Lamina Pet Food

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Lamina Pet Food
Concentrado proteico de soja
RELATÓRIO TÉCNICO PET FOOD
2 0 1 6
CARACTERÍSTICAS REOLÓGICAS E MACROESTRUTURA DE RAÇÕES EXTRUSADAS PARA CÃES
Experimento conduzido sob supervisão do Prof. Dr. Aulus Carciofi no Centro de Pesquisa da Universidade Estadual de São Paulo -UNESP
INTRODUÇÃO
As proteínas de origem vegetal tem sido empregadas na indústria pet food na busca por fontes alternativas viáveis e
competitivas para cães e gatos. Dentre os ingredientes proteicos com esse potencial, os derivados de soja tem se destacado
nos últimos anos, em função do alto teor de proteína e biodisponibilidade de aminoácidos. A proteína da soja apresenta
boa qualidade e digestibilidade, considerando o processo de extrusão dos alimentos para cães e gatos, e pode substituir
parcialmente as proteínas de origem animal das dietas (Carciofi et al., 2006; de-Oliveira, 2009; Fahey, 2004). O X-SOY®
concentrado proteico de soja da Selecta, é uma potencial fonte de aminoácidos quando comparado a outras fontes
proteicas. Durante o processo fabril do X-SOY® ocorre a eliminação dos fatores antinutricionais, dos oligosacarideos
(rafinose e estaquiose) e alérgenos (glicinina, ß-conglicinina) do grão de soja.
OBJETIVO
No presente estudo foram avaliados os efeitos da inclusão de dois concentrados proteicos de soja, um com maior
granulometria (X-SOY 600) e outro micronizado (X-SOY 200) sobre as características de extrusão, macroestrutura de
alimentos extrusados para cães, comparativamente a dietas a base de glúten de milho e farinha de vísceras de frango.
MATERIAL E MÉTODOS
As rações experimentais foram formuladas conforme as recomendações nutricionais para cães preconizadas pela
Federation Europeene de L’industrie des Aliments pour Animaux Familiers (FEDIAF, 2014).
Quatro fontes de proteína foram comparadas: os concentrados protéicos de soja X-SOY 600® e X-SOY 200®; a farinha de
vísceras de aves e o farelo de glúten de milho 60%. As matérias-primas foram incorporadas em oito alimentos completos e
balanceados para cães, com formulas isonitrogenadas e composição bromatológica semelhantes. Foi considerada como
controle negativo a dieta a base de farinha de vísceras de frango, enquanto que a dieta a base de glúten de milho foi
considerada como controle positivo.
O X-SOY 600® e o X-SOY 200® foram incluídos nas dietas em substituição a 15%, 30% e 45% da proteína bruta total da dieta.
O que corresponde a inclusão igual a 6,25%, 12,5% e 18,75% na ração, respectivamente (Tabela 1). O ingrediente X-SOY 600
possui a granulometria média de 2mm, enquanto o X-SOY 200 é o concentrado protéico de soja micronizado da Selecta, no
qual 95% das partículas tem tamanho inferior a 180 microns.
Durante a extrusão das rações foram avaliados os parâmetros de extrusão: produtividade (Kg/h), amperagem do motor
principal, Temperatura de extrusão (°C), Pressão de extrusão (Bars), Energia Mecânica Específica (kW-h/ton), Índice de
gelatinização do amido (%). E as características de macroestrutura dos kibbles: Densidade aparente, úmido (g/L),
densidade específica (g/mm³), expansão radial (mg/g), comprimento específico (cm/g).
INGREDIENTES
Controle
Controle
Negativo
Positivo
Far. Visceras Gluten
Frango
de Milho
Dietas com inclusão X-SOY
6,25%
X-SOY 600
12,50%
X-SOY 600
18,75%
X-SOY 600
6,25%
X-SOY 200
12,50%
X-SOY 200
18,75%
X-SOY 200
%
%
%
%
%
%
%
%
Milho
55,45
50,20
54,25
52,38
50,38
54,25
52,38
50,38
Farinha Vísceras de Aves
30,92
14,14
25,17
19,51
13,86
25,17
19,51
13,86
Glúten de milho 60%
-
18,75
-
-
-
-
-
-
X-SOY 600
-
-
6,25
12,50
18,75
-
-
-
X-SOY 200
-
-
-
-
-
6,25
12,50
18,75
Gordura de Aves
7,69
9,56
8,42
9,16
9,90
8,42
9,16
9,90
Fibra de Cana
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
Minerais e Vitaminas
1,73
3,20
1,73
2,30
2,97
1,73
2,30
2,97
Aditivos
2,14
2,14
2,14
2,14
2,14
2,14
2,14
2,14
DL-Metionina
0,07
-
0,04
0,02
0,00
0,04
0,02
-
Tabela 1. Composição de ingredientes das dietas para cães com diferentes fontes de proteínas
RESULTADOS
Houve efeito linear sobre os parâmetros de
extrusão avaliados nas dietas a base de X-SOY. Os
parâmetros amperagem do motor principal e
energia mecânica específica das dietas a base de
X-SOY apresentaram valores semelhantes as
dietas a base de glúten de milho. As dietas
formuladas com farinha de vísceras de frango e
gluten de milho apresentaram IGA inferior a
80%, e as dietas contendo X-SOY apresentaram
um satisfatório cozimento do amido, o que
permite melhor aproveitamento do nutriente
pelos animais (Figura 1).
