avaliação da disciplina aqui proposta é a diagnóstica e processual, diagnóstica por ser a referência do professor para o planejamento das aulas e de avaliação do aluno, processual por pertencer a todos os momentos da prática pedagógica. O planejamento deve ser constantemente redirecionado, utilizando a avaliação do professor, sobre o desenvolvimento das aulas e também a auto-avaliação dos alunos. Este processo é importante, pois os alunos do ensino médios têm um capital cultural, que é o conhecimento que cada um diferentemente apreende em outros espaços sociais (família, grupos, associações, religião e outros) e um percurso escolar também distinto entre os mesmos, pois pela amplitude do conhecimento artístico (música, artes visuais, dança e teatro) e as condições humanas e materiais da escola, inviabiliza uma certa unidade na aprendizagem de arte em todas as escolas públicas. Neste sentido é fundamental um diagnóstico básico nos primeiros dias de aula sobre o conhecimento e as habilidades artísticas de cada aluno, assim como a observação das tendências e das habilidades desenvolvidas por eles no decorrer do ano. Isso se faz necessário também para que haja uma definição dos conteúdos a serem trabalhados e a forma de sua abordagem. Para possibilitar essa avaliação individual e coletiva, é necessário utilizar vários instrumentos de avaliação como o diagnóstico inicial durante o percurso e final do aluno e do grupo, trabalhos artísticos, pesquisas, 63 provas teóricas e práticas, entre outras. 9.7.6 REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFIC AS ARANHA, Maria Lúcia de Arruda, História da Educação. São Paulo: Moderna, 1987. AZEVEDO, F. de. A cultura Brasileira. 5ª edição, revista e ampliada. São Paulo: Melhoramentos, editora da USP, 1971. BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Ática, 1991. BRASIL, Leis, Decretos, etc. Lei 5692/71: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. Brasília, 1971. OSTROW ER, Faiga. Criatividade e processos de criação. Petrópolis, Vozes, 1987. OSTROW ER, Faiga, Universos da Arte, Rio de Janeiro: Campos, 1983 PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio. Texto elaborado pelos participantes de formação continuada/Orientações Curriculares. Curitiba: SEED/DEM, 2003/2005. Mimeo 64 10 BIOLOGI A 10.1 FUND AMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS A incursão pela história e filosofia da ciência permite identificar a concepção de ciência presente nas relações sociais de cada momento histórico, bem como as interferências que tal concepção sofre e provoca no processo de construção de conceitos sobre o fenômeno VIDA, reafirmado como objeto de estudo da Biologia. A ciência sempre esteve sujeita às interferências, determinações, tendências e transformações da sociedade, aos valores e ideologias e às necessidades materiais do Homem. Ao mesmo tempo em que sofre a sua interferência, nelas interfere (ANDER Y, 1988; ARAÚJO, 2002). Em meio a estas necessidades humanas, a ciência visa encontrar explicações sobre os fatos. A crítica atenta às explicações sobre estes pode demarcar momentos de conflito entre as explicações e outras que se fortalecem a partir de filiações conceituais diversas. Estas indagações acerca da própria ciência demarcam saltos qualitativos do conhecimento científico, fortalecendo a concepção de uma ciência que nasce da luta contra o obscurantismo e a superação do senso comum, em que a história da ciência deve ser tão crítica quanto a própria ciência (ASTOLFI & DEVELAY, 1991; LOVO, 2000). A partir da noção de obstáculo epistemológico desenvolvida por Gaston Bachelard, é possível afirmar que “conhecemos contra (grifo do autor) um conhecimento anterior, destruindo conhecimentos [...] aquilo que no próprio espírito constitui um obstáculo à espiritualização”. Para o autor, não se parte do zero para ampliar o conhecimento. “Nada é natural. Nada é dado. Tudo é construído” (BACHELARD, 1971). Como construção, o conhecimento é sempre um processo inacabado. Assim, a uma ideia atribui-se valor quando ela pode ser frequentemente usada como resposta a questões postas. Essa ideia, entretanto, se mantida de maneira a impedir novas questões formativas, pode constituir um obstáculo ao desenvolvimento do conhecimento científico bem como à 65 aprendizagem científica. No processo de ensino-aprendizagem, quando uma resposta se põe a priori, impedindo que o aluno exponha suas hipóteses, sua formulação de resposta à questão, também podemos considerá-la como um obstáculo à aprendizagem. Como elemento da construção científica, a Biologia deve ser entendida como processo de produção do próprio desenvolvimento humano (ANDER Y, 1988). O avanço da Biologia, portanto, é determinado pelas necessidades materiais do ser humano com vistas ao seu desenvolvimento, em cada momento histórico. De fato, o ser humano sofre a influência das exigências do meio social e das ingerências econômicas dele decorrentes, ao mesmo tempo em que nelas interfere. Desse modo, a mística que envolve o “acaso da descoberta” e o “cientista genial”, na pesquisa, e o “cientista em miniatura”, na escola, deve ser superada (FREIRE-MAIA, 1990). A busca por entender os fenômenos naturais e a explicação racional da natureza levou o ser humano a propor concepções de mundo e interpretações que influenciam e são influenciadas pelo processo histórico da própria humanidade, pois a Ciência é intrinsecamente histórica. Não somente o conhecimento científico, mas também as técnicas pelas quais ele é produzido, as tradições de pesquisa que o produzem e as instituições que as apoiam, tudo isso muda em resposta a desenvolvimentos nelas e no mundo social e cultural a que pertencem. Se quisermos entender o que a Ciência realmente é, devemos considerá-la em primeiro lugar e acima de tudo uma sucessão de movimentos dentro do movimento mais amplo da própria civilização. (KNELLER, 1980, p. 13) A ciência contextos reflete sociais, o desenvolvimento políticos, econômicos e as e rupturas culturais ocorridas dos nos diferentes momentos históricos. Em outros termos, se a incorporação da ciência aos meios de produção promoveu intensificações nos avanços da sociedade, não se pode considerar que a ciência somente acumula teorias, fatos, noções científicas aceitas na prática do cientista, mas cria modelos paradigmáticos que nascem necessidades da sociedade. da utilidade da ciência em resposta às 66 Ao se tomar como referência a concepção de natureza do conhecimento científico proposta por Kuhn (2005), foram identificadas crises e rupturas no processo de construção do conhecimento biológico, ocorridos nos diferentes momentos históricos econômicos e e culturais seus respectivos (KNELLER, contextos 1980). O sociais, surgimento políticos, de novos paradigmas promoveu mudanças fundamentais na construção de conceitos biológicos, mas “um paradigma não se desenvolve e dá origem a outro; o novo paradigma é sempre uma novidade que nega o anterior, mas pode, às vezes, envolver parte dele” (FREIRE-MAIA, 1990). Os paradigmas do pensamento biológico identificados compõem os conteúdos estruturantes para a disciplina de Biologia a partir dos quais, abordam-se os conteúdos básicos e específicos. Nem sempre esses conteúdos estiveram relacionados à prática pedagógica de formação do pensamento analítico e crítico do aluno. Em determinados contextos históricos, esse mesmo conhecimento vinculado a uma concepção de educação, foi apresentado de modo a atender aos interesses da sociedade, contribuindo para reproduzir ideias que legitimam desigualdades sociais e discriminações raciais expostas até mesmo nos livros didáticos, por meio da sistematização dos conhecimentos biológicos, da receptividade e memorização, pelo aluno, do conteúdo enciclopédico e a - histórico (MIZUKAMI, 1986). Refletir a partir de tal perspectiva significa pensar criticamente o ensino de Biologia, as abordagens do processo e o vínculo pedagógico em consonância com as práticas sociais para romper com o relativismo cultural, a pedagogia das competências e com a supremacia das práticas sociais hegemônicas, implícitas numa prática pedagógica que reduz a diversidade, enfatizam resultados, omitindo o processo histórico de produção do conhecimento. No contexto dessas reflexões, entende-se, que a disciplina de Biologia contribui para formar sujeitos críticos e atuantes, por meio de conteúdos que ampliem seu entendimento acerca do objeto de estudo – o fenômeno VIDA – em sua complexidade de relações, ou seja: 67 • na organização dos seres vivos; • no funcionamento dos mecanismos biológicos; • no estudo da biodiversidade em processos biológicos de variabilidade genética, hereditariedade e relações ecológicas; • na análise da manipulação genética. Como consequência da retomada do objeto de estudo dessa disciplina, sobretudo ao considerar que ensinar Biologia incorpora a ideia de ensinar sobre a ciência e a partir dela, o desenvolvimento da metodologia de ensino sofre influência de reflexões produzidas pela filosofia da ciência e pelo contexto histórico, político, social e cultural do desenvolvimento. No ensino de Biologia, o ato de observar extrapola o olhar descomprometido ou o simples registro, pois inclui a identificação de variáveis relevantes e de medidas adequadas para o uso de instrumentais. Entretanto, considera-se a intencionalidade do observador, uma vez que ele é o sujeito do processo de observação, o que implica reconhecer a sua subjetividade. No processo experimental pedagógico, como recurso recomenda-se de ensino que para se uma adote visão o método crítica dos conhecimentos da Biologia, sem a preocupação de busca de resultados únicos. Recomenda-se, ainda, que a observação seja considerada procedimento de investigação, dada sua importância como responsável pelos avanços da pesquisa no campo da Biologia. Alguns exemplos são as pesquisas que envolvem os organismos geneticamente modificados (OGM), as células-tronco, os farmacocinéticos e os mecanismos de preservação ambiental. Entretanto, ao introduzir a experimentação como integrante do processo pedagógico, faz-se necessário considerar os aspectos éticos da experimentação animal que envolvam a vivissecção de animais domésticos ou exóticos, ou ainda, experimentos que causem danos à fauna e flora nativa, à biodiversidade e, de modo mais amplo, ao próprio ser humano. Os experimentos, ao serem planejados, devem estar sempre amparados pelos dispositivos legais vigentes, tais como: 68 • Lei Estadual do Paraná n. 14.037, de 20 de março de 2003, que institui o Código Estadual de Proteção aos Animais; • Lei de Biossegurança; • Resoluções do Conama/MMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente); • Política Nacional da Biodiversidade. Como instrumento de transformação dos mecanismos de reprodução social, a aula experimental torna-se um espaço de organização, discussão e reflexão a partir de modelos que reproduzem o real. Neste espaço, por mais simples que seja a experiência, ela se torna rica ao revelar as contradições entre o pensamento do aluno, o limite de validade das hipóteses levantadas e o conhecimento científico. Por exemplo, ao tratar os processos biológicos, a experimentação pode contribuir para o estudo da biodiversidade a partir de um conceito mais amplo. Neste caso, a Biologia abrange um universo conceitual que se fundamenta na concepção evolutiva e entende os seres vivos além do contexto da classificação e do funcionamento de suas estruturas orgânicas. Estes conhecimentos transformações biológicos evolutivas e a envolvem as variabilidade relações ecológicas, genética, e podem as ser estudados a partir de modelos que procuram interpretar o real, nas aulas experimentais. O pensamento evolutivo permite a compreensão do mundo mutável e revela uma concepção de ciência que não pode ser considerada verdade absoluta e, no ensino de Biologia, passa a ser um processo de busca por explicações e de construção de modelos interpretativos assumindo seu caráter humano determinado pelo tempo histórico. A metodologia de ensino da Biologia, nessa concepção, envolve o conjunto de processos organizados e integrados, quer no nível de célula, de indivíduo, de organismo no meio, na relação ser humano e natureza e nas relações sociais, políticas, econômicas e culturais. Nesse contexto, as aulas experimentais podem significar uma crítica ao ensino com ênfase exclusiva na divulgação dos resultados do processo de produção do conhecimento científico, e apontar soluções que permitam a 69 construção racional do conhecimento científico em sala de aula, sem dissociar as implicações deste conhecimento para o ser humano. Cabe ressaltar que a aula assim concebida deve introduzir momentos de reflexão teórica com base na exposição dialogada, bem como a experimentação como possibilidade de superar o modelo tradicional das aulas práticas dissociadas das teóricas. As aulas práticas passam a fazer parte de um processo de ensino pensado e estruturado pelo professor, repensando-se inclusive, o local onde possam acontecer, não ficando restritas ao espaço de laboratório. As aulas, desta forma, não são apenas experimentais ou apenas teóricas, mas pensadas de modo a assegurar a relação interativa entre o professor e o aluno, ambos tendo espaço para expor suas explicações, refletir a respeito das implicações de seus pressupostos e revê-los à luz das evidências científicas. Assim, a experimentação deve ter como finalidade o uso de um método que privilegie a construção do conhecimento, em caráter de superação à condição de memorização direta, comportamentalista. Parte-se do pressuposto que a adoção de uma prática pedagógica fundamentada nas teorias críticas deve assegurar ao professor e ao aluno a participação ativa no processo pedagógico. Desse modo, os conhecimentos biológicos, se compreendidos como produtos históricos indispensáveis à compreensão da prática social, podem contribuir para revelar a realidade concreta de forma crítica e explicitar as possibilidades de atuação dos sujeitos no processo de transformação desta realidade (LIBÂNEO, 1983). O professor e o aluno comportam-se como sujeitos sócio-históricos situados numa classe social. Ao professor compete direcionar o processo pedagógico, interferir e criar condições necessárias à apropriação do conhecimento pelo aluno como especificidade de seu papel social na relação pedagógica. Se por um lado os conhecimentos biológicos proporcionam ao aluno a aproximação com a experiência concreta dele, por outro, constituem elementos de análise crítica para superar concepções anteriores, estereótipos e pressões difusas da ideologia 70 dominante (SNYDERS, 1974; LIBÂNEO, 1983). Essa superação decorre da ação pedagógica desencadeada e dos espaços de reflexão criados pelo professor. Para o ensino de Biologia, propõe-se o método da prática social, que decorre das relações dialéticas entre conteúdo de ensino e concepção de mundo; entre a compreensão da realidade e a intervenção nesta realidade (SAVIANI, 1997; LIBÂNEO, 1983). Confrontam-se, assim, os saberes do aluno com o saber elaborado, na perspectiva de uma apropriação da concepção de ciência como atividade humana. Ainda, busca-se a coerência por meio da qual o aluno seja agente desta apropriação do conhecimento. Críticos como Michael Apple (2006) e Henry Giroux (1983) propõem como alternativa o fortalecimento de lutas contra-hegemônicas e de currículos que partam das desigualdades e da diversidade, que valorizem e incorporem as culturas vividas pelos alunos, respeitando seus saberes e suas experiências, e que possam desconstruir as tradicionais fronteiras entre a cultura popular, a cultura erudita e a cultura de massa. Nestas Diretrizes Curriculares, valoriza-se a construção histórica dos conhecimentos biológicos, articulados à cultura científica, socialmente valorizada. A formação do sujeito crítico, reflexivo e analítico, portanto consolida-se por meio de um trabalho em que o professor reconhece a necessidade de superar concepções pedagógicas anteriores, ao mesmo tempo em que compartilha com os alunos a afirmação e a produção de saberes científicos a favor da compreensão do fenômeno VIDA. 10.2 CONTEÚDOS ESTRUTUR AN TES Estas Diretrizes Curriculares orientam uma nova relação professor-alunoconhecimento. Por isso fez-se necessário identificar na história e filosofia da ciência os modelos/paradigmas teóricos elaborados pelo ser humano para entender, explicar, usar e manipular os recursos naturais. Buscou-se compreender também, como esses paradigmas contribuem para a constituição da Biologia como ciência e como disciplina escolar. A partir 71 dessa reflexão foi construído o conceito de conteúdo estruturante, que baliza estas Diretrizes Curriculares. Conteúdos estruturantes são os saberes, conhecimentos de grande amplitude, que identificam e organizam os campos de estudo de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para as abordagens pedagógicas dos conteúdos específicos e consequente compreensão de seu objeto de estudo e ensino. Como construtos históricos atrelados a uma concepção crítica de educação, os conteúdos estruturantes não são sempre os mesmos. Em sua abordagem teórico-metodológica, eles devem considerar as relações que estabelecem entre si e entre os conteúdos tratados no dia-a-dia da sala de aula, nas diferentes realidades regionais onde se localizam as escolas da rede estadual de ensino. Na trajetória histórica da Biologia, percebe-se que o objeto de estudo disciplinar sempre esteve pautado pelo fenômeno VIDA, influenciado pelo pensamento historicamente construído, correspondente à concepção de ciência de cada época e à maneira de conhecer a natureza (método). Desde a antiguidade até a contemporaneidade, esse fenômeno foi entendido de diversas maneiras, conceituado tanto pela filosofia natural quanto pelas ciências naturais, de modo que se tornou referencial na construção do conhecimento biológico e na construção de modelos quatro modelos interpretativos do fenômeno VIDA. Nestas propostas pedagógicas, são apresentados interpretativos do fenômeno VIDA, como base estrutural para o currículo de Biologia no ensino médio. Cada um deles deu origem a um conteúdo estruturante que permite conceituar VIDA em distintos momentos da história e, desta forma, auxiliar para que as grandes problemáticas contemporaneidade sejam entendidas como construção humana. Os conteúdos estruturantes foram assim definidos: • Organização dos Seres Vivos; • Mecanismos Biológicos; • Biodiversidade; da 72 • Manipulação Genética. Para o ensino da disciplina de Biologia, constituída como conhecimento, os conteúdos estruturantes propostos evidenciam de que modo a ciência biológica tem influenciado a construção e a apropriação de uma concepção de mundo em suas implicações sociais, políticas, econômicas, culturais e ambientais. Os conteúdos estruturantes de Biologia estão relacionados à sua historicidade para que se perceba a não neutralidade da construção do pensamento científico e o caráter transitório do conhecimento elaborado. Nestas Propostas pedagógicas, a disciplina de Biologia deve ser capaz de relacionar diversos conhecimentos específicos entre si e com outras áreas de conhecimento; deve priorizar o desenvolvimento de conceitos cientificamente produzidos, e propiciar reflexão constante sobre as mudanças de tais conceitos em decorrência de questões emergentes. Os conteúdos estruturantes são interdependentes e não devem ser seriados nem hierarquizados. Por exemplo: no conteúdo estruturante Organi zação dos Seres Vivos , existe a possibilidade de desdobramento no conteúdo específico: bactérias. Tal conteúdo específico não deve ficar limitado à compreensão dada por esse conteúdo estruturante. A exemplo disso, o trabalho pedagógico deve propor um estudo da classificação das bactérias (Organi zação dos Seres Vivos) , para então, a partir deste, analisar as funções celulares (Mecanismos Biológicos), os processos evolutivos (Biodiversidade) desses seres vivos, e a síntese de insulina por organismos geneticamente modificados (Manipulação Genética) . Espera-se que os conteúdos sejam abordados de forma integrada, com ênfase nos aspectos essenciais do objeto de estudo da disciplina, relacionados a conceitos oriundos das diversas ciências de referência da Biologia. Tais relações deverão ser desenvolvidas ao longo do ensino médio, num aprofundamento conceitual e reflexivo, com vistas a dotar o aluno das significações dos conteúdos em sua formação neste nível de ensino. 73 10.2.1 ORG ANIZ AÇ ÃO DOS SERES VIVOS Este conteúdo estruturante possibilita conhecer os modelos teóricos historicamente construídos que propõem a organização dos seres vivos, relacionando-os à existência de características comuns entre estes e sua origem única (ancestralidade comum). O trabalho pedagógico neste conteúdo estruturante deve abordar a classificação dos seres vivos como uma tentativa de conhecer e compreender a diversidade biológica, de maneira a agrupar e categorizar as espécies extintas e existentes. Isso se justifica porque, durante décadas, o estudo da vida e a necessidade de compreender e distinguir o vivo do não vivo enfatizou o estudo dos seres vivos quase exclusivamente em seu aspecto classificatório. Historicamente, essa necessidade pode ser traduzida pelo trabalho de Carl Von Linné (1707-1778). Conhecedor da botânica, Linné organizou os seres vivos sem situá-los nos ambientes reais, sem determina determinar onde viviam e com quem efetivamente estabeleciam relações. Os estudos por ele desenvolvidos e o modelo de classificação proposto constituem um paradigma teórico e representam o pensamento descritivo do conhecimento biológico. Apesar do aspecto histórico da ciência ter sido o critério para identificar este conteúdo estruturante, ele não se restringe somente aos aspectos classificatórios de Linné, mas inclui os estudos microscópicos de Anton van Leeuwenhoek (1623-1723) e de Robert Hooke (1635-1703). Além desses aspectos, também considera a representatividade de conceitos científicos do momento histórico atual, tais como os avanços da Biologia no campo celular, no funcionamento dos órgãos e dos sistemas, nas abordagens genética, evolutiva, ecológica e da biologia molecular. Essa abordagem possibilita a análise e proposição de outros modelos de classificação dos seres vivos. A classificação dos seres vivos começou a ser realizada na antiguidade 74 grega, com Aristóteles, e tem sofrido modificações através dos tempos de acordo com atualidade, novos as critérios modificações científicos são e avanços decorrentes, tecnológicos. principalmente, Na das contribuições no campo da biologia molecular, com a possibilidade de análise do material genético. Um dos sistemas mais adotados no ensino da Biologia distribui os seres vivos em cinco reinos, baseados na proposta de Robert Whittaker (19201980). Nesse sistema, o estudo dos organismos – vírus, bactérias, protozoários, fungos, animais e vegetais – possibilita compreender a vida como manifestação de sistemas organizados e integrados, em constante interação com o ambiente físico-químico. Contudo, pesquisas recentes com base na análise de seqüencias do ácido ribonucléico ribossomal propõem uma distribuição diferente, organizada em três grandes domínios: Bactéria, Archaea e Eukarya. Tal proposta é também usada no ensino de Biologia, porém em menor medida. O propósito deste conteúdo é partir do pensamento biológico descritivo para conhecer, compreender e analisar a diversidade biológica existente, sem, no entanto, desconsiderar a influência dos demais conteúdos estruturantes, introduzindo-se o estudo das características e fatores que determinaram o aparecimento e/ou extinção de algumas espécies ao longo da história. 10.2.2 MEC ANISMOS BIOLÓGICOS O conteúdo estruturante Mecanismos Biológicos privilegia o estudo dos mecanismos que explicam como os sistemas orgânicos dos seres vivos funcionam. Assim, o trabalho pedagógico neste conteúdo estruturante, deve abordar desde o funcionamento dos sistemas que constituem os diferentes grupos de seres vivos, como por exemplo, a locomoção, a digestão e a respiração, até o estudo dos componentes celulares e suas respectivas funções. Com a construção e aperfeiçoamento do microscópio e a contribuição de outros estudos da física e da química, foi possível estabelecer uma análise comparativa entre organismos unicelulares e pluricelulares, 75 numa perspectiva evolutiva, como relata a história da ciência. Fato importante, e que marca a interferência da visão fragmentária e especializada sobre o conhecimento do ser vivo, foi o trabalho do médico Willian Harvey (1578-1657), que descreveu detalhadamente o sistema circulatório. Seu modelo explicativo viabiliza-se por conceber o coração como uma bomba hidráulica que impulsiona o sangue por todo o corpo. Neste contexto, as contribuições da física têm papel fundamental para explicar como ocorrem, de forma mais sintética, essas funções vitais. Ainda sobre o sistema circulatório, é possível destacar o papel do sistema imunológico, que age na defesa contra agentes invasores. Para compreendê-lo, foram necessários aprofundamentos nos estudos voltados para a atividade celular quanto à estrutura e funções, as quais foram mais bem estudadas com o emprego de técnicas de citoquímica e o auxílio fundamental do microscópio eletrônico. Para compreender o funcionamento das estruturas que compõem os seres vivos, fez-se necessário, ao longo da construção do pensamento biológico, pensar o organismo de forma fragmentada, separada, permitindo análises especializadas de cada função biológica, sob uma visão microscópica do mundo natural. Ao fragmentar tais estruturas, o botânico Mathias Schleiden (1804-1881) e o zoólogo Theodor Schwann (1810-1882), ambos alemães, criaram a Teoria Celular em meados do século XIX, estabelecendo a célula como a unidade morfofisiológica dos seres vivos, ou seja, a célula como a unidade básica da vida. Pretende-se, neste conteúdo estruturante, partindo da visão mecanicista do pensamento biológico, baseada na visão macroscópica, descritiva e fragmentada da natureza, ampliar a discussão sobre a organização dos seres vivos, analisando o funcionamento dos sistemas orgânicos nos diferentes níveis de organização destes seres - do celular ao sistêmico. Esta análise deve considerar a visão evolutiva, a ser introduzida pelo conteúdo estruturante Biodiversidade, bem como as influências dos demais 76 conteúdos estruturantes. 10.2.3 BIODIVERSID ADE Este conteúdo estruturante possibilita o estudo, a análise e a indução para a busca de novos conhecimentos, na tentativa de compreender o conceito biodiversidade. Ao propor este conteúdo estruturante, ampliam-se as explicações sobre como os sistemas orgânicos dos seres vivos funcionam. Da necessidade de compreender e distinguir o vivo do não vivo, enfatizando a classificação dos seres vivos, sua anatomia e sua fisiologia, chega-se à necessidade de compreender como as características e mecanismos biológicos estudados se originam. Tal necessidade pode ser traduzida pelo seguinte problema: como explicar o aparecimento e/ou extinção de seres vivos ao longo da história biológica da VIDA? Essa necessidade organização natural de dos construir seres um vivos, modelo que situando-os possa no explicar ambiente a real, relacionando sua origem com suas características específicas e o local onde vivem, introduz o pensamento biológico evolutivo. Consideram-se, nestas propostas pedagógicas, as ideias do naturalista francês Lamarck (1744-1829), do naturalista britânico Charles Darwin e do naturalista inglês Alfred Russel Wallace (1823-1913), como um importante marco teórico, pelo modo como elas impulsionaram as explicações a respeito das diversas transformações ocorridas com os seres vivos ao longo do tempo e deram suporte à teoria sintética da evolução. Wallace e Darwin propuseram uma teoria viável a partir do momento em que apresentaram a seleção natural como mecanismo responsáveis pela dinâmica da diversidade de espécies. Analisado como característica presente na complexidade da natureza, esse mecanismo não propicia para as espécies um caminho à perfeição, mas para o acúmulo de características hereditárias que, através do tempo, em dado momento filogenético de cada espécie, foram relativamente vantajosas. Cada espécie apresenta assim, uma história evolutiva que descreve as 77 possíveis espécies das quais descendem e as características e relações com outras espécies. Para organizar este processo evolutivo, o sistema natural de classificação proposto por Linné e a compreensão do funcionamento dos sistemas orgânicos, já não são suficientes para explicar a diversidade biológica. Com os conhecimentos da genética, novos caminhos foram abertos, os quais permitiram melhorar a compreensão acerca dos processos de modificação dos seres vivos ao longo da história. De igual modo, as contribuições da ecologia foram e continuam sendo fundamentais para entender a diversidade biológica. Pesquisas indicam que as informações genéticas representaram um ponto notável no desenvolvimento do saber e promoveram enorme avanço tecnológico na ciência com a reabertura de debates sobre as implicações sociais, éticas e legais que existem, e que possivelmente ainda surgirão, em consequência dessas pesquisas. Desse modo, a proposição da teoria da evolução consiste num modelo teórico que põe à prova as ideias sobre a imutabilidade da vida, constituindo assim, o paradigma do pensamento biológico evolutivo. Entende-se, então, que o trabalho pedagógico neste conteúdo estruturante, deve abordar a biodiversidade como um sistema complexo de conhecimentos biológicos, interagindo num processo integrado e dinâmico e que envolve a variabilidade genética, a diversidade de seres vivos, as relações ecológicas estabelecidas entre eles e com a natureza, além dos processos evolutivos pelos quais os seres vivos têm sofrido transformações. Portanto, neste conteúdo estruturante, pretende-se discutir os processos pelos quais os seres vivos sofrem modificações, perpetuam uma variabilidade genética e estabelecem relações ecológicas, garantindo a diversidade de seres vivos. Destaca-se assim, a construção do pensamento biológico evolutivo, considerando também o descritivo e o mecanicista, já apresentados. 10.2.3 M ANIPUL AÇ ÃO GENÉTIC A 78 Este conteúdo estruturante trata das implicações dos conhecimentos da biologia molecular sobre a VIDA, na perspectiva dos avanços da Biologia, com possibilidade de manipular o material genético dos seres vivos e permite questionar o conceito biológico da VIDA como fato natural, independente da ação do ser humano. Da necessidade de ampliar o entendimento sobre a mutabilidade, chegase à necessidade de compreender e explicar como determinadas características podem ser inseridas, modificadas ou excluídas do patrimônio genético de um ser vivo e transmitidas aos seus descendentes por meio de mecanismos biológicos que garantem sua perpetuação. Ao propor este conteúdo estruturante, ampliam-se as explicações sobre como novos sistemas orgânicos se originam e como esse conhecimento interfere e modifica o conceito biológico VIDA. Essa necessidade de compreender como os mecanismos hereditários de características específicas dos seres vivos são controlados constitui um modelo teórico explicativo que permite apresentar e discutir o pensamento biológico da manipulação do material genético (DNA). Desse modo, a manipulação importantes do material contribuições genético para a em criação micro-organismos, de produtos que traz farmacêuticos, hormônios, vacinas, alimentos, medicamentos, bem como propõe soluções para problemas ambientais, constitui fato histórico importante para este conteúdo estruturante, pois determina a mudança no modo de explicar o que é VIDA do ponto de vista biológico. Essas contribuições, por sua vez, têm suscitado reflexões acerca das implicações éticas, morais, políticas e econômicas dessas manipulações. A ciência e a tecnologia são conhecimentos produzidos pelos seres humanos e interferem no contexto de vida da humanidade, razão pela qual todo cidadão tem o direito de receber esclarecimentos sobre como as novas tecnologias vão afetar a sua vida. Assim, o trabalho pedagógico, neste conteúdo estruturante, deve abordar os avanços da aspectos biologia bioéticas dos molecular; as biotecnologias aplicadas e os avanços biotecnológicos que envolvem a manipulação genética, permitindo compreender a interferência do 79 ser humano na diversidade biológica. A abordagem do conteúdo organismo geneticamente modificado a partir deste conteúdo conhecimento estruturante biológico permite interfere e perceber modifica o como a contexto aplicação de vida do da humanidade, e como requer a participação crítica de cidadãos responsáveis pela VIDA. De acordo com Libâneo (1983), “ao mencionar o papel do professor, trata-se, de um lado, de obter o acesso do aluno aos conteúdos ligando-os com a experiência concreta dele - a continuidade; mas, de outro, de proporcionar elementos de análise crítica que ajudem o aluno a ultrapassar a experiência, os estereótipos, as pressões difusas da ideologia dominante - a ruptura”. Sn yders, professor de Ciências da Educação da Universidade de Paris, em seu livro A alegria de aprender na escola (1991, p. 159-164), afirma que no final da Guerra, depois que os americanos já estavam na França, fui preso e deportado. Este episódio me marcou muito porque foi aí que tive a experiência da infelicidade, da miséria, da humilhação. Era bom aluno, me saía bem nas provas, a vida ia bem e, bruscamente, pela primeira vez, apanhei, passei fome. Foi a partir deste momento que comecei a me preocupar com aqueles para quem esta experiência, que foi para mim temporária, representa o cotidiano. É isto que perdemos de vista em Educação: o aluno precisa ter consciência da distância que há entre os grandes artistas e nós todos. Para tanto, ele precisa conhecê-los cada vez melhor a fim de que suas próprias produções sejam cada vez mais originais, mais válidas e mais ricas. É este ir e vir entre sua produção e a obra dos grandes artistas que enriquece o trabalho do aluno. Dizer a verdade aos alunos não é suficiente para que eles aprendam. Para convencê-los, é preciso explicar por que eles se enganam. Deve-se iniciar, assim, pela crítica à sua concepção, para apresentar, depois, a teoria“. Quanto mais os alunos enfrentam dificuldades – de ordem física e econômica – mais a Escola deve ser um local que lhes traga outras coisas. Essa alegria não 80 pode ser uma alegria que os desvie da luta, mas eles precisam ter o estímulo do prazer. A alegria deve ser prioridade para aqueles que sofrem mais fora da Escola. Sob tal concepção pedagógica, em que se admite um conhecimento relativamente autônomo, assume-se que o saber tende a um conhecimento objetivo, mas, ao mesmo tempo, representa a possibilidade de crítica frente a esse conteúdo. 10.3 ENC AMINH AMENTOS METODOLÓGICOS Compreender o fenômeno da VIDA e sua complexidade de relações, na disciplina de Biologia, significa analisar uma ciência em transformação, cujo caráter provisório permite a reavaliação dos seus resultados e possibilita repensar, mudar conceitos e teorias elaborados em cada momento histórico, social, político, econômico e cultural. Essa concepção específico seja metodológica estudado em permite cada um que dos um mesmo conteúdos conteúdo estruturantes, considerando-se a abordagem histórica que determinou a constituição daquele conteúdo estruturante e o seu propósito. Assim, se o desenvolvimento dos conteúdos estruturantes se der de forma integrada, na medida em que se discuta um determinado conteúdo relacionado ao conteúdo requerem-se conhecimentos estruturante relacionados Biodiversidade, aos conteúdos por exemplo, estruturantes Mecanismos Biológicos e Organi zação dos Seres Vivos para compreender por que determinados fenômenos acontecem, como a VIDA se organiza na Terra e quais implicações dos avanços biológicos são decorrentes da manipulação do material genético, conteúdo este relacionado ao conteúdo estruturante Manipulação Genética . Pretende-se discutir o processo de construção do pensamento biológico presente na história da ciência e reconhecê-la como uma construção humana, como luta de ideias, solução de problemas e proposição de novos modelos interpretativos, não enfatizando somente seus resultados. As explicações para o surgimento e a diversidade da vida levam à 81 proposição de conhecimentos científicos, os quais conviveram e convivem com outros sistemas explicativos, tais como: teológicos, filosóficos e artísticos. Com a introdução de elementos da história, torna-se possível compreender que há uma ampla rede de relações entre a produção científica e o contexto social, o econômico, o político e o cultural, verificando-se que a formulação, a validade ou não das diferentes teorias científicas, estão associadas ao momento histórico em que foram propostas e aos interesses dominantes do período. Ao considerar o embate entre as diferentes concepções teóricas propostas para compreender um fato científico ao longo da história, tornase evidente a dificuldade de consolidar novas concepções, em virtude das teorias anteriores, pois estas podem agir como obstáculos epistemológicos. Importa, então, conhecer e respeitar a diversidade social, cultural e as ideias primeiras do aluno, como elementos que também podem constituir obstáculos à aprendizagem dos conceitos científicos que levam à aluno é compreensão do conceito VIDA. Como recurso para diagnosticar as ideias primeiras do recomendável favorecer o debate em sala de aula, pois ele oportuniza análise e contribui para a formação de um sujeito investigativo e interessado, que busca conhecer e compreender a realidade. Dizer que o aluno deva superar suas concepções anteriores implica promover ações pedagógicas que permitam tal superação. Saviani (1997) e Gasparin (2002) apontam que o ensino dos conteúdos, neste caso conteúdos específicos de Biologia, necessita apoiar-se num processo pedagógico em que: As ciências biológicas têm apresentado uma expansão em seus conteúdos no decorrer dos tempos. De uma ciência que se concentrava na descrição e nos conhecimentos qualitativos, com o desenvolvimento na bioquímica e na biofísica, de processos experimentais e de mensuração, bem como da análise estatística, a biologia passou a ser um campo de conhecimento com leis 82 gerais, o que alargou e aprofundou suas dimensões, tornando muito difícil para o professor decidir o que deve ser fundamental, portanto incluído em seu curso e o que deve ser acessório, podendo consequentemente ser deixado de lado. (KRASILCHIK, 2004, p. 45). Essa expansão contribuiu para o caráter enciclopédico assumido pela prática pedagógica, inclusive pela falta de critérios de seleção que permitissem ao professor decidir o que era fundamental e o que era acessório. A esse caráter enciclopédico somou-se a questão do tempo escolar, obviamente insuficiente para abranger um currículo tão extenso. Assim, os professores justificavam sua prática a - histórica, cuja intenção era divulgar os resultados da ciência. Se, por um lado, os conteúdos se tornavam a - históricos e enciclopédicos, por outro, não se abria mão do conhecimento científico que garantia o objeto de estudo da Biologia. Estas Diretrizes Curriculares para o ensino de Biologia firmam-se na construção a partir da práxis do professor. Objetiva-se, portanto, trazer os conteúdos de volta para os currículos escolares, mas numa perspectiva diferenciada, em que se retome a história da produção do conhecimento científico e da disciplina escolar e seus determinantes políticos, sociais e ideológicos. A proposição dos conteúdos estruturantes na disciplina de Biologia sugere, inicialmente, a possibilidade de selecionar conteúdos específicos que farão parte da proposta curricular da escola. Outra possibilidade, igualmente importante, é relacionar os diversos conhecimentos específicos entre si e com outras áreas de conhecimento, propiciando reflexão constante sobre as mudanças conceituais em decorrência de questões emergentes. Os quatro paradigmas metodológicos do conhecimento biológico, abordados anteriormente, o descritivo, o mecanicista, o evolutivo e o da manipulação genética representam um marco conceitual na construção do pensamento biológico identificado historicamente. De cada marco define-se um conteúdo utilizadas, à estruturante época, e para destacam-se compreender 83 pesquisa metodologias de fenômeno VIDA, o e cuja preocupação está em estabelecer critérios para seleção de conhecimentos desta disciplina a serem abordados no decorrer do ensino médio. Embora os conteúdos estruturantes tenham sido identificados como concepções paradigmáticas do conhecimento biológico localizadas no tempo histórico, eles são interdependentes, pois se considera neste caso, o esforço empreendido: • a prática social se caracterize como ponto de partida, cujo objetivo é perceber e denotar, dar significação às concepções alternativas do aluno a partir de uma visão sincrética, desorganizada, de senso comum a respeito do conteúdo a ser trabalhado; • a problemati zação implique o momento para detectar e apontar as questões a serem resolvidas na prática social e, por conseqüência, estabelecer que conhecimentos são necessários para a resolução destas questões e as exigências sociais de aplicação desse conhecimento; • a instrumentali zação sistematizados para que consiste os alunos em apresentar assimilem e os os conteúdos transformem em instrumento de construção pessoal e profissional. Os alunos devem se apropriar das ferramentas culturais necessárias à luta social para superar a condição de exploração em que vivem; • a catarse seja a fase de aproximação entre o conhecimento adquirido pelo aluno instrumentos e o problema culturais, em questão. A partir da transformados em apropriação elementos ativos dos de transformação social, o aluno passa a entender e elaborar novas estruturas de conhecimento, ou seja, passa da ação para a conscientização; • o retorno à prática social se caracterize pela apropriação do saber concreto e pensado para atuar e transformar as relações de produção que impedem a construção de uma sociedade mais igualitária. A visão sincrética apresentada pelo aluno no início do processo passa de um estágio de menor compreensão do conhecimento científico a uma fase de maior clareza e compreensão, explicitada numa visão sintética. O processo educacional 84 põe-se a serviço da referida transformação das relações de produção. Ao adotar esta estratégia e ao retomar as metodologias que favoreceram a determinação dos marcos conceituais apresentados nestas Diretrizes Curriculares para o ensino de Biologia, propõe-se que sejam considerados os princípios metodológicos usados naqueles momentos históricos, porém, adequados ao ensino da atualidade. Para cada conteúdo estruturante, propõe-se trabalhar os seguintes aspectos: 10.3.1 ORG ANIZ AÇ ÃO DOS SERES VIVOS O trabalho pedagógico neste conteúdo estruturante deve ser permeado por uma concepção metodológica que permita abordar a classificação dos seres vivos como uma das tentativas de conhecer e compreender a diversidade biológica considerando, inclusive, a história biológica da VIDA. Desse modo, fica evidente a impossibilidade de discutir a classificação sem considerar as contribuições dos estudos sobre filogenética. 10.3.2 MEC ANISMOS BIOLÓGICOS Neste conteúdo estruturante é importante que o professor considere o aprofundamento, a especialização e o conhecimento objetivo dos mecanismos biológicos. Para que se compreendam os sistemas vivos como fruto da interação entre seus elementos constituintes e da interação destes com os demais componentes do meio, é importante adotar concepções metodológicas que favoreçam o estabelecimento de relações entre os diversos mecanismos de funcionamento e manutenção da vida. 10.3.3 BIODIVERSID ADE Nestas propostas pedagógicas, pretende-se que as reflexões propostas pelo trabalho pedagógico neste conteúdo estruturante sejam permeadas por uma concepção metodológica que permita abordar as contribuições de Lamarck e Darwin para superar as ideias fixistas já superadas há muito pela ciência e supostamente pela sociedade. Pretende-se a superação das 85 concepções alternativas do aluno, com a aproximação das concepções científicas, procurando relacionar os conceitos da genética, da evolução e da ecologia, como forma de explicar a diversidade dos seres vivos. 10.3.4 M ANIPUL AÇ ÃO GENÉTIC A Ao propor este conteúdo estruturante pretende-se que o trabalho pedagógico seja permeado por uma concepção metodológica que permita a análise sobre as implicações dos avanços biológicos que se valem das técnicas de manipulação do material genético para o desenvolvimento da sociedade. Ao utilizar a problematização como uma abordagem metodológica no desenvolvimento dos quatro conteúdos estruturantes, parte-se do princípio da provocação e mobilização do aluno na busca por conhecimentos necessários para resolver problemas. Estes problemas relacionam os conteúdos da Biologia ao cotidiano do aluno para que ele busque compreender e atuar na sociedade de forma crítica. Atenção especial deve ser dada à maneira como os recursos pedagógicos serão trabalhados e aos critérios político-pedagógicos da seleção destes recursos, de modo que eles contribuam para uma leitura crítica e para os recortes necessários dos conteúdos específicos identificados como significativos para o ensino médio. O uso de diferentes imagens em vídeo, transparências, fotos, textos de apoio usados com frequência nas aulas de Biologia, requerem a problematização em torno da demonstração e da interpretação. Analisar quais os objetivos e expectativas a serem atingidas, além da concepção de ciência que se agrega às atividades que utilizam estes recursos, pode contribuir para a compreensão do papel do aluno frente a tais atividades. Estratégias de ensino como a aula dialogada, a leitura, a escrita, a atividade experimental, o estudo do meio, os jogos didáticos, entre tantas outras, devem favorecer a expressão dos alunos, seus pensamentos, suas percepções, significações, interpretações, uma vez que aprender envolve a produção/criação de novos significados, pois esse processo acarreta o 86 encontro e o confronto das diferentes ideias propagadas em sala de aula. Práticas tão comuns em sala de aula, a leitura e a escrita merecem atenção, porque por um lado são repletas de significações e por outro podem levar a interpretações equivocadas do conhecimento científico. Elas são demarcadoras do papel social assumido pelo professor e pelos alunos e devem ser pensadas a partir do significado das mediações, das influências e incorporações que os alunos demonstram. As atividades experimentais sejam elas de manipulação de material ou demonstrativa, também representam importante estratégia de ensino. Para a realização dessas atividades, não é preciso um aparato experimental sofisticado, mas a organização, discussão e análise, de procedimentos que possibilitem a interação com fenômenos biológicos, a troca de informações entre os grupos que participam da aula e, portanto, a emergência de novas interpretações. De acordo experimentais com podem estas ser o propostas pedagógicas, as ponto partida desenvolver de para atividades a compreensão de conceitos ou permitir a aplicação das ideias discutidas em aula, de modo a levar os alunos a aproximarem teoria e prática e, ao mesmo tempo, permitir que o professor perceba as explicações e as dúvidas manifestadas por seus alunos. Nas atividades experimentais demonstrativas é preciso permitir a participação do aluno e não apenas tê-lo como observador passivo. Algumas vezes, a atividade prática demonstrativa implica a ideia da existência de verdades definidas e formuladas em leis já comprovadas, isto é, uma ciência de realidade imutável. De outro lado, a atividade experimental, como resolução de problemas ou de hipóteses, pode trazer uma concepção de ciência diferente, como interpretação da realidade, de maneira que as teorias e hipóteses são consideradas explicações provisórias. Nesse caso, estabelece-se maior contato do aluno com o experimento e com a atitude científica. Outra estratégia que, além de integrar conhecimentos, veicula uma concepção sobre a relação ser humano-ambiente e possibilita novas 87 elaborações em pesquisa, é o estudo do meio. Este estudo pode ocorrer em locais como: parques, praças, terrenos baldios, praias, bosques, rios, zoológicos, hortas, mercados, aterros sanitários, fábricas, etc. Também os jogos didáticos contribuem para gerar desafios, conforme Moura (1994), o jogo é considerado uma estratégia impregnada de conteúdos culturais a serem veiculados na escola. Ele detém conteúdos com finalidade de desenvolver habilidades de resolução de problemas, o que representa a oportunidade de traçar planos de ações para atingir determinados objetivos. Ainda com relação à abordagem metodológica, é importante que o professor de Biologia, ao elaborar seu plano de trabalho docente, garanta o previsto na Lei n. 10.639/03 que torna obrigatória a presença de conteúdos relacionados à história e cultura afro-brasileira e africana. Igualmente deve ser resguardado o espaço para abordagem da história e cultura dos povos indígenas, em concordância com a Lei n. 11.645/08. A abordagem pedagógica sobre a história e cultura afro-brasileira e africana, bem como, sobre a cultura indígena, poderá ser desenvolvida por meio de análises que envolvam a constituição genética da população brasileira. Os conteúdos específicos a serem trabalhados devem estar relacionados tanto aos conteúdos estruturantes quanto aos conteúdos básicos da disciplina de forma contextualizada, favorecendo a compreensão da diversidade biológica e cultural. Quanto ao trabalho envolvendo a educação ambiental, em concordância com a Lei n. 9.795/99 que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, este deverá ser uma prática educativa integrada, contínua e permanente no desenvolvimento dos conteúdos específicos. Portanto é necessário que o professor contextualize esta abordagem em relação aos conteúdos estruturantes, de tal forma que os conteúdos específicos sobre as questões ambientais não sejam trabalhados isoladamente na disciplina de Biologia. 88 10.4 AV ALI AÇ ÃO A avaliação é um dos aspectos do processo pedagógico que mais carece de mudança didática para favorecer uma reflexão crítica de idéias e modificar comportamentos docentes de “senso comum” muito persistentes (CARVALHO & GIL-PÉREZ, 2001). As concepções reducionistas e simplistas do processo avaliativo requerem análise e questionamento. De acordo com Carvalho & Gil-Pérez (2001), ainda estão no “senso comum” do ambiente escolar as seguintes noções: • é fácil avaliar os conhecimentos científicos, devido a sua precisão e objetividade; • o fracasso é inevitável, pois a Biologia tem conhecimentos difíceis, que não estão ao alcance de todos. Ao se aprovar demais, a disciplina é uma “brincadeira”; então, convém ser “exigente” desde o início; • tal fracasso, por vezes muito elevado, pode ser atribuído a fatores extra-escolares, como capacidade intelectual e ambiente familiar; • a prova deve ser discriminatória e produzir uma distribuição de notas em escala descendente; • a função essencial da avaliação é medir a capacidade e o aproveitamento do aluno, destinando-o à promoção e seleção classificatória de cunho autoritário. A superação deste senso comum implica em estudos, pesquisas e análises de resultados que permitam a elaboração de programas de formação continuada para os professores envolvidos no processo ensinoaprendizagem, a fim de possibilitar a elaboração de uma concepção de avaliação adequada à realidade escolar da qual participa. Muitos professores mant êm-se crédulos ao sistema de avaliação classificatório por acreditar ser este a garantia de um ensino de qualidade que resguarde um saber competente dos alunos (HOFFMANN, 2003). Quando a concepção de avaliação é, tão somente classificatória, pautada em critérios que visam medir o aproveitamento, identifica-se erros, 89 dificuldades de aprendizagem, porém, não se sabe o que fazer com as informações levantadas e os professores acabam por não se preocuparem em “auxiliar o aluno a resolver suas dificuldades ou a avançar no seu conhecimento” (HOOFMANN, 2003, p. 121). Tomando por base as análises desenvolvidas pelas autoras Carvalho e Hoffmann, considera-se a necessidade de envolvimento dos professores na análise crítica da própria avaliação. Conforme Carvalho & Gil-Pérez (2001) é preciso que o professores se envolvam numa análise crítica que considere a avaliação em Biologia um instrumento de aprendizagem que forneça um feedback adequado para promover o avanço dos alunos. Ao considerar o professor corresponsável pelos resultados que os alunos obtiverem o foco da pergunta muda de “quem merece uma valorização positiva e quem não“ para ”que auxílio precisa cada aluno para continuar avançando e alcançar os resultados desejados”. Além disso, incentivar a reflexão, por parte do professor, sobre sua própria prática. Nestas propostas pedagógicas, ao assumir fundamentos teórico- metodológicos que garantam uma abordagem crítica para o ensino de Biologia, propõe-se um trabalho pedagógico em que se perceba o processo cognitivo contínuo, inacabado, portanto, em construção. Nesta perspectiva, a avaliação como momento do processo ensino aprendizagem, abandona a ideia de que o erro e a dúvida constituem obstáculos impostos à continuidade do processo. Ao contrário, o aparecimento de erros e dúvidas dos alunos constitui importantes elementos para avaliar o processo de mediação desencadeado pelo professor entre o conhecimento e o aluno. A ação docente também estará sujeita a avaliação e exigirá observação e investigação visando à melhoria da qualidade do ensino. Deste modo, na disciplina de Biologia, avaliar implica um processo cuja finalidade é obter informações necessárias sobre o desenvolvimento da prática pedagógica para nela intervir e reformular os processos de ensinoaprendizagem. Pressupõe-se uma tomada de decisão, em que o aluno também tome conhecimento dos resultados de sua aprendizagem e 90 organize-se para as mudanças necessárias. Destaca-se que este processo deve procurar atender aos critérios para a verificação do rendimento escolar previstos na LDB n. 9394/96 que considera a avaliação como um processo “contínuo e cumulativo, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos”. Enfim, adota-se como pressuposto a avaliação como instrumento analítico do processo de ensino aprendizagem que se configura em um conjunto de ações pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano letivo, de modo que professores e alunos tornam-se observadores dos avanços e dificuldades a fim de superarem os obstáculos existentes. 10.5 REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFIC AS ANDER Y, M. A. et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. São Paulo: EDUC, 1988. APPLE, M. W. Ideologia e currículo . Porto Alegre: Artmed, 2006. ARROYO, M. G. 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São Paulo: FDE, 1991. 94 11 CIÊNCI AS 11.1 FUND AMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS 11.1.1 CONSIDER AÇÕES A RESPEITO DOS MÉTODOS CIENTÍFICOS Um ponto importante a ser considerado na produção do conhecimento científico diz respeito ao caminho percorrido pelos pesquisadores para formular “descrições, interpretações, leis, teorias, modelos, etc. sobre uma parcela da realidade” negligenciar, então, (FREIRE-MAIA, a fragmentação 2000, que p. 18). ocorre na Não se pode produção do conhecimento científico que resulta da investigação da Nature za, pois não existe nos dias atuais uma única ciência que possa assegurar o estudo da realidade em todas as suas dimensões. A incursão pela história da ciência permite identificar que não existe um único método científico, mas a configuração de métodos científicos que se modificaram com o passar do tempo. Desde os pensadores gregos até o momento histórico marcado pelo positivismo, principalmente com Comte, no século XIX, observa-se uma crescente valorização do método científico, porém, com posicionamentos epistemológicos diferentes em cada momento histórico. Contrário à clássica valorização do método científico, Bachelard afirma que a ciência vive o método do seu tempo. Sendo assim, as discussões contemporâneas sobre a existência e a natureza do método científico são realizadas. A política neoliberal para a educação pública minimiza a responsabilidade do Estado do ponto de vista econômico e centraliza a concepção pedagógica. Por isso os PCN foram propostos para todo o território nacional ao mesmo tempo em que as comunidades escolares são convidadas a contribuir com a manutenção física das escolas, bem como a oferecer a elas projetos artísticos, científicos e sociais.