RESULTADOS SENSÍVEIS EM ENFERMAGEM. ENSAIO: MODELO
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RESULTADOS SENSÍVEIS EM ENFERMAGEM. ENSAIO: MODELO
RESULTADOS SENSÍVEIS EM ENFERMAGEM. ENSAIO: MODELO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS CUIDADOS Regina Ferreira1 & José Amendoeira2 1 Instituto Politécnico de Santarém/Escola Superior de Saúde Instituto Politécnico de Santarém/Escola Superior de Saúde, Membro da UIIPS, Investigador colaborador do CIEQV. Investigador Integrado no CIII_UCP 2 RESUMO Este artigo surge na sequência da realização da tese de doutoramento em enfermagem do qual emergiu a proposta de um modelo de avaliação da qualidade dos cuidados de enfermagem. Objetivo: Analisar criticamente modelos de avaliação da qualidade dos cuidados de enfermagem tendo por base os resultados sensíveis em enfermagem. Método: Ensaio com exposição lógica, discursiva e argumentativa. Conclusão: Da aplicação e análise das relações entre as variáveis que integram o modelo por nós proposto obteve-se resultados empíricos consistentes que sustentam a proposta de um modelo real obtido: Modelo da efetividade da qualidade dos cuidados de enfermagem. Palavras-chave: Ensaio, Cuidados de Enfermagem, Resultados Sensíveis, Avaliação da Qualidade dos Cuidados, Modelo, Efetividade. 396 ABSTRACT This article follows the completion of the doctoral thesis in nursing from which emerged the proposal for an evaluation model of the quality of nursing care. Aim: Critically analyze models for evaluating the quality of nursing care based on sensitive results in nursing. Method: Test logically exposure, discursive and argumentative. Conclusion: The application and analysis of the relationships between the variables that make up the model we proposed was obtained consistent empirical results that support the proposal for a real model obtained: Model of the effectiveness of the quality of nursing care. Keywords: Test, Nursing-care, Nursing-sensitives, Care Quality Assessment, Model, Effectiveness. INTRODUÇÃO No Sistema de Saúde tem surgido a preocupação em compreender a contribuição dos enfermeiros no processo de trabalho que é esperado para melhorar o desempenho, reduzir os custos e otimizar os resultados do atendimento ao cliente, face à atual situação financeira, económica e demográfica, como o envelhecimento da população com doenças mais onerosas e incapacitantes (Ferreira & Amendoeira, 2014). Pelo referido, observamos como relevante a analise dos resultados obtidos face à prestação de cuidados de enfermagem, pois os enfermeiros são considerados essenciais à prestação de cuidados de saúde onde o cliente é o elemento central. Pouco se conhece sobre a relação entre cuidados de enfermagem e os seus resultados (Doran et al., 2006; Doran, 2011; Lucero, Lake & Aiken 2010), nomeadamente em Portugal. Nos últimos três anos tem havido um incremento na análise entre fatores do contexto de cuidados, como os relativos a “atributos” dos enfermeiros (rácio enfermeiro/cliente, formação/experiência dos enfermeiros) e/ou dos clientes (tempo de internamento, taxa de mortalidade/morbilidade, diagnóstico de saúde…) e os resultados observados no cliente, comparando Países da Europa, EUA e Canadá. Irvine et al. (1998) desenvolveram um modelo específico para a enfermagem, “Nursing Role Efectiveness Model”, que permite identificar a contribuição dos cuidados de 397 enfermagem mediante as intervenções do enfermeiro, propondo uma relação entre variáveis de estrutura, processo e sistema de resultados, onde inclui também a satisfação da pessoa. O modelo segue a estrutura de Donabedian (1966;1980), cujos componentes da estrutura são os fatores da pessoa, do enfermeiro e da organização que influenciam o processo e os resultados dos cuidados. Acreditamos que a excelência dos cuidados só é possível, apostando na qualidade destes sendo, para isso, necessário proceder à respetiva avaliação. A avaliação da qualidade dos cuidados permite conhecer as relações subjacentes aos resultados sensíveis em