Índice de gelatinização do amido (%)
90
88,8
85
85,2
80
81,6
80,1
75
74,3
70
65
Farinha
Visceras
80,8
80,2
74,8
18,75%
6,25%
12,5%
18,75%
6%
12,5%
18,75%
Glúten milho X-SOY 600 X-SOY 600 X-SOY 600 X-SOY 200 X-SOY 200 X-SOY 200
Dietas
Figura 1 – Índice de gelatinização do amido (IGA)
O concentrado protéico de soja (X-SOY®) favorece o processo de extrusão devido ao aumento da expansão radial e do
comprimento específico. A diminuição da densidade dos kibbles e, por proporcionar uma ração final com melhor aparência.
As rações formuladas com de X-SOY 600 e X-SOY 200 apresentaram menores densidade do que as dietas-controle. É
significativamente maior a expansão verificada nas dietas a base de X-SOY em comparação ao glúten de milho (Tabela 2).
DIETAS1
CONTRASTES²
X-SOY 600 X-SOY 600 X-SOY 600X-SOY 200 X-SOY 200 X-SOY 200
ITEM
Parâmetros de extrusão
X-SOY 600
X-SOY 200
FVF
GM
6,25%
12,5%
18,75%
6,25%
12,5%
18,75%
EPM
Linear
Quadrático
Linear
284,3
296
267,3
281
281,3
274,8
273,5
270,1
3,24
0,0359
ns
ns
ns4
Amperagem do motor principal (A)
42,2
45,4
42,4
45,5
48,1
44,7
45,5
45,4
0,67
<0,0001
ns
ns
ns
Temperatura de extrusão (oC)
117,8
120
130,5
135
140,3
125,3
134
135,3
2,82
0,0004
ns
0,0003
ns
Produtividade (kg/h)
Quadrático
Pressão de extrusão (Bars)
36,7
35,5
32,3
38,3
40,8
38,5
35,5
32,5
1,06
<0,0001
ns
0,0013
ns
Energia Mecânica Específica (kW-h/ton)
12,4
15,1
13,4
16
18,6
15,5
16,4
16,5
0,68
<0,0001
ns
ns
ns
Índice de gelatinização do amido (%)
74,3
74,8
80,1
81,6
80,8
80,2
85,2
88,8
1,7
0,0004
ns
ns
ns
Macroestrutura dos kibbles
Densidade aparente, úmido (g/L)3
412
392
399
364,3
335,5
384,5
359,3
377,7
8,63
<0,0001
0,0259
ns
0,0005
Densidade específica (g/mm3)
0,46
0,46
0,46
0,43
0,40
0,43
0,41
0,42
0
<0,0001
ns
ns
ns
Expansão radial (mg/g)
1,5
1,5
1,55
1,52
1,6
1,47
1,62
1,59
0,04
0,0093
0,0017
Comprimento específico (cm/g)
1,15
1,17
1,13
1,22
1,26
1,27
1,20
1,20
0,05
<0,0001
ns
<0,0001 <0,0001
0,0091
ns
Tabela 2. Parâmetros de extrusão e macroestrutura de dietas experimentais para cães com diferentes fontes protéicas.
¹,² - FVF – Farinha de vísceras de frango; GM – Glúten de milho 60%; X-SOY 600 6,25%- substituição de 15% da proteína total da dieta; X-SOY 600 12,5%- substituição de 30% da proteína da dieta; X-SOY 600
18,75%- substituição de 45% da proteína da dieta; X-SOY 200- 6,25%- substituição de 15% da proteína da dieta; X-SOY 200 12,5%- substituição de 30% da proteína da dieta; X-SOY 200 18,75%- substituição de
45% da proteína. EPM = erro padrão da média. Efeito quadrático ou linear com a inclusão do concentrado proteico de soja. NS: não significativo (P>0,05). (n=20 para macroestrutura do extrusado)
A ração formulada com maior inclusão de X-SOY
600 apresentou a menor densidade específica
de pelete, 0,40g/mm³, e consequentemente foi
verificada a maior expansão radial (Figura 2).
A inclusão de X-SOY 600 ou X-SOY 200 na formulação de dietas extrusadas de
cães proporcionou uma melhor aparência de peletes. Os níveis mais elevados
de X-SOY mostraram melhor aparência, melhor índice de gelatinização do
amido do que o glúten de milho ou farinha de vísceras de frango.
APARÊNCIA DO KIBBLE | Estrutura Interna
Ração composta com 18.75% de X-SOY 600
Ração com 18.75% Gluten de milho
Figura 2. Estrutura externa dos kibble em dieta
formulada com X-SOY.
Figura 3. Comparativo da estrutura interna do kibble.
IMPLICAÇÕES
Considerando os aspectos positivos apresentados nas caracterísitcas reológicas das dietas a base de concentrado protéico
de soja, conclui-se que o X-SOY é um ingrediente muito promissor para uso em dietas para pets.
s e l e c t a . c o m . b r
+55 (62) 3239-6000 | [email protected]
REFERÊNCIAS: CARCIOFI, A. C. Ingredientes energéticos e proteicos para cães e gatos. In: CONGRESSO LATINO AMERICANO DE NUTRIÇÃO ANIMAL, 2, 2006, São Paulo, Anais... São Paulo: CBNA-AMENA. 1CD-ROM.
DE-OLIVEIRA, L.D. 2009. Avaliaçãoo de fontes proteicas e de tratamentos industriais da farinha de carne e ossos para cães e gatos. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP, Campus de Jaboticabal. 114p.
FAHEY Jr., G. C. Soybean use – companion animals. Soybean Meal Information Center Fact Sheet, United Soybean Board. 4p. 2004.
FEDIAF, Federation Europeene de L’industrie des Aliments pour AnimauxFamiliers; European Federation of Pet Food Manufacturers, FEDIAF, 2014

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