[...] num contexto menos ambicioso do que aquele que predominou algumas décadas atrás. Menos ambicioso, uma vez que é disseminada a tese que defende a impossibilidade de um mesmo método ser aplicável a todo e qualquer 95 domínio de investigação científica. Contudo, além de menos ambicioso, parece-nos que as discussões atuais são igualmente menos abrangentes. Não apenas cada uma das áreas pode desenvolver e usar o seu próprio método, mas como também é possível que este último não seja singular, isto é, o mesmo domínio de investigação científica poderá dispor de mais de um recurso metodológico: o pluralismo metodológico é uma atitude amplamente adotada nos dias de hoje, seja por filósofos, seja por cientistas. (VIDEIRA, 2006, p. 39) As etapas que compõem o método científico são determinadas historicamente sob influências e exigências sociais, econômicas, éticas e políticas. Acrescenta-se identificados nas que, pesquisas apesar de realizadas traços dentre comuns as poderem ser especialidades das ciências naturais por conta dos diferentes métodos científicos, “o alcance e, simultaneamente, a limitação do conhecimento científico” (DELIZOICOV e ANGOTTI, 1998, p. 41) também podem ser apontados como pontos importantes. Ao assumir posicionamento contrário ao método único para toda e qualquer investigação científica da Nature za , no ensino de Ciências se faz necessário ampliar os encaminhamentos metodológicos para abordar os conteúdos escolares de modo que os estudantes superem os obstáculos conceituais oriundos de sua vivência cotidiana. 11.1.2 FORM AÇ ÃO DE CONCEITOS CIENTÍFICOS N A ID ADE ESCOL AR Considera-se, nestas diretrizes, que no processo de ensino- aprendizagem a construção de conceitos pelo estudante não difere, em nenhum aspecto, do desenvolvimento de conceitos não sistematizados que traz de sua vida cotidiana. Os conceitos científicos que Vygotsky descreve em suas obras referemse ao conhecimento sistematizado e ensinado na escola, como forma de representação, por meio de modelos, do conhecimento produzido pela ciência. O processo de construção desse conhecimento escolar se constitui na dialética entre os diferentes saberes sociais e seus respectivos 96 significados. Tal embate, ora contribui para a construção do conhecimento científico pelos estudantes, ora se configura como obstáculo conceitual à sua (re)elaboração. Dentre os saberes sociais, os conhecimentos científicos e os do cotidiano “se mostram como campos que se inter-relacionam com o conhecimento escolar” (LOPES, 1999, p. 104), porém não sem contradições. O conhecimento conhecimentos cotidiano sobre a tem origem realidade empírica produzida na e é a soma cotidianidade. dos Esse conhecimento pode acolher certas aquisições científicas, por meio de divulgação na mídia e na informalidade, mas não é o conhecimento científico. O educando, nos dias atuais, tem mais acesso a informações sobre o conhecimento científico, no entanto, constantemente reconstrói suas representações a partir do conhecimento cotidiano, formando as bases para a construção de conhecimentos alternativos, úteis na sua vida diária. [...] mais do que a soma de certas conexões associativas formadas pela memória, é mais do que um simples hábito mental; é um ato real e complexo de pensamento que não pode ser ensinado por meio de treinamento, só podendo ser realizado quando o próprio desenvolvimento mental da criança já tiver atingido o nível necessário. (VYGOTSKY, 1991a, p. 71) A partir dessa concepção, Vygotsky desenvolve o conceito de zona de desenvolvimento proximal (ZDP), que consiste em ponto de desempenho muito influenciado pela mediação, pois é preciso considerar que o estudante tem capacidade de solucionar problemas, desempenhar tarefas, elaborar representações mentais e construir conceitos com a ajuda de outras pessoas. Para Vygotsky (1991b) esse conceito (ZDP) representa a distância entre o que o estudante já sabe e consegue efetivamente fazer ou resolver por ele mesmo (nível de desenvolvimento real) e o que o estudante ainda não sabe, mas pode vir a saber, com a mediação de outras pessoas (nível de desenvolvimento potencial). Com base nessa concepção afirma-se que o nível de conhecimento real e o nível de conhecimento potencial de cada 97 estudante são variáveis e determinados, principalmente, pela mediação didática. Cada estudante, então, encontra-se num nível de desenvolvimento cognitivo diferenciado. O aprendizado dos estudantes começa muito antes do contato com a escola. Por isso, aprendizado e desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida e qualquer situação de aprendizagem na escola tem sempre uma história anterior. Há, no entanto, uma diferença entre o aprendizado anterior e o aprendizado escolar. O primeiro não é sistematizado, o segundo é, além disso, este objetiva a aprendizagem do conhecimento científico e produz algo fundamentalmente novo no desenvolvimento do estudante. Quando o professor toma o conceito de zona de desenvolvimento proximal como fundamento do processo pedagógico propicia que o estudante realize sozinho, amanhã, aquilo que hoje realiza com a ajuda do professor (mediação). A partir do conceito de zona de desenvolvimento proximal, pode-se retornar à discussão a respeito da formação de conceitos científicos pelo estudante. Segundo Vygotsky (1991b), a mente humana cria estruturas cognitivas necessárias à compreensão de um determinado conceito trabalhado no processo ensino-aprendizagem. As estruturas cognitivas dependem desse processo para evoluírem e somente serão construídas à medida que novos conceitos forem trabalhados. Esse processo propicia a internalização dos conceitos e sua reconstrução na mente do estudante. Muitos autores enfatizam que o conhecimento cotidiano se transforma, inclusive por incorporação de conhecimentos científicos, e mesmo alguns usam este fato como argumento para valorização do conhecimento comum. [...] A teoria do calórico e a ideia do calor em oposição ao frio, como entidade física, ideias a muito desconstruídas pela física, ainda persistem no senso comum porque são suficientes para a vida diária. Continuamos a falar que nossos casacos nos “protegem” do frio, que devemos fechar a geladeira porque senão o “frio” sai. Trata-se de um conhecimento essencialmente pragmático, cujo caráter de validade na esfera cotidiana da 98 vida é sua funcionalidade. (LOPES, 1999, p. 143) Apesar da necessidade de ruptura entre o conhecimento científico e o conhecimento cotidiano, há também a necessidade de não se extrapolarem os limites um do outro. O conhecimento científico e o conhecimento cotidiano são históricos e sofrem interações mútuas. “Interpretar a ciência com os pressupostos da vida cotidiana é incorrer em erros, assim como é impossível, em cada ação cotidiana, tomarmos decisões científicas, ao invés de decidirmos com base na espontaneidade e no pragmatismo” (LOPES, 1999, p. 143). 11.1.3 CONHECIMENTO CIENTÍFICO ESCOL AR O conhecimento científico mediado para o contexto escolar sofre um processo de didatização, mas não se confunde com o conhecimento cotidiano. Nesse a mediação aqui é utilizada no sentido de adequar o conhecimento produzido pela ciência, para a escola (LOPES,1999). Os conhecimentos científicos escolares selecionados para serem ensinados na disciplina de Ciências têm origem nos modelos explicativos construídos a partir da investigação da Nature za . Pelo processo de mediação didática, o conhecimento científico sofre adequação para o ensino, na forma de conteúdos escolares, tanto em termos de especificidade conceitual como de linguagem. A apropriação do conhecimento científico pelo estudante no contexto escolar implica a superação dos obstáculos conceituais. Para que isso ocorra, o conhecimento anterior do estudante, construído nas interações e nas relações que estabelece na vida cotidiana, num primeiro momento, deve ser valorizado. Denominam-se tais conhecimentos como alternativos aos conhecimentos científicos e, por isso, podem ser considerados como primeiros obstáculos conceituais a serem superados. Nem sempre o conhecimento cotidiano ou mesmo o alternativo podem ser considerados incoerentes com o conhecimento científico, uma vez que são úteis na vida prática e para o desenvolvimento de novas concepções. Valorizá-los e tomá-los como ponto de partida terá como consequência a 99 formação dos conceitos científicos, para cada estudante, em tempos distintos13. No ensino de Ciências o professor se depara constantemente com conhecimentos alternativos, tanto pela banalização da divulgação científica, quanto pelo uso de linguagem simplificada do conhecimento científico, inclusive nos livros didáticos. Nesse momento, o contato com a história da ciência pode propiciar ao professor compreender como se desenvolveu o conhecimento científico. Na escola, o obstáculo epistemológico assume função didática e permite superar duas grandes ilusões no ensino de Ciências: o não rompimento entre os conhecimentos cotidiano e científico e a crença de que se conhece a partir do nada. Com base nesses mesmos autores, apresentam-se em seguida alguns entendimentos a respeito do que seja necessário ao professor de Ciências em contínuo processo de formação: • Conhecer a história da ciência, associando os conhecimentos científicos com os contextos políticos, éticos, econômicos e sociais que originaram sua construção. Dessa forma, podem-se compreender os obstáculos epistemológicos a serem superados para que o processo ensinoaprendizagem seja mais bem sucedido; • Conhecer os métodos científicos empregados na produção produção dos conhecimentos, para que as estratégias de ensino propiciem a construção de conhecimentos significativos pelos estudantes; • Conhecer as relações conceituais, interdisciplinares e contextuais associadas à produção de conhecimentos, para superar a ideia reducionista da ciência como transmissão de conceitos, porque essa perspectiva desconsidera os aspectos históricos, culturais, éticos, políticos, sociais, tecnológicos, entre outros, que marcam o desenvolvimento científico14; • Conhecer os desenvolvimentos científicos recentes, por meio dos instrumentos de divulgação científica. Desta forma, ampliar as perspectivas de compreensão da dinâmica da produção científica e o caráter de provisoriedade e falibilidade das teorias cientificas. 100 • Saber selecionar conteúdos científicos escolares adequados ao ensino, considerando o nível de desenvolvimento cognitivo dos estudantes e o aprofundamento conceitual necessário. Tais conteúdos, fundamentais para a compreensão do objeto de estudo da Disciplina de Ciências, precisam ser potencialmente significativos, acessíveis aos estudantes e suscetíveis de interesse. Faz-se necessário, então, que o professor de Ciências conheça esses conteúdos de forma aprofundada e adquira novos conhecimentos que contemplem a proposta curricular da escola, os avanços científicos e tecnológicos, as questões sociais e ambientais, para que seja um profissional bem preparado e possa garantir o bom aprendizado dos estudantes. Dessa forma, o ensino de Ciências deixa de ser encarado como mera transmissão de conceitos científicos, para ser compreendido como processo de formação de conceitos científicos, possibilitando a superação das concepções alternativas dos estudantes e o enriquecimento de sua cultura científica (LOPES, 1999). Espera-se uma superação do que o estudante já possui de conhecimentos alternativos, Dificuldades na formação inicial ou a carência de formação continuada do professor podem tornar-se obstáculos ao processo de ensino- aprendizagem, pois a falta de fundamentação teórico-metodológica dificulta uma seleção coerente de conteúdos, bem como um trabalho crítico-analítico com o livro didático adotado. Autores como Carvalho e Gil-Pérez (2001) chamam a atenção para o fato de “[...] que algo tão aparentemente claro e homogêneo como ‘conhecer o conteúdo da disciplina’ implica conhecimentos profissionais muito diversos [...] que vão além do que habitualmente se contempla nos cursos universitários” (2001, p. 21). Ao se considerar que o conhecimento científico apenas amplia o conhecimento comum ou ao se negar a existência de conceitos prévios sobre os mais diferentes assuntos, não se cuida para que os preconceitos e os erros das primeiras concepções sejam questionados, obstaculiza-se novos conhecimentos e cristalizam-se falsos conceitos. (LOPES, 2007, p. 59) 101 Esta orientação teórico-metodológica difere da proposta de Bachelard (1996), que indicava a necessidade do novo conhecimento (produzido pela ciência) romper com o anterior (cotidiano, prévio, alternativo). Entende-se por relações conceituais a integração entre conceitos científicos escolares de um conteúdo estruturante com conceitos de outros conteúdos estruturantes interdisciplinares as de Ciências. abordagens de Entende-se conteúdos de por relações Ciências com contribuições de conteúdos ou conceitos de outras disciplinas da matriz curricular. As relações contextuais implicam em saber como se dá o processo de produção desse conhecimento de modo a superar o entendimento de conteúdos a-históricos e de um único método de ensino para todos os conteúdos. Rompendo então com obstáculos conceituais e adquirindo maiores condições de estabelecer relações conceituais, interdisciplinares e contextuais, de saber utilizar uma linguagem que permita comunicar-se com o outro e que possa fazer da aprendizagem dos conceitos científicos algo significativo no seu cotidiano. 11.1.4 APRENDIZ AGEM SIGNIFIC ATIV A NO ENSINO DE CIÊNCI AS Com base em investigações realizadas sobre o ensino de Ciências, notase uma tendência de superação de estratégias de ensino que privilegiam atividades de estímulo, resposta, reforço positivo, objetivos operacionais e instrução programada (MOREIRA, 1999). Tais estratégias não enfocam a aprendizagem no processo de construção de significados. A aprendizagem significativa no ensino de Ciências implica no entendimento de que o estudante aprende conteúdos científicos escolares quando lhe atribui significados. Isso põe o processo de construção de significados como elemento central do processo de ensino-aprendizagem. O estudante constrói significados cada vez que estabelece relações “substantivas e não arbitrárias” entre o que conhece de aprendizagens anteriores (nível de desenvolvimento real - conhecimentos alternativos) e o que aprende de novo (AUSUBEL, NOVAK e HANESIAN, 1980). As relações que se estabelecem entre o que o estudante já sabe e o 102 conhecimento específico a ser ensinado pela mediação do professor não são arbitrárias, estratégias pois dependem metodológicas potencialmente da organização adequadas; significativo; e da de dos material “ancoragem”16 conteúdos; didático em de de apoio conhecimentos especificamente relevantes já existentes na estrutura cognitiva do estudante (MOREIRA, 1999). Quando o estudante relaciona uma noção a ser aprendida com um conceito já presente na sua estrutura cognitiva, ele incorpora “a substância do novo conhecimento, das novas ideias” e a esse processo denomina-se substantividade (MOREIRA, 1999, p. 77). Ao se trabalhar a definição de um conceito de forma literal e arbitrária, o ensino não possibilita que o estudante construa seu próprio modelo mental, sua própria rede de relações conceituais sobre o conhecimento científico escolar. Assim, a construção de significados pelo estudante é o resultado de uma complexa rede de interações composta por no mínimo três elementos: o estudante, os conteúdos científicos escolares e o professor de Ciências como mediador do processo de ensino-aprendizagem. O estudante é o responsável final pela aprendizagem ao atribuir sentido e significado aos conteúdos científicos escolares. O professor é quem determina as estratégias que possibilitam maior ou menor grau de generalização e especificidade dos significados construídos. É do professor, também, a responsabilidade por orientar e direcionar tal processo de construção. Por meio dessa mediação, quanto mais relações conceituais, interdisciplinares e contextuais o estudante puder estabelecer, maior a possibilidade de reconstrução interna de significados (internalização) e de ampliar seu desenvolvimento cognitivo. Nesse sentido, o estudante constrói significados cada vez que estabelece relações substantivas e não- arbitrárias entre o que já conhece e o que aprende de novo. Em síntese, pode-se dizer que o ensino significativo de conhecimentos científicos escolares está à frente do desenvolvimento cognitivo do estudante e o dirige. Da mesma forma, a aprendizagem significativa de conhecimentos científicos escolares está avançada em relação ao 103 desenvolvimento das suas estruturas cognitivas17. No ensino de Ciências, portanto, deve-se trabalhar com os conteúdos científicos escolares e suas relações conceituais, interdisciplinares e contextuais, considerando-se a zona de desenvolvimento proximal do estudante (VYGOTSKY, 1991b), descrita anteriormente em um processo de interação social em que o professor de Ciências “é o participante que já internalizou significados socialmente compartilhados para os materiais educativos do currículo e procura fazer com que o aprendiz também venha a compartilhá-los” (MOREIRA, 1999, p. 109). 11.2 CONTEÚDOS ESTRUTUR AN TES Nestas diretrizes, entende-se o conceito de Conteúdos Estruturantes como conhecimentos de grande amplitude que identificam e organizam os campos de estudo de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e ensino. Os conteúdos estruturantes são constructos históricos e estão atrelados a uma concepção política de educação, por isso não são escolhas neutras. Na disciplina de Ciências, os Conteúdos Estruturantes são construídos a partir da historicidade dos conceitos científicos e visam superar a fragmentação do currículo, além de estruturar a disciplina frente ao processo acelerado de especialização do seu objeto de estudo e ensino (LOPES, 1999). De certa forma o estudante pode, também, aprender conteúdos científicos escolares sem atribuir-lhes significados. Isto acontece, por exemplo, quando aprende exclusivamente pelo processo repetitivo de memorização. Nesse caso, porém, faz uso dos conceitos sem entender o que está dizendo ou fazendo. Processo em que a nova informação resulta em crescimento e modificação de conceitos mais amplos (generalizados) que o sujeito possui na sua estrutura cognitiva, considerada hierárquica (conceito subsunçor). Esses conceitos atuam como subordinadores de outros conceitos na estrutura cognitiva e como “âncora” no processo de assimilação dessa nova 104 informação. Como resultado dessa ancoragem, a própria ideia-âncora (conceitos mais amplos) acaba por ser modificada e diferenciada (MOREIRA, 1999). A aprendizagem significativa envolve aquisição/construção de significados num processo análogo ao que defende Vygotsky sobre o processo de internalização dos conceitos. Isto quer dizer que, a aprendizagem de conteúdos científicos escolares assume um significado cognitivo, enquanto estrutura de conhecimento possuidora de instrumentos e signos. Instrumento é algo, como a linguagem, que pode ser usado para dar significado às coisas; signo é algo que representa (significa) uma ideia. (MOREIRA,1999). A seleção dos conteúdos de ensino de Ciências deve considerar a relevância dos mesmos para o entendimento do mundo no atual período histórico, para a constituição da identidade da disciplina e compreensão do seu objeto de estudo, bem como facilitar a integração conceitual dos saberes científicos na escola. Sendo assim, os conteúdos de Ciências valorizam conhecimentos científicos das diferentes Ciências de referência – Biologia, Física, Química, Geologia, Astronomia, entre outras. A metodologia de ensino deve promover inter-relações entre os conteúdos selecionados, de modo a promover o entendimento do objeto de estudo da disciplina de Ciências. Essas inter-relações devem se fundamentar nos Conteúdos Estruturantes. Desde que foi inserida no currículo escolar, a disciplina de Ciências passou por muitas alterações em seus fundamentos teórico-metodológicos e na seleção dos conteúdos de ensino. Isso ocorreu em função dos diferentes interesses econômicos, políticos e sociais sobre a escola básica e dos avanços na produção do conhecimento científico. Contudo, essa disciplina sempre contribuiu para superar a banalização do conhecimento que se alicerça, muitas vezes, na consolidação de conceitos equivocados, socialmente validados e tomados como um saber “científico”. Corroborando essas ideias, Santos, Stange e Trevas (2005) destacam a necessidade de uma abordagem integradora no ensino de Ciências para 105 superar a construção fragmentada de um mesmo conceito. Esse processo deve ocorrer tanto na disciplina de Ciências, própria do currículo do Ensino Fundamental, quanto nas disciplinas que abordam conceitos científicos no Ensino Médio. Por exemplo, o conceito de pressão é, normalmente, trabalhado nas disciplinas de Física, Biologia e Química, mas sem integração, o que leva o estudante a pensar, muitas vezes, que se trata de três conceitos distintos. Propõe-se, então, que o ensino de Ciências aconteça por integração conceitual e que estabeleça relações entre os conceitos científicos escolares de diferentes conteúdos estruturantes da disciplina (relações conceituais) ; entre eles e os conteúdos estruturantes das outras disciplinas do Ensino Fundamental (relações interdisciplinares) ; entre os conteúdos científicos escolares e o processo de produção do conhecimento científico (relações contextuais). Nestas Diretrizes Curriculares são apresentados cinco conteúdos estruturantes fundamentados na história da ciência, base estrutural de integração conceitual para a disciplina de Ciências no Ensino Fundamental. São eles: • Astronomia • Matéria • Sistemas Biológicos • Energia • Biodiversidade Propõe-se que o professor trabalhe com os cinco conteúdos estruturantes em todas as séries, a partir da seleção de conteúdos específicos da disciplina de Ciências adequados ao nível de desenvolvimento cognitivo do estudante. Para o trabalho pedagógico, o professor deverá manter o necessário rigor conceitual, adotar uma linguagem adequada à série, problematizar os conteúdos em função das realidades regionais, além de considerar os limites e possibilidades dos livros didáticos de Ciências. 106 11.2.1 AS TRONOMI A A Astronomia tem um papel importante no Ensino Fundamental, pois é uma das ciências de referência para os conhecimentos sobre a dinâmica dos corpos celestes. Numa abordagem histórica traz as discussões sobre os modelos geocêntrico e heliocêntrico, bem como sobre os métodos e instrumentos científicos, conceitos e modelos explicativos que envolveram tais discussões. Além disso, os fenômenos celestes são de grande interesse dos estudantes porque por meio deles buscam-se explicações alternativas para acontecimentos regulares da realidade, como o movimento aparente do sol, as fases da lua, as estações do ano, as viagens espaciais, entre outros. Este conteúdo estruturante possibilita estudos e discussões sobre a origem e a evolução do Universo. Apresentam-se, a seguir, os conteúdos básicos que envolvem conceitos científicos necessários para o entendimento de questões astronômicas e para a compreensão do objeto de estudo da disciplina de Ciências: • universo; • sistema solar; • movimentos celestes e terrestres; • astros; • origem e evolução do universo; • gravitação universal. 11.2.2 M ATÉRI A No conteúdo estruturante Matéria propõe-se a abordagem de conteúdos específicos que privilegiem o estudo da constituição dos corpos, entendidos tradicionalmente como objetos materiais quaisquer que se apresentam à nossa percepção (RUSS, 1994). Sob o ponto de vista científico, permite o entendimento não somente sobre as coisas perceptíveis como também sobre sua constituição, indo além daquilo que num primeiro momento vemos, sentimos ou tocamos. Apresentam-se, a seguir, conteúdos básicos que envolvem conceitos 107 científicos essenciais para o entendimento da constituição e propriedades da matéria e para a compreensão do objeto de estudo da disciplina de Ciências: • constituição da matéria; • propriedades da matéria. 11.2.3 SISTEM AS BIOLÓGICOS O conteúdo estruturante Sistemas Biológicos aborda a constituição dos sistemas do organismo, bem como suas características específicas de funcionamento, desde os componentes celulares e suas respectivas funções até o funcionamento dos sistemas que constituem os diferentes grupos de seres vivos, como por exemplo, a locomoção, a digestão e a respiração. Parte-se do entendimento do organismo como um sistema integrado e amplia-se a discussão para uma visão evolutiva, permitindo a comparação entre os seres vivos, a fim de compreender o funcionamento de cada sistema e das relações que formam o conjunto de sistemas que integram o organismo vivo. Neste conteúdo estruturante, apresentam-se os conteúdos básicos que envolvem conceitos científicos escolares para o entendimento de questões sobre os sistemas biológicos de funcionamento dos seres vivos e para a compreensão do objeto de estudo da disciplina de Ciências: • níveis de organização; • célula; • morfologia e fisiologia dos seres vivos; • mecanismos de herança genética. 11.2.4 ENERGI A Este Conteúdo Estruturante propõe o trabalho que possibilita a discussão do conceito de energia, relativamente novo a se considerar a história da ciência desde a Antiguidade. Discute-se tal conceito a partir de um modelo explicativo fundamentado nas ideias do calórico, que representava as mudanças de temperatura entre objetos ou sistemas. Ao propor o calor em 108 substituição à teoria do calórico, a pesquisa científica concebeu uma das leis mais importantes da ciência: a lei da conservação da energia. Nestas diretrizes destaca-se que a ciência não define energia. Assim, tem-se o propósito de provocar a busca de novos conhecimentos na tentativa de compreender o conceito energia no que se refere às suas várias manifestações, como por exemplo, energia mecânica, energia térmica, energia elétrica, energia luminosa, energia nuclear, bem como os mais variados tipos de conversão de uma forma em outra. Neste conteúdo estruturante, apresentam-se os conteúdos básicos que envolvem conceitos científicos essenciais para o entendimento de questões sobre a conservação e a transformação de uma forma de energia em outra e para a compreensão do objeto de estudo da disciplina de Ciências: • formas de energia; • conversão de energia; • transmissão de energia. 11.2.5 BIODIVERSID ADE O conceito de biodiversidade, nos dias atuais, deve ser entendido para além da mera diversidade de seres vivos. Reduzir o conceito de biodiversidade ao número de espécies seria o mesmo que considerar a classificação dos seres vivos limitada ao entendimento de que eles são organizados fora do ambiente em que vivem. Pensar o conceito biodiversidade na contemporaneidade implica ampliar o entendimento de que essa diversidade de espécies, considerada em diferentes níveis de complexidade, habita em diferentes ambientes, mantém suas inter-relações de dependência e está inserida em um contexto evolutivo (WILSON, 1997). Esse conteúdo estruturante visa, por meio dos conteúdos específicos de Ciências, a compreensão do conceito de biodiversidade e demais conceitos inter-relacionados. Espera-se que o estudante entenda o sistema complexo de conhecimentos científicos que interagem num processo integrado e dinâmico envolvendo a diversidade de espécies atuais e extintas; as 109 relações ecológicas estabelecidas entre essas espécies com o ambiente ao qual se adaptaram, viveram e ainda vivem; e os processos evolutivos pelos quais tais espécies têm sofrido transformações. Apresentam-se, básicos que para envolvem este conteúdo conceitos estruturante, científicos para o alguns conteúdos entendimento de questões sobre a biodiversidade e para a compreensão do objeto de estudo da disciplina de Ciências: • organização dos seres vivos; • sistemática; • ecossistemas; • interações ecológicas; • origem da vida; • evolução dos seres vivos. Todos os conteúdos básicos, apresentados nos conteúdos estruturantes, são essenciais na disciplina de Ciências. No Plano de Trabalho Docente esses conteúdos básicos devem ser desdobrados em conteúdos específicos a serem abordados pelos professores de Ciências em função de interesses regionais e do avanço na produção do conhecimento científico. 11.3 ENC AMINH AMENTO METODOLÓGICO Estas Diretrizes Curriculares para o ensino de Ciências propõem uma prática pedagógica que leve à integração dos conceitos científicos e valorize o pluralismo metodológico. Para isso é necessário superar práticas pedagógicas centradas num único método e baseadas em aulas de laboratório (KRASILCHIK, 1987) que visam tão somente à comprovação de teorias e leis apresentadas previamente aos estudantes. Ao selecionar os conteúdos a serem ensinados na disciplina de Ciências, o professor deverá organizar o trabalho docente tendo como referências: o tempo disponível para o trabalho pedagógico (horas/aula semanais); o Projeto Político Pedagógico da escola; os interesses da realidade local e regional onde a escola está inserida; a análise crítica dos livros didáticos e paradidáticos da área de Ciências; e informações atualizadas sobre os 110 avanços da produção científica. Na organização do plano de trabalho docente espera-se que o professor de Ciências reflita a respeito das abordagens e relações a serem estabelecidas entre os conteúdos estruturantes, básicos e específicos. Reflita, também, a respeito das expectativas de aprendizagem, das estratégias e recursos a serem utilizados e dos critérios e instrumentos de avaliação. Para isso é necessário que os conteúdos específicos de Ciências sejam entendidos em sua complexidade de relações conceituais, não dissociados em áreas de conhecimento físico, químico e biológico, mas visando uma abordagem integradora. Tais conteúdos podem ser entendidos a partir da mediação didática estabelecida pelo professor de Ciências, que pode fazer uso de estratégias que procurem envolvendo estabelecer desta forma, relações conceitos interdisciplinares de outras e contextuais, disciplinas e questões tecnológicas, sociais, culturais, éticas e políticas. No âmbito de relações contextuais, ao elaborar o plano de trabalho docente, o professor de Ciências deve prever a abordagem da cultura e história afro-brasileira (Lei 10.639/03), história e cultura dos povos indígenas (Lei 11.645/08) e educação ambiental (Lei 9795/99). O professor de Ciências, responsável pela mediação entre o conhecimento científico escolar representado por conceitos e modelos e as concepções alternativas dos estudantes, deve lançar mão de encaminhamentos metodológicos que utilizem recursos diversos, planejados com antecedência, para assegurar a interatividade no processo ensinoaprendizagem e a construção de conceitos de forma significativa pelos estudantes. Diante da importância da organização do plano de trabalho docente e da existência de várias possibilidades de abordagens com uso de estratégias e recursos em aula, entende-se que a opção por uma delas, tão somente, não contribui para um trabalho pedagógico de qualidade. É importante que o professor tenha autonomia para fazer uso de diferentes abordagens, 111 estratégias e recursos, de modo que o processo ensino-aprendizagem em Ciências resulte de uma rede de interações sociais entre estudantes, professores e o conhecimento científico escolar selecionado para o trabalho em um ano letivo. Assim entendido, o plano de trabalho docente em ação privilegia relações substantivas e não-arbitrárias entre o que o estudante já sabe e o entendimento de novos conceitos científicos escolares, permitindo que o estudante internalize novos conceitos na sua estrutura cognitiva. 11.3.1 ASPECTOS ESSENCI AIS PAR A O ENSINO DE CIÊNCI AS No ensino de Ciências, alguns aspectos são considerados essenciais tanto para a formação do professor quanto para a atividade pedagógica. Abordam-se, nesse documento, três aspectos importantes, a saber: a história da ciência, a divulgação científica e a atividade experimental. Tais aspectos não se dissociam em campos isolados, mas sim, relacionam-se e complementam-se na prática pedagógica. 11.3.1.1 A HISTÓRI A D A CIÊNCI A A história da ciência é fundamental para o professor de Ciências, pois ele não apenas Transmite aos seus alunos os conteúdos (resultados) dessa ciência, mas também (consciente ou inconscientemente) uma concepção sobre o que é Ciência. Ora, o conhecimento sobre a natureza da pesquisa científica só pode ser adquirido de duas formas: ou pela prática da pesquisa e contato com cientistas (isto é, pela vivência direta) ou pelo estudo da História da Ciência. (MARTINS, 1990, p. 04) Considera-se que a história da ciência contribui para a melhoria do ensino de Ciências porque propicia melhor integração dos conceitos científicos escolares, prioritariamente sob duas perspectivas: como conteúdo específico em si mesmo e como fonte de estudo que permite ao professor compreender melhor os conceitos científicos, assim, enriquecendo suas estratégias de ensino (BASTOS, 1998). A história da ciência, abordada no Ensino Fundamental, principalmente 112 por meio de livros didáticos, apresenta uma série de problemas que precisam ser superados. Dentre esses problemas, destacam-se: erros conceituais grosseiros, abordagens que ignoram as relações entre o processo de produção de conhecimento e o contexto histórico; apresentação do conhecimento científico como se fosse fruto de descobertas fabulosas realizadas por cientistas geniais; menosprezo pelos debates ocorridos no passado e o conhecimento científico apresentado como verdade absoluta e imutável (BASTOS, 1998). Bastos (1998), complementando as ideias apresentadas por Martins (1990), aponta outros exemplos de equívocos na abordagem pedagógica da história da ciência: • O uso de cronologias e personagens científicos, servindo apenas para que o estudante conheça nomes de alguns cientistas famosos, como “Einstein, em 1905, inventou ...”; • O uso de anedotas, reais ou inventadas, sobre cientistas, podendo apresentar uma visão distorcida e mistificada da ciência, dos cientistas e do processo de produção do conhecimento, como por exemplo, quando se diz que Arquimedes saiu correndo nu gritando “eureka”; • O uso da autoridade de um grande nome para reprimir dúvidas e impor doutrinas, como ao dizer que “Pasteur provou que os micro-organismos são causadores de numerosas doenças...”. O professor de Ciências, ao optar pelo uso de documentos, textos, imagens e registros da história da ciência como recurso pedagógico, está contribuindo para sua própria formação científica, além de propiciar melhorias na abordagem do conteúdo específico, pois sem a história da ciência perde-se a fundamentação dos fatos e argumentos efetivamente observados, propostos e discutidos em certas épocas. “Ensinar um resultado sem a fundamentação é simplesmente doutrinar e não ensinar ciência” (MARTINS, 1990, p. 04). 11.3.1.2 A DIVULG AÇ ÃO CIENTÍFIC A Um importante papel da divulgação científica é servir de alternativa para 113 suprir a defasagem entre o conhecimento científico e o conhecimento científico escolar, permitindo a veiculação em linguagem acessível do conhecimento que é produzido pela ciência e dos métodos empregados nessa produção. Também, tem o papel de oportunizar ao professor de Ciências o contato com o conhecimento científico atualizado contribuindo desta forma para sua própria formação continuada (LINS DE BARROS, 2002). O professor, ao optar pelo uso didático de materiais de divulgação científica como revistas, jornais, documentários, visitas a Museus e Centros de Ciências, entre outros, precisa considerar que este tipo de material não foi produzido originalmente para ser utilizado em sala de aula e, por isso, requer uma adequação didática. Deverá, também, observar a qualidade desses materiais, selecionando tão somente os que tiverem linguagem adequada articulada a um rigor teórico conceitual que evita a banalização do conhecimento científico. O uso de material inadequado, bem como de anedotas, analogias, metáforas ou simplificações que desconsideram o rigor conceitual, compromete o ensino e prejudica a aprendizagem. Dessa forma, a utilização de um documentário cujo tema se relacione com um conteúdo específico da disciplina pode ser uma boa estratégia de ensino, desde que o professor articule o conteúdo do filme com o conteúdo específico abordado e os processos cognitivos a serem desenvolvidos pelos estudantes, por meio de análise, reflexão, problematizações, etc. Na utilização de um texto de divulgação científica, por exemplo, o professor precisa identificar os conceitos e/ou informações mais significativas, fazer recortes e inserções, além de estabelecer relações conceituais, interdisciplinares e contextuais. 11.3.1.3 AS ATIVID ADES EXPERIMENTAIS As atividades experimentais estão presentes no ensino de Ciências desde sua origem e são estratégias de ensino fundamentais. Podem contribuir para a superação de obstáculos na aprendizagem de conceitos científicos, não somente por propiciar interpretações, 114 discussões e confrontos de ideias entre os estudantes, mas também pela natureza investigativa. Entende-se objetivo por inicial manipulação, é atividade a experimental observação utilizando-se de seguida recursos toda da como atividade prática demonstração vidrarias, cujo ou da reagentes, instrumentos e equipamentos ou de materiais alternativos, a depender do tipo de atividade e do espaço pedagógico planejado para sua realização. Para contrabalançar os aspectos puramente técnicos de uma aula, complementando-os com um estudo de aspectos sociais, humanos e culturais. Informações (preferivelmente bem fundamentadas) sobre a vida de cientistas, a evolução de instituições, o ambiente cultural geral de uma época, as concepções alternativas do mesmo período, as controvérsias e dificuldades de aceitação de novas idéias – tudo isso pode contribuir para dar uma nova visão da ciência e dos cientistas, dando maior motivação ao estudo. (...) Recentemente, tomou-se consciência de que o aprendizado das Ciências é, às vezes, dificultado por concepções de “senso comum” que, de um modo geral, coincidem com as concepções abandonadas ao longo da história. (MARTINS, 1990, p. 04) O professor, ao propor atividades experimentais, precisa considerar que sua intervenção (mediação didática) será essencial para a superação da observação como simples ação empírica e de descoberta. As atividades experimentais possibilitam ao professor gerar dúvidas, problematizar o conteúdo que pretende ensinar e contribuem para que o estudante construa suas hipóteses. Como agente do processo ensino-aprendizagem e mediador do trabalho pedagógico, o professor deve dominar os conceitos apresentados na atividade experimental além de saber manipular equipamentos e reagentes. Diante da concepção de ciência, entendida como dinâmica, falível e provisória, faz-se necessário que o professor valorize os resultados considerados “errados” e experimentos que “não funcionaram”. No entanto, tais “fracassos” devem ser úteis sob o ponto de vista pedagógico no sentido 115 de se investigarem as causas dessas incorreções, geralmente ligadas aos limites de correspondência entre os modelos científicos e a realidade que representam. Entretanto, o uso pedagógico do erro e do fracasso das experiências não deve criar a expectativa de que as investigações na escola podem refutar teorias científicas. É preciso superar o entendimento de que atividades experimentais sempre devem apresentar resultados verdadeiros. Desse modo, pode-se ampliar a crítica sobre as atividades experimentais espetaculares, coloridas, com efeitos explosivos que invariavelmente alcançam resultados esplêndidos. De fato, tais atividades devem ser consideradas estratégias de ensino que permitam o estudante refletir sobre o conteúdo em estudo e os contextos que o envolvem.à mediação pedagógica. A escolha adequada desses elementos contribui para que o estudante se aproprie de conceitos científicos de forma mais significativa e para que o professor estabeleça critérios e instrumentos de avaliação. O professor específicos recursos, e de da dentre Ciências, opção outros por no momento determinadas critérios, precisa da seleção abordagens, levar em de conteúdos estratégias e consideração o desenvolvimento cognitivo dos estudantes. Isto significa que uma estratégia adotada na 8ª série nem sempre pode ser aplicada na íntegra para os estudantes da 5ª série. Porém, não significa que os conteúdos tradicionalmente trabalhados na 8ª série não possam ser abordados na 5ª série, consideradas as necessidades de adequação de linguagem e nível conceitual. Por exemplo: o conteúdo específico magnetismo pode ser trabalhado tanto com os estudantes da 8ª série quanto com os da 5ª série, desde que respeitada a adequação de linguagem, nível conceitual, estratégias e recursos de ensino. Para os estudantes da 8ª série pode-se desenvolver conceitos mais abstratos, como por exemplo, o de campo magnético. Para os estudantes da 5ª série é mais apropriado desenvolver conteúdos concretos, abordando, por exemplo, uma das propriedades da matéria: atração e repulsão. 116 Entretanto, outras variáveis interferem no processo ensino-aprendizagem de conceitos científicos, dentre elas o enraizamento das concepções alternativas, as apropriações culturais locais ou regionais, a concepção de ciência do professor e a qualidade de sua prática de ensino. O processo ensino-aprendizagem pode ser melhor articulado com o uso de: • recursos pedagógicos/tecnológicos que enriquecem a prática docente, tais como: livro didático, texto de jornal, revista científica, figuras, revista em quadrinhos, música, quadro de giz, mapa (geográficos, sistemas biológicos, entre outros), globo, modelo didático (torso, esqueleto, célula, olho, desenvolvimento embrionário, entre outros), microscópio, lupa, jogo, telescópio, televisor, computador, retroprojetor, entre outros; • de recursos instrucionais como organogramas, mapas conceituais, mapas de relações, diagramas V, gráficos, tabelas, infográficos, entre outros; • de alguns espaços de pertinência pedagógica, dentre eles, feiras, museus, laboratórios, exposições de ciência, seminários e debates. Diante de todas essas considerações propõem-se alguns elementos da prática pedagógica a serem valorizados no ensino de Ciências, tais como: a abordagem problematizadora, a relação contextual, a relação interdisciplinar, a pesquisa, a leitura científica, a atividade em grupo, a observação, a atividade experimental, os recursos instrucionais e o lúdico, entre outros. [...] não se trata de deixar de desenvolver atividades experimentais com essas características, porém a abordagem da experimentação em que a motivação está garantida e é incondicional a qualquer atividade experimental precisa ser superada. Se os alunos assim entendem e se motivam pela magia das atividades experimentais, cabe ao professor partir desse conhecimento inicial para problematizá-lo. Isso significa que o “surpreendente” que caracteriza a atividade experimental precisa ser transcendido na direção da construção de conhecimentos mais consistentes. (GONÇALVES e GALIAZZI, 2004, p. 240) 117 Nesses termos, ao realizar a atividade experimental, ressalta-se a importância da contextualização do conteúdo específico de Ciências, bem como da discussão da história da ciência, da divulgação científica e das possíveis relações conceituais, interdisciplinares e contextuais. 11.4 CONSIDER AÇÕES SOBRE OS ELEMENTOS DA PR ÁTIC A PED AGÓGIC A PAR A O ENSINO DE CIÊNCI AS Tão importante quanto selecionar conteúdos específicos para o ensino de Ciências, é a escolha de abordagens, estratégias e recursos pedagógicos adequados. 11.4.1 A ABORD AGEM PROBLEM ATIZ ADOR A A ação de problematizar é mais do que a mera motivação para se iniciar um novo conteúdo. conhecimento Essa alternativo ação dos possibilita estudantes e a o aproximação conhecimento entre o científico escolar que se pretende ensinar. A abordagem problematizadora pode ser efetuada, evidenciando-se duas dimensões: na primeira, o professor leva em conta o conhecimento de situações significativas apresentadas pelos estudantes, problematizando-as; na segunda, o professor problematiza de forma que o estudante sinta a necessidade do conhecimento científico escolar para resolver os problemas apresentados. 11.4.2 A REL AÇ ÃO CONTEXTU AL Contextualizar é uma forma de articular o conhecimento científico com o contexto histórico e geográfico do estudante, com outros momentos históricos, com os interesses políticos e econômicos que levaram à sua produção para que o conhecimento disciplinar seja potencialmente significativo. A relação contextual pode ser um ponto de partida, de modo a abordar o conteúdo mais próximo à realidade do estudante para uma posterior abordagem abstrata e específica. A relação contextual pode, também, ser o ponto de chegada caso o professor opte por iniciar a sua prática com conteúdos mais abstratos e reflexivos. 118 Nesse caso, contextualizar significa aproximar os conteúdos científicos escolares das estruturas sociais, políticas, éticas, tecnológicas, econômicas, entre outras. Esta aproximação, no âmbito pedagógico, se estabelece por meio de abordagens que fazem uso, necessariamente, de conceitos teóricos precisos e claros, voltados para as experiências sociais dos sujeitos históricos produtores do conhecimento. 11.4.3 A REL AÇ ÃO INTERDISCIPLIN AR A relação interdisciplinar como elemento da prática pedagógica considera que muitos conteúdos, ainda que específicos, se articulam permanentemente com outros conteúdos e isso torna necessária uma aproximação entre eles, mesmo entre os tratados por diferentes disciplinas escolares. As relações interdisciplinares se estabelecem quando conceitos, modelos ou práticas desenvolvimento do de uma conteúdo dada de outra. disciplina Em são incluídos Ciências, as no relações interdisciplinares podem ocorrer quando o professor busca, nos conteúdos específicos de outras disciplinas, contribuições para o entendimento do objeto de estudo de Ciências, o conhecimento científico resultante da investigação da Natureza. 11.4.4 A PESQUIS A A pesquisa é uma estratégia de ensino que visa à construção do conhecimento. Essa estratégia inicia-se na procura de material de pesquisa, passa pela interpretação desse material e chega à construção das atividades. A pesquisa pode ser apresentada na forma escrita e/ou oral, entretanto, para que os objetivos pedagógicos sejam atingidos, se faz necessário que seja construída com redação do próprio estudante, pois ao organizar o texto escrito ele precisará sistematizar ideias e explicitar seu entendimento sobre o conteúdo com recursos do vocabulário que domina. Na apresentação oral o estudante deve superar a simples leitura e repetição, evidenciando a compreensão crítica do conteúdo pesquisado e explicitando a sua interpretação. 119 11.4.5 A LEITUR A CIENTÍFIC A A leitura científica como recurso pedagógico permite aproximação entre os estudantes e o professor, pois propicia um maior aprofundamento de conceitos. Cabe ao professor analisar o material a ser trabalhado, levandose em conta o grau de dificuldade da abordagem do conteúdo, o rigor conceitual e a linguagem utilizada. Dentre os diversos materiais de divulgação que podem ser utilizados como recursos pedagógicos, sugeremse: • Revistas Ciência Hoje e Ciência Hoje para as Crianças – Publicação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – www.sbpcnet.org.br • Revista Eletrônica Café Orbital – Publicação do Observatório Nacional – Disponível em www.on.br (Ministério da Ciência e Tecnologia) • Revistas Scientific American e Scientific American Brasil – Publicação da Editora Duetto – Disponível em www.sciam.com.br • Portal dia-a-dia educação - Projeto Folhas – Disponível em www.diaadiaeducacao.pr.gov.br • Coleção Explorando o Ensino – Educação Básica, Ministério da Educação – Disponível em www.mec.gov.br 11.4.6 A ATIVID ADE EM GRUPO No trabalho em grupo, o estudante tem a oportunidade de trocar experiências, apresentar suas proposições aos outros estudantes, confrontar ideias, desenvolver espírito de equipe e atitude colaborativa. Esta atividade permite aproximar o estudo de Ciências dos problemas reais, de modo a contribuir para a construção significativa de conhecimento pelo estudante. 11.4.7 O LÚDICO O lúdico é uma forma de interação do estudante com o mundo, podendo utilizar-se de instrumentos que promovam a imaginação, a exploração, a curiosidade e o interesse, tais como jogos, brinquedos, modelos, 120 exemplificações realizadas habitualmente pelo professor, entre outros. O lúdico permite uma maior interação entre os assuntos abordados e, quanto mais intensa for esta interação, maior será o nível de percepções e re-estruturações cognitivas realizadas pelo estudante. O lúdico deve ser considerado na prática pedagógica, independentemente da série e da faixa etária do estudante, porém, adequando-se a elas quanto à linguagem, a abordagem, as estratégias e aos recursos utilizados como apoio. 11.5 AV ALI AÇ ÃO A avaliação é atividade essencial do processo ensino-aprendizagem dos conteúdos científicos e, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases n. 9394/96, deve ser contínua e cumulativa em relação ao desempenho do estudante, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos. Uma possibilidade de valorizar aspectos qualitativos no processo avaliativo seria considerar o que Hoffmann (1991) conceitua como avaliação mediadora em oposição a um processo classificatório, sentencioso, com base no modelo “transmitir-verificar-registrar”. Assim, a avaliação como prática pedagógica que compõe a mediação didática realizada pelo professor é entendida como “ação, movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa. Professor e aluno buscando coordenar seus pontos de vista, trocando ideias, reorganizando-as” (HOFFMANN, 1991, p. 67). A ação avaliativa é importante no processo ensino-aprendizagem, pois pode propiciar um momento de interação e construção de significados no qual o estudante aprende. Para que tal ação torne-se significativa, o professor precisa refletir e planejar sobre os procedimentos a serem utilizados e superar o modelo consolidado da avaliação tão somente classificatória e excludente. Será preciso respeitar o estudante como um ser humano inserido no contexto das relações que permeiam a construção do conhecimento científico escolar. Desse modo, a considerar o modelo ensino-aprendizagem 121 proposto nestas diretrizes, a avaliação deverá valorizar os conhecimentos alternativos do estudante, construídos no cotidiano, nas atividades experimentais, ou a partir de diferentes estratégias que envolvem recursos pedagógicos e instrucionais diversos. É fundamental que se valorize, também, o que se chama de “erro”, de modo a retomar a compreensão 11.5.1 A OBSERV AÇ ÃO A utilização desse elemento estimula, no estudante, a capacidade de observar fenômenos em seus detalhes para estabelecer relações mais amplas sobre os mesmos. Por outro lado, permite que o professor perceba as dificuldades individuais de interpretar tais fenômenos devido à falta de atenção e a lacunas teórico-conceituais. A observação é uma alternativa viável e coerente com a própria natureza da disciplina. O estudante pode desenvolver observações e superar a simples constatação de resultados, passando para construção de hipóteses que a própria observação possibilita. 11.5.2 A ATIVID ADE EXPERIMENTAL A inserção de atividades experimentais na prática docente apresenta-se como uma importante ferramenta de ensino e aprendizagem, quando mediada pelo professor de forma a desenvolver o interesse nos estudantes e criar situações de investigação para a formação de conceitos. Tais atividades não têm como único espaço possível o laboratório escolar, visto que podem ser realizadas em outros espaços pedagógicos, como a sala de aula, e utilizar materiais alternativos aos convencionais. Entretanto, é importante que essas práticas proporcionem discussões, interpretações e se coadunem com os conteúdos trabalhados em sala. Não devem, portanto, ser apenas momento de comprovação de leis e teorias ou meras ilustrações das aulas teóricas. 122 11.5.3 OS RECURSOS INSTRUCION AIS Os recursos instrucionais (mapas conceituais, organogramas, mapas de relações, diagramas V, gráficos, tabelas, infográficos, entre outros) podem e devem ser usados na análise do conteúdo científico escolar, no trabalho pedagógico/tecnológico e na avaliação da aprendizagem. Esses recursos são instrumentos potencialmente significativos em sala de aula porque se fundamentam na aprendizagem significativa e subsidiam o professor em seu trabalho com o conteúdo científico escolar, porque são compostos por elementos extraídos da observação, das atividades experimentais, das relações contextuais e interdisciplinares, entre outros. Os recursos instrucionais não possuem modelo único e não existem regras fixas a serem utilizadas na sua construção. Por exemplo, mapas de conceitos podem ter estruturas diversas, pois ultrapassam a ideia de serem apenas sínteses conceituais. (equivocada) do estudante por meio de diversos instrumentos de ensino e de avaliação. O “erro” pode sugerir ao professor a maneira como o estudante está pensando e construindo sua rede de conceitos e significados e, neste contexto, se apresenta como importante elemento para o professor rever e articular o processo de ensino, em busca de sua superação (BARROS FILHO e SILVA, 2000). Cabe, então, a seguinte indagação: seria o “erro” um indicativo de que o estudante permanece com suas concepções alternativas não superadas, apesar da aquisição do conhecimento de conceitos científicos na escola? Na aprendizagem significativa, o conteúdo específico ensinado passa a ter significado real para o estudante e, por isso, interage “com ideias relevantes existentes na estrutura cognitiva do indivíduo” (MOREIRA, 1999, p. 56). Mas, como o professor de Ciências poderia fazer para investigar se a aprendizagem de conceitos científicos escolares pelo estudante ocorreu de forma significativa? A compreensão de um conceito científico escolar implica a aquisição de significados claros, precisos, diferenciados e 123 transferíveis (AUSUBEL, NOVAK e HANESIAN, 1980). Ao investigar se houve tal compreensão, o professor precisa utilizar instrumentos compostos por questões e problemas novos, não-familiares, que exijam a máxima transformação do conhecimento adquirido, isto é, que o estudante possa expressar em diferentes contextos a sua compreensão do conhecimento construído, pois O diagnóstico permite saber como os conceitos científicos estão sendo compreendidos pelo estudante, corrigir os “erros” conceituais para a necessária retomada do ensino dos conceitos ainda não apropriados, diversificando-se recursos e estratégias para que ocorra a aprendizagem dos conceitos que envolvem: • origem e evolução do universo; • constituição e propriedades da matéria; • sistemas biológicos de funcionamento dos seres vivos; • conservação e transformação de energia; • diversidade de espécies em relação dinâmica com o ambiente em que vivem, bem como os processos evolutivos envolvidos. Nestes termos, avaliar no ensino de Ciências implica intervir no processo ensino-aprendizagem do estudante, para que ele compreenda o real significado dos conteúdos científicos escolares e do objeto de estudo de Ciências, visando uma aprendizagem realmente significativa para sua vida. [...] é muito mais importante ter ideias claras sobre o que é aprendizagem significativa, organizar o ensino de modo a facilitá-la e avaliá-la coerentemente, talvez com novos instrumentos, mas, sobretudo com outra concepção de avaliação. Para avaliar a aprendizagem significativa, muito mais essencial do que instrumentos específicos é a mudança conceitual necessária por quem faz a avaliação. (MOREIRA, 1999, p. 63) A investigação da aprendizagem significativa pelo professor pode ser por meio de problematizações envolvendo relações conceituais, interdisciplinares ou contextuais, ou mesmo a partir da utilização de jogos educativos, entre outras possibilidades, como o uso de recursos 124 instrucionais que representem como o estudante tem solucionado os problemas propostos e as relações estabelecidas diante dessas problematizações. Dentre essas possibilidades, a prova pode ser um excelente instrumento de investigação do aprendizado do estudante e de diagnóstico dos conceitos científicos escolares ainda não compreendidos por ele, além de indicar o quanto o nível de desenvolvimento potencial tornou-se um nível real (VYGOTSKY, 1991b). Para isso, as questões da prova precisam ser diversificadas e considerar outras relações além daquelas trabalhadas em sala de aula. 11.6 REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFIC AS ANDER Y, M. A.; MICHELETTO, N.; SERIO, T. M. P. [et al]. 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A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991a. _________. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991b. WILSON, E. O. Biodiversidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. 