enfermagem, face ao contexto de cuidados (fatores da estrutura) e aos cuidados de enfermagem (fatores do processo). OBJETIVO Analisar criticamente o modelo de avaliação da qualidade dos cuidados de enfermagem tendo por base os resultados sensíveis em enfermagem: Modelo de efetividade do papel de enfermagem (Irvine, Sidani & McGillis Hall, 1998) e Modelo de Avaliação da Qualidade dos Cuidados (Donabedian, 1966, 1980). MÉTODO Com este ensaio pretendemos discutir e argumentar de forma lógica e reflexiva os modelos teóricos adotados e de referência do estudo ao modelo real encontrado face aos achados empíricos obtidos com a investigação realizada. DISCUSSÃO Em enfermagem são várias as teorias que podem fundamentar a prática. Contudo, dificilmente alguma consegue descrever o que é a enfermagem no seu todo. Duf (2011) diz-nos que podemos considerar as teorias de enfermagem num contínuo, do geral para o específico e que todas representam aspetos da realidade da prática de enfermagem. Acreditamos que a teoria pode guiar a prática, tal como McCubin & Patterson (1982, citado por McCurry, Revell & Roy, 2009 ) e que a integração da teoria na prática serve como um guia para atingir os objetivos da disciplina de enfermagem no sentido, nomeadamente de promover a saúde e prevenir a doença, bem como identificar 398 causas evitáveis de doença e necessidades de saúde não satisfeitas (McCurry, Revell & Roy, 2009). A teoria é “um instrumento” útil para o desenvolvimento do conhecimento (Reed & Lawrence, 2008). Por outro lado, estamos convictos que a prática influencia a teoria, identifica prioridades, adaptando-se à realidade, torna-se pertinente e sustenta a teoria, tal como diz Amendoeira (2006a) a teoria vem da prática para a prática. Ou seja, a teoria e a prática têm que caminhar lado a lado. São sistemas sinérgicos. O que está em causa, pensamos nós, é o desenvolvimento do conhecimento em enfermagem no sentido de obtermos os melhores resultados em saúde através de uma prestação de cuidados ao nível da excelência. Quando falamos de conhecimento, reportamo-nos ao conhecimento científico, tradicional e pessoal (Moule & Goodman, 2009). Concordamos com Johnson e Weber (2010) quando referem que o conhecimento fornece um corpo cumulativo, organizado e dinâmico de informação corrente que pode ser usado para responder a perguntas, resolver problemas, explorar fenómenos e gerar nova teoria. O desenvolvimento do conhecimento surge também da investigação e processa-se de forma cognitiva através da interação de informação de forma “holárquica”, ou seja, um processo dinâmico (não apenas hierárquico), onde a informação integrada é multidirecional (Mella, 2009, citado por Butts, 2011) contribuindo para um todo. Fawcett (2011a; 2011b) adotou este conceito para explicar que a aquisição do conhecimento surge através de diferentes níveis de abstração, do mais abstrato para o mais concreto e vice-versa, que nos permite melhor compreender a importância do desenvolvimento do conhecimento na teoria, na prática, bem como, na investigação. Acreditamos que a enfermagem deve ter a sua própria identidade e, consequentemente, os seus próprios modelos conceptuais ou teorias. O modelo por nós adotado para o estudo, o modelo da efetividade do papel de enfermagem (Irvine et al., 1998), tem por base o modelo conceptual da qualidade dos cuidados de Donabedian (1966, 1980). Para este autor a qualidade é função dos elementos da estrutura do contexto onde são prestados os cuidados, do processo utilizado pelos prestadores de cuidados e das mudanças que ocorrem fruto da 399 interação entre o sujeito dos cuidados e os outros elementos, ou seja, os resultados (Donabedian, 1966, 1980). Para Donabedian, (1966, 1980) resultado (outcome) é uma mudança que ocorre relativamente ao estado de saúde atual e futuro da pessoa podendo ser atribuído à prestação de cuidados de saúde. Esta definição focaliza-se, exclusivamente, na pessoa e incorpora o estado psicológico, atitudinal (satisfação da pessoa), aquisição de conhecimentos