Mercado português de TI deverá valer 4,1 mil milhões

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Mercado português de TI deverá valer 4,1 mil milhões
Mercado | análise
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Mercado português de TI deverá valer
4,1 mil milhões de euros este ano
A IDC Portugal avança com uma projeção de crescimento de 2,6 por cento para o mercado
nacional em 2016 que, a concretizar-se, será inferior ao de 2015. Ainda assim, as empresas já
perceberam que a tecnologia entrega valor acrescido ao negócio e os orçamentos não serão,
por isso, sacrificados
N
o Predictions deste ano, a IDC revelou
que o mercado português das TI deverá crescer 2,6 por cento, uma previsão mais otimista do que a de há um ano.
Se assim for, valerá 4,1 mil milhões de euros
em 2016. Em 2015 o mercado cresceu 3,6
por cento, consideravelmente mais do que as
previsões iniciais da IDC, que apontavam para
apenas 0,9 por cento.
A verificar-se a tendência descendente prevista, em 2017 o crescimento situar-se-á em
1,5 por cento, segundo a consultora.
sentar mais de 40 por cento do orçamentos de
TI em 2020. No entanto, no presente, apenas
9 por cento das empresas têm uma estratégia
“Cloud first”, apesar de mais de 80 por cento
já terem colocado mais de 10 por cento dos
workloads na Cloud.
As despesas com serviços de Cloud computing representam, atualmente, 22 por cento do
orçamento de TI nas empresas – 5 por cento
destinam-se a serviços públicos e 17 por cento
a privados. Em 2018, metade da despesa de TI
será baseada em serviços Cloud.
Decisores menos confiantes
mas investimento mantém-se
A IDC partilhou ainda os resultados de um estudo realizado junto de 426 decisores das 5 mil
maiores organizações em Portugal, incluindo administração pública e setor financeiro. Nos próximos
12 meses a confiança dos decisores no negócio
deverá abrandar, ao passo que a perceção do aumento dos riscos será superior. O risco mais apontado pelos inquiridos (57 por cento) diz respeito
à recessão das atividades económicas e queda
da procura, seguido da regulamentação restritiva
(26 por cento), da concorrência de novas empresas
(25 por cento) e da dificuldade em atrair e reter
talentos (24 por cento).
Apesar da menor confiança, as organizações não
pretendem desprezar os investimentos em IT. A
pesquisa concluiu que 42 por cento das empresas
querem manter o investimento para manter os níveis
de competitividade, com 30 por cento a indicarem
que pretendem mesmo aumentar o investimento.
Só 28 por cento têm intenção de o reduzir. Como assinalou Gabriel Coimbra no evento, country manager
da IDC Portugal, existe agora “a perceção de que o IT
pode criar valor e levar o negócio a crescer”.
Despesas com hardware
continuam a crescer
Em 2016 as empresas preveem continuar a gastar mais
com hardware, sobretudo com PCs, armazenamento e
redes, categorias de produto com orçamentos acima
dos 10 por cento (liderados pelos portáteis).
As aplicações de negócio, por sua vez, voltarão a
crescer a dois dígitos, segundo as previsões da IDC
– os orçamentos para as apps deverão crescer 20
por cento. O mesmo acontecerá com o software de
infraestrutura (10 por cento de aumento).
O Cloud computing e a integração SI também vão
crescer a dois dígitos. No caso da Cloud, os orçamentos deverão aumentar quase 30 por cento.
Mobilidade é vista como o
principal transformador do
negócio
Os inquiridos no survey da IDC apontaram a mobilidade como a tecnologia (ou conjunto de tecnologias,
neste caso) que mais condições tem para alterar a sua
organização nos próximos cinco anos, seguida do Big
Data e da IoT. O Cloud computing surge em quarto
lugar, à frente do social business e da ciberegurança.
Os decisores não parecem, por agora, interessados
na robótica, na impressão 3D ou nos sistemas cognitivos, apesar de todos os analistas de mercado
internacionais os apontarem como revolucionários.
Atualmente os dispositivos móveis representam 70 por
cento do mercado de equipamentos de cliente – mais
de um terço das empresas nacionais já consagram
entre 10 a 20 por cento dos orçamentos a iniciativas
de mobilidade.
Cloud ao centro
A IDC deu ainda a conhecer os principais imperativos
de decisão das empresas. Um dos mais relevantes
indica que os serviços de Cloud computing vão repre-
Mais de 30 milhões de
equipamentos de IoT em
Portugal
O tecido empresarial português está desperto para a
importância da Internet of Things. Aliás, 33 por cento
acreditam que irá introduzir alterações significativas
no seu negócio. Dentro de apenas dois anos, existirão mais de 30 milhões de equipamentos conetados
em Portugal: cerca de 10 de milhões de PCs e mais
de 5 milhões de smartphones. Modems e servidores
também estão incluídos nesta previsão.
A IDC chama a atenção para a existência de um mercado potencial de 60 milhões de equipamentos conetados – desde contadores a veículos e iluminação
pública, entre outros.
Adaptar-se ou desaparecer
A angariação e fidelização de clientes está, mais
do que nunca, na agenda das organizações B2C,
com as empresas a pretenderem atualizar soluções
de CRM - 60 por cento têm projetos de inovação
dirigidos à satisfação de clientes e mais de 47 por
cento têm projetos orientados para a criação de
novos produtos ou serviços. Outro dado relevante
é o facto da IDC prever que dentro de quatro
anos mais de 30 por cento dos fornecedores de TI
não existam como os conhecemos, uma vez que
terão, necessariamente, de adaptar a sua oferta.
As empresas já reequacionam, aliás, os seus parceiros de negócio consoante estes têm ou não as
competências necessárias para as ajudar a serem
bem-sucedidas.
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