130 12. EDUC AÇ ÃO FÍSIC A 12.1 FUND AMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS: Para boa parte das pessoas que frequentaram a escola, a lembrança das aulas de Educação Física é marcante para alguns, uma experiência prazerosa, de sucesso, de muitas vitórias; para outros, uma memória amarga, de sensações de incapacidade, de falta de jeito, de medo de errar... O documento de Educação Física traz uma proposta que procura democratizar, humanizar e diversificar a prática pedagógica da área, buscando ampliar, de uma visão apenas biológica, para um trabalho que incorpore as dimensões afetivas, cognitivas e socioculturais dos alunos. Incorpora, de forma organizada, as principais questões que o professor deve considerar no desenvolvimento de seu trabalho, subsidiando as discussões, os planejamentos e as avaliações da prática da Educação Física nas escolas. A disciplina de Educação Física é muito importante na medida em que possibilita aos alunos uma ampliação da visão sobre a cultura corporal de movimento, e, assim, viabilizar a autonomia para o desenvolvimento de uma prática social e a capacidade para interferir na comunidade, seja na manutenção ou na construção de espaços de participação em atividades culturais, como jogos, esportes, lutas, ginástica e danças, com finalidade de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções. Resignificar esses elementos da cultura e construí-los coletivamente é uma proposta de participação constante e responsável na sociedade. 12.2 OBJETIVO GER AL Introduzir e integrar o aluno na cultura corporal do movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir dos jogos, dos esportes, das danças, das lutas e das ginásticas em benefício do exercício crítico da cidadania e da melhoria da qualidade de vida. 131 •Manifestações estético – corporais na dança e no teatro: i) Danças tradicionais e folclóricas; j) Desenvolvimento de formas corporais rítmico-expressivas; k) Mímica, imitação e representação; l) Expressão corporal com e sem materiais; m) Manifestações afro-brasileiras. 12.3 CONTEÚDOS 12.3.1 5ª SÉRIE: Jogos e brincadeiras Jogos e brincadeiras populares. Jogos de tabuleiros: dama, trilha, dominó, xadrez, ludo. Jogos cooperativos Jogos dramáticos Esporte H ANDEBOL: - Conhecimento da quadra e posicionamento - Noções de regras * DRIBLE - parado; - em deslocamento. * PASSE * RECEPÇÃO - ombro direto; - ombro quicado; - diferentes distâncias. * ARREMESSO - parado; - 3 passos. * DEFESA - individual * ATAQUE 132 − 6:0 B ASQUETE: - Conhecimento da quadra e posicionamento. * RECEPÇÃO * DRIBLES - parado - em deslocamento * PASSES - peito - quicado - por cima da cabeça - ombro * BANDEJA - só a passada - sem drible - lado direito - lado esquerdo * ARREMESSO - molde de arremesso - parado * FINTAS - com e sem bola - finta para receber a bola - finta um passe e sai driblando - finta um arremesso e passa a bola * MARCAÇÃO - individual * REGRAS - tipos de infrações: . andar . 2 dribles VOLEIBOL 133 - Conhecimento da quadra e posicionamento para o minivoleibol. - Noções de regras. - Rodízio para o minivoleibol. * SAQUE - por baixo (quadra do minivoleibol) * MANCHETE - parada - longa * TOQUE - parado - levantamento - colocadas *CORTADA - golpeio da mão na bola * MINIVOLEIBOL - 2 x 2 - 3 x 3 FUTS AL - Noções da quadra - Posicionamento em quadra - Noções de regras * CONDUÇÃO DA BOLA - parte interna e externa do pé - com a sola do pé * DOMINIO - com a sola - com a coxa * PASSES - parte interna - de sola * CHUTE - parte interna 134 - de bico * MARCAÇÃO - individual ATLETISMO - Corrida aeróbica – 9’ - Ensino postural na corrida - Saída baixa - Corrida de velocidade - Salto em distância grupado - Lançamento de pelota parado e em deslocamento - Iniciação do salto em altura GIN ÁSTIC A OLÍMPIC A - Equilíbrio - Giros - Saltos: grupado / tesoura - Rolamento para frente: grupado / afastado - Rolamento para trás: grupado / afastado GIN ASTIC A GER AL - Consciência corporal GIN ASTIC A CIRCENSE - Malabares LUTAS -Lutas de Aproxima çao -Capoeira D ANÇ A -Danças folclóricas -Danças de rua -Danças criativas -Danças afro-brasileiras 12.3.2 6ª SÉRIE: Jogos e brincadeiras 135 Jogos e brincadeiras populares. Jogos de tabuleiros: dama, trilha, dominó, xadrez, ludo. Jogos cooperativos Jogos dramáticos Esporte H ANDEBOL: - Conhecimento da quadra e posicionamento - Noções de regras * DRIBLE - parado - em deslocamento - com e sem defesa * PASSE * RECEPÇÃO - ombro parabólico - suspensão - diferentes distâncias * ARREMESSO - de apoio - 3 passos com suspensão * FINTA - mudança de direção * DEFESA - individual * ATAQUE - 5:1 B ASQUETE: - Conhecimento da quadra e posicionamento. * DRIBLES - alto - médio - baixo 136 - velocidade * GIROS * BANDEJA - com um drible - com vários dribles - após um passe * ARREMESSO - com e sem tabela - lance livre (posicionamentos no garrafão) * FINTAS - finta um arremesso e sai driblando - finta um passe e arremessa * MARCAÇÃO - individual * REGRAS - tipos de faltas e sinalizações VOLEIBOL REFINAMENTO DAS DESTREZAS MOTORAS BÁSICAS - Conhecimento da quadra e posicionamento - Noções de regras. - Rodízio * SAQUE - por baixo * MANCHETE - com deslocamentos - recepção * TOQUE - com deslocamentos - recepção *CORTADA - passadas - saltos 137 - golpeio da mão com salto *DEFESA - manchete - deslocamentos * SUPERMINIVOLEIBOL - 4 x 4 * SISTEMAS DE JOGO - 6 x 0 FUTS AL - Noções da quadra - Posicionamento em quadra - Noções de regras * CONDUÇÃO DA BOLA - parte interna e externa do pé - de costas * DOMÍNIO - com o peito - de cabeça * PASSES - por elevação * CHUTE - com o peito do pé - voleio * MARCAÇÃO - individual * SISTEMAS DE JOGO - 2 x 2 ATLETISMO - Corrida aeróbica – 9’ - Saída baixa com tacos - Corrida de velocidade - Salto em distância arco 138 - Arremesso de peso (parado) com medicinebol 1kg - Salto em altura tesoura GIN ÁSTIC A OLÍMPIC A - Parada de cabeça - Giros - Vela GIN ASTIC A GER AL - Consciência corporal GIN ASTIC A CIRCENSE - Malabares LUTAS -Lutas de Aproximação -Capoeira D ANÇ A -Danças folclóricas -Danças de rua -Danças criativas -Danças circulares -Danças afro-brasileiras 12.3.3 7ª SÉRIE: Jogos e brincadeiras Jogos e brincadeiras populares. Jogos de tabuleiros: dama, trilha, dominó, xadrez, ludo. Jogos cooperativos Jogos dramáticos Esporte H ANDEBOL: - Regras * REFINAMENTO DAS DESTREZAS MOTORAS BÁSICAS - passes posicionados - dribles 139 * ARREMESSO - passo cruzado - posicionamento dos 9 metros * FINTA - braço sobre a barreira * DEFESA - 6:0 * ATAQUE - 5:1 - 3:3 * CONTRA-ATAQUE B ASQUETE: * REFINAMENTO DAS DESTREZAS MOTORAS BÁSICAS - passes - dribles - arremessos - fintas - bandeja * ARREMESSO - tipo jump * QUE É REBOTE / MARCAÇÃO - zona 2:1:2 * ATAQUE - movimentação contra zona * REGRAS - revisão de infrações e faltas (mais as suas penalidades) VOLEIBOL - Regras * SAQUE - por cima * RECEPÇÃO - recepção para a posição 3 140 * LEVANTAMENTO - com deslocamentos *CORTADA - colocada com movimento de ataque - movimento completo da cortada *DEFESA - toque - manchete com deslocamento * BLOQUEIO - posição do corpo - individual * SISTEMA DEFENSIVO - cobertura pela correspondente * SISTEMAS DE JOGO - 6 x 0 - 3 x 3 FUTS AL - Regras * REFINAMENTO DAS DESTREZAS MOTORAS BÁSICAS - Condução da Bola - Domínio - Passes - Chute * MARCAÇÃO - Por zona * SISTEMAS DE JOGO - 3 x 1 ATLETISMO - Corrida aeróbica – 12’ - Saída alta - Revezamento e passagem do bastão - Salto em distância – noções do estilo tesoura 141 - Arremesso de peso com medicinebol estilo Perry O’Bryen GIN ÁSTIC A OLÍMPIC A - Avião - Parada de Mão - Ponte - Espacato GIN ASTIC A GER AL - Consciência corporal - Noções de posturas e elementos ginásticos GIN ASTIC A CIRCENSE - Malabares - Acrobacias de solo e equilíbrios em grupo LUTAS -Lutas de Aproximação -Lutas que mantêm a distancia -Capoeira D ANÇ A -Danças folclóricas -Danças de rua -Danças criativas -Danças circulares -Danças afro-brasileiras 12.3.4 8ª SÉRIE: Jogos e brincadeiras Jogos e brincadeiras populares. Jogos de tabuleiros: dama, trilha, dominó, xadrez, ludo. Jogos cooperativos Jogos dramáticos Esporte H ANDEBOL: - Regras 142 * REFINAMENTO DAS DESTREZAS MOTORAS BÁSICAS - Passes - Dribles - Arremessos - Finta * FINTA - com giro * ARREMESSO - 7 passos - sobrepasso * DEFESA - 5:1 * ATAQUE - 4:2 * CONTRA-ATAQUE SUSTENTADO B ASQUETE: * REFINAMENTO DAS DESTREZAS MOTORAS BÁSICAS - Passes - Dribles - Arremessos - Fintas - Bandeja * ARREMESSO - 3 pontos * MARCAÇÃO - zona 3:2 - cobertura * ATAQUE - movimentação contra zona * REGRAS - jogos com regras oficiais VOLEIBOL 143 - Regras. * SAQUE - por cima - diagonal paralela - curto e longo * RECEPÇÃO - recepção para a posição 2 ou 3 * LEVANTAMENTO - em reversão - em suspensão *CORTADA - direcionamento para a paralela e diagonal *DEFESA - quedas - toque - manchete * BLOQUEIO - duplo * SISTEMA DEFENSIVO - cobertura pela correspondente * SISTEMAS DE JOGO − 4 x 2 simples FUTS AL - Regras * REFINAMENTO DAS DESTREZAS MOTORAS BÁSICAS - Condução da Bola - Domínio - Passes - Chute * MARCAÇÃO - mista * SISTEMA DE JOGO 144 - 3 x 1 ATLETISMO - Corrida aeróbica – 12’ - Corrida com barreira - Salto triplo (noções) GIN ÁSTIC A OLÍMPIC A - Roda - Sequência de Movimentos . afastamento lateral e frontal dos membros inferiores . ponte, partindo da posição em pé . giros de 90º, 180º e 360º . sequência de rolamento . vela . avião . parada de mão . parada de cabeça GIN ASTIC A GER AL - Noções de posturas e elementos ginásticos - Origem da ginástica: trajetória até o surgimento da educação física - Construç ão de coreografias GIN ASTIC A CIRCENSE - Malabares - Acrobacias de solo e equilíbrios em grupo LUTAS -Lutas de Aproximação -Lutas que mantêm a distancia -Capoeira D ANÇ A -Danças folclóricas -Danças de rua -Danças criativas 145 -Danças circulares -Danças afro-brasileiras Observações As habilidades motoras deverão ser aprendidas durante toda a escolaridade e deverão sempre estar contextualizadas nos conteúdos de outros blocos. Do ponto de vista teórico, podem ser observadas e apreciadas dentro dos esportes, jogos, lutas e danças, principalmente. CAPACIDADES FISICAS: força, resistência, agilidade, velocidade, COMBINADAS: locomoção, flexibilidade e equilíbrio. HABILIDADES MOTORAS SIMPLES E manipulação e equilíbrio. Entre outras, andar, correr, saltar, esquivar, escorregar, deslizar, pendurar-se, rolar, balançar-se, girar, bater, chutar, rebater, arremessar, escalar, transportar, receber, amortecer, cabecear, etc. PERCEPÇÃO DO CORPO: em repouso e em movimento, percepção de elementos orgânico-funcionais (tônus, respiração, relaxamento e contração). NOÇÕES DE ESPAÇO E TEMPO: ritmo, duração, acentuação, velocidade, direção e sentido. 12.4 METODOLOGI A A presente proposta se firma numa concepção de aprendizagem que parte das situações globais, amplas e diversificadas em direção às práticas corporais sociais mais significativas que exigem movimentos específicos, precisos e sistematizados. É necessário ainda incluir no nosso processo de aprendizagem, para além das questões relativas do movimento em si, os contextos pessoais e sociais em que ele ocorre, para que a ação corporal adquira um significado que extrapole a própria situação escolar. Para tanto, usaremos como ferramenta didática a rotina diária de aulas práticas e aulas teóricas proporcionando com isso o conhecimento do corpo, compreendendo as diferentes manifestações da cultura corporal, diferenças de desempenho, linguagem e expressão. e, valorizando as 146 12.5 AV ALI AÇ ÃO O processo de ensino-aprendizagem será avaliado de forma contínua, cumulativa e sistemática, visando: •Diagnosticar e registrar os progressos e dificuldades do aluno; •Orientar o aluno quanto aos esforços necessários para superar as dificuldades; •Fundamentar as decisões quanto à necessidade de procedimentos de reforço e recuperação da aprendizagem, de classificação e reclassificação dos alunos;orientar as atividades de planejamento e replanejamento dos conteúdos curriculares. A Avaliação envolve observação e análise do conhecimento e de habilidades adquiridas pelo aluno e também aspectos formativos. Observação de suas atitudes referentes à responsabilidade com que o aluno assume o cumprimento de seu papel de cidadão em formação. As avaliações serão feitas bimestralmente, através de provas escritas, trabalhos, pesquisas e observação direta, sendo que os aspectos qualitativos sempre prevalecerão sobre os aspectos quantitativos. 12.6 REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFIC AS COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educação física . São Paulo: Cortez, 1992. LUCKESI, C.C. Avaliação da aprendizagem escolar . 2 ed. São Paulo: Cortez, 1995. TABORDA DE OLIVIEIRA, Marcus Aurélio. Existe espaço para o ensino de educação física na escola básica? Pensar a prática . Goiânia, 1998. ASSIS DE OLIVEIRA, Sávio. Reinventando o esporte: possibilidades da prática pedagógica . Campinas: Autores Associados/CBCE, 2001. 147 SOARES, Carmen Lúcia. Educação Física: raízes europeias e Brasil . Campinas: Autores Associados, 1994. MARINHO, Inezil Pena. Introdução ao estudo do folclore brasileiro . 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Educação Física, Vários autores, Curitiba, SEED-PR, 2008/2009 148 12.7 ENSINO MÉDIO 12.7.1 FUND AMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS A disciplina de Educação Física é muito importante na medida em que possibilita aos alunos uma ampliação da visão sobre a cultura corporal de movimento, e, assim, viabiliza a autonomia para o desenvolvimento de uma prática social e a capacidade para interferir na comunidade, seja na manutenção ou na construção de espaços de participação em atividades culturais, como jogos, esportes, lutas, ginástica e danças, com finalidade de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções. Resignificar esses elementos da cultura e construí-los coletivamente é uma proposta de participação constante e responsável na sociedade. A Educação Física no ensino médio busca romper com as perspectivas da aptidão física, fundamentando em aspectos técnicos e fisiológicos, destacando outras questões dimensões culturais, sociais, consideradas políticas, relevantes afetivas no relacionadas tratamento às dos conteúdos. Entendo enquanto espaço social de introdução a uma vida adulta, com mais saúde, auto-estima e consciência corporal. EMENTA: Cultura Corporal como elemento fundamental no processo de formação humana, a partir das diferentes possibilidades de expressão. 12.7.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS - desenvolver a criatividade, explorar e superar, de modo progressivo, suas capacidades físicas e habilidades motoras; - demonstrar controle corporal executando movimentos com economia de esforço; - ampliar noções de lateralidade, espaço e tempo; - demonstrar habilidade no manuseio de diferentes materiais; - assumir seu papel nas atividades grupais; - modificar e ampliar as regras de jogo; - manifestar e defender seu ponto de vista; - acompanhar diferentes ritmos com desenvoltura; 149 - demonstrar adaptação do ritmo individual ao ritmo do grupo; - expressar corporalmente suas emoções; - utilizar adequadamente suas horas de lazer; - demonstrar aquisição de hábitos e posturas corretas; - participar ativamente dos jogos e atividades propostas; - ampliar seu autoconhecimento; - executar com eficiência as formações básicas para ginástica; - participar ativamente dos projetos desenvolvidos na escola. 12.7.3 CONTEÚDOS 12.7.3.1 1º ANO ESPORTE Atletismo: histórico, corridas, saltos e lançamentos Provas de corridas, salto em distância, salto em altura e salto triplo. Futsal: histórico, regras, passes, dribles, chutes e jogos pré-desportivo Handebol: histórico, regras, passes, dribles, arremessos, posicionamento e jogos. Basquete: histórico, regras, passes, bandeja, jump, arremessos e jogos. Vôlei: histórico, regras, toque, manchete, saque por cima, bloqueio e cortada e jogos. Tênis de mesa: histórico, regras e jogos. Tênis de campo: histórico, regras e jogos. JOGOS E BRINC ADEIR AS Jogos e brincadeiras populares. Jogos de tabuleiros: dama, trilha, dominó, xadrez, ludo. Jogos cooperativos Jogos dramáticos D ANÇ A Dança de salão Dança folclórica Dança de rua Danças afro-brasileira 150 Danças criativas GIN ÁSTIC A Ginástica geral Ginástica de academia Ginástica artística/olímpica Ginástica rítmica LUTAS Lutas com aproximação: judô, sumô. Lutas que mantêm distância: karatê e testicondo. Capoeira. 12.7.3.2 2º ANO ESPORTE Atletismo: histórico, corridas, saltos e lançamentos Provas de corridas, salto em distância, salto em altura e salto triplo. Futsal: histórico, regras, passes, dribles, chutes e jogos pré-desportivo Handebol: histórico, regras, passes, dribles, arremessos, posicionamento e jogos. Basquete: histórico, regras, passes, bandeja, jump, arremessos e jogos. Vôlei: histórico, regras, toque, manchete, saque por cima, bloqueio e cortada e jogos. Tênis de mesa: histórico, regras e jogos. Tênis de campo: histórico, regras e jogos. JOGOS E BRINC ADEIR AS Jogos e brincadeiras populares. Jogos de tabuleiros: dama, trilha, dominó, xadrez, ludo. Jogos cooperativos Jogos dramáticos D ANÇ A Dança de salão Dança folclórica Dança de rua 151 Danças afro-brasileira Danças criativas GIN ÁSTIC A Ginástica geral Ginástica de academia Ginástica artística/olímpica Ginástica rítmica LUTAS Lutas com aproximação: judô, sumô. Lutas que mantêm distância: karatê e taekwondo. Capoeira. 12.7.3.3 3º ANO ESPORTE Atletismo: histórico, corridas, saltos e lançamentos Provas de corridas, salto em distância, salto em altura e salto triplo. Futsal: histórico, regras, passes, dribles, chutes e jogos pré-desportivo Handebol: histórico, regras, passes, dribles, arremessos, posicionamento e jogos. Basquete: histórico, regras, passes, bandeja, jump, arremessos e jogos. Vôlei: histórico, regras, toque, manchete, saque por cima, bloqueio e cortada e jogos. Tênis de mesa: histórico, regras e jogos. Tênis de campo: histórico, regras e jogos. JOGOS E BRINC ADEIR AS Jogos e brincadeiras populares. Jogos de tabuleiros: dama, trilha, dominó, xadrez, ludo. Jogos cooperativos Jogos dramáticos D ANÇ A Dança de salão Dança folclórica 152 Dança de rua Dança afro-brasileira Danças criativas GIN ÁSTIC A Ginástica geral Ginástica de academia Ginástica artística/olímpica Ginástica rítmica LUTAS Lutas com aproximação: judô, sumô. Lutas que mantêm distância: karatê e taekwondo. Capoeira. 12.8 METODOLOGI A O trabalho a ser desenvolvido na disciplina de Educação Física, terá como eixo central à elaboração de aulas práticas, visando estabelecer uma relação entre o conhecimento teórico e as vivencias corporais adquiridas pelos alunos na sua trajetória de vida, possibilitando o entendimento do corpo como ferramenta construção didática à histórico-social. rotina diária Para de tanto, aulas usaremos práticas e como teóricas, proporcionando com isso o conhecimento do corpo, compreendendo as diferentes manifestações da cultura corporal, e, valorizando as diferenças de desempenho, linguagem e expressão. 12.9 AV ALI AÇ ÃO O processo de ensino/aprendizagem será avaliado de forma diagnóstica e contínua, por meio de registros de todas as atividades, identificando os progressos e dificuldades do aluno, possibilitando que ele também autoavalie. Cabendo ao professor orientar o aluno quanto aos esforços necessários para superar as dificuldades, fundamentar as decisões quanto à necessidade aprendizagem. de procedimentos de reforço e recuperação da 153 O processo de avaliação envolve observação e análise do conhecimento e de habilidades específicas adquiridas pelo aluno e também aspectos formativos. As avaliações serão feitas por meio de alguns instrumentos, tais como: provas escritas, trabalhos, pesquisas e observação direta, sendo que os aspectos qualitativos sempre prevalecerão sobre os aspectos quantitativos. 12.10 DES AFIOS EDUC ACION AIS CONTEMPOR ANEOS E A DIVERSID ADE Além dos conteúdos básicos, serão abordados conteúdos referentes a Historia e cultura Afro-Brasileira, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento a Violência contra a Criança e o Adolescente, Gênero e Diversidade Sexual. Os conteúdos serão abordados através pesquisas, debates, palestras. Tais conteúdos serão contextualizados histórico, social e politicamente, de modo que façam sentido para os alunos nas diversas realidades regionais, culturais e econômicas, contribuindo com sua formação cidadã. 12.11 REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFIC AS COSTA, Hélio e KONAN, Marcelo. Programa para a melhoria de vida . GUEDES, Pinto R.j. e GUEDES Pinto D. Exercícios na promoção da saúde. Midiograf. GOMES, Antonio Carlos. Treinamento Desportivo . HURTADO, Johann G.G. Melchersts. O ensino da Educação Física uma abordagem didática. Educa/Editer.1983. LEITE, Paulo Fernando. Aptidão Física esporte e saúde . Editora Robe. 1990. 154 BREGGOLATO, Roseli Aparecida. Textos de educação física para sala de aula. ASSOESTE. 1994. TIRADO, Augusto C. S. B. Meu primeiro livro de xadrez: curso para escolares. Expoente,1995. CARVALHO, Flavio. Iniciação ao Xadrez. Bestsel. Lesões por Esforços Repetitivos ou Distúrbios Osteomoleculares Relacionados ao Trabalho ( LER/DORT) 1971. Coletânea de autores. Ginástica, Programa de destreza esportivas . APAEs, 1984. Diretrizes Curriculares de Educação Física para a Educação Básica . Educação Física, Vários autores, Curitiba, SEED-PR, 2008/2009 155 13. ENSINO RELIGIOSO 13.1 FUND AMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS: Ensino Religioso tem importante papel no processo de releitura do Fenômeno Religioso e socialização do conhecimento historicamente elaborado pela humanidade, que tem como objeto de estudo, o SAGRADO, por contemplar algo que está presente em todas as tradições religiosas. Os conteúdos estruturantes: a paisagem religiosa, o símbolo e o texto sagrado ajudam a compreender o sagrado como cerne da experiência religiosa do cotidiano que o contextualiza no universo cultural. Neste aspecto a função básica da escola é a construção e socialização do conhecimento historicamente produzido e acumulado pela humanidade. A escola é um espaço privilegiado de construção de conhecimentos, expansão da criatividade, desenvolvimento da humanização, vivência de valores universais, promoção de diálogos inter-religiosos, valorização da vida e educação para a paz. Sendo assim, não se pode ignorar a importância da disciplina de Ensino Religioso como “parte integrante da formação básica do cidadão” (LBD-Art. 33). Segundo Costella (2004), três fatores ajudam a entender a necessidade de um novo enfoque para o Ensino Religioso: O primeiro é atribuído à pluralidade social, num Estado não confessional, laico e que garante, por meio da Constituição, a liberdade religiosa. O segundo fator, diz respeito à própria maneira de aprender o conhecimento, devido às profundas transformações ocorridas no campo da epistemologia, da educação e da comunicação. E o terceiro fator, trata do traço característico da cultura ocidental, mostra uma profunda reviravolta nas concepções, em especial no século XIX, que atinge seu ápice na célebre expressão do filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzche (1844 -1900) “Deus está morto”. Ou seja, Nietzsche metaforiza o fato da sociedade não ser capaz de crer numa ordenação cósmica. Transcendente/ Imanente, o que conduz a uma repulsa dos valores absolutos e também à não crença em qualquer valor ditado por uma ordem superior, o homem é levado a ser um criador de valores. 156 Segundo Nietzche, isso leva a sociedade ao niilismo, a decadência moral religiosa vinculada de mantermos uma “sombra’, um lugar vazio, um local reservado ao princípio Transcendente/ Imanente e que fora destruído pela sociedade e que essa mesma não pode mais voltar a ocupar. Isto provocou uma reforma na sociedade europeia que vinha sustentada em bases decadentes e ultrapassadas. A modernidade atribuía ao homem toda a responsabilidade sobre os destinos da humanidade, pois tudo o que foi elaborado no século XIX apresentava-se distante de uma explicação religiosa de mundo. Pode-se acrescentar, ainda, que a globalização dos meios de comunicação atinge todos os domínios da vida humana, repercutindo também nas manifestações religiosas, nas crenças e na própria forma de interpretar o sagrado. Destaca-se ainda que as chamadas tecnologias de comunicação, aliadas aos estudos relativos à aprendizagem, têm ampliado as possibilidades de compreensão dos processos de apropriação de novos saberes ao longo da vida, condição essencial para a vida em sociedade, marcada pelas exigências do capitalismo. Diante de uma breve análise do quadro apresentado, faz-se necessário a superação de modelos lineares e fragmentados de compreensão da realidade e a busca de outros referenciais que permitam uma análise mais complexa da sociedade. É essa realidade que se coloca como desafio para a escola e, mais especificamente, para o Ensino Religioso. Assim, o processo de ensino e de aprendizagem visa à construção/ produção do conhecimento e que, por consequência, se caracteriza pela promoção do debate, da hipótese divergente, da dúvida - real ou metódica – do confronto de ideias, de informações discordantes e, também de expressam a exposição competente de conteúdos formalizados. As Diretrizes Curriculares para o Ensino Religioso necessária reflexão em torno dos modelos de ensino e do processo de escolarização, diante das demandas sociais contemporâneas que exigem a compreensão ampla da diversidade cultural, postas também no âmbito 157 religioso entre os países, de forma mais restrita, no interior de diferentes comunidades. Nunca, como no presente, a sociedade esteve consciente da unidade do destino do homem em todo o planeta e das radicais diferenças culturais que marcam a humanidade. Dentre os desafios para o Ensino Religioso na atualidade, pode-se destacar a necessária superação das tradicionais aulas de religião e a inserção de conteúdos que tratem da diversidade de manifestações religiosas, dos seus ritos, das suas paisagens e símbolos, sem perder de vista as relações culturais, sociais, políticas e econômicas de que são impregnadas. Além disso, é necessário que o Ensino Religioso Escolar adquira status de disciplina escolar, a partir da definição mais consistente de seus conteúdos escolares, da produção de referenciais didático-pedagógico e científicos, bem como da formação dos professores. No ambiente escolar, as religiões interessam como objeto de conhecimento a ser tratado nas aulas de Ensino Religioso, por meio do estudo das manifestações religiosas que delas decorrem e as constituem. As diferenças culturais são abordadas, de modo a ampliar a compreensão da diversidade religiosa como expressão da cultura, construída historicamente, e que, portanto, são marcadas por aspectos econômicos, políticos e sociais. Dessa forma, reafirma-se o compromisso da escola com o conhecimento, sem excluir do horizonte os valores éticos que fazem parte do processo educacional. Em outras palavras, pode-se dizer que: aquilo que para as igrejas é objeto de fé, para a escola é objeto de estudo. Isto supõe a distinção entre fé/ crença e religião, entre o ato subjetivo de crer e o fato objetivo que o expressa. Essa condição implica na superação da identificação entre religião e igreja, salientando sua função social e o seu potencial de humanização das culturas. Por isso, o Ensino Religioso na escola pública não pode ser concebido, de maneira nenhuma, como uma espécie de licitação para as Igrejas (COSTELLA, p. 97-107, 2004). A partir dessas considerações, as Diretrizes Curriculares para o Ensino 158 Religioso têm como objetivo orientar também a abordagem e a seleção dos conteúdos. Nessa perspectiva, todas as religiões podem ser tratadas como conteúdos nas aulas de Ensino Religioso, uma vez que o sagrado compõe o universo cultural humano, fazendo parte do modelo de organização de diferentes sociedades. Assim, o currículo dessa disciplina, propõe-se a subsidiar os alunos, por meio dos conteúdos, à compreensão, comparação e análise das diferentes manifestações do sagrado, com vistas à interpretação de seus múltiplos significados. A disciplina de Ensino Religioso subsidiará os educandos na compreensão de conceitos básicos no campo religioso e na forma como a sociedade sofre inferências das tradições religiosas ou mesmo da afirmação ou negação do sagrado. Por fim, destaca-se que os conhecimentos relativos ao sagrado e a suas manifestações são significativas para todos os alunos durante o processo de escolarização, por propiciarem subsídios para a compreensão de uma das interfaces da cultura e da constituição da vida em sociedade. 13.2 OBJETIVOS GER AIS: n) Proporcionar o conhecimento dos elementos básicos que compõe o fenômeno religioso, a partir das experiências religiosas percebidas no contexto dos educandos. o) Possibilitar esclarecimentos sobre o direito à diferença na construção de estruturas religiosas que têm na liberdade o seu valor inalienável. p) Compreender os eixos organizadores do conteúdo de Ensino Religioso. q) Analisar e compreender o sagrado como o cerne da experiência religiosa do cotidiano que o contextualiza no universo cultural. r) Compreender a presença do sagrado nas diferentes manifestações religiosas. s) Facilitar a compreensão do significado das afirmações e verdades de fé das Tradições Religiosas. t) Identificar as diferenças culturais e religiosas a partir da realidade sociocultural dos alunos, desenvolvendo atitudes de respeito às diferenças 159 e superação de toda forma de preconceito e discriminação. u) Entender o sagrado como parte da dimensão cultural que influencia a compreensão do mundo e a maneira como o homem religioso vive o seu cotidiano. v) Conhecer os limites éticos propostos pelas diferentes Tradições Religiosas. w) Identificar os textos sagrados das diferentes Tradições Religiosas, entendendo que são referenciais de fé e orientação para a vida. x) Conhecer a importância dos rituais, símbolos e espiritualidades das diferentes religiões na vida das pessoas. y) Conhecer as diferentes ideias do Transcendente construídas ao longo do tempo, desenvolvendo uma atitude de respeito às diferentes concepções sobre o Transcendente. z) Promover um espaço de reflexão na sala de aula, sobre os valores humanos e leis de qualidade de vida. 13.3 CONTEÚDOS ESTRUTUR AN TES *Paisagem religiosa *Universo simbólico religioso *Textos sagrados 13.3.1.CONTEÚDOS B ÁSICOS P AR A AS 5ª SÉRIES: 1. ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS (indígenas, africanas, europeias e asiáticas) 2. LUGARES SAGRADOS ( contemplando diversos estilos templários) 3. TEXTOS SAGRADOS, ORAIS OU ESCRITOS(leis que se aplicam à sociedade) 4. SÍMBOLOS RELIGIOSOS (reconhecer e valorizar conforme cultura afim) 5. DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS(drogas, ambiente,sexo, bulling, violências etc). − RESPEITO À DIVERSID ADE RELIGIOS A meio 160 -Declaração Universal dos Direitos Humanos e Constituição Brasileira. -Direito a professar fé e liberdade de opinião e expressão. -Direitos Humanos e sua vinculação com o Sagrado. − LUG ARES S AGR ADOS -Caracterização dos lugares e templos sagrados: lugares de peregrinação, de culto, de reverência, principais práticas de expressão do sagrado nestes locais. -Lugares na natureza: rios, lagos, montanhas, grutas, cachoeiras. -Lugares construídos: templos e cidades sagradas. − TEXTOS OR AIS E ESCRITOS -Ensinamentos sagrados transmitidos de forma oral e escritos pelas diferentes tradições religiosas. -Literatura oral e escrita – cantos, narrativa, poemas, orações. − ORG ANIZ AÇÕES RELIGIOS AS -Principais características de organização. -Estrutura e dinâmica social dos sistemas religiosos. -Diferentes formas de compreensão e de relações com o sagrado. -Fundadores e/ou Líderes Religiosos. -Estruturas hierárquicas. 13.3.2 CONTEÚDOS B ÁSICOS P AR A AS 6ª SÉRIES: 1.TEMPORALIDADE SAGRADA(abordagens amplas perpetuando o óbvio(valor)presente em cada indivíduo referente ao sagrado e o profano) 2.FESTAS RELIGIOSAS (presentes em regiões e praticadas em ocasiões e por pessoas de diferentes etnias) 3.RITOS (dialogar sobre os ritos de iniciação,de morte,nascimento e outros dentro das etnias presentes no mundo todo) 4.VIDA E MORTE (validar qualquer argumento em relação a vida e após morte surgido num debate sobre diversidade cultural) 5.DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS( ambiente,sexo,bulling, violências etc). 1.UNIVERSO SIMBÓLICO RELIGIOSO drogas, meio 161 - Significados simbólicos dos gestos, sons, formas, cores e textos: -Nos Ritos. -Nos Mitos. -No Cotidiano. - Arquitetura Religiosa, Mantras, Parâmetros dos Objetos. 2.FESTAS RELIGIOS AS -Eventos organizados pelos diferentes grupos religiosos, com diversos objetivos: confraternização, rememoração dos símbolos, períodos ou datas importantes. -Peregrinações, festas familiares, festas nos templos, datas comemorativas. 3.VID A E MORTE -Respostas elaboradas para a vida além da morte nas diversas tradições religiosas e sua relação com o sagrado. -O sentido da vida nas diferentes tradições religiosas. -Re encarnação. -Ressurreição. -Além morte. -Ancestralidade. -Outras interpretações. 4.DIVERSID ADES RELIGIOS AS -Organização da estrutura religiosa no Oriente e no Ocidente. -Fundadores e/ou líderes religiosos que modificam a sociedade. -A revelação dos textos sagrados nas tradições do oriente e Ocidente. -A ideia do Transcendente na visão tradicional e atual. -As religiões e a construção da paz no mundo de hoje. -Os diversos estilos de textos sagrados. -O significado do Transcendente na vida das pessoas. -A paisagem religiosa (Biodiversidade). -Influência das crenças religiosas na vida prática das pessoas. -Princípios éticos das diversas tradições religiosas. -As diferentes mundo. espiritualidades das diferentes tradições religiosas do 162 13.3.3 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS: •Reconhecer as principais características, estruturas e dinâmicas sociais do sistema religioso que expressam as diferentes formas de compreensão e de relações com o Sagrado. •Destacar os líderes ou fundadores religiosos bem com as estruturas hierárquicas. •Enfatizar sobre o Budismo, Confucionismo, Cristianismo, Judaísmo,Islamismo, Espiritismo, Taoísmo e etc. •Identificar os lugares sagrados para as diferentes tradições religiosas em função de fatos considerados relevantes,tais como morte, nascimento, pregação, milagre, redenção ou iluminação de um líder religioso. A peregrinação, a reverência, o culto e as principais práticas de expressão religiosa também consagram porções do espaço e as tornam lugares Sagrados. Os cemitérios, as templos, as catacumbas, sinagogas, as as e criptas igrejas, os as mesquitas, mausoléus, assim os como elementos da natureza quando consagrados, constituem igualmente Lugares Sagrados. Para as culturas indígenas e aborígines, por exemplo, os rios, as montanhas, os campos, etc são extensões das divindades e, por essa razão, são Sagrados. •Reconhecer os ensinamentos Sagrados, transmitidos de forma oral ou escrita pelas diferentes culturas religiosas, como em cantos, narrativas, poemas, orações,pinturas rupestres, tatuagens, histórias da origem de cada povo contadas pelos mais velhos, escritas cuneiformes, hieróglifos egípcios, etc. Entre eles, destacam-se os textos grafados tal como o dos Vedas, o Velho e o Novo Testamento, o Torá,o Al Corão e também os textos Sagrados das tradições orais das culturas africanas e indígenas. •Interpretar as diversas linguagens que expressam sentidos relevantes à vida imaginária e construtora das demais religiões do mundo; definindo como símbolo a qualquer coisa que relacione a uma concepção: quer uma palavra, gesto, ritual, sonho,arte, matemática,som cores etc. •Analisar mitos , rituais e o cotidiano das culturas e tradições religiosas •Identificar momentos do trabalho,do sacralizados que podem ser substituídos. orações como sendo estudo,da alimentação 163 como Nos ritos, nas festas e nas momentos periódicos podem ser recuperados ,realizados em outra ocasião. Já os momentos profanos não, estes nunca podem ser recuperados, poi o passado nunca pode ser revivido. •Trabalhar a Temporalidade Sagrada apresentando nas aulas de Ensino Religioso o calendários evento e seus da criação tempos nas diversas Sagrados tradições (nascimento do religiosas, líder os religioso, passagem de ano, datas de rituais, festas, dias da semana, calendários religiosos). Entre os exemplos podemos citar o Natal (cristão), Kumba Mela (hinduísmo), Losar (passagem do ano tibetano)e outros. •Destacar as peregrinações, as festas familiares, as festas nos templos, as datas comemorativas. Entre os exemplos a serem apontados, estão: Festa do Dente Sagrado (budista),Ramadã (islâmica), Kuarup (indígena), Festa de Iemanjá (afro-brasileira), Pessach (judaica), Natal (cristã). •Dar explicações para a vida além da morte, as respostas elaboradas nas diversas tradições e manifestações religiosas e sua relação com o Sagrado podem ser trabalhadas sob as seguintes interpretações: •o sentido da vida nas tradições e manifestações religiosas; a re encarnação: além da morte, ancestralidade, espíritos dos antepassados que se tornam presentes,e outras; ressurreição. •Apresentar a forma como cada cultura/organização religiosa encara a questão da morte e a maneira como lidam com o culto aos mortos, finados e dias especiais para tal relação. •Estabelecer relações entre as tradições religiosas mundiais existentes com as práticas religiosas realizadas no Paraná. •Valorizar as práticas religiosas realizadas pelos africanos à séculos em nossa comunidade sem preconceituar ou escandalizar. •Estudar as possibilidades da “receita fiscal” em conduzir seus trabalhos à população ativa , suas melhorias dentro das esferas. •Analisar o tema “drogas”sob vários pontos de vista; o costume de uma comunidade nativa; o fugir de um drama rotineiro; pressão sofrida ou 164 intimidação de alguém e outros propondo soluções. •Enfrentar as “violências contra crianças e adolescentes”levando a uma discussão, opinar tratamento e reclusão ao agressor e outros como forma de segurança sem por em exposição propriamente dito até fazer uso do ECA e palestras. •Dominar e problematizar a “questão ambiental”, praticando um convívio adequado ao ser humano e animal trazendo leituras e gravuras. •Abordar sobre as “diversidade sexuais” de maneira simples, aceitando a opinião alheia sobre o assunto, conforme predileções. 13.4 METODOLOGI A O encaminhamento metodológico da disciplina de Ensino religioso pressupõe um constante repensar das ações que subsidiarão este trabalho. A metodologia deve ser flexível e adequada a cada conteúdo ou tema a ser desenvolvida, de modo a favorecer a interação, o diálogo, a participação ativa e o compromisso com a vida. O educador tem a liberdade de desenvolver o trabalho pedagógico de acordo com o seu próprio método, desde que suas práticas pedagógicas desenvolvidas respeitem às diversas manifestações religiosas, ampliando e valorizando o universo cultural dos alunos. Uma das inovações propostas por estas diretrizes é a abordagem dos conteúdos de Ensino Religioso, tendo como objeto de estudos o sagrado, que será a base da qual serão tratados os conteúdos de Ensino Religioso. Dessa forma, pretende-se assegurar a especificidade dos conteúdos, sem desconsiderar a sua aproximação com as demais áreas do conhecimento. Para que o Ensino Religioso contribua efetivamente com o processo de formação dos educandos, foram indicados, a partir dos conteúdos estruturantes: a paisagem religiosa, símbolos e textos sagrados a serem observados pelos professores. A forma de apresentação dos conteúdos específicos, explicita a intenção de partir de abordagens de manifestações religiosas ou expressões do sagrado desconhecidas ou pouco conhecidas dos alunos, 165 para posteriormente inserir os conteúdos que tratam de manifestações religiosas mais comuns que já fazem parte do universo cultural da comunidade. Desse modo, convém destacar que todo o conteúdo a ser tratado nas aulas de Ensino Religioso contribuirá para a superação do preconceito à ausência ou proselitismo, à presença bem como de qualquer crença religiosa; da discriminação de qualquer de forma de expressão do sagrado. Assim, os conteúdos a serem ministrados não têm o compromisso de legitimar uma manifestação do sagrado em detrimento de outra, uma vez que a escola não é um espaço de doutrinação, evangelização, de expressão de ritos, símbolos, campanhas e celebrações. A linguagem a ser utilizada deve ser pedagogicamente adequada ao universo escolar, capaz de traduzir e decodificar o conteúdo, facilitando a compreensão e assimilação do conhecimento; aberta ao diálogo, de forma a atender a pluralidade e promover a troca de informações; questionadora, que facilite uma reflexão crítica, sem pretender ser a verdade absoluta sobre os assuntos abordados; cativante que desperte o interesse pelos conteúdos e o entusiasmo em aprender e otimista, que estimule o encantamento pela vida e a disponibilidade em construir um mundo de paz. As reflexões e análises são procedimentos que acompanham todo o processo e o professor pode encaminhar com questionamentos, diálogos, problematizações que promovam a conscientização, o entendimento e a decodificação do objeto de estudo. Essa decodificação progressiva permitirá ao educando abrir sua visão, desarmar-se do preconceito, discernir, perceber a unidade na diversidade das tradições religiosas, como a defesa da vida, a busca de sentido e a necessidade da transcendência. Tendo em vista a diversidade de conteúdos e o necessário processo de pesquisa a ser realizado pelo professor, recomenda-se que a seleção priorize as produções de pesquisadores daquela manifestação do sagrado e, se necessário consultem produções oriundas da própria manifestação do sagrado ou consultem produções oriundas da própria manifestação que se 166 pretende tratar. Este procedimento evitará o uso de fonte de informações e de pesquisa comprometidas com os interesses de uma ou de uma outra tradição religiosa. Enfim, a intencionalidade e a direção do processo ensino/aprendizagem devem conduzir para aquisição de conhecimento do sagrado e para a mudança qualitativa que se expressa no “saber em si, no saber em relação ao saber de si” traduzidos em novas posturas de diálogo e reverência. 13.5 AV ALI AÇ ÃO Faz necessário destacar os procedimentos avaliativos a serem adotados, uma vez que este componente curricular não tem a mesma orientação que a maioria das disciplinas no que se refere a atribuição de notas e ou conceitos. Ou seja, o Ensino Religioso não se constitui como objeto de reprovação, bem como, não terá registro de notas ou conceitos na documentação escolar, isso se justifica pelo caráter facultativo da matrícula na disciplina. Mesmo com essas particularidades, a avaliação não deixa de ser um dos elementos integrantes do processo educativo na disciplina de Ensino Religioso. Assim, cabe ao professor a implementação de práticas avaliativas que permitam acompanhar o processo de apropriação de conhecimento, pelo aluno e pela sala, tendo como parâmetro os conteúdos tratados e os seus objetivos. Para atender a esse propósito, o professor terá que elaborar instrumentos que o auxiliem a registrar o quanto o aluno e a turma se apropriaram ou têm se apropriado dos conteúdos estudados nas aulas. Nesse sentido, a apropriação do conteúdo que fora antes trabalhado pode ser observado pelo professor em diferentes situações de ensino e aprendizagem. Pode-se avaliar, por exemplo, em que medida o educando expressa uma relação respeitosa com os colegas de classe que têm tradições religiosas diferentes da sua, se aceita e respeita as diferenças dos outros; se compreende que a ideia do Transcendente se constrói de maneira diversa; se reconhece que o fenômeno religioso é um dado da 167 cultura e da identidade de cada grupo social; se entende que as verdades contidas nos textos sagrados traçam as experiências místicas de um povo, se conhece as diferentes respostas das Tradições Religiosas para a vida além da morte e busca respostas as seus questionamentos existenciais, descobrindo e redescobrindo o sentido de sua vida; se emprega conceitos adequados para referir-se às diferentes manifestações do sagrado. Diante da sistematização das informações provenientes dessas avaliações, terá elementos para planejar as necessárias intervenções no processo de ensino e aprendizagem, retomando as lacunas identificadas no processo de apropriação dos conteúdos pelos alunos, bem como terá elementos para dimensionar os níveis de aprofundamento a serem adotados em relação aos conteúdos que desenvolverá posteriormente. Nesta perspectiva, terá também, a partir do processo avaliativo dos educandos, indicativos importantes para realizar a sua auto-avaliação que orientará a continuidade do trabalho. Mesmo que não haja aferição de notas ou conceitos que implicam na reprovação ou aprovação dos alunos, estas diretrizes orientam que o professor proceda com processo avaliativo, adotando instrumentos que permitam à escola, ao aluno, aos seus pais ou responsáveis, identificarem os progressos obtidos na disciplina. Com essa prática, os alunos, especificamente, terão a oportunidade de retomar os conteúdos, como também poderão perceber que a apropriação dos conhecimentos lhes possibilita conhecer e compreender melhor a diversidade cultural da qual a religiosidade é parte integrante, bem como possibilitará a articulação dessa disciplina com os demais componentes curriculares, os quais também abordam aspectos relativos à cultura. A avaliação é processual, faz parte do processo de ensino e aprendizagem. É um aspecto integrador entre a aprendizagem do educando e a atuação do educador na construção do conhecimento, formação de valores e convívio social. 13.5.1CRITÉRIOS PAR A AV ALI AÇ ÃO: 168 A apropriação do conteúdo trabalhado pode ser observada em diferentes situações de ensino e aprendizagem. Eis algumas sugestões que podem ser tomadas como amplos critérios de avaliação no Ensino Religioso: o aluno expressa uma relação respeitosa com os colegas de classe que têm opções religiosas diferentes da sua? o aluno aceita as diferenças de credo ou de expressão de fé? o aluno reconhece que o fenômeno religioso é um dado de cultura e de identidade de cada grupo social? o aluno emprega conceitos adequados para referir-se às diferentes manifestações do Sagrado? •o aluno identifica as diferentes tradições religiosas bem como seus fundadores, textos sagrados, lugares e rituais? •O aluno reconhece as realidades religiosas presentes em sua comunidade? •O aluno permite em seu meio o convívio de adeptos diferentes à sua crença sem sub julgá-los? •O aluno valoriza a todos sem distinção de cor e de crença em sala de aula? •O aluno conceitua e interpreta trechos de parábolas, contos, músicas e demais instrumentos que indicam a presença do Sagrado e do Profano? •O aluno discute/debate/argumenta sobre os temas previstos nos desafios educacionais contemporâneos: drogas, educação ambiental, educação fiscal, violência contra a criança e também a qualquer cidadão de bem, diversidade sexual,africanidade brasileira com contextualização atual à comunidade vivenciada? 13.6 REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFIC AS ASSINTEC/SEED/PR Currículo básico para a escola pública do Estado do Paraná, 1992. BOFF, I. Novos paradigmas para o ensino religioso . Ed. Corpo Mente, Curitiba, 2000. 169 BOWKER, J. Para entender as religiões . São Paulo, Ática, 1997. COSTELLA, D. O fundamento epistemológico do ensino religioso. In: JUQUEIRA, S; WAGNER, R. (orgs). O ensino religioso no Brasil. Curitiba: Champagnat, 2004. DURKHEIM, E. As formas elementares de vida religiosa . São Paulo: Ed. Paulinas, 1989. ELIADE. M. O sagrado e o profano: a essência das religiões . São Paulo: Martins Fontes, 1992. FIGUEIREDO, A. P. O ensino religioso – perspectivas tendências e desafios. Petrópolis: Vozes: 1996. FÓRUM NACIONAL PERMANENTE DO ENSINO RELIGIOSO. Parâmetros curriculares nacionais – ensino religioso . 2ª ed. São Paulo: Ave Maria, 1997. OTTO, R. O sagrado, Lisboa: Edições 70, 1992. PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso para o Ensino Fundamental . Curitiba: SEED/SEF, 2006. PIAZZA, W. O – Religião da humanidade . São Paulo, Loyola, 1997. S. M. E – Currículo básico da rede municipal de ensino de Curitiba, 1997/20 PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. 170 Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso para o Ensino Fundamental . Curitiba: SEED/SEF, 2008. 171 14. FILOSOFI A 14.1 FUND AMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS O Ensino da Filosofia para o Ensino Médio, tem como objetivo desenvolver no educando a Consciência Crítica e a capacidade de análise da própria realidade como ser humano inserido numa realidade sociopolítica e econômica. E recuperar a noção do todo, em conjunto com as demais disciplinas do currículo, tais como, Educação para a arte, História, Geografia, Ciências, etc. Atuar ou não para a transformação dessa realidade, mais que um dever de cidadão é uma opção ética. Pois num mundo ancorado em pseudos valores, que hiper valorizam o ter em detrimento do ser, se faz cada vez mais necessário o apelo a consciências críticas que analisem, questionem e transformem. Amparados nas experiências históricas de diferentes correntes filosóficas, a escola é o ambiente próprio para o conhecimento do como foram enfrentados os problemas do passado bem como para a análise dos problemas atuais, presentes em nossa realidade em todos os âmbitos, a saber, social, político, econômico, religioso e educacional. A Filosofia instiga, questiona, impulsionando o ser humano a não aceitar de modo passivo a construção do real que lhe é apresentado. Convida-o a ser sujeito construtor da própria história e não um simples espectador. Em conjunto com outras disciplinas busca dar ao aluno uma visão global da realidade formada por partes que se articulam entre si. Como instrumento de análise quer buscar as raízes dos acontecimentos para melhor compreende-los utilizando uma metodologia adequada bem como uma visão de conjunto. Transformar a realidade a partir da transformação do ser humano continua sendo um desafio de modo especial à escola. Transformação que se dá em diversas esferas: na epistemologia, na ética, na política, na estética, na ciência, na ontologia, na linguagem, na história, etc. No caso específico das Diretrizes Curriculares para o Ensino de Filosofia 172 nas escolas públicas do Paraná, a espinha dorsal dos conteúdos será: Mito e Filosofia, Teoria do Conhecimento, Ética, Filosofia Política, Estética e Filosofia da Ciência. Temas presentes em toda História da Filosofia. Percebe-se que em cada tempo histórico se sobressai uma determinada ideologia. Sendo assim temos um cosmocentrismo marcante na Idade Antiga. Busca-se o princípio de tudo, o arché, as leis que regem o universo; o teocentrismo na Idade Média; o antropocentrismo da Idade Moderna e a pluralidade na Idade Contemporânea. Presente desde o ensino jesuítico, a Filosofia, foi tomando diversas ênfases na história educacional do Brasil. Da Ratio Studiorum de caráter mais correta moralista, preocupada em ser um instrumento para a interpretação bíblica, e porque não dizer, a serviço da Teologia.(REALE, 2003,p.125) Com a Proclamação da República, a Filosofia passou a fazer parte do currículo sendo até mesmo uma disciplina obrigatória sem, porém, possibilitar um posicionamento crítico diante da sociedade que se abria para o desenvolvimento tecnológico como ideologia educacional. Com a Lei 4.024/61, deixa de ser obrigatória como também com a Lei 5692/71 em pleno regime militar. Somente a partir da década de 80 iniciamse, segundo Geraldo Horn (2002) discussões e movimentos para que a filosofia voltasse a ser ministrada no 2º grau. Em 1995 ela cai no esquecimento novamente; as Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio ainda não lhe dão o devido valor. Estamos, historicamente, diante de duas tendências: de justificativa buscando responder para que Filosofia? E o segundo momento perguntando-se: Qual filosofia? Ao pensar o ensino de Filosofia, é preciso definir o local onde é pensado e que sujeitos são esses aos quais esse ensino se dirige. Isso nos permitirá. Isso nos permitirá pensar qual Filosofia será ensinada. Identifica-se o local onde se pensa e fala a partir do resgate histórico dessa disciplina e da militância histórica por sua inclusão e permanência na escola. Ensinar Filosofia no Ensino Médio, no Brasil, na América Latina não 173 é a mesma coisa que ensiná-la em outro lugar. Isso exige do professor um claro posicionamento em relação aos sujeitos desse ensino e das questões históricas atuais que nos colocam num país capitalista/subdesenvolvido, rico/explorado, consciente/alienado etc., e em relação a todas as contradições que perpassam nossa sociedade. (DCFEM, versão preliminar p. 13) 14. 2 OBJETIVOS GER AIS D A DISCIPLIN A - Conhecer os grandes problemas que envolveram os filósofos de todos os tempos; -Discutir sobre os Mitos, a Epistemologia, a Política, a Ética, a Estética e a Ciência; - Desenvolver o gosto pela análise crítica da realidade; - Comportar-se como participante da própria história; - Compreender as respostas que os filósofos deram as questões fundamentais da vida humana. - Ler os textos mais conhecidos sobre os grandes temas da filosofia. 14.3 CONTEÚDOS POR SÉRIE/ ANO Perpassando a História da Filosofia tratar-se-á a de conhecer os grandes problemas ligados a história da humanidade que foram pensados pelos PréSocráticos e Pós-Socráticos, até a nossa contemporaneidade. Privilegiando os temas: Mitos, a Epistemologia, a Política, a Ética, a Estética e a Ciência; assim distribuídos: 1º ANO 1- Mito e Filosofia: (greco-romana) •Saber mítico •Saber filosófico •Relação mito e filosofia •Atualidade do mito •O que é Filosofia 174 aa) O nascimento da filosofia bb) O mito e a origem de todas as coisas cc) mito e logos dd) o mito hoje ee) o que é mito ff) Racionalização do mito gg) ciência e senso comum hh) Do senso comum ao senso crítico ii) O deserto do Real jj) Razão filosófica e razão científica kk) A filosofia como exercício da ironia ll) Alienação e ironia mm) A ironia na história da filosofias 2- Teoria do Conhecimento: -Possibilidade do Conhecimento - Formas de conhecimento -O problema da verdade -A questão do método -Conhecimento e lógica -O conhecimento científico; Ciência e Filosofia; -Entre teoria e prática -As fontes de conhecimento -Filosofia e História -Filosofia e Matemática -Platão e Protágoras: do Racionalismo ao relativismo -As críticas de Aristóteles a Platão -A Lógica Aristotélica -Descartes ( As regras para bem conduzir a Razão), Kant (E a crítica da Razão), Hume (Experiência no processo de Conhecimento), Sêneca, Sartre -Ética -Kant e o Iluminismo -Da distinção entre conhecimento e probabilidade 175 -Conceito, método experimental, observação e hipótese, generalização; 3 – Ética: -Ética e moral -Pluralidade ética -Ética e Violências -Razão, desejo e vontade -Liberdade: Autonomia do sujeito, e a necessidade das normas -Ética e Moral – conceitos e diferenciações; -Introdução a Filosofia Moral; -Construção do Sujeito Moral; -Corpo, amor, morte e erotismo; -Concepções éticas. -A ética e a amizade, a felicidade, liberdade e a justiça -Questões contemporâneas ligadas a liberdade e a ética -Existência e essência -Senso Comum Ético -Felicidade e Virtude -Sêneca e a Felicidade -A amizade como questão para a Ética -A Amizade e a justiça -A Amizade é Algo humano -O Determinante da Amizade -Amizade e Sociedades -O homem: Animal e Racional -Liberdade -Liberdade: A contribuição de Guilherme de Ockhan -Discussão em torno da Liberdade -Liberdade: Contribuição de Etienne de la Boétie -Por que os Homens entregam sua liberdade? -O que faz com que o homem não seja livre? -1968: o Brasil e os limites à Liberdade -Jean-Paul Sartre e a Liberdade 176 -A existência precede a essência -O homem e a liberdade -Senso Comum Ético 3º ANO 1- Filosofia Política: -Relação entre Comunidade e Poder -Liberdade e Igualdade Política -Política e Ideologia -Esferas Pública e Privada -Cidadania Formal e/ou Participativa -O Preconceito contra a política e a política de fato -O ideal Político -Os gregos e a invenção da esfera pública -Maquiavel -Maquiavel e o poder -Ética e política -Política e Violência -O Estado como Detentor do Monopólio da Violência -Origens da Violência -Relação entre violência e poder -Desigualdade social e Violência no Brasil -Direitos Sociais e Violência -Democracia em Questão -A Modernidade e o Individualismo -Concepção Liberal de Política -John Locke, Adam Smith, Benjamin Constant, John Stuart Mill -A Crítica de Marx ao Liberalismo -Marx e o Marxismo -Marx e a Emancipação Humana -Conceito de Alienação -Marx e a Liberdade 177 -Republicanismo e a liberdade antes do Liberalismo -Republicanismo: Liberdade como não-dominação -A lei como garantia da liberdade -Orçamento participativo: A criação de um novo espaço público -Republicanismo e a cidadania ativa -A política na Idade Antiga e Medieval; -Política e Religião; -Democracia Ateniense -Quando nasce a democracia -A importância da Retórica para os Atenienses -A vida política dos povos Indígenas do Brasil e a invasão dos Bárbaros -A Política na Idade Moderna e Contemporânea; -Liberalismo; -Socialismo 2- A Ciência: -Concepção de Ciência -A questão do método científico -Contribuições e limites da ciência -Ciência e ideologia -Ciência e ética -O que é Ciência -Filosofia e Ciência -Senso comum e Ciência -O Universo de Ptolomeu -Pensar a Ciência -Diferença entre Ciência normal e Ciência Revolucionária -Revoluções Científicas -Podemos Falar de Progressos na Ciência -As Consequências Sociais e Políticas de uma nova Ciência -Bioética -O que é Bioética -Bioética Geral, Especial e Clínica ou de Decisão 178 -Tendências na Bioética -Entre dois mundos -Bioética e Aborto -Educação Sexual -Os mitos da ciência: o cientificismo, a neutralidade, o papel da filosofia. 