relacionados com a saúde e mudança de comportamentos de saúde (Hamric et al., 2009). Também Hegyvary (1991, in Finkelman, 2006) salienta que o termo “resultados” deve refletir a resposta da pessoa aos cuidados. Segundo Hamric, et al. (2009), os resultados devem avaliar a evolução da qualidade dos cuidados obtendo-se uma indicação de mudança na pessoa, sujeito dos cuidados. Irvine et al. (1998), tendo por base o modelo de Donabedian (1966, 1980), tal como acima referimos, desenvolveram o “Nursing Role Efectiveness Model” que identifica a contribuição dos cuidados de enfermagem, tendo por base os fatores do contexto onde são prestados os cuidados, face aos resultados obtidos na pessoa. São três as componentes inerentes ao modelo: a estrutura, contempla as variáveis inerentes ao “sistema de atendimento”, o processo, diz respeito ao comportamento ou ação dos enfermeiros e os resultados, o efeito dos cuidados (Irvine et al., 1998). A primeira componente refere-se aos fatores da pessoa, do enfermeiro e da organização (Irvine et al., 1998). As variáveis da pessoa incluem características pessoais e relacionadas com o estado de saúde/doença, como a idade, tipo e severidade da doença e morbidades que afetam a prestação de cuidados ou a obtenção de resultados. As variáveis relativas aos enfermeiros compreendem as características profissionais, como a experiência, o conhecimento e níveis de competência que podem influenciar a qualidade dos cuidados de enfermagem (formação e categorias). As variáveis organizacionais focalizam-se no “staff” e padrões de atribuição de atividades que afetam diretamente a prestação de cuidados de enfermagem (Irvine et al., 1998). A dimensão Processo é constituída pelos diferentes papéis que o enfermeiro desempenha no âmbito das suas competências: “Intervenções autónomas” – ações iniciadas pelos enfermeiros em resposta a problemas da pessoa. O nível de escolaridade da pessoa é habitualmente focalizado no autocuidado e estratégias de 400 gestão de sintomas; “Interdependentes” – ações partilhadas com outros membros da equipa de saúde, como comunicação na equipa, coordenação dos cuidados (coordenação do planeamento da alta) e “intervenções relacionadas com o papel do médico” - ações de enfermagem em resposta a prescrições médicas e avaliação da resposta da pessoa aos cuidados. Os resultados no modelo são os efeitos dos cuidados prestados, sendo que os autores identificam seis categorias de resultados: prevenção de complicações, gestão de sintomas, conhecimento da doença, tratamento e gestão de efeitos secundários, estado funcional e autocuidado, satisfação com os cuidados e custo (Irvine et al., 1998). A necessidade cada vez maior de prestação de contas do sistema de saúde, as frequentes mudanças na organização de saúde, a produção, criação de valor e o financiamento do sistema de saúde são variáveis que alertam para a necessidade de avaliação precisa dos cuidados de enfermagem. Esta constatação requer a avaliação de estruturas, processos e resultados associados à prática de enfermagem (Hamric, Spross & Hanson,2009) e consubstancia o referido a propósito de outros autores, como Donabedian (1966, 1980), Mitchell & Lang (2004), Irvine, Sidani e McGillis Hall (1998), Sidani, Doran & Mitchell (2004). Um dos pressupostos da qualidade e da sua melhoria contínua que surge em primeiro lugar é a focalização no cliente. Existem outros pressupostos, difíceis de priorizar, igualmente importantes para a melhoria da qualidade do serviço prestado, como a liderança, a abordagem por sistemas, onde se destaca a organização enquanto contexto de trabalho e o envolvimento de “todos”. O mais abrangente, a organização, e interligando com o modelo da efetividade do papel de enfermagem verificamos que é um dos elementos importantes a atender na qualidade dos cuidados e integra a estrutura. A organização não é uma entidade abstrata e, no caso dos serviços de saúde, podemos dizer que é o contexto onde se cruzam diferentes intervenientes, todos com o objetivo de contribuir para os melhores resultados em saúde. 