3 - Estética: -Conceito; -Arte e criatividade; -A arte como forma de pensamento; -Funções e significado da Arte -Concepções Estéticas. -Busca da Beleza -Refletir sobre a beleza entre os gregos, na Idade Média -Estética no Renascimento, no Mundo Contemporâneo -Estética Moderna -O Corpo e os Aspectos Sociais do Surgimento da Estética -Baumgarten e o Belo -Schiller e o Jogo Estético -O Estado Estético -Estética e Arte -O juízo de Gosto na Filosofia -Hume: Gosto é Coisa da Sua Cabeça -O Juízo de Gosto na Arte -Kant e o Sentimento do Belo -A Universalização do Gosto -Exigência para o Bom Gosto -O Materialismo Histórico e a Arte Interessada -Para Além do Belo Clássico -Arte e Sociedade -Necessidade da Arte -Karl Mannheim -Hegel e o Espírito Absoluto 179 -Arte e manifestação de Espírito -As Diversas Formas de Arte para Hegel -Cinema e uma Nova Percepção -Novos Caminhos -As Novas Técnicas de Reprodução: Fotografia e Cinema -Merleau-Ponty e o Cinema como Expressão de Visão de Mundo -O Sentido da Imagem -A Teoria da Relatividade -Estética da Atração 14.4 METODOLOGI A D A DISCIPLIN A A metodologia utilizada para o ensino de Filosofia respeitará os seguintes momentos: a) Sensibilização: convidando o aluno a sentir-se participante de um processo, tocando-o a fundo, provocando-o para o saber dentro de sua história pessoal e cultural. b) Problematização: levando o aluno a questionar a própria realidade, e sua atitude diante do cotidiano. c) Investigação: buscando respostas já elaboradas e elaborando outras aos questionamentos até então realizados no momento da problematização. d) A criação de conceitos: produzindo novos conceitos que venham a significar o que realmente se pretende comunicar. Todos os passos dados podem partir, por exemplo, de um filme assistido, de um texto lido, enfim, de uma informação recebida. Considerando as respostas que foram dadas, no decorrer da história, por diversos pensadores a diversos problemas. Podendo então, o professor, cobrar do aluno a produção de um texto que também será posto em discussão. Filosofar é dialogar, é expressar-se a favor ou contra antigas e novas ideias. Superficialidade não combina com a construção do discurso filosófico de modo que as aulas devem ser bem planejadas, utilizando o professor, do maior número possível de recursos para o bom desempenho de suas aulas. 180 14.5 CRITÉRIOS DE AV ALI AÇ ÃO ESPECÍFICOS D A DISCIPLIN A A avaliação será formativa por respeito aos seus princípios, ou seja, o aluno será avaliado sob o aspecto do conteúdo assimilado, capacidade de relação do conteúdo com a realidade vivida na sociedade cuja parcela está representada pela escola, capacidade de posicionar-se e relacionar-se com os colegas e demais funcionários da instituição. Posicionar-se de modo crítico e profundo diante dos temas, é dever do aluno. Na medida em que desenvolve a arte de filosofar, que significa, antes de tudo, dominar os conceitos básicos e utilizá-los da forma correta em seu discurso. Avaliação que terá início desde o começo dos trabalhos, desde a sensibilização, percorrendo a problematização, a investigação e a criação dos conceitos. 14.6 REFERÊNCI AS BIBLIOGR AFIC AS ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia . SP: Martins Fontes, 2000. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Texto integral. SP: Martin Claret, 2001. IDEM. Política. Texto integral. SP: Martin Claret, 2001. ARRUDA ARANHA, Maria Lúcia de e PIRES MARTINS, Maria Helena. Temas de Filosofia . SP: Moderna,1994. IBIDEM. Filosofando. Introdução a Filosofia .SP: Moderna, 2003. BRANDÃO, Junito de Souza. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. Mitologia Grega. V. I,II III. 8ª ed. 181 CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia . SP:Ática,1994. COTRIM, Gilberto . Fundamentos da Filosofia. História e grandes temas. 15ª ed. SP: Saraiva, 2000. DAMÁSIO, Antonio R. O erro de Descartes. Emoção, razão e cérebro humano. SP Cia Das Letras, 1996. GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia. Romance da História da Filosofia. SP: Cia das Letras,1997. GOMES, Roberto. Crítica da razão Tupiniquim .10ª ed. SP: FTD, 1994. JAIME, Jorge. História da filosofia no Brasil . v. I, II, III, IV. Petrópolis, RJ: Vozes,1999. LUCKESI, Cipriano Carlos e PASSOS, Elizete Silva. Filosofia Aprendendo a Introdução a pensar. SP:Cortez,1995. MAQUIAVEL. O Príncipe. Comentado por Napoleão Bonaparte . Texto integral. SP: Martin Claret,2001. MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia . Dos Présocráticos a Wittgenstein. 6ª ed.RJ: Jorge Zahar Editor, 2001. PEREZ, Daniel Omar. Ensaios de Ética e Política.Maquia vel, Hobbes, Rousseau, Kant, Wittgenstein. Cascavel: EDUNIOESTE, 2002. PLATÃO. A República. Texto integral. SP, Martin Claret, 2001. QUEIROZ, Ivo Pereira de. (e outros possibilidades e desafio . RGS: UNIJUI, 2003. org.) Filosofia e Ensino: 182 REALE, Giovanni e ANTISERI, Dario. História da Filosofia . V. I, II, III. SP: Paulus, 1990. SEGUNDO, Juan Luis. Que mundo? Que Homem? Que Deus? Aproximações entre Ciência, Filosofia e Teologia. SP: Paulinas, 1995. SEVERINO, Antonio Joaquim. Filosofia. SP: Cortez,1992. SOUZA, Sonia Maria Ribeiro de. Um outro olhar. Filosofia. SP: FTD, 1995. SROUR, Robert Henry. Poder, cultura e ética nas organizações . RJ: Campus, 1998. TELES, Antonio Xavier . Introdução ao estudo de Filosofia. SP:Ática,1991. TELES, Maria Luiza Silveira . Filosofia para Jovens . Uma iniciação à Filosofia. Vozes, SP,1996. ZAJDSZNAJDER, Luciano. Ser ético no Brasil. 3ª ed. RJ: GRYPHUS, 1999. 183 15. FÍSIC A 15.1 FUND AMENTOS TEÓRICO METODOLÓGICOS A Física tem como objeto de estudo o universo, em toda a sua complexidade. Por isso a Disciplina de Física propõe aos estudantes o estudo da natureza. Mas, como nos alerta MENEZES (2005), natureza, aqui, tem sentido de realidade material sensível. Entretanto, os conhecimentos desenvolvidos pela Física, e que são apresentados aos estudantes do Ensino Médio, não são coisas da natureza, ou a própria natureza, mas modelos de elaborações humanas. O olhar sobre a natureza tem origem em tempos remotos, provavelmente período paleolítico, na tentativa humana de resolver seus problemas de ordem prática e garantir sua subsistência. Assim, a astronomia é, talvez, a mais antiga das ciências, tendo encontrado a sua racionalidade pelo interesse dos gregos em explicar as variações cíclicas observadas nos céus. É o início do estudo dos movimentos. Muitos foram os estudos e contribuições, mas a História da Física nos mostra que até o Renascimento a maior parte da ciência conhecida pode ser resumida à Geometria Euclidiana, a Astronomia geocêntrica de Ptolomeu e a Física de Aristóteles (384 - 322 a.C.), a qual foi bastante divulgada na Idade Média a partir de traduções dos árabes, especialmente Avicena. Na Idade Média, a Igreja tornou-se uma instituição poderosa cabendo a ela ungir e coroar reis, criar universidades, além de organizar cruzadas a Terra Santa. Com São Tomás de Aquino (1225 -1274), no século XIII, a filosofia medieval intensifica uma busca que quer conciliar a tradição cristã ao pensamento greco-romano, tendo como influências principais Platão (427-347 a. C.), Aristóteles e a astronomia geocêntrica. O conhecimento do universo foi associado a Deus e oficializado pela Igreja Católica que o transforma em dogmas, os quais não deveriam ser questionados. Dessa forma, a filosofia medieval cristã (escolástica), é uma filosofia que submete a fé e as verdades ao cristianismo. Esse discurso procura afastar os filósofos das questões relativas ao 184 estudo dos fenômenos naturais, mas já se prenunciava algumas mudanças, a partir dos que não se enquadravam à escolástica. A ampliação da sociedade comercial tornou-se favorável para que surgissem mudanças econômicas, políticas e culturais, e contribuiu para a queda do poder arbitrário abrindo caminho para as revoluções industriais do século XVIII e, para que a ciência se desenvolvesse. Nesse contexto, a Física tal qual a conhecemos hoje foi inaugurada por Galileu Galilei, no século XVI, com uma nova forma de se conceber o universo, através da descrição matemática dos fenômenos físicos. Galileu busca descrever um fenômeno partindo de uma situação particular, por exemplo, a queda de um corpo sob ação da gravidade. Inauguram-se então as bases da ciência moderna, que, a partir de uma situação particular chega ao geral, tornando possível construir leis universais. A nova visão de mundo de Galileu, (...) que ousou observar sob a mesma perspectiva corpos celestes e terrestres, era coerente com sua irreverência ao publicar seus trabalhos em italiano, língua do povo, e não em latim, língua dos doutos. René Descartes, filósofo seu contemporâneo, também propunha que a mesma ciência desse conta dos mundos supra-lunares, separados na tradição aristotélica. É justo tomar Galileu e Descartes como marcos da modernidade e do que se conhece hoje como ciência (MENEZES, 2005, P. 18). Galileu Galilei (1562-1643) com suas observações através do telescópio desfaz o sacrário dos lugares naturais, da dicotomia entre terra e céu, entre mundo sublunar e supralunar. Agora, o universo já não é finito e nem o céu tão perfeito. e espaço deixa de ser qualitativo para ser mensurável, podendo ser descrito em linguagem matemática. Ele, Galileu, ao aceitar o modelo de Copérnico e propor a matematização do universo, causa uma revolução. É evidente que ele não fez isso sozinho, mas ao aprofundar as idéias que vinham evoluindo, desde que o homem se interessou pelo estudo da natureza, contribui para o nascimento da Ciência Moderna. Bacon, Galileu, Descartes e, provavelmente outros anônimos, ao 185 instituirei o método retiram das autoridades eclesiásticas o controle sobre o conhecimento e iniciam um novo período que chamamos de moderno, abrindo caminho para que Isaac Newton (1642-1727) fizesse a primeira grande unificação da ciência elevando a Física, no século XVII, ao status de Ciência. Com sua mecânica e sua gravitação, Newton completou o que Galileu e Descartes não chegaram a realizar, que foi submeter o céu e a Terra às mesmas leis; a primeira grande unificação da física. Ele identificou as quantidades transferidas em qualquer interação e percebeu que a soma destas quantidades se mantém no sistema conjunto das partes que interagem, seja este o sistema solar ou um simples carrossel. Descobriu, assim, o primeiro e talvez o mais universal conjunto de invariantes na física, as quantidades de movimento, grandezas que se conservam sempre, mesmo em processos em que tudo parece estar mudando (MENEZES, 2005, p. 19). A nova ciência que vem a partir de Newton e seus sucessores, carrega a ideia de que o universo se comporta com uma regularidade mecânica, conhecida como mecanismo, e está alicerçada nos pilares da Matemática, como linguagem para expressar leis, ideias e elaborar modelos para descrever os fenômenos físicos e a experimentação, como forma de questionar a natureza, de comprovar ou confirmar ideias, de testar nossos modelos. Com o capitalismo que ocorreu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII devido a incorporação das máquinas à indústria provocou avanços do conhecimento físico e a Termodinâmica evoluiu. A união entre técnicos e cientistas para o entendimento da ciência do calor, indispensável para melhorar a potência das máquinas térmicas que produziram muito calor com pouco rendimento, possibilitou o estabelecimento das Leis da Termodinâmica e uma outra unificação da Física,, passando o calor a ser entendido como uma forma de energia relacionada ao movimento. Com a vinda da família Real para o Brasil, o ensino de Física é trazido para o nosso país para atender a corte e os desejos da intelectualidade local. O ensino da Física tem, então, a preocupação com a formação de 186 engenheiros e médicos, de modo a formar as elites dirigentes do país. Em meados do século XIX, aparentemente, todos os problemas poderiam ser resolvidos pela Física Newtoniana, pelas Leis da Termodinâmica e pelas Equações de Maxwell, faltando apenas uma base experimental para o éter, um meio criado pela propagação das ondas eletromagnéticas, inventado para manter a imagem mecanicista, portanto previsível, de universo mecânico criado pelo homem. A elite brasileira precisava tornar conhecido no exterior e, em 1837, é criado no Rio de Janeiro o colégio Pedro II, para servir de padrão de ensino secundário e modelo para os demais colégios a serem criados nas províncias. Através dos manuais franceses. É adotado para o Pedro II uma Física matematizada, portanto, quantitativa, com ênfase na transmissão e aquisição de conteúdos. No cenário mundial, no século XX é marcado pro uma nova revolução no campo de pesquisa da Física. Einstein propõe a teoria da relatividade especial ao perceber que as equações de Maxwell não obedeciam às regras de mudança de referencial da teoria newtoniana, abrindo assim caminho para o desenvolvimento da mecânica quântica. No Brasil em 1946, pelo Decreto 9.355/1946, foi criada a primeira Instituição brasileira direcionada ao ensino de Ciência. A Física passou a ser parte integrante do currículo escolar a partir de 1950 devido à intensificação do processo de industrialização no país. Em 1964, com a busca da modernização e desenvolvimento do país pelos militares houve valorização do ensino da Ciência voltado para a formação de mão de obra qualificada. No estado do Paraná, como no Brasil, no final da década de 70 e inícios dos anos 80, num contexto de euforia pelo fim da ditadura militar e a perspectiva de abertura democrática e, por consequência, eleições diretas para presidência e estado, houve um discurso que olhava para os menos favorecidos surgindo assim a pedagogia histórico-crítica de Saviani, com este movimento nasceu o Currículo Básico, embrião da re-estruturação do ensino Médio, re-estruturando, inclusive na Física sua proposta de 187 conteúdos. A Física passou por um período de re-estruturação, hoje, continuamos com um tratamento disciplinar porque consideramos, conforme LOPES 91999) observou a partir de Bachelard, que a Física é um campo de conhecimento específicos, em construção e socialmente reconhecido. Por isso não aceitamos a generalidade, pois essa cultura de busca de princípios gerais e abrangentes, tal qual o espírito positivista, é um dos obstáculos ao desenvolvimento do co heciment0o científico, capaz de levar o espírito científico a se prender às soluções fáceis, imediatas e aparentes. Sabendo-se que a Física é uma entre tantas as coisas, uma das que as crianças aprendem nos primeiros anos de vida. Aprendem de forma espontânea ao lançar objetos e ao deixá-los cair, ao tentar caminhar e ao distinguir, pelo tato corpos frios de corpos quentes. Com essas experiências as crianças descobrem o ambiente em que vivem. A Física estudada na escola e até na universidade, tem exatamente o mesmo propósito, ou seja, permitir que aprendamos alguns aspectos do ambiente em que vivemos, portanto a proposta está elaborada através de conteúdos estruturantes, os quais foram indicados tendo em vista a evolução histórica das ideias e conceitos da Física, a prática docente e o entendimento, pelo professores, de que o Ensino Médio deve estar voltado a formação do sujeito que, em sua formação e cultura, agreguem a visão da natureza em toda sua complexidade, das produções e das relações humanas. 15.2 OBJETIVOS GER AIS D A DISCIPLIN A Descrever a Física de maneira quantitativa, isto é, com uma linguagem matemática, os fenômenos naturais. Permitir que os conceitos de que a Física se utiliza sejam medidos com instrumentos de observações objetivas independentes das características particulares do observador, realizando observações quantitativas traduzindo em números que exprimem medida dessas grandezas. - Utilizar a matemática pela razão da necessidade de expressar os valores medidos através de números e principalmente pela necessidade de 188 suas equações que são expressas por fórmulas matemáticas. Promover o estudo através da observação e resoluções de problemas da vida prática, que visa dar ao aluno condições de abstração e compreensão dos fenômenos estudados. 15.3 CONTEÚDOS POR SÉRIE/ ANO 1ª AN O Notação Cientifica - Medidas - Introdução à Física - Cinemática - Movimento Circular - Dinâmica - Força - Gravitação - Energia - Quantidade de Movimento - Estática - Equilíbrio de Forças 2º ANO - Termologia - Termometria - Dilatação - Calorimetria - Gases - Termodinâmica - Hidrostática - Empuxo - Óptica Geométrica - Reflexão da luz - Refração da luz - Ondulatória 189 - Ondas - Acústica 3º ANO - Eletrostática - Carga elétrica - Princípios e Conceitos - Eletrização - Força elétrica - Campo elétrico - Trabalho da força elétrica - Potencial elétrico - Capacitores - Eletrodinâmica - Corrente elétrica - Resistores - Medidores elétricos - Circuitos elétricos - Eletromagnetismo 15.4 METODOLOGI A D A DISCIPLIN A É importante que o processo ensino aprendizagem em Física parta do conhecimento prévio dos estudantes, onde se incluem as concepções alternativas ou concepções espontâneas, sobre os quais a ciências tem um conceito científico. Realizar atividades que abordem os conteúdos ministrados, utilizando-se de sala de vídeo, eixo do espaço físico da escola para apresentação de trabalhos. Visitas a feiras, parques e outros que permitam melhorar a aprendizagem. Podemos dizer que a concepção espontânea o estudante no seu dia a dia, na interação com os diversos objetos no seu espaço de convivência e que, na escola, se faz presente no momento em que se inicia o processo de ensino aprendizagem. Já a concepção cientifica envolve é histórica e sistematizada, a qual necessita de metodologias específicas para ser 190 trabalhada no ambiente escolar. A escola é por excelência, o lugar onde se lida com conhecimento cientifico historicamente produzido. No entanto, quando os estudantes chegam à escola eles não estão vazios não são uma tabula rasa. E, ainda, a composição de uma sala de aula mistura pessoas com diferentes costumes, tradições preconceitos e ideias que dependem também dessa origem o que torna impossível moldálos como se fossem iguais. Dentro de um determinado conteúdo, é importante que considere o que eles conhecem e, esse seja ponto de partida para o início de uma aprendizagem que agregue significados para professores e estudantes. O papel do professore é imprescindível como uma espécie de informante cientifico. Para ir além do limite da informação e atingir a fronteira da formação é preciso uma mediação que conhecimento físico num processo organizado professor conjunto em estudantes, em com conjunto, o aluno. O compartilhem não é aleatória, e objetivo mas pelo sistematizado pelo é significados que professor na busca e da aprendizagem que acontece quando as novas informações interagem com o conhecimento prévio do sujeito e, simultaneamente, adicionam, diferenciam, integram, modificam e enriquecem o conhecimento já existente, podendo inclusive substituí-lo. 15.5 CRITÉRIOS DE AV ALI AÇ ÃO ESPECÍFICOS D A DISCIPLIN A A avaliação deve levar em conta os pressupostos teóricos adotados por esta diretriz. conceituais e Ao considerarmos culturais, a importante evolução das os ideias aspectos em Física históricos, e a não neutralidade da ciência, nossa avaliação deve levar em conta o progresso do estudante quanto a esses aspectos. Ainda, se o objetivo é garantir o objeto de estudo da Física, então ao avaliar deve-se também considerar a apropriação desses objetos pelos estudantes. Dessa forma, a avaliação deve ser diagnóstica, formativa e sistemática e ter um caráter diversificado, levando em consideração todos os aspectos: a compreensão dos conceitos físicos; a capacidade de análise de um texto 191 seja ele literário ou científico, emitindo uma opinião que leve em conta o conteúdo físico; a capacidade de elaborar um relatório sobre um experimento ou qualquer outro evento que envolva a Física, como por exemplo, uma visita a um Parque de Ciência, dentre outros. A avaliação deve auxiliar o aluno na aprendizagem. Ou seja, avaliar só tem sentido quando utilizada como instrumento para intervir no processo de aprendizagem dos estudantes, visando o seu crescimento. 15.6 REFERÊNCI AS BIBLIOGR AFIC AS BARRA, V. M. & lORENZ, K. M.. Produção de materiais didáticos de ciências no Brasil, período: 1950 a 1980 . In: Revista Ciência e Cultura 38 (12), p. 1970 1983, dezembro, 1986. CHAVES, A. Física: Mecânica . Volume 1. Rio de Janeiro: Reichmann e Affonso Editores, 2000a. EISBERG, R; RESNICK R: Física Quântica. Rio de Janeiro, Editora Campus, 1979. GARCIA, N. M. D.; JAZOMAR, V. da R; COSTA, R Z. V. Área de ciências da natureza, matemática e suas tecnologias: algumas contribuições para a sua organização . In: KUENZER, A. Z. Construindo uma proposta para os que vivem do trabalho . São Paulo: Cortez, 2001. HOBSBAW M, E. J. A Era dos Impérios. 9a Ed. São Paulo: Paz e Terra, 200Sc. lOPES, A. R C.. Conhecimento Escolar: ciência e cotidiano . Rio de Janeiro: 192 EDUERG,1999. ORENZ, K. M.. Os livros didáticos e o ensino de ciências na escola secundária brasileira no século XIX . In: Revista Ciência e Cultura 38, n.o 3, p. 426-43S, março,1986. MARTINS, R Andrade. F ísica e História: o papel da Teoria da Relatividade. In: Ciência e Cultura 57 (3): 25-29, jul.lset., 2005. MARTINS, R Andrade. Sobre o papel da História da Ciência no ensino. Boletim da Sociedade Brasileira de História da Ciência (9): 3-5, 1990. MENEZES, L. C. A matéria. São Paulo: SBF, 200S. OLIVEIRA, M. tecnológico; a R N. S. mediação Do mito da tecnológica tecnologia nas ao práticas paradigma didático- pedagógicas. In: Revista Brasileira de Educação, set./out./nov.ldez, 2001, n.o 18. Reunião anual da ANPED, 24a . Caxambu: ANPED, p. 101-107. 193 16. GEOGR AFI A 16.1 FUND AMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS: O conceito adotado para o objeto de estudo da Geografia é o espaço geográfico, entendido como o espaço produzido e apropriado pela sociedade (LEFEBVRE, 1974), composto pela inter-relação entre sistemas de objetos – naturais, culturais e técnicos – e sistemas de ações – relações sociais, culturais, políticas e econômicas (SANTOS, 1996). O objeto aqui – espaço geográfico – é entendido como interdependente do sujeito que o constrói. Trata-se de uma abordagem que não nega o sujeito do conhecimento nem supervaloriza o objeto, mas antes, estabelece uma relação entre eles, entendendo-os como dois polos no processo do conhecimento. Assim, o sujeito torna-se presente no discurso geográfico (SILVA, 1995). A espacialização dos fatos, dinâmicas e processos geográficos, bem como a explicação das localizações relacionais dos eventos em estudo são próprias da perspectiva análise crítica, geográfica algumas da realidade. perguntas devem Nesse orientar sentido, o numa pensamento geográfico e o trabalho do professor, tais como: • Onde? • Como é este lugar? • Por que este lugar é assim? • Por que aqui e não em outro lugar? •Por que as coisas estão dispostas desta maneira no espaço geográfico? • Qual o significado deste ordenamento espacial? • Quais as consequências deste ordenamento espacial? Tais perguntas, orientadoras da reflexão sobre o espaço e o ensino da Geografia, embora considerem como pressupostos alguns dos princípios da Geografia clássica, superam-nos em complexidade e diferenciam-se em método é necessário compreender a intencionalidade dos sujeitos (ações) que levou às escolhas das localizações; os determinantes históricos, políticos, sociais, culturais e econômicos de tais ações; as relações que tais 194 ordenamentos espaciais pressupõem nas diferentes escalas geográficas e as contradições socioespaciais que o resultado desses ordenamentos produz. Para essa interpretação, tomam-se os conceitos geográficos e o objeto da Geografia sob o método dialético. Os conceitos de paisagem, região e território, por exemplo, foram inicialmente tratados pela chamada Geografia Tradicional, no final do século XIX e início do XX. Naquele período, de diferentes maneiras, tais conceitos eram associados ao papel e/ou aos interesses do Estado. Atualmente, o conceito de território, por exemplo, foi ampliado, ressignificado e associado às relações de poder presentes nas diversas escalas geográficas, para além da tutela exclusiva do Estado-Nação. O estudo da Geografia através de um enfoque crítico das representações ideológicas, o espaço geográfico, como o respeito a integridade do “planeta” no que se destacam os Ecossistemas e as políticas das nações. Levar em conta os conceitos de modernização, globalização da economia, inovação científica, técnica e promoção da cidadania. O interesse da disciplina de Geografia é despertar nos alunos a compreensão crítica que busque construir um mundo capaz de abrigar a todos, respeitando as diferenças sociais, as diversidades culturais, portadores de necessidades especiais. 16.2 OBJETIVOS GER AIS: •Compreender a formação dos novos blocos e das novas relações de poder e o enfraquecimento do estado-nação; •Compreender o significado do conceito de paisagem como síntese de múltiplas determinações: da natureza, das relações sociais, da cultura, da economia e da política; •Compreender as relações entre a preservação ou degradação da natureza e função do desconhecimento de sua dinâmica e a integração de seus elementos biofísicos; •Compreender as transformações que ocorrem nas relações de trabalho em função da incorporação de novas tecnologias. 195 •Construir a cidadania, criando possibilidades de mudanças de forma eficaz, considerando os aspectos físico, sociais, culturais, econômicos e PolíticaEstado. Partindo da sua comunidade da qual se está inserido para o entendimento do mundo, isso só poderá ocorrer se a nossa prática pedagógica, considerar as mudanças aceleradas e contínuas que estão ocorrendo no âmbito global. 16.3 CONTEÚDOS 16.3.1 5ª SÉRIE 16.3.1.1 CONTEÚDOS ESTRUTUR ANTES: Dimensão econômica do espaço geográfico Dimensão política espacial do espaço Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico. Dimensão socioambiental do espaço geográfico 16.3.1.2 CONTEÚDOS B ÁSICOS: Formação e transformação das paisagens naturais e culturais. Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais. A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do espaço geográfico. As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista. A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população. A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversi dade cultural. As diversas regionalizações do espaço geográfico. 16.3.1.3 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS: nn) Introdução à ciência geográfica; oo) Orientação e localização; 196 pp) Movimento de rotação e translação; qq) Linhas imaginárias; rr) Reconhecendo a CARTOGRAFIA como instrumento de interpretação; ss) Coordenadas geográficas; tt) Trabalho Humano uu) Atividade Industrial; vv) Economia. ww) Setor primário; xx) Setor secundário; yy) Setor terciário. zz) Relevo e hidrografia; aaa) Elementos da paisagem natural; bbb) Extrativismo vegetal e mineral; ccc) Agricultura e pecuária; ddd) Geografia do Paraná. 16.3.1.4.OBJETIVOS ESPECÍFICOS: - Ler, analisar e interpretar os códigos. (mapas, gráficos, tabelas) e representação de fatos da realidade; - Perceber e compreender as diferentes paisagens brasileiras e as transformações da características da identidade brasileira; - Reconhecer as dinâmicas que determinam as Superfície Terrestre; - Reconhecer o processo de Formação da Terra; 16.3.2 6ª SÉRIE 16.3.2.1 CONTEÚDOS ESTRUTUR ANTES: Dimensão econômica do espaço geográfico Dimensão política espacial do espaço Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico. Dimensão socioambiental do espaço geográfico 197 16.3.2.2 CONTEÚDOS B ÁSICOS: A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território brasi leiro. A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de ex ploração e produção. As diversas regionalizações do espaço brasileiro. As manifestações socioespaciais da diversidade cultural. A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores esta tísticos da população. Movimentos migratórios e suas motivações. O espaço rural e a modernização da agricultura. A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização. A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do es paço geográfico. A circulação de mão-de-obra, das mercadorias e das informações. 16.3.2.3 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS: •Justificando a ciência geografia. •O estudo da população brasileira. •Populações. •Urbanização •Agricultura, indústria e comércio. •Agricultura e pecuária. •Indústria, comércio e transporte. •População da Região norte. •Cultura do povo da região norte. •Curiosidades do povo da região norte. •População •Clima 198 •Vegetação •Hidrografia •Economia •Agricultura •Extrativismo Vegetal •Indústria •Mineração •Hidrografia •Regionalização Brasileira •Fatos Históricos •Regionalização brasileira, segundo o IBGE (1969) •Geografia do Paraná. 16.3.2.4.OBJETIVOS ESPECÍFICOS: - Estudo das relações entre o processo histórico e na formação das sociedades e os funcionamentos da natureza; tanto as relações sócio culturais da paisagem, como os elementos físicos e biológicos que dela fazem parte, investigando as múltiplas interações entre eles estabelecidas na constituição dos lugares e territórios. - Compreender e aplicar no cotidiano os conceitos básicos da geografia. 16.3.3 7ª SÉRIE 16.3.3.1 CONTEÚDOS ESTRUTUR ANTES: Dimensão econômica do espaço geográfico Dimensão política espacial do espaço Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico. Dimensão socioambiental do espaço geográfico 16.3.3.2 CONTEÚDOS B ÁSICOS: As diversas regionalizações do espaço geográfico. 199 A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do continente americano. A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado. O comércio em suas implicações socioespaciais. A circulação da mão-de- obra, do capital, das mercadorias e das informa ções. A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do es paço geográfico. As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista. O espaço rural e a modernização da agricultura. A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores esta tísticos da população. Os movimentos migratórios e suas motivações. As manifestações sociespaciais da diversidade cultural. Formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais 16.3.3.3 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS : − Regionalização Mundial. − Os reflexos da 2ª Guerra e da Guerra Fria no mundo. − Globalização e neoliberalismo. − As desigualdades econômicas existentes no continente americano. − Quais são os critérios usados na divisão do continente americano. − As projeções cartográficas como instrumentos de dominação. − As características físicas da América do Sul (clima, vegetação, relevo e geologia). − As características demográficas da América do Sul. − As características da América Platina e suas atividades econômicas. − As características da América Andina e suas atividades econômicas − As características humanas e econômicas da América Central. − Cuba da Revolução a primeira experiência comunista da América. − México o vizinho do império: aspectos humanos, físicos e econômicos. 200 − As características físicas da América anglo-saxônica (clima, vegetação, relevo e geologia). − As características humanas e econômicas do Canadá. − As características humanas e econômicas dos Estados Unidos. − As características físicas da Oceania. − A economia da Oceania. − O desenvolvimento tecnológico e econômico da Austrália. − As regiões polares. − As características físicas do Paraná (clima, vegetação, relevo e geologia). 16.3.3.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Estudar as relações entre o homem e a natureza o processo de apropriação e de organização. 16.3.4 8ª SÉRIE 16.3.4.1 CONTEÚDOS ESTRUTUR ANTES: Dimensão econômica do espaço geográfico Dimensão política espacial do espaço Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico. Dimensão socioambiental do espaço geográfico 16.3.4.2 CONTEÚDOS B ÁSICOS: As diversas regionalizações do espaço geográfico. A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado. A revolução técnico-científico- informacional e os novos arranjos no espaço da produção. O comércio mundial e as implicações socioespaciais. A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios. A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores esta tísticos da população. As manifestações socioespaciais da diversidade cultural. 201 Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações. A distribuição das atividades produtivas, a transformação da paisagem e a (re)organização do espaço geográfico. A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de ex ploração e produção. O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configura ção territorial. 16.3.4.3 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS: -Acontecimentos que reorganizaram o espaço mundial: -Primeira Guerra Mundial. -Segunda Guerra Mundial. - Guerra Fria (Capitalismo x Socialismo) -A paisagem natural européia. -A população européia. -O desenvolvimento industrial europeu e a degradação do meio ambiente. -As características urbanas da Europa. -A diversidade econômica européia. -A paisagem natural asiática. -A diversidade cultural e étnica da população asiática. -As características e variações de desenvolvimento econômico na Ásia. -Japão e grande potência tecnológica. -Os Tigres Asiáticos o milagre econômico e tecnológico. -China o Império do centro e seu milagre econômico. -O Oriente Médio e sua importância econômica. -O conflito árabe-israelense. -Do Afeganistão ao Iraque. -A tragédia dos Curdos. -As características físicas da África. -O domínio Ocidental e a tragédia africana. -Apartheid, Angola e Serra Leoa tragédias africanas. -As características econômicas do Paraná. 202 16.3.4.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Identificar os conceitos políticos, as experiências democráticas, oportunizar a consciência política, os direitos e deveres (cidadania), a organização do estado, cultural e econômico. Compreender conceitos de Globalização, desenvolvimento tecnológico, observação, comparação e análise. 16.4 METODOLOGI A: - Um ensino que confronte a realidade do aluno, onde deva se observar cuidadosamente suas necessidades; - Questionamento, levantamento de opiniões, dúvidas, hipóteses sobre o tema estudado; - Atividades individuais e coletivas com base em diferentes fontes de informações; - Formar um aluno participativo, que questione, que crie o conhecimento e possa obter formas de pensamento coerente, autônomo, de acordo com a realidade, podendo desta forma como cidadão, transformar a sociedade; - Para auxiliar a construção do conhecimento serão utilizados: . Livro didático com textos complementares; . Consultas em mapas e livros; . Confecção e interpretação de mapas; . Leitura e interpretação de textos de jornais, revistas, livros; . Exibição de vídeos; . Exercícios em sala de aula; . Pesquisa bibliográfica; . Material: papel vegetal, régua, lápis de cor. 16.5 AV ALI AÇ ÃO: É imprescindível que a avaliação seja contínua e priorize a qualidade e o processo de aprendizagem, ou seja, o desempenho do aluno ao longo do ano letivo. E assim, possibilitando que o educando procure caminhos 203 através da pesquisa, relato oral ou escrito, testes participativos, análise e contextualização de temas ligados ao meio geográfico. Provas objetivas e descritivas, além de trabalhos complementares. 16.6 REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFIC AS MAGNOLI, Demétrio Magnoli; SCALZARETTO, Reinaldo. A nova geografia: desenvolvimento e subdesenvolvimento. São Paulo: Moderna, 1993. MORENO, Jean Carlo; FONTOURA JR. Antonio. História/Geografia. Coleção Vitória-Régia. São Paulo: IBEP, 2000. WACHOWICZ, Ru y Christowam. História do Paraná. Curitiba: Gráfica Vicentina, 1988. TUMA, Magda Madalena Peruzin. Geografia . São Paulo. FTD, 1992. Viver é descobrir. História e 204 16.7 ENSINO MÉDIO 16.7.1 FUND AMENTOS TEÓRICOS METODOLÓCOS A análise acerca do ensino da Geografia começa pela compreensão do seu objeto de estudo. Muitos foram os objetos da Geografia antes de se ter algum consenso, sempre relativo, em torno da ideia de que o espaço geográfico é o foco de análise. Entretanto, a compreensão espaço geográfico, bem como os conceitos básicos da Geografia – lugar, paisagem, região, território, natureza, sociedade – não se auto explicam. Ao contrário, são termos que exigem esclarecimentos, pois, a depender do fundamento teórico a que se vinculam, refletem posições filosóficas e políticas distintas. O interesse da disciplina de geografia é despertar nos alunos a compreensão crítica que busque construir um mundo capaz de abrigar a todos, respeitando as diferenças sociais, as diversidades culturais, portadores de necessidades especiais. A Geografia é uma ciência social e comprometida com a transformação espacial e da sociedade numa ação conjunta homem natureza. Existindo a interdependência entre eles, elementos naturais e ações antrópicas criação e na recriação das paisagens terrestres, na organização na e regionalização do espaço geográfico. 16.7.2 OBJETIVOS GER AIS -Compreender o conceito de paisagem como síntese de múltiplas determina ções: da natureza, das relações sociais, da cultura, da economia e da políti ca. -Compreender as relações entre a preservação ou degradação da natureza e função do desconhecimento de sua dinâmica e a integração de seus ele mentos básicos; -Compreender as transformações que ocorrem nas relações de trabalho em função da incorporação de novas tecnologias. -Construir a cidadania, criando possibilidades de mudanças de forma eficaz, considerando os aspectos físico, sociais, culturais, econômicos e Políti - 205 co-Estado. Partindo da sua comunidade da qual se está inserido para o en tendimento do mundo, isso só poderá ocorrer se a nossa prática pedagógi ca, considerar as mudanças aceleradas e contínuas que estão ocorrendo no âmbito global. -Relacionar as formas de apropriação do espaço geográfico pelo homem e os problemas ambientais causados por essas atividades, no decorrer do tempo e em diferentes lugares. -Contextualizar temas que são de interesse global, como a importância da água, o efeito estufa, as várias formas de poluição (do ar, da água, do solo), transferindo-os para sua realidade. -Entender o meio ambiente como patrimônio que deve ser usufruído por toda a humanidade. Esse é um assunto que deve ter tratamento interdisci plinar, pois ultrapassa o âmbito da geografia. -Transferir e aplicar os conceitos básicos da geografia na caracterização do espaço geográfico. -Aplicar a linguagem cartográfica na interpretação de gráficos, mapas e ta belas que ajudem a relacionar as diversas características do meio ambiente, da população e da economia. -Entender a classificação do Brasil como país emergente ou periférico e o processo histórico responsável por essa situação. -Comparar e estabelecer as diferenças e semelhanças existentes entre o Brasil e os vários grupos de países do mundo. 16.7.3 CONTEÚDOS 16.7.3.1 1º ANO 16.7.3.1.1 CONTEÚDOS ESTRUTUR ANTES: Dimensão socioambiental do espaço geográfico Dimensão socioambiental e econômica do espaço geográfico 16.7.3.1.2 CONTEÚDOS B ÁSICOS: A formação e transformação das paisagens. A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologia de 206 exploração e produção. A distribuição das atividades produtivas e a (re)organização do espaço geográfico. A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais 16.7.3.1.3 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS: -Coordenadas geográficas -O movimento de rotação da Terra e os fusos horários -O movimento de translação da Terra e as estações do ano -Cartografia: construindo mapas -O tempo geológico e as placas tectônicas -A estrutura da terra -Desenvolvimento sustentável. -A dinâmica interna do relevo -A dinâmica externa do relevo -As várias “fisionomias” da superfície terrestre -A atmosfera e os fenômenos meteorológicos -Os fatores que influenciam o clima -Tipos de climas -Os grandes biomas terrestres -O planeta pede água -Nas ondas dos oceanos e das mares -As águas continentais -A população da Terra: fatores do crescimento e teorias demográficas. -A população da Terra e suas diversidades -As atividades agropecuárias e os sistemas agrários -A atividade industrial no mundo -Energia o motor da vida moderna -Cidades: a urbanização da humanidade . -Redes urbanas. A hierarquia das cidades -A destruição da natureza: as atividades humanas e impactos ambientais. -A destruição da natureza: erosão e poluição do solo por agrotóxicos. 207 -O lixo urbano e os impactos ambientais causados pela poluição. -A poluição do ar: inversão térmica, “ilhas de calor” e chuva ácida. -A poluição do ar: Efeito estufa e destruição da camada de ozônio. -Em busca de um desenvolvimento sustentável. 16.7.3.1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: -Relacionar as formas de apropriação do espaço geográfico pelo homem e os problemas ambientais causados por essas atividades, no decorrer do tempo e em diferentes lugares. -Contextualizar temas que são de interesse global, como a importância da água, o efeito estufa, as várias formas de poluição (do ar, da água, do solo), transferindo-os para sua realidade. -Entender o meio ambiente como patrimônio que deve ser usufruído por toda a humanidade. Esse é um assunto que deve ter tratamento interdisci plinar, pois ultrapassa o âmbito da geografia. 16.7.3.2 2º ANO 16.7.3.2.1 CONTEÚDOS ESTRUTUR ANTES: Dimensão econômica e política do espaço geográfico Dimensão econômica do espaço geográfico. Dimensão socioambiental do espaço geográfico 16.7.3.2.2 CONTEÚDOS B ÁSICOS: A distribuição das atividades produtivas e a (re)organização do espaço geográfico. A nova ordem mundial, os territórios supra nacionais e o papel do estado. As implicações socioespaciais do processo de mundialização A formação e transformação das paisagens. 16.7.3.2.3 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS: -O mundo em transformação: economia e geopolítica 208 -Os principais conceitos da geografia -Os continentes -O capitalismo e a construção do espaço geográfico -O socialismo -Capitalismo X Socialismo: A guerra Fria. -O mundo pós-guerra fria -A internacionalização do capital -O subdesenvolvimento -Novos países industrializados: substituição de importações -Novos países industrializados: plataformas de exportação -O comércio mundial -União Europeia -Outros blocos econômicos -As novas migrações internacionais e a xenofobia -Nacionalismos – Minorias étnicas e separatismo -China, Coréia, Cuba e Vietnã -América Latina, África -Reino Unido e França -Itália e Alemanha -Canadá, Japão e Austrália -Estados Unidos 16.7.3.2.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: •Compreender as mudanças ocorridas no espaço geográfico, identifican do-as em seu contexto histórico e estabelecendo entre elas uma relação temporal. •Aplicar os conhecimentos específicos das linguagens geográfica e carto gráfica na interpretação de gráficos, mapas e tabelas que permitam a com preensão de fatos econômicos e geopolíticos. •Identificar as relações entre problemas ambientais e situação geográfica. •Identificar as diversidades culturais e econômicas e os conflitos decorren tes. 209 •Selecionar, identificar e relacionar situações reais (crises econômicas ou de abastecimento de energia, conflitos étnicos, etc.) com os conceitos aprendidos na escola, tornando-se capaz de entendê-los e interpretá-los. •Comparar os vários processos de formação econômica, identificando o pa pel que desempenham nas diferenças existentes entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos. 16.7.3.3 3º ANO O espaço brasileiro 16.7.3.3.1 CONTEÚDOS ESTRUTUR ANTES: Dimensão socioambiental do espaço geográfico 16.7.3.3.2 CONTEÚDOS B ÁSICOS: A formação e transformação das paisagens. O espaço rural e a modernidade na agricultura. A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na configuração territorial.. 16.7.3.3.3 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS: •A formação e a expansão do território brasileiro • Caracterização • Brasil: •O do espaço geográfico estrutura geológica e relevo clima do Brasil • Ecossistemas brasileiros •A hidrografia brasileira •A organização político- administrativa e a divisão regional do Brasil • Os complexos regionais brasileiros • Brasil: •O de agroexportador a país industrializado subdesenvolvido comercio exterior brasileiro atual 210 •O espaço agropecuário brasileiro •A estrutura fundiária e os conflitos da terra no Brasil • Recursos • Recursos •A minerais do Brasil energéticos do Brasil industrialização no Brasil • Distribuição • Os •A espacial da industria brasileira transportes no Brasil população brasileira: distribuição e estrutura • Movimentos • Urbanização • Impactos da população brasileira e regiões metropolitanas brasileiras ambientais em ecossistemas brasileiros 16.7.3.3.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: -Transferir e aplicar os conceitos básicos da geografia na caracterização do espaço geográfico. -Aplicar a linguagem cartográfica na interpretação de gráficos, mapas e ta belas que ajudem a relacionar as diversas características do meio ambiente, da população e da economia. -Entender a classificação do Brasil como país emergente ou periférico e o processo histórico responsável por essa situação. -Comparar e estabelecer as diferenças e semelhanças existentes entre o Brasil e os vários grupos de países do mundo. -Identificar os principais problemas da sociedade brasileira, inclusive as questões ambientais, ser capaz de reconhecê-los em sua comunidade e uti lizar os conhecimentos adquiridos na sala de aula para agir como cidadão solidário, participante e crítico. 16.8 METODOLOGI A Respeitando a especificidade do pensamento infantil, partindo do seu cotidiano e valorizando seu conhecimento prévio, através de atividades que introduzam certos conceitos geográfico, lugar e território. fundamentais como paisagem, espaço 211 O encaminhamento das aulas proporcionará ao aluno a construção do conhecimento analogia, através interpretação de e procedimentos representação, de os observação, quais descrição, facilitaram sua compreensão de mundo. Compreender o aluno numa visão holística, como um ser complexo, único, competente e valioso. Sendo capaz de ser autônomo no seu conhecimento, pois a escola não é a única fonte, ele pode ter acesso a muitas outras, como: internet, livros, documentos, pesquisas,etc. Respeitando as inteligências múltiplas, que segundo Howard Gardner ( 1985) é uma concepção para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que permite às pessoas uma flexibilidade maior ou menor, em qualquer área de atuação. A inteligência é algo difícil de avaliar, temos inteligências diversificadas, e umas mais evidenciadas do que as outras. Na nossa cultura, há uma valorização mais acentuada na lógico-matemática e na linguística. Ser inteligente está associado a um bom desempenho na matemática e na língua portuguesa, as demais inteligências não interessam. O psicólogo passou então a questionar a avaliação escolar, cujos critérios não incluem a análise de capacidade que cada pessoa pode ter e ser importante para sua vida. As avaliações convencionais apenas traduzem a concepção de inteligência na escola, limitada valorização da lógicomatemática e da linguística. O pesquisador formulou “vários critérios para que uma inteligência seja considerada como tal, desde sua possível manifestação em todos os grupos culturais até no cérebro”. Ele identificou sete inteligências mas esse número pode ser ampliado, conforme sejam descobertas mais, atualmente defendese a habilidade de desenhar como uma oitava inteligência. Baseado nessa fundamentação teórica a metodologia busca: - Um ensino que confronte a realidade do aluno, onde deva-se observar cuidadosamente suas necessidades. - Questionamento, levantamento de opiniões, dúvidas, hipóteses sobre o tema estudado; 212 - Atividades individuais e coletivas com base em diferentes fontes de informações; - Formar um aluno participativo, que questione, que crie o conhecimento e possa obter formas de pensamento coerente, autônomo, de acordo com a realidade, podendo desta forma como cidadão, transformar a sociedade. - Para auxiliar a construção do conhecimento serão utilizados: - Livro didático com textos complementares; - TV Pendrive Multimídia. - Consultas em mapas e livros. - Confecção e interpretação de mapas e maquetes. Leitura e interpretação de jornais, revistas, livros; - Exibição de vídeos; - Exercícios em sala de aula; - Pesquisa bibliográfica; - Material: Papel vegetal, régua, lápis de cor. - Realizar práticas com materiais recicláveis e de fácil acesso. Os principais critérios de avaliação em Geografia conceitos geográficos básicos e o a formação dos entendimento das relações socioespaciais para compreensão e intervenção na realidade. O professor deve observar se os alunos formaram os conceitos geográficos e assimilaram as relações espaço-temporais e Sociedade ↔ Natureza para compreender o espaço nas diversas escalas geográficas. No entanto, ao assumir a concepção de avaliação formativa, é importante que o professor tenha registrado, de maneira organizada e precisa, todos os momentos do processo de ensino-aprendizagem, bem como as dificuldades e os avanços obtidos pelos alunos, de modo que esses registros tanto explicitem o caráter processual e continuado da avaliação quanto atenda às exigências burocráticas do sistema de notas. Será necessário, então, diversificar as técnicas e os instrumentos de avaliação. Em lugar de avaliar apenas por meio de provas, o professor pode usar técnicas e instrumentos que possibilitem várias formas de expressão dos 213 alunos, como: • interpretação e produção de textos de Geografia; • interpretação • pesquisas • relatórios de fotos, imagens, gráficos, tabelas e mapas; bibliográficas; de aulas de campo; • apresentação • construção, e discussão de temas em seminários; representação e análise do espaço através de maquetes, entre outros. 16.9 AV ALI AÇ ÃO Ao concluir o Ensino Fundamental, espera-se que os alunos tenham no ções básicas sobre as relações socioespaciais nas diferentes escalas geo gráficas (do local ao global) e condições de aplicar seus conhecimentos na interpretação e crítica de espaços próximos e distantes, conhecidos empiri camente ou não. Esses conhecimentos serão aprofundados no Ensino Médio, de modo a ampliar as relações estabelecidas entre os conteúdos, respeitada a maior capacidade de abstração do aluno e sua possibilidade de formações concei tuais mais amplas. Estudos sobre o espaço geográfico global, bem como os estudos conti nentais e regionais, serão realizados a partir de recortes temáticos mais complexos. Nesse sentido, recomenda-se que, no Ensino Médio, os conteúdos sejam organizados numa sequência que problematize as relações Sociedade Na tureza e as relações espaço-temporais a partir do espaço geográfico mun dial. Algumas questões podem orientar essa abordagem, tais como: Qual é a configuração geopolítica do mundo hoje? Sempre foi assim? Como era num passado recente? Por que mudou? Como foi esse processo de mudan ça de fronteiras e relações econômicas, sociais e políticas em diferentes países e regiões do planeta? Quais as consequências disso para o mundo? Essa abordagem auxilia a compreensão do processo histórico da transi ção da ordem mundial precedente à atual. É ponto de partida para articular 214 a discussão em outras escalas, pois o professor pode considerar os diver sos critérios de regionalização do espaço geográfico até chegar à formação dos atuais blocos regionais (econômicos e políticos), envolvendo nesses es tudos aspectos sobre o Brasil e o Paraná. Ao elaborar seu Plano de Trabalho Docente, nos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, o professor de Geografia deve abordar a cultura e história afro-brasileira e indígena (Leis no. 10.639/03 e no. 11.645/08) e também a Educação Ambiental (Lei no. 9795/99, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental). Tais temáticas deverão ser tra balhadas de forma contextualizada e relacionadas aos conteúdos de ensino da Geografia. O trabalho pedagógico da história e da cultura afro-brasileira e indígena pode ser feito, por exemplo, por meio de textos, imagens, mapas e maque tes que tragam conhecimentos sobre: a questão histórica da composição ét nica e miscigenação da população brasileira; a questão político-econômica da distribuição espacial da população afro-descendente e indígena no Brasil e no mundo; as contribuições das etnias indígenas e africana na construção cultural da nação brasileira; as motivações das migrações dos povos africa nos e indígenas no tempo e no espaço; o trabalho e distribuição de renda entre essas populações no Brasil; a configuração socioespacial do continen te africano desde o período escravista até os dias atuais. A educação ambiental deverá ser uma prática educativa integrada, contí nua e permanente, no desenvolvimento dos conteúdos de ensino da Geogra fia. A dimensão socioambiental é um dos conteúdos estruturantes dessa disciplina e, como tal, deve ser considerada na abordagem de todos os con teúdos específicos, ao longo da Educação Básica. Assim, não é necessário ministrar aulas de educação ambiental ou desenvolver projetos nesta temá tica, mas tratar da temática ambiental nas aulas de Geografia de forma con textualizada e a partir das relações que estabelece com as questões políti cas e econômicas. 215 16.10 LEGISL AÇ ÃO: BRASIL. Presidência da República. Lei 11.343 de 23 de agosto de 2006 . Brasília: D.O.U. De 24.08.2006. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil/ _ Ato20042006/2006/Lei/L11343.htm>. Acesso em: 10 maio 2006. A legislação que norteia o trabalho de Educação Fiscal são as seguintes: Decreto nº 1143 – 26/07/99 Portaria nº 413 – 31/12/02 A lei 10639, a diversidade cultural e racial e as práticas escolares … 16.11 REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFIC AS: ALMEIDA, Lúcia Marina Alves, & RIGOLIN, Tércio Barbosa, Geografia:Série novo ensino médio .Ed.Ática CIGOLINI, A.,MELLO, L. de, LOPES, N. Paraná: Quadro natural, transformações territoriais e economia . Ed. Saraiva.2ª edição. 2001. MAGNOLI, Demétrio, Scalzaretto, Reinaldo. A nova Geografia desenvolvimento e subdesenvolvimento . São Paulo: Moderna,1993. MORENO, Jean Carlo; FONTOURA JR. Antonio. História/Geografia. Coleção Vitória-Régia . São Paulo: IBEP,2000. PROJETO ARARIBÁ: Geografia/ obra coletiva, concedida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna ; editora responsável Virgínia – 1ª edição – São Paulo; Moderna, 2006. TUMA, Magda Madalena Peruzin, Viver é descobrir. 216 História e Geografia . São Paulo. FTD, 1992. WACHOWICZ, Ruy Christowam, História do Paraná . Curitiba: gráfica Vicentina, 1988. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação , Diretrizes de Geografia para a Educação Básica . Curitiba. SEED-200617. 217 17. HISTÓRI A 17.1 FUND AMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS: As correntes historiográficas atuais, Nova História Cultural e a Nova Esquerda Inglesa, fundamentam os princípios básicos da disciplina de História. Estas se referem à busca pela formação de uma consciência histórica, em que apresenta conteúdos denominados estruturantes, ao ensino fundamental: as dimensões políticas, dimensões econômico-sociais e as dimensões culturais. Diante disso, enfatiza o estudo da História do Brasil e Paraná como conteúdos específicos. E ao ensino médio os mesmos basilares estruturantes recebem denominações diferenciadas como: poder, trabalho e cultura, um pouco mais aprofundado no estudo. A corrente historiográfica Nova História Cultural, considera as categorias de representação e apropriação para produzir o conhecimento histórico aceitando-as. Entende que as diferentes comunidades são percebidas pelos estudos sociais e culturais em seu contexto histórico e é assim que compreendem ser sujeitos ativos e passivos de transformar o meio vital. Retrata o historiador Carlo Ginzburg ao estudar outras culturas a partir de outras sociedades e viceversa, uma espécie de circularidade cultural, isto é, estuda não só a cultura erudita como também a prática cultural popular. Tal fato requer uma reavaliação da macro-história e um avanço na micro-história, com recortes que valorizem os sujeitos como indivíduos participantes, pesquisando comunidades que sofrem e enfrentam os condicionamentos do processo histórico. Isso faz excluir os grandes heróis fantasiados e mascarados pôr muitos historiadores sem conhecimento algum sobre fato nenhum. Faz as vozes emudecidas que um dia impossibilitaram-na de sair e dialogar com a humanidade, razões como falta de status, instrução formal ou mesmo pela condição precária existente encontrada. Dá-se a chance de novos caminhos abrirem-se na busca pela formação do aluno histórico consciente sem deixar as mentes insanas fomentarem o saber construtivo. E sendo assim valoriza a diversificação de documentos, 218 imagens, canções, objetos arqueológicos, na construção do conhecimento histórico. Tal diversidade permite a interdisciplinaridade com outras áreas de estudo; abordando a localidade escolar e a comunidade, juntamente com os conceitos de representação, prática cultural, apropriação, circularidade cultural e a polifonia, requerem dos alunos e professores, um trato especial a esses documentos repletos de informações úteis, problematizar à História tradicional. Ao se tratar da corrente historiográfica Nova Esquerda Inglesa, foram abordados estudos de alguns historiadores como Eric Hobsbawm, Edward Thompson e Gramsci, em que procuram analisar a concepção de poder de forma a apresentar outros atores sociais e outros espaços de poder. Os conceitos de classe social e luta de classes, fundamentais no pensamento marxista, foram aplicados pôr essa corrente porque seus estudos não reduzem a explicação histórica ao aspecto econômico. Os historiadores dessa corrente histórica defendem que a consciência de classe se constrói nas experiências cotidianas comuns a partir das quais são tratados os comportamentos, valores, condutas, costumes e culturas. Essa concepção de História como experiência de homens e mulheres e sua relação dialética com a produção material, valorizam a possibilidade de luta e transformação social. A proposta destas diretrizes curriculares estabelece articulação entre as abordagens teórico-metodológicas distintas, resguardadas as diferenças e até a oposição entre elas, pôr entender que é um caminho possível para o ensino, pois possibilita aos alunos compreenderem as experiências e os sentidos que os sujeitos dão a si mesmos. 17.2 CONTEÚDOS ESTRUTUR AN TES: -RELAÇÕES DE TRABALHO -RELAÇÕES DE PODER -RELAÇÕES CULTURAIS Sendo eles os conhecimentos de grande amplitude que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina escolar,considerados fundamentais para a compreensão de seu 219 objeto de estudo. 17.2.1 5ª SÉRIE: TEM A: Das origens do homem ao século XV I - Diferentes trajetórias, diferentes culturas. Sendo os conteúdos básicos nesta série: a)A experiência humana no tempo. b)Os sujeitos e suas relações com o outro no tempo. c)As culturas locais e as culturas comuns. d) Os desafios educacionais contemporâneos e as diversidades. 17.2.1.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS: Produção do conhecimento histórico: *O historiador e a produção do conhecimento histórico; *Temporalidade; *Fontes históricas; *Patrimônios Culturais; *Pesquisa; A disciplina História com outras áreas do saber: *Arqueologia, Antropologia, Paleontologia, Geografia, Geologia, Sociologia, Etnologia e outras. *Arqueologia no Brasil (Lagoa Santa: MG; Serra Sambaquis:PR); Povos indígenas no Brasil e no Paraná: *Ameríndios do território brasileiro; *Kaingang, Guarani, Xetá e Xokleng; A chegada dos europeus na América: *(Dês)encontros entre culturas; *resistência e dominação aos povos nativos do Brasil; * escravização do índio e do africano; *catequização do índio brasileiro; Formação da sociedade brasileira e americana: *América portuguesa; da Capivara:PI; 220 *América espanhola; *América franco-inglesa; *Organização político-administrativa (capitanias hereditárias, sesmarias); *Organização social (família patriarcal e escravismo); *Economia (pau-brasil,cana-de-açúcar e minérios); 17.2.1.2 CONTEÚDOS COMPLEMENTARES: A humanidade e a História: *De onde viemos, quem somos, como sabemos? *O antes e após o aperfeiçoamento da escrita pelas diferentes comunidades; *A necessidade de evoluir do homem perante a civilização; Surgimento, desenvolvimento da humanidade e grandes migrações: *Teorias do surgimento do homem na América; *Mitos e lendas da origem do homem; *Desconstrução do conceito de pré-história; *Povos ágrafos, memória e história oral; As primeiras civilizações na América: *Olmecas, Mochicas, Tiwanacus, Maias, Incas e Astecas; *Ameríndios da América do Norte; As primeiras civilizações na África, Europa, Ásia e Oriente Médio: *Egípcios, os reinos da Núbia. Gana e Mali; *Romanos e Gregos; *Japoneses, chineses, hunos; *Povos mesopotâmicos, hebreus,persas, fenícios, entre outros. Península Ibérica nos séculos XIV e XV: * Portugal: de feudo a reino; *Expansão comercial e marítima; *Práticas mercantilistas, metrópole entre colônia; Reinos e sociedades africanas em contato com a Europa: *Congo, Moçambique, Benin, Zimbabwe, Songai; *Manifestações culturais; 221 *Tecnologias aplicadas pelo negro africano no Brasil colônia. *Diáspora africana. -Desafios educacionais contemporâneos como: educação fiscal, educação ambiental, prevenção às drogas, violência contra a criança e o adolescente, diversidade sexual, historicidade paranaense e historicidade africana. 17.2.1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: O aluno de 5ª série será levado a compreender, ler, identificar, relacionar, contemplar e interpretar: o espaço, tempo e historicidade da humanidade, valorizar o indivíduo dentro da sociedade como agente construtor da história nos seus aspectos político, econômico, social e cultural, estudar os povos indígenas paranaenses antes da chegada dos europeus, bem como as civilizações antigas em suas modalidades políticas, econômicas, sociais e econômicas, dinamizar a construção da Europa a partir das invasões bárbaras, e entender a transição da política dos impérios clássicos e o mundo medieval e a atuação da igreja católica dentro do contexto medieval presente na formação política, social, econômica e cultural da sociedade em estudo. 17.2.2 6ª SÉRIE: TEM A : Das contestações a origem colonial ao processo de independência do Brasil – séculos .XVII ao XIX. Sendo os conteúdos básicos nesta série: a)As relações de propriedade. b)A constituição histórica do mundo do campo e do mundo da cidade c)As relações entre o campo e a cidade d)Conflitos e resistências e produção cultural campo/cidade e)Os desafios educacionais contemporâneos e as diversidades. 17.2.2.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS: Expansão e consolidação do território brasileiro: 222 * Missões; *Bandeiras; *Invasões estrangeiras; Colonização do território paranaense: *Economia; *Organização social; *Manifestações Culturais; *Organização política – administrativa; Movimentos de contestação: *Quilombos (BR e PR); Revoltas nativistas e Nacionalistas: *Inconfidência mineira; *Conjuração baiana; *Guerra dos mascates e outras; Chegada da família real ao Brasil: *De Colônia a Reino Unido; *Missões artístico – científicas; *Biblioteca Nacional; *Banco do Brasil; *Urbanização na Capital; *Imprensa Régia; O processo de independência do Brasil: *Governo de D. Pedro I; *Constituição outorgada de 1824; *Unidade territorial; *Manutenção da estrutura social; *Confederação do Equador; *Província Cisplatina; *Haitianismo; *Revoltas regenciais: *Malês, Sabinada, Balaiada, Cabanagem, Farroupilha. 223 17.2.2.2 CONTEÚDOS COMPLEMENTARES: Modo de produção do sistema feudal: *Suseranos e vassalos; *Relação servil; *Cavaleiros nas cruzadas; Consolidação dos Estados Nacionais: * Absolutismo Europeu; A expansão ultramarina européia; Reforma e Contra –Reforma; Reforma Pombalina; Independência das Treze colônias inglesas da América do Norte; Diáspora africana; Revolução francesa: * Comuna de Paris; Invasão napoleônica na Península Ibérica; O processo de independência das Américas: *Haiti *Colônias espanholas -Desafios educacionais contemporâneos como: educação fiscal, educação ambiental, prevenção às drogas, violência contra a criança e o adolescente, diversidade sexual, historicidade paranaense e historicidade africana. 17.2.2.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: O aluno de 6ª série deverá compreender, analisar, ler, interpretar, criticar e responder sobre os mais diversos estudos relacionados nesta série quanto ao: modo de produção feudal existente às práticas mercantilistas, mudanças de mentalidades dos homens, relacionar entre Europa, América e África as contestações políticas, sociais e econômicas incluindo as religiosas( protestante e católica); a revolução científica do século XVII; o desbravamento às terras paranaenses a partir do litoral, as capitanias hereditárias em terras brasileiras e paranaenses; o povo nativo 224 e sua cultura intrigante sob olhares ditadores do europeu; o tratamento ao africano recém chegado e suas aspirações perante o sonho de liberdade. 17.2.3 7ª SÉRIE: TEM A: Pensando a nacionalidade do século XIX ao XX – A constituição do ideário de nação no Brasil. Sendo os conteúdos básicos nesta série: a)História das relações da humanidade com o trabalho b)O trabalho e a vida em sociedades c)O trabalho e as contradições da modernidade d)Os trabalhadores e as conquistas de direito. e)Os desafios educacionais contemporâneos e as diversidades. 17.2.3.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS: A construção da Nação Brasileira: *Governo de D. Pedro II; *Criação do IHGB; *Lei de terras, Lei Euzébio de Queiroz – 1850; *Imigração europeia e sua cultura; *Definição territorial brasileiro; *Movimento abolicionista e emancipacionista africano; Emancipação política do Paraná (1853): *Economia; *Organização social; *Manifestações culturais; *Organização política – administrativa; *Migrações internas e externas; *Os povos indígenas e a política de terras; A Guerra do Paraguai; O Processo de abolição da escravidão: *Legislação; *Resistência e negociação; *Abolição; 225 *Imigração (Senador Vergueiro); *Branqueamento e miscigenação( Oliveira Vianna, Nina Rodrigues, Euclides da Cunha, Silvio Romero no Brasil e Sarmiento na Argentina); Os primeiros anos da República no Brasil: *Ideias positivistas; *Imigração asiática; No Paraná: *Guerra do Contestado; *Fundação de Curitiba; *Artistas plásticos famosos e escritores (Romário Martins, Zaco Paraná, João Turim e outros). 17.2.3.2 CONTEÚDOS COMPLEMENTARES: A queda do Antigo Regime: * fim ao absolutismo; *Ideais iluministas e seus precursores; Revolução Industrial e as relações de trabalho ( XIX e XX): *Ludismo; *Socialismos; *Anarquismo; (Ta ylorismo, Fordismo e Toyotismo) Colonização da áfrica e da Ásia; Guerra civil e Imperialismo estadunidense; Carnaval na América Latina: Entrudo, candomblé; Questão agrária na América Latina; 5.Desafios educacionais contemporâneos como: educação fiscal, educação ambiental, prevenção às drogas, violência contra a criança e o adolescente, diversidade sexual, historicidade paranaense e historicidade africana. 17.2.3.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: O aluno de 7ª série deverá entender vários processos históricos marcantes que de uma certa maneira refletiram na formação do Estado brasileiro através do ler, interpretar, responder analiticamente 226 às respectivas unidades do saber sendo: as forças burguesas contra as à política do antigo regime; as contribuições que originaram a sociedade capitalista, com ênfase à população do Brasil; confronto das ideias burguesas às socialistas do século XIX; o fim da escravidão na América e as relações trabalhistas; construção da nacionalidade brasileira e americana; as revoltas e guerras pôr terras e liberdade; as figuras ilustres que marcaram época através da pintura, escultura e literatura no Brasil e no Paraná. 17.2.4 8ª SÉRIE: TEM A: Repensando a Nacionalidade Brasileira do século XX ao XXI – elementos constitutivos da contemporaneidade. Sendo os básicos nesta série: a)A constituição das instituições sociais b)A formação do Estado c)Sujeitos ,guerras e revoluções. d)Os desafios educacionais contemporâneos e as diversidades. 17.2.4.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS: Primeiros anos da república brasileira: *Oligarquia, coronelismo e clientelismo; *Movimentos de contestação no campo e na cidade; *Movimentos messiânicos; *Revolta da vacina e urbanização do Rio de Janeiro; A semana de 22 e o repensar da nacionalidade: *Economia; *Organização social; *Organização político – administrativa; *Manifestações culturais; *Greve de 1917; *Coluna Prestes; conteúdos 227 A revolução de 1930 e o período Vargas (1930 – 45): *Leis trabalhistas; *Voto feminino; *Ordem e disciplina no trabalho; *Mídia e divulgação do regime; *Criação do SPHAN e IBGE; *Futebol e Carnaval; *Contestações à ordem; *Integralismo; *Participação do Brasil na II GM; Populismo no Brasil e na América Latina: *Cárdenas no México; *Perón na Argentina; *Vargas, JK, Quadros e João Goulart no Brasil; Construção do Paraná Moderno: *Governos de Manoel Ribas, Mo ysés Lupion, Munhos da Rocha Netto e Ney Braga, Frentes de colonização do Estado; *Criação da estrutura administrativa; *Criação do Banestado, Copel,Sanepar, Codepar; *Os Xetá O regime militar no Paraná e no Brasil: *Repressão e censura (DIP); * Uso ideológico do futebol na década de 70; *O tricampeonato mundial; *Cinema Novo; *Teatro; *Itaipu, Sete Quedas e a questão da terra; Movimentos de contestação no Brasil: *Revolta armada; *Tropicalismo; *Jovem guarda; 228 *Novo sindicalismo; *Movimento estudantil; Redemocratização: *Constituição de 1988; *Movimentos populares rurais e urbanos; *MST (Movimento dos sem terra), MNLM(Movimento Nacional de luta pela moradia),CUT (Central Única dos trabalhadores), Marcha Palmares; *Mercosul; *ALCA; O Brasil no contexto atual; O Paraná no contexto atual; 17.2.4.2 CONTEÚDOS COMPLEMENTARES: I Guerra Mundial; Revolução Russa; Crise Econômica de 1930; Ascensão dos regimes totalitários na Europa; II Guerra Mundial; Independência das colônias afro – asiáticas; Guerra Fria; Regimes militares na América Latina: *Política da boa vizinhança; *Revolução cubana; *11 de setembro no Chile e a deposição de Salvador Alende; *Censura aos meios de comunicação; Movimentos de contestação no mundo: - Movimento negro; - Movimento Hippie; - Movimento homossexual; - Movimento feminista; - Movimento punk; Zumbi dos 229 - Movimento ambiental; - Fim da bipolarização mundial: *Desintegração do bloco socialista; *Neoliberalismo; *Globalização; *11 de setembro nos EUA; -Desafios educacionais contemporâneos como: educação fiscal, educação ambiental, prevenção às drogas, violência contra a criança e o adolescente, diversidade sexual, historicidade paranaense e historicidade africana. 17.2.4.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: O aluno de 8ª série deverá ler corretamente as informações, analisando, criticando e buscando uma interferência com o presente sob a ótica de um passado à leitura quando: estudar as causas e consequências das guerras, das crises econômicas, dos movimentos de contestações, dos ataques terroristas, dos partidos políticos e das influências futebolísticas, das questões de apropriação de terras indígenas, das ditaduras presidenciais na América, da participação de soldados brasileiros na II Guerra Mundial, dos conflitos regionais devido a descolonização europeia às várias partes do mundo, e do conceito para globalização, neocolonialismo e liberalismo. 17.3.ENC AMINH AMENTOS METODOLÓGICOS Os conteúdos temáticos devem priorizar as histórias locais e do Brasil, estabelecendo relações e comparações com a história mundial. Para o Ensino Médio, a proposta é um ensino por temas históricos, ou seja, os conteúdos (básicos e específicos) terão como finalidade a discussão e a busca de solução para um tema/problema previamente proposto. Os Conteúdos Estruturantes, básicos e específicos tem como finalidade a formação do pensamento histórico dos estudantes. Isso se dá quando professor e alunos utilizam, em sala de aula e nas pesquisas escolares, os métodos de investigação histórica articulados pelas narrativas históricas desses sujeitos. Assim, os alunos perceberão que a História está narrada em diferentes fontes (livros, cinema, canções, palestras, relatos 230 de memória, etc.), sendo que os historiadores se utilizam destas fontes para construírem suas narrativas históricas. Nesse sentido, o trabalho pedagógico com os conteúdos históricos deve ser fundamentado em vários autores e suas respectivas interpretações, seja por meio dos manuais didáticos disponíveis ou por meio de textos historiográficos referenciais. Espera-se que o aluno entenda que não existe uma verdade histórica única, e sim que verdades são produzidas a partir evidências que organizam diferentes problematizações fundamentadas em fontes diversas, promovendo a consciência da necessidade de uma contextualização social, política e cultural em cada momento histórico. Para o aluno compreender como se dá a construção do conhecimento histórico, o professor deve organizar seu trabalho pedagógico por meio: • do trabalho com vestígios e fontes históricas diversos; • da fundamentação na historiografia; • da problematização do conteúdo; • essa organização deve ser estruturada por narrativas históricas produzidas pelos sujeitos. • mobilizar os saberes e conhecimentos prévios dos alunos para que eles possam explicá-los, associá-los às informações dadas; • situar o documento no contexto e em relação ao autor; • identificar sua natureza e também explorar esta característica para chegar a identificar os seus limites e interesses 7. Entender tais aspectos possibilita que os alunos valorizem e contribuam para a preservação de documentos escritos, dos lugares de memória, como: museus, bibliotecas, acervos privados e públicos de fotografias, audiovisuais, entre outros. Isso se dá pelo uso adequado dos locais de memória, pelo manuseio cuidadoso de documentos que podem constituir fontes de pesquisas ou pelo reconhecimento do trabalho feito pelos pesquisadores. A problematização desses documentos é que os transformam em fontes históricas. O trabalho com documentos e fontes 231 históricas pode levar a uma análise crítica sobre o processo de construção do conhecimento histórico e dos limites de sua compreensão. Tal abordagem é fundamental para que os alunos entendam: • os limites do livro didático; • as diferentes interpretações de um mesmo acontecimento histórico; • a necessidade de ampliar o universo de consultas para entender melhor diferentes contextos; • a importância do trabalho do historiador e da produção do conhecimento histórico para compreensão do passado; • que o conhecimento histórico é uma explicação sobre o passado que pode ser complementada com novas pesquisas e pode ser refutada ou validada pelo trabalho de investigação do historiador. Como o livro didático é o documento pedagógico mais popular e usado nas aulas de História, encaminhamentos Schmidt metodológicos e Cainelli para seu (2004), uso que sugerem permitam alguns a sua transformação em uma fonte histórica. Serve como instrumentos de avaliação para o ensino fundamental e também para o médio: • ler textos informativos; • construir uma enunciação da ideia principal de cada parágrafo; • identificar e analisar as imagens e as ilustrações, os mapas e os gráficos; • relacionar as ideias do texto com a imagens, as imagens, os mapas e os gráficos; • explicar as relações feitas; • estabelecer relações de causalidade e significado sobre o que aparece no texto e nas imagens, imagens, mapas e gráficos; • identificar as ideias principais e secundárias do texto; • registrar, de forma organizada e hierarquizada, as ideias principais e as secundárias do texto (TREPAT, 1995, p. 1994-220; atividades adaptadas por SCHMIDT e CAINELLI. 2004, p. 140). O estudo das histórias locais é uma opção metodológica que enriquece e 232 inova a relação de conteúdos a serem abordados, além de promover a busca de produções historiográficas diversas. Segundo o historiador italiano Ivo Mattozzi(1998, p. 40), histórias locais permitem a investigação da região ou dos lugares onde os alunos vivem, mas também das histórias de outras regiões ou cidades. Esse historiador aponta alguns caminhos para o estudo das histórias locais: • a importância da dimensão local na construção do conhecimento do passado e que há fenômenos que devem ser analisados em uma pequena escala; • a relação entre os fatos de dimensão local e os de dimensão nacional, continental ou mundial; • o estudo e a compreensão das histórias locais do Outro (como as histórias dos indígenas, dos latino-americanos, dos africanos e dos povos do Oriente); • o respeito pelo patrimônio que testemunha o passado local; • os termos das questões relativas à administração e gestão do território em que vivem; • a função e o valor histórico-social das instituições incumbidas da conservação do patrimônio e do estudo do passado; • a utilização e divulgação pública de narrativas históricas das histórias locais. É importante, também, problematizar o conteúdo a ser trabalhado. Problematizar o conhecimento histórico “significa em primeiro lugar partir do pressuposto de que ensinar História é construir um diálogo entre o presente e o passado, e não reproduzir conhecimentos neutros e acabados sobre fatos que ocorreram em outras sociedades e outras épocas” (CAINELLI & SCHMIDT, 2004, p. 52). Estudar a História do Brasil e as histórias locais relacionadas à mundial, entendendo-a para além da História europeia, permite questionar com o estudante as ideias históricas permeadas de preconceitos que são difundidas pelos meios de comunicação de massa. A partir da valorização de novas narrativas históricas é possível construir ideias históricas 233 sistematizadas em um diálogo cognitivo com o Outro. Além disso, a proposta metodológica de partir das histórias locais e do Brasil para a Geral possibilita a abordagem da história regional, o que atende a Lei n. 13.381/01, a qual torna obrigatória, no Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública Estadual, o trabalho com os conteúdos de História do Paraná. Para Ivo Mattozzi (2004), depois de selecionado o tema, o professor adotará três formas para construir uma narrativa histórica: •narração: é uma forma de discurso em que se ordenam os fatos históricos de um período. Essa reconstrução representa o processo histórico relativo às mudanças e transformações por meio de acontecimentos que levem de um contexto inicial a um final; •descrição: é a forma de representar um contexto histórico. É um recurso para representar as permanências que ocorrem entre diferentes contextos. A descrição permite, também, o uso de narrações como exemplos ou provas do contexto histórico abordado; •argumentação, explicação e problematização: a problematização •fundamenta a explicação e a argumentação histórica. A narrativa histórica é a construção de uma resposta para a problemática focalizada. A explicação é a reconstrução de determinadas ações e relações humanas, e a argumentação é a resposta à problemática, a qual é construída pela narração e descrição. As imagens, livros, jornais, histórias em quadrinhos, fotografias, pinturas, gravuras, museus, filmes, músicas são documentos que podem ser transformados em materiais didáticos de grande valia na constituição do conhecimento histórico além de serem instrumentos de avaliação. Podem ser aproveitados de diferentes maneiras em aula, como exemplificam Schmidt e Cainelli (2004): na elaboração de biografias, na confecção de dossiês, representação de danças folclóricas, exposição de objetos sobre o passado que estejam ao alcance do aluno, com a descrição de cada objeto exposto e o contexto em que foram produzidos, de modo a estabelecer relações entre as fontes. 234 A proposta da seleção de temas é também pautada em relações interdisciplinares considerando que é na disciplina de História que ocorre a articulação dos conceitos e metodologias entre as diversas áreas do conhecimento. Assim, narrativas, imagens, sons de outras disciplinas devem ser tratados como documentos a serem abordados historiograficamente. 17.4 METODOLOGI A Em consideração às correntes historiográficas da Nova Esquerda Inglesa e da Nova História Cultural, as metodologias serão baseadas na construção da criticidade, instrumentalização e fomentação e à problematização daquilo que o aluno vê, lê e ouve, através da análise de documentos históricos de diferentes épocas,através da pesquisa temática utilizando-se da biblioteca da escola, farol do saber, revistas, jornais e livros diversos, além da utilização de recursos materiais audiovisuais como filmes, documentários, visita a museus e lugares históricos e ainda construção de cartazes, maquetes e slides. 17.5 AV ALI AÇ ÃO É importante ressaltar que a avaliação se concretiza de acordo com o que se estabelece nos documentos escolares como o Projeto Político Pedagógico e, mais especificamente, a Proposta Pedagógica Curricular e o Plano de Trabalho Docente, documentos necessariamente fundamentados nas Diretrizes Curriculares. Esse projeto e sua realização explicitam, assim, a concepção de escola e de sociedade com que se trabalha e indicam que sujeitos se quer formar para a sociedade que se quer construir. Nestas Diretrizes Curriculares para a Educação Básica, propõe-se formar sujeitos que construam sentidos para o mundo, que compreendam criticamente o contexto social e histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento, sejam transformadora na sociedade. capazes de uma inserção cidadã e 235 Para concretizar esse projeto, a avaliação escolar deve constituir um projeto de futuro social, pela intervenção da experiência do passado e compreensão do presente, num esforço coletivo a serviço da ação pedagógica, em movimentos na direção da aprendizagem do aluno, da qualificação do professor e da escola. Nas salas de aula, o professor é quem compreende a avaliação e a executa como um projeto intencional e planejado, que deve contemplar a expressão de conhecimento do aluno como referência uma aprendizagem continuada. No cotidiano das aulas, isso significa que: • é importante a compreensão de que uma atividade de avaliação situase entre a intenção e o resultado e que não se diferencia da atividade de ensino, porque ambas têm a intenção de ensinar; • no Plano de Trabalho Docente, ao definir os conteúdos específicos trabalhados naquele período de tempo, já se definem os critérios, estratégias e instrumentos de avaliação, para que professor e alunos conheçam os avanços e as dificuldades, tendo em vista a reorganização do trabalho docente; • os critérios de avaliação devem ser definidos pela intenção que orienta o ensino e explicitar os propósitos e a dimensão do que se avalia. Assim, os critérios são um elemento de grande importância no processo avaliativo, pois articulam todas as etapas da ação pedagógica; • os enunciados de atividades avaliativas devem ser claros e objetivos. Uma resposta insatisfatória, em muitos casos, não revela, em princípio, que o estudante não aprendeu o conteúdo, mas simplesmente que ele não entendeu o que lhe foi perguntado. Nesta circunstância, o difícil não é desempenhar a tarefa solicitada, mas sim compreender o que se pede; • os instrumentos de avaliação devem ser pensados e definidos de acordo com as possibilidades teórico-metodológicas que oferecem para avaliar os critérios estabelecidos. Por exemplo, para avaliar a capacidade e a qualidade argumentativa, a realização de um debate ou a produção de um texto serão mais adequados do que uma prova objetiva; 236 • a utilização repetida e exclusiva de um mesmo tipo de instrumento de avaliação reduz a possibilidade de observar os diversos processos cognitivos dos alunos, tais como: memorização, observação, percepção, descrição, argumentação, análise crítica, interpretação, criatividade, formulação de hipóteses, entre outros; • uma atividade avaliativa representa, tão somente, um determinado momento e não todo processo de ensino-aprendizagem; • a recuperação de estudos deve acontecer a partir de uma lógica simples: os conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a formação do aluno, então, é preciso investir em todas as estratégias e recursos possíveis para que ele aprenda. A recuperação é justamente isso: o esforço de encaminhamentos retomar, de voltar metodológicos, ao para conteúdo, assegurar de a modificar os possibilidade de aprendizagem. Nesse sentido, a recuperação da nota é simples decorrência da recuperação de conteúdo. Assim, a avaliação do processo ensino-aprendizagem, entendida como questão metodológica, de responsabilidade do professor, é determinada pela perspectiva de investigar para intervir. A seleção de conteúdos, os encaminhamentos metodológicos e a clareza dos critérios de avaliação elucidam a intencionalidade do ensino, enquanto a diversidade de instrumentos e técnicas de avaliação possibilita aos estudantes variadas oportunidades e maneiras de expressar seu conhecimento. Ao professor, cabe acompanhar a aprendizagem dos seus alunos e o desenvolvimento dos processos cognitivos. Por fim, destaca-se que a concepção de avaliação que permeia o currículo não pode ser uma escolha solitária do professor. A discussão sobre a avaliação deve envolver o coletivo da escola, para que todos (direção, equipe pedagógica, pais, alunos) assumam seus papéis e se concretize um trabalho pedagógico relevante para a formação dos alunos. 237 17.6 ENSINO MÉDIO 17.6.1 FUND AMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS: A consciência histórica se caracteriza pela percepção das experiências do passado dos seres humanos, investigado por historiadores ou por professores de história e seus alunos, e realiza-se por interpretações feitas no presente à de uma expectativa de futuro. Nesse sentido, as noções de tempo e espaço devem compor os procedimentos metodológicos, pois articulados aos Conteúdos Estruturantes, possibilitam a delimitação e a contextualização das relações humanas a serem problematizadas, segundo Rüsen. Com relação à temporalidade, os historiadores da Nova Esquerda Inglesa valorizaram metodologicamente a relação dialética entre as permanências e as mudanças, e privilegiam as rupturas como elementos dinamizadores do processo histórico. Quanto à periodização, esses historiadores romperam com a concepção etapista dos modos de produção, mas consideraram as estruturas materiais e simbólicas como grandes contextos que delimitam e possibilitam as ações humanas no tempo. Sob esse aspecto, Hobsbawm, a partir de Gramsci, propôs o conceito de bloco histórico, uma forma de periodização que leva em conta uma macroestrutura espaço-temporal, a qual valoriza a análise das relações entre as ações humanas e as estruturas sócio-históricas, em um período definido por marcos históricos precisos. Um exemplo disso são os marcos temporais das obras de Hobsbawm: Era das revoluções (1789-1848), Era capital(1848-1875), Era dos impérios (1875-1914) e Era dos extremos (1914-1991). Considera-se que o estudo das ações e das relações humanas do passado parta expectativas de de problematizações futuro. Assim, a feitas partir no da presente temática por meio proposta de pela problematização, o professor e o aluno determinam o período que define os marcos temporais que balizam seu estudo. Contudo, busca-se a superação de 238 tradicionais periodizações determinadas a priori, como, por exemplo, determinado uso da periodização quadripartite da temporalidades História. e Estas perspectivas Diretrizes históricas valorizam escolhidas, as múltiplas priorizando os diferentes sujeitos. Os historiadores da Nova História Cultural, tais como Carlo Ginzburg e Giovanni Levi, compreenderam, por meio da micro-história, que a relação entre o local e o universal é um problema de escalas. Para eles, esta diferença se refere a distintos graus nas perspectivas de análise. Um olhar local é um procedimento fundamental para perceber as fissuras nas estruturas sócio-históricas, e apontar caminhos que mapeiam as transformações estruturais que ocorrem durante a constituição do processo histórico. Seja natural, rural ou urbano, o ambiente – as paisagens, os territórios, os caminhos, as conquistas territoriais, as migrações, etc. – faz parte do conhecimento histórico bem como da memória coletiva de uma sociedade. Nessa expectativa, espaço e tempo constituem como procedimentos metodológicos e princípios fundamentais da formação do pensamento histórico, que permitem delimitar os marcos históricos necessários ao estudo de um tema ou um conteúdo histórico. A finalidade do ensino de História é a formação do pensamento histórico dos alunos por meio da consciência histórica. Atrelados a uma concepção crítica de educação, os Conteúdos Estruturantes da História constituem-se como a própria materialidade do pensamento histórico. Deles derivam os conteúdos básicos/temas históricos e específicos que compõem o trabalho pedagógico e a relação de ensino/ aprendizagem no cotidiano da escola, e devem ser trabalhados de forma articulada entre si. Consideram-se Conteúdos Estruturantes da disciplina de História: • Relações de trabalho; • Relações de poder; • Relações culturais. 239 Estes Conteúdos Estruturantes apontam para o estudo das ações e relações humanas que constituem o processo histórico, o qual é dinâmico. Para Hobsbawm (1998, p. 178-179), o conceito de modo de produção se refere a um modelo que explica a maneira de produzir em um determinado contexto histórico. Esse modelo explicativo pretende abarcar uma leitura de todas as relações de trabalho possíveis e de suas características nos diversos contextos espaço-temporais. Assim, os modos de produção não devem ser analisados evolutivamente. Isso quer dizer que a escravidão pode coexistir e até surgir após um período de trabalho servil, porque um modo de produção predominante coexiste e interage com várias outras relações de produção em um mesmo contexto. Nesse sentido, Hobsbawm entende a noção de mundo do trabalho como a condição na qual os sujeitos estão inseridos ao construírem suas relações de trabalho, o que faz ampliar o conceito marxista de modo de produção. Assim o estudo de relações de trabalho nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio deve contemplar diversos tipos de fontes, de modo que professores e alunos percebam diferentes visões históricas, para além dos documentos oficiais. O estudo das relações de poder geralmente remete à ideia de poder político. Entretanto, elas não se limitam somente ao âmbito político, mas também nas relações de trabalho e cultura. Para a corrente Nova História Cultural, o estudo das relações de poder remete às esferas das representações, do imaginário e das práticas sociais. Ao radicalizar este pressuposto, Michel Foucault (2004) optou pela ideia de que os saberes são poderes. Tais poderes são exercidos em instituições, como: escolas;prisões, hospitais; famílias e comunidades; nos Estados Nacionais, nas igrejas e nos organismos internacionais políticos, econômicos e culturais. Foucault também valorizou a pluralidade das redes de poder ou micro poderes e propôs o estudo das relações entre as diferentes práticas discursivas. Entender que as relações de poder são exercidas nas diversas instâncias 240 sócio históricas, como o mundo do trabalho, as políticas públicas e as diversas instituições, permite ao aluno perceber que tais relações estão em seu cotidiano. Ao se propor as relações culturais entende-se a cultura como aquela que permite conhecer os conjuntos de significados que os homens conferiram à sua realidade para explicar o mundo. Raymond Williams (2003) afirma que a cultura é comum a todos os seres humanos, pelo fato de haver uma estrutura comum de modos de pensar, agir e perceber o mundo, que leva à constituição de organizações sociais diferentes. Isso ocorre devido às diversas interpretações construídas por esses grupos históricos. Para ele, a cultura tradicional é um patrimônio comum, uma herança comum, que a educação tem a tarefa de difundir, tornar acessível a todas as classes sociais, da mesma forma que a cultura popular. O estudo das relações culturais deve considerar a especificidade de cada sociedade e as relações entre elas. O processo histórico constituído nesta relação pode ser chamado de cultura comum. Para Thompson, a cultura comum dos trabalhadores urbanos e camponeses na Inglaterra do século XVIII “longe de ter a permanência rígida que a palavra ‘tradição’ sugere, o costume era um terreno de mudança e de conflito, um lugar onde interesses opostos formulavam reivindicações opostas”(1998, p. 16-17). 17.6.2 METODOLOGI A: Os conteúdos temáticos devem priorizar as histórias locais e do Brasil, estabelecendo relações e comparações com a história mundial. Para o Ensino Médio, a proposta é um ensino por temas históricos, ou seja, os conteúdos (básicos e específicos) terão como finalidade a discussão e a busca de solução para um tema/problema previamente proposto. Os Conteúdos Estruturantes, básicos e específicos tem como finalidade a formação do pensamento histórico dos estudantes. Isso se dá quando professor e alunos utilizam, em sala de aula e nas pesquisas escolares, os 241 métodos de investigação histórica articulados pelas narrativas históricas desses sujeitos. Assim, os alunos perceberão que a História está narrada em diferentes fontes (livros, cinema, canções, palestras, relatos de memória, etc.), sendo que os historiadores se utilizam destas fontes para construírem suas narrativas históricas. Nesse sentido, o trabalho pedagógico com os conteúdos históricos deve ser fundamentado em vários autores e suas respectivas interpretações, seja por meio dos manuais didáticos disponíveis ou por meio de textos historiográficos referenciais. Espera-se que o aluno entenda que não existe uma verdade histórica única, e sim que verdades são produzidas a partir evidências que organizam diferentes problematizações fundamentadas em fontes diversas, promovendo a consciência da necessidade de uma contextualização social, política e cultural em cada momento histórico. Para o aluno compreender como se dá a construção do conhecimento histórico, o professor deve organizar seu trabalho pedagógico por meio: • do trabalho com vestígios e fontes históricas diversos; • da fundamentação na historiografia; • da problematização do conteúdo; • essa organização deve ser estruturada por narrativas históricas produzidas pelos sujeitos. • mobilizar os saberes e conhecimentos prévios dos alunos para que eles possam explicá-los, associá-los às informações dadas; • situar o documento no contexto e em relação ao autor; • identificar sua natureza e também explorar esta característica para chegar a identificar os seus limites e interesses . Entender tais aspectos possibilita que os alunos valorizem e contribuam para a preservação de documentos escritos, dos lugares de memória, como: museus, bibliotecas, acervos privados e públicos de fotografias, audiovisuais, entre outros. Isso se dá pelo uso adequado dos locais de memória, pelo manuseio cuidadoso de documentos que podem constituir fontes de pesquisas ou pelo reconhecimento do trabalho feito pelos pesquisadores. A problematização desses documentos é que 242 os transformam em fontes históricas. O trabalho com documentos e fontes históricas pode levar a uma análise crítica sobre o processo de construção do conhecimento histórico e dos limites de sua compreensão. Tal abordagem é fundamental para que os alunos entendam: • os limites do livro didático; • as diferentes interpretações de um mesmo acontecimento histórico; • a necessidade de ampliar o universo de consultas para entender melhor diferentes contextos; • a importância do trabalho do historiador e da produção do conhecimento histórico para compreensão do passado; • que o conhecimento histórico é uma explicação sobre o passado que pode ser complementada com novas pesquisas e pode ser refutada ou validada pelo trabalho de investigação do historiador. Como o livro didático é o documento pedagógico mais popular e usado nas aulas de História, encaminhamentos Schmidt metodológicos e Cainelli para seu (2004), uso que sugerem permitam alguns a sua transformação em uma fonte histórica:as imagens e as ilustrações, os mapas e os gráficos; • ler textos informativos; • construir uma enunciação da ideia principal de cada parágrafo; • identificar e analisar as imagens e as ilustrações, os mapas e os gráficos; • relacionar as ideias do texto com a imagens, as imagens, os mapas e os gráficos; • explicar as relações feitas; • estabelecer relações de causalidade e significado sobre o que aparece no texto e nas imagens, imagens, mapas e gráficos; • identificar as ideias principais e secundárias do texto; • registrar, de forma organizada e hierarquizada, as ideias principais e as secundárias do texto (TREPAT, 1995, p. 1994-220; atividades adaptadas por SCHMIDT e CAINELLI. 2004, p. 140). 243 O estudo das histórias locais é uma opção metodológica que enriquece e inova a relação de conteúdos a serem abordados, além de promover a busca de produções historiográficas diversas. Segundo o historiador italiano Ivo Mattozzi(1998, p. 40), histórias locais permitem a investigação da região ou dos lugares onde os alunos vivem, mas também das histórias de outras regiões ou cidades. Esse historiador aponta alguns caminhos para o estudo das histórias locais: • a importância da dimensão local na construção do conhecimento do passado e que há fenômenos que devem ser analisados em uma pequena escala; • a relação entre os fatos de dimensão local e os de dimensão nacional, continental ou mundial; • o estudo e a compreensão das histórias locais do Outro (como as histórias dos indígenas, dos latino-americanos, dos africanos e dos povos do Oriente); • o respeito pelo patrimônio que testemunha o passado local; • os termos das questões relativas à administração e gestão do território em que vivem; • a função e o valor histórico-social das instituições incumbidas da conservação do patrimônio e do estudo do passado; • a utilização e divulgação pública de narrativas históricas das histórias locais. É importante, também, problematizar o conteúdo a ser trabalhado. Problematizar o conhecimento histórico “significa em primeiro lugar partir do pressuposto de que ensinar História é construir um diálogo entre o presente e o passado, e não reproduzir conhecimentos neutros e acabados sobre fatos que ocorreram em outras sociedades e outras épocas” (CAINELLI & SCHMIDT, 2004, p. 52). Estudar a História do Brasil e as histórias locais relacionadas à mundial, entendendo-a para além da História europeia, permite questionar com o estudante as ideias históricas permeadas de preconceitos que são difundidas pelos meios de comunicação de massa. A partir da valorização de novas narrativas históricas é possível construir 244 históricas ideias sistematizadas em um diálogo cognitivo com o Outro. Além disso, a proposta metodológica de partir das histórias locais e do Brasil para a Geral possibilita a abordagem da história regional, o que atende a Lei n. 13.381/01, a qual torna obrigatória, no Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública Estadual, o trabalho com os conteúdos de História do Paraná. Para Ivo Mattozzi (2004), depois de selecionado o tema, o professor adotará três formas para construir uma narrativa histórica: eee) narração: é uma forma de discurso em que se ordenam os fatos históricos de um histórico relativo período. às Essa reconstrução mudanças e representa transformações por o processo meio de acontecimentos que levem de um contexto inicial a um final; fff) descrição: é a forma de representar um contexto histórico. É um recurso para representar as permanências que ocorrem entre diferentes contextos. A descrição permite, também, o uso de narrações como exemplos ou provas do contexto histórico abordado; ggg) argumentação, explicação e problematização: a problematização hhh) fundamenta a explicação e a argumentação histórica. A narrativa histórica é a construção de uma resposta para a problemática focalizada. A explicação é a reconstrução de determinadas ações e relações humanas, e a argumentação é a resposta à problemática, a qual é construída pela narração e descrição. As imagens, livros, jornais, histórias em quadrinhos, fotografias, pinturas, gravuras, museus, filmes, músicas são documentos que podem ser transformados em materiais didáticos de grande valia na constituição do conhecimento histórico. Podem ser aproveitados de diferentes maneiras em aula, como exemplificam Schmidt e Cainelli (2004): na elaboração de biografias, na confecção de dossiês, representação de danças folclóricas, exposição de objetos sobre o passado que estejam ao alcance do aluno, com a descrição de cada objeto exposto e o contexto em que foram produzidos, de modo a 245 estabelecer relações entre as fontes. A proposta da seleção de temas é também pautada em relações interdisciplinares considerando que é na disciplina de História que ocorre a articulação dos conceitos e metodologias entre as diversas áreas do conhecimento. Assim, narrativas, imagens, sons de outras disciplinas devem ser tratados como documentos a serem abordados historiograficamente. 17.6.3 AV ALI AÇ ÃO: É importante ressaltar que a avaliação se concretiza de acordo com o que se estabelece nos documentos escolares como o Projeto Político Pedagógico e, mais especificamente, a Proposta Pedagógica Curricular e o Plano de Trabalho Docente, documentos necessariamente fundamentados nas Diretrizes Curriculares. Esse projeto e sua realização explicitam, assim, a concepção de escola e de sociedade com que se trabalha e indicam que sujeitos se quer formar para a sociedade que se quer construir. Nestas Diretrizes Curriculares para a Educação Básica, propõe-se formar sujeitos que construam sentidos para o mundo, que compreendam criticamente o contexto social e histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento, sejam capazes de uma inserção cidadã e transformadora na sociedade. Para concretizar esse projeto, a avaliação escolar deve constituir um projeto de futuro social, pela intervenção da experiência do passado e compreensão do presente, num esforço coletivo a serviço da ação pedagógica, em movimentos na direção da aprendizagem do aluno, da qualificação do professor e da escola. Nas salas de aula, o professor é quem compreende a avaliação e a executa como um projeto intencional e planejado, que deve contemplar a expressão de conhecimento do aluno como referência uma aprendizagem continuada. No cotidiano das aulas, isso significa que: 246 • é importante a compreensão de que uma atividade de avaliação situase entre a intenção e o resultado e que não se diferencia da atividade de ensino, porque ambas têm a intenção de ensinar; • no Plano de Trabalho Docente, ao definir os conteúdos específicos trabalhados naquele período de tempo, já se definem os critérios, estratégias e instrumentos de avaliação, para que professor e alunos conheçam os avanços e as dificuldades, tendo em vista a reorganização do trabalho docente; • os critérios de avaliação devem ser definidos pela intenção que orienta o ensino e explicitar os propósitos e a dimensão do que se avalia. Assim, os critérios são um elemento de grande importância no processo avaliativo, pois articulam todas as etapas da ação pedagógica; • os enunciados de atividades avaliativas devem ser claros e objetivos. Uma resposta insatisfatória, em muitos casos, não revela, em princípio, que o estudante não aprendeu o conteúdo, mas simplesmente que ele não entendeu o que lhe foi perguntado. Nesta circunstância, o difícil não é desempenhar a tarefa solicitada, mas sim compreender o que se pede; • os instrumentos de avaliação devem ser pensados e definidos de acordo com as possibilidades teórico-metodológicas que oferecem para avaliar os critérios estabelecidos. Por exemplo, para avaliar a capacidade e a qualidade argumentativa, a realização de um debate ou a produção de um texto serão mais adequados do que uma prova objetiva; • a utilização repetida e exclusiva de um mesmo tipo de instrumento de avaliação reduz a possibilidade de observar os diversos processos cognitivos dos alunos, tais como: memorização, observação, percepção, descrição, argumentação, análise crítica, interpretação, criatividade, formulação de hipóteses, entre outros; • uma atividade avaliativa representa, tão somente, um determinado momento e não todo processo de ensino-aprendizagem; • a recuperação de estudos deve acontecer a partir de uma lógica simples: os conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a formação do aluno, então, é preciso investir em todas as estratégias e 247 recursos possíveis para que ele aprenda. A recuperação é justamente isso: o esforço de encaminhamentos retomar, de voltar metodológicos, ao para conteúdo, assegurar de a modificar os possibilidade de aprendizagem. Nesse sentido, a recuperação da nota é simples decorrência da recuperação de conteúdo. Assim, a avaliação do processo ensino-aprendizagem, entendida como questão metodológica, de responsabilidade do professor, é determinada pela perspectiva de investigar para intervir. A seleção de conteúdos, os encaminhamentos metodológicos e a clareza dos critérios de avaliação elucidam a intencionalidade do ensino, enquanto a diversidade de instrumentos e técnicas de avaliação possibilita aos estudantes variadas oportunidades e maneiras de expressar seu conhecimento. Ao professor, cabe acompanhar a aprendizagem dos seus alunos e o desenvolvimento dos processos cognitivos. Por fim, destaca-se que a concepção de avaliação que permeia o currículo não pode ser uma escolha solitária do professor. A discussão sobre a avaliação deve envolver o coletivo da escola, para que todos (direção, equipe pedagógica, pais, alunos) assumam seus papéis e se concretize um trabalho pedagógico relevante para a formação dos alunos. 17.6.4 CONTEÚDOS : 17.6.4.1 1º ANO CONTEÚDOS ESTRUTUR AN TES *Relação de trabalho *Relações de Poder *Relações culturais CONTEÚDOS B ÁSICOS TEMA 1: Trabalho escravo, Servil, Assalariado e o Trabalho Livre TEMA 2:Urbanização e industrialização TEMA 3:O Estado e as relações de poder TEMA 4:Os sujeitos as revoltas e as guerras. TEMA 5:Movimentos sociais, políticos e culturais. 248 TEMA 6:Cultura e religiosidade CONTEÚDOS ESPECÍFICOS •Conceito de trabalho •O mundo do trabalho em diferentes sociedades: - Mesopotâmia, Egito,Précolombianas. •Os nativos brasileiros e paranaenses. •A construção do trabalho assalariado : do artesão à indústria,o tempo e o lucro da produção, trabalho infantil e feminino. •A transição do trabalho escravo p/ o livre: a escravidão africana na América, o trabalho escravo, a abolição da escravidão na América. As primeiras vilas e cidades no mundo, em especial no Brasil e Paraná. •Revoluções e manifestações trabalhistas: as lutas operárias, organizações operárias, os jovens na política trabalhista. A transição rural – urbana e mudanças econômicas. A questão agrária. •A origem do Estado teocrático nas diversas sociedades. •As relações de poder entre o rei, a Igreja e as pessoas de várias classes. •Modo de vida dos primeiros habitantes na América Latina,no Brasil e Paraná. •A construção da religiosidade da mentalidade humana no tempo. •A origem do Homem e sua evolução. As transformações e revoluções no decorrer da história. •Os desafios educacionais contemporâneos como;educação fiscal, educação ambiental,prevenção às drogas,historicidade africana, violência ao adolescente,diversidade sexual e historicidade paranaense. 17.6.4.2 2º ANO CONTEÚDOS ESTRUTUR AN TES *Relação de trabalho *Relações de Poder *Relações culturais CONTEÚDOS B ÁSICOS TEMA 1: Trabalho escravo, Servil, Assalariado e o Trabalho Livre 249 TEMA 2:Urbanização e industrialização TEMA 3:O Estado e as relações de poder TEMA 4:Os sujeitos as revoltas e as guerras. TEMA 5:Movimentos sociais, políticos e culturais. TEMA 6:Cultura e religiosidade CONTEÚDOS ESPECÍFICOS − O Estado nos mundos Antigos e Medieval. − O Estado e as relações de poder. − A formação dos Estados Nacionais. − Relações de poder e a violência no Estado. − O Estado Imperialista e sua crise. − As esferas dos três poderes estatais. − A urbanização e industrialização no Paraná. − A questão da divisão de terras no estado paranaense. − As manifestações grevistas em vários setores econômicos. − A exploração da mídia ora contra ora a favor dos capitalistas. − A sociedade africana no Brasil e no Paraná. -Os desafios educacionais contemporâneos como;educação fiscal, educação ambiental,prevenção às drogas,historicidade africana, violência ao adolescente,diversidade sexual e historicidade paranaense. 17.6.4.3 3º ANO CONTEÚDOS ESTRUTUR AN TES *Relação de trabalho *Relações de Poder *Relações culturais CONTEÚDOS B ÁSICOS TEMA 1: Trabalho escravo, Servil, Assalariado e o Trabalho Livre TEMA 2:Urbanização e industrialização TEMA 3:O Estado e as relações de poder TEMA 4:Os sujeitos as revoltas e as guerras. 250 TEMA 5:Movimentos sociais, políticos e culturais. TEMA 6:Cultura e religiosidade CONTEÚDOS ESPECÍFICOS -As cidades greco-romanas presentes na história da humanidade. -As relações culturais nas sociedades clássicas da antiguidade. -A participação das mulheres, plebeus e escravos na luta por direitos iguais. -Relações culturais nas sociedades medievais europeias. -A participação dos camponeses, artesãos,mulheres ,hereges e doentes compondo o meio perturbador da época em transição. -Os movimentos sociais,políticos, religiosos na sociedade moderna. -Movimentos sociais,políticos e culturais na sociedade contemporânea como o feminismo, o hippie, antirracista e etc. -A urbanização e a industrialização, bem como a globalização mundial gerando empregabilidade como diversidade social. - As diversas manifestações nativas regionais brasileiras e paranaenses. -Os artistas paranaenses e suas principais obras enfatizando o social, político e cultural. -Os desafios educacionais contemporâneos como;educação fiscal, educação ambiental,prevenção às drogas,historicidade africana, violência ao adolescente,diversidade sexual e historicidade paranaense. 17.6.5 METODOLOGI A - Problematizações constantes com temas históricos contextualizados no tempo e espaço. - Contextualização com a história local,do Brasil, da América Latina,África e Ásia sempre. - Desenvolver análises das temporalidades e periodizações conforme os conteúdos básicos seguindo processos de mudanças, permanências,simultaneidade e recorrências conforme o caso histórico. - Debates, interpretações a documentos historiográficos formulação de ideias próprias e narrativas na sequência. a fim de - Apresentações de maquetes,seminários, observações aos 251 filmes assistidos,assim apontar críticas e possíveis transformações ocorridas nas esferas da política,do social, econômica e da religiosa. − Exercitar argumentações e respostas às questões coletivas em sala, e individual. 17.7 REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFIC AS ACKER, T. Grécia: a vida cotidiana na cidade-estado . São Paulo. Atual.1993. ANTUNES, R. Crise e poder. Editora Cortez, 2ª ed., 1985. BAKHTIN, M. Cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais . São Paulo. Hucitec, 1985. BORGES, V. P. O que é História . Editora Brasiliense. 16ª ed.,1991. CARDOSO, C.F.S. América Pré - Colombiana . Editora Brasiliense, 3ª ed., 1981. CARVALHO. A.Constituinte e Constituição . Editora Lê. 1987. CROSHER. J. Os Astecas. São Paulo. Ed. Melhoramentos, 1974. FARIA. A.A.; BARROS. E.L. Getúlio Vargas e sua Época . FUNARI. P. Roma: vida pública e privada . São Paulo. Atual, 1993. GINZBURG. C. O queijo e os vermes . São Paulo. Companhia das Letras, 1987. 252 HISTÓRIA: QUESTÕES e DEBATES. Revista da Associação Paranaense de História. HISTORIADORES DO PARANÁ . Curitiba, Instituto Histórico Geográfico e Etnográfico Paranaense: Banco do Estado do Paraná, 1982. HOLANDA. S.B.; FAUSTO, B. História Geral da Civilização Brasileira . Bertrand Brasil. Volumes: 1 ao 11. Rio de Janeiro. 2004 JÚNIOR. C.P. História Econômica do Brasil . São Paulo. Brasiliense, 2004. LEAL. V.N. Coronelismo, enxada e voto . Rio de Janeiro, Ed. Nova Fronteira, 3ª ed.1997. LEMINSKI. P. Ensaios e Anseios Críticos . Curitiba, Polo Editorial do Paraná, 1997. MAESTRI. M. O escravismo no Brasil . Atual.MANDEL. E. O significado da 2ª guerra mundial. Editora Ática. MARTINS. A.L. Império do café. Atual. MARTINS. R. História do Paraná . Curitiba. Coleção Farol do Saber, 1995. MILLARD. Anne. Os Egípcios. São Paulo. Ed. Melhoramentos, 1974. MONTENEGRO. A.T . Reinventando a Liberdade A Abolição da Escravatura no Brasil. Atual. MOURA. C. História do Negro Brasileiro . Editora Ática. 2ª ed., 1992. 253 NETO. B.M.N. O Paraná, Ensaios. Curitiba, Coleção Farol do Saber, 1995. PARANÁ. SECRETARIA Curriculares de História DE ESTADO para o DA Ensino EDUCAÇÃO. Diretrizes Fundamental . Curitiba: SEED/SEF, 2006. PRADO. M.L. O Populismo na América Latina . Editora Brasiliense. 3ª ed.1981. RANDON. M. A Origem do Mundo . Rio de Janeiro. Salamandra, 2001. REVISTA. AVENTURAS DA HISTÓRIA. (a partir do ano de 2006). ________ . NOSSA HISTÓRIA. (a partir do ano de 2006). ________ .CARTA CAPITAL. (a partir do ano de 2006). RIBEIRO. D. Diários Índios. MEC. 1ª ed. 2004. SADER. E. Socialismo na América Latina . Atual Editora. STAHEL. M. (trad.) As mais belas histórias da mitologia . São Paulo. Martins Fontes, 2000. SODRÉ. N. M. O que se deve ler para conhecer o Brasil . Ed. Bertrand do Brasil. 7ª Ed. 1988 THOMPSON. E.P. A formação da classe operária Inglesa . Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1987. TRONCA. Í. Revolução de 1930 a Dominação Oculta . 254 Editora Brasiliense. 3ª ed. 1982. VÁRIOS AUTORES. História do Paraná . GRAFIPAR. Vol. I,II,III e IV, 1969. VIEIRA. E. A República Brasileira (1964 - 1984). São Paulo. Ed. Moderna, 1985. WEHLINE. A. Formação do Brasil Colonial . Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 2ª ed. 1999. PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Curriculares da Educação Básica. Curitiba: SEED/SEF, 2008. Diretrizes 255 18. LÍNGU A PORTUGUESA 18.1 FUND AMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS: A reforma Estaduais, na tem educação, investido promovida pelas significativamente na Diretrizes Curriculares discussão do fazer pedagógico, norteando fortemente a direção do ensino de língua materna para um trabalho com os gêneros textuais, sejam eles escritos ou orais. Nos últimos anos, estudiosos da linguagem humana e educadores de diversos países, têm demonstrado por meio de pesquisas e resultados práticos promissores, que nas diferentes esferas de comunicação da sociedade (escola, trabalho, literatura, imprensa, publicidade, política, religião, etc) as relações sociais entre as pessoas se realizam por meio da produção e recepção de gêneros textuais. Também a acelerada evolução da tecnologia de comunicação vem propiciando o surgimento de novos gêneros e a renovação de outros para se adaptarem ao meio eletrônico. Consequentemente, novas estratégias de seleção e distribuição do conteúdo são empregadas e novos recursos linguísticos são criados para agilizar a transmissão de informação nesse ambiente. Como proposta para a disciplina de Língua Portuguesa, num contexto histórico-cultural desse idioma, viabiliza-se o ensino da língua padrão por meio de diversos gêneros textuais, proporcionando ao aluno a oportunidade de aprender a usar a linguagem no seu dia a dia, ou seja, adequar a linguagem de acordo com o interlocutor e o ambiente onde se encontra. Por isso, a concepção sócio interacionista de linguagem é a adotada por esta Instituição para o ensino de língua materna. 18.2 CONTEÚDOS ESTRUTUR AN TES D A DISCIPLIN A PAR A TOD AS AS SÉRIES D A EDUC AÇ AO B ÁSIC A O Discurso como prática social – o trabalho com leitura, oralidade, análise linguística e produção escrita. 256 18.3 CONTEÚDOS B ÁSICOS P AR A TOD AS AS SÉRIES Trabalho com diversos gêneros textuais que serão mencionados em cada uma das séries. 18.4 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS P AR A TOD AS AS SÉRIES Leitura: Leitura individual de diversos gêneros textuais, seguida de leitura coletiva e análise de gêneros textuais propostos, de acordo com as séries. Oralidade: Discussão e análise de temas que irão ser abordados nos gêneros textuais. Análise linguística : (de acordo com a séries) coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto (tempos e modos verbais/ advérbios, pronomes indefinidos, pronomes possessivos, demonstrativos e de tratamento. Pronomes relativos e interrogativos, acentuação das palavras paroxítonas. oxítonas). Ortografia: acentuação das palavras proparoxítonas e Pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem, entre tantas outras classes gramaticais que serão adequadas em cada série. Produção textual : Produção textual e reescrita dos gêneros textuais: cartaz, bilhete, carta pessoal, e-mail, entrevista, tira, quadrinhos, artigos de opinião, resumos, resenhas, etc. 18.5 OBJETIVOS GER AIS: Possibilitar a compreensão da Língua materna, oralidade, escrita e leitura, numa abordagem interdisciplinar privilegiando o questionamento reconstrutivo da realidade, visando à formação integral do aluno, capacitando-o ao exercício da cidadania organizada e crítica. Trabalhar o uso literário da linguagem, ressaltando a importância da interlocução que a leitura de textos pode e deve fornecer, ampliando a vivência do aluno com a obra literária, dimensionando-a como experiência transformadora e não mera assimilação de mecanismos codificados de 257 apreciação e escuta. Compreender a Arte Literária e fazer o melhor uso possível de sua linguagem, em suas múltiplas variedades e nas mais diferentes situações de interação social. 18.6 OBJETIVOS ESPECÍFICOS P AR A TOD AS AS SÉRIES. Leitura: espera-se que os alunos: r ealizem leitura compreensiva dos textos; localizem informações explícitas e implícitas; posicionem-se argumentativamente; ampliem seu horizonte de expectativas; ampliem seu léxico; percebam o ambiente no qual circula o gênero (suporte); identifiquem a ideia principal do texto; analisem as intenções do autor e identifiquem o tema tratado no gênero que estará sendo trabalhado. Oralidade: almeja-se que os educandos utilizem o discurso de acordo com a situação de produção (formal/informal); apresentem ideias com clareza; obtenham fluência na exposição oral, em adequação ao gênero proposto; compreendam os argumentos no discurso do outro; exponha objetivamente seus argumentos; organizem a sequência da fala; respeitem os turnos de fala; analisem os argumentos apresentados pelos colegas em suas apresentações. Análise linguística : deseja-se que os alunos expressem suas ideias com clareza; usem recursos textuais como: coesão e coerência, informatividade, etc; utilizem adequadamente recursos linguísticos como: pontuação, uso e função do artigo, pronome, substantivos e demais recursos linguísticos e gramaticais. Produção textual: espera-se que os alunos elaborem textos atendendo: às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...); à continuidade temática; diferenciem o contexto de uso da linguagem formal e informal; usem recursos textuais como: coesão e coerência, informatividade. Os alunos devem desenvolver sua competência linguística para interagirem, quer em discursos formais ou informais. Para isso serão amparados em: quando dizer, onde dizer, para quem dizer por conseguinte, como dizer. 258 18.7 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS – SEP AR ADOS POR SÉRIES 18.7.1 5ª SÉRIE: CONTEÚDO ESTRUTURANTE : DISCURSO (oralidade, leitura e escrita) I - Prática da oralidade -Variação linguística culta e coloquial II - Prática da leitura •Análise comparativa de textos verbais e não-verbais, literários e não-literá rios. •Transposições textuais de vários gêneros. •Leitura de entrevistas e reportagens. •Momento da leitura (contos, tiras, charges e quadrinhos, poemas, parlen das, acróstico e canções). •Leitura de reportagens e textos sobre a cultura afro-brasileira. •Leitura de textos sobre a história do Estado do Paraná. III - Prática da escrita -Produção textual -Reestruturação da escrita. -Fenômenos linguísticos. -Gramática contextualizada – análise linguística – (Classes gramaticais – substantivo, adjetivo, verbo, pronome, numeral, artigo; Letra, fonema, síla ba; Sílaba átona e tônica; Encontros vocálicos e consonantais; Dígrafos; Acentuação gráfica;Concordância verbal; Análise Leitura e Interpretação de textos (Descritivo, Narrativo); Carta, Bilhete, Cartum, Charge, Poema; Con ceito de Literatura Denotação e Conotação; Texto Literário e Texto não lite rário; Leitura de textos líricos (poesia). 18.7.2 DESDOBR AMENTOS (CONTEÚDOS ESPECÍFICOS ) I - Oralidade específica -Leitura oral do professor e do aluno, com ênfase na entonação. -Debates sobre temas culturais diversos. 259 -Apresentações orais de trabalho. -Dramatizações. -Mini conferências. II - Leitura específica •Charges, ilustrações de poemas, quadrinhos. •Leitura livre de revistas, jornais, contos, crônicas e peças teatrais. •Anúncios publicitários, poemas e canções, textos de instruções. •Leitura e intertextualidade com o Estatuto da Criança e o Adolescente com o poema “Infância” de Carlos Drummond de Andrade e “ Bichos” de Manuel Bandeira. III - Escrita específica -Produção de cartazes sobre: Prevenção ao Uso de Drogas, Educação Am biental, Enfrentamento a violência contra a criança e o adolescente, avisos sobre campanha de vacinação, etc.). -Produção de relatórios sobre “Trabalho Infantil”, embasado por leitura de reportagens enfocando: coesão e coerência, pontuação, acentuação e orto grafia. 18.7.3 OBJETIVOS (Discurso) Oralidade − Oferecer condições ao aluno de falar com fluência em situações formais, e adequar a linguagem conforme as circunstâncias sociais, visando o valor sociolinguístico o qual está inserido. − Mostrar ao aluno que essa modalidade de linguagem (a oralidade), em al guns pontos se assemelha, mas em outros diverge da escrita. − Oferecer condições ao aluno de falar com fluência em situações formais, e adequar a linguagem conforme as circunstâncias sociais, visando o valor sociolinguístico o qual está inserido. − Promover o ensino aprendizagem dessa modalidade, a fim de que o alu no seja capaz de aprimorar sua competência linguística, atingindo, verda deiramente, o letramento almejado pela escola. Leitura 260 − Desenvolver a crítica e análise na sua dimensão comparativa, a partir de variedades textuais. Escrita − Relacionar o uso e aprendizagem da língua através do contato com as di versas formas de escrita e praticá-la dentro de um contexto planejado. 18.7.4 ENC AMINH AMENTO METODOLÓGICO Oralidade − Apresentação de temas variados (de acordo com o que foi mencionado acima no item: “leitura específica”). − Debates, seminários, júris simulados, conferências. − Troca de opiniões e informações. − Representações teatrais. − Confronto entre fala e escrita. − Declamação de poemas Leitura -Leitura de textos literários, lúdicos, jornalísticos, didáticos, instrucionais, científicos e ilustrativos. Escrita -Produção e reescrita textual. -Reestruturação gramatical de acordo com o conteúdo específico abordado. 18.7.5 CRITÉRIOS DE AV ALI AÇ ÃO iii) Avaliação contínua e diagnóstica. Oralidade jjj) Observação da capacidade do aluno em adequar a sua fala de acordo com a situação e o seu interlocutor. Leitura kkk) Consideração das diferentes leituras de mundo e experiências dos alunos. Escrita 261 lll) Reescrita do texto até que ele esteja de acordo com a proposta textual (gênero-suporte), abrangendo seus aspectos discursivos, textuais, ortográfi cos, gramaticais e os elementos linguísticos. 18.7.6 INSTRUMENTO DE AV ALI AÇ ÃO mmm) Registro escrito dos avanços e dificuldades observados durante as apresentações orais seja de forma individual ou coletiva do aluno. nnn) Trabalhos escritos (produções textuais: cartazes, entrevistas, notí - cias, poemas, acrósticos, etc.) 6.Provas descritivas e de múltipla escolha. ooo) Verificação de exercícios em sala e tarefas. 18.8 6ª SÉRIE: 18.8.1 CONTEÚDO ESTRUTUR AN TE: DISCURSO (oralidade, leitura e escrita) I - Prática da oralidade •Variação linguística culta e coloquial II - Prática da leitura •Análise comparativa de textos verbais e não-verbais, literários e não-literá rios. •Transposições textuais de vários gêneros. •Leitura de reportagens, notícias, cartas, e-mail e bilhetes. •Leitura de peças teatrais de autores paranaenses. •Leitura de textos sobre a cultura afro-brasileira. III - Prática da escrita -Produção textual – e-mail, bilhetes, cartas, notícias, reportagens, tiras, quadrinhos, charges. -Reestruturação da escrita. -Fenômenos linguísticos. -Produção de trabalho sobre os países africanos que falam a língua portu guesa. 262 -Gramática contextualizada – análise linguística (mudança de classe grama tical, sujeito e predicado, concordância verbal, verbos de ligação, predicati vo, tipos de predicado, adjunto adnominal, adjunto adverbial, objeto direto e indireto, ortografia. 18.8.2 DESDOBR AMENTOS (CONTEÚDOS ESPECÍFICOS ) I - Oralidade específica -Leitura oral do professor e do aluno, com ênfase na entonação. -Debates sobre temas culturais diversos. -Apresentações orais de trabalho. -Dramatizações. -Mini-conferências. II - Leitura específica •Charges, ilustrações, quadrinhos, texto de teatro: “Uma mulher vestida de sol” de Ariano Suassuna •Textos jornalísticos e publicitários. •Texto dissertativo; texto científico. •Leitura livre de revistas, jornais, contos e crônicas. III - Escrita específica -Produção de textos: cartazes, textos dissertativo-argumentativo, produção de cartas pessoais, e-mail, bilhetes, convites, avisos, anúncios, enfocando: coesão e coerência, atendimento ao gênero proposto, pontuação, acentua ção e ortografia. 18.8.3 OBJETIVOS (Discurso) Oralidade − Oferecer condições ao aluno de falar com fluência em situações formais, e adequar a linguagem conforme as circunstâncias sociais, visando o valor sociolinguístico o qual está inserido. − Mostrar ao aluno que essa modalidade de linguagem (a oralidade), em al guns pontos se assemelha, mas em outros diverge da escrita. 263 − Oferecer condições ao aluno de falar com fluência em situações formais, e adequar a linguagem conforme as circunstâncias sociais, visando o valor sociolinguístico o qual está inserido. − Promover o ensino aprendizagem dessa modalidade, a fim de que o alu no seja capaz de aprimorar sua competência linguística, atingindo, verda deiramente, o letramento almejado pela escola. Leitura − Desenvolver a crítica e análise na sua dimensão comparativa, a partir de variedades textuais. Escrita − Relacionar o uso e aprendizagem da língua através do contato com as di versas formas de escrita e praticá-la dentro de um contexto planejado. 18.8.4 ENC AMINH AMENTO METODOLÓGICO Oralidade − Apresentação de temas variados. − Debates, seminários, júris simulados, conferências. − Troca de opiniões e informações. − Representações teatrais. − Confronto entre fala e escrita − Declamação de poemas. Leitura -Leitura de textos literários, lúdicos, jornalísticos, didáticos, instrucionais, científicos e ilustrativos. Escrita -Produção e reescrita textual. -Reestruturação gramatical de acordo com o conteúdo específico abordado. 18.8.5 CRITÉRIOS DE AV ALI AÇ ÃO ppp) Avaliação contínua e diagnóstica. Oralidade 264 qqq) Observação da capacidade do aluno em adequar a sua fala de acordo com a situação e o seu interlocutor. Leitura rrr) Consideração das diferentes leituras de mundo e experiências dos alu nos. Escrita sss) Reescrita do texto até que ele esteja de acordo com a proposta tex - tual, abrangendo seus aspectos discursivos, textuais, ortográficos, gramati cais e os elementos linguísticos. 18.8.6 INSTRUMENTO DE AV ALI AÇ ÃO ttt) Registro escrito dos avanços e dificuldades observados durante as apre sentações orais , seja de forma individual ou coletiva do aluno. uuu) Trabalhos escritos ( resenhas, resumos, relatórios, produções tex tuais, etc.) 7.Provas descritivas e de múltipla escolha. vvv) Verificação de exercícios em sala e tarefas. 18.9 7ª SÉRIE: 18.9.1 CONTEÚDO ESTRUTUR AN TE: DISCURSO (oralidade, leitura e escrita) I - Prática da oralidade •Variação linguística culta e coloquial II - Prática da leitura •Análise comparativa de textos verbais e não-verbais, literários e não-literá rios. •Momento da leitura: leitura de peças teatrais. •Leitura de poemas de autores paranaenses •Leitura de artigo sobre a história do Estado do Paraná. •Leitura de reportagens sobre a cultura afro-brasileira. •Leitura de artigos de opinião. 265 •Leitura de Contos: “O Enfermeiro” Machado de Assis, “Na Margem do Rio” e “Dois Velhinhos” de Dalton Trevisan, “Tentação”, “Primeiro Beijo” e “Feli cidade Clandestina” de Clarisse Lispector. •Exibição do Filme “O Enfermeiro”, baseado no conto de Machado de Assis. III - Prática da escrita -Produção textual: descrição objetiva e subjetiva de cenário, adaptação de textos (contos) para o teatro, questões de interpretação dos contos lidos. -Reescrita de textos. -Fenômenos linguísticos - gramática contextualizada - estudo da língua: aposto e vocativo, pontuação no período simples, oração e período, período composto, orações subordinadas, ortografia, acentuação. -Produção de trabalho sobre os países que falam a língua portuguesa enfo cando: cultura, religião, arte, regime governamental, independência e resu mo da história. 18.9.2 DESDOBR AMENTOS (CONTEÚDOS ESPECÍFICOS ) I - Oralidade específica -Leitura oral do professor e do aluno, com ênfase na entonação. -Debates sobre temas discutidos nos contos lidos. -Apresentações orais de trabalho (Cultura Afro-brasileira). -Contação de histórias. -Relatos de peças teatrais e contos lidos aleatoriamente pelos alunos. II - Leitura específica •Tragédias, ilustrações, quadrinhos, textos jornalísticos e publicitários. •Narrativa específica (peças de teatro e contos). III - Escrita específica -Narração, descrição, resumos, os gêneros textuais presentes no jornal (manchetes, lides, charge, crônica, texto publicitário, classificados, notícia e reportagem), textos pragmáticos (cartazes, avisos, etc.). -Sintaxe dos períodos simples e composto; orações coordenadas e subordi nadas; principais conectivos (conjunções e pronomes). 266 -*Pontuação, acentuação e ortografia. (*conteúdos a serem trabalhados em todos os trimestres). 18.9.3 OBJETIVOS (Discurso) Oralidade − Mostrar ao aluno que essa modalidade de linguagem (a oralidade), em al guns pontos se assemelha, mas em outros diverge da escrita. − Oferecer condições ao aluno de falar com fluência em situações formais, e adequar a linguagem conforme as circunstâncias sociais, visando o valor sociolinguístico o qual está inserido. − Promover o ensino aprendizagem dessa modalidade, a fim de que o alu no seja capaz de aprimorar sua competência linguística, atingindo, verda deiramente, o letramento almejado pela escola. Leitura − Oferecer incentivos e meios para que os educandos leiam além de de senvolver a crítica e análise na sua dimensão comparativa, a partir de varie dades textuais. Escrita − Relacionar o uso e aprendizagem da língua através do contato com as di versas formas de escrita e praticá-la dentro de um contexto planejado. − Considerar as funções e o funcionamento da escrita, bem como as condi ções nas quais é produzida: o aluno deve ter o que dizer, para quem e para que, de modo a poder definir como dizer. 18.9.4 ENC AMINH AMENTO METODOLÓGICO -Planejar a produção textual a partir da delimitação do tema e do interlocu tor, gênero e finalidade. -Acompanhar a produção de texto e encaminhar a reescrita textual. -Trabalhar com gêneros textuais diversificado formulando questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto. -Encaminhar discussões sobre: tema, intenção, intertextualidade, transposi ção textual. 267 -Organizar apresentações de textos produzidos pelos alunos promovendo reflexão sobre os argumentos utilizados por eles. Oralidade − Apresentação de temas variados (presentes nos textos lidos) − Depoimentos sobre situações vivenciadas pelo aluno (de acordo com os temas abordados nos textos lidos). − Debates, seminários, júris simulados. − Troca de opiniões e informações. − “Confronto” entre fala e escrita. Leitura -Leitura de textos literários, lúdicos, jornalísticos, didáticos, instrucionais, científicos e ilustrativos. Escrita -Produção e reescrita textual. -Reestruturação gramatical de acordo com o conteúdo específico abordado. 18.9.5 CRITÉRIOS DE AV ALI AÇ ÃO Acompanhamento longitudinal dos alunos, comparando-se as competências leitoras e de produção oral e escrita que cada um apresentou no início do bimestre, com as que vão se seguindo ao longo de todo ano letivo. Espera-se que os alunos revelem progresso no que se refere à ampliação do domínio linguístico. www) Avaliação contínua e diagnóstica. Oralidade xxx) Observação da capacidade do aluno em adequar a sua fala de acordo com a situação e o seu interlocutor. Leitura yyy) Consideração das diferentes leituras de mundo e experiências dos alunos. Escrita 268 zzz) Reescrita do texto até que ele esteja de acordo com a proposta tex tual, abrangendo seus aspectos discursivos, textuais, ortográficos, gramati cais linguísticos. 18.9.6 INSTRUMENTO DE AV ALI AÇ ÃO aaaa) Registro escrito dos avanços e dificuldades observados durante as apresentações orais, seja de forma individual ou coletiva do aluno. bbbb) Trabalhos escritos (produções textuais a partir dos gêneros textuais trabalhados no bimestre, etc.) 8.Provas descritivas e de múltipla escolha. cccc) Verificação de exercícios em sala e tarefas. 18.10 8ª SÉRIE: 18.10.1 CONTEÚDO ESTRUTUR AN TE: DISCURSO (oralidade, leitura e escrita) I - Prática da oralidade •Variação linguística culta e coloquial II - Prática da leitura •Análise comparativa de textos verbais e não-verbais, literários e não-literá rios. •Transposição textual (ex: não-verbal para verbal e vice-versa). •Momento da leitura (Poesias). •Leitura de textos publicitários. III - Prática da escrita -Produção textual -Reestruturação da escrita. -Fenômenos linguísticos. -Gramática contextualizada 18.10.2 DESDOBR AMENTOS (CONTEÚDOS ESPECÍFICOS ) I - Oralidade específica -Leitura oral do professor e do aluno, com ênfase na entonação. 269 -Debates sobre temas culturais diversos (de acordo os temas dos textos tra balhados em sala de aula). -Apresentações orais de trabalho. -Declamações de poemas. II - Leitura específica •Os gêneros textuais presentes no jornal (charges, ilustrações, quadrinhos, notícia, crônica, anúncio classificado, reportagem, texto publicitário) •Textos poéticos e argumentativos. •Leitura livre de revistas, jornais, contos e crônicas. III - Escrita específica -Poemas, parágrafo dissertativo, resumos, produção de anúncio classifica do, texto publicitário (slogan e logotipo). -Estrutura e formação de palavras; crase (regência); figuras de palavras e figuras de sintaxe. -*Pontuação, acentuação e ortografia. (*conteúdos a serem trabalhados em todos os trimestres). 18.10.3 OBJETIVOS (Discurso) Oralidade − Mostrar ao aluno que essa modalidade de linguagem (a oralidade), em al guns pontos se assemelha, mas em outros diverge da escrita. − Oferecer condições ao aluno de falar com fluência em situações formais, e adequar a linguagem conforme as circunstâncias sociais, visando o valor sociolinguístico o qual está inserido. − Promover o ensino aprendizagem dessa modalidade, a fim de que o alu no seja capaz de aprimorar sua competência linguística, atingindo, verda deiramente, o letramento almejado pela escola. Leitura − Desenvolver a crítica e análise na sua dimensão comparativa, a partir de variedades textuais. Escrita 270 − Relacionar o uso e aprendizagem da língua através do contato com as di versas formas de escrita e praticá-la dentro de um contexto planejado. 18.10.4 ENC AMINH AMENTO METODOLÓGICO Oralidade − Apresentação de temas variados. − Debates, seminários, júris simulados. − Troca de opiniões e informações. − Declamações poéticas. Leitura -Leitura de textos literários, lúdicos, jornalísticos, didáticos, instrucionais, científicos e ilustrativos. Escrita -Produção e reescrita textual. -Reestruturação gramatical de acordo com o conteúdo específico abordado. 18.10.5 CRITÉRIOS DE AV ALI AÇ ÃO -Avaliação contínua e diagnóstica. Oralidade dddd) Observação da capacidade do aluno em adequar a sua fala de acordo com a situação e o seu interlocutor. Leitura eeee) Consideração das diferentes leituras de mundo e experiências dos alunos. Escrita ffff) Reescrita do texto até que ele esteja de acordo com a proposta tex - tual, abrangendo seus aspectos discursivos, textuais, ortográficos, gramati cais e os elementos linguísticos. 18.10.6 INSTRUMENTO DE AV ALI AÇ ÃO gggg) Registro escrito dos avanços e dificuldades observados durante as apresentações orais, seja de forma individual ou coletiva do aluno. 271 hhhh) Trabalhos escritos (resenhas, resumos, relatórios, produções textuais, etc.) 9.Provas descritivas e de múltipla escolha. iiii) Verificação de exercícios em sala e tarefas. 18.11 REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFIC AS FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto de. Linguagem Nova . São Paulo: Ática, 2003. SARGENTIM. Hermíno G. Atividades de Comunicação em Língua Portuguesa. São Paulo: IBEP, 1999. AZEVEDO, Dirce Guedes de. Palavra & Criação: língua portuguesa. São Paulo: FTD, 1997. FINAU, Rossana Aparecida. Língua Portuguesa: rumo ao letramento. Curitiba: Base, 2002. PARANÁ, Secretaria de Educação. Diretrizes Curriculares: Ensino Fundamental 1º E 2º ciclos: língua portuguesa . Curitiba: DEF/SEED, 2005. SILVA, Lucinéia Furtado da. O trabalho com o gênero textual reportagem em sala de aula . 67 p. Monografia (Especialização no ensino de língua portuguesa e literatura brasileira) Departamento Acadêmico de Comunicação e Expressão, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2007. 272 18.12 ENSINO MÉDIO 18.12.1 FUND AMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS Há muito se discute sobre a importância da Língua Portuguesa, principalmente pelo fato de que se trata da língua-mãe, tradução da origem e identidade de seu povo. No passado a precária e restrita instrução escolar mal dava conta do processo de alfabetização e tinha como metas menos o ensino que a catequização do gentio ou a manutenção do controle e da submissão dos colonos. Tratava-se de um ensino eloquente, retórico, imitativo, elitista e ornamental, visando, no dizer de Villalta (2004) a construção de uma civilização de reprodutivista, aparências voltada com para a base em perpetuação uma de educação uma “claramente ordem patriarcal, estamental e colonial. Assim, priorizaram de um lado, uma não-pedagogia, acionando no cotidiano o aparato repressivo para inculcar a obediência” à fé, ao rei e à lei. O ensino manteve a sua característica de elitista até meados no século XX quando houve uma improvisada democratização. Os resultados dessa improvisação ocasionaram a multiplicação de alunos, no rebaixamento salarial do professor e, consequentemente, a precárias condições de trabalho, o que obriga os professores a buscarem estratégias de facilitação de sua atividade docente – uma delas é transferir ao livro didático a tarefa de preparar aulas e exercícios. Ressalte-se que esta situação não foi exclusiva dos professores de Língua Portuguesa, mas alcançou todas as disciplinas. Enquanto se desdobrava a cena anterior, nos meios intelectuais e científicos no âmbito das ciências que tratam da língua, algumas delas engendradas a partir daqueles tempos, efervescia a discussão. Linguística, Sociolinguística, as Linguísticas Aplicadas, a Psicolinguística, a Linguística Textual, a Pragmática, a Análise do Discurso, A Filosofia da Linguagem, a História da Leitura e da Escrita, a Sociologia e a Antropologia da Leitura e da Escrita e, mais recentemente, os Estudos Culturais entre todas, articulador, movia o pensamento de homens e mulheres que levavam nomes 273 como Saussure, Roland Barthes, Jakobson, Deleuze e Guatari, Bakhtin, Walter Benjamin entre outros. Esse pensamento somente começou a entrar na escola nos estertores do século XX. Hoje, no início do século XXI, alguns ainda não chegaram, outros estão fundamentando a proposição curricular que ora se gesta. Entretanto, mesmo com toda a preocupação em torno de sua formação, estrutura e expressão, o uso de estrangeirismos, gírias e a miscigenação com outras línguas têm causado riscos, reforçando seu enfraquecimento e desaparecimento visto a indústria cultura massiva que se apresenta na sociedade atual. Foi por meio dos estudos da Linguística que uma nova e democrática proposta pedagógica abriu-se para o ensino da Língua Portuguesa, derrubando a ideia equivocada criada pelo ensino tradicional, de que esta é uma língua difícil de ser ensinada e aprendida, devido, talvez, aos moldes inadequados utilizados para seu desenvolvimento. Enquanto se sucediam os modelos teóricos e linhas de pesquisa, contemplando desde a Linguística Estrutural à Análise do Discurso, outros renomados estudiosos da língua foram muito significativos em suas contribuições acerca de sugestões metodológicas e mesmo curriculares de como trabalhar além do enfoque puramente normativo, com vistas à dimensão semântica contextualizada. Todos os estudos desenvolvidos mostram quão intensa é a necessidade de recursos e formação de profissionais habilitados para, mesmo antes da administração de conteúdos, discutir e refletir sobre a importância da língua, principalmente para superação das dificuldades quanto ao seu domínio enquanto fala e escrita. De acordo com GERALDI (1997), se por um lado as pesquisas avançam o ensino da Língua Portuguesa, por outro, despertam o desprestígio da função poética em detrimento da função referencial da linguagem, mesmo através da renovação crítica de seus modos de ensinar a língua padrão. A língua padrão precisa, mesmo enquanto valor social e histórico, ser compreendida no seu contexto mais amplo. 274 Essa busca, em certos momentos, porém, foge de seus objetivos referenciais, visto as variadas funções da língua, suas várias concepções, muitas vezes dadas como isoladas e/ou inacabadas, de acordo com as várias realidades do sujeito. Pensar a linguagem desse modo é perceber que ela acaba não existindo em si, mas apenas como relações sociais. E aí, o paradoxo: língua – oferecer apenas a convivência através das relações, ou estruturá-la para um domínio de qualidade? A língua não se dá apenas pela troca de informações pura e simplesmente. Há que se considerar todos os aspectos indispensáveis para que estas aconteçam: recursos lexicais como construção composicional, os conteúdos temáticos e os recursos de estilo, as quais fundamentam as práticas estruturais de leitura, compreensão e produção escrita. A utilização da língua efetua-se em forma de enunciados, orais e escritos, concretos e únicos. Tais elementos fundem-se e compõem o todo, que se traduz numa língua harmoniosa, estável e compreensível. Em relação à oralidade, o tempo todo estamos produzindo textos; assim, cabe ao educador refletir sobre o que se propõe quando de um momento de discussão. Sobre a leitura, entre os diversos sentidos que a palavra pode apresentar, o entendimento final é dado pelo próprio leitor, de acordo com o significado que este lhe atribui, ao que se evidencia que um texto sempre mediará significados que se deseja transmitir. Tendo em vista que os conteúdos trabalhados nesta disciplina decorrem do uso da língua oral e escrita, bem como da reflexão acerca da linguagem, é fundamental considerar a integração dessas vertentes. Em Língua Portuguesa, além de propiciarem situações de escuta, leitura e produção de textos orais e escritos, os projetos pedagógicos também promovem a compreensão dos alunos sobre a utilidade do estudo da língua. É importante considerar que o estudo da língua não se resume à tarefa de determinar o certo ou errado, mas, sim, refletir sobre a adequação da linguagem em determinado contexto, tornando o sujeito capaz de produzir efeitos de sentido sobre este. Apesar das diferenças teóricas que marcam 275 uma ou outra correntes, o que se verifica de comum entre elas é o interesse em renovar o ensino da Língua Portuguesa, modificando, diversificando e ampliando o ponto de visto sobre este objeto – a língua e seus efeitos sobre a linguagem. Ao tratar dos conteúdos a serem trabalhados em sala de aula, a proposta de Conteúdos Estruturantes surge como um novo olhar sobre o quê e como ensinar/aprender, de uma maneira flexível de acordo com o curso tomado diariamente pela própria História. Depois de muitos estudos, análises a partir da prática diária por assim dizer, têm-se a certeza de que não há como dissociar a prática do discurso da realidade material. O ensino da língua concretiza-se a partir de seu uso; para ele existe e deve ser funcional. Dessa forma, transformar os objetos de estudo em reflexão é possibilitar o diálogo aberto, constante e efetivo com os diversos conceitos envolvidos no processo de uso da língua, indo além do puro conceito de gramática a que estamos acostumados. 18.12.2 OBJETIVOS GER AIS D A DISCIPLIN A Considerar o domínio amplo das várias vertentes que efetivam a apreensão e o desenvolvimento da Língua Portuguesa sistematizada – leitura, escrita e fala – em situações formais, enquanto abrangência e compreensão de toda a dimensão social, histórica e social na qual está inserido o indivíduo. De maneira mais específica: - empregar a oralidade nas diversas situações, de maneira adequada a cada contexto e interlocutor; - oferecer a oportunidade de amadurecimento e fluência da língua falada em situações formais; - desenvolver o uso da escrita em situações discursivas enquanto prática social; - refletir sobre os textos lidos, ouvidos e produzidos; - aprimorar o contato com os diversos textos literários e gêneros jornalísticos, bem como fazer uso correto dos elementos gramaticais; − 276 estimular a livre expressão, enquanto desenvolvimento da consciência crítica, de maneira clara e fundamentada, e despertar o ouvir, o analisar e o respeitar frente ao pensamento do outro. 18.12.3 CONTEÚDOS A experiência em sala de aula, aliada aos estudos e pesquisas desenvolvidos pelos envolvidos no processo educacional apresenta a seleção e a organização dos conteúdos a partir de uma condição fundamental: atribuir-lhe significado prático. Assim, para que as aulas sejam realmente sentidas por alunos e professores, é necessário que as discussões sobre a língua aconteçam como atividades que modificam e/ou constituem interlocutores. A linguagem é parte integrante de suas vidas e, portanto, um instrumento indispensável, tanto para a aquisição de conhecimentos em quaisquer áreas do saber, como para a participação destes indivíduos nos mais variados contextos sociais. Neste contexto, podemos organizar o estudo da Língua Portuguesa para o Ensino Médio em 3 áreas: - Estudos de Literatura; - Linguagem e Oralidade - Leitura, Compreensão e Produção Escrita. Em cada uma, encontram-se conteúdos específicos que devem ser trabalhados de maneira contextualizada para que, no todo, a prática aconteça de maneira ativa e efetiva, mediando significados a partir da pluralidade de leituras e reflexões que levam o sujeito à tomada de atitudes e à capacidade de transformação do mundo. 18.12.4 1º AN O 18.12.4.1 CONTEÚDO ESTRUTUR AN TE: DISCURSO (oralidade, leitura e escrita) I - Prática da oralidade •Variação linguística culta e coloquial 277 •Leitura de diversos gêneros textuais e literários. •Debates sobre temas culturais diversos. II - Prática da leitura •Análise comparativa de textos verbais e não-verbais, literários e não-literá rios. •Momento da leitura. Literatura: - Introdução à Literatura – textos e contextos - Introdução à Literatura Brasileira e Afro-brasileira - História e Periodização Literária – contribuições de autores e obras: - Trovadorismo - Humanismo - Classicismo - Barroco - Arcadismo III - Prática da escrita -Produção textual -Reescrita de textos. Fenômenos linguísticos – Gramática contextualizada: Linguagem e Oralidade: - Conceito de Linguagem - Variação Linguística - Fonologia e Fonética - Estilo e Sentido Leitura, Interpretação e Produção de Texto: - Constituição do texto - Características textuais - Importância da Leitura - Funções da Linguagem - Tipos de Texto - Prosa e Poesia: - Narração - Descrição, Dissertação 278 18.12.4.2 DESDOBR AMENTOS ( CONTEÚDOS ESPECÍFICOS ) I - Oralidade específica -Leitura oral do aluno, com ênfase na entonação. -Debates sobre temas culturais diversos. -Apresentações orais de trabalho. -Discussões sobre os textos lidos em sala (enfatizando a interpretação do texto feita pelos alunos). -Relatos jornalísticos. II - Leitura específica •Textos jornalísticos. •Narrativa específica (contos e crônicas). •Leitura da carta de Pero Vaz de Caminha •Leitura de poemas árcades e barrocos III - Escrita específica -Narração, descrição, resumos, texto de opinião, textos de imprensa (man chetes, lides e noticiários) e pragmáticos (cartazes, avisos, etc.). -*Pontuação, acentuação e ortografia. (* conteúdos a serem trabalhados em todos os bimestres). -Fenômenos linguísticos e abordagem gramatical. 18.12.4.3 OBJETIVOS (Discurso) Oralidade − Mostrar ao aluno que essa modalidade de linguagem (a oralidade), em al guns pontos se assemelha, mas em outros diverge da escrita. − Oferecer condições ao aluno de falar com fluência em situações formais, e adequar a linguagem conforme as circunstâncias sociais, visando o valor sociolinguístico o qual está inserido. − Promover o ensino aprendizagem dessa modalidade, a fim de que o alu no seja capaz de aprimorar sua competência linguística, atingindo, verda deiramente, o letramento almejado pela escola. Leitura 279 − Oferecer incentivos e meios para que os educandos leiam além de de senvolver a crítica e análise na sua dimensão comparativa, a partir de varie dades textuais. Escrita − Relacionar o uso e aprendizagem da língua através do contato com as di versas formas de escrita e praticá-la dentro de um contexto planejado. − Considerar as funções e o funcionamento da escrita, bem como as condi ções nas quais é produzida: o aluno deve ter o que dizer, para quem e para que, de modo a poder definir como dizer. 18.12.4.4 ENC AMINH AMENTO METODOLÓGICO Oralidade − Apresentação de temas variados − Depoimentos sobre situações vivenciadas pelo aluno. − Debates, seminários, júris simulados. − Troca de opiniões e informações. − “Confronto” entre fala e escrita. − Declamação de poemas árcades e barrocos Leitura -Leitura de textos literários, lúdicos, jornalísticos, didáticos, instrucionais, científicos e ilustrativos. Escrita -Produção e reescrita textual. -Reestruturação gramatical de acordo com o conteúdo específico abordado. 18.12.4.5 CRITÉRIOS DE AV ALI AÇ ÃO jjjj) Avaliação contínua e diagnóstica. Oralidade kkkk) Observação da capacidade do aluno em adequar a sua fala de acordo com a situação e o seu interlocutor. Leitura 280 llll) Consideração das diferentes leituras de mundo e experiências dos alu nos. Escrita mmmm) Reescrita do texto até que ele esteja de acordo com a proposta textual, abrangendo seus aspectos discursivos, textuais, ortográficos, gra maticais e os elementos linguísticos. 18.12.4.6 INSTRUMENTO DE AV ALI AÇ ÃO nnnn) Registro escrito dos avanços e dificuldades observados durante as apresentações orais seja de forma individual ou coletiva do aluno. oooo) Trabalhos escritos ( resenhas, resumos, relatórios, produções tex tuais, etc.) 10.Provas descritivas e de múltipla escolha. pppp) Verificação de exercícios em sala e tarefas. 18.12.5 2º AN O 18.12.5.1 CONTEÚDO ESTRUTUR AN TE: DISCURSO (oralidade, leitura e escrita) I - Prática da oralidade •Variação linguística culta e coloquial II - Prática da leitura •Análise comparativa de textos verbais e não-verbais, literários e não-literá rios. •Transposições textuais de alguns gêneros. •Momento da leitura. Leitura de textos (reportagens, poemas, letras de músicas) que abordem a cultura afro-brasileira. Literatura - História e Periodização Literária – contribuições de autores e obras: - Romantismo - Realismo e Naturalismo - Parnasianismo 281 - Simbolismo III - Prática da escrita -Produção textual (texto de opinião sobre cotas para negros, pardos e ín dios nas universidades federais). -Reestruturação da escrita. -Pesquisa sobre os países africanos que falam a língua portuguesa -Fenômenos linguísticos - Gramática contextualizada Linguagem e Oralidade: Estudos de Morfologia – classes de palavras Leitura, Interpretação e Produção de Texto: Tipos de texto: - Texto informativo Texto publicitário Texto jornalístico 18.12.5.2 DESDOBR AMENTOS (CONTEÚDOS ESPECÍFICOS ) I - Oralidade específica -Leitura oral do professor e do aluno, com ênfase na entonação. -Debates sobre temas culturais diversos (cultura afro-brasileira, discrimina ção, racismo). -Apresentações orais de trabalho sobre os temas abordados em sala. -Mini conferências. II - Leitura específica •Leitura dos poemas de Castro Alves •Momento da Leitura (contos, poemas e crônicas). •Leitura da obra de Lima Barreto •Leitura de contos de Machado de Assis •Leitura de poemas africanos III - Escrita específica -Dissertativo-argumentativo, resumos, relatórios e pragmáticos (cartazes, avisos, etc.). -Sintaxe de concordância nominal e verbal ; coesão e coerência. 282 -*Pontuação, acentuação e ortografia. (*conteúdos a serem trabalhados em todos os trimestres). -Produção de textos sobre temas que abordem a cultura afro-brasileira. 18.12.5.3 OBJETIVOS (Discurso) Oralidade − Mostrar ao aluno que essa modalidade de linguagem (a oralidade), em al guns pontos se assemelha, mas em outros diverge da escrita. − Oferecer condições ao aluno de falar com fluência em situações formais, e adequar a linguagem conforme as circunstâncias sociais, visando o valor sociolinguístico o qual está inserido. − Promover o ensino aprendizagem dessa modalidade, a fim de que o alu no seja capaz de aprimorar sua competência linguística, atingindo, verda deiramente, o letramento almejado pela escola. Leitura − Desenvolver a crítica e análise na sua dimensão comparativa, a partir de variedades textuais. Escrita − Relacionar o uso e aprendizagem da língua através do contato com as di versas formas de escrita e praticá-la dentro de um contexto planejado. 18.12.5.4 ENC AMINH AMENTO METODOLÓGICO Oralidade − Apresentação de temas variados. − Debates, seminários, júris simulados, conferências. − Troca de opiniões e informações. − Confronto entre fala e escrita. Leitura -Leitura de textos literários, lúdicos, jornalísticos, didáticos, instrucionais, científicos e ilustrativos. Escrita -Produção e reescrita textual. 283 -Reestruturação gramatical de acordo com o conteúdo específico abordado. 18.12.5.5 CRITÉRIOS DE AV ALI AÇ ÃO -Avaliação contínua e diagnóstica. Oralidade qqqq) Observação da capacidade do aluno em adequar a sua fala de acordo com a situação e o seu interlocutor. Leitura rrrr) Consideração das diferentes leituras de mundo e experiências dos alunos. Escrita ssss) Reescrita do texto até que ele esteja de acordo com a proposta tex tual, abrangendo seus aspectos discursivos, textuais, ortográficos, gramati cais e os elementos linguísticos. 18.12.5.6 INSTRUMENTO DE AV ALI AÇ ÃO tttt) Registro escrito dos avanços e dificuldades observados durante as apresentações orais, seja de forma individual ou coletiva do aluno. uuuu) Trabalhos escritos ( resenhas, resumos, relatórios, produções tex tuais, etc.) 11.Provas descritivas e de múltipla escolha. vvvv) Verificação de exercícios em sala e tarefas. 18.13 3º AN O 18.13.1 CONTEÚDO ESTRUTUR AN TE: DISCURSO (oralidade, leitura e escrita) I - Prática da oralidade •Variação linguística culta e coloquial. •Leitura de diferentes tipos e gêneros de textos •Leitura análise e discussão sobre os textos lidos em sala de aula. II - Prática da leitura 284 •Observação e análise comparativa de textos verbais e não-verbais (Gêne ros textuais: Publicidade e Anúncio Classificados). •Transposição textual (ex: não verbal para verbal e vice-versa). •Momento da leitura: (Contos, Romances e Crônicas). Literatura: - História e Periodização Literária – contribuições de autores e obras: - Pré-modernismo - Modernismo no Brasil - Literatura Moderna e Contemporânea III - Prática da escrita -Produção textual de anúncios publicitários e anúncios classificados, fazen do intertextualidade com os poemas de Mario de Andrade. -Reestruturação da escrita. -Fenômenos linguísticos, (coesão e coerência). -Gramática contextualizada (verbos imperativos, flexão verbal) Linguagem e Oralidade: - Estrutura da Língua/Sintaxe – estudo das relações entre as palavras e seus efeitos semânticos e estilísticos - Articulação de elementos textuais Leitura, Interpretação e Produção de Texto - Articulação Textual - Texto Dissertativo Persuasivo - Produção de textos oficiais: ofícios, currículos, relatórios. 18.13.2 DESDOBR AMENTOS (CONTEÚDOS ESPECÍFICOS ) I - Oralidade específica -Debates sobre temas culturais diversos. -Apresentações orais de trabalho. II - Leitura específica Os tipos textuais (narrativo, dissertativo, argumentativo, descritivo e textos de opinião) 285 •Leitura livre de revistas, jornais, contos e crônicas (enfatizando os gêneros publicitários e anúncios classificados). •Leitura de poemas de Mário de Andrade. •Leitura da obra Abaporu de Tarsila do Amaral III - Escrita específica -Poemas, parágrafo dissertativo, argumentativo e narrativo. Produção de textos de opinião. -Estrutura e formação de palavras; crase (regência); figuras de palavras, fi guras de sintaxe e figuras de linguagem. -*Pontuação, acentuação e ortografia. (*conteúdos a serem trabalhados em todos os bimestres). -Acentuação de elementos de coesão. -Variação linguística. 18.13.3 OBJETIVOS (Discurso) Oralidade − Oferecer condições ao aluno de falar com fluência em situações formais, e adequar a linguagem conforme as circunstâncias sociais, visando o valor sociolinguístico o qual está inserido. − Mostrar ao aluno que essa modalidade de linguagem (a oralidade), em al guns pontos se assemelha, mas em outros diverge da escrita. − Promover o ensino aprendizagem dessa modalidade, a fim de que o alu no seja capaz de aprimorar sua competência linguística, atingindo, verda deiramente, o letramento almejado pela escola. Leitura − Desenvolver a crítica e análise na sua dimensão comparativa, a partir de variedades textuais. Escrita − Relacionar o uso e aprendizagem da língua através do contato com as di versas formas de escrita e praticá-la dentro de um contexto planejado. 286 18.13.4 ENC AMINH AMENTO METODOLÓGICO Oralidade − Apresentação de temas variados. − Debates, seminários, júris simulados. − Troca de opiniões e informações. − Declamações poéticas. Leitura -Leitura de textos literários, lúdicos, jornalísticos, didáticos, instrucionais e científicos. Escrita -Produção e reescrita textual. -Reestruturação gramatical de acordo com o conteúdo específico abordado. 18.13.5 CRITÉRIOS DE AV ALI AÇ ÃO -Avaliação contínua e diagnóstica. Oralidade wwww) Observação da capacidade do aluno em adequar a sua fala de acordo com a situação e o seu interlocutor. Leitura xxxx) Consideração das diferentes leituras de mundo e experiências dos alunos. Escrita yyyy) Reescrita do texto até que ele esteja de acordo com a proposta tex tual, abrangendo seus aspectos discursivos, textuais, ortográficos, gramati cais e os elementos linguísticos. 18.13.6 INSTRUMENTO DE AV ALI AÇ ÃO zzzz) Registro escrito dos avanços e dificuldades observados durante as apresentações orais , seja de forma individual ou coletiva do aluno. aaaaa) Trabalhos escritos (resenhas, resumos, relatórios, produções textuais, etc.) 287 12.Provas descritivas e de múltipla escolha. bbbbb) Verificação de exercícios em sala e tarefas. 18.14 REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFIC AS BENVENISTE, Émile. Problemas de linguística geral . 4 ed.; Campinas: Pontes/Ed. da Unicamp, 1995 BAKHTIN, M.M. Os gêneros do discurso . In: Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra. 4 ed. SP: Martins Fontes, 2003. FREIRE, P. A importância do ato de ler – em três artigos que se completam. SP: Autores Associados/Cortez, 1988. GADOTTI, M. Pensamento pedagógico brasileiro . 5 ed. SP: Ática, 1994. GERALDI, J. W. (org.) O texto na sala de aula – leitura e produção . 2ª ed. SP: Ática, 1997. HOFFMANN, J. Avaliação: mito e desafio . Porto Alegre: Educação e Realidade, 1994. LUCKESI, C.C. Filosofia da educação . SP: Cortez, 1994. PARANÁ. Secretaria de Educação. Diretrizes Curriculares: Ensino Fundamental 1º E 2º ciclos: língua portuguesa . Curitiba: DEF/SEED, 2005. PÉCORA, A. Problemas de redação. SP: Martins Fontes, 1989. 288 19. M ATEM ÁTIC A 19.1 FUND AMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS: Segundo D´Ambrosio(2002), a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, traz alguns princípios maiores que norteiam os sistemas educacionais de todo o mundo e que podem ser resumidos em três pontos: 1) Todos têm direito à educação, e a educação deve ser gratuita, ao menos nos estágios elementar e fundamental. 2) A educação elementar deve ser compulsória. 3) A educação deve ser dirigida para o desenvolvimento pleno da pessoa e para reforçar o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. Se assumirmos o compromisso de atingir esses três grandes objetivos estaremos construindo uma educação de qualidade. Em Matemática, o grande desafio é, então, reconhecer como o ensino de Matemática está sendo inserido e como está contribuindo para alcançar essas metas maiores da educação. A visão que se tem tradicionalmente da Matemática, de uma ciência exata e abstrata e de uma disciplina com conteúdo fixo e definido, que não abre espaço para a criatividade ou investigação, deve ser superada. Como afirmava o professor José Carlos de Mello e Souza, “o papel da Matemática na Educação, pode ser comparado ao de uma faca de dois gumes: de papel essencialmente formador, pode se transformar em papel perverso, alienador e mutilador”. Isso acontece quando deixamos somente os algoritmos aos alunos e omitimos o pensamento matemático. É aqui que entra a sensibilidade do professor, alicerçada em seu preparo matemático e no seu bom senso. É preciso ter em mente que o ensino de Matemática tem compromisso com a formação e a integração do aluno também no contexto social, como cidadão consciente. E cidadania, como afirma D´AMBROSIO(2002), “ tem tudo a ver com a capacidade de conhecidas e lidar com rotineiras a situações partir de novas. regras Lida-se que são com situações memori zadas e 289 obedecidas. Mas o grande desafio está em tomar decisões sobre situações imprevistas e inesperadas, que hoje são cada ve z mais frequentes. A tomada de decisões exige criatividade e ética. A matemática é um instrumento importantíssimo para a tomada de decisões, pois apela para a criatividade. Ao mesmo tempo, a matemática fornece os instrumentos necessários para uma avaliação das consequências da decisão escolhida. A essência do comportamento ético resulta do conhecimento das consequências das decisões que tomamos.” Sob esse ponto de vista, o aprender e ensinar Matemática desvincula-se, então, do processo de transmissão de conhecimento por parte do professor e esse assume o papel de mediador entre o conhecimento matemático e o aluno e organizador e facilitador dessa aprendizagem. Colocando-se como mediador, organizador e facilitador do processo de aprendizagem, a relação professor-aluno passa a abranger também a formação de um indivíduo ético, criativo e crítico, preparado para viver participativamente na sociedade e consciente de sua cidadania. Para isso, D´AMBROSIO(1999) propõe um novo enfoque ao currículo, visando a parte formativa da prática educacional e que não cabe somente à Matemática, mas a todas as disciplinas. Esse enfoque tem como base um trivium com três vertentes: - LITERACIA (instrumentos comunicativos): é a capacidade de processar informação escrita e falada, o que inclui leitura, escrita, cálculo, diálogo, ecálogo, internet na vida cotidiana; - MATERACIA (instrumentos intelectuais): é a capacidade de interpretar e analisar sinais e códigos, de propor e utilizar modelos na vida cotidiana, de elaborar abstrações sobre representações do real e, - TECNORACIA (instrumentos materiais): é a capacidade de usar e combinar instrumentos, simples ou complexos, inclusive o próprio corpo, avaliando suas possibilidades e suas limitações e a sua adequação a necessidades e situações diversas. A proposta desse trivium deve restabelecer à Matemática seu caráter de ser interessante, atual e útil. A prioridade da Matemática não pode ficar 290 restrita a ser ensinada pela justificativa de que aquilo que consta dos programas será útil para algo ou porque, por exemplo, será útil para o vestibular. Não podemos nos esquecer que, nessa proposta de formar um cidadão consciente e crítico, também pesa o fator de que temos um novo perfil de adolescente e jovem em nossas escolas. É um adolescente/jovem que, de modo geral, já atingiu ou vai atingir um nível educacional superior ao de seus pais e, portanto, é capaz de alcançar significados que a geração anterior de sua família não teve. São adolescentes e jovens que precisam ter um projeto de vida que inclua o trabalho e a continuidade dos estudos ou, pelo menos, o trabalho. Muitas vezes também ajudam economicamente a família e não podem contar com ela para determinadas decisões que implicam significados adquiridos da escolaridade. São adolescentes e jovens que também se veem cercados por uma gama de fontes de informação (Internet, meios de massa, mídias de forma geral) e, muitas vezes, não possuem a visão e a capacidade para julgar a pertinência das informações e conhecimentos veiculados. A escola, nesse caso, tende a se transformar, cada vez mais, numa ponte de significado sobre a auto-estrada das informações e dos conhecimentos, com questões que são muito familiares para nós, que trabalhamos no cotidiano escolar. Portanto, a interdisciplinaridade e a contextualização são elementos que se fazem cada vez mais indispensáveis. A interdisciplinaridade ajuda o aluno a perceber as conexões entre as disciplinas e a contextualização dá a motivação necessária para que o mesmo dê sentido àquilo que aprende e atravesse a ponte entre a teoria e a prática. As tendências metodológicas apontadas nas Diretrizes Curriculares de Educação Básica de Matemática do Estado do Paraná(2008) sugerem encaminhamentos metodológicos e servem de aporte teórico para as abordagens dos ensino, desenvolver os que possa conteúdos propostos nestes níveis de visando conhecimentos matemáticos a partir do processo dialético intervir como instrumento eficaz na aprendizagem das propriedades e relações matemáticas, bem como 291 diferentes as representações e conversões através da linguagem e operações simbólicas, formais e técnicas. As Diretrizes também apontam a importância da utilização de recursos didático-pedagógicos e tecnológicos como instrumentos de aprendizagem. Os procedimentos e estratégias a serem desenvolvidas pelo professor objetivam garantir aplicação dos ao aluno o avanço em conhecimentos matemáticos estudos em posteriores, na atividades tecnológicas, cotidianas, das ciências e da própria ciência matemática. Em relação às abordagens, destacam-se a análise e interpretação crítica para resolução matemática, mas de problemas, como nas não demais somente ciências pertinentes que, em à ciência determinados momentos, fazem uso da matemática. E já que estamos considerando toda essa diversidade de perfis e situações que envolvem nossos alunos atualmente, bem como a diversidade de recursos metodológicos e abordagens que podem ser utilizadas com os alunos, não podemos nos esquecer da questão da inclusão. Os alunos que possuem necessidades educativas especiais precisam mais do que o acesso à escola: precisam ter garantidas todas as condições necessárias para que possam manter-se na escola e aprender, e não só a matemática. E isso só se consegue a partir de reflexão e reestruturação de políticas e estratégias educativas. Partindo do princípio de que há uma parcela de crianças e adolescentes que, em função de seus graves comprometimentos ou necessidades de comunicação diferenciadas, requerem atenção individualizada e adaptações curriculares significativas, ainda sente-se a necessidade de atendimento em classes ou escolas especiais, que possuam os recursos e o tratamento devido para o atendimento dessas particularidades. 19.2 OBJETIVOS GER AIS: Os objetivos da Matemática visam, acima de tudo, a construção da cidadania e a integração dos alunos na escola e na sociedade em geral. 292 Nos casos possíveis de adaptação de alunos portadores de necessidades educativas especiais às classes comuns de ensino, a matemática também deve criar alternativas que possibilitem a garantia à aprendizagem. Seus objetivos gerais são: •Estimular, a partir dos conhecimentos matemáticos, o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação e o desenvolvimento de planos de estratégia para resolução de problemas. •Observar a realidade de forma sistemática e, a partir dos conhecimentos aritméticos, geométricos, métricos, algébricos, estatísticos, combinatórios e probabilísticos, proporcionar o estabelecimento do maior número de relações possível entre eles. •Os diferentes eixos da Matemática devem auxiliar o aluno a construir argumentos, escrever e representar as ideias matemáticas de diversas formas possíveis, selecionando, organizando e produzindo informações para interpretá-las e avaliá-las criticamente. •Permitir a interação entre os alunos, para que possam auxiliar e serem auxiliados, percebendo que a troca de informações é construtiva e que as formas de análise e resolução de uma situação podem ser diferentes e válidas. Dessa forma, o aluno pode também mudar o seu conceito sobre sua “capacidade” matemática, desmistificando o conceito de “genialidade” e a ideia de que Matemática não pode ser agradável ou prazerosa. Com esse contato, permite-se também o aprendizado a partir das diferenças multiculturais e pluriéticas. •Desenvolver no aluno a capacidade de habituar-se ao estudo, a atenção, a responsabilidade e a cooperação. •Possibilitar ao aluno uma compreensão do conhecimento matemático que o leve a conhecer, interpretar e utilizar, corretamente a linguagem matemática, associando-a com a linguagem usual e com as outras áreas do conhecimento. 