401 Do modelo teórico ao modelo real O processo de investigação realizado foi mediado pelo recurso a um modelo de pesquisa cuja capacidade de explicação do problema de investigação se constitui como evidência científica em diversos e múltiplos contextos, tendo-se firmado num processo de teorização da realidade, através da mobilização de quadros de referência da Gestão e da Enfermagem, conducente a uma tentativa de explicação do real. A representação do real assumimo-la sob a forma de um “esquema” de análise que, tendo por base o modelo de pesquisa proposto, evidencia os principais resultados obtidos e permite mobilizar alguns pressupostos sob a forma de conceitos, aos quais atribuímos poder explicativo dadas as características estatisticamente assinaladas e, a dimensão universal que os mesmos apresentam, quando referenciados às teorias e modelos que os suportam. Consideramos o esquema apresentado na fig. nº 1 como a forma inteligível de sintetizar os aspetos relevantes do estudo. Enquanto modelo de avaliação da qualidade dos cuidados relevam-se as três componentes: Estrutura, Processo e Resultados, suportadas em Donabedian (1966, 1980), Irvine et al. (1998) e Mitchell & Lang (2004). Para além dos suportes teóricos referenciados a estes autores, procurámos atribuir significado teórico a outras perspetivas paradigmáticas, pelo que mobilizámos da estrutura do conhecimento em enfermagem, de entre outros, Orem (2001), McCormack & McCance (2006); da qualidade em saúde, Santos (2008) e Lopes & Capricho (2007) e por forma a permitir um confronto mais sistémico, com Bronfenbrenner e Morris (1998) e imprescindível na atual conjuntura pela crescente necessidade da valorização da Gestão em enfermagem, incluímos outros teóricos como, Porter-O’Grady (2003a,b) e Lopes (2012) e de forma mais específica a Liderança (Yukl, 2006; Kouzes & Posner, 2009). Desta perspetiva de relações explicitadas, sempre com apelo à complexidade do pensamento, destacamos como emergentes no nosso estudo: - O contexto, enquanto microssistema onde ocorrem diferentes e múltiplas interações que facilitam ou dificultam a prática de cuidados de enfermagem; 402 - A política de qualidade da organização, caracterizada por formas de pensamento e ação, valorizadas coletiva e individualmente ao nível dos vários sistemas (do micro ao macrossistema - políticas públicas); - A pessoa/cliente enquanto agente de autocuidados, com a qual o enfermeiro interage, por meio de um sistema de enfermagem, nomeadamente o de apoio e educação, considerando a pessoa o centro do processo de cuidados, privilegiando práticas que promovam a autonomia da pessoa/cliente. - O profissional/enfermeiro, ao desenvolver um processo de cuidados assente numa perspetiva paradigmática que valorize a centralidade da pessoa/cliente de cuidados, no referido processo caracterizado por múltiplas interações, valoriza de entre outros aspetos, a gestão e a liderança como dimensões presentes na realidade estudada. “A configuração final” do serviço prestado assume neste estudo o que designamos por resultados sensíveis em enfermagem, ou seja, são o resultado das intervenções de enfermagem, concretamente o que emerge e se suporta, na centralidade dos cuidados prestados. Os enfermeiros realizam intervenções, com a pessoa/cliente através de práticas que respeitam valores, crenças, conhecimentos e preferências de cada pessoa, que por meio de um sistema de apoio e educação desenvolvem comportamentos de autocuidado, para que a pessoa saiba gerir as suas atividades de vida diária, de acordo com a sua condição de saúde. Outro dos conceitos que emerge com importância, enquanto resultado sensível, é a funcionalidade do cliente, na medida em que a mesma é afetada por fatores estruturais, que indiretamente influenciam a prestação de cuidados, tendo por base a centralidade dos cuidados, como seja pelo número de horas de cuidados planeados. A satisfação da pessoa, enquanto agente de autocuidado, revela e valoriza os