293 19.3 CONTEÚDOS 19.3.1 ENSINO FUND AMENTAL 19.3.1.1 5ª SÉRIE: - CONTEÚDOS ESTRUTUR ANTES – Legenda: (A) Números e Álgebra (B) Geometrias (C) Grandezas e Medidas (D) Tratamento da Informação ccccc) O sistema de numeração decimal (A) 1.1 Ordens e classes 1.2 Composição e decomposição de números 1.3 Leitura e escrita de números − Números naturais (A) 2.1 Definição do conjunto N 2.2 Sucessor e antecessor de um número natural 2.3 Relações de ordem 2.4 Sequências de números naturais (pares, ímpares, quadrados, triangulares, múltiplos) •Operações fundamentais: adição, subtração, multiplicação e divisão (A) 3.1 Ideias associadas às operações 3.2 Operações inversas 3.3 Resolução de problemas envolvendo as quatro operações fundamentais -Potenciação e radiciação de números naturais (A) -Expressões numéricas envolvendo as quatro operações fundamentais e potenciação (A) -Sistemas de medidas (C) 6.1 Medidas de tempo 6.2 Medidas de massa 6.3 Medidas de comprimento 6.4 Transformações envolvendo unidades de medida 294 -Divisibilidade: divisores e múltiplos de números naturais (A) 7.1 Noção de divisibilidade 7.2 Critérios de divisibilidade 7.3 Fatores ou divisores de um número natural 7.4 Números primos 7.5 Decomposição de um número natural em fatores primos -Frações (A) 8.1 Ideias associadas à fração (fração como parte de grandezas contínuas e discretas e fração como quociente entre dois números) 8.2 Números mistos 8.3 Resolução de problemas envolvendo as várias ideias de fração 8.4 Frações e medidas 8.5 Frações equivalentes 8.6 Simplificação de frações 8.7 Comparação de frações 8.8 Adição e subtração de frações 8.9 Multiplicação de frações 8.10 Divisão de frações 8.11 Porcentagem -Números decimais (A) 9.1 Representação decimal de frações e números mistos 9.2 Décimos,centésimos, milésimos 9.3 Relação entre décimos, centésimos e milésimos a.9.4 Números decimais e sistema monetário brasileiro 9.5 Números decimais e o sistema de numeração decimal 9.6 Comparação de números decimais 9.7 Operações com decimais 9.8 Multiplicação e divisão de decimal por 10, 100 e 1000 9.9 Porcentagem e forma decimal -Formas espaciais e planas (B) 10.1 Poliedros 10.2 Corpos Redondos 295 10.3 Figuras planas 10.4 Noções de volume -Ângulos (C) 11.1 Ângulos: ideias de giro, mudança de orientação e inclinação 11.2 Elementos de um ângulo 11.3 Ângulo reto, agudo e obtuso -Polígonos (B,C) 12.1. Reconhecimento, elementos e nomenclatura 12.2. Polígonos regulares e irregulares 12.3. Perímetro de polígonos -Quadriláteros e triângulos (B) 13.1. Elementos 13.2. Classificação •Áreas (C) 14.1. Área do retângulo 14.2. Área do quadrado 14.3. Área do paralelogramo 14.4. Área do losango 14.5. Área do triângulo •Tratamento da Informação (D) 15.1. Organização, leitura e interpretação de dados em tabela 15.2. Gráficos de colunas 15.3.Gráficos de barras 19.3.1.2 6ª SÉRIE: - CONTEÚDOS ESTRUTUR ANTES – Legenda: (A) Números e Álgebra (B) Geometrias (C) Grandezas e Medidas (D) Tratamento da Informação •Números inteiros (A) 1.1 Ideias associadas 296 1.2 A subtração e os números negativos 1.3 Reta numérica inteira 1.4 Números opostos 1.5 Comparação 1.6 Adição e subtração 1.7 Multiplicação e divisão 1.8 Potenciação 1.9 Raiz quadrada 1.10 Expressões numéricas 1.11 Plano cartesiano Números racionais (A) 2.1. Conjunto Q, conceito e suas formas de representação 2.2. Localização na reta numérica 2.3. Números opostos 2.4. Comparação 2.5. Adição e subtração 2.6.Multiplicação e divisão 2.7.Potenciação 2.8. Raiz quadrada 2.9. Expressões numéricas • Equações (A) 3.1.Utilização de letras para representação de valores desconhecidos 3.2.Expressões algébricas 3.3.Valor numérico de uma expressão algébrica 3.4.Expressões algébricas x equações 3.5. Equações e a exploração da idéia de equilíbrio 3.6 Resolução de equações com o uso das operações inversas 3.7 Resolução de situações-problema a partir de equações • Introdução • Formas a inequações (A) geométricas (B) 5.1 Formas geométricas planas e espaciais: diferenciação 5.2 Poliedros e seus elementos: faces, vértices e arestas 297 5.2.1. Poliedros regulares: sólidos de Platão 5.2.2. Poliedros irregulares: prismas e pirâmides 5.3.3. Planificações de poliedros 5.3.Corpos redondos − Medidas (C) 6.1.Ângulos: Medição a partir do transferidor 6.2.Medidas de temperatura 7.Razão e proporção (A) 7.1 Conceito de razão 7.2 Razões especiais 7.3 Proporção 8.Proporcionalidade (A) 8.1 Proporcionalidade e situações de não-proporcionalidade 8.2 Grandezas diretamente proporcionais 8.3 Grandezas inversamente proporcionais 8.4 Regra de três simples 9.Tratamento da Informação (D) 9.1 Coleta de dados 9.2 Construção de tabelas 9.3 Leitura, interpretação e construção de gráficos de barras e colunas 9.4 Leitura e interpretação de dados em tabelas simples e de dupla entrada 9.5 Análise e interpretação de informações de pesquisas estatísticas 9.6 Média aritmética 9.7 Mediana 9.8 Moda 9.Juros simples 19.3.1.3 7ª SÉRIE: - CONTEÚDOS ESTRUTUR ANTES – Legenda: (A) Números e Álgebra (B) Geometrias 298 (C) Grandezas e Medidas (D) Tratamento da Informação 1.Estudo de potências (A) 1.1 Expoente natural e inteiro 1.2 Propriedades das potências 1.3 Números quadrados perfeitos 2.Polinômios (A) 2.1 Expressões algébricas e variáveis 2.2 Regularidades representadas por expressões algébricas 2.3 Valor numérico de uma expressão algébrica 2.4 Monômios 2.5 Monômios semelhantes 2.6 Polinômios 2.7 Operações com polinômios 2.8 Produtos notáveis 2.8.1. Quadrado da soma de dois termos 2.8.2. Quadrado da diferença de dois termos 2.8.3. Produto da soma pela diferença de dois termos 2.9 Fatoração de polinômios 2.9.1 Fatoração por evidência 2.9.2 Diferença de quadrados 2.9.3 Trinômio quadrado perfeito 2.9.4 Agrupamento 3.Soma das medidas dos ângulos internos de um triângulo (B, C) 4.Soma das medidas dos ângulos internos de um polígono (B, C) 5.Soma das medidas dos ângulos externos de um polígono (B, C) 6.Ângulos internos em polígonos regulares (B, C) 7.Medidas (C) 7.1. Perímetro de polígonos 7.2. Área de polígonos 7.3. Volume de poliedros 8.Ângulos e retas (B, C) 299 8.1. Manutenção sobre o conceito de ângulo e classificação 8.2. Bissetriz de um ângulo 8.3. Posições relativas de dois ângulos 8.3.1. Ângulos adjacentes 8.3.2. Ângulos complementares 8.3.3. Ângulos suplementares 8.4. Posições relativas de duas retas 8.5. Ângulos opostos pelo vértice 8.6. Ângulos formados por retas paralelas interceptadas por uma transversal 9.Sistemas de equações do 1º grau (A) 9.1 Pares ordenados: soluções de uma equação do 1º grau com duas incógnitas 9.2 Sistemas de duas equações do 1º grau com duas incógnitas 9.3 Método da adição 9.4 Método da substituição 10.Números irracionais (A, C) 10.1. Números irracionais em diferentes contextos 10.2. Raiz quadrada exata e aproximada de números irracionais 10.3. O número pi 10.4. Comprimento de circunferência 10.5. Área do círculo 11.Tratamento da Informação (D) 11.1. Interpretação e representação de dados em diversos tipos de gráficos 11.2. Média aritmética, mediana e moda 11.3. Amostra 19.3.1.4 8ª SÉRIE: - CONTEÚDOS ESTRUTUR ANTES – Legenda: (A) Números e Álgebra (B) Geometrias 300 (C) Grandezas e Medidas (D) Tratamento da Informação 1 Conjuntos numéricos (A) 1.1 Conjunto dos números naturais 1.2 Conjunto dos números inteiros 1.3 Conjunto dos números racionais 1.4 Relações entre N, Z e Q 1.5 Núm*eros irracionais 1.6 Números reais 1.7 Reta numérica real 2.Potências (A) 2.1 Potências com expoente natural, inteiro e racional 2 2 Propriedades das potências 2 3 Expressões com potências 2 4 Notação científica 3.Radicais e suas operações (A) 3.1 Simplificação de radicais 3.2 Multiplicação de radicais 3 3 Divisão de radicais 3 4 Adição e subtração de radicais 3 5 Propriedades envolvendo as operações com radicais 3 6 Racionalização de denominadores 4.Equações do 2º grau (A) 4.1 Grau de uma equação 4.2 Coeficientes de uma equação do 2º grau 4.3 Forma geral de uma equação do 2º grau 4.4 Raízes ou soluções de uma equação do 2º grau 4.5 Resolução de equações do 2º grau através da fórmula de Bháskara 4.6 Resolução de equações do 2º grau através da fatoração 4.7 Aplicações da equação do 2º grau 4.8 Sistemas de equações do 2º grau 4.9 Resolução de problemas envolvendo equações e sistemas de 301 equações do 2º grau 4.10 Equações biquadradas 4.11 Equações irracionais 5.Teorema de Pitágoras (A, C) 6.Circunferência e círculo (A, B, C) 6.1 Elementos e a diferença entre a circunferência e o círculo 6.2 Comprimento da circunferência 6.3 Área do círculo 7.Semelhança (B, C) 7.1 Razões e segmentos proporcionais 7.2 Teorema de Tales 7.3 Ampliação e redução de figuras 7.4 Semelhança de figuras 7.5 Homotetia 7.6 Teorema fundamental da semelhança de triângulos 8.Relações métricas nos triângulos retângulos (C) 9.Trigonometria do triângulo retângulo (C) 9.1. Catetos adjacente e oposto a um determinado ângulo dado 9.2. Razões trigonométricas: seno, cosseno e tangente 11.Introdução a funções (E) 10.1 Grandezas e relações proporcionais entre grandezas 10.2 A ideia e o conceito de função 10.3 Lei da função, variáveis e representação gráfica 10.4 Reconhecimento do gráfico de funções 10.5 Conceito de funções afins e quadráticas 11.Regra de três composta (A) 12.Tratamento da Informação (D) 12.1 Introdução ao princípio multiplicativo 12.2 Noções de probabilidade 12. Juros compostos 302 19.4 ENSINO MÉDIO 19.4.1 1º ANO - CONTEÚDOS ESTRUTUR ANTES – Legenda: (A) Números e Álgebra (B) Grandezas e Medidas (C) Funções (D) Geometrias (E) Tratamento da Informação - Teoria dos Conjuntos (A) - Noções básicas sobre conjuntos - Relações de pertinência e inclusão - Operações com conjuntos - Conjuntos numéricos: N, Z, Q, R e Ir - Intervalos e operações com intervalos - Funções (C) - Produto cartesiano - Relação binária - Domínio, contradomínio e imagem de uma função - Imagem de um elemento - Raiz ou zero de uma função - Função injetora, sobrejetora e bijetora - Função inversa - Função composta - Função polinomial do 1o grau ou afim (C) - Características: forma geral e coeficientes angular e linear - Função crescente e decrescente - Raiz ou zero da função de 1o grau - Gráfico de funções do 1o grau - Estudo dos sinais da função do 1o grau - Função polinomial do 2o grau ou quadrática (C) - Características: forma geral e coeficientes 303 - Gráfico da função de 2o grau - Raízes ou zeros da função de 2o grau - Vértice da parábola: ponto de máximo ou mínimo - Estudo dos sinais da função de 2o grau - Inequações e sistemas de inequações de 1o e 2o grau ( A) - Inequações de 1o e 2o graus - Sistema de inequações de 1o e 2o graus - Inequações de 1o e 2o graus do tipo produto - Inequações de 1o e 2o graus do tipo quociente - Funções modulares (C) - Funções definidas por duas ou mais sentenças - Função modular - Equações modulares - Inequações modulares - Função exponencial (C) - Manutenção sobre expoente inteiro positivo, expoente inteiro negativo, expoente racional e propriedades de potências - Conceito e características da função exponencial - Gráfico da função exponencial - Equações exponenciais - Inequações exponenciais - Função logarítmica (C) - Logaritmos: definição e condição de existência - Consequências da definição - Sistemas de logaritmos - Propriedades operatórias - Mudança de base - Equações logarítmicas - Funções logarítmicas - Inequações logarítmicas - Progressão Aritmética (C) - Conceito e classificação 304 - Termo geral de uma P.A. - Interpolação aritmética de uma P.A. - Propriedade de uma P.A. - Soma dos termos de uma P.A. finita - Progressão Geométrica (C) - Conceito e classificação - Termo geral de uma P.G. - Propriedades de uma P.G. - Soma dos termos de uma P.G. finita - Soma dos termos de uma P.G. infinita - Resolução de problemas envolvendo P.A. e P.G. - Juro simples e juro composto - Trigonometria do triângulo retângulo (B) - Seno, cosseno e tangente de um ângulo - Resolução de situações-problema envolvendo seno, cosseno e tangente de um ângulo - Trigonometria do triângulo qualquer (B) - Lei dos Senos - Lei dos Cossenos - Estatística (E) - População e amostra - Frequência absoluta e relativa - Tipos de gráficos: interpretação e construção - Distribuição de frequência - Histograma e polígono de frequências - Medidas de tendência central: média aritmética, mediana e moda 19.4.2 2º ANO - CONTEÚDOS ESTRUTUR ANTES – Legenda: (A) Números e Álgebra (B) Grandezas e Medidas (C) Funções 305 (D) Geometrias (E) Tratamento da Informação - Matrizes ( A) - Definição, representação e ordem - Tipos de matrizes - Matriz transposta - Igualdade de matrizes - Operações com matrizes - Matriz inversa - Determinantes (A) - Determinante de uma matriz - Cofatores - Teorema de Laplace - Regra de Sarrus - Propriedades - Regra de Chió - Sistemas lineares ( A) - Equações e sistemas lineares - Sistemas lineares - Classificação de um sistema linear - Matrizes associadas a um sistema linear - Regra de Cramer - Resolução de um sistema linear por escalonamento - Discussão de um sistema linear - Trigonometria (B) - Trigonometria no círculo: Medida de arco e unidades - Ciclo trigonométrico e arcos côngruos - Redução ao primeiro quadrante - Funções trigonométricas: - Função seno - Função cosseno - Função tangente 306 - Função cotangente - Função secante - Função cossecante - Relações trigonométricas fundamentais e derivadas - Fórmulas de adição e subtração de arcos - Fórmula de duplicação de arcos - Equações trigonométricas - Inequações trigonométricas - Geometria Plana e Espacial (D) - Tópicos de Geometria Plana - Ângulos - Retas paralelas e uma transversal - Triângulos - Quadriláteros - Círculo e circunferência - Polígonos regulares - Geometria Espacial - Postulados - Posições relativas de duas retas no espaço - Posições relativas de uma reta e um plano - Posições relativas de dois planos no espaço - Prismas - Pirâmides - Cilindros - Cones - Esferas - Poliedros - Análise Combinatória e Binômio de Newton(E) - Princípio fundamental da contagem - Fatorial - Permutação simples - Arranjo simples 307 - Combinação simples - Problemas envolvendo arranjo e combinação - Permutação com elementos repetidos - Números binomiais - Triângulo de Pascal - Binômio de Newton - Probabilidade (E) - Elementos do estudo das probabilidades - Probabilidade de um evento - União e intersecção de eventos - Probabilidade condicional - Eventos independentes - Estatística (E) −Medidas de dispersão: desvio médio, variância e desvio padrão 19.4.3 3º ANO - CONTEÚDOS ESTRUTUR ANTES – Legenda: (A) Números e Álgebra (B) Grandezas e Medidas (C) Funções (D) Geometrias (E) Tratamento da Informação - Números Complexos ( A) - O número i - Forma algébrica de um número complexo - Operações com complexos na forma algébrica - Forma trigonométrica de um número complexo - Operações com complexos na forma trigonométrica - Polinômios (A) - Polinômios - Adição, subtração e multiplicação de polinômios - Polinômio identicamente nulo 308 - Identidade de polinômios - Divisão de polinômios - Divisão de um polinômio por um binômio da forma ax +b - Dispositivo de Briot-Ruffini - Decomposição de um polinômio do 2o grau em fatores - Decomposição de um polinômio de grau maior ou igual a 3 em fatores - Geometria Analítica: Pontos e Retas (D) - Reta orientada ou eixo - Sistema cartesiano ortogonal - Estudo da reta - Cálculo da área de um triângulo - Geometria Analítica: Circunferência (D) - A circunferência - Posições relativas de um ponto e uma circunferência - Posições relativas de uma reta e uma circunferência - Posições relativas entre duas circunferências - Geometria Analítica: Cônicas(D) - Cônicas - Elipse - Hipérbole - Parábola - Matemática Financeira (E) - Taxa de porcentagem - Problemas envolvendo porcentagem - Lucro e prejuízo - Acréscimos e descontos sucessivos - Juro simples - Juro composto e fórmula do montante - Logaritmo no cálculo de juro composto – Valor atual e valor futuro 309 19.5 METODOLOGI A Toda e qualquer disciplina sempre deverá estar integrada às outras. Integrar os conteúdos estruturantes do conteúdo da matemática e fazer as conexões com compreender as e demais utilizar estabelecimento de disciplinas conceitos conexões amplia das implica as oportunidades disciplinas abordar as estudadas. ideias de O matemáticas relacionando-as à realidade, de forma a explicitar sua presença e utilidade nos vários campos da ação humana. Para que o trabalho docente seja direcionado de forma a abordar os inter-relacionamentos e articulações entre os conceitos de cada conteúdo específico, há a necessidade de uma organização dos conteúdos curriculares. E para que isso aconteça, bem como se tenha clareza sobre os objetivos de trabalho, os recursos a serem utilizados, como será o encaminhamento metodológico e quais serão os critérios e instrumentos de avaliação utilizados, o professor elaborará o seu Plano de Trabalho Docente. Ao elaborar o seu Plano de Trabalho Docente, o professor deverá pesquisar e organizar estratégias e intervenções adequadas às características e às necessidades dos seus alunos. Procurará utilizar recursos didáticos que considerem a diversidade atual das nossas salas de aula e estabelecerá, com seus alunos, condições e acordos sobre o desenvolvimento de seus trabalhos durante as aulas, para que as mesmas ocorram em um espaço pedagógico no qual sejam consideradas a afetividade, a solidariedade e um clima favorável ao processo de ensino e aprendizagem. Não podemos nos esquecer, também, da importância do papel ativo dos estudantes na elaboração e realização da aula. A partir de sua participação e dos conhecimentos prévios que eles possuem, o processo ensino e aprendizagem fica mais rico e podemos promover o confronto entre os diversos processos cognitivos que ocorrem no grupo de alunos. Deve-se estimular o aluno para que pense, raciocine, crie, relacione 310 ideias e que em determinadas situações deixe de imitar, repetir e seguir simplesmente o que o professor fez e ensinou, descobrindo por si só uma maneira diferente de resolver a questão. Mostrar o porquê das coisas, não simplesmente mecanizar procedimentos e regras, é fundamental. Trabalhar a matemática por meio de situações-problema próprias da vivência do aluno e que façam realmente pensar, analisar, julgar e decidir pela melhor solução, ajuda os alunos a sentirem a importância de saber aquilo para sua vida em sociedade e para entenderem o mundo em que vivem. É importante, porém, desenvolver também estratégias que permitam provar os resultados, testar seus efeitos, comparar diferentes caminhos para obter a mesma solução. Desse modo, a importância da resposta correta cede lugar à importância do processo de resolução. Devemos considerar mais o processo do que o produto da aprendizagem, o “aprender a aprender” mais do que levar em conta resultados prontos. Segundo as Diretrizes Curriculares de Educação Básica de Matemática, do Estado do Paraná, os conteúdos propostos devem meio de tendências metodológicas da Educação ser abordados por Matemática que fundamentam a prática docente, das quais destacamos: • resolução de problemas; • modelagem matemática; • mídias tecnológicas; • etnomatemática; • história da Matemática e, • investigações matemáticas. A resolução de problemas possibilita aos alunos mobilizar conhecimentos e desenvolver a capacidade para gerenciar as informações que estão ao seu alcance, ampliar seus conhecimentos acerca de conceitos e procedimentos matemáticos. O problema não é um exercício em que o aluno aplica de forma quase mecânica, uma fórmula ou um processo operatório. Só há problema se o aluno for levado a interpretar o enunciado da questão que lhe é posto e a 311 estruturar a situação que lhe é apresentada. A resolução de problemas é uma orientação para a aprendizagem, proporcionando o contexto em que se podem apreender conceitos, procedimentos e atitudes matemáticas. A etnomatemática ajuda a reconhecer e registrar questões de relevância social que produzem o conhecimento matemático. Leva em conta que não existe um único, mas vários e distintos conhecimentos e todos são importantes. Considerando o aspecto cognitivo, releva-se que o aluno é capaz de reunir situações essas às “Graças novas com novas circunstâncias a um e experiências ampliando anteriores, seus fazeres adaptando e saberes. elaborado sistema de comunicação, as maneiras e modos de lidar com situações vão sendo compartilhadas, transmitidas e difundidas” (D’AMBROSIO, 2001). A modelagem matemática tem como pressuposto a problematização de situações do cotidiano. Ao mesmo tempo em que propõe a valorização do aluno no contexto social, procura levantar problemas que sugerem questionamentos sobre situações de vida. Por meio da modelagem matemática, fenômenos diários, sejam eles físicos, biológicos e sociais, constituem elementos para análises críticas e compreensões diversas Matemática consiste problemas de mundo. na arte de matemáticos e Assim sendo, transformar “a modelagem problemas reais com os resolvê-los interpretando suas soluções na linguagem do mundo real” (BASSANEZI, 2006). O uso de calculadoras mídias e tecnológicas , aplicativos da como Internet softwares, têm TV favorecido Multimídia, um aspecto fundamental da disciplina de Matemática: a experimentação. Aplicativos de modelagem e simulação têm auxiliado estudantes e professores a matemático visualizarem, de generalizarem e representarem o fazer uma maneira passível de manipulação, pois permitem construção, interação, trabalho colaborativo, processos de descoberta de forma dinâmica e o confronto entre a teoria e a prática. A história da Matemática deve ser um elemento orientador na 312 elaboração de atividades, na criação das situações-problema e na busca de referências Possibilita ao para aluno compreender melhor os conceitos matemáticos. analisar e discutir razões para aceitação de determinados fatos, raciocínios e procedimentos. A dadas história aos deve ser porquês o fio da condutor Matemática. que direciona Assim, pode as explicações promover uma aprendizagem significativa, pois propicia ao estudante entender que o conhecimento matemático é construído historicamente a partir de situações concretas e necessidades reais (MIGUEL & MIORIM, 2004). Na investigação matemática , o aluno é chamado a agir como um matemático, não apenas porque é solicitado a propor questões, mas, principalmente, porque investigando. Assim, formula “as conjecturas investigações a respeito do matemáticas que está envolvem, naturalmente, conceitos, procedimentos e representações matemáticas, mas o que mais fortemente as caracteriza é este estilo de conjectura-testedemonstração” (PONTE; BROCARDO; OLIVEIRA, 2006). O lúdico, através da utilização de jogos envolvendo o conteúdo, também pode desempenhar um papel ativo na construção do conhecimento matemático. Além de envolver a compreensão e a aceitação de regras, desenvolver o pensamento lógico e incentivar a tomada de decisões e criar novas regras, motiva a pensar e a usar conhecimentos prévios e possibilita a construção de uma atitude positiva perante os erros. O professor deve planejar sua aula de modo a garantir aos seus alunos o acesso a outros conteúdos, possibilitando uma análise diferenciada do seu cotidiano e a superação de questões práticas. Para que isso aconteça, é importante que o professor seja também pesquisador e possa elaborar atividades e ações que explorem essas inter-relações da Matemática com as outras ciências e com as situações do nosso dia-a-dia e da atualidade a fim de abordar os temas dos desafios educacionais contemporâneos: educação ambiental; educação fiscal; história e cultura afro-brasileira, africana e indígena; sexualidade; enfrentamento à violência na escola e prevenção ao uso indevido de drogas. Assim, estaremos contribuindo com a 313 formação de indivíduos transformadores e comprometidos com os aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais da sociedade brasileira. 19.6 AV ALI AÇ ÃO A avaliação é um instrumento fundamental para fornecer informações sobre como está se realizando o processo ensino-aprendizagem como um todo, tanto para o professor e a equipe escolar conhecerem e analisarem os resultados de seu trabalho como para o aluno verificar seu desempenho, e não simplesmente focalizar o aluno, seu desempenho cognitivo e o acúmulo de conteúdos, para classificá-lo em “aprovado” ou “reprovado”. Ela deve ser essencialmente formativa, na medida em que cabe à avaliação subsidiar o ensino-aprendizagem trabalho para pedagógico sanar redirecionando dificuldades, o processo aperfeiçoando-o constantemente. A avaliação vista como um diagnóstico contínuo e dinâmico torna-se um instrumento fundamental para repensar e reformular os métodos, os procedimentos e as estratégias de ensino, para que realmente o aluno aprenda. Assim, o objetivo da avaliação é diagnosticar como está se dando o processo ensino-aprendizagem e coletar informações para corrigir possíveis distorções observadas nele. Em resumo, avalia-se para identificar os problemas e os avanços e redimensionar a ação educativa, visando o sucesso escolar. A avaliação, ainda, oferece informações sobre objetivos, os métodos, os conteúdos, os materiais pedagógicos, os próprios procedimentos de avaliação – se houve ou não crescimento e envolvimento do aluno em todo o processo, ou até mudanças e suas atitudes. Enfim, não procede mais pensar que o único avaliado é o aluno e seu desempenho cognitivo. As provas escritas no final do mês ou do bimestre, não aferem todos os progressos que o aluno alcançou, como: mudança de atitudes, envolvimento e crescimento no processo ensino-aprendizagem, avanço na capacidade de expressão oral ou na habilidade de manipular materiais pedagógicos, descobrindo suas características e propriedades. Por isso, sugerem-se 314 vários tipos de instrumentos de avaliação: prova escrita (objetiva ou dissertativa), trabalho com consulta (individual ou em grupo), trabalho sem consulta (individual ou em grupo), tarefas avaliativas, pesquisas com apresentação e atividades práticas. Também serão observadas as respostas dos estudantes quando se manifestam, de forma implícita ou explícita, suas certezas, dúvidas e erros, bem como suas ações e discussões no âmbito da matemática quando estiverem trabalhando individualmente ou em equipe. Enfim, a mudança do ensino de Matemática deve vir acompanhada por uma mudança de ênfase na maneira de avaliar o aluno: - Avaliar o que os alunos sabem, como sabem e como pensam matematicamente. - Avaliar se o aluno compreendeu os conceitos, os procedimentos e se desenvolveu atitudes positivas em relação à Matemática. - Avaliar o processo e o grau de criatividade das soluções dadas pelo aluno. - Encarar a avaliação como parte integrante do processo de ensino. - Focalizar uma grande variedade de tarefas matemáticas e adotar uma visão global da Matemática. − Propor situações abertas que tenham mais de uma solução. − 19.7 REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFIC AS ANDRINI, A. & VASCONCELOS M.J. Praticando a Matemática. São Paulo: Editora do Brasil, 2002. BASSANEZI, R. C. Ensino-aprendizagem com modelagem matemática: uma nova estratégia. São Paulo: Contexto, 2006. CARAÇA, B. J. Conceitos Editora Gradiva, 2000. Fundamentais da Matemática. Lisboa: 315 D´AMBROSIO, U. (2002) “ Que Matemática deve ser aprendida nas escolas hoje?” Teleconferência no Programa PEC – Formação Universitária. Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, 27/07/2002. D’AMBRÓSIO, U. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. D´AMBROSIO, U. (1999) “Do saber matemático ao fazer pedagógico: o desafio da educação”. Conferência de abertura do 2º Encontro de Educação Matemática do Rio de Janeiro, Macaé-RJ, 21/10/1999. DANTE, L. R. Matemática: Contexto e Aplicações. São Paulo: Editora Ática: 2004. DANTE, L. R. Tudo é matemática. São Paulo: Editora Ática: 2002. GIOVANNI, J. R. & PARENTE, E. Aprendendo matemática. São Paulo: Editora FTD, 2002. GIOVANNI, J.R.; BONJORNO, J.R.; GIOVANNI JR, J.R. Matemática Fundamental: Uma nova abordagem – Guia Pedagógico. São Paulo: Editora FTD, 2006. IMENES, L. M. & LELLIS, M. Matemática para todos. São Paulo: Editora Scipione, 2002. MEDEIROS, C. intersubjetivi-dade. F. (1990) Por uma educação matemática com In: BICUDO, M.A.V. (Org) Educação Matemática . São Paulo: Editora Moraes. MELLO, G. N. (1999). 316 Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio: por uma escola vinculada à vida. Revista Ibero-Americana de Educação. 1999, Maio-Agosto. Disponível em: www.rieoei.org/rie20a06.htm . Acesso em: 15 abr 2009. MIGUEL, A.; MIORIM, M. A. História na educação matemática: propostas e desafios . Belo Horizonte: Autêntica, 2004. PAIVA, M. R. Matemática: conceitos, linguagens e aplicações. São Paulo: Editora Moderna, 2002. PARANÁ. SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes curriculares da Educação Básica - Matemática. Curitiba: SEED/DEB, 2008. PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO . Educação Inclusiva – Inclusão e Diversidade: Reflexões para a construção do PPP. Curitiba: SEED, 2006. PIERRO NETTO, S. & SOARES, E. Matemática em atividades. São Paulo: Editora Scipione, 2002. PIRES, C. C. & CURI, E. & PIETROPAOLO, R. Educação Matemática. São Paulo: Editora Atual, 2001. PONTE, J. P.; BROCARDO, J.; OLIVEIRA, H. Investigações Matemáticas na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. 317 20. QUÍMIC A 20.1 FUND AMENTOS TEÓRICO METODOLÓGICOS A Química vem sendo desenvolvida desde a antiguidade, primeiramente pelos gregos e posteriormente por muitos alquimistas que buscam dia a dia novas descobertas científicas. Não se pode falar da história da química sem se reportar de fatos políticos, religiosos e sociais. O poder, representado pela riqueza de pedras preciosas levou os alquimistas a descobrirem a extração e tratamento de diversos metais. O contexto histórico do feudalismo, representado por aglomerações urbanas emergentes, pelas péssimas condições sanitárias, pela fome, pelas pestes, gerou um desequilíbrio demográfico e problemas relacionados ao trabalho que também se modificava estruturalmente. Este conturbado momento histórico trazia a preocupação com a relação à mão de obra produtiva e os estudos sobre substâncias minerais para a cura de todas as doenças, sinônimo de vida eterna, enquanto buscas incessantes da humanidade. Experimentos produção e realizados tratamento de por alquimistas diversos descobriram metais, que a extração, possibilitaram o desenvolvimento do modo de produção capitalista, a lógica das reações de produção e economia, como a cura de algumas doenças. No decorrer de nossa história, o desenvolvimento do ser humano como também das civilizações, partiu das necessidades de cada cidadão por um processo de definição dos seus objetivos e formas de trabalho com o intuito de melhor se adaptar às características da sociedade moderna e aperfeiçoar o seu desempenho nessa sociedade. No final do século XIX, com o surgimento dos laboratórios de pesquisa, a Química se consolidou como a principal disciplina associada aos efeitos resultados na indústria Braverman (1987). No século XX, a Química e todas as outras Ciências Naturais tiveram um grande desenvolvimento, em especial nos Estados Unidos e Inglaterra. Com 318 o esclarecimento da estrutura atômica, foi possível entender melhor a constituição e formação das moléculas, em especial a do DNA. Passada a Segunda Guerra Mundial, as pesquisas sobre o átomo foram ainda mais incrementadas no sentido de desvendar as suas características e o bombardeio de núcleos com partículas aceleradas conduziu à produção de novos elementos químicos. A Química passou a ser considerada como disciplina na educação inicialmente na França no governo de Napoleão III e no Brasil, as primeiras atividades de caráter educativo envolvendo a Química, surgiram a partir do século XIX proveniente das transformações de ordem política e econômica que ocorriam na Europa. Considerando-se todo o percurso que a disciplina de Química percorreu em seu trajeto educacional a preocupação atual central é resgatar a especificidade da disciplina de Química, deixando de lado o modo simplista como era tratada nos PCN onde era vista como área do conhecimento, recuperando a importância de seu papel no currículo escolar. Por isso a ênfase dada na importância do estudo da história da disciplina,m em seus aspectos epistemológicos,m buscando uma seleção de conteúdos (estruturantes) que identifiquem a disciplina como campo do conhecimento que se constituíram historicamente nas relações políticas, econômicas, sociais e culturais das diferentes sociedades. Esses são pressupostos considerados fundamentais para uma abordagem pedagógica critica da disciplina de química, que ultrapasse a postura subserviente da educação ao mercado de trabalho Na medida em que se vive num meio sobre o qual é possível agir, discutir, realizar, avaliar, e onde são criadas condições para o crescimento do aluno e também do professor é importante aproveitarmos as oportunidades apresentadas pela mídia, analisando, criticando e refazendo o seu entendimento para o mundo. Portanto a Química pode ser entendida como a ciência que estuda e também utiliza as transformações que envolvem matéria e energia em constante renovação a fim de nos trazer benefícios para toda a eternidade. 319 20.2 OBJETIVOS GER AIS D A DISCIPLIN A Formar um aluno que se aproprie dos conhecimentos químicos e também seja capaz de refletir criticamente sobre o período histórico atual. Analisar as mudanças dos conceitos relacionados a disciplina de química que tem refletido nas áreas do conhecimento, percebendo que estamos diante de um processo histórico com características, avaliações, questionamentos e respostas diversas para cada momento. Desenvolver valores sociais, morais e éticos, a fim de contribuir para a formação de pessoas que aspiram a uma sociedade mais igualitária, solidária e democrática, e ainda que desempenha um papel importante no desenvolvimento tecnológico do país. Possibilitar ao alunado a leitura e interpretação de textos científicos; expressando-se adequadamente de forma oral e escrita. Trabalhar em grupo na resolução de problemas da nossa sociedade a fim de entender a utilização da tecnologia do mundo que nos cerca, partindo do pressuposto de que o aluno já detém um conhecimento historicamente constituído, de que a escola é o local privilegiado para a aprendizagem, que possa utilizar-se dela a fim de tornar-se um cidadão cada vez melhor. 20.3 CONTEÚDOS POR SÉRIE/ ANO 1º ANO Matéria e energia, átomos e moléculas -transformação da matéria -separação das misturas Estrutura atômica – modelo RUTHERFORD Classificação periódica Ligações químicas Funções químicas inorgânicas -Ácidos -Bases -Sais 320 -Óxidos Reações químicas -Combustão -Explosão -Enferrujamento -Balanceamento 2º ANO Grandezas químicas -Massa atômica -Massa molecular Soluções -Águas naturais -Água potável -Poluição das águas -Água e vida Termoquímica -Produção e consumo de energia nas transformações químicas – térmica, elétrica e nuclear. Cinética química -Rapidez das transformações químicas -Temperatura -Estado de agregação -Concentração -Catalisador Equilíbrio químico – equilíbrio iônico: pH -Controle e modificação do estado de equilíbrio químico – efeito da temperatura, pressão e concentração e aplicações no sistema produtivo. Eletroquímica -Pilhas -Eletrólise -Potenciais de oxidação -Metalurgia 321 3º ANO Energia nuclear Cadeias carbônicas Funções e suas nomenclaturas Hidrocarbonetos -Petróleo e indústria petroquímica -Hulha e carboquímica -Ciclo do carbono Poluição atmosférica Biogás Funções orgânicas -Alcoois -Fenóis -Éteres -Aldeídos -Cetonas -Ácidos carboxílicos -Aminas -Amidas -Isomeria plana e espacial -Reações orgânicas 20.4 METODOLOGI A D A DISCIPLIN A Em toda História da Humanidade, nunca se viu o Homem com tamanho poder de influenciar o meio em que vive, seja para melhor ou pior; A Química trata de todas as substâncias que compõem o Universo e de todas as mudanças por que passam, por isso é uma das ciências mais importantes; O processo ensino aprendizagem se dá através do desenvolvimento dos fatos e fenômenos que ocorrem no cotidiano, partindo do conhecimento prévio dos estudantes numa seqüência que possa fluir naturalmente, aonde uma idéia vai puxando outra. Assim, apresentando conceitos contextualizados 322 historicamente, inter-relacionando-os com descobertas científicas. Como a concepção científica envolve um saber socialmente constituído e sistematizado, a interdisciplinaridade se faz necessária a fim de relacionar as diferentes disciplinas como, por exemplo, a matemática, dentre outras, para oportunizar a troca de informações que são importantes a apreensão do aluno no que se refere a teoria a fim de entender o cálculo o conceito como um todo. Portanto, em Química devemos considerar o conhecimento do estudante, na difícil e importante tarefa de trabalhar em conjunto com o aluno as bases do conhecimento científico, possibilitando a compreensão dos fenômenos e fatos do cotidiano e formando um cidadão critico. 20.5 CRITÉRIOS DE AV ALI AÇ ÃO ESPECÍFICOS D A DISCIPLIN A A avaliação deve ser concebida de forma processual e formativa, sob as condicionantes do diagnóstico e da continuidade. Esse processo ocorre por meio de interações recíprocas, no dia-a-dia no transcorrer da própria aula e não apenas de modo pontual, portanto sujeita as alterações no seu desenvolvimento. As avaliações em Química se sistematizada através de avaliações escritas e orais, trabalhos escritos com a finalidade de gerar no aluno o espírito de procura de informações, seminários com temas de grande discussão e que gerem diferentes opiniões, palestras com assunto científico a fim de prover novas descobertas de campo, trabalhos em sala com experimentos a fim de questionar os alunos quanto a sua responsabilidade, aulas práticas ministradas por alunos com o intuito de desencadear um processo relacional entre teoria e prática, também, utilizar instrumentos de avaliação que contemplem outras formas de expressão como a leitura, a interpretação de textos como também da tabela periódica. 20.6 REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFIC AS BAIRD, C. Química Am biental 2ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. 323 BELTRAN, N. e CISCATO, C.ªM. Química São Paulo: Cortez, l991. BRADY, J.E. HUMISTON, G.E.Química Geral LTC., l98l. KNELLER, G.F. A Ciência como Atividade Humana São Paulo/EDUSP. L980. MALDANER,O.A. Formação Inicial Professores Química . 2ª ed. 2003. NOVAIS, V. Química São Paulo: Atual, l999 v.1 ROSSI, P. Nascimento da Ciência Moderna na Europa 2001. RUSSEL, J.B. Química Geral São Paulo: Mc Graw-Hill, l98l. SARDELLA, A.; FALCONE Química: Série Brasil. Ática, 2004. SARDELLA, A.; MATEUS Dicionário Escolar de Química 3ª ed. Ática, l992. 324 21. SOCIOLOGI A 21.1 FUND AMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS A Sociologia é uma das ciências humanas, cujo objeto de estudo é a sociedade. Está voltada ao estudo do comportamento humano e das instituições sociais, formas que os mesmos se interligam. Tendo surgido no século XVIII, como disciplina, a Sociologia tem-se ocupado dos desafios da modernidade, estudando tanto as macroestruturas e suas organizações, como as microestruturas e suas organizações. Com relação ao termo sociologia, este foi criado por Auguste Comte (em 1838), que esperava unificar todos os estudos relativos ao homem. Ele acreditava que toda a vida humana tinha atravessado as mesmas fases históricas distintas e que, se a pessoa pudesse compreender este progresso, poderia prescrever os "remédios" para os problemas de ordem social. Com as revoluções Industrial e Francesa, as transformações econômicas, políticas e culturais, tornam-se significativas e aproxima-se das preocupações dos nossos colegas contemporâneos. A sociologia surge, portanto no século XIX, após consolidação do capitalismo moderno, como forma de entender e explicar as mudanças registradas, a macro estruturas e micro-estruturas. Porém, a Sociologia traz diferentes estudos e diferentes caminhos para a explicação da realidade social. Assim, pode-se claramente observar que a Sociologia tem ao menos três linhas mestras explicativas, fundadas pelos seus autores clássicos: (1) a positivista-funcionalista, tendo como fundador Auguste Comte e seu principal expoente clássico em Émile Durkheim, de fundamentação analítica; (2) a sociologia compreensiva iniciada por Max Weber, de matriz teórico-metodológica hermenêutico-compreensiva; e (3) a linha de explicação sociológica dialética, iniciada por Karl Marx, que mesmo não sendo um sociólogo e sequer se pretendendo a tal, deu início a uma profícua linha de explicação sociológica. Os positivistas, cujo mentor e iniciador foi Auguste_Comte, no século 325 XIX., apareceram como reação ao idealismo, opondo à razão, à experiência sensível (e dos dados positivos). O positivismo propõe a ideia de uma ciência sem teologia ou metafísica, baseada apenas no mundo físico/material. Para Comte era fundamental que os membros de uma sociedade aprendessem desde pequenos a importância da obediência e da hierarquia. A imposição da disciplina era, para os positivistas, uma função primordial da escola. O pensamento humano, para Comte, passa por três estágios, um estágio teológico, quando recorria às ideias de deuses e espíritos para explicar os fenômenos naturais, um estágio metafísico, caracterizado por fundamentar o conhecimento em abstrações - como essências, causas finais ou concepções idealizadas da natureza. De acordo com Comte, a humanidade só alcançaria plenitude intelectual ao chegar ao estágio positivo, que no qual se admite as limitações do entendimento humano. Para ele, a razão não é capaz de operar a não ser pela via da experiência concreta. Para Émile Durkheim, que introduziu a sociologia como disciplina acadêmica, o que era importante era como manter a integridade e coerência na era moderna, quando a religião e etnia não conseguiriam, por estarem envolvidas. Com isso ele buscou dar uma visão científica ao estudo da sociedade e verificou que esta era composta de diferentes partes, com diferentes funções, mantendo uma ordem. À isso chamou de teoria do Funcionalismo. Cada instituição social exerce uma função específica na sociedade e seu mau funcionamento significa um desregramento da própria sociedade. Sua interpretação de sociedade está diretamente relacionada ao estudo do fato social. O fato social é exterior, na medida em que existe antes do próprio indivíduo, e coercitivo, na medida em que a sociedade impõe tais postulados, sem o consentimento prévio do indivíduo. Hoje, embora já consolidado, o sistema capitalista não cessa sua dinâmica, assumindo inéditas formas de produção, distribuição e opressão nunca imaginadas pelos precursores do estudo da sociedade e que implica em novas formas de olhar, compreender e atuar socialmente. A sociologia delineou-se como ciência, no rastro do 326 pensamento positivista, vinculada à ordem das Ciências Naturais. Apesar da origem conservadora da sociologia, e de sua proposta inicial conformista, a sociologia desenvolveu também um olhar crítico e questionador sobre a sociedade. O pensador alemão Karl Mark (1818-1883) trouxe importantes contribuições ao pensamento sociológico, desnudando as relações de exploração que se estabeleceram a partir do momento em que uma determinada classe social apropriou-se dos meios de produção e passou a deter e conduzir todos os mecanismos (ou todas ações) da sociedade. De acordo com o pensamento de Marx não há soluções conciliadoras nem a sociedade cujas relações baseiam-se na exploração do trabalho e na crescente espoliação da maioria. A teoria para Marx, só tem sentido quando transformada em “práxis”, ou seja, em ação fundamentada politicamente, visando a transformação das estruturas de poder vigente e a construção de novas relações sociais, fundadas na igualdade de condições a todos os indivíduos. Ou explicando de outra forma: para Marx não há soluções conciliadoras para os conflitos da sociedade capitalista, pois estes lhes são inerente, são a sua própria condição de existência e quaisquer tentativas de solução apenas serão paliativas e nada mais farão do que ocultar suas contradições. A única possibilidade de superar a desigualdade e a opressão está na construção de uma nova sociedade, que pressuponha a inexistência de classes sociais, e, portanto, de dominação de uma minoria sobre uma maioria. No Brasil o Marxismo, como forma de pensar teve fortes repercussões no Brasil, a partir de 1930 com a criação Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo (1933), da Universidade de São Paulo (1934) e da Universidade do Distrito Federal (1935). Estes novos meios universitários tornaram-se centros aglutinadores de intelectuais importantes como Caio Prado Júnior (1907-1980), Sérqio Buarque de Holanda (1902-1982), Florestan Fernandes (1920-1995) e Otávio lanni (1926-2004) que mostram uma produção sociológica significativa que, somada à presença de professores estrangeiros convidados, especialmente os da chamada Missão 327 Francesa (o primeiro grupo de professores contratados para inaugurar em São Paulo os cursos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP em 1934) contribuem para que a Sociologia no Brasil se firme. Uma nova geração de sociólogos virá em seguida definir os rumos desse conhecimento A produção sociológica desses, e outros autores que publicaram a posteriori, estará atenta às grandes problemáticas sociais decorrentes das mudanças econômicas e políticas da sociedade brasileira, como os movimentos sociais agrários e urbanos, os movimentos estudantis, as mudanças na organização do mundo do trabalho. As questões das chamadas "minorias" (indígenas, mulheres, negros, homossexuais) passam a ter atenção privilegiada, e as instituições sociais são estudadas em sua dinâmica social e histórica. Assim, forjadas nas universidades e centros de estudos, as discussões no campo da Sociologia se consolidam como importante perspectiva de compreensão das novas dimensões apresentadas pela sociedade brasileira. A implantação da disciplina de sociologia nos cursos secundários ocorreu no início da República em 18891 e no período da ditadura militar, anos 70 especialmente, a sociologia foi excluída das grades curriculares dos cursos secundários. O retomar a trajetória histórica do ensino da sociologia no Brasil significa percorrer um caminho marcado por intermitências. As idas e vindas da disciplina às grades curriculares das escolas de ensino secundário, demonstram, em alguns momentos, a dificuldade em firmar-se como área do conhecimento fundamental para a formação humana - e, em outros momentos, seu atrelamento a interesses e vontades políticas. A promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96) abre novas perspectivas curriculares, entretanto pois a apresentação para a inclusão da Sociologia nas grades tiveram alterados profundamente o seu sentido, da disciplina foi proposta com o tratamento interdisciplinar esvaziando por tanto o seu caráter de obrigatoriedade. A Sociologia, desde a sua constituição como conhecimento 328 sistematizado, tem contribuído para a ampliação do conhecimento dos homens sobre sua própria condição de vida e fundamentalmente para a análise das sociedades. O pensamento sociológico na escola é consolidado a partir da articulação de experiências e conhecimentos apreendidos como fragmentados, parciais e ideologizados, a experiências e conhecimentos apreendidos como totalidades complexas, procurando dar um tratamento teórico aos problemas postos pela prática social capitalista, como as desigualdades sociais e econômicas, a exclusão imposta pelas mudanças no mundo do trabalho, as conflituosas relações sociedade-natureza, a negação da diversidade cultural, de gênero e étnico-racial. Trata-se, em síntese, de reconstruir dialeticamente o conhecimento que o aluno do Ensino Médio já dispõe -uma vez que, está imerso numa prática social - num outro nível de compreensão: da consciência das determinações históricas nas quais ele existe e, mais do que isso, da capacidade de intervenção e transformação dessa prática social. É o desvendamento, através da apreensão e compreensão crítica do saber sistematizado, da trama das relações sociais de classe, gênero e etnia, na qual os sujeitos da sociedade capitalista neoliberal estão inseridos. 21.2 OBJETIVOS GER AIS D A DISCIPLIN A Promover reflexões sustentadas teoricamente, possibilitando ao aluno desvelar as complexidades da sociedade, do modo de produção capitalista, oportunizando sua interferência e transformação da realidade. Possibilitar o resgate de conhecimento pré-existentes na cultura dos alunos, de modo que esse conhecimento subsidie ou alavanque de outros, que possam desvelar a trama das relações sociais onde os sujeitos se inserem. 21.3 CONTEÚDOS 21.3.1 2° ANO Conceituação, Contextualização e Teorias Sociológicas 329 Surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas Formação e consolidação da sociedade capitalista e o desenvolvimento do pensamento social. Teorias sociológicas – August Comte, Emile Durkheim, Marx Weber, Karl Marx, pensamento social brasileiro. .Discussão do processo de modernidade – renascimento, reforma protestante, iluminismo, revoluções burguesas. Teoria de Comte – explicação dos problemas sociais – teoria dos 3 estágios; características do pensamento científico, a ciência da sociedade – características e problemáticas; o papel das instituições. Teoria de Durkheim - relação indivíduo x sociedade; definição do objeto e método, conceitos mais importantes que possam ser mobilizados nas discussões dos outros conteúdos da série. Teoria de Max Weber – relação indivíduo x sociedade, definição de método e objeto, relação entre conhecimento histórico, conceitos o conhecimento sociológico e o mais importantes, que possam ser mobilizados nas discussões dos outros conteúdos da série. Teoria de Karl Marx – compreensão do papel da história para Marx, explicação do processo de desenvolvimento do capitalismo, proposta para solução dos problemas sociais,que possam ser mobilizados nas discussões dos outros conteúdos da série. Pensamento social brasileiro – entre os diversos autores apontados abaixo, cabe a escolha de alguns autores (considerados importantes para o professor) e o trabalho com os conceitos e teorias explicativas desenvolvidas por estes autores, buscando apontar com quem estes autores dialogam, qual a relevância desta obra no cenário nacional, como eles pensam a sociedade, que propostas apresentam para solução das problemáticas apontadas. Alguns autores sugeridos : Gilberto Fre yre, Oliveira Viana, Sérgio Buarque de Holanda, Florestan Fernandes, Antônio Candido, Octavio Ianni, Francisco Weffort, José de Fernando Henrique Cardoso, dentre outros. Processo de Sociabilização e as Instituições Sociais . A Instituição Escolar Souza Martins, 330 . A Instituição Religiosa . A Instituição Familiar Cultura e Indústria Cultural . Cultura ou Culturas uma contribuição antropológica . Diversidade Cultural Brasileira . Cultura: criação ou apropriação Poder, Política e Ideologia Formação e desenvolvimento do Estado Moderno; Conceitos de poder, conceitos de ideologia, conceitos de dominação e legitimidade; Processo de modernidade, formação do capitalismo Conceito de estado, estado moderno, formas de organização do estado ( absolutismo, liberal, bem-estar social, socialismo), conceito de política, conceito de alienação . Partidos políticos e democracia . Conceitos de poder, ideologia, dominação e legitimidade . As expressões da violência nas sociedades contemporâneas. Estado no Brasil; Democracia, autoritarismo, totalitarismo; As expressões da violência nas sociedades contemporâneas. Partidos políticos .Conceito de estado weberiano, violência legítima, violência urbana, violência contra “minorias”, violência simbólica, criminalidade, narcotráfico, crime organizado. Direito, Cidadania e Movimentos Sociais Direitos civis, políticos e sociais, Direitos humanos, conceitos de cidadania. . Construção moderna dos direitos . Histórico dos direitos humanos - alcances e limites, cidadania, políticas afirmativas, políticas de inclusão, definição de minorias. . Movimentos Sociais . Movimentos Agrários no Brasileira . Movimento Estudantil Movimentos sociais, movimentos sociais no Brasil, a questão ambiental e 331 os movimentos ambientalistas, a questão das ONG's. Definição de movimentos sociais .Movimentos sociais urbanos, movimentos sociais rurais, movimentos conservadores, neoliberalismo . Redefinição das funções do estado, problemas ambientais. TEORI AS SOCIOLÓGIC AS . Comitê e surgimento da sociologia . Dürkhein e os fatos sociais . Weber e as ações sociais . Marx e a classes sociais . Sociólogos brasileiros QUESTÕES CONTEMPOR ÂNE AS 21.3.2 3° ANO Cultura e Indústria Surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas Formação e consolidação da sociedade capitalista e o desenvolvimento do pensamento social. Teorias sociológicas – August Comte, Emile Durkheim, Marx Weber, Karl Marx, pensamento social brasileiro. .Discussão do processo de modernidade – renascimento, reforma protestante, iluminismo, revoluções burguesas. .Teoria de Comte – explicação dos problemas sociais – teoria dos 3 estágios; características do pensamento científico, a ciência da sociedade – características e problemáticas; o papel das instituições. .Teoria de Durkheim - relação indivíduo x sociedade; definição do objeto e método, conceitos mais importantes que possam ser mobilizados nas discussões dos outros conteúdos da série. .Teoria de método e Max Weber – relação indivíduo x sociedade, definição de objeto, conhecimento relação entre histórico, conceitos o conhecimento sociológico e o mais importantes, que possam ser mobilizados nas discussões dos outros conteúdos da série. .Teoria de Karl Marx – compreensão do papel da história para Marx, 332 explicação do processo de desenvolvimento do capitalismo, proposta para solução dos problemas sociais,que possam ser mobilizados nas discussões dos outros conteúdos da série. .Pensamento social brasileiro – entre os diversos autores apontados abaixo, cabe a escolha de alguns autores (considerados importantes para o professor) e o trabalho com os conceitos e teorias explicativas desenvolvidas por estes autores, buscando apontar com quem estes autores dialogam, qual a relevância desta obra no cenário nacional, como eles pensam a sociedade, que propostas apresentam para solução das problemáticas apontadas. Alguns autores sugeridos : Gilberto Fre yre, Oliveira Viana, Sérgio Buarque de Holanda, Florestan Fernandes, Antônio Candido, Octavio Ianni, Francisco Weffort, José de Souza conceito de cultura Martins, Fernando Henrique Cardoso, dentre outros. Cultura e Indústria O desenvolvimento antropológico do e sua contribuição da análise das diferentes sociedades. .Conceitos de cultura nas escolas antropológicas (evolucionismo, funcionalismo, culturalismo, estruturalismo, interpretativismo) .Antropologia brasileira. Diversidade cultural, relações de gênero, cultura culturas indígenas. . Diversidade, diferença cultural .Relativismo, etnocentrismo, alteridade Identidade, relações de gênero, cultura afro-brasileira. . Identidades como projeto e/ou processo .Identidades e sociabilidades .Identidades e globalização .Identidades e movimentos sociais .Construção social do gênero .Construção social da cor .Minorias, preconceito, hierarquia e desigualdades .Dominação, hegemonia e contramovimentos afro-brasileira e 333 Indústria cultural, Meios de comunicação de massa, Sociedade de consumo, Indústria cultural no Brasil .Escola de Frankfurt .Cultura de massa, cultura erudita, cultura popular e sociedade de consumo 21.4 METODOLOGI A Consideramos como utilização adequar-se de múltiplos aos esclarecimento fundamentais para instrumentos objetivos do pretendidos, significado dos o ensino de Sociologia, metodológicos, os quais seja a conceitos exposição, a e da lógica devem leitura dos a e textos (teóricos, temáticos, literários), a análise, a discussão, a pesquisa de campo e bibliográfica estruturantes - e encaminhamentos os ou outros, conteúdos metodológicos pois assim específicos e o como deles processo de os conteúdos derivados avaliação - os ensino- aprendizagem também devem estar relacionados à própria construção histórica da Sociologia crítica, caracterizada, portanto por posturas teóricas e práticas favorecedoras ao desenvolvimento de um pensamento criativo e instigante. As aulas de sociologia devem iniciar com uma breve contextualização da construção histórica da Sociologia e das teorias sociológicas fundamentais, as quais devem ser constantemente retomadas, numa perspectiva crítica, no sentido de fundamentar teoricamente as várias possibilidades de explicação sociológica feita nos recortes da dinâmica social, que aqui são nomeados de conteúdos. O conhecimento sociológico deve ir muito além da definição, classificação, descrição e estabelecimento de correlações dos fenômenos da realidade social. É tarefa primordial do conhecimento sociológico explicitar e explicar problemáticas sociais concretas e contextualizadas, desconstruindo prénoções e pré-conceitos que quase sempre dificultam o desenvolvimento da autonomia intelectual e de ações políticas direcionadas à transformação 334 social. O aluno do Ensino Médio deve ser considerado em sua especificidade etária, e em sua diversidade cultural, ou seja, além de importantes aspectos como a linguagem, interesses pessoais e profissionais, e necessidades materiais, deve ter em vista as peculiaridades da região em que a escola está inserida e a origem social do aluno, para que os conteúdos trabalhados e a metodologia utilizada possa responder a necessidades desse grupo social. Aprender a pensar sobre a sociedade em que vivemos, e consequentemente a agir nas diversas instâncias sociais, implica antes de tudo numa atitude ativa e participativa. O ensino da Sociologia pressupõe metodologias que coloquem o aluno como sujeito de seu aprendizado, não importa que o encaminhamento seja a leitura, o debate, a pesquisa de campo, ou a análise de filmes, mas importa que o aluno esteja constantemente provocado a relacionar a teoria com o vivido, a rever conhecimentos e a reconstruir coletivamente. Consideramos pertinente abrirmos aqui um grande parênteses com a intenção de contribuir para a reflexão sobre algumas práticas pedagógicas presentes no ensino de sociologia, as quais, se não forem trabalhadas com método, em nada contribuirão para a construção do pensamento científico. A título de exemplo apresentaremos duas propostas de encaminhamento metodológico: Pesquisa de campo e Exibição de filme (entendido como a leitura de textos). 21.5 AV ALI AÇ ÃO A avaliação será formativa por respeito aos seus princípios, ou seja, o aluno será avaliado sob o aspecto do conteúdo assimilado, capacidade de relação do conteúdo com a realidade vivida na prática. A avaliação terá início desde o começo dos trabalhos e procederá ao longo do processo de aprendizagem tendo assim um intuito diagnóstico, também será, sistematizada através de instrumentos diversificados, respeitando assim a diversidade de posicionamentos. Será observado nos alunos durante o processo avaliativa seu conhecimento 335 científico, histórico/contextual, tendo a tecnologia e o sujeito neste entrelaçar de aprendizagem. 21.6 REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFIC AS ALVES, R. Filosofia da Ciência . São Paulo: Ars Poética, 1996. AZEVEDO, F. Princípios de sociologia: pequena introdução ao estudo da sociologia geral. 11 a ed. São Paulo: Duas Cidades, 1973. ______________A cultura brasileira . Parte 111 - A Transmissão da cultura. 63 ed. Rio de Janeiro: E. UNB/Ed. UFRJ. 1996. CASTRO, A. M. D. e FERNANDES, E. Contexto histórico do aparecimento da sociologia. In: Introdução ao pensamento sociológico . São Paulo: Centauro, 2001. CHAUI, M. S. O que é ideologia . São Paulo: Brasiliense, 1980. COMTE, A. Sociologia . São Paulo: Ática, 1978. DURKHEIM, É. Sociologia. São Paulo: Ática, 1978. ____________. Da divisão social do trabalho . São Paulo: Martins Fontes, 1995. . ____________ As regras do método sociológico . São Paulo: Cia. Editora Nacional,1974. ____________ O suicídio. 68 ed. Lisboa: Presença, 1996. MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Martins Fontes, 1990. 336 MARX, K. O capital: crítica da economia política . Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 01994. ____________ Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978. MARX, K. e ENGELS, F. O manifesto do partido comunista . Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. 1 f. ed. São Paulo: Pioneira, 1996. ___________ Ciência e Política: duas vocações . São Paulo: Martin Claret, 2002. . Sociologia. São Paulo: Ática, 1979. 337 22. LÍNGU A ESTR ANGEIR A MODERN A 22.1 FUND AMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS: O atendimento às necessidades da sociedade contemporânea brasileira, permite às comunidades escolares a definição da Língua Estrangeira Moderna como espaço social democrático, onde os educadores conheçam a importância da relação língua e pedagogia no atual contexto global educativo, sendo o uso da mesma, uma forma de comunicação, cultura, identificação social e percepção da construção de significados em relação ao mundo em que vive independente do grau de proficiência atingido. Desta forma, espera-se que o aluno use a língua em situações de comunicação oral e escrita, vivenciando na aula formas de participação que lhe possibilitem estabelecer relações entre ações individuais e coletivas e seus benefícios para o desenvolvimento cultural do país. 22.2 OBJETIVOS GER AIS D A DISCIPLIN A: 1. Usar a língua em situações de comunicação oral e escrita; 2. Vivenciar formas de participação que lhe possibilitem estabelecer relações entre ações individuais e coletivas; 3. Compreender que os significados são sociais e historicamente construídos, e portanto, passíveis de transformação na prática social; 4. Ter maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade; 5. Reconhecer e compreender a diversidade linguística e cultural, bem como seus benefícios para o desenvolvimento cultural do país; Os objetivos da LEM, permitem que os envolvidos no processo pedagógico façam uso da língua que estão aprendendo em situações significativas, relevantes, e que não se limitem ao exercício de uma mera prática de formas linguísticas descontextualizados. 22.3 CONTEÚDOS ESTRUTUR AN TES B ÁSICOS D A DISCIPLIN A Os conhecimentos organizam e identificam os campos de estudos de Língua Estrangeira. Os conteúdos estruturantes, se constituem através da 338 história, estão relacionados com o momento histórico-social, sendo o discurso, uma prática social. A língua será tratada através da leitura, oralidade e escrita, cabendo ao professor criar oportunidades para que o aluno perceba a interdiscursividade, as condições de produção dos diferentes discursos e de organização linguística, considerando as diversidades de gêneros existentes , sua peculiaridades, análise linguística para compreensão e produção, a fim de estabelecer critérios para definirem os conteúdos específicos para o ensino. 22.3.1 5ª SÉRIE: ddddd) Pronúncia do alfabeto; eeeee) Saudações; fffff) Pronomes demonstrativos; ggggg) Pronomes pessoais de tratamento e possessivos; hhhhh) Verbo ser/estar em frases afirmativas, interrogativas e negativas; iiiii) Pronomes interrogativos: what, who, where, how, how old; jjjjj) Animais, esportes, objetos escolares; kkkkk) Numerais cardinais do 01 ao 100; lllll) Artigos definidos e indefinidos; mmmmm) Adjetivos; nnnnn) Nacionalidades; ooooo) Membros da família; ppppp) Expressões matemáticas; qqqqq) Caso genitivo; rrrrr) Presente contínuo em frases afirmativas. 22.3.2 6ª SÉRIE: − Verbo ser/estar no presente simples e no passado simples; − Verbo ter no presente simples – frases afirmativas, interrogativas e negativas; 339 − Horas; − Presente contínuo; − Pronomes objetos; − Preposições; − Imperativo − Tag questions; − Futuro imediato; − Verbo modal can; − Uso de wh y? (por quê) because (porque) − Advérbios de tempo; − Auxiliares do e does ; − Emprego de “How man y ” e “How much ”; − Substantives contáveis e incontáveis; − Uso de many, much, a lot of. 22.3.3 7ª SÉRIE: •Presente simples do verbo ser/estar; •Presente simples de verbos regulares e irregulares; •Verbo haver; •Passado simples dos verbos regulares e irregulares; •Auxiliar ded; •Futuro com will, shall; •Verbo haver no passado; •Plural dos substantivos; •Preposições; •Wh questions – pronomes interrogativos; •Números cardinais e ordinais; •Genitivo; •Advérbios de tempo, modo, lugar e freqüência; •Adjetivos, sinônimos e antônimos; 340 •Pronomes pessoais, possessivos, objetivos e reflexivos; •Leitura e interpretação de textos. 22.3.4 8ª SÉRIE: -Passado simples dos verbos regulares e irregulares; -Presente perfeito dos verbos regulares e irregulares; -Uso dos verbos can e may; -Questions tag; -Comparativo de igualdade; -Comparativo de superioridade; -Comparativo de inferioridade; -Pronomes indefinidos; -Superlativo; -Emprego dos verbos modais could e might; -Frases condicionais; -Passado perfeito; -Pronomes indefinidos; -Voz ativa e passiva; -Verbos modais: must, schould. 22.4 METODOLOGI A A partir do conteúdo estruturante, discurso como uma prática social, serão trabalhados questões linguísticas, sociopragmáticas, culturais, discursivas, bem como leitura, oralidade e escrita, sendo o ponto de partida, o texto verbal e não-verbal. Propõe-se nas aulas de LEM, a abordagem de vários gêneros textuais, atividades diversificadas, função do gênero, composição, informação presente, intertextualidade, recursos coesivos, coerência e a gramática em si, integrada com a língua, permitindo desenvolver atividades significativas para o aluno, onde os mesmos tenham posição crítica. A articulação da LEM com alguns conteúdos de disciplinas distintas pode colaborar para o esclarecimento e compreensão de textos literários, bem como a flexibilidade de materiais disponíveis, 341 contemplar a permite diversidade regional, as especificidades e os interesses dos alunos. 22.5 AV ALI AÇ ÃO A avaliação da aprendizagem em Língua Estrangeira Moderna, está articulada aos fundamentos teóricos explicitados nas Diretrizes Curriculares e na LDB nº 9394/96. A prática avaliativa, ensino/aprendizagem, inserida deverá ser em capaz um de amplo processo ultrapassar o de conteúdo trabalhado de forma que os objetivos de ensino sejam alcançados. É importante que o professor organize o ambiente pedagógico de forma que ele possa avaliar a participação, a interação do educando, possibilitando a sua intervenção em tempo integral, para que se tenha uma dimensão do ponto avaliação como que um mero deve percorrer, instrumento de superando a concepção de medição da apreensão de conteúdos, mas com o propósito de avaliar as dificuldades e avanços dos alunos. 22.6 REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFIC AS ENGLISH INFORMATION, Liberato Wilson; Editora FTD. SMART ENGLISH, Augusto, Angela Sulzer e Pantaleão, Graça Banzato, Quinteto Editorial; TEXTOS DIVERSOS E ATUAIS – Extraídos de revistas, jornais, livros didáticos em geral, internet, entre outros. Currículo Básico. PARANÁ, Curriculares SECRETARIA de Língua DE ESTADO Estrangeira Fundamental. Curitiba: SEED/SEF, 2006. DA EDUCAÇÃO. Moderna para Diretrizes o Ensino 342 SITES: www.bussolaescolar.com.br www.suapesquisa.com WIEVIORKA, Michel. Racismo e modernidade. Venda Nova, Bertrand Editora, 1995. 343 22.7 ENSINO MÉDIO 22.7.1 FUND AMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS No terceiro milênio é imprescindível restituir ao Ensino Médio o seu papel de formador. Para tanto, é preciso reconsiderar, de maneira geral, a concepção de ensino e, em particular, a concepção de ensino de línguas estrangeiras. Sem dúvida, a aprendizagem da língua inglesa é fundamental no mundo moderno. Esta língua é importante num mundo globalizado. Evidentemente, é fundamental atentar para a realidade: o Ensino Médio possui, entre suas funções, um compromisso com a educação para o trabalho e, é de domínio público a grande importância que o inglês tem na vida profissional das pessoas. Entender-se a comunicação como uma ferramenta imprescindível no mundo moderno, com vista á formação profissional, acadêmico ou pessoal, deve ser a grande meta do ensino de Línguas Estrangeiras Modernas no Ensino Médio. 22.8 OBJETIVOS GER AIS Ao pensar-se numa aprendizagem significativa, é necessário considerar os motivos pelos quais é importante conhecer-se uma ou mais línguas estrangeiras. Dessa forma, só poderá ser alcançado o objetivo, num curso de línguas, se forem trabalhados e desenvolvidos no aluno os seguintes itens: -distinguir entre variantes linguísticas; -escolher o registro adequado à situação na qual se procede a comunicação; -escolher o vocábulo que melhor reflita a ideia que pretende comunicar; -compreender de que forma determinada expressão pode ser interpretada em razão de aspectos sociais e/ou culturais; -compreender em que medida os enunciados refletem a forma de ser, pensar, agir e sentir de quem os produz; -utilizar os mecanismos de coerência e coesão na produção em língua 344 estrangeira (oral e escrita). Todos os textos referentes a produção e à recepção em qualquer idioma regem-se por princípios gerais de coerência e coesão e, por isso, somos capazes de entender e de sermos entendidos; -utilizar as estratégias verbais e não verbais para compensar falhas na comunicação (como o fato de não ser capaz de recordar, momentaneamente uma forma gramatical ou lexical), para favorecer a efetiva comunicação e alcançar o feito pretendido (falar mais lentamente, ou enfatizando certas palavras, de maneira proposital, para obter determinados efeitos retóricos, por exemplo). Os aspectos gramaticais não são os únicos que devem estar presentes no processo comunicação, ensino-aprendizagem o aluno deve de possuir línguas. um Para bom se ter domínio uma das boa áreas sociolinguística, discursiva e estratégica, que constituem os propósitos maiores do ensino de língua estrangeira no ensino médio. 22.9 CONTEÚDOS: 22.9.1 1º ANO -Personal pronoun -Greetings -Verb to be -Contracted form -Verb to be in the affirmative, negative and interrogative form -Indefinide article – a and an -Definide article – the -Demonstratives – this and that -Verb to have -Regular verbs in the present -Past tense – to be and to have -How many – numbers -What time is it? -Verb there to be in the present and in the past -How old, how man y, how much .... 345 -Imperative form – use of Let -Present continuous tense / Simple present tense -Immediate future / Present continuous -Prepositions in, on, under, with, about, near, of, to and others -Verb can – affirmative, negative and inter-rogative form; Can, may, could -- uses of: -Why? and Because. -Interrogative words: who, what, how, where, wh y, ... -Ordinal numbers – seasons, months, days. -Dates – da ys of a week. -Texts. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: -O aluno deverá ser capaz de: -Identificar e utilizar os pronomes pessoais -Identificar e formular frases com o verbo SER/ESTAR no presente s -Reconhecer e utilizar as formas abreviadas do verbo SER/ESTAR e dos pronomes pessoais -Formular frases negativas com o verbo SER/ESTAR -Perguntar e responder com o verbo SER/ESTAR -Utilizar corretamente os artigos indefinidos -Reconhecer e utilizar os pronomes demonstrativos -Reconhecer e utilizar o verbo TER no presente -Identificar e utilizar os verbos regulares no presente simples -Falar sobre ações no passado utilizando os verbos SER/ESTAR e TER -Reconhecer os numerais cardinais -Responder e perguntar sobre horas exatas e minutos -Reconhecer e expressar-se no presente e passado com o verbo EXISTIR -Perguntar e responder sobre idades, noções de quantidade (substantivos contáveis e incontáveis -Dar ordens utilizando o imperativo -Saber expressar uma ação com continuidade -Reconhecer e utilizar as preposições 346 -Usar CAN/CAN’T (possibilidade) -Reconhecer os diferentes usos de CAN, MAY and COULD -Formular perguntas e respostas com: Por que?, porque – WHY and BECAUSE -Formular perguntas com as palavras interrogativas: Quem, O que, Como, Onde, Quando?... -Saber expressar uma ação com continuidade utilizando as preposições TO and FROM -Usar corretamente as preposições entre dois ou entre muitos -Noções de direção – direita, esquerda,... -Identificar e utilizar os numerais ordinais -Formular corretamente datas e calendários -Ler e interpretar pequenos textos 22.9.2 2º ANO 13.When? – How often? – once, twice – prepositions in, on, at 14.Infinitive of: like, need, want… 15.Modal verbs: can/ma y 16.Object pronouns 17.Some/any… 18.Much/many – countable and uncountable nouns 19.How much/how many 20.Adverbs of manner 21.Verb to be in past tense 22.There to be in the past tense 23.Simple past with regular verbs 24.Simple past with irregular verbs 25.Past continuous 26.Question tags 27.Indefinite: little/few/ not many 28.Somebod y, everybod y, 29.An ybod y, nobody, something, an ything 347 30.Comparatives of superiority, inferiority and equality 31.Superlatives. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Espera-se que o aluno seja capaz de: -Empregar corretamente as preposições e as expressões de frequência -Empregar corretamente: like, need and want -Expressar-se com o verbo modal can e com o may, bem como perguntar e responder -Expressar-se utilizando os pronomes oblíquos -Reconhecer os substantivos contáveis e incontáveis e formular frases com quantidades não definidas, perguntar e responder e expressar quantidade e valor dos objetos -Expressar-se com os advérbios de modo -Perguntar e responder com o verbo ser/estar no passado -Expressar-se com o verbo existir no passado -Perguntar e responder afirmativa e negativamente no passado com verbos regulares e irregulares -Expressar ações no passado contínuo -Confirmar o que foi dito -Reconhecer substantivos contáveis e incontáveis e -Expressar pequenas quantidades -Expressar-se com pronomes indefinidos para pessoas e para objetos -Expressar-se com os comparativos de igualdade, inferioridade superioridade -Empregar as regras de ortografias nos adjetivos de superioridade -Expressar-se com os superlativos -Empregar as regras de ortografia nos adjetivos no superlativo 22.9.3 3º ANO -Auxiliares verbs: be, have, can in simple present and past, present and past continuous -Regular and Irregular verbs – using: e 348 - Do or Does, Don’t or Doesn’t -Immediate future - ..going to... -Future tense – will -If clauses – conditional -Conditional would and could -Active and Passive voices in all tenses -Modal verbs: can/could, may/might, will/shall, would/should - /ought to, must/ have to -Present perfect -Present perfect x simple past -Since and For -Present perfect continuous -Reflexive pronouns -Past perfect -Texts OBJETIVOS ESPECÍFICOS: -Espera-se que o aluno seja capaz de: -Expressar ações no presente e passado, ações que estejam ocorrendo no mesmo instante que a ação está ocorrendo -Reconhecer verbos regulares. e irregulares e saber utiliza-los usando seus auxiliares de negação. e interrogação -Expressar ações que ocorrerão em um futuro próximo -Expressar ações no futuro -Perguntar e responder sobre ações no futuro -Expressar condição no futuro próximo -Expressar condição no futuro do pretérito -Expressar poder, possibilidade, habilidade, permissão passado e futuro -Reconhecer e utilizar o discurso direto e indireto -Perguntar e responder com verbos modais -Expressar obrigatoriedade, dever moral -Perguntar e responder com todos os verbos modais no presente, 349 -Relatar fatos passados sem tempo definido -Perguntar e responder sobre fatos passados com ou sem definição de tempo -Relatar fatos com tempo determinado -Relatar fatos passados que ainda vem se apresentando no presente -Empregar os pronomes reflexivos -Relatar fatos que ocorreram em diferentes momentos no passado -Reconhecer os pontos gramaticais e vocabulares em textos com assuntos da atualidade, do seu cotidiano. 22.10 ENC AMINH AMENTO METODOLÓGICO Cabe ao professor organizar formas de desenvolver os trabalhos escolares de maneira a incorporar os diferentes níveis de conhecimentos dos alunos e ampliar as oportunidades de acesso a ele. O em sino de língua estrangeira tem um papel importante à medida que permite aos alunos entrarem em contato com outras culturas, com modos diferentes de ver e interpretar a realidade. As atividades em grupo podem contribuir significativamente no desenvolvimento da interação de forma cooperativa com os colegas, pois os alunos aprenderão conhecimentos e a compreender ritmos e respeitar diferenciados de as atitudes, aprendizagem, opiniões, terão a oportunidade de trocar experiências, na perspectiva de dar continuidade à construção de novos conhecimentos. O professor deve considerar, também, o interesse que o aluno tem em relação ao aprendizado de uma língua estrangeira, estimulando-os a trabalharem com autonomia, de forma a poder identificar as possibilidades e dificuldades no processo de aprendizagem. Os atos de ouvir, falar, discutir, escrever, descobrir, interpretar situações, pensar de forma criativa, fazer suposições, inferências em relação aos conteúdos devem ser estimulados. As atividades orais são propostas como forma de ampliar a consciência do aluno sobre os sons da língua estrangeira. 350 O aluno deve ser orientado sobre como organizar e lidar com o material de estudo, como desenvolver pesquisa e reflexão sobre a língua como prática social. 22.11 AV ALI AÇ ÃO A avaliação é diagnóstica, contínua, somativa, é um processo contínuo de acompanhamento da aprendizagem que determina os ajustes necessários a serem feitos no ensino. A avaliação é diária e é observado tudo o que os alunos produzem em sala de aula individualmente e através de trabalhos em grupos, o interesse e a participação nas atividades e testes. 22.12 REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFIC AS ENGLISH INFORMATION, Liberato Wilson, EDITORA FTD; SMART ENGLISH, Augusto, Angela Sulzer e Pantaleão, Graça Banzato, QUINTETO EDITORIAL; TEXTOS DIVERSOS E ATUAIS, extraídos de revistas, jornais, livros didáticos em geral, Internet etc...; mantendo assim nossos alunos atualizados com as constantes mudanças que o mundo vem sofrendo. CURRICULO BÁSICO; DIRETRIZES CURRICULARES; sites de pesquisa:www. Bussolaescolar dentre outros Wieviorka, Michel. R ACISMO E MODERNID ADE , Venda Nova, Bertrand Editora, 1995. 351 23. ESPANHOL – CELEM 23.1 APRESENTAÇ ÃO D A DISCIPLIN A O Brasil e a estrutura do currículo escolar passam por constantes mudanças em decorrência da organização social, política e econômica ao longo da história. Esta pode ser uma das conclusões ao analisarmos as Diretrizes Curriculares de Ensino de 2008, particularmente na disciplina de Língua Estrangeira Moderna . As propostas curriculares e os métodos de ensino são mobilizados a atender às expectativas e demandas sociais contemporâneas e propiciar às novas gerações a aprendizagem dos conhecimentos historicamente produzidos. Com esse intuito, além do aspecto dinâmico do currículo e dos métodos, os responsáveis pela pasta da Educação paranaense podem orientar mudanças curriculares que se justificam pela atualização dos debates e produções teórico-metodológicas e político-pedagógicas para a disciplina. Para dar nossa contribuição é preciso ressaltar, portanto, que o uso e a aprendizagem da língua espanhola no Brasil têm experimentado uma situação, atualmente, diferente da reduzida popularidade do último século (Tenório-Mejía, 1998 apud SEDYCIAS, p.41-46). Agora o idioma espanhol goza de prestígio no Brasil. A questão principal é por que só depois de tanto tempo surgiram o crescimento e a valorização? Para Sedycias a resposta se resume a três pontos fundamentais: os aspectos políticos, sociais e culturais da vida. “(…) la creación de Mercosur, el mercado común de los países del sur de América, en 1991; la aparición de grandes empresas de origen español y de estrechos la zos comerciales con España, a partir de 1996, y el peso de la cultura hispana en general. Estas circunstancias, además, han dado fruto en un terreno ya abonado por el trabajo de muchos hispanistas y profesores brasileños: una labor impagable de enseñan za y difusión de la lengua y la cultura en español.” (SED YCIAS, 2003. p.19) 352 Apesar da relevância política e sócio-cultural, o ensino de espanhol nas escolas públicas brasileiras é escasso, o que faz com que muitos alunos precisem buscar instituições privadas ( id, 2003). Entretanto, estas instituições privadas de ensino de Língua Estrangeira nem sempre são as mais adequadas, pois se moldam à necessidade do mercado de trabalho que se propaga e necessita de pessoas falantes de, pelo menos, dois idiomas. A metodologia destas instituições prioriza obter fluência na língua o mais rápido possível. “Pocos datos fidedignos se pueden aportar de las escuelas privadas donde se enseñan español porque es realmente difícil proceder tanto a su cuantificación como a su cualificación. El libro ‘Datos y cifras. Informe sobre la enseñan za del español el Brasil’, elaborado por la Consejería de Educación de la Embajada de España (1998) presenta una relación de cerca novecientos centros privados en todo brasil; sin embargo se tiene la seguridad de que falta información de una buena parte de los centros existentes al margen de las escuelas que funcionan sin ningún tipo de licencia. Entre las empresas privadas las hay de carácter local y las hay distribuidas por todo el territorio brasileño, lagunas en régimen de franquicia, formando una extensa red de escuelas idiomas en general y de español en particular ‘Yá zigi, Fisk, CCAA, Skill." (SED YCIAS, 2003, p.26). Nesse momento se vive um crescimento espetacular da demanda de cursos de espanhol, com tudo o que envolve o processo de ensino e de aprendizagem de um idioma estrangeiro: necessidade de professores, de material impresso e sonoro, de organização de cursos, para citar apenas algumas das áreas implicadas. Indignamente, muitos dos professores que atuam no segmento das escolas como as citadas não são graduados em Educação e consequentemente desconhecem o sistema da língua e as metodologias de ensino, o que sabem apenas é falar o idioma ( DCE, 2008). Inclusive é comum a ideia equivocada de que um professor nativo sempre será melhor que aquele formado aqui, indicando um viés pouco profissional, por assim dizer, desse mercado em particular. 353 Felizmente pode-se apontar confiáveis instituições privadas de ensino de língua espanhola, entre elas destacando-se os Centros Culturais e a Associação do Colégio Espanhol de San Pablo, vinculados ao Colégio Miguel de Cervantes. Temos também no Brasil instituições oficiais que oferecem curso de línguas junto aos cursos das Universidades ( DCE, 2008). No Paraná, segundo as DCE (2008), no ano de 2004 foi ampliado o número de escolas Estaduais que ofertam cursos de língua estrangeira pelo CELEM (Centro de Língua Estrangeira Moderna) e também cursos paralelos ao sistema educacional. Por tais aspectos, como educadora do CELEM, apresentando este material pretendo uma utilização eficiente das aulas pelas quais sou responsável, para isso ajudando os alunos da melhor forma possível a atingir seu objetivo - aprender Espanhol - e zelando pela excelência e pelo cumprimento da política educacional do Paraná. Nosso objetivo é colaborar para o ensino público estadual ser referência em ensino de LEM. 23.2 FUND AMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS Em 1970 houve uma manifestação de professores de línguas insatisfeitos com a reforma do ensino. Com a tentativa de superar a hegemonia de um único idioma ensinado nas escolas, em 1982 foi criado o CELEM (Centro de Línguas Estrangeiras) no Colégio Estadual do Paraná, onde junto ao espanhol eram oferecidas outras línguas. Hoje, como uma consequência histórica, percebe-se o valor dado ao espanhol, por isso a lei nº. 11.161 (05/08/2005): “(...) torna obrigatória a oferta de língua da Língua Espanhola, em horário regular nas escolas públicas e privadas que atuam no Ensino Médio. A lei também faculta a inclusão do ensino desse idioma nos currículos plenos da 5ª à 8ª série do ensino fundamental”. (ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO MÉDIO, 2006, p.127). Trabalhando pelo cumprimento desta determinação, o Governo do Paraná tem aumentado contínua e rapidamente a oferta de vagas no CELEM. Esta situação aponta para uma noção comum a todas as escolas e comunidades 354 escolares, direção, professores, alunos, pais e funcionários: não pode-se considerar uma única língua estrangeira como mais importante para o conhecimento e formação futura do aluno. Segundo a leitura do livro de ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO MÉDIO (2006), “(...) resumindo as premissas das Orientações, compatíveis com este Marco, a finalidade do ensino de Espanhol deve ser aprender a conhecer, aprender a fa zer, aprender a viver e aprender a ser. (...) dominar uma língua estrangeira supõe conhecer, também e principalmente, os valores e crenças presentes em diferentes grupos sociais (...)” De acordo com as DCE 2008 “a língua é concebida como discurso, não como estrutura ou código a ser decifrado, constrói significados e não apenas os transmite. O sentido da linguagem está no contexto de interação verbal e não no sistema linguístico.” De acordo com o teórico Bakhtin: [...] o essencial na tarefa de decodificação não consiste em reconhecer a forma linguística utilizada, mas compreendê-la num contexto concreto preciso, compreender sua significação numa enunciação particular. Em suma, trata-se de perceber seu caráter de novidade e não somente sua conformidade à norma. Em outros termos, o receptor, pertencente à mesma comunidade linguística, também considera a forma linguística utilizada como um signo variável e flexível e não como um sinal imutável e sempre idêntico a si mesmo. (BAKHTIN, 1992) Nas aulas verifica-se o ensino fragmentado com o único objetivo de estudar apenas o léxico e a gramática, muitas vezes usando os textos como pretexto. No final da aula abordam costumes dos países, alguns textos literários, fotos dos países, entre outros itens do contexto sociocultural, mas desvinculados entre si. Sobre isso nos alerta Terumi Koto: “(...) a noção da cultura também continua sendo antiquada, resumindo-se a alguns tópicos, desvinculadas do conteúdo linguístico e social, o que dificulta o contato com outra visão de mundo, e o que é pior, impede de estabelecer relações entre o que se aprende no item ‘cultura’ e o que existe por detrás de toda expressão do povo hispânico”. (KOTO, 2003). 355 Talvez seja tão difícil explorar verdadeiramente a cultura de outros povos porque isso tem como consequência repensar a própria cultura. Como os professores podem esmiuçar, então, as relações de poder – bases de uma cultura – de seu povo, se nem sempre eles mesmos as compreendem inteiramente, uma vez que estão imersos nela? Porém, não realizar essa exploração cria o risco de esvaziar a língua que se está estudando. Isso é bastante visível no ensino da língua espanhola (KOTO, 2003). Essa dificuldade acaba por materializar a figura do “aluno hipotético”. Não que este aluno apareça, ou sequer exista. Mas nas aulas de LEM agem como se existisse. Pois o universo da língua espanhola é imenso e composto de muito mais que um só povo, uma só cultura. E, por outro lado, nas aulas objetiva-se dirigir-se a qualquer um que queira aprender espanhol e, no fim, dirigem-se a ninguém (ibid). Nesta situação, a pergunta é: o que não está bem? Considero que o que não está bem é o fato que se reduz qualitativamente um mundo hispânico de forma violenta. Em primeiro lugar, pensa-se em cultura hispânica em termos de tópicos exóticos, sobretudo de comidas, paisagens, festas e tradições, e, segundo lugar, estes tipicalismos são fragmentados e pontuais ignorando, por exemplo, que a concepção de morrer é diferente para um mexicano, um espanhol e um brasileiro e se perde a oportunidade de explicar que em espanhol ibérico se gritava (e se gritaria em iguais circunstâncias) ‘MUERA FRANCO’ em vez de ‘ABAJO FRANCO’. (KOTO, 2003). Ana Pizarro, professora da UBA, citada por Terumi Koto (2003), em um Congresso Brasileiro de professores de espanhol realizado em Porto Alegre em 1989, afirmou que, naquele momento que iniciou o Mercosul, o ensino de espanhol no Brasil significava manter a nossa identidade hispanoamericana. Sendo assim, não poderia mais haver uma dependência, mas isso não quer dizer um rompimento total com a Europa. Não é essa a questão. A afirmação dessa identidade permite a nós, brasileiros, conhecer melhor nossos vizinhos hispanohablantes. Ainda ao contrário, o conhecimento de nossa identidade e sua afirmação possibilitam até um 356 melhor relacionamento com os países dos quais fomos (nós, latinoamericanos) colônias no passado. Além disso, Pizarro ainda nos indica como se trabalhar a cultura hispânica em sala de aula: Em primeiro lugar, ela entende bakhtianamente a língua como um discurso praticado num determinado espaço, que é também o espaço discursivo da cultura. Em segundo lugar, concebe o ensino do espanhol no Brasil como um modo de articulação ‘de la unidad escindida que es América Latina y cuya única posibilidad de interlocución a nível internacional (...) es a través de la integración de sus componentes’. (PIZARRO, apud KOTO, 2003) Segundo as DCE 2008, a abordagem comunicatica foi usada nas maioria das aulas de LEM e apresenta pontos negativos. Pois ao centrarem a atenção na comunicação, não se leva em conta as diferentes vozes que permeiam as relações sociais e as relações de poder que as entremeiam. Nessa abordagem, o conceito de cultura configura uma visão homogênea que a percebe dissociada da língua, muitas vezes abordados de forma estereotipada. Partindo desta ideia, as DCE criticam a abordagem comunicativa no sentido de centrar-se apenas na comunicação e dissociar da língua os aspectos culturais do povo da língua a ser aprendida . Conforme Jiménez, (Gimenez, 2001, p.110 apud DCE 2008 p. 27): “(...) a abordagem comunicativa, na tentativa de ensinar e se comunicar na língua estrangeira, deixou de lado a relação entre comunicação e cultura, e a necessidade de entender a comunicação entre falantes nativos e nãonativos como comunicação intercultural mais que comunicação na língua alvo”. A Língua e a Cultura são vistas como fatos separados. Porém, língua e cultura são indissociáveis. Como alguém pode aprender uma língua sem conhecer os aspectos culturais contidos no idioma? A língua por si só não existiria, há por trás dela uma história de povos, dominações, ou seja, construções de séculos e séculos que moldam a língua. 357 Portanto, a proposta para a Língua Estrangeira consiste no trabalho com textos, no significação” intuito (DCE de conferir-lhes 2008, p. 58), sentidos ao invés e “travar de batalhas extrair pela significados supostamente latentes em sua estrutura, ou seja, comunicando-se com os textos. Esta é a prática discursiva sugerida pelas DCE. Dessa maneira, percebe-se a língua como uma “arena de conflitos” (BAKHTIN, 1992), o que abrange a análise e a crítica das relações entre texto, língua, poder, grupos e práticas sociais. Por isso a prática discursiva nos coloca diante das possibilidades de se enxergar os diversos tipos de texto (escrito, visual, oral e hipertexto), questionando atitudes, crenças e valores implícitos nos textos, mais do que meramente traduzir (DCE 2008, p. 58). [...] acesso a diversos discursos que circulam globalmente, para construir outros discursos alternativos que possam colaborar na luta política contra a hegemonia, pela diversidade, pela multiplicidade da experiência humana, e ao mesmo tempo, colaborar na inclusão de grande parte dos brasileiros que estão excluídos dos tipos de [...] (conhecimentos necessários) para a vida contemporânea, estando entre eles os conhecimentos (em língua estrangeira). (MOITA LOPES, 2003, p. 43) O discurso presente nos intertextos das sociedades contemporâneas apresenta um espaço de significação e os envolvidos nesse processo de ensino da língua devem proporcionar ao aluno a consciência crítica a respeito das línguas na sociedade e assim perceber a sua identidade, desenvolvendo sua autonomia, auto-crítica para envolver-se e refletir criticamente em diversas situações (DCE 2009). Seguindo este raciocínio e fazendo uma reflexão sobre o homem sujeito da história capaz de interferir nesta história (Freire, 1996). O fato de me perceber no mundo, com o mundo e com outros me põe numa posição em face do mundo que não é de quem nada tem a ver com ele. Afinal, minha presença no mundo não é de quem a ela se adapta mas, de quem nela se insere. É a posição de quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também da História. (Paulo Freire;1996, p.54) A obra do brasileiro Paulo Freire contribuiu sobremaneira para a 358 Educação Nacional. Seus estudos repercutiram também no ensino de línguas estrangeiras. Idealizador do Método de Alfabetização, que carrega o seu nome, Freire deixou conceitos importantes na área da Linguística, como problematização, conscientização, criticidade, comunicação dialógica. Segundo Freire (1984), citado por Meneguini (2004, p.158), as contribuições do educador para a sociedade são: [...] uma educação crítica e criticizadora, isto é, uma educação que leve o aluno às experiências do debate e da análise dos problemas e que lhe propicie condições de verdadeira participação. Para promover uma educação para a decisão e para a responsabilidade social e política, é preciso uma mudança de atitude, substituindo antigos hábitos de passividade por novos hábitos de participação, e, para isso, é necessário transformar uma cultura que corresponde à inexperiência do diálogo, que faz comunicados, uma educação puramente mecânica, que domestica o aluno, desumaniza-o, não exigindo dele uma atitude crítica ante a sua realidade, porque essa mesma educação está desvinculada de sua realidade. Para Wallerstein (1983), citado por Meneghini (ibid), o encaixe da pedagogia de Freire com o ensino de língua estrangeira está “na estruturação das atividades que levarão à reflexão e ao questionamento”, por meio da problematização. Schleppegrell (1997), citado por Meneghini (ibid) propõe que: O professor, como um ser social, não deve apenas passar a fala para os alunos, transformando-se em um facilitador do processo ensino/aprendizagem, ele deve, também, expressar suas opiniões e fazer questionamentos, e os alunos, da mesma forma, devem atuar como questionadores, para que a educação seja um processo de duas vias, na qual professores e alunos se transformam em co-aprendizes [...]. A conscientização, para Freire, citado por Meneghini (p. 160) “[...] é um ato de conhecimento, uma aproximação crítica da realidade. [...] quanto maior a conscientização, mais a realidade se revela e maior é a 359 compreensão que se tem dela”. 23.2 CONTEÚDOS Segundo as Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná (DCE 2008) o ensino de língua estrangeira refere-se a: (...) língua, objeto de estudo desta disciplina, contempla relações com a cultura, a ideologia, o sujeito e identidade. Torna-se fundamental que os professores compreendam o que se pretende com o ensino da Língua Estrangeira na Educação Básica, ou seja: ensinar e aprender línguas é também ensinar e aprender percepções de mundo e maneiras de construir sentidos, é formar subjetivamente, independentemente do grau de proficiência atingido. (DCE, 2008, p. 31) Conforme as DCE (2008), o ensino de língua estrangeira contempla as relações culturais, a ideologia, o sujeito e a identidade. Pretende-se com o ensino da língua também ensinar e aprender percepções de mundo e maneiras de construir sentidos, e que através disso os alunos desenvolvam uma consciência crítica a respeito do papel das línguas na sociedade. O ensino de língua estrangeira deve também contribuir para formar alunos mais críticos e transformadores, possibilitar ao aluno uma visão de mundo mais ampla, para que crie novas maneiras de construir sentidos de mundo. Um cidadão, ao conceber a língua como discurso, permite-se perceberem-se sujeitos integrantes da sociedade e participantes ativos do mundo, construindo significados para entender melhor a língua (id, 2008). O ensino de língua estrangeira deve também contribuir para formar alunos mais críticos e transformadores, possibilitar ao aluno uma visão de mundo mais ampla, para que crie novas maneiras de construir sentidos de mundo. Ao tomar a língua como interação verbal, como espaço de produção de sentidos, buscou-se um conteúdo que atendesse a essa perspectiva, por isso define-se o Conteúdo Estruturante da Língua Estrangeira o "discurso 360 como prática social", já que este relaciona-se com o momento históricosocial. Dessa maneira, trata-se a língua de forma dinâmica, por meio de leitura, oralidade e escrita, as práticas que efetivam o discurso (DCE 2008, p.61). Sendo assim, o Discurso como prática social ao mesmo tempo caracteriza os gêneros textuais como conteúdos básicos abordados dentro das práticas discursivas. À medida que percebem que o texto é uma representação da realidade e que não existe uma interpretação fechada, que seu significado permite várias possibilidades de leitura, os alunos terão uma posição crítica em relação ao texto. A gramática não deve ser ignorada, e torna-se importante quando permite um entendimento do significado do texto. Sendo assim, afirmam as DCE (2008, p.42): “o conhecimento formal da gramática deve estar subordinado ao conhecimento discursivo, ou seja, reflexões gramaticais devem ser decorrentes de necessidades específicas dos alunos, a fim de que se expressem ou construam sentidos com os textos”. E ainda (p.39): “o trabalho com a LE em sala de aula parte do entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais do que meros instrumentos de acesso à informação: as línguas estrangeiras são possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos de entender o mundo e de construir significado.” Portanto, sugere-se a utilização da diversidade de gêneros textuais e isso com o intuito de alargar a compreensão de diversos usos da linguagem, por exemplo: literários, clássicos, modernos, publicitários, charges, textos informativos, anúncios, classificados, tiras, histórias em quadrinhos, crônicas assinadas, gravações e análise de documentários da televisão, programas de entrevistas, etc. Segundo a DCE (2008, p. 44): “Nessa visão, é importante que os alunos tenham consciência de que há várias formas de produção e circulação de textos em nossa cultura e em outras, de que existem diferentes práticas de linguagem no âmbito de cada cultura, e que essas práticas são valorizadas também de formas diferentes nas distintas sociedades.” A interpretação das várias formas de enunciados textuais ampliará a percepção do aluno para a compreensão das formas 361 semânticas e pragmáticas. Segundo Moita Lopes (1996, p.116, apud DCE, p. 35): A Pragmática deve explicar como os falantes são capazes de entender não literalmente uma dada expressão, como compreender mais do que as expressões significam e por que um falante prefere dizer alguma coisa de maneira indireta e não de maneira direta. Em outras palavras, a Pragmática deve mostrar como se fazem interferências necessárias para chegar ao sentido dos enunciados. Segundo Moita Lopes (2004, p. 30-31, apud DCE, 2008, p. 35) hoje os textos não são apenas ‘multissemiótico’ (grifo palavras, do autor), ou seja, a vivemos comunicação em um virtual mundo adquire a movimentação do mundo real, rica em sons, imagens, ícones, cores, o que a torna mais próxima da fala e pode-se dizer “(...) que as diferenças entre comunicação escrita e falada se diluem na construção desse novo tipo de texto”. Por conseguinte, o leitor muda a sua posição, de agora em diante é um participante ativo da leitura e processa uma discussão entre o leitor, o texto e o autor no qual há uma interação entre leitor e autor, leitor e outros autores, leitor e seu conhecimento de mundo, com seus aspectos linguísticos, com outros textos e com outros leitores (DCE, 2008). Com isso, uma aula de língua estrangeira tem como base o texto, que se apresenta como um princípio gerador de unidades temáticas e de desenvolvimento das práticas linguístico-discursivas. A leitura do texto e consequentemente a compreensão leitora no ensino da língua estrangeira tem a possibilidade de trazer um conhecimento de mundo que permita ao leitor elaborar um novo modo de ver a realidade a sua volta. Para isso a leitura deve englobar uma interação de conhecimentos linguísticos, sociopragmáticos, culturais e discursivos. E não só isso, de acordo com as ORIENTAÇÕES CURRICULARES NACIONAIS 2006, “é uma forma de aproximação ao outro, que permite ir além do acústico e do superficial e leve à interpretação tanto daquilo que é 362 dito (frases e textos) quando daquilo que é omitido (pausas, silêncio, interrupções) ou do que é insinuado: entonação, ritmo, ironia..)” Como argumenta Eni Orlandi, o leitor constrói sua maneira particular de interpretar a partir de sua interação com o universo natural, cultural e social, sua vida e experiências. Por isso, o processo de interação verbal ocorre quando os leitores percebem que estão dialogando com o texto, percebendo-se como interlocutores durante a leitura, que é o momento crucial da constituição do texto, desencadeiam o processo de significação. Por isso Orlandi afirma que a leitura é (...) um ato cultural em seu sentido amplo, que não se esgota na educação. Deve–se considerar a relação entre o leitor e o conhecimento. Assim como a sua reflexão sobre o mundo. Eu diria que o conhecimento tem caminhos insuspeitáveis. Ninguém tem a fórmula da descoberta, de como se chega ao conhecimento e à critica. (Eni Orlandi, p.) Já os textos de literatura fazem parte da produção do conhecimento da construção da realidade, o aluno ao analisá-lo deve percebê-lo como a prática social pertencente a um povo. Afirma a DCE 2008: “A literatura está relacionada à história e às tradições culturais de uma comunidade, por isso faz-se necessário analisar o contexto sociocultural do texto”. “Não se deve ignorar que a literatura tem um vínculo muito grande com a língua, por isso não deve dissociar língua e literatura. Os textos literários têm um grande valor para a sociedade, pois a representam” (Paraquett apud Eni Orlandi) “a linguagem literária é eminentemente conotativa. A conotação se pluraliza em função do universo cultural dos falantes; prende-se, portanto, às diferenças de camadas socioculturais e ao processo de desenvolvimento da cultura. Fácil é concluir que a literatura, apoiada num sistema de signos linguísticos que representam o mundo e revelam dimensões profundas do mesmo, traduz o grau de cultura de uma sociedade. E mais: como espelho ou como denúncia, como conservadora ou como transformadora.” (Eni Orlandi) Conforme o aluno vai envolvendo-se com textos, vai ao mesmo tempo 363 aproximando da outra língua e outra cultura, conhecendo outros valores e as crenças de uma determinada comunidade, reconhecendo a diversidade cultural. Segundo citação da DCE: “O conhecimento de uma outra língua colabora para a elaboração da consciência da própria identidade.” O texto expõe o aluno à prática da oralidade, que tem o objetivo de incentivar os alunos a expressarem suas ideias em língua estrangeira, sabendo adequar sua linguagem conforme as situações. Para falar uma língua estrangeira é imprescindível conhecer alguns fatores da cultura da sociedade, já que a língua é vínculo de comunicação entre a língua materna e a língua estrangeira. É indispensável conhecer a forma de vida, como se estrutura a sociedade, seus hábitos diários, alimentares, como se comportam em diversas situações do cotidiano, enfim, como vivem os falantes da língua meta. “O processo complexo porque o indivíduo interioriza, de forma gradual, os mecanismos necessários (linguísticos, extralinguísticos, e culturais, os permitem atuar de forma adequada no seio da comunidade linguística” (Gargallo,1999, p.28). Segundo as Orientações Curriculares Nacionais, “a oralidade se forma a partir do momento que aprendiz se situe no discurso do outro, assume o turno e se posicione como falante da nova língua, considerando, igualmente, as produções e as situações de enunciação do seu discurso.” Conforme citação da DCE 2008, a escrita é uma prática que não pode ser esquecida e deve ser vista como uma atividade sociointeracional, onde é criado um sujeito sócio-histórico-ideológico, com quem o aluno vai produzir um diálogo imaginário. Segundo as Orientações Curriculares Nacionais 2006, o aluno deve situar-se como indivíduo com algo a dizer em outra língua, expressando as suas ideias e a sua identidade no idioma do outro, a partir do conhecimento da sua realidade e do lugar que ocupa na sociedade, e não um mero reprodutor da palavra alheia. 23.3 METODOLOGI A D A DISCIPLIN A As DCE propõem redirecionar o ensino de Língua Estrangeira Moderna 364 nas escolas da Rede Pública Estadual do Paraná. O trabalho com a Língua Estrangeira em sala de aula parte do entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais do que meros instrumentos de acesso à informação: as línguas estrangeiras são possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos de entender o mundo e de construir significados. A partir do Conteúdo Estruturante Discurso como prática social, serão trabalhadas questões linguísticas, sociopragmáticas, culturais e discursivas, bem como as práticas do uso da língua: leitura, oralidade e escrita. O ponto de partida da aula de Língua Estrangeira Moderna será o texto, verbal e não-verbal, como unidade de linguagem em uso. Antunes (2007, p. 130) esclarece que [...] o texto não é a forma prioritária de se usar a língua. É a única forma. A forma necessária. Não tem outro. A gramática é constitutiva do texto, e o texto é constitutivo da atividade da linguagem. Tudo o que nos deve interessar no estudo da língua culmina com a exploração das atividades discursivas. (DCE 2008, p. 63) “Nada do que fizermos linguisticamente está fora de ser feito em algum gênero" (Marcuschi, 2003, p. 35). A partir do momento em que temos situações discursivas as mais variadas, entramos no campo dos gêneros textuais. Tanto oralmente como na escrita, é através do estudo dos gêneros e de sua respectiva produção (não reprodução, mas uma variação de gênero que parte da perspectiva do aluno ou falante), que o aluno saberá se posicionar em diferentes situações discursivas. Por isso, no ensino- aprendizagem de LEM, o aluno deve ter a oportunidade de conhecer e produzir textos escritos e orais de diversos gêneros e assim o professor produzir estratégias comunicativas que possibilitem a circulação desses no âmbito das aulas de LEM. Se não existissem gêneros, se fossem criados pela primeira vez em cada conversa, a comunicação verbal seria quase impossível (Bakhtin, 1992). Portanto, é importante que o aluno tenha acesso a textos de várias esferas sociais: publicitária, jornalística, literária, informativa, etc. A estrutura de 365 uma bula de remédio, por exemplo, difere da estrutura de um poema. Além disso, é necessário que se identifiquem as diferenças estruturais e funcionais, a autoria, o público a que se destina, e que se aproveite o conhecimento já adquirido de experiência com a língua materna. O objetivo será interagir com a infinita variedade discursiva presente nas diversas práticas sociais. (DCE 2008, p.64) O trabalho pedagógico com o texto trará uma problematização e a busca por sua solução deverá despertar o interesse dos alunos para que desenvolvam uma prática analítica e crítica, ampliem seus conhecimentos linguístico-culturais, percebam as implicações sociais, históricas e ideológicas presentes num discurso no qual se revele o respeito às diferenças culturais, crenças e valores. Enfim, aprender uma língua não é somente conhecer estruturas linguísticas e sim proporcionar o conhecimento de cultura nova, ou seja, um novo conhecimento de mundo, conhecer as diferenças e lidar com elas, expurgando qualquer tipo de preconceito. Sendo assim, nos alerta Gargallo: O propósito do processo é que o aluno seja capaz de atuar de forma adequada no seio de uma comunidade linguística em que a língua meta é veículo de comunicação; sublinhamos a ideia de adequação, já que somente estaremos próximos de um individuo competente da língua segunda ou estrangeira quando seja capaz de expressar e entender ideias, sentimentos, emoções, etc., respeitando as normas pragmáticas, culturais e linguísticas da comunidade de falantes. O mais importante é a maneira que fazemos as coisas em cada cultura...O que costumamos fazer quando entregamos um presente de aniversário?, Que falamos e por quê?, Que esperamos do interlocutor? (Gargallo, 1999, p. 29) 23.4 AV ALI AÇ ÃO A avaliação no ensino e na aprendizagem de uma língua estrangeira é importante por muitas razões. Primeiramente, por razões didáticas, pois proporciona uma visão acerca do aprendizado dos alunos e resume 366 claramente se os objetivos das aulas estão ou não bem definidos. Em sequencia, a avaliação por questões operativas: averiguar o ensino aprendizagem dos alunos no uso da língua estrangeira (LOBATO & GARGALLO, 2004, p. 938). Tendo isso em mente, cabe ainda ressaltar que o aprendizado de uma nova língua não pode excluir as múltiplas facetas em que se manifestam as funções comunicativas do indivíduo. Esse aluno é um agente social, que interage em diferentes meios de sua sociedade, na esfera econômica, cultural, política, dentro da família, etc (LOBATO & GARGALLO, 2004, p.624). Entende-se, assim, que a comunicação é apenas uma das habilidades cujo domínio é necessário dentro do amplo contexto social. As competências sociolinguística e pragmática são tão importantes quanto a competência linguística. A avaliação deve procurar refletir esta constatação. Aprender uma nova língua é bem mais do que apenas conhecer a pronúncia e a grafia correta das palavras. Quanto mais fatos sociolinguísticos o aluno identificar no contexto da língua que está aprendendo, em relação aos que ele já conhece em sua própria língua, tanto mais o aluno terá o seu aprendizado facilitado, estabelecendo analogias e criando novas categorias, que ampliam seus horizontes dentro de sua própria língua. (LOBATO & GARGALLO, 2004, p. 628) Espera-se que o aluno reconheça e compreenda a diversidade linguística, cultural, que se envolva discursivamente e utilize as inúmeras possibilidades de construção de significados sociais, a diversidade linguística e cultural em relação ao mundo que se vive e portanto passiveis de transformação na prática social . A avaliação será ampla e contínua no sentido de revelar o aproveitamento e o grau de desenvolvimento do aluno, bem como, de proceder à apuração para fins de aprovação: sssss) Proporcionar ao aluno a possibilidade de fazer uma síntese das experiências educacionais vivenciadas; 367 ttttt) Possibilitar através do registro de dados, controle e a identificação das dificuldades e deficiências do aluno no processo de aprendizagem. Na apuração do rendimento escolar levar-se-á em conta as diversas formas de avaliação. A Avaliação será constante, tendo um caráter de diagnóstico das dificuldades e de assessoramento na superação das mesmas, devendo abranger: •Avaliação da aprendizagem escrita: com referência aos conteúdos básicos da disciplina de língua espanhola. •Avaliação da aprendizagem oral: conhecimento da forma padrão da língua de estudo, bem como o conhecimento e a valorização das variantes linguísticas a partir dos conhecimentos básicos da disciplina. •Avaliação da compreensão leitora: ler um texto e ser capaz de compreender os significados subjacentes, o contexto mesmo ao qual ele se refere, inclusive criando analogias com contextos semelhantes em nosso país. •Avaliação de compreensão auditiva: ser capaz de compreender um texto oral, também associando a contextos específicos. •Atividades avaliativas: trabalhos escritos e orais desenvolvidos individualmente ou em grupos; trabalhos de compreensão leitora e auditiva (áudio e/ou visual) para a fixação dos conteúdos básicos da disciplina de língua espanhola. •Atividades extraclasse: trabalhos de pesquisa, exercício de caráter prático e materiais de apoio resultantes dos conteúdos básicos da disciplina de língua espanhola, objetivando a complementação da língua alvo e de acordo com o Plano de Trabalho Docente. Ao final das avaliações de aprendizagem (escrita e oral), bem como as atividades avaliativas e das atividades extraclasses de cada semestre , será atribuída uma média e posteriormente uma média anual de cada aluno. Conforme a Instrução Normativa nº 019/2008 de 31 de outubro de 2008, A avaliação de aprendizagem terá os registros de notas expressos em uma escala de 0,0 (zero vírgula zero) a 10,0 (dez vírgula zero) (...) Os alunos do CELEM que apresentarem frenquência mínima de 75% do total de horas letivas e 368 amédia anual igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero) serão considerados aprovados ao final do ano letivo. (SUED/SEED, 2008, p.5) Ao estabelecer os critérios para avaliação, A seleção de conteúdos, os encaminhamentos metodológicos e a clareza dos critérios de avaliação elucidam a intencionalidade do ensino, enquanto a diversidade de instrumentos e técnicas de avaliação possibilita aos estudantes variadas oportunidades e maneiras de expressar seu conhecimento.(DCE 2008, p.33) Portanto, a clareza dos métodos avaliativos previne qualquer arbitrariedade por parte do professor no estabelecimento dos critérios de aprendizagem avaliativas para libera os a alunos. aula Além daquele disso, tradicional a variedade esquema das de formas repetição programada que os professores de línguas estrangeiras tanto trabalham para superar, oportunizando diferentes e complexas maneiras para o aluno expressar os seus conhecimentos. 23.5 REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFIC AS ARAÚJO BRITO, Sara. O texto literário e o componente cultural no ensino do espanhol como língua estrangeira . In: Cadernos do CNLF, série VIII, Rio de Janeiro, 2004. BAKHTIN, M. Os Gêneros do discurso. Estética Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1952 GARGALLO, Isabel Santos. Lingüística Aplicada a la EnseñanzaAprendizaje Del Español Como Lengua Extranjera. Madrid, 1999. LOBATO, Jesus Sanches & GARGALLO, Isabel S. Para La Formación de Profesores. Madrid: SGEL, p. 600-100, 2004. 369 MARCUSCHI, L.A. Gêneros Textuais: definiçao e funcionalidade . Rio de Janeiro,2003. MENEGHINI, Carla Ma yumi. A Ar bordagem de Paulo Freire no Ensino de Espanhol Como Língua Estrangeira. São Paulo: Editora Unesp, cap. 7, p. 156-163, 2004. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Orientações Curriculares para o Ensino Médio, Volume 1. pps 127-162. Brasília, 2008. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO-SEED. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do estado do Paranálíngua Estrangeira Moderna. Curitiba, 2008. Disponível em: http://www.diadiaeducação.pr.gov.br/diaadia/arquivos/file/diretrizes_2009/pd f acesso em junho de 2009. SEDYCIAS, João. O Ensino do Espanhol no Brasil: passado, presente, futuro. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. SILVEIRA, Maria Inez Matozo. Línguas Estrangeiras - Uma visão Histórica das Abordagens, Métodos e Técnicas de Ensino . Macéio:Catavento,1999. VILLALBA, T.K.B. O Lugar da Cultura no Ensino de Espanhol no Brasil. São Leopoldo. Entrelinhas, 2003.