resultados sensíveis em enfermagem. O conceito de satisfação adquire igualmente relevo na perspetiva dos profissionais, na medida em que a mesma se relaciona numa perspetiva sistémica com as características da estrutura e do processo, com especial relevância para os conceitos de gestão e liderança, ao explicitarem uma dimensão importante e por vezes pouco valorizada na explicação do real. 403 AUTOCUIDADO TERAPÊUTICO – Sistema de apoio e educação COMPORTAMENTO OREM (2001) DE AGENTE DE AUTOCUIDADO AUTOCUIDADOO Estrutura Processo Resultados Cliente Intervenções autónomas Enfermeiro Papel relacionado com cuidados médicos Resultados sensíveis em enfermagem Organização Papel interdependente Contexto ambiente de práticas POLÍTICA DA CENTRALIDADE DOS QUALIDADE CUIDADOS NA Gestão PESSOA SATISFAÇÃO Liderança Fig.1 - Modelo Teórico da Pesquisa – Uma explicação para a realidade encontrada CONCLUSÃO Começamos a nossa pesquisa pela identificação de questões reais, fundadas na teoria com o propósito de estabelecer relações empíricas, por meio de um processo que termina com um produto capaz de dar origem a novas interrogações. Assim, ao refletirmos os dados empíricos (relativos à realidade) e os dados abstratos (relativos à teoria), desenvolvemos um modelo que entendemos representar e interpretar a realidade por meio dos achados empíricos obtidos. Um importante contributo do estudo é a forte relação entre as variáveis estruturais, de processo e resultados, revelando a importância do modelo de pesquisa na compreensão das relações entre variáveis e na objetividade dos resultados. O modelo dá resposta à efetividade das intervenções de enfermagem, permite identificar e valorizar o efeito dos cuidados de enfermagem nos resultados observados nos clientes, atendendo às características dos clientes, enfermeiros e organização. Assim, os resultados sensíveis em enfermagem são avaliados e contextualizados de acordo com 404 as várias dimensões do modelo. O modelo dá visibilidade às intervenções autónomas do enfermeiro face aos resultados obtidos. O modelo de pesquisa do estudo evidencia e dá resposta, também, à necessidade de explorar relações entre variáveis moderadoras e/ou mediadoras associadas aos resultados nos clientes, tendo-se constatado que a centralidade dos cuidados é preditora dos resultados sensíveis em enfermagem, nomeadamente o autocuidado terapêutico e a satisfação da qualidade dos cuidados pelos clientes. Os resultados sensíveis em enfermagem obtidos, surgem em função de intervenções que resultam da prescrição, diagnóstico e planeamento realizado pelos enfermeiros. Verificamos que responder às necessidades e atender às preferências dos clientes, bem como, realizar educação para a saúde e disponibilizar informação de saúde, são pressupostos indispensáveis à satisfação da qualidade dos cuidados pelos clientes e à gestão de sintomas e atividades desempenhadas pelos clientes, revelando a importância do papel do enfermeiro nestas áreas. A centralidade dos cuidados valorizados pela pessoa/cliente é um atributo de elevada qualidade dos cuidados revelando que os cuidados prestados se enquadram num paradigma holista, de flexibilidade e reciprocidade. Em síntese podemos dizer que o modelo real encontrado mede a efetividade da qualidade dos cuidados de enfermagem pelo que o designamos de Modelo da Efetividade da Qualidade dos Cuidados de Enfermagem. Desta análise salienta-se que os resultados sensíveis em enfermagem contribuem para uma tomada de decisão mais segura e fundamentada, reforçando a enfermagem, enquanto papel social (contribui para o bem-estar da pessoa e da sociedade) e melhoria da qualidade dos cuidados prestados, com consequências, não apenas para um desempenho de qualidade dos prestadores, mas também das organizações de saúde e, sobretudo, para a satisfação da pessoa sujeito dos cuidados, o elemento central do processo de cuidados. 405 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Amendoeira, J. (2006a). 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